Manifesto ao 5o Congresso Do PT

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às delegadas e delegados do 5º Congresso do PT “O PT nasce da decisão dos explorados de lutar contra um sistema econômico e político que não pode absorver os seus problemas, pois só existe para beneficiar uma minoria de privilegiados.” Manifesto de Fundação do PT (1980) O Diálogo e Ação Petista pela primeira vez se apresenta ao congresso do partido com a tese “Res- gatar o petismo no PT”. Nós não cremos que o Ma- nifesto de Fundação envelheceu ou não é adaptado à globalização. A crise que hoje ameaça o PT, ao contrário, tem a ver com o abandono das bases da Fundação. Pois com tudo de novo no cenário, essencialmente con- tinua a exploração e a opressão. A desigualdade no Brasil é enorme. E só pela luta de classe os traba- lhadores se emanciparão. Para isso precisam de um partido. Três questões, em nossa opinião, concentram os problemas atuais, que nenhuma covardia política permite adiar mais: 1 - LUTA PELA CONSTITUINTE SOBERANA E EXCLUSIVA DA REFORMA POLÍTICA É imprescindível para abrir caminho para as re- formas populares. Com esse Congresso não dá! Essa luta é parte também do combate ao car- reirismo disseminado e contra o cretinismo parla- mentar. Ou mudamos esse sistema, ou o sistema termi- nará de mudar o PT fundado para defender os tra- balhadores. É graças ao regime de “presidencialismo de co- alizão” que o golpismo, para além do PSDB-DEM e da cúpula do Judiciário, ataca inclusive dentro do ministério dominado pelo PMDB. Criminalizam o próprio PT - aí está a absurda prisão de Vaccari, mais uma manipulação do Judi- ciário das elites. Avançam na contrareforma polí- tica, anunciam a revisão do regime de partilha do pré-sal e tentam regredir os direitos sociais e de- mocráticos. 2 - NÃO AO PLANO DE AJUSTE DE LEVY É impossível conviver com o ajuste regressivo e recessivo que joga o partido contra a sua base. É inaceitável cortar R$ 70 bilhões do Orçamento, mais R$ 12 bilhões de direitos trabalhistas e previ- denciários, depois de dar R$ 100 bilhões de deso- nerações aos empresários! A defesa do mandato da presidente Dilma não é a defesa suicida desta política do ministro do Bra- desco. Nós conclamamos o partido a rechaçar esta gui- nada, que nega e esvazia as conquistas sociais dos últimos anos.

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Documento do Diálogo e Ação Petista ao 5° Congresso do Partido dos Trabalhadores, realizado em junho de 2015 em Salvador-BA

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  • s delegadas e delegados do 5 Congresso do PT

    O PT nasce da deciso dos explorados de lutar contra um sistema econmico e poltico que no

    pode absorver os seus problemas, pois s existe para beneficiar uma minoria de privilegiados.

    Manifesto de Fundao do PT (1980)

    O Dilogo e Ao Petista pela primeira vez se apresenta ao congresso do partido com a tese Res-gatar o petismo no PT. Ns no cremos que o Ma-nifesto de Fundao envelheceu ou no adaptado globalizao.

    A crise que hoje ameaa o PT, ao contrrio, tem a ver com o abandono das bases da Fundao. Pois com tudo de novo no cenrio, essencialmente con-tinua a explorao e a opresso. A desigualdade no Brasil enorme. E s pela luta de classe os traba-lhadores se emanciparo. Para isso precisam de um partido.

    Trs questes, em nossa opinio, concentram os problemas atuais, que nenhuma covardia poltica permite adiar mais:

    1 - LUTA PELA CONSTITUINTE SOBERANA E EXCLUSIVA DA REFORMA POLTICA

    imprescindvel para abrir caminho para as re-formas populares. Com esse Congresso no d!

    Essa luta parte tambm do combate ao car-reirismo disseminado e contra o cretinismo parla-mentar.

    Ou mudamos esse sistema, ou o sistema termi-

    nar de mudar o PT fundado para defender os tra-balhadores.

    graas ao regime de presidencialismo de co-alizo que o golpismo, para alm do PSDB-DEM e da cpula do Judicirio, ataca inclusive dentro do ministrio dominado pelo PMDB.

    Criminalizam o prprio PT - a est a absurda priso de Vaccari, mais uma manipulao do Judi-cirio das elites. Avanam na contrareforma pol-tica, anunciam a reviso do regime de partilha do pr-sal e tentam regredir os direitos sociais e de-mocrticos.

    2 - NO AO PLANO DE AJUSTE DE LEVY impossvel conviver com o ajuste regressivo

    e recessivo que joga o partido contra a sua base. inaceitvel cortar R$ 70 bilhes do Oramento, mais R$ 12 bilhes de direitos trabalhistas e previ-dencirios, depois de dar R$ 100 bilhes de deso-neraes aos empresrios!

    A defesa do mandato da presidente Dilma no a defesa suicida desta poltica do ministro do Bra-desco.

    Ns conclamamos o partido a rechaar esta gui-nada, que nega e esvazia as conquistas sociais dos ltimos anos.

  • No queremos repetir a tragdia dos partidos socialistas que no governo traram seu programa e foram varridos. Queremos:

    derrubada dos juros e centralizao cambial;

    fim do supervit primrio, investimento pbli-co e reestatizao

    reindustrializao e proteo comercial;

    reforma agrria e reforma urbana;

    reforma tributaria com taxao das heranas e das grandes fortunas

    3 - RECONSTRUO DO PTSomos pelo fim do famigerado PED e pela volta

    aos encontros democrticos de base, onde os dele-gados discutem olho no olho, deliberam a orienta-o e elegem os seus dirigentes.

    A reforma poltica comea no PT! Defendemos o fim do financiamento privado nas eleies, mas tambm dentro das eleies internas no PT.

    Chega da manipulao e do carregamento de votos do PED. O poder econmico est igualando o PT aos demais partidos. Ter o campo majorit-rio coragem e desprendimento para ajudar a salvar o PT? Chega de currais eleitorais dentro do PT!

    Companheiras e companheiros,A situao muito grave. J nas ltimas eleies, o PT, apesar de ter sido

    o partido mais votado e graas militncia ter re-eleito a presidente, o PT perdeu em vrios de seus principais redutos.

    Agora, uma sombra paira sobre nosso futuro.Em abril cortou-se 100 mil empregos (50 mil na

    indstria), o pior resultado para o ms desde 1992. Ainda segundo o IBGE, no 1o. trimestre, caiu o consumo do povo brasileiro, pela primeira vez des-de 2003. E a diretora do FMI, Lagarde, veio aqui dar mo forte a Levy e pedir mais. Conforme o seu ltimo relatrio, o FMI questiona agora at a le-gislao trabalhista arcaica e os reajustes reais do salrio mnimo.

    Os economistas e intelectuais amigos do PT con-denam essa poltica de ajuste fiscal. Os dirigentes dos movimentos populares, como o MST, a CMP e o MTST, assim como a UNE e as organizaes

    de juventude, criticam e combatem os cortes ora-mentrios.

    E os dirigentes da CUT, de forma contundente, pedem a mudana da poltica econmica. Afinal, j so quase 500 mil demisses este ano. Chega de Plano Levy, nem mais um ms deste ajuste!

    Companheiras e companheiros,Ns viemos ao Congresso dispostos a discutir

    com todos uma sada. No somos os donos da verdade. Tambm no

    reconhecemos uma direo infalvel e nem lideran-as geniais.

    A sada tem que ser construda coletivamente, no terreno do PT.

    Sim, a construo de uma frente necessria, para enfrentar a reao articulada com os centros imperialistas.

    Mas ela no vai substituir o partido dos traba-lhadores - mais do que nunca o PT necessrio!

    Ainda tempo, as reservas polticas do PT, re-servas morais e organizativas, existem. So oportu-nistas os que hoje abandonam o nosso partido. A reao ataca, verdade, at pela extino do PT, mas as bases esto a pedindo uma resposta.

    Discutamos sem preconceitos. Apelamos cons-cincia dos petistas.

    Ouam as organizaes sindicais e populares. Reflitam sobre os ltimos meses de mobilizao das bases petistas sob iniciativa da CUT e dos mo-vimentos populares, apesar da passividade da c-pula partidria.

    Em defesa do PT! Abaixo o Plano Levy! Fim do PED e volta dos Encontros! Constituinte Soberana e Exclusiva do Sistema Poltico!

    10 de junho de 2015

    Dialogo e Ao Petista

    Boletins dirios do congresso em www.petista.org.br