Manifesto de Avô

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Manifesto de um avô Também inventamos um dialeto próprio, aonde mo- ro tem uma pequena mata ciliar com preservação de uma nascente muito bonita, lá temos "o vale do saci", "o vale do tatu", a "sala do conselho", nesta sala toda vez que vem o "regador" (é um termo que inventamos para identificar uma nuvem carregada de chuva), pois bem, quando vem o "regador" se reúnem na sala do conselho um anão (das montanhas), um “elfo” das matas, uma fada das flores e o príncipe Rama das árvores, eles é quem decidem aonde a Mãe natureza vai usar o regador ... ficávamos horas a fio adivinhando aonde o regador iria ser usado, olhando de cima da montanha aonde moro e vendo a chuva cair ao longo ... tem também a rua da Praia, a praça da gogóia, os pés de carrapateira, o são Bernardo, o gato Tom e o Carra- picho ... ixi ... não pára ... dá para escrever um livro. A relação entre avó ou avô e neta é especial, somen- te entendi isto quando fui avô, é diferente ... é um amor sem posse ... não tenho o desejo de substituir o pai ou a mãe ... os genitores são insubstituíveis na formação psicos- social de seus filhos por mais padrastos e madrastas que surgem não existem ex-pai ou ex-mãe, ex-avô ou ex-avó ... somos únicos ... nossos nomes foram escritos pelo Senhor da Vida no coração de nossas crianças e isto, juiz, advoga- do, procurador ou qualquer autoridade não tem acesso pa- ra alterar. Os papéis de pai, mãe são um, os de padrasto ou madrasta são outro, e os de avós, avôs são únicos, não existe concor- rência, são todos importantes para a formação da criança. Também falo para ela que ela tem a “melhor mãe do mundo” e o “melhor pai do mundo”, mesmo se- parados eles são as figuras mais importantes na formação psicossocial da criança. O Amor dela com o pai é diferente ele é sempre o Príncipe e eu, o avô, o bobo da corte (risos) ... Estamos vivendo uma época muito especial ... aonde os homens/mulheres perderam a noção do "ser" se afasta- ram do Senhor da Vida, apesar de irem a igreja todos os domingos, vão como autômatos e repetem, repetem, sem sentido as orações que estão na mente mas longe dos cora- ções, que estão duros como pedra .. pensam que ai residem sua força ... e confundem humildade com fraqueza ... vez por outra sou confundido com esta analogia ... e ai eles dão de cara com a Verdade e a Justiça, os dois pilares de Deus, são intransponíveis e revestem o seu detentor de uma moral ilibada. Amor, é disto que falamos ... atualmente uma coisa "cafona" ou "conversinha", alguns tem vergonha de conju- gar este verbo sem saber que foi deste verbo que o Se- nhor da Vida fez a Vida. Continua no verso ... Sou um avô de uma criança de 9 anos, além de neta ela é minha amiga de brincadeiras e minha companheira de conversas sem sentido ... ficamos falando de estrelas, de tele -transporte, de fadas de verdade, de mistérios ... e também dos milagres do Senhor da Vida ... do melhor "pano do mundo" e de tantas, tantas e tantas outras brincadeiras que inventamos e fazemos. Um dia quando ela era mais nova, tinha uns 4 anos, a avó perguntou a ela por que gostava tanto daquele avô, e na sua inocência ela respondeu de pronto "porque ele brin- ca" ... sim, brinco muito com minha neta ... ela me faz de cavalo e tenho que carregá-la em longos percursos nas cos- tas ... quando brincamos não tem televisão, filme, brincadei- ra outra senão a nossa ... ela já pisou em meu óculos (e que- brou lógico, foi uma nota) ... em meus pés ... e as vezes tem a mania de me morder no cotovelo ... ela diz que não dói ... mas é porque não é nela ... Em outro dia dei de presente para ela uma estrela do céu, o pai já tinha dado a lua, procuramos um tempão até ela achar uma estrela que lhe agradasse e a doei, o nome dela é Polllux é a estrela mais brilhante na constelação Ge- mini. Contei para ela que quando pequeno tinha a minha que conservo até hoje e se chama Sagitta é uma diminuta constelação do hemisfério celestial norte. Ah! quando estou "dormindo" ela me pinta as u- nhas, coloca batom, tiara na cabeça, faz as sobrancelhas com diversas cores, coloca ruge (é assim que se escreve?), pinta o rosto ... e quando acordo ela chama as suas amigas para me ver ... fico "furioso" e corro atrás delas ... nunca pe- go ... elas correm muito. A nossa relação é muito respeitosa lembro-me que uma vez ela gritou comigo, fiz que não ouvi e sai de cena ... segundos depois ela, em tom bastante sério, falou "vozinho desculpe", fiquei com os olhos cheios de lágrimas ... e nos abraçamos ... somos verdadeiros amigos ... Quando vamos ao clube ela me chama para a pisci- na vou todo alegre e ela como está aprendendo natação já começa a me dar aulas, depois pede para eu pegar nos pés dela e começo a afundar, pisa em minha cabeça para fazer salto ... é só vendo ... quase me afogo (risos) ... Uma vez ouvi "as escondidas" ela falando de mim para suas amiguinhas, me recordo que falava assim "vamos brincar com ele, ele é legal parece meu irmão mais novo" ... ainda não encontrei melhor amigo ...

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alienação parental em avô

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Manifesto de um avô

Também inventamos um dialeto próprio, aonde mo-

ro tem uma pequena mata ciliar com preservação de uma

nascente muito bonita, lá temos "o vale do saci", "o vale do

tatu", a "sala do conselho", nesta sala toda vez que vem o

"regador" (é um termo que inventamos para identificar

uma nuvem carregada de chuva), pois bem, quando vem o

"regador" se reúnem na sala do conselho um anão (das

montanhas), um “elfo” das matas, uma fada das flores e o

príncipe Rama das árvores, eles é quem decidem aonde a

Mãe natureza vai usar o regador ... ficávamos horas a fio

adivinhando aonde o regador iria ser usado, olhando de

cima da montanha aonde moro e vendo a chuva cair ao

longo ... tem também a rua da Praia, a praça da gogóia, os

pés de carrapateira, o são Bernardo, o gato Tom e o Carra-

picho ... ixi ... não pára ... dá para escrever um livro.

A relação entre avó ou avô e neta é especial, somen-

te entendi isto quando fui avô, é diferente ... é um amor

sem posse ... não tenho o desejo de substituir o pai ou a

mãe ... os genitores são insubstituíveis na formação psicos-

social de seus filhos por mais padrastos e madrastas que

surgem não existem ex-pai ou ex-mãe, ex-avô ou ex-avó ...

somos únicos ... nossos nomes foram escritos pelo Senhor

da Vida no coração de nossas crianças e isto, juiz, advoga-

do, procurador ou qualquer autoridade não tem acesso pa-

ra alterar.

Os papéis de pai, mãe são um, os de padrasto ou madrasta

são outro, e os de avós, avôs são únicos, não existe concor-

rência, são todos importantes para a formação da criança.

Também falo para ela que ela tem a “melhor mãe

do mundo” e o “melhor pai do mundo”, mesmo se-

parados eles são as figuras mais importantes na formação

psicossocial da criança.

O Amor dela com o pai é diferente ele é sempre o

Príncipe e eu, o avô, o bobo da corte (risos) ...

Estamos vivendo uma época muito especial ... aonde

os homens/mulheres perderam a noção do "ser" se afasta-

ram do Senhor da Vida, apesar de irem a igreja todos os

domingos, vão como autômatos e repetem, repetem, sem

sentido as orações que estão na mente mas longe dos cora-

ções, que estão duros como pedra .. pensam que ai residem

sua força ... e confundem humildade com fraqueza ...

vez por outra sou confundido com esta analogia ... e ai eles

dão de cara com a Verdade e a Justiça, os dois pilares

de Deus, são intransponíveis e revestem o seu detentor de

uma moral ilibada.

Amor, é disto que falamos ... atualmente uma coisa

"cafona" ou "conversinha", alguns tem vergonha de conju-

gar este verbo sem saber que foi deste verbo que o Se-

nhor da Vida fez a Vida.

Continua no verso ...

Sou um avô de uma criança de 9 anos, além de neta

ela é minha amiga de brincadeiras e minha companheira de

conversas sem sentido ... ficamos falando de estrelas, de tele

-transporte, de fadas de verdade, de mistérios ... e também

dos milagres do Senhor da Vida ... do melhor "pano do

mundo" e de tantas, tantas e tantas outras brincadeiras que

inventamos e fazemos.

Um dia quando ela era mais nova, tinha uns 4 anos, a

avó perguntou a ela por que gostava tanto daquele avô, e na

sua inocência ela respondeu de pronto "porque ele brin-

ca" ... sim, brinco muito com minha neta ... ela me faz de

cavalo e tenho que carregá-la em longos percursos nas cos-

tas ... quando brincamos não tem televisão, filme, brincadei-

ra outra senão a nossa ... ela já pisou em meu óculos (e que-

brou lógico, foi uma nota) ... em meus pés ... e as vezes tem a

mania de me morder no cotovelo ... ela diz que não dói ...

mas é porque não é nela ...

Em outro dia dei de presente para ela uma estrela

do céu, o pai já tinha dado a lua, procuramos um tempão

até ela achar uma estrela que lhe agradasse e a doei, o nome

dela é Polllux é a estrela mais brilhante na constelação Ge-

mini. Contei para ela que quando pequeno tinha a minha

que conservo até hoje e se chama Sagitta é uma diminuta

constelação do hemisfério celestial norte.

Ah! quando estou "dormindo" ela me pinta as u-

nhas, coloca batom, tiara na cabeça, faz as sobrancelhas

com diversas cores, coloca ruge (é assim que se escreve?),

pinta o rosto ... e quando acordo ela chama as suas amigas

para me ver ... fico "furioso" e corro atrás delas ... nunca pe-

go ... elas correm muito.

A nossa relação é muito respeitosa lembro-me que

uma vez ela gritou comigo, fiz que não ouvi e sai de cena ...

segundos depois ela, em tom bastante sério, falou "vozinho

desculpe", fiquei com os olhos cheios de lágrimas ... e nos

abraçamos ... somos verdadeiros amigos ...

Quando vamos ao clube ela me chama para a pisci-

na vou todo alegre e ela como está aprendendo natação já

começa a me dar aulas, depois pede para eu pegar nos pés

dela e começo a afundar, pisa em minha cabeça para fazer

salto ... é só vendo ... quase me afogo (risos) ...

Uma vez ouvi "as escondidas" ela falando de mim

para suas amiguinhas, me recordo que falava assim

"vamos brincar com ele, ele é legal parece meu irmão mais

novo" ... ainda não encontrei melhor amigo ...

Manifesto de um avô

2 E ainda que tivesse o dom de profecia, e conheces-

se todos os mistérios e toda a ciência, e ainda que tivesse

toda a fé, de maneira tal que transportasse os montes, e

não tivesse amor, nada seria.

3 E ainda que distribuísse toda a minha fortuna

para sustento dos pobres, e ainda que entregasse o meu

corpo para ser queimado, e não tivesse amor, nada disso

me aproveitaria.

4 O amor é sofredor, é benigno; o amor não é inve-

joso; o amor não trata com leviandade, não se en-

soberbece.

5 Não se porta com indecência, não busca os seus interes-

ses, não se irrita, não suspeita mal;

6 Não folga com a injustiça, mas folga com a verdade;

7 Tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta.

8 O amor nunca falha; mas havendo profecias, se-

rão aniquiladas; havendo línguas, cessarão; ha-

vendo ciência, desaparecerá."

Ontem fui chamado de "moleque" pelo padrasto de

minha neta e assistido pela mãe dela, do jeito que ele falou

veio de dentro de um coração de pedra e de uma mente

irrequieta, não sabia ele que sou mesmo um moleque ... ele

nem precisaria de muito esforço, bastaria ter perguntado

para a minha neta ... ela já sabe disso há muito tempo ...

sou um “moleque” ... da Verdade e da Justiça.

Eu me chamo Anarrô e estou com passagem em aberto

para o Recife, pagando todos os dias remarcação de nova

data ao custo diário de R$90,00+remarcações variáveis de

multa a espera da decisão do Juiz da 5a. vara de Família do

TJDF liberar, de algum modo, o direito de convivência en-

tre pai e filha e sobrando um "tempinho" (qualquer que

seja ele com certeza é mais que suficiente) para o

"moleque" do avô brincar com a neta. Porque o padrasto de

minha neta, possuidor de um amor possessivo, a quer na

sua posse em detrimento ao direito da enteada conviver

com o pai nas férias escolares, ele está sendo assistido e

autorizado por uma pessoa que a recebi em minha casa

como filha (a mãe de minha neta).

O meu filho chama-se Júnior e a minha neta e

companheira de brincadeira chama-se Maria.

Num mês de 30 dias nos vemos apenas em 4 dias por mês

os outros 26 está com a mãe e o padrasto, e em metade das

férias, e mesmo assim a dificuldade é grande. É nosso dese-

jo que nos deixem em Paz nestes dias, precisamos brincar.

Estamos afastados por um amor cego de vaidades e sob o

olhar frio da Justiça Brasileira desde o dia 27 de junho de

2010, sem saber qual a próxima brincadeira que teremos.

Brasília, 21 de julho de 2010.

Há uns 3 meses atrás tínhamos programado (o avô e

o pai) os 15 dias de férias da minha neta, lá longe ... no Reci-

fe, terra aonde nasci ... ia mostrar para a minha neta o local

em que aconteceu uma das histórias em que mais repeti pa-

ra ela quando ela era pequena ... contava esta história (foi

verídica) tantas vezes para ela e para as suas amiguinhas e é

mais ou menos assim:

"Quando eu era garoto (uns 10 a 12 anos) morava no

bairro de Boa Viagem e estudava na cidade do Recife, quan-

do dava 12 horas, saía da escola com um grupo de amigos

corríamos para a Central de Trens para irmos para casa al-

moçarmos, pegávamos o trem em meio a muitas moleca-

gens. Quando o trem chegava em determinado trecho, já

próximo do local aonde eu iria descer, ele passava bem de-

vagar ... e num belo dia, eu estava com parte do braço de

fora (com o cotovelo a mostra e bem saliente na janela do

trem), avistei um menino pequeno na beira da estrada de

ferro com uma panela enorme na mão, quase maior que e-

le ... fiquei fitando o menino e como não podia demonstrar

medo continuei na minha posição sentado no banco com o

braço para fora ... pois bem, quando o trem passou bem de-

vagar perto deste menino de repente ele levantou o panelão

e o tacou no meu cotovelo ... foi aquele estrondo e todos de

dentro do trem, lógico, olharam para mim ... para disfarçar

da dor fiquei olhando como se nada tivesse ocorrido somen-

te fitando aquele "moleque" que dava risadas e mais risadas,

e eu com aquele olhar de "que besteira, não doeu" mas esta-

va era doendo bastante, tempo depois que as pessoas se es-

queceram do fato, disfarçadamente alisei o cotovelo, ai, do-

eu .. (risos)"

Também tinha programado levar minha neta para o

Monte dos Guararapes, lá tem uma das Igrejas mais antigas

de Pernambuco, local de grande religiosidade, ixiii, e tantas

e tantas outras visitas que iríamos, imaginem só a bagunça e

as brincadeiras que iríamos fazer e aprontar, somos "barra

pesada" nas brincadeiras "somos moleques" mesmo, nós

rimos do outro e de nós mesmos, as vezes nos engasgamos

de tanto rir, é assim mesmo, não acreditam? é só vendo para

crer.

Lá estão a nossa espera a minha mãe, a última bisavó da

minha neta, a minha mãe já está com 83 anos, bons e lúci-

dos e adora crianças, aguardando a minha neta.

E Pais, avós, avôs, tios, tias, padrasto, madrasta, amigos e

vizinhos não precisam ficar com ciúmes não, que esta ale-

gria e este Amor não é possessivo, ele é expansivo,

quanto mais se pratica mais aumenta para todos, ele é do

tipo deste de 1º Coríntios 13, 1:8

"1 Ainda que eu falasse as línguas dos homens e dos

anjos, e não tivesse amor, seria como o metal que soa ou

como o sino que tine.