Manifesto por investimentos, empregos e direitos na GM

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Ao mesmo tempo em que as negociações acontecem, surge um debate na região sobre a questão do papel do Sindicato na defesa dos direitos e empregos dos metalúrgicos. Parte do debate é contaminada por posições reacionárias, segundo as quais, a defesa dos interesses dos trabalhadores por parte de um sindicato seria algo a ser recriminado, quase proibido. Essa linha de pensamento tem buscado “culpar” o Sindi- cato dos Metalúrgicos, apenas por cumprir seu papel de defender os direitos dos traba- lhadores, no caso de São José dos Campos não receber os investimentos previstos. MANIFESTO POR INVESTIMENTOS, EMPREGOS E DIREITOS NA GM DE SÃO JOSÉ DOS CAMPOS As negociações entre o Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos e a General Motors estão chegando a seu desfecho. Em breve, a cidade deve conhecer o resultado de um mês de discussões em torno de propostas que levem a GM a investir R$ 2,5 bilhões na construção de nova fábrica na cidade. Infelizmente, essa visão tem sido manifes- tada por membros da Prefeitura, vereado- res, associações de empresários e, pasmem, algumas centrais sindicais, como CUT e Força Sindical, fazendo coro à chantagem que ten- ta desmobilizar uma categoria com histórico de muitas lutas e que apenas deseja defen- der seus direitos. Recentemente, a Câmara de Vereadores e as centrais sindicais acima citadas assina- ram cartas abertas com conteúdos muito semelhantes, em que defendem a empresa e atacam o Sindicato dos Metalúrgicos. Diante desta situação, as organizações que assinam este manifesto rechaçam esse tipo de iniciativa que atribui aos empresários a condição de impor qualquer tipo de arma- dilha aos trabalhadores e, da mesma forma, tenta proibir uma categoria de defender seus interesses.

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Manifesto por investimentos, empregos e direitos na GM de São José dos Campos

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Ao mesmo tempo em que as negociações acontecem, surge um debate na região sobre a questão do papel do Sindicato na defesa dos direitos e empregos dos metalúrgicos.

Parte do debate é contaminada por posições reacionárias, segundo as quais, a defesa dos interesses dos trabalhadores por parte de um sindicato seria algo a ser recriminado, quase proibido. Essa linha de pensamento tem buscado “culpar” o Sindi-cato dos Metalúrgicos, apenas por cumprir seu papel de defender os direitos dos traba-lhadores, no caso de São José dos Campos não receber os investimentos previstos.

Manifesto por investiMentos, eMpregos e direitos na gM

de são José dos CaMpos

As negociações entre o Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos e a General Motors estão chegando a seu desfecho. Em breve, a cidade deve conhecer o resultado de um mês de discussões em torno de propostas que levem a GM a investir R$ 2,5 bilhões na construção de nova fábrica na cidade.

Infelizmente, essa visão tem sido manifes-tada por membros da Prefeitura, vereado-res, associações de empresários e, pasmem, algumas centrais sindicais, como CUT e Força Sindical, fazendo coro à chantagem que ten-ta desmobilizar uma categoria com histórico de muitas lutas e que apenas deseja defen-der seus direitos.

Recentemente, a Câmara de Vereadores e as centrais sindicais acima citadas assina-ram cartas abertas com conteúdos muito semelhantes, em que defendem a empresa e atacam o Sindicato dos Metalúrgicos.

Diante desta situação, as organizações que assinam este manifesto rechaçam esse tipo de iniciativa que atribui aos empresários a condição de impor qualquer tipo de arma-dilha aos trabalhadores e, da mesma forma, tenta proibir uma categoria de defender seus interesses.

Apoiamos a posição do Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos e Região de pleitear os investimentos na planta, mas sem aceitar ameaças ao em-prego, aos direitos e aos salários.

Acreditamos que a montadora não tem motivos para realizar essas demissões. A empresa vive um bom momento finan-ceiro e ainda recebe generosa ajuda dos governos federal, estadual e municipal. Além disso, a Prefeitura e o Governo do Estado anunciaram um pacote de benefí-

Só em 2012, a GM lucrou

190 milhões de dólares

Em um ano, a GM fechou 927 postos de trabalho em São José dos Campos. Outros cortes podem acontecer até o final do ano

Sindicato dos Trabalhadores nas Indústria Químicas e Farmacêuticas de São José dos Cam-pos e Região; Sindicato dos Trabalhadores em Empresas de Correios, Telégrafos e Similares do Vale do Paraíba e Litoral Norte do Estado de São Paulo; Sindicato dos Petroleiros de São José dos Campos; Movimento Mulheres em Luta; ADMAP - Associação Democrática dos Apos-entados e Pensionistas de São José dos Campos; Sindicato dos Servidores Municipais de Ja-careí, Frente de Oposição Socialista; PSTU - Partido Socialista dos Trabalhadores Unificado; Assembleia Nacional dos Estudantes - Livre; CSP-Conlutas Regional Vale do Paraíba; Oposição Alternativa da APEOESP Vale do Paraíba; Associação de Guardadores de Carros de Campos do Jordão; Associação Democrática por Moradia e Direitos Sociais -Pinheirinho.

Assinam este manifesto:

cios para a GM, incluindo a construção de um distrito industrial com toda infraestru-tura paga com recursos públicos. A multi-nacional também vai desfrutar de isenção de IPTU e ISS – dinheiro que deveria ser usado em melhorias na saúde, educação e moradia. Todas essas benesses foram concedidas sem que nenhuma contrapar-tida, como, por exemplo, a manutenção dos empregos, fosse solicitada.

Pelo desenvolvimento da região, com investimentos, empregos, salários e direi-tos. Não à chantagem de patrões, poder público e centrais sindicais pelegas.

Lucros em alta

Demissões