Manifesto Revista
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M A N IF E S T O
PRESSA! PRESSA! PRESSA! Tudo se resume à pressa hoje em dia.
São as buzinas no trânsito, o esbarrar em alguém na corrida para não
perder a hora no trabalho, o almoço não mastigado, a curta noite de
sono, todos estes sintomas de nossa sociedade apressada. O nosso
jornalismo diário e até a maioria das revistas semanais ou mensais
refletem esta correria. São publicações feitas para serem engolidas,
assim como o almoço comercial. A primeira edição da revista Hori-
zonte chega a favor de outra abordagem, de outro texto, de outra
premissa. Queremos as descrições que nos tele portam para o local
em questão, queremos as divagações do autor, preferimos a parciali-
dade sincera à imparcialidade mentirosa, prezamos pela verdadeira
liberdade de expressão. Queremos, tanto para o leitor quanto para o
jornalista, calma; tempo; se não tivermos, que inventemos então!
Outra premissa estúpida dos grandes veículos de comunicação
é a de que o leitor é burro! Certo, alguns deles podem não ter a es-
colaridade necessária, um vocabulário muito extenso, não entender
alguns termos específicos, mas e daí? E a oportunidade destas pes-
soas aprenderem com os meios de comunicação? Ninguém nasceu
sabendo, afinal. O jornalismo precisa ir além do informar e começar
a formar cidadãos. Isto passa por um texto que desafia o leitor, que o
faz refletir, pesquisar, o traz mais dúvidas do que respostas. Este é um
texto relevante, marcante e, acreditamos também, instigante.
O volume de informações distintas que recebemos hoje é im-
enso! Nenhum ser humano precisa de demasiado exagero. Para se ter
uma ideia, a humanidade gerou a mesma quantidade de informação
nos últimos 50 anos que nos 5 mil anteriores, segundo a Association
for Information and Image Management (AIIM). Agora pense em
como toda esta quantidade de informações poderia ser diminuída
em prol de uma informação mais consistente, melhor apurada. É isso
que os meios de comunicação de massa fazem: preterem o poder de
um bom texto para disseminar diversos assuntos. E a Horizonte quer
e será exatamente o contrário.
O jornalismo virou a mercadoria das empresas e as notícias os
produtos. Arriscaria dizer que as universidades são as principais fili-
ais! Sim, a academia apenas reproduz a engrenagem de produção de
notícias da mídia de massa, não mostra aos alunos outro caminho.
Assumimos o risco de errar ao tentar produzir outro tipo de informa-
ção. Estamos aqui pela nova forma de fazer o velho jornalismo, com
a liberdade como o norte máximo: liberdade nas pautas, no estilo de
escrita e nas mídias que iremos usar. Como plataforma não podería-
mos deixar de usar a internet e sua infinidade de possibilidades,
casando perfeitamente com a nossa proposta. Então, ver o Horizonte
é isso. É Não ter nada bloqueando sua visão. É poder caminhar em
direção a ele, mesmo sabendo que nunca o alcançará. Ter o horizonte
ao longe significa ter um lugar para ir e várias formas de chegar até
ele. Com vocês então, a primeira edição da revista Horizonte.
Gabriela Farinha
Luiz Manghi
31 de março de 2010