Manual AgriCULTURA ORGANICA Jairo Restrepo Rivera

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    Manual de

    AgriCULTURA ORGNICA

    Curso terico-prtico do ABC da AgriCultura Orgnica: Remineralizao e

    Recuperao da Sade dos Solos;Microbiologia dos Solos e Tcnica da Cromatografia de Pfeiffer

    JAIRO RESTREPO RIVERAOrg. DALVA SOFIA SCHUCH

    Atalanta - Santa Catarina - Brasil2014

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    Este livro tem sua reproduo livre em qualquer meio eletrnico ou mecnico, sempre que seja realizadosem fins lucrativos e respeitados texto original e autor (RESTREPO, 2014).

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    PELETIZAO

    BOKASHI

    FOSFITO

    FOSFITO

    (P de Rocha)

    BIOFERMENTOS

    CROMATOGRAFIA (ZONAS)

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    Realizao

    PrefeiturasMunicipais

    Apoio

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    Apresentao

    A presente cartilha relata o curso de Agricultura Orgnica - Produzindooportunidades com qualidade de vida, realizado nos dias 06 a 09 de agosto de2014 no Centro Ambiental Jardim das Florestas da Apremavi - Associao dePreservao do Meio Ambiente e da Vida na cidade de Atalanta (SC).

    O objetivo maior da cartilha servir como um manual para os agricultores etcnicos que realizaram o curso, contendo o passo-a-passo de comopreparar os biofertilizantes e compostos orgnicos, caldos quentes e frios,ensinados durante o curso.

    O palestrante Jairo Restrepo Rivera, consultor com mais de 30 anos deexperincia em agricultura orgnica, proteo ambiental, analise

    cromatolgica dos solos, reciclagem e desenvolvimento rural sustentvel.Ministrou mais de 750 conferencias e mais de 700 cursos terico-prticosna Amrica Latina, frica, Europa e Austrlia e tem 16 livros publicados.

    O curso contou com a participao de 90 pessoas, sendo que 50% das vagasforam destinadas para agricultores que j trabalham na rea e 50% paratcnicos que sero futuros multiplicadores do conhecimento que o curso lhesproporcionar. Um dos diferenciais do curso foi que alm da parte terica,Restrepo mostrou na prtica o preparo dos insumos e nutrientes necessriospara a correo do solo no cultivo de orgnicos.

    O curso foi uma iniciativa da AMAVI (Associao dos Municpios do AltoVale do Itaja), juntamente com outras 10 instituies parceiras: Apremavi(Associao de Preservao do Meio Ambiente e da Vida), PrefeituraMunicipal de Atalanta, Banco do Brasil, Cemear, Cooperfavi, Cresol, Epagri,IFC (Instituto Federal Catarinense), Senar e Univali.

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    AgriCultura: decadncia e ressurreioTodo o ato antropocntrico que altere ou agrida qualquer sistema biolgico radical, por tanto,

    todo esforo qualquer que seja para evit-lo, sempre ser legtimo

    A decadncia foi feita realidade e concentrada principalmente nas polticas de manipulao e corrupo estatal, manuseio antitico da

    tecnologia por parte dos agro comerciantes e a cegueira cientifica de institutos nacionais e mal intencionadas instituies internacionais,

    fundamentadas na viso de um mundo mecanicista, estreito, linear e reduzido na forma de observar e determinar a destruio da vida de

    muitas espcies, inclusive sem levar a conhec-las, torna necessria a mudana e a construo de um novo modelo.

    Os burocratas e tecnocratas oficiais contemporneos dos sistemas agroindustriais detentores do falso e duvidoso privilgio de ter o papel

    nico e sem precedentes no desenvolvimento da agropecuria industrial, na conquista do bem estar humano,entretanto, os mesmos so

    aqueles que mais tm desenvolvido o poder corporativo e corrupto de cometer suicdio coletivo e destruir a vida na terra, a partir da

    inveno, produo, multiplicao e aplicao de tecnologias de origem blica nos ecossistemas agropecurios.

    Mquinas, venenos, explosivos, armas biolgicas e agro combustvel, sempre foram o denominador comum das guerras e no a criao de

    tecnologias para as comunidades camponesas rurais. Um exrcito servil de tcnicos e agrnomos mobilizou-se para enganar os camponeses,

    criando necessidades no sentidas e desnecessrias, assim empobrecendo-os, em benefcio das grandes transnacionais.

    A vista desta grave situao extremamente importante compreender as razes da crise global em que encontramos o atual paradigma

    deformado da fracassada revoluo verde, para desenvolver estratgias e aes efetivas para modificar ou reorientar a decadncia da maioria

    dos atuais enfoques. Para superar a herana malvola da atual crise da agricultura qumica, industrial altamente solvel, deve-se imprimir um

    novo paradigma, uma nova viso, um novo comportamento, pois inconcebvel uma soluo radical e permanente, sem uma transformao

    interior do prprio ser humano.

    A esperana est em cada SER com VALORES, no est na sociedade de uma indstria depredadora e falsa do FAZER, do TER e do PREO,

    tambm no est nos sistemas totalitrios ou credos religiosos, nem nas cavernas universitrias ou centros de pesquisa onde se acomodam

    resultados ao melhor lance. Este novo SER com seus VALORES est no campo, com muita sabedoria e sabor re-existindo um novo grito de f e

    esperana.

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    Nesta nova forma de pensar e de atuar o mais importante j no deve ser o quanto mais, melhor; o crescimento linear, o gigantismo e o

    imediatismo imposto por um mundo cada vez mais imperial e consumista, mas antes deve ser um mundo de harmonia, de geobiodiversidade,

    com um enfoque dinmico, funcional, sistmico e de complementariedade de todo o universo. Onde renasa o mstico, a liberdade, o coletivo,

    a contemplao, a emoo, a sabedoria, o intuitivo, a manifestao entrpica e o caos da natureza, a criatividade, o heterogneo, a

    coexistncia, o processo, o sagrado, a internalidade, a durabilidade, o conhecimento, a confiana, o intercclico, o indefinido e a harmonia

    sagrada da convivncia de um ser humano em paz e no de conflito e destruio, assim como as demais expresses sinfnicas de vidadescobertas, por descobrir e nunca descobertas no planeta. Revendo o atual comportamento natural das interconexes e dos espirais

    infinitos.

    A Terra uma rede de relaes infinitas de espirais, uma totalidade indivisvel, a expresso de uma ordem universal

    fundamentado no conjunto e no partes isoladas.

    Por outro lado acender a novas formas de fazer uma AgriCultura

    ou sistema pecurio diferente tambm equivale a que as

    universidades despertem do enganoso sonho mecanicista e

    reducionista em que est submergidas e vivem habitualmente.

    Sair da caverna das iluses mercantilistas em que se encontram

    o desafio (como Plato no mito da caverna) aquele que tentar

    explicar que existe luz alm, para aqueles que somente

    conhecem a escurido da caverna sero tomados como loucos e

    mentirosos.

    A construo de um novo momento dentro da agricultura exige

    uma nova percepo da realidade, um novo idioma, uma nova

    viso da formao do universo (cosmogonia) tambm significaconduzir a novos postulados da vida prtica dos camponeses,

    complementados com novas informaes e novos modelos de

    observao dos fenmenos naturais de uma forma flexvel sem

    negar a dinmica que os rege, a contemplao do natural.

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    Um paradigma um conjunto de teorias, valores e construes, modelos e tcnicas compartilhadas pelos membros de uma comunidade e cujos

    pressupostos no funcionam como hipteses, e sim como crenas estratificadas. A crena a insistncia de que a verdade aquilo que

    gostaramos que fosse. Desta deduz-se que o crente somente abrir sua mente a verdade sob a condio de que suas pr concepes e desejos

    se encaixem com os anteriormente concebidos. Na realidade, o paradigma da nova conscincia substitui sua estrutura de crenas por um sistema

    de f, pois a f uma abertura sem reservas da mente verdade, ou seja, est de fora, carecendo de concepes prvias, a f implica num

    mergulho no desconhecido. As crenas so rgidas, mas a f deixar-se levar. Neste sentido da palavra, a f uma virtude essencial deste novoparadigma da AgriCultura fraterna e solidria que une em seu interior a sabedoria antiga dos velhos e da cincia moderna.

    O conceito de paradigma e sua relao essencial com o pensamento

    cientfico foram introduzidos em 1962 por Thomas Kuhn. Para este

    historiador da cincia, um paradigma o alcance intelectual mximo que

    est submetida cincia e seu guia no transcurso das pesquisas. Supe-se

    que todo o paradigma cientfico deva ser suscetvel de modificaes,

    refutaes e confirmaes, entretanto quando uma teoria se converte em

    norma, que alm de proporcionar um contexto operativo a um campo de

    fenmenos, o restringe para a maioria, se transforma e pr-programa.

    Convertido em um marco de referncia implcito para a maioria, se

    transforma em um modo natural de ver e atuar e em uma forma razovel

    de pensar um fenmeno. Deste modo, ningum pensa em contestar ou

    rebelar-se contra algo que parece ser a ordem natural do universo. Atua

    como jogo de viseiras como diz Charles Tart. Com esta manobra da

    conscincia, a agricultura industrial, a agricultura da revoluo verde e seus

    cmplices, conduziram a sociedade camponesa mundial ao desastre e ao

    empobrecimento econmico: levando as universidades ao pensamento

    monoltico e dominante.

    Vivemos em uma poca de conflito de paradigmas, onde se prope paradigmas renovadores frente aos mais antigos e abrem-se novasdirees nas exploraes. Este deve trazer a nova conscincia da agricultura orgnica camponesa, deve combinar diferentes enfoques em um

    equilbrio dinmico, que traduza um modelo de reflexo e pensamento holstico, alm de sua totalidade. Isto tambm traz implicaes como

    aceitar a metamorfosis interior por parte dos que esto vivendo e sentindo o golpe antissocial e econmico que tem levado o sistema

    agrcola a dependncia de insumos industrializados, para aqueles que acreditaram com boa f.

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    O processo comea por provocar um caos conceitual naquilo que acreditvamos ser o correto, e normal; ento daqui para frente todo novo

    caminho ao desconhecido se faz desafiante e carregado de emoes, deve ser construdo e redesenhado com a participao direta de quem

    vive a crise agro produtiva e conceitual. Este mtodo, se assim o podemos definir tem a vantagem de poder ser redesenhado com um sentido

    comum e lgico: o novo paradigma agro produtivo. Para que o sistema possua um maior enraizamento necessrio um acompanhamento

    constante e uma sistematizao dos exerccios tericos e prticos onde podem ser detectados com maior facilidade as falhas e assim corrigi-

    las a tempo.

    A proposta para construir um ecossistema agro pecurio campons diferente do atual consiste em propostas de construo, o qual deve

    contemplar entre outros conceitos em abandonar:

    A viso desconectada do universo como se fosse um sistema mecnico composto de peas soltas e rgidas;

    A viso do corpo humano, animais, plantas e todos os organismos vivos como se fossem simplificadas mquinas isoladas ou

    individuais de produo transformao e reciclagem de alimentos;

    A viso da vida eco social como se estivesse de maneira forada em uma luta competitiva para a sobrevivncia;

    A viso reduzida na crena que o progresso material ilimitado a custas do crescimento meramente econmico e tecnicista, onde

    se quer prevalecer o conceito antropocntrico de vantagens e engano agroindustrial, frente lei natural da harmonia e

    honestidade dos camponeses;

    A viso do domnio, controle e explorao da natureza por parte dos agronegcios como mecanismo de compreenso da mesma;

    Uma viso de mal trato e abuso do nosso entorno por corporaes refletindo uma carncia de sabedoria sistmica dinmica e

    funcional da vida;

    A viso de conquista e controle ilimitado da natureza como um mecanismo de submisso criado pela cincia cartesiana, onde o

    falso desenvolvimento interrompeu o processo inter cclico de interconexes na formao de redes e espirais substituindo por

    uma carreira de ciclos, cadeias e linhas de causa e efeito;

    A viso ou falsa ideia de que na evoluo das espcies somente sobrevivem as mais aptas e os mais aptos dentro de cada espcie

    e que a vida uma luta cega contra o entorno e os outros; esquecendo que o que guia a natureza a coexistncia pacfica, a

    cooperao, a compreenso, a simbiose e a no competio at a morte. Onde tambm importante ressaltar a coexistncia edinmica do meio que podemos considerar como nossa carga gentica externa;

    A viso da subordinao do desenvolvimento humano pelo desenvolvimento tecnolgico e a subordinao do crescimento

    pessoal pelo crescimento econmico.

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    Este paradigma consiste em abandonar qualquer simpatia pelas instituies altamente estruturadas, verticais, inflexveis, burocrticas a

    semelhana das instituies monsticas e militares que caracterizam principalmente as organizaes de extenso rural na Amrica Latina.

    Finalmente tempo de compreender que vivemos imersos em uma rede de sistemas infinitos.

    A arrogncia de uma expectativa antropocntrica coloca o caminho do agrnomo e da indstria por cima do caminho dos camponeses e do

    universo. Nossa responsabilidade consiste em repensar o humano como uma unidade ecossistmica complexa que envolve e contm umamemria e a snteses do todo. Esta memria e sntese residem na conscincia e somente aquele que perceba mais alm do corpo e da mente,

    acender ou transcender a nveis de ordem e estruturao superior. Despertar a nova conscincia exige a responsabilidade do exerccio da

    verdade. Ser consciente e perceber o essencial em ca da um de nossos atos e na natureza que nos rodeia, desta forma o cotidiano se torna

    transcendente e o humano divino (Carlos Fragtman).

    De qualquer forma, como a agricultura e os sistemas pecurios convencionais esto baseados em um marco de conceitos e valores

    distorcidos, que j no so viveis, os mesmos declinaro inevitavelmente e a longo prazo se desintegraro e as foras socioculturais que

    representam o novo paradigma da agricultura orgnica camponesa seguiro crescendo e se sobressaindo. Este processo e transformao

    um fato e agora claramente visvel para as comunidades rurais em muitos pases a partir do constante incremento dos sistemas deproduo orgnica camponesa.

    A tendncia caminha para cidades menores, visto que as novas

    indstrias mais sustentveis estaro muito mais descentralizadas,

    buscando fomentar uma maior economia local. Os sistemas de valores

    baseados na quantidade, expanso, competio e dominao deixaro

    lugar queles que promovam qualidade, conservao, cooperao,

    companheirismo e equidade. A medida que a acumulao de riquezas

    materiais perca importncia, o abismo entre as classes ser

    gradativamente eliminado e muitas tenses sociais aliviadas e a

    grande maioria da populao poder dormir em paz, sem pesadelos.

    Finalmente, a caracterstica decisiva da economia sustentvel ser anegao do af de crescimento imperial nas mos de poucas

    transnacionais, empresas transformadoras e manipuladoras de

    alimentos. A sustentabilidade eclipsar ao crescimento avassalador

    como critrio fundamental das polticas econmicas. (JAIRORESTREPO RIVERA, 2014).

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    NDICE

    INTRODUO

    FUNO E IMPORTNCIA DE CADA INGREDIENTE

    COMPOSTOS ORGNICOS FERMENTADOSBokashiBiofertilizante SupermagroSilo de microrganismos

    Biofertilizante elaborado com silo de microrganismosBiofertilizante a base de AbboraBiofertilizante de Ervas espontneas e esterco de vaca

    SOLUES MINERAIS para processos de transio e desequilbrio nutricional das plantas

    Solues FriasCaldo Bordalesa 1%Calda Bordalesa 1% enriquecido com Permanganato de PotssioCalda Bordalesa 1% enriquecido com Soluo de Enxofre-calSoluo ViosaCaldo de Bicarbonato de Sdio

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    Solues QuentesSoluo de Enxofre - calSoluo de Enxofre - cal ou massa Enxofre Cal enriquecido com Sulfato de ZincoSoluo de Silcio-Enxofre-cal

    Soluo e Emulso de Cinza de madeira

    FOSFITOProcedimentosIngredientesUsos

    CROMATOGRAFIA DE PFEIFFERIntroduoSade dos solos e a Cromatografia de PfeifferDescrio do mtodoTarefas realizadas no campoTarefas realizadas no laboratrioInterpretao dos Cromatogramas

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    Introduo

    O processo de dominao tecnolgica, que padroniza

    todos os mtodos e tecnologias destri a riquezacultural dos povos. Estes desenvolveram, em seusstios, metodologias adaptadas e necessrias as suasdemandas, as condies ambientais do lugar e aosseus cultivares tradicionais, entretanto o processo dedomesticao deixa os camponeses sem estruturacultural para buscar formas de lidar com o novo(nanotecnologias, biotecnologias, insumos externos eartificiais).

    A esterilidade avana sobre os territrios, aumentams terras nuas desprovidas de vida, alimentos semvitalidade, homens silenciosos amordaados peladesnutrio, roubados e excludos do mercado pelasua mediocridade e castrao mental. A transio e o retorno para modelos de valorizao cultural, de carter humanistadevem estar estruturados sobre bases universais que permitam criar estratgias necessrias as mudanas.

    A matriz qumica tem deixado marcas profundas em milhares de vtimas no campo e na cidade. A agricultura desta forma intolervel e insustentvel pela voracidade antissocial e criminosa da agroindstria, todos os produtos qumicos quecirculam no espao produtivo das propriedades rurais so sinnimo de morte, contaminao e violncia (RESTREPO ePINHEIRO, 2011).

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    A ao, e as consequncias da utilizao de insumosqumicos e danos sade das pessoas e esterilidadedos solos esto sendo desmascaradas. Osfertilizantes qumicos so ineficientes,

    empobrecendo os solos, enquanto isso, o uso deagrotxicos aumenta em escala exponencial e asade da sociedade decresce na mesma proporo.Chaboussou (1987) afirmou: Em solo saudvel, as

    plantas so saudveis e os alimentos saudveisproduzem a qualidade da vida humana e da vidaanimal.

    Este manual apresenta algumas das prticas comuns entre produtores rurais: os Adubos Orgnicos, Fermentados

    aerbicos e anaerbicos, composto fermentado tipo Bokashi, Biofertilizantes a base de esterco animal, Preparode Caldos Minerais (quente e frios) e a produo de Fosfitos, consideramos relevante as experincias de Julius Hensel(Pes de Pedra) com suas Farinhas de Rocha utilizadas na regenerao dos solos e no fortalecimento da diversidademineral. Apresentamos ainda, a metodologia da avaliao da qualidade dos solos e produtos pela Cromatografia dePfeiffer.

    O processo de Transio da Agricultura Convencional para a AgriCultura Orgnica inicialmente exige umaintencionalidade por parte do produtor, pois o processo est pautado na observao e no rigor dos mtodos aliados s

    prticas conhecidas e utilizadas no meio onde est inserido. O foco deste trabalho , a partir de conhecimentos bsicos,redesenhar os modelos s exigncias de cada lugar.

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    Um solo vivo e saudvel capaz de gerar outro organismo vivo esaudvel (RESTREPO, 2012). O solo degradado no tem vida, inerte, apenas um substrato, ao incorporarmos matria orgnicainicia-se o processo de estmulo vida. Os microrganismos eclodem

    na presena de gua e alimento e iniciam o processo de crescimentopopulacional e consumo de matria orgnica. Cria-se a trama da vidaentre Microrganismos, a Matria orgnica e os Minerais do Solo, umconjunto inseparvel para compreenso da profundidade natural davida. So os microrganismos que vivificam e mobilizam os nutrientesque se encontram nos solos para disponibiliz-los s plantas.

    Todos os seres vivos habitam um espao e nutrem-se de energia.Energia toda a fora que flui da matria e se transforma constante

    e infinitamente. Luz energia, vibrao energia, pensamento energia. E nas clulas, os seres vivos armazenam e transformam suaenergia vital. A energia mobilizada, durante geraes, carregaconsigo uma memria, a memria evolutiva. O planeta e toda a vidaexistente so, portanto o resultado desta energia vital.

    No devemos permitir a ALIENAO, a criatividade nossa foravital. No podemos manter-nos escravizados por demandas

    impostas por um sistema que induz ao consumo crescente. Devemossim, consumir os insumos da propriedade, gerados no local ouregio em uma busca de independncia no rumo de uma agriculturapermanente.

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    Assim, este manual prtico procura introduzir e estimular os espritos rebeldes ao uso de outras frmulas, outras tcnicas,outras receitas que iro auxiliar na recuperao de reas agrcolas degradadas, regenerao de solos depauperados,eliminao dos riscos de contaminao por uso de agrotxicos, resguardando a sade dos produtores e dosconsumidores; mtodos e tcnicas simples, mas que demandam INTENO dos agricultores e pessoas envolvidas.

    As comunidades rurais ou urbanas apresentam caractersticas e peculiaridades distintas e assim, considera-se importanterelacionar a importncia de cada componente e compreender a funo de cada um. Permitindo ao produtor de alimentossaudveis, adequar a produo do composto aos materiais a disposio na propriedade ou regio. Como la bruja quesubstituye el ingrediente para preparar su pocin.

    AgriCultura Orgnica no um compilado de tcnicas antes uma postura filosfica frente vida. Tem como

    princpio o respeito Vida. Vida toda manifestaoplanetria. A agricultura convencional nos impealtssimos custos socioambientais, destruio edesrespeito, onde o consumo imposto degenera ossolos e seus habitantes.

    Os processos de transio no so fceis, e, entretantoeliminar o consumo de agrotxicos e fertilizantesartificiais mobiliza um processo de ATITUDE no

    agricultor, onde o campons restabelece valores queainda esto na sua memria corporal. Sentir os odoresdo esterco e saber que nestes aromas est a memriaancestral e ter a certeza de lograr LIBERDADE.

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    A elaborao de adubos orgnicos fermentados pode-seentender como um processo de semi decomposioaerbica (com presena de oxignio) de resduosorgnicos por meio de populaes de microrganismos

    quimiorganotrficos1

    que existem nos prprios resduosque, em condies controladas, produzem um materialparcialmente estvel e de lenta decomposio emcondies favorveis e que so capazes de fertilizar asplantas e ao mesmo tempo regenerar a terra. As hortas ejardins comestveis so sempre grandes espaos de vida,atraem inmeros indivduos da micro, meso e macrofauna, um festival de diversidade, mas somente aAgriCultura Orgnica possibilita esta festa.

    Participar do canto do sabi no amanhecer, do voo da borboleta, do casulo escondido sob a folha, da minhoca que foge daluz solar, e do girassol que se retorce para encontr-lo estar neste jardim, que nos transporta a um tempo mgico.Introduz o homem ao seu jardim interior. Cultivar su huerto interior para que el huerto exterior frutifique en vida (RESTREPO, 2012). Esta magia gera esperana, que gera f, que gera compaixo, nascendo um sentido de beleza efinalidade. Esta a nossa Inteno, a partir da Atitude.

    As receitas que seguem, recomenda-se que se respeitem as propores indicadas. importante ressaltar que as prticasde AgriCultura Orgnica exigem ateno, observao e experimentao constante, utilizando o que existe no lugar.

    Aconselha-se realizar os fermentos e experiment-los em uma parcela antes de aplicar em grande escala, como precauo.Assim como, compartilhar as informaes com outros produtores e conhecedores; buscando sempre melhorar eaprimorar. A experincia se encarregar de estabelecer quantidades, propores e ingredientes ou seus substitutos maisapropriados para a elaborao dos compostos e assim tambm novas descobertas e conexes a serem compartilhadas.

    1So os organismos que tomam a energia dos solos e permitem que entrem na cadeia da vida graas energia qumica da terra.

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    A funo de cada ingrediente ao preparar o composto e/ou biofertilizante

    Leite ou soro de leiteRico em aminocidos, vitaminas, graxas e protenas, ingredientes necessrios para proporcionar as condies adequadaspara os microrganismos se multiplicarem. Tem, portanto, a funo de reavivar a mistura, assim como o melao de cana,beneficiando a formao de outros compostos orgnicos que so estimulados durante o processo.

    Melao, melado ou acar mascavo

    O melao responsvel pela energia necessria para que os microrganismos realizem o trabalho de decomposio damatria. O melao dissolvido em gua impulsiona o processo de fermentao, isto , auxilia o desenvolvimento de

    microrganismos encarregados de transformar a matria orgnica em nutrientes fceis de assimilar pelas plantas. ricoem Potssio, Clcio, Fsforo, Magnsio e micronutrientes como Boro, Zinco e Ferro.

    Sais minerais (Enxofre, Cobre, Brax, Sdio, Magnsio e Zinco)

    Ativam e enriquecem a fermentao, nutrindo e fertilizando o solo e fortalecendo as plantas, que fermentadas ativam avida a partir da digesto e metabolismo dos microrganismos presentes no tanque de fermentao. Plantas saudveis somais resistentes ao ataque de insetos, fungos, bactrias. Os insetos visitam as plantas quando percebem um desequilbriomineral. Teoria da Trofobiosede Chaboussou2.

    2Teoria da Trofobiose a sade das plantas est intimamente ligada sade de seu habitat e este lhe permite uma alimentao equil ibrada, fonte de resistncia aos fatores

    adversos, desenvolvida por Francis Chaboussou em 1969.

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    Carvo / Cinzas ou Fosfitos

    Principal funo o aporte de micro elementos ao biofertilizante. Melhora as caractersticas fsicasdo solo, permitindo uma melhor distribuio das razes, uma maior aerao e absoro de umidadee calor (energia). Seu alto grau de porosidade incrementa a oxigenao do composto beneficiando a

    atividade microbiana, pois retm, filtra e libera nutrientes, atuando como regulador da temperaturado solo aumentando a resistncia das razes, e liberando gradualmente nutrientes teis as plantasdiminuindo a perda e lixiviao destes no solo. Sugere-se que o carvo seja triturado. Importantefonte de sais minerais que alm de enriquecer e ativar a fermentao, nutre e fertiliza o solo e asplantas.

    O composto Bokashi pode ser melhorado utilizando-se a farinha de rocha no lugar das cinzas.Cinzas de gramneas, casca de arroz, restos de cana de acar, bambu e milho tem excelente aportepara o biofertilizante.

    Esterco / Estrume

    Principal fonte de microrganismos que estimulam a fermentao, grande inoculo: sementes deleveduras, fungos, bactrias, protozorios sendo responsveis pela digesto, metabolizao edisponibilizar s plantas e ao solo os elementos nutritivos. Rico em Nitrognio, melhora a qualidadee a fertilidade da terra com nutrientes como Fsforo (P), Potssio (K) Clcio (Ca), Magnsio (Mg),Zinco (Zn), Cobre (Cu) e Boro (B). Em geral, o esterco melhora as condies biolgicas, qumicas efsicas dos solos. O esterco de vaca fresco apresenta uma gama de microrganismos vivos que soindispensveis para o incio do processo de fermentao do biopreparado. Apresenta o Bacillus

    subtilis, que d incio ao processo fermentativo. Uma das grandes vantagens do uso do esterco devaca que permite tanto a fermentao aerbica como anaerbica.

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    gua

    Nos compostos, a gua auxilia na homogeneizao do composto, favorecendo as condies ideais para o desenvolvimentoda atividade e reproduo dos microrganismos que o decompem. gua permite a integrao de todos os ingredientes dobiofertilizante. Muitos microrganismos, presentes na fermentao, desenvolvem-se melhor em meio lquido, assim

    transformam mais facilmente produtos como enzimas, vitaminas, peptdeos em promotores de crescimento, transferindo-se mais facilmente aos vegetais.

    IMPORTANTE

    Como verificar a qualidade final do biofertilizante?

    De forma muito simples, a partir do odor e da cor. O odor NUNCAdeve ser desagradvel, como o de podrido, mas sim com o aromaadocicado da fermentao. Haver a formao de uma nata brancasobre o lquido, que deve ficar com uma cor mbar brilhante etranslcida. Sempre no fundo teremos um sedimento.

    Cuidado!

    Se a nata e o lquido estiverem com cor esverdeada est perdendo

    qualidade. Se a cor for preta o ideal descartar.

    A qualidade avalia-se a partir da Cromatografia de Pfeiffer

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    Aportes complementares e Biofertilizantes enriquecidos

    Serrapilheira/Folhas do Bosque/Cobertura ou manto vegetal dobosque

    Material rico em folhas, galhos, frutos e restos da meso, macro e microfauna em estgios diferentes de decomposio, e desta forma, rico emuma microbiota diversificada. Quanto mais diversificada a floresta ou olugar que estamos colhendo o material, maior e melhor a qualidade ediversidade dos microrganismos presentes. Material excelente para sermultiplicado ou utilizado conjuntamente com a levedura de po no

    processo de fermentao. Depois de concludo o processo defermentao sugere-se guardar uma poro que poder ser utilizadano prximo fermentado, assim evitamos retirar a serrapilheira dobosque.

    Fermento biolgico (Saccharomyces cereviseae)

    Rica em microrganismos que iniciam o processo de fermentao e

    transformao da matria orgnica em nutrientes. So responsveispelo incio do processo de fermentao.

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    Farelo de arroz, trigo ou milho

    um ingrediente rico em vitaminas complexas que estimulam a ativao de hormnios decrescimento, aumentando a fermentao do composto. Alm de ser muito rico em carboidratos,

    protenas, minerais (nitrognio, fsforo, clcio, potssio, e magnsio). Estes componentes sofundamentais para a ativao dos microrganismos encarregados da decomposio da matriaorgnica (processo essencial para que possam ser assimilados pelas plantas).

    Palhas

    Apresentam muito Silcio, o que favorece as plantas, pois as torna mais resistentes s doenas. Aspalhas devem ser trituradas e incorporadas ao composto, facilita a aerao, absoro de umidade e

    reteno de nutrientes, incrementando a atividade dos microrganismos do solo. Melhorando aestrutura, permite um melhor desenvolvimento das razes no solo.

    Estercos de outras origens: Cama de avirios (poedeiras), Cama de Sunos, Cama de Ovinos

    Outra importante fonte de N para os fermentados, contribuindo com Fsforo, Potssio, Clcio,Magnsio, Ferro, Mangans, Zinco, Cobre e Boro, dependendo da origem poder aportar outrosmateriais orgnicos que melhoram as condies fsicas do solo. Evitar cama de engorde, pois

    apresenta muitos resduos de antibiticos e hormnios.

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    Importncia dos elementos na Nutrio das Plantas

    Clcio

    Contribui com o equilbrio da acidez nos fermentados dos compostos, assim como na preparao dos caldos. O clcioreage com o Enxofre (S) dando-lhe solubilidade no Caldo sulfoclcico. Utiliza-se a cal viva, a cal de construo civil damelhor qualidade ou Hidrxido de Clcio. Nunca utilizar cal ou cimento agrcola branco, especialmente napreparao de solues minerais.

    Enxofre

    Auxilia no equilbrio nutricional das plantas, inclusive pode seagregar at 40 kg de Enxofre por hectare diretamente no composto(ex: tipo bokashi). O Enxofre no solvel em gua e nos caldosdeve ser acompanhado com Cal e calor, para que sob altatemperatura possa se dissolver.

    CobaltoElemento essencial da enzima Nitrogenase que participa da sntesedo ADN e da diviso celular.

    Cobre

    A funo fisiolgica do Cobre na participao e composio dasprotenas e enzimas, nas folhas encontrado nos cloroplastos. Suainsuficincia causa inibio do crescimento, clorose, perda deturgecncia.

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    Magnsio um metal que tem alto poder de oxi-reduo e participa das reaes de oxidao biolgica. Atua na ativao de muitasreaes, incluindo transformaes de dicidos e tricidos carbnicos. A falta de magnsio debilita a correo doselementos no balano nutricional.

    Molibdnio um microelemento, necessrio para ao da enzima nitrato-redutase, relevante na cadeia de nitratos para nitritos.

    NquelImportante no processo de ativao da urease. Atua noprocesso da decomposio da ureia dos dejetos animais e defonte de biofertilizantes.

    BoroO Boro um elemento necessrio durante todo o perodovegetativo da planta, tem ao no papel fisiolgicoparticipando do metabolismo do hormnio vegetal auxina e decompostos fenlicos. Importante na formao dos tubospolnicos, formao do plen e maturao das sementes.

    Zinco

    Eleva a resistncia das plantas ao frio ou calor, assim como no processo da fotossntese. Sua falta inibe a diviso celular econduz a mudanas morfolgicas das folhas.

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    Fermentados Orgnicos

    Bokashi (termo japons, fermentao pr-cozida com microrganismos do solo nativo)

    O Bokashi um adubo orgnico fermentado cujos nutrientes se obtm a partir do calor originado durante suapreparao. Este tipo de adubo tem sido utilizado por muitos produtores de muitas comunidades diferentescom excelentes resultados. Os ingredientes podem ser modificados conforme a disponibilidade e dascondies do lugar. , portanto, importante conhecer o processo e sua preparao e assim como a importnciade cada componente da frmula.Sempre o melhor ingrediente aquele disponvel na propriedade.

    O fermento biolgico, a serrapilheira e o Bokashiconstituem a principal fonte de inoculao microbiolgica

    para a elaborao dos adubos orgnicos fermentados. a matria prima - a semente - de inculo dafermentao. Os agricultores centro-americanos desenvolveram suas primeiras experincias com a elaboraode adubos orgnicos fermentados, utilizando com xito a levedura de po em barra ou em p, entretanto aterra do bosque ou os dois ao mesmo tempo permitem agregar uma diversidade maior de microrganismosdesejveis no processo de decomposio. Aps as primeiras experincias, seleciona-se uma boa quantidade domelhor adubo curtidotipo Bokashi(semente fermentada), para utiliz-lo constantemente como sua principalfonte de inculo, acompanhado de uma determinada quantidade de levedura. Elimina-se, desta forma, o usoda terra do bosque virgem evitando graves problemas de deteriorao do solo e da retirada da serrapilheiradestes.

    Recomenda-se o uso da levedura granulada, pois de fcil conservao.

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    Terra um importante substrato para preparo de compostos

    o substrato natural ideal para o bom desenvolvimento da atividade microbiolgica, fundamental para umaboa fermentao, apresenta a capacidade de reter a umidade filtrar nutrientes e liber-los para seremassimilados pelas plantas em simbiose com os microrganismos. Ser sempre um dos componentes docomposto, cerca de 30%, conferindo homogeneidade fsica ao adubo.

    Para a preparao do Bokashi a terra mais adequada a argilosa, pois rica em minerais necessrios ao bomdesenvolvimento das sementes. Aconselha-se peneir-la para retirar pedras, restos vegetais e fibras quepossam estar no substrato.

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    BokashiO Bokashi, palavra do idioma japons, que significa pr cozinhar novapor os materiais orgnicos do adubo, aproveitando o calor que gerado pelo aquecimento da fermentao aerbica. O Bokashi nutre o

    solo a partir dos diferentes nutrientes solveis (micro e macronutrientes), enriquecendo o solo estimula a vida microbiolgica e ativainmeros processos, permitindo uma distribuio e crescimento dasrazes e disponibilizando alimentos s plantas.

    Materiais: Ps; Balde e garfo de 3 dentes.

    Ingredientes (multiplicar para ter as propores para doses maiores) 2 sacos de esterco de galinha poedeiras (preferencialmente)

    ou esterco de vaca; 2 sacos de terra; 2 sacos de palha picada ou casca de arroz;

    1 saco de carvo vegetal em pedaos picados ou cinza; 5 kg de farelo de arroz ou trigo; 5 kg de cal dolomtica ou cinza de fogo; 5 kg de serapilheira (manto do bosque);

    1 litro de melao (mel de cana); 100 g de Fermento biolgico granulado para panificao; 5 kg de Farinha de rocha; e, gua.

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    Preparao do adubo orgnico fermentado

    Acondicionamento do lugar um fator importante. Deve-se proteger oadubo do sol, vento e chuva fatores que alteram a qualidade da

    fermentao e a qualidade final do produto. Elabora-se em um espaocoberto (lona plstico, galpo, palha), evitar umidade excessiva. O pisode cimento, tijolos ou cho batido com drenagem lateral para escoar asguas das chuvas.

    Sequncia da mistura

    Dissolver o melado em 20 litros de gua, agregar o fermento e

    revolver a mistura. Guarde a mistura em um galo; No piso, distribuir os materiais, que sero dispostos em camadas;

    Primeira camada 10 cm de palha ou casca de arroz;

    Segunda camada 10 cm de terra;

    Terceira camada 10 cm de esterco de vaca seco;

    Quarta camada 3 ps de farinha da arroz ou trigo;

    Quinta camada 4 ps de carvo vegetal picado ou modo. Entreas camadas dever ser respingada a gua do galo (melao efermento biolgico dissolvido);

    Revolver 3 vezes com a p de forma uniforme para obter ummistura homognea, enquanto se revolve a mistura seguimosmolhando at gastarmos a mistura que estava reservada.Umidade em excesso prejudica o processo.

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    DOSAGENS DE APLICAO

    O material produzido (fertilizante orgnico) deve sempre ser enterrado e mesclado com a terra.

    CULTURA APLICAO NO SOLO DOSE PARA AS ESTUFAS

    MILHO3-5 toneladas /ha (coloque um punhado nosulco no qual as plantadas e depois cubra coma terra).

    CULTURAS DEESTUFA

    1 parte de composto para 4 partes de terra (20% deBokashi e 80% de terra do lugar).

    Para germinao de sementes utilizar Bokashi puro.

    TOMATE250-500 g ao redor da planta (regio das razes)cobrindo com terra.

    RVORESFRUTFERAS

    No momento do transplante, abrir cova de 50cm X 50 cm X 50 cm e colocar o Bokashi puro,cerca de 5 kg / cova.

    Para as plntulas do viveiro, 2 partes de Bokashi e 3partes de solo (40% de Bokashi + 60 % de solo).

    LEGUMES50-80 g por plntula e aps 8 at 12 dias uma novaaplicao.

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    Recomendaes

    Como acumular esterco de vaca para os preparados?Na preparao do Bokashi melhor utilizar esterco compouca umidade (semiseco). Recomenda-se guardar emgales misturados com palha ou casca de arroz sombra emgalpo coberto.

    Que fazer se a temperatura for superior a 60 C?Revolver o composto para que a entrada de ar baixe a

    temperatura.

    Porque importante que o composto fique em local protegido do Sol e chuvas?A luz do Sol higieniza e mata microrganismos, diminuindo a atividade biolgica que neste caso, desejamos uma altaatividade microbiolgicae um processo de fermentao intenso. Assim como a umidade da chuva indesejada, poisdeixaria o composto muito mido trazendo prejuzos ao processo de fermentao.

    Que fazer se os ingredientes no esto bem secos?Diminuir a quantidade de gua a ser agregada. Usar o bom senso. O importante que ao realizar-se a prova do punho aumidade esteja de acordo.

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    BIOFERTILIZANTES (BIOPLASMA)

    Ao colocarmos esterco ou biomassa para fermentar por meio de microrganismos, estimulamos as bactrias,leveduras e fungos a transformarem esta biomassa em constituintes de seu protoplasma e metabolismo externo

    ao corpo, baseado no princpio da Termodinmica. A energia no se perde, apenas se transforma, portanto,todo o ser vivo retira do meio a energia que necessita e depois esta retorna ao meio.

    O biofertilizante o produto da fermentao de um substrato por microrganismos. Fermentao o processo dedecomposies, produzidas em substratos orgnicos por meio da atividade de microrganismos vivos. Aps otrmino do processo, o biofertilizante deve ser diludo em concentraes de 0,2 a 5% para aplicao foliar.

    Observao:Se no for possvel fazer o biofertilizante no dia, ou o esterco escasso e deve serrecolhido vrios dias, devemos cobrir com camada de melao e NUNCA com palha

    seca. O biofertilizante NO deve ter palhas misturadas ao esterco.

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    Captura de Microrganismos do BosqueTeku cana (vida em movimento, no dialeto mixteco)

    O que representam os microrganismos do bosque?

    Poderamos dizer que carregam a memria geobiolgica do lugar, isto , a harmonia do bosque est no substrato(solos), na temperatura e suas variaes caracterizando a regio. A cada lugar corresponde uma memriageobiolgica com caractersticas prprias de acordo com as condies ecolgicas ou bioclimticas. Suaimportncia reside na pronta disponibilizao no meio. So milhares de grupos funcionais de bactrias,actinomicetos, algas, fungos, protozorios que atuam simultaneamente para manter vivo o milagre da vida.

    A Captura de Microrganismos do Bosque se utiliza para atrair e reproduzir os microrganismos encarregados detrabalharem a vida dos solos onde se encontram, transformando a Matria Orgnica em nutrientes de fcilassimilao. Este material se introduz nos biofertilizantes para acelerar o processo de decomposio da MatriaOrgnica, que deve estar decomposta para poder ser disponibilizada.

    Os processos erosivos e a degradao de reas comprometem a vida no solo e do solo, consequentemente, avegetao que se estabelece. A AgriCultura um somatrio de tcnicas culturais a partir da ao humana, com aaplicao de processos e procedimentos para o cultivo de alimentos saudveis. As rochas do origem aos solos,

    cujos nutrientes, mobilizados pelos microrganismos, chegam s plantas, portanto os solos so resultado dasrochas que lhes deram origem. As plantas no se nutrem de matria orgnica, esta serve para alimentar osmicrorganismos, ou seja, nutrem a vida no solo.

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    Os microrganismos fazem a ponte entre a energia do mundomineral e energia do mundo orgnico, a trama que se estabeleceentre os 3Ms. O solo, portanto, evolui como todo ser vivo, dinmico, modifica-se no tempo e no espao. A incorporao dematria orgnica no solo sugere processos de oxidao ereduo, um processo dinmico, onde interagem o clima, avegetao, a geologia e a fauna. O equilbrio do complexoorgnico dado pelos microrganismos presentes, suas reaesqumicas, excrees, enzimas, coloides e formao de quelados.

    A Captura dos Microrganismos do Bosque acelera o processo dedecomposio da Matria Orgnica dos fermentados, doscompostos e demais preparados. Estimular a multiplicao dos

    microrganismos permite que ocorra a sucesso natural destesno composto, mobilizando nutrientes constantemente at suaestabilizao, quando esporulam e se mantm latentes.

    A AgriCultura Orgnica uma agricultura permanente, onde aregenerao se d pelo constante estimulo vida. Umaobservao constante na dinmica sucessional, que nos fornecetodos os indicadores e deve ser compreendida e assimiladapelos profissionais que buscam atuar nesta rea. Aplicadadiretamente s plantas fortalece e protege de insetosindesejveis atrados por algum desequilbrio. Aplicado raodo gado auxilia na digesto e palatabilidade.

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    Utenslios1 bombona virgem de 200 litros com tampa e anel para vedao. (Importanteque no permita entrada de ar depois de fechado, o processo anaerbico);NUNCA reutilizar recipientes que tenham armazenado produtos txicos

    ou que possam inibir a atividade microbiolgica1 p para misturar os ingredientes;1 pilo de madeira para compactar a mescla.

    Ingredientes2 pores de serrapilheira (camada superficial do bosque com folhas, cortias, ramos, flores, frutos e substncias vegetaisem estgios de decomposio);No utilizar material com folhas verdes.

    1 poro de farelo de arroz;4 kg de melado dissolvido em 1 galo de gua;

    Preparo para a Multiplicao dos Microrganismos

    Mistura-se o farelo de arroz com a serrapilheira no piso. (Material seco) Misturar o melao com gua e acrescentar a mistura de serrapilheira com farelo de arroz; Colocar este material na bombona de 100 litros; Com um pilo de madeira, prensar a mistura para compact-la (golpes verticais);

    Deixar 20% do espao livre. A bombona deve ficar bem fechada, com cinturo de metal, importante revisar as

    borrachas da vedao.

    Lembrete: NO UTILIZAR BOMBONAS QUE CONTINHAM PRODUTOS TXICOS!

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    FERMENTAO

    Uma vez fechada a bombona, deixa-se fermentar por 30 a 45 dias, sombra, em local ventilado ecoberto. um processo anaerbico, isto , um processo sem a presena de Oxignio. importante quese revise a bombona e que no tenha escapamento de gs, e a tampa fique hermeticamente fechada.

    provvel que a tampa da bombona se infle, o que significa que o processo est em andamento.

    A bombona deve permanecer fechada at o trmino do processo. Nunca abrir antes de 30 a 45 dias.

    Aplicao

    Terminado o processo de multiplicao da Captura de Microrganismos do Bosque - CMB o fermentadopoder ser utilizado de vrias maneiras.

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    FERTILIZANTE FOLIAR

    Em outra bombona instala-se o sistema de captura de gases -perfura-se a tampa e instala-se uma NIPLE a presso,hermeticamente fechado onde se coloca uma mangueira de plsticopresa em um arame a uma garrafa de gua, para que os gasesproduzidos no processo fermentativo possam sair sem que entre ar.

    Dissolver 10 kg de MB (Microrganismos do Bosque) em 100 litros degua da chuva ou poo.

    Deixar fermentar por 8 a 10 dias.

    Utilizar 10 litros deste fermentado e dissolver em 100 litros de guaagregando-se 2 kg de melado dissolvido.

    Aplica-se em pulverizador (QUE NUNCA FORAM USADAS COMAGROTXICOS) no sentido da parte inferior das folhas para cima,na madrugada ou entardecer.

    OBS: o material deve ser filtrado para no entupir os bicos dopulverizador.

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    BOKASHI MELHORADO

    Aplicar ao Bokashi20 kg de MB(Microrganismos do Bosque)CUIDADO: Acrescentar apenas aps o Bokashi estar pronto.

    COMPLEMENTO ALIMENTAR PARA GADO, GALINHAS, PORCOS...Melhora o processo de digesto dos ruminantes, reconstri a flora intestinal e estimula a atividademicrobacteriolgica. Recomenda-se aplicar 200/300g/dia para gado, 50g/dia para os porcos, 30g/diapara cabras e borregos e 20g/dia para coelhos e galinhas.

    COMPOSTAGEM DE DESPERDCIOS ORGNICOSAplicar sobre a capa de desperdcios orgnicos uma camada de MB(Microrganismos do Bosque).Pode ser na bombona, no composto ou diretamente no solo.Este procedimento auxilia a eliminao de odores e favorece a decomposio da matria orgnica.

    Os odores de pocilgas e dos galinheiros podem ser eliminados com a aplicao de uma camada dopreparado, no piso.

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    BIOFERTILIZANTE ELABORADO COM OS MICRORGANISMOS

    O preparado a base de MB um excelente biofertilizante muito parecido ao SUPERMAGRO SIMPLESonde sesubstitui o esterco de vaca por MB(Microrganismos do Bosque). Os princpios e a aplicao so os mesmos.

    Utenslios1 Bombona de 200 litros com tampa com vedao de metal e borracha; NO PODE ENTRAR AR1 Adaptador para a mangueira de pol. para adaptar na tampa;50 cm de mangueira de pol. Para acoplar ao adaptador e fixar com uma braadeira metlica;1 Braadeira metlica de pol.;1 garrafa pet de 1 litro, transparente;1 pilo de madeira para misturar os ingredientes dentro da bombona.

    Ingredientes20 kg do MB (Microrganismos do Bosque);2 litros de melao;1 galo de soro de leite;gua da chuva ou de poo para completar 180 litros.

    Preparao- Misturar com o pilo de madeira energicamente os ingredientesna bombona;

    - Fechar hermeticamente e conectar a mangueira na garrafa petsuspensa com gua, por um anel de arame;- Deixar um espao de 15 cm para a formao dos gases.

    O BIOFERTILIZANTE aplica-se da mesma forma que o SUPERMAGRO

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    BIOFERTILIZANTE SUPERMAGRO SIMPLES a scuenu(o que faz crescer no dialeto mixteco)

    UsoAlto valor nutricional (minerais, vitaminas, leveduras efito hormnios) para as plantas e pode ser aplicadodiretamente. Aplicao foliar que estimula o crescimentodas plantas.Protege contra eventual infestao de insetos ou fungoscausados por algum desequilbrio nutricional.

    Utenslios1 Bombona de 200 litros com tampa de vedaopermanente.

    NO PODE ENTRAR AR

    1 Adaptador de pol. ou 3/8 pol.1 Garrafa pet transparente;1 Pilo de madeira adequado para misturar osingredientes na bombona;50 cm de mangueira transparente de pol. ou 3/8 pol.;1 Braadeira metlica de pol.

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    PREPARAOA tampa da bombona deve ser furada para a instalao do adaptador de presso hermeticamente fechado.

    NO DEVE ENTRAR AR

    Em uma das extremidades, colocar a mangueira de plstico transparente dentro da garrafa pet com gua que suspensa por um aro de arame; os gases produzidos no processo de fermentao saem pela mangueira e fazemborbulhar a gua. Nesta etapa percebe-se a eficincia do sistema.

    Ingredientes

    40 a 50 kg de ESTERCO FRESCO de VACA;OBS: o ideal que seja de pastagem.

    1 kg de MELAO; 3 kg de CINZA ou P DE ROCHA de diferentes rochas; 100 a 200 g de FERMENTO BIOLGICO (acrescentar mais

    100 g se o ESTERCO no for fresco); 2 a 4 kg de LEITE ou SORO de LEITE;

    180 litros de GUA LIMPA.

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    Concluda a etapa construtiva, seguem os procedimentos:

    Misturar energeticamente, dentro da bombona, at que a misturaesteja bem homognea;

    CINZA + ESTERCO + 100 L de GUA;

    Dissolver o MELADO em um balde de gua quente, quando estivermorna, acrescentar a FERMENTO BIOLGICOe o LEITEou SORO DELEITEque se mistura bem e acrescenta-se bombona;

    Misturar vigorosamente de tal maneira que fique uma mistura bemhomognea, com os ingredientes bem integrados;

    Acrescentar GUA limpa at completar 180 litros e misturar novamente;

    SEMPRE DEIXAR ESPAO PARA A FORMAO DOS GASES. (20%);

    Fechar a tampa e instalar o sistema da GARRAFA PET.

    FERMENTAO

    Uma vez instalado o sistema, verificar se est bem fechado e colocar a bombona em local protegido do SOL direto e daschuvas. Durante 30 dias SEM retirar a mangueira e observando se h formao de borbulhas na garrafa. Se tudo estiverbem, DEIXAR MAIS TEMPO, at 45 dias. Recordando que o PROCESSO ANAERBICO, SEM presena de OXIGNIO.

    Depois de 30 dias podemos abrir a bombona paraobservar o fermentado, os odores devem ser agradveis.

    NUNCA DEVE TER CHEIRO DE PODRIDO, NEM CORES AZUL OU VIOLETAo que indicaria que a fermentao est comproblemas. O mau funcionamento pode ser devido presena de ar, a erros na instalao do sistema, pela retirada damangueira da garrafa, por fissuras no adaptador.

    O SISTEMA DEVE SER IMPLANTADO COM TODO O CUIDADO

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    APLICAO

    Uma vez que o BIOFERTILIZANTEest pronto, diluir em GUA nas seguintes propores:1 litro de BIOFERTILIZANTEem 15 litros de GUA1 a 2 litros de BIOFERTILIZANTEem 20 litros de GUA (5 a 10 % de dissoluo);5 a 10 litros de BIOFERTILIZANTEem 100 litros de GUA (5 a 10 % de dissoluo).

    Aplicar ao amanhecer ou ao entardecer, SEM aPRESENA DO SOL aplica-se da forma foliar na parteinferior das folhas (MAIOR ABSORO deNUTRIENTES);

    Tambm se pode usar para adubar os solos, pois aportamuitos nutrientes, tanto sobre a cobertura verde oudiretamente no solo, que sero consumidos pelosmicrorganismos do solo.

    CUIDADOSO PULVERIZADOR COSTAL NO PODE TER SIDO USADO COM AGROTXICOS.

    Os processos fermentativos sero inibidos por produtos qumicos.

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    O BIOFERTILIZANTE PODE SER APLICADO EM QUALQUER ESTGIO DE DESENVOLVIMENTODA PLANTA E EM QUALQUER CULTIVO: HORTALIAS, VERDURAS, CTRICOS E CEREAIS.

    RECOMENDAES

    Que fazer se no temos disponvel 50 kg de ESTERCO FRESCO no dia?Ao coletar o esterco fresco cobrir com uma camada de MELAO diludo em gua, pode ser acumulado todos osdias intercalando a aplicao do MELAO.

    Qual o melhor ESTERCO para a preparao do Biofertilizante?O melhor aquele que se encontra na pana da vaca, se soubermos de algum animal a ser sacrificado este omomento. Entretanto, o ideal coletarmos o esterco todos os dias e conservar o material com MELAO ou SOROde LEITE.

    O que nos conduz a um BOM biofertilizante?Boa qualidade dos ingredientes;Uma boa fermentao e transformao dos componentes da mistura;Um bom emprego dos elementos, isto , seguir os passos e os cuidados indicados para o processo.

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    BIOFERTILIZANTE DE ABBORA

    Ingredientes

    650 litros de gua limpa;

    150 litros de soro de leite;50 litros de melado de cana;10 kg de esterco fresco de terneiro;150 kg de abbora;10 kg de casca de camaro;15 kg de p de rocha;500 g de fermento biolgico.

    Utenslios

    1 saco de algodo para camaro;1 bombona de 1000 litros;1 pilo de madeira para revolver.

    Uso ideal para recompor e reconstruir solos degradadosfisicamente e biologicamente esgotados pelo impactoda agricultura convencional. A aplicao 5-10 litrosdissolvidos em 100 a 200 litros de gua limpa. Aplicar

    sobre a serrapilheira ou mulching depositado nossolos com o intuito de maximizar seus benefcios.

    Obs: A Abbora rica em carotenos e acares,disponvel e de baixo custo.

    Preparo

    Triturar a abbora e colocar no tanque de 1000 L;Misturar o soro de leite com melao de cana, o fermento

    biolgico, a farinha de rocha e o esterco de terneiro;

    Colocar sobre a abbora picada e misturar com a p demadeira;

    Colocar a casca de camaro no saco de algodo e fixar deforma que fique submerso no lquido;

    Misturar bem o produto e tampar com rede de algodo,pois a fermentao aerbica;

    Esperar 30 dias como perodo mnimo de fermentaodo biofertilizante.

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    Biofertilizante de Ervas nativas e Esterco de vaca

    As ervas espontneas apresentam uma riqueza mineral diversa, poiscada espcie extrai dos solos suas exigncias nutricionais e assimenriquece o biofertilizante de forma diversa. Utilizado para nutrir oscultivos e ativar a evoluo da cobertura do solo.

    Ingredientes150 litros de gua limpa;50 litros de esterco de vaca fresco;2 a 4 litros de melao de cana;4 kg de cinza;10 kg de ervas nativas.

    Utenslios1 bombona de 200 litros;1 bombona de 100 litros;1 galo de 10 litros;1 mangueira de 1 m, de 3/8 ou pol.;1 niple de rosca de bronze ou cobre de 5 cm de largura e de 3/8 ou pol.;1 garrafa plstica transparente;1 m de tule para coar a mistura depois de concludo o processo fermentativo;1 p de madeira.

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    Preparo Dissolver em 100 litros de gua os 50 kg de esterco, 4 kg de cinza e revolver com a p de madeira; Quanto mais fresco o esterco... melhor! Dissolver no balde plstico 10 litros de gua limpa, 2 litros de leite ou 4litros de soro de leite, 2 litros de

    melado de cana e acrescentar a bombona de 200 litros misturando bem;

    Picar bem as ervas espontneas e acrescentar bombona de 200 litros; Completar o volume com gua deixando um espao de ar; Tampar hermeticamente e instalar o sistema de liberao de gases; A temperatura ideal do processo de 38 a 40 graus. Deixar as bombonas sombra; Deixar durante 20 a 30 dias o processo anaerbico, para aps abrir e fazer as verificaes de odor e cor; Em lugares frios o processo pode chegar a 90 dias.

    Uso5 a 10 litros do preparado para 100 litros de gua limpa. Regar as reas para recuperar a vida nos solos(5 a 10 %). SEMPRE COAR o biofertilizante antes de usar.

    Utenslios1 bombona com tampa;1 torneira e arruela de borracha/plsticas;1 anel de plstico ou cobre e sistema de captura de gases;1 base circular de madeira, metal ou plstica do dimetro interno da bombona com perfuraes;1 pedra com peso suficiente para baixar a polpa. Ex: fermentao do chucrute.

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    Preparao da BombonaInstalar a torneira na base da bombona para fcil retirada quando estiver pronto;Instalar o sistema de captura de gases na bombona;Preparao da tampa;Cortar a base na forma circular que entre na bombona e faa vrios furos;O peso da pedra prensando ir permitir que o produto da fermentao se desprenda da polpa.

    Preparao do composto Alternar camadas de polpa de folhas (15 cm) com melado at encher a bombona; Adicionar 50g de p de rocha ou cinza de ossos a cada camada; Colocar a pedra sobre a placa de madeira perfurada que vai baixando enquanto acorre o processo de decomposio; Fechar hermeticamente e instalar o sistema de captura de gases.

    FERMENTAO

    Depois de 30 a 40 dias o xarope estar pronto para o uso.

    APLICAODissolver de 7 a 10 litros de xarope concentrado em 100 litros de GUA LIMPA;Aplicar diretamente na parte inferior das plantas no entardecer ou no amanhecer, SEMPRE SOMBRA

    Sugesto:aplique quando a LUA estiver na quarta CRESCENTE OU CHEIA.

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    RECOMENDAES

    Se o material no for suficiente para encher a bombona, proceder como com o esterco de vaca, preencher em camadas eagregar MELAO como conservante ou, ainda fazer quantidades menores.

    Alguns materiais alternativos podem ser utilizados para dar maior aderncia na aplicao de biofertilizantes e/ou caldosminerais. Cinza 1,5 kg/100 litros; Sabo 100 g a 150 g/100 litros;Melao de cana 2 litros/100 litros, misturar diretamente no biofertilizante ou caldo e aplicar.

    Observaes: possvel misturar os caldos e o biofertilizante, entretanto necessrio a aplicao imediata de forma foliar. E sempreregistre os resultados.

    importante, controlar a ansiedade e pensar que com aAgriCultura Orgnica tudo pode ser solucionado de um diapara o outro. Tudo gradual e requer um seguimento eobservao do agricultor, ajustes, correes e assimalcanar o desenvolvimento desejado. Sabedoria e

    persistncia so ferramentas que auxiliam no caminho doxito e da autonomia.

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    CALDOS MINERAIS PARA O TRATAMENTO

    CALDOS FRIOS

    Caldo Bordalesa a 1%

    UsoRecomenda-se o preparado quando surgem fungos em cultivos,ocasionados por algum desequilbrio nutricional ou umidade excessiva

    e temperaturas elevadas. Ideal para hortalias da famlia dasSolanceas, no controle de mancha negra.

    Utenslios1 recipiente de plstico de 100 litros;1 recipiente de plstico de 20 litros;1 basto de madeira para revolver.

    Ingredientes

    1 kg de Sulfato de Cobre;

    1 kg de Cal viva ou hidratada (utilizadana construo civil);

    100 litros de gua morna.

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    Preparao do Caldo

    Dissolver o Sulfato de Cobre em recipiente menor, em 10 litros de gua;

    Dissolver a Cal no recipiente de 90 litros de gua morna;

    Depois dos 2 produtos estarem diludos em separado, despejar o Sulfato deCobre sobre a mistura de Cal (NUNCA O INVERSO).

    Mescl-los e revolver para perfeita homogeneizao.

    Recomendaes

    Preparar o caldo para uso imediato;

    Utilizar o caldo em 3 dias aps a preparao;

    NUNCA utilizar recipientes metlicos;

    No misturar caldos com as mos; No aplicar a mistura em plntulas ou pr-germinados;

    NUNCA reutilizar costais que tenham sido aplicados produtosqumicos.

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    CALDO BORDALESA enriquecido com Permanganato de Potssio

    Utenslios

    1 recipiente de plstico de 100 litros;1 recipiente de plstico de 20 litros;1 basto de madeira para revolver.

    Ingredientes e preparo1 kg de Permanganato de Potssio;Caldo bordalesa.

    Dissolver uma pequena quantidade do permanganato em 10 litros de caldobordalesa recm preparado. Juntar a mais 90 litros de caldo bordalesa.

    As quantidades de permanganato de K podem ser de acordo com a infestao:- 25 g para poucas plantas atingidas;- 50 g para quantidade maior de infestao;- 125 g para ataque intenso.

    AplicaoRecomenda-se a proporo de 1:1 (1 parte de caldo para 1 parte de gua),aplicando-se diretamente nas folhas ao entardecer.

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    CALDO BORDALESA enriquecido com CALDO SULFOCLCICO

    Ingredientes100 litros de caldo bordalesa;4 litros de caldo sulfoclcico

    Utenslios1 recipiente plstico de 100 litros;1 basto de madeira.

    Preparao

    Agregar 4 litros de Caldo sulfoclcico em 100litros de Calda bordalesa misturar com o basto.

    AplicaoDever ser preparado no momento da aplicao,que deve ser direto sobre as folhas no entardecer.

    OBS: esta soluo um substituto para o caldo 1% enriquecido com permanganato de K, pois seus ingredientes so defcil acesso.

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    CALDO VIOSA

    UsoUtiliza-se este caldo para o suprimento de carncia nutricional.

    Utenslios1 recipiente plstico de 100 litros;1 recipiente plstico de 20 litros;1 basto de madeira.

    PreparaoDissolver a Cal em 80 litros de gua;Dissolver os outros sais em 20 litros de gua;

    Derramar os sais sobre a mistura com cal, NUNCA O CONTRRIO!Misturar com o basto e aplicar logo em seguida.

    AplicaoAplicar depois de preparado.NUNCA aplicar em perodo de florao;Pode-se agregar o melado ou o sabo para dar mais viscosidadeao produto, e maior aderncia s folhas;Pode aplicar-se a cada 30 dias;

    Na maioria das vezes aplica-se sem diluir, mas no caso de batata ouhortalias a diluio de 1:1 (50 litros de caldo + 50 litros de gua).

    APLICAO IMEDIATA no entardecer.

    Ingredientes

    600 g de Sulfato de Zinco;

    400 g de Sulfato de Magnsio;

    400 g de Brax; 500 g de Sulfato de Cobre;

    500 g de Cal viva (construo civil)ou Hidrxido de Clcio;

    100 litros de gua.

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    CALDO enriquecido com Bicarbonato de Sdio

    UsoCaldo para diferentes fungos (cinzas e mancha branca) de

    cultivos de cucurbitceas (abbora, pepinos, melo emelancia), uva, feijo, morango, pimenta, pimento e cebola.

    Utenslios1 recipiente de 100 litros de gua;1 basto de madeira para misturar.

    Ingredientes100 litros de gua;

    1 kg de Bicarbonato de Sdio;

    PreparaoAplicar o bicarbonato diretamente na gua e misturarvigorosamente para obteno de uma misturahomognea.

    AplicaoAplicar diretamente nas folhas ao entardecer, logo aps o

    preparo.

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    CALDOS QUENTES

    CALDO SULFOCALCIO (Enxofre + Cal)

    UsoA aplicao do caldo sulfoclcico recomendada paracarncias nutricionais que fragilizam as plantas; controlador de inmeros insetos, aranhas e fungos. Podeser aplicado no controle de carrapatos e sarna em animais.

    Utenslios1 tambor metlico;1 recipiente de plstico de 20 litros;Lenha para o fogo.

    Ingredientes100 litros de gua fervente;20 litros de Enxofre;10 litros de Cal, cal viva ou hidrxido de clcio.

    NUNCA EMPREGAR GESSO, CIMENTO BRANCO OU CAL AGRCOLA.

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    HERMETICAMENTE FECHADOCONSERVA-SE BEM DURANTE 1 ANO EM LUGARES SOMBREADOS

    Preparo

    Coloca-se o tambor com 100 litros de gua a ferver;

    A gua que evapora dever ser reposta;

    No recipiente de plstico mistura-se em SECO o 10 kg de Cal e 20 kg

    de Enxofre; Colocar na gua fervendo cuidadosamente a mistura seca e

    revolver com o basto de madeira;

    Revolver durante 30 a 45 minutos, at que a mistura assuma uma corvinho passando ao terracota, enquanto a mistura se dissolve na gua;

    Pode levar mais de 45 minutos, seguir revolvendo e com fogo alto;

    Importante ter gua quente para repor o evaporado;

    Depois de pronto, deixar esfriar e engarrafar em vidro mbar ou plstico escuro ou opaco;

    O produto no deve ter contato com o Oxignio para no oxidar, colocar uma pelcula de azeite de cozinha;

    No fundo do tambor fica depositado um material verde amarelado que a cal e enxofre que no foramdissolvidos e precipitaram no fundo. Este material pode ser utilizado para pintar troncos de pomares;

    Guardar em potes escuros com camada de azeite de cozinha para no oxidar.

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    Aplicao

    Recomenda-se diluir em 5 a 7 % de caldo sulfoclcica em 100 litros de gua;Ou, a 1 litro em galo de 20 litros;Aplicao foliar no entardecer na parte inferior das folhas;A dose pode variar conforme o cultivo recomenda-se testar antes deaplicar em todo o cultivo.

    Recomendaes para o uso da CALDA SULFOCLCICA

    Em processos de recuperao e converso de pomares tradicionais para o sistemade prticas orgnicas, recomenda-se pincelar o tronco das arvores que apresentemataque de cochonilhas, fungos, brocas de insetos ou necroses de origem diversa.

    Auxilia na limpeza e cicatrizao; muito til na recuperao de rvores dopaisagismo urbano.

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    PASTA SULFOCLCICA enriquecida com Sulfato de Zinco

    UsoEficaz no controle do cncro de pomares.

    Utenslios1 bombona;1 basto de madeira.

    Ingredientes1 parte de Sulfato de Zinco;5 partes de Pasta Sulfoclcica.

    Preparao

    Agregar o Sulfato de Zinco sobre a Pasta sulfoclcica, misturar com o basto at ficar bem homogneo.

    Aplicao

    Limpar o tronco com escova de fibras duras e aps aplicar a mistura;

    Aplicar com pincel nos troncos das rvores do pomar;Se a pasta estiver muito espessa, diluir com um pouco de gua.

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    CALDO SLICO SULFOCLCICO

    Uso

    Fortalece as folhas e hastes da planta pela incorporao deSilcio, tornando-as mais resistentes e diminuindo suavulnerabilidade ao ataque de insetos raspadores e sugadores.

    RestriesNo se aplica famlia das CUCURBITCEAS (pepino,abbora, melo e melancia), assim como em perodos deflorao ou rebrote.

    Utenslios

    1 tambor metlico de 100 litros;1 bombona de plstico de 20 litros;1 basto de madeira;Lenha para o fogo.

    Ingredientes

    100 litros de gua fervente;20 kg de Enxofre;5 kg de Cinza;5 kg de Cal de construo ou Hidrxido de Clcio.

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    Preparo

    Ferver o tambor de gua, mantendo um fogo forte durante a preparao do caldo;

    Ter a mo gua quente para repor o evaporado;

    Misturar no recipiente de plstico, em seco, os ingredientes 20 kg enxofre + 5 kg de Cinza + 5 kg de Cal; Quando a gua estiver fervendo, agregar a mistura seca com cuidado e ir revolvendo com o basto; A mistura deve ser revolvida constantemente durante 30 a 45 minutos e enquanto se deixa esfriar; Aps o esfriamento, o caldo tem um tom escuro, pode ser aplicado de imediato ou acondicionado em gales

    escuros, a sombra. Tapar e agregar uma camada de azeite de cozinha para evitar oxidao.

    Aplicao

    recomendada aplicao foliar, na parte inferior das folhas, em quaisquer cultivos e aplica-se sempre noentardecer.

    NUNCA em presena do SOL.

    Dose

    Dissolver 1 litro do preparado em 15 Litros de gua ou 7 a 10 litros em 100 Litros de gua;Pode-se dissolver 2 kg de melado para servir como aderente.

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    CALDO DE CINZA

    UsoA cinza rica em Potssio e Silcio e auxilia na proteo das plantas; tem uma natureza aderente, repele mosca branca,cochonilha, pulges, insetos sugadores e raspadores. Pode ser aplicado com biofertilizantes e caldos minerais (caldos frios).

    PreparaoColocar o tambor com 100 litros de gua a ferver;Acrescentar as escamas de sabo e a cinza e ir dissolvendo com obasto, ferver por 15 min., at dissolver o sabo;Retirar do fogo e deixar esfriar.

    AplicaoAps esfriamento pode ser utilizado ou guardado apara uso posterior;Aplicao foliar sobre as folhas de preferncia ao entardecer.

    DoseDiluir 1 litro de caldo em 20 litros de gua ou 5 a 10 litros de caldo para 100 litros de gua;Agregar 10 litros de melado como aderente aos 100 litros de preparado.

    Utenslios

    1 tambor de 100 litros;1 basto de madeira,Lenha para fogo.

    Ingredientes

    2 kg de sabo em barra(ralado em escamas);20 kg de cinzas;100 litros de gua fervente.

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    EMULSO DE CINZA

    Uso

    recomendada para insetos com escamas e carapaas e para pincelartroncos de pomares.

    Utenslios1 tambor metlico de 100 litros;Lenha para o fogo de 15 minutos;

    Ingredientes100 litros de gua;

    20 kg de Cinza;2 kg de sabo em escamas;2 litros de querosene;

    Preparo Colocar o tambor com 100 litros de gua ao fogo; Agregar a cinza e o sabo e dissolver durante 15 minutos com o basto de madeira; Retirar do fogo e deixar esfriar;

    Aps o esfriamento agregar o querosene.

    AplicaoDiluir 1-2 litros da soluo de CINZA em 100 litros de gua para aplicao nos troncos de rvores dos pomares.

    Restries

    NUNCA aplicar em pomares empoca de florao, desenvolvimentovegetativo ou em produo.

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    Mistura de Caldos Frios e Quentes

    Alguns caldos que foram preparados com calor, uma vez esfriados podem ser misturados, por exemplo: Caldo bordalesa preparado a 1% com Caldo sulfoclcico;

    Caldo Bordalesa preparado a 2% misturado ao Caldo sulfoclcico;

    Caldo bordalesa preparado a 1 % pode ser misturado com permanganato de Potssio;

    Caldo Viosa misturado com o Caldo sulfoclcico;

    Caldo sulfoclcico enriquecido com Sulfato de Zinco.

    Alguns caldos por sua compatibilidade podem ser misturados ao biofertilizante para serem aplicados nos cultivos,principalmente os preparados a base de Enxofre.

    Recomendaes

    O caldo Bordalesa 1% e 2% misturados ao Caldo Sulfoclcico esto utilizados no controle de ataques severos como

    antracnose (gnerosColletotrichume Gloeosporium), mancha preta (Alternariasp) e podrides (Phytophtora sp), enquantoque a mistura de Caldo sulfoclcico 1% com a caldo bordalesa a 1% aplica-se sarna e viroses. O caldo Sulfoclcicopreparado a 2% com uma mistura de 0,2 % de Sulfato de Zinco timo para a cicatrizao de pomares aps a poda.

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    FOSFITOS

    Preparado a base de cinzas e farinha de ossos calcinados para a proteo dos cultivos.Silcio um elemento qumico que jamais se encontra livre na natureza, est sempre associado ao Oxignio:SiO2. A disponibilidade deste elemento para as plantas depende diretamente da ao de cidos e enzimas,produtos gerados pela atividade microbiolgica sobre as partculas das rochas e argilas.

    A importncia do Silcio est diretamente ligada resistncia mecnica das plantas e a estrutura esquelticae flexibilidade dos vegetais, e aumenta a funo nutricional do fsforo. Nas folhas, ao mesmo tempo em quediminui a respirao aumenta a fotossntese. Incrementa as funes metablicas dos frutos e flores e

    aumenta a fertilidade do plen. Ativa a defesa das plantas pela produo de enzimas e polifenis.

    Nos pases como Japo, Alemanha e Sucia entre outros os silicatos eram comercializados com o nome degua de vidro, que apresenta funes imunolgicas e mecnicas protegendo a planta do desenvolvimento deenfermidades fngicas.

    FOSFITO, com a mesma funo, pode ser produzido a partir da queima das cinzas da casca de arroz (rica em

    silcio, 90%), p de rocha e ossos calcinados na propriedade. Ento, ao mesclarmos o dixido de silcio (SiO2) apartir do calor com farinha de rocha (rica em fsforo) e farinha de ossos calcinados (apatita a partir da pirlise)obtemos um excelente fertilizante fosforado que fortalece o estado nutricional e imunolgico das plantas.

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    Ingredientes

    50 kg de ossos frescos e grossos; 5 sacos de casca de arroz; Madeira para o fogo;

    Recipiente metlico para queima de ossos; Peneira; Pilo para triturar os ossos.

    Aplicao

    Os fosfitos e silicatos podem ser utilizados no revestimento de

    sementes (peletizao), para biofertilizantes foliares, adubos ecompostos orgnicos, multiplicao de microrganismos do bosque.

    Fosfito puro em soluo alcalina como adubo foliar: misturar 3kg de fosfito a 50 litros de gua em balde plstico, aos poucosagregar 400 g de Hidrxido de Potssio com a finalidade deaproveitar o calor da reao qumica. Revolver com basto demadeira com muito cuidado. Uma vez terminada a etapa,completar o volume para 100 litros e deixar repousar por 3 a 4

    dias, peneirar e aplicao foliar.

    OBS: O FOSFITO PODE SER ARMAZENADO MESES, ENTRETANTO O IDEAL UTILIZ-LO O QUANTO ANTES.

    Preparao

    Calcinar totalmente os ossos no tambor de metal; Separar os ossos queimados brancos dos

    acinzentados;

    Triturar e peneirar;

    Instalar o tubo com fogo; Colocar a casca de arroz em camadas com o p de

    rocha e a farinha de ossos;

    Deixar que a queima se processe.

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    PELETIZAO ou Revestimento de Sementes

    Com a finalidade de fortalecer as sementes na semeadura eproteg-las contra o ataque de fungos e insetos no

    armazenamento, pode-se misturar o FOSFITO com o P DEROCHA para revesti-las ou peletiz-las.

    O argumento para a proteo das sementes a partir dapeletizao com fosfito e p de rocha deve-se a que, durante agerminao, inicia a absoro de umidade e o inchao dasemente, promovendo a ruptura do tegumento, aumento daatividade do metabolismo celular e deixando, assim a sementemais vulnervel ao ataque de fungos de solo. A riqueza do p de

    rocha associado ao fosfito apresenta uma diversidade mineralque induz a fitoproteo e garante um estado saudvel dasdemais etapas de desenvolvimento das plantas.

    FOSFITO PURO em soluo alcalina como ADUBO FOLIARUma das formas simples de solubilizar fosfito misturar com gua e um pouco deHidrxido de Potssio e deixar de repouso alguns dias.

    Inicialmente dissolver 3 kg de Fosfito em 50 litros de gua e agregar lentamente as 400 g de Hidrxido de Potssio com

    vara e cuidar com o desprendimento dos vapores e o calor da reao. Depois de dissolvido, agregar o restante da gua edeixar repousar 1 a 2 dias para depois coar e aplicar de forma foliar.

    SEMPRE utilizar os EPIs corretos, mscara e culos de proteo, luvas e avental de couro.

    Ingredientes

    150 litros de gua3 kg de Fosfito400 g de Hidrxido de Potssio

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    CROMATOGRAFIA DE PFEIFFER

    A tcnica da Cromatografia de Pfeiffer permite uma avaliao daqualidade dos produtos, assim como da atividade microbiolgica ede suas interaes, isto , da vida do solo. Os estudos de Pfeifferiniciaram na dcada de 20, na Alemanha e continuados na Sua eposteriormente nos EUA. A cromatografia um instrumentotecnolgico acessvel a camponeses, tcnicos e estudantes quepermite acompanhar as transformaes e as operaes do manejodo stio agrcola para determinar a Qualidade da Sade dos Solos.Uma tcnica rpida, de fcil execuo e com grande aplicabilidade(PINHEIRO & RESTREPO, 2011).

    Sade dos solos e a Cromatografia de Pfeiffer

    A cromatografia de Pfeiffer desenhada sobre uma superfcie plana de papel filtro uma etapa na escalada da compreensodeste mistrio da vida. A tcnica de cromatografia um documento genuno de qualidade, um selo de garantia daqueles

    que fazem uma agricultura orgnica baseada no incremento da vida do solo. A tcnica permite analisar a evoluo do solodegradado para um solo sadio, assim como sua destruio (op.cit).

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    Pfeiffer (1920) desenvolveu a tcnica que busca

    avaliar as operaes de uma agricultura ecolgicacom o objetivo de determinar a qualidade da sadedo solo. Iniciou seus estudos na Alemanha, em 1920,seguindo para Sua e posteriormente para osEstados Unidos. O pesquisador procurou determinara intensidade de vida do solo a partir do catabolismoe anabolismo dos microrganismos.

    A partir de suas anlises, verificou que a soluo de Nitrato de Prata (NaOH) preparada a 1% era suficiente parasolubilizar as substncias nitrogenadas do metabolismo dos microrganismos presentes no solo. Essas substnciasreagiam de acordo com as quantidades de N/NH3/NO2/NO3 quando expostas e revelavam uma srie de cores edistncias especficas - quanto maior o contedo de substncias nitrogenadas, maior o anel de compostos e a intensidade

    das cores. De acordo com a tcnica, as cores variam de acordo com a presena de oxignio (poder oxidante) enxofre(poder redutor) liberado pelos microrganismos no momento da coleta do solo. Este mtodo avalia, tambm, os mineraispela solubilidade, valncia e grau de oxi-reduo, formando diferentes crculos no papel filtro (op. cit).

    O mtodo da Cromatografia de Pfeiffer uma tcnica com rigorososprocedimentos cuidados e disciplina desde a coleta do material identificao

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    Descrio do mtodo

    1.

    TAREFAS REALIZADAS NO CAMPO

    1.1.

    Etapa 1:Reconhecimento do terreno ou rea a ser avaliada e diagnstico integral da propriedade. Os diferentesaspectos de uma anlise cromatogrfica devem ser adaptados a cada situao, buscando estabelecer o que se desejaavaliar, investigar e diagnosticar. Sempre que possvel, deve-se fazer o registro fotogrfico do local, da parcela, doentorno, que ajudaro na avaliao dos solos e das recomendaes e manejo que deve ser realizado.

    1.2.

    Etapa 2: Coleta das amostras do solo, a partir do momento que o local da coleta est determinado, a quantidadenecessria de solo para as anlises deve ser coletada. Para esse procedimento, uma p pequena utilizada. Aquantidade de solo, por amostra, pode variar de kg a 1 kg e vrias amostras no perfil do solo podem ser coletadas.

    Para cada profundidade uma amostra deve ser coletada, identificada e analisada individualmente. Uma vez realizado ocorte do perfil, a amostra deve ser coletada de baixo para cima, para evitar interferncias de um solo sobre o outro. Altima amostra deve ser retirada de uma camada de 2 a 5 cm de solo (ou serrapilheira) pois est mais exposta oscilaes de umidade e temperatura.

    A vantagem da realizao de coletas nos perfis o acompanhamento do solo, verificando como constri suabioidentidade. Considera-se importante o registro das caractersticas, como aromas e cores das terras coletadas, e umacomparao com a rgua Pantone3; assim como nveis de umidade, compactao, presena de razes, estrutura etextura das partculas. O relatrio deve apresentar a cobertura do solo, tipo e cultivo, exposio solar, associao deespcies, nveis de degradao, presena de restos de colheita ou queimadas e uso de insumos. Considera-seimportante a presena do proprietrio, durante a visita de campo, acompanhando o trabalho e a coleta e, desta forma,auxiliando no fornecimento de informaes do processo, e que sero utilizadas durante a interpretao.

    3Pantone: rgua padro, um guia de cores oficial.

    procedimentos, cuidados e disciplina desde a coleta do material, identificao,secagem, acondicionamento e preparo dos papis filtro, chamadosCromatogramas. O mtodo pode ser dividido nas seguintes etapas:

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    1.3.

    Etapa 3: A identificao das amostras. Cada amostra deve ser etiquetada informando o lugarde extrao (GPS) e profundidade em relao superfcie. As amostras devem ser armazenadasinicialmente em recipientes de plstico para, na etapa posterior, serem secas sombra.

    1.4.

    Etapa 4: Secagem das amostras. A secagem das amostras deve ser realizada em uma superfcielimpa, sombra, retirando-se pedras, razes e outros materiais presentes. As amostras devem serprotegidas de fatores externos (chuvas, ventos, sol, animais). Recomenda-se no sec-las em fornose no utilizar jornais ou outro material impresso para acondicionar o solo para evitarcontaminao.

    1.5.

    Etapa 5: Aps a secagem das amostras, as quantidades coletadas so cotadas em sub-amostrasde 100 a 150 g, as quais sero maceradas e filtradas em coadores de plsticos ou meias de nylon.

    1.6.

    Etapa 6: A macerao da amostra. Com o auxlio de um morteiro, preferencialmente deporcelana, as partculas de solo so modas at obter um p muito fino (talco). Em seguida, outrafiltragem realizada.

    1.7.

    Etapa 7: Pesagem e a contra amostra. Com o auxlio de uma balana milimtrica, so pesadas5 g da amostra pulverizada, cuidando com a identificao. O solo restante deve ser acondicionado ereservado, como parte do acervo. As amostras devem ser acondicionadas em embalagens de papel,etiquetadas e guardadas em recipientes salvos de umidade.

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    2.

    TAREFAS REALIZADAS NO LABORATRIO

    Concludas as etapas de coleta e preparao da amostra, passa-se ao processo laboratorial e suas etapas. Inicialmente,as solues de hidrxido de sdio e nitrato de prata so preparadas para dissolver o solo e sensibilizar o papel filtro,respectivamente.

    2.1.

    Preparao da soluo I: A soluo de hidrxido de sdio(NaOH) a 1% em gua destilada preparada para dissolver aamostra de solo. Para cada amostra de 5 g so utilizados 50 ml dasoluo. importante calcular a quantidade de soluo paraevitar o desperdcio. A soluo deve ser conservada, em frascosmbar, sombra, com validade de 30 dias Os frascos devem seridentificados para evitar acidentes.

    2.2.

    Preparo da soluo II: A soluo de nitrato de prata(AgNO3) a 1% preparada. 0,5 g de nitrato de prata sodissolvidos em 100 ml de gua destilada, soluo suficiente paraimpregnar 60 a 70 filtros circulares. As recomendaes deidentificao e armazenamento devem ser respeitadas.

    2.3.

    Preparao do papel filtro circular: Os papis n 1, 4 e 41 com 15 mm de dimetro so utilizados de acordocom a mistura ou substncia que se deseja analisar. Inicialmente, o papel preparado: o papel filtro circular dobradoe marcado em trs locais: ao centro, e 4 cm e 6 cm do centro (modelo), conforme Fig.1. Em seguida, os papis filtro soperfurados no centro, utilizando, para isso, um perfurador de papel de 2 mm de dimetro; os pontos 4 cm e 6 cm soperfurados com uma agulha. No recomendado o uso de pregos para perfurao do papel, pois esse material podeoxidar e mascarar a identificao durante a interpretao. Uma segunda folha de papel filtro quadriculada de 2 cm x 2cm, com risca suave de lpis. Estes pequenos quadrados so recortados e enrolados em um prego, formando pequenosrolos de papel, os quais so colocados no orifcio central e onde se d a impregnao da soluo.

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    2.4.

    Impregnao da soluo I:A soluo de nitrato de prata (AgNO3) a 0,5 % em gua destilada preparada

    para a quantidade de cromas a ser impregnada. Asoluo colocada em uma placa de 3 cm e dentro de outraplaca de 12 cm. O rolinho de papel colocado no orifcio central do papel filtro e mergulhado na soluo,deixando que impregne at a marca dos 4 cm. Aps a impregnao, o papel retirado e colocado entre folhasabsorventes brancas, dentro de uma caixa escura para secar. O papel deve ser protegido da luz, pois se trata deuma substncia reveladora.

    2.5.

    Preparo da soluo com 5 g de solo: A soluo de hidrxido de sdio (NaOH) a 1% em gua destilada elaborada para dissolver as amostras de solo. Aps preparar e peneirar a amostra de solo, uma amostra de 5 g pesada e adicionada de 10 ml da soluo I. A soluo deve ser agitada de forma circular (6) seis vezes para a

    direita, seguida de (6) seis vezes para a esquerda. Esse movimento deve ser repetido (6) seis vezes: para adireita - esquerda. Para uma boa homogeneizao, as partculas chocam-se e permitindo uma extrao completa.Importante lembrar que o solo possui substncias complexas que, se agitado violentamente, forma espumasinconvenientes. A soluo deve descansar durante quinze minutos e ser agitada, repetindo o movimento circulardescrito acima (6 x 6 x 6). Depois de 30 minutos, esse procedimento deve ser repetido e, novamente, aps 1hora. A soluo deve descansar durante SEIS HORAS.

    de extrema importncia que a soluo permanea nesta condio (descanso) a soluo paraa anlise e, por isso, a amostra no pode ser movida, pois com o tempo, as argilas e limosprecipitam e sedimentam-se no fundo, permitindo que a pelcula superior seja coletada comtodo o cuidado.

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    2.6. Impregnao da soluo II: Aps (6) seis horas de repouso da amostra de solo e com o papelimpregnado de (AgNO3), totalmente seco, a impregnao da amostra iniciada. Com a seringa hipodrmica, 5ml da parte superficial da soluo do solo devem ser sugados com cuidado para no extrair a substnciaslida do fundo ou revolver a soluo. Em seguida, a soluo transferida para uma placa de Petri de 3 cm(limpa) colocada dentro de outra placa de Petri de 12 cm. No papel filtro impregnado e seco, um novo rolinho

    de papel colocado e depositado sobre a superfcie para que a soluo impregne o mesmo. O rolinho retirado quando