Manual de Arborização Urbana - Belém
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PREFEITURA MUNICIPAL DE BELM
UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DA AMAZNIA
Manual de Orientao Tcnica da Arborizao Urbana de Belm
Guia para planejamento, implantao e manuteno da arborizao em logradouros pblicos
Belm
2013
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Manual de Orientao Tcnica da Arborizao Urbana de Belm
Luis Paulo Monteiro Porto, Heliana Maria Silva Brasil (Organizadores) / Manual de Orientao
Tcnica da Arborizao Urbana de Belm: guia para planejamento, implantao e manuteno da
arborizao em logradouros pblicos. Belm: Universidade Federal Rural da Amaznia, 2013.
XX p.: il.
ISBN
1.Arborizao Urbana. 2. Manual. I. Porto, Luis Paulo Monteiro. II. Brasil, Heliana Maria Silva. III.
Ttulo.
CDD 715.209811.5
MINISTRIO DA EDUCAO
MINISTRO: Aloizio Mercadante
UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DA
AMAZNIA
REITOR: Sueo Numazawa
VICE-REITOR: Paulo de Jesus Santos
EDITORAO
Marly Maklouf dos Santos Sampaio
COMISSO EDITORIAL
Gracialda Costa Ferreira
Israel Hidenburgo Aniceto Cintra
Moacir Cerqueira da Silva
Maria Cristina Manno
Sergio Antnio Lopes de Gusmo
EQUIPE EDITORIAL
Incia Libonati
Mrio da Silva Santos Neto
Priscila do Rosrio Monteiro
ENDEREO
Av. Tancredo Neves, 2501
Cep: 66077-530 Terra Firme E-mail: [email protected]
PREFEITURA MUNICIPAL DE BELM
PREFEITO: Zenaldo Rodrigues Coutinho Jr.
SECRETARIA MUNICIPAL DE MEIO AMBIENTE
SECRETRIO: Jos Cludio Carneiro Alves
ENDEREO
Tv. Quintino Bocaiva, 2078
Cep: 66.045-580 Nazar
E-mail: [email protected]
REVISO
Maria Helena Sarmet Moreira
Capa: JM Conduru; Heliana Brasil
Fotos: Ana Paranhos, Heliana Brasil, Paulo Marcelo
Desenhos: Mauro Cunha
mailto:[email protected]
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AUTORES
LUIZ PAULO MONTEIRO PORTO (SEMMA Organizador)
HELIANA MARIA SILVA BRASIL (UFRA Organizadora)
ANA CRISTINA PARANHOS DA SILVA (SEURB)
ANTNIO FERNANDO SOUZA REIS (SAGRI)
DAVINA BERNADETE DIAS OLIVEIRA (SEGEP)
DILSON AUGUSTO CAPUCHO FRAZO (CREA-PA/FAEPA)
ELIZABETH SANTOS CORDEIRO SHIMIZU (Embrapa)
IVAN LUIZ GUEDES DE ARAGO (CELPA)
JOS AMIR LIMA DE SOUSA (MPEG)
LARISSA BRANDO GOES SAITO (CELPA)
LUIZ FLVIO MOURA DE CARVALHO (SEGEP)
NOEMI VIANNA MARTINS LEO (Embrapa)
ALICE DA SILVA RODRIGUES ROSAS (SEGEP Colaborador)
LAYSE GORETTI BASTOS BARBOSA (MPE Colaborador)
MIGUEL RUFINO GOMES SAMPAIO (ACP Colaborador)
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Lista de Figuras
Figura 1 Disposio ideal das rvores e redes de distribuio conforme a orientao geogrfica.
Figura 2a Espcie de pequeno porte em passeio pblico.
Figura 2b Espcie de mdio porte em passeio pblico.
Figura 2c Espcie de grande porte em passeio pblico.
Figura 3 Incentivo ao plantio no afastamento frontal das edificaes.
Figura 4 Dimenses da rea livre no pavimentada.
Figura 5 Ampliao das dimenses da rea livre no pavimentada.
Figura 6 Exemplo de arborizao em calada verde.
Figura 7 Alinhamento e distanciamento das rvores a partir das esquinas.
Figura 8a Distncia mnima do eixo do tronco de espcies de pequeno porte ao meio-fio.
Figura 8b Distncia mnima do eixo do tronco de espcies de mdio e grande porte ao meio-fio.
Figura 9a Distncia mnima do eixo do tronco de espcies de pequeno porte rampa de acesso de
veculos.
Figura 9b Distncia mnima do eixo do tronco de espcies de mdio e grande porte rampa de
acesso de veculos.
Figura 10a Distncia mnima do eixo do tronco de espcies de pequeno porte s redes subter-
rneas.
Figura 10b Distncia mnima do eixo do tronco de espcies de mdio e grande porte s redes
subterrneas.
Figura 11 Distncia mnima do eixo do tronco das rvores s caixas de inspeo e hidrantes.
Figura 12a Distncia mnima do eixo do tronco de espcies de pequeno porte aos postes da rede
area.
Figura 12b Distncia mnima do eixo do tronco de espcies de mdio e grande porte aos postes da
rede area.
Figura 13 Distncia mnima do eixo do tronco da rvore sinalizao semafrica.
Figura 14 Distncia mnima do eixo do tronco da rvore aos telefones pblicos e s caixas coletoras
de correios.
Figura 15 Distncia mnima do eixo do tronco da rvore s caixas coletoras de lixo.
Figura 16a Distncia mnima do eixo do tronco de espcies de pequeno porte aos abrigos de ponto
de nibus.
Figura 16b Distncia mnima do eixo do tronco de espcies de mdio e grande porte aos abrigos de
ponto de nibus.
Figura 17a Distncia mnima do eixo do tronco de espcies de pequeno porte s bancas de
jornal/revistas.
Figura 17b Distncia mnima do eixo do tronco de espcies de mdio e grande porte s bancas de
jornal/revistas.
Figura 18 Disposio das luminrias em funo da copa das rvores.
Figura 19 Distncia das copas das rvores rede de baixa tenso.
Figura 20 Distncia das redes de alta tenso s copas das rvores.
Figura 21 Distncia entre o alinhamento dos postes de redes isoladas e o alinhamento das rvores
Figura 22 Plantio em canteiro central com largura inferior a 1,00 m.
Figura 23 Arborizao em canteiro central com espcies de pequeno e mdio porte.
Figura 24 Arborizao em canteiro central com espcies de grande porte.
Figura 25 Plantio de palmeiras em canteiro central com redes subterrneas.
Figura 26 Disposio das rvores em parque linear.
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Figura 27 Disposio das rvores em via de pedestres com largura superior a 4,00 m.
Figura 28 Padro da muda para plantio em logradouros pblicos.
Figura 29 Semeio em sementeira e em embalagem individual.
Figura 30 Dimenses da cova para plantio em logradouros pblicos.
Figura 31 Sequncia do plantio.
Figura 32 Tutoramento da muda ps-plantio.
Figura 33 Proteo da muda ps-plantio.
Figura 34 Localizao dos furos para aplicao de fertilizantes.
Figura 35 Coroamento da muda.
Figura 36 Eliminao de ramos ladres.
Figura 37 Poda de formao.
Figura 38 Poda de limpeza.
Figura 39 Poda de correo.
Figura 40 Rebaixamento da copa.
Figura 41 Poda em etapas.
Figura 42 Reconhecimento da crista e do colar.
Figura 43 Local e posio do corte.
Figura 44 Sequncia dos cortes para eliminao de ramo pesado.
Figura 45 Infestao por erva-de-passarinho estgio inicial e avanado.
Figura 46 Mata-pau (Ficus sp).
Figura 47 Bromlia epfita.
Figura 48 Condies do canteiro central para o plantio de mangueiras.
Figura 49 Condies do logradouro para o plantio de sumaumeiras.
Figura 50 Formao da muda de mangueira.
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APRESENTAO
Este Manual, institudo atravs do Decreto Municipal N 75.278 PMB, de 10 de abril de 2013, compe o Plano Municipal de Arborizao Urbana de Belm, institudo pela Lei Municipal n 8.909, de 29 de maro de 2012. Nele esto contidas informaes que visam orientar o planejamento urbano quanto aos procedimentos para implantao e manuteno da arborizao urbana no Municpio de Belm.
Embora o planejamento e a execuo do plantio de espcies arbreas e arbustivas em reas pblicas, assim como a manuteno da arborizao existente, sejam de responsabilidade da Secretaria Municipal de Meio Ambiente SEMMA - ou outra que vier a substitu-la, as normas e os procedimentos tcnicos definidos neste Manual devero ser cumpridos por todos os rgos e entidades pblicas, agentes da iniciativa privada e sociedade civil cujas atividades exercidas tenham reflexos na arborizao urbana.
As mangueiras (Mangifera indica L.), nos termos da Lei Ordinria Municipal n 7.019, de 16 de dezembro de 1976, e as sumaumeiras (Ceiba pentandra (L.) Gaertn.) existentes nas reas pblicas, legalmente institudas como patrimnio histrico nos termos da Lei Ordinria n 7.709, de 18 de maio de 1994, recebero tratamento diferenciado devido importncia sociocultural que apresentam para a populao.
A elaborao deste Manual contou com o apoio da Arquiteta Camilla Penna Miranda de Figueiredo, Secretria Municipal de Meio Ambiente na gesto do Prefeito Duciomar Costa.
Belm, 12 de abril de 2013
Os autores
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SUMRIO
1 INTRODUO......................................................................................... 11
2 PLANEJAMENTO DA ARBORIZAO................................................ 13
2.1 DIRETRIZES PARA O PLANEJAMENTO.......................................... 13
2.2 ONDE ARBORIZAR............................................................................ 15
2.2.1 Em Passeios Pblicos...................................................................... 15
2.2.2 Nos Canteiros Centrais..................................................................... 30
2.2.3 Nos Parques Lineares.................................................................... 32
2.2.4 Nas Praas................................................................................... 33
2.2.5 Nas Vias de Pedestres.................................................................. 34
2.2.6 Nos Estacionamentos Pblicos e Privados.................................... 34
2.3 ESCOLHA DAS ESPCIES.............................................................. 35
3 PRODUO E PLANTIO DAS MUDAS................................................ 38
3.1 PRODUO DE MUDAS................................................................. 38
3.1.1 Viveiro de Mudas............................................................................... 38
3.1.2 Padro das Mudas....................................................................... 38
3.1.3 Procedimentos para a Produo de Mudas................................... 39
3.2 PLANTIO E MANUTENO PS-PLANTIO....................................... 41
3.2.1 Preparo da Cova............................................................................. 41
3.2.2 Plantio......................................................................................... 42
3.2.3 Tutoramento e Proteo.................................................................... 43
3.2.4 Manuteno Ps-plantio.................................................................... 44
4 MANEJO E CONSERVAO DA ARBORIZAO................................ 46
4.1 ASPECTOS GERAIS....................................................................... 46
4.2 PODA............................................................................................. 46
4.2.1 Definies.................................................................................... 46
4.2.2 Aplicaes.................................................................................... 49
4.2.3 poca de Realizao.................................................................... 49
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4.2.4 Tcnicas de Poda......................................................................... 50
4.3 OUTROS TRATOS CULTURAIS........................................................ 53
4.3.1 Controle de Pragas....................................................................... 53
4.3.2 Controle de Ervas Parasitas e Plantas Epfitas............................... 54
4.3.3 Poda de Razes............................................................................. 55
4.4 TRANSPLANTIO............................................................................... 55
4.5 DENDROCIRURGIA.......................................................................... 56
4.6 SUPRESSO.................................................................................... 56
5 MANGUEIRAS E SUMAUMEIRAS........................................................ 57
5.1 ONDE PLANTAR.............................................................................. 57
5.1.1 Em Passeios Pblicos...................................................................... 57
5.1.2 Em Canteiros Centrais.................................................................... 57
5.1.3 Em Parques Lineares...................................................................... 58
5.1.4 Em Praas....................................................................................... 59
5.1.5 Em Vias de Pedestres e Estacionamentos...................................... 59
5.2 PRODUO E PLANTIO DAS MUDAS.............................................. 59
5.3 MANEJO DAS RVORES EXISTENTES............................................... 61
GLOSSRIO .........................................................................................63
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA.............................................................. 65
APNDICE A Relao de espcies botnicas........................................ 67
APNDICE B Equipes e equipamentos................................................. 97
ANEXO Lei Municipal n 8.909 de 29 de maro de 2012........................ 98
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1 INTRODUO
A arborizao deve ser entendida como elemento essencial para proteo do meio urbano, principalmente em cidades localizadas na zona tropical. Em funo dos efeitos na absoro da radiao solar, atravs de folhas e ramos, a rvore minimiza as condies do microclima local. Esses efeitos so perceptveis pela populao por meio do sombreamento propiciado pela copa das rvores, pela ventilao e pela reduo da luminosidade. As rvores concorrem para a manuteno do ciclo da gua e, em consequncia, garantem a sustentao do solo, impedindo a eroso e contribuindo para o equilbrio das obras de engenharia.
A arborizao colabora de forma significativa para a melhoria do conforto urbano. elemento de contemplao, fornecedora de flores e frutos atrativos, e centro de configurao paisagstica, como ponto de referncia para orientao e identificao, possibilitando a proximidade e convivncia do homem com a natureza no espao construdo.
Belm foi uma das primeiras cidades brasileiras a ter seus logradouros pblicos arborizados, mesmo que de modo pontual, a partir da segunda metade do sculo XVIII. Quando do incio das romarias do Crio de Nossa Senhora de Nazar, em 1793, foi estimulada a arborizao da antiga Estrada de Nazar com mangueiras, sob as quais as pessoas acompanhavam a procisso.
No perodo de 1898 a 1911, quando ocupou o cargo de Intendente, Antnio Lemos fez do planejamento e da regularizao do verde urbano uma verdadeira misso, dando incio a uma fase de reconfigurao urbanstica da cidade, incentivada pela riqueza econmica da borracha Belle poque quando o plantio de mangueiras e de outras espcies foi integrado ao traado urbano.
No incio do sculo XX, a responsabilidade pela arborizao cabia tanto esfera municipal quanto ao governo estadual. Assim, nos governos de Paes de Carvalho e de Augusto Montenegro, alm do plantio de espcies em novas vias pblicas, notadamente nos atuais bairros de So Braz, Marco, Pedreira e Souza, e da substituio de rvores em vias j consolidadas, houve a expanso da arborizao para as vilas Pinheiro (Icoaraci) e Mosqueiro. Contudo, as demais ruas, principalmente as localizadas em bairros perifricos, historicamente denominados de baixadas Jurunas, Canudos, Cremao, Guam, Condor, dentre outros tinham uma vegetao pouco uniforme quanto s rvores plantadas e distncia entre elas, ou mesmo em alguns locais eram completamente inexistentes.
Na dcada de 60, a cidade era fartamente arborizada, enquanto sua periferia revelava arborizao incipiente. Nos anos de 1970 a 1980, a expanso urbana tomou novos rumos ao longo das rodovias Arthur Bernardes, Tapan e parte da BR-316 e das avenidas Pedro lvares Cabral e Augusto Montenegro. Assim, gradativamente, foi se estabelecendo em Belm uma diferena entre a rea central arborizada e uma rea de expanso com conjuntos habitacionais e assentamentos precrios, em bairros
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desprovidos de reas verdes e de arborizao nas ruas. O resultado foi o dficit permanente e crescente de arborizao uniformemente distribuda no espao urbano, face ao processo de especulao e ocupao desordenada do solo.
As rvores das reas urbanizadas esto sob constante estresse em funo da dinmica urbana e de aes antrpicas inadequadas, tornando-as mais vulnerveis do que no ambiente natural, necessitando, portanto, de tratos culturais contnuos.
A arborizao deve ser incorporada prtica de planejamento urbano, levando-se em considerao os benefcios que esta proporciona cidade e populao que nela habita, considerando, porm, o aspecto vegetativo e fsico da rvore, de modo a obter o convvio harmonioso entre esta e o meio urbano.
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2 PLANEJAMENTO DA ARBORIZAO
Embora considerando a rvore como elemento central, o planejamento da
arborizao no deve desprezar os pormenores da configurao da cidade. A
arborizao deve destacar as formas arquitetnicas, os monumentos, as vias de
circulao de veculos e pedestres e as reas verdes.
Um projeto de arborizao deve levar em conta as caractersticas do local e seu
entorno, incluindo-se nesta caracterizao a direo e o sentido dos ventos
predominantes, o percurso da insolao e a perspectiva de visualizao.
Evidentemente, o aspecto paisagstico precisa ser considerado quando da escolha das
espcies a serem plantadas. Nesse sentido, dever ser buscado um equilbrio entre a
variao e a regularidade da paisagem.
O planejamento da arborizao deve considerar, ainda, a natureza das
atividades existentes nas edificaes lindeiras e o impacto no cotidiano do lugar, que
dever ser analisado segundo seu contexto urbanstico, distinguindo-se as
especificidades de cada zona ou bairro, centros histricos, reas tursticas, orlas e
reas residenciais, de comrcio e servio.
As caractersticas dos espaos nortearo a definio dos critrios de escolha e
de localizao da arborizao. Devem ser considerados: a definio de limites (largura
das faixas de rolamento e travessia de pedestres, posio do meio fio, largura dos
passeios, alinhamento das edificaes, etc.); o perfil volumtrico das edificaes de
entorno; a distncia mnima entre os elementos da arborizao e destes com o
mobilirio urbano de referncia do entorno; incidncia geral da arborizao urbana
circunvizinha j existente; condies de visualizao do mobilirio urbano (distncia
mnima aceitvel para leitura da informao urbana, justaposio dos elementos); e
configurao geral da paisagem do entorno.
2.1 DIRETRIZES PARA O PLANEJAMENTO
Os projetos de implantao da arborizao em novas reas sero desenvolvidos
com base nas normas deste Manual e demais normas em vigor que visem promover a
acessibilidade e o bem estar da populao.
Nos projetos para implantao de infraestrutura viria, as redes areas e
subterrneas devero ser localizadas somente em um lado da via (Oeste ou Sul), de
modo a permitir a arborizao do passeio no lado oposto com espcies de maior porte
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(Leste ou Norte), que impeam a penetrao de raios solares nas edificaes no
perodo da tarde (Figura 1).
Os projetos de rearborizao devero considerar, ainda, como preferencial, a
espcie predominante na rea, salvo se constatada a impropriedade da mesma, caso
em que est prevista a substituio gradativa por outra espcie mais adequada s
caractersticas do local.
Nos logradouros pblicos onde predominam mangueiras, quando houver
necessidade de substituio de indivduos, essa substituio ser por mudas da
mesma espcie. Porm, na impossibilidade tcnica dessa substituio, aquele local
ficar vago. Em novas vias somente ser previsto plantio de mangueiras se houver
espao areo e subterrneo para cont-las.
Figura 1 Disposio ideal das rvores e redes de distribuio conforme a orientao geogrfica.
redes areas e subterrneas
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2.2 ONDE ARBORIZAR
2.2.1 Em Passeios Pblicos
Para efeito deste Manual considera-se passeio pblico ou calada a via
destinada ao trnsito de pedestre e, quando possvel, implantao de mobilirio
urbano, sinalizao, vegetao e outros fins.
O porte da rvore deve ser proporcional e compatvel com o espao disponvel
para a convivncia entre as rvores e destas com as edificaes e o mobilirio urbano,
sendo obrigatria a manuteno da faixa de 1,20 m para o trnsito de pedestre, em
conformidade com o Decreto Lei n 5.296, de 02 de dezembro de 2004, e a NBR
9050/2004, independente da largura do passeio pblico.
Assim, em funo da largura do passeio pblico, a espcie escolhida deve ser:
a) somente de pequeno porte (Figura 2a), para passeios com largura superior a
1,50 m e inferior a 2,60 m;
b) de pequeno, mdio ou grande porte (Figura 2b), para passeios com largura
igual ou superior a 2,60 m e inferior a 3,60 m;
c) de mdio ou grande porte (Figura 2c), para passeios com largura igual ou
superior a 3,60 m.
Figura 2a Espcie de pequeno porte em passeio pblico.
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Figura 2b Espcie de mdio porte em passeio pblico
Figura 2c Espcies de grande porte em passeio pblico
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Em passeios com largura igual ou inferior 1,50 m deve-se incentivar, por meio de
programas de educao ambiental, o plantio de rvores na rea correspondente ao
afastamento frontal das edificaes (Figura 3).
No calamento do passeio pblico dever ser mantida uma rea livre no
pavimentada de, no mnimo, 1,00 m em torno de cada rvore, independente da forma
(Figura 4).
Essa rea livre no pavimentada:
a) poder ser recoberta por vegetao ornamental rasteira no compactante;
Figura 3 Incentivo ao plantio no afastamento frontal das edificaes.
Figura 4 Dimenses da rea livre no pavimentada.
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b) ser no nvel do passeio pblico;
c) ser limitada somente pela sinalizao ttil de alerta no piso, de acordo com a
NBR 9050/2004.
No caso de rvores de grande porte, a rea livre no pavimentada ser de, no
mnimo, 1,00 m, alm da rea ocupada pelo coleto. Devero ser executadas obras
para adequao ou ampliao da rea livre no pavimentada quando a rvore
existente, independentemente do porte, apresentar razes aflorando alm do limite de
1,00 m (Figura 5).
Nos passeios pblicos podero ser implantadas caladas verdes, caracterizadas
por apresentarem faixas de no mnimo 1,00 m de largura, recobertas por gramneas ou
outras forraes, ao nvel do passeio, preservando a faixa de 1,20 m para o trnsito do
pedestre, em conformidade com a NBR 9050/2004. Nesses casos, o planejamento da
arborizao obedecer aos mesmos critrios de distanciamento estabelecidos para
calada pavimentada, excetuando o que se refere rea livre (Figura 6).
As rvores devero ser plantadas em alinhamento, sendo a distncia entre elas
igual ao dimetro da copa, considerado na sua maior extenso. A partir das esquinas
ser mantida a distncia mnima de 5,00 m em relao ao eixo do tronco da primeira
rvore (Figura 7).
Figura 5 Ampliao das dimenses da rea livre no pavimentada.
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Ao estabelecer esse alinhamento deve-se considerar a distncia mnima entre o
eixo do tronco:
a) e o meio-fio: 0,30 m para espcies de pequeno porte e 0,60 m para espcies
de mdio ou grande porte (Figuras 8a,8b);
b) e a rampa de acesso de veculos: 0,60 m para espcies de pequeno porte e
1,00 m para espcies de mdio e grande porte (Figuras 9a,9b);
Figura 6 Exemplo de arborizao em calada verde.
Figura 7 Alinhamento e distanciamento das rvores a partir das esquinas.
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c) e as redes subterrneas: 1,00 m para espcies de pequeno porte e 2,00 m
para espcies de mdio ou grande porte (Figuras 10a,10b);
Figura 8a Distncia mnima do eixo do tronco de espcies de pequeno porte ao meio-fio.
Figura 8b Distncia mnima do eixo do tronco de espcies de mdio e grande porte ao meio-fio.
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Figura 9b Distncia mnima do eixo do tronco de espcies de mdio e grande porte rampa de acesso de veculos.
Figura 9a Distncia mnima do eixo do tronco de espcies de pequeno porte rampa de acesso de veculos.
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Figura 10b Distncia mnima do eixo do tronco de espcies de mdio e grande porte s redes subterrneas.
Figura 10a Distncia mnima do eixo do tronco de espcies de pequeno porte s redes subterrneas.
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A disposio do mobilirio urbano, abaixo discriminado, em relao rvore
dever considerar as seguintes distncias, a partir do eixo do tronco:
a) s caixas de inspeo, bocas de lobo e hidrantes: 2,00 m (Figura 11);
b) aos postes (rede eltrica, rede telefnica, iluminao pblica, sinalizao
vertical de trnsito e turstica) e transformadores: 2,00 m a 4,00 m para espcies de
pequeno porte e 4,00 m a 8,00 m para mdio e grande porte (Figuras 12a,12b);
c) sinalizao semafrica e indicativa: 5,00 m (Figura 13);
d) aos telefones pblicos e caixas coletoras de correios: 1,00 m (Figura 14);
e) s caixas coletoras de lixo: 2,00 m (Figura 15);
f) aos abrigos de ponto de nibus e taxi: 2,00 m a 4,00 m para pequeno porte e
4,00 m a 8,00 m para mdio e grande porte (Figuras 16a,16b);
g) s bancas de jornal/revistas: 2,00 m a 4,00 m para espcies de pequeno porte
e 4,00 a 8,00 m para mdio e grande porte (Figuras 17a,17b).
Figura 11 Distncia mnima do eixo do tronco das rvores s caixas de inspeo e
hidrantes.
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Figura 12a Distncia mnima do eixo do tronco de espcies de pequeno porte aos
postes da rede area.
Figura 12b Distncia mnima do eixo do tronco de espcies de pequeno, mdio e
grande porte aos postes da rede area.
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Figura 13 Distncia mnima do eixo do tronco da rvore sinalizao semafrica.
Figura 14 Distncia mnima do eixo do tronco da rvore aos telefones pblicos e s
caixas coletoras de correios.
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Figura 15 Distncia mnima do eixo do tronco da rvore s caixas coletoras de lixo.
Figura 16a Distncia mnima do eixo do tronco de espcies de pequeno porte aos abrigos de ponto de nibus.
Figura 16b Distncia mnima do eixo do tronco de espcies de mdio e grande porte aos abrigos de ponto de nibus.
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A distncia entre rvores pode variar dependendo das caractersticas da espcie a ser utilizada, da largura das ruas e seus passeios, da inteno do projeto, das funes dadas vegetao e demais formas integradas ao projeto urbano.
Figura 17a Distncia mnima do eixo do tronco de espcies de pequeno porte s
bancas de jornal/revistas.
Figura 17b Distncia mnima do eixo do tronco de espcies de mdio e grande
porte s bancas de jornal/revistas.
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A copa das rvores no deve interferir na iluminao pblica. As luminrias
direcionadas para caladas e pistas de rolamento sero dispostas abaixo da copa e
gradativamente elevadas medida do crescimento em altura da rvore (Figura 18).
A localizao de postes da rede eltrica deve ser prxima ao meio fio a fim de
evitar que o alinhamento destes coincida com o das rvores. Quando houver
necessidade de coincidir o alinhamento dos postes da rede eltrica com o das rvores,
somente podero ser plantadas rvores de pequeno porte, que sero mantidas 1,00 m
abaixo da rede convencional de baixa tenso (Figura 19).
No caso do alinhamento dos postes da rede eltrica manter uma distncia
mnima de 1,00 m do alinhamento das rvores, estas podero ser de grande porte,
Figura 18 Disposio das luminrias em funo da copa das
rvores.
Figura 19 Distncia das copas das rvores rede de baixa tenso.
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desde que conduzidas de forma que a copa abra 2,00 m acima da rede convencional
de alta tenso, onde a largura do passeio e o afastamento das edificaes permitirem
(Figura 20).
Sob redes compactas ou isoladas podero ser plantadas rvores de mdio e
grande porte, desde que seja guardada a distncia mnima de 0,50 m entre o
alinhamento dos postes e o das rvores (Figura 21).
Figura 21 Distncia entre o alinhamento dos postes de redes
isoladas e o alinhamento das rvores
Figura 20 Distncia das redes de alta tenso s copas das rvores.
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2.2.2 Nos Canteiros Centrais
De acordo com a Lei n 9.503, de 23 de setembro de 1997, que institui o Cdigo
de Trnsito Brasileiro, entende-se como canteiro central o obstculo fsico construdo
como separador de pistas de rolamento, eventualmente substitudo por marcas virias
(canteiro fictcio).
Os canteiros centrais com largura inferior a 1,00 m sero vegetados com cercas-
vivas de plantas arbustivas ou trepadeiras ou, ainda, apenas recobertos por vegetao
rasteira (Figura 22).
Para possibilitar o plantio de rvores de pequeno e mdio porte, os canteiros
centrais com largura igual ou superior a 1,00 m no devem ser impermeabilizados, a
no ser nos espaos destinados travessia de pedestres e instalao de
equipamentos de sinalizao e segurana (Figura 23).
Figura 22 Plantio em canteiro central com largura inferior a 1,00 m.
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Espcies de grande porte ou de razes superficiais somente sero dispostas em
canteiros com largura igual ou superior a 4,00 m (Figura 24).
Em canteiros centrais onde existam redes subterrneas, dar-se- preferncia ao
cultivo de palmeiras nativas. No caso da existncia de redes areas sero observados
os mesmos critrios estabelecidos para os passeios pblicos (Figura 25).
Figura 23 Arborizao em canteiro central com espcies de pequeno e
mdio porte.
Figura 24 Arborizao em canteiro central com espcies de grande porte.
-
31
Em qualquer circunstncia, a rea destinada ao canteiro central ser preservada
durante as obras de engenharia, de modo a manter as caractersticas do solo original
e no sofrer compactao. Havendo necessidade de nivelamento do terreno, este ser
feito mediante a deposio de terra preta ou terrio de boa qualidade.
No caso da existncia ou implantao de mobilirio urbano sero obedecidos os
mesmos critrios estipulados para os passeios pblicos. Em caso de relgios digitais
estes devero manter distncia mnima de 4,00 m em relao ao eixo do tronco da
rvore.
2.2.3 Nos Parques Lineares
So considerados parques lineares as margens dos cursos dgua (furos, rios,
igaraps, lagos) e reas centrais ou laterais de avenidas, com largura superior a 6,00
m, cuja localizao permita sua utilizao como rea de lazer passivo ou ativo.
Quando os parques lineares incidirem sobre reas centrais ou nas laterais de
avenidas, ter prioridade o plantio de espcies nativas de grande porte, que sero
plantadas no espaamento mnimo correspondente ao dimetro da copa na forma
especfica.
Caso esses parques busquem recompor a paisagem natural das margens dos
cursos dgua, as espcies arbreas plantadas sero obrigatoriamente nativas dos
respectivos ecossistemas, e as herbceas, a serem utilizadas no ajardinamento
complementar, sero predominantemente as nativas.
Figura 25 Plantio em canteiro central com redes subterrneas.
-
32
As rvores sero plantadas a uma distncia mnima da rea pavimentada
correspondente a dois teros do raio da copa, de modo a permitir o sombreamento da
calada ou veculos de passeio sem, contudo, causar impedimento ao trfego de
veculos altos (Figura 26).
No caso da existncia ou implantao de mobilirio urbano, redes areas ou
subterrneas, sero obedecidos os mesmos critrios estipulados para os passeios
pblicos. Em caso de relgios digitais estes devero manter distncia mnima de 4,00
m em relao ao eixo do tronco da rvore e os quiosques distncia mnima de 4,00 m.
2.2.4 Nas Praas
A arborizao externa das praas seguir as mesmas orientaes para o plantio
em passeio pblico.
Internamente as rvores sero dispostas num espaamento igual ou superior ao
dimetro da copa para que no ocorra concorrncia por luz, exceto quando se tratar
de composio entre espcies de dossis diferentes. A rea coberta pelo dossel ser
de no mnimo 60% da rea total da praa.
No caso da existncia ou implantao de mobilirio urbano, redes areas ou
subterrneas sero atendidos os mesmos critrios fixados para os passeios pblicos.
Em caso de quiosques estes devero manter distncia mnima de 4,00 m em relao
ao eixo do tronco da rvore.
Figura 26 Disposio das rvores em parque linear.
-
33
Na rea interna das praas deve ser observada a altura do dossel em relao ao
posteamento para iluminao pblica de forma a no ocorrer interferncia da copa no
foco de luz at o piso.
2.2.5. Nas Vias de Pedestres
So consideradas vias e reas de pedestres aquelas destinadas circulao
prioritria dos mesmos. Nessas vias sero considerados os mesmos parmetros para
a arborizao de passeios pblicos. A disposio das rvores no deve ser impeditiva
circulao de veculos de servios (Figura 27).
Em vias de pedestres com largura inferior a 4,00 m e sem infraestrutura, ser
incentivado o plantio de fruteiras nos jardins ou quintais.
2.2.6. Nos Estacionamentos Pblicos e Privados
Considera-se estacionamento o espao reservado ao parqueamento de veculos
de qualquer natureza.
Os estacionamentos pblicos e privados descobertos devem ter 20% da rea
total permevel, qual ser destinada a arborizao e ajardinamento, considerando os
parmetros estabelecidos para o passeio pblico. Dar-se- preferncia a rvores de
folhagem permanente para sombreamento dos veculos.
Figura 27 Disposio das rvores em via de pedestres com largura superior a 4,00 m.
-
34
2.3 ESCOLHA DAS ESPCIES
Os projetos de arborizao buscaro priorizar as espcies nativas ou j
adaptadas regio (APNDICE A) e que sejam adequadas ao espao areo e
subterrneo.
Principalmente quando se tratar de plantio em passeio pblico, devero ser
definidas as espcies que melhor se enquadrem mediante a observao das seguintes
caractersticas:
a) ter crescimento inicial rpido;
b) ser tolerante a pragas e doenas;
c) possuir folhas persistentes ou semicaducas, pequenas e membranceas;
d) no produzir frutos grandes ou comestveis pelo homem e sim pequenos e
apreciados por pssaros;
e) possuir sistema radicular pivotante ou axial profundo;
f) possuir caule do tipo tronco, ereto e resistente;
g) possuir florao vistosa;
h) no atrair insetos prejudiciais ao homem;
i) aceitar, porm no exigir, poda frequente;
j) no possuir espinhos ou produzir substncias txicas.
As espcies escolhidas devero ter formato e porte adequados ao espao
disponvel.
So distinguidos os seguintes formatos:
a) globular forma de rvore na qual a altura total (tronco e copa) de tamanho
semelhante ao do maior dimetro da copa;
b) cilndrica ou colunar forma de rvore na qual o dimetro inferior da copa
igual ou semelhante ao dimetro na sua parte superior;
c) cnica e piramidal formas de rvores nas quais o dimetro inferior da copa
muito maior do que o dimetro na parte superior. Quando a copa, alm de afilar para
cima, achatada, denomina-se de piramidal;
d) umbeliforme formato de rvore semelhante a um guarda-chuva aberto; os
ramos secundrios partem de um nico ponto ou de pontos muito prximos do tronco,
-
35
sendo que os mais baixos atingem comprimento maior que os mais altos, e as folhas
se concentram na periferia desses ramos;
e) pendular forma de rvore na qual os ramos principais partem de cima para
baixo, seja prximo ou afastado do tronco;
f) sem forma definida.
O porte compreende a altura total (fuste e copa) e o dimetro da copa que um
indivduo da espcie atinge, quando plenamente desenvolvido e sem competio por
espao, podendo ou no haver correlao entre tais medidas, a depender do formato.
As espcies, para efeito deste Manual, sero distinguidas quanto ao porte conforme
descrito na Tabela 1.
Tabela 1 Porte das espcies considerando a altura total e o maior
dimetro da copa.
Fonte: autores, 2012
As tabelas a seguir (Tabelas 2, 3) resumem as distncias a serem mantidas entre
as rvores de acordo com seu porte e os elementos constituintes do passeio
pblico e do mobilirio urbano.
Tabela 2 Distncia da rvore em funo do porte com relao aos elementos constituintes do passeio pblico.
Elementos Porte (m)
Pequeno Mdio Grande Mangueira
Esquina 5,00 5,00 5,00 5,00
Meio-fio 0,30 0,60 0,60 0,60
Rampa de acesso a veculos 0,60 1,00 1,00 1,00
Redes subterrneas 1,00 2,00 2,00 4,00 1 considerar o eixo do tronco
- gs, gua, energia, telecomunicaes, esgoto, drenagem, ramos de ligaes etc. Fonte: autores, 2012
Discriminao Altura total
(m) Dimetro da copa
(m)
Arbusto ou arvoreta 3,0 2,0
Pequeno porte 3,0 a 6,0 2,0 a 8,0
Mdio porte 6,0 a 12,0 8,0 a 16,0
Grande porte 12,0 a 24,0 16,0 a 24,0
Porte muito grande 24,0 24,0
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36
Tabela 3 Distncia da rvore1 para o mobilirio urbano em funo do porte.
1 considerar o eixo do tronco
2 compreende boca de lobo, poo de visita, bueiro, caixas de passagem
3 apenas em canteiros centrais e parques lineares
4 exclusivamente em parques lineares.
Fonte: autores, 2012
Sero considerados projetos especficos e, portanto, recebero tratamento
diferenciado em reas restritas, aqueles que envolverem:
a) o plantio de espcies de frutos comestveis pelo homem;
b) a introduo de novas espcies ou daquelas que estiverem em fase de
experimentao.
Recomenda-se que a frequncia de cada espcie no total da arborizao no
ultrapasse 15%.
As espcies para arborizar internamente as praas sero aquelas de maior porte
e predominantemente nativas.
Para enriquecer ou recuperar as reas de parques lineares, sero utilizadas
rvores e arbustos de espcies nativas preexistentes ou que j tenham existido
anteriormente naquela rea. Porm, em jardins de partes especficas do parque ser
permitida a introduo de vegetao herbcea extica, desde que no obstrua o foco
principal que a floresta nativa.
Tanto nas praas quanto nos parques lineares, sero priorizadas espcies cujos
frutos ou flores sejam atrativos avifauna, a insetos benficos e a pequenos
mamferos.
No ser permitido o plantio de palmeiras sob rede area, cuja altura da espcie
adulta seja igual ou superior ao da fiao. Espcies de copa colunar ou cnica,
tambm, no podero ser plantadas sob a fiao.
Mobilirio Porte (m)
Pequeno Mdio Grande
Caixas de inspeo2, hidrante, caixa coletora de lixo 2,00 2,00 2,00 Sinalizao semafrica e indicativa 5,00 5,00 5,00 Telefone pblico e caixa de correio 1,00 1,00 1,00 Postes, ponto de nibus/txi, banca de jornal/revista 2,00 4,00 4,00 Relgios digitais3 e quiosques4 > 4,00 > 4,00 > 4,00
Redes areas 0,50 1,00
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37
3 PRODUO E PLANTIO DAS MUDAS 3.1 PRODUO DE MUDAS
3.1.1 Viveiro de mudas
O viveiro para a produo de mudas para a arborizao urbana dever:
a) ser instalado em local de fcil acesso;
b) ter topografia levemente declivosa;
c) ter solo frivel, para facilitar o escoamento do excesso da gua de irrigao;
d) ter sistema de irrigao apropriado para cada fase de desenvolvimento da
planta;
e) ter rea disponvel a pleno sol.
Os canteiros para receber mudas embaladas devem ter no mximo 1,00 m de
largura e ficar afastados de 1,50 m a 2,00 m uns dos outros. Devem estar dispostos
perpendicularmente trajetria do sol. Essa mesma disposio deve ser usada nas
linhas de mudas transplantadas para serem desenvolvidas diretamente no solo.
3.1.2 Padro das Mudas
As mudas para plantio em logradouros pblicos devero atender s seguintes
especificaes (Figura 28):
a) altura entre 1,50 m a 1,80 m acima do coleto;
b) dimetro altura do peito (DAP) de 2 cm a 3 cm;
c) altura da primeira ramificao de 1,20 m a 1,60 m;
d) copa formada por 3 (trs) a 4 (quatro) ramos partindo, preferencialmente, de
pontos distintos do caule;
e) sistema radicular bem formado e consolidado em embalagens com
capacidade para 15 a 20 litros, podendo ser de plstico, tecido de aniagem ou
fibra vegetal;
f) iseno de pragas e doenas.
No caso de mudas produzidas em viveiro de cho, convm que sejam
transplantadas para embalagens individuais, capazes de conter o torro, e passem por
um perodo de consolidao e aclimatao de aproximadamente seis meses antes do
plantio no logradouro pblico.
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38
3.1.3 Procedimentos para a Produo de Mudas
A boa muda se faz a partir da escolha das rvores matrizes e dos melhores
frutos e sementes. Recomenda-se que as sementes sejam colhidas de diferentes
rvores matrizes, distanciadas, no mnimo, 50,00 m para garantir boa variabilidade
gentica no lote.
Dependendo da espcie, as sementes podem estar em frutos secos ou carnosos.
Alguns frutos secos possuem deiscncia, ou seja, abrem-se naturalmente quando
atingem a maturao deixando cair as sementes, que geralmente possuem um
apndice (asas) que lhes permite atingir grandes distncias levadas pelo vento. Em
qualquer caso, as sementes devem ser obtidas de frutos colhidos diretamente na copa
da rvore, restringindo-se, assim, a possibilidade de desenvolvimento de fungos, que
poderiam vir a prejudicar a qualidade e o desempenho das mudas.
As sementes devem ser imediatamente retiradas se o fruto for carnoso, para
evitar o apodrecimento da polpa. Essas sementes so, ento, lavadas para eliminar
qualquer poro que possa atrair insetos ou fungos. Em algumas espcies, por mais
que o fruto esteja maduro, as sementes ainda no esto em condies de germinar;
Nesses casos ser necessrio guard-las em local com temperatura e umidade
controladas por algum tempo.
O semeio poder ser feito em sementeiras (canteiros ou bandejas) ou em
embalagens individuais, provisrias ou definitivas. Sementes pequenas, devido ao
difcil manuseio, ou aquelas que apresentam germinao irregular so normalmente
Figura 28 Padro da muda para plantio em logradouros pblicos.
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39
colocadas para germinar em sementeiras, utilizando-se como substrato a terra preta
peneirada e outros materiais orgnicos (palha de arroz e serragem, dentre outros),
devidamente esterilizados. O semeio pode ser feito a lano ou em sulcos rasos. Em
ambos os casos recobrem-se as sementes com uma fina camada do substrato
peneirado (Figura 29).
Assim que as plntulas atingirem 07 cm de altura devem ser repicadas para
embalagens apropriadas, como sacos plsticos para mudas. Neste momento,
selecionam-se as plntulas mais vigorosas e sadias, descartando-se as demais.
Sementes mdias ou grandes e as que no apresentem dificuldade para
germinar devem ser semeadas em recipientes individuais, utilizando como substrato
terra preta peneirada, serragem curtida e cama de avirio ou esterco de curral bem
curtido na proporo de 3:2:1.
Dependendo da espcie haver necessidade de tutorar a muda germinada ou
repicada para embalagens individuais. O tutor dever ser cilndrico com dimetro
aproximado de 1 cm e altura compatvel com a velocidade de crescimento da muda.
Para atingir o padro exigido, mesmo as mudas semeadas individualmente,
precisaro ser repicadas para embalagens maiores, medida que forem se
desenvolvendo, a fim de evitar o enovelamento das razes. O espaamento das mudas
no viveiro dever ser tal que impea a competio por luz entre elas.
Figura 29 Semeio em sementeira e em embalagem individual.
-
40
Existe a possibilidade de formao das mudas em viveiro de cho. Nesse caso, o
torro ter que ser gradativamente moldado antes de ser acondicionado na
embalagem padro ou ser envolto em sacaria de aniagem ou plstico, para facilitar o
transporte imediato para o local definitivo; em ambos os casos, a copa ter que ser
obrigatoriamente reduzida, de modo a evitar perda de gua por transpirao.
As mudas devero ser transportadas ao local de plantio em veculo fechado para
evitar danos causados pelo vento.
3.2 PLANTIO E MANUTENO PS-PLANTIO
3.2.1 Preparo da Cova
A cova de plantio ter dimenses mnimas de 60 cm x 60 cm x 60 cm de altura,
largura e profundidade, porm, ser tanto maior quanto mais desfavorveis forem as
condies fsicas e qumicas do solo e quanto maior for o tamanho da muda
(Figura 30).
No fundo da cova devem ser depositados 400g a 600g de um fertilizante
fosfatado natural misturado a pequena poro de terra orgnica.
Figura 30 Dimenses da cova para plantio em logradouros pblicos
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41
3.2.2 Plantio
O plantio dever ser feito preferencialmente no perodo de dezembro a maro.
A muda ser retirada da embalagem apenas no momento do plantio e com o
cuidado necessrio para no destorroar. Ao posicionar a muda na cova, o coleto deve
ficar ao nvel da superfcie do solo (Figura 31).
O material retirado da cova, se de boa qualidade, poder ser misturado na
proporo de 1:1 com composto orgnico para completar o preenchimento da cova
aps a colocao da muda; sendo de m qualidade, dever ser substitudo
integralmente por terra orgnica.
Aps o completo preenchimento da cova com o substrato, este dever ser
pressionado e irrigado, para favorecer a fixao do torro, sem danificar a muda e sem
compactar a superfcie. Caso ocorra o rebaixamento do substrato, este dever ser
complementado at refazer o nvel.
Figura 31 Sequncia do plantio.
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42
3.2.3. Tutoramento e Proteo
O tutor poder ser de madeira ou material similar, de altura total maior ou igual a
2,30 m, largura e espessura de 4 cm x 4 cm 1 cm, podendo a seco ser retangular
ou circular, com a extremidade inferior pontiaguda para melhor fixao ao solo a uma
profundidade de 50 cm e a uma distncia de 15 cm do caule da muda. O tutor dever
ser fixado na mesma direo do vento predominante (Figura 32).
A amarrao, ou amarrio, ser em forma de (oito deitado) usando-se fita
plstica apropriada, corda de sisal ou outros materiais degradveis.
Havendo necessidade, ser executada a substituio peridica dos tutores e
amarrio, pelo menos durante o primeiro ano de plantio.
A muda receber um protetor que deve atender as seguintes especificaes
(Figura 33):
a) ser confeccionado em tela de arame galvanizado ou outro material similar;
b) possuir seco circular de 60 cm de dimetro;
c) ter altura de 1,80 m acima do nvel do solo.
O protetor deve permanecer, no mnimo, por dois anos, sendo conservado em
perfeitas condies.
Figura 32 Tutoramento da muda ps-plantio.
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43
3.2.4 Manuteno Ps-plantio
A muda receber irrigao complementar, caso no ocorra precipitao
pluviomtrica suficiente para a sua manuteno. At completar dois anos aps o
plantio, a muda, dependendo da espcie, poder receber fertilizao suplementar de
seis em seis meses, com 100g a 200g de NPK, com maior teor de nitrognio,
aplicados em quatro perfuraes equidistantes um pouco alm da projeo da copa ou
na extremidade da rea livre permevel (Figura 34).
Figura 34 Localizao dos furos para aplicao de fertilizantes
Figura 33 Proteo da muda ps-plantio.
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44
A vegetao que surgir espontaneamente na rea livre permevel ser
imediatamente retirada e a cobertura vegetal plantada deve ser mantida afastada do
coleto em um raio de 15 cm a 20 cm (Figura 35).
Devero ser eliminadas brotaes laterais, principalmente basais (ramos
ladres), evitando-se a formao da copa abaixo da altura mnima recomendada
(Figura 36).
Em caso de morte, dano irreversvel ou supresso da muda, a mesma dever ser
reposta, em um perodo no superior a trs meses.
Figura 35 Coroamento da muda
Figura 36 Eliminao de ramos ladres
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45
4 MANEJO E CONSERVAO DA ARBORIZAO
4.1 ASPECTOS GERAIS
Dever ser avaliada, preliminarmente, a possibilidade de readequao do
mobilirio urbano, ao invs da adoo precipitada de servios de poda ou remoo de
rvores.
A utilizao de enfeites e iluminao decorativa no recomendada, sob o ponto
de vista fitossanitrio. Porm, se isso ocorrer, que sejam utilizados materiais que no
prejudiquem a circulao da seiva no tronco ou ramo das rvores, e que os mesmos
sejam imediatamente removidos ao trmino do evento, sob pena de se incorrer em
infrao passiva de penalidades.
Nos projetos luminotcnicos, onde j exista arborizao, os postes e luminrias
sero dispostos de modo a no prejudicar as rvores.
A caiao ou pintura das rvores no permitida em nenhuma circunstncia.
Caso seja constatada, durante a avaliao tcnica, a presena de ninhos
habitados nas rvores a serem removidas, transplantadas ou podadas, os
procedimentos devero ser adiados at o momento da desocupao dos ninhos. No
caso da presena de outros animais abrigados, os rgos competentes devero ser
chamados para captura e destinao apropriadas.
4.2 PODA
A poda nas rvores plantadas em logradouros pblicos ser realizada pela
SEMMA ou por outras instituies pblicas e particulares credenciadas ou
conveniadas. Quando a poda for executada por outras instituies, a SEMMA poder
autorizar e supervisionar o servio.
4.2.1 Definies
Para efeito deste Manual so considerados os seguintes tipos de poda,
denominados conforme seus objetivos:
a) poda de formao: realizada no viveiro, com a finalidade de se obter mudas
com padro ideal para plantio no meio urbano, utilizando-se tesoura de poda para o
corte de ramos de at 15 mm de dimetro (Figura 37);
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46
b) poda de conduo e levantamento da copa: realizada sistematicamente
durante a fase de desenvolvimento da rvore com o objetivo de adequar a copa ao
espao disponvel, eliminando-se ramos que dificultem a passagem de pedestres e
veculos;
c) poda de limpeza: consiste na eliminao de ramos necrosados, defeituosos,
lascados, quebrados ou atacados por pragas, entre estas as ervas-de-passarinho
(Figura 38);
Figura 37 Poda de formao
Figura 38 Poda de limpeza
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47
d) poda de correo ou adequao (Figura 39): consiste na remoo de ramos
que estejam em desarmonia com a forma natural da copa ou eliminao de
bifurcaes (ramos co-dominantes ou em ngulo agudo);
e) rebaixamento de copa: aplicada para recompor o equilbrio fsico da rvore,
alterado por interferncias anteriores, reduzindo-se a altura em toda a extenso de sua
copa, de modo a reconstituir sua forma e estrutura, mesmo que paulatinamente.
Somente pode ser empregada em rvores de crescimento simpodial (Figura 40);
Figura 39 Poda de correo
Figura 40 Rebaixamento da copa
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48
poda de regenerao (poda drstica): realizada com a finalidade de renovao integral
da copa a partir das principais ramificaes;
f) poda de conteno de razes: visa restringir o desenvolvimento da parte area,
pelo princpio do equilbrio, e evitar danos ao calamento e edificaes;
g) poda emergencial: visa eliminar situaes de risco vida e a propriedade;
h) topiaria ou poda ornamental: visa transformar a copa em figuras geomtricas
ou representativas de animais ou smbolos, alterando a forma especfica ou original.
A poda drstica somente ser executada mediante prvia avaliao tcnica da
SEMMA. Podas ornamentais na rea pblica somente podero ser executadas
mediante projetos paisagsticos e urbansticos autorizados pela SEMMA.
4.2.2 Aplicaes
A poda de rvores em logradouros pblicos ser executada:
a) para conduo, visando eliminar ramos ladres (epicrmicos), superpostos ou
cruzados, e elevar a copa;
b) sob fiao, quando representarem riscos de acidentes ou de interrupo dos
sistemas eltrico, de telefonia ou de outros servios;
c) para conduo de espcies de grande porte, de modo que a ramificao
ultrapasse as redes areas;
d) para limpeza, visando somente retirada de galhos secos, apodrecidos,
quebrados ou com pragas;
e) quando os galhos estiverem causando interferncias prejudiciais em
edificaes, na iluminao ou na sinalizao de trnsito nos logradouros pblicos;
f) para manuteno da forma especfica ou para correo de crescimento
anormal;
g) para a recuperao do vigor de rvores de rara beleza e de valor significativo.
4.2.3 poca de Realizao
A poca adequada para a realizao do trato cultural depende do tipo de poda:
a) poda de formao, conduo e limpeza: a qualquer tempo, mas
preferencialmente na poca menos chuvosa e/ou aps a florao ou frutificao,
dependendo da fenologia da espcie;
b) poda de correo e regenerao: exclusivamente na poca menos chuvosa,
preferencialmente no perodo de desfolha das espcies decduas ou aps a florao
ou frutificao nas espcies perenifolias.
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49
4.2.4 Tcnicas de Poda
Anualmente o volume da copa ser reduzido em at 30%, salvo em casos
especficos respaldados por laudo tcnico (Figura 41).
Antes de efetuar o corte, o podador far o reconhecimento da crista e do colar
(Figura 42), que so estruturas de defesa da rvore contra leses e, tambm,
responsveis pelo derrame natural dos galhos (absciso). O corte dever resguardar
essas estruturas e ser ligeiramente oblquo, para evitar o acmulo de gua, sem deixar
rugosidades na casca ou no lenho.
No caso da crista e do colar no estarem evidentes, porm sendo observada
uma reentrncia na parte basal do ramo (fossa basal), significando o incio do
processo de absciso, o corte ser feito ligeiramente oblquo, bem prximo ao ramo
que ir permanecer na rvore (Figura 43).
Figura 41 Poda em etapas
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50
Ramos de maior dimetro devem ser eliminados pelo processo de trs cortes: o
primeiro de baixo para cima a uns 30 cm do colar; o segundo de cima para baixo,
inclinado, um pouco aqum do primeiro; e o terceiro, de baixo para cima junto ao colar.
Figura 42 Reconhecimento da crista e do colar
Figura 43 Local e posio do corte.
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51
Antes, porm, o peso do galho deve ser diminudo pela eliminao da ramagem, de
forma a prevenir o rompimento da casca do ramo original.
O operador poder, ainda, optar pelo processo de quatro cortes, formando uma
quilha antes de destacar completamente o ramo, evitando assim danos lmina da
motosserra (Figura 44).
Figura 44 Sequncia dos cortes para eliminao de ramo pesado.
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52
4.3 OUTROS TRATOS CULTURAIS
4.3.1. Controle de Pragas
O controle de pragas que atacam as rvores localizadas no espao pblico de
grande importncia para manter a sanidade e, consequentemente, propiciar a
longevidade dos espcimes.
Dentre as principais pragas observadas na arborizao urbana de Belm,
destacam-se: fungos, bactrias, cupins, savas, brocas, lagartas, cochonilhas, pulges
e ervas daninhas. Existem outros insetos que apenas se hospedam ou se alimentam
do nctar das flores sem causar danos s rvores; entretanto, podem se tornar um
incmodo para as pessoas, como, por exemplo, trips (Lacerdinha) e abelhas.
Os fungos e bactrias causam apodrecimento do tronco e das razes, sendo de
difcil controle, pelo que devem ser evitados atravs da manuteno do arejamento e
da drenagem na rea livre. Tambm a realizao da poda segundo as tcnicas
descritas neste Manual permite a perfeita reconstituio dos tecidos impedindo o
ataque desses microorganismos.
Os cupins, que normalmente se instalam onde o lenho j est apodrecido,
formam colnias que proliferam rapidamente consumindo o tecido de sustentao de
troncos e ramos. As savas, que tambm formam colnias, atacam a parte area do
vegetal, consumindo folhas e ramos tenros.
As brocas, que so larvas de besouros, cavam galerias em estipes e troncos, e
as lagartas, que so larvas de borboletas e mariposas, se alimentam das folhas e
brotos novos. So comuns, tambm, os pulges e as cochonilhas (lanuginosas ou de
carapaa) que se instalam nas folhas e nos ramos sugando a seiva da planta.
O primeiro passo para o controle das pragas o monitoramento constante. Para
insetos que formam colnias, este controle ser efetuado mediante a destruio do
ninho e eliminao da rainha.
Para eliminar as brocas ser possvel injetar inseticidas volteis, piretrides ou
fosforados, e fechar o furo com barro ou cera, de modo a criar uma cmara de gs,
que atingir a larva. Contra as lagartas, o processo ser mecnico, por meio de
catao manual, e colocao de armadilhas para apanhar o inseto adulto.
Alm das orientaes discriminadas acima, existe a possibilidade de uso de
leos minerais e vegetais hidrossolveis, de inseticidas biolgicos, alm de outros
defensivos alternativos, que no apresentem toxidade para as pessoas, animais
domsticos e para as prprias rvores. O controle de pragas ser de competncia
exclusiva da SEMMA ou empresa autorizada por esta.
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53
4.3.2 Controle de Ervas Parasitas e Plantas Epfitas
Denominam-se de erva-de-passarinho vrias espcies da famlia Loranthaceae,
como Tripodanthus acutifolius (Ruiz & Pav.) Thiegh, Struthanthus vulgaris Mart.
Phthirusa pyrifolia Mart., entre outras (Figura 45). So plantas hemiparasitas que
geralmente atacam os ramos situados na periferia da copa das rvores; assim sendo,
na poda de limpeza sero retirados to somente esses ramos, de modo a no alterar o
formato da copa.
Caso o ataque seja intenso, poder haver a necessidade de se eliminar apenas a
parte exteriorizada da erva-de-passarinho, para no reduzir demais a copa da rvore.
Porm, a permanncia das partes interiorizadas ser motivo para a volta da
infestao; da a previso do retorno, aps a hospedeira rebrotar, para a eliminao
exclusiva dos ramos atacados.
Plantas conhecidas como mata-pau (Ficus sp) no so propriamente parasitas,
mas afetam as rvores por estrangular o tronco e recobrir a folhagem. Normalmente,
suas razes se desenvolvem da copa para o solo, onde se espalham, disputando
nutrientes e gua com a rvore. H, portanto, necessidade de se eliminar
completamente esse vegetal antes que atinja o solo (Figura 46).
Figura 45 Infestao por erva-de-passarinho estgio inicial e avanado.
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comum as rvores abrigarem plantas epfitas como bromlias, cactceas,
arceas e samambaias que, mesmo no sendo parasitas, acumulam gua da chuva
em forquilhas e pesam sobre os ramos, de modo que, preventivamente, podero ser
retiradas completa ou parcialmente (Figura 47).
4.3.3 Poda de Razes
O corte de razes com dimetro acima de 10 mm contraindicado, pois quanto
maior o dimetro da raiz, mais demorada a regenerao e maior o comprometimento
da estabilidade da rvore. Comprovada a necessidade da poda, esta jamais ser feita
em toda a circunferncia do tronco.
Devero ser executadas obras para adequao ou ampliao da rea livre no
pavimentada, quando a rvore existente apresentar razes aflorando alm do limite de
1,00 m.
Caso seja necessrio podar a raiz, o primeiro procedimento consiste em abrir
uma valeta para expor a parte da raiz que ser podada. O corte deve ser realizado a
uma distncia mnima de 50 cm a partir do coleto da rvore, com serra manual ou
mecnica, afiada.
4.4 TRANSPLANTIO
O transplantio um processo que visa retirar uma rvore j estabelecida num
determinado local e plant-la em outro lugar. Para eliminar ou diminuir a necessidade
de irrigao, o transplantio ser feito preferencialmente durante a poca mais chuvosa.
Figura 46 Mata-pau (Ficus sp)
Figura 47 Bromlia epfita
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55
O incio do processo o que se denomina de desmame ou sangria, que consiste
em abrir um sulco profundo em torno da rvore a ser transplantada numa
circunferncia cujo raio equivale a aproximadamente um tero da projeo da copa
antes que esta seja podada. Essa etapa visa fazer com que novas razes se
desenvolvam lateralmente adensando o torro.
O passo seguinte consiste em revestir esse torro com manta de aniagem ou
plstica que ser convenientemente amarrada. Dependendo da espcie, procede-se
imediatamente poda da parte area, reduzindo-a em no mximo 30%.
A cova no novo local precisa ser de tamanho suficiente para conter o torro, com
folga. Para soltar a rvore do solo, a raiz pivotante deve ser cortada, usando-se ferro
de cova ou outra ferramenta mais adequada. A rvore , ento, levantada, com
equipamento apropriado, e o torro completamente envolvido pela manta. Assim, a
rvore ser acondicionada no caminho que ir transport-la ao novo local.
O plantio se assemelha ao de uma muda comum; entretanto, preciso garantir a
estabilidade da rvore, reforando o tutoramento. rvores com altura superior a 4,00 m
e as palmeiras devem ser amparadas por trs tutores em forma de trip.
4.5 DENDROCIRURGIA
Denomina-se de dendrocirurgia o tratamento que visa recuperar a rvore de
injrias e cavidades no lenho, ou apenas reforar a estrutura da mesma atravs do
preenchimento desses espaos ou da instalao de escoras de diversos tipos e
materiais.
No caso de ferimentos, o processo tem incio pela limpeza da cavidade, quando
todo material apodrecido raspado e retirado. Em seguida realizado o
preenchimento da cavidade com cimento ou poliuretano.
4.6 SUPRESSO
A supresso somente ser efetuada aps emisso de laudo tcnico pela
SEMMA, comprovando que a rvore oferece perigo de queda ou de danos crescentes
e irreversveis ao patrimnio, devido ao estado fitossanitrio irrecupervel ou quando
estiver morta.
O processo de supresso da rvore comea pela diminuio do peso da copa e
termina com o destocamento e recomposio da rea livre para posterior plantio de
nova muda.
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5 MANGUEIRAS E SUMAUMEIRAS
Devido importncia das mangueiras (Mangifera indica L.) e sumaumeiras
(Ceiba pentandra L.) na paisagem urbana do municpio de Belm, o plantio e a
manuteno sero realizados conforme as orientaes deste Manual para espcies de
grande porte e mediante critrios especficos.
5.1 ONDE PLANTAR
5.1.1 Em Passeios Pblicos
As mangueiras sero plantadas apenas em passeios cuja largura seja igual ou
superior a 3,60 m e, preferencialmente, onde houver afastamento das edificaes, por
ser uma espcie de grande porte.
A rea livre permevel ser de 1,00 m, como recomendado para qualquer
espcie, prevendo-se a necessidade da ampliao dessa rea caso ocorra o aumento
excessivo do dimetro do coleto.
O alinhamento das mangueiras ser distanciado do alinhamento dos postes da
rede eltrica em no mnimo 1,00 m, e essa rede ser preferencialmente do tipo
compacta.
Nos passeios de qualquer largura onde existirem mangueiras centenrias sero
usadas mudas da mesma espcie para repor perdas ou substituir rvores plantadas
inapropriadamente.
No ser permitido o plantio de sumaumeira em passeios pblicos.
5.1.2 Em Canteiros Centrais
Para receber mangueiras, o canteiro central ter largura mnima permevel de
3,00 m e espao subterrneo livre de no mnimo 4,00 m de profundidade por 4,00 m
de largura (Figura 48).
Os canteiros no podero abrigar redes areas e subterrneas na rea
permevel no mesmo sentido do alinhamento das rvores.
No ser permitido o plantio de sumaumeira em canteiros centrais.
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5.1.3 Em Parques Lineares
Em parques lineares cujas caractersticas do solo permitam o plantio de
mangueiras, estas sero dispostas como qualquer outra espcie de grande porte
(Figura 49).
Figura 48 Condies do canteiro central para o plantio de mangueiras.
Figura 49 Condies do logradouro para o plantio de sumaumeiras.
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O plantio de sumaumeira, espcie de porte muito grande, exigir que o parque
linear tenha no mnimo 12,00 m de largura na rea permevel e que a calha da
avenida possua no mnimo 24,00 m de largura. Nesse caso, a disposio da rvore
ser centralizada e distar no mnimo 10,00 m de esquinas ou cruzamentos. s
demais distncias estipuladas para rvores de grande porte, sero acrescentados 4,00
m, no mnimo, quando se planejar o plantio de sumaumeiras (Tabela 4)
Tabela 4 Condies do canteiro central ou parque linear para o plantio de sumaumeira e mangueira.
Porte (m) Largura total
Largura permevel
Largura da calha
Distncia ao cruzamento
Sumaumeira1 12,00 24,00 10,00
Mangueira2 4,00 3,00
1 exclusivamente em parques lineares 2 inclusive espcies de grande porte ou que possuam razes superficiais Fonte: autores, 2012
5.1.4 Em Praas
Dependendo da largura do calamento externo da praa, esta poder ser
arborizada por mangueiras seguindo-se os mesmos parmetros estipulados para
rvores de grande porte em passeios pblicos. Internamente, as mangueiras podero
ser dispostas como convier ao paisagista, desde que observadas as distncias
estabelecidas para o plantio dessa espcie em parques lineares.
As sumaumeiras sero plantadas apenas na rea interna das praas e parques,
seguindo-se o mesmo distanciamento preconizado para o plantio dessa espcie em
parques lineares.
5.1.5 Em Vias de Pedestres e Estacionamentos
O plantio de mangueiras em vias de pedestres e estacionamentos no
recomendado, enquanto que o plantio de sumaumeira no ser permitido em tais
locais.
5.2 PRODUO E PLANTIO DAS MUDAS
O padro das mudas de mangueira ser o mesmo para as demais espcies,
exceto quanto disposio dos ramos que iro formar a copa. Em funo da
arquitetura prpria da espcie, sero mantidas 3 (trs) a 5 (cinco) ramificaes
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partindo de um mesmo ponto do caule principal, porm sempre acima de 1,80 m da
base (Figura 50).
Sero produzidas mudas por meio de enxertia, visando diminuio da altura da
planta, para utilizao em projetos especficos, ou obteno de um maior nmero de
plantas a partir de matrizes de caractersticas desejveis.
Em qualquer caso, as sementes sero colocadas para germinar em embalagens
provisrias, com capacidade para 05 ou 08 litros, dispostas em ambiente sombreado
at o aparecimento do primeiro par de folhas definitivas, quando sero gradativamente
expostas ao sol, evitando-se, assim, o estiolamento. Quatro a seis meses aps a
germinao, a muda ser repicada para a embalagem definitiva.
As sementes de sumama sero colocadas para germinar em tubets e sero
repicadas, quando atingirem 15 a 20 cm de altura, para a embalagem definitiva.
Ambas as espcies recebero, alm dos tratos corriqueiros no viveiro, a poda de
formao, restrita eliminao de ramos que porventura se formem abaixo de 1,80 m.
Os procedimentos de preparo da cova, plantio, tutoramento, proteo e
manuteno ps-plantio sero os mesmos para qualquer outra espcie.
Figura 50 Formao da muda de mangueira.
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60
5.3 MANEJO DAS RVORES EXISTENTES
A poda ser praticada na mangueira durante os primeiros anos aps o plantio,
apenas para a conduo e levantamento gradativo da copa, a fim de que esta no
impea a circulao de pessoas ou veculos, bem como para que ultrapasse as redes
areas.
A poda de limpeza ser executada sempre que seja constatada, nas vistorias
peridicas, a presena de erva-de-passarinho e ramos necrosados ou atacados por
pragas. O processo ser o mesmo utilizado para qualquer outra espcie de rvore.
Dependendo do inventrio qualitativo das rvores existentes, as mangueiras
podero receber poda de correo ou adequao gradativa forma especfica. Poder
haver necessidade da execuo de podas drsticas para o rebaixamento da copa ou a
regenerao de indivduos senescentes. Excetuando esses casos ser admitida a
retirada de no mais que 30% do volume da copa por ocasio de uma nica poda.
A poda de limpeza e formao ser realizada a qualquer tempo, porm
preferencialmente durante a desfolha, para melhor visualizao dos ramos atacados e
para garantir a segurana do operador. As podas de conduo, correo e
regenerao sero realizadas obrigatoriamente no perodo de desfolha, que coincide
com o incio da estiagem.
Apenas excepcionalmente poder ser realizada poda de conteno de razes em
mangueiras jovens. Tal prtica no se aplica s sumaumeiras.
Para a realizao da poda, as equipes disporo de maquinrio e ferramental
condizente com a altura da rvore naquele momento e o dimetro dos ramos a serem
retirados: rvores com mais de 10 m de altura sero trabalhadas, necessariamente, a
partir de guindastes munidos de cestas para duas pessoas, que permitam ao operador
total liberdade para assumir a posio mais adequada tarefa. A tcnica para podar
ser a mesma empregada para as demais espcies.
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GLOSSRIO
Absciso processo pelo qual a planta naturalmente elimina ramos sem funes.
rvores senescentes rvores em estgio natural de declnio devido idade.
Arvoretas arbustos que submetidos poda adquirem a conformao de uma rvore de porte pequeno.
Colar camada enrugada abaixo de um ramo, na insero deste no tronco ou em outro ramo, formada pela sobreposio de tecidos do lenho e da casca.
Coleto regio de transio entre a raiz e o tronco das rvores.
Crista parte superior da insero de um ramo no tronco ou em outro ramo, formada pela juno da casca de ambos; estrutura correspondente ao colar na parte superior do ramo.
Desmame corte das razes, em crculo, a certa distncia do tronco de mudas ou rvores plantadas no solo, visando consolidar o torro, antes da separao definitiva pelo corte transversal.
Destocamento procedimento de retirada dos restos da rvore aps a eliminao da copa.
Destorroar desfazer o torro.
Dossel cobertura formada pela sobreposio das copas das rvores.
Edificaes lindeiras construes destinadas a qualquer uso, situadas ao longo das vias urbanas ou rurais que com elas se limitam.
Enxertia processo de obteno de mudas por meio da soldadura de parte de uma planta, cujas caractersticas se deseja manter em outra planta, geralmente da mesma espcie, porm de origem imprecisa.
Espcies decduas ou caduciflias aquelas que trocam completamente as folhas em um determinado perodo do ano.
Espcies exticas aquelas cuja origem no no ecossistema ou regio considerado.
Espcies nativas da Amaznia aquelas originrias do ecossistema amaznico.
Espcies nativas do Brasil aquelas originrias nos diversos ecossistemas brasileiros.
Espcies pereniflias ou persistentes aquelas nas quais a troca de folhas se d paulatinamente, de modo que a copa fica permanentemente enfolhada.
Espcies semicaducas aquelas que trocam anualmente as folhas, porm no de uma s vez, de modo que a copa no fica totalmente desfolhada.
Esquina ponto de encontro dos alinhamentos dos lotes de uma quadra.
Estiolamento sintomas apresentados pelas plantas que denunciam a carncia de luz.
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Folhas membranceas folhas em lminas pouco espessas, em cujas paredes no se depositam substncias que as tornem rijas.
Lenho parte interna do tronco e ramos, responsvel pela sustentao.
Mobilirio urbano todo elemento implantado no espao pblico da cidade, com funes prprias, de interesse urbanstico, paisagstico, simblico, cultural, comercial e social.
NPK sigla que designa trs dos principais nutrientes para as plantas (N-nitrognio, P-fsforo e K-potssio), tambm chamados de macronutrientes.
Pivotante ou axial tipo de raizame no qual as razes laterais partem de uma principal (axis) que se aprofunda no sentido inverso ao crescimento do tronco.
Plntulas a condio do embrio vegetal aps a germinao. Geralmente formado por uma ou duas folhas que podem ser bem diferentes das posteriores.
Ramos codominantes ramos de dimetros semelhantes, originados de bifurcao ascendente do tronco principal, que passam a substitu-lo.
Repicagem o ato de transferir a plntula da sementeira para uma embalagem individual ou desta para embalagem maior durante a fase de desenvolvimento da muda no viveiro.
Simpodial crescimento dos ramos em vrias direes a partir do tronco ou ramos secundrios.
Torro conjunto formado pelas razes e o solo ou substrato que as sustentam.
Tratos culturais o conjunto de prticas que permitem que um vegetal expresse ao mximo suas potencialidades.
Tutoramento processo de sustentao da muda atravs de uma estaca ou tutor.
Vegetao herbcea grupo de plantas de caule macio ou malevel, normalmente de pouca altura ou trepador, devido reduzida ou nenhuma deposio de lignina nos tecidos; contrape-se vegetao lenhosa.
http://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Macronutrientes&action=edit&redlink=1
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63
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA
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APNDICE A Relao de espcies botnicas
Espcies de porte muito grande (>24 m de altura e de dimetro de copa)
Nome vulgar: Andiroba
Nome cientfico: Carapa guianensis Aubl.
Famlia: Meliaceae
Origem: floresta amaznica; rea de vrzea inundvel
Copa: ciclndrica , pereniflia.
Fenologia: florao, jan fev e ago set; disperso,
fev-mar e jun-jul.
Cor da flor: esbranquiada
Obs: frutos grandes e pesados; sementes produtoras
de leo repelente de insetos e de uso medicinal. Fuste
retilneo e desrama natural.
Nome vulgar: Caju-au ou caju da mata
Nome cient.: Anacardium spruceanum Benth. ex Engl
Famlia: Anacardiaceae
Origem: floresta amaznica; terra firme
Copa: sem forma definida; pereniflia
Fenologia: florao: jul ago;
Cor da flor: esbranquiada
Obs: brcteas coral na base das inflorescncias so
mais decorativas que as flores
Nome vulgar: Cumar
Nome cientfico: Dipteryx odorata (Aubl.) Willd.
Famlia: Fabaceae
Origem: floresta amaznica; terra firme e matas de
vrzea.
Copa: globular; pereniflia
Fenologia: florao, set - dez; disperso, abril jul.
Cor da flor: lils Obs: tronco ereto, cilndrico, rugoso e descamante
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Nome vulgar: Freij cinza
Nome cientfico: Cordia goeldiana Huber
Famlia: Boraginaceae
Origem: floresta amaznica; terra firme
Copa: caducifolia parcial
Fenologia: florao, set out ;
Cor da flor: branca
Obs: crescimento rpido e a casca do caule se solta em
placas.
Nome vulgar: Mogno
Nome cientfico: Swietenia macrophylla King.
Famlia: Meliaceae
Origem: floresta amaznica em reas de terra firme
Copa: espalhada; semi-decdua
Fenologia: florao: nov-jan; disperso: maio-set.
Cor da flor: amarelada
Obs: fuste reto, com desrama natural; sementes aladas.
Nome vulgar: Munguba
Nome cientfico: Pseudobombax munguba (Mart. &
Zucc.) Dugand
Famlia: Malvaceae
Origem: floresta amaznica; vrzea inundvel
Copa: cnica, caduciflia
Fenologia: florao, abr mai; disperso, set out
Cor da flor: branca inexpressiva
Obs: crescimento rpido; possui razes superficiais em
pequenas sapopemas; tronco ereto com ranhuras
acizentadas; perde totalmente a folhagem deixando
evidente os frutos marrom-avermelhados.
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Nome vulgar: Parapar
Nome cientfico: Jacaranda copaia (Aubl.) D. Don.
Famlia: Bignoniaceae
Origem: floresta amaznica; terra firme
Copa: globular; semi-caduca
Fenologia: florao, ago set; disperso, jan mar.
Cor da flor: azul-violcea
Obs: rpido crescimento, florao vistosa sobre a
copa.
Nome vulgar: Paric
Nome cient.: Schizolobium parahyba var. amazonicum (Huber ex Ducke) Barneby
Famlia: Fabaceae
Origem: floresta amaznica; terra firme e vrzea alta
Copa: umbeliforme; caduciflia total
Fenologia: florao:mai jul; disperso, ago nov.
Cor da flor: amarela Obs: tronco cilindro e reto; razes superficiais em sapopemas; disperso das sementes pelo vento
Nome vulgar: Seringueira
Nome cientfico: Hevea brasiliensis (Willd. ex A. Juss.)
Mell. Arg.
Famlia: Euphorbiaceae
Origem: floresta amaznica; terra firme
Copa: globular; caduciflia.
Fenologia: florao, jul ago; disperso, out dez
Cor da flor: bege
Obs: as folhas velhas tomam colorao marrom antes
da queda e as novas surgem com uma tonalidade
verde clara brilhante; H. pauciflora pereniflia.
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Nome vulgar: Sumaumeira
Nome cientfico: Ceiba pentandra (L.) Gaertn.
Famlia: Malvaceae
Origem: floresta amaznica; terra firme
Copa: globular, caduciflia.
Fenologia: florao, jun ago; disperso, out nov.
Cor da flor: branco-avermelhada inexpressiva.
Obs: crescimento rpido; possui razes superficiais em
grandes sapopemas; o dimetro do tronco chega a
1,60m; perde totalmente a folhagem durante a
frutificao
Nome vulgar: Urucurana
Nome cientfico: Sloanea guianensis (Albl.) Benth.
Famlia: Eleocarpaceae
Origem: mata atlntica em terrenos de vrzea
Copa: piramidal muito densa.
Fenologia: florao, jan fev; disperso, ago set.
Cor da flor: branca a rseo clara
Nome vulgar: Visgueiro
Nome cientfico: Parkia pendula (Willd.) Benth. ex
Walp.
Famlia: Fabacea
Origem: floresta amaznica; terra firme
Copa: ampla e plana, caducifolia parcial
Fenologia: florao, agos - out; disperso, dez mar.
Cor da flor: vinho
Obs: frutos so alimento para aves, mamferos e
insetos polinizadores; liberam seiva (goma) pegajosa
que provoca manchas profundas
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Espcies de grande porte (altura 12,0 a 24,0m e dimetro 16,0 a 24,0 m)
Nome vulgar: Accia javanesa
Nome cientfico: Cassia javanica L.
Famlia: Fabaceae
Origem: extica
Copa: pendular; caduciflia total.
Fenologia: florao: set out
Cor da flor: rosada
Obs: a desfolha se d a partir de agosto, vindo a seguir a florao e o reenfolhamento; no aceita poda.
Nome vulgar: Benjaminzeiro
Nome cientfico: Ficus microcarpa L. f.
Famlia: Moraceae
Origem: extica
Copa: umbeliforme densa; pereniflia
poca da frutificao: out nov.
Cor do fruto: rosado quando maduro
Obs: atrativa de trips; razes adventcias.
Nome vulgar: Castanhola ou Chapu-de-sol
Nome cientfico: Terminalia catappa L.
Famlia: Combretaceae
Origem: extica
Copa: cilndrica em camadas atingindo 20m de
dimetro; caduciflia total
Fenologia: florao, set out;
Cor da flor: branco-esverdeada
Obs: enfolhamento rpido
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Nome vulgar: Chuva-de-ouro
Nome cientfico: Senna ferruginea (Schrad.) Schrader ex DC.
Famlia: Fabaceae
Origem: floresta amaznica; terra firme
Copa: umbeliforme rala; caducifolia total
Fenologia: florao: dez mar
Cor da flor: amarela
Obs: cacho de flores perfumadas
Nome vulgar: Flamboyant
Nome cient.: Delonix regia (Bojer ex Hook.) Raf.
Famlia: Fabaceae
Origem: extica
Copa: pendular, alcanando 20m de dimetro; caduciflia total; enfolhamento lento.
Fenologia: florao, out-nov.
Cor da flor: vermelha a alaranjada
Obs: raiz tabular; no aceita poda.
Nome vulgar: Lanterneira ou Lofntera da
Amaznia
Nome cientfico: Lophanthera lactescens Ducke
Famlia: Malpighiaceae
Origem: floresta amaznica; vrzea alta
Copa: cnica aberta, semicaduca.
Fenologia: florao: maior profuso set nov
Cor da flor: amarela
Obs: cachos densos pendentes nas extremidades
dos ramos
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Nome vulgar: Mangueira
Nome cientfico: Mangifera indica L.
Famlia: Anacardiaceae
Origem: extica
Copa: globular; caduciflia total; enfolhamento rpido
Fenologia: florao, jul set; frutificao, out fev.
Cor da flor: creme a amarelo-esverdeada
Obs: frutos comestveis in natura; patrimnio cultural do Municpio de Belm.
Nome vulgar: Pinho tropical
Nome cientfico: Pinus caribea var. hondurensis
(Sncl.) W.H.G. Barrett & Golfari
Famlia: Pinaceae
Origem: extica
Copa: cnica e densa
Obs: no aceita poda
Nome vulgar: Tamarindo
Nome cientfico: Tamarindus indica L.
Famlia: Fabaceae
Origem: extica
Copa: perenifolia
Fenologia: florao, set dez; frut. mar jul.
Cor da flor: branca ou rosada
Obs: crescimento lento, fruto comestvel
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Nome vulgar: Tamarindo negro ou Dialium
Nome cientfico: Dialium guianense (Aubl.)
Sandwith
Famlia: Fabaceae
Origem: nativa
Copa: globular densa; pereniflia
Fenologia: florao: jan.; disperso, set.
Cor da flor: esverdeada
Obs: folhas novas avermelhadas em ramos
pendentes
Nome vulgar: Tanimbuca ou Cuiarana
Nome cientfico: Buchenavia grandis Ducke
Famlia: Combretaceae
Origem: floresta amaznica em rea de vrzea
Copa: cnica rala e verticilar; caduciflia
Fenologia: florao, ago set ; disperso, abr mai.
Cor da flor: esbranquiada
Obs: fruto baga atrativa de pssaros
Nome vulgar: Tento vermelho ou Tento Carolina
Nome cientfico: Adenanthera pavonina L
Famlia: Fabaceae
Origem: extica
Copa: pereniflia
Fenologia: florao e frutificao, mar abr.
Cor da flor: amarela
Obs: sementes vermelhas utilizadas em artesanato
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Espcies de mdio porte (altura 6,0 a 12,0 m e dimetro da copa 8,0 a 16,0m )
Nome vulgar: Accia de sio
Nome cientfico: Senna siamea (Lam.) H.S. Irwin &
Barneby
Famlia: Fabaceae
Origem: extica
Copa: globular; perenifolia
Fenologia: florao, contnua
Cor da flor: amarela
Obs: crescimento rpido, aceita poda
Nome vulgar: Andir-uxi
Nome cient: Andira inermis (W. Wright) Kunth ex DC
Famlia: Fabaceae
Origem: floresta amaznica; terra firme
Copa: globular densa; caduciflia total
Fenologia: florao, out nov
Cor da flor: rosada
Obs: reenfolhamento