Manual de Bettas..

download Manual de Bettas..

of 48

Transcript of Manual de Bettas..

MANUAL DE BETTAS

[email protected]

PreparaoSe voc iniciante, interessante que voc entre em contato (mesmo que via internet) com criadores experientes na busca de boas matrizes e culturas de alimentos vivos (devem ser iniciadas o mais cedo possvel). Matrizes de boa qualidade dificilmente sero encontradas em lojas. Voc deve preferencialmente adquiri-las de algum criador. Sugiro que voc adquira, no mnimo, dois casais. Voc deve fazer uma boa alimentao no mnimo uma semana antes de colocar as matrizes para cruzar. interessante preparar duas fmeas.

Equipamento

Exemplo de tanque de reproduo. Copo plstico ou de isopor cortado na vertical. Este artifcio vai servir de suporte para o ninho. O macho dificilmente vai escolher outro lugar para fazer o ninho. Voc pode prend-lo ao vidro por meio de uma ventosa ou colando o copo com uma boa fita adesiva(A fita adesiva costuma descolar) Voc tambm pode optar por somente um simples pedao retangular de isopor no canto do aqurio.No caso do copo plstico, prefira um de cor 2

opaca pois o transparente ele pode ignorar. Recipiente para a fmea. Eu uso uma garrafa PET transparente com o fundo parcialmente cortado, pois assim na hora em que a fmea for solta, no ira mexer muito na gua, correndo menos riscos de leso ao ninho de bolhas. Elabore uma rgua graduada em centmetros(ou polegadas) para voc ter um melhor controle da coluna d'gua. Pode ser feita com fita crep ou colando uma rgua mesmo.

Termmetro. Lojas de equipamentos mdicos vendem termmetros de preciso muito rpidos e confiveis por um preo acessvel. OBS: Tenha cuidado para no comprar um termmetro clnico de febre, pois eles s medem a temperatura mxima.

Aquecedor com termostato. muito importante ter um aquecedor com termostato, mesmo em regies de clima estvel. Uma queda brusca de temperatura , quase sempre, um desastre. Os aquecedores ideais, neste caso so os eletrnicos como o italiano "Visitherm"(varia apenas 0.2C), porm so equipamentos caros(+ ou - US$ 50,00). Voc pode usar os comuns (aquele com a rodinha em cima), mas digo j que eles no funcionam direito. Se depois de uma semana funcionando perfeitamente voc chegar em casa e a gua estiver nos 36 ou nos 15, no diga que no foi avisado. Se quiser usar(o de rodinha) coloque dentro de um recipiente cheio d'gua, visto que deve ficar quase todo submerso. Tanque de criao. O tamanho do tanque depende muito da tcnica e da experincia de cada criador. Para um iniciante o tamanho ideal de 40x20x30cm (CxLxH). Pode ser de vidro, plstico, isopor etc... Deve ter Tampa. A tampa conserva melhor a temperatura e umidade da superfcie, segura o ninho por mais tempo e vai proteger os alevinos de um choque trmico na hora de respirar.No deve ser muito alto. No Mximo 30cm! Mais que isso vai atrapalhar na hora (horas e horas) de manuteno. Certifique-se se h instalao eltrica de fcil acesso. Musgo-de-java. essencial ter plantas vivas no aqurio, devido sua capacidade de filtragem, absoro de toxinas, suporte para os alevinos e como um eventual esconderijo para a fmea. Compressor de ar. Na hora de escolher o seu compressor informe-se com o vendedor se ele tem peas de reposio.

3

Condicionadores e testes de gua. Anti-cloro, Teste de pH, etc.

Montagem do Aqurio de Reproduo

Voc pode preparar o aqurio alguns dias antes de colocar o casal. Assim voc ter tempo para testar os equipamentos, pH , temperatura, etc. Mantenha o aqurio sem habitantes neste perodo. Evite artifcios qumicos. Ex.: Condicionadores, preventivos etc... Use apenas, gua limpa (sem cloro) e plantas naturais(devidamente desinfetadas).

ComeandoO macho escolhido colocado no aqurio. Neste momento ele comea a fazer um reconhecimento detalhado do espao. O tempo que ele fica sozinho relativo. J tive boas experincias com algumas horas e com um dia inteiro sozinho. Hora de colocar a fmea. Coloque a garrafa com o fundo cortado em frente ao ninho, de modo que o macho possa rode-lo. Coloque a fmea que vai ficar em "Banho Maria". Este artifcio serve para que a fmea no seja atacada num primeiro momento.

O macho percebe que se trata de uma fmea e em pouco tempo comea a construir o ninho de bolhas ( normal que ele demore um pouco a comear a construo do ninho que pode demorar at umas 2 horas aps a colocao da fmea). O casal deve "namorar" nesta situao at que a fmea apresente certos sinais de que aceitou o macho e o macho ter construdo um ninho.

4

Fmea apresenta listas verticais. Nada em "zig-zag", nadadeiras fechadas, sempre prestando ateno no macho. Macho construindo o "ninho de bolhas".

Deixe a fmea na garrafa por no mximo 24 horas. Neste perodo o macho j deve ter construdo um bom ninho de bolhas. Caso contrrio voc pode pegar o ninho de outro macho com uma colher e coloc-lo no local desejado. Isto deve incentivar o macho. Aps este perodo, mesmo que o macho no tenha construdo ninho, voc deve soltar a fmea . Ele pode comear a construir com a fmea solta.

5

Super ninho!

Ao soltar a fmea no aqurio esteja preparado para ver o "pau comer"! O macho vai dar uns safanes na fmea e vice-versa. Eu observo o seguinte. Logo no incio a fmea vai embaixo do ninho como quem faz uma "vistoria". O macho por sua vez fica muito agitado, fazendo um "ballet" onde empurra a gua para cima da fmea. Ele bate nela sempre que ela vai embaixo do ninho, como se dissesse: -Sa que eu no acabei ainda!!

DesovaO acasalamento propriamente dito (desova) deve demorar um certo tempo. A mdia que ocorra em 24h. Se o macho no estiver machucando muito a fmea voc pode ir deixando. Importante que ela tenha onde se esconder por um certo tempo(musgo de Java). Uma hora ela deve ceder ao macho. Insista!!!

Abrao nupcial. O macho atrai a fmea para baixo do ninho de bolhas e se "dobra" apertando a fmea com o prprio corpo fazendo a fmea liberar os ovos. Este o abrao nupcial. No incio o macho pode ser um pouco desajeitado, fazendo com que a fmea libere poucos ovos ou at nenhum. No se preocupe! Depois de um certo tempo ele "pega o jeito" .

6

Fmea "em transe" Aps o abrao nupcial a fmea entra numa espcie de transe. O macho por sua vez comea o trabalho de recolher os ovos que caem no fundo do aqurio. Por alguns segundos a fmea vai ficar como se estivesse morta, recobrando os sentidos alguns segundos depois, indo ajudar o macho na procura dos ovos. O casal recolhe delicadamente com a boca cada um dos ovos que caem cuspindo-os todos de uma vez no ninho aps alguns momentos.

Os abraos nupciais podem levar varias horas e s terminam quando a fmea no tem mais ovos para expelir. Nesta hora ela comea a ser expulsa pelo macho. Quando voc reparar esta situao, retire a fmea imediatamente para que no seja muito machucada pelo macho.

Fmea depois da desova - machucada. Obs.: Ao retirar a fmea coloque-a em local tranqilo e gua limpa. Voc pode fazer uma dose preventiva de Aquarisol e algumas pedrinhas de sal grosso. 7

Macho sozinho, cuidando do ninho. Agora sozinho o macho comea o trabalho duro. O macho se transformar num pai muito dedicado, todo momento arrumando o ninho, mudando ovos de lugar e recolocando os que venham a cair. Esta etapa deve durar de 2 3 dias. Durante este tempo o macho no vai se alimentar, pois numa outra ocasio, caso lhe falte comida, os ovos sero devorados. Tambm para evitar sujeira na gua. O macho dificilmente come os ovos. comum criadores iniciantes ficarem "paranicos" com esta situao. Na realidade o macho passa o tempo tudo trabalhando na manuteno do ninho e dos ovos, freqentemente trocando-os de lugar e renovando o ninho. O macho, eventualmente, come os ovos que no foram fecundados e tambm algum que estejam fungados. Existe na verdade, caso de bettas comedores de ovos. Porm estes acabam com os ovos rapidamente e perdem o interesse no ninho. O comportamento nestes casos bem caracterstico, porm raro. Nestes casos a matriz deve ser dispensada, j que este um fator gentico, portanto hereditrio

8

Ecloso

Alevinos Recm eclodidos

Depois de 24 horas voc vai comear a perceber alguns "fiozinhos" pendurados no ninho. So seus alevinos que acabaram de eclodir e que iro depender somente da ajuda do pai e de seus sacos vitelinos (Sua nica fonte de alimento). A coluna de gua pode ser diminuda para os 6cm, mas importante que o suporte do ninho desa junto, para que o ninho no se desfaa. Para isto se deve usar uma mangueira de ar com uma pedra-porosa na ponta. Processo deve ser lento. Deve-se evitar uma coluna d'gua acima dos 12cm, pois a presso da gua pode matar o alevino

9

A partir deste momento eles crescero rapidamente. Aps um dia da ecloso, os alevinos comeam a fazer movimentos espasmdicos de subida e descida, como se aprendendo a nadar. Neste momento alguns podero ir direto para o cho, s conseguindo voltar com o auxlio do pai. No se preocupe se eles permanecerem no cho, normal!!!

10

Aps 2 ou 3 dias da ecloso dos alevinos, o saco vitelino j foi totalmente absorvido e os alevinos comeam a nadar na horizontal. Se espalhando pelo aqurio. hora de retirar o pai (exausto) e dar-lhe o tratamento merecido. Deixando o macho alm deste perodo os alevinos correm o risco de serem devorados. A partir deste momento voc os alevinos dependem exclusivamente de voc. A iluminao j pode ser desligada noite

. 4dias aps a ecloso, nadando na horizontal.

11

Tamanho do Alevino de 5dias.

Importante! O Alevino passa por um perodo crtico, compreendendo o perodo das primeiras duas semanas de vida. A primeira coisa a fazer ligar o aerador com pedra difusora(bem fraca). Desta maneira voc "quebra" a tenso superficial, oxigenando a gua (isso deve ser feito no dia em que houver a ecloso e s deve ser desligado depois de 30 40 dias da ecloso quando o labirinto dos peixes j vai estar formado). Alimentao: A primeira fonte de alimento deve ser os nauplios de artmia. O resultado obtido de mais de 90% de sobrevivncia e desenvolvimento normal at a fase adulta. No use infusrios! Apesar de muitos criadores questionarem o uso de infusrios, acho que os alevinos menores que necessitam de infusrios morrem j nos primeiros dias. Se salvos seriam aqueles filhotes de demoram muito para crescer e que nunca atingem um tamanho ideal. Sem contar a grande possibilidade de apodrecer o aqurio. Para servir os microvermes voc deve recolher gua dos prprios alevinos (copinho), diluindo os microvermes e retornando ao aqurio, lentamente, espalhando pro todo aqurio.

12

gua:Existe uma srie de teorias, mitos e boatos sobre a relao "gua x alevinos". Na realidade voc consegue o melhor resultado sem precisar usar preventivos, condicionadores, carvo ativado, filtros complicados, etc... A receita para uma ninhada saudvel no cara nem complicada. Basta um bom "novelo" de musgo de Java para absoro de nitrito e um filtro de espuma para promover a troca de gazes. pH prximo do neutro, temperatura em 28(ou aprox.). Aqurio limpo.

Aqui a verdadeira filtragem acontece durante a troca parcial. Filtro no substitui a troca parcial. A troca requer certos cuidados bsicos, de maneira a no oferecer risco aos alevinos. A "gua nova" deve ter pH e temperatura observados. A entrada da gua deve ser lenta Nas primeiras duas semanas deve-se evitar fazer trocas. Voc pode acrescentar gua. Desde que no ultrapasse 1/4 do volume inicial. Da 2 semana aos 40dias as trocas devem ser feitas a cada 48h. Trocando 40% da gua. Para evitar aspirar algum alevino a gua retirada usando uma mangueira de ar com pedra porosa na ponta. Para "sinfonar" o fundo pode-se usar uma mangueira com meia-cala na ponta. Aps 40dias os as trocas podem ser mais freqentes e em maior quantidade. Lembrando que a quantidade de trocas esta ligado diretamente a quantidade de comida. partir dos 40dias os alevinos j desenvolveram o labirinto podendo ser transportados para outro tanque(s). 13

Tamanho x Idade(em mdia)

1 Semana de idade.

2 Semana de idade.

3 Semana de idade.

14

4 Semana de idade.

6 Semana de idade. J apresenta o conjunto de nadadeiras, porm quase nenhuma pigmentao.

Tabela de crescimento (aprox.) Comeam a nadar 3mm 1 Semana 0.5-1cm 2 Semana 0.8-1.2cm 3 Semana 1-1.8cm 4 Semana 2-2.5cm 6 Semana 3 cm

15

Tabela alimento/idade (aprox.)Tabela alimento/idade (aprox.) 2sem. 4sem. 6sem. 8sem.

1sem. Microvermes Artmia(nauplios) Artmia adulta Enquitrias Rao Pat

10sem.

12sem.

Obs.: Importante que os nauplios no sejam a nica fonte de alimento, pois os alevinos podem desenvolver problemas de bexiga natatria. microvermes, enquitrias, tambm so fundamentais.

Distinguindo Sexo e "Jarring" (separando os machos)A partir da 10 semana voc vai comear a distinguir o sexo dos alevinos. Os Machos normalmente so os maiores alevinos da ninhada. Tm um corpo mais alongado, nadadeiras mais desenvolvidas (principalmente a caudal e plvica) enquanto que as fmeas tm um desenvolvimento menor e apresentam um ovipositor (ponto branco entre as nadadeiras plvicas). Logo que o macho identificado pode ser separado em recipiente individual. Com 4 meses de idade voc vai ter uma macho adulto de bom tamanho. Aos 6 meses eles j podem estar tendo seus prprios filhotes. As fmeas podem continuar juntas, desde que com bastante espao. Quando separadas, dificilmente vo se adaptar um tanque comunitrio de novo.

16

17

Definio dos Tipos de Caudas & Genetica

Singletail (ST): [caudal simples]

Singletail (ST): Este termo usado para indicar todos os tipos de caudais dos bettas splendens que sejam constitudas de uma nica parte [1-5]. Tipos familiares de caudais singletails so os: vus, deltas, superdeltas, halfmoons e roundtails

Plakat macho [6]

macho vermelho vu

Red butterfly roundtail macho

Plakat:

O termo plakat usado para descrever o tipo caudal curta que originalmente encontrado no betta splendens selvagem [1-5]. Este caudal curta torna s vezes muito difcil distinguir machos de fmeas para o olho no acostumado, especialmente com peixe jovem. Por causa disto s vezes acontece nas pet shop venderem machos de plakat como se fossem fmeas para novatos neste hobby. Isto acontece na maioria das vezes por falta de experincia e de conhecimento. Veiltail (VT): [vu] Uma forma de caudal longa no betta splendens [1-5]. A caudal assimtrica: larga na base e afinada na ponta. Quando o macho no est se alerta [ou se exibindo], a caudal fica pendurada. Este tipo de beta achado comumente nas pet shop.

18

Roundtail (RT): [redonda, tambm conhecida como fantail coma a p do ventilador fan em ingls]

Como o nome j indica, este tipo de caudal do betta splendens tem uma aparncia arredondada [1-5]. Este tipo de caudal achado freqentemente em ninhadas de bettas delta, superdelta e halfmoon.

Delta (D) e Superdelta (SD): [delta (ou triangular) e superdelta] A caudal do tipo delta uma forma de caudal longa do betta splendens [1-5]. Este tipo de caudal simtrica, triangular e tem longos raios. A caudal do tipo delta larga na base e alarga mais para a extremidade. A caudal chamada superdelta quando a expanso [ou abertura] est entre 160 e 179 A ca udal do tipo . Red/blue multi superdelta delta do betta splendens freqentemente arredonda nas male extremidades.

Halfmoon (HM):[meia lua]

Halfmoons so, provavelmente, os mais populares tipos de betta splendens de caudal longa neste momento. A caudal de um bom halfmoon tem duas caractersticas importantes: (1) raios longos e retos e (2) uma abertura de 180 (qu ando a expanso maior que 180 o tipo , de caudal chamado um overhalfmoon - oHM)) [1-5]. A forma de uma boa caudal halfmoon de um semicrculo (comparvel com uma letra maiscula D). O segredo de uma boa caudal halfmoon est nos raios. Quanto mais fortes so os raios, melhor se comporta a caudal durante a abertura. Este apoio especialmente importante quando os peixes ficam mais velhos e suas barbatanas ficam mais longas. Procriao seletiva conduziu ao desenvolvimento de peixes halfmoon com uma quantidade diferente de divises de raios (4, 8, 16 raios ou at mesmo mais). Isto deu lugar a um novo desenvolvimento de formas de caudais de bettas splendens, o rosetail [outros chamam de feathertail caudal em forma de penas], um tipo de caudal que caracterizado por uma intensa diviso de raios.

19

Yellow (nr2) male [7]

Red HM male [6]

Turquoise oHM male [6]

Mas lembre-se de que quando se acasala dois peixes halfmoon no significa que se adquirir halfmoon na prxima gerao. Voc deve ficar muito contente com talvez 10% ou menos. A razo para isto o fato de que a caracterstica halfmoon no a combinao simples de um ou dois genes, mas sim de vrios fatores. Isto significa que vrios genes so envolvidos [3]. Por exemplo: - Genes que fazem os raios [da caudal] retos. - Genes que controlam a diviso dos raios (em 4, 8, 16 ou at mesmo mais raios). - Genes que fazem a abertura da caudal a 180 (ou m ais). - Genes que do s barbatanas uma aparncia mais cheia (por exemplo, o gene DT cauda dupla). E mais: se um ou dois destes genes importantes no estiverem presentes na descendncia, elas no possuiro provavelmente as nadadeiras do halfmoon, mas somente caudal dos tipos delta ou superdelta.

Crowntail (CT): [nadadeiras em coroa]

Aqui os raios das barbatanas se estendem alm dos contornos das nadadeiras produzindo a aparncia de uma coroa [1-5]. Quantos raios podem se estender depender da gentica do peixe. A caracterstica crowntail pode ser achada em betas de qualquer tipo e forma. Por exemplo, pode ser visto em VT, D, SD, HM (CTHM = meio-sol) e DT. O gene crowntail herdado interage. Isto significa que os portadores de crowntail, a maioria das vezes, j mostram raios mais estendidos alm do contorno das nadadeiras. 20

Black copper CT macho[8]

Blue mask CT macho [9] Gentica do Crowntail

Multi cambodian meio sol macho [10]

Betta singletail normal representado: CTCT Betta crowntail homozigoto para o gene crowntail (CT) e representado por: ctct Betta singletail que portador do gene crowntail [crowntail-geno] representado ento por: CTct crowntail-geno x crowntail x normal crowntail-geno

100% crowntail-geno (CTct) crowntail x crowntail

25% crowntail (ctct) 50% crowntail-geno (CTct) 25% normal (CTCT) crowntail-geno x crowntail

21

100% crowntail (ctct)

50% crowntail (ctct) 50% crowntail-geno (CTct)

H quatro tipos diferentes de extenses de crowntai [relativos s quantidades de raios]l: nico raio (SR): S um raio se estende alm das extremidades das nadadeiras. Raio dobrado (DR): Cada raio fendido em dois raios que se estendem alm das extremidades das nadadeiras. Raio triplo (TR): Cada raio fendido em trs raios que se estendem alm das extremidades das nadadeiras. Dobro do raio dobrado (DDR): Cada raio fendido em dois raios que se dividem novamente e se estendem alm das extremidades das nadadeiras. Isto conduz a quatro raios que se estendem alm das extremidades das nadadeiras. As quantidades de raios sobre os quais so mencionados s contam para o caudal. A dorsal e a anal s tm uma extenso de raio alm das extremidades.

Doubletail (DT): Este tipo de nadadeira tem algumas caractersticas tpicas: (1) a caudal consiste de dois lbulos, (2) a dorsal tem duas vezes mais raios que a dorsal de um betta normal singletail e (3) um corpo ligeiramente menor [1-5]. O doubletail ideal simtrico e tem dois lbulos iguais de caudal com uma repartio suave que se estende at a base da caudal. A caracterstica do doubletail 22 Platinum DT macho [11]

pode ser achada em betas de qualquer tipo e forma de caudal. Por exemplo, pode ser visto em VT, D, SD, HM (DTHM = lua cheia) e CT. O gene doubletail herdado interage. Isto significa que aquele bettas singletail que j so portadores do gene DT, a maioria das vezes, apresentam uma maior dorsal (com mais raios) que d um aspecto mais cheio [o oprculo, tambm, mais largo]. Gentica do Doubletail Betta singletail normal representado por DTDT Betta doubletail homozigoto para o gene doubletail (DT) e representado por dtdt betta singletail que portador para o gene doubletail representado ento por DTdt doubletail-geno x doubletail x normal doubletail-geno

100% doubletail-geno (DTdt) doubletail x doubletail

25% doubletail (dtdt) 50% doubletail-geno (DTdt) 25% normal (DTDT) doubletail-geno x doubletail

100% crowntail (dtdt)

50% doubletail (dtdt) 50% doubletail-geno (DTdt)

23

H algumas formas muito raras conhecidas que provavelmente tambm so causadas pela presena do gene DT: Tripletail (TT): Como o nome j indica, este tipo de caudal tem trs lbulos na caudal. Muito raro e de difcil manuteno [do ponto de vista de fixao gentica]. Hearttail (HT): Com esta forma de caudal a repartio do "doubletail" est em parte presente (s na extremidade) que d caudal uma forma de corao. Pessoas que tentaram desenvolver [e manter] esta caracterstica terminaram com descendentes [destes tipos de peixes] que tm divises completas entre dois lbulos de rabo. Fusetail (FT): Esta forma de caudal como o hearttail que um " doubletail defeituoso " onde os dois lbulos da Tripletail muito raro [12] caudal so fundidos novamente. Esta linha tambm de difcil desenvolvimento. Fuse Fin (FF): Com esta forma de nadadeiras, a dorsal, fundida com a caudal e a anal em uma nica barbatana. Esta a forma mais rara de todas.

24

Observaes FinaisReproduoNo h muita dificuldade em se conseguir uma reproduo de bettas, porm o criador, principalmente os iniciantes devem ter muita pacincia, pois o maior desafio fazer com que os pequenos alevinos se tornem belos adultos. Para iniciar uma reproduo de bettas, muito importante certificar-se de que todo equipamento j est em mos, assim, prevenindo-se, o aquariofilista no ser surpreendido por possveis contratempos, como por exemplo, uma queda brusca na temperatura da gua. Ento muito importante que um aqurio de mais ou menos 15 litros , com tampa, esteja equipado com um aquecedor com termostato, evitando assim variaes na temperatura, um termmetro, para que haja um constante monitoramento da temperatura da gua e tambm algumas plantas que absorvem o nitrato originado das fezes dos peixes e tambm serviro de refgio para a fmea. Para a sustentao do ninho, o criador tem a opo de colocar um galho tratado, desde que uma parte desse galho fique para fora da gua. Ou pode-se usar um pedao de isopor ou at mesmo um copo descartvel cortado. Pode-se colocar uma ou duas gotas de fungicida no aqurio de criao, isso evita a proliferao de fungos. importante que a coluna de gua no ultrapasse 12 cm , pois acima disto os alevinos seriam submetidos a uma presso muito grande. Aps a ecloso dos ovos, baixe esta coluna de gua para 6 cm . Nunca coloque isopor debaixo do aqurio de criao, pois isso dificultaria o trabalho dos bettas na hora de pegar os ovos, pois a cor dos ovos se confundiria do isopor. Para resolver esse problema, pode-se colocar o aqurio sobre uma superfcie escura ou at mesmo um pedao de cartolina preta no fundo. Alimente bem o casal na semana que anteceder a reproduo pois neste perodo eles no vo alimentar (o macho fica at uma semana sem comer). Com o aqurio devidamente montado e colocado em um lugar de pouco movimento para no provocar eventuais sustos nos peixes, inicia-se a reproduo colocando primeiro o betta macho solto no aqurio. Deixe-o acostumar bem com sua nova casa. Depois, coloque a fmea dentro de 25

um pote de maionese e deixe-a mergulhada em banho-maria no aqurio do macho (pode se cortar o fundo do pote de plstico de maionese). O melhor a ser usado, a parte de cima de uma garrafa pet com o bico cortado, pois isso impede a destruio do ninho feito pelo macho com o deslocamento da coluna de gua. Nunca solte a fmea sem este prvio conhecimento, pois ambos podero brigar at a morte. Nesta fase da reproduo, o macho comea a fazer um ninho de bolhas e constantemente rodeia o vidro da fmea com as nadadeiras bem abertas, como se quisesse impression-la. Aps 24 horas desta incansvel corte e observando se a fmea est com linhas bem definidas na vertical chega a hora de solt-la no aqurio do macho. O macho tentar lev-la com insistncia para debaixo do ninho, no se assuste pois essas tentativas so bem violentas e normal que a fmea fique um pouco machucada, logo ela se recupera. Numa dessas violentas tentativas de levar a fmea para debaixo do ninho, ela acaba cedendo ao macho e ento comea o abrao nupcial.

Abrao Nupcial Foto cedida gentilmente pelo meu amigo Edmar (www.edbettas.kit.net) No incio deste abrao nupcial, no so expelidos da fmea nenhum ovo, mas com o passar do tempo, o nmero de ovos que saem da fmea vo aumentando gradativamente, podendo chegar at 50 ovos de cor branca amarelado. A cada abrao nupcial a fmea expele os ovos e o macho logo os fecunda. Ento os ovos comeam a cair e o macho desce para peg-los com a boca e lev-los com todo carinho para o ninho, enquanto a fmea fica na horizontal como se estivesse morta. Aps voltar ao normal a fmea desce e ajuda o macho na sua tarefa de levar os ovos ao ninho. 26

Quando os pais terminam seu trabalho, ou seja, todos os ovos j foram expelidos da fmea e esto todos no ninho, a fmea volta a ficar escondida e fugindo do macho, chega ento a hora de tir-la do aqurio. Faa isso usando uma rede. Deixe-a em um vidro separado com fungicida para que ela possa se recuperar tranqilamente e livre de fungos que poderiam se instalar nas leses existentes. muito importante lembrar que ela estava em uma gua com a presena de um aquecedor ento mantenha a fmea em uma gua com a mesma temperatura, isso manter o seu metabolismo e consequentemente mais rpida ser sua recuperao. 24 a 48 horas aps o abrao nupcial os ovos comeam a eclodir e os alevinos se mantm na posio vertical durante 3 a 5 dias. Durante esse tempo eles caem constantemente no fundo do aqurio e so carinhosamente apanhados pelo pai e levados ao ninho. Alm desta tarefa, o pai fica super atento na reconstruo do ninho. Quando os alevinos comeam a nadar normalmente na horizontal retire o macho com as mos, pois se voc retir-lo com as redes poder prender sem querer algum alevino. Deixe o macho em um pote individual e com a gua na mesma temperatura que estava e comece a aliment-lo bem. Chega ento o maior desafio para o criador que alimentar os alevinos!!! O Alevino passa por um perodo crtico, compreendendo o perodo das primeiras duas semanas de vida. A primeira coisa a fazer ligar o aerador com pedra porosa (bem fraca). Desta maneira voc "quebra" a tenso superficial, oxigenando a gua. Agora, comece a aliment-los com nuplios de artmia recm eclodidos e microvermes at a sexta semana. Na quarta semana voc poder acrescentar ao cardpio as enquitrias e a partir da dcima semana comece a oferecer gradativamente as raes dadas aos adultos. Para servir os microvermes voc deve recolher gua dos prprios alevinos (copinho), diluindo os microvermes e retornando ao aqurio, lentamente, espalhando pro todo aqurio. A partir da 10 semana voc vai comear a distinguir o sexo dos alevinos. Os Machos normalmente so os maiores alevinos da ninhada. Tem um corpo mais alongado, nadadeiras mais desenvolvidas. As fmeas tem um desenvolvimento menor e apresentam um ovipositor (ponto branco entre as nadadeiras plvicas). Logo que o macho identificado pode ser separado em recipiente individual. Com 4 meses de idade voc vai ter uma macho adulto de bom tamanho. Aos 6 meses eles j podem estar tendo seus prprios filhotes. E as fmeas podero continuar juntas sem nenhum problema. 27

Lembretes1-Para saber se uma fmea est com ovos,veja se ela est com umas listras verticais no corpo e repare no pontinho branco,se ele est bem visvel. 2-Femeas maiores que os machos no conseguiram dar o abrao, por isso escolham uma menor ou do mesmo tamanho do macho 3-No se preocupe se o macho comer os ovos de sua ninhada, ele s estava comendo os ovos que estavam fungados,que no serviam para nada,para evitar isso antes da desova pingue algumas gotinhas de fungicida!Mas isso pode-ser s vezes canibalismo! 4-Em 3 a 4 dias o filhote recm nascido absorve completamente o vitelino 5-Procure adquirir machos jovens(no muito jovens) pois e eles fazem ninhos maiores. 6-A qualidade da gua muito importante para um bom ninho! 7-Com 45 dias de vida j so possveis distinguir o sexo dos filhotes de Betta -1 semana -6 semanas -7 semanas

8-Antes de comprar um betta macho para procriar, veja se ele tem ninho em seu aqurio individual,este um bom macho! 9-Escolha uma fmea gordinha, com o pontinho branco, menor que o macho (pode ser do mesmo tamanho tambm) e com as listras horizontais bem definidas 10-Procure no adquirir para a reproduo machos brancos ou albinos, pois eles so pssimos em construir um ninho,so fracos e no enxergam bem. 11-Algumas fmeas ajudam o macho a colocar os ovos no ninho durante a desova, outras no. 12-Uma boa dica para um criador mdio fazer at 2 criao de bettas por ms. 13-Depois de mais ou menos 90h depois da desova, j da ara ver a cauda do filhote no ovo,isso quer dizer que no vai demorar para os filhotes nascerem.Repare nisso.

28

DoenasMuitos dos patgenos que causam doenas nos peixes esto continuamente presentes na gua, substrato, ar ou mesmo nos prprios animais. Sob condies ambientais favorveis, os peixes so resistentes maioria desses patgenos, porm, quando submetidos a condies estressantes, essa resistncia quebrada. O ntimo contato do peixe com o ambiente em que vive faz com que ele seja muito sensvel s variaes que ocorrem nesse meio. Alteraes bruscas na temperatura e nos parmetros fsico-qumicos da gua so os principais fatores estressantes aos quais os peixes ornamentais so submetidos. Aps sofrer algum estresse, o sistema imune do peixe fica suprimido, levando a uma queda de resistncia, o que favorece a proliferao de patgenos oportunistas, como bactrias, fungos, protozorios e vrus, resultando em doenas e mortalidade. Os primeiros sinais de doenas so geralmente inespecficos. A falta de apetite, a perda de colorao e o encolhimento das nadadeiras esto presentes em praticamente todas as enfermidades que acometem o peixe Betta. Algumas doenas so mais freqentes, ocorrendo mais na poca de inverno quando a temperatura da gua dos aqurios chega a ser inferior a 15C. A seguir, so apresentadas algumas das principais enfermidades que acometem esse peixe. Ictio (Ichthyophthirius multifiliis) Trata-se de um protozorio ciliado histfago que se alimenta de clulas epiteliais e de glbulos vermelhos. Normalmente, parasitam a pele, as nadadeiras e brnquias, porm, eventualmente, est presente na crnea, na boca e no epitlio do esfago (Roberts, 1978). considerado como um dos mais freqentes e patognicos para os peixes, determinando altas taxas de mortalidade. Os peixes contaminados apresentam perda de apetite e ficam inquietos, raspando seu corpo no fundo e no vidro do aqurio. Suas nadadeiras ficam encolhidas, e pequenos pontos brancos so observados nas nadadeiras e na pele. Essa doena conhecida popularmente como doena dos pontos brancos. O parasita perfura a pele do peixe hospedeiro e aloja-se dentro do tegumento. Os movimentos no tegumento provocam o rompimento da pele, produzindo leses epiteliais, podendo-se perceber a olho nu pontos brancos que chegam a medir 1mm de dimetro. Tais pontos so a reao patolgica da pele e no propriamente os parasitas. Ao se liberarem do hospedeiro, provocam rupturas nos tecidos, servindo de porta de entrada para fungos e bactrias oportunistas (Klein et al., 2004). Os parasitas adultos livres procuram o substrato do viveiro, podendo se encistar. Quando os peixes so submetidos a uma queda de imunidade, esses parasitas oportunistas novamente se alojam nos tecidos, iniciando o ciclo de leses. Oodinium (Oodinium ocelatum) O oodinium um protozorio, flagelado, com ciclo semelhante ao do ctio, podendo se encistar no substrato. Possui um carter explosivo nos aqurios, acometendo geralmente todos os peixes e levando a uma obstruo das brnquias e danos nas nadadeiras (Roberts, 1978). Os peixes contaminados apresentam perda de apetite, dificuldades respiratrias, nadadeiras fechadas raspando no vidro do aqurio e fundo. Os peixes ficam recobertos por uma fina malha de minsculos pontos brancos, como se estivessem encobertos em talco, dando a impresso de um veludo. Popularmente conhecida como doena do veludo. uma das doenas mais devastadoras dos alevinos de Betta, devendo o criador ficar atento aos primeiros sintomas para iniciar, o mais rpido possvel, os tratamentos necessrios. 29

Saprolegniose (Saprolegnia sp) A saprolegnia parastica um dos fungos causadores dessa infeco. identificada por seu crescimento micelial branco ou cinza claro com aspecto semelhante a algodo. Pode estar presente nos ovos, brnquias, boca e no tecido epitelial dos peixes, geralmente aps alguma leso anterior. Popularmente chamada de doena do chumao de algodo, pois as hifas desses fungos crescem de tal maneira para fora do corpo do peixe que parecem amontoados de algodo (Siqueira 2004). Segundo Roberts (1981), citado por Siqueira (2004), o termo saprolegniose utilizado para descrever uma infeco mictica da pele e brnquias, cujo agente etiolgico pertence ordem Saprolegniales. Os gneros Saprolegnia sp e Achlya sp so os que mais afetam os peixes. Na criao de Bettas, a incidncia dessa doena relativamente alta, principalmente no perodo de reproduo. Algumas fmeas que, durante o acasalamento sofreram algum tipo de leso causada pelo macho podem desenvolver a saprolegniose. Seus ovos tambm podem ser acometidos; como preveno, alguns criadores utilizam antifngicos na gua de reproduo. Doenas bacterianas Alguns sintomas, como exoftalmia, hidrpsia, nadadeiras necrosadas, leses ulcerativas e hemorrgicas nos peixes, sugerem que este foi acometido por uma bacteriose. As contaminaes bacterianas podem envolver mais de um microorganismo, ocorrendo algumas vezes de forma simultnea. Alguns desses sintomas esto descritos a seguir. Exoftalmia ( Pop-eye ) A exoftalmia ocorre geralmente em peixes que habitam guas com baixa qualidade e sem controle de temperatura. Pode ser decorrente de algum trauma, podendo estar associado a outros sinais clnicos, como a hidrpsia. Os olhos apresentam-se inchados e com o aspecto fosco. considerada uma afeco de fcil tratamento, e esse ocorre por meio de trocas parciais da gua e utilizao de antibiticos como a tetraciclina. Quando diagnosticado tardiamente, o peixe pode perder o olho afetado (Fig. 19).

Figura 19. Betta splendens com exoftalmia. Hidropsia A hidropsia ocorre quando h reteno de lquidos na cavidade celomtica, msculos e pele dos peixes, podendo levar paralisia dos rgos afetados. O peixe no consegue eliminar gua de seu organismo e fica com o ventre abaulado e com as escamas eriadas. uma das enfermidades mais temidas pelos aquaristas por ser de difcil tratamento (Fig. 20).

30

Figura 20. Fmea de Betta splendens com hidropsia.

Necrose das nadadeiras A necrose das nadadeiras ocorre na sua maioria em peixes jovens submetidos a situaes estressantes, como variaes de temperatura, excesso de amnia e matria orgnica na gua. As nadadeiras ficam esbranquiadas e se desfazem. Quando diagnosticada e tratada precocemente com antibiticos, seu prognstico bom, podendo ocorrer reconstituio das nadadeiras afetadas (Fig. 21).

Figura 21. Fmea de Betta splendens com nadadeiras necrosadas. Constipao A constipao intestinal no provocada por nenhum tipo de parasita, fungo ou bactria, o resultado de uma alimentao de m qualidade, em especial quando se utilizam raes peletizadas com baixos nveis de protena e de consistncia muito dura. O uso rotineiro desse tipo de rao faz com que haja um acmulo no trato digestivo do animal, impedindo sua defecao. Aps aproximadamente meses de utilizao desse alimento, a cavidade celomtica do peixe fica abaulada, ocorrendo a morte em poucos dias. Raes de boa qualidade nutricional e variaes na alimentao diria (utilizao de alimentos vivos frescos) podem evitar que essa afeco se instale. Concluso A criao de Bettas uma atividade simples, podendo ser realizada em pequenos lugares com um baixo custo e com uma boa lucratividade. O emprego de novas tecnologias nas reas de reproduo, gentica e nutrio associado a sua rusticidade e alta prolificidade fazem com que o nmero de criadores venha aumentando a cada ano. O enfoque adotado preponderante para o sucesso do empreendimento, a diferenciao entre os produtores e aqueles que entram na atividade somente por hobby um fator decisivo. Sendo assim, a criao de Bettas deve ser encarada de maneira profissional, visando sempre a obteno de melhores ndices zootcnicos e maiores rentabilidades.

31

Como Eclodir e Criar ArtmiasTendo visto muitas cartas sobre como criar camaro de gua salgada, eu decidi criar um FAQ sobre a cultura de artmia. Esta no , de modo algum, a fonte definitiva, e ser expandida medida que eu for colhendo informaes. Eu reuni essas informaes com base em vrios livros, publicaes e em minha prpria experincia em criar esses sujeitos. Existe uma abundncia de informaes l fora, que eu no inclu neste FAQ, visto no fazerem parte do nosso objetivo de criar essa pequena criatura. De qualquer modo, aqui est, espero que voc o ache til. O que este FAQ contm? 1. Descrio Geral 2. Requisitos para o cultivo 3. Colheita 4. Alimentao 5. Artmias adultas 6. Manuteno 7. Localizao de pequenos problemas 8. Armazenamento 9. Descapsulando cistos 1. Descrio Geral O camaro de gua salgada (artmia), pertence ao filo Arthropoda e classe dos crustceos. Artmias so zooplanctons como Copepoda e Dfnia, os quais tambm so usados como alimento vivo em aqurios. O ciclo da artmia comea atravs de cistos hibernantes encubados ("ovos"), que so embries enclausurados metabolicamente inativos. Os cistos podem permanecer adormecidos por muitos anos, desde que sejam mantidos secos e livres de oxignio. A melhor forma de armazenarmos cistos de artmia em recipientes hermeticamente selados, em um ambiente frio e seco e se possvel no vcuo. O refrigerador geralmente o melhor lugar. Quando os cistos so devolvidos gua salgada, eles se reidratam e reassumem o desenvolvimento. Depois de 15 ou 20 horas, a uma temperatura de 25C, os cistos se rompem e o embrio abandona a carapaa. Por algumas horas, o embrio fica preso abaixo da casca do cisto ainda envolvido em uma membrana. Esse estgio chamado de guarda-chuva. Durante esse estgio, o nuplio completa seu desenvolvimento e emerge como um livre nadador. Em seu primeiro estgio larval, o nuplio de cor laranja castanho devido sua reserva de alimento. A artmia recm eclodida no se alimenta, porque sua boca e nus no esto totalmente desenvolvidos. Aproximadamente 12 horas aps a ecloso, eles assumem o segundo estgio larval e comeam a se alimentar de partculas de microalgas, bactrias e detritos. Os nuplios iro crescer e passar por 15 mutaes antes de atingir a fase adulta em no mnimo 8 dias. A artmia adulta mede em mdia 8 mm de comprimento mas pode atingir 20 mm em condies ideais. 20 vezes maior e possui 500 vezes mais biomassa do que quando um nuplio. Em baixa salinidade e nveis de alimentos favorveis, as fmeas fertilizadas normalmente produzem nuplios que j nadam livremente numa taxa de at 75 nuplios por dia. Elas iro produzir em mdia de 10 a 15 ninhadas durante os seus 50 dias de vida. Em condies propcias, uma artmia adulta pode viver at 3 meses e produzir at 300 nuplios ou cistos a cada 4 dias. A produo de cistos induzida pelas condies de salinidade alta, escassez de alimento e/ou baixa oxigenao (menor que 2 mg/L). Os adultos podem tolerar breve exposio a temperaturas to extremas quanto 18C e 40C, sendo que a temperatura ideal para o cultivo de 25C a 30C, mas existem diferenas de uma regio 32

para outra. As condies ideais para a Baa de So Francisco de 22C, contra 30C para a artmia do Great Salt Lake. O camaro de gua salgada (como conhecida em muitas regies) prefere uma salinidade entre 30-35 ppt (densidade entre 1.020 e 1.025) e pode viver em gua doce por aproximadamente 5 horas. Deve-se tomar cuidado para no superalimentar o aqurio de gua doce, pois aps morrer, a artmia se decompe muito rapidamente. Muitos peixes de gua doce toleram e at mesmo prosperam em gua salobra (1-5 ppt) o que torna possvel o acrscimo de sal na gua do aqurio e prolongando assim, se necessrio, a sobrevivncia das artmias. Outras variveis de grande importncia so: pH, luz e oxignio. Um pH por volta de 8,0 melhor. pH menor que 5,0 e maior que 10,0 matar a cultura. O pH pode ser aumentado com bicarbonato de sdio e diminudo com cido clordrico bem diludo. Uma boa iluminao ser necessria para a criao, uma lmpada normal tipo growlight, dessas disponveis em lojas de aqurio adequada. O mais importante o nvel de oxignio na gua. Com um bom fornecimento de oxignio, as artmias assumem uma cor rosa plido ou amarelo, ou se forem alimentadas intensamente com algas, sero verdes. Nessas condies ideais, o crescimento e a reproduo sero rpidos e ser possvel um fornecimento auto-suficiente de artmias. Se houver um nvel baixo de oxignio na gua com excesso de matria orgnica, ou uma salinidade alta devido evaporao natural, as artmias iro se alimentar de bactrias, detritos e clulas fermentadas, mas nenhuma alga. Sob essas condies, elas produziro hemoglobina e apresentaro uma a cor vermelha ou laranja. Se essa condio persistir, elas comearo a produzir cistos e a colnia poder falir. muito importante ter um fornecimento de ar vigoroso no tanque por dois motivos: Primeiro, para manter o alimento disponvel em suspenso, onde ele ser filtrado pelas artmias, e segundo, para promover a boa oxigenao do sistema. 2. Requisitos para o cultivo As condies favorveis para o cultivo de artmia so: Temperatura de 25C, densidade de 1.030, aerao forte e contnua, iluminao constante de 2000 Lux e pH 8,0. A boa circulao essencial para manter os cistos em suspenso. Um recipiente em forma de V seria o ideal mas duas garrafas de 1 litro funcionam muito bem. O melhor que encontrei foram colunas de separao encontradas em qualquer fornecedor para laboratrio mas, infelizmente, so muito caras. Cole uma vlvula na tampa da garrafa (pode ser registro usado em compressores) e inverta a garrafa. Dessa forma cistos no eclodidos, carapaas vazias e nuplios podero ser separados mais facilmente. Outra idia que eu recomendaria, que foi dada por Ken Cunningham, a de usar garrafas de cerveja. Algumas das quais possuem um ponto cnico na parte inferior. Ken coloca trs ou quatro delas em um recipiente de 40 litros e as aquece pelo mtodo de banho Maria. Coloca tubos de ar rgidos dentro delas, sem pedra porosa, e os conecta atravs de mangueiras flexveis a um distribuidor mltiplo. Temperatura de 27C e luz brilhante o tempo todo. Em cada garrafa coloca-se colher de ch de sal, ou de cistos e deixa borbulhando por 24 horas. Para colher os nuplios, desconecte a mangueira flexvel, deixe o tubo rgido dentro da garrafa e tire a garrafa de dentro do banho maria. Deixe a garrafa no escuro por 10 minutos e ento sifone as artmias usando uma mangueira de aqurio, para um recipiente contendo gua doce, para enxaguar. Usando as garrafas em rotatividade, possvel ter artmias recm eclodidas a toda hora. Existem vrios mtodos para se eclodir cistos de artmia. Uma vez que voc tente algum mtodo prprio para tentar eclodir os cistos, provavelmente seu resultado ser to bom quanto ao de qualquer outro mtodo j utilizado. No tenha medo de experimentar! A porcentagem de cistos eclodidos est diretamente ligada qualidade da gua, circulao e origem dos cistos. Recipientes com fundos planos possuem reas mortas (sem circulao de gua) no sendo indicados para se conseguir altas taxas de cistos eclodidos. Existem de 200.000 a 300.000 nuplios por grama de cistos, deste modo, colher de ch em dois litros de gua mais que o suficiente para se manter um aqurio tropical. Com a instalao de duas ou mais garrafas, uma comeando em um dia e outra noutro, voc poder ter um fornecimento contnuo de nuplios recm eclodidos para aquele aqurio de recifes. Esse o mtodo que costumvamos usar quando eu trabalhava na Scripps Aquarium. 33

3. Colheita Para colher os nuplios, basta desligar o ar ou retirar a pedra porosa de dentro do recipiente e deixar assentar por 10 minutos. Os nuplios recm eclodidos vo se concentrar logo acima dos cistos no eclodidos que se encontraro no fundo do recipiente. Visto que os nuplios recm nascidos so atrados pela luz, direcionando uma lanterna no centro do recipiente voc ir concentr-los onde ser mais fcil sifon-los. Voc poder tambm drenar os cistos que esto no fundo usando a vlvula que voc instalou e depois drenar os nuplios para outro recipiente. Os cistos no eclodidos no devero ser jogados fora, pois podero ser utilizados em uma prxima cultura, visto que partes deles ainda podero eclodir. 4. Alimentao Visto que as artmias possuem filtros no seletivos (no escolhem o que retiram da gua), uma ampla variedade de alimentos tem sido usada com sucesso. O critrio para se escolher o tipo de comida baseado no tamanho da partcula, digestibilidade e solubilidade (leite em p no funciona). Os alimentos mais utilizados incluem microalgas, tais como nanochloropsis e uma ampla variedade de alimento inerte, o que mais prtico para ns aquaristas. Deve-se tomar cuidado para no superalimentar o tanque. Entre os alimentos inertes usados esto fermentos, tanto ativos como inativos (os fornecedores para cervejarias so a melhor fonte; o fermento de padaria muito caro!), p de arroz, farinha de trigo, farinha de soja, farinha de peixe, gema de ovo, fgado homogeneizado e soro de leite. Eu nunca utilizei os ltimos quatro. Microalgas secas tal como spirulina tambm tem sido usadas com sucesso e podem ser encontradas em lojas de produtos naturais, mas so um pouco caras. Uma maneira simples de se medir a quantidade de comida que colocamos no tanque observar a transparncia da gua. Isso feito com um basto graduado em centmetros com um disco branco e preto preso em uma das extremidades. Introduza o basto no tanque com o disco voltado para baixo. A profundidade onde o contraste entre o branco e o preto desaparece mede a intensidade de luz que penetra dentro do tanque. Quanto mais partculas estiverem em suspenso na gua, menor ser a transparncia ou visibilidade. Com uma densidade de 5000 nuplios por litro, a transparncia dever ser de 15 a 20 cm na primeira semana e de 20 a 25 cm nas seguintes. Sem dvida seria melhor se mantivssemos uma quantidade ideal de alimento o tempo todo, dessa forma uma alimentao freqente ou um gotejando contnuo seria fundamental para um crescimento ideal. O alimento no consumido diretamente, transferido para a boca em forma de pacotes. O espao entre as pernas de uma artmia alarga-se na medida em que as pernas se movem para frente. A gua sugada para dentro dele e pequenos filtros capilares coletam as partculas, inclusive alimento, do fluxo entrante. Quando retorna, a gua expulsa e a comida retida na abertura. Essa abertura possui glndulas que secretam material adesivo que aglomera a comida em bolinhas e ento os capilares levam essas bolinhas em direo boca. O tamanho ideal do alimento deve estar entre 50-60 mcrons. 5. Artmias adultas Quando alimentamos peixes grandes ou invertebrados, a artmia adulta preferida ao invs do nuplio. Por ser 20 vezes mais pesada que o nuplio, a artmia fornece mais alimento. Existe um mito de que a artmia adulta no to boa para o peixe quanto o nuplio, mas embora haja um pouquinho de verdade nisso, isso vai depender do que ou de quem voc estiver alimentando. As artmias recm eclodidas so ricas em gordura, cerca de 23% de seu peso seco. No estgio juvenil este ndice cai para aproximadamente 16% e quando so quase adultas, esse ndice cai para mais ou menos 7%. Por outro lado, as protenas aumentam para substituir a gordura perdida nesta fase, passando de 16%, em uma artmia recm eclodida, para 63% em uma artmia adulta. Baseado nisso voc dever determinar o que melhor para o seu peixe. Os alevinos precisam de uma taxa alta de gordura para crescerem saudveis, enquanto que os adultos e os mais velhos necessitam de protenas para se manter saudveis e para a 34

reproduo. Alm disso, os nuplios so conhecidos por terem deficincia em vrios aminocidos essenciais, enquanto a artmia adulta rica em todos os aminocidos essenciais, portanto, a artmia adulta prov mais biomassa e mais completa nutricionalmente do que o nuplio. O melhor modo de cultivar artmias adultas conseguir um aqurio de 40-80 litros. Pegue uma folha fina de frmica e coloque no fundo do aqurio criando um fundo oval. Isso feito para eliminar as reas mortas j mencionadas e melhorar a circulao da gua. Cole todas as bordas com silicone. A circulao pode ser aumentada colando-se uma diviso no meio do tanque. Melhores taxas so obtidas com a boa circulao de alimento, distribuio dos cistos e forte aerao. O prximo passo o mais difcil de descrever sem desenhos. Voc precisar fazer 6 ou 8 tubos de ar, dependendo do tamanho do aqurio, que ficaro em p dentro do aqurio. So tubos simples, de 1 polegada em PVC, cortados a 45 na parte inferior com um cotovelo de 90 na parte superior. O nvel da gua dever alcanar at a metade do cotovelo com a parte inferior do tubo tocando o fundo do aqurio. Fure a parte do cotovelo de cima para baixo de modo que voc possa colocar uma mangueira de ar at o fundo. Cole os tubos no centro do aqurio de modo que os cotovelos de 90 fiquem todos na mesma direo a um ngulo de 45 ao divisor. Voc criou ento um mecanismo que movimentar constantemente a gua em sentido horrio ou anti-horrio. Aqui onde eu devo trazer tona o assunto da aerao. Resista tentao de usar aquelas pedras porosas de madeira para aumentar a taxa de aerao, pois embora elas produzam belas bolhinhas e criem uma excelente circulao de gua, estas mesmas bolhinhas podero acabar com as artmias. Isso porque as bolhas podem alojar-se em seus apndices de natao ou at mesmo ser ingeridas pelas artmias, fazendo com que elas flutuem, impossibilitando-as de se alimentarem e por fim levando-as morte. Quando se tratar de produo em pequena escala, a filtrao no se faz necessria visto que no se tem grandes problemas quanto qualidade da gua. Caso se sinta tentado a realizar a filtrao, isso exigir que a gua transborde atravs de uma telinha para um reservatrio ou para um cartucho de filtragem. A aerao moderada com pedras porosas (que soltam bolhas grossas) ou nenhuma, boa qualidade da gua e limpeza so fatores importantssimos para se obter altas taxas de artmias adultas. Visto que as artmias se alimentam constantemente, um crescimento mais rpido e melhor ser alcanado se forem alimentadas vrias vezes ao dia ou continuamente. Melhores taxas de crescimento tambm so alcanadas a uma temperatura de 25-30C, densidade entre 1.025-1.030 e baixa luminosidade. Lembre-se que as artmias so atradas pela luz forte, portanto se voc instalar aquela lmpada de halide de 175 W que voc retirou de um aqurio de recifes, os pequenos malandrinhos iro aumentar as suas atividades natatrias, desperdiando energia e diminuindo assim a taxa de crescimento. Em baixa luminosidade as artmias iro se espalhar por toda a coluna de gua, nadando vagarosamente e alcanando uma conservao de alimento mais eficiente. 6. Manuteno Por se tratar de um volume muito pequeno, a qualidade da gua pode deteriorar-se muito rapidamente quanto ao aumento de biomassas. O problema acontece normalmente devido superalimentao, o que leva a um baixo nvel de oxigenao. Existe uma linha muito fina entre a alimentao ideal e o extermnio do nosso tanque, especialmente quando usamos alimentos inertes. Para superar este problema voc precisa cuidar do seu tanque dando a ele a mesma ateno dada ao seu aqurio. Eis o que voc deve fazer: Limpe o fundo a cada 2 dias. Para isso desligue o ar, deixe o tanque repousar e use novamente aquela lanterna (funciona melhor noite). Agora sabemos o que nossos amiguinhos iro fazer. Enquanto isso sifone a sujeira do fundo do tanque. Lembre-se que eles iro mudar de roupa 15 vezes at se tornarem adultos. aconselhvel que se troque 20% de gua por semana.

35

7. Pequenos problemas Minhas artmias eclodem e em seguida morrem. As causas podem ser vrias: A aerao insuficiente levando-as asfixia, voc no resistiu tentao e usou aquela pedra porosa de madeira que eu falei para voc no usar, ou elas morreram por falta de alimento. O estado de sade pode ser checado por se observar como elas nadam. Ilumine o tanque com uma lanterna para que elas se concentrem rapidamente no foco de luz, se isso acontecer um bom sinal. No entanto, natao dispersada e lenta indica que as coisas esto indo para o brejo. Se voc tiver acesso a um microscpio, poder observar seus aparelhos digestivos, que devero estar cheios de comida, (supondo que voc as tenha alimentado, claro). Se os apndices de natao e a boca estiverem limpos um bom sinal, mas se estiverem cobertos por partculas, isso ruim. Isso pode ocorrer devido m procedncia da comida ou devido condio fisiolgica das artmias. Outra razo sugerida que pode ter ocorrido uma infeco por vrus, mas muito pouco se sabe a esse respeito e seria impossvel para ns aquaristas confirmar se isso aconteceu. Veja a seo de desencapsulamento no final desse FAQ. Crescimento lento - A temperatura est muito baixa, o pH est fora, a salinidade est fora, a comida inadequada ou perdeu a qualidade. 8. Armazenamento de artmia As artmias podem ser armazenadas de diversas maneiras. Uma artmia adulta sobrevive por muitos dias no refrigerador. Caso opte por refriger-las, no se esquea de aquec-las e dar-lhes a ltima refeio antes de voc alimentar seus peixes. Isso ir restaurar suas qualidades nutricionais, afinal elas estiveram famintas durante alguns dias. Voc poder tambm congelar os nuplios, mas isso ir mat-los. Uma forminha de gelo funciona perfeitamente. Utilize gua salgada (7-8 ppt) para congel-los e obter melhores resultados. O congelamento muito prtico, pois tudo o que tem a fazer jogar um cubinho de artmias no aqurio e voc ter um excelente fornecimento de comida que durar um bom tempo. Voc deve tomar cuidado para no superalimentar o aqurio, pois as artmias afundam e se decompem rapidamente comprometendo a qualidade da gua. 9. Descapsulando cistos Tendo sido interrogado vrias vezes de como e por que isso feito, eu decidi adicionar esse procedimento no fim deste FAQ. Este um processo complicado e poucas pessoas escolhero executlo. Separar os nuplios de suas cascas pode ser desejvel por muitas razes. As cascas dos cistos so indigestas e podem se hospedar no intestino de predadores causando obstrues fatais. Especulaes apontam as cascas como sendo forte fonte de contaminao bacteriana. Acredita-se que o contedo nutricional do nuplio descapsulado maior porque ele no precisa gastar energia para quebrar a casca e sair dos cistos. Tambm a taxa de ecloso aumenta e por fim, os cistos recm descapsulados podem ser servidos a filhotes pequenos demais para se alimentar de nuplios. Durante tantos anos lidando com esses sujeitinhos, eu nunca ouvi falar em algum que tivesse tido problemas com qualquer uma das duas primeiras razes. Certamente poucas lojas de aqicultura se aventuram a enfrentar a dificuldade de descapsular artmias. A descapsulao se divide em quatro etapas: Re-hidratar os cistos; Lidar com a soluo para descapsulamento; Desativar o cloro residual; Cultivar os embries. Os cistos, quando secos, tm uma pequena cavidade em suas cascas dificultando assim remov-las por completo. Por essa razo, eles so primeiramente re-hidratados para assumir uma forma esfrica. Os cistos devem ser re-hidratado em gua doce mole ou destilado a uma temperatura de 25C por 60 a 90 minutos. Quanto mais baixa a temperatura, maior o tempo para re-hidrat-los. Mas nunca os deixe por mais de 2 horas na gua, no importa qual a temperatura, pois aps esse perodo alguns dos cistos tero reiniciado seus metabolismos e no sobrevivero ao processo de descapsulamento. A re36

hidratao dever ser feita no mesmo recipiente usado para cultivar cistos pelos mesmos motivos de circulao e aerao. Aps a re-hidratao, os cistos devero ser filtrados com uma telinha de 100-125 mcrons e enxaguados, mas essa etapa poder estar perdida se voc no possuir a telinha! O melhor descapsul-los imediatamente, mas se for necessrio os cistos podero ser refrigerados por vrias horas. Durante o processo de re-hidratao, voc precisar preparar uma soluo de cloro. Qualquer alvejante domstico ou cloro em p para piscina misturado com gua salgada serve. Como prrequisito para descapsulao, os cistos devero ser colocados em uma soluo pr-resfriada a 4C com um pH 10, consistindo em 0,33 ml de Hidrxido de Sdio (NaOH) e 4,67 ml de gua do mar por grama de cistos (voc provavelmente vai gastar um bom tempo tentando encontrar NaOH puro). A soluo preparada dissolvendo-se 40 g de NaOH em 60 ml de gua doce. A descapsulao ocorrer quando voc acrescentar 10 ml de alvejante na soluo. Voc precisar de um termmetro porque a soluo ir liberar calor. importante manter a soluo entre 20-30C. Se comearmos com a soluo prresfriada, fica muito mais fcil manter a temperatura dentro do limite. Se necessrio, um cubo de gelo poder ser utilizado para ajudar a baixar a temperatura. Uma segunda forma de descapsulamento adicionar 0,70 gramas de Cloro em p seco usado em piscinas por grama de cistos. Nesse caso a soluo ser de 0,68 gramas de Carbonato de Sdio em 13,5 ml de gua. Fica mais fcil se voc dividir a quantidade de gua em duas partes, adicionando Carbonato de Sdio na primeira e Cloro na segunda. Deixe que dissolvam e reajam, o que causar um precipitado. Refrigere as duas solues, misture e ento adicione os cistos. Durante a descapsulao, mexa a soluo continuamente para minimizar a formao de espuma e para dissipar o calor. Note que a cor da soluo mudar de marrom escuro para cinza, depois branca e ento para uma laranja clara. Essa reao leva normalmente de 2 a 4 minutos. Com o Hipoclorito de Clcio, os cistos mudaro apenas para o cinza e levar cerca de 4 a 7 minutos. Os cistos devero ser retirados depressa da soluo, logo depois que as membranas dissolverem, conforme indicado pela cor laranja claro ou cinza, caso contrrio voc simplesmente dissolver o cisto inteiro em vez de s a casca exterior. O Cloro deve ser removido em gua doce ou salgado at eliminar totalmente o odor de Cloro. O Cloro residual prende-se nos cistos e precisa ser neutralizado. Isso feito lavando-se os cistos em Tiossulfato de Sdio a 0,1% (0,1 grama em 99,9 gramas de gua) por um minuto. Como mtodo alternativo usa-se cido Actico (1 parte 5% de vinagre para 7 partes de gua). O primeiro mtodo funciona melhor, porm o segundo mais fcil visto que os materiais podem ser encontrados em qualquer cozinha. Os cistos so ento lavados novamente com gua doce ou salgada e colocados no tanque de cultivo e cultivados como artmia comum. Os cistos recm-descapsulados podero ser guardados na geladeira por no mximo 7 dias e ento serem cultivados. Para um armazenamento mais prolongado, os cistos precisaro ser desidratados. A desidratao de cistos descapsulados feita transferindo-se um grama de cistos descapsulados para uma soluo de sal saturado, de 330 gramas de sal para 1 litro de gua. Areje isso usando uma mangueira de ar por 18 horas, trocando a soluo a cada 2 horas. A gua contida nos cistos ser liberada atravs de osmose, deste modo importante manter a concentrao de sal bem alta. Aps 18 horas, os cistos tero perdido 80% da gua de suas clulas. Interrompa o fluxo de ar e deixe tudo assentar, depois filtre os cistos. Estes cistos podero ento ser colocados em um recipiente com gua e sal, hermeticamente fechado, e guardado no freezer ou geladeira. Cistos com 16 a 20% de gua nas clulas podero ser guardados por alguns meses sem queda na taxa de ecloso. Para um armazenamento mais prolongado, voc dever reduzir essa taxa de gua para menos de 10%.

37

MONTAGEM DE UM ARTEMILHEIRO (ECLODINDO CISTOS DE ARTMIA)INTRODUO O seguinte texto descreve o mtodo da garrafa invertida, que consiste, como o prprio nome diz, em usar uma garrafa de cabea para baixo como recipiente para ecloso de nuplios de artmia. Isso traz uma grande vantagem ao uso de outros recipientes ou mesmo da garrafa em posio normal: com a garrafa invertida, no se formam "pontos mortos" na circulao da gua. Isso se verifica sobremaneira importante para manter no somente todos os cistos em suspenso, mas o faz de modo a que esses estejam sempre em contato com uma gua ricamente oxigenada, quase de maneira ideal. Isso aumenta e muito as taxas de ecloso e sobrevivncia dos nuplios. Alm disso, h uma imensa facilidade em se conseguir e manipular esse material, com custo praticamente zero. PARTE 1 - MONTANDO O ARTEMILHEIRO

A primeira garrafa que usamos o "corpo" principal do artemilheiro. Ele consiste de uma garrafa descartvel de plstico (de refrigerante 2 litros), da qual se corta fora o fundo, o mais prximo possvel dos "pezinhos" da garrafa. Esse corpo ento encaixado de ponta cabea dentro da base, que uma metade inferior de outra garrafa cortada (corta-se geralmente na medida da metade da altura). Aproveitaremos ainda a parte superior da garrafa usada como base como "capuz" ou cobertura garrafa que o "corpo" do artemilheiro, evitando respingos de gua causados pela aerao forte que usaremos. Minha experincia aponta que o ideal usar uma garrafa de Pepsi como corpo, uma de Coca-Cola como base, e uma de Fanta ou Sprite como cobertura. Pode-se, entretanto, usar outras garrafas de outros refrigerantes, apenas os encaixes podem ser mais complicados ou difceis devido aos seus formatos peculiares / diferentes. Figura A - Detalhamento das partes do artemilheiro: 1. Capuz / cobertura; 2. Corpo principal, onde vo a gua, sal e cistos; 3. Base de sustentao ao corpo principal; 4. Tampinha do corpo, com a localizao correta da pedra porosa, bem no fundo. PARTE 2 - COLOCANDO PARA ECLODIR Passamos agora ao processo da ecloso. Primeiramente enche-se o corpo pela metade com gua sem cloro e sem aditivos (anticloro, Aquasafe etc). Um dos melhores meios de conseguir gua apropriada filtando-a previamente em carvo ativo para remover o cloro, mas podese usar at mesma gua do aqurio, gua mineral etc. Ao encaixar tudo, no esquea de verificar antes se a tampinha do "corpo" est bem fechada !!!

38

Depois, adiciona-se de uma e meia a duas colheres de sopa cheias (nem rasa nem "lotadas") de sal grosso ou sal marinho. Na falta desses tipos de sal, pode-se usar sal de mesa, comum; apenas use-o em menor quantidade, pois mais puro e concentrado -- uma colher a uma e meia. Coloque tambm uma colher de ch cheia de bicarbonato de sdio (NaHCO3), para aumentar o pH: isso aumenta e muito a taxa de ecloso. Os valores abiticos ideais so: pH: 8.0 a 9.0 Salinidade: 5 %o Temperatura: 25 a 30C Iluminao: 1000 lux Aerao: prximo da saturao, nunca abaixo de 2mg / litro Densidade de cistos: no maior que 5g / litro

Mexe-se bem at dissolver todo o sal e o bicarbonato, e ento se completa com a mesma gua. Apenas agora, ento, adiciona-se os cistos. A quantidade de cistos a ser usada depende de alguns fatores: 1) da quantidade de nuplios que ser necessria (o nmero de "bocas" que ter que alimentar); 2) da taxa de ecloso dos cistos. Ao pegar a dose de cistos, cuidado para no usar colher molhada ou mesmo mida, e nem pingar gua nos cistos. Por fim, coloca-se a "cobertura" (para evitar respingos de gua produzidos pelo borbulhamento da pedra porosa), e instala-se a pedra porosa, que deve ficar encostada no fundo, tocando a tampinha. A aerao deve ser forte, em intensidade tal que faa todo o volume de gua circular, sem "pontos mortos", mantendo os cistos em suspenso permanente, mas no a ponto de jogar gua fora do artemilheiro. comum parte dos cistos formar um anel emerso, logo acima do nvel da gua -- no se preocupe, isso normal, faz parte das perdas da ecloso; se quiser recolh-los para tentar eclodir depois, boa sorte -- esses dificilmente eclodem, e melhor se livrar deles. Deve-se proceder uma primeira ecloso, como ensaio prvio antes que ocorra o nascimento dos filhotes dos peixes, para ser assim possvel determinar a taxa real de ecloso dos cistos e calcular o quanto se deve colocar para eclodir -- as primeiras "refeies" so importantssimas na sobrevivncia de alevinos. No importa o que o rtulo, o produtor ou lojistas digam, inegvel que a taxa de ecloso diminui com o passar do tempo, e quanto mais velha a embalagem, os cistos eclodiro sempre menos. Tambm h variaes naturais, como safras de vinhos -- h anos de bons vinhos, outras nem tanto. Como referncia, para um dia de alimentao de uma ninhada regular de discos (aproximadamente 50 a 70 filhotes) eu uso cerca de 1/5 a 1/3 raso de uma colher de ch (a menor colher que voc encontrar em sua casa). Essa quantidade geralmente me fornece nuplios para um dia inteiro de alimentao - 4 a 6 refeies. Por fim, marco em um caderno as quantidades de cada material, a hora e o dia em que tudo isso foi feito, para ter controle do tempo demandado para a ecloso e rendimento de nuplios. A instalao deve ser completada ligando-se a aerao e a iluminao. A aerao deve ser constante, sem interrupo. A iluminao deve ser mantida ao menos nas primeiras duas horas iniciais do processo. Minha tcnica adotada envolve montar tudo isso de preferncia em um cmodo onde o barulho do compressor no incomode ningum. L, em um canto qualquer, armo uma "cabaninha" junto da parede, com placas de madeira e/ou papelo, e dentro dessa deixo ligada por todo o processo uma lmpada incandescente fraca (25 ou 40W). Isso tanto vai acelerar o processo pela iluminao em si, como tambm pela gerao de calor da lmpada.

39

Apenas deixo o aviso de que se deve tomar alguns cuidados nesse mtodo: o primeiro, de no usar lmpadas muito fortes nem aproxim-la demais do artemilheiro, para no superaquecer a gua -- seno no eclodir quase nada ou nada. Segundo, deve-se tomar cuidado para no deixar a lmpada muito prxima de materiais inflamveis -- por exemplo, a prpria "cabaninha" -- pois seu calor pode acabar provocando um incndio em sua residncia. A ecloso dos nuplios nesse processo costuma demorar apenas cerca de 24 horas. Por isso recomendvel montar tudo logo pela manh, para colet-los na manh seguinte. Para verificar se houve ecloso, simples: desligue a aerao, coloque o artemilheiro em um local onde possa ser observado contra a luz, e deixe-o l por uns minutos at assentar tudo o que houver em seu interior. Figura B.- Modo que deixo espera da ecloso: 1. Cabaninha feita de placas de papelo ou chapas de madeira, encostada ou apoiada numa parede; 2. Compressor de ar, ligado pedra porosa; 3. Iluminao com luz incandescente comum, nem muito longe, nem muito prxima do artemilheiro. Observao: imagem meramente ilustrativa, sem propores realistas. Observando contra a luz, deve-se encontrar "pontinhos" que se movem em pequenssimos saltos errticos -- so os nuplios. Ou uma "nuvem" rosada / alaranjada "flutuando" logo acima da tampinha do "corpo".

PARTE 3: COLETANDO E FORNECENDO AOS PEIXES Para coletar os nuplios, o mtodo mais simples que encontrei consiste em fazer um sifo com uma dessas mangueirinhas de ar, presas na extremidade de uma haste qualquer -- palitos de madeira para espetinhos de churrasco so uma boa opo. Prenda uma das extremidades da mangueirinha a uma das extremidades da haste -- eu uso linha de costura. Os nuplios sero ento sifonados direto para dentro de um coador de caf, desses modelos ditos "permanentes", feitos em material sinttico -- nylon; encontra-se facilmente em supermercados. Para sustentar o coador eu costumo usar o fundo de uma garrafa plstica de refrigerante, previamente toda furada embaixo; e tudo isso dentro de uma bacia ou pote que comporte todo o volume de gua do artemilheiro (mais de 2 litros). Para executar a coleta, espere que tudo flutue (ovos no eclodidos) ou decante (cascas de ovos eclodidos). Os nuplios parecem se concentrar sempre em 3 locais distintos: um pouco junto da superfcie, que local difcil de tentar sifonar, pois quase sempre vem mais ovos que nuplios; portanto, no tente pegar esses. O segundo lugar onde eles j se encontram em maior concentrao ao longo da coluna de gua, quase sempre mais concentrados junto ao lado da garrafa que estiver incidindo mais luz. E, por fim, o local onde eles se encontram em maior concentrao, e onde se deve ir primeiramente com o sifo: na parte mais funda, onde est tampinha da garrafa invertida, eles se concentram como que "flutuando" logo acima do fundo da prpria tampinha. Cuidado para no afundar o sifo e tocar esse fundo, pois voc sugar praticamente apenas cascas vazias dos ovos, "sujando" a coleta. Vale lembrar aqui que a maioria dos alevinos no distingue bem o que e o que no nuplio, e no "frenesi" alimentar causado pela presena de centenas de nuplios, acaba ingerindo cascas ou ovos no eclodidos, se esses estiverem misturados aos nuplios; e que esses podem causar obstrues intestinais at fatais nos alevinos.

40

Figura C. - Como fazer a coleta dos nuplios: 1. Sifo com haste, para maior controle; 2. Coleta, na regio de maior concentrao de nuplios, prximo tampinha detalhamento: 2a. extremidade do sifo, com amarrao de linha; 2b. nuplios sendo sugados; 2c. cascas e ovos no eclodidos, que ficam bem no fundo da tampinha, sedimentados; 3. nuplios no sifo, indo para o coador; 4. coador sustentado por base feita de garrafa pet, todo furado embaixo para escoar a gua por motivos de espao, no aparecem detalhes importantes na ilustrao: a) o coador deve sempre estar em nvel mais baixo que o artemilheiro para o sifo funcionar; b) o coador / base devem estar dentro de um segundo recipiente, de volume maior que o contido no artemilheiro, para coletar a gua filtrada no coador Tomando os cuidados j citados acima, pode-se coletar praticamente apenas nuplios e nada de cascas de ovos e/ou ovos no eclodidos. Claro que sempre h uma pequena perda, de nuplios que, em nome de uma coleta "limpa", ficam misturados a esses detritos. Ser quiser, reencha a garrafa com a gua filtrada pelo coador e re-sifone novamente, para aproveitar melhor. Eu, particularmente, nem dou muita bola para essa perda, que nfima -- deve ficar em 1 ou 2% dos nuplios. Depois de filtrados os nuplios, coloco o coador sob um fluxo bem fraco de gua doce limpa e sem cloro. Fao isso atravs de um outro sifo feito da mesma mangueirinha de ar, que escoa gua de um pote usado apenas para isso. Deixo assim por uns 3 a 4 minutos, para eliminar excessos de sal e catablitos do processo de ecloso (materiais orgnicos). Limpos os nuplios, uso seringas grandes (do tipo descartvel) para enfim sug-los do coador (ainda escoando a gua da limpeza). Forneo a primeira alimentao, e reservo o excedente (que a maior parte). Se quiser que os nuplios fiquem vivos at o final do dia dentro da seringa, aconselho que use gua salgada limpa ou gua salobra (no mnimo), e que deixe em local fresco e sem luz forte -- pode ser dentro da geladeira, mas nunca abaixo de 4C. Um truque para no "pagar mico" e engolir gua salgada com artmia e tudo, ao tentar colocar o sifo em funcionamento, fazendo isso naquela velha maneira de sugar com a boca direto do artemilheiro. Faa assim: deixe tudo pronto e em seu lugar, e ento simplesmente v at uma torneira com o sifo em mos, e encha-o nela. Assim que cheio, tape as extremidades com os dedos. Depois, com jeito e sem revolver o que j est assentado, mergulhe a extremidade do sifo que est presa haste. Aqui vai o "pulo do gato": para no perder a gua e faz-lo ainda "funcionar", basta manter a outra extremidade sempre tapada com seu dedo, (a que vai jogar a gua sifonada no coador). Apenas depois de mergulhada a outra extremidade do sifo no artemilheiro voc a destapa. bom tambm ter um prendedor desses de roupa mo, para prender a extremidade do sifo no coador: isso libera uma das mos, e fica mais fcil controlar o sifo.

41

4. COMENTRIOS FINAIS Recomenda-se fornecer os nuplios eclodidos em no mximo em 24 horas aps a ecloso. Isso porque eles rapidamente perdem seu valor nutricional / energtico enormemente (20% ou mais em poucas horas) nesse perodo devido s mudas que o nuplio sofre em seu desenvolvimento. Mas tambm no nada que exija que se jogue fora o que passar desse "prazo", apenas no mais to nutritivo para filhotes -- para peixes adultos continua sendo um bom alimento. E mantenha sempre a aerao, nunca a desligue, pois isso matar muito (ou a maioria) dos nuplios. No tente alimentlos, pois nos primeiros 3 a 6 dias os nuplios se alimentam de reservas vitelnicas -- ou seja, o que voc colocar de alimento no ser consumido por eles, mas fomentar o desenvolvimento de bactrias e demais potenciais patgenos, alm de decair e gerar catablitos txicos. Com prtica, o processo todo de montagem de um artemilheiro leva menos de cinco minutos. E com a mesma prtica, a coleta dos nuplios leva outros cinco minutos. Mesmo sem prtica a coisa simples e rpida, e mesmo na pior das hipteses, no se leva mais que uns 10 minutos para cada operao. J alimentei assim centenas de peixinhos. E nuplio de artmia , e sempre ser, um dos melhores (seno "o" melhor) alimento para filhotes de peixes e peixes pequenos.

Manual Verme Do Vinagre

Cultivando Vermes de Vinagre Verme de vinagre um nematide aqutico extremamente minsculo, na verdade uma lombriga, no um verme. Eles aparecem naturalmente em barris de vinagre e so um excelente alimento para alevinos de quase todas espcies de peixe de aqurio. As vantagens deles sobre os microvermes que eles so ligeiramente menores e eles sobrevivem mais muito tempo no aqurio. A desvantagem deles a maior dificuldade para os colher. Materiais 1. Um recipiente ou Garrafa. 2. Vinagre de Maa. 3. 01 pedao Pequeno de Maa. 4. Uma cobertura de Pano ou tampa, para o recipiente. 5. Uma Cultura me 42

Para comear uma cultura dilua seu vinagre de Ma com gua, (1 parte de vinagre para 3 de gua), some uma fatia pequena de ma fresca, some a cultura de Me e ponha tudo disto em uma garrafa limpa ou jarro. Cubra o jarro com uma cobertura de pano, uma rolha ou at mesmo uma toalha de papel. No use tampas de metal para no matar a cultura. Armazene esta cultura em um lugar escuro e espere um par de semanas. Voc poderia usar uma lupa e ver milhes de vermes de vinagre que nadam pelo jarro. Tudo que voc precisa fazer agora de vez em quando olhar cultura para ter certeza que est crescendo. Se voc notar uma grande produo, voc pode somar um pouco vinagre, um pedao pequeno de ma ou possivelmente at mesmo comear um subcultura.

Colheita

Colher os vermes normalmente usa-se uma mangueira para sorver uma poro da cultura e esguichar sobre um filtro de caf que colocado em cima de uma xcara ou jarro pequeno. Economize a drenagem para devolver cultura pois provavelmente contm muitos filhotes dos vermes. Depois de escoar a mistura de vinagre enxge o filtro algumas vezes com gua limpa, para evitar qualquer resduo de vinagre. Quando a drenagem estiver terminada que voc pode inverter o filtro em um recipiente pequeno com gua e soltar os vermes que voc poder capturar um conta-gotas e servir aos seus alevinos. Mtodo de colher Novo

Verta uma poro de sua cultura de vinagre em uma garrafa de pescoo longo. Encha at o ponto onde comea o pescoo. Coloque ento gua fresca completando o nvel da garrafa, algumas horas depois, muitos vermes tero migrado do fio de vinagre para o de gua e podem ser colhidos facilmente. O vinagre permanece separado da gua, assim voc no tem que preocupar em entrar vinagre em seus tanques de alevinos. Depois vc s pe de volta mistura na cultura principal.

Resumo Utilizao: Comida para alevinos muito pequenos, ou seja, os demasiado pequenos para comerem artmia (como Ramirezis) Criao: As enguias do Vinagre so pequenas nematdeas encontradas em vinagre no pasteurizado. Vivem em gua cida e alimentam-se de bactrias existentes no vinagre em fermentao. Podem sobreviver por longos perodos de tempo em gua alcalina (incluindo a gua do aqurio!), mas no se iro reproduzir. Como comida para alevinos so extremamente fceis de criar, requerem muito pouca ateno e cuidados (ou seja, podem ser ignoradas por meses e meses) e podem ser colhidas no momento. Coloque uma cultura inicial contra a luz para conseguir ver as enguias no lquido. Para criar enguias do vinagre, preciso um recipiente (por exemplo, uma jarra de 3 ou 4 litros com um gargalo suficientemente largo para meter uma mo), uma ma, vinagre de cidra ma e gua. (NT: O vinagre de cidra est disponvel em alguns hipermercados). Pequenos recipientes devem servir 43

mas um de 3 ou 4 litros fornece enguias mais do que suficientes para uma pequena criao profissional. O vinagre pode ser cortado com at 50% de gua mas no mais que isso. Introduza alguns cubos de maa descascada (s necessria um mo-cheia de cubos) e encha com vinagre e gua (mais uma vez no mais que 50% de gua). Coloque ento metade da cultura inicial (ou "starter"). Espere pelo menos 24 horas para dar s bactrias tempo para se instalarem e coloque a segunda metade da cultura inicial. Em cerca de um ms uma chvena tirada da jarra deve vir obscurecida com enguias. Quando a mistura comear a ter um aspecto sujo (isto , 1 cm de porcaria acumulada no fundo, o que deve levar meses) tempo de fazer nova mistura. Colha as enguias com duas chvenas e um filtro de caf. Retire uma chvena da criao, despeje-a atravs do filtro. A maioria das enguias vai passar atravs do filtro, mas algumas ficaro l. Despeje gua doce atravs do filtro e ento o inverta e despeje as enguias para um copo. Um filtro de papel (disponvel em algumas drogarias) tambm pode ser usado. O filtro de papel evita que as enguias passem, mas tambm demorar bastante (10 minutos ou mais) para o vinagre passar. Deixe as enguias algum tempo no copo antes de d-las aos alevinos. Tenha cuidado em lavar as enguias bem - adicionar vinagre a um pequeno aqurio de criao pode fazer o pH descer subitamente com conseqncias desastrosas. As enguias dos vinagres so mais compridas que a artmia recmeclodida mas tm um dimetro mais pequeno - os peixes conseguem com-las antes de conseguirem comer artmia. No aqurio as enguias iro deslocar-se com qualquer corrente, mas se no existir corrente iro subir superfcie (uma grande vantagem sobre os microvermes).

FAA VOC MESMO... MONTE SUA ESTRUTURA COM O MENOR CUSTO POSSVEL.Produzir nossos prprios aqurios e equipa-los a um custo mnimo no uma tarefa difcil... Dicas e sugestes para montagem. Sistema de filtragem; Aquisio de vdros e montagem de aqurios; Aquisio de material e montagem da bateria de aqurios; Sistema de troca automtica de gua;

FILTRAGEM Filtros de espuma de alta vazo e oxigenao No mercado existem vrias marcas e modelos de filtros de espuma, alguns bons e outros ruins, mas na maioria so todos desajeitados e volumosos. Se voc decidiu trocar todos seus filtros por filtros de espuma, v com calma, no compre o primeiro que encontrar. Opte por um modelo adequado ao seu aqurio, que ocupe pouco espao e seja eficiente e barato! 44

Pensando assim, resolvi construir meus prprios filtros de espuma. O desafio inicial era simples, bastava um caninho para soprar o ar e uma espuma para reter as partculas... Mas no era apenas isto. Com o tempo percebi que aquele equipamento exercia uma funo muito maior do que apenas filtrar a gua. Os resultados com os guppies dependem diretamente de como a gua est sendo filtrada e oxigenada. Ento levando em considerao trs fatores, (Meio filtrante, Vazo e Oxigenao), botei a mo na massa e constru alguns prottipos. A eficcia do filtro foi testada e aprovada em vrias circunstncias. Em alguns testes cheguei a jogar um pouco de areia sem lavar em um aqurio e na manh seguinte aqurio limpo e gua cristalina. Os filtros de espuma naturalmente retm grande quantidade de impurezas, (360o de absoro), so montados com espuma de mdia densidade, moldados ao espao disponvel no aqurio e projetados para circular e oxigenar a gua. Tambm aumentam a capacidade dos aqurios e facilitam o trabalho de limpeza, pois a recirculao da gua promove o deslocamento da sujeira que fica depositada no fundo, reunindo-a em um determinado ponto do aqurio. Estas caractersticas aliadas ao alto desempenho que os modelos oferecem, transformou uma simples idia em realidade. Um eficiente equipamento de filtragem para aqurios de 10 a 40 litros com baixssimo custo. O Bio-Filtro de Espuma como foi batizado, ou [BFE], utilizado atualmente em quase todos os aqurios que possuo e em aqurios de amigos e clientes que optaram em utilizar um equipamento testado e projetado especialmente para a criao de guppies. BFE - (Bio-Filtro de Espuma) - caractersticas Capacidade de vazo: "Varivel" de acordo com a quantidade de ar injetada; Manuteno (Limpeza da espuma): Entre 20 a 30 dias, mas esta limpeza vai estar relacionada ao tipo de alimento oferecido, nmero de trocas de gua e sifonagens. Tamanho: Ser calculado de acordo com a rea do aqurio a ser utilizado. BIO-FILTRO DE ESPUMA Instalao: Posicionar como no folheto que acompanha o produto. - [BFE] Fixao: A fixao no necessria, pois o modelo j possui base com peso. Aprenda a fazer seu Bio-filtro de espuma. Bio-PET com l de perlon. Em busca de uma opo simples e de fcil manuseio tentei montar filtros de todas as maneiras, foram inmeras tentativas com diversos materiais. Desde pequenos recipientes at grandes potes e vasilhames de plstico foram submetidos a semanas de tentativas bem e mal sucedidas. At que em uma noite em minha estufa uma idia me veio e resolvi utilizar a parte superior das garrafas pet 2 litros sem ter de adptar nenhum material. Com apenas um corte fiz o primeiro prottipo que foi imediatamente colocado em teste. Inicialmente tive alguns problemas mas depois de resolvidos me vi diante da soluo mais barata e eficiente para meus aqurios. 45

O modelo precisa ter dois furos na tampa, sendo que um deles deve ser exatamente da espessura da mangueira para garantir que ela fique na posio desejada, e o segundo com 3 vezes o tamanho do primeiro, para que as bolhas saiam sem muita resistencia. Um peso dever ser utilizado para que o filtro fique no fundo, trave com o fechamento feito no corte do filtro. Abaixo descreverei passo a passo como montar rapidamente seus filtros de l.

Aquisio de vdros e montagem de aqurios.Os aqurios so sem dvida o que representam maior custo para o criador que necessita de quantidade. Para conseguimos montar aqurios a baixo custo temos primeiro que adquirir os vidros em uma distribuidora. As vidraarias sempre repassam os vidros com um mnimo de 30% de lucro e no fica vivel. Em uma distribuidora no compramos poucos vdros, mas vrios de uma s vez. Assim, mesmo que voc no pretenda montar todos os aqurios de uma vez aconselhavel adquirir todos os vidros em uma nica compra. Quando me vi na necessidade de montar 30 aqurios para minha criao comecei a procurar e finalmente notei que os valores praticados nas distribuidoras eram muitas vezes negociveis e bem inferiores. O maior problema na hora de adquirir os vidros ser o corte para os aqurios. Pea junto ao vendedor para cortar vidros perfeitamente no "ESQUADRO", garantindo os ngulos corretos para o encaixe entre os vidros. Confira atentamente seu pedido pois de extrema importncia que todos estejam perfeitamente cortados. Para aqurios at 25 litros podemos pedir vidros de 3mm de espessura que saem bem mais em conta que os de 4mm utilizados em aqurios de 45 litros. Lembre-se que para a montagem correta de um aqurio temos de utilizar um vidro de fundo que receber todos os outros em cima, ou seja, se a medida do aqurio for 30cm de altura x 30cm de largura x 30cm comprimento x 3mm de espessura no vidro, a parte do fundo dever ser 6mm mais comprida para que os outros possam se encaixar sobre ele. o jogo certo de vidros seria 30 x 30 x 30,6 x 3mm. Feita a escolha e adquiridos os vidros vamos para o passo seguinte. Para colar os aqurios utilizamos cola silicone prpria para aqurios sem fungicida ou misturas, silicone puro. Primeiramente posicionamos um jogo de vidros em uma mesa. Com um algodo embebido em lcool 99%, limpamos as laterais onde ser aplicada a cola. Aps feita a limpeza e retirada da oleosidade pegue um vidro da lateral e outro da frete ou traseira. Passe cola nas laterais e na parte de baixo do vidro da lateral e apenas na parte de baixo do vidro da frente. Abaixo a ilustrao mostrar a posio correta para a colagem.

46

No se preocupe com a posio inicial dos vidros, apenas posicione-os rente a margem do vidro do fundo. Ao encostar os vidros da lateral e da frete sobre o fundo os mesmos no cairo e assim voc ter algum tempo para passar cola nas extremidades dos outros dois vidros e posiciona-los. A sequncia de montagem simples, primeiro o vidro da lateral sobre o fundo, ento o da frente, depois a outra lateral e o de tras. Depois de perfeitamente encostados uns nos outros voc poder ajustar os ngulos deixando as extremidades unidas e alinhadas. Ok, agora vamos esperar umas 6 horas para fazer o arremate final, eu particularmente s finalizo no dia seguinte aps a cola estar bem seca. Pegue a cola e com o aplicador bem fino, passe em todas as quinas da parte interna do aqurio. Tente associar a velocidade em que passa com o tanto de cola que sair na bisnaga ou pistola aplicadora, assim voc conseguir um resultado bem satisfatrio. Nao use muita cola, basta uma fina camada para selar possveis vazamentos. O silicone utilizado na colagem dos vidros no o interno e sim o utilizado para unir as extremidades anteriomente. A camada interna apenas serve para vedar e garantir que no ocorram vazamentos. Com a prtica voc passar a utilizar cada vez menos silicone. Cuide apenas para no espalhar silicone para todo lado. Caso esbarre no vidro em local errado no tente remover, deixe secar para remover posteriormente. Se voc passar um pano, algodo ou papel s espalhar mais ainda tornando a limpeza mais difcil. bem provvel que em seu primeiro aqurio, alguns borres e vidros tortos apareo, mas perfeitamente normal. No desanime! Os prximos tendem a melhorar bastante e aps uma dzia deles voc j estar ensinando a outros criadores.

Aquisio de material e montagem da bateria de aqurios. Na montagem de uma bateria de aqurios podero ser utilizados diversos materiais, de acordo com as necessidades e realidade de cada criador. Para a criao de uma bateria de aqurios temos inicialmente que planejar. Definido o espao e total de aqurios, passamos para a segunda etapa. As estantes de madeira tem sido a opo mais vivel e barata para todos ns aqui no Brasil. Em minhas estantes utilizei caibros para telhado com espessura de 4 x 6 cm. A primeira etapa ligar para as madeireiras, procure as mais prximas de sua casa, assim o preo do transporte cair ou voc poder utilizar seu carro. Pea por caibros de "Paraju" ou qualquer madeira "dura", resistente e barata. Os caibros deveram ser cortados nas medidas previstas em seu projeto e aparelhados no lado onde apoiaram os aqurios. Caso queira um acabamento "fino", pea para aparelhar todos os lados. Mas lembre-se que a madeira ficar mais fina. Abaixo voc ver o um modelo de estante e como so montadas. Para um vo de at 1,70 metros de comprimento utilizo quatro ps, para comprimentos maiores, seis ps. Para riscar e marcar os locais de furao, coloque todos os ps no cho perfeitamente unidos e alinhados. Ento mea 10 a 20 centmetros do cho e marque a primeira trava. Entre uma trava e outra utilizo 45 centmetros, pois meus aqurios so de 30cm de altura. Esta distnmcia poder ser menor ou maior dependendo dos seus aqurios, mas sempre deixo 15cm para rea de manuseio acima dos aqurios. Utilize parafusos com cabea para travamento em madeira, arruela e porca. No caibros tranversais onde sero apoiados os aqurios utilize parafuso da grossura de um lpis e para as travas parafusos da grossura de um eixo de bicicleta. Abaixo voc ver como medir, marcar e parafusar sua estante. 47

Agora que a estrutura est de p comearemos o processo de finalizao. Antes de apertarmos definitivamente os parafusos temos de ter certeza que a estante est com todos os ps no cho e perfeitamente equilibrada. Coloque algo para pesa-la e estabiliza-la sem "mancar", ento aperte os parafusos. Aps perfeitamente apertados, corte tiras de isopor para colar nos caibros onde sero colocados os aqurios e pronto!

Sistemas de troca automtica de gua.Um bom sistema de troca de gua aquele que realmente funciona, sem vasamentos ou problemas de falta de gua. Inicialmente temos que pensar justamente no reservatrio de gua, bomba de gua e encanamento para distribuio da gua nos aqurios. Como primeiro passo instalaremos uma caixa d'gua ou galo de grande capacidade para o armazenamento e tratamento da gua utilizada para as trocas. O volume desta caixa ser correspondente a soma de toda gua utilizada na troca em todos seus aqurios. Este clculo ter de ser o mais preciso possvel e levar em conta o nmero de trocas dirias realizadas. Isto porque o reservatrio no poder encher automaticamente antes de esvasiar por completo, pois a gua precisar ser tratada com aerao para a retirada do cloro e possivelmete condicionada, caso prefira. Somente aps o completo esvasiamento o reservatrio poder ser enchido novamente. Podemos utilizar filtros de carvo ativado diretamente no encanamento de entrada de gua do reservatrio com a finalidade de garantir maior qualidade no tratamento. Bem, com o reservatrio instalado, teremos de comprar uma bomba d'gua que ser ligada a um "timer" que agendar as trocas para determinados horrios com durao controlada. O ideal ser utilizar um encanamento da espessura da sada da bomba at a bateria de aqurios, para a distribuio podero ser utilizados canos mais finos com at 1/2