Manual de competências pessoais e sociais

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  Manual de Competências Pessoais e Sociais Formadora: Márcia Martinho

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Manual de Competncias Pessoais e Sociais

Formadora: Mrcia Martinho

ndiceParte 1 - Introduo ________________________________________________________________ 3

Enquadramento do curso __________________________________________________ 4 Objectivos Pedaggicos ____________________________________________________ 5Objectivos Gerais ...............................................................................................5 Objectivos Especficos .........................................................................................5

Estrutura Programtica ____________________________________________________ 6Parte 2 Desenvolvimento __________________________________________________________ 7

Competncias Pessoais e Sociais ____________________________________________ 8Identidade pessoal ..............................................................................................8

Competncia Social e a Deficincia ________________________________________ 10Promoo de Competncias Pessoais e Sociais ........................................................ 10 Relacionamento interpessoal .............................................................................. 14 Competncias assertivas .................................................................................... 26

Saber ser na organizao ________________________________________________ 30 Saberes, competncia e atitudes __________________________________________ 32 Captulo I _______________________________________________________________ 34 Sucesso pessoal e profissional _____________________________________________ 37 Estrutura psicolgica individual ____________________________________________ 40Auto-estima .................................................................................................... 40 Autoconceito ................................................................................................... 40

Parte 3 - Concluso _______________________________________________________________ 41

Concluso _______________________________________________________________ 42 Bibliografia _____________________________________________________________ 43 Nota ____________________________________________ Erro! Marcador no definido.

PARTE 1Introduo

Parte 1 - Introduo

Enquadramento do cursoO mdulo de Competncias Pessoais e Sociais enquadra-se no curso de Desenvolvimento de Competncias pessoais e relacionais.

Objectivos Pedaggicos

Objectivos GeraisO curso de Desenvolvimento de Competncias Pessoais e Relacionais tem como objectivos gerais dotar os formandos de conhecimentos e aptides necessrias para (Re) aprenderem assuntos relacionados com o auto-conhecimento, auto-estima e resoluo de problemas, de forma a viverem de forma segura, saudvel e serena.

Objectivos EspecficosEm termos de competncias especficas a adquirir, pretende-se que no final do curso os formandos sejam capazes de: Promover competncias intrapessoais (auto-conhecimento, auto-estima, auto-controlo, resoluo de problemas); Promover competncias interpessoais (comunicao- assertividade, resoluo de problemas sociais, resoluo de conflitos); Desenvolver o esprito de cidadania activa da populao; Identificar princpios bsicos de educao para a sade; Reconhecer malefcios de comportamentos aditivos (tabaco, lcool e outras drogas); Desenvolver hbitos de vida saudveis.

Estrutura ProgramticaA estrutura programtica do curso de formao foi desenvolvida tendo por base as caractersticas do pblico-alvo, as suas necessidades de formao e os objectivos pedaggicos que se pretendem alcanar com a interveno formativa. Os contedos programticos a desenvolver visam, globalmente, o reforo do nvel de conhecimentos e aptides dos formandos, de forma a potenciar a melhoria do seu desempenho profissional. No mbito do curso de formao, ser prosseguido o seguinte plano de estudos: A Identidade Pessoal Relacionamento Interpessoal Saber ser na organizao Saberes, competncias e atitudes Sucesso Pessoal e Profissional

PARTE 2Desenvolvimento

Parte 2 Desenvolvimento

Competncias Pessoais e Sociais

Identidade pessoalA pessoa, para ser um cidado consciente, autnomo, activo e responsvel, necessita de ter um desenvolvimento pessoal e social que seja equilibrado, isto , necessita de conhecer-se e estimar-se a si mesmo, interagir com o outro e com o meio, assim como compreender o contexto cultural em que vive e que lhe serve de suporte ao seu desenvolvimento intra e interpessoal. Cumulativamente, dever ser capaz de interpretar os desafios que lhe so colocados, identificar oportunidades e investir em percursos que permitam realizar-se como pessoa tanto a nvel profissional, familiar e social, entre outros. Atendendo consequente necessidade de um reforo das competncias pessoais e sociais de base, como suportes ao seu conhecimento de si e superao com sucesso das exigncias e dos obstculos que afectam o seu desenvolvimento psicolgico, onde se incluem possveis dificuldades relacionais e comunicacionais, entendeu-se ser relevante incluir neste curso a identidade pessoal. A Identidade Pessoal tem por finalidade abordar as questes relacionadas com a construo da identidade singular de cada pessoa. Neste sentido, sugerem-se contedos que permitam aos formandos tomar um maior conhecimento de si, das suas potencialidades e fragilidades, de modo que sejam criadas condies para que cada formando possa traar consciente e autonomamente o seu plano existencial. Competncia Social: conceitos e modelos Conceitos como assertividade, eficcia pessoal, competncia social e aptido social so muitas vezes usados como sinnimos. Segundo Epps (1996), a competncia social refere-se a dois conjuntos abrangentes de competncias e processos: os que dizem respeito ao comportamento interpessoal, tal como a empatia, a assertividade, a gesto da ansiedade e da raiva, e as competncias de conversao; e os que dizem respeito ao desenvolvimento e manuteno de relaes ntimas, envolvendo a comunicao, resoluo de conflitos e competncias de intimidade. Spence (1982, citado por Matos, 1998), utiliza o termo habilidades sociais para se referir ao repertrio de respostas bsicas e estratgias de resposta, que permitirem ao indivduo obter resultados positivos numa interaco social, para que seja aceite socialmente.

Embora existam muitas definies de competncia social, a distino dos termos competncia, aptido e habilidades feita por McFall (1982), representa um caminho til para conceptualizar este conceito. Segundo este autor a competncia definida como a adequabilidade e qualidade da execuo global de uma tarefa particular. um termo avaliativo que reflecte o julgamento de algum acerca da adequao da execuo de determinada tarefa. Por sua vez, as aptides so habilidades especficas requeridas para executar competentemente uma tarefa. O termo social, o adjectivo que caracteriza o interesse pela componente social do comportamento da pessoa, ou seja, pelas implicaes sociais que o comportamento humano tem, seja este pblico, privado, verbal, motor ou autnomo. Esta definio implica que possvel para uma pessoa ter algumas, mas no todas, as aptides requeridas para executar uma dada tarefa. Neste caso, um comportamento desadequado socialmente pode ser explicado pela inexistncia de habilidades sociais necessrias. No entanto, pode acontecer que o indivduo tenha essas habilidades e no as utilize por determinados motivos. Para McFall (1982), estes casos podem estar relacionados com interposies emocionais, como so exemplos a inibio, a ansiedade ou falta de controlo. Este autor defende que as aptides podem ser inatas ou podem ser adquiridas atravs do treino. Numa tentativa de identificao dos factores envolvidos na competncia social, DuBois e Felner (1996) propuseram o Modelo Quadripartido da Competncia Social no qual identificaram quatro componentes que lhe so inerentes: aptides cognitivas (processamento de informao, tomada de deciso, crenas e estilo de atribuio); aptides comportamentais (assertividade, negociao, aptides de conversao, comportamento pro-social e aptides de aprendizagem); competncias emocionais (capacidade de regulao afectiva e de relao, aptido para estabelecer relaes positivas); motivao e expectativas (estrutura de valores, nvel individual do desenvolvimento moral e noo auto-eficcia e autocontrole). Para estes autores, cada uma destas componentes necessria mas no sufi ciente para se ser competente socialmente. Assim, nveis adequados de competncia em um destes domnios no so suficientes para se conseguirem os resultados desejados quando se trabalha o desenvolvimento de competncias sociais dos indivduos. Salientam ainda a importncia das circunstncias contextuais onde os comportamentos ocorrem.

Competncia Social

Promoo de Competncias Pessoais e SociaisO Modelo de competncia social proposto por Burton, Cagan e Clements (ver grfico 1), considera que o comportamento social apenas uma das componentes para se conseguir uma competncia social que permita a integrao e capacitao social. Outros factores, tais como, os chamados aspectos cognitivos da competncia social conscincia pessoal e social, observao, interpretao e planeamento as oportunidades concedidas e uma comunidade competente, so tudo factores importantes para a capacitao social. Grfico 1 - Modelo da Competncia Social - Adaptado de Burton, Kagan e Clements (1995)

O comportamento depende do efeito social de dois aspectos: pessoa e situao. necessrio olhar para o impacto do comportamento da pessoa se queremos fazer um julgamento acerca da sua importncia. Uma pessoa pode saber fazer uma pergunta adequadamente, mas no saber o contexto em que a faz, levando a ms interpretaes por parte dos outros, e a ter um impacto que, no limite, pode levar ao isolamento. Nestas situaes esto normalmente as pessoas que no entendem a natureza das relaes, os papis de cada um e as situaes.

A conscincia pessoal e social considerada neste modelo como uma componente essencial. Isto , o conhecimento de ns mesmos e dos outros uma componente essencial da competncia social. As pessoas que no tem conscincia das necessidades e interesses dos outros, ou dos seus prprios interesses, necessidades ou comportamentos, improvvel que funcionem de forma competente. As suas percepes acerca dos outros iro ser superficiais e sero tambm frequentemente erradas: haver pouco espao para a empatia se no se tiver a perspectiva dos outros. Do mesmo modo, importante estarmos conscientes do que queremos, sentimos, pensamos e fazemos, de forma a planearmos e ajustarmos as nossas aces. Interagir com outras pessoas requer uma srie de ajustamentos constantes ao que elas esto a dizer ou fazer sendo necessrio para isso observar e interpretar as situaes sociais. Por exemplo, sabermonos apresentar aos outros de forma aceitvel, requer sensibilidade para a forma como os outros se apresentam e para as suas reaces para connosco. A observao do comportamento social dos outros bsica para este processo de adaptao. Sem observao e interpretao no existe forma de conhecimento do que socialmente apropriado, do que os outros esperam, nem de como eles esto a responder ao que estamos a fazer. Sem uma boa observao, as oportunidades de aprender a tornarmo-nos socialmente mais competentes podem ser perdidas. Se no conseguirmos apreender os sinais subtis, ou no, das outras pessoas - que so cruciais para uma comunicao eficaz - podemos no estar aptos para responder ao feedback que os outros nos do. Interpretar as aces, intenes e sentimentos dos outros tambm importante para ajustamos apropriadamente o nosso comportamento s situaes. Interpretamos as aces dos outros atravs de um abrangente conhecimento social, pois interpretar no s algo que podemos ver ou ouvir. Muitas vezes inferimos a partir do comportamento dos outros uma certa significao. No entanto, temos que ter cuidado quando fazemos inferncias acerca do comportamento das outras pessoas, pois estamos em perigo de introduzir os nossos enviesamentos de observao e interpretao. O planeamento e a estratgia condicionam o sucesso e a eficcia da aco levada a cabo. Na maioria das situaes sociais, temos vrias formas alternativas para fazer as coisas com os mesmos resultados. No s sabemos estratgias alternativas, sejam elas verbais ou no verbais, mas tambm conseguimos escolher de entre estas alternativas e avaliar se elas foram eficazes ou no. Embora nem todas as actividades competentes socialmente sejam planeadas de forma explcita, planear til para estabelecer novos padres de actividade e comportamento, e para resolver problemas que nos surgem. Um plano estratgico requer que saibamos o que queremos, para podermos gerar uma variedade de caminhos alternativos para chegar ao nosso objectivo. Mesmo quando as pessoas tm um conjunto de coisas diferentes que podem fazer numa situao particular, e tm uma boa compreenso da situao, falhas na planificao podem revelar falta de competncia social.

O nosso comportamento, e o das outras pessoas, so determinados em grande parte pelo contexto em que agimos, pensamos e sentimos. Se as pessoas no adaptam o seu comportamento de acordo com a situao em que esto, e os papeis que esto a desempenhar, elas no podem ser vistas como socialmente competentes. O mesmo acontece se atribuirmos mal o comportamento das outras pessoas a elas prprias, como pessoas, e no aos papis e situaes em que esto naquele momento. necessrio compreender os aspectos fsicos e sociais das diferentes situaes. Modelo e Estrutura do Programa de Treino em Competncias Sociais O modelo do TCPS (Treino de Competncias Pessoais e Sociais 1 componente - trabalha as questes relacionadas com a formao da conscincia pessoal e social; 2 componente - trabalham-se as questes relacionadas com o comportamento social observvel; 3 componente - abordam-se as competncias relacionadas com o planeamento e estratgia aplicadas resoluo de problemas, vida futura e estabelecimento de relaes interpessoais. Transversalmente a estas trs componentes, existe a preocupao em considerar a competncia e as caractersticas dos contextos em que estas componentes operam. Em cada componente abordam-se diferentes reas, estruturadas em subreas, que permitem a sua especificao. Determinadas reas promovem o desenvolvimento mais bvio de determinados aspectos da competncia social, sendo que na interveno directa no se verifica essa distino, pois pretendese que esta seja uma abordagem promotora de um desenvolvimento global. Grfico 2 Modelo do programa de Treino de Competncias Pessoais e Sociais

1 Componente - Conscincia pessoal e social: quem sou eu e quem so os outros? Segundo Burton et al. (1995), o nosso sistema individual est feito para termos conhecimento de vrios aspectos desta conscincia: da nossa identidade social e pessoal: (os papeis que representamos, os grupos a que pertencemos, as caractersticas que gostamos ou desgostamos nos outros, etc.); dos nossos acontecimentos internos (sensaes corporais, humores, pensamentos, valores, atitudes,crenas e emoes); do conhecimento acerca de acontecimentos externos (o que dizemos, como nos comportamos,onde vamos, etc.); e a dimenso do alcance at ao qual temos alguma interveno ou controlo sobre as coisas que nos acontecem. A auto-conscincia: As questes da identidade e do reconhecimento dos aspectos internos ligados ao corpo, mas tambm os aspectos relativos a formas de pensar o prprio e emoes prevalecentes. A conscincia social: Centra-se nos aspectos da cognio social relacionados com a forma como o outro percepcionado e a tomada de perspectiva social. Grfico 3 1 Componente do TCPS: conscincia pessoal e social.

2 componente - Comportamento Social: como me comporto? O indivduo nesta componente convidado a analisar o seu comportamento e os contextos em que manifestado. Relaciona-se com a observao e interpretao de situaes sociais. Uma observao pobre pode levar a lacunas na competncia social. Interpretar as aces, intenes e sentimentos dos outros importante para ajustarmos o nosso comportamento apropriadamente, tendo em conta o que as outras pessoas fazem. Contudo, a interpretao das pessoas est frequentemente ligada ao nosso entendimento das situaes, e podemos errar nestas interpretaes.

Podemos olhar para o comportamento social em termos do comportamento verbal - acerca do que dito - e comportamento no verbal - acerca da linguagem corporal e de como as coisas so ditas. Nem sempre estas duas linguagens so coerentes. Muitas vezes damos mensagens ambguas: dizemos com o nosso discurso coisas que contradizemos com a nossa linguagem corporal. A assertividade est dentro das aptides comportamentais requeridas para um comportamento social adequado. O ser assertivo permite lidar competentemente com os outros em situaes possveis de gerar problemas para o prprio ou para os outros. Aumentar o leque de comportamentos, nomeadamente comportamentos assertivos, ir permitir um padro comportamental mais flexvel e ajustado. neste sentido que importante aprender a estar em grupo, lidar com as emoes e situaes difceis e evitar a agressividade.

Relacionamento interpessoal2 Componente do TCPS: comportamento social: como me comporto?

II - Comportamento 3 Componente Planeamento e estratgia: para onde vou? Abordam-se as competncias relacionadas com o planeamento e estratgia aplicadas resoluo de problemas, vida futura e estabelecimento de relaes interpessoais. Assim, pretende-se que o indivduo adquira um pensamento alternativo e consequencial, isto , saiba pensar a sua relao com os outros e a sua vida de uma forma flexvel e avaliando as vantagens e desvantagens das vrias opes que encontra para agir. Esta forma de se pensar a si, aos outros e sua vida, ir permitir-lhe encontrar formas mais ajustadas de se relacionar com os outros e planear o seu futuro de uma forma realista e eficaz.

dado especial enfoque capacidade de tomar decises e agir, seja na resoluo de problemas relacionais e pessoais e no planeamento do seu futuro, seja na tomada de um papel activo nas relaes que estabelece com os outros.

Componente II

COMPONENTE III

Aptides: Cooperao, assertividade, responsabilidade, empatia e auto-controlo

As aptides sugeridas por Gresham e Elliot (1990) so a cooperao, a assertividade, a responsabilidade, a empatia e o auto-controlo. A cooperao diz respeito a comportamentos tais como ajudar os outros, partilhar algo, e o cumprimento de regras e ordens. A assertividade refere-se iniciativa do indivduo em manifestar comportamentos, tais como, pedir informao aos outros, apresentar-se, e responder a aces dos outros, como a presso dos pares e os insultos. A responsabilidade refere-se a comportamentos que demonstram habilidade para comunicar com os adultos e cumprir tarefas. A empatia manifesta-se atravs de comportamentos que demonstram respeito e preocupao pelos outros e pelos seus pontos de vista. O auto-controlo so comportamentos que emergem em situaes de conflito, por exemplo responder apropriadamente a uma provocao e, em situaes no conflituosas, que requerem uma tomada de posio e compromisso. Relacionamento interpessoal O Relacionamento Interpessoal tem o intuito de promover nos formandos a compreenso de como os outros so importantes no desenvolvimento do eu e uma reflexo sobre as questes e os problemas relacionados com as relaes interpessoais. As relaes interpessoais - Viver em famlia (propsitos e ganhos; entendimentos e desentendimentos; desafios e conquistas) - Grupos de pertena, de referncia e de presso; a influncia dos grupos sobre o indivduo - A integrao em organizaes (propsitos e ganhos; entendimentos e desentendimentos; desafios e conquistas) - A procura do entendimento - A empatia como ferramenta para lidar com situaes problemticas, desenvolvendo a melhoria das relaes Os conflitos interpessoais Como resolver divergncias de forma assertiva (do autocontrolo aos aspectos comunicacionais e comportamentais)

ASSERTIVIDADE: O QUE , POR QUE TIL E COMO SE APRENDE? O comportamento assertivo pode ser definido como aquele que envolve a expresso directa, pela pessoa, das suas necessidades ou preferncias, emoes e opinies sem que, ao faz-lo, ela experiencie ansiedade indevida ou excessiva, e sem ser hostil para o interlocutor. , por outras palavras, aquele que permite defender os prprios direitos sem violar os direitos dos outros. Auto-afirmao - Capacidade de defender direitos legtimos - Capacidade de expressar opinies pessoais - Capacidade de fazer e recusar pedidos Expressar sentimentos positivos - Capacidade de fazer e receber elogios - Capacidade de expressar afectos positivos - Capacidade de iniciar e manter conversas Expressar sentimentos negativos - Capacidade de expressar afectos negativos legtimos

Comportamento No Assertivo Comportamento Passivo aquele em que a pessoa falha na expresso das suas necessidades ou preferncias, emoes e opinies. Na medida em que a pessoa que tem este comportamento a primeira a violar os seus prprios direitos, acaba por dar ao outro a permisso para, tambm ele, o fazer. Exemplos

-aceder a realizar actividades que no lhe interessam s porque isto lhe foi solicitado -no pedir um favor que legtimo e do qual se necessita -no manifestar desacordo perante algo com que no se concorda

Comportamento Agressivo aquele em que a pessoa expressa as suas necessidades ou preferncias, emoes e opinies, mas de uma forma que hostil, exigente, ameaadora ou punitiva para com o interlocutor. A pessoa que tem este comportamento defende os seus direitos, mas f-lo custa da violao dos do outro.

DIRECTO VERBAL NO VERBAL Comentrios hostis e humilhantes, insultos, ameaas Gestos hostis e ameaadores, violncia fsica

INDIRECTO Sarcasmo, comentrios maliciosos, intriguinhas Gestos hostis e depreciativos quando outro lado a ateno do interlocutor est orientada para

Comportamento Manipulativo aquele em que a pessoa expressa as suas necessidades ou preferncias, emoes e opinies de uma forma implcita ou indirecta, frequentemente com mensagens mistas, em que h contradies no contedo ou entre o contedo e o comportamento no verbal. o caso de mensagens cujo objectivo levar o interlocutor a adivinhar o que quer dizer ou a sentir-se to mal ou responsvel pela pessoa que far o que ela quer, ainda que contra a sua vontade. A pessoa que tem este comportamento procura a satisfao das suas necessidades violando os direitos dos outros, mas f-lo de forma indirecta. EXEMPLOS se fosses mesmo um bom colega, tu.../se fizeres isso ento eu no sei o que farei (chantagem emocional); - se eu fosse a ti.../ eu penso que devias (decidir no seu lugar); - eu fao isso por ti (paternalizao); - se me fizeres isto, ficar-te-ei eternamente grato (oferecer recompensas); - no sei bem, pode vir a ser difcil para mim fazer isso (evitar indirectamente a tarefa); - tu pareces um bocado nora com esse trabalho (explorar as vulnerabilidades do interlocutor); - isto interessa-te (fazer de conta que se pensa nos interesse do outro quando se est a pensar nos prprios); - fingir-se cansado ou incapaz obrigando o interlocutor a decidir por ele /no me importo (forar passivamente o outro a fazer as coisas por ele, julgando-o depois se elas correrem mal); - no posso porque neste momento a minha famlia est toda doente (dar desculpas para obter compaixo); - talvez seja assim (dito num tom de voz em que o interlocutor percebe claramente que quer dizer no!);

- todos os outros pensam que esta uma boa ideia (pressionar o interlocutor fazendo-o sentir-se isolado); - se os outros conseguem isto, porque que tu no consegues? (comparar desfavoravelmente o interlocutor); - claro que fao o que me ests a pedir dito com uma expresso de desagrado (contradio entre o contedo da mensagem e o comportamento no verbal) - silncio (usado passivamente de forma a que o interlocutor adivinhe o que quer ou agressivamente, de forma a que sinta que o est a cansar); - ser simptico em demasia; - dizer s outras pessoas o que se gostava que o interlocutor fizesse esperando que a mensagem lhe chegue aos ouvidos; - lamuriar-se.

A assertividade varia conforme as pessoas e as situaes Um aspecto que importante ter em conta que NINGUM 100% assertivo com todas as pessoas e em todas as situaes. Para cada pessoa, a facilidade que tem em comportar-se de forma assertiva depende muito da pessoa a quem esse comportamento se dirige (filhos, formadores, pais, chefe, amigos, namorado/a, etc) e da situao em que se encontra (auto-afirmao, expresso de sentimentos positivos, expresso de sentimentos negativos, etc). Quando muito, pode-se dizer que a pessoa assertiva capaz de se comportar com assertividade com muitas pessoas e em muitas situaes. Como aprendi a comportar-me de forma no assertiva? A assertividade no uma caracterstica inata que se tem ou no. O que acontece que, as aprendizagens que uma pessoa fez ao longo da vida conduzem a que, no momento actual, ela tenha ou no a capacidade de se comportar de forma assertiva. Embora seja difcil dizer quais os motivos que fizeram com que, no presente, determinada pessoa tenha dificuldade em se comportar de forma assertiva com determinadas pessoas e em determinadas situaes, existe um conjunto de factores que podem ser considerados. Por exemplo:

Muitas vezes as pessoas tm dificuldade em comportar-se Punio foram de forma assertiva (fisica em ou em determinados momentos porque, no passado, repetidamente por se punidas verbalmente) expressarem

momentos semelhantes. Muitas vezes as pessoas tm dificuldade em comportar-se Reforo de forma assertiva em determinados momentos porque, no passado, foram repetidamente recompensadas por se comportarem de forma no assertiva em momentos semelhante. Muitas vezes as pessoas aprendem a comportar-se de modo no assertivo por observao e imitao Modelagem do comportamento no assertivo de pessoas que sejam prximas e significativas, como os pais. Muitas vezes as pessoas comportam-se de forma no assertiva porque, no passado, no tiveram oportunidade para aprender formas de comportamento Falta de Oportunidade mais adequadas; quando confrontadas com uma situao nova, no sabem como responder (e, adicionalmente, sentem-se desconfortveis por causa desta falta de conhecimento).

Vrias normas culturais ( por exemplo fallta de educao recusar pedidos) e crenas pessoais (por

Padres Culturais e crenas pessoais

exemplo quero que todas as pessoas gostem de mim), que aprendemos ao longo da vida, podem funcionar como prescries contra a assertividade, resultando em respostas no assertivas. As pessoas podem responder s situaes de forma no assertiva por no conhecerem os seus direitos nessas situaes elas podem nunca ter aprendido quais so os seus direitos (e os limites desses direitos) em situaes sociais.

Incerteza relativamente aos prprios direitos

O que que ganharia em me comportar de forma mais assertiva?

A assertividade uma escolha. Da mesma forma que determinada pessoa aprendeu a comporta-se de forma no assertiva, pode aprender um conjunto de competncias que lhe permitam comportar-se com maior assertividade. Que vantagens tem em faz-lo? A resposta a esta questo pode ser dada, em primeiro lugar, pela anlise das consequncias de cada tipo de comportamento. importante no esquecer que os comportamentos que temos no ocorrem num vcuo eles repercutem sobre a pessoa que os tem e sobre aquele que os recebe, quer de forma imediata, quer a longo prazo. O que acontece que, ainda que os comportamentos no assertivos tenham, a curto-prazo, algumas consequncias positivas para o prprio (que , alis, o que explica que se mantenham), as suas consequncias so, num balano global, negativas; os comportamentos assertivos so, por outro lado, quase universalmente vantajosos (ver tabela no final). Se ainda no est convencido, tenha em ateno o seguinte: a assertividade, depois de aprendida, poder vir a ser mais uma ferramenta, de entre o conjunto das que j dispe. Nada o obriga a utilizla, mas caso ela se venha a revelar necessria, bom saber que l est. Como posso faz-lo? Conhecimento dos prprios direitos A primeira mudana interna, e passa por adquirir conhecimento dos direitos que te assistem (e, igualmente, a cada uma das pessoas que te rodeiam). Uma amostra destes direitos poder ser a seguinte: - Eu tenho o direito de ser respeitado e tratado de igual para igual, qualquer que seja o papel que desempenho ou o meu estatuto social - Eu tenho o direito de manter os meus prprios valores, desde que eles respeitem os direitos dos outros - Eu tenho o direito de expressar os meus sentimentos e opinies. - Eu tenho o direito de expressar as minhas necessidades e de pedir o que quero - Eu tenho o direito de dizer no sem me sentir culpado por isso - Eu tenho o direito de pedir ajuda e de escolher se quero prestar ajuda a algum - Eu tenho o direito de me sentir bem comigo prprio sem sentir necessidade de me justificar perante os outros - Eu tenho o direito de mudar de opinio - Eu tenho o direito de pensar antes de agir ou de tomar uma deciso - Eu tenho o direito de dizer eu no estou a perceber e pedir que me esclaream ou ajudem - Eu tenho o direito de cometer erros sem me sentir culpado - Eu tenho o direito de fixar os meus prprios objectivos de vida e lutar para que as minhas expectativas sejam realizadas, desde que respeite os direitos dos outros

Tenha tambm em conta algumas coisas que pode estar a dizer a si prprio, e que podem estar a tornar difcil comportar-se de forma assertiva. Alguns exemplos destes pensamentos bloqueadores da assertividade so os seguintes: Pensamentos sobre direitos e responsabilidades - No tenho o direito de recusar pedidos aos meus amigos -No tenho o direito de fazer pedidos s outras pessoas No tenho o direito de discordar com os outros, particularmente com a autoridade No Pensamentos sobre a imagem que quero dar de mim Pensamentos sobre as consequncias provveis do meu comportamento tenho o direito de ficar zangado, particularmente com as pessoas de quem gosto Tenho que ser amado ou, pelo menos, admirado por todos os que me rodeiam Tenho que ser perfeito e nunca cometer erros Se eu criticar a pessoa X, coisas terrveis podero acontecer

Se algum destes pensamentos reflecte uma crena sua, submeta-o a uma anlise racional. Isto pode ser feito quer invertendo as perspectivas das pessoas envolvidas (aquilo que vale para ti tambm vale para os outros?), quer procurando factos que o sustentem ou desconfirmem (que provas tenho de que isto verdade?), quer questionando o seu valor prtico (em que que viver de acordo com este pensamento me tem ajudado at aqui?). Se o pensamento no sobreviver a esta anlise, ento, mais vale p-lo de parte... Em alguns casos, contudo, a anlise sugerida no chega para neutralizar estes pensamentos, e eles continuam a surgir, bloqueando o comportamento assertivo nestes casos, considere a possibilidade de interromper este pensamento e agir (assertivamente) como se este no existisse esta aco pode parecer um tiro no escuro, mas os seus resultados vo, frequentemente, demonstrar por si s que, afinal, o pensamento no se justificava.

Competncias assertivasO passo seguinte o de defender os teus direitos de uma forma que seja eficaz. Isto requer a aquisio e treino de um conjunto de aptides. De entre o seguinte conjunto de tcnicas, escolhe aquelas que pensas que te sero mais teis e adapta-as ao teu estilo pessoal. COMPETNCIA Ser claro, conciso e especfico COMO? Diga aquilo que quer realmente dizer, de uma forma o mais directa possvel. Se necessrio, d exemplos que ilustrem aquilo que quer dizer. No pressuponha que a outra pessoa j sabe o que quer apenas porque sugeriu ou forneceu umas pistas ela no sabe ler o seu pensamento No faa prefcios s suas frases ou pedidos com ou desculpas, coisas justificaes EXEMPLO Em vez de Lembras-te que fizemos uma reunio de grupo h uns tempos? Aquela a que tiveste de faltar? Ser que a Ana te deu a informao? Dizer Combinmos que entregarias o trabalho at hoje. J est pronto?

irrelevantes, falando muito para dizer pouco o receptor recebe uma mensagem pouco clara e pode interpret-la mal ou interromp-lo antes de acabar. Se uma resposta clara no for obtida, a repetio adequada Usar frases na 1 pessoa No h assero sem EU dizer eu significa que assume a responsabilidade pensamentos, outros. pelos seus e sentimentos Em vez de tu irritas-me, dizer eu sinto-me irritado Em vez de tens razo, dizer eu concordo Em vez sabes como , ningum consegue decidir

aces e que no culpa os

sobre estes pontos, no ?, dizer estou a Ter dificuldade em decidir

Contedo verbal da mensagem

EMPATIZAR

Reconhea o que o receptor diz sobre a sua situao, e dificuldades, sentimentos

A:

Podes-me

dizer

se

consegues Ter a tua parte do trabalho pronta at para a semana? B: Tenho pena, mas vou Ter um teste e pode ser que haja atraso A: Eu compreendo que isto te v criar mas dificuldades j ests (empatia),

opinies ele saber que vo o est a ouvir e a prestar ateno ao que importante para ele, e isto constri a compreenso entre os dois

atrasado uma semana e eu gostava de Ter o assunto terminado semana RESPEITAR OS OUTROS O outro tem uma opinio e sentimentos sobre as situaes. Quando critica algum ou rejeita um pedido, mostra que, longe de ser um ataque pessoal a esse algum como um todo, est a dizer algo de especfico ao comportamento/pedido em questo. A: Fico contente por teres percebido as tuas tarefas to rapidamente, preocupado pontualidade. mas com Podes a fazer estou tua o dentro de uma

possvel por chegar s 09:30? (apreciao seguida de crtica construtiva mudana) A: Vamos tomar um copo depois das aulas B: Hoje no vou, mas gostava de falar um bocado contigo depois das aulas, noutro dia. (rejeita outro dia) o pedido e mostra apreo quando sugere adiar para e pedido de

PEDIR

MUDANA

DE

Se no lhe agrada alguma coisa que o outro fez ou se sente prejudicado por ele, pea-lhe que mude o seu comportamento. Esta tcnica usada frequentemente quando fazemos uma crtica construtiva

A: Estou aborrecido por no me teres dado o recado do Hugo Silva logo de manh. Gostava que, de futuro, escrevesses as mensagens em vez de as decorar. (crtica construtiva com pedido de

COMPORTAMENTO

ou

quando

lidamos

com

mudana de comportamento) A: Por favor, no me critiques em frente ao grupo B: Ests a ser demasiado picunhas A: Quero que isto fique exacto. Por favor, no me descrevas como picunhas

comentrios destrutivos.

OFERECERES-TE PARA MUDAR

Depois de aceitar a crtica de algum, se quiser, oferea-se para mudar o seu comportamento.

B:

Penso

que foi

a

tua muito

apresentao comprida

A: Concordo. Vou repens-la e cortar o tempo para metade (oferecer-se para mudar)

O Comportamento No Verbal Cerca de 70% daquilo que o receptor percebe da mensagem fornecido atravs do comportamento no verbal do emissor a linguagem corporal adequada confirma e sublinha o que se diz, pelo que deve ser concordante com o contedo da mensagem. Inclui aspectos como: Espao Pessoal Distncia entre as pessoas que seja confortvel para si e para o outro, o que depende da situao e do grau de familiaridade. Se sente que a altura do outro o coloca em desvantagem, sugira que ambos se sentem para falar Postura corporal Estvel e descontrada direita mas no rgida ou pendurada Gestos Expressivos mas no excessivos, Evite os gestos distractivos como tamborilar e roer as unhas, e os gestos que perturbam a comunicao, como colocar a mo frente da boca ou cruzar os braos. Expresso facial Concordante com aquilo que ests a dizer e, particularmente, com os sentimentos que ests a expressar se ests zangado, mostra-te zangado,

se ests feliz, sorri. Contacto visual Directo mas no excessivo evita fugir ao contacto visual, mas no fiques a olhar fixamente, com um ar embasbacado ou hostil, para o outro. Utilizao da voz Discurso seguro e fluente, num ritmo adequado e estvel e num tom suficientemente alto para ser perceptvel mas no to alto que se torne irritante. Entoao consistente com o contedo verbal. Procura responder outra pessoa com rapidez, mas no demasiada, ou seja, sem hesitar durante muito tempo mas tambm sem a atropelar. Faz silncios quando for adequado ou enquanto pensas no que vais dizer, e no preenchas as pausas com no-palavras como h, pronto (ou prontos), `ts a ver, etc.

Saber ser na organizaoSaber ser est relacionado com as habilidades, estas so atributos relacionados no apenas ao saberfazer, mas aos saberes (conhecimentos), ao saber ser (atitudes) e ao saber-agir (prticas no trabalho). As habilidades bsicas podem ser entendidas em uma ampla escala de atributos, que parte de habilidades mais essenciais, como ler, interpretar, calcular, at chegar ao desenvolvimento de funes cognitivas que propiciem o desenvolvimento de raciocnios mais elaborados. As habilidades especficas esto estreitamente relacionadas ao trabalho e dizem respeito aos saberes, saber-fazer e saber-ser exigidas por postos, profisses ou trabalhos em uma ou mais reas correlatas. As habilidades de gesto esto relacionadas s competncias de autogesto, de empreendimento, de trabalho em equipas. O Conceito de Competncia de acordo com Hamel e Prahalad, competncia a integrao e a coordenao de um conjunto de conhecimentos, habilidades e atitudes que na sua manifestao produzem uma actuao diferenciada. Envolve, tambm o conceito de Entrega (manifestao). Competncia uma palavra do senso comum, utilizada para designar pessoa qualificada para realizar algo. Seu oposto ou antnimo no apenas implica a negao dessa capacidade, mas tambm guarda um sentimento pejorativo, depreciativo. Chega mesmo a sinalizar que a pessoa encontra-se ou se encontrar brevemente marginalizada dos circuitos de trabalho e de reconhecimento social. As competncias so sempre contextualizadas. O modelo das competncias profissionais comea a ser discutido no mundo empresarial a partir dos anos oitenta, no contexto da crise estrutural do capitalismo que se configura, nos pases centrais, no incio da dcada de setenta. Esta crise revela-se pelo esgotamento do padro de acumulao taylorista/fordista; pela hipertrofia da esfera financeira na nova fase do processo de internacionalizao do capital; por uma grande concorrncia intercapitalista, com tendncia crescente concentrao de capitais devido s fuses entre as empresas monopolistas e oligopolistas; e pela desregulamentao dos mercados e da fora de trabalho, resultantes da crise da organizao assalariada do trabalho e do contrato social. As respostas do capital crise estrutural podem ser dimensionadas pelas reestruturaes empreendidas no prprio processo produtivo, por meio da constituio das formas de produo flexveis, da inovao cientfico-tecnolgica aplicada aos processos produtivos, e de novos modos de gesto da organizao do trabalho e do saber dos trabalhadores.

Este amplo processo de reestruturao teve como objectivos no s reorganizar em termos capitalistas o processo produtivo, com o objectivo de retomar o seu patamar de acumulao, mas gerir um projecto de recuperao do domnio do capital no s na esfera da produo, mas nas diversas esferas da sociabilidade, que se confrontasse ao contra-poder que surgia das lutas sociais e sindicais dos anos sessenta e setenta. As novas concepes de gesto, que surgem durante esse processo de reestruturao empresarial esto ancorados, assim, numa lgica de recomposio do domnio capitalista e das relaes capital-trabalho e tm como objectivos racionalizar, optimizar e adequar a fora de trabalho face s necessidades do sistema produtivo. Na dcada de 90, o aprofundamento da globalizao das actividades capitalistas e a crescente busca de competitividade levaram ao "alinhamento definitivo das polticas de recursos humanos s estratgias empresariais, inserindo na prtica organizacional o conceito de competncia, como base do modelo para a gesto de pessoas", fazendo referncia para novos elementos na gesto do trabalho. A adopo do modelo das competncias profissionais pela gesto de recursos humanos no mundo empresarial est relacionado, portanto, ao uso, controle, formao e avaliao do desempenho da fora de trabalho diante das novas exigncias postas pelo padro de acumulao capitalista flexvel ou toyotista: competitividade, produtividade, agilidade, racionalizao de custos. Este modelo tende a dominar num quadro de crise do trabalho assalariado e da organizao prescrita do trabalho e do declnio das organizaes profissionais e polticas dos trabalhadores. As noes estruturantes do modelo das competncias no mundo do trabalho so a flexibilidade, a transferibilidade, a polivalncia e a empregabilidade. Para o capital, a gesto por competncias implica em dispor de trabalhadores flexveis para lidar com as mudanas no processo produtivo, enfrentar imprevistos (incidentes/eventos) passveis de serem transferidos de uma funo a outra dentro da empresa requerendo-se, para tanto, a polivalncia e a constante actualizao de suas competncias, o que lhes d a medida correcta de sua "empregabilidade". Ao definir sua estratgia competitiva as organizaes empresariais identificam as competncias essenciais do negcio e as necessrias a cada funo. A partir destas so definidas as competncias dos trabalhadores necessrias organizao. No modelo das competncias os conhecimentos e habilidades adquiridos no processo educacional, na escola ou na empresa, devem ter uma "utilidade prtica e imediata tendo em vista os objectivos e misso da empresa, e a qualidade da qualificao passa a ser avaliada pelo "produto" final, ou seja, o trabalhador instrumentalizado para atender s necessidades do processo de racionalizao do sistema produtivo. O "capital humano" das empresas precisa ser constantemente mobilizado e actualizado para garantir o diferencial ou a "vantagem competitiva" necessrios desenfreada concorrncia na economia internacionalizada.

O uso e a apropriao das competncias dos trabalhadores pelo capital de seus saberes em aco, dos seus talentos, de sua capacidade de inovar, de sua criatividade e de sua autonomia - no implica, em geral, o comprometimento da empresa , com os processos de formao/construo das competncias, atribuindo-se aos trabalhadores a responsabilidade individual de actualizar e validar regularmente sua "carteira de competncias" para evitar o desemprego. A nfase na identificao dos interesses de patres e empregados que se convertem em uma comunidade social de colaboradores ; a autogesto pela internalizao da disciplina; o controle exercido sobre os trabalhadores por seus prprios colegas no trabalho em equipe e a sobrevalorizao de aspectos atitudinais (o saber-ser) conferem ao modelo das competncias a possibilidade de um controle menos formalizado e mais difuso sobre a fora de trabalho, evitando-se as resistncias e os conflitos. Assinalamos, ainda, o sofrimento no trabalho advindo do stress e da ansiedade decorrentes do medo de perda do emprego, das relaes de trabalho inseguras, da intensificao e expanso da jornada de trabalho, de um enfrentar cada vez maior de responsabilidades no trabalho sem a contrapartida do aumento do salrio ou da estabilidade no emprego e de ambientes de trabalho extremamente competitivos e individualistas.

Saberes, competncia e atitudesTodo o sujeito um centro de valores e estes so elementos essenciais na construo do projecto existencial de cada pessoa e na mediao da relao EU/OUTRO/MUNDO. Neste mbito o objectivo promover uma Educao de Valores, competncias e saberes que favorea o desenvolvimento moral autnomo dos formandos, no sentido destes se apropriarem de critrios de anlise e de aco teis para o seu desenvolvimento pessoal e profissional. O aprender constitui parte integrante da vida do dia-a-dia e desenrola-se em contexto real como parte integrante de participao na vida social. O processo de aprendizagem ao consistir na reflexo, no aprofundamento e conceptualizao dos adquiridos da experincia na interaco com os outros, com quem partilhamos situaes e experincias de vida, esbate e desconstri a polarizao entre contextos de aprendizagens formais e informais (Wenger, 1998). A avaliao que o indivduo faz da sua aprendizagem interdependente do sentimento de autoeficcia e traduz a confiana nas suas prprias competncias: "sei que sou capaz de escrever um texto sem erros;... sou capaz de resolver este problema no trabalho".

A verdadeira aprendizagem pressupe, assim, no uma transferncia simples de conhecimentos, mas a criao de possibilidades para que se produza e construa, apreendendo o que mais significativo. Tal, remete para experincias e prticas de sentido ao longo da vida dos aprendentes, que adquirem necessariamente um significado temporal e espacialmente diversificado, de acordo com a singularidade de cada histria de vida, envolvendo uma aprendizagem projectiva e, tambm, diferentes tempos de aprendizagem (Freire, 2004). As competncias no existem por si prprias; o que existem so pessoas possuidoras de competncias, o que significa que estas no podem ser reconhecidas e avaliadas independentemente dos indivduos que delas so portadores e da sua participao activa e voluntria nesse processo. O adulto algum que acumula uma diversidade de experincias, revelando maior interesse na aprendizagem a partir das suas situaes de vida do que na aprendizagem de contedos e que necessita de condies facilitadoras de uma auto-direco do seu processo formativo, atravs de uma participao activa na procura de conhecimento junto de outros adultos, naturalmente diferentes de si. A aprendizagem do adulto deve ser uma escolha voluntria, sempre adaptada s suas caractersticas cognitivas e necessidades, que o leva a responsabilizar-se pela conduo do seu prprio desenvolvimento, em termos de planear, seleccionar, ensaiar, arriscar, cometer erros, rectificar, avaliar...

Captulo IF _ A rede de conhecimento em que se insere o indivduo fundamental para que a comunicao seja eficiente e gere competncia. A noo de competncia aparece, assim, associada a verbos como saber agir, mobilizar recursos, integrar saberes mltiplos e complexos, saber aprender, assumir responsabilidades, ter viso estratgica. As competncias devem agregar valor econmico para a organizao e valor social para o indivduo. O conceito de competncia tem assim vrios verbos associados: Saber agir - Saber o que e por que faz. - Saber julgar, escolher, decidir. - Saber mobilizar - Saber mobilizar recursos de pessoas, financeiros, materiais, criando sinergia entre eles. - Saber comunicar Definimos, assim, competncia: um saber agir responsvel e reconhecido, que implica mobilizar, integrar, transferir conhecimentos, recursos, habilidades, que agreguem valor Conceito de Entrega e valor social ao indivduo. econmico organizao Se tenho dois funcionrios na minha equipa que desempenham as mesmas funes, que so remunerados e avaliados por parmetros idnticos, mas um deles quando lhe pedido que resolva um problema, traz a soluo com muita eficincia e eficcia, devo admitir que, para minha equipa, este ltimo mais valioso. Ao olharmos as pessoas pela sua capacidade de entrega, temos uma perspectiva mais adequada (porque mais individualizada) para avali-las, para orientar o desenvolvimento delas e para estabelecer recompensas. Compreender, processar, transferir informaes e conhecimentos, assegurando o

entendimento da mensagem pelos outros. - Saber aprender - Trabalhar o conhecimento e a experincia - Saber desenvolver-se e propiciar o desenvolvimento dos outros. - Saber comprometer-se com os objectivos e saber comprometer-se com a organizao. - Saber assumir - Ser responsvel, assumindo os riscos e as consequncias de suas responsabilidades aces, e ser por isso reconhecido. - Conhecer e entender o negcio da organizao, seu ambiente, estratgica identificando oportunidades, alternativas.

Caracterizao das Entregas. As competncias devem ser graduadas tendo-se em vista o nvel de complexidade da entrega. Tal graduao permite um melhor acompanhamento da evoluo da pessoa em relao sua entrega para a organizao e/ou negcio. Uma vez que graduamos as competncias em relao complexidade da entrega esperada, temos uma escala mais adequada para acompanhar sua evoluo. Sistema de graduao de competncias citado por Leonardo Trevisan desenvolvido pelo governo britnico: Nvel 1 - o trabalhador possui competncia para desenvolver algumas actividades de rotina dentro do conjunto de actividades englobadas por aquela funo; Nvel 2 - o trabalhador possui competncia e conhecimento para exercer com relativa autonomia as actividades daquela funo em uma variedade de contextos, e a sua formao permite trabalhar em grupo; Nvel 3 - trabalhador possui competncia para exercer um amplo conjunto de actividades referentes quela funo, mesmo as mais complexas e no-rotineiras, e sua formao lhe permite exercer com autonomia funes desprovidas de maior complexidade; Nvel 4 - o trabalhador possui competncia para exercer todo tipo de actividade relativa quela funo, em diferentes contextos, e um substancial grau de responsabilidade e autonomia para exercer posto que envolva alocao de recursos; Nvel 5 - o trabalhador possui competncia prevista no Nvel 4 e formao para analisar e estabelecer diagnstico de situao, bem como exercer funes de planeamento e avaliao de desempenho. A integrao a marca de autenticidade das competncias essenciais. Uma competncia especfica de uma organizao representa a soma do aprendizado de todos os conjuntos de habilidades tanto em nvel pessoal quanto de unidade organizacional. Portanto, muito pouco provvel que uma competncia essencial se baseie inteiramente em um nico indivduo ou em uma pequena equipa. O que caracteriza a competncia a integrao e a coordenao de um conjunto de habilidades, conhecimentos e atitudes que na sua manifestao produzem uma actuao diferenciada. Elas no se restringem a uma rea especfica da empresa, esto difundidas de forma ampla em toda a organizao. Em termos prticos, se, durante o processo de definio das competncias especficas de uma empresa ou unidade de negcios de mdio porte, uma equipe de gerentes identifica quarenta, cinquenta ou mais competncias, provavelmente est descrevendo habilidades e tecnologias, e no as competncias essenciais.

Normalmente o nvel de agregao mais til resulta em cinco a quinze competncias essenciais. Competncias Individuais - Competncias individuais so aquelas que os profissionais devem possuir para assegurar o desenvolvimento das competncias de suas reas e, consequentemente, das competncias essenciais da organizao. Deve-se, primeiro, identificar as competncias essenciais da organizao. A seguir, as competncias das reas e, a partir destas, identificar as competncias dos seus profissionais. Competncias pessoais - Agir com tica profissional, mostrar liderana, reciclar-se constantemente, demonstrar capacidade de empreender, negociar, agir como facilitador, trabalho em equipa, demonstrar facilidade de comunicao, mostrar flexibilidade. Processo de Mudana Para se ter competncia indispensvel adquirir conhecimento. A mudana mais fcil de realizar a de conhecimento, seguida pela mudana de atitude. A mudana de comportamento j , consideravelmente, mais difcil e bem mais demorada que qualquer uma das duas anteriores. Mas talvez a mais difcil e mais lenta de todas seja a mudana no desempenho de grupos ou organizaes. Reconhecendo que todos os contextos podem ser de aprendizagem, o aprender ao longo da vida perspectivado como construo social _ abrangendo toda a sua complexidade e dinmica _ como processo "contnuo ininterrupto" que considera a dimenso temporal da aprendizagem, do mesmo modo que considera a multiplicidade de espaos e contextos dessa aprendizagem. Este processo de aprender integra a cidadania activa, o desenvolvimento individual e a incluso social focando, para alm da dimenso do emprego e do trabalho, a dimenso social, histrica, cultural, poltica e emocional da aprendizagem. Os indivduos so entendidos como actores principais desse processo e as suas vidas como as relaes de sustentabilidade para o emergir da aprendizagem. Aprender ao longo da vida visto como explicar, entender, conhecer e conviver com vrios modos, estilos, artes, tcnicas e habilidades ao longo da vida.

Sucesso pessoal e profissionalDificilmente conquistaremos sucesso profissional se no tivermos tambm o sucesso pessoal. Se perguntar a diversas pessoas sobre o significado da palavra sucesso, percebe cada vez mais que o mesmo muito relativo e depende muito do que cada um deseja para sua vida. Para alguns ter sucesso ter um bom emprego, para outros ter uma famlia unida, para outros ter um bom carro e uma bela casa, e assim por diante. Quando se fala de projeco do sucesso pessoal e profissional, precisamos primeiro saber o que importante para si, o que o faz sentir realizado. Engano pensar que somente estando em evidncia ou em um emprego que nos remunere muito bem nos trar sucesso. preciso aprender a dar foco naquilo que se deseja conquistar, pois s assim se consegue traar um plano para chegar onde desejamos. Notas importantes para o sucesso pessoal e profissional. 1. Escolha: Saiba o que lhe agrada mais profissionalmente, lembre-se, nem sempre o dinheiro o melhor caminho para a escolha de uma profisso e a conquista do sucesso esperado. 2. Marketing pessoal: Se as pessoas no souberem no que os candidatos so bons, nas competncias que tm vindo a adquirir, e no desejo de querer atingir muitas mais competncias dificilmente esses indivduos tero uma oportunidade para progredir. preciso que as evidenciem, pois somente assim aparecero as oportunidade. O marketing pessoal deve ser realizado de forma inteligente e harmoniosa. 1. O objectivo do Marketing Pessoal - projectarem-se diante das conquistas alcanadas, criando uma maior visibilidade. 3. Rede de relacionamentos: No mundo actual o relacionamento fundamental, O ser humano dificilmente consegue viver sozinho. Ento, quanto melhor o seu desempenho nas relaes interpessoais no ambiente em que convive, maior sero as oportunidades, pois no meio destas pessoas pode estar a oportunidade que tanto espera. 4. Foco no objectivo: estar comprometido com o resultado e sucesso do que foi estabelecido consigo. Quando se tem, foco se tem direco, e s com um caminho bem definido se consegue atingir um objectivo. 5. Estabelecimento de objectivos: Imprescindvel para que se consiga chegar onde se deseja, com maior rapidez e de forma planeada. Uma pessoa sem objectivos demora mais para alcanar o que quer e muitas vezes perde-se no caminho. 6. Formaes: Melhoram o seu Curriculum e aumentam o seu conhecimento. As empresas cada vez mais valorizam esta modalidade, o que por vezes marca a diferena e para algumas empresas um factor de seleco. 7. Informao: As pessoas bem informadas sempre tem um lugar de destaque. Vivemos na era do conhecimento, manter-se informado de grande importncia para se tornar mais competitivo no mercado.

Competncia - o fruto de uma experincia pesquisada e explorada activamente por aquele que nela participa, experincia que permite a integrao com sucesso dos conhecimentos e dos saberes-fazer a fim de construir novas competncias. A concepo tradicional do adulto consumidor de formao deixa de fazer sentido, dando lugar a uma concepo de adulto como actor da sua formao e do seu percurso pessoal e profissional. A aquisio das competncias no pode ser entendida como uma actividade anterior ou paralela ao trabalho, mas sim como um processo que se desenvolve ao longo do trabalho e pelo seu intermdio. Competncias de gesto de conflitos e de procura de emprego: sua importncia para o sucesso A promoo e desenvolvimento de competncias ser uma forma de o ajudar a lidar com os problemas pessoais, formativos, sociais e profissionais que lhe possam surgir durante a formao, como na etapa de transio para o mercado de trabalho. Ao ser capaz de identificar e formular objectivos, ultrapassar obstculos, resolver problemas, identificar redes de suporte social e capacidades individuais, estar mais apto para responder adequadamente s exigncias e desafios do seu dia-a-dia. De facto, se por um lado, as competncias relacionais so crescentemente valorizadas num mundo em que o trabalho em equipas multidisciplinares cada vez mais a base da ordem social e da economia, por outro, as competncias de gesto de conflitos so uma ferramenta essencial para lidar de forma adequada e ajustada com o stress e os desafios decorrentes de contextos profissionais em constante mudana e tenso. Stress O stress constitui um processo adaptativo que contribui, em certa medida, para a sobrevivncia do indivduo, para um adequado rendimento nas suas actividades e para um desempenho eficaz em muitas esferas da vida (Serra, 1999; Mendes, 2002; Pinto & Silva, 2005). Em termos psicolgicos, as investigaes sugerem que o stress um dos factores que mais contribui para problemas psicolgicos tais como sentimentos de ansiedade, depresso, burnout, irritabilidade, falta de energia e abuso de substncias (Gillespie et. al., 2001; Ramos, 2001; Magaya et. al., 2005; Schneiderman et. al., 2005; Quick et. al., 2006). A (in)capacidade do indivduo para lidar de forma adequada com as situaes indutoras de stress poder ter repercusses no seu bem-estar fsico e mental, constituindo-se este como uma condio imprescindvel aos processos de aprendizagem e ao seu sucesso formativo e profissional. Neste sentido, reconhece-se a necessidade de se desenvolverem estratgias e competncias com o intuito de levar os formandos e futuros profissionais a compreenderem e lidarem com as situaes de stress no sentido de se tornarem mais resilientes (Francisco et al., 2004).

So diversas as etapas da vida de um indivduo que podem potenciar ansiedade e vulnerabilidades, entre as quais se destaca a da transio para o mercado de trabalho. O conflito um fenmeno comum em todas as reas da vida social. Existe conflito quando ocorre uma situao de antagonismo entre indivduos ou grupos devido ao confronto de opinies, interesses ou aspiraes divergentes. O conflito indissocivel da existncia de relaes de interdependncia. Muitas vezes, os conflitos so identificados exclusivamente pelos seus aspectos negativos, ou seja, so perspectivados como destrutivos ou disfuncionais. Tabela 1 - Competncias relevantes em contexto profissional (Cunha et al., 2004) Motivao Profissional Competncias sociais Orientao para os resultados, Motivao para empreender, Liderana Inteligncia social, Desenvolvimento de relaes, Sociabilidade, Orientao para a equipa, Poder de influncia Competncias centradas na tarefa Estrutura psicolgica individual Meticulosidade, Flexibilidade, Orientao para a Aco Estabilidade emocional, Capacidade de trabalho, Auto-confiana De acordo com Cunha e colaboradores (2004): A estrutura psicolgica individual engloba competncias que fazem parte das caractersticas individuais da pessoa. As competncias centradas na tarefa referem-se a aspectos que, apesar de relacionados com a personalidade, podem ser desenvolvidas ao longo da formao e no local de trabalho. As competncias sociais esto relacionadas com a interaco e com os aspectos sociais, podendo ser igualmente aperfeioadas e desenvolvidas. A motivao profissional, as competncias correspondem ao desejo e vontade de desempenhar uma determinada tarefa, aspectos fundamentais para a produtividade, satisfao e bem-estar. A integrao na vida activa constituem, de facto, etapas geradoras de alguns conflitos e ansiedade, implicando (re)adaptaes diversas. O indivduo v-se confrontado com novas situaes e exigncias, mudanas que requerem uma (re)organizao na gesto dos recursos disponveis, de forma a serem vivenciadas com bem-estar e sucesso. Assim, preparar os formandos para os desafios inerentes procura de emprego, de forma a atingirem os seus objectivos, e sensibiliz-los para a importncia de uma boa gesto de conflitos e de stress em contextos altamente exigentes constituiu um dos objectivo desta formao.

Estrutura psicolgica individualAuto-estimaA forma como o indivduo se v a si prprio resulta numa valorao ( positiva ou negativa) que o indivduo faz de si(ex: o grau em que gosta de si, o valor que atribui a si enquanto pessoa). A auto-estima construda socialmente, pois o indivduo v-se tambm atravs dos olhos dos outros. Esta desenvolve-se numa matriz relacional eu-outros com incio na relao da criana com a figura de vinculao, alargando-se a outras figuras medida que o seu mundo cognitivo-.-emocional se expande. Constroem essa imagem de baseada: - Na imagem que os que lhe so significativos lhes transmitem - na auto-observao e auto-avaliao do seu desempenho.

No processo de construo da auto-estima, a sensao de segurana, confiana, sentimento de amor e suporte social assumem-se como elementos fundamentais, mas so igualmente importantes durante toda a vida. Para a promoo da auto-estima, necessrio promover: 1. as relaes sociais do indivduo; 2. O seu nvel de competncias; 3. A frequncia e a qualidade das experincias de sucesso, assim como o valor atribudo ao sucesso; 4. A auto aceitao, o auto-respeito e a autoconfiana.

AutoconceitoSo as autopercepes ( ideias, imagens e crenas) acerca de si prprio, ou seja, a forma como nos vemos a ns prprios. Estas autopercepes formam-se atravs da interaco do indivduo com o meio envolvente e comea logo desde a infncia: - as avaliaes das figuras significativas pais, cnjuges e filhos - o reforo e a aprovao que os outros significativos do ao indivduo. - o significado que o indivduo atribui ao seu prprio comportamento.

A forma como o indivduo se v a si prprio em diversos domnios influencia a forma como ele age, e a forma como age vai, por sua vez, influenciar as autopercepes. As autopercepes resultantes do comportamento passado (ex: se foi capaz de realizar determinada tarefa) e as expectativas futuras (ex: pensar se vai ser capaz de realizar determinada tarefa) influenciam o comportamento actual e predizem o comportamento futuro do indivduo. O autoconceito tem vrias dimenses: fsico, social, comportamental, profissional, desportivo, que se influenciam reciprocamente, um dos autoconceitos baixos pode influenciar negativamente o autoconceito global e vice-versa.

PARTE 3Concluso

Parte 3 - Concluso

ConclusoO indivduo para ser um cidado consciente, autnomo, activo e responsvel, necessita de ter um desenvolvimento pessoal e relacional que seja equilibrado, necessita conhecer-se, interagir com o outro e com o meio, assim como compreender o contexto cultural em que vive e que lhe serve de suporte ao seu desenvolvimento intra e interpessoal. Simultneamente, dever ser capaz de interpretar os desafios que lhe so colocados, identificar oportunidades e investir em percursos que permitam realizar-se como pessoa na multiplicidade de dimenses em que se dever tornar competente, seja a nvel profissional, familiar e relacional. Atendendo consequente necessidade de um reforo das competncias pessoais e relacionais de base, como suportes ao entendimento de si e superao com sucesso das exigncias e dos obstculos que afectam o seu desenvolvimento psicolgico, onde se incluem possveis dificuldades relacionais e comunicacionais, entendeu-se ser relevante o desenvolvimento de uma formao na rea do desenvolvimento de competncias pessoais e relacionais, onde a concepo tradicional do adulto consumidor de formao deixa de fazer sentido, dando lugar a uma concepo de adulto como actor da sua formao e do seu percurso pessoal e profissional.

Bibliografia

BOOG, Gustavo G ( coord.). Manual de Treinamento e Desenvolvimento: um guia de operaes - manual oficial da ABTD. So Paulo: Makron Books, 2001. TACHIZAWA, Takeshy; FERREIRA, Victor Cludio Paradela; FORTUNA, Antnio Alfredo Mello. Gesto com Pessoas: uma abordagem aplicada s estratgias de negcios. So Paulo: FGV, 2001, cap. 9, 2. ed. Assert yourself, M.D. Galassi e J.P. Galassi, Human Sciences Press, traduzido e adaptado por Catarina Dias, psicloga do GAPsi