Manual de educação ambiental vol 2

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1 Carlos Eduardo Batista de Oliveira Ananda Helena Nunes Cunha Itana Nunes Cunha TEMAS E DISCUSSÕES PARA INTRODUÇÃO DO MEIO AMBIENTE EM ESCOLAS VOLUME 2 - EDUCANDO ATRAVÉS DAS ÁGUAS DO CERRADO – CONSERVAÇÃO DA NATUREZA Goiânia – GO 2014

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O Bioma Cerrado possui sua constituição em mosaicos de formações vegetais que variam desde campos abertos até formações densas de florestas e que podem atingir os 30 m de altura. O estado de Goiás está situado na região centro – oeste que faz parte do planalto central. Quanto à cobertura vegetal, o Estado de Goiás encontra-se destituído da vegetação original em grande parte de seu território. A monocultura e a pecuária ocupam o lugar da Savana (cerrado) em grandes extensões. A vegetação de Floresta Estacional Semidecidual aparece localmente, em pequenas áreas descontínuas ao longo do vale do Araguaia.

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Carlos Eduardo Batista de Oliveira

Ananda Helena Nunes Cunha

Itana Nunes Cunha

TEMAS E DISCUSSÕES PARA INTRODUÇÃO DO

MEIO AMBIENTE EM ESCOLAS

VOLUME 2 - EDUCANDO ATRAVÉS DAS ÁGUAS DO

CERRADO – CONSERVAÇÃO DA NATUREZA

Goiânia – GO

2014

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Educação ambiental - Educando através das águas do cerrado –

conservação da natureza

Apresentação

O projeto de educação ambiental tem a enorme satisfação em

apresentar a cartilha de Educando Através da Águas do Cerrado –

Conservação da Natureza volume 2. Este projeto conta com 4 volumes, e o

volume 1 apresenta considerações teóricas e metodológicas sobre educação

ambiental, para aprendizagem significativa.

Esta cartilha trás aspectos relevantes a conservação da natureza, em

todas as suas frentes como a vegetação, água e animais.

Leia esta cartilha com atenção e leve o fabuloso mundo ambiental

para dentro da sala de aula, para sua casa, para o seu dia a dia.

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Sumário

1 EDUCAÇÃO AMBIENTAL ........................................................................................................ 4

2 VEGETAÇÃO E SUA IMPORTÂNCIA .................................................................................. 4

2.1 Cobertura Florestal de Goiás .......................................................................................... 4

2.2 Principais Consequências dos Desmatamentos ........................................................... 5

2.3 Importância das Árvores ................................................................................................. 7

2.4 Recuperação e Restauração Florestal de Áreas Degradadas ............................... 8

3 ÁGUA E SUA IMPORTÂNCIA ............................................................................................... 9

3.1 Noções Sobre o Ciclo Natural da Água ......................................................................... 9

3.2 Principais Tipos de Poluição da Água........................................................................... 10

3.3 Principais Observações que Indicam que a água está poluída ............................. 12

3.4 Movimento de cidadania pelas águas ........................................................................... 12

4 ANIMAIS E SUA IMPORTÂNCIA..................................................................................... 15

4.1 Fauna Silvestre .................................................................................................................. 15

4.2 Curiosidades sobre animais ............................................................................................ 16

5 CONSERVAÇÃO DA FAUNA E FLORA ............................................................................. 18

5.1 Unidades de Conservação da Natureza ...................................................................... 18

5.2 Respeito ao meio ambiente ............................................................................................ 21

5.3 Sistemas Agroflorestais ................................................................................................22

6 PRÁTICAS DE CONSERVAÇÃO DA NATUREZA ..........................................................24

6.1 Produção de mudas nativas do cerrado.......................................................................24

6.2 Música do cerrado ............................................................................................................26

6.3 Compostagem......................................................................................................................26

7 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ...................................................................................28

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1 EDUCAÇÃO AMBIENTAL

Atualmente existe um consenso internacional de que a sobrevivência

humana na terra depende da conservação dos recursos naturais,

alimentando-se também, uma imensa expectativa de se atingir os nobres

objetivos do desenvolvimento sustentável. A educação ambiental é a

principal ferramenta para: promover o desenvolvimento sustentável;

consolidar as melhorias de qualidade de vida; embasar o exercício pleno da

cidadania; endossar, encorajar e fortalecer os anseios otimistas da

juventude por um mundo melhor; revitalizar as esperanças populares de

maior inserção social; despertar a percepção e conscientização ambiental,

por meio do resgate de relações harmônicas entre homem e natureza,

favorecendo a conservação ambiental (MACEDO et al., 2011).

2 VEGETAÇÃO E SUA IMPORTÂNCIA

2.1 Cobertura Florestal de Goiás

O Bioma Cerrado possui sua constituição em mosaicos de formações

vegetais que variam desde campos abertos até formações densas de

florestas e que podem atingir os 30 m de altura. O estado de Goiás está

situado na região centro – oeste que faz parte do planalto central.

Quanto à cobertura vegetal, o Estado de Goiás encontra-se

destituído da vegetação original em grande parte de seu território. A

monocultura e a pecuária ocupam o lugar da Savana (cerrado) em grandes

extensões. A vegetação de Floresta Estacional Semidecidual aparece

localmente, em pequenas áreas descontínuas ao longo do vale do Araguaia.

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Áreas de tensão ecológica (contato Savana-Floresta Estacional) são comuns

no Estado de Goiás (NASCIMENTO, 1991).

2.2 Principais Consequências dos Desmatamentos

O Cerrado é um dos biomas brasileiros mais ameaçados em termos de

perda de cobertura vegetal remanescente. Nele, o desmatamento, as

queimadas e os incêndios florestais ocasionam a alteração da paisagem, a

fragmentação dos habitats, a extinção de espécies, a invasão de espécies

exóticas, a erosão dos solos, a poluição dos aqüíferos, o assoreamento dos

rios e o desequilíbrio no ciclo de carbono, dentre outros prejuízos.

No artigo “A vegetação e os impactos ao meio ambiente” escrito por

Marcus Vinicius Castro Faria publicado no portal de educação da rede globo,

retrata que o impacto ambiental é um desequilíbrio provocado pela ação dos

seres humanos sobre o meio ambiente. Pode resultar também de acidentes

naturais: a explosão de um vulcão pode provocar poluição atmosférica; o choque

de um meteoro, destruição de animais e vegetais; um raio, um incêndio numa

floresta.

Quando os ecossistemas sofrem impactos ambientais, geralmente a

vegetação é o primeiro elemento da natureza a ser atingido, pois é reflexo

combinado das condições naturais de solo, relevo e clima do lugar em que

ocorre.

Atualmente todas as formações vegetais, em maior ou menor grau,

encontram-se modificadas pela ação humana. Isso ocorreu principalmente por

causa das atividades agropecuárias e pelos impactos causados pela

industrialização e urbanização. Em muitos casos, sobram apenas algumas

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manchas em que a vegetação original é encontrada, nos quais, embora com

pequenas alterações, ainda preserva suas características principais.

A primeira consequência do desmatamento é o comprometimento da

biodiversidade, por causa da diminuição ou, mesmo, da extinção de espécies

vegetais e animais. As florestas tropicais têm uma enorme biodiversidade e, por

isso, possuem um valor incalculável. Muitas espécies, hoje ainda desconhecidas

da sociedade urbano-industrial, podem vir a ser a solução para a cura de

doenças e poderão ser usadas na alimentação ou como matérias primas. Com o

desmatamento, há o risco de essas espécies serem destruídas antes de serem

descobertas e estudadas.

Particularmente na Floresta Amazônica há uma enorme quantidade de

espécies endêmicas. Parte desse patrimônio genético é conhecida pelas várias

nações indígenas que ali habitavam, mas a maioria dessas comunidades nativas

está sofrendo um processo de integração à sociedade urbano-industrial que

tem levado a perda do patrimônio dos seus conhecimentos. Outro ponto

importante que afeta os interesses nacionais dos países onde há florestas

tropicais, incluindo o Brasil, é a biopirataria, por meio da quais muitas empresas

adotam práticas ilegais para garantir o direito de explorar, futuramente, uma

possível matéria prima para a indústria farmacêutica e de cosméticos, entre

outras.

No Brasil, os incêndios ou queimadas de florestas, que consomem uma

quantidade incalculável de biomassa todos os anos, são provocados para o

desenvolvimento de atividades agropecuárias, muitas vezes em grandes

projetos que recebem incentivos governamentais e, portanto, sob o amparo da

lei. Podem também ser resultado de práticas criminosas ou ainda de acidentes,

inclusive naturais.

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A devastação já ocorrida deve-se basicamente a fatores econômicos

tanto na Amazônia quanto nas florestas africanas e nas do Sul e Sudeste

Asiático. Suas principais causas são:

- Extração de madeira;

- Instalação de projetos agropecuários;

- Implantação de projetos de mineração;

- Instalação ou expansão de garimpos;

- Construção de usinas hidrelétricas;

- Incêndios;

- Queimadas (técnica de cultivo tradicional).

As consequências socioambientais das interferências humanas em

regiões de florestas são várias:

- Aumento do processo erosivo, o que leva a um empobrecimento do solo;

- Assoreamento dos rios e lagos, que resulta do aumento da sedimentação,

que provoca enchentes;

- Rebaixamento do aquífero, causada por menor infiltração de água das

chuvas no subsolo;

- Diminuição dos índices pluviométricos, em consequência do fim da

transpiração das plantas;

- Elevação das temperaturas locais e regionais, como consequência da maior

irradiação de calor para a atmosfera a partir do solo exposto.

- Agravamento do processo de desertificação.

2.3 Importância das Árvores

Desde muito tempo, o homem vem trocando o meio rural pelo meio

urbano. As cidades foram crescendo, na maioria das vezes de forma muito

rápida e desordenada, sem um planejamento adequado de ocupação,

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provocando vários problemas que interferem sobremaneira na qualidade de

vida do homem que vive na cidade.

A vegetação, pelos vários benefícios que pode proporcionar ao meio urbano,

tem um papel muito importante no restabelecimento da relação entre o

homem e o meio natural, garantindo melhor qualidade de vida (PIVETTA,

2002).

A vegetação urbana desempenha funções muito importantes nas

cidades. As árvores, por suas características naturais, proporcionam muitas

vantagens ao homem que vive na cidade, sob vários aspectos (PIVETTA,

2002):

Proporcionam bem estar psicológico ao homem;

Proporcionam melhor efeito estético;

Proporcionam sombra para os pedestres e veículos;

Protegem e direcionam o vento;

Amortecem o som, amenizando a poluição sonora;

Reduzem o impacto da água de chuva e seu escorrimento superficial

Auxiliam na diminuição da temperatura, pois, absorvem os raios

solares e refrescam o ambiente pela grande quantidade de água

transpirada pelas folhas; melhoram a qualidade do ar;

2.4 Recuperação e Restauração Florestal de Áreas Degradadas

Vários empreendimentos causam danos ao meio ambiente, mas são a

partir desses que se gera emprego e produtos para comunidade. Assim é

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preciso lidar com alguns impactos ambientais e recupera-los da melhor

forma possível, fazendo com que a área volte ao seu original.

Segundo a Embrapa Meio ambiente (2008) área degradada é aquela

que sofreu, em algum grau, perturbações em sua integridade, sejam elas de

natureza física, química ou biológica. A recuperação de uma dada área deve

recuperar sua integridade física, química e biológica e recuperar sua

capacidade reprodutiva (produção de alimentos ou serviços ambientais).

Recuperação é a reversão de uma condição degradada para uma condição não

degradada, independente da destinação futura ou do estado original.

3 ÁGUA E SUA IMPORTÂNCIA

A água e um recurso que cada dia está mais escasso, assim sua

conservação é muito importante, não vivemos sem ela. Sabemos que apenas

2/3 da água do mundo é doce, sendo que a maior parte encontramos em

lençóis freáticos (que são reservatórios subterrâneos).

3.1 Noções Sobre o Ciclo Natural da Água

O ciclo hidrológico, ou ciclo da água, é o movimento contínuo da água

presente nos oceanos, continentes (superfície, solo e rocha) e na atmosfera.

Esse movimento é alimentado pela força da gravidade e pela energia do Sol,

que provocam a evaporação das águas dos oceanos e dos continentes.

Na atmosfera, forma as nuvens que, quando carregadas, provocam

precipitações, na forma de chuva, granizo, orvalho e neve.

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Nos continentes, a água precipitada pode seguir os diferentes caminhos:

• Infiltra e percola (passagem lenta de um líquido através de um meio) no

solo ou nas rochas, podendo formar aquíferos, ressurgir na superfície na

forma de nascentes, fontes, pântanos, ou alimentar rios e lagos.

• Flui lentamente entre as partículas e espaços vazios dos solos e das

rochas, podendo ficar armazenada por um período muito variável, formando

os aquíferos.

• Escoa sobre a superfície, nos casos em que a precipitação é maior do que a

capacidade de absorção do solo.

• Evapora retornando à atmosfera. Em adição a essa evaporação da água dos

solos, rios e lagos, uma parte da água é absorvida pelas plantas. Essas, por

sua vez, liberam a água para a atmosfera através da transpiração. A esse

conjunto, evaporação mais transpiração, dá-se o nome de evapotranspiração.

• Congela formando as camadas de gelo nos cumes de montanha e geleiras.

Apesar das denominações água superficial, subterrânea e atmosférica, é

importante salientar que, na realidade, a água é uma só e está sempre

mudando de condição. A água que precipita na forma de chuva, neve ou

granizo, já esteve no subsolo, em icebergs e passou pelos rios e oceanos. A

água está sempre em movimento; é graças a isto que ocorrem: a chuva, a

neve, os rios, lagos, oceanos, as nuvens e as águas subterrâneas

(MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE).

3.2 Principais Tipos de Poluição da Água

A poluição ocorre quando há excesso de uma substancia, gerada pela

atividade humana, no sítio ambiental errado. (AZEVEDO, 1999).

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Várias formas de poluição afetam as nossas reservas d´agua, podendo

estas serem classificadas em biológica, térmica, sedimentar e química.

(AZEVEDO, 1999).

A contaminação biológica resulta da presença de microorganismos

patogênicos, especialmente na água potável. (AZEVEDO, 1999).

A poluição térmica ocorre frequentemente pelo descarte, nos corpos

receptores, de grandes volumes de água aquecida usada no arrefecimento

de uma série de processos industriais. (AZEVEDO, 1999).

A poluição química é causada pela presença de produtos químicos

nocivos e indesejáveis. (AZEVEDO, 1999).

Enfrentamos ultimamente problemas com abastecimento de água,

devido a poluição aos mananciais que impossibilita o consumo sem

tratamento.

Vale lembrar que as cidades, ou o meio urbano, se vêm expandindo

(geralmente sem planejamento) tanto no Brasil como em outros países em

desenvolvimento. Isso é em parte um problema, porque com mais áreas

asfaltadas e sem estrutura adequada para o escoamento da água da chuva

(muitas ruas asfaltadas não têm bueiros) aumentam as chances de

alagamentos. É lógico que essa situação ocorre também em razão do

descarte de lixo nas ruas, que entope os bueiros. O fato é que com “o

terreno impermeabilizado, a água da chuva cai no cimento ou no asfalto e

não em direção a um riacho” (TRIGUEIRO, 2005).

Outros problemas graves atingem os rios que servem como

abastecimento para as cidades, o despejo de esgoto sem tratamento, o lixo

não tratado, cujo chorume (parte líquida do lixo) contamina o solo e águas

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subterrâneas; os agrotóxicos, que são pulverizados nas plantações e

contaminam rios e lagoas.

Devemos lembrar que apenas 20% do esgoto recebem tratamento

(TRIGUEIRO, 2005), precisamos cobrar das indústrias, do governo que

colaborem para o tratamento desse esgoto, e que essa baixa proporção de

tratamento do esgoto seja aumentada. O esgoto recebendo seu devido

tratamento, pode evitar a poluição de rios e ainda melhorar a questão de

saúde pública.

3.3 Principais Observações que Indicam que a água está poluída

Aprendemos desde criança, seja em casa, ou na educação primária que

a água deve ser incolor, sem cheiro e sem sabor. Essas características

devem ser mantidas para uma água de qualidade e que possa ser consumida.

Assim uma água imprópria para consumo seria aquela que possui as

propriedades contrarias de uma água potável. Uma água poluída apresenta

uma ou mais características como cheiro, cor, turbidez e sabor. Já uma água

contaminada possui agentes patogênicos em seu interior como vírus,

bactérias, vermes ou protozoários.

3.4 Movimento de cidadania pelas águas

Vários ambientalistas e cientistas prevêem que várias nações vão

migrar em virtude da escassez de água em seus territórios. Assim vários

países criaram o “movimento de cidadania pelas águas” que visam ações em

defesa do meio ambiente e pela revitalização dos recursos hídricos. Para os

mobilizadores do Movimento, preservar a água é preservar a vida.

Segundo dados de organismos internacionais, a água poderá ser um

recurso escasso em 1/3 dos países no início do século XXI. Outros

levantamentos apontam que o crescimento populacional reduzirá em até 35%

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a disponibilidade de água per capita. Problemas relacionados ás secas,

enchentes, poluição e destruição da mata ciliar que acompanha os cursos

d´água já estão entrando no rol de preocupações da população brasileira.

Assim o movimento busca um novo jeito de tratar a gestão das águas,

incentivando a descentralização e a autonomia como caminhos para o

desenvolvimento sustentável.

Da água existente no Planeta, 99% não está disponível para o uso

humano: 97% é água salgada, encontrada nos oceanos e mares; 2% formam

as geleiras inacessíveis; apenas 1% de toda essa água é doce e está

armazenada nos lençóis subterrâneos, rios e lagos.

O Brasil detém 8% de toda água doce superficial da Terra. Porém a

maior parte dessa água (cerca de 70%) está localizada na Região Amazônica.

Os 30% restantes se distribuem desigualmente pelo País, atendendo 93% da

população.

A água está ameaçada de acabar em esfera mundial. Imensos

desertos estão se formando e já existem nações lutando pela água. Em

algumas partes do mundo e do Brasil a água já é escassa e custa caro.

“Governo e sociedade, juntos, podem melhor definir o que se desejam em

termos de recursos hídricos para as próximas gerações. A vida não existe

sem água e os brasileiros já tomaram consciência disso, indignando-se

quando esse recurso tão vulnerável e limitado é agredido, exaurido,

degradado e destruído”, comentou Baeta.

A grande virtude do Movimento de Cidadania pelas Águas é que reúne,

agrega e aglutina, num mesmo foro, pessoas e entidades, órgãos

governamentais ou não, ambientalistas e donas de casa, com a finalidade de

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discutir e propor soluções de questões vinculadas, direta ou indiretamente,

á água.

O “braço executor” das ações do Movimento de Cidadania pelas Águas

é o Centro de Referencia, de âmbito municipal ou estadual (em alguns

casos). Os centros atuam como dinamizadores, animadores, facilitadores,

coordenadores, articuladores do processo de multiplicação das ações de

cidadania pelas águas em cada município ou Estado da Federação. Compete

ainda aos Centros de Referencia a promoção de eventos de educação

ambiental, cujo tema central seja a água e o levantamento dos principais

problemas ambientais e hídricos da região, buscando a qualidade de vida e

formas de desenvolvimento sem agredir o meio ambiente.

Em 1996, existiam três unidades em funcionamento: Belo Horizonte-

MG, Curitiba- PR E Brasília-DF. Durante o ano de 1997, o Movimento de

Cidadania pelas Águas teve um grande crescimento. Naquele ano, foram

instalados os seguintes Centros de Referencia: Porto Alegre- RS, Santa

Maria- RS, Florianópolis- SC, Rio de Janeiro- RJ, Presidente Prudente-SP,

Mineiros- GO, Vitória- ES e Fortaleza-CE. Para 1998, a meta principal do

Movimento de Cidadania pelas Águas é estar presente em todos os Estados

brasileiros.

No Estado do Rio de Janeiro, por exemplo, o Movimento de Cidadania

pelas Águas foi reforçado pela adesão dos profissionais do Conselho

Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia (CREA-RJ), que

pretendem instalar, em solo fluminense, cerca de 50 Centros de Referencia

até o final do ano. “A disseminação de novos Centros é o desaguadouro

natural de um conjunto de iniciativas empreendidas pelo CREA na defesa do

meio ambiente”, afirmou o engenheiro José Chacon de Assis, presidente da

entidade.

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Até hoje, já foram criados os seguintes Centros de Referencia:

Visconde de Mauá, Rezende, Rio das Ostras, Petrópolis, Niterói, Volta

Redonda, Valença, Cardoso Moreira, Maricá, Barra do Piraí e Itaperuna. Até

julho serão instalados os Centros de Queimados, Nova Iguaçu, Angra dos

Reis e Duque de Caxias. Na cidade do Rio, funcionam três unidades, uma no

CREA-RJ, uma em Jacarepaguá/Barra da Tijuca e outra na Lagoa Rodrigo de

Freitas. Em todos eles, várias entidades ambientalistas integram o

Movimento (LIMA, 1998).

4 ANIMAIS E SUA IMPORTÂNCIA

4.1 Fauna Silvestre

Da mesma forma que a vegetação varia na vastidão das paisagens do

Cerrado, a fauna local também impressiona pela diversidade de animais que

podem ser encontrados dentro do bioma. Segundo relatório da Conservação

Internacional, o Cerrado apresenta uma particularidade quanto à sua

distribuição espacial que permite o desenvolvimento e a localização de

diferentes espécies. Enquanto a estratificação vertical da Amazônia ou a

Mata Atlântica proporciona oportunidades diversas para o estabelecimento

das espécies, em uma mesma árvore, por exemplo, no Cerrado a

heterogeneidade espacial no sentido horizontal seria fator determinante

para a ocorrência de um variado número de exemplares, de acordo com a

ocorrência de áreas de campo, floresta ou brejo, em um mesmo macro

ambiente.

De acordo com o Ibama, no Cerrado brasileiro podem ser encontradas

cerca de 837 espécies de aves, 67 gêneros de mamíferos, os quais

abrangem 161 espécies e dezenove endêmicas; 150 espécies de anfíbios (45

só encontrados aqui); e 120 espécies de répteis, dos quais 45 também

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endêmicas. Além disso, o Cerrado abriga 90 mil espécies de insetos, sendo

13% das borboletas, 35% das abelhas e 23% dos cupins dos trópicos.

Dentre tantos, o lobo-guará (Chrysocyon brachyurus Figura 1) e a

ema (Rhea americana) aparecem como animais símbolo do bioma. No entanto,

são famosos também o tamanduá-bandeira (Myrmecophaga tridactyla), o

tatu-canastra (Priodontes giganteusso), a seriema (Cariama cristata), o

pica-pau-do-campo (Colaptes campestres), o teiu (Tupinambis sp), entre

outros.

Figura 1 – Lobo-guará (Chrysocyon

brachyurus).

4.2 Curiosidades sobre animais

“Os peixes podem ser nossos aliados contra mosquitos”

Embora sejam transmissores de doenças graves como dengue, malária

e febre amarela, os mosquitos, assim como todos os seres vivos são

importantes para o equilíbrio dos ecossistemas. Eles atuam como

polinizadores, ajudando na reprodução de inúmeras plantas e servem de

alimentos para aves, anfíbios e outros animais. Por isso não queremos o fim

dos mosquitos, mas também não queremos ser o alvo de suas picadas.

Podemos evitar a proliferação desses insetos se mantivermos fechados os

reservatórios de água, como poços e caixa d'água; se não deixarmos

acumular água em latas, pneus e garrafas; se substituirmos a água de vasos

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de plantas por areia; se lavarmos os bebedouros dos animais domésticos uma

vez por semana; e, também se criarmos peixes!! O uso de peixinhos é uma

forma interessante de combate aos mosquitos!! Essa estratégia tem sido

utilizada em diversas cidades brasileiras com sucesso. Segundo os

pesquisadores, mais de 250 espécies de peixes se alimentam das larvas de

mosquito e algumas chegam a comer centenas delas em apenas um dia!! Por

esta razão, criar peixinhos tem se revelado uma boa alternativa de controle

biológico em todo o mundo.

Há porém, certos cuidados a serem tomados na criação de peixes com

esse propósito. O principal é que não devemos colocá-los em reservatórios

de água para consumo humano, pois peixes também carregam micróbios e

outros organismos que podem causar doenças aos seres humanos. Outro

ponto importante é que nem sempre as pessoas criam peixes nativos da

região onde vivem, o que pode ser um problema, caso eles sejam lançados em

rios e lagos. Como não pertencem à fauna da região, eles podem se

reproduzir bastante, competir com os peixes nativos e levá-los à extinção.

Fonte:

Revista Ciência Hoje das Crianças nº 253

Janeiro/Fevereiro de 2014, pág. 19

Texto (adaptado) de:

Jean Carlos Miranda

Departamento de Ciências Exatas, Biológicas e da Terra,

Universidade Federal Fluminense.

Cláudio Eduardo de Azevedo e Silva,

Instituto de Biofísica,

Universidade Federal do Rio de Janeiro.

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5 CONSERVAÇÃO DA FAUNA E FLORA

O Brasil é considerado como um dos países de maior diversidade

biológica por abrigar cerca de 10% das formas viventes no planeta (MYERS

et al., 2000).

Vários estudos indicam que a ocupação do Cerrado ocorreu em

diferentes momentos e velocidades. Muito provavelmente a abertura de

áreas de pastagem para a criação de gado de corte foi a principal causa de

desmatamento do Cerrado. Dias (1994) sugeriu que até 1985 o manejo de

áreas nativas para a criação de gado seria a atividade econômica que

ocuparia a maior parte nas paisagens naturais do Cerrado.

5.1 Unidades de Conservação da Natureza

As unidades de conservação são destinadas para proteger a fauna,

flora e os processos que regem os ecossistemas. E no intuito de organizar,

proteger e gerenciar as unidades de conservação foi criado em julho do ano

de 2000, o Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza

(SNUC).

As categorias de unidades de conservação estão agrupadas em

proteção integral e uso sustentável, conforme os objetivos de manejo e uso.

As unidades de proteção integral têm como objetivo básico a preservação

da natureza, sendo admitido o uso indireto dos seus recursos naturais, com

exceção dos casos previstos na lei do SNUC. As unidades de uso sustentável

têm como objetivo básico compatibilizar a conservação da natureza com uso

direto de parcela de seus recursos naturais.

A criação de unidades de conservação é um passo importante para a

proteção da biodiversidade, mas é necessário que outras medidas sejam

adotadas para consolidar essas áreas protegidas (Tabela 1) e permitir o

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desenvolvimento de políticas setoriais e menos conflitivas (AGUIAR &

CAMARGO, 2004).

Tabela 1. Tipologia das unidades de conservação.

Unidades de Proteção Integral Unidades de Uso Sustentável

Estação Ecológica Área de Proteção Ambiental

Reserva Biológica

Área de Relevante Interesse

Ecológico

Parque Nacional Floresta Nacional

Monumento Natural Reserva Extrativista

Refúgio da Vida Silvestre Reserva de Fauna

Reserva de Desenvolvimento

Sustentável

Reserva Particular do Patrimônio

Natural

Fonte: SNUC, 2000.

As finalidades de cada unidade de conservação vão estar descritas na

Tabela 2.

Tabela 2. Categorias de unidades de conservação e sua descrição.

CATEGORIA DESCRIÇÃO

Estação Ecológica Tem como objetivo a preservação da

natureza e a realização de pesquisas

científicas. É proibida a visitação pública,

exceto com objetivo educacional, e a

pesquisa cientifica depende de

autorização prévia do órgão responsável.

Reserva Biológica Tem como objetivo a preservação integral

da biota e demais atributos naturais

existentes em seus limites, sem

interferência humana ou modificações

ambientais, executando-se as medidas de

recuperação de seus ecossistemas

alterados e as ações de manejo

necessárias para recuperar e preservar o

equilíbrio natural, a diversidade biológica

e os processos ecológicos.

Page 20: Manual de educação ambiental vol 2

20

Parque Nacional Tem como objetivo básico a preservação

de ecossistemas naturais de grande

relevância ecológica e beleza cênica,

possibilitando a realização de pesquisas

científicas e o desenvolvimento de

atividades de educação e interpretação

ambiental, de recreação em contato com a

natureza e de turismo ecológico.

Monumento Natural Tem como objetivo básico preservar sítios

naturais raros, singulares ou de grande

beleza cênica.

Refúgio da Vida Silvestre Tem como objetivo proteger

ambientes naturais onde se

asseguram condições para a

existência ou a reprodução de

espécies ou comunidades da

flora local e da fauna

residente ou migratória.

Área de Proteção Ambiental Área em geral extensa, com certo grau de

ocupação humana dotada de atributos

abióticos, bióticos, estéticos ou culturais

especialmente importantes para qualidade

de vida e o bem-estar das populações

humanas tem como objetivos básicos

proteger a diversidade biológica,

disciplinar o processo de ocupação e

assegurar a sustentabilidade do uso dos

recursos naturais.

Área de Relevante Interesse

Ecológico

Área em geral de pequena extensão, com

pouca ou nenhuma ocupação humana, com

características naturais extraordinárias

ou que abriga exemplares raros da biota

regional tem como objetivo manter os

ecossistemas naturais de importância

regional ou local e regular o uso admissível

dessas áreas, cm compatibilidade com os

objetivos de conservação da natureza.

Floresta Nacional Área com florestal de espécies

predominante nativas tem como objetivo

básico o uso múltiplo sustentável dos

recursos florestais e a pesquisa

científica, com ênfase em métodos para

exploração sustentável de florestas

nativas.

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21

Reserva Extrativista Área utilizada por populações locais, cuja

subsistência se baseia no extrativismo e,

complementarmente, na agricultura de

subsistência e na criação de animais de

pequeno porte; tem como objetivos

básicos proteger os meios de vida e a

cultura dessas populações e assegurar o

uso sustentável dos recursos naturais da

unidade.

Reserva de Fauna Área natural com populações animais de

espécies nativas, terrestres ou aquáticas,

residentes ou migratórias, adequadas para

estudos técnico-científicos sobre o

manejo econômico sustentável de

recursos faunísticos.

Reserva de Desenvolvimento

Sustentável

Área natural que obriga populações

tradicionais, cuja existência se baseia em

sistemas sustentáveis de exploração dos

recursos naturais, desenvolvidos ao longo

de gerações e adaptados às condições

ecológicas locais e que desempenham um

papel fundamental na proteção da

natureza e na manutenção da diversidade

biológica.

Reserva Particular de Patrimônio

Natural

Área privada, gravada com perpetuidade,

com objetivo de conservar a diversidade

biológica.

FONTE: SNUC, 2000.

5.2 Respeito ao meio ambiente

Precisamos ter a consciência que fazemos parte integradora do meio

ambiente, não podemos tratar o meio ambiente como um mero fornecedor

de recursos e matérias primas. Buscas entender que o meio ambiente é

fator primordial para existência humana e dos seres vivos que na terra

habita.

A conscientização ambiental vem trazer estudos, pesquisas que possa

fazer as pessoas entenderem, evitar e solucionar problemas que o planeta

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22

vem passando com o passar dos anos, e muitos desses problemas são

consequências da ação do homem sobre os recursos naturais.

O desmatamento desenfreado das florestas nativas e um dos danos

ambientais que mais prejudica toda a população mundial, pois sem essa

cobertura vegetal faz com que menos dióxido de carbono (CO2) sejam

absorvido, assim favorecendo o efeito estufa. O efeito estufa é o

aquecimento dos gases na terra que ficam na atmosfera, devido a altas

concentrações de gases estufas, que prejudica no derretimento das calotas

polares, diminui a umidade, que diminui as chuvas que vem a prejudicar o

ciclo natural das águas.

O descarte inapropriado de lixo também é um fator que prejudica

muito as cidades, pois esses lixos em épocas chuvosas vão para os rios,

lagoas e córregos que propicia as inundações, leva doenças e ainda pode

atrair bichos peçonhentos ou transmissores de doenças para as pessoas.

Então precisamos desenvolver projetos sociais, ecológicos e

econômicos que tragam a conservação do nosso ambiente em primeiro lugar,

e nessa parte que entra a conscientização ambiental. A função desse manual

é essa, trazer informações necessárias para que possa ser repassado o que

está acontecendo, o que vêm sendo feito, para que possa fazer um

despertar na mente do público para ações de conservação do meio ambiente,

do meio em que vive.

5.3 Sistemas Agroflorestais

Sistemas agroflorestais são formas de uso ou manejo da terra, nos

quais se combinam espécies arbóreas (frutíferas e/ou madeireiras) com

cultivos agrícolas e/ou criação de animais, de forma simultânea ou em

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sequência temporal e que promovem benefícios econômicos e ecológicos. Os

sistemas agroflorestais ou agroflorestas apresentam como principais

vantagens, frente à agricultura convencional, a fácil recuperação da

fertilidade dos solos, o fornecimento de adubos verdes, o controle de ervas

daninhas, entre outras coisas.

A integração da floresta com as culturas agrícolas e com a pecuária

oferece uma alternativa para enfrentar os problemas crônicos de

degradação ambiental generalizada e ainda reduz o risco de perda de

produção. Outro ponto vantajoso dos sistemas agroflorestais é que, na

maioria das vezes, as árvores podem servir como fonte de renda, uma vez

que a madeira e, por vezes, os frutos das mesmas podem ser explorados e

vendidos. A combinação desses fatores encaixa as agroflorestas no modelo

de agricultura sustentável.

Há quatro tipos de sistemas agroflorestais (Figura 2):

1. Sistemas

agrossilviculturais- combinam

árvores com cultivos agrícolas

anuais;

Figura 2- Exemplificação de esquema de Sistemas Agroflorestal.

2. Sistemas agrossilvipastoris- combinam árvores com cultivos agrícolas

e animais;

3. Sistemas silvipastoris- combinam árvores e pastagens (animais);

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4. Sistemas de enriquecimento de capoeiras com espécies de

importância econômica.

Nos sistemas agroflorestais, associa-se a agricultura e a pecuária

com árvores, combinando produção e conservação dos recursos naturais.

Além de buscar atender às várias necessidades dos produtores rurais, como

a obtenção de alimento, extração de madeira, cultivo de plantas medicinais,

os SAF’s diversifica a produção proporcionando uma oferta mais estável de

produtos ao longo do ano. Os sistemas agroflorestais podem auxiliar na

conservação dos solos, das micro bacias e áreas florestais.

A característica mais importante dos SAF’s parece ser a estabilidade

ou sustentabilidade ecológica. Esta sustentabilidade resulta da diversidade

biológica promovida pela presença de diferentes espécies vegetais e/ou

animais, que exploram nichos diversificados dentro do sistema. A

multiestratificação diferenciada de grande diversidade de espécies de

múltiplos usos, que exploram os diferentes perfis verticais e horizontais da

paisagem nos SAF’s, otimizam o máximo aproveitamento da energia solar

(MACEDO, 2000).

6 PRÁTICAS DE CONSERVAÇÃO DA NATUREZA

6.1 Produção de mudas nativas do cerrado

Nessa prática de conservação da natureza vamos produzir mudas do

cerrado, no intuito de fazer o plantio próximo a cursos d’água ou

arborização urbana.

A seleção das sementes deverá ser de origem conhecida, como

espécies do cerrados que temos acesso por exemplo os ipês, cajus, mognos,

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jacarandá, mangaba e outras diversas espécies em que o nosso cerrado é

rico.

Após a seleção das sementes vamos preparar os saquinhos. Esses

saquinhos devem conter de um a dois litros de substrato (a terra para que a

raiz possa desenvolver), estes podem ser adquiridos comercialmente ou usar

caixinhas de leite com furos no fundo e devidamente lavados. Os substratos

dos saquinhos vão conter terra vermelha (60%), areia (20%) e substrato

orgânico (esterco curtido ou material de compostagem) os 20% restante do

volume do saquinho. Os saquinhos devem ser preenchidos até a boca com o

substrato e já esta pronta para receber nossas sementes.

A semeadura deve ser feita superficialmente e inicialmente deixar os

saquinhos à meia sombra (cobertos com tela plástica, ou na sombra de uma

árvore) para impedir que fiquem sob o sol direto. Após a formação de

plântulas (o inicio das plantas) as mudas podem ser colocadas em pleno sol.

Cuidados com as mudas nos canteiros (Figura 3): irrigar diariamente,

trocar os saquinhos de lugar quando as raízes começarem a pegar na terra.

As plantas poderão ir ao seu destino final quando atingirem 60 cm de altura.

Figura 3 – Mudas no viveiro.

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6.2 Música do cerrado

Músicas do cotidiano folclórico foram modificadas para terem uma

temática do cerrado, assim trazendo elementos da natureza para o nosso

dia a dia. Abaixo dois cantos que foram letras adaptadas por Ana Patrícia

Oliveira Ramos Siqueira às antigas músicas do folclore brasileiro.

Ema

(música de “Escravos de Jó ...”)

Vive pelos campos

Sempre a passear

Ema, eminha

Quero lhe ajudar

O Cerrado, sua casa

Prometo, vou preservar!

Ema é bem faceira, é muito arredia

Corre, foge

Não quer minha companhia

O Cerrado, sua casa

Prometo, vou preservar!

O macho choca os ovos

Sem nunca reclamar

Choca, cria

Da ninhada cuidará

O Cerrado, sua casa

Prometo, vou preservar!

6.3 Compostagem

Se a sua escola ou residência produz matéria orgânica e a descarta no

lixo em comum. Essa prática tem como objetivo diminuir os lixos orgânicos.

O uso de folhas de árvores, cascas de frutas e demais insumos podem ser

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colocados na compostagem para que possa ser usado posteriormente, em

atividades de hortaliças ou plantio de mudas do Cerrado.

Os restos orgânicos (cascas e restos de comida), quando decompostos

corretamente em composteiras, têm potencial para serem reutilizados como

adubo para um solo fértil.

Materiais necessários:

Buraco no solo com cerca de 1 m³ ou recipiente de madeira ou tijolos

com a mesma medida;

Sobras de alimentos;

Papéis, papelão e palha;

Água;

Tampa de madeira ou lona para cobrir a composteira;

Uma pá.

Como fazer:

A) No buraco no solo ou recipiente de madeira ou tijolos, colocar os

resíduos na proporção de 25% de restos de comida e 75% de

materiais secos – papéis, papelão e palha. É preciso respeitar

essas quantidades para que os alimentos não se tornem uma massa

compacta e malcheirosa. Pequenos espaços entre a comida e os

materiais secos garantem o ar necessário para o processo de

decomposição acontecer.

B) Colocar mais material seco em cima da pilha; umedecer bastante

com água e depois cobrir a composteira.

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C) Deixar descansar por cerca de 15 dias. Depois desse tempo,

revirar o material com a ajuda da pá mais ou menos uma vez por

semana e acrescentar água sempre que a mistura estiver seca

demais.

D) A duração do processo pode variar em função da quantidade de

resíduos e da umidade disponível, entre outros fatores. Por isso, é

importante estar atento à transformação que passa a acontecer –

o lixo começa a ganhar o aspecto de solo fértil. Quando isso

ocorre, o novo solo pode ser usado para cultivo de hortaliças,

plantas e flores. Se a muda for muito pequena e a aparência do

solo estiver ruim, recomenda-se peneirá-lo antes do uso.

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FIGURA 3 - OLIVEIRA, C. E. B. Arquivos pessoais do autor de imagens de

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