Manual de educação ambiental vol 2
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1
Carlos Eduardo Batista de Oliveira
Ananda Helena Nunes Cunha
Itana Nunes Cunha
TEMAS E DISCUSSÕES PARA INTRODUÇÃO DO
MEIO AMBIENTE EM ESCOLAS
VOLUME 2 - EDUCANDO ATRAVÉS DAS ÁGUAS DO
CERRADO – CONSERVAÇÃO DA NATUREZA
Goiânia – GO
2014
2
Educação ambiental - Educando através das águas do cerrado –
conservação da natureza
Apresentação
O projeto de educação ambiental tem a enorme satisfação em
apresentar a cartilha de Educando Através da Águas do Cerrado –
Conservação da Natureza volume 2. Este projeto conta com 4 volumes, e o
volume 1 apresenta considerações teóricas e metodológicas sobre educação
ambiental, para aprendizagem significativa.
Esta cartilha trás aspectos relevantes a conservação da natureza, em
todas as suas frentes como a vegetação, água e animais.
Leia esta cartilha com atenção e leve o fabuloso mundo ambiental
para dentro da sala de aula, para sua casa, para o seu dia a dia.
3
Sumário
1 EDUCAÇÃO AMBIENTAL ........................................................................................................ 4
2 VEGETAÇÃO E SUA IMPORTÂNCIA .................................................................................. 4
2.1 Cobertura Florestal de Goiás .......................................................................................... 4
2.2 Principais Consequências dos Desmatamentos ........................................................... 5
2.3 Importância das Árvores ................................................................................................. 7
2.4 Recuperação e Restauração Florestal de Áreas Degradadas ............................... 8
3 ÁGUA E SUA IMPORTÂNCIA ............................................................................................... 9
3.1 Noções Sobre o Ciclo Natural da Água ......................................................................... 9
3.2 Principais Tipos de Poluição da Água........................................................................... 10
3.3 Principais Observações que Indicam que a água está poluída ............................. 12
3.4 Movimento de cidadania pelas águas ........................................................................... 12
4 ANIMAIS E SUA IMPORTÂNCIA..................................................................................... 15
4.1 Fauna Silvestre .................................................................................................................. 15
4.2 Curiosidades sobre animais ............................................................................................ 16
5 CONSERVAÇÃO DA FAUNA E FLORA ............................................................................. 18
5.1 Unidades de Conservação da Natureza ...................................................................... 18
5.2 Respeito ao meio ambiente ............................................................................................ 21
5.3 Sistemas Agroflorestais ................................................................................................22
6 PRÁTICAS DE CONSERVAÇÃO DA NATUREZA ..........................................................24
6.1 Produção de mudas nativas do cerrado.......................................................................24
6.2 Música do cerrado ............................................................................................................26
6.3 Compostagem......................................................................................................................26
7 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ...................................................................................28
4
1 EDUCAÇÃO AMBIENTAL
Atualmente existe um consenso internacional de que a sobrevivência
humana na terra depende da conservação dos recursos naturais,
alimentando-se também, uma imensa expectativa de se atingir os nobres
objetivos do desenvolvimento sustentável. A educação ambiental é a
principal ferramenta para: promover o desenvolvimento sustentável;
consolidar as melhorias de qualidade de vida; embasar o exercício pleno da
cidadania; endossar, encorajar e fortalecer os anseios otimistas da
juventude por um mundo melhor; revitalizar as esperanças populares de
maior inserção social; despertar a percepção e conscientização ambiental,
por meio do resgate de relações harmônicas entre homem e natureza,
favorecendo a conservação ambiental (MACEDO et al., 2011).
2 VEGETAÇÃO E SUA IMPORTÂNCIA
2.1 Cobertura Florestal de Goiás
O Bioma Cerrado possui sua constituição em mosaicos de formações
vegetais que variam desde campos abertos até formações densas de
florestas e que podem atingir os 30 m de altura. O estado de Goiás está
situado na região centro – oeste que faz parte do planalto central.
Quanto à cobertura vegetal, o Estado de Goiás encontra-se
destituído da vegetação original em grande parte de seu território. A
monocultura e a pecuária ocupam o lugar da Savana (cerrado) em grandes
extensões. A vegetação de Floresta Estacional Semidecidual aparece
localmente, em pequenas áreas descontínuas ao longo do vale do Araguaia.
5
Áreas de tensão ecológica (contato Savana-Floresta Estacional) são comuns
no Estado de Goiás (NASCIMENTO, 1991).
2.2 Principais Consequências dos Desmatamentos
O Cerrado é um dos biomas brasileiros mais ameaçados em termos de
perda de cobertura vegetal remanescente. Nele, o desmatamento, as
queimadas e os incêndios florestais ocasionam a alteração da paisagem, a
fragmentação dos habitats, a extinção de espécies, a invasão de espécies
exóticas, a erosão dos solos, a poluição dos aqüíferos, o assoreamento dos
rios e o desequilíbrio no ciclo de carbono, dentre outros prejuízos.
No artigo “A vegetação e os impactos ao meio ambiente” escrito por
Marcus Vinicius Castro Faria publicado no portal de educação da rede globo,
retrata que o impacto ambiental é um desequilíbrio provocado pela ação dos
seres humanos sobre o meio ambiente. Pode resultar também de acidentes
naturais: a explosão de um vulcão pode provocar poluição atmosférica; o choque
de um meteoro, destruição de animais e vegetais; um raio, um incêndio numa
floresta.
Quando os ecossistemas sofrem impactos ambientais, geralmente a
vegetação é o primeiro elemento da natureza a ser atingido, pois é reflexo
combinado das condições naturais de solo, relevo e clima do lugar em que
ocorre.
Atualmente todas as formações vegetais, em maior ou menor grau,
encontram-se modificadas pela ação humana. Isso ocorreu principalmente por
causa das atividades agropecuárias e pelos impactos causados pela
industrialização e urbanização. Em muitos casos, sobram apenas algumas
6
manchas em que a vegetação original é encontrada, nos quais, embora com
pequenas alterações, ainda preserva suas características principais.
A primeira consequência do desmatamento é o comprometimento da
biodiversidade, por causa da diminuição ou, mesmo, da extinção de espécies
vegetais e animais. As florestas tropicais têm uma enorme biodiversidade e, por
isso, possuem um valor incalculável. Muitas espécies, hoje ainda desconhecidas
da sociedade urbano-industrial, podem vir a ser a solução para a cura de
doenças e poderão ser usadas na alimentação ou como matérias primas. Com o
desmatamento, há o risco de essas espécies serem destruídas antes de serem
descobertas e estudadas.
Particularmente na Floresta Amazônica há uma enorme quantidade de
espécies endêmicas. Parte desse patrimônio genético é conhecida pelas várias
nações indígenas que ali habitavam, mas a maioria dessas comunidades nativas
está sofrendo um processo de integração à sociedade urbano-industrial que
tem levado a perda do patrimônio dos seus conhecimentos. Outro ponto
importante que afeta os interesses nacionais dos países onde há florestas
tropicais, incluindo o Brasil, é a biopirataria, por meio da quais muitas empresas
adotam práticas ilegais para garantir o direito de explorar, futuramente, uma
possível matéria prima para a indústria farmacêutica e de cosméticos, entre
outras.
No Brasil, os incêndios ou queimadas de florestas, que consomem uma
quantidade incalculável de biomassa todos os anos, são provocados para o
desenvolvimento de atividades agropecuárias, muitas vezes em grandes
projetos que recebem incentivos governamentais e, portanto, sob o amparo da
lei. Podem também ser resultado de práticas criminosas ou ainda de acidentes,
inclusive naturais.
7
A devastação já ocorrida deve-se basicamente a fatores econômicos
tanto na Amazônia quanto nas florestas africanas e nas do Sul e Sudeste
Asiático. Suas principais causas são:
- Extração de madeira;
- Instalação de projetos agropecuários;
- Implantação de projetos de mineração;
- Instalação ou expansão de garimpos;
- Construção de usinas hidrelétricas;
- Incêndios;
- Queimadas (técnica de cultivo tradicional).
As consequências socioambientais das interferências humanas em
regiões de florestas são várias:
- Aumento do processo erosivo, o que leva a um empobrecimento do solo;
- Assoreamento dos rios e lagos, que resulta do aumento da sedimentação,
que provoca enchentes;
- Rebaixamento do aquífero, causada por menor infiltração de água das
chuvas no subsolo;
- Diminuição dos índices pluviométricos, em consequência do fim da
transpiração das plantas;
- Elevação das temperaturas locais e regionais, como consequência da maior
irradiação de calor para a atmosfera a partir do solo exposto.
- Agravamento do processo de desertificação.
2.3 Importância das Árvores
Desde muito tempo, o homem vem trocando o meio rural pelo meio
urbano. As cidades foram crescendo, na maioria das vezes de forma muito
rápida e desordenada, sem um planejamento adequado de ocupação,
8
provocando vários problemas que interferem sobremaneira na qualidade de
vida do homem que vive na cidade.
A vegetação, pelos vários benefícios que pode proporcionar ao meio urbano,
tem um papel muito importante no restabelecimento da relação entre o
homem e o meio natural, garantindo melhor qualidade de vida (PIVETTA,
2002).
A vegetação urbana desempenha funções muito importantes nas
cidades. As árvores, por suas características naturais, proporcionam muitas
vantagens ao homem que vive na cidade, sob vários aspectos (PIVETTA,
2002):
Proporcionam bem estar psicológico ao homem;
Proporcionam melhor efeito estético;
Proporcionam sombra para os pedestres e veículos;
Protegem e direcionam o vento;
Amortecem o som, amenizando a poluição sonora;
Reduzem o impacto da água de chuva e seu escorrimento superficial
Auxiliam na diminuição da temperatura, pois, absorvem os raios
solares e refrescam o ambiente pela grande quantidade de água
transpirada pelas folhas; melhoram a qualidade do ar;
2.4 Recuperação e Restauração Florestal de Áreas Degradadas
Vários empreendimentos causam danos ao meio ambiente, mas são a
partir desses que se gera emprego e produtos para comunidade. Assim é
9
preciso lidar com alguns impactos ambientais e recupera-los da melhor
forma possível, fazendo com que a área volte ao seu original.
Segundo a Embrapa Meio ambiente (2008) área degradada é aquela
que sofreu, em algum grau, perturbações em sua integridade, sejam elas de
natureza física, química ou biológica. A recuperação de uma dada área deve
recuperar sua integridade física, química e biológica e recuperar sua
capacidade reprodutiva (produção de alimentos ou serviços ambientais).
Recuperação é a reversão de uma condição degradada para uma condição não
degradada, independente da destinação futura ou do estado original.
3 ÁGUA E SUA IMPORTÂNCIA
A água e um recurso que cada dia está mais escasso, assim sua
conservação é muito importante, não vivemos sem ela. Sabemos que apenas
2/3 da água do mundo é doce, sendo que a maior parte encontramos em
lençóis freáticos (que são reservatórios subterrâneos).
3.1 Noções Sobre o Ciclo Natural da Água
O ciclo hidrológico, ou ciclo da água, é o movimento contínuo da água
presente nos oceanos, continentes (superfície, solo e rocha) e na atmosfera.
Esse movimento é alimentado pela força da gravidade e pela energia do Sol,
que provocam a evaporação das águas dos oceanos e dos continentes.
Na atmosfera, forma as nuvens que, quando carregadas, provocam
precipitações, na forma de chuva, granizo, orvalho e neve.
10
Nos continentes, a água precipitada pode seguir os diferentes caminhos:
• Infiltra e percola (passagem lenta de um líquido através de um meio) no
solo ou nas rochas, podendo formar aquíferos, ressurgir na superfície na
forma de nascentes, fontes, pântanos, ou alimentar rios e lagos.
• Flui lentamente entre as partículas e espaços vazios dos solos e das
rochas, podendo ficar armazenada por um período muito variável, formando
os aquíferos.
• Escoa sobre a superfície, nos casos em que a precipitação é maior do que a
capacidade de absorção do solo.
• Evapora retornando à atmosfera. Em adição a essa evaporação da água dos
solos, rios e lagos, uma parte da água é absorvida pelas plantas. Essas, por
sua vez, liberam a água para a atmosfera através da transpiração. A esse
conjunto, evaporação mais transpiração, dá-se o nome de evapotranspiração.
• Congela formando as camadas de gelo nos cumes de montanha e geleiras.
Apesar das denominações água superficial, subterrânea e atmosférica, é
importante salientar que, na realidade, a água é uma só e está sempre
mudando de condição. A água que precipita na forma de chuva, neve ou
granizo, já esteve no subsolo, em icebergs e passou pelos rios e oceanos. A
água está sempre em movimento; é graças a isto que ocorrem: a chuva, a
neve, os rios, lagos, oceanos, as nuvens e as águas subterrâneas
(MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE).
3.2 Principais Tipos de Poluição da Água
A poluição ocorre quando há excesso de uma substancia, gerada pela
atividade humana, no sítio ambiental errado. (AZEVEDO, 1999).
11
Várias formas de poluição afetam as nossas reservas d´agua, podendo
estas serem classificadas em biológica, térmica, sedimentar e química.
(AZEVEDO, 1999).
A contaminação biológica resulta da presença de microorganismos
patogênicos, especialmente na água potável. (AZEVEDO, 1999).
A poluição térmica ocorre frequentemente pelo descarte, nos corpos
receptores, de grandes volumes de água aquecida usada no arrefecimento
de uma série de processos industriais. (AZEVEDO, 1999).
A poluição química é causada pela presença de produtos químicos
nocivos e indesejáveis. (AZEVEDO, 1999).
Enfrentamos ultimamente problemas com abastecimento de água,
devido a poluição aos mananciais que impossibilita o consumo sem
tratamento.
Vale lembrar que as cidades, ou o meio urbano, se vêm expandindo
(geralmente sem planejamento) tanto no Brasil como em outros países em
desenvolvimento. Isso é em parte um problema, porque com mais áreas
asfaltadas e sem estrutura adequada para o escoamento da água da chuva
(muitas ruas asfaltadas não têm bueiros) aumentam as chances de
alagamentos. É lógico que essa situação ocorre também em razão do
descarte de lixo nas ruas, que entope os bueiros. O fato é que com “o
terreno impermeabilizado, a água da chuva cai no cimento ou no asfalto e
não em direção a um riacho” (TRIGUEIRO, 2005).
Outros problemas graves atingem os rios que servem como
abastecimento para as cidades, o despejo de esgoto sem tratamento, o lixo
não tratado, cujo chorume (parte líquida do lixo) contamina o solo e águas
12
subterrâneas; os agrotóxicos, que são pulverizados nas plantações e
contaminam rios e lagoas.
Devemos lembrar que apenas 20% do esgoto recebem tratamento
(TRIGUEIRO, 2005), precisamos cobrar das indústrias, do governo que
colaborem para o tratamento desse esgoto, e que essa baixa proporção de
tratamento do esgoto seja aumentada. O esgoto recebendo seu devido
tratamento, pode evitar a poluição de rios e ainda melhorar a questão de
saúde pública.
3.3 Principais Observações que Indicam que a água está poluída
Aprendemos desde criança, seja em casa, ou na educação primária que
a água deve ser incolor, sem cheiro e sem sabor. Essas características
devem ser mantidas para uma água de qualidade e que possa ser consumida.
Assim uma água imprópria para consumo seria aquela que possui as
propriedades contrarias de uma água potável. Uma água poluída apresenta
uma ou mais características como cheiro, cor, turbidez e sabor. Já uma água
contaminada possui agentes patogênicos em seu interior como vírus,
bactérias, vermes ou protozoários.
3.4 Movimento de cidadania pelas águas
Vários ambientalistas e cientistas prevêem que várias nações vão
migrar em virtude da escassez de água em seus territórios. Assim vários
países criaram o “movimento de cidadania pelas águas” que visam ações em
defesa do meio ambiente e pela revitalização dos recursos hídricos. Para os
mobilizadores do Movimento, preservar a água é preservar a vida.
Segundo dados de organismos internacionais, a água poderá ser um
recurso escasso em 1/3 dos países no início do século XXI. Outros
levantamentos apontam que o crescimento populacional reduzirá em até 35%
13
a disponibilidade de água per capita. Problemas relacionados ás secas,
enchentes, poluição e destruição da mata ciliar que acompanha os cursos
d´água já estão entrando no rol de preocupações da população brasileira.
Assim o movimento busca um novo jeito de tratar a gestão das águas,
incentivando a descentralização e a autonomia como caminhos para o
desenvolvimento sustentável.
Da água existente no Planeta, 99% não está disponível para o uso
humano: 97% é água salgada, encontrada nos oceanos e mares; 2% formam
as geleiras inacessíveis; apenas 1% de toda essa água é doce e está
armazenada nos lençóis subterrâneos, rios e lagos.
O Brasil detém 8% de toda água doce superficial da Terra. Porém a
maior parte dessa água (cerca de 70%) está localizada na Região Amazônica.
Os 30% restantes se distribuem desigualmente pelo País, atendendo 93% da
população.
A água está ameaçada de acabar em esfera mundial. Imensos
desertos estão se formando e já existem nações lutando pela água. Em
algumas partes do mundo e do Brasil a água já é escassa e custa caro.
“Governo e sociedade, juntos, podem melhor definir o que se desejam em
termos de recursos hídricos para as próximas gerações. A vida não existe
sem água e os brasileiros já tomaram consciência disso, indignando-se
quando esse recurso tão vulnerável e limitado é agredido, exaurido,
degradado e destruído”, comentou Baeta.
A grande virtude do Movimento de Cidadania pelas Águas é que reúne,
agrega e aglutina, num mesmo foro, pessoas e entidades, órgãos
governamentais ou não, ambientalistas e donas de casa, com a finalidade de
14
discutir e propor soluções de questões vinculadas, direta ou indiretamente,
á água.
O “braço executor” das ações do Movimento de Cidadania pelas Águas
é o Centro de Referencia, de âmbito municipal ou estadual (em alguns
casos). Os centros atuam como dinamizadores, animadores, facilitadores,
coordenadores, articuladores do processo de multiplicação das ações de
cidadania pelas águas em cada município ou Estado da Federação. Compete
ainda aos Centros de Referencia a promoção de eventos de educação
ambiental, cujo tema central seja a água e o levantamento dos principais
problemas ambientais e hídricos da região, buscando a qualidade de vida e
formas de desenvolvimento sem agredir o meio ambiente.
Em 1996, existiam três unidades em funcionamento: Belo Horizonte-
MG, Curitiba- PR E Brasília-DF. Durante o ano de 1997, o Movimento de
Cidadania pelas Águas teve um grande crescimento. Naquele ano, foram
instalados os seguintes Centros de Referencia: Porto Alegre- RS, Santa
Maria- RS, Florianópolis- SC, Rio de Janeiro- RJ, Presidente Prudente-SP,
Mineiros- GO, Vitória- ES e Fortaleza-CE. Para 1998, a meta principal do
Movimento de Cidadania pelas Águas é estar presente em todos os Estados
brasileiros.
No Estado do Rio de Janeiro, por exemplo, o Movimento de Cidadania
pelas Águas foi reforçado pela adesão dos profissionais do Conselho
Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia (CREA-RJ), que
pretendem instalar, em solo fluminense, cerca de 50 Centros de Referencia
até o final do ano. “A disseminação de novos Centros é o desaguadouro
natural de um conjunto de iniciativas empreendidas pelo CREA na defesa do
meio ambiente”, afirmou o engenheiro José Chacon de Assis, presidente da
entidade.
15
Até hoje, já foram criados os seguintes Centros de Referencia:
Visconde de Mauá, Rezende, Rio das Ostras, Petrópolis, Niterói, Volta
Redonda, Valença, Cardoso Moreira, Maricá, Barra do Piraí e Itaperuna. Até
julho serão instalados os Centros de Queimados, Nova Iguaçu, Angra dos
Reis e Duque de Caxias. Na cidade do Rio, funcionam três unidades, uma no
CREA-RJ, uma em Jacarepaguá/Barra da Tijuca e outra na Lagoa Rodrigo de
Freitas. Em todos eles, várias entidades ambientalistas integram o
Movimento (LIMA, 1998).
4 ANIMAIS E SUA IMPORTÂNCIA
4.1 Fauna Silvestre
Da mesma forma que a vegetação varia na vastidão das paisagens do
Cerrado, a fauna local também impressiona pela diversidade de animais que
podem ser encontrados dentro do bioma. Segundo relatório da Conservação
Internacional, o Cerrado apresenta uma particularidade quanto à sua
distribuição espacial que permite o desenvolvimento e a localização de
diferentes espécies. Enquanto a estratificação vertical da Amazônia ou a
Mata Atlântica proporciona oportunidades diversas para o estabelecimento
das espécies, em uma mesma árvore, por exemplo, no Cerrado a
heterogeneidade espacial no sentido horizontal seria fator determinante
para a ocorrência de um variado número de exemplares, de acordo com a
ocorrência de áreas de campo, floresta ou brejo, em um mesmo macro
ambiente.
De acordo com o Ibama, no Cerrado brasileiro podem ser encontradas
cerca de 837 espécies de aves, 67 gêneros de mamíferos, os quais
abrangem 161 espécies e dezenove endêmicas; 150 espécies de anfíbios (45
só encontrados aqui); e 120 espécies de répteis, dos quais 45 também
16
endêmicas. Além disso, o Cerrado abriga 90 mil espécies de insetos, sendo
13% das borboletas, 35% das abelhas e 23% dos cupins dos trópicos.
Dentre tantos, o lobo-guará (Chrysocyon brachyurus Figura 1) e a
ema (Rhea americana) aparecem como animais símbolo do bioma. No entanto,
são famosos também o tamanduá-bandeira (Myrmecophaga tridactyla), o
tatu-canastra (Priodontes giganteusso), a seriema (Cariama cristata), o
pica-pau-do-campo (Colaptes campestres), o teiu (Tupinambis sp), entre
outros.
Figura 1 – Lobo-guará (Chrysocyon
brachyurus).
4.2 Curiosidades sobre animais
“Os peixes podem ser nossos aliados contra mosquitos”
Embora sejam transmissores de doenças graves como dengue, malária
e febre amarela, os mosquitos, assim como todos os seres vivos são
importantes para o equilíbrio dos ecossistemas. Eles atuam como
polinizadores, ajudando na reprodução de inúmeras plantas e servem de
alimentos para aves, anfíbios e outros animais. Por isso não queremos o fim
dos mosquitos, mas também não queremos ser o alvo de suas picadas.
Podemos evitar a proliferação desses insetos se mantivermos fechados os
reservatórios de água, como poços e caixa d'água; se não deixarmos
acumular água em latas, pneus e garrafas; se substituirmos a água de vasos
17
de plantas por areia; se lavarmos os bebedouros dos animais domésticos uma
vez por semana; e, também se criarmos peixes!! O uso de peixinhos é uma
forma interessante de combate aos mosquitos!! Essa estratégia tem sido
utilizada em diversas cidades brasileiras com sucesso. Segundo os
pesquisadores, mais de 250 espécies de peixes se alimentam das larvas de
mosquito e algumas chegam a comer centenas delas em apenas um dia!! Por
esta razão, criar peixinhos tem se revelado uma boa alternativa de controle
biológico em todo o mundo.
Há porém, certos cuidados a serem tomados na criação de peixes com
esse propósito. O principal é que não devemos colocá-los em reservatórios
de água para consumo humano, pois peixes também carregam micróbios e
outros organismos que podem causar doenças aos seres humanos. Outro
ponto importante é que nem sempre as pessoas criam peixes nativos da
região onde vivem, o que pode ser um problema, caso eles sejam lançados em
rios e lagos. Como não pertencem à fauna da região, eles podem se
reproduzir bastante, competir com os peixes nativos e levá-los à extinção.
Fonte:
Revista Ciência Hoje das Crianças nº 253
Janeiro/Fevereiro de 2014, pág. 19
Texto (adaptado) de:
Jean Carlos Miranda
Departamento de Ciências Exatas, Biológicas e da Terra,
Universidade Federal Fluminense.
Cláudio Eduardo de Azevedo e Silva,
Instituto de Biofísica,
Universidade Federal do Rio de Janeiro.
18
5 CONSERVAÇÃO DA FAUNA E FLORA
O Brasil é considerado como um dos países de maior diversidade
biológica por abrigar cerca de 10% das formas viventes no planeta (MYERS
et al., 2000).
Vários estudos indicam que a ocupação do Cerrado ocorreu em
diferentes momentos e velocidades. Muito provavelmente a abertura de
áreas de pastagem para a criação de gado de corte foi a principal causa de
desmatamento do Cerrado. Dias (1994) sugeriu que até 1985 o manejo de
áreas nativas para a criação de gado seria a atividade econômica que
ocuparia a maior parte nas paisagens naturais do Cerrado.
5.1 Unidades de Conservação da Natureza
As unidades de conservação são destinadas para proteger a fauna,
flora e os processos que regem os ecossistemas. E no intuito de organizar,
proteger e gerenciar as unidades de conservação foi criado em julho do ano
de 2000, o Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza
(SNUC).
As categorias de unidades de conservação estão agrupadas em
proteção integral e uso sustentável, conforme os objetivos de manejo e uso.
As unidades de proteção integral têm como objetivo básico a preservação
da natureza, sendo admitido o uso indireto dos seus recursos naturais, com
exceção dos casos previstos na lei do SNUC. As unidades de uso sustentável
têm como objetivo básico compatibilizar a conservação da natureza com uso
direto de parcela de seus recursos naturais.
A criação de unidades de conservação é um passo importante para a
proteção da biodiversidade, mas é necessário que outras medidas sejam
adotadas para consolidar essas áreas protegidas (Tabela 1) e permitir o
19
desenvolvimento de políticas setoriais e menos conflitivas (AGUIAR &
CAMARGO, 2004).
Tabela 1. Tipologia das unidades de conservação.
Unidades de Proteção Integral Unidades de Uso Sustentável
Estação Ecológica Área de Proteção Ambiental
Reserva Biológica
Área de Relevante Interesse
Ecológico
Parque Nacional Floresta Nacional
Monumento Natural Reserva Extrativista
Refúgio da Vida Silvestre Reserva de Fauna
Reserva de Desenvolvimento
Sustentável
Reserva Particular do Patrimônio
Natural
Fonte: SNUC, 2000.
As finalidades de cada unidade de conservação vão estar descritas na
Tabela 2.
Tabela 2. Categorias de unidades de conservação e sua descrição.
CATEGORIA DESCRIÇÃO
Estação Ecológica Tem como objetivo a preservação da
natureza e a realização de pesquisas
científicas. É proibida a visitação pública,
exceto com objetivo educacional, e a
pesquisa cientifica depende de
autorização prévia do órgão responsável.
Reserva Biológica Tem como objetivo a preservação integral
da biota e demais atributos naturais
existentes em seus limites, sem
interferência humana ou modificações
ambientais, executando-se as medidas de
recuperação de seus ecossistemas
alterados e as ações de manejo
necessárias para recuperar e preservar o
equilíbrio natural, a diversidade biológica
e os processos ecológicos.
20
Parque Nacional Tem como objetivo básico a preservação
de ecossistemas naturais de grande
relevância ecológica e beleza cênica,
possibilitando a realização de pesquisas
científicas e o desenvolvimento de
atividades de educação e interpretação
ambiental, de recreação em contato com a
natureza e de turismo ecológico.
Monumento Natural Tem como objetivo básico preservar sítios
naturais raros, singulares ou de grande
beleza cênica.
Refúgio da Vida Silvestre Tem como objetivo proteger
ambientes naturais onde se
asseguram condições para a
existência ou a reprodução de
espécies ou comunidades da
flora local e da fauna
residente ou migratória.
Área de Proteção Ambiental Área em geral extensa, com certo grau de
ocupação humana dotada de atributos
abióticos, bióticos, estéticos ou culturais
especialmente importantes para qualidade
de vida e o bem-estar das populações
humanas tem como objetivos básicos
proteger a diversidade biológica,
disciplinar o processo de ocupação e
assegurar a sustentabilidade do uso dos
recursos naturais.
Área de Relevante Interesse
Ecológico
Área em geral de pequena extensão, com
pouca ou nenhuma ocupação humana, com
características naturais extraordinárias
ou que abriga exemplares raros da biota
regional tem como objetivo manter os
ecossistemas naturais de importância
regional ou local e regular o uso admissível
dessas áreas, cm compatibilidade com os
objetivos de conservação da natureza.
Floresta Nacional Área com florestal de espécies
predominante nativas tem como objetivo
básico o uso múltiplo sustentável dos
recursos florestais e a pesquisa
científica, com ênfase em métodos para
exploração sustentável de florestas
nativas.
21
Reserva Extrativista Área utilizada por populações locais, cuja
subsistência se baseia no extrativismo e,
complementarmente, na agricultura de
subsistência e na criação de animais de
pequeno porte; tem como objetivos
básicos proteger os meios de vida e a
cultura dessas populações e assegurar o
uso sustentável dos recursos naturais da
unidade.
Reserva de Fauna Área natural com populações animais de
espécies nativas, terrestres ou aquáticas,
residentes ou migratórias, adequadas para
estudos técnico-científicos sobre o
manejo econômico sustentável de
recursos faunísticos.
Reserva de Desenvolvimento
Sustentável
Área natural que obriga populações
tradicionais, cuja existência se baseia em
sistemas sustentáveis de exploração dos
recursos naturais, desenvolvidos ao longo
de gerações e adaptados às condições
ecológicas locais e que desempenham um
papel fundamental na proteção da
natureza e na manutenção da diversidade
biológica.
Reserva Particular de Patrimônio
Natural
Área privada, gravada com perpetuidade,
com objetivo de conservar a diversidade
biológica.
FONTE: SNUC, 2000.
5.2 Respeito ao meio ambiente
Precisamos ter a consciência que fazemos parte integradora do meio
ambiente, não podemos tratar o meio ambiente como um mero fornecedor
de recursos e matérias primas. Buscas entender que o meio ambiente é
fator primordial para existência humana e dos seres vivos que na terra
habita.
A conscientização ambiental vem trazer estudos, pesquisas que possa
fazer as pessoas entenderem, evitar e solucionar problemas que o planeta
22
vem passando com o passar dos anos, e muitos desses problemas são
consequências da ação do homem sobre os recursos naturais.
O desmatamento desenfreado das florestas nativas e um dos danos
ambientais que mais prejudica toda a população mundial, pois sem essa
cobertura vegetal faz com que menos dióxido de carbono (CO2) sejam
absorvido, assim favorecendo o efeito estufa. O efeito estufa é o
aquecimento dos gases na terra que ficam na atmosfera, devido a altas
concentrações de gases estufas, que prejudica no derretimento das calotas
polares, diminui a umidade, que diminui as chuvas que vem a prejudicar o
ciclo natural das águas.
O descarte inapropriado de lixo também é um fator que prejudica
muito as cidades, pois esses lixos em épocas chuvosas vão para os rios,
lagoas e córregos que propicia as inundações, leva doenças e ainda pode
atrair bichos peçonhentos ou transmissores de doenças para as pessoas.
Então precisamos desenvolver projetos sociais, ecológicos e
econômicos que tragam a conservação do nosso ambiente em primeiro lugar,
e nessa parte que entra a conscientização ambiental. A função desse manual
é essa, trazer informações necessárias para que possa ser repassado o que
está acontecendo, o que vêm sendo feito, para que possa fazer um
despertar na mente do público para ações de conservação do meio ambiente,
do meio em que vive.
5.3 Sistemas Agroflorestais
Sistemas agroflorestais são formas de uso ou manejo da terra, nos
quais se combinam espécies arbóreas (frutíferas e/ou madeireiras) com
cultivos agrícolas e/ou criação de animais, de forma simultânea ou em
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sequência temporal e que promovem benefícios econômicos e ecológicos. Os
sistemas agroflorestais ou agroflorestas apresentam como principais
vantagens, frente à agricultura convencional, a fácil recuperação da
fertilidade dos solos, o fornecimento de adubos verdes, o controle de ervas
daninhas, entre outras coisas.
A integração da floresta com as culturas agrícolas e com a pecuária
oferece uma alternativa para enfrentar os problemas crônicos de
degradação ambiental generalizada e ainda reduz o risco de perda de
produção. Outro ponto vantajoso dos sistemas agroflorestais é que, na
maioria das vezes, as árvores podem servir como fonte de renda, uma vez
que a madeira e, por vezes, os frutos das mesmas podem ser explorados e
vendidos. A combinação desses fatores encaixa as agroflorestas no modelo
de agricultura sustentável.
Há quatro tipos de sistemas agroflorestais (Figura 2):
1. Sistemas
agrossilviculturais- combinam
árvores com cultivos agrícolas
anuais;
Figura 2- Exemplificação de esquema de Sistemas Agroflorestal.
2. Sistemas agrossilvipastoris- combinam árvores com cultivos agrícolas
e animais;
3. Sistemas silvipastoris- combinam árvores e pastagens (animais);
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4. Sistemas de enriquecimento de capoeiras com espécies de
importância econômica.
Nos sistemas agroflorestais, associa-se a agricultura e a pecuária
com árvores, combinando produção e conservação dos recursos naturais.
Além de buscar atender às várias necessidades dos produtores rurais, como
a obtenção de alimento, extração de madeira, cultivo de plantas medicinais,
os SAF’s diversifica a produção proporcionando uma oferta mais estável de
produtos ao longo do ano. Os sistemas agroflorestais podem auxiliar na
conservação dos solos, das micro bacias e áreas florestais.
A característica mais importante dos SAF’s parece ser a estabilidade
ou sustentabilidade ecológica. Esta sustentabilidade resulta da diversidade
biológica promovida pela presença de diferentes espécies vegetais e/ou
animais, que exploram nichos diversificados dentro do sistema. A
multiestratificação diferenciada de grande diversidade de espécies de
múltiplos usos, que exploram os diferentes perfis verticais e horizontais da
paisagem nos SAF’s, otimizam o máximo aproveitamento da energia solar
(MACEDO, 2000).
6 PRÁTICAS DE CONSERVAÇÃO DA NATUREZA
6.1 Produção de mudas nativas do cerrado
Nessa prática de conservação da natureza vamos produzir mudas do
cerrado, no intuito de fazer o plantio próximo a cursos d’água ou
arborização urbana.
A seleção das sementes deverá ser de origem conhecida, como
espécies do cerrados que temos acesso por exemplo os ipês, cajus, mognos,
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jacarandá, mangaba e outras diversas espécies em que o nosso cerrado é
rico.
Após a seleção das sementes vamos preparar os saquinhos. Esses
saquinhos devem conter de um a dois litros de substrato (a terra para que a
raiz possa desenvolver), estes podem ser adquiridos comercialmente ou usar
caixinhas de leite com furos no fundo e devidamente lavados. Os substratos
dos saquinhos vão conter terra vermelha (60%), areia (20%) e substrato
orgânico (esterco curtido ou material de compostagem) os 20% restante do
volume do saquinho. Os saquinhos devem ser preenchidos até a boca com o
substrato e já esta pronta para receber nossas sementes.
A semeadura deve ser feita superficialmente e inicialmente deixar os
saquinhos à meia sombra (cobertos com tela plástica, ou na sombra de uma
árvore) para impedir que fiquem sob o sol direto. Após a formação de
plântulas (o inicio das plantas) as mudas podem ser colocadas em pleno sol.
Cuidados com as mudas nos canteiros (Figura 3): irrigar diariamente,
trocar os saquinhos de lugar quando as raízes começarem a pegar na terra.
As plantas poderão ir ao seu destino final quando atingirem 60 cm de altura.
Figura 3 – Mudas no viveiro.
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6.2 Música do cerrado
Músicas do cotidiano folclórico foram modificadas para terem uma
temática do cerrado, assim trazendo elementos da natureza para o nosso
dia a dia. Abaixo dois cantos que foram letras adaptadas por Ana Patrícia
Oliveira Ramos Siqueira às antigas músicas do folclore brasileiro.
Ema
(música de “Escravos de Jó ...”)
Vive pelos campos
Sempre a passear
Ema, eminha
Quero lhe ajudar
O Cerrado, sua casa
Prometo, vou preservar!
Ema é bem faceira, é muito arredia
Corre, foge
Não quer minha companhia
O Cerrado, sua casa
Prometo, vou preservar!
O macho choca os ovos
Sem nunca reclamar
Choca, cria
Da ninhada cuidará
O Cerrado, sua casa
Prometo, vou preservar!
6.3 Compostagem
Se a sua escola ou residência produz matéria orgânica e a descarta no
lixo em comum. Essa prática tem como objetivo diminuir os lixos orgânicos.
O uso de folhas de árvores, cascas de frutas e demais insumos podem ser
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colocados na compostagem para que possa ser usado posteriormente, em
atividades de hortaliças ou plantio de mudas do Cerrado.
Os restos orgânicos (cascas e restos de comida), quando decompostos
corretamente em composteiras, têm potencial para serem reutilizados como
adubo para um solo fértil.
Materiais necessários:
Buraco no solo com cerca de 1 m³ ou recipiente de madeira ou tijolos
com a mesma medida;
Sobras de alimentos;
Papéis, papelão e palha;
Água;
Tampa de madeira ou lona para cobrir a composteira;
Uma pá.
Como fazer:
A) No buraco no solo ou recipiente de madeira ou tijolos, colocar os
resíduos na proporção de 25% de restos de comida e 75% de
materiais secos – papéis, papelão e palha. É preciso respeitar
essas quantidades para que os alimentos não se tornem uma massa
compacta e malcheirosa. Pequenos espaços entre a comida e os
materiais secos garantem o ar necessário para o processo de
decomposição acontecer.
B) Colocar mais material seco em cima da pilha; umedecer bastante
com água e depois cobrir a composteira.
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C) Deixar descansar por cerca de 15 dias. Depois desse tempo,
revirar o material com a ajuda da pá mais ou menos uma vez por
semana e acrescentar água sempre que a mistura estiver seca
demais.
D) A duração do processo pode variar em função da quantidade de
resíduos e da umidade disponível, entre outros fatores. Por isso, é
importante estar atento à transformação que passa a acontecer –
o lixo começa a ganhar o aspecto de solo fértil. Quando isso
ocorre, o novo solo pode ser usado para cultivo de hortaliças,
plantas e flores. Se a muda for muito pequena e a aparência do
solo estiver ruim, recomenda-se peneirá-lo antes do uso.
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FIGURA 3 - OLIVEIRA, C. E. B. Arquivos pessoais do autor de imagens de
viveiro e mudas nativas do cerrado. Goiânia, Goiás, 2013.