manual de espaços verdes

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Manual de em Espaços Verdes Bragança Câmara Municipal 2010 Boas Práticas Boas Práticas

Transcript of manual de espaços verdes

Manual de

em Espaços VerdesBragança

Câmara Municipal2010

Boas Práticas

Boas Práticas

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Coordenaçãoeditorial: JoãoC.Azevedo ArturGonçalves

Autores: AmílcarTeixeira AnaMariaCarvalho AnaMariaGeraldes AntónioCastroRibeiro ArturGonçalves CarlosAlexandreChaves ErmelindaPereira JaimePires JoãoC.Azevedo JoãoPauloMirandadeCastro LuísNunes ManuelFeliciano MargaridaArrobas MariaAlicePinto MariadoSameiroPatrício PauloCortez StephenG.Dicke

Design: AtilanoSuarez–ServiçosdeImagemdoInstitutoPolitécnicodeBragança

Impressão:Escola Tipografica - Braganca Tiragem:10000exemplares DepósitoLegal:316446/10 ISBN:978-989-8344-08-3 Edição: CâmaraMunicipaldeBragança·2009 FortedeS.JoãodeDeus 5301-902Bragança·Portugal http://www.cm-braganca.pt

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Índice

Prefácio................................................................. 7

Introdução............................................................ 9

Concepçãoeinstalaçãodeespaçosverdes....... 13

2.1Análisedolocaleenvolvente............... 15ConsideraçõesFinanceiras.......................... 15ConsideraçõesAmbientais.......................... 15ConsideraçõesSociais.................................. 21Recursos............................................................. 22Bibliografia........................................................ 22

2.2Preparaçãodosolo.............................. 23Oqueéosolo?................................................ 23Quais as características do solo impor-tantesparaobomdesenvolvimentodavegetação?........................................................ 23Preparação do solo para instalação davegetação.......................................................... 25

2.3Regaedrenagem................................... 29Sistemasderega............................................. 291-Aberturaefechodevalas...................... 302-Tubagem...................................................... 303-Dispositivosparaaaplicaçãodaágua 304-Equipamentosdecontrolodarega... 355-Provadeensaio......................................... 36Drenagem......................................................... 36Bibliografia........................................................ 37

2.4Selecçãoeinstalaçãodeespéciesvegetais................................... 392.4.1Relvados............................................. 41

Definiçãoetiposfuncionaisderelvado. 41

Selecçãodeespéciesecultivares............. 43Instalação.......................................................... 43Preparaçãodosolo........................................ 44Sementeira........................................................ 46Bibliografiarecomendada........................... 48

2.4.2Árvores,arbustoseherbáceas......... 49Selecçãodeespéciesvegetais................... 49Plantaçãodeespéciesvegetais(excep-torelvados)...................................................... 53Regras elementares para a selecção einstalaçãodeespéciesvegetais................ 57Sugestão de espécies arbóreas, arbus-tivaseherbáceasparaascondiçõesdacidadedeBragança...................................... 61Árvores–folhosas......................................... 61Árvores–resinosas........................................ 63Espéciesparaformarsebes......................... 64Arbustos–perenifóliosesemi-perenifólios 65Arbustos–caducifólios................................ 65Herbáceasbienaiseperenes...................... 66Espéciescomorgãossubterrâneos.......... 67Espéciesparacoberturadosoloefixa-çãodetaludes............................................... 68Bibliografiarecomendada........................... 69

2.5Preservaçãodeárvoresemlocaisdeobra........................................ 71

Porquesedevemprotegerasárvores?.. 71Raízescríticas................................................... 71Danoscausadospelasactividadesasso-ciadasàconstrução....................................... 73Vedações............................................................ 75

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Queárvoressalvar?........................................ 75Quatro passos para a protecção de ár-vores: cartografia e planeamento, pré-tratamento,supervisãoepós-tratamento 76Bibliografia........................................................ 81ListadeVerificação......................................... 82

Manutençãoegestão......................................... 85

3.1Fertilização............................................ 87Quais os nutrientes considerados es-senciais ao desenvolvimento da vege-tação?.................................................................. 87Como se avalia o estado da fertilidadede um solo? Como se determinam asnecessidadesdavegetação?...................... 88Fertilização........................................................ 90

3.2Rega........................................................ 93Eficiênciaderegaecálculodasnecessi-dadestotaisderega...................................... 97Eficiênciaderega............................................ 97Medidasparamelhoraraeficiênciadossistemasderega............................................. 97Cálculopráticodaeficiênciaderega....... 98Quantidade de água a aplicar na rega(dotaçãoderega)........................................... 99Cálculodotempoderega........................... 99Determinaçãopráticadataxadeaplica-çãodeáguadeumsistemaderega........ 100Operações de manutenção dos siste-masderegaeconduçãodarega.............. 100Bibliografia........................................................ 101Anexo-Estimativadasnecessidadeshí-dricasdosespaçosverdes........................... 102

3.3Relvados................................................. 103Fertilização........................................................ 103Rega..................................................................... 103Arejamento....................................................... 103

Corte.................................................................... 104Controlodeinfestantes,pragasedoenças. 106Pragasedoenças............................................ 108Renovaçãoderelvados................................ 108Bibliografia........................................................ 109

3.4Manutençãodeárvores........................ 111Podasdeárvoresemmeiourbano.......... 111Objectivosdapoda........................................ 111Aárvorecertanolocalcerto...................... 111Métodosdecorte........................................... 112Formaçãodaárvorejovem......................... 113Bibliografia....................................................... 117

3.5Manutençãodearbustos...................... 119Podasdearbustos.......................................... 119Bibliografia....................................................... 124

3.6Protecçãodasárvorescontraagentesnocivos............................... 125

Prevenção.......................................................... 125Monitorização,reconhecimentodopro-blema fitossanitário e identificação doagentenocivo................................................. 128Meiosdeluta.................................................... 128Bibliografiarecomendada........................... 129Portaisrecomendados.................................. 129

3.7ÁrvoresdeRisco.................................... 139ÁrvoresdeRisco.............................................. 139Monitorização................................................ 140Medidasparaaminimizaçãoderiscos... 141Bibliografia........................................................ 142

3.8Linhasdeáguaegaleriasripícolas...... 143Como podemos melhorar a qualidadedaágua?............................................................. 143Comopodemosminorarosefeitosdascheiasedassecas?......................................... 143Manutenção/ recuperação das galeriasripícolas............................................................. 144Bibliografiarecomendada........................... 145

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3.9Inventárioegestãodainformação..... 147Aárvorenomeiourbano............................ 147Planeamento e Gestão de Parques Ar-bóreosUrbanos............................................... 148InventárioArbóreoUrbanodaCMB........ 149Bibliografia....................................................... 152

3.10Resíduosdejardim.............................. 153Compostagem................................................. 153Outrosmétodosdecompostagem.......... 154Aplicaçãodocomposto............................... 155Bibliografia........................................................ 156

3.11Envolvimentoeparticipaçãodapopula-çãonagestãodosespaçosverdes............. 157

Criarumprojectocomunitário.................. 157Instalação.......................................................... 158Financiamento................................................. 158Manutençãoedinamização....................... 159Bibliografia........................................................ 160

3.12Segurançaehigienenosespaçosverdes................................. 161

Concepção....................................................... 161Espaçosdejogoerecreio............................ 162Manutenção.................................................... 164Bibliografia........................................................ 165

Glossário............................................................... 167

Autores................................................................. 171

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Prefácio

OMunicípiodeBragançadecidiu,emJulhode2004,iniciaroPlanoVerdedacidadedeBragança,as-sinandoumprotocolodecolaboraçãocomoInstitutoPolitécnico de Bragança para, sob coordenação daDivisãodeDefesadoAmbientedaCâmaraMunicipal,proceder à elaboração do PlanoVerde da cidade, dolivroEspaçosVerdesdeBragançaedoManualdeBoasPráticasemEspaçosVerdes.”

Bragançatemdesenvolvidoumcon-juntodeprojectoseiniciativasquevisamo

ambiente urbano e rural, numa aposta porumdesenvolvimentosustentávelemelhoriada

qualidadedevidadapopulação,nomeadamenteatravés do Plano de Acção da Agenda 21 Local,

doPlanoVerdedacidadedeBragança,doPlanodeUrbanizaçãoedoPlanoDirectorMunicipal,osquais,es-

tãointrinsecamenterelacionadoscomoPlanoEstratégicoparaaEcoCidadedeBragança.

O Manual de Boas Práticas em Es-paçosVerdes,disponívelon-linenapági-

na oficial da Câmara Municipal, pretendeapoiaroscidadãosnaconstruçãodeespaçosverdes

sustentáveisdequalidade,adequadosaoclimaecomreduçãonoconsumodeágua,assimcomodisponibili-zarinformaçãodeapoionaconstruçãoemanutençãodosespaçosverdessobresponsabilidadedoMunicípio.

Entendemos como necessário o contributo detodos,nosentidodaboautilizaçãodosrecursos,desig-

PráticasemEspaçosVerdes.”

EstratégicoparaaEcoCidadedeBragança.

paçosVerdes,disponívelon-linenapági-na oficial da Câmara Municipal, pretende

apoiaroscidadãosnaconstruçãodeespaçosverdessustentáveisdequalidade,adequadosaoclimaecomreduçãonoconsumodeágua,assimcomodisponibili-zarinformaçãodeapoionaconstruçãoemanutençãodosespaçosverdessobresponsabilidadedoMunicípio.

Entendemos como necessário o contributo de

livroEspaçosVerdesdeBragançaedoManualdeBoasPráticasemEspaçosVerdes.”

juntodeprojectoseiniciativasquevisamoambiente urbano e rural, numa aposta por

umdesenvolvimentosustentávelemelhoriadaqualidadedevidadapopulação,nomeadamente

através do Plano de Acção da Agenda 21 Local,doPlanoVerdedacidadedeBragança,doPlanode

UrbanizaçãoedoPlanoDirectorMunicipal,osquais,es-tãointrinsecamenterelacionadoscomoPlano

EstratégicoparaaEcoCidadedeBragança.

PráticasemEspaçosVerdes.”

juntodeprojectoseiniciativasquevisamoambiente urbano e rural, numa aposta por

umdesenvolvimentosustentávelemelhoriadaqualidadedevidadapopulação,nomeadamente

através do Plano de Acção da Agenda 21 Local,doPlanoVerdedacidadedeBragança,doPlanode

UrbanizaçãoedoPlanoDirectorMunicipal,osquais,es-tãointrinsecamenterelacionadoscomoPlano

EstratégicoparaaEcoCidadedeBragança.

apoiaroscidadãosnaconstruçãodeespaçosverdessustentáveisdequalidade,adequadosaoclimaecomreduçãonoconsumodeágua,assimcomodisponibili-zarinformaçãodeapoionaconstruçãoemanutençãodosespaçosverdessobresponsabilidadedoMunicípio.

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nadamentedaágua,umbemescassoeessencialàvidanaTerra,quetenderáasermaisprocuradoeacustosmaiselevados,assimcomo,atravésdocontributodetodososespaçosverdes,públicoseprivados,asseguraoreforçodaimagemdegrandeatractividadedacidade.

Para a elaboração do Manual de Boas Práticasem EspaçosVerdes foi essencial o contributo de umconjuntoalargadodeprofessoresdoInstitutoPolitéc-nicodeBragança,dostécnicosdaDivisãodeDefesadoAmbientedaCâmaraMunicipaledeoutrasinstituiçõesque, através dos conhecimentos especializados quedetêmnasváriasmatériasabordadas,desenvolveramummanualcomtextosacessíveisaopublicoemgeraleinformaçãotécnicamaisdetalhadaparaumpúblicomaisespecializado.

António Jorge Nunes, Eng. Presidente da Câmara Municipal

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Introdução

João C. Azevedo e Artur Gonçalves

Osespaçosverdessãoelementosfundamentaisdaestruturae funcionamentodascidades.Nestetra-balhoconsideramosespaçosverdestodososespaçosqueemambienteurbanosãodominadosporelementosnaturaiscomoárvores,arbustoserelvados.Sãoexem-plosdeespaçosverdesosseguintes:jardins,parques,praças, árvores de alinhamento ou separadores. Os

espaçosverdesasseguramdirectaeindirec-tamente um conjunto notável de funções

eserviçosambientais, sociaiseeconómicosdos quais depende a qualidade de vida das

pessoas nas cidades. A vegetação dos espaçosverdescontribuiparaaatenuaçãodosefeitosda

poluição atmosférica e acústica e para ao confortotérmiconascidades.Tornampossível,porexemplo,

reduziroteordepartículasemsuspensãonoaroureduziraselevadastemperaturasque

sefazemsentirnoverão.Os espaços verdes são zonas per-

meáveis que reduzem o escorrimento su-perficial da água da chuva e a ocorrência de cheias.São habitats para um conjunto elevado de espéciesanimaisevegetaistornandopossívelamanutençãodebiodiversidadenointeriordascidades,importanteparaofuncionamentoecológicodestasáreasedasregiõesemqueestãoinseridas.Esteselementosdafaunaedafloratêmigualmenteumaelevadaimportânciaestética,

praças, árvores de alinhamento ou separadores. Osespaçosverdesasseguramdirectaeindirec-

aroureduziraselevadastemperaturasquesefazemsentirnoverão.

meáveis que reduzem o escorrimento su-perficial da água da chuva e a ocorrência de cheias.São habitats para um conjunto elevado de espéciesanimaisevegetaistornandopossívelamanutençãodebiodiversidadenointeriordascidades,importanteparaofuncionamentoecológicodestasáreasedasregiões

naturaiscomoárvores,arbustoserelvados.Sãoexem-plosdeespaçosverdesosseguintes:jardins,parques,praças, árvores de alinhamento ou separadores. Os

espaçosverdesasseguramdirectaeindirec-tamente um conjunto notável de funções

eserviçosambientais, sociaiseeconómicosdos quais depende a qualidade de vida das

pessoas nas cidades. A vegetação dos espaçosverdescontribuiparaaatenuaçãodosefeitosda

poluição atmosférica e acústica e para ao confortotérmiconascidades.Tornampossível,porexemplo,

reduziroteordepartículasemsuspensãonoaroureduziraselevadastemperaturasque

praças, árvores de alinhamento ou separadores. Osespaçosverdesasseguramdirectaeindirec-tamente um conjunto notável de funções

eserviçosambientais, sociaiseeconómicosdos quais depende a qualidade de vida das

pessoas nas cidades. A vegetação dos espaçosverdescontribuiparaaatenuaçãodosefeitosda

poluição atmosférica e acústica e para ao confortotérmiconascidades.Tornampossível,porexemplo,

reduziroteordepartículasemsuspensãonoaroureduziraselevadastemperaturasque

perficial da água da chuva e a ocorrência de cheias.São habitats para um conjunto elevado de espéciesanimaisevegetaistornandopossívelamanutençãodebiodiversidadenointeriordascidades,importantepara

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educacional e científica. Os espaços verdes oferecemambientesabertos, saudáveiseatractivosparaa rea-lização de actividades lúdicas de diversas naturezas,incluindoasdesportivasederecreio,ouparaosimplespasseioecontactocomanaturezanaproximidadedasresidênciasoudoslocaisdetrabalho.Porestaseoutrasrazões,osespaçosverdesfacilitamocontactoentreaspessoasfavorecendoasinteracçõessociais,reforçandoasligaçõesdeamizadeentreelaseacoesãodacomu-nidade.Osespaçosverdestêmtambémumvaloreco-nómicomuitoelevadopelopatrimónioqueconstituem(asárvores,porexemplo),pelavalorizaçãoqueinduzemnopatrimónioedificadoepelapoupançadeenergiaquepossibilitamàcidadeeaosseushabitantes.Paraalémdestevalor,osserviçosdosespaçosverdestêmumvalorincalculávelquemuitodificilmentepodesertraduzidoemunidadesmonetáriasporquesãoinsubstituíveisnaregulaçãodaqualidadedoar,nasaúdeenaqualidadedevidaemgeraldaspessoas.

As funções referidas dependem, no entanto,dacriaçãoemanutençãodeespaçosverdesemáreasurbanasoque,mesmohavendovontadeparaofazer,nemsempreéfácildeexecutar.Estemanualdestina-seaauxiliarocomplexoexercíciodeinstalaçãodeespaçosverdes bem como a assistir a execução das diversasoperaçõesdemanutençãoegestãodessasáreas.Apre-sentam-seassoluçõeseaspráticasqueseconsideramserasmaisadequadasparacadasituação,porquesãoasquemelhorasseguramosucessoda instalaçãooumanutençãoeasaúdedasplantasedavegetação,com-ponentesindispensáveisdessesespaços,mastambémporquemaiscontribuemparaqueosespaçosverdessejammaisconfortáveisesustentáveis,permitindoqueacidadedeBragança,noseutodo,sejamaisagradávelparaviver,trabalhar,ouvisitar.

Este conjunto de práticas designa-se habitual-

mentepor“BoasPráticas”.CódigosemanuaisdeBoasPráticas são seguidos em todo o mundo nos maisvariados domínios dos recursos naturais no sentidodecontribuirparaasustentabilidadedasuagestãoe,dessa forma, evitar ou minimizar efeitos ambientais,económicos e sociais negativos.Também no âmbitodagestãodeespaçosverdesurbanossãoemtodooMundo, desde há algumas décadas, utilizadas BoasPráticas.EmPortugal,BragançaéumacidadepioneiranadefiniçãoeimplementaçãoderegrasdeBoasPráticascomoasquesãoapresentadasnestemanual.

OManualdeBoasPráticasemEspaçosVerdesdacidadedeBragançadestina-seatodososinteressadosporplantas,jardins,parques,quintais,biodiversidadeeambientenascidades,desdeoscompletamenteamado-resatéaosmaisexigentesprofissionaisdajardinagemedagestãodanatureza.Foipreparadoconsiderandoqueosconceitosemétodos fundamentaisdasilvicultura,agronomia,biologiaeoutrosnãotêm,necessariamente,quesercomplicadosedifíceisdeexplicareaplicar.Osprincípiosepráticasconstantesdestemanualpodemserimplementadostantoemáreasprivadas,comoquin-tais,canteiros,árvoresisoladasouemgrupo,comoemáreaspúblicasdeinstituiçõeseáreasmunicipais,comoparques,jardins,relvados,rotundasouseparadores.

O Manual foi concebido para ser seguido, emparticular,nacidadeBragança.Noentanto,aprofundi-dadedasabordagenspermitequeasuautilidadesejaextensívelamuitasoutrascidadesdopaís.

OManualdeBoasPráticascomeçaporabordarosaspectosprincipaisdaconcepçãoeinstalaçãoquede-vemestarpresentesnaidealizaçãodeumespaçoverde,sejadequetipofor.Osucessodaimplementaçãodeumespaçodestanaturezaestá intimamentedependentedas escolhas que forem feitas inicialmente, tanto emtermosdelocalizaçãocomodedimensionamento,com-

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posiçãoearranjodosseuselementos.Sãoigualmentedeterminantesdosucessoalongoprazodosespaçosverdes,asopçõestécnicasqueforemtomadase,nestedomínio, o Manual fornece um conjunto notável derecomendaçõesessenciais.AsegundapartedoManualdizrespeitoàmanutençãoegestãodosespaçosverdescompreendendoumasérieexaustivade indicaçõeserecomendaçõesquepodemserseguidasduranteavidadosespaçosverdesdeformaaqueesteseosseuscom-ponentessemantenhamsaudáveiseúteisbemcomopossam corresponder aos objectivos para que foramconcebidos.Cobretemasdesdeamanutençãodelinhasdeáguaatéàlimpezaevigilânciadeespaçosverdes.Incluiamanutençãodeplantasarbóreas,arbustivasouherbáceas, recomendações para a rega e fertilização,indicaçãodasprincipaisdoençasepragasdasplantasnacidade,alertaparariscosassociadosaalgumasárvores,inventárioemonitorizaçãodeespaçosverdeseaindaautilizaçãodosespaçosverdespelapopulação.

EsteManualdeBoasPráticasfoielaboradoquaseexclusivamentepordocentesdaEscolaSuperiorAgráriadoInstitutoPolitécnicodeBragança.Sãoespecialistasnos vários domínios particulares tratados nesta obradentrodasgrandesáreascientíficasetécnicasdaagro-nomia,engenhariaflorestaleengenhariadoambien-te.ODr.StephenDicke,daUniversidadeEstadualdoMississipi,EUA,eoEng.AlexandreChaves,daCâmaraMunicipaldeBragança,sãoasexcepções.Aparticipaçãodoprimeirojustifica-sepelarelevânciaepertinênciadotemaqueexplora,aconservaçãodeárvoresemlocaisdeconstrução,numacidadeemintimocontactocomomeiorural.Adosegundojustifica-sepelasuavastaexperiêncianainstalaçãoemanutençãoderelvadosnacidadedeBragança.

Opresentetrabalhopoderánãoesclarecertodasasdúvidasrelacionadascomoplaneamento,instalação

egestãodosespaçosverdes.Semprequeissoocorrer,osleitoresdoManualdeBoasPráticassãoconvidadosasolicitarapoioadicionaljuntodosseusautoresoujuntodosdepartamentoseserviçosdaEscolaSuperiorAgráriadoInstitutoPolitécnicodeBragança.

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Concepção e instalação de espa-ços verdes

Osespaçosverdessãoconcebidosparacumpri-remdeterminadosobjectivosgeraiseparticularescon-siderandoascondiçõesfísicasemquevãoserinstaladose mantidos. Neste capítulo são revistos os aspectosfundamentais a ponderar no processo de concepçãodos espaços verdes, incluindo factores económicos,ambientais,sociaiseestéticos.

O sucesso dos espaços verdes depende emgrande medida de factores ambientaislocais,comoosoloeaágua,porqueestes

influenciamdirectamenteoestabelecimentoeocrescimentodasplantasseleccionadaspara

constituíremaessênciadesseslugares.São,poresse motivo, desenvolvidos neste capítulo os

temasdapreparaçãodosolo,rega,drenagemease-lecçãoeinstalaçãoderelvadosedeárvores,arbustos

eherbáceas.Àmedidaqueseexpandemparaáreasnaturais,ascidadespodempassara

incorporaralgunsdoselementosoriginaisdessas áreas que funcionarão no futuro

comoespaçosverdes.Éapresentado,porisso,nestecapítuloumconjun-

todeindicaçõesmuitovaliosasquantoàpreservaçãodeárvoresemlocaisdeconstrução.Serãofinalmenteabordadas opções de utilização de materiais inertes,mobiliário,pavimentoseoutroselementos.

O sucesso dos espaços verdes depende emgrande medida de factores ambientais

áreasnaturais,ascidadespodempassaraincorporaralgunsdoselementosoriginaisdessas áreas que funcionarão no futuro

comoespaçosverdes.Éapresentado,porisso,nestecapítuloumconjun-

todeindicaçõesmuitovaliosasquantoàpreservaçãodeárvoresemlocaisdeconstrução.Serãofinalmenteabordadas opções de utilização de materiais inertes,mobiliário,pavimentoseoutroselementos.

dos espaços verdes, incluindo factores económicos,ambientais,sociaiseestéticos.

O sucesso dos espaços verdes depende emgrande medida de factores ambientaislocais,comoosoloeaágua,porqueestes

influenciamdirectamenteoestabelecimentoeocrescimentodasplantasseleccionadaspara

constituíremaessênciadesseslugares.São,poresse motivo, desenvolvidos neste capítulo os

temasdapreparaçãodosolo,rega,drenagemease-lecçãoeinstalaçãoderelvadosedeárvores,arbustos

eherbáceas.Àmedidaqueseexpandempara

O sucesso dos espaços verdes depende emgrande medida de factores ambientaislocais,comoosoloeaágua,porqueestes

influenciamdirectamenteoestabelecimentoeocrescimentodasplantasseleccionadaspara

constituíremaessênciadesseslugares.São,poresse motivo, desenvolvidos neste capítulo os

temasdapreparaçãodosolo,rega,drenagemease-lecçãoeinstalaçãoderelvadosedeárvores,arbustos

eherbáceas.Àmedidaqueseexpandemparaáreasnaturais,ascidadespodempassara

Éapresentado,porisso,nestecapítuloumconjun-todeindicaçõesmuitovaliosasquantoàpreservaçãodeárvoresemlocaisdeconstrução.Serãofinalmenteabordadas opções de utilização de materiais inertes,mobiliário,pavimentoseoutroselementos.

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2.1 Análise do local e envolventeArtur Gonçalves e Manuel Feliciano

A instalação de espaços verdes urbanos deveserencaradacomoumaacçãoquepodecontribuir,demodosignificativo,paraamelhoriadaqualidadedascidades.Paraoefeito,deveassumir-secomopontodepartidaemqualquerprojecto,públicoouparticular,acorrectaanálisedascaracterísticasdaenvolvente.

Nosprocessosdeescolhadoslocaisedeformu-laçãodosespaçosverdes,deveatender-sea diversasconsideraçõesdenaturezaeconómica,ambiental,socialeestética,que,conjuntamente,contribuemparapoten-ciarosespaçosverdescomoelementosatenuadoresdosefeitosnegativosdaurbanização,contribuindodessemodoparaaqualidadedevidadapopulação.

Considerações Financeiras• Ainstalaçãodosespaçosverdesdeveservista

comoumamais-valiaparaoslotesedificadosouparaosconjuntosurbanosnasuaenvolvente.Diversosestudosdemonstramqueapresençadeespaçosverdesacresce,namaiorpartedascircunstâncias,valoraoedificado.

• A forma como os espaços verdes são conce-bidosassumegrandeinfluêncianasdespesasresultantesdasuaimplantaçãoemanutenção,nomeadamentenoquedizrespeitoarecursoscomoágua,energiaoumão-de-obra,devendoserequacionadasdesdeumprimeiromomento.

• Semprequeseavaliemoscustoseosbenefí-cioseconómicosdosespaçosverdes,deverãoconsiderar-senãoapenasosaspectosqueresul-tamdirectamentedaexecuçãodoprojecto,mastambém os benefícios indirectos resultantesdos serviços ambientais prestados (melhoria

dasaúdepública,possibilidadedepráticades-portiva,etc.).

Considerações AmbientaisPara além das considerações mais particulares

desenvolvidasnosdiversoscapítulosdaprimeirapartedestemanual,umconjuntodeprincípioseaspectosdecaráctermaisgenéricodeverãoserponderadosnumaprimeirafasedaconcepçãodeespaçosverdes.

Solo• As características do solo são variáveis e de-

terminam diversas estratégias de actuação. Aanálise das características dos solos deve serum ponto de partida para qualquer projecto(vercapítulo2.2).

• Semprequepossível,deverãoevitar-semovi-mentaçõesdesolo,deeparaosespaçosverdes,comoformadelimitarosimpactesambientaisquedestaacçãopoderáresultar(ex.perdadesolosnaorigem,estabilidadedevertentes,etc.).

• Caso ocorram acções de escavação, deveatender-se à presença de infraestruturas nosubsolo(saneamento,abastecimentodeágua,electricidade,gás,etc.),asualocalizaçãodeveráser obtida junto das empresas ou entidadesconcessionáriasdessesserviços.

• Deveavaliar-seaexistênciadealgumtipodecontaminaçãodosespaçosverdes(ex.depósitodematerialtóxicoouresíduosperigosos).Casoseconstateasuapresença,devepromover-seasualimpezae/oudescontaminação.Emcasoalgumsedevecobrirosolocomnovascamadasdeterra,poisoselementospresentesnosolopodemafectaravegetaçãoeconstituirumriscoparaosfuturosutilizadores.

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Vegetação• Caso exista vegetação no local, esta poderá

integrar o futuro espaço verde. A vegetaçãopresente pode fazer parte de um conjuntomais amplo (ex. vegetação ripícola, bosque,etc.), devendo considerar-se a continuidadedoselementoscomoumacaracterísticaprefe-rencialnosespaçosverdes,sempreequandoesta opção traga benefícios para a qualidadedoespaçoverde(estetemaseráretomadonocapítulo2.4).

• Amanutençãodavegetação,emespecialadeportearbóreo,podecontribuirdemododeci-sivoparaaconsolidaçãodoespaço,podendosubstituir o investimento em novas árvorescom a consequente redução de encargos deaquisiçãoeinstalação(estetemaseráretomadonoscapítulos2.5,3.4e3.7).

• Naescolhadeespéciesedolocaldeplantação,deveatender-seaodesenvolvimentoqueave-getaçãopoderegistar,queremtermosaéreos

quer radiculares,evitando-seassituaçõesemqueavegetaçãopossaentraremconflitocomasestruturasnasuaenvolvente(nosubsolo–ex.infraestruturasoufundações,noexterior–ex.cabos de telecomunicações ou electricidade,edifícios, etc.). A invasão de terrenos vizinhosdeveigualmenteserevitada.

• Como forma de evitar escolhas desajustadase erros técnicos,os processos de plantação esementeiradevemseracompanhadosdePla-noselaboradosporprojectistase/outécnicosespecializados.

Existênciasdezonaspavimentadas• As zonas pavimentadas, onde se incluem es-

tradas, parqueamentos, zonas cimentadas ouasfaltadas,entreoutras,cumpremimportantesfunções nos espaços verdes garantindo mo-bilidade e suportando algumas actividadesdelazer.Noentanto,quandoconstituídasporsuperfícies impermeáveis apresentam diver-sosinconvenientesdopontodevistatérmico,hidrológico,ecológicoeatéestético,devendoemparquesejardinsserreduzidasàsuamínimaexpressão.Devemaindalocalizar-sepreferen-cialmenteemtornodoperímetrodosespaços.A utilização de pavimentos permeáveis podecontribuirdemododecisivoparaatenuarestesefeitos.

• Àsemelhançadatransformaçãodezonaslivrespara pavimentos ou edifícios, a substituiçãodepavimentosporvegetaçãodeveráservistacomoumaopçãopositiva,emparticularseestesapresentaremumaescassautilidadeouseane-cessidadedelibertarespaçosparaavegetaçãoojustificar.

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Existênciadeágua• Deveavaliar-seoriscodeinundações,emes-

pecialquandoestaspossamafectarestruturascomoedifícios,parquesdeestacionamentoeestradas. Nesses casos, os espaços devem serprojectadosparaevitaresseconflito.

• Aqualidadedaáguasuperficialdeveseranalisa-dacomoformadedeterminarqualopotencialde utilização futura deste recurso. Se esta seencontrarpoluída,ocontactopelosutilizadoresdeveráserrestringidocomrecursoabarreirasnaturais(ex.vegetaçãoripícola)ouartificiais(ex.vedações).Asacçõesnecessáriasparaocontro-lodas fontesdepoluiçãopoderãoextravasaros limitesdoespaçoverde,mascasoexistamfontesdepoluiçãonolocal(ex.descargasporconduta)deverápromover-seasuadrenagemetratamento.

• Ascaracterísticashidrológicasdolocaldeverãoser consideradas na formulação dos espaços,favorecendo-se soluções que promovam e

salvaguardemadrenagem natural easespé-ciesadaptadas(vercapítulos2.3e3.2).Aáguaenquantoelementotemigualmenteumvalorestéticoparticularquenãodeverásersubesti-mado.

Regimedeventos• O regime de ventos deve ser avaliado. Em

Bragança os ventos são predominantementedo quadrante Oeste. A velocidade média emqualquer dos quadrantes não vai além dos15Km/h(valormáximoalcançadonomêsdeMarço). Pontualmente, registam-se ventos demaiorintensidadeassociadosatempestades.

• Factorestopográficospodemdeterminarumamaior incidênciadevento,comonocasodasencostas e cumeadas expostas aos ventosdominantes.Naszonasmaisdensasdotecido

Regime médios de ventos (1971-2000) registados na Es-tação Meteorológica de Bragança.(NormaisclimatológicasdoInstitutodeMeteorologia–www.meteo.pt)

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urbano,adisposiçãodosedifíciospodedetermi-naraocorrênciadefenómenosdecanalizaçãoou obstrução do vento, originando situaçõesdiferenciadasquantoàintensidadeeadirecçãodovento,quedeverãoseridentificadas.

• Acolocaçãodavegetaçãoemespaçossujeitosaventosdemaior intensidadepodeajudaraatenuarosseusefeitosnegativos,emespacialnosmesesmaisfrios,contribuindoparaame-lhoriadascondiçõestérmicasdoslocais.Assim,em qualquer espaço verde poderá ser útil aintroduçãodevegetaçãoperene,comalgumadensidade, combinando preferencialmenteespéciesarbustivasearbóreas,nasextremida-desexpostasaventosdominantesoudemaiorintensidade.Dependendodadimensãodoes-paçoverde,essabarreiravegetalpodeassumiraconfiguraçãodelinhassucessiva.Deverá,em

todoocaso,evitar-seosombreamentoexces-sivonosmesesdeinverno.

• Quandoexistamedifícios,avegetaçãoperenedeveráserplantadaaumadistânciadequatroa seis vezes a altura alcançada pelas árvores,evitando-sedessaformaosombreamento.Estasoluçãopodecontribuirparaareduçãoefectivadasperdasdecalordosedifícios.

• NousodevegetaçãopereneemarruamentoscomorientaçãoNorte-Suldeveráserconside-radoqueacombinaçãodassobrasdeedifícioseárvorespodetornarasruassombriasemenosaprazíveis.Nestascondiçõesdeve limitar-seasuautilização.

• No verão, o vento poderá contribuir para amelhoria do conforto térmico e ventilaçãodosespaços.Nessaperspectivapodeserútilaexistênciadezonasexpostasàsuainfluência.Peranteaimpossibilidadedeconciliaçãocomaprotecçãonecessárianoinverno,eemparti-cularemespaçosdemédiaagrandedimensão,poderáconsiderar-se aexistênciadeespaços“abrigo”eespaços“expostos”quepoderãoserusadosdemododiferenciadopelosutilizadoresemfunçãodascondiçõesclimáticas.

Radiaçãosolar• Aradiaçãosolaréumfactorindispensávelna

obtenção de conforto ambiental no inverno,enquantoquenoverãopodecontribuirnega-tivamente para o denominado stress térmico.EmBragança,oclimaMediterrâneodefeiçãoContinental,comverõessecoseinvernosrigo-rosos,impõeavegetaçãocomoumelementoindispensável na obtenção de condições deconforto.

A vegetação como elemento atenuador da acção do vento.

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• Asombraestende-sedemodovariávelaolon-go do ano, mas é particularmente eficaz nosquadrantessituadosaNoroesteeNordestedavegetação (correspondendo à posição do solentreSudoesteeoSudestenashorasdemaiorcalor).

• Autilizaçãodevegetaçãodefolhacaduca(ex.Plátanos,Tílias, etc.) pode ser um importanterecurso na melhoria das condições locais,fornecendo sombra nos meses mais quentes,enquantonosmesesmaisfrios,apósaquedadassuasfolhas,estasárvoresapresentamumagrandepermeabilidadeàradiaçãosolar.

• Aexistênciadeelementosdesombra,árvoresearbustos,deveráobedecerprioritariamenteanecessidadesespecíficasdesombra,comonoscasosdezonasderepousoedemerenda.

• Esta condicionante deverá igualmente serconsideradanaselecçãodeespéciesdevege-tação,poisestastambémrespondemdemododiferenciado a diferentes níveis de radiação.Nos espaços privados esta questão coloca-secomparticularpertinêncianaszonasdehorta,onde a radiação deverá incidir sem qualquerobstáculo.

• Asestruturaseobjectoscommaiorcapacidadederetençãodecalor,comosuperfíciesasfalta-dasoubancosmetálicos,devemserevitadosoueliminados.Seindispensáveis,assuperfíciesquepodemsobreaquecerdevemserobjectodeumsombreamentoeficaznosmesesdeverão,preferencialmentecomrecursoavegetação.

• Aindaquesetratedeumasoluçãoexigentedopontodevistadamanutençãoedahigiene,ainstalaçãodevegetaçãonasfachadas(ex.tre-padeiras)podecontribuirparaaatenuaçãodasperdasdecalor.

• Ospercursosnosespaçosverdes,emparticu-larnosmesesmaisquentes,poderãosermaisconfortáveisseacompanhadosdapresençadevegetação.EmespacialnostrajectosEste-Oeste,devepreservar-se(ouintroduzir-se)vegetação.

• Globalmente, deve avaliar-se se a vegetaçãoexistenteofereceumasombrareduzida,eficazouexcessiva,eemfunçãodessaavaliaçãooptar-sepelaestratégiamaisadequadaaseguir:corteou plantação. À semelhança da formulaçãoatendendoaovento,emespaçosdemédiaagrandedimensão,poderáconsiderar-seespaços

A presença de sombra como um importante recurso na melhoria do conforto térmico urbano.

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desombraoudesol,emfunçãodasactividadesquenestessepretendapromover.

Poluiçãoacústicaeatmosférica• Devepromover-seacriaçãodecortinasarbó-

reasouarbustivasnasáreasmaisurbanizadas,commaioresproblemasdepoluição,eaolongodosperímetrosdeespaçosverdesderecreioedelazer,porquantocontribuemparareduziraincomodidadecausadapelasemissõesrodovi-áriasderuídoedepoluentesatmosféricos.Asespéciesvegetaisdeelevadadensidadedebio-massafoliaredefolhapersistentesãoasmaiseficazesnaremoçãodepoluentes.Ospoluentesparcialmentecontroladospelavegetaçãosãoosóxidosdeazoto,óxidosdeenxofre,monóxidodecarbono,dióxidodecarbono,ozono,epar-tículasdepequenadimensão (inferioresa10µm).

• As cortinas verdes podem ser usadas emconjunto com barreiras artificiais de modo aconseguir-se uma melhoria significativa daqualidadedoambiente,semsecomprometerovalorestéticodapaisagem.

• As actividades de manutenção dos espaçosverdespodemtambémelassergeradorasdepoluição. Modelos de gestão que reduzam ousodeveículosamotoredepesticidaspodemigualmentecontribuirparaamelhoriadaqua-lidadedoar.

Barreira de Vegetação com efeito de relevo. (Magalhães,1991)

Combinação de barreiras artificiais com vegetação.(Fleming,2000)

O uso de vegetação como barreira de protecção, junto às vias de circulação, contribui para a melhoria da qualida-de do ar e atenua o ruído rodoviário.

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Considerações Sociais Utilizadores

–Ascaracterísticasdacomunidadelocal,nocasodosespaçospúblicos,edosproprietários(actu-aisoupotenciais),emespaçosprivados,devemsersempreavaliadas.Diferentesestratosetários,níveisdeactividade(activos,desempregados,etc.) e estruturas familiares (solteiros, famíliascomousemfilhos,etc.)determinamdiferentesrequisitoseexpectativas.Osresultadosdoin-quéritodesenvolvidoparaacidadedeBragançanoâmbitodoPlanoVerdefornecemimportan-teselementosnesteprocesso,podendoestessercompletadospelaauscultaçãodapopulaçãoresidente na envolvente de futuros espaçosverdes,porintermédiodenovosinquéritosouentrevistas.

–Apresençadediversoselementosurbanosnaproximidadedoespaçoverdepodeinfluenciarascaracterísticasdosutilizadores.Equipamen-tos como escolas, centros de dia, serviços desaúde, campus universitários, entre outros,podemdeterminarvisitasregularesaespaçosverdesnasuaenvolvente.

–Adimensãocondiciona,naturalmente,adiversi-dadedeactividadesquepodemterlugarnumespaçoverde.Numparquedemaiordimensão(superioraumhectare)oespaçopoderáacolherdiversas funções como sejam o repouso (ex.bancos com sombra), prática desportiva (ex.ciclovias)erecreioinfantil(ex.parquesinfantis,vercapítulo3.12).

–FortementedisseminadosempaísescomoosEstados Unidos da América e Reino Unido, odesenvolvimento de actividades de desenhoparticipativodeespaçosverdespodeoriginar

propostasquepossamirdeencontroàsexpec-tativasdosresidentes,podendoestainteracçãoestender-seàgestãoparticipativadosespaços(vercapítulo3.11).

–Osespaçosverdespróximospoderãoserava-liadosidentificando-seformasdepreencherla-cunasexistentes,procurandoiraoencontrodasnecessidadeseexpectativasnãopreenchidas(ex.novavegetaçãoounovosequipamentos).Noentanto,ascaracterísticasdosespaçosver-desurbanosdeverãosempreservistasnumaperspectiva mais ampla, correspondente àtotalidadedosespaçosverdesurbanos.

Mobilidade–A forma como as deslocações se processam

no espaço urbano é uma questão de granderelevância. Nas cidades deve favorecer-se amobilidadesustentável (apé,embicicletaouem transporte públicos). Nesse sentido, deve

Os espaços verdes deverão relacionar-se procurando estabelecer-se percursos, de preferência com recurso a corredores verdes.

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avaliar-seosmodosdetransportedisponíveisnaproximidadedeespaçosverdes,adoptandosoluçõescompatíveis,queminimizemasdeslo-caçõesemautomóvelparticular.

–Cada espaço verde deve ser visto com partedaestruturaverdelocaldevendoavaliar-sedequemodosepode“relacionar”comosrestantesespaços verdes. A melhor solução de ligaçãoentreespaçospassapelodesenvolvimentodecorredores verdes, estruturas com vegetaçãoquefomentamacontinuidadeentreelementose potenciam a utilização pedonal e por velo-cípedes do espaço (ex. Alamedas ou espaçosribeirinhos).Sepossívelcadanovoespaçodeveserintegradonessetipodesoluções.

–Deveigualmenteavaliar-seapresençanapro-ximidadedeestaçõesdeautocarroouciclovias,procurandoestabelecer-seligaçõescomesseslocais.Casonãoexistam,esemprequeadimen-sãodosespaçosojustifique,deveproceder-seàcolocaçãodeparagense/oupercursosjuntoaosnovosespaçosverdes.Ousodesinaléticaqueapoieasdeslocaçõespodeigualmenteesti-mularorecursoaestassoluçõesdemobilidade.

RecursosInformaçãometeorológica–InstitutodeMeteorologia

–site:www.meteo.pt.Informaçãosobreascaracterísticasdapopulação–Ins-

titutoNacionaldeEstatística–Site:www.ine.pt.

BibliografiaMagalhãesM.R.,1991.Espaços Verdes Urbanos.Direcção

GeraldeOrdenamentodoTerritório.SCUFR&I, 2004. Urban Forestry Manual. USDA Forest

Service,SouthernCenterforUrbanResearchandInformation,Athens,GA(US).Disponívelemwww.urbanforestrysouth.org/resources/collections/urban-forestry-manual.

VPEC,2007.A Guide to Growing Healthy Trees in The Lower Rio Grande Valley of Texas.ValleyProudEnviron-mentalCouncil.Disponívelemwww.valleyproud.org/html/printmaterial.html.

Wilson,D.A.,Wilson,T.J.,Tlusty,W.G.,2003.Planning and Designing Your Home Landscape. University ofWisconsin. Disponível em http://learningstore.uwex.edu/Planning-and-Designing-Your-Home-Landscape-P754C215.aspx.

FlemingG.G.,KnauerH.S.,Lee,C.S.Y.ePedersenS.,2000.FHWA Highway Noise Barrier Design Handbook.FederalHighwayAdministration,U.S.DepartmentofTransportation.Disponívelemwww.fhwa.dot.gov/environment/noise/design/index.htm.

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2.2 Preparação do solo Margarida Arrobas e Ermelinda Pereira

Osoloéolocalondesedesenvolveavegetação.Éumsistemacomplexodematerialsólido,acompanhadodeumespaçoporosoondecirculaáguaear,cominúme-rosmicrorganismos.Estesistemaédinâmico,estandoempermanentealteração, resultadoda influênciadoambiente.

O que é o solo?Osoloéconstituídoporumamisturadequatro

componentes:i) material inorgânico (pedaços de rochas,

pedrasecalhaus,areia,limoeargila):osele-mentosmineraisdemaioresdimensões(pe-dras,areia)facilitamoarejamentodosoloeadrenagemdeáguaemexcessoeosdemenordimensão(argila)têmcomoprincipalfunçãoreteráguaenutrientesnosolodurantemaistempo;otipoderochaquedáorigemaumsolocondicionaassuasprincipaiscaracterís-ticasfísicasequímicas;

ii) material orgânico (organismos e partes deplantas em diferentes estado de decompo-sição):adecomposiçãodamatériaorgânicalibertanutrientesparaosoloquepodemserreutilizadospelasplantas;apresençadamaté-riaorgânicanosolocontribuiparaaretençãodeáguaenutrientes;

iii) ar:movimenta-senoespaçoporosopermitin-doqueasraízestenhamacessoaooxigénio;

iv) água:comnutrientesdissolvidos,soluçãofun-damentalparaocrescimentodasdiferentesespéciesvegetais,tambémsemovimentanoespaçoporoso.

Os quatro componentes referidos contribuemparaaformaçãodeumsolodeboaqualidade.Aspro-porçõesmédiasadequadasdesteselementosdeverãoserdecercade45%paraomaterialmineral,cercade5%dematériaorgânicae25%dovolumeporosodeveestarocupadocomarenquantoosoutros25%devemconterágua.

Ossolosnemsemprepossuemestasproporções.Emambienteurbano,ondeamovimentaçãodacamadamaissuperficialéfrequente,osdesaterrosdaconstruçãocivilretirampartesimportantesdesubsolo,pobresemargilaouemmatériaorgânica,quesão,muitasvezes,utilizadas para preencher vazios que serão futurosjardins.Estafrequentemovimentaçãodeterrasafectaaspropriedadesdosolo,delaresultandomuitasvezesambientesdesfavoráveisaodesenvolvimentovegetal.Assim,torna-separticularmenteimportanteoconhe-cimento das características do solo para se procederaintervençõesqueresultemnumaclaramelhoriadascondiçõesparaodesenvolvimentoradicularecresci-mentodasplantas.

Umbomsolodevefornecerágua,oxigénioenutrientes para o desenvolvimento da vegetação.Umsolobempreparadoéfundamentalparaosu-cessodainstalaçãodevegetação,particularmentenascidades.

Quais as características do solo importantes para o bom desenvolvimento da vegetação?

As características do solo consideradas maisimportantes para um bom desenvolvimento vegetaldividem-seemcaracterísticafísicas,químicasebiológi-cas.Nasfísicasdestacam-seai)textura,ii)estrutura,iii)densidadeaparente,iv)porosidadeev)humidadedosolo;nasquímicasassumemparticularrelevânciaovi)pHeavii)capacidadedetrocacatiónica;asbiológicas

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estãorelacionadascomaexistênciadeorganismosnosolo,importantesnareciclagemdenutrientes,cujaacti-vidadedependedascaracterísticasfísicasequímicasdosolo.Acorrectacompreensãodascaracterísticasbásicasdo solo (físicas, químicas e biológicas) bem como assuasinteracçõespermiteaidentificaçãoecorrecçãodeproblemasqueafectamoadequadodesenvolvimentodavegetação.

i)TexturaDiz respeito à proporção relativa de partículas

mineraisdediferentesdimensões(areia,limoeargila)no solo. O conjunto destas partículas com diâmetroinferiora2mmdenomina-sedeterrafina.Asdemaio-resdimensõesdenominam-sedeareiaeconferemumcarácter grosseiro ao solo; as de menores dimensõesdenominam-sedeargilaeconferemumcarácterfinoaosolo.Adominânciadecadaumdestesgrupospermitequeosolorecebaadesignaçãodearenoso,limosoouargiloso,havendoaindaumavariadagamadetexturasintermédias.Ossoloscomproporçõesequilibradasdostrês tipos de partículas recebem a denominação defrancos.Ossolosarenosossão,emgeral,muitoporosos,muitopermeáveis,bemdrenadosearejados,masdebaixa fertilidade. Os solos argilosos, com dominânciadas partículas de menores dimensões, possuem umelevadoíndicedefertilidadeumavezquesãoaspar-tículasdemenoresdimensões(menoresde0,002mm)as responsáveispela retençãodosnutrientesnosolodurantelargosperíodosdetempo.Noentanto,possuemporosdemuitopequenasdimensõessendo,porisso,poucopermeáveis,poucoarejados,commádrenagemefacilmentecompactáveis.Ossolosdetexturafrancasão,emgeral,osmaisfavoráveisaodesenvolvimentodamaioriadasespéciesanuaisouplurianuais.

Emcondiçõesnaturaisatexturadosoloformado

numadeterminadaáreasóvariasehouverfenómenosintensosdeerosãooudedeslizamentodeterras.Artifi-cialmentepodevariar,quandoháintroduçãodemate-rialtransportado(dedesaterrosounão),oudeentulho.Aintroduçãodestesresíduosinterrompeofluxonormaldaáguanosolo.

ii)EstruturaOarranjoqueestaspartículas(areia,limoeargila)

tomamnosolo juntamentecompartículasorgânicasdenomina-sedeestrutura.Aspartículasjuntasformamagregados.No interiordosagregadosexistemmicro-poros que retêm água mas, entre agregados, devemexistir poros de maiores dimensões que permitem adrenagemdaáguaemexcesso,promovendoumbomarejamento.Umsolocomumaboaestruturapermiteuma adequada circulação da água, trocas gasosas eumsaudávelcrescimentoradicular.Osagregadosquecompõemaestruturadosolosãofrágeisefacilmentedestrutíveis.Acompactaçãodestróiosagregados,fazdiminuiroespaçoporosoaumentandoosproblemasde drenagem e de fluxo de nutrientes, e aumenta aresistência das raízes à penetração. A estrutura maisfavorávelaodesenvolvimentoradiculardenomina-sedegrumosa,emqueaspartículasestãoassociadasentresiempequenosgrumos.

iii)DensidadeAparenteUma propriedade relacionada com a estrutura

éadensidadeaparentequesedeterminaapartirdeumarelaçãoentremassadesolosecoporunidadedevolumeedescreveoníveldecompacidadeouograudeproximidadeentrepartículas.Umsolonormalpos-suivaloresdedensidadeaparentevariáveisentre1e1,6gcm-3.Noslocaisdeconstruçãoossolospossuemcomfrequênciavaloressituadosentre1,7e2,2gcm-3,

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valoresquedificultammuitoodesenvolvimentoradi-cular.Apresençadematériaorgânicacontribuiparaadiminuiçãodovalordedensidadeaparentedossolos.

iv)PorosidadeAporosidadedosoloé funçãoda texturaeda

estruturadosolo.Otamanho,númeroedistribuiçãodosporosinfluenciaaformacomooar,águaenutrientesdissolvidos se movem através do volume do solo. Oespaçoporosoéfacilmentealterávelseosoloformo-bilizadooucompactado.Aporosidadeincluidoistiposde poros: macroporos e microporos. Os macroporosestão,normalmente,preenchidoscomarepermitemamovimentaçãolivredaáguacomnutrientesdissolvidosatravésdosolo.Osmicroporossãopequenosespaçosporososqueretêmáguaenutrientesdissolvidos,apósadrenagemdaáguaemexcesso,removidanosmacro-poros.Afaltadearejamentopodeserumproblemanossolos argilosos, normalmente muito compactos, pos-sivelmenteencharcados.Nestessoloscomcondiçõesanaeróbicas,desenvolvem-secoloraçõesacinzentadaseazuladaseodesenvolvimentodosistemaradiculardasespéciesémuitolimitado.

v)HumidadeÉ importante que exista humidade no solo

paraqueavegetaçãopossacompensarasperdasportranspiraçãoesemantenhamhidratadas.Alémdisso,aabsorçãodosnutrientesdependedaexistênciadeáguanosolo.Acapacidadederetençãodeáguapelossolosdependedasuacomposição,talcomoficouexpressoanteriormente.

vi)pHOpHdáinformaçãosobreaacidezdosolo.Esta

característica afecta a disponibilidade de nutrientes

nosoloeaactividadedosmicrorganismos.OsvaloresdepHnossolosvariamentre3e9,estandoosvaloresinferioresa7associadosaossolosácidoseossuperio-resa7associadosasolosalcalinos.Agamadevaloresconsiderada mais favorável ao desenvolvimento davegetaçãositua-seentre5,5e6,5.Noentanto,algumasespéciescrescemmelhoremsolosácidoseoutrasemsolosalcalinos.ParadeterminadosvaloresdepHalgunsnutrientes tornam-se insolúveiseficam indisponíveisparaasraízes.Porex.,emsolosácidosocálcioeomag-nésioestãomenosdisponíveiseemsolosalcalinoséoferro,zincoecobrequeestãomenosdisponíveis.Acorrecçãodaacidezfaz-secomoobjectivodeaumentaradisponibilidadedosnutrientes,adicionandocalcárioaosolo.Quandoaalcalinidadesedeveànaturezadomaterialoriginário(casodesoloscomorigememro-chasbásicaseultrabásicas)acorrecçãodopHnãoseapresentacomotarefafácil.

vii)CapacidadedeTrocaCatiónica(CTC)A fertilidade do solo depende da capacidade

das partículas do solo reterem nutrientes nas suassuperfícies.Aspartículasdosoloestãocarregadasne-gativamenteeatraemcargaspositivas(catiões)deiõescomoocálcio,magnésio,potássio,sódio,hidrogénioealumínio.Acapacidadequeosolotemparareteretrocarnutrientescarregadospositivamentecomasoluçãodosolodenomina-sedecapacidadedetrocacatiónica.Aspartículasdosoloqueatraemmaiscatiõessãoasdemenordimensão,minerais(argilas)eorgânicas(húmus).Assimossolosdetexturafinasão,emgeral,maisférteisqueossolosdetexturagrosseira(arenosos).AsanáliseslaboratoriaispodemdarindicaçãosobreaCTCdossolos.

Preparação do solo para instalação da vegetaçãoApreparaçãodosolodolocaldeplantaçãodeve

sercuidada,paraqueasraízessedesenvolvamdeforma

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adequada.Emáreasurbanas,olocalaprepararpodenecessitar de um planeamento especial pois poderátratar-sedeumaavenidaouumparquedeestaciona-mento.Olocalpodeterasfalto,oupartirdedepósitosdeconstruçãocivil.Questõescomoestaspodemcausaralgumasurpresanomomentodapreparaçãodoterrenoepodemter,comoconsequência,oaumentodotempodepreparaçãodoespaçoverde.Assim,antesdesepro-cederàselecçãodeespécieseàrespectivaplantação,énecessárioconhecerbemascondiçõesdolocalondeseráimplementadoumjardimouespaçoverde.

A identificaçãodepossíveisproblemasdosolodeverápassarpelasuapréviaanálise:numlaboratóriopoder-se-ãoavaliarparâmetroscomoatextura,oteoremmatériaorgânica,asuacapacidadederetençãodeágua,aeventualcompactaçãoouoseuníveldefertili-dade(pHenutrientes).

A preparação dos solos envolve alguns passospréviosdestinadosacriarumambientequefavoreçaodesenvolvimentoradiculareque,nofinal,garantamaexistênciadeágua,oxigénioenutrientes:

• Eliminaçãodavegetaçãoinfestante• Preparaçãodosolopropriamentedita.

RemoçãodavegetaçãoinfestanteAvegetaçãoinfestantedeveserremovida,uma

vezquecompetecomárvoresevegetaçãoprincipalporáguaenutrientesdosolo.

Háváriasformasderemoçãodestetipodevege-taçãomasométodoaadoptardependedolocaledosrecursosdisponíveis.

• Recursoaherbicidas:osherbicidasmatamse-mentesegramíneasemcercade10diasapósasuaaplicação.Nautilizaçãodestesprodutosémuitoimportanteseguirasrecomendaçõesdofabricante,expressasnosrótulos.

• Mobilizações múltiplas: ajudam a controlar avegetação.Umaopçãopodeserlavrarumavez,duranteoVerãoouOutonoeumaoutraantesdaplantação.Seforusadoequipamentopesadodevemsertomadasalgumasprecauçõesparaevitaraexcessivacompactaçãodosolo,espe-cialmenteseesteestiverhúmido.Aszonaspró-ximodasraízesnecessitamdeespecialatenção,evitandoaformaçãodesuperfíciesvidradas.

• Coberturasplásticas:acolocaçãodecoberturascomplásticonegrodurante2a3semanasnoVerãomatainfestantesesementes.Oplásticodeveseropacoàluzedeveremover-seantesdaplantaçãodasárvores.

• Mondamanualdeervasdaninhas:étrabalho-saesósetornapráticaquandoefectuadaempequenasáreas.

• Retirar relva: por vezes é necessário removertufos de relva do local de plantação. Nestaoperação algum do solo superficial pode serremovidoeporissopodesernecessáriorepô-locommaissolosuperficialoucomumcompostoorgânico.

PreparaçãodosoloAscondições do solo no local deplantação in-

fluenciamacapacidadedesobrevivênciadasespéciesao processo de plantação e formação. Os problemascomascondiçõesdosolodevemseridentificadosnolocalduranteaselecçãoecomplementadoscomanáli-seslaboratoriais,deformaaseremcorrigidosantesdaplantação.

Osolo,naáreadeplantaçãodeárvoresearbustosoudesementeiradeespéciesanuaisourelva,necessitadesercuidadosamenterevolvidoparafacilitarocresci-

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mentoradicular.Namobilizaçãodolocaldeveevitar-seaformaçãodesuperfíciesdemasiadolisas.

Quandosepreparaosolodevemconsiderar-seaindaváriosfactores:

• Ahumidade Asboascondiçõesdeplantaçãoexigemqueo

solotenhaalgumahumidade.Seosoloestivermuitoencharcadooumuitosecodeveevitar-seapreparaçãodosoloeaplantação.

• Textura Atexturarequerparticularatençãonomomen-

todapreparaçãodosolo.Ossoloscomteoreselevadosemareiasãofáceisdetrabalharmasperdemfacilmenteaáguaeosnutrientes.Nes-tessolos,aadiçãodematériaorgânicahumifi-cadapodeaumentarasuafertilidade.Mobilizarsolos argilosos, quer no estado húmido, querno estado seco, pode tornar-se muito difícilsendo,porvezes,necessáriomaistempoparaaplantação.

• Compactaçãodosolo Emambienteurbano,acompactaçãopodeser

umproblemafrequente.Acompactaçãodosoloresulta, sobretudo, da pressão exercida pelospasseiosepelotráficoemgeral.Estapressão

reduz a porosidade do solo, o arejamento edificultaodesenvolvimentoradicular.Nosso-losdetexturafinapodeformar-seumacrustasuperficialqueimpedeacirculaçãodaáguaemprofundidade.Nasuamobilizaçãodeveserusa-doequipamentoquepermitasoltá-lo,comoporexemploumaenxada,picaretaouequipamentomecânicoleve(motocultivadores).

Nossolosmaissusceptíveisdesofreremosefeitosdacompactaçãodeveráserincorporadoumprodutoor-gânico,oqueresultaránamelhoriadaqualidadedosolo.

A compactação do solo pode ser minimizadapelaaplicação,àsuperfície,deumacamadaorgânicagrosseira (porexemplo,cascasdeárvores)comcercade15cmdeespessura.

• Interfacesdosolo Quando se procede à preparação do solo é

necessárioprestaratençãoarochaseresíduosdeconstruçãoquandosemobilizaosolocomequipamentomecânico.Emgeral,estesresídu-osdiminuemasuaqualidade.

• Correcçõesdosolo A camada mais fértil do solo está, em geral,

confinada aos primeiros centímetros, por setratardolocalquerecebeosresíduosorgânicos

Algum equipamento de mobilização do solo. Da esquerda para a direita: enxadas, picareta e moto cultivador.

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devegetaçãopré-existente,querecebeáguae,eventualmente,algunsfertilizantes.Noentanto,em ambiente urbano associado à construçãocivil,aremoçãodacamadasuperficialdosoloé prática comum, tendo como consequênciaa diminuição da sua fertilidade.Da análise àscaracterísticas físicas e químicas do solo quefica,poderesultaranecessidadedeseintrodu-ziremcorrectivosmineraisouorgânicosafimdegarantirumambientefavorávelaodesen-volvimentoradicular.Naalturadapreparaçãodosoloparaseinstalaranovavegetaçãodeveproceder-seàincorporaçãodestescorrectivos,nasquantidadesaconselhadaspelolaboratório.Háaindaapossibilidadedeseprocederà in-corporaçãodesolosuperficialtransportadodeoutroslocais.Nestecaso,étambémconvenienteconhecer-seassuascaracterísticas,atravésdeanáliseprévia.A introduçãodecorrectivossódeveráserfeitaseforcomprovadaasuaneces-sidade.

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2.3 Rega e drenagemAntónio Castro Ribeiro

Sistemas de regaOs sistemas de rega devem ser instalados de

acordocomumprojectoespecífico,podendo,contudo,ser sujeitos a correcções durante o desenvolvimentodos trabalhos para melhor adaptação ao terreno e àdisposiçãodavegetaçãoexistente.

Ossistemasderegaautilizarnosespaçosverdes

públicosdevemser,semprequepossível,independen-tesdossistemasdedistribuiçãodeáguaàspopulaçõesprivilegiandosistemasalternativosqueutilizemfuros,minaseredesdedrenagem.

Antesdainstalaçãodeumsistemaderegadevemseravaliadosadisponibilidadedeáguaeocaudal.

Seosistemaderegafordependentedosistemade distribuição de água é igualmente indispensávelavaliarapressãodisponível(vercaixas).

Caudal

• Ocaudaloudébitorepresentaaquantidadedeáguaqueéescoadaduranteumdeterminadoperíododetempo.Podesermedidoenchendoumrecipien-tecomumvolumeconhecido,p.ex.umbaldecom10litros,ecronometrandootempo(emsegundos)quedemoraaencher.

• Cálculo:

3 Volume de água (L)Caudal (m /h) = 3,6Tempo (s)

×

• Admitindoquenonossoexemplodemorou12

segundosaencherobaldede10litros,temos:

310 LCaudal = 3,6 3 m /h

12 s× =

Pressão

• Apressãodaáguarepresentaaforçaexercidanumadadasuperfície.Podesermedidaatravésdeummanómetroligadoàtorneiradeentradadeáguanosistemaderega.

• Senãopossuirummanómetro,aentidadequeforneceaáguapodeinformarqualapressãodaáguanasuazonaderesidência.

• Para funcionarcorrectamente,a sua instalaçãodeve terpelomenosumapressãode2kg/cm2(2bar).Casoapressãosejasuperiora5kg/cm2(5bar),énecessárioutilizarumredutordepressão.

http://www.rainbird.pt/

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30

Apresentam-se seguidamente os principaispassoseasboaspráticasaseguirnainstalaçãodeumsistemaderegasobpressãoeosequipamentosetiposdematerialautilizar:

1 - Abertura e fecho de valasPreviamenteàaberturadasvalasdeveefectuar-se

apiquetagemerespectivacolocaçãodasestacasnoslocaisdeimplantaçãodasválvulas,aspersores,pulve-rizadores,bocasderegaenosextremosdospercursosdastubagens.

Asvalasparaaimplantaçãodatubagemdevemterumadimensãode0,40mdelarguraporumapro-fundidade mínima de 0,40 m em relação ao terrenomodelado, com excepção das linhas de tubo que seencontramemvalascomunsacaboseléctricosououtrastubagens,cujaprofundidademínimadeveráser0,50m.

Ofundodasvalasdeveficarsempreregularizado,semcovasnemressaltosdeformaaproporcionarumperfeito assentamento da tubagem. A colocação datubageméfeitanofundodavala,sobreumacamadadeareiacomumaespessuramínimade0,10medevi-damentesinalizada.

Apósacolocaçãodatubagem,otapamentodasvalasdeveserfeitodemodoaqueaterraquecontactadirectamentecomacamadadeareiaqueenvolveostubosestejaisentadepedras,recorrendo-se,paraisso,àsuacrivagem.

Notapamentodasvalasdevemserutilizadasduascamadasdeterrabemcalcadasapéouamaço,sendoacamadainferiorformadapelaterratiradadofundodavala,isentadepedras,easuperiorpelaterradasuper-fície,comespessuramínimade0,20mdeterravegetal.

Osatravessamentosdasruasdevemserexecuta-dosdepreferênciaperpendicularmenteàsvias,dentrode um tubo de PVC, ou equivalente, de 110 mm dediâmetroeenvolvidocommassamedebetão.

Nosespaçosverdesdevemsempreexistirbocasderegaparaeventuaislimpezasoucomocomplementodosistemaderegaautomático,distandonomáximo50metrosentresi.

2 - TubagemAtubageméoconjuntodostubosqueconsti-

tuemosistemaderega.Temcomofunçãoaconduçãodaáguadesdeasuaorigematéaosemissores(asper-sores, pulverizadores, gotejadores, etc.). A tubagemnossistemasderegadeespaçosverdesdeveserfixaeenterrada.

As tubagens devem ser instaladas sempre quepossível em zonas ajardinadas, sendo de evitar a suacolocação sob pavimentos e/ou edifícios. Deverá sercolocadoomaiornúmerodetubagensnumamesmavalaparamaiorfacilidadeemposteriorestrabalhosdemanutenção.

As tubagens a empregar no sistema de regapodemserdeplástico.OsmaiscomunssãooPVC(po-licloretodevinilo),oPE(polietileno)emgeraldealtadensidade(PEAD)comumapressãodeserviçode10bares.Ointeriordostubosdeveserconservadolimpodequaisquerdetritoseasextremidadestapadasnocasodeexistiremparagensduranteacolocaçãodasmesmas.

3 - Dispositivos para a aplicação da água3.1-Aspersores

Osaspersoressãoacomponentemaisimportan-tedeumsistemade regaporaspersãoumavezquedeterminamaeficáciaeaeficiênciadetodoosistemade rega. Um aspersor funciona forçando a água sobpressãoapassaratravésdeumorifíciocircular,obicooubocal,paraaatmosfera.Ojactoresultantequebra-segradualmenteempequenasgotasquecaemnosolocomochuva.Oaspersorrodanaposiçãohorizontaleproduzumpadrãodedistribuiçãocircular.Contudo,osaspersorespodempossuirdispositivosquepermitem

31

regar apenas uma fracção do círculo. Os aspersoresrotativos devem distribuir água de forma uniforme eproduzirgotasbempartidas,dedimensõesadequadas(Pereira,2004).

Naregadeespaçosverdesotipodeaspersoresmaisutilizadossãoosaspersores rotativos de impacto,emqueojactorodaporacçãomecânicadevidoaoim-pactodoprópriojactosobreumbraçocujomovimentofazrodaroaspersoreosaspersores rotativos de turbina,emquearotaçãoédevidaaoaccionamentodeumapequenaturbinainstaladanopróprioaspersor.Existeno mercado uma gama muito vasta destes tipos deaspersores. Os fabricantes indicam, normalmente, ascaracterísticasprincipaisdosaspersores:alcance(raio),caudal e pluviometria em função da disposição dosaspersoresnoterrenoedapressãodefuncionamento.

Osaspersoresfuncionamaumapressãoquepodevariarentre2,5e5bares.Oseualcance(ouraio)variaentre6e25m(valoresemfunçãodapressãoedomo-delo).Osaspersoressãoindicadospararegarparcelasdemédiaagrandedimensão.

Umaspersornãopodeproduzirumaregaregularsobretodoocírculomolhado.Normalmente,aalturadeáguaaplicadaduranteumaregaémaiorpertodoasper-sor.Paratornaraaplicaçãouniformeénecessáriocolocarváriosaspersoresafuncionarpertounsdosoutrosparaqueosseuspadrõesdedistribuiçãosesobreponham.

Auniformidadededistribuição(UD)deáguaéumindicadordavariaçãodaquantidadedeáguaaplicadapelo sistema de rega. Ou seja, indica-nos quão igual(oudesigual)éataxadeaplicaçãodeáguanaparcela.

Um valor de UD inferior a 60% indica-nos que

À esquerda, aspersor de impacto (Rain Bird). À direita, aspersor de turbina (Hunter).

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a taxa de aplicação de água na área regada é muitodiferente,enquantoumUDsuperiora80%indica-nosque as taxas de aplicação na área regada são muitosemelhanteseaáguaédistribuídaigualmenteatodasasplantas.

Exemplo de cálculo da Uniformidade de Distribuição

O coeficiente de uniformidade (UD) é cal-culado pela razão entre o volume de águaaplicadosobre25%daáreadaparcelaquerecebeu menos água (quartil mínimo) e ovolumemédiodeáguaaplicadoemtodaaparcela.

Água aplicada no quartil mínimoUD= 100Água aplicada na parcela

×

Exemplo:Numaárearegadaforamcolocados16recipientespararecolheraáguaaplicadapelosistemaderega.Duranteumahoradefuncionamentodosistemaderegafoireco-lhidaaquantidadedeáguaindicada(mm).

0,7UD= 100 87,5%0,8

× =

0,7+0,8+0,9+0,6+0,8+0,7+0,9+0,7+1,0+0,8+0,8+0,9+1,0+0,8+0,9+1,0Média = 0,816

=

0,6+0,7+0,7+0,8Média do Quartil Mínimo= 0,74

=

AdaptadodeHaman&Yeager(2001)

Auniformidadededistribuiçãodeumsistemaderegaporaspersãopodesermedida.Paratalusam-sepequenos recipientes dispostos em malha quadradaentreosaspersoreseparaumperíododeregatípicomede-seaáguanelesrecolhida(vercaixa).

0,7 0,8 0,9 0,6

0,8 0,7 0,9 0,7

1,0 0,8 0,8 0,9

1,0 0,8 0,9 1,0

33

Ataxaaqueosaspersoresfornecemáguaquan-do estão em funcionamento é denominada taxa deaplicaçãooupluviometriahorária(mm/h).Emgeralosfabricantesfornecemainformaçãonecessáriaaocálculodataxadeaplicaçãoparaosseusaspersores,sugerindotambémosespaçamentosmaisaconselhados.

Ataxadeaplicaçãodependedascaracterísticasdoaspersor(diâmetrodobocal,pressão,caudal,alcan-ce)edoespaçamentodosaspersoresedasuadisposi-çãonoterreno(triangular,quadrada,rectangular).

Ataxadeaplicação(Ia)écalculadapelaseguinteexpressão:

1000 ( / )aqI mm ha

= ×

emqueq–caudaldoaspersor(m3/h)a –área(m2)cobertaporcadaaspersor(a=L

1xL

2,comL

1-espaçamentoentreosasper-

soresnatubagem;L2–espaçamentoentreas

tubagens).

A taxa de aplicação deverá ser sempre menorquea taxade infiltraçãodeáguanosolode formaaevitaraacumulaçãodeaguaàsuperfície,perdasporescorrimentoeerosãodosolo.Porqueascondiçõesdeinfiltração são piores em terrenos declivosos, onde oescoamento tendea formar-se rapidamente,as taxasdeaplicaçãodeverãosermenoresnessascondições.

3.2-PulverizadoresOs pulverizadores funcionam a uma pressão

inferior à dos aspersores. Normalmente a pressão defuncionamentoéinferiora2,5bares.Oseualcance(ouraio) é pequeno podendo variar entre os 1,5 e 5,5 m(valoresemfunçãodapressãoedomodelo,geralmenteindicadospelosfabricantes).

Asuataxadeaplicaçãoéelevada,comvaloressuperiores a 30 mm/h. A elevada pluviometria é uminconveniente deste tipo de emissores, e um factormuito importante a ter consideração principalmenteemterrenos inclinados,porqueaquelesvaloresultra-passam largamente a taxa de infiltração da água noperfildosolo.

Altura de água (mm)

Aquantidadedeáguadeumaprecipitaçãopode-seexpressaremalturadeáguamedidaemmilímetros.Quandodizemos,porexemplo,queaprecipitaçãofoide15milímetros(mm)issosignificaquesetodaaáguacaídasemantivessesobreoterrenoformariaumacamadacomumaalturade15milímetros.

15mm

Quandoseconheceaquantidadedeáguaexpressaemalturadeágua,pode-se com facilidade determinar a quantidade de litros de águacontidosnumadeterminadasuperfície.

Volume = Área Altura×Exemplo:Aalturade1mmdeágua

(0,001m)nummetroquadrado(1mx1m)correspondea0,001m3(1litro).

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À esquerda, pulverizador (Hunter)(http://www.os.cudell.pt/).

À direita, golfador ou jorrador(http://www.toro-ag.it).

Em cima: gotejador (esquerda) e micro-aspersor (direita).

Os pulverizadores destinam-searegarpequenasáreas,pequenoscanteirosesuperfíciesirregularesdedimensãomédia.

3.3 - Rega localizada ou micror-rega

Naregalocalizadaoumicror-regaaáguaéaplicadaapenasnaszonas do terreno onde se desen-volvemasraízesdasplantasquesepretenderegar.Ossistemasderegalocalizada podem ser classificadosemquatrocategorias:

À direita, rega subsuperficial.

Rega de gotejamento ou gota-a-gota onde aágua é aplicada lentamente à superfície dosolo através de pequenos orifícios chamadosgotejadores com caudais que podem variarentre2e8Lh-1.

Microaspersãoemqueaáguaépulverizadasobreasuperfíciedosolo,comoemaspersãomaspro-duzindoáreasmolhadaspequenaselocalizadascom1a5mdediâmetro,sendoosemissores,comcaudaisgeralmentede50a150Lh-1,de-signadosgenericamentepormicro-aspersores.

Rega por jorros,emquepequenosjorrosdeágua

sãoaplicadosapequenosreservatórios(caldeirasouvasos)àsuperfíciedosolo,adjacentesacadaplanta,recorrendoaemissoresespeciaisdesigna-dosporjorradoresougolfadores,quedebitamaáguaporimpulsos,comcaudaisde100a150Lh-1;

35

Rega subsuperficial, em que a água é aplicadaatravésdeemissoresintegradosemtubagenscolocadasabaixodasuperfíciedosolo.

4 - Equipamentos de controlo da regaOs sistemas de rega devem ser divididos em

sectores. A vantagem desta divisão está relacionadacom a possibilidade de reduzir o caudal (ver caixa) esimultaneamenteoscustosassociadosàbombagemeequipamento(tubagenseacessórios).Poroutrolado,permite que os diferentes dispositivos de emissãoda água possam ficar em diferentes sectores. Não éconveniente que no mesmo sector sejam instaladosdispositivos com pressão funcionamento e taxas deaplicaçãodiferentes.

Adivisãodoscircuitosdeáguaéfeitaatravésde

válvulas que podem ser controladas electricamentedesignando-se,nestecaso,porelectroválvulas.

4.1-InstalaçãodeelectroválvulaseválvulasAselectroválvulaseasválvulasdevemserprote-

gidasporcaixaspróprias,comfundoabertorevestidocombritaougravilha,deformaaconstituirumacamadadrenantecomespessuramínimade0,10m.Deformaafacilitarostrabalhosdemanutenção,aselectroválvu-laseasválvulasnãodevemficaraumaprofundidadesuperiora0,50m.

Ascaixasdeprotecçãodevemserinstaladasnaszonasverdesedepreferênciaemlocaisondepossamficarcamufladasporarbustosouherbáceas.

Astampasdascaixasdevemficarsempreàsuper-fíciedoterreno,masligeiramenterebaixadas,demodo

Porquê a existência de vários sectores de rega?

Se o funcionamento em simultâneo de umainstalaçãocompletarequerumcaudalde9m3/h:

Eocontadordaágua(oubombadaágua)for-neceapenas3m3/h:

Teremosdedividirocaudalnecessárioemtrêspartes. Assim, criamos três circuitos, cada umaccionado de forma independente por umaelectroválvula.Astrêsválvulassãoaccionadassequencialmente,umaapósaoutra.

(http://www.rainbird.pt/)

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atornarem-semenosvisíveiseafacilitaremostrabalhosdemanutenção.

5 - Prova de ensaioTodas as canalizações, antes de entrarem em

serviçoeantesdeseefectuarotapamentodasvalas,deverãosersujeitasaumaprovadeensaio,paradetec-tarquaisquerfugasexistentes.Essaprovaconsistiránoenchimentodatubagemenaobservaçãodetodososacessóriosdeligaçãoparaverificaçãodasuaestanqui-cidadeàpressão.

Todasasfugasdeáguaexistentesserãocorrigidasdeimediato,sópodendoserfeitootapamentodasvalasdepoisdonovoensaio.

Asprovasdeverãoserfeitascomasjuntasdesco-bertas,travando-sesuficientementeascanalizaçõeseosacessóriosparaevitaroseudeslocamentosoboefeitodapressãointerna.

DrenagemNosespaçosverdescomdeficienteinfiltraçãoe

frequentementeencharcadosainstalaçãodesistemasdedrenageméindispensávelparafavoreceraremoçãodoexcessodeáguaeassimproporcionarasmelhorescondiçõesdearejamentodosoloparaumadequadocrescimento e desenvolvimento das plantas. Assim,semprequenecessário,osespaçosverdesdevemcon-templarumsistemadedrenagemquepermitaremoveroexcessodeáguanosolo.

Osistemadedrenagemconsistenumconjuntodetubosperfurados,designadospordrenos,quesãoinstaladosnosoloaumaprofundidademínimade25cm. Estes tubos são de PVC, geralmente com paredeonduladacomperfuraçãonapartecôncava,flexíveiseresistentesàpressãoeaochoque.

Paraevitaroentupimentodosorifíciososdrenoseamisturadaterravegetalcomacamadadrenante,assegurando a correcta drenagem das águas em ex-

cesso,osdrenossãoenvolvidosporumtecido(manta)empolipropileno,permeávele resistente, totalmenteimputrescíveleinsensívelaosagentesdedecomposiçãonatural.

Os drenos deverão ficar assentes, ao longo detodo o seu comprimento, num leito de areia grossa,colocada após a terra se encontrar perfeitamenteregularizada, com o declive homogéneo, não sendoadmissíveloempregodecalçosoucunhasdequalquermaterial.Odiâmetrodosdrenoseodeclivedosmesmosvariaemfunçãodaquantidadedeáguaadrenaredascaracterísticasdoterreno.

Aareiaautilizarteráqueserlimpa,rija,isentadesubstânciasimpróprias,peneiradaquandonecessárioepreferencialmentedesílicaouquartzo.Abritadeveserrija,bemlavada,nãomargosa, isentadesubstân-ciasimprópriasenãoconterelementosalongadosouachatados.

Asligaçõesdaredededrenagemdosespaçosver-desàredededrenagemprincipaldevemserefectuadaspormeiodecaixascegasconstruídasempré-fabricadosdebetão.As ligaçõesdeverãogarantirodecliveade-quadoparaoescoamentoecorrecto funcionamentodetodoosistema.

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BibliografiaHaman, D.Z. &Yeager,T.H., 2001. Field Evaluation of

Container Nursery Irrigation Systems: Uniformity of Water Application in Sprinkler Systems.FS98-2FloridaCooperativeExtensionService,UniversityofFlorida.

Pereira, L.S., 2004. Necessidades de água e métodos de rega.PublicaçõesEuropaAmérica.MemMartins,Portugal.

Internet:www.toro-ag.itwww.rainbird.pt/www.os.cudell.pt/

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2.4 Selecção e instalação de espécies vege-tais

Avegetaçãoéumdospilaresfundamentaisdosespaçosverdes.

Aqualidadeambientalepaisagísticadascidadesdependeemmuitodaexuberânciadosseusparques,praçaseruas.Asárvoreseavegetação,emgeral,cons-tituemimportantesrecursosnaturaisderegulaçãocli-mática,amortecemoruído,filtramagentesdepoluiçãoatmosféricaesãorefúgiosparafaunadiversa,nomea-damenteavifauna.Emparticular,asmanchasdensasdeárvoresvigorosas,sãs,decopasaltas,bemintegradasnoespaçourbano,assumemumprotagonismoindiscutível,definindoequalificandoosespaçoseacentuandooseucarácterpúblicoporqueatraemosutentesefavorecemasuapermanêncianessaszonas.

Exemplares harmoniosos, bem conformados esemmutilaçõesfazemsobressairoporteeascaracterís-ticasdecadaespécie,enobrecemosespaçosverdeseoambienteurbanoedesempenhamumpapeldidácticoestabelecendoefomentandoarelaçãoentreoHomem,osseresvivoseapaisagemnatural.

Exuberância da vegetação nos Jardins Calouste Gulbenkian, Polis, e Alameda de Santa Apolónia, em Bragança.

Éfalsaaideiadequeépossívelcorrigirproble-masdeinadequaçãodeespécies,sobretudoarbóreas,reduzindoascopas,decapitandoasárvores(talhadiadecabeça),suprimindosistematicamenteosramoslaterais(talhadia de desrama). Essas intervenções, raramenterealizadasporespecialistas,apenasservemparamutilaredeformardemodogrosseiroasárvores,acabamporprovocarlesõesirreversíveiseadecomposiçãodama-

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umplaneamentocuidadoecriteriosodeformaaper-mitirquecadaespaçocumpraoobjectivoparaquefoipensadoeafacilitarodesenvolvimentodebenefíciosambientais,sociaiseeconómicos,quecontribuemparaobem-estardaspopulaçõesurbanas.

Bragança, Avenida Cidade de Zamora.À direita, bons exemplares de resinosas, bem conformadas, interferindo pouco com o edificado.À esquerda, resinosas mal implantadas e por isso completamente deformadas pela supressão de ramos.

deira.Poroutrolado,nãodignificamosespécimeseamatériavegetalmorta,deformada,fragilizadaequebra-diça,põeemriscopessoasebens(Martinezet al.,1996).

Assimsendo,aselecção,instalaçãoemanutençãodeárvores,arbustoseherbáceassãotarefasqueexigem

41

Relvado ornamental.

Relvado de parque.

2.4.1 Relvados Jaime Pires e Alexandre Chaves

Definição e tipos funcionais de relvado Umrelvadoéumtapetedeplantasvivasplanea-

doeinstaladocomobjectivosconcretos,deacordocomasfuncionalidadesparaquefoiprojectado.

Nesta perspectiva podem-se identificar quatrotiposfundamentaisderelvados:

• estética/ornamentaisourelvadosdejardim• lazer/recreioourelvadosdeparque• recobrimentodosoloourelvadosdetalude• desportivos (campos de futebol, golfe, ténis,

hipódromos,outros)Oprimeirotipoderelvadostemcomofinalida-

deefuncionalidadecontribuirparaoembelezamentodeespaçosverdes,peloquenãosãoprojectadosparasuportarqualquertipodepisoteio;osegundotipoderelvados tem como finalidade o embelezamento deespaçosverdesmascomumafruiçãoplenadesseses-paços,comotalsujeitosapisoteio,(passeio,desportode

manutenção,confraternização,refeiçõesaoarlivre,…);oterceirotipoderelvadosdestina-seaefectuaroreco-brimentodosolo,semprequeascondiçõesdedeclive,as propriedades físicas do solo original e a extensãodessasáreasnãoviabilizequalqueroutrotipoderel-vado,peloque,àsemelhançadosrelvadosdeestética,nãosãoprojectadosparasuportarpisoteio;

Relvado de recobrimento, junto a vias de comunicação.

42

paraos relvados,háumacomumatodoseles,queémanutençãodeumcobertovivonosespaçosurbanoslivresdeconstruçãoedeinfra-estruturasviárias,comtodasasvantagensquedaíadvêm,comoporexemplo:

• éaúnicaformademantereconservarosoloesimultaneamentepermitirumbomníveldelimpeza,asseioeconforto;

• evitaoescorrimentosuperficialdeágua,resul-tantedasprecipitaçõesatévaloresnaordemdos25mm,devidoàsuacontribuiçãoparaainfiltraçãodaáguanosolo;

• contribui para a produção de oxigénio, tãoimportanteemmeiosurbanos,queatítulodeexemplo sepode a transcreverpelaseguinterelação: 60 m2 de jardim produzem oxigéniosuficienteparaosconsumosdeumhabitanteaolongodoano;

• contribuiparaapurificaçãodaatmosfera,atra-vésdaretençãodepoeirasecompostosquími-cos,comoporexemploodióxidodeenxofre,naordemdos0,025kg·m-2·ano-1eparaosequestrodecarbono;

• contribui para a diminuição da temperaturaambiental durante oVerão, já que os valoresdetemperaturanumrelvadosãoinferioresaosvaloresdeumsolodesprovidodevegetaçãoem1a4°Ceinferioresaosvaloresnosarruamentosurbanos desprovidos de vegetação em 10 a21°C.

osrelvadosdesportivosdestinam-seàpráticadedespor-tosdecompetição,comdeterminadasespecificidadespara cada grupo de modalidades, mas, em qualquercaso,sujeitosaintensopisoteio.

Noâmbitodosespaçosverdesaqueestetraba-lhose refere,apenasseenquadramos trêsprimeirostiposderelvados,peloqueserãoessesoobjectodasrecomendaçõescontidasnestemanual.

Alémdosobjectivosefuncionalidadesreferidas

Relvados desportivos (ex.: campos de golfe e de fute-bol).

43

Selecção de espécies e cultivaresReferem-sedeseguidaalgunsaspectosaterem

atençãonaescolhadeplantas(espéciesecultivares):• atenderaosresultadosdeensaiosdeadapta-

bilidadedeespécies/cultivareseoutros tiposde estudos que tenham lugar em condiçõesecológicasidênticasaolocaldeinstalaçãodorelvadoesolicitaramisturaadequadajuntodetécnicosespecializados;

• quando tal informação não esteja disponível,escolhercultivarescomorigemempaísesdeclima mediterrânico ou continental para asespéciesdeestaçãofria(EF)edeclimassubtro-picaisoucontinentaisquentesparaasespéciesdeestaçãoquente(EQ),comcaracterísticasderesistênciaatemperaturasnegativas;

• semprequepossíveldarprioridadeàsespéciesdecrescimentolentoecomelevadaresistênciaàseca,demodoaconstruirrelvadosdebaixamanutenção (ex.: EQ - erva-búfalo (Buchloe dactyloides),gramãoougramaSantoAgostinho(Stenotaphrum secundatum);EF-festucaovina(Festuca ovina),festucaalta(Festuca arundina-cea)efestucasrubras(Festuca rubrassp.);esteaspectoédeaplicaçãoobrigatórianaescolhadasplantasparaosrelvadosdetaludeoureco-brimento;

• escolherespécies/cultivarescomresistênciaaopisoteiosemprequesetratederelvadosdepar-que[ex.:EF-festucaalta(Festuca arundinacea),azevémperene(Lolium perenne),erva-de-febra(Poa pratensis);EQ-grama(Cynodon dactylon)];

• escolherespéciesdefolhasfinaspararelvados

de estética [ex.: EF - festucas rubras (Festuca rubra spp),agrostide-ténue(Agrostis tenuis)];

• escolherespéciesdesombrapararelvadossobcobertodeárvores[ex.:EQ-gramaSãoCarlos(Axonopus affi nis), gramão (Stenotaphrum se-cundatum);EF- festucasrubras(Festuca rubra commutata, Festuca rubra rubra), festuca alta(Festuca arundinacea),pé-de-galo(Dactylis glo-merata)].

InstalaçãoCaracterísticasdosolo

Comexcepçãodosrelvadosdetaludeoureco-brimento, os outros dois tipos de relvados, estéticae parque, devem ser instalados em solos preparadosartificialmente,jáqueadisponibilidadedesoloscomascaracterísticasfísicasequímicasrecomendadas,di-ficilmenteseencontramdeformanatural.

Ascaracterísticasfísicasdosolodevempermitirmaximizaroarmazenamentodeáguaútiledenutrien-tesadisponibilizaràsplantasduranteoseudesenvolvi-mento.Nestecontexto,atextura,osteoresdematériaorgânicadosoloeaprofundidadesãocaracterísticas

Esquema de perfi l de solo após instalação de relvados.AdaptadodeSerrano,s/d

Relvado

Solocorrigido

Solooriginal

30cm

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fundamentais a ter em atenção para a instalação derelvados.Évulgarreferir-sequeosrelvadosdeveriaminstalar-seemsoloscomcaracterísticaspróximasdossolosorgânicos,contudoamanutençãodeteoresdematériaorgânicasuperioresa20-30%éimpossívelnamaioriadascondiçõesecológicasondesãoinstalados.Consequentemente,ossolospararelvadosterãodesersolosmineraiscomteoresdematériaorgânicaomaiselevadospossível.Consideram-seosseguintesvalorescomoreferênciaparaaobtençãodeumsolominima-menteadequadoparaainstalaçãoderelvados:

• texturafranco-arenosaafranco-limosa;• teoresemmatériaorgânica≥3%;• profundidademínimade30cm;Acorrecçãodatexturadosolopodeserobtida

pela mistura de solos com texturas diferentes e/ouadiçãodeareia,comgranulometria≤2mm,enquantoacorrecçãodosteoresdematériaorgânicaéefectua-dapelaadiçãodeestrumescompostados,sobretudoprovenientesderuminantes,nasproporçõesindicadaspeloslaboratóriosdesolos.

Para a instalação de um relvado de talude ourecobrimento,apreparaçãodosolodeverá incidirnacorrecçãodosteoresdematériaorgânica,comoreferido,jáqueacorrecçãodatexturapoderádealgumaformaserimpraticável.

Estes relvados têm, por conseguinte, de serinstaladosnosolooriginal,peloqueasuaviabilidadedependesobretudodaescolhadeespéciesecultivares.

Preparação do soloApreparaçãodosolodeveiniciar-seemprimeiro

lugar,pelacorrecçãodatextura(relvadosdeestéticaedeparque)eseguidamentepelacorrecçãodosteoresdematériaorgânicanostrêstiposderelvado.

Contudo, dada a importância em dotar o solo

deumaprofundidademínimaeconstantede30cm,devem-seseguirosseguintespassos:

• limpezadosolo,semprequesejustifique,comonocasodesoloscomresíduosdeconstrução;

• regularizaçãoe nivelamento da superfície desoloexistente;

• instalação de sistemas de drenagem e/ou deabastecimentodeáguapararega;

• adiçãodeumsolocomcaracterísticasomaispróximaspossíveldasreferidasecorrecçãodatextura,semprequesejustifique;

• correcçãodosteoresdematériaorgânicapelaadição de estrumes bem compostados, emqualquerdostrêstipoderelvados;

Asoperaçõesdecorrecçãodatexturaedosteoresdematériaorgânica,devemserefectuadasdeformaapromover uma distribuição uniforme pela superfíciedosoloesuaincorporaçãoemisturaatravésdesachamanualoumecânica.Quandonãohajadisponibilidadedaenxadamecânicapode-serecorreràlavouraseguidadeescarificaçãoegradagemcomgradedediscos.Quernumaounoutrasituação,estasoperaçõestêmdeserrepetidasasvezesqueforemnecessáriasatéseobterumperfilhomogéneonosprimeiros30cmdesolo.

Equipamentos de preparação do solo (ex.: enxada mecânica).

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EstapreparaçãoinicialdosolodeveserefectuadanofimdoVerãoeduranteoOutono,semprequenãohajariscosdeerosão.Seesseriscoexistir,estasopera-çõesdevemserefectuadasnofimdoInverno.

Findaestafase,osoloestáprontoaserpreparadoparaefectuarasementeira.Far-se-áapenasreferênciaàinstalaçãoderelvadosporsemente,atendendoàne-cessidadedeintroduzirespéciesevariedadesmelhoradaptadas,poistaladaptabilidadedificilmentesecon-seguepelaplantaçãoderelvaatravésdousodeturfas.

ApreparaçãodosoloparaasementeiradeveterlugarnofinaldoVerão,seasementeirafordeOutono,ounofinaldoInvernoseasementeirafordePrimavera.Em qualquer caso, o período de tempo que decorreapós a correcção da textura e dosteoresdematériaorgânicadosolotalcomoreferidaanteriormente,atéàsuapreparaçãoparaasementeiradevepermitiraestabilizaçãodosoloassim constituído e a germinaçãoe emergência de infestantes antesdasprimeirasmobilizaçõesdosolo,se necessário com recurso à rega,por forma a que as mesmas sejamdestruídasduranteesteprocesso.

Sempre que possível, a se-menteira de Outono é preferível,atendendo aos menores riscos deinfestação e ao melhor desenvol-vimento radicular das plantas se-meadas, que ocorre durante todoo Inverno. Contudo, nesta épocaa sementeira deverá ser precoce,

efectuada sempre até ao final da primeira quinzenade Setembro, tomando como referência a cidade deBragança.

Comotodasasespéciesderelvapossuemsemen-tesdemuitopequenasdimensões,apreparaçãodosoloà superfície é crucial, pelo que a preparação do soloem profundidade (20-30 cm) justifica-se apenas paradescompactarosoloepermitirainfiltraçãodaáguaeodesenvolvimentoradicular.

A mobilização ideal para a preparação do solodestinadoarelvadoséasacha,realizadamanualoume-canicamente,aqualpodeserefectuadaáprofundidadedesejada. Em sua substituição ou complementandootrabalhodosoloefectuado,podemutilizar-seesca-

Equipamentos manuais ou automotrizes.(A - cultivador; B - escarificador; C – escarificador de dentes flexíveis; D – an-cinho; E – rolo destorroador/arejador)

A

D

B

E

C

F

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rificações seguidas de gradagens, preferencialmentecomgradesdediscos,deformaalternada.Estasduasalfaiassãofundamentaisparaumaboapreparaçãodosoloàsuperfície(5-10cm).Casoseverifiqueanecessi-dadededescompactarosoloemprofundidade,podeefectuar-seaumaescarificaçãoprofunda,recorrendo,senecessário,aochisel.Emespaçosderelvadepequenasdimensões pode efectuar-se todo o trabalho manu-almente utilizando os equipamentos convencionais,enxadas, ancinhos, escarificadores manuais e outros,ou recorrendoaequipamentosautomotrizesequipa-doscomalfaiasquedesenvolvamumtrabalhodosoloequivalente.

Considera-sequeumsoloestábempreparadoparaprocederàsementeira,quandotodooperfilestejadescompactado,acamadasuperficialde5-10cmestejadestorroadadeformaaqueosagregadosdosolonãoapresentemdimensõesmuitosuperioresàsdassemen-teseasuperfíciedosoloseapresenteregularizadaenivelada.

A aplicação de fertilizantes deve ser efectuadaantesdaúltimamobilizaçãodosolo(gradagem),segun-doasdosesetipodefertilizantesrecomendados.Emcasosdeacidezdosolodemasiadoelevada,podehavernecessidadedasuacorrecçãoatravésdaaplicaçãodecalcário,nasdosesqueoslaborató-riosdesolorecomendarem.Contudo,empresençadeteoresmédiosaaltosdematériaorgânica,aaplicaçãodes-te tipodecorrectivos justificar-se-áparapH(H2O)inferiora5,0.

SementeiraAsementeirapropriamenteditatemdeserobri-

gatoriamenteprecedidadeumaselecçãodeespéciesecultivaresemfunçãodascondiçõesclimáticasedotipoderelvado.Ouseja,aescolhadeplantaseadefiniçãodamisturaéumacomponentedoprojectoderelvadoainstalar.

Procede-seàsementeiradamisturadeespéciese cultivares recomendada, atendendo aos seguintespontos:

• as densidades de sementeira considerandoasespéciesestremesvariamde8-12g/m2nocasodotrevobranco(Trifolium repens)eerva-fina(Agrostis stolonifera)a35-40g/m2nocasodafestucaalta(Festuca arundinacea)eazevémperene(Lolium perenne);

• aproporçãodeespéciesdeestaçãoquente(EQ)numa mistura, deve ser sempre muito baixa(10-20%)comparativamentecomasespéciesde estação fria (EF), principalmente se essasespéciesforemestolhosase/ourizomatosas;

Exemplo de espécies estolhosas e rizomatosas.Adaptadode:Anónimo,2008

Estolho

Rizoma

Superfíciedosolo

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• uma mistura normalmente é semeada comdensidadescompreendidasentre20-30g/m2;

• adistribuiçãodassementesésempreefectuadaalanço,quermanualquermecanicamente;

• emgrandesáreasasementeiramecânicapodeserefectuadadeduasformas:• distribuiçãodasementeesuaincorporação

nosoloutilizandoumagradedebicosaco-pladaaotractorseguidaderolagem;

• utilizaçãodeumsemeadoralançoemqueosrolosfuncionamcomoórgãosdeenter-ramentodasementeedecompactaçãodosolo;

• empequenasáreasasementeirapodeserefec-tuada:• com distribuição manual da semente e

seuenterramentocomancinhos,podendopassar de seguida um pequeno rolo parafazeraderirasementeaosolo,ouprocederaumarega ligeira de modo ahumedecerasuperfíciedosolo;

A

C

B

D E

Distribuição e incorporação da se-mente.(A – distribuidor de semente;B – distribuidor manual de semente ;C – rolo; D – semeador acoplado;E – semeador automotriz)

• comutilizaçãodeequipamentosautomotrizesequipadoscomalfaiasqueefectuemtrabalhoidênticoaoreferidoparaasgrandesáreas;

• emqualquertécnicadesementeiranuncacolocar as sementes a mais de 1-2 cm deprofundidade;

• emsementeirasdePrimaveraregardiaria-mente de modo a manter a superfície dosolo húmida até completar a emergência,masnuncadeformaaprovocarexcessodeágua.

Logoquearelvaatinjaodesenvolvimentomíni-mo,acimadaalturadecorte,procede-sedeacordocomoprevistonastécnicasdemanutenção.

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Bibliografia recomendadaPycraft, D. (1993). Relvados: cobertura do solo, controlo

das ervas daninhas.PublicaçõesEuropa-América,MemMartins,248pp.

Serrano,M.L.s/d.Manual prático de jardinagem.Florap-rint,VendaNova

Stebbings,G.(2005).Relvados e coberturas do solo.Pub-licaçõesEuropa-América,MemMartins,80pp.

Woodson, R. D. (1999). Sistemas de rega para relvados, jardins e hortas. Um guia prático. PublicaçõesEuropa-América,MemMartins,135pp.

Anónimo. 2008. How to identify a turfgrass.Turfgrassinstructions,UniversityofPurdue

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2.4.2 Árvores, arbustos e herbáceas Ana Maria Carvalho

Selecção de espécies vegetaisA selecção de espéciesdeve obedecer a vários

princípiosque,deumaformaresumida,sepodemagru-parnositensquesedescrevememseguida:

EspaçodisponívelOespaçodisponíveleassuascaracterísticaspara

ainstalaçãodavegetação(distânciaaoedificado,quali-dadeeprofundidadedosolo,presençadecanalizaçõessubterrâneas,porexemplo)condicionamtantooportedasplantasquesepretendeinstalar,comodentrodecadacategoria(árvores,arbustosouherbáceas)aesco-lhadasespéciesquemelhorseadequam.

Aopçãodeplantarárvores,arbustosouherbáceasnumdadoespaçoprende-senãosócomaconcorrênciaque as plantas instaladas podem fazer entre si (com-petiçãopelaluz,pelosnutrientes,peloespaçoparaodesenvolvimentodoraizameoudaparteaérea),mastambémcomainterferênciadavegetaçãonasactivi-dadeshumanas,nosequipamentose infra-estruturas(canalizações,caboseléctricos,escoamentodeáguas,entreoutros).Considere-seaindaqueocomportamen-to das árvores e arbustos em meio urbano é, muitasvezes, bastante diferente daquele que apresentamnoseumeionatural,peloquesetornanecessárioumacompanhamentoeregistopermanenteeactualizadodoseuestado,demodoafacilitarfuturasintervenções.

O plano dos espaços verdes, o inventário deárvoresearbustos,asplantasdelocalizaçãodosexem-

plaresarbóreos,dasmanchasdevegetaçãoarbustivae herbácea, dos equipamentos e das infra-estruturassubterrâneaseastabelasdecaracterizaçãomorfológica,estruturaleecofisiológicadavegetaçãosãoinstrumen-tosdegestãomuitoúteis,queajudamnadefiniçãoeselecçãodasespéciesvegetaisparaumdadoespaçoouárea.

Exemplar arbóreo obstruindo janelas de edifício num bairro residencial em Madrid.

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FinalidadedoespaçoouprojectodearborizaçãoAselecçãodafloraevegetaçãodependedasa-

tisfaçãodeobjectivosdirectamenterelacionadoscomas várias funcionalidade do espaço (enquadramentopaisagístico, lazer,zonapedonal,envolventedeedifi-cado, espaço ligado ao tráfico, entre outros). Podemidentificar-sediferentestiposdeobjectivoscomosejamobjectivos funcionais – proteger dos raios solares,reduziratemperaturaambientalnoverão,filtraraluz,aumentarahumidade;objectivosestéticos–contem-plaçãoeusufrutodadiversidadedeformas,volumesecordascopasefolhagens,ao longododia,dasesta-çõesdoanoedavidadecadaespécie,bemcomodassilhuetasproporcionadaspelasramagensdespidasdasárvorescaducifóliasduranteoinvernoouaexuberânciaefragrânciadefolhas,floresefrutos;objectivosdidác-ticos – os que garantem o contacto quotidiano doscidadãos,emparticulardascrianças,comanatureza,afaunaefloraeprincipalmentecomasárvores.

AdaptabilidadeUma vez definidos oespaço eas suas funções,

aescolhadasespéciesainstalardeveteremcontaascondiçõesedafo-climáticasdolocal,ovolumedesolodisponível para suportar e sustentar a vegetação, amaioroumenorresistênciaapragasedoençasdecadaespécie,ograuderusticidade,aresistênciaàpressãodeutilizaçãodoespaço,eamelhoradequaçãoaosobjec-tivosfuncionais,estéticosedidácticosdoespaçoverde.

Oempregodeespéciesmaladaptadasàscondi-çõesdesoloehumidade(baixaaclimatação),porexem-plo,podeconduziraodepauperamentodasespécieseàsuamorteprematura.Outrasvezes,desenvolvem-se

Diversidade e uso adequado de herbáceas perenes e arbustivas na Avenida do Sabor e Jardins da Catedral, em Bragança.

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sistemas radiculares superficiais, insuficientes para aancoragemdasárvores,comoacontececomespéciesquenãotoleramoencharcamentoouquedispõemdeumvolumedesoloinsuficiente.Tersempreematençãoqueasdimensõeseoestadovegetativodosespécimesdependedograudeaclimataçãoedascondiçõesdoespaçodisponível(plantasisoladasouemcomunidades,paraalémdeoutrascondições).

É importante seleccionar para obter a máximadiversidade, evitando plantações monoespecíficasmuitomaisvulneráveisaacidentesfisiológicosepragas.Certas espécies acabam por ser inadequadas porquesofremhabitualmentededoençasquecausamelevadamortalidadeou lhesdiminuememmuitooseuvalorestético. Por exemplo, os ulmeiros que são atacadospela grafiose, certas variedades de choupo sensíveisaocancrobacteriano,osplátanospoucoresistentesàantracnoseouaocancro.

Muitosarbustosaromáticosproporcionamumaboacoberturadosolo,interceptamasgotasdachuvaecontribuem,assim,paraminorarosriscosdeerosão,aomesmotempoquelibertamsubstânciasvoláteisquesãorepelentesdeinsectosepequenosvertebradoseatractivasparaaavifauna.

Umdosfactoreslimitantesétambémograudeinvasãooudeactividadehumanaquehabitualmenteinterfere muito com as comunidades vegetais e comasárvores.Sãofrequentesarecolhaequebradefloreseramos,orouboouvandalismodeplantas,opisoteio,oabusodeparticularesecomerciantesquedanificameeliminamexemplaresematerialvegetal,aspodaseintervençõesfeitasporcidadãossempráticaeconhe-cimentos.

Implantação deficiente: intercepção com o edificado (em cima) e pisoteio por acesso pedonal inadequado

(em baixo).

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Éaconselhávelescolherespéciessãserobustas,árvores com troncos rectos e fustes com a dimensãoapropriada,queresistemmelhorefacilitamacirculaçãodepeõeseveículos.Emzonascomgrandepressãodeutilizaçãooudepassagemfrequenteépreferívelplantarexemplaressemi-maduros,emalternativaaexemplaresmuitojovens,espéciesdecrescimentomaisrápidoemvezdeespéciesdecrescimentodemasiadolento,paraqueasplantasdesempenhem,omaiscedopossível,oseupapelnapaisagemurbana.

Espéciesarbóreasearbustivascominconvenien-tesdopontodevistadasaúdepúblicaoudousufruto,apesar do seu interesse ornamental, não devem seraplicadas em zonas de lazer com elevada presençadecrianças, jovensepessoasdaterceira idade.Estãonestecaso,osteixos(Taxusspp.)eosloendros(Nerium oleander)comfolhasefrutosvenenosos,asamoreiras(Morusspp.)easginkgo(Ginkgo biloba)comfrutosquemancham,asoliveiras(Olea europaea),azinheiras(Quer-cus rotundifolia)echoupos(Populus nigra),cujafloraçãoesementessãoresponsáveisporreacçõesalérgicas.

DisponibilidadederecursosOsrecursosmateriais,omaterialvegetaldevivei-

ro,osequipamentoseamão-de-obradisponívelparaarealizaçãodasoperaçõesdeinstalaçãoemanutençãodosespaçosdevemtambémseravaliadosparaquesejapossívelestabelecerprioridadesnaselecçãodeespéciesetomardecisõesdeordemprática.

Nascondiçõesactuaisésempredesejáveloptarpor espécies menos exigentes em água, e que nãoprecisam de cuidados particulares de manutenção.

Mistura de arbóreas e arbustivas tirando partido do porte, duração, tonalidade e forma da folhagem, pro-porcionando ainda boa cobertura do solo. Jardins da Estação Rodoviária, em Bragança.

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Deve-seprivilegiarainstalaçãodeespéciesarbustivas,herbáceasperenesebolbosasemvezderelvadosou,emalternativa,aorelvadosimplespodem-seassociarmanchasdearbóreas,arbustivaseherbáceas.Deve-seaindausarplantasqueformamtapeteemateriaisinertesparaconsolidarourecobrirtaludes.

Relativamente à selecção das espécies, ter ematenção que os exemplares semi-maduros são maiscaros do que exemplares jovens, mas atingem maisrapidamenteumestadodedesenvolvimentoquelhespermitecumprirdesdelogoosobjectivosdasuains-talaçãoeminorarosriscosdeagressãoevandalismo.Atopiariaeasespéciescomformasartificializadassãotambémmaisonerosasporqueexigempodasdefor-mação complexas e maior frequência e regularidadede intervenções. Manter relvados custa mais do quemanterespéciesdecobertura,comooscotoneasters,assantolinasecertasaromáticas.

Apesardeservantajosorecorreraespéciesau-tóctones bem adaptadas é preciso ter presente quenem sempre os viveiristas dispõem de material em

Efeito panorâmico das manchas de vegetação arbórea e arbustiva nos Jardins da Estação Rodoviária e António José de Almeida, em Bragança.

variedade e quantidade suficientes. Por outro lado,aconselha-seoempregodeexóticascommoderaçãoeprecauçãopeloseucusto,capacidadedeadaptaçãoepelapossibilidadederapidamentesepoderemtornaremespéciesinvasoras.

Plantação de espécies vegetais (excepto relvados) Nos espaços verdes públicos ou nos jardins de

dimensão apreciável só faz sentido utilizar materialvegetal produzido em viveiros que é posteriormentetransplantado, excepção feita para o uso de espéciesbolbosasoucomoutrotipodecaulesubterrâneoquedevemserplantadasdirectamentenoslocaisescolhidosparaasuainstalação.

Em todos os casos, é conveniente conhecer odesempenho de cada espécie, relativamente à alturaque atinge e espaço que ocupa, exigências de solo,nutrientesehumidade,exposiçãosolar,característicasmorfológicasdafolhagem,floraçãoefrutificação,épo-casdefloraçãoefrutificação,interesseornamentalaolongodoano.

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Para a plantação é necessário e recomendávelfazerumapréviapreparaçãodosolocomincorporaçãodematériaorgânica(estrume,composto,turfa)demodoaconseguirumacamadamaisoumenosprofundadesoloquesejafacilmentetrabalhada.Naturalmentequea profundidade dessa camada depende da espécie ainstalar.

Ostrabalhosdepreparaçãodosolo,asdimensõesdascovasecaldeiraseaqualidadedosolooudosubs-tratoutilizadosãoessenciaisparaodesenvolvimentoadequado do raizame e, por consequência, para omelhordesenvolvimentoesaúdefuturadeárvoresearbustos. É próximo da superfície que a maior parteda matéria orgânica, resultante dos detritos animaise vegetais, se decompõe. Por outro lado, é tambémrelativamentepertodasuperfíciequeseformamraízesmuitofinas,conjuntodensodesignadoporcabelame,queconstituemaparteactivadasraízeseque,porisso,precisamdeumsolomaisarejado,facilmentemobilizá-veledeumaquantidadeimportantedeágua.

O êxito da plantação está em muitos casos re-lacionado com a presença de micorrizas, associaçõessimbióticasentreasraízesefungos,queformamumafinarededefilamentos(manto),aumentamacapaci-dade de absorção de água e nutrientes e facilitam asobrevivênciadasplantas.Resultainteressanteaplan-taçãodeespéciespreviamentemicorrizadasnoviveiroparaaumentarasobrevivênciaeadaptaçãodasplantastransplantadas,acoberturadecaldeirascommaterialinoculadoouaregadasplantascomesporosdefungosmicorrízicosemsuspensão.

Plantaçãodeárvoresearbustos• Realizaraplantaçãoduranteoperíododere-

pousovegetativo,entreoOutonoeaPrimavera,antesqueosgomos iniciemoabrolhamento.

Em zonas de Invernos muito frios e geadastardiasépreferívelretardareplantarimediata-menteantesdaPrimavera;

• Plantaremsolohúmidoeusandoequipamentoapropriado;

• Plantarexemplaressãosevigorosos, semde-formações ou lesões, com raízes em torrõesdensos,queapenascontenhamaterraagarradaaoraizame,estejamcobertoscommateriaisbio-degradáveis,equenãoestejamcompletamentesecosoutenhamsidoexpostosatemperaturasextremas;

• Nocasodetransplantedeexemplaresmadu-ros,assegurarqueo torrãotemumdiâmetromínimoequivalenteadezvezesodiâmetrodotronco;

• Relativamenteàsresinosasdegrandeporteépreferívelplantarexemplaresjovensporquesedesenvolvemmelhoremaisdepressadoqueosespécimescommaisidade;

• Antes de adquirir/plantar exemplares de raiznua,verificarqueconservamosistemaradicu-larintactoebemdesenvolvido,comraízesemtodasasdirecçõesecompelomenos20cm;

• Emgeralasplantasderaiznuasãomaisbaratasqueasvendidascomtorrãoouemrecipientes.Aideiadequeasplantastransplantadasderaiznuaseaclimatamcommaisdificuldadenãoétotalmenteexacta,porquealgumasarbustivasprendemmaisfacilmentedestemodo;

• Aoplantarderaiznua,seoraizameestiverde-masiado seco ou se o caule apresentar sinaisde desidratação, colocar a planta de molhoemáguaduranteumaouduashorasantesdeplantar.Eliminarasraízesdanificadasoucortaraté20-30cmsedemasiadocompridas.Limpar

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folhasefloresvelhasecaulesmuitofinosoudanificados;

• Para o caso das árvores, usar espécimes detroncosrectoscomfustede2a2,5mdealtura,comcolodegrossuraproporcionalàalturadotronco, copas formadas e equilibradas, comflechaeramosintactosegomostúrgidos.Diâ-metroproporcionadodocoloparaasfrondosasdesombra,depreferência1/40a1/60eparaasresinosas1/25;

• Abrir covas para plantação com a maior di-mensãopossível,movimentandopelomenoscercade6m3desolomobilizado,atingindopelomenos1,5mdeprofundidade;

• Árvoresearbustoscomtorrãodevemplantar-seemcovasquetenhamnomínimoummetromaisdediâmetroqueoreferidotorrão;

• Assegurardrenagemeficienteno interiordascovas de modo a evitar o encharcamento eapodrecimentodasraízeseplantas;

• Deixarcaldeirascomdiâmetromínimode2mpara facilitar o desenvolvimento radicular eplantarnocentrodascaldeiras,demodoqueazonadocolofiquesituadaaoníveldosolo.Pro-tegeraterracomcamadasdefolhasemateriaisinertes,comoacascadepinheiro;

• Acovadeplantaçãodevesersuficientementeprofundademodoapermitirqueumavezco-locadootorrãoefeitoopreenchimentocomterra,estefiqueposicionadoa2,5cmabaixodasuperfíciedosolo,sendoqueotroncodeveficarenterradoàmesmaalturaaqueseencontravaantesdotransplante;

• Promoveraformaçãodemicorrizas,cobrindoascaldeirascomsubstratosinoculados;

• A distância recomendada entre duas árvores

éigualàsomadoportemáximoprevistoparacadaespécieadividirpor três.Oportemáxi-mo vem normalmente indicado nos guias ecatálogos.Nocasodeárvoresdearruamentoadistânciarecomendadaéde5mentreespéci-mes,7mquandoseintercalamemlugaresdeestacionamentoe12mparaosexemplaresdegrandeporte;

• Adistânciarecomendadaentredoisarbustoséigualàsomadoportemáximoprevistoparacadaespécieadividirpordois.Oportemáximovemnormalmenteindicadonosguiasecatálo-gos.Noiníciodaplantaçãopodeparecerquehádemasiadoespaçamentoentreasplantasmaséprecisoteremcontaquevãocrescereocuparoespaço.Paraobviaresteinconvenientepodeplantar-se nos intervalos bolbos, herbáceasanuaisepereneseespéciesdecobertura.

Plantaçãodeplantasherbáceas• Usarplantasenvasadasouemrecipientesbio-

degradáveisparatransplantar;• Preferir as plantas em que se observam pe-

quenas raízes assomando pelas paredes dosrecipientes;

• O torrão deve sair intacto do recipiente. Se aterra se separa sem dificuldade é sinal que aplantanãoestábemenraizada;

• Se as plantas são pequenas, usa-se um plan-tador para abrir as covas distanciadas 5cm.Colocaraplantaefechar,tendoocuidadodenãodeixarbolsasdear,nemdecompactaremdemasia,destruindoaestruturadosolo;

• Paraplantasmaioresdevejuntar-seterrafinaapoucoepouco,comprimindosuavementeatéencheracovadeplantação;

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• Adimensãodacovadeplantaçãodevesermaislarga que funda e as raízes, tanto as da basecomoaslaterais,nãodevemficardobradas.

Plantaçãodeplantastrepadoras• Pode-se empregar espécies que não necessi-

tam apoios ou estruturas de suporte porquedesenvolvemmecanismosdefixaçãopróprios:gavinhas,raízesaéreas,sarmentosecaulesvo-lúveis.Sãoexemplosasheras,amadressilvaeavinhavirgem;

• Outras,exigemsuportes,comosejamaramados,redesougrelhasdemadeiratratada.Ossupor-tesdevemestarinstaladosnomínimoa15cmdaparedeemuros;

• Asplantasdeveminstalar-sea45cmdeparedesemuros.

Plantaçãodesebes• Definirumlocaleumplano/linhadeplantação

tendoemcontaocrescimentodasespécieses-colhidaseasdistânciasamuros,casas,proprie-dadesvizinhas,caboseléctricoseiluminação;

• Abrirumavaladecercade90cmdelarguraemobilizarpelomenosaté50-100cmdeprofun-didade;

• Marcar as linhas de plantação com cordas ecalcular a distância entre plantas. Arbustospequenos distância entre 36-45cm; arbustosgrandeseárvoresdistânciaentre50-75cmou80-100cmparasebesaltasedensas,comoporexemplodeCupressocyparis;

• Plantarsebesdefilaúnicaquandoosrecursossão limitados e não é necessário a formaçãorápidadeumacortinadeintercepção;

• Plantar sebes em filas duplas, com intervalo

de35cmentrefilas,usando45cmdedistânciaentreplantasnalinhaeplantasalternadasentrefilas.Estetipodesebeestárecomendadoparaarbustosfusiformeseparaaconstituiçãorápidadeumacortinacompactadeprotecção.

PlantaçãodeespéciescomórgãossubterrâneosNesta categoria encontramos espécies que

florescem todo o ano, desde Fevereiro a Dezembrode forma escalonada. As que se plantam no OutonoproduzemfloresapartirdomeiodoInvernoatéJunho.AsplantaçõesdePrimaveragarantemfloraçõesatéaofinaldoOutono.Emcadaespécieasépocasdefloraçãomantêm-sedeanoparaano,comligeirasvariaçõesdeacordocomascondiçõesclimáticasquesefazemsentir.Oempregodehíbridostornapossívelaobtençãodeplantasresistentes,comcaracterísticasornamentaisedevegetaçãoparticulares,ouqueflorescemforadasépocashabituais.

Aaplicaçãodestasespéciespodelevar-seacabodas mais variadas formas: em canteiros debaixo dasárvores,emmanchascoloridasàfrentedearbustos,embandasouemmaciços, formandomanchasdemaiordimensão,homogéneasouheterogéneas(atendendoàcoloração,tipodefloraçãoeespécie),ouempequenosconjuntosorganizadosportamanhodosescapos,porcoreporespécie,tirandopartidotantodafloraçãocomodosvolumeseformadafolhagem.

• Dois métodos: Fazendo um buraco com umplantadoroupreparandoumsulcoparaenter-rar os órgãos subterrâneos (bolbo, rizoma outubérculo).Cobrircomsubstrato;

• Umfactor importanteparaestasespécieséaestruturadosolo.Porvezes,sobretudoemsolosargilosos, é aconselhável misturar a camadasuperiordosolocomumaquantidadevariável

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deareia,cinza,turfaouumcompostoadequado,paraaligeiraracamadasuperficialemelhorarasuaestrutura;

• Aprofundidadedeplantaçãovariaemfunçãodo tipo de solo, do clima, tipo de bolbo outubérculoerespectivocalibre.Recomenda-seemgeralqueaprofundidadedeplantaçãosejamaisoumenosigualaodobrododiâmetroouperímetrodaestruturaequeabasefiquebememcontactocomosolo,sembolsasdearporbaixo.Porexemplo,osbolbosdemaiorcalibre,comosejamtúlipas,narcisos,jacintosenterrarpelomenosentre5e20cm.Parabolbosmaispequenos,comocrocus,muscarieornitogaloestamedidadeveráserdeaproximadamente8-10cm.Masháexcepções,comoasdáliasquepreferem os tubérculos ligeiramente enterra-doseosbolbosdoslíriosqueprecisamdeserenterradosemprofundidade;

• Adistânciaentreestruturasdependetambémdo seu tamanho e está recomendada umaseparação de cerca de 15-20cm para calibresgrandese8-10cmparacalibresmaispequenos;

• Aplantaçãoaumaprofundidadeconvenienteeacoberturadosolocomumacamadadeturfaevitaosefeitosnefastosdageada;

• Quandoamão-de-obradisponíveleosrecursossãolimitadosoptarpelaplantaçãodeespéciesehíbridosquepodemnaturalizar-seemultiplicar-secomfacilidadenolugardaplantaçãoduranteváriosanos,semqueissoafecteaexuberânciadafloração.Teremcontaqueparamuitosdoshíbridos comercializados é preferível e maisconvenienteretirarosbolbosetubérculosdosolonofinaldecadaépoca,porqueseassim

nãoforfeito,noanoseguintenãoproduzirãoboasfloraçõesemuitosdegenerarão.

Regras elementares para a selecção e instalação de espécies vegetais

Évantajosaasistematizaçãodealgumasregrasbásicas de ordem genérica cuja aplicação permite oplenodesenvolvimentodascapacidadesdecrescimentodecadaespécieedosatributosestéticoseutilitáriosquelhesestãoassociados.Alistaquesesegueresumealgunsprocedimentosateremcontaquandoseselec-cionaeinstalavegetaçãoemespaçosverdesurbanos.

• Dar preferência à integração da paisagemnatural nos espaços urbanos, preservandoos elementos morfológicos (colinas, taludes,bordaduras) e hidrológicos (linhas de água,tanques,zonasdeescoamento),promovendoa diversidade e criando manchas de vegeta-ção que formam unidades paisagísticas comidentidade suficiente em termos estéticos epanorâmicos;

• FavorecerasespéciesdafloralocaloudafloraIbéricaesemprequeseoptarporplantasexó-ticas,introduzi-lascomasdevidasprecauções;

• Instalarmisturasdevegetaçãodemodoatirarpartido de portes, volumes, da policromia defolhas,flores,frutosecascas;

• Recorreraousodeespéciesbolbosas(túlipas,agapantos, jarros, narcisos, entre outros), deherbáceas perenes resistentes (Sedum spp.,Bergeniasp.,Vincaspp.,emuitasoutrasespé-cies)edeherbáceassazonais(amores-perfeitos,sálvias,sécias,begónias,porexemplo),emman-chasisoladasouparacomplementarcanteirose caldeiras de árvores, considerando semprenasuadisposiçãoaalturadapartevegetativa

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edoscaulesfloríferos,aépocaeaprecocidadedefloraçãoeafloraçãoescalonada;

• Adaptaravegetaçãoàtopografiademodoaevitargrandesmovimentaçõesdeterraseal-teraçõesdonívelfreático.Emcasodedeclives

instalar espécies que formem boa coberturadosolo;

• Recolher informação sobre espécies cujosrebentos, flores e sementes possam provocaralergias,tenhamfolhasefrutosvenenosos,par-tesquemanchemospavimentos,osedifíciose os transeuntes, aromas demasiado fortes edesagradáveis, ramos frágeis e quebradiços,evitandoassimasuautilizaçãooupermitindoestratégiasalternativas.Porexemplo,tratando-sedeespéciesdióicascujasfrutosousementesprovoquemalergias,plantarapenasexemplaresmasculinosquenãoproduzemfrutos;

• Utilizar material que cumpra os requisitosmínimos de qualidade tendo em atenção aconformação(ramosprincipaiseramificaçõesbemconformados,bemcomosistemaradicu-lar bem formado sem raízes muito grossas eenroladasemnovelos),ousodeplantascomtorrão(evitandoomaterialderaiznua),embomestadosanitário (comcertificaçãosanitária)esemlesões,entreoutrosrequisitosespecíficosinerentesacadaespécieougruposdeespécies;

• Plantar árvores e arbustos em caldeiras compelomenos2mdediâmetro,quepropiciemascondiçõesfavoráveisaocrescimentodasraízes,para facilitar o seu desenvolvimento radial,controlandoadeformaçãooudestruiçãodospavimentos;

• Manter sempre o bordo da caldeira cerca de2,5cm mais elevado que o nível do solo parafacilitar a rega e prevenir danos nas raízes etroncos.Àvoltadocolodaplantaformarumapequenaelevaçãodesolo,paraevitarocontac-todotroncocomáguaacumuladaeestagnada,proveniente de rega ou chuva. Nas caldeiras

Importância da cobertura do solo: em cima, solo bem protegido com herbáceas perenes; em baixo, erosão em

solo nu. Jardins da Catedral, em Bragança.

59

semvegetaçãoherbáceadepasseiosezonaspavimentadas cobrir com grelhas ou tampasperfuradas, ou usar materiais grosseiros parapreencheroespaço.Dispordebarreirasoudeelementosrígidosqueimpeçamainvasãodeveículoseaaproximaçãodepessoaseanimais;

• Sempre que necessário instalar protecções àvoltadasárvoreseempregartutoresquandoéprevisívelaocorrênciadesituaçõesquepodemdificultarodesenvolvimentoeaverticalidadedosexemplaresplantados.Terematençãoasuacolocaçãodemodoanãoprovocaremestran-gulamentoselesõesnasárvores;

• Deixar espaço suficiente para o desenvolvi-mento dos troncos sempre que se utilizemelementosrígidosparacobrircaldeiraseevitaroestrangulamentodosexemplaresquandoseempregamtutoresouprotecçõesaltas;

• Nas plantações feitas em canteiros, relvados,jardins, parques e zonas não pavimentadas épreferívelmanterosbordosdascaldeiraslivresenãousarbarreirasouelementosrígidosparalimitar;

• Nosespaçosdestinadosàplantaçãodeárvoresé vantajoso manter terra solta ou vegetaçãorasteira e arbustiva. Podem preencher-se ascaldeiras com herbáceas ou organizar-secanteiros de comunidades umbrófilas, comdesenvolvimento compatível com as árvoresinstaladas.Estaspráticasasseguramapresençadefloresaolongodoanoedeespéciesquenãonecessitamdecuidadosfrequentes.Poroutrolado,facilitamaformaçãodesolovegetaleadecomposição das folhas e demais matériavegetal,parareposiçãodenutrientes,retençãoda água e manutenção de um certo grau de

humidadepermanente;• Em passeios e outras zonas pedonais utilizar

árvoresdefolhacaduca,evitandooensombra-mentoeaformaçãodegeadanoinverno.Aindaassim,terematençãootipodefrutoqueessasespécies produzem para que a sua presençanãoafecteacirculaçãodaspessoas(frutosquemancham ou que pelo seu tamanho, dureza,entreoutros,podemmagoaraocair);

• Usarexemplarescomaconformaçãoadequada,eliminando as espécies de ramas e folhagembaixaqueafectemacirculaçãodepeõeseveí-culos;

• Utilizarespéciescujodesenvolvimentofuturonão interfiracomedifícios,mobiliáriourbano,painéis indicativos, sinais de trânsito e semá-foros. A distância ao edificado e aos equipa-mentosdevesersuficienteparapermitiralivre

Espécie resistente e tolerante à poda frequente for-mando separador central na Avenida Sá Carneiro, em Bragança.

60

expansãodosespécimes,aformaçãodetroncosrectos,copasharmoniosasesimétricas;

• Escolherasespéciesdemodoanãotaparvistasatraentes,ocultarmonumentosefachadascominteresseoureduziravisibilidadeparaautomo-bilistasepeões;

• Aplicar espécies arbóreas e arbustivas para

formar cortinas visuais e acústicas, dissimulare ocultar perspectivas desagradáveis, zonasdegradadasouseminteresse;

• Promoverodesenvolvimentodecomunidadesvegetaisauto-renováveis,adaptadasàscarac-terísticas de cada local e que não requeiramtarefasfrequentesdemanutenção.

• Limitaros relvadoseasespéciescomformasartificializadasazonasespecíficasdecarácteror-namental(envolventesdecertosedifíciosqualifi-cados,porexemplo).Ainstalaçãoemanutençãodestesexemplaresémaisonerosa,vistoqueasplantasjáformadasnoviveirosão,àpartida,maiscaraseumavez instaladasnoterrenoexigemcontinuidade e regularidade de manutenção,mão-de-obraespecializada,consumindomuitosrecursos.

Dois bons exemplos na Av. Cidade de Zamora.À esquerda, separador central com boa integração de es-pécies arbóreas e herbáceas perenes e sazonais.Em baixo, mancha verde produzida pela frondosidade das árvores do Jardin Gulbenkian.

61

Sugestão de espécies arbóreas, arbustivas e herbáceas para as condições da cidade de Bragança Nota: nestatabelaeseguintes,assugestõesapresentadascorrespondemàexperiênciaepreferênciasdaautora.Relativamenteàsnecessidadesemáguaamaioriadasespéciesreferidasépoucoexigente.Recomenda-seatençãoparticularduranteafasedeinstalaçãoenocasodealgumasherbáceas.Teremcontaqueadotaçãoderegadependedeváriosfactores(vercapítuloespecíficosobrerega).

Árvores – folhosas Família

botânica Espécie Nome vulgar Tipo folha

Porte 10 anos

(m)Porte

(m) Copa Raiz Crescimento Interesse Adaptabilidade, ma-nutenção e instalação

Cuida-dos

AcerAceAe Acer monspessulanum AcerdeMontpellier C 3 15 I P Lento FolhagemAdaptável,resistenteàsecura.Espaçosmédios.

PM

AltingiAceAe Liquidambar stryraciflua Liquidambar C 5 20 O/E P Lento FolhagemDrenagem,soloprofundoesol.Espaçosmédios.

PM

AquifoliAceAe Ilex aquifolium Azevinho P 3,5 15 I P Rápido FolhasefrutosDióico.Versátileresistente.Qualquerespaço.

PMouCP

BetulAceAe

Alnus glutinosa Amieiro C 7 20 O/E S/P Rápido FloraçãoSolospobresehúmidos.Sol.Resistenteàgeada.

PM

Betula sp. Bétula,vidoeiro C 6-7 10-15 P/I S Lento PorteetroncoBoadrenagem.Sol.Resistentes.Qualquerespaço.

PM

eBenAceAe Diospyros kaki Diospireiro C 3 10 O O Moderado FrutificaçãoVersátileresistente.Plenosol.Espaçosmédios.

CP

fAgAceAe

Fagus sylvatica Faia C 4 35 O/E S Moderado PorteefolhagemBoadrenagem.Qualquersolo.Solemeiasombra.

CP

Quercus palustris Carvalhodospântanos C 6 20-25 P/I S/P Rápido

Porte.Formaetonsdasfolhas.Variedades

Boadrenagem.Solospro-fundos,argilosos.Plenosol.Resistentesàgeada.Folhascomtonalidadesoutonaismuitovistosas.

PMouCP

Quercus pyrenaica Carvalhonegral M 3 20-25 I S/P Moderado

Quercus rubra Carvalhoamericano C 6 25-30 P/I S/P Rápido

HippocAstAnAceAe

Aescullus x carnea CastanheiroÍndiarosa C 6 15 O P Moder/rápido

Porte,folhagem,floração

Váriostiposdesolo.Plenosolparaflorir.Tolerantes.Espaçosgrandes,parques,ealinhamentos.

PMAescullus hippocastanum CastanheirodaÍndia C 7 20 O P Moderado

JuglAndAceAe

Juglans nigra Nogueiraamericana C 6 50 P P ModeradoPorteefolhagemoutonal.Frutos

Solosqualidademédia,pro-fundos.Solemeiasombra.Resisteàgeada.Espaçosmédios,alinhamentos.

PMJuglans regia Nogueira-comum C 6 20 O P Moderado

lAurAceAe Laurus nobilis Loureiro P 3,5 10 I P Moderado AromáticaBoadrenagem.Solesombra.

PM,masem

sebe,CP

leguminosAe

Albizia julibrissin AcáciaConstantinopla C 3 4-12 E/O O Rápido FolhasefrutosBoadrenagem.Plenosol.Resisteaofrio.

PM

Cercis siliquastrum Olaia C 6 5-10 O O Moder/rápido FloresefolhasBoadrenagem.Soloumeiasombra.Relvados.

PM

Gleditsia triacanthos EspinheirodaVirgínia C 5 20-45 O/I S/P Rápido FolhagemBoadrenagem.Soloumeiasombra.

PM

Robinia pseudoacacia Acáciabastarda C 7 25 E S/P Rápido FloraçãoAdaptáveleresistente.Qualquerespaço.

PMeCP

Styphnolobium japonicum AcáciadoJapão C 5 25 E/I P Rápido FloresefrutosBoadrenagem.Resisteaofrio,caloresecura.

PM

mAgnoliAceAe

Liriodendron tulipifera TulipeirodaVirgínia C 7 25-50 P P/SC Moderado Porte,folhagemBoadrenagem,solofértil.Sol.Espaçosmédios.

PM

Magnolia grandiflora Magnólia P 3,5 25-30 P/O S/P LentoPorte.Floresefolhas.Aromática

Boadrenagem,qualquersolo.Solmastolerasombra.Raízessensíveisàcompac-tação.Espaçosamplos.

PMMagnolia x soulangeana Magnóliafolhacaduca C 4 10 O S Rápido

(continua na página seguinte)

62

Árvores – folhosas (continuação)

Família botânica Espécie Nome vulgar Tipo

folhaPorte

10 anos (m)

Porte(m) Copa Raiz Crescimento Interesse Adaptabilidade, ma-

nutenção e instalaçãoCuida-

dos

meliAceAe Melia azedarach Sicómorobastardo C 5 15 E O Rápido Floresefrutos Nãosãoexigentesquantoasoloeexposição,resistemaofrioeseca.Espaçosmédios,alinhamentos.

PMmorAceAe Morus kagayamae Amoreirafolhaplátano C 3-5 12-15 E S/P Rápido Copaefolhagem

oleAceAe

Fraxinus angustifolia Freixocomum C 5 15 O O RápidoPorteecordafolhagem

Boadrenagem,solofértil.Sol.Espaçosmédios.

PM

Fraxinus excelsior Freixo-europeu C 7 45 O/E O RápidoBoadrenagem,solofértil.Sol.Espaçosmédios.

CP

plAtAnAceAe Platanus orientalis Plátano C 6 35 O P Rápido Copa.SombraBoadrenagem.Espaçosmédiosagrandes.

PMouCP

rosAceAe

Prunus avium Cerejeira C 7 20 O/E S Moderado

Porte.Casca.Floresefrutos.FolhanoOutono

Boadrenagem.Preferênciaporsolosprofundos.Plenosolmastoleranteàsombra.Espaços,pequenosmédiosegrandesdeacordocomespécie.

PMouCP

Prunus cerasifera Ameixeiradejardim C 6 12-15 E O/P Rápido

Prunus serrulata CerejeiradoJapão C 6 12-15 E O Rápido

Cydonia oblonga Marmeleiro C 4 12-15 O O Rápido Copa,florefrutoQualquersolo.Solesom-bra.Espaçospequenos.

PM

Sorbus aucuparia Tramazeira,sorveira C 5 10-15 O/E S/P ModeradoFolhagem,flora-çãoefrutos

Boadrenagem.Váriostiposdesolo.Solemeiasombra.Eliminarladrões.Espaçosmédios.

PMSorbus tominalis Mostajeiro C 5 20 O S/P Moderado

sAlicAceAe

Salix spp.(S. alba; S. atroci-nereaeoutras)

Salgueiro C 6 10-20 E S Rápido Porteefloração Soloshúmidosdequalquertipo.Gostamdesol.Raízesinvasivas.Espaçosmédiosegrandes.

PM,CPouMMSalix x sepulcralis Chorão,salgueiro C 8-9 15 CH S Rápido Porte

tiliAceAeTilia spp.(váriassppehíbridos)

Tilia C 6-7 20-30 O/E P Moder/rápido Porte.AromáticaBoadrenagem,qualquersolo.Sol,tolerasombra.

PM

ulmAceAe

Celtis australis Lodãobastardo C 5 25 E P/H

Moder/rápidoPorte.Casca.Folhagem

Qualquersoloeexposi-ção,resisteaofrioeseca.Espaço:pequenos,médios,grandes,alinhamentos.

PMZelkova serrata Zelcovajaponesa C 5 15 O P/H

Tipo de folha: persistente (P); caduca (C); marcescente (M). Copa: Piramidal (P); cónica (C); colunar (CO); irregular (I); estendida/aberta (E); ovoide (O); rasteira (R); pendente (CH). Raiz: profundante (P); superficial (S); oblíqua (O); sensívelàcompactação (SC). Manutenção: poucoscuidados,sempodaaindaquedesramações (PM); muitoscuidados(MM); algunscuidadosepoda (CP).

63

Árvores – resinosasFamília

botânica Espécie Nome vulgar Tipo Folha

Porte 10 anos

(m)Porte

(m) Copa Raiz Crescimento Interesse Adaptabilidade, manu-tenção e instalação

Cuida-dos

cupressAceAe

Chamaecyparys lawsoniana Ciprestebastardo P 0,5-2-3 25-60 CO/P P Rápido/lentoPorteefolha-gem

Muitasformascultivadas,cores,folhasecrescimento.

PM

Cupressocyparis x leylandii CiprestedeLeyland P 10 25 C/CO P RápidoPorteefolha-gem

Fáciladaptação,resistente,bomparasebes.

PM

Cupressus arizonica CiprestedoArizona P 2 25 C/P P Rápido Porte,cordasfolhas,frutificaçõesecascadostroncos.Copasfusiformesoupiramidais.Muitasvarie-dades

Boadrenagemeplenosol.Algunsresistentesàsgeadas,comoC. nootkatensis.Emformaslivresnãonecessitampoda,masemsebeexigempodasperió-dicasecuidadosas,porquesórebentamnosramosverdesenuncanosramoscastanhos

PMouMM

Cupressus lusitanica CedrodoBuçaco P 10 30 P P ModeradoCupressus macrocarpa CiprestedaCalifórnia P 5 25 CO P RápidoCupressus nootkatensis Cedroamarelo P 3,5 20-40 C P Rápido

Cupressus sempervirens Cipreste P 5 35 CO P Rápido

Juniperus chinensis Zimbro P 2,5 1-20 C P Moder/rápido

Porte,coretipodafolhagemedasfrutificações.Aromáticas.Boaadaptação

Qualquertipodesolo,toleran-tesàsecaefrio.Muitasvarie-dadesdeportevariável,copascónicas,estendidaserasteiras.Anãseprostradasboasparacoberturadosolo.Emformaslivressódesramações,emsebeexigepodacuidada.

CP

Juniperus horizontalis Zimbrorasteiro P 30 1,5-3 R P RápidoJuniperus oxycedrus Zimbro,oxicedro P 2 10 C/O P ModeradoJuniperus squamata Zimbro P 1-1,5 1-4 C P Rápido

Juniperus virginiana ZimbrodaVirgínia P 1,5-2 4-30 C/CO P Rápido

Thuja occidentalis Tuia,cedrobranco P 0,5-1 12-20 C P LentoTonalidade,formaecordafolhagem.Aromática

Boadrenagem.Soloumeiasombra.Resistentes.Muitasformascultivadas.Sempodaoucompodacuidadaparaevitarcrescimentoexcessivo.

CPThuja orientalis TuiadaChina P 4 12-15 CO/P P Moderado

Thuja plicata Tuia-gigante P 4 30-60 C P Lento

GinkgoAceAe Ginkgo biloba Ginkgo C 3-4 20-40 C/P/O P ModeradoFormaecordafolha

Drenagem,sol,resistente.Zonasurbanas.

PM

pinAceAe

Abies alba Abetobranco P 4 30-50 C/P P Moderado Porte,copa,silhueta,cordasagulhasepinhas.AromáticasÁrvoredeNatal

Soloshúmidos,profundos,bemdrenados.Soloumeiasombra.Algunsresistentesàgeada.Sempodaepoucoscuidados.Espaçosgrandes,parqueserelvados.Maioresplendorcomespaço.

PM

Abies grandis Abetogigante P 7 12-90 C P LentoAbies koreana AbetodaCoreia P 2,5 18-20 C/P P Rápido

Abies nordmanniana AbetodoCáucaso P 4 25-30 P P Moderado

Cedrus atlantica CedrodoAtlas P 2-3,5 15-25 C/P/I P Moderado Porte,copa,silhueta,coragulhasepinhas

Boadrenagemeplenosol.Váriasvariedadesetons.Espaçosgrandes,parqueserelvados.

PMCedrus deodara CedrodoHimalaia P 4,5

25-50-60

P/I P Rápido

Larix decidua Laríço,lariçoeuropeu C 6 35-55 P/I P RápidoPorte,folhas,pinhas

Boadrenagemeplenosol.Espaçosamplos.

PM

Picea abies Espruceeuropeu P 4,5 25-50 C S Moderado Porteatraente.Agulhasepi-nhasdeváriostons,vistosas,sobretudoaosol

Boadrenagem.Muitorústicas.Muitotolerantes.Plenosol.Muitasvariedades,váriosportes,inclusiveanãs.Espaçosgrandes,parqueserelvados.Algumassensíveisaosventosfortes.

PM

Picea glauca Piceaazulada P 1 12-30 C P LentoPicea omorica PiceadaSérvia P 3 20-25 C P Moderado

Picea pungens PiceadoColorado P 3,5 12-50 C P Rápido

Pinus strobus PinheirodeWeymouth P 3-4 25-30 P/O P RápidoCoragulhas.Pinhas

Boadrenagem.Espéciesevariedadesparadiferentestiposdesolo.Plenosol.Nãogostamdesombra.Espaçosgrandesoualinhamentos.

PMPinus sylvestris Pinheiro-silvestre P 3,5 35 C/O/I P RápidoTronco,folhas,pinhas

Pinus wallichianna PinheirodoHimalaia P 4,5 30 C/I P ModeradoPorteelegante.Cor

Pseusotsuga menziesii Pseudotsuga P 5 30-35 C P Rápido PorteepinhasBoadrenagem.Plenosol.Espaçosgrandes.

PM

(continua na página seguinte)

64

Família botânica Espécie Nome vulgar Tipo

FolhaPorte

10 anos (m)

Porte (m) Copa Raiz Crescimento Interesse Adaptabilidade, manu-

tenção e instalaçãoCuida-

dos

TAxAceAe Taxus baccata Teixo P 3 15-20 E/O P LentoPorte.Variedades

Indiferenteaosoloeexposição.

PMEm

sebes,CP

TAxodiAceAe

Sequoia sempervirens Sequóiasempreverde P 7 50-80 C/E P LentoerápidoPorte.Variedades

Boadrenagem.Sol.Sensívelaovento.Parques.Variedadescomcrescimentodiferente.

PMSequoiadendron giganteum Sequóiagigante P 6 50-100 C P Rápido

Porte.Variedades

Tipo de folha: persistente (P) ou caduca (C); Copa: Piramidal (P); cónica (C); colunar (CO); irregular (I); estendida/aberta (E); ovoide (O); rasteira (R).Raizprofundante (P); superficial (S). Manutenção: poucoscuidados,sempodaaindaquedesramações (PM); muitoscuidados (MM); algunscuidadosepoda(CP).

Espécies para formar sebesGÉNERO CARACTERÍSTICAS/INTERESSE MANUTENÇÃO

SEBES TRADICIONAIS – FORMAIS E DENSASBerberis spp. Folhagempurpúreaebronze.Floraçãoefrutificaçãovistosa Váriasespéciesevariedadesdefolhacaducaeperene.Podarligeiramente

Cupressocyparis x leylandii Crescimentorápido.Alcança3mdealtura.Fusiforme.FolhapereneManterasplantasjovenscomtutoresepodarregularmente.Sebemadura,podarduasvezesaoano

Ilex aquifoliumProsperaaosoleàsombra.Sebeespessaecoloridapelosfrutosefolhagembrilhanteevariegadadecertasvariedades.Folhaperene

Plantadióica,porissoénecessáriomisturarplantasfemininasemasculinasparaterfrutifi-caçãoebeneficiardoseuefeitoornamental

Ligustrum vulgare, L. ovalifolium

Crescimentorápido.Poucoexigenteemsoloseclima.FolhaperenePlantasjovenspodarintensamente.Plantasmadurasfazerpodasligeirasepoucofrequen-tes,exceptocomL. ovalifoliumquedeveserpodadatrêsvezesporano

Prunus laurocerasusCrescimentorápido.Formasebesaltas,elegantesefolhagembrilhante.Folhaperene

Ocupamuitoespaçoenecessitadepodaregular

Taxus baccataCrescimentolento.Sebedensaeespessa.Variedadescomdiversastonalida-desdefolhagem.Aguentabemapoda

Permiteformarsebesestreitas

Thuja plicataCrescimentorápido.Alcançarapidamente3mdealtura.Copacónica.Folhaperene.Aguentabemapoda

Manterasplantasjovenscomtutoresepodarregularmente.Sebemadurapodarduasvezesaoano

SEBES FLORIDAS – INFORMAIS E COLORIDAS

Cydonia oblongaCrescimentorápido,atractivaedecorativanafloraçãoefrutificação.Folhacaduca

Fácildeformarepodar.AdequadoparasebespoucodensasquedeixempassarluznoInverno.

Lonicera nitidaFolhagembrilhanteecompacta.Bagasnegrasapósfloraçãopoucovistosa.Folhaperene

Toleranteàpoda.Semelhanteaobuxo

Lonicera spp. Floraçãovistosaemuitoaromática PodaremMaioeAgosto,depoisdafloraçãoeliminarosramoscomfloressecas

Photinia fraseriDestaca-seepelaintensafloraçãobrancaecoloraçãooutonaldafolhagem.Algumasespéciessensíveisàgeada.Folhasemi-perene

Muitoadaptável.Podasóénecessáriaparadarformaemanterasebe

Pyracantha coccinea Floraçãovistosaefrutosabundantes.Atraibastanteasaves.FolhapereneCresceemqualquertipodeambiente.Podarligeiramenteparaevitargrandescrescimen-tosquedesequilibramaplanta.Podasmuitointensasexigemintervençõesfrequentesediminuemvalorornamental

Rosa spp. Formasarbustivasetrepadorasdefloraçãointensa.FloresefrutosOtipoderoseirasqueseadaptaasebesinformaisnãoresisteapodasfrequentes.FazerdesramaçõesnofinaldoOutonoeeliminarmaterialvelho

Symphoricarpus albus Frutificaçãobrancavistosa.Folhacaduca Qualquertipodesolo.Resistenteaofrio.Podarligeiramenteparaformar

Spiraea vanhoutteiRamosarqueados,floraçãobrancaintensa,folhagemoutonalvistosa.Folhasemi-perene

Podarligeiramentedepoisdasfloressecarem.

Philadelphus coronariusVistosafloraçãobrancamuitoaromática.Várioshíbridoscomflordobradaefolhaverdeamarelada,brilhante.Folhacaduca

Poucoexigente.Podarapósafloração.Podasligeiras,masevitarformaçãodetroncossemfolhas

SEBES BAIXAS – COMPACTAS

Berberis thunbergiiFormasnormaiseanãsdefolhagempúrpura.Folhas,floraçãoefrutificação.Folhacaduca

Prosperammelhoresãomaisvistosasaosol.Podardepoisdaquedadafolha

Buxus sempervirens Váriostiposdeporte,folhagemverdeouvariegada.Folhaperene Muitotoleranteàpoda,fácildedarformaEuonymus japonicus Folhagemdensa,brilhanteeformasvariegadas.Folhaperene PodarcurtoemMaioenoiníciodoOutono

Lavandulaspp. Váriasespécies.Folhagem,floraçãoearoma.FolhaperenePodardepoisdafloraçãoquandojánãohajariscodegeada.Rebaixarcopaparaevitartroncosenvelhecidosesemfolhas

Rosmarinus officinalis Folhagem,floraçãoearoma.Folhaperene Exigeboadrenagem.ManutençãoidênticaàLavandula.

Santolina chamaecyparissusFormasnormaiseanãsdefolhagemverdeacinzentada,prateadacominflorescênciasamareloouro.Folhaperene

FloresceduranteoVerão.PodarnaPrimaveraeeliminarfloressecas

Árvores – resinosas (continuação)

65

Arbustos – perenifólios e semi-perenifóliosGÉNERO/ESPÉCIE NOME VULGAR CARACTERÍSTICAS/INTERESSE MANUTENÇÃO CUIDADOS

Abelia x grandiflora Abélia Floraçãoabundanteeprolongada.Aromática Rústicaeresistenteaofrio. PM

Arbutus unedo Medronheiro Folhagem,floraçãoefrutificaçãoQualquertipodesolo.Gostadesol.Resistente.Limpezaderamos.

PM

Berberis darwinii, Berberis buxifolia Berberis Folhagem,floraçãoefrutificação Nãonecessitampoda. PMBerberis stenophylla Berberis Ramasarqueadasevistosafloraçãoamarela Nãonecessitampoda. PM

Cotoneaster franchetti CotoneasterRamasarqueadasefrutificaçãoabundante,dura-doura

Rústica.Nãonecessitapoda.Primaveraeliminarramosinde-sejáveis.

PM

Cytisus multiflorus Giestabranca Folhagemprateadaevistosafloraçãobranca Poucoexigente.Eliminarramosindesejáveis,rebaixarcopa. PMElaeagnus spp. Variedadescomfolhasvariegadas.Aromáticas Poucoexigente.NaPrimaveraeliminarramosindesejáveis. PMGenista florida Piorno Intensafloraçãoprimaveril Cortarosramosquederamflores,massemcortarolenhovelho. PM

Hebe spp. Folhaseflores.EscolhervariedadesdefolhapequenaPoucoexigente.Plenosol.Eliminarramossalientesoudanifi-cados.

PM

Jasminum nudiflorum JasmimdeInvernoFloraçãovistosa,duradoura,duranteoinverno.Capacidadedetrepar

Poucoexigente.FloresceprofusamentemesmoviradaaNorte.EmMarçocortarosramoslateraisquetenhamflorido.Eliminarramosvelhos.

PMJasminum fruticans Jasmimdomonte

Ligustrum spp. Ligustro,alfenheiroVáriasspp.defolhagemvariada.Floraçãointeres-sante

Muitoadaptável.Plenosolousombra.Eliminarramosdanifi-cados.

PM

Lonicera japonica Madressilva Floraçãointensaemuitoaromática,duradouraMuitoadaptável.Plenosolousombra.Eliminarramossecosevelhos.

CP

Mahonia japonica Mahonia Folhagem,floraçãoefrutificação Adaptável.Tolerasombra.Eliminarramosindesejados. PMOsmanthus spp. Folhagemvariegadaefragrânciadasflores Gostamdesoledesolosneutros,massãotolerantes. PM

Photinia spp. FolhagemAdaptável.Plenosol.Algumassensíveisàgeada.Cortarreben-tossecos.

PMouCP

Pieris japonica FolhagemefloraçãoSolosácidos.Evitarsolomatinal.Limpezaderamoscomfloressecas.

PM

Potentilla fruticosa Floraçãoduradoura,maspoucovistosa Adaptável.Solooumeiasombra.Eliminarramosdébeis. PM

Phyllostachys spp. Bambu Porteefolhagem.AtraiavesSoloshúmidosesol.Emzonasfriastemcrescimentocontroladooqueéumavantagem.

PM

Phyllyrea angustifolia Aderno Porteefolhagem Solospobres.Resistente. PM

Prunus laurocerasus Cerejeira-loureiroPorte,folhagembrilhanteefloraçãodelongasespigas

Solospermeáveis.Meiasombra.Eliminarramossecos. PM

Viburnum tinus FolhadoFolhasbrilhantes.Floresefrutosbastantedura-douros

Poucoexigente. PM

Arbustos – caducifóliosGÉNERO/ESPÉCIE NOME VULGAR CARACTERÍSTICAS/INTERESSE MANUTENÇÃO CUIDADOS

Abelia chinensis AbéliadaChina Abundanteevistosafloração.Aromática Rústicaeresistenteaofrio. PM

Berberis thunbergii BerberisVariedadescomdiferentesportesetonalidadesdefolhagem.Floresefrutos

Algumapodaparamanterformanofinaldafloração. PMouCP

Buddleja Budleia Exuberantefloraçãobrancaaroxa Exigeboadrenagemeplenosol.Podasespecíficasporespécie. MMChaenomeles Marmeleirodejardim Intensafloraçãovermelhaemramossemfolhas Muitoadaptáveleresistente.Tambémserveparasebes. PMouCPCornus Sanguinha Casca,folhagemefloração.Muitasvariedades Espéciesdecascaornamental,podarrasocadaPrimavera. PM

Corylus AveleiraPorte,folhagemefloraçãomasculina.Variedadesdefolhapurpúrea

Qualquerlugaraosoloumeiasombra.Resisteaovento.Emsebesuportabemapoda.

PMouCP

Cytisus Giestas Floraçãoexuberanteearomática.MuitasvariedadesSolospobresaosol.Exigepodaporqueramosvelhosnãorebentam.

MM

Euonymus europaeus Evónimo Folhagemeformasvariegadas,sobretudonoOutono Gostamdesolesoloscalcários.Sempodaoupodaintensa. PMouCPForsythia x intermedia Forsítia Floraçãoamarelaexuberanteemramossemfolhas Muitoadaptáveleresistente.Tambémserveparasebes. PMouCPKerria japonica Rosinhaamarela Floraçãointensadurantequasetodooano Muitoadaptável.Soloumeiasombra.Podarramosfloridos. PMSpiraea Spireia Porte,folhagemefloração Muitorústicas.Bomsoloesol. CPSyringia vulgaris Lilás,lilaseiro Floraçãocoloridaearomática Muitoadaptáveleresistente.Tambémserveparasebes. PMouCPViburnum opulus Noveleiro Vistosafloraçãobranca,folhagemoutonal Adaptáveleresistente. PMWeigela florida Veigela Abundanteevistosafloração Resistenteaofrio. PM

Cuidados: poucoscuidados,sempodaoueliminarramosvelhosesecos(PM); muitoscuidados(MM); algunscuidadosepoda (CP).

66

Herbáceas bienais e perenes

GÉNERO/ESPÉCIE CARACTERÍSTICAS FLORAÇÃO ALTURA (cm)

DISTÂNCIA entre

plantas em cm

OBSERVAÇÕES

Ajuga Plenosol,poucasombra,qqsolo,rasteira Primavera/Verão 10 38 Variedadesdefolhascoloridas:vermelho,púrpura,creme

Alstromeria Plenosol,solofértil Primavera/Verão 60 45Floresgrandesecampanuladas.Muitoshíbridosdisponíveiseresistentes

Alyssum Plenosol,boadrenagem,solopobre Primavera 7,5 22Váriasespéciesperenes,mastambémanuais.Algumasvarie-dades

Arenaria Soloumeiasombra.Solopermeável Primavera/Verão 3-15 45Fazemcobertura.Caulesprostradosefloresbrancas.Váriasespécies

Aster Plenosol.Solopermeável Verão 22 45 Espéciesanãsevariedadescomfloresdecoresvariadas

Bergenia Soloupoucasombra,resistente Inverno/Primavera 45 45Fácildecultivar,formacoberturadosolo.Folhascarnudas,floresrosadas

Cerastium tomentosum Plenosol.Solopermeável Primavera/Verão 15 60Fazemcoberturaesãoporvezesinvasorasporquesedesen-volvemmuito

Dianthus barbatus Soloupoucasombra,resistente InícioVerão/Outono 30-60 22 MuitasvariedadesDianthus caryophyllus

Plenosol.Semi-resistentes,apreciamsoloscalcáriosVerão/Outono 45 30 Cultivam-seemqualquertipodesolos,masnaszonasfriasé

preferívelplantaranualmente,paranãodegenerarem.Muitasvariedades

Dianthus chinensis Verão/Outono 15-45 15

Digitalis purpurea Meiasombra.SoloricoemMO Primavera/Verão 90-150 45 Cultivam-sevárioshíbridos,mastolerampiorasecaEuphorbia Solousombra.Boadrenagem Primavera 20-50 45 Formasrasteiras,anãsealtas.Floresamarelasoualaranjadas

GazaniaPlenosol,pétalasdemuitascores,floresfechamsemluz.Sensíveisàgeada

Verão/Outono 20-30 30 Variedadesdeamplagamadecoresecorolas

Helichrysum Plenosol.Solopermeável Verão 30-90 30 VáriosportesetamanhosdefloresIberis Plenosol.Boadrenagem Primavera/Verão 24-45 22 ExemplaresdefloraçãobrancaabundantesãoosmaisrústicosLobelia Plenosolemeiasombra.Qualquersolo Verão 10-20 15 Florescemelhorcomsolofértilecomregaemtemposeco

Matthiola Solemeiasombra.Solopermeável,poucoácido Quasetodooano 30-60 23-30Variedadescomdiferentesépocasdefloração.Aromáticas.Quatrogruposdeespécies

Myosotis Meiasombra.Solopermeável Primavera 15-30 20 FormamcoberturadensadepequenasfloresazuisPotentilla Plenosol.Qualquersolopermeável Verão 30-60 45 Muitoshíbridosdejardinagem

Primula Sol,meiasombra,sombra.Solofértil Primavera 8-20 15Muitoshíbridosegruposatendendoàcoreformadasinflo-rescências

Prunella Soloumeiasombra.Qualquersolo Primavera 22 45Fazemcoberturacompacta.Inflorescênciaspúrpura,rosadasebrancas

Salvia splendens Soloumeiasombra.Qualquersolo Verão 22-45 30 Floresvermelhas,rosadasepurpúreasSalvia superba Soloupoucasombra,boadrenagem Verão 90 45 Váriasespécies,floresazuis

Sanguinaria Soloumeiasombra.Solofértil Primavera 15 45Grandesfloresbrancas,durammaisasdecoroladobrada.Noinvernodesapareceaparteaérea

Saxifraga Sol,meiasombra,sombra.Solofértil Primavera/Verão 60-90 60Fazemboacoberturaesãomuitoresistentes.Váriasgruposevariedades

Sedum Sol.Folhascarnudas.Lugaressecos Primavera/Verão 30-60 30 Fazemboacoberturaesãomuitoresistentes

Sempervivum tectorum Plenosol.Qualquersolopermeável Verão 8 30Lugaressecos,resistebemàseca.Formamvistosasrosetasdefolhas

Silene Plenosol.Boadrenagem Verão 15 30 Floraçãoescalonadaeduradoura.FazemalgumacoberturaStachis lanata Soloupoucasombra,boadrenagem,qualquersolo Verão 45 30 Folhascompeloslanosos.Fazemalgumacobertura

Tagetes patula Plenosol.Qualquersolo Verão/Outono 15-22 15-22Corolassimplesoudobradas.Muitasformasdejardinagem.Aromáticas.Muitasvariedades,coresemisturasdecores

Thymus x citriodorus Sol.Qualquersolo.Formapequenamoita 5 15Formasdefolhadourada,prateadaematizadaeperfumealimonado

Thymus mastichina Plenosol.Solospobres.Formamoitamédia Primavera/Verão 20-30 30Cauleseinflorescênciasmuitoaromáticas.Importantepodarosramosaumpalmodosolo,nofinaldoInvernopararenovarrama

Thymus serpyllum Sol.Boadrenagem.Formapequenamoita Verão 5 60 Floresbrancas,rosadasouvermelhas

Viola Solospermeáveis.Sombraemeiasombra Quasetodooano 15-23 23-30Fazemboacobertura.Sãomuitoresistentes.Váriasespéciesevariedades

67

Espécies com orgãos subterrâneosGÉNERO ÉPOCA DE

FLORAÇÃOPROFUNDIDADE

[DISTÂNCIA] INTERESSE ADAPTABILIDADE MANUTENÇÃO

AlliumPrimaverae

iníciodoVerão.FinaldoOutono

Dependedocalibre.Pelomenos2-4cm

atéaoápice[5-10cm]

Variasvariedadeseespéciescombolbosdediferentescalibres.Floraçãovariada.Colorido

Maioriabastanteresistentesàsgeadas.Preferênciaporsolosfundosericosemmatériaorgânicaebemdrenados.Plenosol

PlantaçãonoOutono.Naturalizam-seemultiplicam-sefacilmente

Begonia*–Doisgrupos:Floresgrandeseflorespequenas(*consideradoapenasogrupodasbegóniascombolboeastuberosas)

DuranteoVerão15-20-30cm[20-30cm]

Floraçãomuitoabundanteecontinuada.Muitasespéciesehíbridosdejardinagem.Corolassimplesedobradasemuitosoutrostipos

Temperaturasamenas.Sensíveisaofrio.Meiasombra.Suportammaloplenosoleasfloresperdemcoloraçãoematizes.Solosbemdrenados,comcapacidadeparamanteremumcertoteordehumidade.Nãotoleramsoloencharcado,nemsolomuitoseco

Datadeplantaçãoéumfactordeter-minanteparaosucessoedependedotipodebegónia.EmgeralplantarnaPrimaverabolbosetubérculospré-germinados.Boasfloraçõesimplicamplantaçõesanuais

CrocusMeadosefinal

Inverno.IniciodaPrimavera

6-8cm[5-10cm]

Floraçãoeresistênciaaofrio

Folhasepétalascobertasporcutículacerosa,resistemrazoavelmenteàsgeadas.Apreciamsoloumeiasombra.Preferênciaporsolos,ricosemMO,ligeiramenteareno-sosebemdrenados

PlantaçãonoVerãoeOutono,mastam-bémpossíveldurantetodooanoporquehánumerosasespécieshíbridosdefloraçãoprimaverileoutonal.Naturalizamfacilmente

HyacinthusDezembroa

Março15cm

[15-20cm]Floração,coloridoearomática

Sensívelaoencharcamentodosolo.Necessitamdebomdesenvolvimentoradi-cular.Preferênciaporsolosfundosericosemmatériaorgânica

PlantaçãodesdemeadosdeNovembroatéDezembro.Boasfloraçõesexigemnovosbolboscadaano

Iris–Doisgrupos:Bolbososerizomatosos

FinalPrimaveraeVerão

Bolboentre5-8cmRizomasuperficial

[10-15cm]e[25-99]

Floraçãoescalonadadeváriascoresematizes.Váriasespécies

Poucoexigentesemsolo,desdequecomboadrenagem.Plenosol

PlantaçãonoOutonooudurantetodooanocommaterialpré-preparado.Dotiporizomatosonaturalizamfacilmente.Bolbososdevemserdivididosereplanta-dosapósafloração

Lillium–Váriosgruposdeacordocomformadasfloresemuitoshíbridos

FinaldaPrimaverae

Verão

Pelomenos5-15cmatéaoápice

[15-30-45cm]

Floraçãoexuberante,co-rolasdepétalasbrilhantes.Aromáticas

Poucoexigentesemsolo,desdequecomboadrenagem.Plenosol

PlantaçãonaPrimaveraeOutonoempro-fundidade.Naturalizam-seemultiplicam-sefacilmente.

Muscari Primavera8cm

[5-10cm]

Floraçãoazulebranca,idealparacombinarcomoutrasbulbosas

Poucoexigentes,adaptam-sebemaqualquertipodesolo.Resistenteaofrio.Plenosol

PlantaçãonoOutonoeInverno.Naturalizam-seemultiplicam-sefacil-mente.

Narcissus–Váriosgrupos:Narcisosdetrompeta,decoroladupla,decoroa,silvestres,junquilhos

MeadosdeJaneiroaMaio

15-20cmHíbridos[15-30]Silvestres[10-15]

Floraçãovistosaeprolonga-da.Váriostiposdecorolasedimensõesdoescapo.Aromáticas

Preferênciaporsolosargilososcombas-tantematériaorgânicaeboadrenagem.Resistentesaofrio

PlantaçãodesdeoOutonoatéaoiníciodeDezembro,desdequeatemperaturarondeos15ºoumenos.Naturalizam-seemultiplicam-sebem,masexigemboapreparaçãodosoloeenterramentoemprofundidade

OrnithogalumPrimaverae

Verão5cm

[10-15cm]Exuberantefloraçãobrancacomnervurasesverdeadas

Toleranteàsgeadas.Plantarformandomaci-çosemplenosolparapromoveraaberturagraciosadasflores

PlantaçãonoOutono.Naturalizamfacilmente

ScillaPrimaverae

Verão10cm

[10-20cm]Floraçãoecaulesmuitodecorativos

Espéciesdefloraçãotardiaresistembemaofrio.Requeremsolosbemdrenados,muitoricosemMO

PlantaçãonoOutono.Algumacapacidadeparanaturalizardependendodasvarieda-desehíbridos

Tulipa–Váriosgrupos:Híbridosprecoces,semi-tardiosetardios

FevereiroaMarço

5-15-20cm[10-15-20-30cm]Dependemmuito

docalibre

Floraçãoexuberanteecolo-rida.Váriostiposdecorolasedimensõesdoescapo

Sensíveisaoencharcamentodosoloemádrenagem.Exigembomdesenvolvimentoradicularefrio.Preferênciaporsolosneu-trosoualcalinos,masprosperambememqualquertipodesolo

PlantaçãodesdemeadosdeOutubroatéDezembro.Nalgunscasosdevearrancar-seosbolbosnofinaldaépoca

Calibre -perímetrooudiâmetro; MO -matériaorgânica; Naturalizar - possívelmanterbolbosnoterrenoduranteváriosanossemafectaraqualidadedafloração; Precoce –floraçãooudesenvolvimentoantecipada(o).

68

Espécies para cobertura do solo e fixação de taludesGÉNERO/ESPÉCIE CARACTERÍSTICAS, INTERESSE E MANUTENÇÃO CUIDADOS

Berberis darwinii, B. buxifolia Folhagemperene,floraçãoamarelaefrutosvermelhos.Qualquertipodesolo.Sol.Poucaounenhumapoda. PM

Calluna Floraçãointeressante.Variedadescomdiferentescores.Solosácidos,pobresdesdequepermeáveis.Plenosol.NaPrimaveraeliminarasfloresmurchaseladrõeserráticos.

CP

Cotoneaster Qualquersolocomboadrenagem.Abundanteeduradourafrutificação.Qualquersolo.Solepoucasombra.Sempoda. PM

Erica spp.Porteefloraçãovistosaeduradoura.Solospermeáveisemuitosol.Podaligeira.Exemplares,demasiadoaltos,podarafundo,masemAbrileMaio.

CP

Euonymus fortunei Váriasformasdejardinagem.Qualquersolo.Muitosol.Tantocresceprostrado,comoencostadoatutoresoutrepaparedesemuros. PMGenista hispanica Espinhosa.Floresamarelodouradas.Boacobertura.Qualquertipodesolomasplenosolparafloriremabundância. PMHedera colchica Folhagemverdebrilhantevariegada,dependodasespéciesevariedades.Resistente.Vivebemàsombra,masasdefolhasvariegadas

precisamdesol.PM

Hedera helix

Hypericum calycinum Floraçãoamarela,vistosa,abundanteeduradoura.Váriasvariedades.Qualquertipodesolo.Aosolouàsombra.NoiníciodaPrimaverapodeeliminar-seoterçosuperiordosramos.Coberturarápida,bomcontrolodeinfestantes.

CP

LavandulaVáriasespéciesevariedadesdeflorbranca,rosada,azuladasearroxeadas.Solosbemdrenados.Solemeiasombra.Podarerebaixararama,cortandooscaulesfloríferosdepoisdasinflorescênciassecarem,paramanteraformaeevitarcaulesvelhos,secosesemfolhas.

CP

Mahonia aquilifoliumFolhagemtipoazevinho,espigasdefloresamarelas,abundantesbagasazuladas.Muitoadaptáveleresistente.Tolerasombra.Apenasdesramações.

PM

PyracanthaFloração,massobretudoasgrandesmassasdefrutosvermelhos,laranjaouamarelos.Muitoadaptáveleresistente.Soloumeiasombra.Eliminarramosindesejáveis.

PM

SenecioFolhagemefloraçãoestival.Folhascoriáceasecobertasporintensapenugem.Solopermeável.Plenosol.Cortaroscaulesindesejá-veiseerráticos.

PM

SpiraeaVáriasespéciesdefloraçãobrancaourosada,corolasimplesoudobrada.Abundanteproduçãodefloresecrescimentorápido,formandomoitasdensasebemrevestidas.Solofértil.Soloumeiasombra.Podadependedaépocadefloração.FloresnaPrimavera,eliminarcaulesvelhosedebilitados;floresnoVerão,naPrimaveraseguintecortarramasaumpalmodosolo.

PMouMM

TamarixEspéciesdefloraçãoprimaverileestival.Porteefloraçãointeressantes.Adaptávelaqualquertipodesolopermeável.Gostadesol.NaPrimaveracortaramaiorpartedosramosdoanoanterior.

CP

Vinca Folhagembrilhanteevariegada,dependendodasespécies.Floraçãoabundanteeduradoura.Solospermeáveis,aosolouàsombra. PM

Manutenção: poucoscuidados,sempodaoueliminarramosvelhosesecos(PM); muitoscuidados(MM); algunscuidadosepoda(CP).

69

Bibliografia recomendadaBrickell C. (ed. & coord.) (2002) Nueva enciclopedia de

plantas y flores.The Royal Horticulture Society.Grijalbo.

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Walters,S.M.et.al.(eds.)(1981-1997).The European Garden Flora. Volumes1-6.CambridgeUniversityPress.

71

2.5 Preservação de árvores em locais de obra Stephen G. Dicke 1

“Eucaliptos são para nós,os pinheiros para os nossos filhose os sobreiros para os nossos netos”.AntónioGonçalvesFerreira,ProdutordeCortiça,Coruche

Asárvoressãoplantasresistentesquerecuperamfacilmente de ferimentos ou fracturas. Mas não sãoimortais.Oseupontofracoéoseusistemaradicular.Qualquer actividade que decorra sob uma árvore, àsuperfícieounosubsolo,constituiumaameaça,mesmoqueaparentementeinofensiva,comooarmazenamento

1) TraduçãodeJoãoAzevedo

deequipamentooumateriaiseotráfegodepequenosveículos ou pessoas. Por estas razões, este capítulodedica-seàprotecçãodasraízesdasárvores.

Porque se devem proteger as árvores?Asorientaçõesdeprotecçãoapresentadasneste

capítulorepresentamamelhorpossibilidadedesobre-vivênciadasárvorestantodurantecomoapósasobrasdeconstrução.Estasorientaçõesnãogarantem100%desucessomasse,apesarseguidas,umaárvoremorre,en-tãoaculpanãopodeseratribuídaaoseucumprimento.

Ignorarestasorientaçõeseprovocardanosemárvores implicaprejuízosnovalordemilharesdeeu-ros.Danosnasárvorespodemigualmenteconduziraproblemas na sua estrutura com consequências quepodemvariarentreaquedaderamosmortoseaquedadetodaaárvore.Quandoestasfalhasferempessoasoudestroempatrimónio,aresponsabilidadepodeserim-putadaaquemnãocumpriuorientaçõesdeprotecção.

Raízes críticasNoiníciodoseudesenvolvimento,asjovensár-

vorespodemlançarumaraizprimáriamasaolongodotempoasraízessecundáriasespalham-seeconcentram-seàsuperfíciedosolo.

Ospelosradicularespertodasuperfíciedosolosãotãopequenosenumerososque,naprática,fazempartedosolo.Qualqueractividadequecompacteoumovimenteosolopodeprovocarasuamorte.Felizmen-te,nemtodasasraízesdasárvoressãonecessáriasàsuasaúdeeestabilidade.Asraízesqueseencontrammaispróximasdotroncosãomaiscríticasqueasrestantes.

AsraízesmaisimportantesdaárvoreintegramaPlacaRadicularEstrutural.Estasraízeslargasefortesencontram-sepertodasuperfíciedosoloeestendem-seatéumadistânciade3,3mdotroncoemárvoresdeelevadoporte.Estaplacamove-senosoloduranteastempestades.Estragosnaplacaestruturalpodemser

Perdas de valor de propriedade (valores aproximados) causados por danos sobre árvores. Os valores reais po-dem variar de acordo com a avaliação dos estragos e com decisões dos tribunais.

Diâmetrodotronco1(cm)

Perdadevalordapropriedade2(€)

Árvoreafectada Árvoremorta

10 50 130

20 200 550

30 460 1.240

40 830 2.200

50 1.200 3.1001) Diâmetrodotroncomedidoa1,3mdosolo.Emterminologia

florestaldesigna-sepordiâmetroàalturadopeito(DAP);2) AvaliaçãodeperdasutilizandoométododeGoodinget al.(2000).

Pressupostos:aárvoreemcausaédeumaespéciedeinteresse,estáemboascondiçõesedevidamentelocalizadanumpátiodeentradabemmantidodeumaresidência.

72

Uma árvore adulta assemelha-se muito a um copo de vi-nho sobre um prato. O copo de vinho representa (1) as folhas e os ramos, (2) o tronco, e (3) a Placa Estrutural da Raiz. O prato (4) representa as raízes que absorvem água e nutrientes e que se espalham para o exterior até uma distância de duas vezes a abertura dos ramos.

fataisparaaárvoreoudeixá-lasemcapacidadedesesustentar.

Nosegundolugardeimportânciaencontra-seaZonaRadicularCrítica.Estazonacontémcercade85%do sistema radicular. Quaisquer estragos nesta zonairão,provavelmente,afectarasaúdeesobrevivênciadaárvore.Asraízesforadestazonasãomenosimportantespara a árvore, podendo ser completamente perdidas

As raízes das árvores mais criticas para a sua saúde e es-tabilidade. A Zona Radicular Crítica (área verde) contém 85% do sistema radicular. A Placa Radicular Estrutural (área vermelha) suporta a árvore.

semafectarsignificativamenteaárvore.Paracompensaraperdaderaízes,éfundamentaldedicarumcuidadomuitoespecialàsraízesdentrodaZonaCrítica.

Adistânciaaconselhávelentreumaconstruçãoe uma árvore corresponde ao raio da Zona RadicularCrítica.Pode-seestimaresteraiodeummodosimplesutilizandoodiâmetrodaárvoremedidoa1,3macimadosolo.Paraárvoresmédias,saudáveisesemproblemasestruturais,oraiodaZonaRadicularCríticaéiguala0,1mporcadacentímetrododiâmetrodotronco.

O raio da Placa Radicular Estrutural e da Zona Radicular Crítica aumenta com o diâmetro do tronco1.(Coder1996,FiteandSmiley2008)

Diâmetrodotronco2(cm)

Raio(m)

PlacaRadicu-larEstrutural

ZonaRadicu-larCrítica

5 0.6 0.510 0.9 120 1.5 230 2.1 340 2.4 450 2.7 560 2.9 670 3.0 780 3.1 890 3.2 9

100 3.3 101) Pressupostos:Árvoreadulta,saudável,semproblemasestrutu-

raisdeespéciecomtolerânciamediaaestragoscausadosporconstrução;

2) Diâmetrodotroncoa1,3mdosolooudiâmetroàalturadopeito(DAP)

Odiâmetrodotroncopodesermedidodirecta-

1 1

2

34

23 4

73

mentecomumasutaouumafitadediâmetros.Podesimplesmentecalcular-seapartirdamedidadacircun-ferênciadotroncodivididaporpi(p=3,14).Paraocasodeárvorescommúltiplostroncos,pode-secalcularumdiâmetrocombinadosomandoosvaloresdosquadra-dos dos diâmetros dos troncos individuais, dividindoesse valor pelo número de troncos, calculando-se deseguidaaraizquadradadovalorobtido.

Uma estimativa mais rigorosa do raio da ZonaCríticapodeobter-secombasenatolerânciadaespécieadanoscausadosporactividadesdeconstruçãoeida-

derelativadaárvore.Espéciescomelevadatolerânciaa danos, tais como o sobreiro, têm um raio de ZonaCríticamenordoqueamédia.Pelocontrário,espéciescom baixa tolerância, como o Plátano-bastardo (Acer pseudoplatanus),necessitamparasobreviverdeumraiodeZonaCríticaRadicularsuperioràmédia.Asárvoresrelativamentejovenstambémprecisamdeumespaçomenorparasobreviremdoqueasárvoresqueultrapas-samaidadedematuridade.

Danos causados pelas actividades associadas à cons-

Recomendações para determinar o raio da Zona Radicular Crítica em árvores saudáveis e sem problemas estruturais.(FiteandSmiley2008)

Tolerânciadaespécieada-noscausadosporconstrução

Idaderelativadaárvore

RaiodaZonaCríticaRadicular(mporcmdediâmetrodotronco)

ElevadaJovem 0.06Adulta 0.09

Madura 0.12

MédiaJovem 0.09Adulta 0.12

Madura 0.15

BaixaJovem 0.12Adulta 0.15

Madura 0.18

74

truçãoDanosnasraízesdaZonaRadicularCríticapodemlevaràmortede

árvoressaudáveisdeumaformalenta.Oprocessodemortedasárvoresapóssofreremdanosédesignadopor“espiraldemortalidade”.QuantomaisumaárvoredescenestaespiralmaisdifícillheérecuperarevoltaraonívelSaudável.Istosignificaque,seforemconsideradostratamentosparaasuarecuperação,estesdevemseraplicadosimediatamenteapósaocorrênciadosdanos.NãosedeveesperarqueaárvorechegueaosníveisEmstressouEmdeclínio.

Níveisdaespiraldemortalidadedeumaárvore:Em stress.Danosduranteaconstruçãoenfraquecemaárvoretornan-

do-avulnerávelaoutrosfactoresdestressquenormalmentenãoseriamcapazesdeaafectar.Seca,ataquesdeinsectosedoençaspodem sermortaisquando combinadoscomdanos resultantesdaconstrução.Aacumulaçãodecausasdestressenfraquecepro-gressivamenteaárvore.Habitualmenteaárvorenãoexibesinaisdapresençadeproblemasnestafasecomexcepção,eventualmente,dealgumareduçãodadensidadedefolhasnacopaedadescolo-raçãodasfolhas.Aseveridadeeduraçãodosstressesdeterminamapossibilidadederecuperaçãodasaúdedaárvore.

Em declínio.Asextremidadesdaárvoreondeocrescimentoocorrenãoconseguemsersuportadasemorrem.Sinaisdedeclínio in-cluemumadensidadefoliarmuitoreduzidaeumaelevadapresençadefolhasamareladasepequenas.Muitosramosegomosmortospodem ser encontrados na parte superior da árvore. As árvorespodemseratacadasporinsectosxilófagoseescolitídeos.Quandoumaárvoreatingeesteestadojánãopodeserrecuperada.

Morta. A morte da árvore resulta habitualmente da combinaçãofataldefalhasestruturais,degradaçãodoestadofisiológicoedasusceptibilidadeapragasedoenças.Asárvoresdeespéciesresi-nosasgeralmentemorremnoespaçodeumanoapósaocorrênciadeestragosseverosnasraízes.Asfolhosasgeralmentemorremdeformamaislenta.Apósdanosgravesumafolhosapodeviveraindaentre2a10anos.

Danos causados sobre as raízes ini-ciam uma espiral de mortalidade que pode levar à morte de árvores saudáveis num período de 1 a 10 anos.(Matheny&Clark1998)

Saudável

Emstress

Emdeclínio

Morta

75

VedaçõesDeformaaprevenirestragosnasraízes,asacti-

vidadesdeconstruçãodevemserdesviadasdaárvore.UmadasmelhoresmaneirasconsisteemrodearaZonaRadicularCríticacomumavedaçãoparaaprotegerdeagressões.Asvedaçõesdevemsercolocadasantesdoiníciodaconstruçãoemantidasintactasatéàinspecçãofinal.Devemterpelomenos1mdealtura,serclaramen-

tevisíveisnaobraemantidasporsuportesdeaçooumaterialsimilar.Devemtambémestarassinaladasporavisosbemvisíveis.Deveserindicadaumapessoaparamonitorizarasvedações.Parapreveniraremoçãodasvedaçõeseaocorrênciadeestragosnasraízespodeserincluídaumacláusulacompensatórianoscontratosdeconstrução.

Semprequepossívelrecomenda-seaprotecçãodegruposdeárvoresemvezdeárvoresindividuais.Paraprotegerumgrupodeárvores,determina-seoraiodaZonaCríticadecadaárvoreecoloca-seavedaçãonoexteriordaZonaRadicularCríticadoconjunto.

A colocação de uma vedação em re-dor da Zona Radicular Crítica asse-gura a sobrevivência da árvore.

Vista superior de uma zona de pro-tecção (linha verde exterior) de um grupo de árvores. Os pontos repre-sentam o tronco das árvores e os cír-culos as respectivas Zonas Radicula-res Críticas.

Que árvores salvar?As árvores prioritárias para conservação são

aquelasquesãosimultaneamentesaudáveis,relativa-mentejovensedeespéciescomelevadatolerânciaadanos,umavezqueapresentammaiorprobabilidadede sobreviverem. Deve evitar-se tentar salvar árvoresquenãosejamsaudáveis,deidadeavançada,deespé-ciesdebaixatolerânciaaestragosouqueapresentemdefeitos.Estesdefeitosreduzemovalordasárvoresetornammuitomaisdifícilmantê-lasvivasesaudáveis.

Adimensãodasárvoresaconservardependeda

finalidadeecaracterísticasdoespaçodeinstalaçãoedeaspectosfinanceiros.Árvoresdegrandeportepodemser muito desejáveis e extremamente valiosas numapropriedade mas a sua preservação é muito difícil ecara.Asactividadesdaconstruçãopodemterqueserconsideravelmentealteradasparaprotegerosistemaradiculardeumagrandeárvore.Oproprietáriotemqueestardispostoasuportarfinanceiramenteessasaltera-çõesantesdedecidirpelasuamanutenção.Proprietárioscomorçamentosdeconstruçãomaislimitadosterãoque

Proibidaaentrada Nãoretirar

acerca

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centraroseuesforçonamanutençãodeárvoresdemenorporte.Estassãomuitomaisfáceisebaratasdeprotegeresalvar.

Asárvoresdealgumasespéciessãomelhoresinvestimentosalongoprazodoqueoutras.Osobreiro,porexemplo,tendeadesenvolver-seemárvoresdegrandeporteedeelevadovalor.Aresistênciadamadeiradosseusramos,troncoeraizpermite-lheresistiraquebrasdurantetempes-tades.Osobreirotemaindagrandelongevidadeeregistapoucaspragasde insectos. Espécies que apresentem estas características são as maisadequadasparaconservar.

Quatro passos para a protecção de árvores: cartografia e planeamento, pré-tratamento, supervisão e pós-tratamento

Deve evitar-se tentar salvar árvores com defeitos sérios ou fatais: 1 – extre-midades mortas e/ou “dieback” nos ramos de maior dimensão, 2 – ângulos de inserção dos ramos apertados e/ou troncos co-dominantes, 3 – história de danos causados por raios, insectos ou equipamentos, 4 – curvaturas e/ou irregularidades do terreno, e 5 – fendas, cavidades, podridões, fungos, térmitas, “formigas carpinteiras” e cancros (Elmendorfetal2005).

1.CartografiaeplaneamentoÉnecessárioplanearcomantecedênciadeforma

agarantirqueasárvoreseasactividadesdeconstruçãonão se sobreponham. O planeamento deve iniciar-secomumpercursopelapropriedadeparaidentificaçãodasárvoresqueirãosermantidas.Estasárvoresdevemestarcartografadasantesdasobrasseiniciarem.Are-alizaçãoantecipadadeacordosedeajustamentosaoprojectosãomaisfáceis,maisbaratosemaiseficazesnaprotecçãodasárvores.AlocalizaçãoexactadecadaárvoreedasuaZonaRadicularCríticadevemconstardoprojectodeconstrução.Devemserdeterminadasasáreasdeconflitoentreasárvoreseaconstrução.DeveaindaserprevistaaextensãodosdanossobrecadaZonaRadicularCrítica.Devemfinalmenteserfeitosplanosdeajustamentodasactividadesdaconstruçãoparaprote-gerasraízeseaumentarasobrevivênciadasárvores.

A cartografia das árvores antes da construção ter início pode ajudar a encontrar as árvores que podem ser pre-servadas. Essas deverão estar numeradas e catalogadas. As árvores a eliminar devem ser marcadas com um X.

Propostadeimplantação

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Aqueproximidadedasestruturaspodemestarasárvores?

AdistânciaidealdotroncodeumaárvoreaumaestruturaconstruídaéigualaoraiodaZonaRadicularCríticamais,pelomenos,3m.EstadistânciapermiteainstalaçãodeumavedaçãoemtornodetodaaZonaRadicular Crítica e ainda do decorrer das actividadesnormaisdaobra.

Porvezesumaárvoreencontra-seaumadistânciadaconstruçãoinferioràdaidealeavedaçãoprotectoratemqueserdesviadaoqueexpõepartedaZonaRadi-cularCrítica.ÉnestescasosnecessárioconsiderarumazonatampãoadicionalparaprotegeraZonaRadicularCríticaexpostanoexteriornavedação.Paraestabelecerumazonatampãodevecomeçar-seporcobriraporçãodaZonaRadicularCríticaexpostacomestilhadema-deiraaumaprofundidadedepelomenos15cm.Esta

Distâncias mínimas entre estruturas e árvores e protecção necessária.

Tipodees-trutura

Tolerânciadaárvorea

danos1Distânciamínima Protecçãodaárvorenecessária

Todas Todas ZRC2+3m Vedação3

Todas Baixa ZRC2 Vedação+ZonaTampão

Edifícios Elevada MenordeCRZe6m Vedação+ZonaTampão+Revestimentoderamos

Passeioouacessopavi-

mentadoElevada 3m Vedação+ZonaTampão+Revestimentoderamos5

+Ajustamentodaconstrução

1)Tolerânciadaárvoreàconstruçãoconsiderandoespécie,idaderelativaeestadosanitário;2)ZRC=raiodaZonaRadicularCrítica(VerTabelasanteriores);3) VedaçãodeprotecçãoàZRC;4) Zonatampãoparaprotecçãodasraízesnoexteriordavedação.5) Revestimentoparaprevenirdanosdirectos.

camadadeverádepoissercobertaporgravilhadeformaaestabilizarasuperfície,sendodeseguidacobertapormadeiracompensadaoutapetes.Azonatampãodevemanter-sedurantetodooperíododeconstrução.

Árvoresdeelevadatolerânciaadanospodemficara6mdeconstruçõese3mdepasseios.Umacombina-çãodeumavedaçãoeumazonatampãoseránecessáriaparaprotegerasraízes.Asestruturasnãopodemficartão próximas no caso de árvores de espécies poucotolerantes.TodasasestruturasdevemficarnoexteriordaZonaRadicularCritica.

Troncosouramosdedimensãoelevadatêmqueser revestidos quando sujeitos a potenciais estragosdirectos.Nestecasoostroncoseramosdevemserenvol-vidosemredeplásticarevestidosnoexteriorporplacasresistentes. A colocação de fardos de palha em voltadotroncoétambémumaformaefectivadeprotecção.

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Eseumaárvoreestádemasiadoperto?Geralmente, quando uma árvore se encontra a

umadistânciadeumaestruturainferioraoslimitesde-finidosanteriormente,asopçõessãoremoveraárvoreouremoveraestrutura.Emalgunscasos,porém,pode-seconsiderartécnicasdeconstruçãoalternativas.Umaopçãoéainstalaçãodeplataformaselevadassobreazonadasraízes.Outrasopçõesincluemasubstituiçãodeviasdeacessoasfaltadasporpavimentosarticuladosoupavimentosflexíveis,suspensãodepartesdeedifícios(alpendres,porexemplo)sobrepilareseconstruçãodepassagenspedonaisemtijolooulajesdepedrasobreareia.Devemsercontactadosprofissionaisnocasodehaverinteressenaaplicaçãodestastécnicas.

ValasUma vala é uma escavação linear no solo para

instalaçãosubterrâneadelinhaseléctricasoudedistri-buiçãodeágua,gás,entreoutros,ouparaaconstruçãodealicerces,estradas,passeiosesistemasderega.Asvalasnuncadevemser localizadasnaPlacaRadicularEstrutural.Estaplacapode-seestenderaté3-4metrosdedistânciadotronco.ProtegeraZonaRadicularCriticaé igualmente importante não devendo ser admitidaqualquermaquinariadeaberturadevalasnestaárea.

Asinstalaçõessubterrâneaspodemsercolocadasporbaixodaraizdaárvoreemtúneisabertoscomaju-dadesondas.AaberturadetúneisnaZonaRadicularCritica a uma profundidade mínima de 0.6m evitaráageneralidadedas raízes.Quandoa instalaçãopassadirectamentesobo troncodaárvoreaprofundidadedotúneldevesersempresuperiora1m.

Outraopçãoéabrirumavalasemafectarasraízesmaiores.Istopodeserfeitocomummartelopneumáticoou,cuidadosamente,àmãoporbaixodasraízesapartirdosladoseempequenasextensões.Aaberturadevalas

deveserevitadaemdiasquentes,secosouventosos.Asraízesdevemserprotegidasimediatamenteembrulhan-do-asemserapilheiramantidahúmidademodoaevitarosefeitosnocivosdaexposição.Asvalasnãodevemserdeixadasabertasdurantemuitotempo.Osolodeveserrepostorapidamenteeregadoparaaumentaraadesãoàsraízes.Seumaraizficarseriamente lesadaduranteo processo, para que recupere mais facilmente devecortar-seacimadaáreaafectada.Istopodeserfeitocomumapequenaserradepoda.

Instalações subterrâneas podem ser colocadas na proxi-midade das árvores sem danificar as suas raízes através da abertura de túneis. Uma alternativa consiste em abrir valas cuidadosamente com um martelo pneumático ou manualmente.

AlteraçõesdodecliveDe forma ideal, todas as alterações do declive

do terreno (aumentando ou diminuindo a inclinaçãoda superfície do solo) devem ocorrer fora da ZonaRadicular Crítica. Remoções e enchimentos de solopodemrequererainstalaçãodemurosparagarantirapendenteoriginalemtornodaárvore.Deveevitar-sealteraçõesqueafectemdrasticamenteatoalhafreáticaeadrenagemnatural relativamenteàárvore.DevemserinstaladosdrenosnaáreadaZonaRadicularCríticaparaonde,depoisdamodificaçãodoterreno,passaahaverconcentraçãodeáguaedevesergarantidoofor-

Túnel Vala

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necimentodeáguanaszonasqueficamexcessivamentesecasapósessamesmamodificação.Nãodeveserper-mitidoomovimentodemáquinasnaZonaRadicularCríticaduranteaalteraçãodorelevodeformaaevitaracompactaçãodosolo.

Os enchimentos podem danificar o sistema ra-diculardasárvorespela reduçãodofornecimentodeoxigénio e água. Dentro da Zona Radicular Crítica amáximaalturaadmissíveldependedatexturadoma-terial de enchimento. Por exemplo, no caso de areia,está recomendada uma altura até 20cm sem afectarsignificativamenteas raízes.Comaajudadeumpro-fissionalpodemserencontradasmisturasdesoloparaenchimentosaté1mdealtura.Nenhumenchimento,noentanto,devetocarotroncodaárvore.Parataloenchi-mentodeveterumdeclivegradualatéaproximidade

dotroncoou,alternativamente,podeconstruir-seummurodeprotecçãoemvoltadotronco.

Aremoçãodesolooua reduçãododeclivenaZona Radicular Crítica pode facilmente causar danosnasraízes.Por isso,nãoserecomendaaalteraçãododeclivenestaárea.UmmuroderetençãoforadaZonaRadicularCríticapermiteocortedoterrenoparaefeitosdeconstrução.

2.Pré-condicionamentoInfestanteslenhosaseherbáceasdevemsereli-

minadasporcorteenãoporarranque.Aaplicaçãodeumherbicidaàbasedeglifosatoétambémumaformaefectivadecontrolodeplantasindesejáveis.Todososramosquepodementraremconflitocomasactividadesdeconstruçãodevemserpodadoscorrectamenteere-movidos.Esteprocedimentoevitaoseuesgaçamento

ouquebra(Johnson2001)Antesdoiníciodaconstrução

a condição do solo pode ser me-lhorada dentro da Zona RadicularCrítica.Oobjectivoéforçarasnovasraízesadesenvolverem-senadirec-ção da área sob protecção, longedosolodesprotegido.Seosoloseencontrar já compactado deve serarejadoregularmente.Osarejamen-tospodemserfeitosduasvezesporano durante dois anos e uma vezpor ano nos anos seguintes. Deve

Em cima: a manutenção de muros pode assegurar o declive original na Zona Radicular Crítica e permitir alterações do relevo necessárias à realização da construção. À esquerda: arejamento do solo para aliviar a compactação na Zona Radicular Crítica.

Enchimento

ZonaradicularcríticaDecliveoriginaldosolo

Corte

80

seraplicadotambémumfertilizantedebaixoteordeazotoedelibertaçãolentaparaestimularocrescimentoradicular,evitando,noentanto,odesenvolvimentodefolhas(aconselha-seumaavaliaçãodosoloparaverificarosactuaisníveisdeN,PeK–vercapítulo3.6)

Otratamentomaisimportantedosoloéo“mul-ching”(coberturaeprotecção)dazonadeprotecçãodaraizaumaprofundidadede10a15cm.Madeiravelhaecascadeárvoressãobonsmateriaisparaaumentaroteordematériaorgânicaeacapacidadederetençãodeáguanosolo.O“mulching”deveserevitadojuntoaotroncodaárvore.Seestiverprevistaaremoçãodo“mulching”, deve ser colocada previamente uma telasintéticaparafacilitarasuaremoção.

A rega também contribui eficazmente para amanutençãodasaúdedasárvores.Podemserutilizadostubosdeparedeporosaououtratécnicaparaaplicar2,5cm de água semanalmente na Zona Radicular Críticaduranteperíodosdeseca.Quandoaárvoreseencon-tradanificadaesãonecessáriasregasmaisfrequentes,podeserutilizadoumtensiómetroparadeterminarosperíodosemqueahumidadedosoloéinferioràade-quada.Deve-seevitarousodetemporizadoresporquetendemaforneceráguaemexcesso.Aaplicaçãopréviade“paclobutrazol”aosoloantesdoiníciodaconstruçãotem-se mostrado eficaz para o desenvolvimento denovas raízes e na manutenção da saúde das árvoresduranteaconstrução.Quaisquerherbicidasouesteri-lizantesdosoloautilizarnasproximidadesdasárvoresdevemseravaliadoscuidadosamente.Devemserlidosatentamenteosrótulosdestesprodutosparaevitarasuaaplicaçãodanifiqueasárvores.

3.SupervisãoAsreuniõescomosempreiteirossãofundamen-

tais.Deve-lhesserexpressoodesejodeconservarár-

voresbemcomorevistasascláusulasdocontratoquedefinempenalizaçõesparaaocorrênciadedanosnasárvores.Devem-lhessertransmitidasasexpectativasdoproprietáriooupromotorbemcomoanecessidadedequalqueroperáriopermanecersempreforadaszonasvedadasezonastampão.Devesemprehaverumres-ponsávelpeloacompanhamentodiáriodasvedações.Nocasodealgumdanoocorrer,deveserimediatamentereparadoouresolvido.

4.Pós-tratamentoUma das perturbações mais comuns durante a

construçãoéacompactaçãodosolo.Váriostratamentosestãodisponíveisparareduziracompactaçãoeaumen-taroarejamentodosolo.

• Mantererenovaranualmenteacamadade10a15cmde“mulch”

• Utilizaruminjectordearparaformarespaçosefracturasnosoloparacriarporosidade.Estapráticadeveseraplicadapelomenosduasvezesporanoduranteváriosanos

• Escavarvalascomumaprofundidadede30a60cm,orientadascomoraiosdeumaroda,emtornodaárvore.Nessasvalassubstituirosoloporummaterialporoso.

• Aplicar“mulching”verticalmenteemcovascom5-7cmdediâmetroeaté30cmdeprofundi-dade, escavadas com uma broca. Começar aaberturadecovasapartirdaPlacaRadicularEs-truturaleperfurardeacordocomumagrelhade40x40cma60x60cmnaZonaCriticaRadicular.Seforemencontradasraízesgrandesosdanospodemserevitadosdesviandoligeiramenteabroca. Preencher os espaços com composto,“mulch”ououtromaterialorgânico.

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Osbenefíciosmáximospodemserobtidospelaaplicaçãodetratamentoslogoqueseverifiqueaocor-rênciadedanos.Nãopermitaqueacompactaçãoleveaárvoreaseguiraespiraldemortalidadeantesdeiniciaro tratamento. Estes tratamentos podem ser eficazesindividualmenteouemcombinaçãocomaaplicaçãodoreguladordecrescimento“paclobutrazol”.

BibliografiaCoder, K.D. 1996. Construction damage assessments.

Trees and Sites.FOR96-039aUniversityofGeorgiaSchool of Forest Resources, Athens, GA. www.urbanforestrysouth.org23p.

Elmendorf,W.,H.Gerhold,andL.Kuhns.2005.A guide to Preserving Trees in Development Projects. PubUH122.PennStateUniversityofSchoolForestRe-sources,UniversityPark,PA.pubs.cas.psu.edu27p.

Fite, Kelby andThomas Smiley. 2008. Managing trees during construction; part one. Arborist News17(6):12-17.

Gooding,R.F.etal.2000.Guide for Plant Appraisal.9thedition.ISBN:1-881956-25-3InternationalSocietyof Arboriculture, Champaign, IL. www.isa-arbor.com143p.

Johnson,G.2001.How to protect trees from construction damage. GroundsMaintenance36(11):28-31.

Matheny,NandJ.R.Clark.1998.TreesandDevelopment.Atechnicalguidetopreservationoftreesduringlanddevelopment.ISBN:1-881956-20-2Interna-tional Society of Arboriculture, Champaign, IL.www.isa-arbor.com183p.

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Lista de Verificação1–Cartografiaeplaneamento

• Determineoqueoclientedesejaeaimportân-ciarelativadapreservaçãodeárvores

• Inventarieolocaldeconstruçãoeprepareummapaqueidentifiqueosolo,árvores,vegetaçãoe outros recursos. Determine as árvores queestão saudáveis, sem problemas estruturais eafastadasdezonasdeconstrução

Incluanoplanodeconstrução:• Ummapacomasinalizaçãodasáreasondeas

vedaçõesdeprotecçãodevemsercolocadaseasáreasforadoslimitesdaactividadedecons-trução

• Umalistadasalteraçõesnaconstruçãoneces-sáriasàprotecçãodasárvoresimportantes

2–Pré-condicionamento• Construaviasdeacessoelocaisdeestaleiros.

Idealmente, estes devem fazer parte do pro-jectofinal.Confirmequeesterilizantesdosoloautilizarsãosegurosparaasárvores

• Revejacompessoasdosserviçosdeabasteci-mento de electricidade, água, gás e outros, alocalizaçãodaslinhas,valasetúneisnecessários

• Corteeremova(nãoarranque)árvoresindese-jadaseoutrasplantasemáreasaproteger

• Fertilizeeaplique“mulch”(coberturadosolo)nazonaradicularprotegidadasárvoresaserempreservadas

• Instale vedações de protecção, sistemas dedrenagemederega(senecessário)

• Determineoslocaisdaobraondesepodeco-locarsolodacamadasuperficialeentulho

3–Supervisão• Reúnacomoempreiteirodaobraeacordecom

eleoslimitesdaáreadeconstrução,oslocaisparaarmazenamentodemateriais,parquesdeestacionamentoparaostrabalhadoreselocaisparaacolocaçãodecontentoreseequipamen-tossanitáriosportáteis

• Definaeacordeas formasderecolhaetrata-mento de resíduos, particularmente cimento,tintaseplásticos

• Defina e acorde a gestão da água incluindoerosão, escoamento superficial causado portempestadeselimpezadecamiõesbetoneira

• Noprimeirodiacertifique-sedequeháalguémencarregadodeprotegerasvedaçõesdeinva-sões

• Instaleemprimeirolugarlinhasdeserviçosdeabastecimento (electricidade, água, gás, etc.),seguidasdeviasdeacesso,passeioseáreasparaestacionamentoefinalmenteedifícios

• Verifique todas as alterações de última horarelativamente ao plano de conservação paraasseguraraprotecçãodasárvores

• Inspeccioneolocaldaobraduasvezespordia• Forneçaágua,fertilizanteeprotecçãocontrain-

sectosedoençasemníveisextraparaprotegerasárvores

• Pode/repare árvores danificadas. Restabeleçacondiçõesdesolofavoráveisaseguiraqualquerperturbação.

• Mantenhao“mulch”

4–Pós-tratamento• Removervedaçõestemporáriasesistemasde

irrigação• Reabiliteáreascompactadaseerodidas.

83

• Forneçaágua,fertilizanteeprotecçãocontrain-sectosedoençasemdosesextraparaprotegerasárvores.

• Mantenhao“mulch”

CopyrightInternationalSocietyofArboriculture. Usedwithpermission.

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Manutenção e gestão

Uma vez instalados, os espaços verdes neces-sitam de um conjunto de cuidados, permanentes outemporários,destinadosamanterassuasestruturasefunções.Estescuidadosconsistemempráticasdiversas,aplicadasprincipalmenteaárvores,arbustoserelvados,deformaaassegurarasuavitalidadeesanidadebemcomo outros aspectos relevantes, designadamenteelementosestéticos.

Incluem-senestecapítulodemanutençãoeges-tãoaspráticasligadasàfertilização,regaedrenagem,

podasdeárvoresearbustos,manutençãoderelvadoseprotecçãodeárvorescontra

agentesnocivos.Umavezqueexistemriscosassociadosàmanutençãodeárvoresdegrande

porteemespaçosurbanos,particularmentedasmaisdebilitadas,dedica-seumsub-capítuloàsua

minimização.Outrosaspectosfundamentaisdagestãodees-

paçosverdessãoamanutençãodecorredoresripícolasnascidades,elementosessenciais

dasuaestruturaefuncionamento,odes-tino a dar aos materiais resultantes das

práticasdemanutenção,nomeadamenteosresíduosdepodasedoscortederelva,easregrasdelimpezaesegurançadosespaçosverdes.

São ainda descritos os métodos seguidos nacomplexa tarefa de recolha, análise de utilização dequantidades muito elevadas de informação relativaaosespaçosverdeseaosseuselementosconstituintes.

tãoaspráticasligadasàfertilização,regaedrenagem,podasdeárvoresearbustos,manutenção

ripícolasnascidades,elementosessenciaisdasuaestruturaefuncionamento,odes-tino a dar aos materiais resultantes das

práticasdemanutenção,nomeadamenteosresíduosdepodasedoscortederelva,easregrasdelimpezaesegurançadosespaçosverdes.

São ainda descritos os métodos seguidos nacomplexa tarefa de recolha, análise de utilização dequantidades muito elevadas de informação relativa

elementosestéticos.Incluem-senestecapítulodemanutençãoeges-

tãoaspráticasligadasàfertilização,regaedrenagem,podasdeárvoresearbustos,manutençãoderelvadoseprotecçãodeárvorescontra

agentesnocivos.Umavezqueexistemriscosassociadosàmanutençãodeárvoresdegrande

porteemespaçosurbanos,particularmentedasmaisdebilitadas,dedica-seumsub-capítuloàsua

minimização.Outrosaspectosfundamentaisdagestãodees-

paçosverdessãoamanutençãodecorredores

tãoaspráticasligadasàfertilização,regaedrenagem,podasdeárvoresearbustos,manutençãoderelvadoseprotecçãodeárvorescontra

agentesnocivos.Umavezqueexistemriscosassociadosàmanutençãodeárvoresdegrande

porteemespaçosurbanos,particularmentedasmaisdebilitadas,dedica-seumsub-capítuloàsua

minimização.Outrosaspectosfundamentaisdagestãodees-

paçosverdessãoamanutençãodecorredoresripícolasnascidades,elementosessenciais

resíduosdepodasedoscortederelva,easregrasdelimpezaesegurançadosespaçosverdes.

complexa tarefa de recolha, análise de utilização dequantidades muito elevadas de informação relativa

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Finalmente,dedica-seatençãoaoenvolvimentoepar-ticipaçãodapopulaçãonagestãodosespaçosverdesporque estes só fazem sentido se considerados emconjuntocomosseusutilizadoresquepodemdesem-penharumpapelfundamentalnasuagestãoenasuamanutençãonasmelhorescondições.

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3.1 Fertilização Margarida Arrobas

Osoloéolocalqueservedesuporteàvidadasplantas, fornecendo-lhe alimento, água e oxigénio. Amonitorizaçãoperiódicadadisponibilidadedosnutrien-tesnosoloéfundamentalumavezque,seaquantidadedisponívelnosolonãoforsuficienteparaumadequadodesenvolvimentovegetal,seránecessárioprocederàsuaaplicaçãonaformadefertilizantes.Estamonitorizaçãotorna-se particularmente impor-tante se, no Outono, se procede àremoçãodamantamortaqueficaàsuperfíciedosolo,quebrandoociclodosnutrientes.

Quais os nutrientes considerados essenciais ao desenvolvimento da vegetação?

Existem 16 elementos consi-deradosnecessáriosaocrescimentoereproduçãodasespéciesvegetais.A vegetação utiliza carbono e oxi-génioatravésdasfolhas,apartirdodióxidodecarbonoedoar.Ohidro-génioprovémdaáguaeéabsorvidoatravés das raízes. Os restantes 13elementosencontram-se,emgeral,nosolo.Estesnutrientesdividem-seemmacronutrientes(azoto,fósforo,potássio, cálcio magnésio e enxo-fre) e micronutrientes (boro, cloro,cobre,ferro,manganês,molibdénioe zinco). Os macronutrientes sãoabsorvidos em quantidades maiselevadasdoqueosmicronutrientes.

Oazoto,fósforoepotássiosãoosnutrientesaplicadosmaisfrequentementenaformadefertilizantes.

Azoto(N)Trata-sedonutrienteresponsávelpelacorverde

das folhas (fundamental para a fotossíntese) e pelocrescimentonormaldosrebentos.Oazotoétambémonutrienteque,quandoaplicado,temoefeitomaisvisível na vegetação.A sua deficiência manifesta-seporcoloraçõesamarelasqueseiniciamnasfolhasmais

CO2H2O

MACRONUTRIENTESAzotoFósforoPotássioCálcioMagnésioEnxofre

MICRONUTRIENTESFerro

ManganêsBoro

MolibdénioCobreZinco

Nutrientes necessários ao desenvolvimento da vegetação.

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velhaseseestendemprogressivamenteatodaaplan-ta,conduzindoàquedaprematuradefolhas.Nosolo,oazotoexisteemformasorgânicaseminerais,sendoasformasnítricaeamoniacal,asmaisutilizadaspelasplantas. A forma nítrica desaparece rapidamente dosolo por lixiviação, tornando-se, frequentemente, umnutrientecríticoquerpeloseurápidodesaparecimen-toquerpelapossibilidadedecontaminaçãodeáguassuperficiaiseaquíferos.Porestesmotivos,aaplicaçãodestenutrienteaosolodeverevestir-sedealgunscui-dados.Assim,deveprivilegiar-seaaplicaçãodeformasazotadasmaisestáveiscujapermanêncianosolosejamaispersistentenotempo.

Fósforo(P)Éimportanteparaodesenvolvimentoderaízes,

flores,frutosesementes,sendo,porisso,umnutrientedeterminanteemtodoociclovegetativodasespécies.Afaltadefósforopodemanifestar-sepeloaparecimentodecoloraçõesavermelhadas,azuladasouverde-escurode chumbo, fenómeno que se inicia nas folhas maisvelhas.Trata-sedeumelementocujadisponibilidadenosolonãodependeapenasdaquantidadeexistentemastambémdopH.Valoresbaixosoumuitoelevadosde pH condicionam fortemente a possibilidade deabsorção deste nutriente pelas raízes. A maior partedossolospossuiteoresbaixosnestenutriente,sendofrequentementenecessáriaasuaaplicação.Aocontráriodoazoto,ofósforonãoémóvelnosoloe,porisso,podeserconvenienteaplicá-lojuntodasraízes.

Potássio(K)Éimportanteparaafotossíntese.Pareceterum

papelimportantenavivacidadedacordasflores.Ajudaasplantasamanterem-sehidratadas,tornando-asmaisresistentesàfaltadeáguanosolo.Adeficiênciaempo-

tássiomanifesta-sepelamortedostecidosnosrebordosdasfolhas,comenrolamentodasmesmasparaapáginasuperior.Jáemespéciesleguminosasderelvados,comoporexemploostrevos,estadeficiênciapodemanifestar-senaformadepontuaçõesbrancasentreasnervuras.Emgeral,ossoloscontêmquantidadessuficientesparaasplantas.Noentanto,adeficiênciapodesurgircommaiorfrequênciaemlocaisondeocálcioeomagnésioexistememquantidadeselevadas.

RestantesnutrientesDeacordocomteoriasdenutriçãovegetal,aes-

sencialidadedosrestantesnutrientesfoiprovadapelofactodeseremparteintegrantedeestruturasformadasnoprocessodecrescimento,pordaremestabilidadeaostecidosdesuportedasplantasouporseremimportan-tesnasreacçõesqueocorrem,associadasaoprocessodecrescimento.Oreconhecimentovisualdesintomasdedeficiênciarequerexperiênciae,nadúvida,omelhoréconfirmaroestadonutritivodavegetaçãoatravésdarealizaçãodeanálises.Constatadooestadodedefici-ênciadeumqualquernutrientedeveproceder-seàsuaaplicaçãonaformadefertilizantes.

Como se avalia o estado da fertilidade de um solo? Como se determinam as necessidades da vegetação?

A avaliação do estado da fertilidade do soloinicia-secomaobservaçãodolocaledoestadogeraldavegetação.Aidentificaçãodeproblemasnodesen-volvimentovegetaldeveserorientadaparaarealizaçãodeanálisesaosoloeatecidosvegetaisemlaboratórios.Algunsdelesaconselhamafertilizaçãomaisadequadaàsituaçãoapresentada.

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Observaçãovisualdavegetaçãoedolocalondeestáinstalada

A constatação da existência de problemas denutriçãopodeserfeitaapartirdaobservaçãovisualdasplantas.Observaracordasfolhas,tamanho,crescimentoeaspectodosrebentosdasárvoresedavegetaçãoemgeral, pode fornecer alguma informação qualitativasobre o seu estado nutritivo. As condições do localtambémpodemdeixaranteveraexistênciadedesequi-líbriosnutricionais.Porexemplo,emmeiourbano,umaconstruçãodepasseiospodealteraropHdosolo,oqueresultanaalteraçãodadisponibilidadedenutrientes.

Oquefazerparaprocederàanálisedesolos?Paraseprocederàanálisedesolosénecessário

efectuar,emprimeirolugar,acolheitadeamostrasnaparcela.Aprincipalpreocupaçãonestatarefaégarantirqueaamostraenviadaaolaboratóriosejarepresenta-tivadaáreaaanalisar.Oprimeiropassoinicia-secomadefiniçãodezonashomogéneasnaparcela(tipodesolo,tipodevegetação,problemasvisíveis,..).Posterior-mente, devem colher-se várias subamostras em cada

zonahomogéneadaparcela,juntá-lasnumrecipientee,nofinal,misturá-lasmuitobempara,apartirdaí,seprocederàelaboraçãodaamostracompostaqueseráentreguenolaboratório.

Aprofundidadedecolheitaandaráàvoltados20cmparaespéciesanuaisouparaparcelascomrelva,oucercade30a40cmparaárvoresearbustosdemaiorporte.

Oquefazerparaprocederàanálisedetecidosve-getais?

Há deficiências que se podem confundir deelementoparaelementooumesmocomsituaçõesdetoxicidade, por ingestão de quantidades elevadas demicronutrientes.Nestascircunstânciasdeveproceder-seàcolheitadematerialvegetalqueseráenviadoaumlaboratórioparaelaboraçãodeumdiagnósticosobreoestadonutritivodaespécieemcausa.Aspartesdasplan-tasaamostrarserãosempreretiradasdelançamentosdoano,nasuapartemédia,comfolhascompletamenteexpandidas.

DefiniçãodeníveispadrãodenutrientesDeveserestabelecidoumvalordepHadequado

para osolo. Para amaioria das espécies convém que

Divisão de uma parcela em zonas homogéneas (para a construção das amostra 1 e 2 deve evitar-se colher amos-tras junto da casa (A), junto do lago (B).

A

Amostra1

Amostra2B

Profundidade de colheita das amostras parciais.

Repitaestaope-ração em cadaum dos pontosescolhidoseco-loque todas asamostras par-ciais da mesmaparcela no mes-mobalde.

2a3cm

Istoéumaamostraparcial

20cm

90

opHestejasituadoentre5,5e6,5.Aconcentraçãodenutrientesnostecidosvegetaispodevariardeespéciepara espécie mas há valores considerados normais,associadosaumdesenvolvimentoadequadodavege-tação.Nafaltadevalorespadrãodeconcentraçãodenutrientesdasdiferentesespéciesnumadeterminadaárea,devemobservar-seárvoressaudáveis,adultas,re-presentativasdasespéciesdominanteseproceder-seàanálisedassuasfolhasbemcomoàanálisedeamostrasdesolodasimediações.Asanálisesdeplantassaudáveisdevemsertomadascomopadrãoparaestabelecerníveisadequadosdenutrientes(N,PeK,ououtros).

EnviodeamostrasparaolaboratórioparaanáliseOenviodeamostrasdesolosetecidosvegetais

para um laboratório permite obter informação sobrea existência de desequilíbrios nutricionais, estimar asnecessidadesemfertilizanteseavaliarcomoavegetaçãopoderáresponderaumprogramadefertilização.UmaanálisedesolodáinformaçãosobreváriosparâmetroscomoopH,oteoremmatériaorgânicaequantidadedenutrientesdisponívelparaasplantas.Asfolhassãoanalisadasparaavaliaroseuteornosváriosnutrientes.Os resultados devem apresentar a indicação de níveldeficiente,normalouexcessivo.

FertilizaçãoAfertilizaçãoéumacomponentedoprograma

demanutençãodavegetaçãourbana.Osfertilizantessão usados para fornecer elementos essenciais quecontribuemparaa“aparênciadasárvores”eparaasuasaúde.Contudo,umafertilizaçãoerradaoupelasrazõeserradas,podeserprejudicialàvegetação.Afertilizaçãoefectuada com vista a um rápido crescimento podeaumentarasusceptibilidadeaostress,aosinsectosouàsdoenças.Umasobrefertilizaçãoouaplicaçãodesa-

dequadadosfertilizantespodecausardanosdirectosnavegetaçãoe indirectosnoambiente,contribuindopara a poluição das águas. Assim, recomenda-se queaaplicaçãodefertilizantessebaseieemresultadosdeanálisesefectuadasaosoloeàsplantas.

Oquesãoosfertilizantes?Osprodutosqueseaplicamaosolocomafina-

lidade de aumentar a disponibilidade dos nutrientespara a vegetação denominam-se de fertilizantes. Es-tes produtos subdividem-se em adubos e correctivos.Umcorrectivoéaplicadoaosolocomoobjectivodemelhorarcaracterísticasfísicasequímicasdosolo.Porexemplo,aaplicaçãodematériaorgânicavisaaumen-taracapacidadederetençãodeáguaenutrientesemsolos arenosos ou diminuir a excessiva compacidadedesolosargilosos,tornando-osmais“fofos”,facilitandoodesenvolvimentoradicular.AaplicaçãodecalcárioaosolotemcomoobjectivoaumentaropH,oudiminuira acidez do solo, resultando desta acção uma maiordisponibilidadedenutrientesparaasplantasouumamenor disponibilidade de elementos potenciais cau-sadoresdetoxicidade.

Osadubossãoosprodutosquesãoutilizadoscomoexclusivoobjectivodeaumentaradisponibilidadedenutrientesnosoloparaasplantas.Osadubospodemfornecer apenas um dos macronutrientes principais(azoto, fósforo ou potássio) e denominam-se adubos elementares.Oadubosuperfosfatodecálcio18%deP2O5éumaduboelementarquedoseia18kgdefósforonaformaP2O5porcada100kgdoadubo;oadubonitratodeamónio20,5%éumaduboelementarazotadoquedoseia20,5kgdeNporcada100kgdeadubo.

Osadubostambémpodemterformulaçõesqueincluemdoisoutrêsdosmacronutrientesprincipaisde-nominando-se,porisso,deaduboscompostos.Nestes

91

adubosoazoto,fósforo,epotássiocombinam-secomfrequênciaemváriasproporções.Umadubo10-10-10possui10%deN,10%deP2O5e10%deK2O.Aopçãoporaduboscompostospermiteumaintervenção,aníveldefertilização,maiscompleta.

Osadubosazotadossãoaquelesquedevemserusadoscommaiscuidado.Asformasazotadasnítricas,se não forem absorvidas pelas plantas, rapidamentesaemdazonadas raízes,podendocontaminaráguassuperficiaisesubterrâneas.Porisso,devedar-seprefe-rênciaaosadubosquetenhamtodooupartedoazotonaformaamoniacal.Dadaafacilidadecomqueoazotoamoniacalsetransformaemazotonítrico,nãosedeveaplicargrandesquantidadesdestenutrientedeumasóvez,sendopreferívelprocederaoseufraccionamentoaolongodotempo.Porexemplo,seumrelvadonecessitaranualmentede90kgdeNporha,estaquantidadede-veráserrepartidaem3vezes,comaplicaçõesde30kg/ha,naalturadecrescimentomaisactivo,emcortesderelvaintercalados.Emespaçosondearegaéfrequentepodemescolher-seaduboscommecanismosdeliberta-çãolentadosnutrientes.Existemnomercadoprodutoscomdiferentestecnologias:algunscontêmsubstânciasqueinibemaactividadedebactériasintervenientesnatransformação de azoto amoniacal em azoto nítrico;outrospossuemosseusgrânulosrevestidoscomsubs-tânciasquecontrolamadissoluçãodoadubonoseuinterior, libertando gradualmente os nutrientes paraosolo;outrosaindasãoconstituídosporsubstânciascondensadas, cuja dissolução ocorre lentamente aolongo do tempo. O resultado final será sempre umadisponibilizaçãogradualdosnutrientesparaasplantas,minimizandoasuaperda.

AplicaçãodenutrientesAaplicaçãodefertilizantespodeefectuar-sede

váriasformas:nosolo,naáguaderegaeemspraysfo-liares.Aopçãoporcadaumadelasdependedefactorescomoaquantidadeaaplicar,adinâmicadonutrientenosolo,aáreaafertilizarouoequipamentodisponívelparaoefeito.

Aaplicaçãodefertilizantesaosolopodeaindaserfeitaalançooucomdistribuidoresmecânicos,quees-palhamoaduboportodooterreno,sendoestesúltimosmaisadequadosparaáreasdemaiordimensão.Devedar-sepreferênciaàaplicaçãodefertilizantesaosolojáqueesteconstituioreservatórionaturaldenutrientes.Aaplicaçãodefertilizantesportodooterrenoestimulaaexpansãodosistemaradicular,aspectorelevanteparaoaumentodacapacidadedeabsorçãodeáguaedenutrientesdisponíveisnosolo.

No caso de árvores isoladas, a aplicação devesefeitadeformahomogéneanaáreadepropagaçãodacopa,emboraessaáreasejamuitasvezeslimitada,quandoasárvoresestãoimplementadasempasseioscomcimento.

Em situações de stress nutritivo ou ambientalcomprovado,asadubaçõesfoliarespodeserequacio-nadasumavezqueosnutrientesaplicadosporviafoliartêmumefeitomaisrápidonavegetação.Nestescasosascaldasdevemserpreparadaseaplicadasdeacordocomasrecomendaçõesprevistasnosrótulosdosprodutos.Caldas excessivamente concentradas podem causardanosimportantesnavegetação.Convém,noentanto,terpresentequeaaplicaçãodefertilizantesporviafoliartemumcaráctertemporárioenãopermiteoforneci-mentodequantidadessatisfatóriasdemacronutriente.Porisso,deveservistacomocomplementoàaplicaçãodenutrientesaosoloenãocomoalternativa.

Afertirrigaçãoconsistenaaplicaçãodenutrientes

92

naáguaderega.Esteprocessotendeaconfinarosiste-maradicular,jáqueasraízessedesenvolvemsobretudopróximodosbolbosdehumedecimento.

De um modo geral, para estimular a expansãoradicularnosolo,estedevesermantidonumníveldefertilidademédio,recorrendoàaplicaçãodefertilizantessólidosconvencionaisnoiníciodociclovegetativodeumaqualquerespécie,nãodescurandooscuidadosnaaplicaçãodoazoto.

93

3.2 RegaAntónio Castro Ribeiro

Oprincipalobjectivodaregaéforneceràsplantasaquantidadedeáguanecessáriaparacontrabalançaras perdas de água por evaporação directa do solo epor transpiração das plantas. A taxa a que essa águaéfornecidaéfunçãodascaracterísticasdossolos,dascondiçõesclimáticas,dascaracterísticasdasplantasedoseuestadodedesenvolvimento,dadisponibilidadedeáguanosoloedeoutrosfactorescomoasalinidadeefertilidadedosoloeaindaoestadosanitáriodasplantas.

Afiguraseguinterepresentaoscomponentesdobalançohídricodeumsoloregadoondesepodeob-servarasentradas(precipitaçãoerega)esaídas(escor-rimentosuperficial,drenagemprofunda,transpiraçãoe evaporação) de água que, quando contabilizadas,permitemacadamomentoavaliaroestadohídricodosoloeadeterminaçãodasnecessidadesderega.

Aevaporaçãoeatranspiraçãodeáguaporparte

dossolosedasplantas,noseuconjunto,designam-sepor evapotranspiração. A taxa de evapotranspiraçãorepresenta,assim,aquantidadedeáguaqueseperdeparaaatmosferanumdeterminadoperíododetempo.Expressa-senormalmenteemmilímetrosporhora,pordiaoumês(mmh-1;mmd-1;mmmês-1).

Osprincipaisparâmetrosdoclimaqueafectamaevapotranspiraçãosãoaradiaçãosolar,atemperaturaehumidadedoareavelocidadedovento.Temperaturaselevadas,baixahumidadedoar,radiaçãosolarelevadaeventoforteaumentamaevapotranspiração.

Ascaracterísticasdasplantas,comoasuaresis-tênciaàtranspiração,altura,índicedeáreafoliar(áreadasfolhasporunidadedeáreadesolo)eprofundidadedasraízes,determinamovalordaevapotranspiração.Adensidadedeplantasnumadeterminadaáreainfluencia

Representação esquemática dos componentes do balanço hídrico do solo.AdaptadodeMoody(2008)

Factores condicionantes da evapo-transpiração.AdaptadodeBrower&Heibloem(1986).

Evaporação

Transpiração

Tempe-ratura

Vento

RadiaçãoHumi-

dade

Evaporação

Precipitação

Transpiração

Zonaradicular

Evaporação

Drenagem

Rega

Solo

“Mulch”

Escorrimentosuperficial

94

ograudecoberturadosolo(sombreamento)elogoadiminuiçãodaevaporaçãoeoaumentodatranspiração.

Umabaixadisponibilidadedeáguanosololimitaaabsorçãodeáguapelasplantas.Comoconsequência,asplantasentramemstresshídricoefechamosestomasparaevitaraperdadeáguaportranspiração.Estefechodosestomastemcomoconsequênciaadiminuiçãoouparagemdocrescimentoepodeconduzir,emcondiçõesde stress hídrico prolongado e severo, ao emurcheci-mentoemortedasplantas.

Outros factores como sejam o elevado teor desais no solo, baixa fertilidade dos solos (pobres emnutrientes),presençadehorizontes (camadas) imper-meáveisnosolo,ausênciadecontrolodeinfestantes,pragasedoençaseumamágestãodosololimitamocrescimentoedesenvolvimentodasplantasreduzindoassimaevapotranspiração.

Asnecessidades de regacorrespondemàsneces-sidades hídricas (evapotranspiração) descontando aprecipitação que pode ocorrer no período de tempoconsiderado. As necessidades de rega podem, ainda,incluirconsumosadicionaisdeáguaparasatisfazerne-cessidadesdelavagemdesaisdoperfildosolo,faltadeeficiêncianotransportedaáguaefaltadeuniformidadenasuaaplicação.

Osmétodosindirectosparaaestimativadaeva-potranspiração,dadaasuafacilidadedeimplementa-ção,sãoosmaisutilizadosebaseiam-senaestimativada evapotranspiração de uma cultura de referência,normalmenteorelvado,apartirdaqualéposteriormen-tedeterminadaaevapotranspiraçãodeoutrasplantas.

Esta evapotranspiração de referência (ETo) égenericamentedefinidacomoaevapotranspiraçãodeumasuperfícievegetalbemdesenvolvida,comalturauniforme,cobrindocompletamenteosolo,livredeinfes-tantesedoençasesemlimitaçõesdeágua.Actualmente,ametodologiaquemelhorestimaaevapotranspiraçãodereferênciabaseia-senométodoPenman-Monteithepodeserdeterminadacombasenosvaloresdatempe-raturadoar,humidaderelativa,velocidadedoventoeradiaçãosolar.Noquadroseguinteapresentam-seosvaloresdaETodiária,calculadosparaBragançaapartirdosvaloresmédiosde30anos(1951-80).

Para as culturas agrícolas e para os relvados aestimativadaevapotranspiraçãoénormalmentefeitaapartirdaEToafectando-adeumcoeficiente(coeficientecultural)quetraduzaespecificidadedessasculturas,in-cluindooseuestadodedesenvolvimentoeadensidadedeplantaçãoe/ousementeira.

Representação esquemática dos factores envolvidos na estimativa da evapotranspiração de referência (ETo).AdaptadodeAllenet al.(1998).

Evapotranspiração de referência (ETo, mm dia-1).

Meses Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov DezETo(mmdia-1) 0,7 1,2 2,0 3,0 4,0 5,0 6,0 5,2 3,5 2,0 1,0 0,6

Clima Culturadereferência

(relva)

Bemabastecidaemágua

95

Atravésdoprodutodestecoeficientepelaevapo-transpiraçãodereferênciaobtém-seaevapotranspira-çãocultural(ETc).

c c oET K ET= (1)

onde

ETc ETdeumacultura[mmd-1,mmmês-1,mmano-1),

ETo ETdereferência

Kc coeficientecultural

Osespaçosverdessãoelementosheterogéneos,constituídospordiferentestiposeespéciesdeplantas,comnecessidadeshídricasdiferenciadas,crescendoemambientesdiversosnoqueserefereasombraemicro-clima,comdiferentesdensidades,ecomapossibilidadedeadoptaríndicesdestressdiferenciados.Asnecessi-dadesderega,paracadaespaçoverde,sãoespecíficasediferenciadasespacialmenteparacadaumadassuaszonas (hidrozonas). O conhecimento adequado dasnecessidadesdeáguaparaosespaçosverdesreveste-seassimdemaiorcomplexidade(Pereira,2007).

Nosúltimosanos,desenvolveram-seváriospro-cedimentosparaestimarasnecessidadesderegaparaosespaçosverdesentrandoemconsideraçãocomasparticularidades destes espaços (Costello et al., 2000,Snyder&Eching,2005;Allenet al.,2007).Ocoeficientecultural(KC)utilizadoparaocálculodasnecessidadesdeáguadasculturasnãorepresentabemascondiçõesdeusodaáguadosespaçosverdespeloquefoicriadoocoeficientedeespaçosverdes(KL)queomodificaeadaptaaestescobertosvegetais.

L L oET K ET= (2)ondeET

L ETdeumespaçoverde[mmd-1,mmmês-1,mm

ano-1),ET

o ETdereferência

KL coeficientedeespaçosverdes.

Ocoeficientedeespaçosverdesécalculadopelaequaçãoseguinte:

L v d mc sK K K K K= (3)

emque:K

v coeficiente de vegetação, que caracteriza a ET

L

para um solo totalmente ou quase totalmentecoberto por um dado tipo de vegetação, nãosujeitaasombreamentonemstresshídrico,eemcondiçõesdemáximaETparaasuaespécie.

Kd coeficiente de densidade de plantação e serve

para adequar ETL a diferentes densidades das

plantasdeumdadotipodevegetação.K

mc coeficiente de microclima, para tomar em

consideração o microclima onde as plantas sedesenvolvemnoqueserefereàscondiçõesquefavorecemoulimitamaETdavegetação.

Ks coeficiente de stress intencional que traduz a

conduçãodarega,comousemstresshídrico.

Procedimento de cálculo da evapotranspiração da cultura.AdaptadodeAllenet al.,(1998).

Culturabemabastecidaemágua

condiçõesagronómicasóptimas

96

Osvaloresdestescoeficientesencontram-setabe-ladospelosautoresacimareferidos.Noquadroseguinteapresentam-seosintervalosdevaloresdoscoeficientescorrespondentesatrêscategorias(Baixo,MédioouMo-deradoeElevado)querepresentamcondiçõesdebaixaevapotranspiração (valores baixos dos coeficientes) aelevadaevapotranspiração(valoresmaiselevadosdoscoeficientes).Emanexoapresentam-se,deumaformaesquemática,ospassosparaocálculodaevapotranspi-raçãodosespaçosverdesedadotaçãoderega.

O coeficiente de vegetação é considerado parateremcontaasdiferençasentreasváriasespéciesnoquerespeitaàsnecessidadesdeágua.Háespéciesquenecessitamdemaiorquantidadedeáguaparamanterumaaparênciasaudávelesemstresshídrico(ex.cerejei-ras,amieiros,hortências,rododendro)enquantooutras

sãomais resistentesàsecuraenecessitamdemenoságua(ex.oliveira,loendro,zimbros…).Paraasprimeirasutiliza-seumcoeficientedevegetaçãoelevadoenquan-toparaasúltimasumcoeficientebaixo.

Ocoeficiente de densidade de plantaçãoéutilizadoparaconsiderarasdiferençasdedensidadedeplantaçãoedefolhagemquepodeexistirnumespaçoverde.Umamaiordensidadedeplantação(maiornúmerodeplantasporunidadedeárea)emaiorárea foliarconduzemaumamaiorperdadeáguaportranspiraçãoelogoumamaior evapotranspiração. Os valores mais elevadosdo coeficiente devem ser utilizados nessas situaçõesenquantoosvaloresmaisbaixosdocoeficientedevemserutilizadosemzonascomplantasdispersasecompoucafolhagem.

O coeficiente do microclimapretendetraduzirasdiferençasqueexistemnomicroclimadosespaçosver-desurbanosequesãodevidasàpresençadeedifícios,pavimentaçãodossolos,sebeseoutroscondicionalis-mosquemodificamomicroclimajuntoàsplantas.Ascondiçõesmédiasserãoaquelasemquenãoháinflu-ênciasignificativadasestruturasurbanasnavelocidadedoventoounaradiação(sombreamento).Ascondiçõesparaautilizaçãodoscoeficientesmínimosverificam-sequando os espaços estão sombreados ou protegidosdovento(menorevapotranspiração).Acategoriamaiselevada para o coeficiente do microclima ocorre em

Procedimento de cálculo da evapotranspiração dos es-paços verdes (ET

L).

 Coeficientes Baixo Médio oumoderado Elevado

Coeficientedevegetação(Kv) 0,1-0,3 0,4-0,6 0,7-0,9

Coeficiente de densidade deplantação (Kd) 0,5-0,9 1,0 1,1-1,3

Coeficientedemicroclima(Kmc) 0,5-0,9 1,0 1,1-1,4

Coeficientes de vegetação, densi-dade de plantação e de microcli-ma.(Costelloet al.,2000).

v d mc s LK K K K ETv d mc s LK K K K ET

Condições especificas de microclima,características da vegetação

e densidade de plantação

97

situaçõesdeelevadavelocidadedovento(superioràscondiçõesmédiasparaolocal),elevadaintensidadederadiaçãoprovocadaporreflexãodesuperfíciesadjacen-tes,outemperaturaselevadasprovocadasporfontesdecalorpróximas.

O coeficiente de stress intencionaléapenasutiliza-doquandosepretendeefectuarumaconduçãodarega,sujeitandoasplantasaumdeterminadograudestresshídrico,atravésdaaplicaçãoderegasdeficitárias.Ovalordestecoeficienteseráigualàunidadequandoaregaéconduzida sem stress hídrico e inferior à unidade emtermosproporcionaisaograudestressquesepretendeimplementarequeédefinidoapartirdascaracterísticasdosoloedasplantas.

Eficiência de rega e cálculo das necessidades totais de rega

A ETL representa as necessidades hídricas dasplantas,ouseja,aquantidadedeáguaqueénecessáriocolocaràdisposiçãodasplantas,nosolo,parasatisfazerasperdasqueocorremporevapotranspiração.Contudo,umavezquenenhumsistemaderegaétotalmenteefi-cientenaaplicaçãodaágua,aquantidadedeáguaderegaaaplicarterádesersuperioràestimadapelaETL,paracompensarasperdasdeáguaqueseverificamdu-rantearega.Assim,seránecessáriocalcularaeficiênciaderegaparaestimarcommaiorrigoraquantidadedeáguaaaplicar.

Eficiência de regaAeficiênciapodeserdefinidacomoaproporção

daáguaaplicadacomusobenéfico(pelasplantas).Afórmulaseguintetraduzoconceitodeeficiênciaderega:

(%) 100

Uso benéficoEficiência de regaÁgua total aplicada

= ×(4)

Umaeficiênciade100%significariaquetodaaáguaaplicadafoiusadapelasplantas,oqueraramenteacontece.Consequentemente,aeficiênciaderegaéin-feriora100%nageneralidadedassituaçõese,porisso,nocálculodasnecessidadesderegadeve-seconsiderarumaquantidadeparaasperdasdeeficiência.

Naregadeespaçosverdesconsidera-sequeaefi-ciênciapodevariarentreos65e90%.Ovalormaisbaixodointervalopodeserutilizadoparainstalaçõesderegarazoavelmentebemdimensionadaseofuncionamentoaceitável,eosvaloresmaiselevadospara instalaçõesbemdimensionadasecomfuncionamentooptimizado.

Para dimensionar os sistemas de rega devem--seconsiderarasnecessidadeshídricasdasplantasnochamadoperíododeponta,ouseja,naépocademaiorexigência hídrica das plantas e que corresponde, nocasodasnossascondiçõesclimáticas,àsnecessidadeshídricasverificadasnomêsdeJulho.

Medidas para melhorar a eficiência dos sistemas de rega

• Nãoefectuar regas ligeirase frequentes,umavezquedestemodoapenaséhumedecidaazonasuperficialdosolo,oqueserevelainsufi-cienteparaaáguaatingirasraízesdasplantassituadas, em geral, a maior profundidade;aplicaçãoderegasdemaiordotaçãoemenorfrequência,masnãoexcedendoasnecessidadesdasplantasepermitindoqueahumidadesejaeficientemente retida na zona radicular; emzonasdesolosarenososoprocedimentodeveserooposto,umavezquenestecasoasperdasdeáguaporinfiltraçãoprofunda(percolação)sãomenoresquandoseaplicamregasdealtafrequênciaebaixadotação;

• Regar somente quando necessário; a insta-laçãodesensoresdehumidadenosoloouo

98

simplestestedapegadanarelva(verificandoseasfolhasconseguemretornaràsuaposiçãoinicial–indicativodequeasnecessidadesdeágua estão a ser correctamente satisfeitas)sãorecomendadosparaadeterminaçãodessemomento;

• Realizar operações de manutenção periódicadossistemasderegademodoaeliminarfugas;

• Programararegaparaoiníciodamanhã(antesdas8h00)oufimdatarde(depoisdas18h00)de

Cálculo prático da eficiência de rega

Omesmodispositivoexperimentalapresentadoanteriormenteparadeterminarauniformidadededistribui-çãopodeserutilizadoparaadeterminaçãodaeficiênciaderega.Paraocálculodaeficiênciaderegapodeutilizar-seaseguinteexpressão:

Rega

Água aplicada no quartil mínimoE =Dotação bruta aplicada (5)

emqueadotaçãobrutacorrespondeàtotalidadedaáguaaplicadanaparcela(mm).Exemplo:Umaparcelaéregadacomsistemaderegaporaspersãocomumataxadeaplicaçãode10mm/h.

Numensaioexperimentalparaadeterminaçãodaeficiênciaosistemafuncionoudurante30minutostendosidorecolhidanoquartilmínimo(médiadosvaloresrecolhidosem25%dosrecipientescommenosquanti-dadedeágua)4mmdeágua.Aeficiênciaderegaseráobtidadividindoaáguaaplicadanoquartilmínimo(4mm)peladotaçãobruta,ouseja,pelaáguaaplicadaem30minutosnaparcela(10mm/hx0,5h=5mm):

RegaÁgua aplicada no quartil mínimo 4E = 100 100 80%

Dotação bruta aplicada 5× = × =

formaaminimizarasperdasporevaporação;• Nãoregaremdiascomventodemodoamini-

mizarasperdasportransporteeevaporação;• Regularaintensidadederega(taxadeaplica-

ção)demodoaevitarescoamentosuperficialparapavimentosesumidouros;

• Ajustaraduraçãodarega,dividindoseneces-sáriootempoderegaemváriosperíodos,paraevitaroescorrimentosuperficial(MeloBaptistaet al.,2001)

99

Quantidade de água a aplicar na rega (dotação de rega)Aquantidadedeáguaaaplicarnarega(dotaçãoderega)écalculadadeacordocomaseguinteexpressão:

L

Rega

ETDotação de rega=E (6)

Exemplo:Seconsiderarmosumespaçoverdecujasnecessidadeshídricasdiáriassão5mm,aquantidadedeáguaderega(dotaçãoderega)aaplicarseaeficiênciaderegafor65%será7,7mm(=5/0,65).Seaeficiênciaderegafor,porexemplo,de90%adotaçãoseriaapenasde5,6mm(=5/0,90).

Cálculo do tempo de regaRegaporaspersão

Otempodefuncionamentodosistemaderegaporaspersão,emcadasector,paraaplicaradotaçãoderegaéobtidoatravésdaseguinteexpressão:

1

Dotação de rega (mm)Tempo de rega = (horas)Taxa de aplicação (mm h )−

(7)

Exemplo:Paraaplicarumadotaçãoderegade6mmcomumsistemaderegacujataxadeaplicaçãoéde10mmh-1,osistemaderegadevefuncionardurante0,6horas(36minutos).

Regagota-a-gotaNosistemaderegagota-a-gotaotempoderegaécalculadoemfunçãodocaudaldogotejadoredoespa-

çamentoentregotejadores.Assim,otempoderegapodesercalculadoatravésdaseguinteexpressão:

2 -1

Dotação de rega (mm)Tempo de rega = (horas)nº de gotejadores por m caudal do gotejador (L h )× (8)

Exemplo: Paraaplicarumadotaçãoderegade6mmcomumsistemaderegagotaaemqueosgotejadoresestãoespaçadosde1,0metroeaslinhas(tubagens)espaçadasigualmentede1,0m(1gotejadorporm2)eocaudaldogotejadoréde4Lh-1,otempoderegaserá:

2 -1

6 (mm)Tempo de rega = = 1,5 horas (1h e 30min)1 gotejadores por m 4 (L h )×

100

Determinação prática da taxa de aplicação de água de um sistema de regaRegaporaspersão

A taxa de aplicação de água numa parcela emqueosaspersoresnãotêmumadisposiçãogeométricapadronizada,ouseja,oespaçamentoentreelesévariá-vel,podendoigualmenteservariávelocaudaldebitadoporcadaaspersor,nãopodeserutilizadaaexpressãoapresentadaanteriormente.Umaformapráticadede-terminarataxadeaplicação,nestescasos,consistenamediçãoindividualdocaudaldecadaaspersorcolocan-doumapequenatubagemflexívelàsaídadoaspersore conduzindo a água para um recipiente. Medindo otempoeovolumerecolhidopodeserdeterminadoocaudal.Somandooscaudaisdetodososaspersoresedividindopelaárearegadaobtém-seataxadeaplicação:

-1-1

2

Caudal total (L h )Taxa de aplicação = (mm h )Área regada (m ) (9)

Exemplo:Numaparcelacom100m2estáinsta-ladoumsistemaderegaporaspersãocom5aspersoresquedebitamumcaudalde300Lh-1aumapressãodefuncionamentode2,1bares.Ataxadeaplicaçãodeáguanaparcelaserá:

-1-1

2

5 300 L hTaxa de aplicação = =15 mm h100 m

×

Regagota-a-gotaNosistemaderegagota-a-gotaaáguaéaplicada

atravésdepequenasgotashumedecendoosolonumvolume com a forma aproximada de um bolbo quepodevariardeformaemfunçãodatexturadosolo.Àsuperfícietemosumaáreamolhadaaproximadamentecircularsenãohouversobreposiçãodeáreasmolhadasporsucessivosgotejadores.

Nasituaçãomaiscomum,emqueasáreasmolha-dassesobrepõem,ataxadeaplicaçãodevesercalculadaatravésdaseguinteexpressão:

-1

-12

Caudal (L h )Taxa de aplicação= (mm h )Área regada por gotejador (m ) (10)

Exemplo: Umsistemaderegagota-a-gotacomgotejadores de 6 L h-1 com um espaçamentonalinhade1,0menaentrelinha0,5m,teráaseguintetaxadeaplicação:

-1-16 L hTaxa de aplicação= = 4 mm h

1,0 m 0,5 m×

Operações de manutenção dos sistemas de rega e condução da regaRegaporaspersão:

• Operar o sistema à pressão adequada e, senecessário, instalar uma válvula redutora depressão;

• Utilizar temporizadores para controlar a du-ração da rega e efectuar a sua programaçãoatendendoàscondiçõesatmosféricas;

Tipos de “bolbos” originados por rega gota-a-gota.

Gotejadores

Soloargiloso

SolofrancoSoloarenoso

101

• Instalarumdispositivoparafechoautomáticodosistemaquandoocorreprecipitaçãonatural;

• Evitarautilizaçãodedifusoresqueformamumaespéciedenevoeiro,umavezquedestemodoau-mentaotransportepelovento(umapressãoelevadapodeseracausadestecomportamento)eregarcomumânguloderega(inclinaçãodojacto)baixo;

• Localizareorientarosaspersoresepulveriza-doresdemodoaquesejaapenasregadazonaplantadaenãoospasseiosoupátios;

• Efectuar a manutenção periódica do sistema,incluindoalimpezadascabeçasdosaspersores.

Regagota-a-gota:• Operarosistemaàpressãoadequadae,seneces-

sário,instalarumaválvularedutoradepressão;• Efectuar a manutenção periódica do sistema,

incluindo a limpeza e/ou substituição dosgotejadoresumavezque,devidoaoreduzidodiâmetro,entopemfacilmente;

• Instalarumfiltronoiníciodosistemaparare-moçãodepartículasemsuspensãodaáguaequecausamoentupimentodosgotejadores;

• Nãousaracessóriosincompatíveisdediferentesmarcas, uma vez que as deficientes ligaçõesresultamnoaumentodasperdas;

• Limitarazonaaregaraumaáreadeterminadape-loscaudaisdastorneirasdealimentaçãoaosistema;

• Ajustaronúmerodegotejadoreseotempodefuncionamentodosistemaaotipodesolo,tipodeclima,número,tipoeestadodecrescimentodasplantas,demodoaevitararegacomexces-sodeáguarelativamenteàsnecessidades;

• Adaptação de uma agulheta na extremidadedossistemasderegapormangueirademodoamelhorarauniformidadenadistribuiçãodeáguanaáreaaregar.

BibliografiaAllen, R.G., Pereira, L.S., Raes, D., Smith, M., 1998. Crop

Evapotranspiration: Guidelines for Computing Crop Water Requirements.FAOIrrigationandDrainagePaper56.Rome.

AllenR.G.,WrightJ.L.,PruittW.O.,PereiraL.S.,JensenM.E.,2007.WaterRequirements. In:M.E. Jensenetal.,(eds.)Design and Operation of Farm Irrigation Sys-tems (2ndEdition),ASABE,St.Joseph,MI,pp.208-288.

Brower,C.&Heibloem,M.,1986.IrrigationwaterManagement:Irrigationwaterneeds.TrainingManual3FAO,Rome.

Costello,L.R.,Matheny,N.P.,Clark,J.R.,Jones,K.S.,2000.A Guide to Estimating Irrigation Water Needs of Landscape Plantings in California –The Landscape Coefficient Method and WUCOLS III. UniversityofCalifornia Cooperative Extension and CaliforniaDep.WaterResources.

MeloBaptista,J.,Almeida,M.C.,Vieira,P.,MouraeSilva,A.C.,Ribeiro,R.,Fernando,R.M.C.,Serafim,A.,Alves,I.,Cameira,M.R.,2001.ProgramaNacionalparaousoeficientedaágua.VersãoPreliminar.Ministériodo Ambiente e do Ordenamento doTerritório,Institutodaágua.LNEC,Lisboa.

Moody,H.,2008.Your guide to good garden watering.2ndedi-tion,IrrigationAustralia,Limited(www.irrigation.org.au).

PereiraL.S.,2007.Necessidadesdeaguaeprogramaçãoda rega: modelação, avanços e tendências. In:ModernizacióndeRiegosyUsodeTecnologíasdeInformación(TallerCYTED-Riegos,LaPaz,Bolivia).(http://ceer.isa.utl.pt/cyted/2007/bolivia2007/Tema%201/1.1_LSPereira_LaPaz_Set07.pdf ).

Snyder, R. L., and S. Eching. 2005. Urban Landscape Evapotranspiration. California StateWater Plan,vol. 4, 691-693. (www.waterplan.water.ca.gov/docs/cwpu2005/vol4/vol4-landscapewateruse-urbanlandscapeevapotranspiration.pdf )

102

Anexo - Estimativa das necessidades hídricas dos espaços verdes

Passo1–Calcularocoeficientedosespaçosverdes

L v d mc sK K K K K=

Kv =_______(0,1–0,9)(vervaloresparaarespectivaespécie)

Kd =_______(0,5–1,3)(consultartexto)

Kmc

=_______(0,5–1,4)(consultartexto)K

s =_______(aplicarapenasquandosepretendeconduziraregasobstressintencional)

KL =____x____x____=____

Passo2–Calcularaevapotranspiração(ET)dosespaçosverdes(ETL)

L L oET K ET=

KL =____(calculadonopasso1)

ETo

=____(consultarovalorparaorespectivolocal)ET

L =____x____=____(mm)

Passo3–Calcularaquantidadedeáguaaaplicar(dotaçãoderega)

L

Rega

ETDotação de rega=E

ETL =____(calculadonopasso2)

Erega

=____(medidaouestimada)

L

Rega

ET Dotação de rega = = = _____ (mm)E

AdaptadodeCostelloet al.,(2000).

Kv –factorespécie

Kd –factordensidade

Kmc

–factormicroclimáticoK

s –factordestress

ETL–ETdoespaçoverde(mmd-1),

ETo–ETdereferência(mmd-1)

KL – coeficientedeespaçosverdes.

ETL–ETdoespaçoverde(mmd-1),

Erega

–eficiênciaderega

103

3.3 RelvadosJaime Pires e Alexandre Chaves

A manutenção de relvados compreende as se-guintes práticas: fertilização, rega, arejamento, corte,controlodeinfestantes,pragasedoençaserenovaçãoderelvados

FertilizaçãoA fertilização deve ser efectuada com base em

análisesdesolo(vercapítulo3.1).Contudo,comore-ferência e com base em teores médios de nutrientesnosolo(N-P-K),apresentam-seasseguintesrecomen-dações:

• aproporçãodostrêsmacronutrientes(N-P-K)aaplicardeveser2-1-2a3-1-2,considerandoqueoazotodeverárondaros0,01-0,015kg.m-2.ano-1pararelvadosdemedianamanutenção;

• aadubaçãoazotadadeveser fraccionadaemduas aplicações em cobertura por ano: iníciodaPrimaveraefimdoVerão;

• aadubaçãofosfatadaepotássicadeveserapli-cadanoOutono,antesdasprimeiraschuvas;

• optarpreferencialmenteporadubosorgânicosoudelibertaçãolenta;

• os fertilizantes nos relvados devem ser apli-cados sempre por defeito, o objectivo não éincentivar o crescimento, mas sim manter asplantasvivas.

RegaAdotação/frequência/duraçãodecadaregairá

dependerdascondiçõesclimáticas,dacapacidadedearmazenamentodeáguaútilpelosoloedaevapotrans-piraçãodosrelvados,cujocoeficienteculturalvariaentre0,7e1paraamaioriadasespécies (vercapítulo3.2).Àsemelhançadafertilização,apresentam-sealgumasrecomendaçõesgeraisateremconta:

• umadotaçãoderegade15a25mmnormal-mente é suficiente para humedecer o solo a12-15cmdeprofundidade;

• aregadevepararsemprequeseinicieoescor-rimentosuperficial;

• asregasdevemocorrersempreaofimdatardeouduranteanoite;

• regar apenas quando as plantas começam aevidenciarsinaisdestress;

• àsemelhançadasfertilizações,oobjectivodaregadeveserapenasamanutençãodasplantasvivasenuncaincentivarocrescimento.

ArejamentoTrata-sedeumatécnicararamenteutilizada,mas

queécrucialparaamanutençãodosespaçosderelvaeaumentarasualongevidade.Consistenaescarifica-ção, furação ou realização de cortes na superfície dorelvadoaumaprofundidademínimade5a7cm,paradescompactarosolo,diminuiraacumulaçãodematériaorgânicaásuperfície,melhorarainfiltraçãodeáguaenutrientes, bem como estimular o desenvolvimentoradiculareoafilhamentonasgramíneas.Estaoperação,seguidadadistribuiçãodeumacamadadeareiaoudesoloàsuperfície,permiteaindaefectuarcorrecçõesàtexturadosoloeprocederaoseunivelamento.Adis-tribuiçãodeareiaàsuperfíciepodeserindependentedasoperaçõesdearejamentoe,seefectuadacomregu-laridade,podeatéevitá-las.Oarejamentodeveseguirasseguintesregras:

• asoperaçõesdearejamentosãoefectuadasporequipamentosespecíficos;

• asoperaçõesdearejamentodevemocorrernoiníciodaPrimaveraounoOutono;

• a quantidade de areia ou solo a aplicar deveoscilarentre0,005e0,015m3.m-2;

104

Equipamentos para arejamento: A – arejador por furação; B – operação de arejamento; C – aspecto da superfície após furação; D – buraco de furação no solo; E – arejador de facas/escarificação; F – equipamento de arejamento automotriz; G – nivelamento após distribuição de areia.

A

E

B

F

C

G

D

CorteOregimedecorte(frequênciaealtura)eoequipa-

mentoadequadosãoosaspectosmaisimportantesparaamanutençãoelongevidadedosrelvados.Estatécnicaculturaldiferecomasespéciesecomotalcomotiporelvados.Dever-se-áatenderàsseguintesregrasgerais:

• independentementedotipodeespécieerel-vado,emcadacortenãodeveserretiradamais

de1/3dabiomassaexistente,considerandooslimbosdasfolhascomooórgãodereferência(ex.:seaalturadecortefor5cmentãoorelvadodevesercortadosemprequeatingiraaltura7,5cm);

• respeitandoestaregra,abiomassacortadapodeser deixada no próprio relvado, contribuindoparaareciclagemdenutrientes;

105

• comoindicação,afrequênciadecortepodeva-riarde14-17diasnagramabrasileira(Paspalum notatum),gramão(Stenotaphrum secundatum),festucaovina(Festuca ovina)efestucaalta(Fes-tuca arundinacea),a3-5diasnagrama(Cynodon dactylon)eerva-fina(Agrostis stolonifera);

• os relvados constituídos por espécies queexijambaixasalturasdecortedevemobriga-toriamentesercortadosporequipamentosdelâminashelicoidais;estetipodeequipamentosétambémomaisrecomendadoparaocortederelvadosdeestética;

• nos relvados de parque e de talude podemutilizar-seequipamentosdelâminasrotativas;

• nuncautilizarqualqueroutrotipodeequipa-mentos,comomoto-roçadorescomfiodenylonparaefectuarcortesemrelvados.

• aalturadecorteémaisbaixanasespéciescomcrescimento horizontal e/ou com folhas depequenadimensãoeémaisaltanasrestantesespéciesdecrescimentomaiserectoe/oudefolhasdemaiordimensão(ex.:podevariarde1,5-3,5cmnagrama(Cynodon dactylon)eerva-fina(Agrostis stolonifera)a7-10cmnafestucaalta (Festuca arundinacea), grama brasileira(Paspalum notatum) e gramão (Stenotaphrum secundatum));

• aalturadecortederelvadossobcoberto(som-bra)deveser1-2,5cmmaisalta;

• afrequênciadecorteémaiornasespéciesdecrescimentorápidoe,independentementedasespécies,aumentacomasdosesdefertilizantesecomasdotaçõesderegaaplicadasedevesersempremaiornaPrimaveradoquenasrestan-tesestaçõesdoano;

À esquerda, esquema exemplificativo da regra de corte de 1/3.À direita, esquema exemplificativo do efeito da altura de corte no desenvolvimento do relvado: A – altura de corte demasiado baixa; B – altura de corte recomendada.AdaptadosdeWilliameStreet,s/d.

A B

106

Controlo de infestantes, pragas e doençasAmelhorformadecontrolarinfestantes,pragase

doençasnosrelvadosépreventivaatravésdaselecçãodecultivaresbemadaptadaseresistentesàspragasedoenças,bemcomodamanutençãodosrelvadostalcomtemsidoreferido.Apresentam-sedeseguidaalgu-masrecomendaçõesaseguirparacadacaso.

Infestantes• as infestantes mais importantes dos relvados

pertencemàsfamíliasdasfabáceas,asteráceas,brassicáceas,plantagináceas,poligonáceas;

• aoníveldasespéciespodem-seconsiderarasse-guintes:Trifolium repens,Taraxacumspp,Rumex acetosa,Rumex crispus,Plantago lanceolata,Poa annua,Capsela bursa-pastoris,Euphorbia helios-copia,Medicago lupulina,Stellaria media,Violaspp, Festuca arundinácea e Dactylis glomeratacomovariedadesdepastagens;

Equipamentos de corte automotrizes: A – lâminas helicoidais (AdaptadodeVoighteSt.John,2008.); B – lâminas rotativas.

• ocontrolodasinfestantesdeveserefectuadologoqueapareçamasprimeirasplantasatravésdearranquedeplantasindividualizadas;

• algumasalteraçõesnastécnicasdemanutençãopodemajudaracontrolarainfestação:aumen-tarasadubaçõesazotadasadotaçãoderegae a altura de corte pode ajudar a controlar odesenvolvimentodetrevoseagerminaçãodeoutrasinfestantes,devidoaomaiorensombra-mentocriadoaoníveldosolo;

• seainfestaçãoforconstituídaporplantasanuais(Capsela bursa-pastoris,Medicago lupulina,Poa annua,Stellaria media)pode-seutilizaratécnicade“mulching”,5a7cmdeespessura,naszonasafectadasdemodoaevitarasuagerminação;

• casoasmanchassejamcontínuaseasrestantestécnicas não resultem, dever-se-á proceder áaplicação de herbicidas selectivos, como sejanocasodefabáceas(trevos);

A B B

107

Imagens de algumas infestantes: A – Capsela bursa-pas-toris; B – Medicago lupulina; C – Poa annua; D – Rumex crispus; E – Stellaria media; F – Taraxacum officinale; G – Trifolium repens; H – Plantago lanceolata; I – Viola spp.FotografiasdeCarlosAguiar,2009

• no caso de a infestação ter um crescimentosuperioraorelvado,oqueéomaisfrequente,aaplicaçãodeherbicidasdecontactoespecíficosdainfestaçãoacombateratravésdeumabarraenvoltanumaesponjaembebidaemherbicidaéasoluçãomaisviável.

A

E

B C

F

H

D

G

I

108

Pragas e doenças• asprincipaisdoençasnosrelvadossãoprovoca-

daspelosfungosMicrodochium nivale,Scleroti-nia homeocarpae Rhizoctonia solanienquantoas pragas mais comuns são provocadas porTypula paludosa,Typula oleraceaeScapteriscus spp.;

• oseucontrolodeveserefectuadoemprimeirolugarajustandoalgumasdastécnicasculturaisreferidas,como:– aumentaroarejamentoeregarapenasdu-

rantea noite comdotações mínimas paraevitar stress hídrico, reduzir às adubaçõesazotadasparavaloresnaordemdos0,005kg.m-2.ano-1;

– utilizarastécnicasdecontroloprevistasnaprotecção integrada, recorrendo ao apoiodetécnicosespecializados;

– aplicar os fungicidas e insecticidas ade-quados apenas em casos de recorrênciacontinuada,quandoastécnicaspreventivasanterioresnãoforemeficazes.

Renovação de relvadosA renovação de relvados pode ser efectuada

semdestruiçãototaldorelvadoexistente,semprequeainfestaçãosejainferiora50%.Paraoefeitopode-seprocederàintroduçãodenovasespéciesderelvaapósarealizaçãodasoperaçõesdearejamento,comosedeumanovainstalaçãosetratasse.Nocasodeainfesta-çãosersuperioroucontiverespéciesdedifícilcontrolorecomenda-se:

• aplicarumherbicidanãoselectivo(glifosato);• cortaraervasecaaumaalturainferiorouigual

a2,5cm;• seacamadadematériaorgânicaásuperfície

dosoloformaisespessadoque2,5cm,realizarumaoperaçãodearejamento;

• procederàmobilizaçãosuperficialdosolose-guidadasementeira (técnicasrecomendadasparaumanovainstalação,vercapítulo2.4.1);

Nocasodehavernecessidadedecorrecçãodosolo(textura)ematériaorgânica,terádeseprocederàintroduçãodenovosolo,antesdeprocederàinstalaçãodorelvado.

Exemplos de equipamentos de ressementeira (A – rebocado; B – automotriz).

A B B

109

BibliografiaSerrano,M.L.s/d.Manual prático de jardinagem.Florap-

rint,VendaNovaVoight,TeSt.John,R.2008.General lawn maintenance.

NCERA–192William,PeStreet, J. s/d. Lawn mowing.HYG-4020-93,

OhioStateUniversityExtensionAnónimo. 2008. How to identify a turfgrass.Turfgrass

instructions,UniversityofPurdue

111

3.4 Manutenção de árvoresLuís Nunes, Maria do Sameiro Patrício e Paulo Cortez

Podas de árvores em meio urbanoApodanãoéporsisóumanecessidade.Consiste

numaaplicaçãodeprincípiosdesenvolvidospeloHo-memparaafirmaroseudomíniosobreovegetaloupararesponderaobjectivosqueeleprópriofixou,comoporexemplocorresponderaosseuscritérios(subjectivos)deestética(Prieur,2006).Assim,apodadeveserlevadaacabodesdequesejaexecutadaquandoénecessária,definindoclaramenteeantecipadamenteosobjectivosaatingir,osquaisdevemestarsubjacentesàselecçãodométodoautilizar.

Objectivos da podaA poda tem como principais objectivos criar e

manter na árvore uma estrutura vigorosa através dacondução da sua arquitectura e fomentar a saúde evitalidade da árvore, aliadas a uma forma estética efuncionalagradávelremovendo,emcadaintervenção,amenorquantidadepossíveldetecidovivo.

Aoperaçãodapodadevecomeçardesdecedonavidadaárvore(podadeformação)eserpraticadaregularmentequandoaárvoreéjovem,evitandoassimcortesexcessivosedegrandediâmetroquandoaárvoreseencontrajáemidadeadulta.Aspodasdeformaçãofazem-sesomentenasfolhosas.

Emárvoresjovensoprincipalobjectivodapodaéformaraárvoreedar-lheumaestruturarobustaparaquecresçadurantemuitosanossemcolocaremriscoasegurançadebensoupessoas.

Emárvoresadultasapodatemcomoprincipalobjectivo manter a estrutura, a saúde e a forma daárvore,demodoaminimizarpotenciaiscondiçõesderisco.Emárvoresdeflordestina-seainduzirafloração.

A árvore certa no local certoUmaárvorequefoiplantadanummeioadequa-

doeaoqualseadaptougradualmente,nãosujeitaalimitações na sua expansão aérea ou radicular, semsinaisdedeclínioouataquesdeparasitas,nãoneces-sitadeserpodada,paraalémdaspodasdeformaçãoemanutenção.

Porte natural de um Plátano.

112

É importante conhecer as árvores a utilizar naarborizaçãoemmeiourbano.Aformadacopa,oportequeatingeemadulta,ohábitoderamificaçãoedeen-raizamento(vercapítulo2.3),sãofactoresimportantesateremcontanaescolhadaespécieparadeterminadolocal,demodoaevitarorecursoapodasseverasparacorrigirerroscometidosnaselecçãodeespécies.

Adequaraespécieaoespaçodisponívelémuitoimportante.Devem-seevitarconflitosentreaárvoreeinfra-estruturascomoafiação, redessubterrâneasdetubagemouedificações(vercapítulo2.3).

Formas mais comuns da copa das árvores.Adaptadodewww.arborday.org

Arredondada

Piramidal

Oval

Colunar

Em“V”

Pequenoporte

Alturadaárvoreadulta:

Médioporte Grandeporte

30m24m18m12m6m

O porte da árvore.Adaptadodewww.arborday.org

Devemosantecipadamentevisualizaroportequeaárvoreatingequandoadultaenãonomomentodasuainstalaçãoouquandoéjovem.Issoevitarápodasdesnecessáriasouexcessivas.

Métodos de corteEstruturadosramos

Daactividadedocâmbiodotroncoeramo,resul-tageralmenteumafortepressãonolocalondeoramoseligaaotronco,provocandoumadeformaçãodostecidosinternoseaformaçãodeumazonalenhosamuitoduranaaxiladoramo.Aestadeformaçãocorrespondeumarugamaisoumenosmarcadanacasca,designada“rugadacascadoramo”.Nasparteslateraiseinferiordoramoadeformaçãoémenosacentuada,constituindoocha-mado“colodoramo”,maisoumenosvisívelconsoanteasespécies.

As feridas dos cortes com diâmetro superior a3-4 cmdemorammaistempoarecobrirpodendoocor-reroriscodedesenvolvimentodepodridõesdostecidosdaárvoreporexposiçãoàsintempéries.Qualquercorteétambémumapotencialportadeentradadeinsectosou fungos prejudiciais à saúde da árvore. É possívelpincelarasferidascomumprodutoanti-sépticocomoéocasodaspastascicatrizantesfungicidasàbasedecobre(oxicloretodecobre).

113

Imediatamenteatrásdajunçãodoramoaotron-co,noconeformadopelostecidosnointeriordotronco,éestabelecidaumabarreiraquímicaàprogressãodemi-crorganismoscausadoresdepodridões“zonadedefesadoramo”.Oscomponentesquímicos,entreoutros,sãosobretudofenóiseterpenos.Quandooscortessãobemefectuados,aspodridõesparamaoníveldestabarreira.

Regrageralparaexecuçãodocorte:Nassituaçõesemquesãovisíveisocolodoramo

earugadacasca,alocalizaçãoidealdocortesitua-senoplanoqueuneaparteimediatamenteexterioràrugadacascaeapartesuperiordocolodoramo.

Quandoocolodoramonãoéfacilmentevisível,deve-seimaginarumalinhaverticalparalelaaotronco.Começar na parte imediatamente exterior à ruga dacascadoramo,efectuandoocortedemodoaqueosângulosAeBsejamsemelhantes.Ocorteterminarásen-sivelmenteaoníveldoplanoinferiordarugadacasca.

Formação da árvore jovemA formação da árvore desde cedo é muito im-

portantepoiscondicionatodooseudesenvolvimentoefuncionalidade,aadaptaçãoaolocalondevegetaeasuagestãofutura,reduzindoanecessidadedepodasdrásticasparacorrigiradimensãodacopaoudefeitosestruturais.Temosessencialmenteaspodasdeformaçãoeaspodasdeelevaçãodacopaoudesramas.

PodasdeformaçãoDestinam-seadotaraárvoredeumaestrutura

resistente e consistem, regra geral, em suprimir múl-tiplas bifurcações e ramos com ângulo de inserçãomuito apertado, susceptíveis de apresentar um fortedesenvolvimentorelativamenteaoramoprincipal.Oscortesdeformaçãodevemserfeitosdecimaparabaixo.

Estrutura de um ramo.AdaptadodeGilman(1997)

Meduladotronco

Rugadacascadoramo

Zonadedefesadoramo

Colodoramo

Aneldecrescimento

Plano correcto de corte (A para B).AdaptadodeMichau(1998)

Localizaçãodocorte

Rugadacasca

Cortecorrecto

Colodoramo

Limiteentreostecidosdoramoedotronco

A

B

114

Corte correcto e cortes incorrectos.

Cortecorrecto

Rugadacascaintacta

RugadacascaremovidaFormaçãodeumtoco

demadeiramorta

Cortedemasiadorenteaotronco

Cortedemasiadoafastadodotronco

Corte em situações de colo do ramo não visível.AdaptadodeGilman(1997)

APlanoinferiordarugadacasca

Limiteexteriordarugadacasca

Linhaverticalimaginária

Planodecortecorrecto

B

Pretende-seobternamaioriadoscasosumfusteverticalúnico,direitoesólidoeformarumaestruturaequilibra-dadosramosdaárvore.Devemoscontudorecordarqueo conceito de estética é variável, principalmente emrelvadosejardinsondeaárvoremaisdireitapodenãoseramaisinteressante.

Nosprimeirosdoisatrêsanosapósaplantação,aspodasdeformaçãodevemrestringir-seàremoçãoderamosmortos,danificadosouquecompitamcomo ramo principal. A partir daí, as podas de formaçãoincidemsobretudonasupressãoderamosmalorien-tadosoucomângulosdeinserçãomuitoapertadosemúltiplasbifurcações.

AdaptadodeGilman(1997)

115

Cortes de formação a realizar na fase juvenil. AdaptadodeHuberteCourraud(1994)

Ângulos de inserção dos ramos ideais para uma boa resistência. Adaptadodewww.arborday.org

Ângulosdeinserçãoideaisparaumaboaresis-tênciaaproximam-sedas10horasoudas14horasdomostradordeumrelógio.Podasdeelevaçãodacopaoudesramas

Aregulaçãodaalturaabaixodacopapoderes-ponderaváriosobjectivoscomoaadaptaçãodaárvoreao local onde está implantada (questões de escala eequilíbriocominfra-estruturasurbanas),determinadoefeito estético procurado, valorização económica dofuste(casodemuitasespéciesdealinhamento).

Adesramadeveserefectuadadebaixoparacima,eliminandoprogressivamenteosramosmaisbaixosdemodoaelevaracopaaoníveldesejado.

A operação deve ser feita enquanto os ramosnão engrossam muito para que as feridas dos cortescicatrizem rapidamente, evitando podridões. Comoreferência,emcadaoperaçãoéaconselhadodesramarsomenteatéumnívelcorrespondenteaoterçoinferior

Elevação da copa. AdaptadodeMichau(1998)

A

A–zonadaspodasdeformação B–zonadasdesramas

2/3

2/3

2/3

B1/3

1/3

A

A

BB

1/3

116

daalturatotaldaárvore.Nolimite,apercentagemdecopaviva,emcadaoperação,nãodeveráserreduziremmaisde50%.Oiníciodadesramaeasuaperiodicidadedependemdaintensidadedecrescimentodaespécieedoobjectivoaatingir.Comoreferência,após5-6anosdesdeaplantaçãopodecomeçar-seaelevaçãodacopa.

PodasdemanutençãoQuando a árvore foi adequadamente formada

desdeajuventude,apodademanutençãoapenasse

destinaaeliminarramosmalconformadosouemcon-flitocomoutrosramos,ramossecosepartidos,rebentosepicórmicosconhecidoscomoramosladrõeserebentosderaiz.Regrageralnãosedeveremovermaisde1/4dacopavivaemcadaoperação.

ÉpocadepodaQuandopodardependeemgrandemedidado

tipoeobjectivodapoda.Apodaparaeliminarramossecose/oupartidos

A poda de manutenção.AdaptadodeGilman(1997)

Ramosmalorientados

Rebentosepicórmicos(ramosladrões)

Ramospartidos

Ramossecos Rebentosderaíz

117

pode ser feita a qualquer altura do ano. As restantespodasdemanutenção,podasdeconduçãodacopaepodasdereduçãodacopa,devemserfeitasnaépocaderepousovegetativo(NovembroaMarço),preferencial-menteapósaépocademaiorintensidadedeformaçãodegelo.Dadoqueestasintervençõesrecaemsobretudoemárvoresadultasouemtransiçãodejovensparaadul-tas,éelevadaaprobabilidadedequeaspodasoriginemferidasdemaioresdiâmetroseportanto,seoscortesforemfeitosnaépocamaisfriadoano,osriscosdein-fecçãoporfungoseoutrosparasitassãomaisreduzidos.

As podas de formação de árvores jovens paraeliminarramosperigososemalconformadosouparaatrasarodesenvolvimentoderamosmuitogrossosaeliminaremanosseguintes,devemserefectuadasnofinaldocrescimentoprimaveril(meadosdeMaioame-adosdeJunho).Destaformaevita-searebentaçãoderamosvigorososederamosladrõesnaszonasdecorte.

Quandoapodadeformaçãotemumforteobjecti-voestético,apodanoiníciodoVerãopodeservantajosaumavezquepermiteterapercepçãodosramosmaismalconformadosouquesofremdeformaçõesdevidoaopesodafolhagem.

Seoobjectivodapodaéinduzirafloração,ficamasseguintesreferências:

• NasárvoresquefloresçamnoVerãoounoOu-tonodocorrenteanodecrescimento,deve-sepodarnoInverno(repousovegetativo).

• NasárvoresquefloresçamnaPrimaveracomorigem em rebentos do ano, deve-se podarassimqueasfloresmurcharem.

Bibliografia Gilman, E.F. 1997. Trees for Urban and Suburban Land-

scapes. An iIlustrated Guide to Pruning. DelmarPublishers,USA.

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Prieur,P.2006.La Taille Raisonnée des arbustes d’ornement. LesÉditionsEugenUlmer,Paris.

Internetwww.arborday.org/trees/pruning

119

3.5 Manutenção de arbustosLuís Nunes, Paulo Cortez e Maria do Sameiro Patrício

AmaiorpartedosmaciçosdearbustospresentesemmeiourbanosãopuroprodutodoHomemnasuaprocuradanovidadeedamudança.Aausênciadein-tervençãosobreestasformaçõesarbustivas“fabricadas”peloHomem,nomeadamenteaspodas,poderiacolocaremriscoespéciesquegastamumaenormequantidadede energia para a floração, que necessitam da podaparamanterovigorvegetativo,aqualidadeebelezadassuasfloresouasanidadedassuasfolhas.Emmuitassituações, porém, poderá ser mais económico emaisrazoávelnãointervirsobrearbustosemmeiourbanodo que fazê-lo incorrectamente. Esta atitude é tantomaiscoerentequantoaespécieemcausaestejabemadaptadalocalmenteedisponhadeespaçosuficienteparasedesenvolver(Prieur,2006).

Podas de arbustosA poda em arbustos procura geralmente res-

ponder a objectivos estéticos (flores maiores, maiscoloridasemaisduradouras;folhagemmaissaudável;manutençãodeformasevolumespretendidos),objec-tivostécnicos(diminuiçãodovolumeoucontençãododesenvolvimento de maciços arbustivos), objectivoseconómicos(produçãodeplantassegundodetermina-dasnormasdecomercialização)ouobjectivossanitários(eliminaçãodepartesdoentes,suprimirramosmortosoupartidos).

1.PodadeFormaçãoDestina-seadotaraplantadeumadetermina-

da forma. Esta poda não é imprescindível, devendoexecutar-se quando não estamos interessados emdeixarqueoarbustodesenvolvaoseuportenatural.Esta intervenção é feita nos primeiros anos após a

Arbusto em forma livre: um exem-plar de piracanta.

120

plantação,geralmentenaépocaderepousovegetativo,intervindonaarquitecturadoarbustosegundoformaspadronizadasdeconduçãodeacordocomaespécieeoobjectivodefinido:

Umadasformasmaiscomunsdosarbustosemque muitos rebentos são emitidos desde uma baselenhosa(touça)aoníveldasuperfíciedosolo.

Arbustoscomváriasramificações

Deixam-se2a5hastescomalturade30a60cm,asquaisramificamapartirdestenível.

Arbustoscomtroncoúnico

Deixa-seumsótroncocomcercade20a40cmdealturaapartirdaqualseinseremosramos.

2.Podadelimpezaoumanutenção

Todososarbustosnecessitam,commaioroume-norintensidade,deumapodadelimpezaanualparaeli-minarosramospartidos,doentes,secos,excessivamentedesenvolvidosouentrelaçados,bemcomoosrestosde

floraçãoefrutificação.Aestaoperaçãoestáassociadoocontrolodoseudesenvolvimentoemanutençãodaforma.Preferencialmente,devemserfeitasnaépocaderepouso vegetativo (Inverno) sendo desejável actuarcompodaslevesasquaispodemserfeitasdurantetodooanoemaisdoqueumavez.

Salienta-se que um arbusto vigoroso cres-cendo ao acaso poderá a curto prazo ocupar oespaço dos seus vizinhos diminuindo-lhes o vigor.3.Podadearbustosparafloração3.1:ArbustosqueflorescemnaPrimaveraouVerãono

extremodosrebentosdoanoDevepodar-senoInvernoapósaépocadegelos

maisintensos.Nestetipodearbustoséboapráticafazercoincidirapodadefloraçãocomapodademanutenção.Osrebentosquejáfloresceramnãovoltarãoafazê-lopeloquedeverãosereliminadosparaquesurjamoutros.

Cortam-se os ramos que cresceram durante aépocaanteriordeixando2a5gemascontadasapartirdainserçãodoramo.Sepretendermosmenosfloresmas

Arbustos de rebentação por touça. AdaptadodePrieur(2006)

Arbustos com várias ramificações. AdaptadodePrieur(2006)

Arbustos com tronco único.Adaptadodewww.infojardin.com

121

Execução do corte de ramos em ar-bustos.AdaptadodePrieur(2006)

demaioresdimensões,devemosdeixarsomente2a3gemas. Destas gemas irão surgir rebentos com floresnoanoseguinte.

Exemplos: Abélia; Loureiro-Rosa; Hibisco; Bu-ddleia; Fúcsia; Gardénia; Hipericão; Roseiras; Tamargueira deVerão;Verónicas; Potentilha;EsponjeiradoJapão.

Emespéciesdestetipocomfloraçãoprecoce(an-tesdoiníciodoVerão),épossívelefectuaroutrapodaparaobternovafloraçãoporalturadofinaldoVerãooujánoOutono(roseiras).

3.2:Arbustoscomfloraçãoprecoceemgemasdoextre-modosramosdoanoanterior

Devem podar-se quando termina a floração.Despontam-setodososramosdoanodeixando2a3gemaslateraiscontadasapartirdasuainserção.Destasgemasirãosurgirosrebentosfloraisdoanoseguinte.Apodademanutençãopodeserfeitanamesmaalturaounaépocadorepousovegetativo.

Corteincorrecto Corteincorrecto Cortecorrecto

Corteincorrecto

Pormenor da idade dos ramos.AdaptadodePrieur(2006)

122

Exemplos: Azáleas; Camélias; Rododendros;Vi-burno;Glicínia;Hortência;Lilás.

3.3:ArbustosqueflorescemnoiníciodaPrimaveraemgemaslateraisdosramosdoanoanterior

Para algumas espécies pode podar-se drastica-menteoarbustorenteaosoloapósterminarafloração.Se não se pretender um corte tão drástico, pode-serebaixarosramossobreumrebentonovoauns30ou40cmdasuperfíciedosolo,eliminandotodososramosenvelhecidos.

Apodademanutenção,casonecessáriaparare-tiraroexcessoeredimensionaroarbusto,devefazer-senorepousovegetativo(Inverno).

Exemplos: Forsítia;Tamargueira de Primavera;Tomilho;Veigelia.

3.4:ArbustosqueflorescemnofinaldaPrimaveranoextremodepequenosrebentosdoano

Deve realizar-se após afloração, eliminando osrebentosquefloriram,demodoafomentarnovosre-bentosvigorososebemlocalizadosparaflorirnoanose-guinte.DadoqueafloraçãoocorrenofinaldaPrimaveraouiníciodoVerão,hápoucotempoparaoarbustoserenovarapósestapoda,peloqueaintervençãodeveserleve.Asfloressurgirãoempequenosrebentosdoano.

Exemplos: Silindra;Dêutzia;Espireia;Groselheira;Penacheiro.

3.5:ArbustosqueflorescementreofinaldoInvernoeoiníciodaPrimavera,emgemassituadassobreramosvelhoscom2oumaisanos

Deve-se podar no final do Inverno antes darebentação. Simultaneamente pode fazer-se a podademanutenção.Devemmanter-seosramosvelhose

prolongá-los ligeiramente todos os anos para que seformem novas gemas florais, fazendo uma despontaligeiradosramosterminaisdoano.

Exemplos:Olaia;Pilriteiro;Macieira;Pereira;Cere-jeira;Marmeleiro-de-flôr

4.Podadearbustoscominteressedevidoaosseusfrutos

Alguns arbustos são mais atractivos pela natu-rezaornamentaldosfrutosdoquepelassuasfloresoufolhagem.Estetipodearbustosdevesersubmetidoapodasligeirasepoucofrequentes.Aspodasdemanu-tençãoanuaisdevemserrealizadasnaépocaderepousovegetativosomenteparaeliminarramosmortos,secos,partidosedoentesouexcessivamentedesenvolvidoseentrelaçados.Casosejanecessáriopodem-secorrigirassimetriasestruturais.Emcada3ou4anospode-serealizarumapodaderejuvenescimento,casosejane-cessário,rebaixandointensamenteoarbusto.

Exemplos: Azevinho; Cotoneáster; Piracanta;Skimmia;Medronheiro;Tramazeira;Symphoria;Framboeseira;Hippophae.

5.PodaderejuvenescimentoOseuobjectivoéaeliminaçãodetodoomaterial

velhodaplantaeasuasubstituiçãoporrebentosnovos.Apodaanualdemanutençãoatrasaanecessidadedapodaderenovaçãodoarbusto.Amaioriadasespéciesarbustivasaceitaestetipodepodaquedeveefectuar-seduranteorepousovegetativo.

Estaoperaçãopodeserdrástica,cortandotodooarbustorenteaosolo.Esteprocedimentoéindicadoparaarbustoscujarebentaçãoévigorosa.Apósaope-ração,deve-seassegurararegaeafertilizaçãoemdosesadequadas.

123

Se o arbusto se encontrar bastante danificado,enfraquecidoouseéumaespéciesensível,apodadrás-ticapodeprejudicargravementeaplantapeloque,emvezdepodaroarbustorenteaosolo,pode-serebaixara40ou50cmdosolo.Nestecasooterçoinferiordoarbustocontinuaaservelho.

Outra opção consiste emcortar 50% dos ramos ao nível do

solo.Nosramosrestantescortarmetadeouumterçodaponta,sobreosmelhoresrebentos.Repete-seesteprocedimentonoanoseguintedemodoaobterreben-tação vigorosa desde a base do arbusto, permitindoassimeliminartodoolenhovelho.

6.Recomendaçõesparaapodadeformaçãoema-nutençãodesebes

Paraseconseguirobterumasebedensaebemformada,quantomaisvigorosaéaespécie,maiscedoecommaisregularidadedeveráserpodadaparapro-vocarnovas ramificaçõesapartirdabasedoarbusto(Prieur,2006).Paraalémdeumareduzidadistânciadeplantação,énecessáriorealizarduasatrêspodasporano nas jovens plantas para se conseguir obter umasebecompactaebemdistribuída.Éerrado,sobretudoemespéciesderebentaçãovigorosa,deixarasplantasatingiremaalturadesejadaparaasebeesócomeçara podar a partir dessa altura. Desta forma nunca se

Rebaixamento drástico.Adaptadodewww.infojardin.com

Rebaixamento moderado. Adaptadodewww.infojardin.com

Redução de volume.Adaptadodewww.infojardin.com

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conseguirá uma sebe densa. Para a mesma espécie,veja-seoexemplodeumasebedensapodadadesdecedo(A)edeumasebedispersacominíciodapodaàalturadefinitiva(B).

Influência da poda na formação de sebes.AdaptadodePrieur(2006)

Bibliografia Prieur,P.2006.La Taille Raisonnée des arbustes d’ornement.

LesÉditionsEugenUlmer,Paris.Chesshire,C.2001.Manuais Práticos de Jardinagem. Ar-

bustos de Flor.EditoraCivilização,Porto.Genders, R. 1980. Poda de árvores e arbustos. Editorial

Presença,Lisboa.

Internetwww.infojardin.com

A

B

125

3.6 Protecção das árvores contra agentes nocivos

Maria Alice Pinto

Asárvorespossuemumvastolequedeagentesnocivos1 capazes de comprometer o desempenhoplenodassuasmúltiplas funçõesnosespaçosverdesurbanos. Por um lado, a acção destes pode resultaremperdasdecrescimento,desenvolvimentoanormalda copa, enfraquecimento e até morte das árvores,interferindo assim com as suas funções ambientais.Poroutrolado,determinadosagentesnocivossãoelespróprios habitantes indesejáveis dos espaços verdespodendocomprometeraplenafruiçãodestesenquantoespaçosdelazererecreio.Osafídeoseaprocessionáriadopinheiro(verfiguras)ilustrambemesteaspecto.Osafídeos excretam uma substância pegajosa (melada)quequandoproduzidaemabundânciasevêescorrersobreosbancosdejardim,passeiosepavimentos.Porsuavez,aprocessionáriaconstituiumperigopotencialparaasaúdepúblicapoispossuipêlosurticantesquepodemcausaralergiasnoHomemeanimaisdomésticos.

Ovalorornamentaldasárvoresestádirectamenterelacionadocomaidadeevitalidade.Asárvoresmaisvelhasesaudáveissãoinequivocamenteasmaisvalio-sas,principalmenteemespaçosmaisamplos,comoporexemplosjardins,praçaseparques.Noentanto,paraqueasárvorespossamatingiramaturidadeemboascondi-

1) Chamam-se agentes nocivos aos inimigos das plantas.Estespodemserdenaturezabiótica(infestantes,roedores,caracóis, insectos, ácaros, nemátodes, fungos, bactérias,vírus,etc.)ouabiótica(poluição,carênciaouexcessodenutrientesnosolo,compactaçãodosolo,faltaouexcessodeágua,radiaçãosolarintensa,geadastardias,relâmpa-gos,ventosfortes,fogoetc.)

çõesfisiológicassãonecessárioscuidadosquecomeçamainda antes da plantação e que se devem prolongaratéaofinaldasuavida.Nestecapítulodescreve-seaestratégiaaseguirnaprotecçãodasárvoresdosespaçosverdesurbanoscontraagentesnocivos.Estaestratégiaabrange as seguintes componentes: 1) prevenção; 2)monitorização,reconhecimentodoproblemafitossani-tárioeidentificaçãodoagentenocivo;3)meiosdeluta.

PrevençãoA prevenção é a componente mais importante

numaestratégiadeprotecçãodasárvoresdosespaçosverdesurbanos.Primeiro,porqueparamuitaspragasedoençasounãoexistemmeiosdelutacurativoseficazesou então a sua implementação é cara, difícil, e desa-conselhada(quandosetratadelutaquímica),devidoàgrandedimensãodasárvoreseàutilizaçãopúblicadosespaçosverdes.Segundo,porquemuitosproble-masfitossanitáriosresultamdemásopçõestécnicasdeinstalaçãoegestãodasárvores,comoporexemplo:máescolhadasespéciesevariedades,técnicasdeplantaçãoincorrectas,choquesdetransplantação,problemasdosolo(e.g.compactação,baixafertilidade),estragosnasraízesprovocadosporobrasoucaldeirasinadequadas,problemasdestresshídricocausadospelaimpermea-bilização(pavimentação)dosolonaáreadeinfluênciadasraízesetc.

Consequentemente,umaboaestratégiadepro-tecçãodeveprivilegiaraprevençãoemdetrimentodaimplementação de meios de luta curativos porque ageneralidadedosproblemasfitossanitáriospodem(edevem)serprevenidospelasimplesadopçãodasboaspráticasdivulgadasnestemanual.Aprevençãocomeçaaindaantesdaplantação.Paraqueasárvorescresçamsãsevigorosasdevem-seconsiderarasseguintesme-didas:

126

1. Escolher criteriosamente os locais de plan-tação. Ter em consideração a qualidade dosolo, qualidade e disponibilidade de água edrenagem.Avaliaroespaçodisponívelqueasárvorestêmparacrescer(Capítulo2.1);

2. Proporcionar boas condições de crescimen-to às raízes(Capítulo2.2).Árvorescomraízessaudáveis estão muito mais aptas a resistir aeventuaisataquesdepragasedoenças;

3. Escolher a árvore certa.Darpreferênciaaes-péciesevariedadesnaturaisdaregiãoporqueestãoadaptadasàscondiçõesedafo-climáticaslocais. Quando se recorre a plantas não indí-genas,deve-seescolherespéciesevariedadespré-adaptadas(Capítulo2.4.2).Escolherplantastolerantesouresistentesàspragasedoençasmais comuns (e.g. espécies ou variedades re-sistentesàantracnosedeveriamserusadasnasnovasplantaçõesdeplátano;verquadrodepro-blemasfitossanitários).Nãoreplantaremlocaisondeasárvoresforamseriamentedanificadasoumortaspordoenças,anãoserqueseuseumaespécieouvariedaderesistente.Escolhercriteriosamenteasplantasautilizarnasnovasplantações;éindispensávelquesejamsãs(depreferênciascertificadas),comboarelaçãoen-treparteaéreaeradicularebemconformadas(Capítulo2.4.2);

4. Promover a diversidade de espécies de ár-vores (Capítulo2.4.2).Quantomaioradiversi-dademenoronúmerodeárvoresporespécie.Estefactopodeterimplicaçõesfitossanitáriasinteressantes.Porumlado,hámenosalimento

disponívelparaaspotenciaispragasedoençasdesfavorecendo o seu desenvolvimento. Poroutrolado,oprejuízodepotenciaisepidemiasédiluídopelofactodehavermenosárvoresdaespécieatacada;

5. Promover a diversidade de espécies herbáce-as e arbustivas(Capítulo2.4.2).Muitasespéciesdestesestratosproporcionamaosorganismosauxiliares2hospedeirosoupresasalternativos,alimentosuplementar(e.g.néctarepólen),abri-goelocaisdehibernaçãopotenciandoassimaacção da limitação natural (ver lutabiológicanoquadrodosmeiosdeluta).Poroutrolado,espéciescomootomilho,alavanda,acamomilapossuempropriedadesrepelentes.

6. Preparar os locais de plantação e plantar correctamente. Nocasodanovaplantaçãoserpara substituir árvores que morreram devidoa doença deve-se ter o cuidado de eliminarasfontesdeinóculo,paraprevenirpotenciaisreincidênciasdadoença(e.g.emcasodepodri-dãoradicularprovocadapelofungoArmillaria deve-seremoverasraízesdasárvoresmortas),e fundamentalmente deve-se replantar comespécieouvariedaderesistente.

2) Os organismosauxiliares são os inimigos dos agentesnocivosbióticospresentesnaturalmenteouintroduzidospeloHomemnoecossistema.Podemserpredadores,pa-rasitóides,patogénios,antagonistas,competidoresetc.Osorganismosauxiliaresreduzemaspopulaçõesdeagentesnocivosbióticoseconsequentementeosprejuízoscausa-dos.

127

As medidas de protecção preventivas não sedevemlimitaràfasedeplantação,massimprolongar-seatéaofinaldavidadasárvores.Ovigorevitalidadedasárvoresquecrescemnosespaçosverdesurbanosdependedeboascondiçõesnoquedizrespeitoàágua(Capítulo3.2),fertilizações(Capítulo3.1),podas(Capí-tulo3.4)eprotecçãodasárvorescontradanosfísicos(Capítulo2.5):

1. Água Tantooexcessocomoafaltadeáguapodem

causar estragos sérios nas árvores. A securaexcessiva pode provocar: escaldão, diebackdoslançamentosedosramos,rachamentodacasca,cancros,infecçãodealgunsfungos(can-cros de Cytospora, Botryosphaeria, Seiridium)e ataque de algumas pragas (de ácaros e deinsectos desfolhadores, picadores-sugadoresexilófagos).Poroutrolado,oexcessodeáguatambéméprejudicialporexcluirooxigénionazonadasraízesepromoverodesenvolvimentode doenças radiculares causadas por fungoscomoArmillariaePhytophthora.

2. Fertilizações Tantoacarênciacomooexcessodenutrientes

interferemcomodesenvolvimentonormaldasárvores.Enquantoasfertilizaçõesequilibradaspodemaliviaralgumasdoençasabióticas(Ca-pítulo 3.1), as fertilizações excessivas podempromover pragas e doenças. Por exemplo,fertilizaçõesexcessivascomadubosazotadospodem: (1)causarorachamentodacasca, fa-cilitandoaentradadefungos; (2)aumentarasusceptibilidadedasplantasaalgumasdoenças(e.g.afertilizaçãodepinheiroscomcancrosede

rosáceascomfogobacterianotornaestasplan-tasaindamaissusceptíveisaestasdoenças);(3)promoveralgumasdoenças(e.g.fertilizaçãodecarvalhospodecausardistorçãodoslançamen-tosterminaiscausadapeloataquedofungodooídiooqualprefereoslançamentossuculentos);(4)causarodesenvolvimentodefolhagemex-cessivamentesuculentapromovendoassimoataquedeácaros,pulgõesepsilas.

3. Podas Aspodaspodemserfeitascomoobjectivode

melhoraraestruturadasárvores(Capítulo3.4)oudecontrolarcertaspragasedoenças(verlutaculturalnoquadrodosmeiosdeluta).Tantoaspodasdeformaçãocomoassanitárias,quandomalfeitas,podemterumimpactonegativonasanidadedasárvores.Asferidasresultantesdaspodas podem servir como portas de entradaparaalgunsfungose insectos.Esteefeitode-pendedadimensãodasferidas.Quantomaioresforem as feridas mais lenta é a cicatrização emaioréaprobabilidadedeataquesdefungosquecausampodridõesedeinsectosxilófagos.Écomumver-sepodridõesnolenhocausadasporfungos que entraram por feridas provocadaspelaremoçãoderamosdegrandedimensão.

4. Protecção das árvores contra feridas e danos Acasca,olenhoeasraízesdasárvorespodem

ser feridos ou danificados por pessoas (e.g.através de podas, obras de construção e ma-nutenção,estacionamentodeveículosqueaoencostaremàsárvorespodemferirotroncoecausardanosnasraízesdevidoacompactação),animaisoucondiçõesambientaisadversas(e.g.

128

radiação solar e frios excessivos, relâmpagos,saraiva,neve).Asferidaseosdanostornamasárvoresmaissusceptíveisaoataquedepragasedoenças.Medidasdeprotecçãorelativamenteacadaumdosagentesnocivosreferidosacima,sãoporexemplo:(1)instalarbarreirasprotecto-rasdasárvoresnoslocaisdeestacionamento,(2)durantearealizaçãodeobras,instalarpro-tecções e ter cuidados especiais para que asraízes das árvores não sejam danificadas, (3)pintarotroncodasárvoresjovenssusceptíveisaoescaldãocomtintabrancadeinteriordiluídaa50%(vercasodoplátanobastardonoquadrodosproblemasfitossanitários).

Monitorização, reconhecimento do problema fitossa-nitário e identificação do agente nocivo

Por vezes as medidas preventivas não são su-ficientes para impedir o aparecimento de problemasfitossanitários.Assim,éfundamentalamonitorizaçãoregulardosespaçosverdesurbanosportécnicosaten-tosecomsensibilidadeparadetectaras“árvoresnãosaudáveis”.Estaactividadepermiteoreconhecimentoprecoce da existência de problemas fitossanitários econstituioprimeiropassodocombate.

Aidentificaçãodoagentecausaldodesequilíbriofitossanitário, ou seja o diagnóstico, é essencial paraaescolhademeiosde lutaapropriadosesucessodocombate.Idealmente,todosostécnicosdeveriamestartreinadosparaprocederaodiagnóstico.Porém,estaéuma das tarefas mais difíceis em protecção. Primeiroporqueexisteumagrandevariedadedeagentesnocivosabióticosebióticos(quepodemactuarisoladamenteouemconjunto)cujaidentificaçãorequerfrequentementeaajudadeespecialistas(patologistas,entomologistas,eda-fologistasetc.).Segundoporquesintomassemelhantespodemsercausadosporagentesnocivosmuitodiferen-

tes(e.g.sintomasdevidoàqueimaprovocadaporgeadastardiaseantracnosedoplátano).Consequentemente,paraumdiagnósticocorrectoémuitasvezesnecessáriorealizaranálisesfoliaresedesolo,fazerisolamentodepatogéniosemmeiodeculturaefazerobservaçõesàlupaemicroscópio,oquerequerequipamentoeconhe-cimentoespecializados.Noentanto,aspragasedoençasmaiscomunsecomsintomatologia típicapodemserfacilmenteidentificadasportécnicostreinados.Asdes-criçõesefotografiasdisponíveisnosmanuaisindicadosnasreferênciasbibliográficaseacompilaçãodaspragasedoençasmaiscomunsdasprincipaisárvoresdosespa-çosverdesdeBragançapodemauxiliarnestatarefa(verquadrosdosproblemasfitossanitáriosefiguras).

Aidentificaçãodoagentenocivodeveestarnabasedatomadadedecisãorelativamentea“oquefazer”.Adecisãodotécnicopodevariarentre“nãofazernada”atéàdeaplicaro(s)meio(s)delutamaisadequado(s).

Meios de lutaAntesdeserecorreraosmeiosdelutadevem-se

ponderarasseguintesquestões:(1)“éabsolutamentenecessárioaplicarmeiosdeluta?”Arespostaaestaper-guntadependedeoutrasperguntas,comoporexemplo:“existeameaçaàsaúdepública?”(e.g.aprocessionáriaconstitui um risco para a saúde pública) e“a árvoreestáameaçada?”(2)“osmeiosdelutadisponíveissãoeficazes?”(3)“omomentodeaplicaçãoseráoportuno,ousejaédemasiadocedooudemasiadotarde?”(4)“hájustificaçãoparaotratamento,ousejaqualovalordotratamentorelativamenteaovalordaárvore?”

Depoisdeseresponderaestas,eeventualmenteoutras,questõesadecisãopodesernãofazernada.Sepelocontrárioatomadadedecisãofornosentidodesedestruiroagentenocivo(pragaoudoença)entãoéfrequentementenecessáriousarmaisdoqueumdosmeiosdelutadescritosnoquadrodosmeiosdeluta.

129

Bibliografia recomendadaAmaroP.2003. A Protecção Integrada. ISA/Press.Costello L.R.et al.2003. Abiotic disorders of Landscape

plants: a diagnostic guide. UniversityofCalifornia.AgricultureandNaturalResources.

DreistadtS.etal.2004.Pests of landscape trees and shrubs: an integrated pest management manual. SecondEdition. (Parte da informação veiculada nesteCapítulofoiinspiradaebaseadanestemanual).

FerreiraM.C.1998.Manual dos insectos nocivos às plan-tações florestais.PlátanoEdiçõestécnicas.

Ferreira M.C. & FerreiraW.S. 1991. Pragas das folhosas. Guia de campo.Sériedivulgação,DGPA/MAPA.

FerreiraM.C.&FerreiraW.S.1991.Pragas das resinosas. Guia de campo.Sériedivulgação,DGPA/MAPA.

Sousa E.M., Evangelista M., Rodrigues J.M. (Ed.). 2008.Identificação de pragas e doenças em povoamentos florestais.DGRF.

EmPortugalnãoexistemmanuaisdeprotecçãocontraagentesnocivosdasárvoresemmeiourbano.Porisso,recomendam-seosexcelentesmanuais(indi-cadosacimaanegrito)queforamdesenvolvidosparaaCalifórnia.MuitasdasárvoresusadasnosespaçosverdesurbanosnaCalifórniaeconsequentementemuitosdosproblemasfitossanitáriossãocomunsaPortugal.Assim,estes manuais podem ser uma ferramenta bastanteútil para os técnicos dos espaços verdes urbanos. OsmanuaisdepragasedoençasexistentesemPortugalindicadosacimaforamdesenvolvidosparaecossistemasflorestais.Umavezquealgumasdasespéciesdeárvoresflorestaissãousadasemmeiourbano,estesmanuaispodemdarumaajudaaodiagnósticoeàescolhadosmeiosdelutaparaalgumaspragasedoenças.

Portais recomendadoswww.dgadr.pt/default.aspx Nesteportal,daDirecçãoGeraldeAgriculturae

DesenvolvimentoRural,estádisponívelalistadeprodutosfitofarmacêuticos(incluindobiopestici-das)comvendaautorizadaemPortugal,empresasque os comercializam, condições de utilização.Nesteportaltambémseencontratodaalegisla-çãoeinformaçãoútilrelativamenteaosprodutosfitofarmacêuticos.

www.ipm.ucdavis.edu/PMG/GARDEN/plantmenu.html Nesteportalencontra-seumguiamuitoútildos

problemas fitossanitários dos arbustos, plantaslenhosaseárvoresdosespaçosverdesurbanos.Para cada espécie de planta está disponíveluma lista interactiva de pragas e doenças cominformação e fotografias que ajudam não só àidentificaçãocomotambémaotratamentodestesproblemas.

www.ipm.ucdavis.edu/PMG/NE/index.html Nesteportalestãodisponíveisfotografiaseinfor-

maçãosobreospredadoreseparasitóidesmaiscomunsdepragas.

http://proteccaointegrada.biosani.com Nesteportalencontram-seosprodutoscomercial-

izadosusadosemlutabiológica(e.g.predadores,parasitóides,bioinsecticidas)elutabiotécnica(e.g.armadilhas,feromonas)contrapragasedoençasemPortugal.

130

Em cima, sintomas e sinais da antrac-nose do plátano: cancros nos raminhos (C), proliferação de raminhos mortos (D), necroses nas nervuras principais (E).À direita, ataque de tigre do plátano: manchas amarelas na base da folha (F), adultos, ninfas e excrementos (peque-nas pontuações negras brilhantes) ao longo das nervuras principais (G), adul-to visto à lupa (comprimento: 3mm) (H).

A C

D

F

G

H

E

B

Em cima:Plátano são (A) e plátano com ataque severo de antracnose (B).

131

Em cima, ataque de afídeo negro em cerejeira: sintomas de ataque por toda a copa (I), colónias de afídeo negro em folhas fortemente enroladas e encarquilhadas (J).

À esquerda, ataque de afídeo em tília: ninfas em diferentes estádios de desenvolvimento (K); folhas mos-trando aspecto brilhante resultante da acumulação de melada (L).

Em baixo, folha de plátano bastardo (página inferior) com colónia de afí-deos e com adulto e larva de preda-dor da família Coccinelidae (M).

I

K

M

J

L

132

Em cima, Pseudotsuga com colónia de gilete e larva de predador (ao centro) da família Coccinelidae (N).

Grafiose do ulmeiro: ulmeiro saudá-vel ao lado de ulmeiro doente (O); galerias do insecto vector da grafio-se em ulmeiro doente (P).

N

O P

133

À esquerda e em cima, processionária: pinheiro bravo com ninhos abando-nados (Q); ninhos de processionária com lagartas (R), procissão em muro (S).

Em baixo, escaldão em plátano bastardo: rachamento da casca e colonização por fungo de cor negra (T), lenho exposto mostrando podridão (U).

Em baixo, folhas de choupo comidas por melasoma e adulto de melasoma (V).

Q

R

TV

S

U

134

Problemas fitossanitários mais comuns das principais espécies de árvores dos espaços verdes urbanos de Bragança. Sintomas e meios de luta por espécie de árvore.

Sintomas Agente nocivo/Estragos Meios de luta

Cerejeira (Prunus avium)

Folhasdeformadaseencarquilhadascomcolóniasdepequenosinsectosnegrosemformadepêra,comousemasas.Folhascomaspectomuitobrilhantedevidoàacumulaçãodemeladaexcretadapelosinsectos.Presençadeformigas.

Piolhoouafídeonegro(Myzuscerasi.Insecto).PragaimportantedascerejeirasdoCorredorVerdedoFervença.Osestragossósãoimportantesquandoonúmerodepiolhoségrande.Asárvoresatacadasnãomorrem,masficamdebilitadas.Deformaçãoeencar-quilhamentodasfolhasreduzemvalorestéticodasárvores.Meladapodeserumproblemaparaosutiliza-doresdosespaçosverdes(verTília).

Lutacultural:corteedestruiçãodaspartesdaárvoresondehácolónias.Lavagemdasfolhascomjactosdeáguafortes.Estesmétodossãomaisfáceiseeficazesquandoasárvoressãopequenaseosafídeossãopouconumerosos.Devemseraplicadosnoiníciodoataque.Capturadasformigaspelautilizaçãodebandascomcolaaplicadasàvoltadotronco(asformigasprotegemospio-lhosdospredadoreseparasitóides).Evitarfertilizaçõesexageradascomazotoporquepromovemodesenvolvimentoderebentostenrosatractivosparaosafídeos.Limitaçãonatural:porpredadores(e.g.joaninhas)eparasitóideséefi-cazquandoosafídeossãonumerosos.Lutaquímica:lavagemdasfolhascomsoluçãodeáguaedetergentebiodegradável.Experimentarpreviamenteasoluçãonumapartedaplantaparaverseháefeitosfitotóxicosdodetergente.ExistemváriassubstânciasactivashomologadasemPortugalparatratarestapragaemcerejeiraemecossistemasagrícolas.Importantelembrarque:muitosinsecticidasmatamtambémospredadoreseparasitóides;populaçõesbaixasamoderadasdeafídeospodemsertoleradasegeralmentedesaparecemquandoastemperaturassãomuitoelevadasequandochegamosauxiliares.

Choupo (Populus spp.)

Folhascomidas.Ovosagrupadosalaranjadosnapáginainferiordasfolhas.Presençadelarvas(amareladasecommanchasnegras)eadultos(comcercade1cmdecomprimentocomélitrosvermelhovivoecabeçaetóraxnegros)aalimentar-sedasfolhas.Larvasjovensalimentando-seemgrupos.Presençadeadultosaacasalarnasfolhas.

Melasoma(Melasomapopuli.Insecto).Pragadoschou-poscomumemBragança.Asdesfolhassãogeralmentepoucoimportantesemaisacentuadasnaparteinferiordacopadasárvoresadultas.Quandoosataquessãoseveros,oqueaconteceraramente,asárvorespodemsofrerdesfolhascompletas(sóficamasnervuras).Asárvoresnãomorrem,masficamdebilitadas.Reduzvalorestéticodaárvore.

Lutacultural:corteedestruiçãodasfolhasnafaseemqueaslarvasseestãoaalimentaremgrupo.RemoçãooudestruiçãodasfolhaseoutromaterialàvoltadoschouposapósquedadafolhanoOutono.OsdetritosservemdeabrigodeInvernoaosadultos.

Folhascombolhasprimeiroesverdeadasevoluindoparacoramarelaatélaranjanaparteconcavadabolha(páginainferiordafolha).

Lepradochoupo(Taphrinaaurea.Fungo).Doençacomummaspoucoimportante.Nãocausaquedadasfolhasnemtãopoucoamortedaárvore.Estragosnãotêmgrandesignificado.

Lutacultural:manterasárvoresvigorosas.DuranteoInverno,enterraroudestruirfolhasatacadas.Usarclonesdechouporesistentes.

Plátano (Platanus spp.)

Folhascommanchasamareladasinicialmentenabasedafolhaeestendendo-seaolongodaestaçãodecrescimentodesdeanervuraprincipalatéaosbordos;asfolhasficammanchadasdeamarelosemelhanteaumtecidomanchadoporlixívia.Presençaabundantedeminúsculosinsectosesbranquiçadosedeexcremen-tos(formandomanchasnegrasbrilhantes)napáginainferiordasfolhas.

Tigredoplátano(Corythucaciliata.Insecto).PragadoplátanomaiscomumemBragança.Árvoresnãomorremenãoparececausarestragossériosnaplanta,apesardepodercontribuirparaareduçãodovigor.Podeservectordaantracnosedoplátano.Reduzvalorestéticodaárvore.

Desconhece-semétodoeficazdetratamento.Lutacultural:promoverovigordasárvores.Cortarequeimarasfolhasatacadas,seoataqueformuitolocalizado.Limitaçãonatural:emfolhasatacadasdeplátanosemBragançaforamobservadospredadoresantocorídeosaalimentar-sedestapraga.Lutaquímica:emPortugalnãoexisteminsecticidashomologados.Noutrospaísesháváriosinsecticidasemétodosdeaplicação(pulverizaçãofoliar,injecçõesnotronco,aplicaçõesnosolo)disponíveis,massãoconsideradoscarosepoucoeficazesealgumasinsecticidassãotóxicosparaospredadoreseparasitóides.

SintomasmaisacentuadosnoiníciodaPrimaverasur-gindologoqueaárvorecomeçaaabrolhar,sendomaisseverosemtempohúmidoefrio.Coloraçãopardadosrebentosedasfolhasrecémsaídasdosgomosfoliares(parecemqueimadaspelageada).Emurchecimentodasfolhasjovens.Aparecimentodenecroses(tecidomorto)aolongodasnervurasprincipaisdasfolhasdesenvolvidas.Presençadecancrosnosraminhosmortos.Proliferaçãoderaminhosmortos.NaPrimavera,equandooataqueésevero,acopaficararefeita.Noen-tanto,comocrescimentodenovasfolhas,estesintomaépouconotórioquandosechegaaoVerão.

Antracnosedoplátano(Apiognomoniaveneta.Fungo).DoençadoplátanomaisimportanteemBragança.Árvoresnãomorrem,masficamdebilitadas.Nãocausaestragossériosnaplanta.Reduzvalorestéticodaárvore.

Lutacultural:pode-semelhoraroestadosanitáriodosplátanospelaaplicaçãodefertilizanteserealizaçãodepodassanitáriasnoInverno(queimarrestosdapodaparadiminuiraquantidadedeinóculoparaoanoseguinte).Usarespéciesdeplátanoouvariedadesresistentesnasnovasplantações:Platanusorientaliseavariedade“Bloodgood”dePlatanusacerifoliasãoresistentesàantracnose.Lutaquímica:nãoexistemfungicidaseficazesparacombaterestadoença(nemháhomologadosemPortugal).

135

Sintomas Agente nocivo/Estragos Meios de luta

Plátano bastardo (Acer pseudoplatanus)

Inicialmenteacascaficacomumacorvermelhaacas-tanhadaemaistardeficaescuraquasepretadevidoàpresençadefungos.Acascaacabaporracharexpondoolenho.Forma-setecidocicatricial(calo)àvoltadolenhoexposto.Otecidolenhosoexpostoéinvadidoporfun-gosquecausampodridõeseporinsectosxilófagosqueperfuramolenho.Estaslesõesformam-senapartedotroncoviradaasudoeste.Alesãoacabaporatingirumagrandeporçãodotroncolevandoaárvoreàmorte.

Escaldãonotronco(doençaabiótica)provocadoporflutuaçõestérmicasmuitobruscas(entreanoiteeodia)duranteoInverno(requertemperaturasduranteanoiteabaixodezero).EsteproblemaabióticoatingiuseveramenteageneralidadedasárvoresjovensdeplátanobastardodeBragançatendocausandograndemortalidade.

Lutacultural:asárvoresseveramentedanificadasdevemsersubstituídasporespéciesresistentesaoescaldão.Génerossensíveisaoescaldão:Acer,Tília,Prunus,Pyrus,Malus,Juglans,Ulmus,Laurus.Asárvoresjovenssãomaissensíveisaoescaldão.Medidasparapreveniroescaldãodotronco:evitararemoçãoexcessivadefolhaseramosdaparteinferiordacopaparadiminuirexposiçãodotronco;manterasárvoresadequadamenteirrigadasapósaplantação;pintarotroncocomtintabrancalátexdeinteriordiluídaa50%.

Colóniasdepequenosinsectossemasasoualados,emformadepêra,ecoresverdeada,napáginainferiordasfolhas.Folhascomaspectomuitobrilhantedevidoàacumulaçãodemeladaexcretadapelosinsectos.Presençadeformigas.

Piolhoouafídeo(famíliaAphididae.Insecto).Pragamuitocomumcujaseveridadedependedascondiçõesclimáticas.Meladapodeserumproblemaparaosutilizadoresdosespaçosverdes(verTília).

Verlutaculturalparapiolhonegrodacerejeira.

Pinheiro (Pinus spp.)

Presençadeninhosbrancosdefiosdesedanacopa.Lagartasaalimentarem-sedasagulhasduranteoInverno.Filasdelagartas(procissões)nospasseios,ruasemurosdesdeFevereiroatéMarço/Abril,dependendodascondiçõesclimáticasdoano.

Processionária(Thaumetopoeapityocampa.Insecto).PragacomumemBragança.Árvoresnãomorrem,maspodemficardebilitadas,principalmentequandoasdes-folhassãoseveras.Reduzvalorestéticodaárvore.PragamuitoimportanteemmeiourbanoporqueofereceriscosparaasaúdepúblicadevidoaospêlosurticantesdaslagartasquepodemcausaralergiasnoHomemeanimaisdomésticos.

Lutacultural:corteequeimadosninhoscomaslagartasládentro.Usarmás-caraeluvasparaevitarcontactocomospêlosurticantes.Lutafísica:capturadaslagartascomarmadilhasadesivas,aplicadasnotronco,naalturaemqueiniciamadescidaemprocissão.Lutabiológica:aplicaçãodebioinsecticidasàbasedeBacillusthuringiensis(Bt)antesoupoucotempoapóseclosãodosovos(desdefinaldoVerãoatéprincípiodeOutono).Lutabiotécnica:aplica-çãodereguladoresdecrescimento(antiquitinas)namesmaépocadoBt.HáváriosprodutosfitofarmacêuticosàbasedeBteantiquitinashomologadasemPortugal.

Pseudotsuga (Pseusotsuga menziesii)

Agulhascomamarelecimentoseguidodequeda.Presençadepequenostufosalgodonososbrancoslem-brandoa“neve”decorativausadanaárvoredeNatal.

Gilete(Gilletteellacoweni.Insecto).PragamuitocomumdaPseudotsugaemBragança.Árvoresnãomorrem,maspodemficardebilitadas,principalmentequandoasdesfolhassãoseveras.Reduzvalorestético.

Desconhece-semeiosdelutaapropriados.Limitaçãonatural:predadoresdafamíliadasjoaninhas(Coccinelidae)sãofrequentesnavizinhançadapragaevãolimitando-anaturalmente.

Tília

Colóniasdepequenosinsectos,aladosousemasas,esverdeadosemformadepêra(piolho),nasfolhas.Folhasexibindoumaspectomuitobrilhanteepegajosonapáginasuperiordevidoàmeladaproduzidapelosinsectos.

Pulgão,piolhoouafídeo(famíliaAphididae.Insecto).PragacomumemBragança.Asárvoresatacadaspelopiolhonãomorrem.Osestragossãoindirectoseestãorelacionadoscomamelada.Nosanosemqueapro-duçãodemeladaéabundante,podehaverproblemasdeutilizaçãodosespaçospúblicosporqueestaescorreparaosbancosdejardim,pavimentos,carrosestacio-nadosdebaixodasárvoresetc.Ameladaemsinãooferecequalquerriscoparaasaúdepública.

Verlutaculturalparapiolhonegrodacerejeira.

Ulmeiro (Ulmus procera)

Amarelecimentoseguidodesecaequedaprematuradasfolhas.Acopaficacomaspectoqueimado.Árvoremorreempoucassemanas.

Grafiosedoulmeiro(Ophiostomanovo-ulmi.Fungo).Doençamuitoimportante.Nosanos80dizimoupraticamentetodososulmeirosdodistritodeBragança.Aolongodosúltimos25anos,oulmeirotempersistido(porquerebentaapartirdaraizdasárvoresmortas)eactualmentetemumaexpressãoimportanteemBragança,principalmentenazonadoCastelo.Agrafiosemataasárvoresempoucassemanas.Ofungoédisseminadoeinoculadonaárvoreporescolitídeos(insectos)eatravésdeenxertosradicularesdeárvoresvizinhas.

Doençadifícildetratardevidoàvirulênciadofungoeaofactodeestarasso-ciadaainsectos.Nãoexistenenhummeiodelutacurativoeficaz.Lutacultural:asárvoresinfectadaspodemeventualmentesersalvas(pelomenostempo-rariamente)seadoençafordetectadaetratadaprecocemente,consistindootratamentonocorteequeimadoramoinfectado.Omeiodelutamaiseficazeduradouroconsistenautilizaçãonasnovasplantaçõesdevariedadesdeulmeiroresistentes(híbridosdeulmeiroseuropeuscomasiáticos)àgrafiose.Oinsectovectortambémédifícildecontrolar,emborasepossambaixarassuaspopulaçõespelacapturaemmassaatravésdeferomonasdeagregaçãoepeladestruiçãodasárvoresatacadasantesdaemergênciadosadultos.

Problemas fitossanitários mais comuns das principais espécies de árvores dos espaços verdes urbanos de Bragança (continuação).Sintomas e meios de luta por espécie de árvore.

136

Meios de luta disponíveis para combater os agentes nocivos.

Meio de luta Exemplo de meio de luta Exemplo de problema fitossanitário

Lutacultural:abrangemedidasdirectaseindirectasnalimitaçãodosagentesnocivos.

Medidasindirectas:têmporobjectivocriarcondiçõesdesfavoráveisaodesenvolvimentodosagentesnocivos.

Todasasmedidasdiscutidasna“Prevenção”. Generalidadedosproblemasfitossanitários

Medidasdirectas:actuamdirectamentesobreoagentenocivo. Podassanitárias.Remoçãoedestruiçãodepartes(e.g.ramos)atacadasdaárvoreporpragasoudoenças.Porvezes,amedidamaisaconselhadaéremovertodaaárvore.

Antracnosedoplátano(podasanitária).Grafiosedoulmeiro(remoçãodetodaaárvore)

Lutafísica:incluimétodosactivosemétodospassivosnalimitaçãodosagentesnocivos.

Métodosactivos:reduzemaabundânciadosagentesnocivosatravésdasuadestruiçãoouremoçãodaplantapelousodemão-de-obra,equipa-mentoedemateriaisnormalmentenãoconsideradospesticidas.

Mondamanualoumecânica. Infestantes

Destruição(corteequeima)deninhos. Processionária

Aplicaçãodecolasàvoltadotroncoparacapturadeorganismosduranteoprocessodeascensãooudedescidadacopa.

Formigas

Colheitamanualdoagentenocivo. Caracóis

Corteedestruiçãodefolhascominsectosquesealimentamemgrupo. Melasoma

Lavagemdasfolhascomjactosdeágua. Afídeos

Métodospassivos:actuamindirectamentesobreosagentesnocivosatravésdamanipulaçãoambiental(alteraçãodatemperatura,luzehumidade).

Desbastedocopadoparamelhoraracirculaçãodearereduzirahumi-dade.

Algumasdoençasfoliares

Aplicaçãodetintabrancanotroncodasárvores. Escaldãodotronco

Coberturadeárvoresmuitojovensparaprevenirestragosdevidosafrioexcessivo.

Lutabiológica:Alutabiológicarecorreaorganismosauxiliares(preda-dores,parasitóides,patogénios)parareduziraspopulaçõesdosagentesnocivos.Estemeiodelutaabrangealimitaçãonatural,alutabiológicaclássicaeotratamentobiológico.

Limitaçãonatural:aspopulaçõesdosorganismosauxiliaresqueexistemnaturalmentenoecossistemasãofomentadaspelamanipulaçãodoambiente(ver“Prevenção”).Actuaindirectamentenoagentenocivo.

Promoveradiversidadedeplantasherbáceas,arbustivasearbóreas. Generalidadedaspragas

Capturadeauxiliaresemarmadilhasetransporteparaasárvores. Generalidadedaspragas

Tratamentobiológico:umorganismoauxiliarespecíficoindígenaéin-troduzidocomoobjectivodeactuardirectamentesobreaspopulaçõesdeumapragaoudoençaespecífica.

Tratamentobiológicodepragascommicrorganismos.Porexemploapli-

caçãodobioinsecticidaàbasedabactériaBacillus thuringiensis,Bt(1).

Processionária

Lutabiológicaclássica:umorganismoauxiliarespecíficoexóticoéintro-duzidocomoobjectivodeactuardirectamentesobreaspopulaçõesdeumapragaoudoençaespecífica.

IntroduçãodoparasitóideAnaphes nitens. Gorgulhodoeucalipto

Lutabiotécnica:éaplicávelapenasainsectoserecorreasubstânciasreguladoraseinibidorasdecrescimento(e.g.inibidoresdasíntesedequitina)easemioquímicos(e.g.feromonas)queinterferemdirectamen-tecomanormalfunçãofisiológicaoucomportamentaldaspragas.

Tratamentodepragascomsubstânciainibidoradasíntesedequitina(2) Processionária

Utilizaçãodearmadilhascomferomona.Porexemplo,capturademachosdeprocessionáriaemarmadilhascomferomonasexual(3).

Processionária

Lutaquímica(4):consistenautilizaçãodeprodutosfitofarmacêuticos(e.g.insecticidas,fungicidas,herbicidas)comofimdeeliminar,reduzir,ouprevenirpragas,doençaseinfestantes.

Aplicaçãodefungicidasouinsecticidas. Burgo

137

Notasdoquadroanterior(1)OBtéumbioinsecticidaqueestáhomologadoemPortugalpara

combaterasseguintespragasflorestaisdesfolhadoras:proces-sionáriadopinheiro,limantriaeburgodosmontados(verportaldaDGADR).

(2)Hátrêssubstâncias(diflubenzurão,tebufenozida,azadiractina)dogrupodosreguladoresdecrescimentohomologadasemPortu-galparacombaterasseguintespragasflorestaisdesfolhadoras:processionáriadopinheiroelimantriadosmontados(verportaldaDGADR).

(3)FeromonasearmadilhassãocomercializadasemPortugalpelaempresaBiosani(verportaldaBiosani).

(4)Esteéomeiodelutamenosimportante,eatédesaconselhado,notratamentodaspragasedoençasdasárvoresdosespaçosverdesurbanosporrazõestécnicas,económicas,ambientaisedesaúdepública.Adicionalmente,onúmerodesubstânciasactivas(s.a.)homologadasemPortugalparatratarárvoresflorestaisémuitoreduzido(verportaldaDGADR).Tipicamente,nasáreasurbanasalutaquímicaéusadaparacombaterpragasedoençasdasher-báceasearbustivaseinfestantes.Paraestescasosháváriass.a.homologadas(verportaldaDGADR).Actualmenteháumvaziolegislativonoquerespeitaàsaplicaçõesdeprodutosfitofarma-cêuticosemzonasurbanas.Ageneralidadedasaplicaçõesestãoisentaseasquenãoestão(casodaaplicaçãoprodutosfitofarma-cêuticosparatrataraprocessionáriadopinheiro)regem-sepeloDecreto-Lei173/2005queregulaasaplicaçõesemáreasagrícolaseflorestais.ODecreto-Leiqueiráregularasaplicaçõesemzonasurbanasencontra-seemfasedeaprovação.Prevê-sequeanovalegislaçãovácondicionargrandementeasaplicaçõesdeprodutosfitofarmacêuticosemmeiourbanoporrazõesambientaisedesaúdepública.

139

3.7 Árvores de RiscoLuís Nunes

Árvores de RiscoParaalémdasuabelezaeformasgraciosas,aárvo-

reemmeiourbanodesempenhaumasériedefunçõesbenéficas.Devehaverumapreocupaçãoemasseguraravitalidadeeasegurançadasárvoresemmeiourbano,sobretudonasáreasdedomíniopúblicomastambémnasáreasdeusoprivado.Nestesentidoéimportanteoreconhecimentodasdenominadas“árvoresderisco”.

Umaárvoreéconsideradaderiscosepossuiumaestruturadebilitadaaliadaaofactodepoderviraatin-girpessoasoubensemcasodequedatotalouparcial(Dujesiefkenet al.2005;Smileyet al.2007).

Indicam-sealgumasdeficiênciasestruturais,quepodemcontribuirparaqueaárvoreem meio urbano se possa tornaruma“árvorederisco”:

1.Ramoscomdeficienteliga-çãoestruturalaotroncoemresultadoderebentaçãoemzonas que sofreram podasseveras(atarraques).

2 e 3. Limitação do normaldesenvolvimento da parteaéreaeradiculardaárvoredevidoàpresençadelinhaseléctricasnasproximidadesdacopae/ouobrasaoníveldosolo,quereminfra-estru-turassubterrâneasquernopavimento.

4.Cavidadesno troncoe/ou

nosramosdevido,porexemplo,adanosmecâ-nicosoupodridões.

5.Ramospartidosouquesofreramesgaçamento.Aquebraderamospodeterváriascausasiso-ladasouconjugadascomoventosfortes,gelo,neve, excessivo desenvolvimento de ramosporpodasdemanutençãomalconduzidasouausentes.

6.Ramosmortosouamorrerdecimaparabaixo(dieback).Estefenómenopodeserdevidoamúl-tiplos factorescomodeficiênciasnutricionais,perturbaçõesfisiológicasprovocadaspordese-quilíbriosaoníveldacopaousistemaradicular,bemcomoporataquesdepragasoudoenças.

7.Situaçõesdecascainclusacomdesenvolvimen-todeváriosramosapartirdomesmoponto.

Deficiências estruturais que podem conduzir a uma “árvore de risco”.

AdaptadodeISA(2008)

6

2

1

7

8

4

3

140

8.Podridõesenecrosesemferidasmalcicatriza-dasoucavidadesantigas.Asferidasresultantesdocortederamoscomgrandedimensãosãomais susceptíveis de desenvolver podridõesque,senãoforemdevidamentecompartimen-talizadas, podem levar a sérias deficiênciasestruturaisinternas.

Monitorização Umainspecçãodeveterporobjectivoaavaliação

dograuemqueasaúdeeintegridadefísicadaárvoreseencontramafectadase,posteriormente,aavaliaçãodoriscoparaaspessoas.

Devepromover-seasegurançadasárvoresemmeio urbano, quer privadas quer no espaço público.Umainspecçãoregulardasárvorespermitirádetectaratempadamentesituaçõesderisco.Fazerumainspecçãoanualouacadadoisanoséumaboaprática.Emárvores

deriscocomgrandeporteeidadeavançada,pode-sefazermaisdoqueumainspecçãoporano,semprequesejustifique,comoporexemploaseguiraventosintensoseprolongadosouquedaacentuadadeneve.

Aavaliaçãodeárvoresderiscobaseia-sesobre-tudonométododaanálisevisual.Numaanálisedestetipodeve-seobservaratentamenteaárvoreanalisandoavitalidadegeraleprocurandosintomasedefeitos.In-dicam-sealgunsdosprincipaispontosaterematenção:

1. Identificação e Localização - aárvorederiscoeolocaldasuaimplantaçãodevemserreferen-ciados para facilitar o seu acompanhamentocontínuo.

2. Meio Envolvente - averiguarsehálimitaçõesao normal crescimento da parte aérea e dosistemaradiculardaárvore(fiação,canalizaçõessubterrâneas, pavimento); analisar potenciais

A – bifurcação com ligação estrutu-ral forte.B – bifurcação com ligação estrutural fraca (casca inclusa).AdaptadodeShigo(1994)

À esquerda, cavidade no tronco.

Ao centro, fenda no tronco.(Dujesiefkenet al.,2005)

A B

141

problemasdedrenagemoudecompactaçãodosolo;identificarpotenciaisalvosnaeventu-alidadedequedadaárvore.

3. Aspecto Geral da Árvore - identificarpossíveisdesequilíbrios na arquitectura da copa e/ouinclinaçãoacentuadadotronco;avaliaravitali-dadegeral,analisandoaspectoscomograusdedesfolhaedescoloração,aexistênciaderamosmortosouamorrerdecimaparabaixo(dieba-ck)eaabundânciaderebentosepicórmicos.Reconhecerpossíveissintomasdapresençadepragasedoenças.

4. Tronco e Ramos - identificardeficiênciasestru-turaiscomoaexistênciaderamoscodominan-tescomuniãofracaporcascainclusa,ramospar-tidosouesgaçados,presençaderachadurasoufendasabertaseprofundasnotroncoeramos,existênciadecavidades(verfiguras),desenvol-

Estruturas de frutificação de fungos.(Dujesiefkenet al.2005)

vimentodepodridões,necrosesoucancrosemferidasresultantesdecortesdapoda.

5. Base do tronco - asinspecçõesaoníveldabasedotroncopodemdarindicaçõesimportantesacercadavitalidadedosistemaradicular,name-didaemqueesteédifícildemonitorizar.Juntaàbasedotroncodevem-seprocurarsinaisdapresençadefungosprejudiciaisàárvorecomoéocasodasestruturasde frutificação (cogu-melos)oudepodridões.Aexistênciadetecidotumoralouemissãodeexsudadosaoníveldotroncotambémpodemestarrelacionadascomproblemasradiculares.

Medidas para a minimização de riscosAescolhadeespéciesbemadaptadas,comum

porteadequadoaolocaldeimplantação,bemcomoacorrectaformaçãodaárvoredesdeasuajuventudesãomedidasqueevitamgrandementeoseuevoluirparaumasituaçãoderisco.

Quando estamos perante uma árvore de risco,para além da própria natureza dos problemas iden-tificados, as medidas a tomar para os solucionar sãoigualmente função da pressão populacional sobre olocalondeaárvoreseencontra.Emáreasdeelevadaafluência de público, não é possível correr quaisquerriscos. Nas zonas de menor pressão populacional, olequedeopçõesémaisvariado.

PodasOsramoscomdeficiênciasestruturais,emconflito

cominfra-estruturas,demasiadodesenvolvidos,assimcomoosramospartidosemortos,devemsercortados,tendo em atenção as regras para uma poda correcta(vercapítulo3.4).

142

LimpezadeferidasecavidadesAspodridõespoucoextensas,emferidasresul-

tantesdecortesouemcavidades,podemserlimpasnatentativadequeaárvoreconsigacompartimentalizaraszonasafectadas.

EstabilizaçãodotroncoouderamosQuandohárachadurasoufendasnotroncoou

em ramos e que não afectam consideravelmente aresistênciadaárvore,podemaplicar-secabosdeliga-çãoeabraçadeirascomomeiodesuporte físicoparaaumentararesistênciaeaestabilidade.

RemoçãodaárvoreÁrvoresmortas,árvorescomgravesdeficiências

estruturaiseárvorescomdeclínioacentuadodevidoapodridõesinternas,emriscodeatingirempessoasoubens, devem ser removidas e substituídas por outrasbemadaptadas.

Aavaliaçãodaestabilidadedaárvorenocasodesuspeitadaexistênciadepodridõesinternasdeveserfeitaporprofissionaisrecorrendoaaparelhospróprioscomoéocasodoresistógrafo.

Um outro aspecto importante a ter em conta

prende-secomoimpactodasmedidastomadassobrea vida selvagem. Se simultaneamente conseguirmosatingirosobjectivosdesegurançaeaumentodabio-diversidade,tantomelhor(Shigo,1994).

BibliografiaDujesiefken,D.,Drenou,C.,Oven,P.andStobbe,H.2005.

Arboriculture Practices. In:Konijnendijk,C.,Nilsson,K.,Randrup,T.andSchipperijn,J. (Eds.).Urban

Forests and Trees.Springer.ISA2008.Recognizing Tree Hazards.InternationalSociety

ofArboriculture.Emwww.treesaregood.comShigo,A.L.1994.TouchTrees.Modern Arboriculture. Shigo

andTreesAssociates,USA.Smiley,E.,Fraedrich,B.,andFengler,T.2007.Hazard Tree

Inspection, Evaluation, and Management. In:Kuser,J.,Ed.UrbanandCommunityForestryintheNorth-east.Springer.

Ao lado,evidências de podridão inter-na.

À esquerda,resistógrafo.

143

3.8 Linhas de água e galerias ripícolas Ana Geraldes e Amílcar Teixeira

A melhoria da qualidade ambiental nas zonasribeirinhaspassapelaimplementaçãodeváriasmedidasdegestãoquevisem:

• Melhoraraqualidadedaágua• Minorarosefeitosdascheiasedassecas• Conservare/oureabilitarasgaleriasripícolas• Promoverabiodiversidadenorioeenvolvente• Valorizar, atrair e educar a população para o

usufrutodestesespaços

Como podemos melhorar a qualidade da água?A eliminação da poluição localizada e difusa é

essencialparagarantirumaboaqualidadedaágua.ÉimprescindívelobomfuncionamentodasEstaçõesdeTratamentodeÁguasResiduais-ETAR’seimplementarpolíticasdeordenamentodoterritórioadequadas.Paraalém disso existe um conjunto de boas práticas quepodemsercumpridasportodososcidadãos,como:

• Adoptar um comportamento domiciliárioadequado no uso da água (e.g. evitar o usoexcessivo de detergentes e outras formas dedesperdício)

• Nãodeitarlixo(e.g.garrafasdeplástico,papéis,óleosusados…)noscursosdeágua.Muitosdes-tesprodutossãonão-biodegradáveisepodempermanecernoambientedurantecentenasdeanos.Estesresíduosdevemserdepositadosnosecopontos.

• Nãoaplicarfertilizantesemexcessoemjardinsehortaseescolherperíodossecosparaofazer.Recorrer a processos de compostagem dosresíduosorgânicoscaseiros(nãosãoarrastadostãofacilmenteparaaslinhasdeágua).

• Nãodespejarefluentesprovenientesdeestá-

bulosedeoutrostiposdefossasnaslinhasdeágua(promovemocrescimentodebactériasealgas, pondo em risco a qualidade ambientaldestessistemasetambémasaúdepública).

Como podemos minorar os efeitos das cheias e das secas?

Ospavimentosdascidadesprovocamaimperme-abilizaçãodosoloeagravamosefeitosdascheias.Umaformademinimizaresteproblemaconsistenacriaçãodebaciasderetenção/detençãodeáguaspluviaisenapreferência por pavimentos porosos que permitam ainfiltraçãodeáguanosolo.

Exemplos de bacias de retenção/detenção.AdaptadodeCorreia(2007)

Vegetaçãocircun-danteàbacia

Caminhodeacessoparamanutenção

Limitemáximo

SoleiraDescarregador

Caudalafluente

Protecçãodeenergiaede

erosão

Limitemáximodesegurançaparaumacheia(folga)

Soleira

Descarregador

Descarregadordeemergência

Caudalafluente

144

Poroutrolado,períodoslongosdeausênciadechuvas eVerões rigorosos implicam uma diminuiçãodoscaudaisdoscursosdeágua,causandoproblemas,entreoutros,noabastecimentopúblicoenaocorrênciadefenómenosdeeutrofização.Ocomportamentora-cionalnousodaáguapodeatenuarosefeitoscitadosmediante,porexemplo,aescolhadeespéciesrústicasnosjardins,melhoradaptadaspararesistiràsecura.Des-temodoreduz-seoconsumodeáguanarega,quedeveserfeitanoiníciodamanhãouànoiteparadiminuirasperdasporevaporação.

Manutenção/ recuperação das galerias ripícolas Oquesãogaleriasripícolas?

Sãotodasasespéciesvegetaisqueseencontramnaszonasdetransiçãoentreecossistemasaquáticoseterrestres.Paraalémdoseuvalorestético,estasmatastêmumaelevadaimportânciaecológicaporque:

• São um poderoso filtro biológico impedindoqueosfertilizantes,pesticidaseoutrospoluen-tesprovenientesdasescorrênciascontaminemaslinhasdeágua.

• As raízes das árvores e arbustos estabilizamasmargensdaslinhasdeáguaevitandoasuaerosão.

• Devidoaoefeitodeensombramentoregulamatemperaturadaáguaelimitamaproliferaçãodealgasindesejáveis.

• Reduzemavelocidadedacorrente,diminuindoosefeitosnegativosdascheias.

• Proporcionamabrigoealimentoparaafaunaterrestreeaquática,promovendoassimoincre-mentodabiodiversidade.

Comorecuperaragaleriaripícola?Plantarasespéciesautóctonestípicasdasmar-

gensdoscursosdeágua(amieiros,salgueiros,freixos).Estasespéciesestãobemadaptadasaoseuambientenaturalegarantemoequilíbrioecológicodosecossiste-mas.Sãomaisfáceisdeobtere,aocontráriodasplantasexóticas,nãotêmoperigodesetornareminfestantes.Por vezes as margens já estão muito degradadas eartificializadassendonecessáriorecorreratécnicasdeengenharianaturalparafixá-las/renaturalizá-las.

1 – Galeria ripícola natural.2 – Crescimento de algas: Resultado da eliminação da galeria ripícola e artificialização das margens.

1 2

145

Biodiversidadeeusufrutodazonaribeirinha:Comopoderãosermaisatractivasaszonasribeirinhas?

Oscursosdeáguaezonasribeirinhasenvolventesdascidadespossuemumabiodiversidadebaixa,devi-doaalteraçõesprofundasnamorfologiadocanal,nasmargensedemaiszonasenvolventes.Importaporisso:

• Renaturalizaramorfologiadocanal,asseguran-doumasucessãoderápidoseremansosqueproporcionemumaheterogeneidadedehabi-tats,fundamentalparagarantirasobrevivênciadafaunaefloraaquática.

• Evitarfenómenosdeerosãodasmargensme-dianteaconservaçãoe/ourecuperaçãodaga-leriaripícolaessencialparaofuncionamentodorio,comoporexemplopelacriaçãoderefúgiosparaafaunaaquática(raízes/peixes)eterrestre(copa/aves)oucomobasedacadeiaalimentar.

• Diminuirapressãourbanísticanaproximidadedosrios (impediraconstruçãode infra-estru-turasnoleitodecheiadaslinhasdeágua)de

modoausufruirdumespaçonaturalnointeriordacidadequeproporcioneumconfortosen-sorial (noverãopodeatingirumadiminuiçãode6-7ºCdebaixodocopasdasárvores)visual(tonalidadesdavegetação),auditivo(cascatase chilrear das aves) e olfactivo (floração dasespéciesarbustivasearbóreas).

• Promover de forma sistemática a interacçãodapopulaçãocomorioatravésdecampanhasde sensibilização e educação ambiental queensinem a perceber o funcionamento destesecossistemas.

Bibliografia recomendadaCorreia,C.2007-Boaspráticasparaocupaçãodosolo

no respeito pelos recursos hídricos: Corredoresribeirinhosecontrolodecheiasedeáreasinun-dadasempequenasbaciashidrográficas.CCDRLVT81pp.(Descarregardewww.ccdr-lvt.pt/con-tent/index.php?action=detailfo&rec=855&t=Boas-Praticas-em-Recursos-Hidricos)

Oliveira, D. 2006 - Metodologia de reabilitação fluvial integrada: O caso do Rio Estorãos na Paisagem Protegida e das Lagoas de Bertiandos e S. Pedro d’ Arcos.TeseparaaobtençãodoGraudeMestreemTecnologiaAmbiental.UTAD177pp

(Descarregardewww.engenhariaverde.blogspot.com/.)

Pereira, A. 2001- Guia de requalificação e limpeza das linhas de água.INAG28pp

(descarregar de www.inag.pt/inag2004/port/divulga/publicas.html.)Exemplos de técnicas utilizadas para a fixação e recupe-

ração das margens. Estruturas de vária natureza (pedras, geotêxteis) são combinadas com plantações de árvores e arbustos típicas das galerias ripícolas para estabilizar e renaturalizar as margens. AdaptadodePereira(2001)

147

3.9 Inventário e gestão da informação João Paulo Miranda de Castro,Luís Nunes e Paulo Cortez

A árvore no meio urbano Nahistóriadequalquerterra,aldeiaoucidade,

comoporexemploBragança,decertoseencontrarãorelatosinteressantesacercadumaárvore,queinclusiva-mentepossaterdesempenhadoumimportantepapelhistórico. Na Quinta daTrajinha, em Bragança, existeumTeixosecular,provavelmentecommaisde500anos.Quemateráplantado,quandoexactamenteeporquêumTeixoenãooutraárvore?Nãosesabe.Dequalquermodoquandoavemoshoje,ficamosmaravilhadospor-quedefactoéummagníficoexemplar,egostaríamosdesabermaisalgumacoisasobreela.Atéporissoserevestedemaiormistério.

As árvores são agradáveis para a generalidadedaspessoas,existindomesmoumdiadaárvore–21deMarço.Gostamosdelas.Preocupamo-noscomelas.Que-remosquesejambemtratadas.Mastambémqueremosquenãonosestorvem,nãoentravemo“progresso”,nãoconstituamperigo,nemcausemalergias.Porumaououtraqualquerrazão,aindaquemuitasvezesinfundada,nãoéraroassistirmosaoseuabate.Tambémsevêemporvezesmovimentosactivistascontraoabatedumaououtraárvorecompletamentedecrépita.

ObservandoaalamedadeplátanosdaAvenidadeSantaApolónia,aqualfoiformadaempoucomaisde10anos,verificamosqueseplantaram,cresceram,etornaramárvoresfrondosas,cuidadosamentepodadas,sem exageros, certamente por pessoal especializado.Proporcionam uma agradável sombra no verão. Noentanto,nalgunscasos,estãoarebentarospasseios.

Caso de rebentação de pavimento de passeio provocado por Plátano.Alameda Santa Apolónia (árvore número 93039).

148

Planeamento e Gestão de Parques Arbóreos UrbanosAresponsabilidadedegestãodoparquearbóreo

dacidadedeBragançacabeàDivisãodoAmbientedaCâmaraMunicipaldeBragança,eassuaspreocupaçõesvãomuitoparaalémdaescolhacriteriosadeespéciesaplantar.Antesdeseplantar,énormalmenteavaliadaaadaptaçãodecadaespécieaumlocal,assimcomoosimpactospositivosenegativosdomeioambienteparaaárvoreevice-versa.Mesmocomumbomplaneamen-toegestão,sóa posterioriéquesepodeconfirmarseumadeterminadaespécieseadaptoumelhoroupiornumqualquerlugar.Aindaqueissopossaserprevisí-vel.Quandonãoháumbomplaneamentoéfrequenteobservar,maistardeoumaiscedo,árvoresaestorvaredifícios ou a circulação, a danificar passeios, entreoutrosinconvenientes.Repare-setambémqueomeiourbanonãoéoidealparaamaioriadasárvores.Defacto,algumas suportam melhor essas condições adversas.Umaárvorepodeassimtambémadoecerenecessitar

decuidadossemosquaisconstituiráumperigoparabensepessoas.Algunsdessesmalessãoprovocadospor asfixia radicular, como acontece frequentementenosparquesdeestacionamentoepasseioscomcaldei-raspequenas,masasárvorestambémadoecemnoseuambientenatural.

É também da responsabilidade da autarquia opagamento de indemnizações por danos causadosporárvores.Assim,a identificaçãodosperigos,comoos ramosmortos,e remediaressesperigos,de formaatempada,antesquecausemferimentosoudanos,éumamedidafundamentaledebomsenso.

Umoutrofactorimportanteconsistenaindemni-zaçãoapagaràautarquiapordanoscausadosaárvoresporterceiros.Oinventárioeabasededadosqueaquisedescrevempermitemsaberqualovalordecadaárvore.A sua avaliação nunca será feita de forma tão isenta,depoisdosdanoscausados.

Noqueserefereàgestãocorrentedaautarquia,nãonospodemosesquecerqueosespaçosverdesacarretamencargosbastante elevados. E a gestão dasárvoresenvolvecustos,osquaistêmdeserdevidamenteavaliados,orça-mentados,cabimentados…

Árvore com sintomas de escaldão. Plátano bastardo - Alinhamento da Av. das Cantarias. (árvore número 139050, entretanto removida).

149

situação.Porexemplo:quantasárvoresdaAlamedadeSantaApolónianecessitamdepodadeformação?Outroexemplo:quantostutoresterãodesercompradosnopróximo ano? Ainda outro exemplo: quantas árvoresterãodeserabatidasporestaremaconstituirumperigo?Ecomqueprioridade?Emquelocal?

De momento, a nossa preocupação residiu nasárvores.Outrosinventáriosnagestãodosespaçosver-desdacidadeseconsideraramtambémnecessárioseserãoporissofuturamentepensados.

Tomadasasconsiderações,aCâmaraMunicipaldeBragança(CMB)eoInstitutoPolitécnicodeBragança(IPB) decidiram desenvolver trabalho conjunto nestaárea,tendosidocriadoumaferramentadeapoioaosgestoresdoparquearbóreo.Tomaram-seasseguintespremissas:

1. Definição do indivíduo –Decidiu-seconside-rarcomoindivíduoolocaldeplantação,quesechamade“caldeira”,enãoaárvoreemsi.Epor-queumaárvorepodemorrer,ousersubstituídaporoutra que não seadaptou,ouporque foivítimadevandalismo.Umaárvoreocupanumdadomomentoumlugar–acaldeira.

2. Definição do inventário–Ficoudemonstradaanecessidadeduminventáriocompletoedeta-lhadodetodasasárvores,emcadarua,comaidentificaçãodaespécie,dimensões,localizaçãoecondiçãodaárvore.

3. Gestão da informação–Reconheceu-sequea informação deveria ser dinâmica e de fácilacesso,edeactualizaçãoquotidiana.Aconsultadainformaçãodeveriatambémsercomváriosníveisdeacesso, servindopropósitosdos jar-dineirosegestores,disponibilizandorelatóriosestatísticos e técnicos, com informação mais

Inventário Arbóreo Urbano da CMBOInventáriodasárvoresemmeiourbanoéas-

sim essencial para a adopção de medidas de gestãoadequadas.Paraarápidaidentificaçãodecadaárvoreorecursoaoseumapeamentoéfundamental.Verificou-sequeumatalferramentadegestãopoderiatambémsermuitoútilparaavaliaremcadamomentooestadoda

Pormenor do levantamento geográfico utilizado para o inventário das árvores.

150

oumenosdetalhadaconsoanteosobjectivos.4. Histórico de informação –Reconheceu-se a importância dapreservaçãodohistóricodasobser-vações.Sócomumarquivohistóricode cada árvore se pode avaliar aadaptabilidadelocal.Poroutroladotornam-seassimpossíveisrelatóriosde actividades e contabilização decustos.Esótambémassimsepoderáamanhã saber mais alguma coisaacercadumaárvore,comogostarí-amosdesaberhojeacercadoTeixodaQuintadaTrajinha.

Apósanálisedoparquearbó-reo de Bragança, o passo seguinteconsistiu na pesquisa de soluçõesparaoproblema.Aspremissascon-sideradasdeinícioparaodesenvol-vimentodaferramentadegestãodoparquearbóreodeBragançaforamasseguintes:• Informação existente sobre atoponímia, organizada por unida-des de arruamento, tais como, rua,

Aspecto do Sistema de Informação Geográfica (SIG) da CMB.

151

praceta,rotunda,avenida,parquesdeestacio-namento,jardim(verformulário).

• Existênciadumsistemadeinformaçãogeográfi-cadetalhado,incluindoruas,lancisdepasseios,jardinsecasas.

• Existência duma base de dados relacional nagestãodainformação.

Algunsaspectosdoinventáriodasárvores:1.Talequalcomoasnossascasas,quepossuem

umnúmerodepolícia,númeropardumlado,ímpardooutro,tambémcadaárvoredaCMBpossui um número único e exclusivo que in-corporaumnúmerosequencialdeárvoreporunidade de arruamento. Esta numeração dasárvoresficoudefinidaàpartida:umnúmerode6dígitos.

2.O procedimento de inventário inicia-se emgabinete,planeando-seaszonasainventariar,

imprimindo-semapasepreparando-sefichasdecampo.Aavaliaçãodasárvoresefectua-senoterreno,medindo-seaalturatotal,odiâme-trodacopaedotronco,eaposiçãogeográficada caldeira (árvore) através de receptor GPSdegrandeprecisão.Estaavaliaçãodasárvorestemvindoaserfeita,porpessoalespecializado,capazdeavaliarumaárvore(identificardoençasde árvores, sugerir tratamentos, podas, entreoutrosdados).

3.Apósolevantamentoexaustivodasárvores,éintroduzidaainformaçãonosistemadeinfor-maçãogeográfica(quenãoémaisdoqueummapanocomputador)enumabasededados.UmadasmelhoriasaimplementarbrevementeseráaeliminaçãototaldepapeleautilizaçãodecomputadoresdemãocomGPSincorporado.

Aavaliaçãodoestadosanitáriodasárvoreséfeitacombasenométodo“Visual Tree As-sessment”(VTA)-Métododetalhadodeavaliaçãodoestadosanitáriodasárvores, segundo o RegulamentoEuropeu1696/87,baseadonosprin-cípios da biomecânica da árvore enoaxiomadetensãoconstante.Estametodologia subdivide-se em três

Folha de rosto da base de dados da toponímia.

152

fases:Aprimeirafaseconsistindonumcontrolevisualdesintomasedefeitos,assimcomodavitalidadedasárvores.Namaiorpartedasvezesaavaliaçãoterminalogoapósaprimeirafasenãosendodetectadassitua-çõescríticas.Casocontrário,avança-separaaseguinteetapaqueconsistenaavaliaçãodagravidadedosdanosinternos das árvores como cavidades e podridões. Amediçãodosdefeitoseaavaliaçãodaestabilidadedaárvoredeveráserefectuadanumaterceirafase,comousodeinstrumentaçãoespecífica(resistógrafo,verruma,martelodeimpulsos,sondasdeaço,etc.)(Martins,2007).

Algumas conclusões que podem ser tiradas: asduasespéciesmaisrepresentativasnaarborizaçãodacidadesãoobordo(ouplátano-bastardo)(Acer pseudo-platanus)eoplátano(Platanus orientalisvar.acerifolia)(ousinónimo,Platanus x hispânica),superando30%donúmerototaldeárvores.Logodeseguida,umgrupode4espécies:Carvalho-americano(Quercus rubra),Bôrdonegundo (Acer negundo), tília (Tillia sp.) e“Árvore doâmbar”(Liquidambar styraciflua)que,emconjuntocom

asduas espécies antes referidas, ultrapassam os60%donúmeroglobaldeárvores.Todasestasespéciessãoexóticas.Aoníveldogénero,osbôrdos(Acer)predomi-nam,comas3espéciesporordemdecrescente, Acer pseudoplatanus,Acer negundoeAcer campestre.Oráciopercentualentrefolhosaseresinosasestima-seem95/5.

Quantoàsespéciesautóctones,estasrepresen-tam cerca de 10% no número total de árvores. Entreestas destaca-se o lódão bastardo (Celtis australis). Oazevinho(Ilex aquifolium)eovidoeiro(Betula celtiberi-ca),sãooutrasespéciesnativaslocaisencontradasnaarborizaçãodacidade.Dentrodestegrupo,podemostambém encontrar ainda que pontualmente pelacidade, a oliveira (Olea europea), a azinheira (Quercus rotundifolia),ofreixo(Fraxinus excelsior),ocastanheiro(Castanea sativa),ocarvalhonegral(Quercus pyrenaica)eoulmeiro(Ulmus minor).Depois,ejácomestruturaar-bustiva,encontramosoteixo(Taxus baccata),opilriteiro(Crataegus monogyna)eozimbro(Juniperus communis).

Bibliografia Martins,L.M.2007.Inventário e Aval-iação da sanidade das árvores de Amarante - Relatório Final.UTAD,73pp.(C.MUN.AMARANTE)

Folha de rosto da base de dados das árvores.

153

3.10 Resíduos de jardimArtur Gonçalves e Margarida Arrobas

Osresíduosvegetaisde jardinssãogeradosdeformanatural,comaquedadefolhas,frutosemesmoderamos,oucomoresultadodasacçõesdemanutençãodosespaçosverdes,pelocorte,podaouabate.

Vulgarmente tratados como resíduos conven-cionaissãomuitasvezesdepositadosemcontentoresde resíduos indiferenciados ou, em alternativa, sãoqueimados.Noprimeirocaso,odestinoprovávelserãoosaterrossanitários,ondeirãoocuparvolume,contri-buindoparaoseurápidoenchimentoegerandomúl-tiplosimpactesambientais.Nocasodaqueima,existenaturalmenteoriscodepropagaçãodefogos,agravadoseestafordesenvolvidaemperíodosmaisquentesousenãoforemtomadasasdevidasprecauções.Destaacçãoresultamaindaimpactesambientaisconsequênciadageraçãodegasesefumos.

Pelosmotivosexpostos,assoluçõestradicionaisnãopodemserconsideradasideais,umavezquegrandepartedovalordosresíduos,expressonamatériaorgâni-caquecontêm,éperdido.Seadequadamentegeridos,osresíduosdejardimpodemservirparaaproduçãodecomposto, tirandopartidodaacçãodanaturezanumprocessodenominadodecompostagem.Esteprocesso,bempresentenamemóriadosmaisvelhosemmeiosrurais, foi sendo progressivamente substituído pormodelos de gestão alternativos em vigor nos meiosurbanos,locaisdeondeseprocuraextrairrapidamentetodootipoderesíduos.

Compostagem domésticaA compostagem aplica-se a material biode-

gradável (orgânico) e desenvolve-se na presença deoxigénio(processoaeróbio),comaintervençãodemi-crorganismos(bactérias,fungosealgunsprotozoários).

Como resultado do processo obtém-se um produtohumificadoestável(composto),quepodeseraplicadonosolo.Aqualidadedocompostofinaldependedascondiçõesassociadasaoprocessoedascaracterísticasdosresíduosoriginais.

Acompostagempoderealizar-seadiversases-calas,dependendodovolumederesíduosrecolhidos,

Compostor do Projecto Piloto de Compostagem Domés-tica de Bragança.

154

dadisponibilidadedeespaçoedosmeiosdisponíveis.Quandodesenvolvidaempequenosespaços,comonocasodehortasejardinsdomésticos,utilizam-sehabi-tualmente os denominados compostores domésticos,contentores de plástico ou de madeira, que podemseradquiridosemlojasespecializadasoumesmoemsuperfíciescomerciais.Oqueosdistinguedasrestantes

soluçõeséoseutamanho,quepodeiraté1m3,easuafáciloperacionalização.

Sobreousodecompostoresmuitasdasindica-ções relevantes constam do Mini Guia desenvolvidoparaoProjecto-PilotodeCompostagemdaCidadedeBragança,frutodaparceriaentreaResíduosdoNordes-te-E.M.,aCâmaraMunicipaldeBragançaeoInstitutoPolitécnicodeBragança.

Apresentandoalgumasideiaschavecontidasnomencionado guia, salienta-se que podem usar-se noprocessoresíduosdejardinsoupequenashortaseaindaalgunsresíduosorgânicosdacozinha(vertabela).Estesmateriaisassumemadesignaçãodeverdesecastanhos,resíduos ricos respectivamente em azoto e carbono,quenocompostordevemsercolocadosemcamadasintercaladas.Opredomíniodeumdostiposdemate-riaisapresentados,bemcomoaintroduçãoderesíduosdesaconselhados,podecontribuirparaoaparecimentodefenómenosindesejáveisquedificultamaformaçãodeumprodutodequalidade.

Embora seja relativamente fácil obter resíduosverdesduranteaPrimavera/Verão,omesmopodenãoacontecerrelativamenteaosresíduoscastanhos.Assim,aconselha-seoarmazenamentodestetipoderesíduosquando a sua produção é mais elevada (no Outono)ou, em alternativa, a secagem dos resíduos verdes,nomeadamenterelvaouaparasdassebes,paraseremposteriormenteutilizadoscomomaterialcastanho.

Outros métodos de compostagemPara maiores volumes de produção existem

outrassoluçõescomoasqueenvolvemaformaçãodemedas ou leiras de compostagem, complementadascomousomeiosmecânicos.Ométododeleiraconsistenadeposiçãoderesíduosformandomontesemformade pirâmide ou de tenda (leiras) com a altura de 1,5metros,nãodevendoultrapassaros2metrosdelargu-Mini-guiadaCompostagem(RDN/IPB/CMB,2008)

Materiais a utilizar no processo de compostagem.

155

Umavezfinalizadooprocessodecompostagem,ocompostodeveráapresentarumaspectosemelhanteaodeterraescura,asuatemperaturadeveserigualàtemperaturaambiente,nãoapresentandomauscheiros.

Aplicação do compostoOcompostoembomestadopodeserintroduzido

no solo em contacto directo com as raízes, podendoesseprocessocoincidircomasementeira/plantaçãodeespéciesvegetais.Emalternativa,ocompostopoderáseraplicadoaquandodoiníciodeumnovociclovege-tativo,emcobertura.

Da aplicação do composto resultam diversosbenefíciosparaascaracterísticasfísicasequímicasdossolosqueserepercutemdemodofavorávelnodesen-volvimentodavegetação:mantém/aumentaasreservasem compostos orgânicos; aumenta a disponibilidadedenutrientes (macroemicronutrientes),oquereduz

Reviramento de leiras com recurso a meios mecânicos.(Martinho,2003)

ra. À semelhança da técnica usada nos compostoresdomésticos,adeposiçãoderesíduosdeveobedeceraproporçõesidênticasdeverdes ecastanhos,evitando-seacolocaçãoderesíduosorgânicosindesejáveisoudegrandesdimensões(vertabela).Nagestãodeespaçosverdescamaráriospoder-se-áoptarporummodelodearmazenamento de resíduos que são produzidos emdiferentesépocasdoano(ex.podadeárvoresearbus-tos,afolhadadoOutono,cortesderelvanaPrimaverae/ouVerão),canalizando-osdepoisparaaproduçãodecomposto.

As leiras deverão ser reviradas de 3 em 3 diasduranteosprimeiros15dias(períodoemqueatempera-turadeveatingirummáximode70°C),depoisde2em2semanasatéaoquartomêse,porfim,mensalmentenoquintoesextomês.Estaacçãopoderealizar-sedemodomanualoucomrecursoameiosmecânicos(ex.tractorcompá),procurandocolocarosresíduospresentesnaparteexteriordapilhanointeriorevice-versa(verfigu-ra).Destaformaconseguir-se-ácolocarosresíduosnocentrodapilha,ondeaactividadedosmicrorganismosémaisintensa.

Comoatemperaturadesempenhaumimportantepapelnacompostagemeatendendoaopotencialinibi-dordasbaixastemperaturas,comoasqueseregistamno Inverno em Bragança, as leiras de compostagemdeverãoserformadasnoiníciodaPrimaveraparaquesepossaobtercompostonoOutono.Paraumamaioreficácia do processo, a pilha poderá igualmente serformadadebaixodeumcoberto.

Para que a compostagem decorra satisfatoria-mente,algunsdosproblemasdefuncionamento,querdoscompostoresdomésticosquerdasleiras,podemserprontamente identificados e resolvidos, para o efeitodeve atender-se às indicações contidas na tabela dapáginaseguinte.

156

a necessidade de aplicação de fertilizantes; reduz opotencialdepoluiçãoassociadoàlixiviaçãodeazoto,umavezqueestenutrienteseráintroduzidonosolodemodoapermitirasuagradualdisponibilizaçãoparaas

plantas,contrariandooseuarrastamentoparaforadoalcancedasraízes.

Importa ainda salientar que a compostagem,enquanto processo, aumenta a eficiência da gestãodestetipoderesíduos,devendoserconsideradacomoumasoluçãodeprimeiralinhanasustentabilidadedosespaçosverdes.

BibliografiaCMS,2003.Projecto Compostagem no Seixal - O Seu Guia

da Compostagem. Câmara Municipal do Seixal.Seixal. Disponível em www.cm-seixal.pt/com-postagem/oquee/pdfs/guia_compostagem.pdf

Martinho,M.eGonçalves,M.,2000.Gestão de Resíduos. UniversidadeAberta.

RDN/IPB/CMB,2008.Mini Guia da Compostagem. Poli-co-piado.ResíduosdoNordeste,InstitutoPolitécnicode Bragança e Câmara Municipal de Bragança.Bragança.

SCUFR&I, 2004. Urban Forestry Manual. USDA ForestService,SouthernCenterforUrbanResearchandInformation,Athens,GA(US).Disponívelemwww.urbanforestrysouth.org/resources/collections/urban-forestry-manual.

MiniGuiadaCompostagem(RDN/IPB/CMB,2008)

Problema Causa possível Solução

Ocompostoratraianimais(cães,gatos,ratosoumoscas)

Hárestosdecarneoupeixe

Retiraressesresí-duos,remexerapilhaecobrircommateriaissecoseterra

Ocompostoratraiuformigas

Pilhademasiadoseca

Adicionarágua

Compostagemmuitolenta

Osmateriaissãomuitograndes

Cortarosmateriaisemtamanhosnun-casuperioresa20cm.Adicionarumpoucodeterra

Demasiadahumi-dade

Osolonãopermitequeaáguaescorra,demasiadaáguaadicionada,poucoarejamento

Retiraratampadocompostor(nosdiasdesol),adicionarmaterialcastanho,remexerapilhade3em3dias

Cheiroaovospo-dres

Demasiadahumi-dade

Adicionarcas-tanhoseterra,remexerapilhafrequentemente

Cheiroaamónia ExcessodeverdesAdicionarcasta-nhos

Atemperaturanãosobe

Faltadeáguaoudeverdes

Verificarahumida-de(testedaespon-ja),adicionaráguaouverdes

Apilhaédemasia-dopequena

Adicionarmaismateriais

Alguns problemas e suas soluções na gestão de proces-sos de compostagem.

157

3.11 Envolvimento e participação da popu-lação na gestão dos espaços verdes

Artur Gonçalves

Agestãodosespaçosverdespúblicosémuitasvezesvistacomoumaresponsabilidadeexclusivadasautarquias,semquesobreoscidadãosrecaiaqualquerobrigação para além da que resulta do pagamentoregulardeimpostoseoutrastaxas.Estemodelo,forte-menteimplantadonoconscientedoscidadãos,nãoé,noentanto,únicoelimitagrandementeopotencialdeenvolvimentoeparticipaçãosocial.

Emalgunscontextosurbanos,osinteressesco-lectivosdoshabitantespodem,dadaadevidaoportu-nidade,serorganizadosdemodoafomentarpráticasdegestãoparticipativaecomunitária,combenefíciosparaaqualidadedosespaçosverdes.Comoreferêncianeste processo, cabe destacar a larga experiência deaplicação de jardins comunitários em países de raizAnglo-saxónica,casosdosEstadosUnidosdaAmérica,Canada,InglaterraeNovaZelândia,ondeestapráticaésustentadaemprogramasgovernamentaiseassocia-çõesdecarácterlocalouregional.

A forma como se desenvolvem estas práticaspode assumir diferentes modalidades, dependendodos interesses e expectativas das comunidades, paraos quais se podem desenvolver modelos de gestãocompatíveis.Nestaperspectiva,poder-se-ãotratardejardinspúblicosabertosoudeusoexclusivodacomu-nidade.Oscustospoderãoigualmenteserassumidospelos moradores e/ou pela administração local, emextensõesvariáveis.

Criar um projecto comunitárioNoarranquedoprocessodever-se-áreuniraco-

munidadeparadefinirqualomodelodeespaçoverdeadesenvolver.Nestainiciativadevemestarpresentesos

promotores(nocasodesetratardeumaurbanizaçãoprivada),osmoradorese(seaplicável)representantesdeinstituiçõespúblicas,casodasautarquiasououtras.Nestepontoéimportanteacordarquemodelodejardim(vegetação,mobiliário,equipamentos,etc.)serviráme-lhorosinteressesdacomunidade,devendoatender-seaoconjuntodosrequisitosdecadaescalãoetário(zonasderecreioparacrianças,derepousoparaadultos,etc.)emesmoagostosparticularesdacomunidaderesidente.

Porvezes,aprópriacomunidadepode integrarelementoscomcompetênciasespecíficasquelhesper-mitemcontribuirdemodoefectivonoplaneamentoegestãodosespaços.Nessescasos,assuascapacidadespodemserincorporadasemfavordoprojecto,sendo

158

expectávelqueembenefíciodacomunidadevizinha,os custos inerentes a estes contributos possam sermenores.Entreestescolaboradorespodemcontar-sedesdeprojectistasajardineiros.Entreosparticipantespoderáencontrar-seumaoumaispessoasquepossamconduzir o processo, estabelecendo vias de diálogoentretodososinteressadose,eventualmente,tambémcomosprojectistas.

Nos casos em que a comunidade responda demodo positivo ao envolvimento activo no processo,poder-se-á considerar a sua colaboração, a título vo-luntário,nainstalaçãodosespaçosverdes.Actividadescomo plantações, limpezas, pequenas construções eoutrasacções,podemserdesenvolvidoscomoneces-sárioapoiotécnico.

InstalaçãoCaso existam diferentes locais disponíveis

poder-se-áconsideraraquelequemelhorpossaserviros interesses da comunidade e osobjectivosdeusopretendidos(Nota:Deveráatender-seaoutrasconside-raçõesconstantesdestapublicação).No caso de cedência camarária ouparticular, os termos deverão seracordados e traduzidos em meca-nismosdeconcessãoeficazes,queofereçamgarantiasatodasaspartes.

Ainstalaçãodoespaçoverdepode assumir diferentes comple-xidades, variando grandementeem função das características do

projecto. Ainda que as acções possam contar com acolaboraçãodacomunidade,éimperiosoqueospro-jectossejamdevidamenteacompanhadosportécnicoscompetentes. Aspectos como as movimentações deterras, sementeiras, plantações, entre outras, reque-rem conhecimentos específicos que não deverão sersubestimados.Particularatençãodeveráserprestadaàsegurançadosparticipantes.

FinanciamentoNo financiamento dos espaços verdes pode

recorrer-se a fontes menos habituais. Para além dosdonativosquepodemserobtidosjuntodapopulaçãolocal,diversasacçõespodemser levadasacaboparaangariação das verbas necessárias, incluindo festas,eventos sociais, entre outros. Nalguns casos, poder-se-áconseguirpatrocíniodeempresasparaasacçõesa desenvolver. Esta colaboração pode não implicar ofinanciamentodirectodosespaços,podendoassumir-se

Acção de plantação de árvores com crianças do Projecto de Jardim Co-munitário de Gamesley.(www.highpeak.gov.uk)

159

tanto,estenãodevesernemaleatórionemtemporário.Aexistênciademecanismosdecompensaçãofinanceiraemtrabalhosfrequentes(regas,vigilância,limpeza,etc.)eacoordenaçãodeesforçoscolectivosemperíodoscrí-ticos(sementeiras,podas,etc.)sãoestratégiasessenciaisnagestãodosespaços.Semprequeexistamrecursosdisponibilizados(ex.financeiros,cedênciadeterrenos,etc.)econtrapartidas(trabalhoefectivoevoluntárionamanutençãodosespaços),ostermosdaparticipaçãodevemserformalizadoscomoformadegarantiaparatodasaspartes.

Manutenção e dinamizaçãoOdia-a-dianosespaçosverdescomunitáriospode

serparticularmenteagradávelseforestimuladoousosustentávelporpartedapopulação,apelandoaorespei-topelobemcomum.Algumasregrasdeusoedirectrizesdeutilizaçãopoderãoserformuladasnaformadeumpequeno memorando, a distribuir pela comunidadevizinha dos espaços verdes. Zelar pelaqualidade dosespaçosverdesdeveservistocomoumdeverdetodos.

Como forma de dinamizar os espaços verdes ede reforçaros laçosnoseiodacomunidade,deverãodesenvolver-se iniciativas incluindo festas, merendas,jogos,entreoutras.Iniciativascomodiasderecolhadelixo,limpezasdelinhasdeágua,porexemplo,podemaliaracomponentelúdicaabenefíciospráticosparaagestãodosespaçosverdes.

Quandoemfuncionamento,éimportanteavaliarse o jardim comunitário corresponde às expectativasenecessidadesdacomunidade.Paraoefeitopoderãorealizar-sereuniõesouseraplicadosinquéritosdemodoregular.

oempréstimodemáquinasouacedênciademateriaisexcedentários

Acompanhandooplaneamentodeumnovoes-paçoverde,deverápensar-secomoseráassumidaasuagestão.Talcomojáfoidefendidonestapublicação,asopçõesdeconcepçãodosespaçosverdestraduzemumlegadoquedeverásermantidoepotenciadoaolongodotempo:espaçosqueexijamgrandemanutençãore-queremummaioresforçofuturo.Otermo“comunitário”remetenaturalmenteparaonecessárioenvolvimentodacomunidadenodia-a-diadosespaçosverdes.Noen-

Poster de uma festa comunitária no Jardim Comunitário de San Lorenzo (Toronto – Canadá).www.tcgn.ca/wiki/wiki.php?n=CommunityEvents.SanLorenzo-CommunityGardenPotluckParty

160

BibliografiaSCUFR&I, 2004. Urban Forestry Manual. USDA Forest

Service,SouthernCenterforUrbanResearchandInformation,Athens,GA(US).Disponívelemwww.urbanforestrysouth.org/resources/collections/urban-forestry-manual.

Surls, R., 2001. Community Garden Start-up Guide. Uni-versity of California Cooperative Extension LosAngeles Common Ground Garden Program.Disponívelemcelosangeles.ucdavis.edu/garden/articles/pdf/startup_guide.pdf.

DiversosrecursosdisponíveisnaIniciativaGreenSpace:www.green-space.org.uk/community/

161

3.12 Segurança e higiene nos espaços verdesArtur Gonçalves

A segurança e a higiene são requisitos funda-mentais na qualidade dos espaços verdes. As suascaracterísticas essenciais dependem da combinaçãodeumamploconjuntodefactoresrelacionadoscomaqualidadedosprojectosoriginais,agestãodiáriadosespaçoseocomportamentodosutilizadores.

Um bom ponto de partida para a intervençãonumdeterminadoespaço,existenteouprojectado,devepassarpelaidentificaçãodohistorialdazona:

–Trata-se de um local onde ser registam habi-tualmenteincidentes(comoquedasououtrosdanospessoais)?

–Existealgumregistodecriminalidadenolocal?

Estetipodeinformaçãopoderáserobtidojuntodasautoridades locais,aindaqueégeralmente aco-munidadelocalquemguardaamemóriadestetipodesituações,umavezquemuitosdosincidentesnãosão

comunicados. Estes elementos interferem posterior-mentecomapercepçãodesegurançadosutilizadores.

Concepção No caso de espaços em fase de concepção, a

segurançadeveserumrequisitoadicionaldoprojecto.Entreasquestõesaconsiderarencontram-se:

–Os solos presentes no espaço não deverãoapresentar toxicidade para os utilizadores,situaçãoque,senecessário,poderájustificarasubstituiçãodeterras.Entreascausasparaestaocorrênciaencontra-seadeposiçãoderesíduoscontaminados.

–A água de bebedouros poderá apresentar-seimprópria para consumo. Neste caso, deveráintroduzir-sesinalizaçãoapropriada.

–Quandoempresençadelinhasdeágua(ribeirasourios)imprópriasparacontacto,estasdeverãoser marginalmente obstruídas com barreirasfísicasoudevegetaçãodemodoaimpediroacesso.

Sinal genérico de aviso e símbolo de água não potável.

162

–A localização e o acesso às actividades sãoimportantes factores na dinamização dosespaços verdes. Na concepção dos espaços,os equipamentos, instalações e a vegetaçãodeverãoestimularadispersãodosutilizadores,evitandoaexistênciadelocaisdeusoremotoseisolados,maispropíciosaactosdevandalismooucriminalidade.Apresençadepessoascriaumclimadecontrolocolectivoeinformalsobreestetipodeactos.

–Equipamentos que podem ser alvo de van-dalismo ou crime,como sejam bares,cabinestelefónicasoucasasdebanho,devemserco-locadosemlocaisvisíveisdesdeaenvolvente,depreferênciaquepossamseravistadosdesdeedifíciosexteriores.

–Aestruturadecaminhosdeveserclara,contí-nuaeacessívelatodos,devendoaindapermitirumarápidasaídaouevacuaçãodosutilizadores.Desta forma,aspossibilidadesdedesorienta-çãoserãomenores,diminuindooriscoeasuapercepção pelos utilizadores. Estes factorescontribuemaindaparaadiminuiçãodasopor-tunidades de ocorrência de crime violento,facilitandoareacçãofrenteaameaças.

–Ailuminaçãodevesersuficienteparagarantirainter-visibilidadeentreutilizadoresa,pelome-nos,25metros.Quandosetratedeespaçosdemaiordimensão,poder-se-áoptarporfavoreceralgunstrajectos,evitandoadispersãodosuti-lizadoresnoperíodonocturno,iluminando-seoespaçodemododiferenciadoeintroduzindosinalizaçãoeavisoscomplementares.

–Deveráevitar-seapresençadeamplassuper-fícieslisasedecoresclaras,facilmentealvodegraffitis.Ousodecoresescurasedevegetação

sobremurosdesencorajamestetipodeactivi-dades.Outraalternativapassapelaintrodução,consentida,degraffitis artísticos,devidamenteenquadrados,opçãoquevemganhandoadep-tos, em particular entre os jovens, não sendonecessariamenteconsensual.

–Nosespaçosverdespodemaindaexistirváriosperigosparaaintegridadefísicadosutilizadorescomosejaaquedaemalturaouoafogamentoemlinhasdeágua,entreoutros,quepodemseratenuadoscomocorrectoplaneamento.Entreasdefiniçõesdeprojectodeveráatender-seàsnecessidadesdesinalizaçãoe,quandoneces-sário,deverãointroduzir-sebarreirasfísicasnoacessoaosespaçosderisco.Umavezemuso,osespaçosdeverãoserobjectodelevantamentosregulares de perigos, avaliando-se os riscos eprocedendo-seàadequaçãodasinalética,paraalémdeoutrasiniciativas(alertas,campanhasdeinformação,etc.).

Espaços de jogo e recreioAinda no capítulo da concepção dos espaços

verdes,osespaçosde jogosederecreiodevemobe-deceràsdefiniçõesconstantesdalegislaçãoaplicável,emparticularaosdiplomaslegaisquedeterminamassuasregrasdefuncionamento,bemcomoàsnormasrelativasàsespecificaçõesdosequipamentosquenestesvenhamaserinstalados.Entreosrequisitosprimordiaissalienta-se:

– Os espaços de jogo e recreio devem estar isolados do trânsito, restringindo -se o acesso directo entre esses espaços e vias de estacionamentos para veículos por meio de soluções técnicas eficientes, nomeadamente por uma vedação ou outro tipo de barreira física, (…);

– Constituem distâncias mínimas, contadas a partir

163

ções técnicas eficientes de protecção contra o trânsito de veículos;

c) 50 m em relação às restantes vias de circulação de veículos com maior intensidade de tráfego, devendo os espaços de jogo e recreio estar fisicamente separados destas vias.

– As vedações ou outro tipo de barreira física, de-vem:i) Impedir a entrada de animais; ii) Dificultar os actos de vandalismo; iii) Impedir acessos directos e intempestivos de

crianças às vias de circulação e às zonas de estacionamento de veículos, (…)

Os espaços de jogo e recreio não devem estar loca-lizados junto de zonas ambientalmente degradadas, (…) ou de outras zonas potencialmente perigosas, nem de

do perímetro exterior do espaço até aos limites da via ou do estacionamento:a) 10 m em relação às vias de acesso sem con-

tinuidade urbana e estacionamentos, ad-mitindo -se afastamentos mínimos até 5 m, apenas quando a velocidade dos veículos seja fisicamente limitada a valores muito reduzidos e desde que sejam previstas soluções técnicas eficientes de protecção contra o trânsito de veículos;

b) 20 m em relação às vias de distribuição local com continuidade urbana e estacionamentos, admitindo -se afastamentos mínimos até 10 m, apenas quando a velocidade dos veículos seja fisicamente limitada a valores muito reduzidos e desde que sejam previstas solu-

Parque infantil com barreira física. Jardim da Braguinha.

Legislação· Decreto-Lein.º379/97,de27de

Dezembro, com as alteraçõesintroduzidaspeloDecreto-Lein.º119/2009de19deMaio-Aprovaoregulamentoqueestabeleceascondiçõesdesegurançaaobser-varnosespaçosdejogoerecreio;

· Decreto-Lei n.º 309/2002, de 16deDezembro-Regulaainstala-çãoefuncionamentodosrecintosde espectáculo e divertimentospúblicos,incluindoosespaçosdejogoerecreio,emissãodelicençade utilização e certificado deinspecção.

164

locais onde o ruído dificulte a comunicação e constitua uma fonte de mal-estar.

– No acesso aos espaços de jogo e recreio a partir dos edifícios circundantes deve evitar-se os atra-vessamentos de vias para veículos, aceitando-se apenas atravessamentos de vias de acesso local.

– Os espaços de jogo e recreio devem oferecer abrigo das intempéries, quando se situem em zonas não adjacentes à habitação;

– A entidade responsável (…) deve manter o espa-ço permanentemente limpo (…). Sempre que a superfície de impacte seja constituída por areia, aparas de madeira ou outro material semelhante, deve proceder-se à sua renovação completa pelo menos uma vez por ano.

Entre outros aspectos, a manutenção de equi-pamentos, a disposição de vários equipamentos e anecessidade de seguro são também objecto destesdiplomas,quepoderãovirasofreralteraçõesfuturas.

Manutenção Asegurançaeahigienesãodosfactoresquemais

atençãomereceporpartedosutilizadoresnahoradeavaliaremecriticaremosespaçosverdes.Noentanto,contrariamenteaoquesucedecomoutrascaracterísti-cas,estessão,nestaperspectiva,participesactivosnamelhoriadaqualidadedosespaços.Estaperspectivaéparticularmenterelevantenoquerespeitaà limpeza,poissãoosutilizadoresquedevemassumirumamaiorresponsabilidade na manutenção da limpeza dos es-paços.Entreasacçõesdefundoquepodemserdesen-volvidasparafomentarasboaspráticasencontram-seaeducaçãoambiental,ascampanhaseoutrasacçõesdesensibilização.

Ahigienedosespaçosdependeaindadadisponi-bilidadedelocaisdedeposiçãoderesíduos,osquaissedeverãoencontrardispostodemodoacobrirtodaaárea

dosrecintos,comespecialatençãoparaoslocaisondeosresíduospossamsergeradosemmaiorquantidade,comsejamparquesdemerenda,zonasequipadas(par-quesinfantis,derepouso,etc.),baresezonasdeacessooupassagem.Asvulgarespapeleiras(aprox.30litros)paraadeposiçãoderesíduosindiferenciadospoderãoresponderàsnecessidadesdosutilizadores.Noentanto,osrequisitosactuaiseoaumentodaconsciênciasocialfazemcomqueosespaçosdevamigualmenteserdo-tadosdeecopontos(ex.emzonasdemerendas,bares,etc.).Umavezinstalados,oscontentoresdedeposiçãodeverão ser esvaziados diariamente, como forma deimpedirqueoseuconteúdoextravaseparaoexteriorouquesejamelementosgeradoresdemauscheiros.

Alimpezadosespaçostemumefeitomultiplica-dornoscomportamentossociais,razãopelaqualumes-paçolimpoinspiranosutilizadoresmaiorcuidado.Paraalémdainstalaçãodecontentores,osespaçosdeverão

Placa de recomendação aos proprietários de cães.

165

serobjectodelimpezadiáriae,noscasosdeespaçosdemaiordimensão,estesdeverãoincorporarequipasdelimpezaresidentes,asquaispoderãoresponderdemodomaiseficaz.

Oscãessãocompanhiahabitualnasdeslocaçõesparaosespaçosverdes,noentanto,asuapresençadevesercontroladaoumesmoevitada.Osrespectivosdonosnãodevemdeixarosseuscãesvaguearlivremente,con-trolandoasuaacçãocomrecursoatrela.Asuapresençaemzonasderecreioinfantildeveráserabsolutamenteproibida. Quando se tratar de espécies consideradasperigosas, o uso de açaime é obrigatório. Particularatençãodeverãomerecerosdejectos,quedeverãoserrecolhidoscomrecursoameiosapropriados(sacosouluvas)edepositadosemcontentoresdelixo.

Noquerespeitaaosriscosdecriminalidadeevan-dalismo,paraalémdojámencionadocontrolocolectivodacriminalidade,poderãoadoptar-sediversosmeca-nismos, isolada ou complementarmente, incluindo: apresençadeagentespoliciais;orecursoaempresasdesegurançaprivadas;ousodecâmarasdevigilâncias;ou,especialmenteemjardinscomunitários,anomeaçãodemembrosdacomunidadeparavigilância.Naturalmente,estetipodemedidasdeverãoadequar-seàscondiçõesexistentesnos locais,devendoevitar-sesituaçõesemqueosutilizadorespossamsentirqueasuaacçãoestejaaserexcessivamenteobservadaouatécondicionada.

BibliografiaSCUFR&I, 2004. Urban Forestry Manual. USDA Forest

Service,SouthernCenterforUrbanResearchandInformation,Athens,GA(US).Disponívelemwww.urbanforestrysouth.org/resources/collections/urban-forestry-manual.

Falcón, A., 2007. Espacios Verdes para una Ciudad Sos-tenible. Planificación Proyecto, Mantenimiento y Gestión.EditoraGustavoGili,Barcelona.

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Glossário

Abrolhamento:actoouefeitodeproduzirnovosbrotosourebentos.

Aeração:operaçãodearejamentodosoloparaaumen-tarasuaporosidade.

Afi lhamento:fasededesenvolvimentodasgramíneasemqueseformamsucessivoscaules.

Ancoragem: diz-se da capacidade das raízes supor-tarem/manterem uma árvore em pé, quandosujeitaacertaspressõesexternasqueapodem

fazertombar.Caducifólia/caduca:espéciesqueperdem

asfolhasduranteaépocadesfavorável,nor-malmente o Inverno em condições de clima

temperado.Caldeira:valacircular,octogonalouquadradaemtornodaárvorequeseutilizapararegarefertilizar

Câmbio:tecidogeradordecélulas(camadageradora).queproduzxilemaparaointeriorefloemapara

oexterior;daactividadedoCâmbioresultaocrescimentoradialdotroncoeramos.Colo: limite entre o caule e as raízes,

situadoaoníveldosolo.Comunidade: grupo de organismos interdepen-

dentes que partilham o mesmo espaço/meioambienteeinteractuamentresi.

Corola:naflor,conjuntodepétalas.Cova:espaço/volumedesolousadoparaplantarárvores

earbustos.Dióica:espéciequeapresentafloresfemininaseflores

sujeitaacertaspressõesexternasqueapodemfazertombar.

oexterior;daactividadedoCâmbioresultaocrescimentoradialdotroncoeramos.Colo

situadoaoníveldosolo.Comunidade

dentes que partilham o mesmo espaço/meioambienteeinteractuamentresi.

Corola:naflor,conjuntodepétalas.Cova:espaço/volumedesolousadoparaplantarárvores

earbustos.

sujeitaacertaspressõesexternasqueapodem

Caducifólia/caducaasfolhasduranteaépocadesfavorável,nor-

malmente o Inverno em condições de climatemperado.

Caldeira:valacircular,octogonalouquadradaemtornodaárvorequeseutilizapararegarefertilizar

:tecidogeradordecélulas(camadageradora).queproduzxilemaparaointeriorefloemapara

oexterior;daactividadedoCâmbioresulta

sujeitaacertaspressõesexternasqueapodemfazertombar.Caducifólia/caduca

asfolhasduranteaépocadesfavorável,nor-malmente o Inverno em condições de clima

temperado.Caldeiratornodaárvorequeseutilizapararegarefertilizar

Câmbio:tecidogeradordecélulas(camadageradora).queproduzxilemaparaointeriorefloemapara

oexterior;daactividadedoCâmbioresulta

Comunidade

CorolaCova

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folhaseramosouflores.GPS:acrónimode“GlobalPositioningSystem”,traduzido

paraportuguêscomoSistemadePosicionamentoGlobal; é um sistema usado para determinar aposiçãodeumreceptornasuperfíciedaTerra.

Inoculação:transmissãoartificialouintroduçãodeumdeterminadoagente.

Lavagem de sais:processodearrastamento(lixiviação)dossaisacumuladosnascamadassuperficiaisdosoloparaascamadasmaisprofundas.

Lixiviação:saídadenutrientesdazonaradicularcomaajudadaáguadachuvaoudarega;estesnu-trientespodemirpararàságuassubterrâneaseaoscursosdeágua.

Marcescente: folhasquesecamepermanecemagar-radasàárvoreatéàformaçãodenovasfolhasnaPrimavera.

Micorriza: simbiose entre fungos do solo e as raízesde certas espécies vegetais, que favorece a ca-pacidade de absorção de água e nutrientes daplantaeprotegeasraízesdapresençadefungospatogénicos.

Nitrato:formaazotadamuitosolúvelefacilmentesu-jeitaalixiviação;quandoaságuaspossuemmaisde50mg/Ldenitratossãoconsideradaságuasdequalidadeinadequadaaoconsumohumano

Nível freático: lençol de água subterrâneo mais oumenospertodasuperfíciedosolo.

Paclobutrazol:substânciautilizadacomoretardantedocrescimentodasplantasmasquepermitetam-bémaumentarasuaresistênciaaostresshídrico

Perenifólia/perene:espéciesvegetaisqueconservamasfolhamdurantetodooano.

pH:valorquedáinformaçãoacercadoestadodeacidezou alcalinidade do solo; valores inferiores a 5,5indicam solos ácidos – estes solos apresentam

masculinas em plantas separadas, vulgarmentedesignadasporplantamachoeplantafêmea;sóasplantasfêmeasdesenvolvemfrutosesementes.

Dotação de rega:quantidadedeáguaqueéaplicadanarega,expressageralmenteemmm.

Dieback:morteprogressivadasplantasdotopoparaabase,causadaporfactoresbiótiocosouabióticos.

Edafo-climático:relativoàqualidadedosoloeclima.Escapo:caulefloríferoquesuportaapenasflores.Espécies autóctones:espéciesorigináriasnumadada

região.Estomas: sãoestruturasmicroscópicasexistentesnas

plantas, principalmente nas folhas, através dasquaisocorremtrocasgasosasentreaplantaeaatmosfera; situam-seessencialmentenapáginainferiordasfolhas;grandepartedatranspiraçãoé efectuada ao nível dos estomas foliares, quecontrolam a quantidade de água perdida portranspiração, devido à sua capacidade de abrirefechar.

Eutrofização ou eutroficação:aumentoexageradodenutrientes,nomeadamentedeazotoefósforo,noscursosdeáguadevidoàpoluiçãoorgânica;esteprocessopodelevaraocrescimentomassivodealgasebactériasquenãosóconferemaocursodeáguaumaspectovisualeolfactivodesagradávelmasquetambémpodemcausarproblemasam-bientaisedesaúdepública.

Evapotranspiração:evaporaçãoetranspiraçãodeáguaporpartedossolosedasplantasnoseuconjunto.

Flecha:parteterminalouápicedocauleprincipal.Flora:oconjuntodeplantasdeumaregião.Formas artificializadas:espéciespodadasemformas

geométricasououtras.Fuste:parteinferiorsemramosdeumaárvore.Gomo: rebento ou botão a partir do qual se formam

169

dificuldades ao desenvolvimento radicular; va-loresentre5,6e7,5indicamsolosneutros–trata-sedevaloresdepHadequadosaodesenvolvim-entodamaioriadasespécies;valoressuperioresa7,5indicamsolosalcalinos–estesvaloresdepHtambémindiciamalgunsproblemasdedisponibi-lidadedenutrientes.

Psilas:insectoshomópterosdafamíliaPsyllidaequesealimentamnasfolhassugandoaseiva.

Ramos codominantes: ramos com dimensões muitosemelhantes (bifurcações) formadosapartirdamesmaposiçãodeumtroncoprincipal.

Rebentos epicórmicos:vulgarmenteconhecidoscomoramosladrões,sãorebentosvigorososprovenien-tesdeumgomodormentequeconcorrecomosramosvizinhos.

Sarmento:tipodecaulelenhosoeflexívelcomoodavideira.

Simbiose:associaçãoheterogéneadedoisseresvivos,comproveitomútuo.

Sp., spp.: Na nomenclatura científica, relativo a umaespécie(sp.)ouaváriasespécies(spp.).

Stress hídrico: condiçãode limitaçãoaocrescimentoedesenvolvimentodasplantasprovocadapelaescassezdeáguanosolo;impedequeosistemaradiculardasplantasconsigaextrairáguasufici-enteparacompensarosgastosportranspiração.

Talhadia de cabeça:supressãodaextremidadesuperiordaárvore,deformaasórestarotronco.

Talhadia de desrama:cortesistemáticoeregulardosramoslateraisaolongodotronco,massemsu-pressãodacopa.

Topiaria:artedeadornarosjardins,dandoagruposdeplantasconfiguraçõesdiversas.

Torrão: conjunto de terra agarrada às raízes de umaplantaqueseusaparatransplantar.

Tutor:normalmenteumpautratadoqueservedeguiaajovensárvores.

Volúvel:diz-sedocauleherbáceoquenãotendoestru-turasdefixação(gavinhasououtros)seenrolaemhélicenumsuporteoututor;cauledofeijoeirodetrepar,porexemplo.

Xilófagos:insectosquesedesenvolvemnolenhodasárvores.

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Autores

Amílcar TeixeiraLicenciadoemEngenhariaFlorestalpelaUTAD,

MestreemEcologiaAnimalpelaUniversidadedeCoim-braeDoutoremCiênciasBiológicaspelaUTAD.ProfessorAdjunto no Departamento de Ambiente e RecursosNaturais da ESAB. Investigador do Centro de Investi-gaçãodeMontanha(CIMO).Desenvolve investigaçãoem ecologia, conservação e gestão de ecossistemasaquáticosdulçaquícolas.

Contacto: Escola Superior Agrária;InstitutoPolitécnicodeBragança;Campus

deSantaApolónia,Apartado1172,5301-855BRAGANÇA;Email:[email protected];Telefone:273

303316

Ana Maria CarvalhoAgrónoma(ISA-UTL),MestreemExtensãoeDe-

senvolvimentoRural(UTAD),DoutoraemBiologiae Biodiversidade (UAM-Madrid), Professor

AdjuntodoDepartamentodeBiologiaeBiotecnologia da ESAB, IPB, docente de

Biologia,Botânica,EtnobotânicaeRecur-sosFitogenéticos,einvestigadoradoCentrode

InvestigaçãodeMontanha(CIMO).Desenvolveprojec-tosdeI&DedeapoioàcomunidadenosdomíniosdaAgroecologia,daEtnobiologiaedaFloraeVegetação.

Contacto: Escola Superior Agrária; InstitutoPolitécnico de Bragança; Campus de Santa Apolónia,

aquáticosdulçaquícolas.

e Biodiversidade (UAM-Madrid), ProfessorAdjuntodoDepartamentodeBiologiaeBiotecnologia da ESAB, IPB, docente de

Biologia,Botânica,EtnobotânicaeRecur-sosFitogenéticos,einvestigadoradoCentrode

InvestigaçãodeMontanha(CIMO).Desenvolveprojec-tosdeI&DedeapoioàcomunidadenosdomíniosdaAgroecologia,daEtnobiologiaedaFloraeVegetação.

Contacto: Escola Superior Agrária; InstitutoPolitécnico de Bragança; Campus de Santa Apolónia,

gaçãodeMontanha(CIMO).Desenvolve investigaçãoem ecologia, conservação e gestão de ecossistemasaquáticosdulçaquícolas.

InstitutoPolitécnicodeBragança;CampusdeSantaApolónia,Apartado1172,5301-855

BRAGANÇA;Email:303316

Ana Maria CarvalhoAgrónoma(ISA-UTL),MestreemExtensãoeDe-

senvolvimentoRural(UTAD),DoutoraemBiologiae Biodiversidade (UAM-Madrid), Professor

aquáticosdulçaquícolas.

InstitutoPolitécnicodeBragança;CampusdeSantaApolónia,Apartado1172,5301-855

BRAGANÇA;Email:303316

Ana Maria CarvalhoAgrónoma(ISA-UTL),MestreemExtensãoeDe-

senvolvimentoRural(UTAD),DoutoraemBiologiae Biodiversidade (UAM-Madrid), Professor

AdjuntodoDepartamentodeBiologiae

sosFitogenéticos,einvestigadoradoCentrodeInvestigaçãodeMontanha(CIMO).Desenvolveprojec-tosdeI&DedeapoioàcomunidadenosdomíniosdaAgroecologia,daEtnobiologiaedaFloraeVegetação.

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Apartado1172,5301-855BRAGANÇA;Email:[email protected];Telefone:273303297

Ana Maria GeraldesLicenciada em Biologia-Recursos Faunísticos e

Ambiente(1991),MestreemConservaçãodaBiodiver-sidade(1996)eDoutoraemEcologiaeBiossistemática(2004)pelaFaculdadedeCiênciasdaUniversidadedeLisboa.Desde1990desenvolve investigaçãoemeco-logia,conservaçãoegestãodeecossistemasaquáticosdulçaquícolas. É autora de vários artigos científicose trabalhos de divulgação científica. Actualmente édocentedaESABdoInstitutoPolitécnicodeBragança.

Contacto: Escola Superior Agrária; InstitutoPolitécnico de Bragança; Campus de Santa Apolónia,Apartado1172,5301-855BRAGANÇA;Email:[email protected];Telefone:273303341

António Castro RibeiroLicenciado em Engenharia Agrícola (1992) e

MestreemCiênciasAgrárias(1997)pelaUTADeDoutoremEngenhariaAgronómica(2003)peloISAdaUniver-sidadeTécnicadeLisboa.ÉdocentenoDepartamentode Produção eTecnologiaVegetal da ESAB onde éresponsávelpelasdisciplinasdeHidráulicaeRegadioeGestãoeConservaçãodaÁgua.ÉinvestigadornoCentrodeInvestigaçãodeMontanhaondedesenvolveactivi-dadedeinvestigaçãonasáreasdaagrometeorologiaeclimatologiaurbana.

Contacto: Escola Superior Agrária; InstitutoPolitécnico de Bragança; Campus de Santa Apolónia,Apartado 1172, 5301-855 BRAGANÇA; Email: [email protected];Telefone:273303304

Artur GonçalvesEngenheiro do Ambiente e Mestre em Planea-

mento Ambiental e Ordenamento doTerritório (FCT/UNL)edoutorandoemUrbanismoeOrdenamentodo

Território(U.P.deMadrid).ÉinvestigadornoCIMO.Coor-denaoProjectodePlanoVerdedaCidadedeBragançaeparticipaemprojectosdeinvestigaçãoeparceriasnosdomíniosdasustentabilidadeequalidadedoambienteurbano.

Contacto: Escola Superior Agrária; InstitutoPolitécnico de Bragança; Campus de Santa Apolónia,Apartado1172,5301-855BRAGANÇA;Email:[email protected];Telefone:273303339

Carlos Alexandre ChavesLicenciadoemEngenhariaFlorestalpelaEscola

SuperiorAgráriadoInstitutoPolitécnicodeBragança.DesempenhafunçõesdeTécniconaDivisãodeDefesadoAmbienteenoServiçoMunicipaldeProtecçãoCivilda Câmara Municipal de Bragança. Possui uma vastaexperiêncianainstalaçãoegestãodeespaçosverdeseemsilviculturaurbananacidadedeBragança.

Contacto:CâmaraMunicipaldeBragança.ForteS.JoãodeDeus,5301-902BRAGANÇA,Email:[email protected];Telefone:273 304 284

Ermelinda PereiraLicenciadaemEng.Zootécnica(1993)pelaUTAD,

MestreemCiênciasAgrárias(1998)pelaUTADeDoutoraemEngenhariaAgronómicapeloISA-UTL(2005).ÉPro-fessoraAdjuntaEquiparadadaEscolaSuperiorAgrária,DepartamentodeBiologiaeBiotecnologia,doInstitutoPolitécnicodeBragançaeinvestigadoradoCentrodeInvestigação de Montanha. Os actuais interesses deinvestigação situam-se no domínio da ecologia e damicrobiologia.

Contacto: Escola Superior Agrária; InstitutoPolitécnico de Bragança; Campus de Santa Apolónia,Apartado1172,5301-855BRAGANÇA;Email:[email protected];Telefone:273303384

173

Jaime PiresLicenciadoemEngenhariaAgrícola,Mestreem

ProduçãoVegetal, Doutor em Engenharia Agrícola –ForragensePastagens,desempenhafunçõesnaEscolaSuperiorAgráriadeBragança(ESAB),actualmentecomoProfessorCoordenadornaáreacientíficadePastagenseForragens,noDepartamentodeProduçãoeTecnologiaVegetalenoCentrodeInvestigaçãodeMontanha,comoinvestigadoreCoordenadorCientífico.

Contacto: Escola Superior Agrária; InstitutoPolitécnico de Bragança; Campus de Santa Apolónia,Apartado 1172, 5301-855 BRAGANÇA; Email: [email protected];Telefone:273303382

João C. AzevedoProfessorAdjuntonoDepartamentodeAmbiente

e Recursos Naturais da ESAB onde lecciona Ecologiada Paisagem, Conservação e Sistemas de InformaçãoGeográfica.ÉInvestigadorPrincipaldoCentrodeInves-tigaçãodeMontanha.Conduzinvestigaçãoemsistemasdeproduçãodebiomassaparaenergiaenosefeitosdaalteraçãodapaisagememprocessosecológicos.PossuiosgrausdeLicenciaturaemEng.FlorestalpelaUTADedeMScePhDemForestrypelaTexasA&MUniversity.

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João Paulo Miranda de CastroIngressounaESABem1988.EquiparadoaPro-

fessorAdjuntodaESABdesde1997.Temleccionadoeinvestigadoemdiversasáreas,destacando-seaCarto-grafia, SIG, Inventário Florestal e, mais recentemente,Energias Renováveis, Biomassa e EspaçosVerdes emMeioUrbano.Mestre(1997)eDoutor(2005)emCiên-ciasFlorestaispelaUTAD.ÉinvestigadornoCIMO.Tem

colaboradonoinventárioegestãodeespaçosverdescomasCâmarasMunicipaisdoPortoeBragança.

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Luís NunesLicenciado em Engenharia Florestal pela UTAD

eMestreemProbabilidadeseEstatísticapelaFCUL.ÉactualmentedoutorandoemEngenhariaFlorestalnoISA-UTL.ÉAssistentedo2ºTriénioEquiparadonoDe-partamentodeAmbienteeRecursosNaturaisdaEscolaSuperiorAgráriadoInstitutoPolitécnicodeBragançaemembrodoCentrodeInvestigaçãodeMontanha.Nosúltimos anos tem participado em diversos trabalhosrelacionados com as funções dos espaços verdes emmeiourbano.

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Manuel FelicianoLicenciado em Eng. do Ambiente e Doutor em

CiênciasAplicadasaoAmbientepelaUniversidadedeAveiro.ÉdocentenoDepartamentodeAmbienteeRe-cursosNaturaisdaESABdoInst.PolitécnicodeBragançaeinvestigadordoCentrodeInvestigaçãodeMontanha(CIMO).Leccionanasáreasdaengenhariaeciênciasdoambiente e desenvolve investigação e actividade deapoio à comunidade em poluição atmosférica/quali-dadedoar,acústicaambientalefluxosdegasescomefeitodeestufa.

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Margarida ArrobasProfessoraAdjuntanoDepartamentodeAmbien-

teeRecursosNaturaisdaESABondeleccionadisciplinasnasáreasdaFertilidadedoSoloeNutriçãodasPlantas.ResponsávelpeloLaboratóriodeSolosdaESAB.Investi-gadoradoCentrodeInvestigaçãodeMontanha(CIMO).Análisesdesolosenutriçãovegetalconstituemosseusprincipais temas de interesse. É Licenciada em Eng.AgrícolapelaUTAD,MestreemProduçãoVegetalpeloISAeDoutoraemCiênciasEdafo-AmbientaispelaUTAD.

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M. Alice PintoProfessoraAdjuntadaESABonde leccionaPro-

tecçãoFlorestal,FogosFlorestaiseGenéticaeMelho-ramento Florestal. Investigadora do CIMO. Os actuaisinteressesdeinvestigaçãocentram-senadiversidadedaentomofaunadosoloemculturasdebiomassalenhosa.Dáapoioàcomunidadenodiagnósticoeprotecçãodepragasedoençasdasárvores.LicenciadaemEng.Flo-restalpelaUTAD,MestreemProtecçãoIntegradapeloISAePhDemEntomologypelaTexas A&M University.

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Maria do Sameiro PatrícioLicenciada em Engenharia Florestal pela UTAD,

MestreemProduçãoVegetalpeloInstitutoSuperiordeAgronomiaeDoutoraemEngenhariaFlorestalpeloISA-UTL.ÉProfessoraAdjuntaEquiparadadaEscolaSuperiorAgrária,DepartamentodeAmbienteeRecursosNatu-rais,doInstitutoPolitécnicodeBragançaeinvestigadoradoCentrodeInvestigaçãodeMontanha.Asuaprincipal

áreadeinteressesitua-senodomíniodaSilviculturaeModelaçãoFlorestal.

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Paulo CortezLicenciadoemEngenhariaFlorestalpelaUTAD,

MestreemGestãodeRecursosNaturaispeloInstitutoSuperior de Agronomia (ISA-UTL) e Doutorando emEngenhariaFlorestal(ISA-UTL).ProfessorAdjuntoEqui-paradonoDepartamentodeAmbienteeRecursosNa-turaisdaESAB.InvestigadordoCentrodeInvestigaçãodeMontanha(CIMO).Desenvolveinvestigaçãonasáreasde ecologia, gestão de habitats e de fauna terrestre,incluindoáreasurbanas.

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Stephen G. DickeProfessor de Extensão Florestal no Department

of Forestryda Mississippi State University,EUA.Obtevegrausde Bachelor of Scienceem Forest ResourcespelaUniversity of Missouri,MScemHorticulture and ForestrypelaUniversity of NebraskaePhDemForest ManagementpelaMississippi State University.Éarboristacertificadocom 30 anos de experiência profissional. É autor dediversos trabalhos de silvicultura urbana e protecçãodeárvoresemlocaisdeconstrução.

Contacto: Central Mississippi Research and Ex-tensionCenter,MississippiStateUniversity,1320SevenSpringsRoad,Raymond,MS39154,EUA;Email:[email protected];Telefone:6018572284

Plano Verde da cidade de Bragança

O Município de Bragança decidiu, em Julho de 2004, através da Divisão de Defesa do Ambiente, iniciar o Plano Verde da cidade

de Bragança, assinando um protocolo de colaboração com o Instituto Politécnico de Bragança, no sentido da elaboração do Plano Verde da cidade, do livro Espaços Verdes de Bragança e

do Manual de Boas Práticas em Espaços Verdes.

O Manual de Boas Práticas em Espaços Verdes aborda, de uma forma prática e profusamente ilustrada, todas as fases essen-

ciais na concepção, instalação, manutenção e gestão de espaços verdes, sejam eles privados ou públicos.

O Manual de Boas Práticas em Espaços Verdes é uma publica-ção fundamental para os amantes e entusiastas dos espaços

verdes, com e sem formação especializada, fornecendo a informação de base sobre as boas práticas nos espaços verdes

e informação mais especializada para o leitor mais exigente.