Manual de Fitopatologia vol. 2 Doenças das plantas cultivadas

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MANUAL DE FITOPATOLOGIA Volume 2: Doenças das Plantas Cultivadas H. Kimati, L. Amorim, A. Bergamin Filho, L.E.A. Camargo, J.A.M. Rezende (Editores) Departamento de Fitopatologia Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz” Universidade de São Paulo 1997 Editora Agronômica Ceres Ltda. São Paulo - SP

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  • 1. MANUAL DE FITOPATOLOGIA Volume 2: Doenas das Plantas Cultivadas H. Kimati, L. Amorim, A. Bergamin Filho, L.E.A. Camargo, J.A.M. Rezende (Editores) Departamento de FitopatologiaEscola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz Universidade de So Paulo 1997 Editora Agronmica Ceres Ltda. So Paulo - SP
  • 2. Capa e Projeto Grfico: Rosana MilarImpresso/Acabamento: Editora Ave Maria Ltda. Edio Ceres IV (66) Editado pela Editora Agronmica CERES Ltda. Av. Pompia, 1783 - Vila Pompia CEP 05023-001 - So Paulo - SP Fones: (035) 441-2138 Responsvel: Eng. Agr. Jos Peres Romero ISBN 85-318-0008-0 Dados lnternacionais de Catalogao na Publicao (CIP) DIVISO DE BIBLIOTECA E DOCUMENTAO - Campus Luiz de Queiros/ USP Manual de fitopatologia/editado por Hiroshi Kimari ... [et al]. - 3. ed. So Paulo: Agronmica Ceres. 1995- 1997. 2v.: il. Contedo: v. 1 Princpios e conceitos - v. 2 Doenas das plantas cultivadas 1. Cultura agrcola Doena 2. Planta - Doena I. Kimati, Hiroshi. ed. CDD 581.2
  • 3. AutoresA. A. Henning - EMBRAPA, Londrina, PRA. Bergamin Filho - ESALQ-USP, Piracicaba, SPA. Bianchini*- IAPAR, Londrina, PRA. C. Maringoni - UNESP, Botucatu, SPA. de Goes - UNESP, Jaboticabal, SPA. Grigoletti Jnior - EMBRAPA, Colombo, PRA. M. Q. Lopez - UFAI, Macei, ALA. M. R. Almeida - EMBRAPA, Londrina, PRC. A. Forcelini - UPF, RSC. G. Auer - EMBRAPA, Colombo, PRC. Kurozawa - UNESP, Botucatu, SPC. L. Salgado - ESALQ-USP, Piracicaba, SPC. V. Godoy*- ESALQ-USP, Piracicaba, SPD. R. Trindade - EMBRAPA, Belm, PAE. Cia - IAC, Campinas, SPE. Feichtenberger - IB, Sorocaba, SPE. L. Furtado - UNESP, Botucatu, SPE. M. Reis - UPF, RSE. Piccinm*- ESALQ-USP, Piracicaba, SPE. R. N. Ortiz - LINCK Agroindustrial, Cachoeira do Sul, RSF. M. Assis Filho - UFRPe, Recife, PEG. Pio-Ribeiro - UFRPe, Recife, PEG. W. MIler - IAC, Campinas, SPH. Kimati - ESALQ-USP, Piracicaba, SPH. Kuniyuki - IAC, Campinas, SPH. Tokeshi - ESALQ-USP, Piracicaba, SPI. J. A. Ribeiro - IAC, Campinas, SPI. P. Bedendo - ESALQ-USP, Piracicaba, SPJ. A. Betti - IAC, Campinas, SPJ. A. C. de Souza Dias - IAC, Campinas, SPJ. A. M. Rezende - ESALQ-USP, Piracicaba, SPJ. Bleicher - EMPASC, Caador, SCJ. C. de Freitas*- ESALQ-USP, Piracicaba, SPJ. F. V. Silva - EMBRAPA, Dourados, MSJ. R. Stangarlin*- ESALQ-USP, Piracicaba, SPJ. T. Yorinori - EMBRAPA, Londrina, PRL. Amorim - ESALQ-USP, Piracicaba, SPL. E. A. Camargo - ESALQ-USP, Piracicaba, SPL. Gasparotto - EMBRAPA, Manaus, AML. P. Ferreira - EMBRAPA, Londrina, PRL. S. Poltronieri - EMBRAPA, Belm, PAM. A. Pavan - UNESP, Botucatu, SPM. A. S. Tanaka - IAC, Campinas, SPM. Barreto - UNESP, Jaboticabal, SPM. Dalla Pria*- UEPG, PRM. E. T. Nunes*- UNESP, Ilha Solteira, SPM. I. Fancelli - ESALQ-USP, Piracicaba, SPM. I. P. M. Lima - EMBRAPA, Manaus, AMM. M. F. B. dos Santos*- ESALQ-USP, Piracicaba, SP
  • 4. M. Menezes - UFRPe, Recife, PEM. T. Iamauti*- Dow Chemical, So Paulo, SPN. A. Wulff*- ESALQ-USP, Piracicaba, SPN. G. Fernandes - UNESP, Jaboticabal, SPN. Guirado - IAC, Campinas, SPN. R. X. Nazareno - IAP, Curitiba, PRN. S. Massola Jr* - ESALQ-USP. Piracicaba, SPO. A. P. Pereira - AGROCERES, Rio Claro, SPP. C. Ceresini - UNESP, Ilha Solteira. SPP. Caldari Jr*- ESALQ-USP, Piracicaba, SPR. B. Bassanezi*- ESALQ-USP, Piracicaba, SPR. C. Panizzi - UNESP. Jaboticabal, SPR. L. R. Mariano - UFRPe, Recife, PER. M. Moura - UFRPe, Recife, PER. M. V. B. C. Leite - EMBRAPA, Londrina, PRR. S. B. Coelho - UFRPe, Recife. PER. T. Casa - UPF, RSS. F. Pascholati - ESALQ-USP, Piracicaba, SPS. M. T. P. G. Carneiro*- IAPAR, Londrina, SPS. M. Vras - UFRPe, Recife, PES. R. Galleti*- IB, So Paulo, SPT. L. Krugner - ESALQ-USP, Piracicaba, SPZ. J. M. Cordeiro*- EMBRAPA, Cruz das Almas, BA* Alunos do Curso de Ps-graduao, Departamento de Fitopatologia, ESALQ-USP
  • 5. PREFCIO TERCEIRA EDIO com prazer que apresentamos aos engenheiros-agrnomos, estudantes e tcnicos brasileiros aterceira edio do Manual de Fitopatologia: Doenas das Plantas Cultivadas (Volume 2). Desde apublicao da primeira edio, em 1968, mais de 40.000 exemplares do Manual j foram vendidos, fatossem precedente na histria da Fitopatologia brasileira. Esta terceira edio mantm a diviso em dois volumes introduzida na edio anterior. Da mesmaforma que ocorreu com o Volume 1 (Manual de Fitopatologia: Princpios e Conceitos), publicado em1995, neste Volume 2 houve significativa ampliao do material apresentado: das 37 culturas abordadas nasegunda edio, publicada em 1980, passou-se agora para 67 culturas, tornando este Manual ainda maisabrangente e de maior utilidade para nossos profissionais e estudantes da rea agronmica. O nmero deilustraes coloridas tambm foi consideravelmente aumentado. Nesta edio, optou-se pela apresentaodas doenas de cada cultura de acordo com sua etiologia, na seguinte seqncia: doenas causadas por vrus,bactrias, fungos e nematides. A nomenclatura dos vrus causadores de doenas de plantas foi atualizada deacordo com o lnternational Cormmittee on Taxonomy of Viruses (Archives of Virology, Suppl . 10, 1995.586 P ). Apesar das mudanas, esta edio mantm os mesmos objetivos das anteriores. Como foi dito Compropriedade no prefcio da primeira edio, em 1968, este livro no tem pretenses de ser um tratado defitopatologia, nem de abordar todos os temas ventilados com profundidade ou originalidade. Limitamo-nosa apresentar os temas como so tratados nas vrias disciplinas de Fitopatologia da Escola Superior deAgricultura Luiz de Queiroz, da Universidade de So Paulo, de forma a possibilitar aos estudantes eengenheiros-agrnomos uma viso geral acerca dos princpios e conceitos bsicos da Fitopatologia, numlivro eminentemente didtico. Finalmente, no poderamos deixar de destacar o apoio recebido de numerosas pessoas eorganizaes: dos autores dos diversos captulos, pela confiana manifestada no nosso trabalho; de nossosalunos de ps-graduao, pelas sugestes na fase de planejamento deste volume e pelas correes feitas notexto; do Departamento de Fitopatologia da ESALQ-USP, pelas excelentes condies de trabalho quesempre ofereceu; das agncias de fomento FAPESP, CNPq, CAPES, FINEP e Comunidade EconmicaEuropia, pelo imprescindvel apoio financeiro para a formao cientfica da maioria dos autores; EditoraAgronmica Ceres, na pessoa do engenheiro-agrnomo Jose Peres Romero, que tudo iniciou, pelo estmuloconstante. Os editores
  • 6. ndice1. DOENAS DO ABACATEIRO .......................................................................................................... 10 E. Piccinin & S. F. Pascholati2. DOENAS DO ABACAXI ................................................................................................................... 18 A. de Coes3. DOENAS DA ALCACHOFRA ......................................................................................................... 24 M. M. F. B. dos Santos, j.R. Stangarlin & S.F. Pascholati4. DOENAS DA ALFACE ..................................................................................................................... 27 M. A. Pavan & C. Kurozawa5. DOENAS DA ALFAFA....................................................................................................................... 33 M. T. Iamauti & C. L. Salgado6. DOENAS DO ALGODOEIRO ......................................................................................................... 40 E. Cia & C. L. Salgado7. DOENAS DO ALHO E DA CEBOLA ............................................................................................. 55 M. E.T.Nunes & H. Kimati8. DOENAS DO AMENDOIM .............................................................................................................. 70 M. Barreto9. DOENAS DE ANONCEAS E DO URUCUZEIRO ...................................................................... 82 A.M. Q.Lopez10. DOENAS DO ARROZ ....................................................................................................................... 88 I. P. Bedendo11. DOENAS DO ASPARGO .................................................................................................................. 102 A. C. Maringoni12. DOENAS DA AVEIA ......................................................................................................................... 106 C. A. Forcelini & E. M. Reis13. DOENAS DA BANANEIRA ............................................................................................................. 113 Z. J. M. Cordeiro & H. Kimati14. DOENAS DA BATATEIRA .............................................................................................................. 136 J. A. C. de Souza Dias & M. T. Iamauti15. DOENAS DA BATATA-DOCE ........................................................................................................ 160 R. S. B. Coelho, G. Pio-Ribeiro & R. L. R. Mariano16. DOENAS DO CACAUEIRO ............................................................................................................. 171 M. Dalla Pria & L. E. A. Camargo17. DOENAS DO CAFEEIRO ................................................................................................................ 178 C. V. Godoy, A. Bergamin Filho & C. L. Salgado18. DOENAS DO CAJUEIRO ................................................................................................................. 193 M. Menezes19. DOENAS DA CANA-DE-ACAR ................................................................................................. 199 H. Tokeshi20. DOENAS DO CAQUIZEIRO ........................................................................................................... 215 R. B. Bassanezi & L. Amorim
  • 7. 21. DOENAS DO CAUPI ......................................................................................................................... 222 G. Pio-Ribeiro & F. M. Assis Filho22. DOENAS DA CENOURA ................................................................................................................. 232 M. I. Fancelli23. DOENAS DA CEVADA..................................................................................................................... 237 C. A. Forcelini & E. M. Reis24. DOENAS DO CH ............................................................................................................................ 242 E. L. Furtado25. DOENAS DOS CITROS ..................................................................................................................... 246 E. Feichtenberger, G. W. Mller & N. Guirado26. DOENAS DO COQUEIRO ................................................................................................................ 280 R. L. R. Mariano27. DOENAS DO CRAVEIRO-DA-NDIA............................................................................................ 294 M. Dalla Pria & L. E. A. Camargo28. DOENAS DAS CRUCIFERAS ......................................................................................................... 297 A. C. Maringoni29. DOENAS DAS CUCURBITCEAS ................................................................................................. 307 C. Kurozawa & M. A. Pavan30. DOENAS DO DENDEZEIRO........................................................................................................... 319 D. R. Trindade31. DOENAS DA ERVA-MATE ............................................................................................................. 325 A. Grigoletti jnior & C. G. Auer32. DOENAS DA ERVILHA ................................................................................................................... 328 J.R. Stangarlin, S. E. Pascholati & C. L. Salgado33. DOENAS DO EUCALIPTO .............................................................................................................. 337 T. L. Krugner & C. G. Auer34. DOENAS DO FEIJOEIRO ............................................................................................................... 353 A. Bianchini, A. C. Maringoni & S. M. T. P. G. Carneiro35. DOENAS DA FIGUEIRA .................................................................................................................. 376 S. R. Galleti & j. A. M. Rezende36. DOENAS DE FRUTEIRAS DA AMAZNIA................................................................................. 382 S. M. Vras, M. I. P. M. Lima & L. Gasparotto37. DOENAS DO FUMO ......................................................................................................................... 387 C. V Godoy & C. L. Salgado38. DOENAS DO GENGIBRE ................................................................................................................ 396 P C Ceresini & N. R. X. Nazareno39. DOENAS DO GERGELIM ............................................................................................................... 401 N. A. Wulff & 5. E. Pascholati40. DOENAS DO GIRASSOL ................................................................................................................. 409 R. M. V. B. C. Leite41. DOENAS DA GOIABEIRA .............................................................................................................. 422 E. Piccinin & S. E. Pascholati
  • 8. 42. DOENAS DO GRO-DE-BICO ....................................................................................................... 428 J. R. Stangarlin & S. E. Pascholati43. DOENAS DO GUARANA ................................................................................................................. 430 D. R. Trindade & L. S. Poltronieri44. DOENAS DO INHAME .................................................................................................................... 434 R. M. Moura45. DOENAS DA MACIEIRA E OUTRAS POMCEAS.................................................................... 440 J. Bleicher46. DOENAS DO MAMOEIRO.............................................................................................................. 452 J. A. M. Rezende & M. I. Fancelli47. DOENAS DA MAMONEIRA ........................................................................................................... 463 N. S. Massola Jr. & I. P. Bedendo48. DOENAS DA MANDIOCA ............................................................................................................... 466 N. S. Massola Jr. & I. P. Bedendo49. DOENAS DA MANGUEIRA ............................................................................................................ 475 I. J. A. Ribeiro50. DOENAS DO MARACUJAZEIRO ................................................................................................. 488 C. Pio-Ribeiro e R. de L. R. Mariano51. DOENAS DA MENTA....................................................................................................................... 498 M. M. E. B. dos Santos, J. R. Stangarlin & S. E. Pascholati52. DOENAS DO MILHO ....................................................................................................................... 500 O. A. P. Pereira53. DOENAS DO MORANGUEIRO ...................................................................................................... 516 M. A. S. Tanaka, J. A. Betti & H. Kimati54. DOENAS DA NOGUEIRA PECAN ................................................................................................. 530 E. R. N. Ortiz & L. E. A. Camargo55. DOENAS DA PIMENTA-DO-REINO ............................................................................................. 536 D. R. Trindade & L. S. Poltronieri56. DOENAS DOS PINHEIROS ............................................................................................................. 541 T. L. Krugner & C. G. Auer57. DOENAS DAS PLANTAS ORNAMENTAIS ................................................................................. 549 P. Caldari Junior, J. C. de Freitas & J. A. M. Rezende58. DOENAS DO QUIABEIRO .............................................................................................................. 571 N. S. Massola Jr. & I. P. Bedendo59. DOENAS DE ROSCEAS DE CAROO ....................................................................................... 576 J. Bleicher60. DOENAS DA SERINGUEIRA .......................................................................................................... 583 D. R. Trindade & E. L. Furtado61. DOENAS DA SOJA ........................................................................................................................... 596 A. M. R. Almeida, L. P. Ferreira, J. T. Yorinori, J. E. V. Silva & A. A. Henning62. DOENAS DAS SOLANCEAS ........................................................................................................ 618 C. Kurozawa & M. A. Pavan
  • 9. 63. DOENAS DO SORGO ....................................................................................................................... 628 R. C. Panizzi & N. G. Fernandes64. DOENAS DO TOMATEIRO............................................................................................................. 641 C. Kurozawa & M. A. Pavan65. DOENAS DO TREMOCEIRO ......................................................................................................... 670 C. A. Forcelini & E. M. Reis66. DOENAS DO TRIGO ........................................................................................................................ 675 E. M. Reis, R. T. Casa & C. A. Forcelini67. DOENAS DA VIDEIRA .................................................................................................................... 686 L. Amorim & H. KuniyukiPRANCHAS COLORIDAS
  • 10. DOENAS DO ABACATEIRO (Persea americana Mill.) E. Piccinin & S. F. Pascholati O abacateiro cultura originria do continente americano, tendo Mxico e Guatemala como seucentro de diversidade. Todas as variedades comerciais de abacate so da espcie Persea americana, quesubdivide-se em duas variedades botnicas: a antilhana (P americana var. americana) e a mexicana (P.americana var. drymifolia). Encontramos tambm hbridos de P americana var. americana com P nubigenavar. guatemalensis. Por tratar-se de uma fruta tropical, existe interesse no abacate para fins de exportao,sendo o mesmo apreciado pelo mercado americano e europeu.GOMOSE - Phytophthora cinnamomi Rands Sintomas - A gomose ou podrido de razes do abacateiro uma das principais doenas da culturatanto em viveiro como em campo. Sintomas desta doena so muito semelhantes aos da gomose dos citros,iniciando-se com amarelecimento generalizado das folhas, lembrando deficincia de nitrognio. A seguir,ocorre queda das folhas e exposio dos ramos. Observa-se tambm seca de ramos do ponteiro. Frutosraramente apresentam sintomas da doena. comum ocorrer, no entanto, um repentino aumento na produode frutos menores na fase que antecede a morte das plantas. As razes exibem descolorao e sintomas denecrose, e as radicelas ficam quase que totalmente destrudas. Fendilhamento da casca, na regio prxima aocolo da planta, pode tambm ser observado, associado exsudao de goma. Tecidos localizados logoabaixo da casca fendilhada apresentam colorao marrom e necrose. De um modo geral, a doena somente percebida em estdio muito avanado, quando torna-se muito difcil seu controle, culminando com a morteda planta. Etiologia - O fungo P cinnamomi pertence subdiviso Mastigomycotina e classe Oomycetes,apresentando hifa no-septada. O patgeno produz esporos assexuais, os zosporos, que so liberados napresena de gua e infectam o hospedeiro. Como estrutura de reproduo sexuada, o fungo produz osporos,que apresentam paredes espessas e servem como estrutura de resistncia. Esse patgeno tem boa capacidade saproftica, podendo sobreviver por longos perodos desta forma.A sobrevivncia do mesmo no solo e na ausncia de plantas hospedeiras pode chegar at oito anos na formade clamidsporo, e em razes infectadas no mnimo 15 anos. O fungo necessita de gua livre para que oszosporos possam se locomover e infectar o hospedeiro. Portanto, a ocorrncia da doena depende dapresena de umidade elevada no solo, bem como de temperaturas entre 21 e 300C. Temperaturas acima de33C inibem o desenvolvimento da doena completamente, enquanto que temperaturas entre 9 e 120Creduzem muito sua incidncia. Na literatura internacional so relatadas outras espcies de Phytophthora atacando o abacateiro,como P cactovorum e P citricola, que, normalmente no causam cancros, apenas podrides de razes. Controle - Medidas de controle incluem: a) uso de porta-enxertos tolerante ao fungo, como os
  • 11. mexicanos Barr Duke, Duke, D9, Thomas, Toro Canyon, Borchard, Topa Topa e G-6; os guatemalensesG1033, Martin Grande (hbridos deR americana com P schiendeana Ness) G755a, G755b, G755c, UCR2007, UCR 2008,UCR 2022, UCR 2023 e UCR 2053; e G-755 (P schiedeana); b) aquisio ou produo demudas de qualidade; c) remoo de restos de cultura tanto em viveiro como em campo; d) plantio de mudasem locais no encharcados; e) cuidados com o balano nutricional. Nveis elevados de nitrognio e pH ebaixos de clcio e fsforo aumentam a predisposio da planta doena; f) evitar ferimentos nas razes oumesmo no tronco das rvores, pois constituem-se em vias de entrada do patgeno na planta; g) usarfungicidas quando a doena constatada em seu incio. Entre os fungicidas com possibilidade de uso temos:metalaxyl (aplicao via solo) e fosetyl alumnio (pulverizao foliar).PODRIDO DE RAZES - Rosellinia necatrix Prill (Dematophora necatrix) De maneira geral, a podrido de Rosellinia no tem grande importncia econmica, sendo problemaapenas em reas isoladas. uma doena tpica de reas recm-desbravadas, devido a alta capacidadesaproftica do patgeno. Sintomas - Inicial mente observa-se murcha e sintomas que lembram deficincia nutricional,caracterizados por amarelecimento foliar. A doena manifesta-se de maneira lenta, levando alguns meses ouat anos para matar o hospedeiro. So comuns sintomas de murcha ou seca de folhas mais novas,ocasionando seca de ponteiros, que pode ocorrer por toda a planta ou apenas cm algum lado da planta,correspondendo ao lado do sistema radicular afetado. Sintomas e sinais nas razes caracterizam-se porpodrido e colorao branca logo abaixo da casca. Etiologia - Em geral o fungo ascomiceto R. necatrix, um parasita facultativo, facilmenteencontrado cm restos de troncos, razes mortas ou matria orgnica devido sua capacidade saproftica. Emcondies de elevada umidade, o patgeno pode formar cordes miceliais de colorao negra sobre as razesou sobre a matria orgnica prxima planta atacada. E comum tambm a presena de peritcios sobrerazes, quando o estado de podrido radicular mostra-se bem avanado. Controle - Deve-se: evitar o plantio em reas recm-desbravadas ou cm regies muito ricas emmatria orgnica; amontoar e queimar restos de cultura e razes presentes no solo; eliminar plantas doentes eseus sistemas radiculares atravs da queima dos mesmos, se possvel no prprio local, e alqueivar o solo;evitar o plantio em solos midos; evitar ferimentos nas plantas, principalmente nas razes, durante asoperaes de cultivo; utilizar porta-enxertos resistentes (as variedades mexicanas e guatemalenses so muitosensveis ao patgeno).CANCRO E PODRIDO DE FRUTO - Dothiorella gregaria Sacc. Sintomas - Podem ser observados tanto em ramos, tronco ou ainda em frutos, neste ltimo casosendo mais comuns em ps-colheita. Nos ramos e troncos, a doena manifesta-se atravs de fendilhamento eescamamento, sendo possvel observar uma massa branca pulverulenta nos pontos de fendilhamento.Sintomas de cancro tm importncia espordica e ocorrem somente em algumas variedades. Locais afetados
  • 12. tendem a exibir descolorao e necrose dos vasos, interrompendo o fluxo normal da seiva, provocando a secade ramos e podendo, inclusive, causar a morte da planta. O patgeno pode ocasionar danos no colo dasplantas e, ocasionalmente, sintomas de seca dos ponteiros. Na superfcie dos frutos ainda verdes, sintomasaparecem inicialmente como pequenas pontuaes de colorao marrom ou prpura. As leses formadasaumentam de tamanho, at envolver o fruto completamente. O patgeno tende a invadir a polpa do abacate,ocasionando um escurecimento de tonalidade marrom e liberao de odor desagradvel. Tambm podeocorrer a queda prematura dos frutos, visto que o fungo pode infectar o pednculo dos mesmos. Etiologia - O agente causal tanto do cancro como das podrides de frutos Dothiorella gregaria.Porm, na literatura encontramos D. ribis e D. aromatica associados a sintomas semelhantes. No entanto, ato momento no foram conduzidos trabalhos a fim de verificar a ocorrncia ou no das demais espcies emnossas condies e avaliar os danos causados pela doena, principalmente em pos-colheita. O patgeno beneficiado por alta umidade e presena de matria orgnica, devido a sua capacidadesaproftica. Em geral, o inculo primrio responsvel pelas infeces nos frutos oriundo de ramos Secos. Controle Recomendam-se: eliminao de ramos secos ou debilitados, frutos com sintomas depodrides e rvores cm produo com sintomas tpicos da doena; plantio em locais bem drenados e semexcesso de matria orgnica; aplicao regular de fungicidas cpricos ou ditiocarbamatos aps operaes depoda; proteo de ferimentos com pasta cprica; aplicao preventiva dos mesmos fungicidas, em 2 a 3aplicaes a partir de setembro, em reas altamente afetadas; utilizao de enxertia alta e de porta-enxertosresistentes e aplicao de fungicidas cpricos na regio de enxertia.ODIO - Oidium persicae Sintomas - So facilmente reconhecidos, ocorrendo cm folhas novas e, ocasionalmente, cm ramosnovos. No inicio da doena, pode-se observar pequenas manchas esbranquiadas e pulverulentas, de formatocircular, com aproximadamente 0,5 cm de dimetro, focalizadas na superfcie superior das folhas,correspondendo, na pgina inferior, a pequenas reas clorticas. Com o desenvolvimento da doena, toda afolha fica tomada por um crescimento branco pulverulento, que corresponde aos esporos do patgeno. Folhasafetadas apresentam necrose e enrugamento ou deformaes do limbo foliar, podendo ocorrer queda defolhas em plantas bastante atacadas. Etiologia - O agente causal do odio o fungo Oidium persicae, um ectoparasita, que apresenta,conidiforos curtos e condios hialinos, elticos e produzidos em cadeia. Condies climticas favorveis aofungo so alta umidade relativa e temperaturas elevadas, sendo seu desenvolvimento prejudicado por chuvasconstantes. Controle - feito de modo curativo atravs da aplicao de fungicidas base de enxofre. Apesar deexistirem outros fungicidas mais eficientes, os mesmos no podem ser aplicados pois no so registradospara a cultura.VERRUGOSE - Sphaceloma perseae Jenkins A verrugose, ou sarna do abacateiro, conhecida desde 1918 na Flrida, foi encontrada no Brasil pela
  • 13. primeira vez em 1938 em Limeira. E uma das principais doenas do abacateiro, visto que a mesma, alm dedepreciar a aparncia do fruto, pode provocar tambm a queda de frutos jovens bem como osubdesenvolvimento em situaes de alta severidade de doena. Sintomas - So observados principalmente nos frutos, na forma de pequenas pontuaes eruptivas,verrugosas, com tamanho de 5 a 6 mm de colorao marrom, que aumentam rapidamente e coalescem. Ainfeco nos frutos nunca ultrapassa a casca. A doena tambm pode ocasionar sintomas em folhas, na formade pequenas pontuaes de cor chocolate, com 1 a 2 mm de dimetro, arredondadas quando localizadas nolimbo foliar e ligeiramente alongadas quando nas nervuras, lembrando cochonilhas. Quando severamenteatacadas, as folhas tendem a deformar e at mesmo sofrer rompimento do limbo foliar, alm de reduo darea fotossinttica. Etiologia - A doena ocasionada pelo fungo S. perseae, que ataca folhas com no mximo 3 cm decomprimento e frutos com menos de 5 cm e desenvolve-se somente em condies de umidade elevada. Controle - Recomenda-se a utilizao de variedades resistentes. Variedades pertencentes ao grupoantilhano apresentam elevada suscetibilidade verrugose das folhas e menor de fruto. Variedades do grupoguatemalense, por sua vez, apresentam elevada suscetibilidade nos frutos e baixa nas folhas. O controle dadoena pode tambm ser feito com a aplicao de fungicidas cpricos. No caso dos frutos, deve-se iniciar ocontrole quando pelo menos 2/3 das ptalas carem e mant-lo at os frutos atingirem 5 cm de dimetro. Paraas folhas, o controle deve ser leito somente nos perodos de brotaes at que as mesmas atinjam um mnimode 3 cm de comprimento. Em viveiro de mudas, para variedades do grupo guatemalense, deve-se realizaraplicao quinzenal de fungicidas cpricos.CERCOSPORIOSE - Cercospora purpurea Cooke, C. perseae Ellis & Martin Esta doena muito importante nos cultivos de abacate da Amrica Latina e Flrida. Sintomas - Nos frutos so caracterizados por pequenas leses, ligeiramente deprimidas e irregulares,de colorao marrom e bordos definidos. Em condies de alta umidade, podem surgir alguns pontos decolorao acinzentada no centro das leses, os quais correspondem esporulao do patgeno. Leses nosfrutos apresentam tamanhas aproximadas de 3 a 6 mm de dimetro e, com o envelhecimento, tendem aprovocar fissuras nos tecidos, possibilitando a infeco por outros patgenos. A queda de frutos um dossintomas mais severos da doena, podendo acarretar elevada perda na produo. Sintomas nas folhascaracterizam-se pela presena de leses angulares de colorao marrom ou cinza, com halo clortico. Asleses apresentam tamanho de 1 a 3 mm de dimetro e so visveis nas duas faces da folha, tendendo acoalescer. Tecidos necrosados no centro das leses tendem a cair, facilitando o rasgamento do limbo foliar.As leses podem ocorrer tambm no pednculo dos frutos, o que induz a queda dos mesmos. Essas lesesmostram-se muito semelhantes s do fruto, porm de colorao escura, formato circular e tamanhoaproximado de 1 a 5 mm. Etiologia - No Brasil foram encontradas 2 espcies de Cercospora associadas doena: Cercosporapurpurea e C. perseae. A primeira a nica relatada at o momento no Estado de So Paulo. A incidncia dadoena inicia-se gradativamente na primeira metade do perodo chuvoso, atingindo um pico nos meses de
  • 14. junho e julho. Nesse momento, inicia-se a queda das folhas. A sobrevivncia do patgeno na cultura d-seatravs das infeces foliares. Visto que a principal forma de disseminao do patgeno por via area, aocorrncia da doena nos frutos observada desde o incio da frutificao. Controle - Recomenda-se o uso de variedades resistentes, entre as quais as resistentes Collinson ePollock (variedades antilhanas) e as medianamente resistentes Price, Simminds e Linda (variedadesguatemalenses). Wagner altamente suscetvel (variedade guatemalense). O controle qumico complicadodevido ao porte da planta e inexistncia de produtos de boa eficincia registrados para o uso na cultura.Porm, possvel a aplicao) de cpricos e ditiocarbamatos em casos onde a doena ocorre aps a quedadas folhas, pouco antes da florada do abacateiro, e logo aps a queda de 2/3 das ptalas.ANTRACNOSE - Glomerella cingulata (Stonem) Spauld & Schrenk (Colletotrichum gloeosporioides(Penz.) Sacc.). Sintomas - A antracnose afeta principalmente frutos, sendo possvel encontrar o patgeno infectandofolhas, flores e ramos, porm sem ocasionar danos cultura. Sintomas em folhas so caracterizados pormanchas necrticas de colorao escura, com bordos definidos e formato irregular. O patgeno pode ocorrertambm nos ramos, causando necroses escuras e seca dos ramos e ponteiros, sendo este um sintoma deocorrncia rara. As flores podem ser facilmente afetadas pelo patgeno, ocorrendo seca ou absciso das mesmas ouento serem infectadas atravs do boto floral, o que afetar o desenvolvimento do fruto, causando quedaprematura e/ou podrido. Sintomas nos frutos so caractersticos, iniciando-se por pequenas pontuaes decolorao marrom a preta, com formato circular e tamanho aproximado de 6-13 mm, de dimetro. As lesestendem a evoluir atingindo parte do fruto ou necrosando-o completamente. As necroses ultrapassam a cascae alcanam a polpa do fruto. Uma vez dentro do fruto, o fungo causa um escurecimento da polpa decolorao marrom ou bege. muito comum a ocorrncia de frutos com podrido no pednculo, a qual temincio nas infeces ocorridas nas flores ou em ps-colheita no ponto de cicatrizao, caso ocorra a queda dopednculo. Em geral, este tipo de sintoma leva ao apodrecimento de todo o fruto, acarretando na planta aqueda do mesmo. Podrides de frutos ocorrem em frutos maduros, sendo raros os efeitos em frutos verdes. Adoena somente adquire importncia em pomares mal tratados ou debilitados nutricionalmente. Etiologia - O patgeno Colletotrichum gloeosporioides corresponde, na forma teleomrfica, aGlomerella cingulata. O fungo necessita de gua livre para que ocorra a germinao e infeco, sendo afaixa ideal de temperatura para o crescimento 22-270C. Permanece latente em frutos verdes, causandosintomas apenas aps seu amadurecimento. Controle - Deve ser realizado atravs de adubaes e tcnicas de manejo adequadas. Podas delimpeza e queima de material doente devem ser realizadas, no mnimo, anualmente. Ferimentos nos frutosdevem ser evitados atravs de cuidados durante as operaes de colheita e ps-colheita e controle de insetos. importante lembrar que a manuteno do pednculo nos frutos no momento da colheita contribui paraevitar a podrido de frutos. Frutos devem ser conservados em cmaras frias sob concentraes adequadas deCO2. No existem fungicidas eficientes registrados para uso na cultura visando o controle desta enfermidade.
  • 15. MURCHA Verticillium albo-atrum Reinke & Berth. A murcha de Verticillium a nica doena vascular conhecida que ocorre no abacateiro, sendocasual e de pouca importncia econmica. Sintomas - Caracterizam-se por murchamento generalizado ou em apenas parte da planta. Comotoda a murcha, a mesma manifesta-se inicialmente nas brotaes mais novas, apresentando muitas vezessintomas de seca de ponteiros. E uma doena que pode ser facilmente confundida com murcha dePhytophthora. Nos ramos e razes em estdios avanados de murcha, possvel observar descolorao dosvasos do xilema. De modo geral, esta doena dificilmente leva a planta a morte, o que difere do ataque dePhytophthora. E comum tambm serem observados surtos de brotaes novas nas plantas com sintomas demurcha. Em alguns casos, os sintomas desaparecem e a planta afetada recupera-se e volta a apresentardesenvolvimento normal. Etiologia - O agente causal da murcha do abacateiro o fungo imperfeito V. albo-atrum. Apenetrao do patgeno ocorre pelas razes, e a infeco facilitada pela presena de ferimentos nas mesmasresultantes de tratos culturais, insetos, outros patgenos, nematides, problemas de ordem fisiolgica, etc. Aumidade do solo muito importante para que a doena venha a ocorrer, visto que o fungo desenvolve-semelhor em condio de solo mido, porm no encharcado, como no caso de Phytophthora. V albo-atrumencontra-se disseminado praticamente por todos os solos, principalmente em regies produtoras dehortalias. Controle - Recomenda-se o plantio de variedades de porta-enxertos resistentes ao fungo, como porexemplo variedades do grupo mexicano. As mudas devem ser sadias e apresentar bom vigor. O controlequmico da doena no recomendado, devido inexistncia de produtos registrados para este patgenonesta cultura e pelos custos de aplicao. As plantas afetadas devem ser removidas e, se possvel, esterilizaro solo com brometo de metila no local e ao redor de onde foram retiradas. O emprego da tcnica desolarizao, acompanhada do uso de porta-enxertos resistentes, uma alternativa para locais bastantecomprometidos pelo problema.OUTRAS DOENAS Podrides de Frutos - Diplodia natalensis P. Evans, Hendersonia sp., Acrostalagmus cinnabarius,Rhizopus nigricans Eth. - Alm da podrido de frutos ocasionada por Colletotrichum sp., outros patgenoscom importncia secundria podem afetar os frutos em ps-colheita. Estes, porm, so facilmentecontrolados com as mesmas medidas de controle aplicadas para a antracnose. Podrido de Sementes e Damping-Off - Rhizoctonia solani Khn - So ocasionadas pelo fungoR. solani, que corresponde em sua fase teleomrfica a Thanatephorus cucumeris (Frank) Donk. A faseimperfeita a responsvel por podrides de sementes e tombamento de mudas em viveiros. O controle feito basicamente pelo uso de viveiros suspensos, com areia como substrato ou solo fumigado oupasteurizado a 850C por 1 h. Para as sementes, sugere-se o uso de tratamento trmico, atravs da imerso dasmesmas em gua quente a 450C, durante 60 minutos. O tratamento de sementes somente deve ser feito emcasos de extrema necessidade, pois o mesmo reduz a viabilidade das mesmas.
  • 16. Fuligem - Stomiopeltis sp. - Este longo apresenta um crescimento bastante fino, lembrando adeposio de fuligem sobre os ramos. E muito comum a ocorrncia em culturas de abacateiro, porm Omesmo no causa nenhum dano cultura por tratar-se de um fungo no patognico. Mancha-da-Folha - Cephaleuros virescens Kunze - Caracteriza-se pela presena de manchas decolorao ocre, mais ou menos rego lares, as quais destacam-se facilmente das folhas quando raspadas. Norepresenta dano econmico, exceto em regies litorneas com alta umidade e temperatura. Os danoscausados so advindos da reduo da rea fotossinttica das folhas, sendo o controle efetuado pela aplicaode fungicidas cpricos.BIBLIOGRAFIABalmer, E. Doenas do abacateiro. In: Galli, F. Manual de fitopatologia - Doenas das plantas cultivadas, So Paulo, Editora Agronmica Ceres, vol. 2, p. 9-18, 1980.Bitancourt, A. A. A verrugose do abacateiro. O Biolgico 2:157-160, 1936.Campos, J. S. Abacaticultura paulista. Boletim Tcnico n0 181. CATI, Campinas. SP. 92p. 1984.Campos, J. S. Cultura racional do abacateiro. Editora cone Ltda., So Paulo. p. 99-197, 1988.Cappellini, R. A. Disorders in avocado, mango and pincapple shipments lo the New York market. 1972- 1985. Plant Disease 72:270-273, 1988.Coffey, M . D. Phvtophthom root rot of avocado, an integrated approach to control in California. Plant Disease 71:1046-052, 1987.Coffey. M. D . & Ohr, H.D. Chemical control of Phytophthora cinnamomi on avocado rootstocks. Plant Disease 68:956-958, 1984.Darvas, J.M.; Kotz, J.M. Wehner, F.C. Field occurrence and control on fungi causing postharvest decay of avocados. Phytophlactica 19:453-455, 1987.Darvas, J.M.; Kotz, J.M.; Wehner, F.C. Pathogenicity of fungi causing pre-and postharvest diseases of avocado fruits. Phytophlactica 19:489-493, 1987.Darvas, J.M.; Kotz, J.M.; Wehner, F.C. Effect of treatment after picking on the incidence of postharvest fruit discases of avocado. Phytophlactica 22:93-96, 1990.Darvas, J.M. Toerien, J.C.; Mune, D.L. Control of avocado root rot by trunk injection with phosethyl Al. Plant Disease 68: 691-693, 1984.Falcon, M.F.; Fox, R.L.; Trujillo, E.E. Interaction of soil pH, nutrients and moisture on Phytophthora root rot of avocado. Plant and Soil 81:165-176, 1984.Gargor, B.K.; Guillemet, F.B.; Coffey, M.D. Comparison of field resistance to Phytophthora cinnamomi in twelve avocado rootstocks. HortScience 25:1655-1656, 1990.Hino, T. & Tokeshi, H. Varietal resistance of avocado to cercosporiosis and some observations on the discase cycle. Summa Phytopathologica 2:127-132, 1976.Ploetz, R.C.; Zentmeyer, G.A.; Nishijima, W.T.; Rohrbach, K.G.; Ohr, H.D. Compendium of tropical fruit diseases. St. Paul, APS Press, 1994. 88 p.
  • 17. Prusky, D.; Plumbley, R.A. Kobiler, I.; Zauberman, G. Fuchs, Y. The effect of elevated CO2 levels on the symptom expression of Colletotrichum gloeosporioides on avocado fruits. Plant Pathology 42:900-904, 1993.Rossetti, V. Podrido das razes do abacateiro. O Biolgico 24:249, 1980.Rossetti, V. Abacateiro com podrido do p. O Biolgico 29:249, 1980.Souza, S. M. C. Doenas em frutferas - Abacate. Informe Agropecurio 11:3-5, 1985.Zentmyer, G. A. Avocado diseases. Tropical Pest Management 30:388-400, 1984.
  • 18. DOENAS DO ABACAXI (Ananas comosus (L.) Merr.). A. de GoesFUSARIOSE - Gibberella fujikuroi (Saw.) Wr. var. subglutinans Fusarium subglutinans Nelson et al. = Fmoniliforme Sheld. var. subglutinans Wr. & Rg.) A fusariose a principal doena da cultura do abacaxi no Brasil. A estimativa de perdas situa-se em30% para o caso de frutos e cerca de 20% para mudas. Atualmente, a doena ocorre praticamente em todasas regies produtoras do Brasil e os dois principais cultivares, Prola e Smooth Cayenne, so suscetveis doena. Sintomas - O patgeno capaz de infectar todas as partes da planta. Em frutos ainda verdes observa-se exsudao de goma na sua superfcie. H uma tendncia de amarelecimento precoce. Este sintoma,geralmente, distingue-se daqueles produzidos pela broca dos frutos (Thecla basilides), cuja exsudaogomosa d-se, normalmente, entre os frutos verdes. Com a evoluo da doena, as partes lesionadas internasdos frutos perdem a rigidez, encolhem-se, e os frutos tornam-se deformados. Frutos em estdios maisavanados de desenvolvimento e maturao, quando doentes, apresentam as reas externas correspondentesaos tecidos infectados com colorao parda a marrom. No estdio final, podem ser parcial ou totalmenteafetados, perdem a rigidez e se mumificam, podendo ocorrer um crescimento rosado do fungo nos tecidosmais externos. No talo, as leses normalmente restringem-se parte basal, tanto em plantas adultas como em mudasainda aderidas planta-me. No caso de plantas adultas, as leses so sempre acompanhadas de podridogomosa enquanto que, cm mudas, a exsudao gomosa normalmente menos pronunciada. As plantasoriginadas de mudas infectadas, ou que foram infectadas aps o plantio, podem apresentar sintomas deencurtamento do talo, morte do pice, enfezamento e clorose. Normalmente, os tecidos infectados do taloexalam odor caracterstico de bagao de cana em fermentao. Etiologia - A fusariose causada pelo fungo Fusarium subglutinans, classe Deuteromicetos, ordemMoniliales e famlia Tuberculariaccae. Difere de F moniliforme Sheld. por produzir microcondios em falsacabea e no em cadeia. O seu teleomorfo corresponde ao ascomiceto Gibberella fujikuroi (Saw) Wr. var.subglutinans Ed., constatado no Brasil apenas sob condies de laboratrio. Uma nova designao foirecentemente proposta para o estado anamrfico (F subglutinans f.sp. ananas). O fungo F subglutinans apresenta elevado grau de especificidade fisiolgica, mostrando-sepatognico apenas para o abacaxi. Sua penetrao d-se, normalmente, atravs de ferimentos naturaisexistentes na base das mudas, formados durante seu desenvolvimento, ou em ferimentos ocasionados porinsetos e caros. A prpria morfologia das folhas contribui para que os condios eventualmente existentes nasua superfcie sejam arrastados pela chuva para a base das plantas, onde o patgeno pode iniciar o processode colonizao em ferimentos originrios do desenvolvimento lateral das gemas ou por danos mecnicoscausados por razes de outra natureza. O principal stio de infeco , no entanto, constitudo pelasinflorescncias. A penetrao do patgeno d-se atravs do canal estilar e dutos nectrios durante a antese.
  • 19. Os danos causados pela broca dos frutos (Thecla basilides) contribuem tambm para a penetrao do fungo. A disseminao pode ocorrer naturalmente atravs do vento ou com a ajuda de vrios insetos, comoApis melifera, Bitoma sp., Bombus sp., Lagnia villosa, Libindus dichrous, Polistes sp., Solenopsis sp. eTrigona spinipes. A disseminao a longas distncias d-se principalmente por meio de mudas infectadas. Sob condies de laboratrio, o crescimento micelial e a esporulao de F subglutinans d-se entre10 e 300C (mximo a 250C). Abaixo de 90% de umidade relativa do ar a germinao dos condios consideravelmente reduzida. Em condies de campo, tem-se verificado uma alta correlao entre aincidncia de chuva durante o florescimento e a severidade da doena. Pelo fato de no produzir estrutura de resistncia, isto , clamidsporos, e apresentar baixacapacidade competitiva, F subglutinans no sobrevive no solo por longos perodos. Mudas infectadas eenterradas perdem a capacidade de servir como fonte de inculo aps 30 dias. Entretanto, tem-secomprovado a eficincia do patgeno na forma epfita em folhas de abacaxi e de ervas daninhas. Controle - Nenhuma medida tem, isoladamente, dado resultado satisfatrio no controle da doena.Torna-se necessrio, portanto, a combinao de vrias tcnicas. Essas tcnicas visam, primordialmente,manter o inculo em nvel baixo. Entretanto, embora as medidas de controle devam ser empregadas sempreque necessrias e em vrios estdios do ciclo da cultura, em duas fases so fundamentais: obteno dasmudas e florescimento. Na obteno das mudas preconiza-se os seguintes cuidados: a) seleo de plantas cujos frutosproduzidos nunca produziram sintomas da doena; b) aos 30 e aos 7 dias antes da colheita das mudas,pulverizar com benomyl a 0,05%; e) corte do cacho e cura das mudas, na prpria planta ou em local seco. Acura consiste em expor as mudas ao sol durante 2 a 3 semanas, logo aps a sua colheita. Esta prtica permiteidentificar e descartar grande parte das mudas eventualmente doentes. Alternativas adicionais que tmtambm sido empregadas com sucesso na obteno de mudas sadias envolvem sua produo medianteseparao do talo e tratamento das inflorescncias com o cido clorfluorenol-metil-ster (0,0112%). Por ocasio da seleo das mudas recomenda-se que sejam padronizadas por tamanho e peso. Cercade 2 a 3 meses aps o plantio, plantas com sintomas devem ser arrancadas e substitudas por sadias mantidasem viveiro. Posteriormente, qualquer planta eventualmente doente deve ser eliminada. Para facilitar a proteo das inflorescncias torna-se necessrio proceder sua uniformizao. Paraisso, pode ser usado carbureto de clcio, soluo de acetileno ou ethephon. O controle da doena deve seriniciado a partir da fase de avermelhamento e estender-se at o fechamento das ltimas flores, mediante ouso quinzenal de benomyl a 0,05%. Neste perodo, de cerca de 60 a 70 dias, torna-se necessrio tambm ocontrole da broca dos frutos (Thecla basilides), uma vez que esta praga, alm de importanteeconomicamente, ocasiona ferimentos que facilitam a entrada do patgeno. Outras prticas que tmcontribudo para o controle da doena envolvem a realizao de uma pulverizao de benomyl+inseticida nafase de avermelhamento, seguido de ensacamento dos frutos recm-emitidos, usando-se sacos de papel dotipo semi-kraft. O ensacamento no altera as qualidades originais do fruto. Alm do ensacamento, a inibioda abertura das flores, mediante o uso de cido cloroflurenol, tem contribudo para o controle da doena. Alternativa adicional para o controle envolve a utilizao da tcnica do escape, por meio da induo
  • 20. do florescimento em perodo cuja condio ambiental seja menos favorvel doena. Tem-se verificado quea concentrao do florescimento nos meses de menores ndices pluviomtricos reduz significativamente aincidncia da doena. Vrios estudos com vistas ao controle da doena mediante a utilizao de microrganismosantagonistas, como Trichoderma harzianum, T viridis e Bacillus sp., tm sido desenvolvidos e os resultadostm sido promissores. No h, porm, no momento, nenhuma recomendao de aplicao imediata emcondies de campo. Resultados promissores foram tambm obtidos em testes in vitro usando-se urina devaca. Alm de benomyl, o fungicida tebuconazole tem mostrado resultados promissores no controle dadoena. Este produto, porm, no se encontra registrado para utilizao nessa cultura no Brasil. Em termos de resistncia varietal, os principais cultivares de abacaxi utilizados no Brasil, comoProla, Smooth Cayenne e Boituva, so suscetveis doena. Vrios outros, porm, tm demonstradoresistncia de campo, como Amap, Amarelo-de-Uaups, Cabeona, Fernando Costa, Inerme CM, Perolera,Pin Negra, Primavera, Rondon, Tapiracanga, Turi Verde e Ver-o-peso. Dentre estes, Perolera e Primaveratm sido recomendados pelos rgos de pesquisa como alternativa para o controle da doena.PODRIDO NEGRA - Ceratocystis paradoxa (De Seynes) Morcau (Thielaviopsis paradoxa) (De Seynes)Hochn.) A podrido negra, tambm conhecida por podrido mole e podrido do fruto maduro, so, depois dafusariose, a mais importante doena nas nossas condies. Seu agente causal polfago, incidindo sobrediversas espcies vegetais, incluindo-se arroz, bananeira, cacaueiro, cana-de-acar, Crotalaria junceae,alm de outras plantas. E uma doena que ocorre essencialmente durante o transporte e o armazenamento,com incidncia, s vezes, de 70% dos embarques realizados. Sintomas - A doena manifesta-se quase que exclusivamente no fruto maduro, especialmente naregio de insero do pednculo e a base do fruto. Em frutos maduros, a doena caracterizada peladecomposio total dos tecidos, que amolecem, liquefazem-se e adquirem uma colorao pardo-amarelada,deixando exalar um cheiro etreo agradvel, originrio da fermentao da glicose. O fungo penetra semprepor ferimentos e pode colonizar todo o fruto, incluindo-se a casca e a parte basal das folhas. No estdio finalde infeco, o fruto desagrega-se, torna-se esponjoso e a polpa, exposta ao ar, cobre-se de um revestimentonegro, constitudo pelos esporos do fungo. O apodrecimento de mudas, a partir da extremidade que se encontra ferida, pode ocorreresporadicamente. Alm do forte escurecimento dos tecidos infectados, outra diferena entre a podrido negrae a fusariose, nas mudas, a ausncia de goma nas plantas infectadas por Ceratocystis paradoxa. Etiologia - O agente causal da podrido negra, Ceratocystis paradoxa (De Seynes) Moreau, umfungo ascomiceto, da ordem Microascales, famlia Ophiostomataceae. Corresponde, na fase anamrfica, aofungo imperfeito Thielaviopsis paradoxa (De Seynes) Hoehn. T paradoxa, alm de possuir grande nmerode plantas hospedeiras, tambm vive saprofiticamente, sem apresentar grandes dificuldades de sobrevivnciade um ano para outro. O teleomorfo difcil de ser encontrado na natureza.
  • 21. O patgeno , essencialmente, um parasita que necessita de ferimento para infectar, no causandoleses em rgos sadios, exceto quando os tecidos so muito novos ou quando expostos a condies de altaumidade. A seca e a insolao so condies desfavorveis ao seu desenvolvimento. Esta doena pode seconstituir no principal problema se os frutos colhidos forem mantidos a temperatura ambiente por perodosuperior a trs dias. O uso de refrigerao (8-90C) retarda a infeco de C. paradoxa, mas no evita seudesenvolvimento. A temperatura tima para o desenvolvimento do fungo est em torno de 250C. Abaixo de15 ou acima de 340C, o fungo tem o seu desenvolvimento retardado. Controle - O controle da podrido negra, nos frutos, deve ser preventivo. As seguintes medidas sorecomendadas: a) evitar qualquer tipo de ferimento nos frutos; b) no realizar a colheita em dias chuvosos; e)deixar um pedao de pednculo no fruto durante a colheita; d) imergir os frutos em benomyl ou captan ouimergir o pednculo em triadimefon (0,03%) durante 1 minuto; d) tomar cuidado com a embalagem e otransporte, principalmente quando se visa o comrcio externo; e) desinfestar os locais de embalagem earmazenamento dos frutos; f) frigorificar a temperaturas abaixo de lO0C. Outros fungicidas que tm semostrado altamente promissores, com eficincia superior ao benomyl, so o bitertanol, flusilazole, guazatine,myclobutanil, penconazole e propiconazole. Entretanto, nenhum destes produtos tem registro para a culturado abacaxi no Brasil. Resultados promissores tm tambm sido obtidos com tratamento por radiao gamana faixa de 50 a 250 Gy, combinado com armazenamento entre 11 e 130C.OUTRAS DOENAS Alm da fusariose e da podrido negra, outras doenas so citadas nas nossas condies sendo,porm, de importncia secundria. Dentre estas incluem-se a podrido parda e a podrido do topo oupodrido de razes. A podrido parda atribuda a Penicillium funiculosum Thom., embora Fusarium moniliformeSheldon encontre-se freqentemente associado. No Hava (USA), P funiculosum tido como o agente causaldas doenas de ps-colheita denominadas interfruitlet corking, leathery pocket e fruitlet core rot. Ocaro do abacaxi (Steneotarsonemus ananas Tryon) est associado doena, inclusive aumentando suaincidncia, embora no atue como vetor. A alta populao do caro e a infeco de P funiculosum sofavorecidas por temperatura mdia diria variando entre 16-200C a partir da fase de induo de florescimentoat as primeiras flores. O controle da doena tem sido satisfatoriamente alcanado atravs de pulverizaocom endosulfan para reduzir a populao do caro durante as cinco primeiras semanas de induo doflorescimento. A podrido do topo e a podrido de razes so ocasionadas principalmente por Phytophthoracinnamomi Rands e P parasitica. No Brasil, a sua ocorrncia tem sido espordica e sua importncia muitolimitada. Resultados bastante satisfatrios de controle da doena tm sido obtidos com os fungicidasmetalaxyl, fosetyl-Al e cido fosforoso. Quando necessrio, o tratamento das mudas sob a forma de imersoem calda de fosetyl-A1 tem dado bons resultados. Alm de Phytophthora, vrias espcies de Pythium so tambm responsveis por podrido de razes.Dentre estas espcies incluem-se P arrhenomanes, P. graminicola, P splendens, P torulosum e P.
  • 22. irregularae. Destas, a mais patognica ao abacaxi P arrhenomanes. O uso da fumigao do solo tem dado resultados bastante satisfatrios, reduzindo os prejuzosatribudos a Pythium spp. devido, provavelmente, ao controle de nematides e insetos que ocasionamferimentos nas razes das planta, facilitando a penetrao do patgeno. Em outros pases - A pink disease, ainda no relatada no Brasil, de etiologia ainda confusa,sendo admitida ser causada por Acetobacter aceti, A. liquefaciens e Gluconobacter oxydans. Os frutos,quando infectados, apresentam a sua polpa com colorao rsea ou marrom no centro do fruto atacado. Oaquecimento realizado durante processamento industrial do fruto intensifica a colorao marrom dos frutosinfectados. Externamente, mesmo nos frutos infectados, no so observados sintomas da doena. O controlebaseia-se na colheita dos frutos antes da sua maturao completa ou no polvilhamento das inflorescnciasdurante a antese com inseticidas base de dissulfoton. Fruit collapse, causada por Erwinia chrysanthemi, no foi ainda relatada no Brasil, mas seconstitui na principal doena do abacaxi na Malsia. Os frutos, quando infectados, tm aparncia normal ata maturao. Nesta fase, ao invs de exibir a colorao tipicamente alaranjada, apresenta colorao verde-oliva. Normalmente, a polpa dos frutos apresenta-se aquosa e com colorao amarelo-esverdeado. O controleda fruit collapse tem sido conseguido mediante inibio da abertura das flores com aplicao do cido 2-cloroetilfosfnico a 0,12%, pulverizando-se 30 ml por inflorescncia.BIBLIOGRAFIABolkan, H.A.; Dianese, J.C.; Cupertino, F.P. Pineapple flowers as principal infection sites for Fusarium moniliforme var. subglutinans. Plant Disease Reporter 63:655-657, 1979.Cabral, J.R.S.; Matos, AR; Souto, G.F. Reao de germoplasma de abacaxi inoculao com Fusarium moniliforme var. subglutinans. Pesquisa Agropecuria Brasileira 20:787-791, 1985.Chalfoum, S.M. & Cunha, G.A.P. da. Relao entre a incidncia da broca-do-fruto e a fusariose do abacaxi. Pesquisa Agropecuria Brasileira 19:423-426, 1984.Costa, J.L.S. & Dianese, J.C. Translocao de benomyl na inflorescncia do abacaxizeiro. Fitopatologia Brasileira 11:943-950. 1986.Costa, J.L.S. & Lordello, S. Papel da entomofauna na disseminao da fusariose do abacaxizeiro, Fitopatologia Brasileira 13:63-65, 1988.Cunha, G.A.P. & Matos, A.P. Inhibition of flowers opening and its relation Fusarium on pineapple fruit. Fruits 42:353-355, 1987.Dalldorf, D.B. Fungicidal control of Phytophthora species on Queen and Cayenne pineapples. Acta Horticulturae 334:429-437, 1993.Damayanti, M.; Sharma, G.J. Kundu, S.C. Gamrna radiation influences postharvest discase incidence of pineapple frui is. HortScience 27:807-808, 1992.Dianese, I.C. & Kunoh, H. Ocorrncia de fungos epfitas em folhas de abacaxizeiro e seu provvel significado epidemiolgico. Fitopatologia Brasileira 9:73, 1986.
  • 23. Fernandes, MC. A.; Santos, A.S.; Akiba, E. Ao da urina bovina no controle de alguns fungos fitopatognicos. Fitopatologia Brasileira 17:2 14, 1992.Coes, A. & Kimati, H. Variabilidade patognica de isolados de Fusarium moniliforme var. Subglutinans inoculados cm mudas de abacaxi prola e smooth cayenne. Summa Phytopathologica 16:233-247, 1990.Hernandez, J.M. & Sala Mayato, L. Chemical control of Thiclaviopsis black rot of pineapple in the Canary lslands. Acta Horticulturae 269:509-5 12, 1990.Matos, A.P. Doenas do abacaxi e meios de controle. EMBRAPA, Centro Nacional de Mandioca e Fruticultura, Cruz das Almas, 1986. 21p.Matos, A.P. & Mouriehan. X. Development of resistance to infection hy Fusarium moniliforme var. subglutinans o wounds of pincapple plantles. Acta Horticulturae 334:423-428, 1993.Pissarra, T.B.; Chaves, CM.; Ventura, J.A. Sintomatologia da fusariose (Fusarium moniliforme Sheld. var. subglutinans Wr. & Rg do abacaxizeiro. Fitopatologia Brasileira 4:255-263, 1979.Rohrbach, K.C. & Apt, W.J. Nematode and discase problems of pinneapple. Plant Discase 70:81 -87, 1986.Rohrbach, K.G. & Phyllips, D.J. Posthaivest discases of pincapple. Acta Horticulturae 269: 503-507, 1990.Rohrbach. K.G. & Taniguehi, G. Effects of temperature, moisture. and stage of inflorescence development on infection of pincapple hy Penicillium funiculosum and Fusarium moniliforme var. subglutinans. Phytopathology 74:995-1000, 1984.Torres, C.Q. Control of pincapple discases by bacterial antagonists. Acta Horticulturae 334:47-422, 1993.Ventura, J.A.; Zambolim, L.; Chaves, G.M. Integrated management system for pincapple Fusarium disease control. Acta Horticulturae 334:439-453, 1993.
  • 24. DOENAS DA ALCACHOFRA (Cynara scolymus L.) M. M. F. B. dos Santos, J. R. Stangarlin & S. F. Pascholati A alcachofra uma hortalia herbcea, perene, pertencente famlia Compositae. Adapta-se melhorao clima ameno, no tolerando frio intenso e solos encharcados. Seu cultivo indicado principalmente pararegies serranas, de vero ameno e inverno com geadas fracas. Clima quente e seco provoca a aberturaprecoce do boto, alterando a qualidade da parte comestvel. comercializada para fins comestveis -botoou inflorescncia - e medicinais - extrao da cinarina das folhas, um poderoso diurtico. Possui diversasvariedades, sendo a variedade mais cultivada no Brasil a Roxa de So Roque. No tocante s doenasinfecciosas, em condies adequadas de clima e solo, dificilmente ocorrem surtos severos.PODRIDO MOLE - Erwinia carotovora subsp. carotovora (Jones) Bergey et al. uma bactria causadora de podrido mole em muitas plantas cultivadas. A bactria penetra nasrazes e colo da planta atravs de ferimentos provocados pelos cortes de limpeza. Ocorre murcha das folhas,morte de toda a planta, com podrido mole e ftida. Rotao de culturas, plantio em solos bem drenados,irrigao controlada e tratamento de material propagativo com cpricos so medidas que favorecem ocontrole desta doena.ODIO - Leveillula taurica f. sp. cynarae Jaczewski (Ovulariopsis cynarae (Ferr. & Massa) Cicc.) Este fungo ocorre com muita freqncia cm culturas de alcachofra em regies mediterrneas e aindano foi constatado no Brasil. Sintomas - A face superior de folhas jovens apresenta-se coberta por eflorescncia branco-amarelada, pulverulenta, que corresponde s estruturas do patgeno. Pode haver murcha do limbo foliar eseu enrolamento em direo ao pice, ao longo das nervuras principais. Tais sintomas so comuns emcondies de temperatura amena (15-200C) e baixa umidade relativa do ar (como cm invernos secos). Noocorrem sob temperaturas mdias inferiores a 100C. Etiologia - A fase sexual Leveillula taurica f. sp. cynarae caracterizada por cleisiotcios esfricos,ligeiramente achatados nos plos, contendo ascos e ascsporos em seu interior. A fase assexual Ovulariopsis cynarae, o qual apresenta conidiforos simples ou ramificados, por vezes septado e com 400m de comprimento. Sobre esses conidiforos subcilndricos so formados condios em cadeia, comdimenses de 24-68 x 9,5-25 m. Controle - De forma geral, o controle do odio na alcachofra pode ser realizado com pulverizaesde produtos base de enxofre, em intervalos de 7 a 14 dias a partir da ocorrncia dos primeiros sintomas. Aaplicao do enxofre sob temperatura elevada pode ocasionar queimaduras nas folhas.
  • 25. FUMAGINA - Capnodium sp. Esse fungo recobre toda a folha e parte do caule, vivendo associado ao pulgo, praga comum nessacultura. Sintomas - A colonizao d-se principalmente na pgina inferior das folhas e no broto principal. Amanta miceliana pode recobrir toda a folha e parte do caule. Ao final do processo, as plantas tornam-seescuras, sendo que algumas folhas ficam retorcidas e pretas. Os prejuzos decorrem das dificuldades derespirao e fotossntese dos tecidos da planta devido presena superficial do miclio. Etiologia - Capnodium sp. um ascomiceto saprfita que no parasita os tecidos da planta, masdesenvolve-se nas secrees aucaradas dos pulges. A manta miceliana, sendo superficial, pode serdestacada mecanicamente. Controle - O combate ao pulgo essencial para o controle do fungo. Pulverizaes de primicarb,mevinfs ou malation, ou ainda metasistox a 0,1% so indicadas. Caso haja necessidade de se controlar oataque dos insetos pouco antes do incio da colheita, pode-se usar malation 50% (15 ml para 10 litros degua), 3 a 4 dias antes da colheita. Um espalhante pode ser empregado para melhorar o efeito naspulverizaes.MLDIO DA ALCACHOFRA - Bremia lactucae Regel E causado por Bremia lactucae, agente do mldio da alface. Porm, na alcachofra, encontram-seraas especializadas do patgeno no-patognicas alface. Os sintomas so representados por manchaspardas e secas na face superior das folhas, correspondendo a eflorescncias brancas ou corpos de frutificaodo fungo na face inferior. As leses provocadas por mldio podem favorecer a instalao de outros fungos,como Botrytis cinereae, por exemplo.PODRIDO DO COLO - Sclerotinia sclerotiorum (Lih.) Dc Bary, Sclerotium rolfsii Sacc., Rhizoctoniasolani (Khn) Ocasionam podrido na regio do colo da planta, com sintomas reflexos de amarelecimentoprogressivo e seca na parte mais externa das folhas. Sclerotium rolfsii e R. solani ocorrem com maiorfreqncia em meses quentes e S. Sclerotiorum em meses de clima ameno. Todos so favorecidos por altosteores de umidade no solo. O controle pode ser realizado pelo cultivo em solos bem drenados e com irrigaomoderada, alm da rotao de culturas com gramneas. A utilizao de produtos base de iprodione pode darbons resultados de controle.OUTRAS DOENAS Crestamento Bacteriano- Xanthomonas campestris (pv. indeterminado). Esta bactria parece serespecfica da alcachofra, no produzindo sintomas em outros membros da famlia Compositae. Sintomasmanifestam-se em folhas e captulos, atravs de manchas oleosas escuras, com exsudao bacteriana de coramarela, seguida de podrido. O controle pode ser realizado com rotao de culturas, evitando-se o plantioem locais com excesso de umidade do solo, e com pulverizao com fungicidas cpricos ou antibitico
  • 26. estreptomicina. Mancha de Ramularia - Ramularia cynarae Sacc. Provoca mancha de colorao parda na facesuperior das folhas, correspondendo eflorescncia cinzenta na face inferior, constituda por condioshialinos, alongados, uni ou bisseptados, produzidos em cadeia sobre os conidiforos formados em tufos nasaberturas estomticas. Mancha de Ascochyta - Ascochyta hortorum. Este fungo ataca as brcteas mais externas, causandoleses circulares, pardas, revestidas de pontuaes pretas que correspondem aos picndios. Nematides - Pode haver a ocorrncia de Meloidogyne incognita, M. javanica, Pratylenchuspenetrans, P brachyurus, Longidorus fasciatus, Helicotylenchus dihystera, Criconemella ornata.BIBLIOGRAFIACamargo, L. de S. Cultura da alcachofra (Cynara scolymus L). Boletim da Agricultura 45:216-230, 1944.Campacci, C.A. Doenas das plantas hortcolas (1). Olericultura 1:68-79, 1961.Campos,V.P. Doenas causadas por nematides em alcachofra, alface, chicria, morango e quiabo. Informe Agropecurio 17:17-22, 1995.Castro, L.O. Informaes sobre a alcachofra e sua cultura. Roessfria 8:59-64, 1986.Chagas, C.M.; Flores, E.; Caner, J. Uma nova doena de vrus da alcachofra no Estado de So Paulo. O Biolgico 35:27 1-274, 1969.Cruz, B.P.B.; Figueiredo, M.B.; Abraho, J. Doenas constatadas pela Seco de Fitopatologia Geral do Instituto Biolgico no quadrinio 1960-63. O Biolgico 30:157-168, 1964.Lisbo, R.S. & Fornasier, J.B. Alcachofra. In: Pedro Jr., M.J.; Bulisani, E.A.; Pommer, C.V.; Passos, F.A.; Godo, I.J. & Aranha, C. (Ed.). Instrues agrcolas para o Estado de So Paulo. 3. Ed. Campinas: IAC, 1986. p. 9-10. (Boletim, 200).Mariano, R.L.R.; Reis, A.; Michereff, S.J. Doenas causadas por bactrias em alcachofra, alface, chicria, morango e quiabo. Informe Agropecurio 17:13-16, 1995.Matta, A. & Garibaldi, A. Alcachofra e cardo. In: Matta, A. & Garibaldi, A. (ed.) Doenas da plantas hortcolas, 2 ed. Lisboa, Editora Presena, 1987. p. 170-176.Pinto, C.M.F.; Paula Jr., T.J.; Mizubuti, E.S.G. Doenas causadas por fungos em alcachofra, alface, chicria, morango e quiabo. Informe Agropecurio 17:5-13, 1995.
  • 27. DOENAS DA ALFACE (Lactuca sativa L.) M. A. Pavan & C. KurozawaMOSAICO Lettuce mosaic vrus - LMV No Brasil, os vrus que causam mosaico e mosqueado em alface so: vrus do mosaico da alface(lettuce mosaic vrus- LMV); vrus do mosaico do pico (bidens mosaic vrus - BMV); vrus domosqueado da alface (lettuce mottle vrus - LMoV); vrus do mosaico do pepino (cucumber mosaic vrus- CMV) e vrus do mosaico do nabo (turnip mosaic vrus - TuMV). O LMV considerado o agente causaldo mosaico de maior importncia. Encontra-se disseminado por todo o mundo, provavelmente devido aointercmbio de sementes atravs do comrcio internacional. Sintomas - Os sintomas em alface do grupo manteiga, na fase adulta, so de fcil reconhecimento:mosqueado, distoro e amarelecimento foliares, podendo desenvolver necrose de nervuras na dependnciado cultivar, resultando na m formao ou distoro das cabeas. Clareamento de nervuras e mosaico socomuns em plantas jovens e adultas. Esses sintomas so menos visveis em cultivares com presena deantocianina. Quando plantas jovens so infectadas, as folhas internas permanecem pequenas e inclinam-separa o centro. Em cultivares de alface de cabea crespa, mosaico e clareamento de nervuras so menosvisveis, porm, pontuaes, reduo no crescimento e distoro foliar so comumente observadas,principalmente quando as plantas so infectadas no estgio inicial de desenvolvimento. A sndrome descritacomo June Yellows, que ocorre em cultivares de alface do grupo americano, consiste no amarelecimentodas folhas da saia e reduo de crescimento. Em cultivares do grupo Romana, clareamento de nervuras emosqueado so visveis em plantas jovens. Estas ficam atrofiadas e declinam, formando uma cabeapequena. Em todos os tipos de alface, o efeito do LMV visvel, principalmente, durante o pendoamento. Asbrcteas da inflorescncia mostram mosqueado e reas necrticas. As plantas infectadas produzem menorquantidade de sementes. Isolados muito agressivos provocam severa reduo do crescimento, necrose e, svezes, morte de plantas. A reao de cultivares resistentes, quando infectados com LMV, varia da ausnciaabsoluta de sintomas a um leve mosqueado, na dependncia da fonte de resistncia utilizada para seudesenvolvimento. Etiologia - O LMV atualmente classificado como uma espcie do gnero Potyvirus, famliaPotyviridae, possuindo partculas de estrutura filamentosa e flexuosa, medindo aproximadamente 730 nm decomprimento por 13 nm de dimetro. O LMV apresenta uma gama de hospedeiros bem ampla. Pode-se relacionar 121 espcies vegetais,pertencentes a 17 famlias botnicas e 60 gneros, como hospedeiras. A maioria das espcies pode serenquadrada nas seguintes famlias: Aizoaceae, Amaranthaceae, Asteraceae, Boraginaceae, Brassicaceae,Caryophyllaceae, Chenopodiaceae, Cucurbitaceae, Geraniaceae, Lamiaceae, Leguminosae, Malvaceae,Martymaceae, Papilionaceae, Polygonaceae, Primulaceae e Solanaceae. As principais caractersticas para identificao e diagnose do LMV so baseadas em morfologia,hospedeiros diferenciais, propriedades fsicas, mecanismo de transmisso, disseminao e sorologia (Tabelas
  • 28. 4.1 e 4.2). A disseminao do LMV pode ocorrer atravs da semente ou por afdeos. A taxa de transmisso baixa e h variao entre cultivares e dentro de cultivares, indicando a possibilidade de seleo para poucaou nenhuma transmisso. O LMV pode ser transmitido tanto pelo plen como pelo vulo. A transmisso doLMV por afdeos de maneira no-persistente e pode ser feita por vrias espcies, sendo Myzus persicae amais eficiente. O vrus do mosaico da alface apresenta variabilidade e, em funo disto, foi agrupado dentrode trs grupos de estirpes: grupo 1, que infecta somente cultivares suscetveis; grupo II, que infecta o cultivarIthaca, que carrega um gene de resistncia; e grupo III, que provoca sintomas severos em todos os cultivares,incluindo aqueles que carregam o gene mo/g. Estirpes do grupo III ocorrem no Estado de So Paulo. Controle - A combinao da transmisso por sementes e pelo afdeo-vetor de maneira no-persistente altamente favorvel para a ocorrncia de severas epidemias do LMV em lavoura de alface. Aeficcia do uso de sementes livres de vrus reduz as perdas, mas o desenvolvimento de cultivares resistentese a aplicao de alguns mtodos culturais, como eliminao de ervas daninhas hospedeiras do LMV, devemser integrados para assegurar um melhor controle.Tabela 4.1Tabela 4.2 Uso de sementes livres de vrus: a quantidade inicial do nvel de contaminao de sementesdetermina a perda final da produo de alface. Nos campos com populao de afdeos ativos, perdas totais dealface podem ocorrer quando a porcentagem de transmisso pela semente for de 0,5%. O nvel de tolernciaadotado nos E.U.A. zero, mas na Europa e alguns outros pases, o nvel de tolerncia de 0,1%. Para aobteno de sementes livres de vrus, numerosas tentativas tm sido realizadas para inativar o vrus emsementes infectadas, mas a maioria no tem valor prtico. Um mtodo de tratamento consiste em manter assementes embebidas em polietileno glicol, a 400C, por 6 a 10 dias. No Brasil, a eficincia de controledecorrente da adoo de sementes livres de vrus baixa, pois durante praticamente todo o ano h condiesfavorveis para a proliferao de afdeos vetores e existem muitas fontes externas do vrus. Em regiesprodutoras do Estado de So Paulo os cultivos so extensivos e prximos uns aos outros, realando aimportncia da fonte de inculo externa na ocorrncia do LMV. Resistncia para o LMV: Os cultivares Gallega de Inverno e PI-25 1245 (Lactuca serriola)apresentam tolerncia (multiplicao do vrus com ausncia de sintomas) ao mosaico causado por LMV,regida por genes recessivos. Os cultivares Brasil 201, Brasil 221, Brasil 303, Vivi, Regina, urea, Vanessa,Karina, Gloria, Elisa e Floresta tm Gallega de Inverno ou PI-25 1245 como parentais.VIRA-CABEA - Tospovirus Um vrus do gnero Tospovrus, vem causando perdas significativas nos ltimos anos na cultura daalface, principalmente para cultivos de vero. Nesta poca, pode ser considerada uma das doenas maisimportantes, apresentado, freqentemente, incidncia superior a 60 %.
  • 29. Sintomas -Em alface, esse tospovirus causa manchas necrticas e bronzeamento em folhas,geralmente em um lado da planta. A infeco sistmica caracterizada por uma murcha marginal,amarelecimento e bronzeamento de folhas internas e da nervura (Prancha 4.1). Etiologia - A doena causada por um vrus do gnero Tospovirus, da famlia Bunyaviridae. Porno estar totalmente caracterizado, do ponto de vista molecular, no possvel afirmar que se trata do mesmovrus que causa o vira-cabea do tomateiro (Tomato spotted wilt virus-TSWV) descrito no captuloDoenas do Tomateiro. Controle - Na fase de pr-lavoura deve-se adotar as seguintes medidas: rotao da cultura complantas no suscetveis, plantio em locais em que no haja lavoura suscetvel nas adjacncias e controle dehospedeiros alternativos do vrus e do vetor. Durante a lavoura, deve-se utilizar mudas livres de vrus, aplicarregularmente inseticidas (viveiro e lavoura), separar os canteiros com espcies no suscetveis, comobrcolis e couve-flor e reduzir operaes de cultivo, evitando movimento do tripes de fontes infectadas. Emps-colheita recomenda-se: alqueive (3 a 4 semanas) da rea em campos com alta incidncia da doena etratamento do solo (fumigao) para eliminar tripes associados a restos de cultura. O manejo no totalmente efetivo se vrus e vetor ocorrerem em alta incidncia em toda a rea. Nestas condies o plantiodeve ser evitado. importante a cooperao entre os produtores vizinhos para o controle do tripes. Resistncia ao TSWV foi observada nos cultivares Tinto e PI 3425 17 (Acora) e esta resistncia de dominncia parcial. Trabalhos de transferncia de resistncia e seleo de plantas prprias para nossomercado vm sendo realizados.MANCHA BACTERIANA - Pseudomonas cichorii (Swingle) Stapp. Esta doena no limitante para o plantio da alface, mas, dependendo das condies climticas e doinculo no local de plantio, pode causar grandes perdas ao produtor. Assim como as demais doenasbacterianas, seu controle exige uma srie de medidas conjuntas sob pena de no haver xito, principalmentequando somente o controle qumico for adotado. Essa bactria pode afetar tambm crucferas, cucurbitceas,batata, tomateiro, pimento, feijo vagem, ervilha, beterraba e cebola. Sintomas - A bactria causa manchas necrticas isoladas no centro ou bordos do limbo foliar,podendo tambm atingir extensas reas da nervura central (Prancha 4.2). No incio, as leses apresentamencharcamento e colorao escura, passando, depois, cor parda a preta, com a seca dos tecidos. Emcondies de alta umidade, as leses coalescem e causam destruio de extensas reas do limbo foliar. Naregio Sudeste do Brasil, nas pocas chuvosas, plantas prximas colheita podem apresentar a nervuracentral das folhas totalmente necrosada. Em pouco tempo as folhas murcham e apodrecem. Esseapodrecimento agravado pela ao de outras bactrias, principalmente de Erwinia. Sintomas semelhantesso constatados em chicria. Etiologia - Pseudomonas cichorii (Swingle) Stapp uma bactria gram-negativa, bastonetiforme,que forma colnias lisas e de cor esbranquiada. A penetrao nos tecidos ocorre principalmente porferimentos causados por insetos, pelo frio ou pela queima por adubos e por aberturas naturais. Adisseminao na cultura ocorre por respingos de gua de chuva e irrigao. Sementes e mudas contaminadas
  • 30. so responsveis pela disseminao a longas distncias. Alta umidade e temperatura amena, em torno de 250C, so favorveis ocorrncia dessa doena. Abactria tem um grande nmero de hospedeiros, entre as cucurbitceas, solanceas, aliceas e leguminosas, oque permite sua sobrevivncia e dificulta a adoo de medidas de controle. Controle - As medidas de controle devem ser adotadas de maneira integrada com utilizao desementes sadias; rotao de culturas com plantas no hospedeiras; eliminao de plantas doentes e restos decultura e favorecimento de ventilao das plantas. Deve-se, ainda, evitar o encharcamento do solo,principalmente atravs da irrigao por asperso. O controle qumico pouco eficiente e no existe nenhumavariedade ou hbrido comercial resistente.SEPTORIOSE - Septoria lactucae Passerini A septoriose uma doena muito comum em regies de clima ameno e em pocas chuvosas. Suaimportncia deve-se s leses necrticas no limbo foliar que prejudicam o valor comercial do produto. Noscampos de produo de sementes, a doena causa seca das folhas, devido coalescncia de muitas manchas,resultando em danos na formao das sementes. Sintomas - O fungo ataca principalmente as folhas (Prancha 4.3), mas pode afetar tambm a haste eos rgos florais no campo de produo de sementes. Os sintomas nas folhas so manchas com contornosirregulares. O tecido afetado, inicialmente com aspecto desidratado, torna-se pardacento, com numerosospontos de cor escura que so os corpos de frutificao do fungo. Esses corpos de frutificao so ospicndios, visveis a olho nu. Quando em ambiente mido, verifica-se, na parte superior dos picndios, umamassa de esporos (cirros) que s liberada na presena de um filme de gua. No havendo gua, os condiosno germinam e dificilmente so disseminados pelo vento. Etiologia - Septoria lactucae Passerini um fungo da classe Deuteromiceto, ordem Sphaeropsidalese famlia Sphaeropsidaceae. O fungo produz condios filiformes, multiseptados e hialinos no interior depicndios. A penetrao normalmente ocorre pela abertura estomatal e as condies favorveis para odesenvolvimento da doena so alta umidade e temperatura na faixa de 10 a 280C, com o timo em torno de240C. No se conhece outros hospedeiros do fungo em nossas condies, embora existam outras plantas damesma famlia afetadas por Septoria. Controle - As principais medidas de controle recomendadas so: emprego de sementes sadias,rotao de culturas por trs ou mais anos, pulverizao das plantas em desenvolvimento com benomyl outiofanato metlico, aps o aparecimento dos primeiros sintomas ou, preventivamente, com mancozeb ouchlorothalonil.MLDIO - Bremia lactucae Regel A doena importante em condies ambientais de alta umidade e temperatura amena a baixa. Naregio Sudeste do Brasil, esta doena ocorre nos meses mais frescos do ano quando h cerrao e muitoorvalho. O fungo muito sensvel ao calor e baixa umidade do ar, uma vez que essas condies influemdiretamente na esporulao, germinao e penetrao do fungo nos tecidos do hospedeiro, via abertura
  • 31. estomatal. Na ausncia de filme de gua no h germinao dos esporngios, nem formao de zosporos nointerior dos mesmos. Os sintomas em folhas manifestam-se como reas clorticas, de tamanho varivel, que mais tardetornam-se necrticos, de cor parda. Na face inferior das reas afetadas, formam-se frutificaes do fungo deaspecto branco, constitudo de esporangiforos e esporngios. O controle baseia-se em: plantio em solo bem drenado, evitando reas de baixadas mal ventiladas emidas, nas proximidades de lagoas, represas ou junto aos rios; rotao da cultura com plantas de outrasfamlias; pulverizaes das plantas doentes com fungicidas sistmicos especficos, como metalaxyl ecymoxanil, ou, preventivamente, com mancozeb ou chlorothalonil; eliminao de restos de cultura e preparodo solo com boa antecedncia.QUEIMA DA SAIA - Rhizoctonia solani Khn A importncia desta doena est diretamente relacionada ao potencial de inculo no solo onde aalface cultivada. Plantas bem desenvolvidas e prximas colheita so as mais afetadas. Em geral, asplantas afetadas apresentam folhas basais e/ou medianas com sintomas de murcha e seca, podendo levar morte. Quando se examina a parte interna das plantas com sintomas de murcha, constata-se, junto nervuracentral e na base do limbo foliar, um crescimento de miclio vigoroso e frouxo, branco no incio epardacento num estgio mais avanado. Com o desenvolvimento da doena, pode-se encontrar numerososesclerdios, pequenos e frouxos, de cores branca a pardo-escura. As condies climticas favorveis suaocorrncia so alta umidade junto s plantas e temperatura entre 150C e 250C. As medidas de controle recomendadas so: rotao de culturas com gramneas, com posteriorincorporao das palhas ao solo para propiciar melhor drenagem e aumento da populao de microrganismoscompetidores com os patgenos do solo; preparo do solo com antecedncia ao plantio e, nos solos com altopotencial de inculo, rega ou pulverizao do solo com iprodione antes e/ou uma semana aps o transplante.PODRIDO DE ESCLEROTINIA OU MOFO BRANCO - Sclerotinia sclerotiorum (Lib.) De Bary e S.minor Jagger Fungos do gnero Sclerotinia atacam a alface em qualquer estdio de desenvolvimento das plantas,mas ocorrem, mais freqentemente, em plantas prximas poca da colheita. As plantas afetadas apresentamsintomas parecidos com a queima da saia, mas a evoluo da doena mais rpida porque o fungo colonizatoda a regio basal das plantas e provoca o apodrecimento do caule e da base das folhas (Prancha 4.4). Aoexaminar a regio do colo das plantas atacadas, constata-se necrose total do tecido e, na superfcie de todosos tecidos prximos, um crescimento cotonoso de miclio branco e a presena de esclerdios que so asestruturas de resistncia do fungo. Os esclerdios tm o formato de gro de arroz, embora maiores, brancosno incio e pretos em estgio mais avanado. Tanto S. sclerotiorum quanto S. minor provocam a doena, com sintomas semelhantes. Esta ltimaespcie produz esclerdios bem menores e com formato irregular que se assemelham a gros de plvora. NoEstado de So Paulo, ambas as espcies so encontradas, porem no municpio de Mogi das Cruzes, SP, como
  • 32. nos E.U.A., h predominncia de S. minor. S. sclerotiorum um fungo polfago, afetando muitas plantas cultivadas destacando-se soja, tomate,ervilha, feijo, batata, alface, chicria, repolho, couve-flor, cenoura e outras. As medidas de controlerecomendadas so semelhantes s citadas para a queima da saia da alface.MANCHA DE CERCOSPORA - Cercospora longissima (Cugini) Saccardo A mancha de cercospora no chega a ser uma doena destrutiva, mas comum em muitas regies eem variedades de folha lisa. Os sintomas so freqentes em folhas mais velhas e quando ocorre coalescnciade muitas manchas pode prejudicar o desenvolvimento da planta e seu valor comercial. As manchas socirculares, pardacentas com centro mais claro. A ausncia de corpos de frutificao do fungo diferencia-a daseptoriose e, ao examinar com lentes de aumento de 20 x, constata-se, tanto na face inferior como nasuperior, grande quantidade de condios esbranquiados e longos, produzidos em conidiforos. Aomicroscpio, os condios so hialinos, multiseptados e filiformes. O fungo pertence a classe Deuteromiceto,ordem Moniliales e famlia Moniliaceae. As medidas de controle recomendadas para mancha de septoriacontrolam esta doena.OUTRAS DOENAS A bacteriose causada por Erwinia carotovora subsp. carotovora (Jones) Bergey et al. ocorre emcondies de nutrio desequilibrada das plantas, principalmente com excesso de nitrognio, que favorece oferimento dos tecidos e a colonizao pela bactria. Essa bacteriose ocorre com freqncia em associaocom outras doenas, causadas por bactrias ou fungos. Em condies de alta umidade e alta temperatura, abactria provoca rpida decomposio aquosa dos tecidos, devido ao das enzimas pectinolticas queagem na lamela mdia das clulas. Nas condies descritas acima, o controle desta bacteriose torna-secomplexo e pouco eficiente. Maiores detalhes desta doena podem ser encontrados na descrio do talooco do tomateiro. A bacteriose ocasionada por Pseudomonas marginalis pv. marginalis (Brown) Stevens provocasintomas muito semelhantes aos causados por P. cichorii, o que dificulta a diagnose. Ela afeta endvia,chicria, repolho, pepino, cebola, batata, feijo vagem e ervilha. Em geral, os sintomas da doena iniciam-sena margem da folha e avanam em direo base, podendo afetar todo o limbo. O incio da doena podeocorrer numa folha intermediria e avanar s demais. O sistema vascular junto s leses pode sercolonizado e descolorido. As condies favorveis para a ocorrncia desta bacteriose so semelhantes sdescritas para P. cichorii, mas a temperatura tima levemente superior. A doena