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  • Manual Tecnologia de Instr. e Automao 3

    NDICE: 1 OBJETIVO 52 PRESSO 6

    2.1 Conceitos Bsicos 62.2 Unidades 72.3 Manmetro 7

    2.3.1 Acessrios 92.3.2 Classificao dos Manmetros 102.3.3 Fole 11

    2.4 Coluna de Lquido 112.5 Transmissores de Presso 13

    2.5.1 Tipo Capacitivo 132.5.2 Tipo Strain Gauge ou Piezoresistivo 142.5.3 Sensor por Silcio Ressonante 16

    3 MEDIO DE VAZO 203.1 Conceitos Bsicos 203.2 Tipos de Medidores de Vazo: 203.3 Medio de Vazo por Presso Diferencial 21

    3.3.1 Vantagens / Desvantagens 223.3.2 Tipos de Orifcios 22

    MANUAL

    TECNOLOGIA DE INSTRUMENTAO E

    AUTOMAO

  • 2

    3.4 Medidor Eletromagntico de Vazo 233.4.1 Principio de Funcionamento 233.4.2 Instalao do medidor magntico 24

    3.5 Medidor Vortex 263.5.1 Principio de medio 263.5.2 Instalao 28

    4 TEMPERATURA 294.1 Introduo 294.2 Escalas de Temperatura 30

    4.2.1 Escala Internacional de Temperatura 314.3 Normas 324.4 Termmetros dilatao de slido bimetlico 334.5 Termmetros par termoeltrico 364.6 Termmetro a dilatao de lquido 36

    4.6.1 Caractersticas dos elementos bsicos: 384.7 Termmetros a Presso de Gs 394.8 Termmetro Presso de Vapor 414.9 Termopares 42

    4.9.1 Efeitos Termoeltricos 434.9.2 Correlao da F.E.M. em Funo da Temperatura 474.9.3 Tipos e Caractersticas dos Termopares 484.9.4 Tipos de Termopares : Tipo T - TERMOPARES DE COBRE CONSTANTAN 484.9.5 Tipos de Termopares : Tipo J - TERMOPARES DE FERROCONSTANTAN 494.9.6 Tipos de Termopares : Tipo E - TERMOPARES DE CROMEL CONSTANTAN 494.9.7 Tipos de Termopares : Tipo K - TERMOPARES DE CHROMEL ALUMEL 504.9.8 Tipos de Termopares : Tipo N - TERMOPARES DE NICROSIL - NISIL 504.9.9 Tipos de Termopares : Tipo S/R - TERMOPARES DE RDIO - PLATINA 514.9.10 Tipos de Termopares : Tipo B - TERMOPARES DE PLATINA- RDIO / PLATINA - RDIO 514.9.11 Correo da Junta de Referncia 524.9.12 Fios de Compensao e Extenso 534.9.13 Erros De Ligao 534.9.14 Termopar de Isolao Mineral 564.9.15 Associao de Termopares 57

    4.10 Termoresistncias 584.10.1 Princpio de Funcionamento 594.10.2 Construo Fsica do Sensor 604.10.3 Caractersticas da Termoresistncia de Platina 614.10.4 Vantagens / Desvantagens: 624.10.5 Princpio de Medio 62

    4.11 Medio de Temperatura por Radiao 644.11.1 Radiao Eletromagntica - Hiptese de Maxwell 644.11.2 Espectro eletromagntico 654.11.3 Teoria da Medio de Radiao 664.11.4 Pirmetros pticos 694.11.5 Radimetro ou Pirmetros de Radiao 70

    5 NVEL 725.1 Introduo 725.2 Mtodos de Medio de Nvel de Lquido 72

    5.2.1 Medio Direta 725.3 Medio de Nvel Indireta 74

    5.3.1 Medio de Nvel por Presso Hidrosttica (presso diferencial) 745.3.2 Medio por Presso Diferencial em Tanques Pressurizados. 745.3.3 Medio de Nvel com Borbulhador 765.3.4 Medio de Nvel por Empuxo 775.3.5 Medio de Nvel por Radiao 785.3.6 Medio de Nvel por Capacitncia 795.3.7 Medio de Nvel por Ultra Som 805.3.8 Medio de Nvel por Radar 815.3.9 Medio de Nvel por Presso Hidrosttica 81

    5.4 Medio de Nvel Descontnua 82

  • 3

    5.4.1 Medio de Nvel de Slidos 836 INVERSORES 84

    6.1 Conceitos Bsicos 846.2 Formas de Operao 846.3 Vantagens do Controle de Velocidade por AFD 856.4 Motor AC 856.5 Torque - Escorregamento - Velocidade 876.6 Partidas de Motores 876.7 Torque 886.8 AFD (Adjustable Frequency Driver) 896.9 Circuito de Potncia: 916.10 Circuito RL 926.11 Aplicao 946.12 CPU e Softwraes 976.13 Hardware 986.14 Drivers 996.15 Troubleshooting 996.16 Encoders 100

    7 CONTROLE 1047.1 Conceitos Bsicos 1047.2 Elementos de controle 105

    7.2.1 Sensores e transmissores 1057.2.2 Vlvulas de controle 106

    7.3 Elementos de painel 1077.4 Conceitos de Controle 1077.5 Documentao 1077.6 Controladores 108

    7.6.1 Aes de Controle: 1087.6.2 Controle proporcional: 1097.6.3 Controle Integral: 1097.6.4 Controle proporcional e integral: 1107.6.5 Controle proporcional e derivativo: 1107.6.6 Controle proporcional, integral e derivativo: 1107.6.7 Algoritmo de Controle 1117.6.8 Desempenho de controladores 1127.6.9 Sintonia 1147.6.10 Variaes de Controles 115

    8 NOES BSICAS SOBRE AJUSTE DE CONTROLADORES DE PROCESSO

    ERRO! INDICADOR NO DEFINIDO.

    9 CONTROLES DE CALDEIRAS 1279.1 Economia na Gerao de Vapor 1279.2 Operando um Sistema de Queima 127

    9.2.1 Ar Estequiomtrico (Oxignio Terico) 1289.2.2 Composio Aproximada do Ar Atmosfrico 1289.2.3 Qual o Valor Ideal do Co2 na Queima ? 1289.2.4 Interpretao das Medies de Co2 128

    9.3 Temperatura dos gases na Base da Chamin 1289.4 Fuligem nos Gases 129

    9.4.1 Causas Provveis da Fuligem Excessiva : 1309.5 Controle de Combusto 130

    9.5.1 Presso de Vapor 1319.5.2 Atomizao 1319.5.3 Temperatura do leo 1319.5.4 Nvel do Tubulo 1319.5.5 Excesso de Ar 132

    9.6 Concluso 13210 CONTROLE DE DESCARGA DE FUNDO DE CALDEIRA 133

  • 4

    10.1 Objetivo: 13310.2 Vlvula de Descarga de Fundo 133

    10.2.1 Requisitos Tcnicos para uma Vlvula de Descarga 13410.2.2 Vlvulas Comuns 135

    10.3 Vlvulas Especiais 13510.4 Comparao da Eficincia entre as Vlvulas Especiais e Comuns 135

    10.4.1 Comparao de Custos 13611 SISTEMA DIGITAL DE CONTROLE DISTRIBUDO 138

    11.1 Conceito: 13811.2 Estao de Controle 13811.3 Console de Operao 138

    11.3.1 Alarmes 13911.3.2 Telas 13911.3.3 Segurana 13911.3.4 Relatrios 13911.3.5 Armazenamento de Dados 14011.3.6 Estao de Engenharia 140

    12 REDES DE COMUNICAO 14112.1 Conceitos Bsicos 14112.2 Classificao das Redes de Comunicao 14212.3 Rede de Informao 14212.4 Rede de Controle 14312.5 Rede de Campo 143

    13 FOUNDATION FIELDBUS 14513.1 Introduo 14513.2 O que uma rede Fieldbus ? 14513.3 Aplicaes 14713.4 Configuraes 147

    13.4.1 Nveis de Protocolo : 14713.5 Nveis de Software: 148

    13.5.1 Nvel de Enlace 14813.5.2 Nvel de Aplicao 14913.5.3 Nvel do Usurio 14913.5.4 Nvel Fsico 149

    13.6 Topologias 15213.6.1 Topologia de barramento com Spurs 15213.6.2 Topologia Ponto a Ponto 15313.6.3 Topologia em rvore 15313.6.4 Topologia End to End 15413.6.5 Topologia Mista 154

  • 5

    1 OBJETIVO

    Este documento tem por objetivo listar as vrias tecnologias de instrumentao e automao do projeto

    HDF, esclarecendo os conceitos envolvidos.

    O objetivo de se medir e controlar as diversas variveis fsicas em processos industriais obter produtos

    de alta qualidade, com melhores condies de rendimento e segurana, a custos compatveis com as

    necessidades do mercado consumidor. Nos diversos segmentos de mercado; qumicos, petroqumicos,

    siderrgicos, cermicos, farmacuticos, vidreiros, alimentcio, papel e celulose, hidreltrico, nuclear entre

    outros.

  • 6

    2 PRESSO

    2.1 CONCEITOS BSICOS

    A presso entre todas as variveis de processo se ressalta pela sua importncia, pois diversas outras

    variveis so medidas utilizando-se indiretamente a presso, como por exemplo vazo, esta varivel pode

    ser medida utilizando a presso diferencial de uma placa de orifcio com o fluxo atravs da mesma.

    O conceito sobre presso que iremos falar aqui superficial, trataremos dos princpios bsicos e

    funcionamento dos instrumentos, comeamos assim por manmetros industrias, vamos ento definir de

    forma simples o que presso:

    A presso definida como o quociente entre uma fora F e uma superfcie de rea A, isto :

    AF

    =

    A unidade de fora Newton (N) definida como:

    211 smKgN =

    A partir dela diretamente derivada a unidade de presso pascal (Pa), assim denominada em honra ao

    fsico francs Blaise Pascal:

    211 mNPa =

    Presso atmosfrica: a presso exercida pela atmosfera terrestre medida em um barmetro. Ao nvel

    do mar esta presso aproximadamente de 760 mmHg.

    Presso Relativa: a presso medida em relao presso atmosfrica, tomada como unidade de

    referncia.

    Presso Absoluta: a soma da presso relativa e atmosfrica, tambm se diz que medida a partir

    do vcuo absoluto.

    Importante: Ao se exprimir um valor de presso, determinar se a presso relativa ou absoluta.

    Exemplo: 3 Kgf/cm2 ABSPresso Absoluta

    4 Kgf/cm2 Presso Relativa.

    O fato de se omitir esta informao na indstria significa que a maior parte dos instrumentos mede

    presso relativa.

  • 7

    Presso Negativa ou Vcuo: quando um sistema tem presso relativa menor que a presso

    atmosfrica.

    Presso diferencial: a diferena entre 2 presses, sendo representada pelo smbolo . Essa

    diferena de presso normalmente utilizada para se medir vazo e nvel.

    Presso esttica: o peso exercido por um lquido em repouso ou que esteja fluindo

    perpendicularmente a tomada de impulso, por unidade de rea exercida

    Presso dinmica ou cintica: a presso exercida por um fludo em movimento. medida fazendo a

    tomada de impulso de tal forma que recebe o impacto do fluxo.

    2.2 UNIDADES

    A presso pode ser dada em qualquer unidade que expresse o quociente de uma fora por uma superfcie

    ou altura de coluna de liquido de peso especifico conhecido,na industria as unidades mais usadas para

    presso so: barinCAmmHgmmCApsicmgf ,,,,,. 2 .A unidade padronizada para expressar uma presso

    em nossa planta de energia , no projeto HDF o bar .

    Na tabela abaixo apresentamos a converso das principais unidades de presso em relao ao bar .

    bar psi inH20 Kgf/cm2 mmHg Kpa1 14,503 402,164 1,02 752,47 100

    2.3 MANMETRO

    O instrumento mais simples para se medir presso o manmetro, que pode ter vrios elementos

    sensveis e que podem ser utilizados tambm por transmissores e controladores.

    O manmetro com tubo Bourdon consiste de um tubo com seo oval, disposto na forma de arco de

    circunferncia tendo uma extremidade fechada, estando outra aberta presso a ser medida. Com a

    presso agindo em seu interior, o tubo tende a tomar uma seo circular resultando um movimento em sua

    extremidade fechada. Esse movimento atravs da engrenagem transmitido a um ponteiro que vai indicar

    uma medida de presso.Quanto forma, o tubo de Bourdon pode se apresentar nas seguintes formas: tipo

    C, espiral e helicoidal.

  • 8

    Tipos de Tubos " Bourdon "

    a) Tipo C b) Tipo Espiral C) Tipo Helicoidal

    Muitas vezes o manmetro do tipo Bourdon vem preenchido com um liquido viscoso com a finalidade

    diminuir o efeito oriundo de vibraes da mquina ou, linha de presso onde est instalado o manmetro,

    em nossa planta de energia encontraremos muitos manmetros deste tipo preenchido com glicerina,na

    foto abaixo vemos o manmetro que poder vir preenchido com glicerina ou silicone conforme dissemos

    acima,observe a foto abaixo.

  • 9

    Manmetro preenchido com glicerina

    2.3.1 Acessrios

    Pode se ter ainda vrios acessrios para utilizao com os manmetros industrias, estes acessrios so

    utilizados para fins de amortecimento da linha, vlvulas de dreno e sangria,vlvulas de equalizao de

    presso, observe na foto abaixo exemplos de acessrios,sendo que o sifo de resfriamento um dos

    acessrios utilizados em nossa planta de energia com manmetros industriais.

    Membrana ou Diafragma: constitudo por um disco de material elstico (metlico ou no), fixo pela

    borda. Uma haste fixa ao centro do disco est ligada a um mecanismo de indicao.

    Quando uma presso aplicada, a membrana se desloca e esse deslocamento proporcional presso

    aplicada. O diafragma geralmente ondulado ou corrugado para aumentar sua rea efetiva.

    Na foto abaixo apresentamos um manmetro tipo diafragma.

  • 10

    Manmetro tipo diafragma

    2.3.2 Classificao dos Manmetros

    Pela tolerncia:

    Classe A4-0,01% da faixa Classe A3-0,25% da faixa Classe A2-0,50 da faixa Classe A1-1,00% da faixa Classe A-1% entre 25% e 75% da faixa,restante 2% Classe B-2% entre 25% e 75% da faixa,restante 3% Classe C-3% entre 25% e 75% da faixa,restante 4% Classe D-4% entre 25% e 75% da faixa,restante 4%

    Pela faixa de presso

    baixa presso, presses de gases abaixo de 25 bar e presses de liquido abaixo de 60 bar . media presso, presses de gases de 25 bar at 60 bar e lquidos de 60 bar at 400bar . alta presso,presses de gases acima de 160 bar e presses de lquidos acima de 400 bar .

    Sobrepresso

    Os valores de sobrepresso no devem exceder os limites da tabela abaixo e num

    tempo Maximo de 1 minuto sobre esta presso.

    Presso nominal 0-60 bar Sobrepresso

    30% acima do F.E.

    60-400 bar . 15% acima de F.E.

    Acima de 400 bar . 10% acima de F.E.

  • 11

    Nota: Toda vez em que o instrumento sofrer uma sobrepresso dever ser substitudo ou calibrado

    novamente devido o zero normalmente deslocar, comunique o instrumentista de turno.

    2.3.3 Fole

    O fole tambm muito empregado na medio de presso. Ele basicamente um cilindro metlico,

    corrugado ou sanfonado.Quando uma presso aplicada no interior do fole, provoca sua distenso, e

    como ela tem que vencer a flexibilidade do material e a fora de oposio da mola, o deslocamento

    proporcional presso aplicada parte interna.

    2.4 COLUNA DE LQUIDO

    Consiste, basicamente, num tubo de vidro, contendo certa quantidade de lquido, fixado a uma base com

    uma escala graduada, a coluna podem ser basicamente de trs tipos: coluna reta vertical, reta inclinada e

    em forma de "U", os lquidos mais utilizados nas colunas so: gua (normalmente com um corante) e

    mercrio, quando se aplica uma presso na coluna o lquido deslocado, sendo que este deslocamento

    proporcional a presso aplicada.

  • 12

    P1 = Px + gH2OL + gHgh

    P2 = Py + gH2O(h + L) , P1 = P2

    Px + gH2OL + gHgh = Py + gH2O(h+ L) = Py + gH2Oh + gH2OL , Py = 0

    Px = gH2Oh - gHgh

    h = Px / (gH2O - gHg)

    Num corpo continuo de liquido esttico a intensidade de presso cresce diretamente com a profundidade,

    medida a partir da superfcie livre, a presso de fluido atua perpendicularmente a todas as superfcies com

    as quais est em contato, em qualquer ponto interno do fluido a presso tem a mesma intensidade em

    todas direes e sentidos, esta presso transmitida deforma instantnea e integral a todos os pontos do

    liquido, esta propriedade caracterizada em nossa prensa de linha.

    Manmetro de tubo inclinado Manmetro de Reservatrio

  • 13

    2.5 TRANSMISSORES DE PRESSO

    O nosso objetivo explicar as tecnologias envolvidas no sensoriamento das presses no projeto HDF, na

    planta de energia a tecnologia o sensor por silcio ressonante, contudo, vamos falar sobre os strain

    gauge que o sensor utilizado na prensa, bem como falarmos sobre a tecnologia capacitiva para que

    possamos visualizar as diferenas de tecnologia envolvidas nos transmissores de presso.

    2.5.1 Tipo Capacitivo

    A principal caracterstica dos sensores capacitivos a completa eliminao dos sistemas de alavancas na

    transferncia da fora / deslocamento entre o processo e o sensor .Este tipo de sensor resume-se na

    deformao , diretamente pelo processo de uma das armaduras do capacitor . Tal deformao altera o

    valor da capacitncia total que medida por um circuito eletrnico,esta montagem , se por um lado ,

    elimina os problemas mecnicos das partes mveis , expe a clula capacitiva s rudes condies do

    processo , principalmente a temperatura do processo . Este inconveniente pode ser superado atravs de

    circuitos sensveis a temperatura montada juntos ao sensor,outra caracterstica inerente montagem , a

    falta de linearidade entre a capacitncia e a distncia das armaduras devido deformao no linear ,

    sendo necessrio portanto , uma compensao (linearizao) a cargo do circuito eletrnico .

    O sensor formado plos seguintes componentes :

    Armaduras fixas metalizadas sobre um isolante de vidro fundido Dieltrico formado pelo leo de enchimento (silicone ou fluorube) Armadura mvel (Diafragma sensor)

    Uma diferena de presso entre as cmaras de alta (High) e de baixa (Low) produz uma fora no

    diafragma isolador que transmitida pelo lquido de enchimento . A fora atinge a armadura flexvel

    (diafragma sensor) provocando sua deformao , alterando portanto , o valor das capacitncias formadas

    pelas armaduras fixas e a armadura mvel . Esta alterao medida pelo circuito eletrnico que gera um

    sinal proporcional variao de presso aplicada cmara da cpsula de presso diferencial capacitiva

  • 14

    2.5.2 Tipo Strain Gauge ou Piezoresistivo

    Baseia-se no princpio de variao da resistncia de um fio, mudando-se as suas dimenses.Para

    variarmos a resistncia de um condutor devemos analisar a equao geral da resistncia :

    SLR .=

    R : Resistncia do condutor

    : Resistividade do material

    L : Comprimento do condutor

    S : rea da seo transversal

    A equao nos explica que a resistncia eltrica de um condutor diretamente proporcional a

    resistividade e ao comprimento e inversamente proporcional a rea da seo transversal .A maneira mais

    prtica de alterarmos as dimenses de um condutor tracionarmos o mesmo no sentido axial como

    mostrado a seguir :

    Seguindo esta linha de raciocnio , conclumos que para um comprimento L obtivemos L , ento para um

    comprimento 10 x L teramos 10 x L , ou seja , quanto maior o comprimento do fio , maior ser a

    variao da resistncia obtida e maior a sensibilidade do sensor para uma mesma presso ( fora )

    aplicada .O sensor consiste de um fio firmemente colado sobre uma lmina de base, dobrando-se to

    compacto quanto possvel.Esta montagem denomina-se tira extensiomtrica como vemos na figura a

    seguir:

    Observa-se que o fio , apesar de solidamente ligado a lmina de base , precisa estar eletricamente isolado

    da mesma, uma das extremidades da lmina fixada em um ponto de apoio rgido enquanto a outra

    extremidade ser o ponto de aplicao de fora .

  • 15

    Da fsica tradicional sabemos que um material ao sofrer uma flexo , suas fibras internas sero

    submetidas a dois tipos de deformao (trao e compresso), as fibras mais externas sofrem um

    alongamento com a trao pois pertencem ao permetro de maior raio de curvatura , enquanto as fibras

    internas sofrem uma reduo de comprimento (menor raio de curvatura) .

    Como o fio solidrio lmina tambm sofrer o alongamento, acompanhando a superfcie externa,

    variando a resistncia total .

    Visando aumentar a sensibilidade do sensor , usaremos um circuito sensvel a variao de resistncia e

    uma configurao conforme esquema a seguir :

    Notamos que a ligao ideal para um Strain Gauge com quatro tiras extensiomtricas o circuito em

    ponte de Wheatstone , como mostrado a seguir , que tem a vantagem adicional de compensar as variaes

    de temperatura ambiente , pois todos os elementos esto montados em um nico bloco,por ex. os

    transmissores das prensas de nosso processo mido.

  • 16

    2.5.3 Sensor por Silcio Ressonante

    A tecnologia utilizada em nossa planta de energia para os transmissores de presso e nvel a tecnologia

    por silcio ressonante,optamos por esta tecnologia em funo de uma melhor estabilidade do zero na

    calibrao quando comparada a tecnologia capacitiva, isto se retrata principalmente por dois aspectos, o

    primeiro o fato de no se haver uma converso A/D e a outra pelo fato do sensor primrio ter uma

    resposta linear com a presso.O sensor do silcio ressonante consiste de uma cpsula de silcio colocada

    estrategicamente em um diafragma , utilizando-se do diferencial de presso para vibrar em maior ou

    menor intensidade, afim de que essa freqncia seja proporcional a presso aplicada.

  • 17

    Todo o conjunto pode ser visto atravs da figura acima, porm, para uma melhor compreenso de

    funcionamento deste transmissor de presso, faz-se necessrio desmembr-lo em algumas partes vitais,Na

    figura a seguir podemos ver o conjunto do sensor, este conjunto possui um im permanente e o elemento

    sensor de silcio.

    Dois fatores que iro influenciar na ressonncia do sensor de silcio so: o campo magntico gerado por

    um im permanente posicionado sobre o sensor; o segundo ser o campo eltrico gerado por uma corrente

    em AC (alm das presses exercidas sobre o sensor, obviamente).

    Este enfoque pode ser observado na figura abaixo:

  • 18

    Portanto, a combinao do fator campo magntico/campo eltrico responsvel pela vibrao do

    sensor,sendo que um dos sensores ficar localizado ao centro do diafragma (FC), enquanto que o outro

    ter a sua disposio fsica mais borda do diafragma (FR) ,por estarem localizadas em locais diferentes,

    porm, no mesmo encapsulamento, uma sofrer uma compresso e a outra sofrer uma trao conforme a

    aplicao de presso sentida pelo diafragma,desta maneira, os sensores possuiro uma diferena de

    freqncia entre si. Esta diferena pode ser sentida por um circuito eletrnico , tal diferena de freqncia

    ser proporcional ao aplicado, na figura a seguir exibido o circuito eletrnico equivalente.

    Atravs dessas informaes possvel criar um grfico referente aos pontos de operao da freqncia x

    presso.

  • 19

    Na figura abaixo podemos ver o transmissor que ser utilizado na planta de energia:

  • 20

    3 MEDIO DE VAZO

    3.1 CONCEITOS BSICOS

    A medio de vazo inclui no seu sentido mais amplo, a determinao da quantidade de lquidos, gases e

    slidos que passa por um determinado local na unidade de tempo; podem tambm ser includos os

    instrumentos que indicam a quantidade total movimentada, num intervalo de tempo.A quantidade total

    movimentada pode ser medida em unidades de volume (litros,mm 3 , cm 3 , m 3 , gales, ps cbicos) ou

    em unidades de massa (g, Kg, toneladas,libras). A vazo instantnea dada por uma das unidades acima,

    dividida por uma unidade de tempo (litros/min, m 3 /hora, gales/min). No caso de gases e vapores, a

    vazo instantnea pode ser expressa, em Kg/h ou em m 3 /h. Quando se mede a vazo em unidades de

    volume, devem ser especificadas as "condies base" consideradas. Assim no caso de lquidos,

    importante indicar que a vazo se considera "nas condies de operao", ou a 0 C, 20 C, ou a outra

    temperatura. qualquer. Na medio de gases , comum indicar a vazo em m 3 /h (metros cbicos por

    hora, ou seja, a temperatura. de 0 C e a presso atmosfrica) ou em SCFM (ps cbicos standard por

    minuto - temperatura. 60 F e14,696 PSIA de presso atmosfrica). Vale dizer que: 1m 3 = 1000 litros 1

    galo (americano) = 3,785 litros,1 p cbico = 0,0283168 m 3 1 libra = 0,4536 Kg.

    3.2 TIPOS DE MEDIDORES DE VAZO:

    Existem dois tipos de medidores de vazo, os medidores de quantidade e os medidores volumtricos, ns

    estaremos enfocando mais o volumtrico devido justamente ser este tipo de medidor o empregado em

    nossa planta de energia.

    Medidores de Quantidade: So aqueles que, a qualquer instante permitem saber que quantidade de

    fluxo passou mas no vazo do fluxo que est passando. Exemplo: bombas de gasolina, hidrmetros,

    balanas industriais, etc.

    Medidores de Quantidade por Pesagem: So utilizados para medio de slidos, que so as balanas industriais.

    Medidores de Quantidade Volumtrica: So aqueles que o fludo, passando em quantidades sucessivas pelo mecanismo de medio faz com que o mesmo acione o mecanismo de indicao.So

    estes medidores que so utilizados para serem os elementos primrios das bombas de gasolina e dos

    hidrmetros. Exemplo: disco mutante, tipo pisto rotativo oscilante, tipo pisto alternativa, tipo ps,

    tipo engrenagem, etc.

    Medidores Volumtricos: So aqueles que exprimem a vazo por unidade de tempo,ser o medidor de

    vazo empregado na planta de energia para se medir vazo de gua,vapor,leo e etc.

  • 21

    3.3 MEDIO DE VAZO POR PRESSO DIFERENCIAL

    O transmissor de Vazo tem como funo transmitir a vazo do processo para uma sala de controle ou

    sistema de controle. A vazo a principal varivel na maioria dos processos industriais. Existem vrios

    mtodos e instrumentos para medio de vazo. O mais comumente utilizado a medio de vazo por

    diferena de presso. Uma restrio instalada em uma linha e atravs da presso diferencial podemos

    medir a vazo com uma boa preciso. O instrumento utilizado para medir a presso diferencial o

    transmissor de presso diferencial. um medidor de presso como j vimos anteriormente, s que as duas

    cmaras de tomadas de presso so utilizadas no processo,ou seja, tomadas de alta (H) e baixa (L)

    presso.

    Uma vantagem primordial dos medidores de vazo por DP, que os mesmos podem ser aplicados numa

    grande variedade de medies, envolvendo a maioria dos gases e lquidos, inclusive fludos com slidos

    em suspenso, bem como fludos viscosos, em uma faixa de temperatura e presso bastante ampla. Um

    inconveniente deste tipo de medidor a perda de carga que o mesmo causa ao processo , sendo a placa de

    orifcio, o dispositivo que provoca a maior perda de carga "irrecupervel" (de 40 a 80% do DP gerado).

    O clculo da vazo para a medio com instrumentos de presso diferencial basicamente:

    onde:

    Q=Vazo do fluido na regio da restrio;

    K = Coeficiente que representa de forma universal, caractersticas do fluido, dimetro e tubulao. A = rea de passagem da restrio.

    DP = Perda de carga entre montante e jusante da restrio.

  • 22

    Dos muitos dispositivos inseridos numa tubulao para se criar uma presso diferencial, o mais simples e

    mais comum empregado o da placa de orifcio.Consiste em uma placa precisamente perfurada, a qual

    instalada perpendicularmente ao eixo da tubulao. essencial que as bordas do orifcio estejam sempre

    perfeitas, porque, se ficarem, imprecisas ou corrodas pelo fludo, a preciso da medio ser

    comprometida. Costumeiramente fabricado com ao inox, monel, lato, etc.,dependendo do fludo

    3.3.1 Vantagens / Desvantagens

    Vantagens:

    Instalao fcil Econmica Construo simples Manuteno e troca simples

    Desvantagens:

    Alta perda de carga Baixa rangeabilidade

    3.3.2 Tipos de Orifcios

    Orifcio concntrico: Este tipo de placa utilizado para lquidos, gases e vapor que no contenham slidos em suspenso.

    Orifcio excntrico: Utilizada quando tivermos fludo com slidos em suspenso, os quais possam ser retidos e acumulados na base da placa, sendo o orifcio posicionado na parte de baixo do tubo.

    Orifcio segmental: Esta placa tem a abertura para passagem de fluido, disposta em forma de segmento de crculo. destinada para uso em fludos laminados e com alta porcentagem de slidos em

    suspenso.Na foto abaixo voc ver um exemplo de placa de orifcio tipo concntrico.

  • 23

    3.4 MEDIDOR ELETROMAGNTICO DE VAZO

    O medidor magntico de vazo seguramente um dos medidores mais flexveis e universais dentre os

    mtodos de medio de vazo . Sua perda de carga equivalente a de um trecho reto de tubulao, j que

    no possui qualquer obstruo. virtualmente insensvel densidade e viscosidade do fluido de

    medio. Medidores magnticos so ideais para medio de produtos qumicos altamente corrosivos,

    fluidos com slidos em suspenso, lama, gua,polpa de papel. Sua aplicao estende-se desde saneamento

    at indstrias qumicas, papel e celulose, minerao e indstrias alimentcias. A nica restrio,em

    princpio que o fludo tem que ser eletricamente condutivo. Tem ainda como limitao o fato de fluidos

    com propriedades magnticas adicionarem um certo erro de medio.Na figura abaixo podemos ver o

    medidor magntico em corte e no final a foto do medidor magntico utilizado na planta de energia.

    Pela figura acima podemos reescrever a equao como sendo Vd..= .

    Onde:

    = Fem induzida

    B = densidade do fluxo magntico

    d = dimetro interno do detector

    V = velocidade do fluxo

    3.4.1 Principio de Funcionamento

    O medidor magntico de vazo baseado na lei de FARADAY, esta lei foi descoberta pelo cientista

    ingls FARADAY em 1831, segundo a lei, quando um objeto condutor se move em um campo magntico

    uma forca eletromotriz gerada, a relao entre a direo do campo, movimento do fluido e FEM

    induzida pode ser determinada pela regra da mo direita de Fleming,pela equao Vd..= ,levando-se

  • 24

    em conta que a densidade de fluxo magntico constante,temos que a FEM proporcional

    velocidade,logo a vazo pode ser definida como VSQ .= .

    onde:

    Q =vazo

    S = rea da seo transversal do tubo ( m )

    V =velocidade media do fluido ( sm / )

    3.4.2 Instalao do medidor magntico

    A instalao do medidor de vazo magntico simples, contudo certos cuidados so necessrios para

    evitar erros na medio provocados pela presena de ar e danos causados pela induo de vcuo,outro

    fator so as distancias mnimas para operar o medidor de forma a garantir uma linha com vazo laminar

    Itens a serem considerados na instalao:

    no instale o medidor em um ponto superior da tubulao,bolhas de ar acumuladas no tubo de medio causaro medies incorretas.

    quando for instalar o tubo em um trecho horizontal procure por uma parte levemente ascendente,se no for possvel garanta a velocidade adequada para impedir que ar,gases ou vapores se

    acumulem na parte superior do tubo.

    na alimentao ou descargas abertas instale o tubo na parte inferior do tubo de medio em tubos com mais de 5 metros de comprimento instale a vlvula de ar a jusante do medidor de vazo

    procure sempre instalar o medidor de vazo antes das vlvulas de bloqueio ou controle . instale o medidor de vazo no lado suco da bomba podemos resumir que a instalao correta deixar o tubo sempre preenchido com liquido

    Distncias: Na figura abaixo mostramos as distancias que sempre devero ser respeitadas para que se

    possa garantir uma medio correta:

  • 25

    Na figura abaixo temos uma viso simplificada do medidor magntico de nossa planta de energia que o

    Admag e na seqncia a foto deste modelo.

    Medidor magntico de vazo modelo ADMAG

  • 26

    3.5 MEDIDOR VORTEX

    Quando um anteparo de geometria definida colocado de forma a obstruir parcialmente uma tubulao

    em que escoa um fluido, ocorre a formao de vrtices; que se desprendem alternadamente de cada lado

    do anteparo, como mostrado na figura abaixo. Este um fenmeno muito conhecido e demonstrado em

    todos os livros de mecnica dos fluidos.Os vrtices tambm podem ser observados em situaes

    freqentes do nosso dia a dia, como por exemplo:O movimento oscilatrio da plantas aquticas, em razo

    da correnteza; As bandeiras flutuando ao vento; As oscilaes das copas das rvores ou dos fios eltricos

    quando expostas ao vento.Na figura abaixo voc ver o principio do medidor vortex utilizado em nossa

    planta de energia.

    3.5.1 Principio de medio

    O principio de medio do vortex a introduo de um probe de formato definido no jato da vazo,que

    produz os vrtices de Van Karman, a freqncia destes vrtices linearmente proporcional velocidade

    e, portanto, vazo volumtrica do fluido,como o vortex um medidor que extrai energia do fluido, h

    limitaes de velocidade e de numero de Re, desta forma, o obstculo de geometria definida colocada

    de forma a obstruir parcialmente um tubo em que escoa um fluido,h formao de vrtices que se

    desprendem alternativamente dos lados do obstculo, conforme figura nossa acima,a freqncia de

    desprendimento ( f ) dos vrtices, no caso de um obstculo bidimensional de dimenso transversal ( d ),

    relacionada velocidade (V ) do fluido por uma constante,chamada de Strouhal, V

    dfS .= .

    onde:

    S = numero de Strouhal

    f = freqncia de desprendimento

    d = dimenso do probe

  • 27

    V = velocidade do fluido

    Adicionalmente, neste caso a expresso VAQ .= tambm vlida.

    onde:

    Q = vazo volumtrica

    A = rea da seo da tubulao

    V = velocidade do fluido

    Mediante uma simples substituio, e considerando os parmetros constantes agrupados em nico

    fator,teremos que a vazo ser fKQ .=

    onde:

    Q = vazo volumtrica

    K = VA.

    f = freqncia

    Na foto abaixo ns podemos ver o medidor vortex que ser instalado na planta de energia

  • 28

    3.5.2 Instalao

    A instalao bastante simples, na figura ilustramos as condies necessrias para que o medidor vortex

    opere corretamente.

  • 29

    4 TEMPERATURA

    4.1 INTRODUO

    A monitorao da varivel temperatura fundamental para a obteno do produto final especificado.

    Termometria significa "Medio de Temperatura". Eventualmente o termo Pirometria tambm aplicado

    com o mesmo significado, porm, baseando-se na etimologia das palavras, podemos definir:

    Pirometria - Medio de altas temperaturas, na faixa onde os efeitos de radiao trmica passam a se

    manifestar.

    Criometria- Medio de baixas temperaturas, ou seja, aquelas prximas ao zero absoluto de temperatura.

    Termometria - Termo mais abrangente que incluiria tanto a Pirometria, como a Criometria que seriam

    casos particulares de medio.

    Todas as substncias so constitudas de pequenas partculas, as molculas que se encontram em contnuo

    movimento. Quanto mais rpido o movimento das molculas mais quente se apresenta o corpo e quanto

    mais lento mais frio se apresenta o corpo.Ento se define temperatura como o grau de agitao trmica

    das molculas.Na prtica a temperatura representada em uma escala numrica, onde, quanto maior o seu

    valor, maior a energia cintica mdia dos tomos do corpo em questo.Outros conceitos que se

    confundem s vezes com o de temperatura so:

    . Energia Trmica. . Calor.

    A energia trmica de um corpo a somatria das energias cinticas, dos seus tomos, e alm de depender

    da temperatura, depende tambm da massa e do tipo de substncia.Calor energia em trnsito ou a forma

    de energia que transferida atravs da fronteira de um sistema em virtude da diferena de temperatura.at

    o final do sculo XVI, quando foi desenvolvido o primeiro dispositivo para avaliar temperatura, o sentido

    do nosso corpo foram os nicos elementos de que dispunham os homens para dizer se um certo corpo

    estava mais quente ou frio do que um outro, apesar da inadequao destes sentidos sob ponto de vista

    cientfico.A literatura geralmente reconhece trs meios distintos de transmisso de calor: conduo,

    radiao e conveco.

    Conduo: A conduo um processo pelo qual o calor flui de uma regio de alta temperatura para outra

    de temperatura mais baixa, dentro de um meio slido, lquido ou gasoso ou entre meios diferentes em

    contato fsico direto.

    Radiao: A radiao um processo pelo qual o calor flui de um corpo de alta temperatura para um de

    baixa, quando os mesmos esto separados no espao, ainda que exista um vcuo entre eles.

  • 30

    Conveco: A conveco um processo de transporte de energia pela ao combinada da conduo de calor, armazenamento de energia e movimento da mistura. A conveco mais importante como

    mecanismo de transferncia de energia (calor) entre uma superfcie slida e um liquida ou gs.

    4.2 ESCALAS DE TEMPERATURA

    Desde o incio da termometria, os cientistas, pesquisadores e fabricantes de termmetro, sentiam a

    dificuldade para atribuir valores de forma padronizada temperatura por meio de escalas reproduzveis,

    como existia na poca, para Peso, Distncia, Tempo.As escalas que ficaram consagradas pelo uso foram

    Fahrenheit e a Celsius. A escala Fahrenheit definida atualmente com o valor 32 no ponto de fuso do

    gelo e 212 no ponto de ebulio da gua. O intervalo entre estes dois pontos dividido em 180 partes

    iguais, e cada parte um grau Fahrenheit. A escala Celsius definida atualmente com o valor zero no

    ponto de fuso do gelo e 100 no ponto de ebulio da gua. O intervalo entre os dois pontos est dividido

    em 100 partes iguais, e cada parte um grau Celsius. A denominao "grau centgrado" utilizada

    anteriormente no lugar de "Grau Celsius", no mais recomendada, devendo ser evitado o seu uso.Tanto

    a escala Celsius como a Fahrenheit, so relativas, ou seja, os seus valores numricos de referncia so

    totalmente arbitrrios.Se abaixarmos a temperatura continuamente de uma substncia, atingimos um

    ponto limite alm do qual impossvel ultrapassar, pela prpria definio de temperatura. Este ponto,

    onde cessa praticamente todo movimento atmico, o zero absoluto de temperatura. atravs da

    extrapolao das leituras do termmetro a gs, pois os gases se liquefazem antes de atingir o zero

    absoluto, calculou-se a temperatura deste ponto na escala Celsius em -273,15C.Existem escalas

    absolutas de temperatura, assim chamadas porque o zero delas fixado no zero absoluto de

    temperatura,existem duas escalas absolutas atualmente em uso: a escala Kelvin e a Rankine,a escala

    Kelvin possui a mesma diviso da Celsius, isto , um grau Kelvin igual a um grau Celsius, porm o seu

    zero se inicia no ponto de temperatura mais baixa possvel, 273,15 graus abaixo do zero da Escala

    Celsius.A Escala Rankine possui obviamente o mesmo zero da escala Kelvin, porm sua diviso

    idntica da Escala Fahrenheit. A representao das escalas absolutas anloga s escalas relativas:-

    Kelvin ==> 400K (sem o smbolo de grau ). Rankine ==> 785R.

    A Escala Fahrenheit usada principalmente na Inglaterra e Estados Unidos da Amrica, porm seu uso

    tem declinado a favor da Escala Celsius de aceitao universal.A Escala Kelvin utilizada nos meios

    cientficos no mundo inteiro e deve substituir no futuro a escala Rankine quando estiver em desuso a

    Fahrenheit.

    Existe uma outra escala relativa a Reamur, hoje j praticamente em desuso. Esta escala adota como zero o

    ponto de fuso do gelo e 80 o ponto de ebulio da gua. O intervalo dividido em oitenta partes iguais.

    (Representao - Re).

  • 31

    A figura a seguir, compara as escalas de temperaturas existentes.

    4.2.1 Escala Internacional de Temperatura

    Para melhor expressar as leis da termodinmica, foi criada uma escala baseada em fenmenos de

    mudana de estado fsico de substncias puras, que ocorrem em condies nicas de temperatura e

    presso. Chama-se esta escala de IPTS - Escala Prtica Internacional de Temperatura,a primeira escala

    prtica internacional de temperatura surgiu em 1927 e foi modificada em 1948 (IPTS-48). Em 1960 mais

    modificaes foram feitas e em 1968 uma nova Escala Prtica Internacional de Temperatura foi publicada

    (IPTS-68).A mudana de estado de substncias puras (fuso, ebulio) normalmente desenvolvida sem

    alterao na temperatura. Todo calor recebido ou cedido pela substncia utilizado pelo mecanismo de

    mudana de estado.

    Os pontos fixos utilizados pela IPTS-68 so dados na tabela abaixo:

  • 32

    Observao:

    Ponto triplo o ponto em que as fases slidas, lquidas e gasosas encontram-se em equilbrio.A ainda

    atual IPTS-68 cobre uma faixa de -259,34 a 1064,34C, baseada em pontos de fuso, ebulio e pontos

    triplos de certas substncias puras como por exemplo o ponto de fuso de alguns metais puros.Hoje j

    existe a ITS-90 Escala Internacional de Temperatura, definida em fenmenos determinsticos de

    temperatura e que definiu alguns pontos fixos de temperatura.

    PONTOS FIXOS IPTS-68 ITS-90

    Ebulio do Oxignio -182,962C -182,954C

    Ponto triplo da gua +0,010C +0,010C

    Solidificao do estanho +231,968C +231,928C

    Solidificao do zinco +419,580C +419,527C

    Solidificao da prata +961,930C +961,780C

    Solidificao do ouro +1064,430C +1064,180C

    4.3 NORMAS

    Com o desenvolvimento tecnolgico diferente em diversos pases, criou-se uma srie de normas e

    padronizaes, cada uma atendendo uma dada regio. As mais importantes so:

    ANSI - AMERICANA DIN - ALEM

    ESTADO DE EQUILBRIO TEMPERATURA (C)

    Ponto triplo do hidrognio -259,34 Ponto de ebulio do hidrognio -252,87 Ponto de ebulio do nenio -246,048 Ponto triplo do oxignio -218,789 Ponto de ebulio do oxignio -182,962 Ponto triplo da gua 0,01 Ponto de ebulio da gua 100,00 Ponto de solidificao do zinco 419,58 Ponto de solidificao da prata 916,93 Ponto de solidificao do ouro 1064,43

  • 33

    JIS - JAPONESA BS - INGLESA UNI - ITALIANA

    Para atender as diferentes especificaes tcnicas na rea da termometria, cada vez mais se somam os

    esforos com o objetivo de unificar estas normas. Para tanto, a Comisso Internacional Eletrotcnica -

    IEC, vem desenvolvendo um trabalho junto aos pases envolvidos neste processo normativo, no somente

    para obter normas mais completas e aperfeioadas mas tambm de prover meios para a

    internacionalizao do mercado de instrumentao relativo a termopares,como um dos participantes desta

    comisso, o Brasil atravs da Associao Brasileira de Normas Tcnicas - ABNT, est tambm

    diretamente interessado no desdobramento deste assunto e vem adotando tais especificaes como

    Normas Tcnicas Brasileiras.

    Os elementos e transmissores de temperatura tm como funo transmitir a temperatura do processo para

    uma sala de controle ou sistema de controle. Podemos dividir os instrumentos de medio de temperatura

    em duas Classes:

    1a. Classe: So instrumentos em que o sensor est em contato com o meio ou corpo que queremos medir.

    Termmetros dilatao de slido. Termmetros par termo eltrico. Termmetros resistncia eltrica. Termmetros dilatao de lquido ou gs

    2a. Classe: O elemento sensvel no est em contato com o meio ou o corpo que queremos medir.

    Pirmetros de radiao total. Pirmetros de radiao parcial (monocromticos).

    4.4 TERMMETROS DILATAO DE SLIDO BIMETLICO

    O princpio de funcionamento a dilatao linear dos metais quando esses submetidos ao calor,cada

    metal possui um determinado coeficiente de dilatao linear. O termmetro Bimetlico formado por

    uma lmina composta de dois metais diferentes.Os coeficientes de dilatao linear dos dois metais so

    diferentes e quando ocorre o aquecimento da barra, a dilatao linear dos metais no sendo iguais, faz

    com que a lmina se curve. Esse encurvamento da lmina proporcional temperatura aplicada na barra.

  • 34

    Para aumentar a sensibilidade da lmina, os termmetros so construdos com lminas em formatos

    variados.

    Baseia-se no fenmeno da dilatao linear dos metais com a temperatura. Sendo:

    )..1.( tLoLt +=

    onde:

    =t temperatura do metal em C

    =Lo comprimento do metal a temperatura inicial de referencia to

    =Lt comprimento do metal a temperatura final t

    = coeficiente de dilatao linear

    tott =

    O termmetro bimetlico consiste em duas laminas de metais com coeficientes de dilatao diferentes

    sobrepostas, formando uma s pea. Variando-se a temperatura do conjunto, observa-se um

    encurvamento que proporcional a temperatura. Na prtica a lamina bimetlica enrolada em forma de

    espiral ou hlice, o que aumenta bastante a sensibilidade.

    O termmetro mais usado o de lamina helicoidal, e consiste em um tubo bom condutor de calor, no

    interior do qual fixado um eixo que por sua vez recebe um ponteiro que se desloca sobre uma

  • 35

    escala.Normalmente usa - se o invar (ao com 64% Fe e 36% Ni) com baixo coeficiente de dilatao e o

    lato como metal de alto coeficiente de dilatao.A faixa de trabalho dos termmetros bimetlicos vai

    aproximadamente de -50 a 800 oC, sendo sua escala bastante linear. Possui exatido na ordem de +/- 1%.

  • 36

    4.5 TERMMETROS PAR TERMOELTRICO

    Muito utilizado para medio de temperaturas acima de 200 graus Celsius, o princpio de funcionamento

    baseado na descoberta do Fsico alemo Seeback que observou uma diferena de potencial entre a

    juno de dois metais diferentes.Nessa experincia, Seeback utilizou uma bssola sensvel ao campo

    magntico criado pela corrente no circuito do termopar.

    4.6 TERMMETRO A DILATAO DE LQUIDO

    Os termmetros de dilatao de lquidos, baseia-se na lei de expanso volumtrica de um lquido com a

    temperatura dentro de um recipiente fechado.

    A equao que rege esta relao : ( ) ( ) ( )[ ]32 .3.2.11. tttVoVt +++= onde:

    =t temperatura do liquido em C

    =Vo volume do liquido a temperatura inicial de referencia to

    =Vt volume do liquido a temperatura t

    =3,2,1 coeficiente de expanso do liquido 1C

    tott =

    Teoricamente esta relao no linear, porm como os termos de segunda e terceira ordem so

    desprezveis, na prtica consideramos lineares. E da:

    ).1.( tVoVt +=

    Os tipos podem variar conforme sua construo:

    - Recipiente de vidro transparente - Recipiente metlico

    Termmetros de dilatao de lquido em recipiente de vidro constitudo de um reservatrio, cujo

    tamanho depende da sensibilidade desejada, soldada a um tubo capilar de seo , mais uniforme possvel

    fechado na parte superior.O reservatrio e parte do capilar so preenchidos de um lquido. Na parte

    superior do capilar existe um alargamento que protege o termmetro no caso da temperatura ultrapassar

  • 37

    seu limite mximo.Aps a calibrao, a parede do tubo capilar graduada em graus ou fraes deste, a

    medio de temperatura se faz pela leitura da escala no ponto em que se tem o topo da coluna lquida.Os

    lquidos mais usados so: Mercrio, Tolueno, lcool e Acetona ,nos termmetros industriais, o bulbo de

    vidro protegido por um poo metlico e o tubo capilar por um invlucro metlico.

    LQUIDO PONTO DE SOLIDIFICAO(oC)

    PONTO DE EBULIO(oC)

    FAIXA DE USO(oC)

    Mercrio -39 +357 -38 a 550

    lcool Etlico

    -115 +78 -100 a 70

    Tolueno -92 +110 -80 a 100 No termmetro de mercrio, pode-se elevar o limite mximo at 550OC injetando-se gs inerte sob

    presso, evitando a vaporizao do mercrio, por ser frgil e impossvel registrar sua indicao ou

    transmiti-la distncia, o uso deste termmetro mais comum em laboratrios ou em indstrias, com a

    utilizao de uma proteo metlica.

    Termmetro de dilatao de lquido em recipiente metlico: Neste termmetro, o lquido preenche todo o

    recipiente e sob o efeito de um aumento de temperatura se dilata, deformando um elemento extensvel (sensor

    volumtrico).

  • 38

    4.6.1 Caractersticas dos elementos bsicos:

    Bulbo:

    Suas dimenses variam de acordo com o tipo de lquido e principalmente com a sensibilidade desejada.A

    tabela abaixo, mostra os lquidos mais usados e sua faixa de utilizao:

    LQUIDO FAIXA DE UTILIZAO (oC)

    Mercrio -35 +550

    Xileno -40 +400

    Tolueno -80 +100

    lcool 50 +150

    Capilar

    Suas dimenses so variveis, sendo que o dimetro interno deve ser o menor possvel, a fim de evitar a

    influencia da temperatura ambiente, porm no deve oferecer resistncia a passagem do lquido em

    expanso.

    O elemento usado o Tubo de Bourdon, podendo ser :

  • 39

    Os materiais mais usados so: bronze fosforoso, cobre - berlio , ao - inox e ao carbono,pelo fato

    deste sistema utilizar lquido inserido num recipiente e da distncia entre o elemento sensor e o bulbo ser

    considervel, as variaes na temperatura ambiente afetam no somente o lquido no bulbo, mas em todo

    o sistema (bulbo, capilar e sensor) causando erro de indicao ou registro. Este efeito da temperatura

    ambiente compensado de duas maneiras que so denominadas classe 1A e classe 1B.na classe 1B a

    compensao feita somente no sensor, atravs de uma lamina bimetlica. Este sistema normalmente

    preferido por ser mais simples, porm o comprimento mximo do capilar para este sistema de

    compensao de aproximadamente 6 metros.Quando esta distncia for maior o instrumento deve possuir

    sistema de compensao classe 1A, onde a compensao feita no sensor e no capilar, por meio de um

    segundo capilar ligado a um elemento de compensao idntico ao de medio, sendo os dois ligados em

    oposio.O segundo capilar tem comprimento idntico ao capilar de medio, porm no est ligado a um

    bulbo.A aplicao destes termmetros, se encontra na indstria em geral para indicao e registro, pois

    permite leituras remotas e por ser o mais preciso dos sistemas mecnicos de medio de temperatura,

    porm no recomendvel para controle por causa de seu tempo de resposta ser relativamente grande

    (mesmo usando fluido trocador de calor entre bulbo e poo de proteo para diminuir este atraso

    conforme figura abaixo). O poo de proteo, permite manuteno do termmetro com o processo em

    operao.Recomenda-se no dobrar o capilar com curvatura acentuada para que no se forme restrio

    que prejudicariam o movimento do lquido em seu interior, causando problemas de medio.

    4.7 TERMMETROS A PRESSO DE GS

  • 40

    Fisicamente idntico ao termmetro de dilatao de lquido, consta de um bulbo, elemento de medio e

    capilar de ligao entre estes dois elementos.O volume do conjunto constante e preenchido com um gs

    a alta presso. Com a variao da temperatura, o gs varia sua presso conforme, aproximadamente a lei

    dos gases perfeitos, com o elemento de medio operando como medidor de presso. A Lei de Gay-

    Lussac, expressa matematicamente este conceito:

    TnPn

    TP

    TP

    === ......22

    11

    onde:

    =2,1 PP presses absolutas relativas s temperaturas

    =2,1 TT temperaturas absolutas

    Observa-se que as variaes de presso so linearmente dependentes da temperatura, sendo o volume

    constante,desta forma podemos expressar a presso como sendo tambm TVP =

    O gs mais utilizado o N 2 e geralmente pressurizado com uma presso de 20 a 50 atm., na

    temperatura mnima a medir. Sua faixa de medio vai de -100 a 600 oC, sendo o limite inferior devido

    prpria temperatura crtica do gs e o superior proveniente do recipiente apresentar maior permeabilidade

    ao gs nesta temperatura , o que acarretaria sua perda inutilizando o termmetro.

    Tipos de gs de enchimento:

  • 41

    Gs Temperatura Crtica

    Hlio ( He ) - 267,8 oC

    Hidrognio ( H2 ) - 239,9 oC

    Nitrognio ( N2 ) - 147,1 oC

    Dixido de Carbono ( CO2 ) - 31,1 oC

    4.8 TERMMETRO PRESSO DE VAPOR

    Sua construo bastante semelhante ao de dilatao de lquidos, baseando o seu funcionamento na Lei

    de Dalton: A presso de vapor saturado depende somente de sua temperatura e no de seu

    volume",portanto para qualquer variao de temperatura haver uma variao na tenso de vapor do gs

    liquefeito colocado no bulbo do termmetro e, em conseqncia disto, uma variao na presso dentro do

    capilar.A relao existente entre tenso de vapor de um lquido e sua temperatura do tipo logartmica e

    pode ser simplificada para pequenos intervalos de temperatura em:

    58,42

    11

    1

    .21

    =TTHe

    PP

    A tabela a seguir, mostra os lquidos mais utilizados e seus pontos de fuso e ebulio:

    Lquido Ponto de Fuso ( oC ) Ponto de ebulio ( oC )

    Cloreto de Metila - 139 - 24

    Butano - 135 - 0,5

    ter Etlico - 119 34

  • 42

    Tolueno - 95 110

    Dixido de enxofre - 73 - 10

    Propano - 190 - 42

    4.9 TERMOPARES

    Um termopar consiste de dois condutores metlicos, de natureza distinta, na forma de metais puros ou de

    ligas homogneas. Os fios so soldados em um extremo ao qual se d o nome de junta quente ou junta de

    medio. A outra extremidade dos fios levada ao instrumento de medio de f.e.m. (fora eletromotriz),

    fechando um circuito eltrico por onde flui a corrente.O ponto onde os fios que formam o termopar se

    conectam ao instrumento de medio chamado de junta fria ou de referncia.

    O aquecimento da juno de dois metais gera o aparecimento de uma f.e.m.. Este princpio conhecido por

    efeito Seebeck propiciou a utilizao de termopares para a medio de temperatura. Nas aplicaes

    prticas o termopar apresenta-se normalmente conforme a figura acima .O sinal de f.e.m. gerado pelo

    gradiente de temperatura ( t ) existente entre as juntas quente e fria, ser de um modo geral indicado,

    registrado ou transmitido.

    A medio de temperatura com o termopar consiste em medir a milivoltagem gerada pela junta de

    medio (junta quente: extremidade do termopar que est em contato com a temperatura que se deseja

    medir).

    No termopar a diferena de potencial desenvolvida uma funo da diferena de temperatura das duas

    juntas.A diferena de potencial medida na extremidade oposta junta de medio portanto, no

    representa a tenso real da junta de medio, e sim a diferena da junta de medio e a junta de

    referncia. Para isso, preciso conhecer a temperatura da junta de referncia ou mant-la controlada para

    se obter a tenso real do termopar. Essa tenso convertida em um sinal padro que indicar a

    temperatura na junta de medio.Atualmente circuitos eletrnicos j compensam essa temperatura

    automaticamente. Em instrumentos mais antigos, havia um mdulo somente para controlar a temperatura

  • 43

    da junta de referncia. Os termopares podem ser construdos nas oficinas da indstria por instrumentista

    ou podem ser comprados j prontos para serem utilizados nos processo.Dependendo de cada necessidade,

    a escolha ser feita para se obter uma condio segura no processo e o melhor custo beneficio.

    Termopar com Isolao Mineral

    4.9.1 Efeitos Termoeltricos

    Quando dois metais ou semicondutores dissimilares so conectados e as junes mantidas a diferentes

    temperaturas, quatro fenmenos ocorrem simultaneamente: o efeito Seebeck, o efeito Peltier, o efeito

  • 44

    Thomson e o efeito Volta.A aplicao cientfica e tecnolgica dos efeitos termoeltricos muito

    importante e sua utilizao no futuro cada vez mais promissora. Os estudos das propriedades

    termoeltricas dos semicondutores e dos metais levam, na prtica, aplicao do processo de medies

    na gerao de energia eltrica (bateria solar) e na produo de calor e frio. O controle de temperatura feito

    por pares termoeltricos uma das importantes aplicaes do efeito Seebeck.,atualmente, busca-se o

    aproveitamento industrial do efeito Peltier, em grande escala, para obteno de calor ou frio no processo

    de climatizao ambiente.

    Efeito termoeltrico de Seebeck:

    O fenmeno da termoeletricidade foi descoberto em 1821 por T.J. Seebeck quando ele notou que em um

    circuito fechado, formado por dois condutores diferentes A e B, ocorre uma circulao de corrente

    enquanto existir um diferena de temperatura t entre as suas junes. Denominamos a junta de medio

    de Tm , e a outra, junta de referncia de Tr. A existncia de uma f.e.m. trmica AB no circuito

    conhecida como efeito Seebeck. Quando a temperatura da junta de referncia mantida constante,

    verifica-se que a f.e.m. trmica uma funo da temperatura Tm da juno de teste. Este fato permite

    utilizar um par termoeltrico como um termmetro.

    O efeito Seebeck se produz pelo fato de que o eltron livre de um metal difere de um condutor para outro

    e depende da temperatura. Quando dois condutores diferentes so conectados para formar duas junes e

    estas so mantidas a diferentes temperaturas, a difuso dos eltrons nas junes se produz a ritmos

    diferentes.

    Efeito termoeltrico de Peltier

    Em 1834, Peltier descobriu que, dado um par termoeltrico com ambas as junes mesma temperatura,

    se, mediante uma bateria exterior, produz-se uma corrente no termopar, as temperaturas das junes

    variam em uma quantidade no inteiramente devida ao efeito Joule. Esta variao adicional de

  • 45

    temperatura o efeito Peltier. O efeito Peltier produz-se tanto pela corrente proporcionada por uma

    bateria exterior como pelo prprio par termoeltrico.

    O coeficiente Peltier depende da temperatura e dos metais que formam uma juno, sendo independente

    da temperatura da outra juno .O calor Peltier reversvel. Quando se inverte o sentido da corrente,

    permanecendo constante o seu valor, o calor Peltier o mesmo, porm em sentido oposto.

    Efeito termoeltrico de Thomson

    Em 1854, Thomson conclui, atravs das leis da termodinmica, que a conduo de calor, ao longo dos

    fios metlicos de um par termoeltrico, que no transporta corrente, origina uma distribuio uniforme de

    temperatura em cada fio. Quando existe corrente, modifica-se em cada fio a distribuio de temperatura

    em uma quantidade no inteiramente devida ao efeito Joule. Essa variao adicional na distribuio da

    temperatura denomina-se efeito Thomson.O efeito Thomson depende do metal de que feito o fio e da

    temperatura mdia da pequena regio considerada. Em certos metais h absoro de calor, quando uma

    corrente eltrica flui da parte fria para a parte quente do metal e que h gerao de calor quando se inverte

    o sentido da corrente. Em outros metais ocorre o oposto deste efeito, isto , h liberao de calor quando

    uma corrente eltrica flui da parte quente para a parte fria do metal . Conclui-se que, com a circulao de

    corrente ao longo de um fio condutor, a distribuio de temperatura neste condutor se modificar, tanto

    pelo calor dissipado por efeito Joule, como pelo efeito Thomson.

    Efeito termoeltrico de Volta

    A experincia de Peltier pode ser explicada atravs do efeito Volta enunciado a seguir:

    Quando dois metais esto em contato a um equilbrio trmico e eltrico, existe entre eles uma diferena

    de potencial que pode ser da ordem de Volts.Esta diferena de potencial depende da temperatura e no

    pode ser medida diretamente.

    Leis Termoeltricas

    Da descoberta dos efeitos termoeltricos partiu-se atravs da aplicao dos princpios da termodinmica,

    a enunciao das trs leis que constituem a base da teoria termoeltrica nas medies de temperatura com

  • 46

    termopares, portanto, fundamentados nestes efeitos e nestas leis, podemos compreender todos os

    fenmenos que ocorrem na medida de temperatura com estes sensores.

    Lei do circuito homogneo

    A f.e.m. termal, desenvolvida em um circuito termoeltrico de dois metais diferentes, com suas junes

    s temperaturas T1 e T2, independente do gradiente de temperatura e de sua distribuio ao longo dos

    fios". Em outras palavras, a f.e.m. medida depende nica e exclusivamente da composio qumica dos

    dois metais e das temperaturas existentes nas junes.

    Um exemplo de aplicao prtica desta lei que podemos ter uma grande variao de temperatura em um

    ponto qualquer, ao longo dos fios dos termopares, que esta no influir na f.e.m. produzida pela diferena

    de temperatura entre as juntas, portanto, pode-se fazer medidas de temperaturas em pontos bem definidos

    com os termopares, pois o importante a diferena de temperatura entre as juntas.

    Lei dos metais intermedirios

    A soma algbrica das f.e.m. termais em um circuito composto de um nmero qualquer de metais

    diferentes zero, se todo o circuito estiver mesma temperatura". Deduz-se da que um circuito

    termoeltrico, composto de dois metais diferentes, a f.e.m. produzida no ser alterada ao inserirmos, em

    qualquer ponto do circuito, um metal genrico, desde que as novas junes sejam mantidas a

    temperaturas iguais.

    Onde se conclui que:

  • 47

    T3 = T4 --> E1 = E2

    T3 = T4 --> E1 = E2

    Um exemplo de aplicao prtica desta lei a utilizao de contatos de lato ou cobre, para interligao

    do termopar ao cabo de extenso no cabeote.

    Lei das temperaturas intermedirias

    A f.e.m. produzida em um circuito termoeltrico de dois metais homogneos e diferentes entre si, com as

    suas junes as temperaturas T1 e T3 respectivamente, a soma algbrica da f.e.m. deste circuito, com as

    junes as temperaturas T1 e T2 e a f.e.m. deste mesmo circuito com as junes as temperaturas T2 e

    T3,um exemplo prtico da aplicao desta lei, a compensao ou correo da temperatura ambiente pelo

    instrumento receptor de milivoltagem.

    4.9.2 Correlao da F.E.M. em Funo da Temperatura

    Visto que a f.e.m. gerada em um termopar depende da composio qumica dos condutores e da diferena

    de temperatura entre as juntas, isto , a cada grau de variao de temperatura, podemos observar uma

    variao da f.e.m. gerada pelo termopar, podemos, portanto, construir uma tabela de correlao entre

    temperatura e a f.e.m., por uma questo prtica padronizou- se o levantamento destas curvas com a junta

    de referncia temperatura de 0C.

  • 48

    Essas tabelas foram padronizadas por diversas normas internacionais e levantadas de acordo com a Escala

    Prtica Internacional de Temperatura de 1968 ( IPTS-68 ), recentemente atualizada pela ITS-90, para os

    termopares mais utilizados. A partir dessas tabelas podemos construir um grfico conforme a figura a

    seguir ,onde est relacionadas a milivoltagem gerada em funo da temperatura, para os termopares

    segundo a norma ANSI, com a junta de referncia a 0C.

    4.9.3 Tipos e Caractersticas dos Termopares

    Existem vrias combinaes de 2 metais condutores operando como termopares. As combinaes de fios

    devem possuir uma relao razoavelmente linear entre temperatura e f.e.m.; devem desenvolver uma

    f.e.m. por grau de mudana de temperatura, que seja detectvel pelos equipamentos normais de

    medio.Foram desenvolvidas diversas combinaes de pares de Ligas Metlicas, desde os mais

    corriqueiros de uso industrial, at os mais sofisticados para uso especial ou restrito a laboratrio,essas

    combinaes foram feitas de modo a se obter uma alta potncia termoeltrica, aliando-se ainda as

    melhores caractersticas como homogeneidade dos fios e resistncia a corroso, na faixa de utilizao,

    assim cada tipo de termopar tem uma faixa de temperatura ideal de trabalho, que deve ser respeitada, para

    que se tenha a maior vida til do mesmo. Podemos dividir os termopares em trs grupos, a saber:

    Termopares Bsicos Termopares Nobres Termopares Especiais

    4.9.4 Tipos de Termopares : Tipo T - TERMOPARES DE COBRE CONSTANTAN

    Composio: Cobre (+) / Cobre-Nquel (-) O fio negativo Cobre-Nquel conhecido comercialmente como Constantan.

  • 49

    Caractersticas: Resistentes a corroso em atmosferas midas e so adequados para medies de temperaturas abaixo de zero. resistente atmosfera oxidantes (excesso de Oxignio), redutoras (rica

    em Hidrognio, monxido de Carbono), inertes (neutras), na faixa de -200 a 350C.

    Faixa de trabalho: - -200 a 350 C. Aplicao: adequado para trabalhar em faixas de temperatura abaixo de 0C, encontradas em sistemas de refrigerao, fbrica de O2 etc..

    Identificao da polaridade: Cobre (+) avermelhado e o Cobre/Nquel (-) no.

    4.9.5 Tipos de Termopares : Tipo J - TERMOPARES DE FERROCONSTANTAN

    Composio: Ferro (+) / Cobre-Nquel (-) O fio negativo Cobre-Nquel conhecido comercialmente como Constantan.

    Caractersticas: Adequados para uso no vcuo,atmosferas oxidantes, redutoras e inertes. Acima de 540C, a taxa de oxidao do ferro rpida e recomenda-se o uso de tubo de proteo para prolongar a

    vida til do elemento. Embora possa trabalhar em temperaturas abaixo de 0C, deve-se evitar quando

    houver possibilidade de condensao, corroendo o ferro e possibilitando a quebra do fio de ferro.No

    deve ser usado em atmosferas sulfurosas (contm enxofre) acima de 540C. O uso em temperaturas

    abaixo de zero no recomendado, devido rpida oxidao e quebra do elemento de ferro tornando

    seu uso em temperaturas negativo menor que o tipo T Devido dificuldade de obteno de fios de

    ferro com alto teor de pureza, o tipo J tem baixo custo e o mais utilizado industrialmente.

    Aplicao: Indstrias em geral at 750C. Identificao da polaridade: Ferro (+) magntico e o Cobre (-) no.

    4.9.6 Tipos de Termopares : Tipo E - TERMOPARES DE CROMEL CONSTANTAN

    Composio: Nquel-Cromo (+)/Cobre-Nquel (-). O fio positivo de Nquel-Cromo conhecido comercialmente como Chromel e o fio negativo Cobre Nquel como Constantan.

    Caractersticas: Podem ser utilizados em atmosferas oxidantes e inertes. Em atmosferas redutoras,

    alternadamente oxidante e redutora e no vcuo, no devem ser utilizados pois perdem suas

    caractersticas termoeltricas. Adequado para o uso em temperaturas abaixo de zero, desde que no

    sujeito corroso em atmosferas midas. Apresenta a maior gerao mV/C (potncia termoeltrica)

    do que todos os outros termopares, tornando-se til na deteco de pequenas alteraes de

    temperatura.

    Aplicao: Uso geral at 900C. Identificao da polaridade: O Nquel-Cromo (+) mais duro que o Cobre-Nquel (-).

  • 50

    4.9.7 Tipos de Termopares : Tipo K - TERMOPARES DE CHROMEL ALUMEL

    Composio: Nquel-Cromo (+)/Nquel-Alumnio (-). O fio positivo de Nquel-Cromo

    conhecido comercialmente como Chromel e o negativo Cromo-Alumnio como Alumel. O Alumel

    uma liga de Nquel, Alumnio, Mangans e Silcio.

    Caractersticas: So recomendveis para uso em atmosferas oxidantes ou inertes no seu range de

    trabalho. Por sua resistncia oxidao, so melhores que os tipos T, J, E e por isso so largamente

    usados em temperaturas acima de 540C.

    Ocasionalmente podem ser usados em temperaturas abaixo de zero grau.

    No devem ser utilizados em:

    1) Atmosferas redutoras ou alternadamente oxidante e redutora.

    2) Atmosferas sulfurosas, pois o enxofre ataca ambos os fios e causa rpida ferrugem e

    quebra dos elementos.

    3) Vcuo, exceto por curtos perodos de tempo, pois o Cromo do elemento positivo pode

    vaporizar-se causando erro no sinal do sensor (descalibrao).

    4) Atmosferas que facilitem a corroso chamada de green root. Green root, oxidao

    verde, ocorre quando a atmosfera ao redor do termopar possui pouco oxignio, como

    por exemplo dentro de um tubo de proteo longo, de pequeno dimetro e no

    ventilado. O green-root pode ser minimizado aumentando o fornecimento de oxignio

    atravs do uso de um tubo de proteo de maior dimetro ou usando um tubo ventilado.

    Outro modo diminuir a porcentagem de oxignio para um valor abaixo da qual

    proporcionar corroso. Isto feito inserindo-se dentro do tubo um getter ou

    elemento que absorve oxignio e vedando-se o tubo. O getter pode ser por exemplo

    uma pequena barra de titnio.

    Aplicao: o mais utilizado na indstria em geral devido a sua grande faixa de atuao at

    1200C.

    Identificao da polaridade: Nquel-cromo (+) no atrai m e o Nquel-Alumnio (-) levemente

    magntico.

    4.9.8 Tipos de Termopares : Tipo N - TERMOPARES DE NICROSIL - NISIL

    Composio: Nquel 14,2%-Cromo 1,4%-Silcio (+) / Nquel 4,4%-Silcio0,1%-Magnsio (-). Desenvolvido na Austrlia, este termopar foi aprovado mundialmente, estando inclusive normalizado pela ASTM (American Society for Testing and Materials), NIST (Antigo NBS- National Bureau of Standard) e

    ABNT.

  • 51

    Est se apresentando como substituto do termopar tipo , de -200 a 1200C, possui uma potncia termoeltrica menor em relao ao tipo K, porm uma maior estabilidade, excelente resistncia corroso e

    maior vida til. Resiste tambm ao green-root e seu uso no recomendado no vcuo.

    4.9.9 Tipos de Termopares : Tipo S/R - TERMOPARES DE RDIO - PLATINA

    Tipo S: Composio: Platina 90% - Rdio 10% (+) / Platina (-)

    Tipo R: Composio: Platina 97% - Rdio 13% (+) / Platina (-)

    Caractersticas: So recomendados para uso em atmosferas oxidantes ou inertes no seu range de

    trabalho. O uso contnuo em altas temperaturas causa excessivo crescimento de gro, podendo resultar

    em falha mecnica do fio de Platina (quebra de fio), e tornar os fios susceptveis contaminao,

    causando reduo da F.E.M. gerada.

    Mudanas na calibrao tambm so causadas pela difuso ou volatilizao do Rdio do elemento

    positivo para o fio de Platina pura do elemento negativo. Todos estes efeitos tendem a causar

    heterogeneidades que influenciam na curva caracterstica do sensor.

    Os tipos S e R no devem ser usados no vcuo, em atmosferas redutoras ou atmosferas com vapores

    metlicos a menos que bem protegidos com tubos protetores e isoladores cermicos de alumina e

    quando se usa tubo de proteo de Platina (tubete) que por ser do mesmo material, no contamina os

    fios e d proteo necessria aos elementos.

    Apresentam grande preciso e estabilidade em altas temperaturas sendo utilizados como sensor padro

    na calibrao de outros termopares. A diferena bsica entre o tipo R e S est na diferena da potncia

    termoeltrica, o tipo R gera um sinal aproximadamente 11% maior que o tipo S.

    Aplicao: Processos com temperaturas elevadas ou onde exigida grande preciso como

    indstrias de vidro, indstrias siderrgicas, etc.

    Identificao da polaridade: Os fios positivos de Platina-Rdio 10% e Platina-Rdio 13% so

    mais duros que o fio de platina (-).

    4.9.10 Tipos de Termopares : Tipo B - TERMOPARES DE PLATINA- RDIO / PLATINA - RDIO

    Composio: Platina 70%-Rdio 30% (+) / Platina 94%-Rdio 6% (-) Caractersticas: Seu uso recomendado para atmosferas oxidantes e inertes, tambm adequado para curtos perodos no vcuo. No deve ser aplicado em atmosferas redutoras nem as que contem

    vapores metlicos, requerendo tubo de proteo cermico como o tipo R e S. O tipo B possui maior

    resistncia mecnica que os tipos R e S. Sua potncia termoeltrica baixssima, em temperaturas de

    at 50C o sinal quase nulo. No necessita de cabo compensado para sua interligao. utilizados

    cabos de cobre comum (at 50C).

    Aplicao: Utilizado em industrias no qual o processo exige altas temperaturas. Identificao da polaridade: Platina 70%-Rdio 30% (+) mais duro que o Platina 94%-Rdio

  • 52

    4.9.11 Correo da Junta de Referncia

    As tabelas existentes da f.e.m. gerada em funo da temperatura para os termopares, tm fixado a junta de

    referncia a 0 C (ponto de solidificao da gua), porm nas aplicaes prticas dos termopares junta de

    referncia considerada nos terminais do instrumento receptor e esta se encontra a temperatura ambiente

    que normalmente diferente de 0 C e varivel com o tempo, tornando assim necessrio que se faa uma

    correo da junta de referncia, podendo esta ser automtica ou manual,os instrumentos utilizados para

    medio de temperatura com termopares costumam fazer a correo da junta de referncia

    automaticamente, sendo um dos mtodos utilizados, a medio da temperatura nos terminais do

    instrumento, atravs de circuito eletrnico, sendo que este circuito adiciona a milivoltagem que chega aos

    terminais, uma milivoltagem correspondente a diferena de temperatura de 0 C temperatura ambiente.

    Existem tambm alguns instrumentos em que a compensao da temperatura fixa em 20 C ou 25 C.

    Neste caso, se a temperatura ambiente for diferente do valor fixo, o instrumento indicar a temperatura

    com um erro que ser tanto maior quanto maior for a diferena de temperatura ambiente e do valor fixo.

    importante no esquecer que o termopar mede realmente a diferena entre as temperaturas das junes.

    Ento para medirmos a temperatura do ponto desejado precisamos manter a temperatura da juno de

    referncia invarivel.

    FEM = JM - JR

    FEM = 2,25 - 1,22

    FEM = 1,03 mV 20 C

    Esta temperatura obtida pelo clculo est errada pois o valor da temperatura correta que o meu

    termmetro tem que medir de 50 C.

    FEM = JM - JR

  • 53

    FEM = 2,25 - 1,22

    FEM = 1,03 mV + a mV correspondente a temperatura ambiente para fazer a compensao automtica,

    portanto:

    FEM= mV JM mV JR + mV CA (Compensao automtica)

    FEM = 2,25 - 1,22 + 1,22

    FEM = 2,25 mV 50 C

    A leitura agora est correta, pois 2,25 mV corresponde a 50 C que a temperatura do processo,hoje em

    dia a maioria dos instrumentos fazem a compensao da junta de referncia automaticamente. A

    compensao da junta de referncia pode ser feita manualmente. Pega-se o valor da mV na tabela

    correspondente a temperatura ambiente e acrescenta-se ao valor de mV lido por um mili voltmetro.

    4.9.12 Fios de Compensao e Extenso

    Na maioria das aplicaes industriais de medio de temperatura, atravs de termopares, o elemento

    sensor no se encontra junto ao instrumento receptor.Nestas condies torna-se necessrio que o

    instrumento seja ligado ao termopar, atravs de fios que possuam uma curva de fora eletromotriz em

    funo da temperatura similar aquela do termopar, afim de que no instrumento possa ser efetuada a

    correo na junta de referncia.

    Convenciona-se chamar de fios aqueles condutores constitudos por um eixo slido e de cabos aqueles formados por um feixe de condutores de bitola menor, formando um condutor flexvel.

    Chama -se de fios ou cabos de extenso aqueles fabricados com as mesmas ligas dos termopares a que se destinam. Exemplo: Tipo TX, JX, EX e KX.

    3- Chama-se de fios ou cabos de compensao aqueles fabricados com ligas diferentes das dos termopares a que se destinam, porm que forneam, na faixa de utilizao recomendada, uma curva da

    fora eletromotriz em funo da temperatura equivalente desses termopares. Exemplo : Tipo SX e

    BX.

    Os fios e cabos de extenso e compensao so recomendados na maioria dos casos para utilizao desde a temperatura ambiente at um limite mximo de 200 C.

    4.9.13 Erros De Ligao

    Usando fios de cobre: Geralmente na aplicao industrial, necessrio que o termopar e o instrumento

    encontrem-se relativamente afastados, por no convir que o aparelho esteja demasiadamente prximo ao

    local onde se mede a temperatura .Nestas circunstncias deve-se, processar a ligao entre os terminais do

    cabeote e o aparelho, atravs de fios de extenso ou compensao,tal procedimento executado sem

  • 54

    problemas desde que, o cabeote onde esto os terminais do termopar e o registrador, estejam a mesma

    temperatura de medio,vejamos o que acontece quando esta norma no obedecida.

    Uma soluo simples que normalmente usada na prtica, ser a insero de fios de compensao entre

    o cabeote e o registrador . Estes fios de compensao em sntese, nada mais so que outros termopares

    cuja funo compensar a queda da FEM que aconteceu no caso estudado, ocasionada pela diferena de

    temperatura entre o cabeote e o registrador.Vejamos o que acontece se, no exemplo anterior, ao invs de

    cobre usamos um fio compensado. A figura mostra de que maneira se processa a instalao.

    Como no caso acima, a FEM efetiva no cabeote de 20,74 mv,dela , at o registrador, so utilizados fios

    de extenso compensados, os quais adicionam a FEM uma parcela igual a 0,57 mV, fazendo assim com

    que chegue ao registrador uma FEM efetiva de 22,26 mV,este valor corresponder temperatura real

    dentro do forno 538 C. A vantagem desta tcnica provm do fato de que os fios de compensao, alm

    de terem custo menor que os fios do termopar propriamente dito, tambm so mais resistentes.

    Inverso simples

  • 55

    Conforme o esquema a seguir, os fios de compensao foram invertidos,assume-se que o forno esteja a

    538 C, o cabeote a 38 C e o registrador a 24 C. Devido diferena de temperatura entre o cabeote e

    o registrador, ser gerada uma FEM de 0,57 mV. Porm em virtude da simples inverso, o fio positivo

    est ligado no borne negativo do registrador e vice- versa. Isto far com que a FEM produzida ao longo

    do circuito se oponha quela do circuito de compensao automtica do registrador. Isto far com que o

    registrador indique uma temperatura negativa.

    Inverso dupla

    No caso a seguir, consideramos o caso da existncia de uma dupla inverso, isto acontece com freqncia

    pois, quando uma simples inverso constatada, comum pensar-se que uma nova troca de ligao dos

    terminais compensar o erro. Porm isto no acontece, e a nica maneira de solucionar o problema ser

    efetuar uma ligao correta.

  • 56

    4.9.14 Termopar de Isolao Mineral

    O termopar de isolao mineral constitudo de um ou dois pares termoeltricos, envolvidos por um p

    isolante de xido de magnsio, altamente compactado em uma bainha externa metlica. Devido a esta

    construo, os condutores do par termoeltrico ficam totalmente protegidos contra a atmosfera exterior,

    conseqentemente a durabilidade do termopar depende da resistncia a corroso da sua bainha e no da

    resistncia a corroso dos condutores. Em funo desta caracterstica, a escolha do material da bainha

    fator importante na especificao destes.

    Vantagens dos termopares de isolao mineral:

    Estabilidade Na Fora Eletromotriz: A estabilidade da FEM do termopar caracterizada em funo dos condutores estarem completamente protegidos contra a ao de gases e outras condies

    ambientais, que normalmente causam oxidao e conseqentemente perda da FEM gerada.

    Resistncia Mecnica: O p muito bem compactado, contido dentro da bainha metlica, mantm os condutores uniformemente posicionados, permitindo que o cabo seja dobrado achatado, torcido ou

    estirado, suporte presses externas e choque trmico , sem qualquer perda das propriedades

    termoeltricas.

    Dimenso Reduzida: O processo de fabricao permite a produo de termopares de isolao mineral, com bainhas de dimetro externo at 1,0 mm, permitindo a medida de temperatura em locais

    que no eram anteriormente possveis com termopares convencionais.

    Impermeabilidade A gua , leo E Gs: A bainha metlica assegura a impermeabilidade do termopar a gua, leo e gs.

    Facilidade de Instalao: A maleabilidade do cabo, a sua pequena dimenso, longo comprimento grande resistncia mecnica, asseguram facilidade de instalao, mesmo nas situaes

    mais difceis.

    Adaptabilidade: A construo do termopar de isolao mineral permite que o mesmo seja tratado como se fosse um condutor slido. Em sua capa metlica podem ser montados acessrios, por

  • 57

    soldagem ou brasagem e quando necessrio, sua seo pode ser reduzida ou alterada em sua

    configurao.

    Resposta Mais Rpida: A pequena massa e a alta condutividade trmica do p de xido de magnsio, proporcionam ao termopar de isolao mineral um tempo de resposta que virtualmente

    igual ao de um termopar descoberto de dimenso equivalente.

    Resistncia a Corroso: As bainhas podem ser selecionadas adequadamente para resistir ao ambiente corrosivo.

    Resistncia de Isolao Elevada: O termopar de isolao mineral tem uma resistncia de isolao elevada, numa vasta gama de temperaturas, a qual pode ser mantida sob condies mais

    midas.

    Blindagem Eletrosttica: A bainha do termopar de isolao mineral, devidamente aterrada, oferece uma perfeita blindagem eletrosttica ao par termoeltrico.

    4.9.15 Associao de Termopares

    Podemos ligar os termopares em srie simples para obter a soma das mV individuais. a chamada

    termopilha. Este tipo de ligao muito utilizado em pirmetros de radiao total, ou seja, para soma de

    pequenas mV.

    O instrumento de medio pode ou no compensar a mV da junta de referncia. Se compensar dever

    compensar uma mV correspondente ao no. de termopares aplicados na associao.

    Exemplo.: 3 termopares mVJR = 1 mV compensa 3 mV

    Associao srie oposta

    Para medir a diferena de temperatura entre 2 pontos ligamos os termopares em srie opostos.o que mede

    maior temperatura vai ligado ao positivo do instrumento,os termopares sempre so do mesmo tipo.

  • 58

    Exemplo:Os termopares esto medindo 56 C e 50 C respectivamente, e a diferena ser medida pelo

    milivoltmetro.

    FEM T = FEM2 FEM1 56 C = 2,27 mV

    FEM T = 2,27 - 2,022 50 C = 2,022 mV

    FEM T = 0,248 mV = 6 C

    No necessrio compensar a temperatura ambiente desde que as juntas de referncia estejam mesma

    temperatura.

    Ligando 2 ou mais termopares em paralelo a um mesmo instrumento, teremos a mdia das mV geradas

    nos diversos termopares se as resistncias internas foram iguais.

    4.10 TERMORESISTNCIAS

    O princpio de funcionamento das termoresistncias se baseia na mudana da resistncia eltrica de um

    condutor quando este recebe calor.Os metais mais comumente usados para fabricao de

    termoresistncias so:

    Platina Cobre Nquel

    As termoresistncias apresentam excelente preciso mas so elementos mais sensveis que os termopares.

    As faixas de utilizao tambm. Podem ser utilizadas de -200 a 800 graus Celsius,atualmente, o sensor

    mais utilizado na indstria o Pt100.

    Pt = Platina100 = 100 Ohms a 0 graus Celsius

  • 59

    Os mtodos de utilizao de resistncias para medio de temperatura iniciaram-se ao redor de 1835,

    com Faraday, porm s houve condies de se elaborar as mesmas para utilizao em processos

    industriais a partir de 1925.esses sensores adquiriram espao nos processos industriais por suas condies

    de alta estabilidade mecnica e trmica, resistncia contaminao, baixo ndice de desvio pelo

    envelhecimento e tempo de uso.devido a estas caractersticas, esse sensor padro internacional para a

    medio de temperatura na faixa de -270 C a 660 C. em seu modelo de laboratrio.

    4.10.1 Princpio de Funcionamento

    Os bulbos de resistncia so sensores que se baseiam no princpio de variao da resistncia em funo da

    temperatura. Os materiais mais utilizados para a fabricao destes tipos de sensores so a platina, cobre

    ou nquel, que so metais que apresentam caractersticas de:

  • 60

    Alta resistividade, permitindo assim uma melhor sensibilidade do sensor. Ter alto coeficiente de variao de resistncia com a temperatura. Ter rigidez e ductilidade para ser transformado em fios finos.

    A equao que rege o fenmeno a seguinte:

    Para faixa de -200 a 0 oC:

    ( )[ ]100....1. 32 +++= TTCTBTARoRt Para faixa de 0 a 850 oC:

    [ ]2..1. TBTARoRt ++=

    onde:

    =Rt resistncia na temperatura ( )T

    =Ro resistncia a ( )C0

    =T temperatura ( )C

    A , B , C = coeficientes inerentes do material empregado

    A = 3,90802 . 10-3

    B = -5,802 . 10-7

    C = -4,2735 . 10-12

    O nmero que expressa a variao de resistncia em funo da temperatura chamado de alfa ( ) e se relaciona da seguinte forma:

    Um valor tpico de alfa para R100 = 138,50 de 3,850.10-3 . -1 . oC-1 segundo a DIN-IEC

    751/85.

    4.10.2 Construo Fsica do Sensor

    O bulbo de resistncia se compe de um filamento, ou resistncia de Pt, Cu ou Ni, com diversos

    revestimentos, de acordo com cada tipo e utilizao.As termoresistncias de Ni e Cu tm sua isolao

    normalmente em esmalte, seda, algodo ou fibra de vidro. No existe necessidade de protees mais

    resistentes a temperatura, pois acima de 300 C o nquel perde suas propriedades caractersticas de

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    funcionamento como termoresistncia e o cobre sofre problemas de oxidao em temperaturas acima de

    310 C.Os sensores de platina, devido a suas caractersticas, permitem um funcionamento at

    temperaturas mais elevadas, tm seu encapsulamento normalmente em cermica ou vidro. A este sensor

    so dispensados maiores cuidados de fabricao pois, apesar da Pt no restringir o limite de temperatura

    de utilizao, quando a mesma utilizada em temperaturas elevadas, existe o risco de contaminao dos

    fios.Para utilizao como termmetro padro, os sensores de platina so completamente desapoiados do

    corpo de proteo. A separao feita por isoladores, espaadores de mica, conforme desenho abaixo.

    Esta montagem no tem problemas relativos a dilatao, porm extremamente frgil.

    Os medidores parcialmente apoiados tm seus fios introduzidos numa pea de alumina de alta pureza com

    fixador vtreo. um meio termo entre resistncia a vibrao e dilatao trmica.A verso completamente

    apoiada pode suportar vibraes muito mais fortes, porm sua faixa de utilizao fica limitada a

    temperaturas mais baixas, devido dilatao dos componentes.

    4.10.3 Caractersticas da Termoresistncia de Platina

    As termoresistncia Pt - 100 so as mais utilizadas industrialmente, devido a sua grande estabilidade,

    larga faixa de utilizao e alta preciso. Devido alta estabilidade das termoresistncia de platina, as

    mesmas so utilizadas como padro de temperatura na faixa de -270 C a 660 C. A estabilidade um

    fator de grande importncia na indstria, pois a capacidade do sensor manter e reproduzir suas

    caractersticas (resistncia - temperatura) dentro da faixa especificada de operao.

    Outro fator importante num sensor Pt 100 a repetibilidade, que a caracterstica de confiabilidade da

    termoresistncia. Repetibilidade deve ser medida com leitura de temperaturas consecutivas, verificando-

    se a variao encontrada quando de medio novamente na mesma temperatura. O tempo de resposta

    importante em aplicaes onde a temperatura do meio em que se realiza a medio est sujeito a

    mudanas bruscas.Considera-se constante de tempo como tempo necessrio para o sensor reagir a uma

    mudana de temperatura e atingir 63,2 % da variao da temperatura.

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    Na montagem tipo isolao mineral, tem-se o sensor montado em um tubo metlico com uma

    extremidade fechada e preenchido todos os espaos com xido de magnsio, permitindo uma boa troca

    trmica e protegendo o sensor de choques mecnicos. A ligao do bulbo feita com fios de cobre, prata

    ou nqueis isolados entre si, sendo a extremidade aberta ,selada com resina epxi, vedando o sensor do

    ambiente em que vai atuar.Este tipo de montagem permite a reduo do dimetro e apresenta rpida

    velocidade de resposta.

    4.10.4 Vantagens / Desvantagens:

    Vantagens:

    Possui maior preciso dentro da faixa de utilizao do que outros tipos de sensores. Com ligao adequada no existe limitao para distncia de operao. Dispensa utilizao de fiao especial para ligao. Se adequadamente protegido, permite utilizao em qualquer ambiente. Tm boas caractersticas de reprodutibilidade. Em alguns casos substitui o termopar com