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Carlos Miguel Oliveira 28-01-2008 I NTRODUÇÃO À E CONOMIA Instituto Superior de Línguas e Administração CADERNO 1 - MICROECONOMIA

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Carlos Miguel Oliveira

28-01-2008

INTRODUÇÃO À

ECONOMIA Instituto Superior de Línguas e Administração

CADERNO 1 - MICROECONOMIA

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INTRODUÇÃO À ECONOMIA – PARTE I MICROECONOMIA

Carlos Miguel Oliveira | Março de 2008 | R.0 …………………………………::……………………………. 1

FICHA TÉCNICA

Manual de Introdução à Economia

Carlos Miguel Oliveira

Versão 01

ISLA de Vila Nova de Gaia Direcção Académica

Depósito Legal 000 000/00

ISBN 000-00-0000-0

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Conteúdo 1.1. O OBJECTO DA ECONOMIA ....................................................................................................... 4

1.2. A ESCASSEZ E A ESCOLHA ....................................................................................................... 6

1.3. QUESTÕES NORMATIVAS E QUESTÕES POSITIVAS NA ANÁLISE ECONÓMICA ...................... 7

1.4. A RACIONALIDADE ECONÓMICA ............................................................................................... 7

1.5. O CRITERIO DO CUSTO/BENEFÍCIO NO PROCESSO DE DECISÃO .......................................... 7

1.5.1. OS ERROS MAIS COMUNS NA TOMADA DE DECISÃO ......................................................... 8

1.6. O MERCADO .................................................................................................................................. 11

1.6.1. AFINAL QUEM DIRIGE O MERCADO? ................................................................................. 13

1.6.2. A MÃO INVISÍVEL NO CONTEXTO DA CONCORRÊNCIA PERFEITA ..................................... 14

1.7. O PAPEL ECONÓMICO DO ESTADO ........................................................................................ 15

2. Procura e Oferta ............................................................................................................................... 18

2.1 A procura de mercado ................................................................................................................... 19

2.2.. A oferta de mercado .................................................................................................................... 21

3. ELASTICIDADES ................................................................................................................................ 24

3.1. A ELASTICIDADE-PREÇO DA PROCURA (Ed) ........................................................................... 24

3.2. A ELASTICIDADE-PREÇO DA OFERTA (Eo) ............................................................................... 28

3.3. OUTRAS ELASTICIDADES DE PROCURA ................................................................................. 28

4. A ESCOLHA DO CONSUMIDOR e A PROCURA DE MERCADO ......................................................... 30

4.1. O CONJUNTO DE OPORTUNIDADES OU A RESTRIÇÃO ORÇAMENTAL .................................. 30

4.2. ORDENAÇÃO DAS PREFERÊNCIAS ......................................................................................... 34

4.3. A UTILIDADE ............................................................................................................................ 38

4.4. A PROCURA INDIVIDUAL E DO MERCADO .............................................................................. 40

5. TEORIA DA EMPRESA: PRODUÇÃO e CUSTOS DE PRODUÇÃO ....................................................... 47

5.1. TEORIA DA PRODUÇÃO ........................................................................................................... 48

5.1.1 Introdução ........................................................................................................................... 48

5.1.2. Análise da Produção com um factor Variável ................................................................... 51

5.1.3. Análise da Produção com dois factores variáveis ............................................................ 56

5.2. TEORIA DOS CUSTOS DE PRODUÇÃO .................................................................................... 64

5.2.1. CUSTOS DE OPORTUNIDADE VRS CUSTOS CONTABILISTICOS ........................................ 64

5.2.2. CUSTOS A CURTO PRAZO ................................................................................................... 65

5.2.3. CUSTOS A LONGO PRAZO ................................................................................................... 68

6. ESTRUTURAS DE MERCADO ............................................................................................................ 72

6.1. INTRODUÇÃO ........................................................................................................................... 72

6.2. O MERCADO DA CONCORRÊNCIA PERFEITA.......................................................................... 73

6.3. MONOPÓLIO ............................................................................................................................ 84

6.4. OLIGOPÓLIO ............................................................................................................................. 90

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6.4.1. O MODELO DE COURNOT E BERTRAND ............................................................................ 91

6.4.2. O MODELO DE EDGEWORTH .............................................................................................. 92

6.4.3. O MODELO DE CHAMBERLIN ............................................................................................. 92

6.4.4. TEORIA DE JOGOS ............................................................................................................... 93

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1. INTRODUÇÃO À ECONOMIA

1.1. O OBJECTO DA ECONOMIA

A economia é uma ciência social abrangente, dedicada à compreensão da forma como a sociedade faz a afectação dos seus recursos escassos.

Como disciplina académica, a economia tem dois séculos. Adam Smith publicou o seu livro pioneiro

A riqueza das Nações em 1776 (ano da declaração de independência dos E.U.A1), dando um

elevado contributo na análise do modo como os mercados organizavam a vida económica e geravam um rápido crescimento económico. Demonstrou que um sistema de preços e de mercado é capaz de coordenar os indivíduos e as empresas sem necessidade de qualquer direcção central. Começava a era do capitalismo, marcada pela proliferação das empresas do sector ferroviário, têxtil e outros, que estenderam a sua influência a todas as partes do mundo. Com o início da Revolução Industrial na Grã-Bretanha, desenvolveu-se paralelamente a ideologia do liberalismo clássico e do capitalismo. Estas ideias liberais eram baseadas nos fundamentos da doutrina do lassaiz-faire, segundo a qual caberia aos governos assumirem exclusivamente as funções que apoiassem e estimulassem as actividades lucrativas, e a interferência governamental era proibida nos demais assuntos económicos. O liberalismo proporcionou as bases filosóficas do sistema capitalista e criou na Inglaterra uma atmosfera favorável ao desenvolvimento do sistema fabril.

Adam Smith mostrou uma preocupação com a análise das empresas, no contexto da sua situação perante o mercado, desenvolvendo as ideias do laissez-faire e mão invisível, procurando explicar a formação dos preços com base em duas teorias de organização do mercado, a saber, a concorrência perfeita e o monopólio. A primeira foi adoptada na Teoria Económica tradicional por mais de 150 anos sem contestação. Nesse sistema, a empresa tem os seus preços determinados pelo mercado, através da inter-relação entre a oferta e a procura. A flutuação dos preços determina a produção, os custos e o lucro. Para Adam Smith, o sistema de preços era infalível, pois levaria sempre ao equilíbrio de firma e da economia.

Assim, resumidamente, o mercado de concorrência perfeita ou pura é concebido como organizado por um grande número de empresas, que individualmente são pequenas em relação ao todo (mercado) e não podem exercer influência perceptível no preço. O produto é homogéneo, ou seja, qualquer empresa vende um produto idêntico ao de qualquer outra e, portanto, os compradores são indiferentes ao comprarem a qualquer vendedor Observa-se a existência da livre mobilidade dos recursos, no sentido de que cada recurso pode imediatamente entrar e sair do mercado como respostas a impulsos monetários. O outro sistema de organização de mercado examinado pelos clássicos é o monopólio, definido como uma situação em que há apenas um produtor num mercado bem definido, sem a existência de rivais ou concorrentes directos.

Posteriormente, com os neoclássicos, a Teoria dos Preços foi formulada em termos de uma nova teoria do valor baseada nos conceitos de “utilidade” (já desenvolvidos pelos clássicos) passou a constituir a essência do pensamento microeconómico, ou seja, da tomada de decisões. A teoria da empresa, desenvolvida sobre este prisma, passa a descrever o equilíbrio da empresa como sendo 1 Não é uma coincidência o aparecimento destes dois documentos. O movimento pela libertação política da tirania das monarquias europeias surgiu quase simultaneamente com as tentativas de emancipação dos preços e salários da pesada regulamentação estatal.

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baseada em ajustes marginais, ou seja, em termos das variações em unidades adicionais de produção (teoria da produção) e de custos (teoria dos custos).

Um século depois, surge Karl Marx (1867, 1885, 1894) que com o seu trabalho “O Capital”, veio tecer uma enorme crítica ao capitalismo, condenando-o pelos seus ciclos económicos, e pelas profundas depressões que os caracterizavam. Marx defendia que estas depressões iriam criar movimentos revolucionários, conduzindo ao socialismo. A sua corrente de pensamento era oposta à neoclássica, surgindo como resposta aos elevados custos sociais e decréscimo do bem-estar,

decorrentes do capitalismo e revolução industrial2.

Nas décadas que se seguiram, os acontecimentos pareciam confirmar as profecias de Marx. O pânico económico e as profundas depressões dos anos 90 do século passado e dos anos 30 do actual levaram os intelectuais do século XX a questionar a viabilidade do capitalismo da empresa privada. Os socialistas começaram por aplicar o seu modelo na União Soviética em 1917 e por volta de 1980 cerca de um terço do mundo era regido por doutrinas marxistas.

Em 1936, na sequência da grande depressão, John Maynard Keynes publicou “A Teoria Geral sobre o Emprego, o Juro e o Dinheiro”. Esta obra fundamental descrevia uma nova abordagem da economia que ajudaria as políticas governamentais, fiscais e monetárias a suavizar os maiores estragos dos ciclos económicos.

Nos anos oitenta, as perspectivas fundamentais de Adam Smith foram redescobertas, marcadas pela capacidade do mercado para gerar rápidas mudanças tecnológicas e elevados padrões de vida. No ocidente os governos reduziram a seu papel regulamentador e liberalizaram os preços. Na Europa de leste (1989) os países socialistas abandonaram o seu aparelho de planeamento central e permitiram que as forças de mercado se desenvolvessem novamente.

Definição de economia: é o estudo da forma como as sociedades utilizam os recursos escassos para produzir bens com valor e como os distribuem entre os seus diferentes membros.

Na nossa cadeira distinguiremos entre macroeconomia, que estuda o funcionamento da economia como um todo, e microeconomia, que estuda o comportamento dos componentes individuais tais como a indústria, a empresa e o indivíduo.

No início tínhamos apenas o conceito de economia. Apesar da existência simultânea dos dois “braços” económicos ao longo dos séculos, a sua divisão só começou a ser mais transparente a

partir da 1ª grande depressão de 1930, em que Ragnar Frish3 (1985-1973), um economista

norueguês, criou as palavras micro-dinâmica e macro-dinâmica (1933) para denotar aquilo a que hoje chamamos micro e macroeconomia.

As diferenças entre os dois ramos da economia são:

A microeconomia lida com as escolhas individuais enquanto a macro lida com agregados económicos (consumos totais, produção total, etc.). A distinção é contudo sujeita algumas qualificações pois mesmo em microeconomia lidamos com agregados como procura total, procura de mercado para o trabalho, oferta da indústria. Contudo a diferença reside no facto de que estes agregados são derivados das escolhas individuais (para além de na micro estudarmos agregados de produtos homogéneos; não estudamos a procura combinada entre maças e laranjas). Na macroeconomia falamos por exemplo de PNB (produto nacional bruto), que é o agregado de muitos tipos diferentes de produtos. 2 A revolução industrial elevou a produtividade do trabalho a níveis inusitados para a época, com a multiplicação das fábricas e a ampliação da utilização da máquina, que se fez à custa do bem-estar social. 3 Conjuntamente com o economista Alemão Jan Tinbergen ganhou o Prémio Nobel da Economia.

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Na microeconomia, os preços relativos tem um papel fundamental na análise económica. Aqui nós estudamos a resposta dos consumidores e produtores a alterações relativas dos preços, tratando sempre a questão de uma forma homogénea. Na macroeconomia os preços têm uma importância relativa.

1.2. A ESCASSEZ E A ESCOLHA

A microeconomia é o estudo de como as pessoas fazem opções sob condições de escassez. Não devemos dar uma interpretação restritiva à escassez porque mesmo quando os recursos materiais são abundantes outros recursos importantes não o serão.

Ex. O dinheiro é um recurso escasso, mas para um magnata que contraia uma doença mortal a escassez não reside no dinheiro, mas sim no tempo, na energia e na mobilidade física necessária ao desempenho das suas actividades normais.

O tempo e o dinheiro não são os únicos recursos escassos. Toda a escolha envolve considerações importantes de escassez. Conviver com a escassez é a essência da condição humana. Na verdade, se não fosse o problema da escassez, a vida ficava desprovida de muito do seu sentido e dificilmente qualquer decisão teria importância para alguém com um tempo de vida infinito e recursos materiais inesgotáveis.

De facto, toda a nossa vida é um complexo problema de múltipla escolha. Simultaneamente, os indivíduos e as empresas tem inúmeras escolhas e decisões a tomar (quando e como aumentar o output, produzir o output interna ou externamente; etc.), e nem todas podem revestir a característica económica (apesar de existir sempre uma possível explicação). Na nossa análise preocupar-nos-e-mos com as escolhas económicas mais convencionas, envolvendo a alocação de recursos escassos de forma eficiente.

Os recursos produtivos são usualmente classificados nas seguintes categorias:

- Recursos naturais: terra, água, ar, minerais e florestais;

- Recursos humanos: trabalho especializado e não especializado;

- Recursos de capital: máquinas, equipamentos, edificações;

- Recursos organizacionais: uma categoria especial que deriva da combinação e potenciação dos recursos da instituição. Consiste na combinação dos três recursos anteriores para produção de um output. Esta acção envolve riscos, cabendo ao empresário a responsabilidade organizativa.

No futuro falaremos de recursos produtivos com factores de produção e estudaremos a forma como as empresas combinarão os recursos escassos na produção de bens e serviços. Bens e serviços que também serão escassos para o consumidor, sendo as suas alocações feita (em sistema capitalista) através dos mercados. Aqui os consumidores terão que decidir, tendo em atenção que o seu poder de compra é limitado (escasso) e deve ser alocado pelos diferentes tipos de bens e serviços, que constituem o seu cabaz de compras.

O nosso objecto de estudo centrar-se-á nas decisões individuais feitas pelos consumidores, empresas e governo (que de uma forma menos extensa afecta a última alocação dos recursos escassos da sociedade).

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1.3. QUESTÕES NORMATIVAS E QUESTÕES POSITIVAS NA ANÁLISE ECONÓMICA

Num sentido mais lato saber se as áreas de floresta virgem devem ser ou não protegidas, ou se o governo deveria ou não garantir o rendimento mínimo nacional são afinal questões normativas - questões que envolvem os nossos valores. Uma questão normativa é urna questão sobre o que tem de ser ou deveria ser. Por si só a análise económica não consegue responder a estas questões.

A análise económica pisa terrenos mais firmes quando se trata de responder a questões positivas - questões acerca das consequências políticas e mecanismos institucionais específicos. Se proibirmos o abate de árvores nas florestas virgens, o que pode acontecer ao preço da madeira? Que outros materiais poderiam ser desenvolvidos e a que preço? Qual a influência do rendimento mínimo nacional no desemprego? Estas são questões económicas positivas, e as respostas são nitidamente importantes para o nosso pensamento sobre as questões normativas subjacentes. Aqui as afirmações económicas começam com pressupostos a partir dos quais se derivam conclusões (comprovadas empiricamente). A análise económica positiva não envolve valores ou opiniões, tendo as suas respostas relevância importante para a formação do nosso pensamento sobre as questões normativas subjacentes.

1.4. A RACIONALIDADE ECONÓMICA

Ser racional quer dizer tomar decisões de acordo com o critério custo-benefício, isto é, actuar se e só se os benefícios excederem os custos.

Existem dois critérios de racionalidade:

Baseada no egoísmo - critério segundo a qual o indivíduo racional considera somente os custos e benefícios que se referem directamente a eles. Este padrão, explicitamente, anula motivações como tentar fazer os outros felizes, tentar fazer o que esta correcto, etc.

Baseado no objectivo imediato - teoria segundo a qual as pessoas racionais agem eficientemente na procura de qualquer objectivo que tenham no momento da tomada da decisão. O atractivo deste critério mais geral é o de que ele envolve motivações (dever, gostar, caridade, etc.).

Por exemplo, se o desejo irresistível de um fumador é o de saborear um charuto esta conduta seria racional segundo o critério do objectivo imediato, sempre que a pessoa não pagasse mais pelo charuto do que o necessário. O facto de se arrepender posteriormente a ter fumado um cigarro, ou, inclusive isso ser causa de morte prematura, não é simplesmente relevante segundo este critério. Segundo o critério do egoísmo, pelo contrário, esta conduta seria irracional.

Ambos os critérios encontram amplas aplicações na análise económica. Qualquer um dos padrões que empreguemos implica uma solução de compromisso.

1.5. O CRITERIO DO CUSTO/BENEFÍCIO NO PROCESSO DE DECISÃO

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“The true cost of any decision includes the cost of the best forgone opportunity”

“A thorough understanding of costs is fundamental to understanding economic decision making.”

Muitas das opções que os economistas estudam podem ser resumidas na seguinte questão.

Deverei efectuar a actividade x'?

Os economistas dão resposta a estas questões, comparando os custos e benefícios da actividade em questão. A regra de decisão a usar é simples. Se:

C(x) representa os custos de fazer x

e

B(x) os beneficios

Então;

se B(x)>C(x) implica fazer x . De outro modo, não.

Para se aplicar esta regra, necessitamos de definir e medir os custos e benefícios. Os valores monetários são um útil denominador para este propósito, mesmo quando a actividade não tem nada a ver com o dinheiro.

1.5.1. OS ERROS MAIS COMUNS NA TOMADA DE DECISÃO.

Erro 1. Ignorar o custo de oportunidade

Imagine que costuma ir a discoteca todas os sábados, e que para si vale 5.000u.m.. O consumo mínimo é de 3 000u.m.. contudo este não é o único custo para ir à discoteca. Deve ter também em consideração o valor da alternativa mais atractiva a que renunciará no caso de ir a discoteca. Suponha agora que se não for, ficará a trabalhar como assistente para um dos seus professores. Este trabalho rende-lhe 4.000u.m. por dia, e gosta tanto de o fazer que o faria mesmo sem ser pago. Assim, a questão que se coloca é “Devo ir à discoteca ou ficar a trabalhar como assistente?"

Neste caso, o custo não é somente o custo explícito de ir á discoteca (3 000u.m.) mas também o custo de oportunidade de perder o seu salário (4.000u.m.), O total dos custos são de 7.000u.m., o que ultrapassa o benefício que é e 5.000u.m..

Devo trabalhar primeiro ou tirar antes um curso universitário?

As despesas relativas a frequência num curso universitário não se limitam ao custo das propinas, alimentação, alojamento, livros e outros materiais escolares. Incluem também o custo de oportunidade dos salários perdidos enquanto se estuda. Este custo é tanto maior quanto maior for a experiência profissional, ou seja, é menor quando se começa a trabalhar depois de terminar o ensino secundário.

Considerando o lado dos benefícios, uma das vantagens de um curso universitário é proporcionar salários mais elevados, e quanto mais cedo se entrar para a Universidade mais tempo poderá beneficiar desta vantagem. Um outro factor importante é o facto de que normalmente o tipo de

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emprego que se arranja é menos desagradável, quanto mais instrução e experiência se tiver. Iniciando de imediato um curso universitário é possível evitar os trabalhos menos agradáveis. Por isso para a maioria das pessoas, faz mais sentido tirar primeiro um corso universitário e só depois começar a trabalhar. É certamente mais sensato frequentar um curso universitário com 20 anos do que com 50. Este exemplo é uma ilustração perfeita do argumento de Friedman relativamente ao modo de avaliar uma teoria. Ninguém pensa que os estudantes que terminam o ensino secundário decidem quando devem iniciar o seu curso universitário com base em cálculos que envolvem custos de oportunidade Pelo contrário, a maior parte dos estudantes vai para uma universidade assim que termina o ensino secundário porque é o que fazem todos os seus colegas. Socialmente é o que se deve fazer. Este hábito não surgiu do nada, e tem subsistido porque é talvez o mais eficiente.

Porque é que os bancos pagam juros?

Suponha que é banqueiro e que alguém lhe deposita 1 000 u.m. no dia 1 de Janeiro sem que você tenha que lhe pagar juros. Você pode pegar no dinheiro e comprar um bem produtivo, como por exemplo um pinhal. Suponha que todos os anos as árvores crescem em média 6% e que o preço de uma árvore é proporcional à quantidade de madeira que contém Nesta óptica poderia ao fim do ano vender o pinhal por 1060 u.m. e ganhar 60.

Mas esta opção também é valida para a pessoa que depositou o dinheiro no seu banco. Esta pessoa estará disposta a deixá-lo utilizar o seu dinheiro, mas apenas se você o compensar pelo custo de oportunidade de não o ter utilizado ele próprio. Se lhe pagar 5% de juros, ele provavelmente aceitará já que não terá o trabalho de cuidar das árvores, ficando você com os restantes 1% ( 10 u.m.) por ter tratado desse assunto.

O conceito de Custo de oportunidade tem tanto de simples como de importante no estudo da microeconomia. A arte de aplicar este conceito correctamente está na forma como se consegue reconhecer o maior valor alternativo que é sacrificado com o prosseguimento de uma certa actividade.

Erro 2. Não ignorar os custos irrecuperáveis

Frequentemente um custo de oportunidade não parece ser um custo relevante, quando na realidade o é. Outro erro comum quando se tomam decisões é considerarmos determinado custo como relevante quando na realidade não o é. Isto acontece frequentemente com os custos irrecuperáveis, custos esses que já foram incorridos no momento em que a decisão é tomada. Ao contrário dos custos de oportunidade, estes custos deverão ser ignorados. O princípio de que se devem ignorar os custos irrecuperáveis ressalta claramente, do seguinte exemplo.

Você está a planear uma viagem de cerca de 400 km. À excepção do custo, é-lhe completamente indiferente entre ir no seu próprio carro ou de avião. O bilhete de avião custa 13 000u.m., e você não sabe qual será o custo de levar o seu carro. Assim, telefona para a Hertz para ter um valor estimativo. A pessoa com quem fala diz-lhe que para fazer essa estimativa deve começar por considerar os custos de um carro típico, onde se fazem, por exemplo, 17 000 Km. Assim:

Seguro 130 000u.m.

Juros 260 000u.m.

Combustível e óleo 130 000u.m.

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Manutenção 130 000u.m.

Total 650 000u.m.

Dividindo este valor total por 17000 Km, conclui que o preço por Km é 38u.m.20. Se usa este número para calcular a custo da viagem de carro, conclui que lhe iria custar 15 280u.m.. Dado que este valor é mais elevado do que os 13 000u.m. do bilhete do avião, decide ir de avião. Se decidir desta maneira, você comete um erro não considerar os custos irrecuperáveis. O valor do seguro e dos juros não varia conforme o número de quilómetros que efectua num ano. Ambos são custos irrecuperáveis e serão sempre os mesmos quer viaje ou não com o cano. Dos custos mencionados, o óleo, o combustível e a manutenção são os únicos que variam consoante o número de quilómetros que efectuar. Isto dá-lhe um custo de 260 000u.m. por 17 000km, ou seja, 15u.m.30/Km. Ao preço de 15u.m.30/km, a viagem só lhe custará 6120u.m.; e dado que este valor é muito mais baixo que o bilhete de avião, deve ir de automóvel.

No Exemplo anterior, note o papel desempenhado pela suposição de que, exceptuando os custos, lhe era indiferente o meio de transporte utilizado. Isto permite-nos afirmar que o único factor que se devia considerar era o custo actual dos dois modos de transporte. Se preferisse um meio ao outro, tinha também de ter em consideração o peso dessa preferência. Assim, por exemplo, se estivesse disposto a pagar 7800u.m. para evitar a maçada de guiar, o custo real de guiar passaria a ser de 13 920u.m., e não 6120u.m., e neste caso deveria ir de avião.

Erro 3. Focar apenas alguns custos relevantes

Uma pessoa que ao tomar uma decisão seja vítima da falácia do custo irrecuperável, tem em atenção um custo que deveria ter ignorado. A falácia do custo de oportunidade é exactamente o oposto: ignorar custos que deveriam ter sido considerados. Mas o exemplo que se segue tornará claro que os custos de oportunidade não são os únicos custos que as pessoas tendem a ignorar.

O impulso de muitos consumidores preocupados com a poupança de combustível seria escolher imediatamente um carro com baixo consumo de Combustível como o Opel Corsa TD. Mas provavelmente não haverá tantas Corsas TD disponíveis. Suponha que existe um total de 1000 Corsas TD e 1000 Sport 1.4 gasolina. Se alugar um Diesel em vez de um a gasolina, alguém terá de alugar um a gasolina em vez de um a Diesel. Se o meu objectivo é poupar energia só deveria alugar o Diesel se a pessoa que vai ficar com o a gasolina fizer menos quilómetros por ano do que eu.

Mas quem é que pode adivinhar se é isso que vai acontecer? Se as taxas de aluguer dos dois automóveis estiverem estabelecidas no mercado e cada um escolher geralmente o carro que vai minimizar as suas despesas totais com as deslocações, podemos dizer isto: o facto de eu escolher

um Diesel vai reduzir o consumo de energia da sociedade se, e apenas se, o TD for menos dispendioso, para mim, do que o 1.4Gasolina. Para perceber porquê, repare primeiro que, se a gasolina custar 168u.m. o litro, o custo anual do Corsa a gasolina é dado pelo cálculo

em que K é o número de quilómetros que eu faço por ano e 340.000u.m. a aluguer anual do veiculo em 5 anos. O custo correspondente para o Diesel será:

( )100

€16810€000.340 ×+=

KgC

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Estes custos serão absolutamente iguais se eu fizer exactamente 36.363 Kms por ano (para obter este número iguale as equações e resolva em ordem a K). Se eu andar mais de 36.363 quilómetros, o Diesel ficará mais barato; se eu andar menos, será o gasolina o mais barato. Assim, por exemplo, se andar 6000 quilómetros por ano, deverei escolher o a gasolina, mesmo que a poupança de energia seja a minha única preocupação.

Mas como é que vou saber se a pessoa que vai ficar com o Diesel que eu poderia ter alugado ou comprado não vai fazer ainda menos quilómetros do que eu? Se todos seguirem a regra "conduzir o carro menos dispendioso" tal não acontecerá com as taxas de aluguer indicadas. (Se a gasolina ficar mais barata para mim, também será mais barato para alguém que faça menos quilómetros por ano do que eu). é o que acontece se metade dos condutores, incluindo eu, andarem 6000 quilómetros por ano enquanto todos os outros fazem 4000? Se fosse esse o Caso, então todos considerariam o gasolina mais barato com estas taxas de aluguer e ninguém ia querer alugar um a Diesel. As companhias de aluguer de automóveis iriam descobrir que podiam aumentar substancialmente os preços dos gasolina e, mesmo assim, alugá-los todos. Pela mesma ordem de ideias, teriam um forte incentivo para baixar as taxas de aluguer dos Diesel, caso não os quisessem ver ficar a ganhar pó nos parques de estacionamento. Por fim, as taxas de aluguer dos dois automóveis seriam ajustadas de modo a que os Diesel ficassem menos dispendiosos para os condutores que fazem muitos quilómetros, e os a gasolina ficassem menos dispendiosos para os que fazem poucos quilómetros.

Erro 4. O problema dos custos externos de uma actividade

O custo externo de uma actividade é o custo que incide sobre pessoas que não estão directamente envolvidas nessa actividade. Suponha que tem um jardim em sua casa. Levar as folhas à lixeira próxima custa-lhe 2.000u.m. e queimá-las fica em apenas 100u.m.. Se você está apenas interessado nos custos, vai certamente decidir queimar as folhas. O problema é que queimar as folhas acarreta um importante custo externo, o que significa um custo que recai sobre pessoas que não estão directamente envolvidas na decisão. Este custo externo é o prejuízo provocado pelo fumo. Esse custo não vai incidir directamente sobre o agente que toma a decisão (queimar as folhas), mas sobre as pessoas que moram na direcção do vento. Suponha que as prejuízos provocados pelo fumo montam a 2500 u.m.. O bem da comunidade exige que as folhas sejam levadas, e não queimadas. Contudo, do seu ponto de vista, será melhor queimá-las.

A Teoria Económica tem como objectivo resolver o problema da escassez, ou seja, afectar os recursos escassos à utilizações alternativas da forma mais eficiente.

Há sempre custos associados a qualquer escolha e a escolha existe sempre, quer no consumidor, produtor ou governo. A escolha resulta de um processo de decisão, que deve ser sempre óptimo e eficiente.

A Teoria Económica pretende representar a realidade da forma mais aproximada possível, daí que seja uma ciência social dedutiva, com elevado grau de abstracção.

1.6. O MERCADO

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INTRODUÇÃO À ECONOMIA – PARTE I MICROECONOMIA

Carlos Miguel Oliveira | Março de 2008 | R.0 …………………………………::……………………………. 12

Mercado é o mecanismo pelo qual os compradores e vendedores de uma mercadoria se confrontam para determinar o seu preço e quantidade.

Num sistema de mercado tudo tem preço. O preço representa o valor de um bem em termos monetários, ou seja, representam as condições em que os indivíduos e as empresas trocam os diferentes bens. Quando concordo em comprar um telemóvel a um vendedor por 50.000u.m., isto significa que ele vale mais de 50.000u.m. para mim e menos de 50.000u.m. para o vendedor.

Os preços também servem de sinais para os produtores e consumidores. Se por exemplo os consumidores quiserem mais telemóveis, a sua procura irá aumentar, mas como os vendedores estão com as suas existências reduzidas aumentam o preço do produto para racionar a oferta limitada. Por sua vez o preço mais elevado irá estimular a produção (o contrário também é verdadeiro).

O que é verdade para os mercados de consumo também o é para os mercados de factores de produção, tais como o trabalho, capital, etc., Os preços coordenam as decisões dos produtores e dos consumidores num mercado. Os preços mais elevados tendem a reduzir as compras dos consumidores e estimularem a produção. Os preços mais baixos estimulam o consumo e retraem a produção.

Os preços são o pêndulo do mecanismo de mercado

O equilíbrio de mercado representa um equilíbrio entre todos os compradores e vendedores. Todos, consumidores e empresas pretendem comprar ou vender algumas quantidades dependendo do preço. O mercado estabelece o preço de equilíbrio que equipara os desejos dos vendedores e consumidores. O preço representa o equilíbrio entre a oferta e a procura. Os preços ajudam a equiparar o consumo e a produção (a oferta e a procura).

Os três problemas económicos - O quê, como e para quem

O próprio mercado tem capacidade para resolve-los, através do seu equilíbrio.

1. O quê será produzido é determinado pela decisão de compra dos consumidores. O dinheiro que deixa nas caixas das empresas vai acabar por proporcionar os salários, as rendas e os dividendos que os consumidores, como empregados, recebem como remuneração.

As empresas, por seu lado, são movidas pelo desejo de maximizar os seus lucros - lucros que correspondem a diferença entre as receitas líquidas (lucro total), ou a diferença entre as vendas e os custos totais (as empresas são atraídas pelos lucros elevados da produção de bens com elevada procura.

Os custos relativos também afectam a produção e o comércio entre países. O Japão produz e exporta electrónica de consumo e importa alimentos, enquanto os EUA importam electrónica de consumo e exportam alimentos. Quem toma estas decisões? É o governo ou o congresso japonês? De facto não é nenhum deles. É o sistema de preços quem toma as decisões. Dado que existe em abundância nos EUA, a terra é relativamente barata e os custos dos alimentos são relativamente baixos. Porque a terra é escassa e cara no Japão, enquanto o talento tecnológico é relativamente abundante, os custos dos alimentos são relativamente elevados enquanto os da electrónica de consumo são baixos. Analisando os sinais dos preços da terra e do trabalho, as empresas, os agricultores e os consumidores podem escolher o bem que será mais apropriado produzir, negociar e consumir.

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INTRODUÇÃO À ECONOMIA – PARTE I MICROECONOMIA

Carlos Miguel Oliveira | Março de 2008 | R.0 …………………………………::……………………………. 13

2. A concorrência entre os diferentes produtores é que determina como as coisas são produzidas. A melhor forma de os produtores alcançarem um preço de concorrência e maximizarem o lucro é manterem os custos no mínimo, através da adopção dos métodos de produção mais eficientes.

O mais importante a apreender é o posicionamento tecnológico e a forma mais eficiente de utilizar a tecnologia ao longo do tempo.

3 - Para quem são as coisas produzidas é determinado pela oferta e procura nos mercados dos factores de produção - Os mercados determinam os salários, as rendas da terra, as taxas de juro e os lucros - passaremos a designá-los por preços dos factores de produção. Através do somatório dos rendimentos dos factores de produção, podemos calcular o rendimento da população. A repartição do rendimento entre a população é portanto determinada pelo montante possuído de factores (horas-homem, hectares de terreno, etc.) e pelos preços dos factores (níveis salariais, rendas da terra, etc.).

1.6.1. AFINAL QUEM DIRIGE O MERCADO?

Os consumidores não podem, por si só, ditar quais os bens que devem ser produzidos. A procura dos consumidores tem de se encaixar com a oferta de bens e serviços pelas empresas.

Os custos empresariais e as decisões de oferta, juntamente com a procura dos consumidores, ajudam a determinar o que deve ser produzido.

Os mercados funcionam como um link, que reconcilia os gostos dos consumidores com as limitações tecnológicas das empresas.

O lucro tem um papel muito importante no dia-a-dia do mecanismo de mercado, constituem o prémio ou castigo para as empresas, induzindo-as a produzir da forma mais eficiente possível os bens mais desejados.

Uma imagem dos Preços e dos Mercados

A figura abaixo representada dá-nos uma visão global de como os consumidores e produtores actuam em conjunto para determinar os preços e as quantidades, tanto de factores de produção como das produções.

Em cima estão os mercados dos produtos, em baixo os mercados dos factores de produção.

Os consumidores compram bens e vendem factores de produção, as empresas vendem bens e serviços e adquirem factores de produção. Os consumidores usam o seu rendimento da venda de trabalho e outros factores para adquirir bens às empresas; estas baseiam os preços dos seus bens nos custos do trabalho e do património. Os preços nos mercados de bens são estabelecidos de modo a equiparar a procura dos consumidores com a oferta das empresas; os preços no mercado de factores são estabelecidos de modo a equilibrar a oferta dos consumidores com a procura das empresas.

A procura e a oferta formam uma teia de relações interdependentes que se conjugam através do mecanismo de mercado para resolver os problemas económicos.

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INTRODUÇÃO À ECONOMIA – PARTE I MICROECONOMIA

Carlos Miguel Oliveira | Março de 2008 | R.0 …………………………………::……………………………. 14

Figura 1. O funcionamento do mercado.

Fonte: Adaptado de Frank, R, 2002, Microeconomia e o Comportamento, McGrawHill.

1.6.2. A MÃO INVISÍVEL NO CONTEXTO DA CONCORRÊNCIA PERFEITA

Foi Adam Smith quem proclamou o princípio da Mão Invisível. Decorrente do princípio da racionalidade egoísta, todo o indivíduo é levado por uma “mão invisível” a atingir o melhor bem possível. Num contexto de concorrência perfeita (mercado em que nenhuma empresa ou consumidor é suficientemente forte para afectar o preço de mercado) a interferência governamental seria prejudicial, pois estaria a condicionar a utilização dos recursos da forma mais eficiente. Num mercado concorrencial a afectação dos recursos é sempre eficiente, encontrando-se a economia na sua fronteira de possibilidades de produção (conceito estudado na Introdução à Economia). Contudo quando se verifica uma situação de concorrência imperfeita (por ex. Se a EDP elevar o preço da energia eléctrica para ganhar lucros extraordinários e assim criar maiores dividendos para os seus accionistas – não esquecer que foi recentemente parcialmente privatizada – estará a produzir esse bem abaixo do nível de maior eficiência, logo a afectar a economia. Neste caso os preços não são

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INTRODUÇÃO À ECONOMIA – PARTE I MICROECONOMIA

Carlos Miguel Oliveira | Março de 2008 | R.0 …………………………………::……………………………. 15

determinados pelos custos de produção ou mercados, desaparecendo a propriedade da mão invisível.

Em concorrência perfeita e sem falhas de mercado, os mercados conseguirão extrair tantos bens e serviços quantos os recursos disponíveis o permitam.

1.7. O PAPEL ECONÓMICO DO ESTADO

Como sabemos, uma economia de mercado perfeitamente concorrencial não existe. As economias de mercado estão prejudicadas pelo:

• Monopólio; • Poluição; • Desemprego e inflação; • Injustiça na repartição do rendimento.

Em resposta às falhas de mercado (mecanismos de mercado), os países introduziram o conceito da “Mão Visível do Governo”:

Substituindo o mercado ao possuírem certas actividades;

• Regulamentado; • Incentivando o Investimento, Investigação e Educação; • Cobrando impostos – redistribuindo rendimento

As três funções básicas que o Estado deve promover são:

1. Eficiência – As falhas de mercado levam a ineficiências:

Em situações de concorrência imperfeita, o preço não é determinado pelo mecanismo de mercado. Um ex. típico é o poder monopolístico que conduz a alterações na própria estrutura de mercado. Nas últimas décadas os governos têm refreado este poder através da proibição de fixação de preços ou divisões de mercado.

Dentro da economia existem Externalidades 4, que ocorrem quando as empresas, indivíduo ou

estado impõe custos ou benefícios a outros que se situam fora do mercado. O governo criou regulamentação própria para externalidade como a poluição do ar, da água, sonora, detritos industriais, etc.,

Os Bens públicos são actividades económicas que proporcionam grandes ou pequenos benefícios para a comunidade. Estas actividades não podem ser entregues à iniciativa privada, porque não a gere da forma mais eficiente possível (ex. construção de auto-estradas, apoio a ciência e saúde).

2. Equidade – Os mercados não produzem necessariamente uma repartição do rendimento que possa ser encarada como socialmente justa ou equitativa. Uma sociedade de mercado de puro laissez-faire poderá produzir níveis de desigualdade do rendimento e do consumo que sejam inaceitáveis. O rendimento pode ser resultado de padrões aleatórios como a herança, o azar, o

4 Existem críticos e defensores da regulamentação dos mercados e externalidades. Tudo se prende à forma como ela é efectuada.

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INTRODUÇÃO À ECONOMIA – PARTE I MICROECONOMIA

Carlos Miguel Oliveira | Março de 2008 | R.0 …………………………………::……………………………. 16

preço dos factores, acasos tecnológicos5. Como forma de repartição do rendimento existem os

impostos e/ou sistemas de transferência de rendimento (Seg. Social, subsídios, etc.)

3. Crescimento económico e estabilidade – os governos através de políticas e instrumentos macroeconómicos (políticas fiscais e monetaristas) conseguem (às vezes) influenciar os níveis de despesa, produto, inflação e desemprego.

5 Um acaso tecnológico, como por exemplo a invenção de um robot, poderá reduzir a mão de obra em determinada actividade, transferindo o rendimento para os proprietários da tecnologia.

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INTRODUÇÃO À ECONOMIA – PARTE I MICROECONOMIA

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2. PROCURA E OFERTA

A temática da economia encontra-se associada, a maior parte das vezes, a procura e oferta. A

análise da procura e oferta é considerada como uma importante ferramenta exploratória e

preditiva.

Antes de iniciarmos o estudo em mais detalhe, e como este é um curso introdutório,

procuraremos clarificar alguns do termos utilizados:

- A procura é a relação entre o preço de mercado e a quantidade que os consumidores estão

dispostos a adquirir de determinado produto. Quando falamos de procura estamo-nos a referir a

uma quantidade “desejada”. Este pressuposto é muito importante para o entendimento de que a

quantidade que os consumidores procuram de determinado bem e a determinado preço de

mercado nem sempre é a quantidade que as pessoas adquirem.

- A oferta traduz a relação entre o preço de mercado e a quantidade que as empresas

(vendedores) estão dispostos a oferecer no mercado.

A análise baseada na oferta e procura é do tipo “what if” (e se..), representando o relacionamento

entre quantidades oferecidas e procuradas a determinado nível de preço do mercado.

Poderemos considerar uma curva da procura do Ferrari Enzo Dino que procurará responder a

quantas unidades seriam compradas se o seu preço de venda fosse de 10.000€. Com certeza a

resposta seria: muitas! Esta resposta traduziria um desejo e não as quantidades reais de ferraris

que seriam adquiridas no mercado, uma vez que a quantidade oferecida a este preço seria

próxima ou mesmo igual a 0 (zero). O estudo da procura e da oferta permitem-nos retirar algumas

conclusões sobre as alterações do comportamento dos agentes face a alterações de variáveis do

meio envolvente ao mercado, à organização ou ao consumidor. Este estudo deverá ser feito antes

da ocorrência das alterações, tornando-se um importante instrumento na predição das

consequências de fenómenos económicos (e.g. o que acontecerá se o imposto sobre um bem

aumentar 10%?).

Outro conceito importante a reter é o de preço de mercado. Na nossa análise iremos tratá-lo de

forma indistinta relativamente a factores como a localização, espaço de venda, qualidade do

produto… Sabemos que o preço é uma variável importante para o consumidor e que o mesmo é

diferenciado por loja, região e outros factores que potenciam a descriminação. Contudo vamos

encara-lo como uma espécie de preço médio de mercado.

De notar que nossa análise iremos relacionar duas variáveis: preço e quantidade. Do ponto de

vista formal o preço poderá explicar a quantidade procurada ou oferecida, ou a quantidade

procurada e/ou oferecida poderão explicar o preço a fixar no mercado.

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INTRODUÇÃO À ECONOMIA – PARTE I MICROECONOMIA

Carlos Miguel Oliveira | Março de 2008 | R.0 …………………………………::……………………………. 24

3. ELASTICIDADES No estudo da procura e oferta de mercado é muito importante a medição da resposta dos

consumidores às alterações dos preços dos produtos e do seu rendimento. Sabemos já que a

procura é inversamente relacionado ao preço, ou seja, quanto maior o preço menor será a

quantidade procurada. Sabemos ainda que, regra geral, quanto maior o rendimento maior será a

quantidade procurada de determinado bem.

O conceito de elasticidade permite-nos conhecer a sensibilidade da quantidade procurada face à

alteração de variáveis como o preço de determinado produto, o rendimento ou o preço de produtos

que de alguma forma estejam relacionados. É assim usado para medir a reacção dos consumidores

face a mudanças em variáveis económicas.

Por outro lado o estudo das diferentes elasticidades permitem-nos caracterizar algumas tipologias

de bens como os bens normais, inferior, complementares ou substitutos.

3.1. A ELASTICIDADE-PREÇO DA PROCURA (Ed)

A elasticidade preço da procura (Ed) mede a reacção dos consumidores às mudanças no preço.

Essa reacção é calculada pela razão entre duas variações percentuais. A variação percentual na

quantidade procurada dividida pela variação percentual no preço. Ou seja,

Edçã           ∆%

çã       ç       ∆%

Exemplo: o preço do leite muda de 2,00 u.m. para 2,20 u.m.. Qual será a elasticidade preço da

procura do leite se a quantidade procurada de leite é de 85 mil de litros por ano quando o preço é

2,20 e é de 100 mil de litros por ano quando o preço é 2,00 u.m.. A resposta é simples:

A variação absoluta na quantidade foi de 15 mil de litros (100 – 85) e traduz uma diminuição. Em

termos percentuais isso equivale a 15% pois, a quantidade era de 100 mil litros a 2,00 u.m. que era

o preço inicial. Quando o preço aumentou para 2,20 u.m. houve uma queda na quantidade

procurada de 15% [100(85 – 100)%/100].

A variação absoluta no preço foi de 0,20 u.m. (2,20 – 2,00) traduzindo um incremento no preço. Em

termos percentuais isso equivale a 10% pois, o preço inicial era 2,00 e aumentou para 2,20 houve

um aumento de 10% , 100 10% .

A elasticidade desta mudança será: d ∆%∆%

%%

1,5

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Nota: dada a relação inversa entre a procura e a oferta é necessária a utilização de um módulo para

obtermos um resultado positivo. Não esquecer que se a variação do preço foi negativa a variação da

quantidade procurada será positivo e vice-versa.

Fórmula da Elasticidade no arco:

CLASSIFICANDO BENS DE ACORDO COM A SUA ELASTICIDADE PREÇO DA PROCURA

1. ELÁSTICOS

Se a elasticidade preço do bem for maior que 1,00 diz-se que a procura desse bem é elástica. A

variação percentual na quantidade excede a variação percentual do preço. Ou seja, os

consumidores são bastante sensíveis a variações no preço.

2. INELÁSTICOS

Se a elasticidade preço do bem for menor que 1,00 diz-se que a procura por esse bem é inelástica.

A variação percentual na quantidade é menor que a variação percentual no preço. Ou seja, os

consumidores são relativamente pouco sensíveis a variações no preço.

3. ELASTICIDADE UNITÁRIA

Se a elasticidade preço do bem for igual a 1,00 diz-se que a procura por esse bem é de elasticidade

neutra. A variação percentual na quantidade é igual à variação percentual no preço.

ELASTICIDADE E BENS SUBSTITUTOS

A elasticidade preço da procura para um bem em particular é influenciada pela disponibilidade ou

não de bens substitutos. Quanto mais bens substitutos estiverem disponíveis mais elástica é a

procura, se não há bens substitutos a procura é inelástica.

OUTROS DETERMINANTES DA ELASTICIDADE

1. Tempo: elasticidade de Curto Prazo e elasticidade de Longo Prazo. Quanto mais tempo os

consumidores tiverem para procurar substitutos maior será a intensidade de sua reacção.

2. Espaço: a elasticidade de um mercado é diferente da elasticidade de uma única empresa. A

elasticidade do mercado diz quanto a quantidade global mudará se o preço geral foi alterado,

contudo se uma única empresa muda seu preço a elasticidade poderá ser outra.

3. Peso da aquisição no orçamento do consumidor: se um bem representa pouco do orçamento

total do consumidor a reacção será menor a variações de preço. Exemplo: aumento de 10% no

preço do lápis. Aumentou de 1,00 u.m. para 1,10 u.m.. Poucas pessoas deixaram de comprar

lápis por isso. Entretanto, se o bem ocupa um peso razoável no orçamento do consumidor,

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então as reacções serão maiores. Exemplo: O preço do automóvel subiu 10%. Aumentou de

15.000,00 u.m. para 16,500,00 u.m.. A intensidade da reacção será maior para esta

mudança. A procura será mais elástica.

4. Bens necessários versos bens supérfluos: para bens essenciais como pão, arroz, feijão, etc. a

procura é mais inelástica. Para bens de luxo a procura é mais elástica.

Exemplos de Elasticidades

Produto Ed Sal 0,1

Água 0,2 Café 0,3

Cigarros 0,3 Calçados 0,7 Habitação 1,0

Automóveis 1,2 Refeições em restaurantes 2,3

Viagens de Avião 2,4 Cinema 3,7

A ELASTICIDADE DE UMA PROCURA LINEAR

A elasticidade muda a cada ponto. Ela aumenta a medida que os pontos vão se movendo para a

esquerda. Uma função procura pode ter várias elasticidades. De notar que a elasticidade preço da

procura tem uma influência directa sobre a receita total da organização ( )

0

20

40

60

80

100

120

0 5 10 15 20 25 30 35 40 45 50 55

Preç

o

Quantidade Procurada

12 27 42

76

50 46

16

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tu

vw

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Em cada ponto as mudanças absolutas no preço é igual a 4 unidades (80-76=4; 50-46=4; 20-16

=4) os percentuais de mudança nos preços são de: do ponto r para o s queda de 4 unidades ou 5%

(4*100/80); do ponto t para o u queda de 4 unidades ou 8% (4*100/50); do ponto v para o w

queda de 4 unidades ou 20% (4*100/20). Essas são as mudanças nos preços.

As quantidades variam da seguinte maneira: do ponto r para o s aumento de 2 unidades ou 20%

(2*100/10); do ponto t para o u aumento de 2 unidades ou 8% (2*100/25); do ponto v para o w

aumento de 2 unidades ou 5% (2*100/40).

As elasticidades em cada mudança são de: Ed = 4,0 (de r para s); Ed = 1,0 (de t para u); Ed = 0,25

(de v para w). Teoricamente a elasticidade de uma recta vai de zero ao infinito.

USANDO A ELASTICIDADE PREÇO DA PROCURA

A elasticidade preço da procura para um bem revela-se um instrumento fundamental para se poder

quantificar e predizer o quanto mais de um bem será vendido a um preço menor e vice-versa.

ex.: Vamos supor que a elasticidade preço da procura de filmes num cinema é igual a 2.

Imaginemos que o director do cinema decide aumentar o preço do ingresso em 10%. Se o preço

inicial era igual a 5,00 u.m. e a quantidade vendida igual a 100 bilhetes por sessão ele agora deverá

ter em atenção que a quantidade procurada sofrerá uma diminuição igual a 20 bilhetes por sessão,

já que o preço será fixado em 5,50 u.m. Vamos verificar a implicar desta decisão nas receitas do

cinema por sessão

Situação Preço fixado (1) Quantidade Procurada

(2)

Receita obtida (1x2)

Inicial 5,00 100 500

Alteração do preço 5,50 80 440

Em geral o aumento de preço do bilhete de cinema tem dois efeitos, do ponto de vista do

empresário:

1. Efeito Positivo de vender a um preço mais alto.

2. Efeito Negativo de vender menor quantidade.

Neste caso a decisão de aumentar o preço ou não dependerá de qual dos efeitos supera o outro.

Verifica-se uma diminuição da receita total, contudo ainda não poderemos concluir nada sem

conhecer as implicações na estrutura de custos da empresa e no resultado económico final da

empresa.

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3.2. A ELASTICIDADE-PREÇO DA OFERTA (Eo)

A elasticidade preço da oferta (Eo) mede a reacção dos vendedores às mudanças no preço.

Essa reacção também é calculada pela razão entre dois percentuais. A variação percentual na

quantidade ofertada dividida pela mudança percentual no preço. Ou seja,

çã        çã       ç

∆%∆%

Dos determinantes o tempo tem grande importância, pois a elasticidade de curto prazo será em

geral diferente da de longo prazo. Assim, ao longo do tempo, quando as firmas têm possibilidade de

reagir mais intensamente às variações de preço, a curva de oferta irá se tornando cada vez mais

elástica.

PREVENDO MUDANÇAS NO PREÇO USANDO O CONCEITO DE ELASTICIDADE

Quando oferta ou procura mudam pode-se traçar um diagrama para saber a direcção da mudança

do preço de equilíbrio. Esse diagrama dirá tudo sobre direcções mais quando se deseja saber o

quanto o preço mudará faz-se uso das elasticidades.

Sabendo-se as elasticidades de procura e oferta, a variação nos preços, resultante de um aumento

na quantidade procurada será é dada pela divisão do percentual de mudança na procura pela soma

das elasticidades de oferta e procura:

∆   çã     ç ∆% ; isto para o preço de equilíbrio.

Equivalentemente pode-se calcular variações devido a mudanças na oferta:

∆   çã     ç∆%

3.3. OUTRAS ELASTICIDADES DE PROCURA

Elasticidade rendimento da procura

É utilizada para medir a reacção dos consumidores face a alterações no rendimento.

∆%   çã        ∆%   çã      

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Para bens normais há uma relação positiva entre rendimento e quantidade procurada, logo a

elasticidade rendimento é positiva.

Para bens inferiores há uma relação negativa entre rendimento e quantidade procurada, logo a

elasticidade rendimento é negativa.

Diz-se que a elasticidade rendimento da procura é elástica se a elasticidade rendimento é maior que

um e inelástica se menor que um.

Elasticidade preço cruzada

É utilizada para medir a reacção dos consumidores às mudanças de preços de bens afins.

É definida como a variação percentual na quantidade procurada de um produto em particular (X)

dividida pela variação percentual no preço de um bem afim (Y):

, ∆%   çã              ∆% çã     ç      

Para bens substitutos há uma relação positiva entre quantidade procurada do bem e variação de

preço do substituto, logo a elasticidade cruzada de bens substitutos é positiva.

Para bens complementares há uma relação negativa entre quantidade procurada do bem e preço

do bem complementar, logo a elasticidade cruzada é negativa.

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4. A ESCOLHA DO CONSUMIDOR E A

PROCURA DE MERCADO Neste capítulo vamos tentar analisar a forma como a economia procura explicar o processo de decisão referente às escolhas do consumidor. Será a base teórica para a derivação das curvas de procura de mercado.

Quando pensamos nas nossas escolhas diárias e decisões de compra, somos capazes de enumerar um conjunto extenso de factores que podem afectar a nossa decisão: preço, gosto pessoal, qualidade dos produtos, (in)existência de produtos substitutos ….. . Efectivamente são vários os factores que pesam na nossa decisão.

A análise explanada nas próximas páginas é muito abstracta e deverá ser entendida no contexto da sua modelização.

4.1. O CONJUNTO DE OPORTUNIDADES OU A RESTRIÇÃO ORÇAMENTAL

Estes apontamentos são baseados no de Frank no seu livro Microeconomia e Comportamento.

Para simplificar, comecemos por considerar um mundo somente com dois bens, alimentação e habitação. Um cabaz de bens é o termo usado para descrever uma combinação particular de alimentação, medida em quilos por semana, e habitação, medida em metros quadrados por semana. Assim, na Figura 2, um cabaz (cabaz A) pode consistir em 5 m2/semana de habitação e 7 kg/semana de alimentação. Para abreviar, podemos usar a notação (5; 7) que representa o cabaz A e a notação (3, 8) que caracteriza o cabaz B. De forma geral, (H0,, A0) representa o cabaz de H0

metros quadrados/semana de habitação e A0 kg/semana de alimentação. Convencionou-se que o primeiro número do par de qualquer cabaz se refere ao bem representado ao longo do eixo horizontal.

Figura 4.1. Representação de cabazes de bens

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Carlos Miguel Oliveira | Março de 2008 | R.0 …………………………………::……………………………. 31

Suponha que o rendimento de um consumidor é R = 13 000u.m./semana, e que gasta tudo numa combinação de alimentação e habitação. (Note que o rendimento também varia). Suponha, ainda, que o preço da habitação e da alimentação é respectivamente:

PH = 650 u.m./m2

e

PA= 1.300 u.m./kg.

Se o consumidor gastar todo o seu rendimento em habitação, pode comprar:

R/PH = (1300u.m./semana) ÷ (650 u.m./m2 ) = 20 m2 / semana.

0 mesmo é dizer que podem comprar o cabaz de 20 m2/semana de habitação e 0 kg/semana de alimentação, denotado (20, 0).

Suponha, em alternativa, que o consumidor gasta todo o seu rendimento em alimentação. Obteria, assim, o cabaz será traduzido por:

R/PA = (13000u.m./semana) ÷ (1.300 u.m./Kg), o que quer dizer 10Kg de Alimentação e 0 m2 /semana de habitação, denotando (0,10).

Figura 4.2 Representação da restrição orçamental do consumidor

Na Figura 4.2. estes extremos estão identificados por K e L, respectivamente. 0 Consumidor será também capaz de comprar qualquer outro cabaz que se encontre ao longo da linha recta que liga Os pontos K e L. Esta linha é designada por restrição orçamental, ou conjunto de oportunidades, e está representada pela sigla B no diagrama.

Recorde-se da regra de álgebra que aprendeu no liceu, segundo a qual o declive de uma linha recta é a sua "altura" sobre a sua "base" (a variação da sua posição vertical dividida pela variação, correspondente, da sua posição horizontal). Note que, aqui, o declive da restrição orçamental é a sua ordenada na origem (a altura) dividida pela sua abcissa na origem (a base correspondente): - (10 kg/semana)/(20m2 /semana) = - (1/2 ou 0,5) kg/m2 . O sinal negativo significa que a restrição orçamental é decrescente, ou seja, tem um declive negativo. Em termos gerais, se R representa o rendimento semanal do consumidor, e PH e PA representam os preços de habitação e alimentação, respectivamente, a ordenada e a abcissa na origem serão dadas por (R/PH) e (R/PA), respectivamen-te. Assim, a fórmula geral para o declive da restrição orçamental e dada por - (R/PÁ)/ /(R/PH), que é, simplesmente, a negativa do quociente dos preços dos dois bens.

Em adição à possibilidade de comprar qualquer outro cabaz que se encontre ao longo da sua restrição orçamental, o consumidor pode também adquirir qualquer cabaz que esteja incluído no triângulo orçamental formado por ele e pelos dois eixos (área colorida do triangulo). Na Figura 4.2., D é um desses cabazes. 0 cabaz D custa 8.450 u.m./semana:

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INTRODUÇÃO À ECONOMIA – PARTE I MICROECONOMIA

Carlos Miguel Oliveira | Março de 2008 | R.0 …………………………………::……………………………. 33

não altera a ordenada na origem da restrição orçamental do consumidor, a subida do preço de habitação apenas desloca a restrição orçamental para dentro em torno da ordenada na origem, como se mostra no diagrama.

Note que, na Figura 4.3. embora o preço dos alimentos não se tenha alterado, a nova restrição orçamental B2 reduz, não somente a quantidade de habitação que o consumidor pode comprar, mas também a quantidade de alimentação (este problema prende-se com uma diminuição real do poder de compra do consumidor; o seu rendimento real baixou).

Exercício prático: Verifique o efeito de uma redução do preço da habitação, de 650u.m./m2 para 520u.m./m2, sobre a restrição do orçamental 1 B1 na Figura 3.

Poderá constatar se representar a nova restrição orçamental que uma redução no preço da habitação deixa, mais uma vez, inalterada a ordenada na origem da restrição orçamental. Desta vez, a restrição orçamental efectua uma rotação para fora. Repare, também, como no caso 1, que embora o preço da alimentação não se altere, a nova restrição orçamental permite ao consumidor comprar um cabaz que englobe não só mais habitação, mas também mais alimentação.

Exercício prático: Demonstre o efeito de um aumento do preço da alimentação de 1300u.m./kg para 2600u.m./kg sobre a restrição orçamental B1.

O exercício anterior demonstra que, quando o preço da alimentação é alterado, a restrição orçamental efectua uma rotação em torno da sua abcissa na origem. Repare ainda, que, embora o rendimento e o preço da habitação se mantenham inalterados, a nova restrição orçamental reduz não só a quantidade de alimentos que o consumidor pode comprar como também a quantidade de habitação.

Quando alteramos o preço de apenas um dos bens, alteramos, necessariamente, o declive da restrição orçamental, o mesmo acontece se alterarmos ambos os preços em proporções diferentes. Mas, como poderá constatar no caso seguinte, alterar os dois preços exactamente na mesma proporção dá origem a uma nova restrição orçamental com mesmo declive da recta original.

Exercício prático: Demonstre o efeito de um aumento do preço da alimentação de 1300u.m./kg para 2600u.m./kg e de um aumento do preço da habitação de 650u.m./m2 para 1300u.m./rn sobre a restrição orçamental B1 na figura3.

Repare que aqui, o efeito da duplicação dos preços da alimentação e da habitação é deslocar a restrição orçamental para dentro e paralelamente à restrição original. A lição importante a tirar deste exercício é que o declive da restrição orçamental retracta apenas preços relativos, não podendo ser referência para os níveis de preços em termos absolutos. Quando os preços da alimentação e da habitação se alteram na mesma proporção, o custo de oportunidade da habitação em termos de alimentação mantém-se como anteriormente.

Alterações do rendimento.

O efeito de uma alteração do rendimento é muito semelhante ao efeito de uma alteração de todos os preços em proporções iguais. Suponha, por exemplo, que o rendimento do nosso hipotético consumidor é reduzido a metade, de 13 000u.m./semana para 6500S/semana. A abcissa na origem da restrição orçamental do consumidor vai diminuir de 20 m2/semana para 10 m2/semana, e a ordenada na origem de 10 kg/semana para 5 kg/semana, como se mostra na Figura 4. Assim, o novo orçamento, B2, é paralelo ao antigo, B1, ambos com um declive de ½. Em termos de efeito

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INTRODUÇÃO À ECONOMIA – PARTE I MICROECONOMIA

Carlos Miguel Oliveira | Março de 2008 | R.0 …………………………………::……………………………. 35

preferir A tem mais habitação, mas menos alimentação, do que B. Quem passar muito tempo em casa vai provavelmente escolher o A, enquanto uma pessoa com um metabolismo muito rápido es-colherá provavelmente o B.

De uma forma geral, podemos dizer que, para dois cabazes como estes, o consumidor pode fazer três escolhas: 1)A é preferido a B; 2) B é preferido a A; 3)A e B são igualmente preferidos. A ordenação da preferência permite ao consumidor ordenar os diferentes conjuntos, mas não lhe permite fazer afirmações quantitativas mais precisas sobre a sua preferência relativa. Assim, por exemplo, o consumidor poderá dizer que prefere A a B, mas não pode afirmar que A lhe dá o dobro da satisfação de B.

As ordenações de preferências diferem, frequentemente, entre os consumidores. Uns gostam de Verdi, outros gostam dos Rolling Stones. No entanto, apesar destas diferenças, a maior parte das ordenações de preferências partilham algumas características importantes. Mais especificamente, os economistas assumem geralmente quatro propriedades simples. Começaremos por considerar as primeiras três dessas propriedades, o que nos fará avançar no sentido de sermos capazes de construir uma representação analítica concisa das preferências que nos são necessárias para o problema da distribuição orçamental.

1. Exaustividade. Uma ordenação de preferências está completa se permitir ao consumidor ordenar todas as combinações possíveis de bens e serviços. Tomada à letra, a exaustividade é sempre falsa, pois existem muitos bens que não são possíveis de avaliar de uma forma precisa por os desconhecermos quase completamente. E, contudo, uma suposição simples e útil para a análise das escolhas dentro dos vários cabazes de bens que são familiares aos consumidores.

2. Transitividade. Se gosta mais de bife que de hambúrguer, e mais de hambúrguer que de cachorros quentes, então provavelmente você gosta mais de bife que de cachorros quentes. Uma ordem de preferência de um consumidor é transitiva, quando para cada três cabazes A, B, e C, se ele preferir A a B, e preferir B a C, então ele vai sempre preferir A a C. A relação entre as preferências é como a relação usada para comparar alturas de pessoas.

Nem todas as relações comparativas são transitivas. Uma relação não transitiva é demonstrada na relação de "derrotas do futebol". Nalgumas épocas o Porto derrota o Sporting, e o Sporting vence o Benfica, o que não quer, necessariamente, dizer que o Porto vá vencer o Benfica, “embora seja o mais provável!”.

A transitividade é uma simples propriedade de coerência e aplica-se à relação "igualmente preferido a", e a qualquer combinação desta com a relação "preferido a". Por muito razoável que a transitividade nos pareça, veremos em situações posteriores exemplos de comportamentos que nos parecerão incompatíveis com ela. Mas, apesar disso, trata-se de uma descrição precisa das preferências na maior parte dos casos, e a não ser que seja especificado de outra forma, iremos adoptá-la ao longo das aulas.

3. Quanto mais, melhor. A propriedade de quanto mais, melhor, quer dizer que, sendo tudo o resto constante, maior quantidade de um bem é preferível a menos quantidade desse mesmo bem. Naturalmente, podemos pensar em exemplos onde mais de "qualquer coisa" faz-nos sentir pior que melhor (como por exemplo alguém que comeu de mais). Mas, nestes casos, há normalmente algum tipo de dificuldades práticas, como um problema de autocontrolo ou uma incapacidade de armazenar um bem para utilização futura. Desde que as pessoas possam dispor livremente dos bens que não querem, ter mais de algo não lhes pode fazer mal.

Como exemplo da aplicação da suposição de quanto mais, melhor, considere dois conjuntos, A, que têm 12 m2/ semana de habitação e 10 kg/semana de comida, e B, que tem 12m2 /semana de

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Carlos

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36

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INTRODUÇÃO À ECONOMIA – PARTE I MICROECONOMIA

Carlos Miguel Oliveira | Março de 2008 | R.0 …………………………………::……………………………. 37

As curvas de indiferença também nos permitem comparar a satisfação que está implícita nos cabazes dispostos ao longo delas com os que estão acima ou abaixo. Permite-nos, por exemplo, comparar o cabaz C (20, 7) ao cabaz K (23, 4) que tem menos alimentação e mais habitação que o C. Sabemos que C é igualmente preferido a A (25, 6) porque ambos os cabazes estão dispostos ao longo da mesma curva de indiferença. D, por sua vez, é preferido a K por causa da suposição do quanto mais, melhor: tem a mais 2 m2 habitação/semana e 2kg alimentação/semana que K.

A Transitividade, diz-nos finalmente que, uma vez que C é igualmente preferido a D e D é preferido a K, C deve ser preferido a K..

Por um raciocínio análogo, podemos dizer que o cabaz L é preferido a A. Em geral os cabazes que se situam acima de uma curva de indiferença, são todos preferidos aos cabazes que se situam sobre ela. Da mesma maneira que todos os que se situam sobre uma curva de indiferença são preferidos àqueles que estão dispostos abaixo

A propriedade da exaustividade implica que exista uma curva de indiferença que passa através de todos os cabazes possíveis. Assim sendo, podemos representar as preferências dos consumidores com um mapa de curvas de indiferença.

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INTRODUÇÃO À ECONOMIA – PARTE I MICROECONOMIA

Carlos Miguel Oliveira | Março de 2008 | R.0 …………………………………::……………………………. 38

4.3. A UTILIDADE

A satisfação que deriva do consumo de um consumidor é chamada na economia por utilidade. Suponha que um consumidor consume 5 Kg de alimentação. A satisfação total que ele obtém é chamada de Utilidade Total. Suponha agora que ele consome um Kg extra de alimentação, a satisfação extra que ele irá obter é chamada Utilidade Marginal do sexto Kg de alimentação.

Como temos visto neste capítulo o consumidor compara diferentes bens ou serviços, como é o caso da habitação e alimentação, e escolha sempre a combinação que maior utilidade lhe poderá trazer.

Contudo o conceito de utilidade leva a muitas dúvidas e perguntas

Poderemos medir a utilidade?

Qual será a relação entre a utilidade de um bem e o seu Preço?

Existem duas teorias que se debruçam sobre o aspecto da mensuração da utilidade:

Teoria da utilidade ordinal: a utilidade não é medida como os preços e quantidades, contudo é-nos possível ordenar a utilidade dos diferentes bens, ou seja, eu posso dizer que a utilidade de um Kg de alimentação é maior, igual ou menor que de um m2 de habitação.

Teoria da utilidade cardinal: que afirma que a utilidade total e marginal são mensuráveis

Kg de Alimentação Utilidade Total Utilidade Marginal 0 0 1 20 20 2 35 15 3 45 10 4 50 5 5 53 3 6 55 2 7 56 1 8 56 0 9 55 -1

10 53 -2

Como podemos Identificar pelo quadro acima representado a Utilidade Total é máxima quando a Utilidade Marginal é nula. Podemos também verificar que a utilidade marginal é decrescente, ou seja, a utilidade marginal decresce à medida que vamos consumindo mais Kg de alimentação –

Está é a chamada Lei da Utilidade Marginal Decrescente.

Em termos matemáticos representaremos a função Utilidade como:

U=U(x1, x2)

Onde U é a utilidade, e x1 e x2 são quantidades consumidas dos dois produtos.

A representação gráfica da função utilidade para determinado nível de utilidade não é mais do que a curva de indiferença. Uma função utilidade representa um mapa de curvas de indiferenças – diferentes curvas para diferentes níveis de utilidade.

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Não se esqueça:

Quanto mais à direita (da origem) uma curva de indiferença estiver maior é o seu nível de utilidade.

Ao longo de uma curva de indiferença a utilidade é constante.

Duas curvas de indiferença não se podem interceptar.

A moderna teoria do comportamento do consumidor baseia-se na Utilidade Ordinal, usando a técnica das Curvas de indiferença. Como já referenciado, as curvas de indiferença mostram as combinações de produtos que nos dão a mesma utilidade total.

Como é efectuada a maximização da utilidade através do recurso à teoria do comportamento do consumidor?

A teoria do comportamento do consumidor conjuga a restrição orçamental e as curvas de indiferença para determinar a escolha óptima do consumidor. Desta forma consiguimos determinar as quantidades que maximizam a decisão de compra do consumidor utilizando as seguintes variáveis:

- Rendimento do consumidor;

- Preço da cada bem;

- Relação de escolha subjectiva patente nas preferências do consumidor.

Ponto de maximização da utilidade. Ponto onde a restrição orçamental intercepta a curva de indiferença como um nível de utilidade superior. Note que a restrição orçamental também intercepta uma curva de indiferença no ponto A e B, mas o nível de utilidade nesta curva é inferior ao da curva U1

Bem X

Bem Y

A

B

C

U1

U3

U4

U2

Utilidade crescente. Curvas de indiferença à direita traduzem um nível de utilidade superior. X’

Y’

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INTRODUÇÃO À ECONOMIA – PARTE I MICROECONOMIA

Carlos Miguel Oliveira | Março de 2008 | R.0 …………………………………::……………………………. 40

4.4. A PROCURA INDIVIDUAL E DO MERCADO

Já vimos até agora como as alterações nos preços e no orçamento podem alterar as nossas

decisões de compra. Toda a análise e derivação das curvas de procura individual partem da

maximização da utilidade do consumidor face a variações do preço de determinado produto. Nos

pontos anteriores foi referenciado que existiam 3 dimensões na escolha do consumidor (análise

entre dois bens, ou um bem e um cabaz):

- Rendimento disponível

- Preços dos produtos

- Relação de preferência entre os dois produtos.

Analisemos o gráfico ( Fig 4.6.) abaixo apresentado:

Suponha que o rendimento do consumidor é de 15 600$/semana e que o preço do bem composto

é, 130$. A ordenada na origem será então de 15 600.A abcissa na origem será de 15.600/PH sendo

PH o preço de habitação.

A Figura 1 mostra quatro restrições orçamentais que correspondem a quatro preços diferentes de

habitação, nomeadamente 3120$/m2, 1560$/m2, 780$/m2 e 520$ m2. Os melhores cabazes

possíveis têm respectivamente 2,5 – 7 – 15 - e 20 m2 /semana de habitação. Se repetíssemos

indefinidamente este procedimento com muitos preços, os pontos de tangencia resultantes

formariam a linha identificada por CPC na Figura 1. Esta linha é designada por curva preço-consumo

ou CPC.

Para o consumidor individual, cujo mapa de curvas de indiferença é mostrado na Figura 1, note que,

cada vez que o preço da habitação desce, a restrição orçamental roda para fora, permitindo ao

consumidor, não só conseguir comprar mais habitação, como também mais bens compostos. Cada

Variáveis expressas na restrição orçamental:

R = Px X + Py Y

Relacionamento traduzido pela curva de indiferença, que traduz um determinado nível de utilidade. U=f(x,y)

Restrição orçamental

Curva de indiferença

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INTRODUÇÃO À ECONOMIA – PARTE I MICROECONOMIA

Carlos Miguel Oliveira | Março de 2008 | R.0 …………………………………::……………………………. 41

vez que o preço da habitação desce, este consumidor escolhe um cabaz que contém mais habitação

que o cabaz escolhido anteriormente. Note, no entanto, que a quantidade de dinheiro gasto nos

bens compostos pode subir ou descer enquanto o preço da habitação desce. Assim, por exemplo, a

quantia gasta em outro bem desce quando o preço da habitação desce de 3120$/m2 para

1560$/m2, mas sobe quando o preço de habitação desce de 780$/m2 para 520$/m . Mais à frente

iremos ver por que é que este padrão de compra é relativamente comum.

Uma curva de procura individual é, como a curva de procura do mercado, uma relação que nos

indica as quantidades que o consumidor comprará a vários preços. Toda a informação que

necessitamos para construir a curva de procura individual está contida na curva preço-consumo. O

primeiro passo para passar da CPC para a curva de procura individual é o de anotar as combinações

relevantes de preço-quantidade da CPC da Figura 1.

Preço da Habitação ($m2) Quantidade de habitação procurada (m2) 3120 2.5 1560 7 780 15 520 20

O passo seguinte consiste em representar os pares preço-quantidade do Quadro 1. colocando o

preço de habitação sobre o eixo das ordenadas e a quantidade de habitação sobre o eixo das

abcissas. Com um número suficiente de pares de preço-quantidade, criamos a curva de procura

individual, mostrada na linha DD da Figura 2.

Repare que, ao mudar da CPC para a curva de procura individual, está mudar de um gráfico

cujos dois eixos medem quantidades para outro, em que um eixo mede o preço e o outro a

quantidade.

Neste capítulo outro conceito importante a reter é o de excedente do consumidor, que retracta o

benefício (quantificado) ao comprar determinado produto a determinado preço.

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INTRODUÇÃO À ECONOMIA – PARTE I MICROECONOMIA

Carlos Miguel Oliveira | Março de 2008 | R.0 …………………………………::……………………………. 42

Excedente do consumidor

Quando uma troca se faz voluntariamente, os economistas geralmente assumem que ela beneficia

os intervenientes. De outro modo, não estariam dispostos a faze-la. Esse tipo de medida é

designado por excedente do consumidor.

O excedente do consumidor é extremamente útil para medir os benefícios e/ou custos do

consumidor. É uma quantificação da extensão do benefício que os consumidores terão ao

participarem numa transacção.

Este benefício pode ser traduzido pelas variações do preço de um bem ou serviço, que por sua vez

são afectados por uma série de factores que já estudamos.

Usualmente utilizam-se duas formas para medir o excedente do consumidor:

• Baseada na curva da procura do consumidor para o produto;

Se o preço do mercado para a habitação for de 390$/m2 a quantidade procurada de habitação será

de 12 m2.

Na compra do 1º m2 o preço a pagar será de 1820$, logo o excedente do consumidor pela compra

do 1º metro quadrado será de 1820$ - 390$ = 1490$.

Na compra do 2º m2 o preço a pagar será de 1690$, logo o excedente do consumidor pela compra

do 2º m2 de habitação será 1690$ - 390$ = 1300.

Note-se que a altura da curva de procura correspondente a qualquer quantidade mede o máximo

que o consumidor está disposta a pagar por uma unidade adicional de habitação. Essa quantia

menos o preço de mercado é o excedente que obtém ao consumir a última unidade.

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INTRODUÇÃO À ECONOMIA – PARTE I MICROECONOMIA

Carlos Miguel Oliveira | Março de 2008 | R.0 …………………………………::……………………………. 43

O excedente total do consumidor ao consumir 12m2 de habitação ao preço de 390$ é a área

sombreada entre a curva da procura e o preço de mercado.

Como medida do benefício podemos afirmar que sempre que existe uma perda de excedente do

consumidor o preço de equilíbrio de mercado tornou-se mais elevado.

Agregação das Curvas de Procura Individuais

A procura de mercado é igual ao somatório das procuras individuais.

Variando o i de 1 a n consumidores.

Assim a cada preço a procura de mercado será igual ao somatório das procuras individuais dos

consumidores.

Preço

Qd de m2/habitação

pelo consumidor A

Qd de m2/habitação

pelo consumidor B

Qd de m2/habitação

pelo consumidor C

Procura de mercado de

habitação / m2

1560$ 14 10 22 46 1200$ 24 15 32 71 980$ 34 20 42 96 750$ 44 25 52 121

Podemos assim representar a curva de procura de mercado, já que temos a relação do mercado

entre as quantidades procuradas a diferentes preços.

A Procura de Mercado

Como vimos a procura de mercado resulta da procura individual dos seus consumidores, assim

∑=

=n

iimercado dD

1

Preço / m2

2100180015001200900600300

20 40 60 80 100 120 Quantidade Procurada

Curva de Procura de Mercado para a Habitação

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INTRODUÇÃO À ECONOMIA – PARTE I MICROECONOMIA

Carlos Miguel Oliveira | Março de 2008 | R.0 …………………………………::……………………………. 44

podemos definir a procura como a quantidade de determinado bem ou serviço que os consumidores

desejam adquirir num dado período de tempo. A procura como “fruto do desejo individual”

representa o máximo que os consumidores podem adquirir, dado o seu rendimento e os preços no

mercado.

Existem inúmeras variáveis que podem afectar directamente a procura (analisadas no capítulo

II). Tradicionalmente a função procura é traduzida pela seguinte forma:

Função geral da procura

Onde:

qi d= quantidade procurada da bem i num dado período de tempo t.

pi = preço do bem i/t

ps = preço dos bens substitutos ou concorrentes /t

pc = Preço dos bens complementares /t

R = Rendimento do consumidor/t

G = Gostos ou hábitos dos consumidores

Relações que se estabelecem com a procura

1- Relação entre a quantidade procurada e o preço do próprio bem

Traduz-se na função convencional da procura:

qid =f(pi) com ps, pc, R e G constantes

sendo que :

,traduzindo a lei geral da procura, que nos diz que a quantidade procurada de um bem ou serviço

varia na relação inversa do seu preço6.

Como já vimos a curva da procura é usualmente negativamente inclinada, podendo assumir várias

formas:

6 Não esquecer o efeito da substituição e rendimento. Existe uma excepção a esta regra – paradoxo de Giffen – em que por exemplo a diminuição do preço de um bem provoca também uma quebra na sua procura.

),,,,( GRpppfq csidi =

0<ΔΔ

i

di

pq

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INTRODUÇÃO À ECONOMIA – PARTE I MICROECONOMIA

Carlos Miguel Oliveira | Março de 2008 | R.0 …………………………………::……………………………. 45

2 – Relação entre a procura de um bem e o preço de outros bens

No caso de um bem substituto, em que o consumo de um bem substitui o consumo do outro

qid =f(ps) com pi, pc, R e G constantes

Ou seja, há uma relação directa entre, por exemplo, o consumo da Coca-cola e uma variação no

preço da água mineral.

Neste caso estamos normalmente perante deslocações da curva da procura. Se por exemplo o

preço da água mineral aumenta-se haveria uma deslocação da curva da procura da coca-cola para a

direita.

No caso de um bem complementar, em os bens ou serviços são consumidos conjuntamente.

qid =f(pc) com pi, ps, R e G constantes

Por exemplo, um aumento no preço dos automóveis deverá diminuir a procura de gasolina.

O relacionamento entre a variação da quantidade procurada de determinado bem e a o preço de um

produto substituto ou complementar pode ser medido através da elasticidade preço cruzada da

0>ΔΔ

s

di

pq

0<ΔΔ

c

di

pq

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INTRODUÇÃO À ECONOMIA – PARTE I MICROECONOMIA

Carlos Miguel Oliveira | Março de 2008 | R.0 …………………………………::……………………………. 46

procura (atenção às aulas e ao capitulo 3.)

3 – Relação entre a procura de um bem e o rendimento do consumidor

qid =f(R) com pi, ps, pc G constantes

se

∆∆

0,    é   

se

∆∆

0,    é   

Para bens de primeira necessidade (bens básicos como alguns bens de alimentação, água,

electricidade) a alteração do rendimento não irá afectar a sua procura.

O relacionamento entre o rendimento e a quantidade procurada de determinado artigo é estudado

através da elasticidade rendimento da procura (atenção às aulas..).

4 – Relação entre a procura de um bem ou serviço e hábitos do consumidor

qid =f(G) com pi, ps, pc R constantes

Bem de primeira necessidade

Bem Normal Bem Inferior

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INTRODUÇÃO À ECONOMIA – PARTE I MICROECONOMIA

Carlos Miguel Oliveira | Março de 2008 | R.0 …………………………………::……………………………. 47

Os hábitos ou gostos dos consumidores podem ser manipulados pela publicidade e campanhas

promocionais. Podemos ter campanhas para aumentar ou diminuir o consumo de bens, como nos

exemplos a seguir:

OBSERVAÇÕES COMPLEMENTARES

Quando falamos de variações na procura referimo-nos ao deslocamento da curva da procura, devido

a alterações em ps, pc, R ou G.

Variações na quantidade procura são movimentos ao longo da própria curva, devido a variações no

preço do próprio bem ou serviço (pi).

Os sinais dos coeficientes da função procura indicam a relação entre a quantidade procurada e a

variável em questão (directa ou inversamente proporcional). Por essa razão se o coeficiente de pi é

negativo, o coeficiente de ps é positivo, o coeficiente de pc é negativo e o rendimento positivo.

5. TEORIA DA EMPRESA: PRODUÇÃO

E CUSTOS DE PRODUÇÃO

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INTRODUÇÃO À ECONOMIA – PARTE I MICROECONOMIA

Carlos Miguel Oliveira | Março de 2008 | R.0 …………………………………::……………………………. 48

Vamos iniciar a temática do estudo da empresa. A partir deste ponto vamos nos debruçar sobre o

estudo da forma como as empresas tomam as suas decisões, nomeadamente ao nível da decisão

quanto ao que produzir (quantidade) e ao preço de troca no mercado.

5.1. TEORIA DA PRODUÇÃO

Tópicos para discussão e estudo

• Tecnologia da Produção

• Isoquantas

• Produção com um factor Variável (Trabalho)

• Produção com Dois factores Variáveis

• Rendimentos de Escala

5.1.1 Introdução

Esta temática é voltada para a oferta de mercado. A teoria da produção procura resolver as

seguintes questões:

• O modo como uma firma toma decisões de produção (de forma a minimizarem o seu custo);

• A forma de variação dos custos de produção são indexadas ao nível de produção;

• As características da oferta de mercado;

• Problemas das actividades produtivas em geral.

A análise da função produção de uma organização é muito similar à análise do comportamento do

consumidor e da forma como estes escolhem entre determinados bens de forma a maximizar a sua

utilidade. A problemática aqui é centrada na combinação dos inputs produtivos (factores de

produção) tendo em atenção o custo dos referidos inputs.

Tecnologia da Produção

• O Processo Produtivo

Como processo produtivo vamos considerar a combinação e transformação de factores de produção

ou inputs produtivos em bens e serviços

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INTRODUÇÃO À ECONOMIA – PARTE I MICROECONOMIA

Carlos Miguel Oliveira | Março de 2008 | R.0 …………………………………::……………………………. 49

• Tipos de factores (factores de produção)

– Trabalho

– Terra

– Matérias-primas

– Capital

– Organizacional

• Função de Produção:

– Indica o maior nível de produção que uma firma pode atingir para cada combinação

possível de factores, dado o estado da tecnologia (eficiência técnica ou tecnológica);

– Mostra o que é tecnicamente viável quando a firma opera de forma eficiente (eficiência

económica).

No caso de dois factores a função de produção é caracterizada por:

– Q = F(K,L)

– Q = Produto (em unidades), K = Capital, L = Trabalho

Como já visto, essa função depende do estado da tecnologia

Isoquantas A representação gráfica da função produção de uma empresa é traduzida sob a forma de uma isoquanta. A isoquanta traduz a combinação de recursos de forma a produzir determinado nível de produção.

• Premissas para a nossa análise:

– Um produtor utiliza dois factores para a produção de determinado bem, por exemplo:

alimentação: Trabalho (L) & Capital (K)

– Observações:

1) Para qualquer nível de K, o produto aumenta quando L aumenta.

2) Para qualquer nível de L, o produto aumenta quando K aumenta.

3) Várias combinações de factores podem produzir a mesma quantidade de produto.

– Podemos desta forma afirma que são curvas que representam todas as possíveis

combinações de factores que geram a mesma quantidade de produto

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Carlos

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50

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INTRODUÇÃO À ECONOMIA – PARTE I MICROECONOMIA

Carlos Miguel Oliveira | Março de 2008 | R.0 …………………………………::……………………………. 51

• Flexibilidade no uso de factores

– As isoquantas mostram de que forma diferentes combinações de factores podem ser

usadas para produzir a mesma quantidade de produto.

– Essa informação permite ao produtor reagir eficientemente às mudanças nos mercados

de factores.

• Curto Prazo versus Longo Prazo

– Curto prazo:

– Período de tempo no qual as quantidades de um ou mais factores não podem ser

modificadas.

– Tais factores são denominados factores fixos.

– Longo prazo

– Período de tempo necessário para tornar variáveis todos os factores.

Note-se que no momento em que se fixa a quantidade a produzir e se procede à escolha da

combinação optima de recursos estamos a fixar um dos inputs produtivos. Na nossa análise

consideramos que fixamos o valor do Capital (provavelmente estamos a criar um custo fixo para a

organização).

5.1.2. Análise da Produção com um factor Variável

Podemos verificar que o Capital foi fixado em 10 unidades.

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Carlos

• O

O con

obtido

unida

s Miguel Olive

Observações

1) À medid

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depois dim

3) O produt

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INTRODU

eira | Março

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UÇÃO À ECON

de 2008 | R

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TE I MICROEC

……………………

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CONOMIA

…::…………………

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52

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Carlos

s Miguel Olive

INTRODU

eira | Março

UÇÃO À ECON

de 2008 | R

NOMIA – PART

.0 ………………

TE I MICROEC

……………………

CONOMIA

…::……………………………….

53

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Carlos

A Lei

s Miguel Olive

Observaçõ

– Q

– Q

– Q

– Q

dos Rendime

À medida

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Quando a

consequê

Quando a

de ineficiê

Pode ser

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Supõe-se

Explica a

negativo

Supõe-se

INTRODU

eira | Março

ões:

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Quando PMg >

Quando PMg <

Quando PMg =

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a que o uso

des adicionais

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a quantidade

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UÇÃO À ECON

de 2008 | R

= 0, PT encon

> PM, PM é c

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= PM, PM enc

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de determin

s de produto

e utilizada d

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NOMIA – PART

.0 ………………

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TE I MICROEC

……………………

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CONOMIA

…::…………………

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54

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Carlos

Para

Crise

s Miguel Olive

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de Alimentos

Malthus p

decrescen

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Ín

INTRODU

eira | Março

feito da inova

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ndice do

UÇÃO À ECON

de 2008 | R

ação na prod

tramento da

ução agrícola

Malthus reve

o ConsuPe

1948-1196019701980199019951998

Ano

NOMIA – PART

.0 ………………

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umo Alier Capit

952 1111111

Ín

TE I MICROEC

……………………

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00152328373540

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CONOMIA

…::…………………

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…………….

de Malthus so

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contínuo.

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55

obre a

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Carlos

5.1.3

Taxa

s Miguel Olive

Os dados

O que se

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3. Análise

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de produt

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longo praz

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decrescen

INTRODU

eira | Março

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prazo, K& L s

antas descrev

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UÇÃO À ECON

de 2008 | R

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.0 ………………

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TE I MICROEC

……………………

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CONOMIA

…::…………………

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…………….

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56

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Carlos

s Miguel Olive

Substituiç

• O

s

• D

• A

fa

• A

T

Observaçõ

1) A TMST

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2) Uma T

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INTRODU

eira | Março

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ões:

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UÇÃO À ECON

de 2008 | R

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.0 ………………

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TE I MICROEC

……………………

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57

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INTRODUÇÃO À ECONOMIA – PARTE I MICROECONOMIA

Carlos Miguel Oliveira | Março de 2008 | R.0 …………………………………::……………………………. 58

• A variação na produção resultante de uma variação na quantidade de trabalho é dada por:

Substitutos Perfeitos

• Observações válidas no caso de factores perfeitamente substituíveis:

1) A TMST é constante ao longo de toda a isoquanta.

2) O mesmo nível de produção pode ser obtido através de qualquer combinação de factores

(A, B, ou C)

L))((PMgL Δ

Isoquantas quando os factores são perfeitamente substituíveis

Trabalhopor mês

Capitalpor mês

Q1 Q2 Q3

A

B

CQ1 Q2 Q3

A

B

C

Trabalhopor mês

Capitalpor mês

L1

K1Q1

Q2

Q3

A

B

C

L1

K1Q1

Q2

Q3

A

B

C

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INTRODUÇÃO À ECONOMIA – PARTE I MICROECONOMIA

Carlos Miguel Oliveira | Março de 2008 | R.0 …………………………………::……………………………. 59

Função de Produção de Proporções Fixas

• Observações válidas no caso de factores que devem ser combinados em proporções fixas:

1) Não é possível a substituição entre os factores. Cada nível de produção requer uma

quantidade específica de cada factor (p.ex. trabalho e martelos pneumáticos).

2) O aumento da produção requer necessariamente mais capital e trabalho (isto é,

devemos nos mover de A para B e, então, para C).

Uma Função de Produção para o Trigo

• Os agricultores devem escolher entre técnicas de produção intensivas em capital ou

intensivas em trabalho.

• Observações:

1) Operando no ponto A:

• L = 500 horas e K = 100 horas de máquina.

2) Operando no ponto B

• L aumenta para 760 e K diminui para 90; TMST < 1:

Isoquanta que Descreve a Produção de Trigo

Trabalho(horas por ano)

Capital(horas

por ano)

250 500 760 1000

40

80

120

10090

Produção = 13.800 tonpor ano

AB10- K =Δ

260 L =Δ

O ponto A é mais intensivo emcapital, e o B é mais intensivo

em trabalho.

10090

Produção = 13.800 tonpor ano

AB10- K =Δ

260 L =Δ

O ponto A é mais intensivo emcapital, e o B é mais intensivo

em trabalho.

04,0)260/10( =−=ΔΔ= L

K- TMST

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INTRODUÇÃO À ECONOMIA – PARTE I MICROECONOMIA

Carlos Miguel Oliveira | Março de 2008 | R.0 …………………………………::……………………………. 60

3) TMST < 1, portanto, o custo do trabalho deve ser menor do que o custo do capital para

que o agricultor substitua capital por trabalho.

4) Se o trabalho for um recurso caro, o agricultor usará mais capital (ex. USA).

5) Se o trabalho não for caro, o agricultor usará mais trabalho (ex. Índia).

Rendimentos de Escala

• Medição da relação entre a escala (tamanho) de uma empresa e sua produção.

1) Rendimentos Crescentes de Escala: A produção cresce mais do que o dobro quando há

duplicação dos factores:

• Produção maior associada a custo mais baixo (automóveis)

• Uma empresa é mais eficiente do que muitas empresas (utilidade)

• As isoquantas situam-se cada vez mais próximas

2) Rendimentos Constantes de Escala: A produção dobra quando há duplicação dos

factores

• O tamanho não afeta a produtividade

Rendimentos de Escala

Trabalho (horas)

Capital(horas demáquina)

10

20

30

10

20

30

Rendimentos crescentes:As isoquantas situam-se cada vez mais próximas

5 10

2

4

0

A

Rendimentos crescentes:As isoquantas situam-se cada vez mais próximas

5 10

2

4

0

A

5 10

2

4

0

A

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INTRODUÇÃO À ECONOMIA – PARTE I MICROECONOMIA

Carlos Miguel Oliveira | Março de 2008 | R.0 …………………………………::……………………………. 61

• Afecta um grande número de produtores

• As isoquantas são espaçadas igualmente

3) Rendimentos Decrescentes de Escala: A produção aumenta menos que o dobro quando

há duplicação dos factores

• Eficiência decrescente à medida que aumenta o tamanho da empresa

• Redução da capacidade administrativa

• As isoquantas situam-se cada vez mais afastadas

Rendimentos de Escala

Trabalho (horas)

Capital(horas demáquina)

Rendimentos constantes: as isoquantas são

espaçadas igualmente

10

20

30

10

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155 10

2

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A6

Rendimentos de Escala

Trabalho (horas)

Capital(horas demáquina)

Rendimentos decrescentes:as isoquantas situam-secada vez mais afastadas

1020

30

1020

30

5 10

2

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A

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0

A

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INTRODUÇÃO À ECONOMIA – PARTE I MICROECONOMIA

Carlos Miguel Oliveira | Março de 2008 | R.0 …………………………………::……………………………. 62

Exemplo de um estudo de Rendimentos de Escala efectuado na Indústria Textil de um país em vias

de desenvolvimento

• A indústria de Textil observou crescimento significativo, com a deslocalização das empresas

que operavam nos países mais desenvolvidos (a partir de 1996), bem como o surgimento

de algumas empresas muito grandes.

• Pergunta

• Esse crescimento pode ser explicado pela presença de economias de escala?

• Há economias de escala?

– Custos (percentagem de custo para grandes empresas)

• Capital - 77%

• Trabalho - 23%

– Custos (percentagem de custo para pequenas empresas)

• Capital - 65%

• Trabalho - 35%

• Os Grandes Fabricantes

– Aumentaram o maquinário e o trabalho

– A duplicação dos factores mais do que dobrou a produção

– Verificam-se economias de escala para os grandes produtores

• Os Pequenos Fabricantes

– Pequenos aumentos na escala têm pouco ou nenhum impacto na produção

– Aumentos proporcionais nos factores aumentam a produção proporcionalmente

– Verificam-se rendimentos constantes de escala para os pequenos produtores

Podemos então concluir que os rendimentos de escala estão associados a:

- Sector de actividades onde as empresas estão inseridas;

- Dimensão da empresa;

- Composição de capital e trabalho utilizado na sua função produção.

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INTRODUÇÃO À ECONOMIA – PARTE I MICROECONOMIA

Carlos Miguel Oliveira | Março de 2008 | R.0 …………………………………::……………………………. 63

IMPORTANTE A RETER SOBRE ESTA TEMÁTICA:

• Uma função de produção descreve a produção máxima que uma empresa pode obter para

cada combinação específica de factores.

• Uma isoquanta é uma curva que mostra todas as combinações de factores que resultam

em um determinado nível de produção.

• O produto médio do trabalho mede a produtividade do trabalhador médio, enquanto o

produto marginal do trabalho mede a produtividade do último trabalhador incluído no

processo produtivo.

• A lei dos rendimentos decrescentes explica que o produto marginal de um factor diminui

quando a quantidade desse factor é aumentada.

• As isoquantas inclinam-se sempre para baixo porque o produto marginal de todos os

factores é positivo.

• O padrão de vida que um país pode oferecer a seus cidadãos está intimamente relacionado

a seu nível de produtividade.

• Na análise de longo prazo, tendemos a enfocar a escolha da empresa em termos de escala

ou dimensão de operação.

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INTRODUÇÃO À ECONOMIA – PARTE I MICROECONOMIA

Carlos Miguel Oliveira | Março de 2008 | R.0 …………………………………::……………………………. 64

5.2. TEORIA DOS CUSTOS DE PRODUÇÃO

INTRODUÇÃO

A teoria da produção, vista anteriormente, prende-se exclusivamente com questões tecnológicas,

físicas, entre inputs e produtos. Vejamos agora o lado dos custos de produção, que determinarão a

oferta da empresa.

Observaremos como a visão do economista difere da do contabilista, em particular no que se refere

aos custos implícitos e custos sociais, incorporados pelos economistas em suas curvas de custos.

5.2.1. CUSTOS DE OPORTUNIDADE VRS CUSTOS CONTABILISTICOS

Custos contabilísticos: envolvem dispêndio monetário. É o custo explícito, considerado na

contabilidade financeira.

Custos de oportunidade: são custos implícitos, que não envolvem desembolso monetário. Os custos

de oportunidade privados são os valores dos inputs que pertencem à empresa e são usados no

processo produtivo. Esses valores são estimados a partir do que poderia ser ganho, no melhor uso

alternativo (por isso também são chamados de custos alternativos).

Exemplos:

a) O capital em caixa na empresa: o custo de oportunidade é o que a empresa poderia estar a

ganhar, aplicando, por exemplo, no overnight;

b) O custo de oportunidade de se investir na ampliação da empresa é o que se ganharia se o

dinheiro fosse empregado no mercado financeiro;

c) Quando a empresa tem prédio próprio, ela deve imputar um custo de oportunidade,

correspondente ao que ela pagaria se tivesse que alugar instalações.

Para o economista, as curvas de custos das empresas deveriam considerar, além dos custos

contabilísticos, os custos de oportunidade, pois assim reflectiria a verdadeira escassez relativa do

recurso utilizado.

As empresas públicas, mais que as privadas, costumam utilizar a visão do economista para o

cálculo das tarifas e preços públicos.

AVALIAÇÃO PRIVADA E AVALIAÇÃO SOCIAL EXTERNALIDADES

Avaliação privada: avaliação financeira, específica da empresa.

Avaliação social: custos (e benefícios) para a sociedade como um todo, derivado da produção das

empresas.

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INTRODUÇÃO À ECONOMIA – PARTE I MICROECONOMIA

Carlos Miguel Oliveira | Março de 2008 | R.0 …………………………………::……………………………. 65

Por exemplo, quando aumenta a produção automobilística, além dos custos dessa indústria,

devemos considerar também o aumento dos custos sociais, derivados do aumento da poluição

sonora e ambiental (emissão de gases, ruído, etc.), além do desgaste das ruas e estradas. Quando

aumenta a produção da indústria extractiva de madeira, há perdas ecológicas derivadas do

desbravamento.

Essa óptica é muito utilizada em avaliação de projectos de investimento, principalmente no sector

público. Tomemos como exemplo um projecto de construção de uma hidroeléctrica da EDP. Pela

óptica privada (da EDP), o custo a ser considerado é o seu desembolso financeiro no projecto. Isso

inclui os gastos com impostos, pessoal, capital, terra, etc.. Sob a óptica social, impostos e encargos

sociais com trabalhadores não são custo social, e sim transferências. Nesse caso, o custo privado é

maior que o custo social. Comparando-se o custo social com o benefício ou retorno social do

projecto, decide-se se o mesmo deve ou não ser implementado.

A diferença entre a óptica privada e a social também pode ser chamada de externalidades (ou

economias externas), que podem ser definidas como as alterações de custos e benefícios para a

sociedade. Derivadas da produção das empresas, ou então como as alterações de custos e receitas

da empresa, devidas a factores externos à empresa. Nessa linha, por exemplo, os comerciantes de

lustres têm externalidades positivas por se localizarem próximos um do outro; uma indústria

química poluidora dos rios impõe externalidades negativas à indústria pesqueira etc.

5.2.2. CUSTOS A CURTO PRAZO

Como vimos anteriormente, a curto prazo, alguns factores são fixos, qualquer que seja o nível de

produção. Normalmente, consideramos como factor fixo a planta da empresa, ou equipamentos de

capital.

Conceitos de custo total, custo variável total e custo fixo total

Custo Variável Total (CVT): parcela do custo que varia, quando a produção varia (por exemplo,

salários e matérias-primas). E a parcela dos custos da empresa que depende da quantidade

produzida.

CVT = f (q)

Ou seja, são os gastos com factores variáveis de produção.

Custo Fixo Total (CFT): parcela do custo que se mantém fixa, quando a produção varia (por exemplo,

rendas das instalações). Ou seja, são os gastos com factores fixos de produção.

Custo Total (CT) = CVT + CFT

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Carlos

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Custo

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INTRODU

eira | Março

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UÇÃO À ECON

de 2008 | R

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= Custos Tota

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CONOMIA

…::…………………

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66

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Page 68: Manual de Introdução à Economia · PDF fileA economia é uma ciência social abrangente, dedicada à compreensão da forma como a sociedade faz a afectação dos seus recursos escassos

Carlos

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o marginal (C

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INTRODU

eira | Março

as curvas de

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UÇÃO À ECON

de 2008 | R

e CTMe e CVM

Inicialmente

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tal, e a ad

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TE I MICROEC

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CONOMIA

…::…………………

dos rendime

declinantes,

nto, é vantaj

as chega-se

hadores não

mentar).

Δq = dCT/dq

u seja, os cus

al e variável

arginal corta

…………….

ntos decresc

pois tem-se

joso absorve

a certo pont

o trará aum

. É o custo

stos margina

as curvas de

67

centes,

pouca

r mais

to que

mentos

de se

is não

e custo

Page 69: Manual de Introdução à Economia · PDF fileA economia é uma ciência social abrangente, dedicada à compreensão da forma como a sociedade faz a afectação dos seus recursos escassos

Carlos

Intuit

custo

signif

médio

(total

5.2.3

Como

existe

Deve

sequê

difere

um in

qualq

equip

Um ag

CURV

Supo

curva

s Miguel Olive

ivamente, se

o médio cresc

fica que o cu

o, o médio só

ou variável),

3. CUSTOS

o foi visto, o

em custos fixo

ser observa

ência de cur

entes escalas

nvestimento,

quer uma das

pamentos (ca

gente económ

VA DE CUSTO

nhamos três

as de custo m

INTRODU

eira | Março

e o custo ma

cera: assim,

usto médio e

ó pode cair. C

o marginal e

S A LONGO

longo prazo

os: todos os c

ado que o lo

rtos prazos:

s de produção

a empresa e

s alternativas

pital fixo) e o

mico opera a

MÉDIO DE LO

tamanhos o

médio de curto

UÇÃO À ECON

de 2008 | R

rginal (ou sej

quando o cu

estará cresce

Consequentem

estará cortand

PRAZO

é um períod

custos são va

ongo prazo é

os empresár

o (tamanhos)

está numa s

s. Depois do

pera em cond

curto prazo e

ONGO PRAZO

ou escalas d

o prazo (CMeC

NOMIA – PART

.0 ………………

ja, o custo a

usto margina

ndo. Analoga

mente, quand

do o médio no

o de tempo

ariáveis.

é um horizo

rios têm um

), que eles po

situação de lo

investimento

dições de cur

e planeia a lo

O (CmeL)

e produção:

C):

TE I MICROEC

……………………

adicional) sup

al supera o c

amente, se o

do o custo m

o ponto de m

no qual todo

onte de plan

elenco de s

odem escolh

ongo prazo:

o realizado, o

rto prazo

ongo prazo.

pequena, m

CONOMIA

…::…………………

pera o médio

custo médio

o custo marg

arginal for igu

mínimo do cus

os os inputs

eamento. Na

situações de

er. Por exem

o empresário

os recursos s

média e grand

…………….

o, é evidente

(total ou var

ginal for infer

ual ao custo

sto médio.

são variáveis

a verdade, é

e curto prazo

plo, antes de

o pode selec

são convertid

de, e as seg

68

que o

riável),

rior ao

médio

s. Não

é uma

o, com

e fazer

ccionar

os em

guintes

Page 70: Manual de Introdução à Economia · PDF fileA economia é uma ciência social abrangente, dedicada à compreensão da forma como a sociedade faz a afectação dos seus recursos escassos

Carlos

d

p

in

fu

C

A curv

(CM e

longo

Supo

assim

s Miguel Olive

Se a emp

dada pelos cu

Se planei

pode, se quise

Se planeja

ntersecção d

uturos da pro

CMeC2; em q4

va "cheia" é

e) para prod

o prazo.

ndo um núm

m ilustrada:

INTRODU

eira | Março

resa planeia

ustos CmeC1;

a produzir q3

er, produzir co

produzir q2 o

das plantas.

ocura, o emp

4, CmeC3).

a curva de c

uzir cada nív

ero ilimitado

UÇÃO À ECON

de 2008 | R

produzir ao n

3, a melhor i

om CmeC1, m

ou q4, existem

Mas, em um

resário deve

custo médio d

vel de produç

de possibilid

NOMIA – PART

.0 ………………

nível de produ

instalação é

mas os custos

m duas alter

m planeamen

escolher a p

de longo praz

ção. Também

dades, uma c

TE I MICROEC

……………………

ução q1, não

dada por CM

s seriam maio

rnativas. Esse

nto de longo

lanta de insta

zo (CMeL), e

m é chamada

urva de custo

CONOMIA

…::…………………

há dúvidas: e

MeC2, pois ga

ores;

es pontos fic

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alação maior

mostra o me

a de curva d

o médio a lon

…………….

escolhe a est

astaria meno

cam justamen

endo-se aum

r (em q2, esco

enor custo u

e planeamen

ngo prazo po

69

trutura

os. Ele

nte na

mentos

olheria

nitário

nto de

de ser

Page 71: Manual de Introdução à Economia · PDF fileA economia é uma ciência social abrangente, dedicada à compreensão da forma como a sociedade faz a afectação dos seus recursos escassos

INTRODUÇÃO À ECONOMIA – PARTE I MICROECONOMIA

Carlos Miguel Oliveira | Março de 2008 | R.0 …………………………………::……………………………. 70

O PONTO A) traduzirá a Escala óptima

FORMATO DA CURVA DE CUSTO MÉDIO DE LONGO PRAZO

Como vimos, as curvas de CMe de curto prazo têm a forma de U devido à lei dos rendimentos

decrescentes, resultante da existência de inputs fixos a curto prazo. A longo prazo, não existem

inputs fixos e a forma da curva de CMe de longo prazo (CMeL) é determinada pelas economias ou

deseconomias de escala. No início, à medida que a produção se expande, a partir de níveis muito

baixos, os rendimentos crescentes (economias) de escala causam o declínio da curva CMeL.

Mas, à medida que a produção se torna maior, as deseconomias de escala passam a prevalecer,

provocando o crescimento da curva.

COMO ESCOLHER A COMBINAÇÃO ÓPTIMA DOS FACTORES DE PRODUÇÃO

No curto prazo normalmente apenas um dos factores é variável, logo a variação do custo total

estará intimamente ligada a variação deste factor. Contudo no longo prazo todos os factores de

produção, por definição, variam livremente, temos a oportunidade de escolher qualquer combinação

de inputs que a minha função produção permita.

A escolha dos inputs depende dos preços relativos dos factores produtivos (normalmente e na

nossa análise - capital e trabalho).

Analogamente à teoria do comportamento do consumidor (conceito de restrição orçamental), temos

também aqui uma restrição a nível de custos. A esta restrição vamos dar o nome de ISOCUSTO,

assumindo as mesmas propriedades da restrição orçamental. Contudo agora não temos um

rendimento fixo para gastar entre os dois inputs. A recta de isocusto vai variar de acordo com o nível

de output, sendo a escolha óptima dos inputs produtivos ligada à minimização dos custos de

produção.

Vamos retratar este matéria com um exercício.

Page 72: Manual de Introdução à Economia · PDF fileA economia é uma ciência social abrangente, dedicada à compreensão da forma como a sociedade faz a afectação dos seus recursos escassos

INTRODUÇÃO À ECONOMIA – PARTE I MICROECONOMIA

Carlos Miguel Oliveira | Março de 2008 | R.0 …………………………………::……………………………. 71

Page 73: Manual de Introdução à Economia · PDF fileA economia é uma ciência social abrangente, dedicada à compreensão da forma como a sociedade faz a afectação dos seus recursos escassos

INTRODUÇÃO À ECONOMIA – PARTE I MICROECONOMIA

Carlos Miguel Oliveira | Março de 2008 | R.0 …………………………………::……………………………. 72

6. ESTRUTURAS DE MERCADO 6.1. INTRODUÇÃO

As empresas inserem-se em mercados que podem assumir diversas formas de funcionamento. O

objectivo deste capítulo é o de estudar o comportamento das empresas e a forma como as mesmas

fixam os seus preços.

Tipo de estrutura de mercado

N.º de empresas que integram a oferta total

Grau de substituibilidade ou diferenciação ente produtos

CONCORRÊNCIA

PERFEITA Muitas empresas. A oferta de cada uma delas é uma parcela ínfima da oferta global. Não existe confronto directo ou rivalidade entre os produtores Cada uma delas não se preocupa com os efeitos do comportamento individual das demais. As decisões de cada empresa não alteram nem o volume das vendas globais nem o preço praticado no mercado

Produtos perfeitamente homogéneos. Os bens oferecidos por todas as empresas são sucedâneos perfeitos. È indiferente para o consumidor dar preferência a qualquer dos vendedores. Os bens tem características tipificadas ou standartizadas.

Concorrência monopolista

Muitas empresas Produtos sucedâneos próximos

Oligopólio Poucas empresas A oferta de cada empresa é significativa em relação à oferta global do mercado. As decisões de cada empresa condicionam a situação dos demais, existe rivalidade e confronto no mercado

Produtos homogéneos ou diferenciados. No caso de produtos heterogéneos/diferenciado os bens oferecidos apresentam entre si alguma diferença identificável pelos compradores. Apresentam a capacidade de se substituírem na satisfação das necessidades similares

Monopólio Única empresa. A oferta da empresa é a oferta do mercado.

Produto sem sucedâneo próximo ou remoto

O OBJECTIVO DA EMPRESA

À luz da teoria neoclássica ou marginalista o objectivo da empresa é sempre maximizar o

lucro total.

A maximização do lucro total corresponde à produção em que:

Receita Marginal (RMg) = Custo Marginal (CMg)

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INTRODUÇÃO À ECONOMIA – PARTE I MICROECONOMIA

Carlos Miguel Oliveira | Março de 2008 | R.0 …………………………………::……………………………. 73

O que significa que se a empresa aumenta a produção, e a receita adicional (RMg) for maior

que o custo adicional (CMg), o lucro estará aumentando, no caso contrário o lucro estará

diminuindo. O equilíbrio dar-se-á quando a RMg igualar o CMg.

A teoria neoclássica ainda preserva a vantagem de ser a teoria mais geral, com razoável

poder preditivo e formalmente consistente, sendo bastante adequado para estruturas de mercado

concorrenciais. Nota-se, contudo, um grande avanço nas teorias alternativas, que são bem mais

recentes, não estando ainda perfeitamente consolidadas.

6.2. O MERCADO DA CONCORRÊNCIA PERFEITA

Hipóteses do modelo:

- Atomicidade (mercado atomizado). Infinitos compradores e vendedores (átomos). Nenhum

agente isolado tem capacidade para afectar o preço de mercado. Assim o preço de mercado é um

dado fixo para empresas e consumidores (são price-takers, isto é, tomadores de preços no

mercado).

- Homogeneidade (produto homogéneo). Todas as firmas oferecem um produto homogéneo

(semelhante, não há diferenças como qualidade, embalagem, etc.)

- Mobilidade de bens. Não existem custos de transporte.

- Mobilidade das empresas. O mercado não tem quaisquer tipos de barreiras de entrada ou

saída, tanto para compradores, como para vendedores.

- Racionalidade. Todos os agentes económicos agem racionalmente, isto é, as empresas

maximizam os seus lucros, os consumidores a sua utilidade.

- A informação é completa. Todos os agentes conhecem tudo do mercado: preços, qualidade,

custos, receitas e lucros dos concorrentes.

- Não existem externalidades.

- O mercado dos factores de produção também é em concorrência perfeita. Equivale a dizer

que os preços dos factores de produção são fixos, dados. Ou seja, todas as firmas se deparam com

idênticas curvas de custos.

Todas as hipóteses anteriores, também são válidas para o mercado de factores de produção.

Como podemos observar, são hipóteses "ideais", reflectindo um mercado sem barreiras, sem

interferências; enfim, pouco realistas. Mas essas hipóteses representam uma base, um referencial,

para a construção de modelos mais próximos da realidade. Como observa a economista inglesa

Joan Robinson, é mais útil construir inicialmente modelos simples e depois preencher os detalhes,

do que construir directamente modelos com todos os detalhes da realidade.

Page 75: Manual de Introdução à Economia · PDF fileA economia é uma ciência social abrangente, dedicada à compreensão da forma como a sociedade faz a afectação dos seus recursos escassos

Carlos

Dada

sua s

não a

Como

seja,

ho

po

Assim

de cu

Dessa

empr

(corre

variaç

a pró

s Miguel Olive

FUNCIONAM

Curvas de p

a hipótese d

saída, por exe

afectando o p

o P0 é preço d

é horizontal.

se quiser

omogéneos, o

não venderá

or que vender

m, ao preço p0

ustos.

a forma, a c

esas) é nega

esponde a di

ção de preço

Curvas de r

Receita tota

RT = preço

RT= p.q

Receita Mé

Rme = RT/q

Rme = p.q /

Portanto, a

pria procura

INTRODU

eira | Março

MENTO DO M

procura de me

da atomicidad

emplo, traria

reço Po).

de venda pa

A empresa só

vender a um

os consumido

á a um preço

r mais barato

0, a empresa

curva de proc

ativamente in

zer que a cu

de mercado,

receita da em

al (RT) : total

o unitário de v

dia (RMe): re

q

/ q = p R

RMe é semp

da empresa

P

UÇÃO À ECON

de 2008 | R

ERCADO DE C

ercado e da f

de, uma emp

uma alteraçã

ra a empresa

ó pode vende

m preço ma

ores comprarã

o mais baixo.

o?

vende quant

cura de mer

nclinada, mas

urva de procu

a procura pa

mpresa

de receita da

venda x quan

eceita por unid

Me = p

pre igual ao p

individual, a

Procura

NOMIA – PART

.0 ………………

CONCORRÊN

firma individu

resa isolada

ão apenas inf

a, então a cu

er a esse preç

ais alto, não

ão mais bara

Seria irracion

o puder, depe

rcado de me

s a curva de

ura para a e

ara a firma é

a empresa.

ntidade vendi

dade de prod

reço unitário

RMe é a pró

TE I MICROEC

……………………

CIA PERFEITA

ual

não consegu

finitesimal na

urva de procu

ço, pois:

o venderá n

ato das outras

nal, pois, se a

endendo do s

rcado (com

procura para

mpresa é inf

indeterminad

da

duto vendida

de venda. Po

pria curva de

CONOMIA

…::…………………

A

e alterar o pr

a curva de of

ura é dada p

nada (como

s empresas);

ao preço p0 v

seu tamanho

a qual se de

a a firma indi

finitamente e

da).

or outro lado,

e procura da

…………….

reço de merc

erta de merc

para a empre

os produto

vende quanto

e da sua est

efrontam tod

ividual é hori

elástica: se o

como o preç

empresa indi

74

ado (a

cado Si

sa; ou

s são

o quer,

trutura

das as

izontal

ocorrer

ço P0 é

ividual

Page 76: Manual de Introdução à Economia · PDF fileA economia é uma ciência social abrangente, dedicada à compreensão da forma como a sociedade faz a afectação dos seus recursos escassos

Carlos

(afina

Em c

Então

Curva

As cu

Equilí

conco

Supõe

então

empr

Mostr

RMg =

s Miguel Olive

al, a RMe mos

Em concorr

Receita Ma

Portanto:

oncorrência

o, a RMg é igu

as de custos

rvas de custo

íbrio da firm

orrência perfe

e-se que o em

o, qual a qua

esa.

raremos que

= CMg, sendo

RRMgΔΔ

=

INTRODU

eira | Março

stra o que o c

rência perfeita

rginal (RMg):

perfeita, a re

ual ao preço,

os são as mes

ma em conco

eita)

mpresário ra

antidade ópt

a regra para

o CMg cresce

dqqdp

qRT

==Δ

.

UÇÃO À ECON

de 2008 | R

consumidor c

a, a RMe é fix

é a variação

eceita margin

e é fixa (pois

smas já vista

orrência per

cional tenha

tima para a

a firma maxi

ente

p=

NOMIA – PART

.0 ………………

compra, a dad

xa, pois P0 é c

da receita to

nal é o preço

s o que se gan

as anteriorme

rfeita (a curt

sempre por

firma, ou sej

mizar lucros

TE I MICROEC

……………………

dos preços, o

constante.

otal, quando v

o recebido p

nha de receita

ente, na teoria

to prazo) (o

objectivo últi

ja, a quantid

é dada por;

CONOMIA

…::…………………

u seja, a próp

varia a quant

pela unidade

a adicional é

a dos custos

u maximizaç

imo maximiza

dade que ma

…………….

pria procura).

idade vendid

adicional ve

dado).

de produção.

ção de lucro

ar lucros. Vej

aximiza o luc

75

.

a:

ndida.

.

os em

jamos,

cro da

Page 77: Manual de Introdução à Economia · PDF fileA economia é uma ciência social abrangente, dedicada à compreensão da forma como a sociedade faz a afectação dos seus recursos escassos

Carlos

Corre

Sabem

lucro.

• re

aume

• re

Porta

RMg =

Entre

Falta

grafic

s Miguel Olive

esponde ao po

mos que o e

. Então, se:

eceita adicio

entada, pois o

eceita adicion

nto, no equilí

= CMg temos

tanto, existem

provar que a

camente.

INTRODU

eira | Março

onto X do grá

empresário ra

onal > custo

o lucro aumen

nal < custo ad

íbrio:

s a quantidad

m dois pontos

maximização

UÇÃO À ECON

de 2008 | R

fico a seguir,

acional semp

o adicional,

ntará;

dicional, a qu

de óptima

s onde RMg =

o de lucros d

NOMIA – PART

.0 ………………

ou seja, ao n

pre aumenta

o lucro mar

uantidade q n

= CMg (X e Y,

á-se no ponto

TE I MICROEC

……………………

nível de produ

rá a produçã

rginal aumen

não será aum

no gráfico):

o X, com CMg

CONOMIA

…::…………………

ução q0

ão, quando is

nta e a qua

entada, pois

g crescente. V

…………….

sso significa

antidade dev

o lucro cairá

Vamos mostra

76

maior

ve ser

.

ar isso

Page 78: Manual de Introdução à Economia · PDF fileA economia é uma ciência social abrangente, dedicada à compreensão da forma como a sociedade faz a afectação dos seus recursos escassos

Carlos

Em q1

Em q2

Em q3

Em q4

Em q5

Em q6

Porta

esse

s Miguel Olive

1 RMg = 60

CMg = 80

2 RMg = 60

CMg = 60

3 RMg = 60 RMg = 30

4 RMg = 60 CMg = 40

5 RMg = 60 CMg = 60

6 RMg = 60

CMg = 10

nto, a produç

No ponto q2

é um ponto d

INTRODU

eira | Março

0

0

0

0

0

0

0

00

.

ção óptima pa

2, também RM

de prejuízo m

UÇÃO À ECON

de 2008 | R

Nestes trê

vantajoso

constante

lucros ma

Por isso, o

é o máxim

RMg> CMgpouco ma

q5 Máximoo CMg é cA partir de

.

ara a firma oc

Mg = CMg, m

áximo.

NOMIA – PART

.0 ………………

ês pontos, com

para ele aum

, mas os cust

rginais são cr

o ponto q2, em

mo lucro.

g. O CMg é cris a produção

o lucro. Não drescente (e R

e q5

corre no pont

mas o CMg é d

TE I MICROEC

……………………

m o custo ma

mentar a prod

tos são decre

rescentes).

mbora a RMg

rescente, maso até CMg=RM

deve aumentaRMg fixa), o qu

to q5, onde RM

decrescente.

CONOMIA

…::…………………

arginal decres

dução, pois a

escentes (ent

= CMg, ainda

s ainda dá paMq

ar mais a proue significa lu

Mg = CMg, co

Mostraremos

…………….

scente é

RMg é

tão os

a não

ara aumentar

odução, pois ucros menore

om CMg cresc

s mais adiant

77

r um

es,

cente.

te que

Page 79: Manual de Introdução à Economia · PDF fileA economia é uma ciência social abrangente, dedicada à compreensão da forma como a sociedade faz a afectação dos seus recursos escassos

Carlos

Essas

s Miguel Olive

Áreas de luc

O gráfico a

s áreas també

Curva de of

INTRODU

eira | Março

cro total (LT),

cima mostra

ém podem se

ferta da firma

UÇÃO À ECON

de 2008 | R

, receita total

as áreas de

er visualizada

a em concorrê

NOMIA – PART

.0 ………………

(RT) e custo

e LT, RT e CT

as em termos

ência perfeita

TE I MICROEC

……………………

total (CT)

T em termos

s de curvas to

a

CONOMIA

…::…………………

de curvas m

otais, como a

…………….

médias e marg

seguir se mo

78

ginais.

ostra.

Page 80: Manual de Introdução à Economia · PDF fileA economia é uma ciência social abrangente, dedicada à compreensão da forma como a sociedade faz a afectação dos seus recursos escassos

Carlos

curva

médio

onde

mostr

quand

oferta

s Miguel Olive

Provaremos

a de custo ma

o mínimo”. Ou

CVMe é míni

Mostraremo

raremos por q

Por que é

do o preço d

a: variação de

- quando o

- quando o

- quando o

INTRODU

eira | Março

s que "a curv

arginal, a part

u seja, a curv

mo.

os primeiro p

que ela é def

a curva de C

de mercado a

e q, quando p

preço é p0, a

preço é p1, a

preço é p2 a

UÇÃO À ECON

de 2008 | R

va de oferta d

tir do ponto e

va de oferta

por que a curv

finida apenas

CMg? A resp

aumenta, ou

p aumenta).

a firma oferec

a firma oferec

firma oferece

NOMIA – PART

.0 ………………

da firma em c

em que o cus

da firma é o

va de oferta

s após o CVMe

posta é que

seja, reflect

ce q0 (que ma

ce q1 (que ma

e q2 (que max

TE I MICROEC

……………………

concorrência

sto marginal

CMg, a parti

é o próprio ra

e mínimo.

essa curva r

te o aumento

aximiza seu lu

aximiza seu lu

ximiza seu luc

CONOMIA

…::…………………

perfeita é o

é maior do q

r do ponto A,

amo crescent

reflecte a res

o de q, quan

ucro, a p0);

ucro, a p1);

cro, a p2).

…………….

ramo crescen

ue o custo va

, no gráfico a

te do CMg. D

sposta das f

ndo p varia (

79

nte da

ariável

abaixo,

Depois,

firmas,

isso é

Page 81: Manual de Introdução à Economia · PDF fileA economia é uma ciência social abrangente, dedicada à compreensão da forma como a sociedade faz a afectação dos seus recursos escassos

Carlos

firma

em re

algum

situaç

s Miguel Olive

Como a firm

em concorrê

elação a varia

Por que ap

ma coisa ocor

p = CVMe m

Em termos

p.q=CVMe .

RT = CVT

Abaixo des

ções distintas

a) p

É a situação

b) p < CTMe

INTRODU

eira | Março

ma maximiza

ência perfeita

ações de preç

penas após o

rre quando:

mínimo

totais (multip

.q

sse ponto, a

s, com três pr

>CTMe (RT>

o normal, com

e, mas p > CV

UÇÃO À ECON

de 2008 | R

lucros apena

é o ramo cre

ços, dão-se ne

o CVMe mínim

plicando amb

firma deve

reços de mer

>CT)

m lucros extra

VMe (RT< CT,

NOMIA – PART

.0 ………………

as no ramo cr

escente da cu

esse trecho d

mo? Porque

os os membr

fechar as p

rcado diferent

aordinários.

mas RT> CVT

TE I MICROEC

……………………

rescente do C

urva de CMg,

da curva.

o preço mín

ros por q), oco

portas. Para

tes.

T)

CONOMIA

…::…………………

CMg, então a

dado que as

nimo para qu

orre quando:

provar isso,

…………….

curva de ofe

reacções da

ue a firma pr

suponhamo

80

erta da

firma,

roduza

os três

Page 82: Manual de Introdução à Economia · PDF fileA economia é uma ciência social abrangente, dedicada à compreensão da forma como a sociedade faz a afectação dos seus recursos escassos

Carlos

Nesta

que p

Assim

maté

esper

já inv

s Miguel Olive

a situação, a

pagar todos

m, se fecha, p

rias-primas) e

rar por dias m

c) p = CVMe

Neste caso

estiu na activ

INTRODU

eira | Março

firma aprese

os custos fix

paga todo CF

e uma parte

melhores, com

e mínimo (RT

, o prejuízo é

vidade, tem c

UÇÃO À ECON

de 2008 | R

enta um preju

xos (renda i

FT. Se contin

dos custos f

m preços mais

= CT)

é o mesmo, fe

clientes etc., d

NOMIA – PART

.0 ………………

uízo, mas ela

nstalações, p

uar, ela pode

ixos. Como é

s vantajosos.

echando a em

deve continua

TE I MICROEC

……………………

não deve fec

parcelas de

e pagar todo

é uma situaçã

mpresa ou co

ar, esperando

CONOMIA

…::…………………

char as porta

compra do e

os os custos

ão de curto p

ontinuando a

o melhorar o

…………….

as, pois assim

equipamento

variáveis (sa

prazo, a firma

operar. Mas

mercado.

81

m teria

o etc.).

alários,

a deve

como

Page 83: Manual de Introdução à Economia · PDF fileA economia é uma ciência social abrangente, dedicada à compreensão da forma como a sociedade faz a afectação dos seus recursos escassos

Carlos

meno

conco

variáv

remu

empr

custo

extrao

oport

as cu

vimos

empr

merca

prazo

Grafic

s Miguel Olive

d) p < CVMe

Nessa situa

Assim, uma

os os custos

orrência perfe

Equilíbrio de

Como sabe

veis (salários

CT= CVT ou

Posto isto, c

Nas curvas

neração pode

egue seus re

o de oportuni

ordinário: o e

unidade.

Como os ec

urvas de cust

s nos tópicos

Em concorr

esas para es

ado apresent

o a tendência

camente:

INTRODU

eira | Março

e mínimo (RT

ação, a firma

a firma em co

s variáveis (

eita é o ramo

e longo prazo

emos, a long

, rendas, etc.

CTMe = CVM

cabe uma dif

de custos v

e ser medida

ecursos em ou

dade da act

empresário r

conomistas c

tos vistas até

anteriores é

rência perfeit

sse mercado

ta lucros extr

a é de que

UÇÃO À ECON

de 2008 | R

T < CVT)

não consegu

oncorrência p

(principalmen

crescente da

o de uma firm

go prazo, nã

). Portanto:

Me.

ferenciação e

istas até ago

a pelo custo d

utra actividad

ividade empr

recebe mais

consideram ta

é agora já têm

o lucro extrao

a, supõe-se q

(pelas hipóte

raordinários -

os lucros ex

NOMIA – PART

.0 ………………

e nem pagar

erfeita só ope

nte salários).

a curva de CM

ma em concor

ão existem c

entre lucros "e

ora está engl

de oportunid

de. Isso é cha

resarial. O qu

do que deve

ambém os cu

m englobado

ordinário (LT=

que os lucros

eses de trans

e livre entra

xtras tendem

TE I MICROEC

……………………

os custos va

era quando o

. Então, a c

Mg, após o CV

rrência perfeit

ustos fixos,

extraordinário

obada a rem

ade, ou seja,

amado de luc

ue exceder e

eria receber,

ustos de opo

o lucro norm

= RT-CT).

s extraordinár

sparência de

da e saída de

m a zero, exi

CONOMIA

…::…………………

ariáveis. Deve

o preço de me

curva de ofe

VMe mínimo.

ta

ou seja, tod

os" e lucros "n

muneração do

, o que ele re

cro normal, o

esse custo é

, de acordo

rtunidades (c

mal. Nesse se

rios a curto p

e mercado - t

e firmas). De

stindo apena

…………….

e fechar as po

ercado super

erta da firm

dos os custo

normais".

o empresário

eceberia se t

que reflecte

chamado de

com seu cus

custos "implíc

entido, o lucr

prazo atraem

odos sabem

essa forma, a

as lucros no

82

ortas.

ra pelo

ma em

os são

. Essa

ivesse

o real

e lucro

sto de

citos"),

ro que

novas

que o

longo

rmais.

Page 84: Manual de Introdução à Economia · PDF fileA economia é uma ciência social abrangente, dedicada à compreensão da forma como a sociedade faz a afectação dos seus recursos escassos

Carlos

curva

s Miguel Olive

(mais firma

Quando pre

LT = RT - CT

no ponto (P

a de custo mé

Resumindo

INTRODU

eira | Março

s entrando, a

eço chega a P

T

P2, q2), RT =

édio de longo

: a longo praz

UÇÃO À ECON

de 2008 | R

a curva de ofe

P2 cessam os

CT (RMe = C

prazo (escala

zo, em conco

NOMIA – PART

.0 ………………

erta de merca

lucros extrao

CTMe) e LT =

a ou tamanho

rrência perfe

TE I MICROEC

……………………

ado aumenta

ordinários, po

= 0. Esse po

o óptimo da e

eita, só existe

CONOMIA

…::…………………

, deslocando

ois:

nto correspo

empresa).

m lucros "nor

…………….

-se para a dir

onde ao mínim

rmais”.

83

reita).

mo da

Page 85: Manual de Introdução à Economia · PDF fileA economia é uma ciência social abrangente, dedicada à compreensão da forma como a sociedade faz a afectação dos seus recursos escassos

Carlos

6

Hipót

a

b

Essas

te

g

u

FUNC

Curva

Como

procu

Porta

s Miguel Olive

6.3. MON

teses do mo

a) Uma única

b) Existência

s barreiras po

Protecção

Controlo s

Tradição,

empo para ve

Monopólio

grandes dime

um preço equ

Monopólio

CIONAMENT

a de procura

o se trata de

ura para a em

nto:

INTRODU

eira | Março

NOPÓLIO

odelo

a empresa pr

a de barreiras

odem ocorrer

o de patentes

sobre o fornec

exemplo: me

encer a tradiç

o natural, no

nsões, opera

ivalente à em

o estatal, prot

TO DO MODE

a do monop

uma única

mpresa.

UÇÃO À ECON

de 2008 | R

roduz um pro

s à entrada de

de várias for

s (direito único

cimento de m

ercado de re

ção dos relóg

ormalmente d

a com baixos

mpresa mono

tegido por leg

ELO DE MON

olista

empresa, ter

NOMIA – PART

.0 ………………

duto sem sub

e firmas conc

rmas:

o de produzir

matérias-prim

lógios. Os jap

ios suíços.

devido à efici

custos. Seria

polista

gislação.

NOPÓLIO

remos que co

TE I MICROEC

……………………

bstitutos próx

correntes.

r)

as chave;

poneses tiver

iência da em

a difícil algué

onsiderar qu

CONOMIA

…::…………………

ximos.

rem que inve

mpresa. A em

ém oferecer o

e a procura

…………….

estir durante

presa já exis

o mesmo prod

para a indús

84

muito

ste em

duto a

stria =

Page 86: Manual de Introdução à Economia · PDF fileA economia é uma ciência social abrangente, dedicada à compreensão da forma como a sociedade faz a afectação dos seus recursos escassos

Carlos

Assim

preço

aume

contro

ele re

discri

se fixa

se b

unida

Curva

A rece

cada

Rme

Rme

Em co

Em m

mais

Rmg

NOTA

estive

No

diagra

ou se

quant

receit

Supo

Rme

RT =

RMg =

s Miguel Olive

m, se o mon

o diminuirá,

entará. Ness

olo do preço

esolve produz

minar preços

ar um preço d

aixar o pre

ades.

as da Receit

eita média d

unidade do p

RTQ

oncorrência p

monopólio, a R

baixo que as

∆RT∆Q

A: Prova-se q

ermos perant

modelo de

ama a segui

eja, a receita

tidade (abcis

ta média (Rm

ndo uma curv

= p = a - bq

p.q = (a – bq

= dRT/dq = a

INTRODU

eira | Março

nopolista res

se produ

se sentido,

de mercado,

zir (traduzindo

s). No gráfico

de 1,45 u.m.

eço para 1,2

ta Média e M

o monopolist

produto. É a p

perfeita, vimo

RMg é diferen

quantidades

ue a RMg co

te uma curva

monopólio,

r, prova-se q

a marginal c

ssa) na meta

me).

va de procura

).q = aq – bq

a – 2bq

UÇÃO À ECON

de 2008 | R

solver oferec

uzir menos,

o monopolis

que depende

o a sua capac

podemos co

irá vender 10

275 u.m. v

Marginal

ta é o preço

própria procu

os que RMg =

nte da Rme. I

s anteriores.

orta o eixo d

de procura li

, conforme

que 0A = 0B/

corta o eixo

ade do corte

a linear, temo

2

NOMIA – PART

.0 ………………

cer mais, o

o preço

sta tem o

e de quanto

cidade para

onstatar que

0 unidades,

venderá 11

do produto n

ra de mercad

Rme = p.

sso porque a

das abcissas

near

o

/2,

da

da

os:

TE I MICROEC

……………………

no mercado: é

do.

a quantidade

na metade

CONOMIA

…::…………………

é o que o co

adicional é v

do corte da

…………….

nsumidor pa

vendida a um

Rme, sempr

85

ga em

preço

re que

Page 87: Manual de Introdução à Economia · PDF fileA economia é uma ciência social abrangente, dedicada à compreensão da forma como a sociedade faz a afectação dos seus recursos escassos

Carlos

Saben

0 = a

a = bq

q1 = a

Interc

0 = a

a = 2

q2 = a

Assim

A rela

Tínha

relaçã

Procu

Procu

Customono

Podem

estrut

mono

essên

mode

s Miguel Olive

ndo que, no d

Intercepçã

– bq1

q1

a/b

cepção da RM

– 2bq2

bq2

a/2b

m: q1 = q2/2

ação entre a

amos visto an

ão ente a rec

ura elástica:

ura inelástica

os de produopolista

mos consi

tura de

opolista nã

ncia daquela

elo de concor

INTRODU

eira | Março

diagrama ant

ão da Rme no

Mg no eixo da

ou 0A = 0B/2

as curvas Rm

nteriormente

eita total (RT

:

ção do

derar que

custos

ão difere

a observada

rência perfeit

UÇÃO À ECON

de 2008 | R

terior, no eixo

o eixo das ab

s abcissas

2

me, RMg, e

, quando dis

) e a elasticid

se p↑ q↓

se p↓ q↑

se p↑ q↓

se p↓ q↑

a

do

em

a no

ta.

NOMIA – PART

.0 ………………

o das abcissas

bcissas

RT em mon

scutimos a e

dade-preço da

↓ RT↓

↑ RT↑

↓ RT↑

↑ RT↓

TE I MICROEC

……………………

s, o preço é ig

nopólio

elasticidade-p

a procura (Ep

CONOMIA

…::…………………

gual a zero, t

preço da pro

pp):

…………….

emos que:

cura, que há

86

á uma

Page 88: Manual de Introdução à Economia · PDF fileA economia é uma ciência social abrangente, dedicada à compreensão da forma como a sociedade faz a afectação dos seus recursos escassos

Carlos

O Equ

em co

Como

que m

Cme

totais

Como

inelás

é sem

elásti

s Miguel Olive

uilíbrio no cur

oncorrência p

o chegar ao e

maximiza o lu

e qual a rece

s, o diagrama

o podemos o

stica da procu

mpre positivo

ca da procura

INTRODU

eira | Março

rto prazo de

perfeita.

equilíbrio? Pr

ucro (q0). De

eita quando s

fica:

observar, nun

ura. Isso porq

, a RMg que

a.

UÇÃO À ECON

de 2008 | R

uma empresa

imeiro determ

pois, vemos

se vende q0, n

nca a posição

que o ponto d

iguala o CMg

NOMIA – PART

.0 ………………

a monopolist

minamos o p

qual o custo

na curva Rme

o de máximo

de máximo lu

g também é p

TE I MICROEC

……………………

ta também oc

onto onde a

o de produção

e (procura de

o lucro do m

cro ocorre qu

positiva. E a

CONOMIA

…::…………………

corre onde a

RMg = CMg,

o para produ

e mercado)em

onopolista p

uando a RMg

RMg é positiv

…………….

RMg = CMg,

, que é a pro

uzir q0 na cur

m termos de c

ode estar na

= CMg. Com

va apenas na

87

como

odução

rva de

curvas

a faixa

o CMg

a faixa

Page 89: Manual de Introdução à Economia · PDF fileA economia é uma ciência social abrangente, dedicada à compreensão da forma como a sociedade faz a afectação dos seus recursos escassos

Carlos

Curva

No gr

biunív

podem

temos

procu

Então

relaçã

a curv

O CM

situaç

defini

O equ

Como

s Miguel Olive

a de oferta d

ráfico anterio

voca entre q

mos ter difer

s apenas um

ura fosse mai

o, a empresa

ão estável en

va da procura

Mg intercepta

ções, mas d

ida entre preç

uilíbrio de lon

o existem ba

INTRODU

eira | Março

de uma emp

or (em termo

quantidade p

rentes preços

m ponto em c

or o preço se

a monopolist

ntre os preços

a.

a a RMg no

ois preços (

ços e quantid

go prazo de u

arreiras à ent

UÇÃO À ECON

de 2008 | R

presa monop

s de curvas

roduzida e p

s, dependend

ima da curva

eria maior par

ta não tem c

s de venda e

mesmo pont

p0 e p1). En

dade oferecid

uma empresa

trada de nov

NOMIA – PART

.0 ………………

polista

médias e ma

preço de ven

do da curva

a da procura

ra o mesmo q

curva de ofe

a quantidade

to A. Assim,

tão, não é p

das pelo mono

a monopolista

vas empresa

TE I MICROEC

……………………

arginais) nota

nda do produ

da procura.

corresponde

q0.

erta. Não tem

e produzida. A

temos uma

possível esta

opolista

a.

s, o monopó

CONOMIA

…::…………………

amos que nã

uto. Para um

Ou seja, par

nte ao preço

m uma curva

A oferta é um

quantidade

abelecermos

ólio não será

…………….

ão há uma re

ma dada prod

ra determina

de venda p0

a que mostre

m ponto único

q0 igual nas

uma relação

á quebrado,

88

elação

dução,

do q0,

0. Se a

e uma

sobre

s duas

o bem

o que

Page 90: Manual de Introdução à Economia · PDF fileA economia é uma ciência social abrangente, dedicada à compreensão da forma como a sociedade faz a afectação dos seus recursos escassos

INTRODUÇÃO À ECONOMIA – PARTE I MICROECONOMIA

Carlos Miguel Oliveira | Março de 2008 | R.0 …………………………………::……………………………. 89

permitirá a persistência de lucros extraordinários também a alongo prazo.

Page 91: Manual de Introdução à Economia · PDF fileA economia é uma ciência social abrangente, dedicada à compreensão da forma como a sociedade faz a afectação dos seus recursos escassos

INTRODUÇÃO À ECONOMIA – PARTE I MICROECONOMIA

Carlos Miguel Oliveira | Março de 2008 | R.0 …………………………………::……………………………. 90

6.4. OLIGOPÓLIO

Oligopólio é a organização de mercado em que há poucos vendedores de uma mercadoria. Assim,

as acções de cada vendedor afectarão os outros vendedores. Como resultado, a menos que

façamos alguns pressupostos específicos sobre as reacções das outras empresas as acções da

empresa em estudo, não podemos construir a curva de procura desse oligopolista, com uma

solução indeterminada. Para cada pressuposto de comportamento específico que fazemos, temos

uma solução diferente. Assim, não temos uma teoria geral do oligopólio. Tudo o que temos são

muitos modelos diferentes, a maior parte dos quais algo insatisfatórios.

Definição de Oligopólio : Oligopólio é a forma de organização de mercado em que há poucos vendedores de uma mercadoria. Se houver apenas dois vendedores, teremos um duopólio. Se o produto for homogéneo, como, por exemplo, aço, cimento e cobre, teremos um oligopólio puro. Se o produto for diferenciado, como, por exemplo, carros e cigarros, teremos um oligopólio diferenciado. Para simplificar, no texto e no que se segue, tratamos principalmente de um duopólio puro. O oligopólio é a forma predominante de organização de mercado no sector industrial das economias modernas e surge por razões gerais idênticas às do monopólio, isto é, economias de escala, controle sobre as fontes de matérias-primas, patentes e licença governamental.

A interdependência entre as empresas da indústria é a característica mais importante que separa o

oligopólio das outras estruturas de mercado. Esta interdependência é o resultado natural do

pequeno número, isto é, como há poucas empresas em uma indústria oligopolística, quando uma

delas baixa seu preço, faz uma campanha de publicidade bem-sucedida ou introduz um modelo

melhor, a curva de procura que os outros oligopolistas enfrentam vai se deslocar para baixo.

Consequentemente, os outros oligopolistas reagem.

• Há muitos padrões de reacção dos outros oligopolistas em relação as acções do

primeiro e só podemos definir a curva de procura de nosso oligopolista enfrenta se e quando

presumirmos um padrão específico de reacção. Desse modo, temos uma solução

indeterminada. Mas mesmo se presumirmos um padrão de reacção determinada, de maneira

que possamos ter uma solução determinada, esta é apenas urna das muitas soluções

possíveis.

• Devido à situação esboçada no ponto anterior, actualmente não existe uma teoria

geral do oligopólio. Tudo o que temos são casos ou modelos específicos, alguns dos quais são

aqui discutidos. Estes poucos modelos, porém, conseguem três coisas:

• eles mostram claramente a natureza da interdependência oligopolística;

• indicam as falhas que uma teoria satisfatória do oligopólio precisa preencher;

• dão alguma indicação da grande dificuldade deste ramo da microeconomia, do

tempo que talvez tenhamos de esperar para obter uma teoria geral do oligopólio. Em

resumo. a teoria do oligopólio é um dos segmentos menos satisfatórios da microeconomia.

Page 92: Manual de Introdução à Economia · PDF fileA economia é uma ciência social abrangente, dedicada à compreensão da forma como a sociedade faz a afectação dos seus recursos escassos

Carlos

6.4.1

No m

miner

venda

negat

0 pre

maxim

const

parte

água

EXEM

empr

totais

Em se

600

merca

maxim

3$. A

encon

merca

agora

Este

para

s Miguel Olive

1. O MODE

modelo de Co

ral em condiç

as de cada e

tiva, em que e

essuposto bá

mizar seus lu

tante. Diante

das duas em

que seria ven

MPLOS. Na Fig

esa A for a ún

s no ponto A,

eguida, vamo

unidades. En

ado total D m

miza sua RT e

A empresa A

ntra sua nov

ado total, D. A

a reage novam

processo de

o ponto E. Fi

INTRODU

eira | Março

ELO DE CO

ournot come

ções de cust

empresa oco

e = 1 e RT é m

sico de com

ucros totais,

desse press

mpresas, até

ndido, se o m

g. acima repr

nica vendedo

em que ela v

os supor que

ntão, a curva

menos 600 u

e lucros totai

agora reage

va curva de

A empresa A

mente e vend

movimentaçõ

inalmente, a

UÇÃO À ECON

de 2008 | R

URNOT E B

eçamos por

to de produçã

orre no ponto

máxima.

portamento f

ou RT, pres

uposto, have

que cada um

mercado fosse

resentada, D

ora do mercad

vende 600 un

a empresa E

a de demand

unidades e é

s no ponto B

e, presumin

demanda, d'

agora maxim

de em B' sobr

ões e contra-

empresa A o

NOMIA – PART

.0 ………………

BERTRAND

presumir que

ão zero. Port

o médio da s

feito por Cou

sume que a

erá diversas m

ma delas ven

e perfeitamen

é a curva de

do, então D =

nidades ao pr

E entre no me

da da empre

representad

B (sobre dB) e

ndo que a em

'A, subtraindo

miza seus lucr

re sua nova c

-movimentaç

ou a empresa

TE I MICROEC

……………………

D

e existem du

tanto o nível

sua curva de

urnot é que c

outra empr

movimentaçõ

nda exactam

nte competitiv

e procura do

= dA e a empr

reço de 6$. Es

ercado e que

esa 11 é dad

a por dB na F

m que ela ve

mpresa B con

o 300 unida

ros totais no p

curva de dem

ões por parte

a B estará dia

CONOMIA

…::…………………

uas empresa

de maximiza

e procura line

cada empres

resa conserve

es e contra-m

ente 1/3 do

vo.

mercado de á

resa A maxim

sta é a soluçã

a empresa A

da pela curv

Fig.. Desse m

ende 300 uni

ntinue a vend

des da curv

ponto A´ sob

anda, d'B.

e das duas e

ante da curv

…………….

as vendendo

ação de lucro

ear com incli

sa, na tentat

e a sua pro

movimentaçõ

montante to

água minera

miza sua RT e

ão de monop

A continue a v

va de deman

modo, a empr

idades ao pre

der 300 unid

a de deman

re dA'. A emp

empresas con

a de procura

91

o água

os das

nação

iva de

dução

es por

otal de

l. Se a

lucros

ólio.

vender

nda do

resa B

eço de

dades,

da do

resa B

nverge

a dE e,

Page 93: Manual de Introdução à Economia · PDF fileA economia é uma ciência social abrangente, dedicada à compreensão da forma como a sociedade faz a afectação dos seus recursos escassos

INTRODUÇÃO À ECONOMIA – PARTE I MICROECONOMIA

Carlos Miguel Oliveira | Março de 2008 | R.0 …………………………………::……………………………. 92

assim, maximiza seus lucros totais vendendo 400 unidades ao preço de 4$ ( ponto E´). A outra

empresa, então, também estará diante de dE, sua curva de procura (obtida, subtraindo 400

unidades da curva de procura do mercado total) e também estará no ponto E. Desse modo, cada

empresa continuará a vender 400 unidades ao preço de 4$ e terá RT e lucros totais de l 600$. A

produção de 400 unidades por parte de cada empresa representa 1/3 da produção perfeitamente

competitiva de 1 200 (dada pela condição P = CMg = 0).

Se, na determinação de seu nível óptimo de produção, cada empresa presumir que a outra mantém

seu preço (e não sua produção) constante, teremos o modelo de Bertrand (ver exemplo à frente).

6.4.2. O MODELO DE EDGEWORTH

No modelo de Edgevorth, assim como no modelo de Cournot, presumimos que EXISTEM duas

empresas, A e B, vendendo uma mercadoria homogénea produzida ao custo zero. Além disso, no

modelo de Edgeworth, são feitas outras suposições relacionadas a seguir:

(1) cada empresa enfrenta uma curva de procura linear, idêntica para seu produto;

(2) cada empresa tem capacidade de produção limitada e não pode abastecer todo o

mercado sozinha;

(3) cada empresa, na tentativa de maximizar sua RT ou lucro total, presume que a outra

empresa mantenha seu preço constante.

O resultado desses pressupostos é que haverá uma oscilação contínua do preço do produto entre o

preço de monopólio e o preço de produção máxima de cada empresa Às vezes, observam-se

oscilações de preço nos mercados oligopolístícos.

6.4.3. O MODELO DE CHAMBERLIN

Tanto o modelo de Cournot como o de Edgeworth se baseiam no pressuposto extremamente

ingénuo de que os dois oligopolistas (duopolistas) nunca reconhecem sua interdependência. Não

obstante, estudamos estes modelos porque eles nos dão alguma indicação da natureza da

interdependência oligopolística e também porque eles são precursores de modelos mais realistas.

Um desses modelos mais realistas é o de Charnberlin. Chamberlin parte dos mesmos pressupostos

básicos de Cournot. Contudo, Chamberlin ainda presume que os duopolistas reconhecem sua

interdependência. O resultado é que, sem qualquer forma de acordo ou conluio, os duopolistas

estabelecem preços idênticos, vendem quantidades idênticas e maximizam seus lucros conjuntos.

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INTRODUÇÃO À ECONOMIA – PARTE I MICROECONOMIA

Carlos Miguel Oliveira | Março de 2008 | R.0 …………………………………::……………………………. 93

Exemplo: na figura acima, D é a curva de procura do mercado total para a produção

combinada dos duopolistas A e B. Se a empresa A for a primeira a entrar no mercado, ela escolherá

o ponto A sobre D (= dA), tendo assim o lucro de monopólio de 3 600$. A empresa B, tomando a

produção da empresa A conforme dada, está diante da curva de demanda dB e, assim, decide

vender 300 unidades no ponto B. (Até aqui o modelo de Chamberlin é idêntico ao de Cournot.)

Todavia, os duopolistas A e B compreendem agora que o melhor que podem fazer é partilhar

igualmente os lucros do monopólio de $3 600. Desse modo, cada duopolista vende 300 unidades

ou metade da produção do monopólio ao preço de 6$ e obtém um lucro de 1 800$.Deve-se notar

que esta solução é estável, é alcançada sem conluio e resulta em 200$ de lucros para cada

empresa a mais do que na solução de Cournot

6.4.4. TEORIA DE JOGOS

A teoria de jogos é uma ferramenta essencial para analisar os comportamentos estratégicos dos

jogos oligopolisticos.

Tal como nas outras estruturas de mercado o pressuposto das empresas continua a ser a

maximização dos seus benefícios.

Termos básicos utilizados na teoria de jogos:

• Jogador: empresa, a qual se pretende analisar o comportamento estratégico.

• Payoff: beneficio da empresa a escolher uma estratégia, dada a estratégia escolhida pelo(s)

outros(s) intervenientes no jogo.

• Estratégia: acção que a empresa ou jogador pode optar como uma das possíveis no jogo.

• Matriz de payoff: forma de representar a informação dos diferentes payoffs.

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INTRODUÇÃO À ECONOMIA – PARTE I MICROECONOMIA

Carlos Miguel Oliveira | Março de 2008 | R.0 …………………………………::……………………………. 94

MATRIZ DE PAYOFF para um jogo de duas estratégias com dois jogadores. Jo

gado

r 1

Jogador 2 S1 S2

S1

10,20

S2

O jogador 1 pode optar pelas estratégias S1 ou S2, o Jogador 2 também tem as mesmas opções.

Neste caso as estratégias de ambos jogadores são idênticas, contudo os jogadores podem optar por

estratégias diferentes.

Se ambos os jogadores optarem pela estratégia S1, recebem um payoff de 10 (jogador 1) e 20

(jogador2).

REGRAS DO JOGO

• É um jogo de informação completa, os jogadores conhecem as estratégias possíveis e

respectivos payoffs.

• Os jogadores escolhem as estratégias simultaneamente. Caso as escolhas sejam efectuadas

em momentos diferentes, temos que representar o jogo através de uma árvore de decisões.

• Normalmente as jogadas são simultâneas e únicas. Caso os jogadores possam fazer mais do

que uma jogada temos um jogo de repetição.

• No nosso estudo, utilizaremos a teoria de jogos para analisar o comportamento de empresas

oligopolistas. O seu objectivo último é a maximização do seu benefício.

• Os nosso modelos são de duopolio, jogos com apenas duas empresas. A introdução desta

condicionante permite uma análise mais simplista e real dos comportamentos num mercado

oligopolista.

O JOGO DA ÁRVORE

Aplica-se no caso da decisão estratégica não ser tomada em simultâneo. Num jogo entre duas

empresas, a empresa 1 pode tomar a sua decisão em 1º lugar, e só então a empresa 2 reage a

jogada do seu adversário.

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È representado da seguinte forma:

Neste jogo a empresa 1 pode optar por fazer publicidade ou não fazer publicidade (o nódulo mais

escuro é referente ao posicionamento estratégica da empresa 1). Após e só após da decisão da

empresa 1 a empresa 2 escolhe a sua estratégia. Se por exemplo a empresa 1 optar por fazer

publicidade, a empresa 2 optará por faze-la também visto, obter um payoff melhor nesta situação

(4).

Não nos vamos debruçar sobre este tipo de jogo.

CONCEITO DE ESTRATÉGIA DOMINANTE: é a melhor estratégia possível para um jogador

independentemente da escolha do outro.

JOGO 1.

Empr

esa

1

Empresa 2

Aum.Preço Baixar o Preço

Aum. Preço

10,10

6,12

Baixar Preço

12,6

7,7

Sabemos que o motiva cada um dos jogadores é a obtenção do melhor payoff possível. O resultado

obtido depende da opção de cada um. Vejamos:

• Se a E2 (empresa 2) optar por aumentar o seu preço, a melhor escolha possível para E1 será

baixar o seu preço, pois obtém um payoff de 12 > 10.

• Se E2 optar por baixar o seu preço, a E1 optará também por baixar o seu preço, uma vez que

7>6.

Não obstante a escolha da empresa 2, a empresa 1 escolherá sempre baixar o seu preço, pois o

beneficio obtido com esta escolha estratégica é sempre superior. BAIXAR O PREÇO É A ESTRATÉGIA

DOMINANTE DA EMPRESA 1.

Fazer publicidade

Fazer publicidade

Fazer publicidade

Não fazer publicidade

Não fazer publicidade

Não fazer publicidade

6,4

8,2

3,9

7,7

E1

E2

E2

Matriz de payoff, com 2 jogadores e com duas estratégias possíveis e idênticas para ambos os jogadores:

• Aumentar o preço • Baixar o preço

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Vejamos agora como se comporta a empresa 2:

• Se E1 opta por aumentar o seu preço, E2 optará por baixar o seu preço uma vez que assim

conseguirá um payoff de 12, superior ao que conseguiria se opta-se por aumentar o seu preço –

10.

• Se E1 opta por baixar o seu preço (estratégia dominante da empresa 1) a empresa 2 optará

também por baixar o seu preço, pois assim fixará o seu payoff com 7, superior a 6. A EMPRESA

2 POSSUÍ TAMBÉM UMA ESTRATÉGIA DOMINANTE. NESTE CASO IDENTICA À DA EMPRESA 1 –

BAIXAR O PREÇO.

Uma vez que ambas as empresas tem uma estratégia dominante, o comportamento de ambas seria

provavelmente o de optarem por baixar o preço, obtendo um payoff de 7 para cada uma.

Podemos constar que existem uma alternativa melhor para ambas as empresas: ambas

aumentaram o seu preço (10,10). Contudo sabemos que este é um jogo de decisão única, não

existindo nenhum incentivo para cada empresa optar pela referida estratégia, como veremos mais

adiante.

JOGO 2.

Empr

esa

1

Empresa 2 Aum.Preço Baixar o

Preço Aum. Preço

9,15

4,9

Baixar Preço

14,9

8,11

A matriz acima, representa um novo jogo, similar ao visto anteriormente, mas com payoff diferentes.

Vejamos se alguma empresa possuiu uma estratégia dominante:

Opção da emp.2 Opção da Emp.1

Aum.preço Baixar o preço

Baixar preço Baixar o preço

A empresa 1 possuiu uma estratégia dominante: BAIXAR O PREÇO

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Opção da emp.1 Opção da Emp.2

Aum.preço Aum. o preço

Baixar preço Baixar o preço

A empresa 2 NÃO TEM ESTRATÉGIA DOMINANTE.

Num jogo de decisão simultânea e única a empresa 1 iria optar pela sua estratégia dominante:

Baixar o preço. A empresa 2, que conhece esta decisão (a informação é completa) iria fazer a sua

opção baseada na estratégia dominante da empresa 1, ou seja, sabendo que E1 iria baixar o seu

preço, escolheria aumentar o seu, fixando o seu payoff em 11.

DILEMAS.

Dilemas são jogos em que ambos os jogadores ficariam em melhor situação se abandonassem a

sua estratégia dominante e optassem por uma estratégia mais cooperativa.

Dilema do prisioneiro:

JOGO 3.

Man

uel

Maria

Confessar Não Confessar

Confessar

9;15

4;9

Não Confessar

14;9

8;11

Esta matriz é resultado de um problema clássico: O dilema do prisioneiro. Imaginemos que a Dra.

Maria e o Dr. Manuel, altos responsáveis da EXPO 98 foram detidos por suspeita de falsificação de

notas de 10.000 esc. O Chefe Arnaldo, responsável da Judiciária, sabia que tinham sido estes os

responsáveis pela falsificação, contudo apenas tinha provas para uma sentença de 6 meses. Tendo

consciência do estado da investigação decide chamar os dois suspeitos, coloca-os em salas

separadas e a ambos faz-lhes a seguinte proposta:

Detective: Senhor(a) faço-lhe a seguinte proposta: Dado que se aproxima o vigésimo quinto

aniversário do 25 de Abril se confessar o crime e o seu colega não, terá a pena suspensa e o seu

colega apanhará 25 anos de prisão. Se confessar o crime e o seu colega também apanharão

apenas 1 ano de pena. Se nenhum de vocês confessarem, e em virtude do reduzido n.º de provas

que tenho contra vocês apanharão uma pena de 6 meses de cadeia.

Vamos tentar analisar a decisão a tomar pela Dra. Maria e pelo Dr. Manuel:

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Confessar é estratégia dominante para ambos os suspeitos, logo o resultado provável seria ambos

confessarem o crime e obterem uma pena de um ano de prisão. Contudo eles sabem que se não

confessarem podem apanhar apenas 6 meses de cadeia, sendo este o melhor alternativa possível

para ambos os jogadores. Sabemos que a informação é completa, e que ambos os jogadores tem

perfeito conhecimento do resultado das suas decisões. Supondo mesmo que lhes é dada

autorização para discutirem o caso conjuntamente é de esperar que a sua decisão se mantenha e

ambos confessem. Eles sabem que a sua decisão tem que ser simultânea e única, facto pelo qual

não deverão chegar ao acordo para ambos não confessarem. Existe uma tendência para se

desviarem ao acordo, por exemplo o Dr.Manuel pode perfeitamente chegar ao momento da sua

decisão e confessar, ficando assim em liberdade e impondo uma pena de 25 anos à sua colega Dra.

Maria. Está por sua vez tem perfeito conhecimento que isto pode acontecer, assumindo portanto a

decisão menos penalizadora para ela dada as circunstancias. AMBOS CONFESSARIAM.

Este exemplo é utilizado porque retracta na perfeição a noção do dilema, bem como as alternativas

e comportamentos possíveis.

O JOGO 1, retracta também uma situação de dilema, situação que passaremos a denominar de

“Dilema Oligopolistico”. A empresa 1 e 2 sabem que se ambas optarem por um comportamento

cooperativo e escolherem o aumento dos seus preços como estratégia dominante estarão a obter

payoff superiores (10,10), e como tal a melhorarem consideravelmente a sua situação. Num jogo

único como o que estamos a retractar é quase impossível que ambas optem por coludirem a sua

decisão, uma vez que uma fuga ao acordado poderia provocar uma considerável perda de payoff.

JOGO 1.

Empr

esa

1

Empresa 2

Aum.Preço Baixar o Preço

Aum. Preço

10,10

6,12

Baixar Preço

12,6

7,7

ESTRATÉGIAS DOMINADAS

Nem sempre existe uma estratégia dominante para um ou ambos os jogadores. Se tal acontecer,

pelo menos podemos verificar se os jogadores tem estratégias dominadas. A estratégia dominada é

Em caso de acordo de ambas optarem por aumentar os seus preços, as setas indicam as possíveis fugas ao acordado:

• A empresa 2 poderia baixar o seu preço e ganhar um payoff de 12, deixando a empresa 2 com 6.

• A empresa 2 teria a “tentação” de aumentar o seu payoff optando assim

Num jogo de jogada única é quase impossível a existência de comportamentos cooperativos. O

dilema manter-se-á

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precisamente o oposto da dominante, ou seja, existe sempre uma estratégia melhor como opção.

Normalmente este conceito é utilizado quando os jogadores podem optar entre três ou mais

estratégias, não existindo uma estratégia dominante que evidencie um comportamento claro a

tomar.

Analisemos o jogo abaixo representado:

JOGO 4.

Empr

esa

1

Empresa 2

Aum.Preço Manter Preço

Baixar Preço

Aum. Preço 3,4

6,3

5,5

Manter Preço

4,7

12,6 4,5

Baixar Preço 9,8

8,4

7,5

Podemos verificar que nenhuma das empresas possuí uma estratégia dominante:

Se a Emp.2 opta Emp.1 opta

Aum.Preço Baixar o preço

Manter o preço Manter o preço

Baixar o preço Baixar o preço

A empresa 1 não tem estratégia dominante, mas como podemos verificar existe uma estratégia que

nunca é considerada como alternativa para a sua decisão; está estratégia é a de aumentar o preço,

sendo portanto uma estratégia DOMINADA para a empresa 1.

Se a Emp.1 opta Emp.2 opta

Aum.Preço Baixar o preço

Manter o preço Aum.preço

Baixar o preço Aum. Preço

A empresa 2 não também não possuí uma estratégia dominante, mas possuí uma estratégia

DOMINADA – Manter o preço.

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Se eliminarmos estas estratégias da nossa matriz de payoffs Em

pres

a 1

Empresa 2 Aum.Preço Manter

Preço Baixar Preço

Aum. Preço

3,4 6,3

5,5

Manter Preço

4,7

12,6

4,5

Baixar Preço

9,8

8,4

7,5

Passaremos a ter uma nova matriz de payoff, em que cada empresa apenas terá duas opções

estratégicas, já que eliminamos aquela que nunca seria utilizada.

Empr

esa

1

Empresa 2 Aum.Preço Baixar o

Preço Manter Preço

4,7

4,5

Baixar Preço

9,8

7,5

Podemos agora verificar que dadas as “novas alternativas” estratégicas de ambas empresas,

existem estratégias dominantes:

A estratégia dominante da empresa 1 é BAIXAR O PREÇO;

A estratégia dominante da empresa 2 é MANTER O PREÇO.

Num jogo simultâneo e de jogada única o resultado seria a escolha das empresas pela sua

estratégia dominante, resultando num payoff de 9 para E1 e 8 para E2.

EQUILIBRIO DE NASH.

Em variadas situações podemos nos deparar com a inexistência de estratégias dominantes ou

dominadas. A solução deste problema é-nos dada pelo equilíbrio de Nash. O equilíbrio7 de Nash

existe sempre que um jogador toma a melhor decisão que pode, dada a acção empreendida pelo

7 Notem que equilíbrio significa que ninguém quer alterar o seu comportamento, desde que nada se altere. Por exemplo, no equilíbrio entre a oferta e a procura, os consumidores e vendedores estão a adquirir e a vender quantidades desejadas a um certo nível de preços. Ninguém deseja ver esta situação alterada, desde que os restantes factores que a afectam permaneçam constantes. É claro que se o a procura de mercado for afectada por exemplo por um aumento do rendimento, este equilíbrio terá que se deslocar e ajustar.

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outro jogador. O resultado do equilíbrio será uma situação de payoff em que nenhum dos jogadores

desejará alterar a sua posição, correndo o risco de perder benefício.

JOGO 5.

Empr

esa

1

Empresa 2 Aum.Preço Baixar o

Preço Aum. Preço

4,4

6,8

Baixar Preço

7,6

3,2

Estamos perante a ausência de estratégias dominantes e dominadas. Vamos tentar identificar o

equilíbrio de Nash:

Se a empresa 1 escolhe Aum.Preço, a empresa 2 escolherá baixa-lo. Desta escolha estratégica

resulta um payoff de 6 e 8 respectivamente. Fixando está escolha vamos determinar se alguma

empresa tem algum incentivo em optar por outra estratégia. Se a empresa 1 optar por baixar o seu

preço ela vai ter uma redução de 3 no seu payoff, já que passa de 6 para 3, logo não terá qualquer

incentivo em fugir da decisão tomada. O mesmo acontece com a empresa 2, já que se aumenta o

preço, irá ver o seu payoff reduzido de 8 para 4. ESTA ESCOLHA ESTRATÉGICA É UM EQUILIBRIO DE

NASH.

Contudo temos também outra solução que aponta para um equilíbrio de NASH – a empresa 1 baixar

o seu preço a empresa 2 aumentar o seu. Está escolha resulta num payoff de 7,6. È bastante

frequente a existência de mais do que um equilíbrio de nash no mesmo jogo. Uma vez que não

aprofundaremos mais está área de estudo, iremos pressupor que o melhor equilíbrio é aquele cujo

somatório dos payoffs seja mais elevado.

Exercício: Identifique o equilíbrio de Nash do jogo abaixo representado:

JOGO 6.

Empr

esa

1

Empresa 2 Aum.Preço Baixar o

Preço Aum. Preço

11,9

1,2

Baixar Preço

4,2

3,4

As setas de deslocação podem ser uma ajuda na

identificação do(s) equilíbrio(s) de Nash

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JOGOS COM REPETIÇÃO

Temos vistos que em decisões únicas será racionalmente impossível que em situação de dilema

oligopolistico os intervenientes optem por uma decisão cooperativa, que lhes permite obter um

resultado melhor, do que aquele que advém da escolha das suas estratégias dominantes. Num jogo

de repetição, em que existe mais do que uma jogada, já será possível que as empresas optem por

uma decisão cooperativa contrária a(s) sua(s) estratégia(s) dominante(s).

O comportamento cooperativo implica a colusão, ou seja, um acordo explicito entre duas ou mais

partes, com vista a fixarem as estratégias a serem seguidas por cada empresa. Este tipo de acordo

é ilegal, contudo ocorrem com mais frequência do que a imaginada.

JOGO 7.

Empr

esa

1

Empresa 2 Aum.Preço Baixar o

Preço Aum. Preço

14,16

4,30

Baixar Preço

19,5

7,9

Neste jogo podemos verificar que se ambas as empresas optam-se pela sua estratégia dominante, a

E1 receberia um payoff de 7 e a E2 de 9. Optando por uma estratégia de colusão, o resultado

possível jogo seria ambas aumentarem o preço, elevando os seus payoff para 14 e 16,

respectivamente. Mais uma vez é de frisar que ambas correm o risco de uma das partes fugir ao

acordo e obter ganhos consideravelmente mais elevados. Contudo num sistema de jogadas

repetidas o incentivo a fazer batota é diminuto uma vez que o jogador “rival” automaticamente

responderia à nova decisão do jogador batoteiro. Por exemplo:

1. As empresas têm conhecimento que se optarem pela sua estratégia dominante (baixar o preço

para ambas) os seus payoffs seria de 7 para E1 e 9 para E2. Decidem assim optar pela colusão

e assumem a decisão conjunta de subida dos preços, passando para um nível de payoff

superior. A E1 ganharia 14 (mais 5) e a E2 16 (mais 7).

2. A empresa 2, tentada pelo payoff que irá obter se baixar o preço decide quebrar o acordo e

assim conseguir um lucro de 30, deixando a E1 com uma redução de 10 no seu payoff.

3. A empresa 1, constatando a quebra do compromisso, abaixa também o seu preço, levando o

equilíbrio para o nível decorrente das suas estratégias dominante.

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Notem: Outra possibilidade de colusão seria a empresa 2 propor a empresa 1 que esta opta-se por

aumentar o seu preço, enquanto ela (E2) aumentava o seu. O somatório dos payoffs para esta

decisão seria igual a 34, valor que seria repartido pelas duas empresas 17.

Factores que possibilitam a colusão e a sua manutenção:

1. Poucas empresas: quanto mais baixo for o número de partes envolvidas mais fácil é chegar a

um consenso, e mais fácil é mante-lo.

2. Aspectos legais e leis Anti-trust: desvios a acordos “ilegais” implicam maior atenção por parte

das entidades fiscalizados e reguladoras.

3. Custos de produção similares: sempre que existam não haverá tendência a desvios. É claro que

se os custos de produção de uma das empresas forem muito baixos ela facilmente pode baixar

o preço e assim ganhar quota de mercado.

4. Quotas de mercado similares: reduz o factor concorrência. Ninguém precisa de apanhar

ninguém.

5. Estabilidade económica: recessões atingem directamente os lucros das empresas via RT. Existe

uma tendência para a redução dos preços. Espera conseguir um aumento das receitas via

aumento do volume de vendas.

6. Facilidade de observar as “batotas”: é claro que este factor depende do tipo de industria e do

caminho que os produtos/serviços levam até chegar ao consumidor final.

7. Aspecto histórico da similaridade dos preços.