Manual de Jardinagem

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Descritivo de procedimentos e ferramentas para execução de serviços em jardinagem e similares

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  • MANUAL DE JARDINAGEM Instrues e Procedimentos Esta publicao de uso interno da Dubhay destina-se ao treinamento de seus colaboradores nas prticas de manuteno de reas verdes, jardins e afins.

    1 Edio

    Equipe Operacional Dubhay Terceirizao Especializada

    1 Edio

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    INTRODUO

    Jardinagem uma atividade profissional ou recreativa que tem o objectivo de embelezar determinados locais, pblicos ou privados pelo cultivo e manuteno de plantas.

    O adepto da jardinagem, profissional ou no, designa-se como jardineiro. So muitos os locais onde se podem praticar tal arte: desde espaos grandes at pequenos pedaos de terra , como um simples vaso de flor . Embora se pratique jardinagem essencialmente com fins ornamentais, podero existir tambm objectivos educativos (jardins botnicos ou zoolgicos) e de organizao do territrio e urbanismo, principalmente nas grandes cidades, onde os jardins (parques) so de grande importncia para a qualidade de vida dos seus habitantes.

    A jardinagem de interiores ocupa-se, essencialmente da manuteno de plantas ornamentais domsticas, usadas por toda a casa, mas podendo ter lugar de destaque nos chamados jardins de inverno.

    Em algumas culturas, como a japonesa, a jardinagem considerada uma arte de importncia considervel.

    Ela tambm pode ser considerada um sistema agrcola, e faz parte dos mundiais. Pode ser encontrado na sia de mones (Vietn, Camboja, Japo), utiliza poucas tcnicas de produo (mo de obra abundante e barata), cultivo em pequenas e mdias propriedades; policultura voltada ao mercado interno. Exemplos: arroz (rizicultura) e hortalias.

    Wikipdia

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    COMO UTILIZAR UMA ROADEIRA A GASOLINA

    Introduo Para um melhor aproveitamento e tambm para evitar acidentes, leia e compreenda esta manual antes de operar o equipamento. O ndice ir ajud-lo a encontrar as informaes necessrias para montagem, operao e manuteno do equipamento. A empresa reserva-se ao direito de efetuar qualquer modificao sem qualquer aviso prvio. Normas de segurana A) ARMAZENAMENTO Sempre guarde a roadeira em lugares secos e longe de qualquer fonte de calor. Sempre transporte a roadeira com o motor desligado. B) LIGAR Antes de ligar o equipamento, verifique se o parafuso de fixao da lmina de corte est bem apertado. Verifique se a alavanca do acelerador est funcionando normalmente antes de ligar o equipamento. Antes de ligar o equipamento verifique tambm se o acessrio de corte (lmina ou carretel de Nylon) est girando livremente. Nunca ligue a roadeira em ambientes fechados ou com pouca ventilao. Antes de ligar o equipamento verifique se no ocorreu vazamento durante o abastecimento. Se houve algum derramamento de combustvel durante o abastecimento, limpe muito bem as partes afetadas da mquina e ligue-a longe do lugar onde ocorreu o derramamento de combustvel, pois as fascas provocadas pela ignio do motor podem provocar um acidente. No ligue o motor sem ter montado o brao da roadeira. Assegure-se de que todos os equipamentos de segurana estejam em perfeita ordem antes de ligar a roadeira. C) DURANTE O TRABALHO Nunca utilize a roadeira com alguma parte de proteo danificada ou faltando.

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    No utilize o equipamento quando estiver cansado, sob efeitos de lcool ou outras drogas. Utilize equipamento de segurana pessoal como, luvas, botas, roupas especiais, culos de proteo, protetor auricular e capacete. No permita que pessoas no preparadas utilizem o equipamento. No permita que outras pessoas ou animais fiquem a menos de 15 metros do equipamento quando este estiver em funcionamento. Nunca utilizar os acessrios de corte diferentes dos especificados pelo fabricante. O acessrio de corte (lmina ou carretel) no deve girar enquanto o motor no for acelerado. Em rotao lenta o conjunto de corte no deve girar. Trabalhe sempre em posies que ofeream equilbrio e estabilidade. Trabalhar em planos muito irregulares pode provocar acidente. Nunca toque no acessrio de corte com o motor ligado. Para efetuar qualquer operao de manuteno desligue o motor. Nunca abastea com o motor ligado ou prximo a qualquer fonte de calor e/ou fascas. No fume enquanto opera a roadeira. Nunca abra tampa do tanque com o motor em funcionamento. Quando estiver utilizando a roadeira, evite cortar muito rente ao solo para evitar colises com pedras e/ou outro detritos . D) MANUTENO Jamais efetue algum reparo ou modificao no equipamento que no seja de manuteno normal, sempre se dirija a uma assistncia tcnica autorizada. No utilize qualquer tipo de produto inflamvel para efetuar a limpeza o equipamento. Nunca verifique a fasca da vela prximo ou cilindro e/ou qualquer outro produto inflamvel. Mantenha as manoplas do equipamento sempre limpas para evitar qualquer tipo de acidente devido perda de controle do equipamento.

    Vesturio de segurana

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    Ao trabalhar com um roadeira sempre utilize equipamentos de proteo individual (EPIs). A utilizao desses equipamentos no elimina o risco de acidentes, mas reduz suas consequncias. O seu revendedor pode aconselh-lo na escolha do vesturio adequado. Os vesturios de segurana nunca devem ser folgados no corpo do operador, isso atrapalharia a operao e poderia, inclusive, causar acidentes. No se deve utilizar roupas largas, joias ou cabelos compridos soltos enquanto opera a roadeira, pois os mesmo podem prender em alguma parte mvel do equipamento e causar um grave acidente.

    Utilize sapatos de segurana com sola de borracha e biqueira de ao.

    Utilize sempre culos ou viseira de proteo.

    Utilize protetores auriculares ou tampes. A utilizao de equipamentos deste tipo requer uma ateno redobrada, pois eles reduzem a capacidade do operador em perceber sinas de perigo tais como gritos ou alarmes.

    Utilize luvas que permitam absorver o mximo de vibraes possvel.

    1 Lmina de Corte 2 Cabo de roadeira 3 Gatilho do acelerador 4 Gatilho de segurana 5 Boto de liga/desliga 6 Manopla do acelerador 7 Ala 8 Proteo de filtro de ar 9 Tampa do tanque de combustvel 10 Tanque de combustvel 11 Primer do carburador 12 Alavanca do afogador 13 Proteo 14 Lmina de controle do fio de nylon 15 Cabeote de fio de nylon

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    COMO TRATAR A GRAMA ESMERALDA De um modo geral, a aparncia de um gramado provavelmente mais influenciada pelo corte do que por qualquer outro fator. O corte a operao que mais tempo toma na manuteno dos gramados. Boas prticas nesta operao tero influncia direta na aparncia, sade, vigor e densidade. Frequncia de Corte uma das consideraes mais importantes e provavelmente a mais desrespeitadas. Cortes infrequentes faro com que voc remova grande parte da rea foliar. Esta remoo exagerada ser um choque fisiolgico para a planta, causando reas branqueadas (sem folha), ou opacas, diminuir a fotossntese e a capacidade de absoro dos nutrientes pela planta, diminuindo reservas do sistema radicular e tambm provocar o aumento de aparas criando condies favorveis a doenas e insetos. Para se ter um gramado bonito o corte fundamental e, para sabermos quando cort-lo e com que frequncia, precisamos entender alguns segredos. A Frequncia depende de diversos fatores como temperatura, fertilidade, poca do ano, tipo de grama e irrigao ou chuva. Isso quer dizer que no vero a frequncia de corte ser maior que no inverno. Muita fertilidade levar necessidade de cortes mais frequentes, assim como chuvas faro com que a grama cresa mais rpido. Se voc quer menor frequncia de corte no vero, diminua o nvel de adubao e a frequncia da irrigao, ou ento, use gramas de crescimento lento como as Zoyzias.

    Regras Importantes:

    Caracteristicas Gerais Esmeralda e Mini

    Zoysia So Carlos Bermuda Tifway Santo Agostinho

    Altura de Corte 2,5 a 5cm 2,5 a 5cm 1,5 a 3cm Mdia/Fina

    Frequncia de corte:

    Vero < 1 vez por

    semana 1 vez por semana

    2 vezes por semana

    1 vez por semana

    Invero 1 - 2 vezes por

    semana 2x por ms

    1 vez por semana

    2vezes por semana

    1. Regra do 1/3 (one third rule). No cortar mais que um tero da altura da grama, ou

    seja, se sua grama est com 3 cm, corte somente 1 cm mantendo-a com 2 cm.

    Ex.: Altura antes do corte 3cm. Corte: 1 cm. Altura aps o corte: 2 cm. Esta a regra mais importante e recomendada pela maioria dos especialistas para que

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    a grama, aps o corte, mantenha-se verde e no forme partes brancas ou queimadas.

    2. Use mquinas com lminas afiadas para no machucar a ponta das folhas e assim conseguir um melhor acabamento.

    3. Aparas de grama devolvem fertilidade ao solo, porm, o excesso prejudica. Isto quer dizer que, quando a parte removida no for superior a 1 cm, no h necessidade de remover a palha.

    Use cortadores movidos gasolina e dimensionados para gramados do porte do seu. Ex.: gramado de 1000 m = cortador de 3 a 5 hp, para o trabalho ser mais fcil e tranquilo. Lembre-se, um gramado bem aparado e sadio fundamental para sua qualidade, evitando o surgimento de ervas daninhas, fungos e doenas.

    MANUTENO DE GRAMADOS (FERTILIZAO)

    Um gramado denso e verde a base da maioria dos jardins. Sem este verde, rvores e plantas mesmo lindas, no mostraro seu potencial, prejudicando assim a esttica do jardim e desvalorizando a edificao. Por outro lado, um gramado bem mantido traz muitos benefcios prticos como manter o solo livre de eroses, reduzir a poeira ou lama ao redor da casa. um redutor de calor natural e de luminosidade e reflexos indesejveis, alm de ser uma rea de recreao ou lazer segura para todos. Um programa de fertilizao necessrio para manter um gramado com boa qualidade. Uma apropriada adubao far a recuperao de um gramado pobre ou manter a qualidade da grama mais eficientemente que qualquer outra prtica de manuteno. A melhor prtica, para estabelecer um adequado programa de fertilizao partir da anlise de solo, que deve indicar um caminho, uma orientao, e no uma parania a ser seguida. O teste do solo uma ferramenta para determinar um programa inteligente. impossvel somente no olhar determinar deficincias de fsforo ou potssio e assim determinar as quantidades necessrias a serem aplicadas. O melhor indicador do nvel de nitrognio a aparncia da planta e seu vigor. Uma aparncia clortica (verde amarelado) indica deficincia, um verde intenso e crescimento rpido so sintomas de bastante nitrognio, talvez mais do que o necessrio. Medidas corretivas para suprir deficincias so mais complicadas e podem demorar a dar resultados. Porm um balanceamento de nutrientes pode ser executado rapidamente. Gramas do tipo Bermudas, Zoyzias, Santo Agostinho ou Catarina (So Carlos) tm seu crescimento mximo em perodos de temperatura alta e podem at entrar em estado de dormncia no inverno. A necessidade de fertilizante varia de acordo com a espcie, com o tipo de solo e suas condies fsicas e qumicas como textura, compactao, estrutura, pH e deficincias de nutrientes. Tambm variam conforme condies climticas (temperatura, chuvas,

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    luminosidade) ou o uso proposto e seu grau de exigncia. O maior cuidado dever ser observado com coberturas feitas de terra, compostos, areia ou suas misturas quanto sua origem, pureza ou contaminao, uma vez que podem infestar seu gramado com ervas daninhas, sementes indesejveis, insetos, inos, etc...

    Evite adubar manualmente. Adubadeira por Gravidade Adubadeira a Lano.

    Irrigao:

    Passo 1: Esteja certo que a irrigao esteja atingindo todas as reas do seu gramado.

    Cantos e bordas so facilmente esquecidos por aspersores, sendo particularmente

    mais fceis de secar que a parte central.

    Passo 2: Eroses podem ocorrer dependendo do tipo de solo ou inclinao, antes

    mesmo do solo estar adequadamente mido. Para que isto no ocorra espere meia

    hora, ou mais, para ento recomear a irrigao. Repita a operao se necessrio.

    Passo 3: Irrigue de manh cedo sempre que possvel, para ter a vantagem no inicio do

    ciclo de crescimento, de menos ventos e menos perda por evaporao.

    Passo 4: Irrigaes profundas e no frequentes so mais eficientes que irrigaes

    frequentes e superficiais. As razes crescem somente at onde a gua estiver

    disponvel. Razes profundas tero disponibilidade de gua maior por terem acesso a

    nveis mais profundos e midos, sendo mais resistentes secas e dias quentes que

    secam rapidamente a superfcie. Tcnicas apropriadas de irrigao so to importantes

    quanto a prpria irrigao. Evite irrigar a mo com mangueiras porque no conseguir

    a uniformidade e profundidade necessrias.

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    COMO TRATAR AZALIAS (Rhododendron indicum)

    A azaleia, um arbusto da famlia das Ericceas, tornou-se muito popular e hoje pode ser encontrada formando cercas-vivas, compondo macios em jardins, alegrando corredores e entradas mesmo plantadas em um vaso. Um dos segredos do seu sucesso que a florao ocorre justamente nos meses de inverno e traz um pouco de colorido num perodo em que a maioria das plantas encontra-se em repouso. Outro segredo que a azaleia uma planta relativamente rstica e resistente: suporta com bravura certas condies bem adversas e, por isso, muito usada em jardins e praas pblicas, dando um

    toque de "vida" at mesmo nos canteiros das grandes avenidas de cidades como So Paulo, to castigada do ponto de vista ecolgico-paisagstico.

    A variedade mais popular no Brasil a Rhododendron indicum, que originalmente produz flores roxas, rosas e brancas, mas graas interveno humana, pode ser encontrada em inmeras matizes chegando at ao vermelho brilhante.

    Solo: Por ser um arbusto rstico, a azaleia adapta-se bem a qualquer tipo de solo, porm, para produza uma florada exuberante, o ideal cultiv-la usando a seguinte mistura de solo:

    1 partes de terra comum de jardim 1 parte de areia 1 parte de composto orgnico

    Luminosidade e regas: As azaleias no florescem dentro de casa e precisam de luz solar plena para crescerem bem. Para mant-las em reas internas, deixe as plantas fora de casa at que as flores se abram, a ento podem ser levadas para dentro, mas preciso que fiquem em um local bem claro, prximo janela. O cultivo pode ser feito meia-sombra desde que a planta receba luz solar direta pelo menos 4 horas por dia. Evite o excesso de gua nas regas: o ideal fornecer gua planta apenas quando o solo apresentar-se seco, sem encharcar.

    Adubao: Floradas pouco exuberantes ou brotos que no crescem sinal que falta nutrientes para a azaleia. Adube uma vez por ms com a seguinte mistura:

    1 parte de farinha de ossos 1 parte de torta de mamona

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    Se for utilizar fertilizante qumico, d preferncia para aqueles ricos em fsforo (o P da frmula NPK). Ou seja, escolha um NPK onde o P seja maior que o N e o K. Ex: um NPK de frmula 4-12-4.

    Podas: Depois da florao, a poda uma boa medida para estimular o surgimento de novos brotos e garantir uma prxima florada bem exuberante. Aproveite para fazer uma boa limpeza na planta, retirando as flores murchas e as folhas amarelas. Assim que terminar a florao das azaleias, retire os galhos em excesso e corte as pontas dos outros galhos, at chegar ao formato e tamanho que voc quiser. Para aumentar a prxima florao, elimine as pontas de todos os galhos que floresceram este ano.

    Controlando problemas

    Galhas - folhas e ptalas atacadas tornam-se espessas e deformadas apresentando, s vezes, manchas esbranquiadas. As extremidades dos ramos tambm podem manifestar o problema, tornando-se "esgalhadas". Controle: Elimine as partes afetadas e utilize um fungicida do tipo Calda Bordalesa.

    Odio - A planta apresenta manchas esbranquiadas na frente e verso das folhas e at no clice da flor. Com o tempo, as folhas apresentam colorao cinza escuro e comeam a cair prematuramente. Controle: Reduza a quantidade de gua nas regas, isole as plantas atacadas ou suspeitas e faa pulverizaes com fungicida em casos mais severos.

    Seca de ponteiros - Apresenta-se na forma de uma podrido marrom escura, que se inicia na ponta do ramo e se espalha para baixo, atingindo a haste principal. Pode provocar at a morte da planta. Controle: Faa a poda dos ponteiros atacados e proteja o corte com uma pasta base de oxicloreto de cobre.

    Clorose - Toda a folhagem pode tornar-se amarela. Controle: Normalmente, o problema surge por deficincia nutricional. Deve-se observar a adubao correta, verificando se h carncia dos nutrientes.

    Ferrugem - Manchas semelhantes ferrugem nas folhas acusam a presena de fungos. Controle: Aplique Calda Bordalesa.

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    A PODA DA ROSEIRA

    Corte Correto: Oblquo e no sentido que brotar a gema, a poucos milmetros de distncia.

    Geralmente, nos meses mais frios do ano, e quando as roseiras se encontram num estado dormente, devem ser podadas de forma a permitir que a planta se desenvolva com a sua fora dirigida a um crescimento correcto e que a ajude a produzir flores de qualidade. A maioria das plantas precisam de ser podadas, mas no caso das roseiras, a poda torna-se muito importante para o correcto desenvolvimento das mesmas. Em termos gerais, a poca da poda da roseira ser no incio da estao de crescimento, a Primavera. No entanto, e se a sua zona for muito fria e ventosa, aconselhvel tambm podar no Outono, para que as roseiras no sofram danos fortes

    durante o Inverno.

    Normalmente a primeira poda dever ser feita um ano aps ter sido plantada a dita poda de formao, que vai orientar a estrutura da roseira. Aps esta primeira modelagem da planta, dever ser feita a limpeza anual da roseira onde a poda vai eliminar os ramos danificados, quebrados, ou com pragas que, se deixados permanecer, enfraqueceriam a planta, retirando fora aos ramos saudveis que tm o potencial de dar flores com mais qualidade.

    Corte Errado: Horizontal e demasiado longe do local onde a gema brotar.

    Deve-se no entanto ter ateno altura em que a poda da roseira feita. aconselhvel aproveitar a poca quando a temperatura for no mximo 10C, dado o estado de dormncia da planta. A fase da Lua dever ser minguante pois, embora no esteja provado, diz-se que mais favorvel para as plantas fazer a poda nesta fase lunar.

    A poda das roseiras vai sempre depender da espcie em questo (ser diferente se se tratar de um arbusto ou de uma trepadeira) e ter duas funes: modelar e revitalizar

    a planta.

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    Existem trs tipos de poda a ter em considerao com respeito s roseiras:

    Poda Baixa: Faa primeiro uma limpeza da roseira, retirando os ramos secos, fracos e mal formados. De seguida corte todas os ramos, deixando-os a uma altura de 20 a 25cm (a partir do ponto de enxerto). Corte sempre em diagonal aproximadamente 1cm acima da gema mais prxima. Isto ajudar o brotamento. Ideal para rosas-rasteiras, rosas Santa Teresinha ou miniaturas.

    Corte Errado: No sentido contrrio ao crescimento da gema.

    Poda Alta: Faa uma limpeza planta da mesma forma que na poda baixa e corte os ramos a uma altura de 80cm a 1 metro. As hastes mais fortes podem ficar um pouco mais longas, mas procure que a roseira fique a uma altura adequada ao lugar onde est situada. Este tipo de poda dirigida a roseiras em arbusto e trepadeiras, embora no precise de ser to drstico no ltimo caso.

    Poda Parcial: Faa a mesma limpeza como nos casos anteriores e em seguida pode as hastes para um tero do seu comprimento total. Esta poda mais adequada a roseiras silvestres e trepadeiras cujas hastes alcancem 3 metros de comprimento ou mais. muito importante que deixe as hastes presas ao tutor de modo a que haja um brotamento das gemas.

    sempre importante fertilizar uma planta depois da poda, para permitir que se alimente de forma a alcanar o seu potencial nas condies em que se encontra.

    Fruto da Roseira: Adie a poda do Outono para usufruir destes elementos decorativos.

    O Corte Correto

    Deve podar as hastes sempre na diagonal e a poucos milmetros da gema mais prxima. Nas imagens poder ver o corte correto (e os incorretos), que deve ser aplicado para permitir que a planta cresa com mais fora, que no fundo a funo da poda.

    Nota: se quiser que a roseira d frutos (algumas roseiras premeiam o seu jardim com frutos de vrias cores) atrase a poda de Outono. A poda correta varia de espcie para

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    espcie, tendo sido aqui dadas as regras gerais. Consulte o local onde comprou a sua roseira para informaes mais especficas.

    Fotos: Portal do Jardim

    Sites Consultados:

    http://www.botanical-online.com/rosesjardineriacastella.htm

    http://www.tusplantas.com/jardin/flores/flor/?pagina=jardin_flores_flor_001_001

    http://www.jardimdeflores.com.br/floresefolhas/ao1rosas1.html

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    PODA DE ARVORES

    Numa cidade como So Paulo, em que a urbanizao crescente est sempre em queda de brao com a arborizao, o plantio e a poda de rvores no permetro urbano merecem ateno especial. Nesse sentido, a Secretariado Verde e do Meio Ambiente lana este Manual Tcnico de Poda de rvores, cujo objetivo adequar e padronizar os procedimentos de poda em logradouros pblicos. Essa publicao complementa o Manual Tcnico de Arborizao Urbana, lanado pela Secretaria em 2002. A importncia da publicao de um manual tcnico de poda j havia sido objeto de debates nos I e II Seminrios de Arborizao Urbana do Municpio de So Paulo, realizados em 2001 e 2002, promovidos pela Secretaria Municipal do Verde e Meio Ambiente em parceria com a Secretaria Municipal das Subprefeituras. Em 2003, foi dado o estmulo decisivo a partir do curso Podadores de rvores Urbanas, ministrado pelo Prof. Dr Rudi Arno Seitz, da Universidade Federal do Paran. Obteve-se ento um certo consenso entre os engenheiros agrnomos e florestais sobre conceitos bsicos e fundamentais, a respeito da arborizao de vias pblicas e da poda de rvores. A partir da foram iniciados os trabalhos de elaborao dos textos temticos e edio deste Manual. As orientaes contidas nesse trabalho subsidiaro as aes dos profissionais que atuam diretamente no trato com a arborizao, realizando podas de limpeza e formao ou ainda, em situaes extraordinrias, efetuando podas de emergncia ou adequao. O Manual composto por textos tcnicos e ilustraes esquemticas sobre os principais tipos de poda. Traz ainda anexas as principais leis e decretos referentes poda de rvores na cidade de So Paulo.

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    preciso que o agente responsvel pela execuo ou superviso do manejo da arborizao tenha em mente que, ao realizar a poda, est cometendo uma agresso a um organismo vivo, que possui estrutura e funes bem definidas e processos prprios de defesa contra seus inimigos naturais. Diante disso, a escolha do tipo de poda, a tcnica de corte e a poca da interveno so decises que podem condenar uma rvore morte lenta ou contribuir para o seu desenvolvimento biolgico. Todos os procedimentos e tcnicas citadas neste Manual podero e devero - ser revistos e reeditados sempre que se mostrarem, atravs de seu uso, ultrapassadas para o fim ao qual se destinam.

    II PODA A poda, na arborizao urbana, visa basicamente conferir rvore uma forma adequada durante o seu desenvolvimento (poda de formao); eliminar ramos mortos, danificados, doentes ou praguejados (poda de limpeza); remover partes da rvore que colocam em risco a segurana das pessoas (poda de emergncia); e remover partes da rvore que interferem ou causam danos incontornveis s edificaes ou aos equipamentos urbanos (poda de adequao). A poda de formao empregada para substituir os mecanismos naturaisque inibem as brotaes laterais e para conferir rvore crescimento eretoe copa altura que permita o livre trnsito de pedestres de veculos. A poda de limpeza empregada para evitar que a queda de ramos mortoscoloque em risco a integridade fsica das pessoas e do patrimnio pblico e particular, bem como para impedir o emprego de agrotxicos no meio urbano e evitar que a permanncia de ramos danificados comprometa o desenvolvimento sadio das rvores. A poda de emergncia, a mais traumtica para a rvore e para a vida urbana, empregada para remover partes da rvore que colocam em risco a integridade fsica das pessoas ou do patrimnio pblico ou particular. A poda de adequao empregada para solucionar ou amenizar conflitos entre equipamentos urbanos e a arborizao. motivada pela escolha inadequada da espcie, pela no realizao da poda de formao, e principalmente por alteraes do uso do solo, do subsolo e do espao areo. A substituio do uso residencial do solo com recuo da edificao pelo uso comercial sem recuo da edificao, assim como o alargamento do leito carrovel com reduo da largura do passeio pblico e/ou do canteiro central, causou e tem causado conflitos entre a nova situao e a arborizao pr-existente. Conflitos semelhantes so estabelecidos com a instalao de redes areas e subterrneas em reas j arborizadas, mudando assim o uso do subsolo e do espao areo. Deste modo, a

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    preveno da poda de emergncia somente em parte pode ser atingida com o plantio adequado. Para maior alcance, necessrio um amplo planejamento da arborizao, envolvendo a observao das normas existentes e o adequado uso do solo, do subsolo e do espao areo.

    III - ASPECTOS ANATMICOS E FISIOLGICOS

    1. Parte area

    1.1 - A rvore e sua forma natural imprescindvel admitir que a arquitetura de uma rvore plantada isoladamente diferente de quando o indivduo arbreo cresce em uma floresta. Assim, preciso conhecer previamente uma rvore saudvel para definir com maior preciso a necessidade e o momento da interveno (poda), bem como as partes a serem eliminadas. Desta forma pode-se prolongar o Tempo de Residncia de espcies arbreas nos vrios nichos urbanos onde esto inseridas, considerando-se todos os fatores ambientais imediatos que regem o seu desenvolvimento (poluio, ao predatria, choques mecnicos, aerao do solo etc). O padro de desenvolvimento (arquitetura) de uma rvore dado pela longevidade e direo do meristema apical. Este meristema, tendo crescimento indefinido em altura, origina tronco vertical reto (monopodial). Quando este meristema tem vida limitada, desenvolvem-se meristemas laterais, originando troncos simpodiais. Por outro lado, quando os meristemas crescem para cima, verticalmente, o crescimento dito ortotrpico. Em espcies cujos meristemas crescem horizontalmente (obliquamente), o crescimento chamado de plagiotrpico.

    Pinheiro do Paran

    Crescimento Monopodial

    Ip Amarelo

    Crescimento Simpodial,

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    Sob esse foco, a poda deve ser executada para conduzir a parte area (copa) de uma rvore no sentido de ocupar o espao disponvel e apenas excepcionalmente para reduzir ou delimitar o seu volume. Assim, evita-se que a mesma seja mutilada por podas drsticas ou executadas com impercia. 1.2 poca e reao da rvore s podas O momento da PODA ser determinado pelo objetivo a ser alcanado (tipo de poda), associado fenologia da rvore e s dimenses dos ramos que se pretende suprimir. As podas so executadas desde a formao at a morte da planta, quando correes se fazem necessrias para a manuteno da integridade da mesma e insero no ambiente urbano. Durante o ciclo de vida de uma rvore, basicamente dois sistemas de defesa so consolidados para proteg-la de agresses, como a poda, por exemplo. Estes sistemas de defesa atuam na regio da CASCA e na regio do LENHO. a) Na regio da casca, qualquer ferimento ir promover o aparecimento de uma nova periderme, chamada de PERIDERME NECROFILTICA. Esta nova periderme impede que microrganismos invadam o ferimento e atinjam os tecidos mais internos da casca. Quando o ferimento mais profundo, o lenho, prximo s leses, sofre alteraes que o tornam imune ao ataque microbiano. Da no ser necessrio, e mesmo contra indicado, o uso de biocidas como curativos aps a realizao das podas. A eficincia desse mecanismo de defesa visvel aps algum tempo, atravs da formao do CALO CICATRICIAL. Este CALO se inicia pelas extremidades da leso, em direo ao centro da mesma, e um indicativo seguro da qualidade de uma poda. As reaes de defesa so caracterizadas por alteraes qumicas no interior das clulas atacadas, processadas em quatro fases: Sntese de taninos: complexos pouco solveis que recobrem as paredes celulares, alterando a cor do lenho. Bloqueio de vasos por resinas, ltex ou gomas e tiloses. Aumento do metabolismo das clulas adjacentes leso com maior produo de substncias antibiticas (polifenis). Reao do cmbio para recobrir a leso, com maior velocidade na multiplicao de clulas ricas em suberinas. As reaes acima induzem formao de uma nova periderme, que denominada periderme necrofiltica (veja ilustrao da pgina 8). b) Quando o lenho agredido por um ferimento, ou por invaso microbiana, sinal de que a proteo dada pela periderme necrofiltica foirompida. Neste ponto, adquire importncia o mecanismo de defesa do lenho, chamado de compartimentalizao do lenho.

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    As rvores produzem tecido lenhoso e, ao longo da vida, vo subdividindo este lenho em vrios compartimentos. Desta forma, o interior de uma rvore (lenho) passa a oferecer uma maior resistncia a possveis invases.

    O processo de compatimentalizao na base do galho

    A interao dinmica entre a compartimentalizao do lenho e a formao da periderme necrofiltica de suma importncia para se entender como uma rvore consegue sobreviver, por centena ou milhares de anos, sob condies to adversas. O processo de ocluso do ferimento ocorre com o metabolismo ativo, ou seja, requer a existncia de clulas vivas. Esta a razo pela qual deve-se realizar, se necessrio, a poda de ramos o mais cedo possvel. Os ramos mais velhos apresentam as clulas do centro j mortas, o que pode provocar uma compartimentalizao incompleta. Do ponto de vista prtico, estes fenmenos adquirem importncia porque a reao ao ferimento tanto melhor quanto menor for o dano causado aos tecidos remanescentes. Portanto, o corte deve ser feito cuidadosamente e com instrumentos afiados. 1.3 - Morfologia da base dos ramos, compartimentalizao e ocluso dos cortes O processo de compartimentalizao das leses ocorre tendo como base as clulas do COLAR. Se este colar for lesionado, perder sua eficincia protetora, pois os microrganismos iro penetrar pelas clulas adjacentes ao lenho (clulas lesionadas). 1.3.1 Caracterizao do colar

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    O colar a regio inferior da base do ramo, na sua insero com o tronco. Quando ele pouco perceptvel, indica franca atividade assimilatria; quando se destaca do tronco, indica um processo de rejeio do ramo, ou seja, a rvore est preparando defesas para a compartimentalizao da leso que ocorrer. Alm do colar, fundamental a localizao e caracterizao da CRISTA DA CASCA e da FOSSA BASAL.

    1.3.2 Caracterizao da crista da casca o acumulo de casca na parte superior da base do ramo devido ao crescimento em dimetro do ramo e do tronco. Auxilia na definio da posio do plano de corte a ser feito. Este plano de corte deve preservar a crista e o colar, por isso sua posio levemente inclinada em relao ao tronco.

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    1.3.3 Caracterizao da fossa basal uma depresso no tronco abaixo da base do ramo. Indica falta de fluxo de seiva em direo ao tronco, ou seja, o ramo j no contribui para o crescimento da planta, estando prestes a secar. Neste caso, o plano de corte paralelo e rente ao tronco, j que o colar no mais funcional. 1.4 - poca de Poda A poca ideal de poda varia com o padro de repouso de cada espcie. Nas espcies utilizadas na arborizao urbana, podem ser reconhecidos trs diferentes padres de repouso: 1.4.1 - Espcies com repouso real So espcies decduas que entram em repouso aps a perda das folhas. A melhor poca para a poda compreendida entre o incio do perodo vegetativo e o incio do florescimento. A poca em que a poda mostrasse mais prejudicial planta compreendida entre o perodo de pleno florescimento e o de frutificao.

    1.4.2 - Espcies com repouso falso So espcies caduciflias que no entram em repouso aps a perda das folhas. Para essas espcies, a melhor poca para a poda compreendida entre o final do florescimento e o incio do perodo vegetativo. A poca em que a poda mostra-se mais prejudicial planta compreendida entre o perodo de repouso e o de pleno

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    florescimento. Nas situaes em que se queira coletar frutos ou sementes, a poda pode ser postergada para o final da frutificao sem grandes prejuzos para as espcies que apresentam este padro de repouso.

    1.4.3 - Espcies sem repouso aparente (ou de folhagem permanente) So espcies pereniflias, que apresentam manifestaes externas de repouso de difcil observao. Para essas espcies, a melhor poca para a poda compreendida entre o final do florescimento e o incio da frutificao. A poca em que a poda mostra-se mais prejudicial planta a compreendida entre o perodo de repouso e o incio do perodo vegetativo.

    2. Parte subterrnea

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    2.1- Desenvolvimento da raiz A velocidade de crescimento das razes quase constante, dependendo das condies ambientais no solo. Inicialmente, o crescimento da raiz em profundidade, visando alcanar camadas de solo menos sujeitas flutuao de umidade. Posteriormente, se desenvolvem razes de crescimento horizontal mais prximas superfcie do solo para a absoro de nutrientes. No mnimo 80% da biomassa de razes est nos primeiros 20 cm de solo, incluindo-se todos os tipos de razes. Isto ocorre mesmo em plantas com razes pivotantes pronunciadas. Quando a biomassa area aumenta, algumas razes passam a ser fundamentais na sustentao do tronco. Para cumprir esta funo, crescem em dimetro e de forma excntrica devido menor resistncia do solo.

    De acordo com seu dimetro, as razes podem ser classificadas em cinco tipos:

    razes finas: dimetro menor que 2mm (absoro de nutrientes, vida curta, renovao constante);

    razes flexveis: dimetro entre 2 e 5mm (conduo de gua e sais solubilizados, renovao pouco freqente);

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    razes lignificadas: 5 a 10mm;

    razes grossas: 10 a 20mm;

    razes fortes: maior que 20mm. Para o desenvolvimento e funcionalidade das razes, trs determinantes ambientais adquirem importncia fundamental: gua, aerao e temperatura na rizosfera. Para a manuteno de um teor adequado para todos estes fatores, imprescindvel que o solo tenha boa velocidade de drenagem, capacidade de reteno de gua, cobertura e ausncia de agentes compactantes do solo. 2.2. Funo da raiz As razes tm funes como:

    Fixao (fortes basais): resiste s foras de distenso e compresso (ao de extrao e choques);

    Absoro de gua e nutriente (razes finas);

    Reservatrio de nutrientes (razes grossas);

    Ancoragem (razes grossas e longas): resiste s foras de tenso(ao do vento).

    IV - FERRAMENTAS E EQUIPAMENTOS

    Em primeiro lugar, deve-se garantir a segurana por meio da utilizao dos equipamentos de proteo individual (EPIs), que consistem basicamente em culos, capacetes, cintos de segurana, luvas de couro, sapatos com solado reforado, esporas quando tecnicamente recomendveis e protetores auriculares. As ferramentas e equipamentos utilizados na poda das rvores urbanas devem ser produtos de qualidade, estar em bom estado de conservao e dentro das normas tcnicas. Essas caractersticas so vitais para o sucesso da poda. A forma de utilizao dessas ferramentas de fundamental importncia para garantir a segurana dos funcionrios envolvidos na poda, bem como dos pedestres, carros e tudo que esteja no entorno. Cada ferramenta tem suas caractersticas prprias, servindo para realizao de operaes especficas. Algumas, como as tesouras de poda, so utilizadas para o corte de ramos ainda ligados s rvores, sendo especficas para os ramos pequenos de at 15mm de dimetro. Para ramos de at 25mm, recomenda-se a utilizao do podo, que pode ser utilizado para podar ramos de at 6 metros de altura. Para os ramos com dimetros de 2,5 a 15 cm, podem-se utilizar as serras manuais; para ramos com dimetro superior a 15 cm, recomenda-se a utilizao da motosserra por operadores capacitados. Ferramentas de impacto como machado, foice e faco s devem ser utilizadas para o corte dos ramos

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    que foram podados e j esto no solo, visando diminuir o volume de material a ser transportado. O mais importante equipamento/acessrio, e de grande utilizao, a corda. A de sisal (confeccionada em fibras naturais) considerada a melhor, por ser pouco elstica e menos escorregadia, proporcionando maior segurana ao podador. imprescindvel em operaes nas copas das rvores e na segurana pessoal. Outros equipamentos/acessrios utilizados na operao so escadas, andaimes e plataformas elevatrias que facilitam a aproximao aos ramos a serem podados. V - TIPOS E TCNICAS DE PODA 1. Poda de formao Objetivo A poda de formao essencial, pois condiciona todo o desenvolvimento da rvore, sua adaptao s condies em que vai ser plantada definitivamente e uma grande parte de sua gesto futura. Desta forma, podemos distingui-la em duas fases: do viveiro e do local definitivo do plantio. 1.1 - A poda de formao na fase do Viveiro A poda nessa fase deve ser realizada com precocidade enquanto os ramos tiverem dimetro pequeno, favorecendo assim uma rpida cicatrizao da leso provocada pela retirada dos ramos no desejados. Objetiva-se com esta poda a obteno de um nico fuste, reto e com distribuio alternada dos primeiros ramos da rvore. Recomenda-se que a altura mnima para o primeiro ramo seja 1,8m.

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    1.2 - A poda no local definitivo do plantio

    Nesta fase, a interveno tambm deve ser feita com precocidade, pois este tipo de poda visa direcionar o desenvolvimento da copa para os espaos disponveis, sempre levando em considerao o modelo arquitetnico da espcie. Tambm devem ser eliminados ramos que dificultem a passagem de pedestres e veculos, assim como ramos que cruzam a copa ou que tenham insero defeituosa (ngulos agudos). Quando a gema terminal de rvores com eixos diferenciados em ortotrpicos (crescimento vertical dos ramos) e plagiotrpicos (crescimento horizontal dos ramos) danificada, normalmente o modelo arquitetnico original substitudo por um modelo sem organizao. Nas espcies ortotrpicas, os ramos remanescentes nunca daro origem a um novo eixo ortotrpico. Neste caso deve ser feita a poda para selecionar um eixo lder. Caso contrrio, estaremos causando um potencial ponto de ruptura neste tronco. Nas espcies plagiotrpicas, a perda da gema apical produz uma copa ortotrpica a partir dos ramos plagiotrpicos, com a consequente perda da arquitetura tpica da espcie.

    2. Poda de limpeza e manuteno Objetivo Eliminao de ramos secos ou senis, de ramos ladres, dos ramos epicrmicos e dos brotos de raiz. Tambm denominada poda de limpeza e manuteno a eliminao dos ramos doentes, com ataque de pragas ou ervas parasitas. poca A poda dos ramos ladres, dos ramos epicrmicos e dos brotos de raiz deve ser realizada precocemente, prioritariamente na poca em que esses brotos/ramos estiverem com pequenas dimenses, para possibilitar a utilizao de tesoura de poda. Tcnica Os ramos secos/senis, doentes, praguejados ou parasitados podem, em algumas circunstncias, ter dimenses acima de 5 cm. Para esses casos, a poda dever ser executada em 3 cortes.

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    Atravs do posicionamento do primeiro e segundo corte e do auxlio de cordas, possvel direcionar a queda do ramo, desviando de obstculos como fios e edificaes. O terceiro corte deve preservar o colar e a crista da casca intactos.

    O corte de ramos de grandes dimenses sem a utilizao dos trs cortes danifica o tronco, pois provoca o descascamento ou remoo de lascas do lenho logo abaixo do ramo. Esses ferimentos so portas de entrada para patgenos.

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    Quando no h necessidade de remoo total do galho, o corte pode ser realizado logo acima de uma gema, ou no seu ponto de insero sobre o ramo principal, ou ainda na axila de uma de suas ramificaes.

    3. Poda de emergncia Objetivo A poda de emergncia empregada para remover partes da rvore que colocam em risco iminente a integridade fsica das pessoas ou do patrimnio pblico ou particular, como ramos que se quebram durante chuva ou vento forte. poca Por seu carter emergencial, este tipo de poda no observa o padro de repouso da espcie a que est sendo aplicada. Tcnica A remoo dos ramos deve ser feita com trs cortes para evitar que a casca da rvore, abaixo do ramo removido, seja danificada. Os cortes devem manter intactos a crista de casca e o colar da base do ramo para que sejam garantidas as condies fisiolgicas necessrias para o fechamento do ferimento. A queda livre dos ramos podados deve ser evitada, pois pode causar acidente e danos ao pavimento da rua e do passeio, bem como s redes areas, sinalizao e outros equipamentos urbanos. Para amortecer a queda, devem ser utilizadas cordas amarradas ao tronco da rvore e aos ramos cortados que, guiadas por operadores em terra, conduziro com segurana esses ramos at o solo.

    4. Poda de adequao Objetivo A poda de adequao empregada para solucionar ou amenizar conflitos entre equipamentos urbanos e a arborizao, como rede area no interior de copa de rvores ou obstruo de sinalizao de trnsito. empregada, tambm, para remover partes da rvore que impedem a livre circulao de pessoas e veculos, bem como para remover partes da rvore que causam dano ao patrimnio pblico ou particular, como ramos baixos ou que cresceram sobre edificaes. poca

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    Observar, sempre que possvel, o padro de repouso da espcie qual est sendo aplicada a poda. Tcnica A mesma descrita na poda de emergncia

    Importante

    A poda aplicada a um ramo vital, de dimenso superior a 5cm, que no est preparado pela planta para a remoo, deve ser realizada sempre que possvel em duas etapas. Na primeira etapa, o ramo cortado distncia de 0,5m a 1,0m do tronco. Esse primeiro corte debilitar o ramo e ativar os mecanismos de defesa. Na segunda, um ou dois perodos vegetativos aps o primeiro corte, concluda a remoo do ramo cortando-o junto ao tronco, sempre mantendo intactos a crista de casca e o colar da base do ramo.

    5. Poda de raiz Objetivo O afloramento de razes, nas situaes em que no uma caracterstica da espcie, motivado pela reduo da aerao da camada superficial do solo, quer pela impermeabilizao ou compactao do solo, quer pela existncia de lenol fretico alto, entre outros motivos. A poda de raiz tem sido empregada para solucionar os transtornos causados pelo afloramento de razes. No entanto, esta prtica deve ser evitada na arborizao

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    urbana, principalmente por comprometer a estabilidade da rvore, alm de diminuir a absoro de gua e sais minerais e criar uma rea de contaminao que poder, mais tarde, comprometer toda a estrutura da base da rvore. O emprego de espcies adequadas ao local de plantio, a criao de reas de canteiro de 2 a 3 m2 (de acordo com o porte da rvore) e a preparao de uma cova de plantio ampla (0,60 x 0,60 x 0,60 cm), que permita rvore um bom enraizamento, so medidas que evitam a poda de raiz. Quando inevitvel, a poda de raiz, pelo risco que representa, deve ser aplicada com muito critrio, sempre acompanhada por um profissional habilitado e observando algumas recomendaes bsicas:

    Evitar o corte de razes grossas (com dimetro entre 10mm e 20mm) e razes fortes (com dimetro superior a 20mm). Quanto maior o dimetro da raiz, mais lenta a regenerao e maior o comprometimento da estabilidade;

    No eliminar razes ao redor de toda rvore. Quanto maior a quantidade de razes eliminadas, maior o comprometimento da estabilidade;

    No realizar corte de razes prximo ao tronco. O corte deve ser realizado a uma distncia mnima de 50cm do tronco da rvore;

    Expor a raiz que ser cortada. Antes de realizar o corte, deve ser aberta uma valeta, manual e cuidadosamente, para expor a raiz e permitir a realizao de um corte liso, sem danos a quaisquer de suas partes;

    No realizar o corte de razes com ferramentas de impacto (faco, machado, etc.). O corte de razes deve ser realizado com serra bem afiada, sendo o primeiro corte na extremidade prxima rvore e o segundo na outra extremidade;

    Proteger as razes e o solo do ressecamento.

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    VI - LEGISLAO Toda poda e remoo de rvore no municpio de So Paulo necessita de autorizao prvia do Poder Executivo Municipal. Extraordinariamente, nas ocasies de emergncia em que haja risco iminente para a populao ou ao patrimnio, tanto pblico como privado, permitido aos soldados do Corpo de Bombeiros execut-la sem a prvia autorizao. Pela legislao vigente, considerado exemplar arbreo o espcime ou espcimes vegetais lenhosos com Dimetro do Caule Altura do Peito (DAP) superior a 5 (cinco) centmetros. DAP o dimetro do caule da rvore altura mdia de 1,30 m (um metro e trinta centmetros) do solo. A poda poder ser autorizada nas seguintes circunstncias:

    em terreno a ser edificado, quando a poda for indispensvel realizao da obra;

    quando o estado fitossanitrio da rvore a justificar;

    quando a rvore ou parte dela apresentar risco iminente de queda;

    nos casos em que a rvore esteja causando comprovveis danos permanentes ao patrimnio pblico ou privado;

    nos casos em que a rvore constitua obstculo fisicamente incontornvel ao acesso de veculos.

    O Executivo Municipal est obrigado a comunicar a autorizao da poda atravs do Dirio Oficial da Cidade, com antecedncia mnima de 10 dias. Caso os interessados discordem da poda, possvel, no prazo de 6 dias contados da data da publicao, apresentar recurso protocolado na Subprefeitura responsvel pela rea onde est localizada a rvore. Este recurso tem efeito suspensivo na autorizao da poda. Poda de raiz O Executivo Municipal fica desobrigado de comunicar a populao atravs do Dirio Oficial em casos de urgncia da poda pela manifesta runa da rvore em decorrncia de caso fortuito, ou pela concluso de parecer de engenheiro agrnomo da Subprefeitura. A realizao de poda em logradouros pblicos s permitida a funcionrios da Prefeitura Municipal com a devida autorizao do Subprefeito competente, mediante parecer do engenheiro agrnomo responsvel, sendo dessa forma expressamente proibida ao muncipe a realizao de podas em logradouros pblicos. Os funcionrios de empresas concessionrias de servios pblicos so autorizados a realizar poda, desde que cumpridas as seguintes exigncias:

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    obteno de prvia autorizao do Subprefeito, mediante parecer do engenheiro agrnomo, incluindo detalhadamente o nmero de rvores, a localizao, a poca e o motivo do corte ou da poda;

    acompanhamento permanente de engenheiro agrnomo responsvel, a cargo da empresa.

    Quando a poda, irregular ou autorizada, ocasionar a morte de um exemplar arbreo em reas particulares, o mesmo ser substitudo em igual nmero pelo proprietrio ou possuidor do imvel (a qualquer ttulo) de acordo com as normas de plantio estabelecidas pelo Departamento de Parques e reas Verdes (DEPAVE), num prazo mximo de 30 dias da morte da rvore. No entanto, se o exemplar for considerado Patrimnio Ambiental, ser substitudo por outro exemplar arbreo e ser calculada uma compensao ambiental adicional de acordo com a legislao vigente. Em caso de descumprimento de prazo, conforme mencionado acima, implicar em multa de 1 (uma) Unidade de Valor Fiscal do Municpio (UFM) para cada ms de atraso. Quando ocorrer poda irregular de rvore, os infratores, tanto pessoa jurdica como fsica, sero autuados, sendo-lhes aplicada multa de 05 Unidades de Valor Fiscal do Municpio UFM. Caso ocorra reincidncia, ser aplicada em dobro. Se a infrao for cometida por servidor municipal, a penalidade ser determinada aps a instaurao de processo administrativo, na forma da legislao em vigor Respondem solidariamente pela infrao quanto poda seu autor material, o mandante e quem de qualquer modo concorreu para a prtica da infrao.

    A poda irregular considerada crime ambiental de acordo com legislao federal.

    Principal legislao vigente sobre poda de rvores no municpio de So Paulo

    Lei municipal 10.365/87 Decreto municipal 26.535/88 Decreto municipal 28.088/89 Disciplina o corte e a poda de vegetao de porte arbreo existente no municpio de So Paulo. Decreto estadual 30.443/89 Decreto estadual 39.743/94 Considera patrimnio ambiental e declara imunes de corte exemplares arbreos situados no municpio de So Paulo.

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    Lei municipal 10.919/90 Decreto municipal 29.586/91 Dispe sobre a obrigatoriedade de o Executivo Municipal dar publicidade poda e corte de rvores. Portaria Intersecretarial n 4/SVMA/SMSP/05 Dispe sobre os procedimentos tcnicos para o planejamento e execuo de poda de exemplares arbreos no municpio de So Paulo Lei Federal 9.605/98 Decreto federal 3.179/99 Medida provisria 2.163-41/01 Dispe sobre as sanes penais e administrativas derivadas de condutas e atividades lesivas ao meio ambiente (Lei do Meio Ambiente, de Crimes Ambientais, da Natureza). Portaria municipal 05/SMMA/SIS/02 Estabelece orientao tcnica para projeto e implantao de arborizao em vias e reas livres pblicas no municpio de So Paulo

    Bibliografia consultada:

    FERREIRA, F.A. Patologia Florestal: principais doenas florestais no Brasil. Sociedade de Investigaes Florestais: Viosa-MG. 570p., 1989. MULLICK, D.B. The non-especific nature of defense in bark and wood during wounding, insect and pathogen attack. In: Lowes. F.A. e Runeckles, V.C. Recent advances in phytochemistry. v.11, p. 395-441, 1977. SASAKI, R.H.; POMPIA, S.L.; CAMPOS, T.M.S. Podas em arborizao urbana. PMSP-SSO-DEPAVE; Boletim Tcnico no. 1, 25p. 1985. SEITZ, R.A. A Poda de rvores Urbanas. Fupef-UFPR. Srie Tcnica no. 19, Curitiba-PR, 41p. 2003. SHIGO, A.L. Tree decay an expanded concept. Washington, USA, USDA, Forest Service. Bulletin number 69, 72p. 1979. PREFEITURA DO MUNICPIO DE SO PAULO \ Eletropaulo \ Guia de Arborizao Urbana. Eletropaulo S/A . PREFEITURA DO MUNICPIO DE SO PAULO \ Manual Tcnico de Arborizao Urbana . Secretaria Municipal do Verde e do Meio Ambiente. SICK, H. Ornitologia Brasileira. Edio revista e ampliada por Jos Fernando Pacheco. Editora Nova Fronteira. Rio de Janeiro - RJ, 1997.

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    NOTAS: