Manual de Projeciologia

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8/3/2019 Manual de Projeciologia http://slidepdf.com/reader/full/manual-de-projeciologia 1/8 Manual de Projeciologia CORPO ASTRAL Não é espírito, mas outro corpo que se pode projetar para além das barreiras físicas. Por centenas de anos perdura a idéia de que o homem é feito de dois componentes: o corpo material e o espírito ou alma, que vem de Deus. Mas, alguns filósofos e ocultistas afirmam que há um terceiro elemento, o corpo astral, o corpo de luz, o corpo estelar. É uma reprodução do corpo de carne e osso, mas feito de material muito mais fino e com luminosidade. Pode vagar e se mover, atravessar objetos sólidos, sobrevive à morte (quando deixa o corpo físico) e passa a existir no plano astral, que é o plano normal da vida, mas chegando até o além. Uma jornalista católica, Anne Osmont, também ocultista, ofereceu curioso relato de uma viagem astral. Ela morreu em 1953. Contou esta história: conseguiu, numa viagem astral, deixar provas materiais de sua experiência. Era muito amiga de um casal de franceses como ela e escultores os dois. A esposa Annie repetia sua completa descrença na possibilidade da viagem astral, ou mesmo na existência do corpo astral. Anne Osmont resolveu provar-lhe o contrário: com grande esforço, que durou meia hora, conseguiu libertar seu corpo astral, projetá-lo através de paredes e ir até o quarto onde dormia o casal amigo. Num aparador havia um licoeiro de cristal. Ela decidiu derrubá-lo. O esforço então, foi como se estivesse tentando mover um piano. Mas, conseguiu seu intento e o licoeiro foi se espatifar no chão. O casal sentou-se na cama e ela ouviu a esposa murmurar: "Deve ser aquela idiota da Osmont". Dias depois, Anne encontrou o homem e lhe relatou a cena até os mínimos deta-lhes. Na sua história, Anne Osmont afirma que o esforço para mover o licoeiro a deixara exausta por vários dias. Os especialistas dizem que a remoção de objetos, em viagens astrais, e coisa muito rara. Nativos que mudam de pele. Entre os nativos da América Central, a projeção do corpo astral é conseguida com cantos encantados. A operação se chama "mudar de pele". Tem que ser efetuada depois do anoitecer, num lugar frio e deserto. Inteiramente nu, o indivíduo canta uma das canções: ao final, seu corpo material fica inconsciente. Ele pode se tornar visível ou invisível, à vontade, ou tomar a forma que escolher. Mas a aparência normal é de uma luminosidade oval, difusa: quem chegar bem perto, pode enxergar através dessa luz. Outro caso: O Dr. Fracis Lefebue, que praticava respiração ioga há sete anos, conta que, durante a Segunda Guerra Mundial, era médico num campo de prisioneiros, na Argélia. Um dia foi convocado pelo tenente. Encontrou-o no barbeiro. E o oficial lhe contou que o vira, na noite anterior, no meio do caminho para a estação. Vira com clareza e presenciara seu desaparecimento, como por encanto. "Depois disso - conta o Dr. Lefebue - o tenente nunca mais zombou de mim, como fazia antes." Como fazer a viagem astral! Pelo testemunho dos que dizem viajar astralmente, conclui-se que o andar não é diferente dos movimentos do corpo físico, a não ser uma certa sensação de bem-estar e de leveza. O

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CORPO ASTRAL

Não é espírito, mas outro corpo que se pode projetar para além das barreiras físicas.

Por centenas de anos perdura a idéia de que o homem é feito de dois componentes: o corpomaterial e o espírito ou alma, que vem de Deus. Mas, alguns filósofos e ocultistas afirmamque há um terceiro elemento, o corpo astral, o corpo de luz, o corpo estelar. É umareprodução do corpo de carne e osso, mas feito de material muito mais fino e comluminosidade. Pode vagar e se mover, atravessar objetos sólidos, sobrevive à morte(quando deixa o corpo físico) e passa a existir no plano astral, que é o plano normal davida, mas chegando até o além.Uma jornalista católica, Anne Osmont, também ocultista, ofereceu curioso relato de umaviagem astral. Ela morreu em 1953. Contou esta história: conseguiu, numa viagem astral,deixar provas materiais de sua experiência. Era muito amiga de um casal de franceses comoela e escultores os dois.

A esposa Annie repetia sua completa descrença na possibilidade da viagem astral, oumesmo na existência do corpo astral. Anne Osmont resolveu provar-lhe o contrário: comgrande esforço, que durou meia hora, conseguiu libertar seu corpo astral, projetá-lo atravésde paredes e ir até o quarto onde dormia o casal amigo. Num aparador havia um licoeiro decristal. Ela decidiu derrubá-lo. O esforço então, foi como se estivesse tentando mover umpiano. Mas, conseguiu seu intento e o licoeiro foi se espatifar no chão. O casal sentou-se nacama e ela ouviu a esposa murmurar: "Deve ser aquela idiota da Osmont". Dias depois,Anne encontrou o homem e lhe relatou a cena até os mínimos deta-lhes. Na sua história,Anne Osmont afirma que o esforço para mover o licoeiro a deixara exausta por vários dias.Os especialistas dizem que a remoção de objetos, em viagens astrais, e coisa muito rara.

Nativos que mudam de pele.

Entre os nativos da América Central, a projeção do corpo astral é conseguida com cantosencantados. A operação se chama "mudar de pele". Tem que ser efetuada depois doanoitecer, num lugar frio e deserto. Inteiramente nu, o indivíduo canta uma das canções: aofinal, seu corpo material fica inconsciente. Ele pode se tornar visível ou invisível, àvontade, ou tomar a forma que escolher. Mas a aparência normal é de uma luminosidadeoval, difusa: quem chegar bem perto, pode enxergar através dessa luz.Outro caso: O Dr. Fracis Lefebue, que praticava respiração ioga há sete anos, conta que,durante a Segunda Guerra Mundial, era médico num campo de prisioneiros, na Argélia. Umdia foi convocado pelo tenente. Encontrou-o no barbeiro. E o oficial lhe contou que o vira,

na noite anterior, no meio do caminho para a estação. Vira com clareza e presenciara seudesaparecimento, como por encanto. "Depois disso - conta o Dr. Lefebue - o tenente nuncamais zombou de mim, como fazia antes."

Como fazer a viagem astral!

Pelo testemunho dos que dizem viajar astralmente, conclui-se que o andar não é diferentedos movimentos do corpo físico, a não ser uma certa sensação de bem-estar e de leveza. O

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Dr. Lefebue conta que se lembra das vezes em que estava andando pelo quarto, sem saberse era sonambulismo ou uma projeção astral, até que se sentia flutuar. Descreve a sensaçãodo corpo astral com a sensação experimentada por alguém que sofre qualquer amputação:"sente" os movimentos do braço que foi cortado. Para projetar-se astralmente, o Dr.Lefebue depende de grande força de vontade, inclusive exercícios de ioga nos quais

aumenta sempre, mais e mais, os intervalos da respiração.O mais experimentado dos modernos viajantes astrais americanos, o escritor SylvanMuldoon, empresta grande importância a: primeiro construir forte desejo no subconsciente,que se alojará no consciente astral e em seguida, concentrar-se na própria imagem, noespelho. Depois, a atenção tem que concentrar-se nas batidas do coração e na tentativa detomar consciência da pulsação em qualquer parte do corpo. Então, repetindo sugestãomental, o coração deve ser forçado a diminuir o ritmo. Muldoon diz que um estudo real euma vontade férrea de viagem astral sempre trará resultados porque a determinação criadano subconsciente, inevitavelmente emergirá.Sylvan Muldoon, escritor americano, afirmava que um intenso desejo pela viagem astraltraria resultados e afirmava ter realizado a experiência.

Há a possibilidade de que algumas aparições ou visões imateriais de pessoas - vivas oumortas - sejam devido a presença de corpos astrais. Há o caso de Lady B. e sua filha que,em 1892, afirmaram ter visto a fantasmagórica figura da uma mulher olhando em seuespelho. Hornell Hart escreveu, em Enigma da Sobrevivência: Lady B. viu a mulher emtrês quartos de perfil. A senhorita B. viu a figura por trás, " o rosto não lhe era diretamentevisível, mas o viu perfeitamente refletido no espelho". As descrições mostram que o queviram as duas mulheres se assemelhava à presença física de uma pessoa, no quarto.lustrações que demonstram os movimentos do corpo astral, quando desprendido do corponormal. Os dois são ligados por uma corda elástica que, esticando-se ou retraindo, causainstabilidade ao corpo astral. Completada a "viagem" ele volta ao indivíduo, no que sechama interiorização [desenhos de W. A. Watts].

Os hindus que voam pelo céu.

A idéia do corpo astral é muito antiga. Escritos hindus descrevem os oito siddhis, oupoderes sobrenaturais, que podem ser conquistados por um tipo de ioga chamadopranayama. O sexto deles é "voar pelo céu", aparentemente se referindo ao que hoje echamado de projeção astral.R. Dodds mostra que a idéia ocidental do corpo astral se originou na filosofia gregaclássica, aparentemente sem qualquer influência oriental. Platão, em suas Leis (livro 10),discute as almas das estrelas, que dirigem suas trajetórias. Ele diz que alguns acreditam queessas almas são de fogo ou de ar, além da matéria própria das estrelas. Diz ainda que,

embora não seja visível, a alma humana nos envolve de forma imperceptível a todos ossentidos. Em Timaeus diz-se que o Criador fez almas que colocou nas estrelas, como seestivessem em carruagens. Essas almas eram para nascer depois como humanos e, setivessem vida virtuosa, voltariam de volta às estrelas, depois da morte.Aristóteles, discípulo de Platão, desenvolve a teoria de que o pneuma ( ar ou respiração) éelemento constituinte de homens e animais, onde reside a alma, de material análogo ao dasestrelas. Todo esse complexo de idéias e teorias, resultou na noção atual da existência docorpo astral.

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E essa noção do corpo astral tem continuidade no Oriente. No Purgatório, de Dante, (Canto25), escrito no séc. 14, é dito que depois da morte, "a alma ao redor cria o seu próprio podercriador, semelhante à sua forma viva, em aspecto e tamanho ... o ar circundante adota aforma que a alma lhe impõe". No séc. 16, Agripa Von Nettesheim parece referir-se aocorpo astral, quando fala das "férias do corpo, quando ao espírito é permitido transcender

suas limitações, como uma luz que escapa de uma lanterna, para espraiar-se pelo espaço".Duplo etéreo e corpo astral.

Os termos "corpo astral" e "duplo" são utilizados para mencionar diferentes tipos defenômenos. Um deles é chamado "duplo etéreo", idêntico ao egípcio Ka, a força vital quedá vida ao corpo representado em arte como uma exata reprodução do corpo físico. Oshindus o chamam de linga sharira, ou " forma vital", que é mais ou menos o "sistema defios" do corpo. O fato de Sylvan Muldoon ter dado ênfase à "corda" que disse sentirligando a projeção ao corpo físico, sugere que suas experiências envolvam a separação docorpo físico, não somente do corpo astral, como do duplo etéreo.

Na Escócia, fala-se de "o adiantado", significando manifestações da presença de umapessoa, antes que ela chegue ao lugar. Isso é diferente do conceito de corpo astral, queencerra integral consciência de tudo.O verdadeiro corpo astral também se aplica a certos estados de sono, ou perda deconsciência física. Os sonos de cura, nos santuários gregos do deus Asclépios, queaparentemente afetavam uma projeção fantasmagórica do corpo físico, parecem maisreferir-se ao duplo etéreo do que ao corpo astral. Algumas autoridades modernas, como D.J. West e Anthony Flew, mantém uma atitude de bem humorado ceticismo em relação aocorpo astral e projeções. Por outro lado, o prof. Hart anotou com escrupulosa neutralidadetodos os pontos de vista, a favor e contra, em seu Enigma da Sobrevivência. Ele entendeque "essas diversidades entre as várias descrições no mundo astral, e do após vida, não

podem ser explicadas somente pela acusação de que são meras fantasias. A evidênciacomprovada da realidade da projeção astral parece bastante conclusiva; e a evidencia deque as aparições de pessoas mortas são veículos do consciente que sobrevive também éconvincente.

HOMEM, MITO & MAGIA; Redação; O Corpo Astral; Fascículo Semanal; São Paulo, SP;Editora Três; Vol. III; N.º 28; s. d.; 6 ilus.; pág. 557- 559.

A ARTE DE DESDOBRAR-SE.

A cultura de muitos povos antigos fala da existência de um segundo corpo do homem,

capaz de desprender-se do físico e viajar para lugares distantes ou outros planos de vida.O desdobramento ou, segundo Waldo Vieira - autor do livro Projeciologia -, a projeção daconsciência fora do corpo humano é um "fenômeno antigo e universal, de todas as épocas,raças e povos, mesmo daqueles considerados não-intelectualizados, atrasados ou selvagens.Ele é encontrado nas primeiras narrativas da Antigüidade Clássica (...), bíblica, egípcia ebabilônica, nas crônicas sacras do Oriente, aparecendo tanto no homem ignorante como nossábios e intelectuais, na qualidade de faculdade natural, biológica, ou seja, de origemfisiológica". Enfim, a projeção consciente é semelhante, em muitos aspectos, a diversos

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outros estados alterados de consciência, tais como o devaneio, o pesadelo, o sonambulismo,o sonho, o sono, etc."Esse segundo corpo que se projeta recebe um nome distinto em cada uma das culturasantigas. Os hebreus o chamavam ruach; os egípcios, o ka, replica exata do corpo físico, masmenos densa; os gregos o denominavam ameidolon; os romanos, larva; no Tibete, bardo; na

Noruega, fylgja, enquanto os antigos bretões lhe davam vários nomes - fetch, waft, task,fye.Na China, o thankhi abandonava o corpo durante o sonho e podia ser visto por outraspessoas. Os antigos chineses praticavam a meditação para liberar o segundo corpo, que seformava no plexo solar, pela ação do espírito. A sua saída pela cabeça aparece representadaem desenhos antigos. Os antigos hindus falam do segundo como pranamayakosha. Osbudistas lhe chamam rupa.Waldo Vieira diz que nos tempos antigos a projeção só era revelada aos iniciados econseguida através da prática de certos rituais secretos, cujas técnicas se perderam ao longodos séculos. Hoje restam apenas as tradições orais.Na Bíblia também não há descrições das técnicas usadas, somente as narrativas de casos.

Em Ezequiel 3.14, por exemplo, o profeta descreve assim o seu desdobramento: "Então oespírito me levantou, e me levou; e eu me fui mui triste, no ardor do meu espírito (...)," NoApocalipse 1.10. o apóstolo São João relata também a sua experiência: "Eu fui arrebatadoem espírito no dia do Senhor(...)."São Paulo na Segunda Epístola aos Coríntios 12.2, escreveu: "Conheço um homem emCristo que há 14 anos (se no corpo não sei, se fora do corpo não sei: Deus sabe) foiarrebatado até o terceiro céu."Existem alguns relatos de desdobramentos ocorridos no início da era cristã, como o deArisdeu de Soles, da Silícia, Ásia Menor. No ano de 79, ele sofreu uma queda violenta e foidado por morto. Todavia, três dias depois do acidente, quando estava para ser enterrado,Arisdeu recobrou os sentidos e contou aos amigos as experiências pelas quais havia

passado naquele período. A história foi registrada por Plutarco de Queronéia (50-120). Essanarrativa mostra que a experiência de sair do corpo pode modificar o caráter das pessoas.Arisdeu era um homem de maus costumes, mas, depois de seu desdobramento,transformou- se numa pessoa virtuosa.A própria aventura é interessante. Diz Arisdeu que após a queda sua alma pensante saiu deseu corpo e a sensação nesse instante foi semelhante a de um mergulhador projetado parafora de seu barco. Contudo, ao emergir, ele conseguiu respirar livremente e enxergar emtodas as direções de uma só vez. Então viu pessoas que conhecera mas que já haviammorrido. Uma delas, aproximando-se dele, explicou-lhe que ele chegara até ali com a partepensante da sua alma, tendo deixado o restante no seu corpo, como uma âncora. Depois deoutras experiências, ele foi "aspirado por um sopro violento e irresistível" e retornou ao seu

corpo na hora em que ia ser enterrado.Em tempos mais recentes, há o exemplo de Emmanuel Swedenborg (1688- 1772) - filósofosueco que se projetava freqüentemente, segundo o registro de suas experiências nos DiariiSpiritualis - e do escritor francês Honore de Balzac (1799-1850) - que falou da projeção doespírito na sua novela autobiográfica, Louis Lambert. Ele escreveu, por exemplo: "Ora, semeu espírito e meu corpo puderam separar-se durante o sono, por que não poderei eudivorciá-los igualmente durante a vigília?"Na época da metapsíquica, que ocupou o período do séc. 19 até meados deste, temos as

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experiências de dois pesquisadores franceses, Hector Durville e Charles Lancelin, mas foisó com o norte-americano Charles Theodore Tart, em 1966, que se efetuaram as primeirasexperiências científicas com o desdobramento, usando aparelhagem moderna: uma jovem,cujo nome foi mantido em segredo mas que era identificada como Miss Z, teve suas ondascerebrais, movimentos oculares, resistência galvânica, freqüência cardíaca e volume

sangüíneo registrados.Segundo o relato contido na obra já citada de Waldo Vieira, Miss Z, enquanto flutuava forade seu corpo físico, foi capaz de informar a hora exata marcada por um relógio fora doalcance de suas vistas, além de identificar um número-alvo que o pesquisador escondera.Essas informações foram dadas nos instantes em que os registros poligráficosdemonstraram padrões de ondas singulares.O cordão de prata, que mantém o duplo etérico unido ao corpo físico, é uma parte essencialda projeção da consciência. Se for rompido, não há possibilidade de retorno ao corpo físico,sobrevindo a morte. Em algumas tribos primitivas, esse laço de conexão aparece como umaserpente; em outras, como uma árvore ou uma trepadeira, como uma cinta, um fio ou umarco-íris. Os africanos os vêem como uma corda, e os nativos de Bornéu como uma escada.

Os antigos chineses praticavam a meditação para desdobrar-se. A saída do corpo astral pelacabeça aparece representada em desenhos antigos.Esse cordão, segundo alguns, sai do corpo através do plexo solar, ou seja, da área do centroda força umbilical, mas há também quem afirme que a conexão essencial é pelo crânio, asede do cérebro. Waldo Vieira explica o motivo das divergências de opinião: a visão dasaída do cordão de prata da área do plexo solar é facilitada pela própria anatomia. "Osolhos físicos vêem (...) o umbigo (...), o que obviamente não pode acontecer com à área docórtex cerebral."Segundo Waldo Vieira, o cordão não se encontra em nenhum lugar específico. Cadapartícula do psicossoma (ou corpo espiritual) parece estar ligada à sua análoga física.Quando o psicossoma se afasta do soma (ou corpo físico), tais ligações aproximam-se

formando um cordão de prata.Existem alguns detalhes sobre o desdobramento que só agora estão sendo entendidos:quando ocorre a projeção da consciência, o corpo extrafísico pode se apresentar com asroupas, os adornos e os artigos que costuma usar no plano físico, isto é, brincos, óculos,lentes de contato, dentaduras, etc. Isso acontece porque existe uma ligação energética entreo organismo humano e os objetos que o revestem ou entram em contato direto com ele.O autor americano Robert A. Monroe, outro profundo conhecedor do fenômeno, escreveuum livro a respeito, intitulado Viagens Fora do Corpo, (Record, Rio de Janeiro). SegundoMonroe, ainda hoje existem obstáculos à investigação do desdobramento. O primeiro delesé o medo da morte, pois a projeção implicando a separação entre o espírito e o corpo físico,se assemelha ao desencarne. Em segundo lugar está o temor de não saber como voltar ao

corpo, e os iniciantes então preferem não prosseguir na viagem, retornando rapidamente.Para vencer esses temores, a pessoa precisa repetir o processo muitas vezes. Em terceirolugar está o medo do desconhecido, pois não se sabe quem ou o que se vai encontrardurante a experiência ou mesmo a quem apelar em caso de necessidade.A experiência de Sylvan Muldoon - um norte-americano que viveu no começo deste século,um dos pioneiros no estudo do desdobramento e das viagens astrais e um dos primeiros aproporcionar um informe reflexivo e detalhado de suas experiências - constitui um exemplotradicional de como os corpos se separam para dar início à viagem astral.

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Sylvan despertou no meio da noite com o corpo paralisado, incapaz de mover-se. Derepente, teve a sensação de flutuar e todo seu corpo começou a vibrar. Sentia uma fortepressão na parte posterior da cabeça. Em seguida se encontrou flutuando horizontalmentesobre a cama, elevando-se até o teto. O corpo lhe parecia muito leve. Desde uma altura de1,80m, girou 90°, a partir do plano horizontal, passando à posição vertical e descendo até

chegar ao solo. Então, começou a relaxar, ainda com a incomoda tensão na nuca, e deu umpasso à frente.E então aconteceu o mais surpreendente. Olhou para trás na direção da cama e se viu ali,dormindo. Tinha dois corpos: um de pé no solo, consciente, e o outro deitado passivamenteno leito. Dois corpos idênticos, unidos por um cabo elástico, com um dos extremos entre osolhos do corpo que ocupava a cama e o outro na parte posterior da cabeça do corpo em pé.Muldoon pensou com tristeza que estava morto. Começou a andar, mas vacilou ao sentirum repuxo do cabo. Tratou de abrir uma porta, mas a atravessou. Tentou sacudir os quedormiam, conseguindo transpassar seus corpos com suas mãos. Confuso, ficou dandovoltas sem rumo, sem saber o que fazer. Notava o repuxo na parte posterior de sua cabeçacom mais intensidade. Vacilou de novo e se imobilizou. Elevou-se no ar e foi lançado

acima da cama, onde ficou suspenso horizontalmente. Vibrou como no princípio de suaaventura e se incorporou ao seu corpo físico.Muldoom se movia a três velocidades durante suas viagens. Adotava um passo normal peloquarto ou casa, ou mesmo ao passear pela rua. Havia uma velocidade intermediária, maisrápida do que a normal, na qual ele não se movia, mas tudo parecia vir sobre ele. A terceiravelocidade era extraordinária: permitia viagens de grande distância num tempo muito curto.Nesse tipo de viagem, ele experimentava sem dúvida períodos de inconsciência, uma vezque lhe era impossível registrar todos os detalhes vistos.

Editora Três; Editoria; O Mundo Paranormal: A Parapsicologia Explicada; Fascículo; N.º12; ilus.; 28 x 20 cm; São Paulo, S.P.; 1987; p. 146-149.

CONVERSANDO SOBRE PROJEÇÃO E AURA

(Extrato de uma entrevista com o Prof. Wagner D. Borges)*

1. O que é uma viagem astral?É a capacidade parapsíquica do espírito projetar-se temporariamenteparafora do corpo,principalmente durante o sono.

1. Qualquer pessoa pode realizar uma experiência dessas?Sim, pois é uma capacidade humana latente de todo mundo. Não é necessário seguirnehuma doutrina ou mudar a maneira de ser para desenvolver o controle consciente em simesmo.

1. Muitas pessoas têm essas experiências e não sabem como lidar com elas?Sim, o número de pessoas que já passou por experiências assim é muito grande. Inclusive,há pessoas que acordam de madrugada sem conseguir se mexer e nem abrir os olhos. Elas

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tentam gritar para chamar alguém e não sai voz nenhuma. Repentinamente, despertamabruptamente e acham que isso foi um pesadelo.

1. Quando a pessoa está cochilando ocorre algo assim?É muito comum a pessoa sentir uma sensação de estar caindo logo no início do sono. Daí,

ela desperta assustada sem entender o que ocorreu.1. Não há perigo da pessoa perder-se numa viagem dessa?Não, pois há uma ligação espiritual-energética interligando seu espírito ao corpo durante aexperiência. Essa ligação é conhecida nos meios espiritualistas com o nome de "cordão deprata". Por mais longe que vá,essa conexão espiritual sempre trará a pessoa de volta para ocorpo.

1. É necessário ser um sensitivo ou médium para fazer uma viagem dessas?Não, já que é uma capacidade humana natural e comum a todos. Porém,para alguém queparticipe de alguma atividade espiritual há uma certa ampliação na aura e isso favorece

bastante um resultado positivo.

1. O que é aura?Aura é o campo energético multicolorido que envolve o corpo humano. É a atmosferaespiritual de uma pessoa, refletindo os seus pensamentos, sentimentos e energias comovárias faixas de cores no campo energético.

1. É possível uma pessoa interferir energeticamente na aura de outra?Sim, dependendo das circunstâncias. Como exemplo, podemos citar aquelas pessoas quequando se aproximam de nós, imediatamente sentimos uma certa irritação ou desconfortopsíquico. Essas pessoas são chamadas popularmente de "seca pimenteiras", pois se

apontarem o dedo para uma plantinha, a mesma seca! Obviamente que algum tipo deenergia saiu da mão da pessoa e pegou na planta. Essas pessoas acabam prejudicando aoutras com suas emanações nocivas. Por isso, esse assunto é fantástico, pois permiteensinar as pessoas como lidar com esse tipo de situação e permanecer equilibrado.

1. Mas, há pessoas com a aura boa também, não é?Felizmente sim, embora as pessoas achem que o mundo piorou, há pessoas muito boasvivendo no mundo conosco. É que a mídia e as pessoas não comentam sobre o bem que foifeito, pois dá mais ibope falar da tragédia e da dor.Há pessoas que só de chegarem em umambiente, sua atmosfera melhora todo mundo. São doadoras de vibrações saudáveis. Sãoportadores de luz invisível.

1. É possível perceber alguma coisa espiritual durante uma saída do corpo?Sim, e isso é uma das maiores vantagens dessa experiência. É possível encontrar as pessoasque amamos e que já morreram. Aí, descobrimos que elas estão vivas em outra dimensão(plano espiritual), como espíritos, e que a morte não mata a consciência e nem o amor.Desde que uma pessoa se vê projetada fora do corpo, isso muda seus parâmetros em relaçãoa várias coisas. Quando alguém perguntar para ela se acredita em vida após a morte, eladirá que não acredita, mas tem certeza absoluta, e isso não é uma questão de fé, mas de

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plena convicção consciente. Também é possível entrar em contato com seres espirituaiselevados que podem ensinar coisas incríveis, ou mesmo ensiná-la a aplicar energia paracura invisível e silenciosa. E, posso dizer isso por experiência pessoal, desenvolve um bomhumor muito grande e dá esperanças de resolução de várias coisas, mesmo que a situaçãoesteja complicada e tudo pareça estar nefasto. Dá vontade de viver e fazer um monte de

coisas boas.1. Deixe uma mensagem final para os nossos leitores.Viver vale a pena! Quando buscamos coisas significativas, mesmo as mais simples, nossosolhos brilham muito e tornamo-nos canais de luz. Não podemos nos esquecer nunca denossa herança divina. Temos luz em nosso coração, e essa luz aumenta muito quando oamor toma conta de nossos objetivos vitais. Precisamos fluir naturalmente no contexto davida. Estudarmos nossos pensamentos, sentimentos e energias e almejarmos a sintonia detudo que seja benéfico. E tudo isso sob o comando do discernimento, do amor e da alegria.Somos passageiros da vida e o corpo é o nosso veículo de viagem pela Terra. Por isso,precisamos aprender a viajar sadiamente pela existência, respeitando a todos os seres e

seguindo em frente... na direção da Eterna Luz que é nossa origem e destino. O estudosensato das saídas do corpo, das bioenergias (e os seus chakras), da meditação e dosassuntos espirituais em geral, permite conhecermos um pouco mais de nós mesmos e assimconfrontarmos nosso ego e nossas deficiências. Abre portas evolutivas, permitindo um realcrescimento da consciência e a manifestação do amor em todos os planos, dentro e fora denós, sempre objetivando a paz interior e o equilíbrio.