Manual de..procedimentos vacinas

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Governo do Estado da Bahia Secretaria da Saúde Superintendência de Vigilância e Proteção da Saúde Diretoria de Vigilância Epidemiológica Coordenação do Programa Estadual de Imunizações Manual de Procedimentos para Vacinação Bahia, 2011

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Governo do Estado da Bahia

Secretaria da Saúde

Superintendência de Vigilância e Proteção da Saúde

Diretoria de Vigilância Epidemiológica

Coordenação do Programa Estadual de Imunizações

Manual de Procedimentos

para Vacinação

Bahia, 2011

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© 2011. Secretaria da Saúde do Estado da Bahia. Todos os direitos reservados. É permitida a reprodução parcial ou total desta obra, desde que citada a fonte e que não seja para venda ou qualquer fim comercial

A responsabilidade pelos direitos autorais dos textos e imagens desta obra é da área técnica. O Manual de Procedimentos para Vacinação pode ser acessado na íntegra no site da Secretaria da Saúde do Estado da Bahia: www.saude.ba.gov.br ou www.vigilanciaemsaude.ba.gov.br

Série A. Normas e Manuais Técnicos

Tiragem: 4ª edição – 2011 – 5.000 exemplares

Elaboração, distribuição e informações Superintendência de Vigilância e Proteção da Saúde Diretoria de Vigilância Epidemiológica Coordenação do Programa Estadual de Imunizações Produção editorial Capa: Pamdesign Comunicação Ltda Projeto Gráfico: Pamdesign Comunicação Ltda Diagramação: Pamdesign Comunicação Ltda Impressão e Editoração: Qualigraf Serviços Gráficos e Editora Ltda Revisão: Marlene Tavares Barros de Carvalho e Cristina Maria Vieira da Rocha

Impresso no Brasil / Printed in Brazil

Ficha catalográfica elaborada: Eliana Carvalho/ CRB-5 1100

B151 Bahia. Secretaria da Saúde. Superintendência de Vigilância e Proteção da Saúde. Diretoria de Vigilância Epidemiológica. Coordenação do Programa Estadual de Imunizações. Manual de procedimento para vacinação ./ Diretoria de Vigilância Epidemiológica. .- Salvador: DIVEP, 2011. 573p. (Série A. Normas e Manuais Técnicos) 1. Vacinação (Saúde Pública) 2. Imunização. 3. Vacinas. 4. Prevenção Primária 5. Educação em Saúde .6. Serviços de Saúde. 6. Promoção da Saúde . I. Autor. II. Título. CDU 614.47

Catalogação na fonte – Biblioteca Cesat 1 A Secretaria de Estado da Saúde da Bahia publica este Manual de Procedimentos reiterando créditos ao PROGRAMA NACIONAL DE IMUNIZAÇÕES – PNI, vez que o trabalho de revisão, atualização e ampliação do conteúdo foi desenvolvido com a anuência da Coordenação Geral do PNI, do Departamento de Vigilância Epidemiológica, da Secretaria de Vigilância em Saúde (CGPNI/DEVEP/SVS). Os originais foram encaminhados ao nível nacional pela equipe de elaboração em março de 2010.

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Governador do Estado da Bahia

Jacques Wagner

Secretário da Saúde

Jorge José Santos Pereira Solla

Superintendente de Vigilância e Proteção da Saúde

Alcina Marta de Souza Andrade

Diretora de Vigilância Epidemiológica

Maria Aparecida Araújo Figueiredo

Coordenadora da Coordenação do Programa Estadual de Imunizações

Maria de Fátima Sá Guirra

Coordenadora da Assessoria Técnica da Superintendência de Vigilância e Proteção da Saúde

Marlene Tavares Barros de Carvalho

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Créditos desta edição

Equipe responsável pela revisão, atualização e ampliação desta edição:

Marlene Tavares Barros de Carvalho Enfermeira / Epidemiologista / Mestre em Saúde Coletiva

Cristina Maria Vieira da Rocha Pedagoga / Especialista em Educação em Saúde Pública

Márcia Cristina Rangel Danieluk Enfermeira / Especialista em Saúde Pública

Doiane Lemos Enfermeira / Especialista em Saúde Pública

Tânia Maria Leão Enfermeira / Especialista em Saúde Pública

Colaboradores:

Ana Rosa dos Santos Médica / SanitaristaCatarina Shubert Enfermeira SanitaristaCristiane Pereira de Barros EnfermeiraSirlene Pereira EnfermeiraAdriana S. de Almeida – SMS/SALVADO R/PMSEnfermeira / Especialista em Saúde Pública

Maria de Fátima Sá Guirra Enfermeira / Mestre em Saúde Coletiva NOTA DA EQUIPE DE REVISÃO Quando este Manual de Procedimentos de Vacinação chegar às suas mãos é possível que no seu conteúdo sejam encontrados alguns referenciais que tenham sido substituídos ou não estejam mais em vigência (a exemplo de portarias, indicações e procedimentos). Esta é uma situação muito provável em razão da dinâmica dos processos no campo da gestão e da rapidez dos avanços no campo da ciência e da tecnologia. Assim, é recomendável estar atento a possíveis atualizações e mudanças, buscando informações no site do Ministério da Saúde www.saude.gov.br e/ou www.vigilanciaemsaude.ba.gov.br e junto a coordenação do Programa de Imunizações (PNI) na sua área de trabalho.

– CGPNI/DEVEP/SVS/MS

– CGPNI/DEVEP/SVS/MS

– CGPNI/DEVEP/SVS/MS

– CGPNI/DEVEP/SVS/MS

– DIVEP/SESAB

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Sumário Geral

Apresentação

Prefácio....................................................................................................................... 2

Notas sobre o PNI, o planejamento e as responsabilidades

das esferas de gestão ................................................................................................ 5

Parte I – Planejamento, monitoramento e avaliação da

atividade de vacinação ............................................................................................. 17

Parte II – Aspectos técnicos e administrativos da atividade de

vacinação

Parte III – Procedimentos para administração de vacinas ................................... 209

Parte IV – Procedimentos para administração de soros

Parte V – Síntese sobre as doenças imunopreveníveis e

acidentes causados por animais peçonhentos ....................................................... 44 8 1

Parte VI – Glossário ................................................................................................ 54 1

...............................................................................................................1

................................................................................................................. 89

e imunoglobulinas...........4 01

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Apresentação

Sinto-me honrado e privilegiado, como gestor da saúde de um estado

como a Bahia, em colocar à disposição da rede de serviços do Sistema Único

de Saúde – SUS, uma nova edição do Manual de Procedimentos de

Vacinação, resultado de longo e cuidadoso processo de revisão, com

conseqüente atualização e ampliação do seu conteúdo.

Importante resgatar que este Manual, cuja primeira edição foi de

1986, há 25 anos vem servindo de referencial para o trabalho de vacinação,

sendo instrumento indispensável para os profissionais que, diariamente,

enfrentam e vencem os desafios de fazer chegar os imunobiológicos à nossa

população, especialmente, nas salas de vacinação dos serviços de saúde.

Ao tomar a decisão de publicar o Manual de Procedimentos de

Vacinação, a Secretaria de Saúde da Bahia entende a necessidade premente

dessas orientações e normativas para o Programa Estadual de Imunizações,

nos 417 municípios baianos. Informações devidamente atualizadas e em

conformidade com o preconizado pelo Programa Nacional de Imunizações –

PNI, e que vêm contribuir para a unidade, a qualidade e a segurança da

atuação dos profissionais nas mais de 3.000 salas de vacina existentes no

território baiano.

Com essa contribuição, o Governo da Bahia, a Secretaria Estadual de

Saúde, o Programa Estadual de Imunizações, conscientes do papel e da

responsabilidade das diferentes esferas de gestão na construção do SUS e na

promoção da saúde da população baiana e brasileira, coloca-se como partícipe

efetivo do PNI, ao disponibilizar informação atualizada para profissionais,

pesquisadores, estudantes, enfim, para toda a sociedade.

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Prefácio à 4ª edição

A edição de manuais de normas e parâmetros tem, ao longo do

tempo, pautado a atuação de diversos setores do Ministério da Saúde. Com a

área de imunizações não tem sido diferente. É de 1977 a publicação de um

Manual de Normas e Instruções que integrava em seu conteúdo a vigilância

epidemiológica e as imunizações. O primeiro Manual de Vacinação foi de 1984,

seguindo-se, a partir daí, uma série de edições e reedições de instrumentos

abordando os diferentes aspectos da prática das imunizações.

Estabelecer normas é vital para um programa como o PNI, num país

de dimensões continentais, cuja operacionalização deve estar fundamentada

em um mínimo de unidade, considerando as enormes diferenças regionais,

climáticas, topográficas, demográficas dentre outras. A partir dessa base, as

Secretarias Estaduais e Municipais de Saúde, de acordo com a situação

epidemiológica específica e com sua capacidade técnica, administrativa,

financeira e logística, podem definir normas e procedimentos diferenciados em

sua área de abrangência, como prerrogativa das três esferas do SUS.

Esse processo, que conta com a participação de diferentes órgãos e

entidades envolvidos com a imunização, é dinâmico e continuado,

consubstanciando-se em documentos como manuais ou guias,

complementados e atualizados por meio de notas técnicas, boletins e

correspondências oficiais, até que novo documento seja editado.

O primeiro Manual de Procedimentos para Vacinação foi elaborado

em 1986, quando o PNI era coordenado pela Secretaria Nacional de Ações

Básicas de Saúde (SNABS), do Ministério da Saúde. O manual foi trabalhado

por um grupo de profissionais de diversas categorias, mas, principalmente,

enfermeiros, em função das características do documento cujo foco maior é o

procedimento técnico para a administração de imunobiológicos.

Já naquela primeira edição foi considerado que o “desempenho de

um programa de imunizações eficiente e eficaz pressupõe a organização dos

serviços de saúde, a seleção da estratégia de vacinação apropriada e o

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envolvimento da comunidade nessa atividade”, sem, no entanto, prescindir da

definição dos “procedimentos básicos para a execução, o acompanhamento e

a avaliação das atividades, além de identificar formas de implantação,

implementação e divulgação desses procedimentos na rede de serviços”.

A revisão desse primeiro documento foi feita somente em 1992

quando o PNI já se encontrava na estrutura da Fundação Nacional de Saúde

(FUNASA). Esta segunda edição resultou da ampliação do próprio Programa

ocorrida a partir de 1990, somada à experiência com os dias nacionais de

vacinação para a erradicação da poliomielite e com a realização da campanha

nacional de vacinação com a vacina sarampo (atenuada), dentro do Plano de

Eliminação da doença.

A terceira edição é de 2001 quando o documento recebe um

tratamento mais ampliado com a introdução de novos imunológicos e capítulos

relativos ao planejamento e à avaliação das atividades, mas são mantidos os

objetivos preconizados desde a concepção, quais sejam:

o estabelecimento das linhas gerais para a administração dos

imunobiológicos na rede de serviços de saúde; e

a padronização e disciplinamento dos critérios e técnicas para

a administração de vacinas e soros utilizados pelo Programa.

Nesta última revisão de 2001, foi consubstanciado a terceira edição,

atualizada e ampliada quanto aos aspectos técnicos e administrativos

relacionados:

à organização da sala de vacinação;

aos procedimentos específicos para a administração de

vacinas e soros;

ao destino final das sobras de vacinas e do lixo da sala de

vacinação;

às noções básicas sobre refrigeração dos imunobiológicos;

às características das principais vacinas e soros;

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às orientações sobre o planejamento e a avaliação das

atividades de vacinação;

aos imunobiológicos utilizados em situações específicas; e

às noções básicas sobre as doenças imunopreveníveis, e os

acidentes provocados por animais peçonhentos e seus

respectivos soros.

Na construção desta quarta edição, inicialmente, a equipe

responsável identificou técnicos que estavam na prática do trabalho de

imunizações, à frente da tomada de decisões sobre procedimentos, prescrições

e regras em uso no PNI, conhecedores das muitas mudanças introduzidas no

Programa. Por meio de discussões presenciais e virtuais, foi trabalhado o

intercâmbio de conhecimento e opiniões para identificação dos itens que

mereceriam revisão, exclusão, inclusão, correção.

Como principal referencial foi utilizado o Manual de 2001 e também o

conjunto de notas e informes técnicos da coordenação nacional do Programa,

além das decisões emanadas do Comitê Técnico Assessor em Imunizações

(CTAI), bem como documentos técnicos e científicos das diferentes áreas afins

do Ministério da Saúde e de instituições e organizações que lidam com

imunizações. O trabalho incluiu, ainda, a revisão bibliográfica e documental

sobre o tema e o Programa, envolvendo consultas a livros técnicos e a artigos

científicos publicados em revistas especializadas.

Uma das preocupações nesse processo foi trabalhar de forma que o

conteúdo do Manual fizesse uma articulação entre os principais pontos da

evolução do Programa e as mudanças observadas no setor saúde a partir da

Constituição Federal de 1988 e da instituição do SUS, mais especialmente a

partir de 1999 e depois em 2003 quando foi criada a Secretaria de Vigilância

em Saúde (SVS), mas a principal preocupação foi focar a equipe e a sala de

vacinação no contexto da atenção primária em saúde e de sua expansão no

país, bem assim do aprofundamento do processo de descentralização da

vigilância em saúde.

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Notas sobre o PNI, o planejamento e as responsabilidades das esferas de gestão

O planejamento e a programação devem ser trabalhados

considerando as especificidades locais, mas também as prioridades nacionais

e estaduais estabelecidas em pactos negociados entre as instâncias de

governo do SUS. Deve-se, ainda, considerar instrumentos definidos no âmbito

estadual e municipal como o Plano Plurianual – PPA, Planos de Saúde,

programação pactuada e integrada estadual e regional, dentre outros.

Em função do que está estabelecido nesses diversos instrumentos,

torna-se imprescindível definir objetivos, metas, estratégias, atividades e

recursos, tendo em vista o atendimento das prioridades em termos de

vacinação, que se constituem em compromissos nacionais e, às vezes,

internacionais, para os quais a vacinação é fundamental.

Atualmente se constituem como compromissos nacionais e/ou

internacionais:

manter a erradicação da febre amarela urbana;

manter a erradicação da poliomielite;

manter a eliminação do sarampo;

eliminar a rubéola e a síndrome da rubéola congênita (SRC);

eliminar o tétano neonatal;

controlar a difteria, a coqueluche, a hepatite B, a febre

amarela silvestre, as formas grave da tuberculose e as

infecções pelo Haemophilus influenzae tipo b.

Em relação a esses e a outros compromissos assumidos, o PNI

estabelece como objetivos:

alcançar e manter coberturas iguais ou maiores que 95% da

população alvo em todos os municípios;

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assegurar a qualidade de todas as vacinas utilizadas;

assegurar a farmácovigilância e a vacinação segura;

assegurar o quantitativo de vacinas necessário ao

cumprimento dos calendários de vacinação e a demanda do

CRIE.

O objetivo de um programa de imunizações deve ser sempre a

vacinação da totalidade da população alvo para um produto específico.

O PNI e as responsabilidades das esferas de governo

O PNI foi considerado à época de sua criação, em 1973, como

medida destinada a coordenar ações que se caracterizavam pela

descontinuidade, pelo caráter episódico e pela reduzida área de cobertura.

Eram ações conduzidas dentro de programas especiais (erradicação da

varíola, controle da tuberculose) ou por iniciativa de governos estaduais,

carecendo de uma coordenação central que possibilitasse sincronia e

racionalização.

O Programa foi institucionalizado em 1975, pela Lei nº 6.259/1975,

que criou o Sistema Nacional de Vigilância Epidemiológica (SNVE), e

regulamentado pelo Decreto nº 78.231/1976, tendo como competências:

implantar e implementar as ações relacionadas às vacinações

de caráter obrigatório;

estabelecer critérios e prestar apoio técnico e financeiro à

elaboração, implantação e implementação das ações;

estabelecer normas básicas para a execução das vacinações;

supervisionar e avaliar a execução das vacinações no território

nacional; e

analisar e divulgar informações referentes às imunizações.

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Voltado, portanto, para o controle, erradicação ou eliminação de

doenças imunopreveníveis, mediante a vacinação sistemática da população, o

Programa é considerado como uma das principais e mais relevantes

intervenções em saúde pública, em especial pelo importante impacto na

redução de doenças nas últimas décadas, com registro de grandes vitórias.

A certificação internacional da erradicação da varíola no Brasil foi

em 1973 e no mundo em 1979, seguindo-se a erradicação da transmissão do

poliovírus selvagem (no Brasil em 1989), a eliminação do sarampo (no Brasil o

último caso autóctone em 2000), e, mais recentemente, inicia-se o processo

que objetiva a eliminação da rubéola e da síndrome da rubéola congênita

(SRC). As três últimas, além do compromisso dentro do próprio país,

representavam e representam compromisso internacional, em conjunto com os

países das Américas. A esses resultados somam-se a baixa incidência do

tétano neonatal, que já pode ser considerado eliminado como problema de

saúde pública; da raiva humana transmitida por animais domésticos, que

também está próxima da eliminação, e o controle da difteria, coqueluche e

tétano acidental.

A manutenção dos resultados já alcançados e a incorporação de

novos desafios têm uma relação direta com o planejamento articulado entre as

diferentes esferas de governo. Nesse particular, pensar a continuidade de

algumas vacinações é imprescindível, até porque em alguns países doenças

ou agentes transmissores prosseguem em atividade.

A evolução nesse campo e os resultados alcançados não se

constituem, certamente, em fruto do esforço isolado do PNI, sendo reflexo dos

avanços que marcaram a política de saúde no Brasil nos anos 1990 e nesses

anos do século 21, destacando como importante fato a expansão da Estratégia

Saúde da Família (ESF) que vem alcançando milhões de brasileiros.

As estruturas de vacinação nas três esferas do SUS vêm se

fortalecendo a cada dia, como referência técnica e operacional, e a

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descentralização do Programa é fato, com os municípios, cada vez mais,

assumindo essa responsabilidade junto à população.

A) Responsabilidades das esferas nacional e estadual

Na esfera nacional, o PNI integra a estrutura da Secretaria de

Vigilância em Saúde (SVS), instituída em 2003, pelo Decreto nº 4.726, de 9 de

junho de 2003. A Secretaria, por intermédio do Departamento de Vigilância

Epidemiológica (DEVEP), ao qual está vinculada a Coordenação Geral do

Programa Nacional de Imunizações (CGPNI), tem por competência coordenar

a gestão do Programa com atribuições relativas à:

proposição do esquema básico de vacinas de caráter

obrigatório;

coordenação da investigação de eventos adversos

temporalmente associados à vacinação;

normatização, coordenação e supervisão da utilização de

imunobiológicos; e

assessoria técnica e cooperação a estados, municípios e ao

Distrito Federal em imunizações.

A Portaria nº 3.252, de 22 de dezembro de 2009, que trata das

competências da União, estados, Distrito Federal e municípios, na área de

vigilância em saúde, estabelece para o Ministério da Saúde com relação ao

Programa:

o provimento dos imunobiológicos, considerados como insumos

estratégicos;

a gestão do sistema de informação do Programa: o Sistema de

Informação do PNI (SI-PNI), incluindo a consolidação e análise

dos dados e a retroalimentação das informações; e

a coordenação do PNI incluindo a definição das vacinas

obrigatórias no País, as estratégias e normatização técnica

sobre sua utilização.

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Para a esfera estadual ficou definido:

o provimento de seringas e agulhas, também considerado como

insumos estratégicos;

a gestão do SI-PNI, incluindo a consolidação dos dados, o envio

ao nível federal dentro dos prazos estabelecidos, a análise dos

dados e a retroalimentação das informações; e

a coordenação do componente estadual do Programa.

Além dessas atribuições específicas, a Portaria estabelece ainda

para a União, os Estados e o Distrito Federal a atuação complementar ou

suplementar, a cooperação técnica e a capacitação. Um aspecto importante

que também consta do documento é a suspensão do repasse dos recursos do

Teto Financeiro da Vigilância em Saúde (TFVS), transferidos via Fundo

Nacional de Saúde (FNS), como penalidade para estados e municípios que não

enviam os dados do SI-API (Sistema de Informação-Avaliação do Programa de

Imunizações), conforme pactuado nas três esferas de gestão.

B) Responsabilidades na esfera municipal

A vacinação, ao lado das demais ações caracterizadas como de

vigilância epidemiológica, vem, ao longo do tempo, perdendo o caráter

verticalista do início do Programa e se incorporando ao conjunto de ações da

atenção primária em saúde, sendo, portanto, realizada no contexto global da

oferta de serviços de saúde, como atribuição de uma equipe de saúde. As

campanhas, intensificações e operações de bloqueio – atividades extramuros –

são tratadas também como responsabilidade dessa equipe, recebendo o

reforço dos níveis distrital, regional e estadual e, muito eventualmente, da

esfera federal.

Para isso, o fortalecimento da gestão municipal no âmbito da

vigilância em saúde vem sendo fundamental, especialmente a partir de 1999

quando foram definidas formalmente as responsabilidades dos gestores do

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SUS em relação a essas ações. O principal produto desse processo foi a

certificação dos 5.567 municípios brasileiros e do Distrito Federal,

representando em relação ao PNI, a responsabilização pela oferta da

vacinação à população, recebendo vacinas e recursos financeiros da esfera

federal. Esses recursos são transferidos diretamente do Fundo Nacional de

Saúde (FNS) para o Fundo Estadual de Saúde (FES) e para o Fundo Municipal

de Saúde (FMS).

Para os municípios a Portaria nº 3.252 aponta, no tocante ao PNI,

as seguintes atribuições:

coordenação e execução das ações de vacinação integrantes do

Programa, incluindo a vacinação de rotina com as vacinas

obrigatórias, as estratégias especiais como campanhas e

vacinações de bloqueio e a notificação e investigação de eventos

adversos e óbitos temporalmente associados à vacinação; e

gestão e/ou gerência do SI-PNI, incluindo a coleta e consolidação

dos dados provenientes das unidades, o envio ao nível estadual

dentro dos prazos estabelecidos, a análise e a retroalimentação

dos dados.

Pensar o PNI a partir do planejamento e programação local é uma

necessidade, considerando que é neste lócus que está o público alvo e é aí

que este serviço, ao lado de outros, é ofertado, com qualidade e oportunidade,

exigindo pessoal capacitado, infra-estrutura e insumos.

Vacinação e atenção básica

A Política Nacional de Atenção Básica, estabelecida em 2006,

caracteriza esse nível de atenção como “um conjunto de ações de saúde, no

âmbito individual e coletivo, que abrangem a promoção e a proteção da saúde,

a prevenção de agravos, o diagnóstico, o tratamento, a reabilitação e a

manutenção da saúde.”

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O Programa Saúde da Família (PSF), implementado a partir de

1994, é a estratégia adotada na perspectiva de organizar e fortalecer esse

primeiro nível de atenção à saúde, reorganizando os serviços com qualidade e

reorientando a prática profissional ao focar a atenção na família.

Nesse contexto, o Agente Comunitário de Saúde (ACS), integrante

dessa equipe, está envolvido com a atividade de vacinação, quando realiza a

checagem da caderneta e o encaminhamento da criança, gestante ou adulto

para iniciar ou completar esquemas, conforme calendários. Mesmo assim,

ainda se faz necessária maior integração da vacinação ao conjunto das ações

da atenção básica, principalmente no que diz respeito à avaliação da cobertura

da população adscrita e a sua importância para os propósitos de controle,

eliminação ou erradicação das doenças imunopreveníveis. No trabalho rotineiro

é preciso haver uma maior aproximação entre a equipe da sala de vacinação e

os demais integrantes da equipe de saúde, inclusive no sentido de reduzir as

‘oportunidades perdidas de vacinação’, que se caracterizam pelo fato de

crianças, gestantes, adolescentes e adultos serem atendidos em outros setores

da Unidade de Saúde sem que seja verificada a situação vacinal ou

encaminhados à sala de vacinação.

A realização de atividades extramuros para o desenvolvimento de

ações de assistência ou no caso de operações de vacinação, é outra situação

em que a integração da equipe pode resultar em bons resultados, além de

potencializar tempo e recursos. A organização do deslocamento de equipes

para intensificação de vacinação, excetuando-se as situações de campanha ou

de bloqueio de caso ou surtos, deve ser pensada no conjunto de outras ações

a serem ofertadas mais próximas da população. A ida de uma equipe a um

centro educacional ou a uma empresa para vacinação com as vacinas tétano

ou hepatite B, por exemplo, pode perfeitamente estar articulada a atividades de

educação e promoção da saúde, distribuição de preservativos,

aconselhamento, atendimento por profissionais específicos, dentre outras.

Nessas ocasiões, o conjunto de ações a ser ofertado estará condicionado à

capacidade da equipe e à análise da situação de saúde da comunidade

atendida.

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Calendários de vacinação

As vacinas ofertadas na rotina dos serviços de saúde, no contexto

das ações que integram a atenção básica, são aquelas definidas nos

calendários de vacinação onde estão estabelecidos:

os tipos de vacina;

o número de doses da vacinação básica e do reforço;

a idade para administração de cada dose; e

o intervalo entre uma dose e outra no caso do imunobiológico

cuja proteção exige mais de uma dose.

Atualmente, são três calendários oficiais: o calendário da criança, o

do adolescente e o do adulto e idoso. O calendário da criança tem por objetivo

proteger esse grupo o mais precocemente possível, garantindo o esquema

básico completo no primeiro ano de vida e os reforços e as demais vacinações

nos anos seguintes.

Os calendários estão regulamentados pela Portaria Ministerial nº

1.602, de 17 de junho de 2006, mas já existem atualizações que são

informadas sistematicamente pela coordenação nacional do PNI. A equipe da

Unidade de Saúde deve buscar a informação mais atualizada sobre os

calendários de vacinação adotados no âmbito do SUS. Os esquemas devem

estar disponíveis para consulta e afixados em local visível da unidade.

Suprimento de imunobiológicos

O PNI, hoje, trabalha com mais de 40 tipos de imunobiológicos,

incluindo vacinas, soros e imunoglobulinas. A inserção de um produto no

Programa e o estabelecimento de grupos populacionais a serem cobertos são

decisões respaldadas em bases técnicas e científicas, tais como:

a evidência epidemiológica associada;

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a eficácia e segurança da vacina; e

a garantia da sustentabilidade da estratégia adotada para a

vacinação, como, por exemplo, a capacidade de produção do

país ou do mercado internacional e a capacidade de

importação do produto ou da tecnologia de produção.

Muitas vezes, em função do contingente da população a ser

vacinado ou da estratégia a ser realizada, o quantitativo de um produto para

atender à necessidade do Brasil não corresponde à oferta internacional ou à

capacidade de produção em curto prazo.

É responsabilidade da instância federal, sem ônus para as demais

esferas, como já referido, o suprimento dos imunobiológicos necessários à

execução do Programa, atendendo ao estabelecido nos calendários de

vacinação, para campanhas de vacinação, para atender a situações que

requerem o uso de soros e imunoglobulinas e para suprir os Centros de

Referência de Imunobiológicos Especiais (CRIE).

O Ministério da Saúde adquire e distribui os produtos, coordena a

importação e incentiva a produção nacional. Anualmente, são milhões de doses

de vacinas adquiridos no parque produtor nacional e internacional.

A oferta de imunobiológicos para os menores de cinco anos tem sido

ampliada, sempre de acordo com critérios anteriormente citados:

A vacina sarampo (atenuada) foi incorporada ao primeiro

calendário da vacinação em 1976;

As vacinas hepatite B (recombinante) e febre amarela

(atenuada) foram incorporadas ao calendário básico,

respectivamente em 1996 e 1991;

Em 1999 foi introduzida a vacina Haemophilus influenzae b

(conjugada), para crianças menores de um ano de idade, com

vistas ao controle das doenças invasivas causadas por esta

bactéria;

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É também em 1999 que se inicia a vacinação da população

idosa com a vacina influenza (atenuada), por meio de

campanhas anuais;

Em 2001, a vacinação com a vacina hepatite B (recombinante)

é estendida para o grupo de um a 19 anos;

Em 2002 a vacina Haemophilus influenzae b (conjugada)

deixa de ser administrada isoladamente e, combinada com a

vacina adsorvida difteria, tétano, pertussis (tríplice bacteriana

– DTP), constitui a tetravalente;

Em 2003 a vacina sarampo, caxumba, rubéola (tríplice viral)

passou a fazer parte do calendário da criança, a partir dos 12

meses de idade, retirando-se, então, a vacina monovalente

sarampo;

Em 2006 é integrada ao calendário de vacinação da criança a

vacina rotavírus humano (oral), sendo administrada

exclusivamente nos menores de seis meses (até o 5º mês e

15 dias de vida); e

Para 2010 a incorporação ao calendário de vacinação da

criança a vacina pneumocócica 10 valente (conjugada), sendo

indicada exclusivamente para a criança a partir das seis

semanas de vida até os 23 meses e 29 dias; sendo também

incorporada em 2011 a vacina meningocócica C (conjugada)

para crianças menores de dois anos de idade.

Em 1993 inicia-se a implantação dos Centros de Referência para

Imunobiológicos Especiais – CRIE. São, atualmente, 40 unidades distribuídas

pelas 27 unidades federadas que oferecem produtos com indicação específica,

mediante prescrição médica, abrangendo, por exemplo:

a profilaxia pré e pós-exposição a agentes infecciosos em

determinados grupos de risco;

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a substituição de produtos oferecidos na rede de serviços para

pessoas que não podem recebê-los por motivos clínicos; e

a vacinação de imunodeprimidos.

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Parte I

Planejamento, monitoramento e avaliação das atividades de

vacinação

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Sumário

Parte 1: Lista de quadros e figura..................................................................... 17

1. Introdução..................................................................................................... 20

2. Planejamento da atividade de vacinação..................................................... 26

2.1. Análise da situação da vacinação, identificação e priorização dos

problemas............................................................................................ 26

2.1.1. Análise da situação da vacinação............................................... 26

2.1.2. Identificação e priorização dos problemas relativos à

vacinação..................................................................................... 31

2.2. Definição de objetivos, metas e ações................................................. 32

2.2.1. Definição de objetivos......................................................

2.2.2. Definição de metas ...................................................................... 34

2.2.3. Definição de ações ..................................................................... 37

2.3. População a vacinar e necessidades de vacinas ................. ............... 42

3. Estratégias de vacinação.............................................................................. 45

3.1. Vacinação de rotina............................................................................... 46

3.2. Campanha de vacinação ..................................................................... 46

3.3. Vacinação de bloqueio.......................................................................... 47

3.4. Atividades extramuros.............................................................

3.4.1. Postos fixos temporários.................................................... .......... 49

3.4.2. Equipes móveis. .............................................................. ............ 50

3.4.3. Vacinação casa-a-casa........................................................ ........ 51

3.5. Vacinação de grupos específicos.............................................. ........... 52

3.5.1. Vacinação nos CRIE........................................................... ......... 52

3.5.2. População indígena...................................................................... 53

3.5.3. Vacinação de viajantes................................................................. 54

3.5.4. Áreas de fronteira.......................................................................... 54

3.6. Mobilização da comunidade.................................................................. 55

3.6.1. Articulação com instituições e organizações................................ 56

3.6.2. Atividades com a comunidade...................................................... 56

3.6.3. Divulgação de informações................................................ .......... 57

3.6.3.1. Trabalho na ‘sala de espera’............................................. 58

3.6.3.2. Visita domiciliar.................................................................. 59

.............. 48

............ 32

Page 28: Manual de..procedimentos vacinas

3.6.3.3. Veículos de comunicação.................................................. 60

4. Supervisão, monitoramento e avaliação da atividade de vacinação............ 61

4.1. Supervisão............................................................................................ 61

4.2. Monitoramento e avaliação das atividades de vacinação..................... 65

4.2.1. Monitoramento da atividade de vacinação................................... 66

4.2.1.1. Cálculo da cobertura de vacinação................................... 67

4.2.1.2. Cálculo da cobertura para vacinas com esquema

multidoses ...................................................................................... 68

4.2.1.3. Homogeneidade das coberturas........................................ 68

4.2.1.4. Avaliação da cobertura...................................................... 69

4.2.1.5. Acompanhamento da taxa de abandono .......................... 71

4.2.1.6. Avaliação da utilização das vacinas.................................. 74

4.2.2. Outros tipos de avaliação da atividade de vacinação.... .............. 76

4.2.3. Avaliação da eficiência e eficácia................................................. 72

4.2.4. Resolutividade, acessibilidade e satisfação do usuário............... 77

Bibliografia ....................................................................................................... 79

Page 29: Manual de..procedimentos vacinas

Parte I: lista de quadros.

Quadro I-1: Análise da situação da vacinação: situação das doenças imunopreveníveis........................................................................... 27

Quadro I-2: Análise da situação de vacinação: perfil da população ................. 28

Quadro I-3: Análise da situação de vacinação; disponibilidade e uso de informações......................................................................

Quadro I-4: Análise da situação de vacinação: modelo de atenção e de organização de serviços no território............................................. 29

Quadro I-5: Exemplo de explicação de problemas............................................ 32

Quadro I-6: Exemplo de objetivos...................................................................... 33

Quadro I-7: Metas do PNI.................................................................................. 35

Quadro I-8: Exemplo de metas relacionadas a objetivos e problemas............. 37

Quadro I-9: Exemplo de ações considerando os diversos problemas, objetivos e metas apontados........................................................................ 38

Quadro I-10: Consolidado dos exemplos apresentados anteriormente relativo ao processo de planejamento da atividade de vacinação em função da análise da situação...................................................... 40

Quadro I-11: Vantagens e desvantagens da vacinação de rotina..................... 46

Quadro I-12: Vantagens e desvantagens da campanha de vacinação ............ 47

Quadro I-13: Vantagens e desvantagens da vacinação de bloqueio............... 48

Quadro I-14: Vantagens e desvantagens dos postos fixos temporários.......... 50

Quadro I-15: Vantagens e desvantagens das equipes móveis......................... 51

Quadro I-16: Vantagens e desvantagens da vacinação casa-a-casa.............. 52

Quadro I-17: Vantagens e desvantagens do método administrativo................ 69

Quadro I-18: Exemplo do desdobramento da meta anual para o monitoramento da atividade de vacinação........................................................... 71

Quadro I-19: Vantagens e desvantagens do inquérito de cobertura................ 7

.............. 28

5

Page 30: Manual de..procedimentos vacinas
Page 31: Manual de..procedimentos vacinas

23

1. Introdução Esta Parte I do Manual de Procedimentos de Vacinação aborda os

aspectos da atividade de vacinação relacionados ao planejamento, ao monitoramento e à avaliação no âmbito do Programa Nacional de Imunizações (PNI), no contexto da atenção primária em saúde, considerada como porta de entrada de uma rede de serviços que compõe um sistema municipal de saúde que, por sua vez, é parte integrante do Sistema Único de Saúde (SUS).

Para o Ministério da Saúde planejar é, fundamentalmente, avaliar o passado, sondar o futuro, tomar decisões e prometer fazer.

O diálogo entre Alice e o Gato, no livro “Alice no País das Maravilhas”, transcrito na publicação Saúde & Cidadania, expressa de uma forma bem simples a importância do planejar:

"Alice - Poderia me dizer, por favor, qual é o caminho para sair daqui?

Gato - Isso depende muito do lugar para onde você quer ir.

Alice - Não me importa muito onde.

Gato - Nesse caso, não importa por qual caminho você vá."

Olhando de forma particular a atividade de vacinação, pode-se dizer, por exemplo, que saber aonde se quer chegar é definir o grupo (ou grupos) alvo que deve ser protegido em determinado território, utilizando vacinas. Saber qual o melhor caminho a percorrer diz respeito à estratégia (ou estratégias) que será utilizada para alcançar a população pretendida.

O processo de planejamento busca, assim, definir as condições necessárias ao alcance de objetivos, antecipando possíveis resultados ou efeitos sobre uma determinada realidade, situação ou problema.

A Lei nº 8.080/90 estabelece que o planejamento “será ascendente, do nível local até o federal” e que a “elaboração e atualização periódica do plano de saúde” é atribuição comum à União, aos estados, ao Distrito Federal e aos municípios. Diz, ainda, que é competência da direção nacional do SUS a elaboração do planejamento estratégico nacional em cooperação com os estados, municípios e o Distrito Federal (Capítulos III e IV, Artigos 15 e 16).

Mais recentemente, os gestores do SUS, ao estabelecerem o Pacto Nacional pela Saúde (Portaria nº 399, de 22 de fevereiro de 2006), destacaram o planejamento como uma das diretrizes da gestão do Sistema, ao lado do financiamento, da regulação e da descentralização. O processo, de acordo com essa diretriz, deve ser articulado e integrado entre as três esferas e inserido em um Sistema de Planejamento do SUS (PlanejaSUS) que compreende, também, o monitoramento e a avaliação.

O Pacto atualizou e flexibilizou as formas de habilitação definidas pela Norma Operacional Básica do SUS 1/96 (NOB-SUS, Portaria No. 2.203, de 5 de novembro de 1996) e pela Norma Operacional de Assistência à Saúde (NOAS-SUS, Portaria/GM n. 95, de 26 de janeiro de 2001), adotando o Termo de Compromisso de Gestão, cuja assinatura é precedida de discussão e avaliação por parte dos estados e municípios.

Page 32: Manual de..procedimentos vacinas

24

O PlanejaSUS integra o Pacto pela Saúde e sua regulamentação é objeto da Portaria nº 3.085, de 1º de dezembro de 2006, tendo como instrumentos básicos: o Plano de Saúde (PS), as suas respectivas Programações Anuais de Saúde (PAS) e os Relatórios Anuais de Gestão (RAG). Esses instrumentos são formulados e passam por revisões periódicas nas três esferas de gestão.

A compreensão de que o planejamento, o monitoramento e a avaliação são atribuições e competências que se articulam no âmbito do SUS, é muito importante para entender como essas funções se viabilizam em relação a um programa nacional como o PNI, que, embora pensado em sua quase totalidade de forma centralizada, tem sua concretização na porta de entrada do Sistema, integrando o conjunto de ações da atenção primária em saúde.

A vacinação, portanto, consta dos vários instrumentos de planejamento, monitoramento e avaliação, na esfera federal, estadual e municipal, e a definição das prioridades aí inscritas deve estar sustentada:

na informação relativa à magnitude, transcendência e vulnerabilidade das doenças preveníveis por vacinas;

na disponibilidade do imunobiológico no mercado nacional ou internacional;

na disponibilidade de insumos estratégicos, como seringas e agulhas;

na disponibilidade de recursos humanos, materiais e financeiros;

na definição dos grupos suscetíveis, especialmente aqueles em que devem ser concentradas a vacinação por apresentar maior risco.

A relevância da cobertura de vacinação como indicador de desempenho do setor saúde pode ser representada pela sua inserção nos diferentes instrumentos de gestão do SUS.

No Plano Plurianual (PPA) a homogeneidade para a vacina hepatite B é um dentre os diversos indicadores: ‘alcançar 95% de cobertura vacinal em menores de um ano em, pelo menos, 70% dos municípios brasileiros’.

No Pacto pela Saúde, instituído pela Portaria nº. 325, de 21 de fevereiro de 2008, firmado entre o Ministério da Saúde e as demais esferas, um dos indicadores do Pacto de Gestão é a ‘cobertura vacinal por tetravalente em menor de um ano’, cujo cálculo considera o número de terceiras doses registradas dessa vacina (vacina adsorvida difteria, tétano, pertussis e Haemophilus influenzae b (conjugada).

Um aspecto a ser destacado com relação à escolha da tetravalente como a vacina a ser acompanhada está relacionado à complexidade da sua operacionalização: é uma vacina injetável (intramuscular) e o esquema completo no primeiro ano de vida exige a administração de três doses. É, portanto, uma ação que apresenta relativo grau de dificuldade, seja para o serviço, a equipe de saúde, seja para a mãe ou responsável pela criança a ser

Page 33: Manual de..procedimentos vacinas

25

vacinada. Assim, um bom resultado com esta vacina pressupõe bons resultados para as demais direcionadas a esse grupo de idade.

Na Programação Anual de Vigilância em Saúde (PAVS), que substituiu a Programação Pactuada e Integrada de Vigilância em Saúde (PPI-VS) como instrumento de planejamento, está definido um elenco norteador das ações de vigilância em saúde a serem operacionalizadas pelas três esferas de gestão. A imunização é um dos 13 eixos da programação e, anualmente, são definidos parâmetros de referência1.

Nesta Parte I apresentam-se os principais aspectos relacionados ao planejamento, monitoramento e avaliação naquilo que é específico da atividade de vacinação, envolvendo a análise da situação, principais problemas relativos a essa atividade, definição de objetivos, metas e ações em vacinação, além dos pontos importantes que devem ser observados na definição da população a vacinar e no estabelecimento das necessidades dos imunobiológicos.

Descreve, do mesmo modo, as estratégias adotadas, em geral, para o alcance das populações alvo, enfocando ainda a supervisão, o monitoramento e a avaliação, destacando-se os aspectos relacionados à avaliação da cobertura de vacinação, à homogeneidade, taxa de abandono, utilização das vacinas.

1 Para 2008, por exemplo, foram estabelecidos os seguintes parâmetros: 95% de cobertura dos menores de cinco anos com a poliomielite em cada etapa da campanha; 80% dos idosos vacinados com a vacina influenza na campanha anual; 95% de cobertura das crianças com um ano com a tríplice viral; e 95% de adolescentes e adultos jovens vacinados com a vacina rubéola.

Page 34: Manual de..procedimentos vacinas

26

2. Planejamento da atividade de vacinação

O planejamento contempla uma série de etapas ordenadas e desenvolvidas mediante processos específicos com tempos e movimentos diferentes, a saber:

o planejamento (propriamente dito);

a execução;

o acompanhamento ou monitoramento e a avaliação com consequente replanejamento ou revisão de metas, estratégias, atividades etc.

A elaboração do plano ou da programação, que constitui um dentre os vários produtos do planejamento, deve ocorrer dentro de um processo dinâmico capaz de permitir revisões periódicas de objetivos, prioridades e estratégias, seja em função dos avanços registrados, seja em decorrência dos obstáculos que eventualmente vão sendo defrontados.

Em vacinação a revisão de prioridades e estratégias é muito frequente em função:

do avanço científico e tecnológico;

da própria dinâmica do processo saúde-doença nas populações;

da introdução de novas vacinas; e

da expansão do Programa na última década, produzindo mudanças significativas no âmbito das doenças imunopreveníveis.

A vacinação, como já referido, é uma ação incluída no conjunto da atenção básica e deve ser planejada, executada, monitorada e avaliada de forma articulada com as demais ações, sendo responsabilidade da equipe local de saúde, objetivando atender de forma prioritária a população do território de referência dessa equipe.

2.1. Análise da situação da vacinação, identificação e priorização dos problemas

2.1.1. Análise da situação da vacinação A análise da situação de saúde consiste na identificação, descrição

e análise dos problemas de uma determinada realidade, mediante utilização de informações demográficas, epidemiológicas e sociais. É a oportunidade para medir, caracterizar, explicar e avaliar os problemas orientando a definição das medidas a serem adotadas.

Um problema pode ser representado por uma situação que se afasta, negativamente, de um parâmetro ideal desejado, ou proposto. Por exemplo: uma cobertura de vacinação abaixo do percentual preconizado é um problema, considerando a disponibilidade de vacinas, insumos e pessoal preparado.

Page 35: Manual de..procedimentos vacinas

Nos quadros I-1 até I-4, apresentados na seqüência, estão listadas questões importantes na caracterização da situação necessária ao planejamento da atividade de vacinação, organizadas segundo:

o perfil epidemiológico das doenças imunopreveníveis; e

os aspectos relacionados à gestão dessa atividade.

O planejamento da atividade de vacinação pela equipe de saúde deve considerar a análise das informações sobre o comportamento das doenças imunopreveníveis no território, tendo em conta que a vacinação é a ferramenta que contribui para o controle, erradicação ou eliminação dessas doenças (Quadro I-1). Gráficos e tabelas devem ser elaborados para ilustrar a análise realizada, incluindo a apresentação de séries históricas, além de situar o território a ser trabalhado e fazendo comparações com situações apresentadas no distrito, município, região, estado ou mesmo no país.

Quadro I-1: Análise da situação da vacinação: situação das doenças imunopreveníveis

1) Ocorrência de casos e óbitos de doenças imunopreveníveis;

taxas de morbidade e mortalidade, incidência e letalidade; ocorrência de surtos [capacidade de detecção e enfrentamento].

Qual a situação no território abrangido pela Unidade de Saúde?

E no distrito?

E no município?

Quais os determinantes e condicionantes dessas ocorrências?

Em que a vacinação influencia?

2) Mudanças no comportamento epidemiológico; fatores de risco existentes; vinculação com a situação epidemiológica na microrregião, na região, no estado e no país.

3) Notificação de doenças imunopreveníveis; áreas do território silenciosas; áreas com casos suspeitos e confirmados.

4) Situação dos indicadores de vigilância das doenças imunopreveníveis, especialmente os relacionados àquelas que se encontram na condição de erradicação ou eliminação; série histórica do alcance dos indicadores; acompanhamento realizado pela equipe.

5) Coberturas de vacinação alcançadas no território de abrangência da Unidade de Saúde; série histórica das coberturas para todas as vacinas; homogeneidade das coberturas para todas as vacinas dentro do território (setores, bairros, ruas); áreas com bolsões de suscetíveis.

6) Ocorrência de eventos adversos pós-vacinação; capacidade de detecção, notificação e investigação; atendimento e acompanhamento dos casos.

As características do território têm relação direta com o perfil de

saúde da população, além de influenciar no planejamento, na execução e no

resultado das atividades, dentre as quais está a vacinação (Quadro I-2). A

questão da informação também é ponto fundamental, devendo ser alvo da

análise, considerando a disponibilidade da informação de um modo mais

amplo, bem como daquela disponível na unidade de saúde, considerando a

qualidade do registro, o uso e a disseminação da informação (Quadro I-3).

27

Page 36: Manual de..procedimentos vacinas

28

Quadro I-2: Análise da situação de vacinação: perfil da população

1) Existência no território de região agrícola, com grandes

propriedades, com uma população flutuante formada, muitas vezes, por famílias inteiras que trabalham no período da plantação ou da colheita.

Qual a situação no território abrangido pela Unidade de Saúde?

Essas populações vêm sendo vacinadas?

Há dificuldades de acesso da população à vacinação?

As estratégias adotadas vêm dando os resultados esperados?

Quais os principais problemas e dificuldades?

2) Existência no território de área rural com população dispersa ou aglomerada em pequenos povoados, vilas, sítios e fazendas.

3) Existência na área urbana de fluxo de pessoas de uma área ou região para outra, com entradas e saídas temporárias ou com a imigração ou emigração.

4) Existência de maternidade de referência fora do território com fluxo de população; situação da vacinação de recém-nascidos com a BCG e com a hepatite B.

5) Existência de região industrial com população aglomerada em torno de fábricas.

6) O território se caracteriza como cidade-dormitório.

7) Existência de barreiras físicas naturais [rio, morro etc.] ou artificiais [açudes, barragens, viadutos, vias expressas etc.]

8) Existência de zonas conflagradas pelo tráfico e pela violência

9) Existência de contingente de população em situação de exclusão e vulnerabilidade [analfabetismo, desemprego e sub-emprego, prostituição, droga etc.], para a qual, muitas vezes, a vacinação não é prioritária, em função, por exemplo, do custo do transporte até à unidade, da desinformação, do desinteresse ou desvalorização da promoção da saúde, dentre outros fatores

10) Existência de grupos populacionais específicos [população indígena, quilombolas, assentados, população de rua] e situações especiais como área de fronteira, fluxo de viajantes [porto, aeroporto de relevância]

Quadro I-3: Análise da situação de vacinação; disponibilidade e uso de informações 1) Disponibilidade e uso da informação pela equipe da Unidade de

Saúde [sobre o território, sobre a população, sobre a situação de saúde e sobre a vacinação]; uso da informação colhida junto à população pelos Agentes Comunitários de Saúde [ACS] e pelos Agentes de Endemias ou de vigilância; coleta de informação junto à própria população do território (censo, estudo, entrevistas etc.); visitas in loco para reconhecimento do território; uso de técnicas de reconhecimento geográfico e de geoprocessamento; construção de mapas com visualização sócio-ambiental.

Qual a situação na Unidade de Saúde?

Como essas questões têm interferido na realização e nos resultados do trabalho de vacinação?

Como essas questões têm interferido na avaliação da vacinação?

Quais os principais problemas e dificuldades?

2) Disponibilidade, acesso e uso dos sistemas nacionais (Sistema de Informação sobre Mortalidade [SIM], Sistema de Informação de Nascidos Vivos [SINASC], do Sistema Nacional sobre Agravos de Notificação [SINAN], do Sistema de Informação da Atenção Básica [SIAB]); alimentação desses sistemas; cumprimento dos prazos para envio dos dados; preparo da equipe; qualidade do registro, crítica do dado; retroalimentação dentro da própria equipe; realização de análises dos dados.

3) Disponibilidade dos sistemas de informação do PNI (SI-PNI, principalmente o SI-API) na Unidade de Saúde; alimentação

Page 37: Manual de..procedimentos vacinas

desses sistemas; cumprimento dos prazos para envio dos dados; preparo da equipe; qualidade do registro, crítica do dado; retroalimentação dentro da própria equipe; realização de análises dos dados.

4) Qualidade da informação disponível; disponibilização de informações por faixa de idade segundo cada grupo alvo que integra os calendários oficiais de vacinação e grupos populacionais específicos existentes no território de abrangência da Unidade de Saúde (indígenas, quilombolas, assentados etc.); aproximação das estimativas populacionais território; confronto com dados mais reais do SIAB ou de censos locais; dificuldade em caracterizar a situação do território pela não disponibilização de dados mais localizados; dificuldade de análises epidemiológicas mais próximas da realidade.

Os aspectos relacionados ao modelo de atenção à saúde onde se

insere a Unidade de Saúde e, por conseqüência, a atividade de vacinação

objeto do planejamento, devem, do mesmo modo, compor a análise da

situação, envolvendo especialmente a organização da atividade de vacinação,

a disponibilidade de insumos, a articulação com a comunidade, os resultados

alcançados, as estratégias adotadas, dentre outros (Quadro I-4).

Quadro I-4: Análise da situação de vacinação: modelo de atenção e de organização de serviços no território

1) Organização da atenção primária; adoção da estratégia saúde

da família (ESF) e/ou modelo tradicional; hierarquização dos serviços; níveis de complexidade; sistema de referência e contra-referência; no caso da ESF verificar cobertura das equipes e formas de atendimento das áreas não cobertas.

Como essas questões influenciam no desenvolvimento do trabalho de vacinação?

Como têm interferido na proteção da população?

Como têm interferido para o alcance dos objetivos de controle, eliminação ou erradicação de doenças imunopreveníveis?

Como têm interferido para o alcance dos indicadores e metas?

Quais os principais problemas identificados?

Quais as principais dificuldades?

2) Tipos de vacinas ofertadas pela Unidade de Saúde; quantitativo solicitado x quantitativo recebido; falta de vacinas; perdas técnicas e administrativas; controle de estoques.

3) Estratégias utilizadas para vacinar os grupos-alvo do território de abrangência da Unidade de Saúde; uso exclusivo da vacinação de rotina; realização de intensificações, busca de não vacinados, vacinação em escolas e outras instituição, mobilização da comunidade, divulgação de informações, uso de mídias locais etc.

4) Realização do tratamento antirrábico e administração dos soros antirrábico, anti-tetânico e contra acidentes por animais peçonhentos; no caso de demandar a unidade de referência, considerar a garantia do encaminhamento quando há dificuldade de acesso; capacidade e qualidade do atendimento na referência; garantia da continuidade dos esquemas, quando for o caso; contrarreferência e acompanhamento por parte da equipe de vacinação.

5) Vacinação de recém-nascidos do território de abrangência da Unidade de Saúde, com a vacina BCG e a hepatite B, em maternidades do próprio município e de municípios vizinhos ou de referência; acompanhamento dessas situações; resgate dos dados de vacinação e análise das coberturas; acompanhamento dessas crianças; garantia da complementação do esquema com a hepatite B.

29

Page 38: Manual de..procedimentos vacinas

6) Articulação da Unidade de Saúde com o Centro de Referência para Imunobiológicos Especiais (CRIE); garantia do encaminhamento quando há dificuldade de acesso; capacidade de atendimento dos encaminhamentos feitos pela Unidade de Saúde; garantia da continuidade dos esquemas, quando for o caso; contrarreferência do CRIE e acompanhamento por parte da equipe de vacinação.

7) Estrutura e funcionamento da Unidade de Saúde; estrutura e funcionamento da sala de vacinação; horários de atendimento; disponibilidade, condições de uso e suporte de manutenção dos equipamentos (refrigeradores, caixas térmicas, termômetros e equipamentos de informática etc.); informatização; condições de estocagem e destino do lixo da sala de vacinação etc.

8) Disponibilidade dos imunobiológicos e dos insumos preconizados [seringas e agulhas, caixas térmicas, bobinas de gelo, recipiente para descarte de material perfuro cortante, formulários para registro, Cartão da Criança, Cartão do Adulto, Cartão da Gestante, Cartão de Controle etc.]; armazenamento; controle de estoques e perdas; serviços de manutenção [refrigerador, equipamento de informática e de refrigeração]

9) Situação da força de trabalho; conformação da equipe de vacinação na unidade; vínculos; necessidade de profissionais [desfalques na equipe]; capacitação e preparo da equipe [treinamento de sala de vacinação e outros]

10) Acompanhamento ou monitoramento e supervisão do trabalho realizado na sala de vacinação e por ocasião de atividades extramuros; avaliação dos resultados; das estratégias adotadas; da atuação da equipe; da adesão da população à vacinação; grau de satisfação da comunidade e credibilidade usufruída pela Unidade de Saúde e pela atividade de vacinação.

11) Participação da equipe da Unidade de Saúde, inclusive dos profissionais da sala de vacinação na formulação do Plano de Saúde do município, na Programação Anual e na elaboração do Relatório de Gestão; disponibilidade desses documentos na Unidade de Saúde e uso como fonte de consulta; programação anual da Unidade de Saúde e relatório de atividades, com inserção do componente vacinação.

12) Atuação junto ao Conselho de Saúde; fornecimento de informações sobre vacinação e cobertura; busca de apoio para melhorar os resultados do trabalho.

13) Articulação e apoio recebido da área de vigilância em saúde da Secretaria Municipal; suporte na investigação de eventos adversos associados à vacinação.

14) Apoio logístico ao desenvolvimento de atividades extramuros; disponibilidade de veículo, motorista, combustível; ajuda alimentação e pousada quando necessário; outras formas de locomoção da equipe (coletivos e veículos de outras instituições ou organizações da comunidade) etc.

15) Recursos financeiros para a vacinação; conhecimento da equipe sobre a disponibilidade de recursos para a atenção básica e para a vacinação no município, oriundos do tesouro municipal do Fundo Nacional de Saúde (FNS), incluindo os recursos do Teto Financeiro da Vigilância em Saúde [TFVS]

16) Fatores condicionantes da existência de baixas coberturas relacionadas à organização (i) da sala de vacina, (ii) da Unidade de Saúde, (iii) do sistema de saúde municipal e ao modelo de atenção adotado.

30

Page 39: Manual de..procedimentos vacinas

31

2.1.2. Identificação e priorização dos problemas relativos à vacinação

Feita a análise de todas as informações coletadas e sistematizadas

conforme tenham relação com a saúde ou com o sistema de saúde, e mais

especificamente com a atividade de vacinação, procura-se formular os

problemas de modo preciso e completo. Esta etapa é muito importante, pois

facilita a posterior elaboração dos objetivos e das ações necessárias para o

enfrentamento ou superação.

É importante que o problema formulado especifique:

a magnitude, ou seja, a grandeza ou intensidade em relação

àquilo que é objetivo da ação a ser desenvolvida;

a população ou o grupo atingido pela situação problema;

onde ele se localiza (o território); e

o tempo a que ele se refere.

São exemplos de problemas relacionados à atividade de

vacinação:

Baixa cobertura de vacinação, com as vacinas do 1º ano de

vida, nos menores de um ano, na Unidade de Saúde no ano de

2009;

Três casos de eventos adversos pós-vacinação (EAPV) em

adolescentes vacinados na Unidade de Saúde, no primeiro

semestre de 2009;

Perda de 500 doses de várias vacinas, armazenadas na

geladeira da Unidade de Saúde, no mês de setembro de 2009;

Dificuldade para vacinar os alunos do ensino fundamental da

Escola São José, com a vacina hepatite B, cuja cobertura nos

adolescentes é baixa em 2009.

Após listar os problemas passa-se, então, a fazer uma análise dos

mesmos, buscando uma explicação para a sua existência ou ocorrência

(Quadro I-5). Na explicação dos problemas devem ser identificados os

determinantes e os condicionantes da situação, ou seja, aqueles aspectos que

Page 40: Manual de..procedimentos vacinas

fazem com que o problema exista ou se mantenha Esse exercício facilita o

passo seguinte que é a definição de objetivos, metas, estratégias e atividades.

Quadro I-5: Exemplo de explicação de problemas

Problema Explicação

1) Baixa cobertura de vacinação, com as vacinas do 1º ano de vida, nos menores de um ano, na Unidade de Saúde no ano de 2009.

Não há controle de faltosos e nem foi feita busca ativa.

Não houve intensificação da vacinação nem oferta de outras vacinas no dia de vacinação com a vacina poliomielite.

Pais e responsáveis não foram orientados convenientemente.

A ocorrência de EAPV contribuiu para o não retorno.

Parte importante dos residentes tem dificuldade de acesso à unidade.

Grande parte dos pais trabalha fora.

Quantitativo de menores de um ano a vacinar (estimativa) não coincide com a realidade.

2) Três casos de EAPV em adolescentes vacinados na Unidade de Saúde, no primeiro semestre de 2009.

Casos foram investigados confirmando a associação.

A principal causa tem relação com a técnica de aplicação.

O vacinador apresentou problemas de cansaço e stress.

Não foi possível agregar outro vacinador à equipe.

No último ano não houve treinamento para atualização e aperfeiçoamento.

Ausência de supervisão interna à sala de vacinação

3) Perda de 500 doses de várias vacinas, armazenadas na geladeira da Unidade de Saúde, no mês de setembro de 2009.

Geladeira da unidade antiga e sem manutenção.

Constantes faltas de energia elétrica.

Falhas no registro do controle diário de temperatura.

Ausência de supervisão interna à sala de vacinação.

4) Dificuldade para vacinar os alunos do ensino fundamental da Escola São José com a vacina hepatite B, cuja cobertura nos adolescentes é baixa em 2009.

Articulação com a escola descontinuada.

Falta de apoio da direção e dos professores.

Alunos resistentes à vacinação.

Etapa de preparação e mobilização antes da vacinação pouco aproveitada.

Falta de mobilização e orientação às famílias.

Quantitativo de adolescentes a vacinar (estimativa) não coincide com a realidade

2.2. Definição de objetivos, metas e ações

2.2.1. Definição de objetivos Após a explicação dos problemas passa-se à definição dos

objetivos. Objetivo é ‘o que fazer’, ou seja, é uma maneira de explicitar o

resultado que eu quero alcançar, é uma maneira de dizer o que deve ser feito

para solucionar aquele determinado problema.

32

Page 41: Manual de..procedimentos vacinas

O objetivo responde à pergunta ‘o que’ e sua formulação deve ser

feita com verbos no infinitivo, além disso:

O objetivo deve ser claro, ou seja, deve expressar com precisão

o que se deseja alcançar, de modo a possibilitar a sua

execução, monitoramento e avaliação;

O objetivo deve ser simples e direto de modo a facilitar a sua

tradução em ações concretas;

O objetivo deve ser operacionalizável, ou seja, deve ser

possível de ser alcançado por meio de ações viáveis.

No Quadro I-6 tem-se exemplos de objetivos relacionados às

explicações dos problemas identificados anteriormente.

Quadro I-6: Exemplo de objetivos

Problema Explicação Objetivos

1) Baixa cobertura de vacinação, com as vacinas do 1º ano de vida, nos menores de um ano, na Unidade de Saúde no ano de 2009.

Não há controle de faltosos e nem foi feita busca ativa.

Não houve intensificação da vacinação nem oferta de outras vacinas no dia de vacinação com a vacina poliomielite1, 2, 3 (atenuada).

Pais e responsáveis não foram orientados convenientemente.

A ocorrência de EAPV contribuiu para o não retorno.

Parte importante dos residentes tem dificuldade de acesso à unidade.

Grande parte dos pais trabalha fora.

Quantitativo de menores de um ano a vacinar (estimativa) não coincide com a realidade.

Alcançar 95% ou mais de cobertura para cada vacina do primeiro ano de vida.

Vacinar os não vacinados ou incompletamente vacinados.

Realizar ações de divulgação e mobilização da população para a vacinação.

2) Três casos de EAPV em adolescentes vacinados na Unidade de Saúde, no primeiro semestre de 2009.

Casos foram investigados confirmando a associação.

A principal causa tem relação com a técnica de aplicação.

O vacinador apresentou problemas de cansaço e stress.

Não foi possível agregar outro vacinador à equipe.

No último ano não houve treinamento para atualização e aperfeiçoamento.

Capacitar pessoal da sala de vacinação.

Recompor a equipe da sala de vacinação.

Supervisionar o trabalho da sala de vacinação.

Capacitar em EAPV.

3) Perda de 500 doses de várias vacinas, armazenadas

Geladeira da unidade antiga e sem manutenção.

Constantes faltas de energia elétrica.

Falhas no registro do controle diário de

Capacitar pessoal da sala de vacinação.

Recompor o equipamento da sala de

33

Page 42: Manual de..procedimentos vacinas

na geladeira da Unidade de Saúde, no mês de setembro de 2009.

temperatura.

Ausência de supervisão interna à sala de vacinação.

vacinação.

Supervisionar o trabalho da sala de vacinação.

4) Dificuldade para vacinar os alunos do ensino fundamental da Escola São José com a vacina hepatite B, cuja cobertura nos adolescentes é baixa em 2009.

Articulação com a escola descontinuada.

Falta de apoio da direção e dos professores.

Alunos resistentes à vacinação.

Etapa de preparação e mobilização antes da vacinação pouco aproveitada.

Articular com escola.

Capacitar professores.

Realizar ações de divulgação e mobilização da população para a vacinação

2.2.2. Definição de metas

A meta é a quantificação do objetivo. Uma meta precisamente

definida concretiza as intenções de quem planeja e facilita o processo de

acompanhamento e avaliação.

No trabalho de vacinação as principais metas são definidas em

termos de percentuais de cobertura. A definição desses percentuais toma como

base o grau de eficácia da vacina e às características epidemiológicas de cada

doença. São índices que precisam ser alcançados e mantidos de forma

homogênea dentro de cada território: os bairros dentro do município, os

municípios dentro do estado e os estados dentro do país.

No Quadro I-7 estão detalhadas as metas para as principais

vacinas do PNI. Para outras vacinas e para os soros não há como definir metas

populacionais, vez que são produtos voltados ao atendimento de uma

demanda espontânea, a exemplo dos produtos listados a seguir:

Vacina febre amarela para viajantes;

Vacina adsorvida difteria e tétano adulto para adolescentes e

adultos;

Vacina raiva (inativada), para as situações de agressão por

animais;

Imunobiológicos especiais disponibilizados nos CRIE;

34

Page 43: Manual de..procedimentos vacinas

Soros antitetânico, antidiftérico e anti-rábico administrados nas

situações indicadas; e

Soros específicos para tratamento dos acidentes provocados por

animais peçonhentos.

Para estes e outros produtos a meta pode ser calculada

considerando a demanda atendida em períodos anteriores a partir do que são

estabelecidas estimativas de população a ser atendida. A meta, portanto, é

atender 100% da população que busca cada um desses produtos.

Quando a Unidade de Saúde não dispõe dos soros ou no caso dos

imunobiológicos especiais a meta deve ser encaminhar e garantir o

atendimento nas unidades de referência de 100% da demanda. No

planejamento, inclusive, devem ser analisadas as dificuldades para o

atendimento em unidades de referência, como o CRIE, considerando

problemas de acesso, disponibilidade dos produtos, horário do atendimento,

sendo necessário fazer uma articulação e planejar alternativas para garantir o

acesso do usuário da Unidade de Saúde.

Quadro I-7: Metas do PNI

Vacinas Metas Observações

Vacina BCG Vacinação de 90% dos menores de um ano de idade.

Administrar essas vacinas nas crianças com menos de cinco anos de idade, que não foram vacinadas ou que não completaram o esquema básico no primeiro ano de vida.

Vacina hepatite B (recombinante)

Vacinação de 95% dos menores de um ano de idade.

Vacina adsorvida difteria, tétano, pertussis e Haemophilus influenzae b (conjugada)

Vacinação de 95% dos menores de um ano de idade.

Vacina poliomielite 1, 2, 3 (atenuada)

Vacinação de 95% dos menores de um ano de idade.

Vacinação de 95% dos menores de cinco anos de idade nos dois dias nacionais

Vacinar a partir do nascimento.

Vacinar independente da situação vacinal da criança.

Vacina sarampo, caxumba, rubéola

Vacinação de 95% das crianças com um ano de idade.

Vacinar as crianças até 11 anos de idade, não vacinadas anteriormente.

Vacinar mulheres de 12 a 49 anos e homens até 39 anos de idade sem comprovante de vacinação.

35

Page 44: Manual de..procedimentos vacinas

Vacina adsorvida difteria e tétano adulto

Vacinação de 100% das mulheres em idade fértil

Objetivando o controle do tétano neonatal

Vacinar mulheres grávidas, principalmente aquelas que residem nos municípios considerados de risco e alto risco para o tétano neonatal.

Vacina influenza (fragmentada)

Vacinação de 80% da população com 60 anos e mais

Objetivando especialmente prevenir as complicações das doenças, principalmente as pneumonias bacterianas secundárias.

Vacina febre amarela (atenuada)

Vacinação de 100% dos menores de um ano

Em áreas aonde há indicação.

Vacinação de 100% dos suscetíveis

Para pessoas que se dirigem a áreas consideradas de risco.

No Quadro I-8 têm-se exemplos de metas relacionadas a objetivos

e problemas apontados anteriormente. Importante destacar que a meta básica

é vacinar 100% das crianças que nascem o mais precocemente possível, ou

seja o compromisso da Unidade de Saúde é a proteção universal. O percentual

de cobertura entre 90% e 95% é o mínimo que vai permitir o controle, a

erradicação ou a eliminação da doença imunoprevenível, constituindo-se,

assim, como indicador e não como meta.

Outro ponto importante diz respeito ao não alcance das coberturas

nos grupos alvo, provocando uma acumulação de não vacinados (suscetíveis)

para os quais a Unidade de Saúde deverá buscar estratégias para vaciná-los o

mais rápido possível.

Na dependência da realidade da população e do território do

entorno da Unidade de Saúde, caracterizada na análise da situação pode ser

necessário estabelecer metas relacionadas à vacinação de públicos

específicos como populações indígenas, quilombolas, assentados, população

de rua, abrigados, asilados, população privada de liberdade, ou mesmo a

vacinação de população de outros países, quando a unidade for situada em

região de fronteiras.

Outras metas, relacionadas ao trabalho específico da unidade,

podem ser estabelecidas, como por exemplo:

Capacitar 100% da equipe da Unidade de Saúde em

imunizações;

,36

Page 45: Manual de..procedimentos vacinas

Reduzir em 100% a ocorrência de EAPV;

Desenvolver trabalho conjunto com 100% dos meios de

comunicação acessíveis à população da Unidade de Saúde.

Quadro I-8: Exemplo de metas relacionadas a objetivos e problemas

Explicação do problema Objetivos Metas

Não há controle de faltosos e nem foi feita busca ativa.

Não houve intensificação da vacinação nem oferta de outras vacinas no dia de vacinação com a vacina poliomielite.

Pais e responsáveis não foram orientados convenientemente.

A ocorrência de EAPV contribuiu para o não retorno.

Alcançar 95% ou mais de cobertura para cada vacina do primeiro ano de vida.

Vacinar os não vacinados ou incompletamente vacinados.

Realizar ações de divulgação e mobilização da população para a vacinação.

Vacinar 100% das crianças que nascem.

Vacinar 100% dos menores de cinco anos que não completaram esquemas no 1º ano de vida.

Envolver 100% dos meios de comunicação acessíveis à população da Unidade de Saúde.

Capacitar 100% da equipe em vacinação.

Realizar palestras em 100% das salas de aula.

2.2.3. Definição de ações

As ações representam o que é necessário fazer para cumprir os

objetivos específicos. No quadro I-9 tem-se exemplos de ações relacionadas

aos problemas, objetivos e metas apontados nos tópicos anteriores.

Para cada ação deve estar identificado o responsável dentro da equipe

de saúde. Isto não significa que esta pessoa vá desenvolver aquela atividade

de forma isolada, significa que ela responderá pela execução, informando

sobre o seu andamento e resultado.

Deve ser definido, também, um período para a realização de cada

atividade, para que ela seja concluída e apresente o resultado pretendido,

contribuindo para o alcance do objetivo pretendido e, em consequência, para a

solução do problema.

37

Page 46: Manual de..procedimentos vacinas

Quadro I-9: Exemplo de ações considerando os diversos problemas, objetivos e metas apontados

Ações Responsável Período

Organizar o atendimento na Unidade de Saúde (US) de modo a oferecer a vacinação em horários alternativos, a exemplo do horário do almoço e após as 18 horas em dois dias na semana.

Chefia da US

Solicitar da coordenação municipal mais um profissional para trabalhar na sala de vacinação

Chefia da US

Solicitar da coordenação municipal troca do refrigerador. Chefia da US

Realizar monitoramento rápido de cobertura vacinal. Enfermeiro

Implantar a vigilância das coberturas de vacinação. Enfermeiro

Avaliar com os ACS, se for o caso, o uso do cartão espelho. Enfermeiro

Implantar o cartão controle na sala de vacinação. Enfermeiro

Realizar busca ativa de faltosos. ACS

Convocar os faltosos. Enfermeiro

Fazer levantamento das instituições, organizações, veículos de comunicação com potencial para apoiar o trabalho da equipe de saúde.

Chefia da US

Reunir instituições e organizações da comunidade, inclusive os meios de comunicação, para informar sobre o trabalho da US, vacinação, coberturas e busca de faltosos..

Enfermeiro

Visitar os responsáveis por meios de comunicação disponíveis na comunidade.

Chefia da US

Realizar ‘feira de saúde’ com o objetivo de sensibilizar, envolver e mobilizar a comunidade, articulando com a escola e outras instituições.

Chefia da US

Preparar uma cartilha para divulgação de informações sobre vacinas e vacinação.

Enfermeiro

Preparar correspondência com informe sobre as atividades desenvolvidas pela US e resultados alcançados.

Chefia da US

Realizar um dia de vacinação por mês na escola do bairro. Enfermeiro

Treinar a equipe da sala de vacinação (ou encaminhar para treinamento no município).

Enfermeiro

Fazer supervisão diária ao trabalho na sala de vacinação, identificando problemas e dificuldades enfrentados pela equipe de vacinação.

Enfermeiro

Acompanhar a orientação dada aos pais, responsáveis ou pessoas vacinadas.

Enfermeiro

Realizar oficina interna para análise da atividade de vacinação no contexto da Unidade de Saúde.

Chefia da US

Solicitar cooperação técnica à coordenação municipal no tocante à supervisão, monitoramento e avaliação de atividades da Unidade de Saúde.

Chefia da US

38

Page 47: Manual de..procedimentos vacinas

No Quadro I-10 tem-se um consolidado dos exemplos apresentados até

aqui, dando uma visão sequencial do processo. A construção de uma planilha

contendo, no mínimo, os itens a seguir, pode ajudar o processo de

planejamento desenvolvido pela equipe da Unidade de Saúde: (i) ‘problema’;

(ii) ‘explicação’; (iii) ‘objetivos’; (iv) ‘metas’; (v) ‘ações’; (vi) ‘responsável’; e (vii)

‘período de realização’.

39

Page 48: Manual de..procedimentos vacinas

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Page 49: Manual de..procedimentos vacinas

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Page 50: Manual de..procedimentos vacinas

42

2.3. População a vacinar e necessidades de vacinas

O número de doses de vacina a administrar é calculado

multiplicando o número de pessoas a vacinar pelo número de doses relativo ao

esquema de cada vacina (dose única ou três doses) a ser administrado em

cada pessoa.

O Ministério da Saúde usa os paramentos a seguir para decidir

sobre a aquisição e a distribuição dos imunobiológicos. A equipe da Unidade

de Saúde pode, também, utiliza-los como base para a definição do quantitativo

de doses:

a população alvo da vacina;

as metas de cobertura;

as estratégias de vacinação (rotina e/ou campanha);

os estoques existentes;

a análise da série histórica das doses distribuídas e administrada;

a necessidade de estoque estratégico.

Na Unidade de Saúde quando não for possível obter dados

confiáveis sobre a população a vacinar, pode-se calcular a necessidade de

vacinas utilizando percentuais sobre a população total. A Organização Pan-

Americana da Saúde (OPAS) sugere a adoção dos seguintes parâmetros:

Para calcular os menores de um ano: 3% da população total;

População com um ano de idade (12 meses): 3% da população

total;

Grupo de um a quatro anos: 11% da população total;

Gestantes: 4% da população total;

Mulheres em idade fértil (12 a 49 anos): 25% da população total;

População menor de 15 anos: 40% da população total;

População de 60 anos e mais: entre 8% e 9% da população.

Page 51: Manual de..procedimentos vacinas

Além desses parâmetros é importante considerar um percentual de

perdas técnicas e perdas físicas. A perda técnica é a decorrente da abertura de

um frasco multidoses quando o número de pessoas a vacinar é menor e vence

o prazo de uso da vacina depois do frasco aberto. A perda física é a decorrente

de quebras, problemas na rede de frio e vencimento do prazo de validade.

Lembrar que na vacinação extramuros há maior probabilidade de perdas.

Para cobrir eventuais perdas é acrescentado ao quantitativo um

percentual de reserva para cada produto, a saber:

Para a vacina poliomielite 1, 2, 3 (atenuada): 20% de reserva na

rotina e 40% em campanhas;

Para a vacina BCG:

frascos de 10 e de 20 doses: 40% de reserva;

frascos com 50 doses: 60% de reserva;

Para vacina sarampo, caxumba, rubéola e a vacina sarampo e

rubéola;:

frascos de uma dose: nenhuma reserva;

frascos de cinco doses: 10% de reserva;

frascos de 10 ou 20 doses: 20% de reserva;

Para a vacina adsorvida difteria, tétano, pertussis; a vacina

adsorvida difteria e tétano adulto; vacina hepatite B

(recombinante); vacina Haemophilus influenzae b (conjugada):

frascos de uma dose: nenhuma reserva;

frascos multidoses: 10% de reserva;

Para a vacina febre amarela (atenuada):

frascos de 5 doses: 20% de reserva;

frascos de 10 doses: 40% de reserva;

frascos de 50 doses: 60% de reserva.

43

Page 52: Manual de..procedimentos vacinas

Exemplo do cálculo do quantitativo de vacinas Tomando como exemplo uma população menor de um ano de 2.500

crianças, o quantitativo de vacinas para um ano de trabalho, considerando o

número de doses e o percentual de reserva para cada tipo de enfrascagem:

1) para a vacina adsorvida difteria, tétano, pertussis + a vacina

Haemophilus influenzae b (conjugada) e para a vacina hepatite B

(recombinante): são 8.250 doses de cada (2.500 x 3 doses + 10%);

2) para a vacina poliomielite 1, 2, 3 (atenuada) são 9.000 doses (2.500 x

3 + 20%);

3) para a vacina BCG são 3.500 doses para frascos de 10 ou 20 doses.

É importante considerar finalmente que o estoque de imunobiológicos na

Unidade de Saúde não deve ser maior do que a quantidade prevista para o

consumo de dois meses de atividades. Com esse cuidado é possível reduzir os

riscos de exposição dos produtos a situações que possam comprometer a

qualidade de vacinas e soros, a exemplo da oscilação da corrente elétrica.

44

Page 53: Manual de..procedimentos vacinas

45

3. Estratégias de vacinação

Estratégia pode ser definida como o caminho escolhido para atingir

determinada meta. No caso da vacinação a estratégia é o caminho escolhido

para conseguir vacinar o público alvo de cada vacina

3.1. Vacinação de rotina

A vacinação de rotina consiste no atendimento da população no dia-a-

dia da Unidade de Saúde. Essa estratégia proporciona o acompanhamento

continuado e programado das metas previstas, facilitando o monitoramento

sistemático (mensal ou trimestral), de forma a identificar em tempo hábil áreas

que merecem intervenção, grupos da população a serem mais bem

trabalhados etc.

Na rotina é importante que a equipe da Unidade de Saúde esteja atenta

para aproveitar todas as oportunidades para vacinar pessoas pertencentes aos

grupos alvo das vacinas em toda e qualquer situação de contato da equipe.

Muitas vezes uma criança, um adolescente, uma grávida ou um adulto,

frequenta a Unidade de Saúde por qualquer motivo e não há uma articulação

no sentido do encaminhamento dessa pessoa à sala de vacinação.

A articulação e a mobilização das instituições e organizações da

comunidade podem também favorecer o trabalho da equipe da Unidade de

Saúde no sentido de alcançar o público alvo.

Uma medida importante é o estabelecimento da vacinação fora do

horário normal de trabalho, após o horário comercial ou durante o fim de

semana, oferecendo oportunidades de vacinação para os que trabalham ou

estudam.

No Quadro I-11 estão apontadas algumas vantagens e desvantagens do

trabalho centralizado na Unidade de Saúde, lembrando que algumas

desvantagens podem ser superadas a partir de iniciativas da equipe de saúde

junto à comunidade.

Page 54: Manual de..procedimentos vacinas

46

Quadro I-11: Vantagens e desvantagens da vacinação de rotina

Vantagens Desvantagens

1) Menor custo da atividade, vez que não há necessidade de transporte e pessoal adicional.

1) Os resultados dependem da capacidade de cobertura da população existente no território de abrangência da Unidade de Saúde.

2) Contribui para a atenção integral por disponibilizar outros serviços no mesmo espaço.

2) Para ser eficiente é preciso que a equipe conheça com precisão os grupos alvo.

3) Profissionais (principalmente médico e enfermeiro), insumos e materiais estão disponíveis.

3) Depende da capacidade da equipe em captar os grupos alvo.

4) Possibilita o trabalho em ambiente mais adequado.

4) Quase sempre depende da demanda espontânea da população.

5) Facilita a supervisão e o acompanhamento do trabalho.

6) Garante a conservação da vacina.

7) Reduz a possibilidade de perdas de vacina.

3.2. Campanha de vacinação

A campanha de vacinação é uma ação pontual que tem um fim

determinado e específico. É uma estratégia que, de forma geral, tem

abrangência limitada no tempo e visa, sobretudo, a vacinação em massa de

uma determinada população, com uma ou mais vacinas.

A intensa mobilização da comunidade, principalmente por meio dos

veículos de comunicação de massa, e, também, a ampliação do número de

postos, faz com que a população fique mais próxima da vacina, possibilitando o

alcance de maiores contingentes e a obtenção de altos índices de cobertura.

Considerando o alto custo financeiro e a grande mobilização de recursos

(humanos, institucionais) e da comunidade, a oportunidade da campanha deve

ser aproveitada para administrar o máximo possível de vacinas nos grupos

alvo, iniciando ou completando o esquema de vacinação estabelecido.

No Quadro I-12 listam-se algumas vantagens e desvantagens dessa

estratégia de vacinação.

Page 55: Manual de..procedimentos vacinas

Quadro I-12: Vantagens e desvantagens da campanha de vacinação

Vantagens Desvantagens

1) Possibilita o alcance de objetivos de erradicação e eliminação de doenças imunopreveníveis.

1) Quando de longa duração ou quando repetida dificulta a manutenção do interesse da população e dos profissionais, acarretando baixas coberturas.

2) Permite intensa mobilização da população. 2) Pode provocar a descontinuidade de outras atividades, pelo redirecionamento de recursos e pessoal.

3) Fortalece a consciência sobre a necessidade e importância da prevenção e da promoção da saúde.

3) Pode acomodar a população.

4) Pode ser uma oportunidade para administrar vários produtos, contribuindo para o aumento de coberturas.

4) É de difícil sustentabilidade

5) É uma estratégia que apresenta alto custo/benefício.

3.3. Vacinação de bloqueio

A vacinação de bloqueio é uma atividade prevista pelo sistema de

vigilância epidemiológica, sendo executada quando da ocorrência de um ou

mais casos de doença prevenível pela vacinação, quando este fato provoca

uma alteração não esperada no comportamento epidemiológico da doença.

Tem por finalidade, portanto, interromper a transmissão da doença no menor

espaço de tempo possível.

Com o bloqueio a cadeia de transmissão da doença é interrompida

mediante a eliminação dos suscetíveis. Os critérios para definição da área de

cobertura de uma operação de bloqueio estão definidos no Guia de Vigilância

Epidemiológica, publicado pela SVS, ou por notas e informes técnicos do

Ministério da Saúde.

No Quadro I-13 listam-se algumas vantagens e desvantagens do

bloqueio.

47

Page 56: Manual de..procedimentos vacinas

Quadro I-13: Vantagens e desvantagens da vacinação de bloqueio

Vantagens Desvantagens

1) Permite a cobertura total da população alvo em uma área geográfica específica (rua, bairro, distrito, município).

1) Exige significativos recursos humanos, logísticos e financeiros.

2) Permite rápida redução dos suscetíveis, dificultando a transmissão da doença.

3) Permite a busca ativa de casos.

4) Permite o incremento de coberturas.

3.4. Atividades extramuros As atividades extramuros são adotadas em função de uma necessidade

operacional ou epidemiológica, tornando a vacinação mais acessível à

população.

Baseia-se, geralmente, na organização de equipes que vão trabalhar

fixadas em local determinado, ou de equipes móveis que vão cumprir

determinado itinerário, cobrindo, por exemplo, núcleos de populações remotas

(aldeias, assentamentos etc.), instituições ou mesmo casa-a-casa.

Pode ser usada para a busca de não vacinados, tendo como referência

o cartão controle ou o cartão espelho arquivado na sala de vacinação ou para

vacinar populações que provavelmente não procurarão a Unidade de Saúde,

como a população de rua e a população acampada em periferias das cidades,

bóias frias etc.

Na organização das atividades extramuros alguns critérios ou exigências

são importantes, a saber:

A quantidade de vacinas, insumos e outros materiais, como o

destinado ao registro, deve ser suficiente, sendo necessário ter

um mínimo de população estimada a vacinar;

A escolha das datas e horários deve levar em conta hábitos e

costumes da população, horários e dias da semana mais

adequados e épocas do ano (estação mais seca, por exemplo,

para evitar dificuldades de locomoção);

48

Page 57: Manual de..procedimentos vacinas

49

O cronograma de deslocamento deve incluir o retorno à área para

completar esquemas de vacinas multidoses, considerando o

intervalo entre as doses;

O transporte e a conservação dos imunobiológicos devem ser

feitos em condições adequadas, com previsão de equipamento de

refrigeração (refrigerador e/ou caixa térmica, bobinas de gelo

reutilizável e termômetro);

Os vacinadores devem estar preparados para administrar todas

as vacinas dos calendários, conforme procedimentos

preconizados;

As equipes devem dispor da localização precisa da população a

vacinar, mediante mapas, roteiros, croquis; e

O registro das vacinas administradas deve estar garantido,

segundo tipo de vacina, dose e idade, nos formulários

apropriados, e definida a sistematização e consolidação dos

dados para alimentação do SI-API, bem como o preenchimento

do comprovante de vacinação para todas as pessoas vacinadas.

3.4.1. Postos fixos temporários

Na montagem de postos fixos, para funcionar por tempo limitado,

devem ser selecionados locais que já funcionem como referência para a

população, tais como shoppings, estações de metrô, rodoviárias, estações

ferroviárias, escolas, clubes, creches e outros.

Um parâmetro adotado tradicionalmente em campanhas de

vacinação é considerar que uma equipe básica, formada por um vacinador e

um registrador, tem condições de vacinar cerca de 400 pessoas ao longo de

um dia de oito horas de trabalho.

Atente-se, entretanto, que esta é apenas uma base para estimar

necessidades de recursos, a realidade do local onde será instalado o posto

temporário, o fluxo e a concentração da população, é que vai determinar a

Page 58: Manual de..procedimentos vacinas

necessidade de colocar mais vacinadores e registradores no posto ou montar

mais de um posto fixo com grande proximidade.

No Quadro I-14 listam-se algumas vantagens e desvantagens da

instalação de postos fixos em caráter temporário.

Quadro I-14: Vantagens e desvantagens dos postos fixos

temporários

Vantagens Desvantagens

1) Aproxima a vacinação da população. 1) Exige um trabalho prévio de mobilização da comunidade, com o uso de veículos de comunicação.

2) Pode ser uma oportunidade para administrar várias vacinas.

2) Não garante a cobertura de toda população alvo do território

3) Pode ser uma oportunidade para desenvolver outras ações de saúde.

4) Demonstra para a comunidade a ação desenvolvida pela Unidade de Saúde.

3.4.2. Equipes móveis

As equipes móveis atuam com base em um roteiro previamente

estabelecido, sendo uma alternativa válida para percorrer pequenas

comunidades rurais e para áreas remotas de população dispersa ou de difícil

acesso.

É uma forma de trabalhar que exige gastos extras com alimentação,

com diárias e com pessoal adicional, mas que possibilita alcançar populações

que, de outra maneira, certamente nunca seriam vacinadas. Cada local, em dia

ou horário determinado, recebe uma equipe de vacinação.

A população, a partir da intensa divulgação, deve estar reunida nos

locais determinados para ser vacinada. Finalizado o trabalho a equipe desloca-

se para outra área ou retorna para seu ponto de apoio, seguindo o roteiro

preestabelecido.

No Quadro I-15 listam-se algumas vantagens e desvantagens do

trabalho com equipes móveis.

50

Page 59: Manual de..procedimentos vacinas

51

Quadro I-15: Vantagens e desvantagens das equipes móveis

Vantagens Desvantagens

1) Leva a vacinação a comunidades de difícil acesso ou àquelas que não acessam os serviços.

1) O custo é alto, do transporte, por exemplo.

2) A visita pode ser utilizada para o desenvolvimento de outras ações da atenção primária.

2) A supervisão é dificultada.

3) Permite a vacinação de vários grupos alvo para iniciar ou complementar esquemas.

3) Exige um planejamento mais apurado em termos do melhor período e necessidades de equipe, insumos, transporte etc.

4) Demonstra para a comunidade a ação desenvolvida pela Unidade de Saúde.

4) Exige maior atenção na conservação dos produtos (rede de frio).

5) Acarreta uma maior perda de vacinas.

3.4.3. Vacinação casa-a-casa

A vacinação casa-a-casa, adotada em situações especiais, como,

por exemplo, em surtos localizados, é uma estratégia que garante o alcance de

toda a população-alvo, com a obtenção de altas coberturas, mas requer

também grande mobilização de recursos humanos e materiais.

A vacinação é feita na casa das pessoas, visitando-se todos os

domicílios de cada rua, quarteirão ou bairro. O trabalho é avaliado diariamente

a partir do registro das intercorrências, como por exemplo: casas fechadas,

pessoas doentes, ausência de adultos (crianças sozinhas em casa), ausência

do público alvo da vacinação no momento da passagem da equipe etc.

Os vacinadores devem ter um ponto de apoio ou referência para

suprimento, guarda de vacinas e outros insumos, e para a consolidação e

sistematização diária dos dados relativos ao trabalho realizado.

No Quadro I-16 listam-se algumas vantagens e desvantagens da

vacinação casa-a-casa.

Page 60: Manual de..procedimentos vacinas

52

Quadro I-16: Vantagens e desvantagens da vacinação casa-a-casa

Vantagens Desvantagens

6) Permite alcançar grupos de maior risco. 1) É necessário um maior espaço de tempo para concluir o trabalho de vacinação.

7) Possibilita maior aproximação entre profissionais e população a vacinar.

2) Exige mais recursos humanos e financeiros.

8) Possibilita a cobertura de 100% do grupo alvo.

3) Dificulta a supervisão.

9) Possibilita a realização de censo da população com vistas à correção de denominadores no nível local.

4) Acarreta maior perda de vacinas.

10) Possibilita a captação de uma população que, de outro modo, não seria vacinada.

5) Estimula a passividade da população.

11) É oportunidade para iniciar ou complementar esquemas.

6) Para o desenvolvimento de outras ações de saúde exige maior aporte de pessoal.

12) É oportunidade para o desenvolvimento de outras ações de saúde.

7) Dificulta a identificação e o acompanhamento de possíveis eventos adversos relacionados temporalmente à vacinação..

3.5. Vacinação de grupos específicos

3.5.1. Vacinação nos CRIE

Como já referido na parte introdutória deste Manual estão

instalados CRIEs em todas as unidades federadas, oferecendo produtos com

indicação específica, preparados para o atendimento de indivíduos portadores

de quadros clínicos especiais, ou seja, de indivíduos que:

apresentam suscetibilidade aumentada a determinadas doenças

ou risco de complicações para si ou para outros, decorrente de

motivos biológicos como imunodepressão, asplenia, transplante,

AIDS;

convivem com pessoas imunodeprimidas, a exemplo dos

profissionais de saúde e parentes de imunodeprimidos;

apresentam intolerância a imunobiológicos oferecidos na rotina

devido à alergia ou em razão da ocorrência de evento adverso

grave depois de recebê-los;

Page 61: Manual de..procedimentos vacinas

53

foram, inadvertidamente, expostos a agentes infecciosos por

motivos profissionais ou em decorrência de agressão ou

violência.

Os produtos são produzidos a partir de moderna tecnologia e, de

modo geral, são de alto custo e a indicação está agrupada em três categorias:

para profilaxia após a exposição a agentes infecciosos, como no

caso da imunoglobulina antivaricela-zoster;

para substituição de produtos disponíveis na rede de serviços,

quando estes não podem ser utilizados em função da

hipersensibilidade ou da ocorrência de eventos adversos, como é

o caso do uso da vacina raiva de cultivo celular;

para imunização de pessoas com imunossupressão, como no

caso da vacina poliomielite 1, 2 e 3 (inativada).

Para o atendimento no CRIE alguns requisitos e procedimentos

são necessários, a saber:

apresentar relatório do médico que fez o atendimento, na rede

pública ou privada, contendo o diagnóstico (CID) e breve histórico

da patologia, bem como resultados de exames de laboratório e

outros exames pertinentes; e

apresentar-se à unidade do CRIE mais próxima da residência

para consulta e administração das vacinas indicadas de acordo

com as normas estabelecidas.

3.5.2. População indígena

Para a vacinação da população indígena é adotado um calendário

específico, com as vacinas do calendário básico e com produtos que são

ofertados para situações e grupos específicos. A Portaria nº 1.946 de 19 de

julho de 2010, instituiu um calendário específico para esta população.

Quando na área da Unidade de Saúde existir população indígena,

a equipe deve articular com Distrito de Saúde Indígena (DSEI), responsável

Page 62: Manual de..procedimentos vacinas

54

pela saúde indígena, de modo a acompanhar e, se for o caso, participar do

trabalho desenvolvido junto a esses grupos, num trabalho conjunto que articule

a Coordenação-Geral do PNI, da Secretaria de Vigilância em Saúde, com a

Secretaria Especial de Atenção à Saúde Indígena, cuja criação foi autorizada

pela Medida Provisória (MP) nº 483, de 24 de março de 2010.

3.5.3. Vacinação de viajantes

Viajantes constituem um grupo de pessoas com riscos particulares

de aquisição de doenças infecciosas. As indicações de vacinação para

viajantes podem variar com a idade (crianças, adultos e idosos), o local da

visita, o tempo de permanência, a época do ano, o meio de transporte, os

hábitos locais, o tipo de atividade a ser desenvolvida (negócios, estudo,

turismo, exploração, etc.). O local de origem e destino do viajante também

pode indicar a vacinação, como é o caso da necessidade de proteção contra as

doenças imunopreveníveis, em fase de eliminação e/ou erradicadas, mas que

existem em outros países. Há que considerar as recomendações em caso de

gravidez ou imunossupressão adquirida ou induzida.

Na administração da vacina deve-se levar em conta uma

antecedência mínima necessária para a efetivação da proteção antes da

exposição ao risco, sendo ideal um intervalo, mínimo, de um mês. Além disso,

a antecipação permite o acompanhamento do vacinado na eventual ocorrência

de eventos adversos.

De acordo com o Regulamento Sanitário Internacional vigente

(RSI/2005) as vacinas necessárias ao viajante são registradas no Certificado

Internacional de Vacinação e Profilaxia (CIVP). A lista com os países que

exigem o certificado está disponível na internet no site da Organização Mundial

de Saúde (OMS) no endereço http://www.who.int/es. Segundo o Regulamento

apenas a vacina febre amarela (atenuada) é obrigatória e normatizada para

todas as regiões do mundo, conforme as exigências legais, devendo ser

administrada com antecedência mínima de 10 dias da data da viagem.

As vacinas administradas na rede de unidades de saúde do SUS

são válidas para a emissão do CIVP. A equipe da Unidade de Saúde deve

Page 63: Manual de..procedimentos vacinas

55

estar informada sobre os locais onde a pessoa que pretenda viajar pode obter

o Certificado Internacional, ou mesmo, sobre a localização de unidades de

orientação de viajantes. Vacinas administradas na rede privada são válidas

somente quando o serviço estiver credenciado junto a Agência Nacional de

Vigilância Sanitária (Anvisa).

3.5.4. Áreas de fronteira

Com exceção do Chile e do Equador, todos os países da América

do Sul fazem fronteira com o Brasil. São 11 unidades federadas que fazem

fronteira com 10 países, abrangendo 15,7 km de extensão terrestre e cerca de

184 milhões de habitantes. Na área de fronteira há uma intensa movimentação

de pessoas com diversos objetivos, inclusive em busca de melhor oferta de

ações e serviços de saúde.

A Unidade de Saúde cujo território contempla essa situação deve

incluir a vacinação dessas pessoas no planejamento de suas atividades, em

articulação com a Secretaria Municipal de Saúde no sentido de um trabalho

conjunto com o município do outro lado da fronteira e com a respectiva

Secretaria Estadual de Saúde, para uma programação integrada inter-fronteira.

Para o planejamento devem ser estabelecidas estimativas de população

flutuante ou população em trânsito, tomando como base, inclusive, demandas

de anos anteriores.

3.6. Mobilização da comunidade

A vacinação é uma ação preventiva e sua utilização pela população

depende, necessariamente, de decisão pessoal em ir se vacinar, ou de decisão

dos pais ou responsáveis em levar suas crianças. A Unidade de Saúde sozinha

não pode pretender interferir ou influenciar no poder de decisão, que é pessoal

e intransferível.

O apoio e a participação da comunidade são imprescindíveis para

o êxito da vacinação, mas é preciso contribuir para que a população se

conscientize de que saúde é um direito; um direito que inclui a vacinação.

Page 64: Manual de..procedimentos vacinas

56

Motivar para a vacinação exige dos profissionais de saúde uma articulação

efetiva com a comunidade.

Para isso, é necessário que essa participação aconteça em todos

os momentos possíveis, desde o planejamento, na análise da situação de

saúde, identificação e priorização dos problemas a serem enfrentados, até a

execução, o monitoramento e a avaliação.

3.6.1. Articulação com instituições e organizações

A articulação com as instituições e organizações da comunidade,

governamentais ou não governamentais, tem por objetivo o engajamento de

seus representantes na prestação de serviços de saúde, dentre estes a

vacinação.

A interação com a população é mais efetiva quando se atua por

meio dessas organizações, consideradas, na maioria dos casos, como formas

legítimas de representação e canais de expressão. Participar dos eventos por

elas promovidos, informando, orientando, partilhando e esclarecendo dúvidas e

inquietações, demonstra o interesse da Unidade de Saúde pelo bem-estar de

todos.

Essa articulação é fortalecida dentro dos conselhos de saúde, em

que representantes da comunidade do território, junto com a representação do

setor saúde, discutem e decidem sobre: os principais problemas de saúde

existentes; as medidas para a solução desses problemas e prioridades de

atendimento, como, por exemplo, as formas de colaboração da comunidade em

apoio às ações de vacinação.

Os conselhos de saúde têm como tarefa acompanhar e fiscalizar

as ações que são desenvolvidas e participar da avaliação da qualidade dos

serviços, exercendo, assim, as funções de fiscalização e controle social.

3.6.2. Atividades com a comunidade

A Unidade de Saúde pode promover a realização de assembléias

abertas ou reuniões em lugares públicos. É importante contatar, com

antecedência, líderes locais ou pessoas com influência na comunidade

Page 65: Manual de..procedimentos vacinas

57

(professor, padre, pastor etc.) para colaborarem na organização e divulgação

do evento e na sensibilização da comunidade para participar. A utilização de

meios audiovisuais ajuda bastante na condução dos trabalhos. Da mesma

forma, podem-se dividir os participantes em grupos para uma discussão mais

rica e produtiva.

Os eventos culturais, previstos no calendário de festividades do

município ou do estado, podem representar uma oportunidade para trabalhar

com a população acerca de medidas de promoção e de proteção à saúde.

Gincanas e competições esportivas, de forma geral muito bem aceitas pela

população, são iniciativas para as quais se pode, também, canalizar

comunicações ou mensagens sobre a saúde. A realização de “Feiras de

Saúde” ou “Semanas de Saúde”, envolvendo toda a comunidade ou grupos

específicos como escolares, é importante estratégia de mobilização e

envolvimento da comunidade.

3.6.3.Divulgação de informações

A divulgação de informações sobre conteúdos de saúde e sobre as

atividades da Unidade de Saúde, incluindo a vacinação, deve ser desenvolvida

com o objetivo de:

contribuir para que a população conheça os serviços oferecidos

pela Unidade de Saúde do seu território, incluindo aí as

atividades de vacinação, vendo-o como um direito de cidadania;

despertar o interesse da população para o esforço da equipe de

saúde no sentido de atendê-la em suas necessidades de saúde,

e no tocante à vacinação na perspectiva de alcançar e manter

as coberturas de vacinação preconizadas;

incentivar a procura dos serviços oferecidos na Unidade de

Saúde, incluindo aí o de vacinação e, neste caso, o

cumprimento do esquema básico;

ampliar e/ou aprofundar o conhecimento da população sobre: (i)

saúde como direito de cidadania; (ii) a situação de saúde da

Page 66: Manual de..procedimentos vacinas

58

comunidade: doenças, agravos e riscos; (iii) a situação das

doenças evitáveis por vacinas na localidade, no município, no

estado e no país; (iv) as ações oferecidas pela Unidade de

Saúde relativas à promoção, proteção e recuperação da saúde;

(v) as formas de apoio, colaboração e participação da

comunidade no desenvolvimento das ações e serviços de

saúde; e (vi) o andamento das atividades, resultados

alcançados, falhas e dificuldades.

A divulgação de informações acontece no contato interpessoal e

por intermédio dos meios de comunicação de massa, tendo como instrumentos

de grande importância os materiais educativos e instrucionais.

Considera-se como contato interpessoal todas as oportunidades de

encontro entre o profissional de saúde e a população, dentro e fora do serviço

de saúde. Algumas situações, exemplificadas a seguir, são tradicionalmente

utilizadas para a divulgação de informações e para reforçar um trabalho

conjunto de participação das instituições e organizações da comunidade.

3.6.3.1. Trabalho na ‘sala de espera’

O trabalho na ‘sala de espera’ insere-se no processo de

acolhimento do usuário pela Unidade de Saúde, conforme referido na Parte II

deste Manual, no tópico 3, item 3.3.2. que trata do acolhimento e triagem da

clientela. De modo geral, acontece enquanto as pessoas aguardam o

atendimento e um integrante da equipe propõe conversa informal sobre

conhecimentos básicos de promoção e proteção à saúde, abordando, inclusive,

o tema vacinação.

É importante motivar as pessoas a perguntarem, a dividirem

experiências sobre o assunto em discussão e a manifestarem suas dúvidas. O

profissional após estimular e receber dos presentes opiniões sobre o assunto

tem a oportunidade de fazer esclarecimentos e orientações mais pertinentes,

afastando, inclusive, eventuais conceitos errôneos ou ultrapassados próprios

daquele grupo.

Page 67: Manual de..procedimentos vacinas

59

As iniciativas programadas para a sala de espera não substituem

as informações que devem ser repassadas pelos profissionais, nos contatos

com os diversos setores do serviço de saúde (recepção, triagem, ambulatório

etc.), constituindo um esforço adicional. A definição da programação de

atividades na sala de espera é precedida de discussão entre os profissionais,

identificando e verificando qual a melhor forma de abordagem dos temas de

interesse da equipe e da comunidade.

3.6.3.2. Visita domiciliar

A visita domiciliar é outra oportunidade de informar. É um recurso

que torna mais ativa e rica a relação entre o serviço de saúde e a população. O

diálogo com a família na moradia também ajuda os profissionais a terem uma

visão mais objetiva da realidade de vida e saúde da população.

A visita domiciliar é a principal base do trabalho do Agente

Comunitário de Saúde e do Agente de Endemias. A visita constitui momento de

avaliação geral da saúde e das condições de vida da família, para, a partir

dessa análise:

identificar situações de risco à saúde;

orientar sobre as formas de prevenção; e

encaminhar pessoas à Unidade de Saúde, quando for o

caso ou, até mesmo, conduzi-las sob cuidados nas

situações de alto risco.

Ao focalizar a vacinação na visita domiciliar algumas questões

específicas podem ser observadas, como nos exemplos a seguir:

a verificação da situação vacinal das pessoas residentes ou

presentes no domicílio;

a existência de pessoas na faixa de idade indicada para

vacinação, ainda não vacinadas; e

a busca de faltosos identificados pela equipe da sala de

vacinação.

Page 68: Manual de..procedimentos vacinas

Quando programado a equipe que visita o domicílio pode estar

acompanhada de um vacinador, aproveitando a ocasião para iniciar ou

complementar esquemas, fazendo-se o devido registro.

3.6.3.3. Veículos de comunicação

É importante identificar os meios de comunicação existentes no

território de abrangência da Unidade de Saúde. Muitas vezes as associações

de moradores e outras organizações da comunidade utilizam boletins

informativos nos quais podem ser incluídas informações sobre a vacinação.

Alto-falantes volantes e fixos (como de feiras, quermesses etc.), programas de

rádio locais, devem ser utilizados. É importante atuar junto aos comunicadores

(formadores de opinião) sensibilizando-os e tornando-os parceiros do programa

de vacinação.

Cartilhas, folhetos, cartazes e informes simplificados podem ser

utilizados tanto pelas equipes de saúde, como pelas organizações da

comunidade ou pelos veículos de comunicação.

Ao elaborar esses materiais é importante definir claramente o

público-alvo e as informações a serem repassadas. As informações devem ser

claras, simples, objetivas, evitando-se sonegar dados, enganar a população ou

apelar para o medo e a chantagem. Após a decisão sobre as mensagens, o

público-alvo e os custos de produção do material, é preciso organizar sua

distribuição e divulgação, bem como avaliar o impacto junto à população e em

que medida o material e as informações foram motivadoras de uma mudança

ou transformação.

60

Page 69: Manual de..procedimentos vacinas

61

4. Supervisão, monitoramento e avaliação da atividade de vacinação

4.1. Supervisão

A supervisão deve ser entendida como um processo educativo que

se efetiva na base da cooperação, da colaboração, da construção conjunta, de

uma relação de parceria, articulando o exame, a avaliação, a assessoria e a

troca de informação, conhecimentos e experiências.

Nessa relação, supervisor e supervisionado enfrentam juntos as

solicitações do serviço, os problemas existentes, os entraves causados pelas

dificuldades interpessoais e de estrutura, bem como as limitações individuais

de cada integrante do processo, identificando práticas e instrumentos de

atuação conjunta sobre o objeto de trabalho.

A supervisão é uma prática realizada com diferentes propósitos, a

saber:

para atender solicitação da equipe local quando é realizada

pela equipe municipal ou distrital;

para complementação de processo de capacitação ou para

avaliação de egressos de processo de educação

continuada;

para monitoramento e avaliação das atividades de

vacinação e da gestão do PNI, quando pode ser realizada

pela própria equipe local, pela regional, estadual ou

nacional.

No tocante à vacinação, de forma mais específica, podem ser

destacados como aspectos importantes do trabalho que devem ser objeto da

observação e atuação do supervisor:

Situação da sala de vacinação considerando as normas da

ANVISA e o orientado na Parte II deste Manual;

Condições de funcionamento;

Page 70: Manual de..procedimentos vacinas

62

Adequação do pessoal para execução da vacinação em

termos de quantidade e padrão técnico;

Adequação do equipamento e de materiais para a

conservação de vacinas (tipo de energia disponível,

capacidade de estocagem específica, disponibilidade de

bobinas de gelo reutilizável, de caixa térmica para

transporte, de termômetros etc.);

Manutenção dos equipamentos;

Adequação dos insumos necessários à administração de

vacinas em termos de qualidade, quantidade e regularidade

do suprimento;

Adequação do suprimento de vacinas: controle de estoque e

regularidade de suprimento; dentre outros.

Organização do trabalho: dias e horário de funcionamento

da sala de vacinação; número de profissionais capacitados

para vacinação; disponibilidade, estado de conservação e

uso correto dos equipamentos da sala de vacinação;

disponibilidade e controle de materiais e insumos;

Supervisão do enfermeiro à sala de vacinação: enfoque da

supervisão e principais problemas detectados;

Articulação com a vigilância epidemiológica: notificação de

doenças imunopreveníveis; medidas adotadas quando de

detecção de casos ou surtos; participação da equipe;

Disponibilidade de recursos e condições para o

desenvolvimento das atividades de vacinação, inclusive

atividades extramuros;

Condições de conservação: manutenção do refrigerador;

organização interna; uso do termômetro; controle e registro

de temperatura; conservação do imunobiológico na atividade

Page 71: Manual de..procedimentos vacinas

diária na sala de vacina e em atividades extramuros;

disponibilidade de caixa térmica e de bobina de gelo

reutilizável.

Disponibilidade de imunobiológicos: programação das

necessidades; pedidos e entrega de vacinas; faltas dos

produtos; �controle de estoque; descarte de

imunobiológicos.

Coberturas de vacinação; resultados das últimas campanhas

de vacinação; resultados da rotina; homogeneidade; bolsões

de suscetíveis; populações de difícil acesso e grupos

específicos (população indígena, população de rua,

assentados, por exemplo); busca de faltosos; vacinação da

gestante; tratamento contra a raiva humana, quando for o

caso (disponibilidade e acesso).

Oportunidades perdidas de vacinação (identificação e busca

de soluções); condicionantes e determinantes de baixas

coberturas ou de percentuais aberrantes.

Ocorrência de EAPV: notificação e medidas adotadas,

atuação da equipe na investigação.

Sistemas de informação; qualidade do registro de dados;

alimentação do SI-PNI; impropriedades observadas no

registro (acompanhamento do registro feito na sala de

vacinação); disponibilidade de formulários; �fluxo dos dados

dentro da Unidade de Saúde e para as demais instâncias;

envio da informação para a instância de consolidação

(distrital ou municipal ou regional ou estadual), cumprimento

da periodicidade.

Condição dos equipamentos de informática; grau de

informatização da Unidade de Saúde; acesso e uso dos

sistemas de informação; acesso e uso da internet.

63

Page 72: Manual de..procedimentos vacinas

64

Conhecimento dos indicadores e uso para avaliação; acesso

do vacinador aos indicadores e compreensão da sua

importância para o alcance do resultado; elaboração de

análises e de boletins ou informes.

Orientações dadas pela equipe de vacinação aos pais,

responsáveis ou ao próprio vacinado: informações corretas

sobre a vacina administrada; necessidade de outra dose;

reações esperadas e providências em casos mais graves;

retorno para reforço e recebimento de outras vacinas;

importância do registro.

Mecanismos de mobilização e participação das instituições e

organizações da comunidade, adotados pela unidade:

articulação com grupos organizados, instituições e

lideranças; articulação e entrosamento com outros órgãos:

federais, �universidades e outras instituições de ensino,

veículos de comunicação e mídia local e alternativa;

realização de promoções visando a mobilização e o

envolvimento da comunidade; articulação com conselhos

comunitários e outros fóruns e com o Conselho Municipal de

Saúde (participação em reuniões do Conselho para informar,

prestar contas, solicitar apoio para superação de problemas

etc.).

Capacitação, aperfeiçoamento e atualização: grau de

atualização da equipe (última capacitação realizada, acesso

a notas e informes técnicos etc.); momentos da equipe

voltados à atualização.

Cumprimento de normas técnicas sobre vacinação:

compatibilidade com as normas nacionais relativas aos

procedimentos de administração, registro, conservação de

vacinas; descarte adequado de seringas e agulhas e do lixo

da sala de vacinação.

Page 73: Manual de..procedimentos vacinas

65

Durante a supervisão o supervisor deve estar atento e observar

reações, percepções, falas e opiniões expressadas pelos envolvidos. Todas as

observações e registros deverão ser apresentados aos supervisionados,

buscando o consenso sobre a situação encontrada ou sobre o

encaminhamento ou medida a ser adotada para a superação do problema.

Os resultados da supervisão devem ser sistematizados em relatório

sucinto e objetivo, conforme o propósito para a qual foi realizada. O conteúdo

do relatório deve destacar os principais problemas detectados, as soluções

adotadas e o registro de compromissos assumidos, servindo de referência para

acompanhamento das medidas de correção e ajustes a serem adotadas, bem

como para orientar próximas supervisões.

4.2. Monitoramento e avaliação das atividades de vacinação Avaliar é julgar, é emitir um julgamento de valor. É fazer uma

comparação entre algo que se apresenta (uma ação, um serviço, uma

intervenção, um procedimento, um registro etc.) e um referencial, considerado,

de modo geral, como ideal.

A partir dos resultados da avaliação os profissionais e gestores

responsáveis por áreas com população e contextos socioeconômicos variados

procuram desenvolver as estratégias mais indicadas para melhor conduzir as

ações de saúde, inclusive as ações de vacinação. Isto porque a avaliação das

atividades de vacinação não pode ser vista de forma isolada pelo fato, já

referido, de que estas fazem parte do conjunto de ações incluído na chamada

atenção básica ou atenção primária.

Avaliar processos e resultados deve ser uma ação contínua e

sistemática. A avaliação, trabalhada como processo contínuo, ocorre em todas

as instâncias, desde onde a vacina é administrada até aquela onde são feitas

as análises macro, de abrangência regional, estadual ou nacional. Pensada

dessa forma, a avaliação deve incluir dois aspectos básicos:

a avaliação do processo, ou seja, do desenvolvimento do

trabalho, mais conhecida como monitoramento, onde a

supervisão é instrumental preponderante; e

Page 74: Manual de..procedimentos vacinas

66

a avaliação de resultados, de impacto, ou seja da mudança

ou transformação ocorrida numa realidade, num problema,

como o controle ou a erradicação de uma doença ou agravo.

Importante considerar que o objetivo final da vacinação não é

somente a obtenção de altas coberturas, mas verificar o impacto na situação

da doença imunoprevenível objeto da intervenção, no entanto, a redução da

morbidade e da mortalidade por doenças imunopreveníveis só será possível se

os índices de cobertura forem mantidos altos e homogêneos.

4.2.1. Monitoramento da atividade de vacinação

A verificação dos processos e dos resultados deve ser uma

constante, deve fazer parte da rotina. Saber como andam as ações

desenvolvidas numa Unidade de Saúde não pode se limitar a momentos

específicos, a exemplo da elaboração do relatório de gestão.

O monitoramento, também considerado como avaliação do

processo, é o trabalho sistemático voltado à análise da cobertura e do

desenvolvimento das atividades, verificando até que ponto a população-alvo

está sendo atendida naquilo que é objeto da ação. O monitoramento é,

portanto, uma importante ferramenta para o gestor, para o gerente e para o

supervisor.

Ao utilizar os sistemas de informações disponíveis, o

monitoramento trabalha com conhecimentos contínuos e oportunos sobre a

implementação das atividades. Com o monitoramento uma grande quantidade

de informações registradas pelos profissionais de saúde, e que, muitas vezes,

não são adequadamente utilizadas, podem constituir matéria-prima para a

avaliação continuada dos serviços.

O monitoramento da atividade de vacinação, na prática, pode

responder a quatro questões básicas:

até que ponto o trabalho de vacinação está alcançando a

população-alvo que precisa ser vacinada?

Page 75: Manual de..procedimentos vacinas

67

a atividade de vacinação está de acordo com o que foi

preconizado no planejamento?

a atividade de vacinação está de acordo com normas e

procedimentos preconizados?

a equipe está usando todos os recursos disponíveis para

solucionar os problemas e superar as dificuldades?

A realização do monitoramento e da avaliação requer a definição

de indicadores e instrumentos. Um indicador é uma medida resumo associada

a uma atividade ou processo que, quando comparado a um padrão, permite

analisar a programação, os resultados e os impactos.

As coberturas de vacinação são indicadores consagrados de

avaliação de resultados da vacinação. Outros indicadores como os

relacionados à gestão podem ser utilizados, como indicadores de processos, a

exemplo do número de atividades executadas em relação às programadas;

recursos necessários e executados em relação aos recursos programados etc.

São indicadores de impacto os indicadores de morbidade e de mortalidade.

4.2.1.1. Cálculo da cobertura de vacinação

Cobertura de vacinação é um indicador representado pelo percentual de

pessoas vacinadas com vacinas específicas, em determinado espaço

geográfico, em um período considerado. Por meio da cobertura vacinal estima-

se o nível de proteção da população contra doenças evitáveis pela imunização,

mediante o cumprimento de esquemas de vacinação (Rede Interagencial de

Informações para a Saúde – RIPSA).

Cobertura de vacinação =

Número de doses de determinada vacina administrada na população alvo, em determinado período e lugar

X 100

Total da população alvo em determinado período ou

lugar

A cobertura vacinal, portanto, se expressa por meio de um percentual

que corresponde a uma relação entre vacinados num determinado grupo

(numerador) e o total da população desse grupo (denominador). Essas duas

Page 76: Manual de..procedimentos vacinas

68

informações devem, sempre, estar relacionadas a um mesmo local e a um

mesmo período (tempo).

Para o cálculo da cobertura usa-se como denominador:

para o grupo menor de um ano os dados do Sistema de Informação

sobre Nascidos Vivos (Sinasc), do último ano disponível;

para os demais grupos de idade as estimativas do Instituto Brasileiro

de Geografia e Estatística (IBGE);

4.2.1.2. Cálculo da cobertura para vacinas com esquema multidoses

Para as vacinas cujo esquema é multidose, ou seja, vacinas que

requerem mais de uma dose para promover a imunidade necessária contra a

doença imunoprevenível, o cálculo da cobertura considera o quantitativo de

vacinados com a última dose preconizada no esquema, como é o caso da

vacina poliomielite 1, 2, 3 (atenuada), da vacina adsorvida difteria, tétano,

pertussis e Haemophilus influenzae b (conjugada) e da vacina hepatite B

(recombinante), cujo esquema completo corresponde à aplicação de três

doses.

A idade correta (adequação epidemiológica) e o intervalo indicado

(adequação imunológica) são condições essenciais para que o esquema de

uma vacina multidoses esteja completo. Quando o esquema de vacinação é

unidose esta dose única é suficiente para promover a imunidade necessária.

4.2.1.3. Homogeneidade das coberturas

Ao lado da cobertura de vacinação outro importante indicador do

desempenho da atividade de vacinação é a homogeneidade, representada pela

proporção de unidades territoriais avaliadas que atingiram a cobertura

preconizada. A homogeneidade pode ser avaliada comparando unidades

federadas ou municípios ou distritos ou sub-distritos ou bairros ou outra

unidade territorial.

O desejável é que todas as áreas alcancem a cobertura

preconizada, no entanto, como um indicador para avaliar e identificar as áreas

Page 77: Manual de..procedimentos vacinas

69

de maior risco convencionou-se que na rotina de vacinação, pelo menos, 70%

das unidades territoriais avaliadas alcancem a cobertura estabelecida. Outro

percentual pode vir a ser adotado, especialmente nas campanhas de vacinação

outros índices de homogeneidade podem ser estabelecidos.

Ao avaliar a homogeneidade da área de abrangência de uma

Unidade de Saúde a equipe identifica, com maior precisão e oportunidade,

bolsões de não vacinados (suscetíveis) considerados como áreas de risco. São

áreas de risco o quarteirão, a rua ou o bairro que apresenta baixa cobertura.

Devem merecer atenção especial da equipe da Unidade de Saúde áreas de

grande densidade demográfica, de pobreza, de migração, de exclusão, com

concentração de populações que têm mais dificuldade de chegar até à

vacinação, como população de rua e de assentamentos.

Na análise da homogeneidade da cobertura na área de

abrangência da Unidade de Saúde é importante identificar as causas da

existência das situações de risco, bem como as intervenções (ações) que vão

contribuir para a eliminação do problema identificado, a exemplo da busca de

faltosos e do monitoramento domiciliar.

4.2.1.4. Avaliação da cobertura

A avaliação da cobertura de vacinação por meio do método

administrativo é feita mediante análise das informações obtidas no SI-API.

Esse método, embora seja o mais utilizado, pois, de maneira geral, a maioria

dos dados está disponível, apresenta vantagens e fragilidades na sua

aplicação, conforme pode ser observado no Quadro I-18.

Quadro I-17: Vantagens e desvantagens do método administrativo Vantagens Desvantagens

1) Permite a observação das tendências de melhoria do desempenho ou de insuficiência operacional, pois o cumprimento das metas pode ser avaliado continuamente (mensalmente, por exemplo) o que é importante para o monitoramento, a avaliação e o replanejamento.

1) O sistema não fornece informação sobre procedência do vacinado.

2) Permite reorientar as estratégias de vacinação a qualquer momento a partir

2) A não informação sobre procedência não permite avaliações de outras

Page 78: Manual de..procedimentos vacinas

da observação das tendências. variáveis, como condições socioeconômicas e determinantes e condicionantes de baixas coberturas.

3) O sistema de informação utilizado inclui dados sobre o consumo e as perdas de vacinas, o que é de grande importância para a avaliação e para o planejamento.

3) A variedade e a multiplicidade de instrumentos de registro e coleta do dado de vacinação (formulários), potencialmente, aumentam a chance de falhas no registro.

4) O registro das atividades é feito por pessoal treinado que conhece as características da atividade de vacinação, diminuindo as causas de erro.

4) O envio dos dados, seguindo um fluxo desde a sala de vacinação até o Ministério da Saúde, nem sempre é oportuno.

5) É de baixíssimo custo operacional.

Para facilitar o monitoramento da cobertura pode ser adotado o

seguinte procedimento: a partir da estimativa populacional de cada grupo de

idade de um território, o número de pessoas previsto para ser vacinado no

período de um ano, ou seja, a meta anual pode ser desdobrada em metas

mensais. Ao final de cada mês, a equipe da Unidade de Saúde compara a

estimativa mensal com as doses completadas em cada grupo. Para visualizar

esse acompanhamento pode-se utilizar o gráfico de acompanhamento da

cobertura vacinal, conforme exemplificado no Quadro I-19 a seguir.

O gráfico pode ser adaptado e utilizado para qualquer grupo etário

e para qualquer tipo de vacina, e, também, para quaisquer períodos e não

apenas para um ano-calendário. O gráfico (ou gráficos), por deixar mais

claramente evidenciada a tendência das coberturas vacinais, deve ficar em

local visível da Unidade de Saúde. Lembrar que o monitoramento para as

vacinas multidoses deve considerar a cobertura com a 3ª dose.

Os relatórios gerados pelo sistema de informações (SI-API)

permitem o acompanhamento mensal dos resultados do trabalho sob vários

aspectos, a saber:

vacinas aplicadas (por tipo, por dose e por grupo de idade);

metas alcançadas;

esquemas completados; e

taxa de abandono.

70

Page 79: Manual de..procedimentos vacinas

71

Quadro I-18: Exemplo do desdobramento da meta anual para o monitoramento da atividade de vacinação (situação fictícia) Um exemplo de como desdobrar a meta de vacinação para ajudar no monitoramento:

a estimativa de população menor de um ano da área de abrangência de uma Unidade de Saúde é de 900 crianças;

dividindo essa população a vacinar pelos 12 meses do ano, tem-se uma meta mensal de 75 crianças;

em janeiro foram vacinadas 10 crianças, em fevereiro 67 e em março 60;

com isso, teoricamente,ficou um resíduo de 65 crianças não vacinadas no 1º mês, oito no 2º mês, 15 no 3º mês; 120 no 4º e duas crianças no 5º mês;

a meta acumulada seria de 375 crianças e o número de vacinados foi de 210;

com isso há um resíduo total de não vacinados de 165 crianças.

Número de crianças vacinadas nos 4 primeiros meses do ano em relação ao número mensal estimado.

0

20

40

60

80

100

120

140

jan fev mar abr mai jun jul ago set out nov dez

Pop mensal a vacinar Pop vacinada

A análise da situação mostra que há um resíduo grande de crianças não vacinadas. È importante avaliar qual a razão do grande número de vacinados em abril (foi feita uma intensificação? busca ativa? invasão de crianças de outra área?).

Importante buscar as causas da persistência de baixo número de crianças vacinadas em fevereiro, março e maio.

Importante, também, olhar a cobertura do ano anterior e número de vacinados mês a mês, para verificar como se comportou.

Nessa situação algumas medidas podem ser adotadas:

1) identificar áreas que podem estar acumulando suscetíveis;

2) avaliar a situação dos faltosos à vacinação e organizar busca ativa;

3) definir estratégias ou alternativas para recuperar as crianças não vacinadas.

Page 80: Manual de..procedimentos vacinas

72

4.2.1.5. Acompanhamento da taxa de abandono

No caso de vacinas cujo esquema corresponde a mais de uma

dose (vacina poliomielite 1, 2, 3 [atenuada], vacina adsorvida difteria, tétano,

pertussis e Haemophilus influenzae b [conjugada] e vacina hepatite B

[recombinante]), o monitoramento da atividade de vacinação também pode ser

feito através da verificação da taxa de abandono. Para essas vacinas, como já

referido, a criança só é considerada completamente vacinada quando o

esquema for completado com a administração da terceira dose.

A taxa de abandono expressa o percentual de pessoas que não

chegou a completar o número mínimo de doses do esquema de vacinação

preconizado para determinada vacina. O cálculo automático da taxa de

abandono pode ser feito diretamente a partir do SI-API. Onde o Sistema não

está ainda informatizado pode-se utilizar a seguinte fórmula:

Taxa de abandono =

Número de primeiras doses - Número de terceiras doses

X 100

Número de primeiras doses

A análise do percentual de abandono pode ser feita a partir dos

seguintes parâmetros:

percentual de abandono maior que 10%: taxa alta;

percentual de abandono entre 5% e 10%: taxa média:;

percentual de abandono menor que 5%: taxa baixa (aceitável).

É importante investigar as razões do abandono da vacinação, com

a finalidade de adotar medidas pertinentes, evitando o acúmulo de suscetíveis

e a formação de grandes bolsões que podem comprometer o controle

epidemiológico. Vários fatores podem ser determinantes para que crianças,

adolescentes e adultos sejam incompletamente vacinados, recebendo apenas

a primeira dose, ou somente as duas primeiras. São exemplos:

A falta de esclarecimento quanto ao tipo de vacina administrada

ao número de doses necessário;

Page 81: Manual de..procedimentos vacinas

73

Desinformação quanto poder tomar a dose da vacina, mesmo que

tenha expirado o prazo estabelecido (intervalo máximo entre uma

dose e outra);

A ocorrência de reações à vacina maiores que as esperadas;

A dificuldade de retornar para completar o esquema por questão

de acesso (distância, preço da passagem etc.); e

O mau atendimento nos serviços de saúde.

4.2.1.6. Avaliação da utilização das vacinas

Aproveitar 100% das vacinas recebidas, ou seja, transformar em

doses administradas todas as doses disponíveis é uma meta difícil de alcançar,

muito embora deva ser preocupação constante da equipe de saúde.

Quase todas as causas de perda podem ser diminuídas ou

eliminadas, observando-se as normas e recomendações técnicas. São

exemplos:

a apresentação das vacinas (enfrascagem, número de doses por

frascos);

o vencimento do prazo de validade;

a quebra de frascos; e

a ocorrência de falhas na rede de frio.

Os produtos apresentados em frascos multidoses, depois de

abertos têm um prazo de uso que pode ser diferente dependendo do

laboratório produtor, daí a necessidade de que a Unidade de Saúde tenha a

informação específica para cada produto recebido, conforme orientado na

Parte II deste Manual, no tópico 3, item 3.3.1, relativo ao início do trabalho

diário, bem como na Parte III nos procedimentos básicos relativos ao preparo

de cada produto.

Ao final do período estabelecido as doses não administradas são

descartadas (inutilizadas), o que acarreta a chamada perda técnica, conforme

Page 82: Manual de..procedimentos vacinas

referido nesta Parte do Manual, no tópico 2, item 2.3. que trata da estimativa de

população a vacinar e da necessidade de vacinas. O número de doses

desprezadas deve ser anotado no impresso utilizado para registro das

atividades diárias, com o objetivo de subsidiar a avaliação da utilização de

vacinas pela Unidade de Saúde.

Outra causa da perda de vacinas é o vencimento do prazo de

validade. Quando esse prazo expira o imunobiológico deve ser desprezado, daí

a necessidade de fazer uma previsão mais precisa possível do quantitativo de

produtos a utilizar, além de usar primeiro aquele com prazo de validade mais

próximo.

Um imunobiológico só deve ser utilizado quando adequadamente

conservado, seja no armazenamento, no transporte de uma instância a outra,

ou na sala de vacinação da Unidade de Saúde. A ocorrência de falhas na rede

de frio pode acarretar perda de vacinas (ver orientações na Parte II deste

Manual, tópico 5 – Conservação dos imunobiológicos).

A taxa de aproveitamento dos produtos pode ser calculada por

meio da seguinte fórmula:

Taxa de aproveitamento =

Número de doses administradas

X 100 Número de doses distribuídas

Por ocasião do planejamento, quando da definição do quantitativo

de vacinas, é previsto um percentual de reserva para atender eventuais perdas,

conforme orientado nesta Parte do Manual, no tópico 2, item 2.3.

4.2.2. Outros tipos de avaliação da atividade de vacinação Os inquéritos ou levantamentos de campo permitem a obtenção de

dados mais reais sobre a cobertura de vacinação, sendo importante,

especialmente, para áreas onde o registro é deficiente e onde é difícil

caracterizar a população-alvo, como, por exemplo, em áreas urbanas onde

estão ocorrendo grandes movimentos de população.

74

Page 83: Manual de..procedimentos vacinas

75

Este tipo de avaliação é muito importante para um conhecimento

mais real da cobertura de vacinação e deve ser realizado sob a orientação

técnica de especialistas no assunto, destacando-se como pontos importantes:

a determinação da composição da amostra representativa da

população a ser avaliada;

a elaboração de instrumento para coleta das informações e o

estabelecimento das regras para aplicá-lo corretamente;

a preparação de mapas da localidade, detalhando quarteirões ou

aglomerados rurais, para facilitar a localização dos domicílios

sorteados na amostra;

o treinamento do pessoal que realizará as entrevistas;

a definição da equipe que analisará os dados coletados e

estimará a cobertura vacinal.

As vantagens e desvantagens da realização de inquéritos de

inquéritos de cobertura estão destacadas no Quadro I-20.

Quadro I-19: Vantagens e desvantagens do inquérito de cobertura

Vantagens Desvantagens

1) O resultado não é influenciado, em termos das coberturas encontradas, pela invasão ou evasão de população, já que os dados do numerador estarão sempre contidos no denominador.

1) Apresenta elevado custo operacional.

2) A partir de uma amostra da população, bem desenhada e executada, pode-se estudar variáveis socioeconômicas, como o grau de instrução e a classe de renda.

2) Necessita de pessoal especializado para formular o inquérito, para coordenar a execução e analisar os dados coletados.

3) Não há sub-registro e a duplicidade de dados, problemas quase sempre presentes no método administrativo.

3) Os resultados representam um recorte da situação, tendo utilidade por um tempo relativamente curto.

Para a avaliação da cobertura de vacinação podem ser adotados

estudos complementares que possibilitam uma análise mais precisa da

situação, a exemplo dos estudos da situação imunológica da população

Page 84: Manual de..procedimentos vacinas

76

(titulagem de anticorpos) e o levantamento do registro individual a partir do

arquivo permanente da Unidade de Saúde.

4.2.3. Avaliação da eficiência e eficácia

A eficiência é a relação entre os recursos destinados às atividades

e o efeito ou resultado produzido, ou seja, é a relação entre custo e resultado,

ou entre resultado e insumos. Diz-se que eficiência é o máximo resultado

efetivo obtido ao menor custo.

Ao medir a eficiência fica-se sabendo o quanto custa realizar um

projeto, uma atividade.

A eficácia é o grau em que uma ação alcança o resultado final,

correto, que havia sido proposto; resultados/efeitos que se expressam em

termos de benefícios para a população. Eficácia também se traduz em efeito

potencial obtido em determinadas condições experimentais (eficácia da

vacina). Ao medir a eficácia verifica-se a qualidade dos resultados, o grau em

que a atividade atingiu os resultados desejados. Ao medir a efetividade fica-se

sabendo se o investimento valeu à pena.

A realização de estudos sobre custo-benefício e custo-eficácia é

fundamental para comparar as conseqüências positivas e negativas de

estratégias adotadas. Na análise custo-benefício as conseqüências positivas

(benefícios) são avaliadas e os seus custos são medidos em unidades

monetárias. Já a análise do custo-eficácia mede consequências positivas,

como anos de vida poupados, dias de doença evitados, mortes evitadas etc.

Na avaliação da vacinação, quando possível, é importante incluir

uma análise dos custos, considerando, por exemplo, o custo das estratégias

adotadas em relação ao impacto alcançado, o custo da implantação de novas

salas de vacinação em relação ao custo da montagem de equipes móveis.

Quando se analisa custo o objetivo maior é a redução do gasto sem perder a

eficácia. A análise também ajuda a estabelecer a quantidade dos recursos

necessários para o alcance das metas.

Page 85: Manual de..procedimentos vacinas

77

4.2.4. Resolutividade, acessibilidade e satisfação do usuário

A) Resolutividade

A resolutividade (capacidade de resolver) da Unidade de Saúde

leva em conta primeiro a capacidade resolutiva quantitativa, ou seja, a

capacidade de absorver o número e a quantidade de serviços solicitada por

uma população.

A outra dimensão da resolutividade está relacionada à capacidade

de solucionar o problema o mais próximo possível de onde ele acontece. Esta

capacidade de resolver tem a ver com a autonomia da equipe local, com o

estágio do processo de descentralização: a responsabilização assumida pelos

gestores, a existência de uma rede regionalizada e hierarquizada, e a

organização da referência e da contra-referência.

B) Acessibilidade

A acessibilidade é um importante indicador da qualidade dos

serviços de saúde. A análise da acessibilidade deve ser feita considerando a

utilização dos serviços e sua relação com as necessidades da população, e

não somente levando em conta a presença, ou a quantidade de serviços

disponíveis. A avaliação do acesso deve investigar as dificuldades financeiras

da população, a desinformação, questões estruturais, sociais e organizacionais

e, também, as barreiras físicas e geográficas, como já referido.

C) Satisfação do usuário

A satisfação do usuário é outro ponto importante na avaliação da

atividade de vacinação.

É preciso estar atento para o fato de que a percepção da população

(que utiliza ou é beneficiada com um serviço ou ação de saúde) está ligada às

relações entre profissional e paciente, aos aspectos de infra-estrutura material

(equipamentos, medicamentos, etc.) e até amenidades como ventilação,

conforto, privacidade etc.

Page 86: Manual de..procedimentos vacinas

78

A percepção da população também pode ser influenciada pelos

valores e significados que o usuário atribui à saúde e à doença. A decisão de

vacinar ou não vacinar, ação preventiva, adotada quando os indivíduos estão

sadios, tem muito a ver com essa percepção.

A avaliação da satisfação da população quanto ao serviço de saúde

poderá mostrar em que medida a percepção da população de uma

determinada área pode estar influenciando nos resultados diretos da

vacinação.

Page 87: Manual de..procedimentos vacinas

79

Bibliografia

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Engenharia do Tráfego – CET. SP 01/05/92. Nota Técnica 143/92 (disponível

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Dispõe sobre as condições para a promoção, proteção e recuperação da

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Page 97: Manual de..procedimentos vacinas

 

 

Parte II

Aspectos técnicos e administrativos da atividade de

vacinação

Page 98: Manual de..procedimentos vacinas
Page 99: Manual de..procedimentos vacinas

 

 

Sumário

1. Introdução..................................................................................................... 97

2. Equipe de vacinação e funções básicas.......................................... ............ 98

3. Organização e funcionamento da sala de vacinação................................. 100

3.1. Especialidades da sala de vacinação................................................. 100

3.2. Equipamentos, mobiliários e materiais básicos.................................. 102

3.2.1. Equipamentos e mobiliários.................................................... 102

3.2.2. Material de consumo............................................................... 104

3.3. O funcionamento da sala de vacinação............................................. 109

3.3.1. Início do trabalho diário........................................................... 109

3.3.2. Acolhimento e triagem da clientela.......................................... 113

3.3.3. Procedimentos anteriores à administração do

imunobiológico......................................................................... 116

3.3.4. Administração dos imunobiológicos........................................ 119

3.3.5. Encerramento do trabalho diário............................................. 121

3.3.6. Encerramento do trabalho mensal.......................................... 123

4. Procedimentos de limpeza na sala de vacinação ..................... ................. 124

4.1. Limpeza sistemática............................................................. .............. 124

4.1.1. Material necessário................................................................. 124

4.1.2. Procedimentos de limpeza...................................................... 125

4.2. Cuidados com o lixo da sala de vacinação........................................ 127

4.2.1. Separação e acondicionamento do lixo.................................. 128

4.2.2. Tratamento de imunobiológicos considerados infectantes...... 130

4.2.3. Armazenamento do lixo.............................................. ............. 131

4.2.4. Coleta e destino final............................................................... 132

5. Conservação dos imunobiológicos............................................................. 134

.

Page 100: Manual de..procedimentos vacinas

 

   

5.1. Rede de Frio............................................................................. .......... 134

5.1.1. Instância nacional e central estadual..................................... 135

5.1.2. Instância regional e municipal................................................ 135

5.1.3. Instância local................................................................. ......... 135

5.2. Procedimentos básicos na utilização do refrigerador......... ................ 136

5.2.1. Cuidados gerais....................................................................... 137

5.2.2. Organização do refrigerador.................................................... 140

5.2.3. Limpeza do refrigerador.......................................................... 143

5.2.3.1. Procedimentos antes da limpeza............................... 143

5.2.3.2. Procedimentos durante a limpeza............................. 145

5.2.3.3. Procedimentos após a limpeza.................................. 146

5.3. Procedimentos básicos na utilização de termômetros....................... 146

5.3.1. Termômetro analógico de momento e de máxima e mínima

(capela).................................................................................... 148

5.3.2. Termômetro digital de momento e de máxima e mínima, com

cabo extensor.......................................................................... 150

5.3.3. Termômetro analógico de cabo extensor................................ 154

5.3.4 Termômetro a laser.................................................................. 155

5.4. Procedimentos básicos na utilização de caixas térmicas .......... ....... 156

5.4.1. Organização da caixa térmica......................................... ....... 158

5.4.2. Utilização da caixa térmica para o transporte de

imunobiológicos..................................................................... ............ 161

5.4.3. Utilização das bobinas de gelo reutilizáveis..... ....................... 162

5.5. Procedimentos básicos em situações de emergência.......

5.5.1. Cuidados imediatos em situações de emergência...... ............ 165

5.5.2. Cuidados com o imunobiológico sob suspeita...........

6. Procedimentos preliminares à administração de vacinas e soros.............. 168

.............. 166

................. 164

Page 101: Manual de..procedimentos vacinas

 

 

6.1. Higiene das mãos...................................................................... ......... 169

6.2. Procedimentos básicos na utilização de seringas e agulhas.............. 173

6.3. Procedimentos básicos para rem

6.3.1. Remoção de soluções acondicionadas em ampola de vidro....174

6.3.2. Remoção de soluções acondicionadas em frasco-ampola com

tampa de borracha................................................................. 175

6.3.3. Reconstituição de soluções apresentadas sob a forma

liofilizada.................................................................................. 177

6.4. Procedimentos básicos segundo as vias de administração dos

imunobiológicos................................................................................. 178

6.4.1. Via oral.................................................................................... 178

6.4.2. Via intradérmica (ID)................................................................ 179

6.4.3. Via subcutânea (SC)............................................................... 182

6.4.4. Via intramuscular (IM)............................................................. 18

6.4.4.1. Procedimentos específicos para administração no

vastolateral da coxa.................................................. 187

6.4.4.2. Procedimentos específicos para administração no

deltóide..................................................................... 189

6.4.4.3. Procedimentos específicos para administração de solu-

ções no dorso glúteo ou músculo grande glúteo...... 190

6.4.5. Via endovenosa (EV)............................................................... 191

7. Registro das atividades e arquivos da sala de vacinação.......................... 196

7.1. Registro individual da vacina administrada........................................ 196

7.2. Registro das atividades diárias........................................................... 199

7.3. Arquivos da sala de vacinação........................................................... 200

Bibliografia......................................................................................................

oção e reconstituição de soluções...174

5

204

Page 102: Manual de..procedimentos vacinas

 

   

Lista de figuras

Figura II-1: Layout da sala de vacinação........................................................ 101

Figura II-2: Sala de vacinação................................................................................

Figura II-3: Sala de vacinação................................................................................

Figura II-4: Dispensadores de sabão liquido e de papel toalha.........................

Figura II-5: Suporte e caixa coletora de material perfurocortante.....................

Figura II-6: Bobina de gelo reutilizável.................................................................. 1

Figura II-7: Bandeja para organização das vacinas............................................ 1

Figura II-8: Modelos de caixas térmicas............................................................... 1

Figura II-9: Organização das bobinas na caixa térmica e colocação do termômetro de cabo extensor........................................................... 1

Figura II-10: Arrumação da caixa térmica (incluindo bobinas no fundo da caixa).................................................................................................. 112

Figura II-11: Acolhimento e triagem da clientela................................................. 1

Figura II-12: Registro de vacinas administradas................................................. 1

Figura II-13: Caixa coletora de material perfurocortante.................................... 12

Figura II-14: Instâncias da rede de frio................................................................. 136

Figura II-15: Altura ideal da tomada do refrigerador........................................... 13

Figura II-16: Organização do refrigerador de imunobiológicos......................... 144

Figura II-17: Termômetro analógico de momento e de máxima e mínima (capela) ............................................................................................. 14

Figura II-18: Termômetro digital de momento, máxima e mínima com cabo extensor (com alarme) .................................................................... 1

Figura II-19: Termômetro digital de momento, máxima e mínima com cabo extensor e com dois visores.............................................................1

Figura II-20: Fixação do termômetro digital no refrigerador................................1

Figura II-21: Termômetro analógico de cabo extensor........................................15

Figura II-22: Termômetro a laser........................................................................... 15

Figura II-23: Tamanhos de caixas térmicas......................................................... 15

Figura II-24: Organização da caixa térmica......................................................... 15

Figura II-25: Organização da caixa térmica com bobinas de gelo no fundo da caixa................................................................................................... 15

Figura II-26: Procedimentos para ambientação das bobinas de gelo reutilizável, antes do uso em caixas térmicas................................................... 1

Figura II-27: Vacinas e soros em suas diferentes apresentações.................... 16

Figura II-28 A: Lavagem das mãos (passo 1)...................................................... 1

102

103

103

104

05

05

07

10

13

19

9

8

8

51

51

52

5

6

7

8

9

63

8

70

Page 103: Manual de..procedimentos vacinas

 

 

Figura II-28 B: Lavagem das mãos (passo 2)......................................................

Figura II-28 C: Lavagem das mãos (passo 3)...................................................... 1

Figura II-28 D: Lavagem das mãos (passo 4)...................................................... 1

Figura II-28 E: Lavagem das mãos (passos 5, 6 e 7)......................................... 1

Figura II-28 F: Lavagem das mãos (passos 8).................................................... 172

Figura II-28 G: Lavagem das mãos (passo 9)..................................................... 1

Figura II-29\1: Remoção de soluções acondicionadas em ampola de vidro.................................................................................................. 17

Figura II-29\2:- Remoção de soluções acondicionadas em ampola de vidro............................................................................................... 17

Figura II-30: Remoção de soluções acondicionadas em frasco-ampola com tampa de borracha........................................................................... 17

Figura II-31: Reconstituição de soluções apresentadas sob a forma liofilizada............................................................................................ 178

Figura II-32: Administração por via oral: vacina poliomielite 1, 2, 3 (atenuada) (a) e vacina rotavírus G1P1[8] (atenuada) (b)............................. 17

Figura II-33: Administração pela via intradérmica: vacina BCG (a) e realização da prova de hipersensibilidade (b)................................................. 180

Figura II-34: Administração de injeção pela via subcutânea............................. 1

Figura II-35: Locais utilizados para administração pela via subcutânea......... 183

Figura II-36: Firmando o músculo para administração de injeção intramuscular..................................................................................... 18

Figura II-37: Introdução da agulha no músculo formando um ângulo de 90º....................................................................................................... 18

Figura II-38: Administração da injeção intramuscular......................................... 18

Figura II-39: Localização do músculo deltóide..................................................... 18

Figura II-40: Administração de injeção intramuscular no músculo deltóide..... 1

Figura II-41: Posicionamento da pessoa para injeção intramuscular no glúteo.................................................................................................. 1

Figura II-42: Localização da injeção no músculo grande glúteo....................... 1

Figura II-43: Localização de veias no antebraço e na mão para a injeção...... 1

Figura II-44: Colocação do garrote para a injeção endovenosa........................ 1

Figura II-45: Palpação da veia para a injeção endovenosa............................... 1

Figura II-46: Preparação do local para a injeção endovenosa.......................... 19

Figura II-47: Introdução do líquido na injeção endovenosa............................... 19

Figura II-48: Introdução do líquido na injeção endovenosa e retirada do garrote.............................................................................................. 19

Figura II-49: Registro do imunobiológico administrado...................................... 19

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Page 105: Manual de..procedimentos vacinas

97  

1. Introdução

A redução da morbidade e da mortalidade por doenças preveníveis por

imunização é a finalidade principal da vacinação. No entanto, para que um

imunobiológico possa agir no organismo e criar defesas ou anticorpos, como no

caso da administração de vacinas, ou para que possa combater micro-

organismos já instalados, como no caso da administração de soros e

imunoglobulinas, é preciso que a atividade de vacinação seja cercada de

cuidados, adotando-se procedimentos adequados antes, durante e após a

administração desses produtos na população.

Nesta Parte II do Manual de Procedimentos de Vacinação são

enfocados os procedimentos relativos:

à organização e funcionamento da sala de vacinação;

à limpeza da sala de vacinação;

à conservação dos imunobiológicos;

às atividades que antecedem à administração dos imunobiológicos;

e

ao registro das atividades e arquivos da sala de vacinação.

Page 106: Manual de..procedimentos vacinas

98   

2. Equipe de vacinação e funções básicas

As atividades da sala de vacinação são desenvolvidas por equipe de

enfermagem, treinada e capacitada para o manuseio, conservação,

administração, registro e descarte dos imunobiológicos.

A equipe de enfermagem é formada pelo enfermeiro e por técnico ou

auxiliar de enfermagem, sendo ideal contar com, dois técnicos ou auxiliares

para cada turno de trabalho. O tamanho da equipe depende do porte da

Unidade de Saúde, bem como do tamanho da população do território sob sua

responsabilidade. O enfermeiro é responsável pela supervisão ao trabalho

desenvolvido na sala de vacinação e pelo processo de educação continuada da

equipe.

São funções da equipe responsável pelo trabalho na sala de

vacinação:

Planejar as atividades de vacinação, monitorar e avaliar o trabalho

desenvolvido, de forma integrada ao conjunto das demais ações da

Unidade de Saúde, conforme orientado na Parte I deste Manual;

Prover, periodicamente, as necessidades de material e de

imunobiológicos, conforme orientado na Parte I deste Manual e

nesta Parte, no tópico 3, item 3.2.;

Manter as condições preconizadas de conservação dos

imunobiológicos, conforme orientado nesta Parte do Manual, no

tópico 5;

Manter os equipamentos em boas condições de funcionamento;

Encaminhar e dar destino adequado aos imunobiológicos

inutilizados e ao lixo da sala de vacinação, conforme orientado

nesta Parte do Manual, no tópico 4, item 4.2;

Orientar e atender aos usuários com responsabilidade e respeito,

conforme orientado nesta Parte do Manual, no tópico 3, item 3.3.2;

Page 107: Manual de..procedimentos vacinas

99 

Registrar as doses administradas nos impressos adequados,

conforme orientado nesta Parte do Manual, no tópico 3, item 3.3.3,

e no tópico 7;

Manter o arquivo da sala de vacinação em ordem, conforme

orientado nesta Parte do Manual, no tópico 7;

Manter a organização e a limpeza da sala de vacinação, conforme

orientado nesta Parte do Manual, no tópico 3, item 3.3, e no tópico

Page 108: Manual de..procedimentos vacinas

   

3. Organização e funcionamento da sala de vacinação

Na Unidade de Saúde, em função da finalidade e das atividades aí

desenvolvidas, encontram-se os hospedeiros mais suscetíveis (crianças,

idosos, pacientes imunodeprimidos e outros), bem como os micro-organismos

mais resistentes (bactérias, vírus, fungos e outros). Esses agentes contaminam

todo o ambiente, os materiais e artigos usados no atendimento, podendo

provocar infecções, às vezes graves, exigindo condições e procedimentos que

reduzam o risco de contaminação.

3.1. Especificidades da sala de vacinação

Na sala de vacinação, local destinado à administração dos

imunobiológicos, é importante que todos os procedimentos desenvolvidos

garantam a máxima segurança, prevenindo infecções nas pessoas atendidas e

também nós profissionais da equipe de vacinação, sendo necessário, para

tanto, cumprir algumas especificidades e condições em relação aos ambientes

e às instalações, quais sejam (Figura II-1 e Figura II-2):

Sala com área mínima de 6m2, conforme determinação da Agência

Nacional de Vigilância sanitária (ANVISA) (1);

Paredes e piso laváveis;

Bancada em inox, preferencialmente;

Pia acoplada à bancada;

Portas e janelas pintadas com tinta lavável;

Iluminação adequada, evitando a incidência de luz solar direta;

                                                            1 Resolução da Diretoria Colegiada (RDC) n0 50, de 21/2/2002, da ANVISA, que dispõe sobre o Regulamento Técnico para o planejamento, programação, elaboração e avaliação de projetos físicos dos estabelecimentos de saúde. (Alterada pela RDC nº 189, de 18/7/2002 e RDC nº 307, de 14/11/2002)

Notas:

A torneira a ser instalada na sala de vacinação deve ser do tipo que não permite contato da mão do profissional para abri-la ou fechá-la.

A torneira ideal é aquela acionada a partir de um sensor, de modo a evitar o manuseio da mesma pelo profissional.

100

Page 109: Manual de..procedimentos vacinas

 

Sala climatizada com sistema de ar refrigerado ou arejamento

viabilizado pela instalação de janelas amplas;

Equipamento de refrigeração indicado para conservação de

imunobiológicos;

Tomada (interruptor) exclusiva para cada um dos equipamentos

elétricos;

Entrada e saída independentes quando possível.

Além disso, a sala de vacinação deve ser mantida em condições de

higiene e limpeza e ser exclusiva para a administração dos imunobiológicos.

Figura II – 1: Layout da sala de vacinação

Nota:

Nos locais com grande demanda de população, utilizar duas salas com comunicação direta, utilizando uma sala para triagem e orientação do usuário e outra para administração dos imunobiológicos.

Fonte: Pedro Alves de Carvalho e Patrícia Marins Farias, 2009

101

Page 110: Manual de..procedimentos vacinas

102   

3.2. Equipamentos, mobiliários e materiais básicos

3.2.1. Equipamentos e mobiliários

Para estruturação da sala de vacinação são equipamentos e

mobiliários básicos (Figura II-3):

Bancada com pia e/ou mesa para preparo dos imunobiológicos;

Refrigerador (es) para conservação dos imunobiológicos;

Mesa tipo escrivaninha com gavetas;

Cadeira (três no mínimo);

Mesa tipo escrivaninha com gavetas;

Cadeiras preferencialmente laváveis (três no mínimo)

Notas:

O refrigerador, de compartimento único, deve ter capacidade mínima de 340 litros, aproximadamente.

Quando necessário e disponível pode-se utilizar dois refrigeradores: um para os imunobiológicos em estoque e outro para os produtos que serão usados no dia de trabalho.

Os dois equipamentos podem ser substituídos por um único refrigerador fabricado especialmente para conservar imunobiológicos, com compartimentos separados para colocação dos produtos que estão em estoque e para colocação dos que vão ser usados no dia de trabalho.

Em nenhuma hipótese o refrigerador tipo ‘frigobar’ deve ser utilizado para conservação de imunobiológicos.

Na sala de vacina o mais comum é utilizar a caixa térmica para conservar os imunobiológicos que serão usados no dia de trabalho.

  

Figura II – 2: Sala de vacinação

Fonte: Foto cedida pela Enfª Adriana S.de Almeida, 2009

Page 111: Manual de..procedimentos vacinas

Armário com porta para guarda de material;

Fichário ou arquivo;

Depósito para lixo com tampa e pedal;

Recipiente para algodão;

Dispensador para sabão líquido (Figura II-4);

Dispensador para papel toalha (Figura II-4);

Figura II – 3: Sala de vacinação

Figura II-4: Dispensadores de sabão líquido e de papel toalha

Fonte: Foto cedida pela Enfª Adriana S.de Almeida, 2009

Fonte: Foto cedida pela Enfª Adriana S.de Almeida, 2009

03

Page 112: Manual de..procedimentos vacinas

104   

Armário com porta para guarda de material;

Bandeja de aço inoxidável (grande, média e pequena);

Tesoura reta com ponta romba;

Pinça dente de rato para retirada do protetor de metal da tampa de

borracha do frasco-ampola.

3.2.2. Material de consumo

Os principais materiais de consumo considerados básicos na sala de

vacinação são os seguintes:

Caixa coletora de material perfurocortante com suporte (Figura II-5);

Figura II-5: Suporte e caixa coletora de material perfurocortante

Termômetro de máxima e mínima analógico (capela) ou

termômetro digital de máxima e mínima de cabo extensor;

Termômetro clínico para mensuração da temperatura corporal,

quando necessário;

Bandeja plástica não perfurada para organização das vacinas

dentro do refrigerador (Figura II-7);

Bobina de gelo reutilizável (Figura II-6);

Fonte: Foto cedida pela Enfª Adriana S. de Almeida, 2009

Page 113: Manual de..procedimentos vacinas

105 

Figura II-6: Bobina de gelo reutilizável

Figura II-7: Bandeja para organização das vacinas

Fonte VEAPV: Cartilha para trabalhadores de sala de vacina/SVS/MS

Fonte: Manual Rede de Frio. SVS/MS,2008.

Notas:

A bobina de gelo reutilizável é feita de material plástico (geralmente polietileno), contendo gel à base de celulose vegetal em concentração não tóxica e água (gelo reutilizável de gel) ou apenas água (gelo reutilizável de água).

A bobina de gelo reutilizável é encontrada em várias dimensões;

Atentar para o prazo de validade da bobina gravado na parte superior da mesma.

Page 114: Manual de..procedimentos vacinas

106   

Garrafa plástica para água contendo um corante;

Álcool a 70% para utilizar na limpeza da pele por ocasião da

vacinação em zona rural, em ambiente hospitalar e em outras

situações excepcionais; 

Algodão hidrófilo;

Recipiente para algodão;

Serrinha;

Fita adesiva (largura de 4cm)

Caixa térmica de poliuretano (densidade mínima de 35 kg/m3) e

caixa térmica de poliestireno expandido (isopor) (densidade mínima

de 25 kg/m3) com as seguintes especificações:

caixa de 7 litros: espessura mínima de 2 cm;

caixas de 17 a 37 litros: espessura de 3 cm;

caixas de 80 litros: espessura de 4 cm; e

caixas de 180 litros: espessura de 5 cm.

Notas:

A bandeja plástica não deve ser perfurada.

Quando a bandeja plástica não perfurada não estiver disponível, adaptar porta-talher de plástico não perfurado.

Nota:

As caixas térmicas são utilizadas para conservação dos imunobiológicos:

no dia-a-dia da sala de vacinação;

no caso de falhas da corrente elétrica;

para a vacinação extramuros (intensificação, campanha e bloqueio); e

para o transporte de vacinas.

Nota:

Quando usar o álcool 70% para limpeza da pele friccionar o algodão embebido por 30 segundos e, em seguida, esperar mais 30 segundos para permitir a secagem da pele, deixando-a sem vestígios do produto de modo a evitar qualquer interferência do álcool no procedimento.

Page 115: Manual de..procedimentos vacinas

107 

Seringa descartável com as seguintes especificações:

de 1 ml, tipo tuberculina graduada em centésimos de mililitros,

acoplada com agulhas de 13x3,8 dec/mm ou 13x4,0 dec/mm ou

13x4,5 dec/mm (dec: diâmetro em decamilímetro; mm:

comprimento em milímetros);

de 2 ou 3 ml, com graduação de 0,1 ml e numeração a cada 0,5

ml;

de 5 ml, com graduação de 0,2 ml e numeração a cada 1 ml

(para diluição); e

de 10 ml, com graduação de 0,2 ml e numeração a cada 2 ml

(para diluição);

Figura II-8: Modelos de caixas térmicas

 

Fonte: Manual de Rede de Frio. SVS/MS, 2008

Agulha descartável com as seguintes especificações:

uso intradérmico: 13x3,8; 13x4,0; 13x4,5;

uso subcutâneo: 13 x 3,8; 13x 4,0; 13 x 4,5; 20 x 5,5 e 20x6,0;

uso intramuscular: 20x5,5; 20 x 6,0; 25x6,0; 25x7,0 e 30x7,0;

uso endovenoso: 25x7,0; 25x8,0; 30x7,0 e 30x8,0; e

para diluição: 25x8,0 e 30x8,0.

Caixa térmica de poliuretano Caixa térmica de

poliuretano

Caixa térmica de Poliuretano expandido

(ex: isopor / isonor)

Page 116: Manual de..procedimentos vacinas

108   

Campo plástico (50x50 cm), de preferência oleado, para forrar o

local de preparo do material quando da vacinação extramuros;

Copos descartáveis para colocar dentro da caixa térmica, com o

objetivo de separar e proteger os frascos de vacina, abertos e em

uso, e também para fixar o bulbo ou sensor do termômetro de cabo

extensor;

Recipientes com paredes rígidas para desprezar seringas e

agulhas descartáveis (caixa especial para coleta de material

perfurocortante);

Papel toalha;

Sabão líquido;

Depósito com tampa para lixo comum;

Saco plástico descartável para lixo, na cor branco-leitosa para o lixo

infectante e preta ou em outra cor para o lixo comum;

Materiais de escritório: lápis, caneta, borracha, grampeador,

perfurador, extrator de grampos e outros;

Carimbo e almofada;

Impressos e manuais técnicos e operacionais, a exemplo:

Modelos para registro da vacinação administrada: cartão ou

caderneta da criança; do adolescente, do adulto, da gestante,

da pessoa idosa etc.;

Boletins, mapas, formulários e fichas diversas para:

registro diário da vacina administrada, consolidação mensal

dos dados, conforme padronização adotada pelo PNI;

registro da temperatura do refrigerador;

Nota:

Ao solicitar a compra de seringa e agulha descartáveis destacar no pedido a preferência por seringa acoplada como especificado no exemplo a seguir:

“Seringa descartável de 1ml, tipo tuberculina, graduada em centésimos de mililitros, acoplada e conectada com agulha de 13x3,8 (ou de 13x4,0 ou de 13x4,5)”.

Page 117: Manual de..procedimentos vacinas

109 

notificação e investigação dos eventos adversos

relacionados à vacinação;

Outros impressos: aerograma para convocação de faltosos,

gráfico para acompanhamento da cobertura vacinal, quadro

com o esquema básico de vacinação (criança, adolescente,

adulto/idoso) etc.;

Manuais técnicos e operacionais como, por exemplo:

Manual de Normas de Vacinação;

Manual de Procedimentos para Vacinação;

Manual de Eventos Adversos Pós-Vacinação (EAPV);

Manual do Centro de Referência para Imunobiológicos

Especiais (CRIE);

Manual de Rede de Frio.

3.3. O funcionamento da sala de vacinação

O funcionamento da sala de vacinação envolve um conjunto de

atividades desenvolvidas por uma equipe, na qual cada um dos componentes

assume funções específicas. A seqüência de atividades, que se caracteriza

como um processo de trabalho, pode ser assim especificada:

O início do trabalho diário;

O acolhimento e a triagem da clientela;

A orientação específica sobre o(s) imunobiológico(s) indicado(s);

A administração do(s) imunobiológico(s);

O descarte dos resíduos; e

O encerramento das atividades (diário e mensal).

3.3.1. Início do trabalho diário

No dia-a-dia, antes de dar início à atividade de vacinação propriamente

dita, a equipe de vacinação adota os seguintes procedimentos:

Verificar se a sala está limpa e em ordem, conforme orientações

relativas ao funcionamento da mesma e procedimentos de limpeza

Page 118: Manual de..procedimentos vacinas

1   

descritos nesta Parte do Manual, neste tópico 3 e no tópico 4,

respectivamente;

Verificar ou ligar o sistema de ar condicionado;

Lavar as mãos, conforme orientado no tópico 6, item 6.1 desta

Parte do Manual;

Verificar a temperatura do (s) refrigerador (es), registrando-a no

mapa de controle diário de temperatura, conforme orientado no

tópico 5 desta Parte do Manual;

Retirar bobinas de gelo reutilizável do congelador, colocando-as

sobre a bancada para ambientação (Figura II-9) e conforme

orientado nesta Parte do Manual, no tópico 5, item 5.4.4.;

Organizar as bobinas de gelo reutilizável nas caixas térmicas

(figura II-10), conforme orientado nesta Parte do Manual, no tópico

5, item 5.4.;

Fixar o termômetro de cabo extensor na caixa térmica posicionando

o bulbo/sensor do termômetro em um copo descartável, dentro da

caixa (figuras II-9 e II-10), conforme orientado nesta Parte do

Manual, no tópico 5, item 5.3.;

Nota:

Na dependência da avaliação feita solicitar a limpeza da sala assim que possível.

10

Page 119: Manual de..procedimentos vacinas

111  

Figura II-9 – Organização das bobinas na caixa térmica e colocação do termômetro de cabo extensor

Monitorar a temperatura da caixa térmica até confirmar se o

ambiente interno da mesma alcançou o padrão preconizado, ou

seja, se está entre +2 oC e +8 oC, sendo ideal +5 oC;

Retirar do refrigerador a quantidade de vacinas e diluentes

necessária ao consumo na jornada de trabalho, e de acordo com

os agendamentos previstos para o dia;

Fonte: Foto cedida pela Enfª Adriana S. de Almeida, 2009

Notas:

O ideal é que a temperatura interna fique em 5 oC para permitir maior segurança durante as oscilações térmicas do equipamento (abre e fecha) e a variação da temperatura externa (meio ambiente).

No fundo da caixa térmica em uso na sala de vacina não é necessário colocar bobina de gelo reutilizável para evitar o congelamento do produto.

No transporte de vacinas e para atividades extramuros, entretanto, recomenda-se colocar bobina de gelo reutilizável no fundo da caixa em função da maior suscetibilidade à temperatura externa (do meio ambiente).

Page 120: Manual de..procedimentos vacinas

112    

Organizar vacinas e diluentes na caixa térmica, já com a

temperatura recomendada (entre +2 oC e +8 oC, sendo ideal +5ºC),

colocando-os em copos descartáveis (de acordo com a capacidade

da caixa), (Figuras II-9 e II-10), conforme orientado nesta Parte do

Manual, no tópico 5, item 5.4.;

Figura II-10: Arrumação da caixa térmica (incluindo bobinas no fundo da caixa)

Verificar, em relação aos produtos apresentados em frasco

multidoses, o prazo de uso após a abertura do frasco;

Fonte: Foto cedida pela Enfª Adriana S. de Almeida, 2009

Notas:

Após a retirada dos produtos do refrigerador igualar as temperaturas máxima e mínima do termômetro, acionando o botão reset, recolocando-o em seguida no refrigerador, conforme orientado no tópico 5, item 5.3., nesta Parte do Manual.

O refrigerador só deverá ser reaberto no final da jornada de trabalho.

Notas:

As vacinas devem ser acondicionadas em copo descartável separadas por tipo conforme a composição (vacina de vírus separada de vacina de bactéria).

Os copos descartáveis devem ter seu conteúdo identificado.

Quando existir na Unidade de Saúde um refrigerador destinado especificamente para imunobiológicos do dia de trabalho usá-lo em substituição à caixa térmica.

Page 121: Manual de..procedimentos vacinas

113 

Organizar sobre a mesa de trabalho os impressos e materiais de

escritório, conforme orientações contidas nesta Parte do Manual,

neste tópico 3.

3.3.2. Acolhimento e triagem da clientela

O acolhimento e a triagem acontecem em todo serviço de saúde, em

qualquer nível de complexidade da rede, sendo um procedimento que toma

como base critérios de prioridade no atendimento, os quais devem ser

discutidos por toda equipe e informados com clareza à população.

Esse cuidado estabelece entre a equipe e os usuários uma relação

solidária e de confiança, devendo ser adotado pelos profissionais desde a

portaria do prédio, na recepção, até a entrada em qualquer um dos setores da

Unidade de Saúde, como é o caso da sala de vacinação (Figura II-11).

Figura II-11: Acolhimento e triagem da clientela

O processo de triagem quando adequadamente realizado permite a

redução de filas, a ampliação do acesso e reforça o vínculo entre a população

e o serviço de saúde. O critério básico tem por fundamento a avaliação e a

classificação do risco do usuário que chega à unidade em busca do

atendimento, considerando o grau de sofrimento do paciente e do agravo que

se manifesta.

 

-

Fonte: VEAPV – Cartilha para trabalhadores de sala de vacinação, SVS/MS, 2003

Notas:

A data e horário da abertura do frasco devem ser anotados no próprio frasco, principalmente quando o prazo é mais longo.

O prazo de uso de frascos multidoses após abertura é o definido pelo laboratório produtor e consta da bula do produto.

A coordenação de imunizações do Estado ou do Município deverá informar esse prazo à Unidade de Saúde quando do envio da remessa de imunobiológicos vez que há variações quanto a esse prazo conforme o laboratório produtor.

Page 122: Manual de..procedimentos vacinas

114    

O processo de triagem quando adequadamente realizado permite a

redução de filas, a ampliação do acesso e reforça o vínculo entre a população

e o serviço de saúde. O critério básico tem por fundamento a avaliação e a

classificação do risco do usuário que chega à unidade em busca do

atendimento, considerando o grau de sofrimento do paciente e do agravo que

se manifesta.

A recepção é estratégica para o acolhimento, pois é quando se dá,

muitas vezes, o primeiro contato com o Sistema Único de Saúde (SUS). É a

partir daí que se estabelece uma relação de confiança, o encaminhamento e a

possível resolução das necessidades e demandas do usuário, informando-o

sobre os limites e possibilidades da Unidade de Saúde e do Sistema. É

importante articular com outros serviços para maior resolutividade e a

continuidade no atendimento, quando necessário, como é o caso do

encaminhamento do usuário para outra unidade, para, por exemplo, receber

um soro ou a vacina raiva (inativada) ou vacinas especiais no Centro de

Referência para Imunobiológicos Especiais (CRIE).

É também na recepção que se pode ampliar as oportunidades de

orientação para vacinação, encaminhando pessoas não vacinadas ou com

esquemas incompletos para a sala de vacinação, mesmo que estas tenham

vindo ao serviço para outra finalidade (consultas, curativos, exames, farmácia

etc.). Isto só poderá acontecer se toda equipe da unidade estiver envolvida

com a atividade de vacinação desde o porteiro, por exemplo, que é o primeiro

contato do usuário na unidade.

O envolvimento e responsabilidade de toda equipe, a verificação do

comprovante e o encaminhamento para a vacinação, contribuirão também para

fortalecer uma cultura da valorização do comprovante de vacinação (cartão ou

caderneta) no conjunto de documentos pessoais. Para reforçar esta dinâmica

deve-se exigir ou recomendar que para o atendimento na unidade (em

qualquer circunstância), o usuário sempre esteja de posse do cartão de

vacinação, seja criança, adolescente, adulto ou idoso. Esse procedimento pode

e deve ser implementado gradualmente, por meio da orientação e

sensibilização da população sobre a questão.

Page 123: Manual de..procedimentos vacinas

115  

As atitudes de gentileza, solidariedade, dedicação e receptividade

devem ser dispensadas pela equipe a todo e qualquer usuário, objetivando o

seu bem estar e a efetividade do cuidado prestado. Na sala de vacinação que,

de modo geral, é demandada por um usuário sadio, o critério a ser adotado é,

de modo geral, a ordem de chegada, mas é importante dar uma atenção

especial a pessoas que merecem atendimento diferenciado, como a gestante,

pessoas com necessidades especiais, criança agitada e o idoso.

Essas atitudes e procedimentos, que qualificam o acolhimento, devem

estar presentes na equipe em todos os setores da unidade, traduzindo-se,

inclusive, em atenção a condições do ambiente e aos processos de trabalho,

de forma a preservar o bem-estar do usuário, garantindo também informação e

orientação. Alguns aspectos dessas condições podem ser destacados:

Os bebedouros e banheiros, devidamente higienizados, devem estar

acessíveis ao usuário;

As barreiras físicas, como vidros e grades em guichês que

distanciam o usuário do profissional, devem ser eliminadas;

As condições de acesso do portador de necessidades especiais,

principalmente do cadeirante, devem ser garantidas (a exemplo das

rampas);

A demora no atendimento e as filas devem ser evitadas, com prévio

agendamento;

A espera deve ser instalada em locais adequados, providenciando-se

cadeiras ou bancos, podendo-se, ainda, instalar equipamentos para

exibição de vídeos e dispor materiais impressos;

A sinalização de orientação dos setores da Unidade de Saúde deve

ser bem localizada visualmente, deve ser clara e precisa; e, além

disso, o usuário deve ser orientado sobre a direção a tomar para

chegar ao setor desejado;

A equipe de vacinação deve sempre estar completa e presente,

providenciando-se substituto na necessidade da ausência de algum

de seus integrantes; no caso da troca de profissional ou da equipe a

Page 124: Manual de..procedimentos vacinas

116    

população deve ser informada, garantindo-se a apresentação dos

novos integrantes aos usuários.

De modo específico, no acolhimento na sala de vacinação a equipe deve

proceder da seguinte forma:

Conversar com a pessoa a ser vacinada e/ou responsável sobre os

benefícios da vacina;

Informar sobre a existência de eventuais contra-indicações para a

vacinação, de acordo com a avaliação da situação de saúde da

pessoa a ser vacinada;

Informar sobre eventuais eventos adversos relacionados à(s)

vacina(s) a ser(em) administrada(s), orientando sobre o retorno à

Unidade de Saúde, caso alguma alteração seja observada;

Informar à pessoa a ser vacinada e/ou responsável sobre o

procedimento: mostrar o frasco da vacina, informar o nome da

mesma; mostrar a seringa descartável a ser utilizada; informar

sobre a via de administração etc.;

Garantir a privacidade e estabelecer uma relação de confiança com

a pessoa a ser vacinada;

Orientar sobre a melhor posição para administração da vacina,

evitando desconforto e acidentes;

Garantir um ambiente tranqüilo e confortável.

3.3.3. Procedimentos anteriores à administração do imunobiológico

Antes da administração do imunobiológico devem ser adotados os

seguintes procedimentos:

Nota: No caso da vacinação de criança, orientar sobre a melhor posição a ser

adotada, no colo ou nos braços dos pais ou acompanhante, conforme orientado na descrição do procedimento relativo a cada imunobiológico na Parte III deste Manual.

Page 125: Manual de..procedimentos vacinas

117  

Verificar se a pessoa está comparecendo à sala de vacinação pela

primeira vez ou se é retorno, conforme abordado nesta Parte do

Manual, neste tópico 3, item 3.3.2., relativo ao acolhimento e

triagem da clientela;

3

Obter informações sobre o estado de saúde da pessoa a ser

vacinada, avaliando a(s) indicação (ões) e possíveis contra-

indicações à administração dos imunobiológicos, evitando as falsas

contra-indicações, conforme orientado na Parte III deste Manual, no

tópico 2 e na descrição relativa a cada imunobiológico

especificamente;

Orientar sobre a importância da vacinação e da complementação

do esquema básico de acordo com o grupo alvo a que pertence a

pessoa que está sendo vacinada (criança, adolescente, gestante,

adulto e idoso) e de acordo com o calendário de vacinação vigente;

Fazer o registro da vacina, soro ou imunoglobulina a ser

administrado, no espaço reservado nos respectivos documentos

destinados ao registro pessoal e ao arquivo permanente da

Unidade de Saúde (Figura II-12), conforme orientado nesta Parte

do Manual, neste tópico 3, item 3.3.3. e tópico 7; Datar e anotar no espaço indicado: a dose, o lote e a validade da

vacina administrada (Figura II-12), conforme orientado nesta Parte

do Manual, neste tópico 3, item 3.3.3. e tópico 7; Assinar e carimbar no espaço indicado, conforme orientado nesta

Parte do Manual, neste tópico 3, item 3.3.3. e tópico 7;

Notas: Para os que comparecem pela primeira vez, abrir o documento

padronizado do registro pessoal da vacinação (cartão ou caderneta).

No caso de retorno, verificar que vacinas devem ser administradas, consultando o documento pessoal de registro de vacinação trazido pelo usuário, e a ficha ou cartão do arquivo permanente da Unidade de Saúde.

Page 126: Manual de..procedimentos vacinas

118    

Encaminhar a pessoa para a sala de vacinação a fim de receber

o(s) imunobiológico(s) indicado(s).

Fazer o registro da dose administrada no boletim diário específico,

conforme padronização;

Notas:

A data do aprazamento deve ser registrada a lápis no comprovante de vacinação da pessoa vacinada.

O aprazamento é a data do retorno do usuário para receber a dose subseqüente da vacina (esquema de mais de uma dose) ou outra vacina ou dose de reforço, conforme preconizado.

Para o controle por parte da equipe de vacinação a Unidade de Saúde deve manter registro permanente da vacina administrada, utilizando cartão espelho ou cartão controle ou outro mecanismo.

Com a implantação do registro nominal, que inclui dados pessoais de residência da pessoa vacinada não será mais necessário o cartão controle.

O registro permanente deverá conter os mesmos dados, ou seja, data, dose administrada, lote e validade da vacina administrada, assinatura e carimbo do vacinador, bem como o endereço da pessoa vacinada.

A assinatura deve ser legível de modo a permitir a identificação do vacinador. Não rubricar.

Notas: Quando houver indicação encaminhar a pessoa a ser vacinada ao

Centro de Referência de Imunobiológicos Especiais (CRIE).

Caso necessário, fazer articulações junto à Secretaria Municipal ou Estadual de Saúde, de modo a viabilizar as condições para o acesso a essa vacinação (ver indicações e procedimentos necessários no Manual do CRIE, do Ministério da Saúde, ou proceder conforme orientado na Parte III deste Manual, no tópico 15).

 

Nota: A Coordenação do PNI no Ministério da Saúde está definindo junto ao

Departamento de Informática do SUS (DATASUS) as condições para o registro nominal da vacina administrada, ou seja, com anotação dos dados pessoais do vacinado (nome, nome dos pais, data do nascimento, endereço, dentre outros).

Page 127: Manual de..procedimentos vacinas

119  

Figura II-12: Registro de vacinas administradas

Reforçar a orientação, informando sobre a importância da

vacinação, dos próximos retornos, e sobre os procedimentos na

possível ocorrência de eventos adversos, conforme orientado nas

Partes III e IV deste Manual na descrição do procedimento relativo

a cada imunobiológico.

3.3.4. Administração dos imunobiológicos

Na administração dos imunobiológicos adotar os seguintes

procedimentos:

Verificar qual o imunobiológico a ser administrado, conforme

indicado no documento pessoal padronizado de registro da

vacinação (cartão ou caderneta) ou conforme indicação médica;

Lavar as mãos com água e sabão, conforme orientado nesta Parte

do Manual, no tópico 6, item 6.1;

Examinar o produto, observando a aparência da solução, o estado

da embalagem, o prazo de validade, a via de administração, o

número do lote e a dosagem;

Fonte: Foto cedida pela Enfª Adriana S. de Almeida, 2009

Page 128: Manual de..procedimentos vacinas

120   

Preparar o imunobiológico conforme orientado nesta Parte do

Manual, no tópico 6, itens 6.2 e 6.3, e na Parte III na descrição dos

procedimentos específicos relativos a cada imunobiológico;

Administrar o imunobiológico segundo a técnica específica,

conforme orientado nesta Parte do Manual, no tópico 6, item 6.4, e

nas Partes III e IV que trata da descrição dos procedimentos

específicos relativos a cada imunobiológico.

Observar reações imediatas, conforme orientado na Parte III deste

Manual, no tópico 2 e nos demais tópicos relativos aos

procedimentos específicos para cada imunobiológico, bem assim

na Parte IV;

Orientar a pessoa vacinada e/ou seu acompanhante, conforme

descrito nas Partes III e IV deste Manual, nos procedimentos

específicos relativos a cada imunobiológico;

Desprezar o material utilizado na caixa coletora de material

perfurocortante, conforme orientado nesta Parte do Manual, no

Notas: O exame do imunobiológico pode ser feito logo no início das atividades

diárias, pela manhã, ao separar os produtos para o dia de trabalho.

Esse exame não exclui a observação antes do preparo de cada administração.

Notas: Além de considerar as especificidades de cada um dos imunobiológicos,

as orientações incluem: a indicação dos imunobiológicos e, quando for o caso, a necessidade

do retorno na data agendada para receber as demais doses, ou para receber outros imunobiológicos;

os cuidados a serem observados após a administração do imunobiológico;

a possível ocorrência de eventos adversos associados à vacinação; os cuidados com a guarda do comprovante da vacinação, bem como a

sua importância como registro do imunobiológico recebido.

A descrição das reações mais comuns e orientações específicas constam da descrição de cada imunobiológico nas Partes III e IV deste Manual.

Page 129: Manual de..procedimentos vacinas

121 

tópico 4, item 4.2. relativo aos cuidados com o lixo da sala de

vacinação;

Lavar as mãos com água e sabão, conforme orientado nesta Parte

do Manual, tópico 6.1.

3.3.5. Encerramento do trabalho diário

Ao final das atividades do dia, adotar os seguintes procedimentos:

Verificar a ocorrência de ausentes, ou seja, de pessoas agendadas

para vacinação, mas que não compareceram à Unidade de Saúde,

conforme orientado nesta Parte do Manual, no tópico 7, e na Parte

I, no tópico 4.2 que trata do monitoramento e avaliação da atividade

de vacinação;

Separar os cartões espelho ou cartão de controle ou fichas de

registro, com a finalidade de organizar a busca de faltosos

conforme orientado nesta Parte do Manual, no tópico 7, relativo ao

registro das atividades e arquivos da sala de vacinação, e na Parte

I, no tópico 4.2 que trata do monitoramento e avaliação da atividade

de vacinação;

Organizar o arquivo permanente, conforme o caso, arquivando

cartões de controle ou cartões espelho ou fichas de registro,

conforme orientado nesta Parte do Manual, neste tópico 3, sobre o

funcionamento da sala de vacinação, e no tópico 7, relativo ao

registro das atividades e arquivos da sala de vacinação;

Desprezar as sobras de vacinas acondicionadas em frascos

multidoses que ultrapassaram o prazo de uso estabelecido após

abertura do frasco, conforme orientado nesta Parte, no tópico 4,

item 4.2.2 relativo aos cuidados com o lixo da sala de vacinação;

Nota:

Para organizar a busca de faltosos proceder conforme orientado na Parte I deste Manual, tópico 3, item 3.4. relativo às atividades extramuros.

Page 130: Manual de..procedimentos vacinas

122   

Desprezar os frascos de vacina que estejam com o rótulo

danificado, conforme orientado nesta Parte, no tópico 4, item 4.2.

relativo aos cuidados com o lixo da sala de vacinação;

Retirar da caixa térmica, ou do refrigerador para imunobiológicos de

uso diário, os produtos que podem ser utilizadas no dia seguinte,

recolocando-os no refrigerador de estoque, conforme orientado no

tópico 5 desta Parte do Manual que trata da conservação de

imunobiológicos;

Verificar no termômetro e anotar a temperatura do refrigerador(es)

no(s) respectivo(s) formulários para controle diário de temperatura,

conforme orientado no tópico 5 desta Parte do Manual que trata da

conservação de imunobiológicos;

Guardar todo material, em local limpo e seco, de preferência em

armário fechado, conforme orientado nesta Parte do Manual, neste

tópico 3 que trata da organização e funcionamento da sala de

vacinação;

Notas:

O frasco multidoses, uma vez aberto pode ser usado por um prazo estabelecido pelo laboratório produtor, constante da bula do produto.

A coordenação de imunizações do Estado ou do Município deverá informar esse prazo à Unidade de Saúde quando do envio da remessa de imunobiológicos vez que há variações quanto a esse prazo conforme o laboratório produtor.

Esse prazo só deve ser respeitado se o produto for mantido sob temperatura adequada (+ 2ºC a + 8ºC - ideal + 5ºC) e adotados os cuidados que evitem sua contaminação,

A data e horário da abertura do frasco devem ser anotados no próprio frasco, principalmente quando o prazo for mais longo.

O número de doses desprezadas deve ser registrado no formulário padronizado de registro diário das atividades para subsidiar a avaliação de perdas de vacinas.

Esse procedimento é importante na avaliação da perda de vacinas.

Page 131: Manual de..procedimentos vacinas

123 

Deixar a sala limpa e em ordem, conforme orientado nesta Parte do

Manual, conforme orientado no tópico 4 que trata dos

procedimentos de limpeza da sala de vacinação.

3.3.6. Encerramento do trabalho mensal

Ao final das atividades do mês, a equipe de vacinação deve adotar os

seguintes procedimentos:

Somar as doses administradas, anotadas no formulário de registro

diário, transferindo o consolidado para o formulário de registro

mensal, conforme apontado no tópico 7, relativo ao registro das

atividades e arquivos da sala de vacinação;

Fazer a revisão no arquivo permanente para convocação e busca

ativa de faltosos;

Avaliar e calcular o percentual de utilização e perda de

imunobiológicos, conforme orientado na Parte I deste Manual, no

tópico 4, no item 4.2. que trata do monitoramento e avaliação da

atividade de vacinação;

Avaliar as coberturas vacinais da área de abrangência da Unidade

de Saúde, conforme orientado na Parte I deste Manual, no tópico 4,

no item 4.2. que trata do monitoramento e avaliação da atividade de

vacinação.

Nota: Com a implantação do registro nominal da vacina administrada, que está

sendo definido pela Coordenação do PNI/Ministério da Saúde junto ao Departamento de Informática do SUS (DATASUS), novas orientações serão adotadas com relação ao registro diário e ao consolidado mensal na Unidade de Saúde.

Nota:

Se for observada a necessidade da limpeza da sala providenciar a realização da mesma conforme procedimentos de limpeza descritos nesta Parte do Manual no tópico 4,a seguir.

Page 132: Manual de..procedimentos vacinas

124   

4. Procedimentos de limpeza na sala de vacinação

A limpeza da sala de vacinação é feita diariamente, no final do turno

de trabalho, e sempre que necessário.

A limpeza e sua manutenção têm como objetivos:

prevenir infecções cruzadas;

proporcionar conforto e segurança ao usuário e à equipe de

trabalho;

manter um ambiente limpo e agradável.

Uma vez por semana o chão deve ser é lavado com água e sabão, e

desinfetado com solução desinfetante. O trabalho mais pesado é feito

quinzenalmente, quando, então, são limpos o teto, as paredes, as janelas, as

luminárias, as lâmpadas e as portas.

4.1. Limpeza sistemática

4.1.1. Material necessário

Equipamento de proteção individual (EPI) para uso do agente de

limpeza:

Roupa apropriada para limpeza;

Calçado fechado; e

Luva para limpeza;

Materiais para limpeza do ambiente:

Balde (2 a 10 litros);

Desinfetante (hipoclorito de sódio a 1% - água sanitária);

Escova de mão;

Esponja;

Pano de chão (limpos);

Pano de limpeza ou flanela;

Page 133: Manual de..procedimentos vacinas

125 

Pá para lixo;

Rodo;

Sabão;

Saco descartável para lixo (branco leitoso para lixo infectante e

preto ou em outras cores, para lixo comum);

Sapóleo;

Esfregão para limpeza de piso.

4.1.2. Procedimentos de limpeza

Para executar a limpeza da sala de vacinação, o funcionário deve:

Usar roupa apropriada e calçado fechado;

Lavar as mãos com água e sabão, conforme orientado nesta Parte

do Manual, tópico 6 item 6.1;

Calçar as luvas antes de iniciar a limpeza;

Organizar os materiais necessários;

Preparar a solução desinfetante para a limpeza, colocando para

cada litro de água 10ml de desinfetante;

Recolher o lixo do chão com a pá, utilizando o esfregão ou rodo

envolvidos em pano úmido;

Recolher o lixo do cesto, fechando o saco corretamente;

Notas:

O produto usado para desinfecção da sala de vacina, de preferência, é o hipoclorito a 1% ou outro indicado;

Quando usar sabão em pó, colocar para cada cinco litros de água uma colher de sopa de sabão.

Nota:

O funcionário da limpeza deve usar os EPI conforme listado no tópico 4.1.1.

Page 134: Manual de..procedimentos vacinas

126   

Lavar os cestos de lixo com solução desinfetante;

Iniciar a limpeza pelo teto, usando vassoura envolvida em pano

seco;

Retirar e limpar o bojo das luminárias, lavando-os com água

sabão e secando-os em seguida;

Limpar janelas, vitrôs e esquadrias com pano úmido em solução

desinfetante, finalizando a limpeza com pano seco;

Lavar externamente janelas, vitrôs e esquadrias com escova e

solução desinfetante, enxaguando-os em seguida;

Limpar as paredes (revestidas com azulejos ou pintadas a óleo)

com pano úmido em solução desinfetante e completar a limpeza

com pano seco;

Limpar os interruptores de luz com pano úmido;

Lavar a(s) pia(s) e a(s) torneira(s) da seguinte forma:

a de inox, com esponja e solução desinfetante;

a de louça, com esponja, água e sapóleo;

Enxaguar a(s) pia(s) e passar um pano úmido em solução

desinfetante;

Limpar o chão com o esfregão ou rodo, envolvidos em pano

úmido, utilizando solução desinfetante e, em seguida, passar

pano seco.

Nota:

O saco de lixo é descartável e nunca deve ser reutilizado.

Notas:

Não varrer o chão para evitar a dispersão do pó e contaminação do ambiente.

Fazer a limpeza do fundo para a saída, tantas vezes quantas forem necessárias, até que o ambiente fique limpo (três vezes no mínimo)

Page 135: Manual de..procedimentos vacinas

125

 

4.2. Cuidados com o lixo da sala de vacinação

O lixo da sala de vacinação, bem como o de outras dependências da

Unidade de Saúde é de dois tipos:

lixo infectante; e

lixo comum.

É considerado lixo infectante:

material biológico: sobras diárias de imunobiológicos ou produtos

que sofreram alteração de temperatura, ou com prazo de validade

vencido;

resíduos perfurantes: agulhas, ampolas de vacinas ou vidros que

se quebram facilmente; e

outros resíduos infectantes, a exemplo das seringas descartáveis

usadas, contendo resíduos de imunobiológicos.

Os demais resíduos da sala de vacinação são considerados lixo

comum.

O lixo infectante, por conta de sua composição, deve receber cuidados

especiais na separação, no acondicionamento, na coleta, no tratamento e no

destino final.

O responsável pela limpeza da sala de vacinação faz, também, a

identificação e a separação dos resíduos. As sobras diárias ou os

imunobiológicos que sofreram alteração de temperatura ou que estão com

prazo de validade vencido, além dos outros resíduos perfurantes e infectantes

devem ser encaminhados para o centro de material esterilizado (CME) na

própria Unidade de Saúde ou em outro serviço, onde serão autoclavados e

desprezados junto com o lixo hospitalar.

Nota:

O lixo infectante deve ser acondicionado em saco branco leitoso para garantir o

destino adequado.

127

Page 136: Manual de..procedimentos vacinas

1   

4.2.1. Separação e acondicionamento do lixo

A organização da sala de vacinação deve ser feita de modo a

possibilitar as condições para separação dos resíduos decorrentes da atividade

de vacinação.

A separação entre lixo infectante e lixo comum na própria sala de

vacinação apresenta as seguintes vantagens:

Permite o tratamento específico e de acordo com as necessidades

de cada categoria;

Impede a contaminação do lixo como um todo;

Permite que as medidas de segurança sejam adotadas ainda na

sala de vacinação; e

Facilita a ação em caso de acidentes ou de emergência.

Nota: Conforme autorização do CONAMA, Resolução nº 358, de 29 de abril de 2005.

“Art. 14. É obrigatória a segregação dos resíduos na fonte e no momento da geração, de acordo com suas características, para fins de redução do volume dos resíduos a serem tratados e dispostos, garantindo a proteção da saúde e do meio ambiente.”

Nota: A responsabilidade do produtor do lixo pelo tratamento está determinada na Resolução do

Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA), nº 358, de 29 de abril de 2005. Art. 3º Cabe aos geradores de resíduos de serviço de saúde e ao responsável legal, referidos no art. 1º desta Resolução, o gerenciamento dos resíduos desde a geração até a disposição final, de forma a atender aos requisitos ambientais e de saúde pública e saúde ocupacional, sem prejuízo de responsabilização solidária de todos aqueles, pessoas físicas e jurídicas que, direta ou indiretamente, causem ou possam causar degradação ambiental, em especial os transportadores e operadores das instalações de tratamento e disposição final, nos termos da Lei no 6.938, de 31 de agosto de 1981.

Art. 10. Os sistemas de tratamento e disposição final de resíduos de serviços de saúde devem estar licenciados pelo órgão ambiental competente para fins de funcionamento e submetidos a monitoramento de acordo com parâmetros e periodicidade definidos no licenciamento ambiental.

Art. 15. Os resíduos do Grupo A1, constantes do Anexo I desta Resolução, devem ser submetidos a processos de tratamento em equipamento que promova redução de carga microbiana compatível com nível III de inativação microbiana e devem ser encaminhados para aterro sanitário licenciado ou local devidamente licenciado para disposição final de resíduos dos serviços de saúde.

28

Page 137: Manual de..procedimentos vacinas

129 

Para o acondicionamento de cada tipo de lixo proceder da seguinte

forma:

Acondicionar na caixa coletora de material perfurocortante os

resíduos especiais como seringas e agulhas descartáveis usadas,

sobras de vacinas bacterianas e virais, soros, (figura II-13);

Figura II-13 - Caixa coletora de material perfurocortante

Usar a caixa coletora de material perfurocortante até que o seu

conteúdo corresponda a dois terços (2/3) da capacidade da caixa,

independente do número de dias de trabalho;

Acondicionar os frascos contendo restos de vacina, após

tratamento adequado, na mesma caixa coletora de material

perfurocortante usada para as seringas e agulhas;

Acondicionar em saco plástico, cor branco-leitosa, a caixa coletora

de material perfurocortante onde foram colocadas as seringas e

agulhas, os vidros das sobras diárias de imunobiológicos ou dos

produtos que sofreram alteração de temperatura, ou que estão com

prazo de validade vencido, bem como as ampolas quebradas;

Acondicionar em saco plástico, de cor preta ou de outras cores, os

resíduos sólidos ou semi-sólidos e os resíduos comuns.

Fechar e vedar completamente o saco plástico antes de

encaminhá-lo para o transporte.

 

Fonte: MPV- Funasa – MS: 2001 Fonte: Foto cedida pela Enfª Adriana Almeida, 2009

Page 138: Manual de..procedimentos vacinas

130   

4.2.2. Tratamento de imunobiológicos considerados infectantes

O tratamento adequado do lixo dos serviços de saúde é qualquer

processo capaz de modificar as características físicas, químicas e biológicas

dos resíduos. Esses processos, executados dentro de condições de segurança

e com eficiência comprovada, deixam o lixo de acordo com os padrões

indicados para uma determinada forma de disposição final.

Os produtos compostos por micro-organismos vivos atenuados (sobras

diárias de imunobiológicos ou produtos que sofreram alteração de temperatura,

ou que estão com prazo de validade vencido) constituem material biológico

infectante e, por isso, recebem tratamento prévio antes de serem desprezados.

São exemplos de imunobiológicos infectantes que devem receber

tratamento antes de serem inutilizados:

Vacina BCG;

Notas:

Todo resíduo infectante a ser transportado é acondicionado em saco plástico branco-leitoso e impermeável.

Para garantir a segurança não misturar os vários tipos de lixo.

Para os resíduos cortantes ou perfurantes, o pré-acondicionamento deve ser em recipiente rígido, estanque, resistente à punctura, ruptura e vazamento, impermeável, com tampa, contendo a simbologia de material infectante, a exemplo da caixa coletora de material perfurocortante mostrada nas Figuras II-5 e II-13.

Os materiais perfurocortantes devem ser acondicionados separadamente, no local de sua geração, imediatamente após o uso.

O recipiente que acondiciona os perfurocortantes deve ser descartado quando o preenchimento atingir 2/3 da capacidade ou o conteúdo ficar a 5 cm de distância da boca do recipiente (Figura II-13).

Esses recipientes, em nenhuma hipótese, devem ser esvaziados ou reaproveitados.

Nota:

Os imunobiológicos, que têm na sua composição produtos de bactérias mortas, ou vírus inativados, ou os produzidos por engenharia genética não precisam receber tratamento especial antes de serem inutilizados.

Page 139: Manual de..procedimentos vacinas

131 

Vacina poliomielite 1, 2, 3 (atenuada);

Vacina rotavírus G1P1[8] (atenuada);

vacina febre amarela (atenuada);

Vacina sarampo, caxumba, rubéola;

Vacina sarampo e rubéola; e

Vacina varicela (atenuada).

Para proceder ao tratamento dos imunobiológicos considerados

infectantes colocar os frascos fechados na autoclave, durante 15 minutos, a

uma temperatura entre 121 ºC e 127 ºC.

4.2.3. Armazenamento do lixo

Após o tratamento e o acondicionamento, o lixo é armazenado em área

do próprio serviço de saúde, em local apropriado e exclusivo para essa

finalidade. No dia e horário programados para a coleta, o lixo é transportado

para ser armazenado externamente, no local denominado ‘casa do lixo’.

A casa do lixo tem as seguintes características:

Fica em área externa e de fácil acesso;

É telada para permitir a circulação do ar e a iluminação;

Tem paredes laváveis;

Nota:

Na falta da autoclave, colocar os frascos em estufa, por duas horas, a 170 ºC.

Notas:

A coleta do lixo hospitalar especial não é uma atividade comum na rede de serviços, daí a importância em adotar os procedimentos que antecedem o acondicionamento dos produtos que serão desprezados.

Após o tratamento em autoclave ou estufa, acondicionar os frascos em recipientes de material resistente e desprezar no lixo comum (Figura II-13), conforme autorização do Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA), Resolução nº 358, de 29 de abril de 2005.

Page 140: Manual de..procedimentos vacinas

132   

Dispõe de ponto de água com mangueira;

Tem piso em declive para possibilitar a drenagem da água; e

É mantida fechada (a chave fica com o vigilante ou outro responsável

do serviço de saúde).

4.2.4. Coleta e destino final

Coleta é o transporte do lixo, desde a sua origem até o local do

tratamento ou disposição final. Para que a coleta atenda aos requisitos de

segurança é necessário que:

os resíduos estejam devidamente acondicionados e identificados;

o recolhimento diário seja feito em horário determinado, para diminuir

o tempo de permanência dos resíduos no serviço;

o carro da coleta seja fechado e de material lavável; e

o pessoal responsável seja treinado para a tarefa que desempenha.

A disposição final dos resíduos dos serviços de saúde, como já referido,

está associada a um tratamento prévio, de maneira a impedir a disseminação

de agentes patogênicos ou de qualquer outra forma de contaminação acima

dos limites aceitáveis.

A partir do momento em que o resíduo do serviço de saúde é removido

da casa do lixo ou do container, a responsabilidade pelo destino do mesmo é

exclusiva do órgão municipal de limpeza urbana.

A preferência em termos de disposição final é o aterro sanitário de

compactação, não sendo recomendada a reciclagem para evitar a

contaminação ambiental. Na falta do aterro sanitário, o produtor dos resíduos

(o próprio serviço de saúde) é responsável pelo destino final, bem como pelo

eventual tratamento prévio, como no caso do lixo composto por resíduos

infectantes e o lixo especial.

Nota: Na falta de uma “casa do lixo” pode ser utilizado um ‘container’ para o

armazenamento externo.

Page 141: Manual de..procedimentos vacinas

133 

No caso do lixo da sala de vacinação proceder conforme orientado nesta

Parte do Manual no tópico 4, item 4.2.

Notas: A responsabilidade do produtor do lixo pelo tratamento está determinada

na Resolução nº 5 do CONAMA, artigo 4º; Qualquer sistema de reprocessamento e disposição final de resíduos

sólidos deve garantir o mínimo de risco para a saúde pública e para a qualidade do meio ambiente.

Page 142: Manual de..procedimentos vacinas

134   

5. Conservação dos imunobiológicos

Os imunobiológicos são sensíveis a agentes físicos, como a luz e o

calor, especialmente por conterem na sua formulação antígenos e adjuvantes.

O calor é bastante prejudicial, pois acelera a inativação das substâncias que

entram na composição dos produtos.

As vacinas que contêm adjuvantes não podem ser submetidas a

congelamento, ou seja, devem ser conservadas entre +2 ºC e +8 ºC, sendo

ideal + 5ºC, da mesma forma os produtos derivados do plasma heterólogo e do

plasma homólogo, de que são exemplos, respectivamente:

os soros antitetânico, antidiftérico, anti-rábico humano, antibotrópico,

anticrotálico, antilaquético, antibotrópico (pentavalente) e

anticrotálico, antibotrópico (pentavalente) e antilaquético,

antielapídico (bivalente), antiaracnídico (Loxosceles e Phoneutria) e

antiescorpiônico; e

as imunoglobulinas anti-hepatite B, antivaricela zóster, antitetânica e

antirrábica humana.

5.1. Rede de frio

Rede de frio ou cadeia de frio é o processo logístico de armazenamento,

conservação, manipulação, distribuição e transporte dos imunobiológicos

utilizados pelo PNI. A rede ou cadeia caracteriza-se por equipamentos, por

procedimentos padronizados e por uma equipe técnica qualificada

comprometida em garantir as condições adequadas de refrigeração, desde o

laboratório produtor até o momento em que a vacina é administrada.

O manuseio inadequado, um equipamento com defeito, ou a falta de

energia elétrica, interrompem o processo de refrigeração, comprometendo a

potência dos imunobiológicos, ou seja, a capacidade dos imunobiológicos em

desenvolverem a proteção especifica (formação de anticorpos).

Por isso, é de fundamental importância a manutenção de condições da

rede de frio e a correta avaliação dos fatores que podem afetar a qualidade dos

imunobiológicos, destacando-se a capacitação dos profissionais de saúde que

lidam com a vacinação sobre a adequada conservação dos produtos e o efeito

Page 143: Manual de..procedimentos vacinas

135 

negativo do congelamento ou do aquecimento, evitando-se comprometer a

qualidade dos mesmos.

Na rede de frio identificam-se, basicamente, cinco instâncias: a nacional,

a central-estadual, a regional, a municipal e a local (figura II-14). Em cada uma

devem existir instalações e equipamentos adequados para o armazenamento

dos imunobiológicos, bem como para o transporte de uma esfera à outra.

5.1.1. Instância nacional e central estadual

Na instância nacional e central-estadual são instaladas câmaras frias

com compartimentos separados para conservar os imunobiológicos a -20 ºC e

entre +2 ºC e +8 ºC.

No compartimento a -20 ºC ficam as vacinas que podem ser submetidas

a congelamento. No compartimento com temperatura entre +2 ºC e +8 ºC ficam

os imunobiológicos que não podem ser submetidos a congelamento.

Na instância central-estadual, além das câmaras frias, usam-se,

também, freezers para as vacinas que devem ser congeladas (-20 ºC) e

geladeiras tipo comercial (modelo de 4, 6 ou 8 portas) para os produtos que

são conservados entre +2 ºC e +8 ºC.

5.1.2. Instância regional e municipal

Nas instâncias regional e municipal, os imunobiológicos são

conservados em câmaras frias ou em freezers (-20 ºC) e em refrigeradores (+2

ºC a +8 ºC), conforme a temperatura indicada para cada produto. Nessas

instâncias, a instalação da câmara fria e a quantidade de freezers e

refrigeradores comerciais e domésticos, dependem do volume a ser estocado,

do tempo de armazenamento e da rotatividade dos produtos.

5.1.3. Instância local

Na instância local, ou seja, nos centros e unidades básicas de saúde, nos

hospitais e nos ambulatórios, todos os produtos são conservados entre +2 ºC e

+8 ºC, em refrigeradores do tipo doméstico ou em caixas térmicas.

Page 144: Manual de..procedimentos vacinas

136   

5.2. Procedimentos básicos na utilização do refrigerador

O refrigerador é equipamento vital para a conservação dos

imunobiológicos na instância local, ou seja, na sala de vacinação em unidades

de saúde e nos hospitais e ambulatórios.

O refrigerador, de compartimento único, deve ter capacidade mínima

para 340 litros, aproximadamente.

Figura II-14 - Instâncias da rede de frio

Page 145: Manual de..procedimentos vacinas

137 

5.2.1. Cuidados gerais

No que se refere aos cuidados gerais com o refrigerador devem ser

adotados os seguintes procedimentos:

Colocar o equipamento distante de fonte de calor, como estufa e

autoclave, e fora do alcance dos raios solares, perfeitamente

nivelado

Usar tomada ou conexão com a fonte de energia elétrica exclusiva

para o refrigerador;

Notas:

O refrigerador deve ser instalado sobre um suporte com rodas.

O refrigerador deve ficar afastado da parede, pelo menos, 15 cm, de modo a permitir a livre circulação do ar no condensador (motor).

Caso exista mais de um refrigerador, mantê-los afastados um do outro, a uma distância de, pelo menos, 10 cm, a fim de manter a livre circulação do ar.

Notas:

Quando necessário e disponível pode-se utilizar dois refrigeradores: um para os imunobiológicos em estoque e outro para os produtos que serão usados no dia de trabalho

Os dois equipamentos podem ser substituídos por um refrigerador fabricado especialmente para conservar imunobiológicos que estão em estoque e de uso no dia de trabalho.

A climatização da sala de vacinação contribui de forma importante para garantir a qualidade dos imunobiológicos e o prolongamento da vida útil dos equipamentos.

Em nenhuma hipótese o refrigerador tipo ‘frigobar’ deve ser utilizado para conservação de imunobiológicos.

Não utilizar refrigerador ‘duplex’, pois este tipo de equipamento não mantém a temperatura preconizada, uma vez que os dois compartimentos estão separados e a câmara de estoque de imunobiológicos não possui evaporador.

De modo geral, utiliza-se a caixa térmica para conservar os imunobiológicos que serão usados no dia de trabalho.

A vigilância contínua da temperatura nos equipamentos é a única forma

de ter certeza de que uma vacina, soro ou imunoglobulina não sofreu

Page 146: Manual de..procedimentos vacinas

1   

Ajustar o termostato de modo a encontrar o ponto ideal que vai

permitir a manutenção da temperatura do refrigerador entre +2º C e

+8 ºC;

Manter sistema de alarme e gerador elétrico de emergência;

Figura II-15: Altura ideal da tomada do refrigerador

 

Notas: O refrigerador não deve ser ligado junto com outros equipamentos numa

mesma tomada, usando ‘T’ ou benjamim. A tomada exclusiva deve ser instalada a um metro e trinta centímetros

(1,30m) do piso conforme recomendação da NBR Nº 5.410, exclusiva para cada equipamento (Figura II-21).

 

Notas:

O ideal é manter uma temperatura de +5 ºC, para assegurar a manutenção do equipamento dentro das condições preconizadas nas oscilações da corrente elétrica.

O termostato depois de ajustado não deve ser manipulado, nem mesmo durante a limpeza.

Fonte: Foto cedida pela Enfª Adriana S.de Almeida, 2009

38

Page 147: Manual de..procedimentos vacinas

139 

Verificar a vedação adequada da porta e as condições da borracha

da porta do refrigerador;

Fazer a leitura da temperatura, diariamente, no inicio da jornada de

trabalho, e no final do dia, registrando-a no formulário para controle

diário de temperatura (modelo na figura II-24), fixado na porta do

refrigerador ou na face lateral;

Usar o refrigerador única e exclusivamente para conservar

imunobiológicos, nunca permitir a guarda de outros produtos, como

medicamentos, teste do pezinho, insulina, material de laboratório,

material odontológico, alimentos e bebidas;

Notas:

Dentro do possível, a Unidade de Saúde deve manter o sistema que garanta maior controle e vigilância da temperatura.

Nas regiões mais frias ou nas regiões mais quentes faz-se necessária maior atenção às oscilações de temperatura, evitando congelamento ou exposição a altas temperaturas.

Notas:

A guarda de outros produtos e materiais no refrigerador aumenta a possibilidade de contaminação e de alteração da temperatura interna do equipamento, podendo causar a perda de potência dos imunobiológicos.

A alteração pode ser causada pelo calor inicial desses produtos e pelo maior número de vezes que a porta será aberta.

Notas:

Para verificar se a borracha da porta do refrigerador está vedando adequadamente fazer o teste da tira de papel.

O teste consiste no seguinte:

colocar uma tira de papel (com 3 cm de largura) entre a borracha da porta e o corpo do refrigerador;

fechar a porta;

puxar o papel se este apresentar resistência a borracha está em perfeito estado, se o papel sair com facilidade a borracha deverá ser trocada.

O teste deverá ser feito em vários pontos da porta, especialmente nos quatro ângulos.

Page 148: Manual de..procedimentos vacinas

140   

Evitar abrir o refrigerador de estoque ou de uso diário toda vez que

for administrar uma vacina; abri-lo somente duas vezes: no início e

no final do dia de trabalho, acondicionando os produtos em caixa

térmica, conforme orientado nesta Parte do Manual, neste tópico 5,

item 5.4.

5.2.2. Organização dos imunobiológicos no refrigerador

Para que as condições de conservação das vacinas e soros sejam

adequadas, organizar (figura II-16) e utilizar o refrigerador de acordo com as

seguintes recomendações:

Fixar na porta, externamente, um adesivo indicando que o

equipamento é destinado exclusivamente para imunobiológicos;

Fixar na porta, externamente, o mapa diário de controle de

temperatura;

Instalar o termômetro disponível conforme orientado neste tópico 5,

item 5.3. desta Parte do Manual;

Arrumar os imunobiológicos em bandejas plásticas não perfuradas;

quando não disponível adaptar porta-talher de plástico não

perfurado;

Notas:

A bandeja plástica não deve ser perfurada.

Quando a bandeja plástica não estiver disponível, adaptar porta-talher de plástico não perfurado.

Nota:

Para evitar abrir o refrigerador a toda hora fazer uma previsão do número de pessoas que irá procurar a Unidade de Saúde naquele dia de trabalho e retirar as vacinas no quantitativo suficiente (acompanhadas dos diluentes, quando for o caso), acondicionando-as na caixa térmica com bobinas de gelo reutilizável e termômetro de cabo extensor, conforme orientado nesta Parte do Manual neste tópico 5, item 5.4.

Page 149: Manual de..procedimentos vacinas

141 

Colocar as bandejas com imunobiológicos nas prateleiras, da

seguinte maneira:

na primeira prateleira armazenar as vacinas que podem ser

submetidas à temperatura negativa (vacina poliomielite 1, 2, 3

[atenuada]; vacina sarampo, caxumba, rubéola; vacina sarampo

e rubéola; e vacina febre amarela [atenuada]);

na segunda prateleira armazenar as vacinas que não podem ser

submetidas a temperatura negativa (vacina adsorvida difteria,

tétano, pertussis e Haemophilus influenzae b [conjugada];

vacina adsorvida difteria, tétano, pertussis; vacina adsorvida

difteria e tétano adulto; vacina hepatite B; vacina Haemophilus

influenzae b [conjugada]; vacina influenza [fragmentada]; vacina

BCG; vacina rotavírus G1P1[8] {atenuada}; vacina raiva

[inativada]);

na terceira prateleira colocar as vacinas que ainda estejam na

embalagem original, os diluentes e os soros, tendo o cuidado de

deixar um espaço de 2cm entre caixas e produtos para permitir

a circulação do ar entre os mesmos e as paredes da geladeira

(um centímetro entre as caixas e dois centímetros das paredes

do refrigerador);

Colocar na frente das bandejas os produtos com a data de validade

mais próxima do vencimento para que sejam utilizadas antes das

demais;

Page 150: Manual de..procedimentos vacinas

142   

Colocar garrafas com água na gaveta da parte de baixo do

refrigerador, ocupando todo espaço.

Deixar o estoque de diluentes em temperatura ambiente.

Notas:

No refrigerador não guardar imunobiológicos em caixas térmicas, pois estas impedem a condução do frio.

Na porta e na gaveta da parte de baixo do refrigerador não colocar imunobiológicos, pois quando a porta é aberta estas áreas são as primeiras a sofrerem o impacto da temperatura ambiente.

Quando os suportes ou prateleiras da porta não puderem ser removidos, mantê-los vazios, não permitir o armazenamento de nenhum produto de qualquer natureza. Não colocar garrafas com água e outros produtos, pois o peso pode prejudicar a regulagem e a vedação da porta.

A porta do evaporador (congelador), a bandeja de degelo (bandeja coletora) e a gaveta da parte de baixo do refrigerador não devem ser retiradas. A gaveta da parte de baixo deve ser mantida sem a tampa.

Na porta do refrigerador fixar um adesivo contendo um aviso sobre o conteúdo do equipamento e/ou os cuidados que devem ser adotados, como por exemplo: “Atenção! Aqui tem vacinas” ou “Atenção! Refrigerador exclusivo para conservação de vacinas.”

Notas:

Para preencher o espaço da gaveta colocar de seis a oito garrafas de um litro, assegurando uma distância mínima entre as mesmas para circulação do ar frio.

As garrafas devem estar tampadas e a água deve conter um corante (azul de metileno, anil, violeta de genciana) para evitar que seja bebida.

Não substituir as garrafas por bobinas de gelo reutilizável.

Notas:

Esta orientação não deve ser seguida quando o diluente for uma vacina, como é o caso da vacina adsorvida difteria, tétano, pertussis e Haemophilus influenzae b [conjugada], em que o diluente é a vacina adsorvida difteria, tétano e pertussis e o liófilo a vacina Haemophilus influenzae b [conjugada]. Neste caso os dois produtos devem permanecer no refrigerador.

No momento da administração o diluente deve estar na temperatura da vacina (+2 ºC e +8 ºC - ideal + 5º C); para isto colocá-lo no refrigerador, no dia anterior ou, pelo menos, seis horas antes do uso.

Page 151: Manual de..procedimentos vacinas

143 

5.2.3. Limpeza do refrigerador

A limpeza do refrigerador é um procedimento importante para manter

as condições ideais de conservação dos imunobiológicos. Deve ser feita a cada

15 dias ou quando a camada de gelo do congelador atingir 0,5 cm.

O procedimento de limpeza do refrigerador não deve ser feito no inicio

ou final da tarde, às sextas feiras ou às vésperas de feriados prolongados, para

garantir o monitoramento da temperatura do equipamento após o religamento.

5.2.3.1. Procedimentos antes da limpeza

Antes de proceder à limpeza propriamente dita adotar as seguintes

providências:

Preparar caixas térmicas, em número suficiente para acondicionar

os imunobiológicos que estão no refrigerador, conforme orientado

nesta Parte do Manual neste tópico 5, item 5.4., colocando nas

mesmas as bobinas de gelo reutilizável e o termômetro de cabo

extensor;

Esperar o tempo necessário (mais ou menos 30 minutos) até que o

ambiente interno da caixa térmica esteja na temperatura

recomendada, ou seja, entre +2 ºC a +8 ºC, sendo ideal +5 ºC;

Page 152: Manual de..procedimentos vacinas

144   

Figura II-16: Organização do refrigerador de imunobiológicos

Page 153: Manual de..procedimentos vacinas

145 

Transferir os imunobiológicos para a caixa térmica, após a

ambientação, vedando-as com fita adesiva larga.

5.2.3.2. Procedimentos durante a limpeza

Depois de transferir os produtos de forma segura fazer a limpeza do

refrigerador adotando as seguintes providências:

Registrar no formulário de controle de temperatura o horário de

desligamento do refrigerador;

Desligar a tomada e abrir as portas do refrigerador e do

congelador;

Esperar até que todo o gelo aderido se desprenda das paredes do

congelador;

Limpar as áreas externa e interna do refrigerador, usando um pano

umedecido em solução de água com sabão neutro ou sabão de

coco;

Notas:

Não usar faca ou outro objeto pontiagudo para a remoção o gelo, para não danificar os tubos de refrigeração.

Não mexer no termostato para não alterar o padrão de temperatura.

Notas:

Não jogar água no interior do refrigerador.

Limpar a parte posterior do refrigerador (grade e motor) com pano umedecido e enxugar com pano seco.

Notas:

Quando a unidade dispuser de dois refrigeradores (o de estoque e o de uso diário), ao invés de usar caixas térmicas, transferir os produtos para um dos equipamentos, enquanto é feita a limpeza no outro.

Neste caso, alternar a limpeza dos dois equipamentos, estabelecendo um prazo mínimo de dois dias entre a limpeza de um e do outro.

Page 154: Manual de..procedimentos vacinas

146   

Enxugar as áreas externa e intera com um pano limpo e seco.

5.2.3.3. Procedimentos após a limpeza

Depois de limpar o refrigerador rearrumar o equipamento adotando as

seguintes providências:

Ligar o refrigerador;

Recolocar o termômetro, as garrafas com água e corante e as

bobinas de gelo reutilizável;

Manter as portas fechadas por um período de uma a duas horas

(dependendo do tipo de refrigerador);

Verificar, após esse período, se a temperatura interna está entre +2

ºC e +8 ºC, sendo ideal +5 ºC;

Recolocar os produtos nos lugares indicados, de acordo com as

recomendações descritas nesta Parte, neste tópico 5 no item 5.2.2.

5.3. Procedimentos básicos na utilização de termômetros O controle da temperatura dos equipamentos que armazenam

imunobiológicos em todas as instâncias da rede de frio é feito mediante a

verificação sistemática dos termômetros.

Na sala de vacinação, nos postos de vacinação fixos e volantes, por

ocasião das atividades extramuros em campanhas, intensificações e bloqueios,

bem como no transporte, os imunobiológicos devem ficar entre +2 ºC e +8 ºC

(ideal + 5 ºC) que é a temperatura a ser mantida no interior do refrigerador e de

caixas térmicas.

Na sala de vacinação a temperatura é verificada, pelo menos, duas

vezes: no início e no final do dia de trabalho. A cada leitura, a temperatura

verificada no termômetro é registrada em formulário próprio.

Nota: O formulário para registro da temperatura verificada deve estar afixado na

porta do refrigerador.

Page 155: Manual de..procedimentos vacinas

147 

Na caixa térmica da sala de vacina ou para o trabalho extramuros, a

temperatura deve ser verificada com mais freqüência, substituindo-se as

bobinas de gelo reutilizável antes da temperatura ficar próxima de +8 ºC.

Para verificar e controlar a temperatura são utilizados os seguintes

termômetros:

Termômetro analógico de momento e de máxima e mínima

(capela);

Termômetro digital de momento e de máxima e mínima, com cabo

extensor;

Termômetro digital de momento e de máxima e mínima, com cabo

extensor e dois visores;

Termômetro analógico de cabo extensor;

Termômetros a laser;

Notas:

O termômetro linear não é o mais indicado para o monitoramento da temperatura no interior dos refrigeradores ou de caixas térmicas.

A sua aquisição para controle de temperatura não é mais recomendada, mas, caso exista em estoque pode ser utilizado, providenciando-se a aquisição de termômetros mais precisos e de melhor qualidade (digital de momento e de máxima e mínima).

Page 156: Manual de..procedimentos vacinas

148 

5.3.1. Termômetro analógico de momento e de máxima e mínima (capela)

O termômetro analógico de momento e de máxima e mínima (figura II-

17) contém duas colunas verticais de mercúrio com escalas inversas. É

utilizado para verificar as variações de temperatura, num período de tempo

preestabelecido, oferecendo três tipos de informação:

a temperatura mínima (mais fria);

a temperatura máxima (mais quente); e

a temperatura do momento.

Para verificar a temperatura no termômetro analógico de momento e

de máxima e mínima proceder da seguinte forma:

Fonte: Manual de Rede de Frio, SVS/MS, 2008.

Figura II-17 – Termômetro analógico de momento e de máxima e mínima (capela)

(Filete Azul) Marca a Temperatura Mínima

(Coluna de Mercúrio) Marca a Temperatura do Momento

Cada Traço Corresponde a 1ºC

(Filete Azul – de Álcool) Marca e Temperatura Máxima

(Botão Central) Para Anular Temperatura Máxima e Mínima

(Coluna de Mercúrio) Marca e Temperatura do Momento

Page 157: Manual de..procedimentos vacinas

149 

Verificar a extremidade superior das duas colunas de mercúrio,

fazendo a leitura da temperatura indicada, ou seja, a temperatura

do momento;

Registrar as temperaturas verificadas nos espaços

correspondentes (dia e período) do formulário para registro da

temperatura verificada, fixado na porta do refrigerador;

Verificar a extremidade inferior do filete azul da coluna da direita,

fazendo a leitura da temperatura máxima atingida desde a última

verificação;

Registrar a temperatura verificada no espaço correspondente (data

e período) do formulário fixado na porta do refrigerador;

Verificar a extremidade inferior do filete azul da coluna da

esquerda, fazendo a leitura da temperatura mínima atingida desde

a última verificação;

Registrar a temperatura verificada no espaço correspondente (data

e período) do formulário fixado na porta do refrigerador;

Pressionar o botão central, ou passar o ímã, a fim de anular as

temperaturas, máxima e mínima, preparando o termômetro para

reiniciar o processo de medição na próxima leitura.

O termômetro analógico de momento e de máxima e mínima (capela)

deve ser mantido na posição vertical:

No transporte, quando ainda na embalagem original, envolvido em

palha ou papel picado;

No estoque, quando ainda na embalagem original; e

Nota: As duas colunas de mercúrio devem estar marcando o mesmo valor.

Nota: Os dois filetes azuis devem ficar encostados nas colunas de mercúrio.

Page 158: Manual de..procedimentos vacinas

150 

Dentro do refrigerador, pendurado na prateleira central, fixado com

barbante, arame ou outro material.

Muitas vezes, durante o transporte, ou devido ao uso inadequado ou

forçado, a coluna de mercúrio pode ficar interrompida, sendo necessário

restaurar a coluna, procedendo da seguinte forma:

afastar os filetes azuis de mercúrio para restabelecer a

continuidade da coluna

‘sacudir’ o termômetro da mesma forma como se faz com o

termômetro clínico.

5.3.2. Termômetro digital de momento e de máxima e mínima, com cabo extensor

O termômetro digital de momento, de máxima e mínima, com cabo

extensor é um equipamento eletrônico constituído de um visor de cristal líquido,

que mensura temperaturas (do momento, a máxima e a mínima) a partir de um

cabo extensor cujo bulbo é instalado no interior do equipamento.

Alguns modelos possuem alarme como os da Figura II-18, outros,

como o da figura II-19, não têm alarme, mas permitem a leitura da temperatura

do ambiente externo.

Nota: Quando o termômetro de máxima e mínima fica na posição horizontal, a

coluna de mercúrio pode se partir facilmente, muitas vezes por causa de simples batida ou impacto capaz de provocar vibração no capilar de vidro.

Page 159: Manual de..procedimentos vacinas

 

Figura II-18 – Termômetro digital de momento, máxima e mínima com cabo extensor (com alarme)

Figura II-19 – Termômetro digital de momento, máxima e mínima com cabo extensor e com dois visores

Fonte: Manual de Rede de Frio, SVS/MS, 2008

 

Sensor Ou Bulbo 

Visor 

DIGITAL 

Cabo Extensor

151

Page 160: Manual de..procedimentos vacinas

152 

Para instalar o termômetro digital de momento e de máxima e mínima, com

cabo extensor, proceder da seguinte forma:

Instalar a bateria do tipo recomendado no compartimento existente

na parte posterior do termômetro;

Fixar o termômetro no lado externo da porta do refrigerador (figura

II-20) ou colocá-lo de pé sobre o equipamento (de modo geral, os

modelos possuem um suporte na parte posterior);

Figura II-27: Fixação do termômetro digital no refrigerador

Figura II-20 – Fixação do termômetro digital no refrigerador

Notas:

De modo geral a bateria recomendada é do tipo AA.

Alguns modelos já são fornecidos com bateria. Nestes casos retirar a fita isolante antes de acionar o termômetro.

Após a colocação da bateria, fixar etiqueta com registro da data e hora da instalação.

Como muitos modelos utilizados são fabricados fora do país, verificar se existe uma chave para comutação da leitura da escala de graus Fahrenheit (F) para a de graus Celsius (ºC) e posicioná-la em ºC.

Page 161: Manual de..procedimentos vacinas

153 

Introduzir o cabo extensor pelo lado da porta onde se encontram as

dobradiças do refrigerador, localizando o sensor (ou bulbo) na parte

central da segunda prateleira;

Fazer a leitura da temperatura procedendo da seguinte forma:

verificar a temperatura máxima pressionando o botão de

controle uma primeira vez, quando aparecerá a sigla MAX e os

números que correspondem à temperatura máxima;

registrar a temperatura verificada no espaço correspondente

(data e período) do Formulário fixado na porta do refrigerador;

verificar a temperatura mínima pressionando o botão de controle

uma segunda vez, quando aparecerá a sigla MIN e os números

que correspondem à temperatura mínima;

registrar a temperatura verificada no espaço correspondente

(data e período) do formulário fixado na porta do refrigerador;

verificar a temperatura do momento pressionando o botão de

controle uma terceira vez quando aparecerão os números que

correspondem a essa temperatura;

registrar a temperatura verificada no espaço correspondente

(data e período) no formulário fixado na porta do refrigerador;

pressionar o botão RESET (reinicialização do painel, voltando

ao ponto zero) para apagar os registros anteriores e iniciar um

novo ciclo de aferição,

Nota:

A maioria dos modelos de termômetro digital é importada e desenhada para o registro de temperatura ambiente dentro e fora de um imóvel, assim o visor identificado com IN (dentro) corresponde à temperatura do ambiente físico em que se encontra o refrigerador e o visor identificado com OUT (fora) corresponde à temperatura do interior do refrigerador.

Page 162: Manual de..procedimentos vacinas

154 

Após cada leitura e registro das temperaturas, pressionar o

botão RESET (reinicialização do painel, voltando ao ponto

zero) para apagar os registros anteriores e iniciar um novo

ciclo de aferição;

Na caixa térmica da sala de vacina ou para o trabalho

extramuros, a temperatura deverá ser controlada com mais

frequência, substituindo-se as bobinas de gelo reutilizável

antes da temperatura atingir +8 ºC.

5.3.3. Termômetro analógico de cabo extensor

O termômetro analógico de cabo extensor é utilizado para verificar a

temperatura do momento.

É indicado par o trabalho diário da sala de vacina, no transporte da

vacina ou no trabalho extramuros. A sua instalação é bem simples, conforme

passos a seguir:

Organizar a caixa térmica dispondo as bobinas de gelo reutilizável,

no fundo e nas laterais da caixa (Figuras II-25 e II-26), após fazer a

ambientação, conforme orientado nesta Parte do Manual, neste

tópico 5, ítem 5.4.4;

Acondicionar em um copo descartável o sensor ou bulbo do

termômetro de cabo extensor, colocando-o no centro da caixa

térmica entre as bobinas de gelo reutilizável;

Fechar a caixa, passando o cabo extensor entre a tampa e a borda

da caixa, fixando o visor do lado externo, sobre a tampa ou na

lateral da caixa térmica, de forma a ficar bem visível;

Aguardar meia hora e fazer a leitura da temperatura, verificando o

valor registrado na extremidade superior da coluna de mercúrio

(Figura II- 21);

Page 163: Manual de..procedimentos vacinas

155 

5.3.4 Termômetro a laser

É um equipamento de alta tecnologia, utilizado principalmente para a

verificação da temperatura dos imunobiológicos nos volumes (caixas térmicas)

recebidos ou expedidos em grandes quantidades.

Tem a forma de uma pistola, com um gatilho que ao ser pressionado

aciona um feixe de raio laser (Figura II-22). Esse feixe ao atingir a superfície

das bobinas de gelo, registra no visor digital do aparelho a temperatura real do

momento.

Para verificar a temperatura proceder da seguinte forma:

Pressionar o gatilho conforme orientado pelo fabricante;

Fazer a leitura da temperatura registrada no visor;

Figura II-21: Termômetro analógico de cabo extensor

Fonte: Manual de Rede de Frio, SVS/MS, 2008 

Notas:

A temperatura deve estar entre +2 ºC e +8 ºC, sendo ideal + 5 ºC para evitar riscos aos imunobiológicos no caso de oscilações de temperatura.

Na caixa térmica da sala de vacinação ou para o trabalho extramuros, a temperatura deverá ser controlada com freqüência, substituindo-se as bobinas de gelo reutilizável antes da temperatura atingir +8 ºC.

Analógico

Sensor ou bulbo

Cabo extensor

Coluna de mercúrio Cada traço corresponde a 1

Page 164: Manual de..procedimentos vacinas

156 

Notas:

Realizar troca das baterias sempre que necessário.

Ao manusear o termômetro adotar cuidados para não danificar ou quebrar o cabo e a coluna de mercúrio.

Registrar a temperatura verificada no espaço correspondente (data

e período) do Formulário específico;

Acionar o botão ‘reset’ para zerar o equipamento e iniciar nova

leitura;

Figura II-22: Termômetro a laser

5.4. Procedimentos básicos na utilização de caixas térmicas A caixa térmica é produzida com material térmico – poliuretano ou

poliestireno expandido (isopor) – para impedir a entrada do calor, com

especificações e tamanhos, conforme orientado nesta Parte do Manual no item

3, item 3.2.2.

Fonte: Manual de Rede de Frio, SVS/MS, 2008

Page 165: Manual de..procedimentos vacinas

157 

A escolha do tamanho da caixa térmica é feita de acordo com a

finalidade para a qual será utilizada, como exemplificado na Figura II-8 (tópico

3, item 3.2.2. nesta Parte do Manual) e na Figura II-23.

Para a conservação dos imunobiológicos as caixas térmicas são

utilizadas nas seguintes situações:

na sala de vacina para conservar os imunobiológicos previstos para

o dia de trabalho;

nas atividades de vacinação extramuros em campanhas,

intensificações e bloqueios;

por ocasião da limpeza do refrigerador quando não está disponível

um segundo refrigerador, conforme orientado nesta Parte do

Manual, neste tópico 5 no item 5.2.3.

nas emergências, como por exemplo, em razão de corte de energia

elétrica que ultrapasse o prazo de quatro a seis horas;

no transporte de imunobiológicos de uma instância da rede de frio

para outra, ou para remanejamento entre um serviço e outro.

Figura II-23: Tamanhos de caixas térmicas

Foto cedida pela Enfermeira Adriana S. de Almeida. 2009 

Page 166: Manual de..procedimentos vacinas

158 

5.4.1. Organização da caixa térmica

Quando a Unidade de Saúde dispõe de somente um refrigerador, a

conservação dos imunobiológicos previstos para o dia de trabalho é feita em

caixa térmica do tipo retangular, com capacidade mínima de 12 litros e com

tampa ajustada.

Nessas situações, a organização e o uso da caixa devem seguir os

seguintes procedimentos básicos:

Estabelecer uma proporção adequada entre a quantidade de

imunobiológicos a ser acondicionada e a quantidade de bobinas de

gelo reutilizável (Figuras II-24 e II-25);

Dispor as bobinas de gelo reutilizável no fundo e nas laterais da

caixa (Figuras II-25 e II-26);

Acondicionar em um copo descartável o sensor ou bulbo do

termômetro de cabo extensor, colocando-o no centro da caixa

térmica entre as bobinas de gelo;

Figura II-24: Organização da caixa térmica

Nota: Na sala de vacinação climatizada não é necessário colocar bobinas de gelo no

fundo da caixa, pois há risco de congelamento dos produtos.

 

Foto cedida pela Enfermeira Adriana S. de Almeida. 2009

Page 167: Manual de..procedimentos vacinas

159 

Figura II-25: Organização da caixa térmica com bobinas de gelo no fundo

da caixa

Colocar os frascos ou ampolas de imunobiológicos em copos

descartáveis, separando-os por tipo (Figuras II-25 e II-26);

Arrumar no centro da caixa os copos descartáveis com os frascos

ou ampolas, deixando-os circundados (ilhados) pelas bobinas de

gelo reutilizável (Figuras II-25 e II-26);

Monitorar constantemente a temperatura no interior da caixa

térmica, verificando o termômetro de cabo extensor (de preferência)

ou o termômetro digital, mantendo a temperatura interna entre +2

ºC e +8 ºC, sendo ideal +5 ºC.

Nota: A colocação de frascos ou ampolas em copos descartáveis separados por tipo

de vacina facilita o acesso do vacinador ao produto no momento da administração.

Foto cedida pela Enfermeira Adriana S. de Almeida. 2009

Page 168: Manual de..procedimentos vacinas

160 

Para o trabalho extramuros, além de adotar os procedimentos listados

anteriormente, tomar os seguintes cuidados:

Manter a caixa térmica distante de fontes de calor, como o motor do

veículo;

Manter a caixa fora do alcance da luz solar direta;

Verificar a temperatura preferencialmente a cada 30 minutos,

substituindo as bobinas de gelo antes da temperatura ficar próxima

de +8 ºC;

Providenciar caixa térmica extra, contendo bobinas de gelo

reutilizável para reposição.

Notas:

Na caixa térmica da sala de vacina a temperatura deverá ser verificada preferencialmente a cada duas horas.

As bobinas de gelo reutilizável devem ser substituídas antes da temperatura aproximar-se de +8 ºC.

A caixa térmica deve ser mantida fora do alcance da luz solar direta.

A caixa térmica deve ser mantida distante de fontes de calor, a exemplo de equipamentos como estufa e autoclave.

No final do dia de trabalho, após utilizar a caixa térmica, lavá-la com água e sabão neutro, enxugá-la, deixando-a secar, e guardá-la em local ventilado e protegido.

A tampa e o corpo da caixa térmica devem ser identificados para que não haja trocas e seja garantida a vedação adequada.

Notas:

No final do dia de trabalho, após utilizar a caixa térmica, lavá-la com água e sabão neutro, enxugá-la, deixando-a secar, e guardá-la em local ventilado e protegido.

A tampa e o corpo da caixa térmica devem ser identificados para que não haja trocas e seja garantida a vedação adequada.

 

Page 169: Manual de..procedimentos vacinas

161 

5.4.2. Utilização da caixa térmica para o transporte de imunobiológicos

Cada realidade indica a forma mais adequada para o transporte de

imunobiológicos, seja em carro frigorífico ou em veículo oficial. O importante é

que este ofereça a maior segurança possível, de forma a preservar, ao

máximo, as condições de conservação exigidas.

Para o transporte dos imunobiológicos proceder da seguinte forma:

Organizar a caixa térmica, conforme orientado anteriormente neste

tópico 5 no item 5.4.1;

Dispor de termômetro de cabo extensor para o controle da

temperatura durante todo o trajeto, da origem até o destino final,

conforme orientado anteriormente neste tópico 5 no item 5.3.3;

Verificar a temperatura da caixa no momento da saída, registrando-

a em formulário próprio, com assinatura das pessoas que

despacharam;

Acondicionar o impresso de expedição em saco plástico,

colocando-o dentro da caixa;

Tampar a caixa, vedando a tampa com fita adesiva, de mais ou

menos 5 cm de largura, cuidando para não deixar frestas ou folgas

no caso da caixa de poliestireno expandido (isopor);

Nota: Na figura II-25 tem-se o impresso utilizado pela Central de Armazenagem e

Distribuição de Insumos Estratégicos (CENADI), da SVS, utilizado para comprovação do recebimento de insumos, observando-se os principais dados a serem registrados.

Nota: É importante que equipe da Unidade de Saúde conheça os procedimentos

básicos capazes de garantir o transporte adequado dos imunobiológicos, podendo, assim, avaliar as condições dos produtos recebidos na Unidade, bem como para proceder da forma correta quando for necessário expedir algum produto para remanejamento ou para envio a outras instâncias da rede de frio.

Page 170: Manual de..procedimentos vacinas

16 

Notas:

Ao fazer a remessa de uma instância da rede de frio para outra, ou no caso de remanejamento entre serviços, comunicar previamente ao recebedor o horário de saída dos produtos e o provável horário de chegada.

Fazer a remessa de forma que os produtos sejam recebidos no destino em horário normal de expediente, evitando chegadas à noite ou no fim de semana e feriado.

O motorista ou responsável pelo transporte, seja qual for o veículo escolhido, deve estar preparado e treinado para monitorar e manter a temperatura de conservação dos imunobiológicos, bem como para, em situações de emergência ou de risco, adotar as providências preconizadas.

Identificar a caixa externamente, indicando o conteúdo (tipo e

quantidade do imunobiológico) e o destinatário;

Manter a caixa térmica, durante o percurso, à sombra e longe do

motor do veículo, manipulando-a com cuidado para evitar a quebra

dos produtos;

Verificar a temperatura da caixa térmica quando do recebimento

dos imunobiológicos, registrando-a em impresso próprio, com

assinatura das pessoas que receberam o produto.

5.4.3. Utilização da bobina de gelo reutilizável A bobina de gelo reutilizável é constituída de material plástico

polietileno, contendo gel à base de celulose (em concentração não tóxica) e

água, ou apenas água. É encontrada no mercado em várias dimensões (figura

II-6).

Para permitir maior durabilidade manipular a bobina de gelo reutilizável

adotando os seguintes cuidados:

Armazenar as bobinas no freezer ou no congelador da geladeira de

modo a mantê-las permanentemente congeladas por um período

mínimo de 72 horas, antes de colocá-las na caixa térmica;

2

Page 171: Manual de..procedimentos vacinas

163 

Fazer a ambientação da bobina antes de colocá-la na caixa térmica

(Figura II-26);

Retirar a bobina da caixa térmica após o uso, lavá-la, enxugá-la e

colocá-la de volta no freezer ou congelador.

Figura II-26: Procedimentos para ambientação das bobinas de gelo reutilizável, antes do uso em caixas térmicas

Fonte: Manual de Rede de Frio, SVS-MS, 2008

Notas:

A ambientação da bobina de gelo reutilizável tem por objetivo aumentar a temperatura da mesma (que está abaixo de zero), de modo a evitar o congelamento da vacina quando em contato com a mesma.

A bobina deve ficar na temperatura ambiente de 15 a 30 minutos até o aparecimento de gotas de água na superfície (fazer a bobina ‘suar’).

Notas:

As bobinas de gelo reutilizável devem ser colocadas no freezer ou no congelador da geladeira, no mínimo, 72 horas antes de serem usadas na caixa térmica.

Quando a bobina estiver congelada colocá-la no congelador na posição vertical.

No freezer devem ser colocadas na posição horizontal para serem congeladas.

Page 172: Manual de..procedimentos vacinas

164 

5.5. Procedimentos básicos em situações de emergência

O refrigerador pode deixar de funcionar por motivo de corte de energia

elétrica ou por defeito. Um corte de energia por um período prolongado, em um

dia de calor, pode inutilizar totalmente os imunobiológicos.

Q

Quando ocorrer interrupção no fornecimento de energia elétrica ou no

caso de falha no equipamento, mantê-lo fechado e monitorar, rigorosamente, a

temperatura interna, por meio do termômetro de cabo extensor.

Caso a corrente elétrica não seja restabelecida ou a falha no

equipamento não seja solucionada, no prazo máximo de duas horas, ou

quando a temperatura estiver próxima de + 8 oC, proceder a transferência

imediata dos produtos para outro equipamento na temperatura recomendada

(refrigerador ou caixa térmica).

Notas:

O prazo de validade da bobina deve ser verificado constantemente.

A bobina deve ser desprezada quando o prazo de validade estiver vencido e também quando for observada a presença de resíduos ou depósitos no seu interior ou quando a mesma estiver danificada (rasgada, furada).

 

Notas:

O quadro de distribuição da força elétrica deve ficar em local protegido.

Uma providência importante é identificar na caixa de força elétrica da Unidade de Saúde, a chave ou disjuntor responsável pela condução da corrente elétrica para a sala de vacinação.

Colocar na chave ou disjuntor o aviso: “ANTES DE DESLIGAR ESTA CHAVE CONSULTAR O RESPONSÁVEL PELO SERVIÇO DE SAÚDE”.

Para evitar o desligamento acidental colocar o aviso “NÃO DESLIGAR”.

É importante, também, manter comunicação constante com a empresa local de energia elétrica, a fim de ter informação prévia sobre eventuais cortes de energia.

Em locais onde são armazenadas quantidade maior de imunobiológicos, a exemplo da central estadual, regional ou municipal, deve existir um gerador automático, para ser acionado, automaticamente, em caso de falhas na rede elétrica local.

Page 173: Manual de..procedimentos vacinas

165 

5.5.1. Cuidados imediatos em situações de emergência

Em caso de defeito, a primeira providência é chamar o responsável

pela sala de vacina na Unidade de Saúde. Outras providências mais

específicas são adotadas quando o problema perdurar por um período de até

quatro horas (ou dependendo das condições climáticas locais até seis horas)

ou quando não é possível determinar a sua duração.

O prazo de quatro a seis horas só deve ser tolerado quando o

refrigerador:

Está funcionando em perfeitas condições;

Tem vedação perfeita da borracha da porta;

Tem controle diário de temperatura;

Contêm bobinas de gelo reutilizável no evaporador (congelador);

Contém garrafas de água com corante dentro da gaveta; e

Está instalado em ambiente ou sala climatizada (entre 20 ºC e 22

ºC).

Quando o defeito identificado não é solucionado em até seis horas,

providenciar para que os imunobiológicos sejam colocados em caixas térmicas,

mantendo a temperatura entre +2ºC e +8ºC, sendo ideal em +5º C, conforme

Nota: Nas regiões onde o ambiente atinge altas temperaturas, considerar também

este fator ao decidir tolerar ou não o prazo estabelecido de quatro a seis horas.

Notas:

A Unidade de Saúde deve dispor de bobinas de gelo reutilizável congeladas para serem usadas no acondicionamento dos imunobiológicos em caixas térmicas.

A ocorrência deve ser comunicada o mais rápido possível à direção da Unidade de Saúde, para melhor orientação sobre providências a serem adotadas.

Page 174: Manual de..procedimentos vacinas

 

orientado nesta Parte do Manual, neste tópico 5, itens 5.2. e 5.4, até que sejam

transferidos para outro equipamento em um serviço mais próximo, seja no

próprio município ou na instância regional.

5.5.2. Cuidados com o imunobiológico sob suspeita

Ao colocar um imunobiológico sob suspeita são adotadas as seguintes

providências:

Suspender, de imediato, a utilização do produto mantendo-o sob

refrigeração adequada, ou seja, entre +2 oC e +8 oC, sendo ideal

em + 5º C;

Identificar adequadamente os imunobiológicos, como produto sob

suspeita, para que não sejam utilizados, mantendo-os na

temperatura preconizada até que seja recebida a orientação quanto

ao uso ou descarte do produto;

Comunicar à coordenação de imunizações ou da rede de frio, do

município, ou da regional ou do estado;

Nota: Na rede de frio, nos locais onde são armazenadas grandes quantidades de

imunobiológicos, a exemplo da central estadual, regional ou municipal, deve existir um gerador automático, para ser acionado, automaticamente, em caso de falhas na rede elétrica local.

Notas:

Nessas situações são informações importantes a serem registradas:

número do lote, quantidade, data de validade do lote, apresentação, laboratório produtor, local e condições de armazenamento

temperatura do momento, máxima e mínima;

descrição do problema identificado

a alteração de temperatura verificada, a ocorrência de alterações anteriores e outras informações sobre o momento da detecção do problema

166

Page 175: Manual de..procedimentos vacinas

167 

Discutir com essa instância o destino a ser dado ao imunobiológico.

Notas:

O descarte de um imunobiológico sob suspeita, ou mesmo a sua reutilização são decisões que só podem ser adotadas em conjunto, numa articulação entre o município e a Coordenação Estadual de Imunização.

Independente de qualquer decisão, todos os dados sobre a ocorrência são registrados no formulário para avaliação de imunobiológicos sob suspeita.

Quando a conduta indicada for o descarte proceder conforme orientado nesta Parte do Manual, no tópico 4, item 4.2.2.

Page 176: Manual de..procedimentos vacinas

168 

6. Procedimentos preliminares à administração de vacinas, soros e imunoglobulinas

Ao utilizar vacinas, soros e imunoglobulinas (figura II-29) o vacinador

deve levar em conta aspectos específicos relacionados à composição, à

apresentação, à via e ao local de administração, número de doses, intervalo

entre as doses, idade recomendada, conservação e validade. Os cuidados e

procedimentos que envolvem cada um desses aspectos são fundamentais para

que não haja comprometimento do processo de imunização induzido pela

vacinação.

Neste tópico 6 desta Parte II do Manual de Procedimentos apresenta-

se o detalhamento dos principais procedimentos preliminares à administração

de qualquer imunobiológico, a saber:

higiene das mãos;

procedimentos básicos na utilização do material descartável;

procedimentos básicos segundo as vias de administração; e

procedimentos básicos para remoção e reconstituição de soluções.

Nas Partes III e IV deste Manual estarão descritos os aspectos

específicos relacionados à administração de cada produto.

Figura II-27 - Vacinas e soros em suas diferentes apresentações

Fonte: MPV/MS, 2001

Page 177: Manual de..procedimentos vacinas

16 

6.1. Higiene das mãos

A higiene das mãos é um dos mais importantes procedimentos que

antecedem à administração de vacinas, soros e imunoglobulinas.

O ato de lavar as mãos, quando praticado por todo pessoal de saúde,

é essencial para a prevenção e controle de infecções. Na sala de vacinação,

quando este procedimento é rigorosamente obedecido, previne-se a

contaminação no manuseio, no preparo e na administração dos

imunobiológicos.

A higiene das mãos é realizada antes e depois:

da administração de cada vacina, soro e imunoglobulina;

do manuseio dos materiais, das vacinas, soros e imunoglobulinas;

e

de qualquer atividade executada na sala de vacinação.

Para fazer a higiene das mãos adotar os procedimentos detalhados

passo-a-passo, na sequência (Figura II-28 de A a G[2], passos 1 a 8):

Abrir a torneira e molhar as mãos evitando encostá-las na pia:

passo1 (Figura II-28 A);

Aplicar na palma da mão quantidade suficiente de sabão líquido

para cobrir toda a superfície das mãos: passo 2 (Figura II-30 B);

                                                            2 Fonte: Higienização das mãos em serviços de saúde/ANVISA, 2007.  

Notas:

Antes de iniciar a higiene das mãos é necessário retirar jóias, como anéis e pulseiras e outros adornos, pois sob tais objetos podem se acumular micro-organismos.

Importante, também, manter as unhas curtas e com os cantos aparados para evitar acidentes e acumulo de sujidades.

9

Page 178: Manual de..procedimentos vacinas

170 

Figura II-28 A – Lavagem das mãos (passo 1)

Figura II-28 B – Lavagem das mãos (passo 2)

Ensaboar as palmas das mãos, friccionando uma na outra: passo 3

(Figura II-28 C);

Nota: Na higienização das mãos evitar o uso de água muito quente ou muito fria

para prevenir o ressecamento da pele.

Nota: Em situações, onde só se tenha disponível o sabão em barra, recomenda-

se o fracionamento destes em pequenos pedaços para que o profissional despreze após o uso.

Page 179: Manual de..procedimentos vacinas

17 

Figura II-28 C – Lavagem das mãos (passo 3)

Esfregar a palma da mão direita contra o dorso da mão esquerda,

entrelaçando os dedos (Figura II-28 D); repetir o procedimento com

a mão esquerda contra o dorso da mão direita: passo 4;

Entrelaçar os dedos e friccionar os espaços interdigitais: passo 4

(Figura II 28-D);

Figura II-28 D – Lavagem das mãos (passo 4)

Esfregar o dorso dos dedos de uma mão com a palma da mão

oposta, segurando os dedos, fazendo movimento de vai-e-vem;

repetir o procedimento com a outra mão: passo 5 (Figura II 28-E);

Esfregar o polegar direito com o auxílio da palma da mão esquerda,

fazendo movimento circular; repetir o procedimento com a outra

mão: passo 6 (Figura II-28 E);

Friccionar as polpas digitais e unhas da mão esquerda, fazendo

movimento circular; repetir procedimento com a outra mão: passo 7

(Figura II-28 E);

1

Page 180: Manual de..procedimentos vacinas

 

Figura II-28 E – Lavagem das mãos (passos 5, 6 e 7)

Enxaguar as mãos, retirando os resíduos de sabão, evitando o

contato direto das mãos enxaguadas com a torneira: passo 8

(Figura II-28 F);

Figura II-28 F – Lavagem das mãos (passos 8)

Secar as mãos utilizando papel toalha descartável, iniciando pelas

mãos e seguindo pelos punhos: passo 9 (Figura II-28 G);

Desprezar o papel-toalha no cesto de lixo comum.

Nota: No caso de torneiras com contato manual para fechamento, sempre utilize

papel-toalha.

172

Page 181: Manual de..procedimentos vacinas

173  

Figura II-28 G – Lavagem das mãos (passo 9)

6.2. Procedimentos básicos na utilização de seringas e agulhas No manuseio de seringas e agulhas descartáveis é necessário manter

os seguintes cuidados:

Guardar seringas e agulhas descartáveis, ainda na embalagem

original, em local limpo e seco, de preferência em armário fechado;

Lavar as mãos com água e sabão antes de manusear o material,

conforme orientado nesta Parte do Manual, neste tópico 6 no item

6.1;

Manusear o material em campo limpo;

Verificar, antes de abrir:

se a embalagem está íntegra;

se o material encontra-se dentro do prazo de validade; e

se o material é apropriado ao procedimento, evitando

desperdício;

Abrir cuidadosamente a embalagem, na direção do êmbolo para a

ponta da agulha, evitando a contaminação; e

Notas:

O uso coletivo de toalhas de tecido é contra-indicado, pois estas permanecem úmidas, favorecendo a proliferação bacteriana.

Na falta do papel toalha utilizar a toalha de tecido limpa e seca, trocada a cada turno ou quando necessário.

- -

Page 182: Manual de..procedimentos vacinas

174  

Descartar adequadamente as seringas e agulhas após o uso,

conforme orientado nesta Parte do Manual, no tópico 3, item 3.2.

6.3. Procedimentos básicos para remoção e reconstituição de soluções

6.3.1. Remoção de soluções acondicionadas em ampola de vidro

Lavar as mãos com água e sabão, conforme orientado nesta Parte

do Manual, neste tópico 6, item 6.1;

Escolher a seringa e a agulha apropriadas;

Montar a seringa, colocando o corpo da mesma na mão esquerda,

encaixar ou ajustar o êmbolo e adaptar a agulha, mantendo-a

protegida (Figura II-29/1);

Notas:

As seringas e agulhas são descartadas em recipientes apropriados, resistentes e de paredes rígidas.

As agulhas, após o uso, não devem ser retiradas manualmente, entortadas ou reinseridas nos protetores para evitar acidentes.

Quando não existir o recipiente apropriado, adaptar latas vazias de mantimentos com tampas, caixas de papelão duplamente reforçadas e outros semelhantes.

O descarte de seringas e agulhas em recipiente apropriado evita o risco de punção acidental do dedo ou da mão.

Quando o recipiente estiver com dois terços (2/3) da sua capacidade ocupada enviá-lo para a coleta do lixo hospitalar de preferência, conforme orientado nesta Parte do Manual, no tópico 4, item 4 .2.

Notas:

Ao usar seringa com agulha acoplada o procedimento de montagem é desnecessário.

Em qualquer situação assegurar o ajuste do êmbolo com o bico da seringa para garantir segurança no momento da administração.

Page 183: Manual de..procedimentos vacinas

175  

Figura II-29/1 – Remoção de soluções acondicionadas em ampola de vidro

Serrar o gargalo da ampola sem quebrar (figura II-29/2);

Envolver a ampola em gaze ou algodão seco;

Quebrar a ampola, colocando-a entre os dedos indicador e médio

(figura II-29/2);

Introduzir a agulha no líquido (figura II-31/2);

Aspirar a dose correspondente.

Figura II-29/2 - Remoção de soluções acondicionadas em ampola de vidro

6.3.2. Remoção de soluções acondicionadas em frasco-ampola com tampa de borracha

Lavar as mãos com água e sabão, conforme orientado nesta Parte

do Manual, neste tópico 6, item 6.1;

Fonte: MPV/MS, 2001

Fonte: MPV/MS, 2001

Page 184: Manual de..procedimentos vacinas

176  

Escolher a seringa e a agulha apropriadas;

Montar a seringa, colocando o corpo da mesma na mão esquerda,

encaixar ou ajustar o êmbolo e adaptar a agulha, mantendo-a

protegida;

Remover a proteção metálica do frasco-ampola que contém a

solução a ser usada (figura II-30), utilizando a pinça dente de rato;

Limpar a tampa de borracha com algodão seco (figura II-32);

Introduzir a seringa com agulha no frasco-ampola;

Aspirar o líquido correspondente à dose a ser administrada (figura

II-30);

Figura II-30 - Remoção de soluções acondicionadas em frasco-ampola

com tampa de borracha

Colocar a seringa em posição vertical, ao nível dos olhos; ajustar

a dose com a agulha ainda conectada ao frasco-ampola e

expulsar o ar;

Fonte: MPV/MS, 2001

Notas:

Ao usar seringa com agulha acoplada o procedimento de montagem é desnecessário.

Em qualquer situação assegurar o ajuste do êmbolo com o bico da seringa para garantir segurança no momento da administração.

Nota: Ajustar a dose ainda com a agulha conectada ao frasco-ampola.

Page 185: Manual de..procedimentos vacinas

177 

Proteger a agulha com a ampola ou com tubo estéril, até o

momento da administração.

6.3.3. Reconstituição de soluções apresentadas sob a forma liofilizada

Lavar as mãos com água e sabão, conforme orientado nesta

Parte do Manual, neste tópico 6, item 6.1; 

Escolher a seringa e a agulha apropriadas;

Montar a seringa e adaptar a agulha;

Retirar a tampa metálica do frasco-ampola contendo o liófilo (pó),

utilizando a pinça dente de rato (figura II-31);

Limpar a tampa de borracha com algodão seco;

Serrar o gargalo da ampola que contém o diluente;

Envolver a ampola do diluente em gaze ou algodão seco e quebrá-

la;

Colocar a ampola quebrada entre os dedos indicador e médio;

Aspirar o diluente da ampola e injetá-lo no frasco-ampola contendo

o liófilo (pó) (figura II-31);

Notas:

Ao usar seringa com agulha acoplada o procedimento de montagem é desnecessário.

Em qualquer situação assegurar o ajuste do êmbolo com o bico da seringa para garantir segurança no momento da administração.

Notas:

Ao usar seringa com agulha acoplada o procedimento de montagem é desnecessário.

Em qualquer situação assegurar o ajuste do êmbolo com o bico da seringa para garantir segurança no momento da administração.

Page 186: Manual de..procedimentos vacinas

 

Fazer um movimento rotativo com o frasco, sem produzir espuma,

para tornar o conteúdo homogêneo (figura II-33);

Figura II-31 - Reconstituição de soluções apresentadas sob a forma

liofilizada

Aspirar a quantidade de líquido correspondente à dose a ser

administrada;

Colocar a seringa em posição vertical, ao nível dos olhos e expulsar

o ar.

6.4. Procedimentos básicos segundo as vias de administração dos imunobiológicos

6.4.1. Via oral

A via oral é utilizada para a administração de substâncias que são

absorvidas no trato gastrintestinal com mais facilidade, apresentados,

Fonte: MPV/MS, 2001

Notas:

Ao usar seringa com agulha acoplada o procedimento de montagem é desnecessário.

Em qualquer situação assegurar o ajuste do êmbolo com o bico da seringa para garantir segurança no momento da administração.

A solução deve ser administrada imediatamente após o preparo, não sendo indicado o procedimento de deixar a agulha protegida com a ampola ou com tubo estéril.

178

Page 187: Manual de..procedimentos vacinas

 

179  

geralmente, em gotas, drágeas, cápsulas e comprimidos. O volume e a dose

dessas substâncias são introduzidos pela boca.

As vacinas administradas por essa via são: a vacina poliomielite 1, 2, 3

(atenuada) e a vacina rotavírus G1P1[8] (atenuada) (Figura II-34 a e b).

Figura II-32 – Administração por via oral: vacina poliomielite 1, 2, 3 (atenuada) (a) e vacina rotavírus G1P1[8] (atenuada) (b)

6.4.2. Via intradérmica (ID)

Na utilização da via intradérmica a solução é introduzida na camada

superficial da pele, chamada derme. É uma via para injeção de substâncias

cuja absorção precisa ser muito lenta, sendo utilizada:

para a administração da vacina BCG (figura II-33 a); e

para a realização de prova de hipersensibilidade, como o PPD

(figura II-33 b).

O local mais utilizado para injeções intradérmicas é a face anterior do

antebraço e o volume máximo indicado a ser aplicado é de 0,5 ml. No caso da

vacina BCG o volume a ser administrado corresponde a 0,1 ml.

Figura II-32 (b)

(figura da administração da vacina

rotavírus G1P1[8] (atenuada)

Figura II-32 (a)

Page 188: Manual de..procedimentos vacinas

178

 

Figura II-33 – Administração pela via intradérmica: vacina BCG (a) e realização da prova de hipersensibilidade (b)

a) Materiais indicados

Algodão.

Álcool a 70%.

Bandeja de inox.

Seringa e agulha;

b) Procedimentos para administração

Lavar as mãos com água e sabão, conforme orientado nesta Parte

do Manual, neste tópico 6, item 6.1;

Escolher o local para a administração da solução;

Fazer a limpeza da pele, caso necessária;

Fonte: MPV/MS, 2001

Nota: Ao escolher o local da administração evitar cicatrizes e manchas,

tatuagens e lesões.

Notas:

A seringa mais apropriada para a injeção intradérmica é a de 1,0 ml, que possui escalas de frações em mililitros (0,1 ml).

A agulha deve ser pequena (entre 10 mm e 13 mm de comprimento), fina (3,8 dec/mm; 4,0 dec/mm e 4,5 dec/mm de calibre) e com bisel curto.

180

Page 189: Manual de..procedimentos vacinas

181  

Colocar a pessoa em posição confortável e segura evitando

acidentes durante o procedimento;

Segurar firmemente com a mão o local, distendendo a pele com o

polegar e o indicador;

Segurar a seringa com o bisel da agulha para cima, coincidindo

com o lado da graduação da seringa;

Introduzir a agulha, paralelamente à pele, até que o bisel

desapareça;

Injetar a solução lentamente, pressionando a extremidade do

êmbolo com o polegar, até introduzir toda a solução;

Retirar o polegar da extremidade do êmbolo e a agulha da pele;

Desprezar o material na caixa coletora de perfurocortante,

conforme orientado nesta Parte do Manual, no tópico 4, item 4.2;

Notas:

Quando necessário, a limpeza da pele deve ser feita com água e sabão.

O álcool comum não deve ser utilizado pela sua baixa volatilidade (demora a secar) e pelo baixo poder antissético.

Na injeção intradérmica, especialmente, o uso do álcool não é indicado para evitar uma possível interação com o líquido injetável, em face da presença dos poros e pelo fato de o líquido ser depositado muito próximo da epiderme.

Em situações excepcionais, quando não houver água e sabão (vacinação na zona rural e em ambiente hospitalar), utilizar o álcool a 70%.

Quando for utilizado o álcool a 70% manter a fricção da pele por 30 segundos e, em seguida, esperar mais 30 segundos para a secagem e, só então, administrar o imunobiológico.

Nota: Não fazer compressão no local da administração da solução.

Nota: Quando criança solicitar ajuda do acompanhante na contenção de

movimentos bruscos.

Page 190: Manual de..procedimentos vacinas

182 

Lavar as mãos com água e sabão, conforme orientado nesta

Parte do Manual, neste tópico 6, item 6.1.

6.4.3. Via subcutânea (SC)

Na utilização da via subcutânea a solução é introduzida na hipoderme,

ou seja, na camada subcutânea da pele (figura II-34), sendo apropriada para a

administração de soluções não irritantes que necessitam ser absorvidas

lentamente, assegurando uma ação contínua. O volume máximo de 1,5 ml.

As vacinas incluídas nos calendários de vacinação do PNI

administradas por essa via são: a vacina sarampo, caxumba e rubéola; a

vacina sarampo e rubéola; a vacina febre amarela (atenuada) e a vacina

varicela (atenuada), administrada no CRIE.

Figura II-34 – Administração de injeção pela via subcutânea

Alguns locais são mais utilizados para a vacinação por meio de

injeções subcutâneas (figura II-35):

a região do deltóide no terço proximal;

a face superior externa do braço;

a face anterior e externa da coxa; e

a face anterior do antebraço.

Page 191: Manual de..procedimentos vacinas

183  

Figura II-35 – Locais utilizados para administração pela via subcutânea

a) Materiais indicados

Algodão.

Álcool a 70%.

Bandeja de inox.

Seringa e agulha;

b) Procedimentos para administração

Lavar as mãos com água e sabão, conforme orientado nesta Parte

do Manual, neste tópico 6, item 6.1;

Escolher o local para a administração da solução;

Fonte: www.biovisuals.com

Notas:

Outros locais também são utilizados para injeções subcutâneas: a parte superior e posterior do braço; o abdome, guardado a distância de 3 cm do umbigo; a região escapular; porções das nádegas.

Notas:

As seringas mais apropriadas para a injeção subcutânea são as de 1, 0 ml; 2,0 ml; 2, 5 ml ou 3,0 ml.

A agulha deve ser pequena (entre 13 mm e 20 mm de comprimento), fina (entre 4 dec/mm e 6 dec/mm de calibre) e com bisel curto.

Page 192: Manual de..procedimentos vacinas

184  

Fazer a limpeza da pele, caso necessária;

Colocar a pessoa em posição confortável e segura, evitando

acidentes durante o procedimento;

Pinçar o tecido do local da administração com o dedo indicador e o

polegar, mantendo a região firme;

Introduzir a agulha com bisel para cima, com rapidez e firmeza,

formando um ângulo de 90º.

Aspirar, observando se a agulha atingiu algum vaso sangüíneo;

Injetar o líquido lentamente;

Retirar a seringa com a agulha, em movimento único e firme;

Fazer leve compressão no local com algodão seco;

Desprezar o material na caixa coletora de material

perfurocortante;

Notas:

Quando necessário, a limpeza da pele deve ser feita com água e sabão.

O álcool comum não deve ser utilizado por sua baixa volatilidade (demora a secar) e pelo baixo poder antissético.

Em situações excepcionais, quando não houver água e sabão (vacinação na zona rural e em ambiente hospitalar), utilizar o álcool a 70%.

Quando for utilizado o álcool a 70% manter a fricção da pele por 30 segundos e, em seguida, esperar mais 30 segundos para a secagem e, só então, administrar o imunobiológico.

Nota:

Caso algum vaso seja atingido, retirar a agulha do local, desprezar todo material e reiniciar o procedimento com o preparo de nova solução.

Notas:

O uso da agulha adequada, ou seja, até 4,5 dec/mm, torna o procedimento menos doloroso e permite a introdução em ângulo de 90º.

Ao usar agulha mais longa adotar ângulos entre 45º e 60º.

Page 193: Manual de..procedimentos vacinas

185  

Lavar as mãos com água e sabão, conforme orientado nesta

Parte do Manual, neste tópico 6, item 6.1.

6.4.4. Via intramuscular (IM)

Na utilização da via intramuscular a solução é introduzida dentro do

tecido muscular, sendo uma via apropriada para a administração de soluções

irritantes (aquosas ou oleosas), em volumes superiores a 1,5 ml (até 5 ml, no

máximo).

A escolha da injeção intramuscular também é feita quando há

necessidade do produto ser absorvido rapidamente ou quando é preciso obter

efeitos mais imediatos.

São vacinas administradas por via intramuscular: vacina adsorvida

difteria, tétano, pertussis e Haemophilus influenzae b (conjugada); vacina

adsorvida difteria, tétano, pertussis; vacina adsorvida difteria e tétano adulto;

vacina adsorvida difteria e tétano infantil; vacina adsorvida difteria, tétano e

pertussis (acelular); vacina hepatite B (recombinante); vacina raiva (inativada);

vacina Haemophilus influenzae b (conjugada); vacina pneumocócica 10 valente

(conjugada); vacina pneumocócica 23 valente (conjugada); vacina adsorvida

hepatite A (inativada); vacina poliomielite 1, 2 e 3 (inativada).

Os locais selecionados para a injeção intramuscular devem estar

distantes dos grandes nervos e de vasos sangüíneos, sendo a região muscular

mais utilizada:

o músculo vasto lateral da coxa, no terço médio da coxa, medido

entre o joelho e o trocanter maior;

o músculo dorso glúteo ou o músculo grande glúteo, no quadrante

superior externo;

o músculo deltóide; e

o músculo ventroglúteo.

a) Materiais indicados

Algodão.

Álcool a 70%.

Page 194: Manual de..procedimentos vacinas

186  

Bandeja de inox.

Seringa e agulha;

b) Procedimentos gerais para administração

Lavar as mãos com água e sabão, conforme orientado nesta Parte

do Manual, neste tópico 6, item 6.1;

Escolher o local para a administração da solução;

Fazer a limpeza da pele, caso necessária;

Colocar a pessoa em posição confortável e segura, evitando

acidentes durante o procedimento;

Firmar o músculo, utilizando o dedo indicador e o polegar (figura II-

36);

Notas:

Quando necessário, a limpeza da pele deve ser feita com água e sabão;

O álcool comum não deve ser utilizado por sua baixa volatilidade (demora a secar) e pelo baixo poder antisséptico.

Em situações excepcionais, quando não houver água e sabão (vacinação na zona rural e em ambiente hospitalar), utilizar o álcool a 70%.

Quando for utilizado o álcool a 70% manter a fricção da pele por 30 segundos e, em seguida, esperar mais 30 segundos para a secagem e, só então, administrar o imunobiológico.

Notas:

O tamanho da seringa para a injeção intramuscular varia conforme o volume a ser injetado, podendo ser de 1,0 ml, 3,0 ml, 5,0 ml e 10 ml.

O comprimento e o calibre da agulha também variam de acordo com a massa muscular e a solubilidade do líquido a ser injetado, podendo ser entre 20 mm e 40 mm de comprimento e entre 5,5 dec/mm e 9 dec/mm de calibre.

O bisel da agulha deve ser longo para facilitar a introdução e alcançar o músculo

Page 195: Manual de..procedimentos vacinas

187  

Figura II-36 – Firmando o músculo para administração de injeção intramuscular

Introduzir a agulha formando um ângulo reto (90º) (Figura II-37);

Figura II-37 – Introdução da agulha no músculo formando um ângulo de 90º

Aspirar observando se atingiu algum vaso sangüíneo;

Fonte: MPV/MS, 2001

Fonte: MPV/MS, 2001

Nota:

Em crianças com pouca massa muscular utilizar angulação de 60º, em sentido podálico.

Nota:

Caso algum vaso seja atingido, retirar a agulha do local, desprezar todo material e reiniciar o procedimento com o preparo de nova solução.

Page 196: Manual de..procedimentos vacinas

188  

Injetar o líquido lentamente;

Retirar a seringa com a agulha, em movimento único e firme;

Fazer leve compressão no local com algodão seco;

Desprezar o material na caixa coletora de material perfurocortante;

Lavar as mãos com água e sabão, conforme orientado nesta Parte

do Manual, neste tópico 6, item 6.1.

6.4.4.1. Procedimentos específicos para administração no vastolateral da coxa

Colocar a pessoa em decúbito dorsal ou decúbito lateral ou

sentada, mantendo-a em posição confortável e segura, evitando

acidentes durante o procedimento;

Localizar o terço médio da face externa da coxa;

Introduzir a agulha formando um ângulo reto (90º), conforme

procedimentos gerais (letra b) (figura II-38);

Figura II-38 Administração da injeção intramuscular

Fonte: MPV/MS, 2001

Notas:

Quando criança colocá-la no colo da mãe ou responsável com a perna fletida (dobrada).

Quando a criança estiver amamentando orientar a mãe para dar-lhe o bico do seio durante a vacinação, para maior relaxamento da criança e redução da agitação.

Page 197: Manual de..procedimentos vacinas

189  

6.4.4.2. Procedimentos específicos para administração no deltóide

Colocar a pessoa na posição sentada ou em decúbito lateral, para

maior conforto, mantendo-a em posição confortável e segura,

evitando acidentes durante o procedimento;

Localizar o músculo deltóide e traçar um triângulo imaginário com a

base voltada para cima (figura II-39);

Figura II-39 – Localização do músculo deltóide

Introduzir a agulha no centro do triângulo imaginário, formando

um ângulo reto (90º), conforme procedimentos gerais (letra b)

(figura II-40).

Vaccine Administration. www.cdc.gov/vaccines/ed/vpd2007/downloads/slides/admin‐images.ppt 

Notas:

Quando criança colocá-la no colo da mãe ou responsável com o braço fletido (dobrado).

Quando a criança estiver amamentando orientar a mãe para dar-lhe o bico do seio durante a vacinação, para maior relaxamento da criança e redução da agitação.

Page 198: Manual de..procedimentos vacinas

190 

Figura II-40 – Administração de injeção intramuscular no músculo deltóide

6.4.4.3. Procedimentos específicos para administração de soluções no dorso glúteo ou músculo grande glúteo

Colocar a pessoa em decúbito ventral ou em decúbito lateral, com

os pés voltados para dentro, para um bom relaxamento (figura II-

41), mantendo-a em posição confortável e segura, evitando

acidentes durante o procedimento;

Figura II-41 – Posicionamento da pessoa para injeção intramuscular no glúteo

Fonte: MPV/MS, 2001

POSIÇÃO VENTRAL 

Page 199: Manual de..procedimentos vacinas

1  

Localizar o músculo grande glúteo e traçar uma cruz imaginária

(figura II-42);

Figura II-42 – Localização da injeção no músculo grande glúteo

Administrar a injeção intramuscular no quadrante superior externo

da cruz imaginária, formando um ângulo reto (90º), conforme

procedimentos gerais (letra b) (Figura II-42).

6.4.5. Via endovenosa (EV)

Na utilização da via endovenosa a solução é introduzida diretamente

na corrente sangüínea, sendo apropriada para a administração de soluções

que necessitam ser absorvidas mais rapidamente, assegurando uma ação

imediata.

É uma via que permite a administração de grandes volumes de

líquidos e, também, de soluções que, por serem irritantes ou por sofrerem a

Fonte: MPV/MS, 2001

Notas:

Quando criança colocá-la no colo da mãe ou responsável com o glúteo voltado para cima, fazendo leve contenção das pernas.

Quando a criança estiver amamentando orientar a mãe para dar-lhe o bico do seio durante a vacinação, para maior relaxamento da criança e redução da agitação.

91

Page 200: Manual de..procedimentos vacinas

190

 

ação dos sucos digestivos, são contra-indicadas pelas demais vias parenterais

e pela via oral, respectivamente.

Os locais mais utilizados para a administração de injeções

endovenosas são as veias das extremidades ou periféricas.

A escolha da veia é feita observando os seguintes aspectos:

acessibilidade;

mobilidade reduzida;

localização sobre base mais ou menos dura; e

ausência de nervos importantes.

Algumas veias, por sua localização, prestam-se mais a esse tipo de

injeção, selecionando-se, em geral, as veias superficiais, na dobra interna do

braço (fossa antecubital), as veias do dorso da mão e do antebraço (figura II-

43), e eventualmente, as da perna e as veias do pé.

Figura II-43 – Localização de veias no antebraço e na mão para a injeção endovenosa

a) Materiais indicados

Algodão.

Álcool a 70%.

Bandeja de inox.

Braçadeira.

Cateter para punção (scalp ou jelco).

Garrote (tira elástica).

Fonte: http://www.samu192.com.br/aulas2/06_01_puncao_venosa.pps

192

Page 201: Manual de..procedimentos vacinas

193  

Luvas de procedimento.

Seringa e agulha;

b) Procedimentos para administração

Lavar as mãos com água e sabão, conforme orientado nesta Parte

do Manual, neste tópico 6, item 6.1;

Escolher o local da administração;

Fazer a limpeza da pele, caso necessária;

Colocar a pessoa em posição confortável e segura, evitando

acidentes durante o procedimento;

Passar a tira elástica (garrote) acima do local escolhido, a fim de

produzir uma estase venosa (figura II-44);

Notas:

Quando necessário, a limpeza da pele deve ser feita com água e sabão.

O álcool comum não deve ser utilizado por sua baixa volatilidade (demora a secar) e pelo baixo poder antissético.

Em situações excepcionais, quando não houver água e sabão (atividades na zona rural e em ambiente hospitalar), utilizar o álcool a 70%.

Quando for utilizado o álcool a 70% manter a fricção da pele por 30 segundos e, em seguida, esperar mais 30 segundos para a secagem e, só então, administrar o imunobiológico.

Notas:

A pessoa deve estar sempre deitada ou sentada e jamais de pé.

Quando o local da administração for o membro superior ou inferior estendê-los.

Notas:

As seringas mais apropriadas para a injeção endovenosa são as de 5 ml, 10 ml e 20 ml.

As agulhas devem ser longas (entre 25 mm a 30 mm de comprimento), finas (entre 7 dec/mm e 8 dec/mm) e com bisel longo.

Page 202: Manual de..procedimentos vacinas

194  

Figura II-44 – Colocação do garrote para a injeção endovenosa

Palpar a veia onde será administrada a solução, utilizando o dedo

indicador e o dedo médio (figura II-45);

Calçar luvas se necessário;

Figura II-45 – Palpação da veia para a injeção endovenosa

Fonte: MPV/MS, 2001

Nota:

Quando for o caso, orientar a pessoa a abrir e fechar a mão várias vezes, mantendo-a fechada, até que seja solicitada a abertura da mesma.

Fonte: MPV/MS, 2001

Page 203: Manual de..procedimentos vacinas

195  

Esticar a pele, mantendo a veia fixa com o polegar e o indicador

de uma das mãos (figura II-46);

Figura II-46– Preparação do local para a injeção endovenosa

Manter a agulha com o bisel para cima, aproximadamente 1 cm

abaixo do local onde a veia será alcançada, segurando a seringa

paralela à veia;

Introduzir a agulha na veia de forma delicada e firme (figura II-47);

Figura II-47 – Introdução do líquido na injeção endovenosa

Fonte: MPV/MS, 2001

Fonte: MPV/MS, 2001

Page 204: Manual de..procedimentos vacinas

196  

Aspirar e verificar o fluxo venoso;

Retirar o garrote;

Injetar o líquido lentamente (figura II-48);

Figura II-48 – Introdução do líquido na injeção endovenosa e retirada do garrote

Retirar a seringa com a agulha, com movimento único e firme;

Fazer leve compressão no local com algodão seco;

Desprezar o material na caixa coletora de material perfurocortante;

Lavar as mãos com água e sabão, conforme orientado nesta Parte do

Manual, neste tópico 6, item 6.1.

Fonte: MPV/MS, 2001

Page 205: Manual de..procedimentos vacinas

197  

7. Registro das atividades e arquivos da sala de vacinação

O conjunto de ações que envolve a administração dos imunibiológicos

é controlado e avaliado nas diversas instâncias (local, municipal, estadual e

federal) com o objetivo principal de acompanhar e analisar o trabalho

desenvolvido, bem como seus resultados e impactos.

Um dos mecanismos utilizados para subsidiar esse controle e

avaliação é o registro das atividades, a consolidação dos dados coletados e o

encaminhamento para outras esferas de gestão, mediante alimentação de

sistemas de informação.

O registro das atividades de vacinação é feito em impressos

específicos, padronizados pela instância nacional ou estadual, podendo-se

adotar outros impressos na instância municipal ou local de acordo com a

necessidade.

7.1. Registro individual da vacina administrada O Ministério da Saúde disponibiliza impressos destinados a grupos

específicos a exemplo do Cartão da Criança (menino e menina), do Cartão do

Adolescente e da Caderneta de Saúde do Idoso, nos quais há sempre um

espaço para o registro individual da vacina recebida. O importante é que

nenhuma vacina seja administrada sem que haja o registro em documento

pessoal.

Esses impressos padronizados nacionalmente devem estar disponíveis

na Unidade de Saúde e caso não exista um padrão nacional é necessário que

a coordenação de imunizações do estado ou do município adote essa

providência. Nas situações de campanhas de vacinação também deve ser

previsto um impresso para registro.

O registro da vacina administrada, como já referido nesta Parte do

Manual, no tópico 3, item 3.3.3, é feito em documento pessoal (cartão ou

caderneta) e em impresso da Unidade de Saúde ou, quando for o caso, em

sistema informatizado, diretamente no computador.

Page 206: Manual de..procedimentos vacinas

198  

Os procedimentos necessários ao registro da vacina administrada são

os seguintes:

Fazer o registro dos dados pessoais e residenciais da pessoa a ser

vacinada;

Anotar a data (dia, mês e ano) e o lote da vacina administrada, com

caneta, no espaço reservado do documento de registro individual;

Figura II-49 - Registro do imunobiológico administrado

Assinar e carimbar no espaço indicado (Figura II-50);

Notas:

Os dados pessoais de identificação devem ser obtidos a partir da Certidão de Nascimento ou de outro documento de identidade da pessoa.

O nome, a data do nascimento e o nome dos pais devem ser anotados com caneta.

No caso da obtenção de dados por meio de informação verbal, solicitar que um documento de identidade seja trazido no próximo retorno.

Na ausência da Certidão ou outros documento de identidade, anotar os dados a lápis e aguardar a apresentação do documento para confirmação e registro definitivo com caneta.

O endereço é anotado a lápis para permitir mudanças posteriores.

Esses dados são transferidos para o arquivo permanente da Unidade de Saúde.

Fonte: MPV, SVS/MS, 2001

Page 207: Manual de..procedimentos vacinas

199  

Anotar todas as informações no cartão controle ou espelho;

Anotar, a lápis, no espaço correspondente, a data (dia, mês e ano)

do aprazamento, orientando o usuário ou responsável quanto ao

retorno.

7.2. Registro das atividades diárias Além do registro individual, a vacina administrada é registrada no

boletim diário. Esse boletim deve conter espaços para o registro de outras

informações, a exemplo do quantitativo de doses de vacinas que foram

desprezadas em razão do vencimento do prazo de uso de produtos após

abertura de frascos multidoses. Ao final de cada mês, é feito o consolidado da

produção diária em termos de doses de vacina administrada e da população

vacinada, bem como de outras informações anotadas.

O enfermeiro da Unidade de Saúde deve fazer o monitoramento

constante dos registros efetuados pela equipe de vacinação, com o objetivo de

garantir o registro correto tanto o individual, no comprovante de vacinação,

Nota:

O aprazamento é a data do retorno do usuário para receber a dose subseqüente da vacina (esquema de mais de uma dose) ou outra vacina ou dose de reforço, conforme preconizado.

Notas:

Para o controle por parte da equipe de vacinação a Unidade de Saúde deve manter registro permanente da vacina administrada, utilizando cartão espelho ou cartão controle ou outro mecanismo.

O registro permanente deve conter os mesmos dados, ou seja, data, dose administrada, lote e validade da vacina administrada, assinatura e carimbo do vacinador.

Nota:

A assinatura deve ser legível de modo a permitir a identificação do vacinador. Não rubricar.

Page 208: Manual de..procedimentos vacinas

 

como o que é feito no boletim de produção. Periodicamente deve ser feita a

crítica do dado registrado para fazer orientações e corrigir eventuais erros.

A Coordenação do PNI no Ministério da Saúde está definindo junto ao

Departamento de Informática do SUS (DATASUS) as condições para o registro

nominal da vacina administrada, ou seja, com anotação dos dados pessoais do

vacinado (nome, nome dos pais, data do nascimento, endereço, dentre outros).

7.3. Arquivos da sala de vacinação

É importante manter arquivos da atividade vacinação na Unidade de

Saúde para a guarda organizada das informações contidas nos impressos

utilizados para o registro das atividades, com o objetivo de:

centralizar todos os dados registrados;

proporcionar um registro dos esquemas de vacinação completados;

expedir uma segunda via do comprovante de vacinação,

fornecendo dados e informações sobre a situação vacinal de

pessoas que perderam ou extraviaram o comprovante de

vacinação;

possibilitar um registro das pessoas que iniciaram o esquema e não

completaram por motivo de mudança para outra localidade, por

óbito ou por ter recebido as demais doses em outro serviço;

monitorar o comparecimento da população a vacinar no território de

referência da Unidade;

Nota:

A equipe da Unidade de Saúde deverá ser orientada sobre as mudanças que estão sendo procedidas pela Coordenação do PNI no Ministério da Saúde tendo em vista o registro nominal da vacina administrada.

Com o registro nominal serão anotados os dados pessoais do vacinado (nome, nome dos pais, data do nascimento, endereço, dentre outros) no impresso ou no sistema informatizado que vão substituir o atual Boletim Diário de Doses Aplicadas (BDDA).

Também com o registro nominal não será mais necessária a organização de arquivo permanente com cartão controle ou espelho, pois o monitoramento poderá ser feito a partir do registro nominal.

200

Page 209: Manual de..procedimentos vacinas

 

monitorar o comparecimento de usuários de outros territórios;

identificar e possibilitar a convocação dos faltosos à vacinação;

disponibilizar informações para o monitoramento e avaliação das

atividades;

subsidiar estudos e pesquisas sobre a atividade de vacinação.

Compõem o arquivo da sala de vacinação, dentre outros documentos:

os cartões controle ou cartão espelho ou fichas de registro;

os formulários com informações sobre os imunobiológicos

estocados, recebidos, distribuídos, remanejados ou devolvidos;

os formulários com o registro diário da temperatura;

os impressos com o registro diário da vacinação e com a

consolidação mensal dos dados.

As pastas do arquivo devem ser guardadas em local apropriado,

adequado e de fácil acesso à equipe de saúde.

O cartão controle ou cartão espelho ou ficha de registro é um impresso

de uso interno da unidade e nele são registradas informações sobre a vacina

recebida pela pessoa, do mesmo modo como foi feito o registro no

comprovante individual.

Também no cartão controle é registrado pontos de referência para

facilitar a localização do domicílio no caso da busca de faltosos, principalmente

em áreas não urbanizadas como favelas, invasões, periferias e na área rural.

Quando os recursos da informática não estiverem disponíveis, o

arquivamento dos cartões controle poderá ser feito utilizando fichário

específico, com identificação do conteúdo (por exemplo, clientes com

agendamento) e indicação sobre o critério de organização dos cartões (por

exemplo, cartões organizados por data de agendamento da próxima vacina ou

cartões organizados por ordem alfabética).

Nota:

Quando a Unidade de Saúde não dispuser de fichário o arquivamento poderá ser improvisado em caixas de madeira ou de papelão ou em gavetas de móveis.

201

Page 210: Manual de..procedimentos vacinas

202 

Os cartões com agendamento são organizados em um arquivo e os

cartões sem agendamento em outro. Os cartões sem agendamento são

arquivados por ordem alfabética, servindo, posteriormente, para a organização

do arquivo permanente.

Os cartões com agendamento podem ser organizados por segmentos

da população ou por faixa de idade. O número de espaços (gavetas) para cada

parte varia de acordo com as características da demanda da Unidade de

Saúde. No arquivamento por grupos de idade, os cartões são colocados no

espaço correspondente ao grupo etário que a pessoa terá na data agendada,

segundo o mês do retorno, respeitando-se dentro do mês a data do

agendamento, o que permite a identificação dos faltosos em cada dia.

No fundo do arquivo, após o último mês, deve haver um espaço

destinado aos cartões dos faltosos convocados. Esses cartões são

organizados por ordem alfabética.

Diariamente os cartões com agendamento são retirados do arquivo e

encaminhados para a sala de vacinação. No final do dia de trabalho, o

responsável pela vacinação verifica os faltosos, deixando seus cartões de

reserva.

Esses cartões ficam aguardando uma semana à espera dessas

pessoas. Caso não apareçam, os cartões são entregues ao responsável pela

busca de faltosos.

A busca de faltosos é feita semanalmente, ou quinzenalmente, de

acordo com as possibilidades da equipe de saúde. Para fazer a busca deve-se

adotar, entre outros, os seguintes mecanismos ou estratégias:

Ir à casa do faltoso (visita domiciliar);

Enviar carta ou aerograma;

Nota:

O arquivo pode ser organizado, também, em gavetas correspondentes aos meses do ano. Em cada gaveta, os cartões são arquivados de acordo com o dia do agendamento e em ordem alfabética.

Page 211: Manual de..procedimentos vacinas

203 

Fazer chamamentos por meio de alto-falantes volantes ou fixos (em

feiras, por exemplo), em programas de rádio, nas igrejas, escolas,

ou por meio dos grupos e organizações da comunidade;

Colocar listagens de faltosos na porta do serviço de saúde ou em

locais de movimento na comunidade.

Nota:

As pessoas agendadas para o tratamento profilático da raiva que faltam na data aprazada são buscadas diariamente.

Page 212: Manual de..procedimentos vacinas

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Page 217: Manual de..procedimentos vacinas

Parte III

Procedimentos para administração de vacinas

Page 218: Manual de..procedimentos vacinas
Page 219: Manual de..procedimentos vacinas

Sumário 1. Introdução..................................................................................................... 217

2. Contraindicações, situações especiais, adiamento, vacinação simultânez e falsas contraindicações .......................................................... 223

2.1. Contraindicações comuns a todo e qualquer produto ........................ 223

2.2. Situações especiais ............................................................................ 224

2.3. Adiamento da vacinação............................................... ...................... 226

2.4. Vacinação simultânea.......................................................................... 227

2.5. Falsas contraindicações....................................................................... 227

3. Vacina BCG.................................................................................................. 230

3.1. Indicação.............................................................................................. 230

3.2. Contraindicação................................................................................... 230

3.3. Composição......................................................................................... 231

3.4. Apresentação....................................................................................... 231

3.5. Conservação........................................................................................ 231

3.6. Dose e volume..................................................................................... 232

3.7. Via de administração............................................................... ............ 233

3.8. Administração................................................................ ...................... 233

3.8.1. Procedimentos básicos no preparo da vacina............................. 236

3.8.2. Procedimentos básicos na administração da vacina................... 238

3.8.3. Procedimentos básicos após administração da vacina............... 241

4. Vacina hepatite B (recombinante) ............................................................... 241

4.1. Indicação............................................................................................. 244

4.2. Contraindicação................................................................................... 244

4.3. Composição........................................................................................ 244

4.4. Apresentação...................................................................................... 244

4.5. Conservação....................................................................................... 245

4.6. Dose e volume.................................................................................... 246

4.7. Via de administração.......................................................................... 246

4.8. Administração..................................................................................... 246

4.8.1. Procedimentos básicos no preparo da vacina ........................... 248

4.8.2. Procedimentos básicos na administração da vacina.................. 242

4.8.3. Procedimentos básicos após administração da vacina.............. 249

5. Vacina poliomielite 1, 2, 3 (atenuada) ........................................................ 251

5.1. Indicação........................................................................ .................... 251

5.2. Contraindicação.................................................................................. 252

5.3. Composição........................................................................................ 253

5.4. Apresentação...................................................................................... 2

.........................

53

Page 220: Manual de..procedimentos vacinas

5.5. Conservação........................................................................................ 254

5.6. Dose e volume..................................................................................... 254

5.7. Via de administração............................................................................ 254

5.8. Administração...................................................................................... 254

5.8.1. Procedimentos básicos no preparo da vacina............................. 254

5.8.2. Procedimentos básicos na administração da vacina................... 255

5.8.3. Procedimentos básicos após administração da vacina............... 257

6. Vacina adsorvida difteria, tétano, pertussis e Haemophilus influenzae b (conjugada) ................................................................................................. 259

6.1. Indicação.............................................................................................. 259

6.2. Contraindicação................................................................................... 259

6.3. Composição......................................................................................... 260

6.4. Apresentação....................................................................................... 261

6.5. Conservação........................................................................................ 261

6.6. Dose e volume..................................................................................... 261

6.7. Via de administração............................................................................ 262

6.8. Administração....................................................................................... 263

6.8.1. Procedimentos básicos no preparo da vacina............................. 263

6.8.2. Procedimentos básicos na administração da vacina................... 265

6.8.3. Procedimentos básicos após administração da vacina............... 266

7. Vacina adsorvida difteria, tétano e pertussis................................................ 268

7.1. Indicação.............................................................................................. 268

7.2. Contraindicação................................................................................... 268

7.3. Composição......................................................................................... 269

7.4. Apresentação....................................................................................... 269

7.5. Conservação........................................................................................ 269

7.6. Dose e volume..................................................................................... 269

7.7. Via de administração........................................................................... 272

7.8. Administração..................................................................................... 272

7.8.1. Procedimentos básicos no preparo da vacina............................ 272

7.8.2. Procedimentos básicos na administração da vacina.................. 274

7.8.3. Procedimentos básicos após administração da vacina.............. 275 8. Vacina adsorvida difteria e tétano adulto..................................................... 277

8.1. Indicação.................................................................................. ........... 277

8.2. Contraindicação.......................................................................

8.3. Composição..................................................................

8.4. Apresentação................................................................

8.5. Conservação...........................................................................

8.6. Dose e volume........................................................................ ........... 278

............ 277

....................... 277

....................... 278

............. 278

..

Page 221: Manual de..procedimentos vacinas

8.7. Via de administração........................................................................... 280

8.8. Administração..................................................................................... 281

8.8.1. Procedimentos básicos no preparo da vacina............................. 281

8.8.2. Procedimentos básicos na administração da vacina................... 282

8.8.3. Procedimentos básicos após administração da vacina ............. 2839. Vacina rotavírus humano G1P1[8] (atenuada) ............................................ 285

9.1. Indicação.............................................................................................. 285

9.2. Contraindicação................................................................................... 285

9.3. Composição ........................................................................................ 286

9.4. Apresentação ...................................................................................... 286

9.5. Conservação ...........................................................................

9.6. Dose e volume ........................................................................

9.7. Via de administração ............................................................. ............. 288

9.8. Administração ........................................ ............ 288

9.8.1. Procedimentos básicos no preparo da vacina............................. 288

9.8.2. Procedimentos básicos na administração da vacina................... 289

9.8.3. Procedimentos básicos após administração da vacina............... 29010. Vacina sarampo, caxumba, rubéola........................................................... 292

10.1. Indicação......................................................................................... 292

10.2. Contraindicação................................................................................. 292

10.3. Composição....................................................................................... 294

10.4. Apresentação..................................................................................... 294

10.5. Conservação...................................................................................... 294

10.6. Dose e volume................................................................................... 294

10.7. Via de administração............................................................. ............ 295

10.8. Administração.................................................................................... 295

10.8.1. Procedimentos básicos no preparo da vacina........................... 295

10.8.2. Procedimentos básicos na administração da vacina................. 298

10.8.3. Procedimentos básicos após administração da vacina............. 298

11. Vacina febre amarela (atenuada) ...................................... 300

11.1. Indicação ........................................................................................... 300

11.2. Contraindicação ..................................................... 301

11.3. Composição ...................................................................................... 301

11.4. Apresentação .................................................................................... 301

11.5. Conservação ..................................................................................... 302

11.6. Dose e volume .................................................................................. 302

11.7. Via de administração ............................................................ ............ 302

11.8. Administração ..................................................... 303

11.8.1. Procedimentos básicos no preparo da vacina ..........................

............ 286

............ 287

.............................

...........................

........................

................................

303

Page 222: Manual de..procedimentos vacinas

11.8.2. Procedimentos básicos na administração da vacina ................ 304

11.8.3. Procedimentos básicos após administração da vacina ............ 305

12. Vacina raiva (inativada) ............................................................................. 307

12.1. Indicação ........................................................................................... 307

12.2. Contraindicação ..................................................... 307

12.3. Composição ...................................................................................... 308

12.4. Apresentação .................................................................................... 308

12.5. Conservação ..................................................................................... 308

12.6. Dose e volume .................................................................................. 308

12.6.1. Tratamento profilático antirrábico humano na pré-exposição ........ 309

12.6.2. Tratamento profilático antirrábico humano na pós-exposição ....... 310

12.6.3. Tratamento profilático antirrábico humano na reexposição ........... 310

12.7. Via de administração ......................................................................... 310

12.8. Administração .................................................................................... 313

12.8.1. Procedimentos básicos no preparo da vacina .......................... 313

12.8.2. Procedimentos básicos na administração da vacina ................ 313

12.8.3. Procedimentos básicos após administração da vacina ............ 314

13. Vacina influenza (fragmentada) ................................................................. 316

13.1. Indicação ........................................................................................... 316

13.2. Contraindicação ..................................................... 316

13.3. Composição ...................................................................................... 317

13.4. Apresentação .................................................................................... 317

13.5. Conservação ..................................................................................... 317

13.6. Dose e volume .................................................................................. 317

13.7. Via de administração ............................................................. ........... 318

13.8. Administração .......................................... ........... 318

13.8.1. Procedimentos básicos no preparo da vacina ......................... 318

13.8.2. Procedimentos básicos na administração da vacina ............... 320

13.8.3. Procedimentos básicos após administração da vacina ........... 321

14. Vacina pneumocócica – 10 valente (conjugada) ....................................... 322

14.1. Indicação .......................................................................................... 322

14.2. Contraindicação ............................................................................... 322

14.3. Composição ..................................................................................... 322

14.4. Apresentação ................................................................................... 323

14.5. Conservação .................................................................................... 323

14.6. Dose e volume ................................................................................. 323

14.7. Via de administração ....................................................................... 323

14.8. Administração ................................................................................. 324

14.8.1. Procedimentos básicos no preparo da vacina ......................... 324

...........................

...........................

.............................

Page 223: Manual de..procedimentos vacinas

14.8.2. Procedimentos básicos na administração da vacina ............... 326

14.8.3. Procedimentos básicos após administração da vacina ............ 327

15. Vacina meningocócica C (conjugada) ....................................................... 329

15.1. Indicação ........................................................................................... 329

15.2. Contraindicação ..................................................... 329

15.3. Composição ...................................................................................... 329

15.4. Apresentação .................................................................................... 329

15.5. Conservação ..................................................................................... 330

15.6. Dose e volume .................................................................................. 330

15.7. Via de administração ........................................................................ 330

15.8. Administração ..................................................... 331

15.8.1. Procedimentos básicos no preparo da vacina ......................... 331

15.8.2. Procedimentos básicos na administração da vacina ............... 333

15.8.3. Procedimentos básicos após administração da vacina ........... 334

16. Vacinas utilizadas em situações especiais ...................... ......................... 33616.1. Vacina poliomielite 1, 2 e 3 (inativada) ............................................. 337

16.2. Vacina adsorvida difteria e tétano infantil ......................................... 342

16.3. Vacina Haemophilus influenzae Tipo b (conjugada)

16.4. Vacina pneumocócica 23 valente (conjugada) ................................. 355

16.5. Vacina adsorvida difteria, tétano e pertussis (acelular) ................... 362

16.6. Vacina adsorvida hepatite A (inativada) ........................................... 364

16.7. Vacina varicela (atenuada) ............................................................... 375

16.8. Vacina febre tifóide (polissacarídica ou atenuada) ........................... 382

Bibliografia........................................................................................................ 369

........................ 348

...........................

.............................

Page 224: Manual de..procedimentos vacinas

Lista de Quadros e Figuras

Quadro III-1. Esquema para tratamento profilático antirrábico humano pós-

exposição................................................................................ 3

Quadro III-2. Esquema de tratamento no caso de reexposição .................. 3

Quadro III-3. Esquema de vacinação com a vacina contra a infecção pelo

Haemophilus influenzae tipo b................................................. 3

Quadro III-4. A - Síntese das principais características das vacinas utilizadas

de forma rotineira cuja indicação é regulamentada pelo

PNI............................................................................................. 389

Quadro III-4/B. Síntese das principais contraindicações, eventos adversos,

eficácia e apresentação das vacinas utilizadas de forma

rotineira cuja indicação é regulamentada pelo PNI................ 3

Quadro III-5. Síntese das principais características das vacinas utilizadas em

situações especiais cuja indicação é regulamentada pelo

PNI............................................................................................. 394

Figura III-1/6. Sequência dos procedimentos para preparo da vacina

BCG....................................................................................... 235

Figura III-7. Visualização da pápula após a vacinação com a BCG.......... 238

Figura III-8. Posição da bisnaga na administração da VOP...................... 2

11

12

50

91

56

Page 225: Manual de..procedimentos vacinas

217

Introdução

Como referido na Parte I deste Manual de Procedimentos para

Vacinação, a normatização técnica quanto ao uso dos imunobiológicos no

âmbito do SUS é responsabilidade do Ministério da Saúde, por meio do

Programa Nacional de Imunizações - PNI, inserindo-se nesse contexto a

decisão quanto à introdução de um produto como integrante dos calendários

oficiais de vacinação, bem como a definição dos imunobiológicos para

situações especiais e para grupos populacionais específicos.

Essa decisão considera cinco critérios básicos: (1) o epidemiológico;

(2) o imunológico; (3) o tecnológico; (4) o logístico e o (5)

socioecoeconômico, que serão descritos a seguir:

o critério epidemiológico considera a relevância da prevalência

e/ou incidência da doença/agravo objeto do produto disponível;

o critério imunológico leva em conta a proteção proporcionada

pelo produto, ou seja, da sua imunogenicidade;

o critério tecnológico considera três aspectos:

o processo de produção que está sujeito a fatores

imprevisíveis;

a necessidade de garantir a sustentabilidade da inserção do

produto, nas doses indicadas, para a totalidade da

população alvo definida; e

a garantia da vacinação segura: profissionais capacitados

para o manuseio, a administração dos produtos e o

reconhecimento e condutas adequadas frente a possíveis

eventos adversos associados temporalmente ao uso do

produto;

o critério relativo à logística diz respeito à disponibilidade de

infraestrutura (transporte, armazenamento e conservação)

capaz de garantir a oferta do produto com a qualidade exigida;

Page 226: Manual de..procedimentos vacinas

21

o critério socioeconômico está relacionado ao custo-benefício da

oferta do produto, ou seja, o benefício alcançado deve

compensar os gastos com a aquisição e a administração do

imunobiológico, considerando, inclusive, que a atividade de

vacinação pressupõe gastos permanentes. Dentro desse critério

destaca-se o custo-efetividade que retrata a análise das vidas

salvas (anos de vida ganhos), dias de incapacidade evitada e

tempo livre de doença. A vacina é custo efetiva se produz

melhora nos desfechos clínicos para um aumento justificável no

custo e se verdadeiramente reduz o custo total do tratamento,

dentro de um parâmetro aceitável de investimento dentro do

sistema de saúde.

As vacinas que integram os calendários de vacinação do PNI, cujo

detalhamento quanto aos procedimentos para administração está descrito

nesta Parte III, são as seguintes:

vacina BCG;

vacina hepatite B (recombinante)

vacina poliomielite 1, 2, 3 (atenuada);

vacina adsorvida difteria, tétano, pertussis e Haemophilus

influenzae b (conjugada);

vacina adsorvida difteria, tétano, pertussis;

vacina adsorvida difteria e tétano adulto;

vacina rotavírus G1P1[8] (atenuada);

vacina febre amarela (atenuada);

vacina raiva (inativada);

vacina sarampo, caxumba, rubéola;

vacina sarampo e rubéola;

vacina influenza (fragmentada);

8

Page 227: Manual de..procedimentos vacinas

219

vacina pneumocócica 10 valente (conjugada); e

vacina meningocócica C (conjugada).

Notas:

As vacinas dos calendários de vacinação do PNI estão apresentadas nesta edição do Manual de Procedimentos com a denominação estabelecida pela Resolução de Diretoria Colegiada (RDC) da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) nº 61, de 25 de agosto de 2008, disponível em http://e-legis.anvisa.gov.br/leisref/public/.

Apresenta-se, na sequência,a denominação anterior seguida da nova nomeclatura segundo esta RDC:

- A vacina contra a tuberculose – BCG intradérmica (BCG-ID) fica como vacina BCG;

- A vacina contra a hepatite B (HB) passa a vacina hepatite B (recombinante);

- A vacina oral contra a poliomielite (VOP) passa a vacina poliomielite 1, 2, 3 (atenuada);

- A vacina contra a difteria, o tétano e a coqueluche + a vacina contra a infecção pelo Haemophilus influenzae tipo b (tetravalente DTP+Hib) passa a vacina adsorvida difteria, tétano, pertussis e Haemophilus influenzae b (conjugada);

- A vacina contra a difteria, o tétano e a coqueluche (tríplice bacteriana DTP) passa a vacina adsorvida difteria, tétano e pertussis;

- A vacina contra a difteria e o tétano (dupla adulto dT) passa a vacina adsorvida difteria e tétano adulto;

- A vacina oral contra o rotavírus humano (VORH) passa a vacina rotavírus G1P1[8] (atenuada);

- A vacina contra a febre amarela (FA) passa a vacina febre amarela (atenuada);

- A vacina contra o sarampo, a caxumba e a rubéola (tríplice viral SRC) passa a vacina sarampo, caxumba, rubéola;

- A vacina contra o sarampo e a rubéola (dupla viral SR) passa a vacina sarampo e rubéola;

- A vacina contra a influenza (sazonal) passa a vacina influenza (fragmentada);

- A vacina contra a infecção pelo pneumococo passa a vacina pneumocócica 10 valente (conjugada);

- A vacina contra a infecção pelo meningococo C passa a vacina meningocócica C (conjugada);

- A vacina contra a raiva – uso humano passa a vacina raiva (inativada).

Page 228: Manual de..procedimentos vacinas

220

Também são apresentados nesta Parte III os imunobiológicos

utilizados a partir de indicação médica em situações especiais e para grupos

específicos, disponibilizados no Centro de Referência para Imunobiológicos

Especiais (CRIE), a saber:

vacina poliomielite 1, 2 e 3 (inativada);

vacina Haemophilus influenzae b (conjugada);

vacina pneumocócica 23 valente (conjugada);

vacina adsorvida difteria e tétano infantil;

vacina adsorvida difteria, tétano e pertussis (acelular);

vacina adsorvida hepatite A (inativada);

vacina varicela (atenuada); e

vacina febre tifóide (polissacarídica ou atenuada).

Notas:

Segundo a RDC nº 61, de 25 de agosto de 2008, já referida, e que está disponível em http://e-legis.anvisa.gov.br/leisref/public/ a denominação anterior para as vacinas utilizadas em situação especial passa a ter nova nomeclatura.

Apresenta-se, na sequência,a denominação anterior seguida da nova nomenclatura segundo esta RDC:

- A vacina de vírus inativados contra a poliomielite passa a vacina poliomielite 1, 2, 3 (inativada);

- A vacina contra a infecção pelo Haemophilus influenzae tipo b (Hib) passa a vacina Haemophilus influenzae b (conjugada);

- A vacina contra a difteria e o tétano (dupla infantil DT) passa a vacina adsorvida difteria e tétano infantil;

- A vacina contra a difteria, o tétano e a coqueluche acelular (tríplice bacteriana acelular – DTP acelular) passa a vacina adsorvida difteria, tétano e pertussis (acelular);

- A vacina de vírus inativados contra a hepatite A passa a vacina adsorvida hepatite A (inativada);

- A vacina contra infecção pelo pneumococo passa a vacina pneumocócica 23 valente (conjugada);

- A vacina contra a varicela passa a vacina varicela (atenuada); e

- A vacina contra a febre tifóide passa a vacina febre tifóide (polissacarídica ou atenuada).

Page 229: Manual de..procedimentos vacinas

221

Vale ressaltar que para a obtenção de resultados expressos em

termos de controle, eliminação ou erradicação das doenças

imunopreveniveis, faz-se necessário um esforço e uma atenção especial dos

profissionais de saúde, principalmente dos que atuam na atenção primária,

tendo em vista o cumprimento e a atualização do esquema de vacinação em

tempo oportuno, de acordo com os calendários de vacinação, em sua área

de responsabilidade, de forma adequada, ampla e homogênea. A Portaria

Ministerial nº 1.602, de 17 de junho de 2006, regulamente os Calendários de

Vacinação da Criança, do Adolescente, do Adulto e do Idoso.

Importante salientar que situações epidemiológicas específicas ou a

introdução de outros imunobiológicos ou mudanças nas orientações aqui

descritas, são, de forma sistemática, disseminadas pela Coordenação-Geral

do PNI, da Secretaria de Vigilância em Saúde, do Ministério da Saúde, por

meio de informes, notas técnicas e correspondências, sendo necessário que

a equipe da Unidade de Saúde, em especial da sala de vacinação, seja

constantemente informada e orientada quanto a essas mudanças.

A descrição desses imunobiológicos nesta Parte III aborda aspectos

específicos relacionados à:

indicação;

contraindicação;

composição;

apresentação;

conservação;

dose e o volume a ser administrado; e

via e técnica de administração;

Após a apresentação dos procedimentos relativos a cada produto,

sintetiza-se, no final desta Parte, em três quadros, as principais

características dos imunobiológicos utilizados de forma rotineira e em

situações especiais. Informações adicionais sobre aspectos técnicos

Page 230: Manual de..procedimentos vacinas

222

relativos à imunização podem ser obtidas mediante consulta ao Manual de

Normas, também editado pelo PNI, à página da SVS: www.saude.gov.br/svs.

A vacina cólera não foi incluída neste Manual pelo fato de não

constituír, atualmente, recurso de valor significativo para o controle da

doença. Além disso, a Organização Mundial de Saúde (OMS) não a

considera como requisito para a entrada em nenhum país de pessoas

procedentes de áreas onde exista a infecção. Não inclui, da mesma forma, a

vacina contra a varíola, que não é mais obrigatória, em razão da erradicação

da doença no mundo. No Brasil a vacina contra a varíola não é administrada

desde 1980.

Page 231: Manual de..procedimentos vacinas

223

2. Contraindicações, situações especiais, adiamento, vacinação simultânea e falsas contraindicações

Alguns fatores, situações e condições podem ser considerados como

possíveis contraindicações comuns à administração de todo e qualquer

imunobiológico. Outros fatores, situações e condições especiais devem ser

objeto de avaliação tem em vista a decisão em vacinar. Além disso, Outros

fatores, situações e condições podem apontar a necessidade do adiamento

da vacinação. Já as situações específicas, relacionadas a cada produto em

particular, estarão citadas na descrição de cada vacina.

Esses fatores, condições e situações devem ser avaliados de forma

criteriosa, principalmente tendo em conta uma conduta ainda muito comum

relativa às falsas contraindicações que interferem de forma importante para

o alcance das metas e dos percentuais de cobertura dos grupos alvo.

2.1. Contraindicações comuns a todo e qualquer produto Contraindicação é entendida como uma condição na pessoa a ser

vacinada que aumenta, em muito, o risco de um evento adverso grave, ou

que faz com que o risco de complicações da vacina seja maior que o risco

da doença contra qual se deseja proteger. A vacina não deve ser

administrada quando uma contraindicação é identificada na pessoa a ser

vacinada.

Notas:

Quando a mulher estiver grávida ou no caso de pessoa com mais de 60 anos é necessário analisar individualmente, avaliando a relação entre o risco e o benefício em vacinar, contraindicar ou adiar a vacinação.

A amamentação, por exemplo, não contraindica a vacinação, no entanto, no caso da vacina febre amarela o Ministério da Saúde recomenda o adiamento até que a criança complete seis meses de idade, pela possibilidade de transmissão do vírus vacinal pelo leite materno.

Page 232: Manual de..procedimentos vacinas

224

Para todo e qualquer imunobiológico consideram-se como

contraindicações:

a ocorrência de hipersensibilidade (reação anafilática) após o

recebimento de dose anterior;

história de hipersensibilidade aos componentes de qualquer um

dos produtos.

2.2. Situações especiais

São situações especiais que devem ser avaliadas, cada uma em

suas particularidades, no sentido da indicação ou não da vacinação:

pessoas que fazem uso de terapia com corticosteróides devem

ser vacinadas com intervalo de, pelo menos, um mês após a

suspensão da droga;

pessoas infectadas pelo HIV precisam de proteção especial

contra as doenças imunopreveníveis, mas é necessário avaliar

cada caso, considerando que há uma grande heterogeneidade de

situações, desde o soropositivo (portador assintomático, sem

Notas:

A ocorrência de febre, acima de 38,5 ºC, após a administração de uma vacina não constitui contraindicação à dose subseqüente.

Quando ocorrer febre administrar antitérmico de acordo com a prescrição médica.

Não indicar o uso de paracetamol antes ou depois da vacinação para não diminuir a imunogenicidade.

Notas:

Essas pessoas podem estar imunodeprimidas, dependendo da dose e do tempo de utilização da droga;

São consideradas como imunossupressora a dose superior a 2mg/kg de peso, por dia, de prednisona ou equivalente para crianças, e acima de 20 mg/kg de peso, por dia, para crianças maiores e adultos, por tempo superior a 14 dias.

Page 233: Manual de..procedimentos vacinas

225

alterações imunológicas) até o imunodeprimido, com a instalação

da doença;

indivíduos classificados como HIV-positivos, mas que não

apresentam alterações imunológicas e não registram sinais ou

sintomas clínicos indicativos de imunodeficiência, podem

receber todas as vacinas dos calendários de vacinação o mais

precocemente possível.

a pessoa que fez transplante de medula óssea (pós-

transplantada) deve ser revacinada com todas as vacinas dos

calendários oficiais de vacinação (de acordo com a indicação:

idade e dose), seis a 12 meses depois do transplante; devem

ser encaminhados ao CRIE para serem vacinados;

Notas:

Nesses casos, buscar informações em documentos disponíveis no site www.saude.gov.br/svs como: o Manual dos Centros de Referência de Imunobiológicos Especiais (CRIE); o Guia de Tratamento Clínico da Infecção pelo HIV em Pediatria; e as Recomendações para Terapia Antiretroviral em Adultos e Adolescentes

infectadas pelo HIV;

Ou encaminhar a pessoa ao CRIE;

Ou consultar a coordenação do PNI na Secretaria Municipal ou Estadual de Saúde.

Notas:

Na medida em que aumenta a imunodepressão, aumenta o risco da administração de vacinas de agentes vivos, bem como a possibilidade de resposta imunológica insuficiente ou inadequada.

Pessoas com imunodeficiência clínica ou laboratorial grave não devem receber vacinas de agentes vivos.

Notas:

Considerar que o transplantado, com relação à resposta imune, pode ser afetado por inúmeros fatores: imunidade do doador, tipo de transplante, tipo de célula utilizada, medicamentos imunossupressores etc.

Consultar o Manual do CRIE.

Page 234: Manual de..procedimentos vacinas

226

2.3. Adiamento da vacinação

O adiamento da administração de um imunobiológico é uma uma

decisão que está relacionada a uma condição específica da pessoa que vai

receber a vacina (física e ou biológica) ou à possibilidade de interferência

entre vacinas no caso de vacinas vivas.

A decisão por adiar uma vacina está relacionada a uma atitude de

precaução por parte do profissional de saúde que deve avaliar a relação

entre o risco e o benefício de uma determinada imunização. Em algumas

situações pode não haver proibição absoluta, mas há uma condição que,

naquele determinado momento, pode resultar na ocorrência de um evento

adverso grave ou comprometer a capacidade do imunobiológico em produzir

a imunidade.

O adiamento da administração de um imunobiológico, no entanto,

deve ocorrer somente em situações muito específicas a exemplo das

descritas a seguir:

quando a pessoa estiver recebendo dose elevada de corticóide,

a vacinação com vacinas de vírus vivo atenuado ou com vacina

de bactéria viva deve ser adiada por 30 dias depois da

suspensão ou do termino do tratamento;

a administração de imunoglobulina humana (gamaglobulina)

sangue total ou plasma deve ser adiada nos três meses

anteriores à imunossupressão por doença ou terapêutica

(quimioterapia, radioterapia);

Nota: Considerar como elevada a dose maior que 2mg/kg de peso/por dia, de

prednisona ou equivalente para crianças e maior que 20mg/kg de peso/por dia para crianças maiores e adultos, por um período inferior a 14 dias.

Essa avaliação deve ser procedida pelo médico da Unidade de Saúde.

Page 235: Manual de..procedimentos vacinas

227

quando a pessoa apresenta doença grave febril principalmente

para que os sinais e sintomas da doença não sejam atribuídos

ou confundidos com possíveis eventos adversos relacionados à

vacina aplicada.

2.4. Vacinação simultânea

A vacinação simultânea consiste na administração de duas ou mais

vacinas em diferentes locais ou vias de administração. Todas as vacinas dos

calendários de vacinação, de um modo geral, podem ser administradas

simultaneamente sem que ocorra interferência na resposta imunológica. A

administração simultânea também não aumenta a possibilidade de reações

adversas locais ou sistêmicas.

Nessas situações, as vacinas devem ser administradas em locais

diferentes do corpo da pessoa a ser vacinada.

Como exceção tem-se a administração simultânea das vacinas da

febre amarela e a tríplice viral, pois, segundo estudos recentes, essa

simultaneidade reduz a resposta imunológica para a tríplice viral.

2.5. Falsas contraindicações

Falsa contraindicação e a situação em que o profissional de saúde

diante de situações ou ocorrências que não têm sustentação técnica ou

científica decide por não administrar a vacina, muitas vezes por receio,

insegurança ou desconhecimento.

Para evitar a adoção das falsas contraindicações é importante a

capacitação da equipe da Unidade de Saúde quanto às atualizações em

imunizações e, principalmente, a supervisão, o acompanhamento e

Nota: A justificativa para o adiamento da administração de imunoglobulina humana

(gamaglobulina) sangue total ou plasma leva em conta a possibilidade de não ocorrer resposta imunogênica.

Page 236: Manual de..procedimentos vacinas

22

presença sistemática do enfermeiro na sala de vacinação, observando e

orientando o trabalho do vacinador.

São exemplos de situações que caracterizam a ocorrência de falsas

contraindicações, ou seja, situações em que a(s) pessoa(s) pode(m) receber

qualquer vacina:

vigência de enfermidade aguda benigna, a exemplo de

processo catarral ou diarréia quando a criança é sadia, ou

infecção simples das vias respiratórias superiores (resfriado

comum, coriza, catarro), sem febre;

criança prematura, com exceção daquelas com peso inferior a

2 kg;

ocorrência de reação a uma dose anterior da vacina, a exemplo

da reação local (dor, vermelhidão ou inflamação no lugar da

injeção) ou febre inferior a 40,5 ºC, registrada após a

administração da vacina tetravalente;

uso de antibiótico ou antiviral, uma vez que esses

medicamentos não interferem na resposta imune às vacinas;

vigência de desnutrição, uma vez que mesmo nessas situações

a resposta às vacinas é adequada e não há aumento dos

eventos adversos;

diagnóstico clínico prévio de doença, relacionada a vacina a ser

administrada;

vigência de doença neurológica estável;

história familiar de convulsões relacionadas à vacina adsorvida

difteria, tétano, pertussis ou à vacina sarampo, caxumba,

rubéola;

história familiar da síndrome de morte súbita do lactente

relacionada à vacina adsorvida difteria, tétano, pertussis;

8

Page 237: Manual de..procedimentos vacinas

229

história de alergia aos antibióticos contidos nas vacinas

(neomicina, estreptomicina ou polimixima B), salvo se a reação

alérgica que se apresentou tenha sido do tipo anafilática;

vigência de tratamento com corticosteróides em dias

alternados, em dose inferior a 2mg/kg/dia de prednisona ou

equivalente, no caso de criança, ou em dose inferior a

20mg/kg/dia em criança maior ou adulto, pois nessas situações

essa pessoa não é considerada imunodeprimida;

uso de corticosteróides inalatório ou tópico ou com dose de

manutenção fisiológica;

quando a pessoa é contato domiciliar de mulher grávida, ou

seja, quando convive com gestante, uma vez que os vacinados

não transmitem os vírus vacinais do sarampo, caxumba ou da

rubéola;

quando a mulher está no período de amamentação pode ser

vacinada;

quando a pessoa está fazendo tratamento antirrábico;

quando a pessoa relatar história remota de diagnóstico clínico

da doença objeto de prevenção da vacina que está sendo

administrada ela pode ser vacinada.

Nota: Atualmente, a exceção, no caso da mulher que está amamentando, refere-

se à vacina febre amarela (atenuada), cuja administração deve ser adiada até que a criança complete seis meses de idade, pela possibilidade de transmissão do vírus vacinal pelo leite materno.

Nota: Nas situações de surto quando a pessoa relatar diagnóstico clínico da

doença objeto da vacinação (medida de controle) é indicado o adiamento da vacinação.

Page 238: Manual de..procedimentos vacinas

230

3. Vacina BCG

3.1 Indicação

A vacina BCG (bacilo de Calmette e Guerin) é indicada para

prevenir as formas graves da tuberculose (miliar e meníngea) nos menores

de cinco anos, mais freqüentemente nos menores de um ano.

A vacina é administrada nas primeiras 12 horas de vida,

preferencialmente na maternidade ou na primeira visita do bebê à Unidade

de Saúde, considerando que quanto menor a idade maior a eficácia da

vacina.

A criança portadora do HIV (positiva assintomática) e a criança cuja

mãe é HIV-positiva devem receber a vacina BCG o mais precocemente

possível.

A vacina BCG é utilizada, também, para a pessoa que é

comunicante de paciente de hanseníase (contato intradomiciliar), com o

objetivo de propiciar proteção cruzada contra a doença, adotando esquema

diferenciado, conforme orientado neste tópico 3, no item 3.6.

3.2. Contraindicação

A vacina BCG é contraindicada nas situações gerais referidas no

tópico 2 desta Parte do Manual, bem como para os portadores do HIV

positivos, independente dos sintomas, crianças sintomáticas e com

imunodeficiência congênita;

3.3. Composição

A vacina BCG é preparada com bacilos vivos, a partir de cepas do

Mycobacterium bovis, atenuadas com glutamato de sódio. A subcepa

Nota: A administração da vacina BCG deve ser adiada quando a criança apresentar

peso inferior a 2kg, devido à escassez do tecido cutâneo (panículo adiposo) e quando apresentar lesões de pele por todo corpo.

Page 239: Manual de..procedimentos vacinas

231

utilizada no Brasil é a Moureau-Rio de Janeiro, mantida sob sistema de lote

semente no Status Serum Institut de Copenhagen, na Dinamarca.

3.4. Apresentação

A vacina BCG é apresentada sob a forma liofilizada em ampola

multidoses, acompanhada da ampola do diluente que é específico para a

vacina.

3.5. Conservação

A vacina BCG é conservada entre +2 ºC e +8 ºC, sendo ideal +5 ºC,

conforme orientado na Parte II deste Manual, no tópico 5.

3.6. Dose e volume

O esquema de vacinação com a BCG corresponde a uma dose, a

partir do nascimento.

O volume de cada dose corresponde a 0,1 ml, rigorosamente, para

evitar complicações.

No caso de contato intradomiciliar de paciente com diagnóstico de

hanseníase, que não apresenta sinais e sintomas, independente de ser

Notas:

Na ausência da cicatriz é indicada a revacinação seis meses após a primeira dose (intervalo mínimo).

A revacinação, no entanto, só pode ser feita até duas vezes, vez que a ausência de cicatriz não significa necessariamente que a pessoa não está imunizada.

A realização do teste tuberculínico é dispensável, antes ou depois da administração da vacina BCG, inclusive para os contatos de pacientes de hanseníase.

Notas:

A vacina BCG não pode ser congelada, caso atinja uma temperatura de 0ºC proceder conforme orientado neste Manual, na Parte II, tópico 5, item 5.5.2.

O congelamento provoca a perda de potência da vacina.

Page 240: Manual de..procedimentos vacinas

232

paucibacilar (PB) ou multibacilar (MB), o esquema de vacinação deve

considerar a história vacinal do contato, da seguinte forma:

contato domiciliar sem cicatriz vacinal: fazer uma dose;

contato domiciliar com uma cicatriz vacinal: fazer uma dose;

contato domiciliar com duas cicatrizes: não vacinar.

A administração da vacina é feita na própria sala de vacinação, ou

seja, no mesmo espaço e no mesmo dia em que são vacinados os demais

usuários da Unidade de Saúde.

3.7. Via de administração

A vacina BCG é administrada por via intradérmica, conforme

orientado neste Manual, na Parte II, tópico 6, item 6.4.2.

Notas:

A presença da cicatriz vacinal é considerada como primeira dose para efeito de registro, independente do tempo transcorrido desde a vacinação que provocou o aparecimento da cicatriz.

Quando necessário administrar uma 2ª dose em contato de paciente de hanseníase administrar um pouco acima ( 1 cm) da cicatriz existente.

A vacinação com a BCG na gestante, contato de paciente de hanseníase deve ser transferida para depois do parto.

O registro da dose administrada é feito no comprovante de vacinação e no prontuário do caso índice de hanseníase.

Estudos têm demonstrado que nas administrações subseqüentes da vacina BCG a evolução vacinal é mais acelerada e a cicatrização precoce.

Como a vacina BCG apenas aumenta a proteção contra as formas da hanseníase, o contato intradomiciliar deve comparecer à Unidade de Saúde, anualmente (durante dois anos), para o exame dermatoneurológico de controle.

Page 241: Manual de..procedimentos vacinas

233

3.8. Administração

3.8.1. Procedimentos básicos no preparo da vacina

Antes de administrar a vacina BCG, o vacinador deve adotar os

seguintes procedimentos:

Lavar as mãos com água e sabão, conforme orientado neste

Manual, na Parte II, tópico 6, item 6.1.;

Organizar todo o material: seringa e agulha apropriadas e

outros materiais, conforme orientado neste Manual, na Parte II,

tópicos 3 e 6;

Retirar a vacina e o diluente do refrigerador ou da caixa

térmica, verificando o nome dos mesmos, bem como o prazo

de validade conforme orientado neste Manual, na Parte II,

tópicos 3, 5 e 6;

Notas:

A administração da vacina é feita na região do músculo deltóide, no nível da inserção inferior, na face externa superior do braço direito.

O uso do braço direito tem por finalidade facilitar a identificação da cicatriz em avaliações da atividade de vacinação.

Quando essa recomendação não puder ser seguida, em situações especiais, registrar o local da administração no comprovante de vacinação.

Notas:

As mãos devem ser lavadas antes e depois do preparo e da administração da vacina.

Observar a técnica de assepsia na preparação da vacina: manusear sem contaminar a seringa, a agulha e o frasco da vacina.

Esses procedimentos são fundamentais na prevenção de abscessos quentes.

Page 242: Manual de..procedimentos vacinas

234

Reconstituir a vacina, conforme orientado neste Manual, na

Parte II, tópico 6, item 6.3.3, e de acordo com a orientação a

seguir específica para a vacina BCG:

aspirar todo diluente com a seringa, deixando-a de reserva

protegida com a ampola (Figura III-1);

tomar a ampola que contém o liófilo (pó) e bater levemente

na mesma com o dedo para que o pó se deposite no fundo

(Figura III- 2);

verificar se o gargalo da ampola está seco;

serrar o gargalo da ampola;

envolver a ampola com o saco plástico da embalagem

(Figura III-3);

quebrar a ampola no ponto em que foi serrada;

retirar o plástico lentamente, para que o ar penetre na

ampola de forma gradual (Figura III - 4);

injetar parte do diluente (entre 0,5 ml e 1,0 ml), lentamente,

pelas paredes da ampola que contém o pó vacinal,

umedecendo-o;

Nota: Como a vacina BCG é fechada a vácuo, quando o ar entra bruscamente no

interior da ampola, o pó vacinal pode ser expulso sob a forma de aerossol e contaminar o ambiente.

Nota: O diluente no momento da reconstituição deve estar na mesma

temperatura da vacina, ou seja, entre +2 ºC e +8 ºC – ideal + 5 ºC.

O diluente deve ser colocado no refrigerador, pelo menos seis horas antes da reconstituição.

Page 243: Manual de..procedimentos vacinas

235

realizar um movimento rotatório em sentido único com a

ampola até obter uma suspensão homogênea (Figura III-5);

injetar o restante do diluente e voltar a fazer o movimento

rotatório em sentido único para que a suspensão fique

homogênea (Figura III-6);

Figura III-1/6 – Sequência dos procedimentos para preparo da vacina BCG

2 3

4

1

5 6

Apoiar a ampola com a vacina reconstituída (envolvida no saco

plástico ou na embalagem da seringa usa para diluição) em um

recipiente (copo plástico descartável, por exemplo);

Aspirar o volume a ser administrado, verificando na graduação

da seringa se a dosagem está correta (0,1ml);

Nota:

O uso do saco plástico ou da embalem da seringa tem por finalidade proteger a vacina da poeira e de gotas de água.

O recipiente que sustenta a ampola deve estar resfriado; para isto, colocá-lo, com antecedência, no refrigerador ou na caixa térmica.

Nota:

Antes de aspirar, repetir o movimento rotatório em sentido único para

Page 244: Manual de..procedimentos vacinas

236

Recolocar a vacina no recipiente, dentro da caixa térmica, até a aspiração de nova dose.

3.8.2. Procedimentos básicos para a administração da vacina Para a administração da vacina BCG são procedimentos básicos:

Preparar a pessoa a ser vacinada, colocando-a em posição

segura e confortável, conforme orientado na Parte II deste

Manual, no tópico 3, item 3.3.2., bem como no tópico 6, item

6.4.2.;

Fazer a limpeza do local da administração, se necessária;

Notas:

O frasco multidoses da vacina BCG, uma vez aberto pode ser usado por um prazo estabelecido pelo laboratório produtor, constante da bula do produto.

A coordenação de imunizações do Estado ou do Município deverá informar esse prazo à Unidade de Saúde quando do envio da remessa da vacina vez que há variações quanto a esse prazo conforme o laboratório produtor.

Esse prazo só deve ser respeitado se o produto for mantido sob temperatura adequada (+ 2 ºC a + 8º C) e adotados os cuidados que evitem sua contaminação,

A data e horário da abertura do frasco devem ser anotados no próprio frasco, principalmente quando o prazo for mais longo.

Vencido o prazo, desprezar a sobra da vacina, conforme orientado neste Manual, na Parte II, tópico 4, item 4.2.

O número de doses desprezadas deve ser anotado no impresso utilizado para registro das atividades diárias, com o objetivo de subsidiar a avaliação da utilização de vacinas, conforme orientado neste Manual, na Parte I, tópico 4, item 4.2.1.6.

Page 245: Manual de..procedimentos vacinas

237

Colocar uma das mãos por baixo do braço direito da pessoa e,

com o dedo polegar e o indicador, distender a pele da região

do deltóide, conforme orientado na Parte II deste Manual, no

tópico 6, item 6.4.2. que trata dos procedimentos básicos para

a injeção intradérmica;

Introduzir a seringa nas camadas superficiais da pele, na

inserção inferior do deltóide, na face externa do braço direito,

até que o bisel desapareça; não aspirar;

Injetar 0,1 ml da vacina lentamente;

Notas:

O bisel da agulha deve estar voltado para cima;

A seringa deve formar com o braço um ângulo de 15º;

A dose da vacina deve ser de 0,1ml, exatamente;

O procedimento correto na introdução da agulha no local indicado (formando um ângulo de 15º) e a administração da dose exata (0,1ml), previnem complicações.

Notas:

Quando necessário, a limpeza da pele deve ser feita com água e sabão.

O álcool comum não deve ser utilizado pela sua baixa volatilidade (demora a secar) e pelo baixo poder antisséptico.

Na injeção intradérmica, especialmente, o uso do álcool não é indicado para evitar uma possível interação com o líquido injetável, em face da presença dos poros e pelo fato de o líquido ser depositado muito próximo da epiderme.

Em situações excepcionais, quando não houver água e sabão (vacinação na zona rural e em ambiente hospitalar), utilizar o álcool a 70%.

Quando usar o álcool 70% para limpeza da pele friccionar o algodão embebido por 30 segundos e, em seguida, esperar mais 30 segundos para permitir a secagem da pele, deixando-a sem vestígios do produto de modo a evitar qualquer interferência do álcool no procedimento..

Page 246: Manual de..procedimentos vacinas

238

Figura III-7 – Visualização da pápula após a vacinação com a BCG

3.8.3. Procedimentos básicos após a administração da vacina

Após a administração da vacina BCG são procedimentos básicos:

Desprezar a seringa e a agulha na caixa coletora de

perfurocortante, conforme orientado neste Manual, na Parte II,

tópico 4, item 4.2.;

Lavar as mãos com água e sabão, conforme orientado neste

Manual, na Parte II, tópico 6, item 6.1.;

Estar atento à ocorrência de reações imediatas;

Notas:

Imediatamente após a injeção da vacina BCG aparece no local uma pápula de aspecto esbranquiçado e poroso (tipo casca de laranja), com bordas bem nítidas e delimitadas (figura III-7).

A pápula formada desaparece posteriormente.

Fonte: MPV/MS, 2001

Page 247: Manual de..procedimentos vacinas

239

Orientar a pessoa vacinada ou seu acompanhante sobre a

evolução normal da lesão vacinal;

Registrar no comprovante de vacinação a data, o número do lote

e a validade da vacina administrada, assinar, carimbar e agendar

a próxima vacina, conforme orientado neste Manual, na Parte II,

tópico 3, item 3.3.3 e 3.3.5, bem assim no tópico 7;

Registrar a vacina administrada no boletim ou impresso

específico, conforme orientado neste Manual, na Parte II, no

tópico 7;

Orientar a pessoa vacinada ou seu acompanhante sobre o

retorno, quando for o caso, para complementação do esquema

básico de vacinação e/ou na ocorrência de algum evento

adverso.

Notas:

A lesão vacinal ocorre da seguinte forma:

após a injeção de 3 a 4 semanas surge no local da administração um nódulo (caroço);

entre 4 a 5 semanas o nódulo evolui para uma pústula (ferida com pus);

em seguida evolui para uma úlcera (ferida aberta) de 4 a 10 mm de diâmetro; e

entre 6 a 12 semanas, finalmente forma-se uma crosta (ferida com casca em processo de cicatrização .

Não cobrir a úlcera que resulta da evolução normal da lesão vacinal.

O local deve ser sempre limpo.

Não é necessário colocar qualquer medicamento e nem realizar curativo.

O processo de cicatrização dura, em média, três meses, podendo se prolongar por até seis meses.

Page 248: Manual de..procedimentos vacinas

2

Notas:

A pessoa vacinada ou o seu responsável deve ser orientado para retornar à Unidade de Saúde nas seguintes situações:

ausência de cicatriz vacinal num período de até 6 meses após a vacinação, para proceder a revacinação;

quando a úlcera (ferida) provocada pela vacina for maior que 1cm;

quando do aparecimento de sinais de abscesso frio ou quente;

no surgimento de sinais de linfadenopatia: ínguas volumosas na região axilar, supra ou infraclavicular (debaixo do braço, sobre e embaixo da clavícula), do mesmo lado em que foi administrada a vacina; ou

quando além destes sinais surgir qualquer outro sinal ou sintoma.

Os eventos adversos decorrentes da vacinação com a BCG são, em geral, locais e pouco freqüentes, e, na maioria dos casos, decorrem de falhas no preparo, manuseio e na administração da vacina, tais como:

administração profunda (subcutânea)

má diluição do liófilo;

dose com maior volume do que o recomendado (0,1ml); ou

contaminação durante os procedimentos.

Todo evento adverso deve ser avaliado, notificado, acompanhado e investigado. A pessoa que apresentou o evento adverso deve ser acompanhada pelo médico.

40

Page 249: Manual de..procedimentos vacinas

241

4. Vacina hepatite B (recombinante)

4.1. Indicação

A vacina previne a infecção pelo vírus da hepatite B. Protege também

contra infecção pelo vírus da hepatite D, uma vez que este só é detectado

em pessoas infectadas pelo vírus da hepatite B.

A vacina é indicada para:

menores de um ano de idade, a partir do nascimento,

preferencialmente, nas primeiras doze horas de vida, ainda na

maternidade;

Para a população de um a 24 anos de idade;

Para mulheres grávidas (a partir do 2º trimestre da gravidez);

Para grupos da população ou pessoas em situações específicas

na faixa acima de 20 anos, a saber:

população indígena;

população de assentamentos e acampamentos;

trabalhadores de saúde

Notas:

No caso de recém-nascido cuja mãe tem sorologia positiva para HbsAg administrar a vacina nas primeiras 12 horas juntamente com a imunoglobulina humana anti-hepatite B (IGHAHB). Este procedimento resulta em alta eficácia na prevenção da transmissão vertical da infecção (da mãe para o filho).

Os procedimentos básicos para a administração da IGHAHB estão descritos na Parte IV deste Manual, no tópico 10.

Prematuros menores de 33 semanas ou 2.000g deverão receber uma dose extra com 2 meses, perfazendo um esquema de quatro doses;

Criança cuja mãe é HIV positivo deve receber o esquema de quatro doses (conforme orientado neste tópico no item 4.6. (dose e volume), a seguir.

Page 250: Manual de..procedimentos vacinas

2

população reclusa em presídios, hospitais psiquiátricos,

instituições de reeducação de menores;

usuários de drogas injetáveis, inaláveis e pipadas;

agentes de segurança atuante em presídios e delegacias

penitenciárias;

doadores de sangue;

potenciais receptores de múltiplas transfusões de sangue ou

politransfundidos;

portadores de doenças sexualmente transmissível;

caminhoneiros;

comunicantes sexuais de pessoas portadoras do VHB;

prostitutos e prostitutas;

homens e mulheres que mantêm relações sexuais com

pessoas do mesmo sexo (HSH e MSM);

Lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transsexuais (LGBTT)

pessoas que convivem continuamente em domicílio com

pessoas portadoras do vírus da hepatite B;

vítimas de abuso sexual;

coletadores de lixo hospitalar e domiciliar;

pessoal vinculado às instituições de defesa, segurança e

resgate (forças armadas, policia militar, civil e rodoviária,

corpo de bombeiros);

vítimas de acidentes com material biológico positivo ou

fortemente suspeito de contaminação;

manicures, pedicuros e podólogos;

42

Page 251: Manual de..procedimentos vacinas

243

Para situações em que há indicação médica, conforme exemplos listados

na sequência, a vacina hepatite B (recombinante) pode ser administrada na

sala de vacinação ou no Centro de Referência para Imunobiológicos

Especiais (CRIE):

Pessoas infectadas com HIV;

vivendo com Aids;

portadoras de asplenia anatômica ou funcional e doenças relacionadas;

em convívio domiciliar contínuo com portadores de VHB;

doadoras de órgãos sólidos ou de medula óssea;

com imunodeficiência congênita ou adquirida;

com doenças autoimune;

com doenças do sangue;

com fibrose cística (mucoviscidose);

hemofílicas;

portadoras de hepatopatias crônicas e hepatite C;

portadoras de doenças renais crônicas/ diálise/ hemodiálise;

imunodeprimidas;

portadoras de neoplasias;

transplantadas de órgãos sólidos ou de medula óssea.

Notas:

A vacinação com a vacina hepatite B (recombinante) antes da exposição (pré-exposição) está indicada para profissionais de saúde, comunicantes domiciliares de portadores de AgHBs, reclusos e participantes de outras comunidades fechadas, prostitutas e homens e mulheres que fazem sexo com parceiros do mesmo sexo.

A vacinação com a a vacina hepatite B (recombinante) pré-exposição pode ser feita nas unidades de saúde da rede de serviços do SUS.

Consultar norma específica e/ou encaminhar ao CRIE de referência, no caso de pessoa em qualquer faixa etária incluída em grupo de maior risco para a doença e suas complicações, em decorrência de patologias de base já existentes.

Page 252: Manual de..procedimentos vacinas

244

4.2. Contraindicação

A vacina hepatite B (recombinante) é contraindicada nas situações

gerais referidas no tópico 2 desta Parte do Manual, destacando-se a

vigência de história de:

anafilaxia prévia a qualquer dose da vacina;

hipersensibilidade a qualquer um dos componentes da vacina.

4.3. Composição

A composição varia conforme o laboratório produtor. A vacina hepatite

B (recombinante) contem o antígeno recombinante de superfície (rHBsAg)

que é purificado por vários métodos físico-químicos, adsorvido por hidróxido

de alumínio, tendo o timerosal como conservante.

4.4. Apresentação

A vacina hepatite B (recombinante) é apresentada sob a forma líquida

em frasco unidose ou multidoses, isolada ou combinada com outros

imunobiológicos.

4.5. Conservação

A vacina hepatite B (recombinante) é conservada entre +2 ºC e +8 ºC,

sendo ideal +5 ºC, conforme orientado na Parte II deste Manual, no tópico 5.

Notas:

A vacina não pode ser congelada, caso atinja uma temperatura de 0ºC proceder conforme orientado neste Manual, na Parte II, tópico 5, item 5.5.2.

O congelamento provoca a perda de potência da vacina

Nota: A vacina hepatite B (recombinante) pode ser administrada simultaneamente com

outras vacinas ou com qualquer intervalo entre uma administração e outra.

Page 253: Manual de..procedimentos vacinas

245

4.6. Dose e volume

O esquema de administração da vacina hepatite B (recombinante)

corresponde, de maneira geral, a três doses, com intervalo de um mês entre

a primeira e a segunda dose. A terceira dose é administrada seis meses

após a primeira. Situações individuais específicas podem exigir a adoção de

esquema e dosagem diferenciados.

A adoção do esquema básico para vacinação com a vacina hepatite B

(recombinante) pode ser feita da seguinte forma:

a 1a dose é administrada ao nascer, ainda na maternidade,

simultaneamente com a vacina BCG;

a 2a dose é administrada aos 30 dias de vida; e

a 3a dose aos seis meses, junto com a vacina poliomielite 1, 2, 3

(atenuada), com a vacina adsorvida difteria, tétano, pertussis e

Haemophilus influenzae b (conjugada) e a vacina pneumocócica

10 valente (conjugada).

O volume a ser administrado é de 0,5ml para neonatos, lactentes,

crianças e menores de 20 anos. A partir dos 20 anos a dose é de 1,0ml.

Nota:

Em situações muito especiais, a exemplo da vacinação em áreas de difícil acesso, uma alternativa para os menores de um ano de idade que pode facilitar a operacionalização é a seguinte:

1a dose ao nascer, na maternidade, junto com a vacina BCG-ID;

2a dose aos dois meses, junto com a vacina poliomielite, a tetra e a VORH; e

3a dose aos seis meses, junto com a vacina poliomielite e a tetra.

Crianças nascidas com menos de 2.000 g ou de 33 semanas de idade gestacional administrar uma dose adicional (quatro doses) da HB, ou seja, acrescentar uma dose extra com dois meses de idade. O esquema pode ser assim: 1ª dose: ao nascer; 2ª dose: com um mês; 3ª dose: aos dois meses; e a 4ª dose: aos seis meses de idade.

Page 254: Manual de..procedimentos vacinas

246

4.7. Via de administração

A vacina hepatite B (recombinante) é administrada por via

intramuscular, conforme orientado neste Manual, na Parte II, tópico 6, item

6.4.4.

4.8. Administração

4.8.1. Procedimentos básicos no preparo da vacina

Antes de administrar a vacina hepatite B (recombinante), o vacinador

deve adotar os seguintes procedimentos:

Lavar as mãos com água e sabão, conforme orientado neste

Manual, na Parte II, no tópico 6, item 6.1.;

Notas:

Como nos grupos de risco (renais crônicos, politransfundidos, hemofílicos etc.) ocorre uma menor produção de anticorpos, deve ser administrado o dobro da dose, ou seja: 2,0ml para adultos a partir de 20 anos; e 1,0ml para crianças e adolescentes até 19 anos.

Em situações especiais encaminhar a pessoa ao CRIE de referência.

Notas:

Nas crianças menores de dois anos a vacina é administrada na face lateral da coxa.

Em crianças maiores e nos adultos utilizar, preferencialmente, a região do deltóide, na face externa superior do braço.

A vacina hepatite B (recombinante) não deve ser administrada na região glútea em razão da maior quantidade de tecido adiposo, situação em que a vacina não é inoculada no interior do músculo e sim no tecido adiposo (gordura), o que diminui sensivelmente a resposta imunológica.

A vacina hepatite B (recombinante) não deve ser administrada por via subcutânea, pois a ação do hidróxido de alumínio pode provocar uma reação local mais intensa, entretanto, excepcionalmente, essa via pode ser utilizada para a administração da vacina em pessoas com doenças hemorrágicas (pacientes hemofílicos, com púrpura trombocitopênica ou com outras doenças de coagulação sanguínea).

Page 255: Manual de..procedimentos vacinas

247

Organizar todo o material: seringa e agulha apropriadas e outros

materiais,conforme orientado neste Manual, na Parte II, tópicos 3

e 6;

Retirar a vacina do refrigerador ou da caixa térmica, verificando o

nome da mesma, bem como o prazo de validade, conforme

orientado neste Manual, na Parte II, tópicos 3, 5 e 6;

Preparar a vacina, conforme orientado neste Manual, na Parte II,

tópico 6;

Fazer um movimento rotatório em sentido único com a ampola ou

frasco para que ocorra a homogeneização da vacina;

Aspirar o volume a ser administrado, verificando na graduação da

seringa se a dosagem está correta;

Recolocar o frasco na caixa térmica até a aspiração de nova

dose;

Nota:

As mãos devem ser lavadas antes e depois do preparo e da administração da vacina.

Observar a técnica de assepsia na preparação da vacina: manusear sem contaminar a seringa, a agulha e o frasco da vacina.

Esses procedimentos são fundamentais na prevenção de abscessos quentes.

Notas:

Quando utilizar o frasco multidoses, ao aspirar cada dose, perfurar a borracha em locais diferentes, evitando a parte central da tampa.

Antes de aspirar cada dose, limpar a tampa de borracha com algodão seco.

Antes de aspirar cada dose, fazer um movimento rotatório em sentido único com o frasco da vacina para homogeneização, evitando, assim, reações locais mais intensas, principalmente em razão da presença do hidróxido de alumínio como adjuvante.

Utilizar na administração da vacina a mesma agulha que aspira a dose.

Page 256: Manual de..procedimentos vacinas

248

4.8.2. Procedimentos básicos na administração da vacina

Para a administração da vacina hepatite B (recombinante) são

procedimentos básicos:

Preparar a pessoa a ser vacinada, colocando-a em posição

segura e confortável conforme orientado na Parte II deste

Manual, no tópico 3, item 3.3.2. que trata do acolhimento e

triagem da clientela, bem como no tópico 6, item 6.4.4. sobre

os procedimentos básicos para administração de injeções por

via intramuscular;

Fazer a limpeza do local da administração, se necessária;

Notas:

O frasco multidoses da vacina hepatite B (recombinante), uma vez aberto pode ser usado por um prazo estabelecido pelo laboratório produtor, constante da bula do produto.

A coordenação de imunizações do Estado ou do Município deverá informar esse prazo à Unidade de Saúde quando do envio da remessa da vacina vez que há variações quanto a esse prazo conforme o laboratório produtor.

Esse prazo só deve ser respeitado se o produto for mantido sob temperatura adequada (+ 2 ºC a + 8º C) e adotados os cuidados que evitem sua contaminação,

A data e horário da abertura do frasco devem ser anotados no próprio frasco, principalmente quando o prazo for mais longo.

Vencido o prazo, desprezar a sobra da vacina, conforme orientado neste Manual, na Parte II, tópico 4, item 4.2.

O número de doses desprezadas deve ser anotado no impresso utilizado para registro das atividades diárias, com o objetivo de subsidiar a avaliação de perdas de vacinas, conforme orientado neste Manual, na Parte I, tópico 4, item 4.2.1.6.

Page 257: Manual de..procedimentos vacinas

249

Introduzir a agulha, adequando o ângulo de administração à

massa muscular da região escolhida;

Injetar o líquido lentamente; e

Retirar a seringa/agulha com movimento firme e único.

4.8.3. Procedimentos básicos após a administração da vacina Após administrar a vacina hepatite B (recombinante) são

procedimentos básicos:

Notas:

Na vacinação dos menores de dois anos, localizar visualmente o músculo vasto lateral da coxa e fazer uma prega entre o dedo indicador e o polegar, com a introdução da agulha no terço médio da coxa (vasto lateral).

Adequar a agulha ao ângulo de administração conforme massa muscular da pessoa a ser vacinada.

No caso do músculo deltóide, em pessoas acima de dois anos, a administração será feita na face externa superior do braço.

Esses procedimentos são fundamentais na prevenção de abscessos frios.

Imediatamente após a administração da HB em hemofílicos, fazer compressão no local por cinco minutos com algodão seco.

Notas:

Quando necessário, a limpeza da pele deve ser feita com água e sabão.

O álcool comum não deve ser utilizado pela sua baixa volatilidade (demora a secar) e pelo baixo poder antisséptico.

Na injeção intradérmica, especialmente, o uso do álcool não é indicado para evitar uma possível interação com o líquido injetável, em face da presença dos poros e pelo fato de o líquido ser depositado muito próximo da epiderme.

Em situações excepcionais, quando não houver água e sabão (vacinação na zona rural e em ambiente hospitalar), utilizar o álcool a 70%.

Quando usar o álcool 70% para limpeza da pele friccionar o algodão embebido por 30 segundos e, em seguida, esperar mais 30 segundos para permitir a secagem da pele, deixando-a sem vestígios do produto de modo a evitar qualquer interferência do álcool no procedimento.

Page 258: Manual de..procedimentos vacinas

250

Desprezar a seringa e a agulha na caixa coletora de

perfurocortante, conforme orientado neste Manual, na Parte II,

no tópico 4, item 4.2.que trata dos cuidados com o lixo da sala

de vacinação e no tópico 6, item 6.2. sobre a utilização de

seringas e agulhas;

Lavar as mãos com água e sabão, conforme orientado neste

Manual, na Parte II, no tópico 6, item 6.1.;

Estar atento à ocorrência de reações imediatas;

Informar à pessoa vacinada ou seu acompanhante sobre a

possibilidade do aparecimento das reações consideradas como

mais comuns;

Registrar no comprovante de vacinação a data, o número do

lote e a validade da vacina administrada, assinar, carimbar e

agendar a próxima vacina, caso necessário, conforme

orientado neste Manual, na Parte II, tópico 3, itens 3.3.3 e

3.3.5, bem assim no tópico 7;

Registrar a vacina administrada no boletim ou impresso

específico, conforme orientado neste Manual, na Parte II, no

tópico 7;

Notas:

São reações mais comuns: eritema (vermelhidão), enduração no local da injeção, febre, cefaléia (dor de cabeça), tontura, fadiga e desconforto gastrointestinal.

Nas primeiras 24 horas após o recebimento da vacina observar a ocorrência de sangramento local.

Fazer compressa fria, durante 15 minutos, três vezes ao dia no caso de dor ou vermelhidão

Não usar compressa quente no local da administração da vacina.

Não indicar o uso de paracetamol antes ou depois da vacinação para não diminuir a imunogenicidade.

Page 259: Manual de..procedimentos vacinas

251

Orientar a pessoa vacinada ou seu acompanhante sobre o

retorno, quando for o caso, para complementação do esquema

básico de vacinação e/ou na ocorrência de algum evento

adverso.

Nota: Todo evento adverso deve ser avaliado, notificado, acompanhado e

investigado. A pessoa que apresentou o evento adverso deve ser acompanhada pelo médico.

Page 260: Manual de..procedimentos vacinas

5. Vacina poliomielite 1, 2, 3 (atenuada)

5.1. Indicação

A vacina poliomielite 1, 2, 3 (atenuada) é indicada para prevenir a

poliomielite é administrada a partir dos dois meses de idade.

A utilização da vacina poliomielite 1, 2, 3 (atenuada) toma como base

os seguintes aspectos:

É simples de administrar, sendo bem aceita pelos vacinados;

Induz imunidade humoral (sistêmica) e imunidade de mucosa

(local);

Resulta em proteção dos contatos das pessoas vacinadas; e

Tem viabilizado, em várias partes do mundo, a eliminação da

doença causada pelo poliovírus selvagem.

5.2. Contraindicação

A vacina poliomielite 1, 2, 3 (atenuada) é contraindicada nas situações

gerais referidas nesta Parte do Manual, no tópico 2, item 2.1., e também nos

seguintes casos:

pessoas com imunodeficiência humoral ou mediada por

células, com neoplasias, ou que estão fazendo uso de terapia

imunossupressora;

pessoas que apresentaram poliomielite paralítica associada a

dose anterior desta mesma vacina; e

Notas:

Nas campanhas de vacinação em massa, realizadas no Brasil desde 1980, a vacina poliomielite 1, 2, 3 (atenuada) tem sido administrada no grupo de zero a quatro anos, independente do estado vacinal prévio.

As campanhas visam, sobretudo, estabelecer proteção coletiva nas comunidades, mediante a substituição do vírus selvagem circulante pelo vírus vacinal.

252

Page 261: Manual de..procedimentos vacinas

253

em lactentes e crianças internados em unidade de terapia

intensiva (UTI).

5.3. Composição

A vacina poliomielite 1, 2 e 3 (inativada) é trivalente, ou seja, contém

suspensão dos vírus atenuados da poliomielite, tipos 1, 2 e 3 (cepa Sabin),

preparados em tecidos de rim do macaco verde africano (Clorocebus

aethiops).

A vacina usada no Brasil tem, atualmente, a seguinte concentração

de partículas virais, em cada dose:

poliovírus tipo 1: 1.000.000 DICT2 50;

poliovírus tipo 2: 100.000 DICT 50;

poliovírus tipo 3: 600.000 DICT 50.

Outras substâncias também estão presentes na vacina, como o

cloreto de magnésio, arginina (estabilizante), vermelho fenol (corante-

indicador de pH), sulfato de Kanamicina e traços de neomicina, sulfato de

sódio, magnésio e potássio.

5.4. Apresentação

A vacina poliomielite 1, 2 e 3 (inativada) é apresentada sob a forma

líquida, em frasco multidoses.

A enfrascagem depende do laboratório produtor, sendo apresentada,

geralmente, em bisnaga conta-gotas de plástico.

2 DICT: dose infectante em cultura de tecido

Nota: Nos casos de poliomielite paralítica associada à vacina poliomielite 1, 2, 3

(atenuada) indicar a vacina poliomielite 1, 2 e 3 (inativada).

Page 262: Manual de..procedimentos vacinas

254

5.5. Conservação

A vacina poliomielite 1, 2 e 3 (inativada) é conservada, no nível local,

entre +2 ºC e +8 ºC, sendo ideal +5 ºC, conforme orientado neste Manual,

na Parte II, tópico 5.

5.6. Dose e volume

Cada dose, em geral, corresponde a duas gotas, podendo variar

conforme especificações do laboratório produtor.

O esquema básico da vacina poliomielite 1, 2 e 3 (inativada)

corresponde a três doses a partir dos dois meses de idade, sendo de 30 dias

o intervalo mínimo entre as doses.

Aos 15 meses é administrada a dose de reforço. Em situações

especiais o intervalo para o reforço pode ser reduzido para até seis meses.

5.7. Via de administração

A vacina poliomielite 1, 2 e 3 (inativada) é administrada por via oral.

5.8. Administração

5.8.1. Procedimentos básicos no preparo da vacina

Antes de administrar a vacina poliomielite 1, 2 e 3 (inativada), o

vacinador deve adotar os seguintes procedimentos:

Lavar as mãos com água e sabão, conforme orientado neste

Manual, na Parte II, no tópico 6, item 6.1.;

Notas:

Não há intervalo máximo entre as doses, mas a vacinação básica deve ser completada o mais rapidamente possível, preferentemente até aos seis meses de vida.

Nos casos em que houver descontinuidade da vacinação, esta prosseguirá com a dose que o individuo iria receber quando se deu a interrupção.

Page 263: Manual de..procedimentos vacinas

255

Organizar todo o material, conforme orientado neste Manual,

na Parte II, tópicos 3 e 6;

Retirar a vacina do refrigerador ou da caixa térmica, verificando

o nome da mesma, bem como o prazo de validade, conforme

orientado neste Manual, na Parte II, tópicos 3, 5 e 6.

5.8.2. Procedimentos básicos na administração da vacina Para a administração da vacina poliomielite 1, 2, 3 (atenuada) são

procedimentos básicos:

Preparar a pessoa a ser vacinada, colocando-a em posição

segura e confortável conforme orientado na Parte II deste

Manual, no tópico 3, item 3.3.2. que trata do acolhimento e

triagem da clientela, bem como no tópico 6, item 6.4.1. sobre os

procedimentos básicos para administração de soluções por via

oral;

Abrir a bisnaga e manter a tampa da mesma na mão;

Notas:

Quando criança pedir ao responsável para colocá-la no colo.

Para vacinar a criança de colo o vacinador deve colocar-se por trás da mesma, inclinar sua cabeça ligeiramente para trás e fazer pressão nas bochechas.

Notas:

Observar a técnica de assepsia, manuseando sem contaminar o frasco da vacina.

Dependendo da situação, como, por exemplo, nas campanhas, evitar o contato prolongado do frasco da vacina com o calor da mão, utilizando duas bisnagas, alternando-as a cada administração.

Notas:

Lavar as mãos, no mínimo, antes e após o preparo e administração da vacina;

Observar a técnica de assepsia na preparação da vacina, manuseando sem contaminar a bisnaga conta-gotas de plástico.

Page 264: Manual de..procedimentos vacinas

256

Manter o frasco plástico na posição obliqua (45º), com o bico

conta-gotas para baixo;

Fazer uma leve pressão no frasco (sempre na posição oblíqua),

para pingar a primeira gota sobre a língua da pessoa a ser

vacinada;

Figura III-8 – Posição da bisnaga na administração da VOP

Colocar o frasco na posição vertical (para permitir a formação de

uma nova gota, evitando a saída de ar);

Repetir a operação, para pingar a segunda gota.

Recolocar o frasco conta-gotas na caixa térmica até a

administração de nova dose.

Notas:

Cuidar para não pingar mais de duas gotas.

Evitar encostar o bico conta-gotas na boca da pessoa para não contaminá-lo, caso isso aconteça desprezar o restante das doses, conforme orientado neste Manual, na Parte II, tópico 3, item 3.2, registrando o número de doses desprezadas para subsidiar a avaliação da utilização de vacinas.

Esperar a pessoa engolir a vacina; se a mesma cuspir, regurgitar ou vomitar, imediatamente repetir a dose.

Não é necessário fazer intervalo entre a alimentação (inclusive leite materno) e a administração da vacina.

 

Fonte: Bula da Vacina contra Pólio

Page 265: Manual de..procedimentos vacinas

257

5.8.3. Procedimentos básicos após a administração da vacina

Após administrar a vacina poliomielite 1, 2, 3 (atenuada) são

procedimentos básicos:

Lavar as mãos com água e sabão, conforme orientado neste

Manual, na Parte II, tópico 6, item 6.1;

Estar atento à ocorrência de reações imediatas;

Informar à pessoa vacinada ou seu acompanhante sobre a

possibilidade do aparecimento das reações consideradas como

mais comuns;

Registrar no comprovante de vacinação a data, o número do lote e

a validade da vacina administrada, assinar, carimbar e agendar a

próxima vacina, caso necessário, conforme orientado neste

Notas:

Na rotina, a bisnaga multidoses da vacina poliomielite 1, 2, 3 (atenuada), uma vez aberta, desde que mantida sob temperatura adequada (+ 2 ºC a + 8º C) e adotados os cuidados que evitem sua contaminação, deve ser usado por um prazo estabelecido pelo laboratório produtor, constante da bula do produto.

A coordenação de imunizações do Estado ou do Município deverá informar esse prazo à Unidade de Saúde quando do envio da remessa da vacina vez que há variações quanto a esse prazo conforme o laboratório produtor.

A data e o horário da abertura do frasco devem ser anotados no próprio frasco, principalmente quando o prazo for mais longo.

Vencido o prazo, desprezar o resto da vacina, conforme orientado neste Manual, na Parte II, tópico 4, item 4.2.

Nas atividades extramuros (campanha, intensificação e bloqueio) desprezar as sobras da vacina ao término da jornada de trabalho (pelos riscos de contaminação).

O número de doses desprezadas deve ser anotado no impresso utilizado para registro das atividades diárias, com o objetivo de subsidiar a avaliação da utilização de vacinas, conforme orientado neste Manual, na Parte I, tópico 4, item 4.2.1.6.

Nota:

Quando for administrada a última dose do frasco da vacina poliomielite 1, 2, 3 (atenuada) desprezá-lo adequadamente, conforme orientado neste Manual, na Parte II, no tópico 4, item 4.2., que trata dos cuidados com o lixo da sala de vacinação.

Page 266: Manual de..procedimentos vacinas

258

Manual, na Parte II, tópico 3, itens 3.3.3 e 3.3.5, bem assim no

tópico 7;

Registrar a vacina administrada no boletim ou impresso específico,

conforme orientado neste Manual, na Parte II, no tópico 7;

Orientar a pessoa vacinada ou seu acompanhante sobre o retorno,

quando for o caso, para a complementação do esquema básico de

vacinação e na ocorrência de evento adverso.

Nota: Todo evento adverso deve ser avaliado, notificado, acompanhado e

investigado. A pessoa que apresentou o evento adverso deve ser acompanhada pelo médico.

Page 267: Manual de..procedimentos vacinas

259

6. Vacina adsorvida difteria, tétano, pertussis e Haemophilus influenzae b (conjugada) 6.1. Indicação

A vacina adsorvida difteria, tétano, pertussis e Haemophilus

influenzae b (conjugada), uma associação da vacina DTP (tríplice

bacteriana) com a vacina contra a infecção causada pelo Haemophilus

influenzae tipo b (Hib), é indicada para crianças menores de um ano.

A vacina protege contra a difteria, o tétano, a coqueluche e contra

infecções causadas pela bactéria Haemophilus influenzae tipo b, tais como a

meningite bacteriana, a pneumonia, a otite, a artrite e septicemias.

A associação entre a vacina adsorvida difteria, tétano, pertussis e a

vacina Haemophilus influenzae b (conjugada) reduz o número de

administrações injetáveis nos menores de um ano, por reunir em uma única

vacina os componentes de quatro imunobiológicos.

6.2. Contraindicação

A vacina adsorvida difteria, tétano, pertussis e Haemophilus

influenzae b (conjugada) está contraindicada nas situações gerais referidas

nesta Parte do Manual, no tópico 2, item 2.1, e também nos seguintes casos:

Ocorrência de convulsão nas primeiras 72 horas após a

administração da vacina;

Ocorrência de episódio hipotônico-hiporresponsivo nas

primeiras 48 horas após a administração da vacina;

Ocorrência de encefalopatia aguda grave, sete dias após a

administração da vacina;

História de choque anafilático após administração da vacina;

Quando a criança tiver completado os sete anos.

Page 268: Manual de..procedimentos vacinas

2

6.3. Composição

A vacina associa a vacina adsorvida difteria, tétano, pertussis e a

vacina Haemophilus influenzae b (conjugada).

A vacina adsorvida difteria, tétano, pertussis é uma vacina combinada,

ou seja, contém no mesmo frasco-ampola o toxóide diftérico, o toxóide

tetânico e a bactéria Bordetella pertussis inativada. Contém, ainda, o

hidróxido de alumínio como adjuvante e o timerosal como preservativo.

A composição de uma dose da vacina adsorvida difteria, tétano,

pertussis é a seguinte:

Toxóide diftérico purificado: 10Lf3;

Toxóide tetânico purificado: 10Lf;

Suspensão de células inteiras de Bordetella pertussis inativada:

16Ui4;

Hidróxido de alumínio (adjuvante): < 1,25mg;

Timerosal como preservativo.

A vacina Haemophilus influenzae b é uma vacina conjugada, ou seja,

contém parte da bactéria Haemophilus influenzae unida a uma proteína, o

que aumenta a sua capacidade de produzir resposta imunológica.

A composição de uma dose da vacina Haemophilus influenzae b

(conjugada) é a seguinte:

Polissacarídeo capsular de Haemophilus influenzae (PRP):10μg5;

Conjugado com toxóide tetânico (carreador protéico): 20 a 40μg.

3 Lf: unidade de floculação. 4 Ui: unidades internacionais. 5 μg: micrograma.

Nota: Sobre as situações que contraindicam a DTP+Hib consultar o Manual de Vigilância

Epidemiológica de Eventos Adversos Pós-Vacinação, do Ministério da Saúde.

60

Page 269: Manual de..procedimentos vacinas

261

6.4. Apresentação

A vacina adsorvida difteria, tétano, pertussis apresenta-se na forma

líquida e a vacina Haemophilus influenzae b apresenta-se sob a forma

liofilizada (pó).

A vacina adsorvida difteria, tétano, pertussis funciona como diluente,

ou seja, quando adicionada ao pó da vacina Haemophilus influenzae b

(reconstituição) obtém-se a vacina adsorvida difteria, tétano, pertussis e

Haemophilus influenzae b (conjugada) que se apresenta em frascos

contendo cinco ou 10 doses.

6.5. Conservação

A vacina adsorvida difteria, tétano, pertussis e Haemophilus

influenzae b (conjugada) é conservada numa temperatura entre +2 ºC e +8

ºC, sendo ideal +5 ºC, conforme orientado neste Manual, na Parte II, tópico

5.

6.6. Dose e Volume

A vacina adsorvida difteria, tétano, pertussis e Haemophilus

influenzae b (conjugada) é indicada para menores de um ano, a partir dos

dois meses de idade.

Notas:

A vacina adsorvida difteria, tétano, pertussis e Haemophilus influenzae b (conjugada) não pode ser congelada, caso atinja uma temperatura de 0ºC proceder conforme orientado neste Manual, na Parte II, tópico 5, item 5.5.2.

O congelamento provoca a perda de potência da vacina.

Nota: O componente difteria, tétano, pertussis só pode ser utilizado como diluente do

componente Haemophilus influenzae b, ou seja, não podem ser usados separadamente, nem com outro tipo de diluente, pois foram preparados especialmente para esta finalidade.

Page 270: Manual de..procedimentos vacinas

262

O esquema corresponde a três doses, administrada aos dois, aos

quatro e aos seis meses de idade, com intervalo de 60 dias entre as doses.

Aos 15 meses deverá ser feito o primeiro reforço apenas com a vacina

adsorvida difteria, tétano e pertussis. Um segundo reforço é dado aos quatro

anos.

O volume correspondente a uma dose é de 0,5 ml, podendo variar

de acordo com o laboratório produtor.

6.7. Via de Administração

A vacina adsorvida difteria, tétano, pertussis e Haemophilus

influenzae b (conjugada) é administrada por via intramuscular profunda,

conforme orientado neste Manual, na Parte II, tópico 6, item 6.4.4.

Notas:

A vacina adsorvida difteria, tétano, pertussis e Haemophilus influenzae b (conjugada) não deve ser administrada em crianças que já tomaram a vacina adsorvida difteria, tétano e pertussis ou a vacina Haemophilus influenzae b (conjugada) isoladamente.

A vacina adsorvida difteria, tétano, pertussis e Haemophilus influenzae b (conjugada) só deve ser administrada até os seis anos, 11 meses e 29 dias.

Notas:

Nas crianças menores de dois anos a vacina é administrada na face lateral da coxa.

Em crianças maiores utilizar, preferencialmente, a região do deltóide, na face externa superior do braço.

A adsorvida difteria, tétano, pertussis e Haemophilus influenzae b (conjugada) não deve ser administrada na região glútea em razão da maior quantidade de tecido adiposo, situação em que a vacina não é inoculada no interior do músculo e sim no tecido adiposo (gordura), o que diminui sensivelmente a resposta imunológica.

Page 271: Manual de..procedimentos vacinas

263

6.8. Administração

6.8.1. Procedimentos básicos no preparo da vacina

Antes de administrar a vacina adsorvida difteria, tétano, pertussis e

Haemophilus influenzae b (conjugada) o vacinador deve adotar os seguintes

procedimentos:

Lavar as mãos com água e sabão, conforme orientado neste

Manual, na Parte II, no tópico 6, item 6.1.;

Organizar todo o material: seringa e agulha apropriadas e

outros materiais, conforme orientado neste Manual, na Parte II,

tópicos 3 e 6;

Retirar a vacina do refrigerador ou da caixa térmica, verificando

o nome da mesma, bem como o prazo de validade, conforme

orientado neste Manual, na Parte II, tópicos 3, 5 e 6;

Preparar a vacina, conforme orientado neste Manual, na Parte

II, tópico 6, item 6.3.3., fazendo a reconstituição;

Fazer a reconstituição da vacina, introduzindo, lenta e

suavemente, a vacina adsorvida difteria, tétano e pertussis no

frasco contendo a vacina Haemophilus influenzae b (liófilo),

sem deixar que forme espuma, obtendo uma solução

homogênea;

Notas:

Lavar as mãos, no mínimo, antes e após o preparo e administração da vacina;

Observar a técnica de assepsia na preparação da vacina: manusear sem contaminar a seringa, a agulha e o frasco da vacina;

Esses procedimentos são fundamentais na prevenção de abscessos quentes.

Page 272: Manual de..procedimentos vacinas

264

Aspirar o volume a ser administrado, verificando na graduação

da seringa se a dosagem está correta

Notas:

Quando utilizar o frasco multidoses, ao aspirar cada dose, perfurar a borracha em locais diferentes, evitando a parte central da tampa.

Antes de aspirar cada dose, limpar a tampa de borracha com algodão seco.

Antes de aspirar cada dose, fazer um movimento rotatório em sentido único com o frasco da vacina para homogeneização, evitando, assim, reações locais mais intensas.

Utilizar na administração da vacina a mesma agulha que aspira a dose.

Notas:

O componente difteria, tétano e pertussis, como já referido, só pode ser utilizado como diluente do componente Haemophilus influenzae b. Não podem ser utilizados separadamente, nem com outro tipo de diluente, pois foram preparados, especialmente, para formarem a vacina adsorvida difteria, tétano, pertussis e Haemophilus influenzae b (conjugada).

Observar o frasco da vacina difteria, tétano e pertussis, cuidadosamente, para detectar a presença de qualquer partícula.

Devido à presença do hidróxido de alumínio como adjuvante, antes de aspirar cada dose é indispensável fazer movimentos rotatórios e suaves com o frasco, sem deixar que forme espuma, para que a vacina fique mais homogênea e provoque menos reações locais.

O frasco multidoses da vacina adsorvida difteria, tétano, pertussis e Haemophilus influenzae b (conjugada), após a diluição, poderá ser usado por um prazo estabelecido pelo laboratório produtor, constante da bula do produto, desde que mantido sob temperatura adequada (+2 ºC a +8 ºC) e adotados os cuidados que evitem sua contaminação.

A coordenação de imunizações do Estado ou do Município deverá informar esse prazo à Unidade de Saúde quando do envio da remessa da vacina vez que há variações quanto a esse prazo conforme o laboratório produtor.

A data e horário da abertura do frasco devem ser anotados no próprio frasco, principalmente quando o prazo for mais longo.

Vencido o prazo, desprezar o resto da vacina, conforme orientado neste Manual, na Parte II, tópico 4, item 4.2.

O número de doses desprezadas, independente do motivo deve ser anotado no impresso utilizado para registro das atividades diárias, com o objetivo de subsidiar a avaliação da utilização de vacinas, conforme orientado neste Manual, na Parte I, tópico 4, item 4.2.1.6.

Page 273: Manual de..procedimentos vacinas

265

Recolocar o frasco da vacina na caixa térmica até a aspiração

de outra dose.

6.8.2. Procedimentos básicos na administração da vacina Para a administração da vacina adsorvida difteria, tétano, pertussis e

Haemophilus influenzae b (conjugada) são procedimentos básicos:

Preparar a pessoa a ser vacinada, colocando-a em posição

segura e confortável conforme orientado na Parte II deste

Manual, no tópico 3, item 3.3.2. que trata do acolhimento e

triagem da clientela, bem como no tópico 6, item 6.4.4. sobre

os procedimentos básicos para administração de injeções por

via intramuscular;

Fazer a limpeza do local da administração, se necessária;

Introduzir a agulha, adequando o ângulo de administração à

massa muscular da região escolhida;

Notas:

Na vacinação dos menores de dois anos, localizar visualmente o músculo vasto lateral da coxa, fazer uma prega entre o dedo indicador e o polegar e introduzir a agulha no terço médio da coxa (vasto lateral);

Adequar a agulha ao ângulo de administração conforme massa muscular da pessoa a ser vacinada;

No caso do deltóide a administração será na face externa superior do braço.

Notas:

Quando necessário, a limpeza da pele deve ser feita com água e sabão.

O álcool comum não deve ser utilizado pela sua baixa volatilidade (demora a secar) e pelo baixo poder antisséptico.

Em situações excepcionais, quando não houver água e sabão (vacinação na zona rural e em ambiente hospitalar), utilizar o álcool a 70%.

Quando usar o álcool 70% para limpeza da pele friccionar o algodão embebido por 30 segundos e, em seguida, esperar mais 30 segundos para permitir a secagem da pele, deixando-a sem vestígios do produto de modo a evitar qualquer interferência do álcool no procedimento.

Page 274: Manual de..procedimentos vacinas

266

Injetar o líquido lentamente; e

Retirar a seringa/agulha com movimento firme e único.

6.8.3. Procedimentos básicos após a administração da vacina Após administrar a vacina adsorvida difteria, tétano, pertussis e

Haemophilus influenzae b (conjugada) são procedimentos básicos:

Desprezar a seringa e a agulha na caixa coletora de perfuro

cortante, conforme orientado neste Manual, na Parte II, no tópico

4, item 4.2. que trata dos cuidados com o lixo da sala de

vacinação e no tópico 6, item 6.2. sobre a utilização de seringas e

agulhas;

Lavar as mãos com água e sabão, conforme orientado neste

Manual, na Parte II, tópico 6, item 6.1;

Estar atento à ocorrência de reações imediatas;

Informar à pessoa vacinada ou seu acompanhante sobre a

possibilidade do aparecimento das reações consideradas como

mais comuns;

Page 275: Manual de..procedimentos vacinas

267

Registrar no comprovante de vacinação a data, o número do

lote e a validade da vacina administrada, assinar, carimbar e

agendar a próxima vacina, caso necessário, conforme

orientado neste Manual, na Parte II, tópico 3, itens 3.3.3 e

3.3.5, bem assim no tópico 7;

Notas:

As manifestações destacadas na sequência,são comuns e esperadas, estando associadas aos componentes das vacinas e, não contra indicam a administração de doses subseqüentes: (i) da vacina adsorvida difteria, tétano, pertussis e Haemophilus influenzae b (conjugada); (ii) da vacina adsorvida difteria, tétano e pertussis; (iii) da vacina adsorvida difteria e tétano infantil e adulto; ou (iv) da vacina toxóide tetânico;

As manifestações locais podem aumentar após a administração de cada dose;

Geralmente são manifestações de evolução favorável e podem surgir nas primeiras 48 horas após a administração da vacina:

Febre: geralmente, aparece nas primeiras horas após a administração da vacina ou, no máximo, até o dia seguinte. Com a administração das doses subseqüentes, tende a aumentar a freqüência das reações febris.

Hiperemia (vermelhidão), calor. endurecimento e edema, acompanhados ou não de dor, podem ocorrer, sendo pouco intensos e restritos ao local da administração; estas manifestações podem comprometer por algum tempo a movimentação do membro e provocar dificuldade ao andar; orientar o uso de compressa fria no loca; nunca usar compressa quente.

Nódulo indolor no local da injeção: é reabsorvido, desaparecendo após algumas semanas.

Sonolência: pode manifestar-se, nas primeiras 24 horas após a administração da vacina, e persistir por até três dias.

Anorexia (falta de vontade de comer): é transitória e de leve intensidade.

Vômito: pouco comum, sendo normalmente relatado após a primeira dose da vacina.

Abscessos quentes e frios: são eventos associados à técnica de administração que devem ser notificados e não contraindicam dose subseqüente da vacina.

Choro persistente: caracteriza-se por um choro contínuo e inconsolável que pode durar mais de três horas; em geral, aparece nas primeiras duas a oito horas após a administração da vacina.

Reações de hipersensibilidade cutânea: Apresentam-se com urticária, exantema ou aparecimento de petéquias.

Não indicar o uso de paracetamol antes ou depois da vacinação para não diminuir a imunogenicidade.

Page 276: Manual de..procedimentos vacinas

268

Registrar a vacina administrada no boletim ou impresso

específico, conforme orientado neste Manual, na Parte II, no

tópico 7;

Orientar a pessoa vacinada ou seu acompanhante quanto à

importância do retorno, quando for o caso, para

complementação do esquema.

Notas:

Os eventos adversos destacados na sequência são GRAVES e contraindicam a administração de doses subseqüentes da vacina adsorvida difteria, tétano, pertussis e Haemophilus influenzae b (conjugada). Convulsão: caracteriza-se por alteração do nível de consciência, acompanhada de

contrações musculares involuntárias; aparece nos três primeiros dias após a administração da vacina. Em crianças menores, pode ocorrer convulsão sem contrações evidentes. Utilizar nas doses subsequentes: a vacina adsorvida difteria, tétano e pertussis (acelular) e a vacina Haemophilus influenzae tipo b (conjugada), disponíveis no CRIE.

Episódio Hipotônico Hiporresponsivo (EHH): é de instalação súbita e de curta duração. Há presença de palidez, ou cianose peri-oral (coloração arroxeada em volta dos lábios), hipotonia (relaxamento da musculatura), diminuição ou ausência de resposta aos estímulos.

Utilizar nas doses subsequentes: a vacina adsorvida difteria, tétano e pertussis (acelular) e a vacina Haemophilus influenzae tipo b (conjugada), disponíveis no CRIE.

Encefalopatia: distúrbio do sistema nervoso central grave, agudo, que se assemelha clinicamente à encefalite, mas sem evidência de reação inflamatória. Quando acontece após administração desta vacina, ou da DTP, pode ocorrer até sete dias após sua administração (geralmente nas primeiras 72 horas).

Utilizar nas doses subsequentes: a vacina adsorvida difteria e tétano infantil e a vacina Haemophilus influenzae tipo b (conjugada), disponíveis no CRIE.

Choque anafilático: caracteriza-se por hipotensão ou choque associado à urticária, edema de face e laringoespasmo; pode se instalar nas primeiras duas horas após a administração da vacina (em geral, nos primeiros 30 minutos). Contraindica a administração de todos os componentes da vacina adsorvida difteria, tétano, pertussis e Haemophilus influenzae b (conjugada), e também das vacinas difteria, tétano e, pertussis; difteria e tétano (infantil e adulto); da vacina toxóide tetânico; e da vacina Haemophilus influenzae b (conjugada). Caso a pessoa sofra um acidente com risco de contrair o tétano, deve receber o método profilático passivo (imunoglobulina antitetânica).

Todo evento adverso deve ser avaliado, notificado, acompanhado e investigado. A

pessoa que apresentou o evento adverso deve ser acompanhada pelo médico.

Page 277: Manual de..procedimentos vacinas

269

7. Vacina adsorvida difteria, tétano e pertussis 7.1. Indicação

A vacina adsorvida difteria, tétano e pertussis é indicada para a

administração das duas doses de reforço, quando foi usada a vacina

adsorvida difteria, tétano, pertussis e Haemophilus influenzae b (conjugada)

no esquema básico, conforme orientado nesta Parte do Manual no tópico 6

anterior.

O objetivo da vacinação é prevenir contra a difteria, o tétano e a

coqueluche (ou pertussis).

7.2. Contraindicação

A vacina adsorvida difteria, tétano e pertussis está contraindicada nas

situações gerais referidas nesta Parte do Manual, no tópico 2, item 2.1.

Além disso, a vacina não deve ser administrada quando a criança

apresentar quadro neurológico em atividade e quando, após dose anterior da

desta mesma vacina, registrou qualquer das seguintes manifestações,

consideradas como contraindicações específicas:

Convulsões até 72 horas após a administração da vacina; ou

Colapso circulatório, com estado tipo choque ou com episódio

hipotônico-hiporresponsivo (EHH), até 48 horas após a

administração da vacina; ou

Encefalopatia nos primeiros sete dias após a administração da

vacina.

Notas:

Quando a vacina adsorvida difteria, tétano e pertussis é contraindicada, devido à ocorrência de convulsões ou colapso circulatório, administrar a vacina adsorvida difteria, tétano e pertussis (acelular) ou, quando não disponível, a vacina adsorvida difteria e tétano infantil, conforme procedimentos descritos nesta Parte do Manual, no tópico 15, itens 15.2 e 15.6., respectivamente.

Para os casos de encefalopatia está contraindicada qualquer dose subseqüente, seja com a vacina adsorvida difteria, tétano e pertussis ou com a vacina adsorvida difteria, tétano e pertussis (acelular).

Page 278: Manual de..procedimentos vacinas

270

7.3. Composição

A vacina adsorvida difteria, tétano e pertussis é uma associação dos

toxóides diftérico e tetânico com a Bordetella pertussis inativada, tendo o

hidróxido de alumínio como adjuvante e o timerosal como preservativo.

7.4. Apresentação

A vacina adsorvida difteria, tétano e pertussis é apresentada sob a

forma líquida, em frasco multidoses.

7.5. Conservação

A vacina adsorvida difteria, tétano e pertussis é conservada numa

temperatura entre +2 ºC e +8 ºC, sendo ideal +5 ºC, conforme orientado

neste Manual, na Parte II, tópico 5.

7.6. Dose e volume

A vacinação com a vacina adsorvida difteria, tétano e pertussis é

indicada para o reforço do esquema básico, que, de modo geral,

corresponde a uma dose com intervalo mínimo de seis meses depois da

vacinação básica. Um segundo reforço é dado entre quatro anos e seis

anos, 11 meses e 29 dias, preferencialmente aos 4 anos.

Notas:

A vacina adsorvida difteria, tétano e pertussis não pode ser congelada; caso atinja temperatura de congelamento proceder conforme orientado neste Manual, na Parte II, tópico 5, item 5.5.2.

O congelamento provoca a desnaturação protéica e a desagregação do adjuvante ( com formação de grumos ) com conseqüente perda de potência e aumento dos eventos adversos locais (dor, rubor e calor).

Page 279: Manual de..procedimentos vacinas

271

Doses eventuais de reforço podem ser indicadas nas seguintes

situações e conforme norma específica do Ministério da Saúde:

Quando houver contato com casos suspeitos de difteria, a

criança pode receber de imediato uma dose de reforço da

vacina adsorvida difteria, tétano e pertussis ou da vacina

adsorvida difteria e tétano infantil, quando tiver com idade até

os seis anos, 11 meses e 29 dias, ou da vacina adsorvida

difteria e tétano adulto, a partir dos sete anos de idade;

No caso de ferimentos suspeitos considerar as orientações

relativas à profilaxia do tétano em caso de ferimento.

Atualmente, o volume correspondente a uma dose é de 0,5 ml,

podendo variar de acordo com o laboratório produtor.

Notas:

Ao indicar a vacinação com a vacina adsorvida difteria, tétano e pertussis, considerar as doses administradas anteriormente e não reiniciar o esquema.

O reforço pode ser administrado em qualquer idade (até os seis anos, onze meses e 29 dias), observando-se um intervalo mínimo de seis meses após a última dose da vacinação básica.

Se o esquema básico não for iniciado ou completado até a idade de seis anos, onze meses e 29 dias, as doses necessárias serão aplicadas com a vacina adsorvida difteria e tétano adulto em lugar da vacina adsorvida difteria, tétano e pertussis.

Caso a criança esteja com quatro anos ou mais e não tenha recebido o primeiro reforço, não é necessário administrar dois reforços, mas apenas um na ocasião do atendimento, seguindo-se o esquema de uma dose da vacina difteria e tétano adulto, conforme orientado nesta Parte do Manual, no tópico 8 a seguir.

Nota:

No caso do doente de difteria, proceder conforme norma específica relativa à vacinação depois da alta.

Page 280: Manual de..procedimentos vacinas

272

7.7. Via de administração

A vacina adsorvida difteria, tétano e pertussis é administrada por via

intramuscular profunda, conforme orientado neste Manual, na Parte II, tópico

6, item 6.4.4.

7.8. Administração

7.8.1. Procedimentos básicos no preparo da vacina

Antes de administrar a vacina adsorvida difteria, tétano e pertussis o

vacinador deve adotar os seguintes procedimentos:

Lavar as mãos com água e sabão, conforme orientado neste

Manual, na Parte II, no tópico 6, item 6.1.;

Organizar todo o material: seringa e agulha apropriadas e outros

materiais, conforme orientado neste Manual, na Parte II, tópicos

3 e 6;

Retirar a vacina do refrigerador ou da caixa térmica, verificando

o nome da mesma, bem como o prazo de validade, o aspecto

Notas:

As mãos devem ser lavadas antes e depois do preparo e da administração da vacina.

Observar a técnica de assepsia na preparação da vacina: manusear sem contaminar a seringa, a agulha e o frasco da vacina.

Esses procedimentos são fundamentais na prevenção de abscessos quentes.

Notas:

Nas crianças menores de dois anos a vacina é administrada na face lateral da coxa.

Em crianças maiores utilizar, preferencialmente, a região do deltóide, na face externa superior do braço.

A vacina adsorvida difteria, tétano e pertussis não deve ser administrada na região glútea em razão da maior quantidade de tecido adiposo, situação em que a vacina não é inoculada no interior do músculo e sim no tecido adiposo (gordura), o que diminui sensivelmente a resposta imunológica.

Page 281: Manual de..procedimentos vacinas

273

da solução (a exemplo da presença de grumos ou cor diferente

da original), a integridade da embalagem conforme orientado

neste Manual, na Parte II, nos tópicos 3, 5 e 6;

Preparar a vacina, conforme orientado neste Manual, na Parte

II, tópico 6, item 6.4.3;

Aspirar o volume a ser administrado, verificando na graduação

da seringa se a dosagem está correta;

Notas:

Observar o frasco da vacina adsorvida difteria, tétano e pertussis, cuidadosamente, para detectar a presença de partículas, caso sejam encontradas, a vacina não deverá ser utilizada.

O frasco multidoses da vacina adsorvida difteria, tétano e pertussis após aberto poderá ser usado por um prazo estabelecido pelo laboratório produtor, constante da bula do produto, desde que mantido sob temperatura adequada (+2 ºC a +8 ºC) e adotados os cuidados que evitem sua contaminação.

A coordenação de imunizações do Estado ou do Município deverá informar esse prazo à Unidade de Saúde quando do envio da remessa da vacina vez que há variações quanto a esse prazo conforme o laboratório produtor.

A data e horário da abertura do frasco devem ser anotados no próprio frasco, principalmente quando o prazo for mais longo.

Vencido o prazo, desprezar o resto da vacina, conforme orientado neste Manual, na Parte II, tópico 4, item 4.2.

O número de doses desprezadas, independente do motivo, deve ser anotado no impresso utilizado para registro das atividades diárias, com o objetivo de subsidiar a avaliação da utilização de vacinas, conforme orientado neste Manual, na Parte I, tópico 4, item 4.2.1.6.

Notas:

Quando utilizar o frasco multidoses, ao aspirar cada dose, perfurar a borracha em locais diferentes, evitando a parte central da tampa.

Antes de aspirar cada dose, limpar a tampa de borracha com algodão seco.

Antes de aspirar cada dose, fazer um movimento rotatório em sentido único com o frasco da vacina para homogeneização, evitando, assim, reações locais mais intensas.

Utilizar na administração da vacina a mesma agulha que aspira a dose.

Page 282: Manual de..procedimentos vacinas

274

Recolocar o frasco na caixa térmica até a aspiração de nova

dose.

7.8.2. Procedimentos básicos na administração da vacina Para a administração da vacina adsorvida difteria, tétano e pertussis

são procedimentos básicos:

Preparar a pessoa a ser vacinada, colocando-a em posição

segura e confortável;

Fazer a limpeza do local da administração, se necessária;

Introduzir a agulha, adequando o ângulo de administração à

massa muscular da região escolhida;

Injetar o líquido lentamente; e

Retirar a seringa/agulha em um movimento firme e único.

Notas:

Na vacinação dos menores de dois anos, localizar visualmente o músculo vasto lateral da coxa e fazer uma prega entre o dedo indicador e o polegar, com a introdução da agulha no terço médio da coxa (vasto lateral);

Adequar a agulha ao ângulo de administração conforme massa muscular da pessoa a ser vacinada;

No caso do deltóide a administração será na face externa superior do braço

Esses procedimentos são fundamentais na prevenção de abscessos frios.

Notas:

Quando necessário, a limpeza da pele deve ser feita com água e sabão.

O álcool comum não deve ser utilizado pela sua baixa volatilidade (demora a secar) e pelo baixo poder antisséptico.

Em situações excepcionais, quando não houver água e sabão (vacinação na zona rural e em ambiente hospitalar), utilizar o álcool a 70%.

Quando usar o álcool 70% para limpeza da pele friccionar o algodão embebido por 30 segundos e, em seguida, esperar mais 30 segundos para permitir a secagem da pele, deixando-a sem vestígios do produto de modo a evitar qualquer interferência do álcool no procedimento.

Page 283: Manual de..procedimentos vacinas

275

7.8.3. Procedimentos básicos após a administração da vacina Após administrar a vacina adsorvida difteria, tétano e pertussis são

procedimentos básicos:

Desprezar a seringa e a agulha na caixa coletora de

perfurocortante, conforme orientado neste Manual, na Parte II,

no tópico 4, item 4.2.que trata dos cuidados com o lixo da sala

de vacinação e no tópico 6, item 6.2. sobre a utilização de

seringas e agulhas;

Lavar as mãos com água e sabão, conforme orientado neste

Manual, na Parte II, tópico 6, item 6.1;

Estar atento à ocorrência de reações imediatas;

Informar a pessoa vacinada ou seu acompanhante sobre a

possibilidade do aparecimento de manifestações consideradas

comuns;

Page 284: Manual de..procedimentos vacinas

276

Registrar no comprovante de vacinação a data, o número do

lote e a validade da vacina administrada, assinar, carimbar e

agendar a próxima vacina, conforme orientado neste Manual,

na Parte II, tópico 3, itens 3.3.3 e 3.3.5, bem assim no tópico 7;

Registrar a vacina administrada no boletim ou impresso

específico, conforme orientado neste Manual, na Parte II, no

tópico 7;

Notas:

As manifestações destacadas na sequência,são comuns e esperadas, estando associadas aos componentes da vacina e, não contraindicam a administração de doses subseqüentes da própria vacina adsorvida difteria, tétano e pertussis;

As manifestações locais podem aumentar após à administração de cada dose;

Geralmente são manifestações de evolução favorável e podem surgir nas primeiras 48 horas após a administração da vacina:

Febre: geralmente, aparece nas primeiras horas após a administração da vacina ou, no máximo, até o dia seguinte. Com a administração das doses subseqüentes, tende a aumentar a freqüência das reações febris.

Hiperemia (vermelhidão), calor, endurecimento e edema, acompanhados ou não de dor, podem ocorrer, sendo pouco intensos e restritos ao local da administração. Estas manifestações podem comprometer por algum tempo a movimentação do membro e provocar dificuldade ao andar. Orientar o uso de compressa fria no local. Nunca usar compressa quente.

Nódulo indolor no local da injeção: é reabsorvido, desaparecendo após algumas semanas.

Sonolência: pode se manifestar nas primeiras 24 horas após a administração da vacina, e persiste por até três dias.

Anorexia (falta de vontade de comer): é transitória e de leve intensidade. Vômito: pouco comum, sendo normalmente relatado após a primeira dose

da vacina. Abscessos quentes e frios: são eventos associados à técnica de

administração e à administração, que devem ser notificados e não contraindicam dose subseqüente da vacina.

Choro persistente: caracteriza-se por um choro contínuo e inconsolável, que pode durar mais de três horas, aparecendo, em geral, nas primeiras duas a oito horas após a administração da vacina.

Reações de hipersensibilidade cutânea: apresentam-se com urticária, exantema ou aparecimento de petéquias.

Não indicar o uso de paracetamol antes ou depois da vacinação para não diminuir a imunogenicidade.

Page 285: Manual de..procedimentos vacinas

277

Orientar a pessoa vacinada ou seu acompanhante sobre o

retorno, quando for o caso, para complementação do esquema

básico de vacinação e/ou na ocorrência de algum evento

adverso.

Notas: Os eventos adversos graves, destacados na sequência são GRAVES e

contraindicam a administração de doses subseqüentes da vacina adsorvida difteria, tétano e pertussis. Convulsão: caracteriza-se por alteração do nível de consciência,

acompanhada de contrações musculares involuntárias; aparece nos três primeiros dias após a administração da vacina. Em crianças menores, pode ocorrer convulsão sem contrações evidentes. Utilizar nas doses subsequentes: a vacina adsorvida difteria, tétano e pertussis (acelular) e a vacina Haemophilus influenzae tipo b (conjugada), disponíveis no CRIE.

Episódio Hipotônico Hiporresponsivo (EHH): é de instalação súbita e de curta duração. Há presença de palidez, ou cianose peri-oral (coloração arroxeada em volta dos lábios), hipotonia (relaxamento da musculatura), diminuição ou ausência de resposta aos estímulos. Utilizar nas doses subsequentes: a vacina adsorvida difteria, tétano e pertussis (acelular) e a vacina Haemophilus influenzae tipo b (conjugada), disponíveis no CRIE.

Encefalopatia: distúrbio do sistema nervoso central grave, agudo, que se assemelha clinicamente à encefalite, mas sem evidência de reação inflamatória. Quando acontece após administração desta vacina, ou da DTP, pode ocorrer até sete dias após sua administração (geralmente nas primeiras 72 horas).

Utilizar nas doses subsequentes: a vacina adsorvida difteria e tétano infantil e a vacina Haemophilus influenzae tipo b (conjugada), disponíveis no CRIE.

Choque anafilático: caracteriza-se por hipotensão ou choque associado à urticária, edema de face e laringoespasmo; pode se instalar nas primeiras duas horas após a administração da vacina (em geral, nos primeiros 30 minutos). Contraindica a administração de todos os componentes da vacina adsorvida difteria, tétano, pertussis e Haemophilus influenzae b (conjugada), e também das vacinas difteria, tétano e, pertussis; difteria e tétano (infantil e adulto); da vacina toxóide tetânico; e da vacina Haemophilus influenzae b (conjugada). Caso a pessoa sofra um acidente com risco de contrair o tétano, deve receber o método profilático passivo (imunoglobulina antitetânica).

Caso a pessoa sofra um acidente com risco de contrair o tétano, deve receber o método profilático passivo (imunoglobulina antitetânica).

Todo evento adverso deve ser avaliado, notificado, acompanhado e investigado. A pessoa que apresentou o evento adverso deve ser acompanhada pelo médico.

Page 286: Manual de..procedimentos vacinas

278

8. Vacina adsorvida difteria e tétano adulto

8.1. Indicação

A vacina adsorvida difteria e tétano adulto é constituída pelos

toxóides diftérico e tetânico, sendo que o componente diftérico apresenta-se

em menor concentração que na vacina adsorvida difteria, tétano e pertussis

e na vacina adsorvida difteria e tétano infantil.

É indicada a partir dos sete anos de idade, inclusive para

adolescentes e adultos conforme calendários específicos, com o objetivo de

prevenir o tétano e a difteria. A vacinação de mulheres em idade fértil (12 a

49 anos) e gestantes visa, principalmente, a prevenção do tétano neonatal.

A vacina adsorvida difteria e tétano adulto é administrada nos

maiores de sete anos para os reforços do esquema básico e para aqueles

que não tenham recebido as vacinas tetravalente, vacina adsorvida difteria,

tétano e pertussis; e da vacina adsorvida difteria e tétano infantil, ou que

tenham esquema incompleto dessas vacinas.

8.2. Contraindicação

A vacina adsorvida difteria e tétano adulto está contraindicada nas

situações gerais referidas nesta Parte do Manual, no tópico 2, item 2.1.

8.3. Composição

A vacina adsorvida difteria e tétano adulto é uma associação dos

toxóides diftérico e tetânico, tendo o hidróxido ou o fosfato de alumínio como

adjuvante e o timerosal como conservante.

Contém em cada dose 0,5 UI/ml do toxóide diftérico e 2 UI/ml por

dose do toxóide tetânico.

Nota:

A vacina adsorvida difteria e tétano infantil, disponível no CRIE, será descrita no tópico 15, item 15.2 desta Parte do Manual.

Page 287: Manual de..procedimentos vacinas

279

8.4. Apresentação

A adsorvida difteria e tétano adulto é apresentada sob a forma líquida,

em frasco de dose única ou de multidoses.

8.5. Conservação

A adsorvida difteria e tétano adulto é conservada numa temperatura

entre +2 ºC e +8 ºC, sendo ideal +5 ºC, conforme orientado na Parte II deste

Manual, no tópico 5.

8.6. Dose e volume

O esquema básico da adsorvida difteria e tétano adulto corresponde a

três doses com intervalo de 60 dias entre as doses.

O reforço da vacina adsorvida difteria e tétano adulto é administrado

de 10 em 10 anos.

No caso da gestante, para prevenção do tétano neonatal, o esquema

de vacinação deve considerar que:

Notas:

A vacina adsorvida difteria e tétano adulto não pode ser congelada, caso atinja temperatura de congelamento proceder conforme orientado neste Manual, na Parte II, tópico 5, item 5.5.2.

O congelamento provoca a desnaturação protéica e a desagregação do adjuvante (com formação de grumos) com conseqüente perda de potência e aumento dos eventos adversos locais (dor, rubor e calor).

Notas:

Ao indicar a vacinação com a vacina adsorvida difteria e tétano adulto considerar as doses administradas anteriormente com a vacina adsorvida difteria, tétano, pertussis e Haemophilus influenzae b (conjugada), e também com as vacinas difteria, tétano e, pertussis; difteria e tétano (infantil).

Não reiniciar o esquema.

Page 288: Manual de..procedimentos vacinas

280

A mulher vacinada (antes ou durante a gravidez) tem garantida a

proteção do recém-nascido, nos dois primeiros meses de vida;

Quando a mulher grávida completou o esquema de vacinação há

mais de cinco anos, considerando a última dose ou o último

reforço, deve receber um reforço da vacina adsorvida difteria e

tétano adulto.

O volume correspondente a uma dose da vacina adsorvida difteria e

tétano adulto é de 0,5 ml, podendo variar dependendo do laboratório

produtor.

8.7. Via de administração

A vacina adsorvida difteria e tétano adulto é administrada por via

intramuscular profunda, conforme orientado neste Manual, na Parte II, tópico

6, itens 6.4.4.

Notas:

Considera-se como mulher vacinada aquela que tomou três doses da vacina adsorvida difteria, tétano, pertussis e Haemophilus influenzae b (conjugada), da vacina adsorvida difteria, tétano e pertussis; da vacina adsorvida difteria e tétano (infantil e adulto); com intervalo mínimo de um mês entre as doses.

A proteção do recém-nascido nos dois primeiros meses de vida está garantida quando o reforço durante a gravidez foi administrado até 20 dias antes do parto.

Esse é o tempo mínimo necessário para que haja produção de anticorpos suficientes para a transferência de proteção ao feto.

Para a adequada proteção da gestante e para a prevenção do tétano neonatal em gestações futuras, é necessária a administração da terceira dose.

Notas:

A vacina deve ser administrada na região do deltóide, na face externa superior do braço.

A vacina adsorvida difteria e tétano adulto não deve ser administrada na região glútea em razão da maior quantidade de tecido adiposo, situação em que a vacina não é inoculada no interior do músculo e sim no tecido adiposo (gordura), o que diminui sensivelmente a resposta imunológica.

Page 289: Manual de..procedimentos vacinas

281

8.8. Administração

8.8.1. Procedimentos básicos no preparo da vacina

Antes de administrar a vacina adsorvida difteria e tétano adulto o

vacinador deve adotar os seguintes procedimentos:

Lavar as mãos com água e sabão, conforme orientado neste

Manual, na Parte II, no tópico 6, item 6.1.;

Organizar todo o material: seringa e agulha apropriadas e

outros materiais, conforme orientado neste Manual, na Parte II,

tópicos 3 e 6;

Retirar a vacina do refrigerador ou da caixa térmica, verificando

o nome da mesma, bem como o prazo de validade;

Preparar a vacina, conforme orientado neste Manual, na Parte

II, tópico 6, item 6.4.3;

Notas:

As mãos devem ser lavadas antes e depois do preparo e da administração da vacina.

Observar a técnica de assepsia na preparação da vacina: manusear sem contaminar a seringa, a agulha e o frasco da vacina.

Esses procedimentos são fundamentais na prevenção de abscessos quentes.

Page 290: Manual de..procedimentos vacinas

282

Aspirar o volume a ser administrado, verificando na graduação

da seringa se a dosagem está correta;

Recolocar o frasco na caixa térmica até a aspiração de nova

dose.

8.8.2. Procedimentos básicos na administração da vacina Para a administração da vacina adsorvida difteria e tétano adulto são

procedimentos básicos:

Notas:

Quando utilizar o frasco multidoses, ao aspirar cada dose, perfurar a borracha em locais diferentes, evitando a parte central da tampa.

Antes de aspirar cada dose, limpar a tampa de borracha com algodão seco.

Antes de aspirar cada dose, fazer um movimento rotatório em sentido único com o frasco da vacina para homogeneização, evitando, assim, reações locais mais intensas.

Utilizar na administração da vacina a mesma agulha que aspira a dose.

Notas:

Observar o frasco da vacina, cuidadosamente, para detectar a presença de partículas, caso sejam encontradas, a vacina não deverá ser utilizada.

O frasco multidoses da vacina adsorvida difteria e tétano adulto após aberto poderá ser usado pelo prazo constante da bula do produto, desde que mantido sob temperatura adequada (+2 ºC a +8 ºC) e adotados os cuidados que evitem sua contaminação.

A coordenação de imunizações do Estado ou do Município deverá informar esse prazo à Unidade de Saúde quando do envio da remessa da vacina vez que há variações quanto a esse prazo conforme o laboratório produtor.

A data e horário da abertura do frasco devem ser anotados no próprio frasco, principalmente quando o prazo for mais longo.

Vencido o prazo, desprezar o resto da vacina, conforme orientado neste Manual, na Parte II, tópico 4, item 4.2.

O número de doses desprezadas, independente do motivo, deve ser anotado no impresso utilizado para registro das atividades diárias, com o objetivo de subsidiar a avaliação da utilização de vacinas, conforme orientado neste Manual, na Parte I, tópico 4, item 4.2.1.6.

Page 291: Manual de..procedimentos vacinas

2

Preparar a pessoa a ser vacinada, colocando-a em posição

segura e confortável conforme orientado na Parte II deste

Manual, no tópico 3, item 3.3.2. que trata do acolhimento e

triagem da clientela, bem como no tópico 6, item 6.4.4. sobre

os procedimentos básicos para administração de injeções por

via intramuscular;

Fazer a limpeza do local da administração, se necessária;

Introduzir a agulha, adequando o ângulo de administração à

massa muscular da região escolhida;

Injetar o líquido lentamente; e

Retirar a seringa/agulha com movimento firme e único.

8.8.3. Procedimentos básicos após a administração da vacina Após administrar a vacina adsorvida difteria e tétano adulto são

procedimentos básicos:

Notas:

Adequar a agulha ao ângulo de administração conforme massa muscular da pessoa a ser vacinada.

No caso do deltóide a administração será na face externa superior do braço.

Esses procedimentos são fundamentais na prevenção de abscessos frios.

Notas:

Quando necessário, a limpeza da pele deve ser feita com água e sabão.

O álcool comum não deve ser utilizado pela sua baixa volatilidade (demora a secar) e pelo baixo poder antisséptico.

Em situações excepcionais, quando não houver água e sabão (vacinação na zona rural e em ambiente hospitalar), utilizar o álcool a 70%.

Quando usar o álcool 70% para limpeza da pele friccionar o algodão embebido por 30 segundos e, em seguida, esperar mais 30 segundos para permitir a secagem da pele, deixando-a sem vestígios do produto de modo a evitar qualquer interferência do álcool no procedimento.

83

Page 292: Manual de..procedimentos vacinas

284

Desprezar a seringa e a agulha na caixa coletora de

perfurocortante, conforme orientado neste Manual, na Parte II,

no tópico 4, item 4.2.que trata dos cuidados com o lixo da sala

de vacinação e no tópico 6, item 6.2. sobre a utilização de

seringas e agulhas;

Lavar as mãos com água e sabão, conforme orientado neste

Manual, na Parte II, tópico 6, item 6.1;

Estar atento à ocorrência de reações imediatas;

Informar a pessoa vacinada ou seu acompanhante sobre a

possibilidade do aparecimento das reações mais comuns;

Registrar no comprovante de vacinação a data, o número do

lote e a validade da vacina administrada, assinar, carimbar e

agendar a próxima vacina, conforme orientado neste Manual,

na Parte II, tópico 3, itens 3.3.3 e 3.3.5, bem assim no tópico 7;

Registrar a vacina administrada no boletim ou impresso

específico, conforme orientado neste Manual, na Parte II, no

tópico 7;

Orientar a pessoa vacinada ou seu acompanhante sobre o

retorno, quando for o caso, para complementação do esquema

básico de vacinação e/ou na ocorrência de algum evento

adverso.

Notas:

São reações mais comuns: dor local, eritema (vermelhidão), edema e enduração no local da injeção, febrícula e sensação de mal-estar, com intensidade variável e duração passageira

Orientar o uso de compressa fria no caso de dor ou rubor no local da administração da vacina.

Não usar compressa quente.

Nota: Todo evento adverso deve ser avaliado, notificado, acompanhado e

investigado. A pessoa que apresentou o evento adverso deve ser acompanhada pelo médico.

Page 293: Manual de..procedimentos vacinas

285

9. Vacina rotavírus G1P1[8] (atenuada) 9.1. Indicação

A vacina rotavírus G1P1[8] (atenuada) é indicada para crianças com

idade compreendida entre um mês e 15 dias de vida e cinco meses e 15

dias.

A vacina protege contra as complicações decorrentes da infecção

pelo Rotavírus, especialmente nas crianças com idade entre seis e 24

meses que é a faixa etária mais vulnerável e na qual se observa a maior

carga da doença.

Embora monovalente a vacina oferece proteção cruzada contra outros

tipos de vírus.

9.2. Contraindicação

A vacina rotavírus G1P1[8] (atenuada) está contraindicada nas

situações gerais referidas nesta Parte do Manual, no tópico 2, item 2.1, mas

a principal contraindicação é a vacinação fora da faixa de idade preconizada,

ou seja, quando a criança tem menos e um mês e 15 dias de vida ou tem

mais de cinco meses e 15 dias. Em nenhuma hipótese a vacina pode ser

administrada fora desse intervalo, pelos riscos de eventos adversos.

Entretanto, quando a criança está na faixa de idade indicada para

vacinação, mas se encontra nas situações descritas a seguir, a vacina é

contraindicada:

Na presença de imunodeficiência, pelo fato de não haver dados

que garantam a segurança da vacina nesses casos;

Na vigência do uso de medicamentos imunossupressores,

como corticosteróides (prednisona dose igual ou maior que

2mg/kg/dia, por duas semanas ou mais, ou dose equivalente

para outros corticosteróides) e quimioterápicos;

Na vigência de alguma forma de alergia grave (urticária

disseminada, broncoespasmo, laringoespasmo e choque

Page 294: Manual de..procedimentos vacinas

286

anafilático) a algum dos componentes da vacina, ou tenham

apresentado essas manifestações após receber dose da

vacina, anteriormente;

Quando há história de alguma doença gastrointestinal crônica,

má-formação congênita do trato digestivo, não corrigida, ou

história prévia de invaginação intestinal.

9.3. Composição

A vacina rotavírus G1P1[8] (atenuada) é monovalente, ou seja, a cepa

utilizada em sua composição possui apenas um sorotipo do Rotavirus.

Na forma liofilizada, o diluente contém carbonato de cálcio, xantana e

água para injetáveis.

9.4. Apresentação

A vacina rotavírus G1P1[8] (atenuada) pode ser apresentada sob duas

formas:

Na forma líquida, acondicionada em um aplicador, semelhante a

uma seringa;

Na forma liofilizada, condição em que o liófilo está acondicionado em

um frasco e o diluente em um aplicador, acompanhado de um

conector de acrílico.

9.5. Conservação

A vacina rotavírus G1P1[8] (atenuada) deve ser mantida a uma

temperatura entre +2 ºC e +8 ºC, sendo ideal +5 ºC, conforme orientado

neste Manual, na Parte II, tópico 5.

Notas:

A vacina rotavírus G1P1[8] (atenuada) não pode ser congelada, caso atinja temperatura de 0ºC proceder conforme orientado neste Manual, na Parte II, tópico 5, item 5.5.2.

O congelamento provoca a perda de potência da vacina.

Page 295: Manual de..procedimentos vacinas

287

9.6. Dose e Volume

O esquema da vacina rotavírus G1P1[8] (atenuada) corresponde a

duas doses:

A 1ª dose pode ser administrada entre a 6ª semana de vida (um

mês e 15 dias ou seis semanas de vida) e a 14ª semana de vida

(três meses e sete dias ou 13 semanas de vida), sendo

preconizada a vacinação aos dois meses;

A 2ª dose pode ser administrada entre a 14ª semana de vida

(três meses e sete dias ou 13 semanas) e a 24ª semanas de vida

(cinco meses e meio ou 22 semanas de vida), sendo preconizada

a vacinação aos quatro meses.

O intervalo recomendado entre a 1ª e a 2ª dose é de oito

semanas, sendo de quatro semanas o intervalo mínimo admissível.

Notas:

Toda dose administrada da vacina rotavírus humano (oral) será considerada dose válida para a criança, ou seja, caso alguma dose seja administrada fora do prazo recomendado não deve ser repetida.

No caso da 1ª dose ter sido administrada fora da faixa etária recomendada agendar a 2ª dose obedecendo à faixa etária correta.

A 2ª dose só deve ser administrada na criança que tiver o comprovante da 1ª dose (caderneta de vacinação, cartão sombra, cartão espelho, livro de registro da sala de vacinação etc.).

Quando não existir comprovante, a criança não deve ser vacinada.

É considerada vacinação fora da faixa etária aquela feita em crianças com menos de um mês e 15 dias e naquela com mais de três meses e sete dias para a 1ª dose. Para a 2ª dose é considerada vacinação fora da faixa etária aquela feita em crianças com menos de três meses e sete dias ou maior que cinco meses e quinze dias. Considerar também a 2ª dose que foi administrada com intervalo inferior a quatro semanas.

O esquema de vacinação com a vacina rotavírus humano (oral) deve ser completado com vacina do mesmo laboratório produtor.

Page 296: Manual de..procedimentos vacinas

288

9.7. Via de Administração

A vacina rotavírus G1P1[8] (atenuada) é administrada exclusivamente

por via oral.

9.8. Administração

9.8.1. Procedimentos básicos no preparo da vacina Antes de administrar a vacina rotavírus G1P1[8] (atenuada), o

vacinador deve adotar os seguintes procedimentos:

Lavar as mãos com água e sabão, conforme orientado neste

Manual, na Parte II, no tópico 6, item 6.1.;

Organizar todo o material, conforme orientado neste Manual, na

Parte II, tópicos 3 e 6;

Retirar a vacina do refrigerador ou da caixa térmica, verificando o

nome da mesma, bem como o prazo de validade;

Preparar a vacina;

Notas:

As mãos devem ser lavadas antes e depois do preparo e da administração da vacina.

Observar a técnica de assepsia na preparação da vacina: manusear sem o aplicador ou, quando for o caso, o frasco do diluente e o conector de acrílico.

Notas:

Na forma líquida a vacina está pronta para administrar.

Na forma liofilizada, conectar o aplicador de acrílico transferir o líquido que está no aplicador para o frasco com o liófilo, homogeneizar e aspirar com o aplicador.

O diluente, no momento da reconstituição, deve estar na mesma temperatura da vacina, ou seja, entre +2 ºC e +8 ºC.

O diluente deve ser colocado no refrigerador, pelo menos, seis horas antes da reconstituição.

Nota:

No caso da apresentação na forma liofilizada retirar também o diluente.

Page 297: Manual de..procedimentos vacinas

289

9.8.2. Procedimentos básicos na administração da vacina Para a administração da vacina rotavírus G1P1[8] (atenuada) são

procedimentos básicos:

Preparar a criança a ser vacinada, colocando-a em posição

segura e confortável conforme orientado na Parte II deste

Manual, no tópico 3, item 3.3.2. que trata do acolhimento e

triagem da clientela, bem como no tópico 6, item 6.4.1. sobre os

procedimentos básicos para administração de soluções por via

oral;

S

Segurar o aplicador, introduzindo-o, delicadamente, no canto da

boca da criança;

Administrar o conteúdo do aplicador na boca da criança,

esperando que a mesma engula todo produto.

Notas:

Caso a criança regurgite ou tenha vômitos no momento da administração deve ser revacinada.

Quando a vacina não for administrada de imediato, fazer um movimento rotatório em sentido único com a seringa antes da administração.

Não é necessário fazer intervalo entre a alimentação (inclusive leite materno) e a administração da vacina;

A vacina rotavírus humano é administrada exclusivamente por via oral.

Nota:

Colocar a criança com o corpo reclinado no colo do responsável.

Para administrar a vacina o vacinador deve se colocar por trás da criança, inclinar sua cabeça ligeiramente para trás e fazer pressão nas bochechas.

Page 298: Manual de..procedimentos vacinas

290

9.8.3. Procedimentos básicos após a administração da vacina Após administrar a vacina rotavírus G1P1[8] (atenuada) são

procedimentos básicos:

Desprezar o aplicador, conforme orientado neste Manual, na

Parte II, tópico 4, item 4.2. que trata dos cuidados com o lixo da

sala de vacinação;

Lavar as mãos com água e sabão, conforme orientado neste

Manual, na Parte II, no tópico 6, item 6.1.;

Estar atento à ocorrência de reações imediatas;

Informar ao acompanhante da criança sobre retorno, quando for o

caso, para a complementação do esquema básico;

Registrar no comprovante de vacinação a data, o número do lote e

a validade da vacina administrada, assinar, carimbar e agendar a

próxima vacina, conforme orientado neste Manual, na Parte II,

tópico 3, itens 3.3.3 e 3.3.5, bem assim no tópico 7;

Registrar a vacina administrada no boletim ou impresso específico,

conforme orientado neste Manual, na Parte II, no tópico 7;

Notas:

O responsável pela criança deve ser orientado a procurar a Unidade de Saúde de imediato na ocorrência de náuseas, vômitos, dor abdominal intensa e persistente ou distensão abdominal, alertando para o fato de a mesma ter recebido a vacina rotavírus humano (oral).

O responsável pela criança deve ser orientado quanto aos cuidados com a fralda usada que contenha fezes:

quando a fralda for descartável, desprezar as fezes no vaso sanitário, em seguida acondicionar a fralda num saco plástico e desprezar no lixo comum;

quando a fralda for de tecido, desprezar as fezes no vaso sanitário e colocar a fralda de molho em solução de hipoclorito a 1% por 30 minutos, aproximadamente, lavando-a, depois, com água e sabão.

Page 299: Manual de..procedimentos vacinas

291

Orientar a pessoa vacinada ou seu acompanhante sobre o

retorno, quando for o caso, para complementação do esquema

básico de vacinação e/ou na ocorrência de algum evento

adverso.

Notas: Para o registro da 1ª dose da vacina considerar o seguinte:

quando for administrada entre um mês e quinze dias e dois meses e 29 dias, registrar aos “dois meses”;

Quando for administrada entre três meses e três meses e sete dias registrar aos “três meses”;

Para o registro da 2ª dose da vacina considerar o seguinte: Quando for administrada entre três meses e sete dias e quatro meses e 29 dias

registrar aos “quatro meses”: Quando for administrada entre cinco meses e cinco meses e 15 dias registrar aos

“cinco meses”.

Nota: Todo evento adverso deve ser avaliado, notificado, acompanhado e investigado. A

pessoa que apresentou o evento adverso deve ser acompanhada pelo médico.

Page 300: Manual de..procedimentos vacinas

292

10. Vacina sarampo, caxumba, rubéola

10.1. Indicação

A vacina sarampo, caxumba e rubéola é uma vacina combinada que

contém os vírus vivos do sarampo, da caxumba e da rubéola, atenuados em

cultivo celular.

É indicada aos 12 meses (um ano de idade). Uma segunda dose é

administrada entre quatro e seis anos completos (seis anos, 11 meses e 29

dias), junto com o segundo reforço da vacina adsorvida difteria, tétano e

pertussis.

A vacina sarampo, caxumba e rubéola, de maneira geral, é pouco

reatogênica e bem tolerada.

10.2. Contraindicação

A vacina sarampo, caxumba e rubéola está contraindicada nas

situações gerais referidas nesta Parte do Manual, no tópico 2, item 2.1., e,

também, nas ocorrências listadas na sequência:

Registro de anafilaxia após recebimento de dose da vacina;

Presença de imunodeficiências congênitas ou adquiridas;

Uso de corticosteróides em doses imunossupressoras;

Notas:

Diante da possibilidade de exposição ao vírus selvagem avaliar individualmente o risco/benefício da vacinação.

Indivíduos com infecção assintomática pelo HIV podem ser vacinados.

Nota: A vacina sarampo e rubéola, quando utilizada, segue os mesmos procedimentos

descritos para a vacina sarampo, caxumba e rubéola.

Page 301: Manual de..procedimentos vacinas

293

Vigência de quimioterapia imunossupressora;

Transplantados de medula óssea;

Pessoas que fazem uso de imunoglobulina, sangue total ou

plasma, no momento da vacinação ou que farão uso em futuro

próximo;

Na vigência de gravidez.

Nota: Nessa situação a pessoa deve ser vacinada, pelo menos, um mês depois da

suspensão do uso da droga.

Nota: Nessa situação a pessoa deve ser vacinada, três meses depois da suspensão do

tratamento.

Nota: Nesse caso, vacinar dois anos após o transplante.

Notas:

Essa recomendação tem como justificativa a possibilidade de não ocorrer resposta imunogênica, pela interferência de anticorpos existentes nestes produtos.

Quando a vacina for administrada nessas circunstâncias agendar a revacinação.

Consultar o Manual do CRIE.

Page 302: Manual de..procedimentos vacinas

294

10.3. Composição

A vacina sarampo, caxumba e rubéola é composta pela cepa Wistar

RA 27/3 do vírus da rubéola, pela cepa Schwarz do sarampo e pela cepa

RIT 4385 derivada de Jeryl Lynn da caxumba.

O conservante utilizado é a neomicina e os estabilizantes são: a

gelatina hidrolizada e o sorbitol ou a albumina humana. O corante é o

vermelho de fenol.

10.4. Apresentação

A vacina sarampo, caxumba e rubéola é apresentada sob a forma

liofilizada, em frasco de dose única ou de multidoses, acompanhado do

respectivo diluente.

10.5. Conservação

A vacina sarampo, caxumba e rubéola na Unidade de Saúde é

conservada entre +2 ºC e +8 ºC, sendo ideal +5 ºC, conforme orientado

neste Manual, na Parte II, tópico 5.

10.6. Dose e volume

O esquema básico da vacina sarampo, caxumba e rubéola

corresponde a uma dose inicial aos 12 meses e um reforço entre quatro e

Notas:

A não vacinação da mulher durante a gravidez tem como única justificativa evitar a associação entre a vacinação e possíveis complicações da gestação, incluindo aborto espontâneo ou má formação congênita no recém nascido por outras causas não associadas à vacina.

Estudos científicos confirmam a ausência de casos de síndrome da rubéola congênita (SRC) entre recém-nascidos cujas mães foram vacinadas durante a gravidez.

Caso a vacina seja administrada inadvertidamente, não está indicada a interrupção da gravidez, mas a gestante (de baixo risco) deve ser acompanhada durante o pré-natal, de acordo com protocolo do Ministério da Saúde.

A recomendação é evitar engravidar nos 30 dias que se seguem à administração da vacina.

Page 303: Manual de..procedimentos vacinas

295

seis anos, coincidindo com o 2º reforço da vacina adsorvida difteria, tétano e

pertussis.

O volume correspondente a uma dose é de 0,5 ml, podendo variar de

acordo com o laboratório produtor.

10.7. Via de administração

A vacina sarampo, caxumba e rubéola é administrada por via

subcutânea, conforme orientado neste Manual, na Parte II, tópico 6, item

6.5.3.

10.8. Administração

10.8.1. Procedimentos básicos no preparo da vacina

Antes de administrar a vacina sarampo, caxumba e rubéola o

vacinador deve adotar os seguintes procedimentos:

Lavar as mãos com água e sabão, conforme orientado neste

Manual, na Parte II, no tópico 6, item 6.1.;

Notas:

O adolescente (de 11 a 19 anos) que não tiver comprovação do recebimento de duas doses da vacina sarampo, caxumba e rubéola deve receber duas doses, com intervalo mínimo de 30 dias.

Quando houver comprovação das duas doses não é preciso vacinar.

A partir dos 20 anos o esquema com a vacina sarampo, caxumba e rubéola é de dose única e considera vacinação anterior devidamente comprovada, sendo indicada para mulheres de 20 a 49 anos e para homens entre 20 e 39 anos.

Em situações de campanha ou bloqueio de surto considerar orientação especifica sobre revacinação.

Notas:

A injeção é feita, de preferência, na região do deltóide, na face externa superior do braço, ou na face ântero-lateral externa do antebraço.

Page 304: Manual de..procedimentos vacinas

296

Organizar todo o material: seringa e agulha apropriadas e

outros materiais, conforme orientado neste Manual, na Parte II,

tópicos 3 e 6;

Retirar a vacina e o diluente da caixa térmica, verificando o

nome da mesma, bem como o prazo de validade;

Reconstituir a vacina, conforme orientado neste Manual, na

Parte II, tópico 6, item 6.4.3, da seguinte forma:

Aspirar a quantidade do diluente;

Injetar o diluente vagarosamente pelas paredes do frasco;

Fazer um movimento rotatório em sentido único com o frasco

para uma perfeita homogeneização da vacina;

Notas:

O diluente, no momento da reconstituição, deve estar na mesma temperatura da vacina, ou seja, entre +2 ºC e + 8 ºC – ideal + 5 ºC.

O diluente deve ser colocado no refrigerador, pelo menos, seis horas antes da reconstituição.

Notas:

As mãos devem ser lavadas antes e depois do preparo e da administração da vacina.

Observar a técnica de assepsia na preparação da vacina: manusear sem contaminar a seringa, a agulha e o frasco da vacina.

Esses procedimentos são fundamentais na prevenção de abscessos quentes.

Page 305: Manual de..procedimentos vacinas

297

Aspirar o volume a ser administrado, verificando na graduação

da seringa se a dosagem está correta;

Recolocar o frasco na caixa térmica até a aspiração de nova

dose.

Notas:

Quando utilizar o frasco multidoses, ao aspirar cada dose, perfurar a borracha em locais diferentes, evitando a parte central da tampa.

Antes de aspirar cada dose, limpar a tampa de borracha com algodão seco.

Antes de aspirar cada dose, fazer um movimento rotatório em sentido único com o frasco da vacina para homogeneização, evitando, assim, reações locais mais intensas.

Utilizar na administração da vacina a mesma agulha que aspira a dose.

Notas:

Após a reconstituição, a cor da vacina pode variar da amarelo claro ao rosa.

O frasco multidoses da vacina sarampo, caxumba e rubéola, após reconstituição, poderá ser usado por um prazo estabelecido pelo laboratório produtor, constante da bula do produto, desde que mantido sob temperatura adequada (+2 ºC a +8 ºC) e adotados os cuidados que evitem sua contaminação.

A coordenação de imunizações do Estado ou do Município deverá informar esse prazo à Unidade de Saúde quando do envio da remessa da vacina vez que há variações quanto a esse prazo conforme o laboratório produtor.

A data e horário da abertura do frasco devem ser anotados no próprio frasco, principalmente quando o prazo for mais longo.

Vencido o prazo, desprezar o resto da vacina, conforme orientado neste Manual, na Parte II, tópico 4, item 4.2.

O número de doses desprezadas, independente do motivo deve ser anotado no impresso utilizado para registro das atividades diárias, com o objetivo de subsidiar a avaliação da utilização de vacinas, conforme

i t d t M l P t I tó i 4 it 4 2 1 6

Page 306: Manual de..procedimentos vacinas

298

10.8.2. Procedimentos básicos na administração da vacina Para a administração da vacina sarampo, caxumba e rubéola são

procedimentos básicos:

Preparar a pessoa a ser vacinada, colocando-a em posição

segura e confortável conforme orientado na Parte II deste

Manual, no tópico 3, item 3.3.2. que trata do acolhimento e

triagem da clientela, bem como no tópico 6, item 6.4.4. sobre

os procedimentos básicos para administração de injeções por

via intramuscular;

Fazer a limpeza do local da administração, se necessária;

Introduzir a agulha conforme orientado para a injeção

subcutânea, de acordo com o tópico 6, item 6.4.3. da Parte II

deste Manual;

Injetar o líquido lentamente.

10.8.3. Procedimentos básicos após a administração da vacina

Após administrar a vacina sarampo, caxumba e rubéola são

procedimentos básicos:

Desprezar a seringa e a agulha na caixa coletora de

perfurocortante, conforme orientado neste Manual, na Parte II, no

Notas:

Quando necessário, a limpeza da pele deve ser feita com água e sabão.

O álcool comum não deve ser utilizado pela sua baixa volatilidade (demora a secar) e pelo baixo poder antisséptico.

Em situações excepcionais, quando não houver água e sabão (vacinação na zona rural e em ambiente hospitalar), utilizar o álcool a 70%.

Quando usar o álcool 70% para limpeza da pele friccionar o algodão embebido por 30 segundos e, em seguida, esperar mais 30 segundos para permitir a secagem da pele, deixando-a sem vestígios do produto de modo a evitar qualquer interferência do álcool no procedimento.

Page 307: Manual de..procedimentos vacinas

299

tópico 4, item 4.2.que trata dos cuidados com o lixo da sala de

vacinação e no tópico 6, item 6.2. sobre a utilização de seringas e

agulhas;

Lavar as mãos com água e sabão, conforme orientado neste

Manual, na Parte II, tópico 6, item 6.1.;

Estar atento à ocorrência de reações imediatas

Informar sobre questões específicas à pessoa vacinada ou ao

seu acompanhante;

Registrar no comprovante de vacinação a data, o número do lote

e a validade da vacina administrada, assinar, carimbar e agendar

a próxima vacina, conforme orientado neste Manual, na Parte II,

tópico 3, itens 3.3.3 e 3.3.5, bem assim no tópico 7;

Registrar a vacina administrada no boletim ou impresso

específico, conforme orientado neste Manual, na Parte II, no

tópico 7;

Orientar a pessoa vacinada ou seu acompanhante sobre o

retorno, quando for o caso, para complementação do esquema

de vacinação e/ou na ocorrência de algum evento adverso.

Notas:

Os eventos adversos após a administração da vacina sarampo, caxumba e rubéola ou da vacina sarampo e rubéola quando ocorrem, são, geralmente, benignos e nas seguintes proporções:

5% a 15% dos vacinados apresentam hipertermia, entre o 5º e 12º dia;

5% apresentam discreto exantema, após o 7º e o 10º dia; e

1% pode apresentar parotidite após a 2ª semana.

Todo evento adverso deve ser avaliado, notificado, acompanhado e investigado. A pessoa que apresentou o evento adverso deve ser acompanhada pelo médico.

Page 308: Manual de..procedimentos vacinas

11. Vacina febre amarela (FA) 11.1. Indicação

A vacina FA está indicada a partir dos nove meses de idade.

A indicação da vacina considera:

O fato de a pessoa residir em área com recomendação de

vacinação quando deve ser cumprido o esquema de uma dose a

cada 10 anos;

O fato de a pessoa ter que se deslocar para essas áreas de risco,

em razão de trabalho ou lazer (turistas, militares, trabalhadores

não vacinados, dentre outros), quando a vacina deve ser

administrada, no mínimo, 10 dias antes do deslocamento.

Notas:

A vacina também é indicada para profissionais cujo trabalho de manipulação do vírus da febre amarela, como o pessoal de laboratório.

O caráter dinâmico da transmissão da febre amarela silvestre requer a avaliação periódica das áreas de circulação do vírus (áreas de risco de febre amarela) para as quais será recomendada a vacinação.

A informação atualizada sobre as áreas com indicação da vacinação está disponível no site do Ministério da Saúde: www.saude.gov.br/svs.

De acordo com o Regulamento Sanitário Internacional vigente (RSI/2005) a vacina contra a febre amarela é obrigatória e normatizada para todas as regiões do mundo, devendo ser administrada com antecedência mínima de 10 dias da data da viagem.

O registro das vacinas exigidas para o viajante é feito no Certificado Internacional de Vacinação e Profilaxia (CIVP), a partir das anotações feitas pela Unidade de Saúde no comprovante de vacinação da pessoa vacinada (data da administração, lote e validade da vacina, assinatura legível e carimbo do responsável).

Mais informações sobre vacinação do viajante constam da Parte I deste Manual, tópico 3, item 3.5.3.

300

Page 309: Manual de..procedimentos vacinas

11.2. Contraindicação

A vacina FA está contraindicada nas situações gerais referidas nesta

Parte do Manual, no tópico 2, item 2.1, e para pessoas com história de

reação anafilática após a ingestão de ovo.

Para crianças com menos de seis meses de idade;

Gestante;

Indivíduos com doenças autoimunes, doença neurológica ou

outros problemas saúde crônicos;

11.3. Composição

A vacina FA é composta de vírus vivos atenuados da febre amarela,

derivados da linhagem 17 D, cultivados em ovos embrionados de galinha.

Contém também sacarose, glutamato de sódio, sorbitol, gelatina bovina

hidrolisada, eritromicina e canamicina.

11.4. Apresentação

A vacina FA é apresentada sob a forma liofilizada, em frasco

multidoses (5 mL, 10 mL e 50 mL).

Nota: No imunodeprimido grave, independente do risco de exposição, a vacina não deve

ser administrada.

Nota:

Em situações excepcionais quando for necessária a vacinação de gestantes, pessoas com idade acima de 60 anos ou com doenças autoimunes, ou doença neurológica ou outros problemas saúde crônicos é importante avaliar o risco-benefício individual da administração da vacina.

Situações epidemiológicas especificas poderão redefinir condutas relativas à indicação e a contraindicação da vacinação.

301

Page 310: Manual de..procedimentos vacinas

11.5. Conservação

A vacina FA, na Unidade de Saúde, é conservada entre +2 ºC e +8

ºC, sendo ideal +5 ºC, conforme orientado neste Manual, na Parte II, tópico

5.

11.6. Dose e volume

O esquema de vacinação com a vacina FA corresponde a uma dose a

partir dos nove meses de idade. Uma dose de reforço é administrada a cada

dez anos.

O volume correspondente a uma dose é de 0,5 ml.

11.7. Via de administração

A vacina FA é administrada por via subcutânea, conforme orientado

neste Manual, na Parte II, tópico 6, item 6.4.3.

Notas:

Os frascos multidoses da vacina contra febre amarela, após diluição, podem ser utilizados:

- no máximo por quatro horas, quando o frasco for de 50 doses;

- no máximo por seis horas, quando o frasco for de 5 ou 10 doses;

Esse prazo deve ser considerado quando a vacina é mantida sob temperatura adequada (entre +2ºC e +8ºC) e adotados os cuidados que evitem sua contaminação.

A data e o horário da abertura do frasco devem ser anotados no próprio frasco.

Vencido o prazo, desprezar o resto da vacina, conforme orientado neste Manual, na Parte II, tópico 4, item 4.2.

O número de doses desprezadas deve ser registrado para subsidiar a avaliação da utilização de vacinas.

Nota: Em situações excepcionais a vacina pode ser administrada a partir dos seis meses.

302

Page 311: Manual de..procedimentos vacinas

11.8. Administração

11.8.1. Procedimentos básicos no preparo da vacina

Antes de administrar a vacina FA o vacinador deve adotar os

seguintes procedimentos:

Lavar as mãos com água e sabão, conforme orientado neste Manual,

na Parte II, no tópico 6, item 6.1.;

Organizar todo o material: seringa e agulha apropriadas e outros

materiais, conforme orientado neste Manual, na Parte II, tópicos 3 e 6;

Retirar a vacina e o diluente do refrigerador ou da caixa térmica,

verificando o nome dos mesmos, bem como o prazo de validade;

Reconstituir a vacina, conforme orientado neste Manual, na Parte II,

tópico 6, item 6.3.3, da seguinte forma:

Notas:

O diluente, no momento da reconstituição, deve estar na mesma temperatura da vacina, ou seja, entre +2 ºC e +8 ºC;

O diluente deve ser colocado no refrigerador, pelo menos, seis horas antes da reconstituição.

Notas:

As mãos devem ser lavadas antes e depois do preparo e da administração da vacina.

Observar a técnica de assepsia na preparação da vacina: manusear sem contaminar a seringa, a agulha e o frasco da vacina.

Esses procedimentos são fundamentais na prevenção de abscessos quentes.

Notas:

A injeção é feita, de preferência, na região do deltóide, na face externa superior do braço, ou na face ântero-lateral externa do antebraço.

303

Page 312: Manual de..procedimentos vacinas

304

aspirar o diluente;

injetar o diluente vagarosamente pelas paredes do frasco;

fazer um movimento rotatório com o frasco, em sentido único, para

uma perfeita homogeneização da vacina;

Aspirar o volume a ser administrado, verificando na graduação da

seringa se a dosagem está correta.

11.8.2. Procedimentos básicos na administração da vacina

Para a administração da vacina FA são procedimentos básicos:

Preparar a pessoa a ser vacinada, colocando-a em posição

segura e confortável conforme orientado na Parte II deste

Manual, no tópico 3, item 3.3.2. que trata do acolhimento e

triagem da clientela, bem como no tópico 6, item 6.4.3. sobre

os procedimentos básicos para administração de soluções por

via subcutânea;

Fazer a limpeza do local da administração, se necessária;

Notas:

Quando utilizar o frasco multidoses, ao aspirar cada dose, perfurar a borracha em locais diferentes, evitando a parte central da tampa.

Antes de aspirar cada dose, limpar a tampa de borracha com algodão seco.

Antes de aspirar cada dose, fazer um movimento rotatório em sentido único com o frasco da vacina para homogeneização, evitando, assim, reações locais mais intensas.

Utilizar na administração da vacina a mesma agulha que aspira a dose.

Page 313: Manual de..procedimentos vacinas

305

Introduzir a agulha conforme orientado para a injeção

subcutânea, de acordo com o tópico 6, item 6.4.3. da Parte II

deste Manual;

Injetar o líquido lentamente.

11.8.3. Procedimentos básicos após a administração da vacina

Após administrar a vacina FA são procedimentos básicos:

Desprezar a seringa e a agulha na caixa coletora de

perfurocortante, conforme orientado neste Manual, na Parte II,

no tópico 4, item 4.2.que trata dos cuidados com o lixo da sala

de vacinação e no tópico 6, item 6.2. sobre a utilização de

seringas e agulhas;

Lavar as mãos com água e sabão, conforme orientado neste

Manual, na Parte II, tópico 6, item 6.1;

Estar atento à ocorrência de reações imediatas;

Informar à pessoa vacinada ou ao seu acompanhante sobre

ocorrências comuns após à administração da vacina;

Notas:

As manifestações após a administração da FA, quando ocorrem, são geralmente benignas, sendo as mais comuns: dor no local da administração, sendo de curta duração (aparecendo entre o 1º e o 2º dia depois da administração), autolimitada e de intensidade leve ou moderada, além de febre e cefaléia.

Não indicar o uso de paracetamol antes ou depois da vacinação para não diminuir a imunogenicidade.

Notas:

Quando necessário, a limpeza da pele deve ser feita com água e sabão.

O álcool comum não deve ser utilizado pela sua baixa volatilidade (demora a secar) e pelo baixo poder antisséptico.

Em situações excepcionais, quando não houver água e sabão (vacinação na zona rural e em ambiente hospitalar), utilizar o álcool a 70%.

Quando usar o álcool 70% para limpeza da pele friccionar o algodão embebido por 30 segundos e, em seguida, esperar mais 30 segundos para permitir a secagem da pele, deixando-a sem vestígios do produto de modo a evitar qualquer interferência do álcool no procedimento.

Page 314: Manual de..procedimentos vacinas

306

Registrar no comprovante de vacinação a data, o número do

lote e a validade da vacina administrada, assinar, carimbar e

agendar a próxima vacina, conforme orientado neste Manual,

na Parte II, tópico 3, itens 3.3.3 e 3.3.5, bem assim no tópico 7;

Registrar a vacina administrada no boletim ou impresso

específico, conforme orientado neste Manual, na Parte II, no

tópico 7;

Orientar a pessoa vacinada ou seu acompanhante sobre o

retorno, quando for o caso, para complementação do esquema

de vacinação e/ou na ocorrência de algum evento adverso.

Nota: Todo evento adverso deve ser avaliado, notificado, acompanhado e

investigado. A pessoa que apresentou o evento adverso deve ser acompanhada pelo médico.

Page 315: Manual de..procedimentos vacinas

307

12. Vacina raiva (uso humano)

12.1. Indicação

A vacina é indicada para a profilaxia da raiva humana, sendo

administrada em indivíduos expostos ao vírus da doença, em decorrência de

mordedura, lambedura de mucosa ou arranhadura provocada por animais

transmissores da doença.

É também indicada na profilaxia pré-exposição ao vírus, ou seja, em

pessoas que, por força de suas atividades, estão permanentemente

expostas ao risco da infecção pelo vírus, tais como: médicos veterinários,

biólogos, profissionais e auxiliares de laboratórios de virologia e

anatomopatologia para a raiva, assim como os carteiros que são vítimas

frequentes de ataques por cães. Além dessas pessoas, é indicada para os

que atuam no campo, capturando, vacinando, identificando e classificando

animais passíveis de portarem o vírus.

No caso de mordedura, lambedura de mucosa ou arranhadura

provocada por animais, o procedimento de limpeza rigorosa do local, com

água e sabão, é importante mecanismo de prevenção da raiva humana.

Em algumas situações a profilaxia da doença é complementada com

a administração do soro antirrábico e da imunoglobulina humana antirrábica,

conforme orientado na Parte IV deste Manual, nos tópicos .

12.2. Contraindicação

Em função da gravidade da doença, não há contraindicação à administração

da vacina contra a raiva, inclusive no caso de gestantes, mulheres que estão

amamentando (lactantes), pessoa com doença intercorrente ou que esteja

fazendo outros tratamentos.

Notas:

Quando a pessoa estiver fazendo o uso de corticóides e/ou imunossupressores suspender o tratamento logo que iniciar o esquema de vacinação.

Mesmo quando a pessoa for imunodeprimida a vacina contra a raiva deve ser administrada em razão da elevada letalidade da doença.

Page 316: Manual de..procedimentos vacinas

308

12.3. Composição

A vacina raiva (uso humano) é produzida em cultura de células

(diplóides humanas, células Vero, células de embrião de galinha etc.) com

cepas de vírus Pasteur (PV) ou Pittman-Moore (PM), inativados pela

betapropriolactona.

12.4. Apresentação

A vacina raiva (uso humano) é apresentada sob a forma liofilizada,

acompanhada do diluente, em ampolas contendo dose única de 1,0 ml.

12.5. Conservação

A vacina raiva (uso humano) é conservada na Unidade de Saúde

entre +2 ºC e +8 ºC, sendo ideal +5 ºC, conforme orientado neste Manual,

na Parte II, tópico 5.

12.6. Dose e volume

O esquema de administração da vacina raiva (uso humano), ou seja,

o tratamento profilático antirrábico humano, de acordo com normas do

Ministério da Saúde, é diferenciado para a preexposição, para a pós-

exposição e para a reexposição.

O volume de uma dose é de 1,0 ml.

Notas:

O esquema de vacinação contra a raiva deve ser seguido rigorosamente em função da letalidade da doença, sendo importante orientar o paciente sobre a continuidade do tratamento.

A pessoa vacinada deve ser rigorosamente acompanhada e, em caso, de ausência (falta) na data aprazada, deve ser avisada por qualquer meio, inclusive mediante visita e vacinação no domicílio.

Page 317: Manual de..procedimentos vacinas

305

12.6.1. Tratamento profilático contra a raiva humana na préexposição

Na préexposição, ou seja, quando for indicada a administração da

vacina antes do contato com o vírus da raiva, o esquema é de três doses: no

dia zero, no 7º e no 21º ou 28º dia. Nesses casos, é exigência básica é a

realização do controle sorológico para a correta avaliação da pessoa

vacinada.

Quando a pessoa que fez tratamento preexposição for exposta ao

vírus da raiva, a conduta a ser adotada é a seguinte:

Caso apresente comprovação sorológica com títulos maior ou

igual a 0,5 UI/ml administrar duas doses: uma no dia zero e

outra no 3º dia;

Caso a pessoa não apresente comprovação sorológica ou o

título apresentado seja inferior a 0,5 UI/ml, adotar o esquema

indicado no quadro III-2, no tocante à conduta para tratamento

incompleto.

Nota:

O controle sorológico é feito a partir do 14º dia após a última dose do esquema.

O resultado é considerado satisfatório quando o título de anticorpos for maior ou igual a 0,5 UI/ml.

Quando o resultado é insatisfatório, ou seja, quando o titulo de anticorpos for menor que 0,5 UI/ml, deve ser administrada uma dose de reforço, fazendo-se uma reavaliação sorológica a partir de do 14º dia desse reforço.

Deve ser feito o controle sorológico anual dos profissionais que se expõem permanentemente ao risco de infecção pelo vírus da raiva.

Sempre que os títulos forem inferiores a 0,5 UI/ml, administrar uma dose de reforço.

309

Page 318: Manual de..procedimentos vacinas

310

12.6.2. Tratamento profilático contra a raiva humana na pós-exposição

Na pós-exposição, ou seja, quando for indicada a administração da

vacina após contato com o vírus da raiva, o esquema depende do tipo de

exposição, quando é considerada a natureza da agressão e as condições do

animal agressor. O quadro III-1 apresenta o esquema de tratamento na pós-

exposição.

12.6.3. Tratamento profilático contra a raiva humana na reexposição

Na reexposição, ou seja, quando a pessoa já foi submetida a

tratamento anteriormente, deve ser considerado o esquema adotado

naquela ocasião. O quadro III-2 apresenta o esquema de tratamento no caso

da reexposição.

12.7. Via de administração

A vacina raiva (uso humano) é administrada por via intramuscular,

conforme orientado neste Manual, na Parte II, tópico 6, item 6.4.4.

Notas:

Nas crianças menores de dois anos a vacina é administrada na face lateral da coxa.

Em crianças maiores e nos adultos utilizar, preferencialmente, a região do deltóide, na face externa superior do braço.

A vacina contra a raiva (uso humano) não deve ser administrada na região glútea em razão da maior quantidade de tecido adiposo, situação em que a vacina não é inoculada no interior do músculo e sim no tecido adiposo (gordura), o que diminui sensivelmente a resposta imunológica.

Page 319: Manual de..procedimentos vacinas

311

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Page 320: Manual de..procedimentos vacinas

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Page 321: Manual de..procedimentos vacinas

313

12.8. Administração

12.8.1. Procedimentos básicos no preparo da vacina

Antes de administrar a vacina raiva (uso humano) o vacinador deve

adotar os seguintes procedimentos:

Lavar as mãos com água e sabão, conforme orientado neste

Manual, na Parte II, tópico 6, item 6.1.;

Organizar todo o material: seringa e agulha apropriadas e outros

materiais, conforme orientado neste Manual, na Parte II, tópicos 3

e 6;

Retirar a vacina do refrigerador ou da caixa térmica, verificando o

nome da mesma, bem como o prazo de validade;

Aspirar a vacina, verificando na graduação da seringa se a

dosagem está correta.

12.8.2. Procedimentos básicos na administração da vacina Para a administração da vacina raiva (uso humano) são procedimentos

básicos:

Preparar a pessoa a ser vacinada, colocando-a em posição

segura e confortável conforme orientado na Parte II deste Manual,

no tópico 3, item 3.3.2. que trata do acolhimento e triagem da

clientela, bem como no tópico 6, item 6.4.4. sobre os

procedimentos básicos para administração de injeções por via

intramuscular;

Notas:

Lavar as mãos, antes e após o preparo e administração da vacina;

Observar a técnica de assepsia na preparação da vacina: manusear sem contaminar a seringa, a agulha e o frasco da vacina;

Esses procedimentos são fundamentais na prevenção de abscessos quentes.

Page 322: Manual de..procedimentos vacinas

308

Fazer a limpeza do local da administração, se necessária;

Introduzir a agulha, conforme orientado neste Manual, na Parte II,

tópico 6, item 6.4.4.;

Injetar o líquido lentamente.

12.8.3. Procedimentos básicos após a administração da vacina Após administrar a vacina raiva (uso humano) são procedimentos

básicos:

Desprezar a seringa e a agulha na caixa coletora de

perfurocortante, conforme orientado neste Manual, na Parte II, no

tópico 4, item 4.2.que trata dos cuidados com o lixo da sala de

vacinação e no tópico 6, item 6.2. sobre a utilização de seringas e

agulhas;

Notas:

Na vacinação em menores de dois anos, localizar visualmente o músculo vasto lateral e fazer uma prega entre o dedo indicador e o polegar, com a introdução da agulha no terço médio da coxa (vasto lateral).

Adequar a agulha ao ângulo de administração conforme massa muscular da pessoa a ser vacinada.

No caso do deltóide, a administração será na face externa superior do braço.

Esses procedimentos são fundamentais na prevenção de abscessos frios.

Notas:

Quando necessário, a limpeza da pele deve ser feita com água e sabão.

O álcool comum não deve ser utilizado pela sua baixa volatilidade (demora a secar) e pelo baixo poder antisséptico.

Em situações excepcionais, quando não houver água e sabão (vacinação na zona rural e em ambiente hospitalar), utilizar o álcool a 70%.

Quando usar o álcool 70% para limpeza da pele friccionar o algodão embebido por 30 segundos e, em seguida, esperar mais 30 segundos para permitir a secagem da pele, deixando-a sem vestígios do produto de modo a evitar qualquer interferência do álcool no procedimento.

314

Page 323: Manual de..procedimentos vacinas

315

Lavar as mãos com água e sabão, conforme orientado neste

Manual, na Parte II, tópico 6, item 6.1.;

Estar atento à ocorrência de reações imediatas;

Informar a pessoa vacinada ou seu acompanhante sobre a

possibilidade do aparecimento das reações mais comuns;

Registrar no comprovante de vacinação a data, o número do lote

e a validade da vacina administrada, assinar, carimbar e agendar

a próxima vacina, conforme orientado neste Manual, na Parte II,

tópico 3, itens 3.3.3 e 3.3.5, bem assim no tópico 7;

Registrar a vacina administrada no boletim ou impresso

específico, conforme orientado neste Manual, na Parte II, no

tópico 7;

Orientar a pessoa vacinada ou seu acompanhante sobre a

importância do retorno para complementação do tratamento

contra a raiva, e/ou para complementação do esquema básico

e/ou na ocorrência de algum evento adverso.

Notas:

São reações mais comuns: reação local, febre, mal estar, náuseas e cefaléia (dor de cabeça).

Fazer compressa fria, durante 15 minutos, três vezes ao dia no caso de dor ou vermelhidão.

Não usar compressa quente no local da administração da vacina.

Não indicar o uso de paracetamol antes ou depois da vacinação para não diminuir a imunogenicidade.

Nota: Todo evento adverso deve ser avaliado, notificado, acompanhado e

investigado. A pessoa que apresentou o evento adverso deve ser acompanhada pelo médico.

Page 324: Manual de..procedimentos vacinas

316

13. Vacina influenza (fragmentada)

13.1. Indicação

A vacina influenza (fragmentada) é indicada a partir dos seis meses de

idade, para proteção contra a infecção pelos tipos de vírus Influenza contidos

na vacina.

A política de vacinação adotada, atualmente, pelo Ministério da Saúde,

entretanto, está direcionada para a população acima de 60 anos, criança de 6

meses a 2 anos de idade, gestantes, trabalhadores de saúde, povos indígenas

(independente da idade), mediante campanhas anuais. Também é ofertada

para grupos especiais. A vacina protege contra o vírus da influenza ou gripe e

contra as complicações da doença, principalmente as pneumonias bacterianas

secundárias.

Para o enfrentamento de pandemias de influenza outras vacinas podem

ser utilizadas, com indicação diferenciada quanto ao grupo populacional e à

faixa de idade.

13.2. Contraindicação

A vacina influenza (fragmentada) está contraindicada nas situações

gerais referidas nesta Parte do Manual, no tópico 2, item 2.1, e também nos

seguintes casos:

Para os menores de seis meses de idade;

Nota:

Por ocasião da campanha anual de vacinação, depois de alcançada a meta dos grupos atendidos e havendo disponibilidade de estoque, outros grupos podem ser vacinados, conforme definição do gestor estadual em articulação com a esfera federal.

São exemplos de outros grupos: policiais militares, profissionais que trabalham em penitenciárias, reclusos, pacientes com patologias de base (hipertensos, diabéticos, cardíacos etc.).

Page 325: Manual de..procedimentos vacinas

317

Para pessoas que, após o recebimento de qualquer dose anterior,

apresentaram hipersensibilidade imediata (reação anafilática);

Para pessoas com história de hipersensibilidade aos

componentes da vacina; e

Para pessoas que já desenvolveram a síndrome de Guilian-Barré.

13.3. Composição

A composição da vacina influenza (fragmentada) varia a cada ano, tendo

por base dados epidemiológicos que apontam os tipos e cepas dos vírus

influenza que estão circulando de forma predominante nos hemisférios Norte e

Sul.

O vírus da gripe é capaz de mudar suas características com muita

frequência e a vacina atualizada a cada ano contém cepas do Myxovirus

influenza, inativados, fracionados e purificados, cultivados em ovos

embrionados de galinha, contendo, ainda, traços de neomicina ou polimixina,

gentamicina e o timerosal como conservantes.

13.4. Apresentação

A vacina é apresentada sob a forma líquida, em frascos com dose única

ou multidoses.

13.5. Conservação

A vacina influenza é conservada numa temperatura entre +2 ºC e +8 ºC,

sendo ideal +5 ºC, conforme orientado neste Manual, na Parte II, tópico 5.

13.6. Dose e volume

Nota:

A vacina influenza não pode ser congelada, caso atinja temperatura de congelamento proceder conforme orientado neste Manual, na Parte II, tópico 5, item 5.5.2.

O congelamento provoca perda de potência da vacina.

Page 326: Manual de..procedimentos vacinas

318

A população de 60 anos e mais recebe uma dose da vacina anualmente.

O volume de cada dose depende do laboratório produtor.

13.7. Via de administração

A vacina influenza (fragmentada) é administrada por via intramuscular ou

subcutânea, conforme orientado neste Manual, na Parte II, tópico 6, itens 6.5.4

e 6.5.3., respectivamente.

13.8 Administração

13.8.1. Procedimentos básicos no preparo da vacina

Antes de administrar a vacina influenza (fragmentada) o vacinador deve

adotar os seguintes procedimentos:

Lavar as mãos com água e sabão, conforme orientado neste Manual, na

Parte II, no tópico 6, item 6.1.;

Nota: Nas situações especiais, inclusive no CRIE, o esquema básico varia conforme a

idade da pessoa a ser vacinada.

A vacinação dos povos indígenas segue calendário específico estabelecido pelo Ministério da Saúde, inclusive em relação ao volume da dose, o número de doses e a faixa etária.

Notas:

As mãos devem ser lavadas antes e depois do preparo e da administração da vacina.

Observar a técnica de assepsia na preparação da vacina: manusear sem contaminar a seringa, a agulha e o frasco da vacina.

Esses procedimentos são fundamentais na prevenção de abscessos quentes.

Notas:

Ao usar a via intramuscular fazer a injeção:

Nos menores de dois anos de idade no vastolateral da coxa;

Nos maiores de dois anos, preferencialmente na região do deltóide.

Eventualmente usar a via subcutânea fazendo a injeção na região do deltóide, de preferência, na face externa superior do braço, ou na face ântero-lateral externa do antebraço.

Page 327: Manual de..procedimentos vacinas

319

Organizar todo o material: seringa e agulha apropriadas e outros

materiais,conforme orientado neste Manual, na Parte II, tópicos 3

e 6;

Retirar a vacina do refrigerador ou da caixa térmica, verificando o

nome da mesma, bem como o prazo de validade;

Preparar a vacina, conforme orientado neste Manual, na Parte II,

tópico 6, item 6.3.;

Fazer um movimento rotatório em sentido único com a ampola ou

frasco para que ocorra a homogeneização da vacina;

Aspirar o volume a ser administrado, verificando na graduação da

seringa se a dosagem está correta;

Recolocar o frasco na caixa térmica até a aspiração de nova

dose.

Nota:

Quando utilizar o frasco multidoses, ao aspirar cada dose, perfurar a borracha em locais diferentes, evitando a parte central da tampa.

Antes de aspirar cada dose, limpar a tampa de borracha com algodão seco.

Antes de aspirar cada dose, fazer um movimento rotatório em sentido único com o frasco da vacina para homogeneização, evitando, assim, reações locais mais intensas.

Utilizar na administração da vacina a mesma agulha que aspira a dose.

Page 328: Manual de..procedimentos vacinas

320

13.8.2. Procedimentos básicos na administração da vacina Para a administração da vacina influenza (fragmentada) são

procedimentos básicos:

Preparar a pessoa a ser vacinada, colocando-a em posição

segura e confortável conforme orientado na Parte II deste Manual,

no tópico 3, item 3.3.2. que trata do acolhimento e triagem da

clientela, bem como no tópico 6, item 6.4.4. sobre os

procedimentos básicos para administração de injeções por via

intramuscular;

Fazer a limpeza do local da administração, se necessária;

Notas:

O frasco multidoses, uma vez aberto, desde que mantido sob temperatura adequada (+ 2 ºC a + 8º C) e adotados os cuidados que evitem sua contaminação, deve ser usado por um prazo estabelecido pelo laboratório produtor, constante da bula do produto.

A coordenação de imunizações do Estado ou do Município deverá informar esse prazo à Unidade de Saúde quando do envio da remessa da vacina vez que há variações quanto a esse prazo conforme o laboratório produtor.

A data e o horário da abertura do frasco devem ser anotados no próprio frasco, principalmente quando o prazo for mais longo.

O número de doses desprezadas deve ser registrado para subsidiar a avaliação de perdas de vacinas.

Vencido o prazo, desprezar o resto da vacina, conforme orientado neste Manual, na Parte II, tópico 4, item 4.2.

O número de doses desprezadas deve ser anotado no impresso utilizado para registro das atividades diárias, com o objetivo de subsidiar a avaliação da utilização de vacinas, conforme orientado neste Manual, na Parte I, tópico 4, item 4.2.1.6.

Notas:

Quando necessário, a limpeza da pele deve ser feita com água e sabão.

O álcool comum não deve ser utilizado pela sua baixa volatilidade (demora a secar) e pelo baixo poder antisséptico.

Em situações excepcionais, quando não houver água e sabão (vacinação na zona rural e em ambiente hospitalar), utilizar o álcool a 70%.

Quando usar o álcool 70% para limpeza da pele friccionar o algodão embebido por 30 segundos e, em seguida, esperar mais 30 segundos para permitir a secagem da pele, deixando-a sem vestígios do produto de modo a evitar qualquer interferência do álcool no procedimento.

Page 329: Manual de..procedimentos vacinas

321

Introduzir a agulha, adequando o ângulo de administração

conforme a via de administração, se intramuscular ou subcutânea;

Injetar o líquido lentamente. 13.8.3. Procedimentos básicos após a administração da vacina

Após administrar a vacina influenza (fragmentada) são procedimentos

básicos:

Desprezar a seringa e a agulha na caixa coletora de perfurocortante,

conforme orientado neste Manual, na Parte II, no tópico 4, item 4.2.que

trata dos cuidados com o lixo da sala de vacinação e no tópico 6, item

6.2. sobre a utilização de seringas e agulhas;

Lavar as mãos com água e sabão, conforme orientado neste Manual, na

Parte II, tópico 6, item 6.1.;

Estar atento à ocorrência de reações imediatas;

Notas: Quando a injeção for intramuscular proceder conforme orientado na Parte II

deste Manual, tópico 6, item 6.5.4.

Na vacinação dos menores de dois anos, localizar visualmente o músculo vasto lateral da coxa e fazer uma prega entre o dedo indicador e o polegar, com a introdução da agulha no terço médio da coxa (vasto lateral);

Adequar a agulha ao ângulo de administração conforme massa muscular da pessoa a ser vacinada;

No caso do deltóide a administração será na face externa superior do braço

Esses procedimentos são fundamentais na prevenção de abscessos frios.

Quando a injeção for subcutânea introduzir a agulha conforme orientado no tópico 6, item 6.5.3.

Page 330: Manual de..procedimentos vacinas

Informar a pessoa vacinada ou seu acompanhante sobre a possibilidade

do aparecimento de manifestações locais ou sistêmicas;

Registrar no comprovante de vacinação a data, o número do lote

e a validade da vacina administrada, assinar, carimbar e agendar

a próxima vacina, conforme orientado neste Manual, na Parte II,

tópico 3, itens 3.3.3 e 3.3.5, bem assim no tópico 7;

Registrar a vacina administrada no boletim ou impresso

específico, conforme orientado neste Manual, na Parte II, no

tópico 7;

Orientar a pessoa vacinada ou seu acompanhante sobre o

retorno, quando for o caso, para complementação do esquema

básico de vacinação e/ou na ocorrência de algum evento adverso.

Notas: São manifestações locais que podem ocorrer após a administração da Vacina

contra Influenza: dor no local da injeção, eritema e enduração ocorrem em 10% a 64% dos

pacientes (são benignos autolimitados, geralmente resolvidos em 48 horas); os abscessos geralmente encontram-se associados à infecção secundária

ou a erros da técnica de administração; São manifestações sistêmicas que podem ocorre após a administração da

vacina contra influenza: febre, mal estar e mialgia que podem começar 6 a 12 horas após a

vacinação e persistir por um a dois dias; essas manifestações são mais freqüentes em pessoas que não tiveram

contato anterior com os antígenos da vacina.

Não indicar o uso de paracetamol antes ou depois da vacinação para não diminuir a imunogenicidade.

Nota: Todo evento adverso deve ser avaliado, notificado, acompanhado e

investigado. A pessoa que apresentou o evento adverso deve ser acompanhada pelo médico.

322

Page 331: Manual de..procedimentos vacinas

323

14. Vacina conjugada Pneumococo – 10 valente (Pn 10) 14.1. Indicação

A vacina pneumococo 10-valente conjugada de polissacarídeos

peneumocócicos é indicada exclusivamente para crianças a partir dos dois

meses de idade até os 11 meses e 29 dias. Considerar uma dose adicional

(reforço) entre 12 e 15 meses.

Tem como objetivo prevenir infecções invasivas (septicemia, meningite

por pneumococo, pneumonia bacteriana e bacteremia) e otite média aguda

(OMA), causadas pelos sorotipos de Streptococus pneumoniae 1, 4, 5, 6B, 7F,

9V, 14, 18C, 19F e 23F, que a compõe.

A vacina, de maneira geral, é pouco reatogênica e bem tolerada.

14.2. Contraindicação

A Pn 10 está contraindicada nas situações gerais referidas nesta Parte

do Manual, no tópico 2, item 2.1, e nas seguintes situações:

Na ocorrência de hipersensibilidade imediata (reação anafilática) após

o recebimento de qualquer dose da vacina;

Na vigência de história de hipersensibilidade aos componentes da

vacina.

14.3. Composição

A vacina Pn 10 é uma vacina polivalente, preparada a partir de

polissacarídeos capsulares bacterianos purificados do Streptococcus

pneumoniae (pneumococo).

É constituída de uma suspensão de antígenos polissacarídicos

purificados, com 10 sorotipos de pneumococo (1, 4, 5, 6B, 7F, 9V, 14, 18C, 19F

e 23F). Além da proteína transportadora, contém solução salina (4,5 mg) e

como adjuvante o fosfato de alumínio, 0,5 mg.

O volume de uma dose contém 25μg de cada polissacarídeo.

Page 332: Manual de..procedimentos vacinas

324

14.4. Apresentação

A vacina Pn 10 é apresentada sob a forma líquida, em frasco de dose

única.

14.5. Conservação

A vacina contra a infecção pelo pneumococo é conservada entre +2 ºC e

+8 ºC, sendo ideal +5 ºC, conforme orientado neste Manual, na Parte II, tópico

5.

14.6. Dose e volume

O esquema de vacinação com a Pn 10 é de três doses: aos dois, aos

quatro e aos seis meses de idade.

Uma dose de reforço é administrada de 12 a 15 meses.

O volume correspondente a uma dose é de 0,5 ml.

14.7. Via de administração

A vacina Pn10 é administrada por via intramuscular profunda, conforme

orientado neste Manual, na Parte II, tópico 6, itens 6.5.4.

Nota: A vacina, dependendo do laboratório produtor, pode ser apresentada em seringa

agulhada, na dose correspondente a 0,5ml.

Notas:

A Pn10 não pode ser congelada, caso atinja temperatura de congelamento proceder conforme orientado neste Manual, na Parte II, tópico 5, item 5.5.2.

O congelamento provoca a perda de potência da vacina.

Notas:

A vacina é administrada na face lateral da coxa.

A Pn 10 não deve ser administrada na região glútea em razão da maior quantidade de tecido adiposo, situação em que a vacina não é inoculada no interior do músculo e sim no tecido adiposo (gordura), o que diminui sensivelmente a resposta imunológica.

Page 333: Manual de..procedimentos vacinas

325

14.8. Administração

14.8.1. Procedimentos básicos no preparo da vacina

Antes de administrar a vacina Pn10 o vacinador deve adotar os

seguintes procedimentos:

Lavar as mãos com água e sabão, conforme orientado neste

Manual, na Parte II, no tópico 6, item 6.1.;

Organizar todo o material: seringa e agulha apropriadas e outros

materiais, conforme orientado neste Manual, na Parte II, tópicos 3

e 6;

Retirar a vacina do refrigerador ou da caixa térmica, verificando o

nome da mesma, bem como o prazo de validade, conforme

orientado neste Manual, na Parte II, tópicos 3, 5 e 6;

Preparar a vacina, conforme orientado neste Manual, na Parte II,

tópico 6;

Fazer um movimento rotatório em sentido único com a ampola ou

o frasco para que ocorra homogeneização da vacina;

Aspirar todo o volume a ser administrado, verificando na

graduação da seringa se a dosagem está correta;

Nota: Quando a vacina for apresentada em seringa agulhada, para administrar

conectar o êmbolo no corpo da seringa.

Notas:

As mãos devem ser lavadas antes e depois do preparo e da administração da vacina.

Observar a técnica de assepsia na preparação da vacina: manusear sem contaminar a seringa, a agulha e o frasco da vacina.

Esses procedimentos são fundamentais na prevenção de abscessos quentes.

Page 334: Manual de..procedimentos vacinas

326

14.8.2 Procedimentos básicos na administração da vacina Para a administração da vacina Pn10 são procedimentos básicos:

Preparar a pessoa a ser vacinada, colocando-a em posição

segura e confortável conforme orientado na Parte II deste Manual,

no tópico 3, item 3.3.2. que trata do acolhimento e triagem da

clientela, bem como no tópico 6, item 6.4.4. sobre os

procedimentos básicos para administração de injeções por via

intramuscular;

Fazer a limpeza do local da administração, se necessária;

Introduzir a agulha, conforme orientado no tópico 6, item 6.5.4. da

Parte II deste Manual;

Injetar o líquido lentamente.

Notas:

Localizar visualmente o músculo vasto lateral e fazer uma prega entre o dedo indicador e o polegar, com a introdução da agulha no terço médio da coxa (vasto lateral).

Adequar a agulha ao ângulo de administração conforme massa muscular da criança a ser vacinada.

Esses procedimentos são fundamentais na prevenção de abscessos frios.

Notas:

Quando necessário, a limpeza da pele deve ser feita com água e sabão.

O álcool comum não deve ser utilizado pela sua baixa volatilidade (demora a secar) e pelo baixo poder antisséptico.

Em situações excepcionais, quando não houver água e sabão (vacinação na zona rural e em ambiente hospitalar), utilizar o álcool a 70%.

Quando usar o álcool 70% para limpeza da pele friccionar o algodão embebido por 30 segundos e, em seguida, esperar mais 30 segundos para permitir a secagem da pele, deixando-a sem vestígios do produto de modo a evitar qualquer interferência do álcool no procedimento.

Page 335: Manual de..procedimentos vacinas

327

14.8.3 Procedimentos básicos após a administração da vacina Após administrar a vacina Pn10 são procedimentos básicos:

Desprezar a seringa e a agulha na caixa coletora de

perfurocortante, conforme orientado neste Manual, na Parte II, no

tópico 4, item 4.2.que trata dos cuidados com o lixo da sala de

vacinação e no tópico 6, item 6.2. sobre a utilização de seringas e

agulhas;

Estar atento à ocorrência de reações imediatas;

Informar a pessoa vacinada ou seu acompanhante sobre a

possibilidade do aparecimento de manifestações locais ou

sistêmicas;

L

avar as mãos com água e sabão, conforme orientado neste

Manual, na Parte II, tópico 6, item 6.1;

Registrar no comprovante de vacinação a data, o número do lote

e a validade da vacina administrada, assinar, carimbar e agendar

a próxima vacina, conforme orientado neste Manual, na Parte II,

tópico 3, itens 3.3.3 e 3.3.5, bem assim no tópico 7;

Registrar a vacina administrada no boletim ou impresso

específico, conforme orientado neste Manual, na Parte II, no

tópico 7;

Nota:

São manifestações que podem ocorrer após a vacinação com a Pn10:

Locais: eritema, dor e enduração (1º dia);

Sistêmicas: febre >= 38,50C, mialgia, artralgia, cefaléia, astenia (1º dia);

Reação anafilática (nos primeiros 30 minutos, até 12 horas): urticária, sibilos, laringoespasmo, edema de lábios, hipotensão e choque.

Não indicar o uso de paracetamol antes ou depois da vacinação para não diminuir a imunogenicidade.

Page 336: Manual de..procedimentos vacinas

328

Orientar a pessoa vacinada ou seu acompanhante sobre o

retorno, quando for o caso, para complementação do esquema

básico de vacinação e/ou na ocorrência de algum evento adverso

Nota: Todo evento adverso deve ser avaliado, notificado, acompanhado e

investigado. A pessoa que apresentou o evento adverso deve ser acompanhada pelo médico.

Page 337: Manual de..procedimentos vacinas

329

15. Vacina conjugada meningococo do grupo C 15.1. Indicação

A vacina está indicada para crianças menores de um ano de idade,

tendo em vista a prevenção da doença sistêmica causada pela Neisseria

meningitidis do sorogrupo C.

A indicação de uso da vacina conjugada contra o meningococo do

grupo C no CRIE está relacionada, principalmente, a condições de particular

suscetibilidade ao meningococo como as descritas na sequência:

crianças e adolescentes com asplenia anatômica ou funcional

ou com imunodeficiência congênita ou adquirida;

menores de cinco anos, com doença pulmonar ou

cardiovascular crônica e grave;

transplantados de medula óssea.

15.2. Contraindicações

A vacina conjugada meningococo do grupo C é contraindicada para

pacientes com hipersensibilidade a qualquer um dos componentes da vacina.

15.3. Composição

A vacina conjugada meningococo do grupo C é constituída por

polissacarídeos capsulares purificados da Neisseria meningitidis do sorogrupo

C, conjugados ao toxóide tetânico ou CRM197, e hidróxido de alumínio como

adjuvante.

15.4. Apresentação

A vacina conjugada meningococo do grupo C é apresentada sob a

forma isolada ou combinada com o meningococo do grupo A. Neste caso,

contêm 50mcg do polissacarídeo capsular purificado correspondente a cada

sorogrupo.

A vacina é apresentada sob a forma liofilizada, em frasco

multidoses acompanhado da ampola do diluente.

Page 338: Manual de..procedimentos vacinas

330

15.5. Conservação

A vacina conjugada meningococo do grupo C é conservada entre

+2 ºC e +8 ºC, sendo ideal +5 ºC, conforme orientado neste Manual, na Parte

II, tópico 5.

15.6. Dose e volume

O esquema de administração da conjugada meningococo do grupo

C corresponde a duas doses a partir dos dois meses de vida até os 12 meses:

duas doses, de 0,5 ml, administradas com um intervalo de pelo menos dois

meses.

Uma única dose de reforço é administrada entre 12 e 15 meses de

idade.

15.7. Via de administração

A vacina conjugada meningococo do grupo C é administrada por

via intramuscular ou subcutânea, conforme orientado neste Manual, na Parte II,

tópico 6, itens 6.5.4 e 6.5.3.

Notas:

A vacina não pode ser congelada, caso atinja temperatura de congelamento proceder conforme orientado neste Manual, na Parte II, tópico 4, item 4.5;

O congelamento provoca a desnaturação protéica e a desagregação do adjuvante (com formação de grumos) com conseqüente perda de potência e aumento dos eventos adversos locais (dor, rubor e calor).

Notas:

Ao usar a via intramuscular fazer a injeção no vastolateral da coxa.

Eventualmente usar a via subcutânea fazendo a injeção na região do deltóide, de preferência, na face externa superior do braço, ou na face ântero-lateral externa do antebraço.

Page 339: Manual de..procedimentos vacinas

331

15.8. Administração

15.8.1. Procedimentos básicos no preparo da vacina

Antes de administrar a vacina conjugada meningococo do grupo C

o vacinador deve adotar os seguintes procedimentos:

Lavar as mãos com água e sabão, conforme orientado neste

Manual, na Parte II, no tópico 6, item 6.1.;

Organizar todo o material: seringa e agulha apropriadas e

outros materiais, conforme orientado neste Manual, na Parte II,

tópicos 3 e 6;

Retirar a vacina do refrigerador ou da caixa térmica, verificando

o nome da mesma, bem como o prazo de validade, conforme

orientado neste Manual, na Parte II, tópicos 3, 5 e 6;

Reconstituir a vacina, conforme orientado neste Manual, na

Parte II, tópico 6, item 6.4.3, da seguinte forma:

aspirar o diluente;

Notas:

As mãos devem ser lavadas antes e depois do preparo e da administração da vacina.

Observar a técnica de assepsia na preparação da vacina: manusear sem contaminar a seringa, a agulha e o frasco da vacina.

Esses procedimentos são fundamentais na prevenção de abscessos quentes.

Notas:

O diluente, no momento da reconstituição, deve estar na mesma temperatura da vacina, ou seja, entre + 2 ºC e + 8º C – ideal + 5 ºC.

Para esfriar o diluente colocá-lo no refrigerador, pelo menos, seis horas antes da reconstituição.

Page 340: Manual de..procedimentos vacinas

332

injetar o diluente vagarosamente pelas paredes do frasco

que contém o liófilo;

fazer um movimento rotatório em sentido único com o

frasco para uma perfeita homogeneização da vacina;

Aspirar o volume a ser administrado, verificando na graduação

da seringa se a dosagem está correta;

Recolocar o frasco na caixa térmica até a aspiração de nova

dose.

Notas:

Quando utilizar o frasco multidoses, ao aspirar cada dose, perfurar a borracha em locais diferentes, evitando a parte central da tampa.

Antes de aspirar cada dose, limpar a tampa de borracha com algodão seco.

Antes de aspirar cada dose, fazer um movimento rotatório em sentido único com o frasco da vacina para homogeneização, evitando, assim, reações locais mais intensas.

Utilizar na administração da vacina a mesma agulha que aspira a dose.

Notas:

O frasco multidoses uma vez aberto pode ser usado por um prazo estabelecido pelo laboratório produtor, constante da bula do produto.

A coordenação de imunizações do Estado ou do Município deverá informar esse prazo à Unidade de Saúde quando do envio da remessa da vacina vez que há variações quanto a esse prazo conforme o laboratório produtor.

Esse prazo só deve ser respeitado se o produto for mantido sob temperatura adequada (+ 2 ºC a + 8º C) e adotados os cuidados que evitem sua contaminação,

A data e horário da abertura do frasco devem ser anotados no próprio frasco, principalmente quando o prazo for mais longo.

Vencido o prazo, desprezar a sobra da vacina, conforme orientado neste Manual, na Parte II, tópico 4, item 4.2.

O número de doses desprezadas deve ser anotado no impresso utilizado para registro das atividades diárias, com o objetivo de subsidiar a avaliação de perdas de vacinas, conforme orientado neste Manual, na Parte I, tópico 4, item 4.2.1.6.

Page 341: Manual de..procedimentos vacinas

333

15.8.2. Procedimentos básicos na administração da vacina

Para administrar a vacina conjugada meningococo do grupo C o

vacinador deve adotar os seguintes procedimentos:

Preparar a pessoa a ser vacinada, colocando-a em posição

segura e confortável conforme orientado na Parte II deste

Manual, no tópico 3, item 3.3.2. que trata do acolhimento e

triagem da clientela, bem como no tópico 6, item 6.4.4. sobre os

procedimentos básicos para administração de injeções por via

intramuscular;

Fazer a limpeza do local da administração, se necessária;

Introduzir a agulha, adequando o ângulo de administração à via

de administração escolhida (intramuscular ou subcutânea);

Notas:

Quando necessário, a limpeza da pele deve ser feita com água e sabão.

O álcool comum não deve ser utilizado pela sua baixa volatilidade (demora a secar) e pelo baixo poder antisséptico.

Em situações excepcionais, quando não houver água e sabão (vacinação na zona rural e em ambiente hospitalar), utilizar o álcool a 70%.

Quando usar o álcool 70% para limpeza da pele friccionar o algodão embebido por 30 segundos e, em seguida, esperar mais 30 segundos para permitir a secagem da pele, deixando-a sem vestígios do produto de modo a evitar qualquer interferência do álcool no procedimento.

Page 342: Manual de..procedimentos vacinas

334

15.8.3. Procedimentos básicos após a administração da vacina Após administrar a conjugada meningococo do grupo C são

procedimentos básicos:

Desprezar a seringa e a agulha na caixa coletora de

perfurocortante, conforme orientado neste Manual, na Parte II,

no tópico 4, item 4.2.que trata dos cuidados com o lixo da sala

de vacinação e no tópico 6, item 6.2. sobre a utilização de

seringas e agulhas;

Lavar as mãos com água e sabão, conforme orientado neste

Manual, na Parte II, no tópico 6, item 6.1.;

Estar atento à ocorrência de reações imediatas;

Informar a pessoa vacinada ou seu acompanhante sobre a

possibilidade do aparecimento de manifestações locais ou

sistêmicas;

Notas: Quando a injeção for intramuscular proceder conforme orientado na Parte II

deste Manual, tópico 6, item 6.5.4.

Na vacinação dos menores de dois anos, localizar visualmente o músculo vasto lateral da coxa e fazer uma prega entre o dedo indicador e o polegar, com a introdução da agulha no terço médio da coxa (vasto lateral);

Adequar a agulha ao ângulo de aplicação conforme massa muscular da pessoa a ser vacinada;

No caso do deltóide a aplicação será na face externa superior do braço

Esses procedimentos são fundamentais na prevenção de abscessos frios.

Quando a injeção for subcutânea introduzir a agulha conforme orientado no tópico 6, item 6.5.3.

Page 343: Manual de..procedimentos vacinas

335

Registrar no comprovante de vacinação a data, o número do

lote e a validade da vacina administrada, assinar, carimbar e

agendar a próxima vacina, conforme orientado neste Manual,

na Parte II, tópico 3, itens 3.3.3 e 3.3.5, bem assim no tópico 7;

Registrar a vacina administrada no boletim ou impresso

específico, conforme orientado neste Manual, na Parte II, no

tópico 7;

Orientar a pessoa vacinada ou seu acompanhante sobre o

retorno, quando for o caso, para complementação do esquema

básico de vacinação e/ou na ocorrência de algum evento

adverso.

Notas:

As manifestações após a administração da vacina são leves, sendo as mais comuns: dor, vermelhidão e inchaço no local da aplicação.

Em crianças que começam a andar e em bebês, observa-se choro persistente transitório, irritabilidade e sonolência. Ocorrem com menor frequência: febre, vômito, recusa da alimentação e diarréia.

Nenhuma dessas situações contraindicam as doses subseqüentes.

Nota: Todo evento adverso deve ser avaliado, notificado, acompanhado e

investigado. A pessoa que apresentou o evento adverso deve ser acompanhada pelo médico.

Page 344: Manual de..procedimentos vacinas

336

16. Vacinas utilizadas em situações especiais

Vacinas utilizadas em situações especiais são produtos que não

estão disponíveis na rotina das unidades de saúde, sendo oferecidos no Centro

de Referência para Imunobiológicos Especiais (CRIE).

Esses produtos, como os demais imunobiológicos, são produzidos

a partir de moderna tecnologia e, de modo geral, são de alto custo. Alguns têm

indicações mais abrangentes, mas o Ministério da Saúde, ao disponibilizá-los

no CRIE, estabelece prioridades em termos de indicação, de modo geral

agrupadas em três categorias:

para profilaxia após a exposição a agentes infecciosos, como no

caso da imunoglobulina antivaricela-zoster;

para substituição de produtos disponíveis na rede de serviços,

quando estes não podem ser utilizados em função da

hipersensibilidade ou da ocorrência de eventos adversos, como

é o caso do uso da vacina raiva de cultivo celular e a vacina

difteria, tétano e coqueluche acelular (DTPa);

para imunização de crianças e adultos com imunossupressão,

como no caso da vacina inativada contra a poliomielite.

Para ser atendido no CRIE a usuário deve cumprir alguns

requisitos e procedimentos, a saber:

apresentar relatório do médico que fez o atendimento, na rede

pública ou privada, contendo o diagnóstico com o Código

Internacional de Doenças (CID) e breve histórico da patologia,

bem como resultados de exames de laboratório e outros

exames complementares pertinentes;

apresentar-se na unidade do CRIE mais próxima da residência

para consulta e administração das vacinas indicadas, de acordo

com as normas estabelecidas.

Page 345: Manual de..procedimentos vacinas

337

Orientações específicas quanto à indicação desses produtos

constam do Manual dos CRIE, editado pelo Ministério da Saúde.

16.1. Vacina poliomielite 1, 2 e 3 (inativada) A) Indicação

A vacina poliomielite 1, 2 e 3 (inativada) é indicada para pessoas

que não podem receber a vacina poliomielite 1, 2, 3 (atenuada) e que se

encontram nas situações descritas a seguir:

criança imunodeprimidas (com deficiência imunológica congênita

ou adquirida) não vacinadas ou que receberam esquema

incompleto com a vacina poliomielite 1, 2, 3 (atenuada);

criança que vive em contato domiciliar ou hospitalar com pessoa

imunodeprimida;

pessoa submetida a transplante de órgãos sólidos ou de medula

óssea;

recém-nascido que permaneça internado em unidade neonatal até

a idade de início da vacinação;

criança com história de paralisia flácida associada à vacina, após

dose anterior da vacina poliomielite 1, 2, 3 (atenuada).

B) Contraindicação

A vacina poliomielite 1, 2 e 3 (inativada) está contraindicada na

ocorrência de reação grave à dose anterior desta mesma vacina ou de

anafilaxia a algum componente da vacina.

Notas: A criança cuja mãe é HIV positivo deve receber a vacina poliomielite 1, 2

e 3 (inativada) mesmo antes da definição diagnóstica. Criança com HIVAIDS deve receber a vacina poliomielite 1, 2 e 3

(inativada). Nessas situações, quando a vacina poliomielite 1, 2 e 3 (inativada) não

estiver disponível utilizar a vacina poliomielite 1, 2, 3 (atenuada).

Page 346: Manual de..procedimentos vacinas

338

C) Composição

A vacina poliomielite 1, 2 e 3 (inativada) é trivalente de potência

aumentada e contém os vírus da poliomielite dos tipos I, II e III, obtidos em

cultura celular e inativados por formaldeído. Pode conter traços de

estreptomicina, neomicina, polimixina e 2-fenoxietanol como conservante.

D) Apresentação

A vacina poliomielite 1, 2 e 3 (inativada)é apresentada sob a forma

líquida, em frasco ou seringa agulhada, em dose individual.

E) Conservação

A vacina poliomielite 1, 2 e 3 (inativada) é conservada entre +2 ºC

e +8 ºC, sendo ideal +5 ºC, conforme orientado neste Manual, na Parte II,

tópico 4.

F) Dose e volume

O esquema básico da vacina poliomielite 1, 2 e 3 (inativada)

corresponde a três doses, a partir dos dois meses de idade, com intervalo de

60 dias. O intervalo mínimo é de 30 dias.

O primeiro reforço é feito entre seis meses e um ano depois da 3ª

dose.

Nota:

A vacina poliomielite 1, 2 e 3 (inativada) não pode ser congelada, caso atinja temperatura de congelamento proceder conforme orientado neste Manual, na Parte II, tópico 5, item 5.5.2.

Nota:

Quando a criança iniciou o esquema com a vacina poliomielite 1, 2 e 3 (atenuada) e surgiu a indicação para o uso da VIP não reiniciar o esquema completá-lo com as doses que faltam.

Page 347: Manual de..procedimentos vacinas

339

A vacina poliomielite 1, 2 e 3 (inativada) pode ser aplicada

simultaneamente com as demais vacinas dos calendários de vacinação do

Ministério da Saúde.

O volume correspondente a uma dose é de 0,5 ml.

G) Via de administração

A vacina poliomielite 1, 2 e 3 (inativada) é administrada por via

intramuscular, podendo também ser utilizada a via subcutânea, conforme

orientado neste Manual, na Parte II, tópico 6, itens 6.4.4. e 6.4.3.

H) Administração

Procedimentos básicos no preparo da vacina

Antes de administrar a vacina poliomielite 1, 2 e 3 (inativada) o

vacinador deve adotar os seguintes procedimentos:

Lavar as mãos com água e sabão, conforme orientado neste

Manual, na Parte II, no tópico 6, item 6.1.;

Notas:

As mãos devem ser lavadas antes e depois do preparo e da administração da vacina.

Observar a técnica de assepsia na preparação da vacina: manusear sem contaminar a seringa, a agulha e o frasco da vacina.

Esses procedimentos são fundamentais na prevenção de abscessos quentes.

Notas:

Ao usar a via intramuscular fazer a injeção:

Nos menores de dois anos de idade no vastolateral da coxa;

Nos maiores de dois anos, preferencialmente na região do deltóide.

Eventualmente usar a via subcutânea fazendo a injeção na região do deltóide, de preferência, na face externa superior do braço, ou na face ântero-lateral externa do antebraço.

Page 348: Manual de..procedimentos vacinas

3

Organizar todo o material: seringa e agulha apropriadas e

outros materiais, conforme orientado neste Manual, na Parte II,

tópicos 3 e 6;

Retirar a vacina do refrigerador ou da caixa térmica, verificando

o nome da mesma, bem como o prazo de validade, conforme

orientado neste Manual, na Parte II, tópicos 3, 5 e 6;

Preparar a vacina, conforme orientado neste Manual, na Parte

II, tópico 6;

Aspirar todo volume do frasco.

Procedimentos básicos na administração da vacina

Para a administração da vacina poliomielite 1, 2 e 3 (inativada) são

procedimentos básicos:

Preparar a pessoa a ser vacinada, colocando-a em posição

segura e confortável conforme orientado na Parte II deste

Manual, no tópico 3, item 3.3.2. que trata do acolhimento e

triagem da clientela, bem como no tópico 6 sobre os

procedimentos básicos para administração de injeções por via

intramuscular (item 6.4.4.) ou subcutânea (item 6.4.3.), conforme

o caso;

Fazer a limpeza do local da administração, se necessária;

Nota:

Quando a vacina poliomielite 1, 2 e 3 (inativada) for apresentada em seringa agulhada conectar o êmbolo no corpo da seringa para a administração.

40

Page 349: Manual de..procedimentos vacinas

341

Introduzir a agulha conforme a via de administração, se

intramuscular ou subcutânea;

Injetar o líquido lentamente.

Procedimentos básicos após a administração da vacina Após administrar a vacina poliomielite 1, 2 e 3 (inativada) são

procedimentos básicos:

Desprezar a seringa e a agulha na caixa de coletora de

perfurocortante, conforme orientado neste Manual, na Parte II,

no tópico 4, item 4.2.que trata dos cuidados com o lixo da sala

de vacinação e no tópico 6, item 6.2. sobre a utilização de

seringas e agulhas;

Lavar as mãos com água e sabão, conforme orientado neste

Manual, na Parte II, no tópico 6, item 6.1.;

Notas: Quando a injeção for intramuscular adotar os seguintes cuidados:

Na vacinação dos menores de dois anos, localizar visualmente o músculo vasto lateral da coxa e fazer uma prega entre o dedo indicador e o polegar, com a introdução da agulha no terço médio da coxa (vasto lateral);

Adequar a agulha ao ângulo de administração conforme massa muscular da pessoa a ser vacinada;

No caso do deltóide a administração será na face externa superior do braço

Esses procedimentos são fundamentais na prevenção de abscessos frios.

Notas:

Quando necessário, a limpeza da pele deve ser feita com água e sabão.

O álcool comum não deve ser utilizado pela sua baixa volatilidade (demora a secar) e pelo baixo poder antisséptico.

Em situações excepcionais, quando não houver água e sabão (vacinação na zona rural e em ambiente hospitalar), utilizar o álcool a 70%.

Quando usar o álcool 70% para limpeza da pele friccionar o algodão embebido por 30 segundos e, em seguida, esperar mais 30 segundos para permitir a secagem da pele, deixando-a sem vestígios do produto de modo a evitar qualquer interferência do álcool no procedimento.

Page 350: Manual de..procedimentos vacinas

342

Estar atento à ocorrência de reações imediatas;

Informar à pessoa vacinada ou ao seu acompanhante sobre a

possibilidade do aparecimento de manifestações locais ou

sistêmicas;

Registrar no comprovante de vacinação a data, o número do lote

e a validade da vacina administrada, assinar, carimbar e agendar

a próxima vacina, conforme orientado neste Manual, na Parte II,

tópico 3, itens 3.3.3 e 3.3.5, bem assim no tópico 7;

Registrar a vacina administrada no boletim ou impresso

específico, conforme orientado neste Manual, na Parte II, no

tópico 7;

Orientar a pessoa vacinada ou seu acompanhante sobre o

retorno, quando for o caso, para complementação do esquema

básico de vacinação e/ou na ocorrência de algum evento

adverso.

16.2. Vacina adsorvida difteria e tétano infantil A) Indicação

A vacina adsorvida difteria e tétano infantil é indicada para crianças, a

partir dos dois meses de idade até menos de sete anos (seis anos, 11 meses e

29 dias) que, após o recebimento da vacina adsorvida difteria, tétano, pertussis

e Haemophilus influenzae b (conjugada) ou da vacina adsorvida difteria, tétano

Nota:

Após a administração da vacina poliomielite 1, 2 e 3 (inativada) podem ocorrer manifestações locais (eritema discreto no local da administração) e sistêmicas (febre moderada). Manifestação alérgica como a anafilaxia é rara.

Nota: Todo evento adverso deve ser avaliado, notificado, acompanhado e

investigado. A pessoa que apresentou o evento adverso deve ser acompanhada pelo médico.

Page 351: Manual de..procedimentos vacinas

343

e pertussis ou da vacina adsorvida difteria, tétano e pertussis (acelular),

apresentou algumas das seguintes manifestações:

Convulsões nas primeiras 72 horas; ou

Episódio hipotônico-hiporresponsivo (EHH) nas primeiras 48 horas; ou

Encefalopatia nos primeiros sete dias após a vacinação.

A vacina adsorvida difteria e tétano infantil é uma opção para a criança

que não possa receber o componente pertussis nem na forma celular nem na

acelular.

B) Contraindicação

A vacina adsorvida difteria e tétano infantil está contraindicada nas

situações gerais referidas nesta Parte do Manual, no tópico 2, item 2.1.

C) Composição

A vacina adsorvida difteria e tétano infantil é uma associação dos

toxóides diftérico e tetânico, tendo o hidróxido ou o fosfato de alumínio como

adjuvante e o timerosal como conservante.

Na vacina adsorvida difteria e tétano infantil a concentração da dose

imunizante do toxóide diftérico é de 2UI/ml e do toxóide tetânico 2UI/ml.

D) Apresentação

A vacina adsorvida difteria e tétano infantil é apresentada sob a forma

líquida, em frasco de dose única ou de multidoses.

Nota:

Como a vacina adsorvida difteria e tétano infantil não está disponível nas unidades de saúde, quando houver indicação de uso, deve ser feita uma solicitação do produto à coordenação de imunizações do Município ou do Estado, ou a criança deve ser encaminhada ao CRIE.

Page 352: Manual de..procedimentos vacinas

344

E) Conservação

A vacina adsorvida difteria e tétano infantil é conservada numa

temperatura entre +2 ºC e +8 ºC, sendo ideal +5 ºC, conforme orientado neste

Manual, na Parte II, no tópico 5.

F) Dose e volume

O esquema básico da vacina adsorvida difteria e tétano infantil

corresponde a três doses, com intervalo de 60 dias entre as mesmas. O

intervalo mínimo é de 30 dias.

O reforço é semelhante ao da vacina adsorvida difteria, tétano e

pertussis, ou seja, uma dose seis a 12 meses depois da 3ª dose do esquema

básico, de preferência aos 15 meses de idade, coincidindo com o reforço da

vacina poliomielite 1, 2, 3 (atenuada).

O volume correspondente a uma dose da vacina adsorvida difteria e

tétano infantil é de 0,5 ml, podendo variar dependendo do laboratório produtor.

G) Via de administração

A vacina adsorvida difteria e tétano infantil é administrada por via

intramuscular profunda, conforme orientado na Parte II deste Manual, no tópico

6, item 6.4.4.

Notas:

A vacina adsorvida difteria e tétano infantil não pode ser congelada, caso atinja temperatura de 0 ºC proceder conforme orientado neste Manual, na Parte II, tópico 5, item 5.5.2.

O congelamento provoca a desnaturação protéica e a desagregação do adjuvante (com formação de grumos) com conseqüente perda de potência e aumento dos eventos adversos locais (dor, rubor e calor).

Notas:

Ao indicar a vacina adsorvida difteria e tétano infantil considerar as doses da vacina adsorvida difteria, tétano, pertussis e Haemophilus influenzae b (conjugada) ou da vacina adsorvida difteria, tétano e pertussis recebidas anteriormente, orientando a continuidade do esquema.

O reforço para proteção contra a difteria e o tétano é feito de 10 em 10 anos com a vacina adsorvida difteria e tétano adulto, conforme orientado nesta Parte do Manual, no tópico 8.

Page 353: Manual de..procedimentos vacinas

345

H) Administração

Procedimentos básicos no preparo da vacina

Antes de administrar a vacina adsorvida difteria e tétano infantil o

vacinador deve adotar os seguintes procedimentos:

Lavar as mãos com água e sabão, conforme orientado neste Manual,

na Parte II, no tópico 6, item 6.1.;

Organizar todo o material: seringa e agulha apropriadas e outros

materiais, conforme orientado neste Manual, na Parte II, tópicos 3 e 6;

Retirar a vacina do refrigerador ou da caixa térmica, verificando o

nome da mesma, bem como o prazo de validade;

Notas:

As mãos devem ser lavadas antes e depois do preparo e da administração da vacina.

Observar a técnica de assepsia na preparação da vacina: manusear sem contaminar a seringa, a agulha e o frasco da vacina.

Esses procedimentos são fundamentais na prevenção de abscessos quentes.

Notas:

Nas crianças menores de dois anos a vacina é administrada na face lateral da coxa.

Em crianças maiores utilizar, preferencialmente, a região do deltóide, na face externa superior do braço.

A vacina adsorvida difteria e tétano infantil não deve ser administrada na região glútea em razão da maior quantidade de tecido adiposo, situação em que a vacina não é inoculada no interior do músculo e sim no tecido adiposo (gordura), o que diminui sensivelmente a resposta imunológica.

Page 354: Manual de..procedimentos vacinas

346

Preparar a vacina, conforme orientado neste Manual, na Parte II,

tópico 6, item 6.4.4;

Aspirar o volume a ser administrado, verificando na graduação da

seringa se a dosagem está correta;

Recolocar o frasco na caixa térmica até a aspiração de nova

dose.

Procedimentos básicos na administração da vacina

Para a administração da vacina adsorvida difteria e tétano infantil são

procedimentos básicos:

Nota:

Observar o frasco da vacina adsorvida difteria e tétano infantil cuidadosamente para detectar a presença de partículas, caso sejam encontradas, a vacina não deverá ser utilizada.

O frasco multidoses da vacina adsorvida difteria e tétano infantil após aberto poderá ser usado pelo prazo estabelecido pelo laboratório produtor, constante da bula do produto, desde que mantido sob temperatura adequada (+2ºC a +8ºC – ideal + 5ºC) e adotados os cuidados que evitem sua contaminação.

A coordenação de imunizações do Estado ou do Município deverá informar esse prazo à Unidade de Saúde quando do envio da remessa da vacina vez que há variações quanto a esse prazo, conforme o laboratório produtor.

A data e horário da abertura do frasco devem ser anotados no próprio frasco, principalmente quando o prazo for mais longo.

Vencido o prazo, desprezar o resto da vacina, conforme orientado neste Manual, na Parte II, tópico 4, item 4.2.

O número de doses desprezadas, independente do motivo deve ser anotado no impresso utilizado para registro das atividades diárias, com o objetivo de subsidiar a avaliação da utilização de vacinas, conforme orientado neste

Notas:

Quando utilizar o frasco multidoses, ao aspirar cada dose, perfurar a borracha em locais diferentes, evitando a parte central da tampa.

Antes de aspirar cada dose, limpar a tampa de borracha com algodão seco.

Antes de aspirar cada dose, fazer um movimento rotatório em sentido único com o frasco da vacina para homogeneização, evitando, assim, reações locais mais intensas.

Utilizar na administração da vacina a mesma agulha que aspira a dose.

Page 355: Manual de..procedimentos vacinas

347

Preparar a pessoa a ser vacinada, colocando-a em posição segura e

confortável conforme orientado na Parte II deste Manual, no tópico 3,

item 3.3.2. que trata do acolhimento e triagem da clientela, bem como

no tópico 6, item 6.4.4. sobre os procedimentos básicos para

administração de injeções por via intramuscular;

Fazer a limpeza do local da administração, se necessária;

Introduzir a agulha, conforme orientado neste Manual, na Parte II, no

tópico 6, item 6.5.4.;

I

n

jetar o líquido lentamente.

Procedimentos básicos após a administração da vacina Após administrar a vacina adsorvida difteria e tétano infantil são

procedimentos básicos:

Desprezar a seringa e a agulha na caixa coletora de

perfurocortante, conforme orientado neste Manual, na Parte II, no

Notas:

Na vacinação dos menores de dois anos, localizar visualmente o músculo vasto lateral da coxa e fazer uma prega entre o dedo indicador e o polegar, com a introdução da agulha no terço médio da coxa (vasto lateral);

Adequar a agulha ao ângulo de administração conforme massa muscular da pessoa a ser vacinada;

No caso do deltóide a administração será na face externa superior do braço.

Esses procedimentos são fundamentais na prevenção de abscessos frios.

Notas:

Quando necessário, a limpeza da pele deve ser feita com água e sabão.

O álcool comum não deve ser utilizado pela sua baixa volatilidade (demora a secar) e pelo baixo poder antisséptico.

Em situações excepcionais, quando não houver água e sabão (vacinação na zona rural e em ambiente hospitalar), utilizar o álcool a 70%.

Quando usar o álcool 70% para limpeza da pele friccionar o algodão embebido por 30 segundos e, em seguida, esperar mais 30 segundos para permitir a secagem da pele, deixando-a sem vestígios do produto de modo a evitar qualquer interferência do álcool no procedimento.

Page 356: Manual de..procedimentos vacinas

348

tópico 4, item 4.2.que trata dos cuidados com o lixo da sala de

vacinação e no tópico 6, item 6.2. sobre a utilização de seringas e

agulhas;

Lavar as mãos com água e sabão, conforme orientado neste

Manual, na Parte II, tópico 6, item 6.1;

Estar atento à ocorrência de reações imediatas;

Informar a pessoa vacinada ou seu acompanhante sobre a

possibilidade do aparecimento das reações mais comuns;

Registrar no comprovante de vacinação a data, o número do lote

e a validade da vacina administrada, assinar, carimbar e agendar

a próxima vacina, conforme orientado neste Manual, na Parte II,

tópico 3, itens 3.3.3 e 3.3.5, bem assim no tópico 7;

Registrar a vacina administrada no boletim ou impresso

específico, conforme orientado neste Manual, na Parte II, no

tópico 7;

Orientar a pessoa vacinada ou seu acompanhante sobre o

retorno, quando for o caso, para complementação do esquema

básico de vacinação e/ou na ocorrência de algum evento adverso.

Notas:

São reações mais comuns: dor local, eritema (vermelhidão), edema e enduração no local da injeção, febrícula e sensação de mal-estar, com intensidade variável e duração passageira.

Orientar o uso de compressa fria no caso de dor ou rubor no local da administração da vacina.

Não usar compressa quente.

Nota: Todo evento adverso deve ser avaliado, notificado, acompanhado e

investigado. A pessoa que apresentou o evento adverso deve ser acompanhada pelo médico.

Page 357: Manual de..procedimentos vacinas

349

16.3. Vacina Haemophilus influenzae b (conjugada) A) Indicação

A vacina Haemophilus influenzae b (conjugada) é indicada para os

menores de cinco anos, a partir dos dois meses de idade.

O Haemophilus influenzae tipo b é o agente causador de várias

doenças invasivas em crianças até os cinco anos de idade, tais como:

meningite, septicemia, pneumonia, celulite, epiglotite, artrite séptica,

osteomielite.

A indicação da vacina Haemophilus influenzae b (conjugada) na

forma isolada é restrita a situações especiais, sendo administrada no CRIE

para atender a grupos ou situações específicas, conforme destacado a seguir:

crianças e adolescentes com menos de 19 anos e não vacinados

com asplenia anatômica ou funcional;

crianças e adolescentes com menos de 19 anos e não vacinados

com imunodeficiência congênita ou adquirida;

crianças e adolescentes com doença pulmonar ou cardiovascular

crônica e grave;

transplantados de medula óssea de qualquer idade.

B) Contraindicação

A vacina Haemophilus influenzae b (conjugada) é contraindicada

apenas nas situações gerais referidas nesta Parte do Manual, no tópico 2, item

2.1.

C) Composição

A vacina Haemophilus influenzae b (conjugada) é apresentada nas

seguintes composições, de acordo com o laboratório produtor:

constituída por fragmentos curtos do PRP, conjugados com a

proteína CRM197, mutante atóxica da toxina diftérica, e contém

timerosal (HbOC);

Page 358: Manual de..procedimentos vacinas

350

constituída pelo PRP conjugado com proteínas da membrana

externa do meningococo do grupo de tipo B, contém timerosal,

lactose e sais de alumínio (PRP-OMP);

constituída pelo PRP conjugado ao toxóide tetânico (PRP-T).

D) Apresentação

A vacina Haemophilus influenzae b (conjugada) é apresentada sob

a forma liofilizada, acompanhada do diluente, ou sob a forma líquida, em

frascos de dose única ou multidoses.

E) Conservação

A vacina Haemophilus influenzae b (conjugada)é conservada entre

+2 ºC e +8 ºC, sendo ideal +5 ºC, conforme orientado neste Manual, na Parte

II, tópico 5.

F) Dose e volume

O esquema de vacinação com a vacina Haemophilus influenzae b

(conjugada)está descrito no quadro III-3 a seguir.

Notas:

Algumas vacinas vacina Haemophilus influenzae b (conjugada) na forma líquida, na apresentação unidose, podem vir acondicionadas em seringa acompanhada de agulha.

Para algumas vacinas vacina Haemophilus influenzae b (conjugada) na forma liofilizada o diluente pode vir na seringa com agulha, acompanhada do frasco com o liófilo.

Notas:

A vacina Haemophilus influenzae b (conjugada) não pode ser congelada, caso atinja temperatura de 0 ºC proceder conforme orientado neste Manual, na Parte II, tópico 5, item 5.5.2.

O congelamento provoca a perda de potência da vacina.

Page 359: Manual de..procedimentos vacinas

351

Quadro III-3 Esquema de vacinação com a vacina Haemophilus influenzae

b (conjugada)

Idade Esquema Primário Reforço

2 a 6 meses 3 doses (com intervalo de 60 dias, sendo, no mínimo, 30 dias)

12 a 15 meses*

7 a 11 meses 2 doses (4 a 8 semanas de intervalo) 12 a 15 meses*

1 a 19 anos Dose única _

2 doses (4 a 8 semanas de intervalo)*

* Para imunodeprimidos (HIV/Aids), imunossupressão devido a drogas e câncer, imunodeficiência congênita com

deficiência isolada de tipo humoral ou deficiência de complemento, transplantados).

O volume correspondente a uma dose é de 0,5 ml.

G) Via de administração

A vacina Haemophilus influenzae b (conjugada) é administrada por

via intramuscular profunda, conforme orientado neste Manual, na Parte II,

tópico 6, item 6.4.4.

H) Administração

Procedimentos básicos no preparo da vacina

Antes de administrar a vacina Haemophilus influenzae b

(conjugada) o vacinador deve adotar os seguintes procedimentos:

Notas:

Nas crianças menores de dois anos a vacina é administrada na face lateral da coxa.

Em crianças maiores e nos adultos utilizar, preferencialmente, a região do deltóide, na face externa superior do braço.

A vacina Haemophilus influenzae b (conjugada) não deve ser administrada na região glútea em razão da maior quantidade de tecido adiposo, situação em que a vacina não é inoculada no interior do músculo e sim no tecido adiposo (gordura), o que diminui sensivelmente a resposta imunológica.

Page 360: Manual de..procedimentos vacinas

35

Lavar as mãos com água e sabão, conforme orientado neste

Manual, na Parte II, no tópico 6, item 6.1.;

Organizar todo o material: seringa e agulha apropriadas e

outros materiais, conforme orientado neste Manual, na Parte II,

tópicos 3 e 6;

Retirar a vacina do refrigerador ou da caixa térmica, verificando

o nome da mesma, bem como o prazo de validade;

Reconstituir a vacina, conforme orientado neste Manual, na

Parte II, tópico 6, item 6.4.3, da seguinte forma:

aspirar o diluente;

injetar o diluente vagarosamente pelas paredes do frasco;

fazer um movimento rotatório em sentido único com o frasco

para uma perfeita homogeneização da vacina;

Aspirar o volume a ser utilizado, verificando na graduação da

seringa se a dosagem está correta;

Notas:

As mãos devem ser lavadas antes e depois do preparo e da administração da vacina.

Observar a técnica de assepsia na preparação da vacina: manusear sem contaminar a seringa, a agulha e o frasco da vacina.

Esses procedimentos são fundamentais na prevenção de abscessos quentes.

Notas:

No caso da vacina Haemophilus influenzae b (conjugada) liofilizada retirar também o diluente, verificando o nome do mesmo, bem como o prazo de validade.

O diluente, no momento da reconstituição, deve estar na mesma temperatura da vacina, ou seja, entre +2ºC e +8ºC – ideal + 5ºC.

O diluente deve ser colocado no refrigerador, pelo menos, seis horas antes da reconstituição.

Nota:

Quando o diluente estiver acondicionado na seringa agulhada, injetá-lo vagarosamente no frasco com o liófilo.

2

Page 361: Manual de..procedimentos vacinas

353

Recolocar o frasco na caixa térmica até a aspiração de nova

dose.

Procedimentos básicos na administração da vacina

Para a administração da vacina Haemophilus influenzae b

(conjugada)são procedimentos básicos:

Preparar a pessoa a ser vacinada, colocando-a em posição

segura e confortável conforme orientado na Parte II deste

Manual, no tópico 3, item 3.3.2. que trata do acolhimento e

triagem da clientela, bem como no tópico 6, item 6.4.4. sobre os

procedimentos básicos para administração de injeções por via

intramuscular;

Fazer a limpeza do local da administração, se necessária;

Notas:

O frasco multidoses da vacina Haemophilus influenzae b (conjugada), uma vez aberto pode ser usado por um prazo estabelecido pelo laboratório produtor, constante da bula do produto.

A coordenação de imunizações do Estado ou do Município deverá informar esse prazo à Unidade de Saúde quando do envio da remessa da vacina vez que há variações quanto a esse prazo conforme o laboratório produtor.

Esse prazo só deve ser respeitado se o produto for mantido sob temperatura adequada (+ 2ºC a + 8ºC) e adotados os cuidados que evitem sua contaminação,

A data e horário da abertura do frasco devem ser anotados no próprio frasco, principalmente quando o prazo for mais longo.

Vencido o prazo, desprezar a sobra da vacina, conforme orientado neste Manual, na Parte II, tópico 4, item 4.2.

O número de doses desprezadas deve ser anotado no impresso utilizado para registro das atividades diárias, com o objetivo de subsidiar a avaliação da utilização de vacinas, conforme orientado neste Manual, na Parte I, tópico 4, item 4.2.1.6.

Page 362: Manual de..procedimentos vacinas

354

Introduzir a agulha, conforme orientado na Parte II, deste Manual,

no tópico 6, item 6.5.4.;

Injetar o líquido lentamente.

Procedimentos básicos após a administração da vacina Após administrar a vacina Haemophilus influenzae b (conjugada)

são procedimentos básicos:

Desprezar a seringa e a agulha na caixa coletora de

perfurocortante, conforme orientado neste Manual, na Parte II,

no tópico 4, item 4.2.que trata dos cuidados com o lixo da sala

de vacinação e no tópico 6, item 6.2. sobre a utilização de

seringas e agulhas;

Lavar as mãos com água e sabão, conforme orientado neste

Manual, na Parte II, no tópico 6, item 6.1.;

Notas:

Quando necessário, a limpeza da pele deve ser feita com água e sabão.

O álcool comum não deve ser utilizado pela sua baixa volatilidade (demora a secar) e pelo baixo poder antisséptico.

Em situações excepcionais, quando não houver água e sabão (vacinação na zona rural e em ambiente hospitalar), utilizar o álcool a 70%.

Quando usar o álcool 70% para limpeza da pele friccionar o algodão embebido por 30 segundos e, em seguida, esperar mais 30 segundos para permitir a secagem da pele, deixando-a sem vestígios do produto de modo a evitar qualquer interferência do álcool no procedimento.

Notas:

Na vacinação dos menores de dois anos, localizar visualmente o músculo vasto lateral da coxa, fazer uma prega entre o dedo indicador e o polegar e introduzir a agulha no terço médio da coxa (vasto lateral);

Adequar a agulha ao ângulo de administração conforme massa muscular da pessoa a ser vacinada;

No caso do deltóide a administração será na face externa superior do braço.

Page 363: Manual de..procedimentos vacinas

355

Estar atento à ocorrência de reações imediatas;

Registrar no comprovante de vacinação a data, o número do

lote e a validade da vacina administrada, assinar, carimbar e

agendar a próxima vacina, conforme orientado neste Manual,

na Parte II, tópico 3, itens 3.3.3 e 3.3.5, bem assim no tópico 7;

Registrar a vacina administrada no boletim ou impresso

específico, conforme orientado neste Manual, na Parte II, no

tópico 7;

Orientar a pessoa vacinada ou seu acompanhante sobre o

retorno, quando for o caso, para complementação do esquema

básico de vacinação e/ou na ocorrência de algum evento

adverso.

16.4. Vacina pneumocócica 23 valente (conjugada) A) Indicação

A indicação da vacina pneumocócica 23 valente (conjugada)

depende da idade e da situação clínica sendo dirigida para:

Notas:

Raramente ocorrem reações após a administração da vacina Haemophilus influenzae b (conjugada)e quando acontecem são locais (dor, eritema e enduração) e febre nas primeiras 24 a 48 horas.

Não há relato de evento pós-vacinal graves atribuído à vacina Haemophilus influenzae b (conjugada).

Nota: Todo evento adverso deve ser avaliado, notificado, acompanhado e

investigado. A pessoa que apresentou o evento adverso deve ser acompanhada pelo médico.

Page 364: Manual de..procedimentos vacinas

356

adultos a partir dos 60 anos de idade, quando hospitalizados ou

residentes em instituições fechadas, como asilos, casas

geriátricas e casas de repouso;

adolescentes e adultos que apresentam:

imunodeficiência congênita ou adquirida;

síndrome nefrótica;

asplenia anatômica ou funcional (ex.: anemia falciforme);

doença pulmonar ou cardiovasculares crônicas e grave;

insuficiência renal crônica;

diabetes mellitus insulino-dependente;

cirrose hepática; ou

fístula liquórica;

transplantados de medula óssea de qualquer idade.

B) Contraindicação

A vacina pneumocócica 23 valente (conjugada) está

contraindicada:

Na ocorrência de hipersensibilidade imediata (reação anafilática)

após o recebimento de qualquer dose da vacina;

Na vigência de história de hipersensibilidade aos componentes da

vacina; ou

Notas:

Nas situações de esplenectomia eletiva a vacina deve ser administrada, preferencialmente, 15 dias antes do ato cirúrgico.

No caso de quimioterapia imunossupressora administrar a vacina duas semanas antes.

Page 365: Manual de..procedimentos vacinas

357

Quando o tempo decorrido desde a primeira dose for inferior a

três anos, pela possibilidade da ocorrência de eventos adversos

mais intensos.

C) Composição

A vacina pneumocócica 23 valente (conjugada) é uma vacina

polivalente, preparada a partir de polissacarídeos capsulares bacterianos

purificados do Streptococcus pneumoniae (pneumococo) e não contém

conservantes.

A vacina pneumocócica 23 valente (conjugada) é constituída de

uma suspensão de antígenos polissacarídicos purificados, com 23 sorotipos de

pneumococo, em solução salina e conservada por fenol.

Uma dose contém 25μg de cada polissacarídeo. Os 23 tipos

capsulares de pneumococos incluídos na vacina são: 1, 2, 3, 4, 5, 6B, 7F, 8,

9N, 9V, 10A, 11A, 12F, 14, 15B, 17F, 18C, 19A, 19F, 20, 22F, 23F, 33F.

D) Apresentação

A vacina pneumocócica 23 valente (conjugada)é apresentada sob

a forma líquida, em frasco de dose única.

E) Conservação

A vacina pneumocócica 23 valente (conjugada)é conservada entre +2 ºC

e +8 ºC, sendo ideal +5 ºC, conforme orientado neste Manual, na Parte II,

tópico 5.

Notas:

A vacina pneumocócica 23 valente (conjugada)não pode ser congelada; caso atinja temperatura de congelamento proceder conforme orientado neste Manual, na Parte II, tópico 5, item 5.5.2.

O congelamento provoca a perda de potência da vacina.

Nota:

A vacina, dependendo do laboratório produtor, pode ser apresentada com seringa agulhada, na dose correspondente a 0,5ml.

Page 366: Manual de..procedimentos vacinas

358

F) Dose e volume

A vacina pneumocócica 23 valente (conjugada) é administrada a

partir dos dois anos de idade com uma segunda dose cinco anos depois da

primeira.

O volume correspondente a uma dose é de 0,5 ml.

G) Via de administração

A via de administração da vacina pneumocócica 23 valente

(conjugada) é a intramuscular, podendo ser feita, eventualmente, por via

subcutânea, dependendo da quantidade do tecido subcutâneo do indivíduo.

.

H) Administração

Procedimentos básicos no preparo da vacina

Antes de administrar a vacina pneumocócica 23 valente

(conjugada) o vacinador deve adotar os seguintes procedimentos:

Lavar as mãos com água e sabão, conforme orientado neste

Manual, na Parte II, no tópico 6, item 6.1.;

Notas:

Ao usar a via intramuscular fazer a injeção:

Nos menores de dois anos de idade no vastolateral da coxa;

Nos maiores de dois anos, preferencialmente, a região do deltóide;

Ao usar a via subcutânea fazer a injeção

Na região do deltóide, de preferência, na face externa superior do braço, ou na face ântero-lateral externa do antebraço;

Na região do glúteo, eventualmente, no quadrante superior externo.

As orientações quanto as vias intramuscular e subcutânea estão descritas na Parte II deste Manual, no tópico 6, itens 6.5.4. e 6.5.3., respectivamente.

Page 367: Manual de..procedimentos vacinas

359

Organizar todo o material: seringa e agulha apropriadas e outros

materiais,conforme orientado neste Manual, na Parte II, tópicos

3 e 6;

Retirar a vacina do refrigerador ou da caixa térmica, verificando o

nome da mesma, bem como o prazo de validade;

Preparar a vacina, conforme orientado neste Manual, na Parte II,

tópico 6;

Fazer um movimento rotatório em sentido único com a ampola ou

o frasco para que ocorra homogeneização da vacina;

Aspirar todo o volume a ser administrado, verificando na

graduação da seringa se a dosagem está correta;

Procedimentos básicos na administração da vacina

Para a administração da vacina pneumocócica 23 valente

(conjugada) são procedimentos básicos:

Preparar a pessoa a ser vacinada, colocando-a em posição

segura e confortável conforme orientado na Parte II deste Manual,

no tópico 3, item 3.3.2. que trata do acolhimento e triagem da

clientela, bem como no tópico 6, item 6.4.4. sobre os

Notas:

As mãos devem ser lavadas antes e depois do preparo e da administração da vacina.

Observar a técnica de assepsia na preparação da vacina: manusear sem contaminar a seringa, a agulha e o frasco da vacina.

Esses procedimentos são fundamentais na prevenção de abscessos quentes.

Nota:

Quando a apresentação for com seringa agulhada, conectar o êmbolo no

corpo da seringa para a administração.

Page 368: Manual de..procedimentos vacinas

360

procedimentos básicos para administração de injeções por via

intramuscular;

Fazer a limpeza do local da administração, se necessária;

Introduzir a agulha, adequando o ângulo de administração à via

de administração escolhida (intramuscular ou subcutânea);

Injetar o líquido lentamente.

Notas:

Quando necessário, a limpeza da pele deve ser feita com água e sabão.

O álcool comum não deve ser utilizado pela sua baixa volatilidade (demora a secar) e pelo baixo poder antisséptico.

Em situações excepcionais, quando não houver água e sabão (vacinação na zona rural e em ambiente hospitalar), utilizar o álcool a 70%.

Quando usar o álcool 70% para limpeza da pele friccionar o algodão embebido por 30 segundos e, em seguida, esperar mais 30 segundos para permitir a secagem da pele, deixando-a sem vestígios do produto de modo a evitar qualquer interferência do álcool no procedimento.

Notas: Quando a injeção for intramuscular proceder conforme orientado na Parte II

deste Manual, tópico 6, item 6.5.4.

Na vacinação dos menores de dois anos, localizar visualmente o músculo vasto lateral da coxa e fazer uma prega entre o dedo indicador e o polegar, com a introdução da agulha no terço médio da coxa (vasto lateral);

Adequar a agulha ao ângulo de administração conforme massa muscular da pessoa a ser vacinada;

No caso do deltóide a administração será na face externa superior do braço

Esses procedimentos são fundamentais na prevenção de abscessos frios.

Quando a injeção for subcutânea introduzir a agulha conforme orientado no tópico 6, item 6.5.3.

Page 369: Manual de..procedimentos vacinas

361

Procedimentos básicos após a administração da vacina Após administrar a vacina pneumocócica 23 valente (conjugada)

são procedimentos básicos:

Desprezar a seringa e a agulha na caixa coletora de

perfurocortante, conforme orientado neste Manual, na Parte

II, no tópico 4, item 4.2.que trata dos cuidados com o lixo da

sala de vacinação e no tópico 6, item 6.2. sobre a utilização

de seringas e agulhas;

Lavar as mãos com água e sabão, conforme orientado neste

Manual, na Parte II, no tópico 6, item 6.1.;

Estar atento à ocorrência de reações imediatas;

Informar à pessoa vacinada ou seu acompanhante sobre a

possibilidade do aparecimento das reações consideradas

como mais comuns;

Registrar no comprovante de vacinação a data, o número do

lote e a validade da vacina administrada, assinar, carimbar e

agendar a próxima vacina, conforme orientado neste

Manual, na Parte II, tópico 3, itens 3.3.3 e 3.3.5, bem assim

no tópico 7;

Registrar a vacina administrada no boletim ou impresso

específico, conforme orientado neste Manual, na Parte II, no

tópico 7;

Notas:

São manifestações:

Locais: eritema, enduração e dor;

Sistêmicas: febre baixa, astenia, cefaléia e mialgia (mais intensos e mais freqüentes na revacinação).

As manifestações alérgicas como a anafilaxia são raras.

Page 370: Manual de..procedimentos vacinas

362

Orientar a pessoa vacinada ou seu acompanhante sobre o

retorno, quando for o caso, para complementação do

esquema básico de vacinação e/ou na ocorrência de algum

evento adverso.

16.5. Vacina adsorvida difteria, tétano e pertussis

(acelular)

A) Indicação

A administração da vacina adsorvida difteria, tétano e pertussis

(acelular) tem por objetivo prevenir a difteria, o tétano e a coqueluche (ou

pertussis), sendo indicada para crianças com idade entre dois meses e seis

anos completos que, após o recebimento de qualquer dose da vacina

adsorvida difteria, tétano, pertussis e Haemophilus influenzae b (conjugada) ou

da vacina adsorvida difteria, tétano e pertussis, apresentaram:

convulsões nas primeiras 72 horas;

episódio hipotônico hiporresponsivo (EHH) nas primeiras 48

horas.

A vacina adsorvida difteria, tétano e pertussis (acelular) está

disponível no CRIE.

B) Contraindicação

A administração vacina adsorvida difteria, tétano e pertussis

(acelular) está contraindicada nas seguintes situações:

Nota: Todo evento adverso deve ser avaliado, notificado, acompanhado e

investigado. A pessoa que apresentou o evento adverso deve ser acompanhada pelo médico.

Page 371: Manual de..procedimentos vacinas

363

ocorrência de hipersensibilidade imediata (reação anafilática)

após o recebimento de qualquer dose da própria vacina acelular

ou da vacina adsorvida difteria, tétano, pertussis e Haemophilus

influenzae b (conjugada) ou da vacina adsorvida difteria, tétano

e pertussis, ou quando relata história de hipersensibilidade aos

seus componentes; e

ocorrência de encefalopatia nos primeiros sete dias após a

administração da própria vacina acelular ou da vacina adsorvida

difteria, tétano e pertussis.

C) Composição

A vacina adsorvida difteria, tétano e pertussis (acelular) combina os

toxóides diftérico e tetânico com a toxina pertússis, com adição variável de

outros componentes antigênicos da Bordetella pertussis. Usa como

preservativo o timerosal ou o fenoxietanol, sendo adsorvidas a sais de

alumínio, como adjuvante, do mesmo modo que na vacina adsorvida difteria,

tétano e pertussis.

D) Apresentação

A vacina adsorvida difteria, tétano e pertussis (acelular) é

apresentada sob a forma líquida, em seringas ou ampola unidose, contendo 0,5

ml, ou em frasco multidoses, dependendo do laboratório produtor.

E) Conservação

A vacina vacina adsorvida difteria, tétano e pertussis (acelular) é

conservada numa temperatura entre +2 ºC e +8 ºC, sendo ideal +5 ºC,

conforme orientado neste Manual, na Parte II, tópico 5.

Nota:

Quando da ocorrência de encefalopatia é indicada apenas a administração da vacina adsorvida difteria e tétano infantil, conforme descrito nesta Parte do Manual, no tópico 15, item 15.2.

Page 372: Manual de..procedimentos vacinas

364

F) Dose e volume

O esquema de vacinação da vacina adsorvida difteria, tétano e pertussis

(acelular) corresponde a três doses, aos dois, aos quatro e aos seis meses,

com um reforço aos 15 meses e outro entre quatro e seis anos. O intervalo

mínimo entre as doses é de 30 dias.

Quando há indicação da vacina adsorvida difteria, tétano e pertussis

(acelular) o esquema deverá tão somente ser completado caso a criança tenha

recebido doses anteriores da vacina adsorvida difteria, tétano, pertussis e

Haemophilus influenzae b (conjugada) ou da vacina adsorvida difteria, tétano e

pertussis.

O volume correspondente a uma dose é de 0,5 ml.

G) Via de administração

Notas:

A vacina adsorvida difteria, tétano e pertussis (acelular) não pode ser congelada, caso atinja temperatura de congelamento proceder conforme orientado neste Manual, na Parte II, tópico 5, item 5.5.2.

O congelamento provoca a perda de potência da vacina.

Nota:

Quando a vacina adsorvida difteria, tétano e pertussis (acelular) estiver sendo administrada em substituição à vacina adsorvida difteria, tétano, pertussis e Haemophilus influenzae b (conjugada), a criança deverá receber, simultaneamente, a vacina Haemophilus influenzae b (conjugada), aplicada com seringa individual, em grupo muscular diferente.

Notas:

Nas crianças menores de dois anos a vacina é administrada na face lateral da coxa.

Em crianças maiores utilizar, preferencialmente, a região do deltóide, na face externa superior do braço.

A DTPa não deve ser administrada na região glútea em razão da maior quantidade de tecido adiposo, situação em que a vacina não é inoculada no interior do músculo e sim no tecido adiposo (gordura), o que diminui sensivelmente a resposta imunológica.

Page 373: Manual de..procedimentos vacinas

365

A vacina adsorvida difteria, tétano e pertussis (acelular) é

administrada por via intramuscular profunda, conforme orientado neste Manual,

na Parte II, tópico 6, item 6.4.4.

H) Administração

Procedimentos básicos no preparo da vacina

Antes de administrar a vacina adsorvida difteria, tétano e pertussis

(acelular) o vacinador deve adotar os seguintes procedimentos:

Lavar as mãos com água e sabão, conforme orientado neste

Manual, na Parte II, no tópico 6, item 6.1.;

Organizar todo o material: seringa e agulha apropriadas e

outros materiais, conforme orientado neste Manual, na Parte II,

tópicos 3 e 6;

Retirar a vacina do refrigerador ou da caixa térmica, verificando

o nome da mesma, bem como o prazo de validade, conforme

orientado neste Manual, na Parte II, tópicos 3, 5 e 6;preparar a

vacina, conforme orientado na Parte II deste Manual, tópico 6;

Preparar a vacina, conforme orientado neste Manual, na Parte

II, tópico 6, item 6.3.3;

Notas:

As mãos devem ser lavadas antes e depois do preparo e da administração da vacina.

Observar a técnica de assepsia na preparação da vacina: manusear sem contaminar a seringa, a agulha e o frasco da vacina.

Esses procedimentos são fundamentais na prevenção de abscessos quentes.

Notas:

Quando a vacina é apresentada com seringa agulhada conectar o êmbolo no corpo da seringa.

Page 374: Manual de..procedimentos vacinas

366

Aspirar o volume a ser administrado, verificando na graduação

da seringa se a dosagem está correta;

Recolocar o frasco na caixa térmica até a aspiração de nova

dose.

Procedimentos básicos na administração da vacina

Para administrar a vacina adsorvida difteria, tétano e pertussis

(acelular) o vacinador deve adotar os seguintes procedimentos:

Preparar a pessoa a ser vacinada, colocando-a em posição

segura e confortável conforme orientado na Parte II deste

Notas:

Quando utilizar o frasco multidoses, ao aspirar cada dose, perfurar a borracha em locais diferentes, evitando a parte central da tampa.

Antes de aspirar cada dose, limpar a tampa de borracha com algodão seco.

Antes de aspirar cada dose, fazer um movimento rotatório em sentido único com o frasco da vacina para homogeneização, evitando, assim, reações locais mais intensas.

Utilizar na administração da vacina a mesma agulha que aspira a dose.

Notas:

O frasco multidoses da vacina vacina adsorvida difteria, tétano e pertussis (acelular) após aberto poderá ser usado por um prazo estabelecido pelo laboratório produtor, constante da bula do produto, desde que mantido sob temperatura adequada (+2 ºC a +8 ºC) e adotados os cuidados que evitem sua contaminação.

A coordenação de imunizações do Estado ou do Município deverá informar esse prazo à Unidade de Saúde quando do envio da remessa da vacina vez que há variações quanto a esse prazo conforme o laboratório produtor.

A data e horário da abertura do frasco devem ser anotados no próprio frasco, principalmente quando o prazo for mais longo.

Vencido o prazo, desprezar o resto da vacina, conforme orientado neste Manual, na Parte II, tópico 4, item 4.2.

O número de doses desprezadas, independente do motivo deve ser anotado no impresso utilizado para registro das atividades diárias, com o objetivo de subsidiar a avaliação da utilização de vacinas, conforme orientado neste Manual, na Parte I, tópico 4, item 4.2.1.6.

Page 375: Manual de..procedimentos vacinas

367

Manual, no tópico 3, item 3.3.2. que trata do acolhimento e

triagem da clientela, bem como no tópico 6, item 6.4.4. sobre os

procedimentos básicos para administração de injeções por via

intramuscular;

Fazer a limpeza do local da administração, se necessária;

Introduzir a agulha, adequando o ângulo de administração à

massa muscular da região escolhida;

Injetar o líquido lentamente.

Notas:

Quando necessário, a limpeza da pele deve ser feita com água e sabão.

O álcool comum não deve ser utilizado pela sua baixa volatilidade (demora a secar) e pelo baixo poder antisséptico.

Em situações excepcionais, quando não houver água e sabão (vacinação na zona rural e em ambiente hospitalar), utilizar o álcool a 70%.

Quando usar o álcool 70% para limpeza da pele friccionar o algodão embebido por 30 segundos e, em seguida, esperar mais 30 segundos para permitir a secagem da pele, deixando-a sem vestígios do produto de modo a evitar qualquer interferência do álcool no procedimento.

Notas:

Na vacinação dos menores de dois anos, localizar visualmente o músculo vasto lateral da coxa, fazer uma prega entre o dedo indicador e o polegar e introduzir a agulha no terço médio da coxa (vasto lateral);

Adequar a agulha ao ângulo de administração conforme massa muscular da pessoa a ser vacinada;

No caso do deltóide a administração será na face externa superior do braço.

Esses procedimentos são fundamentais na prevenção de abscessos frios.

Page 376: Manual de..procedimentos vacinas

368

Procedimentos básicos após a administração da vacina

Após administrar a vacina adsorvida difteria, tétano e pertussis

(acelular) são procedimentos básicos:

Desprezar a seringa e a agulha na caixa coletora de

perfurocortante, conforme orientado neste Manual, na Parte II,

no tópico 4, item 4.2.que trata dos cuidados com o lixo da sala

de vacinação e no tópico 6, item 6.2. sobre a utilização de

seringas e agulhas;

Lavar as mãos com água e sabão, conforme orientado neste

Manual, na Parte II, no tópico 6, item 6.1.;

Estar atento à ocorrência de reações imediatas;

Informar a pessoa vacinada ou seu acompanhante sobre as

reações consideradas como mais comuns;

Registrar no comprovante de vacinação a data, o número do lote

e a validade da vacina administrada, assinar, carimbar e agendar

Notas:

As manifestações após a administração da vacina são leves, sendo as mais comuns: dor, vermelhidão e inchaço no local da administração.

Em crianças que começam a andar e em bebês, observa-se choro, irritabilidade, sonolência e insônia. Ocorrem com menor frequência: febre, vômito, náusea, perda de apetite e diarréia.

As manifestações que ocorrem após a administração da vacina adsorvida difteria, tétano e pertussis (acelular) são: Locais: as mesmas da vacina adsorvida difteria, tétano e pertussis,

porém com menor frequência de intensidade: dor, enduração e hiperemia;

Sistêmicas: as mesmas da vacina adsorvida difteria, tétano e pertussis porem menos freqüentes: temperatura axilar de 40 ºC, convulsões febris, choro com três horas ou mais de duração; o episódio hipotônico hiporresponsivo tem sido observado eventualmente.

Não há informação sobre a incidência de encefalopatia uma vez que se trata de evento raro.

Também é rara a anafilaxia.

Page 377: Manual de..procedimentos vacinas

369

a próxima vacina, conforme orientado neste Manual, na Parte II,

tópico 3, itens 3.3.3 e 3.3.5, bem assim no tópico 7;

Registrar a vacina administrada no boletim ou impresso

específico, conforme orientado neste Manual, na Parte II, no

tópico 7;

Orientar a pessoa vacinada ou seu acompanhante sobre o

retorno, quando for o caso, para complementação do esquema

básico de vacinação e/ou na ocorrência de algum evento adverso.

16.6. Vacina adsorvida hepatite A (inativada)

A) Indicação

A vacina adsorvida hepatite A (inativada) é indicada a partir dos 12

meses de vida (um ano de idade), para pessoas que se encontram em

situações que caracterizam recomendação específica, conforme norma do

Ministério da Saúde, tais como:

portadores de hepatopatias crônicas de qualquer etiologia;

portadores crônicos de hepatite B e/ou C;

coagulopatias;

crianças menores de 13 anos com HIV/Aids;

adultos com HIV/Aids que sejam portadores de hepatite B e/ou

C;

pessoas com doenças de depósito;

pessoas com fibrose cística;

pessoas com trissomias;

Nota: Todo evento adverso deve ser avaliado, notificado, acompanhado e

investigado. A pessoa que apresentou o evento adverso deve ser acompanhada pelo médico.

Page 378: Manual de..procedimentos vacinas

370

pessoas com imunodepressão terapêutica ou por doença

imunodepressora;

candidatos a transplante de órgão sólido, cadas trados em

programas de transplantes;

transplantados de órgão sólido ou de medula óssea;

doadores de órgão sólido ou de medula óssea, cadastrados em

programas de transplantes;

pessoas com hemoglobinopatias.

B) Contraindicação

A vacina adsorvida hepatite A (inativada) é contraindicada na

ocorrência de hipersensibilidade imediata (reação anafilática) após o

recebimento de qualquer dose anterior, ou em função de história de

hipersensibilidade aos componentes da vacina.

A vacina não é recomendada durante a gestação, a despeito de ser

inativada e de ser baixo o risco teórico para o feto. Entretanto, em situações de

surto deve ser avaliado o risco\benefício individual.

C) Composição

A vacina adsorvida hepatite A (inativada) é preparada a partir de

culturas celulares em fibroblastos humanos e inativadas pela formalina, tendo

como adjuvante o hidróxido de alumínio. Não contém antibióticos. Na

dependência da apresentação, pode ter o fenoxietanol como conservante.

D) Apresentação

A vacina adsorvida hepatite A (inativada) é apresentada na forma

líquida, em frasco unidose, com diferentes concentrações a depender do

laboratório produtor. Também pode ser apresentada com seringa agulhada.

Page 379: Manual de..procedimentos vacinas

371

E) Conservação

A vacina adsorvida hepatite A (inativada) é conservada numa

temperatura entre +2 ºC e +8 ºC, sendo ideal +5 ºC, conforme orientado neste

Manual, na Parte II, tópico 5.

F) Dose e volume

O esquema básico da vacina adsorvida hepatite A (inativada) varia

conforme a idade e o laboratório produtor. Quando na forma isolada, tanto na

apresentação adulta como infantil, deve ser administrada em duas doses, com

intervalo de seis meses.

O volume correspondente a uma dose é de 0,5 ml ou 1,0 ml a

depender do laboratório produtor.

G) Via de administração

A vacina adsorvida hepatite A (inativada) é administrada por via

intramuscular, conforme orientado neste Manual, na Parte II, tópico 6, item

6.5.4.

Excepcionalmente, em crianças com coagulopatias pode ser

realizada pela via subcutânea.

Notas:

A vacina adsorvida hepatite A (inativada) não pode ser congelada, caso atinja temperatura de congelamento proceder conforme orientado neste Manual, na Parte II, tópico 5, item 5.5.2.

O congelamento provoca a perda de potência da vacina

Notas:

Ao usar a via intramuscular fazer a injeção preferencialmente, na região do deltóide, na face externa superior do braço.

A vacina adsorvida hepatite A (inativada) não deve ser administrada na região glútea em razão da maior quantidade de tecido adiposo, situação em que a vacina não é inoculada no interior do músculo e sim no tecido adiposo (gordura), o que diminui sensivelmente a resposta imunológica.

Ao usar a via subcutânea fazer a injeção na região do deltóide, de preferência, na face externa superior do braço, ou na face ântero-lateral externa do antebraço.

Page 380: Manual de..procedimentos vacinas

372

H) Administração

Procedimentos básicos no preparo da vacina

Antes de administrar a vacina adsorvida hepatite A (inativada) o

vacinador deve adotar os seguintes procedimentos:

Lavar as mãos com água e sabão, conforme orientado neste

Manual, na Parte II, no tópico 6, item 6.1.;

Organizar todo o material: seringa e agulha apropriadas e

outros materiais, conforme orientado neste Manual, na Parte II,

tópicos 3 e 6;

Retirar a vacina do refrigerador ou da caixa térmica, verificando

o nome da mesma, bem como o prazo de validade, conforme

orientado neste Manual, na Parte II, tópicos 3, 5 e 6;

Preparar a vacina, conforme orientado neste Manual, na Parte

II, tópico 6, item 6.3;

Fazer um movimento rotatório com a ampola ou o frasco, em

sentido único, para que ocorra homogeneização da vacina;

Aspirar todo o volume a ser administrado, verificando na

graduação da seringa se a dosagem está correta.

Notas:

As mãos devem ser lavadas antes e depois do preparo e da administração da vacina.

Observar a técnica de assepsia na preparação da vacina: manusear sem contaminar a seringa, a agulha e o frasco da vacina.

Esses procedimentos são fundamentais na prevenção de abscessos quentes.

Notas:

Quando a vacina é apresentada com seringa agulhada conectar o êmbolo no corpo da seringa.

Page 381: Manual de..procedimentos vacinas

373

Procedimentos básicos na administração da vacina

Para administrar a vacina adsorvida hepatite A (inativada) o

vacinador deve adotar os seguintes procedimentos:

Preparar a pessoa a ser vacinada, colocando-a em posição

segura e confortável conforme orientado na Parte II deste

Manual, no tópico 3, item 3.3.2. que trata do acolhimento e

triagem da clientela, bem como no tópico 6, item 6.4.4. sobre os

procedimentos básicos para administração de injeções por via

intramuscular ou 6.4.3. no caso da subcutânea;

Fazer a limpeza do local da administração, se necessária;

Introduzir a agulha, adequando o ângulo de administração à

massa muscular da região escolhida;

Notas:

Quando necessário, a limpeza da pele deve ser feita com água e sabão.

O álcool comum não deve ser utilizado pela sua baixa volatilidade (demora a secar) e pelo baixo poder antisséptico.

Em situações excepcionais, quando não houver água e sabão (vacinação na zona rural e em ambiente hospitalar), utilizar o álcool a 70%.

Quando usar o álcool 70% para limpeza da pele friccionar o algodão embebido por 30 segundos e, em seguida, esperar mais 30 segundos para permitir a secagem da pele, deixando-a sem vestígios do produto de modo a evitar qualquer interferência do álcool no procedimento.

Page 382: Manual de..procedimentos vacinas

368

Injetar o líquido lentamente.

Procedimentos básicos após a administração da vacina

Após administração da vacina adsorvida hepatite A (inativada) o

vacinador deve:

Desprezar a seringa e a agulha na caixa coletora de material

perfurocortante, conforme orientado neste Manual, na Parte II,

no tópico 4, item 4.2.que trata dos cuidados com o lixo da sala

de vacinação e no tópico 6, item 6.2. sobre a utilização de

seringas e agulhas;

Lavar as mãos com água e sabão, conforme orientado neste

Manual, na Parte II, no tópico 6, item 6.1.;

Estar atento à ocorrência de reações imediatas;

Informar a pessoa vacinada ou seu acompanhante sobre a

possibilidade do aparecimento de manifestações locais ou

sistêmica;

Notas:

Ao usar a via intramuscular:

Na vacinação dos menores de dois anos, localizar visualmente o músculo vasto lateral da coxa, fazer uma prega entre o dedo indicador e o polegar e introduzir a agulha no terço médio da coxa (vasto lateral);

Adequar a agulha ao ângulo de administração conforme massa muscular da pessoa a ser vacinada;

No caso do deltóide a administração será na face externa superior do braço.

Esses procedimentos são fundamentais na prevenção de abscessos frios.

Ao usar a via subcutânea fazer a injeção no deltóide, de preferência, na face externa superior do braço, ou na face ântero-lateral externa do antebraço.

A vacina de vírus inativados contra a hepatite A não deve ser administrada na região glútea em razão da maior quantidade de tecido adiposo, situação em que a vacina não é inoculada no interior do músculo e sim no tecido adiposo (gordura),o que diminui sensivelmente a resposta imunológica.

374

Page 383: Manual de..procedimentos vacinas

375

Registrar no comprovante de vacinação a data, o número do lote

e a validade da vacina administrada, assinar, carimbar e agendar

a próxima vacina, conforme orientado neste Manual, na Parte II,

tópico 3, itens 3.3.3 e 3.3.5, bem assim no tópico 7;

Registrar a vacina administrada no boletim ou impresso

específico, conforme orientado neste Manual, na Parte II, no

tópico 7;

Orientar a pessoa vacinada ou seu acompanhante sobre o

retorno, quando for o caso, para complementação do esquema

básico de vacinação e/ou na ocorrência de algum evento adverso.

16.7. Vacina varicela (atenuada)

A) Indicação

A vacina varicela (atenuada) é indicada a partir dos 12 meses de vida

(um ano de idade), antes e depois da exposição ao vírus.

A vacinação pré-exposição ocorre nas seguintes situações:

Na vigência de leucemia linfocítica aguda e tumores sólidos em

remissão há pelo menos 12 meses, desde que apresentem mais

de 700 linfócitos/mm³ e mais de 100.000/mm³ de plaquetas e sem

radioterapia;

Notas: As manifestações que ocorrem após a administração da vacina de vírus

inativados contra a hepatite A são: Locais: dor, eritema ou edema (ocorrem entre 20% a 50% dos vacinados,

são leves e transitórios); Sistêmicas: febre e fadiga (em menos de 5% dos vacinados).

A anafilaxia e rara.

Nota: Todo evento adverso deve ser avaliado, notificado, acompanhado e

investigado. A pessoa que apresentou o evento adverso deve ser acompanhada pelo médico.

Page 384: Manual de..procedimentos vacinas

376

Profissionais de saúde e pessoas suscetíveis à doença e

imunocompetentes que estejam em convívio domiciliar ou

hospitalar com pacientes imunodeprimidos;

Candidatos a transplante de órgãos, suscetíveis à doença, até

pelo menos três semanas antes do ato cirúrgico, desde que não

estejam imunodeprimidos;

Pessoas imunocompetentes suscetíveis à doença e maiores de

um ano de idade, no momento da internação em enfermaria onde

haja caso de varicela;

Antes da quimioterapia, em protocolos de pesquisa;

Vigência de nefropatias crônicas;

Ocorrência da síndrome nefrótica: crianças com síndrome

nefrótica, em uso de baixas doses de corticóide (<2 mg/kg de

peso/dia até um máximo de 20mg/dia de prednisona ou

equivalente) ou para aquelas em que o corticóide tiver sido

suspenso duas semanas antes da vacinação;

Doadores de órgãos sólidos e medula óssea;

Receptores de transplante de medula óssea: uso restrito, sob a

forma de protocolo, para pacientes transplantados há 24 meses

ou mais;

Pacientes infectados pelo HIV/Aids se suscetíveis à varicela e

assintomáticos ou oligossintomáticos (categoria A1 e N1);

Pacientes com deficiência isolada de imunidade humoral e

imunidade celular preservada;

Vigência de doenças dermatológicas crônicas graves, tais como

ictiose, epidermólise bolhosa, psoríase, dermatite atópica grave e

outras assemelhadas;

Uso continuado de ácido acetilsalicílico (suspender uso por seis

semanas após a vacinação);

Page 385: Manual de..procedimentos vacinas

377

Vigência de asplenia anatômica ou funcional e doenças

relacionadas;

Presença de trissomias.

A vacina varicela (atenuada) pós-exposição é indicada para o

controle de surto em ambiente hospitalar, nos comunicantes suscetíveis

imunocompetentes maiores de um ano de idade, até 120 horas após o

contágio.

A vacina varicela (atenuada) pode ser aplicada simultaneamente

com outras vacinas dos calendários de vacinação ou com qualquer intervalo,

com exceção da vacina sarampo, caxumba, rubéola e da vacina febre amarela

(atenuada) que, por serem vacinas de vírus vivos atenuados, devem ser

administradas simultaneamente ou com intervalo de 30 dias de uma para a

outra.

B) Contraindicação

A administração da vacina varicela (atenuada) está contraindicada

nas seguintes situações:

pacientes imunodeprimidos, exceto nos casos previstos nas

indicações;

durante o período de três meses após suspensão de terapia

imunodepressora, inclusive uso de corticóides;

na gestação (mulheres em idade fértil vacinadas devem evitar a

gravidez durante um mês após a vacinação);

quando da ocorrência de reação anafilática a dose anterior da

vacina ou a algum de seus componentes.

A transmissão do vírus vacinal é rara, em função do que a vacina

varicela (atenuada) não é contraindicada para pessoas que convivem com

pacientes imunodeprimidos, inclusive HIV positivos e mulheres grávidas.

Os vacinados que desenvolvem exantema variceliforme pós-

vacinação devem evitar o contato com pacientes imunodeprimidos e grávidas.

Page 386: Manual de..procedimentos vacinas

378

Nessa circunstância não está recomendado o uso da

imunoglobulina humana anti-varicela zoster (IGHAVZ), pois o risco de

transmissão é considerado mínimo.

C) Composição

A vacina varicela (atenuada) é composta por vírus vivos atenuados,

provenientes da cepa Oka. A vacina pode conter gelatina e traços de

antibióticos, como neomicina, kanamicina e eritromicina.

D) Apresentação

A vacina varicela (atenuada) é apresentada sob a forma liofilizada,

em frasco de dose única, acompanhado do respectivo diluente de 0,5 mL.

E) Conservação

A vacina varicela (atenuada), dependendo do laboratório produtor,

é conservada numa temperatura entre +2 ºC e +8 ºC, sendo ideal +5 ºC

conforme orientado neste Manual, na Parte II, tópico 5.

F) Dose e volume

O esquema de vacinação para a vacina varicela (atenuada)

corresponde:

a uma dose de 0,5 ml para crianças de 12 meses a 12 anos de

idade;

duas doses de 0,5 ml para os maiores de 13 anos de idade, com

intervalo de 30 a 60 dias entre uma dose e outra.

G) Via de administração

A vacina varicela (atenuada) é administrada por via subcutânea,

conforme orientado neste Manual, na Parte II, tópico 6, item 6.5.3.

Nota:

Os procedimentos relativos à IGHAVZ estão apresentados na Parte IV deste Manual, no tópico 8.

Page 387: Manual de..procedimentos vacinas

379

H) Administração

Procedimentos básicos no preparo da vacina

Antes de administrar a vacina varicela (atenuada) o vacinador deve

adotar os seguintes procedimentos:

Lavar as mãos com água e sabão, conforme orientado neste

Manual, na Parte II, no tópico 6, item 6.1.;

Organizar todo material: seringa e agulha apropriadas e outros

materiais, conforme orientado neste Manual, na Parte II, tópicos

3 e 6;

Retirar a vacina e o diluente do refrigerador ou da caixa

térmica, verificando o nome da mesma, bem como o prazo de

validade, conforme orientado neste Manual, na Parte II, tópicos

3, 5 e 6;

Notas:

As mãos devem ser lavadas antes e depois do preparo e da administração da vacina.

Observar a técnica de assepsia na preparação da vacina: manusear sem contaminar a seringa, a agulha e o frasco da vacina.

Esses procedimentos são fundamentais na prevenção de abscessos quentes.

Notas:

Fazer a injeção na região do deltóide, de preferência, na face externa superior do braço, ou na face ântero-lateral externa do antebraço.

Notas:

O diluente, no momento da reconstituição, deve estar na mesma temperatura da vacina, ou seja, entre +2 ºC e +8 ºC – ideal a 5 ºC.

O diluente deve ser colocado no refrigerador, pelo menos, seis horas antes da reconstituição.

Page 388: Manual de..procedimentos vacinas

380

Reconstituir a vacina, conforme orientado neste Manual, na

Parte II, tópico 6, item 6.4.3, da seguinte forma:

aspirar o diluente;

injetar o diluente vagarosamente pelas paredes do frasco;

fazer um movimento rotatório em sentido único com o frasco

para uma perfeita homogeneização da vacina; administrar a

vacina até 30 minutos após a reconstituição da vacina

(perda de potência);

Aspirar todo o volume da vacina reconstituída, verificando na

graduação da seringa se a dosagem está correta;

Procedimentos básicos na administração da vacina

Para administrar a vacina varicela (atenuada) o vacinador deve

adotar os seguintes procedimentos:

Preparar a pessoa a ser vacinada, colocando-a em posição

segura e confortável conforme orientado na Parte II deste

Manual, no tópico 3, item 3.3.2. que trata do acolhimento e

triagem da clientela, bem como no tópico 6, item 6.4.4. sobre os

procedimentos básicos para administração de injeções por via

intramuscular ou 6.4.3. no caso da subcutânea;

Fazer a limpeza do local da administração, se necessária;

Notas:

Quando necessário, a limpeza da pele deve ser feita com água e sabão.

O álcool comum não deve ser utilizado pela sua baixa volatilidade (demora a secar) e pelo baixo poder antisséptico.

Em situações excepcionais, quando não houver água e sabão (vacinação na zona rural e em ambiente hospitalar), utilizar o álcool a 70%.

Quando usar o álcool 70% para limpeza da pele friccionar o algodão embebido por 30 segundos e, em seguida, esperar mais 30 segundos para permitir a secagem da pele, deixando-a sem vestígios do produto de modo a evitar qualquer interferência do álcool no procedimento.

Page 389: Manual de..procedimentos vacinas

381

Introduzir a agulha conforme orientado para a injeção

subcutânea, na Parte II deste Manual, tópico 6, item 6.5.3.;

Injetar o líquido lentamente;

Procedimentos básicos após a administração da vacina

Após a administração da vacina varicela (atenuada) o vacinador

deve adotar os seguintes procedimentos:

Desprezar a seringa e a agulha na caixa coletora de material

perfurocortante, conforme orientado neste Manual, na Parte II,

no tópico 4, item 4.2.que trata dos cuidados com o lixo da sala

de vacinação e no tópico 6, item 6.2. sobre a utilização de

seringas e agulhas;;

Lavar as mãos com água e sabão, conforme orientado neste

Manual, na Parte II, no tópico 6, item 6.1.;

Estar atento à ocorrência de reações imediatas;

Informar a pessoa vacinada ou seu acompanhante sobre a

possibilidade do aparecimento de manifestações locais ou

sistêmicas;

Registrar no comprovante de vacinação a data, o número do

lote e a validade da vacina administrada, assinar, carimbar e

agendar a próxima vacina, conforme orientado neste Manual,

na Parte II, tópico 3, itens 3.3.3 e 3.3.5, bem assim no tópico 7;

Notas: As manifestações que ocorrem após a administração da vacina contra a

varicela são: Locais: dor, eritema ou edema (ocorrem entre 20% a 50% dos vacinados,

são leves e transitórios); Sistêmicas: febre e fadiga (em menos de 5% dos vacinados).

A anafilaxia e rara.

Page 390: Manual de..procedimentos vacinas

382

Registrar a vacina administrada no boletim ou impresso

específico, conforme orientado neste Manual, na Parte II, no

tópico 7;

Orientar a pessoa vacinada ou seu acompanhante sobre o

retorno, quando for o caso, para complementação do esquema

básico de vacinação e/ou na ocorrência de algum evento

adverso.

16.8. Vacina febre tifóide (polissacarídica ou atenuada)

A) Indicação

A vacina febre tifóide (polissacarídica ou atenuada) disponível

atualmente tem baixo poder imunogênico, em função do que sua indicação

está restrita a alguns casos, como por exemplo, para pessoa sujeita à

exposição em decorrência de sua ocupação ou para viajantes que se deslocam

para áreas endêmicas da doença (Ásia, África, Caribe, América Central,

América do Sul).

O Ministério da Saúde indica a vacinação de brasileiros que se

deslocam para países que apresentam alta endemicidade, com estada

prolongada (mais de um mês). Alguns grupos apresentam maior risco de

contaminação, como profissionais de saúde, educadores, missionários,

militares e outros.

É importante avaliar sempre o tipo e o grau de exposição a uma

possível contaminação pela Salmonella typhi, antes de indicar a vacinação,

tanto para viajantes que entram no Brasil como para os que se dirigem a um

país com ocorrência de casos de febre tifóide.

Nota: Todo evento adverso deve ser avaliado, notificado, acompanhado e

investigado. A pessoa que apresentou o evento adverso deve ser acompanhada pelo médico.

Page 391: Manual de..procedimentos vacinas

B) Contraindicação

A administração da vacina febre tifóide (polissacarídica ou

atenuada) está contraindicada para gestante e para pessoa

imunocomprometida. Deve ser adiada quando a pessoa apresentar vômitos

intensos e diarréias severas.

C) Composição

Atualmente estão disponíveis dois tipos de vacina febre tifóide:

a vacina composta de bactéria Salmonella typhi, viva,

atenuada, tendo como estabilizante a lactose e a sacarose,

indicada a partir dos cinco anos de idade; e

a vacina composta de polissacarídeo purificado extraído do

antígeno de superfície da Salmonella typhi, inativada pelo

formol ou pelo calor, e tem como conservante o fenol, indicada

a partir dos dois anos de idade.

D) Apresentação

A vacina febre tifóide (polissacarídica ou atenuada) na forma oral é

apresentada em frasco unidose contendo três cápsulas.

Na forma injetável – a vacinapolissacarídica – é apresentada em

frasco de uma, 20 ou 50 doses

E) Conservação

A vacina febre tifóide (polissacarídica ou atenuada) é conservada

numa temperatura entre +2 ºC e +8 ºC, sendo ideal +5 ºC, conforme orientado

neste Manual, na Parte II, tópico 5.

Nota: O Regulamento Sanitário Internacional (RSI) não recomenda a vacinação

contra a febre tifóide para viajantes internacionais que se deslocam para países onde estejam ocorrendo casos da doença.

383

Page 392: Manual de..procedimentos vacinas

F) Dose e volume

Para a vacina febre tifóide na forma oral o esquema é de uma dose

e corresponde às três cápsulas contidas no frasco unidose. É administrada a

partir dos cinco anos de idade. A pessoa recebe cada cápsula sob supervisão,

em dias alternados: no 1º, no 3º e no 5º dia. A cada cinco anos e indicada uma

dose de reforço.

Para a vacina injetável – polissacarídica – o esquema é de uma

dose de 0,5ml, a partir dos dois anos de idade. Nas situações de exposição

contínua revacinar a cada dois anos.

G) Via de administração

A vacina de bactéria viva atenuada é administrada por via oral

conforme orientado neste Manual, na Parte II, tópico 6, item 6.4.1.

A vacina polissacarídica é administrada por via subcutânea,

conforme orientado neste Manual, na Parte II, tópico 6, item 6.4.3.

H) Administração

Procedimentos básicos no preparo da vacina

Antes de administrar a vacina febre tifóide (polissacarídica ou

atenuada) o vacinador deve adotar os seguintes procedimentos:

Notas:

A injeção é feita na região do deltóide, de preferência, na face externa superior do braço, ou na face ântero-lateral externa do antebraço.

A administração na região do glúteo não é recomendada pela redução da absorção e consequentemente da eficácia.

Notas:

A vacina febre tifóide (polissacarídica ou atenuada) não pode ser congelada, caso atinja uma temperatura de 0ºC proceder conforme orientado neste Manual, na Parte II, tópico 5, item 5.5.2.

O congelamento provoca a perda de potência da vacina.

384

Page 393: Manual de..procedimentos vacinas

385

Lavar as mãos com água e sabão, conforme orientado neste

Manual, na Parte II, no tópico 6, item 6.1.;

Organizar todo material: seringa e agulha apropriadas e outros

materiais, conforme orientado neste Manual, na Parte II, tópicos

3 e 6;

Retirar a vacina do refrigerador ou da caixa térmica, verificando

o nome da mesma, bem como o prazo de validade, conforme

orientado neste Manual, na Parte II, tópicos 3, 5 e 6;

No caso da vacina injetável aspirar o volume a ser

administrado, verificando na graduação da seringa se a dose

está correta.

Notas:

As mãos devem ser lavadas antes e depois do preparo e da administração da vacina.

Observar a técnica de assepsia na preparação da vacina: manusear sem contaminar a seringa, a agulha e o frasco da vacina.

Esses procedimentos são fundamentais na prevenção de abscessos quentes.

Notas:

Quando utilizar o frasco multidoses, ao aspirar cada dose perfurar a borracha em locais diferentes, evitando a parte central da tampa.

Antes de aspirar cada dose limpar a tampa de borracha com algodão seco.

Antes de aspirar cada dose fazer um movimento rotativo com o frasco da vacina para a homogeneização, evitando, assim, reações locais mais intensas.

Utilizar na administração da vacina a mesma agulha que aspirou a dose.

Page 394: Manual de..procedimentos vacinas

386

Procedimentos básicos na administração da vacina

Para administrar a vacina febre tifóide (polissacarídica ou

atenuada) o vacinador deve adotar os seguintes procedimentos:

Preparar a pessoa a ser vacinada, colocando-a em posição

segura e confortável conforme orientado na Parte II deste

Manual, no tópico 3, item 3.3.2. que trata do acolhimento e

triagem da clientela, bem como no tópico 6 sobre os

procedimentos básicos para administração de soluções por via

oral (item 6.4.1.) e por via subcutânea (item 6.4.3) ;

No caso da vacina oral oferecer a cápsula correspondente ao

dia (1º, 3º ou 5º dia), supervisionando a tomada da mesma pela

pessoa a ser vacinada, assegurando-se de que houve a

deglutição;

No caso da vacina injetável (polissacarídica), fazer a limpeza do

local da administração, se necessária;

Notas:

Quando criança, pedir ao responsável para colocá-la no colo, solicitando ajuda para que haja a deglutição da cápsula.

Registrar no frasco da vacina oral o nome do paciente e a data do início da vacinação, vez que a vacina é administrada em dias alternados.

Guardar o frasco identificado no refrigerador até a próxima tomada.

Notas:

Quando necessário, a limpeza da pele deve ser feita com água e sabão.

O álcool comum não deve ser utilizado pela sua baixa volatilidade (demora a secar) e pelo baixo poder antisséptico.

Em situações excepcionais, quando não houver água e sabão (vacinação na zona rural e em ambiente hospitalar), utilizar o álcool a 70%.

Quando usar o álcool 70% para limpeza da pele friccionar o algodão embebido por 30 segundos e, em seguida, esperar mais 30 segundos para permitir a secagem da pele, deixando-a sem vestígios do produto de modo a evitar qualquer interferência do álcool no procedimento.

Page 395: Manual de..procedimentos vacinas

387

Introduzir a agulha conforme orientado para a injeção subcutânea,

de acordo com o tópico 6, item 6.4.3. da Parte II deste Manual;

Injetar o líquido lentamente.

Procedimentos básicos após a administração da vacina

Após a administração da vacina febre tifóide (polissacarídica ou

atenuada)o vacinador deve adotar os seguintes procedimentos:

No caso da vacina oral, retornar para o refrigerador o frasco

identificado, contendo as cápsulas para as tomadas

subseqüentes;

Orientar sobre o retorno quando se tratar da primeira ou

segunda cápsula;

Quando da última tomada desprezar o frasco conforme

orientado neste Manual, na Parte II, no tópico 4, item 4.2.;

No caso da vacina injetável, desprezar a seringa e a agulha na

caixa coletora de perfurocortante, conforme orientado neste

Manual, na Parte II, no tópico 4, item 4.2.que trata dos cuidados

com o lixo da sala de vacinação e no tópico 6, item 6.2. sobre a

utilização de seringas e agulhas;

Lavar as mãos com água e sabão, conforme orientado neste

Manual, na Parte II, no tópico 6, item 6.1.;

Estar atento à ocorrência de reações imediatas;

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Notas:

Reações locais e sistêmicas são relativamente comuns, manifestando-se nas primeiras 24 horas, regredindo, geralmente, nas primeiras 48 horas depois da administração da vacina.

No caso da vacina oral (de bactéria viva) é comum o aparecimento de desconforto abdominal, náuseas, vômitos, febre, dor de cabeça e erupções cutâneas.

No caso da vacina injetável (polissacarídica) é comum a ocorrência de febre, dor de cabeça e eritema no local da administração.

Page 396: Manual de..procedimentos vacinas

388

egistrar no comprovante de vacinação a data, o número do lote

e a validade da vacina administrada, assinar, carimbar e

agendar a próxima vacina, conforme orientado neste Manual,

na Parte II, tópico 3, itens 3.3.3 e 3.3.5, bem assim no tópico 7;

Registrar a vacina administrada no boletim ou impresso

específico, conforme orientado neste Manual, na Parte II, no

tópico 7;

Orientar a pessoa vacinada ou seu acompanhante sobre o

retorno, quando for o caso, para complementação do esquema

básico de vacinação e/ou na ocorrência de algum evento

adverso.

Nota: Todo evento adverso deve ser avaliado, notificado, acompanhado e

investigado. A pessoa que apresentou o evento adverso deve ser acompanhada pelo médico.

Page 397: Manual de..procedimentos vacinas

389

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1,

2, 3

(a

tenu

ada

da)

Vír

us v

ivo

aten

uado

tipos

I,II,

III

3 do

ses

2 m

eses

2

mes

es

30 d

ias

15

me

ses

- 20

ºC

- 20

ºC

+2º

C a

+ 8

ºC

OR

AL

2 go

tas

Vac

ina

adso

rvid

a di

fteria

, tét

ano,

pe

rtus

sis

e H

aem

ophi

lus

influ

enza

e b

(con

juga

da)

Tox

óide

dift

éric

o e

tetâ

nico

, Sus

pens

ão

de c

élul

as in

teira

s de

Bor

dete

lla

pertu

ssis

inat

ivad

a,

Pol

issa

carí

deo

caps

ular

de

Hae

mop

hilu

s in

fluen

zae

tipo

b

3 do

ses

2 m

eses

2

mes

es

(6

0 di

as)

30 d

ias

+2º

C a

+ 8

ºC

IM

3m

l/20x

5,5

3m

l/25x

7 3m

l/25x

8

0,5m

l

Vac

ina

adso

rvid

a di

fteria

, tét

ano,

pe

rtus

sis

Bac

téria

s m

orta

s e

prod

utos

de

bact

éria

s (t

oxin

as)

2

dose

s 15

mes

es

4 a

6 an

os

+2º

C a

+ 8

ºC

IM

3ml/2

0x5,

5 3m

l/20x

6 3m

l/25x

7 3m

l/25x

8

0,5m

l

Vac

ina

rota

víru

s

G

1P1[

8]

(ate

nuad

a)

Vír

us v

ivo

aten

uado

, ce

pa R

IX44

14,

mon

oval

ente

2

dose

s

1m e

15d

a

3m e

7d

- 1ª

dos

e

--

----

----

----

--

3m e

7d

a 5m

e 1

5d -

dos

e

8 se

man

as

4 se

man

as

+

2ºC

a +

8ºC

O

RA

L

O

INJE

TA

R

Tod

o co

nteú

do

da

serin

ga

=

1,5m

l

Page 398: Manual de..procedimentos vacinas

390

-

20ºC

-

20ºC

+

2ºC

a +

8ºC

SC

1ml/1

3x3,

8

2ml o

u 3m

l/13x

4,5

0,

5 m

l

Vac

ina

febr

e am

arel

a (a

tenu

ada

) V

írus

viv

o at

enua

do

1 do

se

9 m

eses

6 m

eses

(e

m r

egiõ

es

endê

mic

as)

a ca

da

10 a

nos

- 20

ºC

- 20

ºC

+2º

C a

+ 8

ºC

S

C

1ml/1

3x3,

8

2ml o

u 3m

l/13x

4,5

0,

5 m

l

Vac

ina

adso

rvid

a di

fteria

e

téta

no a

dulto

Pro

duto

s de

ba

ctér

ias

(tox

ina

s)

3 do

ses

7 an

os

2 m

eses

(60

dias

) 30

dia

s a

cada

10

ano

s +

2ºC

a +

8ºC

IM

3ml/2

5x7

3ml/2

5x8

3ml/3

0x7

3m/3

0x8

0,5m

l

Vac

ina

raiv

a (in

ativ

ada)

V

írus

inat

ivad

os

Con

form

e ex

posi

ção

Dep

ende

do

esqu

ema

adot

ado

+

2ºC

a +

8ºC

IM

3ml/2

0x5,

5 3m

l/25x

7 3m

l/25x

8 3m

l/30x

7 3m

/30x

8

1,0

ml

Vac

ina

influ

enza

(f

ragm

ent

ada)

V

írus

viv

o at

enua

do

1 do

se

Anu

al

> 6

0 an

os,

cria

nças

de

6 m

eses

a 2

an

os d

e id

ade,

ge

stan

tes,

trab

alha

dore

s de

saú

de e

po

vos

indí

gena

s (in

depe

nden

te

da id

ade)

.

Anu

al

+2º

C a

+ 8

ºC

IM

SC

3m

l/25x

7 3m

l/25x

8 3m

l/30x

7 3m

l/30x

8

----

----

----

---

-1m

l/13x

3,8

2m

lou

3ml/1

3x4,

5

0,5

ml

Vac

ina

conj

ugad

a P

neum

ococ

o –

10 v

alen

te (

Pn

10)

Pol

issa

carì

deos

ca

psul

ares

ba

cter

iano

s pu

rific

ados

S

trept

ococ

cus

pneu

mon

iae

3 do

ses

2 m

eses

2

mes

es

(6

0 di

as)

30 d

ias

+

2ºC

a +

8ºC

IM

3ml/2

5x7

3ml/2

5x8

3ml/3

0x7

3ml/3

0x8

0,5

ml

Vac

ina

Men

ingo

coco

do

sor

ogru

po

C (

conj

ugad

a)

Pol

issa

carì

deos

ca

psul

ares

ba

cter

iano

s pu

rific

ados

Nei

sser

ia

men

ingi

tidis

do

soro

gr

upo

C

2 do

ses

2 m

eses

2

mes

es

(6

0 di

as)

+2º

C a

+ 8

ºC

IM

SC

3m

l/25x

7 3m

l/25x

8 3m

l/30x

7 3m

l/30x

8

----

----

----

---

-1m

l/13x

3,8

2m

lou

3ml/1

3x4,

5

0,5

ml

Page 399: Manual de..procedimentos vacinas

391

Qu

adro

III -

4/B

- S

ínte

se d

as p

rin

cip

ais

con

trai

nd

icaç

ões

, eve

nto

s ad

vers

os,

efi

cáci

a e

apre

sen

taçã

o d

as v

acin

as

uti

lizad

as d

e fo

rma

roti

nei

ra c

uja

ind

icaç

ão é

reg

ula

men

tad

a p

elo

PN

I

Pro

du

to

Co

ntr

ain

dic

açõ

es e

spec

ífic

as

Eve

nto

s ad

vers

os

E

ficá

cia

da

vaci

na

Ap

res

enta

ção

Vac

ina

BC

G

Cria

nças

com

imun

odef

iciê

ncia

con

gêni

ta;

Adu

ltos

e cr

ianç

as c

om A

IDS

;

Cria

nça

pesa

ndo

men

os d

e 2k

g.

Úlc

era

com

diâ

met

ro m

aior

que

1 c

m;

Linf

aden

opat

ia r

egio

nal n

ão s

upu

rada

(ín

gua)

ou

supu

rada

;

Abs

cess

o su

bcut

âneo

frio

ou

que

nte;

Rea

ção

lupó

ide;

72%

e 1

00%

, co

m m

édia

de

86%

pa

ra m

enin

gite

tub

ercu

losa

e

tube

rcul

ose

mili

ar

Fra

sco

Am

pola

Vac

ina

hepa

tite

B

(rec

ombi

nant

e)

Ana

filax

ia p

révi

a a

qual

quer

com

pon

ente

da

vaci

na;

Púr

pura

tro

mbo

cito

pêni

ca p

ós-v

acin

al;

Ede

ma

e er

item

a ,

nódu

lo in

dolo

r no

loca

l da

inje

ção;

dor

; m

al-

esta

r, c

efal

éia,

ast

enia

, mia

lgia

e d

or n

as a

rtic

ulaç

ões;

febr

e;

absc

esso

que

nte

ou fr

io; c

hoqu

e an

afilá

tico(

é ra

ro).

A e

ficác

ia d

imin

ui c

om a

idad

e:

>95

% e

m la

cten

tes,

cria

nças

e

adol

esce

ntes

; >90

% e

m a

dulto

s e

jove

ns s

adio

s; d

e 40

a 6

0%

em

m

aior

es d

e 40

ano

s.

Em

pac

ient

es im

unod

eprim

idos

a

resp

osta

imun

ológ

ica

é m

enor

(r

eque

r es

quem

a v

acin

al

dife

renc

iado

)

Fra

sco

Vac

ina

polio

mie

lite

1,

2, 3

(a

tenu

ada

da)

Cria

nças

sau

dáve

is c

omun

ican

tes

de

indi

vidu

os im

unod

efic

ient

es;

Pes

soas

com

imun

odef

iciê

ncia

hum

oral

ou

med

iada

por

cél

ula

s, n

eopl

asia

s, u

so d

e te

rapi

a im

unos

supr

esso

ra;

Ale

rgia

tipo

ana

filát

ica

a qu

alqu

er c

ompo

nent

e da

vac

ina;

Pól

io v

acin

al a

ssoc

iada

à d

ose

ante

rior

(rar

o)

Cas

o de

pol

iom

ielit

e as

soci

ado

ao v

acin

ado:

a c

rianç

a va

cina

da

apre

sent

a fe

bre

, pa

ralis

ia fl

ácid

a ag

uda(

4 a

40

dia

s ap

ós a

adm

inis

traç

ão d

a va

cina

);

Cas

o de

pol

iom

ielit

e as

soci

ado

ao c

omun

ican

te d

o va

cina

do: o

co

mun

ican

te a

pres

enta

pa

ralis

ia fl

ácid

a, fe

bre

e se

quel

a ap

ós c

onta

to c

om c

rianç

a qu

e te

nha

sido

vac

inad

a at

é 40

dia

s an

tes.

90 a

95%

apó

s 3

ª do

se

Bis

naga

plá

stic

a

Vac

ina

adso

rvid

a di

fteria

, tét

ano,

pe

rtus

sis

e H

aem

ophi

lus

influ

enza

e b

(con

juga

da)

Rea

ção

anaf

ilátic

a ou

enc

efal

opat

ia a

guda

gr

ave

subs

eqüe

nte

à a

dmin

istr

ação

da

vaci

na

tetr

aval

ente

;

Apó

s co

mpl

etar

7 a

nos

de id

ade.

Rea

ções

loca

is (

verm

elhi

dão,

cal

or, e

ndu

reci

men

to, e

dem

a e

dor,

dulo

indo

lor

no lo

cal n

a in

jeçã

o, a

bsce

sso

frio

ou

quen

te);

Rea

ções

sis

têm

icas

( fe

bre

alta

, son

olên

cia

prol

onga

da, v

ômito

s,

chor

o pe

rsis

tent

e (

anor

mal

), e

pisó

dio

hipo

tôni

co-h

ipor

resp

onsi

vo

(EH

H),

cris

es tô

nic

o-cl

ônic

as g

ener

aliz

adas

, enc

efal

opat

ia);

Rea

ções

de

hipe

rsen

sibi

lidad

e.

Con

side

rand

o o

esqu

ema

com

plet

o (3

dos

es)

: as

taxa

s de

so

ropr

oteç

ão (

anti-

Bor

dete

lla

pert

ussi

s e

anti-

téta

no -

10

0%,

anti-

difte

ria -

98

%, a

nti-H

ib (

anti-

PR

P ≥

0,1

5mg/

mL)

- 1

00%

).

Fra

sco

Am

pola

( Li

ofilo

- v

acin

a H

ib; D

iluen

te -

va

cina

DT

P)

Page 400: Manual de..procedimentos vacinas

392

Vac

ina

rota

víru

s

G

1P1[

8]

(ate

nuad

a)

Em

cria

nças

com

imun

odef

iciê

ncia

prim

ária

ou

sec

undá

ria;

Uso

de

med

icam

ento

s im

unos

supr

esso

res

e qu

imio

terá

pico

s em

dos

es

imun

ossu

pres

sora

s;

aler

gia

grav

e a

algu

m d

o co

mpo

nen

te d

a

vaci

na, o

u a

dose

pré

via

dest

a va

cina

;

Doe

nça

do a

pare

lho

gast

roin

test

inal

crô

nica

, m

alfo

rmaç

ão

cong

ênita

do

trat

o di

gest

ivo

ou h

istó

ria p

révi

a de

inva

gina

ção

inte

stin

al;

Idad

e:<

1m15

d e

>5m

15d

(fo

ra d

ess

es p

razo

s,

está

con

tra-

indi

cada

a a

dmin

istr

açã

o da

va

cina

)

Inva

gina

ção

inte

stin

al(e

mer

gênc

ia m

édic

a): d

or a

bdom

inal

inte

nsa

e in

term

itent

e, e

volu

indo

par

a ob

stru

ção

inte

stin

al c

om n

áuse

as,

vôm

itos

e di

sten

são

abdo

min

al

A e

ficác

ia d

a va

cina

de

mon

stra

da e

m e

stud

os

popu

laci

onai

s co

nsid

eran

do 2

do

ses

da v

acin

a: G

astr

ente

rite

grav

e (6

8,5

a 90

,0%

);

Hos

pita

lizaç

ão p

or g

astr

ente

rite

(65,

4 a

93,0

%);

Gas

tren

terit

e so

rotip

o es

pecí

fica:

G1

P(8

) -

(92%

), G

2 P

(4)-

(67%

).

A fo

rmul

ação

líq

uida

é

apre

sent

ada

em

serin

gas

mon

odos

e

Vac

ina

febr

e am

arel

a (a

tenu

ada

)

Em

cria

nças

com

men

os d

e 6

mes

es d

e id

ade;

Rea

ções

ana

filát

icas

rel

acio

nada

s a

ovo

de g

alin

ha e

seu

s de

rivad

os o

u a

outr

as

subs

tânc

ias

pres

ente

s na

vac

ina

Dor

loca

l; fe

bre,

mia

lgia

e c

efal

éia;

absc

esso

que

nte;

reaç

ões

de h

iper

sens

ibili

dade

;

man

ifest

açõe

s ne

urol

ógic

as (

ence

falit

e, m

enin

gism

o, c

onvu

lsão

, pa

resi

a);

Doe

nça

Vis

cero

tróp

ica

Agu

da (

quad

ro d

e fe

bre,

ast

enia

, ict

eríc

ia,

olig

úria

, ins

tabi

lidad

e ca

rdio

vasc

ular

, hem

orr

agia

e n

ecro

se h

epát

ica

)

95%

a 9

9%

F

rasc

o co

m li

ofilo

e

dilu

ente

Vac

ina

sara

mpo

, ca

xum

ba,

rubé

ola

Ana

filax

ia a

dos

e an

terio

r da

vac

ina;

gra

vide

z;

Pes

soas

com

imun

odef

iciê

ncia

s co

ngên

itas

ou a

dqui

ridas

.

edem

a e/

ou v

erm

elhi

dão

exte

nsos

, lim

itaçã

o de

mov

imen

tos

acen

tuad

a e

dura

dour

a;

Feb

re(>

=39

,5ºC

);

cefa

léia

, irr

itabi

lidad

e, e

xant

ema,

linf

aden

opat

ia;

Púr

pura

tro

mbo

cito

pêni

ca;

Art

ralg

ia e

/ou

art

rite;

Eve

ntos

ass

ocia

dos

ao c

ompo

nent

e da

cax

umba

(M

enin

gite

, en

cefa

lite

ou e

ncef

alop

atia

, par

otid

ite, p

ancr

eatit

e, o

rqui

te e

oof

orit

e)

Efic

ácia

: sar

ampo

-

98,0

%,c

axu

mba

- 9

6,1%

e

rubé

ola

- 9

9,3%

.

Fra

sco

com

liof

ilo

e di

luen

te

Vac

ina

adso

rvid

a di

fteria

, tét

ano

e pe

rtus

sis

Cria

nças

a p

artir

dos

7 a

nos;

·H

istó

ria d

e ch

oque

ana

filát

ico

após

adm

inis

traç

ão d

a va

cina

; Enc

efal

opat

ia a

guda

gra

ve; E

pisó

dio

hipo

tôni

co h

ipor

resp

onsi

vo.

Feb

re,

hipe

rem

ia, c

alor

, end

urec

imen

to, e

dem

a, d

or, n

ódul

o in

dolo

r no

loca

l da

inje

ção,

son

olên

cia,

ano

rexi

a, v

ômito

;

Abs

cess

os fr

ios

e qu

ente

s;

Cho

ro p

ers

iste

nte;

Rea

ções

de

hipe

rsen

sibi

lidad

e cu

tâne

a;

Con

vuls

ão; E

ncef

alop

atia

;

Con

side

rand

o o

esqu

ema

com

plet

o (3

dos

es)

: as

taxa

s de

so

ropr

oteç

ão (

anti-

Bor

dete

lla

pert

ussi

s e

anti-

téta

no -

10

0%,

anti-

difte

ria -

98

%).

Fra

sco

ampo

la

Page 401: Manual de..procedimentos vacinas

393

Epi

sódi

o H

ipot

ônic

o H

ipor

resp

onsi

vo (

EH

H);

Cho

que

Ana

filát

ico.

cccc

cVa

cin

a

adso

rvid

a di

fteria

e

téta

no a

dulto

Rea

ção

anaf

ilátic

a ou

eve

ntos

neu

roló

gico

s su

bseq

üent

es à

adm

inis

traç

ão d

a va

cina

du

pla

bact

eria

na

Rea

ções

loca

is: d

or e

aum

ent

o d

a se

nsib

ilida

de, e

dem

a, e

ritem

a,

fenô

men

o de

Art

hus;

Man

ifest

açõe

s si

stêm

icas

: feb

re,

cefa

léia

, irr

itabi

lidad

e, s

onol

ênci

a,

perd

a do

ape

tite,

vôm

itos

e lin

fono

dom

egal

ia;

Rea

ções

de

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rsen

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Page 402: Manual de..procedimentos vacinas

394

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Page 403: Manual de..procedimentos vacinas

395

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400

Page 409: Manual de..procedimentos vacinas

Parte IV

Procedimentos para Administração de

soros e imunoglobulinas

Page 410: Manual de..procedimentos vacinas
Page 411: Manual de..procedimentos vacinas

Sumário

1. Introdução ................................................................................................... 407 2. Procedimentos preliminares à administração dos soros heterólogos ........ 409

2. 1. Atenção e cuidados com as reações nos pacientes .................... 409 2. 2. Prevenção de reações anafiláticas .............................................. 412

3. Soro antitetânico (SAT) .............................................................................. 4143.1. Indicação ...................................................................................... 4143.2. Composição .................................................................................. 4143.3. Apresentação .....................................................................3.4. Conservação ................................................................................. 4143.5. Dose e volume .............................................................................. 4153.6. Via de administração .................................................................... 4153.7. Administração ............................................................................... 417

3.7.1. Procedimentos básicos no preparo do soro .................... 417 3.7.2. Procedimentos básicos na administração do SAT .......... 418 3.7.3. Procedimentos básicos após a administração do

..................................................................... 419 4. Imunoglobulina humana hiperimune antitetânica (IGHAT) ........ 421

4.1. Indicação ....................................................................................... 4214.2. Composição .................................................................................. 421 4.3. Apresentação ................................................................................ 4214.4. Conservação ................................................................................. 4214.5. Dose e volume .............................................................................. 4224.6. Via de administração .................................................................... 4224.7. Administração ............................................................................... 423

4.7.1. Procedimentos básicos no preparo da IGHAT ................. 4234.7.2. Procedimentos básicos na administração da IGHAT ....... 423 4.7.3. Procedimentos básicos após a administração da IGHAT..423

5. Soro antirrábico (SAR) ..................................................................5.1. Indicação ...................................................................................... 4265.2. Composição .................................................................................. 4295.3. Apresentação ................................................................................ 4295.4. Conservação ................................................................................. 4295.5. Dose e volume .............................................................................. 4295.6. Via de administração .................................................................... 4305.7. Administração ............................................................................... 430

5.7.1. Procedimentos básicos antes da administração do ....................................................................... 430

5.7.2. Procedimentos básicos na administração do SAR ......... 4315.7.3. Procedimentos básicos após aplicação do SAR ............. 433

6. Imunoglobulina humana antirrábica (IGHAR) ............................................. 434

........... 414

SAT ............ ................

............. 426

SAR ..........

Page 412: Manual de..procedimentos vacinas

6.1. Indicação ....................................................................................... 434 6.2. Composição .................................................................................. 434 6.3. Apresentação ................................................................................ 4346.4. Conservação ................................................................................. 434 6.5. Dose e volume .............................................................................. 434 6.6. Via de administração .................................................................... 435 6.7. Administração ............................................................................... 435

6.7.1. Procedimentos básicos no preparo da IGHAR.................435 6.7.2. Procedimentos básicos na administração da IGHAR...... 437 6.7.3. Procedimentos básicos após a administração da

............................................................... 437 7. Soro antidiftérico (SAD) .............................................................................. 438

7.1. Indicação ....................................................................................... 438 7.2. Composição .................................................................................. 438 7.3. Apresentação ................................................................................ 4387.4. Conservação ................................................................................. 439

7.5. Dose e volume .............................................................................. 439 7.6. Via de administração .................................................................... 4397.7. Administração ............................................................................... 440

7.7.1. Procedimentos básicos no preparo do soro..................... 440 7.7.2. Procedimentos básicos na administração do SAD.......... 441

7.7.3. Procedimentos básicos após a administração do ....................................................................... 443

8. Soro antibotulínico (SAB) ........................................................................... 444 8.1. Indicação ....................................................................................... 444 8.2. Composição ..........................................................8.3. Apresentação ................................................................................ 445 8.4. Conservação ................................................................................. 445 8.5. Dose e volume .............................................................................. 445 8.6. Via de administração ....................................................... ............. 445 8.7. Administração ........................................................ ....................... 447

8.7.1. Procedimentos básicos no preparo do soro..................... 447 8.7.2. Procedimentos básicos na administração do SAB........... 447 8.7.3. Procedimentos básicos após a administração do SAB.... 449

9. Imunoglobulina humana antivaricela zóster (IGHAVZ)................................ 451 9.1. Indicação ....................................................................................... 451 9.2. Composição .................................................................................. 452 9.3. Apresentação ................................................................................ 452 9.4. Conservação ................................................................................. 452 9.5. Dose e volume .............................................................................. 452 9.6. Via de administração .......................................................... .......... 453

IGHAR ..............

SAD ..........

........................ 445

Page 413: Manual de..procedimentos vacinas

9.7. Administração................................................................................ 453 9.7.1. Procedimentos básicos no preparo da IGHAVZ......................... 453 9.7.2. Procedimentos básicos na administração da IGHAVZ............... 454 9.7.3. Procedimentos básicos após a administração da IGHAVZ........ 45510. Imunoglobulina humana anti-hepatite tipo B (IGHAHB)............................ 456

10.1. Indicação...................................................................................... 456 10.2. Composição................................................................................. 457 10.3. Apresentação............................................................................... 457 10.4. Conservação................................................................................ 457 10.5. Dose e volume............................................................................. 457 10.6. Via de administração................................................................... 45710.7. Administração.............................................................................. 458

10.7.1. Procedimentos básicos no preparo da IGHAHB............ 458 10.7.2. Procedimentos básicos na administração da IGHAHB...458 10.7.3. Procedimentos básicos após a administração da

GHAHB.......................................................................... 460 11. Soros específicos contra venenos de animais peçonhentos.....

11.1. Indicação...................................................................................... 461 11.2. Composição................................................................................. 464 11.3. Apresentação............................................................................... 46511.4. Conservação................................................................................ 465 11.5. Dose e volume............................................................................. 466

a. Acidentes causados por serpentes.................................b. Acidentes causados por escorpiões....................................... 468c. Acidentes causados por aranhas............................................ 470 d. Acidentes causados por lagartas.....................

11.6. Via de administração..........................................................11.7. Administração.......................................................................

11.7.1. Procedimentos básicos no preparo do soro................... 473 11.7.2. Procedimentos básicos na administração do soro

antiveneno..................................................................... 474 11.7.3. Procedimentos básicos após administração do soro

antiveneno .................................................................... 476 12. Referências bibliográficas.......................................................................... 47

................ 461

...............

7

........ 472.......... 472

........ 473

....... 467

Page 414: Manual de..procedimentos vacinas

Lista de Quadros

Quadro IV-1: Esquema para profilaxia do tétano (imunização ativa e passiva)

Quadro IV-2: Esquema para Tratamento Profilático Antirrábico Humano ..... 427

Quadro IV-3: Animais peçonhentos segundo grupos a que pertencem, gênero,

Quadro IV-4: Mecanismos de ação dos venenos peçonhentos de acordo com o

Quadro IV-5: Tipos de acidentes por serpentes, indicação do soro de acordo com a gravidade e número de ampolas recomendadas para tratamento....... 468

Quadro IV-6: Tipos de acidentes por escorpião, indicação de soros de acordo com a gravidade e número de ampolas recomendadas para tratamento ...... 470

Quadro IV-7: Efeitos dos venenos das aranhas de acordo com a sua fisiopatologia ........................................................................................................ 470

Quadro IV-8: Tipos de acidentes por aranha, indicação de soros de acordo com a gravidade e número de ampolas recomendadas para tratamento .............. 470

Quadro IV-9: Tipos de acidentes por lagarta, indicação de soros de acordo com a gravidade e número de ampolas recomendadas para tratamento ...... 472

em caso de ferimento..................................................................................... 415

nome popular e tipo de acidente causado

tipo e os efeitos fisiopatológicos ..........................................................................

........................................................................ 462

462

Page 415: Manual de..procedimentos vacinas

4

1. Introdução

A administração de soros e imunoglobulinas caracteriza a imunização

passiva, por meio da qual o organismo humano recebe anticorpos prontos,

produzidos artificialmente.

Os soros heterólogos são assim denominados porque os anticorpos são

obtidos a partir do plasma de doador (principalmente equinos) de espécie

diferente do receptor (homem). Os doadores (animais) são previamente

estimulados com antígenos (constituídos por pequenas quantidades de toxinas

ou toxóides ou venenos) de onde são retirados os anticorpos.

Os soros heterólogos (ou simplesmente soros) em geral são utilizados

contra infecções causadas por agentes infecciosos ou contra venenos de

animais peçonhentos. São exemplos de soros heterólogos: soro antitetânico,

soro antirrábico, soro antidiftérico e soro antipeçonhento.

Os soros homólogos são assim denominados porque os anticorpos são

obtidos a partir de plasma de doadores selecionados da mesma espécie do

receptor, a exemplo de pessoas submetidas à imunização ativa, recentemente,

ou convalescentes de doença infecciosa. São também obtidos de ‘doadores

especiais’, como os doadores de sangue adultos e sadios. No plasma desses

doadores há grandes concentrações de anticorpos da doença contra a qual se

quer efetivar a proteção. Os soros homólogos são denominados

imunoglobulinas humanas, estando disponíveis dois tipos: a imunoglobulina

normal e a imunoglobulina humana específica.

A imunoglobulina normal, também chamada gamaglobulina normal

standard ou simplesmente gamaglobulina, é extraída do plasma de doadores

adultos e sadios, contendo os anticorpos específicos (gamaglobulinas) na

proporção adequada para vários tipos de infecção. É usada na prevenção de

infecções em pessoas suscetíveis, especialmente naquelas com

agamaglobulinemia ou hipogamaglobulinemia, e em situações de pós-

exposição, como no caso da imunoglobulna anti-hepatite A, da imunoglobulina

anti-sarampo, dentre outras. Assim, a imunoglobulina normal funciona como

07

Page 416: Manual de..procedimentos vacinas

408

um auxílio para o organismo de indivíduos imunodeficientes que foram

expostos a um agente infeccioso, objetivando reduzir o risco da infecção e/ou

neutralizar a ação de toxinas produzidas pelos agentes infecciosos

A imunoglobulina humana específica, chamada gamaglobulina

hiperimune, é obtida de doadores que receberam imunização ativa

recentemente ou de convalescente de doença infecciosa ou de doadores

especiais nos quais foram constatadas grandes concentrações de anticorpos

específicos da doença contra a qual se pretende proteger. São exemplos de

imunoglobulina humana específica: a imunoglobulina anti-hepatite B, a

imunoglobulina antitetânica, a imunoglobulina antirrábica, a imunoglobulina

antivaricela zoster etc.

Esta Parte IV do Manual de Procedimentos para Vacinação trata das

questões específicas relativas aos procedimentos para administração dos

produtos utilizados pelo PNI para a imunização passiva. Estão incluídos os

soros de origem heteróloga, oferecidos, habitualmente, na rede de serviços do

SUS, e, também, alguns soros homólogos, do tipo imunoglobulina hiperimune

humana, disponíveis nos Centros de Referência para Imunobiológicos

Especiais - CRIE. A oferta desses produtos em outros tipos de serviços, como

os de pronto atendimento, dependerá da realidade de cada serviço, da sua

estrutura e da presença de profissional médico e equipe devidamente

capacitada.

Page 417: Manual de..procedimentos vacinas

409

2. Procedimentos preliminares à administração dos soros heterólogos 2. 1. Atenção e cuidados com as reações nos pacientes

Os soros heterólogos são produtos cada vez mais purificados em razão

do que se considera rara a possibilidade desses produtos virem a causar

complicações graves, tais como o choque anafilático e a doença do soro.

Mesmo assim, a administração de soros heterólogos só deve ser feita em

Unidade de Saúde preparada para o tratamento de complicações, o que

implica na disponibilidade de equipamentos de emergência e na presença de

um médico.

Quando o serviço não dispõe das condições mínimas de atendimento de

emergência a pessoa deve ser encaminhada de imediato a outra Unidade,

capaz de garantir a administração do soro com segurança. Por isso, antes da

indicação de qualquer soro heterólogo deve ser procedida a anamnese, com

interrogatório rigoroso dos antecedentes da pessoa, em que algumas

informações são fundamentais para orientar a decisão sobre administrar o soro

ou encaminhar para outros serviços, tais como:

Se a pessoa, anteriormente, apresentou quadros de

hipersensibilidade;

Se a pessoa, em outra oportunidade, já fez uso de soros de

origem equina;

Se a pessoa mantém contato frequente com animais,

principalmente com eqüinos, seja por necessidade profissional

(veterinário, por exemplo) ou por lazer.

No caso da confirmação de qualquer uma dessas informações o

profissional deve considerar a possibilidade de substituir o soro heterólogo

indicado pela imunoglobulina hiperimune, quando disponível. Caso esta não

esteja disponível, adotar os procedimentos indicados para a prevenção da

ocorrência de reações anafiláticas, conforme orientado nesta Parte IV do

Manual.

Page 418: Manual de..procedimentos vacinas

410

É importante destacar que a inexistência da imunoglobulina hiperimune

não deve, jamais, ser motivo para contraindicar o uso dos soros heterólogos,

principalmente pelo fato da indicação desses produtos ocorrer, quase sempre,

em situações de urgência.

A equipe deve garantir que os procedimentos prévios a administração do

soro sigam rigorosamente a orientação técnica preconizada e deve ficar alerta

quanto à presença de reações graves de hipersensibilidade.

As reações que podem ocorrer após a administração dos soros

heterólogos são, basicamente, de três tipos:

Reações imediatas que se manifestam logo após a administração

do soro ou num prazo de 30 minutos até duas horas depois

(geralmente nos primeiros 30’), sendo necessário, por isso,

manter a pessoa na Unidade de Saúde, em observação por duas

horas;

Reações precoces que se manifestam nas primeiras 24 horas

depois da administração do soro; e

Reações tardias que se manifestam de seis a 12 dias depois da

administração do soro (doença do soro).

A maior preocupação do profissional de saúde deve recair sobre as

reações imediatas de hipersensibilidade (30’ a duas horas), em razão da

potencial gravidade, que se apresentam. São reações de hipersensibilidade:

O choque anafilático que ocorre, geralmente, nos primeiros 30’

até duas horas depois da administração do produto, apresentando

como principais sintomas: palidez, cianose, urticária, laringo-

espasmos, edema de face, hipotensão, choque dentre outros.

A doença do soro cujos sintomas, em geral, aparecem entre o 6º

e o 12º dia após a administração do produto (soro) e apresenta-se

como uma reação de hipersensibilidade, aparecendo, com

frequência: cefaléia, febre, astenia, mialgia, dores articulares,

Page 419: Manual de..procedimentos vacinas

exantemas com máculas e pápulas pruriginosas, enfartamento e

inflamações ganglionar, vasculite e nefrite, dentre outros.

As manifestações clínicas das reações anafiláticas ou anafilactóides são

semelhantes. Os sinais e sintomas observados podem variar, ocorrendo desde

manifestações restritas à pele até quadros mais graves de broncoespasmo,

edema de glote, hipotensão e choque.

Outra complicação relacionada aos soros é a chamada reação de Arthus

que se caracteriza por apresentar processo inflamatório próximo ao local da

administração, geralmente em decorrência de múltiplas doses da vacina ou do

soro aplicadas no músculo deltóide. Esta reação distingue-se pelo surgimento

de eritema, edema, enduração e petéquias que podem aparecer cerca de duas

horas ou mais (até 12 dias) depois da injeção, provocando dores intensas com

repercussões nervosas e motoras ao longo do membro afetado, na medida em

que a infiltração atinge tecidos profundos, podendo causar necrose. Nestes

casos, o tratamento é sintomático.

No caso das imunoglobulinas as reações são raríssimas, entretanto,

caso o paciente relate evento anterior de hipersensibilidade à imunoglobulina

normal ou à imunoglobulina humana específica, deve-se adotar as condutas

prévias recomendadas para prevenção das reações anafiláticas, conforme

orientado nesta Parte IV, tópico 2, item 2.2., a seguir.

Notas:

A realização do teste de sensibilidade cutâneo, de há muito foi excluída da rotina da administração de soros, conforme normas e recomendações do Ministério da Saúde;

A Organização Mundial de Saúde - OMS considera que o valor preditivo deste teste é discutível e imprevisível para as manifestações de hipersensibilidade imediata, precoce ou tardia, em razão do que não indica a sua realização.

Os procedimentos prévios a administração do soro devem ser rigorosamente seguidos, evitando-se assim as reações anafiláticas, conforme descritos abaixo.

411

Page 420: Manual de..procedimentos vacinas

4

2. 2. Prevenção de reações anafiláticas

Para prevenir as reações anafiláticas nos casos indicados, são adotados

alguns cuidados e tratamentos com uso de medicamentos específicos. Os

procedimentos básicos para realizar estas atividades são os seguintes:

Lavar as mãos com água e sabão, conforme orientado neste

Manual, na Parte III, tópico 6, item 6.1.;

Organizar todo o material: seringa, agulha e outros materiais

necessários ao tratamento preventivo da anafilaxia: anti-

histamínico, corticóide, oxigênio, adrenalina, aminofilina, soro

glicosado e fisiológico, equipos de soro e material para

assistência ventilatória;

Instalar o soro fisiológico na pessoa, garantindo adequado acesso

venoso e a manutenção do gotejamento, mesmo depois da

administração do soro heterólogo;

Controlar os sinais vitais, antes de iniciar a administração do soro;

Administrar, 10 a 15 minutos antes de iniciar a administração do

soro:

maleato de dextroclorfeniramina (0,05 mg/kg) por via

intramuscular ou intravenosa (no máximo 5,0 mg), ou

prometazina (0,5 mg/kg) por via intramuscular (no máximo 25

mg);

hidrocortisona (10 mg/kg) por via endovenosa (no máximo

1.000 mg);

Notas:

As mãos devem ser lavadas antes e depois do preparo e da realização do tratamento da prevenção da anafilaxia.

Notas:

Observar a técnica de assepsia na preparação do produto a administrar: manusear sem contaminar a seringa, a agulha e o frasco do produto.

12

Page 421: Manual de..procedimentos vacinas

413

cimetidina (10 mg/kg) por via intramuscular ou endovenosa (no

máximo 250 mg).

Administrar (concluído o tratamento prévio) o soro prescrito pelo

médico, lentamente, por via endovenosa ou intramuscular;

Observar continuamente o paciente, por mais ou menos duas

horas, após a administração do soro, mantendo acesso venoso

com soro fisiológico instalado, controlando o gotejamento,

controlando sinais vitais e observando coloração e temperatura

das extremidades (lábios, dedos), sinais de inquietação,

sudorese, dificuldade respiratória, queda de pressão arterial,

pulso fraco, dentre outros.

Nota:

A cimetidina só deve ser administrada previamente quando houver risco de reação sistêmica.

Page 422: Manual de..procedimentos vacinas

414

3. Soro antitetânico (SAT) 3.1. Indicação

O soro antitetânico (SAT) é preconizado para a prevenção e o

tratamento do tétano. A sua indicação depende do tipo e das condições do

ferimento, bem como das informações relativas ao uso anterior do próprio SAT

e do número de doses da vacina contra o tétano recebido anteriormente.

O esquema apresentado no quadro IV-1 descreve as situações em que

o SAT deve ser utilizado no caso de ferimento ou para prevenir ou tratar o

tétano acidental.

3.2. Composição

O SAT é uma preparação purificada, obtida a partir do soro de equinos

hiperimunizados com o toxóide tetânico.

3.3. Apresentação

O SAT é apresentado sob a forma líquida, em ampolas de 2,0 ml (5.000

UI), 5ml (5.000 UI) e de 10ml (10.000UI ou 20.000UI).

3.4. Conservação

O SAT é conservado entre +2 ºC e +8 ºC, sendo ideal +5 ºC, conforme

orientado na Parte II deste Manual, no tópico 5.

Notas:

Como já referido, a anamnese é de fundamental importância antes da indicação do soro heterólogo vez que o mesmo pode causar reações adversas.

Caso a pessoa tenha história de hipersensibilidade a soros heterólogos ou já tenha recebido este tipo de soro anteriormente, administrar a imunoglobulina hiperimune antitetânica (IGHAT), se disponível.

Caso a IGHAT não esteja disponível, adotar os procedimentos para a prevenção da ocorrência de reações imediatas de hipersensibilidade, conforme orientado nesta Parte IV, no tópico 2, item 2.2.

A possibilidade da ocorrência de reações adversas é rara, e nunca contra-indica a prescrição do soro heterólogo.

Notas:

O SAT não pode ser congelado, caso atinja uma temperatura de 0ºC proceder conforme orientado neste Manual, na Parte II, tópico 5, item 5.5.2.

O congelamento provoca a perda de potência do soro.

Page 423: Manual de..procedimentos vacinas

415

3.5. Dose e volume

A dose do SAT depende do motivo que justificou a sua indicação: se

para uso terapêutico ou profilático (quadro IV-1).

A dose profilática é de 5.000 UI para criança e para adulto. A dose

terapêutica é de 20.000 UI.

Quadro IV-1 – Esquema para profilaxia do tétano (imunização ativa e passiva) em caso de ferimento.

(1) Considera-se como outros ferimentos: fraturas expostas, ferimentos à bala ou provocados por arma branca,

queimaduras extensas, ferimentos com retenção de corpos estranhos, ferimentos profundos, puntiformes (provocados por agulhas, pregos e similares), e outros.

(2) Vacina: a) Para os menores de sete anos utilizar a vacina adsorvida difteria, tétano, pertussis e Haemophilus

influenzae b (conjugada) ou a vacina difteria e tétano infantil ou a vacina adsorvida difteria, tétano e pertussis (acelular) [ver na Parte III, deste Manual).

b) A partir dos sete anos utilizar a vacina difteria e tétano adulto.

(3) Imunização passiva: a) Imunoglobulina humana antitetânica (ver nesta Parte IV, tópico 4); b) Ou soro antitetânico.

(4) Aproveitar a oportunidade para indicar a complementação do esquema de vacinação.

3.6. Via de administração

O SAT é administrado por via intramuscular, conforme orientado neste

Manual, na Parte II, tópico 6, item 6.4.4, ou de acordo com a prescrição

médica.

Nota:

Ao administrar o soro ou a imunoglobulina utilizar local diferente daquele utilizado para a administração da vacina.

Page 424: Manual de..procedimentos vacinas

416

O SAT é administrado por via item 6.4.4, ou de acordo com a prescrição

Nas crianças menores de dois anos o soro é administrado na face lateral

da coxa. Nas crianças maiores e nos adultos o músculo deltóide (face externa

superior do braço), deve ser poupado, ficando livre para a administração da

vacina.

Notas:

Quando o volume do SAT a ser administrado for grande dividi-lo entre os membros superiores e a região do vasto lateral da coxa.

Evitar a administração do SAT em regiões com grande quantidade de tecido adiposo para não haver prejuízo da absorção e consequente proteção.

Quando o SAT for administrado simultaneamente com a vacina contra o tétano utilizar regiões musculares diferentes.

Na administração com fins terapêuticos, nos casos graves, metade da dose, diluída em 100 ml de soro fisiológico, pode ser administrada por via endovenosa e a outra metade por via intramuscular, a critério médico.

Quando a lesão for decorrente de queimadura ou quando o ferimento for contaminado com terra, substâncias estranhas ou quando houver laceração de tecido, é indispensável, tanto na prevenção como na terapêutica, a limpeza do local, complementada pela retirada de corpos estranhos e tecidos lacerados ou necrosados.

No tratamento do tétano, a depender da avaliação, está indicada, também, o uso de antibióticos, para infecções secundárias.

Notas:

A lesão (ou lesões) deve ser rigorosamente lavada com água e sabão.

A maior quantidade possível da dose prescrita do SAT deve ser administrada no músculo (ou músculos) adjacente à lesão (ou lesões).

Se necessário o soro pode ser diluído em soro fisiológico.

A administração no músculo (ou músculos) adjacente à lesão (ou lesões) proporciona proteção local importante, pois impede a disseminação da bactéria (Clostridium tetani) para o sistema nervoso central e neutraliza as toxinas por ela produzidas.

Esta conduta é fundamental para neutralização local das toxinas tetânicas e se constitui em um procedimento que evita falhas da terapêutica.

Para administração da SAT e da vacina utilizar diferentes regiões do corpo.

Page 425: Manual de..procedimentos vacinas

3.7. Administração

3.7.1. Procedimentos básicos no preparo do soro

Antes de administrar o SAT o profissional de saúde deve:

Lavar as mãos com água e sabão, conforme orientado neste

Manual, na Parte II, tópico 6, item 6.1;

Organizar todo o material para administrar o soro: seringa,

agulha e outros, conforme orientado neste Manual, na Parte

II, tópicos 3 e 6;

Organizar o material para realizar os procedimentos prévios

à administração de soros heterólogos: anti-histamínico,

corticóide, oxigênio, adrenalina, aminofilina, soro glicosado e

fisiológico, equipos de soro e outros, conforme orientado

nesta Parte IV, tópico 2;

Retirar o soro do refrigerador, verificando o nome do

mesmo, bem como o prazo de validade, conforme orientado

neste Manual, na Parte II, tópicos 3, 5 e 6;

Preparar o SAT conforme orientado neste Manual, na Parte

II, tópico 6, na dose prescrita pelo médico;

Fazer um movimento rotatório em sentido único com a

ampola ou frasco para que ocorra a homogeneização do

produto;

Aspirar o volume prescrito, verificando na graduação da

seringa se a dosagem está correta;

Notas:

As mãos devem ser lavadas antes e depois do preparo e da administração do SAT.

Observar a técnica de assepsia na preparação do SAT: manusear sem contaminar a seringa, a agulha e o frasco do soro.

Esses procedimentos são fundamentais para prevenir reações locais.

417

Page 426: Manual de..procedimentos vacinas

418

3.7.2. Procedimentos básicos na administração do SAT Para a administração do SAT são procedimentos básicos:

Preparar a pessoa, colocando-a em posição segura e confortável

conforme orientado na Parte II deste Manual, no tópico 3, item

3.3.2. que trata do acolhimento e triagem da clientela, bem como

no tópico 6, item 6.4.4. sobre os procedimentos básicos para

administração de injeções por via intramuscular;

Fazer a limpeza no local da administração, caso necessário;

Introduzir a agulha, adequando o ângulo de aplicação à massa

muscular da região escolhida;

Nota:

15 a 30 minutos antes de administrar o SAT deve-se realizar o tratamento profilático conforme orientado nesta Parte do Manual no tópico 2 ítem 2.2.

Notas:

Quando necessário, a limpeza da pele deve ser feita com água e sabão.

O álcool comum não deve ser utilizado pela sua baixa volatilidade (demora a secar) e pelo baixo poder antisséptico.

Em situações excepcionais, quando não houver água e sabão (vacinação na zona rural e em ambiente hospitalar), utilizar o álcool a 70%.

Quando usar o álcool 70% para limpeza da pele friccionar o algodão embebido por 30 segundos e, em seguida, esperar mais 30 segundos para permitir a secagem da pele, deixando-a sem vestígios do produto de modo a evitar qualquer interferência do álcool no procedimento.

Notas:

Para administrar o soro em menores de dois anos, localizar visualmente o músculo vasto lateral da coxa e fazer uma prega entre o dedo indicador e o polegar, com a introdução da agulha no terço médio da coxa (vasto lateral).

Adequar a agulha ao ângulo de administração conforme massa muscular da pessoa a ser vacinada.

No caso do músculo deltóide, em pessoas acima de dois anos, a administração será feita na face externa superior do braço.

Esses procedimentos são fundamentais na prevenção de abscessos frios.

Page 427: Manual de..procedimentos vacinas

419

Administrar o SAT lentamente;

Estar atento à ocorrência de eventos adversos imediatos;

Orientar a pessoa para relatar qualquer sintoma importante;

Manter a pessoa sob permanente observação, com soro

fisiológico, via endovenosa, fazendo controle dos sinais vitais;

Observar sinais de inquietação, dificuldade respiratória, edema no

local da administração, dentre outros.

3.7.3. Procedimentos básicos após a administração do SAT Após administrar o SAT são procedimentos básicos:

Manter a atenção sobre a ocorrência de eventos adversos

imediatos, deixando a pessoa sob observação por, pelo menos,

duas horas, mantendo acesso venoso com soro fisiológico;

Desprezar a seringa e a agulha na caixa de perfurocortante,

conforme orientado neste Manual, na Parte II, no tópico 4, item

4.2. que trata dos cuidados com o lixo e no tópico 6, item 6.2.

sobre a utilização de seringas e agulhas;

Lavar as mãos com água e sabão, conforme orientado nesta

Parte do Manual, tópico 6, item 6.1.

Nota:

Deve ser avaliada a necessidade da administração da maior parte do SAT dentro e ao redor da lesão.

Nota:

Ocorrendo qualquer reação, suspender temporariamente a administração do SAT, mantendo veia aberta com soro fisiológico até nova orientação médica.

Esperar 10 a 15 minutos para reiniciar a administração do SAT, subtraindo a quantidade já administrada;

Manter a pessoa sob rigorosa observação e controle dos sinais vitais.

Page 428: Manual de..procedimentos vacinas

4

Registrar o número do lote e a validade do SAT administrado;

Registrar no comprovante a data, o número do lote e a validade

do SAT administrado, conforme orientado neste Manual, na Parte

II, tópico 3, itens 3.3.3 e 3.3.5, e também no tópico 7;

Informar à pessoa vacinada ou seu acompanhante sobre a

possibilidade do aparecimento das reações consideradas como

mais comuns;

Orientar a pessoa ou seu acompanhante sobre o retorno, quando

for o caso, para, por exemplo, complementar esquema de

vacinação.

Nota:

A pessoa deve ser alertada para procurar imediatamente um serviço de saúde caso apareça qualquer reação (principalmente entre o 7º e o 12º dia depois do recebimento do SAT), como cefaléia, febre, urticária, dores musculares, aumento de gânglios, dores intensas no local da administração, dentre outras.

20

Page 429: Manual de..procedimentos vacinas

421

4. Imunoglobulina humana hiperimune antitetânica (IGHAT) 4.1. Indicação

A imunoglobulina humana hiperimune antitetânica (IGHAT) é indicada

para o tratamento de casos de tétano, em substituição ao SAT (soro

antitetânico), nas seguintes situações:

Quando a pessoa apresentou, anteriormente, quadros de

hipersensibilidade;

Quando a pessoa fez uso de soros de origem equina em outra

oportunidade;

Quando a pessoa mantém contato frequente com animais,

principalmente com equinos, seja por necessidade profissional

(veterinário, por exemplo) ou por lazer.

4.2. Composição

A IGHAT é constituída por imunoglobulinas da classe IgG que

neutralizam a toxina produzida pelo Clostridium tetani, sendo obtida do plasma

de doadores selecionados, ou seja, pessoas submetidas recentemente à

imunização ativa contra o tétano, com altos títulos de anticorpos específicos

(antitoxinas).

4.3. Apresentação

A IGHAT é apresentada sob a forma líquida, em frasco ampola de

1,0 ml ou 2,0 ml, contendo 250 UI ou 500 UI. Também pode ser apresentada

na forma liofilizada, em frasco ampola contendo o liófilo com 250 UI OU 500 UI

acompanhada de ampola de diluente de 1,0 a 2,0 ml.

4.4. Conservação

A IGHAT é conservada entre +2 ºC e +8 ºC, sendo ideal +5 ºC,

conforme orientado na Parte II deste Manual, no tópico 5.

Page 430: Manual de..procedimentos vacinas

422

4.5. Dose e volume

O esquema a ser adotado depende do motivo que justifica a indicação

da IGHAT:

Para uso profilático: 250 UI para criança ou adulto;

Para uso terapêutico: 3.000 a 6.000 UI para criança ou adulto, a

critério médico.

4.6. Via de administração

A IGHAT é administrada exclusivamente por via intramuscular, conforme

orientado neste Manual, na Parte II, tópico 6, item 6.4.4, de acordo com a

prescrição médica.

Nas crianças menores de dois anos o soro é administrado na face lateral

da coxa. Nas crianças maiores e nos adultos o músculo deltóide (face externa

superior do braço), deve ser poupado, ficando livre para a administração da

vacina.

Notas:

A lesão (ou lesões) deve ser rigorosamente lavada com água e sabão.

Deve-se infiltrar na lesão (ou lesões) a maior quantidade possível da dose prescrita da IGHAT.

A infiltração no local do ferimento proporciona proteção local importante, pois impede a disseminação e neutraliza as toxinas produzidas pela bactéria (Clostridium tetani) para o sistema nervoso central.

Esta conduta é fundamental para neutralização local das toxinas tetânicas e se constitui em um procedimento que evita falhas da terapêutica.

Para administração da IGHAT e da vacina utilizar diferentes regiões do corpo.

Notas:

A IGHAT não pode ser congelada; caso atinja uma temperatura de 0ºC proceder conforme orientado neste Manual, na Parte II, tópico 5, item 5.5.2.

O congelamento provoca a perda de potência da imunoglobulina.

Page 431: Manual de..procedimentos vacinas

423

4.7. Administração

4.7.1. Procedimentos básicos no preparo da IGHAT

Antes de administrar a IGHAT o profissional de saúde deve:

Lavar as mãos com água e sabão, conforme orientado neste

Manual, na Parte II, tópico 6, item 6.1;

Organizar todo o material para administrar a IGHAT: seringa,

agulha e outros, conforme orientado neste Manual, na Parte II,

tópicos 3 e 6;

Retirar a IGHAT do refrigerador, verificando o nome da mesma,

bem como o prazo de validade, conforme orientado neste Manual,

na Parte II, tópicos 3, 5 e 6;

Preparar a IGHAT conforme orientado neste Manual, na Parte II,

tópico 6;

Preparar a IGHAT de acordo com a bula e conforme orientado

neste manual, na Parte II, tópico 6;

Fazer um movimento rotatório em sentido único com a ampola ou

frasco para que ocorra a homogeneização do produto;

Aspirar o volume prescrito, verificando na graduação da seringa

se a dosagem está correta.

Nota:

O volume da dose da IGHAT pode ser distribuído em duas ou mais massas musculares.

Notas:

As mãos devem ser lavadas antes e depois do preparo e da administração da IGHAT.

Observar a técnica de assepsia na preparação da IGHAT: manusear sem contaminar a seringa, a agulha e o frasco do produto.

Esses procedimentos são fundamentais para prevenir reações locais.

Page 432: Manual de..procedimentos vacinas

424

4.7.2. Procedimentos básicos na administração da IGHAT Para a administração da IGHAT são procedimentos básicos:

Preparar a pessoa, colocando-a em posição segura e confortável

conforme orientado na Parte II deste Manual, no tópico 3, item

3.3.2. que trata do acolhimento e triagem da clientela, bem como

no tópico 6, item 6.4.4. sobre os procedimentos básicos para

administração de injeções por via intramuscular;

Fazer a limpeza no local da administração, caso necessário;

Introduzir a agulha, adequando o ângulo de aplicação à massa

muscular da região escolhida;

Administrar a IGHAT lentamente.

Notas:

Quando necessário, a limpeza da pele deve ser feita com água e sabão.

O álcool comum não deve ser utilizado pela sua baixa volatilidade (demora a secar) e pelo baixo poder antisséptico.

Em situações excepcionais, quando não houver água e sabão (vacinação na zona rural e em ambiente hospitalar), utilizar o álcool a 70%.

Quando usar o álcool 70% para limpeza da pele friccionar o algodão embebido por 30 segundos e, em seguida, esperar mais 30 segundos para permitir a secagem da pele, deixando-a sem vestígios do produto de modo a evitar qualquer interferência do álcool no procedimento.

Notas:

Para administrar a IGHAT em menores de dois anos, localizar visualmente o músculo vasto lateral da coxa e fazer uma prega entre o dedo indicador e o polegar, com a introdução da agulha no terço médio da coxa (vasto lateral).

Adequar a agulha ao ângulo de administração conforme massa muscular do local escolhido.

No caso do músculo deltóide, em pessoas acima de dois anos, a administração será feita na face externa superior do braço.

Esses procedimentos são fundamentais na prevenção de abscessos frios.

Page 433: Manual de..procedimentos vacinas

4.7.3. Procedimentos básicos após a administração da IGHAT Após administrar a IGHAT são procedimentos básicos:

Manter a atenção sobre a ocorrência de eventos adversos

imediatos;

Desprezar a seringa e a agulha na caixa de perfurocortante,

conforme orientado neste Manual, na Parte II, no tópico 4, item

4.2. que trata dos cuidados com o lixo e no tópico 6, item 6.2.

sobre a utilização de seringas e agulhas;

Lavar as mãos com água e sabão, conforme orientado nesta

Parte do Manual, tópico 6, item 6.1.

Registrar o número do lote e a validade da IGHAT administrada;

Registrar no comprovante a data, o número do lote e a validade

da IGHAT administrado, conforme orientado neste Manual, na

Parte II, tópico 3, itens 3.3.3 e 3.3.5, e também no tópico 7;

Informar à pessoa vacinada ou seu acompanhante sobre a

possibilidade do aparecimento das reações consideradas como

mais comuns;

Orientar a pessoa ou seu acompanhante sobre o retorno, quando

for o caso, para, por exemplo, complementar esquema de

vacinação.

Nota:

Deve ser avaliada a necessidade da administração da maior parte da IGHAT dentro e ao redor da lesão.

425

Page 434: Manual de..procedimentos vacinas

426

5. Soro antirábico (SAR)

5.1. Indicação

O soro antirrábico (SAR) é indicado para a profilaxia da raiva humana

após exposição ao vírus rábico. Sua indicação depende da natureza da

exposição e das condições do animal agressor. O esquema apresentado no

quadro IV-2 indica as situações em que o SAR deve ser utilizado.

Na situação de reexposição ao vírus da raiva ou no caso de pessoas

que já tenham feito uso do SAR anteriormente:

a) não é necessário usar o SAR;

b) e a vacina deve ser administrada de acordo com a Norma Técnica

de Tratamento Profilático Antirrábico Humano, preconizada pelo

Ministério da Saúde, conforme descrito no Quadro IV–2,

apresentada na sequência.

Notas:

Como já referido, a anamnese é de fundamental importância antes da indicação do soro heterólogo vez que o mesmo pode causar reações adversas.

Caso a pessoa tenha história de hipersensibilidade a soros heterólogos ou já tenha recebido este tipo de soro anteriormente, administrar a imunoglobulina hiperimune antirrábica (IGHAR), se disponível.

Caso a IGHAR não esteja disponível, adotar os procedimentos para a prevenção da ocorrência de reações imediatas de hipersensibilidade, conforme orientado nesta Parte IV, no tópico 2, item 2.2.

A possibilidade da ocorrência de reações adversas é rara, e nunca contra-indica a prescrição do soro heterólogo.

Nota:

No caso de agressão por morcego é indicado o tratamento com a vacina raiva de células de cultivo celular mais o SAR ou a IGHAR.

Page 435: Manual de..procedimentos vacinas

427

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Page 436: Manual de..procedimentos vacinas

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Page 437: Manual de..procedimentos vacinas

429

5.2. Composição

O SAR é uma solução concentrada e purificada de anticorpos obtidos a

partir do soro de equinos imunizados com antígenos rábicos.

5.3. Apresentação

O SAR é apresentado, sob a forma líquida, em frasco-ampola de 5.0 ml

(1.000 UI).

5.4. Conservação

O SAR é conservado entre +2 ºC e +8 ºC, sendo ideal +5 ºC, conforme

orientado na Parte II deste Manual, no tópico 5.

5.5. Dose e volume

A dose do SAR é de 40 UI para cada quilo de peso. A dose máxima é de

3.000 UI.

A dose pode ser dividida e administrada em diferentes músculos,

simultaneamente.

Nota:

O SAR não pode ser congelado, caso atinja uma temperatura de 0ºC proceder conforme orientado neste Manual, na Parte II, tópico 5, item 5.5.2.

O congelamento provoca a perda de potência do soro.

Notas:

Quando o SAR não foi administrado no início do tratamento, fazê-lo assim que possível, antes da administração da terceira dose da vacina;

Quando o SAR não estiver disponível iniciar, imediatamente, a administração da vacina, conforme orientado na Parte III deste Manual, no tópico 12.

Na administração do SAR e da vacina utilizar diferentes músculos do corpo.

Page 438: Manual de..procedimentos vacinas

430

5.6. Via de administração

O SAR é administrado por via intramuscular, conforme orientado neste

Manual, na Parte II, tópico 6, item 6.4.4.

Nas crianças menores de dois anos o soro é administrado na face lateral

da coxa. Nas crianças maiores e nos adultos o músculo deltóide (face externa

superior do braço), deve ser poupado, ficando livre para a administração da

vacina.

5.7. Administração

5.7.1. Procedimentos básicos antes da administração do SAR

O profissional de saúde, antes de administrar o soro, deve:

Lavar as mãos com água e sabão, conforme orientado neste

Manual, na Parte II, tópico 6, item 6.1;

Notas:

A lesão (ou lesões) deve ser rigorosamente lavada com água e sabão.

A maior quantidade possível da dose prescrita do SAR deve ser infiltrada na lesão (ou lesões).

Quando necessário o SAR pode ser diluído em soro fisiológico.

A infiltração no local do ferimento proporciona proteção local importante, pois impede a disseminação e neutraliza as toxinas produzidas pelo vírus rábico para as terminações nervosas.

Esta conduta é fundamental para neutralização local do vírus rábico e se constitui em um procedimento que evita falhas da terapêutica.

Notas:

As mãos devem ser lavadas antes e depois do preparo e da administração do SAR.

Observar a técnica de assepsia na preparação do SAR: manusear sem contaminar a seringa, a agulha e o frasco do soro.

Esses procedimentos são fundamentais para prevenir reações locais.

Page 439: Manual de..procedimentos vacinas

431

Organizar o material para administrar o soro: seringa, agulha e

outros, conforme orientado neste Manual, na Parte II, tópicos 3 e

6;

Organizar o material para realizar os procedimentos prévios à

administração de soros heterólogos: anti-histamínico, corticóide,

oxigênio, adrenalina, aminofilina, soro glicosado e fisiológico,

equipos de soro e outros, conforme orientado nesta Parte IV,

tópico 2;

Retirar o soro do refrigerador, verificando o nome do mesmo, bem

como o prazo de validade, conforme orientado neste Manual, na

Parte II, tópicos 3, 5 e 6;

Preparar o SAR conforme orientado neste Manual, na Parte II,

tópico 6, na dose prescrita pelo médico;

Fazer um movimento rotatório em sentido único com a ampola ou

frasco para que ocorra a homogeneização do produto;

Aspirar o volume prescrito, verificando na graduação da seringa

se a dosagem está correta;

5.7.2. Procedimentos básicos na administração do SAR Para a administração do SAR são procedimentos básicos:

Preparar a pessoa, colocando-a em posição segura e confortável

conforme orientado na Parte II deste Manual, no tópico 3, item

3.3.2. que trata do acolhimento e triagem da clientela, bem como

no tópico 6, item 6.4.4. sobre os procedimentos básicos para

administração de injeções por via intramuscular;

Fazer a limpeza do local, se necessário;

Nota:

15 a 30 minutos antes de administrar o SAR deve-se realizar o tratamento profilático conforme orientado nesta Parte do Manual no tópico 2 ítem 2.2.

Page 440: Manual de..procedimentos vacinas

432

Introduzir a agulha, adequando o ângulo de aplicação à massa

muscular da região escolhida;

Administrar o SAR lentamente;

Estar atento à ocorrência de eventos adversos imediatos;

Orientar a pessoa para relatar qualquer sintoma importante;

Manter a pessoa sob permanente observação, com soro

fisiológico via endovenosa, fazendo controle dos sinais vitais;

Observar sinais de inquietação, dificuldade respiratória, edema no

local da administração e outros.

Notas:

Quando necessário, a limpeza da pele deve ser feita com água e sabão.

O álcool comum não deve ser utilizado pela sua baixa volatilidade (demora a secar) e pelo baixo poder antissético.

Em situações excepcionais, quando não houver água e sabão (vacinação na zona rural e em ambiente hospitalar), utilizar o álcool a 70%.

Quando usar o álcool 70% para limpeza da pele friccionar o algodão embebido por 30 segundos e, em seguida, esperar mais 30 segundos para permitir a secagem da pele, deixando-a sem vestígios do produto de modo a evitar qualquer interferência do álcool no procedimento.

Notas:

Para administrar o soro em menores de dois anos, localizar visualmente o músculo vasto lateral da coxa e fazer uma prega entre o dedo indicador e o polegar, com a introdução da agulha no terço médio da coxa (vasto lateral).

Adequar a agulha ao ângulo de administração conforme massa muscular da pessoa a ser vacinada.

No caso do músculo deltóide, em pessoas acima de dois anos, a administração será feita na face externa superior do braço.

Esses procedimentos são fundamentais na prevenção de abscessos frios.

Page 441: Manual de..procedimentos vacinas

433

5.7.3. Procedimentos básicos após a administração do SAR Após administrar o SAR são procedimentos básicos:

Manter a atenção sobre a ocorrência de eventos adversos

imediatos, deixando a pessoa sob observação por, pelo menos,

duas horas, mantendo acesso venoso com soro fisiológico;

Desprezar a seringa e a agulha na caixa de perfurocortante,

conforme orientado neste Manual, na Parte II, no tópico 4, item

4.2. que trata dos cuidados com o lixo e no tópico 6, item 6.2.

sobre a utilização de seringas e agulhas;

Lavar as mãos com água e sabão, conforme orientado nesta

Parte do Manual, tópico 6, item 6.1.

Registrar no comprovante a data, o número do lote e a validade

do SAR administrado, conforme orientado neste Manual, na Parte

II, tópico 3, itens 3.3.3 e 3.3.5, e também no tópico 7;

Informar à pessoa vacinada ou seu acompanhante sobre a

possibilidade do aparecimento das reações consideradas como

mais comuns;

Nota:

Ocorrendo qualquer reação, suspender temporariamente a administração do SAR, mantendo veia aberta com soro fisiológico até nova orientação médica.

Esperar 10 a 15 minutos para reiniciar a administração do SAR, subtraindo a quantidade já administrada;

Manter a pessoa sob rigorosa observação e controle dos sinais vitais.

Nota:

A pessoa deve ser alertada para procurar imediatamente um serviço de saúde caso apareça qualquer reação (principalmente entre o 7º e o 12º dia depois do recebimento do SAR), como cefaléia, febre, urticária, dores musculares, aumento de gânglios, dores intensas no local da administração, dentre outras.

Page 442: Manual de..procedimentos vacinas

434

6. Imunoglobulina humana antirábica (IGHAR)

6.1. Indicação

A imunoglobulina humana antirrábica (IGHAR) é indicada em

substituição ao soro antirábico nas seguintes situações especiais:

Na vigência de hipersensibilidade ao SAR;

Na vigência de história pregressa de alergia ou reação de

hipersensibilidade ao uso de outros soros heterólogos.

6.2. Composição

A IGHAR é constituída de anticorpos específicos contra o vírus da raiva,

obtidos do plasma de doadores selecionados, imunizados recentemente com

antígenos rábicos.

6.3. Apresentação

A IGHAR é apresentada, sob a forma liofilizada, em frasco-ampola com

150 UI (1ml), 300 UI (2 ml) e 1.500 UI (10 ml), ou seja, na concentração de 150

UI/ml.

6.4. Conservação

A IGHAR é conservada entre +2 ºC e +8 ºC, sendo ideal +5 ºC,

conforme orientado na Parte II deste Manual, no tópico 5.

6.5. Dose e volume

A dose da IGHAR é única e de 20 UI/kg de peso.

Notas:

A IGHAR não pode ser congelada, caso atinja uma temperatura de 0ºC proceder conforme orientado neste Manual, na Parte II, tópico 5, item 5.5.2.

O congelamento provoca a perda de potência da imunoglobulina.

Page 443: Manual de..procedimentos vacinas

435

6.6. Via de administração

A IGHAR é administrada por via intramuscular, conforme orientado neste

Manual, na Parte II, tópico 6, item 6.4.4, ou de acordo com a prescrição

médica.

Nas crianças menores de dois anos a IGHAR é administrada na face

lateral da coxa. Nas crianças maiores e nos adultos o músculo deltóide (face

externa superior do braço), deve ser poupado, ficando livre para a

administração da vacina.

6.7. Administração

6.7.1. Procedimentos básicos no preparo da IGHAR

Antes de administrar a IGHAR o profissional de saúde deve:

Lavar as mãos com água e sabão, conforme orientado neste

Manual, na Parte II, tópico 6, item 6.1;

Organizar o material para administrar a imunoglobulina: seringa,

agulha e outros, conforme orientado neste Manual, na Parte II,

tópicos 3 e 6;

Organizar o material para realizar os procedimentos prévios à

administração de soros heterólogos: anti-histamínico, corticóide,

oxigênio, adrenalina, aminofilina, soro glicosado e fisiológico,

equipos de soro e outros, conforme orientado nesta Parte IV,

tópico 2;

Notas:

As mãos devem ser lavadas antes e depois do preparo e da administração da IGHAR.

Observar a técnica de assepsia na preparação da IGHAR: manusear sem contaminar a seringa, a agulha e o frasco do produto.

Esses procedimentos são fundamentais para prevenir reações locais.

Page 444: Manual de..procedimentos vacinas

436

Retirar a IGHAR do refrigerador, verificando o nome da mesma,

bem como o prazo de validade, conforme orientado neste Manual,

na Parte II, tópicos 3, 5 e 6;

Preparar a IGHAR de acordo com a forma como esta é

apresentada, conforme orientado neste Manual, na Parte II, tópico

6, na dose prescrita pelo médico;

Fazer um movimento rotatório em sentido único com a ampola ou

frasco para que ocorra a homogeneização do produto;

Aspirar o volume prescrito, verificando na graduação da seringa

se a dosagem está correta.

6.7.2. Procedimentos básicos na administração da IGHAR

Para a administração da IGHAR são procedimentos básicos:

Preparar a pessoa, colocando-a em posição segura e confortável

conforme orientado na Parte II deste Manual, no tópico 3, item

3.3.2. que trata do acolhimento e triagem da clientela, bem como

no tópico 6, item 6.4.4. sobre os procedimentos básicos para

administração de injeções por via intramuscular;

Fazer a limpeza no local da administração, caso necessário;

Notas:

Quando a IGHAR for apresentada na forma liofilizada, o diluente deve estar na mesma temperatura da vacina, sendo necessário colocá-lo no refrigerador, pelo menos, seis horas antes da reconstituição.

Reconstituir a IGHAR, conforme orientado neste Manual, na Parte II, tópico 5, item 5.3.

Page 445: Manual de..procedimentos vacinas

437

Introduzir a agulha, adequando o ângulo de aplicação à massa

muscular da região escolhida;

Administrar a IGHAR lentamente.

6.7.3. Procedimentos básicos após a administração da IGHAR

Após administrar a IGHAR são procedimentos básicos:

Estar atento à ocorrência de eventos adversos imediatos;

Orientar a pessoa para relatar qualquer sintoma importante;

Desprezar a seringa e a agulha, conforme orientado neste

Manual, na Parte II, tópico 3, item 3.2;

Registrar o número do lote e a validade da IGHAR administrada;

Orientar a pessoa ou seu acompanhante sobre questões

específicas e sobre o retorno, quando for o caso, para

complementar o esquema de tratamento adotado.

Notas:

Quando necessário, a limpeza da pele deve ser feita com água e sabão.

O álcool comum não deve ser utilizado pela sua baixa volatilidade (demora a secar) e pelo baixo poder antissético.

Em situações excepcionais, quando não houver água e sabão (vacinação na zona rural e em ambiente hospitalar), utilizar o álcool a 70%.

Quando usar o álcool 70% para limpeza da pele friccionar o algodão embebido por 30 segundos e, em seguida, esperar mais 30 segundos para permitir a secagem da pele, deixando-a sem vestígios do produto de modo a evitar qualquer interferência do álcool no procedimento.

Notas:

Para administrar o soro em menores de dois anos, localizar visualmente o músculo vasto lateral da coxa e fazer uma prega entre o dedo indicador e o polegar, com a introdução da agulha no terço médio da coxa (vasto lateral).

Adequar a agulha ao ângulo de administração conforme massa muscular da pessoa a ser vacinada.

No caso do músculo deltóide, em pessoas acima de dois anos, a administração será feita na face externa superior do braço.

Esses procedimentos são fundamentais na prevenção de abscessos frios.

Page 446: Manual de..procedimentos vacinas

438

7. Soro antidiftérico (SAD)

7.1. Indicação

O soro antidiftérico (SAD) é indicado para o tratamento da difteria. A sua

administração é considerada como a parte mais importante do tratamento

contra a doença, com a finalidade de neutralizar a toxina diftérica circulante o

mais rapidamente possível.

O soro antidiftérico não tem indicação para a prevenção da difteria em

indivíduos vacinados ou incompletamente vacinados contra a doença.

Para ter ação rápida e eficaz o SAD deve ser administrado o mais

precocemente possível, vez que não tem ação sobre a toxina já impregnada no

tecido. Como é usado apenas para o tratamento da difteria o SAD é

administrado em unidades hospitalares.

7.2. Composição

O SAD é uma preparação purificada obtida do soro de eqüinos

hiperimunizados com a toxina diftérica, tendo o fenol como conservante.

7.3. Apresentação

O SAD é apresentado sob a forma líquida, em ampolas de 10 ml,

contendo 5.000 UI, 10.000 UI ou 20.000 UI, dependendo do laboratório

produtor.

Notas:

A anamnese é de fundamental importância antes da indicação do SAD, vez que o mesmo pode causar reações adversas;

Como não existe imunoglobulina antidiftérica para substituir o SAD, devem ser adotados os procedimentos para a prevenção da ocorrência de reações imediatas de hipersensibilidade, descritos nesta Parte IV, tópico 2, ítem 2.2.

A possibilidade da ocorrência de reações adversas nunca contraindica a prescrição do soro.

Page 447: Manual de..procedimentos vacinas

439

7.4. Conservação

O SAD é conservado entre +2 ºC e +8 ºC, sendo ideal +5 ºC,

conforme orientado na Parte II deste Manual, no tópico 5.

.

7.5. Dose e volume

A dose do SAD depende da gravidade do caso, sendo administrada, de

maneira geral, nas:

Formas leves (nasal, cutânea, amigdaliana): 40.000 UI, por via

intramuscular, conforme orientado neste Manual, na Parte II,

tópico 5, item 5.4.4;

Formas laringoamigdalianas ou mistas: 60.000 a 80.000 UI, por

via endovenosa, conforme orientado neste Manual, na Parte II,

tópico 5, item 5.4.5;

Formas graves e extensas ou tardias (quatro dias da doença):

80.000 a 120.000 UI, por via endovenosa, conforme orientado

neste Manual, na Parte II, tópico 5, item 5.4.5.

7.6. Via de administração

O SAD pode ser administrado por via intramuscular. A injeção pela via

intramuscular é feita na região do deltóide, na face externa superior do braço,

no vastolateral da coxa. Em criança menor de dois anos dar preferência ao

músculo vastolateral da coxa.

Em algumas situações o soro pode ser administrado por via endovenosa

de acordo com a prescrição e dependendo da gravidade do caso.

Notas:

O SAD não pode ser congelado, caso atinja uma temperatura de 0ºC proceder conforme orientado neste Manual, na Parte II, tópico 5, item 5.5.2.

O congelamento provoca a perda de potência do soro.

Page 448: Manual de..procedimentos vacinas

440

7.7. Administração

7.7.1. Procedimentos básicos no preparo do soro

Antes de administrar o SAD o profissional de saúde deve:

Lavar as mãos com água e sabão, conforme orientado neste

Manual, na Parte II, tópico 6, item 6.1;

Organizar todo o material para administrar o soro: seringa, agulha

e outros, conforme orientado neste Manual, na Parte II, tópicos 3

e 6;

Organizar o material para realizar os procedimentos prévios à

administração de soros heterólogos: anti-histamínico, corticóide,

oxigênio, adrenalina, aminofilina, soro glicosado e fisiológico,

equipos de soro e outros, conforme orientado nesta Parte IV,

tópico 2;

Notas:

• Nos casos leves e moderados, administrar toda a dose do SAD indicada por via intramuscular, tomando-se o cuidado de dividir a dose e usar massas musculares diferentes.

• Nos casos graves, administrar parte da dose 40.000 UI por via intramuscular e o restante por via endovenosa, ou toda dose por via endovenosa.

• Para administrar por via endovenosa diluir em 100 ml de soro fisiológico a 0,9% ou glicosado a 5%, com gotejamento de 20 a 30 gotas por minuto.

• O SAD nunca deve ser administrado por via subcutânea, considerando a necessidade de uma concentração sérica elevada e rápida, suficiente para neutralizar a toxina impedindo que chegue a circulação sanguínea.

Notas:

As mãos devem ser lavadas antes e depois do preparo e da administração do SAD.

Observar a técnica de assepsia na preparação do SAD: manusear sem contaminar a seringa, a agulha e o frasco do soro.

Esses procedimentos são fundamentais para prevenir reações locais.

Page 449: Manual de..procedimentos vacinas

441

Retirar o soro do refrigerador, verificando o nome do mesmo, bem

como o prazo de validade, conforme orientado neste Manual, na

Parte II, tópicos 3, 5 e 6;

Preparar o SAD conforme orientado neste Manual, na Parte II,

tópico 6, na dose prescrita pelo médico;

Fazer um movimento rotatório em sentido único com a ampola ou

frasco para que ocorra a homogeneização do produto;

Aspirar o volume prescrito, verificando na graduação da seringa

se a dosagem está correta;

7.7.2. Procedimentos básicos na administração do SAD

Para a administração do SAD são procedimentos básicos:

Preparar a pessoa, colocando-a em posição segura e confortável

conforme orientado na Parte II deste Manual, no tópico 3, item

3.3.2. que trata do acolhimento e triagem da clientela, bem como

no tópico 6, item 6.4.4. sobre os procedimentos básicos para

administração de injeções por via intramuscular;

Fazer a limpeza no local da administração, caso necessário;

Nota:

15 a 30 minutos antes de administrar o SAD deve-se realizar o tratamento profilático conforme orientado nesta Parte do Manual no tópico 2 ítem 2.2.

Notas:

Quando necessário, a limpeza da pele deve ser feita com água e sabão.

O álcool comum não deve ser utilizado pela sua baixa volatilidade (demora a secar) e pelo baixo poder antisséptico.

Em situações excepcionais, quando não houver água e sabão (vacinação na zona rural e em ambiente hospitalar), utilizar o álcool a 70%.

Quando usar o álcool 70% para limpeza da pele friccionar o algodão embebido por 30 segundos e, em seguida, esperar mais 30 segundos para permitir a secagem da pele, deixando-a sem vestígios do produto de modo a evitar qualquer interferência do álcool no procedimento.

Page 450: Manual de..procedimentos vacinas

442

Introduzir a agulha, adequando o ângulo de aplicação à massa

muscular da região escolhida;

Administrar o SAD lentamente;

Estar atento à ocorrência de eventos adversos imediatos;

Orientar a pessoa para relatar qualquer sintoma importante;

Manter a pessoa sob permanente observação, com soro

fisiológico, via endovenosa, fazendo controle dos sinais vitais;

Observar sinais de inquietação, dificuldade respiratória, edema no

local da administração, dentre outros.

Notas:

Para administrar o soro em menores de dois anos, localizar visualmente o músculo vasto lateral da coxa e fazer uma prega entre o dedo indicador e o polegar, com a introdução da agulha no terço médio da coxa (vasto lateral).

Adequar a agulha ao ângulo de administração conforme massa muscular da pessoa a ser vacinada.

No caso do músculo deltóide, em pessoas acima de dois anos, a administração será feita na face externa superior do braço.

Esses procedimentos são fundamentais na prevenção de abscessos frios.

Notas:

• Quando a via escolhida for a endovenosa, principalmente em crianças, adotar o seguinte procedimento diluir a dose a ser administrada em soro glicosado a 5% ou soro fisiológico a 0,9% (300 a 400 ml), infundindo-a lentamente (cerca de 10 a 15 gotas por minuto);

• Quando, apesar desses cuidados, surgir reação pirogênica (febre alta, tremores musculares sem alterações de pressão arterial e do pulso) suspender a administração do SAD até que haja uma regressão das manifestações;

• Preparar nova solução do SAD, deduzindo a quantidade já infundida (adotar cuidados que evitem contaminação e trocar o equipo do soro) e reinstalar (10 a 15 gotas/minuto), observando possíveis reações.

Page 451: Manual de..procedimentos vacinas

443

7.7.3. Procedimentos básicos após a administração do SAD

Após administrar o SAD são procedimentos básicos:

Manter a atenção sobre a ocorrência de eventos adversos

imediatos, deixando a pessoa sob observação por, pelo menos,

duas horas, mantendo acesso venoso com soro fisiológico;

Desprezar a seringa e a agulha na caixa de perfurocortante,

conforme orientado neste Manual, na Parte II, no tópico 4, item

4.2. que trata dos cuidados com o lixo e no tópico 6, item 6.2.

sobre a utilização de seringas e agulhas;

Lavar as mãos com água e sabão, conforme orientado nesta

Parte do Manual, tópico 6, item 6.1.

Registrar no comprovante a data, o número do lote e a validade

do SAD administrado, conforme orientado neste Manual, na Parte

II, tópico 3, itens 3.3.3 e 3.3.5, e também no tópico 7;

Informar à pessoa vacinada ou seu acompanhante sobre a

possibilidade do aparecimento das reações consideradas como

mais comuns;

Notas:

Ocorrendo qualquer reação, suspender temporariamente a administração do SAD, mantendo veia aberta com soro fisiológico até nova orientação médica.

Esperar 10 a 15 minutos para reiniciar a administração do SAD, subtraindo a quantidade já administrada;

Manter a pessoa sob rigorosa observação e controle dos sinais vitais.

Page 452: Manual de..procedimentos vacinas

444

Orientar a pessoa ou seu acompanhante sobre o retorno, quando

for o caso, para, por exemplo, complementar esquema de

vacinação.

Nota:

A pessoa deve ser alertada para procurar o serviço de saúde caso apareça qualquer reação, principalmente entre o sétimo e o 12º dia após o recebimento do SAD, como febre, urticária, dores musculares, aumento de gânglios, etc.

Como a difteria nem sempre confere imunidade, a pessoa, após a alta, deve ser encaminhada para vacinação com a tríplice (DPT) ou com dupla (dT):

- os não vacinados devem iniciar o esquema básico;

- os que têm vacinação incompleta devem completar o esquema; e

- os que têm esquema completo devem fazer um reforço.

Page 453: Manual de..procedimentos vacinas

445

8. Soro antibotulínico (SAB)

8.1. Indicação

O soro antibotulínico (SAB) é indicado para o tratamento do botulismo

visando eliminar a toxina circulante e a sua fonte de produção: o Clostridium

botulinum.

O soro deve ser administrado o mais precocemente possível, mas antes

devem ser colhidas todas as amostras para o diagnóstico laboratorial.

A administração precoce do SAB é considerada como a parte mais

importante do tratamento, além disso, é fundamental o tratamento de suporte

em UTI para garantir as condições necessárias à recuperação e à sobrevida do

paciente.

O SAB, para ter ação rápida e eficaz, deve ser administrado o mais

precocemente possível, (para atuar sobre a toxina circulante no sangue), vez

que não tem ação sobre a toxina que já se fixou no sistema nervoso. Como é

usado apenas para o tratamento do botulismo o SAB é administrado em

unidades hospitalares.

Notas:

A anamnese é de fundamental importância antes da indicação do SAB, para que se identifique a possível causa da intoxicação botulínica;

Como não existe imunoglobulina antidibotulínica para substituir o SAB, devem ser adotados os procedimentos para a prevenção da ocorrência de reações imediatas de hipersensibilidade, descritos nesta Parte IV, tópico 2, ítem 2.2.

A possibilidade da ocorrência de reações adversas nunca contraindica a prescrição do soro, exceção feita quando o paciente for criança.

O soro não é indicado para crianças devido à possibilidade de agravamento do caso.

Page 454: Manual de..procedimentos vacinas

446

8.2. Composição

O SAB é uma preparação purificada obtida do soro de eqüinos

hiperimunizados com a toxina botulínica, contendo anticorpos para a

imunização passiva.

Três tipos de SAB estão disponíveis para eliminação das toxinas A, B e

E do Clostridium botulinum.

8.3. Apresentação

O SAB é apresentado sob a forma líquida, em ampolas de 10 ml,

contendo anticorpos da toxina botulínica.

8.4. Conservação

O SAB é conservado entre +2 ºC e +8 ºC, sendo ideal +5 ºC,

conforme orientado na Parte II deste Manual, no tópico 5.

.

8.5. Dose e volume

Na embalagem do SAB está indicada a concentração do soro necessária

para neutralizar as toxinas ainda circulantes na corrente sanguínea e reduzir a

produção de novas toxinas.

A dose do SAB é única e deve ser feita o mais precocemente possível.

Nos adultos está indicado o uso de um frasco do soro (10 ml) por via

endovenosa.

8.6. Via de administração

O SAB é administrado por via endovenosa.

A ampola do soro (10 ml) deve ser diluída em soro fisiológico a 0,9% ou

soro glicosado a 5% (100 ml para uma ampola de 10 ml)

Notas:

O SAB não pode ser congelado, caso atinja uma temperatura de 0ºC proceder conforme orientado neste Manual, na Parte II, tópico 5, item 5.5.2.

O congelamento provoca a perda de potência do soro.

Page 455: Manual de..procedimentos vacinas

447

8.7. Administração

8.7.1. Procedimentos básicos no preparo do soro

Antes de administrar o SAB o profissional de saúde deve:

Lavar as mãos com água e sabão, conforme orientado neste Manual,

na Parte II, tópico 6, item 6.1;

Organizar todo o material para administrar o soro: seringa, agulha e

outros, conforme orientado neste Manual, na Parte II, tópicos 3 e 6;

Organizar o material para realizar os procedimentos prévios à

administração de soros heterólogos: anti-histamínico, corticóide,

oxigênio, adrenalina, aminofilina, soro glicosado e fisiológico, equipos

de soro e outros, conforme orientado nesta Parte IV, tópico 2;

Retirar o soro do refrigerador, verificando o nome do mesmo, bem

como o prazo de validade, conforme orientado neste Manual, na Parte

II, tópicos 3, 5 e 6;

Preparar o SAB conforme orientado neste Manual, na Parte II, tópico

6, na dose prescrita pelo médico;

Fazer um movimento rotatório em sentido único com a ampola ou

frasco para que ocorra a homogeneização do produto;

Aspirar o volume prescrito, verificando na graduação da seringa se a

dosagem está correta;

8.7.2. Procedimentos básicos na administração do SAB Para a administração do SAB são procedimentos básicos:

Notas:

As mãos devem ser lavadas antes e depois do preparo e da administração do SAB.

Observar a técnica de assepsia na preparação do SAB: manusear sem contaminar a seringa, a agulha e o frasco do soro.

Esses procedimentos são fundamentais para prevenir reações locais.

Page 456: Manual de..procedimentos vacinas

448

Preparar a pessoa, colocando-a em posição segura e confortável

conforme orientado na Parte II deste Manual, no tópico 3, item 3.3.2.

que trata do acolhimento e triagem da clientela, bem como no tópico ,

item 6 sobre os procedimentos básicos para administração de

injeções por via endovenosa;

Fazer a limpeza no local da administração, caso necessário;

Passar a tira elástica (garrote) acima do local escolhido, a fim de

produzir uma estase venosa (figura II-55);

I

ntroduzir a agulha conforme orientado neste Manual na Parte II, no

tópico 6, item 6.4.5.;

Nota:

15 a 30 minutos antes de administrar o SAB deve-se realizar o tratamento profilático conforme orientado nesta Parte do Manual no tópico 2 ítem 2.2.

A pessoa deve estar sempre deitada ou sentada e jamais de pé.

Quando o local da administração for o membro superior ou inferior estendê-los.

Notas:

Quando necessário, a limpeza da pele deve ser feita com água e sabão.

O álcool comum não deve ser utilizado pela sua baixa volatilidade (demora a secar) e pelo baixo poder antissético.

Em situações excepcionais, quando não houver água e sabão (vacinação na zona rural e em ambiente hospitalar), utilizar o álcool a 70%.

Quando usar o álcool 70% para limpeza da pele friccionar o algodão embebido por 30 segundos e, em seguida, esperar mais 30 segundos para permitir a secagem da pele, deixando-a sem vestígios do produto de modo a evitar qualquer interferência do álcool no procedimento.

Nota:

Para a administração do SAB diluir a dose do soro a ser administrada em soro fisiológico ou glicosado a 5% (100 a 200 ml), infundindo-a em aproximadamente uma hora.

Page 457: Manual de..procedimentos vacinas

449

Administrar o SAB lentamente;

Estar atento à ocorrência de eventos adversos imediatos;

Orientar a pessoa para relatar qualquer sintoma importante;

Manter a pessoa sob permanente observação, com soro fisiológico,

via endovenosa, fazendo controle dos sinais vitais;

Observar sinais de inquietação, dificuldade respiratória, edema no

local da administração, dentre outros.

8.7.3. Procedimentos básicos após a administração do SAB

Após administrar o SAB são procedimentos básicos:

Manter acesso venoso com soro fisiológico ou glicosado a 5%,

gotejamento de 10 a 15 gotas/minuto;

Manter a atenção sobre a ocorrência de eventos adversos imediatos,

deixando a pessoa sob observação por, pelo menos, duas horas,

mantendo acesso venoso com soro fisiológico;

Desprezar a seringa e a agulha na caixa de perfurocortante, conforme

orientado neste Manual, na Parte II, no tópico 4, item 4.2. que trata

dos cuidados com o lixo e no tópico 6, item 6.2. sobre a utilização de

seringas e agulhas;

Lavar as mãos com água e sabão, conforme orientado nesta Parte do

Manual, tópico 6, item 6.1.

Registrar o número do lote e a validade do SAB administrado;

Nota:

Quando apesar da diluição do soro surgir reação pirogênica (febre alta, tremores musculares sem alterações de pressão arterial e do pulso) suspender a administração do SAB até que haja uma regressão das manifestações;

Preparar nova solução do SAB, deduzindo a quantidade já infundida (adotar cuidados que evitem contaminação e trocar o equipo do soro) e reinstalar, observando possíveis reações.

Page 458: Manual de..procedimentos vacinas

450

Registrar no comprovante a data, o número do lote e a validade do

SAB administrado, conforme orientado neste Manual, na Parte II,

tópico 3, itens 3.3.3 e 3.3.5, e também no tópico 7;

Informar à pessoa vacinada ou seu acompanhante sobre a

possibilidade do aparecimento das reações consideradas como mais

comuns.

Page 459: Manual de..procedimentos vacinas

451

9. Imunoglobulina humana antivaricela zóster (IGHAVZ)

9.1. Indicação

A imunoglobulina humana antivaricela zóster (IGHAVZ) é utilizada em

comunicantes suscetíveis de pessoas com varicela zóster que se encontram

em situações especiais de risco, sendo administrada até 96 horas depois da

ocorrência do contato.

São comunicantes suscetíveis que podem se encontrar em situações de

risco:

Criança e adulto imunocomprometido;

Gestante;

Recém-nascido cuja mãe teve varicela nos últimos cinco dias da

gestação ou até 48 horas depois do parto;

Recém-nascido prematuro (com 28 semanas ou mais de

gestação) cuja mãe nunca teve varicela;

Recém-nascido prematuro (com menos de 28 semanas de

gestação, ou com menos de um quilo) independente de história

materna de varicela;

Paciente transplantado que teve contato próximo com um caso de

varicela ou herpes zoster e tiver menos que 24 meses do

transplante.

A IGHAVZ só deve ser administrada nessas situações quando:

O contato domiciliar é contínuo;

A pessoa permanece junto ao doente durante pelo menos uma

hora em ambiente fechado;

O contato é hospitalar: pessoa internada no mesmo quarto do

doente ou que tenha mantido contato direto prolongado com esse

doente. Exemplo: profissionais de saúde, agentes de limpeza,

acompanhantes, dentre outros.

Page 460: Manual de..procedimentos vacinas

4

9.2. Composição

A IGHAVZ é uma solução concentrada e purificada de anticorpos,

preparada a partir de hemoderivados obtidos do plasma de doadores

selecionados (convalescentes de varicela ou de herpes zóster) com altos títulos

de anticorpos específicos. Contém também timerosal como conservante.

9.3. Apresentação

A IGHAVZ é apresentada sob a forma líquida, em frasco-ampola

contendo 1,25 a 2,5ml com 125 UI a depender do laboratório produtor.

9.4. Conservação

A IGHAVZ é conservada entre +2 ºC e +8 ºC, sendo ideal +5 ºC,

conforme orientado na Parte II deste Manual, no tópico 5.

9.5. Dose e volume

A dose da IGHAVZ é de 125 UI/10 kg de peso corporal, independente da

idade.

A dose mínima é de 125 UI e a dose máxima é de 625 UI.

Nota:

No caso de herpes zóster o contato é considerado significativo quando houver proximidade física (abraço, por exemplo) entre o doente e o suscetível.

O período de transmissibilidade da varicela em pessoa imunocompetente estende-se de um a dois dias antes até cinco dias depois do aparecimento da última vesícula.

Pessoa imunocomprometida com varicela ou com herpes zóster generalizado constitui fonte de infecção enquanto surgirem novas lesões.

Notas:

A IGHAVZ não pode ser congelada, caso atinja uma temperatura de 0ºC proceder conforme orientado neste Manual, na Parte II, tópico 5, item 5.5.2.

O congelamento provoca a perda de potência do produto.

52

Page 461: Manual de..procedimentos vacinas

453

9.6. Via de administração

A IGHAVZ é administrada por via intramuscular, conforme orientado

neste Manual, na Parte II, tópico 6, item 6.4.4.

A injeção é feita na região do deltóide, na face externa superior do

braço, ou no vastolateral da coxa. Em criança menor de dois anos dar

preferência ao músculo vastolateral da coxa.

9.7. Administração

9.7.1. Procedimentos básicos no preparo da IGHAVZ

Antes de administrar a IGHAVZ o profissional de saúde deve:

Lavar as mãos com água e sabão, conforme orientado neste

Manual, na Parte II, tópico 6, item 6.1;

Organizar o material para administrar a IGHAVZ: seringa, agulha

e outros, conforme orientado neste Manual, na Parte II, tópicos 3

e 6;

Retirar a IGHAVZ do refrigerador, verificando o nome da mesma,

bem como o prazo de validade, conforme orientado neste Manual,

na Parte II, tópicos 3, 5 e 6;

Preparar a IGHAVZ conforme orientado neste Manual, na Parte II,

tópico 6, na dose prescrita pelo médico;

Fazer um movimento rotatório em sentido único com a ampola ou

frasco para que ocorra a homogeneização do produto;

Notas:

As mãos devem ser lavadas antes e depois do preparo e da administração da IGHAVZ.

Observar a técnica de assepsia na preparação da IGHAVZ: manusear sem contaminar a seringa, a agulha e o frasco do produto.

Esses procedimentos são fundamentais para prevenir reações locais.

Page 462: Manual de..procedimentos vacinas

454

Aspirar o volume prescrito, verificando na graduação da seringa

se a dosagem está correta;

9.7.2. Procedimentos básicos na administração da IGHAVZ Para a administração da IGHAVZ são procedimentos básicos:

Preparar a pessoa, colocando-a em posição segura e confortável

conforme orientado na Parte II deste Manual, no tópico 3, item

3.3.2. que trata do acolhimento e triagem da clientela, bem como

no tópico 6, item 6.4.4. sobre os procedimentos básicos para

administração de injeções por via intramuscular;

Fazer a limpeza no local da administração, caso necessário;

Introduzir a agulha, adequando o ângulo de aplicação à massa

muscular da região escolhida;

Notas:

Quando necessário, a limpeza da pele deve ser feita com água e sabão.

O álcool comum não deve ser utilizado pela sua baixa volatilidade (demora a secar) e pelo baixo poder antisséptico.

Em situações excepcionais, quando não houver água e sabão (vacinação na zona rural e em ambiente hospitalar), utilizar o álcool a 70%.

Quando usar o álcool 70% para limpeza da pele friccionar o algodão embebido por 30 segundos e, em seguida, esperar mais 30 segundos para permitir a secagem da pele, deixando-a sem vestígios do produto de modo a evitar qualquer interferência do álcool no procedimento.

Notas:

Para administrar a IGHAVZ em menores de dois anos, localizar visualmente o músculo vasto lateral da coxa e fazer uma prega entre o dedo indicador e o polegar, com a introdução da agulha no terço médio da coxa (vasto lateral).

Adequar a agulha ao ângulo de administração conforme massa muscular da pessoa a ser vacinada.

No caso do músculo deltóide, em pessoas acima de dois anos, a administração será feita na face externa superior do braço.

Esses procedimentos são fundamentais na prevenção de abscessos frios.

Page 463: Manual de..procedimentos vacinas

455

Administrar a IGHAVZ lentamente.

9.7.3. Procedimentos básicos após a administração da IGHAVZ

Após administrar a IGHAVZ são procedimentos básicos:

Estar atento à ocorrência de eventos adversos imediatos;

Orientar a pessoa para relatar qualquer sintoma importante;

Desprezar a seringa e a agulha na caixa de perfurocortante,

conforme orientado neste Manual, na Parte II, tópico 3, item 3.2;

Registrar o número do lote e a validade da IGHAVZ administrada;

Orientar a pessoa ou seu acompanhante sobre questões

específicas e sobre o retorno, quando for o caso.

Nota:

A técnica a ser utilizada para administrar a IGHAVZ é a da injeção intramuscular, conforme orientado neste Manual, na Parte II, tópico 6, item 6.4.4.

Page 464: Manual de..procedimentos vacinas

456

10. Imunoglobulina humana anti-hepatite tipo B

(IGHAHB)

10.1. Indicação

A imunoglobulina humana anti-hepatite tipo B (IGHAHB) é indicada para

pessoas não vacinadas que foram submetidas à exposição ao vírus da hepatite

B nas seguintes situações:

Recém-nascido, cuja mãe tem sorologia positiva para HBsAg

(antígeno de superfície do vírus da hepatite B);

Pessoa que sofreu acidente com ferimento de membrana mucosa

ou cutâneo provocado por instrumento perfurocortante

contaminado com sangue positivo para HBsAg;

Pessoa que manteve contato sexual com pessoa que tem

sorologia positiva para HBsAg;

Pessoa vítima de abuso sexual;

Pessoa imunodeprimida após exposição de risco, mesmo que

previamente vacinados.

Nota:

No caso de recém-nascido cuja mãe tem sorologia positiva para HBsAg, é imprescindível a administração da IGHAHB e da vacina contra a hepatite B, nas primeiras 12 horas de vida.

Criança pré-termo, criança cuja mãe é AgHB positiva, com idade gestacional menor que 33 semanas ou peso menor que 2.000g, deve receber a IGHAHB e a vacina contra a hepatite B, nas primeiras 12 horas de vida e, uma dose extra de vacina aos dois meses de idade, além do esquema recomendado.

Nota:

No caso de contato sexual administrar a IGHAHB e iniciar o esquema de vacinação, preferencialmente até 14 dias depois do contato.

Page 465: Manual de..procedimentos vacinas

457

10.2. Composição

A IGHAHB é obtida do plasma de doadores selecionados, submetidos

recentemente à imunização ativa contra a hepatite B e que apresenta altos

títulos de anticorpos específicos (anti-HBsAg).

10.3. Apresentação

A IGHAHB é apresentada sob a forma líquida, em frasco-ampola

contendo 1ml, 2ml, ou 5 ml, com 200 unidades por ml.

10.4. Conservação

A IGHAHB é conservada entre +2 ºC e +8 ºC, sendo ideal +5 ºC,

conforme orientado na Parte II deste Manual, no tópico 5.

10.5. Dose e volume

A dose da IGHAHB é única de 0,06 ml/kg de peso corporal. Para recém-

nascidos e lactentes a dose indicada é de 100 UI ou 0,5 ml.

10.6. Via de administração

A IGHAHB é administrada por via intramuscular, conforme orientado

neste Manual, na Parte II, tópico 6, item 6.4.4, ou de acordo com a prescrição

médica.

A injeção é feita na região do deltóide, na face externa superior do braço

ou no vastolateral da coxa. Em criança menor de dois anos dar preferência ao

músculo vastolateral da coxa.

Notas:

A IGHAHB não pode ser congelada, caso atinja uma temperatura de 0ºC proceder conforme orientado neste Manual, na Parte II, tópico 5, item 5.5.2.

O congelamento provoca a perda de potência do produto.

Page 466: Manual de..procedimentos vacinas

458

10.7. Administração

10.7.1. Procedimentos básicos no preparo da IGHAHB

Antes de administrar a IGHAHB o profissional de saúde deve:

Lavar as mãos com água e sabão, conforme orientado neste Manual,

na Parte II, tópico 6, item 6.1;

Organizar todo o material para administrar o soro: seringa, agulha e

outros, conforme orientado neste Manual, na Parte II, tópicos 3 e 6;

Retirar a IGHAHB do refrigerador, verificando o nome da mesma, bem

como o prazo de validade, conforme orientado neste Manual, na Parte

II, tópicos 3, 5 e 6;

Preparar a IGHAHB conforme orientado neste Manual, na Parte II,

tópico 6, na dose prescrita pelo médico;

Fazer um movimento rotatório em sentido único com a ampola ou

frasco para que ocorra a homogeneização do produto;

Aspirar o volume prescrito, verificando na graduação da seringa se a

dosagem está correta;

10.7.2. Procedimentos básicos na administração da IGHAHB Para a administração da IGHAHB são procedimentos básicos:

Preparar a pessoa, colocando-a em posição segura e confortável

conforme orientado na Parte II deste Manual, no tópico 3, item

3.3.2. que trata do acolhimento e triagem da clientela, bem como

Notas:

As mãos devem ser lavadas antes e depois do preparo e da administração da IGHAHB.

Observar a técnica de assepsia na preparação da IGHAHB: manusear sem contaminar a seringa, a agulha e o frasco do soro.

Esses procedimentos são fundamentais para prevenir reações locais.

Page 467: Manual de..procedimentos vacinas

459

no tópico 6, item 6.4.4. sobre os procedimentos básicos para

administração de injeções por via intramuscular;

Fazer a limpeza no local da administração, caso necessário;

Introduzir a agulha, adequando o ângulo de aplicação à massa

muscular da região escolhida;

Administrar a IGHAHB lentamente.

Nota:

A técnica a ser utilizada para administrar a IGHAHB é a da injeção intramuscular, conforme orientado neste Manual, na Parte II, tópico 6, item 6.4.4.

Notas:

Quando necessário, a limpeza da pele deve ser feita com água e sabão.

O álcool comum não deve ser utilizado pela sua baixa volatilidade (demora a secar) e pelo baixo poder antissético.

Em situações excepcionais, quando não houver água e sabão (vacinação na zona rural e em ambiente hospitalar), utilizar o álcool a 70%.

Quando usar o álcool 70% para limpeza da pele friccionar o algodão embebido por 30 segundos e, em seguida, esperar mais 30 segundos para permitir a secagem da pele, deixando-a sem vestígios do produto de modo a evitar qualquer interferência do álcool no procedimento.

Notas:

Para administrar a IGHAHB em menores de dois anos, localizar visualmente o músculo vasto lateral da coxa e fazer uma prega entre o dedo indicador e o polegar, com a introdução da agulha no terço médio da coxa (vasto lateral).

Adequar a agulha ao ângulo de administração conforme massa muscular da pessoa a ser vacinada.

No caso do músculo deltóide, em pessoas acima de dois anos, a administração será feita na face externa superior do braço.

Esses procedimentos são fundamentais na prevenção de abscessos frios.

Page 468: Manual de..procedimentos vacinas

460

10.7.3. Procedimentos básicos após a administração da IGHAHB

Após administrar a IGHAHB são procedimentos básicos:

Estar atento à ocorrência de eventos adversos imediatos;

Orientar a pessoa para relatar qualquer sintoma importante;

Desprezar a seringa e a agulha na caixa de perfurocortante,

conforme orientado neste Manual, na Parte II, tópico 3, item 3.2;

Registrar o número do lote e a validade da IGHAHB administrada;

Orientar a pessoa ou seu acompanhante sobre questões

específicas e sobre o retorno, quando for o caso.

Page 469: Manual de..procedimentos vacinas

461

11. Soros específicos contra venenos de animais peçonhentos

11.1. Indicação

Acidentes por animais peçonhentos são ocorrências que se caracterizam

por envenenamentos causados por toxinas inoculadas no organismo humano

através das presas de serpentes, de picadas de escorpiões, de aranhas, e por

meio do contato de cerdas de lagartas com a pele.

Essas ocorrências podem determinar alterações locais (na região da

picada/ferrada/contato) ou manifestações sistêmicas, sendo mais graves, de

maneira geral, nas crianças com menos de sete anos e nos adultos com mais

de 50 anos. Crianças e idosos, portanto, devem ser observados rigorosamente

para detectar precocemente qualquer sinal ou sintoma que indique a

necessidade de imediata intervenção.

Como essas ocorrências, muito comuns no Brasil, podem ser de alta

gravidade a adoção de medidas deve ser imediata com o objetivo de diminuir,

ao máximo, o risco de vida para o acidentado (sequelas e mortes).

Estão disponíveis soros contra o veneno dos seguintes animais

peçonhentos de importância para a saúde pública:

a) as serpentes dos gêneros Bothrops (jararaca, jararacuçu, urutu,

caiçara); Crotalus (cascavel); Lachesis (surucucu e surucucu pico-

de-jaca); e Micrurus (coral verdadeira);

b) os escorpiões do gênero Tityus;

c) as aranhas dos gêneros Latrodectus (viúva-negra), Phoneutria

(aranha armadeira) e Loxosceles (aranha-marrom); e

d) as lagartas do gênero Lonomia.

O soro é composto de anticorpos prontos e a sua administração

caracteriza a imunização passiva, constituindo-se, assim, em tratamento.

Page 470: Manual de..procedimentos vacinas

462

A soroterapia, portanto não produz imunidade permanente e no caso de

outro acidente com veneno da mesma espécie de animal peçonhento é

necessário repetir a soroterapia.

No Quadro I na seqüência, é apresentado de forma sintetizada o grupo,

o gênero e nomes populares para alguns animais peçonhentos e o tipo de

acidente provocado.

Quadro IV-3: Animais peçonhentos segundo grupos a que pertencem, gênero, nome popular e tipo de acidente causado

Grupo do animal Gênero do animal

Nome popular Tipo de acidente

Serpentes Bothrops Jararaca, jararacuçu, urutu e caiçara

Botrópico

Lachesis Surucucu, surucucu pico de jaca Laquético

Crotalus Cascavel Crotálico

Micrurus Coral verdadeira Elapídico

Escorpiões Tityus Escorpião, lacrau Escorpionismo

Aranhas Loxosceles Aranha marrom Loxoscelismo

Lagarta Lonomia Taturana, oruga ou ruga. Erucismo

Fonte: Guia de Vigilância Epidemiológica, Caderno 14. 7ª Ed 2009. Adaptado pelos revisores

Quadro IV-4: Mecanismos de ação dos venenos peçonhentos de acordo com o tipo e os efeitos fisiopatológicos

Atividades/ Mecanismos

Tipos de Venenos Efeitos fisiopatológicos

Inflamatória aguda Botrópico e laquético Lesão endotelial e necrose de tecido no local da picada/ferrada/contato.

Liberação de mediadores inflamatórios.

Coagulante Botrópico, laquético e crotálico

Incoagulabilidade sanguínea (favorece formação de trombos)

Hemorrágica Botrópico e laquético Sangramentos na região da picada (equimose) e à distância (gengivorragia, hematúria)

Neurotóxica Crotálico e elapídico Bloqueio da junção neuromuscular (paralisias de grupos musculares)

Page 471: Manual de..procedimentos vacinas

463

Miotóxica Crotálico Rabdomiólise (dores musculares generalizadas) e escurecimento da urina.

Neurotóxica vagal Laquético Estimulação colinérgicca (náuseas, vômitos, dor abdominal, diarréia, hipotensão e choque).

Fonte: Guia de Vigilância Epidemiológica, Caderno 14. 7ª Ed 2009. Adaptado pelos revisores.

Na ocorrência de acidente causado por animal peçonhento as

seguidas medidas de ordem geral devem ser adotadas:

Conduzir o acidentado imediatamente para uma unidade de

saúde a fim de que este receba cuidados imediatos, adequados e

específicos, a exemplo da soroterapia indicada para o tipo de

animal que causou o acidente (conforme orientado a seguir).

Não amarrar ou fazer torniquete próximo do local da picada (no

caso de serpente) ou da inoculação por ferrão (no caso de

escorpião e aranha) ou do contato com as cerdas (no caso

lagarta) para que o sangue circule normalmente;

Não colocar no local da picada ou da ferrada ou do contato

substâncias como folhas, pó de café ou terra, para evitar a

ocorrência de infecções secundárias;

Não sugar o local da picada ou da ferrada ou do contato, pela

possível ocorrência de infecção e hemorragia;

Não cortar o local da picada ou da ferrada ou do contato, pois

alguns venenos podem provocar hemorragias e os cortes feitos no

local do acidente, com canivetes e outros objetos contaminados,

favorecem a ocorrência de hemorragias e infecções;

Não oferecer ao acidentado substâncias como querosene, bebida

alcoólica, urina ou fumo, pois estas substâncias, além de não

Nota:

O garrote ou torniquete impede a circulação, podendo produzir necrose ou gangrena.

Page 472: Manual de..procedimentos vacinas

464

serem benéficas, podem causar intoxicação ou problemas

gastrointestinais;

Manter o acidentado deitado, em repouso, não permitindo que

ande, corra ou se locomova por seus próprios meios: a locomoção

aumenta a circulação sanguínea e facilita a absorção do veneno e,

em caso de acidentes causados por serpentes do gênero Bothrops

como jararacas caiçaras, jararacuçus e outros tipos de animais, os

ferimentos se agravam.

11.2. Composição

O soro utilizado para neutralizar venenos de animais peçonhentos é

obtido a partir do sangue de cavalos hiperimunizados, ou seja, cavalos em que

foi inoculado veneno de animal específico pertencente aos seguintes grupos:

a) quatro gêneros de serpentes peçonhentas;

b) três gêneros de aranhas;

c) escorpião; e

d) lagarta.

O soro antipeçonhento é composto de anticorpos prontos e pode vir em

apresentação monovalente ou polivalente.

Atualmente, os tipos de soros antivenenos disponíveis são:

a) antibotrópico;

b) anticrotálico;

c) antilaquético;

d) antibotrópico/crotálico;

Nota:

No caso de picada nas pernas e braços mantê-los em posição mais elevada do que o corpo, colocando uma almofada ou travesseiro como apoio embaixo do membro afetado.

Page 473: Manual de..procedimentos vacinas

465

e) antibotrópico/laquético;

f) antielapídico;

g) antiaracnídico;

h) antiescorpiônico; e

i) antilonômico.

11.3. Apresentação

Os soros antivenenos são apresentados na forma líquida e cada ampola

corresponde a 10 ml.

Na embalagem do soro está indicada a concentração neutralizante, ou

seja, a quantidade de veneno que será neutralizada.

11.4. Conservação

Os soros antivenenos são conservados entre +2 ºC e + 8 ºC, sendo

ideal +5 ºC, conforme orientado na Parte II deste Manual, no tópico 5.

.

Notas:

Para a administração do soro específico é fundamental a identificação do animal que causou o acidente e dos sinais e sintomas imediatos.

Os sinais e sintomas imediatos de um acidente por animal peçonhento são característicos para cada tipo de envenenamento, conforme descrito na sequência

O soro antiaracnídico é um soro polivalente porque neutraliza o veneno das aranhas dos gêneros Phoneutria, Loxosceles e Lycosa, bem como dos escorpiões do gênero Tityus.

Notas:

Os soros antivenenos não podem ser congelados, caso atinjam uma temperatura de 0ºC proceder conforme orientado neste Manual, na Parte II, tópico 5, item 5.5.2.

O congelamento provoca a perda de potência dos soros.

Page 474: Manual de..procedimentos vacinas

466

11.5. Dose e volume

A dose a ser administrada depende de cada acidente e do tipo de animal

causador, sendo igual para criança e para o adulto.

São fatores importantes na avaliação de cada caso:

a) o tipo de animal peçonhento;

b) a gravidade;

c) as manifestações locais ou sistêmicas; e

d) as circunstâncias do acidente.

Para que o soro possa neutralizar o veneno e curar o acidentado é

necessário que:

Seja específico para o tipo de veneno do animal que provocou o

acidente;

S

e

j

a

administrado dentro do menor tempo possível, após a

picada/ferrada/contato;

Seja administrado na dose necessária de acordo com a gravidade,

para neutralizar o veneno circulante;

Nota:

Quando o número de ampolas em estoque for inferior ao recomendado, iniciar a soroterapia com a quantidade disponível enquanto é providenciada a dose (ou doses) para complementar o tratamento.

Nota:

Em algumas situações e dependendo do acidente, quando o soro específico não estiver disponível usar o soro polivalente se for indicado.

Nota:

O soro antiveneno não deve ser fracionado.

Page 475: Manual de..procedimentos vacinas

467

Seja administrado dentro do menor tempo possível, após a picada,

ferrada ou contato.

a) Acidentes causados por serpentes

Os soros antiofídicos disponíveis são indicados para os casos de

picadas provocadas por serpentes do gênero Botrópico (jararaca, jararacuçu,

urutu e caiçara), do gênero Crotalus (cascavel), do gênero Lachesis (surucucu

e surucucu pico de jaca) e a do gênero Micrurus (coral verdadeira).

Os acidentes causados por essas espécies de animais, em geral, são

graves, predominando os quadros com manifestações locais e sistêmicas.

O tratamento dos pacientes com manifestações sistêmicas, com quadros

graves e hemorrágicos, requer internação em UTI. A administração do soro

específico para cada tipo de acidente, de acordo com a gravidade das

manifestações clínicas, deve ser realizada o mais precocemente possível.

Notas:

A realização do teste de sensibilidade cutâneo, de há muito, já foi excluída da rotina da administração da soroterapia, conforme normas e recomendação do Ministério da Saúde;

A Organização Mundial de Saúde considera que o valor preditivo deste teste é discutível e imprevisível para as manifestações de hipersensibilidade imediata, precoce ou tardia. Por isso não indica a sua realização.

Os procedimentos prévios a administração do soro devem ser rigorosamente seguidos, evitando-se assim as reações anafiláticas, conforme já descritos.

Page 476: Manual de..procedimentos vacinas

468

Quadro IV-5: Tipos de acidentes por serpentes, indicação do soro de acordo com a gravidade e número de ampolas recomendadas para tratamento.

Acidentes por tipo de animal

Soros indicados Gravidade do quadro Nº de ampolas

Botrópico Soro antibotrópico (SAB)

Leve: quadro local discreto; sangramento em pele ou mucosas; pode haver distúrbio na coagulação.

2 a 4

Soro antibotrópico laquético (SABL)

Moderado: edema e equimose evidente, sangramento sem comprometimento do estado geral; pode haver distúrbio na coagulação.

5 a 8

Grave: alterações locais intensas, hemorragia grave, hipotensão e anúria.

12

Laquético Soro antibotrópico - laquético (SABL)

Leve: alterações neuroparalíticas discretas; com escurecimento de urina ou oligúria; sem queixas de dores musculares.

5

Moderada: quadro local presente, pode haver sangramento, sem manifestações vagais.

10

Grave: quadro local intenso, hemorragia intensa, com manifestações vagais.

20

Crotálico Soro anticrotálico (SAC)

Moderado: alterações neuroparalíticas evidentes, discretas dores musculares, e, discreto escurecimento de urina.

10

Grave: alterações neuroparalíticas evidentes e intensas; dores musculares; e, escurecimento de urina, com oligúria.

20

Elapídico Soro antielapídico (SAE)

Grave: Considerar todos os casos de acidentes elapídicos como graves pelo risco de insuficiência respiratória aguda (parada respiratória)

10

Fonte: Guia de Vigilância Epidemiológica, Caderno 14. 7ª Ed 2009. Adaptado pelos revisores.

Os soros polivalentes são indicados para os casos em que não foi

possível identificar o animal agressor ou, ainda, quando o soro específico não

estiver disponível. Na maioria dos casos é possível identificar o animal

agressor por intermédio dos sinais e sintomas presentes. Atualmente, estão

disponíveis soros polivalentes antivenenos: antibotrópico/ crotálico e

antibotrópico/laquético.

b) Acidentes causados por escorpiões

O soro antiescorpiônico é indicado para os casos envenenamento

causado pela introdução de toxinas através do aparelho inoculador (ferrão) de

Page 477: Manual de..procedimentos vacinas

469

escorpiões, podendo determinar alterações locais (na região da ferrada) e

sistêmicas.

Algumas observações acerca desses acidentes são importantes, a

saber:

As crianças com menos de sete anos e pessoas idosas devem ser

rigorosamente observadas durante seis a 12 horas e, no caso do

aparecimento de sinais e sintomas (mesmo leves), administrar o soro

antiescorpiônico;

As crianças com idade entre sete e 14 anos também devem ser

observadas durante seis horas, no mínimo.

Os acidentes em adultos jovens raramente apresentam gravidade,

com sintomas que se limitam à dor local, não havendo, na maioria dos

casos, necessidade de tratamento específico com o soro, usando-se

somente analgésicos.

Os sintomas locais (dor imediata, parestesia, e eritema localizado ao

redor do ponto de inoculação do veneno) têm duração média de até 24 horas.

Em crianças as manifestações sistêmicas aparecem até poucas horas depois

do acidente (2 a 3 horas) com sudorese profusa, agitação psicomotora,

tremores, náuseas, vômitos, sialorréia, hipertensão ou hipotensão arterial,

arritmia cardíaca, podendo progredir para insuficiência cardíaca congestiva,

edema agudo de pulmão e choque. O tratamento dos pacientes com

manifestações sistêmicas e quadros graves requer internação em UTI.

O tratamento nos casos leves objetiva tão somente reduzir os sintomas

e sinais locais, com uso de anestésicos sem vasoconstrictor (lidocaína a 2%)

ou analgésicos sistêmicos (dipirona 10 mg/K de peso).

Page 478: Manual de..procedimentos vacinas

470

Quadro IV-6: Tipos de acidentes por escorpião, indicação de soros de acordo com a gravidade e número de ampolas recomendadas para tratamento

Acidente por tipo de animal

Soro indicado Gravidade das manifestações Nº de ampolas

Escorpiônico Antiescorpiônico (SAEsc) ou antiaracnídico (SAA)

Leve: dor e parestesia local -

Moderada: dor local intensa, associada a uma ou mais manifestações: sudorese, náuseas, vômitos, sialorréia discretos; agitação, taquipnéia e taquicardia.

2 a 3

Grave: Além das citadas na forma moderada, presença de uma ou mais das seguintes manifestações: vômitos profusos e incoercíveis, sudorese profusa, sialorréia intensa, prostração, convulsão, bradicardia, insufiência cardíacaq, edema pulmonar agudo, choque e coma.

4 a 6

Fonte: Guia de Vigilância Epidemiológica, Caderno 14. 7ª Ed 2009. Adaptado pelos revisores.

c) Acidentes causados por aranhas

O soro antiaracnídico é indicado para os casos de acidentes por picada

de aranhas do gênero Phoneutria (armadeira), do gênero Loxosceles (aranha

marrom) e a do gênero Latrodectus (viúva negra).

Os acidentes causados por aranhas, em geral, não são graves,

predominando os quadros com manifestações locais. O tratamento consiste na

adoção de medidas gerais para aliviar a dor e prevenir a infecção secundária

no local da picada. O tratamento dos pacientes com manifestações sistêmicas

com quadros graves e hemorrágicos requerem internação em UTI.

Page 479: Manual de..procedimentos vacinas

471

Quadro IV-7: Efeitos dos venenos das aranhas de acordo com a sua fisiopatologia

Atividade/Mecanismo Tipo de Veneno Efeitos fisiopatológicos

Dermonecrótica Loxosceles

Local/sistêmica: Necrose cutânea no local da picada.

Hemolítica Sistêmica: Hemólise intravascular

Sobre terminações nervosas Phoneutria e Latrodectus

Local: edema e sudorese.

Sistémica: (i) intoxicação adrenérgica (contraturas musculares, contrações espasmódicas dos membros inferiores; dor com rigidez abdominal, contratura facial e trismo); podendo surgir com menos freqüência: opressão precordial, taquicardia e hipertensão arterial; e,

(ii) manifestações colinérgicas (náuseas, vômitos, dor abdominal, diarréias, hipertensão, hipotensão, e choque.

Fonte: Guia de Vigilância Epidemiológica, Caderno 14. 7ª Ed 2009. Adaptado pelos revisores.

Quadro IV-8: Tipos de acidentes por aranha, indicação de soros de acordo com a gravidade e número de ampolas recomendadas para tratamento

Acidente Soro indicado

Gravidade das manifestações Nº de ampolas

Foneutrismo (aranha armadeira)

Soro antiaracnidico (SAA)

Leve: dor local, edema, eritema, sudorese, ereção de pelos (piloreção)

-

Moderado: dor local intensa, sudorese, vômitos ocasionais, agitação psicomotora e hipertensão arterial.

2 a 4

Grave: sudorese profusa, sialorréia, vômitos intensos, priapismo (membro genital em ereção), edema agudo de pulmão e choque.

5 a 10

Loxoscelismo

(aranha marrom)

Soro antiloxoscélico (SALox) ou

Soro antiaracnídico (SAA)

Leve: aranha identificada, lesão incaracterística e ausência de comprometimento sistêmico.

-

Moderada: eritema e edema no local da picada, com equimose central e área de palidez em volta, bolhas com conteúdo sero-hemorrágico. Pode ocorrer febre e exantema.

05

Grave: mal estar geral, cefaléia, febre, exantema e hemólise intravascular caracterizada pela forma cutânea visceral, podendo evoluir para insuficiência renal aguda.

10

Latrodectismo

(aranha viúva negra)

Soro em fase experimental

- Vide observação

abaixo

Fonte: Guia de Vigilância Epidemiológica, Caderno 14. 7ª Ed 2009. Adaptado pelos revisores.

Page 480: Manual de..procedimentos vacinas

472

Observação: O soro antilatrodéctico não estando disponível para uso na rotina.pois ainda se encontra em fase experimental. No caso de acidentes lactrodéctico (aranha viúva negra), o tratamento adotado habitualmente é o uso de analgésicos sistêmicos, diazepínicos, gluconato de cálcio a 10% e clorpromazina.

d) Acidentes causados por lagartas

O soro antialonômico é indicado para os casos de acidentes causados

pelo contato de cerdas de lagartas do gênero Lonomia na pele do indivíduo.

Esses acidentes são, em geral, graves, podendo provocar quadros com

manifestações locais (dor em queimação e vermelhidão) e sistêmicas (cefaléia,

mal estar geral, náuseas e vômitos, sangramentos – equimose, hematúria,

gengivorragia, epistaxe, hematêmese, enterorragia, hemorragias intra-

articulares, abdominais, cerebral ou subaracnóidea) que podem levar à

insuficiência renal aguda e óbito.

O tratamento dos pacientes com manifestações locais consiste na

adoção de medidas gerais para aliviar a dor e prevenir a infecção secundária

no local do contato. No caso de manifestações sistêmicas, com quadros graves

e hemorrágicos, é necessária a internação em UTI. O do soro antilonômico

(SALon) deve ser imediato.

Quadro IV-9 Tipos de acidentes por lagarta, indicação de soros de acordo com a gravidade e número de ampolas recomendadas para tratamento

Acidente Soro indicado Gravidade das manifestações Nº de

ampolas

Lonômico Soro antilonômico (SALon)

Leve: apenas manifestações locais, sem sangramento.

-

Moderada: quadro local presente, com sangramento em pele e/ou mucosas.

05

Grave: independente do quadro local, sangramento em vísceras e complicações com risco de morte

10

Fonte: Guia de Vigilância Epidemiológica, Caderno 14. 7ª Ed 2009. Adaptado pelos revisores.

11.6. Via de administração

Os soros antipeçonhentos são administrados por via endovenosa,

conforme orientado neste Manual, na Parte II, tópico 6, item 6.5.5.

Page 481: Manual de..procedimentos vacinas

473

Exceção feita ao soro antilatrodéctico (contra veneno de aranha, ainda

em fase experimental) em que a via de administração é intramuscular conforme

orientado neste Manual, na Parte II, tópico 6, item 6.5.4.

11.7. Administração

11.7.1. Procedimentos básicos no preparo do soro

Antes de administrar o soro o profissional de saúde deve:

Lavar as mãos com água e sabão, conforme orientado neste

Manual, na Parte II, tópico 6, item 6.1;

Organizar todo o material para administrar o soro: seringa,

agulha e outros, conforme orientado neste Manual, na Parte

II, tópicos 3 e 6;

Organizar o material para realizar os procedimentos prévios

à administração de soros heterólogos: anti-histamínico,

corticóide, oxigênio, adrenalina, aminofilina, soro glicosado e

fisiológico, equipos de soro e outros, conforme orientado

nesta Parte IV, tópico 2;

Retirar o soro do refrigerador, verificando o nome do

mesmo, bem como o prazo de validade, conforme orientado

neste Manual, na Parte II, tópicos 3, 5 e 6;

Nota: Os soros antipeçonhentos não devem ser administrados no local do

acidente (picada, ferrada, e contato).

Notas:

As mãos devem ser lavadas antes e depois do preparo e da administração do soro.

Observar a técnica de assepsia na preparação do soro: manusear sem contaminar a seringa, a agulha e o frasco do produto.

Esses procedimentos são fundamentais para prevenir reações locais.

Page 482: Manual de..procedimentos vacinas

474

Preparar o soro conforme orientado neste Manual, na Parte

II, tópico 6, na dose prescrita pelo médico;

Fazer um movimento rotatório em sentido único com a

ampola ou frasco para que ocorra a homogeneização do

produto;

Aspirar o volume prescrito, verificando na graduação da

seringa se a dosagem está correta;

11.7.2. Procedimentos básicos na administração do soro antiveneno

Para a administração do soro são procedimentos básicos:

Preparar a pessoa, colocando-a em posição segura e confortável

conforme orientado na Parte II deste Manual, no tópico 3, item

3.3.2. que trata do acolhimento e triagem da clientela, bem como

no tópico 6, item 6.4.4. sobre os procedimentos básicos para

administração de injeções por via intramuscular;

Fazer a limpeza no local da administração, caso necessário;

Nota:

15 a 30 minutos antes de administrar o soro deve-se realizar o tratamento profilático conforme orientado nesta Parte do Manual no tópico 2 ítem 2.2.

Nota: O soro deve ser diluindo em 100 a 200 ml de soro fisiológico ou soro

glicosado a 5%.

Page 483: Manual de..procedimentos vacinas

475

Administrar o soro com gotejamento endovenoso de 20 a 30 gotas

por minuto;

Passar a tira elástica (garrote) acima do local escolhido, a fim de

produzir uma estase venosa;

Orientar a pessoa para relatar qualquer sintoma importante;

Manter a pessoa sob permanente observação, com soro

fisiológico por via endovenosa, fazendo controle dos sinais vitais;

Observar sinais de inquietação, dificuldade respiratória, edema no

local da administração e outros.

Estar atento à ocorrência de eventos adversos imediatos;

Nota:

A técnica a ser utilizada para administrar os soros antivenenos é da injeção endovenosa, conforme orientado neste Manual, na Parte II, tópico 6, item 6.5.5.

O único soro administrado por via intramuscular é o antilatrodéctico (ainda está em fase experimental).

Notas:

Ocorrendo qualquer reação, suspender a administração do soro, mantendo veia aberta com soro fisiológico ou glicosado até nova orientação médica.

Preparar nova solução do soro, trocar o equipo e subtrair a quantidade já administrada.

Instalar o novo soro mantendo observação rigorosa do paciente.

Notas:

Quando necessário, a limpeza da pele deve ser feita com água e sabão.

O álcool comum não deve ser utilizado pela sua baixa volatilidade (demora a secar) e pelo baixo poder antissético.

Em situações excepcionais, quando não houver água e sabão (vacinação na zona rural e em ambiente hospitalar), utilizar o álcool a 70%.

Page 484: Manual de..procedimentos vacinas

476

11.7.3. Procedimentos básicos após a administração do soro antiveneno

Após administrar o soro são procedimentos básicos:

Manter acesso venoso com soro fisiológico ou glicosado a 5%,

gotejamento de 10 a 15 gotas/minuto;

Manter a atenção sobre a ocorrência de eventos adversos

imediatos, deixando a pessoa sob observação por, pelo menos,

duas horas, mantendo acesso venoso com soro fisiológico;

Desprezar a seringa e a agulha na caixa de perfurocortante,

conforme orientado neste Manual, na Parte II, no tópico 4, item

4.2. que trata dos cuidados com o lixo e no tópico 6, item 6.2.

sobre a utilização de seringas e agulhas;

Lavar as mãos com água e sabão, conforme orientado nesta

Parte do Manual, tópico 6, item 6.1.

Registrar o número do lote e a validade do soro administrado;

Registrar no comprovante a data, o número do lote e a validade

do soro administrado, conforme orientado neste Manual, na Parte

II, tópico 3, itens 3.3.3 e 3.3.5, e também no tópico 7;

Informar à pessoa vacinada ou seu acompanhante sobre a

possibilidade do aparecimento das reações consideradas como

mais comuns;

Orientar a pessoa ou seu acompanhante sobre questões

específicas e sobre o retorno, quando for o caso.

Nota:

A pessoa deve ser alertada para procurar o serviço de saúde caso apareça qualquer reação, principalmente entre o sétimo e o 12º dia após o recebimento do soro antiveneno. A exemplo da doença do soro, com sintomas febre, cefaléia, astenia, urticária, dores musculares, aumento de gânglios, etc.

Page 485: Manual de..procedimentos vacinas

477

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80

Page 489: Manual de..procedimentos vacinas

 

Parte V

Características gerais das doenças imunopreveníveis e dos acidentes causados por

animais peçonhentos

Page 490: Manual de..procedimentos vacinas

 

Page 491: Manual de..procedimentos vacinas

 

Sumário

1. Introdução .................................................................................................. 485

2. Caxumba .................................................................................................... 489

3. Coqueluche ................................................................................................ 491

4. Difteria ........................................................................................................ 493

5. Doença Diarréica por Rotavírus ................................................. 495

6. Doença meningocócica .............................................................................. 497

7. Febre amarela ............................................................................................ 499

8. Febre tifóide ................................................................................................ 502

9. Hepatites virais ........................................................................................... 504

10. Influenza (gripe) ....................................................................................... 510

11. Meningite causada pelo Haemophilus influenzae tipo b .......................... 512

12. Poliomielite ............................................................................................... 514

13. Raiva ......................................................................................................... 518

14. Rubéola ..................................................................................................... 521

15. Sarampo ................................................................................................... 523

16. Tétano....................................................................................................... 526

17. Tuberculose .............................................................................................. 529

18. Varicela .................................................................................................... 532

19. Acidentes causados por animais peçonhentos ....................... 5

................

................. 34

Page 492: Manual de..procedimentos vacinas
Page 493: Manual de..procedimentos vacinas

485 

1. Introdução

Em decorrência das transformações ocorridas na estrutura

populacional e no padrão de morbi-mortalidade no Brasil, no decorrer do século

XX e nesses anos da primeira década do século XXI, vem sendo observada

uma drástica redução das doenças infecciosas e parasitárias na composição

da mortalidade por grupos de causas, aumentando a proporção de óbitos por

causas não transmissíveis.

Dados do ‘Saúde Brasil 2007’ mostram que a mortalidade infantil

por causas evitáveis diminuiu em 18,5% entre 2000 e 2005, e que foi de 58,1%

a queda relativa às causas reduzíveis por ações de imunoprevenção. Esta

categoria, inclusive, representa apenas 0,2% na composição do grupo de

causas evitáveis, onde se incluem as relacionadas à atenção à grávida, ao

parto e ao recém-nascido (as de maior percentual), à adequação do

diagnóstico e tratamento, e as pertinentes à promoção da saúde. Há, portanto,

uma substituição das doenças transmissíveis pelas doenças não transmissíveis

e causas externas no padrão de morbidade e mortalidade da população

brasileira.

É inquestionável o quanto a vacinação influenciou na redução das

doenças imunopreveníveis e, é inegável também, que esse resultado contribuiu

para a redução da mortalidade infantil. A erradicação da varíola e da

poliomielite, respectivamente em 1973 e em 1989, são êxitos decorrentes do

investimento nesta ação básica. A interrupção da transmissão autóctone do

sarampo desde 2001 é outra realidade, ao lado da baixa incidência do tétano

neonatal que já pode ser considerado eliminado como problema de saúde

pública. A raiva humana transmitida por animais domésticos está próxima da

eliminação e a difteria, a coqueluche e o tétano acidental mantêm-se em

situação de controle. Estudo sobre a morbidade e mortalidade por doenças

imunopreveníveis, realizado por Barreto & Carmo, mostra que a tendência de

declínio é extraordinária.

Essa mudança no cenário, no entanto, não significa queda na

relevância das doenças imunopreveníveis como preocupação da gestão da

Page 494: Manual de..procedimentos vacinas

486  

vigilância em saúde no contexto nacional e internacional, inclusive em função

de compromissos com propostas de controle, eliminação ou erradicação

quando estão disponíveis ferramentas eficazes – a vacina, o soro ou a

imunoglobulina.

Tétano, inclusive o neonatal, febre amarela, raiva, coqueluche,

influenza e hepatite são exemplos de doenças que continuam merecendo

atenção especial de gestores e técnicos do SUS no sentido da manutenção

das coberturas com as vacinas dirigidas a essas doenças. Além da atenção

aos resultados em termos da vacinação contra a poliomielite e o sarampo em

função da sua manutenção em vários países.

O objetivo final da administração de um imunobiológico, não é

apenas a proteção do indivíduo, não é somente viabilizar a imunidade

individual, mas produzir a imunidade coletiva, o que vai permitir impactos

importantes na situação epidemiológica da doença ou agravo objeto da ação.

Para a maioria das doenças transmissíveis o surgimento de casos

na população resulta do acúmulo de suscetíveis. A resistência e a

suscetibilidade dos indivíduos que conformam um grupo populacional são

fatores significativos que têm influência sobre a incidência da doença,

especialmente, no caso de agentes infecciosos que se transmitem de uma

pessoa para outra. O agente não consegue se disseminar quando a proporção

de pessoas imunes é elevada. Esta relação se aplica tanto a populações

humanas (imunidade de massa) como de animais vertebrados (imunidade de

rebanho).

Saber a proporção da população que deve ser imunizada para que

seja interrompido o processo de expansão de uma infecção é fundamental, daí

a necessidade de se estabelecer percentuais mínimos de cobertura, suficientes

para cessar a transmissão da doença ou a circulação do agente causador.

Todos os agentes infecciosos possuem propriedades que ajudam a

determinar a ocorrência da doença, identificando-se, para cada um deles os

mecanismos que permitem deter a sua disseminação. Um esquema que facilita

a compreensão destes mecanismos é a chamada cadeia de transmissão de

doenças ou cadeia epidemiológica ou cadeia de infecção, que pode ser

Page 495: Manual de..procedimentos vacinas

487 

ilustrada por uma corrente, cujos elos representam pontos importantes no

processo de determinação da doença:

a) o agente causal específico: bactéria, vírus, outros;

b) o reservatório: homem ou animal que abriga o agente causador,

apresentando ou não a doença;

c) a porta de saída: local por onde o agente causador é eliminado

(boca, nariz, aparelho digestivo, etc.);

d) o modo de transmissão: maneira como o agente causador

passa do doente para o sadio (novo hospedeiro);

e) a porta de entrada para o novo hospedeiro: local por onde o

agente causador entra para o organismo;

f) a suscetibilidade: capacidade de o novo hospedeiro enfrentar o

agente causador, o que resulta ou não na ocorrência da doença.

O meio ambiente físico e social, as condições de vida e de saúde

de uma população, hoje caracterizados como determinantes da saúde, se

constituem, cada vez mais, como aspectos importantes do processo

saúde\doença na população, podendo facilitar ou dificultar a transmissão do

agente causador, e influenciar na capacidade do indivíduo em enfrentar e

superar a ação desse agente em seu organismo. Também são consideradas

nesses determinantes as condições de acesso aos serviços de saúde – e neste

caso à vacinação – com importantes repercussões no avanço de determinadas

doenças ou agravos em uma comunidade.

A atuação sobre o contexto, a construção e consolidação de

políticas públicas, o desenvolvimento econômico, o acesso à educação e as

mínimas condições sociais constituem os principais determinantes da situação

de saúde/doença de uma população, tendo importante impacto no padrão de

adoecimento e morte. Nessa perspectiva, a adoção de medidas específicas

pode contribuir para quebrar ou romper a cadeia de manutenção das doenças

transmissíveis, a exemplo da vacina que interfere na suscetibilidade dos

indivíduos (elo de número seis), resultando na proteção coletiva.

Page 496: Manual de..procedimentos vacinas

488 

Nesta Parte V do Manual de Procedimentos para Vacinação são

descritas, de forma sintetizada, as características gerais de algumas doenças e

agravos cujo controle, eliminação ou erradicação, estão relacionados à

imunização ativa ou passiva.

O objetivo, ao apresentar essas características, é contribuir para

informar sobre o processo de adoecimento e suas conseqüências e de como a

vacinação ativa ou passiva, realizada com eficiência, pode minorar sofrimentos

e influenciar para uma melhor qualidade de vida das populações, além do fato

de que a prevenção de um conjunto de doenças tem importante impacto na

redução dos custos do SUS investidos em atenção à saúde de média e alta

complexidade.

Na consulta ao Guia de Vigilância Epidemiológica, editado pelo

Ministério da Saúde, poderão ser obtidas mais informações e orientações

específicas sobre a vigilância das doenças imunopreveníveis.Também no

portal saúde na página da Secretaria de Vigilância em Saúde

(www.saude.gov.br/svs), estão disponíveis informações gerais e específicas,

inclusive decorrentes de situações epidemiológicas do momento.

Page 497: Manual de..procedimentos vacinas

489 

2. Caxumba

2.1. Descrição

A caxumba, também chamada parotidite epidêmica, é uma doença

sistêmica transmissível, de etiologia viral, caracterizada pela inflamação das

glândulas salivares, das meninges, do pâncreas, dos testículos e dos ovários,

com predileção pelas parótidas.

Entre 10% e 30% dos casos registram-se sinais meníngeos e um

em cada 6.000 casos apresenta encefalites.

2.2. Agente etiológico

O agente etiológico é o vírus da parotidite infecciosa, pertencente à

família Paramixoviridae que, de acordo com propriedades físico-químicas,

compreende duas subfamílias: (i) paramyxovirinae, com três gêneros

parcanyxovírus, rubalovírus e morbillivirus; e (ii) a pneumovirinae, com um

gênero, o pneumovirus.

2.3. Reservatório

O reservatório é o homem infectado.

2.4. Fonte de infecção

A fonte de infecção é o homem infectado.

2.5. Modo de transmissão

A transmissão do vírus da caxumba para uma pessoa suscetível

ocorre por meio do contato direto dessa pessoa com secreções respiratórias

(gotículas de saliva, espirro ou tosse) de uma outra pessoa infectada, mesmo

quando assintomática, ou seja, quando não apresenta os sintomas.

2.6. Período de incubação

O período de incubação varia de 12 a 25 dias, sendo em média de

18 dias.

Page 498: Manual de..procedimentos vacinas

490 

2.7. Período de transmissibilidade

A transmissibilidade ocorre entre seis e sete dias antes da

parotidite (inflamação da parótida), principalmente nas 48 horas antes, até nove

dias depois do início da doença. Na urina o vírus pode estar presente até o 14º

dia após o início da doença.

2.8. Suscetibilidade

A suscetibilidade é universal, ou seja, toda e qualquer pessoa pode

ser infectada pelo vírus da parotidite infecciosa.

2.9. Imunidade

A imunidade é adquirida por meio da doença ou pela administração

da vacina tríplice viral (contra o sarampo, caxumba e rubéola).

A vacina confere imunidade contra infecção em mais de 95% das

pessoas. As orientações quanto à indicação e uso da vacina estão descritas

neste Manual, na parte III, no tópico 10.

Page 499: Manual de..procedimentos vacinas

491  

3. Coqueluche

3.1. Descrição

A coqueluche é uma doença infecciosa causada por uma bactéria

que afeta a traquéia e os pulmões. A coqueluche desenvolve-se em três fases:

a) catarral: o doente apresenta tosse e expectoração de muco

claro e viscoso, com duração de uma a duas semanas,

aproximadamente;

b) paroxística: o doente passa a apresentar acessos de tosse que

terminam com um ‘guincho’ ou então com vômitos, quando é

eliminada uma secreção viscosa; esta fase tem duração

aproximada de dois meses;

c) convalescença: nesta fase, que dura de uma três semanas, a

tosse torna-se branda e pouco freqüente.

3.2. Agente etiológico

O agente infeccioso da coqueluche é um bacilo gram-negativo: a

Bordetella pertussis.

3.3. Reservatório

O único reservatório é o homem.

3.4. Modo de transmissão

O bacilo da coqueluche é transmitido de pessoa a pessoa, por meio

do contato direto com as secreções respiratórias (gotículas de saliva, espirro ou

tosse) de pessoas infectadas, especialmente no inicio da doença, ou seja, na

fase catarral.

A transmissão pode também ser indireta, ocorrendo pelo contato

com objetos contaminados pelas secreções da pessoa infectada.

Page 500: Manual de..procedimentos vacinas

492 

3.5. Período de incubação

O período de incubação varia entre sete e 14 dias, sendo a média

de sete dias.

3.6. Período de transmissibilidade

A transmissibilidade é maior durante a fase catarral, diminuindo nas

três semanas seguintes, quando é insignificante.

3.7. Suscetibilidade

A suscetibilidade é universal, sendo maior nos menores de cinco

anos e mais grave nos menores de um ano.

3.8. Imunidade

A imunidade é conferida pela doença e pela administração da

vacina contra a coqueluche que integra a vacina tríplice bacteriana, a DTP

(contra a difteria, o tétano e a coqueluche). A imunidade produzida por essa

vacina em relação à coqueluche não é permanente e dura em média de cinco a

10 anos.

As orientações quanto à indicação e uso das vacinas que protegem

contra a coqueluche – a tetravalente (DTP+Hib) e a tríplice bacteriana isolada

(DTP) – estão descritas na Parte III deste Manual de Procedimentos, nos

tópicos 6 e 7.

No caso de reação ou evento adverso após a administração da

vacina DTP a pessoa deve ser encaminhada a um CRIE para receber a vacina

tríplice bacteriana acelular (DTPa), conforme orientado na Parte III deste

Manual de Procedimentos, no tópico 15.6.

Page 501: Manual de..procedimentos vacinas

493 

4. Difteria

4.1. Descrição

É uma doença infecciosa, popularmente conhecida como “crupe”,

causada pela toxina de uma bactéria que se localiza nas amígdalas, faringe,

laringe ou na pele. Quando se instala nas vias respiratórias superiores

caracteriza-se pelo aparecimento de uma ou várias placas acinzentadas,

circundadas por uma zona inflamatória de cor vermelho-mate, que podem

obstruir a passagem do ar, provocando asfixia e morte.

4.2. Agente infeccioso

O agente infeccioso da difteria é um bacilo gram-positivo, o

Corynebacterium diphtheriae.

4.3. Reservatório

O reservatório é o homem doente ou portador, com frequência o

portador assintomático.

4.4. Modo de transmissão

A difteria se transmite mediante contato direto com o exsudato e

secreções das mucosas do nariz e da faringe ou com lesões cutâneas do

doente ou portador.

A transmissão pode ocorrer, também, por meio de objetos

contaminados por suas secreções.

4.5. Período de incubação

O período de incubação é de um a seis dias, podendo ser mais

longo.

4.6. Período de transmissibilidade

A transmissão ocorre enquanto houver bacilos nas secreções e

lesões, durando, em média, de duas a quatro semanas. Com antibioticoterapia

Page 502: Manual de..procedimentos vacinas

494 

adequada à transmissibilidade cessa 24 a 48 horas depois de iniciado o

tratamento do doente ou do portador.

4.7. Suscetibilidade

A suscetibilidade é universal, sendo maior nos menores de seis

anos.

4.8. Imunidade

A imunidade pode ser naturalmente adquirida pela passagem de

anticorpos maternos para o organismo da criança cuja mãe é imune. A

imunidade na criança vai decrescendo até mais ou menos os seis meses.

A imunidade é adquirida pela administração de vacinas que contêm

o toxóide diftérico: a DTP; a dupla tipo infantil (DT) contra difteria e tétano, a

dupla tipo adulto (dT), conforme orientado na Parte III deste Manual de

Procedimentos, nos tópicos 6 e 7.

No caso de reação após a administração da vacina DTP a pessoa

deve ser encaminhada a um CRIE para receber a vacina tríplice bacteriana

acelular (DTPa), conforme orientado na Parte III deste Manual de

Procedimentos, no tópico 14.5.

O soro antidiftérico (SAD) confere imunidade temporária e deve ser

administrado conforme orientado na Parte IV deste Manual de Procedimentos,

no tópico 7.

A doença não confere imunidade permanente, por isto, após a cura,

o paciente deve iniciar ou completar o esquema de vacinação.

Page 503: Manual de..procedimentos vacinas

495 

5. Gastroenterites por Rotavírus

5.1. Descrição

As doenças diarréicas agudas são de etiologia diversificada

podendo ser causadas por bactéria, vírus ou enteroparasitas. As

gastroenterites por Rotavírus são doenças infecciosas transmissíveis de origem

viral.

O Rotavírus é considerado o mais importante agente etiológico da

diarréia grave no mundo e a principal causa de morbimortalidade por diarréia

em crianças menores de cinco anos nos países desenvolvidos ou em

desenvolvimento.

A sintomatologia da doença se caracteriza pela presença de

diarréia, vômito e febre alta. A diarréia geralmente é profusa, podendo evoluir

para a desidratação grave do tipo isotônica. Caso a reidratação não seja

instituída de forma precoce e adequada poderá ocorrer o óbito.

A ocorrência universal dos rotavírus é amplamente reconhecida.

Praticamente, todas as crianças, aos cinco anos, já se infectaram. Em geral, a

incidência das infecções sintomáticas assume maior expressão na faixa etária

de 6 a 24 meses. Em contrapartida, prevalecem as formas inaparentes entre

recém nascidos e lactentes até os 3-4 meses, provavelmente como decorrência

da proteção conferida pelos anticorpos de origem materna

5.2. Agente infeccioso

O agente infeccioso é um RNA vírus da família dos Reoviridae, do

gênero Rotavírus. São classificados sorologicamente em grupos, subgrupos e

sorotipos. Até o momento sete grupos foram identificados: A, B, C, D, E, F e G.

Apenas os grupos A, B e C infectam humanos.

5.3. Reservatório

O reservatório é o indivíduo infectado.

Page 504: Manual de..procedimentos vacinas

496 

5.4. Fonte de infecção

A fonte de infecção é o homem doente.

5.5. Modo de transmissão

Os Rotavírus são isolados em alta concentração em fezes de

crianças infectadas e são transmitidos pela via fecal-oral, por contato pessoa a

pessoa e também através de fômites.

5.6. Período de incubação

O período de incubação varia de um a três dias, em média dois

dias.

5.7. Período de transmissibilidade

A máxima excreção viral ocorre no 3º e 4º dia a partir dos primeiros

sintomas, no entanto, podem ser detectados nas fezes de pacientes mesmo

após a completa resolução da diarréia.

5.8. Suscetibilidade

A suscetibilidade é universal.

5.9. Imunidade

A imunidade é adquirida por meio da doença ou pela administração

da vacina oral contra o Rotavírus humano.Já a partir da primeira dose, a vacina

mostrou eficácia na prevenção de doença por rotavírus. A vacina é

especialmente eficaz na prevenção de doença por rotavírus da cepa G1, mas

os estudos mostraram que houve proteção cruzada para gastrenterite e

gastrenterite grave causada por outras cepas.

Page 505: Manual de..procedimentos vacinas

497 

6. Doença meningocócica

6.1. Descrição

Doença bacteriana, aguda, grave, que se caracteriza, basicamente,

pela presença de febre, dor de cabeça, náuseas, vômitos e sinais de irritação

meníngea.

O prognóstico da doença meningocócica depende,

fundamentalmente, do diagnóstico precoce e da instituição imediata e

adequada do tratamento.

6.2. Agente infeccioso

O agente infeccioso é uma bactéria gram-negativa a Neisseria

meningitides.

A Neisseria possui vários sorogrupos, sendo mais freqüentes o A, o

B e o C, responsáveis por epidemias.

6.3. Reservatório

O reservatório da doença meningocócica é o homem, na condição

de doente ou o de portador sadio.

6.4. Modo de transmissão

A transmissão da Neisseria ocorre de pessoa a pessoa, por meio

das secreções da nasofaringe, com maior frequência, a partir do portador

sadio.

A transmissão indireta é questionável, pois a bactéria é muito

sensível à variações de temperatura.

6.5. Período de incubação

O período de incubação pode variar de dois a 10 dias, sendo em

média de três a quatro dias.

Page 506: Manual de..procedimentos vacinas

498  

6.6. Período de transmissibilidade

A transmissão perdura até a bactéria desaparecer das secreções

da nasofaringe, o que ocorre, geralmente, 24 horas após o início da terapêutica

adequada, quando se trata de transmissão a partir do caso clínico.

O portador sadio pode transmitir o agente infeccioso durante

bastante tempo (por até 10 meses). Essa transmissão também cessa com o

tratamento quimioprofilático.

6.7. Suscetibilidade

A suscetibilidade, embora universal, é baixa.

O percentual de portadores sadios é elevado quando comparado

ao número de pessoas que desenvolvem a doença.

6.8. Imunidade

A meningite confere imunidade para o meningococo do sorogrupo

específico que causou a doença, mas não é duradoura. O grau e duração

dessa imunidade ainda são desconhecidos.

A imunidade específica também é conferida por vacinas

específicas. Estão disponíveis vacinas contra a meningite causada pelos

sorogrupos B e C: a vacina contra a meningite causada pelos sorogrupos BC

(esta vacina não é oferecida pelo Ministério da Saúde por questões

técnicas) e a vacina contra a meningite causada pelo sorogrupo C. Os

procedimentos para administração estão descritos na Parte III deste Manual de

Procedimentos, no tópico 14.4.

As vacinas contra a meningite, conferem imunidade relativa e de

curta duração. São administradas em situações de surto quando comprovado o

sorogrupo causador e em situações específicas nos CRIE.

Page 507: Manual de..procedimentos vacinas

492

 

7. Febre amarela

7.1 Descrição

A febre amarela é uma doença infecciosa aguda de curta duração e

de gravidade variável.

A doença é súbita, apresentando-se com febre, dor de cabeça,

prostração e vômitos. Os casos mais benignos apresentam quadro clínico

indefinido e a forma grave caracteriza-se por manifestações de insuficiência

hepática e renal, que podem levar à morte.

A doença possui dois ciclos epidemiologicamente distintos: o

silvestre e o urbano.

A febre amarela silvestre ocorre acidentalmente pela penetração do

homem nas áreas onde o vírus circula entre hospedeiros naturais (macacos

principalmente) e onde existe o vetor silvestre (mosquito). É encontrada nas

regiões tropicais da África e América do Sul. Na África, onde tem maior

disseminação, é endêmica em 34 países. Na América do Sul, nos últimos 20

anos, sua ocorrência tem sido registrada em nove países: Brasil, Bolívia,

Colômbia, Equador, Guiana Francesa, Paraguai, Peru, Venezuela e Argentina.

A febre amarela urbana não ocorre no Brasil desde 1942.

7.2. Agente infeccioso

O agente infeccioso é o vírus da febre amarela, um arbovirus, do

gênero Flavivirus, da família Flavivirídae.

7.3. Reservatório

Na febre amarela urbana o homem é o único reservatório. Na febre

amarela silvestre (nas florestas) os primatas não humanos (macacos,

marsupiais) são os principais reservatórios e hospedeiros do vírus, sendo o

homem um hospedeiro acidental.

499

Page 508: Manual de..procedimentos vacinas

 

7.4. Fonte de infecção

A fonte de infecção na febre amarela urbana é o mosquito Aedes

aegypti infectado (o mesmo mosquito transmissor do vírus da dengue).

Na febre amarela silvestre a fonte de infecção são mosquitos de

hábitos eminentemente silvestres, sendo a espécie Haemagogus a que mais se

destaca no Brasil.

7.5. Modo de transmissão

Na área urbana a febre amarela se transmite pela picada do

mosquito Aedes aegypti previamente infectado ao picar um doente.

A doença não se transmite por contato direto, nem por meio de

objetos contaminados.

7.6. Período de incubação

O período de incubação é muito curto, em média de três a seis dias

após a picada do mosquito infectado. No mosquito o período de incubação é de

nove a 12 dias.

7.7. Período de transmissibilidade

O sangue do doente é infectante para os mosquitos 24 a 48 horas

antes do aparecimento dos sintomas, ou seja, de um a dois dias antes do início

da febre e durante os três a cinco primeiros dias da doença. O mosquito

infectado transmite o vírus por toda a vida (três a quatro meses).

7.8. Suscetibilidade

Todos os indivíduos são suscetíveis, no entanto, a suscetibilidade é

maior onde há abundância do mosquito vetor.

7.9. Imunidade

A imunidade adquirida pela doença e pela administração da vacina

contra a febre amarela é duradoura. O lactente cuja mãe é imune apresenta

imunidade até o sexto mês de idade.

500

Page 509: Manual de..procedimentos vacinas

 

A vacina contra a febre amarela é administrada em dose única a

partir dos nove meses de idade. A imunidade tem a duração de 10 anos em

função do que reforços adicionais são feitos a cada 10 anos. Quando a pessoa

tem que se deslocar para áreas de risco de transmissão da doença, em razão

de trabalho ou lazer, a vacina deve ser aplicada, no mínimo, 10 dias antes do

deslocamento.

Para entrar no Brasil não há exigência do Certificado Internacional

de Vacinação ou Profilaxia, no entanto, para aqueles que se destinam a áreas

de mata das regiões consideradas de riscos, não vacinados ou vacinados há

mais de 10 anos, é recomendada a vacinação. Aos brasileiros que se destinam

a outros países a exigência do Certificado segue as recomendações da OMS,

conforme estabelecido no Regulamento Sanitário Internacional 2005.

Com relação às regiões de risco no Brasil, o caráter dinâmico da

transmissão da febre amarela silvestre requer a avaliação periódica das áreas

onde circula o vírus, para as quais será recomendada a vacinação. A

informação atualizada sobre essas áreas, onde está recomendada a

vacinação, está disponível no site do Ministério da Saúde: www.saude.gov.br.

Os procedimentos relativos à indicação e uso da vacina contra a

febre amarela estão descritos na Parte III deste Manual de Procedimentos, no

tópico 11.

501

Page 510: Manual de..procedimentos vacinas

 

8. Febre tifóide

8.1. Descrição

A febre tifóide é uma doença infecciosa que se caracteriza por

apresentar febre contínua, dor de cabeça, falta de apetite, mal-estar geral,

vômito, constipação intestinal ou diarréia em alguns casos. Há, em geral,

intensa piora do quadro, após duas ou três semanas.

É uma doença de distribuição mundial associada a baixos níveis

sócio-econômicos, situação precária de saneamento básico, higiene pessoal e

ambiental. Por isso, está praticamente extinta em países onde esses

problemas foram superados. No Brasil, ocorre de forma endêmica, com

algumas epidemias onde as condições são mais precárias.

8.2. Agente infeccioso

O agente infeccioso e uma bactéria gram-negativa, a Salmonella

typhi, da família Enterobacteriaceae.

8.3. Reservatório

O reservatório é o homem doente ou o portador sadio.

8.4. Fonte de infecção

São fontes da infecção as fezes e a urina de indivíduos infectados.

8.5. Modo de transmissão

A transmissão ocorre, principalmente, de forma indireta, por meio

da água e dos alimentos, em especial o leite e derivados, contaminados pela

urina ou fezes de pacientes ou portadores.

A febre tifóide é conhecida como a doença das mãos sujas. A

contaminação de alimentos ocorre, geralmente, pela manipulação feita por

portadores. O congelamento não destrói a bactéria.

502

Page 511: Manual de..procedimentos vacinas

 

8.6. Período de incubação

O período de incubação varia de uma a três semanas, sendo duas

semanas em média.

8.7. Período de transmissão

A doença se transmite enquanto a Salmonella typhi estiver

presente nas fezes ou urina de doentes e portadores.

Cerca de 10% dos pacientes eliminam bacilos durante até três

meses do início da doença. Entre as pessoas infectadas 2% a 5% tornam-se

portadoras após a cura.

8.8. Suscetibilidade

Todos os indivíduos são suscetíveis. O risco é maior naqueles que

apresentam acloridria gástrica, ou seja, com ausência de acidez gástrica.

8.9. Imunidade

A imunidade adquirida após a infecção ou mediante a

administração da vacina não é definitiva.

As orientações quanto à indicação da vacina contra a febre tifóide

estão descritas na Parte III deste Manual de Procedimentos, no tópico 14.8.

A vacina disponível atualmente tem poder imunogênico baixo, em

função do que a indicação do seu uso é muito restrita, a exemplo de pessoas

sujeitas à exposição à bactéria em decorrência de sua ocupação ou para

viajantes que se deslocam para áreas endêmicas da doença.

503

Page 512: Manual de..procedimentos vacinas

 

9. Hepatites virais

Hepatite é denominação atribuída à inflamação do fígado, podendo

ter várias etiologias: imunológica, medicamentosa, alcoólica e infecciosa

(causada por bactérias, protozoários ou vírus).

As hepatites infecciosas estão associadas a alguns tipos de vírus

que têm em comum a capacidade de causar inflamação e necrose no fígado.

São cinco os principais tipos de vírus que determina hepatites, identificados por

letras do alfabeto: A, B, C, D e E.

A principal característica do vírus, portanto, é o tropismo primário

pelo fígado, ou seja, ao se instalarem no organismo têm preferência pelo

fígado. São agravos de importância em saúde pública pelo número de

indivíduos atingidos e pela possibilidade de complicações das formas agudas e

evolução para formas crônicas, podendo levar à cirrose e ao câncer do fígado.

Com características epidemiológicas, clínicas e laboratoriais semelhantes, as

hepatites apresentam importantes particularidades, como as resumidas no

quadro a seguir.

Quadro VI-1 - Principais características dos vírus que causam a hepatite

Tipo de vírus

Material genético

Período de incubação

Modo de transmissão Risco de cronificar

A RNA

15 a 45 dias

Fecal-oral

Inexistente

B DNA

30 a 180 dias

Sexual; parenteral; sangue e hemoderivados; procedimentos cirúrgico-odontológicos; solução de continuidade na pele e mucosas; mãe-filho

Alto: 90% nos neonatos e 5% a 10% nos adultos

C RNA

15 a 150 dias

Parenteral; sangue e hemoderivados; sexual

Alto: 85%

D RNA

30 a 50 dias

Sexual; parenteral; sangue e hemoderivados; procedimentos cirúrgico-odontológicos; solução de continuidade na pele e mucosas; mãe-filho

Alto: 79% na superinfecção e menor que 5% na co-infecção

E RNA 28 a 48 dias Fecal-oral Inexistente

Fonte: Manual Brasil está Atento, 2007.

Outros vírus, esporadicamente, podem produzir hepatites agudas

que são clínica e bioquimicamente semelhantes aos tipos mencionados,

504

Page 513: Manual de..procedimentos vacinas

 

destacando-se o Citomegalovírus, o vírus Epstein-Barr e o vírus da febre

amarela.

A suscetibilidade aos vírus causadores das hepatites é geral,

sendo, no entanto, específica para cada uma das etiologias, fazendo, por

exemplo, com que uma pessoa seja suscetível ao vírus tipo A e não ao tipo B

ou ao C.

Na seqüência as principais características das hepatites causadas pelo

vírus A, pelo vírus B e vírus D, considerando a disponibilidade de vacinas para

estes dois tipos de vírus, no âmbito do PNI.

9.1. Hepatite A

9.1.1. Descrição

Doença infecciosa viral, contagiosa, causada pelo vírus A (HAV1),e

também conhecida como “hepatite infecciosa”, “hepatite epidêmica”, ou

“hepatite de período de incubação curto”.

A hepatite A pode ser assintomática. As manifestações clínicas,

quando ocorrem, vão desde a presença de poucos sintomas até formas

fulminantes, o que acontece raramente. Não há evidência de pessoas com a

doença na forma crônica.

As manifestações clínicas, quando existentes, podem ser

inespecíficas, como um quadro gripal ou então apresentar febre, dor abdominal

(geralmente do lado direito superior - hipocôndrio), icterícia, fezes descoradas e

urina escura.

                                                            

1 HAV Human...

505

Page 514: Manual de..procedimentos vacinas

 

9.1.2. Agente infeccioso

O agente infeccioso é o vírus da hepatite A (VHA), um hepatovírus

da família Picornaviridae.

9.1.3. Reservatório

O reservatório é o homem e alguns primatas não humanos,

inclusive os chimpanzés.

9.1.4. Fonte de infecção

São fontes de infecção o homem e os animais infectados.

9.1.5. Modo de transmissão

A transmissão é fecal-oral, ocorrendo por meio do contato direto

pessoa a pessoa ou indireto através da água e de alimentos contaminados.

9.1.6. Período de incubação

O período de incubação varia de 15 a 45 dias, sendo a média de 30

dias.

9.1.7. Período de transmissibilidade

A transmissão ocorre a partir da 2ª semana antes do início dos

sintomas e até o final da 2ª semana da doença.

9.1.8. Suscetibilidade

A suscetibilidade ao vírus tipo A é universal.

9.1.9. Imunidade

A imunidade é adquirida por meio da doença, seja na forma

sintomática ou assintomática. Ocorre, também, mediante a administração da

vacina contra a hepatite A de vírus inativados.

Essa vacina, disponível no CRIE, é indicada para situações

específicas, conforme orientado na Parte III deste Manual de Procedimentos,

tópico 14.6.

506

Page 515: Manual de..procedimentos vacinas

507 

9.2. Hepatite B

9.2.1. Descrição

O início da doença, geralmente, é insidioso, com falta de apetite,

dores abdominais, náuseas e vômitos. Às vezes, ocorrem dores musculares e

fadiga, seguidas, frequentemente, de icterícia. Pode não haver febre ou

aparecer uma febre baixa.

Em alguns casos a infecção é inaparente, em outros se manifesta

de modo fatal e fulminante, com necrose hepática aguda e maciça.

9.2.2. Agente infeccioso

O agente infeccioso é o vírus da hepatite B (VHB), da família

Hepadnaviridae.

9.2.3. Reservatório

O único reservatório natural é o homem, na condição de doente ou

de portador sadio. O vírus replica-se em laboratório apenas em primatas não

humanos mais evoluídos, como o chimpanzé.

9.2.4. Modo de transmissão

A transmissão ocorre por meio de solução de continuidade na pele

e/ou nas mucosas. O vírus é transmitido na relação sexual; na exposição

percutânea (parenteral); e por meio de agulhas ou outros instrumentos

contaminados, como por exemplo, ao fazer tatuagem ou na perfuração da

orelha.

A transmissão ocorre, ainda, pela transfusão de sangue e seus

derivados, quando não há controle de doadores, com investigação sobre a

presença de agentes causadores de doenças transmissíveis.

Outra forma de transmissão é a que acontece a partir do uso de

drogas endovenosas, de procedimentos odontológicos, cirúrgicos e de

hemodiálise, quando não são respeitadas as normas universais de

biossegurança.

Page 516: Manual de..procedimentos vacinas

508  

Há, também, a transmissão perinatal, no caso de criança cuja mãe

é portadora de HBsAg positivo.

O contato devido à promiscuidade nos domicílios superlotados é

outra maneira de transmissão da hepatite B.

A transmissão fecal-oral não foi demonstrada.

9.2.5. Período de incubação

O período de incubação é de 30 a 180 dias, sendo a média de 60 a

90 dias.

9.2.6. Período de transmissibilidade

A transmissão do vírus é iniciada antes do aparecimento dos

sintomas (duas a três semanas), mantendo-se durante a fase aguda da doença

e no estado de portador crônico. Em muitos casos, o estado de portador

persiste por vários anos e até durante toda a vida.

9.2.7. Suscetibilidade

A suscetibilidade é geral. A doença, comumente, é mais leve nas

crianças.

9.2.8. Imunidade

A doença e a vacina contra a hepatite B conferem imunidade

duradoura.

A recomendação é administrar a primeira dose da vacina nas

primeiras 12 horas após o nascimento, ainda na maternidade. A vacina

protege, também, contra infecção pelo vírus da hepatite D, uma vez que este

vírus só existe em pessoas infectadas pelo vírus da hepatite B (VHB).

Os procedimentos para a administração da vacina contra a hepatite

B estão descritos na Parte III deste Manual de Procedimentos, no tópico 4.

A imunoglobulina humana anti-hepatite B (IGHAHB) confere

imunidade temporária e os procedimentos para o seu uso estão descritos na

Parte IV deste Manual de Procedimentos, no tópico 9.

Page 517: Manual de..procedimentos vacinas

509  

No caso do recém-nascido cuja mãe tem sorologia positiva para o

HbsAg a administração da vacina contra a hepatite B nas primeiras 12 horas,

juntamente com a IGHAHB é altamente eficaz na prevenção da infecção

transmitida verticalmente (da mãe para o filho).

Page 518: Manual de..procedimentos vacinas

510 

10. Influenza (gripe)

10.1. Descrição

A influenza ou gripe é uma infecção viral aguda do sistema

respiratório, causada pelo vírus influenza de distribuição global e elevada

transmissibilidade.

A doença e suas complicações (principalmente as pneumonias) são

responsáveis por um volume significativo de internações hospitalares no país.

Sua característica principal é se manifestar sob a forma de surtos ou

epidemias, aparecendo, também, pandemias a intervalos regulares.

O quadro clínico apresenta início súbito com instalação abrupta de

febre alta, em geral acima de 38 ºC ou mais, seguida de mialgia, dor de

garganta, prostração, dor de cabeça e tosse seca. A febre é o sintoma mais

importante e dura em torno de três dias. Com a progressão da doença, os

sintomas respiratórios tornam-se mais evidentes e mantém-se em geral por

três a quatro dias após o desaparecimento da febre.

A influenza sazonal corresponde à circulação anual de variantes

antigênicas dos vírus da influenza humana que resultam de alterações parciais

da sua estrutura genética. A circulação dessas variantes ocorre, geralmente,

nos meses mais frios nos locais de clima temperado ou no período chuvoso

nos locais de clima tropical. No Brasil o padrão de sazonalidade varia entre as

diversas regiões, sendo mais marcado naquelas que têm estações climáticas

bem definidas.

A influenza sazonal manifesta-se por meio de surtos anuais de

magnitude, gravidade e extensão variáveis. A principal medida de prevenção é

a vacinação anual dos grupos de maior risco para as complicações e óbitos

pela doença.

Para informações sobre a pandemia de influenza consultar o Plano

Brasileiro de Preparação para uma Pandemia de Influenza (3a versão),

disponível em

http://portal.saude.gov.br/portal/arquivos/pdf/plano_pandemia_influenza.pdf.

Page 519: Manual de..procedimentos vacinas

511 

10.2. Agente infeccioso

O agente infeccioso é o vírus da influenza, pertencente à família

Orthomyxoviridae, gênero Influenza vírus.

Existem três tipos distintos do vírus da influenza: A, B e C. Os vírus

A e B são os principais agentes causadores da gripe no homem. No momento

atual, a ação do tipo C é inexpressiva.

Os vírus podem sofrer mutações (transformações em sua

estrutura). Os tipos A e B causam maior morbidade e mortalidade que o tipo C.

Geralmente as epidemias e pandemias (epidemia em vários países) estão

associadas ao vírus influenza A, pela rápida variação antigênica o que favorece

o rápido aparecimento de suscetíveis na população.

Outras informações podem ser encontradas no Guia de Vigilância

Epidemiológica da Influenza/Ministério da Saúde.

10.3. Reservatório

O reservatório é o homem.

Também se constitui em reservatório dos vírus aves selvagens e

domésticas, suínos, focas e eqüinos, caracterizando a influenza como zoonose.

10.4. Fonte de infecção

A fonte de infecção é o homem e os animais infectados.

10.5. Modo de transmissão

A transmissão ocorre pelo contato com pessoas e animais

infectados, por meio de gotículas nasofaríngeas, ou por intermédio de objetos

(fômites) recém-contaminados com secreções respiratórias dos infectados.

As principais características do processo de transmissão da

influenza são:

a) alta transmissibilidade, principalmente em relação à

influenza A;

Page 520: Manual de..procedimentos vacinas

512 

b) maior gravidade entre os idosos, as crianças, os

imunodeprimidos, os cardiopatas e os pneumopatas; e

c) rápida variação antigênica do vírus influenza A.

10.6. Período de incubação

O período de incubação é, em média, de um a cinco dias.

10.7. Período de transmissibilidade

A transmissibilidade ocorre, em média, de três a sete dias a partir

do início dos sintomas clínicos.

10.8. Suscetibilidade

A suscetibilidade é universal.

10.9. Imunidade

A imunidade conferida pela doença é duradoura para o tipo e

subtipo do vírus que a causou.

A imunidade conferida pela vacina é de curta duração e, raramente,

ultrapassa 12 meses, limitando-se ao tipo e subtipo das cepas dos vírus

influenzae contidas na composição do produto.

A vacina contra o vírus influenza é indicada a partir dos seis meses

de idade, mas a atual política de vacinação do Ministério da Saúde está

direcionada para a população acima de 60 anos, mediante campanhas anuais.

A vacina também faz parte do calendário de vacinação da população indígena

e está disponível durante todo ano no CRIE para situações e grupos de risco

específico.

A vacina protege contra o vírus da influenza ou gripe e contra as

complicações da doença, principalmente as pneumonias bacterianas

secundárias. Estudos recentes indicam que a vacina também protege contra

infarto e derrame.

Os procedimentos para a administração da vacina estão descritos

na Parte III deste Manual de Procedimentos, no tópico 13.

Page 521: Manual de..procedimentos vacinas

513 

11. Meningite causada pelo Haemophilus influenzae tipo B 11.1. Descrição

São seis os sorotipos do Haemophilus influenzae (A, B, C, D, E, F),

classificados a partir da diferença antigênica da cápsula polissacarídica. O

Haemophilus desprovido de cápsula encontra-se nas vias respiratórias e pode

causar infecções como bronquites, sinusites, otites, pneumonia, artrite e

septicemias, tanto em crianças como em adultos. A forma capsulada do

Haemophilus particularmente a do tipo B (HiB) é a responsável pela quase

totalidade de doenças invasivas: meningite bacteriana, pneumonia, otite, artrite

e septicemias.

No caso específico o quadro clínico da meningite por Haemophilus

influenzae tipo B não difere das meningites de outras etiologias. O início,

geralmente, é súbito, com febre, cefaléia intensa, náuseas, vômitos e rigidez da

nuca. Em alguns casos, o quadro clínico é acompanhado por exantema

petequial.

11.2. Agente infeccioso

O agente infeccioso é um bacilo gram-negativo o Haemophilus

influenzae, sorotipo B. Outros sorotipos raramente causam meningite.

11.3. Reservatório

O reservatório é o homem doente.

11.4. Modo de transmissão

A transmissão ocorre de pessoa a pessoa, por meio de gotículas e

secreções da nasofaringe. A entrada do vírus no organismo também se dá pela

nasofaringe.

11.5. Período de incubação

O período de incubação, embora desconhecido, é, provavelmente,

curto, com duração de dois a quatro dias.

Page 522: Manual de..procedimentos vacinas

514 

11.6. Período de transmissibilidade

A transmissão perdura enquanto o agente infeccioso estiver

presente no organismo do indivíduo infectado, o que pode ocorrer num período

prolongado, mesmo sem secreção nasal. A transmissão cessa 24 a 48 horas

depois do tratamento adequado.

11.7. Suscetibilidade

A suscetibilidade é universal, principalmente nos quatro primeiros

anos de vida. Cerca de 75% dos casos ocorre entre três e 24 meses de idade

(dois anos).

11.8. Imunidade

A proteção conferida pelos anticorpos maternos dura até os três

meses de vida.

A doença confere imunidade duradoura quando acomete o

indivíduo após os 24 meses de idade.

A vacina contra a infecção por Haemophilus influenzae tipo b (Hib)

torna o indivíduo imune após três doses nos menores de um ano ou dose única

a partir dos 12 meses de idade. No esquema básico de vacinação da criança é

disponibilizada em associação com a vacina DTP – vacina tetravalente –,

sendo administrada conforme orientado na Parte III deste Manual de

Procedimentos, no tópico 6.

A vantagem da associação entre a DTP e a Hib é a redução do

número de aplicações injetáveis nos menores de um ano, além de reunir, em

uma única aplicação, os componentes imunológicos para proteção contra

quatro doenças.

Page 523: Manual de..procedimentos vacinas

515 

12. Poliomielite

12.1. Descrição

A poliomielite ou paralisia infantil é doença infecto-contagiosa viral

aguda, provocada por vírus e que pode ocorrer sob a forma de infecção

inaparente (a mais comum) e sob a forma paralítica, com seqüelas

permanentes ou morte.

O vírus se instala e se multiplica no tubo digestivo e logo pode

apresentar viremia, com invasão do sistema nervoso central e ataque às

células motoras. Acomete, em geral, os membros inferiores, de forma

assimétrica, tendo como principais características: flacidez muscular, com

sensibilidade conservada e arreflexia no segmento atingido.

A poliomielite foi de alta incidência no país. Hoje, encontra-se

erradicada graças ao trabalho de vacinação e vigilância epidemiológica,

desenvolvidos desde 1980. Em 1994 o Brasil recebeu o “Certificado de

Erradicação da Transmissão Autóctone do Poliovírus Selvagem”.

Mesmo assim, é preciso, ainda, manter altas coberturas de

vacinação, de forma homogênea, e uma vigilância epidemiológica ativa capaz

de identificar imediatamente a reintrodução do poliovírus para adotar medidas

de controle capazes de impedir a sua disseminação.

12.2. Agente infeccioso

O agente infeccioso é o poliovírus pertencente ao gênero

Enterovírus da família Picornaviridae. São três sorotipos: o poliovírus I, o II e o

III.

12.3. Reservatório

O único reservatório da poliomielite é o homem.

12.4. Modo de transmissão

A transmissão ocorre, principalmente, pelo contato direto de pessoa

a pessoa. A boca é a porta de entrada do poliovírus que se transmite pela via

fecal-oral ou oral-oral.

Page 524: Manual de..procedimentos vacinas

516 

A transmissão oral-oral ocorre por intermédio das gotículas de

muco da orofaringe quando a pessoa tosse espirra ou fala (uma a duas

semanas após a infecção). As más condições de habitação, a higiene pessoal

precária e o elevado número de crianças numa mesma casa são fatores que

favorecem a transmissão.

A água e os alimentos contaminados com fezes de doentes ou

portadores (uma a sete semanas após a infecção) também são formas de

transmissão do poliovírus, que pode ocorrer, ainda, por contato com objetos

contaminados com secreções.

12.5. Período de incubação

O período de incubação da poliomielite varia de dois a 30 dias,

sendo, em geral, de sete a 12 dias.

12.6. Período de transmissibilidade

A transmissão acontece num período que varia de sete a 10 dias

antes do início dos sintomas até cerca de seis semanas após o aparecimento

dessas manifestações, ocorrendo, de maneira geral, uma semana antes e uma

semana após.

12.7. Suscetibilidade

A suscetibilidade é universal, mas somente de 1% a 2% dos

infectados desenvolvem a forma paralítica.

12.8. Imunidade

Os anticorpos maternos conferem proteção nas primeiras semanas

de vida. A infecção natural pelo vírus selvagem confere imunidade duradoura

ao tipo antigênico específico de poliovírus causador da infecção.

A vacina oral trivalente que confere imunidade para os três tipos de

vírus, é administrada a partir dos dois meses de vida, conforme orientado na

Parte III deste Manual de Procedimentos, no tópico 5.

Nas campanhas realizadas desde 1980 a vacina contra a

poliomielite é administrada no grupo de zero a quatro anos, independente do

Page 525: Manual de..procedimentos vacinas

517 

estado vacinal prévio. A vacina ofertada nos dois dias anuais de vacinação

visa, sobretudo, estabelecer proteção coletiva mediante substituição do vírus

selvagem circulante pelo vírus vacinal.

No CRIE está disponível a vacina de vírus vivos inativados contra a

poliomielite indicada para pessoas em situações específicas como: criança

imunodeprimida (com deficiência imunológica congênita ou adquirida); criança

comunicante domiciliar de pessoa imunodeficiente; pessoa submetida a

transplante de órgãos sólidos ou de medula óssea; criança com história de

paralisia flácida associada ao recebimento da vacina oral. Os procedimentos

para administração desta vacina constam também da Parte III deste Manual de

Procedimentos, no tópico 14.1.

Page 526: Manual de..procedimentos vacinas

 

13. Raiva

13.1. Descrição

A raiva é uma encefalite aguda sempre fatal. Os primeiros sintomas

são: ansiedade, dor de cabeça, febre, mal-estar e formigamento e sensação de

anestesia, relacionados com o local do ferimento.

A evolução da doença provoca paresia e paralisia, produzindo

espasmos nos músculos da deglutição e sialorréia quando o indivíduo vê ou

tenta ingerir líquidos. Delírios, convulsões e períodos de consciência se

intercalam. A morte ocorre por paralisia dos músculos respiratórios e a doença

dura em média de cinco a sete dias.

A raiva é uma doença que representa importante problema de

saúde pública, em razão de sempre evoluir para a morte.

A doença no animal pode se apresentar sob duas formas clínicas:

raiva furiosa e raiva paralítica.

13.2. Agente infeccioso

O agente infeccioso é o vírus da raiva e pertence ao gênero

Lyssavirus, da família Rhabdoviridae.

13.3. Reservatório

No ciclo urbano os principais reservatórios são animais domésticos,

como o cão e o gato.

A cadeia silvestre é mantida principalmente pelo morcego. Outros

reservatórios silvestres são: raposa, coiote, chacal, gato do mato, jaritataca,

guaxinim, mangusto e macacos.

13.4. Modo de transmissão

A doença se transmite pelo contato com a saliva do animal

infectado, principalmente por intermédio de mordedura ou arranhadura.

Também ocorre pela lambedura de ferimentos ou mucosas.

518

Page 527: Manual de..procedimentos vacinas

519 

A transmissão homem a homem não foi confirmada, mas é

possível, a partir da presença do vírus na saliva.

13.5. Período de incubação

O período de incubação é muito variável, desde um dia até um ano,

com uma média de 45 dias no homem e de 10 dias a dois meses no cão.

O período de incubação está ligado à:

a) localização e gravidade da mordedura ou arranhadura;

b) proximidade de troncos nervosos;

c) quantidade de partículas virais inoculadas.

13.6. Período de transmissão

No cão e na maioria dos animais domésticos a eliminação dos vírus

pela saliva ocorre entre dois e cinco dias antes de surgirem os sinais da

doença, persistindo durante toda a sua evolução.

Nos animais silvestres o período de transmissão tem sido pouco

estudado, sabendo-se, no entanto, que varia de espécie para espécie. Os

quirópteros (morcegos), por exemplo, podem ter o vírus no organismo por

longo tempo sem apresentar sintomatologia aparente.

13.7. Suscetibilidade

A maioria dos animais de sangue quente é suscetível à infecção

pelo vírus rábico.

13.8. Imunidade

A existência de imunidade natural no homem é desconhecida.

A imunidade pode ser adquirida pela vacinação preventiva de

pessoas expostas ao vírus da doença, em decorrência de mordedura,

lambedura de mucosa ou arranhadura provocada por animais transmissores da

raiva.

Page 528: Manual de..procedimentos vacinas

520 

É também indicada na profilaxia pré-exposição ao vírus, ou seja,

em pessoas que, por força de suas atividades, estão permanentemente

expostas ao risco da infecção pelo vírus, tais como: médicos veterinários,

biólogos, profissionais e auxiliares de laboratórios de virologia e

anatomopatologia para a raiva, assim como os carteiros, vitimas freqüentes de

ataques por cães. Além destes, é indicada para os que atuam no campo ou em

canis, capturando, vacinando, identificando e classificando animais passíveis

de portarem o vírus, bem como para guarda florestal.

A imunidade adquirida pela vacina contra a raiva de uso humano é

transitória, existindo esquemas para a situação de pré-exposição, pós-

exposição e reexposição. As orientações quanto à indicação e uso da vacina

estão apresentadas na Parte III deste Manual de Procedimentos, tópico 12.

Em algumas situações a profilaxia da doença é complementada

com a administração do soro antirrábico (SAR), indicado para situações de

gravidade na pós-exposição ao vírus, e/ou da imunoglobulina humana

antirrábica (IGHAR), indicada para substituir o SAR nos casos de reação. Os

procedimentos relativos ao uso do SAR e da IGHAR constam da Parte IV deste

Manual de Procedimentos, respectivamente nos tópicos 5 e 6.

Page 529: Manual de..procedimentos vacinas

521 

14. Rubéola

14.1. Descrição

A rubéola é uma doença exantemática aguda, de etiologia viral, que

apresenta alta contagiosidade, acometendo principalmente crianças.

Sua forma mais importante é a síndrome da rubéola congênita

(SRC) ou síndrome do pré-natal, que atinge o feto ou o recém-nascido cujas

mães se infectaram durante a gestação.

A infecção na gravidez acarreta inúmeras complicações para a mãe

(aborto, natimorto) e para a criança (surdez, problemas cardíacos, lesões

oculares e outras).

14.2. Agente infeccioso

O agente infeccioso é um vírus pertencente ao gênero Rubivirus,

família Togaviridae.

14.3. Reservatório

O reservatório é o homem.

14.4. Modo de transmissão

A rubéola se transmite de pessoa a pessoa, por meio do contato

direto com as secreções nasofaríngeas de pessoas infectadas.

14.5. Período de incubação

O período de incubação é de 14 a 21 dias, podendo variar de 12 a

23 dias. A média é de 17 dias.

14.6. Período de transmissibilidade

O período de transmissibilidade é de, aproximadamente, cinco a

sete dias antes do início do exantema e, pelo menos, de cinco a sete dias

depois.

A maioria dos lactentes com rubéola congênita (2% a 20%)

permanece infectante até os 12 meses de idade.

Page 530: Manual de..procedimentos vacinas

522 

14.7. Suscetibilidade

A suscetibilidade é universal.

14.8. Imunidade

A imunidade ativa é adquirida por meio da infecção natural ou pela

vacinação com a tríplice viral (contra o sarampo, a caxumba e a rubéola) e com

a dupla viral (contra sarampo e rubéola). Essas vacinas, de maneira geral, são

pouco reatogênicas e bem toleradas. A resposta máxima de anticorpos é observada

entre o 14º e o 21º dia depois da vacinação e alguns estudos indicam que a imunidade

mantém-se por toda vida.

Crianças cujas mães são imunes, geralmente permanecem

protegidas por anticorpos maternos durante os primeiros seis a nove meses de

vida.

Na Parte III deste Manual de Procedimentos, no tópico 10, estão

descritas as orientações relativas à indicação e uso das vacinas tríplice de

dupla viral.

Page 531: Manual de..procedimentos vacinas

523 

15. Sarampo

15.1. Descrição

O sarampo é uma doença infecciosa aguda, de natureza viral,

grave, transmissível e extremamente contagiosa, muito comum na infância.

Na fase inicial caracteriza-se por apresentar febre, tosse seca,

coriza, lacrimejamento e fotofobia. Ocorre, também, intensa hiperemia da

mucosa oral, observando-se, com freqüência, nessas regiões, pequenos

pontos esbranquiçados chamados manchas de Koplick.

Em torno do quarto dia da evolução da doença surge o exantema.

A tosse passa a ser produtiva, com secreção. As manchas de Koplick

desaparecem e a febre vai diminuindo até desaparecer, mais ou menos, no

quarto ou quinto dia do exantema.

A doença provoca perdas consideráveis de eletrólitos e proteínas,

gerando o quadro expoliante característico da infecção. As complicações

contribuem para a gravidade do sarampo principalmente em crianças

desnutridas e menores de um ano de idade, fazendo com que a doença se

constitua em importante causa de morbimortalidade. Hoje, depois das

campanhas de vacinação e vigilância epdimiológica, o Brasil se encontra em

fase de eliminação da doença.

15.2. Agente infeccioso

O agente infeccioso é um vírus pertencente ao gênero Morbillivirus,

família Paramyxoviridae.

15.3. Reservatório

O único reservatório é o homem doente.

15.4. Fonte de infecção

A fonte de infecção é o homem.

Page 532: Manual de..procedimentos vacinas

524 

15.5. Modo de transmissão

O sarampo se transmite de pessoa a pessoa, por meio das

secreções nasofaríngeas.

15.6. Período de incubação

O período de incubação é de sete a 18 dias, sendo a média de 10

dias.

15.7. Período de transmissibilidade

A transmissão ocorre quatro a seis dias antes do aparecimento do

exantema, até quatro dias após o início da erupção e durante todo o período

febril.

15.8. Suscetibilidade

A suscetibilidade é universal.

15.9. Imunidade

A imunidade é conferida pela doença e pela vacina tríplice viral

(contra o sarampo, a caxumba e a rubéola) e a dupla viral (contra sarampo e

rubéola).

Em 2000, a vacina monovalente contra o sarampo foi substituída

pela vacina tríplice viral, incluída no calendário da criança a partir de um ano de

idade.

A vacina é a única medida preventiva e a mais segura. A primeira

dose deve ser aplicada aos 12 meses de vida, e o reforço entre quatro a seis

anos de idade. Todas as mulheres até 49 anos devem ter uma dose da vacina

e os homens até 39 anos também devem ser vacinados, independente de

história pregressa da doença.

Desde 2001 não há circulação autóctone do vírus, registrando-se

casos relacionados a casos importados de países onde a doença ainda

persiste. Japão, Alemanha, alguns países da África e outros da Ásia não

apresentam uma cobertura vacinal muito ampla contra o sarampo, sendo

recomendado que os profissionais da área de turismo e os viajantes residentes

Page 533: Manual de..procedimentos vacinas

525 

no Brasil que tenham como destino países pertencentes a outros continentes

que não as Américas procurem um posto de saúde pelo menos quinze dias

antes da viagem para serem vacinados.

A mãe imunizada passa anticorpos para o filho, possibilitando uma

imunidade temporária. No Brasil, mais de 80% das crianças perdem esta

imunidade antes dos nove meses de idade.

Na Parte III deste Manual de Procedimentos, no tópico 10, estão

descritas as orientações relativas à indicação e uso das vacinas tríplice de

dupla viral.

Page 534: Manual de..procedimentos vacinas

526 

16. Tétano

16.1. Descrição

O tétano é uma doença infecciosa aguda não contagiosa causada

pela toxina do bacilo tetânico que se desenvolve anaerobicamente, ou seja, se

desenvolve na ausência de oxigênio, no interior de um ferimento, como o coto

umbilical, por exemplo.

A doença caracteriza-se clinicamente por contraturas musculares

dolorosas que surgem primeiro nos músculos da face, do pescoço e depois nos

músculos do tronco, podendo se estender por todo o corpo, produzindo

espasmos e convulsões que podem levar à morte por asfixia.

No tétano do recém-nascido (tétano neonatal), em geral, os

sintomas aparecem entre o 5º e o 12º dia, mais frequentemente em torno do

sétimo dia, daí ser conhecido também como “mal de sete dias”.

16.2. Agente infeccioso

O agente infeccioso é um bacilo gram-positivo e anaeróbio, o

Clostridium tetani.

16.3. Reservatório

O reservatório do bacilo é o trato intestinal do homem e de animais

domésticos, especialmente o cavalo, onde vive sem causar nenhum problema.

O solo, principalmente o cultivado para agricultura, a pele e/ou qualquer

instrumento perfurocortante contaminado com o bacilo também são

reservatórios.

16.4. Modo de transmissão

O tétano não é uma doença contagiosa e, portanto, não se

transmite de pessoa a pessoa.

No chamado tétano acidental os esporos do bacilo Clostridium

tetani são introduzidos no corpo por intermédio de um ferimento, geralmente do

tipo perfurante, contaminado com terra, poeira de rua e fezes humanas e de

Page 535: Manual de..procedimentos vacinas

527 

animais. Queimaduras e tecidos necrosados favorecem, especialmente, o

desenvolvimento do bacilo anaeróbio. Ferimentos insignificantes, muitas vezes

despercebidos, também podem ser porta de entrada dos esporos.

Já o tétano neonatal acontece pela contaminação do coto umbilical

com esporos do bacilo Clostridium tetani, devido à infecção do umbigo não

cicatrizado. A infecção ocorre quando o umbigo é ‘tratado’ com o uso de

substâncias e instrumentos impróprios e contaminados com esporos.

16.5. Período de incubação

O período de incubação é de dois dias a três semanas, variando de

acordo com a natureza, a extensão e a localização da ferida. Quanto menor o

tempo de incubação mais grave é o prognóstico.

16.6. Período de transmissibilidade

Como o tétano não se transmite de um indivíduo a outro, não há

período de transmissibilidade.

16.7. Suscetibilidade

A suscetibilidade é universal. A letalidade é maior nos recém-

nascidos.

16.8. Imunidade

A doença não confere imunidade.

A imunidade é adquirida pela administração de vacinas que contêm

o toxóide tetânico: a DTP; a dupla tipo infantil (DT) contra difteria e tétano, a

dupla tipo adulto (dT). As orientações quanto à indicação e uso dessas vacinas

estão descritas na Parte III deste Manual de Procedimentos, nos tópicos 6 e 7.

Quando a mãe é vacinada os anticorpos maternos protegem o recém-nascido

contra o tétano neonatal.

No caso de reação após a administração da vacina DTP a pessoa

deve ser encaminhada a um CRIE para receber a vacina tríplice bacteriana

acelular (DTPa), conforme orientado na Parte III deste Manual de

Procedimentos, no tópico 14.5.

Page 536: Manual de..procedimentos vacinas

528 

A imunidade dura cerca de 10 anos, quando, então, deve ser dado

novo reforço.

Em algumas situações a profilaxia da doença é complementada

com a administração do soro antitetânico (SAT) e/ou da imunoglobulina

humana antitetânica (IGHAT), indicada para substituir o SAT nos casos de

reação. Os procedimentos relativos ao uso do SAT e da IGHAT constam da

Parte IV deste Manual de Procedimentos, respectivamente nos tópicos 3 e 4.

O SAT e a IGHAT não conferem imunidade temporária e a doença

não confere imunidade permanente, por isto o paciente deve iniciar ou

completar o esquema de vacinação.

Page 537: Manual de..procedimentos vacinas

529 

17. Tuberculose

17.1. Descrição

A tuberculose é uma doença infecto-contagiosa. A lesão inicial, em

95% dos casos, ocorre nos pulmões, constituindo o foco primário. Em seguida,

o agente infeccioso atinge os vasos linfáticos e invade os gânglios regionais,

formando, assim, o complexo primário.

A partir dos gânglios regionais, os bacilos podem se disseminar por

via linfo-hematogênica, determinando as complicações mais graves da doença:

as formas miliar e meníngea, que atingem, principalmente, os menores de um

ano, levando-os com freqüência a óbito, sobretudo os desnutridos.

A intercorrência da tuberculose com outras doenças, como o HIV, o

sarampo e a coqueluche, deprimem fortemente o sistema imunológico.

A tuberculose continua sendo importante problema de saúde

pública. Estima-se que em todo mundo 1,7 bilhão de indivíduos estão

infectados, o que corresponde a 30% da população mundial. No Brasil, estima-

se que 35 a 40 milhões de pessoas estejam infectadas, correspondendo a,

aproximadamente, 100 mil casos novos por ano. O número de mortes é de três

a quatro mil por ano. A associação com a Aids pode levar a um aumento da

morbidade e da mortalidade pela tuberculose.

17.2. Agente infeccioso

O agente infeccioso é um bacilo, o bacilo de Koch ou

Mycobacterium tuberculosis.

17.3. Reservatório

O principal reservatório é o indivíduo doente, especialmente o

bacilífero. O indivíduo infectado é o reservatório secundário.

17.4. Fonte de infecção

Page 538: Manual de..procedimentos vacinas

530  

Considera-se como fonte de infecção o indivíduo que elimina

grandes quantidades do bacilo no escarro: são os bacilíferos. O gado bovino e

outros mamíferos também são considerados fontes de infecção.

Um indivíduo bacilífero, quando não submetido a tratamento,

infecta cerca de cinco a 10 pessoas por ano e, de maneira geral, se mantém

bacilífero por dois anos, até a recuperação espontânea, a cronificação da

doença ou a morte.

O doente crônico elimina bacilos por alguns anos. O bacilo perde a

patogenicidade com o início do tratamento, dentro de 15 a 30 dias,

aproximadamente.

17.5. Modo de transmissão

A tuberculose é transmitida de pessoa a pessoa, por meio das

gotículas de Wells que são eliminadas pela tosse, espirro e fala, principalmente

pela tosse do indivíduo bacilífero.

17.6. Período de incubação

O período de incubação é variável, podendo haver ou não um

período de latência entre a infecção e o aparecimento da doença. O período de

latência pode corresponder a alguns anos.

17.7. Período de transmissibilidade

A doença é transmitida enquanto o indivíduo eliminar os bacilos

selvagens, ou seja, bacilos que não sofreram ainda o efeito da quimioterapia.

17.8. Suscetibilidade

A suscetibilidade é universal, sendo maior nos desnutridos,

alcoólatras e indivíduos imunodeprimidos, como os portadores do HIV, o vírus

da Aids.

17.9. Imunidade

A infecção, a doença e a vacina BCG conferem imunidade relativa

e de duração variável.

Page 539: Manual de..procedimentos vacinas

531 

A vacina oferece proteção cruzada para comunicantes de doentes

de hanseníase (contatos intradomiciliares). A criança portadora do HIV, positiva

assintomática, e aquela cuja mãe é HIV-positiva, devem receber a vacina BCG-

ID o mais precocemente possível.

As orientações quanto à indicação e uso da vacina BCG estão

descritas na Parte III deste Manual de Procedimentos, no tópico 3.

Page 540: Manual de..procedimentos vacinas

532  

18. Varicela

18.1. Descrição

A varicela ou catapora é uma doença infecciosa que se apresenta,

habitualmente, com febre baixa e lesões vesiculares generalizadas,

pruriginosas, concentradas, em sua maioria, no tronco e na face, com menor

presença nas extremidades (braços e pernas). As lesões podem atingir as

mucosas e nunca aparecem nas mãos e nos pés. Aparecem, de forma geral,

250 a 500 vesículas.

Nos adolescentes e adultos a doença é mais exuberante e os

imunocomprometidos apresentam maior risco de complicações. A maioria dos

casos (90%) ocorre em pessoas com menos de 15 anos de idade.

A infecção primária produz a doença. Depois da infecção primária o

agente infeccioso pode permanecer latente nos gânglios nervosos próximos à

medula espinhal e a sua reativação causa o herpes zoster.

O herpes zoster é uma doença que apresenta lesões vesiculares e

dor intensa em uma a três zonas do corpo, relacionadas às terminações dos

nervos acometidos. O herpes zoster é menos contagioso que a catapora

porque a transmissão ocorre somente pelo contato direto com as lesões.

18.2. Agente infeccioso

O agente infeccioso é o vírus da varicela-zoster ou Herpesvirus

varicellae, pertencente à família Herpesviridae.

18.3. Reservatório

O reservatório é o indivíduo infectado.

18.4. Fonte de infecção

A fonte de infecção é o homem doente.

18.5. Modo de transmissão

A varicela se transmite por intermédio do contato direto com

secreções das lesões vesiculares e da nasofaringe da pessoa infectada. A

Page 541: Manual de..procedimentos vacinas

533 

porta de entrada habitual é a mucosa do trato respiratória superior. A infecção

ocorre por inalação de gotículas das secreções respiratórias ou de aerossóis

nos quais se encontram os vírus liberados das lesões cutâneas dos doentes.

Há possibilidade de transmissão a partir de objetos (fômites)

recém-contaminados com secreções mucosas ou cutâneas.

18.6. Período de incubação

O período de incubação é de 10 a 21 dias, sendo, em média, 14

dias.

18.7. Período de transmissibilidade

A transmissibilidade ocorre um a dois dias antes do aparecimento

das vesículas, até cinco a seis dias depois, enquanto houver a presença de

lesões úmidas. O período de transmissibilidade é mais prolongado em pessoas

imunodeprimidas, como, por exemplo, pacientes de câncer e aids.

18.8. Suscetibilidade

A suscetibilidade é universal.

18.9. Imunidade

A imunidade é adquirida por meio da doença ou pela administração

da vacina contra a varicela.

Page 542: Manual de..procedimentos vacinas

534 

19. Acidentes causados por animais peçonhentos

19.1. Introdução

Os animais venenosos possuem veneno, mas não possuem

mecanismo de inoculação. Já os animais peçonhentos além de venenosos, têm

um mecanismo especializado de inoculação – a peçanha – que é utilizada

como arma de caça ou de defesa. As glândulas de veneno se comunicam com

dentes ocos, ou ferrões ou aguilhões por onde passa o veneno. São exemplos

de animais peçonhentos as serpentes, aranhas, escorpiões, abelhas, arraias.

Os animais mais importantes, pela quantidade e gravidade dos

acidentes que provocam, são:

a) as serpentes dos gêneros: Bothrops (jararaca), Crotalus

(cascavel), Micrurus (coral), Lachesis (surucucu);

b) os escorpiões do gênero Tityus;

c) as aranhas dos gêneros: Phoneutria (aranha armadeira),

Lycosa (tarântula, aranha de grama), Loxosceles (aranha

marrom), Latrodectus (viúva negra).

19.2. Manifestações clínicas

19.2.1. Serpentes

A) Jararaca (envenenamento botrópico)

A jararaca é conhecida, também, como caiçara, jararacuçu, urutu,

jararaca-do-rabo-branco, cruzeira, cotiara, surucucurana do gênero Bothrops.

Este tipo de serpente é responsável por quase 90% dos acidentes

causados pela espécie, que podem, inclusive, levar à morte. A ação do veneno

no organismo provoca manifestações locais precoces e tardias.

As manifestações precoces, que ocorrem de três a seis horas após

o acidente, são:

a) dor imediata;

b) edema local;

Page 543: Manual de..procedimentos vacinas

535 

c) calor e rubor no local da picada;

d) hemorragia no local da picada ou distante dele.

As manifestações tardias são:

a) bolhas;

b) abscesso local;

c) gangrena;

d) insuficiência renal aguda;

e) choque.

B) Surucucu (envenenamento laquético)

Os acidentes provocados pela surucucu, também chamada pico-

de-jaca ou surucutinga, são muito raros no Brasil.

O veneno da surucucu no organismo do acidentado provoca

algumas reações semelhantes ao veneno da jararaca, tais como: edema no

local da picada, diarréia, hemorragia, hipotensão e bradicardia.

C) Cascavel (envenenamento crotálico)

A cascavel, mesmo sendo responsável por 8% dos acidentes

ofídicos, por ter um veneno muito potente, provoca acidentes com muita

gravidade, levando à morte, caso não sejam tomadas providências imediatas.

A reação no local da picada pode passar despercebida e quando

aparece limita-se a discreto edema ao redor do ferimento.

A ação do veneno da cascavel no organismo provoca

manifestações precoce três a seis horas depois do acidente e complicações.

São manifestações precoces:

a) dificuldade em abrir os olhos;

b) “visão dupla e/ou turva”;

c) “cara de bêbado”;

d) dor muscular;

Page 544: Manual de..procedimentos vacinas

536 

e) urina avermelhada;

f) escurecimento da urina (depois de seis a 12 horas).

As complicações se caracterizam pela ocorrência de:

a) insuficiência renal aguda;

b) insuficiência respiratória aguda.

D) Coral (envenenamento elapídico)

Os acidentes com a serpente coral são pouco frequentes e

correspondem a menos de 1% do total de acidentes no Brasil.

A ação do veneno da coral no organismo é muito rápida, de grande

potência e mortal se não for tratada a tempo.

Os sintomas e sinais aparecem em questão de minutos,

destacando-se os seguintes:

a) dificuldade em abrir os olhos;

b) “cara de bêbado”;

c) dificuldade respiratória;

d) dificuldade para engolir;

e) sialorréia (salivação abundante);

f) insuficiência respiratória aguda.

19.2.2. Escorpiões

Os acidentes causados por escorpiões são mais graves em

crianças menores e pessoas idosas.

As manifestações no local da picada são muito significativas: dor

intensa em todos os casos e, às vezes, parestesia (dormência) no membro

acometido.

Os sintomas gerais se iniciam com vômitos, sudorese, náuseas,

dor abdominal, diarréia e taquicardia, podendo evoluir com bradicardia,

insuficiência cardíaca, edema agudo dos pulmões e choque, bem como sinais

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537 

e sintomas neurológicos: agitação, sonolência, confusão mental, convulsões e

coma.

As crianças com menos de sete anos e os idosos devem ser

rigorosamente observados, durante seis a 12 horas: no caso do aparecimento

de sinais e sintomas (mesmo leves) administrar o soro antiescorpiônico. As

crianças com idade entre sete e 14 anos também devem ser observadas

durante seis horas, no mínimo.

Os acidentes em adultos jovens raramente apresentam gravidade,

com sintomatologia limitada à dor local, não havendo necessidade de

tratamento específico com o soro. Nestes casos usar apenas analgésicos.

19.2.3. Aranhas

As aranhas venenosas mais comuns no Brasil são as armadeiras,

as aranhas marrons e as tarântulas. A viúva negra é rara e sua picada é muito

grave.

As aranhas venenosas têm, geralmente, menos de 4 cm de tronco,

não tecem teias simétricas, não são agressivas (exceto a armadeira) e suas

presas são horizontais. As aranhas vivem em buracos de muros, beira de

passeios, gramados, cachos de banana e entulhos.

Os acidentes com aranhas venenosas são mais comuns nos dias

frios, nos períodos de chuva.

O quadro clínico varia de acordo com o gênero, sendo importante

seu reconhecimento:

a) as picadas por armadeira (gênero Phoneutria) produzem, de

imediato, dor muito intensa no local atingido, seguindo-se o

aparecimento de sudorese, vertigem, distúrbios visuais,

calafrios, salivação e dificuldade respiratória;

b) as aranhas marrons (gênero Loxosceles) produzem dor no

local da picada, acompanhada de edema, necrose, formação

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538 

de crosta e eritema generalizado, podendo ocorrer insuficiência

renal aguda, choque e morte;

c) as tarântulas (gênero Lycosa) provocam discreta lesão da pele

com a formação de crosta, tendo pequena importância médico-

sanitário.

Page 547: Manual de..procedimentos vacinas

53  

Bibliografia

Barreto, M.L. & Carmo, E.H. 2007. Padrões de adoecimento e de morte da população brasileira: os renovados desafios para o Sistema Único de Saúde. Revista Ciência & Saúde Coletiva. Artigo. 12(Sup): 1.779-1.790.

Brasil. Ministério da Saúde. Fundação Nacional de Saúde. Manual de

Procedimentos para Vacinação. 3ª ed. Brasília; 2001.

Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento

de Vigilância Epidemiológica. Guia de Vigilância Epidemiológica. Caderno 14:

Acidentes por animais peçonhentos. 7ª Ed. Brasília. 2009.

Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento

de Vigilância Epidemiológica. Guia de bolso. Doenças Infecciosas e

Parasitárias. 8ª Ed. Revista. Brasília. 2010 .

Milstien, J. Desenvolvimento tecnológico de vacinas: projeções para 2015. In: Vacinas, soros & imunizações no Brasil. Org. Buss, P.M. Temporão, J.G. Carvalheiro, J.R. Rio de Janeiro: Editora FIOCRUZ, 2005. (147-90)

9

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Parte VI

Glossário de termos e de siglas

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543  

Glossário de termos

A Acesso,

Acessibilidade

No âmbito da saúde diz respeito à capacidade de atendimento satisfatório às necessidades de atenção / assistência / atendimento / à capacidade dos serviços de resolver os problemas de saúde da população

Diz respeito, também, à dificuldade da população em usufruir dos serviços oferecidos em razão da distância, custo do transporte etc.

Acesso venoso Procedimento que atinge a luz interna da veia

Adiabática (Do grego adiabatos: impenetrável)

É a qualidade relativa ao limite a partir do qual não ocorre transmissão de energia térmica.

Na termodinâmica se diz de um processo ou comportamento de um corpo ou sistema de corpos que, em processo de transformação, se caracteriza por ausência de troca de energia térmica (calor) com o exterior. São exemplos desse processo o que ocorre com refrigeradores e caixas térmicas.

Aerossol Solução coloidal (gelatinosa) em que a fase dispersora é gasosa e a fase dispersa é sólida ou líquida.

Adjuvante Substância que potencializa, de forma inespecífica, a resposta imunológica a um antígeno.

Agamaglobulinemia Ausência de gamaglobulina (anticorpos).

Agente infeccioso

(agente etiológico vivo, agente biológico, bioagente patogênico)

Agente biológico capaz de produzir infecção ou doença infecciosa.

Vírus, rickettsia, bactéria, fungo protozoário, helmintos são exemplos de espécies patogênicas.

Agravo Prejuízo, dano à saúde.

AIDS Síndrome de Imunodeficiência Adquirida (AIDS) provocada pelo HIV (vírus da imunodeficiência humana), um retrovírus que ataca o sistema imunológico do organismo.

A AIDS é a fase mais avançada da evolução clínica da infecção pelo HIV, surgindo após a infecção aguda e a infecção assintomática.

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544 

Alergia Resposta imunológica anormal e patogênica, mais freqüente em predispostos (atópicos);

manifestações de hipersensibilidade de tipo 1, como asma, eczema, rinite, anafilaxia

Alérgeno Substância, alimento, medicamento ou produto químico que introduzido no organismo, provoca reação alérgica

Anafilaxia Aumento da sensibilidade do organismo a uma substância determinada com a qual esse organismo já esteve em contato.

Reação de hipersensibilidade imediata que resulta da sensibilização prévia do sistema imunológico a um antígeno específico.

Anorexia Perda da vontade de se alimentar, por causas fisiológicas, patológicas ou emocionais.

Anamnese Informação acerca do princípio e evolução de uma doença.

Histórico que vai desde os sintomas iniciais até o momento da observação clínica, realizado com base nas lembranças do paciente.

Anatomopatologia Ciência que estuda as modificações orgânicas provocadas pela doença.

Anemia falciforme Alteração congênita na estrutura da hemoglobina (proteína interna do glóbulo vermelho, hemácias) capaz de alterar a forma das hemácias de esférica para a forma de foice.

Antibiótico Substância que impede o crescimento de micro-organismos de largo emprego na terapêutica de doenças infecciosas.

Antibioticoterapia Tratamento com o uso de antibióticos.

Anticorpo Globulina encontrada em fluidos teciduais e no soro, produzida em resposta ao estímulo de antígenos específicos, sendo capaz de se combinar com os mesmos, neutralizando-os ou destruindo-os.

Antígeno Porção ou produto de um agente biológico capaz de estimular a formação de anticorpos específicos. Toda substância que, aparecendo em um local que não a possuía, determina neste uma reação imunológica, como a produção de um anticorpo específico.

Antígeno de superfície

Antígeno localizado na parte externa do agente biológico.

Antimalárico Medicação utilizada para o tratamento da malária.

Antissepsia Conjunto de medidas empregadas para impedir a proliferação microbiana.

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545 

Antitoxinas Anticorpos protetores que inativam proteínas solúveis tóxicas de bactérias.

Área de risco É o espaço geográfico definido, cujas condições ecológicas, sociais e demográficas mostram-se favoráveis à introdução e ao desenvolvimento do agente infeccioso.

Área endêmica Área geográfica na qual está comprovada a transmissão de determinada doença.

Artralgia Dor articular.

Artrite Inflamação na articulação.

Ascite Acúmulo de líquido seroso na cavidade peritonial, causado pelo aumento da pressão venosa ou queda da albumina no plasma. O exame revela aumento indolor do abdome, maciez líquida que muda com a postura. É responsável pelo termo “barriga d’água” para a esquistossomose.

Asplenia anatômica Ausência; inexistência do baço.

Asplenia funcional Ausência das funções do baço embora o órgão esteja presente no organismo.

Assepsia Conjunto de medidas que visa prevenir a penetração de micro-organismos em áreas estéreis.

Astenia Sensação de cansaço.

Ataxia Perda ou irregularidade da coordenação motora; alteração da marcha.

Atopia Predisposição genética a alergias e manifestações de hipersensibilidade de tipo 1, como asma, eczema, rinite, anafilaxia.

Autóctone Próprio do lugar; que se originou naquele lugar.

Em saúde refere-se à ocorrência de transmissão ou contaminação dentro de um mesmo território, ou seja, não houve importação de uma outra área ou região.

B Bacilo Tipo de bactéria em forma de bastonete

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Bacteremia Quadro patológico caracterizado pela presença de bactérias vivas no sangue. Quantidade de bactérias vivas no sangue.

Bactéria Organismo unicelular que produz grande variedade de doenças como a tuberculose, meningites, salmoneloses, infecção estafilocócica, dentre outras.

Algumas bactérias são transmitidas diretamente de pessoa a pessoa. Outras são adquiridas a partir de fontes externas como o meio ambiente ou animais.

Bactéria inativada Bactéria sem atividade, que perdeu a capacidade de reprodução, mas que ainda mantém a capacidade imunogênica, ou seja, mantém a capacidade de induzir resposta imunológica.

Bronco-espasmo Redução da luz (espaço interior) dos brônquios por contração da musculatura lisa da parede dos mesmos

Broncolaringoespasmo Contração involuntária dos bronquíolos, brônquios e laringe, comumente relacionada à asma ou aos processos alérgicos.

C Caso Em epidemiologia pessoa infectada ou doente que apresenta

características clínicas, laboratoriais e epidemiológicas específicas de uma doença ou agravo.

Caso autóctone Caso de doença que teve origem dentro dos limites do lugar em referência ou sob investigação; caso oriundo da terra onde se encontra, sem resultar da imigração ou importação.

Caso índice Primeiro, entre vários casos de natureza similar e epidemiologicamente relacionados.

O caso índice é, muitas vezes, identificado como fonte de contaminação ou infecção.

Cepa População de micro-organismos de uma mesma espécie descendente de um único antepassado ou que tenha espécie descendente de um único antepassado ou que tenha a mesma origem, conservada mediante uma série de passagens por hospedeiros ou subculturas adequadas.

Cianose Coloração azulada da pele ou das mucosas, decorrente da baixa oxigenação sanguínea.

Cirrose Doença crônica do fígado caracterizada por alterações celulares. Pode

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547 

ser conseqüência do alcoolismo crônico ou processos infecciosos.

Coeficiente/taxa Relação entre o número de eventos ocorridos em determinada população ou grupo populacional. O denominador (população) é sempre referenciado como potência de 10 (mil, 100 mil, milhão). Muito utilizado em saúde pública para indicar a relação (quociente) entre dois valores numéricos, no sentido de estimar a probabilidade da ocorrência ou não de determinado evento.

Choque/reação anafilática (anafilaxia)

Reação alérgica ou de hipersensibilidade grave, envolvendo dois ou mais sítios/sistemas e/ou reações envolvendo o trato respiratório nas primeiras duas horas após qualquer vacinação, sendo mais freqüente nos primeiros 30 minutos.

Choro persistente Choro incontrolável, estridente, por três horas ou mais, diferente do choro habitual da criança, que os pais referem “nunca terem ouvido antes”.

Colapso circulatório

Diminuição súbita e geral da pressão arterial, podendo levar a um estado de choque.

Comunicante Qualquer pessoa que teve contato com pessoa infectada ou ambiente contaminado, de forma a ter oportunidade de adquirir o agente etiológico.

Combustão Ação de queimar

Congênita Característica que o indivíduo traz desde o nascimento e que foi adquirida durante a gestação, no período intra-uterino, embrionário ou fetal. Conato.

Concentração neutralizante

Quantidade de determinada substância ou elemento capaz de neutralizar (tornar neutro, anular) a ação do agente agressor.

Concentração sérica

Proporção de determinada substância ou elemento (anticorpos, por exemplo) no soro humano.

Contaminação Presença de agente infeccioso na superfície do corpo, no vestuário e nas roupas de cama, em brinquedos, instrumentos ou pensos cirúrgicos, objetos inanimados ou em substâncias, com a água, o leite e os alimentos.

Ato ou momento em que uma pessoa ou um objeto se converte em veículo mecânico de disseminação de um determinado agente patogênico.

Contingente de população

Conjunto de indivíduos, grupos ou segmentos de indivíduos.

Contato Ver comunicante.

Contato Pessoa que mantém contato com pessoa ou animal infectado dentro do

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intradomiciliar domicílio.

Também é usado no sentido do animal que convive com pessoa ou animal dentro de um mesmo espaço.

Contraindicação Fator ou conjunto de fatores que justificam a não indicação de determinado produto.

Controle Quando aplicado a doenças transmissíveis e algumas não transmissíeveis significa operações ou programas desenvolvidos o objetivo de reduzir sua incidência e/ou prevalência.

Uma série de atividades destinadas a reduzir a prevalência de um agravo até alcançar um determinado nível que não mais constitua problema de saúde pública.

Convulsão Contrações involuntárias e repetidas da musculatura, derivadas de alterações elétricas no sistema nervoso central. É acompanhada de alterações do nível da consciência.

Convulsão afebril Convulsão que ocorre na ausência de febre.

Convulsão febril Convulsão que ocorre na presença de febre alta. Comum em menores de quatro anos

Corante Substância que dá a cor a um produto.

Coriza Secreção mucosa (com aspecto de clara de ovo) ou purulenta, proveniente das fossas nasais.

Corticóides Hormônios produzidos pela glândula supra-renal.

Também podem ser produzidos sinteticamente, sendo utilizados como medicamentos, principalmente com finalidade antiinflamatória e imunossupressora.

D Demanda,

Demanda espontânea

Em saúde pública, quantidade de pessoas que buscam ou procuram atendimento ou buscam usufruir de uma ação ou serviço de saúde.

É espontânea quando as pessoas buscam a ação ou o serviço por iniciativa própria, independente de medida adotada pela equipe de saúde.

Densidade populacional

É a relação entre a população e a superfície do território, geralmente aplicada a seres humanos, mas também a outros seres vivos (comumente, animais).

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É expressa, geralmente, em habitantes por quilômetro quadrado.

São sinônimos: densidade demográfica ou população relativa.

Desagregação do adjuvante

Destruição da substância que potencializa a resposta imunológica.

Desnaturação protéica

Alteração da natureza (estrutura) da proteína.

Diabetes insulino-dependente

Diabete cujo tratamento é realizado por meio da insulina, não sendo controlado por outros medicamentos.

Destreza Agilidade das mãos e de todos os movimentos.

Capacidade de executar um trabalho manual com qualidade, com perfeição.

Diluente Substância que transforma um produto sólido em solução.

Disfunção Alteração da função normal que se efetua de maneira anômala (anormal, atípica, irregular).

Disseminação,

Disseminar

Alastrar, difundir, espargir, espalhar, distribuir.

Em saúde pública é quando o agente de uma doença transmite-se de pessoa a pessoa ou por meio de um veículo como água, alimentos, seringas, ar etc.

Distribuição espacial

É a dispersão (localização) de algo em uma determinada área geográfica.

Em epidemiologia refere-se à distribuição de um dado ou informação em uma área geográfica, a exemplo da localização dos casos suspeitos ou confirmados de uma doença dentro de um município.

Doença de base Expressão utilizada para indicar patologias preexistentes (indivíduo com ou sem doença de base: indivíduo com ou sem patologia preexistente).

Doença intercorrente

Doença que se instala no decorrer de uma outra.

(Intercorrência: situação clínica que ocorre como complicação de uma doença, que aparece no curso de sua evolução)

Doença invasiva Doença que não se limita ao órgão de origem; que atinge outros tecidos.

Doença transmissível

É qualquer doença causada por um agente infeccioso específico, ou seus produtos tóxicos, que se manifesta pela transmissão desse agente ou de seus produtos, de um reservatório a um hospedeiro suscetível,

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seja diretamente de uma pessoa ou animal infectado, ou indiretamente por meio de um hospedeiro intermediário de natureza vegetal ou animal, de um vetor ou do meio ambiente inanimado.

Doença infectocontagiosa

Doença clinicamente manifesta causada por agentes infecciosos que têm poder de atingir pessoas sadias, através do contato direto destes com os indivíduos infectados. Exemplo: o sarampo, que é transmitido por secreções oronasais, como as gotículas durante o espirro.

Doença neurológica em atividade

Doença que acomete o sistema nervoso central ou periférico e que ainda apresenta manifestações neurológicas evidentes ou em progressão, apesar do tratamento.

Doença neurológica estável (sob controle)

Doença que acomete o sistema nervoso central ou periférico, mas que se encontra controlada, com ou sem tratamento.

Doença do soro Reação de hipersensibilidade em que há formação e deposição de complexos imunes.

Sua ocorrência está relacionada à administração de soros heterólogos.

Dose seguinte, dose subsequente (da vacina)

Dose recebida ou a receber imediatamente após à última dose administrada.

Dose pediátrica Porção de medicamento indicada para criança.

Dose de reforço Dose complementar, administrada após o término do esquema básico, necessária para manter a pessoa protegida.

E Edema Acúmulo anormal de líquido nos tecidos do organismo; tumefação;

inchaço.

Edema de glote Aumento de volume da glote, com a redução da sua luz (espaço interior).

A glote faz parte da laringe e corresponde a sua extremidade superior.

Eficácia do imunobiológico

Capacidade de conferir proteção contra determinada doença.

A eficácia esperada para cada vacina traduz um efeito potencial obtido em determinadas condições experimentais, em laboratório e em condições ideais.

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551  

Eliminação É a cessação da transmissão de determinada infecção em ampla região geográfica.

Emigração Refere-se ao fluxo de indivíduos num movimento de saída de um país.

Pode significar, no caso da vacinação, a saída de pessoas do território de abrangência de uma unidade de saúde, para vacinar-se em outro território.

Encefalopatia Termo vago, não designando nenhum quadro clínico-patológico bem caracterizado. Deve-se distinguir de encefalite, inflamação do cérebro.

Define-se como distúrbio grave, agudo, do sistema nervoso central, não explicado por outra causa além da vacinação, com alterações importantes da consciência ou convulsões focais ou generalizadas, persistindo durante mais do que algumas horas, sem recuperação em 24 horas. Pode ocorrer nos primeiros sete dias, geralmente nas primeiras 72 horas após a vacinação com as vacinas que contém o componente pertussis.

Endemia É a presença constante de uma doença ou de um agente infeccioso em uma determinada área geográfica.

Número de casos esperados de uma doença ou agravo para uma determinada região ou população, que ocorre dentro de padrões regulares, num determinado período de tempo.

Enduração Endurecimento do tecido no local de aplicação da vacina; tornar-se duro.

Enfartamento axilar Aumento do volume dos gânglios linfáticos da axila.

Enfartamento supraclavicular ou infraclavicular

Aumento do volume dos gânglios linfáticos da região acima ou abaixo da clavícula.

Enfartamento ganglionar não supurado

Aumento do volume de um ou mais gânglios linfáticos, sem saída de secreção do mesmo para o meio externo.

Epidemia Aumento do número de casos esperados de uma doença ou agravo em uma determinada região ou população, quando comparado à frequência habitual; ocorrência da doença ou agravo em grande número de pessoas ao mesmo tempo.

Epiglotite Inflamação da epiglote (extremidade superior da glote).

Epitopo Parte do antígeno que e reconhecida pelo anticorpo; também denominado determinante antigênico.

Episódio hipotônico hiporresponsivo (EHH)

Quadro clínico de início súbito caracterizado por palidez, diminuição ou desaparecimento do tônus muscular e de resposta a estímulos.

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552 

Eritema Vermelhidão da pele, devida à dilatação dos capilares cutâneos que pode desaparecer temporariamente com a pressão dos dedos; rubor.

Ver hiperemia.

Erradicação Cessação de toda transmissão da infecção por extinção artificial da espécie do agente em questão. A erradicação pressupõe a ausência completa de risco de reintrodução da doença, de forma a permitir a suspensão de toda e qualquer medida de prevenção ou controle.

Erupções cutâneas Surgimento de manchas, bolhas, vesículas ou pápulas na pele.

Esplenectomia Retirada do baço por ato cirúrgico.

Esquema básico de vacinação

Número de doses de determinada vacina recomendado para imunizar uma pessoa. Calendário de vacinação

Escarificação Conjunto de leves incisões ou arranhaduras superficiais feitas com um instrumento (escarificador), utilizado, por exemplo, na pele para aplicação de uma vacina, ou num osso para coletar material.

Estabilizantes Nutrientes contidos nas vacinas atenuadas.

Esterilização Conjunto de medidas que visa eliminar a presença de micro-organismos vivos.

Exantema Erupção com eritema generalizado na pele, de curta duração, acompanhado ou não de prurido.

Evasão Perda, fuga.

Em vacinação é a perda do grupo alvo de uma vacina, ou seja, quando um grupo populacional deixa de completar o esquema de vacinação preconizado.

Eventos adversos pós vacinação (EAPV)

São manifestações clínicas que aparecem após a administração das vacinas.

São sinais e sintomas que podem ser causadas pelo produto administrado ou podem estar apenas associado temporalmente à aplicação.

A incidência de reações indesejáveis provocadas pelas vacinas varia de acordo com as características do produto utilizado e peculiaridades da pessoa que recebe.

Exame dermatoneurológico

Exame clínico da pele e tecido conjuntivo e do sistema nervoso

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F Factibilidade Refere-se ao que é factível, ou seja, possível de ser realizado pela

disponibilidade de tecnologias, recursos ou processos.

Febre Temperatura axilar acima de 38,5º C

Febrícula Febre ligeira, branda.

Fechar a vácuo É a vedação de um recipiente retirando-se todo o ar do seu interior.

Fístula liquórica Comunicação entre o líquor (líquido da espinha) e o meio exterior. O líquor fica no espaço entre o sistema nervoso (cérebro e medula espinhal) e a membrana que o envolve (meninge).

Fonte de infecção É a pessoa, animal, objeto ou substância do qual o agente infeccioso passa imediatamente a um hospedeiro.

Forma liofilizada É a apresentação de uma substância que foi submetida à liofilização, ou seja, a um processo de secagem e de retirada de substâncias voláteis, realizado em temperatura baixa e sob pressão reduzida.

Formas disseminadas de tuberculose

Forma de tuberculose dispersa, atingindo outros órgãos além do pulmão.

Forma multibacilar d hanseníase

È a forma da hanseníase com alta carga de bacilos com apresentação de cinco lesões de pele.

Forma paubacilar da hanseníase

È a forma da hanseníase com baixa carga de bacilos com apresentação de uma a cinco lesões de pele.

Fluxo migratório É a movimentação de pessoas de uma região para outra.

Fundo de Saúde No âmbito do SUS é um ente de natureza orçamentária e contábil, existente nas três esferas de Governo, criado por lei, que se caracteriza por englobar todos os recursos arrecadados pelo setor saúde ou a ele destinados.

Para operacionalizar o Fundo pode-se utilizar uma ou mais contas bancárias, exclusivamente para movimentação do dinheiro a ser usado em ações e serviços de saúde, mostrando, com clareza, as fontes de receita, seus valores e data de ingresso; as despesas realizadas; os rendimentos das aplicações financeiras.

Os extratos ou balanços são analisados pelos conselhos de saúde respectivo o que facilita o controle social.

A Lei Federal nº 8.080/1990 criou o Fundo Nacional de Saúde e a Lei nº 8.142/1990 estabeleceu que para receber recursos do Governo

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554 

Federal os estados e os municípios devem ter Fundo de Saúde.

Fungos São agentes celulares responsáveis por doenças como a histoplasmose.

O reservatório dos fungos é, quase sempre, o solo. Em geral, não se transmitem de uma pessoa a outra.

G

Gamaglobulina Proteína existente no soro. Engloba a maioria das imunoglobulinas (anticorpos).

Gânglios Os gânglios linfáticos são estruturas esféricas formadas por tecido rico em linfócitos.

Gânglio axilar Gânglio localizado na axila.

Gânglio supraclavicular ou infraclavicular

Gânglios localizados acima ou abaixo da clavícula.

Gestor (na área da saúde)

É aquele que tem como responsabilidade comandar e dirigir um sistema de saúde, municipal, estadual ou nacional.

Ser gestor implica o exercício de funções de coordenação, articulação, negociação, planejamento, acompanhamento, controle, avaliação e auditoria.

A função de gestor de um sistema de saúde exige: a definição clara e objetiva de propostas de ação; a articulação permanente das ações de programação, controle, avaliação e auditoria; a integração operacional das unidades organizacionais que desempenham atividades no sistema; e a apropriação de resultados e identificação de prioridades no processo de decisão política de alocação de recursos.

Grumos Aglomeração de partículas; grânulo.

H

Hábitos de vida Comportamentos e práticas da população. Modo de viver.

Hemoderivados Produtos derivados do sangue (plasma, plaquetas, papa de hemácias, etc.).

Hemodiálise Técnica que permite eliminar certas substâncias do sangue mediante sua passagem por uma membrana especial que contém

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inúmeros poros microscópicos (rim artificial)

Hemofilia Doença hemorrágica que se caracteriza pela ausência (congênita) do fator VIII da coagulação.

Hemoglobinopatias Doença hematológica (do sangue) que se caracteriza pela alteração na estrutura da hemoglobina (proteína dos glóbulos vermelhos).

Heteróloga Não equivalentes; de diferentes espécies

HIV Human Immunodeficiency Vírus (vírus da imunodeficiência humana)

Hidrófilo Que é ávido por água

Hipersensibilidade Resposta exagerada a estímulos imunológicos. Pode ou não ser caracterizada como alergia; sensibilidade aumentada.

Hipersensibilidade

imediata

Tipo de hipersensibilidade mediada por anticorpos em que a administração de um antígeno produz uma resposta detectável em segundos ou minutos; reação de hipersensibilidade do tipo I. Vai desde os quadros leves de urticária até os quadros graves como o choque anafilático.

Hipersensibilidade

tardia

Tipo de hipersensibilidade que é denominada tardia porque as reações só acontecem 24 a 48 horas após a administração do antígeno. Exemplo: reação cutânea (da pele) a um antígeno injetado, mediada por células.

Hipertermia Aumento excessivo da temperatura do corpo.

Hipogamaglobulinemia Diminuição das concentrações séricas (no sangue) das gamaglobulinas.

Hipotensão Queda da pressão arterial

Hipotonia Redução da tensão ou tônus muscular.

Homogeneização Tornar uma substância homogênea, ou seja sem diferenças, igual.

Homóloga Equivalente; de espécies iguais

Hospedeiro É uma pessoa ou animal vivo, incluindo as aves e artrópodes que, em circunstâncias naturais, permitem a subsistência ou alojamento de um agente infeccioso.

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556  

I

Icterícia Coloração amarelada da pele e mucosas pelo depósito de bilirrubina. Pode ocorrer nas hepatites.

É de fácil visualização na parte branca dos olhos que, neste caso, torna-se amarelada.

IgG A classe de anticorpos predominante no soro.

Imigração Entrada de pessoas em uma área que não é a sua de origem. O contrário de emigração.

Impacto epidemiológico

Mudança drástica na situação de uma doença ou agravo provocada por fatores diversos como altas coberturas de vacinação, p.ex.

Imune (pessoa ou animal)

É a pessoa (ou animal) que possui anticorpos protetores específicos como consequência de uma infecção ou imunização anterior, ou que pode estar predisposta a responder eficazmente, produzindo anticorpos suficientes para proteger-se contra uma doença, depois de ter sido exposta ao agente infeccioso específico da mesma.

Imunidade É o estado de resistência, geralmente associado com a presença de anticorpos, que possui ação específica sobre o micro-organismo responsável por uma doença infecciosa específica ou sobre suas toxinas.

Imunidade de rebanho (“herd immunity”)

Extensão da proteção conferida por uma vacina a segmentos não-vacinados da população, devido ao controle ou a diminuição da circulação do agente infeccioso como decorrência do aumento de indivíduos imunes pela vacinação.

Imunização Procedimento que induz imunidade

Imunização ativa Imunidade adquirida naturalmente pela infecção, com ou sem manifestações clínicas (doença), ou artificialmente pela inoculação de frações ou produtos de agentes infecciosos ou do próprio agente morto, modificado ou de uma forma variante (vacinas)

Imunização passiva Imunidade adquirida naturalmente da mãe (transferência de anticorpos pela placenta de mãe para feto, amamentação); ou artificialmente pela inoculação de anticorpos protetores específicos (administração de soros heterólogos ou imunoglobulinas A imunidade passiva é pouco duradoura.

Imunobiológico Relativo à imunização; refere-se às vacinas, imunoglobulinas e soros

Imunocompetente Refere-se àquele que tem capacidade para produzir resposta

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557 

imunológica

Imunodeficiência adquirida

Deficiência no sistema imunológico adquirida por doença, ingestão de medicamento ou contato com radiação.

Imunodeficiência congênita

Deficiência no sistema imunológico que nasce com a pessoa (distúrbio genético)

Imunodeficiência primária

Deve-se a defeitos no mecanismo imunológico do próprio organismo

Imunodeficiência secundária

Deficiência imunológica decorrente de doenças, medicamentos, radioterapia, etc.

Imunodepressora Substância que é capaz de deprimir a resposta imunológica (ex. corticóide, doenças (neoplasias)

Imunodeprimido Aquele que tem a resposta imunológica diminuída

Imunógeno Antígeno que induz resposta imunológica; em geral usa-se como sinônimo de antígeno

Incidência/Coeficiente de

É a razão entre o número de casos novos de determinada doença, diagnosticado ou notificado num período de tempo (numerador) e uma população determinada (denominador). A incidência é expressa, geralmente, em número de casos por mil ou 100 mil habitantes por ano. A incidência pode ser calculada segundo idade, sexo ou outro atributo.

Indicador de pH Substância especial que muda de cor de acordo com a medida do pH

Indicador traçador É um indicador que tem a capacidade de refletir outras ações. Como exemplo: município com 95% de cobertura em menores de um ano com a vacina adsorvida difteria, tétano, pertussis e Haemophilus influenzae b (conjugada) (vacina injetável com 3ª doses) pode refletir que as demais vacinas do esquema básico foram administradas nesta população

Índice de cobertura/taxa de cobertura

É um número percentual que expressa a proporção de pessoas de um grupo alvo que foi vacinada

Infecção Penetração, alojamento e, em geral, multiplicação de um agente etiológico animado no organismo de um hospedeiro, produzindo-lhe danos, com ou sem aparecimento de sintomas clinicamente reconhecíveis.

Em essência, a infecção é uma competição vital entre um agente etiológico animado e um hospedeiro; é, portanto, uma luta pela sobrevivência entre dois seres vivos que visam a manutenção da sua espécie.

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Infecção inaparente É a presença da infecção em um hospedeiro sem que apareçam sinais e sintomas clínicos manifestos. As infecções inaparentes ou infecções subclínicas podem ser identificadas por meio de métodos de laboratório

Inflamação Reação orgânica caracterizada por: calor, rubor, dor e edema

Inoculação Introdução de um micro-organismo, um antígeno ou um veneno no organismo

Inquérito de cobertura

É um método de avaliação de cobertura, de campo, realizado por meio de visitas às famílias para entrevista e verificação do cartão de vacinação. É um estudo destinado para áreas onde o registro é deficiente ou onde é difícil caracterizar a população-alvo

Insalubre Ambiente, local ou objeto que dá origem à doença

Insumos Material necessário para conseguir o produto final (ex: seringas e agulhas para vacinar)

Invaginação ou intussuscepção intestinal

É uma forma de obstrução intestinal, em que um segmento do intestino penetra em outro segmento (ver figura abaixo). Ocorre mais freqüentemente em crianças entre 4 e 9 meses de idade, sendo a causa mais comum de emergência abdominal na faixa etária em menores de 2 anos. O lactente apresenta náusea, vômitos, dor abdominal e,às vezes, pode apresentar fezes com muco e sangue (“geléia de morango”). O tratamento pode ser conservador, no entanto, em algumas situações, o tratamento cirúrgico é indicado.

L

Laringoespasmo Contração da parte superior da laringe, em geral de origem alérgica, que impede abruptamente a passagem de ar para os pulmões.

Letalidade Percentual dos óbitos dentre os casos de determinada doença.

Longevidade Tempo de duração da vida.

Laceração do tecido Lacerar a pele (musculatura); rasgar em pedaços.

Leucemia Doença que se caracteriza por uma proliferação descontrolada dos glóbulos brancos (leucócitos) anormais do sangue; tipo de câncer.

Leucemia linfocítica aguda

Um dos tipos de leucemia (câncer dos glóbulos brancos) com predomínio de linfoblastos ou de células primitivas na medula óssea. É o câncer mais freqüente na prática pediátrica.

Linfadenite Inflamação dos gânglios linfáticos.

Page 567: Manual de..procedimentos vacinas

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Linfadenomegalia Aumento do tamanho dos gânglios linfáticos; adenomegalia; íngua.

Linfadenopatia Processo patológico que afeta os gânglios linfáticos.

Linfócito É um tipo de leucócito, ou glóbulo branco, presente no sangue fabricados pela medula óssea vermelha, através das células-tronco linfóides que se diferenciam em células pré B e pró-timocitos. Os pró-timocitos dão origem aos Linfócitos T que por sua vez vão amadurecer nos tecidos linfóides; já as células pré B dão origem aos Linfócitos B. Por sua aparência ao microscópio, há duas categorias de linfócitos: os grandes e pequenos. A maioria, mas não todos, os linfócitos grandes granulares são as chamadas Natural Killer (células NK ou células exterminadoras naturais). Os linfócitos pequenos podem ser linfócitos T ou linfócitos B. Os linfócitos tem um papel importante na defesa do organismo contra infecções.

Linfocitos T helper (auxiliares)

Linfócitos T com antígeno CD4 na sua membrana que, através da secreção de citocinas, estimulam linfócitos B, linfócitos citotóxicos, macrófagos e outras células do sistema imune.

Linhagem (do vírus) População de agentes submetida a determinadas processos de passagens no laboratório, em geral de uma seleção especial (seja natural ou experimental), de acordo com uma característica específica, como, por exemplo, a farmacorresistência.

Liófilo Produto sólido resultante do processo de secagem e de retirada de substâncias voláteis realizado em temperatura baixa e sob pressão reduzida.

Liofilização Processo de secagem e de retirada de substâncias voláteis realizada em baixa temperatura e sob pressão reduzida.

Lençol freático Corrente líquida subterrânea que corre sob uma camada de terreno em profundidade relativamente pequena; lençol superficial.

M

Magnitude Grau ou intensidade.

Mal-estar Incômodo, doença de pouca gravidade, em geral passageira e sem conseqüências.

Manifestações sistêmicas

Sinais e sintomas que não são localizados; envolvem um ou vários sistemas do organismo (exemplos: febre, convulsão, mialgia, náusea, exantema etc.).

Material instrucional Diz-se do material que instrui, ou seja, que oferece mais informação que uma simples mensagem, a exemplo da cartilha, livrete. Diferencia-se do cartaz, do folheto, do folder e do panfleto que são materiais de divulgação. Os manuais de normas e de capacitação

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podem ser considerados materiais instrucionais.

Material perfurocortante

Material capaz de cortar, perfurar, causar solução de continuidade dos tecidos (por exemplo, a pele).

Medidas de controle Medidas que se aplicam, geralmente, a indivíduos ou grupos de indivíduos, onde e quando doença ocorre sob forma esporádica, endêmica ou epidêmica, como, por exemplo: vacinação, tratamento da água, tratamento de contatos, controle de vetores e roedores, etc.

Meio de cultura Ambiente ou substrato propício ao desenvolvimento de micro-organismos.

Meia vida Neste manual diz-se do tempo necessário para que a concentração sérica de imunoglobulina caia pela metade em relação a concentração inicial; não confundir com vida media.

Memória imunológica Condição adquirida por linfócitos T e linfócitos B, especifica para determinado antígeno, que se forma durante o primeiro encontro com o antígeno (resposta imune primaria); por ocasião de novo encontro essas células são rapidamente ativadas, diminuindo o tempo de latência da resposta imune (resposta imune secundaria).

Membrana mucosa Camada de células epiteliais que reveste internamente as vísceras e órgãos (mucosa do estômago, mucosa da boca, etc.).

Meningoencefalite Inflamação do encéfalo (cérebro) e da membrana que o reveste (meninge).

Meninges Camadas que revestem e protegem o encéfalo e a medula espinhal.

Meningite Asséptica Tipo de meningite em geral de origem inflamatória, na qual não são encontrados germes.

Metazoários São parasitas multicelulares que produzem doenças como a triquinose, a esquistossomose e a ascaridíase.

Em geral, não se transmitem de uma pessoa a outra e necessitam um estágio de desenvolvimento no meio ambiente.

Mialgia Dor muscular.

Micro-organismos Forma de vida pequena demais para ser vista a olho nu; germes; fungos, vírus, bactérias, dentre outros.

Mielite Inflamação da medula.

Monovalente Diz-se das vacinas que possuem um único sorotipo.

Morbidade É como se apresenta o comportamento de uma doença ou de um agravo à saúde em uma população exposta, em um determinado

560

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561  

território. É calculada pelos coeficientes de incidência e prevalência.

Mortalidade Proporção de mortes de uma causa específica em determinada população ou grupos de população (mortalidade infantil, mortalidade por sarampo, etc.).

Mucosa É o tecido que reveste vísceras e órgãos internamente.

Mulheres em idade fértil

Mulheres com idade entre 12 e 49 anos (em fase de procriação), gestantes e não gestantes.

Município de risco para o tétano neonatal

Todo município que apresentou caso de tétano neonatal em, pelo menos, um ano, nos últimos cinco anos, ou o município que apresentou caso de tétano neonatal em, pelo menos, dois dos últimos cinco anos, e que apresenta índice de condições de sobrevivência menor que 0,36.

N

Necrose Morte do tecido.

Neomicina Tipo de antibiótico.

Neoplasia Formação de novos tecidos; tumor, câncer, malignidade.

Neoplasia maligna Tumoração maligna, câncer.

Neuropatia periférica Reação inflamatória dos nervos periféricos, comumente encontrada no diabetes e no alcoolismo.

Neutralizar Tornar inerte as propriedades de um agente, de uma substância.

Nódulo Endurecimento localizado (caroço). Pequena coleção de células fibroadas que formam como que um botão duro e bem delimitado.

Normalizar Submeter à norma, padronizar.

Norma Operacional Básica (NOB)

É um instrumento de normalização editado pelo SUS para estabelecer diretrizes referentes à operacionalização do Sistema.

Notificação Ato ou efeito de informar à autoridade competente a ocorrência de casos de doenças ou agravos.

Page 570: Manual de..procedimentos vacinas

562 

O

Opsonização Ligação de opsoninas (anticorpos ou complemento) a um antígeno para torná-lo mais apropriado à fagocitose.

Ooforite Inflamação dos ovários.

Organismo Ser vivo.

Órgão gestor Instituição responsável pela gestão do sistema de saúde, nas diferentes esferas de governo (federal, estadual e municipal), correspondendo ao Ministério da Saúde e, de modo geral, à Secretaria Estadual de Saúde e Secretaria Municipal de Saúde.

Orquite Infamação dos testículos.

Osteoartrite Inflamação do osso e da articulação.

Osteomielite Infecção do aparelho osteoarticular (ossos e articulações).

Otite Inflamação do ouvido. Pode ser externa, média ou interna.

P

Pápula Elevação da pele que desaparece ao fim de curto tempo sem deixar cicatriz.

Pan-Encefalite Esclerosante Subaguda (PEESA)

Doença rara, degenerativa do Sistema Nervoso Central, ocasionada por infecção prévia pelo vírus do sarampo. Podem ocorrer alterações intelectuais, da conduta e convulsões.

Parâmetro Padrão, escalão. Todo elemento cuja variação de valor modifica a solução de um problema sem lhe modificar a natureza.

Paralisia Perda dos movimentos.

Paralisia Flácida Aguda

Quadro de perda dos movimentos nas extremidades, principalmente nos membros inferiores, que ficam moles. É de instalação rápida. Apresenta-se em doenças como a poliomielite e a Síndrome de Guillain-Barré.

Paresia Diminuição da força de um ou mais membros, ou de algum grupo muscular.

Page 571: Manual de..procedimentos vacinas

563 

Parestesia Alteração da sensibilidade da pele; formigamento; dormência.

Parótidas Glândulas salivares situadas abaixo das orelhas, responsáveis parcialmente pelo início do processo digestivo.

Parotidite Inflamação das parótidas; caxumba; papeira.

Patogenicidade Refere-se à habilidade do agente microbiano em induzir a doença.

Plasma Componente líquido do sangue no qual as células estão em suspensão. É o sangue sem glóbulos.

Período de incubação

É o intervalo de tempo que decorre entre a exposição a um agente infeccioso e o aparecimento de sinais ou sintomas da doença respectiva.

Período de transmissibilidade

É o tempo durante o qual o agente infeccioso pode ser transferido, direta ou indiretamente, de uma pessoa infectada a outra pessoa, de um animal infectado ao homem ou de um homem a um animal, inclusive artrópodes.

Período prodrômico Período em que aparecem os primeiros sinais ou sintomas clínicos, em geral de discreta intensidade, que revelam o início de uma enfermidade.

Petéquia Cada uma das pequenas manchas vermelhas puntiformes não salientes que aparecem na pele ou mucosas, devidas a hemorragias intradérmicas ou submucosas; ver púrpura.

Pneumonia Inflamação dos pulmões, de origem irritativa ou infecciosa, causada por vírus, fungos ou bactérias.

Podálica (direção) Refere-se à angulação da seringa de 45º, tendo como referência os pés da pessoa, em oposição à direção cranial (cabeça da pessoa).

Polissacarídeos purificados

Cadeias de açúcares que sofreram processo de purificação para compor a vacina.

Pólio Relativo à poliomielite.

Poliomielite associada à vacina

Paralisia flácida aguda, que ocorre entre o 4º e o 40º dia após a administração da poliomielite 1, 2, 3 (atenuada), sendo constatada seqüela após 60 dias do início do quadro. Nos casos de comunicantes dos vacinados, o período de ocorrência é de 4 a 85 dias após a vacinação.

Polirradiculite Ver Síndrome de Guillain-Barré.

População-alvo/público-alvo

É o grupo de pessoas para o qual está destinada uma atividade. É o grupo objeto de intervenção da equipe de saúde.

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População circunscrita

Grupo de pessoas que vive em uma área determinada, por exemplo, numa rua, num bairro, numa cidade, etc.

População confinada Grupo de pessoas que permanece a maior parte do tempo em um mesmo ambiente. População de asilos, hospitais, presídios, etc.

Portador Pessoa ou animal que não apresenta sintomas clinicamente reconhecíveis de uma determinada doença transmissível ao ser examinado, mas que está albergando o agente etiológico respecti, podendo passar para outro indivíduo. Ex. Portador do Meningococo C..

Portador ativo Portador que apresentou sintomas, mas que em determinado momento não os apresenta.

Portador passivo É o portador aparentemente são que nunca apresentou sintomas de determinada doença transmissível; não os está apresentando e não os apresentará no futuro; somente pode ser descoberto por meio de exames adequados de laboratório.

Portador do HIV assintomático

Pessoa que nunca apresentou e não está apresentando os sintomas, mas que alberga o HIV.

Portador do HIV-positivo

Pessoa que apresenta exame de sangue positivo para a detecção de anticorpos contra o HIV.

Portador do HIV sintomático

Pessoa que alberga o HIV e tem sintomas da Síndrome da Imunodeficiência Humana (SIDA).

Potência Medida que expressa a quantidade de antígenos presentes, por volume da dose de uma vacina, determinada em teste de controle laboratorial padronizado, e, que tem a capacidade de produzir anticorpos (proteção individual).

Predinisona Um tipo de corticóide.

Pré-natal É um conjunto de atividades de atenção à saúde oferecido à mulher durante a gravidez. Dentre estas atividades está a vacinação para prevenir o tétano do recém-nascido.

Prescrever Indicar como remédio; receitar.

Prescrição médica Indicação (prescrever: indicar como remédio; receitar).

Pressão osmótica Diferença da pressão existente quando comparada a pressão de duas soluções (ver solução osmótica e solução isotônica).

Prevalência Número de casos clínicos ou de portadores existentes em um determinado momento, em uma comunidade, dando uma idéia estática da ocorrência do fenômeno. Pode ser expressa em números absolutos ou em coeficientes.

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565 

Prematuridade Qualidade de quem nasce antes do tempo; relativo ao prematuro.

Primo-infecção Tipo de infecção decorrente do primeiro contato do organismo com o agente infeccioso.

Produto de bactérias Substâncias produzidas ou extraídas das bactérias.

Profilaxia Conjunto de medidas que tem por finalidade prevenir ou atenuar as doenças, suas complicações e conseqüências. Quando a profilaxia está baseada no emprego de medicamentos, trata-se de quimioprofilaxia.

Protozoários São agentes unicelulares que produzem, por exemplo, a malária, a disenteria amebiana, a leishmaniose, a tripanossomose, entre outras doenças.

Prova de hipersensibilidade

Teste que utiliza a administração intradérmica de substâncias com a verificação das reações locais provocadas.

Prurido Coceira.

Puerpério É a fase imediatamente depois do parto.

Punção Procedimento de furar utilizando instrumento apropriado.

Puntura Furo ou picada feito com objeto perfurante.

Púrpura Aparecimento de manchas vermelhas ou violáceas que não ocasionam prurido nem desaparecem sob pressão. Quando são pequenas denominam-se petéquias. Podem ser decorrentes de um número baixo de plaquetas no sangue (púrpura trombocitopênica). Ver petéquia.

Pus Mistura de glóbulos brancos (leucócitos polimorfonucleares) vivos e mortos com bactérias, também vivas e mortas, nos processos infecciosos.

Q

Quadro neurológico Conjunto dos sinais e sintomas apresentados pelo paciente decorrentes do funcionamento ou não do sistema nervoso.

Quarentena Isolamento de indivíduos ou animais sadios pelo período máximo de incubação da doença, contado a partir da data do último contato com um caso clínico ou portador ou da data em que esse comunicante sadio abandonou o local em que se encontrava a fonte de infecção. Na prática, a quarentena é aplicada no caso das doenças quarentenárias.

Page 574: Manual de..procedimentos vacinas

566 

Quelóide Cicatriz anormal na pele, geralmente elevada e volumosa.

Quimioterapia Uso de uma droga com o objetivo de tratar uma doença clinicamente reconhecível ou de eliminar o seu progresso.

Quimioterapia antineoplásica

Administração de substâncias químicas especiais para o tratamento das neoplasias, tumores.

Quimioterapia imunossupressora

Administração de substâncias químicas que provocam a depressão do sistema imunológico.

Quimioprofilaxia Administração de uma droga, incluindo antibióticos, para prevenir uma infecção ou progressão de uma infecção com manifestações da doença.

R

Radiculite Inflamação das raízes dos nervos espinhais.

Radioterapia Forma de tratamento que utiliza energias radiantes. É freqüentemente usada no tratamento do câncer.

Reação anafilática Manifestação alérgica grave que provoca alterações na pele e/ou no aparelho respiratório e/ou aparelho circulatório.

Reação de Arthus Reação inflamatória local grave (na pele), mediada por complexo antígeno anticorpo; reação de hipersensibilidade grau III.

Reação de hipersensibilidade

Ver hipersensibilidade imediata; ver hipersensibilidade tardia; ver reação de Arthus (hipersensibilidade do Tipo III).

Reação local (à vacina)

Manifestação que ocorre no local de aplicação da vacina, em geral com sinais de dor, calor, rubor e edema.

Reação pirogênica Febre causada pela administração de substâncias como medicamentos, vacinas.

Reação sistêmica (à vacina)

Sinais e sintomas que não são localizados, envolvendo um ou vários sistemas do organismo. Exemplos: febre, convulsão, mialgia, náusea, exantema.

Reatogênico Que gera reação local ou sistêmica no organismo.

Reconstituição Condição em que um produto ou substância volta à forma original. Recomposição.

Regulamento Sanitário

Documento que contém normas e procedimentos relativos à saúde pública a serem seguidos pelos signatários do Regulamento, ou seja,

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Internacional todos os países que concordaram com as regras. Um exemplo de exigência internacional é a vacinação com a vacina febre amarela (atenuada).

Renal crônico Pessoa com doença renal de duração prolongada.

Reservatório de agentes infecciosos

Qualquer ser humano, animal, artrópode, planta, solo ou matéria inanimada, onde normalmente vive e se multiplica um agente infeccioso e do qual depende para sua sobrevivência, reproduzindo-se de maneira que possa ser transmitido a um hospedeiro suscetível.

Resistência É o conjunto de mecanismos corporais que servem de defesa contra a invasão ou multiplicação de agentes infecciosos ou contra os efeitos nocivos de seus produtos tóxicos.

Resposta imunogênica

É a reação do organismo frente a um estímulo que produz imunidade, proteção.

Riquétsias São parasitas intracelulares de tamanho intermediário entre os vírus e as bactérias. Necessitam, como os vírus, de células vivas para o seu desenvolvimento e multiplicação. Exemplo: o tifo exantemático por piolho é uma doença produzida por riquétsias.

Recém-nascido de baixo peso

Criança cujo peso ao nascer é menos de 2,5 kg (2 e ½ quilos).

Recém-nascido pré-termo ou prematuro

Criança cuja idade gestacional ao nascer é menos de 38 semanas.

Rotavírus É um vírus da família Reoviridae que causa diarréia grave frequentemente acompanhada de febre e vômitos.

Rubor (da pele) Vermelhidão associada, em geral, à inflamação ou alergia; ver eritema; ver hiperemia.

S

Salicilato Sal derivado do ácido salicílico.

Saneamento básico Conjunto das técnicas de destino e tratamento das águas servidas e dos esgotos.

Saudável Individuo sem patologias reconhecíveis.

Seringa agulhada É a seringa cuja agulha já vem acoplada, não precisa montar

Septicemia Infecção generalizada grave, em geral de origem bacteriana.

Sistemas de São sistemas alimentados com informações que dizem como nasce,

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Informações em Saúde

adoece e de que morre a população brasileira. Todos os registros contidos nesses sistemas são valiosas fontes de informação sobre a ocorrência de doenças e agravos.

SI-API É o Sistema de Avaliação do Programa de Imunizações e reúne todas as informações referentes às imunizações no país.

SIAB É o Sistema de Informação da Atenção Básica e reúne todas as informações relativas à atenção à saúde da população na porta de entrada do sistema de saúde.

SIM É o Sistema de Informações sobre Mortalidade e reúne todas as informações sobre todos os óbitos do país.

Sinan É o Sistema de Informações de Agravos de Notificação e reúne informações sobre as doenças de notificação compulsória do país.

Sinasc É o Sistema de Informações sobre Nascidos Vivos e reúne todas as informações sobre nascidos vivos do país.

Sinal Evidência objetiva de doença.

Síndrome Conjunto de sintomas e sinais que tipificam uma determinada doença.

Síndrome congênita Patologia congênita/nata caracterizada por um conjunto de sinais e sintomas mais ou menos tipicos. (Ver congênito)

Síndrome de Guillain–Barrè

Síndrome de etiologia desconhecida, caracterizada inicialmente por fraqueza muscular, decorrente da inflamação das raízes nervosas da medula espinhal, com dor nas extremidades dos membros e paralisia ascendente, que pode evoluir para toda a musculatura; polirradiculite; polirradiculopatia.

Síndrome da rubéola congênita

Conjunto de sinais e sintomas resultantes da infecção do feto pelo vírus da rubéola durante a gravidez, tais como: baixo peso ao nascer, catarata, retardo mental, malformações cardíacas, microcefalia, surdez, hepatoesplenomegalia etc.

Síndrome nefrótica Doença renal que apresenta edema generalizado, aumento da concentração sérica de colesterol, acentuada perda de proteína pela urina com baixa da concentração da mesma no sangue.

Sinergismo (na área farmacêutica)

É a ação combinada de dois ou mais medicamentos que produzem um efeito biológico, cujo resultado pode ser simplesmente a soma dos efeitos de cada composto ou um efeito total superior a essa soma.

Quando um medicamento aumenta a ação de outro, diz-se que existe potencialização. Esse termo é muitas vezes utilizado de forma pouco precisa para descrever o fenômeno de sinergismo, quando dois compostos atuam sobre diferentes locais receptores do agente patogênico.

O caso oposto é representado pelo antagonismo, fenômeno pelo qual as ações conjuntas de dois ou mais compostos resultam em diminuição do efeito farmacológico.

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Sintoma Evidência subjetiva de doença.

Sistema Único de Saúde (SUS)

É a denominação da ao sistema de saúde brasileiro, um sistema público unitário criado pela Constituição de 1988.

É único porque segue a mesma doutrina e os mesmos princípios organizativos em todo o território nacional, sob a responsabilidade das três esferas de governo: federal, estadual e municipal.

É formado por uma rede de serviços regionalizada, hierarquizada e descentralizada, com gestão única em cada esfera de governo e com participação social.

As ações, serviços e unidades do Sistema se integram, visando o desenvolvimento de atividades de promoção, proteção e recuperação da saúde.

Situações de calamidade

Referem-se a situações de tragédia ou desgraça ou catástrofes envolvendo coletividades, a exemplo de enchentes ou seca, terremotos, maremotos, tornado, vendaval etc.

Solo não fértil É o solo não apropriado para o plantio ou cultivo de produtos utilizados na alimentação de pessoas e animais.

Solução (na área farmacêutica)

É a mistura de duas ou mais substâncias que apresentam aspecto uniforme.

Solução tampão Solução que quando adicionada a outras soluções mantém o pH relativamente constante. Solução isotônica - solução com igualdade de pressão osmótica. Pressão osmótica - diferença de pressão existente entre duas soluções.

Solução isotônica Solução com igualdade de pressão osmótica (ver pressão osmótica). Pressão osmótica - diferença de pressão existente entre duas soluções.

Soro Líquido amarelado, isento de células e de fibrinogênio que surge após a coagulação do sangue ou do plasma (histologia).

Substância constituída por anticorpos específicos (bactérias ou toxinas) utilizada com fins profiláticos ou terapêutico: soro antidiftérico, soro anti-rábico.

Solução de substância orgânica ou mineral utilizada na hidratação ou alimentação de doentes ou como veículo para administração de medicação.

Soro homólogo Produto constituído por anticorpos específicos, obtidos a partir do plasma de doadores selecionados da mesma espécie do receptor, a exemplo de pessoas submetidas à imunização ativa, recentemente, ou convalescentes de doença infecciosa ou doadores de sangue adultos e sadios.

Soro heterólogo Produto constituído por anticorpos específicos de origem animal, obtidos a partir do plasma de doador (principalmente equinos) de espécie diferente do receptor (homem).

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Soroconversão Aparecimento de anticorpos específicos no soro em resposta a vacinação, indicando mudança de condição do individuo, de suscetibilidade para imunidade.

Srogrupo/sorotipo São grupamentos dos antígenos de um micro-organismo, classificados pelo que apresentam de comum pela sua inter-relação.

Soroterapia Tratamento que tem por base a administração de soros. Seroterapia

Substrato (da vacina)

Base, meio, produto ou substância que serve de suporte para a cultura ou desenvolvimento do agente causador da doença contra a qual está sendo produzida a vacina.

Em bioquímica: molécula sobre a qual determinada enzima atua especificamente.

Suprimento (de vacina)

É a atividade desenvolvida com o objetivo de disponibilizar imunobiológicos na quantidade necessária e no momento oportuno.

Envolve a aquisição, a distribuição, o controle de estoques dos produtos imunobiológicos realizados nas diferentes esferas de gestão.

Suprir Abastecer, prover.

Sulfonamida Grupo de medicamentos com ação antibacteriana que age inibindo a síntese de ácido fólico pelas bactérias.

Suscetibilidade É o estado de qualquer pessoa ou animal que não possui, presumivelmente, resistência contra determinado agente patogênico e que por esta razão pode contrair a doença provocada por este agente quando em contato com o mesmo.

Suscetível Aquele que é capaz ou passível de receber, de experimentar, de sofrer certas impressões ou modificações ou de adquirir determinadas qualidades.

Em saúde: qualquer pessoa ou animal que supostamente não possui resistência suficiente contra determinado agente patogênico, de modo a protegê-la da doença provocada por este agente, caso venha a entrar em contato com o mesmo.

Suspensão (substância em)

Forma farmacêutica líquida de aspecto turvo ou leitoso constituído pela dispersão de um sólido insolúvel em um veículo aquoso.

Em fisioquímica: sistema heterogêneo que contém duas fases que se separam espontaneamente pela ação da grávidas (p.ex. água e poeira)>

T

Talassemia Tipo de anemia hereditária caracterizada por alteração na síntese da

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hemoglobina e conseqüente hemólise.

Taxa de ataque secundário

É a razão entre o número de casos novos surgidos a partir de contato com o caso índice e o número total de contatos com o caso índice. O resultado é expresso em percentual.

Tecido adiposo Camada de tecido gorduroso localizada entre a pele e os músculos.

Terapia preventiva Tratamento que serve para prevenir.

Termostato Dispositivo destinado a manter constante a temperatura de um sistema.

Teste cutâneo/teste cutâneo de sensibilidade

Teste diagnóstico que utiliza a técnica de puntura ou escarificação da pele para detectar hipersensibilidade a uma determinada substância (ver puntura e escarificação).

Título de anticorpos Concentração de anticorpos no sangue.

Timerosal Princípio ativo de antisséptico utilizado como germicida ou para evitar a contaminação.

Toxina Proteínas ou substâncias protéicas conjugadas, letais para certos organismos.

As toxinas são produzidas por algumas plantas superiores, por determinados animais e por bactérias patogênicas.

O alto peso molecular e a antigenicidade das toxinas as diferenciam de alguns venenos químicos e alcalóides de origem vegetal.

Toxóide Derivado antigênico de toxinas bacterianas, sem toxicidade.

Transfusão Passagem de um líquido de um vaso para outro.

Em medicina: transferência de sangue ou de hemoderivados de uma pessoa para outra.

Transmissão vertical (em medicina)

Refere-se à transmissão de agentes infecciosos da mãe para o feto (congênita) ou para o recém-nascido (perinatal).

Transplantado Individuo que recebeu transplante de órgãos sólidos ou de medula óssea.

Transplante de órgãos sólidos

Transferência de tecido de alguma parte do corpo de uma pessoa para outra, exceto medula óssea, sangue e derivados.

Transplante de medula óssea

Transferência de pequena quantidade da medula óssea de uma pessoa para outra ou da própria pessoa para si mesma, retirada previamente e conservada por congelamento.

Transmissibilidade É a capacidade de um agente em se transferir, direta ou indiretamente, de uma pessoa infectada a outra, de um animal

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infectado ao homem, ou de um homem infectado a um animal, inclusive artrópodes.

Triagem Atividade desenvolvida no serviço de saúde destinada a identificar urgências dentre os usuários que demandam atenção. Também é utilizada para identificar e encaminhar o setor do serviço no qual o usuário terá sua necessidade atendida.

Tumefação Edema com aumento de temperatura no local de aplicação de solução injetável, como a vacina; inchação.

Tumor em remissão Tumor sob tratamento que está regredindo.

Taxa de ataque secundário

Representa o percentual de pessoas que tiveram contato com o caso a partir do qual a doença ou agravo foi identificada (caso índice).

U

Úlcera Lesão aberta, da pele ou das mucosas, derivada de necrose ou desintegração; ferida; chaga.

Urticária Afecção da pele, fugaz e reversível, provocada pela sensibilização alérgica do organismo a determinada substância (alimento, pêlos e penas de animais, medicamentos etc.). As lesões na pele são semelhantes a uma queimadura da urtiga (planta da família das urticáceas), daí a denominação de urticária.

V

Vacina Preparação contendo micro-organismos vivos ou mortos ou suas frações, possuidora de propriedades antigênicas.

Vacinação Procedimento de administração de vacina, ou seja, de introdução no organismo de antígenos ou de micro-organismos vivos atenuados, indutores de imunização, podendo ser bem-sucedida ou não

Vacina acelular Vacina constituída por proteínas purificadas, como o componente pertussis da vacina adsorvida difteria, tétano e pertussis (acelular).

Vacina associada Processo no qual se misturam, no momento da aplicação, vacinas diferentes em uma única via de administração.

Só pode ser realizada mediante recomendações específicas para cada associação, de acordo com o fabricante.

Vacina acentuada Tipo de imunobiológico preparado a partir de micro-organismos vivos (vírus ou bactérias), porém submetidos a radiações, mudanças de

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temperatura ou passagem seriada em animais hospedeiros, em laboratório, para produzir micro-organismos não virulentos, capazes de induzir imunidade protetora sem provocar a doença. Exemplos: vacina poliomielite 1, 2, 3 (atenuada); vacina sarampo, caxumba, rubéola; vacina febre amarela (atenuada); e vacina BCG.

Vacina combinada Vacina que contém no mesmo frasco várias vacinas diferentes. Por exemplo: a vacina sarampo, caxumba, rubéola; e vacina adsorvida difteria, tétano e pertussis.

Vacina conjugada Vacina que combina antígeno polissacarídeo (cadeia de açúcares) a uma proteína para aumentar sua capacidade de induzir resposta imunológica no vacinado. Por exemplo: vacina pneumocócica 10 valente (conjugada); vacina meningocócica C (conjugada); vacina Haemophilus influenzae b (conjugada); e vacina pneumocócica 23 valente (conjugada).

Vacina inativada Vacina que contém vírus ou bactérias sem atividade, inertes, sem capacidade de reproduzir-se, mas com capacidade de induzir resposta imunológica no vacinado. Exemplo: vacina raiva (inativada); vacina poliomielite 1, 2 e 3 (inativada); e vacina adsorvida hepatite A (inativada).

Vacina recombinante

Vacina produzida por técnicas de engenharia genética, utilizando parte do DNA (gene). Exemplo: vacina hepatite B (recombinante).

Vacinas simultâneas Processo no qual se faz a administração de várias vacinas em locais diferentes ou por vias de administração diferentes. Por exemplo: a administração da vacina adsorvida difteria, tétano, pertussis e Haemophilus influenzae b (conjugada) – injetável, no mesmo momento que a vacina poliomielite 1, 2, 3 (atenuada) – oral.

Varíola Doença infecciosa de origem viral, altamente contagiosa, que foi declarada erradicada do planeta na década de 70. Caracteriza-se por lesões cutâneas, febre e dores no corpo.

Vasto lateral Músculo localizado na parte lateral da coxa, utilizado para a aplicação de vacinas.

Vermelhidão Ver eritema; ver hiperemia; rubor da pele.

Vetor É um invertebrado que propaga a doença entre um vertebrado doente e o outro sadio.

Vigilância epidemiológica

É “o conjunto de informações, investigações e levantamentos necessários à programação e à avaliação de medidas de controle a doenças e situações de agravos à saúde” (art. 20 da Lei n0 6.259, de 30/10/1975). É o conjunto de atividades que proporcionam a informação indispensável para conhecer, detectar e prever qualquer mudança que possa ocorrer nos fatores condicionantes do processo saúde-doença, com a finalidade de recomendar, oportunamente, as medidas indiciadas que levem à prevenção e ao controle das doenças.

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Vigilância da doença Levantamento contínuo de todos os aspectos relacionados com a manifestação e propagação de uma doença, importantes para o seu controle eficaz. Inclui a coleta e avaliação sistemática de:

• dados de morbidade e mortalidade;

• dados especiais de investigações de campo sobre epidemias e casos individuais;

• dados relativos a isolamento e notificação de agentes infecciosos em laboratório;

• dados relativos à disponibilidade, uso e efeitos adversos de vacinas, toxóides, imunoglobulinas, inseticidas e outras substâncias empregadas no controle de doenças;

• dados sobre níveis de imunidade em certos grupos da população.

Todos esses dados devem ser reunidos, analisados e apresentados na forma de informes que serão distribuídos a todas as pessoas que colaboraram na sua obtenção e a outras que necessitem conhecer os resultados das atividades da vigilância, para fins de prevenção e con trole de agravos relevantes à saúde pública. Esses procedimentos aplicam-se a todos os níveis dos serviços de saúde pública, desde o local até o internacional.

Vigilância da pessoa Observação médica rigorosa, ou outro tipo de supervisão de contatos de pacientes com doença infecciosa, que visa permitir a identificação rápida da infecção ou doença, porém sem restringir liberdade de movimentos.

Visceralização Quadro de disseminação do vírus vacinal da febre amarela com quadro semelhante à doença causada pelo vírus selvagem.

Viragem sorológica Detecção de concentração de anticorpos considerada como protetora em indivíduos anteriormente não imunes.

Virologia Parte da biologia que estuda os vírus.

Virulência É a capacidade do agente de produzir casos graves ou fatais.

Vírus São os menores agentes patogênicos, quase sempre transmitidos de pessoa a pessoa. Algumas doenças produzidas por vírus: sarampo, raiva, rubéola, encefalite, tracoma, influenza.

Vírus inativado Vírus sem atividade, inerte.

Vírus selvagem É o micro-organismo existente na natureza. O contrário de vírus vacinal.

Vírus vacinal Refere-se ao vírus contido na vacina.

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Z

Zoonoses Infecção ou doença infecciosa transmissível, sob condições naturais, de homens a animais e vice-versa..

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Glossário de siglas

A ACS Agente Comunitário de Saúde

ANVISA Agência Nacional de Vigilância Sanitária

B BCG Bacilo de Calmette e Guerin

BDDA Boletim Diário de Doses Aplicadas

C CENADI Central de Armazenagem e Distribuição de Insumos Estratégicos

CGPNI Coordenação Geral do Programa Nacional de Imunizações

CIVP Certificado Internacional de Vacinação e Profilaxia

CME centro de material esterilizado

CONAMA Conselho Nacional do Meio Ambiente

CRIE Centro de Referência para Imunobiológicos Especiais

CTAI Comitê Técnico Assessor em Imunizações

D DATASUS Departamento de Informática do SUS

DEVEP Departamento de Vigilância Epidemiológica

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DNA Ácido desoxirribonucleico: ADN, em português: ácido desoxirribonucleico; ou DNA, em inglês: deoxyribonucleic acid.

DSEI Distrito de Saúde Indígena

DTP Vacina adsorvida difteria, tétano, pertussis

DTPa Vacina adsorvida difteria, tétano e pertussis (acelular)

DTP+Hib vacina adsorvida difteria, tétano, pertussis e Haemophilus influenzae b (conjugada)

DT Vacina adsorvida difteria e tétano infantil

dT Vacina difteria e tétano adulto

E EAPV Eventos Adversos Pós-Vacinação

EPI Equipamento de Proteção Individual

ESF Estratégia Saúde da Família

EV Endovenosa

F FA Febre amarela

FES Fundo Estadual de Saúde

FMS Fundo Municipal de Saúde

FNS Fundo Nacional de Saúde

FUNASA Fundação Nacional de Saúde

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G ºC Graus centígrados

ºF Graus Fahrenheit

I Hib Haemophilus influenzae tipo b

ID Intradérmica

IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

IGHAT Imunoglobulina humana hiperimune antitetânica

IGHAR Imunoglobulina humana antirrábica

IGHAVZ Imunoglobulina humana antivaricela zóster

IGHAHB Imunoglobulina humana anti-hepatite tipo B

IM Intramuscular

M mg/kg Miligramas por quilo de peso corporal

N NBR Denominação de norma da Associação Brasileira de Normas Técnicas

(ABNT)

NOAS Norma Operacional de Assistência à Saúde

NOB Norma Operacional Básica

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O OMS Organização Mundial de Saúde

OPAS Organização Pan-Americana da Saúde

P PAS Programação Anual de Saúde

PAVS Programação Anual de Vigilância em Saúde

PlanejaSUS Sistema de Planejamento do SUS

Pn10 Pneumococo 10 valente

PNI Programa Nacional de Imunizações

PPA Plano Plurianual

PPI-VS Programação Pactuada e Integrada de Vigilância em Saúde

PS Plano de Saúde

PSF Programa Saúde da Família

R RAG Relatório Anual de Gestão

RDC Resolução da Diretoria Colegiada da ANVISA

RIPSA Rede Interagencial de Informações para a Saúde

RSI Regulamento Sanitário Internacional

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S SAA Soro antiaracnídico

SAB Soro antibotrópico

SABL Soro antibotrópico laquético

SAB Soro antibotulínico

SAC Soro anticrotálico

SAD Soro antidiftérico

SAE Soro antielapídico

SAEesc Soro antiescorpiônico

SALon Soro antilonômico

SALox Soro antiloxoscélico

SAR Soro anti-rábico

SAT Soro antitetânico

SC Subcutânea

SIAB Sistema de Informação da Atenção Básica

SI-API Sistema de Informação-Avaliação do Programa de Imunizações

SIM Sistema de Informação sobre Mortalidade

SINAN Sistema Nacional sobre Agravos de Notificação

SINASC Sistema de Informação de Nascidos Vivos

SI-PNI Sistema de Informação do PNI

SNABS Secretaria Nacional de Ações Básicas de Saúde

SNVE Sistema Nacional de Vigilância Epidemiológica

SRC Síndrome da Rubéola Congênita

SUS Sistema Único de Saúde

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SVS Secretaria de Vigilância em Saúde

T TFVS Teto Financeiro da Vigilância em Saúde

U UI Unidades internacionais. Sistema de medida utilizado na farmacêutica

e na química

V VIP Vacina de vírus inativados contra a poliomielite

VORH Vacina oral contra o Rotavírus Humano

VOP Vacina oral contra a poliomielite

W WHO

World Health Organization (Organização Mundial de Saúde - OMS).