Manual Desenho Tecnico 26h
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Formador: Marco Tadeu 1
Desenho Técnico
Desenho Técnico
ÍNDICE
Introdução .............................................................................................................................................1 Régua de Escalas ....................................................................................................................................1 As Linhas ................................................................................................................................................1 Tipos de Linhas ......................................................................................................................................2 Formato e Dimensões do Papel .............................................................................................................4 Dobragem das Folhas.............................................................................................................................5 Escalas....................................................................................................................................................6 Escalas Recomendadas ..........................................................................................................................6 Classificação das Escalas ........................................................................................................................7 Escalas Numéricas ..................................................................................................................................7 Escalas Gráficas ......................................................................................................................................8 Dimensionamento/Cotas .......................................................................................................................8 O Projecto e o Desenho de Arquitectura/Construção Civil ....................................................................9 Os Elementos do Desenho Arquitectónico/Construção Civil ...............................................................10 Vistas Múltiplas ....................................................................................................................................10 A Planta ................................................................................................................................................11 Corte/Secção - Vista Superior da Construção ......................................................................................12 Denominação e Quantidade ................................................................................................................14 Composições do Desenho ....................................................................................................................14 Paredes ................................................................................................................................................15 Portas e Portões...................................................................................................................................16 Janelas .................................................................................................................................................18 Pisos .....................................................................................................................................................19 Equipamentos de Construção ..............................................................................................................19 Elementos Não Visíveis ........................................................................................................................20 Áreas dos Elementos/Locais ................................................................................................................21 Níveis das Divisões ...............................................................................................................................21 Cotas nas Aberturas .............................................................................................................................21 Cotas Gerais .........................................................................................................................................22 Outras Informações .............................................................................................................................22 Cortes ..................................................................................................................................................23 Alçados ................................................................................................................................................25 Plantas de Cobertura ...........................................................................................................................26 Plantas de Localização .........................................................................................................................26 Dados/Notas ........................................................................................................................................27 Legenda ...............................................................................................................................................27 Escadas ................................................................................................................................................28 Sequência de Desenho de uma Escada ................................................................................................29 Escadas em Corte .................................................................................................................................30 Patamares e Mudanças de Direcção ....................................................................................................31
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926 890 765 [email protected]
Introdução
Em arquitectura e/ou construção civil, o desenho é a principal forma de expressão. É através dele que o arquitecto e ou projectista exterioriza as suas criações e soluções, representando o seu projecto, seja ele de um móvel, uma casa ou uma cidade
Ao longo deste documento iremos abordar conceitos e/ou ferramentas utilizados quer para a execução de obra, quer para o projecto da mesma, na perspectiva de optimizarmos a capacidade de leitura e interpretação dos projectos de arquitectura e construção civil
Régua de Escalas
Instrumento destinado à medição directa em desenhos com escalas de redução e/ou ampliação. Pode ser encontrado com duas gradações de escalas, mas a mais utilizada e recomendável em arquitectura é a que marca as escalas de 1:20, 1:25, 1:50, 1:75, 1:100 e 1:125
As Linhas
As linhas são os principais elementos do desenho arquitectónico. Além de definirem o formato, dimensão e posicionamento das paredes, portas, janelas, pilares, vigas e etc., determinam as dimensões e informam as características de cada elemento projectado. Sendo assim, estas deverão estar perfeitamente representadas dentro do desenho As linhas de um desenho normalizado devem ser regulares, legíveis (visíveis) e devem possuir contraste umas com as outras
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Nas plantas, cortes e alçados, para sugerir profundidade, as linhas sofrem uma gradação no traçado em função do plano onde se encontram. As de primeiro plano serão sempre mais grossas e escuras, enquanto as de segundo e demais planos visualizados serão menos intensas
TRAÇO TIPO DE LINHA USO
Principais/ secundárias
Cortes/perfis/corte através de espaços
Secundárias Elevações/
arestas/intersecções de planos
Grades/ layouts/
representação
Construções/linhas de layout/linhas em planos/
texturas
Traço forte - As linhas grossas e escuras são utilizadas para representar, nas plantas e cortes, as paredes e todos os demais elementos interceptados pelo plano de corte. Normalmente são desenhadas a uma espessura de 0.5. Títulos ou informações que precisem de destaque poderão aparecer com traço forte; Traço médio - As finas e escuras representam elementos em vista ou tudo que esteja abaixo do plano de corte, como peitoris, soleiras, mobiliário, ressaltos no piso, etc. Normalmente são desenhadas a uma espessura de 0.2 e 0.3. Textos e outros elementos informativos podem ser representados com traços médios. Traço fino - Nas marcações de piso ou parede (azulejos, cerâmicas, pedras, etc), as juntas são representadas por linhas finas e também para linhas de cota, auxiliares e de projecção. Normalmente são desenhadas a uma espessura de 0.2 ou 0.1
Tipos de Linhas
Linhas de Contorno – contínuas: ± 0,6 mm Linhas Internas – Contínuas: ± 0,4 mm Linhas situadas além do plano do desenho – Tracejadas e com a mesma espessura que as linhas de eixo: ± 0,2 mm
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Linhas de projecção – traço e dois pontos e devem ser utilizadas sempre que se tratar de projecções importantes, devem ter o mesmo valor que as linhas de contorno. São indicadas para representar projecções de pavimentos superiores, marquises, terraços, etc. ± 0,2 mm Linhas de eixo ou coordenadas – traço e ponto, com espessura inferior às linhas internas e com traços longos: ± 0,2 mm Linhas de cotas – contínuas, com espessura igual ou inferior à linha de eixo ou coordenadas ± 0,2 mm Linhas auxiliares – contínuas, para construção de desenho, texto e números, com traço o mais fino possível ± 0,1 mm Linhas de indicação e chamadas – contínuas, com a mesma espessura que as linhas de eixo ± 0,2 mm Resumo tipos mais usuais:
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Formato e Dimensões do Papel
Os tamanhos do papel devem seguir os mesmos padrões do desenho técnico. A ABNT adopta o padrão ISSO, onde é utilizado um módulo de 1m², cujas dimensões seguem uma proporção equivalente à raiz quadrada de 2 (841 x 1189 mm), que remete às proporções áureas do rectângulo. Esta é a chamada folha A0 (A-zero). A partir desta, obtém-se múltiplos e submúltiplos (a folha A1 corresponde a metade da A0 e assim sucessivamente
A maioria dos escritórios utiliza predominantemente os formatos A1 e A0, devido à escala dos desenhos e à quantidade de informação. Apesar da normalização incentivar o uso das folhas padronizadas, é muito comum que os desenhadores considerem que o módulo básico seja a folha A4 ao invés da A0 Isto deve-se ao facto de que qualquer folha obtida a partir desde módulo pode ser dobrada e encaixada numa pasta deste tamanho, normalmente exigida pelos órgãos públicos de aprovação de projectos. Este formato pode ser conseguido também pelas folhas padronizadas, desde que se utilize as recomendações para a dobragem das folhas, conforme a norma referida
Do formato A0 resultam então os demais formatos de papéis:
Referência X (mm) Y (mm) a (mm)
A0 841 1189 10
A1 594 841 10
A2 420 594 7
A3 297 420 7
A4 210 297 7
A5 148 210 5
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Dobragem das Folhas
As cópias dos projectos podem e devem ser arquivadas dobradas, ocupando o menor espaço possível e facilitando o seu manuseamento. O formato final deve ser o A4, para arquivo. A NBR 6492 mostra uma sequência de dobragem para os tamanhos padrão de papel. Efectua-se a dobragem a partir do lado direito
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Escalas
Através do Desenho Arquitectónico o arquitecto ou o desenhador gere os documentos necessários para as construções Uma folha "A4", por exemplo, tem 21cm de largura por 29,7cm de altura e espaço utilizável de 17,5 cm de largura por 27,7 cm de altura. Desta forma se tivermos que desenhar a planta, o corte e a fachada de uma edificação, estes deverão estar numa escala de redução. Assim, a escala é a relação que indica a proporção entre cada medida do desenho e a sua dimensão real no objecto Um dos factores que determina a escala de um desenho é a necessidade de detalhe da informação. Normalmente, na etapa de projecto de execução, quando elementos menores e cheios de detalhes da construção são desenhados para serem executados, como por exemplo as esquadrias (portas, janelas, etc), normalmente os desenhos surgem em escalas mais próximas do tamanho real (1:20 ou 1:25). Outro factor que influencia a escolha da escala é o tamanho do projecto. Prédios muito longos ou grandes extensões urbanizadas em geral são desenhados nas escalas de 1:500 ou 1:1000. Isto visando não fragmentar o projecto, o que quando ocorre, dificulta às vezes a sua leitura e interpretação. A escolha da escala geralmente determina também o tamanho da folha que se vai utilizar Com a prática do desenho, a escolha da escala certa torna-se um exercício extremamente simples. À medida que a produção dos desenhos acontece, a escolha fica cada vez mais acertada, pex.: um prédio com 100 metros de comprimento (10.000 cm) para ser desenhado na escala de 1:100, precisa de 1 metro (100 cm) de espaço disponível na folha de papel. Na de 1:50 o dobro. Assim é possível determinar a folha a ser utilizada Um projecto pequeno desenhado na escala de 1:100 (ou 1/100) talvez possa utilizar uma folha A4, ou A3. Um projecto nesta escala, significa que o desenho estará 100 vezes menor que a verdadeira dimensão/grandeza (VG). Então, se desenharmos uma porta do nosso projecto com 1 metro de largura (VG), ela aparecerá no desenho, à escala, com 1 centímetro de comprimento. Se escolhermos 1:50 (ou 1/50) o desenho será 50 vezes menor, e assim por diante. Como podemos observar, o tamanho do desenho produzido é inversamente proporcional ao valor da escala. Por exemplo: um desenho produzido na escala de 1:50 é maior do que ele na escala de 1:200
Escalas Recomendadas
Escala 1:1, 1:2, 1:5 e 1:10 - detalhes em geral; Escala 1:20 e 1:25 - ampliações de WCs, cozinhas, outros detalhes; Escala 1:50 - é a escala mais indicada e usada para desenhos de plantas, cortes e alçados de projectos arquitectónicos; Escala 1:75 - juntamente com a de 1:25, é utilizada apenas em desenhos de apresentação que não necessitem ir para a obra;
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Escala 1:100 - opção para plantas, cortes e alçados quando é inviável o uso de 1:50. Plantas de localização e paisagismo. Também para desenhos de estudos que não necessitem de muitos detalhes; Escala 1:175 – para estudos ou desenhos que não vão para a obra; Escala 1:200 e 1:250 - para plantas, cortes e alçados de grandes projectos, plantas de localização, topografia, paisagismo e desenho urbano; Escala 1:500 e 1:1000 - Planta de localização, paisagismo, urbanismo e topografia; Escala 1:2000 e 1:5000 - Levantamentos aerofotográficos, projectos de urbanismo e loteamento.
Classificação das Escalas
As escalas são classificadas em dois tipos:
Escalas Numéricas
A escala numérica pode ser de redução ou de ampliação. É chamada de ampliação quando a representação gráfica é maior do que o tamanho real do objecto. Exemplo: 3:1, 5:1, 10:1 A escala de redução é mais utilizada em arquitectura. Quando o desenho é sempre realizado em tamanho inferior ao que o objecto real. Exemplo: 1:25, 1:50, 1:100 Ex. Escala 1:5 – cada 1 cm do desenho representa 5cm da peça Para desenhar nesta escala divide-se por 5 a verdadeira grandeza das medidas Uma medida no desenho A mesma medida feita no desenho
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Escalas Gráficas
É a representação através de um gráfico proporcional à escala utilizada. É utilizada quando for necessário reduzir ou ampliar o desenho por processo fotográfico. Assim, se o desenho for reduzido ou ampliado, a escala o acompanhará em proporção. Para obter a dimensão real do desenho basta copiar a escala gráfica numa tira de papel e aplica-la sobre a figura Ex.: A escala gráfica correspondente a 1:50 é representada por segmentos iguais de 2cm, pois 1 metro/50= 0,02 = 2cm Cada folha de desenho deve ter indicadas as escalas utilizadas nos desenhos ficando em destaque a escala principal
Dimensionamento/Cotas
Cotas são os números que correspondem às medidas reais no desenho. É a forma pela qual passamos nos desenhos, as informações referentes às dimensões do projecto. São normalmente dadas em centímetros. Isso porque nas obras, os operários vulgarmente trabalham com o "metro", que apresenta as dimensões em centímetros. Assim, para quem executa a obra, utilizador do "metro", a visualização e aplicação das dimensões torna-se mais clara e directa. Isso não impede que seja utilizada outra unidade. Normalmente, para desenhos de alguns detalhes, quando a execução requer rigorosa precisão, as dimensões podem ser dadas em milímetros. Quando se cota deve-se ter o cuidado de não apresentar num mesmo desenho, duas unidades diferentes, centímetros e metros por exemplo. As áreas podem e devem ser dadas em metros Assim, deve-se procurar sempre informar através de uma "nota de desenho" as unidades utilizadas, como por exemplo: "cotas dadas em centímetros" e "áreas em metros". As cotas indicadas nos desenhos determinam a distância entre dois pontos, que pode ser a distância entre duas paredes, a largura de um vão de porta ou janela, a altura de um degrau de escada, o pé direito de um pavimento, etc.. A ausência das dimensões provocará dúvida para quem executa e na dificuldade de interpretação, normalmente o responsável pela obra, avalia o desenho, ou seja, a informação, medindo com o metro, a distância desejada Os desenhos de arquitectura, bem como todo desenho técnico, devem ter as suas medidas indicadas correctamente
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As cotas, sempre que possível, devem estar fora do limite das linhas principais de uma planta, corte, ou qualquer outro desenho. Isso não impede que algumas cotas sejam dadas no interior, mas deve-se evitar, a fim de não dificultar a leitura das informações Na sua representação, são utilizadas linhas médias para traçado das "linhas de cota" que determina o comprimento do elemento a ser cotado Nos desenhos, a linha de cota, normalmente dista 1cm (1/1) da linha externa mais próxima do desenho. Quando isso não for possível admite-se que esteja mais próxima ou mais distante, conforme o caso. As linhas de chamada devem partir de um ponto próximo ao local a ser cotado (mas sem tocar). O texto deve estar sempre acima da linha de cota, sempre que possível no meio do elemento cotado e afastado aproximadamente 2mm da linha de cota, com caracteres com cerca de 3mm de altura As cotas de um desenho ou projecto devem ser expressas em uma única unidade de medida. As cotas devem ser escritas sem o símbolo da unidade de medida (m, mm ou cm). As cotas devem ser escritas acompanhando a direcção das linhas de cota. Qualquer que seja a escala do desenho, as cotas representam a verdadeira grandeza das dimensões. As linhas de cota devem ser contínuas e os algarismos das cotas devem ser colocados acima da linha de cota. Quando a peça for muito grande deve-se interromper a peça e não a linha de cota:
Uma cota não deve ser cruzada por uma linha do desenho, não de devendo traçar linha de cota como continuação de linha da figura. Os ângulos deverão ser medidos em graus, excepto nas coberturas e rampas que se indicam em percentagem. As cotas oblíquas devem acompanhar as linhas de cotas e estas devem ser paralelas à face cotada. As cotas verticais devem acompanhar a linha de cota, como se o observador estivesse à direita do desenho
O Projecto e o Desenho de Arquitectura/Construção Civil
Os projectos arquitectónicos devem conter todas as informações necessárias para que possam ser completamente entendidos, compreendidos e executados. O projecto de arquitectura é composto por informações gráficas, representadas pelos desenhos técnicos através de plantas, cortes, elevações e perspectivas e por informações escritas – memórias descritivas e especificações técnicas de materiais e sistemas construtivos Assim, o projecto arquitectónico é composto por diversos documentos, entre eles as plantas, os cortes e as elevações ou alçados. Neles encontram-se as informações sob forma de desenhos, que são fundamentais para a perfeita compreensão de um volume criado com suas compartimentações
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Os Elementos do Desenho Arquitectónico/Construção Civil
Os elementos do desenho arquitectónico são vistas formadas a partir de projecções ortogonais, ou seja, sistemas em que as linhas projectantes são paralelas entre si e perpendiculares ao plano de rebatimento. Se forem consideradas as linhas projectantes como raios visuais do observador, seria como se o observador estivesse no infinito – assim os raios visuais seriam paralelos entre si. Os desenhos básicos que compõem um projecto de arquitectura, a partir de projecções ortogonais, são: as plantas baixas, os cortes, as elevações ou alçados, a planta de cobertura e a planta de localização
Vistas Múltiplas
Vistas Múltiplas/Desenhos Ortogonais
PLANTA
ALÇADOS
CORTE
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A Planta
A planta é a representação gráfica do que acontece nos planos horizontais, de uma vista ortogonal seccionada, obtida quando imaginamos uma visão de cima da casa, de altura média de 1,20 a 1,50m em relação ao piso do pavimento em questão e considerando o sentido de visualização do observador de cima para baixo, acrescido de informações técnicas
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Corte/Secção - Vista Superior da Construção
Plantas sem escala
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Denominação e Quantidade
Qualquer construção projectada para um único piso terá a necessidade óbvia de uma única planta. Em construções projectadas com vários pisos, será necessária uma planta para cada piso distinto arquitectonicamente Vários pisos iguais terão como representação uma única planta, que neste caso será chamada de “Planta do Piso Tipo” Quanto aos demais pisos, o título da planta recebe a denominação do respectivo piso. Exemplo: Planta do Piso 1; Planta da Cave; Planta do Piso de Cobertura, etc. Deve-se utilizar as denominações “piso” e não andar
Composições do Desenho
Como em todos os desenhos técnicos, a representação gráfica não se constituirá apenas na reprodução do objecto, mas também na complementação através de um determinado número de informações, ou indicadores. Do ponto de vista didáctico, convém então dividir os elementos gráficos em dois grupos: desenho dos elementos construtivos e representação das informações. Em planta, os componentes mais comuns e normalmente frequentes, em cada um dos casos, são os seguintes: a) desenho dos elementos construtivos como paredes e elementos estruturais, aberturas (portas, janelas, portões), pisos e seus componentes (degraus, rampas, escadas), equipamentos de construção (aparelhos sanitários, roupeiros, lareiras), aparelhos eléctricos de porte (fogões, frigoríficos, máquinas de lavar) e elementos de importância não visíveis; b) representação das informações, nome das divisões, áreas úteis das peças, níveis, posições dos planos de corte verticais, cotas das aberturas, cotas gerais e/ou outras informações
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Paredes
Normalmente desenha-se uma parede com 15cm mas ela pode variar conforme a intenção e necessidade arquitectónica. Usualmente, as paredes exteriores variam entre 15cm, 20cm, 25cm, 30cm ou mais e, as paredes internas entre os 15 cm e os 10 cm Exemplo de representação de parede de tijolos/alvenaria: Exemplo de representação de parede de betão: Ao utilizar a escala 1/200 ou outras similares que originem desenhos muito pequenos, torna-se impraticável desenhar as paredes utilizando dois traços, devendo-se, portanto, desenhar as paredes “cheias”.
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Portas e Portões
São desenhados representando-se sempre a(s) folha(s) da esquadria, com linhas auxiliares, se necessário, procurando especificar o movimento da(s) folha(s) e o espaço ocupado. Devem-se utilizar códigos para destacar as portas/vãos nas plantas, pex., para portas, P1, P2, P3, Pn... Uma porta interna faz geralmente a comunicação entre dois ambientes onde não há diferença de nível, ou seja, estão no mesmo plano, ou ainda, possuem a mesma cota Uma porta externa geralmente faz a comunicação entre os dois ambientes (externo e interno) que possuem cotas diferentes, ou seja, o piso externo é mais baixo. Nos WCs a água alcança a parte inferior da porta ou passa para o ambiente vizinho; os dois inconvenientes são evitados quando há uma diferença de cota nos pisos de 1 a 2 cm pelo menos. Por esta razão as portas dos WCs desenham-se como as externas
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Existem ainda outros tipos de porta, como as de correr ou corrediças As portas pantográficas As porta pivotantes As portas basculantes
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As portas de enrolar
Outros detalhes de representação de portas em planta
de abrir/pivotante
pivotante de correr
eixo lateral eixo central externa/interna
Portas pantográficas
Janelas
São representadas através de uma convenção genérica, sem dar margem a uma maior interpretação quanto ao número de caixilhos ou funcionamento da esquadria Para escalas inferiores a 1/50 Para escala 1/50 (mais adoptada) Convenção alternativa
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Convenção com detalhe Para as Janelas deve-se utilizar J1, J2, J3, Jn..
Pisos
Ao nível da representação gráfica em Planta, os pisos são apenas distintos em dois tipos: comuns ou impermeáveis. Salienta-se que o tamanho do reticulado constitui uma simbologia, não tendo a ver necessariamente com o tamanho real dos mosaicos ou pisos cerâmicos, a não ser que seja um projecto arquitectónico em nível de execução Pisos comuns Pisos impermeáveis que são representados geralmente em zonas frias como cozinhas, instalações sanitárias, varandas, etc.
Equipamentos de Construção
Dependendo das suas alturas, podem ser seccionados ou não pelos planos que definem as plantas. Numa ou noutra situação, são normalmente representados pelo número mínimo de linhas básicas somente para que identifiquem a sua natureza Vasos sanitários Lavatórios
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Balcões com pias Tanques Chuveiros
Elementos Não Visíveis
No desenho da Planta deve-se indicar elementos julgados de importância pelo projectista, mas situados acima do plano de corte, ou abaixo, mas escondidos por algum outro elemento arquitectónico. Neste caso, deve-se sempre representar o contorno do elemento considerado, através do emprego de linhas tracejadas curtas, de espessura fina, conforme exemplificações a seguir
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80 x
21
0
Áreas dos Elementos/Locais
São igualmente de indispensável indicação a colocação das áreas úteis de todos os elementos, de acordo com o seguinte:
a) colocação sempre abaixo do nome do elemento; b) letras um pouco menores do que a indicação do nome dos elementos; c) algarismos de eixo vertical; d) indicação sempre na unidade “m²”; e) precisão de dm² (duas casas após a vírgula)
SALA DE ESTAR GARAGEM
18,40 M2 15,10 M2
Níveis das Divisões
Os níveis são cotas altimétricas dos pisos, sempre em relação a uma determinada referência de nível pré-estabelecida pelo projectista e igual a 0 (zero). A colocação dos níveis deve atender ao seguinte:
a) colocados dos dois lados de uma diferença de nível; b) Evitar repetição de níveis próximos em planta; c) Não marcar sucessão de desníveis iguais (escada); d) Escrita horizontal; e) Colocação do sinal + ou - antes da cota de nível; f) Indicação sempre em metros
A simbologia convencional é a seguinte:
Cotas nas Aberturas
Todas as portas e portões devem ser cotados, identificando-se a sua largura e altura, de acordo com o seguinte:
a) sempre na ordem “L x H” (largura por altura); b) posicionamento ao longo das folhas
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Todas as janelas devem ser cotadas em Planta, identificando-se a sua largura, altura e peitoril, de acordo com o seguinte:
a) sempre na ordem “L x H / P” (largura por altura sobre peitoril); b) posicionamento interno ou externo à construção (apenas uma opção por projecto)
130 x 100/ 110
Cotas Gerais
O desenho da Planta só será considerado completo se, além da representação gráfica dos elementos, contiver todas as indicações necessárias, das quais as cotas (dimensões) são das mais importantes. A cotagem deve seguir as seguintes indicações gerais:
a) as cotas devem ser preferencialmente exteriores, sendo que as linhas de cota no mesmo alinhamento devem ser completas;
b) a quantidade de linhas deve ser distribuída ao longo da construção, sendo que a primeira linha deve ficar afastada 2,5 cm do último elemento a ser cotado e as seguintes devem afastar-se umas das outra
c) todas as peças e espessuras de paredes devem ser cotadas; d) todas as dimensões totais devem ser identificadas; e) as aberturas de vãos e esquadrias devem ser cotadas e amarradas aos elementos
construtivos; f) as linhas mais subdivididas devem ser as mais próximas do desenho; g) as linhas de cota nunca se devem cruzar; h) identificar pelo menos três linhas de cota: subdivisão de paredes e esquadrias, cotas dos
elementos e paredes, e cotas totais externas
Outras Informações
Além das informações anteriores, já discriminadas e ocorrentes em qualquer projecto, cabe ao projectista adicionar ainda todos e quaisquer outros elementos que julgue serem indispensáveis ao esclarecimento e que não congestionem demais a representação gráfica
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Cortes
As secções ou cortes são obtidos por planos verticais que interceptam as paredes, janelas, portas e lajes com a finalidade de permitir esclarecimentos que venham facilitar a execução da obra. Devemos passar um dos cortes por um dos compartimentos ladrilhados e cujas paredes sejam revestidas por azulejos (mínimo 1,50 m). Na maioria dos casos somos obrigados a mudar a direcção do plano da secção a fim de mostrar um maior numero de detalhes, evitando assim novas secções Para a representação do corte é necessário observar os seguintes itens:
a) representação das paredes que o plano vertical corta com traço grosso; b) representação das paredes que o plano vertical não corta, com traço fino; c) representação de portas e janelas conforme a simbologia adoptada, com as devidas medidas
(altura); d) indicação somente das cotas verticais, indicando alturas de peitoris, janelas, portas, pé
direito, forro... e) representação da cobertura (esquemática); f) representação e indicação do forro. Se for laje a espessura é de aproximadamente 10 cm; g) representação esquemática da fundação com o lastro de 10 cm; h) indicação de desníveis se houver (verificar simbologia); i) indicação do revestimento (azulejos) com a altura correspondente; j) indicação das divisões que o plano vertical corta (geralmente indica-se um pouco acima do
piso); k) indicação do desvio do corte, quando houver, através de traço e ponto com linha média; l) indicação do beiral, platibandas, marquises, rufos e calhas, se houver necessidade; m) indicação do tipo de telha e a inclinação correspondente
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Um corte é obtido através da passagem do plano vertical pela edificação Escolhe-se a parte onde se quer detalhar o corte, eliminando a outra parte. O corte vertical corta a edificação desde a sua fundação até a sua cobertura, como mostram as figuras seguintes
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Alçados
Alçados são considerados uma vista frontal da obra, ou seja, é como se passasse um plano vertical rente à obra e se observasse do “infinito”, assim, o desenho não seria tridimensional e sim, bidimensional (planificado). Para a representação do alçado é necessário observar:
a) no alçado não devem constar cotas como no corte, somente em alguns casos excepcionais; b) os mais utilizados são os alçados, fachada ou vista frontal c) alçado, fachada lateral ou vista frontal d) alçado, fachada posterior ou vista posterior
e) indicar através de setas o tipo de material a ser empregue no revestimento, pintura... f) desenhar as paredes mais próximas ao observador com traço grosso contínuo; g) desenhar as paredes ou partes mais distantes ao observador com traço médio e fino; h) ao contrário do corte, na fachada são representados detalhes das portas e janelas com traço
fino
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Plantas de Cobertura
A planta de cobertura é uma vista superior da obra necessitando assim a representação de todos os detalhes relativos à coberta, como:
a) tipo de telha; b) inclinação correspondente ao tipo de telha, c) se existir, indicar beiral, platibanda, rufos, marquises... d) determinar as cotas parciais e totais da edificação.
Plantas de Localização
A planta de localização é uma vista superior da obra necessitando assim da representação de todos os aspectos relativos à localização, como:
a) a representação do lote dentro da urbanização; b) indicação e numeração de todos os lotes da urbanização, ressaltando-se o lote em questão,
assim como o seu numero; c) colocação dos nomes de todas as ruas que circundam o lote; d) indicação do norte magnético; e) cotar somente o lote em questão; f) representação da projecção da obra sem contar com os beirais; g) representação de todas as cotas necessárias; h) representação da calçada (tipo de material); i) principais acessos e nome da rua que passa em frente da obra; j) localização da entrada de energia eléctrica, água; k) cotas de nível (calçada, obra...)
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Dados/Notas
Os dados do projecto geralmente é colocado pouco acima da legenda, se possível. Indicamos: a) área do lote em m²; b) área da construção (térreo, superiores..., todos devidamente separados) em m²; c) área total da construção em m²; d) mapas de vãos, indicando portas e janelas; e) coeficiente de aproveitamento e taxas de ocupação; f) Informações diversas e pertinentes do projecto
Legenda
A legenda ou identificação tem a finalidade de identificar e uniformizar as informações que devem acompanhar os desenhos. Recomenda-se que a mesma seja colocada junto à margem, no canto inferior direito. Esta colocação é necessária para que haja boa visibilidade quando os desenhos são arquivados. Uma legenda deve possuir as seguintes informações principais, ficando, no entanto, ao critério do projectista, o acréscimo ou a supressão de outros dados:
g) nome do gabinete, empresa, etc.; h) título do projecto; i) nome do arquitecto ou engenheiro ou projectista; j) nome do desenhador e data; k) escalas; l) número total de folhas e número da folha; m) assinatura do responsável técnico pelo projecto e execução da obra; n) nome do cliente; o) local para identificação necessária ao arquivo do desenho;
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p) conteúdo da folha
Escadas
A escada é uma construção formada por degraus, destinadas a ligar locais com diferenças de nível, pavimentos. Os degraus são formados por piso e espelho. O espelho poderá ter entre 16 a 18cm. A altura do degrau da escada pode ser menor para escadas externas, correspondendo a um valor que poderá variar entre 25 a 32cm
Para vencer a altura: quando o lance de escada tiver que ter mais do que 15 degraus, deve-se usar um patamar, descanso entre os lances das escada Para se calcular o número de degraus, dividimos o vão total a ser vencido (pé direito + espessura da laje) pela altura padrão do espelho, normalmente 0,175 ou 0,18 m
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Por exemplo, pata uma residência com 2,70m de pé direito + laje de 0,15m = 2.85 m de vão a ser vencido, o que dá origem á seguinte expressão: 2.85 m/ 0.175 m = 16 - numero de degraus da escada
Sequência de Desenho de uma Escada
Desenhando a planta a partir do pavimento inferior, o plano que define a planta passa a cerca de 1,50m do chão. Assim, por convenção, do meio da escada em diante, a representação é tracejada
É preciso acrescentar o sentido de escada/sentido ascendente, a partir do pavimento desenhado
Não de ser esquecido o corrimão ou guarda-corpo, desenhado conforme o caso
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Desenhando a planta a partir do pavimento superior, todos os degraus são vistos – até o limite de visibilidade da laje. É conveniente indicar o sentido da escada. Normalmente, é indicado o sentido ascendente. Caso se indique o sentido descendente, deve-se acrescentar a palavra “desce” ou a letra “d” junto à seta e nesse caso, pode ser interessante usar “s” ou “sobe” para indicar subida. Normalmente numeramos todos os degraus da escada/ em planta
Escadas em Corte
Em corte as escadas devem apresentar as seguintes características: a) corrimão, de acordo com o projecto, aparecendo em vista; b) os degraus cortados devem estar em traço forte; c) os degraus em vista e a laje em vista devem estar em traço fino; d) níveis assinalados
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Patamares e Mudanças de Direcção
Observar partes em vista e em corte