Manual Motor Vw a Ar

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setembro/outubro 2002 - 10Técnicas da Oficina

Os motores arrefecidos a ar possi-bilitam diversas operações deusinagens que garantem exce-

lente índice de reaproveitamento de pe-ças. Na edição 195 conhecemos as medi-das e as respectivas possibilidadesde recuperação, através de usinagens, dacarcaça do motor e árvore de manivelas.Vimos, por exemplo, que é possível re-alizar operações de usinagem na carca-ça, até para recuperar a cilindricidadedos alojamentos dos casquilhos fixoscom a possibilidade, ainda, de novausinagem nas faces de junção das duasmetades das carcaças. Esse trabalho dereaproveitamento, seguindo rigorosa-mente os limites dimensionais apresen-tados, garante a facilidade de reparocom reduzido custo.

Reparos e limitesde usinagens das bielas

Outra possibilidade de recupe-ração de componentes, neste tipo demotor, é o reaproveitamento das bie-las. Este item de recuperação de com-ponente tem especial importância,pois com a elevação da folga axialda árvore de manivelas, em funçãodo uso e desgaste de componentes, eos constantes acionamentos da em-breagem, o conjunto árvore de mani-velas e pistões é forçado axialmente.

Motor de 1600 cm3

arrefecido a ar (III)Entre as características que contribuíram para tornar os motores

VW arrefecidos a ar famosos, está a versatilidade no recondicionamento.Carcaça, árvore de manivelas, bielas, árvore de comando das válvulas,

cilindros e até a polia motora principal, apresentam opçõesde sobremedidas que tornam esses componentes passíveis de

operações de usinagens que, bem ajustadas, darão fôlego novo a ummotor anteriormente cansado.

1 - Biela2 - Bucha do conjunto biela/

pino do pistão3 - Anel de retenção

do pino do pistão4 - Pistão5 - Pino do pistão

Desmembramento da árvore de manivelas,pistões

Isso pode provocar desgastes irregula-res nos cilindros e deformações nas bielas,devido ao esforço lateral exigido.

Essa característica de trabalho exi-ge perfeito alinhamento do conjuntopistão e biela, pois trata-se, efetiva-mente, da transformação de energiacom a modificação do movimento me-cânico. O princípio biela e pistão tema função de transformar o movimen-to linear do êmbolo em movimentorotativo na árvore de manivelas. Paraisto, a expansão elástica que ocorrena câmara de combustão impele vio-lentamente o pis-tão e a biela parabaixo, gerando, naárvore de manive-las, o momento detorção que produza rotação.

As bielas rece-bem elevada soli-citação mecânica,principalmentequando o motortrabalha com mo-mentos de igniçãoque produzem de-tonações. Isso faz com que o processode combustão ocorra de forma des-controlada, ainda no tempo de com-pressão dos cilindros, gerando fortes

pressões na cabeça dopistão e flexões nas bie-las. Junto com essas for-ças, o trabalho com folgaaxial exagerada na árvo-re de manivelas, devido adesgaste acentuado dosmancais que definem a po-sição axial, exigem dasbielas a transformação demovimentos fora do mo-mento correto em que adecomposição de forçasdeveria ocorrer, resultan-do em trabalhos desali-nhados e esforços lateraisna haste e na região dopino. Tais condições, com

6 - Porca da biela7 - Árvore de manivelas8 - Casquilho da biela

(móvel)9 - Prisioneiro da capa

da biela10 - Capa da biela

freqüência, produzem deformações nasbielas que resultam em flambagens(empenamentos), desalinhamento deparalelismo na região do olhal menor(pino do pistão) ou torções. Observe:

ILUSTRAÇÃO 4MANUAL TÉCNICO PAG. 36

LEGENDAS DA ILUSTRAÇÃO

Desta forma, para examinar as bi-elas, fique atento aos alinhamentoslongitudinal e transversal, e ao para-lelismo entre os olhais maior e me-nor. Verifique também as dimensõesda biela.

Para examinar os alinhamentos etorções das bielas, proceda da seguintemaneira:

1 – Fixe a árvore de manivelasnum suporte ou volante de motoradequado com auxílio de uma morsa.Marque cada uma das bielas com anumeração correspondente ao cilin-dro a que pertence, numa elevaçãoexistente na região central da hasteda biela.

Falta de paralelismoentre os centros dos

alojamentos

Torção dabiela

2 – Desaperte as porcas das bielase remova essas peças com seus res-pectivos casquilhos.

ILUSTRAÇÃO 6:MANUAL DEREPARAÇÕESPAG. 21 13-010

3 – Para examinar o alinhamentoda biela será necessário remover abucha de conexão desta com o pinodo pistão, pois folgas na bucha po-dem provocar erros de interpretaçãodurante o exame da biela no gabarito.Sendo assim, usando um pino depressão adequado, remova a buchada biela.

ILUSTRAÇÀO 7 MANUAL DEREPARAÇÕESPAG. 22 13-017

4 – Instale a biela a ser analisadano gabarito de bielas.

ILUSTRAÇÀO 8:MANUAL DEREPARAÇÕES PAG. 22 13-216

Alavancade fixação

Base deapoio

O processo de recondicionamento de um motor é compostopor um conjunto de operações que envolve a desmontagemcompleta, inspeção visual e dimensional, usinagens, me-dições de controle, recuperação de ângulos de assentamentose a montagem dos componentes com troca de peças.Tudo deve ser executado conforme as especificaçõesde folgas, regulagens e torques, exatamente como osfabricantes recomendam.

A elevada pressãoelástica derivada dofenômeno da com-bustão produz o mo-mento de torção daárvore de manivelas.

Suporte

Mandril

C

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5 – Coloque a base de apoio (C)na devida posição e aperte a alavancade fixação (B), até que a biela fiquecom alguma folga nos dois sentidos.Nesta posição, o suporte (D) deveestar solto.

6 – Introduza o pino (X) no pé dabiela (olhal menor) comprimindo-ocontra o mandril (A), de modo quenão haja oscilações entre este e oolhal menor da biela. Fique atentoporque não deve haver oscilações en-tre o pé e o corpo da biela.

ILUSTRAÇÀO 9MANUAL DEREPARAÇÕESPAG. 22 13-217

7 – Examine o alinhamento dabiela (paralelismo e torção, com ocalibre.

ILUSTRAÇÀO 10MANUAL DEREPARAÇÕESPAG. 22 13-019

8 – Caso necessário, aperte total-mente a alavanca de fixação (B) eforce a biela ao alinhamento com umpino-alavanca adequado, cujo diâme-tro preencha totalmente o furo dealojamento da bucha da biela. Comeste recurso, será possível repo-sicionar o olhal menor da biela, cor-rigindo torções e desalinhamentos.Confira novamente com o calibre, ve-rificando a passagem de luz em diver-sas posições do pino.

ILUSTRAÇÃO 11:MANUAL DEREPARAÇÕESPAG. 22 13-019

Este tipo de correção para recuperar oalinhamento da biela só pode ser feito a frio.

desta. Instale a nova bucha utilizan-do uma prensa de forma que a buchaseja montada com o devido parale-lismo entre esta e a biela.

X

e

b

d

a

ILUSTRAÇÃO 13MANUAL DE REPÇÕES

PAG. 23 13-017

Logo após a instalação da nova bucha, senecessário, providencie os furos delubrificação, utilizando uma broca adequada.

10 – Retorne a biela ao dispositi-vo gabarito para que a nova buchatenha o diâmetro alargado para a me-dida de peça nova, de forma que opino do pistão possa ser introduzidocom uma leve pressão dos dedos,sem óleo e em temperatura normal.Para isso, utilizando um alargador,proceda da seguinte maneira:

ILUSTRAÇÃO 14MANUAL DEREPARAÇÕES PAG. 23 13-021

11 – Aperte firmemente a alavan-ca (B) e o suporte (D) para apoiar abiela

12 – Alargue a bucha, utilizandocomo referência para regular a di-mensão do alargador, o diâmetro dopino do pistão. Observe que a super-fície alargada não deve apresentarriscos, nem marcas de usinagem.

ILUSTRAÇÃO 15MANUAL DEREPARAÇÕESPAG. 23 13-022

13 – Observe que o pino do pistãodeve permitir que seja introduzido nabucha com uma leve pressão dos de-dos, sem auxílio de óleo e em tempe-ratura normal.

14 – Verifique novamente o ali-nhamento da biela, agora com a novabucha, utilizando como pino de refe-rência o próprio pino do pistão.

15 – Verifique o peso das bielas.Em caso de reparo, a diferença máxi-ma de peso entre as bielas de ummotor é de 10 g.

Atenção: O peso da biela podeser reduzido até 8 g.

16 – Monte os casquilhos no olhalmaior das bielas e, em seguida, asbielas na árvore de manivelas.

ILUSTRAÇÃO 16MANUAL DEREPARAÇÕESPAG. 24 13-209

Os números gravados na haste dasbielas e nas capas dos mancais devemficar voltados para o mesmo lado. E asmarcas forjadas, para cima.

17 – Aperte as porcas das bielascom 4,0 a 5,0 kgfm (40 a 50 Nm).Observe que as bielas lubrificadas comóleo de motor devem deslizar por seupróprio peso.

Atenção: examine a folga axialdas bielas no moente da árvore demanivelas. A folga deve estar entre0,10 a 0,40 mm e o limite de desgas-te deve ser de 0,70 mm.

Continua na próxima edição

Dimensões das bielas

Referências dimensionais Medidas Desenho

Distância entre centros (a) ...................... (mm) 137,0

Medida sem casquilhos e buchas ........... (mm) 96,0

Diâmetro dos moentes sem casquilhos .. (mm) 57,8

Largura do moente (d) ............................. (mm) 22,6 a 22,8

Diâmetro do furo para o pino do pistão(sem bucha) .......................................... (mm) 24,0

Folga entre a bucha e o pino do pistãoNormal .................................................. (mm) 0,01Limite de desgaste ............................... (mm) 0,04

Diferença máxima de massaentre as bielas – peça nova ..................... (g) 4,0

Em reparo .................................................... (g) 10,0

Alívio máximo de massa numa biela ........... (g) 8,0

*(Remova material somente nas regiões indicadas pelas setas)

Feita esta correção dimensional,dê especial atenção as dimensões pa-drão das bielas utilizadas nos moto-res arrefecidos a ar.

As bielas dos motores arrefecidosa ar, além de permitirem este tipo dealinhamento a frio, podem ser usinadasno mancal de moente para uso de casqui-lhos com sobremedidas que permi-tem compensar usinagens adicionaisno olhal maior, na árvore de manive-las e/ou em ambos. Observe:

Dimensões dos casquilhos das bielas

PadrãoInterno Externo(mm) (mm)

Standard STD STD

Sobremedida 0,25 0,25 –

Sobremedida 0,50 0,50 –

Sobremedida EXT 0,75 – 0,75

Sobremedida EXT 0,25 – 0,25

Sobremedida 0,25 x 0,25 0,25 0,25

Sobremedida 0,50 x 0,25 0,50 0,25

Atenção: nunca recondicione asbielas rebaixando as capas e as has-tes. Este tipo de usinagem faz comque a distância entre os centros doolhal menor e do maior diminua,alterando consideravelmente a taxade compressão do motor.

ILUSTRAÇÃO 12:MANUAL TÉCNICO

PAG. 56 COM LEGENDS INTERNAS

9 – Após a avaliação dimensionalda biela, é possível instalar a novabucha de conexão biela/pino do pis-tão. Observe que no furo de aloja-mento da bucha existe um ladoescariado para facilitar a entrada da

Distância entre oscentros diminui

setembro/outubro 2002 - 11

Page 9: Manual Motor Vw a Ar

Nas três edições anteriores, vi-mos as especificações e dicasde regulagens dos motores

arrefecidos a ar. Conhecemos as me-didas para recuperação das carcaças,árvore de manivelas e bielas. E res-saltamos que essa geração de moto-res construiu sua fama de robustez ede fácil reparação, graças as opçõesque apresenta para recuperar suas pe-ças com variadas sobremedidas. Taiscaracterísticas também valem para osistema de comando de válvulas ecilindros.

Reparos e limites deusinagens na árvore decomando das válvulas

O sincronismo mecânico da ár-vore de manivelas com a árvore decomando das válvulas é feito porum par de engrenagens. Logicamente,a engrenagem da árvore de manive-las é a motora, enquanto a do co-mando é a movida. Na engrenagemmotora existem dois pontos (um emcada dente) que correspondem à po-sição de primeiro cilindro em pontomorto superior. Para garantir a posi-ção de válvulas de admissão e esca-pe fechadas, na engrenagem movidada árvore de comando das válvulas,

Motor de 1600 cm³arrefecido a ar (IV)

O mecanismo de comando das válvulas dosmotores Volkswagen arrefecidos a ar seguem o princípioconvencional de funcionamento, pois usam a árvore de

comando integrada ao bloco. Isso exige a aplicaçãode grande quantidade de peças móveis: comando

de válvula, tucho, haste, balancim, eixo dosbalancins e válvula. Porém, enquanto nos motoresconvencionais de cilindros em linha, este conjunto

trabalha verticalmente, nos motores boxer, oscomponentes são dispostos na horizontal.

existe um dente com um ponto, quedeve ser posicionado entre os outrosdois dentes da engrenagem da árvorede manivelas.

Para garantir o perfeito sincro-nismo entre as árvores de manivelase de comando das válvulas, a pri-meira inspeção para avaliação daárvore de comando, após a desmon-tagem, deve acontecer nos rebitesde fixação da engrenagem. Devidoa grande importância dessa fixação,a engrenagem do comando não deveapresentar folga de trabalho entreos rebites e a flange de fixação nocomando.

Atenção: caso isto aconteça, deve-se substituír, a árvore de comandodas válvulas, nunca os rebites.

Outra inspeção importante naengrenagem da árvore de comandodas válvulas é quanto a existênciade desgastes ou danificações nas su-perfícies dos dentes, que devem seapresentar uniformes e brilhantes.

ILUSTRAÇÃO 3: MANUALDE REPARAÇÕES PAG. 29

SOMENTE A PEÇA 26(PUXAR LINHA DE CHA-

MADA E ESCREVER APALAVRA

Em seguida, deve-se examinar odesgaste nos cames. Inicialmente deve-se verificar se apresentam desgasteexcessivo que possa causar falta deparalelismo entre a superfície docame e o eixo geométrico da árvore.Em caso de dúvidas, basta observardiferenças na coloração das superfí-cies de contato e medir com um mi-crômetro, as duas extremidades doscames, que não devem variar.

O próximo passo das inspeçõesda árvore de comando das válvulaspermitirá definir a necessidade deoperações de usinagem e retífica deacabamento superficial. Portanto,deve-se examinar as superfícies dosmunhões para verificar a existênciade rebarbas ou outras danificaçõessuperficiais para estabelecer se aretífica será necessária. Os valoresdas sobremedidas são os seguintes:

ILUSTRAÇÃO 6: MANU-AL DE REPARAÇÕES PAG.

32 15-139

1 - Mola de retençãoda tampa do cabeçote

2 - Tampa do cabeçote3 - Junta da tampa

do cabeçote4 - Porca do suporte

do balancim5 - Arruela6 - Grampo de retenção

do eixo do balancim7 - Arruela de encosto8 - Arruela de pressão9 - Balancim

10 - Porca-trava11 - Parafuso de regulagem12 - Arruela de poliamida13 - Bucha espaçadora

dos balancins14 - Eixo dos balancins15 - Chaveta da válvula16 - Prato superior da

mola da válvula17 - Mola da válvula18 - Vedador da haste de

óleo da válvula19 - Cabeçote20 - Anel de vedação21 - Tubo protetor da

haste do tucho22 - Haste do tucho23 - Tucho24 - Válvula de admissão25 - Válvula de escape26 - Árvore de comando

das válvulas27 - Casquilho

O desvio de centro da árvore decomando das válvulas (empenamento)deve ser verificado num dispositivochamado entre-pontas.

Desvio máximo do comando deválvulas medido no munhão central

Peça nova ......................................... 0,02 mmLimite de desgaste .......................... 0,04 mm

ILUSTRAÇÃO 5: MANU-AL DE REPARAÇÕES PAG.

32 15-031

A medição de empenamento da árvorede comando das válvulas deve ser feitano munhão do mancal central.

Árvore de comando das válvulas(medidas finais após retífica)

D8/D9/D10 a b

Normal ................. (mm) 25,000 – 28,07324,987 28,040

1ª sobremedida (mm) 24,750 – 28,07324,737 28,040

2ª sobremedida (mm) 24,750 0,125 28,32324,737 0,100 28,290

3ª sobremedida (mm) 24,500 0,125 28,57324,487 0,100 28,540

Mecanismo de comando das válvulas

Rebites

novembro/dezembro 2002 - 16Técnicas da Oficina

Page 10: Manual Motor Vw a Ar

Atenção: a árvore de comandodas válvulas deve ser retificada naregião dos munhões, utilizando-se uma pedra de retificar a óleo,composta de carboneto de silíciocom granulação 100 a 120 para odesgaste, e de 280 a 320 parao acabamento.

Após a retífica, deve-se verificara folga axial do comando, que édeterminada pela largura da medi-da “b”. Para a medição será neces-sário a utilização de um relógiocomparador centesimal e um supor-te adequado.

ILUSTRAÇÃO 7: MANU-AL DE REPARAÇÕES

PAG. 32 15-255

Se a folga axial da árvore de co-mando das válvulas estiver acimado normal (0,04 a 0,13 mm), esco-lha, entre os casquilhos disponíveisno estoque, um, cuja largura com-pense a folga axial encontrada.

Monte todos os casquilhos docomando nas carcaças.

ILUSTRAÇÃO 8: MANU-AL DE REPARAÇÕES PAG.

33 15-034

Lubrifique os munhões e oscames com óleo para motores oupasta Molykote G. Instale a árvorede comando de válvulas observandoa posição de sincronismo entre asengrenagens motora da árvore demanivelas e a movida do comandode válvulas. Para isto, o dente daengrenagem do comando assinala-do com um ponto ou com a letra“N”, deve ficar entre os dois dentesda engrenagem da árvore de mani-velas que possui, na posição deprimeiro cilindro em ponto mortosuperior (PMS), um ponto prensado(baixo relevo). Observe:

ILUSTRAÇÃO 9: MANU-AL DE REPARAÇÕES PAG.

33 13-035

Após a montagem, verifique sehá folga entre os dentes em toda acircunferência da engrenagem da ár-vore de comando das válvulas com aengrenagem da árvore de manive-las, ou se, ao submeter a árvore demanivelas ao giro, esta não expulsao comando de válvulas dos mancais.Se houver folga entre os dentes, alémde irregularidade no sincronismo me-cânico, poderá gerar ruídos de tra-balho no comando. Caso, ao girar aárvore de manivelas, haja a tendên-cia do comando de válvulas serexpulso dos mancais, significa queexiste elevada carga de trabalho en-tre as engrenagens.

Para normalizar a situação de en-grenamento, a engrenagem do coman-do de válvulas possui sobremedidasque alteram o diâmetro primitivo.Vamos entender: o acasalamento desincronismo dessas duas engrena-gens de dentes helicoidais exige quehaja uma folga de trabalho entre den-tes para garantir a lubrificação – nes-te caso, deve estar entre 0,01 e 0,07mm. A folga ocorre exatamente naposição de acasalamento dos dentes,numa dimensão construtiva dasengrenagens chamada “diâmetro” ou“círculo primitivo”.

ILUSTRAÇÃO 10 -LAROUSSE PAG 2108ALTO DA PRIMEIRA

COLUNA

A folga de trabalho entre duas engrenagensocorre exatamente na posição tangentecomum (ponto de encontro dos diâmetrosprimitivos das duas engrenagens).

Há 11 possibilidades dimensionaispara a engrenagem do comando dasválvulas, que podem variar de -3 a +7.Cada um desses valores negativos oupositivos é gravado na engrenagem eapresenta uma diferença no diâme-tro primitivo de 0,02 mm entre umnúmero e o imediatamente superiorou inferior. Por isso, na montagemdo conjunto árvore de manivelascom o de comando de válvulas, deveser feita uma inspeção nessa folga,em diversas posições da circunferên-cia da engrenagem, para, se necessá-rio, ajustá-la, trocando o comando deválvulas por outro imediatamentesuperior ou inferior. Ou seja: haven-do folga elevada, deve-se substituir ocomando por outro que tenha engre-nagem com medida superior. Nas si-tuações em que a folga seja pequenaou inexistente, deve-se substituir ocomando por outro que possua en-grenagem com medida menor.

Atenção: existem comandos comdiagramas de válvulas diferencia-dos que são aplicados em funçãodos prefixos dos motores. Observe atabela dos diagramas de válvulas:

Reparos e limites de usinagensentre os cilindros e pistões

Quando tratamos das dicas de diag-nósticos nos motores arrefecidos aar, comentamos sobre a verificaçãoda compressão. Vimos que existemvalores mínimo e máximo da com-pressão nominal. Lembramos que osdados se referem a um valor de motornovo, sendo normal encontrarmos,após o amaciamento, valores superio-res em torno de 10% do nominal.Porém, de nada adianta, utilizando-se,por exemplo, o valor de compressãodos cilindros para os motores de pre-fixo UG, que podem variar entre 8 e10 atm, encontrarmos um cilindrocom 8 atm e outro com 10 atm.

Os valores estão entre o mínimoe o máximo, mas a diferença de com-pressão entre os cilindros ultrapassoua tolerância de 1,5 atm. Sendo as-sim, não basta medir a compressãoe verificar se está dentro ou ligei-ramente acima do especificado. Éfundamental, também, verificar sea diferença entre o valor mínimoencontrado em um dos cilindros e ovalor máximo, está dentro do espe-cificado.

Os elementos que garantem a ob-tenção destes valores de compressãosão: a folga entre o cilindro e o pistão,os anéis de segmento e avedação dasválvulas. Vamos detalhar os cuida-dos e dar algumas dicas de diagnós-ticos, medições e possíveis reparos:

Marcação dos pistões – Inicial-mente, antes da desmontagem dospistões, é muito importante quesejam garantidas as posições de tra-balho de cada um em relação ao res-pectivo cilindro.

Assim, marque os cilindros e pis-tões, para assegurar a montagemna posição correta.

Outra dica importante, durante adesmontagem dos pistões: após a remo-

ção dos anéis de retenção,deve-se retirar os pinoscom um extrator especí-fico, evitando a utilização deum martelo e um tocapino.Isso evita danificações nabielas durante a extraçãodos pinos.

ILUSTRAÇÃO 12: MANU-AL DE REPARAÇÕES PAG.

18 13-158

Para a remoção dos anéis de seg-mento, nunca utilize as mãos. Oalicate para anéis é o instrumentorecomendado, pois impede a danifi-cação das superfícies superiores dacabeça do pistão.

ILUSTRAÇÃO 13: MANU-AL DE REPARAÇÕES PAG.

18 13-027

Continua na próxima edição

Folga axial do comando deválvulas após retífica

Folga axial (peça nova) ............. mm 0,04 a 0,13Folga axial (limite desgaste) ..... mm 0,16

BJ,BY,BZ BK,BM, UG,UH,UF,BG e UA BX e BP UJ e UK

Princípio de admissão ... oAPMA 9°48’ 9°48’ 5°03’Término de admissão .... oDPMB 35°02’ 35°02’ 42°09’Princípio de escape ...... oAPMB 44°28’ 51°18’ 50°07’Término de escape ....... oDPMA 4°14’ 11° 2°17’

Observações: oAPMA (graus antes do ponto morto alto)oDPMB (graus depois do ponto morto baixo)

Abertura e fechamento das válvulas

Prefixo do motor

novembro/dezembro 2002 - - - - - 17

Page 11: Manual Motor Vw a Ar

Para a limpeza dos pistões, reco-menda-se um detergente descar-bonizante que elimina resíduosacumulados nas canaletas dos pistões.

Atenção: jamais utilize lâminasde serra para limpar as canaletasdos anéis. Isso usina lateralmenteas canaletas, aumentando a folgaaxial dos anéis e causando vaza-mentos nos cilindros.

Após a limpeza dos pistões, deve-se examinar o desgaste e a diferençamáxima de peso entre os pistões domotor, não permtindo que ultrapasse10g. Existem uma série de marca-ções na cabeça dos pistões que podemevitar erros durante as montagens.Observe:

A - A seta indica o sentido de monta-gem do pistão em relação ao volantedo motorB - Diâmetro do pistão (mm)C - Índice do número da peçaD - Marca estampada ou pintada quese refere a classificação do peso: +ou cinza significa que o pistão estácom o peso acima do nominal; - oumarron, significa que o peso está me-nor do que o nominal do motor.E - Marcação indicativa do tamanhodo conjunto (azul ou rosa)

Os anéis de segmento devem seravaliados inicialmente quanto ao des-gaste que produz a elevação da folgaentre as pontas. Para isso, coloqueo anel na borda inferior do cilindro eempurre-o, utilizando um pistão, atéchegar a uma distância de 4 mm a 5mm da borda inferior. Meça a aberturaentre pontas utilizando um calibre defolgas.

Monte os anéis nas ranhuras dospistões utilizando somente o alicate es-pecial para anéis, o que evita danifica-ções nos pistões e quebras nos anéis.Fique atento, também, à posição demontagem dos anéis de compressãosuperior e inferior, pois possuem ladode montagem. Essa posição deve sernotada pela inscrição “TOP” que deveficar voltada para cima.

Outra inspeção importante é nafolga dos anéis nas canaletas dospistões. Essa verificação deve serfeita após a montagem dos anéis nospistões, utilizando um calibrador defolgas.

A verificação da folga entre oscilindros e os pistões é outra inspe-ção importante para garantir valoresde compressão adequados. Para isto,ajuste um súbito, de acordo com asespecificações dos diâmetros doscilindros, e meça o diâmetro a, aproxi-madamente, 15 mm abaixo da bordasuperior do cilindro.

Meça os pistões com um micrô-metro na parte inferior da saia, per-pendicularmente ao eixo do pino dopistão. Calcule a folga máxima entreo cilindro e o pistão. Esta é o resulta-do da diferença dos diâmetros docilindro e do pistão.

(Ver tabelas no final desta página.)Finalmente, para a montagem dos

pistões no motor, instale o primeiroanel de retenção do pino. Posicione opistão na biela e instale o pino, em-purrando-o com um colocador do tipotocapino.

Atenção: o pino do pistão deve serempurrado com as mãos. Caso nãoseja possível, aqueça o conjunto dopistão em banho de óleo até atingir atemperatura de 60 ºC. Observe na ta-bela a seguir, as medidas do pino dopistão e do respectivo furo.

Atenção: a abertura do anelraspador de óleo deve estar voltadapara cima e as aberturas dos anéis decompressão superior e inferior devemestar defasadas 120º. A mola doraspador de óleo deve ficar com aabertura voltada para baixo.

Medida da Limite depeça nova (mm) desgaste (mm)

Folga entre o cilindro e o pistão 0,03 a 0,06 0,20

Ovalização máxima do cilindro – 0,05

Retíficas permissíveis Duas de 0,50

Medida da Limite depeça nova (mm) desgaste

(mm)

Anel decompressão 0,30 a 0,90superior 0,45

Anel decompressão 0,30 a 0,90inferior 0,45

Anelraspador 0,38 a –de óleo 1,40

Medida da Limite depeça nova desgaste

Anel decompressão 0,07 a 0,12superior 0,10

Anel decompressão 0,04 a 0,12inferior 0,07

Anelraspador Máximo 0,15de óleo

Diâmetro do Diâmetro dopino (mm) furo (mm)

Medida 21,996 a 21,997 astandard 22,000 22,002

Diâmetro dos cilindros e pistões (mm)

Diâmetro padrão Cor Cilindro Pistão

85,5Azul 85,492 a 85,508 85,448 a 85,462

Rosa 85,502 a 85,518 85,458 a 85,462

86,0Azul 85,992 a 86,008 85,948 a 85,962

Rosa 86,002 a 86,018 85,958 a 85,962

86,5Azul 86,492 a 86,508 86,448 a 86,462

Rosa 86,502 a 86,518 86,458 a 86,462

Serviço Rápido Alcântara Machado aniversaria –

A Alcântara Machado, maior promotorade feiras de negócios da América Latina,comemora 45 anos de grandes reali-zações. A empresa fundada em 1956,produziu mais de 500 feiras de negóciosnas últimas quatro décadas e com issogerou mais de 500 mil empregos diretose indiretos.

Novos eventos – Para 2003 a em-presa tem planejadas 29 feiras de negóci-os que abrangem diversos segmentos:industrial, têxtil, beleza, construção, segu-rança, automotivo, agronegócios, gestãourbana, entretenimento, eletro-eletrôni-ca e geoinformação. Além dos eventosbienais que ocorrerão em 2004 como Sa-lão do Automóvel, UDesejo, Brasilpack,entre muitos outros eventos que já estãoagendandos para os próximos dois anos.

VW de um litro condecorado – AVolkswagen recebeu uma condecoraçãodo Clube do Automóvel e dos Ciclistas daÁustria (ABRÖ) por ser a primeira mon-tadora do mundo a apresentar um protóti-po que consome um litro de combustível acada 100 quilômetros. O Volkswagen 1 Li-tro foi apresentado pela primeira vez emabril deste ano, quando o então presiden-te do Grupo Volkswagen, Ferdinand Piech,conduziu o protótipo em uma viagem deWolfsburg a Hamburgo, obtendo a médiarecorde de 0,89 litro por 100 quilômetrosrodados (112, 35 km/l).

Estilo marcante – Como mostramosna edição 192, o estilo do Volkswagen 1Litro lembra mais um esportivo do queum carro experimental. A carroceria, de-senvolvida em túnel de vento, é produzi-da em fibra de carbono e magnésio. Oautomóvel tem 3,65 m de comprimento,apenas de 1,25 m de largura e poucomais de um metro de altura. O carro temfaróis de bi-xenônio de 32 watts, cujaluminescência equivale a dos convenci-onais de 60 watts.

Movido a Diesel – O Volkswagen1 Litro tem motor movido a Diesel quepossui apenas um cilindro, com 300 cm3

e é montado em posição central, comum sistema de transmissão direta eautomatizada. Neste motor cárter e cabe-ça de cilindro formam um monobloco fei-to de alumínio. O propulsor deste cercorevolucionário tem ainda sistema de in-jeção direta de combustível, gerando8,5 cv a 4.000 rpm e pesando apenas290 kg, o “Carro de um litro” chega até a120 km/h.

novembro/dezembro 2002 - 18Técnicas da Oficina

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janeiro 2003 - 16 janeiro 2003 - - - - - 5Técnicas da Oficina

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porque o mesmo sinal será utilizado por outrossistemas como o de gerenciamento da transmis-são automática.

Os recursos da eletrônica embarcada autotrô-nica ou mecatrônica, como também são conhe-cidos os novos sistemas) são derivados dossistemas de automação que processam sinais desensores para comandar atuadores. Com essalógica de processamento, pode-se desenvolveruma série de algoritmos executáveis por micro-processadores disponíveis que estejam rodandosoftwares específicos com a enorme vantagemde exigir raras implementações de hardwares,pois, na maioria dos casos, já estão disponíveisem todo o veículo.

Tais recursos transformaram o automóvel numuniverso praticamente infinito de possibilidadesque podem ser habilitadas por softwares com baseem sinais já disponíveis. Fora isso, permitem aten-der a públicos mais exigentes, obter controles defuncionamento que garantam emissões veicula-res cada vez mais reduzidas e elevar os conceitosde funcionamento dos itens da segurança ativa.Sem dúvida, emissões e segurança ativa atuaramcomo os fatores mais importantes para a evolu-ção da eletrônica no automóvel, dando origem aonovo segmento do conhecimento automobilísti-co que hoje chamamos de autotrônica.

Trabalhando em sistemas que utilizam amicroeletrônica – No Brasil, encontramos autilização da microeletrônica no automóvel emsimples sistemas de alarmes que hoje são combi-nados para trabalhar num complexo pacote queenvolve todo os sistemas desenvolvidos paraoferecer conforto e conveniência – que comanda,entre outros componentes, os vidros de acionamentoelétrico, o travamento central programável dasportas, o bloqueio de funcionamento do sistemade partida do motor – e até em sistemas “inteli-gentes” que comandam o desligamento da bom-ba de combustível e o destravamento das portas,assim que ocorrer um sinal de ativação das bolsasdos airbags. Tratam-se de importantes aspectos

de segurança que são ativados para entrar emfuncionamento até nas horas mais difíceis e deextrema necessidade.

Em geral, essas funções ou sistemas sãocontrolados por pequenos microcomputadoresque, através de softwares específicos, realizamos cálculos necessários e comandam os ajustesadequados para atingir os resultados desejados.Tudo em nome de melhor dirigibilidade, de se-gurança, de menores índices de emissões e defacilidade de manutenção. Essa revolução damicroeletrônica nos leva a desejáveis seme-lhanças de hardware entre veículos com dife-renças específicas de software que podem serrealizadas, por exemplo, através da programa-ção da unidade de comando, quando de sua ins-talação no veículo.

Entre as funções da unidade da rede de bordoestá a de comandar o funcionamento da bombade combustível. O software básico desta unidadeprevê a ativação da bomba sempre que a porta domotorista for aberta. Tal função foi desenvolvidapara facilitar a partida a frio e reduzir a emissãode hicrocarbonetos durante o regime de partidado motor. Porém, também está previsto pelosoftware que, assim que chegar um sinal deimpacto na unidade, indicando a ativação dosairbags, esta comandará o desligamento imedia-to da bomba de combustível para impedir o iní-cio de incêndio. Por isso, esta unidade da rede debordo deve permitir programações para habilitarfunções de acordo com o nível de acabamento docarro. Por exemplo: comandar o desligamento dabomba de combustível, está vinculado à existên-cia do airbag. E quando este sistema não fizerparte do acabamento do veículo?

A resposta imediata é fazer com que a bombaentre em funcionamento quando porta do moto-rista for aberta. Porém, em caso de acidente,assim que a porta for aberta para socorrer omotorista, por exemplo, ocorrerá o funciona-mento da bomba numa condição perigosa. Paraevitar que isso ocorra, a unidade de comando darede de bordo deve permitir programações parahabilitar funções, de acordo com o acabamentodo veículo.

Por isso há necessidade de equipamentos quepermitam interfaces capazes de “codificar estesacabamentos” na unidade de comando que estásendo substituída, para que esta assuma uma dasprogramações previstas. Isso já ocorre em algunsveículos, nos quais, sistemas de freios equipadoscom ABS, instrumentos combinados, unidadesde airbags que devem ou não reconhecer a exis-tência de bolsas laterais, unidades de comandode motores, entre outros, possuem múltiplas fun-ções que devem ser habilitadas de acordo com onível de acabamento.

A velocidade com que tudo isso ocorre ecomo interferem na oferta e qualidade da presta-ção de serviços do reparador de veículos, temalterado de forma radical, o perfil profissional dequem atua no setor, exigindo para a sua sobrevi-vência, um grande esforço coletivo e individualpara o aprendizado constante, acompanhado deintensa atualização técnica. Para executar diag-nósticos nos sistemas de gerenciamento eletrôni-cos, por exemplo, há soluções como o conectorde diagnósticos a bordo OBD II (On Board

A unidade da rede de bordo do Novo Polo realiza, entreoutras funções, o comando do pré-funcionamento dabomba de combustível, assim que a porta do motoristaé aberta.

Diagnoses). Desenvolvido e padronizado, inici-almente, com o objetivo de facilitar as inspeçõesveiculares periódicas em relação aos níveis deemissões, este componente, permite a conexãocom diversos sistemas de gerenciamento eletrô-nico, através de equipamentos de diagnósticos(conhecidos como scanners ou scan tool) inde-pendentes do seu fabricante, bastando, para isso,que o protocolo de autodiagnósticos esteja pre-visto para utilização nestes sistemas específicos.

Conector de diagnósticos padrão OBD II

No veículo moderno, o conector de diagnósticos padrãoOBD II permite comunicação com todas as unidades degerenciamento eletrônico do veículo, acessando estra-tégias de autodiagnósticos ou para adaptações.

Em razão dessa realidade, muitos fabricantesde equipamentos utilizados na reparação auto-mobilística passaram a oferecer recursos de diag-nósticos que permitem a atualização e utilizaçãoem diversos sistemas de gerenciamento eletrôni-cos acessíveis por esse conector de comunicaçãocom suas estratégias de diagnósticos integradas.

ILUSTRAÇÃO 8 - FOTO THORTECNOMOTOR

Através de bons scanners ou scan tool tem-se acessoàs diversas estratégias de diagnósticos presentes nossistemas de gerenciamento eletrônicos do veículo. Paraa correta interpretação destes dados é necessário aatualização constante do profissional da reparaçãoautomotiva.

N

Motor de 1600 cm³arrefecido a ar (final)

Os motores Volkswagen arrefecidos a arutilizam dois cabeçotes contrapostos, um para cada

par de cilindros. Estes componentes devem ter excelenteperformance de vedação, guias das válvulas estáveis,

fidelidade de abertura e fechamento das válvulas comvelocidade de atuação adequada, utilizando plenamente

os mínimos tempos de trabalho para carga da misturae descarga dos gases queimados, e excelente capacidade

de remoção do calor. Tudo isso deve ser mantido apósas operações de recuperação dos cabeçotes.

1 - Mola de retençãoda tampa do cabeçote

2 - Tampa do cabeçote3 - Junta da tampa

do cabeçote4 - Porca do suporte

do balancim5 - Arruela6 - Grampo de retenção

do eixo do balancim7 - Arruela de encosto8 - Arruela de pressão9 - Balancim

10 - Porca-trava11 - Parafuso de regulagem12 - Arruela de poliamida13 - Bucha espaçadora

dos balancins14 - Eixo dos balancins15 - Chaveta da válvula16 - Prato superior da

mola da válvula17 - Mola da válvula18 - Vedador da haste de

óleo da válvula19 - Cabeçote20 - Anel de vedação21 - Tubo protetor da

haste do tucho22 - Haste do tucho23 - Tucho24 - Válvula de admissão25 - Válvula de escape26 - Árvore de comando

das válvulas27 - Casquilho

Mecanismo de comando das válvulas

as quatros últimas edições, co-nhecemos um pouco da longahistória da geração de motores

Volkswagen arrefecidos a ar e as es-pecificações com dicas para as re-gulagens, estudamos as medidas pararecuperação das carcaças, árvore demanivelas, bielas e do mecanismode comando das válvulas. Foi pos-sível constatar, na prática, que atri-butos como robustez e facilidade dereparação desses motores, têm con-sistência e ganharam corpo, entreoutros fatores, graças as várias pos-sibilidades de usinagens para recu-perar suas peças, dispondo de umfarto universo de sobremedidas epossibilidades. Na última matériadesta série, detalharemos todas aspossibilidades de recuperação doscabeçotes destes motores.

Os cabeçotes dosmotores arrefecidos a ar

Como sabemos, os cabeçotes demotores são os elementos de fecha-mento dos cilindros que contêm asválvulas de escape e de admissão, omecanismo que garante o funciona-mento dessas válvulas na sincroniamecânica do motor, as velas de igni-ção e a câmara de compressão. Comoo cabeçote tem uma função seme-lhante a de uma culatra fixa de umaarma de fogo, deve garantir a vedaçãona parte superior dos cilindros paraque toda a energia elástica da com-bustão seja convertida em trabalhopelo êmbolo, com mínimas perdas,graças ao vazamento controlado dosgases quentes.

Tais características de trabalhoexigem excelente performance tam-bém para as trocas térmicas, pois,devido a concentração elevada de

calor numa região diminuta e quetrabalha diretamente em contato coma energia do calor processado duran-te a combustão, a temperatura eleva-da deve ser rapidamente removida doambiente para facilitar a ocorrênciado próximo ciclo.

Com essas características, exige-se dos cabeçotes excelente perfor-mance como elemento de vedaçãodos cilindros (vedação entre a junçãocabeçote/cilindro), entre as válvulase as sedes, guias de válvulas estáveis,fidelidade de abertura e fechamentodas válvulas com velocidade de traba-lho adequada utilizando plenamenteos mínimos tempos de trabalho paracarga da mistura e descarga dos ga-ses queimados e excelente capaci-dade de remoção do calor.

Nos motores arrefecidos a ar,os elementos que garantem estesatributos são: o estado da árvore decomando das válvulas (medidas eposição angular dos cames), o bomassentamento das válvulas, a cargaelástica e o rate das molas, a folgaentre a guia e a haste da válvula, asdimensões dos balancins, o estadode trabalho das hastes dos tuchos, ospróprios tuchos, a folga entre o pa-

rafuso de regulagem do balancim e otopo da haste da válvula e a limpeza eestado das aletas de arrefecimentopor ar. Vamos conhecer cada umdestes cuidados.

Hastes dos tuchos –remoção e instalação

Em geral, as hastes dos tuchosdevem possuir comprimento e fle-xão adequadas para garantir mínimasperdas mecânicas entre os tuchos eos balancins para assegurar a per-feita transferência de movimentos.Para remover as hastes dos tuchosdas válvulas, inspecionar o estadode trabalho e reinstalá-las, observea seguinte seqüência:1. Escoe o óleo do motor.2. Solte a mola de fixação da tampado cabeçote.

3. Remova a tampa do cabeçote e arespectiva junta.4. Solte as porcas e remova o con-junto dos balancins.

5. Remova as hastes dos tuchos.

6. Utilizando-se de uma mesa dedesempeno ou de uma superfície pla-na retificada, role as hastes sobre amesa, verificando a deficiência deparalelismo (empenamentos).Atenção: se constatar desvios deparalelismo entre as hastes e a su-perfície retificada, tolere como des-vio máximo o valor de 0,30 mm.

7. Instale as hastes dos tuchos naordem inversa da remoção, dispen-sando especial atenção para a regu-lagem das válvulas.

Observe se o canal de lubrificação nointerior da haste está livre.

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janeiro 2003 - 4 janeiro 2003 - - - - - 17Treinamento na Oficina

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Com o passar do tempo o carro de passeio(e até mesmo veículo de carga) torna-se cadavez mais fácil de ser utilizado e “domado”.

Entre outros itens, surgiram os sistemas de partidaelétrica do motor (só quem precisou girar a mani-vela sabe o que isso significa), os bancos comregulagem de posição, os vidros móveis das jane-las, os freios hidráulicos, os espelhos de maquiagem,a direção servo-assistida e tantos outros sistemasque, no início, eram considerados de conforto,tornaram-se “de conveniência” e hoje, formamum complexo conjunto de soluções para a amplia-ção dos itens de segurança ativa e passiva.

ILUSTRAÇÃO 2: LIVRO POLO PAG. 57

Abrir vidros com um simples toque: o que era confortopassou a ser item de segurança, pois reduz o tempo emque o motorista permanece com as mãos fora do volante.

A eletrônica embarcada ou autotrônica –No automóvel moderno, a segurança, o conforto,a personalização, a facilidade de uso, o desempe-nho, o consumo e a simplicidade de manutençãocom reduzidos custos, fazem parte dos estudosde marketing e de imagem de qualquer produtopara torná-lo a melhor opção na escolha do clien-te. Vivemos um momento do mercado de auto-móveis em que até os custos das seguradorasinfluenciam na decisão de compra de um carro.Neste sentido, os avanços e as soluções da eletrô-nica, tem sido a resposta que melhor conseguecombinar as necessidades com os custos compa-tíveis à implementação.

A eletrônica já substitui com eficiência, mui-tas das ligações mecânicas ou hidráulicas utiliza-das normalmente no automóvel. Sem muitoesforço é possível encontrar veículos que já nãoutilizam o convencional cabo do acelerador. Oacionamento da borboleta do acelerador se dáatravés de um servomotor de acionamento elétrico

Eletrônica embarcada, autotrônicaou mecatrônica?

A necessidade de tornar o automóvel amplamente acessível,vem contribuindo para a rápida evolução do carro de passeio.

Aquela imagem do início do século passado, de queautomóvel era coisa para homem, torna-se, cada vez mais,

coisa do passado. As possibilidades de recursos quea eletrônica embarcada traz também colaboram para apressar

o processo evolutivo.

comandado pela eletrônica digi-tal. Se por si só, esta função jánão bastasse para ser inovadora,em muitos motores o recurso écomandado pelo regime de torqueexigido, não simplesmente pelo acionamento dopedal do acelerador.

A evolução deste sistema tornou possível odesenvolvimento de um confiável programadorde velocidade de cruzeiro, conhecido como cruisecontrol, que surpreendentemente, torna dispensá-vel outros componentes mecânicos, elétricos oueletrônicos, bastando, apenas, um “acerto” na pro-gramação do software de controle do motor.

ILUSTRAÇÃO 3: LIVRO BEETLE PAG. 54

Isso ocorre graças ao monitoramento da veloci-dade do veículo pela unidade de comando do motore à atuação do servomotor da borboleta. A ativaçãodo piloto automático (cruise control) entra comosinal de set na unidade de comando e a posiçãoda borboleta será regulada constantemente paragarantir a manutenção da velocidade desejada.

ILUSTRAÇÃO 4: APO BEETLE PAG. 22

O sinal da velocidade do veículo é monitorado pelaunidade de comando do motor. Ao entrar o sinal de setna unidade de comando, a velocidade instantânea émemorizada e o comando de abertura da borboleta éassumido pela unidade de comando do motor para atin-gir e manter a velocidade programada.

Assim que o motorista pisa no pedal de freioou da embreagem, os interruptores que traba-lham como sensores de posições destes pedais,levam à desabilitação momentânea do sistemacruise control, transferindo para o condutor ocontrole do veículo. Este exemplo permite de-monstrar que, através de uma inovação impor-tante como o acelerador eletrônico, foi possívelcriar e facilitar o desenvolvimento de um sistemade conforto para as longas viagens e de conve-niência ao trafegar por vias com velocidadecontrolada. A evolução do automóvel é assim:inovações levam a outras inovações.

ILUSTRAÇÃO 5: APO BEETLE PAG. 22

Assim que o motorista pisa no pedal de freio, de em-breagem ou do acelerador, o sistema de gerenciamentodo motor devolve para ele o comando integral do veícu-lo, desligando temporariamente o cruise control.

O automóvel da atualidade integra um enormeuniverso de possibilidades para o desenvolvi-mento ou aprimoramento de sistemas já exis-tentes ou que estão por vir. Há apenas dois anos,o interruptor de freio, localizado no respectivopedal, servia apenas para acender as lâmpadastraseiras de sinalização dos freios. Hoje, passoua emitir um sinal de função lógica que indicaque o freio está sendo acionado e também éenviado para a unidade de gerenciamento domotor, e disponibilizado na rede CAN Bus pelaunidade do sistema de gerenciamento do ABS

Desde os primeiros limpadores de pára-brisa manuais, lançados em1916 nos Estados Unidos, aos atuais, com sistemas eletrônicos ativadospor sensor de chuva, podemos observar o quanto, na atualidade, sedepende diretamente da influência de sistemas eletrônicos que coman-dam sistemas eletro-mecânicos.

Através do botão set daalavanca dos indicadoresde direção, pode-se pro-gramar a velocidade decruzeiro do veículo.

Sinal davelocidadedo veículo

Unidadede comandodo motor

Balancins – desmontageme montagem

O balancim é acionado pela hastedo tucho, de forma que, ao ser sub-metido à compressão da haste (es-forço resultante da ação do cameda árvore de comando das válvulassobre o tucho), produz um movi-mento basculante no sentido de trans-ferir o esforço aplicado para vencera carga elástica da mola da válvula.A desmontagem deste mecanismonos motores arrefecidos a ar é muitosimples:1. Destrave a mola de fixação datampa do cabeçote e remova a tam-pa com a respectiva junta.2. Solte as porcas e remova o con-junto de balancins.3. Remova os grampos de retençãodo eixo dos balancins com um alica-te de bico.

4. Retire as arruelas de encosto e asarruelas de pressão.5. Remova os balancins e a arruelade poliamida, observando a seqüên-cia correta.6. Remova o parafuso de regulageme a porca-trava dos balancins.7. Remova a bucha espaçadora.8. Lave os componentes cuidadosa-mente, observando se há danificaçõese ranhuras que possam prejudicar obom funcionamento do mecanismo,bem como o estado de trabalho dosparafusos de regulagem da folga daválvula.9. Examine se os eixos dos balan-cins apresentam sinais de desgaste.Para avaliação dimensional, consi-dere os seguintes valores:

10. Considerando o exame detalhadodo mecanismo dos balancins, é im-portante para o bom funcionamentoas seguintes providências e cuidados:• As superfícies de contato lateraldos balancins, quando riscadasou com desgaste desigual, podemser polidas utilizando uma lixafina apoiada sobre uma superfícieretificada.• Antes de instalar os conjuntos debalancins, solte os parafusos de re-gulagem da folga das válvulas.

• Observe que as válvulas devemgirar (exercer um movimento de ro-tação) durante o procedimento deabertura. Este efeito é garantidopelo desalinhamento entre o parafu-so de regulagem e a haste da válvu-la. Em face da gradual e permanenterotação das válvulas, o desgaste naextremidade da haste e a formaçãode depósitos nas superfícies de as-sentamento ficam consideravelmen-te reduzidos.• Aperte as porcas do suporte dosbalancins com 20 a 25 Nm (2,0 a2,5 kgfm).11. Após todos esses cuidados, bastaregular a folga das válvulas e instalara tampa com a junta.

Vedador das hastes dasválvulas – substituição

Uma das características diferen-ciadas dos motores arrefecidos a aré a existência de vedador somentenas hastes das válvulas de admissão.Esta construção foi adotada porque,como as válvulas nestes motorestrabalham horizontalmente, a trans-ferência de lubrificante do ambientedo mecanismo de abertura das vál-vulas para o interior dos cilindros,ocorre somente por diferença depressão, o que ocorre somente notempo de admissão nestas válvulas.A substituição destes vedadorespode ser feita sem a remoção docabeçote, utilizando-se um disposi-tivo de compressão para as molasdas válvulas e outro que permita in-jetar ar comprimido no interior docilindro através do alojamento dasvelas de ignição. Observe:1. Solte a mola de fixação da tampado cabeçote, remova a tampa e a res-pectiva junta.2. Solte as porcas e remova o con-junto dos balancins.3. Instale o dispositivo de compres-são das molas das válvulas.

4. Conecte uma extremidade dotubo de pressão flexível na rede dear comprimido e rosqueie a outraextremidade no alojamento da res-pectiva vela. Regule a pressão pneu-mática em torno de 6 atm.5. Através do dispositivo de com-pressão da mola, comprima o prato

da mola e remova a chaveta, o prato,a mola e o vedador.6. Faça a instalação do novo veda-dor e a montagem dos componentesseguindo a ordem inversa.

Cabeçote – remoção,desmontagem,recuperação e instalação

Para a remoção dos cabeçotes domotores arrefecidos a ar, o motordeve estar fixado num cavalete comas carenagens da ventoinha e defle-tores de ar removidos. Observe a se-qüência de trabalho:1. Escoe o óleo do motor.2. Solte a mola de fixação da tam-pa do cabeçote.3. Remova a tampa do cabeçote coma junta.4. Remova o conjunto de balancins.5. Remova as hastes de tuchos.6. Solte as porcas de fixação do cabe-çote, na seqüência da porca de nú-mero 8 para a de número 1.

7. Remova o cabeçote.8. Remova os tubos protetores dashastes dos tuchos.9. Providencie uma boa limpeza doscabeçotes para realizar os seguintesexames:• Observe atentamente se existemtrincas na câmara de combustão,dando especial atenção às sedes dasválvulas de admissão e escape. Ob-serve também eventuais rachadurasnos canais dos dutos de escapamen-to do cabeçote. Caso note algumadestas irregularidades, o cabeçote deveser substituído.• Outra observação importante deveser dispensada àsroscas das velas eao estado de fi-xação dos prisio-neiros. Caso asroscas das velasde ignição este-jam danificadas, épossível a aplica-ção de roscas pos-tiças Heli-Coil.10. Instale o cabe-çote num dispo-sitivo compressorpara a desmon-tagem do mecanis-mo de molas dasválvulas.

Eixo dos balancins - medidas

Diâmetro do eixo ........mm 17,956 a 17,974Limite desgaste ..........mm 17,940

Medidas básicas e limites de desgaste das válvulas (em mm)

BA, BB, BD,BG,BI, BN, UF, UG, UH,

Prefixo dos motores BF, BJ, BK, BP, BR,BS, UJ, UK, UL,BM e BY BT, BV, BX, UFA e UJA

BZ e UA

Diâmetro da haste das válvulas• Admissão .............................. 7,94 a 7,95 7,94 a 7,95 7,94 a 7,95• Escapamento ........................ 7,91 a 7,92 7,92 a 7,94 8,90 a 8,92

Ovalização máxima da hasteda válvula• Admissão .............................. 0,01 0,01 0,01• Escapamento ........................ 0,01 0,01 0,01

Ovalização máxima da cabeçada válvula• Admissão .............................. 0,015 0,015 0,015• Escapamento ........................ 0,030 0,030 0,030

Diâmetro da cabeça da válvula• Admissão .............................. 32,90 a 33,10 35,40 a 35,60 35,40 a 35,60• Escapamento ........................ 29,70 a 30,10 31,70 a 32,10 29,90 a 30,30

Caso seu dispositivo não permita des-montagens dos cabeçotes mais recentes– que possuem câmaras de combustãomenores – utilize um apoio de madeiraentre o cabeçote e a base do dispositivocompressor.

11. Pressione o prato da mola e reti-re a chaveta da válvula.

12. Remova o prato da válvula, amola e, no caso das válvulas de ad-missão, remova o vedador.13. Limpe e faça um minucioso exa-me visual de todos os componentes.Dê especial atenção à existência detrincas e ao estado de assentamentodas sedes de válvulas.14. Examine o estado das válvulas efaça os exames dimensionais indica-dos no quadro no final desta coluna.15. Estando todas as válvulas emordem, remova os resíduos do cabe-çote, utilizando um escariador delimpeza.16. Fixe o cabeçote (com a câmarade combustão voltada para cima) numdispositivo para examinar o desgas-te das guias das válvulas. Essa veri-ficação se faz medindo a folgabasculante da válvula na guia.17. Instale o relógio centesimal comum prolongador, de forma que o apal-pador trabalhe paralelo à válvula.

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janeiro 2003 - 3Perfiljaneiro 2003 - 18Técnicas da Oficina

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30/01/2003 CLAUDIO

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E

Serviço Rápido Lá vem a Touran – A Volkswagen

lança neste semestre, a Touran. A novaminivan tem capacidade para até seteassentos e permite diversas configura-ções, tornando-se um veículo extrema-mente versátil para o transporte de pas-sageiros ou cargas. Apesar das medidascompactas de sua carroceria, o interiorse equipara aos de carros maiores.

Esbanjando segurança – Outrasvantagens da Touran são seus varia-dos equipamentos de conforto e segu-rança oferecidos de série, CD-Player,trava central com controle remoto, ABS,EDS e ESP. Os assentos podem se des-locar de várias formas, permitindo dife-rentes configurações internas. Podem,também, ser desmontados, liberandoespaço na cabine. A terceira fileira debancos (opcional), quando não estiverem uso, pode ser guardada no assoalhodo veículo.

Opções de acabamento – No iníciodas vendas, a Touran será oferecida emtrês versões de acabamento e equipadacom três opções de motores: FSI (deinjeção direta de gasolina) e TDI (turbo-diesel), com desempenho entre 100 cv e136 cv. Depois virão outras opções agasolina. Todos atendem aos rigorososníveis de emissão de poluentes da nor-ma européia de emissões EU 4.

Tecnologia avançada – Para produ-zir a Parati 2003 – modernizada e reestili-zada – a fábrica da Volkswagen do Brasilem Taubaté (SP) instalou uma ilha robo-tizada de última geração, que usa a mes-ma tecnologia aplicada à produção doAudi A3, em São José dos Pinhais (PR).Com cinco robôs e 100% automatizada,a instalação monta a nova tampa trasei-ra da Parati, que deu ao modelo aspectomais jovem e sofisticado. A fábrica deTaubaté produz 1.050 carros por dia –Gol e Parati – e emprega 6.500 pessoas.

Mercado externo – Fabricada ex-clusivamente em Taubaté, a Parati acu-mula vendas de 700 mil unidades. Alémdo Brasil, o modelo é comercializado emoutros 11 países e tem hoje cerca de40% de sua produção destinada ao mer-cado externo. Até novembro do ano pas-sado, as vendas da Parati superaram amarca de 31 mil unidades, sendo 19 milvendidas no Brasil e 12 mil exportadas.

Certificação ambiental – A MonroeAxios, produtora de borrachas e compo-nentes para suspensão, acaba de rece-ber a certificação ambiental ISO 14001em sua planta localizada em Cotia (SP).O processo de adequação da empresapara obtenção da certificação ambientalISO 14001 levou seis meses. Além daformação de auditores internos, formali-zação de procedimentos, criação de ins-truções e estabelecimento de registros emonitoramentos, entre outras ações, fo-ram definidas metas para reduzir aproxi-madamente de 5 a 10% o consumo derecursos naturais, a sobra de alimentosno restaurante e a geração de resíduosem geral. O fato da Monroe Axios terrecebido recentemente a ISO/TS 16.949contribuiu para o rápido processo dacertificação ambiental ISO 14001. A fá-brica da Monroe Axios, em Cotia (SP),conta com 450 colaboradores, instala-dos em uma área construída de 17.200m². A capacidade de produção diária éde 110 mil peças.

m Vila Velha, cidade da Gran-de Vitória, no Espírito Santo,um mecânico trabalha há mais

de dez anos para construir a boafama de sua oficina com três princí-pios simples, mas de grande eficiên-cia: dedicação integral, reciclagemprofissional e investimento contínuo.Aos 46 anos de idade, Carlos Raaschcomanda sua oficina com o auxiliode seis funcionários, atendendo a maisde 20 carros por semana. “Temosuma grande rotatividade e é precisoatender a todos com eficiência e rapi-

Raaschplaneja opresente

de olho nofuturo

O pai lhe deu a régua.O compasso ele mesmo

conseguiu com empenhopessoal e através de cursosprofissionalizantes. Agora,buscando combinar forma

e conteúdo, o mecânicocapixaba planeja investir

na melhoria das instalaçõesda oficina.

Por Shirley Ribeiro

dez. Os clientes confiam no nossotrabalho, ficam satisfeitos com osresultados e promovem o crescimen-to do negócio com a propagandaboca a boca, a melhor que existe”,observa o mecânico.

Carlos Raasch iniciou sua car-reira de mecânico aos 16 anos, aju-dando ao pai, Henrique Raasch,hoje aposentado, um ex-caminho-neiro que resolveu deixar a estradapara fazer manutenção de cami-nhões. “Passei a conhecer este ofí-cio por influência do meu pai. Como tempo fui gostando e me aprimo-rando. Acabou virando uma cacha-ça. Se faço uma pequena viagem,só dois dias de descanso com a fa-mília, já sinto saudade”, conta.

Ele admite que no início, a ofici-na foi uma opção de trabalho paraquem não gostava de estudar, masisso mudou muito. Quando os carrospassaram a ter injeção eletrônica,Carlos, que tinha estudado apenasaté a oitava série, voltou para a salade aula e, hoje, é um grande incen-

tivador dos cursos profissionalizan-tes nas áreas de mecânica e eletrôni-ca. Tanto que seu filho Gustavo dosSantos Raasch, de 18 anos, estáprestando vestibular para engenha-ria mecânica. “Ele gosta de me aju-dar e entende bastante. Eu adorariaque ele se juntasse a mim, mas que-ro que tenha mais estudo do que eutive. Acho que ele está num bomcaminho”, diz, orgulhoso.

A Oficina do Raasch fica no bair-ro Divino Espírito Santo, próximoao centro de Vila Velha. Com 800metros quadrados de espaço total,presta serviços de mecânica e funi-laria. No ano passado, Carlos Raaschconseguiu finalizar um plano anti-go, terminando a estufa de pintura.“É uma obra minha. Eu mesmo fizo projeto, aproveitando ao máximo oespaço que temos. Visitei várias ofi-cinas e estudei as melhores formasde construção”, conta, acrescentan-do que pretende aprimorar a estufaneste ano.

Além de participar de cursos,sempre que há uma oportunidade,e incentivar seus funcionários a tam-bém estudar, Raasch acredita noinvestimento contínuo no próprionegócio. Entre os projetos para 2003,consta a ampliação da área de tra-balho no segmento de mecânica, fa-zer uma sala de espera e construirum escritório mais confortável.“Meu objetivo agora é melhorar aaparência do lugar, ganhar maisconforto para os clientes e para osfuncionários. Mas, ao mesmo tem-po, não posso deixar de investir nacompra de ferramentas e equipa-mentos. Os carros estão cada vezmais modernos e não dá para traba-lhar com ferramentas obsoletas ousó no olho, como a gente fazia anti-gamente. Temos que ser modernostambém”, afirma.Do Fusca ao Gol Geração III, Raasch mostra que mecânica é com ele mesmo.

Para Carlos Raasch a experiência deve se unir sempre à informação.

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18. Coloque a válvula consideradaem condições de uso pelo examedimensional na guia a ser examina-da. Utilizando o dedo na haste, em-purre a válvula no sentido de abrir,até que a extremidade da haste sealinhe com a extremidade da guia.19. Ajuste a posição do relógio emzero e faça a medição da folga bas-culante.

Folga basculante das válvulas nas guias(válvulas em condições de uso)

Todos os prefixos Normal Limite dedesgaste

Admissão eescape .............. (mm) 0,21 a 0,25 0,80

20. Examine as molas inspecionan-do suas dimensões e carga elástica.Para isto utilize um dinamômetropara molas.

21. As molas devem atender as se-guintes especificações:

22. Por último, examine as chavetasdas válvulas. Observe se apre-sentam rebarbas. Caso positivo, asrebarbas podem ser eliminadas comum esmeril, porém, aplicando-se astravas nas válvulas, estas ao seremfechadas com a pressão dos dedos,devem permitir que a válvula giresem oferecer resistência.23. Agora vamos ajustar os ângulosde trabalho das sedes das válvulas.Observe que as sedes devem ser re-tificadas se estiverem queimadas ouapresentarem sinais de desgaste.

• Examine o assentamento das vál-vulas. Em geral, as válvulas novas oucom assentamento devidamente re-tificado não necessitam de esmeri-lhamento. Porém, caso sejanecessário um assentamento utili-zando pasta de esmerilhar, procedada seguinte maneira:– Fixe o cabeçote com as câmarapara cima.

– Aplique um pouco de pasta carbo-rundum de grana grossa na superfí-cie de assentamento da válvula. Deforma alguma permita o contato dapasta com a haste da válvula.– Instale a ventosa na válvula e gire-anos dois sentidos de encontro as sedes.

– Evite a formação de ranhuras cir-culares nos assentos, levantandofreqüentemente as válvulas das sedese girando-as alguns graus sempre porigual. Limpe todos os resíduos depasta de esmerilhar e repita a opera-ção usando a pasta de grana fina.Atenção: se o escareado de 15º ul-trapassar o diâmetro externo nasede da válvula, o cabeçote deve sersubstituído. Siga a mesma regrapara examinar as guias. Tanto as se-des como as guias são montadas uti-lizando-se o processo da diferençade temperatura (cabeçote na tem-peratura ambiente e as guias ou assedes submetidas a temperaturasbaixíssimas, impossíveis de seremconseguidas em condições normais).

25. As válvulas podem ter as hastespolidas com uma lixa fina e as su-perfícies angulares retificadas, des-de que se mantenham as seguintesmedidas de tolerância:

Medidas toleráveis nas válvulasapós retíficas (em mm)

Admissão Escapamento

A .................... 35,4 a 35,6 29,9 a 30,3B .................... 111,4 a 112,2 111,35 a 112,35C .................... 7,94 a 7,95 8,905 a 8,920D .................... 1,4 a 1,9 1,6 a 2,1

26. Com todas as peças limpas, pro-videncie a montagem na ordem in-versa a da desmontagem, porém, antesde introduzir as válvulas nas guias,aplique um pouco de pasta MolikoteG nas hastes das válvulas.27. Monte as molas das válvulas demodo que a extremidade que possuias espiras mais próximas fique vol-tada para o cabeçote.28. Instale o cabeçote sobre os pri-sioneiros e instale os tubos protetoresdas hastes dos tuchos com a costuravoltada para cima.29. Instale o cabeçote, observandoatentamente a posição dos anéis devedação dos tubos das hastes de tucho.30. Aperte as porcas dos cabeçoteslevemente. Em seguida, aperte-ascom 10 Nm conforme a seqüênciada ilustração:

31. Agora, dê o aperto final, obser-vando a seguinte seqüência:

32. Instale as hastes dos tuchos.33. Instale o conjunto de balancins.34. Instale a tampa do cabeçote coma junta.35. Instale a mola de fixação da tam-pa do cabeçote.36. Coloque óleo no motor.37. Instale o motor.

Atenção: observe que a sede de vál-vulas necessita de três ângulos detrabalho: um de 45º que é o localde assentamento efetivo da válvu-la; um de 15º que garante o alíviodo diâmetro da válvula (local emque trabalha o diâmetro da cabeçada válvula) e um de 75º que tam-bém é uma área de alívio para evi-tar a formação de cantos vivos.24. Para a operação de retífica das se-des, deve-se utilizar um jogo de fresasespecíficas para isso. Vamos utilizarprimeiramente a fresa de 45º; depois ade 75º e finalizaremos com a fresa de15º, conforme as seguintes etapas:

• Frese a superfície de 45º com es-pecial cuidado para obter uma sedeperfeitamente cônica, retirando umaquantidade mínima de material paraevitar a rápida inutilização das sedes.

• Considere terminada a operaçãode fresagem quando a fresa atingirtoda a superfície da sede.

• Frese a superfície de 75º, esca-reando levemente o canto inferiorda superfície da sede da válvula.

• Por último, frese a superfície de 15º.Esta superfície é a exterior e, nestaoperação, deve-se tomar especial cui-dado para não retirar material emexcesso, pois atinge-se o cabeçote,aprofundando a válvula em demasia.

Largura do assento da cabeçada válvula (em mm)

Admissão ....................................... 3,09 a 3,40Escapamento ................................. 3,04 a 3,34

Largura da sede da válvula(escariado de 15°) (em mm)

Admissão ....................................... 1,4 a 2,5Escapamento ................................. 1,4 a 2,5

Molas das válvulas (em mm)Comprimentosem carga ......................................... 52,00Comprimento comcarga de 53,2 a 61, 2 kgf ................. 31,00