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Boas Prticas de Manejo

Marcelo Simo da Rosa, Mateus J. R. Paranhos da Costa, Aline Cristina SantAnna, Adriana Postos Madureira

Boas Prticas de Manejo

Boas Prticas de Manejo

Marcelo Simo da Rosa Instituto Federal de Educao, Cincia e Tecnologia do Sul de Minas Gerais Muzambinho-MG Mateus J. R. Paranhos da Costa Departamento de Zootecnia, FCAV-UNESP Jaboticabal-SP Aline Cristina SantAnna Programa de Ps Graduao em Zootecnia, FCAV-UNESP Grupo ETCO, Jaboticabal-SP Adriana Postos Madureira Grupo ETCO, Jaboticabal-SP

Jaboticabal-SP Funep 2009

Ficha catalogrfica elaborada pela Seo Tcnica de Aquisio e Tratamento da Informao Servio Tcnico de Biblioteca e Documentao - UNESP, Campus de Jaboticabal.

B662

Boas Prticas de Manejo - Ordenha / Marcelo Simo da Rosa ... [et al.]. -- Jaboticabal : Funep, 2009 43 p. : il.

ISBN 978-85-7805-033-7 1. Bovinos leiteiros. 2. Ordenha sustentvel. 3. Manejo racional. I. Rosa, Marcelo Simo da. II. Paranhos da Costa, Mateus J.R. III. SantAnna, Aline Cristina. IV. Madureira, Adriana Postos. V. Ttulo. CDU 636.083.1 Capa e desenhos: Paulo Tosta Diagramao e projeto grfico: fielder.com.br

Distribuio gratuita www.grupoetco.org.br - www.fortdodge.com.br www.funep.org.br Todos os direitos reservados

Via de acesso Professor Paulo Donato Castellane, s/n - Campus da Unesp - Bairro Rural - CEP: 14884-900 Jaboticabal/SP - PABX: 16 3209-1300 www.funep.org.br

NDICE

Apresentao ................................................................................................................. 07 O conceito de ordenha sustentvel Desenvolvimento e validao deste manual Opinies de quem j usa os procedimentos A importncia da sade das vacas e dos ordenhadores ........................................... 09 Planejamento e gerenciamento da ordenha ............................................................... 11 As vacas leiteiras e suas rotinas O ordenhador As instalaes A formao da linha de ordenha

Desenvolvimento e validao deste manual Opinio de quem j usa os procedimentos

Tipos de ordenha .......................................................................................................... 14 Ordenha manual Ordenha mecanizada Tipos de ordenha mecanizada Conduo das vacas at o local de ordenha .............................................................. 17 Conduzindo as vacas do pasto para o local de espera Conduzindo as vacas para o local de ordenha

Apartao no pasto, piquete ou curral do connamento. Apartao no curral de manejo. Pesagem. Checagem de identicao dos animais.

NDICE

Preparao para a ordenha .......................................................................................... 21 Conteno das vacas Primeiro contato com a vaca e limpeza dos tetos O teste da caneca de fundo preto Testes para diagnstico de mastite subclnica Aplicao do pr-dipping Preparo para a ordenha com bezerro ao p Procedimentos de ordenha ............................................................................................. 30 Ordenha manual Ordenha mecanizada Aes logo aps a ordenha ........................................................................................... 34 Aes especcas para a ordenha com bezerro ao p

Desenvolvimento e validao deste manual Opinio de quem j usa os procedimentos

Aplicao do ps-dipping Fornecimento de alimento para as vacas Limpeza e desinfeco da sala de ordenha e dos equipamentos ............................. 36 Situaes especiais na ordenha .................................................................................. 38 Vacas recm-paridas Vacas com problemas de sade Cuidados para evitar resduos no leite ........................................................................ 40 A ordenha passo a passo ............................................................................................. 41

Apartao no pasto, piquete ou curral do connamento. Agradecimentos ............................................................................................................. 43 Apartao no curral de manejo. Pesagem. Checagem de identicao dos animais.

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APRESENTAOO conceito de ordenha sustentvelA ordenha sustentvel denida neste manual como aquela em que o ordenhador emprega seus conhecimentos e habilidades para realizar um bom manejo em todas as atividades desenvolvidas para a obteno do leite. Para o desenvolvimento da ordenha sustentvel necessrio que os ordenhadores conheam seu trabalho, realizando-o de forma correta, paciente e cuidadosa, sem provocar estresse nas vacas. Os conhecimentos sobre o comportamento das vacas leiteiras e sobre as tcnicas corretas para a realizao da ordenha so pontos chaves para a implantao de boas prticas de manejo na ordenha e para a obteno de leite com alta qualidade. Tambm necessrio que o ordenhador seja capaz de perceber as necessidades das vacas sob seus cuidados e que goste dos animais e de seu trabalho. Neste manual de boas prticas de manejo na ordenha so apresentadas vrias recomendaes que possibilitam a adoo da ordenha sustentvel.

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Desenvolvimento e validao deste manualO Grupo ETCO vem realizando pesquisas sobre o desenvolvimento e a aplicao da ordenha sustentvel desde o ano 2000. No primeiro estudo foram avaliadas seis fazendas leiteiras, analisando-se a qualidade da interao dos ordenhadores com as vacas no momento da ordenha. Em 2002, este trabalho foi estendido para outras 30 fazendas das regies nordeste de So Paulo, sudeste de Minas Gerais e sudeste do Esprito Santo. Com base nesses estudos foi possvel desenvolver o conceito de ordenha sustentvel e denir recomendaes de boas prticas de manejo para serem aplicadas como rotina nas fazendas leiteiras brasileiras.

Opinies de quem j usa os procedimentosComo todas as iniciativas na rea de bem-estar animal o resultado no imediato, pois necessria uma mudana nas atitudes das pessoas. O funcionrio leva para casa as novas idias e quando volta, comea a aplicar. O animal tambm leva algum tempo para perceber que a pessoa est levantando a mo para bater palmas e no para bater nele. Maurcio Vital Proprietrio da Fazenda Germnia Taia SP. Melhorou bastante depois do treinamento. Antigamente para as vacas entrarem na ordenha era preciso bater, agora s chamar e bater palmas que elas entram. Mesmo as primparas, s deixar a porta aberta que elas entram sozinhas na ordenha. O servio tambm diminuiu, antes precisava de uma pessoa a mais para tocar as vacas, agora no precisamos mais. Claudionor Florisvaldo da Silva Ordenhador da Fazenda Germnia Taia SP.

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A IMPORTNCIA DA SADE DAS VACAS E DOS ORDENHADORESPara obteno de um leite saudvel e de boa qualidade, necessrio que as vacas estejam em boas condies de sade. O ordenhador deve estar sempre atento a certos sinais apresentados pelas vacas, como por exemplo: olhos fundos, pelos arrepiados, diminuio na ingesto de alimentos, parada da ruminao, queda na produo de leite e alteraes na urina ou nas fezes (muito mole, ou muito seca, ou com sangue) que podem ser indicativos de problemas de sade. Os cuidados com a vaca comeam antes mesmo do parto, no perodo seco. Esse perodo deve durar pelo menos 60 dias e conhecido como o perodo de descanso da vaca. O perodo de descanso fundamental para o desenvolvimento do feto, para melhorar a condio corporal da vaca, para a recuperao da glndula mamria e para a produo de colostro de boa qualidade. Na fase de lactao, deve-se ter ateno especial com a mastite, doena que causa grandes prejuzos para a atividade leiteira. Conforme o tipo de microorganismo causador da mastite, ela pode ser classicada em: contagiosa e ambiental. Mastite contagiosa: causada por microorganismos que esto presentes no bere e so transmitidos pelas mos do ordenhador e equipamentos de ordenha. Esses microorganismos entram no canal do teto e causam a infeco. Este tipo de mastite facilmente transmitido de um animal para outro durante a ordenha, por isso a importncia da adoo de boas prticas de higiene e desinfeco.

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Mastite ambiental: causada por microorganismos presentes no ambiente (solo, camas, material vegetal, pisos dos currais, etc.), ocorrendo com maior frequncia em perodos quentes e midos. O maior risco de contgio logo aps a ordenha, quando os esfncteres (orifcios) dos tetos ainda esto abertos e a vaca deita sobre solo ou material contaminado, facilitando a entrada de microorganismos no canal do teto, o que leva infeco. Quanto ao diagnstico, a mastite pode ser classicada como clnica e subclnica. Mastite clnica: mais fcil de ser percebida, geralmente causa diminuio na ingesto de alimentos, a vaca ca com o bere inamado (com aumento de volume, avermelhado e quente) e o leite com grumos, pus ou sangue. Para melhor controle deste tipo de mastite deve-se fazer o teste da caneca de fundo preto em todas as ordenhas. Mastite subclnica: mais difcil de ser percebida, pois a vaca no apresenta sintomas claros do problema, a no ser, pequena queda na produo de leite. A mastite subclnica pode ser detectada pelos testes de contagem de clulas somticas no leite (CCS) ou com o Califrnia Mastite Teste (CMT). Os testes para diagnstico de mastite clnica e subclnica sero explicados mais adiante neste manual. O ordenhador deve sempre cuidar de sua higiene pessoal e de sua sade, realizando exames de rotina, com ateno especial para brucelose e tuberculose. A adoo de procedimentos bsicos de higiene fundamental, devendo-se lavar as mos antes e durante as ordenhas; lavar as mos aps ir ao banheiro, manter cabelo preso e unhas cortadas e usar roupas, aventais e botas limpos. Tudo isto contribui para melhorar a sade das vacas e a qualidade do leite.

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PLANEJAMENTO E GERENCIAMENTO DA ORDENHAAs vacas leiteiras e suas rotinasAs vacas leiteiras so animais que estabelecem rotinas, sendo evidente a denio de horrios especcos para alimentao e descanso, e tambm para a ordenha. bem conhecido, por exemplo, que as vacas leiteiras se sentem mais confortveis quando a oferta de alimentos realizada pela mesma pessoa e nos mesmos horrios. Da mesma forma com a ordenha, que deve ser conduzida com cuidado e de preferncia sempre nos mesmos horrios e pelas mesmas pessoas.

O ordenhadorO ordenhador tem como principal funo a realizao da ordenha, envolvendo todos os procedimentos necessrios para que ela seja bem conduzida. Entre as responsabilidades do ordenhador, destacam-se: cumprimento dos horrios de ordenha, preparao das instalaes, acompanhamento da sade das vacas, realizao da ordenha e acompanhamento da qualidade do leite.ORDENHADOR

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Entre as competncias pessoais, o ordenhador deve demonstrar pacincia, habilidade e sensibilidade no manejo das vacas. Deve tambm estar sicamente bem preparado para o desenvolvimento de seu trabalho. O ordenhador deve conhecer os procedimentos para a manuteno adequada das instalaes e dos equipamentos, alm de ter meios para garantir boas condies de sade para si mesmo e para os animais. Deve conhecer tambm o comportamento dos bovinos e as melhores formas de manej-los. E, acima de tudo, deve ter conscincia da importncia de seu trabalho para o bom desempenho da ordenha.

As instalaesO local onde realizada a ordenha deve ser projetado de forma que as vacas quem bem acomodadas e tranquilas, alm de oferecer segurana ao ordenhador. Em fazendas que trabalham com animais de raas especializadas, que sofrem maior estresse pelo calor, recomendada a instalao de sistemas de resfriamento nas salas de espera e de ordenha como, por exemplo, ventiladores e nebulizadores.

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A formao da linha de ordenhaA ordem com que as vacas so ordenhadas chamada de linha de ordenha. Esta geralmente denida com base no diagnstico de mastite, realizando a ordenha na seguinte sequncia: 1. Vacas primparas (de primeira cria), sem mastite. 2. Vacas plurparas que nunca tiveram mastite. 3. Vacas que j tiveram mastite, mas que foram curadas. 4. Vacas com mastite subclnica. 5. Vacas com mastite clnica. Este um esquema lgico que deve ser aplicado com a nalidade de evitar a transmisso da mastite contagiosa no momento da ordenha. Quando for esquematizar a linha de ordenha, lembre-se de respeitar a individualidade das vacas, no misturando na mesma bateria animais que no so companheiros.

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TIPOS DE ORDENHAA ordenha pode ser realizada de forma manual ou mecanizada. A escolha do tipo de ordenha depende de vrios fatores, dentre eles: nmero de vacas em lactao, capacidade de investimento do produtor, disponibilidade de pessoas capacitadas para realizar a ordenha e, por m, o nvel de produo das vacas.

Ordenha manualEste o sistema mais antigo de ordenha, no entanto ainda muito frequente, principalmente em pequenos rebanhos. O investimento em equipamentos baixo, mas exige maior esforo do ordenhador. A estrutura para realizar a ordenha manual geralmente bastante simples, podendo ser feita em um piquete, no curral ou em um galpo. H situaes em que as vacas cam soltas, sem nenhum tipo de conteno e, outras, em que as vacas cam presas com correntes ou com canzis. comum peiar as vacas (amarrar as pernas traseiras) no momento da ordenha manual.

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Ordenha mecanizadaA ordenha mecanizada possibilita a extrao do leite mais rpida do que a ordenha manual e, quando bem realizada, tem menor risco de contaminao. Geralmente, feita em um local especco, a sala de ordenha, que pode variar tanto no tipo quanto na dimenso.

Tipos de ordenha mecanizadaA ordenha com balde-ao-p o tipo mais simples e mais barato de ordenha mecanizada, podendo ser empregada tanto em galpes simples (mais comum) quanto em salas com fosso. Seu uso mais frequente em rebanhos pequenos. Quando realizada em locais sem o fosso, o posicionamento do ordenhador durante o procedimento de ordenha dicultado, podendo resultar em problemas de sade.SALA DE ORDENHA DO TIPO BALDE-AO-P.

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Na sala de ordenha tipo espinha-de-peixe os animais cam posicionados diagonalmente em relao ao fosso de ordenha, o que facilita a visualizao do bere e dos tetos. Alm disso as vacas ocupam menor espao na lateral do fosso. A sala espinha-de-peixe pode ser unilateral, com as vacas posicionadas em apenas um dos lados do fosso; ou bilateral, quando elas cam posicionadas nos dois lados do fosso.

FOSSO

SALA DE ORDENHA TIPO ESPINHA-DE-PEIXE

Na sala de ordenha tipo tandem (fila indiana), as vacas ficam dispostas uma frente da outra, em posio paralela ao fosso. o nico modelo que possibilita a ordenha mecanizada com bezerro ao p. Nesse tipo de sala de ordenha, as vacas ocupam espao maior na lateral do fosso, o que torna difcil adot-lo em rebanhos grandes, pois exige uma sala muito comprida, que dificulta o trabalho do ordenhador.

FOSSO

SALA DE ORDENHA TIPO TANDEM, COM BEZERRO AO P

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FOSSO

Na sala de ordenha tipo lado-a-lado as vacas cam em posio perpendicular ao fosso, uma ao lado da outra. Com esse posicionamento h reduo no espao ocupado por vaca durante a ordenha. Mas, por outro lado, as vacas cam de costas para o fosso, o que diculta a visualizao completa do bere e dos tetos.

SALA DE ORDENHA TIPO LADO-A-LADO

H ainda outros tipos de ordenhas mecanizadas, como por exemplo, as ordenhas em carrossel e robotizada, que so sistemas mais sosticados e, portanto, mais caros; o que faz com que sejam raras em nosso pas.

CONDUO DAS VACAS AT O LOCAL DE ORDENHAConduzindo as vacas do pasto para o local de esperaAntes de buscar as vacas no pasto (ou piquete) o ordenhador deve vericar se a instalao est preparada para receb-las, checando se est tudo em ordem para realizar a ordenha (energia eltrica, gua, porteiras, equipamentos a serem usados na ordenha, produtos de desinfeco e limpeza).

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A conduo das vacas deve ser feita com calma, sem correr e nem gritar. O ideal que as vacas andem para o local da ordenha por vontade prpria. Para tanto, a conduo deve ser realizada sempre pela mesma pessoa e de preferncia no mesmo horrio. No faa movimentos bruscos, no grite, no use instrumentos de agresso (pau, corda, chicote, ferro e basto eltrico) e nem bata nos animais; chame as vacas pelos nomes; estimule-as a andar batendo palmas e assoviando e, quando necessrio, d tapinhas na garupa.

VACAS CAMINHANDO PARA A ORDENHA

Entre os bovinos existem rotinas, como por exemplo, andar pelos mesmos caminhos, deitar no mesmo local e beber gua no mesmo horrio. Essas atividades geralmente so realizadas em grupo, sob inuncia de um ou de alguns indivduos, que so os lderes. A liderana denida quando um animal inicia o movimento ou escolhe um determinado local para fazer uma atividade (descansar, por exemplo) e seguido pelos outros animais do grupo. Em geral, a vaca lder a mais velha do rebanho.

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A conduo do lote ca mais fcil quando se conhece a vaca lder, trabalhando a movimentao do rebanho a partir dela. Estimule o deslocamento da lder, isto estimular as outras vacas a acompanh-la. Durante o percurso continue estimulando as vacas a andarem, chamando-as pelos nomes, batendo palmas e assoviando. Mantenha um bom ritmo de deslocamento, sem correr e sem parar, at chegarem ao local da ordenha. Se alguma vaca car para trs, volte e estimule-a a se movimentar seguindo os mesmos procedimentos usados com as outras.

IDENTIFIQUE A VACA LDER.

Ao chegar ao local de ordenha, acomode as vacas no curral ou na sala de espera e espere alguns minutos, para que descansem, antes de iniciar as outras atividades. No coloque muitas vacas na sala de espera, pois elas cam estressadas, alm de ser mais difcil conduzi-las para a sala de ordenha.CONDUO DAS VACAS.

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Conduzindo as vacas para o local de ordenhaAps a correta conduo e acomodao das vacas no curral ou na sala de espera, certiquese novamente se est tudo pronto para iniciar a ordenha. Conduza as vacas para o local de ordenha seguindo os mesmos procedimentos descritos para a conduo at a sala de espera: chame as vacas pelos nomes, bata palmas, faa gestos suaves, assovie e d tapinhas na garupa.CONDUO DAS VACAS PARA SALA DE ORDENHA.

No force a entrada das vacas na sala de ordenha, respeite a ordem denida por elas prprias. Respeite as preferncias e a individualidade de cada animal na hora de escolher o local para ser ordenhada. Lembre-se: evite carregar qualquer instrumento de agresso (pau, corda, ferro, basto eltrico, cano e chicote) quando estiver conduzindo as vacas.ACOMODAO DAS VACAS NA SALA DE ORDENHA RESPEITANDO O SEU RITMO.

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PREPARAO PARA A ORDENHAConteno das vacasQuando for realizar a conteno com corrente ou canzil, verique se esto abertos antes de conduzir as vacas para o local de ordenha. Chame a vaca pelo nome, facilitando que ela ocupe seu lugar. Feche o canzil ou a corrente sem fazer movimentos bruscos. Continue chamando as vacas pelos nomes, fale calmamente tocando-as, com isto elas caro mais tranquilas, o que facilitar a conteno e a ordenha. As peias so pequenas cordas usadas para amarrar as pernas das vacas. Muitas vezes necessrio o uso de CONTENO COM CANZIL peias, principalmente quando h risco de acidentes (com coices) ou quando as vacas cam inquietas e no param de se mexer. Nesses casos, amarre as pernas traseiras das vacas com calma. Lembre-se que a corda apenas dever servir como alternativa para a realizao segura da ordenha. No a utilize para ameaar ou bater no animal.CONTENO DA VACA UTILIZANDO A PEIA.

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H ainda, em situaes mais extremas, a necessidade de conter a cabea da vaca para realizar a ordenha. Nesses casos, use um cabresto, passando-o na cabea do animal sem movimentos bruscos. Amarre a vaca de forma que que confortvel e, no caso da ordenha com bezerro ao p, que ela seja capaz de ter contato com o mesmo.

Primeiro contato com a vaca e limpeza dos tetosSempre que se aproximar das vacas chame-as pelos nomes; encoste a mo na sua perna ou no bere antes de pegar em seu teto. Isto muito importante para que ela no assuste com a sua presena, reduzindo o risco de coices. Nos casos em que os tetos estiverem muito sujos, necessrio que sejam lavados. Direcione o jato de gua para o teto, tenha cuidado para no molhar o bere da vaca. Ao molhar o bere, aumenta-se o risco de que a gua suja da lavagem escorra e entre na teteira, contaminando o leite.

TOQUE O BERE PARA SINALIZAR SUA PRESENA

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No recomendado lavar as vacas na sala de espera, pois aumenta o risco de contaminao do leite. Contudo, quando as vacas estiverem muito sujas ou em dias de muito calor pode-se optar por lavar ou molhar as vacas. Nesses casos, importante assegurar que as vacas no sero ordenhadas enquanto estiverem molhadas.

LAVAGEM CORRETA DOS TETOS.

LAVAGEM INCORRETA DOS TETOS.

O teste da caneca de fundo pretoFaa o teste da caneca de fundo preto para diagnstico da mastite clnica em todas as vacas e em todas as ordenhas. Alm do teste da caneca, pode ser feita a palpao do bere nos casos de suspeita de mastite; bere mais rgido que o normal, quente e avermelhado sinal de mastite.

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COLETA DO LEITE PARA O TESTE DA CANECA DE FUNDO PRETO

LEITE COM GRUMOS, SINAL DE MASTITE

Lembre-se que as vacas com mastite clnica podem apresentar o bere inchado e com maior sensibilidade ao toque. Portanto, aproxime-se com calma e toque o bere suavemente. Tire trs jatos de leite de cada um dos tetos. O diagnstico deve ser feito teto por teto. Cheque cuidadosamente se h alguma alterao no leite, como grumos ou pus e se h presena de sangue ou colorao alterada. Caso haja alterao no leite de algum dos tetos, limpe a caneca antes de continuar o teste. Ao deixar o leite contaminado na caneca corre-se o risco de contaminao dos tetos sadios. Caso a vaca apresente mastite clnica, registre sua ocorrncia, deixe para ordenh-la no nal em um lato separado, tipo balde-ao-p, e realize o tratamento indicado pelo veterinrio.

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Testes para diagnstico de mastite subclnicaO diagnstico de mastite subclnica realizado principalmente com o teste Califrnia Mastite Teste (CMT) e a contagem de clulas somticas (CCS). Deve-se realizar o teste de CMT ou CCS pelo menos duas vezes por ms. Use os resultados para planejar a linha de ordenha. O CMT o teste mais comum e de fcil realizao, sendo necessrio utilizar uma raquete prpria e a soluo CMT para faz-lo, que podem ser adquiridos em lojas agropecurias. Para realizar o teste CMT coleta-se o leite de cada teto em cada um dos compartimentos da raquete; em seguida inclina-se a raquete at que o leite atinja a marca inferior (indicada no compartimento da raquete e que corresponde a 2 ml de leite); depois adiciona-se a soluo CMT at atingir a marca superior (aproximadamente 2 ml de soluo). Feito isto deve-se realizar movimentos circulares com a raquete para promover a mistura do leite com a soluo CMT para, em seguida, fazer a leitura do teste.

SEQUNCIA PARA REALIZAO DO CMT: COLETA DO LEITE, MISTURA COM A SOLUO E LEITURA DO RESULTADO.

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A leitura do CMT leva em conta a reao do leite com a soluo CMT e o diagnstico deve ser sempre realizado por pessoa capacitada, sob orientao de um veterinrio.

Grau CMT Negativo Trao (falso positivo)

Reaes observadas na mistura do leite com a soluo CMT No h formao de gel na mistura do leite com a soluo CMT. H instantnea formao de gel na soluo, desaparecendo muito rpido. No h alterao na consistncia da soluo. H rpida formao de gel no centro da soluo, que desaparece em seguida. H uma leve alterao na consistncia da soluo. H formao de gel bem visvel na soluo, tendendo car mais fraca se continuar agitando. H alterao na consistncia da soluo. H forte formao de gel na soluo, no desaparecendo mesmo aps algum tempo. H forte alterao na consistncia da mistura.LEITURA DO TESTE CMT

Fracamente positivo (+)

Positivo (++)

Fortemente positivo (+++)

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A contagem de clulas somticas (CCS) um teste geralmente realizado nos laticnios, sendo usado como um indicador da qualidade do leite. Tambm pode ser realizado na fazenda, mas h necessidade de equipamento apropriado para este m. H associao entre os resultados do grau CMT e a CCS, conforme apresentado na tabela ao lado.

Grau CMT CCS* Negativo 100.000 Trao (falso positivo) 300.000 Fracamente positivo (+) 900.000 Positivo (++) 2.700.000 Fortemente positivo (+++) 8.100.000 (*) Nmero de clulas somticas por ml de leiteAdaptado de Philpot e Nickerson (2002). Vencendo a Luta Contra a Mastite. Editora Milkbiz: Belo Horizonte, 2002. 188p

Aplicao do pr-dippingPr-dipping um procedimento de desinfeco dos tetos antes da ordenha e tem como objetivo a preveno da mastite ambiental. Este consiste na imerso dos tetos em soluo desinfetante, podendo ser utilizada soluo de iodo (0,25%), soluo de clorexidine (de 0,25 a 0,5%) ou ainda de cloro (0,2%). O pr-dipping deve ser aplicado em todas as vacas, mesmo naquelas que apresentam mastite clnica. Nestes casos deve-se adotar cuidados especiais para evitar contgios, realizando a troca ou a desinfeco do copo aplicador.

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D preferncia ao uso de copo aplicador sem retorno, em que o desinfetante aplicado no teto no se mistura com a soluo que ser aplicada nos outros tetos. Esteja atento para que todo o teto, e no apenas a sua ponta, seja imerso na soluo desinfetante. Inicie a aplicao pelos tetos que cam mais distantes para os mais prximos. Depois da aplicao deixe a soluo agir por 30 segundos e ento, seque os tetos com papel toalha.

REALIZANDO O PR-DIPPING

SECANDO OS TETOS

Em caso de ordenha com bezerro ao p, no comum a realizao do pr-dipping, pois acredita-se que a saliva do bezerro tenha um efeito positivo na reduo de riscos de mastite ambiental.

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Preparo para a ordenha com bezerro ao pPara iniciar a ordenha com bezerro ao p primeiro devemos levar o bezerro at a me e depois permitir que ele sugue todos os tetos, estimulando a descida do leite. A melhor forma para fazer isto condicionar o bezerro a responder ao chamado pelo nome. Ele aprender rapidamente e car mais fcil conduzi-lo at o local da ordenha. Abra o porto, chame-o e espere que ele saia, no entre no bezerreiro e nem bata ou puxe o bezerro pelas orelhas. O momento da ordenha deve ser prazeroso para o bezerro e para a vaca.

COLOQUE O BEZERRO PARA MAMAR E AMARRE-O PRXIMO DA VACA

Aps estimular a descida do leite afaste o bezerro do bere, mas mantenha-o em contato com o corpo da me. importante a vaca sentir o bezerro prximo, assim, ela car mais tranquila e ser mais fcil ser ordenhada. Limpe os tetos antes de iniciar a ordenha, utilizando papel toalha descartvel.

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PROCEDIMENTOS DE ORDENHAOrdenha manual recomendado utilizar um banco para realizar a ordenha manual, com isto o ordenhador car numa postura mais confortvel. Aps se posicionar, inicie a ordenha. No utilize a espuma formada no balde para untar os tetos das vacas, isso prejudica a qualidade do leite devido ao maior risco de contaminao. Esgote o leite de todos os tetos e, ao nal, faa o repasse, para assegurar que a vaca foi bem ordenhada. Ateno: quando a alimentao do bezerro depender do leite que ir mamar diretamente na me, no esgote completamente o bere da vaca, deixe leite suciente para que ele se alimente adequadamente.

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Ordenha mecanizadaPara a colocao das teteiras, posicione-se dentro do fosso, de frente para a vaca, mantendo as costas eretas e um dos joelhos semi-exionados. Esta postura ajudar a reduzir a carga de esforo nas costas e deve ser adotada em todos os tipos de sala de ordenha com fosso.

POSTURA CORRETA DO ORDENHADOR PARA A FIXAO DAS TETEIRAS NA SALA COM FOSSO

Na sala de ordenha sem fosso recomendada a utilizao do banco para o ordenhador se sentar. Qualquer outra postura adotada por ele ir sobrecarreg-lo nas pernas e nas costas.

POSTURA INCORRETA DO ORDENHADOR PARA A FIXAO DAS TETEIRAS EM SALA SEM FOSSO

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Para a xao das teteiras, segure o conjunto com uma das mos de forma que as mesmas quem penduradas e em posio que facilite serem acopladas aos tetos. Pressione o boto do vcuo apenas quando o conjunto estiver bem posicionado, embaixo do bere. Fixe cada uma das teteiras, iniciando pelos tetos mais distantes.

POSICIONANDO AS TETEIRAS

FIXANDO AS TETEIRAS

Verique sempre o correto posicionamento do conjunto de teteiras para evitar entrada de ar e riscos de contaminao do leite ou dos tetos. Quando estiver trabalhando com ordenha mecanizada sem extrator de teteiras, retire-as assim que parar a descida de leite. Evite retir-las antes de esvaziar o bere e, tambm, no deixe o conjunto xado ao bere aps o trmino da descida do leite.

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No caso de ordenhadeiras com extrator de teteiras faa testes semanais para vericar se o momento da extrao est correto. Para isso, faa a ordenha manual ao nal da ordenha mecanizada, medindo a quantidade de leite. A quantidade de leite residual (que sobrou no bere) no deve ser maior que 500 ml e nem menor que 200 ml, situaes indesejveis que caracterizam sub-ordenha e sobre-ordenha, respectivamente. Este tipo de avaliao tambm deve ser feita no caso de ordenhadores em treinamento.RETIRADA DAS TETEIRAS

Para desacoplar as teteiras, puxe o pino do copo coletor cortando o vcuo, fazendo com que elas se soltem dos tetos. Nunca puxe as teteiras e nem faa presso com as mos no conjunto de ordenha antes de cortar o vcuo.

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AES LOGO APS A ORDENHAAes especcas para a ordenha com bezerro ao pLogo aps a ordenha, solte o bezerro e permita que ele mame diretamente na me. Deixe-os juntos por tempo suciente, at que o bezerro pare de mamar naturalmente e, s ento, aparte-o de sua me. Isto ser importante para a ingesto de leite pelo bezerro e esvaziamento completo do bere. Em ordenhas mecanizadas, onde vacas e bezerros cam presos no brete de ordenha, abra o porto de sada e estimule-os a sair, batendo palmas e falando com eles. Permita que me e lho mantenham contato durante pelo menos 20 minutos. Aparte os bezerros de suas mes e passe as vacas pelo tronco de conteno para fazer a desinfeco dos tetos aps a ordenha (ps-dipping).

Aplicao do ps-dippingPs-dipping a imerso dos tetos em soluo desinfetante glicerinada, sendo geralmente utilizada soluo de iodo (0,5%), de clorexidine (de 0,5 a 1,0%) ou de cloro (de 0,3 a 0,5%). Esse procedimento tem como nalidade a proteo dos tetos contra microorganismos causadores da mastite.

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APLICAO DO PS-DIPPING

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Aplique o ps-dipping logo aps o nal da ordenha. Comece dos tetos mais distantes para os mais prximos. Aplique a soluo cuidadosamente em todo o teto e no apenas na sua ponta. Quando houver aleitamento natural, com o bezerro mamando diretamente na prpria me, aplique o psdipping logo aps a apartao do bezerro.TETOS COMPLETAMENTE COBERTOS COM SOLUO DE IODO

Fornecimento de alimento para as vacasFornea alimento para a vaca logo aps sua sada da sala de ordenha. Ao oferecer o alimento diminumos a probabilidade de que a vaca se deite. fundamental que ela permanea em p por, pelo menos, 30 minutos. Neste tempo, o esfncter do teto fechar, diminuindo o risco de mastite ambiental. Alm disso, elas caro condicionadas a entrarem e sarem da sala de ordenha, facilitando o manejo.

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LIMPEZA E DESINFECO DA SALA DE ORDENHA E DOS EQUIPAMENTOSSe alguma vaca defecar durante a ordenha, as fezes devem ser removidas. Esta limpeza deve ser feita com muito cuidado para diminuir o risco de contaminao. Utilize um rodo ou uma p para empurrar (ou puxar) as fezes para a calha de drenagem, e utilize gua para lavar o local apenas no intervalo entre uma bateria de ordenha e outra. Nunca utilize a mangueira de gua para empurrar as fezes e nem use a gua enquanto as vacas estiverem na sala de ordenha, pois isto aumenta o risco de contaminao. Imediatamente aps a ordenha, deve-se realizar a limpeza das instalaes e dos equipamentos. Para a lavagem e desinfeco de equipamentos de ordenha mecanizada, siga as instrues do fabricante.

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Na ordenha manual, os baldes e os utenslios devero ser lavados com gua corrente e detergente. Depois de lavados, coloque-os virados para baixo em local limpo, para secarem naturalmente. Aps cada ordenha deixe as instalaes e todos os equipamentos, materiais e utenslios preparados para o incio da prxima.

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SITUAES ESPECIAIS NA ORDENHAVacas recm-paridasVacas recm-paridas passam por um perodo de estresse natural. Assim, d ateno especial a elas durante a ordenha. Isso particularmente importante para vacas de primeira cria (primparas), elas geralmente cam mais estressadas e reativas devido falta de contato prvio com o ordenhador e com a sala de ordenha. recomendado preparar previamente as primparas, conduzindo-as sala de ordenha a partir de trs semanas antes do parto. Isto deve ser feito ao nal da ordenha e de forma tranquila. Nos primeiros dias, elas devem car soltas na instalao e o ordenhador dever caminhar entre elas e falar suavemente. Depois de alguns dias recomendado prend-las no brete de ordenha e estimul-las com toques suaves nas pernas e no bere. Ao nal de cada dia de manejo, na sada da sala de ordenha, oferea algum alimento palatvel, como forma de recompensa. Quando as vacas forem muito reativas recomendado que o ordenhador amarre as pernas traseiras das mesmas, para garantir sua segurana e tornar possvel a ordenha.

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Vacas com problemas de sadeVacas com problemas de sade devero ser ordenhadas na ltima sequncia da linha de ordenha. Isto permite que o ordenhador d mais ateno a esses animais, alm de diminuir o risco de transmisso de doenas s outras vacas. importante lembrar que vacas com problemas de casco, mastite ou com outras enfermidades, geralmente esto sentindo dor e desconforto, portanto caminham mais lentamente que as demais.

NO MEDIQUE OS ANIMAIS DENTRO DA SALA DE ORDENHA

Respeite o tempo de locomoo de cada vaca e no pressione para que ela ande mais rpido. As aplicaes de medicamentos, bem como outros tipos de tratamentos, no devem ser realizadas na sala de ordenha. Essas aes geralmente causam desconforto, dor e estresse nas vacas, fazendo com que os animais tenham medo da sala de ordenha e do ordenhador. Dena um outro local que seja adequado para a realizao dos tratamentos, com boas condies de segurana para os animais e para os responsveis pelo trabalho.

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CUIDADOS PARA EVITAR RESDUOS NO LEITEA causa mais comum de descarte do leite o uso de antibiticos, indicados principalmente nos tratamentos de mastites e de outras infeces. Vale lembrar que tambm, outras substncias utilizadas para o tratamento dos animais e para a limpeza de equipamentos podem deixar resduos no leite, como por exemplo: vermfugos, carrapaticidas, inseticidas, desinfetantes e detergentes. No caso dos antibiticos, vermfugos, carrapaticidas ou qualquer outro produto aplicado na vaca, devese seguir as recomendaes do veterinrio responsvel, aplicando a quantidade correta e respeitando o tempo de carncia estabelecido. No caso do uso de detergentes e desinfetantes, preste ateno nas concentraes indicadas pelos fabricantes e tenha o cuidado de sempre enxaguar bem os equipamentos aps a lavagem. O leite com qualquer tipo de resduo deve ser descartado e isto deve ser feito sem causar danos ao ambiente, o ideal usar fossas spticas para este m.

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A ORDENHA PASSO A PASSO1. Cheque se o local de ordenha est preparado para receber as vacas. 2. Realize as ordenhas sempre nos mesmos horrios. 3. Conduza as vacas para o local de ordenha com calma, sem bater nos animais, nem correr e nem gritar. 4. Respeite a formao da linha de ordenha. Ordenhe primeiro as vacas em boas condies de sade e deixe para o nal as vacas com problemas. 5. Acomode as vacas no local de ordenha, no grite, nem empurre ou bata nas vacas para que elas se posicionem. 6. Se julgar necessrio, amarre as pernas das vacas mais agitadas. No utilize a corda para bater ou ameaar o animal. 7. Tenha mais cuidado com novilhas recm-paridas e vacas mais reativas. 8. Lave os tetos com gua corrente somente quando estiverem sujos, no molhe o bere. 9. Faa a vaca perceber sua presena nesse momento, chame-a pelo nome, sinalize a sua presena antes de tocar em seu teto. 10. Faa o teste da caneca de fundo preto para o diagnstico de mastite clnica, cheque teto por teto. Se o teste der negativo continue a ordenha. No caso do resultado do teste ser positivo, transra a vaca para a ltima bateria da linha de ordenha. 11. No caso de ordenha com bezerro ao p, libere o bezerro e deixe que ele mame um pouco em todos os tetos para estimular a descida do leite, afastando-o do bere logo em seguida. No puxe o bezerro pela cauda ou orelhas. 12. Em ordenhas sem bezerro ao p, realize o pr-dipping e aguarde 30 segundos para secar os tetos.

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13. Seque os tetos um a um, utilize papel toalha descartvel. 14. Acople as teteiras ou, em caso de ordenha manual, ordenhe a vaca. 15. Ajuste bem as teteiras para prevenir entrada de ar. 16. Se alguma vaca defecar ou urinar durante a ordenha utilize um rodo ou p e empurre (ou puxe) os dejetos para a calha de drenagem. Lave o local apenas no intervalo entre as baterias de ordenha. 17. Desligue o vcuo aps cessar o uxo de leite e remova as teteiras. 18. Realize a desinfeco dos tetos (ps-dipping). 19. Nos casos de ordenha com bezerro ao p, deixe-o junto com a me por pelo menos 20 minutos aps a ordenha e faa o ps-dipping aps a apartao. 20. Libere as vacas da sala de ordenha calmamente. 21. Realize a limpeza das instalaes e dos equipamentos imediatamente aps a ordenha. 22. Para a lavagem e desinfeco de equipamentos de ordenha mecanizada siga sempre as instrues do fabricante. Na ordenha manual, os baldes e os utenslios devero ser lavados com gua corrente e detergente. 23. Aps cada ordenha deixe as instalaes e todos os equipamentos, materiais e utenslios preparados para o incio da prxima. 24. As aplicaes de medicamentos e outros tratamentos, no devem ser feitos na sala de ordenha. Dena um local adequado para esses tratamentos, com boas condies de segurana para os animais e para os responsveis pelo trabalho. 25. Fornea alimento para as vacas logo aps elas sarem da sala de ordenha.

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AGRADECIMENTOSO contedo deste manual foi desenvolvido e validado em vrias propriedades leiteiras, que abriram suas portas para a realizao de pesquisas. Agradecemos ao setor de Bovinocultura Leiteira da FCAV/UNESP e aos seus tcnicos que nos ajudaram durante o treinamento dos estagirios. Agradecimento especial aos diretores e equipe do Instituto Federal de Educao, Cincia e Tecnologia do Sul de Minas Gerais, em Muzambinho-MG, pelo apoio e hospitalidade e tambm aos proprietrios e funcionrios das fazendas Germnia, Santana, Chiqueiro, Lumacaju, Primavera, Rosa Mystica, Santa Flora, Recanto da Lagoa e Estncia Fnix, pela ateno e boa vontade. Em especial, a Valdir Marques da Silva, pelo contato com as fazendas na regio de Catanduva. s amigas Cludia Ribeiro do Valle, Andra Hentz Ribeiro e Sany Spinola Aleixo, que contrubuiram para o enriquecimento deste manual. A todos os integrantes do Grupo ETCO que colaboraram com este manual e a todos aqueles que se sentirem parte deste trabalho, nossos agradecimentos. As fotos utilizadas neste manual so de autoria de integrantes do Grupo ETCO e de colaboradores (Adriana Postos Madureira, Aline Cristina SantAnna, Ana Carolina de Freitas Pereira, Cludia Regina de Oliveira e Marcelo Simo da Rosa).

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REALIZAO:

unesp