Manual PAM

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MINISTÉRIO DA DEFESA NACIONAL EXÉRCITO PORTUGUÊS COMANDO DA INSTRUÇÃO E DOUTRINA ESCOLA DE SARGENTOS DO EXÉRCITO 2ª COMPANHIA DE ALUNOS ME IM 101 MANUAL DA PROVA DE APTIDÃO MILITAR 2012

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O presente manual tem por finalidade ser um instrumento de consulta não só para o candidato como também para o aluno do Curso de Formação de Sargentos do Quadro Permanente.2. Permite consolidar o estudo e treinar procedimentos teóricos e práticos para que o futuro graduado possa colocar em prática no cumprimento da sua missão.3. Trata-se de um manual NÃO CLASSIFICADO e NÃO REGISTADO, devendo no entanto ser manuseado com os cuidados necessários ao seu bom estado de conservação e apenas usado para os fins a que se destina.4. É uma publicação exclusiva da Escola de Sargentos do Exército.5. Este manual escolar entra em vigor na data da sua promulgação.

Transcript of Manual PAM

  • MINISTRIO DA DEFESA NACIONAL

    EXRCITO PORTUGUS

    COMANDO DA INSTRUO E DOUTRINA

    ESCOLA DE SARGENTOS DO EXRCITO

    2 COMPANHIA DE ALUNOS

    ME IM 101

    MANUAL DA PROVA DE APTIDO MILITAR

    2012

  • MINISTRIO DA DEFESA NACIONAL

    EXRCITO PORTUGUS

    COMANDO DA INSTRUO E DOUTRINA

    ESCOLA DE SARGENTOS DO EXRCITO

    2 COMPANHIA DE ALUNOS

    ME IM 101

    MANUAL DA PROVA DE APTIDO MILITAR

    2012

  • CARTA DE PROMULGAO

    1. O presente manual tem por finalidade ser um instrumento de consulta no s para o candidato

    como tambm para o aluno do Curso de Formao de Sargentos do Quadro Permanente.

    2. Permite consolidar o estudo e treinar procedimentos tericos e prticos para que o futuro graduado

    possa colocar em prtica no cumprimento da sua misso.

    3. Trata-se de um manual NO CLASSIFICADO e NO REGISTADO, devendo no entanto ser

    manuseado com os cuidados necessrios ao seu bom estado de conservao e apenas usado para

    os fins a que se destina.

    4. uma publicao exclusiva da Escola de Sargentos do Exrcito.

    5. Este manual escolar entra em vigor na data da sua promulgao.

    Escola de Sargentos do Exrcito, Quartel em Caldas da Rainha, ___ de_____________ de 2012

    O COMANDANTE

    JOO PEDRO FERNANDES DE SOUSA BARROS DUARTE

    CORONEL INFANTARIA

  • REGISTOS DAS ALTERAES

    IDENTIFICAO

    DA ALTERAO

    (N e DATA)

    DATA

    DA

    INTRODUO

    ENTRADA

    EM VIGOR

    (DATA)

    IDENTIFICAO

    DE

    QUEM

    INTRODUZIU

    (Ass, Posto, Unidade)

  • 1

    NDICE

    CAPITULO 1

    ARMAMENTO E TIRO

    101. Reconhecer o armamento e equipamento individual principal, usado pelo Exrcito Portugus ............................... 1-1 102. Desmontar e montar a Espingarda Automtica G-3 7,62mm ................................................................................... 1-3 103. Acessrios na Espingarda Automtica G-3 7,62mm ................................................................................................ 1-9 104. FAZER A MANUTENO DE 1 ESCALO DA ESPINGARDA AUTOMTICA G-3 7,62MM .................. 1-12 105. Identificar granadas de mo .................................................................................................................................... 1-14 106. Fazer a manuteno da PISTOLA Walther 9mm M/61 .......................................................................................... 1-19 107. Fazer a manuteno da Metralhadora Ligeira HK-21 7,62mm M/68 ..................................................................... 1-21

    CAPITULO 2

    INFORMAO E CONTRA-INFORMAO

    108. Observar e escutar ..................................................................................................................................................... 2-1 109. Designar objetivos .................................................................................................................................................... 2-5 110. Obter e transmitir uma notcia .................................................................................................................................. 2-7 111. Identificar pessoal e unidades ................................................................................................................................... 2-8

    CAPITULO 3

    SAPADORES

    112. Identificar materiais e engenhos perigosos ............................................................................................................... 3-1 113. Localizar minas e armadilhas.................................................................................................................................... 3-7 114. Enunciar as caractersticas e funcionamento das minas ............................................................................................ 3-9

    CAPITULO 4

    TRANSMISSES

    115. Pronunciar letras/algarismos e soletrar palavras utilizando o alfabeto fontico OTAN ........................................... 4-1 116. Instalar o Telefone de Campanha P/BLC101.......................................................................................................... 4-3 117. Operar o Telefone de Campanha P/BLC101 .......................................................................................................... 4-5 118. Transmitir e receber comunicaes........................................................................................................................... 4-6 119. Instalar o equipamento Rdio E/R P/PRC-425 ......................................................................................................... 4-8 120. Operar o equipamento Rdio E/R P/PRC-425 ........................................................................................................ 4-12

    CAPITULO 5

    TOPOGRAFIA

    121. Identificar na carta acidentes naturais e artificiais do terreno ................................................................................... 5-1 122. Orientar uma carta topogrfica (pela associao carta/terreno) ................................................................................ 5-4 123. Determinar as coordenadas militares hectomtricas de um ponto na carta militar ................................................... 5-5 124. Localizar na carta um ponto do terreno e determinar as suas coordenadas militares (UTM) ................................. 5-11 125. Navegar no terreno.................................................................................................................................................. 5-12

    CAPITULO 6

    TCNICA INDIVIDUAL DE COMBATE

    126. Equipar e bivacar ...................................................................................................................................................... 6-1 127. Camuflar-se (proteger-se das vistas) ......................................................................................................................... 6-4 128. Proteger-se dos fogos ................................................................................................................................................ 6-9 129. Instalar-se sem preparao da posio .................................................................................................................... 6-13 130. Instalar-se com preparao da posio.................................................................................................................... 6-15 131. Progredir no terreno ................................................................................................................................................ 6-21

    CAPITULO 7

    SADE, HIGIENE E SEGURANA

    132. Medidas sanitrias .................................................................................................................................................... 7-1 133. Higiene individual .................................................................................................................................................... 7-3 134. Profilaxia de doenas transmissveis sexualmente .................................................................................................... 7-5 135. Preveno da toxicodependncia .............................................................................................................................. 7-7 136. Avaliar as funes vitais ........................................................................................................................................... 7-8 137. Colocar uma vtima em posio adequada .......................................................................................................... 7-10 138. Reanimar uma vtima em paragem cardiorrespiratria ........................................................................................... 7-11 139. Suster hemorragia externa ...................................................................................................................................... 7-13 140. Desobstruir as vias respiratrias ............................................................................................................................. 7-16

  • 2

    141. Imobilizar uma fratura num dos membros .............................................................................................................. 7-18 142. Transportar um ferido ............................................................................................................................................. 7-20 143. Organizar uma bolsa de urgncia ............................................................................................................................ 7-22

    CAPITULO 8

    ORDEM UNIDA

    144. Passar da posio de VONTADE de SENTIDO e vice-versa (s/arma) ....................................................... 8-1 145. Fazer DIREITA/ESQUERDA VOLVER e MEIA VOLTA VOLVER (a p firme) ......................................... 8-3 146. Participar no PERFILAR de uma formatura ......................................................................................................... 8-4 147. Romper a marcha, marchar e fazer alto (s/ arma) ..................................................................................................... 8-5 148. Passar da posio de VONTADE de SENTIDO e vice-versa (c/arma) ...................................................... 8-6 149. Fazer o OMBRO ARMA e a partir desta posio o DESCANSAR ARMA ..................................................... 8-8 150. Fazer o APRESENTAR ARMA e a partir desta posio o OMBRO ARMA ................................................... 8-9 151. Romper a marcha, marchar e fazer alto (armado) ................................................................................................... 8-10

    REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS ......................................................................................................................... 1

  • 1-1

    CAPITULO 1 ARMAMENTO E TIRO

    101. RECONHECER O ARMAMENTO E EQUIPAMENTO INDIVIDUAL PRINCIPAL, USADO PELO EXRCITO PORTUGUS

    1. ELEMENTOS DE DOUTRINA

    a) A evoluo tecnolgica das ltimas dcadas, provocou profundas alteraes no campo de batalha - a disperso e mobilidade das unidades podem mais facilmente provocar situaes em que o combatente se sinta ou fique isolado; o

    aumento do alcance as armas originou uma maior extenso das reas em que os seu efeitos se podem tornar efetivos-

    a melhoria da preciso, tornou maior a probabilidade de se atingir o alvo ao primeiro tiro. O combatente est pois

    vulnervel aos efeitos de todas as armas ligeiras, minas anti-pessoal, carros de combate, fogos de artilharia e areos,

    pelo que deve estar apto a utilizar eficazmente todos os meios disponveis para sobreviver e vencer. Porm, o papel

    que a tecnologia desempenha na guerra moderna, no deve ser sobrevalorizado em detrimento do Homem. O combate

    uma ao violenta, onde praticamente no existem regras que definem ou limitem o confronto. Para o combatente, a

    lei da guerra resume-se a matar ou morrer.

    Por isso o soldado serve-se de todos os meios ao seu alcance para destruir o In, utilizando desde as mos at

    arma de fogo mais sofisticada.

    Muito embora seja impossvel definir toda a gama de materiais de que o combatente se pode servir no combate,

    nesta seco refere-se o armamento individual principal em uso no Exrcito Portugus.

    1) Granadas de mo

    Ofensivas Defensivas

    2) Espingardas

    Espingarda automtica G-3 7,62mm e o respetivo sabre baioneta

    Espingarda automtica G-3 7,62mm com coronha retrctil

    Espingarda automtica Galil 5,56mm M/SAR com coronha rebatvel e o respetivo sabre baioneta

    3) Pistolas

    Pistola Metralhadora FBP 9mm e o respetivo sabre baioneta

  • 1-2

    Pistola Walther 9mm

    b) O equipamento individual destina-se a proteger o combatente e a proporciona-lhe a maior comodidade possvel, tanto no transporte de todos os artigos que necessita para o combate, como para a sua sobrevivncia em combate.

    Fazem parte do equipamento individual de combate:

    Cinturo Porta carregadores Porta granadas

    Cantil Suspensrios Mochila M/85

    Saco de dormir Poncho impermevel Capacete combate (balstico)

    Mscara BQ M17-A2 Rede camuflada biface para capacete Ferramenta porttil do combatente

    Estojo de limpeza do armamento distribudo

    G-3

    GALIL

    WALTHER

    FBP

  • 1-3

    102. DESMONTAR E MONTAR A ESPINGARDA AUTOMTICA G-3 7,62MM

    1. ELEMENTOS DE DOUTRINA

    a) A Espingarda Automtica G-3 7,62 mm uma arma: - ligeira, porque pode ser transportado por um s homem;

    - individual, porque um s homem pode tirar dela o mximo rendimento;

    - que executa tiro automtico. Modalidade de tiro em que, aps o primeiro disparo, as operaes necessrias

    execuo dos disparos seguintes se efetuam sem interveno do atirador, desde que este mantenha o gatilho

    premido;

    b) Utiliza os tipos de munio seguintes: - cartucho normal 7,62 x 51 NATO. Utilizado no servio de segurana, na execuo dos programas de tiro e em

    combate;

    - cartucho de salva. Utilizado em algumas cerimnias, prestao de honras fnebres, por exemplo, e em instruo

    para lhes imprimir maior realismo. Apesar de no ter projtil este cartucho pode causar leses quando disparado a

    distncias inferiores a 5 metros;

    - cartucho para lanamento de granadas. Utilizado para lanar granadas de espingarda at uma distncia de 120

    metros;

    - cartucho de manobra. Utilizado para treino do atirador nas operaes de manejo de fogo, no carregamento e

    enchimento de carregadores.

    c) Tem um alcance mximo (distncia mxima que os projteis atingem dando arma uma inclinao de 40) de 3800 metros e um alcance prtico (distncia a que uma arma normalmente faz fogo) de 200 metros.

    d) Tem uma velocidade prtica de tiro (nmero de tiros executados por minuto, considerando as pausas provenientes da substituio de carregadores, retificaes de pontaria e resoluo expedita de avarias) de 100 tiros por minuto em tiro

    automtico e de 40 tiros por minuto em tiro semi-automtico.

    e) fabricada em PORTUGAL (Fbrica das Indstrias Nacionais de Defesa INDEP em BRAO DE PRATA, LISBOA) sob licena da firma alem HECKLER e KOCH GMBH que a concebeu, e a nica arma com que todos

    os militares do Exrcito executam tiro.

    NOTA: Na descrio da forma como se executa cada um dos procedimentos respeitantes s operaes que se

    seguem, considerou-se o caso do atirador que empunha a arma com a mo direita atirador direito. O atirador esquerdo, em cada procedimento, dever utilizar a mo contrria da indicada e posies simtricas das referidas.

    f) Executar as Operaes de Segurana Seja em que circunstncia for, a arma deve sempre considerar-se como CARREGADA at se verificar o contrrio.

    Em obedincia a este princpio, ANTES de se iniciar a desmontagem da Espingarda Automtica G-3 7,62 mm

    DEVE SEMPRE executar-se as OPERAES DE SEGURANA seguintes:

    1) Empunhar a arma com a mo direita estendendo o dedo indicador ao longo do guarda-mato e segurar o guarda-mo com a mo esquerda, voltando a boca do cano para cima.

    Fig. 1

    2) Colocar o comutador na posio de SEGURANA (S), utilizando o polegar da mo direita.

    Fig. 2

    3) Retirar o carregador, pressionando para a frente, com o polegar da mo esquerda, o respetivo fixador.

    Fig.3

  • 1-4

    4) Puxar a alavanca do manobrador retaguarda, com a mo esquerda, e fix-la no entalhe do tubo-guia.

    Fig. 4

    5) Verificar, visualmente ou pelo tato (com a ponta do dedo), se no h cartucho introduzido na cmara.

    Fig. 5

    6) Levar de novo a culatra frente, libertando, com a mo esquerda, a alavanca do manobrador do respetivo entalhe de fixao (no soltar bruscamente o manobrador).

    Fig. 6

    7) Colocar de novo o carregador na arma.

    g) Desmontar a Arma A desmontagem da Espingarda Automtica G-3 7,62 mm executa-se quando se torne necessrio proceder a

    qualquer operao de manuteno (limpeza e conservao), ou para aprendizagem do seu funcionamento e/ou

    emprego.

    Para desmontar a arma, no se utiliza qualquer tipo de ferramenta especial (basta um puno ou um cartucho de

    manobra).

    O militar a quem est a arma est distribuda, s est autorizado a proceder s operaes de desmontagem que a

    seguir se indicam:

    - desmontagem da arma nas suas partes principais;

    - desmontagem da culatra;

    - desmontagem do carregador.

    NB: As operaes de desmontagem devem ser executadas pela sequncia indicada e as partes

    desmontadas/componentes devem ser arrumados ordenadamente, por forma a no se extraviarem e a

    facilitar a montagem.

    1) Desmontar a arma nas suas partes principais

    NB: Depois de executadas as operaes de segurana.

    (a) Retirar a bandoleira Libertar o zarelho da bandoleira do olhal da cavilha de fixao da base do ponto de mira.

    Soltar a extremidade posterior da correia, do boto.

    Fig. 7

    (b) Retirar a coronha e a tampa posterior da caixa da culatra Com a culatra frente, retirar as cavilhas que ligam a coronha caixa da culatra. Introduzir as cavilhas

    nos alojamentos dos casquilhos de fixao da coronha.

    Fig. 8

  • 1-5

    (c) Separar a correia da caixa da culatra.

    Fig. 9

    (d) Retirar o punho Retirar a cavilha de fixao do punho caixa da culatra.

    Separar o punho da caixa da culatra.

    Reintroduzir a cavilha de fixao no orifcio respetivo.

    Fig. 10

    (e) Retirar a culatra Com a mo esquerda puxar o manobrador retaguarda.

    Retirar a culatra do interior da caixa da culatra.

    Levar, de novo, o manobrador frente.

    Fig. 11

    (f) Retirar o tapa-chamas Com a mo direita, desenroscar o tapa-chamas da boca do cano.

    Fig. 12

    (g) Retirar o guarda-mo Retirar a cavilha de fixao do guarda-mo.

    Separar o guarda-mo da arma.

    Reintroduzir a cavilha no orifcio respetivo.

    Fig. 13

    Espingarda Automtica G-3 7,62 mm desmontada nas suas PARTES PRINCIPAIS:

  • 1-6

    2) Desmontar a culatra

    (a) Segurar o bloco da culatra com a mo direita. Fazer rodar a cabea da culatra de 180 para a esquerda (para fora) e separ-la do porta-percutor.

    Fig. 14

    (b) Rodar o porta-percutor 90 para a esquerda (para fora), extraindo-o da armadura da culatra.

    Fig. 15

    (c) Separar o percutor e sua mola, do porta-percutor

    Fig. 16

    (d) Desmontar o carregador Levantar um pouco a tampa do fundo do carregador, com a mo direita.

    Retirar a tampa do carregador, empurrando-a para a direita com o polegar da mesma mo.

    Fig. 17

    Extrair do interior da caixa, a mola, o transportador e placa-suporte, sem os separar.

    Fig. 18

    Carregador desmontado

    Fig. 19

    h) Montar a Arma

    NB: Antes de iniciar a montagem, verificar se o comutador de tiro se encontra na posio de segurana (S) (Fig. 2).

    1) Montar a culatra Colocar a mola e o percutor no alojamento do corpo da culatra.

    Introduzir a pea de comando de travamento no alojamento do corpo da culatra, fazendo passar o percutor

    pelo seu canal interior.

    Premir a pea de comando de travamento e rod-la de 180 no sentido dos ponteiros do relgio.

  • 1-7

    Colocar a cabea da culatra sobre a pea de comando de travamento com a sua rampa posterior voltada para o

    detentor da cabea da culatra. Fazer presso sobre a cabea da culatra at vencer a resistncia da mola do

    detentor.

    Rodar a cabea da culatra 45, no sentido dos ponteiros do relgio, at o rolete de travamento esquerdo ficar

    em frente do detentor da cabea da culatra.

    Puxar a cabea da culatra para a frente, at os roletes de travamento comearem a recolher, tendo o cuidado

    de no puxar demasiado.

    Rodar a cabea da culatra 90, no sentido indicado, at que as guias inferiores da culatra fiquem

    completamente voltadas para baixo.

    2) Montar o carregador Segurar a caixa do carregador com a mo esquerda e com o fundo para cima.

    Colocar o transportador e a respetiva mola.

    Fig. 20

    Colocar a tampa do carregador fazendo-a deslizar nas suas guias respetivas, pressionando-a no final, para baixo.

    3) Montar/ligar as partes principais Colocar o guarda-mo.

    - Retirar a cavilha de fixao do orifcio respetivo.

    - Encostar o guarda-mo ao cano.

    - Fixar o guarda-mo caixa da culatra, por intermdio da cavilha respetiva.

    Fig. 21

    Colocar o tapa-chamas

    - Rosc-lo completamente na boca do cano.

    Colocar a culatra na caixa da culatra

    - Introduzir a culatra na caixa da culatra tendo em ateno:

    - que o manobrador esteja frente;

    - que os roletes da culatra estejam recolhidos;

    - que as guias do corpo da culatra estejam em concordncia com as guias da caixa da culatra.

    Fig. 22

    Colocar o Punho

    Fixar o punho caixa da culatra, atravs da cavilha de fixao respetiva, tendo em ateno que:

    - o co deve estar armado;

    - o ejetor (parte anterior) deve estar na sua posio mais baixa.

    Fig. 23

    Colocar a coronha e a tampa posterior da caixa da culatra

    - Encostar a extremidade posterior da armadura do punho face inferior da caixa da culatra.

    - Introduzir o conjunto coronha pea de ligao da caixa da culatra, colocando as guias de uma e de outra peas em correspondncia.

    - Exercer presso na coronha, para a frente.

    - Fixar o conjunto atravs das cavilhas de fixao da caixa da culatra.

    Fig. 24

    Colocar a bandoleira

    - Fixar a extremidade posterior da correia pelo boto, depois de ter feito passar em volta do suporte da

    bandoleira, na coronha.

    i) Verificar o Funcionamento da Arma No final da montagem da arma, verificar o seu funcionamento da seguinte forma:

    - com a boca do cano voltada para cima, puxar a culatra retaguarda e fech-la em seguida;

  • 1-8

    - colocar o comutador de tiro na posio E; - premir o gatilho;

    - certificar-se de que o funcionamento no apresenta anomalias.

  • 1-9

    103. ACESSRIOS NA ESPINGARDA AUTOMTICA G-3 7,62MM

    1. ELEMENTOS DE DOUTRINA Para alm de dispositivos que permitem melhorar a pontaria, e que so de distribuio restrita, a Espingarda

    Automtica G-3 7,62 mm possui os seguintes acessrios, cujo conhecimento de interesse geral:

    - sabre-baioneta, bip, batente de instruo.

    a) Sabre-Baioneta

    1) Destino O sabre-baioneta destina-se luta corpo a corpo.

    2) Constituio O sabre-baioneta constitudo por:

    Fig. 1

    3) Montar o SABRE-BAIONETA na Espingarda Automtica G-3 7,62 mm Colocar a arma na posio de segurana.

    Retirar a tampa do tubo do manobrador (fazer presso na respetiva cavilha mbolo de fixao para dentro, e puxar a tampa para a frente).

    Fig. 2

    Retirar o parafuso de fixao do adaptador

    Fig. 3

    Introduzir o adaptador no tubo do manobrador, por forma a que os orifcios do tubo do manobrador e os do

    adaptador fiquem em concordncia.

    Fig. 4

    Colocar o parafuso de fixao do adaptador, roscando-o.

    Fig. 5

    Enfiar o olhal do sabre-baioneta no tapa-chamas e a cabea com perno do punho no adaptador.

    Fig. 6

  • 1-10

    4) Retirar o SABRE-BAIONETA Colocar a arma na posio de segurana.

    Premir o fixador da cabea do punho do sabre-baioneta e retir-lo.

    Fig. 7

    Desenroscar o parafuso de fixao do adaptador e retir-lo.

    Retirar o adaptador do tubo do manobrador.

    Enroscar o parafuso de fixao no adaptador.

    Colocar a tampa no tubo do manobrador.

    b) Bip

    1) Destino O bip (novo modelo) destina-se a dar apoio Espingarda Automtica G-3 7,62 mm, no tiro, no solo.

    montado na parte mdia da arma entre o guarda-mo e o alojamento do carregador.

    Fig. 8

    2) Composio O bip constitudo por:

    - cabea semiesfrica amovvel com 2 garras de fixao;

    - 2 pernas articuladas ligadas pela cabea menor que gira dentro da cabea amovvel.

    Fig. 9

    3) Montar o BIP (novo modelo) na Espingarda Automtica G-3 7,62 mm Colocar a arma na posio de segurana;

    Retirar o guarda-mo;

    Articular o conjunto cabea amovvel cabea menor, pernas articuladas, conforme indica a figura (as duas garras laterais da cabea amovvel abertas)

    Fig. 10

    Montar o conjunto indicado junto ao alojamento do carregador.

    Fig. 11

    Fixar as duas garras laterais da cabea amovvel nos alojamentos respetivos da caixa da culatra.

    4) Retirar o bip Colocar a arma na posio de segurana.

    Retirar o guarda-mo.

    Retirar as garras laterais da cabea amovvel dos alojamentos respetivos na caixa da culatra.

    Retirar o conjunto do bip empurrando-o para a frente e para baixo.

    Colocar o guarda-mo.

    c) Batente de instruo

    1) Destino O batente de instruo um dispositivo que, adaptado Espingarda Automtica G-3 7,62 mm, permite a

    execuo de tiro com cartucho de salva.

  • 1-11

    2) Composio O batente de instruo feito em liga de alumnio para no poder ser facilmente confundido com o tapa-

    chamas.

    Fig. 12

    3) Montar o batente de instruo na Espingarda Automtica G-3 7,62 mm Colocar a arma na posio de segurana.

    Retirar o tapa-chamas.

    Enroscar o batente de instruo no cano at ficar bem firme.

  • 1-12

    104. FAZER A MANUTENO DE 1 ESCALO DA ESPINGARDA AUTOMTICA G-3 7,62MM

    1. ELEMENTOS DE DOUTRINA O militar a quem a Espingarda Automtica G-3 7,62 mm est distribuda, responsvel pela execuo dos trabalhos

    do 1 escalo de manuteno.

    A manuteno de 1 escalo:

    - assegura o funcionamento da arma;

    - diminui o risco do seu desgaste prematuro;

    - evita acidentes;

    - reduz os custos e os tempos de reparao.

    Comporta dois tipos de limpeza:

    - Limpeza ordinria

    Destina-se a conservar o asseio indispensvel e renovar a untura das partes metlicas mais expostas; efetua-se sempre

    que a arma regresse de uma instruo, sem que tenha feito fogo ou quando esteja armazenada por longos perodos;

    - Limpeza extraordinria

    Visa evitar a oxidao das partes metlicas da arma, formao e depsito de poeiras, resduos de plvora ou outros

    detritos no cano, cmara, mecanismos ou peas, por forma a evitar o desgaste prematuro da arma, mantendo a sua

    operacionalidade durante longo tempo; efetua-se sempre aps a execuo de tiro, quando a arma se tenha molhado,

    enlameado, apanhado p ou areia e ainda quando exposta a ambientes hmidos salgados, bem como quando aps

    longos perodos de armazenamento, seja colocada ao servio.

    a) Executar as Operaes de Manuteno de 1 Escalo O material a utilizar na limpeza da arma o seguinte:

    1) Estojo de limpeza

    Fig. 1

    2) Ingredientes de limpeza

    Ingrediente n 80 (leo de limpeza)

    Utiliza-se para a remoo de unturas antigas, resduos de plvora, eventual ferrugem (em armas portteis);

    Tem propriedades lubrificantes e de proteo contra a corroso.

    Ingrediente n 10 (leo de lubrificao)

    Destina-se lubrificao e proteo contra a corroso;

    um leo lubrificante para fins genricos.

    3) Mechas, trapos e desperdcios Os trapos e desperdcios devem ser macios e devem encontrar-se secos.

    b) Aes de carcter geral Durante a execuo das limpezas, colocar as peas j limpas sobre uma superfcie limpa e seca.

    Efetuar as limpezas do cano com o tapa chamas colocado.

    No obstruir a boca do cano com tampas, rolhas, trapos, etc.

    c) Executar a limpeza ordinria Desmontar a arma nas suas partes principais, a culatra e os carregadores.

    Uma vez concludas as aes de desmontagem indicadas na alnea anterior, proceder s seguintes operaes de

    limpeza e lubrificao:

    - passar vrias vezes o escovilho de lubrificao pelo cano, com ingrediente n 10;

    - limpar o cano com escovilho de limpeza do cano;

    - limpar a cmara com escovilho de limpeza da cmara;

    - limpar o bloco da culatra e o interior da caixa da culatra;

    - limpar o percutor e o seu alojamento;

    - limpar a garra do extrator;

    - limpar, olear e secar a ala e o ponto de mira;

    - lubrificar ligeiramente as partes mveis com o ingrediente n 10;

  • 1-13

    - limpar o carregador e as munies e verificar se a mola do carregador permite um manejamento normal do

    transportador indispensvel ao bom funcionamento da arma.

    d) Terminadas as aes de limpeza e lubrificao Montar a arma verificar o funcionamento da arma.

    e) Executar a limpeza extraordinria Desmontar a arma nas suas partes principais, a culatra e os carregadores.

    Uma vez concludas as aes de desmontagem indicadas na alnea anterior, proceder s seguintes operaes de

    limpeza e lubrificao:

    - aplicar o ingrediente n 80 nas zonas que possuam unturas antigas, resduos de plvora, ou vestgios de ferrugem;

    - remover os detritos e secar completamente todas as partes da arma, exterior e interiormente;

    - proceder como na limpeza ordinria.

    f) Terminadas as aes de limpeza e lubrificao Montar a arma conforme o prescrito e verificar o funcionamento da arma.

    NOTA: Sempre que a arma tenha feito fogo, repetir a limpeza extraordinria nos dois dias seguintes execuo do

    tiro.

  • 1-14

    105. IDENTIFICAR GRANADAS DE MO

    1. ELEMENTOS DE DOUTRINA As granadas de mo so armas de arremesso e, portanto, de trajetria curva. Esta caracterstica torna-as especialmente

    indicadas para bater alvos situados em ngulos mortos (que no podem ser atingidos pelos projteis das armas de tiro

    tenso, como , por exemplo, a Espingarda Automtica G-3 7,62 mm).

    a) Constituio de uma granada de mo De uma forma geral, as granadas de mo adotadas no Exrcito, so constitudas pelas seguintes partes principais:

    Fig. 1

    b) Esquema geral de funcionamento de uma granada de mo Retirada a cavilha de segurana e lanada a granada, a alavanca de segurana salta e liberta o percutor, que, pela ao

    da sua mola, vai ferir a cpsula fulminante.

    Fig. 2

    Inicia-se ento a combusto do misto retardador que vai provocar, passados 4 a 5 segundos, a detonao do detonador

    e, por simpatia o rebentamento da carga e da prpria granada.

    Fig. 3

    c) Granadas de mo adotadas no exrcito So as seguintes as granadas de mo adotadas no Exrcito:

    - Granada de Mo Ofensiva de Instruo M/62;

    - Granada de Mo Ofensiva de Guerra M/62;

    - Granada de Mo Defensiva M/63;

    - Granada de Mo Incendiria;

    - Granada de Fumos;

    - Granada de Mo Lacrimognea.

    1) Granada de Mo Ofensiva de Instruo M/62

    (a) Identificao

    Fig. 4

    Para uma fcil identificao visual, reter os seguintes

    aspetos:

    COR: AZUL com inscries a branco;

    INSCRIO: INERT.

  • 1-15

    (b) Emprego Em treino das tropas e em exerccios.

    (c) Atuao (efeitos) Apesar de no ter carga explosiva, a detonao do detonador pode provocar estilhaos em alguns

    componentes.

    (d) Componentes

    Fig. 5

    (e) Caractersticas principais - Raio de ao ..............................no tem - Distncia de segurana..............30 m - Retardamento.................................4 a 5 seg

    - Peso................................................295g

    Alcances:

    - Atirador de p................................30 a 35

    - Atirador de joelhos........................20 a 25

    - Atirador deitado.............................10 a 15m

    2) Granada de Mo Ofensiva de Guerra M/62

    (a) Identificao

    Fig. 6

    (b) Emprego Em combate prximo, batendo ngulos mortos.

    (c) Atuao (efeitos) Atua por efeito moral (grande estrondo) e por ao de sopro (deslocao de ar) ambos muito violentos.

    (d) Componentes

    Fig. 7

    (e) Caractersticas principais - Raio de ao..................................10 a 15 m

    - Distncia de segurana.................30 m

    - Retardamento................................4 a 5 seg

    - Peso...............................................295g

    Alcances:

    - Atirador de p........................30 a 35

    - Atirador de joelhos................20 a 25

    - Atirador deitado....................10 a 15m

    Para uma fcil identificao visual, reter os seguintes

    aspetos:

    COR: VERDE AZEITONA com inscries a

    amarelo no corpo e em alto relevo no fundo;

    INSCRIO: OFF HAND GREN M321

    TNT.

  • 1-16

    3) Granada de Mo Defensiva de Guerra M/63

    (a) Identificao

    Fig. 8

    (b) Emprego Emprega-se contra pessoal, limpeza de abrigos, ninhos de metralhadoras, etc.

    (c) Atuao (efeitos) Atua por estilhaos provenientes de uma espiral de fragmentao, razo pela qual o atirador, quando a

    lana, tem de estar abrigado.

    (d) Componentes

    Fig. 9

    (e) Caractersticas principais - Raio de ao.....................................15 m

    - Distncia de segurana.....................185m

    - Retardamento....................................4 a 5 seg

    - Peso...................................................450g

    Alcances:

    - Atirador de p...................................30 a 35

    - Atirador de joelhos....................20 a 25 - Atirador deitado................................10 a 15m

    4) Granada de Mo Incendiria (fsforo branco)

    (a) Identificao

    Fig. 10

    (b) Emprego Emprega-se na sinalizao ou mascaramento pela formao duma nuvem densa de fumo branco.

    Pode tambm ser utilizada como anti-pessoal ou incendiria.

    (c) Atuao (efeitos) Atua atravs do fsforo branco que uma substncia incendiria.

    Para uma fcil identificao visual, reter os seguintes

    aspetos:

    COR: VERDE AZEITONA com inscries a amarelo;

    INSCRIO: FRAG HAND GREN M312 COMP B.

    Para uma fcil identificao visual, reter os

    seguintes aspetos:

    COR: VERMELHA com inscries a preto.

  • 1-17

    (d) Componentes

    Fig. 11

    (e) Caractersticas principais - Retardamento..............................1 a 2 seg

    - Peso.............................................450g

    - Peso de carga...............................220g

    - Tempo de combusto..................60 seg

    Alcances:

    - Atirador de p..............................30 a 35

    - Atirador de joelhos.......................20 a 25

    - Atirador deitado...........................10 a 15m

    5) Granada de Fumos

    (a) Identificao

    Fig. 12

    Para uma fcil identificao visual, reter os seguintes aspetos:

    COR: VERDE CLARA com inscries a preto;

    INSCRIO:GREEN, YELLOW OU RED conforme os fumos forem verde, amarelo ou encarnado.

    (b) Emprego Destina-se a criar cortinas de fumo ou a sinalizar reas.

    (c) Componentes

    Fig. 13

    (d) Caractersticas principais - Retardamento................................1 a 2 seg

    - Peso...............................................450g

    - Peso de carga fumgena................220g

    - Tempo de emisso........................60 seg

    Alcances:

    - Atirador de p..............................30 a 35

    - Atirador de joelhos.......................20 a 25

    - Atirador deitado...........................10 a 15m

    NOTA: Aquando do seu lanamento, ter em ateno a direo do vento.

    6) Granada de Mo Lacrimognia

    (a) Percutor

    - Cavilha de segurana

    - Alavanca de segurana

    - Detonador

    - Fsforo branco

    - Corpo metlico

    (b) Percutor

    - Cavilha de segurana

    - Elemento de atraso

    - Misto iniciador

    - Alavanca de segurana

    - Detonador

    - Fsforo branco

    - Corpo metlico

  • 1-18

    (a) Identificao

    Fig. 14

    (b) Emprego Destina-se a dispersar tumultos e a desalojar elementos inimigos, de compartimentos.

    (c) Atuao Os gases libertados atuam sobre as glndulas lacrimais irritando-as e provocando as lgrimas.

    (d) Componentes

    Fig. 15

    (e) Caractersticas principais - Raio de ao..................................10m

    - Distncia de segurana...................20m

    - Retardamento.................................1 a 2 seg

    - Peso................................................295g

    Alcances:

    - Atirador de p...........................30 a 35

    - Atirador de joelhos...................20 a 25

    - Atirador deitado.......................10 a 15m

    NOTA: Aquando do seu lanamento, ter em ateno a direo do vento.

    Para uma fcil identificao visual, reter

    os seguintes aspetos:

    COR: CINZENTA com inscries a

    branco e com cinta central a

    vermelho

    INSCRIO: GRANADA LACRIMOGNIA ANTI MOTIM

  • 1-19

    106. FAZER A MANUTENO DA PISTOLA WALTHER 9MM M/61

    1. ELEMENTOS DE DOUTRINA

    a) Caractersticas principais

    1) Destino uma arma individual, de tiro tenso, destinada a fazer tiro direto at distncia de 50 metros.

    Fig. 1 Fig. 2

    2) Caractersticas uma arma semi-automtica, de travamento por bloco e arrefecimento pelo ar.

    3) Dados numricos e balsticos da arma: - calibre 9 mm; - nmero de estrias 6 dextorsum; - capacidade do carregador 8 cartuchos; - alcance til 50 m; - alcance mximo 1600 m; - ala nica regulada para 50 m.

    4) Perfuraes

    5) Guarnies e acessrios Platinas.

    Coldre.

    Escovilho.

    Vareta de limpeza.

    Fiador.

    b) Desmontagem geral da arma

    1) Separar o conjunto grupo do cano/grupo da corredia do grupo do punho. Verificar se no h nenhum cartucho na cmara e se o co est armado. Esta verificao pode fazer-se

    olhando para o indicador de carregamento, pois, havendo um cartucho na cmara, fica saliente. Outra maneira

    , premindo o fixador do carregador, tir-lo da arma, puxar a corredia retaguarda e verificar se existe algum

    cartucho introduzido.

    Se no existe prime-se a alavanca de fixao da corredia para baixo; esta vai frente. Levar o co frente

    executando um disparo.

    Colocar a arma em segurana. Atuar no fecho de segurana para baixo de modo a deixar a letra S vista (com

    a letra F vista a arma est na posio de fogo).

    Introduzir o carregador vazio.

    Fig. 3

    Puxar a corredia retaguarda at que fique completamente aberta e presa. Tirar o carregador. Com a mo

    esquerda faz-se baixar o brao do fecho de ligao at sua posio extrema.

    NOTA: Se no se dispuser de um carregador vazio empurra-se para cima a alavanca de fixao da corredia

    para que esta fique presa retaguarda.

    MATERIAL DISTNCIAS

    25 m 30 m 200 m

    Terra solta 36 cm 35 cm 31 cm

    Areia 26 cm 25 cm 21 cm

    Madeira de Pinho 23 cm 23 cm 17 cm

    Chapa de ferro de 2 mm/espessura incidncia de 90 Perfura Perfura Perfura

  • 1-20

    Com o polegar esquerdo empurra-se para baixo a alavanca de fixao da corredia e faz-se a separao do

    grupo do cano - grupo da corredia do grupo do punho.

    Fig. 4

    2) Separar o grupo do cano do grupo da corredia

    Fig. 5

    Com o indicador da mo direita faz-se presso sobre a cavilha do bloco de travamento, obrigando-o a descer.

    Com ambas as mos faz-se a separao dos dois grupos, puxando-os para os lados.

    c) Limpeza (ordinria) e lubrificao da arma A limpeza ordinria executa-se depois de qualquer sesso de instruo ou exerccios em que no se tenha efetuado

    tiro (objeto de limpeza completa).

    Para retirar todas as sujidades procede-se do seguinte modo:

    1) Separar o conjunto grupo do cano/grupo da corredia, do grupo de punho; depois, separar o grupo do cano do grupo da corredia;

    2) Limpar as superfcies exteriores expostas a poeiras e as partes oleadas com um desperdcio seco;

    3) Utilizar o escovilho para limpar todas as partes que tenham sido expostas ao dos gases da plvora;

    4) Depois de limpas, todas as partes devem ser esfregadas e secas completamente;

    5) Aplicar o lubrificante especial a todas as superfcies metlicas polidas.

    NOTA: No se deve tentar dar ao interior do cano um brilho metlico e tirar o p ou quaisquer corpos

    estranhos por meio de sopro, quer do cano, quer dos diversos furos, guias, etc.

    As ndoas negras, bem como vestgios antigos de ferrugem, no devem tentar-se tirar, mas simplesmente

    lubrificar.

    A arma, em arrecadao, deve estar recolhida na bolsa, com o co desarmado e sem carregador.

    Os carregadores, em arrecadao, devem estar descarregados para evitar a fadiga da mola e untados com leo

    de preservao.

    d) Montagem da arma. Ligar o grupo do cano ao da corredia;

    Com a mo esquerda segura-se o grupo do cano-grupo da corredia e, com a direita, o grupo do punho, pelo

    punho.

    Fig. 6

    Faz-se deslizar os grupos do cano-corredia pelas guias do grupo do punho. Tem que se empurrar para cima, com

    o polegar da mo esquerda, o bloco de travamento.

    Fig. 7

    As peas salientes que se encontram na parte posterior do grupo do punho (ejetor, desarmador e placa de disparar)

    tm que ser empurradas para baixo conforme indicam as setas da Fig. 7.

    Introduz-se um carregador vazio e puxa-se a corredia retaguarda at que fique presa. Com o polegar da mo

    esquerda, roda-se o brao do fecho de ligao at este ficar na sua posio superior.

    Fig. 8

    Com o polegar da mo direita empurra-se para baixo a alavanca de fixao da corredia, ao mesmo tempo que se

    puxa ligeiramente a corredia retaguarda, largando-a em seguida.

    Fig. 9

  • 1-21

    107. FAZER A MANUTENO DA METRALHADORA LIGEIRA HK-21 7,62MM M/68

    1. ELEMENTOS DE DOUTRINA

    a) Generalidades

    Fig. 1

    1) Destino uma arma coletiva, de tiro tenso, destinada a fazer fogo s pequenas e mdias distncias contra alvos

    mveis ou fixos em quaisquer condies de tempo e visibilidade.

    2) Caractersticas uma arma automtica de cano fixo mas amovvel, que funciona por ao indireta de gases, sendo o seu

    arrefecimento feito por irradiao.

    3) Dados numricos - Calibre 7,62mm. - Nmero de estrias --4-- dextorsum.

    - Capacidade do carregador 20 cartuchos. - Capacidade das fitas:

    - DM1 5 troos de 50 cartuchos cada (elos contnuos); - DM6 varia com o nmero de elos e possibilidade de transporte (elos destacveis).

    b) Organizao geral da arma A arma constituda pelos seguintes 8 grupos de montagem e acessrios (Fig. 2).

    1 - Grupo do cano (1)

    2 - Grupo da culatra (3)

    3 - Grupo de alimentao (4)

    4 - Grupo do punho (5)

    5 - Grupo da manga e caixa dos mecanismos (2)

    6 - Grupo da coronha (6)

    7 - Guarnies

    - Bip (7).

    - Carregador.

    - Fitas para 50 cartuchos.

    - Tambor.

    - Adaptador do carregador.

    - Tapa-Chamas (descrito em a. Grupo do cano).

    - Bandoleira

    8 - Acessrios

    - Cunhetes metlicos pera fitas.

    - Estojo de limpeza.

    - Mquina de carregar fitas.

    - Trip.

    - Ala telescpica Hensoldt.

    - Ala trilux L2 A2.

    c) Desmontagens autorizadas ao utilizador Normas de segurana

    Antes de se iniciar a desmontagem da arma, e como medida de segurana, deve adotar-se o seguinte

    procedimento:

    - colocar o fecho de segurana na posio S;

    - virar o cano para cima ou para uma zona onde um disparo fortuito no cause qualquer dano;

    - remover a fita de elos ou o carregador;

    - puxar atrs a alavanca do manobrador e fix-lo no entalhe do tubo-guia;

    - certificar-se que a cmara est livre;

    - levar de novo a culatra frente.

    Fig. 2

  • 1-22

    Operao de Desmontagem

    Pode agora proceder-se desmontagem para limpeza, a nica autorizada a pessoal no especializado. Seguir a

    ordem indicada:

    - retirar a bandoleira;

    - retirar as duas cavilhas de ligao da pea de ligao caixa dos mecanismos e introduzi-las nos alojamentos da

    coronha;

    - rodar o punho para baixo;

    - separar a coronha com pea de ligao puxando-a para trs (Fig. 3);

    - retirar a armadura da culatra puxando-a para trs (Fig. 4);

    - retirar o cano;

    - premir a parte anterior do fecho do corpo do alimentador puxando para fora do perno;

    - premir a parte posterior do fecho e retirar completamente o alimentador (Fig. 5);

    - retirar o corpo da placa-guia premindo o fecho que se encontra no lado direito da arma (Fig. 6);

    - retirar a placa suporte, rodando convenientemente a placa de fixao das cavilhas da tampa, situada na face

    direita;

    - retirar o bip;

    - desmontar a culatra

    Fig. 3 Fig. 4 Fig. 5 Fig. 6

    d) Manuteno orgnica A manuteno orgnica abrange os seguintes trabalhos:

    - operaes de limpeza e conservao;

    - a execuo de todos os trabalhos de manuteno fixados;

    - a pesquisa de avarias e deficincias e sua resoluo;

    - substituio de peas e de conjuntos;

    - ensaios de funcionamento;

    e corresponde ao 1 e 2 escales de manuteno, a realizar pela unidade.

    1) 1 Escalo de manuteno

    (a) Esquema dos trabalhos de 1 escalo a realizar pelo utilizador: Para se conseguir uma boa manuteno do 1 escalo esquematizam-se no mapa a seguir s operaes a

    realizar pelo utilizador nas diversas situaes normais de utilizao.

    N. DESIGNAO TRABALHO APS A

    UTILIZAO

    ANTES DO

    TIRO APS O TIRO

    1 Manga e caixa dos mecanismos Verificar se h danos X X

    Manga e caixa dos mecanismos Limpar e olear Desolear X X

    2 Cano Limpar e olear X X

    Cano Desolear X

    3

    Tapa-Chamas Limpar e olear X X

    Tapa-Chamas Verificar se est

    firmemente assente X

    4 Ala Limpar e ensaiar X X X

    5 Alimentador Limpar e olear X X

    6 Culatra Limpar e olear X X

    Desmontar, limpar e olear X

    7

    Coronha Limpar X X

    Tubo guia da mola recuperadora

    c/ mola recuperadora Limpar e olear X X

    8 Armao para o punho com caixa

    dos mecanismos de disparar Limpar e olear X X

    9 Fitas de elos Verificar estado dos elos e

    passo mdio X

    10 Acessrios Limpar e ensaiar X X

  • 1-23

    e) Responsabilidade na Manuteno Este escalo de manuteno da responsabilidade do utilizador da arma, devendo comunicar ao seu superior

    hierrquico qualquer avaria, deficincia ou falta notada, afim de se providenciar a sua resoluo.

    f) Tipos de Limpeza Consideraes:

    Na manuteno orgnica tem importncia fundamental as operaes de limpeza da arma, como base de todo o

    sistema.

    O responsvel direto e permanente pela limpeza da arma o utilizador, mas o mecnico de armamento da Unidade

    deve colaborar em todas as operaes que exijam a sua presena, para resoluo de avarias ou deficincias.

    Em qualquer circunstncia est proibido o uso de materiais desgastantes (lixas, esmeris, etc) ou de ingredientes

    no expressamente autorizados pelo servio de material.

    Limpar as superfcies exteriores expostas a poeiras e as partes oleadas com um pano ou desperdcio seco.

    Utilize o escovilho para limpar todas as partes que tenham sido expostas ao dos gases de plvora.

    Depois de limpar todas as partes devem ser esfregadas e secas completamente.

    Aplicar leo ou lubrificante especial a todas as superfcies metlicas polidas.

    So os seguintes os tipos de limpeza a considerar:

    - limpeza ordinria;

    - limpeza extraordinria;

    - limpeza completa.

    LIMPEZA ORDINRIA efetua-se sempre que a arma recolha de qualquer servio e no requeira tratamento

    especial.

    LIMPEZA EXTRAORDINRIA efetua-se sempre que a arma tenha feito fogo, depois de servios em que a

    arma se tenha molhado ou sujado, ou quando a arma, tendo estado longamente em armazm, seja posta ao servio.

    LIMPEZA COMPLETA da competncia do pessoal tcnico do Servio de Material, se necessrio coadjuvado

    pelo utilizador, sendo realizada sempre que for determinado superiormente ou depois de revista completa da arma

    pelo mecnico de armamento na oficina da Unidade.

    g) Montagem da arma Montar o bip.

    Colocar o corpo da placa guia e a placa suporte.

    Apertando o fecho, colocar o corpo do alimentador.

    Introduzir o cano na caixa dos mecanismos.

    Introduzir a culatra na caixa dos mecanismos, at que a superfcie posterior da armadura esteja no mesmo plano da

    caixa dos mecanismos.

    Rodar o punho e fix-lo.

    Ligar a pea de ligao-coronha caixa dos mecanismos por intermdio de duas cavilhas de ligao (Fig. 7).

    Montar a bandoleira.

    Verificar se a arma est bem montada efetuando vrios movimentos de manobra.

    Fig. 7

    NOTA: O instrutor executa todas estas operaes de modo bem visvel para os instruendos, dando s peas os

    nomes exatos. Os instruendos executam as mesmas operaes e repetem os nomes das peas, no mximo de 3

    instruendos por arma, que trocam de lugar.

  • 2-1

    CAPITULO 2 INFORMAO E CONTRA-

    INFORMAO 108. OBSERVAR E ESCUTAR

    1. ELEMENTOS DE DOUTRINA A OBSERVAO assume fundamental importncia pela necessidade que o COMBATENTE tem de conhecer, o

    mais cedo possvel, acerca do In, a sua localizao, os seus movimentos, a sua atividade, etc.

    Assim, a OBSERVAO tem como finalidades: pesquisa de notcias sobre a posio ou atividades de foras In,

    determinao de objetivos e/ou a regulao dos fogos das NT.

    Pelo que acaba de se referir fcil se torna concluir:

    - por um lado, pela desejo de TODOS OS COMBATENTES DEVEREM SABER OBSERVAR;

    - por outro lado, pela necessidade de apenas alguns receberem a misso especfica de OBSERVAR.

    a) Tcnicas de observao e escuta

    1) Como OBSERVAR de DIA A OBSERVAO para ser feita a olho nu, portanto sem a ajuda de instrumentos ticos que permitam ver

    objetivos pouco visveis ou invisveis vista desarmada. Regra geral para alm dos 400m o OBSERVADOR

    deve:

    (a) Camuf1ar-se e camuflar a posio (PO/PE)

    (b) Estudar o terreno do SECTOR a OBSERVAR, identificando com preciso (Fig. 1): - os Pontos de Referncia (PR1 PR2) que lhe foram indicados;

    - as caractersticas locais que mais se evidenciam (arbustos, troncos, rochas, casas, etc.), fixando o seu aspeto

    geral (cor, forma, etc.) e a situao que ocupam em re1ao ao PO/PE - o que ir permitir, mais facilmente,

    detetar elementos e meios de fogo IN.

    Fig.1

    (c) Olhar para o centro do sector (Fig.2), em frente do PO/PE, e OBSERVAR at ao limite de viso cujos pormenores podem ser vistos a olho nu (400 m aprox), tentando descobrir movimentos ou quaisquer indcios

    que revelem, de imediato, a presena do In.

    Fig. 2

    (d) OBSERVAR o terreno junto do PO/PE, percorrendo com a vista da direita para a esquerda uma faixa de terreno com a profundidade mxima de 50m.

    (e) OBSERVAR da mesma forma em seguida, mas agora da esquerda para a direita, uma nova faixa de terreno mais alm (at aos l00m), sobrepondo-se primeira.

  • 2-2

    (f) Continuar assim a OBSERVAR, por faixas de terreno sucessivas com alternncia do sentido de observao, at ao limite de viso pormenorizada a olho nu.

    Fig. 3

    NOTA: Se o sector a observar for muito largo, subdividi-lo em 2 ou 3 subsectores.

    Fig. 4

    (g) Ter na OBSERVA0 os seguintes cuidados especiais: - concentrar a observao sobre as regies onde se considera mais provvel a presena ou o acesso In,

    sem descurar o resto do sector;

    - imobilizar o olhar, durante alguns segundos, sobre os pontos a vigiar;

    - passar regularmente em revista todo o sector sem deixar de OBSERVAR, com intervalos pequenos, os

    pontos mais suspeitos;

    - evitar deixar-se absorver totalmente por um ponto suspeito.

    (h) Vigiar particularmente No terreno:

    - todos os possveis PO do In (cristas, orlas de bosques, valadas, sebes, casas, torres de vigia, etc.);

    - todos os itinerrios desenfiados que conduzam posio;

    Na posio In:

    - trincheiras, regies de abrigos e observatrios:

    - passagens habituais, estreitas e nas redes de arame;

    - outros obstculos, etc.

    2) Como OBSERVAR de NOITE Consoante a noite mais ou menos clara, assim ser maior ou menor o papel da vista.

    De qualquer forma:

    - s se v a curtas distncias;

    - s se observa o global dos objetivos, fundindo-se os detalhes com a silhueta.

    Sem utilizar dispositivos de viso noturna, o OBSERVADOR deve:

    (a) Camuflar-se a si e camuflar a posio (PO/PE) - este deve ser montado em zonas com vegetao para facilitar a camuflagem e dificultar a observao do In feita com infravermelhos.

    (b) Deitar-se, se possvel, por assim lhe ser mais fcil ver as silhuetas recortadas no fundo mais claro do cu (exceto em noites muito claras e que ofeream condies de observao que se aproximam das diurnas).

    (c) Percorrer o sector de observao por meio de uma srie de movimentos bruscos dos olhos, com pausas curtas.

    Na observao de um objetivo, faz-lo com movimentos pequenos e bruscos dos olhos por cima e sua

    roda, com toda a ateno permanentemente nele fixada, mas sem o olhar diretamente.

    Fig. 5

    (d) Fechar os olhos com bastante frequncia para reduzir a fadiga.

    (e) Sempre que se suspeitar que h um objetivo a mover-se na frente, verificar a existncia real do movimento colocando um ponto de referncia (sabre-baioneta, ramo de rvore, etc.) no cho e tirar uma mirada que

    passe pelo objetivo e pela referncia; passado algum tempo voltar a tirar a mirada, certificando-se assim se o

    objetivo se moveu ou no.

  • 2-3

    (f) Fechar um olho, observando com o outro, se durante a observao o terreno for iluminado. Logo que a iluminao cesse, fechar o olho com que estava a observar e abrir o outro, j acostumado

    escurido, podendo continuar assim a observao.

    3) Como ESCUTAR de DIA e de NOITE A ESCUTA um mtodo de vigilncia que consiste na observao de notcias sobre o In pela interpretao

    dos rudos e dos sons que se captam. UM COMPLEMENTO DA OBSERVAO, especialmente de noite

    (os rudo so mais audveis) e em condies de visibilidade limitada: neblina, nevoeiro, fumos, etc.

    Por meio dos sons caractersticos podem detetar-se os movimentos In, localizar-se as suas posies e deduzir-

    se as suas intenes futuras (por ex.: rudos prprios de quem organiza o terreno, indicam que vai defender).

    As posies de onde se ESCUTA chamam-se Postos de ESCUTA (PE), podendo ou no, simultaneamente,

    serem PO. Os PE devem localizar-se em zonas baixas por os sons no produzirem ecos e por os "fatores

    estranhos" influrem o menos possvel nos resultados da ESCUTA.

    Sem utilizar dispositivos de ampliao sonora, quando se ESCUTA deve-se:

    - manter na posio o mais imvel possvel;

    - retirar o capacete e, se sentir zumbidos nos ouvidos que prejudiquem a audio, abrir a boca e tentar bocejar

    ou apertar o nariz com os dedos e engolir em seco;

    - encostar o ouvido ao solo periodicamente para melhor receo, identificao e localizao dos rudos;

    NB: Em tempo seco ou muito frio o solo transmite muito bem os rudos.

    Tirar partido do VENTO ou evit-lo:

    - se soprar frontal e fraco, logo favorvel, procurar um local que o receba para beneficiar com os rudos

    estranhos que traga consigo;

    - se soprar forte (ou de costas mesmo que, fraco) procurar uma zona na resguarda do barulho que provoca.

    b) Observar e escutar em terreno no acidentado (ou pouco) e de pouca vegetao, no preparado De dia/noite

    1) Ao escolher a posio exata, para OBSERVAR e ESCUTAR, evitar que a silhueta se recorte no fundo do cu, regra geral mais claro (isto particularmente importante de noite).

    Fig.6

    2) Aplicar, permanentemente e sistematicamente, as "tcnicas de observao e escuta" descritas na alnea 1a.

    c) Observar e escutar em terreno arborizado ou em bosques Faz-se, quer ao nvel do solo (pelos espaos abertos existentes entre as fileiras de rvores), quer em cima das

    rvores (nas clareiras e por cima do bosque).

    1) Do solo Dia/Noite

    Limpar o sector de observao de vegetao e arbustos se possvel.

    Seguir, genericamente, as tcnicas descritas em 2.a.

    Fig.7

    2) Em cima das rvores Dia/Noite

    (a) Escolher uma rvore que: - no se saliente das outras pela sua altura, folhagem, etc., para no atrair a ateno do In;

    - seja grossa e com muita ramagem, de copa espessa e na direo do In.

    (b) Preparar na rvore escolhida uma plataforma para efetuar a observao mais cmoda e cuidadosamente.

  • 2-4

    (c) Prestar muita ateno eventual existncia de atiradores especiais In que, geralmente, tanto se podem situar no solo como em cima das rvores.

    (d) Seguir, genericamente, as tcnicas descritas em 2 a.

    Fig.8

    NB: A observar por cima do bosque, especialmente em terreno muito acidentado, permite aumentar o sector de

    observao em profundidade.

    3) Em terrenos montanhosos

    (a) Escolher o PO/PE nas vertentes junto a rochas e penhascos

    Fig.9

    (b) Ap1icar, na OBSERVAO e ESCUTA, as tcnicas apreendidas.

  • 2-5

    109. DESIGNAR OBJETIVOS

    1. ELEMENTOS DE DOUTRINA O COMBATENTE pode ter necessidade de informar com rapidez a localizao de qualquer OBJETIVO observado:

    ponto do terreno, elementos ou viaturas In protegidos, posio de metralhadora, etc. Interessa pois, neste caso, adotar

    uma forma simples e suficientemente eficaz que permita ao indivduo a quem est a ser indicado o OBJETIVO que a

    localize rapidamente.

    a) Designar objetivos Como proceder:

    1) Sem o recurso a um Ponto de Referncia (PR) Neste caso no h lugar a uma "referenciao do objetivo mas to somente a INDICAO DO OBJETIVO

    por este ser facilmente visvel.

    Ento, o COMBATENTE para o INDICAR volta-se bem de frente para o OBJETIVO que pretende indicar e

    diz (mtodo).

    - NESTA DIREO... (com o brao estendido, aponta a direo exata.)

    - ... A METROS...

    (indica a distncia aproximada que o separa do OBJETIVO)

    TAL OBJETIVO (descreve-o pelos elementos que o identificam: o qu, cor, forma e tamanho, etc.)

    NOTA: Para se certificar de que o OBJETIVO foi localizado e identificado o COMBATENTE deve pedir

    sua descrio a pessoa a quem o indicou.

    2) Com o recurso a um Ponto de Referncia (PR) - REFERENCIAO Se o OBJETIVO que se pretende indicar no facilmente visto nem identificvel ter-se- que recorrer a um

    ponto auxiliar (referncia) prximo do OBJETIVO, e fixo, relativamente ao qual este referenciado. Depois de se ter voltado bem de frente para o OBJETIVO que pretende indicar, o COMBATENTE deve ento

    proceder do seguinte modo:

    (a) ESCOLHER UM PR prximo do OBJETIVO (facilmente identificvel no terreno)

    (b) DEFINIR ESSE PR (de acordo com o mtodo indicado na alnea anterior: direo, distncia e descrio do PR)

    (c) CERTIFICAR-SE DE QUE O PR FOI LOCALIZADO (perguntando se foi visto e, em caso de dvida, ouvir a sua descrio)

    (d) SITUAR O OBJETIVO RELACINANDO-O COM O PR (dizendo a direo e a distncia a que se encontra este ltimo)

    A direo pode ser definida facilmente pelo recurso a um dos seguintes processos:

    - Indicando a " posio relativa do OBJETIVO ao PR (a esquerda, direita, acima ou abaixo). - Indicando a " posio cardeal do OBJETIVO (a norte, a sul, a este ou a oeste do PR). - Utilizando o mtodo do relgio

    Neste caso, imagina-se o mostrador de um relgio colocado no terreno, com o centro no prprio PR, e a

    linha 6-12 (das horas) definida pela posio do observador (das horas) e pelo PR.

    Fig.1

    Para referenciar o OBJETIVO deve indicar-se a direo horria que ele ocupa em relao ao relgio imaginrio.

    A distncia do OBJETIVO ao PR pode ser indicada:

    - em metros (aproximados);

    - ou pelo nmero de dedos;

    que cabem no intervalo entre o PR e o Objetivo.

  • 2-6

    Fig. 2

    - O COMBATENTE deve estender completamente o brao na direo do PR com a mo na vertical e

    os dedos estendidos e unidos, e medir, em largura de dedos ou mos, o intervalo entre aqueles dois

    pontos: PR e OBJETIVO.

    Fig.3

    Exemplo

    Suponhamos a situao encenada pela Fig.4 para o observador designar (indicar) a outro (recetor) o OBJETIVO (0) onde se sabe existirem protegidos, dois elementos In armados.

    Dever, ento, proceder do seguinte modo:

    - OBSERVADOR:

    - Nesta direo (aponta), a 300m, a igreja com o para-raios na torre ( o PR); - Visto?

    - RECETOR:

    - Confirma a indicao do PR.

    Fig.4

    - OBSERVADOR:

    - 5 horas, 3 dedos, 2 elementos In armados atrs da moita ( o OBJETIVO - 0)

    - Visto?

    - RECETOR:

    - Confirma que o OBJETIVO (0) foi visto.

  • 2-7

    110. OBTER E TRANSMITIR UMA NOTCIA

    1. ELEMENTOS DE DOUTRINA

    a) Como se obtm as informaes Qual ser o papel que cada combatente desempenha na produo das informaes?

    Para o descrever necessrio dizer primeiro o que acontece as notcias que cada um transmite e a maneira como

    elas se transformam em informaes.

    Os homens que esto em contacto direto com o inimigo, tais como: os que tomam parte em patrulhas ou incurses,

    os que guarnecem postos de observao, escuta, etc., so os melhores elementos para a pesquisa de notcias. Os

    seus relatrios constituem os alicerces em que assenta todo edifcio das informaes de combate.

    H no Estado Maior de todos os batalhes e escales superiores um Oficial de Informaes que elabora um plano

    de pesquisa das notcias, cuja finalidade fixar e distribuir misses de pesquisa. Para isso e baseado nesse plano, o

    Oficial de Informaes redige e envia quesitos concretos e detalhados s unidades mais indicadas ou aptas a

    fornecer as notcias que lhes do resposta.

    Recebidas essas notcias o oficial regista-as e cataloga-as para estudo e exame e averigua da sua verosimilhana;

    finalmente, interpreta-as transformando-as dessa maneira em informaes

    O oficial de informaes determina aquilo que o inimigo fisicamente capaz de fazer e apresenta as suas

    concluses ao comando numa sntese de informaes que o habilita a tomar uma deciso.

    b) Colaborao do combatente na produo das informaes O papel de cada combatente na produo das informaes de combate consiste, portanto, na colheita das notcias.

    Por isso, quer faa parte de uma patrulha, quer guarnea um posto de observao, quer preste qualquer outra

    espcie de servio, deve conservar-se sempre atento a fim de poder colher todas as notcias acerca do inimigo que

    v, ouve, ou de qualquer modo referencie.

    Deve comunicar ao seu comandante de seco ou peloto, to rapidamente quanto possvel, todas as notcias por

    mais insignificantes que paream. Podem ser precisamente essas que o oficial de informaes necessita para

    completar o quadro da atividade inimiga nesse momento.

    Ao comunicar qualquer notcia deve utilizar-se a seguinte sequncia:

    - O QUE observou;

    - ONDE teve lugar;

    - QUANDO ocorreu.

    c) Pesquisa das notcias Todos os homens so instrudos a transmitir o resultado das suas observaes. Esta instruo constitui para cada

    combatente e para a sua unidade um importante auxilio. Noutros tempos no se comunicava as notcias acerca de

    inimigos que parecessem pouco importantes ou at ridculas. Ningum, hoje, deve cometer esse grave erro.

    As informaes que paream mais insignificantes podem ser precisamente aquelas de que o oficial de informaes

    necessita para completar o seu quadro sobre a situao inimiga. A transmisso de notcias nas unidades em 1

    escalo e normalmente feita verbalmente de homem para homem visto ser esse o processo mais rpido e aquele

    que permite perguntar e responder; escrev-las levaria tempo e o tempo um facto vital.

    As comunicaes verbais podem ser feitas por telefone ou rdio. De qualquer forma, ao fazerem-se estas

    comunicaes deve sempre atender-se a: O QU, ONDE e QUANDO.

    Uma boa norma para no esquecer aquilo que se pretende transmitir e a maneira como se deve fazer usar a

    palavra TUTELA, em que:

    - T o tamanho (efetivo)

    - U a unidade (tipo)

    - T o tempo (hora)

    - E o equipamento (ou material)

    - L a localizao

    - A a atividade revelada.

  • 2-8

    111. IDENTIFICAR PESSOAL E UNIDADES

    1. ELEMENTOS DE DOUTRINA

    a) Senha e Contra-Senha

    1) Sempre que as necessidades de segurana o exijam, a identificao entre pessoal ou unidades faz-se por pa1avras de cdigo designadas por senha e contra-senha.

    2) Estas palavras so substantivas ou adjetivas, sem qualquer 1igao entre si; a sua atribuio regulada nas NEP dos QG das RM ou ZM e das GU.

    3) A senha e contra-senha destinam-se a identificar o pessoal militar ou foras que se dirijam a uma Unidade, Estabelecimento ou Organismo, ou que contactem durante operaes.

    4) Em cada Unidade, Estabelecimento ou Organismo, a senha e a contra-senha devem ser do conhecimento do Comandante, 2 Comandante, oficial de segurana, oficial de servio, pessoal da guarda e foras destacadas.

    b) A identificao por senha e contra-senha faz-se do modo indicado a seguir:

    INTIMAO PELA SENTINELA

    Alto! Quem vem l?

    ACO OU RESPOSTA PELA PESSOA OU GRUPO INTIMADO

    Faz alto e d uma resposta que indique que o indivduo ou grupo est

    autorizado a passar. Por exemplo, amigo, aliado cabo da guarda,

    etc.

    Avance ao reconhecimento!

    O indivduo ou o chefe do grupo avana.

    NO RESPONDE!

    Alto! (a sentinela detm o indivduo ou

    chefe do grupo, sem o deixar aproximar

    demasiado, at que o reconhecimento esteja

    completo).

    O indivduo ou o chefe do grupo faz alto. NO RESPONDE!

    A sentinela diz a senha em voz baixa.

    O indivduo ou o chefe do grupo diz a contra-senha em resposta senha.

    A sentinela manda avanar o resto do grupo,

    se for caso disso.

    O chefe do grupo (ou um militar por ele designado) fica junto da

    sentinela para a auxiliar na identificao do resto do grupo.

  • 3-1

    CAPITULO 3 SAPADORES

    112. IDENTIFICAR MATERIAIS E ENGENHOS PERIGOSOS

    1. ELEMENTOS DE DOUTRINA

    a) Explosivos Todos os Exrcitos usam explosivos em trabalhos de instruo (das NF) e de destruio (do In: pontes,

    aerdromos, material/ equipamento, pessoal, etc.), os quais exigem o seu conhecimento perfeito e modo de

    emprego. Nesta ltima perspetiva, os explosivos constituem uma arma defensiva ou ofensiva.

    Os explosivos, por si s, no so perigosos; o perigo est no seu manuseamento, pelo que se torna necessrio

    conhecer, familiarizar-se e respeitar todas as regras de segurana, que no so mais do que a aplicao do cuidado

    e do bom senso.

    1) Trotil (TNT)

    (a) o explosivo militar que, pelas suas caractersticas, (segurana, sobretudo) mais utilizado nas zonas de combate.

    Apresenta-se em petardos, com o formato prismtico e cilndrico (desde 62,5g a 1000 g) e em p (sacos de 0,5 Kg a 50 Kg).

    Fig. 1

    (b) Principais caractersticas - Relativa insensibilidade ao choque.

    - Muito estvel em qualquer clima ( humidade e temperatura).

    - Pode arder em pequenas quantidades, ao ar livre, sem explodir.

    - insolvel em gua.

    - Tem cor amarela (sob a ao da luz solar escurece).

    - Os gases, resultantes da exploso, so venenosos.

    (c) Finalidade Demolies e de emprego geral ( o explosivo mais utilizado como carga das minas e das GM).

    (d) Efeitos Porque se trata de um explosivo fraturante, especialmente usado em cargas de corte e de rotura.

    b) Minas So constitudas por um explosivo, regra geral, contido em embalagem adequada e destinada a destruir ou avariar

    veculos, barcos ou avies, e/ou a matar, ferir ou, doutra maneira, incapacitar pessoal.

    As minas devem ser manuseadas com respeito, mas sem medo.

  • 3-2

    1) Minas ACar e Aviat Destinam-se a destruir ou avariar carros de combate (CC) e outros veculos terrestres, respetivamente.

    MINA ANTI-CARRO M15

    MINA ANTI-CARRO M21

    Fig. 2

    As minas ACar podem ser utilizadas isoladamente ou instalados em campos (Fig. 3) de acordo com planos estabelecidos para:

    CAMPO DE MINAS IMPLANTADO

    Fig. 3

    fortalecer posies frente, retaguarda e flancos das NF;

    desorganizar ataques In;

    canalizar movimentos In;

    As minas ACar so normalmente acionadas por presso, da ordem dos 100 Kg ou mais, por vezes ainda

    superior a 150 Kg. Usualmente a carga explosiva atua por efeito de sopro.

    2) Minas APess Destinam-se a matar, incapacitar ou neutralizar o pessoal por efeito de fragmentao ou de sopro.

    MINA A.P. M2A4

    MINA A.P. M14

    Fig 4

    As minas APess podem ser instaladas em campos de minas ACar ou em campos de minas APess para dar

    segurana local ou aviso (alerta) e como fator desmoralizador. Tambm podem ser utilizados isoladamente

    em qualquer local e circunstncia.

    3) Funcionamento das minas

    (a) Cadeia de Fogo uma srie de fatores que ocorrem na detonao de uma mina.

    Todas as minas conhecidas explodem nesta sequncia, sem olhar ao tipo, medida ou nacionalidade; que deve ser bem conhecida para permitir desarmar ou despoletar o maior nmero de tipos de minas existentes.

  • 3-3

    DISPARADOR DE TRACO-FRICO M2

    H cinco elementos numa cadeia de fogo que so: - ao iniciadora;

    - disparador;

    - detonador;

    - reforador;

    - carga principal.

    (b) Ao iniciadora: a ao que comea a cadeia de fogo na detonao da mina. Pode ser originada por pessoal, veculos, etc. Os quatro tipos mais comuns so: TRACO, PRESSO,

    DISTENSO e DESCOMPRESSO (Fig. 5)

    Fig. 5

    (c) Disparador: um engenho usado para transformar a ao iniciadora numa detonao. o resultado daquela. Sob as condies necessrias, o disparador pode iniciar o detonador ou reforador.

    Os disparadores podem ser mecnicos, de frico, reao qumica, contacto eltrico, etc., sendo os

    primeiros os mais utilizados, dos quais a fig. 7 ilustra os mais comuns.

    Fig. 6

    (d) Detonador: um pequeno engenho, constitudo por um explosivo muito sensvel, cuja exploso ser provocada por calor, chama ou percusso do disparador.

    Os detonadores, se no manuseados cuidadosamente, podem detonar.

    So constitudos por um tubo de metal, fechado num dos extremos, com cerca de 6 cm de comprimento,

    contendo uma carga iniciadora e uma carga base.

    Destinam-se a provocar o rebentamento de explosivos pouco sensveis (seguros) no momento oportuno.

    Da a importncia do seu emprego pois evita-se o perigo do transporte de grandes quantidades de

    explosivos sensveis e pouco seguros.

    DISPARADOR DE TRACO M1

    DISPARADOR TRACO-DISTENO M3

    DISPARADOR DE ATRASO M1

    DISPARADOR DE PRESSO M1 A1

  • 3-4

    Os detonadores podem ser eltricos ou pirotcnicos, sendo uns e outros instantneos ou de atraso.

    (e) Reforador: uma carga intermdia usada para iniciar a carga principal das minas. Nem todas as minas tm reforador.

    Destina-se a amplificar a onda detonante.

    mais sensvel mas menos poderoso, por ter menos massa que a carga principal - fig. 2, 4 e 5.

    (f) Carga Principal: o elemento que define a potncia e os efeitos das minas. A carga pode ser explosiva, txica ou incendiria. Se de explosivos, e este estiver em boas condies,

    quase insensvel (elevada segurana no seu manuseamento) fig. 5 e 6.

    (g) Raio de ao efetivo da mina a distncia volta dela dentro da qual, logo que a mina rebente, 50% do pessoal ser ferido ou morto.

    (h) rea perigosa da mina definida por um crculo com um raio tal que, fora dele, o pessoal, mesmo no abrigado, no sofre

    qualquer efeito do rebentamento de uma mina. Em geral, da ordem dos 150 metros.

    c) Cargas de efeito dirigido So cargas moldadas de forma que o efeito da sua exploso se verifica numa s direo, concentradamente,

    originando furos ou cortes no material a que se tenha aplicado (efeito de Monroe).

    Estas cargas destinam-se principalmente a perfurar ou cortar ao e beto, mas podem tambm ser usadas na

    abertura de furos em alvenaria ou em rocha.

    d) Torpedo Bengalrio um engenho explosivo, de configurao cilndrica (tubo de ferro/lata), improvisado ou de fbrica, destinado

    abertura de brechas em campos de minas e redes de arame farpado.

    O torpedo bengalrio, de fbrica, constitudo por seces ligveis umas s outras por intermdio de mangas de

    ligao, permitindo a obteno de comprimentos variveis consoante as necessidades.

    Fig. 8

    e) Cordo Lento Contm plvora negra, constituindo um ncleo central, envolvida com aperto por vrias camadas de fibras txteis

    e impermeabilizadas exteriormente. Tem um dimetro aproximado de 0,5 cm.

    Pode ter diversas cores: branco, preto, amarelo e laranja. A mais vulgarizada a preta.

    Arde lentamente e emprega-se para transmitir a chama aos detonadores pirotcnicos, com uma velocidade

    uniforme, varivel entre 1 cm/s e 0,7 cm/s.

    Fig. 9

    O cordo lento pode ser inflamado com acendedores, com fsforos especiais ou no e com meios improvisados,

    produtores de chama ou de calor, e visam a destruio de cargas explosivas, conferindo um atraso correspondente

    ao comprimento do cordo/ velocidade de queima.

    Fig. 10

    DETONADOR PIROTCNICO (CORTE)

    DETONADOR ELCTRICO (CORTE)

    Fig. 7

  • 3-5

    Para verificar o cordo lento, queimar 30 cm e determinar pelo relgio, o seu tempo de inflamao.

    f) Cordo Detonante constitudo por uma alma de PETN (explosivo) num invlucro txtil (amarelo ou amarelo e preto com

    acabamento rugoso e encerado) ou de plstico branco.

    No o confundir com o cordo lento. Este inflama-se, enquanto o cordo detonante explode e transmite uma

    detonao.

    insensvel frico e a choques ordinrios. iniciado por um detonador, fig. 8.

    A velocidade de detonao de 6000 a 7000 m/s.

    Tem potncia suficiente para iniciar outros explosivos a que esteja convenientemente ligado (escorvamento).

    escorvamento de um petardo escorvamento de um cartucho de com cordo detonante dinamite com cordo detonante

    Fig. 11

    O cordo detonante empregue para a exploso simultnea de diversas cargas separadas.

    Fig. 12

    E, particularmente, para iniciar explosivos em cargas enterradas.

    g) Armadilhas Entende-se por armadilha um sistema capaz de provocar inesperadamente o efeito de cargas ocultas (explosivas,

    incendirias e txicas) mediante aes exercidas sobre objetos cuja existncia se no conhece ou que so

    aparentemente inofensivos.

    As armadilhas destinam-se a criar uma psicose de incerteza e de desconfiana no meio inimigo (populao civil e

    tropas), conduzindo a uma baixa de moral e criando um grau de precaues que impem limitaes a todas as

    atividades.

    As armadilhas podem utilizar materiais de srie, mas as concebidas e utilizadas pelos sabotadores so, em grande

    parte dos casos, constitudas por materiais improvisados e por explosivos de segurana precria, pelo que a sua

    deteo, neutralizao e remoo so dificlimas.

    Uma armadilha , em geral, constituda por:

    - Um elemento que sofre a ao iniciadora e que vai provocar o funcionamento de um disparador; - Um disparador, rgo que origina fogo por qualquer dos processos de inflamao, pirotcnicos ou eltricos; - Um sistema de transmisso de fogo;

    - Uma carga (explosiva, incendiria ou txica). necessrio um mnimo de 1 kg de TNT para matar um homem

    nas proximidades, por efeito de sopro. Para aes de fragmentao a quantidade de explosivo ser menor.

    As armadilhas podem ser empregues praticamente em todos os locais no campo, nas estradas e em reas urbanas,

    nas portas das casas e noutros infindveis locais.

    Fig. 13

    ACENDEDOR DE PERCUSSO M2

    exemplo de uso

    do ACENDEDOR M2

  • 3-6

    Fig. 14

    Fig. 15

    Constituindo o arame de tropear o expediente mais utilizado na ao iniciadora da cadeia de fogo.

  • 3-7

    113. LOCALIZAR MINAS E ARMADILHAS

    1. ELEMENTOS DE DOUTRINA

    a) Presumveis locais de instalao de minas inimigas (In) A experincia e o conhecimento dos hbitos de minagem e armadilhas do In so de importncia basilar na

    localizao desses engenhos. Em geral a localizao mais comum a seguinte:

    Covas, remendos na estrada ou zonas moles no pavimento das estradas; Nas bermas das estradas e valetas; Junto

    de obstculos de arame farpado ou outro tipo, tais como veculos abandonados, troncos de rvores cados;

    passagens obrigatrias (ex.: estreitamentos); em reas prprias para bivaque ou para zonas de reunio (ZRn) e em

    edifcios adequados para instalao de Comandos; etc.

    Em resumo, as coisas e lugares vantajosos que voc escolheria sero tambm utilizados pelo In.

    Ter especial ateno aos arames de tropear em:

    - bermas de estrada;

    - junto de minas Aca;.

    - acesso a pontos importantes.

    Descodificar de outras minas ou armadilhas junto de uma mina detetada.

    As armadilhas aparecem nos locais j referidos e ainda em:

    objetos atraentes como recordaes. Objetos caros ou teis, etc.;

    ligao em aes de rotina como portas, janelas, telefones, rdios, intercetores, etc.;

    acessos a locais ou objetos utilizados como chamariz.

    Obs.: Ver FII SAP(00)-01-01, campo B-2. g.

    b) Neutralizao de minas

    1) Uma vez detetadas, as minas podem ser neutralizadas por um dos seguintes mtodos:

    (a) Destruio no local (com explosivos. o mais seguro, mas a necessidade ou disciplina de segredo pode inviabiliz-lo).

    (b) Remoo com corda (e fateixa, se necessrio. o mtodo imediatamente mais seguro. Os engenhos podem ou no explodir consoante tm ou no dispositivos anti levantamento).

    (c) Remoo manual ( muito perigoso).

    Fig. 1

    2) A neutralizao de minas ou armadilhas s deve ser efetuada por pessoal devidamente habilitado para o fazer. Todavia, todo o militar deve ser capaz em situaes muito especificas - e, numa tica estrita, com vista sua

    prpria sobrevivncia - de localizar minas e armadilhas e de as sinalizar.

    Assim, durante a progresso sobre um itinerrio, por exemplo, a unidade pode "cair" numa zona minada ou

    armadilhada e da resultar um certo nmero de baixas - eventualmente todos menos voc! (evit-lo, detetando

    os engenhos, o ideal).

    Nesta situao, haver que reduzir todos os movimentos no interior da rea minada ou armadilhada ao

    mnimo e efeitos usando uma sonda e uma vara flexvel (se houver vegetao circundante.

    (a) Voltando para o lado para onde se quer avanar procurar com o auxilio da vara flexvel (final) e de mangas arregaadas, arames de tropear desde o solo at altura de um homem, numa extenso correspondente ao

    comprimento da vara.

    (b) Se no encontrar nada usar ento a sonda, abrindo o corredor com largura para um homem passar. A sonda deve ser enterrada suavemente no terreno, fazendo ngulo de 45, ou menos, com o terreno

    horizontal, a fim de impedir que a sua ponta acione as minas que atuam por presso.

    Mas, se a ponta da sonda tocar num objeto slido, parar de imediato a operao de sondagem, remover

    cuidadosamente a terra para identificar o objeto detetado.

  • 3-8

    No caso de ser uma mina, retirar a terra suficiente para a sua identificao total e exata localizao.

    Sinalizar a mina com um pau e fita, trapo ou mesmo papel higinico, por forma a que o pau e o n da mina

    fiquem voltados para a mina.

    N voltado para a mina

    Fig. 2

    (c) Repetir as operaes anteriormente descritas tantas vezes quantas as necessrias para sair da zona que se julga minada.

    (d) No caso da deteo de um arame de tropear, percorr-lo visualmente nos dois sentidos: at ancoragem do arame, de um lado, e at ao engenho explosivo, do outro. Sinalizar o arame, como anteriormente se

    descreveu para as minas, reforando essa sinalizao pela colocao (cuidadosa) de uma fita ou papel no

    prprio arame de tropear.

    (e) A deteo de minas deve ser feita, como se disse, por pessoal especializado, o qual utiliza, alm dos mtodos descritos, tambm o eltrico, como a figura seguinte sugere.

    Pesquisador de minas MD8, com haste curta

    Fig. 3

    c) Regras de segurana a observar pelo Combatente no campo de batalha:

    1) No confiar em nada- suspeitar de tudo;

    2) No puxar nem cortar arames;

    3) No correr em zonas que se sabe/suspeitam minadas/ armadilhadas, nem que seja para socorrer um camarada ferido;

    4) No ser descuidado nem demasiado confiante;

    5) No crer que junto s redes de arame farpado do IN no h minas/armadilhas;

    6) No recuar ou ficar inativo quando encontrar minas/armadilhas;

    7) No usar o terreno aparentemente mais indicado e mais fcil sem o examinar previa e cuidadosamente;

    8) No deixar de manter a distncia ao camarada da frente. Evitar progredir/andar em grupo.

    9) Nunca esquecer de transmitir ao comandante imediatamente tudo o que vir de suspeito.

  • 3-9

    114. ENUNCIAR AS CARACTERSTICAS E FUNCIONAMENTO DAS MINAS

    1. ELEMENTOS DE DOUTRINA

    a) Caractersticas e funcionamento das minas Cadeia de fogo de uma mina

    uma srie de fatores que ocorrem na detonao de uma mina.

    Todas as minas conhecidas explodem nesta consequncia, sem olhar ao tipo, medida ou nacionalidade; que deve

    ser bem conhecida para permitir desarmar ou despoletar o maior nmero de tipos de minas existentes.

    H cinco elementos numa cadeia de fogo que so: ao iniciadora, disparador, detonador, reforador e carga

    principal.

    1) Aco iniciadora a ao que comea a srie de fogo na detonao de mina. Pode ser originada por:

    (a) Pessoal: exemplo; pode ser iniciada por pessoal puxando ou cortando arame de tropear; ou ainda sob a sua presso.

    (b) Veculos: exemplo; quando aplica a presso necessria sobre a mina AC.

    (c) H ainda as minas controladas por rdio, ou por corrente eltrica, atuadas por um observador escondido, ou ainda por tempo de atraso. So deste tipo as aes iniciadoras de: vibrao, induo eletromagntica,

    frequncia, audiofrequncia, ao retardada e foteltrica.

    (d) Os 4 tipos mais comuns de ao iniciadora so: presso, trao, descompresso e distenso.

    2) Disparador

    (a) engenho usado para transformar a ao iniciadora numa detonao.

    (b) Sob as condies necessrias, pode iniciar o detonador ou o reforador.

    (c) Tipos bsicos: mecnico, por funcionamento de mola (corte de cavilha calibrada, esferas de controle, controle de cavilha ou placa que se retira); frico, reao qumica, contacto eltrico, reao eletroqumica,

    diafragma, inrcia e anel que se quebra. (Reao eltrica fechando circuito ou gerando valor; reao qumica

    gerando calor ou produzindo chama).

    3) Detonador

    (a) Constitudo por um explosivo muito sensvel, cuja exploso ser provocada por calor, chama ou percusso do disparador

    (b) Tem o mesmo fim e funo de um detonador na carga explosiva

    (c) Ativador: Pode ser rebentado pelos disparadores e o seu fim o mesmo que o do detonador

    4) Reforador

    (a) Uma carga intermdia usada para iniciar a principal

    (b) No existe em todas as minas

    (c) Amplifica a onda detonante

    (d) Mais sensvel mas menos poderoso, por ter menos massa, que a carga principal

    5) Carga principal: (explosivo, txico, incendiario)

    (a) Quase insensvel, se o explosivo estiver em boas condies

    (b) o elemento que define a potncia e os efeitos da mina

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    CAPITULO 4 TRANSMISSES

    115. PRONUNCIAR LETRAS/ALGARISMOS E SOLETRAR PALAVRAS UTILIZANDO O ALFABETO FONTICO OTAN

    1. ELEMENTOS DE DOUTRINA

    a) Necessidade da utilizao do alfabeto fontico Certamente j todos sentiram a dificuldade que por vezes surge na compreenso de letras ou palavras cuja

    pronncia idntica.

    Exemplo: FACA em vez de VACA.

    Quando isto acontece necessrio repetir, falando mais devagar e, por vezes, at soletrar.

    Isto , pronunciando letra a letra.

    Ora, quando se fala atravs do rdio ou telefone essas dificuldades aumentam e podem at ser agravadas por

    outros fatores estranhos comunicao, tais como: rebentamentos, disparos, passagem de avies, ...

    Alm disto, nas Transmisses usa-se muitas vezes linguagem cifrada, isto , grupos de letras que no formam

    palavras pronunciveis, que aumenta mais a possibilidade de confuso.

    Por todas estas razes adotou-se um processo de pronunciar cada letra por meio de uma palavra comeada por

    essa letra; palavras simples mais ou menos conhecidas universalmente e que foram escolhidas por comum acordo

    de vrios pases ALFABETO FONTICO.

    b) Alfabeto fontico

    Letra Palavra Pronuncia

    A ALFA L FA

    B BRAVO BRA VO

    C CHARLIE TCHR LI

    D DELTA DEL TA

    E ECHO CO

    F FOXTROT FOCS TROTE

    G GOLF GLF

    H HOTEL HO TEL

    I INDIA IN DIA

    J JULIETT DJU LI TE

    K KILO QUI L

    L LIMA LI MA

    M MIKE MI QUE

    N NOVEMBER N VEM B

    O OSCAR S C

    P PAPA PA P

    Q QUEBEC QUE BQUE

    R ROMEO RO MIO

    S SIERRA SI RRA

    T TANGO TAN GO

    U UNIFORM IU NI FME

    V VICTOR VIC T

    W WHISKEY UIS QUI

    X XRAY CSE REI

    Y YANKEE IAN QUI

    Z ZULU Z LU

    Palavras ou grupos difceis de pronunciar devem ser soletrados durante a transmisso, utilizando a expresso de

    servio EU SOLETRO se o operador souber pronunciar a palavra a soletrar, esta ser transmitida antes e depois da soletrao, a fim de a identificar.

    Exemplo de transmisso:

    Palavra pronuncivel (CATENARY)

    CATENARY EU SOLETRO CHARLIE ALFA TANGO ECHO NOVEMBER ALFA ROMEO YANKEE CATENARY.

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    Palavra no pronuncivel (MBLAR)

    O ponto de reunio EU SOLETRO MIKE BRAVO LIMA ALFA ROMEO.

    c) Pronncia de algarismos Para distinguir algarismos de palavras com pronuncia semelhante ou para evitar a receo por extenso, utiliza-se a

    expresso de servio ALGARISMOS, precedendo a transmisso. Quando os algarismos so transmitidos por rdio ou telefone observar-se-o as seguintes regras para a pronu