Manual Produtor Laranja
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Manual
do
Produtor
Laranja de Amares
ASSOCIAÇÃO DOS CITRICULTORES DE AMARES
Manual
do
Produtor
Laranja de Amares
1/Introdução 006
2/Caracterização dos concelhos 007
2.1/Vieira do Minho 007
2.2/Póvoa de Lanhoso 008
2.3/Amares 011
2.4/Terras de Bouro 013
3/Características Edafo-Climáticas da Região 017
4/Características Morfológicas da Laranja 027
5/Solo 029
5.1/A Manutenção do solo 030
6/Plantação 031
7/Rega 032
7.1/Rega por Gravidade 033
7.2/Rega por Sulcos 035
7.3/Rega Localizada 036
8/Pragas e Doenças 038
8.1/Doenças 038
8.2/A Podridão das Raízes 044
8.3/A Fumagina 045
8.4/Os Bolores e as Podridões dos Frutos 046
8.5/O Vírus da Tristeza 047
9/As Pragas 048
10/Afídeos 052
10.1/A Mosca-da-Fruta 052
10.2/As Cochonilhas 054
11/Observação Visual 057
11.1/Técnica das Pancadas 058
11.2/Armadilhas 058
11.3/A Colheita 060
11.4/O Acondicionamento 062
11.5/A Conservação 062
11.6/Métodos de Propagação 063
12/Linhas de Financiamento PRODER 068
13/Conclusão 072
14/Referências Bibliográficas 074
Manual
do
Produtor
Laranja de Amares
Os citrinos pertencem à família das
Rutáceas, subfamília Aurancióideas e
ao género Citrus L., onde se encontra a
espécie Citrus sinensis (L.),
vulgarmente, designada por laranjeira
doce, de interesse agrícola e
económico.
A produção de citrinos de qualidade
exige um conjunto de acções que têm
início com a instalação do pomar e se
sucedem, ordenadamente, no tempo,
até à colheita e seu transporte para
armazenamento e/ou comercialização.
O presente manual pretende ser uma
espécie de guia para os produtores da
laranja.
Desde a plantação ao consumo pelo
público, a laranja passa por um
processo de maturação que deve
contemplar vários procedimentos, tais
como, o manuseamento do solo, a
plantação, a rega, a prevenção de
pragas e doenças, tratamentos
fitossanitários, colheita,
acondicionamento e conservação da
laranja e métodos de propagação.
A instalação de um pomar de citrinos,
neste caso da laranja, prevê à partida,
por parte do citricultor, um certo
número de opções de carácter técnico,
que vão comprometer o futuro da
plantação em todo o seu período de
exploração.
Tendo como objectivo orientar o
citricultor para as melhores escolhas e
decisões, fornecer-se-ão aqui os
elementos técnicos essenciais relativos
à plantação dos pomares de laranja.
Laranja de Amares - Doce Oportunidade 006 - 007
1/Introdução
2/Caracterização dos concelhos
2.1/Vieira do Minho
A região onde se encontram inseridos
os concelhos de Amares, Terras de
Bouro, Póvoa de Lanhoso e Vieira do
Minho, é caracterizada por recursos
humanos e naturais de características
únicas e singulares, tem vindo a
registar um desempenho assinalável da
actividade agrícola por força da sua
compatibilização com a actividade
turística.
Vieira do Minho é o segundo Concelho
mais montanhoso do Distrito de Braga,
ocupando uma área de cerca de 216
Km², reunindo 21 freguesias:
Anissó, Anjos, Campos, Caniçada,
Cantelães, Cova, Eira Vedra, Guilhofrei,
Louredo, Mosteiro, Parada do Bouro,
Pinheiro, Rossas, Ruivães, Salamonde,
Soengas, Soutelo, Tabuaças, Ventosa,
Vieira do Minho (Nossa Senhora da
Conceição) e Vilar Chão.
Segundo os censos de 2001, o número
de habitantes residentes é de 15 210.
De origem antiga, como o atestam
inúmeros elementos arqueológicos,
algumas das suas actuais freguesias
integravam outros Concelhos:
Caniçada, Cova, Louredo, Parada de
Bouro, Soengas e Ventosa,
pertenceram à Terra de Penafiel de
Soaz; Anissó, Cantelães, Eira Vedra,
Mosteiro, Pinheiro, Salamonde,
Tabuaças, Vieira e Vilar do Chão,
faziam parte, como hoje, da Terra de
Vieira; Campos e Ruivães eram da
Terra de Barroso; Anjos e Rossas, da
Terra de Basto; Guilhofrei isolava-se,
fazendo parte de um julgado; por
último, Soutelo pertencia à Terra de
Lanhoso.
Laranja de Amares - Doce Oportunidade
Concelho com uma elevada actividade
agrícola, são determinantes para a
economia local os cultivos do milho,
batata e vinho verde. A pastorícia e a
criação de gado bovino são outras
actividades características da região.
Muito procurada é a caça nos montes,
pólo de atracção de caçadores de todo
o País e uma das potencialidades
turísticas do Concelho.
As Serras do Merouço, Gerês e
sobretudo a Cabreira caracterizam e
constituem a paisagem envolvente, bem
como o limite geográfico do Concelho.
Contudo, a serra da Cabreira domina
todo o Concelho de Vieira do Minho e
é uma das riquezas do Património
Natural do País, constituída por grandes
áreas florestais que abrangem a sua
quase totalidade, embora deterioradas
pelos incêndios e pela falta de
capacidade de recuperação com novas
plantações.
Constitui uma enorme reserva natural
e, junto às instalações do guarda-
florestal, existe um parque de grande
interesse.
As quatro Barragens hidroeléctricas de
Vieira do Minho (Ermal, Salamonde,
Venda Nova e Caniçada) constituem
uma grande fonte de riqueza para o
País, pela sua produção de energia.
Tabela 1 – Evolução Demográfica
200120022003200420052006AnosConcelhos Vieira do Minho
Fonte: Associação Nacional de Municípios
População Residente
Menores de 15 Anos
Dormidas
Residentes + Dormidas
Freguesias
14 474
19 433
14 506 14 525
22 771
2 6502 434 2 563
14 492 14 710 15 210
2 304 2 3622 243
27 405 24 934 25 607 23 995
14 527 14 568 14 600 14 560 14 780 15 276
2121 21 21 21 21
Laranja de Amares - Doce Oportunidade 008 - 009
Póvoa de Lanhoso é Vila e Sede de
Concelho do Distrito de Braga. Situado
bem no coração da província do Minho,
o Concelho é rodeado pelos Concelhos
de Amares, Braga, Guimarães, Fafe e
Vieira do Minho, ocupando uma área
de 130Km², distribuídos por 29
freguesias.
Póvoa de Lanhoso beneficia de uma
posição central em relação a dois
destinos turísticos de grande
importância no contexto, não só
regional, mas também nacional: a
cidade de Braga, onde o principal
produto turístico oferecido é o Turismo
Religioso e o Turismo de Natureza na
Serra do Gerês.
De acordo com a informação da
Associação de Nacional de Municípios,
em 2006, a Póvoa de Lanhoso tinha
uma população total de 23 657
habitantes.
Desde 1970 a população residente tem
crescido ao ritmo de meio milhar por
decénio, com excepção da década de
90 em que o número de indivíduos
residentes aumentou cerca de 1256.
Da história destas terras, refira-se que
o concelho tem a sua base de origem
no julgado medieval ou Terra de
Lanhoso, derivando o seu primeiro
topónimo, Póvoa, da povoação
instituída por D. Dinis, através da carta
de foral outorgada em Coimbra, aos 25
dias do mês de Setembro de 1292.
2.2/Póvoa de Lanhoso
Laranja de Amares - Doce Oportunidade
É mesmo sobre um gigantesco monólito
que assenta o verdadeiro ex-líbris de
Póvoa de Lanhoso: o Castelo de
Lanhoso, que alguém já classificou
como "um dos mais obscuros obreiros
da causa da Nacionalidade
Portuguesa".
As atracções da Póvoa de Lanhoso,
para além da sua enorme riqueza
patrimonial,
arquitectónica e histórica, são também
paisagística, com as suas múltiplas
cambiantes, ou etnográficas, de onde
se destaca o trabalho do ouro nas
delicadas filigranas, cuja tradição se
mantém, particularmente, nas
freguesias de Travassos e Sobradelo
da Goma.
Tabela 2 – Evolução Demográfica
200120022003200420052006AnosConcelhos Vieira do Minho
Fonte: Associação Nacional de Municípios
População Residente
Menores de 15 Anos
Dormidas
Residentes + Dormidas
Freguesias
23 657
541
23 425 23 080
173
4 8204 416 4 682
22 567 22690 23 370
4 277 4 310 4 213
278 214 410 214
23 658 23 425 23 081 22 568
2929 29 29 29 29
22 700 23 371
Laranja de Amares - Doce Oportunidade 010 - 011
Amares é uma Vila portuguesa
pertencente ao Distrito de Braga, região
Norte e subregião do Cávado. É sede
de um pequeno Município com 81,86
km² de área e 18 521 habitantes (2001),
subdividido em 24 freguesias. O
Município é limitado a norte e nordeste
pelo Município de Terras de Bouro, a
sueste por Vieira do Minho e Póvoa de
Lanhoso, a sul por Braga e a noroeste
por Vila Verde.
A sua comercialização até aos novos
tempos foi sempre pautada pelo
interesse inquestionável dos
taberneiros, que primavam por servir os
melhores vinhos juntamente com os
petiscos saboreados pelos seus
clientes.
Dos produtos com maior relevância
produtiva, a vinha sempre assumiu um
papel de relevância. Até ao
aparecimento do IQCA (Fundos
Estruturais da Comunidade Europeia), o
vinho verde tinto do produtor
representou valores de produção
elevados e foi considerado como uma
grande fonte de receita dos agricultores
amarenses.
Com a oportunidade trazida pelos
Fundos Estruturais Comunitários, o
agricultor amarense também soube
potenciar as boas condições micro
climáticas para renovar e adaptar as
suas vinhas com novas castas. Em
resultado dessa mudança da vinha
surgiu o fenómeno das extensas e
harmoniosas vinhas vocacionadas para
a predominante, senão quase
esmagadora, produção do excelente
vinho verde branco de uma região
2.3/Amares
Laranja de Amares - Doce Oportunidade
comercialização em superfícies
comerciais de todo o país, estrangeiro e
são escolha e referência dos
restaurantes do Concelho.
Assim, bem no coração do Minho, as
vinhas de Amares sempre tiveram uma
ponderação elevada na oportunidade
de
rendimentos dos amarenses.
Hoje, com castas criteriosamente
seleccionadas, em que predominam o
Loureiro e a Trajadura, produz-se um
vinho de sabor agradável, alegre
leveza, frescura do toque e paladar,
reunindo em si os atractivos da região.
Sem qualquer tradição industrial, o
Concelho de Amares vive sobretudo de
actividades ligadas à agricultura, ao
comércio a retalho e por grosso, à
construção civil e obras públicas, à
indústria têxtil do vestuário, às
indústrias de madeira, restaurantes e
hotéis, serviços prestados, não
esquecendo, o conjunto de serviços
públicos indispensáveis para o
desenvolvimento local.
Entre os principais produtos agrícolas
produzidos no concelho de Amares,
encontram-se milho, fruticultura (maçã,
citrinos, kiwi e a famosa laranja de
Amares, conhecida pelas suas óptimas
e singulares características), legumes,
floricultura e um excelente vinho verde
branco.
Tabela 3 – Evolução Demográfica
Concelhos
Fonte: Associação Nacional de Municípios
População Residente
Menores de 15 Anos
Dormidas
200120022003200420052006AnosVieira do Minho
Residentes + Dormidas
Freguesias
19 290
32 088
19 045 18 820
25 938
3 5503 520 3 719
18 404 18 481 17 640
3 436 3 4723 416
23 681 18 017 26 222 24 125
19 377 19 116 18 885 18 453 18 552
2424 24 24 24 24
17 706
Laranja de Amares - Doce Oportunidade 012 - 013
demarcada.
Com essa aposta dos agricultores
amarenses surgiram unidades familiares
de produtores/engarrafadores, com
produção suficiente para a sua
O Concelho de Terras de Bouro
localizado no interior da região Minhota,
integrado administrativamente no distrito
de Braga, província do Minho,
apresenta uma área de,
aproximadamente, 270Km², sendo
limitado a Norte pela Galiza, a
Noroeste pelo Concelho de Ponte da
Barca, a Oeste pelo Concelho de Vila
Verde, a Sul pelo Concelho de Amares,
a Sudoeste pelo Concelho de Vieira do
Minho e a Este pelo Concelho de
Montalegre.
Possui uma vasta área – 55,7% – que
está ocupada pelo Parque Nacional da
Peneda-Gerês. Situado em pleno
coração do Parque Nacional da
Peneda-Gerês, o Concelho de Terras
de Bouro é percorrido pelas bacias do
Cávado e Homem e é riquíssimo em
história, tradições e paisagens
deslumbrantes.
A fauna e a flora variadas, os recursos
naturais e artificiais para a prática de
desportos de montanha e náuticos,
fazem de Terras de Bouro uma região
de procura turística por excelência.
Associadas a estas potencialidades
encontramos instituições e infra-
estruturas que tornam este território de
montanha bem conhecido, com
referência no País e no Mundo. São
elas: o Santuário do S. Bento da Porta
Aberta com as suas romarias, o Museu
Etnográfico de Vilarinho das Furnas, as
2.4/Terras de Bouro
Laranja de Amares - Doce Oportunidade
Termas e a Serra do Gerês como ponto
nevrálgico e emblemático do Parque
Nacional, as Albufeiras da Caniçada e
de
Vilarinho das Furnas, a Via Romana
XVIII (Geira), que ligava Brácara
Augusta a
Astorga com o conjunto de miliários
epigrafados e sua história multissecular,
a fronteira da Portela do Homem e o
relacionamento ancestral com os povos
da Galiza, o Centro de Artesanato de
Brufe, o Centro Náutico de Rio Caldo,
a Água do Fastio, o Turismo no Espaço
Rural, os Miradouros e as Cascatas na
Serra do Gerês. Para acolhimento,
Terras de Bouro oferece dezenas de
unidades hoteleiras, Pousada da
Juventude, Parques de Campismo e
modalidades de alojamento de turismo
rural, que constituem as mais-valias
das nossas aldeias, revitalizadas no
âmbito do programa de iniciativa
Leader.
Em toda a região, na sua vasta rede
de restaurantes, pensões e hotéis,
podemos
apreciar a gastronomia minhota e a
genuinidade dos pratos da terra, tão
exaltados no X Congresso de
Gastronomia do Minho (1999),
Destacando-se o "Cozido de Feijão com
Couves" e os "Pastéis de Santa
Eufémia".
A acrescentar a estas potencialidades há
a oferta de um conjunto de actividades de
animação, como a rede de Trilhos
Pedestres "Na senda de Miguel Torga"
implementada pela Autarquia, bem como
outras modalidades de turismo activo e
de aventura promovidas pelas empresas
de Animação Turística, sedeadas no
Laranja de Amares - Doce Oportunidade 014 - 015
território concelhio. Mas, há muito mais
para oferecer aos visitantes e turistas
que, ao entrar na região, quer seja pelas
pontes de Rio Caldo, por Caldelas ou até
pela Portela do Homem, vindo de
Ourense (Espanha) e Ponte da Barca,
serão bem recebidos com apreciáveis
paisagens naturais e culturais.
O Concelho de Terras de Bouro
aparece-nos profundamente dividido em
dois grandes conjuntos, de base
geográfica;
● Um primeiro conjunto é integrado
pelas freguesias da Serra,
profundamente marcado pelo arcaísmo
dos seus modos de vida e cultura;
● O segundo das freguesias de meia
encosta, ou Ribeira, mais ricas e de
agricultura mais variada, com outras
disponibilidades e aberturas culturais"
refere Viriato Capela, sobre o Concelho
de Terras de Bouro. No percurso
histórico, especificamente no período da
denominação romana, Terras de Bouro
guarda um espólio de valor
reconhecido, a nível nacional e
internacional, incidindo na Via Nova
XVIII – Geira Romana – que ligava a
capital da Província de Brácara Augusta
– Braga – a Astorga – Espanha. A
partir do século V, o Norte de Portugal
foi tomado por vários povos, desde os
Suevos, os Visigodos e os
Muçulmanos. Um dos mais notáveis
padrões desse acontecimento,
enquadrando-se no século V, é Bouro
ou Boyro, na linguagem popular,
designação territorial que ficou
solidamente vinculada a uma vasta
região que dá pelo nome de Terras de
Bouro.
O acto heróico dos Búrios farão parte
Laranja de Amares - Doce Oportunidade
integrante da génese desta região, que
da sua ocupação e permanência,
durante épocas, deixaram de herança a
nomeação toponímica, por serem as
terras dos Búrios, com a evolução
linguística originou Terras de Bouro.
Na época medieval, as comunidades de
Terras de Bouro beneficiaram da Carta
de Privilégio de D. Dinis, que
patenteava um contrato oneroso,
revelando uma singular importância
política na administração territorial
portuguesa.
Esta Terra de Boyro que D. Manuel
consagrou atribuindo-lhe o Foral em
1514, revela ser uma região com um
povo determinado e de luta na
conquista territorial.
Actualmente, este legado histórico,
ainda está presente no ordenamento
territorial, nas tradições e na identidade
cultural de Terras de Bouro.
Tabela 4 – Evolução Demográfica
200120022003200420052006AnosConcelhos Vieira do Minho
Fonte: Associação Nacional de Municípios
População Residente
Menores de 15 Anos
Dormidas
Residentes + Dormidas
Freguesias
7 955
100 184
8 049 8 127
94 097
1 5001 362 1 362
8 202 8 320 9 160
1 246 1 2841 206
87 287 97 299 87 095 85 616
8 229 8 307 8 336 8 469 8 558
1717 17 17 17 17
9 395
Laranja de Amares - Doce Oportunidade 016 - 017
A região possui uma constituição
geológica de origem granítica,
beneficiando de um clima de cariz
marcadamente atlântico dada a sua
proximidade do litoral o que origina um
regime pluvioso abundante e
inconstante ao longo do ano, uma
humidade relativa considerável,
temperaturas médias amenas e um
regime de geadas médio de,
aproximadamente, um mês por ano.
Para uma melhor caracterização edafo-
climática da região, apresentam-se
seguidamente as cartas de solo e
clima:
3/Características Edafo-Climáticas
Acidez e Alcalinidade dos Solos
< = 4.5Entre 4.6 e 5.5Entre 4.6 e 5.5 + (5.6 a 6.5)Entre 4.6 e 5.5 + (7.4 a 8.5)Entre 5.6 e 6.5Entre 5.6 e 6.5 + (4.6 a 5.5)Entre 5.6 e 6.5 + (6.6 a 7.3)Entre 5.6 e 6.5 + (7.4 a 8.5)Entre 6.6 e 7.3Entre 6.6 e 7.3 + (5.6 a 6.5)Entre 6.6 e 7.3 + (7.4 a 8.5)Entre 7.4 e 8.5Entre 7.4 e 8.5 + ( <= 4.5 )Entre 7.4 e 8.5 + (5.6 e 6.5)
Ph do solo
metros
militares
atlas do ambiente
1:1 000 000
CARTA BASE:
TEMA:UNIDADES:COORDENADAS:RESP.EXEC.ORIGINAL:ESCALA DO ORIGINAL:
ACIDEZ E ALCALINIDADE DOSSOLOS (CARTA .2)–––
Classes de pH (em água)
Laranja de Amares - Doce Oportunidade
Os solos da região são solos muito ácidos.
O pH é de valores ≤ 4,5.
CAMBISSOLOSFLUVISSOLOSLITOSSOLOSLUVISSOLOSPLANOSSOLOSPODZOISRANKERSREGOSSOLOSSOLONCHAKSVERTISSOLOS
SOLO
Os solos característicos da região são os cambisolos.
Laranja de Amares - Doce Oportunidade 018 - 019
Geadas (nº de dias no Ano)
geada
Inferior a 1 diaEntre 1 e 5 diasEntre 5 e 10 diasEntre 10 e 20 diasEntre 20 e 30 diasEntre 30 e 40 diasEntre 40 e 50 diasEntre 50 e 60 diasEntre 60 e 70 diasEntre 70 e 80 diasSuperior a 80 dias
CARTA BASE: GEADA - Número de dias no ano (CARTA I.5.2)
TEMA: Valores Médios Anuais (dias), Periodo 1941-1960 UNIDADES: metros COORDENADAS: militares RESP.EXEC.ORIGINAL: Atlas do Ambiente ESCALA DO ORIGINAL: 1:1 000 000
O nº de dias de geadas que ocorrem na região é de 30 a 40 dias.
Laranja de Amares - Doce Oportunidade
Humidade do Ar
A Humidade Relativa situa-se entre os 80 a 85%.
Inferior a 65%Entre 65 e 70%
Superior a 85%
Entre 70 e 75%Entre 75 e 80%Entre 80 e 85%
CARTA BASE: HUMIDADE DO AR - Humidade relativa às 9 T.M.G. (CARTA I.6)
TEMA: Valores Médios Anuais (%), Periodo 1931-1960
UNIDADES: metros
COORDENADAS: militares
RESP.EXEC.ORIGINAL: Atlas do Ambiente
ESCALA DO ORIGINAL: 1:1 000 000
Laranja de Amares - Doce Oportunidade 020 - 021
Índice de Conforto Bioclimático
CARTA BASE: ÍNDICE DE CONFORTO BIOCLIMÁTICO (CARTA IV.9)
TEMA: Valores médios (Janeiro , Abril, Julho e Outubro), Período 1961 - 1990
UNIDADES: metros COORDENADAS: militares RESP.EXEC.ORIGINAL: Atlas do Ambiente ESCALA DO
ORIGINAL: 1:2 500 000
O Índice de conforto climático situa-se entre 8,5-10,0 sendo considerado confortável.
Laranja de Amares - Doce Oportunidade
Insolação
CARTA BASE: INSOLAÇÃO (CARTA I.1)
TEMA: Valores Médios Anuais (horas), Periodo 1931-1960
UNIDADES: metros COORDENADAS: militares RESP.EXEC.ORIGINAL: Atlas do Ambiente ESCALA DO ORIGINAL: 1:1 000 000
O valor médio anual de insolação está compreendido entre 2400 a 2500 horas.
Laranja de Amares - Doce Oportunidade 022 - 023
A precipitação que ocorre na região é superior a 100 dias/ano.
Precipitação (nº de dias no Ano)
CARTA BASE: PRECIPITAÇÃO - Nº de dias no ano (CARTA I.4.2)
TEMA: Valores Médios Anuais (dias) Precipitação >= 1mm, Periodo 1931-1960
UNIDADES: metros COORDENADAS: militares RESP.EXEC.ORIGINAL: Atlas do Ambiente ESCALA DO ORIGINAL: 1:1 000 000
Laranja de Amares - Doce Oportunidade
A precipitação total está compreendida entre 1200 e 1400mm.
Precipitação Total
CARTA BASE: PRECIPITAÇÃO - Quantidade Total (CARTA I.4.1)
TEMA: Valores Medios Anuais (mm), Periodo 1931-1960
UNIDADES: met ros COORDENADAS: militares RESP.EXEC.ORIGINAL: Atlas do Ambiente ESCALA DO ORIGINAL: 1:1 000 000
Laranja de Amares - Doce Oportunidade 024 - 025
Radiação Solar
A radiação solar situa-se entre 140 e 145kcal/cm².
CARTA BASE: RADIAÇÃO SOLAR - Quantidade total de radiação global (CARTA I.3)
TEMA: Valores Médios Anuais ( kcal/cm2), Periodo 1938-1970
UNIDADES: metros COORDENADAS: militares RESP.EXEC.ORIGINAL: Atlas do Ambiente ESCALA DO
ORIGINAL: 1:1 000 000
Laranja de Amares - Doce Oportunidade
Temperatura
A temperatura média do ar situa-se entre 12,5 e 15Cº.
Fonte: Atlas do Ambiente Digital – Instituto do Ambiente
CARTA BASE: TEMPERATURA - Temperatura média diária do ar (CARTA I.2)
TEMA: Valores Médios Anuais (graus centigrados), Periodo 1931-1960
UNIDADES: metros COORDENADAS: militares RESP.EXEC.ORIGINAL: Atlas do Ambiente ESCALA DO ORIGINAL: 1:1 000 000
Laranja de Amares - Doce Oportunidade 026 - 027
Árvore
Porte:
Alto, crescimento erecto e vertical.
Folhas:
Médias, de cor verde claro as mais
novas e verde escuro as mais velhas.
Ramos:
Hábitos de crescimento tendendo para
a horizontal, por vezes pendentes, com
poucos espinhos ou totalmente
ausentes.
4/Características Morfológicas da Laranja
Laranja de Amares - Doce Oportunidade
Fruto
Forma:
Esférica ou ligeiramente oval
Umbigo: Normalmente situado no
interior, não sendo visível.
Pele: Superfície ligeiramente rugosa, de
espessura média a fina, cor de laranja
clara.
Sementes: Presença de algumas
sementes.
Polpa: Cor de laranja clara, muito
sumarenta, de excelente qualidade.
Maturação: A partir de Maio
Laranja de Amares - Doce Oportunidade 028 - 029
Relativamente às características do
solo, podem ser consideradas as
seguintes: o solo propício à instalação
de um bom sistema radicular, deve ser
homogéneo até uma profundidade
mínima de 0,4 metros e a terra deverá
apresentar uma boa permeabilidade à
água, uma vez que os citrinos não
possuem uma reacção favorável ao
excesso de humidade do solo
(fenómeno designado de asfixia
radicular).
As terras de textura equilibrada são as
mais favoráveis (argila + limo devem
equilibrar-se em percentagem com os
elementos mais grosseiros: areias).
O teor em calcário activo e o seu pH
são dados fundamentais uma vez que
deve orientar o agricultor na escolha do
porta-enxerto.
Deve ser objectivo fundamental a
manutenção integrada de um ambiente
apropriado para as espécies,
procurando ao mesmo tempo, reciclar o
mais possível os nutrientes e a matéria
orgânica.
Quer a manutenção do solo do pomar
seja efectuada mecanicamente por
máquinas agrícolas que trabalham o
solo, quer se utilizem produtos
herbicidas, o objectivo principal deve
ser a luta contra as infestantes. Estas
têm uma incidência considerável sobre
a absorção de água de reserva do
solo, e a água é um dos factores
essenciais no que se refere à
produtividade das árvores.
5/Solo
Laranja de Amares - Doce Oportunidade
A manutenção do solo deve ser feita de
modo a que o solo não fique
completamente nu, excepto no primeiro
ano, após a plantação.
Seja no caso de pomares com plantas
com distribuição ordenada ou não, o
solo deve manter-se obrigatoriamente
revestido com um coberto vegetal
herbáceo, sobretudo no Inverno, que
pode ser semeado ou simplesmente
constituído pela vegetação espontânea.
A escolha das espécies herbáceas a
semear, deve considerar determinados
aspectos, nomeadamente, o seu ciclo,
massa vegetal desenvolvida, fixação de
azoto, resistência ao pisoteio e
afinidade para com os auxiliares.
Deve evitar-se a presença de
infestantes vivazes como por exemplo,
a grama e a junca, uma vez que
prejudicam o desenvolvimento dos
citrinos.
Devem efectuar-se cortes do coberto
vegetal no caso de distribuição
ordenada das plantas nas entrelinhas
com uma capinadeira, para minimizar a
concorrência com os citrinos, podendo
ficar espalhadas sobre a superfície as
ervas cortadas. Deste modo, dar-se-á
a reciclagem de nutrientes junto à
superfície, constituindo uma forma
bastante económica de adubação
azotada se o coberto vegetal for
constituído por uma grande
percentagem de leguminosas. Após a
colheita aconselha-se a aplicação de
estrume à superfície do solo.
Os percursos das máquinas agrícolas
devem ser reduzidos ao máximo, de
modo a minimizar a formação do bolbo
5.1/A manutenção do solo
Laranja de Amares - Doce Oportunidade 030 - 031
de compactação do solo.
Nas faixas sob as linhas de árvores,
estas devem manter-se limpas de
infestantes e o seu controlo pode ser
conseguido através de herbicidas ou
manualmente. Deve deixar-se uma
faixa de terreno, que pode ir até cerca
de um metro para cada lado da linha,
livre de vegetação herbácea, que possa
concorrer com os citrinos. Para evitar o
desenvolvimento de infestantes na linha
de árvores, é possível recorrer a um
método chamado mulching, que
consiste no espalhamento de resíduos
vegetais tais como palhas isentas de
sementes, e aparas de madeira.
Também para evitar o desenvolvimento
de infestantes nas linhas de árvores
pode recorrer-se à colocação de
plástico sobre a faixa, devendo o
terreno ser limpo de infestantes.
A época de plantação mais
aconselhável é de Fevereiro a Maio. O
terreno deve apresentar-se limpo de
ervas e com um sistema de rega já
instalado.
Quando se implantam diferentes
espécies e variedades numa mesma
exploração agrícola, a sua distribuição
deverá permitir a cultura independente
de cada uma delas. Se o terreno não
tiver sido armado em camalhões, a
disposição das filas das árvores deverá
ser aquela que minimize a erosão do
solo, seguindo, tanto quanto possível,
as curvas de nível.
Relativamente ao compasso de
plantação, tendo em conta o
desempenho das máquinas agrícolas e
a facilidade de efectuar os tratamentos
fitossanitários, este deve depender do
vigor da árvore e das características do
6/Plantação
Laranja de Amares - Doce Oportunidade
solo. O compasso de plantação, deverá
permitir ainda que quando as árvores
atinjam o estado adulto, exista um
espaço livre na entrelinha de pelo
menos 1,5 m entre as copas, com o
objectivo de facilitar as operações
culturais e favorecer a iluminação. São
aconselhados compassos de plantação
rectangulares a fim de conciliar, ao
máximo, as necessidades de acesso à
parcela com o aproveitamento do
terreno.
Na região em que se situa o nosso
país, a pluviosidade é insuficiente, e
nos meses de Verão existe uma fraca
higrometria do ar. Assim sendo, no
clima Mediterrânico existem duas
estações: a estação chuvosa e
relativamente fria, e a estação seca. É
durante esta última época que a
actividade vegetativa é mais importante
e assim sendo, a cultura de citrinos,
neste caso da laranja, não se pode
alcançar sem o apoio de rega. É
necessário que o produtor atenue a
deficiência em termos de água, com a
prática de regas, se quiser manter as
árvores com uma prática vegetativa
intensa e assegurar uma boa
produtividade do seu pomar.
principalmente de duas formas: rega
por gravidade e rega localizada.
7/Rega
Laranja de Amares - Doce Oportunidade 032 - 033
Esta rega tradicional, ou rega “de
superfície” consiste, após um amanho
tão cuidadoso quanto possível do solo,
em repartir a água de rega pelas
caldeiras construídas no pé das
árvores, ou por sulcos traçados nas
entrelinhas da plantação. É, por vezes,
impossível, pôr em prática regas por
gravidade eficientes em pomares
instalados em zonas com
pouca regularidade ou em solos
demasiado permeáveis. Por outro lado,
a prática da rega por gravidade exige
bastantes recursos humanos
qualificados. Além disso, as perdas de
água são importantes e as quantidades
a aplicar permanecem muito empíricas.
Na rega por gravidade inserem alguns
tipos de rega mais específicos, tais
como rega com caldeiras e rega por
sulcos.
Rega com caldeiras
7.1/Rega por gravidade
Laranja de Amares - Doce Oportunidade
As dimensões das caldeiras devem variar de acordo com o desenvolvimento radicular das árvores.
Laranja de Amares - Doce Oportunidade 034 - 035
Após ter regado as árvores jovens
através de caldeiras, nos dois ou três
primeiros anos após a plantação, o
citricultor pode implementar a rega do
pomar por sulcos. Esta escolha assenta
no facto da abertura dos solos, nas
entrelinhas das árvores poder realizar-
se inteiramente de forma mecânica,
proporcionando assim uma rápida
execução e uma economia no que diz
respeito a mão-de-obra. Contudo, esta
forma de rega por sulcos não pode ser
efectuada de forma correcta, a não ser
em parcelas onde o declive do terreno
esteja compreendido entre 0,5 e 2%;
acima de 2% a erosão por escoamento
torna-se muito importante.
A água que circula nos sulcos cavados
nas entrelinhas deixa ao pé das árvores
um solo pouco humedecido e, por
conseguinte, pouco favorável ao
desenvolvimento de fungos.
Já para os solos com permeabilidade
elevada (solos arenosos) é difícil
realizar uma repartição homogénea da
água. Relativamente às dimensões a
dar aos sulcos, estes devem ser pouco
profundos (15 cm), no fundo liso e largo
(30 cm), e de uma abertura com cerca
de 60 cm. O número de sulcos a
construir na entrelinha assim como o
seu comprimento, depende das
características do solo relativamente à
retenção da água e do declive do
terreno.
Qualquer que seja o processo de rega
por gravidade, as doses e a frequência
das aplicações de água são
determinadas ao longo do ano em
função dos dados do clima, das
7.2/Rega por sulcos
Laranja de Amares - Doce Oportunidade
condições do solo e do estado
vegetativo das árvores.
Tendo adquirido no decurso dos anos
um
bom conhecimento das características
das suas parcelas, o citricultor pode
realizar certamente as aplicações de
água de forma empírica,
convenientemente adaptadas às
necessidades das árvores. É
aconselhável a verificação periódica do
estado de humedecimento do solo,
antes e depois de uma rega. Esta
verificação pode ser realizada com o
auxílio de uma sonda que a partir de
um levantamento antecipado em
profundidade de uma amostra de terra,
informa o citricultor sobre a boa ou má
execução da rega.
Este tipo de rega tem como objectivo
manter em permanência num local
preciso do solo, uma zona húmida, a
partir da qual as raízes das árvores
extrairão, ao mesmo tempo, a água e
os nutrientes necessários. A terra é
mantida húmida através de um
distribuidor. Assim, o gotejador fornece
a água gota-a-gota. Desta forma,
durante todo o período vegetativo, as
raízes encontram-se, permanentemente
num meio favorável ao seu bom
funcionamento, alimentando a planta
continuamente e sem cortes.
Este tipo de rega necessita da
colocação, no pomar, de um sistema
permanente de distribuição de água, o
que implica um investimento importante.
É, importante, não descuidar aspectos
7.3/Rega Localizada
Laranja de Amares - Doce Oportunidade 036 - 037
que poderão constituir uma
desvantagem para funcionamento do
sistema.
A primeira questão está relacionada
com as características da rede, a qual
para distribuir a água sob fracos
débitos ao nível dos gotejadores deve
funcionar sob baixas pressões. O
sistema é sensível ao entupimento dos
gotejadores, se a água utilizada possuir
partículas sólidas em suspensão. A
segunda questão está relacionada a
rede, que necessita de um bom estudo
técnico para a escolha do material. As
irregularidades nos débitos que se
verificam ao nível dos gotejadores são,
muitas vezes, resultado de uma má
concepção do estudo técnico. Por fim,
o terceiro problema está relacionado
com o produtor, que deve controlar o
funcionamento da rede e determinar, a
partir do cálculo da evapotranspiração
(ETP) e do estado vegetativo das
árvores, as quantidades de água a
aplicar ao solo.
Antes da instalação no local da rede de
rega, é pertinente levar a cabo um
estudo técnico de implantação. É
importante que o estudo se realize
antes da colocação da rega localizada,
uma vez que dependerá em parte a
escolha do material e o bom
funcionamento da rede. Assim sendo,
os principais parâmetros a estudar são:
● A topografia da parcela;
● As características físicas do solo
pertinentes para a rega (profundidade,
textura, capacidade de retenção, etc);
● A qualidade da água usada;
● Os principais dados climáticos;
● As características de plantação das
árvores.
Laranja de Amares - Doce Oportunidade
No que diz respeito ao material, os
principais elementos que compõem o
conjunto da rede são: o cabeçal de
rega que engloba um regulador de
pressão e os manómetros de controlo
e, ainda, os elementos filtrantes, a
rede de distribuição que compreende
as condutas principais ou secundárias,
os tubos porta-gotejadores e os
gotejadores.
Pomar de citrinos com sistema de rega
localizada
Existem algumas doenças que podem
afectar a laranja na região
Mediterrânica. Abordar-se-ão apenas
as doenças e pragas que devem ser,
por parte do citricultor, de vigilância
particular, a fim de se prevenirem os
estragos que possam ser causados às
plantações.
Gomose Parasitária
Esta doença pode causar danos graves
nos pomares onde o ponto de enxertia
8/Pragas e Doenças
8.1/Doenças
Laranja de Amares - Doce Oportunidade 038 - 039
encontre muito perto do solo e as regas
por gravidade forem mal conduzidas. O
fungo responsável por esta doença é
do género Phytophthora. As duas
principais espécies encontradas na
região mediterrânica são Phytophthora
citrophthora e Phythophtora parasítica.
A doença desenvolve-se principalmente
nos solos pesados que mantêm, na
proximidade do colo das árvores, uma
humidade excessiva. Nas árvores,
enxertadas muito junto ao solo, a mais
pequena ferida realizada no tronco
constitui uma porta de entrada para
este fungo. No que diz respeito a
sintomas, no tronco, a casca adquire
uma cor escura, no seguimento da
contaminação dos tecidos subjacentes.
Esta destaca-se em placas que se
soltam e notando-se a segregação de
secreções escuras
de gomose, mais ou menos abundantes
consoante a variedade em causa e o
estado da árvore. Os vasos condutores
de seiva são progressivamente
obstruídos devido ao desenvolvimento
do fungo e adquirem uma coloração
acastanhada característica da doença.
Nas folhas, à medida que a doença se
desenvolve, aparecem os primeiros
sintomas:
Laranja de Amares - Doce Oportunidade
amarelecimento da folhagem, queda
anormal e prematura das folhas,
floração fora da estação e aparecimento
de numerosos e pequenos frutos moles
e de casca fina, que permanecem
agarrados.
Relativamente a meios de luta, estes
subdividem-se em luta preventiva e
curativa. No que concerne à luta
preventiva deve utilizar-se, aquando da
instalação do pomar, plantas
enxertadas em porta-enxertos
resistentes. Na entrega das plantas,
verificar se o ponto de enxertia está
situado a uma altura mínima de 25 a
30 cm acima do colo do porta-enxerto.
Na altura da plantação, deve garantir
que não se enterram demasiado as
plantas jovens, de modo a que o ponto
de enxertia se encontre sempre 25 a
30 cm acima do nível do solo após o
abatimento.
Em solos pesados ou terras em
depressões, a drenagem das águas em
excesso é indispensável. Para os
pomares conduzidos com rega por
gravidade é aconselhável executar a
rega por regos ou dupla caldeira. E,
evitar, aquando dos trabalhos de
mobilização de solo, da poda e da
colheita dos frutos.
Relativamente à luta curativa, desde o
aparecimento dos primeiros sintomas de
gomose na árvore do pomar, convém
travar a doença. Procede-se à
raspagem da lesão, localizada no
tronco. Deve ser realizada até se
chegar à parte da madeira ainda não
infectada. É aconselhável limpar bem
os bordos da lesão, uma vez que é
nesta zona que o fungo é activo. A
lesão, já limpa, deverá ser coberta com
Laranja de Amares - Doce Oportunidade 040 - 041
uma pasta cicatrizante e
anticriptogâmica. As misturas
aconselhadas são as seguintes: solução
aquosa com 1% de permanganato de
potássio ou uma solução espessa de
calda bordalesa (sulfato de cobre +
cálcio). Este tipo de tratamento só pode
ser efectuado se a doença permanecer
localizada em algumas árvores do
pomar, para além de que, este meio de
luta não é inteiramente seguro, pois
observa-se com frequência o retorno
do fungo.
Hoje em dia, os produtos fungicidas
são mais eficazes. O metalaxil poderá
ser aplicado na água de rega. Ele
assegura, por sua vez, uma protecção
do sistema radicular e a sua absorção
(produto sistémico) permite-lhe curar as
lesões desenvolvidas no tronco e
pernadas. Este produto, pode ainda ser
aplicado como pasta sobre o tronco.
O Fosetil é usado em pulverização sob
a folhagem, que se reparte pelas
pernadas, tronco e raízes.
Os tratamentos devem ser feitos
durante os períodos de intensa
actividade fisiológica das árvores, ou
seja, na Primavera e no Outono. Nas
árvores atingidas deve-se efectuar as
pulverizações foliares todos os 2 ou 3
meses e tratar as lesões, pincelando as
feridas com uma calda espessa.
Esta doença é causada pelo fungo
Colletotrichum Gloeosporioides e afecta
8.2/A Antracnose
Laranja de Amares - Doce Oportunidade
principalmente as árvores
enfraquecidas, que se localizam em
solos pesados com níveis baixos de
matéria orgânica e níveis elevados de
calcário activo. Propaga-se com a
ajuda das chuvas outonais e provoca
uma dessecação característica nos
ramos novos. De forma a não se
confundir com os sintomas causados
pelos ventos quentes, falta de água, ou
excesso de salinidade nas águas de
rega, pode observar-se a olho nu as
folhas dos ramos murchos, com
pequenas manchas escuras
características. As espécies mais
sensíveis a esta doença são as
limeiras, as laranjeiras e os limoeiros.
Nas árvores com antracnose, é
aconselhável como luta cultural suprimir
os ramos atacados e queimá-los para
evitar a propagação do fungo, efectuar
adubações equilibradas e evitar
circunstâncias que debilitem as árvores.
Deve-se efectuar tratamentos à base
de cobre (hidróxido).
MÍLDIO DOS CITRINOS, Phytophthora hibernalis
O míldio ou aguado dos citrinos é
provocado principalmente pelo
P.hibernalis e inicia a sua actividade
desde que a temperatura seja superior
a 12ºC e a humidade relativa superior a
70%.
A infecção ocorre, regra geral, no
decurso da mudança de cor dos frutos.
Os fungos responsáveis pelo míldio
hibernam no solo, durante a estação
quente, essencialmente sob a forma de
clamidósporos, mas também sob a
forma de oósporos.
Em condições adequadas germinam,
dão origem a zoosporângios que depois
Laranja de Amares - Doce Oportunidade 042 - 043
se rompem e libertam zoósporos, os
quais, disseminados pelo vento e pela
chuva vão penetrar pelas estomas das
folhas e originar as denominadas
infecções primárias.
Uma vez desenvolvidos dão origem a
zoosporângios, o primeiro sinal visível
da doença, a chamada infecção
secundária, os quais podem dar ou não
origem a zoósporos. Os zoosporângios
são disseminados pelo vento, chuva ou
insectos.
O míldio ataca os citrinos desde as
primeiras chuvas do Outono até às
últimas chuvas da Primavera.
Os sintomas verificam-se normalmente
nas folhas e nos frutos localizados a
cerca de 1m de altura do solo.
Na página superior das folhas surgem
manchas oleosas que provocam
necroses nas extremidades e no ápice,
de coloração olivácea nas laranjeiras e
acastanhada nos limoeiros. Na página
inferior, nas zonas correspondentes às
manchas oleosas, aparecem leves
manchas pubescentes esbranquiçadas,
constituídas por conidióforos e
zoosporângios.
Nos frutos verificam-se manchas
descoloridas que mais tarde viram para
cor castanha pardacenta de que se
origina podridão seca, por vezes com
ligeira pubescência esbranquiçada nas
margens das manchas, de
característico cheiro acre. Se o tempo
corre seco, a casca dos frutos pode
apresentar-se firme, elástica,
ressequida e não apodrece.
Folhas e frutos atacados (normalmente
os mais próximos do solo) têm
tendência para cair, sendo depois os
frutos contaminados por fungos
Laranja de Amares - Doce Oportunidade
saprófitas (Penicillium, por exemplo).
Os ataques de míldio podem originar
elevada desfoliação e queda de frutos,
o que põe em causa a produção. A
colheita de frutos já contaminados
compromete, seriamente, a fruta a
armazenar ou a transportar até ao
consumo.
Como luta cultural, aconselha-se a
drenar o solo, efectuar podas para
promover o arejamento e colher e
enterrar os frutos infectados. Na luta
química, deve-se aplicar produtos à
base de cobre no Outono/Inverno.
Esta doença é uma consequência do
ataque ao sistema radicular das árvores
por um dos seguintes fungos do solo:
Armillaria Mellea, Dematophora Necatrix
e Clitocybe Tabescens, que muitas das
vezes são difíceis de distinguir uns dos
outros. Durante um ataque radicular às
árvores, o enfraquecimento observado
à superfície pode ser lento,
manifestando-se apenas pelo
amarelecimento progressivo das folhas
e queda das mesmas. Pode, por
vezes, ser mais violento,
caracterizando-se pela secagem das
folhas e ramos de quase toda a árvore.
No entanto, a luta contra a podridão é
sempre uma luta essencialmente
preventiva.
Relativamente, às práticas culturais e
8.2/A Podridão das Raízes
Laranja de Amares - Doce Oportunidade 044 - 045
tendo em conta que o desenvolvimento
dos fungos responsáveis pela podridão
é favorecida pela presença no solo de
resíduos lenhosos e por uma humidade
excessiva na base do tronco e na
proximidade das raízes, é
recomendável:
● Na altura da instalação do pomar,
garantir a total distribuição de restos
vegetais lenhosos e ,especialmente, se
o pomar novo for instalado em terreno
recentemente arroteado ou resultante
do arranque de uma vinha ou de um
pomar velho;
● Após a instalação do jovem pomar
aconselha-se, nas regas, não manter
ao nível do tronco ou das raízes uma
humidade excessiva, sempre favorável
ao desenvolvimento dos fungos.
Esta doença é caracterizado por um
forte ataque de cochonilhas, sobretudo
da cochonilha-negra e da carrapeta-
branca ou de uma forte concentração
de pulgões ou de aleurodídeos. Com
efeito, estes insectos libertam sobre as
folhas e os ramos uma melada na qual
o fungo responsável pela fumagina
encontra um meio favorável para o seu
desenvolvimento. No caso de a melada
segregada ser abundante, este fungo
cobre o sistema lenhoso e foliar da
árvore bem como os frutos. A camada
8.3/A Fumagina
Laranja de Amares - Doce Oportunidade
negra e opaca formada na superfície é
perigosa uma vez que incita a
diminuição
do vigor da planta e uma diminuição da
produtividade. Evidentemente que uma
luta contra as cochonilhas, os pulgões
ou as moscas-brancas-dos-citrinos
evitará a instalação da fumagina.
Desde o seu aparecimento, é fácil
eliminá-la tratando as árvores com um
produto cúprico como o oxicloreto de
cobre a 0,5%. Este tratamento é
inofensivo para os que destroem as
diversas pragas de citrinos.
Este tipo de doenças são consequência
dos ataques de espécies de fungos que
provocam, seja no pomar, seja nos
entrepostos de armazenagem variadas
modificações nos fungos, tornando-os
impróprios para consumo.
Normalmente, são frequentes três tipos
de alterações, que são identificadas
segundo as colorações: o Bolor azul
(Penicillium italicum), o Bolor verde
(Penicillium digitatum) e a Podridão
negra (Phytophthora sp.). Estes bolores
são causados por fungos que penetram
na epiderme do fruto a partir de uma
ferida feita por um insecto ou
provocada por um choque aquando da
colheita ou transporte, e um fruto
contaminado pode contaminar também
os envolventes. Desta forma, é
recomendável manipular com cautela os
frutos na altura da colheita.
As pulverizações foliares com fosetil,
recomendadas para a luta contra a
Phythophtora, protegerão os frutos dos
ataques da podridão negra.
8.4/Os bolores e as podridões dos frutos
Laranja de Amares - Doce Oportunidade 046 - 047
Esta doença pode ser transmitida por
diversos tipos de pulgões e afecta
quase todos os citrinos que tenham,
como porta-enxerto, a laranjeira azeda.
Relativamente aos sintomas, a
folhagem toma, à partida, um aspecto
acobreado e as folhas secam e caem;
queda mais ou menos intensa da
folhagem deixando a descoberto frutos
de pequeno calibre; nos casos mais
adiantados da doença, uma redução
do diâmetro da laranjeira-azeda pode
ser observada na ligação deste à
variedade.
Nas plantas muito afectadas, faz-se
uma abertura na casca ao nível da
linha do enxerto, podendo observar-se
na laranjeira-azeda a presença de finas
agulhas de madeira que penetram em
cavidades situadas na face interior da
casca. No que diz respeito a
recomendações, na altura das novas
plantações de citrinos deve-se usar em
alternativa à laranjeira-azeda, um
porta-enxerto que garanta associações
variedade/porta-enxerto tolerantes à
doença; para as novas plantações,
utilizar apenas plantas provenientes de
viveiros certificados, sob controlo dos
serviços de Protecção de Plantas, que
assegurem o perfeito estado dos
pomares.
8.5/O Vírus da Tristeza
Laranja de Amares - Doce Oportunidade
o porta-enxerto é a laranjeira-azeda,
vigiar todos os enfraquecimentos
anormais das laranjeiras, clementinas,
tangerineiras ou outros citrinos.
MOSCA BRANCA DOS CITRINOSAleurothrixus floccosus Mask
A mosca branca é um pequeno insecto,
medindo cerca de 1,5 mm de
comprimento e 2,4 a 2,5 mm de
envergadura das asas, tendo o corpo
de cor amarela recoberto por materiais
cerosos, de onde resulta um aspecto
esbranquiçado característico.
A postura pelas fêmeas adultas é feita
na página inferior das folhas, com os
ovos pequenos e muito numerosos em
disposição circular ou semicircular.
Inicialmente são claros, tornando-se
castanho escuros à medida que vão
amadurecendo.
Das larvas resultam as ninfas, sendo
as do 1º instar, móveis e as do 2º
instar, fixas. É a partir desta fase que
vai crescer, a segregação de melada e
materiais cerosos brancos, lembrando
algodão. Habitualmente, contam-se 4-
5 gerações anuais, de 5-6 semanas
cada, verificando-se os níveis máximos
populacionais entre Maio e Outubro
As folhas das árvores atacadas ficam
recobertas por um enfeltrado de cera
branca.
As larvas e ninfas, agrupadas em
numerosas e densas colónias, sugam a
seiva da planta e a melada excretada
serve de suporte à fumagina,
impedindo a função normal das folhas,
que morrem por asfixia.
Quando os ataques não são
devidamente controlados ocorre a
diminuição do vigor
9/As Pragas
Laranja de Amares - Doce Oportunidade 048 - 049
da árvore, da floração e da produção,
podendo haver perdas de produção
quase totais e, mesmo assim, com
frutos de pequeno calibre. Como luta
cultural aconselha-se a limpeza da
melada e fumagina das árvores com
caldas de detergentes. Os tratamentos
devem ser com produtos à base de
buprofezina ou lufenurão.
Ataque de mosca branca
Mosca branca
LAGARTA MINEIRA Phyllocnistis citrella
Ataca a rebentação jovem durante todo
o ano e multiplica-se muito
rapidamente, podendo apresentar de 11
até 16 gerações anuais, cada uma
variando de 2 a 7 semanas,
dependendo da temperatura. Os
ataques ocorrem entre a Primavera e o
Outono, mas os mais graves são os
que ocorrem entre o Verão e o Outono.
O adulto é uma pequena borboleta de
cor clara, com cerca de 4 mm de
comprimento e 7-8 mm de
envergadura, e que vive durante
poucos dias, por geração. A postura é
realizada essencialmente sobre a
página inferior das folhas dos rebentos.
Os ovos, colocados isoladamente ou
em grupos de 2 ou 3, são de
pequeníssima dimensão, cerca de 0,2-
0,3 mm, sendo muito difícil descobrir.
Laranja de Amares - Doce Oportunidade
Para o seu desenvolvimento são
necessários 2-10 dias.
Após a eclosão dos ovos surgem larvas
de cor amarela, seguidamente amarela-
esverdeada, dotadas de uma cápsula
cefálica castanha e mandíbulas
apropriadas para escavação de galerias
entre a epiderme e o parênquima
adjacente e alimentando-se do suco
celular. Passados quatro estados
larvares, as larvas passam a ninfas ou
crisálidas e após 6-22 dias um novo
adulto perfura o casulo e sai para o
exterior. A lagarta mineira das folhas
dos rebentos passa o Inverno sob a
forma de ninfa ou, também, sob a
forma de lagarta escondida nas folhas.
Na Primavera, os adultos efectuam as
primeiras posturas nos novos rebentos.
São evidentes deformações,
necrosamentos e, por vezes,
desfoliações, como consequência da
escavação de galerias sob a epiderme
da folha ou do jovem rebento. As
galerias são visíveis a olho nu,
apresentando coloração prateada
escura resultante dos excrementos
líquidos da larva ao longo da galeria.
Quando os ataques são muito intensos
chegam a ser contadas até 9 galerias
por folha. Os estragos são provocados
pelas larvas que fazem galerias nas
folhas dos rebentos jovens, ao mesmo
tempo que perfuram as paredes
celulares para consumirem o seu
conteúdo. Daí resulta a morte e queda
das folhas. Esta acção tão nefasta
afecta o desenvolvimento das árvores
adultas e limita drasticamente a
produção. Nas árvores jovens, no
viveiro ou no local definitivo, a
destruição pode ser completa.
Laranja de Amares - Doce Oportunidade 050 - 051
definitivo, a destruição pode ser
completa.
Esta lagarta mineira ataca todas as
espécies e variedades de citrinos.
Como luta cultural, aconselha-se a o
controle da rebentação através de
fertilização, poda e rega adequada. Na
luta química aconselha-se tratamentos
à base abamectina.
Ovos
Larva no 1º estágio
Larva no 2º estágio
Larva
Galerias feitas pelas larvas
Laranja de Amares - Doce Oportunidade
Se bem que os estragos causados por
esta praga, sejam de importância
secundária, certos anos, devido a
condições climatéricas, os seus ataques
podem comprometer o desenvolvimento
vegetativo de novos crescimentos. Com
efeito, as colónias por vezes muito
densas localizam-se sobre as jovens
ramificações e alimentam-se da seiva
do vegetal. As suas picadas provocam
um enrolamento e um encarquilhamento
característico das folhas, e uma
deformação e diminuição do
crescimento dos jovens ramos. Os
ataques dos afídeos ocorrem,
sobretudo, na Primavera e no Outono,
acompanhando o desenvolvimento das
novas ramificações. Como luta cultural
aconselha-se, a partir da rebentação,
evitar adubações azotadas em excesso,
destruir as infestantes, que são
hospedeiros alternativos dos afídeos.
Na luta química, devem-se efectuar
tratamentos com produtos à base de
pirimicarbe ou pimitrozina.
Larvas da mosca da fruta
Designado por Ceratis capitata, este
insecto está muito presente em frutos
açucarados. No final do Verão, este
insecto, cujas populações foram
10/Afídeos
10.1/A Mosca-da-Fruta
Laranja de Amares - Doce Oportunidade 052 - 053
aumentando ao longo do Verão,
começam os seus ataques.
Em termos de danos, existem aqueles
que resultam das picadas das fêmeas
para depositarem os ovos no interior
dos orifícios de postura; os tecidos que
rodeiam estes orifícios endurecem e
ficam com uma coloração negra.
Existem, ainda, os danos causados por
larvas que devoram a polpa da fruta e
permitem a entrada de fungos que
apodrecem o fruto. Consequentemente,
os frutos danificados caem.
Os danos causados pela mosca-da-
fruta nos citrinos, podem variar de um
ano para outro. Os Outonos quentes e
secos são favoráveis a densidades
devastadoras e os ataques em
clementinas podem ser catastróficos se
os tratamentos não forem realizados.
Relativamente às formas de combate,
estas baseiam-se na vigilância das
populações de moscas a partir de
armadilhas instaladas em algumas
árvores, que têm como intuito atrair as
moscas adultas. A contagem diária dos
indivíduos presos nas armadilhas indica
ao citricultor a importância da
densidade populacional de mosca. As
armadilhas são pequenos recipientes
em material plástico colorido de
amarelo-laranja e contém: uma
substância atractiva que pode ser o
hidrolizado de proteína (a 1%) ou um
atractivo sexual como a imitação
sintética da hormona feminina da
mosca-da-fruta; um insecticida de
contacto, o diclorvos ou fentião.Em
cada armadilha é colocada uma mecha
de cotão embebida em 2 ml de uma
solução composta em 70% por atractivo
sexual em 30% de insecticida.
Laranja de Amares - Doce Oportunidade
É de salientar que os atractivos sexuais
apresentam a vantagem de atrair as
moscas-da-fruta machos, enquanto a
outra substância atrai um grande
número de outros insectos. Na prática
recomenda-se colocar 2 a 3 armadilhas
por hectare, a partir dos primeiros dias
de Setembro e as contagens das
moscas presas nas armadilhas devem
ser efectuadas periodicamente e
sempre que o número médio de 3
moscas for atingido, é necessário
efectuar o tratamento.
Os tratamentos efectuados no pomar
para travar os ataques da mosca-da-
fruta são localizados, com o intuito de
reduzir ao mínimo a destruição dos
insectos auxiliares que limitam
naturalmente as populações de outras
pragas. Na prática aconselha-se tratar
apenas a face sul de uma fileira de
árvores e é importante materializar
através de uma marca a fileira tratada,
para que na repetição dos tratamentos
sejam tratadas as mesmas árvores. A
solução para este tratamento é
composta por dois produtos: um é o
atractivo e o outro um insecticida.
São um grupo de pragas perigoso para
os citrinos, não só pelas depreciações
que provocam nos frutos, mas também
pelo enfraquecimento das árvores.
Estes insectos possuem uma armadura
picadora-sugadora e fixam-se em
colónias sobre praticamente todas as
10.2/As Cochonilhas
Laranja de Amares - Doce Oportunidade 054 - 055
partes aéreas da árvore, manifestando-
se pela dessecação de determinados
órgãos. No ponto de fixação, a casca
do fruto, perde a coloração, o que
altera a qualidade da produção.
Nalguns casos, a infestação de
cochonilhas é acompanhada de uma
reprodução abundante de fumagina,
que se desenvolve sobre a secreção
viscosa e açucarada excretada. As
fortes infestações de cochonilhas, tem
como ponto de partida uma das
seguintes causas: condições climáticas
particularmente favoráveis; poda de
manutenção insuficientemente severa
nas árvores, criando no interior da
folhagem um abrigo e um clima
propício; má execução de um
tratamento; utilização abusiva de fortes
insecticidas, em períodos de baixa
receptividade de cochonilhas.
Conclusões
Entre as principais doenças
criptogâmicas, a gomose parasitária é
sempre de temer nos pomares onde o
porta-enxerto é sensível à doença ou
nos pomares onde o ponto de enxertia
se encontra localizado perto do solo. É
indispensável, na altura da rega por
gravidade, não humedecer a terra
próxima do colo das árvores.
Relativamente às doenças
criptogâmicas, os seus ataques serão
limitados se a colheita e as
manipulações após a colheita forem
efectuadas cautelosamente.
As doenças víricas e com micoplasmas,
contra as quais o citricultor se encontra
desarmado, são um grande problema.
Como tal, o citricultor deve exigir do
viveirista o certificado fitossanitário.
As pragas que exigem vigilância
Laranja de Amares - Doce Oportunidade
permanente são a mosca-da-fruta, as
cochonilhas, as moscas-brancas-dos-
citrinos e os ácaros.
A protecção fitossanitária das árvores
de citrinos exige tratamentos
apropriados, de forma a, não somente,
controlar as populações de pragas, mas
também a velar pela não destruição dos
insectos auxiliares. Os tratamentos
localizados e realizados de forma
preventiva, a vigilância e controlo dos
primeiros focos de infestação com
auxílio de produtos específicos e os
tratamentos correctamente cumpridos
com material adequado, são condições
fundamentais para se conseguir uma
boa protecção dos citrinos.
Protecção Fitossanitária
Para a instalação e manutenção de um
pomar de citrinos de elevada qualidade
sanitária é aconselhável o uso de
estratégias de protecção, medidas
indirectas (legislativas, genéticas e
culturais) e meios directos (biológicos,
biotécnicos e químicos) que menos
afectem o ambiente e permitam a
eliminação ou redução da acção dos
principais inimigos da cultura. Assim
sendo, devem utilizar-se medidas
preventivas, antes de recorrer às
medidas directas, que visam a
eliminação da população do inimigo da
cultura que causa prejuízos.
No sentido de orientar os produtores a
utilizar, cada vez menos, os produtos
químicos que provocam a poluição do
ambiente e o desaparecimento dos
auxiliares nos pomares, serão descritas
algumas técnicas para avaliar os
problemas fitossanitários que possam
ocorrer nos pomares de citrinos.
Laranja de Amares - Doce Oportunidade 056 - 057
A observação visual consiste na
quantificação periódica de pragas e
doenças ou dos seus estragos ou
prejuízos, bem como dos auxiliares
activos na cultura através de um certo
número de órgãos representativos das
árvores na parcela considerada. Esta
observação é realizada directamente na
cultura, contudo, em certos casos para
completar a observação visual, pode
realizar-se a colheita de um dado
número de amostras a examinar no
laboratório.
Para uma parcela até 4ha as
observações incidem em 100-150
órgãos, podendo chegar a 300, de
acordo com o inimigo em causa, à
razão de 4/5 órgãos em 20/25
árvores ou 2 rebentos em 50 árvores.
Para uma parcela de dimensão superior
é necessário aumentar o número de
observações.
A periodicidade, o tipo e o número de
órgãos a observar variam com o
inimigo, a época de observação e a
existência do risco. Para o efeito, deve
percorrer-se a parcela zig-zag entre
duas linhas, seleccionando,
aleatoriamente, de um lado e de outro
da linha, perfazendo o total de
unidades estipuladas na metodologia de
estimativa do risco, de modo a
percorrer a totalidade da parcela.
Para as pragas, regista-se o número
total de indivíduos observados por
ramo/rebento/folha/fruto ou calcula-se
a percentagem de órgãos atacados no
número de árvores observadas.
11/Observação Visual
Laranja de Amares - Doce Oportunidade
Relativamente às doenças, nos
períodos de risco, determina-se
periodicamente a intensidade do ataque
num percurso ao longo do pomar, de
acordo com o esquema referido,
através da avaliação da presença de
sintomas nos órgãos amostrados,
adoptando a seguinte escala:
0 – Ausência;
1 – Até 10% do órgão atacado;
2 – 10 a 15% do órgão atacado;
3 – Mais de 25% do órgão atacado.
Feita a observação a nível das árvores,
é calculada a incidência a nível da
parcela, adoptando a seguinte escala:
0 – Ausência;
1 – Por focos, ou em árvores isoladas;
2 – 25 a 50% de árvores da parcela
afectadas (ataque médio);
3 – Mais de 50% de árvores da parcela
afectadas.
Através desta técnica, procede-se à
captura de pragas e fauna auxiliar. Esta
técnica baseia-se no princípio de
capturar, de surpresa, no seu meio
natural os artrópodes pragas ou
auxiliares. Para uma parcela até 4 ha,
esta técnica deve ser efectuada em 50
árvores, dando 3 pancadas (rápidas e
seguidas) em dois ramos de cada
árvore.
As armadilhas são utilizadas, para
fornecer informação acerca da época
de surgimento de certas pragas. São
um instrumento útil para medir o início
e o pico do voo das pragas acerca da
forma mais correcta de posicionar os
produtos fitofarmacêuticos. A estimativa
11.1/Técnica das Pancadas
11.2/Armadilhas
Laranja de Amares - Doce Oportunidade 058 - 059
do risco correcta não deve ser feita
apenas com base nas contagens dos
indivíduos capturados nas armadilhas,
dado que nem sempre se verifica uma
relação directa entre as capturas e os
estragos provocados pelas pragas.
Assim, a estimativa correcta é
efectuada através da observação de
órgãos nas árvores conjugada com a
informação obtida nas armadilhas.
Armadilha Cromotrópica Amarela
Armadilha tipo delta com feromona
Armadilha mosqueiro com feromona
Através das técnicas de avaliação
fitossanitária anteriormente
mencionadas, obtém-se a informação
relativamente à necessidade de se
efectuar ou não o tratamento
fitossanitário para determinada praga ou
doença. No caso de haver necessidade
de se efectuar tratamentos
fitossanitários nos citrinos e para
melhor orientar os produtores, foi
elaborado um calendário de tratamentos
e fertilização dos citrinos.
Laranja de Amares - Doce Oportunidade
A colheita de citrinos prolonga-se por
um período que se inicia no início do
mês de Outubro e termina durante o
mês de Junho. No caso da laranjeira
de Amares, a colheita inicia-se em
Maio e termina em Agosto, isto é, nos
meses sem “r”.É importante que os
citrinos, contrariamente a outros frutos,
sejam colhidos num estado de
maturidade tanto mais próximo quanto
possível da sua maturação de
consumo. Os frutos não devem estar
verdes, mas devem, no momento da
colheita, apresentar a cor específica da
variedade em pelo menos 2/3 da
superfície. Com efeito, a maturação do
fruto é essencialmente marcada pelo
crescimento do teor em açúcar do seu
sumo e consequentemente por uma
diminuição da sua acidez.
CALENDÁRIO DE TRATAMENTOS E FERTILIZAÇÃO DOS CITRINOS
DEZ.
JAN.
FEV.
MAR.
ABR.
MAI.
JUN.
JUL.
AGO.
SET.
OUT.
NOV.
ANTRACNOSE E MILDIO E GOMOSE
AFÍDEOS LAGARTA MINEIRA
MOSCA DO MEDITERRÂNE
O
COCHONILHAS ADUBAÇÃO DE
FUNDO
CORRECÇÃO DE CARÊNCIA
DE FERRO
CORRECÇÃO DE CARÊNCIAS
DE BORO, ZINCO E
MANGANÊS
11.3/A Colheita
Laranja de Amares - Doce Oportunidade 060 - 061
A colheita dos frutos realiza-se
manualmente. As lesões resultantes de
manipulações não cautelosas,
modificam a sua apresentação e
propiciam o surgimento de fungos.
Relativamente ao material de colheita,
os colhedores devem estar munidos de
tesouras de colheitas. O pedúnculo do
fruto deve ser cortado rente ao nível do
cálice. De uma forma mais prática, o
colhedor pega com a mão no fruto a
cortar e com a outra mão corta o
pedúnculo com a tesoura. Os frutos
colhidos, de seguida são colocados
com precaução nas caixas de colheita.
É aconselhável a utilização de escadas
sólidas, leves e estáveis, para colher
os frutos situados nas partes mais
altas. No que diz respeito à
organização dos recursos humanos,
estes devem-se organizar em
equipa, estando cada um dos
elementos orientados por um líder da
equipa incumbido de controlar e
supervisionar a boa execução do
trabalho. Antes de a colheita iniciar, as
caixas que irão receber os frutos devem
ser lavadas e desinfectadas e o seu
número deve ser proporcional à carga
das árvores, em frutos.
É recomendável iniciar a colheita
apenas depois do desaparecimento da
humidade nocturna que deixa os frutos
molhados, uma vez que esta humidade
favorece a turgescência das células da
epiderme e sobretudo das glândulas.
Estas células encontram-se muito
frágeis e perante o efeito de pequenos
choques, libertam os óleos que alteram
a epiderme do fruto. Os frutos que
apresentem sintomas da presença de
agentes patogénicos
Laranja de Amares - Doce Oportunidade
causadores de podridões, devem ser
eliminados.
É aconselhável que os elementos da
equipa tenham as unhas cortadas para
evitar ferimentos nos frutos, e no
momento da colheita as caixas não
devem ser enchidas até ao limite da
borda, a fim de evitar lesões nos frutos
quando estes forem transportados.
Após a colheita, os frutos são
transportados para serem
acondicionados. O acondicionamento
resume-se a submeter os frutos a uma
série de operações em cadeia. As
principais etapas são a recepção e
limpeza, a pré-triagem e a limpeza, o
tratamento com fungicida e
enceramento, a triagem, a calibragem e
a embalagem.
Por motivos conjunturais (saturação do
mercado, grande produção, etc) os
citrinos acondicionados podem ser
armazenados em entrepostos.
Se os entrepostos não são refrigerados,
a duração da armazenagem será
limitada a:
• 4 a 8 semanas para as laranjas;
• 6 a 8 semanas para as laranjas
tardias
É fundamental que o local de
armazenagem seja bem arejado.
A temperatura no local deve ser
mantida a 4º, com uma humidade
relativa ambiente do ar da ordem de
85%. É de salientar que a clementina
suporta mal o armazenamento, a sua
manutenção nos armazéns refrigerados
não pode exceder as 3 a 4 semanas.
11.4/O Acondicionamento
11.5/A Conservação
Laranja de Amares - Doce Oportunidade 062 - 063
Para que não ocorra fracassos
inesperados, aconselha-se que sejam
tomadas as seguintes medidas
relativamente ao local de
armazenamento:
• Manutenção de todos os elementos
que intervêm no processo de
armazenamento e manipulação dos
frutos, com a maior limpeza e assepsia
possíveis;
• Instalações e maquinaria da linha de
processamento do fruto limpas e
desinfectadas no inicio e, uma vez por
quinzena durante o funcionamento;
• Limpeza das caixas e recipientes
utilizados no transporte e
armazenamento dos frutos, uma vez
por ano. Como regra geral, todos
aqueles elementos que possam afectar
a qualidade dos frutos, deverão ser
limpos;
A alporquia é um dos métodos mais
antigos utilizados para a reprodução de
plantas. O processo consiste em
incentivar uma região próxima da
extremidade de um caule principal ou
de um ramo lateral a produzir raízes.
Este processo deve ser realizado no
mês de Junho. Assim sendo, numa
primeira fase deve cortar-se
aproximadamente 5 cm de casca, como
se pode verificar nas figuras, 1 e 2.
Fig. 1
11.6/ Métodos de Propagação
Laranja de Amares - Doce Oportunidade
Fig. 2
Fig. 3
Fig.4
Retira-se a casca (figura 3), e raspa-
se a zona com uma navalha até ficar
com cor esbranquiçada (figura 4).
Seguidamente coloca-se um recipiente
(por exemplo um garrafão de plástico)
cortado a meio apenas num dos lados
(figura 5) e enche-se com terra húmida
(figura 6 e 7).
Fig. 5
Fig. 6
Fig. 7
Laranja de Amares - Doce Oportunidade 064 - 065
A enxertia é a união dos tecidos de
duas plantas, geralmente da mesma
espécie, passando a formar uma planta
com duas partes: o enxerto e o porta-
enxerto. O enxerto é o que vai
reproduzir os frutos da variedade
desejada e o porta-enxerto é o sistema
radicular, que tem funções básicas
como o suporte da planta, fornecimento
de água e nutrientes e a adaptação da
planta às condições do solo, clima e
doenças. O seu desenvolvimento é
rápido, o que facilita a reconstituição de
uma plantação perdida por pragas.
A escolha do porta-enxerto, deve ter
em conta as condições adversas do
meio, a sua tolerância a pragas e
doenças, assim como o seu
comportamento em viveiro e a
influência que tem sobre a variedade
enxertada. Para melhor orientar os
produtores, foram caracterizados certos
porta-enxertos relativamente aos
aspectos mencionados anteriormente.
Laranja de Amares - Doce Oportunidade
Tangerineira CleópatraC. reshni Hort ex Tan.Tangerineira CleópatraC. reshni Hort ex Tan.
Sensível Sensível Sensível Resistente
Sensível
Sensível Sensível Sensível Resistente
Sensível
Resistente
Resistência média
Resistente
Sensível Resistência média
Resistente
Muito resistente
Sensível Resistente
Resistência média
Citrumelo Swingle( CPB 4475)
Muito Sensível
Resistência média
Muito resistente
Resistência média
Resistente
Laranjeira azedaC. aurantium L
Resistente
Resistência média
Resistente
Resistente
Resistência média
AlemowC. macrophylla
Muito resistente
Resistente
Resistente
Sensível Resistente
RangpurCitrus limonia
Resistente
Muito resistent
Sensível Sensível Resistente
Limoeiro rugosoCitrus jambhiri
Resistente
Resistência média
Resistente
Sensível Resistência média
Poncirus trifoliataPoncirus trifoliata
Muito Sensível
Sensível Muito resistent
Muito resistent
Sensível
Porta-enxerto Calcário
Citranjeira TroyerC. Sinensis (L.) Osbeck x P. Trifoliata (L.) Raf.
Citranjeira CarrizoC. Sinensis (L.) Osbeck x P.Trifoliata (L.) Raf.
C. volkamerianaCitrus volkamerianaTen. & Pasq.
Tangerineira CleópatraC. reshni Hort ex Tan.
Salinidade
Asfixia
radicularGeadas Seca
GRAU DE SENSIBILIDADE DE ALGUNS PORTA-ENXERTOS EM RELAÇÃO ÀS CONDIÇÕES
ADVERSAS DO MEIO (Adaptado de Forner Valero (1985)).
Laranja de Amares - Doce Oportunidade 066 - 067
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COMPORTAMENTO DE ALGUNS PORTA-ENXERTOS EM VIVEIRO E INFLUÊNCIA SOBRE A
VARIEDADE ENXERTADA (Adaptado de Forner Valero (1985))
Laranja de Amares - Doce Oportunidade
O PRODER – Programa de
Desenvolvimento Rural é um
instrumento estratégico e financeiro de
apoio ao desenvolvimento rural do
Continente para o período 2007-2013,
aprovado pela Comissão Europeia.
Decorrente do Plano Estratégico
Nacional – PEN, que define as
orientações fundamentais para a
utilização do FEADER (Fundo Europeu
Agrícola do Desenvolvimento Rural), a
estratégia nacional para o
desenvolvimento rural, visa a
concretização dos seguintes objectivos:
● Aumentar a competitividade dos
sectores agrícola e florestal;
● Promover a sustentabilidade dos
espaços rurais e recursos naturais;
● Revitalizar económica e socialmente
as zonas rurais.
A estes objectivos estratégicos
acrescem ainda objectivos de carácter
transversal como o reforço da coesão
territorial e social e a promoção de
eficácia de intervenção dos agentes
públicos, privados e associativos na
gestão sectorial e territorial.
As principais linhas de financiamento
PRODER, no que se refere à produção
de laranja, inserem-se no âmbito da
medida Inovação e Desenvolvimento
Empresarial. Os principais objectivos
desta medida são:
● Incentivar o desenvolvimento de
sinergias e dimensão nos investimentos
e o potencial induzido pela inovação;
● Promover o desenvolvimento da
competitividade das fileiras;
● Contribuir para a valorização das
empresas agrícolas e de transformação
e comercialização de produtos
agrícolas;
12/Linhas de Financiamento PRODER
Laranja de Amares - Doce Oportunidade 068 - 069
● Promover a renovação do tecido
empresarial agrícola;
● Contribuir para a melhoria das
condições de vida e do trabalho.
Para alcançar estes objectivos
estabeleceram-se um conjunto de
mecanismos de forma a disponibilizar
incentivos diferenciados e ajustados aos
vários tipos de agricultores, agentes,
empresas e indústrias, bem como a
sua inserção em fileiras estratégicas ou
não estratégicas.
A medida Inovação e Desenvolvimento
Empresarial é operacionalizada através
das seguintes acções:
● Modernização e capacitação das
empresas;
● Investimentos de pequena dimensão;
● Instalação de jovens agricultores.
A primeira medida (Modernização e
Capacitação das Empresas) destina-se
a apoiar investimentos em explorações
agrícolas para a produção primária de
produtos agrícolas e investimentos na
transformação e/ou comercialização de
produtos agrícolas.
Esta medida tem como objectivo
promover o processo de modernização
e capacitação das empresas do sector
agro-alimentar, através do aumento das
actividades produtivas, e da orientação
para o mercado. São também
objectivos o desenvolvimento de
competitividade das fileiras estratégicas,
inovar, preservar e melhorar o
ambiente, assegurando a
compatibilidade dos investimentos com
as normas ambientais e de higiene e
segurança no trabalho.
Relativamente à segunda medida, esta
apoia materiais de pequena dimensão,
de natureza pontual ou não
Laranja de Amares - Doce Oportunidade
inseridos em planos de investimento,
que pelos baixos montantes envolvidos,
dispensam uma análise aprofundada.
No que diz respeito a objectivos, esta
medida visa melhorar as condições de
vida, de trabalho e de produção e
contribuir para o processo de
modernização e capacitação das
empresas do sector. Os beneficiários
são agricultores ou pessoas que
exerçam actividade agrícola.
No que concerne a despesas,
consideram-se despesas investimentos
materiais de pequena dimensão
necessários ao desenvolvimento de
actividade produtiva agrícola,
nomeadamente máquinas e
equipamentos, nos termos do
estabelecido do artigo 55º do
Regulamento (CE) nº 1974/2006.
Relativamente a tipo, nível e limite de
apoio, existe uma linha simplificada de
crédito, com bonificação de juros, com
um limite elegível mínimo de 5000€ e
máximo de 25000€ de investimento. O
nível de apoio respeitará os máximos
estabelecidos na Regulamentação
Comunitária. O método de cálculo da
bonificação a utilizar baseia-se na taxa
de referência para o cálculo das
bonificações suportadas pelo
Orçamento de Estado, fixada por
portaria do Ministério das Finanças, de
acordo com o Decreto-Lei nº 359/89,
de 18 de Outubro. Finalmente, a
terceira medida, pretende apoiar a
instalação inicial de jovens agricultores,
assente num plano empresarial de
desenvolvimento e adaptação de
exploração, capaz de gerar impactos
positivos nos sectores e na região onde
se insere.
Laranja de Amares - Doce Oportunidade 070 - 071
A instalação, bem sucedida, de jovens
agricultores deverá contribuir para a
melhoria geral de actividade, induzir
maior dinamismo empresarial, baseado
em novas competências, melhor
adaptabilidade com melhorias na gestão
e níveis de produtividade mais
elevados. Relativamente a objectivos,
esta medida pretende fomentar a
renovação e rejuvenescimento das
empresas agrícolas, promover o
processo de instalação de jovens
agricultores e contribuir para uma
adequada formação e qualificação
profissional dos jovens agricultores.
Em termos de área geográfica, esta
medida circunscreve todo o Continente
e os beneficiários poderão ser jovens
agricultores em regime de primeira
instalação ou pessoas colectivas, em
que os sócio-gerentes que detenham
a maioria do capital tenham mais de 18
anos e menos de 40.
Relativamente a compromissos, os
beneficiários deverão cumprir o plano
empresarial e manter a actividade pelo
menos durante 5 anos. Deverão
também cumprir com as obrigações
legais, nomeadamente as fiscais e com
a Segurança Social, para além de que
devem cumprir as Normas Comunitárias
ou assegurar a adaptação às mesmas
num prazo de 36 meses a contar da
data de instalação, quando houver
necessidade de realizar investimentos
para o seu cumprimento. Os
beneficiários devem possuir ainda
registo de exploração no Sistema de
Identificação Parcelar (SIP).
Os apoios são concedidos sob a forma
de subsídios não reembolsáveis no
valor de 40000€ por beneficiário.
Laranja de Amares - Doce Oportunidade
Excepcionalmente em 2008, os
pedidos de apoio são apresentados de
12 de Maio a 30 de Junho e de 1 de
Setembro a 31 de Outubro. Nos anos
posteriores, as datas são as seguintes:
de 1 a 31 de Janeiro, de 1 a 30 de
Abril, de 1 a 31 de Julho e de 1 a 31 de
Outubro. Os pedidos de apoio são
avaliados de acordo com a Valia do
Plano Empresarial (VPE) e a Valia do
Plano de Formação (VPF). Os pedidos
de apoio são pontuados em função do
cálculo de respectiva Valia do Jovem
Agricultor (VJA), de acordo com a
seguinte fórmula VJA=0,60VPE +
0,40VPF. Quando o agricultor tiver
apresentado em simultâneo um pedido
de apoio à acção Modernização e
Capacitação de Empresas, a decisão
de aprovação do prémio à instalação
depende da aprovação da primeira.
Para a instalação correcta e adequada
de um pomar de citrinos, neste caso da
laranja de Amares, é necessário um
conjunto de medidas que o citricultor
terá de adoptar.
Os princípios de produção aplicados à
cultura dos citrinos visam a obtenção
de frutos sãos, de boas características
de conservação, de modo a respeitar
as exigências das normas nacionais e
internacionais relativas à qualidade do
produto.
A concretização destes objectivos
passa obrigatoriamente pela gestão
equilibrada dos recursos naturais com a
utilização de tecnologias, a utilização
de produtos fitofarmacêuticos e
fertilizantes, contribuindo assim, para
uma menor contaminação do ambiente
e a obtenção de uma produção de
maior qualidade, atendendo à melhor
13/Conclusão
Laranja de Amares - Doce Oportunidade 072 - 073
utilização de todos os factores de
produção.
Um dos maiores entraves a uma mais
ampla comercialização da Laranja de
Amares passa pela escassez de mão-
de-obra capaz de realizar a colheita de
grandes quantidades da laranja. Isto
deve-se ao facto de as laranjeiras
serem demasiado altas, consequência
de uma má condução prévia da árvore.
Assim sendo, aconselha-se o produtor
a controlar o crescimento da árvore em
altura.
O objectivo e desejo maior da
população relativamente à Laranja de
Amares, é que esta seja mais difundida
em termos de comercialização, daí a
importância de um empenhamento por
parte de produtores, Entidades
Municipais e população em geral para
que estes objectivos sejam atingidos.
Laranja de Amares - Doce Oportunidade
14/Bibliografia
• Bron, G. e D. Bouthering, (2000), Multiplicação de Plantas. Colecção Euroagro, Publicações Europa-América.
• Direcção-Geral de Protecção das Culturas, (2005), Produção Integrada da Cultura de Citrinos.
• Loussert, Raymond, (2002), Citrinos - Implantação, Variedades, Poda, Adubação, Rega, Protecção, Colheita e Comercialização, Colecção Euroagro, Publicações Europa-América.
• www.bayercropscience.pt
• www.iambiente.pt - Atlas do Ambiente Digital – Instituto do Ambiente.
• www.sapecagro.pt
Laranja de Amares - Doce Oportunidade 074
De
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n b
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A g r i c u l t u r a,
do Desenvolvimento
Rural e das Pescas