Manual Quarepe Orientador Versao Final Janeiro 2012

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    1/36QuaREPE |DOCUMENTO ORIENTADOR 1

    DOCUMENTO ORIENTADOR

    Maria Jos Grosso (coord.)

    Antnio Soares

    Fernanda de Sousa

    Jos Pascoal

    2011

    QUADRO DE REFERNCIAPARA O ENSINO PORTUGUSNO ESTRANGEIRO

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    QuaREPE |DOCUMENTO ORIENTADOR 3

    Agradecemos aos Coordenadores e aos docentes do Ensino Portugus no Estrangeiro que, apartir do ano lectivo de 2002-2003 at 2007, nos acompanharam no processo de diagnsticoe de experimentao do Quadro de Referncia para o Ensino Portugus no Estrangeiro, com

    propostas e sugestes decorrentes da sua experincia.

    Agradecemos tambm Equipa de Portugus da DGIDC todo o trabalho que exigiu oacompanhamento e a reviso do documento.

    Na impossibilidade de enumerar todos os intervenientes neste processo, aqui fica expresso onosso sincero reconhecimento.

    Os Autores

    AGRADECIMENTOS

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    QuaREPE |DOCUMENTO ORIENTADOR 4

    NOTA INTRODUTRIA

    O Quadro de Referncia para o Ensino Portugus no Estrangeiro(QuaREPE) o resultado do estudodos pblicos e contextos do Ensino Portugus no Estrangeiro (doravante designado EPE), dainvestigao nas reas do ensino do portugus (PLM/PLE/PL2)1. No diagnstico de situao do

    ensino, aprendizagem e avaliao dos cursos do EPE, participaram de forma activa professoresdos diferentes contextos, coordenadores pedaggicos, formadores no mbito desta modalidadeespecial de ensino e, como informantes, os alunos dos diferentes cursos. As informaes obtidas,em que se incluem os dados recolhidos por inquritos atravs de questionrios, contriburampara a compreenso da heterogeneidade do pblico-aprendente e das variveis contextuais doscursos do EPE.

    O QuaREPE integra, ainda, a reflexo e as concluses do trabalho desenvolvido no mbito daformao de professores do EPE, particularmente a formao realizada a partir de 2003, comincidncia na divulgao e experimentao do mesmo, na qual se circunscreveram aspectosessenciais para a sua implementao, nomeadamente: identificao das necessidades do

    pblico-aprendente, definio de objectivos, seleco de contedos e mtodos adequados aopblico e aos contextos, construo de tarefas e consequentemente produo de materiais,avaliao e certificao.

    1. Os conceitos de lngua materna, lngu a estrangeira, lngua segunda so conceit os polissmicos que no correspondem a uma definiolinear. O conceito de Lngua Materna apela ao de lngua da socializao, que, por definio, transmite criana a mundividncia de umadeterminada sociedade, cujo principal transmissor geralmente a famlia. O conceito de Lngua Estrangeira facilmente se define como a lngua

    que no faz parte dessa socializao primria, estando subjacente uma srie de princpios metodolgicos. Na tradio da didctica das lnguas,o conceito de Lngua Segunda ocorre frequentemente como a lngua que, no sendo materna, oficial (ou tem um estatuto especial) sendotambm a lngua de ensino e da socializao secundria. H, no entanto, alguns autores que consideram que Lngua Segunda desde que osaprendentes estejam em imerso lingustica, num contexto em contacto com os falantes nativos da lngua que aprendem. Cf. Grosso (2005:608).

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    SINOPSE

    O Quadro de Referncia para o Ensino Portugus no Estrangeiro (QuaREPE)que agora se apresentatem como finalidade dar cumprimento ao estabelecido no ponto 4, do Despacho n. 21 787/2005(2. srie), de 28 de Setembro de 2005, do Gabinete do Secretrio de Estado Adjunto e da

    Educao, publicado no Dirio da Repblica II Srie, n. 200, de 18 de Outubro de 2005, emque se aprovou o Quadro de Referncia para o Ensino Portugus no Estrangeiro(QuaREPE) e surgena sequncia da publicao da Portaria n. 914/2009, de 17 de Agosto.

    O Quadro de Referncia para o Ensino Portugus no Estrangeiro constitudo por trs captulos,bibliografia e descritores.

    No primeiro captulo, aps a contextualizao sobre o Ensino Portugus no Estrangeiro (EPE), odocumento introduz a metodologia utilizada para a elaborao do QuaREPE, os seus fundamentose o esquema conceptual subjacente. So igualmente referidos os princpios que enformam esteQuadro, as finalidades e os utilizadores.

    No segundo captulo, apresentam-se as competncias gerais a desenvolver. Incluem-seas competncias relacionadas com o conhecimento do mundo e o conhecimento sociocultural(traos distintivos da sociedade e da cultura portuguesas). Tem-se em conta a importncia dainterculturalidade no processo pedaggico e a dimenso social e cvica na educao e na formao dopblico-aprendente. Apresentam-se ainda competncias comunicativas no ensino, aprendizageme avaliao. A activao dessas competncias depende do uso de estratgias, da seleco dedomnios e temas, e concretizam-se atravs da realizao de tarefas e duma escolha criteriosade textos, adequados ao nvel etrio e s caractersticas do pblico-aprendente bem como suaproficincia em lngua.

    O terceiro captulo dedicado essencialmente avaliao da proficincia em lngua portuguesa dospblicos do EPE.

    Este ltimo captulo, relativo aos nveis de proficincia em lngua portuguesa, apresentam-seos descritores num sistema de cinco nveis (A1, A2, B1, B2 e C1), tendo como referncia e basede trabalho os nveis do Quadro Europeu Comum de Referncia (QECR). Esta rea tem em contaos contributos dos resultados da formao contnua de professores, efectuada nos diferentescontextos do EPE, no perodo compreendido entre 2003 e 2007. So enunciados, para alm dacaracterizao geral por nvel, descritores para cada componente:

    compreenso oral;leitura;

    produo/interaco oral;

    produo/interaco escrita.

    Este documento constitui a primeira parte do QuaREPE, a que se seguir o Quadro de Refernciapara o Ensino Portugus no Estrangeiro: Tarefas, Actividades, Exerccios e Recursos para Avaliao,com orientaes para os diferentes nveis de proficincia, organizado por mdulos eintegrando sugestes de actividades e tarefas.

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    1. O ENSINO PORTUGUS NO ESTRANGEIRO

    1.1. Enquadramento do Ensino Portugus no Estrangeiro

    O EPE, modalidade de ensino no superior, cuja gnese remonta dcada de sessenta, direccionadoento para a assuno, por parte do Estado portugus, de cursos de lngua e cultura a filhos deportugueses em contexto de emigrao, passou a adoptar, ao longo dos anos, uma dimenso mais

    ampla. Num esforo para valorizar a sua importncia estratgico-poltica no quadro internacional,o EPE estabelece a ligao s comunidades portuguesas e aos pases de lngua oficial portuguesa,concede apoio e reconhecimento s escolas portuguesas, a par da promoo da lngua e da culturaportuguesa junto de falantes de outras lnguas e de outros sistemas educativos. A importnciae prestgio da lngua e da cultura portuguesa como veculo de formao e comunicao soactualmente vectores fundamentais da aco poltica portuguesa no mbito internacional2.

    Decorrente das acentuadas transformaes econmicas, sociais, tcnicas e educativas, o EPEabarca realidades distintas, tendo vindo a sofrer alteraes significativas.

    No mbito deste ensino, os primeiros programas de Lngua e Cultura Portuguesas, de 1978, foramconcebidos em funo da equivalncia ao currculo portugus e tinham como pblico-alvo as crianase jovens no seio das comunidades portuguesas. Passadas trs dcadas, verifica-se que o perfil dopblico-aprendente de portugus cada vez mais diversificado, contemplando as crianas e jovensfilhos de trabalhadores portugueses em situao de mobilidade recente, os luso descendentes que

    j pertencem segunda ou terceira gerao, bem como falantes de outras lnguas.

    O EPE , pois, uma realidade polissmica, que actualmente envolve um conjuntode situaes diferenciadas:

    a) ensino da lngua e cultura portuguesa aos luso-descendentes;

    b) ensino da lngua e cultura portuguesa em cursos integrados nos sistemaseducativos dos pases de acolhimento;

    c) ensino da lngua e cultura portuguesa a falantes de outras lnguas;

    d) apoio curricular em casos de mobilidade de cidados portugueses para outrospases da Unio Europeia3;

    e) experincias de ensino bilingue;

    f) ensino da lngua portuguesa nos pases da frica sub-sahariana;

    g) perspectiva de ensino da lngua portuguesa em alguns dos pases do Mercosul.

    2. Prembulo da Resoluo do Conselho de Ministros n.188/2008, de 16 de Julho, publicado no Dirio da Repblica, 1. srie, N. 231, de27 de Novembro.

    3. Nos ltimos anos, tm-se registado fluxos numericamente significativos de cidados portugueses em Andorra, Espanha, Frana,Luxemburgo, Reino Unido, Sua. CF. Relatrio da OCDE de 2007 e 2008 sobre Migraes (http://www.oecd.org/els/migration).

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    1.2. Quadro de Referncia para o Ensino Portugus no Estrangeiro fundamentao e metodologia

    A dimenso transnacional da lngua portuguesa levou a que se tomassem como referncia para aplanificao do seu ensino-aprendizagem: o Quadro Europeu Comum de Referncia para as Lnguas:Aprendizagem, Ensino, Avaliao (QECR), o PortfolioEuropeu das Lnguas, os portfolios do sistema

    educativo portugus e os portfolios dos sistemas educativos onde existe uma rede de cursos EPE,os documentos para o ensino e aprendizagem de lnguas referentes ao Nvel de Iniciao, NvelElementar, Nvel Limiar, Nvel Vantagem4.

    Alm dos documentos acima mencionados, assinalam-se ainda como elementos de referncia:

    normativos que enquadram legalmente o EPE;

    Currculo Nacional do Ensino Bsico Competncias Essenciais;

    nveis de proficincia no Quadro da Association of Language Testers in Europe(ALTE);

    orientaes curriculares para a Lngua Portuguesa para o ensino bsico esecundrio do sistema educativo portugus.

    Tal como o QECR, o QuaREPE fornece uma base comum para a elaborao de programas, definio delinhas de orientao curriculares, construo de materiais pedaggico-didcticos e de instrumentosde avaliao, explicitando objectivos, sugerindo contedos, mostrando-se flexvel em relao aosmtodos, reforando a transparncia para todos os utilizadores do QuaREPE, designadamenteem relao aos cursos, programas e qualificaes, promovendo a cooperao entre sistemaseducativos e intervenientes no prprio processo de formao. Esta promoo visa a rentabilidadedos cursos do EPE, atravs do seu reconhecimento e acreditao junto dos outros sistemaseducativos a fim de a aprendizagem da lngua portuguesa ser considerada significativa nospercursos escolares dos alunos.

    Com vista caracterizao do pblico-alvo e dos contextos de ensino-aprendizagem, procurou-seconfirmar as informaes disponveis (provenientes de coordenadores, professores, formadores,etc.) atravs de inquritos por questionrio junto dos agentes educativos e dos alunos, tendo sadoreforada, pela anlise efectuada, a ideia da grande heterogeneidade do pblico e dos contextosdo EPE. Para alm deste momento de investigao, o grupo de trabalho contou com perodos deobservao/investigao, aquando da realizao de aces de formao para os docentes doEPE, que possibilitaram o contacto com a realidade contextual e a recolha de dados relevantes paraa referida caracterizao.

    Face situao atrs enunciada, o pblico-alvo objecto deste QuaREPE so os alunos dos sistemasescolares do ensino no superior, a viver em pases cuja lngua oficial no o portugus, servidos

    ou no pela actual rede de cursos de Lngua e Cultura Portuguesas (LCP).

    O ensino e a aprendizagem das lnguas, numa sociedade em transformao, multilingue emulticultural, gerem a heterogeneidade como riqueza, apontando para a construo de umacompetncia plurilingue e pluricultural. neste contexto que surge o QuaREPE, documento queapresenta linhas de orientao para elaborao de contedos de ensino e aprendizagem numa

    4. Estes documentos foram produzidos no mbito da Diviso de Projectos Lingusticos do Conselho da Europa, nomeadamente o ProjectoPolticas Lingusticas para uma Europa Multilingue e Multicultural, criado na sequncia das recomendaes emandas da Conferncia Permanentedos Ministros Europeus da Educao (Noruega, Junho de 1997) e do Plano de Aco estabelecido por ocasio da 2. Cimeira de Chefes de Estado edo Governo dos Estados Membros do Conselho da Europa.

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    perspectiva de abertura e flexibilidade suficientemente abrangentes para que a grande diversidadede pblicos e de contextos possa ser contemplada. O reconhecimento da variedade lingustica ecultural implica compreender a lngua no seucontinuum, lngua materna lngua estrangeira,

    redescobrindo diversas abordagens e renovados processos de ensino-aprendizagem.

    Na elaborao do QuaREPE privilegiou-se um conceito de currculo construdo por etapas, assentenum plano que inclui as competncias e as aprendizagens consideradas essenciais para todo opblico-aprendente, mas que possa contemplar igualmente todas as ocasies que surjam comooportunidades significativas de aprendizagem no planeadas.

    A flexibilizao sugerida permite aos professores organizarem o processo de ensino-aprendizagemem relao a programas, mtodos e materiais, de acordo com os diversos contextos em que sedesenvolvem.

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    1.3. Princpios do QuaREPE

    Os princpios que orientaram a concepo e o desenvolvimento do QuaREPE so os seguintes:

    a)Incluso e sustentabilidade

    O EPE uma modalidade especial de educao do sistema educativo portugus. Apesar de a suaaco estar definida nos normativos em vigor, o seu impacto e reconhecimento sero reforadosse forem articulados com outros sistemas educativos.Assim, a sua incluso (exequvel emformatos vrios), reconhecida pelas autoridades educativas regionais ou nacionais, nos projectoseducativos e nas ofertas curriculares das escolas, nos programas e nas orientaes, decisivapara a sua sustentabilidade.

    b)Transparncia, abertura, coerncia

    O seu reconhecimento decorrer da sua transparncia, da sua abertura colaborao deintervenientes vrios e da coerncia na aplicao das orientaes.

    c)Autonomia do ensino e da aprendizagem

    Pretende-se legitimar um conjunto variado de prticas a partir de um quadro comum. Asorientaes deste Quadro estimulam a participao activa do pblico-aprendente no processo dedesenvolvimento das suas competncias em portugus, atravs do envolvimento da comunidadefamiliar e social mais prxima, bem como da ligao do espao formal de ensino e aprendizagemcom utilizadores da lngua de outros contextos. Tambm a auto-avaliao e a possibilidade decertificar competncias adquiridas podem ser um estmulo importante para alunos, famlias,escolas e professores (de portugus e de outras reas curriculares).

    1.4. Finalidades

    So finalidades do QuaREPE:

    Contribuir para a integrao com sucesso do pblico-alvo do EPE nos sistemas educativosem que esto inseridos, independentemente do seu momento de entrada;

    Desenvolver competncias gerais em lngua portuguesa;

    Contribuir para a promoo da cidadania democrtica;

    Dotar a rede de EPE de um instrumento que permita a todos os seus utilizadores descrevere reflectir sobre a sua prtica pedaggica e educativa, apresentar opes e tomar decisesconscientes, coerentes e consequentes;

    Desenvolver a identidade plurilingue e pluricultural dos pblicos do EPE, nomeadamenteatravs do intercmbio e da explorao das tecnologias de informao e comunicao;

    Contribuir para uma mudana de paradigma da prtica pedaggica e para um perfil de

    ensinante mais reflexivo.

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    1.5.Utilizadores

    So potenciais utilizadores do QuaREPE:

    professores;

    organizadores de cursos;

    conceptores de currculos;

    autores de materiais pedaggicos;

    examinadores;

    encarregados de educao;

    autoridades educativas (locais, regionais e nacionais) dos sistemas educativos dos pasesonde existe oferta do EPE.

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    2. DESENVOLVIMENTO DE COMPETNCIAS EM LNGUA PORTUGUESA

    2.1. Competncias gerais

    O processo de ensino e aprendizagem de uma lngua implica o desenvolvimento de competnciasgerais, tal como esto definidas no QECR, de carcter transversal, que integram atitudes esaberes, saber-fazer e saber-aprender. Deste conjunto de competncias faz parte o conhecimentodeclarativo (conhecimento do mundo, conhecimento sociocultural e conscincia intercultural).

    Lngua, cultura e sociedade so indissociveis, cabendo lngua o papel de transmissor da culturae de representao de uma imagem do mundo em que se espelham diferentes realidades.

    Neste sentido, a histria de um pas, as normas sociais e os fundamentos histricos da sociedadeno so somente factores necessrios para compreender a cultura, mas possibilitam tambm que opblico-aprendente use a lngua de forma mais adequada.

    No contexto do EPE, a abordagem da cultura coloca a problemtica complexa da relao entre

    indivduos e entre culturas, implicando uma dialctica da afirmao de si prprio, da suaidentidade, o (re)conhecimento do outro, independentemente de terem ou no a mesma lnguamaterna ou a mesma nacionalidade.

    Neste mbito, tendo em conta que, numa grande parte dos contextos do EPE, o pblico-alvocontinua a ser maioritariamente de origem portuguesa, a interaco entre os conhecimentosformal e informal, adquirido no domnio privado da famlia e da comunidade em que se encontra,evidencia a importncia da abordagem das competncias gerais de ndole sociocultural.

    De facto, os conhecimentos prvios, inerentes a uma cultura de pertena, por vezes bastanteparciais, so frequentemente questionados, sendo, por isso, til que referncias como as do

    espao, do tempo histrico e da pertena social sejam explicitadas, de modo claro, de forma aanularem o poder do esteretipo.

    O conhecimento sociocultural um dos aspectos do conhecimento do mundo que contribuipara o enriquecimento pessoal do indivduo. neste contexto que, no conjunto de saberes, seincluem os referentes ao conhecimento dos traos distintivos da sociedade portuguesa e queesto estreitamente ligados ao ensino e aprendizagem do portugus, relacionados com a vidaquotidiana (os ritmos de trabalho e hbitos), condies de vida (condies de alojamento), asrelaes interpessoais, os valores, as crenas, as atitudes, as tradies, as convenes sociais(QECR, 2001: 148-149).

    Com base no QECR, apresentam-se alguns exemplos:

    vida quotidiana: hbitos alimentares em Portugal e noutros pases; hbitos de leitura ede trabalho; horrios...;

    relaes interpessoais, por exemplo, as relaes que se estabelecem entre as geraes: ajuventude e os seniores; relaes entre grupos sociais; relaes entre sexos nas diferentesesferas sociais e formas de tratamento;

    valores, crenas e atitudes em relao histria e tradies, mudana social, s

    minorias, aos esteretipos, literatura e artes;

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    linguagem verbal e no verbal: conhecimento de convenes sociais que regulam aarticulao entre estas duas linguagens;

    convenes sociais: pontualidade, hospitalidade; convenes e tabus de conversao e decomportamento; modos de saudar e de se despedir;

    comportamentos em reas como: prticas religiosas e ritos; nascimento, casamento;

    doena.

    2.2. Competncias relacionadas com outras reas curriculares

    No conjunto das competncias definidas para o EPE, apresentamos as competncias relacionadascom o conhecimento do mundo, particularmente (e como exemplo) nas reas disciplinares deHistria e Geografia, atravs das quais o aprendente acede a referncias fundamentais da vida,histria e cultura portuguesas.

    dentro desta perspectiva que alguns materiais sugerem que o aprendente, ao iniciar o estudode uma lngua, seja familiarizado com elementos simblicos identificativos do(s) pas(es) cujalngua passa a ser objecto de estudo.

    Baseado no exposto, sugerimos dois blocos de competncias para serem desenvolvidas nosprimeiros trs nveis (A1, A2 e B1) e nos nveis mais avanados (B2 e C1). No entanto, estadistribuio flexvel, ficando a gesto destas competncias por nveis ao critrio do(a) ensinante,que ter a preocupao de as adequar ao nvel etrio dos seus aprendentes bem como suamaturao intelectual e sociocognitiva, sua motivao e interesses, necessidades e grau deproficincia em lngua.

    2.2.1.Competncias relacionadas com outras reas curricularespara os nveis A1, A2 e B1

    Localizar (no mapa) Portugal na Pennsula Ibrica, na Europa e no Mundo.

    Localizar os arquiplagos portugueses (Aores e Madeira).

    Identificar as fronteiras de Portugal.

    Localizar (em mapas) rios de Portugal e as maiores elevaes.

    Localizar (no mapa) os Pases de Lngua Oficial Portuguesa.

    Identificar, caso tenham origem portuguesa, o local de origem e de habitao de familiares.

    Identificar localidades portuguesas que conhecem ou que gostariam de visitar.

    Relacionar datas e locais com factos histricos.

    Utilizar unidades de referncia temporal (milnio, sculo, dcada, ).

    Pesquisar dados sobre o patrimnio cultural portugus.

    Identificar Portugal como uma repblica e uma democracia.

    Identificar nomes de polticos de Portugal (como o Presidente da Repblicae o Primeiro Ministro).

    Observar, com base em textos e suportes diversificados, as caractersticas do meio emdiferentes locais e regies de Portugal.

    Identificar patrimnio emblemtico portugus (Mosteiro dos Jernimos, Cristo-Rei, Torredos Clrigos, pinturas rupestres de Foz Ca,...).

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    Identificar smbolos ligados cultura portuguesa.

    Identificar esteretipos ligados aos portugueses e cultura portuguesa.

    Identificar personalidades portuguesas ilustres.

    Reconhecer marcas culturais (espaos, lendas, comportamentos) e traos deidentidade (gastronomia, msica, artesanato, ).

    2.2.2.Competncias relacionadas com outras reas curricularespara os nveis B2 e C1

    Distinguir entre freguesia, concelho, distrito.Indicar itinerrios em mapas de estradas de Portugal, sugerindo pontos de interesse no

    itinerrio escolhido.

    Pesquisar informao sobre as caractersticas fsicas (clima, relevo e rios) esocioeconmicas do territrio portugus (distribuio da populao, actividadeseconmicas, ).

    Reflectir sobre casos concretos do impacto dos fenmenos humanos no meio ambiente,sugerindo aces especficas com vista melhoria da qualidade de vida.

    Reconhecer a importncia da preservao e conservao do ambiente.Reflectir sobre aspectos da vida da sociedade portuguesa em diferentes pocas (aspectos

    culturais, actividades econmicas, estrutura social, ) com base em documentos vrios.

    Identificar as diferentes religies existentes em Portugal.Identificar as lnguas da diversidade cultural em Portugal e no pas em que vive.Pesquisar sobre temas da histria nacional ou regional comparando com o pas emque vive.

    2.3. Conscincia intercultural

    O conhecimento, a conscincia e a compreenso da relao (semelhanas e diferenas distintivas)entre o mundo de onde se vem e o mundo da comunidade-alvo produzem uma tomada deconscincia intercultural (QECR, 2001: 150). Esta vertente transversal do currculo, assumindo-secomo um dos vectores essenciais das polticas educativas na Europa, pressupe uma perspectiva

    tica e cvica na rea da educao, em que valores como a convivncia social constituem umaorientao pedaggica no combate xenofobia e ao etnocentrismo, bem como aos preconceitose discriminao. O ensino e aprendizagem de uma lngua afirma-se como uma rea privilegiadapara que o aprendente tenha outras percepes, descubra outras perspectivas da realidade, outromodus vivendi, tome conscincia e interaja no s com as culturas do seu pas, mas tambm coma diversidade cultural de falantes de outras lnguas.

    Tambm no ensino do portugus a abordagem intercultural fulcral no sentido de favorecer odesenvolvimento harmonioso da personalidade do aprendente e da sua identidade, que noraramente est dividida entre duas culturas, dando uma resposta experincia enriquecedorada alteridade em matria da lngua e da cultura. Esta perspectiva defendida no QECR que

    considera que a abordagem intercultural um dos objectivos essenciais da educao em

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    lngua (2001: 19). Alm disso, atravs da aprendizagem e aquisio de uma ou mais lnguas,as competncias lingusticas e culturais so transformadas pelo conhecimento do outro econtribuem para a tomada de conscincia intercultural, incentivando igualmente a capacidade

    de aprender mais lnguas.

    2.4. Competncias comunicativas em lngua

    Hoje em dia, a evoluo constante de conhecimentos e saberes faz com que a centragem no ensino-aprendizagem de uma lngua privilegie o desenvolvimento da competncia comunicativa, noo quetem sido estudada e aprofundada ao longo dos anos, no cabendo neste documento descrever opercurso diacrnico conceptual desta competncia.

    As competncias de comunicao so fundamentais no ensino, aprendizagem e avaliao de

    uma lngua, justificando-se a importncia que dada sua descrio no QECR. Neste Quadro,as competncias comunicativas em lngua abrangem quatro grupos de competncias que aquiretomamos: competncias lingusticas (lexical, gramatical, semntica, fonolgica, ortogrfica eortopica), competncias sociolingusticas e competncias pragmticas (competncia discursiva ecompetncia funcional) e competncia estratgica (QECR, 2001: 156-184).

    Tal como j foi referido, o QuaREPE procura ser uma adequao do QECR aos contextos do EPE,sobressaindo a importncia de operacionalizar estas competncias em funo das necessidadese caractersticas dos diferentes pblicos e contextos. As competncias a desenvolver passamessencialmente pela anlise diagnstica do pblico-aprendente, designadamente dos diversosfactores (biolgicos, sociocognitivos, socioculturais, afectivos, lingusticos e outros) que influenciam

    o ensino e a aprendizagem da lngua.

    Das competncias lingusticas, optmos pela apresentao das competncias lexical e gramatical.

    2.4.1. Competncia lexical

    Nos contextos de no imerso lingustica, em que a lngua portuguesa se restringe a usos pontuais oueducativos, as competncias comunicativas em lngua diminuem, sendo disso exemplo a competncialexical. Relativamente a esta competncia, que consiste no conhecimento e na capacidade de utilizar

    o vocabulrio de uma lngua, h que distinguir elementos lexicais e elementos gramaticais.

    Os elementos lexicais incluem:

    a) Expresses fixas:Expresses feitas: saudaes do tipo Como est(s)?, provrbios,

    Expresses idiomticas: Pr/no pr as mos no fogo, Chover a cntaros,... Estruturas fixas: Com licena..., Seria possvel...?,... Outras expresses fixas: verbais tais como interessar-se pore locues preposicionais

    por exemplo a respeito de, em frente de; Combinatrias fixas (dar erros).

    b) Palavras isoladas, cuja polissemia necessrio ter em considerao, compreendendopalavras das classes abertas (nome, adjectivo, verbo, advrbio) e conjuntos lexicais fechados(dias da semana, meses do ano, ...).

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    Os elementos gramaticais incluem: artigos, quantificadores, demonstrativos, pronomespessoais, pronomes interrogativos e relativos, possessivos, preposies, verbosauxiliares, conjunes e partculas.

    2.4.2. Competncia gramatical

    Definida como o conhecimento dos recursos gramaticais da lngua e a capacidade para os utilizar, acompetncia gramatical implica o entendimento da gramtica da lngua como o conjunto de princpiosque regem a combinao dos elementos da frase. Importa, neste caso, chamar a ateno para aimportncia de comparar ou de tornar compatveis as gramticas no ensino-aprendizagem daslnguas em contacto, nos diferentes contextos do EPE.

    Os recursos gramaticais da lngua, designadamente da lngua portuguesa, so fundamentais nos para a sua utilizao, mas tambm para a consciencializao do seu funcionamento e eventualcomparao com as lnguas do contexto em que se encontra.

    As competncias sociolingusticas dizem respeito s condies socioculturais do uso da lngua.Incluem-se, nesta competncia, os marcadores lingusticos de relaes sociais (por exemplo, uso eescolha de formas de tratamento), as regras de delicadeza, as expresses de sabedoria popular, asdiferenas de registo, os dialectos e os sotaques.

    As competncias pragmticas englobam outras competncias como a discursiva (por exemplo, coesoe coerncia textual), a funcional (as microfunes, as macrofunes, os esquemas interaccionais) e a deconcepo (conhecimento dos princpios segundo os quais as mensagens so organizadas, sequenciadase usadas para fins funcionais especficos).

    A competncia estratgica reporta-se capacidade mental para gerir e implementar ascomponentes da competncia lingustica e das outras competncias em contexto de comunicao.

    2.5. O uso da lngua

    A activao das competncias comunicativas depende do uso de estratgias adequadas aos

    contextos de uso da lngua e realiza-se no desempenho das actividades lingusticas de recepo,produo, interaco e mediao, oralmente e por escrito, de textos relacionados com temaspertencentes a domnios especficos.

    A seleco dos domnios (privado, pblico, educativo, profissional) nos quais os aprendentes actuam,ou podero actuar no futuro, tem implicaes directas na seleco das situaes de comunicao, nostemas, textos, tarefas e actividades com os quais os aprendentes se vo deparar e consequentementena elaborao de materiais.

    Podero emergir, num primeiro momento de contacto com a lngua portuguesa, as esferas deaco ou reas de interesse mais familiares para o aprendente, como so, nos contextos do EPE, osdomnios privado, pblico e educativo.

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    Dentro dos domnios, e como aglutinadores do discurso, surgem temas, volta dos quais sedesenvolvem os actos de comunicao. A seleco de uma rea temtica que motive e interesse osaprendentes e que seja adequada ao seu nvel etrio e ao contexto uma das questes fulcrais naorganizao do processo de ensino e aprendizagem.

    2.5.1. Temas

    A escolha dos temas dever obedecer aos critrios de flexibilidade e abertura, tendo em atenoas necessidades comunicativas dos diversos grupos de aprendentes e a eventual articulao comoutras reas curriculares.

    A ttulo meramente indicativo (e tal como ocorre no Nvel Limiar e no QECR), prope-se umconjunto de catorze temas, designadamente:

    identificao e caracterizao pessoais;

    vida privada;

    casa;

    ambiente;

    escola;

    alimentao;

    compras e servios;

    tempos livres;

    viagens e transportes;higiene e sade;

    trabalho e profisses;

    percepes;

    relaes sociais;

    actualidades.

    Em cada um destes temas podero estabelecer-se subtemas. Por exemplo, o tema Ambientepoder incluir os subtemas seguintes:

    fauna;flora;

    rios, mares, lagos;

    poluio/no poluio;

    reas protegidas/reservas naturais;

    higiene ambiental;

    Homem e ambiente.

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    Para cada subtema, o ensinante identificar um conjunto de noes especficas. Por exemplo,para Homem e ambiente, poder especificar-se do seguinte modo:

    perigos: efeito estufa, camada de ozono, aquecimento global;medidas: medidas de poltica, cidadania, educao;

    agentes poluidores: transportes poluentes; nveis de poluio do ar; mar negra;

    proteco civil: fogos florestais, catstrofes naturais, nvel de resposta.Tanto a enumerao de temas e subtemas, como a sugesto de reas de noes especficas,dependem, em ltima anlise, da deciso dos ensinantes, que, nas suas planificaes, tero emconta o nvel etrio, os interesses, as necessidades, os nveis de referncia do pblico-aprendente.

    2.5.2. Tarefas e textos

    Dado que o pblico heterogneo, podendo ser tendencialmente pblico de portugus lnguamaterna, portugus lngua estrangeira e portugus lngua segunda, o ensino-aprendizagem dalngua pode privilegiar a prtica comunicativa, a reflexo sobre a lngua ou a lngua de acesso aossaberes das diversas reas disciplinares. Nesta perspectiva, adopta-se uma abordagem orientadapara a aco, em que o pblico aprendente ser sobretudo actor social e utilizador da lngua.

    Os aprendentes realizaro tarefas nos domnios em que ocorre a comunicao. A realizaode tarefas significativas permite um modelo flexvel e dinmico capaz de abranger diferentescompetncias e respeitar o desenvolvimento psicocognitivo, implicando materiais modulares,flexveis e criativos e contribuindo para uma aprendizagem pr-activa em portugus.

    Veiculados atravs de suportes vrios (voz, impresso, udio, vdeo, ), os tipos de textos podemincluir:

    Na oralidadeinstrues;

    anncios pblicos;

    conversas em presena;

    noticirios na rdio e na televiso;

    conversas telefnicas;

    espectculos;teatro, leituras pblicas, canes,...;

    comentrios desportivos;

    outros.

    Na escritainstrues;

    manuais escolares;

    livros;

    textos literrios;

    banda desenhada;

    publicidade;revistas;

    jornais;

    cartas e postais;

    mensagens de correio electrnico;

    mensagens de telemvel;

    folhetos e prospectos;

    dicionrios;

    impressos e questionrios;

    bases de dados (notcias,literatura, informaes);

    outros.

    5. Entende-se aqui por textoqualquer enunciado, oral ou escrito, objecto de recepo, produo ou troca.

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    3. PROFICINCIA E AVALIAO

    3.1. Organizao do ensino-aprendizagem

    A organizao do ensino, aprendizagem e avaliao decorre da anlise das necessidades emlngua do pblico-aprendente. Deve, por isso, contemplar uma avaliao diagnstica inicial (noincio do ano ou no momento de entrada do aprendente nos cursos de portugus). Os dados

    obtidos, que tero em considerao a idade do aprendente bem como o seu desenvolvimentocognitivo e o seu grau de maturao, permitem seguidamente identificar as competncias adesenvolver, seleccionar os contedos e as situaes de aprendizagem mais adequadas de acordocom as caractersticas do aprendente. Os contedos so seleccionados a partir dos descritoresdos nveis de referncia e das competncias (gerais e em lngua). As competncias orientam otrabalho do(a) ensinante na medida em que, tendo conhecimento de como se desenvolve umacompetncia de comunicao, em qualquer domnio, poder fazer opes mais conscientes quecontribuiro para o sucesso de todos.

    Esta abordagem organizao do ensino-aprendizagem-avaliao dos cursos (avaliaodiagnstica, contedos organizados por nveis/competncias/domnios de comunicao)

    permite o desenvolvimento da autonomia da aprendizagem e do ensino. Como a identificaodos contedos feita a partir das mesmas referncias, a heterogeneidade do ensino e daaprendizagem torna-se transparente e potencia a intercompreenso entre todos os intervenientesno processo educativo. A abordagem ao ensino em todos os contextos diferentes passa a sercoerente e mais flexvel, mais de acordo com as necessidades dos aprendentes e menos com osobjectivos estabelecidos anualmente em funo de referncias muito diversificadas.

    A organizao do ensino, da aprendizagem e da avaliao dos cursos em nveis de proficinciapossibilita uma articulao com outros sistemas de ensino de lnguas. Desta forma, podecumprir-se o princpio da incluso e da sustentabilidade. Os sistemas educativos europeusutilizam actualmente o QECR como referncia para a identificao dos nveis em lngua que osaprendentes devem ter no fim dos ciclos de escolaridade. Tambm os contedos de ensino eaprendizagem e as competncias dos aprendentes em lngua curricular 6, em alguns sistemaseducativos, esto indexados a nveis de actuao. Ora, o recurso s mesmas referncias no EPEbeneficia todos os intervenientes.

    O QuaREPE contempla os casos de alunos bilingues (na acepo de que usam duas lnguas eno necessariamente que o seu uso igual ou de que dispem de um repertrio lingustico denvel elevado), uma vez que foram adaptados descritores apresentados no QECR de forma a quepudessem incluir utilizadores com muito bom domnio de duas ou mais lnguas e, por outro lado,a avaliao do desempenho do pblico-alvo nos cursos; para o reconhecimento da proficincia o

    QuaREPE prev que os aprendentes possam ter nveis diferentes no oral e no escrito, na produoe na recepo. Tambm a auto-avaliao se faz com recurso aos mesmos nveis de referncia, comdescritores, que podero tambm ser elaborados pelos professores ensinantes para verificaodos contedos de ensino-aprendizagem dos cursos, organizados por competncias e domnios.

    3.2. Nveis de proficincia

    A proficincia em portugus dos alunos dos cursos EPE bastante heterognea, espelhando adiversidade de perfis sociolingusticos e pessoais/familiares. Esta heterogeneidade reflecte-se naconstituio e gesto pedaggica dos cursos. Da investigao que realizmos, conclumos que a

    6. Nem sempre a lngua materna ou a nica lngua materna do pblico-aprendente.

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    organizao do ensino-aprendizagem e da avaliao melhoraria se os ensinantes seleccionassem oscontedos a partir de descritores para competncias e nveis diferentes em portugus. Os cursos doEPE realizam-se em circunstncias muito diferentes quanto localizao, articulao com o sistema

    educativo frequentado, durao, horrio, constituio de grupos. Da caracterizao dos pblicosemerge uma grande diversidade de percursos pessoais/familiares e sociolingusticos dos alunos.

    A gesto desta diversidade no consentnea com programas rgidos. Pelo contrrio, o sucessodo ensino-aprendizagem passa por uma identificao de contedos adequados s necessidadescomunicativas e expectativas do pblico. Esta abordagem decorre da aplicao dos princpios daflexibilidade, transparncia e coerncia.

    Os descritores do QuaREPE caracterizam genericamente os nveis e devero ser desenvolvidospelos ensinantes em funo dos perfis dos aprendentes. As descries apresentadas nose referem a nenhum contexto especfico, de modo a que todos os contextos de ensino-

    -aprendizagem (mais ou menos formais, para pblicos de idades diferentes) se possam revernelas. No entanto, a descrio dos nveis deve ser adequada a cada potencial contexto de ensino--aprendizagem. Tal assuno implica que esta descrio, atravs de indicadores de actuao quedescrevem o que os aprendentes so capazes de fazer em contextos diferentes de uso da lngua,deve ser relacionvel com os contextos de uso dos diferentes grupos da populao-alvo.

    Os nveis apresentados descrevem cinco proficincias, orais e escritas, de recepo e produo/interaco e reflectem progresso em diferentes domnios sociais de comunicao.

    3.3. Avaliao do desempenho dos aprendentes

    A avaliao do desempenho dos aprendentes nos cursos, que tambm podemos designar deavaliao interna, realiza-se com o objectivo de fornecer aos ensinantes, aos aprendentes, eeventualmente tambm aos encarregados de educao e s escolas, informao actualizada sobrea aquisio de competncias. Dever incidir sobre o que foi ensinado, que ser parte de um conjuntode contedos de aprendizagem programados para um ano lectivo.

    Esta avaliao do desempenho dos alunos nos cursos poder ter o formato de uma ferramentaavaliativa elaborada pelo(a) ensinante e aplicada durante uma aula, com posterior comunicao do

    resultado e entrega das respostas corrigidas, ou de uma ferramenta que estimule a participaodo pblico-aprendente na tomada de conscincia das suas competncias em lngua. Assim, estaferramenta tender a incluir-se no grupo de instrumentos de auto-avaliao.

    Enquanto o teste elaborado pelo(a) ensinante constitudo por tarefas e questes com o objectivo deobter respostas relativas a compreenso da leitura, compreenso do oral, expresso oral ou expressoescrita, a auto-avaliao poder ser composta por descritores do tipo sou capaz de, com vrios tipos deresposta possvel, como, por exemplo,j sou capaz de, ainda no sou capaz de, etc., ou ser elaboradanum formato semelhante ao teste do(a) ensinante, por exemplo, solicitando ao aprendente queinforme sobre se capaz de participar nas situaes de comunicao que lhe so apresentadas. Desta

    forma, pode obter-se resultados similares aos dos questionrios sobre capacidades.

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    Esta avaliao interna, com o objectivo de avaliao formativa, no formato teste ou questionriode auto-avaliao, dever ser integrada no Portfoliopessoal do aprendente. O conjunto destesmateriais contribuiro para enriquecer o Portfolioe so exemplos das competncias do pblico-aprendente quando as comprovar, se necessrio, para efeitos de mobilidade entre cursos deportugus, sistemas educativos ou para creditao no seu percurso escolar.

    No QuaREPE- Tarefas, Actividades, Exerccios e Recursos para a Avaliaoapresentamos algumasquestes relativas a tipos e formatos de avaliao e damos exemplos de itens que podem comporestas ferramentas avaliativas.

    3.4. Avaliao para o reconhecimento da proficincia do pblico-

    -aprendente: uma proficincia com competncias parciaisdiferenciadas

    A avaliao para o reconhecimento da proficincia uma avaliao externa, conducente certificaodas competncias dos utilizadores do portugus por nveis e capacidades visadas na utilizaoda lngua. Valida as aprendizagens na medida em que o que aprendido num curso (e tambm oque aprendido em ambientes no formais de aquisio da lngua) contribui para a aquisio dascompetncias esperadas no final dos nveis A1-C1, oralmente e por escrito, produtiva e receptivamente.

    Esta avaliao tem impactos positivos: confere um valor acrescido aos cursos e promove a suatransparncia junto dos encarregados de educao, alunos, autoridades educativas; facilita amobilidade entre cursos; valida os cursos do EPE nos percursos educativos dos alunos. Ser assimmais fcil para quem estuda portugus em formatos extracurriculares ver validadas competnciasadquiridas porque todo o sistema de produo e gesto dos testes segue um conjunto de normas,comuns a outras lnguas, em prtica nas escolas e do conhecimento de professores, alunos eencarregados de educao. Alm disso, intensifica o interesse de todos pelos cursos porque lhesacrescenta um valor.

    Esta abordagem valoriza as competncias que o pblico-aprendente desenvolve dentro e fora desistemas formais de aprendizagem (da lngua) e adapta-se s competncias que tm nos usos

    primrios e secundrios da lngua, formais e no formais, decorrentes dos seus perfis.

    Os alunos podem submeter-se a testes de nvel diferente em cada uma das competncias visadas.Assim, um aluno pode fazer um teste de compreenso do oral de B1, um teste de expresso oral deB1, um teste de compreenso de leitura de A2 e um teste de expresso escrita de A1. A escolha dosnveis decorre de recomendaes dos professores ou de negociao entre professor-aluno, com acooperao dos encarregados de educao e das autoridades educativas.

    A certificao contm uma descrio do que o utilizador capaz de fazer na competncia visada edo nvel de desempenho, ajudando melhor compreenso do valor e significado das competnciasdo pblico-aprendente. Para registo das competncias deve ser utilizado o Portfolioadoptado. Alis,

    como j foi referido, este material relevante para registo das competncias gerais e em lngua.

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    3.5. DescritoresNveis de competncia (cinco nveis A1, A2, B1, B2 e C1)

    COMPETNCIAEM LNGUA

    CARACTERIZAOGERAL

    A1 A2 B1

    capaz de compreendere utilizar palavras eexpresses conhecidase simples para satisfazernecessidades, de acordocom o seu nvel etrio,identificando tema e

    contedo em textosclaros, com apoio deimagens ou de outrosrecursos.

    capaz de interagirde forma muito simplescompreendendo e usandoas expresses maiscomuns do quotidianoe frases muito simples

    com o objectivo desatisfazer necessidadescomunicativas, desde queo interlocutor fale devagare de forma clara e sejacooperativo.

    capaz de compreenderpalavras, frases eexpresses frequentesem situaes decomunicao sobre siprprio, a famlia, amigos,casa, animais, escola, outros

    espaos familiares,tempos livres, e outrostemas de importnciaimediata.

    capaz de procurare compreender tpicosinformativos e do seuinteresse em interacesquotidianas ou emdocumentos lidos por siprprio ou por outros.

    capaz de interagir embreves debates sobresaberes escolares comrecurso a suporte deimagem.

    capaz de compreenderos pontos principais detextos orais e escritossobre assuntosrelacionados coma vida escolar e cvica,os contedos

    curriculares, e aindaactividades dos temposlivres e vida social.

    capaz de relatarexperincias,acontecimentos,desejos, e de apresentaropinies sobre assuntosconhecidos no domnioprivado, escolare pblico.

    capaz de produzirtextos simples, coerentese coesos sobre assuntosconhecidos ou deinteresse pessoal,actuais ou do passado.

    capaz demensagenextensas sassunto refamiliar ouou da actu

    capaz de

    as ideias pde textos versando tconcretos principalmassuntos dinteresse da actuali

    capaz decom relatie esponta

    com falandesde querelativame

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    COMPETNCIAEM LNGUA

    A1 A2 B1

    capaz de estabelecer

    contactos sociais eeducativos, usandoadequadamente formasde saudao e deapresentao.

    capaz de pedir e darinformaes sobre siprprio ou sobre outraspessoas, tais como nome,idade, profisso, aspectofsico, morada local ondemora, pessoas que conhece.

    capaz de trocarinformaes de acordocom os seus tpicos deinteresse, falando acercade factos e de hbitosrelacionados com odomnio educativo ouprivado.

    capaz de resolveras dificuldades decomunicao, com recursoa vrias estratgias decomunicao.

    capaz de comunicar em

    situaes dos domniosem que actua e querequerem troca deinformao simplese directa, utilizandoexpresses e enunciadosligados por conectoressimples.

    capaz de relatar,em textos curtos ,

    acontecimentos,actividades eexperincias pessoaispassadas, no domnioprivado e educativo, bemcomo de construir textossobre pessoas, objectos,locais, imagens.

    capaz de reproduzir asideias principais de textos

    breves lidos ou ouvidos.

    capaz de dominaro vocabulrio bsicorelacionado comnecessidades quotidianasnos domnios educativo,privado e pblico.

    capaz de comunicar

    com razovel correco,em contextos habituaisde comunicao, apesardas influncias bviasda lngua materna.O que exprime claro,apesar da ocorrnciade alguns erros.

    capaz de

    textos sobassuntos dem vrios comunicadesignadaos relacionas suas recom aprespormenorde vista.

    capaz de

    com um bgramaticapossam ocou alguns sistemticestrutura podem secorrigidos

    CARACTERIZAO

    GERAL

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    COMPETNCIAEM LNGUA

    A1 A2 B1

    capaz de usar a sequncia

    alfabtica para consultardicionrios.

    capaz de dominar ovocabulrio bsico efrequente nos domniosprivado e educativo, comrecurso a estratgias decomunicao, se necessrio.

    capaz de usar algumasestruturas e formasgramaticais simples, quepertencem a um repertriomemorizado.

    capaz de usar com

    correco, estruturassimples, mas aindacomete erroselementares de formasistemtica.

    CARACTERIZAOGERAL

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    QuaREPE |DOCUMENTO ORIENTADOR

    COMPETNCIAEM LNGUA

    A1 A2 B1

    capaz de ler um texto,obedecendo s regras depontuao.

    capaz de compreenderas palavras-chave detextos curtos muitosimples, que lhe sejamfamiliares e se refiram asituaes frequentes doquotidiano.

    capaz de identificaras personagens de umahistria.

    capaz de ler um textodialogado com entoaoe ritmo.

    capaz de localizarinformao especficae previsvel emdocumentos simples,

    tais como: mapas,verbete de dicionrio,prospectos, ementas,horrios, avisos, sinaise painis em locaispblicos, instrues.

    capaz de identificar oessencial de textosdifundidos pelaimprensa e pela televiso.

    capaz de compreenderinformao, em textos,ou partes de textos,razoavelmenteextensos,seleccionando-a paracumprimento dumatarefa especfica.

    capaz de identificaros elementos queconstituem argumentosnum texto.

    capaz de identificaros pontos essenciais denotcias sobre assuntosde interesse pessoal.

    capaz degrande graautonomiao modo e adiferentestextos e obdemonstraconhecimevocabulripodendo tcom expre

    frequente

    capaz deo essenciacorrespondno mbitointeresses

    LEITURA/

    COMPREENSO

    capaz de ler um texto,

    obedecendo s regras depontuao.

    capaz de compreenderas palavras-chave detextos curtos muitosimples, que lhe sejamfamiliares e se refiram asituaes frequentes doquotidiano.

    capaz de ler um texto

    dialogado com entoaoe ritmo.

    capaz de compreender

    textos sobre assuntosrelativos vida quotidianae ainda os relativos aosdomnios educativos,pblico e privado.

    capaz de compreendermensagens relatandoacontecimentos eimpresses nos domniosprivado e educativo.

    capaz de

    grande grautonomiadaptande a rapidetextos e odemonstrconhecimevocabulrpodendo tcom exprefrequente

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    COMPETNCIAEM LNGUA

    A1 A2 B1

    capaz de compreender

    textos inseridos naprogramao televisivaou em stios da Internet(legendas de filmes,textos publicitrios,jornais televisivos).

    capaz de compreenderinformaes e instruespormenorizadas emensagens no pessoais,como memoe aviso.

    capaz de compreendermensagens de naturezapessoal (carta ou correioelectrnico).

    capaz de compreendertextos ldicos eliterrios, de acordo coma sua faixa etria.

    capaz de identificar

    o essencial de textosinformativos muitosimples, quandoacompanhados deelementos paratextuais.

    capaz de seguirinstrues escritasbreves e simples, emactividades escolares.

    capaz de compreender

    o essencial demensagens simplese breves de naturezapessoal (postal, bilhete,correio electrnico).

    capaz de seguirinstrues escritassimples relativas aassuntos do seuinteresse ou necessidades

    imediatas.

    capaz de

    seleccionatextos extee complexouma vastaassuntos dou da actu

    capaz deartigos de no mbito interesses

    actuais, corecurso ao

    capaz deinstrues

    LEITURA/COMPREENSO

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    COMPETNCIAEM LNGUA

    A1 A2 B1

    capaz de solicitar

    pedido de informaoou esclarecimento paraaquilo que no sabe.

    capaz de interagir emconversas curtas,expressando a suavontade ou opinio,recorrendo se necessrioa estratgias decomunicao.

    PRODUO/

    INTERACO ORAL

    capaz de participar

    em conversas sobreassuntos relacionadoscom a vida quotidianae escolar, exprimindoopinies, concordnciaou discordncia sobrequestes de interessegeral e educativo.

    capaz de interagir como objectivo de obter ou de

    dar informao, fornecere seguir directivase instrues, parafazer face a situaesimprevisveis doquotidiano.

    capaz de trocar,verificar e confirmarinformao do domnioprivado em situaesimprevisveis,explicando a razo dumproblema.

    capaz d

    vontade eficciagama deconhecidsuas opie defendfornecene argume

    capaz dconversa

    longas sparte doseu intercomentpontos dexpriminsentime

    capaz dinformae argumeproveniediferent

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    COMPETNCIAEM LNGUA

    A1 A2 B1

    PRODUO/

    INTERACOESCRITA

    capaz de

    mensagenexprimir dide emooaspectos imdum acontduma expecomentrio

    capaz deproblemasquestes n

    determinadimplica a covrios fact

    capaz de inquritos sobre assuquotidianointeresse.

    capaz de escrever, de

    forma clara, notas cominformaes simples, masrelevantes, nos domniosprivado e educativo.

    capaz de expor, deforma clara, problemase de colocar questes.

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    fronteiras, juntar culturas. II Simpsio Mundial de Estudos de Lngua Portuguesa. vora:

    Universidade de vora. (http://www.simelp2009.uevora.pt/slgs/sl18.html)

    SOUSA, O. (1999). Competncia Ortogrfica e Competncias Lingusticas. Lisboa: ISPA.

    STRECHT-RIBEIRO, O. (1998). Lnguas estrangeiras no 1. ciclo: razes, finalidades, estratgias.

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    VELTCHEF & HILTON (2003). L`valuation en FLE. Paris: Hachette.

    ZABALZA, M. (1994). Planificao e desenvolvimento curricular na escola.2. ed. Lisboa: Edies ASA.

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    QuaREPE |DOCUMENTO ORIENTADOR 34

    DICIONRIOS

    AA. VV. (2001). Dicionrio da Lngua Portuguesa Contempornea. Lisboa: Academia das Cincias,Verbo.

    CRYSTAL, D. (1992). Dictionary of Language and Languages. London: Penguin Books.

    CUQ, J-P. (2003). Dictionnaire de Didactique du Franais. Paris: CLE international.

    GALISSON, R & COSTE, D. (1983). Dicionrio de Didctica das Lnguas.Traduo portuguesa. Coim-bra: Livraria Almedina.

    XAVIER, M. F. & MATEUS, M. H. (org.) (1990). Dicionrio de Termos Lingusticos. Associao Portu-guesa de Lingustica e Instituto de Lingustica Terica e Computacional. Vol. I. Lisboa: Ed. Cosmos.

    XAVIER, M. F. & MATEUS, M. H. (org.) (1992). Dicionrio de Termos Lingusticos. Associao Portu-guesa de Lingustica e Instituto de Lingustica Terica e Computacional. Vol. II. Lisboa: Ed. Cosmos.

    GRAMTICAS E OUTROS AUXILIARES

    CUNHA, C. & LINDLEY CINTRA (1984). Nova Gramtica do Portugus Contemporneo. Lisboa:Edies Joo S da Costa.

    DUARTE, I. (2000). Lngua Portuguesa, Instrumentos de Anlise. Lisboa: Universidade Aberta.

    MATEUS, M. H. et al. (2003). Gramtica da Lngua Portuguesa.5. Edio. Lisboa: Caminho.

    PERES, J. A. & MIA, T. (1995). reas crticas da lngua portuguesa. Lisboa: Caminho.

    PERINI, M. A. (1995). Gramtica descritiva do portugus. So Paulo: Editora tica.

    LEGISLAO

    Resoluo do Conselho de Ministros n. 188/2008, de 16 de Julho, publicada no Dirio da Repblica,

    1. srie, N. 231, de 27 de Novembro.

    Despacho n. 21 787/2005 (2. srie), de 28 de Setembro de 2005, do Gabinete do Secretrio de Estado

    Adjunto e da Educao, publicado no Dirio da Repblica 2. Srie, n. 200, de 18 de Outubro de 2005

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    STIOGRAFIA*

    DGIDC:http://sitio.dgidc.min-edu.pt/Paginas/default.aspx

    Portal das Escolas:http://www.portaldasescolas.pt

    Instituto Cames:http://www.instituto-camoes.pt/

    Plano Nacional de Leitura:http://www.planonacionaldeleitura.gov.pt

    Conselho da Europa:http://www.coe.inthttp://www.ecml.at

    Relatrios da OCDE sobre os diversos pases europeus:http: //www.oecd.org

    Midos Seguros na Net:http://www.miudossegurosna.net/

    Portal Infantil na RTP (Zig Zag) :http://www.rtp.pt/wportal/infantil/

    Antnio Torrado escreve e conta a histria do diae a Cristina Malaquias ilustra:http://www.historiadodia.pt/pt/index.aspxhttp://junior.te.pt

    C@TRAIOS - O Portal dos Midos e Grados:http://www.catraios.pt

    Sesame Street:

    http://www.sesameworkshop.org/sesamestreet/

    Stio dos midos:http://www.sitiodosmiudos.pt/sitio.asp

    Piuii Educao Infantil - Portal Brasileiro com Msica para Crianas:http://www.piuii.com.br/

    O leme - Portal de busca:http://www.leme.pt/criancas/

    *acedida em 10 de Maro de 2011

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