Manual tutor para agentes jovens

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Formação de Agentes Jovens Manual do Tutor

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Formação de Agentes Jovens

Manual do Tutor

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Olá! Seja bem-vindo!

Você está assumindo o papel de Tutor dos Agentes Jovens! Isso significa que você está na linha de frente do programa que leva os Jogos Rio 2016 para dentro das escolas.

A sua atuação é fundamental para organizar e orientar os jovens nas atividades. Você é um modelo de liderança para os alunos e um orgulho para a escola!

Para apoiá-lo nesta importante função, o Transforma desenvolveu este manual que traz toda a metodologia, incluindo um passo a passo das atividades a serem realizadas com os jovens durante a formação.

O que você encontrará neste manual?

1. Como se preparar para os Encontros com os Agentes Jovens,

2. Sugestões de como acompanhar o trabalho dos jovens entre os Encontros,

3. Roteiro de aplicação e dinâmicas para os Encontros,

4. Matrizes para reproduzir os materiais a serem usados nos Encontros.

Contamos com você!

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Introdução ao Programa e roteiro para um

Pré-Encontro com os Agentes Jovens ......................... 7

Parte teórica ao Tutor sobre Pesquisa e roteiro

para 1º Encontro com os Agentes Jovens .................. 17

Parte teórica ao Tutor sobre Planejamento e roteiro

para 2º Encontro com os Agentes Jovens ................ 43

Parte teórica ao Tutor sobre Comunicação e roteiro

para 3º Encontro com os Agentes Jovens ................. 57

Parte teórica ao Tutor sobre Mobilização Social e

roteiro para 4º Encontro com os Agentes Jovens .. 69

Materiais anexos .............................................................. 81

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SOBRE A FORMAÇÃO

DE AGENTES JOVENS1Neste capítulo, você verá:

• O que é o Comitê Rio 2016;

• O que é o Transforma;

• Quem são os Agentes Jovens;

• Qual é o papel do Tutor de Agentes Jovens;

• Como está estruturado o programa de formação dos Agente Jovens;

• Quais são os envolvidos no processo, seus papéis e responsabilidades.

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O COMITÊ RIO 2016O Comitê Rio 2016 é uma organização criada especialmente para organizar os primeiros Jogos Olímpicos e Paralímpicos da América do Sul, realizados na cidade do Rio de Janeiro, Brasil.

Visão: A união de todos os brasileiros, realizando o maior evento do mundo e construindo com orgulho, através do Esporte, a promessa nacional de progresso.

Missão: Entregar Jogos excelentes, com celebrações memoráveis que irão promover a imagem global do Brasil, baseados em transformação sustentável através do esporte no âmbito social e urbano, contribuindo para o crescimento dos Movimentos Olímpico e Paralímpico.

Saiba mais:Veja esta animação e saiba mais sobre o Comitê Rio 2016.http://www.youtube.com/user/rio2016video?feature=watch

O TRANSFORMAO Transforma é o Programa de Educação que leva os Jogos Olímpicos e Paralímpicos Rio 2016 para dentro das escolas.

A sua missão é utilizar os valores Olímpicos e Paralímpicos na educação para fortalecer o papel do jovem como agente de transformação.

Como se pretende fazer isso?

Criando oportunidades para os alunos:

• Vivenciarem os valores Olímpicos e Paralímpicos;

• Experimentarem os esportes Olímpicos e Paralímpicos e adotarem um estilo de vida ativo e saudável;

• Engajarem-se nos Jogos Rio 2016.

OS AGENTES JOVENSOs Agentes Jovens são agentes de mobilização que trabalham para melhorar o ambiente escolar, apoiando atividades e projetos da escola.

CAPÍTULO 1 | SOBRE A FORMAÇÃO DE AGENTES JOVENS1

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PERFIL DE UM AGENTE JOVEM:

• Cursa o 7º, 8º ou 9º ano do Ensino Fundamental ou o Ensino Médio;

• Tem papel de liderança na turma e trabalha com espírito de equipe;

• É responsável, consegue cumprir prazos, inspira confiança, cumpre atividades com pontualidade e organização;

• Tem iniciativa, sabe tomar decisões;

• Tem facilidade de comunicação e de relacionamento;

• É democrático, sabendo ouvir e respeitar a opinião dos outros;

• Se interessa em desenvolver ações na escola e na comunidade;

• É participativo sem comprometer seu desempenho escolar.

OBJETIVOS DA FORMAÇÃO DE AGENTES JOVENS• Despertar no jovem a atitude de corresponsabilidade para a promoção de melhorias no

clima escolar por meio dos Valores Olímpicos e Paralímpicos;

• Desenvolver habilidades que possibilitem a atuação dos jovens como agentes transformadores da realidade local, mobilizando mais pessoas da escola para as ações do programa;

• Engajar os jovens para os Jogos Olímpicos e Paralímpicos Rio 2016;

• Promover a integração, a troca de experiências e conhecimentos entre os jovens;

• Instrumentalizar os jovens com ferramentas de mobilização social.

Sobre a Seleção dos Agentes Jovens

Os Agentes Jovens devem ser preferencialmente alunos do 7º ano do Ensino Fundamental em diante. Pensando na continuidade do projeto na escola, é fundamental ter ao menos 50% do grupo de Agentes Jovens formado por alunos do 7º e 8º ano, no caso do Ensino Fundamental, e do 1º ano, no caso do Ensino Médio. Como provavelmente grande parte destes jovens continuará na escola, desta forma é possível garantir que existam Agentes Jovens com experiência para o próximo ano, auxiliando o Tutor na formação de novos participantes.

Sua escola pode criar critérios de seleção dos participantes, desde que eles tenham o perfil desejado. Uma sugestão é convidar os líderes de turma para assumirem este papel, visto que eles já foram eleitos por seus pares para esta função de liderança.

CAPÍTULO 1 | SOBRE A FORMAÇÃO DE AGENTES JOVENS

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1OS TUTORESO Tutor é peça fundamental para o sucesso do Transforma na escola! Ele nada mais é que a pessoa responsável por fazer a formação dos Agentes Jovens, tornando-se uma referência para estes alunos.

IMPORTANTE!

Dois profissionais, no mínimo, deverão assumir o papel de Tutores. Assim, garante-se a continuidade do trabalho com os jovens perante qualquer imprevisto que possa ocorrer com algum Tutor.

Os Tutores podem atuar em turnos diferentes para que possam acompanhar os Agentes Jovens do seu respectivo turno.

Caso isso ocorra, é fundamental que os Tutores trabalhem de forma conjunta e estejam alinhados, “falando a mesma língua” com os Agentes Jovens. É importante que, mesmo em turnos diferentes, os jovens se enxerguem como um único grupo.

Perfil do Tutor

• Profissional da escola, independentemente da disciplina que é responsável ou da função que exerce na escola;

• Tem disponibilidade de tempo para fazer a formação e o acompanhamento dos Agentes Jovens;

• É comunicativo e tem um bom relacionamento com os alunos;

• Tem espírito de equipe e é democrático para ouvir as opiniões dos jovens de igual para igual;

• É carismático e inspira os alunos;

• Tem bom relacionamento com os alunos e a Coordenação da escola.

PRINCIPAIS RESPONSABILIDADES DOS ENVOLVIDOS NO PROGRAMAAgentes Jovens

• Desenvolver ações que promovam os valores Olímpicos e Paralímpicos com o objetivo de melhorar o clima escolar;

• Participar dos Encontros e realizar as atividades propostas pelo programa;

CAPÍTULO 1 | SOBRE A FORMAÇÃO DE AGENTES JOVENS1

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• Atuar como multiplicador do Olimpismo na escola;

• Ser um agente transformador da escola.

Tutores de Agentes Jovens

• Ser o ponto de referência da formação de Agentes Jovens na escola;

• Ter disponibilidade para realizar os quatro Encontros de formação dos jovens, assim como acompanhar e orientar as ações e atividades propostas pelos alunos;

• Ser multiplicador do projeto na escola com os alunos, com os outros professores e com a Coordenação;

• Fazer a interface entre os alunos e a Coordenação da escola.

Professores de Educação Física

• Realizar experimentação esportiva com os jovens na escola, durante as aulas de Educação Física;

• Dar apoio aos Agentes Jovens na divulgação dos valores Olímpicos e Paralímpicos;

• Atuar em parceria com o Tutor sempre que necessário.

Coordenação Pedagógica

• Participar e se envolver com o programa, abrindo os caminhos e facilitando a atuação dos Tutores, Professores de Educação Física e dos Agentes Jovens;

• Legitimar as ações dos Agentes Jovens na escola e estimular a participação dos demais alunos;

• Criar condições estruturais para que as formações aconteçam e para que os Agentes Jovens possam desenvolver suas ações, liberando salas de aula, salas multiuso e de informática, assim como equipamentos (projetor, máquinas fotográficas, filmadoras, entre outros), quando necessário;

• Abrir espaço para que os Tutores divulguem e pensem o programa com os outros professores nas reuniões pedagógicas.

Demais Professores

• Apoiar os Agentes Jovens e o Tutor nas suas atividades, sempre que necessário;

• Abrir espaço, sempre que possível, durante suas aulas, para que os Agentes Jovens divulguem suas ideias, façam a pesquisa de clima e mobilizem os colegas.

CAPÍTULO 1 | SOBRE A FORMAÇÃO DE AGENTES JOVENS

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1ESTRUTURA DA FORMAÇÃO DE AGENTES JOVENSA formação dos Agentes Jovens se organiza da seguinte maneira:

MAS O QUE SÃO OS ENCONTROS COM OS AGENTES JOVENS?São momentos em que o Tutor reúne os jovens participantes para desenvolver os conteúdos específicos da formação, com o objetivo de gerar um produto final. Nestes encontros, sempre haverá atividades lúdicas que promovam a descontração, o sentimento de pertencimento ao grupo e o engajamento, além de atividades que preparem os jovens para a prática dos temas trabalhados.

Ao longo do ano, estão programadas a realização de 4 Encontros com temas específicos (Pesquisa, Planejamento, Comunicação e Mobilização Social). Eles devem acontecer, em média, a cada 2 meses, com duração aproximada de 3h.

Ao final deste Manual estão disponíveis as matrizes de todos os materiais de apoio a serem utilizados nos Encontros.

DICA!

Para manter os jovens motivados e acompanhar de perto a realização de cada tarefa proposta, sugerimos que sejam feitas pequenas reuniões entre os Encontros. Elas podem acontecer a cada 15 dias e durar de 15min a 1h, dependendo da disponibilidade e necessidade do grupo. Este manual também trará dicas de como coordenar estas reuniões.

1º ENCONTRO

PESQUISA

PRODUTO: Pesquisa de clima escolar.

PRODUTO: Planejamento de ações para melhoria do clima escolar.

PRODUTO: Campanha de comunicação dos valores.

PRODUTO: Mobilização da escola para a Maratona de Valores.

Realização de uma pesquisa de clima na escola para descobrir qual valor deve ser trabalhado.

Planejamento de ações para melhoria do valor dentro da escola e do clima escolar.

Criação de veículos de comunicação para disseminar os valores.

Organização da Maratona de Valores e mobilização da escola para participação no evento.

2º ENCONTRO

PLANEJAMENTO

3º ENCONTRO

COMUNICAÇÃO

4º ENCONTRO

MOBILIZAÇÃO

CAPÍTULO 1 | SOBRE A FORMAÇÃO DE AGENTES JOVENS1

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É muito importante que, durante os Encontros, os jovens sintam abertura para dar suas opiniões. Todos devem ter voz e nenhuma opinião vale mais do que a outra, nem mesmo a do Tutor.

Lembre-se sempre de que os Agentes Jovens devem ser os protagonistas do processo e cabe a você, Tutor, guiá-los para este caminho.

Sugerimos que, caso seja possível, você organize um Pré-Encontro com os Agentes Jovens para explicar melhor o que é o programa e já começar a motivá-los para o desafio que terão pela frente.

PRÉ-ENCONTRO – AQUECIMENTO DO PROGRAMA

Preparando o Pré-encontro:

Até 15 dias antes

• Reservar um local na escola para realizar o Pré-Encontro com os Agentes Jovens.

Até 10 dias antes

• Checar com a Coordenação da escola qual o local destinado para a reunião;

• Avisar, de preferência pessoalmente, todos os Agentes Jovens sobre o local e o horário da reunião;

• Preparar uma lista de presença para que os Agentes Jovens coloquem seus contatos (Facebook, e-mail e telefone).

Até 5 dias antes

• Fazer a confirmação de presença dos jovens, reforçando o horário e o local.

O QUE FAZER NO PRÉ-ENCONTRO?Objetivo do Pré-Encontro:

Reunir os alunos selecionados para assumirem o papel de Agentes Jovens, explicar o que é o Transforma, como serão as formações e motivá-los para o 1º Encontro.

PRÉ-ENCONTRO PASSO A PASSOPreparando o Pré-Encontro

Chegue na sala reservada para o Pré-Encontro com aproximadamente 20 min de antecedência.

Prepare a sala disponibilizando as cadeiras em círculo ou em U. Esta mudança no ambiente deixa claro aos jovens que eles não estão indo para uma aula comum, mas para um encontro diferente. Você pode até mesmo colocar um som ambiente para dar um clima de descontração à reunião.

CAPÍTULO 1 | SOBRE A FORMAÇÃO DE AGENTES JOVENS

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1Dê as boas-vindas aos jovens que chegarem e peça que assinem a lista de presença, preparada por você.

Início

Alguns Agentes Jovens poderão ser colegas de classe, já outros talvez se conheçam só de vista. Como agora eles formarão uma equipe, é importante que comecem a se conhecer melhor. Sugerimos que seja aplicada uma dinâmica introdutória, para quebrar o gelo e fazer com que os jovens se apresentem.

Dinâmica do EcoMateriais necessários: nenhum

Objetivo: Promover a apresentação e a integração dos jovens.

Duração estimada: 20 min

Com todos jovens de pé e em círculo, diga que agora eles farão uma brincadeira para ver quem é bom de memória. Ela funciona da seguinte maneira: o primeiro aluno dá um passo à frente, cumprimenta os demais e diz seu nome. Ele volta para o lugar e o colega da direita dá um passo à frente. Este jovem deve cumprimentar os demais, deve repetir o nome do colega e dizer o seu. O próximo fará a mesma coisa: dará um passo à frente, repetirá o nome dos dois colegas anteriores e dirá o seu. Assim, sucessivamente, sendo que o primeiro a começar a dinâmica deverá encerrá-la repetindo o nome de todos da roda.

Caso tenha alguma outra dinâmica de apresentação que costume aplicar, fique à vontade para substituí-la.

Após a dinâmica, peça a todos que se sentem e explique o motivo de estarem todos ali. Para isso, use como base as informações que você leu no início deste manual. Não se esqueça de falar os seguintes tópicos:

• O que é o Transforma;

• O que ele tem a ver com os Jogos Olímpicos e Paralímpicos;

• O que são os Agentes Jovens, suas responsabilidades e a sua importância no contexto do programa;

• Qual o seu papel como Tutor;

• Como acontecerá a formação deles (4 Encontros e pequenas reuniões entre os Encontros).

Pergunte se os jovens têm alguma dúvida sobre o que você apresentou a eles. Reforce a ideia de que, agora, todos vocês são uma equipe e deverão trabalhar juntos para fazer o programa acontecer na escola.

Se possível, já agende a data do 1º Encontro com os jovens.

CAPÍTULO 1 | SOBRE A FORMAÇÃO DE AGENTES JOVENS1

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Para finalizar, convide-os a criar um grito de guerra, que representará o grupo. Este grito será dado em todos os Encontros.

DICA!

Dependendo da quantidade de Agentes Jovens, você pode dividi-los em pequenos grupos pedindo que cada um crie um grito de guerra. Na sequência os grupos apresentam os gritos uns para os outros e é feita uma votação para escolher o melhor.

Encerre a reunião com o grito de guerra, em alto astral.

Passe seus dados de contato (telefone, e-mail e Facebook) e lembre-os de que você estará sempre à disposição para tirar dúvidas.

IMPORTANTE!

Sugerimos que você aproveite que o programa está no início e crie um registro de todas as ações. Registre o que deu certo, o que deu errado, fotografe os Encontros e escreva suas impressões. Além de ser um grande aprendizado pessoal, ao final, você poderá compartilhar esta sua experiência detalhada com outros Tutores e com o Comitê Rio 2016.

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2 PESQUISA

Neste capítulo, você verá:

• A história dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos;

• Os valores Olímpicos e Paralímpicos e os valores educacionais do Olimpismo;

• Conceito de Clima Escolar;

• O que é Mobilização Social;

• Conteúdo teórico sobre Pesquisa para auxiliá-lo no 1º Encontro.

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Como vimos, no capítulo anterior, o Transforma utiliza os Valores Olímpicos e Paralímpicos para fortalecer o papel dos jovens como agentes de transformação.

Por isso, para começarmos, é importante conhecer o contexto histórico dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos, quais são estes valores e de que forma eles serão trabalhados na educação.

SAIBA MAIS!

Você sabia que há diferença entre os termos “Olimpíada” e “Jogos Olímpicos”?

Olimpíada é o nome dado ao período de quatro anos entre duas edições dos Jogos Olímpicos.

Já os Jogos Olímpicos se referem aos jogos em si. Neste caso, em 2016, no Rio de Janeiro.

JOGOS OLÍMPICOSComo surgiram?

Os Jogos Olímpicos surgiram na Grécia Antiga, mais precisamente na cidade de Olímpia, há 776 a.C. Muito diferente do que é hoje, os jogos eram uma homenagem esportiva a Zeus, um dos mais importantes deuses da mitologia grega.

Participavam das competições apenas os homens que fossem cidadãos livres. As mulheres não podiam nem assistir aos jogos.

Completamente nus, os atletas disputavam provas de atletismo, luta, boxe, corrida de cavalo e pentatlo (prova que incluía corrida, salto em distância, lançamento de dardo, disco e lutas). A nudez representava o ideal de harmonia entre corpo e mente, no qual acreditavam que somente através do treino do corpo a mente poderia ser desenvolvida. Os vencedores ganhavam uma coroa com folhas de louro, único prêmio e símbolo máximo da vitória.

Os gregos realizavam os jogos a cada 4 anos e o evento era tão importante que eram selados acordos de cessar-fogo e tréguas entre as cidades inimigas para que os competidores e participantes pudessem chegar em Olímpia. Porém, com a dominação romana em 393 d.C, os Jogos Olímpicos foram proibidos.

Era Moderna e o Barão de Coubertin

Esporte a serviço da humanidade. Este era o espírito Olímpico idealizado pelo Barão Pierre de Coubertin que trouxe de volta a tradição dos Jogos Olímpicos. Em 23 de junho de 1894, Coubertin fundou o COI – Comitê Olímpico Internacional. Até hoje, comemora-se o Dia Olímpico nesta data.

Muitos anos depois dos últimos jogos olímpicos na Grécia, o país seria palco de mais um encontro esportivo: os primeiros Jogos Olímpicos da Era Moderna. Na primeira edição, em

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1896, participaram 240 atletas de 14 países, em provas de atletismo, esgrima, luta livre, ginástica, halterofilismo, ciclismo, natação e tênis.

SAIBA MAIS!

Nos últimos jogos Olímpicos de 2012, realizados em Londres, participaram 10.500 competidores de 204 países competindo em 26 esportes.

Em 1914, foi criado o principal símbolo dos Jogos Olímpicos, os cinco aros coloridos (azul, amarelo, verde, preto e vermelho) que representam a união dos continentes e formam a bandeira olímpica. Assim, cada país do mundo tem, pelo menos, uma das cores de sua bandeira representada nos aros.

“Citius, Altius, Fortius” é o lema em latim que traduzido significa “mais rápido, mais alto, mais forte”, representando a superação de limites.

A tocha é um elo entre os jogos da antiguidade e os atuais. O fogo simboliza a purificação. A tocha é acesa em Olímpia, na Grécia, e viaja através de um revezamento até o local dos jogos, representando a paz e a amizade entre os povos.

Ao longo dos anos, de 1896 a 2012, os Jogos Olímpicos evoluíram muito: novos esportes foram incluídos, foi criada a edição de Jogos de Inverno e da Juventude e atletas profissionais já podem participar da competição. Durante todas estas edições, muitos foram os feitos históricos e emocionantes que aconteceram. Até hoje, os Jogos Olímpicos unem o mundo em torno do ideal Olímpico, propagando seus valores de amizade, respeito e excelência.

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2SAIBA MAIS!

Veja o vídeo ao estilo “Draw My Life” sobre o Movimento Olímpico.

http://www.youtube.com/watch?v=Jgh-AVeytcw

JOGOS PARALÍMPICOSComo surgiram?

Assim como Pierre de Coubertin é considerado o “pai” dos Jogos Olímpicos da Era Moderna, Ludwig Guttman é o criador do Movimento Paralímpico. Médico neurocirurgião judeu, fugiu da Alemanha para a Inglaterra durante a Segunda Guerra Mundial.

Passado este período turbulento da história, os países envolvidos ficaram com um grande número de combatentes com lesões medulares, ficando paraplégicos ou tetraplégicos. Este contexto influenciou Guttman a fazer um trabalho de reabilitação física e social destes veteranos de guerra por meio de práticas esportivas, iniciando os trabalhos em 1944 no Centro Nacional de Lesionados Medulares de Stoke Mandeville, Inglaterra.

A primeira competição para atletas com deficiência foi realizada em 1948, em Stoke Mandeville, no exato dia da Cerimônia de Abertura dos Jogos Olímpicos de Londres. Quatro anos depois, atletas holandeses participaram dos jogos de Stoke Mandeville. Foi assim que surgiu o movimento internacional chamado de Movimento Paralímpico.

Os primeiros Jogos Paralímpicos aconteceram em Roma, em 1960, e contou com a participação de 400 atletas de 23 países.

Os Jogos Paralímpicos sempre foram realizados no mesmo ano dos Jogos Olímpicos, porém a partir de Seul, em 1988, passaram a acontecer logo após os Jogos Olímpicos, na mesma cidade e fazendo uso das mesmas instalações.

O Comitê Paralímpico Internacional tem a seguinte visão: “Capacitar atletas paralímpicos para atingir a excelência esportiva e inspirar e contagiar o mundo”. Esta afirmação expressa a essência dos valores Paralímpicos de determinação, coragem, igualdade e inspiração.

O lema “Espírito em Movimento” traduz o que o Movimento Paralímpico tenta alcançar: possibilitar que atletas de todos os lugares se unam numa mesma cena, inspirando e contagiando o mundo com suas performances.

O atual símbolo Paralímpico foi lançado em 2003. Ele é formado por Agitos (do latim “Eu me movimento”) que circulam um ponto central enfatizando o papel do Comitê Paralímpico Internacional de reunir atletas de todo mundo e propiciar condições de competirem. As cores são azul, verde e vermelho – as três cores que são mais comumente usadas nas bandeiras nacionais.

CAPÍTULO 2 | PESQUISA E ROTEIRO PARA O ENCONTRO2

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Classificação

Nos Jogos Paralímpicos competem atletas com deficiências diversas: visual, física e intelectual. Para tentar garantir igualdade entre os competidores e assegurar que a vitória seja determinada pelo alto desempenho (assim como nos Jogos Olímpicos), foi criado o sistema de classificação.

A classificação pode seguir parâmetros médicos (avaliações clínicas), funcionais (avaliações físicas) e/ou esportivos (observação do desempenho) e cada esporte determina seu próprio sistema de classificação.

No caso da classificação funcional e esportiva, como é o potencial funcional do atleta que determina sua classe, em alguns eventos é possível ver atletas com deficiência nos braços competindo na mesma prova com atletas com deficiência nas pernas, por exemplo. Afinal, não é a deficiência que indica sua classe, mas o que o atleta consegue desempenhar naquele esporte.

SAIBA MAIS!

Veja o vídeo ao estilo “Draw My Life” sobre o Movimento Paralímpico.

http://www.youtube.com/watch?v=K6AAXsvf-8I&list=PLNv6oVicHp4BJSK0KlWH1mfDl_jRugWmk&feature=c4-overview-vl

CAPÍTULO 2 | PESQUISA E ROTEIRO PARA O ENCONTRO

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2VALORES OLÍMPICOS E PARALÍMPICOSTanto o Movimento Olímpico quanto o Paralímpico têm como base alguns valores que norteiam suas ações. Conheça-os!

Valores Olímpicos

Amizade - enche nossos relacionamentos com atitudes e sentimentos positivos. Tem em relação ao outro, empatia, honestidade, compaixão, confiança, solidariedade e reciprocidade positiva.

Homens e mulheres estão no centro do foco do Movimento Olímpico, incentivando elos e a compreensão mútua entre as pessoas. Este valor se refere à construção de um mundo melhor e mais pacífico através da solidariedade, do espírito de equipe, da alegria e do otimismo no esporte.

Os Jogos Olímpicos inspiram pessoas a passar por cima de diferenças políticas, econômicas, sexuais, raciais ou religiosas e estabelecer amizades apesar dessas diferenças. Os atletas expressam este valor ao formarem elos fortes com seus companheiros de equipe e seus oponentes. Para os atletas, isso significa estabelecer laços para a vida toda com seus companheiros de equipe, assim como com seus adversários.

Respeito - inclui o fair play (jogo limpo), honestidade e o cumprimento às regras, trazendo a ideia de cuidado com o outro e com o ambiente. No ideal Olímpico, este valor representa o princípio ético que deve inspirar todos aqueles que participam dos programas Olímpicos. Isso inclui respeito por si mesmo e por seu corpo, respeito ao outro, às regras e ao meio ambiente. Refere-se, portanto ao jogo limpo que cada atleta deve praticar no esporte e à obrigação de afastar-se do doping.

Excelência - progride de acordo com seus objetivos, dando o melhor de si. Este valor se refere a “dar o seu melhor”, no campo de jogo ou na vida, sem se comparar com os outros, mas acima de tudo com o objetivo de alcançar as metas pessoais com determinação e esforço. Não se trata apenas de vencer, mas também de participar, de progredir na direção dos objetivos pessoais, de lutar para ser e fazer o melhor no dia a dia e beneficiar-se da combinação saudável de corpo, mente e vontade fortes.

Valores Paralímpicos

Igualdade – o esporte Paralímpico atua como um agente de mudança, quebrando as barreiras sociais de discriminação das pessoas com deficiência.

Dar e receber um tratamento igual, assegurando oportunidades sem qualquer deslealdade. É fazer para os outros o que você gostaria que os outros fizessem para você.

Coragem – engloba o espírito único do atleta paralímpico, que procura realizar o que o público em geral pensa ser inesperado, mas o que o atleta sabe que é uma verdade.

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É uma habilidade que nos leva a enfrentar desafios físicos e morais e nos dá força para fazer o que acreditamos ser certo.

Determinação – é a manifestação da ideia de que atletas paralímpicos levam sua capacidade física para o limite absoluto.

Nos ajuda a tomar decisões focando nos objetivos.

Inspiração – quando um intenso afeto é gerado a partir das histórias e realizações dos atletas Paralímpicos e tem como efeito o desejo de levar este aprendizado para nossas vidas pessoais.

É a busca por uma fonte que potencialize as nossas possibilidades.

VALORES EDUCACIONAIS DO OLIMPISMOOs valores educacionais do Olimpismo surgiram como uma leitura dos valores olímpicos e paralímpicos. Eles foram desenvolvidos de modo a facilitar a aplicação dos conceitos no ensino.

Alegria do Esforço – os jovens desenvolvem e praticam habilidades físicas, intelectuais e de comportamento quando desafiam uns aos outros na prática de atividades físicas, de movimentos, em jogos e em esportes.

Jogo Limpo – este é um conceito do esporte aplicado em todo o mundo, de diferentes maneiras. Aprender a jogar limpo no esporte pode desenvolver e reforçar esse comportamento na comunidade e na vida.

Respeito pelos outros – quando os jovens que vivem em um mundo multicultural aprendem a aceitar e a respeitar a diversidade e a agir de modo pacífico, eles promovem a paz e a compreensão internacional.

Busca pela Excelência – a busca pela excelência pode ajudar jovens a fazer escolhas saudáveis e positivas, para que se esforcem e sejam o melhor que puderem em tudo o que realizarem.

Equilíbrio entre corpo, vontade e mente – o aprendizado ocorre em todo o corpo e não apenas na mente. A educação física e o ensino por meio do movimento contribuem para aprimorar o aprendizado moral e intelectual.

CLIMA ESCOLARO conceito de Clima Escolar que será adotado no âmbito do trabalho com os Agentes Jovens deriva da noção e conceitos de Clima Organizacional.

A literatura sobre Clima Organizacional não apresenta um único conceito. Existem abordagens que dão ênfase a características organizacionais, a características individuais e à mensuração da percepção dos indivíduos em relação à cultura organizacional, motivação e satisfação, por exemplo.

Existem pesquisas que buscaram conceituar e analisar as variáveis do Clima Escolar. Essas

CAPÍTULO 2 | PESQUISA E ROTEIRO PARA O ENCONTRO

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2pesquisas reconhecem as características das instituições de ensino, especialmente aquelas das escolas públicas.

Buscando orientar o trabalho do tutor dos Agentes Jovens, o Clima Escolar será aqui entendido como o conjunto de percepções das pessoas que interagem com a estrutura formal da escola e com o estilo de gestão escolar predominante, influenciados pelas atitudes, crenças, valores e motivações de alunos, professores e funcionários.

É importante notar que embora o conceito adotado acima reconheça a percepção de todos os envolvidos com a escola, o trabalho de pesquisa dos Agentes Jovens se resumirá a coletar as impressões dos alunos.

Outro ponto relevante para a compreensão do conceito de Clima Escolar aqui adotado é que, embora existam diversos modelos de estudo de Clima Organizacional, o modelo a ser adotado pelos Agentes Jovens será cruzado com os Valores Olímpicos e Paralímpicos. Dessa forma, entende-se que os Valores serão os fatores a serem estudados em relação ao Clima Escolar.

MOBILIZAÇÃO SOCIALQuando falamos de Agentes Jovens, falamos em mobilização social. Mas o que isso significa?

Mobilização social é o que acontece quando um grupo de pessoas se une e age com um objetivo comum. Participar desta união é um ato de escolha individual, ou seja, todos podem aceitar ou não fazer parte do movimento.

Essa decisão depende essencialmente das pessoas se verem como capazes de provocar e construir mudanças.

Dito isso, é importante lembrar que, ao passo que esperamos que os Agentes Jovens mobilizem a comunidade escolar, esperamos que você, Tutor, consiga mobilizar os jovens a assumirem este papel.

Nosso objetivo é que esta metodologia desperte nos jovens o desejo de mudança, transformando este desejo em disposição para agir e, consequentemente, resultando na própria ação.

Para despertar o desejo de mudança, é preciso fazer com que os jovens “olhem com outros olhos” para a sua realidade diária a partir de informações que lhe deem base para saber qual situação precisa ser transformada. É aí que entra a Pesquisa.

PESQUISAA Pesquisa é o tema a ser trabalhado no 1º Encontro junto aos Agentes Jovens.

Ela é fundamental para que os alunos possam trabalhar a questão do clima escolar, pois é por meio dela que diagnosticarão qual Valor Olímpico ou Paralímpico precisa ser trabalhado imediatamente para que o clima seja melhorado.

CAPÍTULO 2 | PESQUISA E ROTEIRO PARA O ENCONTRO2

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A pesquisa, além de ser o instrumento mais indicado para a coleta de dados, também serve para legitimar a mobilização dos Agentes Jovens, pois representa a opinião de parte representativa da comunidade escolar.

1- COMO REALIZAR A PESQUISAO processo completo de realização de uma pesquisa, conta com os seguintes passos:

1 - Definição do que pesquisar;

2 - Identificação da população e da amostra;

3 - Elaboração do questionário;

4 - Aplicação da pesquisa;

5 - Tabulação dos dados;

6 - Análise e interpretação dos dados;

7 - Apresentação e divulgação dos resultados.

Para simplificar o trabalho dos Agentes Jovens, eles já receberão prontas algumas destas etapas, ficando com eles a responsabilidade de se concentrar em outras tarefas específicas. Acompanhe!

1 – Definição do que pesquisar:

O objeto de pesquisa (o que será pesquisado) já está definido na proposta desta metodologia: os Agentes Jovens terão que descobrir como está o clima escolar medindo como está a vivência dos valores olímpicos e paralímpicos pelos alunos. Por meio dela, deverão identificar qual valor está mais em falta na escola.

2 – Identificação da população e da amostra:

População é a totalidade de indivíduos escolhidos de acordo com o objetivo da pesquisa e que possuem alguma característica em comum.

Ex.: todos os alunos do 2º Ciclo do Ensino Fundamental da escola.

A sugestão é que esta pesquisa seja aplicada sob a forma de censo, portanto não será necessário definir a amostra.

Censo é o exame de todos os elementos de uma população. Ou seja, após definir qual população será estudada, aplica-se a pesquisa a todos.

CAPÍTULO 2 | PESQUISA E ROTEIRO PARA O ENCONTRO

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2DICA!

Sugerimos que caso os Agentes Jovens sejam do Ensino Fundamental, a população seja a dos alunos do 2º Ciclo do Ensino Fundamental.

Caso os Agentes Jovens estudem no Ensino Médio, a população seja os alunos do Ensino Médio.

3- Elaboração do Questionário:

A elaboração do questionário é uma etapa fundamental para o sucesso da pesquisa. Pensando em facilitar o trabalho dos Agentes Jovens, o modelo de questionário já foi elaborado e se encontra ao final deste manual.

A pesquisa será quantitativa e, por isso, trará perguntas fechadas (quando o questionário já traz as alternativas a serem respondidas).

A primeira linha do questionário apresenta três perguntas para ajudar a caracterizar os respondentes. Nessas perguntas o aluno deve especificar o ano no qual estuda, sua idade e gênero (colocado como “sexo” para facilitar a compreensão).

Na sequência, o questionário apresenta uma tabela contendo um conjunto de 21 afirmativas sobre o Clima Escolar. Ao lado das afirmativas existem cinco colunas numeradas. Essas colunas estão identificadas no cabeçalho da tabela com uma escala de frequência. Para cada afirmativa o respondente deve assinalar a opção que representa a frequência com que cada afirmativa acontece na escola, na sua opinião. A escala é representada a seguir:

NUNCA QUASE NUNCA ÀS VEZES QUASE SEMPRE SEMPRE

1 2 3 4 5

O conjunto de afirmativas foi criado de forma a ter três frases para representar cada Valor Olímpico ou Paralímpico.

Depois da aplicação da pesquisa e tabulação dos dados você terá acesso a uma planilha de resultados que indicará qual dos valores é menos frequente na escola, segundo a opinião dos alunos. De posse desse resultado você ajudará os Agentes Jovens a pensar em ações para disseminar o Valor deficitário.

CAPÍTULO 2 | PESQUISA E ROTEIRO PARA O ENCONTRO2

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4 - Aplicação da pesquisa:

A aplicação da pesquisa será um dos maiores desafios enfrentados pelos Agentes Jovens nesta etapa.

Para fazer a aplicação da pesquisa, é preciso definir como e quando ela será aplicada.

Sugerimos que a pesquisa seja aplicada nas salas, durante as aulas. Os Agentes Jovens podem solicitar à Coordenação Pedagógica que os apoie, conversando com os professores sobre a pesquisa e pedindo que eles liberem alguns minutos de suas aulas para a aplicação. Além disso, também é importante que os Agentes Jovens sejam liberados por alguns minutos para que possam conduzir a pesquisa.

Com as autorizações dadas, os Agentes Jovens devem ir de sala em sala, conversar com os alunos sobre o objetivo da pesquisa e aplicá-la.

A aplicação do questionário pode ser feita de duas maneiras:

• O Agente Jovem entrega as pesquisas e, em seguida, lê as questões em voz alta enquanto os demais alunos o acompanham;

• O Agente Jovem entrega as pesquisas e se coloca à disposição para responder dúvidas dos alunos.

Conhecendo o perfil das turmas e dos Agentes Jovens, auxilie-os a escolher o método de aplicação que, provavelmente, funcionará melhor.

Os passos 5 (Tabulação de dados), 6 (Análise e interpretação dos dados) e 7 (Apresentação e divulgação dos resultados) serão abordados mais à frente, neste manual.

AÇÃO – 1º ENCONTRO

PREPARANDO O ENCONTRO*

*Estas sugestões de preparação são padronizadas para todos os 4 Encontros com os Agentes Jovens.

Pelo menos 20 dias antes

• Agende uma sala para realização do Encontro com os Agentes Jovens.

Até 15 dias antes

• Confira com a Coordenação qual a sala reservada para a realização do Encontro;

• Confirme com os Agentes Jovens o local e o horário do Encontro.

CAPÍTULO 2 | PESQUISA E ROTEIRO PARA O ENCONTRO

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2Até 10 dias antes

• Releia o capítulo referente a parte teórica e prática do respectivo Encontro;

• Prepare os materiais necessários para as dinâmicas.

Até 5 dias antes

• Faça a confirmação de presença dos jovens, reforçando a importância da participação.

Se possível, sempre fale pessoalmente com os Agentes Jovens. Outros meios de comunicação que costumam ser mais efetivos são o SMS, bilhetes e recados em redes sociais.

O QUE FAZER NO 1º ENCONTRO? Objetivo do Encontro: Trabalhar conceitos de mobilização social, clima escolar e valores olímpicos e paralímpicos, preparando-os para a realização da pesquisa.

ENCONTRO PASSO A PASSOAntes de iniciar

Assim como foi sugerido na preparação do Pré-Encontro, chegue com antecedência na sala onde será realizado o Encontro.

Prepare o ambiente, distribuindo as cadeiras em círculo ou meia-lua e organize os materiais que serão utilizados.

Para seu controle, sugerimos que sempre passe uma lista de presença para os Agentes Jovens.

ATIVIDADE 1 – INÍCIOMateriais necessários: Lista de Presença

Objetivo: dar as boas-vindas para iniciar o Encontro

Duração estimada: 20 minutos

Tente iniciar o Encontro no horário marcado. Dê boas-vindas aos Agentes Jovens presentes.

Caso tenha conseguido realizar o Pré-Encontro, peça que os Agentes Jovens formem um círculo, bem próximos um dos outros e puxe o grito de guerra. Estimule os jovens a gritarem cada vez mais alto, dizendo frases como “está muito baixo”, “vamos acordar, galera”, “quero ouvir mais alto”. Desta forma eles entram no Encontro com mais energia, além de irem se desinibindo.

Em seguida, peça que eles se sentem em uma das cadeiras do círculo e relembre alguns pontos tratados no Pré-Encontro como o que é o Transforma e o papel dos Agentes Jovens.

CAPÍTULO 2 | PESQUISA E ROTEIRO PARA O ENCONTRO2

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IMPORTANTE!

Caso você não tenha tido a oportunidade de realizar o Pré-Encontro, sugerimos que realize suas respectivas atividades como introdução deste 1º Encontro, deixando apenas a criação do grito de guerra do grupo para o final.

Neste Encontro, além de apresentar a história dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos, você trabalhará com os jovens o conceito de mobilização social. Portanto, use como base os conceitos teóricos trabalhados neste Capítulo 2 - Pesquisa.

É fundamental que os Agentes Jovens saiam deste 1º Encontro com a missão de responder às seguintes perguntas:

Como está o clima da nossa escola?

Que Valor precisamos trabalhar para melhorá-lo?

ATIVIDADE 2 - VIAGEM NO TÚNEL DO TEMPOMateriais necessários: nenhum

Objetivo: quebrar o gelo, unir o grupo e trazê-los para o assunto a ser trabalhado.

Duração estimada: 20 minutos

Diga que você está propondo que agora, todos vocês voltem no tempo para conhecer as origens dos Jogos Olímpicos. Instigue-os perguntando se eles têm ideia do lugar para onde vão.

Só que, para voltar no tempo, é preciso que eles cumpram uma tarefa em equipe, ordenada pelo deus grego do Tempo, Chronos. Só assim, eles serão teletransportados pela história.

DICA

As atividades lúdicas dos Encontros são ancoradas num recurso que todos nós trazemos conosco: a imaginação. Para que os jovens “comprem” a história, é importante que você também acredite nela e se divirta junto com eles. Use seus talentos teatrais sempre que preciso!

Dinâmica: Volta no Tempo com Chronos

Peça que os jovens se levantem, em círculo e deem as mãos. Diga que a tarefa é muito simples, porém exige concentração.

Ela será realizada em 3 etapas e você irá orientar o grupo quando chegarem em cada uma delas (Tutor, você também deve participar da atividade, junto com os jovens).

CAPÍTULO 2 | PESQUISA E ROTEIRO PARA O ENCONTRO

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2A 1ª etapa é “faça o que eu faço e fale o que eu falo”. Ou seja, você fará um movimento e, simultaneamente irá verbalizá-lo.

Por exemplo: Grite “Direita!” e pule para a direita.

Os 4 movimentos possíveis, com suas respectivas ordens, são:

MOVIMENTO ORDEM VERBAL

Saltar para trás, ou seja, para fora do círculo Fora!

Saltar para frente, ou seja, para dentro do círculo Dentro!

Saltar para o lado direito Direita!

Saltar para o lado esquerdo Esquerda!

Demonstre o exercício e peça para que os jovens façam com você, lembrando que todos estão de mãos dadas.

Repita umas 5 vezes até sentir que todos entenderam a dinâmica e estão tranquilos.

Você pode brincar perguntando se já tem gente suando, se não querem secar as mãos porque agora vai ficar cada vez mais difícil, afinal, não é para qualquer um voltar no tempo.

Com o grupo de mãos dadas novamente, anuncie que a 2ª etapa é “fale o que eu falo e faça o contrário do que eu falo”. Ou seja, dará uma ordem e fará o movimento oposto a esta ordem.

Por exemplo, grite “Fora!” e pule para dentro.

Esta etapa vai gerar muitas risadas, já que é muito difícil executá-la. Repita algumas vezes e diga que entrará na última etapa.

A 3ª etapa é “faça o que eu faço e fale o contrário do que eu faço”. Ou seja, dará uma ordem e fará o movimento oposto a esta ordem.

Por exemplo, pule para a esquerda e grite “Direita!”.

Mais uma vez, esta etapa gerará muitas risadas e diversão.

Caso queira, você pode voltar a fazer as etapas anteriores, intercalando as ordens e confundindo ainda mais os alunos.

ATIVIDADE 3 – MENSAGEM DO BARÃO PIERRE DE COUBERTINMateriais necessários: mensagem de Barão de Coubertin

Objetivo: apresentar o contexto histórico dos Jogos Olímpicos

Duração estimada: 10 minutos

Pare tudo e diga que vocês, finalmente, chegaram. Pergunte se eles sabem onde vocês estão.

CAPÍTULO 2 | PESQUISA E ROTEIRO PARA O ENCONTRO2

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Alguns poderão dizer que estão na escola, que não saíram do lugar. Caso isso ocorra, digam que estão enganados, que aquela é uma sala de aula de Paris, na França, no ano de 1890.

Diga que foi deixado um recado pra eles de uma pessoa chamada Barão Pierre de Coubertin e leia o texto abaixo:

Caros Agentes Jovens,

Que bom que vocês vieram aqui para me ajudar! Tive que dar uma saída, mas deixei este bilhete contando tudo para vocês.

Há alguns anos, venho percebendo que há algo de errado com a educação na França. Por isso viajei o mundo pesquisando e descobri que é possível melhorá-la por meio dos esportes. Os esportes trazem com eles valores muito importantes como a amizade, respeito, excelência, igualdade, coragem, determinação e inspiração. O problema é que eu não consigo trazer estes valores de volta porque eles estão aprisionados.

É, isso mesmo, presos! Não sei se vocês sabem, mas há centenas de anos antes de Cristo, os gregos faziam a cada 4 anos, os Jogos Olímpicos, numa homenagem a Zeus. Os jogos eram tão importantes que até mesmo as guerras tinham uma trégua neste período. Mas um dia, os Jogos pararam de acontecer e o terrível Titã Maus aprisionou todos os valores com ele, para que nunca mais a celebração olímpica pudesse existir.

Agora, eu quero fazer com que os Jogos Olímpicos voltem a existir, mas preciso resgatar estes valores. Vocês podem me ajudar a derrotar este Titã e a trazê-los de volta?

Barão Pierre de Coubertin

Diga para os jovens que o Barão de Coubertin foi a pessoa que idealizou a realização dos Jogos Olímpicos na Era Moderna, pois ele acreditava que era possível melhorar a educação aliando-a aos esportes e aos valores. Com este bilhete, parece que, para que esta história exista, depende da ação deles. Pergunte para os jovens o que eles acham de trazer de volta estes valores. Diga que vai ser uma luta bem difícil, porque não é qualquer pessoa que é capaz de derrotar um Titã.

Peça que se levantem, deem as mãos e mentalizem que querem ir para a Grécia antiga. Em seguida, repita 3 rodadas da dinâmica de viagem do tempo.

ATIVIDADE 4 – PERGAMINHO DOS DESAFIOSMateriais necessários: texto Pergaminho dos Desafios, batatas cruas, canudos plásticos, pirulitos, folhas de papel e canetas

Objetivo: fazer com que os jovens conheçam e vivam os valores

Duração estimada: 60 minutos

CAPÍTULO 2 | PESQUISA E ROTEIRO PARA O ENCONTRO

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2Terminada a viagem, diga que chegaram à Grécia Antiga e leia o texto do Pergaminho dos Desafios, escrito pelo Titã Maus.

Quando começar a lista dos desafios propostos pelo Titã, leia o primeiro e peça que os alunos o executem. Após solucioná-lo, comemore que os jovens libertaram aquele valor e fale qual foi o aprendizado que tiveram. Se quiser, você também pode ler o texto de definição de cada valor (pág. 22) ou pedir que os jovens os definam. Assim, sucessivamente até finalizar os 7 valores.

Pergaminho dos DesafiosOs valores estão presos comigo, Titã Maus, e não pretendo nunca mais libertá-los. Quem serão os virtuosos que irão me enfrentar? Só me derrotará quem cumprir os 7 desafios!

Desafio 1: Nó Humano

Valor a ser libertado: Amizade

Dica: Para desatar o nó humano, é preciso muita amizade e companheirismo.

Orientação para o Tutor: Todos deverão formar um círculo e memorizar quem está do seu lado direito e quem está do seu lado esquerdo. Feito isso, devem andar aleatoriamente pela sala, cumprimentando todos os colegas até que escutem a ordem de “parar”.

Dê esta instrução inicial para os alunos e deixe que caminhem até formarem um emaranhado. Diga “Parem!” quando todos deverão parar onde estão. Peça que, sem sair do lugar, eles deem as mãos aos colegas que estavam, no círculo inicial, a sua direita e a sua esquerda. Quando eles tentarem fazer isso, ficará uma confusão e eles formarão o nó humano. Diga que eles terão que voltar a ser um círculo, desfazendo os nós sem soltar as mãos.

Aprendizado: resolvendo este desafio, os jovens vivenciaram um pouco do valor Amizade. Isso porque tiveram que ter empatia, solidariedade e reciprocidade. Tiveram que trabalhar em equipe e ser otimistas em relação ao desfecho da atividade. Independentemente de qualquer diferença, eles estavam unidos fisicamente e pelo mesmo objetivo.

Desafio 2: O enigma

Valor a ser libertado: Excelência

Dica: Para resolver este enigma, é preciso pensar muito e dar o melhor de si.

Orientação para o Tutor: Diga para os jovens que eles deverão tentar resolver um enigma. Sugerimos que você escreva-o numa lousa ou em algum outro lugar. Determine um tempo para que cheguem a uma solução e comece a cronometrá-lo. Caso os alunos não consigam solucioná-lo, você pode ajudá-los a resolver o enigma.

CAPÍTULO 2 | PESQUISA E ROTEIRO PARA O ENCONTRO2

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“Marcos está olhando a fotografia de alguém. Seu amigo pergunta quem é o homem do retrato. Marcos responde: ‘Irmãos e irmãs eu não tenho, mas o pai deste cara é filho do meu pai’. Quem está na fotografia?”

Resposta: o filho de Marcos

Aprendizado: resolvendo este desafio, os jovens vivenciaram um pouco do valor Excelência. Isso porque eles tiveram que dar o melhor de si para a resolução de um enigma de raciocínio lógico. Resolvendo ou não o enigma, todos participaram e tentaram ir até o seu melhor.

Desafio 3: O mico

Valor a ser libertado: Respeito

Dica: Para libertar este valor, é preciso pensar no outro.

Orientação para o Tutor: Separe os jovens em 4 grupos e nomeie-os como A, B, C e D. Diga que o grupo A deverá planejar uma prova “mico” para os colegas do B e assim sucessivamente. O mesmo vale para os grupos C e D. Explique que a prova pode ser qualquer coisa, desde que seja algo meio ridículo que precisará de muita coragem para ser feita. Diga quanto tempo dará para que eles pensem no mico e comece a cronometrar.

Quando tiverem terminado, diga que primeiro, quer ouvir o que cada grupo planejou de mico para o outro. Quando todos tiverem lido, pregunte se eles acharam que os colegas foram muito cruéis com as provas que pensaram. Neste momento, você faz uma revelação: a regra mudou e, agora, quem irá cumprir a prova é o grupo que propôs.

Pergunte se os jovens ficaram desconfortáveis com esta mudança de regras e reflita sobre a questão de não desejar para os outros coisas que não gostaríamos que fizessem com nós mesmos.

Aprendizado: resolvendo este desafio, os jovens vivenciaram um pouco do valor Respeito. Isso porque precisaram refletir sobre a importância de respeitar o outro assim como a si mesmo e a agir com ética e jogando limpo, não esperando que ninguém “se dê mal”.

Desafio 4: Caindo no espaço

Valor a ser libertado: Coragem

Dica: Este desafio requer coragem e, também, muita confiança no grupo.

Orientação para o Tutor: Forme grupos de 8 a 10 pessoas. Peça que façam um círculo com todos bem próximos, quase que tocando os ombros. Uma pessoa deverá se candidatar a ir ao centro do círculo. Esta pessoa deverá fechar os olhos e ficar com o corpo firme e ereto: cabeça alinhada com as costas e braços esticados, ao lado do corpo. Ela deverá soltar o corpo, caindo para trás, sendo que os colegas do grupo irão ampará-la com as mãos espalmadas, empurrando-a delicadamente para o centro. Como o corpo perderá o equilíbrio, os demais

CAPÍTULO 2 | PESQUISA E ROTEIRO PARA O ENCONTRO

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2colegas do círculo precisarão ficar atentos para segurar o colega e levá-lo para o centro novamente. Deixe que façam o exercício algumas vezes e troque de pessoa no centro. Se o grupo não for muito grande, é possível que todos vivenciem ficar no centro. Caso o grupo seja maior, troque umas 5 vezes de participante.

Aprendizado: resolvendo este desafio, os jovens vivenciaram um pouco do valor Coragem. Isso porque eles precisaram vencer um desafio físico e também moral, pois esta dinâmica costuma gerar medo a quem a realiza. Mesmo sabendo que os colegas o ampararão, sempre paira a dúvida se não haverá o risco de uma queda. A coragem dá forças de seguir em frente.

Desafio 5: Atravesse uma batata com um canudo

Valor a ser libertado: Determinação

Dica: Este desafio quase impossível requer determinação e foco.

Orientação para o Tutor: Para esta dinâmica você precisará de algumas batatas cruas (mínimo 5) e o dobro de canudos de plástico, desses de refrigerantes.

Peça que alguns alunos (igual a quantidade de batatas que você levou) se ofereçam para este desafio. Diga que eles terão que atravessar a batata com o canudinho de plástico. Eles vão achar impossível, mas peça que eles tentem uma vez. Os demais colegas podem ajudá-los dando dicas.

Talvez algum aluno venha a conseguir de primeira, mas mesmo isso ocorrendo, depois das tentativas, explique que para furá-la é preciso foco e firmeza e demonstre. E isso é verdade: a velocidade e firmeza com que se bate o canudo na batata faz com que ela seja furada.

Depois, dê mais alguns canudos para que os que não conseguiram, possam tentar.

Aprendizado: resolvendo este desafio, os jovens vivenciaram um pouco do valor Determinação. Isso porque para realizar algo que parece fisicamente impossível, eles tiveram literalmente que usar seu foco e não titubear. Foi preciso acreditar e seguir em frente.

Desafio 6: Pirulito que bate-bate

Valor a ser libertado: Igualdade

Dica: Este desafio só será resolvido colocando-se no lugar do outro.

Orientação para o Tutor: Diga para os jovens se posicionarem em um grande círculo. Em seguida, peça que estiquem o braço direito na frente do corpo (ângulo 90º) e ponham a mão esquerda para trás. Diga que o braço direito não pode ser dobrado em hipótese nenhuma e só pode ser levado para a esquerda ou para a direita.

Coloque um pirulito na mão direita de cada aluno e solicite que desembrulhem o pirulito seguindo a regra dita anteriormente. Caso não consigam, libere o uso da mão esquerda. Após isso, dê a orientação: sem sair do lugar, com a mão esquerda para trás e a direita esticada, todos devem chupar o pirulito.

CAPÍTULO 2 | PESQUISA E ROTEIRO PARA O ENCONTRO2

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Aguarde até que alguém tenha a ideia de oferecer o pirulito para a pessoa do lado. A partir do momento que um fizer isso, todos farão. Diga que eles podem ficar com o pirulito que lhes foi oferecido e podem se sentar.

Pergunte para a pessoa que teve a iniciativa, qual foi a motivação dela ter feito aquilo. Questione aos demais se eles viam outra alternativa para resolver o desafio se não fosse ajudando os colegas.

Aprendizado: resolvendo este desafio, os jovens vivenciaram um pouco do valor Igualdade. Isso porque a dinâmica colocou todos os jovens na mesma posição e impôs algumas barreiras físicas para a conclusão do desafio. E, dessa forma, ele só foi resolvido quando os jovens fizeram para o outro o que gostariam que fizessem pra eles mesmo.

Desafio 7: Seja um compositor

Valor a ser libertado: Inspiração

Dica: Para realizar este desafio, é necessário uma dose extra de inspiração para levar estes aprendizados para as suas vidas e as das outras pessoas.

Orientação para o Tutor: Diga para os jovens que eles já libertaram quase todos os valores ao vivenciá-los nos desafios. Agora, para libertarem o último, o desafio é criar uma letra de música que dissemine todos os valores e sirva de inspiração para toda a escola. Pode ser uma paródia, um rap, um funk. O estilo é de escolha dos jovens, mas ela deve falar dos Valores Olímpicos e Paralímpicos.

Você pode pedir que o grupo todo crie uma única música ou dividi-los em pequenos grupos. Isso vai depender da quantidade de Agentes Jovens e de como você percebeu a interação do grupo. Ao final, peça que eles apresentem as músicas. Caso haja mais de uma música, você pode até mesmo propor uma votação para a escolha do “hino” do grupo.

Aprendizado: resolvendo este desafio, os jovens vivenciaram um pouco do valor Inspiração. Isso porque os jovens transformaram o aprendizado que tiveram nesta vivência em inspiração para as demais pessoas.

Quando completarem o último desafio, comemore com os alunos e diga que o trabalho de equipe deles libertou os valores. Agora, o Barão de Coubertin os tinha de volta para realizar os primeiros Jogos Olímpicos da Era Moderna!

ATIVIDADE 5 – OS VALORES OLÍMPICOS E PARALÍMPICOS E A NOSSA ESCOLAMateriais necessários: 7 cartolinas, hidrocores (ou giz de cera, lápis de cor)

Objetivo: fazer com que os jovens relacionem os valores com seu dia a dia na escola

Duração estimada: 30 minutos

CAPÍTULO 2 | PESQUISA E ROTEIRO PARA O ENCONTRO

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2Agora que os Agentes Jovens já vivenciaram os valores e entraram em contato com a definição deles, inicie uma reflexão sobre o tema. Pergunte:

- estes valores estão apenas nos Jogos ou estão no nosso dia a dia (na escola, na família, na comunidade)?

Deixe que eles falem um pouco e, em seguida, separe-os em 7 pequenos grupos. Dê a cada um deles uma cartolina e canetas hidrocores, lápis de cor ou giz de cera. Distribua um valor para cada grupo e diga que eles deverão fazer um cartaz explicando:

Como o valor ____________ aparece na nossa escola?

Dê alguns minutos para que concluam a atividade. Em seguida, peçam que eles apresentem os cartazes aos colegas e pergunte se todos concordam ou se gostariam de acrescentar algo ou expressar algum outro ponto de vista.

ATIVIDADE 6 – PESQUISA DE CLIMA ESCOLARMateriais necessários: cópias da Pesquisa para cada Agente Jovem

Objetivo: fazer com que os jovens entendam o que é a pesquisa de clima e se comprometam a aplicá-la

Duração estimada: 30 minutos

Fale sobre o clima com os Agentes Jovens. Faça comentários sobre calor, frio, chuva, vento e nebulosidade do dia. Explique que quando nos referimos ao clima estamos falando de um conjunto de elementos atmosféricos que determinam um padrão de comportamento do tempo ao longo das estações do ano em uma determinada região.

Diga que essa noção de clima como a percepção de uma “atmosfera” também pode ser transportado para dentro de qualquer organização. A escola é uma organização composta de pessoas que buscam um objetivo em comum

Mas o que seria o “Clima Escolar”?

Explique que o clima escolar é como todas as pessoas que interagem com a escola entendem ou percebem a “atmosfera” ou o ambiente. Essas percepções são influenciadas pelas atitudes, crenças, valores e motivações de alunos, professores e funcionários. Isso significa que cada pessoa percebe a escola de maneira um pouco diferente. E quando tentamos pesquisar o clima escolar, buscamos uma visão do conjunto de todas as pessoas.

Diga que vocês irão medir o clima da escola com base nos Valores Olímpicos e Paralímpicos. Explique como foi elaborada a pesquisa e faça uma aplicação teste com eles.

Distribua uma cópia da pesquisa para cada aluno e diga que irá lê-la em voz alta, enquanto eles acompanham a leitura e respondem às questões. Deixe claro que eles podem interrompê-lo para esclarecer dúvidas a qualquer momento.

Ao final, pergunte o que os jovens acharam da pesquisa e se tiveram dificuldade de entendê-la.

CAPÍTULO 2 | PESQUISA E ROTEIRO PARA O ENCONTRO2

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Explique que eles aplicarão esta pesquisa de sala em sala, com todos os alunos da população a ser pesquisada. Para isso, precisarão se organizar e conversar com a Coordenação Pedagógica para pedir autorização. Relembre os pontos vistos na página 26 deste manual para repassar aos jovens.

Tutor, provavelmente, os Agentes Jovens precisarão muito da sua ajuda para organizar uma escala de aplicação da pesquisa. Auxilie-os nesta organização e monte uma escala, conforme exemplo abaixo.

Dupla Dia Hora/Período Salas Número estimado responsável de pesquisas

Letícia e Marcos 10/04 - Quinta 2º período 71 e 72 60

Atenção!

• Não se esqueça de submeter esta escala à aprovação da Coordenação. Também tenha cuidado para não deixar os alunos saírem para fazer pesquisa durante as aulas das matérias que têm mais dificuldade, para não comprometer suas notas.

• Você poderá, caso queira, eleger uma dupla ou trio de Agentes Jovens para serem os “coordenadores da pesquisa”, ou seja, eles lhe ajudarão a organizar a aplicação junto aos demais Agentes Jovens.

ATIVIDADE 7 – TRABALHANDO COM UM OBJETIVO COMUMMateriais necessários: 1 a 2 cabos de vassoura

Objetivo: fazer com que os jovens percebam que mobilizar não é uma tarefa muito fácil, mas é possível desde que todos ajam em equipe

Duração estimada: 15 minutos

Diga que, agora que eles têm a meta de descobrir como está o clima escolar e realizar ações para melhorá-lo, eles estarão agindo com um objetivo em comum. Será que é fácil fazer um trabalho em equipe com um único objetivo?

Peça que os jovens se posicionem em duas fileiras, uma de frente para a outra. Em seguida, peça que estiquem apenas seus antebraços e os dedos indicadores, mantendo os cotovelos ao lado do corpo. Diga que, nesta posição, eles devem intercalar as mãos com a dos outros colegas.

CAPÍTULO 2 | PESQUISA E ROTEIRO PARA O ENCONTRO

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2Coloque, então, o cabo de vassoura sobre os dedos indicadores dos alunos e dê a seguinte orientação: apenas o indicador deve encostar no cabo da vassoura. Não é permitido prendê-lo com o polegar ou de qualquer outra maneira. Feito isso, diga que o objetivo do grupo será o de levar o cabo de vassoura até o chão, sem desencostar os dedos dele. Conte até 3 e dê a largada do desafio.

A primeira coisa que deverá acontecer é que ao invés de abaixar o cabo, eles começarão a subi-lo. Esta é uma reação bastante comum, pois todos ficarão tentando encostar o dedo no cabo da vassoura e a tendência é a de levantar a mão.

Instigue-os falando coisas como “Gente, eu falei pra descer, não pra subir!”.

Dê alguns minutos para que tentem resolver a atividade. Assim que finalizarem ou quando o tempo tiver acabado, peça que todos voltem a se sentar em círculo.

Pergunte o que os jovens acharam da dinâmica, se ela foi simples ou se foi difícil e o porquê.

Diga que, mesmo quando trabalhamos numa equipe pequena, em busca de um objetivo em comum, nem sempre é fácil atingi-lo. Às vezes, basta uma pessoa ficar com o dedo mais pra cima que todos comecem a levantar seus dedos e assim, em vez de cumprir o objetivo, fazemos o oposto.

Fale sobre a importância de se ter um objetivo comum. Explique que se um grupo de pessoas não tem um objetivo comum, dificilmente chega a qualquer lugar. Um mobilizador pode até ser bem sucedido em convocar pessoas; porém, se não tiverem um objetivo claro não chegarão a lugar algum.

Lembre-os de que a tarefa de um mobilizador não é fácil. Algumas pessoas têm preguiça de se engajar. Outras têm preconceitos em relação àqueles que tomam a frente para mobilizar. Mas eles não podem desanimar e precisam contar uns com os outros neste grande desafio de divulgar os valores Olímpicos e Paralímpicos e tentar melhorar o clima escolar.

Pergunte se eles têm alguma dúvida e já marque a data da reunião de acompanhamento da aplicação da pesquisa.

Termine o Encontro com o grito de guerra!

ROTEIRO RESUMIDO - 1º ENCONTRO

Atividade 1 – Início – 20min

Material: Lista de Presença

Atividade 2 – Viagem ao Túnel do Tempo – 20min

Material: Nenhum

CAPÍTULO 2 | PESQUISA E ROTEIRO PARA O ENCONTRO2

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Atividade 3 – Mensagem do Barão Pierre de Coubertin – 10min

Material: Texto “Mensagem do Barão Pierre de Coubertin”

Atividade 4 – O Pergaminho dos Desafios – 60min

Material: Texto “Pergaminho dos Desafios”, batatas cruas (mínimo 5) e o dobro de canudos plásticos, 1 pirulito para cada Agente Jovem

Atividade 5 – Os valores Olímpicos e Paralímpicos e a nossa escola – 30min

Material: Cartolinas (mínimo 7), hidrocores, lápis de cor, giz de cera, etc.

Atividade 6 – Pesquisa de clima escolar – 30min

Material: 1 cópia da pesquisa impressa para cada Agente Jovem

Atividade 7 – Trabalhando com um objetivo comum – 15min

Material: 1 ou 2 cabos de vassoura

AÇÕES ENTRE ENCONTROS COM OS AGENTES JOVENSÉ fundamental que os Agentes Jovens continuem mobilizados após o 1º Encontro. Mantenha contato, seja reunindo-os na hora do recreio, enviando e-mail, mensagem de texto ou pelas redes sociais para saber do andamento da pesquisa.

É fundamental que você acompanhe muito de perto a aplicação, sob o risco de que ela não aconteça.

Agende uma reunião especial com os Agentes Jovens para fazer a tabulação de dados da pesquisa. O ideal é que ela ocorra na sala de informática ou algum outro espaço com computador e o programa Excell.

É importante que você coordene este trabalho de tabulação, já que ele pode ser um tanto complexo para os alunos. Porém, não faça tudo sozinho: divida tarefas e gerencie a atividade.

Como fazer a tabulação?

De posse da planilha de tabulação, mostre aos Agentes Jovens como esta tarefa deverá ser feita. Você pode realizar o download da planilha de tabulação na midiateca do site do Transforma (rio2016.com/educacao).Explique que a planilha tem uma aba chamada “tabulação”. Esta aba apresenta uma tabela que tem no cabeçalho uma numeração de 1 a 21. Essa numeração refere-se ao número de cada item do questionário.

Os Agentes Jovens deverão tabular os dados de cada questionário em uma linha da tabela. Então o primeiro questionário ocupará a primeira linha aberta para tabulação, o segundo questionário, a segunda e assim por diante. A planilha está preparada para receber até 2 mil questionários.

CAPÍTULO 2 | PESQUISA E ROTEIRO PARA O ENCONTRO

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Sugerimos que você divida a tabulação entre os Agentes Jovens para agilizar a digitação. Depois você só terá que unificar todas as tabelas em uma só.

Faça uma demonstração da tabulação. Escolha um questionário e comece a digitar. A área de tabulação só aceita números, portanto, se alguém preencheu a primeira questão, sobre o ano no qual estuda com a resposta “9° ano”, basta digitar um “9” na coluna da primeira pergunta. Se nesse mesmo questionário a pessoa respondeu que tem “14 anos”, basta digitar “14” na segunda coluna da mesma linha. Se esse respondente era do sexo masculino, na terceira coluna será digitada a opção de resposta marcada. No caso a opção “masculino” era a opção “2”, portanto, digite “2”. Da quarta coluna em diante serão digitadas as opções marcadas para cada afirmativa. Mais uma vez, a pessoa que estiver digitando deverá digitar apenas o número da opção escolhida pelo respondente, de “1” a “5”.

A regra geral para a tabulação é “para cada questionário uma linha, para cada pergunta uma coluna”. Sempre colocando apenas o número da resposta.

A tabulação é o momento em que os dados brutos da pesquisa são transformados em informação. Este é um momento muito importante, pois é quando os jovens descobrem exatamente qual o valor que está mais comprometido na escola e ganham um norte para seguir em suas ações.

CAPÍTULO 2 | PESQUISA E ROTEIRO PARA O ENCONTRO2

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Depois de digitados todos os questionários e unificada a tabulação, explore as demais abas do arquivo. Existe uma aba chamada “resultados”, onde você poderá ver os resultados de todos os itens do questionário. Dê especial atenção à tabela que aponta o Valor Olímpico e Paralímpico que teve a menor média de frequência. Sugerimos que esse seja o Valor escolhido para o planejamento de ações dos Agentes Jovens.

Você pode aproveitar as abas “resultados” e todas as abas de “gráficos” para imprimir e criar murais de divulgação dos resultados da pesquisa para a comunidade escolar.

CAPÍTULO 2 | PESQUISA E ROTEIRO PARA O ENCONTRO

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PLANEJAMENTO3Neste capítulo, você verá:

• Como analisar e interpretar os dados da pesquisa;

• Como elaborar um Planejamento.

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No capítulo anterior, conhecemos o contexto histórico dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos, os seus valores, qual o conceito de clima escolar que iremos trabalhar, o que é mobilização social e como fazer a pesquisa.

Ao final do 1º Encontro, os Agentes Jovens saíram com a missão de aplicar uma pesquisa de clima na escola e os dados foram tabulados numa reunião entre os Encontros.

Com os resultados da pesquisa em mãos, é preciso articular o que fazer com eles. Esse processo é o que chamamos de planejamento.

Agora, os alunos já sabem como os colegas percebem o clima da escola e diagnosticaram qual valor eles sentem que está mais enfraquecido.

O passo seguinte é se perguntar junto com o grupo:

• O que será feito?

• Como?

• Qual o público-alvo?

• Quando será feito?

• Onde?

• Terá custo? Como angariar este valor?

PLANEJANDOPara fazer o planejamento, os Agentes Jovens terão à disposição uma planilha com as principais informações que deverão ser definidas entre o grupo.

São elas:

Ação: qual ação de fato será feita.

Exemplo: pintura das paredes do refeitório.

Descrição da ação: espaço para um detalhamento maior da ação.

Exemplo: as paredes serão pintadas de azul, num Sábado pela manhã, quando não há aula.

Materiais: relação de todos os materiais que serão utilizados.

Exemplo: 1 galão de tinta látex azul, 5 rolos, 5 bacias para rolo, 5 pincéis, 2 cabos de vassoura, aguarrás, jornais velhos, escada, fita crepe.

Responsáveis: nome das pessoas que estão à frente da ação. É importante colocar sempre mais de uma pessoa como responsável por cada uma das ações. Tenha em mente que, quanto mais pessoas envolvidas numa ação, maior é a possibilidade dela dar certo.

Exemplo: Paulinho, Marcos e Luiza (Agentes Jovens).

Obs: note que não são apenas os três que pintarão a parede, mas eles são os que estão

CAPÍTULO 3 | PLANEJAMENTO3

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coordenando a ação, seja comprando material, convocando os colegas ou conversando com a Coordenação Pedagógica.

Prazo: o prazo de entrega de uma ação ou a data de realização de algum evento.

Exemplo: 5 de julho

Modelo da planilha

Não há um número definido de ações a serem feitas pelos Agentes Jovens. Isso depende muito da complexidade de execução de cada uma delas e da dificuldade de atingir o objetivo de melhoria do clima escolar. Porém, recomendamos que você parta de ideia de definir, no mínimo, 3 ações.

É importante não escolher mais ações do que se têm condições de dar conta. É melhor começar com uma pequena ação, mas colocar foco nela, do que fazer várias coisas ao mesmo tempo e não conseguir realizar nenhuma direito.

Tente sempre instigá-los a combinar tipos de ações diferentes como estruturais (melhoria física da escola), comportamentais (campanhas de conscientização), culturais, de lazer e desportivas (teatro, apresentações, atividades no recreio, torneios) e ambientais (horta comunitária, adoção de uma praça).

Para auxiliar o grupo no planejamento, ao final deste manual há uma planilha com sugestões de ações que podem inspirá-los.

Após terem organizado o planejamento, é necessário pensar em como as ações propostas serão executadas.

Atenção!

Neste momento, a sua presença é fundamental! Um projeto juvenil bem-sucedido só é possível quando os adultos também participam, criando as condições para isso.

Planejamento das Atividades

Escola:

Valor a ser trabalhado:

Ação: Descrição da ação:

Tutor:

Objetivo:

Materiais Responsáveis Prazo

CAPÍTULO 3 | PLANEJAMENTO

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3COMUNICANDO O RESULTADO DA PESQUISAJunto ao planejamento das ações, deve ser pensado em como comunicar à escola e, principalmente, à população pesquisada, qual foi o resultado da pesquisa.

A comunicação deste resultado pode ser planejada respondendo às seguintes perguntas:

1 - Quem precisa da informação?

2 - O que precisa ser informado?

3 - Como (canal/veículo) será transmitida?

4 - Se for um cartaz, em que local será disponibilizado?

DICA!

Esta comunicação pode ser pensada por todo o grupo, mas ficar listada como uma ação, sob a responsabilidade de alguns jovens.

Em relação à pergunta 2, que trata do conteúdo a ser divulgado, há várias maneiras de fazê-lo. Uma sugestão é que, por se tratar de uma pesquisa quantitativa, que gera dados numéricos, que sejam utilizados tabelas ou gráficos para transmitir a informação.

AÇÃO – 2º ENCONTROPreparando o Encontro

Veja dicas de preparação do Encontro na página 29.

O QUE FAZER NO 2º ENCONTRO? Objetivo do Encontro: Trabalhar o planejamento, definindo quais ações serão realizadas na escola para resgatar o valor que está mais em falta, apontado na pesquisa.

ENCONTRO PASSO A PASSOAntes de iniciar

Chegue com antecedência na sala onde será realizado o Encontro.

Prepare o ambiente, distribuindo as cadeiras em círculo ou meia-lua e organize os materiais que serão utilizados.

Para seu controle, sugerimos que sempre passe uma lista de presença para os Agentes Jovens.

CAPÍTULO 3 | PLANEJAMENTO3

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ATIVIDADE 1 – INÍCIOMateriais necessários: Lista de Presença

Objetivo: dar as boas-vindas para iniciar o Encontro

Duração estimada: 20 minutos

No horário marcado, dê boas-vindas aos Agentes Jovens e inicie o Encontro.

Reúna todos os jovens e puxe o grito de guerra do grupo.

RELEMBRANDO

No último Encontro, os jovens saíram com a missão de aplicar uma pesquisa nas salas de aula. Na reunião entre os Encontros, foi realizada a tabulação dos dados da pesquisa. Agora, já se sabe qual o valor está mais em falta na escola e, com isso, é possível trabalhar no planejamento.

Tutor, neste Encontro, os Agentes Jovens devem sair com um planejamento de ações para resgatar o valor apontado na pesquisa e melhorar o clima escolar.

Relembre aos jovens o caminho já percorrido até aqui: que lhes foi dado o objetivo de trabalhar para melhorar o clima da escola. Para isso, eles precisam conhecer a realidade para poder entender o problema e buscar soluções. Desta forma, eles reuniram uma série de dados durante a pesquisa. Agora, o próximo passo é entender o que estes dados significam para planejar as ações que serão feitas.

ATIVIDADE 2 – ENTREVISTA IMAGINÁRIAMateriais necessários: 2 a 3 cópias do texto Entrevista Imaginária com Ludwig Guttmann

Objetivo: Fazer com que os jovens conheçam o contexto histórico dos Jogos Paralímpicos

Duração Estimada: 60min

Divida os Agentes Jovens em 2 ou 3 grupos (cada grupo com, no mínimo 6 pessoas).

Diga que cada grupo deverá montar um telejornal para apresentar um pouco da história dos Jogos Paralímpicos.

Para auxiliá-los neste início, você pode contar brevemente a história dos Jogos (pág. 22) ou exibir o vídeo “Draw My Life dos Jogos Paralímpicos” (pág. 23).

A montagem do telejornal requer apenas o uso da criatividade, respeitando algumas regras. O telejornal deverá ter:

CAPÍTULO 3 | PLANEJAMENTO

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3• Dois âncoras, ou seja, dois apresentadores para ficar na bancada, comandar o telejornal e

comentar as notícias;

• Um entrevistador, que irá falar com Ludwig Guttmann;

• Alguém para interpretar Ludwig Guttmann;

• Um repórter para entrevistar um atleta paralímpico e fazer outras matérias, caso queiram;

• Alguém para interpretar um atleta paraolímpico.

Diga para os alunos que estes personagens são obrigatórios, mas que eles podem fazer adaptações caso:

• tenha menos que 6 alunos em cada grupo: algum aluno fará mais de um papel.

• tenha mais que 6 alunos em cada grupo: criem novos personagens para que todos participem.

A criação do telejornal e das falas dos personagens é livre e deverá ficar a cargo dos alunos. O único texto que eles receberão pronto, por causa do conteúdo histórico que carrega é o da entrevista imaginária com Ludwig Guttman, descrito abaixo. Por isso, cada grupo deverá receber uma cópia deste material.

ENTREVISTA IMAGINÁRIA COM LUDWIG GUTTMANNAtenção: estas falas atribuídas a Ludwig Guttmann são fictícias, criadas apenas para fins educativos.

Quem foi Ludwig Guttmann*

*para dar veracidade ao telejornal, os jovens podem apresentar o personagem como se ele estivesse vivo, afinal, será o entrevistado do telejornal. Portanto, é importante que adequem o tempo verbal utilizado no texto abaixo.

Ludwig Guttmann era um médico neurocirurgião. Judeu, ele vivia na Alemanha, lugar onde nasceu, até o início da Segunda Guerra Mundial quando, por causa da perseguição dos nazistas, teve que fugir para a Inglaterra. Lá, recebeu um convite do governo britânico para montar o primeiro hospital especializado no tratamento de soldados com amputações e paralisias. Hoje, Ludwig Guttmann é considerado o criador do Movimento Paralímpico e seu trabalho foi fundamental para a difusão dos esportes para atletas com deficiência.

CAPÍTULO 3 | PLANEJAMENTO3

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ENTREVISTA IMAGINÁRIA COM LUDWIG GUTTMANN

Entrevistador - Como o senhor recebeu o convite do governo britânico para montar o hospital especializado em reabilitação?

Sr. Guttmann – Olha, foi extremamente desafiador. Após anos sendo impedido pelos nazistas de praticar a medicina na Alemanha, eu tinha o desafio de tratar dos soldados sobreviventes desta terrível guerra, que foi a Segunda Guerra Mundial. Antes deste hospital, estes pobres soldados que eram amputados ou que ficavam com algum tipo de paralisia, eram abandonados em asilos ou, até mesmo, largados no front de batalha. Era como se fosse uma sentença de morte.

Entrevistador - Como o senhor foi visto pela comunidade quando começou a usar o esporte como auxílio ao tratamento destes pacientes?

Sr. Guttmann – Obviamente, algumas pessoas acharam que eu era louco. Embora eu tivesse total apoio do governo britânico, que confiava nos meus métodos de reabilitação, a pequena cidade de Stoke Mandeville pensava que eu era um lunático: como falar de esportes para pessoas em cadeiras de rodas?

Eu, pelo contrário, sempre pensei “por que não falar de esportes”? A prática esportiva ensina uma série de valores importantes e transforma as pessoas, dando-lhes maior autoconfiança para enfrentar as batalhas da vida. E isso, era tudo o que aqueles homens e mulheres precisavam. Tanto que deu certo!

Entrevistador - E a ideia de fazer os Jogos Paralímpicos? De onde surgiu?

Sr. Guttmann – Vendo os resultados da prática esportiva nos meus pacientes, resolvi reunir os mais competitivos para o que chamei de “Jogos Paralelos”, em 1948. Foi algo pequeno, com 16 participantes no arremesso de dardo e tiro com arco. Ainda que tenha sido pequena, foi uma demonstração de que o esporte competitivo não deveria ser restrito aos atletas sem nenhuma deficiência. Esporte e reabilitação podem andar juntos!

Na segunda vez que realizamos os Jogos, já recebendo uma delegação estrangeira, coloquei como meta pessoal transformar aquele evento tão importante quanto os Jogos Olímpicos. O caminho foi longo e as dificuldades imensas, mas eu e todos os paratletas conseguimos!

CAPÍTULO 3 | PLANEJAMENTO

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3Dê alguns minutos para que os grupos montem o telejornal. Quando estiverem prontos, peça que o apresentem para os colegas.

Este costuma ser um momento bastante divertido, onde um grupo tenta superar o outro em termos de criatividade. Estimule esta saudável competição.

Ao final da atividade, parabenize os grupos e pergunte o que os jovens mais gostaram na atividade e se gostariam de destacar algo do que viram nos telejornais apresentados.

ATIVIDADE 3 – ESTUDOS DE CASO SOBRE INCLUSÃO E ACESSIBILIDADEMateriais necessários: 1 cópia de cada caso (Caso 1, Caso 2, Caso 3)

Objetivo: Fazer com que os alunos comecem a exercitar o planejamento a partir de estudos de caso fictícios de acessibilidade.

Duração Estimada: 60min

Pergunte para os alunos se eles conheciam a história dos Jogos e se já haviam pensado na importância dos esportes paralímpicos. Lembre os jovens de que, nos dias de hoje, é bem mais comum que se fale em inclusão para pessoas com deficiência, mas há algumas décadas esse assunto não era tão amplamente tratado na sociedade.

Foi, principalmente, após a Segunda Guerra Mundial (1939-1945), quando muitos soldados voltaram amputados ou com lesões na coluna (que os deixaram cadeirantes), que a prática do esporte passou a ser vista como uma maneira de reabilitá-los e incluí-los na sociedade. Ludwig Guttmann foi um dos pioneiros em aproveitar o esporte como veículo de inclusão na sociedade da pessoa com deficiência, auxiliando seu desenvolvimento nos aspectos físico, social e psicológico.

De qualquer forma, naquela época, a sociedade em geral não estava pronta para acolher estas pessoas que voltavam da guerra e tantas outras que tinham deficiências que as tornavam “diferentes” das demais.

Separe os alunos em 3 grupos e diga que eles receberão um desafio sobre acessibilidade e inclusão as pessoas com deficiência na sociedade.

Atenção!

Talvez os alunos não saibam o que significa acessibilidade. É importante que você explique este conceito a eles.

A palavra acessibilidade “expressa um conjunto de dimensões diversas, complementares e indispensáveis para que haja um processo de efetiva inclusão”.

Os seis tipos de acessibilidade são: atitudinal, arquitetônica, comunicacional, instrumental, metodológica e programática.

CAPÍTULO 3 | PLANEJAMENTO3

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Acessibilidade arquitetônica: é a forma de acessibilidade sem barreiras ambientais físicas, nas residências, nos edifícios, nos espaços urbanos, nos equipamentos urbanos, nos meios de transporte individual ou coletivo.

Acessibilidade atitudinal: refere-se à acessiblidade sem preconceitos, estigmas, estereótipos e discriminações, em relação às pessoas em geral.

Acessibilidade comunicacional: é a acessibilidade que se dá sem barreiras na comunicação interpessoal (face a face, língua de sinais), escrita (jornal, revista, livro, carta, apostila etc., incluindo textos em braile, uso do computador portátil) e virtual (acessibilidade digital).

Acessibilidade instrumental: sem barreiras nos instrumentos, utensílios e ferramentas de estudo (escolar), de trabalho (profissional), de lazer e recreação (comunitária, turística, esportiva etc.).

Acessibilidade metodológica: sem barreiras nos métodos e técnicas de estudo (escolar), de trabalho (profissional), de ação comunitária (social, cultural, artística etc.), de educação dos filhos (familiar).

Acessibilidade programática: sem barreiras – muitas vezes imperceptíveis – embutidas em políticas públicas (leis, decretos, portarias etc.), normas e regulamentos (institucionais, empresariais etc. ).

Acessibilidade tecnológica: não é uma forma de acessibilidade específica. Deve permear as demais.

Fonte: SASSAKI, Romeu Kazumi - Consultor em inclusão e conselheiro consultivo da Escola de Gente

Distribua um caso para cada grupo e diga que eles devem lê-lo e sugerir o que poderia ser feito em cada situação. Peça que anotem suas ideias porque elas serão apresentadas aos outros grupos.

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3Caso 1 – Ida ao teatro Tema: Acessibilidade arquitetônica e comunicacional – sem barreiras ambientais físicas e na comunicação interpessoal, escrita, etc.

Sua cidade irá receber uma peça de teatro premiada internacionalmente. Toda a população está muito ansiosa para assisti-la e, quando nos referimos a “toda população”, incluímos os cidadãos com deficiências. O problema é que o teatro municipal é muito antigo e não tem nenhum tipo de acesso especial para pessoas com deficiências sejam elas física (cadeirantes), auditiva e visual.

Vocês foram escolhidos para formar a comissão que fará o planejamento de acessibilidade do teatro. Entre várias questões, vocês devem pensar em:

• Como os cidadãos com deficiência chegarão ao teatro?

• Como comprarão o ingresso?

• Como entrarão no teatro?

• Como andarão dentro do teatro?

• Onde sentarão para assistir a peça?

• Como os deficientes visuais assistirão à peça? Como os deficientes saberão o que está sendo dito?

• Como irão ao banheiro?

Caso 2 – Quebrando preconceitosTema: Acessibilidade Atitudinal - sem preconceitos, estigmas, estereótipos e discriminações, nas pessoas em geral.

Começou o ano letivo na sua escola e, como sempre, há muitos alunos novos. Neste ano, há uma novidade: 3 alunos com deficiência passarão a fazer aulas com vocês. A Marcinha tem Síndrome de Down, o Pedro é cadeirante e o Junior tem deficiência auditiva. Vocês perceberam que muitos alunos estão ignorando os novos colegas ou até mesmo falando deles pelos corredores.

Para mudar esta situação, vocês resolveram se unir. O que farão? Pensem, entre outras coisas, em como:

• integrar os novos colegas;

• acabar com o bullying;

• fazer com que os outros colegas entendam a diferença deles em relação aos demais.

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Caso 3 – Uma vaga de trabalhoTema: Acessibilidade metodológica e instrumental: sem barreiras nos métodos e técnicas de estudo e de trabalho e também em seus instrumentos e ferramentas.

Uma empresa quer oferecer vagas de trabalho para pessoas com deficiências físicas e intelectuais. Eles já adaptaram boa parte da estrutura física do prédio, mas querem saber como podem adaptar os instrumentos de trabalho (por exemplo, o computador) e os móveis. Além disso, eles estão com dificuldade de encontrar pessoas com deficiência aptas a assumir algumas funções.

Vocês foram contratados pela empresa para ajudá-los a resolver esta situação. Entre várias questões, vocês devem pensar em:

• como um deficiente visual pode usar o computador? E uma pessoa que não tem um ou os dois braços?

• como adaptar os móveis para um cadeirante?

• como um deficiente auditivo pode usar um telefone?

• como fazer uma reunião com pessoas com deficiência visual ou auditiva?

• o que pode ser adaptado nas escolas para melhorar a capacitação de pessoas com deficiência?

Enquanto os jovens realizam a atividade, é interessante que você circule entre os grupos para tirar dúvidas e para instigá-los, caso perceba que estão dando soluções muito simplistas para as situações.

Por exemplo, no caso 1, eles podem sugerir reservar umas vagas de estacionamento para as pessoas com deficiência, para facilitar o acesso ao teatro. Pergunte como eles iriam garantir que as outras pessoas respeitarão as vagas e não estacionarão lá?

Terminado o tempo que você estipulou para a realização deste planejamento, peça que iniciem as apresentações dos grupos, lendo o caso e explicando quais as ações propostas.

Após as apresentações, abra um debate com o grande grupo, perguntando o que eles acharam das propostas dos colegas, se têm alguma outra ideia e o que acharam deste exercício.

Diga que o que eles fizeram agora foi o início de um planejamento, já que eles tinham um problema e precisaram pensar em ações eficientes para resolvê-lo. E este será o próximo passo deles: tentar solucionar o “problema” apontado na pesquisa.

CAPÍTULO 3 | PLANEJAMENTO

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ATIVIDADE 4 – PLANEJANDO AS AÇÕES Materiais necessários: 1 cópia da planilha de planejamento para cada Agente Jovem

Objetivo: Fazer com que os jovens planejem as ações que serão feitas na escola

Duração Estimada: 60min

Relembre com eles (ou peça que algum Agente Jovem o faça), os resultados obtidos com a tabulação da pesquisa. Este resultado trará o norte para o trabalho de planejamento que será feito na sequência.

Distribua uma cópia da planilha do planejamento para cada Agente Jovem e proponha que pensem juntos em que ações podem ser feitas na escola para melhorar o valor apontado na pesquisa.

Em primeiro lugar, explique para os jovens como funciona a planilha que eles acabaram de receber. Oriente-os que todos preencham a sua planilha para que possam acompanhar as ações, porém peça que um Agente Jovem se voluntarie para fazer a “planilha oficial” do grupo.

Abra um grande debate entre o grupo e comecem a pensar no que pode ser feito. Tente assumir uma postura mais de mediador da discussão, estimulando que as sugestões partam dos jovens. Caso perceba que eles estão tendo algum tipo de dificuldade de propor algo, você pode dar algumas das ideias contidas ao final deste manual.

Caso os Agentes Jovens não consigam definir todas as suas ações durante este Encontro, já agende uma reunião para uma data próxima, com o objetivo de concluir o planejamento.

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RESUMO DO 2º ENCONTROAtividade 1 – Início – 20min

Material: Lista de Presença

Atividade 2 – Entrevista Imaginária – 60min

Materiais: cópias do texto Entrevista Imaginária com Ludwig Guttmann

Atividade 3 – Estudos de Caso sobre Inclusão e Acessibilidade – 40min

Materiais: 1 cópia de cada caso (Caso 1, Caso 2, Caso 3), folhas de papel

Atividade 4 - Planejando as ações – 60min

Materiais: 1 cópia da planilha de planejamento para cada Agente Jovem

AÇÕES ENTRE ENCONTROS COM OS AGENTES JOVENSFeito o planejamento das ações, é preciso levá-lo à Coordenação Pedagógica a fim de buscar apoio para a sua realização. Esta reunião de apresentação da proposta pode ser feita com alguns representantes do grupo de Agentes Jovens acompanhados do Tutor.

É fundamental que você e os Agentes Jovens voltem a se encontrar em pequenas reuniões, a cada 15 dias, após o 2º Encontro. Lembre-se de que este é um momento crucial da ação, quando o planejamento começará a ser posto em prática.

Fique atento, pois esse é o momento de fazer os ajustes necessários nas ações.

CAPÍTULO 3 | PLANEJAMENTO

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COMUNICAÇÃO4Neste capítulo, você verá:

• A importância de trabalhar todos os tipos de linguagem (verbal e não verbal);

• Comunicação como ferramenta de mobilização;

• Alguns veículos de comunicação que podem ser utilizados pelos Agentes Jovens.

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LINGUAGEM, A BASE DA COMUNICAÇÃONão há comunicação sem que se utilize algum tipo de linguagem. Por mais que pareça ser trivial falar sobre linguagem aos alunos, é importante que, nesta etapa da formação, eles reflitam sobre o assunto, de modo a criar formas de comunicação mais efetivas com seus públicos.

A linguagem não é só um conjunto de palavras faladas ou escritas (verbal), mas também um conjunto de gestos, imagens e sons (não verbal).

Alguns exemplos?

Linguagem verbal: carta, conversa, reportagem de jornal, rádio ou TV.

Linguagem não verbal: bocejo, semáforo, placas de banheiro (masculino e feminino), uma coreografia.

Temos a tendência de trabalhar toda nossa comunicação apoiando-se na linguagem verbal, mas a não verbal também é de extrema importância. Combiná-los, muitas vezes, é a chave para o sucesso. Um cartaz, por exemplo, raramente chamará a atenção apenas com um texto. Já se houver imagens o acompanhando o interesse pelo o que está escrito aumenta.

Os símbolos

Os símbolos são muito utilizados na nossa comunicação cotidiana. Eles podem ser verbais (por exemplo, os hinos) e, principalmente, não verbais, representados por imagens.

Os Jogos Olímpicos e Paralímpicos utilizam muitos símbolos para comunicarem-se com as pessoas como os cinco aros coloridos e os agitos, a tocha, as mascotes, os hinos e todos aqueles já citados nas páginas 21 e 22 deste manual.

Outra simbologia utilizada são os pictogramas, que serão trabalhados no 3º Encontro. Os pictogramas são uma representação gráfica dos esportes.

Os pictogramas são um ótimo exemplo de solução de problemas de comunicação por meio de símbolos: imagine o quanto eles são úteis para identificar os locais das práticas esportivas para atletas e visitantes de todas as partes do mundo, que falam línguas diferentes?

Para cada edição dos Jogos, a cidade-sede desenvolve sua grade de pictogramas. O traço utilizado para os desenhos tem dois objetivos principais: funcionar como uma linguagem universal para melhor orientar os visitantes e identificar esteticamente a cultura local. Os Jogos do Rio 2016 contam com 64 pictogramas, sendo 41 Olímpicos e 23 Paralímpicos.

CAPÍTULO 5 | COMUNICAÇÃO4

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Atenção!

Conheça todos os pictogramas do Rio 2016 acessando o link:

http://rio2016.com/pt-pictograma

OS VEÍCULOS DE COMUNICAÇÃOA comunicação é uma ferramenta de mobilização, já que só é possível reunir pessoas em torno de um objetivo comum quando nos comunicamos com elas.

Há diversos veículos de comunicação e cada um deles funciona melhor de uma determinada maneira, para um determinado público. É sempre bom ponderar qual veículo expressará melhor as nossas ideias para o público que queremos atingir.

Os veículos de comunicação vão dos mais tecnológicos, como as redes sociais, e-mail, blogs, entre outros, até os mais comuns, que passam despercebidos, como uma conversa.

Mas como saber qual veículo de comunicação usar?

Para saber esta resposta, é preciso perguntar-se sempre:

- Qual é o meu público-alvo?

Qual a melhor maneira de me comunicar com este grupo de pessoas?

- Que mensagem quero passar?

A mensagem está clara e bem redigida?

- Em qual local ela será disponibilizada?

Se for em veículo físico, as pessoas passam sempre por ele? Ou fica escondido?

- Em qual momento a informação será transmitida?

- Quantas pessoas quero impactar?

Vamos ver, na sequência, alguns veículos de comunicação que são de mais fácil acesso a grande parte dos Agentes Jovens e suas vantagens e desvantagens.

O “queridinho dos jovens”: a Internet

Falar de internet para os jovens é falar de redes sociais: Facebook, Youtube, Tumblr e mais tantas outras. O bom disso é que se vê aí uma oportunidade de criar comunidades virtuais para se comunicar com grandes grupos. Uma de suas maiores vantagens é que as redes permitem interatividade entre os usuários, facilita a troca de arquivos e, também, registra tudo o que foi comunicado, criando um histórico.

Porém, embora o acesso esteja mais democratizado, nem todos os jovens têm Internet em suas casas, o que pode prejudicar a comunicação.

CAPÍTULO 5 | COMUNICAÇÃO

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4Pessoal e cativante: a Carta

Nascidos em tempos digitais, alguns desses jovens podem nunca ter enviado uma carta na vida. Porém, a carta ainda é um ótimo e versátil veículo de comunicação: dependendo do tom, pode ser formal ou muito carinhosa e pessoal.

Pelo seu caráter personalizado, uma carta enviada para a pessoa certa e com a mensagem certa, pode ser transformadora.

Simples, porém eficaz: o Cartaz

Uma cartolina, algumas canetinhas, tesoura e cola: com poucos materiais é possível criar um cartaz, um dos meios de comunicação mais fáceis de se produzir e que cabe perfeitamente no ambiente escolar!

Serve especialmente para divulgar campanhas e eventos, porém é preciso cuidado redobrado com seu visual e com o local onde será afixado (se não tiver visibilidade, não terá serventia).

Movido a dinamismo: o Jornal-mural

Um ótimo veículo de comunicação para ambientes escolares que acaba não tendo seu potencial 100% aproveitado. O Jornal Mural é dinâmico e possibilita a divulgação imediata das informações.

Ele pode ser aberto para a contribuição de toda a comunidade escolar e tornar-se um ponto de referência na comunicação interna. Para que ele funcione, precisa de atualizações constantes.

Mais do que um bate-papo: a Conversa

Está no nosso dia a dia, é fundamental para nossa comunicação e às vezes, só ela resolve: é a conversa. Muito mais do que um papo jogado fora, a conversa permite que as pessoas envolvidas se comuniquem simultaneamente, pensando juntas. É o veículo mais indicado para negociações.

PLANEJANDO A COMUNICAÇÃOPara auxiliar os jovens a planejar a comunicação, sugerimos que utilize a planilha “Planejamento de Comunicação e Mobilização”.

Ela é muito simples e bastante didática. Basta que os jovens preencham as suas colunas.

A primeira se refere ao Público para o qual se direciona a comunicação. No caso, já deixamos pré-definidos os principais públicos, sendo que é possível alterá-los, caso necessário.

A segunda coluna possibilita que se liste os meios/veículos escolhidos.

A terceira coluna deve ser usada para se pensar no teor da mensagem que será passada para aquele público, naquele veículo.

A quarta coluna se refere a quando a comunicação será feita e a quinta diz respeito aos principais Agentes Jovens responsáveis para que aquilo saia do papel.

CAPÍTULO 5 | COMUNICAÇÃO4

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MANUAL DO TUTOR 61

AÇÃO – 3º ENCONTROPreparando o Encontro

Veja dicas de preparação do Encontro na página 29.

Para este Encontro, especificamente, você precisará preparar o material “tira com mensagem cifrada” para ser utilizado na Atividade 2.

Este material foi inspirado no “Bastão de Licurgo” que, segundo alguns estudiosos, era uma técnica de mensagem cifrada utilizada por soldados espartanos.

O processo consistia em enrolar uma tira de tecido sobre um bastão (de largura previamente definida) e escrever uma mensagem nela. Terminado o processo, a tira era desenrolada e transportada como cinto pelos mensageiros. Quando chegavam ao destino, a tira era enrolada num bastão idêntico em largura e a mensagem era decifrada.

Como preparar a tira:

- Basta recortar a tira da página 96 nas linhas pontilhadas.

Nesta atividade, utilizaremos a tira enrolada num cabo de vassoura para fazer a leitura da mensagem: Trégua Olímpica.

Como ajustar a tira no bastão para fazer a leitura?

É preciso enrolar a tira 4 vezes no cabo de vassoura, sendo que o papel não pode ficar sobreposto em nenhum momento. Para isso, é importante posicionar a tira na diagonal antes de começar a enrolá-la. Perceba que há uma mãozinha indicando o início da mensagem da tira.

Além disso, para facilitar a leitura, à medida que ela for sendo enrolada, serão formadas linhas que auxiliarão no sentido de leitura.

Faça um teste antes do Encontro!

Planejamento de Comunicação e Mobilização

Público:

Alunos

Meio: Mensagem: Quando: Responsável:

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CAPÍTULO 5 | COMUNICAÇÃO

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FORMAÇÃO DE AGENTE JOVEM62

4O QUE FAZER NO 3º ENCONTRO? Objetivo do Encontro: Fazer com que os jovens percebam a importância da comunicação para o cumprimento dos seus objetivos e que há diversos meios para fazê-la.

ENCONTRO PASSO A PASSOAntes de iniciar

Chegue com antecedência na sala onde será realizado o Encontro.

Prepare o ambiente, distribuindo as cadeiras em círculo ou meia-lua e organize os materiais que serão utilizados.

Para seu controle, sugerimos que sempre passe uma lista de presença para os Agentes Jovens.

ATIVIDADE 1 – INÍCIOMateriais necessários: Lista de Presença

Objetivo: dar as boas-vindas para iniciar o Encontro

Duração estimada: 20 minutos

No horário marcado, inicie o Encontro dando boas-vindas aos jovens. Peça que todos se juntem e puxe o grito de guerra do grupo.

Relembre rapidamente o que foi falado no Encontro anterior e retome com eles o Planejamento das Ações:

• o que já foi feito? Deu certo ou deu errado?

• o que falta fazer? Por que ainda não foi feito?

• quais ajustes de rota podem ser feitos?

Em seguida, passe para o tema do 3º Encontro que é comunicação como ferramenta de mobilização. Nele, os jovens refletirão sobre as formas de comunicação e os veículos que têm disponíveis para isso.

Tutor, neste Encontro, é fundamental que os Agentes Jovens respondam à seguinte pergunta:

Como faremos para comunicar a importância dos valores na escola e mobilizar o maior número de pessoas para o tema?

CAPÍTULO 5 | COMUNICAÇÃO4

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MANUAL DO TUTOR 63

ATIVIDADE 2 – COMUNICANDO A TRÉGUA OLÍMPICAMateriais necessários: folhas de papel (aproximadamente 10), lápis, borracha, 1 cabo de vassoura, durex, 1 tira de folha A4 com mensagem cifrada, 1 cópia de cada carta enigmática

Objetivo: Fazer com que os jovens experimentem diversas formas de comunicação, linguagens e suas dificuldades

Duração Estimada: 30 minutos

Divida o grupo em dois. Diga para os jovens que vocês voltaram para a Grécia Antiga, numa época muito especial: as Olimpíadas! Explique que, neste período que antecede os Jogos Olímpicos acontecia uma coisa muito importante: um emissário era enviado para percorrer todas as cidades anunciado a trégua olímpica.

A missão deste emissário, chamado de “Spondorophoroi” era muito importante já que ele anunciava o início de um período de paz, no qual mesmo os que estivessem guerreando, deviam baixar suas armas para competirem pacificamente.

Hoje, os dois grupos de Agentes Jovens irão assumir a função de emissários da trégua olímpica na Grécia Antiga. Para isso, precisarão estar muito atentos para enfrentar alguns desafios, afinal, a comunicação não é uma coisa tão fácil assim, ainda mais entre povos em guerra...

Em tom solene, leia as instruções do “Arauto da Paz Olímpica”:

Arauto da Paz Olímpica

Caros emissários, vocês partirão numa jornada desafiadora, na qual não poderão poupar esforços para se fazer entender. Precisamos que os povos ouçam a mensagem de vocês para que façam trégua e participem dos Jogos Olímpicos.

Necessito de um grupo para ir às Ilhas de Creta!

(Tutor: Espere o grupo se oferecer e, em seguida, leia a mensagem abaixo para eles).

1- Mensagem para Ilhas de Creta: Emissários, vocês deverão passar a mensagem para o povo de Creta (Tutor: apontar para o outro grupo que, neste momento, fará o papel de cidadãos de Creta).

Como o povo de Creta vive isolado na ilha, eles falam um dialeto muito diferente, e só nos entendem quando desenhamos. Portanto, quando eu der a ordem para começar, vocês terão 1 minuto para desenhar o que está escrito neste papel. O povo de Creta poderá tentar adivinhar quantas vezes quiser, dentro do tempo máximo.

Atenção, emissários! Deverá ser escolhido um emissário do grupo para executar esta função. Enquanto ele desenha, é proibido falar. O máximo que pode ser feito é uma mímica com as mãos, para sinalizar se o povo de Creta está perto de acertar.

CAPÍTULO 5 | COMUNICAÇÃO

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FORMAÇÃO DE AGENTE JOVEM64

4Orientações ao Tutor: Entregue uma folha em branco para o grupo dos Emissários e um lápis com borracha. Também escreva num pedaço de papel, mostrando apenas para este grupo, a mensagem que deverá ser decifrada: TOCHA. Pergunte se eles têm alguma dúvida.

Pergunte se ambos os grupos (emissários, que irão desenhar ou povo de Creta, que irá adivinhar) estão prontos e dê a largada, cronometrando 1min.

Parabenize o grupo, agradeça aos emissários e diga que o próximo desafio será executado pelo outro grupo.

2- Mensagem para Ilhas Cíclades: Caros emissários, agora o desafio é de vocês! Deverão transmitir a mensagem aos habitantes das ilhas Cíclade (Tutor: apontar para o outro grupo que, neste momento, fará o papel de cidadãos de Cíclades).

As ilhas de Cíclades são tomadas por montanhas, mas a população se concentra na parte baixa delas. Como o som chega com dificuldades até as suas casas, por causa do eco, vocês terão que fazer mímicas para passar a mensagem. Quando eu ordenar, vocês terão 1 minuto para fazer uma mímica representando o que está escrito neste papel. O povo de Cíclades poderá tentar adivinhar quantas vezes quiser, dentro do tempo máximo.

Deve ser escolhido um emissário do grupo para desempenhar a mímica, sem falar nenhuma palavra.

Orientações ao Tutor: Entregue a mensagem, escrita num papel, para o grupo que fará a mímica: JURAMENTO.

Pergunte se ambos os grupos estão prontos e dê a largada, cronometrando 1min.

Parabenize o grupo, agradeça aos emissários e diga que o próximo desafio será executado pelos dois grupos.

3- Mensagem para Tróia: Emissários, um grande desafio se encontra pela frente: levar a mensagem até Tróia! O problema é que Tróia vive cercada por altos muros e ninguém passa por eles. Por isso, precisarão descrever a imagem da mensagem para que os troianos, do outro lado do muro, entendam.

Orientações para o Tutor: Peça que um representante de um grupo seja o emissário e um representante do outro grupo, o troiano. Os demais participantes deverão assistir a dinâmica (que costuma ser bem engraçada).

Peça que um participante fique de costas para o outro e que, em hipótese nenhuma, se virem. Dê para o emissário a imagem com o desenho de um cavalo (pág. 90) e para o troiano algumas peças de Tangram (pág. 89).

CAPÍTULO 5 | COMUNICAÇÃO4

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MANUAL DO TUTOR 65

SAIBA MAIS! Tangram é um quebra-cabeça chinês formado por 7 peças (5 triângulos, 1 quadrado e 1 paralelogramo). Com essas peças é possível formar diversas figuras utilizando todas elas sem sobrepô-las.

Explique que o emissário deverá descrever para o troiano como ele poderá montar com aquelas formas geométricas, o desenho que ele tem em mãos. É proibido falar qual figura final que está sendo montada.

Pergunte se ambos entenderam, se estão prontos e dê a largada, cronometrando 10 minutos. Se o tempo esgotar e a figura não for montada corretamente, encerre essa etapa e passe para o próximo desafio.

Parabenize o grupo, agradeça aos emissários e diga que o próximo desafio será executado pelos dois grupos.

4 - Mensagem para Atenas: Emissários, a penúltima missão é levar a mensagem ao povo de Atenas. A cidade atualmente está em época de eleições. Vocês terão que ir em dois grupos para ajudá-los a decifrar esta mensagem enigmática. Quando conseguirem, deverão ir para a Assembleia e divulgá-la para o povo.

Orientações ao Tutor: Dê para cada grupo uma folha da mensagem enigmática, além de uma folha de papel em branco e lápis. Diga que eles deverão decifrar a mensagem em grupo e, quando acabarem, deverão encontrar com o outro grupo na Assembleia (determine um local na sala para ser a Assembleia). Para ajudá-los, um membro de cada grupo poderá consultar a Pedra dos Pictogramas quantas vezes forem necessárias. A Pedra dos Pictogramas encontra-se na página 94 deste manual e traz os nomes de alguns dos pictogramas do Rio 2016, utilizados para a criação das mensagens. Sugerimos que deixe uma à disposição dos dois grupos, fixada na lousa ou em uma parede.

Pergunte se ambos entenderam, se estão prontos e dê a largada, cronometrando 1 min.

Os Agentes Jovens ainda não sabem, mas um grupo está com o início da mensagem e outro, com o final.

Grupo A: “Está chegando a trégua olímpica. Enviem”

Grupo B: “seus atletas aos jogos.”

Mensagem completa: “Está chegando a trégua olímpica. Enviem seus atletas aos jogos.”

Quando acabar o tempo, diga para um integrante de cada grupo levar a mensagem até o local indicado. Peça que leiam em voz alta. Observe a reação deles: uns podem achar que a mensagem está errada, outros se darão conta que está incompleta, já outros perceberão que elas se completam.

CAPÍTULO 5 | COMUNICAÇÃO

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FORMAÇÃO DE AGENTE JOVEM66

4Caso eles não tenham percebido, instigue-os, até que se deem conta.

Parabenize o grupo, agradeça aos emissários e diga que o último desafio será executado por todos.

5 - Mensagem para Esparta: Emissários, vocês estão quase chegando ao fim da jornada de anúncio da trégua Olímpica! O último local para ser visitado é Esparta. Esta cidade está em guerra, portanto todo o cuidado é pouco e esta tarefa deve ser feita em conjunto pelos dois grupos.

Orientações ao Tutor: Reúna os dois grupos e distribua os seguintes materiais a eles:

- 1 cabo de vassoura,

- 1 fita durex,

- 1 tira com a mensagem cifrada.

Diga que eles deverão utilizar somente estes materiais para decifrar a mensagem. Dê um tempo de 3 min para a execução da tarefa. Ordene o início e cronometre.

É bem provável que os jovens fiquem bastante confusos sobre como solucionar a tarefa. Não os ajude. Diga apenas que a solução está nas mãos deles e que é preciso pensar em conjunto para percebê-la.

Ao final do tempo, caso não tenham conseguido, demonstre como fazer. Peça que algum aluno leia em voz alta a mensagem que aparece. A mensagem é “Trégua Olímpica!”.

Comemore com os alunos a conclusão dos desafios e diga que eles conseguiram cumprir o objetivo do emissário, que é de anunciar a trégua olímpica!

Peça que os Agentes Jovens sentem-se num grande círculo e inicie uma reflexão com eles sobre o que foi vivenciado na atividade:

- quais foram as maiores dificuldades pelas quais passaram para transmitir a mensagem e para entendê-la?

- quais foram os tipos de comunicação que eles mais gostaram ou tiveram facilidade em entender? E qual eles menos gostaram ou tiveram mais dificuldade em entender?

Comente com eles que esta atividade tinha o intuito de fazê-los passar por diversas formas de se comunicar e, principalmente, refletir sobre as mudanças que os veículos de comunicação passaram desde a época da Grécia Antiga até agora. Afinal, não seria muito mais fácil anunciar a trégua olímpica mandando um e-mail, publicando nas redes sociais ou fazendo um comunicado na TV, em rede nacional? Faça eles pensarem que se os gregos conseguiam mobilizar toda uma nação com toda esta dificuldade de comunicação, por que eles, com todos os recursos que temos hoje, não conseguiriam mobilizar a escola por meio da comunicação?

CAPÍTULO 5 | COMUNICAÇÃO4

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MANUAL DO TUTOR 67

ATIVIDADE 3 – PLANEJANDO A COMUNICAÇÃOMateriais necessários: cópias da planilha de Planejamento de Comunicação

Objetivo: Propor aos jovens o desenvolvimento de um plano de comunicação para divulgar os valores na escola

Duração Estimada: 60 minutos

Iniciem a montagem conjunta de uma estratégia de comunicação para a divulgação dos valores na escola. Para auxiliá-lo, distribua aos jovens a planilha de “Planejamento da Comunicação” (pág. 95). Nesse momento, é importante que você fale com eles, sobre os veículos de comunicação que eles podem utilizar. Cite os que apareceram no capítulo 4 deste manual.

Pictogramas dos Valores

Sugira que os Agentes Jovens que gostem de desenhar ou os que tenham interesse de participar criem uma comissão para criar os pictogramas dos Valores Olímpicos e Paralímpicos para auxiliá-los na campanha de comunicação. Explique para os jovens o que são pictogramas e mostre o exemplo dos do Rio 2016, utilizados na atividade anterior.

Ao final do Encontro, os Agentes Jovens devem ter uma estratégia definida para a divulgação dos valores na escola. Já agende a próxima reunião com o grupo para acompanhar o andamento das ações.

ROTEIRO RESUMIDO - 3º ENCONTROAtividade 1 – Início – 20min

Materiais: Lista de Presença

Atividade 2 – Comunicando a Trégua Olímpica – 30min

Materiais: 4 folhas em branco, lápis, quebra-cabeça Tangram, imagem do cavalo em Tangram, 1 cabo de vassoura, 1 durex, tira com mensagem cifrada, 1 cópia de cada carta enigmática

Atividade 3 – Planejando a Comunicação – 60min

Materiais: Cópias da planilha “Planejamento da Comunicação”

AÇÕES ENTRE ENCONTROS COM OS AGENTES JOVENSEncontre-se com os Agentes Jovens para acompanhar o andamento da campanha de comunicação e das ações que ainda estejam acontecendo. É muito importante que as ações que estão sendo realizadas tornem-se cada vez mais conhecida por todo o ambiente escolar, por isso, deve-se explorar todas as ferramentas de comunicação que existem na escola e descobrir se elas estão sendo eficientes ou não.

CAPÍTULO 5 | COMUNICAÇÃO

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FORMAÇÃO DE AGENTE JOVEM68

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MANUAL DO TUTOR 69

5 MOBILIZAÇÃO

SOCIAL

Neste capítulo, você verá:

• Quem são os Líderes;

• Esporte e transformação;

• Objetivos da Maratona de Valores.

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Este é o último Encontro com o grupo de Agentes Jovens. Para chegarem até aqui, foi traçado um longo caminho que foi iniciado pela pesquisa de clima escolar, passando pelo planejamento de ações e pela campanha de comunicação. Todas estas etapas foram realizadas por causa da mobilização.

Como vimos, a mobilização só acontece quando as pessoas se reúnem para atingir um objetivo comum. Para que isso ocorra, é fundamental o papel dos líderes.

QUEM SÃO OS LÍDERES? Os líderes são aqueles que conduzem à mudança, engajando as pessoas e inspirando-as a superar os obstáculos.

Eles engajam os liderados por meio da sua visão de futuro, inspirando-os a superar obstáculos. Assim, despertam a autoestima e a autoconfiança das pessoas que os seguem, tornando-se, para elas, um exemplo de comportamento.

Os Agentes Jovens, ao apresentarem o projeto de transformação para a escola, passam a exercer este papel de liderança.

Portanto, os líderes têm a capacidade de influenciar um grupo em direção aos objetivos comuns.

Os líderes e a transformação por meio do esporte

Muitos líderes mundiais souberam utilizar o potencial transformador e agregador do esporte para iniciar um processo de transformação. Passando por grandes líderes mundiais como Ghandi e Mandela, até grandes personalidades esportivas como David Beckham, muitos foram o que se serviram do esporte para liderar.

Mahatma Ghandi e o futebol

Mahatma Ghandi (1869 a 1948), líder político e espiritual da Índia, foi o maior porta-voz que o país teve até hoje. Gandhi lutou para demonstrar a superioridade moral dos hindus sobre seus dominadores britânicos por meio da não-violência e da persistência pela verdade. Isso, todo mundo sabe. Mas que ele tinha uma forte ligação com o futebol, você sabia? No período em que morava na África do Sul, chegou a criar três times de futebol: os Resistentes Passivos FC.

Tudo começou quando Ghandi, ainda jovem, foi estudar Direito na Inglaterra. Lá, conheceu o futebol e se apaixonou pelo esporte democrático, que era praticado por toda a gente: pobres, ricos, negros ou brancos. Quando foi morar na África do Sul, Ghandi viu neste esporte uma maneira de lutar contra o apartheid, regime vigente no país que ignorava os direitos civis dos negros, mestiços e indianos. Por mais de duas décadas, os jogos dos times liderados por Ghandi se tornavam verdadeiros comícios. Para ele, um jogo era equivalente a 1 hora de meditação e um trampolim para chegar a uma sociedade ideal.

CAPÍTULO 5 | MOBILIZAÇÃO SOCIAL5

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Nelson Mandela e um país unido pelo rugby

Rolihlahla Madiba Mandela, conhecido como Nelson Mandela (1918 a 2013) foi um dos grandes líderes mundiais que se destacaram na luta pela paz. O jovem advogado liderou a luta contra o regime do apartheid, na África do Sul e, por isso, foi condenado a prisão perpétua. Ficou preso por 27 anos e, ao sair da prisão, em 1994, foi eleito o primeiro presidente negro do país.

Sua primeira missão era unir o país separado por preconceitos raciais a tantas décadas. Foi então que ele viu a oportunidade de fazer isso por meio do rugby. O país seria sede da Copa do Mundo de Rugby em 1995, mas o esporte era considerado apenas para brancos em não atraía em nada a simpatia do resto da população.

Com a proximidade da Copa, Mandela buscou no capitão da seleção, Fraçois Pienaar, um aliado, convocando brancos e negros a torcerem juntos. A seleção foi conquistando aos poucos e população e ganhou, na final, do time mais forte. Neste dia, depois de décadas, negros e brancos comemoraram juntos.

David Beckham e sua missão em prol das crianças

Um dos mais brilhantes jogadores de futebol deste século, David Beckham (1975) é uma verdadeira celebridade conhecida e admirada internacionalmente. Nascido na Inglaterra, Beckham começou a ter destaque nos campos quando jogava em seu país, no Manchester United. Depois disso, brilhou na seleção inglesa e em outros grandes times na Europa e nos Estados Unidos.

Porém beleza, fama e talento com a bola não resumem Beckham. Seu lado humanitário fez com que o Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) o nomeasse Embaixador da Boa Vontade, com a missão especial de cuidar de programas de esportes para as crianças. Dessa forma, toda a influência da sua imagem é usada para ajudar crianças no mundo todo.

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Dentre os seus feitos, podemos destacar: participação em campanhas de combate à malária no Reino Unido; angariação de fundos para programas de educação e lazer para as crianças, que envolvem futebol; arrecadação de fundos para as crianças vítimas do Tsunami de 2004; participações em campanhas de prevenção a AIDS. Além disso, Beckham doou todos os salários que recebeu durante a temporada que jogou na França para instituições de apoio às crianças.

Alguns atletas também desempenham uma função de liderança ao mobilizar suas comunidades em torno de projetos sociais encabeçados por eles, que tem como base o esporte. Veja alguns exemplos:

A terra do Judô é aqui

Esta história começa em 1882 quando o jovem Jigoro Kano idealizou o esporte que hoje chamamos de judô. Segundo o Mestre Kano, a luta era a arte em que se usa ao máximo a força física e a espiritual, já que a técnica utiliza os músculos e a velocidade de raciocínio para dominar o oponente. Dizem que para ser um bom lutador de judô, é preciso ser um grande ser humano. O judoca medalhista olímpico Flávio Canto que o diga.

No ano 2000, Flávio começou a dar aulas de judô como voluntário na Rocinha, Rio de Janeiro, mas o projeto acabou perdendo sua principal fonte de sustentação financeira. Para não deixar a ideia morrer, Flávio Canto e outros profissionais do judô criaram o Instituto Reação, uma associação sem fins lucrativos que atua em comunidades de baixa renda com o objetivo de promover o desenvolvimento humano e a inclusão social por meio do judô.

O judoca tinha o sonho de transformar as pessoas por meio dos valores do judô e da prática esportiva. E já tem tido frutos este sonho: além de atender mais de mil crianças no Rio, em 2013, uma aluna do Instituto foi a primeira brasileira a ganhar o ouro num Mundial. Aos 21 anos, Rafaela Silva, que nasceu e cresceu na Cidade de Deus, é a prova viva de que eles estão no caminho certo.

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Os ventos que levam os jovens até seus sonhos

Você sabia que Torben Grael é um dos maiores medalhistas olímpicos do Brasil? Com nome e sobrenome dinamarquês, Torben, ao lado do seu irmão Lars, conquistaram muitas medalhas para o país na vela. Essa história já começou predestinada para o sucesso com o primeiro barco comprado pelo avô: a embarcação havia sido usada por Wener Hansen na conquista da medalha de prata nos Jogos Olímpicos de Estocolmo.

A vela é tão importante na história da família Grael que os irmãos Torben, Lars e companheiro de equipe, Marcelo Ferreira, criaram o Projeto Grael – Rede Náutica Educativa, em Niterói. A ideia surgiu quando retornavam dos Jogos Olímpicos de Atlanta. Inicialmente, queriam criar uma escola de vela para incluir as crianças de comunidades de Niterói na sociedade, desmistificando que a vela fosse um esporte apenas da elite. Hoje, a metodologia educacional que tem como base os esportes náuticos, programas profissionalizantes e programa ambiental.

Desde que foi fundado, em 1998, mais de 13 mil jovens já passaram pelo projeto. A iniciativa conquistou o reconhecimento de entidades como a Federação Internacional de Vela (Isaf) e a Unesco. Assim, a família Grael segue com o objetivo de formar campeões no mar e na vida.

A liberdade sobre um skate

No Afeganistão, liberdade não é algo que faça parte da vida dos cidadãos, principalmente, das mulheres. O país ainda vive sob o domínio do regime talibã, que nega às mulheres direitos básicos como estudar e sair sozinha às ruas. As meninas são proibidas de fazer muitas coisas, inclusive de praticar esportes e andar de bicicleta. Foi aí que outras rodinhas entraram em ação: as do skate!

A manobra radical foi feita pelo skatista australiano Oliver Percovich que, em 2007, ao chegar no Afeganistão, percebeu que as crianças que moravam na rua ficaram muito interessadas ao vê-lo andando de skate. Foi aí que surgiu a ideia de ensinar o esporte para as crianças, surgindo a ONG Skateistan. Com o apoio de doadores e de governos europeus, conseguiu construir uma pista de skate coberta onde, provavelmente, seja o único lugar no país onde meninos e meninas partilhem o mesmo espaço e interajam entre si.

Hoje, surpreendentemente, 40% das crianças que fazem parte do projeto são meninas. Não foi fácil levá-las para lá. Assistentes sociais precisam ir até as famílias para falarem sobre a importância das garotas se divertirem, praticarem um esporte e terem acesso à educação. A adesão feminina é tão grande que a ONG já desenvolve projetos especiais para elas, como experimentação esportiva e acesso à educação. Além de tudo isso, Percovich ressalta que esta interação entre as crianças é fundamental num país onde convivem diversas etnias que não se aceitam, pois cria uma cultura de paz.

CAPÍTULO 5 | MOBILIZAÇÃO SOCIAL

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5MARATONA DE VALORESOs Agentes Jovens têm como última tarefa a organização da Maratona dos Valores na escola.

Este evento fecha com chave de ouro o ano de trabalho dos jovens e deve contar com o apoio da Coordenação Pedagógica e dos professores de Educação Física.

Além de proporcionar a vivência de alguns valores Olímpicos e Paralímpicos, a Maratona é uma oportunidade para os Agentes Jovens prestarem conta sobre o trabalho realizado durante o ano, expondo algumas de suas ações e, se possível, seus resultados.

Como apresentar o trabalho feito pelos Agentes Jovens?

• Pode ser feita uma espécie de “linha do tempo” que mostre o ponto de partida dos Agentes Jovens até o de chegada.

• Os Agentes Jovens podem produzir material audiovisual ao longo do ano e exibi-los na Maratona. Vale filmar as ações, entrevistar os colegas, mostrar o antes e depois, entre outras possibilidades.

• Intervenções lúdicas, como peça de teatro e apresentações artísticas, que tenham como objetivo provocar alguma sensação nos outros alunos são muito bem-vindas.

Aproveite a oportunidade e promova junto aos Agentes Jovens uma reflexão sobre tudo o que eles construíram com base em muito planejamento e trabalho.

Com a realização da Maratona, chegamos ao fim da formação dos Agentes Jovens!

Encerre este ciclo com os Agentes Jovens alimentando nos participantes a semente de mudança que foi plantada. Afinal, o trabalho não precisa e não deve parar por aí. Agora, eles sabem que são capazes de liderar e iniciar um processo de transformação na comunidade.

A missão deles de engajamento aos Jogos Olímpicos e vivência dos valores na escola deve continuar.

AÇÃO – 4º ENCONTROPreparando o Encontro

Veja dicas de preparação do Encontro na página 29.

O QUE FAZER NO 4º ENCONTRO?Objetivo do Encontro: Fazer com que os jovens percebam o poder transformador dos líderes, principalmente quando aliados ao esporte e engajá-los na organização da Maratona de Valores.

CAPÍTULO 5 | MOBILIZAÇÃO SOCIAL5

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ENCONTRO PASSO A PASSOAntes de iniciar

Chegue com antecedência na sala onde será realizado o Encontro.

Prepare o ambiente, distribuindo as cadeiras em círculo ou meia-lua e organize os materiais que serão utilizados.

Para seu controle, sugerimos que sempre passe uma lista de presença para os Agentes Jovens.

ATIVIDADE 1 – INÍCIOMateriais necessários: Lista de Presença

Objetivo: dar as boas-vindas para iniciar o Encontro

Duração estimada: 20 minutos

No horário marcado, inicie o Encontro dando boas-vindas aos jovens. Puxe o grito de guerra do grupo.

Relembre o que foi vivenciado no Encontro anterior sobre comunicação. Em seguida, comece a abordar o tema liderança com eles.

Explique para os jovens o que é liderança. Pergunte se eles perceberam que estão cada vez mais assumindo um importante papel de liderança dentro da escola. Caso tenham dificuldade de perceber isso, utilize exemplos de ações realizadas por eles.

Comente que, na história da humanidade, muitos homens e mulheres lideraram processos de mudança quando confrontados por problemas sociais. Muitos deles, inclusive, utilizaram o esporte como meio para iniciar este processo de mudança.

Educador, neste Encontro, é fundamental que os alunos saiam com a missão de responder à seguinte pergunta: como mobilizar a comunidade escolar para participar da Maratona de Valores?

ATIVIDADE 2 – DESCUBRA QUEM SOU EUMateriais necessários: 1 cópia de cada carta do jogo “Descubra quem sou eu”

Objetivo: Fazer com que os jovens conheçam exemplos de líderes que utilizaram o esporte para mobilizar e transformar realidades

Duração Estimada: 60 minutos

Separe o grupo em dois. Diga que, agora, eles vão conhecer algumas destas histórias dos líderes que começaram uma transformação social pelo esporte. Só que isso acontecerá

CAPÍTULO 5 | MOBILIZAÇÃO SOCIAL

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FORMAÇÃO DE AGENTE JOVEM76

5de uma maneira diferente: eles terão que adivinhar sobre qual esporte ou sobre qual líder estamos falando.

O jogo funciona da seguinte maneira:

Embaralhe as 6 cartas do jogo (3 de líderes e 3 de esportes) e peça que um representante de cada grupo retire 3 cartas aleatoriamente. Peça que não mostrem as cartas para o outro grupo e comece a explicar as regras do jogo a eles.

Diga que há 2 tipos de cartas: a de Líder, que se refere a uma pessoa e a de Esporte que, obviamente, se trata de uma modalidade esportiva. Todas as cartas possuem 10 dicas sobre quem/o que é a carta.

Um grupo terá que tentar adivinhar quais são os esportes e quais são as pessoas sobre as quais tratam as cartas do outro grupo. Após determinada a ordem de jogada, um representante do grupo que dará as dicas deverá segurar as 3 cartas em forma de leque na mão. Sem ver o conteúdo, o outro grupo escolhe que carta quer adivinhar.

Escolhida a carta, o grupo que dará as dicas deverá dizer se a carta se refere a uma pessoa ou um esporte.

Em seguida, o grupo que irá adivinhar deve escolher um número de 1 a 10, relativos ao número total de dicas das cartas. O número escolhido deverá ser o número da dica que será lida. Por exemplo, se o grupo disse “número 8”, significa que a dica que será lida é a de número 8.

Após a leitura da dica, o grupo que está adivinhando tem o direito de dizer um nome de um líder ou um esporte (dependendo da categoria da carta). Se, por acaso, disser um nome errado, não poderá tentar falar outro. Deverá dizer outro número e ouvir a próxima dica. Esta dinâmica seguirá assim até terminarem as 10 dicas.

Quando isto ocorrer, faz-se a contagem de pontos e se inverte a vez: o grupo que dava as dicas adivinha e vice-versa.

Contagem de pontos

A maneira de contar os pontos é bem simples:

- o número de dicas que foram lidas são os pontos do grupo que dá as dicas.

Exemplo: foram lidas 6 dicas para o outro grupo conseguir acertar a pessoa ou esporte da carta. O grupo que estava dando as dicas soma 6 pontos.

- a diferença entre o número total de dicas da carta (10) menos o número de dicas lidas é a pontuação do grupo que estava adivinhando.

Exemplo: se foram lidas 6 dicas, a pontuação do grupo que adivinha é 10-6 = 4. Ou seja, 4 pontos.

Para que ninguém se perca na pontuação, se possível, faça um placar na lousa:

CAPÍTULO 5 | MOBILIZAÇÃO SOCIAL5

Page 77: Manual tutor para agentes jovens

MANUAL DO TUTOR 77

Ao final do jogo, pergunte o que eles entenderam das histórias e, caso haja dúvidas, esclareça-as com base nos textos deste capítulo.

Mostre para os jovens como o esporte e os valores deles foram usados como estratégia em cada caso.

ATIVIDADE 3 – PLANEJANDO A MARATONA DE VALORESMateriais necessários: planilhas de planejamento de Ações, Comunicação e Mobilização, Recursos Materiais e Sustentabilidade e Recursos Humanos

Objetivo: Fazer com que os jovens comecem a planejar a Maratona de Valores

Duração Estimada: 60 minutos

Reúna os alunos num grande grupo e diga que, agora, eles terão que exercer suas habilidades de liderança na missão de organizar uma grande Maratona de Valores na escola.

Esta Maratona deverá contemplar, no mínimo, as seguintes atividades:

- 3 atividades que contemplem, no TOTAL, todos os Valores Olímpicos e Paralímpicos (Amizade, Respeito, Excelência, Igualdade, Inspiração, Determinação e Coragem);

- 1 atividade de experimentação esportiva.

Distribua as planilhas de planejamento de “Ações” e de “Comunicação e Mobilização”, já conhecidas pelos alunos, além das planilhas de “Recursos Materiais e Sustentabilidade” e de “Recursos Humanos”. Diga que elas devem ser usadas para auxiliá-los na organização do evento.

Qual a importância de cada uma delas?

- Planejamento de Ações – neste planejamento devem ser pensadas as ações que serão feitas na Maratona de Valores. Dentre elas, as 3 atividades de vivência dos valores e 1 de experimentação esportiva. Ele será o grande guia dos Agentes Jovens.

- Planejamento de Comunicação – aqui deverá ser pensada na melhor maneira de comunicar para a escola sobre a realização do evento e mobilizar a todos para que participem.

Rodada/Grupo

Rodada 1

Rodada 2

Rodada 3

Total

Grupo 1 Grupo 2

CAPÍTULO 5 | MOBILIZAÇÃO SOCIAL

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FORMAÇÃO DE AGENTE JOVEM78

5Como estas duas planilhas já foram utilizadas nos Encontros anteriores, os alunos terão uma familiaridade maior com elas e com seus respectivos temas.

- Planejamento de Recursos Humanos - é importante ter uma definição clara de papéis e responsabilidades de cada integrante da equipe de planejamento e coordenação do evento. É possível agregar outras pessoas à equipe de planejamento, além dos Agentes Jovens. É importante que seja pensada as habilidades de cada um e a necessidade de mais pessoas ajudando na coordenação das tarefas.

A planilha Planejamento de Recursos Humanos deve ser preenchida com o nome de cada pessoa, sua função e responsabilidades. O mais importante é que todos conheçam suas responsabilidades e as dos demais integrantes da equipe.

O modelo da tabela abaixo apresenta duas linhas preenchidas como exemplo:

Planejamento de Recursos Humanos

Planejamento de Recursos Materiais

Função:

Ação:

Nome:

Materiais:

Responsabilidades:

Sustentabilidade: Responsável:

Acompanhar periodicamente o trabalho dos demais integrantes do grupo de planejamento;

Motivar comunidade escolar a participar.

Utilizaremos sucata para fazer as fantasias. Depois da apresentação, separaremos o material e entregaremos num posto de reciclagem.

Maria da Silva

Fantasias Adriano Tavares

Kika Guedes

Ex: Coordenador Geral

Apresentação de dança

Ex: Agente de comunicação

Pedro Antunes

Aparelho de som e CD

Planejar ações de comunicação;

Supervisionar e aprovar todas as ações de comunicação;

Montar equipe para produção de cartazes.

O aparelho de som só ficará ligado durante a apresentação para evitar desperdiçar luz.

- Planejamento de Recursos Materiais e Sustentabilidade - outra tarefa importante é fazer o levantamento dos materiais necessários para a realização do evento. Para isso é preciso listar o tipo e a quantidade de recursos para o desenvolvimento de todas as atividades. Afinal, é preciso ter esta lista com antecedência para planejar como eles serão obtidos (doação, empréstimo, etc.) e quem é a pessoa responsável por ir atrás de cada item. Além disso, é fundamental pensar na sustentabilidade do projeto, planejando o que será feito com estes materiais após o dia da Maratona de Valores.

O modelo da tabela abaixo apresenta duas linhas preenchidas como exemplo:

CAPÍTULO 5 | MOBILIZAÇÃO SOCIAL5

Page 79: Manual tutor para agentes jovens

MANUAL DO TUTOR 79

Após explicar estas ferramentas aos jovens, estimule que o grupo, inspirado pelas histórias que acabaram de conhecer, pensem nas atividades que serão desenvolvidas na Maratona de Valores.

Reforce que, a respeito da experimentação esportiva, é importante que eles conversem com o professor de Educação Física envolvido no programa para auxiliá-los. Tente ajudar os jovens a planejar o máximo possível do evento durante o Encontro. Caso não consigam finalizar, já deixe agendado a próxima reunião.

ROTEIRO RESUMIDO - 4º ENCONTROAtividade 1 – Início – 20min

Material: Lista de Presença

Atividade 2 – Descubra quem sou eu – 60min

Materiais: Cartas do jogo “Descubra quem sou eu”

Atividade 3 – Planejando a Maratona de Valores – 60min

Materiais: Cópias da Planilha de Planejamento de Ações

AÇÕES ENTRE ENCONTROS COM OS AGENTES JOVENSApós o último Encontro, os jovens devem se reunir para seguir o planejamento da Maratona de Valores. A Coordenação da escola e os professores de Educação Física devem ser envolvidos neste processo, pois, quanto mais alinhada estiver a proposta entre todos, maior a possibilidade de que a Maratona atinja seus objetivos. Após a realização da Maratona, um novo ciclo se inicia. É importante que esse processo de mobilização não pare de ser feito na escola.

CAPÍTULO 5 | MOBILIZAÇÃO SOCIAL

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MANUAL DO TUTOR 81

MATERIAIS

ANEXOS6• Modelos de materiais para

utilização nos Encontros com os Agentes Jovens

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FORMAÇÃO DE AGENTE JOVEM82

ENCONTRO 1 – PESQUISA DE CLIMA ESCOLAR

Que ano você frequenta? Qual é a sua idade? Sexo: ( ) 1. Feminino ( ) 2. Masculino

Leia as afirmativas na tabela abaixo. Para cada afirmativa, marque nas colunas da direita com que frequencia você acha que cada uma delas acontece na sua escola (nunca, quase nunca, às vezes, quase sempre ou sempre). Não existem respostas certas ou erradas, o que vale é o que você pensa, portanto, seja sincero e responda a este questionário de forma individual.

Afirmativas

1. Na escola existe um ambiente de amizade entre a maioria das pessoas. ( 1 ) ( 2 ) ( 3 ) ( 4 ) ( 5 )

2. Em nossa escola existe um ambiente de respeito entre todos. ( 1 ) ( 2 ) ( 3 ) ( 4 ) ( 5 )

3. A escola estimula um ambiente onde todos os alunos buscam ter o melhor desempenho (notas, aprendizado, etc.)

( 1 ) ( 2 ) ( 3 ) ( 4 ) ( 5 )

4. A escola tem um ambiente onde todos são tratados com igualdade. ( 1 ) ( 2 ) ( 3 ) ( 4 ) ( 5 )

5. A escola tem um ambiente que me estimula a enfrentar qualquer desafio. ( 1 ) ( 2 ) ( 3 ) ( 4 ) ( 5 )

6. A escola tem um ambiente que estimula os alunos a nunca desistir. ( 1 ) ( 2 ) ( 3 ) ( 4 ) ( 5 )

7. A escola tem um ambiente inspirador, que me faz pensar em todas as minhas possibilidades de futuro.

( 1 ) ( 2 ) ( 3 ) ( 4 ) ( 5 )

8. Sinto que estudar nessa escola vai me proporcionar amigos para toda a vida. ( 1 ) ( 2 ) ( 3 ) ( 4 ) ( 5 )

9. Sinto que frequentar essa escola me tornará uma pessoa que sabe respeitar os outros. ( 1 ) ( 2 ) ( 3 ) ( 4 ) ( 5 )

10. Sinto que essa escola vai me dar condições de ser ótimo naquilo que desejar fazer no futuro. ( 1 ) ( 2 ) ( 3 ) ( 4 ) ( 5 )

11. Todos os alunos recebem chances iguais dentro da escola. ( 1 ) ( 2 ) ( 3 ) ( 4 ) ( 5 )

12. Sinto que as pessoas têm coragem de enfrentar os desafios dentro da escola e fazer o que é certo.

( 1 ) ( 2 ) ( 3 ) ( 4 ) ( 5 )

13. Sinto que a escola me estimula a ir além daquilo que eu imaginava ser possível. ( 1 ) ( 2 ) ( 3 ) ( 4 ) ( 5 )

14. Sinto que existem pessoas (colegas, professores e funcionários) que eu admiro na escola. ( 1 ) ( 2 ) ( 3 ) ( 4 ) ( 5 )

15. Sinto que as amizades que tenho na escola me deixam com mais vontade de estudar aqui. ( 1 ) ( 2 ) ( 3 ) ( 4 ) ( 5 )

16. Nossa escola leva muito a sério a questão do respeito, seja entre alunos, professores ou funcionários.

( 1 ) ( 2 ) ( 3 ) ( 4 ) ( 5 )

17. Acredito que se eu estudar mais, terei melhores resultados na minha vida. ( 1 ) ( 2 ) ( 3 ) ( 4 ) ( 5 )

18. Vejo práticas de preconceito e bullying na escola. ( 1 ) ( 2 ) ( 3 ) ( 4 ) ( 5 )

19. Não tenho medo de tentar aquilo que desejo, graças ao que aprendo na escola. ( 1 ) ( 2 ) ( 3 ) ( 4 ) ( 5 )

20. Aprendi na escola que se eu quiser alguma coisa, preciso me esforçar para consegui-la. ( 1 ) ( 2 ) ( 3 ) ( 4 ) ( 5 )

21. Me sinto inspirado quando frequento a escola. ( 1 ) ( 2 ) ( 3 ) ( 4 ) ( 5 )

NUNCA QUASE NUNCA ÀS VEZES QUASE SEMPRE SEMPRE

Utilize a seguinte escala de frequência:

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QU

ASE

SEM

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MANUAL DO TUTOR 83

ENCONTRO 2 – SUGESTÕES DE AÇÕES Alunos antigos “apadrinharão” alunos novos na escola, para enturmá-los.

Sinalização de regras de conduta nos locais onde costumam haver brigas entre os alunos.

Mutirão para melhoria de um aspecto estrutural da escola (pintar parede do saguão, arrumar a quadra de futebol, melhorar o parquinho, etc)

Palestra com uma pessoa ou atleta com deficiência sobre os desafios enfrentados no dia a dia.

Organização de atividades recreativas na hora do intervalo.

Criação do Mural da Inspiração, onde todos alunos da escola poderão alimentá-lo com conteúdos inspiradores.

Sinalização com os pictogramas dos valores em pontos da escola onde os alunos acreditem que há mais carência deste valor.

Concurso para criação de um grito de guerra para a escola usar em torneios esportivos.

Concurso para criação de uma música para os alunos usarem como hino em torneios esportivos.

Criação de um espaço artístico na escola, com formação de um grupo de teatro, dança, coral.

Campanha de reciclagem de lixo na escola.

Mutirão para limpeza das carteiras que estiverem riscadas.

Pintura das portas das paredes dos banheiros.

Sinalização de regras de conduta para locais de uso coletivo com banheiros, pátio, refeitório.

Correio da Inspiração (envio de bilhetes entre os alunos)

Criação de um painel que monitora a ausência de brigas na escola. Exemplo: Nossa escola está a 20 dias sem brigas.

Criação de grupos de estudo dos alunos para preparação para as provas.

Monitoramento da faixa de segurança durante a chegada e a saída de alunos.

Campanha de conscientização na escola sobre inclusão de alunos com deficiência.

Page 84: Manual tutor para agentes jovens

FORMAÇÃO DE AGENTE JOVEM84

ENCONTRO 2 – ENTREVISTA IMAGINÁRIA COM LUDWIG GUTTMANN

Quem foi Ludwig Guttmann*

*para dar veracidade ao telejornal, os jovens podem apresentar o personagem como se ele estivesse vivo, afinal, será o entrevistado do telejornal. Portanto, é importante que adequem o tempo verbal utilizado no texto abaixo.

Ludwig Guttmann era um médico neurocirurgião. Judeu, ele vivia na Alemanha, lugar onde nasceu, até o início da Segunda Guerra Mundial quando, por causa da perseguição dos nazistas, teve que fugir para a Inglaterra. Lá, recebeu um convite do governo britânico para montar o primeiro hospital especializado no tratamento de soldados com amputações e paralisias. Hoje, Ludwig Guttmann é considerado o criador do Movimento Paralímpico e seu trabalho foi fundamental para a difusão dos esportes para atletas com deficiência.

Entrevistador - Como o senhor recebeu o convite do governo britânico para montar o hospital especializado em reabilitação?

Sr. Guttmann – Olha, foi extremamente desafiador. Após anos sendo impedido pelos nazistas de praticar a medicina na Alemanha, eu tinha o desafio de tratar dos soldados sobreviventes desta terrível guerra, que foi a Segunda Guerra Mundial. Antes deste hospital, estes pobres soldados que eram amputados ou que ficavam com algum tipo de paralisia, eram abandonados em asilos ou, até mesmo, largados no front de batalha. Era como se fosse uma sentença de morte.

Entrevistador - Como o senhor foi visto pela comunidade quando começou a usar o esporte como auxílio ao tratamento destes pacientes?

Sr. Guttmann – Obviamente, algumas pessoas acharam que eu era louco. Embora eu tivesse total apoio do governo britânico, que confiava nos meus métodos de reabilitação, a pequena cidade de Stoke Mandeville pensava que eu era um lunático: como falar de esportes para pessoas em cadeiras de rodas?

Eu, pelo contrário, sempre pensei “por que não falar de esportes”? A prática esportiva ensina uma série de valores importantes e transforma as pessoas, dando-lhes maior autoconfiança para enfrentar as batalhas da vida. E isso, era tudo o que aqueles homens e mulheres precisavam. Tanto que deu certo!

Entrevistador - E a ideia de fazer os Jogos Paralímpicos? De onde surgiu?

Sr. Guttmann – Vendo os resultados da prática esportiva nos meus pacientes, resolvi reunir os mais competitivos para o que chamei de “Jogos Paralelos”, em 1948. Foi algo pequeno, com 16 participantes no arremesso de dardo e tiro com arco. Ainda que tenha sido pequena, foi uma demonstração de que o esporte competitivo não deveria ser restrito aos atletas sem nenhuma deficiência. Esporte e reabilitação podem andar juntos!

Na segunda vez que realizamos os Jogos, já recebendo uma delegação estrangeira, coloquei como meta pessoal transformar aquele evento tão importante quanto os Jogos Olímpicos. O caminho foi longo e as dificuldades imensas, mas eu e todos os paratletas conseguimos!

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MANUAL DO TUTOR 85

ENCONTRO 2 – ESTUDOS DE CASO

Caso 1 – Ida ao teatro Tema: Acessibilidade arquitetônica e comunicacional – sem barreiras ambientais físicas e na comunicação interpessoal, escrita, etc.

Sua cidade irá receber uma peça de teatro premiada internacionalmente. Toda a população está muito ansiosa para assisti-la e, quando nos referimos a “toda população”, incluímos os cidadãos com deficiências. O problema é que o teatro municipal é muito antigo e não tem nenhum tipo de acesso especial para pessoas com deficiências sejam elas física (cadeirantes), auditiva e visual. Vocês foram escolhidos para formar a comissão que fará o planejamento de acessibilidade do teatro. Entre várias questões, vocês devem pensar em:

• Como os cidadãos com deficiência chegarão ao teatro?

• Como comprarão o ingresso?

• Como entrarão no teatro?

• Como andarão dentro do teatro?

• Onde sentarão para assistir a peça?

• Como os deficientes visuais verão a peça? Como os deficientes saberão o que está sendo dito?

• Como irão ao banheiro?

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FORMAÇÃO DE AGENTE JOVEM86

ENCONTRO 2 – ESTUDOS DE CASO

Caso 2 – Quebrando preconceitosTema: Acessibilidade Atitudinal - sem preconceitos, estigmas, estereótipos e discriminações, nas pessoas em geral.

Começou o ano letivo na sua escola e, como sempre, há muitos alunos novos. Neste ano, há uma novidade: 3 alunos com deficiência passarão a fazer aulas com vocês. A Marcinha tem Síndrome de Down, o Pedro é cadeirante e o Junior tem deficiência auditiva. Vocês perceberam que muitos alunos estão ignorando os novos colegas ou até mesmo falando deles pelos corredores. Para mudar esta situação, vocês resolveram se unir. O que farão? Pensem, entre outras coisas, em como:

• integrar os novos colegas;

• acabar com o bullying;

• fazer com que os outros colegas entendam a diferença deles em relação aos demais.

Page 87: Manual tutor para agentes jovens

MANUAL DO TUTOR 87

ENCONTRO 2 – ESTUDOS DE CASO

Caso 3 – Uma vaga de trabalhoTema: Acessibilidade metodológica e instrumental: sem barreiras nos métodos e técnicas de estudo e de trabalho e também em seus instrumentos e ferramentas.

Uma empresa quer oferecer vagas de trabalho para pessoas com deficiências físicas e intelectuais. Eles já adaptaram boa parte da estrutura física do prédio, mas querem saber como podem adaptar os instrumentos de trabalho (por exemplo, o computador) e os móveis. Além disso, eles estão com dificuldade de encontrar pessoas com deficiência aptas a assumir algumas funções. Vocês foram contratados pela empresa para ajudá-los a resolver esta situação. Entre várias questões, vocês devem pensar em:

• como um deficiente visual pode usar o computador? E uma pessoa que não tem um ou os dois braços?

• como adaptar os móveis para um cadeirante?

• como um deficiente auditivo pode usar um telefone?

• como fazer uma reunião com pessoas com deficiência visual ou auditiva?

• o que pode ser adaptado nas escolas para melhorar a capacitação de pessoas com deficiência?

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MANUAL DO TUTOR 89

ENCONTRO 3 - COMUNICANDO A TRÉGUA OLÍMPICA

Molde de Tangram

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ENCONTRO 3 - COMUNICANDO A TRÉGUA OLÍMPICA

Imagem de Cavalo de Tangram

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MANUAL DO TUTOR 91

ENCONTRO 3 - MENSAGEM ENIGMÁTICA Mensagem 1

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Page 92: Manual tutor para agentes jovens

FORMAÇÃO DE AGENTE JOVEM92

ENCONTRO 3 - PEDRA DOS PICTOGRAMAS

Pictos Olímpicos

Atletismo

Ciclismo BMX

Ginástica artística

Hipismo CCE

Maratona aquática

Rugby

Hipismo saltos

Nado sincronizado

Saltos ornamentais

Natação

Taekwondo

Badminton

Ciclismo de estrada

Ginástica de trampolim

Hipismoadestramento

Levantamentode peso

Hóquei sobregrama

Basquetebol

Ciclismo de pista

Ginástica rítmica

Boxe

Ciclismo mountainbike

Canoagem slalom

Esgrima

Golfe

Judô

Pentatlo moderno

Tênis

Polo aquático

Tênis de Mesa

Luta Olímpica

Remo

Tiro com arco

Handebol

Futebol

Canoagemvelocidade

Page 93: Manual tutor para agentes jovens

MANUAL DO TUTOR 93

ENCONTRO 3 - PEDRA DOS PICTOGRAMAS

Pictos Paralímpicos

Tiro esportivo

Atletismo

Goalball Halterofilismo

Triatlo

Basquetebol em cadeira de rodas

Esgrima em cadeira de rodas

Paraciclismo de Estrada

Tênis de mesaParaciclismo de pista

Tênis em cadeira de rodas

Rugby em cadeira de rodas

Voleibol sentado

Judô

Vela

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Hipismo

Tiro com arco

Vôlei de praia Voleibol

Futebol de 5

Natação

Remo

Vela

Paratriatlo

Tiro esportivo

Futebol de 7

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FORMAÇÃO DE AGENTE JOVEM94

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MANUAL DO TUTOR 95

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Page 96: Manual tutor para agentes jovens

FORMAÇÃO DE AGENTE JOVEM96

ENCONTRO 4 - JOGO “DESCUBRA QUEM SOU EU”

CARTA DE LÍDER

Mahatma GhandiDica

1 Para ele, uma partida de futebol equivalia a 1h de meditação e era uma maneira de se chegar a uma sociedade ideal.

2 Nunca ganhou um Prêmio Nobel da Paz, embora tenha sido indicado diversas vezes.

3 Quando era estudante de Direito, no Reino Unido, conheceu o futebol, esporte pelo qual se apaixonou.

4 Lutou pela Independência da Índia por meio da não-resistência e da persistência pela verdade.

5 Foi líder político e espiritual da Índia.

6 Por mais de duas décadas, os jogos dos times de futebol liderados por ele se tornaram verdadeiros comícios.

7 Fundou 3 clubes chamados de Resistentes Passivos Futebol Clube.

8 Gostou do futebol porque achou que era um esporte democrático no qual negros, brancos, ricos e pobres jogavam juntos.

9 Seu primeiro nome era Mohandas.

10 Viu no futebol uma maneira de lutar contra o apartheid, regime vigente na África do Sul que ignorava os direitos civis dos negros, mestiços e indianos.

Page 97: Manual tutor para agentes jovens

MANUAL DO TUTOR 97

ENCONTRO 4 - JOGO “DESCUBRA QUEM SOU EU”

CARTA DE LÍDER

Nelson MandelaDica

1 Ficou preso por 27 anos por lutar contra o apartheid, regime vigente na África do Sul que ignorava os direitos civis dos negros, mestiços e indianos.

2 Formou-se em Direito em Fort Hare, a primeira universidade da África do Sul a ministrar cursos para negros.

3 Quando estava na prisão, esta pessoa lia sempre um poema chamado “Invictus” de onde tirava forças para seguir em frente.

4 Com a vitória de seleção de rugby, conseguiu, pela primeira vez, depois de décadas, fazer com que negros e brancos comemorassem juntos.

5 Em 1994, foi eleito o primeiro presidente negro da África do Sul.

6 Começou sua vida política no Congresso Nacional Africano, partido composto por negros.

7 Aproveitou que o país iria sediar o Mundial de Rugby, em 1995, para tentar unir os negros e brancos do seu país numa só torcida.

8 Ganhou o Prêmio Nobel da Paz em 1993.

9 Instituído pela ONU, na data de 18 de julho comemora-se o dia pela liberdade, justiça e democracia. Esta data corresponde ao aniversário de nascimento deste líder e leva seu nome.

10 O número que o identificava na prisão era 46664.

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FORMAÇÃO DE AGENTE JOVEM98

ENCONTRO 4 - JOGO “DESCUBRA QUEM SOU EU”

CARTA DE LÍDER

David BeckhamDica

1 Nasceu na Inglaterra em 1975.

2 Doou todos os salários recebidos pelo Paris Saint Germain para instituições que trabalham com crianças, na época em que jogou na França.

3 O time que o lançou no futebol foi Manchester United.

4 É casado com uma ex-Spice Girls e tem 4 filhos com ela.

5 É embaixador da Boa Vontade do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef).

6 Foi fator fundamental na campanha do Unicef para arrecadação de fundos para as crianças vítimas do Tsunami de 2004.

7 Além de atleta, atuou como modelo em diversas campanhas.

8 Sua missão como embaixador da Boa Vontade do Unicef é cuidar de programas de esportes para as crianças.

9 Usa a sua imagem como jogador de futebol para ajudar crianças em todo o mundo.

10 Participou de campanhas de combate à malária no Reino Unido.

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MANUAL DO TUTOR 99

ENCONTRO 4 - JOGO “DESCUBRA QUEM SOU EU”

CARTA DE ESPORTE

JudôDica

1 Flávio Canto era professor voluntário da modalidade num projeto social na Rocinha, antes de fundar o Instituto Reação.

2 Flávio Canto ganhou medalha de bronze nos Jogos Olímpicos de Atenas em 2004 nesta modalidade.

3 O esporte surgiu no Japão em 1882.

4 Flávio Canto ganhou medalha de ouro nos Jogos Panamericanos de Santo Domingo, em 2003, nesta modalidade.

5 Flávio Canto é um atleta desta modalidade e tem um projeto social para ensiná-la às crianças de comunidades carentes do Rio.

6 Uma aluna do Instituto Reação, moradora da Cidade de Deus, foi a primeira brasileira a ganhar uma medalha de ouro num Mundial da modalidade.

7 O Instituto Reação é uma associação sem fins lucrativos que atua em comunidades de baixa renda com o objetivo de promover o desenvolvimento humano e a inclusão social dos jovens por meio deste esporte.

8 A modalidade é ensinada no Instituto Reação, criado por Flávio Canto.

9 O criador deste esporte afirmou que esta modalidade usava ao máximo a força física e a espiritual.

10 Dizem que para ser um grande atleta deste esporte é preciso ser um grande ser humano.

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FORMAÇÃO DE AGENTE JOVEM100

ENCONTRO 4 - JOGO “DESCUBRA QUEM SOU EU”

CARTA DE ESPORTE

VelaDica

1 É um esporte olímpico.

2 A Unesco já reconheceu o projeto social dos irmãos Torben e Lars que ensina a prática deste esporte para crianças e jovens.

3 Um dos objetivos do Projeto Grael era desmistificar que este esporte é elitista.

4 O atleta Lars Grael sofreu um sério acidente, no qual perdeu uma perna, quando participava de uma competição do esporte.

5 O esporte é muito importante na vida da família Grael.

6 Um dos maiores medalhistas Olímpicos do Brasil compete neste esporte.

7 A ideia de criar o Projeto Grael surgiu quando os irmãos Torben e Lars voltavam dos Jogos Olímpicos de Atlanta e pensaram em criar uma escola para crianças praticarem o esporte.

8 O Projeto Grael prepara os jovens para a prática deste esporte, para a profissionalização e para o cuidado com o meio ambiente.

9 Os irmãos Torben e Lars criaram o Projeto Grael para ensinar a crianças da comunidade de Niterói este esporte.

10 Mais de 13 mil jovens do Rio de Janeiro já aprenderam a praticar este esporte por meio do Projeto Grael.

Page 101: Manual tutor para agentes jovens

MANUAL DO TUTOR 101

ENCONTRO 4 - JOGO “DESCUBRA QUEM SOU EU”

CARTA DE ESPORTE

SkateDica

1 As meninas que participam do projeto que ensina a prática deste esporte no Afeganistão também têm a oportunidade de estudar na organização.

2 Antes do australiano Oliver Percovich chegar ao Afeganistão, muitas crianças que hoje fazem parte do seu projeto social não conheciam o esporte.

3 Há um projeto social que ensina a prática deste esporte para meninas no Afeganistão.

4 No Afeganistão, as meninas não podem andar de bicicleta, porém pode praticar este esporte.

5 O projeto que ensina este esporte no Afeganistão também possui uma unidade no Camboja.

6 Ainda não é um esporte olímpico.

7 Bob Burnquist é o maior representante brasileiro do esporte.

8 É um esporte que se pratica sobre rodas.

9 O australiano Oliver Percovich criou a organização que ensina o esporte a crianças moradoras de rua e a meninas no Afeganistão.

10 A organização que ensina a prática deste esporte no Afeganistão é talvez um dos únicos lugares nos país onde meninos e meninas podem conviver e interagir.

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FORMAÇÃO DE AGENTE JOVEM102

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MANUAL DO TUTOR 103

Planejamento de Recursos Humanos

Função: Nome: Responsabilidades:

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FORMAÇÃO DE AGENTE JOVEM104