Manual UFCD 4332 Animação Turística
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5/28/2018 Manual UFCD 4332 Anima o Tur stica
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UFCD 4332 Animao Turstica 25h
Formador:Rui Pires
2014
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ndice
Introduo . 3
Conceitos de Animao e Animador Turstico
Animao Turstica .. 4
Integrao do Grupo .. 5
Algumas caractersticas de um bom animador 6
Objectivos da Animao Turstica . 7
Funcionamento do Programa de Animao . 8
Histria da Animao Turstica 11
Conceitos de animao turstica . 13
mbito da Animao Turstica . 15
Animao em meios de Transporte de Longo Curso . 16
Metas da Animao Turstica ... 17
Recursos Humanos de Animao Turstica . 20
Concluso . 21
Bibliografia .. 22
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Introduo
Esta formao tem como objectivos, precisar um conceito de Animao Turstica,
reconhecer a interdependncia entre o Turismo e a Animao, identificar e explicitaras diferentes modalidades de Animao Turstica previstas nas reas protegidas.
Tambm vamos distinguir as funes do animador: animador gestor, animador
tcnico, animador polivalente.
Como contedos definio do conceito de animao Turstica e os seus objectivos,
vantagens econmicas.
Evoluo histrica de animao turstica e o seu enquadramento Legal.
A empresa de Animao Turstica e os seus:
Conceitos; Actividades prprias; Actividades acessrias; Requisitos principais; Processo de licenciamento.
A Animao Turstica no mbito do turismo de natureza tendo em conta o seu
enquadramento geral, modalidades de animao
O Animador Turstico e o seu estatuto, perfil do animador, caractersticas gerais,
caractersticas especficas. Como tambm as funes do animador:
Animador chefe; Animador gestor; Animador polivalente; Animador tcnico.
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Conceitos de Animao e Animador Turstico
ANIMAO TURSTICA
A animao turstica, em qualquer de suas modalidades, social, cultural e recreativo-
desportiva, um conjunto de programas elaborados com a finalidade de humanizar
uma viagem, fazendo com que o turista se integre e ao mesmo tempo participe. Um
tempo dedicado ao divertimento e descontraco. Forma de lazer, que quando
praticado em conjunto com outras pessoas, proporciona harmonia, facilitando o
entrosamento entre elas.
Com a participao em jogos e dinmicas de grupo as tenses so aliviadas, o gelo
inicial seja quebrado, desinibio, factor importante para uma interaco do grupo,
quando as pessoas se desbloqueiam e permitem que seu espao seja invadido de
forma benfica e harmoniosa.
A animao turstica, alm de proporcionar horas de divertimento ldico, oferece
excelentes possibilidades culturais, onde o intercmbio de vivncias ir enriquecer
todos os participantes, de forma tal que, muitas vezes, surge o desejo de se conhecer
lugares e vivenciar outros mtodos de vida.
A recreao permite sair da rotina, das tarefas cotidianas, diminuindo com isso a
tenso emocional e o tdio, que muitas vezes leva o homem a um estado de
monotonia muito prejudicial ao seu bem-estar.
A animao turstica, em viagens de autocarro (em viagens de longa durao), em
hotis de lazer, em locais especficos para esse fim, em praias, enfim, em qualquer
lugar em que haja disponibilidade de espao, torna as viagens mais convidativas e,
principalmente, traz um elemento fundamental ao homem, que a sua integrao no
grupo e a possibilidade de novos conhecimentos e novas amizades.
Objectivo do Turista: Lazer, total desvinculao de obrigaes, de horrios, de formas
padronizadas devida, da rotina diria. O turista quer se sentir feliz, descontrado,
realizado.
Objectivo do Animador: Procurar, de maneira concreta e objectiva, encontrar o qu, o
como, o porqu do que fazer, para que o turista se sinta totalmente satisfeito e alegre.
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Integrao do Grupo
A integrao das pessoas num grupo no pode ser imposta, mas sim, sugerida com
muita habilidade para no ferir susceptibilidades.
Cabe ao animador, responsvel pelas pessoas que esto em busca de aliviar suas
tenses, suas preocupaes, procurar o divertimento certo na hora certa e com as
pessoas certas.
Muito de psicologia entra nessa ocasio, quando se procura superar as dificuldades de
comunicao, integrao pessoa a pessoa, sem ofender e sem forar.
Se o grupo que o animador vai comandar homogneo: como por exemplo um grupo
que vai a um congresso de uma mesma rea profissional, adolescentes, estudantes
universitrios, grupos comunitrios etc., tudo se torna mais fcil, a programao ser
mais fcil.
A programao ser feita com mais objectividade e, consequentemente de melhor
proveito e assimilao. Com o grupo heterogneo de turistas mais difcil fazer um
entrosamento rpido. Mas o animador tem uma vantagem: que quando uma pessoa
sai de casa para uma viagem de recreio, procura sempre encontrar algo diferenciado
do seu cotidiano, procurando diverso, cultura, lazer, relax, fazer amizades novas etc.,estando fortemente propcio a aceitar as boas sugestes que o Animador lhe oferece.
Quando o turista inicia sua viagem de recreio, de imediato, se reveste de um esprito
libertador de meses de trabalho. Fica disposto e aberto ao dilogo, observador de
coisas novas aceitando com prazer aquilo que traga alegria para seu esprito.
Um exemplo de boa poltica fazer com que as pessoas de mesma profisso, mesmos
gostos por determinado assunto (por exemplo: cinema, arte, artesanato, folclore etc.),
se agrupem para trocarem ideias e se tornarem amigas.
Os grupos podem se formar:
Espontaneamente - sem interferncia do animador.
Deliberadamente - quando para cumprir uma tarefa determinada.
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ALGUMAS CARACTERSTICAS DE UM BOM ANIMADOR
Ter conhecimento bsico a nvel tcnico profissional.
Ter conhecimento de causa a nvel histria e patrimnio local.
Ter conhecimento dos jogos e dinmicas de grupo.
Procurar integrar aqueles que no se conhecem.
Ser desinibido.
Dar sentido de apreo aos membros do grupo.
Levar o grupo a superar dificuldades de comunicao.
Manter a ordem.
Procurar entender e atender todos.
Promover oportunidades para todos.
Ser firme e decidido.
Saber quando uma brincadeira est se a tornar cansativa e parar.
Saber escutar as pessoas.
Conciliar os problemas que eventualmente surjam.
Entender quando o grupo est apenas a querer descansar.
Ser cordial com todos.
Atender a sugesto de algum membro do grupo.
O animador deve sempre aproveitar os lderes que surgirem no grupo, pois so de
grande importncia no desempenho de tarefas.
Uns se destacam pela fora do encanto, outros porque so espertos e outros porque
so espontneos. O animador no pode programar rigidamente sua actuao.
Para se levar a efeito alguma brincadeira ou jogo, deve-se ponderar, analisar
inicialmente o grupo, os seus interesses e necessidades educativas e sociais, familiares,
pessoais, condio fsica, tamanho do grupo, os sentimentos, a indiferena, o
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entusiasmo, a agressividade, tudo enfim, para que no haja problemas e tudo decorra
de maneira satisfatria.
O animador tem que programar diversas opes de animao, para poder aplicar
aquela que mais seja adequada ao grupo.
Um bom momento para a escolha da modalidade de animao na apresentao do
grupo, sendo o ponto mais importante para o desenvolvimento do seu trabalho, pois
ter uma ideia de quem quem, do que gosta etc.
Objectivos da Animao Turstica
Permitir oaliviar tenses nervosas.
Favorecer a auto-expresso.
Despertar o sentido de grupo, favorecendo a convivncia.
Provocar a vontade de maior permanncia (o que excelente para o turismo local).
Integrar os participantes.
Distrair, tanto os que participam activamente, quanto aqueles que s querem
assistir.
OBSERVAES GERAIS
O turista quer interaco, quer comunicao.
O relacionamento humano factor mais importante para uma boa estadia e boa
recordao de uma viagem.
O turista no gosta de ser obrigado a fazer NADA.
O turista deve ser motivado a fazer alguma coisa do seu agrado.
O animador tem que usar de psicologia para saber o momento exacto para fazer
determinada programao.
O animador promove a programao e induz o turista a participar.
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H turistas que se divertem nos jogos efectuados.
H turistas que se divertem a assistir aos jogos em que os outros participam.
Os tipos de atraco dependem do grupo de turistas.
No esquecer: O homem trabalha com o objectivo de usufruir os prazeres do esprito,
da aventura, do desconhecido, do sexo e da gastronomia. Esse o nosso turista.
Funcionamento do Programa de Animao
Para um ptimo funcionamento do programa de animao, dever haver:
Coordenador de Animao; Animador; Animador Cultural; Animador Recreativo/Esportivo.
FUNES DO ADMINISTRADOR DE ANIMAO
Coordenar todas as actividades sociais, desportivas e culturais; Recepcionar os grupos; Apresentar os componentes dos grupos; Motivar os grupos a participarem das diversas actividades; Manter reunies peridicas com todos os membros da equipa para
programao das actividades;
Divulgar as programaes; Confeccionar e manter actualizado o mural informativo; Comprar os trofus, brindes para premiao; Informar sobre eventos de interesse geral e fora do hotel; Contratar grupos folclricos para apresentaes; Contratar bandas para actuaes ao vivo no bar; Contratar todas as pessoas que se fizerem necessrias para o devido
desempenho das actividades programadas, tais como para saraus literrios e
musicais, noites temticas, entre outras.
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FUNES DO ANIMADOR SOCIAL
Organizar sua programao para apresent-la nas reunies da equipe deanimao para que sejam cumpridos todos seus requisitos.
Todas as tarefas do Administrador de Animao (caso no haja possibilidadede se fazer aquela diviso, considerada ptima).
Quando o hotel no dispuser de local adequado para determinadaprogramao, procurar uma soluo, sem que com isso atrapalhe o ritmo
normal do estabelecimento.
Fazer uma programao para aprovao do director do hotel e doadministrador de animao.
Dever ter sob sua guarda e tem a responsabilidade de todo o material relativo parte social de animao.
Organizar festas, concursos, bingos, etc.
FUNES DO ANIMADOR CULTURAL
Informar sobre os costumes, tradies, caractersticas, manifestaesfolclricas da localidade visitada e da regio.
Apresentar audiovisuais com assuntos de interesse cultural. Promover apresentaes de grupos folclricos, quando os Turistas tero
oportunidade de participar, tomando interesse sobre o assunto.
Organizar biblioteca turstica, onde os aspectos culturais de todos os lugaresestaro mo do Turista.
Organizar sesses de msica.
Organizar oficinas para diversas actividades, tais como: modelagem (barro oupapel), pintura, madeira, tranados, bordados, etc.
Organizar representaes teatrais, onde os participantes sero os prpriosTuristas.
Organizar apresentaes de mamulengos, onde os Turistas participaro desde afeitura dos bonecos escolha do tema e representao.
Promover cursos de culinria e bebidas regionais. Promover cursos de danas regionais. Oferecer informaes bsicas de como fazer as diversas actividades, por
intermdio de pessoas especializadas no assunto. Promover mostras dos trabalhos realizados.
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Colaborar com o Administrador na festa de premiao.
FUNES DO ANIMADOR RECREATIVO/DESPORTIVO
Coordenar todas as actividades desportivas.
Guardar sob sua responsabilidade todo material desportivo.
Organizar equipas para disputa de torneios.
Coordenar os torneios.
Demarcar as quadras.
Escolher os rbitros dos jogos (de preferncia, entre os participantes do grupo que no
querem disputar).
Elaborar tabelas de resultados para posterior afixao no mural informativo.
Colaborar com o Coordenador de Animao na promoo e divulgao da
programao.
Participar efectivamente na festa da entrega dos prmios.
Promover Jogos dentro e ao redor da piscina.
Dar pequenas lies de natao (como boiar, mergulhar, nadar de costas e outras
modalidades).
Zelar pela segurana dos banhistas da piscina e prestar primeiros socorros.
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Histria da Animao Turstica
Foi no incio do sculo passado que surgiu a animao turstica, mediante uma das
modalidades de viagem, a travessia do Atlntico em navios de luxo, estabelecendo os
primeiros modelos que posteriormente seriam desenvolvidos em outras reas.
Nessas viagens, observou-se que, para preencher satisfatoriamente o tempo livre dos
passageiros geralmente ricos e exigentes, era necessrio criar algumas distraces.
E, pouco a pouco, as diversas recreaes e atraces foram estruturando-se num
esquema de Animao, suscitando o surgimento de profissionais especializados. O
posterior aparecimento de cruzeiros martimos consolidaria essa actividade.
O conceito de animao foi ampliado e revalorizado a partir de 1950, quando o Club
Mditerrane lanou um novo tipo de viagens de frias: quinze dias em
acampamentos fixos de tendas de lona, com as demais instalaes igualmente de
pouco conforto. Em compensao, ofereceu-se uma actividade complementar e ainda
pouco conhecida, a animao colectiva, que criaria vida prpria nesse novo tipo de
comunidade turstica, por sinal, sempre situada em reas bastante afastadas das
aglomeraes.
A sorte do Club foi possuir entre os seus fundadores, algumas pessoas com
extraordinria fora de comunicao' que rapidamente se transformariam em grandes
mestres da animao. De modo que, quando se abriam as inscries anuais para a
nova temporada, seus associados escolhiam os destinos oferecidos mais em funo
desse ou daquele animador, do que pelas belezas paisagsticas dos locais de
acampamento.
A animao colectiva passou a ser uma atraco por si mesma e constituiu-se em novotipo de produto turstico, que rapidamente passaria a ser a coqueluche dos turistas
jovens, dos intelectuais e de todos aqueles que buscavam algo de novo.
O indiscutvel mrito do Club foi de revelar uma necessidade reprimida dos turistas
cansados de serem apenas o "gado turstico", conforme a expresso do socilogo
alemo Enzenberger, de serem guiados para fazer ou olhar isso ou aquilo, quando no
ntimo desejavam ter uma participao mais afectiva na realizao de suas viagens.
O Club Mditerrane foi um grande exemplo motivador, mas a sbita valorizao da
animao turstica pode ser explicada por outros factores surgidos nesses ltimosanos, inclusive alguns que no esto directamente ligados ao turismo.
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Em primeiro lugar, como consequncia da crise energtica, houve uma mudana
bastante sensvel nos modos de viajar das pessoas que planeavam sozinhas suas
viagens que representam a grande maioria dos turistas.
Actualmente, deslocam-se menos de forma itinerante, quer dizer, seguindo um roteiro
que prev visitaes de vrias cidades. Essas viagens, alm de incidirem maior gasto
com o combustvel, tambm enfrentam a instabilidade de preos dos servios de cada
cidade, o que influi negativamente na escolha preferencial dessa modalidade.
Em contrapartida, aumenta o chamado turismo sedentrio com a deslocao para um
s destino. Isso significa que, permanecendo por maior perodo de tempo numa s
cidade, o Turista exigir dela muito mais que aquele que nela permanece apenas um
ou dois dias e, normalmente, se limita a fazer um city tour.
Outro factor importante refere-se ao amadurecimento do turista como tal. medida
que aumenta o seu hbito de viajar e, consequentemente, enriquece a sua experincia
de veranista, parece que a hospedagem confortvel e a boa comida, assim como as
obras-de-arte e belas paisagens, no bastam hoje em dia para satisfazer os seus
desejos, observam alguns expertos internacionais.
O turista moderno ambiciona por uma participao mais activa. Ele gostaria de ser o
verdadeiro protagonista de suas frias e para isso espera encontrar equipamentos e
servios que poderiam propiciar-lhe melhor utilizao' do tempo livre e maiorconvivncia ambiental.
Entretanto, esses equipamentos, quando existem, no raramente ficam sem uso,
porque muitos dos desejos no so realizveis sem auxlio de um especialista, ou seja,
do Animador.
Em termos de marketing, o enriquecimento dos produtos pela animao, bem como o
surgimento de produtos especficos com base nela, est produzindo efeitos positivos
sobre a demanda reprimida, que poder ser motivada, pelo factor novidade, a aderir
consumao do turismo.
E h ainda a considerar que a padronizao cada vez mais acentuada dos meios de
hospedagem e dos servios complementares, est obrigando aos produtores a
procurarem o algo mais capaz de influir decisivamente na luta contra os seus
concorrentes pela conquista dos mercados.
O que ter, sem dvida, efeitos benficos para o aprimoramento de todo o sistema
receptivo.
Acrescente preocupao do turista em preencher integralmente e de modo activo oseu tempo disponvel, revela, na grande maioria das cidades tursticas, a insuficincia
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de estruturas de informao, de assistncia e de facilidades de acesso s atraces e
diverses indispensveis a uma permanncia de maior durao.
E mais: nos dias de mau tempo, no existem opes para que se atenda quela famosa
proposio: "O turista que pretende permanecer 15 dias numa cidade, deve contar
com estruturas que lhe permitam passar agradavelmente todo esse tempo, mesmo se
chover ao longo do perodo".
Na realidade, depois do segundo ou terceiro dia de estadia, cada vez mais frequente
a implacvel pergunta do visitante: "- O que fazer?" E no resta dvida de que um
apropriado sistema de animao teria evitado esse questionamento.
Quanto acolhida de fluxos internacionais, normalmente aqueles que afluem pelos
portes de entrada Norte-Nordeste, de considerar que o pouco conhecimento deidiomas estrangeiros nessas regies, limita o pleno aproveitamento das atraces e
diverses locais. Um sistema de animao, com animadores poliglotas, apresenta-se
como caminho mais vivel para a soluo desse problema.
Conceitos de animao turstica
A animao um dos temas tursticos mais em evidncia nos ltimos anos. o mais
jovem servio do sector, mas se o facto novo, o termo animar, no sentido de dar
vida, frequenta os dicionrios europeus desde o sculo XVII.
Os termos Animao e Animador so de data mais recente. Os seus significados, no
contexto turstico, derivam do conceito formulado pelo Club Mditerrane, h poucas
dcadas, e reflectem o actual ponto de desenvolvimento desse servio nos diversos
componentes do sector de turismo.
O animador deve dispor os recursos e coorden-los em funo de horrios e lugares
acessveis, o animador deve diversificar os contedos com o fim de aumentar a
margem de escolha.
A animao turstica tende a incorporar-se estrutura da oferta turstica, pois atende a
um tipo de procura tanto quanto o transporte, o alojamento, a alimentao, a
informao turstica etc, por isso, requer prestadores de servios especializados.
A animao turstica sendo um conjunto de actividades ou prticas destinadas a tornar
o lazer criativo, dinmico e participativo, deve ser devidamente planejada, dirigida eorganizada, ou pelos responsveis por determinado empreendimento turstico ou
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pelas autoridades governamentais competentes de uma localidade, estado, regio ou
pas.
A animao turstica est destinada aos usurios do empreendimento ou populao
residente no local e que a ele esteja presente, inclusive e, especialmente, turistas e
viajantes.
A animao turstica oferecida em instalaes, equipamentos e servios ou atractivos
tursticos especficos existentes no empreendimento ou na localidade, estado, regio
ou pas.
Os objectivos principais da animao turstica so:
Preencher o tempo livre do usurio, Turista ou viajante.
Assegurar-lhe maior aproveitamento de outro atractivo turstico principal
eventualmente existente no local.
Aumentar sua permanncia e consumo.
Para um bom desenvolvimento do trabalho de animao turstica devemos ter sempre
em mente o comportamento profissional do tcnico, sua apresentao e seu
vocabulrio. '
Deve haver um bom relacionamento interpessoal entre o animador e o pessoal doshotis, das agncias, dos restaurantes e todos os demais servios.
O animador turstico deve cultivar a arte de saber, ver, ouvir e calar de acordo com os
momentos que surjam, para nunca molestar o turista, que a pessoa mais importante
no momento e no quer se contrariar nem ficar constrangido com algo que lhe
acontea.
O turista deve sempre merecer o nosso maior respeito, a animao turstica como
sendo a introduo de recursos de lazer visando ao descanso, divertimento e
desenvolvimento fsico e mental dos turistas, condicionados por seus interesses e
preferncias e pelos recursos e condies do plo receptor, tem tambm a finalidade
de aumentar as taxas de permanncia e os gastos tursticos.
O animador define as ideias e a sequncia dos instrumentos essenciais ao
desenvolvimento de projectos de animao de plos tursticos, indicando os tipos de
elementos informativos que devem balizar o processo criativo de montagem e
organizao de programaes especficas.
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mbito da Animao Turstica
A animao turstica tem como mbito:
a) Meios de hospedagem.
b) Meios de transporte de longo curso.
c) Demais agentes do sistema receptivo.
MEIOS DE HOSPEDAGEM
a) Hotis convencionais urbanos.
b) Hotis convencionais das estncias climticas e hidrominerais.
c) Hotis de lazer.
d) Outros tipos de hotis, motis, pousadas, penses, alm dos albergues da
juventude.
De modo geral, o mbito da Animao nesses estabelecimentos menor que nos
centros de frias, em razo da permanncia mais curta e da composio menos
homognea em relao aos hspedes.
As quatro divises indicam a necessidade de aplicao de modelos diferenciados de
Animao para cada uma, de vez que tanto as estruturas fsicas dos tipos de
estabelecimentos mencionados, como os perfis e comportamentos dos seus Turistas
variam substancialmente.
O principal problema que enfrenta a implantao de um servio de Animao nos
hotis, situa-se no dimensionamento dessa actividade.
So dois aspectos a examinar:
1. A disponibilidade de espaos existentes ou com possibilidade de adaptao para a
Animao.
2. A viabilidade econmica do servio, consideradas as probabilidades de retorno do
investimento em curto e mdio prazo.
Observaes colhidas no exterior indicam que uma programao integral de animao
em trs perodos (manh, tarde e noite) economicamente vivel nos hotis de, pelo
menos, 500 unidades.
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Animao em meios de Transporte de Longo Curso
a) Navio de cruzeiros e outros tipos de viagens martimas.
b) Embarcaes de mdio porte, para lazer ou viagens fluviais.
c) Autocarro de excurso.
d) Autocarro carro - das linhas comerciais.
e) Avies.
f) Comboios de linhas interestaduais e internacionais.
Em linhas gerais, h duas formas bsicas de Animao nos meios de transporte:
1. Aquela que permite uma estruturao mais ampla e mais diversificada, a cargo de
um Animador.
2. Outra, em escala menor, que pode ser orientada pelos funcionrios dos servios de
apoio.
DEMAIS AGENTES DO SISTEMA RECEPTIVO
a) Agncias de viagens especializadas em servio receptivo.
b) Promotores de Congressos, Convenes e Conclaves semelhantes.
c) Promotores de eventos sociais, culturais, etc.
d) Entidades e associaes culturais, inclusive as de folclore.
e) Parques naturais.
f) Clubes scio - desportivos.
g) Restaurantes, bares e similares.
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Metas da Animao Turstica
As metas bsicas da animao so, atender a cada segmento da procura turstica, de
acordo com as diversas modalidades de prtica do turismo e os mltiplos perfis
motivacionais dos turistas. Mas antes de tudo, deve estabelecer-se uma distino bem
precisa entre o produto-animao e a animao do produto.
O planeamento das estruturas dos servios de animao, assim, exerce-se sobre dois
mbitos distintos, tanto na parte fsica, como na programao e na formao da mo-
de-obra especializada.
PRODUTO-ANIMAO
Em sua forma mais costumeira de centro ou de clube de frias - seguindo em linhas
gerais a filosofia do Club Mditerrane, repousa sobre o conceito que considera a
prpria animao como atraco principal, relegando ao segundo plano a paisagem, o
conforto, etc.
A estruturao de um produto-animao das mais complexas. Como esse tipo de
produto pode viabilizar-se somente em centros de frias mais ou menos fechados,
aonde os hspedes, geralmente vindos em grupos, passam temporadas de uma ou
mais semanas, impe-se a indispensabilidade para que a concepo dos equipamentose servios, antes de tudo, estimule a criao do esprito de integrao.
Por essa razo, j a partir do planeamento urbanstico-arquitectnico do local, dever
evidenciar-se a preocupao em oferecer condies necessrias para induzir os
turistas a uma participao intensa, que base do bom funcionamento do sistema
de animao integral.
No devemos esquecer que o Animador, ao passar a constituir-se parte integrante do
prprio produto, deve apresentar o mais alto grau de capacitao profissional.
Os centros de frias, nome genrico adoptado neste trabalho, em condies de
transformar-se em Produto-Animao tm como principal caracterstica uma clientela
agrupada para passar perodos de estada mais longos e predisposta a conviver e
participar de programas conjuntos.
Esses so em princpio:
a) Clubes de Turismo, sob variadas denominaes.
b) Colnias de Frias.
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c) Algumas formas de Turismo Social.
d) Campings, em especial aqueles que costumam receber para estadas mais
demoradas.
ANIMAO DO PRODUTO
aplicvel a todas as demais modalidades de turismo e, ainda, aos inmeros servios
directa ou indirectamente ligados ao sector por meio de aces que diferem, s vezes
substancialmente, uma das outras.
So praticamente todos os componentes do sector de turismo que podem usufruir da
aco de animao.
Agrupam-se, basicamente, em:
a) Meios de alojamento.
b) Meios de transporte de longo curso.
c) Outros agentes do sistema receptivo turstico.
d) Localidades tursticas, no seu conjunto.
Comunicao e animao
As mdias que atuam sobre o Turista, desenvolvem se em duas faixas:
1. Recursos Fsicos, que tratam dos espaos, dos equipamentos e da ambincia
indispensveis realizao de Animaes;
2. Recursos Humanos, compreendendo a formao da mo-de-obra especializada e a
participao comunitria.
RECURSOS FSICOS
Os espaos adequados e de boa qualidade para animao, so a condio
indispensvel para o sucesso desse servio.
Sendo a animao um fato novo, esses espaos no se encontram nos
empreendimentos tursticos tradicionais.
Existem, verdade, hotis dotados de grandes reas para lazer, as quais,
paradoxalmente, no satisfazem sempre as exigncias do servio de animao.
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Estas reas so, geralmente, preparadas para actividades diurnas, ao ar livre, enquanto
a animao se desenvolve tanto de dia como de noite e independe das condies
atmosfricas
Ambiente
O meio fsico que envolve a habitao (fixa ou mvel) do turista em viagem, um dos
factores determinantes da qualidade da animao.
Por isso, na ocasio da criao de espaos para animao em novos hotis, ou de
adaptao dos espaos existentes e em condies de reaproveitamento para esse
servio, recomenda-se aos arquitectos que consultem, alm dos tcnicos em
animao, tambm os ambientadores e paisagistas.
EQUIPAMENTOS
Os equipamentos para animao no obedecem, obrigatoriamente, a uma
padronizao.
Diferem pela localizao (mar, montanha, campo etc.) e pelo tipo de animao:
Produto-Animao ou Produtos a serem animados.
A maioria dos equipamentos onerosa, vista a diversificao dos mesmos, tanto na
rea cultural (projectores de filmes e slides, materiais para a oficina de criatividade(discoteca, biblioteca, etc.), como para o sector esportivo (lanchas, windsurfe,
materiais para caa e pesca, jogos de bola, etc.), alm do sector de recreao (jogos de
salo, bilhar, tnis de mesa, etc.).
Os custos desses equipamentos podem ser elevados demais para um empreendimento
de porte mdio, o que leva busca de opes que possam permitir a estruturao de
Instalaes para animao em qualquer tipo de estabelecimento turstico:
Aproveitamento dos equipamentos de um centro de animao turstica, quando esse
existe, que atender s exigncias de todos os tipos de turistas.
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Recursos Humanos de Animao Turstica
A formao de mo-de-obra especializada visa preparao de produtores,
animadores e monitores, por meio de vrios tipos de cursos. Eles devero formar
especialistas para os quatro sectores bsicos do servio de animao turstica:
1. Coordenador de Animao.
2. Animador Social.
3. Animador Cultural.
4. Animador Recreativo/Desportivo.
ADMINISTRADOR DE ANIMAO
Tem sob sua responsabilidade a pesquisa de mercado, o planeamento, a produo e a
Administrao dos servios ou sistemas de Animao.
ANIMADOR SOCIAL
Procura integrar e alentar os Turistas com uma programao colectiva, por meio de
diversas modalidades de recreao: festas, jogos de salo, concursos, passeios, etc.
ANIMADOR CULTURAL
Programao de palestras e audiovisuais sobre a localidade, sua gente e tradies.
Promove pequenas manifestaes culturais (msica, cinema, etc.). Organiza excurses
de cunho cultural. Realiza minicursos (artesanato, culinria, fotografia, etc.) e induz os
Turistas a exercitarem suas aptides no atelier de criatividade.
ANIMADOR RECREATIVO/ESPORTIVO
Tem trs objectivos:
1 Ensinar aos visitantes certas modalidades esportivas (natao, windsurf, esqui
aqutico, tnis, etc.), sendo essa uma tarefa dos professores e monitores. Oferecer
oportunidades de prtica esportiva queles turistas que possuam esse hbito.
2 Congregar, por intermdio de jogos e competies (pesca, voleibol, futebol, etc.) os
turistas de comportamentos distintos.
3 Promover competies recreativas (corrida de saco, corrida do ovo na colher, etc.)para um boa dinmica do grupo.
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Concluso
Esta Formao completada com as aulas prticas e a apresentao Power Point em
aula, fundamental, para os formandos iniciarem o seu percurso como animador
turstico, j que d ao formando os ensinamentos bases da rea.
Tambm com esta formao os formandos ficam com os conhecimentos base da
Industria Hoteleira e do turismo em geral.
O objectivo dar a conhecer as principais caractersticas locais a nvel de fauna e flora
arquitectnica e etnogrfica do local.
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Bibliografia
Cunha, L. (1997), Economia e Politica do Turismo, Alfragide, Editora de Mc Grown-Hill
de Portugal, Lda.
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DGT (2002), Turismo em Portugal Politica, Estratgia e Instrumentos de interveno
do Turismo sustentvel e de qualidade com empresas modernas e competitivas,
Lisboa, Direco Geral de Turismo.
DGT (2005), Turismo no Espao Rural em 2004, direco geral de estudos e estratgias
Tursticas, diviso de recolha e Anlises Estatsticas, Lisboa Direco Geral de Turismo.
INE (2004), Estatsticas do Turismo, Instituto Nacional de Estatsticas.