Manutenção Industrial Apostila

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1. Planejamento e Implantação:Métodos de manutenção;Pontos avariados;Plano de manutenção;Equipamentos de diagnóstico.2. Elaboração de procedimentos de manutenção:Princípio de funcionamento;Características dos equipamentos;Condições de uso;Área defeituosa;Condições de funcionamento.3. Operacionalizar manutenção em instalações industriais:Características dos equipamentos;Pontos falhos;Corrigir deficiência;Viabilidade do projeto;Novas tecnologias existentes.4. Manipulação de equipamentos e instrumentos de precisão: 16 hEquipamentos e instrumentos de medição.

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    Manuteno Industrial

    2013

    Trabalho organizado pela Faculdade de Tecnologia de OsascoCENTRO ESTADUALDE EDUCAO TECNOLGICA PAULA SOUZA

    Equipe responsvel:

    Coordenao Geral Ronaldo Reis

    CoordenaoOrganizao Joaquim Mikio Shimura

    Capa FATEC-OS

    Material adaptado do mdulo:SENAISP. Administrao da Manuteno. Do curso Gesto de Processos

    IndustriaisTGPI, 2002.

    1. S47q SENAI-SP Manuteno/Lubrificao. Por Carlos Aparecido Cavichioli.

    So Paulo, 1996. (Produo Mecnica, 8).

    Todos os direitos reservados. Proibida a reproduo total ou parcial, por qualquer meioou processo. A violao dos direitos autorais punvel como crime com pena de prisoe multa, e indenizaes diversas (Cdigo Penal Leis No5.988 e 6.895).

    FATECO Faculdade de Tecnologia de OsascoRua Pedro Rissato, 30OsascoSPCEP06296-220

    Telefax (0XX11) 3603 -9910

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    Sumrio

    Contedos 7Objetivos gerais 9

    Planejamento e Implantao 11Elaborao de procedimentos de manuteno 126Operacionalizar manuteno em instalaes industriais 141Manipulao de equipamentos e instrumentos de precisoAnexos

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    Bibliografia 250

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    Contedos

    1. Planejamento e Implantao: Mtodos de manuteno; Pontos avariados;

    Plano de manuteno; Equipamentos de diagnstico.

    36 h

    2. Elaborao de procedimentos de manuteno: Princpio de funcionamento; Caractersticas dos equipamentos; Condies de uso; rea defeituosa; Condies de funcionamento.

    16 h

    3. Operacionalizar manuteno em instalaes industriais: Caractersticas dos equipamentos; Pontos falhos; Corrigir deficincia; Viabilidade do projeto; Novas tecnologias existentes.

    12 h

    4. Manipulao de equipamentos e instrumentos de preciso: 16 h Equipamentos e instrumentos de medio; Condies em que ser realizada; Mtodos de uso;

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    Objetivos gerais

    ObjetivosAo final deste programa o participante dever:

    Conhecimentos:

    Ter competncia para:Planejar sistemas de manuteno;Manusear equipamentos e instrumentos de preciso;Diagnosticar defeitos em mquinas e equipamentos;Automatizar mquinas e equipamentos.

    Habilidades:Manusear equipamentos de diagnstico;Administrar todos os recursos humanos, ferramentas e equipamentos;Reconhecer mtodos e tcnicas de integrao de equipamentos de preciso;Descrever defeitos de funcionamento de mquinas;

    Atitudes:Cumprir normas de segurana;Manter organizao e limpeza;Agir com segurana pessoal e ao equipamento;Dialogar com operador e tomar decises;Verificar possveis impactos ambientais.

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    Planejamento e Implantao

    do sistema de manuteno

    Introduo

    Historicamente, na indstria, os setores de manuteno e de produo tem uma

    postura de conflito entre si. Isto vem mudando ultimamente, sendo que nos anos 80, a

    postura foi de respeito mtuo e, nos anos 90, de colaborao mtua.

    E no poderia ser diferente, visto que o bom estado das mquinas responsvel direto

    pela qualidadedo produto. Assim, os responsveis pela produo acabaram

    compreendendo que alm de terem as mquinas disponveis eles precisam delas

    confiveis.

    Para se conseguir disponibilidade e confiabilidade preciso ir alm do esquema

    quebra-solicita-conserta. preciso criar a interao entre usurio e mantenedor.

    O maior dos inimigos da produo a parada imprevista, tanto no sistema tradicional

    de produo quanto no JIT. Por isso, conservar eprevenirso as palavras-chave da

    manuteno.

    Por outro lado, prevenir to bem a ponto de chegar-se a 100% de funcionamento

    confivel no futuro previsvel utopia. Porm, nada impede que se busque este

    desempenho, uma vez que as tcnicas de manuteno j evoluram o bastante para

    isso.

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    Conceitos bsicos

    Manuteno

    So todas as aes necessrias para que um equipamento, mquina ou componenteseja conservado ou restaurado de modo a poder permanecer de acordo com uma

    condio especificada.

    Defeito

    So ocorrncias nos equipamentos que no impedem seu funcionamento, mas

    diminuem o rendimento e podem acarretar indisponibilidade a curto ou longo prazo.

    Falha

    So ocorrncias nos equipamentos que causam a indisponibilidade, ou seja, a

    quebra do equipamento.

    Confiabilidade

    a probabilidade de bom funcionamento.

    Atravs de um indicador a produo pode saber quanto pode contar ou confiar no

    bom desempenho de um equipamento ou instalao.

    O indicador de confiabilidade o MTBF (mean time between failures), que representa

    a mdia dos tempos entre falhas.

    Manutenibilidade

    a probabilidade de durao dos servios de manuteno.

    Atravs de um indicador a produo pode saber quanto tempo a mquina ficar parada

    quando quebrar.

    O indicador de manutenibilidade o MTTR (mean time to repair), que representa a

    mdia dos tempos de reparo.

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    Disponibilidade

    a probabilidade de assegurar a execuo

    de um plano de produo.

    um indicador porcentual calculado partir

    do MTBFe do MTTR.

    A funo da manuteno aumentar ao

    mximo os tempos de bom funcionamento.

    A disponibilidade pode ser calculada pela

    frmula:

    100xMTTR+MTBF

    MTBF=D

    onde:

    D = disponibilidade porcentual

    MTFB = (X)paradasdeNmero(TO)operaodeTempo

    MTTR =X

    (TR)paradadetotalTempo

    TO = Tempo total (TT) - TR

    TT = Tempo total ou tempo terico;

    tempo em que a mquina estariadisponvel se no houvessem paradas

    para manuteno.

    TR = Tempo de reparo; a soma dos

    tempos de todas as paradas para

    manuteno ocorridas num certo

    perodo (ms, semestre, ano).

    BF = bom funcionamento

    R = reparo

    TR = R1 + R2 + R3 + ... Rn

    X = 3

    X

    TOMTBF

    X

    TRMTTR

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    Exemplo

    Um torno automtico esteve em trabalho 4 000 horas em um ano e teve 8 intervenes

    de manuteno com durao total de 102 horas. Qual a disponibilidade do torno no

    ano?

    Soluo:

    TT = 4 000 h

    TR = 102 h

    TO = 4 000 h102 h = 3 898 h

    X = 8

    MTBF =8

    h8983= 487,25 h

    MTTR =8

    h102= 12,75 h

    D =12,75hh25,487

    100.h25,487

    = 97,45%

    Portanto, o torno teve uma disponibilidade de 97,45%.

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    Prioridade

    O conceito genrico de prioridade a qualidade do que est em primeiro lugar ou

    daquilo que deve ser atendido preferencialmente.

    Estabelecer prioridade para a manuteno, significa determinar qual ordem de

    atendimento deve ser cumprida.

    Para isso, os padres determinados so:

    Intervalo entre solicitao e reparo;

    Segurana das pessoas ou dos equipamentos.

    A escala de prioridade a seguinte:

    Emergencial (1)

    O atendimento deve ser imediato, pois a produo parou ou h condio insegura de

    trabalho.

    Urgente (2)

    O atendimento deve ser feito o mais breve possvel, antes de se tornar uma

    emergncia. o caso de a produo ser reduzida ou estar ameaada de parar em

    pouco tempo ou, ainda, o perigo de ocorrer condio insegura do trabalho.

    Necessria (3)

    O atendimento pode ser adiado por alguns dias, porm no deve ser adiado mais que

    uma semana.

    Rotineira (4)

    O atendimento pode ser adiado por algumas semanas, mas no deve ser omitido.

    Prorrogvel (5)

    O atendimento pode ser adiado para o momento em que existam recursos disponveis

    e no interfira na produo e nem no atendimento das prioridades anteriores. o caso

    de melhoria esttica da instalao ou defeito em equipamento alheio produo.

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    Cdigo de prioridades

    O estabelecimento de prioridades para cada trabalho feito com o objetivo de

    organizar o tempo de atendimento e de medir as cargas de trabalho de cada tipo de

    atendimento para cada equipe, para cada centro de custo ou para cada equipamento.

    Usa-se a escala de prioridades:

    Emergencial (1): atendimento imediato.

    Urgente (2): atendimento o mais breve possvel.

    Necessria (3): atendimento em alguns dias.

    Rotineira (4): atendimento em algumas semanas.

    Prorrogvel (5): atendimento a longo prazo.

    Caracterizao das prioridades emergencial (1) e urgente (2)

    A experincia tem mostrado que a responsabilidade pela produo pode levar os

    usurios dos trabalhos de manuteno a utilizar indiscriminadamente as prioridades 1

    e 2. Para evitar isso, coloca-se na requisio de servio um adendo com dois itens

    para caracterizar adequadamente a prioridade:

    1 Condies da produo

    a) Parou totalmenteb) H total condio insegura para operar.

    c) Parou parcialmente.

    d) Haver condio insegura para operar em determinado nmero de dias.

    2 Condies para operar

    a) Existe possibilidade de operar mediante manobra ou dispositivo provisrio.

    b) Existe possibilidade de manter segurana provisria.

    c) No existe possibilidade de operar provisoriamente.d) No h possibilidade de segurana provisria.

    O emitente da requisio deve assinalar apenas uma operao em cada item. Se a

    resposta para o item 1for aou be para o item 2for cou d, caracteriza-se a situao

    como prioridade (1); com outras respostas caracteriza-se a situao sendo (2).

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    Divises da manuteno

    A terminologia de manuteno muito variada. Por isso, muitos do nomes diferentes

    para as mesmas atividades.

    A terminologia segundo a ABNT e a ONU seguem as definies de manuteno,

    defeito e falha citadas. A terminologia corrente no dia a dia divide a manuteno em:

    Corretiva;

    Preventiva;

    Preditiva;

    TPM e

    Terotecnologia.

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    Manuteno corretiva

    o servio de manuteno realizado aps a falha. Eqivale a uma atitude de defesa

    enquanto se espera uma prxima falha acidental. chamada manuteno

    catastrfica ou manuteno tipo bombeiro. Ou seja, norteada pela idia: nada sefaz enquanto no houver fumaa (defeito ou falha).

    Este o mtodo tradicional de se fazer manuteno e sempre gera custos crescentes,

    alm das paradas sempre imprevistas.

    A manuteno como nico mtodo numa empresa, s se justifica quando:

    Os gastos e os problemas de segurana ligados parada so mnimos;

    A empresa renova frequentemente seu parque produtivo;

    As eventuais falhas e defeitos no so crticas para a produo.

    Nos sistemas de manuteno bem planejados a corretiva um complemento residual

    dos mtodos preventivos. Ou seja, como no possvel 100% das intervenes serem

    planejadas (preventivas), trabalha-se com o mnimo de intervenes emergenciais.

    A meta mundial conviver-se com apenas 7% de interveno sem planejamento.

    Vantagem da manuteno corretiva

    o mtodo que, se bem administrado, fornece as informaes de melhor qualidade

    para evitar reincidncia e gerar melhorias. Isto porqu no interrompe a falha a meio

    caminho.

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    A rotina para se tirar o melhor de uma atuao corretiva :

    Analisar as causas da falha;

    Restabelecer o funcionamento normal;

    Registrar (em papel ou computador) as caractersticas da falha; Explorar detalhadamente os registros, atravs de anlise estatstica e outras.

    Exemplo:

    Se um componente (rolamento, engrenagem, contador, etc.) falha, a corretiva

    costumeira apenas troca o componente.

    Por outro lado, a corretiva bem estruturada aplica as seguintes aes:

    Procura saber a causa da falha;

    Verifica qual a frequncia de falha;

    Verifica o modo como ocorre a falha;

    Procura modos de evitar a reincidncia.

    Manuteno preventiva

    Define-se como sendo um conjunto de procedimentos que visam manter a mquina em

    funcionamento, executando rotinas que previnam (evitem) paradas imprevistas.

    um mtodo onde as intervenes tem previso, preparao, programao e controle.

    Ou seja, as intervenes so planejadas.

    As rotinas de manuteno preventiva compreendem:

    Lubrificao;

    Inspeo com mquina parada;

    Inspeo com mquina operando; Ajuste ou troca de componentes em perodos predeterminados;

    Reviso de garantia (exame dos componentes antes do trmino de suas garantias);

    Cuidados com transporte e armazenamento;

    Instalao;

    Preparao para uso;

    Anlise de especificaes de compra;

    Envio de informaes para o planejamento e controle de manuteno;

    Reparo dos defeitos detectados pela inspeo.

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    Objetivos da manuteno preventiva

    Distribuir equilibradamente as cargas de trabalho;

    Racionalizar o estoque de sobressalentes;

    Manter disponibilidade mxima de mquinas e equipamentos; Eliminar improvisao;

    Eliminar atrasos na produo.

    Pr-requisitos para a implantao

    Os pr-requisitos bsicos para a implantao da manuteno preventiva so as

    organizaes de dados por meio de um sistema de fichas ou eletrnico. Esse sistema

    deve ser baseado num registro de dados que compreenda:

    Relao total dos materiais, mquinas e equipamentos constituintes do acervo da

    fbrica;

    Organizao estrutural de coleta de dados para incurses preventivas;

    Informaes sobre o andamento dos trabalhos (relatrios);

    Formao de arquivos.

    Implantao da manuteno preventiva

    Antes de implantar a manuteno preventiva, necessrio avaliar se vale a pena sua

    implantao, j que em alguns equipamentos ela se revela desvantajosa.

    Assim, antes de ser implantada a manuteno preventiva, o equipamento deve ser

    bem estudado devendo possuir uma das seguintes caractersticas:

    Equipamento valioso para a produo, cuja falha altera o programa;

    Equipamento do qual depende a segurana pessoal e a segurana das instalaes;

    Equipamento que ao falhar exige muito tempo para reparo.

    Note ainda que antes de ser iniciado o programa preventivo, deve ser estabelecido um

    padro de produtividade confivel para que se tenham condies de avaliar o

    programa.

    Agora, para implantar um sistema de manuteno preventiva necessria uma

    reorganizao em larga escala dos mtodos utilizados em uma oficina que trabalhe

    somente com atendimento emergencial.

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    Anlise detalhada da situao atual

    Deve ser feita a deteco dos potenciais de reduo de custos como a constatao de

    atividades sem planejamento que podem e devem ser planejadas. Tambm deve ser

    feita a anlise das cargas de trabalho semanais a fim de serem notados desequilbrios.

    Estabelecimento das funes

    Deve ser feito o detalhadamento das funes, elas devem ser desempenhadas de

    acordo com a experincia dos mantenedores, isto , o mantenedor deve comear

    como ajudante e gradativamente ir desempenhando funes mais complexas (plano de

    carreira).

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    Sistemas de suporte, planejamento e programao

    Devem ser criados impressos tais como requisio de servio (RS), ordem de servio

    (OS) e outros para fornecer o suporte necessrio para o desenvolvimento das

    atividades do planejamento, programao e controle da manuteno preventiva.

    Os impressos devem ser resumidos, claros e na menor quantidade possvel, a fim de

    que no emperrarem o andamento da manuteno preventiva.

    Os setores de planejamento e programao devem ter suas funes bem situadas no

    fluxograma. E essas funes devem ser exercidas por pessoal de nvel tcnico com

    experincia em campo.

    O controle avalia desempenhos e objetivos e faz possveis redefinies. Para isso, o

    controle deve manter informados os setores de engenharia de manuteno e

    planejamento com informaes rpidas e confiveis.

    Determinao das rotinas feita pela engenharia de manuteno e determina as tarefas rotineiras de inspeo e

    execuo com base nos seguintes itens:

    Histrico da mquina;

    Influncias de localizao;

    Comparao entre custos de inspeo e reparo e os custos de produo;

    Informaes do fabricante;

    Informaes do pessoal de operao.

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    Implantao do controle

    Significa colocar em prtica um esquema que possa avaliar a atuao da manuteno

    preventiva e, ainda, oriente tomada de deciso.

    O controle deve atuar sobre:

    Nvel de mo-de-obra;

    Servios pendentes;

    Produtividade;

    Paradas dos equipamentos;

    Custos.

    Rotina de inspeo preventiva

    Na indstria, a rotina de inspeo preventiva controlada por fichas, por isso para

    estudar o assunto ser apresentado um exemplo de ficha de rotina de inspeo da

    manuteno preventiva.

    Os tempos apresentados so apenas sugestes para mquinas de mdio porte,

    necessitando alteraes conforme cada situao e mquina em particular.

    Considera-se tambm que o plano de lubrificao e limpeza vem sendo seguido

    risca, pois caso contrrio os resultados da inspeo sero mascarados.

    O ideal para o sistema de manuteno preventiva ter dois hormetros em cada

    mquina. Um deles deve ser de atuao contnua, isto , funciona quando a mquina

    est com carga ou est ligada sem carga, e o outro hormetro funciona exclusivamente

    quando a mquina estiver com carga.

    O emprego de dois hormetros se justifica porque alguns componentes sofremdesgaste estando a mquina simplesmente ligada e outros somente se desgastam em

    operao.

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    Rotina de inspeo preventiva Cdigo MF 01

    Equipamento: _____________ Setor: ____________Perodo: 1.000 a 1.300hMquina operando: sim Hormetro: contnuo

    no de operao

    Itens da mquina a inspecionar Mtodo Avaliao

    Nivelamento e fixao ................................... visual/instrumental _______________

    Alinhamento. .................................................. visual/instrumental _______________

    Ajuste de embreagens. .................................. visual _______________

    Uniformidade nos avanos. ........................... visual/instrumental _______________Vibrao dos mancais ................................... instrumental _______________

    Sistema de lubrificao .................................. visual _______________

    Vazamentos em geral. ................................... visual _______________

    Apertos e ajustes de roscas. ......................... visual/instrumental _______________

    Estado das guias deslizantes. ....................... visual/instrumental _______________

    Alavancas, volantes e botes. ....................... visual/manual _______________

    Sistemas de fixao das peas ..................... visual/instrumental _______________

    Rudos das embreagens................................ instrumental _______________

    Corrente eltrica ............................................ instrumental _______________

    Transmisses em geral. ................................ visual/instrumental _______________

    Refrigerao................................................... visual _______________

    Sistema hidrulico.......................................... visual _______________

    Indicaes de aquecimento. .......................... visual/instrumental _______________

    Outros desgastes. .......................................... visual _______________

    Folgas de modo geral .................................... visual/instrumental _______________

    Pintura. ........................................................... visual _______________

    Data ___/___/___ Inspecionado por: __________________

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    Manuteno Industrial

    25 Faculdade de Tecnologia

    Rotina de inspeo preventiva Cdigo MF 02

    Equipamento: _____________ Setor: ______________ Perodo: 3.800 a 4.200hMquina operando sim Hormetro: contnuo

    no de operao

    Itens da mquina a inspecionar Mtodo Avaliao

    Engrenagens de comando ........................... visual/instrumental _______________

    Engrenagens de avano. .............................. visual/instrumental _______________

    Cremalheiras. ................................................ visual/instrumental _______________

    rvores .......................................................... visual/instrumental _______________

    Eixos ............................................................. visual/instrumental _______________

    Buchas. ......................................................... visual/instrumental _______________

    Rolamentos ................................................... visual/instrumental _______________

    Fusos e porcas ............................................. visual/instrumental _______________

    Transmisses. ............................................... visual/instrumental _______________

    Dispositivos de operao. ............................ visual/instrumental _______________

    Limitadores mecnicos ................................. visual/instrumental _______________Limitadores eltricos ..................................... visual/instrumental _______________

    Extratores. ..................................................... visual _______________

    Transportador de cavacos. ........................... visual/instrumental _______________

    Vlvulas.......................................................... instrumental _______________

    Filtros. ........................................................... visual _______________

    Depsitos no crter ....................................... visual _______________

    Retentores, juntas e vedaes ..................... visual _______________

    Encanamentos. ............................................. visual _______________

    Chaves e contatos eltricos. ........................ visual/instrumental _______________

    Fiao ........................................................... visual __________________

    Data ___/___/___ Inspecionado por: __________________

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    26 Faculdade de Tecnologia

    Rotina de execuo preventiva Cdigo MF 01

    Equipamento: ___________ Setor: _____________ Equipe mantenedora: ________Perodo: 2.800 a 3.200h Hormetro: contnuo

    de operao

    Marcao do hormetro ____________________

    Itens da mquina envolvidos Substituir Ajustar Limpar Verificar Sub-rotina

    Botes e manpulos ............................ x...............................x ................................. 210

    Protees avariadas. .......................... X................ .................................................. 210

    Discos de embreagens. ...................... x............. .. x ................................................. 210

    Sapatas de freios ................................ x......... ...... x ................................................. 210

    Mancais no ajustveis. ...................... X................. ................................................. 210

    Porcas e parafusos espanados ..........X........ .......................................................... 210

    Chavetas com folgas .......................... x......... .......................................................... 210

    Sistema de lubrificao . ..................... x......... ...... x ................................................. 210

    Correntes, correias e .......................... x........... .... x ................................................. 210

    cabos de ao gastos

    Rguas............................................................ ..... x ................................................. 220

    Porcas de acionamento................................. ....... x. ............................ x ................. 220

    Folgas regulveis em geral.............................. .... x ................................................. 220

    Roletes fim de curso....................................... ...... x. ............................ x ................. 220Mancais ajustveis........................................... .... x ................................................. 220

    Contatos eltricos........................................... ...................... x. ............ x ................. 230

    Lmpadas...................................................... ....................... x ................................. 230

    Filtros.............................................................. ...................... x. ............ x ................. 230

    Amostra de lubrificante................................... ...................................... x ................. 240

    Escovas do motor........................................... ...................................... x ................. 240

    Fixao ao piso.............................................. ...... x ............................. x ................. 240

    Nivelamento................................................... ...... x ............................. x ................. 240Sistema de acionamento................................... ................................... x ................. 240

    Parada de emergencia.................................... ..................................... x ................. 240

    Elementos crticos segundo ................ x............ ... x. ............ x. ............ x ................. 250

    o fabricante

    Data ___/___/___ Inspecionado por: __________________

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    Manuteno Industrial

    27 Faculdade de Tecnologia

    Rotina de execuo preventiva Cdigo MF 02

    Equipamento: __________ Setor: _______________ Equipe mantenedora: __________

    Perodo: 16.500 a 17.400h Hormetro: contnuo

    de operao

    Marcao do hormetro ______________________

    Itens da mquina envolvidos Servio

    Guias de deslizamento...................................... ............... rasqueteamento ou retificao

    Mancais no ajustveis.......................................... .......... substituir ou embuchar

    Chavetas frouxas............................................................ . substituir

    Rasgos de chaveta avariados.............................. ............ reparar

    Rolamentos de difcil acesso................................ ........... substituir

    Rolamentos de fcil acesso................................. ............ avaliar a substituio

    Buchas..................................................................... ........ substituir

    rvores................................................................ ............. analisar e reparar

    Eixos................................................................... ............. analisar e substituir ou reparar

    Fusos................................................................... ............ analisar e substituir ou reparar

    Sistema de lubrificao........................................ ............ renovar e ajustar os elementos

    Engrenagens........................................................ ............ substituir as desgastadas

    Freios............................................................... ................ substituir os elementos

    Acoplamentos...................................................... ............ avaliar a substituio

    Molas..................................................................... ........... substituir todas

    Cabos de ao...................................................... ............. substituir

    Polias.................................................................. ............. reparar ou substituir

    Engrenagens para correntes................................ ............ reparar ou substituir

    Correias e correntes............................................ ............. avaliar a substituio

    Retentores, gaxetas e juntas.............................. ............. substituir todos

    Escovas do motor................................................ ............ substituir

    Rolamentos do motor......................................... .............. avaliar a substituioContatos e chaves eltricas................................. ............ avaliar a substituio

    Sistema de refrigerao........................................ ........... revisar e fazer reparos

    Sistema hidrulico................................................. ........... revisar e fazer reparos

    Sistema pneumtico............................................. ............ revisar e fazer reparos

    Pintura................................................................ .............. refazer

    Data ___/___/___ Inspecionado por: ___________________

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    Manuteno Industrial

    28 Faculdade de Tecnologia

    Por meio do quadro abaixo pode-se ter uma idia do ciclo de manuteno preventiva.

    mostrada a marcao dos hormetros e uma estimativa em anos de trabalho.

    Para o referido quadro foi considerada uma solicitao de 70% para o hormetro de

    operao, 44 horas para a semana e ano de 50 semanas.

    Quantidade de turnos Hormetros

    Tarefa3 2 1Contnuo De operao

    Anos de trabalho

    - 1.000 - 700 inspeo MF 01- -- -- -- 2.000 - 1.400 inspeo MF 01

    1oano- --- -- -- -- 3.000 - 2.100 execuo MF 01- -- -- -- -- 4.000 - 2.800 inspeo MF 01- -- -

    1oano-- -2oano- --- -- -- 5.000 - 3.500 inspeo MF 01- -- -- -- -- 6.000 - 4.200 execuo MF 01 + inspeo MF 02- -- -- -

    1oano- ----------- -3oano- --- -- 7.000 - 4.900 inspeo MF 01- -- -

    - -- 8.000 - 5.600 inspeo MF 01- -- -- -

    2oano-- -4oano- --- -- 9.000 - 6.300 execuo MF 01- -- -- -- 10.000 - 7.000 inspeo MF 01- -- -- -- -

    5oano- --- 11.000 - 7.700 inspeo MF 01- -- -- -- -- 12.000 - 8.400 execuo MF 01 + inspeo MF 02- -- -- -- -- 13.000 - 9.100 inspeo MF 01

    2oano- 3oano- 6oano- --- 13.200 -- -- -- -- -- 14.000 - 9.800 inspeo MF 01- -- -- 15.000 - 10.500 execuo MF 01- -

    7oano- --- -- -

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    Manuteno Industrial

    29 Faculdade de Tecnologia

    Quantidade de turnos Hormetros

    Tarefa3 2 1

    Contnuo De operaoAnos de trabalho- -- 16.000 - 11.200 inspeo MF 01- -- -- 17.000 - 11.900 inspeo MF 01- -- -

    4oano-- -8oano- --- -- -- 18.000 - 12.600 execuo MF 01 + inspeo MF 02- -- -- 19.000 - 13.300 inspeo MF 01- -

    3oano- ----------- -9oano- --- -- -- 20.000 - 14.000 inspeo MF 01

    - -- -- -- 21.000 - 14.700 execuo MF 01- -- -

    5oano-- -10oano --- 22.000 - 15.400 inspeo MF 01- -- -- 23.000 - 16.100 inspeo MF 01- -- -- 24.000 - 16.800 execuo MF 02(reforma)

    Parmetros para preventiva

    A prtica tem mostrado que resultados palpveis somente so obtidos aps 30 a 36meses de implantao do programa de manuteno preventiva.

    Veja a seguir os parmetros a serem considerados para a avaliao do programa aps

    o perodo citado.

    Custo da preventiva no produto acabado ideal 7,5%, tolervel 15%;

    Custo da mo-de-obra indireta15 e 20% do custo da mo-de-obra direta;

    Disponibilidade das mquinas igual ou superior a 80%;

    Intervenes originadas por inspeo entre 20 e 30% do nmero de inspees

    realizadas;

    Percentual de custo da mo-de-obra sobre os custos de materiais empregados em

    preventiva entre 80 a 130%;

    Quantidade de homens utilizados em preventiva deve ser de 75% a 85% do total

    de homens da manuteno. Esse total fica entre 5 e 15% do total de funcionrios;

    Valor dos sobressalentes para manuteno deve ficar entre 20 e 25% do valor

    total do estoque da empresa;

    Materiais de preventiva com risco do estoque chegar a zero no deve exceder a

    4% dos materiais em estoque para preventiva.

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    Manuteno Industrial

    30 Faculdade de Tecnologia

    Determinao de periodicidade

    O perodo de interveno preventiva pode ser determinado com base no MTBF.

    Por exemplo: considera-se como tempo terico o tempo do hormetro contnuo e

    aplica-se: 0,8 MTBF para inspeo com mquina operando;

    2,4 MTBF para execuo do tipo 1;

    4,8 MTBF para inspeo com mquina parada;

    19 ou 20 MTBF para execuo do tipo 2 (reforma).

    Obviamente, esta apenas uma sugesto terica para dar referncia aos trabalhos

    iniciais. O conhecimento da mquina e a experincia da manuteno definiro os

    tempos.

    Manuteno preditiva

    um aperfeioamento da manuteno preventiva, baseado no real conhecimento das

    condies da mquina, equipamento ou componente.

    A manuteno preditiva nasceu de uma constatao: muitos componentes ainda em

    bom estado so trocados nas intervenes de preventiva. Devido a isso, buscou-se

    modos de prevero momento da falha para intervir pouco antes da ocorrncia.

    Assim, manuteno preditiva um conjunto de procedimentos que visa determinar o

    momento timo (ponto preditivo) para execuo da manuteno preventiva.

    Os estudos para determinao do chamado ponto preditivo so feitos de duas formas:

    anlise estatstica e anlise de sintomas. A figura seguinte ilustra o ponto preditivo em

    funo da especificao de origem (E) e do tempo(t).

    Curva extrapolada

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    Manuteno Industrial

    31 Faculdade de Tecnologia

    Anlise estatstica

    empregada quando se dispe de uma quantidade de equipamentos, com as mesmas

    caractersticas, e que possam ser considerados um universo.

    A anlise estatstica baseia-se na determinao do trmino da vida til por meio do

    acompanhamento da taxa de falhas.

    Taxa de falhas ()

    o clculo da probabilidade que um equipamento, em operao, tem de falhar

    medida que o tempo passa. Isto , consiste num estimador da confiabilidade do

    equipamento.

    importante salientar que a taxa de falhas deve excluir as falhas extrnsecas ao item

    da mquina analisado, tais como panes devido a instrues no respeitadas,

    deficincia no manejo ou acidentes externos (inundaes, incndios, etc.).

    A taxa de falhas determinada pela frmula abaixo e sua unidade falhas por hora

    ou, ainda, falhas por lote produzido.

    =t

    Nou =

    MTBF

    1

    Vida til

    o perodo durante o qual um equipamento opera com uma taxa de falhas aceitvel,ou ainda, o perodo em que o equipamento apresenta um percentual de risco de falha

    igual ou menor que um limite estabelecido.

    Curva da banheira

    uma curva que mostra o ciclo de vida de um equipamento segundo a relao taxa de

    falhas () versus tempo (t).

    N = nmero de falhas

    t = durao do uso (expresso em horas ou

    nmero de lotes produzidos)

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    Manuteno Industrial

    32 Faculdade de Tecnologia

    Na curva da banheira pode-se ver:

    O perodo de adaptao (0, t1) tambm chamado mortalidade infantil, onde

    ocorrem os ajustes;

    O perodo de operao normal (t1e t2), que o perodo economicamente til;

    O perodo de cansao (t2e t3), onde a taxa de falha sobe at atingir o mesmondice inicial () que o ponto preditivo (P), quando ento deve ser efetuada a

    reforma ou substituio.

    Anlise de sintomas

    Consiste em coletar sinais nas partes externas da mquina, sem interromper o

    funcionamento, para obter informaes sobre os processos de desgaste interno.

    Para isso, empregam-se as seguintes tcnicas:

    Medida de temperatura;

    Medida de folgas;

    Medida de presso;

    Medida e anlise de vibraes;

    Anlise de desgaste atravs de amostra do Lubrificante;

    Anlise das caractersticas fisico-qumicos do Lubrificante;

    Ensaios no destrutivos;

    Nvel de rudos.

    Os valores medidos recebem tratamento matemtico a fim de mostrar o processo

    degenerativo da mquina e fazer a previso da falha, ou seja, por meio dos valores

    medidos constrem-se curvas de degenerao que permitem planejar a interveno no

    momento em que o componente j rendeu o mximo de sua vida til e est prestes a

    falhar.

    Na figura abaixo v-se uma curva ajustada e extrapolada do acompanhamento da

    velocidade de vibrao de um mancal de rolamento.

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    Manuteno Industrial

    33 Faculdade de Tecnologia

    O ideal da manuteno preditiva ter o monitoramento constante, isto , os sinais so

    coletados por meio de sensores permanentes e processados continuamente por uma

    central de computador.

    Esse procedimento, porm, muito caro e s existe em uma quantidade reduzida de

    mquinas em todo o mundo. O que se tem, em geral, o uso de medidores de rudo,vibrao ou temperatura portteis que fazem medies peridicas constituindo um

    mtodo mais preventivo do que preditivo.

    Devido a isso, muitos autores e especialistas brasileiros em manuteno no admitem

    a existncia da manuteno preditiva no Brasil, considerando os procedimentos

    expostos como manuteno preventiva programada.

    Exemplos de aplicao:

    Exemplo 1

    Nas plantas de processo contnuo tem-se, para os equipamentos mais crticos, a

    preditiva com monitoramento contnuo.

    Sensores de vibrao, temperatura e folga so fixados permanentemente mquina.

    Eles mandam sinais um processador de dados que emite um sinal alarme para a

    manuteno. Alm disso, em caso de falha grave o processador pode interromper

    automaticamente o funcionamento.

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    Manuteno Industrial

    34 Faculdade de Tecnologia

    Exemplo 2

    Nas metalrgicas e outras manufaturarias (empresas de processo discreto) geralmente

    os componentes mais sensveis das mquinas so os rolamentos. Por isso, foram

    desenvolvidos programas de monitoramento dos rolamentos.

    Sua execuo consiste em:

    Um mecnico toma periodicamente as medidas de vibrao em pontos pr-

    estabelecidos;

    As medidas so armazenadas em um coletor de dados;

    Os dados do coletor so transferidos para um software gerenciador;

    Os dados so tratados e geram, no computador, relatrios, quadros de

    acompanhamento e informaes sobre a necessidade ou no de servios.

    Exemplo 3

    Em sua forma mais simples, o ponto preditivo pode ser determinado apenas com uma

    lmpada de alarme e um sensor. Este, deve permitir a passagem de corrente eltrica

    quando o elemento monitorado atingir o nvel de alarme.

    o caso da luz testemunha do desgaste de uma pastilha de freio num veculo.

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    Manuteno Industrial

    35 Faculdade de Tecnologia

    Manuteno Detectiva

    a atuao efetuada em sistemas de proteo ou comando, buscando detectar falhas

    ocultas ou no perceptveis ao pessoal de operao e manuteno.

    Um exemplo clssico o circuito que comanda a entrada de um gerador em um

    hospital. Se houver falta de energia e o circuito tiver uma falha o gerador no entra.

    medida que aumenta a utilizao de sistemas automatizados nas operaes, o maisimportante e mais utilizado ser, garantindo a confiabilidade dos sistemas

    EDMEngenharia de Manuteno

    A evoluo da manuteno pode ser definida em trs geraes, que tiveram seu marco

    inicial em 1930, onde a primeira; antes da II Guerra Mundial; resume-se em conserto

    aps a quebra. Na segunda gerao; aps a II Guerra Mundial; que efetivamente

    surge o conceito de Engenharia de Manuteno (EDM), pois neste perodo existiam

    fortes presses devido falta de mo de obra e a que se percebeu que as mquinas

    quebradas levavam a baixas demandas e consequentemente lucros cessantes.

    Com isto ocorreu um aumento da mecanizao da produo e da dependncia destas

    mquinas para se produzir e a paralisao das mquinas para manuteno ficou

    evidente surgindo a ideia de que estas paralisaes poderiam ser evitadas.

    A prtica da Engenharia de Manuteno significa uma mudanacultural, perseguir

    benchmarks, aplicar tcnicas modernas.

    Com a evoluo das tcnicas de manuteno houve tambm um aumento dos

    resultados conseguidos em disponibilidade e confiabilidade.

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    Manuteno Industrial

    36 Faculdade de Tecnologia

    A Engenharia de Manuteno tem as seguintes atribuies:

    Elaborar especificaes de compra de materiais e novos equipamentos;

    Analisar relatrios emitindo sugestes;

    Analisar o LCC (Custo do Ciclo de Vida dos Equipamentos) apresentando

    sugestes; Aplicar as tcnicas do ABC (Custeio Baseado em Atividades) para indicar os

    processos onde devem ser reforados os recursos e aqueles onde devem ser

    reavaliadas suas necessidades;

    Aplicar as tcnicas de TOC (Teoria das Restries) para determinar os pontos

    do processo onde existem gargalos e sugerir recomendaes para reduzir os

    efeitos desses gargalos (reengenharia de mquinas, mtodos e processos);

    Avaliar e sugerir tcnicas de preditiva.

    Todas as indstrias, com certeza absoluta, tem problemas crnicos em equipamentos

    e instalaes que afetam a disponibilidade a qualidade e a imagem da rea de

    manuteno.

    Estes problemas so causados por uma srie de fatores, que vo desde um erro na

    montagem dos equipamentos at na concepo de projetos das instalaes e que no

    so fceis de solucionar, j que dependem de uma anlise detalhada dos problemas,

    estudos destes problemas na busca pela causa raiz do problema e na elaborao de

    um plano para solucionar o problema.

    Muitas empresas no possuem pessoal apto ou capacitado tecnicamente para realizar

    estas tarefas e quando tem esto envolvidos em outras atividades e no dispem de

    tempo para se dedicar a estes estudos e solues. O ideal manter uma equipe

    dedicada somente para a realizao destas tarefas na empresa, pois, assim haver

    uma anlise crtica sobre cada problema encontrado.

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    Manuteno Industrial

    37 Faculdade de Tecnologia

    Terotecnologia

    uma tcnica, nascida na Inglaterra, que combina gerncia de economia e engenharia

    de manuteno. Sua meta a busca do ciclo de vida econmico, isto , busca

    determinar com segurana a vida economicamente til dos equipamentos.

    A terotecnologia feita por equipes de especialistas em manuteno. Estes,

    periodicamente, analisam e interferem nas vrias fases de construo de um

    equipamento, desde o projeto at a entrada em operao.

    De outra maneira, a terotecnologia feita por meio da atuao dos especialistas em

    manuteno diretamente nas empresas envolvidas na construo do novo

    equipamento, ou seja, firmas de planejamento, fabricante de mquinas e

    equipamentos e empresas usurias. Cada uma dessas empresas deve ter o seu

    especialista em manuteno atuando na fase que lhe cabe.

    Com a terotecnologia, obtm-se equipamentos que facilitam a interveno dos

    mantenedores. Equipamentos com estudos prvios sobre confiabilidade, desempenho,

    durabilidade, conservao, instalao e at previses sobre possveis modificaes.

    TPM e controle da manuteno

    Manuteno produtiva total

    A manuteno produtiva total conhecida pela sigla TPM ( total productive

    maintenance). Ela um mtodo de manutenode carter doutrinrio, isto , procura

    resolver o problema crnico da administrao industrial: a total adeso do trabalhador

    aos objetivos da empresa. Uma vez que envolve todas as pessoas ligadas ao processo

    produtivo e divulga a idia do operrio o dono do negcio empresarial.

    Os conceitos centrais nasceram com a implantao do modelo de produo JIT (justin time).So eles:

    Cada um deve exercer seu prprio controle.

    Minha mquina deve ser protegida por mim.

    A TPM um modelo onde a responsabilidade pela conservao e pequenos reparos

    so do operador. A equipe de manuteno fica dedicada s atividades preventivas, s

    melhorias dos equipamentos e de atender as ocorrncias mais srias.

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    Manuteno Industrial

    38 Faculdade de Tecnologia

    Objetivos da TPM

    O objetivo global da TPM a melhoria da estrutura orgnica da empresa, cuja

    finalidade a maximizao do rendimento operacional global.Esse objetivo global tem por subitens a melhoria da natureza das pessoas e das

    mquinas e equipamentos.

    As melhorias devem ser conseguidas por meio dos seguintes passos:

    Capacitar os operadores para conduzir a manuteno de forma voluntria.

    Capacitar os mantenedores a serem polivalentes, isto , atuarem em equipamentos

    mecatrnicos.

    Capacitar os engenheiros a projetarem equipamentos que dispensem manuteno,

    isto , o ideal da mquina descartvel.

    Incentivar estudos e sugestes para modificao dos equipamentos a fim de

    melhorar seu rendimento.

    Aplicao do programa dos 5S.

    Eliminao das seis grandes perdas.

    Aplicao das cinco medidas para obteno da quebra zero.

    Aplicao do 5S

    O programa 5S a base da TPM. Ele visa em primeiro lugar assegurar a confiabilidade

    dos equipamentos.

    Aps a 2aGuerra Mundial, o Japo precisou reconstruir sua indstria. Para isso, vrios

    tcnicos, engenheiros e administradores foram enviados aos pases ocidentais a fim de

    estudarem sistemas de produo e administrao. O fato que mais impressionou foi a

    quantidade dos desperdciosgerados pelos sistemas de produo ocidentais.

    partir da viso dos processos ocidentais, eles formularam a sua necessidade:

    Um sistema de trabalho que atendesse aos clientes com qualidade, no tempocerto, com baixos custos e com mnimo desperdcio.

    Assim contrataram consultores americanos para auxiliarem no desenvolvimento de seu

    sistema de produo. Dessa forma nasceu o sistema Just in Time (JIT) cuja traduo

    significa: bem a tempo.

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    Manuteno Industrial

    39 Faculdade de Tecnologia

    O Sistema JIT

    um sistema de produo baseado na reduo dos desperdcios. Entendendo-se

    como desperdcio tudo o que no acrescenta nenhum valor ao produto. Ao conjunto

    dos desperdcios chama-se perda.

    Objetivos do JIT

    Reduzir tempos de espera

    Significa transformar matria-prima em produto final em um prazo mnimo.

    Reduzir estoques

    Para evitar que altos estoques escondam problemas de fabricao e qualidade. E,

    ainda, para diminuir os custos com armazenagem.

    Reduzir tempos de preparao (set up)

    Os tempos para troca de dispositivos e ajustes de ferramentas podem atingir 3 ou 4

    horas. Com isso, aparece o estoque intermedirio, que gera custos e aumenta a

    necessidade de rea entre as mquinas.

    Rapidez de reao

    Atender a demanda diria, isto , balancear a produo diria dos setores de monta-

    gem e com isso nivelar a produo dos outros setores. Em outras palavras, puxa-se a

    produo a partir do seu ltimo estgio ao invs de empurr-la partir do primeiro.

    Reduzir o tamanho dos lotes

    Para que seja possvel atender ao item rapidez de reao necessrio produzir em

    pequenos lotes, a fim de mudar com agilidade o tipo de produto fabricado.

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    Manuteno Industrial

    40 Faculdade de Tecnologia

    Melhoria contnua

    Significa que o sistema no visa resultados apenas em determinado perodo. Uma vez

    implantado, passa a ser um sistema permanente de melhoria de produtividade.

    Melhoria das pessoas

    Resgatar o orgulho que o arteso tinha antes da Revoluo Industrial. Transforma o

    operrio superespecializado (taylorizado) em operrio multifuncional e agente

    responsvel pelo trabalho.

    O que o JIT no

    Habitualmente, as pessoas no treinadas em JIT tendem a confundi-lo com outras

    tcnicas. Por isso torna-se importante alertar sobre o que o JIT no :

    O mesmo que o Kanban;

    Uma tcnica de programao;

    Um software;

    A cura para todos os males;

    A transferncia de estoques para o fornecedor;

    Um projeto;

    Estoque zero;

    Uma soluo para uma administrao pobre.

    Implantao do JIT

    Para implantar o sistema JIT no h receita pr-elaborada, uma vez que implica em

    mudana do modo de vida na fbrica. Porm, algumas aes so importantssimas:

    Estudar e criar condies para produzir somente o necessrio;

    Desenvolver e praticar o princpio de Fazer certo na primeira vez; Trabalhar na reduo de todos os tempos envolvidos com o produto, desde o

    recebimento da matria-prima at a entrega ao consumidor;

    Buscar sempre solues simples;

    Desenvolver um ambiente de trabalho com boa visibilidade. Isto , colocar

    informaes rotineiras de modo claro e vista de todos;

    Estabelecer um leiaute que permita entrega de materiais no ponto de uso e com o

    mnimo de manuseio;

    Desenvolver, implantar ou melhorar procedimentos preventivos de manuteno; Facilitar a comunicao na empresa.

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    Manuteno Industrial

    41 Faculdade de Tecnologia

    Para se implantar o JIT preciso adotar as tcnicas ou ferramentas da produo JIT

    que so:

    Limpeza e arrumao, conhecido como Housekeeping;

    Clulas de manufatura; Troca rpida de ferramentas, conhecida como Set-up rpido;

    Qualidade na fonte;

    Produo em pequenos lotes;

    Automatizao racional;

    Sistema de controle de produo, conhecido como Kanban;

    Manuteno produtiva total, conhecida como TPM.

    Limpeza e arrumao

    comum, nas empresas, as pessoas pensarem s na produo sem preocuparem-se

    com as circunstncias envolvidas. Assim, a limpeza, distribuio racional de materiaise manuteno acabam relegadas um segundo plano.

    A limpeza precria e arrumao mal ordenada escondem defeitos de processo. Por

    isso, o ponto de partida para o sistema JIT um programa de limpeza e arrumao

    (Housekeeping).

    Tendo por objetivo limpar, arrumar, organizar, disciplinar e manter o cumprimento

    destas funes ao longo do tempo criou-se a tcnica dos 5S.

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    42 Faculdade de Tecnologia

    A tcnica recebeu o nome de 5S para que se consiga fixar facilmente na mentalidade

    das pessoas as palavras-chave. E, desse modo, fazer com que elas recuperem

    rapidamente os conceitos e passem a cumprir as aes automaticamente.

    Este procedimento muito comum nas tcnicas japonesas. Os japoneses sempre

    procuram reduzir as idias principais de cada tcnica a uma frase curta (bordo), a

    uma sigla ou algum outro recurso mnemnico. Com isso, acabam difundindo as

    tcnicas com a mesma eficcia que o marketing difunde o nome dos produtos para o

    consumo popular.

    Os 5S definem as aes de organizar, arrumar, limpar, padronizar e disciplinar. Os 5S

    podem ser encontrados nas empresas associadas s palavras japonesas, inglesas ou

    em portugus, conforme o quadro abaixo.

    Japons Traduo Ingls 5C Aplicao em algumas empresas

    SEIRIOrganizar,

    agruparClear out

    Senso de

    utilizaoSim utilizao

    SEITON Ordenar, arrumar ConfigureSenso de

    ordenao

    Sim

    arrumao

    SEISO Limpar, purificarClean &

    checkSenso de limpeza Sim limpeza

    SEIKETSUPadronizar,

    regulamentarConformity Senso de higiene Sim sade

    SHITSUKEDisciplinar,

    habituar

    Custom &

    practice

    Senso de auto-

    disciplina

    Sim

    Auto-disciplina

    Objetivos dos 5S

    Criar ambiente de trabalho digno;

    Eliminar o absentesmo;

    Desenvolver sentimentos de harmonia, cooperao, nimo e confiana entre aspessoas;

    Detectar problemas antecipadamente;

    Reduzir o ndice de acidentes;

    Eliminar aes inteis, como: procurar, abrir, fechar, subir, desviar, etc.;

    Tornar os conceitos e aes da tcnica 5S um modo de vida.

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    43 Faculdade de Tecnologia

    O 1oS - Seiri; Organizao

    Organizao refere-se a distino clara entre preservao e descarte, ou entre o que

    necessrio e o que desnecessrio.

    H normalmente uma dificuldade na tarefa de escolher o desnecessrio, pois aspessoas tendem a se apegar aos objetos. A idia predominante : Vamos precisar

    disto no futuro.

    Para vencer esta barreira, preciso envolver muito as pessoas, aplicar algumas

    rotinas e fazer a primeira vez em mutiro.

    A fim de envolver as pessoas usam-se cartazes, filmes, palestras e outras formas de

    sensibilizao.

    Para fazer em mutiro, faz-se uma campanha com dia marcado e especfico para o

    seiri.

    As empresas costumam dar nomes mnemnicos para o seu dia do 1oS, tais como:

    Dia D;

    Dia da OLA (organizao, limpeza e arrumao);

    Dia do SOL (segurana, ordem e limpeza);

    Dia da Operao Casco.

    O dia da limpeza deve ser:

    nico;

    Realizado em toda empresa ou setor ao mesmo tempo;

    Contar com equipe de coordenao;

    Vir precedido de divulgao intensa e bem organizada;

    Contar com a participao do Presidente;

    Fotografado ou filmado, para que todos saibam o resultado depois;

    Ter seus nmeros (peso, volume, quantidade, etc.) divulgados imediatamente.

    Rotinas para o 1oS

    A rotina mais comum a do Carto Vermelho. A qual consiste em treinar um grupode trabalho para distinguir o necessrio do desnecessrio. Depois, determinar que eles

    pendurem cartes vermelhos em tudo o que for desnecessrio. Em seguida todos os

    objetos com carto sero retirados e descartados ou estocados conforme necessidade.

    Outra rotina o chamado Fluxograma do Seiri. O qual consiste em fazer um

    diagnstico setorizado seguindo o fluxograma (figura seguinte), identificando e

    separando o necessrio do desnecessrio. importante frisar que o diagnstico deve

    incluir todos os lugares, inclusive gavetas.

    Nessa fase, ainda, podem ser previstas etiquetas para triagem posterior (amarelas porexemplo).

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    O 2oS - Seiton; Arrumao

    Arrumao refere-se forma de dispor as coisas necessrias, j identificadas no 1oS.

    Deve contemplar os itens:

    Conservao; Acesso fcil;

    Aspectos ergonmicos;

    Comunicao clara e exata, sobre os locais de estocagem;

    Satisfazer s questes:

    - onde, devem ficar os objetos ou mquinas,

    - o que, deve ficar no local de trabalho,

    - quanto, necessrio por atividade, por ciclo ou turno;

    Cada coisa no seu lugar e um lugar para cada coisa;

    Obedincia de todos s regras de arrumao.

    Para promov-la preciso seguir a sequncia e aplicar as rotinas para o 2oS.

    Rotinas para o 2oS

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    46 Faculdade de Tecnologia

    Anlise do tempo para movimento

    Deve ser verificado o trajeto e o tempo gasto para as pessoas pegarem, guardarem,

    encaixarem, etc., os objetos com alta frequncia de uso. A seguir, determina-se

    prioridades para racionalizar a ocupao do tempo e os movimentos.

    A nova movimentao dever trazer:

    Economia de tempo;

    Facilidade em procurar e recuperar os objetos;

    Transporte confortvel.

    Conceito do Um melhor

    Baseia-se na idia de que sempre melhor trabalhar-se com exemplar nico de cada

    objeto. Assim, evita-se o desperdcio. Por exemplo:

    1 lpis, 1 borracha, 1 caneta azul, 1 caneta vermelha, 1 ferramenta, 1 mquina.

    Reunies de 1 hora;

    Telefonemas de 1 minuto;

    1 original de documento para arquivo, 1 cpia quando necessrio;

    1 local para arquivos;

    O conceito do um melhor aplica-se mais facilmente aos setores administrativos.

    Porm, em muitas situaes no cho da fbrica possvel us-lo eficazmente.

    Estocagem funcional

    um modo de guardar os objetos onde todos os semelhantes fiquem no mesmo local.

    Por exemplo:

    Prateleira de equipamentos pneumticos;

    Prateleira de sobressalentes pr-moldados;

    Prateleira de mquinas portteis.

    Estocagem por produto e fbrica

    um modo de guardar as ferramentas e outros objetos do local onde so necessrias

    para uso imediato.

    o caso de ferramentas usadas em um equipamento especfico. Ou tambm, o caso

    de peas acabadas que sero usadas na montagem.

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    Princpio PEPS (ou FIFO)

    simplesmente a forma de arrumar

    onde se garante que o Primeiro a

    Entrar o Primeiro a Sair (First InFirst Out)

    Este procedimento fundamental para evitar-se o envelhecimento de produtos em

    estoque.

    Difuso da responsabilidade

    necessrio cada vez mais poder-se confiar nas pessoas. Assim sempre que possvel

    deve-se eliminar fechaduras, cadeados, gavetas e caixas expondo os produtos ou

    ferramentas ao mximo.

    As pessoas devem ser confiveis e sentirem que podem confiar no sistema que lhes

    delega responsabilidades.

    Identificao adequada

    Todos os materiais e instrumentos devem ter sua localizao bem identificada, para

    que possam ser guardados aps o uso ou para facilitar o reabastecimento. As figuras

    abaixo fornecem exemplos.

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    O 3oS- Seiso; Limpeza

    Limpeza significa o primeiro ato da conservao dos equipamentos. Limpeza muito

    mais do que varrer e remover sujidades em geral.

    Limpar significa deixar os instrumentos e local de trabalho na sua melhor condio de

    uso.

    Limpar tambm ter contato direto com ferramentas e equipamentos descobrindo

    defeitos ainda nascentes.

    As aes recomendadas so:

    Estabelecer padro de limpeza mnimo desejvel;

    Dividir as responsabilidades entre todos;

    Limpar e inspecionar cada m2da empresa, horizontal e verticalmente;

    Eliminar totalmente o lixo e a sujeira;

    Relacionar os problemas encontrados aps a limpeza;

    Priorizar os reparos, realizar os mais simples e acionar a manuteno preventiva;

    Tratar as causas da sujeira;

    Dar destino adequado aos resduos.

    A implementao pode ser feita dividindo-se a tarefa em 3 nveis: macro, individual e

    micro.

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    49 Faculdade de Tecnologia

    Pontos a serem verificados

    As pessoas devem ser alertadas ou treinadas para observarem com cuidado os vrios

    sistemas das mquinas. Para isso, so sugeridos alguns itens a seguir:

    Sistema eletro-eletrnico; luzes, fiao, botes, sinaleiros, etc.;

    Sistema de segurana; protees, indicaes, etc.; Instrumentos de medio;

    Sistema de arrefecimento; tanques, tubulaes, ventiladores, etc.;

    Sistemas hidrulico e pneumtico; filtros, atuadores, mangueiras, vazamentos, etc.;

    Sistemas de transmisso; correias, engrenagens, redutores, etc.;

    Sistema mecnico; folgas, rudos, vedaes, assentamentos, etc.

    Benefcios da Limpeza

    Entre os inmeros benefcios que o ambiente asseado traz, esto:

    Evitar perdas de materiais, produtos e servios;

    Proporcionar condies adequadas para os servios de manuteno;

    Preparar o ambiente para a Qualidade Total;

    Melhorar os cuidados das pessoas com o ambiente, com elas prprias e com as

    outras pessoas;

    Melhorar a imagem junto aos clientes.

    O 4oS - Seiketsu; Padronizao

    Padronizao, refere-se manuteno dos 3Santeriores. Portanto, mais uma

    condio do que um conjunto de aes.

    O 4oSpode, tambm, ser entendido como regulamentao ou conservao. Assim,

    sua execuo trata de criar rotinas e condies para a sustentao dos 3Sao longo do

    tempo.

    As principais atividades do 4oSreferem-se criao de rotinas para:

    Definio dos produtos e instrumentos que devem ficar nos postos de trabalho;

    Gerenciamento visual, a fim de permitir aes corretivas e preventivas;

    Informao imediata de artigos obsoletos ou avariados;

    Codificao por cores, placas, painis, faixas, etc.;

    Respeito s instrues de acondicionamento;

    Armazenamento do exclusivamente necessrio;

    Definio do necessrio quando as coisas chegam; Indicao de locais para coisas novas;

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    50 Faculdade de Tecnologia

    Evitar que os corredores se transformem em local de estocagem ou trabalho;

    Reorganizar sempre que necessrio;

    Limpar sistematicamente enquanto a sujeira pequena;

    Armazenamento segundo o princpio da transparncia, isto , mostrando o que

    tem dentro de armrios e prateleiras; O respeito a higiene e a limpeza dos refeitrios, sanitrios e reas de espera.

    O 5oSShitsuke; Auto - disciplina

    Auto-disciplina a garantia de se manter o hbito de cumprir os procedimentos

    estabelecidos pelos 4Santeriores.

    Portanto, os recursos empregados para desenvolver e implantar os 4Spodem se

    perder caso o 5oSno funcione.

    O papel do pessoal de comando fundamental para a moral do 5oS. Ou seja,

    somente com a integrao total do comando na auto-disciplina e por extenso nos

    outros S, haver credibilidade.

    Assim, as pessoas de coordenao e comando devem praticar, no mnimo, as

    seguintes aes:

    Atuar como instrutor, isto , explicando como fazer, por que fazer e tirando lies

    dos erros. Nunca simplesmente mandando fazer;

    Determinando procedimentos operacionais simples;

    Comunicar claramente os objetivos, regras e procedimentos, isto , abolir

    mensagens confusas;

    Evitar crticas aos subordinados, isto , agir corretivamente com pacincia e

    persistncia;

    Ter certeza de que as mensagens transmitidas foram captadas corretamente; Usar mtodos simples para assimilao de conceitos.

    Rotinas do 5oS

    Palestras Relmpago

    So palestras que tem por objetivo:

    Melhorar o relacionamento chefia-subordinado;

    Melhorar ou manter o padro de qualidade; Garantir o bom entendimento das instrues.

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    Manuteno Industrial

    51 Faculdade de Tecnologia

    Estas reunies sero bastante produtivas se algumas regras forem seguidas, so elas:

    O local o prprio local de trabalho e as pessoas ficam em p;

    O tempo de durao deve ser em torno de 10 minutos, para que se obtenha

    ateno mxima; Frequncia mnima semanal;

    Em cada 4 palestras, 1 deve ser feita pela alta administrao 3 pelos supervisores;

    Os temas devem restringir-se aos 5Sou ao programa de qualidade. Tambm

    devem tratar de responder as reclamaes selecionadas previamente;

    As notcias consideradas ruins no devem ir alm de 50% das divulgadas;

    Todas as palestras devem contemplar alguma informao motivadora.

    importante observar que, se somadas todas as palestras relmpago, tem-se algo em

    torno de 8 horas de aula com ateno mxima em um ano.

    Ataque s causas

    No dia-a-dia das empresas que implantam os 5S, no estranho que apaream

    problemas do tipo: no se cumprem os padres estabelecidos.

    Neste caso, preciso lembrar que todo defeito ou efeito traz em si uma espcie de

    assinatura da causa. Isto , examinando o efeito ser encontrada a causa e a

    ferramenta para isso o hexmetro de Kipling ou 5W1H. (what, where, why, when,

    who, how)

    Uma vez identificada a causa, ela deve ser eliminada. No caso dos 5S, geralmente

    eliminar a causa significa comunicar melhor, motivar ou treinar.

    Consideraes sobre os 5S

    A tcnica dos 5S capaz de proporcionar a mudana de hbitos e de idias

    melhorando a vida na empresa e contribuindo para melhorar a educao das pessoas.

    Um procedimento de carter geral aps a implantao dos 5S o dos 3 minutos que

    fazem a diferena. uma forma de englobar a maior parte das tarefas num tempo

    curto.

    Suas regras so:

    3 (ou 5) minutos por dia dedicados a aumentar a eficincia a melhor forma de se

    comear ou terminar um dia;

    Manter a ateno totalmente concentrada nesses minutos;

    Logo, no gastar muito tempo com as atividades dos 5S. Por exemplo, num dia

    todos verificam se as coisas esto em seus lugares; no outro dia, todos verificam

    possveis vazamentos.

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    5 Ss Produo Administrao

    SEIRI

    (Organizao)

    Identificao dos

    equipamentos necessrios e

    desnecessrios nas oficinas e

    postos de trabalho.

    Identificao dos dados e

    informaes necessrias e

    desnecessrias para decises.

    SEITON

    (Arrumao)

    Determinao de local

    especfico ou lay-outpara os

    equipamentos serem

    localizados e utilizados a

    qualquer momento.

    Determinao de local de arquivo

    para pesquisa e utilizao de

    dados a qualquer momento. Deve-

    se estabelecer um prazo de 30

    segundos para se localizar um

    dado.

    SEISO

    (Limpeza)

    Eliminao de p, sujeira,

    objetos desnecessrios e

    manuteno de limpeza nos

    postos de trabalho.

    Atualizao e renovao de dados

    para se tomar decises corretas.

    SEIKETSU

    (Padronizao)

    Aes consistentes e

    repetitivas visando utilizao,

    arrumao e limpeza, e ainda

    manuteno de boas

    condies sanitrias e semqualquer poluio.

    Estabelecimento, preparao e

    implementao de informaes e

    dados de fcil entendimento que

    sero muito teis e prticos para

    decises.

    SHITSUKE

    (Disciplina)

    Hbito para cumprimento de

    regras e procedimentos

    especificados pelo cliente.

    Hbito para cumprimento de

    procedimentos determinados pela

    empresa.

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    Manuteno Industrial

    53 Faculdade de Tecnologia

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    Manuteno Industrial

    54 Faculdade de Tecnologia

    Por outro lado, quando se trata da manuteno, o programa dos 5Spode ser

    expandido para 8S.

    Manuteno autnoma

    Aps um levantamento das tarefas cumpridas pelos mantenedores observou-se que:

    Vrias so repetitivas e tem objetivo de conservar.

    Muitas outras so bastante simples e no requerem um especialista.

    A partir da e considerando que o usurio (operador) capaz de perceber

    instantaneamente qualquer anomalia, desenvolveu-se o conceito: De minha mquina cuidoeu

    Assim, foram feitos estudos para transferir ao operador todas as tarefas de

    conservao, alm de reparos simples. Estas aes representam 20% dos trabalhos

    da manuteno.

    Para operacionalizar a manuteno autnoma, chamada pelos japoneses de

    manuteno espontnea, deve-se seguir os sete passos para implantao da mesma.

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    Manuteno Industrial

    55 Faculdade de Tecnologia

    Passo Fator Atividade

    1 limpeza asseio

    Reapertar porcas e parafusos

    Eliminar todas as sujeiras e detritos existentes em

    torno da mquina;

    Desenvolver a sistemtica da lubrificao;

    Capacitao para detectar problemas e sua correo;

    2

    combate aos

    locais de difcil

    acesso

    Introduzir melhorias nos locais de difcil acesso que

    propiciem o acmulo de sujeira e detritos e que sejam

    tambm de difcil lubrificao;

    Buscar mecanismos que propiciem a reduo do tempo

    necessrio limpeza e a lubrificao;

    3

    elaborao dopadro de

    limpeza e

    lubrificao

    Elaborar um padro de movimentos do modo a

    propiciar a reduo do tempo necessrio limpeza e

    lubrificao;

    Alocar horrio apropriado para execuo desta tarefa

    de forma rotineira;

    4 inspeo geral

    Promover treinamento e educao para execuo da

    inspeo tcnica, conforme recomendado pelo manual;

    Capacitao para deteco de anomalias, assim como

    sua correo

    5 inspeo

    autnoma Elaborao da planilha para inspeo espontnea e

    promover sua execuo;

    6organizao e

    sistematizao

    Efetivar a normalizao dos diversos parmetros

    necessrios gesto, promov-los e efetuar sua

    manuteno:

    Normas para fluxo de material;

    Normalizao dos registros dos dados;

    Normas para gesto das ferramentas e instrumentos

    diversos;

    7consolidao

    autocontrole

    Promover a anlise e melhoria dos equipamentos,

    conforme a diretriz da empresa e seu objetivos,

    baseado nos dados e anlise como o de MTBF e

    outras atividades em prol da melhoria.

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    Manuteno Industrial

    56 Faculdade de Tecnologia

    Aplicao das 5 medidas para quebra zero

    A idia da quebra zero baseia-se no conceito de que a quebra a falha visvel.

    Motivos fsicos

    As falhas no so visveis por estarem em local de difcil acesso ou encobertas por

    sujeiras e detritos.

    Motivos psicolgicos

    As falhas deixam de ser detectadas devido falta de interesse ou falta de

    capacitao dos operadores ou dos mantenedores.

    As 5 medidas para quebra zero so:

    1. Estruturao das condies bsicas; refere-se limpeza e ordem na rea de

    trabalho e nos equipamentos. Inclui a lubrificao das mquinas.

    2. Obedincia s condies de uso; significa operar as mquinas dentro de seus

    limites, obedecendo os parmetros definidos do projeto.

    3. Regenerao do envelhecimento; refere-se a programas de manuteno

    preventiva bem montados.4. Sanar falhas do projeto; significa detectar deficincias de concepo ou de

    fabricao da mquina e san-las atravs de modificaes.

    5. Incrementar a capacitao tcnica; significa treinar operadores e mantenedores

    para que possam desempenhar eficazmente as 4 medidas anteriores.

    Eliminao das seis grandes perdas

    Os fatores que prejudicam o bom rendimento operacional das mquinas podem ser

    reunidos em 6 grupos. A eliminao das perdas obrigatria para o sucesso da TPM.

    Falha esta motivada

    por uma coleo defalhas no visveis

    semelhana de um

    iceberg.

    As falhas no visveis

    costumeiramente

    deixam de ser

    detectadas por dois

    motivos:

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    Manuteno Industrial

    57 Faculdade de Tecnologia

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    Manuteno Industrial

    58 Faculdade de Tecnologia

    Implantao da TPM

    Deve fazer parte do planejamento estratgico da empresa. Uma vez que, sem a

    participao de todos, ser impossvel realizar as mudanas de modo adequado.

    A seguir plano de implantao com 12 etapas em 4 fases e as estratgias:

    Etapa Estratgias bsicas

    1 fase Preparao - 3 a 6 meses

    1Declarao da alta direo sobre

    a deciso de adotar o TPM.

    Realizao de seminrios internos de apresentao.

    Anncio no jornal interno.

    2 Divulgao e treinamento inicial. Seminrios para mdia e alta gerncias.Exposio aos demais funcionrios.

    3Secretaria para a implantao

    do TPM.

    Criao do conselho diretivo e tcnico e de uma

    secretaria.

    4 Diretriz bsica do TPM. Fixao dos objetivos e previses.

    5 Plano diretor do TPM. Delineamento dos planos de cada etapa.

    2 fase Introduo

    6Decolagem do TPM. Convites aos fornecedores, s empresas compradoras

    e s coligadas para palestras e reunies.

    3 fase Assentamento - 2 a 3 anos

    7Melhoria individualizada do

    rendimento de cada mquina.

    Seleo dos equipamentos alvo.

    Estruturao do grupo de trabalho.

    8Estruturao para realizar a

    manuteno espontnea.

    Tcnica sequencial.

    Implantao de auditoria.

    9

    Estruturao para

    planejamento da manuteno

    Manuteno sistemtica.

    Infra-estrutura geral: sobressalentes, ferramentas,

    desenhos, etc.

    10

    Treinamento operacional e de

    manuteno

    Treinamento coletivo dos lderes.

    Treinamento dos operadores e dos mantenedores.

    Criao dos elos de comunicao.

    11Estruturao para controle e

    gesto dos equipamentos.

    Gesto do fluxo inicial.

    Custo do ciclo de vida.

    4 fase Consolidao

    12Execuo rotineira do TPM e

    seu aperfeioamento.

    Estabelecimento de prmios pelo desempenho.

    Busca de objetivos mais ambiciosos

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    Manuteno Industrial

    59 Faculdade de Tecnologia

    importante salientar alguns pontos das estratgias, so eles:

    desejvel a disseminao da TPM por toda a fbrica. Porm, em plantas grandes,

    conveniente escolher uma rea piloto para que se adquira experincia. Somente

    depois deve ser difundida a TPM por toda a empresa.

    A criao da secretaria e dos conselhos no envolve contratao de novosfuncionrios.

    A sexta etapa consiste numa espcie de declarao ao mundo de que a TPM ser

    adotada. Nesta etapa, a alta direo deve reafirmar o propsito de adoo da TPM e

    um representante dos funcionrios deve declarar que aceita o desafio.

    Na stima etapa, deve-se constituir grupos de trabalho que selecionaro um

    equipamento problemtico para trabalhar a eliminao das 6 grandes perdas.

    A auditoria dever ser feita sempre por pessoas externas ao setor auditado. Isto ,

    pessoas de um setor auditam outro setor.

    Gesto do fluxo inicial, refere-se ao desenvolvimento de programas de manuteno

    preventiva e tambm de sua avaliao econmica.

    Treinamentos necessrios

    A fim de atingir os objetivos traados necessria a capacitao de mantenedores e

    operadores.

    Os mantenedores devem passar por programas que incrementem suas habilidades e

    os preparem para a mecatrnica (mecnica mais eletrnica).

    Os operadores devem ser treinados em conceitos de manuteno, informaes

    tcnicas sobre elementos de mquinas e rotinas especficas desenvolvidas pela

    manuteno. Tudo, com vistas ao cumprimento dos sete passos da manuteno

    autnoma.

    Os programas devem ser desenvolvidos mensalmente e divididos em mdulos de 16 a

    32 horas em mdia. Esta forma indicada para que os participantes possam fazer uma

    boa correlao com a prtica.

    O papel da manuteno

    O setor de manuteno quem d o suporte lgico e operacional para a TPM. As

    tarefas da manuteno compreendem:

    Preparar as rotinas a serem cumpridas pelos operadores;

    Preparar e ministrar os treinamentos para os operadores;

    Expandir e melhorar continuamente o desenvolvimento da manuteno planejada;

    Assessorar e controlar a implantao da manuteno autnoma;

    Fazer a verificao rotineira do andamento da manuteno autnoma; Desenvolver programa para ajustes e melhorias das rotinas de conservao.

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    Custo do ciclo de vida

    uma tcnica de clculo para determinar quanto capital ser consumido durante a

    vida til de uma mquina. O CCV subsidia decises de escolha entre produtos

    similares, na hora da compra. E, ainda, um auxiliar importante nas decises de

    reforma.O clculo do CCV determinado pela frmula:

    CCV = CI + N (CO + CM + CP)

    CI = custo do investimento

    CO = custo de operao

    CM = custo de manuteno

    CP = custo com a perda de produo

    N = nmero de anos de vida til

    CI - Custo do investimento

    a soma dos investimentos em:

    Custo da mquina ou equipamento;

    Construo civil;

    Instalao eltrica;

    Sobressalentes;

    Ferramentas e equipamentos de manuteno;

    Documentao;

    Treinamento dos primeiros operadores e mantenedores.

    CO - Custo de operao

    a soma dos custos com:

    Pessoal de operao;

    Energia;

    Materiais para operao;

    Transporte;

    Treinamento dos operadores.

    CM - Custo de manuteno

    a soma dos custos com:

    Pessoal de corretiva;

    Material de corretiva;

    Pessoal de preventiva;

    Material e equipamentos de preventiva;

    Reforma (pessoal e material); Treinamento dos mantenedores para continuar o ciclo.

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    CP - Custo com a perda

    o produto entre:

    nmero de vezes que a mquina estar em manuteno, por ano;

    MTTR;

    Lucro cessante por hora ou o custo da perda de produo por hora.

    Indicadores de desempenho

    O melhor indicador para averiguar-se o desempenho da TPM o rendimento

    operacional global. Ele um valor percentual calculado para 1 dia, 1 ms, 1 semestre

    ou 1 ano e, para determin-lo, preciso calcular antes:

    ndice do tempo operacional;

    ndice do rendimento operacional;

    ndice de produtos aprovados.

    ndice do tempo operacional (ITO)

    TT

    TPTTITO

    ndice do rendimento operacional (IRO)

    IRO = IV x IOE

    ndice de velocidade

    TCE

    TCTIV

    ndice de operao efetiva (IOE)

    TPTT

    QTPxTCEIOE

    ndice de produtos aprovados (IPA)

    QTP

    DQTPIPA

    Rendimento operacional global (ROG)

    ROG = ITO x IRO x IPA x 100

    TT = tempo total (descontada parada programada);

    TP = tempo de parada (quebra, troca de ferramenta,

    QTP = quantidade total produzida

    IV = ndice de velocidade

    IOE = ndice de operao efetiva

    TCT = tempo de ciclo terico (calculado por Mtodos e Processos)

    TCE = tempo de ciclo efetivo (cronometrado)

    QTP = quantidade total produzida

    D = quantidade de peas defeituosas

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    Exemplo:

    Clculo do rendimento operacional global para 1 dia de trabalho de uma retificadora de

    produo.Jornada diria = 60 min. x 8h = 480 min.

    Tempo de parada programada = 20 min.

    Tempo total = TT = 480 min. - 20 min. = 460 min.

    Tempo de parada no programada = 60 min.

    0,87min460min.

    60min460minITO

    (ndice do tempo operacional)

    Tempo de ciclo terico = 0,5 min/pea

    Tempo d ciclo efetivo = 0,8 min/pea

    0,625a0,8min/pe

    a0,5min/peIV (ndice de velocidade)

    Quantidade produzida = 400 peas

    0,860min460min

    0,8min/p400p xIOE

    (ndice de operao efetiva)

    IRO = 0,625 x 0,8 = 0,5 (ndice do rendimento operacional)

    Quantidade de peas defeituosas = 8

    980400

    8400IPA ,

    (ndice de produtos aprovados)

    ROG = 0,87 x 0,5 x 0,98 x 100ROG = 42,6% (Rendimento operacional global)

    Como se pode notar o ROG baixo, pois as indstrias manufatureiras operam com um

    ndice de 50 a 60%.

    Para melhorar o rendimento preciso trabalhar na melhora do IV e no IOE, procurando

    aument-los.

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    Controle da manuteno

    Tem como objetivo obter informaes para orientar tomadas de decises quanto a

    equipamentos e a grupos de manuteno. Faz isso por meio da coleta e tabulao de

    dados, aperfeioamento a interpretao dos resultados e criando padres de trabalho.

    Quanto forma de operao do controle, existem quatro sistemas: manual, semi -

    automatizado, automatizado e por microcomputador.

    Controle manual

    o sistema no qual a manuteno preventiva e corretiva so controladas e analisadas

    por meio de formulrios e mapas, que so preenchidos manualmente e guardados em

    pastas de arquivo (figura abaixo).

    Nesse sistema h necessidade de um processo organizado de ordenao de

    documentos ( por semana, por setor, por equipamentos, etc.), com o fim de permitir a

    recuperao rpida de dados e evitar a perda de informaes.

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    Controle semi-automatizado

    o sistema no qual a interveno preventiva controlada com o auxlio do

    computador e a interveno corretiva obedece ao controle manual (figura abaixo).

    A fonte de dados desse sistema deve fornecer todas as informaes necessrias para

    serem feitas as requisies de servio, incluindo as rotinas de inspeo e execuo. O

    principal relatrio emitido pelo computador deve conter no mnimo:

    Tempo gasto e previso;

    Servios realizados;

    Servios reprogramadas (adiados);

    Servios cancelados.

    Esses so dados fundamentais para a tomada de providncia por parte da superviso.

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    Controle automatizado

    o sistema em que todas as intervenes da manuteno tm seus dados

    armazenados pelo computador, para que se tenham listagens, grficos e tabelas

    peridicas para anlise e tomada de deciso, conforme a necessidade e conveninciados vrios setores da manuteno.

    Neste sistema, a alimentao de dados feita por meio de formulrios padronizados,

    com dados codificados dentro de padres compatveis com os equipamentos de

    entrada de dados da empresa (disco, fita, etc.).

    Controle por microcomputador

    o sistema no qual todos os dados sobre as intervenes da manuteno soarmazenados no microcomputador e facilmente se tem acesso a eles por vdeo ou

    impressora (figura seguinte).

    Esse sistema permite uma excelente disponibilidade na utilizao do microcomputador

    pelo usurio tanto na coleta de dados como na obteno de resultados, visto que sua

    alimentao feita na origem, pelo prprio executante, dispensando os formulrios

    padronizados. E o executante pode desenvolver programas de acordo com suas

    necessidades.

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    Neste caso, fundamental que o computador esteja em rede com o computador

    central.

    A funo primordial do controle alimentar o planejamento, a programao, a

    superviso, etc., com dados claros e confiveis.

    O controle exige a criao de padres. E padro significa procedimentos dinmicos

    normalizados com critrios de qualidade e quantidade.

    Os pontos principais a serem controlados so:

    Custos;

    Disponibilidade;

    Tempos (execuo e espera)

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    Custos

    Custos da manuteno

    O custo de um produto acabadopara a empresa chama-se custo de

    produo.

    O custo da manuteno (figura ao

    lado) est embutido no custo de

    produo e deve representar um

    pequeno percentual. O valor

    mximo deve ser de 12%.

    O custo da manuteno formado

    pela soma dos custos de:

    Mo-de-obra 20%

    Materiais 20%

    Insumos 20%

    Lucro cessante 40%

    Entre esses custos extremamente

    difcil contabilizar o lucro cessante,

    portanto deve-se considerar a soma

    dos custos igual a 60% do custo de

    manuteno (figura ao lado e no

    centro).

    comum, a empresa no

    contabilizar em separado osinsumos usados em manuteno

    (energia eltrica, ar comprimido,

    combustvel, material de limpeza,

    etc.). Desse modo, o custo da

    manuteno ser a soma do custo

    de mo de obra mais o custo dos

    materiais (figura ao lado).

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    Assim, um custo numericamente baixo no significa manuteno com custos mnimos

    ou racionalizados. necessrio sempre considerar os critrios empregados no

    levantamento dos custos para avaliar os reais gastos com manuteno.

    Comparao de custos

    Sob o aspecto de custos, a manuteno corretiva, ao longo do tempo, apresenta uma

    curva ascendente, devido reduo da vida til dos equipamentos, perda da produo

    e da qualidade, aumento da aquisio de peas de reposio, ociosidade da mo de

    obra operativa, perda de mercado e aumento de riscos de acidente.

    Aps a implantao da manuteno preventiva, e esta vem associada ao

    planejamento, programao e controle, as curvas de custos se apresentam como na

    figura abaixo. Onde se v um crescimento dos custos de preventiva acompanhado do

    decrscimo dos custos de corretiva at o ponto de equilbrio (1).

    Aps o equilbrio, se o investimento continuar ocorrer o efeito inverso. Isto , a

    preventiva custar tanto quanto a corretiva.

    Calcula-se um prazo mdio de 2 a 3 anos para implantar-se uma preventiva eficiente a

    atingir a melh