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MAPAS MENTAIS

Enriquecendo Inteligências

Manual de aprendizagem e desenvolvimento de inteligências:captação, seleção, organização, síntese, criação e

gerenciamento de conhecimentos

Walther Hermann&

Viviani Bovo

2005

2a Edição

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Capa: Kellyn Yuri Teruya, Gilson da Silva Domingues ePietro Teruya Domingues

Editoração e fotolitos: Join Bureau

Impressão: Art Color

Mapas mentais: Walther Hermann e Viviani Bovo

Ilustrações: Viviani Bovo, Rafael Bovo, Anderson Freitas dos Passose Bruna Meirelles

Foto: Rafael Bovo (2a capa)

Revisões: 1a revisão: Cleide Vieira de Queiroz Cabral2a revisão: Hebe Ester Lucas3a revisão: Danae Stephan

Elaboração e edição: Walther Hermann e Viviani Bovo

Direitos reservados: Walther Hermann e Viviani Bovo

2a Edição

Hermann, WaltherMapas mentais : enriquecendo inteligências : captação, seleção, or-

ganização, síntese, criação e gerenciamento de informação / WaltherHermann, Viviani Bovo. – Campinas, SP, 2005.

ISBN: 85-87778-07-2

1. Aprendizagem 2. Psicologia da aprendizagem I. Hermann,Walther. II. Título.

05-4079 CDD-370.1523

Índice para catálogo sistemático:

1. Mapas mentais : aprendizagem : Psicologia educacional 370.1523

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)(Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil)

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Índice

Abertura

Prefácio da Segunda Edição .............................................................. IX

Prólogo ................................................................................................ XIII

Dedicatória .......................................................................................... XV

Primeira Parte – Fundamentos

Introdução .......................................................................................... 3

Aprendendo a Aprender ................................................................... 21

Mapas Mentais – Apresentação e Exemplos ................................... 79

Segunda Parte – Desenvolvendo Habilidades

Memorização ...................................................................................... 109

Comparação, Classificação, Analogias e Metáforas ...................... 147

Ordenação e Hierarquia de Informações ....................................... 165

Refinando sua Capacidade de Síntese ............................................. 189

Ilustrações ........................................................................................... 213

Resgatando sua Criatividade ............................................................ 237

Mapas Mentais – Elaboração ........................................................... 265

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Índice • VII

Terceira Parte – Conteúdos Complementares

Apêndice 1 – Para Pais, Educadores e Professores ......................... 303

Apêndice 2 – Elaborar Mapas Mentais:Melhor à Mão ou em Software? .............................. 313

Apêndice 3 – Programa de Enriquecimento Instrumental .......... 323

Apêndice 4 – Inteligências Múltiplas .............................................. 333

Apêndice 5 – Autocinética – Focalizando sua Mente .................. 337

Conclusão ................................................................................................... 345

Encerramento

Bibliografia ......................................................................................... XVII

Links úteis na Internet ...................................................................... XX

Sobre os autores ................................................................................. XXI

Atividades do IDPH .......................................................................... XXVI

Obs.: Para compreender melhor como ler este livro fora da ordem seqüencial,consulte previamente o fluxograma da página 83.

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Segunda Parte

Desenvolvendo Habilidades

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Refinando sua Capacidade de Síntese

Depois de todos os exercícios anteriores, estamos bem preparados paraas próximas tarefas, cuja finalidade principal é sintetizar ou resumir infor-mações. Essa habilidade depende muito de sua intuição e de suas impressõesmais subjetivas, embora seja também necessário integrá-las com suas compe-tências de análise.

Você já deve ter ouvido aquele dito popular que afirma que um indiví-duo pode se considerar realizado quando teve um filho, escreveu um livro eplantou uma árvore. Pois bem, acreditamos que um profissional bem sucedi-do é aquele que possui algumas qualidades essenciais: é um pouco ator (temexcelente capacidade de expressão), um pouco sonhador (tem sonhos e ideais),é bom vendedor (mesmo que não trabalhe na área de vendas – tal qual umvendedor de idéias, persuasivo, sociável, acessível), é excelente negociador, élíder, é um realizador (empenha-se para realizar seus objetivos), é versátil eflexível (evitando os preconceitos e a teimosia que tanto enfraquecem as ou-tras qualidades), entre várias outras qualidades.

Tratando da qualidade de bom comunicador, você também já deve terouvido que um bom vendedor é aquele que consegue “dar o seu recado” ematé 30 segundos. Assim como fazem os bons comerciais de televisão – por issoas boas agências publicitárias cobram tão caro, porque passam dias, semanase até meses criando uma mensagem compacta e poderosa para atrair o inte-resse do telespectador.

Admite-se que, se conseguimos despertar o interesse de um cliente ouplatéia nos primeiros 15 ou 30 segundos iniciais, então teremos capturadosua atenção para uma apresentação mais detalhada e persuasiva. Assim, estaseção é de importância vital em nosso trabalho, não somente porque pode-mos melhorar nossa habilidade de sintetizar idéias ou informações, mas tam-

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bém porque o uso regular dos mapas mentais vai nos proporcionar essacompetência.

De fato, as habilidades a serem treinadas nesta seção têm o objetivo deaprimorar sua habilidade de selecionar informações relevantes de um texto,de modo que você também saiba utilizar os mapas como uma “ferramenta”de apoio na elaboração de resumos e sínteses. Primeiramente, vamos tratarapenas do assunto de como elaborar resumos. No final, vamos fazer algumasexperiências de uso dos mapas mentais como recurso adicional.

Este próximo texto, retirado do livro Os Problemas São a Solução, servi-rá para explicarmos o processo na prática. Você deverá primeiramente fazerum resumo de no máximo 15 linhas no qual sintetize as idéias contidas notexto. Faça isso com os conhecimentos que já possui, de modo que possa com-parar com as sugestões que apresentaremos nesta seção posteriormente. Quan-do seu resumo estiver pronto, então prossiga a leitura.

Leia o texto a seguir e faça o resumo proposto:

1. Um dia, folheando uma revista, encontrei umamatéria muito interessante. Na verdade, foi otítulo completamente absurdo que captou mi-nha atenção e meu interesse. Essa curiosidadenatural é uma ótima forma de perceber comoestá orientado nosso sistema de busca automá-tica, ou “Farejador Interior”, como gosto dechamar.

2. Voltando à matéria... Tinha como apelo inicial:“O homem que vende ignorância”. Comecei aleitura. Era a história de um americano, já cin-qüentão, e suas peripécias na vida. Ele era gra-duado em direito e arquitetura, se não meengano. Toda a sua vida trabalhara em peque-nos projetos ou consultorias, porém nada tinhadado muito certo. Mesmo os negócios que em-preendera não foram bem sucedidos.

3. Como dizemos, fora “empurrando com a bar-riga” e sobrevivendo ao longo dos anos. Embo-ra fosse considerado muito inteligente e criativo,nunca tinha dado muito certo. Um belo dia,numa viagem de férias pelo interior dos EstadosUnidos, comprara um guia e fora de carro.

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4. Ao longo de seu passeio, constatou uma grandedificuldade de utilização daquele guia turístico.Cada vez que necessitava uma informação, em-bora soubesse estar lá, levava muito tempopesquisando até encontrá-la. Quando estava naestrada, ao anoitecer, buscando no guia a cida-de mais próxima, encontrava as cidades orga-nizadas em ordem alfabética. De que lhe serviaisso?

5. Foi ficando muito incomodado com essas circuns-tâncias, a ponto de destacar páginas do livro, colá-las em outros lugares, recortar, rabiscar, anexaretc. Quando retornou da viagem, o guia estavacompletamente em frangalhos.

6. Entretanto, ainda insatisfeito com a aquisição,ligou para o editor da publicação e fez todas asreclamações. Suas queixas eram tão bem funda-mentadas que esse editor contratou-o para imple-mentar suas idéias de um novo arranjo dasinformações constantes no guia.

7. Atualmente, esse homem é um profissional ex-tremamente bem-sucedido e trabalha em suamansão à beira da praia, na costa oeste ameri-cana. É conhecido como o primeiro e mais im-portante Arquiteto da Informação. Quando lheperguntam o que faz, responde: “Eu vendo aminha ignorância”.

8. Graças à sua “burrice” (e de mais 99% dos ame-ricanos), ele ganha milhões de dólares por anopara reorganizar informações de guias turísti-cos, listas telefônicas e manuais técnicos.

9. E as pessoas gostam muito quando compramalgumas dessas publicações preparadas por ele.São extremamente claras, organizadas e de fá-cil manuseio. Seu pior problema? Suas dificul-dades de compreender aquelas publicações. Eesses problemas tornaram-se seus principaisaliados!

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10. Quando li essa reportagem, algo fantásticoaconteceu dentro de mim e em minha com-preensão sobre qual era a minha profissão. Essahistória foi tão importante para mim que, na-quela época, contava-a para todos os amigos,como se tivesse “descoberto a América”!

11. Um de meus amigos, em retribuição, contou-meoutra história fantástica: era sobre um outroamericano, empreendedor desde jovem, quenunca fora bem-sucedido. Tivera um primeironegócio e fracassara. Tivera um segundo em-preendimento que não dava dinheiro. No ter-ceiro, desentendera-se com o sócio. Assim pordiante, nada dava certo para esse homem queia sobrevivendo no decorrer de sua carreira depequeno empresário.

12. Um belo dia, depois de várias tentativas, acaba-ra de quebrar em outra iniciativa. Parou, refle-tindo sobre tantos insucessos e, extremamenteinsatisfeito, perguntou-se:

13. “Que diabos... Afinal de contas, o que eu apren-di nesses anos todos?! O que eu sei fazer, enfim?”

14. Nessa ocasião, então, encontrou sua mais im-portante resposta pessoal e profissional: des-cobrira aquilo que tinha aprendido, o querealmente sabia fazer de melhor. Ele era um es-pecialista em fracassos! Ninguém tinha fracas-sado tanto quanto ele. Ninguém sabia fazer issomelhor do que ele!

15. O impacto emocional da descoberta dessa sua rea-lidade única e profunda foi devastador. A partirdesse momento, tornou-se milionário! Passou avender “fracassos”. Isso mesmo! Começou a pro-mover palestras de motivação para empresáriosquebrados e altos executivos desempregados.

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16. Evidentemente, ninguém, absolutamente nin-guém, corre o risco de fracassar sentado em umacadeira sem fazer nada. Somente fracassa aque-le que está fazendo ou buscando algo. E ninguémera melhor do que ele para falar sobre esse assun-to. Ele tinha sido mal-sucedido inúmeras vezes e,depois de cada insucesso, sabe-se lá como, conse-guira se reorganizar, levantar-se, sacudir a poei-ra e dar a volta por cima!

17. Ao longo de sua vida, tivera a oportunidade desentir repetidas vezes aqueles sentimentos e cir-cunstâncias que acompanham cada fracasso.Após cada uma dessas perdas, se recompunha,se automotivava e iniciava um novo negócio.Seu maior drama... seu pior problema... foi eleque forjou suas melhores habilidades!

Agora que você já fez seu resumo, vamos testar a eficiência de nossométodo. Volte para o texto anterior e, em cada um dos 17 parágrafos, subli-nhe as três palavras mais importantes, aquelas que melhor guardam a idéiado parágrafo, como se buscasse extrair a essência das idéias ali contidas. Podeacontecer que você escolha somente uma ou duas palavras, ou mesmo quatroou cinco, não há problema. Dê uma atenção especial às palavras que se repe-tem no texto, elas podem conter informações importantes.

Quando tiver escolhido as palavras mais importantes, aquelas que en-cerram a essência de cada parágrafo, prepare-se para descobrir uma palavraque você seja capaz de sentir, pensar ou intuir, que sintetize a idéia contidaem cada parágrafo, e inclua essa palavra junto com as outras sublinhadas.Faça isso de modo que cada parágrafo contenha, ao seu lado, nas linhas dacoluna à esquerda, até quatro palavras que carreguem a essência do sentidodo parágrafo.

Vamos dar um exemplo utilizando-nos do primeiro parágrafo:

“Um dia, folheando uma revista, encontrei uma matéria muito inte-ressante. Na verdade, foi o título completamente absurdo que cap-tou minha atenção e meu interesse. Essa curiosidade natural é umaótima forma de perceber como está orientado nosso sistema de buscaautomática, ou ‘Farejador Interior’, como gosto de chamar.”

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Vamos supor que você ainda não esteja bem treinado na habilidade de sele-cionar ou hierarquizar a informação mais importante: nesse caso, sugerimos quevocê comece por excluir as palavras menos relevantes, como no exemplo a seguir:

“Um dia, folheando uma revista, encontrei uma matéria muito inte-ressante. Na verdade, foi o título completamente absurdo que cap-tou minha atenção e meu interesse. Essa curiosidade natural é umaótima forma de perceber como está orientado nosso sistema de buscaautomática ou ‘Farejador Interior’ como gosto de chamar.”

Observe que as palavras que cortamos não possuem sentido isolado, ser-vindo apenas como adjetivos, complementos ou conectoras entre as idéias maisimportantes – via de regra, você poderia cortar tudo o que não é o núcleodas sentenças, constituído de substantivos e verbos de ação. Mesmo os verbosde ligação não são relevantes. Para facilitar a identificação, você pode consi-derar como substantivo toda aquela palavra que aceite algum dos artigos: a,o, as, os, um, uma, uns, umas). Assim, restaram as palavras: “Folheando re-vista, encontrei matéria. Título captou atenção interesse. Curiosidade perce-ber sistema busca ‘Farejador Interior’ gosto chamar”.

Observe que as palavras que restaram ainda dão a informação original,talvez com menos ênfase, mas está quase tudo lá. De quase cinco linhas com-pletas, restaram quase duas. Agora está mais fácil selecionar três palavras?Note que o contexto “Folheando revista” talvez não seja tão relevante. Assimcomo “encontrei matéria” também não diz nada de essencial sobre o parágra-fo. Da mesma forma, “título captou atenção interesse” e “gosto chamar”, sãoainda parte do contexto e não dizem nada sobre a essência da matéria. Porisso, em nossa compreensão, restaram apenas as palavras escolhidas. Certa-mente, você poderia escolher algo diferente, pois são percepções pessoais.

Retomando, no primeiro parágrafo de nosso texto, portanto, seleciona-mos as seguintes palavras: “curiosidade” e “farejador interior”. Lendo o pará-grafo e pensando sobre as palavras escolhidas, eu colocaria como palavra queresumisse o parágrafo: despertar. Observe que não existe regra, apenas umaforma pessoal de perceber. Não existe certo ou errado, apenas o treinamentode nossa percepção da linguagem. Você poderia ter escolhido: início, interes-sante, absurdo, atenção, busca, farejador ou interior.

Perceba que o restante das palavras desse parágrafo, como mencionamoshá pouco, são termos de ligação. Elas não contêm sentido isolado, apenasservem de recheio do texto para dar fluência à linguagem, como a conhece-mos. Conforme já dissemos outras vezes, admite-se que as idéias principais de

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um texto estejam em apenas 10% ou 20% de todas as suas palavras – e os ma-pas mentais podem apresentar isso com grande elegância. Isto é, 80% a 90%do conteúdo de um texto está em apenas 10% ou 20% das palavras, e vice-versa, apenas 10% ou 20% do conteúdo de um texto está espalhado por 80%ou 90% das palavras, o que é suficiente para nos confundir, você não acha?

Evidentemente, esta seleção é apenas para você compreender o processo.Futuramente, quando estiver fazendo os seus resumos, você não fará um pro-cedimento tão demorado e complexo; poderá escolher apenas uma palavrapor parágrafo ou, eventualmente, nenhuma, quando o parágrafo não conti-ver nada de significativo. Vamos mostrar como faríamos no resto do texto:

2. Voltando à matéria... Tinha como apelo inicial: “O homem que vendeignorância”. Comecei a leitura. Era a história de um americano, jácinqüentão, e suas peripécias na vida. Ele era graduado em direito earquitetura, se não me engano. Toda a sua vida trabalhara em pe-quenos projetos ou consultorias, porém nada tinha dado muito cer-to. Mesmo os negócios que empreendera não foram bem-sucedidos.

Palavra pensada, sentida ou intuída: “absurdo”.

3. Como dizemos, fora “empurrando com a barriga” e sobrevivendo aolongo dos anos. Embora fosse considerado muito inteligente e cria-tivo, nunca tinha dado muito certo. Um belo dia, numa viagem deférias pelo interior dos Estados Unidos, comprara um guia e fora decarro.

Palavra pensada, sentida ou intuída: “contradição”.

4. Ao longo de seu passeio, constatou uma grande dificuldade de utili-zação daquele guia turístico. Cada vez que necessitava uma infor-mação, embora soubesse estar lá, levava muito tempo pesquisandoaté encontrá-la. Quando estava na estrada, ao anoitecer, buscandono guia a cidade mais próxima, encontrava as cidades organizadasem ordem alfabética. De que lhe servia isso?

Palavra pensada, sentida ou intuída: “obstáculo”.

5. Foi ficando muito incomodado com essas circunstâncias, a ponto dedestacar páginas do livro, colá-las em outros lugares, recortar, ra-

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biscar, anexar etc. Quando retornou da viagem, o guia estava com-pletamente em frangalhos.

Palavra pensada, sentida ou intuída: “ativação”.

6. Entretanto, ainda insatisfeito com a aquisição, ligou para o editorda publicação e fez todas as reclamações. Suas queixas eram tão bemfundamentadas que esse editor contratou-o para implementar suasidéias de um novo arranjo das informações constantes no guia.

Palavra pensada, sentida ou intuída: “solução” ou “razão”.

7. Atualmente, esse homem é um profissional extremamente bem-su-cedido e trabalha em sua mansão à beira da praia, na costa oesteamericana. É conhecido como o primeiro e mais importante Arqui-teto da Informação. Quando lhe perguntam o que faz, responde: “Euvendo a minha ignorância”.

Palavra pensada, sentida ou intuída: “descoberta”.

8. Graças à sua “burrice” (e de mais 99% dos americanos), ele ganhamilhões de dólares por ano para reorganizar informações de guiasturísticos, listas telefônicas e manuais técnicos.

Palavra pensada, sentida ou intuída: “oportunidade”.

9. E as pessoas gostam muito quando compram algumas dessas publicaçõespreparadas por ele. São extremamente claras, organizadas e de fácilmanuseio. Seu pior problema? Suas dificuldades de compreender aque-las publicações. E esses problemas tornaram-se seus principais aliados!

Palavra pensada, sentida ou intuída: “novo significado”.

10. Quando li essa reportagem, algo fantástico aconteceu dentro de mime em minha compreensão sobre qual era a minha profissão. Essahistória foi tão importante para mim que, naquela época, contava-a para todos os amigos, como se tivesse “descoberto a América”!

Palavra pensada, sentida ou intuída: “transformação”.

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11. Um de meus amigos, em retribuição, contou-me outra história fan-tástica: era sobre um outro americano, empreendedor desde jovem,que nunca fora bem-sucedido. Tivera um primeiro negócio e fracas-sara. Tivera um segundo empreendimento que não dava dinheiro.No terceiro, desentendera-se com o sócio. Assim por diante, nadadava certo para esse homem que ia sobrevivendo no decorrer de suacarreira de pequeno empresário.

Palavra pensada, sentida ou intuída: “fracasso”.

12. Um belo dia, depois de várias tentativas, acabara de quebrar em ou-tra iniciativa. Parou, refletindo sobre tantos insucessos e, extrema-mente insatisfeito, perguntou-se: “Que diabos... Afinal de contas, oque eu aprendi nesses anos todos?”.

Palavra pensada, sentida ou intuída: “frustração”.

13. “O que eu sei fazer, enfim?”

Palavra pensada, sentida ou intuída: “impasse”.

14. Nessa ocasião, então, encontrou sua mais importante resposta pes-soal e profissional: descobrira aquilo que tinha aprendido, o que real-mente sabia fazer de melhor. Ele era um especialista em fracassos!Ninguém tinha fracassado tanto quanto ele. Ninguém sabia fazer issomelhor do que ele!

Palavra pensada, sentida ou intuída: “aceitação”.

15. O impacto emocional da descoberta dessa sua realidade única e pro-funda foi devastador. A partir desse momento, ficou milionário!Passou a vender “fracassos”. Isso mesmo! Começou a promover pa-lestras de motivação para empresários quebrados e altos executivosdesempregados.

Palavras pensadas, sentidas ou intuídas: “inovação” ou “oportunidade”.

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16. Evidentemente, ninguém, absolutamente ninguém, corre o risco defracassar sentado em uma cadeira sem fazer nada. Somente aqueleque está fazendo ou buscando algo pode fracassar. E ninguém eramelhor que ele para falar sobre esse assunto. Ele tinha sido mal-su-cedido inúmeras vezes e, depois de cada insucesso, sabe-se lá como,conseguira se reorganizar, levantar-se, sacudir a poeira e dar a voltapor cima!

Palavra pensada, sentida ou intuída: “recuperação”.

17. Ao longo de sua vida, tivera a oportunidade de sentir, repetidas ve-zes, aqueles péssimos sentimentos e circunstâncias que acompanhamcada fracasso. Após cada uma dessas perdas, se recompunha, seautomotivava e iniciava um novo negócio. Seu maior drama... seupior problema... foi ele que forjou suas melhores habilidades!

Palavras pensadas, sentidas ou intuídas: “transcendência” ou “subli-mação”.

Observe primeiramente que as regras não são rígidas. Há parágrafos emque escolhemos apenas uma ou duas palavras, outros em que selecionamosquatro ou cinco. No que diz respeito também às palavras pensadas, sentidasou intuídas, há casos em que tivemos necessidade de escolher mais de umainicialmente. Tenha em mente que o processo criativo não deve ser julgado,criticado ou abortado – haverá oportunidade posterior para você avaliar ra-cionalmente as “loucuras” que possa ter cometido ao selecionar palavras semsentido aparente. Primeiro, aceitamos as idéias, mesmo que fora do critério;posteriormente, numa atitude crítica, usando um processo analítico de jul-gamento, poderemos selecionar em um grupo aquelas que contenham umaquantidade maior de opções.

Daquelas quatro palavras mais importantes (três escolhidas no texto euma intuída, sentida ou pensada) para cada parágrafo, você deverá selecionara mais significativa para cada um deles. Em alguns casos, você pode selecio-nar duas, quando somente uma não for suficiente para delimitar sua com-preensão. Desse modo, terminará esta etapa do exercício com a quantidadede parágrafos igual ou menor que a quantidade de palavras que os sinteti-zam. No caso do nosso exemplo, ao final desta etapa, teremos no mínimo 17palavras (de fato, são 21 palavras):

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1. “despertar”2. “absurdo” e “ignorância”3. “contradição” e “inteligente”4. “dificuldade”5. “ativação” e “incômodo”6. “fundamento” e “solução”

Em geral, com a prática, talvez você concorde que as palavras pensadas,sentidas ou intuídas são tão valiosas ou até melhores do que aquelas disponí-veis no próprio texto.

Agora você deverá escrever em poucos parágrafos um resumo que conte-nha essas 17 ou mais palavras e que pretenda ser uma síntese do texto original.Talvez seja útil respeitar a ordem das palavras, entretanto, às vezes, mesmo umamudança de ordem pode ajudar o texto a ser mais sintético. Nesse pequenoresumo, você poderá incluir quantas palavras desejar, principalmente aquelasque possam enriquecer a compreensão da idéia original. Aqui está um primei-ro resumo do texto anterior, utilizando-se aquelas 21 palavras:

“Certa vez, lendo uma revista, despertei para a importância da igno-rância. Era um caso contraditório, sobre um sujeito que tinha difi-culdades de compreensão de textos, embora fosse muito inteligente.Quando lia, ficava muito incomodado com o seu esforço de entendi-mento. A solução era esforçar-se ainda mais até compreender.

7. “descoberta”8. “oportunidade”9. “aliados”10. “transformação”11. “fracassos”12. “frustração”

13. “impasse”14. “aceitação”15. “inovação”16. “reorganização”17. “sublimação”

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Porém, descobriu, para sua surpresa, que essa dificuldade não era so-mente sua, e dessa forma identificou uma boa oportunidade de negócio àmedida que começou a vender sua habilidade de organizar e simplificarinformações escritas. Aquela dificuldade que possuía tornou-se sua alia-da no empreendimento de facilitar e simplificar a compreensão de ou-tras pessoas. Isso transformou minha compreensão da importância dassituações que a vida nos oferece para desenvolvermos nossa criatividade.

Um outro caso muito interessante foi de um sujeito que fracassa-ra muitas vezes em empreendimentos e negócios. Sua frustração eramuito grande, mas continuou tentando, até um grande impasse: des-cobrir o que aprendera em tantas dificuldades. Subitamente concluiuque tais problemas lhe indicavam uma solução única: que aceitassetais circunstâncias. Quando fez isso, reorganizando suas memórias,descobriu que poderia fazer algo muito inovador, o que lhe garantiuum tremendo sucesso: ensinar outras pessoas a sublimar seus própriosfracassos e a aprender com eles a fazer algo criativo.”

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Obs.: Note que, nesse caso, incluímos um tronco a mais no mapa (“ro-teiro”) para tratar de nossa interpretação do texto, na qual abs-traímos o processo descrito em cada um dos casos tratados, levandoem conta nossos conhecimentos anteriores sobre a natureza dos de-safios humanos. Esse vínculo com informações prévias pode fugirdo escopo do resumo, porém constitui-se naquilo que chamamosde aprendizado, isto é, criar relacionamentos, vínculos e compa-rações com nossa bagagem anterior e possibilitar a elaboração deconclusões criativas (vide definições sobre o processo de compara-ção apresentado na seção de Comparação, página 148, para com-preender a importância desse tronco extra de nosso mapa).

Talvez você tenha achado essa primeira versão muito abstrata. Essa ha-bilidade de conceituação e abstração será desenvolvida com a prática. Nãohá problemas, nem podemos afirmar que essa síntese seja correta. É apenasuma versão possível entre tantas. Esse mesmo exercício poderia ter sido feitorespeitando-se mais o enredo concreto do texto. Nesse caso, teríamos selecio-nado as seguintes palavras do texto original:

1. “curiosidade”2. “vendedor” e “ignorância”3. “criativo” e “inteligente”4. “dificuldade” e “informação”5. “incômodo”6. “queixas” e “fundamento”

7. “arquiteto”8. “burrice”9. “problemas”10. “transformação”11. “fracassos”12. “tentativas”

13. “dúvida”14. “especialista”15. “motivação”16. “risco”17. “forjou”

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O novo resumo ficaria parecido com o seguinte:

“Tive minha curiosidade despertada pelo caso de um vendedor deignorância. Ele era muito criativo e inteligente, e transformou suagrande dificuldade de compreender informações escritas, que lhe eramuito incômoda, no combustível de sua profissão de ‘arquiteto dainformação’. Suas queixas tinham fundamento, embora aparentassemser pura ‘burrice’. Suas dificuldades e seus problemas de compreensãoeram comuns entre outras pessoas, desse modo, seu esforço de enten-der e explicar poderia ajudar outras pessoas. Assim sendo, transfor-mou seus problemas numa boa oportunidade de negócio.

Outro caso semelhante e muito interessante foi o do vendedor defracassos. Era um empreendedor que fracassara muitas vezes, a pon-to de duvidar de sua capacidade e de quase perder a coragem de ten-tar novamente. Porém, nesse momento, descobriu que tornara-se umespecialista em motivação, pois ninguém fracassa enquanto não se ar-risca a fazer algo: assim, compreendeu que sua longa vivência com osfracassos tenha forjado em si a capacidade de se automotivar.”

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Eventualmente, algumas palavras escolhidas podem até incluir algumasdaquelas que tinham sido selecionadas originalmente e que foram descarta-das na seleção prévia. Isto é, tínhamos 17 parágrafos que deram origem, tal-vez, a 68 palavras (três selecionadas por parágrafo juntamente com mais umaque você mesmo fosse capaz de sentir, intuir ou pensar, lembra-se?).

Observe que, nos dois exemplos anteriores, respeitamos a seqüência doseventos do texto original, sendo que a ordem das idéias foi mantida na medi-da do possível. Naturalmente, poderíamos ter mudado também a ordem,como faremos num exemplo adiante. Você perceberá isso mais facilmente senotar que os dois exemplos do texto trazem a mesma mensagem. Isto é, a des-crição dos parágrafos 3 a 10 é muito semelhante à descrição apresentada nosparágrafos 11 a 17. É como se tratássemos do mesmo roteiro vivenciado porduas pessoas diferentes, porém com os mesmos sentimentos e desafios (casovocê deseje se aprofundar nessa compreensão dos scripts ou roteiros arque-típicos, consulte na bibliografia as indicações de Joseph Campbell, em espe-cial o livro O Herói de Mil Faces).

Nesta próxima etapa, você deverá sublinhar apenas as principais palavras oufrases do texto, de modo a identificar as principais idéias contidas no material.

“Certa vez, lendo uma revista, despertei para a importância da igno-rância. Era um caso contraditório sobre um sujeito que tinha difi-culdades de compreensão de textos, embora fosse muito inteligente.Quando lia, ficava muito incomodado com o seu esforço de entendimento.A solução era esforçar-se ainda mais até conseguir compreender.

Porém, descobriu, para sua surpresa, que essa dificuldade não erasomente sua, e dessa forma identificou uma boa oportunidade de ne-gócio à medida que começou a vender sua habilidade de organizar esimplificar informações escritas. Aquela dificuldade que possuía tor-nou-se aliada no empreendimento de facilitar e simplificar a com-preensão de outras pessoas. Isso transformou minha compreensão daimportância das situações que a vida nos oferece para desenvolver-mos nossa criatividade.

Um outro caso muito interessante foi de um sujeito que fracassa-ra muitas vezes em empreendimentos e negócios. Sua frustração eramuito grande, mas continuava tentando até um grande impasse: des-cobrir o que aprendera em tantas dificuldades. Subitamente concluiuque tais problemas lhe indicavam uma solução única: que aceitassetais circunstâncias. Quando fez isso, reorganizando suas memórias,descobriu que poderia fazer algo muito inovador, que lhe garantiu

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um tremendo sucesso: ensinar outras pessoas a sublimar seus própriosfracassos e a aprender com eles a fazer algo criativo!”

E o segundo resumo poderia ser:

“Tive minha curiosidade despertada pelo caso de um vendedor de igno-rância. Ele era muito criativo e inteligente e transformou sua grande difi-culdade de compreender informações escritas, que lhe era muito incômoda,na sua profissão de ‘arquiteto da informação’. Suas queixas tinham fun-damento, embora aparentassem ser pura ‘burrice’! Seus problemas de di-ficuldade de compreensão eram comuns entre outras pessoas, desse modo,seu esforço de entender e explicar ajudava a outras pessoas. Assim sen-do, transformou seus problemas numa boa oportunidade de negócio.

Outro caso semelhante e muito interessante foi o do vendedor defracassos. Era um empreendedor que fracassara muitas vezes, a pon-to de duvidar de sua capacidade e de quase perder a coragem de ten-tar novamente. Porém, nesse momento, descobriu que tornara-se umespecialista em motivação, pois ninguém fracassa enquanto não se ar-risca a fazer algo: assim, compreendeu que sua longa vivência com osfracassos tinha forjado em si a capacidade de se automotivar.”

Vamos agora repetir o procedimento de selecionar de duas a quatropalavras por parágrafo e atribuir uma que seja intuída, sentida ou pensada,de modo que fiquemos novamente com quatro palavras por parágrafo. Parao primeiro resumo, escolheríamos as seguintes:

❑ 1o parágrafo: “ignorância”, “esforço de entendimento” e “problema”(palavra escolhida).

❑ 2o parágrafo: “descoberta”, “oportunidade”, “desenvolvimento” e“transformação” (palavra escolhida).

❑ 3o parágrafo: “frustração”, “aprendizado”, “inovação” e “identificaçãode oportunidade” (palavra escolhida).

Para o segundo resumo, mais objetivo, seriam as seguintes:

❑ 1o parágrafo: “vendedor de ignorância”, “arquiteto de informações”,“oportunidade” e “aproveitamento” (palavra escolhida).

❑ 2o parágrafo: “dúvida”, “especialista” e “automotivação” (palavraescolhida).

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Vamos agora selecionar as seis palavras-chave mais importantes, isto é,que contenham a essência do texto resumido. Perceba que a taxa decompactação da quantidade delas é de aproximadamente três vezes, ou seja,tínhamos 17 parágrafos e, conseqüentemente, pelo menos 17 palavras-chave;agora desejamos reduzir em aproximadamente três vezes a quantidade delas,para seis.

Com essas seis palavras-chave mais essenciais, construa uma oração ousentença que possa ser um resumo do texto. Em nosso primeiro exemplo, nósescolheríamos as seguintes palavras: “problema”, “ignorância”, “oportunida-de”, “desenvolvimento”, “aprendizado” (“ensino”) e “inovação”, que nos convi-dariam a escrever o seguinte resumo: “Temos dois elegantes exemplos parailustrar como alguns problemas e situações da vida atual podem revelaroportunidades, a ponto de a ignorância tornar-se uma qualidade valiosa ouum empreendedor fracassado desenvolver uma abordagem inovadora paraensinar estratégias de automotivação a executivos e empresários quebradosque desejam resgatar sua autoconfiança.”

Para o segundo caso, escolheríamos as palavras “arquiteto de informa-ções”, “aproveitamento”, “especialista” e “automotivação”, geradoras da seguinteversão: “A qualificação de ‘arquiteto da informação’ foi dada a um sujeito,muito inteligente, especialista em organizar informações que, no entanto,reclamava de muita dificuldade de compreender textos. Essa sua dificuldadeexigia-lhe uma grande dedicação, até que descobriu como aproveitá-la comoum diferencial competitivo bastante lucrativo. De forma semelhante, umsujeito bastante frustrado com seus inúmeros fracassos nos negócios, cria-tivamente descobriu como aproveitar sua experiência de automotivaçãopessoal para obter a própria prosperidade enquanto ensinava muitos pro-fissionais e empresários fracassados a resgatarem sua auto-estima.”

Busquemos “espremer” ainda um pouco mais, selecionando uma únicapalavra que possa abarcar o máximo sentido possível dessa história. Repitaos procedimentos iniciais: escolha as três palavras mais importantes do texto,determine mais uma palavra com sua intuição, sentimento ou pensamento e,finalmente, escolha a palavra ou a frase mais essencial, a mais importante, amais significativa de todas – a qual, para você, sintetize a mensagem de todoo texto. Caso tenha conseguido uma única palavra, agora construa uma fraseque também contenha a mensagem de todo o texto.

De uma forma geral, as idéias contidas no texto parecem apontar paraalguns provérbios bastante familiares, tais como: “Dê-me um limão que eufaço uma limonada”; “As coisas não são aquilo que parecem ser”; “Deus escre-ve certo por linhas tortas” etc. Ao identificarmos a idéia central do material,

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fica mais fácil reconstruirmos o texto, aproveitando aquilo que ele oferece demais essencial. Também poderíamos recriá-lo, utilizando-nos de outros exem-plos ou contextos.

Em nossa compreensão, como autores, levando em conta nossos objeti-vos ao escrever este livro, poderíamos dizer que essa palavra-chave é “criati-vidade” – este é o assunto que pretendíamos utilizar neste exercício, emboratenhamos adiante uma seção inteira com esse tema. Note que estamos falan-do de criatividade numa perspectiva mais ampla: aquilo que a vida nos induza criar. Esse era o sentido do título do livro do qual o texto foi retirado(Os Problemas São a Solução).

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Sob um ponto de vista mais técnico, podemos também admitir umaoutra escolha, que tenha como essência a ressignificação ou reenquadramento.Esses conceitos representam essa habilidade que possuímos de atribuir senti-dos diferentes às nossas experiências de vida. Isso, por sua vez, pode ser umimportante “lubrificante” para resgatarmos nossa autoconfiança e para nostornarmos mais corajosos em explorar o mundo, ou seja, voltando a expres-sar nossos dons de criadores e “aprendedores” permanentes.

Obs.: Note que o tronco “criatividade” deste mapa contém exatamenteo mapa anterior inteiro. Assim, com a prática, você poderá uti-lizar esse recurso para lidar com o grau de detalhamento que de-sejar manter ou retirar de seus mapas ou resumos.

Antes de finalizar, gostaríamos que você comparasse o seu primeiro re-sumo (que solicitamos que fizesse no início desta seção) com o que aprendeua fazer ao longo dos exercícios anteriores. Agora você poderá decidir se con-tinua com sua estratégia antiga ou se adota nossas sugestões para lidar com acompactação de informações.

Como neste exercício nós sugerimos algumas soluções possíveis, agoraproporemos que você exercite essa habilidade com os textos “O Canhoto”(página 16) e “O Menino que Quebrava Brinquedos” (página 75). O trabalhocom esses textos ainda poderá promover uma reordenação de sua compreen-são e, quem sabe, de seus próprios valores, se assim lhe for útil.

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Lembre-se de que o roteiro do processo de síntese que propusemos éparecido com o seguinte:

1. Selecione três palavras-chave que contenham a maior parte do sen-tido de cada parágrafo.

2. Escolha você uma palavra que possa sintetizar a idéia principal des-se parágrafo.

3. Faça isso para cada parágrafo do texto a ser resumido.4. Entre as três palavras selecionadas e aquela escolhida, encontre agora

aquela que representa mais fielmente o sentido de cada parágrafo.5. Construa um texto reduzido, que contenha todas essas idéias ou palavras.6. Repita o procedimento das etapas 1 a 5, tantas vezes quanto neces-

sário, com o objetivo de reduzir o material anterior a pelo menos aterça parte em cada ciclo.

7. Quando tiver um resumo com até cinco parágrafos, sublinhe as idéiasprincipais e as palavras mais importantes, de modo a ficar atento àidéia principal do texto, até que você possa obter uma palavraessencial que lhe indique uma idéia central, um pensamento, um pro-vérbio qualquer, a partir do qual você possa reutilizar algumas pa-lavras-chave para reconstruir a idéia do texto em poucas palavras.

8. Agora você poderá enriquecer o texto até ele atingir o tamanho de-sejado, seja como resumo, como síntese ou como um conjunto depalavras úteis para você elaborar um mapa mental, utilizando o tí-tulo ou a idéia central do texto como a raiz do mapa (veja maisdetalhes na seção de Elaboração de Mapas Mentais, página 265).

9. Se você preferir, poderá recriar o texto original a partir da idéiacentral, incluindo as suas próprias experiências e memórias. Esserecurso é especialmente útil caso você deseje reconstruir textos deforma criativa ou tornar-se também escritor(a).

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Se você fez todos os exercícios que propusemos, agora você está pronto(a)para prosseguir seu trabalho de elaboração de mapas mentais que sirvam decomplemento ou roteiro de estudos, resumos ou guias de informações, listas,roteiros de palestras ou cursos etc.

Lembre-se sempre de que tal método é uma “ferramenta” adicional paraque você possa organizar melhor suas idéias e, por que não, seus sentimentos,atividades, prioridades etc. Deixamos agora as quatro últimas tarefas destaseção para você:

1) No máximo em quatro ou cinco linhas, explique o que você apren-deu ou concluiu ao fazer os exercícios desta seção.

2) Encontre uma única palavra para sintetizar sua experiência interiorvivida nesta seção.

3) Construa um mapa mental que lhe faça lembrar das descobertas, de-cisões e pensamentos significativos que vivenciou.

4) Faça uma relação de algumas de suas memórias cujos sentimentossejam negativos, guardem ressentimentos ou o(a) façam sofrer. Bus-que identificar algo de positivo nelas, de modo que você possa atri-buir a elas um novo significado – isso aliviará o sofrimento quealgumas memórias despertam e poderá transmutá-los, trazendo-lhemais paz e compreensão. Quem sabe elas tenham exigido que vocêdesenvolvesse alguns “músculos emocionais” que hoje fazem parte deseu arsenal de competências ou qualidades... Caso não encontre nadade útil, então leia o Apêndice 5, na página 337, sobre Autocinéticapara gerenciar os maus sentimentos dessas memórias.

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