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MAPAS MENTAIS

Enriquecendo Inteligências

Manual de aprendizagem e desenvolvimento de inteligências:captação, seleção, organização, síntese, criação e

gerenciamento de conhecimentos

Walther Hermann&

Viviani Bovo

2005

2a Edição

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Capa: Kellyn Yuri Teruya, Gilson da Silva Domingues ePietro Teruya Domingues

Editoração e fotolitos: Join Bureau

Impressão: Art Color

Mapas mentais: Walther Hermann e Viviani Bovo

Ilustrações: Viviani Bovo, Rafael Bovo, Anderson Freitas dos Passose Bruna Meirelles

Foto: Rafael Bovo (2a capa)

Revisões: 1a revisão: Cleide Vieira de Queiroz Cabral2a revisão: Hebe Ester Lucas3a revisão: Danae Stephan

Elaboração e edição: Walther Hermann e Viviani Bovo

Direitos reservados: Walther Hermann e Viviani Bovo

2a Edição

Hermann, WaltherMapas mentais : enriquecendo inteligências : captação, seleção, or-

ganização, síntese, criação e gerenciamento de informação / WaltherHermann, Viviani Bovo. – Campinas, SP, 2005.

ISBN: 85-87778-07-2

1. Aprendizagem 2. Psicologia da aprendizagem I. Hermann,Walther. II. Título.

05-4079 CDD-370.1523

Índice para catálogo sistemático:

1. Mapas mentais : aprendizagem : Psicologia educacional 370.1523

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)(Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil)

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Índice

Abertura

Prefácio da Segunda Edição .............................................................. IX

Prólogo ................................................................................................ XIII

Dedicatória .......................................................................................... XV

Primeira Parte – Fundamentos

Introdução .......................................................................................... 3

Aprendendo a Aprender ................................................................... 21

Mapas Mentais – Apresentação e Exemplos ................................... 79

Segunda Parte – Desenvolvendo Habilidades

Memorização ...................................................................................... 109

Comparação, Classificação, Analogias e Metáforas ...................... 147

Ordenação e Hierarquia de Informações ....................................... 165

Refinando sua Capacidade de Síntese ............................................. 189

Ilustrações ........................................................................................... 213

Resgatando sua Criatividade ............................................................ 237

Mapas Mentais – Elaboração ........................................................... 265

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Índice • VII

Terceira Parte – Conteúdos Complementares

Apêndice 1 – Para Pais, Educadores e Professores ......................... 303

Apêndice 2 – Elaborar Mapas Mentais:Melhor à Mão ou em Software? .............................. 313

Apêndice 3 – Programa de Enriquecimento Instrumental .......... 323

Apêndice 4 – Inteligências Múltiplas .............................................. 333

Apêndice 5 – Autocinética – Focalizando sua Mente .................. 337

Conclusão ................................................................................................... 345

Encerramento

Bibliografia ......................................................................................... XVII

Links úteis na Internet ...................................................................... XX

Sobre os autores ................................................................................. XXI

Atividades do IDPH .......................................................................... XXVI

Obs.: Para compreender melhor como ler este livro fora da ordem seqüencial,consulte previamente o fluxograma da página 83.

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Segunda Parte

Desenvolvendo Habilidades

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Comparação, Classificação,

Analogias e Metáforas

Se, como dissemos tantas vezes, os mapas mentais podem nos ajudar a de-senvolver estratégias mentais, por outro lado, o refinamento dessas estratégiaspode enriquecer sobremaneira nossa habilidade de construir mapas cada vezmelhores, mais organizados e mais facilmente compreensíveis por outras pessoas.

Dessa forma, o que seria apenas uma estratégia pessoal de anotação po-derá transformar-se também num método de comunicação de informações,especialmente útil nos casos de construção de mapas em equipes de trabalho.Nessas ocasiões, é importante que todos os agentes da construção de um mapacoletivo tenham uma mesma compreensão sobre os critérios de comparação,ordenação, classificação e hierarquia de informações.

Por essas razões é que incluímos neste livro algumas idéias relacionadascom o desenvolvimento da inteligência e “ferramentas cognitivas” que possamnos auxiliar a melhorar nossas estratégias mentais, além dos benefícios jáconhecidos do mapeamento mental.

Reuven Feuerstein, com seu famoso Programa de Enriquecimento Ins-trumental (PEI), foi um dos pioneiros a tratar desse assunto de uma formaestratégica, ao elaborar um método para o desenvolvimento dessas habilidadescognitivas. Estas são, em sua maioria, muito úteis para quem deseja construirmapas mentais (comparação, classificação, percepção analítica, ilustrações erelações transitivas) e desenvolver sua inteligência (veja mais informações nosApêndice 3, pág. 323 e Apêndice 4, pág. 333).

Vamos ilustrar algo simples nesta seção, pois para tratar deste assunto emprofundidade seriam necessários muitos livros e, de fato, tais assuntos já forambastante explorados nos trabalhos de Feuerstein, pelos seus colaboradores e alu-nos. No caso de você desejar ou necessitar aprofundar-se nesse conhecimento oudesenvolver essas habilidades, quer como educador, quer como estudante, vocêdeverá consultar os materiais do Programa de Enriquecimento Instrumental.

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Comparações

Simplificadamente, o processo comparativo envolve inicialmente a ob-servação, a percepção e a identificação de semelhanças e diferenças das partesde uma estrutura, seja ela material (um objeto), um fato (uma informação)ou abstrata (uma idéia). Conforme Feuerstein, os rudimentos da operaçãode comparação começam com a manipulação de objetos durante a qual reco-nhecemos semelhanças e diferenças pela superposição destes. Essas caracterís-ticas, semelhantes e diferentes, são somadas e constituem a base da formulaçãode classes de características e atributos relevantes para as necessidades e fina-lidades da comparação.

A habilidade de comparar é uma condição essencial para que sejamoscapazes de processar informações. Caso contrário, apenas poderíamos memo-rizar fatos e informações isoladamente, sem sermos capazes de relacioná-las esem termos recursos para organizá-las e classificá-las, estabelecendo generali-zações ou agrupando as experiências e percepções por categorias.

Desde crianças já sabemos comparar. Ofereça dois sorvetes a uma crian-ça, para que ela escolha apenas um, e ela escolherá provavelmente o maiorou aquele cuja cor lhe indique seu sabor de preferência. Essa escolha é possí-vel porque ela, com base em algum critério prévio, foi capaz de compararambos e reconhecer qual dos dois é mais atraente, seja pelo tamanho ou pelosabor. Talvez possa ainda pedir o sabor de sua preferência em maior quanti-dade. Seus referenciais lhe permitem processar as informações que percebe (ca-racterísticas dos dois sorvetes) e selecionar aquilo que mais lhe interessa.

Embora essa habilidade cognitiva seja aprendida precocemente, seu refi-namento é fundamental para que possamos desenvolver o raciocínio abstra-to, à medida que nos tornamos mais hábeis em identificar características cadavez mais sutis, definindo generalizações adequadas para analisar e gerenciarinformações cada vez mais complexas. Isto é, depois de apreendermos o pro-cesso de comparar no universo das coisas concretas, generalizamos a opera-ção a ponto de sermos capazes de comparar memórias, fatos ou informaçõese, posteriormente, idéias num grau ainda mais sofisticado.

A seguir, apresentamos um exercício simples, cuja tarefa é identificar al-gumas semelhanças e algumas diferenças entre as duas representações de cadaretângulo. De fato, as semelhanças mais relevantes no primeiro retângulo sãoque ambos são esportistas e praticam esportes com bolas. Poderíamos ir aléme relacionar outras características comuns, tais como: os tênis e os shorts quevestem, a camisa número 7, ambos estão em movimento aparente, em postu-ras de desequilíbrio, representam seres humanos etc.

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Comparação, Classificação, Analogias e Metáforas • 149

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150 • MAPAS MENTAIS – Enriquecendo Inteligências

As diferenças significativas incluem os tipos de esporte: futebol (jogado

com os pés) e basquete (jogado com as mãos); e as menos importantes: sexos

diferentes, mangas das camisas, cor da ilustração etc.

O enriquecimento de nossas habilidades de comparar nos proporciona

discernimento, e o amadurecimento do discernimento nos oferece melhores

condições de comparação. Isto é, comparação e discernimento são competên-

cias mutuamente inter-relacionadas e dependentes, ou seja, desenvolvem-se

coordenadamente, como o ovo e a galinha. A comparação é também a pedra

angular de nossa competência de organizar e integrar elementos de informa-

ção em conjuntos coordenados e significativos de pensamento, isto é, à nossa

compreensão, ao nosso repertório ou à nossa memória. É graças à habilidade

de comparar que somos capazes de estabelecer relações entre dados e associar

informações (função essencial também no desenvolvimento das estratégias de

memorização, conforme já tratamos).

Quando já se possui tal faculdade cognitiva – a comparação, funcionan-

do natural e espontaneamente –, torna-se possível a modificação e a trans-

formação do indivíduo pelo aprendizado e pela própria exposição ao universo

das experiências, ou seja, o processo de aprendizado não é apenas um meca-

nismo de acúmulo de memórias, mas também um processo de crescimento e

de desenvolvimento pessoal. Isso coloca a habilidade de comparação como

uma das mais importantes condições para o aprendizado.

Dessa forma, as funções cognitivas envolvidas no processo comparativo

incluem uma percepção aguçada (clara e estável), uma memória que nos

permita estabelecer fatores constantes e invariantes, uma iniciativa paciente

durante um processo de exploração sistemática e precisão no manejo das in-

formações, uma destreza em utilizar a linguagem (terminologia e conceitos)

de forma simples e objetiva e a operação chamada de somativa, que permite

gerenciar aspectos qualitativos e quantitativos dos dados, hierarquizar a im-

portância das características no processo comparativo, tomar decisões quan-

to à identificação ou diferenciação das características ou dados, ou seja, sermos

capazes de julgar ou valorizar características e estabelecer relações.

Se no início utilizamos objetos ou ilustrações, no futuro poderemos execu-

tar as comparações entre memórias, idéias, pensamentos ou mesmo sentimentos.

A seguir, incluímos duas maneiras semelhantes de exercitar a comparação.

Nesses casos, utilizando formas geométricas. Observe que, para uma criança,

essas explorações vão forjando gradualmente suas habilidades de comparar e

vão desenvolvendo a acuidade visual.

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Comparação, Classificação, Analogias e Metáforas • 151

Na próxima página, encontre as peças indicadas do lado de fora do re-tângulo e pinte-as.

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152 • MAPAS MENTAIS – Enriquecendo Inteligências

Por fim, chegamos ao passatempo mais conhecido, o jogo das diferen-ças. O exemplo a seguir talvez ajude você a relevar a importância de uma gran-de quantidade de brincadeiras que, lenta e progressivamente, afiam nossashabilidades de comparar conteúdos.

Jogo das dez diferençasEncontre as dez diferenças entre as duas ilustrações a seguir, algumas mais

fáceis e outras que exigem maior atenção e acuidade visual:

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Comparação, Classificação, Analogias e Metáforas • 153

Crianças que não tiveram um universo abundante de experiências de com-paração adquiridas em tais passatempos ou em situações diárias (escolares oufamiliares) nas quais pudessem exercitar o seu discernimento, em geral apresen-tarão deficiências cognitivas ou maior lentidão em manipular os conteúdos esco-lares. Cremos que grande parte das brincadeiras de grupos e jogos de salão oferece,além de diversão e passatempo, um universo adequado de experiências para odesenvolvimento de muitas habilidades de importância vital para a cognição, asociabilização e o aprendizado. Uma delas, não suficientemente valorizada, é amímica – que contribui consideravelmente para o desenvolvimento e o refina-mento da flexibilidade, da desenvoltura em público, do treinamento da expres-são corporal, em síntese, da comunicação, tão valiosa nos dias atuais.

Evidentemente, para uma criança que está desenvolvendo suas habilida-des cognitivas (“ferramentas” e estratégias de aprendizado) e seu discernimen-to, um universo concreto e ilustrado, tal qual apresentamos anteriormente, ébastante útil. Para um adulto, tais exercícios podem parecer muito simplesou inadequados. Por isso, preparamos um ambiente bem mais complexo, pro-veitoso, sofisticado e abstrato para a prática de adultos: a hierarquia dos seusvalores. Os resultados de tais comparações e ordenações proporcionarão ain-da ganhos bem mais amplos do que apenas o enriquecimento instrumentalcognitivo. Você, adulto, encontrará tal desafio na próxima seção, Ordenaçãoe Hierarquia de Valores e Critérios, com início na pág. 165.

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Comparação, Classificação, Analogias e Metáforas • 155

Classificações

Mais uma vez, trataremos deste assunto de uma forma bastante simplifi-cada. Podemos definir que classificação constitui a operação de organizarinformações agrupando-as em categorias ordenadas, cujos critérios de sele-ção incluem exclusão ou inclusão de itens, a partir de características determi-nantes que sejam semelhantes ou diferentes, respectivamente.

Segundo Feuerstein, a classificação é a base das operações lógico-verbais,isto é, a linguagem estabelece classes de informações por sua natureza e é de-terminada por ela (como exemplo, a sintaxe simples da linguagem, conformeaprendemos nos primeiros anos de estudo, é sujeito + verbo + predicado –que são classes de informações).

O uso de categorias permite que lidemos e falemos sobre as experiênciasde vida, reduzindo assustadoramente a quantidade de informações das coisas(objetos, fatos e idéias) sobre as quais falamos ou pensamos. Por outro lado,o processo de classificação exige que escolhamos atributos essenciais e defina-mos os grupos de informações (ou os seus símbolos) a serem classificados.

Dentro de uma classe, as diferenças podem ser irrelevantes ou podemdelimitar os atributos de subconjuntos e subclasses. De uma forma simples, oprocesso de generalização, que nos permite aprender e reconhecer objetos,fatos e idéias, é possível graças às operações de comparação e de classificação,entre as mais importantes.

Assim, as operações mentais envolvidas nos processos de classificação são:diferenciação, discriminação, articulação de grupos, codificação e decodificação,pensamento divergente e raciocínio dedutivo e indutivo, de acordo com as refle-xões de Feuerstein. Por outro lado, a classificação inclui a coleção de dados, prin-cípios de agrupamento e a própria generalização que mencionamos acima.

No exemplo a seguir, é bastante fácil identificar como uma criança éconduzida a desenvolver tal habilidade no cotidiano, enquanto seus pais,amigos e professores lhe propõem uma série de comparações, identificações,ordenações e inclusão em categorias previamente conhecidas.

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Outro desafio simples para ilustrar a importância e o alcance de tais ta-refas para habilitar o indivíduo a lidar com o mundo das informações de umadulto é o seguinte:

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Comparação, Classificação, Analogias e Metáforas • 157

Vamos estabelecer alguns princípios diferentes de classificação para tra-tar da continuidade deste exercício, respondendo às seguintes questões:

Quantas e quais são as formas diferentes?

Quantos tamanhos diferentes existem?

Quantas cores diferentes existem?

CLASSIFIQUE AS FORMAS GEOMÉTRICASDE ACORDO COM A TABELA ABAIXO

12

hexágono11

verde10

9

octógono8

azul7

círculo6

pequeno

triângulo

grande

TamanhoForma

amarelo

Cor

5

4

3

2

1

Número

12

hexágono11

verde10

9

octógono8

azul7

círculo6

pequeno

triângulo

grande

TamanhoForma

amarelo

Cor

5

4

3

2

1

Número

123

4 78

9

10

1112

6

5

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Vamos agora utilizar critérios distintos para avaliar os resultados de classi-ficar os dados anteriores, de modo que possamos compreender, na prática, aimportância de boas estratégias de classificação de informações. A primeira op-ção reproduz a tabela anterior no formato de um mapa mental. Temos todos osdados, porém não identificamos facilmente quais são as semelhanças e diferenças:

Além das questões conceituais envolvidas no processo de comparação e classi-ficação de dados, saber escolher as categorias de modo mais eficaz pode ser a dife-rença entre um processo trabalhoso e um simples. Avalie o exemplo anterior ecompare-o com os dois próximos para concluir qual dos três critérios é o maisadequado (evidentemente, tal escolha também depende das conclusões que deseja-remos obter do processo de classificação, isto é, quais são as classes importantes).

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Comparação, Classificação, Analogias e Metáforas • 159

Observe que o mapa anterior pode sofrer uma rápida mudança pararepresentar melhor a informação ao excluirmos os critérios de ordem dasinformações nos “galhos” e “ramos”, fazendo com que os últimos dois troncossejam rearranjados, como no mapa a seguir.

Poderíamos ainda ter contemplado outros arranjos de características, taiscomo construir os mapas anteriores baseados na seqüência [tamanho, cor eforma], [forma, tamanho e cor], [cor, tamanho e forma] ou ainda [cor, for-ma e tamanho]; deixamos essa tarefa para você exercitar, caso deseje.

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Comparação, Classificação, Analogias e Metáforas • 161

Analogias e Metáforas

De todas as operações cognitivas atribuídas às funções do hemisfériocerebral direito, além da capacidade de síntese, fazer analogias e construirmetáforas talvez sejam as mais elegantes, e certamente são as que mais evi-denciam o processo de integração das experiências de vida com nossas memó-rias e referências prévias, isto é, aquelas que tornam explícito o processo deaprendizado. Além disso, a arte existe graças a essa função de nossa mente,sustentada pelas habilidades cognitivas previamente tratadas.

As analogias darão o substrato de nossa habilidade de ilustrar, simbolizar,destacar ou embelezar e também de sintetizar informações, além de enriquecer arepresentação de nossas experiências com o uso da linguagem. Com o uso deanalogias e metáforas, somos capazes de contextualizar partes específicas em umacompreensão global, reconhecemos novas relações e estabelecemos conexõesentre informações, promovendo uma compreensão melhor e mais abrangente.O uso de analogias produz também um salto qualitativo de compreensão àmedida que rompe a linearidade da linguagem ao estabelecer relações comdistintas classes de informação. Atuando juntamente com os pensamentos rela-cional e analítico, transforma-se em uma poderosa “ferramenta” de comuni-cação que vitaliza a comunicação e a expressão (“dá vida” ao discurso).

Além de todas essas qualidades, as analogias e as metáforas alavancam a com-preensão e a manipulação de pensamentos abstratos sempre que estabelecem com-parações entre experiências e fatos vivenciados e os novos conhecimentos, cujosobjetivos consistem em ser apreendidos e aprendidos com clareza e profundidade.

No exemplo a seguir, tratado no livro de Linda Verlee Williams, umprofessor que desejava explicar o conceito de “infinito” para seus alunos conse-guiu resultados surpreendentes de compreensão quando, depois de ter explicadomatematicamente o conceito sem muito sucesso, demonstrou-o e comparou-o a ilimitadas e incontáveis imagens de alguém que olha um objeto à sua fren-te através de um espelho, quando está de costas para outro espelho (sendoque cada espelho reflete, infinitamente, as imagens capturadas pelo primeiroespelho, paralelo).

O caso anterior, entre incontáveis outros exemplos, ilustra brilhantemen-te como uma analogia é capaz de revelar, resgatar e ativar um conhecimentoprévio, muitas vezes vivenciado e utilizado pelo interlocutor em favor da com-preensão de um novo conhecimento, mesmo que muito abstrato. Essa pro-priedade, que as analogias e as metáforas possuem, de utilizar referênciasprévias do ouvinte como alicerces para inserir as novas aprendizagens, trans-fere o compromisso de aprendizado do instrutor para o aprendiz. Isso valida

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as experiências e os conhecimentos anteriores do estudante e os inclui comoingredientes do processo de aprendizado do conteúdo atual – nessa perspec-tiva, essa “ferramenta” é bem mais respeitosa e sutil, despertando graus deinteresse e motivação por novos conteúdos poucas vezes obtidos no ensino“frio” e formal tipicamente descritivo e unidirecional, pois contextualiza oconhecimento novo enquanto indica como, onde e com que eles poderão serrelacionados e armazenados (vinculados a outros já existentes).

Assim sendo, as analogias e metáforas são excelentes recursos para serutilizados em vários momentos de uma apresentação, seja ela verbal ou escri-ta, uma aula ou uma palestra, em qualquer ocasião: introdução, tese, clarifi-cação, argumentação, antítese, síntese, avaliação, fechamento ou conclusão.

As analogias e metáforas também podem ser utilizadas de forma evocativa,como um apelo, quando buscarmos referências nas sensações, nos sentimentosou nas experiências subjetivas do interlocutor. Nesse caso, as comparaçõesservirão para estimular-lhe associações livres e oferecer-lhe ambigüidades,funcionando mais como sugestões que delegam a compreensão e a síntese aoouvinte. Assim, um estilo evocativo de uso da linguagem complementa o dis-curso lógico e estruturado linearmente, conhecido como linguagem objetiva,que induz a uma compreensão precisa, clara, e evita ambigüidades (tipicamen-te compreensível pelo hemisfério cerebral esquerdo – segundo modelo educa-cional comumente utilizado).

Para despertar essa forma de compreensão e expressão, podemos induziro processo através da formulação de algumas perguntas: “Com o que isso separece?”, “É como se fosse o quê?” Entretanto, elas não devem ser utilizadascaso não tenhamos interesse ou disposição de ouvir as respostas, pois o nossojuízo de valor deverá ser acalmado e domesticado. Isto é, quando buscamostais referenciais de nossos interlocutores, não podemos mais julgar as respos-tas como certas ou erradas antes de averiguar exatamente o que o aprendizdesejava comparar com o uso de uma determinada analogia ou metáfora.

Para utilizarmos as melhores metáforas ou analogias – quer desejemos torná-las explícitas, como no caso de um complemento a uma explicação objetiva, quernão desejemos ser diretivos ao indicar o objetivo e a associação desejados (comonos casos do uso de metáforas em contextos comportamentais, terapêuticos oucriativos) – devemos ter muito bem claros os nossos objetivos, para que sejamoscapazes de escolher as melhores comparações.

Um exemplo curioso do uso da linguagem evocativa não diretiva (ana-logias e metáforas utilizadas em linguagem hipnótica para a aprendizagem)pode ser observado num episódio em que um brilhante cientista e autor delivros, desconhecido do grande público, senta-se ao lado de um leitor empol-

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Comparação, Classificação, Analogias e Metáforas • 163

gado durante uma viagem de avião. Ao descobrir que ele lia um de seus li-vros, pergunta-lhe o que estava lendo. O sujeito, maravilhado com a leiturae sem reconhecer o autor, começa a explicar-lhe as maravilhas daquilo quelia. Posteriormente, esse autor revela que nunca aprendera tanto sobre o as-sunto do qual tratara naquele livro quanto naquela conversa na qual ouviraatentamente os comentários e conclusões do seu leitor entusiasmado.

Se o objetivo for despertar um processo associativo ou criativo incons-ciente, então, nunca se deve revelar os objetivos ou significados das metáforasutilizadas nesses contextos de estimulação inconsciente, pois o processoassociativo inconsciente do interlocutor é sempre mais rico e adequado às suasnecessidades do que os objetivos do autor ou comunicador.

Num primeiro momento do processo associativo ou comparativo despertadopelo uso de analogias e metáforas, é bastante comum que o aprendiz estabeleçacomparações referenciadas nas semelhanças ou diferenças visualmente observáveis,isto é, nas aparências, que são bem mais simples de notar. Entretanto, com o uso eo aprimoramento dessa habilidade, terá condições de utilizar futuramente analogi-as funcionais ou estruturais, bem mais complexas, mas proporcionalmente mui-to mais freqüentes e úteis nos contextos de comunicação e aprendizado humano.

Faça agora algumas explorações simples para despertar sua atenção e oseu interesse por essa competência. Escolha alguém, alguma coisa ou algumlugar e responda as próximas perguntas:

Se o que você escolheu (essa pessoa, essa coisa ou esse lugar) fosse:

1) Um animal... Que animal seria?2) Um objeto... Que objeto seria?3) Uma paisagem... Que paisagem seria?4) Uma música... Que música seria?5) Um filme... Que filme seria?6) Um carro... Que carro seria?7) Um livro... Que livro seria?8) Um país... Que país seria?9) Uma fruta... Que fruta seria?10) Uma forma geométrica... Que forma seria?11) Uma personalidade pública... Quem seria?12) Um canal de televisão... Que canal seria?13) Uma rua... Que rua seria?14) Uma cidade... Que cidade seria?

Crie agora uma metáfora ou analogia de sua vida.

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