MAPEAMENTO DAS DOENÇAS EPIDÊMICAS DE...

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO Centro de Ciências Humanas e Naturais – CCHN Departamento de Geografia |DEFESA DE MONOGRAFIA| Vitória, 2006 MAPEAMENTO DAS DOENÇAS EPIDÊMICAS DE VEICULAÇÃO HÍDRICA PARA O MUNICÍPIO DE VITÓRIA - ES Orientador| Prof. MS. Maurício Sogame Graduando| Rafael Dias de Almeida

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPÍRITO SANTOCentro de Ciências Humanas e Naturais – CCHN

Departamento de Geografia

|DEFESA DE MONOGRAFIA|

Vitória, 2006

MAPEAMENTO DAS DOENÇAS EPIDÊMICAS DE VEICULAÇÃO

HÍDRICA PARA O MUNICÍPIO DE VITÓRIA - ES

Orientador| Prof. MS. Maurício Sogame

Graduando| Rafael Dias de Almeida

1

ESTRUTURA DA APRESENTAÇÃO

INTRODUÇÃO

2

3

4

5

6

PROBLEMÁTICA

OBJETIVOS

PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

RESULTADOS, ANÁLISES E DISCUSSÕES

CONSIDERAÇÕES FINAIS

1 INTRODUÇÃO

No Brasil, 65% das internações hospitalares são provenientes de doenças de veiculação hídrica, muitas dessas doenças estão relacionadas com baixa cobertura de água e rede de esgotamento sanitário, como no caso da diarréia e cólera. Outras relacionadas àinundação, como a leptospirose, malária e dengue (BRASIL, 2005).

Assim a presente pesquisa consiste em, utilizar o SIG em conjunto com os dados do Sistema de Informação sobre Agravos Notificados (SINAN), no mapeamento dos casos de doenças epidêmicas de veiculação hídrica, no Município de Vitória . Proporcionado assim, evidenciar a empregabilidade do SIG como gerador de informações em saúde.

Diante dessas estatísticas, a produção de informações para a gestão de serviços e formulação de políticas de saúde é hoje um desafio às administrações públicas, na busca por planejamento e atuação mais direta dos serviços de saúde.

1

Corresponde ao Município de Vitória, Capital do Estado do Espírito Santo.

INTRODUÇÃO

LOCALIZAÇÃO DA ÁREA DE ESTUDO

2 PROBLEMÁTICA

O Setor de saúde no Brasil é detentor de um extenso banco de dados, onde podemos encontrar inúmeros Sistemas de Informações:

• Sistema de Informação sobre Internações Hospitalares – SIH• Sistema de Informação sobre Mortalidade – SIM

• Sistema de Informação sobre Agravos Notificados – SINAN

Se por um lado, estes dados estão disponíveis, por outro, freqüentemente sua utilização é limitada pela ausência e baixa qualidade de ferramentas de análise.

Os Municípios se limitam a executar as rotinas de acumulação dos dados que são exigidos pelo Ministério da Saúde. As rotinas de acumulação de dados são efetivadas porque delas depende o repasse de recursos que custeiam o financiamento do Sistema Municipal de Saúde.

3 OBJETIVOS

b) Estabelecer mapas temáticos para cada doença pesquisada;

c) Conhecer a distribuição espacial das doenças e sua incidência em Vitória;

d) Gerar informações através de mapas, gráficos e tabelas;

e) Analisar e discutir os resultados, procurando apontar as possíveis causas da ocorrências das doenças.

a) Evidenciar a validade, qualidade e a empregabilidade do SIG como ferramenta da Epidemiologia;

4 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

Em visita ao setor de Vigilância Epidemiológica da SEMUS, foi realizada uma pesquisa no SINAN, a fim selecionar as doenças de veiculação hídrica, que ocorreram no Município, no período de 1999 a 2005.

BASE DE DADOS E BASES CARTOGRÁFICAS

Após o levantamento, foram selecionadas quatro doenças:

4 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

Para dengue, foi adquirido os dados sobre o Índice de Infestação Predial, para as Regiões de Saúde, no período de 2001 a 2005, cedidos pelo Centro de Controle de Zoonoses da PMV.

BASE DE DADOS E BASES CARTOGRÁFICAS

Índice de Infestação Predial - Indica o número de casas visitadas onde são encontradas larvas do mosquito da dengue (PORTAL DA SAÚDE, tópicos em saúde, 2006).

Na geração dos mapas de Taxa de Incidência, foi utilizado os dados populacionais censitários do IBGE para o ano de 2000.

O Ministério da Saúde classifica o índice em:

• Percentual inferior a 1%, ideal;

• Percentual entre 1% e 3%, situação de atenção;

• Percentual acima de 3%, situação de alerta.

4 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

Para o mapeamento, foram usadas duas bases cartográficas do Município de Vitória:

BASE DE DADOS E BASES CARTOGRÁFICAS

DIVISÃO ADMINISTRATIVA POR REGIÕES DE SAÚDEDIVISÃO POR BAIRROS

4 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

BASE DE DADOS E BASES CARTOGRÁFICAS

DIVISÃO POR BAIRROS

Foram feitas algumas alterações e considerações na base de dados e cartográficas.

BASE DE DADOSSEMUSAlagoano

São Pedro ISão Pedro II São Pedro III São Pedro IV São Pedro V

BombaMorro do Cabral

Morro do Quadro

OFICIALSEDEC*/IBGE

Ariovaldo Favalessa São Pedro Redenção São José

Santos Reis Nova Palestina

Santa LuizaBairro do Cabral

Bairro do Quadro

NOMENCLATURA DOS BAIRROS

* Secretaria Municipal de Desenvolvimento da Cidade de Vitória

4 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

BASE DE DADOS E BASES CARTOGRÁFICAS

DIVISÃO POR BAIRROS

Foram feitas algumas alterações e considerações na base de dados e cartográficas.

BAIRROSSEDEC/IBGE BASE DE DADOS/SEMUS

Bairro de Lourdes

NazarethBairro de Lourdes/Nazareth

Jabour

AeroportoJabour/Aeroporto

Jardim Penha Jardim Penha/Pontal de Camburi

Na base de dados, bairros vizinhos são unidos, ou seja, possuem um único número de casos.

Mantivemos um único número de casos para os bairro agrupado, sem alterar a divisão dos bairros na base cartográfica.

4 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

DIVISÃO ADMINISTRATIVA POR REGIÕES DE SAÚDE

BASE DE DADOS E BASES CARTOGRÁFICAS

A SEMUS utiliza uma divisão administrativa onde o Município é dividido em 6 regiões :

REGIÃO DO CENTRO

REGIÃO CONTINENTAL

REGIÃO DO FORTE DE SÃO JOÃO

REGIÃO DE MARUÍPE

REGIÃO DE SANTO ANTÔNIO

REGIÃO DE SÃO PEDRO

4 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

Foi utilizado na confecção dos mapas o softwares ArcGIS 9.0, que trabalha com o conceito de SIG.

PROCEDIMENTOS PARA CRIAÇÃO DOS MAPAS

A idéia inicial da pesquisa era somente mapear o quantitativo de casos das quatro doenças selecionadas.

• Índice de Infestação Predial de dengue;

• Taxa de Incidência para: hepatites A/E, leptospirose e dengue;

• Número de casos de leptospirose e dengue para os período seco e chuvoso.

Foram incluídos também:

4 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

PROCEDIMENTOS PARA CRIAÇÃO DOS MAPAS

- Total de mapas gerados: 60

• MAPA NÚMERO DE CASOS- Por Bairros e Regiões de Saúde de 1999 a 2005;- Doenças:

4 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

PROCEDIMENTOS PARA CRIAÇÃO DOS MAPAS

- Total de mapas gerados: 5

• MAPA ÍNDICE DE INFESTAÇÃO PREDIAL- Por Regiões de Saúde de 2001 a 2005;- Doenças:

- Dados cedidos pelo Centro de Controle de Zoonoses;

4 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

PROCEDIMENTOS PARA CRIAÇÃO DOS MAPAS

• MAPA TAXA DE INCIDÊNCIADefinição: medida estatística que mede risco de se adoecer em determinado local. Assim, utilizando a taxa é possível fazer comparações entre populações de diferentes tamanhos (BRASIL, 1996).

Taxa de Incidência = Número de casos x 100.000 habitantesPopulação (CENSO 2000, IBGE)

Para atingir uma taxa de incidência “exata” seria necessária haver uma estimativa da população dos bairros para todos os anos calculados, (1999 a 2005).

Não é possível aplicar a metodologia para calcular as estimativas populacionais por bairro, pois cada bairro possui seus componentes demográficos (fecundidade, mortalidade e migração) diferenciados.

4 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

PROCEDIMENTOS PARA CRIAÇÃO DOS MAPAS

• MAPA TAXA DE INCIDÊNCIA

- Total de mapas gerados: 42

- Doenças:- Por Bairros e Regiões de Saúde de 1999 a 2005;

4 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

PROCEDIMENTOS PARA CRIAÇÃO DOS MAPAS

• MAPA NÚMERO DE CASOS PERÍODOS SECO E CHUVOSOPeríodos seco e chuvoso em Vitória/ES

PERÍODOS DIA/MÊS

Seco 16/03 (março) a 14/10 (outubro)

Chuvoso 15/10 (outubro) a 15/03 (março)

Exemplo: Período Chuvoso

1999 2000

outubro novembro dezembro janeiro fevereiro Março

O período chuvoso compreende seis meses, divididos em três meses para um ano e três meses para o outro ano.

4 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

PROCEDIMENTOS PARA CRIAÇÃO DOS MAPAS

• MAPA NÚMERO DE CASOS PERÍODOS SECO E CHUVOSO

Como a intenção é mapear o número de casos das doenças em um ano, segundo a base de dados do SINAN, foi necessário criar uma nova convenção que se adequasse à proposta.

Convenção aplicada à pesquisa

UM ANO

jan fev mar abr mai jun jul ago set out nov dez

P. Chuvoso01/01 (janeiro) a 15/03 (março)

P. Seco16/03 (março)

a 14/10 (outubro)

P. Chuvoso15/10 (outubro)

a 31/12 (dezembro)

Assim, o período chuvoso foi dividido em dois períodos, em um único ano.

4 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

PROCEDIMENTOS PARA CRIAÇÃO DOS MAPAS

• MAPA NÚMERO DE CASOS PERÍODOS SECO E CHUVOSO

- Total de mapas gerados: 48

- Doenças:- Por Bairros e Regiões de Saúde de 1999 a 2005;

5 RESULTADOS, ANÁLISES E DISCUSSÕES

Segundo o Ministério da Saúde, a malária concentra-se na Região da Amazônia Legal.

MALÁRIA

SITUAÇÃO DA MALÁRIA NO BRASIL

Nos demais estados, os casos registrados são quase totalmente importados da Região Amazônica ou de outros países onde ocorre transmissão.

Nos últimos anos, tem sido observada a ocorrência de surtos de transmissão de malária em diversos estados não-Amazônicos. Em 2004, os surtos mais importantes ocorreram nos Estados do Piauí 89 casos e Espírito Santo 81.

5 RESULTADOS, ANÁLISES E DISCUSSÕES

MALÁRIA

Em Vitória, foi registrado um total de 48 casos no período de 2001 a 2005.

Evolução de casos de malária em Vitória - 1999 a 2005

0 0 1 2

13

20

12

0

5

10

15

20

25

1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005

Cas

os

No Intervalo de 2001 a 2004, houve um aumento no registro de casos;

Em 2005 houve uma redução de casos, porém o número de agravos ainda é alto.

Total de casos de malária por Regiões de Saúde - 2001 a 2005

Número de casos

5 RESULTADOS, ANÁLISES E DISCUSSÕES

MALÁRIA

15

6

1

2

12

12

Região Continental 15

Região São Pedro 12

Região Forte São João 12

Região Maruípe 6

Região Santo Antônio 2

Região Centro 1

Total de casos de malária por bairros - 2001 a 2005

5 RESULTADOS, ANÁLISES E DISCUSSÕES

MALÁRIA

Número de casos

R

R

R 0

1-3

4-6

Jardim da Penha/Pontal de Camburi 6Jardim Camburi 6Nova Palestina 6Jesus de Nazareth 4

5 RESULTADOS, ANÁLISES E DISCUSSÕES

MALÁRIA

O surto de malária no Espírito Santo, pode estar relacionado aos seguintes fatores:

Assim esses capixabas ao retornarem ao estado em viagens a passeio, podem estar infectados pelo protozoário causador da malária, acontecendo aqui à manifestação da doença. Outra situação, são capixabas que viajam para regiões de alta transmissão, ao retornarem, estão infectados.

• Processo de migração de capixabas para o Estado de Rondônia, nas décadas de 70 e 80, onde Governo Federal estimulou a ocupação de terras na Amazônia.

• O crescimento do número de pessoas infectadas a partir de 2003, pode estar associado à migração de “retorno” de capixabas, que se deslocaram para Rondônia, ou mesmo o afluxo de novos migrantes da Região Amazônica para Vitória, em virtude da nova dinâmica econômica do Estado.

5 RESULTADOS, ANÁLISES E DISCUSSÕES

As hepatites A/E apresentam alta prevalência nos países em desenvolvimento, onde as condições sanitárias e socioeconômicas são precárias.

HEPATITES A/E

No Brasil, chegam a 95% nas populações mais pobres e a 20% nas populações de classe média e alta. A diferença é mais acentuada entre crianças e adolescentes. (CIVES, 2006)

Em Vitória, foram registrados de 1999 a 2005, um total de 129 casos de hepatites A/E.

Evolução dos casos de hepatites A/E em Vitória - 1999 a 2005

52

19

3 51011

29

0

10

20

30

40

50

60

1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005

Cas

osO ano de 2000 destaca-se com 52 casos notificados.

5 RESULTADOS, ANÁLISES E DISCUSSÕES

HEPATITES A/E

26

40

6

16

21

20

Região Maruípe 40

Região Continental 26

Região São Pedro 21

Região Forte São João 20

Região Santo Antônio 16

Região Centro 6

Total de casos de hepatites A/E por Regiões de Saúde - 1999 a 2005

Número de casos

5 RESULTADOS, ANÁLISES E DISCUSSÕES

HEPATITES A/E

Total de casos de hepatites A/E por bairros - 1999 a 2005 Número de casos

R

R

R 0

3-4

7-8

Nova Palestina 8 Itararé 8Consolação 8Bairro da Penha 7Jardim Camburi 6 São Pedro 5 Grande Vitória 5 Santo Antônio 5

R 1-2

R 5-6

5 RESULTADOS, ANÁLISES E DISCUSSÕES

HEPATITES A/E

As condições como: • Saneamento insuficiente;• Renda familiar baixa;• Menor instrução escolar;• Constantes alagamentos.

Nos bairros menos favorecidos, contribui para o desenvolvimento e/ou a disseminação das doenças, em que sua transmissão se dá, por via fecal-oral, ocorrida por meio de água e alimentos contaminados ou pelo contato de pessoa a pessoa devido à falta de cuidados com higiene.

O vírus das hepatites A/E afetam, sobretudo crianças, que desenvolvem uma infecção normalmente assintomática, isto é, não apresentam sintomas, sendo por este motivo, os principais reservatórios da doença (CIVES, 2006).

109

20

0 a 15 anosAcima 15 anos

TOTAL 129 CASOS

Distribuição de casos de hepatites A/E por faixa Etária – 1999 a 2005

casos

casos

5 RESULTADOS, ANÁLISES E DISCUSSÕES

HEPATITES A/E

Em Vitória há um predomínio das doenças em crianças.

O modo de transmissão pode estar relacionado a:

• Uma fonte comum contaminada (água, alimentos e locais com deficiência sanitária);

• Por contato pessoal, como ocorre, por exemplo, em instituições de ensino (creche e escolas) ou mesmo intra-familiar.

5 RESULTADOS, ANÁLISES E DISCUSSÕES

No Brasil, a leptospirose é uma doença endêmica tornando-a epidêmica em período chuvoso, principalmente em centros urbanos maiores, devido à aglomeração populacional de baixa renda em condições inadequadas de saneamento, e à alta infestação de roedores infectados (BRASIL, 2005).

LEPTOSPIROSE

Brasil de 1996 e 2005 - 33.174 CASOS

1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 TOTAL

Espírito Santo 6 20 104 40 27 221 137 852

Vitória 3 4 14 12 4 126 29 192

Distribuição de casos de leptospirose para o Espírito Santo e Vitória/ES

Fonte: Gerência de Vigilância Epidemiológica – SEMUS Vitória, MS/SVS, SES e SINAN

Em 2004, ocorreram 221 casos no Estado e 126 em Vitória.

Total de casos de leptospirose por Regiões de Saúde - 1999 a 2005

Número de casos

5 RESULTADOS, ANÁLISES E DISCUSSÕES

LEPTOSPIROSE

25

73

14

24

36

20

Região Maruípe 73

Região São Pedro 36

Região Continental 25

Região Santo Antônio 24

Região Forte São João 20

Região Centro 14

5 RESULTADOS, ANÁLISES E DISCUSSÕES

LEPTOSPIROSE

Total de casos de leptospirose por bairros - 1999 a 2005

Número de casos

R

R

R 0

4-6

10-13

Maruípe 13Santo Antônio 10Consolação 9Tabuazeiro 9Itararé 8 Santos Dumont 8São Cristóvão 8São José 8 São Pedro 7Jardim Camburi 7

R 1-3

R 7-9

5 RESULTADOS, ANÁLISES E DISCUSSÕES

No levantamento do número de casos de leptospirose para os períodos seco e chuvoso:

LEPTOSPIROSE

TOTAL DE 192 CASOS 128 PERÍODO CHUVOSO64 PERÍODO SECO

O ano de 2004 é o que apresenta maior número de casos da doença tanto para o Espírito Santo, quanto para Vitória. Neste ano, no município, foram registrados 32 CASOS NO PERÍODO SECO contra 94 NO PERÍODO CHUVOSO.

Evolução dos casos de leptospirose para os períodos seco e chuvoso - 1999 a 2005

1 28

33

32

15

112

34

94

14

0102030405060708090

100

1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005

Cas

osSeco

Chuvoso

5 RESULTADOS, ANÁLISES E DISCUSSÕES

Podemos apontar como uma das causas desse quantitativo em 2004 a ocorrência de chuvas intensas nos períodos considerados pela pesquisa como chuvoso, conforme relatam os Boletins de Informações Climáticas (INFOCLIMA) apresentados pelo Centro de Previsão de Tempo de Estudos Climáticos (CPTEC) e Instituto Nacional de Meteorologia (INMET).

LEPTOSPIROSE

Na primeira quinzena de janeiro. Chuvas intensas no Espírito Santo, no centro e norte de Minas Gerais e em São Paulo superaram a média do mês. (INFOCLIMA, 2004, n.2, Fev.)

No período de 7 a 11 de fevereiro, chuvas contínuas no Espírito Santo, norte de Minas Gerais, sul da Bahia, Goiás, Mato Grosso e no sul da Região Norte. (INFOCLIMA, 2004, n.3, Mar)

No mês de março as chuvas ficaram acima da média histórica no Espírito Santo, no norte de Minas Gerais e no norte do Rio de Janeiro. (INFOCLIMA, 2004, n.4, Abr)

No extremo norte do Espírito Santo, nordeste de Minas Gerais e em pequenas áreas do Estado de São Paulo e Rio de Janeiro, as chuvas estiveram acima da média durante os primeiros dez dias de dezembro. (INFOCLIMA, 2004, n.12, Dez.)

5 RESULTADOS, ANÁLISES E DISCUSSÕES

Assim podemos apontar como causadores da leptospirose:

LEPTOSPIROSE

• As situações de enchentes e inundações;

• Contrastes sociais presentes nas grandes cidades, em que os habitantes desfavorecidos, sócio economicamente, ocupam áreas irregulares, muitas vezes sujeitas a enchentes, cujos problemas de saneamento e coleta de lixo constituem elevado risco à doença, pois a proliferação de roedores nestas áreas é favorecida.

5 RESULTADOS, ANÁLISES E DISCUSSÕES

O Aedes aegypti tem sido responsável por epidemias de dengue em diversas capitais brasileiras.

DENGUE

1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 TOTAL

Espírito Santo 634 19.483 28.666 34.349 5.295 5.295 6.480 166.314

Vitória 268 5.636 1.778 4.259 6.229 487 1.155 19.812

Distribuição de casos de dengue para o Espírito Santo e Vitória/ES

Fonte: Gerência de Vigilância Epidemiológica – SEMUS Vitória, MS/SVS, SES e SINAN

Em Vitória, os anos de 2000, 2002 e 2003 obtiveram o maior número de casos de dengue para o período, fato que é observado também, para o Espírito Santo.

5 RESULTADOS, ANÁLISES E DISCUSSÕES

DENGUE

Total de casos de dengue por Regiões de Saúde – 1999 a 2005

Número de casos

4883

3984

2487

3499

2221

2738

Região Continental 4883

Região Maruípe 3984

Região Santo Antônio 3499

Região Centro 2487

Região São Pedro 2221

Região Forte São João 2738

Índice de Infestação Predial de dengue por Regiões de Saúde - 2001 a 2005

1,5

1,9

1,7

2,2

1,7

0,6

0,8

1,1

3

1,3

1,1

1

1

2

1,9

2

2,5

3,2

4,6

2,8

4

2,7

2,5

2,7

2,2

3,9

3,8

4,6

5,1

3

2001

2002

2003

2004

2005

São PedroSanto AntônioM aruípeForte São JoãoContinentalCentro

Fonte de dados: Centro de Controle de Zoonoses – SEMUS Vitória

5 RESULTADOS, ANÁLISES E DISCUSSÕES

A Região de São Pedrodestaca-se com os MAIORES ÍNDICES, onde os valores superam 3%, condição classificado pelo Ministério da Saúde como situação de alerta.

DENGUE

Já para a Região Continentale outras, no geral, os índices estão entre 1% a 3%, classificados com situação de atenção.

Podemos apontar como um dos motivos para o índice acima de 3%, na Região de São Pedro, o predomínio de casas nos bairros que compõe essa região, o que propicia o armazenamento de água em caixas de água, cisternas, tonéis, entre outros recipientes, como vasos, pneus, garrafas que são mais freqüentes em casas que em apartamentos.

Taxa de Incidência de Dengue por Regiões de Saúde - 2001 a 2005por 100.000 habitantes

616

1281

4030

264

361

902

1437

1532

172

570

574

1264

2080

99

138

599

1592

1717

167

242

460

1105

3770

302

700

230

2633

2448

122

599

2001

2002

2003

2004

2005

São PedroSanto AntônioM aruípeForte São JoãoContinentalCentro

5 RESULTADOS, ANÁLISES E DISCUSSÕES

DENGUE

A maior infestação não leva necessariamente a uma maior incidência, o que se explica pelo fato de que o mosquito precisa antes estar contaminado pelo vírus para que haja propagação da doença.

A Região de São Pedro, com exceção do ano de 2002, possui taxa de incidência com valores abaixo de outras regiões.

R

Total de casos de dengue por bairros - 1999 a 2005

Número de casos

R

R 0 - 46

R

R

R

R

47 - 104

105 - 174

175 – 281

282 - 422

423 - 777

778 - 1427

5 RESULTADOS, ANÁLISES E DISCUSSÕES

DENGUE

A dengue ocorreu em todos os bairros do Município de Vitória, em pelo menos um dos anos estudados, com exceção dos bairros: Santa Clara; Segurança do Lar e Gurigica

Jardim Camburi 1.427 Santo Antônio 1.238 Jardim da Penha/Pontal de Camburi 939 Maria Ortiz 872 Grande Vitória 777Ilha do Príncipe 585Jabour/Aeroporto 531 Bairro do Quadro 503 Bairro da Penha 498 Centro 470 Itararé 422

Ilha do Frade 3 Ilha Bela (Ilha do Boi) 10 Redenção 12 Bairro do Cabral 16 Santa Luiza 27

5 RESULTADOS, ANÁLISES E DISCUSSÕES

No Brasil, a distribuição da dengue obedece a um padrão sazonal de ocorrência, coincide com o verão, período o qual a chuva e as temperaturas elevadas contribuem para a proliferação do vetor (BRASIL, 2005).

DENGUE

Vitória de 1999 a 2005 - 19.812 CASOSPeríodo Seco 10.914 CASOS

Período Chuvoso 8.898 CASOS

Evolução dos casos de dengue para os períodos seco e chuvoso - 1999 a 2005

1008 976

2356

4264

279

19651903

189

4594

179208

7701042

790

500100015002000250030003500400045005000

1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005

Cas

os

Seco

Chuvoso

Com exceção de 2002 e 2003, onde o número de casos da doença foi maior, para o período chuvoso, a dengue acontece no restante dos anos, em maior quantidade, no período seco.

5 RESULTADOS, ANÁLISES E DISCUSSÕES

A dengue tem uma maior proliferação no verão (período chuvoso), temporada na qual o Ministério da Saúde juntamente com os Estados e Municípios intensificam o combate ao mosquito Aedesaegypti.

DENGUE

Exemplo: O Dia Nacional de Combate à Dengue, o dia D, realizado em todo Brasil. O movimento, que faz parte da ação conjunta dos governos estadual, municipal e federal, além da sociedade civil organizada, tem por objetivo sensibilizar a população no combate à dengue de forma preventiva;

Assim, durante os meses que acontecem as campanhas (novembro a fevereiro), há uma cooperação da comunidade em seguir as recomendações para impedir a proliferação do mosquito. Após esse período as campanhas tendem a diminuir, juntamente com o comportamento preventivo da população, com isso, a época que éconsiderada de baixa transmissão (período seco), o registro de casos ocorrerem em maior número.

6 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Através dos dados armazenados no SINAN, e a tecnologia de mapear do SIG, conseguimos orientar e localizar a ocorrência dasdoenças, dentro de um determinado espaço geográfico, sendo facilmente visualizado por meio de mapas.

Assim, os responsáveis pela saúde pública, de posse dos mapas, têm um acesso às informações de maneira clara. O que possibilita um planejamento preventivo e de combate dessas doenças dentro do Município de Vitória.

Por fim, esta pesquisa pretendeu trazer uma contribuição no sentido de demonstrar que a Geografia da Saúde, pode ajudar no planejamento e estratégias no campo da saúde, mostrando a importância do meio geográfico no aparecimento e distribuição de uma ou várias doenças.

www.ufes.br/~geoufes/lgu/adovh/adovh.htmwww.ufes.br/~geoufes/depgeo.html