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INFORMATIVO DA FUNDAÇÃO CARLOS ALBERTO VANZOLINI - DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO - ESCOLA POLITÉCNICA - USP 2 2 5 5 6 6 7 7 ENTREVISTA ENTREVISTA DESTAQUE DESTAQUE SOLUÇÃO SOLUÇÃO UP GRADE UP GRADE Talento e inovação: a essência do sucesso Uma conversa exclusiva com o empresário Ozires Silva Vanzolini no coração da avenida Paulista Inauguração de unidade em ponto nobre de São Paulo marca início de nova era para a Fundação Seis Sigma melhora desempenho de indústria Metodologia leva Schneider Electric a atingir excelência no nível de serviço Evolução do conceito lean Artigo revela as aplicações mais recentes da mentalidade enxuta e que setores saem ganhando com ela Rede do Saber . Seminário Internacional . Abbac . Prêmio Johnson & Johnson . Credenciamento . Unctad . Responsabilidade social EM DIA EM DIA VANGUARDA VANGUARDA LEITURA LEITURA ANO XII N° 52 SETEMBRO/OUTUBRO DE 2004 TI no topo da estratégia empresarial Resenha da obra Política Industrial

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INFORMATIVO DA FUNDAÇÃO CARLOS ALBERTO VANZOLINI - DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO - ESCOLA POLITÉCNICA - USP

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ENTREVISTAENTREVISTA

DESTAQUEDESTAQUE

SOLUÇÃOSOLUÇÃO

UP GRADEUP GRADE

Talento e inovação: a essência do sucessoUma conversa exclusiva com o empresárioOzires Silva

Vanzolini no coração daavenida PaulistaInauguração de unidade em ponto nobrede São Paulo marca início de nova era paraa Fundação

Seis Sigma melhora desempenho de indústriaMetodologia leva Schneider Electric aatingir excelência no nível de serviço

Evolução do conceito leanArtigo revela as aplicações mais recentesda mentalidade enxuta e que setoressaem ganhando com ela

Rede do Saber . Seminário Internacional . Abbac . Prêmio Johnson & Johnson .Credenciamento . Unctad . Responsabilidade socialEM DIAEM DIA

VANGUARDAVANGUARDA

LEITURALEITURA

ANO XII N° 52 SETEMBRO/OUTUBRO DE 2004

TI no topo da estratégia empresarial

Resenha da obra Política Inndustrrial

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ENTREENTRE

Receita de crescimento

Paulista de Bauru, o criador daEmbraer , ex -presidente daPetrobras e ex-ministro da Infra-

estrutura hoje voa pelos céus da biotecnolo-gia. Depois de muita dificuldade em con-seguir investimento em reais – “porquenunca aceitei recursos em moedaestrangeira” –, montou a Pele Nova,empresa que recentemente lançou umabiomembrana natural para feridasde difícil cicatrização. Adepto doempreendedorismo, com posições clarassobre o desenvolvimento do Brasil, OziresSilva ressalta o poder da educação nodesenvolvimento do país.

Vanzolini em Foco – Como o senhoravalia o momento econômico do Brasil? Oque é essencial para que o crescimento dosúltimos meses componha uma trajetóriasustentável?Ozires Silva – Confesso-me frustrado.Frustrado por meu país. Há 25 anos oBrasil não cresce como deveria. Sefizermos uma fotografia de 1984, oBrasil estava nivelado com a Coréia e aChina. A China hoje é cinco vezesmaior e a Coréia, três vezes. Por outrolado, perdemos a liderança econômicana América Latina. Não que o Méxicoa tenha conquistado. Nós é queperdemos a corrida. Acredito que pos-samos atribuir isso a problemas ligadosà cultura brasileira desenvolvida aolongo dos anos e acentuada nas últimasdécadas. A intervenção profunda dogoverno na sociedade é o resultadomais claramente mensurável. Nesseperíodo a renda per capita caiu, o PIBnão tem crescido razoavelmente e asoportunidades estão escasseando. Ocerne é o estreitamento do espaço paranovos investimentos, para o investidor.Paralelamente houve um processo dedesnacionalização da economia combase numa crença de que podemossubstituir o empreendedor nacionalpelo estrangeiro. Imagino que nofuturo nós teremos de comprar o Brasil

de novo. O pequeno crescimento atual,hoje alardeado, como brasileiro desejoque se sustente. Mas minha crença nãoé grande, uma vez que os fatores nega-tivos mencionados estão intocados.A melhoria interna é uma reação emcadeia da demanda mundial, queestimulou nossas exportações. Mas nãodeixo de ser fã incondicional destepaís. Quero vê-lo crescer; lutei minhavida inteira para isso nos setores deatividade de que participei.

VF – O senhor poderia citar exemplos deentraves ao desenvolvimento?O. S. – O Brasil tem problemas amplose sérios. Um deles é o da legislação,uma das mais extensas, contraditórias eineficientes do mundo. Não tenhoreceio de afirmar isso, pois sigo análi-ses de especialistas competentes. Apresença do governo como fatorinibidor da economia é muito alta. Orisco para o empreendedor se tornouquase insuportável. Mecanismos buro-cráticos limitam e não ajudam aninguém, nem o governo nem osinvestidores. As altas taxas de juros sejuntam ao contexto para inibir o cresci-mento. Quem tem dinheiro acabainvestindo no mercado financeiro enão na produção. Parece-me que nãoacreditamos que quem constrói ariqueza de um país são os cidadãos, nãoo governo.

VF – Quais elementos o senhor considerafundamentais para haver uma mudançadessas condições econômicas?O. S. – Talvez minha aproximação sejaum tanto forte, mas na realidade acre-dito que precisaríamos de uma re-volução cultural. Há a necessidade deóticas substancialmente diferentes dasatuais. Há uma particularidade quepoderia nos ajudar. Considerando a li-derança inata que a população concedeao presidente da República, se elecomandasse este processo de mudançacultural os resultados seriam mais rápi-dos e eficazes.

VF – Como seriam as bases dessa “re-volução cultural”?O. S. – Primeiro, acredito, seria algo jáconseguido em outros países. Seria atransferência do poder do país do go-verno para o cidadão. Não pode haverum projeto político de poder pelopoder. Um mecanismo seria o exercíciode plebiscitos, algo que está inerte nanossa Constituição. Há questões quesomente o povo poderia decidir. Hoje,tudo sai do governo federal e é resolvi-do em última instância pelo Congresso.Outra alternativa seria acreditar nomercado doméstico, um grande recursonatural que, enriquecido por taxas decrescimento maiores do que as das últi-mas décadas, poderia se transformarem elemento decisivo para a melhoriada qualidade de vida dos brasileiros.Muitos outros elementos podem serdestacados, como a desregulamentaçãoe um esforço real para promoverinves t imentos e c resc imento .Enquanto não pudermos cultivar acrença de que o investidor individual éo grande gerador da riqueza nacional,que sua capacidade de criar empregose produtos é elemento essencial, ficadifícil vislumbrar quadros diferentesdo atual. No meu caso pessoal, juntocom alguns amigos, criamos PeleNova. Em dez meses ela gerou 60empregos. Se mil Peles Novas fossemcriadas, teríamos gerado 60 mil novospostos de trabalho. Não acredito nogoverno como um investidor isolado.

O empresário Ozires Silva diz, em entrevista exclusiva ao Vanzolini em Foco,

o que considera imprescindível para o Brasil crescer e para o sucesso de nossas

empresas no mercado globalizado

Ele deve ser um grande e efetivo cata-lisador do processo que estabeleça asregras do jogo, no qual as pessoas serespeitem e a sociedade esteja organi-zada. Mesmo que o governo invistamuito, o que ele conseguiria seria sem-pre uma pequena fração perto dacapacidade individual. Se cada cidadãodecidir ser um empreendedor e colo-car o seu investimento para abrir apadaria, a loja, o bar da esquina, aempresa, a fábrica, o país pode mudar.

VF – Para o senhor que papel desem-penha a educação no crescimento ?O. S. – Faz sentido termos mais parce-rias na educação, para melhorar o ensi-no no país, e uma ação poderia ser ade procurar integrar as universi-dades latino-americanas. Outro dia,em uma conversa com o presidenteLula, ele mencionou que era precisofazer algo nessa área. E eu bati palmas,mas não podemos ficar no discurso. Éimportante desburocratizar a vida dasuniversidades para facilitar os con-vênios. Porque, sem dúvida, o fatoressencial para este país no futuro é onível de escolaridade. Não só emtempo de estudo, mas sobretudo emqualidade. Isso tem que ser prioridadeou nós vamos continuar sendo um paísde segunda classe. É necessário umesforço grande não só do governo mastambém da sociedade para que as pes-soas se qualifiquem. Um mecanismointeressante, e que está por trás do pro-gresso dos Estados Unidos, é o das“venture capital”, aqui no Brasil bas-tante dificultado devido às altastaxas de juros. Também poderíamospensar nas doações filantrópicas, muitoestimuladas em países desenvolvi-dos, que por força de indução tri-butária promovem doações e herançasem favor da educação e da cultura.Graças a isso vemos nossos estudantessempre entusiasmados a, por exemplo,ir buscar seus MBAs nos EstadosUnidos.

VF – O senhor considera nossos executivospreparados para enfrentar a economiaglobalizada e o ambiente de grande com-petitividade?O. S. – Acho que a resposta deve serpensada numa relação de causa eefeito. A causa é a seguinte: o insufi-ciente crescimento do Brasil não temcriado grande demanda para altosexecutivos, que, por vezes, buscamoportunidades no exterior. Boa parte

dos que aqui ficam acabam treinadospara superar dificuldades, raramentecom tempo para elaborar estratégiaspara o futuro. Peço desculpas seexagero mas acredito que, se o paíscomeçar a crescer num ritmo maior,o sistema educacional brasileiro pre-cisaria se reciclar para responder àsnovas demandas. Temos boas escolasno Brasil. Contudo, temos de pensarestruturalmente para um país melhor.Há algo que precisamos notar, comoresultado do nosso sistema educacionalmisturado com a dificuldade paraempreender: temos uma produçãoexpressiva de teses científicas, mesmocomparando com o resto do mundo.

Apesar disso, não vemos grandes resul-tados aplicados na indústria. Notamos,sim, um crescimento da massificaçãodo ensino superior. Sem tentar ser pro-fessoral, penso que a universidade temuma característica clara ligada àexcelência. A educação em massa temseu foco no ensino fundamental e denível médio, para que todos tenham omesmo ponto de partida. Por isso,acredito muito no ensino básico e fun-damental universal e público.

VF – Como foi abrir uma empresa debiotecnologia e como o senhor vê as perspec-tivas do Brasil na área tecnológica?O. S. – Eu não colocaria adjetivaçãonas empresas: empresa de tecnologia,empresa disso, empresa daquilo.Elas têm que viver nesse mercadocompetitivo construído em conse-qüência direta das comunicaçõesinstantâneas, da globalização dascomunicações. Os sistemas globaistêm um resultado claro para os países:as fronteiras políticas foram enfraque-cidas. Gostaria que tivéssemos maisempresas de tecnologia doméstica e

nacional, pois assim teríamos marcas,mais presença lá fora, e o país não seriatão ignorado como é hoje. Em todo ocaso, de modo geral, para uma empresasobreviver, ela tem que basear suaatividade na criação: de um novo pro-duto, de uma nova aplicação desse pro-duto, de novas técnicas de marketing.E inovar permanentemente mesmo noaspecto gerencial, corporativo. O que agente pode fazer – e o governo podeajudar muito – é contratar projetos dedesenvolvimento tentando ressaltarhorizontes futuros. Estive discutindoisso em Ribeirão Preto [em agosto, noSeminário Internacional de Estratégia eNovos Mercados, do Congresso e FeiraNacional de Gestão Sucroalcooleira]. Oadvento da propulsão elétrica, já nohorizonte, põe em risco o álcool com-bustível como usado hoje. Além disso,com a probabilidade de que a econo-mia do hidrogênio deva nascer embreve, este seria o momento de pensarem novos usos para o álcool.

VF – O senhor poderia fazer uma análisedo momento da aviação hoje no Brasil e nomundo?O. S. – A aviação, devido aos proble-mas de segurança, é de longe o setorconcessionado mais regulado domundo. Grande parte dos países sub-desenvolvidos estão perdendo a consciên-cia de que o transporte aéreo entrounas nações para ficar e que é funda-mental para o desenvolvimentoeconômico. A regulamentação bra-sileira é antiga, pobre e precisa seralterada. Os resultados disso são públi-cos: as empresas vão mal. Há controlesgovernamentais excessivos. Nossaslinhas aéreas enfrentam um difícilproblema estrutural, custos em dólar ereceitas em real. Muitos usam aempresa GOL como exemplo, mas seesquecem de que ela é uma compa-nhia nova. Em contrapartida, a Varigcom 73 anos, a Vasp com 76, veteranasde planos econômicos, são marcadaspor problemas de todas as sortes. Paramudar o panorama do transporte aéreobrasileiro, há necessidade de um novomarco regulatório para o setor. OsEstados Unidos fizeram isso em 1993,e a nova legislação transformou asempresas americanas em campeãs.Elas ocupam hoje 45% do tráfegomundial.

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ENTREENTRE

“É importante desburocratizar a vida das universidades para facilitar os convênios.Porque, sem dúvida, o fator essencial para este país no futuro é onível de escolaridade.”

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Em diaEm diaLLiiddeerraannççaa ccoonnttiinneennttaall

Depois de muita negociação, saiu há pouco mais de trêsmeses o credenciamento internacional da FundaçãoVanzolini na norma TS16949, especificação técnica feitapela ISO juntamente com a indústria automobilística, naqual estão estabelecidos requisitos específicos necessáriospara fornecedores. Associada à ISO 9000, ela tem por obje-tivo garantir a qualidade dos produtos usados no setor. Paraconseguir o credenciamento pela IATF (InternationalAutomotive Task Force), foi necessário estabelecer umgrupo de cooperação internacional formado por países daAmérica Latina. Sob a liderança brasileira, Argentina,Colômbia, Venezuela e México uniram-se num acordo pelo

qual a Fundação Vanzolini fica encarregadade fazer a certificação automotiva

nos países-membros, utilizandoauditores locais. Nesse caso oempenho e a união fizeram a força.

Em sua última reunião, a diretoria da Associação Brasileirade Avaliação e Certificação da Conformidade (Abacc), entidadenacional criada para divulgar a certificação e a avaliação deconformidade e preservar a credibilidade desse tipo deatividade, decidiu encaminhar uma carta ao Inmetro, prote-stando contra o fato de a Usina de Tucuruí ter sido certifica-da fora do sistema brasileiro. Segundo o presidente daAbacc, José Joaquim do Amaral Ferreira, a entidade pre-tende solicitar justificativa da escolha. “Vamos pedir expli-cações de por que não prestigiar o sistema brasileiro”, explica.Além da Fundação Vanzolini, IPT e ABNT, entre outras entidades,fazem parte da associação .

EEdduuccaaççããoo ppaarraa ttooddoossA parceria da Fundação Vanzolini com a Secretaria de Estado da

Educação vem gerando novas iniciativas de sucesso. A maisrecente chama-se Ensino Médio em Rede, programa de for-mação continuada voltado ao Ensino Médio que utiliza a estrutu-ra da Rede do Saber, como teleconferências, videoconferências eweb, além de materiais de apoio desenvolvidos para ele. A Rededo Saber, cuja gestão operacional é da Fundação Vanzolini, coor-dena a formação continuada de agentes educacionais, pode aten-der 12 mil pessoas por dia e abrange as 89 Diretorias de Educaçãodo Estado.

O Hospital do Câncer ficouentre os 15 melhores trabalhosdo Brasil na primeira edição doPrêmio Johnson &Johnsonde Admin i s t r açãoHospitalar, oferecido pelamultinacional e pelaFederação Brasileira deAdministradores Hospitalares(FBAH) a gestores de des-taque na área de atuação e na

comunidade. A iniciativado Hospital do Câncerutilizoua metodologia Seis Sigma,

focando a melhoria deprocessos e serviçoslivres de defeitos. AFundação Vanzolini,

parceira da instituiçãona busca da qualidade,encarregou-se de todo otreinamento.

IInniicciiaattiivvaa pprreemmiiaaddaa

eemm ddeeffeessaa ddaa cceerrttiiffiiccaaççããoo bbrraassiilleeiirraa

RReessppoonnssaabbiilliiddaaddee ssoocciiaall

Os professoresAfonso Fleury e

João Furtado estiveram naConferência das NaçõesUnidas para o Comércio e oDesenvolvimento (Unctad),realizada em junho em SãoPaulo. Fizeram parte de debate ligado à Feira de

Te c n o l o g i a do F u -t u r o da Unido (UnitedNat ions DevelopmentOrganization). A apresen-tação tratou, entre outrostemas, da participaçãoda indús t r i a brasileiranuma estrutura de produçãoglobal.

BBrraassiill nnaa eeccoonnoommiiaa gglloobbaall

OO ttrraabbaallhhoo nnoossééccuulloo 2211

O TTO, grupo de pesqui-sadores do Departamentode Engenharia de Produçãoda Poli-USP denominadoTrabalho , Tecnologia eOrganização, realiza de 9 a11 de novembro um eventointernacional. O seminário“O Trabalho no SéculoXXI” reunirá pesquisadorese professores do Brasil,Inglaterra , França, EUA

e Itália, além de represen-tantes do governo federal,sindicatos de trabalhadorese associações empresariaispara discutir o que pode – edeve – vir a ser o trabalhonas empresas e instituiçõesdo novo século. O TTO, cri-ado em 1994, depois de terse dedicado a fenômenosmais gerais que afetam oprocesso e a organização dotrabalho, pretende agoravoltar o foco ao trabalhopropriamente dito.

O Centro de Ressocialização de Birigüi (CR), presídio-modelo fruto da parceria entre aAssociação de Proteção e Assistência Carcerária (Apac), ONG que trabalha na reinserção dedetentos na sociedade, e o Estado, já conta com um software de auxílio ao gerenciamento da exe-cução de penas. A idéia surgiu na disciplina de Sistemas de Informação, do curso de graduaçãoem Engenharia de Produção da Poli-USP. A convite do professor Mauro Spínola, alunos visi-taram o Centro e desenvolveram para ele um sistema de informação. Hoje o projeto, que bene-ficia diretamente 210 dos chamados reeducandos é gerenciado por alunos da Empresa Júnior daEscola Politécnica e patrocinado pela Fundação Vanzolini. No futuro o sistema poderá serimplantado em outros presídios, envolvendo mais alunos no trabalho social.

11 Custo e prazo

22 Desempenho técnico

33 Superestimação dos benefícios dos sistemas de informação (S I )

44 Incompatibilidade de hardware e/ou software com o S I

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DESTAQUEDESTAQUE

VANGUARDAVANGUARDATI no topo da estratégia empresarial

O papel da tecnologia da informação (TI) nas organizações pode variar de simples suporte administrativo atéuma situação estratégica. Essa posição de destaque ocorre em organizações que disputam mercados emcrescente competição. Porém, ainda existe discussão sobre as dificuldades de obter

evidências do retorno dos investimentos feitos em TI. As decisões sobre quais projetosdevem ser implementados são, freqüentemente, determinantes para o desempenho empre-sarial e capazes de mudar o posicionamento estratégico das organizações. Em artigo publi-cado em dezembro de 2003 na revista Gestão e Produção (“Um Estudo de Caso de Gestãode Portfolio de Projetos de Tecnologia da Informação”) e apresentado em junho deste anono Euroma 2004, conferência organizada pelo Insead, em Fontainebleau (França), o prof.Fernando José Barbin Laurindo (PRO-Poli-USP) e o prof. Renato de Oliveira Moraesprocuram analisar a seleção de projetos de TI segundo uma abordagem de gestão deportfolio, considerando os diferentes tipos de projeto, os impactos nos fatores críticos desucesso da empresa, os custos do projeto, bem como os riscos associados. Contempla,portanto, aspectos de eficiência (uso de recursos) e eficácia (obtenção de resultadospositivos para a organização).

O sucesso do projeto depende da análise dos riscosW.E. McFarlan analisou a seleção de projetos de TI considerando os riscos individuais e de carteira (portfolio) de projetos. Esses riscos incluem:

Vanzolini na Paulista

Setembro é mês de festa. Depois deuma longa busca, a FundaçãoVanzolini encontrou o espaço ideal

para acomodar parte de suas atividades.São quatro andares – com 15 salas deaula, laboratórios com equipamentos deinformática e um auditório – de um pré-dio localizado no mais lembrado cartão-postal dos paulistanos. Segundo o presi-dente da entidade, Marcelo Pessôa, paraalém do valor simbólico, a escolha daPaulista se deve a condições práticas. “Éum lugar central, de acesso fácil e impor-tante para São Paulo”, afirma. A relevân-cia da avenida, inaugurada em 1891, écomprovada pelo mix de negócios e cul-tura que abriga. Ao longo dos seus 2,8km, 1 milhão de pessoas circulam diaria-mente. A unidade Paulista chega paraatender à demanda reprimida e permitira realização de novos projetos.“Tínhamos um problema de espaço físi-co dentro da USP. Todas as nossas salas

no Departamento de Engenharia deProdução estão ocupadas. Há períodosem que ocupamos salas fora para minis-trar as aulas. Isso não é bom, a Fundaçãotem que manter a identidade”, explicaPessôa. “E a Paulista, que é um grandecentro de serviços, abre novos horizontespara treinamentos e workshops nessaárea”, completa. Na Paulista ocorrerão,entre outras atividades, cursos abertos,de MBA, Gestão de Projetos e deOperações Bancárias.

Uma das saLas de aula da unidade Paulista

Inauguração confirmaperfil empreendedor da

Fundação

Alguns números-- 37 anos de Fundação Vanzolini-- Mais de 14 mil alunos atendidos pelo PEC-- 1,5 mil alunos hoje em cursos regulares -- 6 endereços, com a nova unidade -- 200 novas vagas na Paulista

Novos tempos

Nossa ida para a avenida Paulista e anova proposta do Vanzolini em Focomarcam o início de uma nova era paraa Fundação Vanzolini. Estamos comemorando 37 anos deatividades, um passado do qual muitonos orgulhamos.Temos cinco cursos de especialização,ent re e les o de AdministraçãoIndustrial (CEAI), com 26 anos, e umMBA. Somos a primeira entidade cre-denciada pelo Inmetro na área deCertificação, reconhecida inter-nacionalmente pela IQNET e IATF.Nossa área de Educação à Distância jápromoveu a formação de mais de 6,2mil professores da rede estadual deensino. Hoje operamos cursos emtodo o estado de São Paulo.Prestamos consultoria a vários clientes,como osprogramas Seis Sigmae Implantaçãodo Modelo CMMI para Software.A nova sede Paulista é motivação edesafio para um futuro ainda maisbrilhante.

Marcelo PessôaPresidente

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SSOLUÇÃOLUÇÃOOSSEm busca da qualidade

100,00%90,00%80,00%70,00%60,00%50,00%40,00%30,00%20,00%10,00%00,00%

ago/03 set/03 out/03 nov/03 dez/03 jan/04 fev/04 mar/04 abr/04 mai/04

ASchneider Electric Brasil,braço da especialista mundi-al em produtos e serviços

para distribuição elétrica, controle eautomação industrial, em parceriacom a Fundação Vanzolini, vemtreinando profissionais no programaSeis Sigma desde outubro de 2002.A parceria se estendeu a Chile eColômbia em 2003. Atualmente aempresa tem 32 green belts e 4black belts para o desenvolvimentode projetos nas mais diversas áreasda empresa. O objetivo é aumentaro nível de satisfação dos clientes,otimizar os processos de produção,reduzir custos e aumentar ganhos.“O Grupo identificou o programaSeis Sigma como algo necessáriopara a melhoria de qualidade. Avantagem é que a metodologia uti-liza um extenso levantamento dedados”, afirma Vagner PenhaBarros, black belt da empresa. Na Prime, empresa familiar com-

prada pela Schneider em 99, foidetectado um problema sério comrelação a nível de serviço. “Fizemosum projeto, o Nível de ServiçoPrime, encerrado em junho desteano, para elevar o nível de serviçoque em dezembro de 2003 era 31%para 90% em abril de 2004”, dizVagner. “Para dezembro de 2004 ameta é 96%.” Segundo ele, os fun-cionários da Prime precisavam deincentivo, por isso uma equipe foitransferida para lá. “O responsávelpor pilotar esse processo de transfor-mação foi o Hugo José Lemos daSilva, nosso diretor de qualidade.Eu também fui e o Ricardo, o dire-tor industrial. Além de nós, duas

pessoas da informática e uma pessoade planejamento. Esse grupo foipara lá transferir know-how”, expli-ca Vagner. A equipe mergulhou noproblema e estabeleceu variáveispara melhorar o nível de serviço,como a disponibilidade de estoque,a freqüência com que os produtosgiram e o aumento de pedidos nofinal do mês, época em que tambémchegavam todos os de exportação.Com base nesse panorama foramestabelecidas metas diárias de fatu-ramento, levando em conta toda acadeia envolvida. Para identificar todas as causas eorganizar o processo foi utilizada ametodologia D-M-A-I-C. “Fizemoso seguinte. Separamos por famíliade produto cada um dos processos:vendas, planejamento, compras,produção, montagem, armazena-mento de produtos acabados, sepa-ração e embalagem e faturamento”,completa Vagner.

O Seis Sigma é uma ferramenta de gestão eaprimoramento de processos. O objetivo émelhorar a qualidade, obter ganhos de pro-dutividade e redução de custos. Foi desen-volvida pela Motorola e aperfeiçoada porempresas como a General Electric. Ametodologia emprega conceitos de geren-ciamento por processos, controle estatísticode processo (CEP), benchmarking, entreoutros. Entre suas características estão aintegração de ferramentas estatísticas paraa melhoria de qualidade e a vantagem deaplicação nos mais diversos tipos de proces-sos. “Os principais objetivos do Seis Sigmasão a redução da variabilidade do processoe a geração de resultados financeiros”, dizRoberto Rotondaro, professor de enge-nharia de produção da Poli-USP e consultorda Fundação Vanzolini, responsável pelotreinamento dos funcionários da Schneiderno Brasil, Colômbia e Chile. O programaSeis Sigma é dividido em cinco etapas: D-M-A-I-C (Definir, Medir, Analisar, Melhoria,Controle). “O Sigma é uma medida estatísti-ca da variabilidade do processo”, explicaRotondaro. Um processo Seis Sigma atingeum nível de falhas muito baixo: 3,4 errospor milhão.

Seis Sigma e suas etapas

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Projeto Seis Sigma faz empresadar salto no nível de serviço

D-M-A-I-C no “Nível deServiço Prime”:Definir: A meta era sair de 31%no nível de serviço em dez./03para 90% em abr./04. Medir: Para chegar ao objetivo épreciso ter dados. Detectou-seuma queda drástica no nível deentrega no prazo a partir de julhode 2003 (veja gráfico abaixo). Analisar: A análise foi feita porproduto e por processo. Melhoria: Nessa fase foramestabelecidos planos de açãocom meta e prazo. Controle: A fase de controle vaicontinuar por meses depois deimplementadas as ações.

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gradegradeUP

CCoonncceeiittoo LLeeaann ccoonnqquuiissttaannddoo sseettoorreess A mentalidadeenxuta, antesaplicada ao chãode fábrica, vemse adaptando aoutras áreas, e jáextrapola o âmbitodeempresas individuais

Oaumento da competitividade observado nas empre-sas do setor automotivo em todo o mundo e opróprio crescimento global deste setor, que se

acentuou no decorrer da década de 90, devem-se emgrande parte à obstinação daquelas organizações em identi-ficar e eliminar desperdícios nos processos. Tal persistênciateve inspiração no modelo de produção conhecido comolean manufacturing (manufatura enxuta).

No rastro desse fenômeno de grande impacto econômico,mais recentemente, o termo lean, como atributo associadoao conceito de ser enxuto para ser eficiente, encontrouenorme receptividade além das fronteiras do setor automo-tivo e teve o campo de potenciais aplicações estendido deforma extraordinária. A proposição do conceito de buscaroportunidades de melhoria em geral apoiada na chamada

mentalidade enxuta, serviu de certa forma como catalisadordessa tendência.

Num primeiro momento, nas próprias empresas de manu-fatura, as propostas lean deixaram de ser restritas ao chão defábrica e motivaram novas aplicações no âmbito do lean officee do lean design. Emergiram, também, iniciativas de adap-tação às peculiaridades de setores específicos, como leanconstruction, lean aerospace industry e lean service.

O escopo de sua consideração também extrapolou os con-tornos de empresas individuais e hoje existem articulaçõespara desenhar lean supply chains. Até do ponto de vistametodológico, as ferramentas adotadas no projeto de sis-temas enxutos tendem a ser cada vez mais associadas com asdo Seis Sigma, motivando a síntese e a consolidação da abor-dagem lean sigma.

por Dario Ikuo Miyake e Paulino G. Francischini

Produtividade em primeiro lugar““Menos executivos, mais produtividade”, escreveu Tom Peters anos atrás. Ele também mostrava que os sis-temas administrativos atuais são cicatrizes de erros anteriores: quando ocorria um erro, colocava-sse um con-trole adicional ou processo paralelo para evitar a repetição. O resultado de anos de quebra-ggalho foramprocessos pesados, lentos e improdutivos, ainda mais quando havia muito dinheiro devido a ganhos não-operacionais. O foco mais promissor do new lean trends está, justamente, em aumentar a produtividade desistemas administrativos. Soluções de Tecnologia da Informação colaboram para esse objetivo; no entanto,embora a informação se mova mais rápido, as interfaces homem-mmáquina nos processos ainda continuamobstruídas devido a excesso de conferências, duplicidade de funções, excesso de controles e, principalmente,pelas relações de poder dentro das organizações.

O setor bancário sairá ganhandoAs empresas do setor bancário do Brasil serão as maiores aplicadoras do conceito de new lean trends, paracompensar ganhos financeiros que, um dia, deverão diminuir significativamente. O objetivo passa ser aprestação de serviços enxutos, com a redução de perdas nos processos. Veja alguns exemplos de desperdí-cio a ser reduzidos:1 - eelaboração de relatórios inúteis – sem objetivo definido2 - eelaboração de estudos detalhados quando o trabalho requer resultados objetivos3 - ttempo de retrabalho pelo não-ccumprimento de procedimentos4 - aadição de informações e serviços de que o cliente não necessita

Dario Ikuo Miyake e Paulino G. Francischini são professores-doutores do Departamento de Engenharia de Produção da USP e consultores da Fundação Vanzolini.

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CartaCartaSS

LeiturALeiturA

VViiddaa nnoovvaa ppaarraa aa iinnddúússttrriiaa

Aexpectativa de revivescimentoda política industrial no Brasil,a partir da eleição

do novo governo em 2002,concretizou-se com a di-vulgação do documentoDiretrizes de Política In-dustrial, Tecnológica e deComércio Exterior. A reno-vação estimulou o latentedebate sobre o desenho e ascaracterísticas dessa políticano país.

É nesse contexto que seinsere o livro organizado porFleury & Fleury. A obra, emdois volumes, reúne artigosde diversos professores daUniversidade de São Paulo(USP).

Também colaboram napublicação pesquisadores l iga-dos a essa instituição e à Fundação

Vanzolini. Os seis artigos que com-põem esses dois volumes apresentam

elementos que contribuem para a dis-cussão de um novo delineamento da

política industrial brasileira. São refu-tados, desde logo, os “velhos” instru-

mentos, como proteçãocomercial e subsídios dire-tos. Recursos como essesnão podem mais ser utiliza-dos diante das regras atuaispor causa das crescentesrestrições a que são sub-metidos nos acordos comer-ciais internacionais.

Tendo em vista essascondições, os textos apre-sentam, por meio de enfo-ques distintos porém com-plementares, elementos quepodem contribuir para odebate em questão, vinculandosuas eventuais ações às ca-racterísticas da estruturaprodutiva brasileira, respei-

tando suas especificidades e suascompetências .

por Renato Garcia

O primeiro boletim, de 1992:empresas e comunidade em

contato com a Fundação

Em 1999, o informativo érebatizado: modernização

na virada do século

O lançamento do Vanzolini em Foco marca uma novafase do informativo da Fundação Vanzolini. A publicação,que sempre primou pela seriedade na divulgação deações das diversas áreas de atuação da instituição, chegaa seu 12º°ano, com novo nome e projeto gráfico e editori-al reformulados. Tudo isso para continuar oferecendo avocê, leitor, a melhor informação. Para que essa meta sejaatingida, sua colaboração é essencial. Escrevapara [email protected] e dê sua opinião.

Renato Garcia é professor-doutor do Departamento de Engenharia de Produção da USP e consultor da Fundação Vanzolini.

CCoonnsseellhhoo CCuurraaddoorr - Guilherme Ary Plonski - Alberto Wunderler Ramos - Antonio Rafael Namur Muscat - Mauro de Mesquita Spínola - Mauro Zilbovicius - RobertoGilioli Rotondaro - Fernando José Barbin Laurindo - DDiirreettoorriiaa EExxeeccuuttiivvaa - Marcelo Schneck de Paula Pessôa ((ddiirreettoorr pprreessiiddeennttee)) .. Gregório Bouer ((ddiirreettoorr vviiccee-pprreessiiddeennttee)) . Paulino Graciano Francischini ((ddiirreettoorr sseeccrreettáárriioo)) .. Renato de Castro Garcia ((ddiirreettoorr tteessoouurreeiirroo)) .. Roberto Marx ((ddiirreettoorr vvooggaall)) - IInnffoorrmmaaççõõeess- Av. Prof. Almeida Prado, 531 - 1° andar - Cidade Universitária - São Paulo - SP - cep 05508-900 - tel. (11) 3814-7366 - fax (11) 3814-7496 / www.vanzolini.org.br/ e-mail [email protected] - DDiirreettoorraa eeddiittoorriiaall - Celma de Oliveira Ribeiro .. CCrriiaaççããoo ee RReeaalliizzaaççããoo - “Entre Aspas” - tel. / fax (11) 3032-2049.

“Informar, formar, profissionalizar, resgatar a auto-eestima,transformar e educar. Um processo que a FundaçãoVanzolini conhece bem e que desenvolveu com dedicaçãojunto às Auxiliares de Desenvolvimento Infantil, agoraprofissionais da educação.”

Maria Aparecida PeresSecretária Municipal de Educação

“A Secretaria de Estado da Educação de São Paulo parabe-niza a Fundação Vanzolini pelos competentes serviçosprestados à comunidade. Temos nessa entidade uminstrumento indispensável. Uma ferramenta que nos au-xilia, por meio de sua tecnologia, na implementação deuma educação de excelência para os nossos seis milhõesde alunos. Trata-sse de uma instituição cujo trabalho temsido essencial à efetivação de inúmeras capacitações des-tinadas aos 300 mil profissionais da rede.”

Gabriel ChalitaSecretário de Estado da Educação

“Como responsável pela área de Qualidade e Atenção aoCliente da Telefônica tive a oportunidade de contar com osuporte da Fundação Vanzolini na elaboração do Modelode Gestão da Qualidade e na implantação do Seis Sigma naempresa. Nessas duas experiências interagi com profis-sionais altamente qualificados cuja dedicação e compro-misso permitiram à Telefônica alcançar resultados posi-tivos para seus clientes, empregados e acionistas.”

Ivan Sartori Diretor Geral da Qualidade e Atenção ao Cliente da Telefônica

Fleury e Fleury (org.). Política Industrial. São Paulo, 2004.Coletânea de artigos traça panorama do setor no Brasil.