Maquinagem de uma peça
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Mestrado Integrado em Engenharia Mecnica
Tecnologias de Maquinagem e Conformao
Docente Coordenador: Prof. Hlder Puga
Docente Aulas Prticas: Prof. Joo Sousa
MAQUINAGEM DE UMA PEA
Grupo Discentes:
Fabiano Silva N68627
Joel Vieira N68600
Rui Costa N68556
Rui Pinto N68648
Guimares, Abril de 2014
Universidade do Minho
Escola de Engenharia
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Relatrio Maquinagem Pgina 1
AGRADECIMENTOS
Em primeiro lugar, o grupo quer agradecer ao docente coordenador da unidade curricular Prof.
Hlder Puga pela disponibilidade, motivao e conhecimento que transmitiu durante as aulas
tericas, assim como ao docente responsvel pelas aulas prticas Prof. Joo Sousa que, durante
as aulas nas Oficinas de Formao e Apoio, teve sempre o cuidado de explicar
pormenorizadamente os fenmenos que ocorrem durante o processo de Maquinagem.
O ltimo agradecimento, mas nem por isso menor, vai para o tcnico que trabalha nas
Oficinas, Vtor Neto que, com a sua boa vontade, disponibilizou ao grupo parte do seu tempo
precioso para tirar dvidas sobre o funcionamento das mquinas-ferramentas.
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Relatrio Maquinagem Pgina 2
RESUMO
Este relatrio foi desenvolvido no mbito da Unidade Curricular de Tecnologias de
Maquinagem e Conformao, consistindo no estudo pormenorizado da Maquinagem Convencional
de uma pea. Ao longo deste documento so introduzidos conceitos de Maquinagem e tecnologias
de fabrico descrevendo-se todo o processo de fabrico da pea, fazendo-se referncia aos materiais
e ferramentas utilizadas. So ainda calculados os diversos parmetros e mencionados os
instrumentos de medio utilizados assim como os toleranciamentos.
Palavras-chave:
Maquinagem Convencional
Serrote Mecnico
Torno
Fresadora
Ferramentas
Parmetros
ABSTRACT
This report was developed under the Course Machining and Mechanical Forming
Technologies, consisting of a detailed study of Conventional Machining of one piece. Throughout
this document are introduced concepts of Machining and manufacturing technologies describing the
whole process of manufacture of the piece, making reference to materials and tools used. It's also
calculated the different parameters mentioned and measuring instruments used as well as
tolerancing.
Palavras-chave:
Conventional Machining
Mechanical Hacksaw
Mechanical Lathe
Milling
Tools
Parameters
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Relatrio Maquinagem Pgina 3
NDICE 1. Enquadramento Terico ................................................................................................ 5
2. Pea a Maquinar ........................................................................................................... 9
2.1. Descrio da Pea ................................................................................................. 9
2.2. Procedimento ....................................................................................................... 10
2.3. Escolha de Ferramentas ...................................................................................... 14
2.4. Clculos ............................................................................................................... 15
3. Metrologia ................................................................................................................... 16
4. Concluso ................................................................................................................... 18
Referncias bibliogrficas .................................................................................................... 19
Anexos................................................................................................................................. 21
NDICE DE FIGURAS Figura 1 Torno CNC ............................................................................................................ 5
Figura 2 Esquema dos fatores que influenciam a Maquinagem .......................................... 6
Figura 3 Mquinas em funo do tipo de movimento de corte ............................................ 7
Figura 4 - Escateladora .......................................................................................................... 7
Figura 5 - Limadora................................................................................................................ 7
Figura 6 - Plaina .................................................................................................................... 7
Figura 7 Fresadora ............................................................................................................. 7
Figura 8 Engenho de Furar ................................................................................................. 7
Figura 9 - Brochadora ............................................................................................................ 7
Figura 12 Principais componentes do Torno Mecnico ....................................................... 8
Figura 13 Torno Mecnico .................................................................................................. 8
Figura 10 - Retificadora ......................................................................................................... 8
Figura 11 Mandriladora ....................................................................................................... 8
Figura 14 Ferramentas e pastilhas de corte ........................................................................ 8
Figura 15 Desenho tcnico da pea a maquinar ............................................................... 10
Figura 16 Pea numerada nos locais onde se efetuam algumas etapas. .......................... 12
Figura 17 Corte do varo no Serrote Mecnico ................................................................. 12
Figura 19 Placa de fixao da pea no Torno Mecnico e chave de bucha ...................... 12
Figura 18 Limas usadas para a remoo da rebarba ........................................................ 12
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Relatrio Maquinagem Pgina 4
Figura 20 Fixao da pea ................................................................................................ 13
Figura 21 Marcao do contraponto na pea .................................................................... 13
Figura 22 Torneamento longitudinal externo ..................................................................... 13
Figura 23 Pea maquinada ............................................................................................... 14
Figura 24 Substituio da ferramenta de corte na Fresadora para efetuar as faces quadradas
e o furo na pea ............................................................................................................................ 14
Figura 25 - Paqumetro ........................................................................................................ 17
Figura 26 - Micrmetro ......................................................................................................... 17
Figura 27 Representao da pea com auxlio vista em corte ....................................... 21
NDICE DE TABELAS Tabela 1 Etapas do processo de maquinagem da pea .................................................... 10
Tabela 2 Desvios fundamentais para o veio e para o furo, de acordo com a tolerncia. ... 16
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1. ENQUADRAMENTO TERICO
O desenvolvimento e produo de componentes mecnicos teve a primeira grande
massificao durante a revoluo industrial e mais tarde, no decorrer da 2 Guerra Mundial,
assumindo um papel importante para a modernizao da indstria e dos veculos militares.
Henry Maudslay e Joseph Whitworth foram os principais responsveis pelo desenvolvimento
e aperfeioamento do torno mecnico, fazendo com que integralmente a manufatura se tornasse
mais mecnica e menos humana, de modo a diminuir a necessidade de mo-de-obra cara e
substituir por mo-de-obra menos especializada e mais barata.
Com a modernizao tecnolgica, foram surgindo novas mquinas e ferramentas at que
surgem as mquinas CNC (Controlo Numrico Computadorizado), como o torno CNC representado
na Figura 1, de elevada complexidade e poder de maquinagem, que faz com que seja possvel
produzir uma pea com grande preciso num
curto espao de tempo.
Na grande diversidade de processos de
fabrico, estes podem-se dividir em dois grupos:
os processos onde ocorre remoo/formao
de apara (Maquinagem) e os processos onde a
obteno de peas feita atravs da
compresso de metais slidos em moldes, em
que no h formao de apara (Conformao).
H componentes/produtos para os quais
h praticamente um s processo de fabrico. No entanto, na maioria dos casos h sempre processos
alternativos para se obter um determinado componente/produto. Desta forma, e neste ltimo caso,
so os fatores de ordem econmica que costuma determinar a seleo do processo de fabrico.
Apesar de haver processos de fabrico que progressivamente vm evoluindo e competindo
cada vez com mais sucesso com a Maquinagem (por exemplo: a conformao, processos de
fundio), ela tem vantagens que na maior parte das vezes a tornam imprescindvel:
i. As mquinas-ferramentas para arranque de apara so comparativamente baratas, no
exigem potncias elevadas e so extremamente flexveis quanto s formas que podem
produzir e condies que operam;
ii. As ferramentas so geralmente baratas devido sua simplicidade e universalidade;
Figura 1 Torno CNC
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iii. O desgaste e consequente recondicionamento das ferramentas geralmente fcil e
barato;
iv. Pode maquinar-se quase todos os materiais;
v. Depende de um nmero considervel de parmetros sobre os quais se costuma ter
grande liberdade de controlo/seleo de modo a satisfazer objetivos tcnicos e
econmicos.
Contudo, a quase universalidade do processo apresenta sempre limitaes, nomeadamente
no que se refere aos materiais:
i. No podero apresentar ductilidade elevada/exagerada;
ii. No podero ser exageradamente encruveis;
iii. No podero ser exageradamente abrasivos, quer seja a matriz ou as incluses do
material.
A maquinabilidade de um material definida como a aptido que um material tem para ser
processado por uma ferramenta de corte, alterando a sua forma, atravs do processo de corte por
arranque de apara (Maquinagem). Os componentes produzidos, dependendo do tipo de operao,
material a maquinar, tipo de componente, mquina-ferramenta, condies de corte, ferramentas,
refrigerao, devem ter as seguintes caractersticas: preciso dimensional e geomtrica e qualidade
superficial.
Assim, e
como est
representado na
Figura 2, os
principais fatores
que influenciam os
processos de
corte so:
- Tipo de material
a maquinar;
- Ferramenta de
corte;
- Mquina-
ferramenta. Figura 2 Esquema dos fatores que influenciam a Maquinagem
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Relativamente ao tipo de mquinas-ferramentas que existem, estas podem ser divididas
consoante o tipo de corte que efetuam: corte retilneo ou circular. Na Figura 3, encontram-se
esquematizadas as mquinas relativas a esses dois tipos de corte e da Figura 4 Figura 13 a sua
representao.
Figura 3 Mquinas em funo do tipo de movimento de corte
Figura 6 - Plaina Figura 5 - Limadora Figura 4 - Escateladora
Figura 9 - Brochadora Figura 8 Engenho de Furar Figura 7 Fresadora
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Relatrio Maquinagem Pgina 8
No que diz respeito s ferramentas de corte, os materiais mais usados so o ao rpido, os
carbonetos sinterizados, os carbonetos sinterizados revestidos, cermet, cermicos e diamante
policristalino, sendo que os mais utilizados so os carbonetos sinterizados. O material caracteriza-
se pela sua dureza, estrutura, composio qumica e integridade da superfcie cortante (resistncia
ao desgaste e calor)... e na mquina a potncia, rigidez, regulao e condies de aperto da pea.
A eficincia de uma operao de maquinagem obriga seleo cuidada dos materiais
adequados na execuo de ferramentas de corte. Esta escolha exige a anlise ponderada de
fatores tcnicos e econmicos, assim como uma boa manuteno das pastilhas, com os cuidados
necessrios tanto no acento como no aparafusamento das pastilhas de corte aumentam a sua vida
e assim permitem uma maior economizao de recursos.
Figura 11 Torno Mecnico Figura 10 Principais componentes do Torno Mecnico
Figura 13 Mandriladora Figura 12 - Retificadora
Figura 14 Ferramentas e pastilhas de corte
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Durante o processo de maquinagem, podem-se distinguir dois tipos de movimentos: os que
promovem a formao da apara e os que no intervm diretamente na formao da apara. Dentro
dos primeiros, tem-se o movimento de corte que, o primeiro movimento entre a pea e a
ferramenta que origina somente uma nica remoo de apara durante uma rotao (Torno) ou curso
(Fresadora), o movimento de avano que o movimento entre a pea e a ferramenta que
proporciona, juntamente com o movimento de corte, a gerao da superfcie maquinada e por
ltimo, o movimento efetivo de corte que se caracteriza pelo movimento resultante da composio
dos dois movimentos anteriores. Dentro dos segundos, existe o movimento de posicionamento
que o movimento de aproximao entre a pea e a ferramenta, antes do incio do corte e o
movimento de penetrao que determina a camada de material a ser removida ou a distncia
entre duas superfcies maquinadas consecutivas.
Relativamente formao da apara, esta formada devido ao contacto da aresta de corte
com a pea, sendo o material retirado com a passagem da ferramenta. A apara pode ser continua
regular, contnua irregular ou descontinua dependendo, por exemplo, do material da pea e da
lubrificao. A quebra da apara um fator a ter em considerao visto que no deve interferir nem
influenciar a qualidade que se pretende para uma determinada pea.
Em suma, o grupo tem como objetivo maquinar uma pea e para isso utilizar o serrote
mecnico, o torno mecnico, e por ltimo a fresadora. Para a forma pretendida, sero utilizadas
ferramentas de corte para torneamento longitudinal externo e interno, facejamento, operaes de
forma e roscagem.
2. PEA A MAQUINAR
2.1. Descrio da Pea
A pea proposta para maquinagem est representada na Figura 15. Esta que ter sido
projetada com uma geometria que permitisse englobar vrios processos de maquinagem como o
torneamento, fresagem, furao, entre outros, permitindo assim ao grupo uma experincia numa
vertente mais prtica que ser com certeza til para uma experincia futura e que permitiu a
perceo de vrios parmetros e processos envolvidos durante a maquinagem da pea. O material
escolhido para a mesma foi o Ao C1, material fornecido pela empresa Ramada - Aos e Indstrias
SA, e que frequentemente utilizado na maquinagem convencional.
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2.2. Procedimento
As etapas envolventes no processo de maquinagem da pea subdividem-se em trs tipos,
podendo elas ser etapas de pr-maquinagem, maquinagem e ps-maquinagem. As etapas de pr-
maquinagem envolvem o processo no tanto prtico, mas mais terico no processo de obteno da
pea no sentido de que so estas etapas que envolvem o planeamento das operaes a efetuar
(desbaste, facejamento, acabamento, entre outras), das ferramentas a utilizar que vo depender do
tipo de material, da geometria pretendida na pea e ainda do tipo de acabamento pretendido. So
ainda tidos em conta os parmetros a usar durante a maquinagem da pea (velocidades de avano,
de corte, entre outros).
Depois de estudada uma possvel sequncia de maquinagem (uma vez que no existe uma
nica forma possvel de obter a pea), o grupo envolveu-se na parte mais prtica do processo,
efetuando as vrias etapas descritas na Tabela 1.
Tabela 1 Etapas do processo de maquinagem da pea
Etapa Descrio (mm) Mquina Ferramenta Parmetros
1 Corte do varo
30x104
Serrote
Mecnico Paqumetro -
2 Remoo de rebarbas - Lima;
Bico de limpeza. -
3 Aperto n1 Torno Chave de bucha -
4 Facejar Torno Buril de
facejamento
Rpm: 1500 (mx)
Pmx: 0.4 mm
f: 0.05 mm/rot
Figura 15 Desenho tcnico da pea a maquinar
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5 Torneamento
longitudinal
21x47
Torno Buril de desbaste
Rpm: 1500 (mx)
P: 0,25 mm
f: 0,2 mm/rot
6 Torneamento
longitudinal
12x18
Torno Buril de desbaste
Rpm: 1500 (mx)
P: 0,25 mm
f: 0,2 mm/rot
7 Torneamento cnico1
12 at 21 Torno Buril de desbaste 2 = 10.2
8 Torneamento de forma
8 Torno
Ferramenta de
forma (quadrada)
Rpm: 250
f: manual
9 Torneamento de forma
21 Torno
Ferramenta de
forma (quadrada)
Rpm: 250
f: manual
10 Torneamento de forma Torno Ferramenta de
forma (r = 2mm) -
11 Roscar Torno Buril para roscar
exteriores
Rpm: 70
Passo: 1.75
12 Verificar medidas - Paqumetro -
13 Aperto n2 Torno Chave de bucha -
14 Facejar Torno Buril de
facejamento
Rpm: 1500 (mx)
Pmx: 0.4 mm
f: 0.05 mm/rot
15 Torneamento
longitudinal
29h10x18
Torno Buril de desbaste
Rpm: 1500 (mx)
Pmx: 0.4 mm
f: 0.05 mm/rot
16 Torneamento de forma Torno Ferramenta de
forma circular
(r = 2mm)
-
17 Fazer ponto Torno Broca de ponto Rpm: 250
18 Furao
8x30 Torno Broca de furao -
19 Torneamento interno
21H12 Torno Buril de interiores -
20 Torneamento interno
(ranhurar) Torno Buril de interiores -
21 Fazer faces planas
25x21 Fresadora
Fresa de topo
(d25) Divisor: 1:40
22 Furao
2 Fresadora - -
23 Verificao das
medidas -
Paqumetro
Micrmetro -
Simbologia:
Rpm Rotaes por minuto Pmx Penetrao mxima f Avano P Penetrao
1 Torneamento cnico efetuado depois de calculado o ngulo entre a geratriz do cone e o eixo de rotao da pea e o carro porta-ferramentas devidamente posicionado; 2 O ngulo determinado pela frmula = (
2), em que D representa o dimetro maior, d o dimetro menor
e a a altura do cone.
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Para uma melhor compreenso de algumas etapas envolvidas no processo de maquinagem,
segue-se a Figura 16, na qual est representada a pea em que a numerao representa o n da
etapa, permitindo assim a melhor perceo do local geomtrico em que ocorrem as mesmas, e
ainda da Figura 17 Figura 24.
Figura 16 Pea numerada nos locais onde se efetuam algumas etapas.
Figura 17 Corte do varo no Serrote Mecnico
Figura 19 Limas usadas para a remoo da
rebarba
Figura 18 Placa de fixao da pea no Torno Mecnico e chave de bucha
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Figura 20 Fixao da pea
Figura 21 Marcao do contraponto na pea
Figura 22 Torneamento longitudinal externo
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Feita a pea pretendida, inicia-se a ltima fase, a de ps-maquinagem, importante para o
processo de maquinagem que consiste na limpeza das mquinas e ferramentas utilizadas a fim de
conservar as ferramentas. O Torno tem de ser limpo, removendo poeiras e apara acumulada na
bancada, e lubrificado para que se garantam condies de segurana, confiabilidade, diminuio
de custo e aumente a vida til do mesmo.
2.3. Escolha de Ferramentas
As ferramentas de corte utilizadas durante o processo de maquinagem foram escolhidas de
acordo com o tipo de operao a realizar, o material da pea e a geometria pretendida. De acordo
com os tipos de operao (desbaste, forma, roscagem e furao) so escolhidas diferentes
ferramentas de acordo com as propriedades das mesmas. Para uma operao de desbaste a
ferramenta deve ter elevada dureza, elevada tenacidade e baixo coeficiente de atrito. As
ferramentas de forma devem possuir um ngulo de ataque (entre 35 e 55) que permita obter a
forma desejada. Finalmente, para a roscagem, a ferramenta de corte dever possuir uma
extremidade pontiaguda de modo a criar o passo pretendido.
Figura 24 Substituio da ferramenta de corte na Fresadora para efetuar as faces
quadradas e o furo na pea
Figura 23 Pea maquinada
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2.4. Clculos
Velocidade de corte Consiste na velocidade que um ponto da superfcie da pea a maquinar
tem, em m/min. Esta velocidade est dependente do dimetro da pea e da velocidade de rotao
da mesma. Na expresso o fator 1000 por qual se divide serve apenas para passar o dimetro da
pea, dado em milmetros, para metros.
= ..
1000 (m/min) (1)
Onde: d- dimetro da pea a maquinar n- velocidade de rotao da pea (rpm)
Velocidade de avano Corresponde velocidade com que a ferramenta se desloca
longitudinalmente em relao pea, em mm/min. No entanto o avano (f) no foi sempre o mesmo,
uma vez que num processo de desbaste usa-se um valor maior do que num processo de
acabamento.
= . = 1000.
. . (mm/min) (2)
Taxa de remoo da apara Consiste na quantidade de remoo de apara, por unidade de tempo.
= . . (3/ min) (3)
Usando:
= 141400 mm/min f = 0,2 mm/rot p = 0,25 mm
Tempo de maquinagem Uma vez que foi usado um avano manual em algumas das partes do fabrico da pea, torna-se muito difcil calcular o tempo de maquinagem, pois os parmetros de corte no so constantes nem conhecidos em todo o processo.
Para o facejamento:
f = 0,05 mm/rot n = 1500 rpm =75 mm/min
Para o desbaste:
f = 0,2 mm/rot
n = 1500 rpm
= 300 mm/min
d = 30mm n = 1500rpm = 141,4 m/min
= 7070 m3/min
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Potncia de maquinagem A potncia de maquinagem um fator extremamente importante pois indica a potncia que ir ser necessria.
= . (4)
= . . (5)
= . (6)
Assim: = 0,2.0,25= 0,05 2
= 2,5.680.0,05 = 85
= 85. 141,4 = 12019
Nota:
- coeficiente numrico, 250 numa operao de desbaste no torno
- tenso de rotura do material
- seco da apara
3. METROLOGIA
O resultado de uma medio , em geral, uma estimativa da varivel a medir. A apresentao
de um resultado completo apenas quando acompanhado por uma quantidade que mede a sua
incerteza, ou seja, a dvida ainda existente no processo de medio.
A metrologia a cincia que estuda e promove a medio. Medir errar de forma controlada,
ou seja, existe sempre uma incerteza/dvida associada nossa medio. Assim sendo, o resultado
ser um intervalo e a sua amplitude est diretamente relacionada com a qualidade de fabrico da
pea, existindo uma qualidade superior para intervalos de menor amplitude.
Na Tabela 2, esto representados os desvios do veio e do furo de acordo com a qualidade
pretendida.
Tabela 2 Desvios fundamentais para o veio e para o furo, de acordo com a tolerncia.
Dimenso IT Desvio Inferior Desvio Superior
29h10 0.084 mm - 0.084 mm 0
21H12 0.210 mm 0 0.210 mm
Sendo que, IT = Desvio Superior Desvio Inferior
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Como no h conhecimento das medies efetuadas no final do processo de maquinagem,
no se pode concluir se as dimenses se encontram dentro dos seus intervalos de tolerncia, ou
seja, dentro dos valores admissveis referidos no desenho tcnico da pea.
Ao longo do processo, foram utilizados dois instrumentos de medio para realizar a
verificao das medidas pretendidas: o paqumetro (com uma resoluo de 0.1mm), Figura 25 e o
micrmetro (com uma resoluo de 0.01mm), Figura 26.
Figura 25 - Paqumetro
Figura 26 - Micrmetro
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4. CONCLUSO
Com a elaborao deste trabalho prtico e relatrio, foi possvel ao grupo ganhar experincia
no s pela pesquisa que efetuou que serve para futuros projetos, mas tambm pela atividade
prtica que executou, cada elemento do grupo, no torno, e que apesar de ter sido pouca, deu para
aplicar alguns dos conhecimentos tericos adquiridos.
Para que tal fosse possvel, foram de grande relevncia os conhecimentos que se adquiriram
ao frequentar as aulas tanto tericas como prticas desta unidade curricular, porque motivou a que
se pesquisasse mais profundamente sobre algumas curiosidades de mquinas e ferramentas de
corte, em que no foi possvel ter um contacto direto e que possivelmente ser uma realidade
quando se partir para o mundo industrial.
Em suma, o grupo conseguiu realizar os objetivos propostos tirando partido disso mesmo para
o futuro.
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REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS
[1] Apontamentos Tericos de Tecnologias de Maquinagem e Conformao disponibilizados pelo Prof. Doutor Engenheiro Hlder Puga
[2] DA CUNHA, L. Veiga. Desenho Tcnico. 14 edio. Fundao Calouste Gulbenkian, Servio de Educao e Bolsas, 2004
[3] Figura 1 - http://www.moniz.com.br/usinagem/img/torno-cnc.jpg (Consultado em abril de 2014)
[4] Figura 2 - Esquema adaptado dos Apontamentos Tericos da Aula 3 de Tecnologias de Maquinagem e Conformao do Prof. Doutor Engenheiro Hlder Puga
[5] Figura 3 - Esquema adaptado dos Apontamentos Tericos da Aula 3 de Tecnologias de Maquinagem e Conformao do Prof. Doutor Engenheiro Hlder Puga
[6] Figura 4 - http://www.rjreformadora.com.br/plainalimadora/PLAINALIMADORADEPOIS5.jpg (Consultado em abril de 2014)
[7] Figura 5 - http://images.quebarato.com.ar/T440x/limadora+impecable+morsa+y+embrague+lanus+buenos+aires+argentina__349FBA_1.jpg (Consultado em abril de 2014)
[8] Figura 6 - http://tornovar.com/images/escateladora.jpg (Consultado em abril de 2014)
[9] Figura 7 - http://media.exapro.es/product/2011/09/P10930146/325ba96fb18570d1398d81929ee07dee/maquina-brochadora-vertical-mod-en2001-ref280122-41-de-segunda-mano-p10930146_3.jpg (Consultado em abril de 2014)
[10] Figura 8 - http://images02.olx.pt/ui/31/68/87/Fotos-de-Engenho-de-furar_450606187_1.jpg (Consultado em abril de 2014)
[11] Figura 9 - http://www.cimm.com.br/portal/produto/imagem/9717/catalogo_fresadora_FUA1500.jpg (Consultado em abril de 2014)
[12] Figura 10 - http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/6/68/HwacheonCentreLathe_460x1000.jpg (Consultado em abril de 2014)
[13] Figura 11 - http://s3.amazonaws.com/magoo/ABAAAer3kAH-2.jpg (Consultado em abril de 2014)
[14] Figura 12 - http://www.famasa.com/images/pictures/W_100A.jpg (Consultado em abril de 2014)
[15] Figura 13 - http://www.cimm.com.br/portal/produto/imagem/9238/retificaRP4080AH.jpg (Consultado em abril de 2014)
[16] Figura 14 - http://www.sandvik.coromant.com/en-gb/products/silent_tools_turning/pages/default.aspx (Consultado em abril de 2014)
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[17] Figura 15 - Figura adaptada do Solidworks 2013 (abril de 2014)
[18] Figura 16 - Figura adaptada do Solidworks 2013 (abril de 2014)
[19] Figura 17 Imagem de autor: Fabiano Silva, maro de 2014
[20] Figura 18 - http://www.acrecaxias.com.br/wp-content/uploads/2013/05/lima-mecanica-copy.jpg (Consultado em abril de 2014)
[21] Figura 19 - http://www.citrinus.com/produtos/6827_Bucha-3m-PD230-24028-v2.jpg (Consultado em abril de 2014)
[22] Figura 20 - Imagem de autor: Fabiano Silva, maro de 2014
[23] Figura 21 - Imagem de autor: Fabiano Silva, maro de 2014
[24] Figura 22 - Imagem de autor: Fabiano Silva, maro de 2014
[25] Figura 23 - Figura adaptada do Solidworks 2013 (abril de 2014)
[26] Figura 24 - Imagem de autor: Fabiano Silva, maro de 2014
[27] Figura 25 Figura adaptada de http://www.starrett.com.br/produtos/images_prod/Paquimetro-com-Guias-Revestidas-de-Titanio-125T_ImgProd866.jpg (Consultado em abril de 2014)
[28] Figura 26 - http://www.lojastamoyo.com.br/loja/resize/image.php/910245_1.JPG?&image=/loja/arquivos/produtos/imagens_adicionais/910245_1.JPG (Consultado em abril de 2014)
[29] Figura 27 - Figura adaptada do Solidworks 2013 (abril de 2014)
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ANEXOS
Figura 27 Representao da pea com auxlio vista em corte