Maquinas 127

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Março de 2013

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Rodando por aí

Qualidade na semeadura

Taxa ideal para aplicar

Pulverização eletrostática

Como operar retroescavadeiras

Test Drive - LS U60

Desempenho de tratores

Compactação em lavouras de café

Lançamentos Expodireto 2013

Demanda energética de tratores

Test Drive - LS U60 20Conheça em primeira mão o trator LS U60 da empresa sul-coreana LS Mtron e veja como este lançamento se saiu no nosso test drive

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Por falta de espaço, não publicamos as referências bibliográficas citadas pelos autores dos artigos que integram esta edição. Os interessados po-dem solicitá-las à redação pelo e-mail: [email protected]

Os artigos em Cultivar não representam nenhum consenso. Não esperamos que todos os leitores simpatizem ou concordem com o que encontrarem aqui. Muitos irão, fatalmente, discordar. Mas todos os colaboradores serão mantidos. Eles foram selecionados entre os melhores do país em cada área. Acreditamos que podemos fazer mais pelo entendimento dos assuntos quando expomos diferentes opiniões, para que o leitor julgue. Não aceitamos a responsabilidade por conceitos emitidos nos artigos. Aceitamos, apenas, a responsabilidade por ter dado aos autores a oportunidade de divulgar seus conhecimentos e expressar suas opiniões.

NOSSOS TELEFONES: (53)

• EditorGilvan Quevedo

• RedaçãoCharles Echer

• RevisãoAline Partzsch de Almeida

• Design Gráfico e DiagramaçãoCristiano Ceia

Grupo Cultivar de Publicações Ltda.www.revistacultivar.com.br

DireçãoNewton Peter

[email protected]

CNPJ : 02783227/0001-86Insc. Est. 093/0309480

Na linhaEntenda como fatores como velocidade

de deslocamento, tipo de semente e uso de polímeros interferem na qualidade

Força de sobraConfira avaliação de desempenho opera-cional e energético de um trator agrícola

durante operação de aração

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• REDAÇÃO3028.2060

Assinatura anual (11 edições*): R$ 173,90(*10 edições mensais + 1 edição conjunta em Dez/Jan)

Números atrasados: R$ 17,00Assinatura Internacional:

US$ 130,00€ 110,00

Cultivar Máquinas • Edição Nº 127 • Ano XII - Março 2013 • ISSN - 1676-0158

• ComercialSedeli FeijóJosé Luis AlvesRithiéli de Lima Barcelos

• Coordenação CirculaçãoSimone Lopes

• AssinaturasNatália RodriguesFrancine MartinsClarissa Cardoso

• ExpediçãoEdson Krause

• Impressão: Kunde Indústrias Gráficas Ltda.

Destaques

Nossa capa

Índice

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Matéria de capa

Cap

a: C

harl

es E

cher

CCCultivar

• GERAL3028.2000

• ASSINATURAS3028.2070• MARKETING3028.2065

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rodANdo por AÍ

Eduardo Souza

LS TractorA equipe da LS Tractor esbanjou ânimo durante a Expodireto, onde a empresa estreou no circuito das feiras brasileiras. Para o diretor comer-cial e de marketing, André Rorato, “os tratores da marca possuem alta tecnologia, presente atualmente somente em tratores de grande porte, que surpreenderão os produtores brasileiros”.

TecnologiaEduardo Souza, gerente de Produtos Tratores da AGCO, destacou os benefícios dos tratores da Série S da Valtra. “São tratores para alta performance, que estão surpreendendo os produtores brasileiros pela tecnologia que possuem e pela Transmissão Variável AGCO”, explica. A comercialização da Série S faz parte da estratégia do grupo para ampliar a participação na América do Sul.

AgraleJose Alberto Matos, gerente de marketing, e Jacir Smaniotto, supervisor de vendas de tratores, comemoraram os bons resultados da Agrale na Expodireto 2012, onde as expectativas de negócios foram superadas. “As diversas feiras que acontecem durante o ano são importantes para estreitar o relacionamento com os clientes e são também excelentes oportunidades de novos negócios”, comemora Matos.

Híbrida e versátilUm dos destaques da Massey Ferguson na Expodireto foi a colhedora MF 32SR, uma máquina axial e híbrida que está preparada para colher grãos normais e também arroz. Para Roberto Ruppenthal, gerente de marketing Colheitadeiras, e Valter Grando, promotor técnico de produto, essa é uma característica bastante desejada no mercado, que agrada os clientes pela versatilidade e simplicidade para alternar a colheita de diferentes culturas.

De fábricaPedro Casado, da Agritech, destacou os benefícios do Yanmar Agritech 1175-4 Compacto, que já sai de fábrica cabinado. “É um trator des-tinado aos agricultores que necessitam de um trator versátil e seguro, que certamente agradará os clientes”, explica.

VisitaO presidente da Jacto, Martin Mundstock, participou da Expodireto 2013 onde acompanhou o trabalho da equipe e reuniu-se com clientes. Ele comemorou o sucesso de vendas do novo Uniport 3030, lançado pela empresa no ano passado e que está superando as expectativas de vendas.

Jose Alberto Matos e Jacir Smaniotto

Valter Grando e Roberto Ruppenthal

Pedro Casado

Martin Mundstock

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Transmissão variávelO trator S293 da Valtra chamou atenção dos visitantes da Expodireto 2013. Este modelo tem como diferencial a transmissão variável. “Os produtores ficam curiosos para conhecer a transmissão pela sua carac-terística de não haver solavancos no avanço do trator, explica Winston Quintas, supervisor de marketing Tratores da Valtra.

PulverizadoresO engenheiro agrônomo André Luis Casali assumiu recentemente o cargo de coordenador de marketing produto pulverizadores na AGCO e vai atuar atendendo clientes e revendas nas regiões Norte e Centro-oeste do Brasil.

AgrimecA equipe comercial e de vendas da Agrimec apresentou para clientes e participantes da Expodireto o amplo portfólio da empresa. De acordo com Diego Souza, do setor comercial da empresa, “a tecnologia desenvolvida em sintonia com o trabalho de campo permite que o portfólio contemple carretas robustas com qualidade e funcionalidade”, enfatiza.

ParceriaMais uma vez, a Veyance Technologies, detentora mundial da marca Goodyear Engineered Products, participou, em parceria com a Titan Pneus, da Expodireto Cotrijal 2013. De acordo com a coordenadora de marketing, Estela Silva, a Veyance ampliou a participação nos mercados de peças originais e de reposição agrícola, além de apresentar sua linha de correias para o sistema de elevação de grãos através de canecas e correias transportadoras para o transporte entre os silos de grãos.

SemeatoEduardo Copetti, gerente de Desenvolvimento Mercado/Produto da Se-meato, esteve presente na Expodireto Cortrijal destacando o lançamento da semeadora SSM 27, que passou por um processo de reengenharia. “Além da aparência, foram aumentadas as capacidades de sementes e fertilizantes, atendendo uma reivindicação dos usuários para aumentar o rendimento operacional diário”, explica.

JanPrincipal lançamento da Jan durante a Expodireto 2013, o Tanker Magnu 25.000 vem para completar a linha de carretas graneleiras, com alta capacidade de carga e velocidade de descarregamento. De acordo com Claudiomiro Santos, gerente comercial da Jan, a empresa vem apostando forte nas linhas de reboques, implementos cada vez mais procurados pelos produtores brasileiros.

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André Luis Casali

Winston Quintas (dir.)

Eduardo Copetti

Claudiomiro Santos

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Paulo Kreling

Montana Um dos principais destaques da Montana na Expodireto foi o pulveriza-dor acoplado Gardien 800, equipamento com alto padrão de qualidade, barras de 12, 14 e 16 metros totalmente remodeladas e hidráulicas e tanques de 600 e 800 litros. De acordo com Kleber Nussrala, gerente de Implementos da Montana, o equipamento “possui um conjunto de novas tecnologias para facilitar o trabalho do produtor”.

Marini A equipe da Marini participou da Expodireto 2013 mostrando a sua linha de produtos para tratores e colheitadeiras. Os destaques ficaram por conta dos rodados duplos e os aros especiais para pulverização, que foram apresentados aos clientes e visitantes da feira. De acordo com Eduardo Marini, o sistema de engates rápidos dos rodados duplos oferece maior agilidade e rapidez ao produtor rural.

KuhnMário Wagner, diretor-geral da Kuhn do Brasil, e Evandro Henrique Fülber, diretor comercial, acompanharam a equipe da Kuhn durante a Expodireto, onde a empresa apresentou a Semeadora Quadra Venta. Segundo Evandro Fülber, a máquina “chama a atenção pela sua inte-ração com o solo e o relevo mesmo em declives acentuados ou taipas em lavouras de arroz”.

Miac Luis Antonio Vizeu, presidente da Miac, destacou que a Expodireto foi um momento especial para receber clientes do varejo, fabricantes de implementos e principalmente o pessoal das engenharias interessado em informações técnicas sobre produtos da empresa. Ele ressaltou que esta edição foi marcada por excelentes negócios embalados pelo bom momento da agricultura.

GTS Kelly Jandrey da Silva, designer e marketing GTS do Brasil, comemorou o sucesso da entrada da empresa no segmento de carretas graneleiras. O modelo UpGrain Seed Jet, lançado na Expodireto, completa a linha de produtos 2013, sendo o primeiro abastecedor de plantadeiras com sistema a vácuo do Brasil.

Expedição Montana Carlos Magno, diretor comercial da Montana, avaliou como positivo o lançamento do projeto Expedição Montana, que percorrerá diversos estados do Brasil atendendo clientes da marca. Para ele, “projetos como este contribuem para aumentar a competitividade da empresa no mer-cado, antecipando tendências e oferecendo informações precisas e de qualidade para o produtor rural brasileiro” concluiu.

Kleber Nussrala

Kelly Jandrey da Silva

Mário Wagner e Evandro Henrique Fülber

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Titan PneusA equipe da Titan Pneus esbanjou entusiasmo durante a Expodireto 2013. Com quatro novos modelos de pneus radiais para o mercado agrícola, a empresa está ampliando sua participação no setor, oferecendo medidas para máquinas de grande porte.

Case IHTomas Lorenzzon, especialista de produtos Marketing da Case IH, destacou os diferenciais da colheitadeira Axial Flow 2688 arrozeira que trabalha com plataformas de corte de 20 pés. Segundo Lorenzzon, “a versatilidade da máquina impressiona, pois ela pode sair da colheita do arroz e entrar no talhão do soja somente com a troca da plataforma e ajustes direto da cabine do operador” concluiu.

New Holland Nathália Hofstaetter, marketing da New Holland, e Marco Cazarim, especialista em tratores da New Holland, acompanharam os lançamen-tos da empresa na Expodireto 2013 onde foram lançados os tratores da linha T7, fabricados no Brasil, e o TS6 importado do México.

Geo AgriA Geo Agri apresentou para os visitantes e clientes os equipamentos Vant swingletCAM da senseFly, o sensor de biomassa e vigor GreenSe-eker e o monitor de colheita da Trimble. De acordo com o engenheiro agrônomo Gustavo Fedrizzi da Silva, a Expodireto foi um excelente espaço para apresentar as novas tecnologias e fechar negócios impor-tantes.

Nathália Hofstaetter e Marco Cazarim

Tomas LorenzzonGustavo Fedrizzi da Silva (esq.)

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SEMEAdorAS

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A produtividade das culturas está diretamente associada à qualidade da semeadura, de maneira que este

processo deve ser realizado de forma a buscar elevados padrões de qualidade e de precisão, a fim de garantir um estande adequado de plantas e, consequentemente, uma produtivi-dade satisfatória. A obtenção de informações sobre os fatores que atuam nesta operação e como podem influenciar na produtividade, são de grande importância, visto que podem auxiliar na redução dos erros provenientes desta etapa.

Para que a cultura implantada atinja as melhores condições de desenvolvimento e produção, é importante que se acompanhe com bastante atenção e controle o ato de se-mear e adubar, os quais devem ser realizados

Na linhaA regulagem da semeadora, a velocidade de deslocamento,

o tipo de distribuidor e o uso de polímeros são alguns dos fatores que influenciam diretamente na deposição de

sementes e na uniformidade do estande de plantioeficientemente para que se consiga atender as recomendações agronômicas estabelecidas, principalmente no que se refere à quantidade e à localização do fertilizante e das sementes no leito de semeadura. Dessa forma, no processo de produção de grãos, a semeadura é um dos fatores mais importantes, de forma que esta deverá proporcionar um correto estabeleci-mento das plantas na lavoura.

Os aspectos mais relevantes para isso estão relacionados com o desempenho da semeadora-adubadora, pois está sujeita a vá-rios fatores que atuam de forma negativa na sua performance com relação à distribuição de sementes no sulco de semeadura, entre eles a velocidade de deslocamento, uniformidade e tratamento fitossanitário das sementes, além dos mecanismos dosadores.

DISTRIBUIÇÃO LONGITUDINALDE SEMENTESDentre os principais fatores que devem ser

controlados para alcançar o objetivo de uma lavoura com alto potencial produtivo, está o estabelecimento de um estande com plantas uniformemente distribuídas nas linhas, res-peitando o espaço vital delas e almejando a mínima competição, tornando possível a uti-lização, com eficácia, dos recursos disponíveis no ambiente.

A distribuição longitudinal de sementes se destaca como sendo um dos principais fatores que interferem positivamente ou ne-gativamente na produção das culturas. Esta, quando de forma irregular, pode acarretar em um aproveitamento ineficiente dos recursos naturais disponíveis, como a água, a luz e os nutrientes, bem como a promoção da compe-tição entre as plantas. Em algumas culturas, como, por exemplo, a soja, uma distribuição que proporcione o acúmulo de sementes, caracterizando como espaçamento duplo, após a emergência, poderá fazer com que estas plântulas, e depois as plantas adultas, apresentem um crescimento acima do normal, aumentando a distância entre nós e reduzindo o diâmetro do caule, o que torna as plantas mais suscetíveis ao acamamento, com um me-nor número de ramificações. Além disso, pode

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propiciar a competição entre elas, reduzindo o potencial produtivo e comprometendo o po-tencial da lavoura. A tolerância a essa condição é variável e dependente da adaptabilidade da cultivar utilizada e, por isso, é fundamental seguir a recomendação da empresa detentora da tecnologia.

Outra condição muito comum é a per-cepção de espaços com ausência de plantas, caracterizado como espaçamento falho. Es-ses ambientes podem ser causados por três grandes problemas: o ataque de patógenos, pragas e a ausência de semente. Essa última oportuniza uma maior entrada de luz na par-te inferior do dossel, incidindo diretamente sobre o solo, fato que promove o nascimento de plantas invasoras caso haja a presença de sementes destas nesse solo. Essas, por sua vez, exercem uma competição com as cultivadas, o que pode causar uma redução do potencial da cultivar. Além disso, na condição de falha, as plantas cultivadas apresentam aumento do comprimento do caule, do número e vigor dos ramos e redução da distância entre nós, acar-retando em diminuição do porte, fatos estes que dificultam a colheita mecanizada.

Além disso, o tratamento fitossanitário, que tem como intuito proteger a semente e as plântulas nos estádios iniciais de desenvol-vimento, através da utilização de fungicidas e/ou inseticidas, micronutrientes, estimu-

lantes radiculares e inoculantes, aplicados externamente, pode causar interferência na distribuição longitudinal. A utilização destes produtos altera as características físicas da semente, como a rugosidade, fazendo com que ocorra um aumento da aderência entre sementes e nos componentes do mecanis-mo dosador, provocando danos mecânicos, prejudicando seu desempenho produtivo e, por conseguinte, a distribuição na linha. A maneira mais simples de contornar estes efeitos é com a aplicação de lubrificante sólido grafite nas sementes tratadas, que auxilia na redução do atrito, facilitando o escoamento pelo mecanismo dosador e pelo tubo condutor até o leito de semeadura.

ESPAÇAMENTOS ENTRE LINHAS E DENSIDADE DE SEMEADURAAlguns trabalhos realizados na cultura da

soja demonstram que a variação na densidade de semeadura provoca mudanças na estrutura morfofisiológica da cultura, de modo que estas alterações reduzem, com o acréscimo da densidade, ou aumentam, com a redução da mesma, a quantidade de vagens por planta e o número de grãos por vagem, além de inter-ferir na estatura da planta. Entretanto, alguns experimentos permitiram a conclusão de que as plantas compensam, até certo percentual de redução na densidade, devido ao aumento da ramificação e, logo, da produção individual de vagens. Além disso, a tolerância às variações

Fotos Dauto Pivetta Carpes

Falhas na distribuição das plantas na linha (à esquerda),e distribuição correta das plantas na linha (à direita)

Massey Ferguson

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na densidade muda de acordo com a cultivar utilizada, sendo normalmente maiores densi-dades para as de ciclos precoce e superprecoce e menores para médias e tardias, isso porque as últimas têm um período de crescimento vegetativo maior, aumentando o número de ramos laterais e o porte da cultura em relação às primeiras.

Outra questão muito importante é a alte-ração no espaçamento entre linhas, associado com a variação na densidade de semeadura, que também pode influenciar no manejo de doenças como, por exemplo, a ferrugem asiáti-ca e o oídio. Uma lavoura com alta densidade de plantas distribuídas em espaçamentos reduzidos, coincidindo com condições de temperaturas elevadas e a um grande período de molhamento ocasionado por chuvas ou pela irrigação, propicia um ambiente favorável ao surgimento, desenvolvimento e agressividade de doenças que reduzem a produtividade da cultura e a qualidade do material a ser colhido.

Já no caso do milho, que é uma das cul-turas mais sensíveis à variação da população de plantas, por não possuir um mecanismo de compensação dos espaços causados por irregularidades na semeadura, observa-se a necessidade de acompanhar cada sistema de produção, em função das suas especificidades, devendo realizar um manejo de modo a ma-ximizar a produção da cultura. Esta técnica pode levar em consideração a disponibilidade hídrica, a fertilidade do solo, a cultivar, a época de semeadura, o espaçamento entre plantas e entre linhas.

Esta variação, principalmente quando

ocorre em situações de alta população de plantas, ultrapassando as recomendações agronômicas, poderá acarretar na redução do tamanho e número de espigas por planta, consequentemente o número de fileiras e grãos por espiga, diminuição do diâmetro do colmo, favorecendo o acamamento de plantas e também o surgimento de doenças foliares, de colmo e de espigas. Estas moléstias são favore-cidas, devido ao fato de que estas circunstân-cias proporcionam menor circulação de ar no interior do dossel, fato este que, associado a um maior período de molhamento das folhas e de uma temperatura mais amena, torna o ambiente propício ao desenvolvimento dos fungos causadores de doenças.

A redução do espaçamento entre linhas diminui a incidência de radiação solar nos setores mais inferiores da planta. Contudo, esta diminuição pode limitar o desenvolvi-mento de plantas daninhas, atuando como um método cultural de controle de plantas invasoras. Além disso, para uma mesma densidade de plantas, reduzindo o espaça-mento entre linhas e, consequentemente, o número de plantas por metro linear, pode-se influenciar positivamente a produção, pois tal modificação reduz a competição por espaço, luz e nutrientes entre as plantas, aumentando o potencial individual.

VELOCIDADE DE DESLOCAMENTOPara aumentar a eficiência operacional,

o produtor faz, em algumas circunstâncias, uso de maiores velocidades de deslocamento do conjunto trator/semeadora para que seja obedecida a “janela” de semeadura da cultura em questão. Este momento é um período reco-

mendado para a semeadura de modo que, após a germinação das sementes, tenha as condições climáticas, como precipitação, radiação solar e temperatura, além das condições de solo, como a umidade, adequadas para o desenvolvimento durante seu ciclo.

O aumento da velocidade faz com que a rotação do disco dosador aumente proporcio-nalmente, implicando em uma redução no tempo de exposição da semente ao alvéolo do disco. Episódio este que pode acarretar falhas de preenchimento e em um espaçamento falho na linha de semeadura, podendo ocasionar um aumento dos danos mecânicos nas sementes. Além disso, esse incremento de velocidade proporciona qualidade inferior na abertura do sulco pelos mecanismos sulcadores, mobi-lizando o solo em superfície excessivamente e prejudicando também a eficiência dos mecanismos cobridores e compactadores da semeadora.

Com relação aos mecanismos dosadores, pesquisadores afirmam que, em velocidades de deslocamento acima de 7,5km/h, a precisão na distribuição longitudinal de sementes na linha de semeadura é semelhante tanto em dosadores pneumáticos quanto em dosadores mecânicos de discos horizontais. Porém, esse aumento demasiado da velocidade é prejudi-cial a uma boa distribuição das sementes.

REGULAGENSA uniformidade no tamanho e formato das

sementes também pode influenciar de forma significativa a distribuição, de modo que, quando uniformes, a escolha do disco dosador é facilitada, ocorrendo o preenchimento corre-to dos alvéolos e estas passam com facilidade pelo disco. Além disso, a menor variação do tamanho das sementes proporciona uma redução na passagem dupla das mesmas ao mesmo tempo pelo alvéolo. Contudo, ressalta-se que o alvéolo do disco deve ter diâmetro de no máximo 10% superior ao da semente, afim de que não seja este o causador da dúplice dosagem e nem de obstrução.

Com a consolidação do sistema de seme-adura direta e, portanto, da necessidade da manutenção de cobertura vegetal em superfí-cie, os fabricantes de semeadoras optaram por posicionar os mecanismos dosadores a uma maior altura, em relação ao nível de solo, para evitar danos a estes, devido ao contato com os restos culturais. Este acréscimo faz com que as sementes tenham um maior percurso entre o dosador e o solo através do tubo condutor, propiciando maior velocidade de queda, o que pode levar a um rolamento e/ou a saltos para fora do ponto ideal de queda no sulco de seme-adura. Além disso, o contato das sementes com as paredes do tubo condutor, dependendo da conformação do mesmo, pode ocasionar o fe-nômeno conhecido como “ricocheteamento”,

Sementes acondicionadas corretamente (acima) e sementes maiores que o alvéolo do disco (abaixo)

Problemas na distribuição (acima) e distribuição uniforme de sementes (abaixo)

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que é a colisão das mesmas com as paredes do tubo, causando um desvio da trajetória ideal. Este fenômeno poderá retardar a queda das sementes, fazendo com que se altere o tempo de descida entre uma e outra, de modo que ocorram espaçamentos falhos e duplos na linha de semeadura.

De acordo com as recomendações agronô-micas, a profundidade de semeadura deve ser em torno de 5cm para a maioria das culturas, sendo que o manejo desta profundidade pode variar de acordo com a textura do solo, teor de água do solo, tamanho da semente e característica da espécie. Além disso, as se-mentes podem sofrer interferências causadas por torrões, bolsões de ar, pedras e, também, pelo selamento superficial do solo, ocasionado pela ação da chuva e pela falta de cobertura vegetal em superfície. Fatores como estes aliados a um contato deficiente da semente com o solo podem retardar a emergência e consequentemente causar a desuniformidade da lavoura.

CONSIDERAÇÕES FINAISA competitividade do setor agrícola faz

com que seja necessária a utilização dos re-cursos ambientais como água, solo e radiação solar, de uma forma mais eficiente possível.

A operação de semeadura sendo realizada de forma precisa e eficiente poderá proporcionar aumento de produtividade, redução de custos, facilidade dos tratos culturais durante o ciclo da cultura, melhores condições na colheita e consequentemente maior rentabilidade ao produtor. .M

Operação de semeadura em duas velocidades distintas

Dauto Pivetta Carpes,Airton dos Santos Alonço,Tiago Rodrigo Francetto,Mateus Potrich Bellé,Cristian Josue Frantz eOtavio Dias da Costa Machado,Laserg/UFSM

Fotos Dauto Pivetta Carpes

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pulvErIzAção

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Bastante utilizado em propriedades agrícolas para realizar o repasse ou limpeza de estradas rurais e bordões de lavouras, os pulverizadores costais também possuem

diferentes tecnologias e também diferentes taxas de eficiência de trabalho

A quase totalidade dos defensivos aplicados na agricultura utiliza como veículo a água, com ou sem

o auxílio de aditivos. Em 2008, pesquisado-res avaliaram que até o ano de 2017 somente a cultura de cana-de-açúcar, permanecendo a evolução prevista, consumirá anualmente, em aplicação de defensivos de modo con-vencional no Brasil, a cifra de seis milhões de metros cúbicos de água. Os defensivos contribuem para a redução de mão de obra e aumento da produção agrícola, provocando a redução de custos e melhoria da qualidade dos alimentos.

A preocupação cada vez mais crescente em relação à poluição ambiental tem real-çado a necessidade de uma tecnologia mais apurada para a colocação do produto quími-co no alvo. A utilização de técnicas corretas de aplicação pode efetivamente reduzir o risco ou a quantidade de deriva produzida nas aplicações de defensivos. A seleção de pontas de pulverização e adjuvantes adequa-dos pode ser uma medida eficiente pelo uso das gotas pulverizadas de maior tamanho e alterações nas propriedades físicas e quími-cas na calda de aplicação.

Uma das operações comuns no controle

de plantas daninhas em cana-de-açúcar é a de “catação” ou “repasse”, que consiste no uso de herbicidas aplicados após o controle químico efetuado em área total, por uma máquina costal manual. Esta operação objetiva a limpeza de estradas rurais, carre-adores, bordas dos talhões e entre linhas da cultura, ganhando maior importância com a perspectiva de adoção da colheita mecaniza-da, facilitando o deslocamento das máquinas e a limpeza do material colhido.

Com o objetivo de comparar diferentes taxas de aplicação do glifosato quanto à eficiência no controle e à deposição da

Jact

o

Volume baixo

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calda em plantas daninhas na operação de “repasse” ou “catação”, foi realizada uma pesquisa de campo com equipamentos cos-tais de diferentes tecnologias de aplicação, sendo: acionamento manual, pressurizado e rotativo (gotas de tamanho controlado). Os tratamentos estão descritos na Tabela 1 e os equipamentos representados na Figura 1.

Avaliou-se a eficiência no controle das plantas daninhas (Tabela 2), considerando-se o efeito das aplicações de cada um dos tra-tamentos, sobre a espécie capim amargoso (Digitaria insularis) de controle mais difícil que as plantas daninhas predominantes na área; capim argentino (Sorghum halepense), capim branco (Chloris polydactyla) e capim

colonião (Panicum maximum). As avaliações foram efetuadas em três épocas distintas após a aplicação do herbicida, a saber: sete, 15 e aos 30 dias após aplicação. As plantas daninhas avaliadas se encontravam em pleno desenvolvimento e em fase de pré-florescimento. No período citado avaliou-se também a possibilidade de ocorrência de fitotoxicidade do produto glifosato na cana-de-açúcar, nas condições de aplicação. O produto foi aplicado ao acaso em jato dirigido nas entre linhas, também em oito tratamentos e com quatro repetições e a avaliação foi feita utilizando-se a mesma metodologia. A cana-de-açúcar estava com quatro meses de rebrota após a colheita

manual. Observou-se que aos sete dias após

aplicação, todos os tratamentos diferiram da testemunha e não houve diferença significa-tiva entre eles. O conceito C, também obtido por todos os tratamentos, mostra que nesta fase o controle foi moderado e insuficiente para infestação da área, porém, diferente da testemunha, que obteve conceito E, ou seja, ausência de controle, o que evidencia o início de resposta aos tratamentos. A partir dos 15 dias após aplicação, começaram a aparecer diferenças entre os tratamentos e se fez necessário um estudo comparativo com os resultados através de um teste de deposição, visando averiguar a quantidade

Figura 1 - Equipamentos utilizados no ensaio. Acionamento manual (àesquerda), costal pressurizado (centro) e equipamento rotativo (à direita)

Fotos Euripedes Rodrigues

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Tabela 1 - Tratamentos, equipamentos, taxas de aplicação e pon-tas de pulverização utilizadas. USIBAN – Bandeirantes/PR.

Taxa de aplicação (L ha-1)

2604671903808,873

96,7Testemunha

Tratamento

Am1Am2P3P4R5R6R7T8

Equipamento

Acionamento manualAcionamento manual

PressurizadoPressurizado

CDA gotas finasCDA gotas mediasCDA gotas grossas

Testemunha

Ponta de pulverizaçãoAXI 110 015AXI 110 03AXI 110 015AXI 110 03

CDACDACDA

Testemunha

* Categorias de tamanho das gotas segundo norma ASAE S572 (ASAE, 2000)

Tabela 2 - Descrição dos conceitos aplicados às avaliações de controle

ConceitoABCDE

DescriçãoControle excelente ou total da espécie em estudoControle bom, aceitável para infestação da área

Controle moderado, insuficiente para a infestação da áreaControle deficiente ou inexpressivo

Ausência de controle

Sociedade Brasileira da Ciência das Plantas Daninhas, SBCPD (2000)

Eurípedes Bomfim Rodrigues Marco Antônio Gandolfo,UENPOtavio Jorge Grigoli Abi Saab,UEL

.M

A utilização de técnicas corretas de aplicação pode efetivamente reduzir o risco ou a quantidade de deriva

Jact

o

de produto recebida pela planta.Este estudo se realizou pela pulverização

de uma solução composta por água e 2% de cloreto de sódio, nas mesmas condições de taxa de aplicação que os tratamentos descritos, e foi avaliado através do método de condutividade elétrica da solução de lavagem das folhas das plantas.

Os resultados da condutividade elétrica demonstram diferença significativa entre o depósito sobre as plantas nas pulverizações feitas com maiores ou menores volumes, podendo-se deduzir que o fato das gotas menores, resultado das aplicações com as pontas de menor vazão (110 015) e a ponta rotativa de gotas de menor diâmetro (R5), apresentarem uma melhor deposição foliar, contrabalancem os menores volumes aplicados por elas.

No equipamento pressurizado, houve diferença na deposição e no controle de plantas daninhas entre o P3 (110 015) e o P4 (110 03), este último dotado de pontas de maior vazão, sendo que o P3 (menor va-zão) foi o mais eficiente nos dois aspectos analisados. O mesmo ocorreu quando da utilização do equipamento rotativo quando

equipado com ponta de maior vazão (R7) e gotas maiores. Aos 15 dias após aplicação, a eficiência do controle foi menor nos pulverizadores que utilizaram as pontas de maior vazão Am2, P4 e R7, mantendo o ob-servado nos depósitos analisados, sendo que o tratamento P4 obteve resultados inferiores (menor deposição e controle), diferindo es-tatisticamente dos tratamentos Am1, P3, R5 e R6. A maior eficiência observada no uso das pontas de menor vazão se deve, provavel-

mente, à maior concentração do herbicida na calda. Nas observações efetuadas aos 30 dias após aplicação, o tratamento P4 volta a se diferenciar, mantendo as diferenças ocor-ridas aos 30 dias, porém, cabe ressaltar que todos os tratamentos obtiveram o conceito B, controle bom, aceitável para infestação da área, conforme a escala de eficiência proposta da SBCPD (2000). A cultura da cana-de-açúcar não apresentou sintomas de fitotoxicidade nas avaliações feitas no mesmo período.

Observou-se durante o ensaio que o pul-verizador costal de acionamento manual não mantém a pressão constante, produzindo gotas de tamanhos diferentes e pequenas al-terações no volume aplicado, devido prova-velmente ao cansaço do aplicador, o que não ocorre com os equipamentos pressurizados e rotativos. Por sua vez, o depósito de calda do pulverizador rotativo deve ser mantido sempre com volume superior à metade de sua capacidade, visto que o escoamento se dá por gravidade. Os aplicadores devem ser treinados para operar com o equipamento rotativo, não só pela fragilidade aparente, mas também pelo fato de que ao não perce-ber a área foliar molhada como de costume, tende a se deter mais sobre o alvo.

CONSIDERAÇÕES FINAISMesmo aplicado em condições adversas

de temperatura e umidade relativa, o contro-le das plantas daninhas foi bom e aceitável em todos os tratamentos realizados. A me-nor taxa de aplicação apresenta eficiência de controle igual à obtida pela maior taxa de aplicação.

O uso de menor volume de calda aumen-ta a autonomia e a capacidade operacional dos pulverizadores, além de diminuir o risco de perdas por escorrimento. Somente na Usina de Açúcar e Álcool Bandeirantes S.A. (Usiban), local onde foi realizado o en-saio, significaria 1,95% do volume aplicado atualmente.

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Gota elétricaA pulverização eletrostática exige alguns cuidados na hora de aplicar e para garantir o máximo rendimento é necessário prestar atenção em fatores como diâmetro de gota, volume de pulverização, velocidade de trabalho e vazão

pulvErIzAção

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A aplicação de defensivos tem por fi-nalidade colocar o produto no alvo, com menores perdas possíveis para

o meio ambiente. Sabe-se que fatores como a escolha do produto, o volume de calda, as condições meteorológicas favoráveis, o tipo de equipamento, as propriedades físico-químicas dos defensivos, o espectro e a população de gotas são determinantes para o sucesso no controle de pragas e doenças e na redução das perdas para o meio ambiente. Apesar de se conhecer tais fatores, em condições de campo, dificilmente se consegue o controle destes ou, então, são fatores desconhecidos por parte dos agricultores, acarretando em perdas.

Visando auxiliar na correta aplicação de defensivos, diversas tecnologias têm surgido no mercado, podendo-se destacar os equi-

pamentos de precisão para aplicação a taxas variáveis, o uso da tecnologia embarcada, a barra de luzes, o piloto automático e a eletri-ficação das gotas por meio de pulverizadores eletrostáticos.

O pulverizador eletrostático é um sistema que carrega eletricamente as gotas. As car-gas elétricas presentes nas gotas ocasionam uma diferença de potencial entre a gota e a planta, fazendo com que ocorra a atração entre ambos. Estas propriedades, na maioria das vezes, fazem com que haja aumento na deposição de defensivos e redução na deriva, consequentemente, aumento na eficácia de controle e menores perdas de produto ao meio ambiente.

Maski e Durairaj (2006) verificaram um acréscimo de 42% no controle do pulgão utili-

zando a pulverização eletrostática comparada ao sistema convencional. Wolf et al (2000), obtiveram maior deposição e controle de plan-tas daninhas utilizando o sistema eletrostático, comparado ao sistema convencional.

Avaliando a aplicação eletrostática em pi-mentão, Derksen et al (2007) conseguiram re-sultados similares, a volumes de aplicação seis vezes menores comparados aos tratamentos convencionais. Olivet et al (2011) verificaram que a pulverização eletrostática na cultura do pimentão produziu um incremento na cobertura entre 53% e 67% nas partes adaxial e abaxial da folha, respectivamente.

No entanto, vale ressaltar que existem outros trabalhos em que a pulverização eletrostática não surtiu em efeitos positivos. Silva et al (1997) compararam técnicas de

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pulverização no algodoeiro e concluíram que as gotas carregadas eletrostaticamente não foram suficientes para aumentar a densidade de gotas e a porcentagem da área coberta em diferentes alturas na face superior das folhas, quando comparada à convencional.

A tecnologia do sistema eletrostático de fato, em condições de campo, proporciona as vantagens já mencionadas. No entanto, existem fatores que afetam a eficiência na eletrificação na gota, consequentemente, na eficiência do sistema. Tais fatores são breve-mente descritos abaixo.

TAMANHO DAS GOTAS PULVERIZADASEm uma pulverização o tamanho das gotas

pulverizadas é um dos principais fatores que determinam a eficiência da pulverização. O diâmetro das gotas estabelece a porcentagem de cobertura, o potencial risco de deriva e as perdas por evaporação. De uma forma geral, deve-se adequar o diâmetro das gotas de acordo com o alvo a ser atingido, o produto a ser aplicado, bem como as condições meteoro-lógicas no momento da pulverização.

Na pulverização eletrostática, procura-se trabalhar com gotas de diâmetro reduzido, pois conforme se aumenta o diâmetro da gota, o carregamento da mesma fica comprometido.

DISTÂNCIA ENTRE O BICODE PULVERIZAÇÃO E O ALVOA eficiência na pulverização eletrostática

está relacionada à distância do bico de pul-verização em relação ao alvo, pois conforme se aumenta esta distância, altera-se o campo eletrostático e existe a tendência de redução da carga na gota, consequentemente reduz a eficiência do sistema eletrostático.

Em experimentos realizados no Labora-tório de Aplicação de Defensivos Agrícolas (Lada), pertencente ao Departamento de En-genharia Agrícola, na Universidade Federal de Viçosa, Sasaki et al (2012) constataram o efeito da distância entre o bocal de pulverização e o

alvo (Figura 1). Neste ensaio, utilizou-se um pulverizador da marca Eletrostatic Spraying Systems, modelo ESS MBP 4.0, e para quan-tificar a carga presente na gota o método da Gaiola de Faraday.

Observou-se que ao se distanciar do alvo houve redução na carga presente na gota. Nes-te estudo verificou-se que a partir da distância de três metros do alvo a carga presente na gota praticamente foi nula.

PROPRIEDADES FÍSICO-QUÍMICASDO LÍQUIDO PULVERIZADOAs características do líquido pulverizado

como viscosidade, tensão superficial e con-dutividade elétrica são fatores que podem interferir na pulverização eletrostática. Não se sabe ao certo quais as propriedades do líquido ideais para se obter uma máxima eficiência de eletrificação das gotas.

Sasaki et al (2012) estudaram o efeito da adição de NaCl na calda de pulverização quanto à eficiência de eletrificação da gota. Com a adição de NaCl à calda, em diferentes concentrações, observou-se que houve altera-ção das propriedades da calda (condutividade elétrica), no entanto, os valores de carga elé-trica presente na gota foram muito próximos e não se observou uma relação linear quanto à condutividade elétrica da solução e a carga elétrica na gota (Figura 2).

Os resultados deste trabalho podem ser atribuídos ao fato de que ao se alterar a con-dutividade elétrica da solução, provavelmente alteraram-se também outras propriedades como tensão superficial, viscosidade e densi-dade do líquido.

VELOCIDADE DO VENTILADOREm pulverizadores dotados de ventilado-

res, há relatos de que com o aumento da ve-locidade do ventilador, para uma determinada vazão de líquido, quanto maior a velocidade do ventilador, maior a carga presente na gota. Este fato, provavelmente, está relacionado ao diâmetro das gotas pulverizadas, de tal forma que, quanto maior a velocidade do ar, menor o diâmetro das gotas e maior a sua carga.

Na pulverização eletrostática, observa-se que existem diversos fatores que podem afetar a eletrificação da gota. Em uma pulverização de campo, recomenda-se ao agricultor adequar todos os parâmetros técnicos da pulverização, como diâmetro de gota, volume de pulveri-zação, velocidade de trabalho, vazão e, ao se utilizar desta tecnologia, se atentar aos fatores que podem interferir na eficiência de eletrifi-cação da gota.

Robson Shigueaki Sasaki,Mauri Martins Teixeira eHaroldo Carlos Fernandes,UFV

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Detalhe de bico de um equipamento de pulverização eletrostática

Figura 1 - Carga elétrica presente na gota em função da distância do alvo Figura 2 - Carga elétrica na gota com diferentes líquidos pulverizados

A pulverização eletrostática pode ser utilizada com pequenos equipamentos

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rETroESCAvAdEIrAS

No capricho

Hoje em dia é comum encontrar uma retroescavadeira rodando por aí, e está cada vez mais pre-

sente nas empresas rurais e de construção civil, devido a sua agilidade operacional e de deslocamento.

A retroescavadeira é uma máquina versátil, projetada para oferecer grandes resultados. Com elevada capacidade de produção, baixo consumo e facilidade na manutenção, também propor-ciona maior conforto e rendimento operacional. Lembramos que a retroescavadeira, além de todos os serviços que é capaz de realizar, ainda tem grande importância social. Infelizmente tornou-se comum vermos essas “máquinas” fazendo parte de noticiários. Salvando vidas em catástrofes naturais, acidentes etc.

Com os programas de governo, como projetos de irrigação, construção de açudes, barragens e ainda manejo de água nas lavouras de arroz irrigado, haverá um aumento no nú-mero de máquinas e, por conseguinte, maior necessidade de operadores capacitados para exercerem a função de imediato. Aumentando o número de máquinas trabalhando, naturalmen-te, surgirão problemas mecânicos que exigirão reparos que demandam tempo para o retorno das máquinas aos trabalhos. Os consertos po-dem ser demorados, principalmente quando há insuficiência de mão de obra especializada e por oficinas ficarem distantes do local onde a máquina se encontra. Por isso, é importante o conhecimento operacional e de manutenção por parte do próprio usuário no sentido de mi-

nimizar avarias e até realizar consertos menores no equipamento.

As empresas necessitam de operadores que tenham intimidade com a máquina em que trabalham, que conheçam técnicas de operação, segurança no trabalho com máqui-nas pesadas, cuidados na conservação do meio ambiente e, principalmente, conhecimentos de manutenção de retroescavadeiras. Somente assim é possível falar em economia com danos mecânicos e operacionais, maximização de horas trabalhadas/máquina e segurança com todos os envolvidos na atividade.

Atualmente, existem diversos cursos para operadores de retroescavadeiras que visam proporcionar aos futuros operadores conhe-cimentos teóricos e práticos sobre funciona-

dezembro 2011 / Janeiro 2012 • www.revistacultivar.com.br14 Março 2013 • www.revistacultivar.com.br18

Com a utilização cada vez maior de retroescavadeiras em propriedades rurais, é importante conhecer bem esta máquina e saber quais são os

cuidados necessários na hora de operá-la

Desgaste na concha de escavação pode dificultar o trabaho

Cinto de segurança é um item de uso obrigatório, muitas vezes esquecido pelos operadores

A trava de segurança do sistema de escavação deve sempre ser acionada nas paradas

Com a utilização cada vez maior de retroescavadeiras em propriedades rurais, é importante conhecer bem esta máquina e saber quais são os

cuidados necessários na hora de operá-la

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em muitas máquinas e, nas que possuem, nem sempre é usado pelo operador. Ignorar o cinto de segurança já significou muitas fatalidades com retroescavadeiras. Por outro lado, o seu uso correto já salvou muitas vidas. Por ser uma máquina composta por um sistema hidráulico que funciona em alta pressão, a retroescavadeira às vezes realiza movimentos bruscos que, em alguns casos, podem arremessar o operador para fora da máquina.

O uso de EPIs (Equipamento de Prote-ção Individual) torna-se indispensável, pois o operador tem contato com combustíveis, lubrificantes e outros produtos de riscos para a saúde das pessoas envolvidas na atividade. O ambiente onde essas máquinas trabalham expõe o operador a animais peçonhentos, como cobras, aranhas, escorpiões etc. Já foram registrados casos de ataques fatais de abelhas a operadores de retroescavadeiras.

Para que a atividade seja satisfatória a operadores, empresas e clientes, é neces-sário que haja manutenção adequada de máquinas, que será proporcionada com a qualificação dos operadores, e a conscien-tização dos perigos que qualquer atividade com máquinas envolve.

mento, manutenção e operação, capacitando profissionais para o uso racional e seguro de tais equipamentos.

A habilidade no trabalho com a retroesca-vadeira é desenvolvida com o conhecimento e uso contínuo, porém, os aspectos de segurança operacional são requisito básico a qualquer operador, independentemente da sua prática em operação com a máquina, pois muitos, para não dizer a maioria dos acidentes, ocorrem com operadores experientes.

CONHECER A MÁQUINA A retroescavadeira é uma máquina que re-

quer cuidados especiais e, como consequência, operador capacitado, que conheça a máquina como um todo. É uma máquina complexa, composta por vários sistemas como motor, transmissão, hidráulico, elétrico, concha, lança etc e cada um desses sistemas possui seus res-pectivos complexos de componentes. Para quem conhece o funcionamento de cada sistema e

seus componentes, torna-se fácil identificar possíveis falhas e as possíveis soluções, evitando assim desperdício de tempo e dinheiro.

A falta de manutenção periódica muitas vezes é a responsável pelas eventuais quebras e falhas da retroescavadeira durante o trabalho. Salienta-se que a falta de manutenção não só é responsável por gastos desnecessários com peças e componentes, o que resulta em redução de ho-ras trabalhadas da máquina, mas também pela vida útil, aborrecimentos, morosidade na execu-ção das tarefas e a segurança do operador.

SEGURANÇA NO TRABALHO A questão segurança no trabalho é de fun-

damental importância quando o assunto é má-quina. A retroescavadeira é uma máquina que trabalha muitas vezes em condições severas, em diversos tipos de terrenos, expondo o operador a situações de risco. Algumas regras básicas de segurança fazem grandes diferenças. O cinto de segurança, de uso obrigatório, ainda é ausente

Mateus Pinheiro fala sobre as particularidades das retroescavadeiras

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Detalhe do sistema de arrefecimento do motor sujo por falta de manutenção adequada

Operadores de retroescavadeiras devem receber cursos básicos de operação e manutenção, garantindo maior vida útil da máquina e melhores resultados na operação

Mateus Guimarães Pinheiro ePlinio Pacheco Pinheiro,Pinheiro Company e Senar/RS

Os sinais de advertência devem estar sempre limpos para facilitar a visualização dos operadores

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LS U60Apesar de novo no Brasil, o trator U60 da empresa sul-

coreana LS Mtron causou excelente impressão e apresentou bom desempenho em atividades pesadas, operando

implementos que exigiram força e agilidadecomercializados na América do Norte, Europa, Oceania e África. Para os Estados Unidos a marca comercializa com sucesso cinco séries de tratores.

Uma das características deste fabri-cante é que os componentes principais são fornecidos por empresas da qual a própria LS é associada, como é o caso do eixo dianteiro. É padrão a empresa manter participação societária com seus fornecedores de componentes.

A LS Tractor está se estabelecendo com uma unidade fabril em Garuva, no estado de Santa Catarina, cidade localiza-da a 30km de Joinville e aproximadamente 80km de Curitiba, capital do Paraná. O lançamento da pedra fundamental da fábrica ocorreu em 27 de fevereiro e os executivos esperam poder começar a fa-

bricação dos primeiros modelos em território brasileiro, em

agosto deste ano.

Sempre que a revista Cultivar Máquinas encaminha um teste, a equipe já começa a imaginar qual

novidade encontrará. Pois no teste desta edição tudo é novo. Um teste absoluta-mente exclusivo, pois ninguém ainda teve oportunidade de avaliar o funcionamento a campo de um trator da marca LS Tractor modelo U60. O fabricante deste modelo é a LS mtron, da Coréia do Sul, estabelecida na cidade de Yongam-ri, Wanju-gun a aproximadamente 200km ao sul da capital Seul, região leste do país asiático.

O Grupo empresarial a que pertence a LS Mtron tem origem da conhecida marca LG, da qual é independente desde o ano de 2005. Com fábrica na Coréia e na China, onde tem mercado bastante importante, os tratores LS são também

Até lá serão comercializados sete modelos de pequenos e médios tratores importados, com potência de motor até 100cv, ainda sem disponibilidade de linha de crédito oficial. A princípio, depois de instalada e em funcionamento a fábrica de Garuva comercializará no mercado brasileiro os modelos R40, R50, R60,

Bomba de sangria localizada no próprio pré-filtro de combustível do motor

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U60, P80, P90 e P100 que já poderão se beneficiar das linhas de crédito oficiais.

O primeiro lote de tratores importados já está em território brasileiro e teve seu lançamento oficial na Expodireto Cotrijal. Para a Expointer, em Esteio, no mês de agos-to, já se espera a apresentação dos modelos nacionais, fabricados em Santa Catarina. Para o início da produção dos modelos nacionais a empresa já tem pronta toda a documentação, inclusive os códigos que permitirão a comercialização pelas linhas de crédito oficial como Finame, Moderfrota e Mais Alimentos, com mais de 70% dos componentes de origem nacional. O modelo de frente será o U60, e para o programa Mais Alimentos será o P80.

A meta da LS no Brasil é crescer

Uma grade protetora evita que as sujeiras maiores, como insetos e outros detritos, se acumulem no sistema de arrefecimento do motor (esq.). O filtro de ar fica localizado na parte dianteira, facilitando o acesso do operador (dir.)

no mercado de pequenos tratores, prin-cipalmente nos estados do Sul e Sudeste, principalmente SC, SP, MG e RS, oferecen-do tratores com especificação, nas versões standard. Paralelamente, a empresa preten-de realizar campanha de marketing visando valorizar a origem sul-coreana, como ocorre com as marcas de automóveis vendidos em todo o mundo, inclusive no Brasil.

Uma das maiores preocupações dos agricultores na aquisição de novas marcas, principalmente do mercado asiático, é com respeito ao abastecimento de peças e ao fornecimento de assistência técnica e treinamento. Os executivos da LS garan-tem que isto, ao contrário de prejudicar a imagem da marca, será um diferencial, muito em face da localização privilegiada

da unidade de Garuva, com fácil comu-

nicação rodo-

viária, aérea e marítima com os diversos pontos do País, além da rede de concessio-nários que está sendo estabelecida.

A Concessionária LS criada este ano para atender a região que testamos este modelo é a KIM, que atingirá, com sua abrangência, toda a região de Montenegro e os mais de 80 municípios da região dos Vales. A loja matriz estará funcionando até o final de março, mas também está prevista para o final do mês de maio a abertura de uma loja filial. Vimos pelo entusiasmo do proprietário da concessio-nária, o empresário Luís Antônio Ribeiro Saldanha, que tudo está sendo previsto para liderar o mercado de pequenos trato-res na produção de fumo e outras culturas nas pequenas propriedades. Para iniciar serão treinados 25 funcionários.

MOTORO motor que equipa o mode-

lo LS U60 é da marca LS mo-

Fotos Charles Echer

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Fotos Charles Echer

delo S4S-D de 42kW (57cv), com quatro cilindros, injeção direta e 2.505cm3. O sistema de alimentação é composto de um sobrealimentador centrífugo (tur-bina), contando com um filtro de ar do tipo seco.

O motor possui bomba injetora rotati-va da marca LS e uma bomba de sangria no próprio pré-filtro de combustível, que fica próximo à bomba injetora e do mes-mo lado do motor, facilitando, assim, a manutenção periódica de troca de filtros de combustível.

Para facilitar a manutenção, este modelo de trator conta com um capô de abertura vertical para trás (basculante), fi-cando o motor e vários de seus componen-tes e acessórios totalmente expostos para intervenções periódicas e corretivas.

TRANSMISSÃO DE POTÊNCIA A transmissão de potência do motor

para os demais elementos é do tipo me-cânico com 16 marchas à frente e 16 à ré, possuindo uma alavanca para as velocida-des (quatro marchas) e uma para os grupos (quatro grupos). Ainda, este modelo conta com reversor mecânico, que permite o mesmo número de marchas para frente e para trás, bastando a troca de posição da alavanca.

O sistema de transmissão parece ser robusto e adequado para tratores deste porte e para os quais se exige grande resistência, pois em geral trabalham com muitos implementos. Também, o modelo testado conta com uma característica não

muito comum, pois as alavancas estão dispostas uma de cada lado do posto de operação. Uma das características que se nota nos tratores asiáticos é o baixo peso, porém, neste caso, aparentemente a redu-ção final é sobredimensionada.

TRANSMISSÃO DO EIXO DIANTEIRONeste modelo, o eixo dianteiro mo-

triz é da marca LS e utiliza engrenagens cônicas e não cruzetas, o que oferece maior resistência a este componente, com consequente diminuição da manutenção e melhorando o ângulo de esterçamento do trator. Embora, num curto espaço de tempo, não seja possível avaliar a quali-dade, a vedação do eixo parece bastante boa. O movimento de direcionamento é realizado através de dois cilindros hi-dráulicos (um para cada extremidade do

eixo) e uma barra estabilizadora ligando as extremidades do eixo.

TDPA tomada de potência (TDP) é de

acionamento elétrico e possui dois modos de operação, independente e manual. O modo independente não é vinculado à embreagem do trator, o que facilita seu uso na maior parte das operações. Já no modo manual o funcionamento da TDP depende da embreagem do trator, ocor-rendo o desacionamento da mesma assim que a embreagem é pressionada.

A TDP oferece uma potência de 50cv e possui três opções de velocidade de uso, algo pouco comum no Brasil. A velocidade de 540rpm é atingida com 2.400 rpm do motor, usada na maioria das operações agrícolas. A velocidade de 750rpm acaba funcionando como TDP econômica, pois se atinge 540rpm usuais em uma rotação mais baixa do motor, o que permite eco-nomia de combustível em operações que

O modelo LS U60 que testamos possui acesso ao posto do operador por ambos os lados do trator

O capô dianteiro bascula expondo completamente o motor

O sistema de levante de três pontos é da categoria II, com uma capacidade máxima de 1.754kg no olhal. A TDP possui acionamento elétrico e pode operar em modo independente ou manual

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exigem menor potência. A outra opção é a de 1.000rpm, que geralmente equipa apenas tratores que oferecem mais de 100cv na TDP.

PESOS E DIMENSÕESEm relação aos pesos utilizados para

a lastragem, o trator possui oito contra-pesos na parte dianteira com 20kg cada. A distribuição estática de peso dianteira/traseira é 40/60, o peso total do trator é 3.500kg e o máximo que se pode atingir com a lastragem é 4.000kg.

Quanto às dimensões, o trator possui bitola dianteira máxima de 1.742mm e a bitola traseira máxima é de 1.717mm. Já a bitola dianteira mínima é de 1.408mm e a bitola traseira mínima é de 1.391mm. O comprimento entre eixos é de 2.047mm e o comprimento total é de 3.767mm. A altura máxima do trator quando equipado com Rops é de 2.598mm.

SISTEMA HIDRÁULICOO sistema hidráulico possui duas bom-

bas, uma para o sistema de levante e co-mando de válvulas e outra para o sistema de direção. A bomba do sistema de levante tem uma vazão de 37,5 litros por minuto, com uma pressão de 16,7MPa (167bar), já a bomba do sistema de direção possui uma vazão de 18,2 litros por minuto, também a uma pressão de 16,7MPa (167bar), o que proporciona uma vazão total de 55,7 litros por minuto ao sistema.

O sistema de levante de três pontos é da categoria II, com uma capacidade máxima de 1.850kg no olhal. O sistema conta com engate do tipo rápido, o que facilita a tarefa de acoplar e desacoplar implementos.

O controle de posição do sistema hi-dráulico é feito através de duas alavancas. Uma para controle de profundidade e ou-

tra para abaixar e levantar o implemento. Possui ainda um sistema automático (lif-tmatic) no qual é possível ajustar a altura de levante e através do acionamento de uma pequena alavanca o sistema levanta o implemento e através do acionamento de um botão o sistema abaixa o implemento, até a profundidade pré-selecionada.

Há, ainda, uma válvula para o controle da velocidade de descida do implemento, que está localizada abaixo do banco do operador, que permite aumentar ou di-minuir a velocidade de decida conforme a sensibilidade do implemento e as con-dições do solo.

O trator possui controle remoto com duas válvulas de dupla ação, com engate rápido. Como item opcional nesse modelo há a possibilidade de apenas uma a três válvulas.

TESTESOs testes foram realizados em con-

dições similares às que normalmente ocorrem no campo. Simulamos duas operações agrícolas que exigem alta de-manda de potência do trator. Para atender este objetivo, tínhamos para o teste uma enxada rotativa (alta exigência da TDP) e um escarificador de cinco hastes (alta exigência de tração).

Primeiramente testamos o trator com uma enxada rotativa da marca MEC-RUL, modelo ER 155 de 1,5 metro de largura de trabalho, acoplada através do sistema hidráulico de três pontos e com acionamento pela TDP. A marcha esco-lhida foi a 2ª do grupo III com o motor a 2.400rpm e a TDP a 540rpm. Esta máquina contava com uma adaptação de uma linha de plantio, composta por

O trator é plataformado, o posto do operador possui direção escamoteável mesmo em versões standard e o painel conta com os principais monitores de funcionamento da máquina

O eixo dianteiro motriz é da marca LS e utiliza engrenagens cônicas em vez de cruzetas, tornando-o mais resistente, além de melhorar consideravelmente o ângulo de esterçamento do trator

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um depósito de sementes, disco duplo defasado, para a deposição de semente e roda compactadora. Esta adaptação nos chamou a atenção pela sua inovação, mostrando o nível de criatividade do pro-dutor rural. O trator se mostrou muito ágil na realização do serviço, pois a opera-ção não opôs nenhuma dificuldade para o trator, deixando o terreno preparado para o plantio. Fizemos alterações de marcha e rotação da TDP, utilizando 750rpm, para verificar a ação de desagregação do solo pelas enxadas.

Com o escarificador trabalhamos em uma área de resteva de milho, a uma pro-fundidade de 25cm e velocidade compatí-vel com a operação, na 2ª marcha do grupo II, o que provocou um patinamento ao redor de 20%. Ficamos impressionados e muito satisfeitos pela facilidade com que o motor vencia as sobrecargas impostas pelo solo, visto que este escarificador estava superdimensionado para este trator e não

te sua função de alterar a profundidade de trabalho no caso de o trator encontrar uma situação adversa, contribuindo para que esta operação pudesse ser realizada com êxito.

Existe também uma alavanca de co-mando, denominada liftmatic, que serve para levantar ou abaixar o implemento, com um simples toque, o sistema hi-dráulico associado a três pontos, até uma posição predefinida na alavanca de posição do sistema hidráulico. Isso faz com que se consiga deixar o sistema funcionando sempre à mesma profundidade de trabalho quando se utilizam equipamentos que penetram no solo.

LOCALO test drive foi realizado em uma

área agrícola às margens da BR-287, no município gaúcho de Venâncio Aires. Esta área, de cinco hectares, é arrendada pelo produtor Elton Frey, que recebeu o trator LS modelo U60 para trabalhar de

oferecia nenhuma dificuldade ao mesmo, trabalhando nessa situação.

O trator utilizado nos testes possuía 340 horas de uso, portanto, recém-ama-ciado. No período de realização do teste verificamos excelente comportamento desse motor, principalmente quando eram impostas sobrecargas durante sua operação com enxada rotativa. Também, quando o utilizamos com um escarifi-cador, o mesmo respondeu muito bem, demonstrando bom torque e mudando pouco seu comportamento.

O método de sensibilidade do sistema hidráulico de três pontos possui uma trava, que o torna inativo, muito útil para o transporte e também para uso de determinados implementos. Localizado na viga “C” do 3º ponto, este dispositivo estava ativado e cumpriu satisfatoriamen-

O LS U60 possui comandos dos dois lados: no lado esquerdo do volante está o reversor de sentido e no lado direito o acelerador manual e a chave do modo de atuação da TDP

O LS U60 conta com estrutura de proteção contra o capotamento (EPCC) rebatível

Engate rápido do sistema de três pontos facilita a tarefa de acoplar e desacoplar implementos

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Fotos Charles Echer

forma intensa na condução das culturas do fumo e do milho. Ainda lhe foi pro-posto para verificar possíveis rupturas de peças, falhas de funcionamento de algum componente e fazer suas considerações sobre este modelo.

O agricultor nos relatou que o trator desempenhou muito bem todas as ativida-des executadas e até agora apenas abaste-ceu o tanque de combustível, completou o nível do radiador com água e trocou o óleo do motor, conforme recomendações do fabricante.

ERGONOMIA E SEGURANÇAO acesso ao posto de operação deste

trator se faz por meio de uma escada com um degrau antiderrapante com pega-mão. Também pode ser acessado pelo lado direito, porém, esse deve ser utilizado apenas como saída de emergência. O mo-delo testado é do tipo plataformado, no entanto, a pedido do cliente, pode sair de fábrica equipado com cabine. Também a

critério do cliente, este modelo cabinado pode contar ainda com alguns opcionais: sistema de aquecimento, condicionador de ar, três pares de válvulas de controle remoto e CD player.

Além destes, todos os demais coman-dos, principalmente os de acionamento frequente (acelerador manual, controle remoto e sistema hidráulico) estão distri-buídos de forma ergonômica, proporcio-nando fácil manuseio para o operador.

O painel é bastante simples, de fácil entendimento e com boa visibilidade, conta com sinais luminosos de alerta, tacômetro e horímetro ao centro, dois indicadores laterais de volume de combus-tível no tanque e temperatura do líquido de arrefecimento. Do lado esquerdo do volante está colocado, também ergonomi-camente, o reversor de sentido e do lado direito o acelerador manual e a chave do modo de atuação da TDP.

Em várias partes do trator encontra-mos avisos de segurança, o que demonstra a preocupação da empresa com os riscos de acidentes do trabalho, os quais o operador está exposto diariamente. Em face deste modelo ainda estar em testes, todas as ad-vertências ainda estão em idioma inglês.

O modelo testado, sem cabine, conta com uma estrutura de proteção contra o capotamento (EPCC), que pode ser

O teste foi realizado no interior do município de Venâncio Aires (RS) e contou com o apoio da equipe da fábrica e concessionária local

Linhas arredondadas deixam o LS U60 com design leve e moderno

Tanque de combustível localizado abaixo da plataforma do posto de comando

rebatível e que protege o operador, em caso de tombamento do trator. Além deste item, encontramos alguns outros de série (luzes de trabalho, buzina, sistema de alerta de marcha à ré e outros requisitos exigidos no Brasil) que fazem com que este trator atenda à norma do Ministério de Trabalho e Emprego. O exemplar que testamos estava desprovido de retrovisor, porém este item é de série e todos os mo-delos saem de fábrica com o equipamento instalado. O assento do operador possui as regulagens básicas e cinto de segurança de dois pontos.

O trator que testamos estava lastrado com oito contrapesos na parte dianteira com 20kg cada

José Fernando SchlosserUlisses Giacomini FrantzMarcelo Silveira de FariasEduardo JaehnNema/UFSM

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TrATorES

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Força de sobraAvaliação feita com conjunto trator/grade aradora mostra o desempenho

operacional e energético de um trator agrícola durante operação de aração

A intensificação do uso de máquinas agrícolas, no Brasil, começou a partir da década de 60, fruto do processo

de modernização da agricultura, sendo o trator agrícola considerado o eixo da mecanização na agricultura moderna. Em relação ao trabalho manual, o uso do trator agrícola reduziu de forma significativa a carga física à qual o traba-lhador encontrava-se submetido, tornando-se responsável por uma parcela significativa do aumento da capacidade de produção agrícola e, por outro lado, também pelo aumento do consumo de energia nas atividades de campo (Jesuino, 2007).

Uma das principais funções dos tratores agrícolas é transformar a energia química con-tida nos combustíveis e fornecê-la na forma de energia mecânica, através da força produzida na barra de tração, utilizada para tracionar máqui-nas e equipamentos agrícolas. Embora o trator também possa ser utilizado para prover energia através da tomada de potência ou por meio do sistema hidráulico (Monteiro, 2008).

A utilização do trator dentro da propriedade agrícola é muito diversificada e a busca otimi-zada de seu desempenho se justifica, principal-mente quando se leva em conta que o tráfego de máquinas pesadas é um fator negativo para a maioria das operações agrícolas, podendo provocar compactação do solo como também aumento no consumo de energia.

Dentro de uma economia global, na qual se insere a agricultura brasileira, a importância

e a difusão de informações são essenciais para a tomada de decisões, principalmente quando estão relacionadas à otimização da relação custo/benefício. Entretanto, pesquisas que informem em nível nacional novas técnicas que possam ser incorporadas nas atividades operacionais de campo, como melhorias estratégicas, são limita-das, embora sejam de fundamental importância para a redução de alguns fatores dos custos da produção agrícola (Monteiro, 2008).

Grupo de pesquisadores da Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro conduziu um trabalho com o objetivo de avaliar o desempenho de um trator agrícola durante a operação de aração, utilizando um sistema de aquisição automática de dados, a fim de deter-minar o consumo de combustível horário, ope-racional e específico, consumo energético por área trabalhada, frequência do motor, força de tração, potência na barra de tração, capacidade de campo teórica e efetiva, eficiência de campo e patinagem dos rodados do trator.

CAMPO DE TESTESO experimento foi desenvolvido na Unida-

de de Apoio à Pesquisa do Centro de Ciências e Tecnologias Agropecuárias da Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribei-ro, em Campos dos Goytacazes (RJ). Neste trabalho de campo foi utilizado um conjunto trator da marca John Deere para tracionar uma roçadeira. Durante o trabalho, a tração dianteira auxiliar não foi acionada e utilizou-se a marcha

2B a 2.100rpm no motor.No trator, foram acoplados a grade aradora

e os instrumentos para registro e aquisição de dados. A grade aradora utilizada no expe-rimento foi a modelo CRI, tipo de arrasto, constituída com 14 discos recortados de 28” e largura de trabalho de 1.750mm, com controle remoto, e trabalhou acoplada à barra de tração do trator.

O sistema de aquisição automático de dados foi composto por sensores para determinação do fluxo de combustível, força de tração e frequên-cia da TDP e um coletor de dados, além de um sistema de posicionamento global (GPS).

Para a determinação do fluxo de combus-tível, utilizou-se o sensor modelo Oval M-III LSF45L0-M2, com capacidade de leitura de 10ml/pulso, instalado na linha de alimentação de combustível depois do primeiro filtro de combustível. No retorno dos bicos e bomba injetora, entre o medidor e a bomba de sucção, foi conectado um T, de forma a representar o sistema em um circuito fechado. Também foi instalada, antes e depois do sensor, uma mangueira de 2m, para garantir que o fluxo do combustível pelo medidor seja laminar e não turbulento. Para a determinação da força de tração utilizou-se uma célula de carga marca Schimizu, modelo T400, com sensibilidade de 2,8972mV/V e escala nominal de 10tF.

Para a determinação da frequência de fun-cionamento da TDP, utilizou-se o sensor do tipo indutivo modelo Dickey-john. O sensor foi

Avaliação feita com conjunto trator/grade aradora mostra o desempenho operacional e energético de um trator agrícola durante operação de aração

Charles Echer

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utilizado próximo ao sistema de embreagem da roçadora, enquanto que, no eixo da máquina, instalou-se uma peça metálica permitindo ao sensor detectar sua presença gerando um sinal de saída correspondente à frequência de rotação deste eixo.

Para a determinação da posição do conjunto trator e roçadeira, utilizou-se um aparelho de GPS modelo Garmin 60Csx.

Para a coleta dos dados obtidos pelos sen-sores de fluxo de combustível, força de tração e indutivo, utilizou-se um sistema de aquisição de dados, modelo Campbell Scientific CR1000. O coletor de dados possui capacidade para arma-zenamento de até quatro milhões de dados. Nos registros de dados, foram consideradas as variá-veis: consumo de combustível horário, força de tração exigida na barra de tração, frequência da TDP e data da coleta dos dados.

DADOS OBTIDOSA eficiência de campo do trabalho de

aração foi em média de 72,17%, esse valor está próximo do limite inferior citado por Silveira (2001), o qual é de 75% a 90%. A eficiência de campo diz respeito à porcentagem de tempo total realmente utilizada em trabalho efetivo. É influenciada por vários fatores, como formato,

tamanho e disposição da área. Em locais planos e trabalhando-se no sentido do maior compri-mento, a eficiência é mais elevada. Como a área do experimento se parece com um retângulo e se trabalhou no sentido do maior comprimento, a eficiência ficou bem próxima do limite inferior citado por Silveira (2001).

O consumo horário de combustível foi em média de 8,60L/h ao longo da operação de aração com a grade aradora. Na Figura 1, o gráfico apresenta que o consumo horário do trator durante o trabalho de aração foi em mé-dia 40,53% menor que o valor encontrado na curva de desempenho do seu motor (fornecida pelo fabricante). Isto pode ter ocorrido devido à carga que a grade aradora ofereceu ao trator. O consumo específico foi em média de 579,86g kW/h ao longo da operação de aração com a grade aradora.

Na Figura 2, o gráfico apresenta que o consumo específico do trator durante o trabalho de aração foi em média 182,86% maior que o valor encontrado na curva de desempenho do seu motor (fornecida pelo fabricante). A força de tração foi em média de 6,11kN ao longo da operação de aração com a grade aradora. A potência requerida pela barra de tração foi em média de 12,25kW ao longo da operação de

aração com a grade aradora.Na Figura 3, o gráfico ilustra que o traba-

lho de aração utilizou em média 37,41% da potência total disponível. Isto demonstra que o motor do trator trabalhou com folga. O valor médio da patinagem dos rodados do trator foi de 12,15%. Esse valor de patinagem está dentro da faixa ótima de patinagem estabelecida por Mialhe (1996) e pela Asae (1989).

CONCLUSÕESCom base nos dados obtidos, foi possível

concluir que o consumo horário de combustível durante a avaliação foi menor do que o informa-do na curva de desempenho do motor. Por outro lado, o consumo específico de combustível du-rante a avaliação foi maior do que o informado na curva de desempenho do motor. Durante toda a operação, o motor do trator trabalhou com folga, sem exigir muito do trator.

Figura 2 - Comparativo do consumo específico do motor ensaiado pela Norma SAE J1995 com o consumo específico do motor durante o trabalho de aração com grade aradora

Figura 3 - Comparativo entre a potência líquida disponível na barra de tração e a potência requerida pela grade aradora

Figura 1 - Comparativo do consumo horário de combustível do motor ensaiado pela Norma SAE J1995 com o consumo horário de combustível durante o trabalho de aração com grade aradora

Detalhe dos sensores e equipamentos utilizados para obtenção dos dados durante a avaliação

Welington Gonzaga do Vale,UFMT/Campus SinopRicardo Ferreira Garcia, Delorme Corrêa Júnior,Elias Fernandes de Sousa eGeraldo do Amaral Gravina,Uenf

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TrATorES

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Efeito negativo

A cultura do café no Brasil destaca-se por sua grande área de cultivo e também por se tratar de um produto

de exportação, apresentando, portanto, grande importância econômica. A produção de café tem como estimativa 43,48 milhões de sacas beneficiadas produzidas no país. Minas Gerais é o estado de maior produção, com cerca de 22 milhões de sacas, o que corresponde apro-ximadamente a 50% da produção nacional (Conab, 2011).

Com a modernização da agricultura, o peso de máquinas e equipamentos e a intensidade de uso do solo têm aumentado, resultando em significativas alterações nas suas propriedades físicas. Esses tipos de alterações, bem como a

Avaliação mostra efeito do tráfego de máquinas em lavouras de café, em atividades de controle de plantas daninhas

compactação solo, são identificados como os principais processos causadores de degradação da estrutura física do solo de terras agrícolas, prejudicando consequentemente a obtenção de maior produtividade.

As práticas de cultivo podem influenciar diretamente nas propriedades físicas do solo, dentro desse contexto, enquadra-se o controle de plantas daninhas na cultura do cafeeiro, bem como a associação entre eles. Os diferentes sis-temas de manejo de plantas daninhas utilizados em lavouras cafeeiras podem alterar atributos químicos, físicos e biológicos do solo. Assim, o manejo de plantas daninhas não pode ser ana-lisado somente a partir de observações pontuais de um processo de competição por água e luz

entre as plantas invasoras e a cultura, já que o manejo correto dessas plantas pode contribuir para manutenção das propriedades físico – hí-dricas e mecânicas do solo, reduzir a erosão e contribuir para o aporte de matéria orgânica e ciclagem de nutrientes, o que pode resultar em acréscimo na produtividade.

Com o objetivo de caracterizar as variáveis físicas do solo sob diferentes sistemas de manejo de plantas daninhas, uma equipe de pesquisa-dores da Universidade Federal de Viçosa (MG) realizou um experimento em junho de 2008, no município de Rio Paranaíba (MG), numa lavoura com 18 meses de idade sobre um la-tossolo vermelho amarelo distrófico. A lavoura (Coffea arabica), com cultivar Catuaí Vermelho IAC 44, foi implantada com espaçamento de 3,80 x 0,5m, em novembro de 2006.

Para o trabalho foi utilizado o delineamento

Valtra

Amostra retirada para verificar a umidade do solo

Operação de retirada de amostras dosolo para verificação da densidade

A compactação é uma das causas de degradaçãoda estrutura física do solo em terras agrícolas

Efeito negativo

Avaliação mostra efeito do tráfego de máquinas em lavouras de café, em atividades de controle de plantas daninhas

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em blocos casualizados com três tratamentos (infestação (I), controle na linha (CL) e controle na entre linha (CE), respectivamente), três subtratamentos (meio da rua do cafeeiro (M), rodado do trator (R) e saia da planta (S), res-pectivamente) e quatro blocos. A área avaliada foi irrigada, sempre um dia antes das avaliações. Todas as avaliações foram realizadas durante o mês de junho de 2011.

A Densidade do Solo (DS) foi dada por meio de coleta de amostras indeformadas, coletadas com trado de Uhland. As amostras foram retiradas a partir da superfície até a profundidade de 60cm tomando-se valores de dez em dez centímetros, com dez repetições para cada profundidade. Os resultados foram fornecidos em mg/m³.

A Resistência Mecânica do Solo à Penetra-ção (RMSP) foi determinada utilizando-se o Penetrômetro de Impacto IAA-Stolf, tomando-se valores de dez em dez centímetros, a partir da superfície do solo até a profundidade de 60 centímetros, com 15 repetições para cada profundidade. Os resultados dessa coleta foram fornecidos em “impactos/dm” e transformados em MPa.

As amostras para a determinação da umida-de do solo foram recolhidas nas mesmas profun-didades em que se avaliou a DS e com o mesmo número de repetições, utilizando-se o trado tipo holandês. Para a obtenção dos valores do conteúdo médio de água foi utilizado o método gravimétrico-padrão (Embrapa, 1997). Após a

coleta dos dados foram verificados os critérios de normalidade da distribuição e realizou-se análise de variância (Anova), sendo aplicado o teste de “Tukey (P<0.05)”, para a compa-ração das médias, quando estas apresentaram diferença significativa.

RESULTADOS ENCONTRADOSOs valores de densidade do solo nos

diferentes locais e profundidades são apre-sentados na Tabela 1. Na camada 0cm-10cm, os subtratamentos R e S apresentaram maior densidade, obtendo C.V.(%) igual a 7,3, já na camada 40cm-50cm, os subtratamentos M e R apresentaram maior densidade com C.V.(%) igual 5,8. Na análise comparativa de profun-didade a densidade foi maior na superfície, camada 0-10. As profundidades 30cm-60cm apresentaram menor densidade. A diversidade dos componentes minerais e orgânicos, bem como a proporção entre estes existentes no solo, determinam a densidade do mesmo, fato que pode justificar as leves variações de densidade no experimento.

Os valores de RMSP nos diferentes locais e profundidades são apresentados na Tabela 2. Quando comparado aos locais, a RMSP foi maior nos subtratamentos R e S de um modo geral, salvo na camada de 30cm-40cm, onde os valores estatísticos foram maiores somente para o subtratamento S. A profundidade 10cm-20cm foi onde os resultados de RMSP foram maiores, portanto, há uma maior resistência mecânica

do solo à penetração nessa profundidade. O intenso tráfego de maquinários e implementos agrícolas no local é uma das possíveis causas da RMSP ser maior na camada superficial. A camada de 40-60 foi onde apresentou menor valor de RMSP, uma vez que a compactação do solo em maiores profundidades é tida como quase nula, havendo apenas os impactos na-turais como raízes, pedras, sendo os principais mascaradores de resultados de RMSP quando há evidências de compactação nessas profundi-dades. O valor médio obtido para RMSP foi de 3,2MPa. A umidade não apresentou variação em nenhuma profundidade nem localidade, obtendo valor médio de 51,4%. Importante resultado por ressaltar a condição hídrica estável do experimento.

CONCLUSÕESOs dados obtidos na avaliação permitem

concluir que o manejo de plantas daninhas não contribuiu para a alteração das características físicas avaliadas. Também foi possível perceber que na superfície (0cm-10cm) do rodado a densidade foi mais significante. A camada de 10cm-20cm foi a que sofreu maior compacta-ção na área do rodado do trator. A umidade é um fator importante a observar para analisar a estabilidade do experimento.

Autores realizaram uma pesquisa que mostra os efeitos do tráfego de máquinas em lavouras de café

Fotos Aislann de Oliveira Rosa

Detalhe do trado tipo holandês, utilizado para coleta de amostras de umidade do solo

Tabela 1 - Densidade (g/cm-3) do solo, em função do local da avaliação e camada do solo para a cultura do café

10-201,0aA1,1aB

1,0aAB5,6

20-301,0aAB1,0aBC1,0aB4,7

30-400,9aBC1,0aCD0,9aC7,1

40-500,9aC

0,9abD0,9bC5,8

Letras iguais e minúsculas, nas colunas e letras iguais, maiúsculas, mas linhas não diferem ao nível de 5% de probabilidade pelo teste de Tukey. C.V.(%): coeficiente de variação.

0-101,0bA1,1aA1,1abA

7,3

Camada (cm)Local

MeioRodado

SaiaC.V. (%)

50-600,9aC0,9aD0,9aC6,1

C.V. (%)5,94,95,5

Tabela 2 - RMSP (MPa), em função do local da avaliação e camada do solo para a cultura do café

10-203,5bA4,5aA5,1aA19,3

20-302,8bAB3,4aB3,9aB14,9

30-401,9cC

2,8bBC3,4aB19,6

40-501,9bC

2,2aCD2,6aC14,3

Letras iguais e minúsculas, nas colunas e letras iguais, maiúsculas, mas linhas não diferem ao nível de 5% de probabilidade pelo teste de Tukey. C.V.(%): coeficiente de variação.

0-102,8bB4,2aA3,4abB24,0

Camada (cm)Local

MeioRodado

SaiaC.V. (%)

50-601,7bC

1,9abD2,4aC25,9

C.V. (%)24,619,216,6

Tabela 3 - Umidade (%) do solo, em função do local da avaliação e camada do solo para a cultura do café

10-2056,2a50,3a51,0a16,2

20-3052,2a47,0a47,5a18,7

30-4048,8a52,2a47,2a11,1

40-5054,9a53,3a54,1a15,6

Letras iguais e minúsculas, nas colunas e letras iguais, maiúsculas, mas linhas não diferem ao nível de 5% de probabilidade pelo teste de Tukey. C.V.(%): coeficiente de variação.

0-1050,4a50,2a48,8a17,5

Camada (cm)Local

MeioRodado

SaiaC.V. (%)

50-6053,4a54,0a53,6a20,2

C.V. (%)14,520,116,4

Aislann de Oliveira Rosa,Hermeto Ferreira H. Neto eAlberto Carvalho Filho,Universidade Federal de Viçosa

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EvENToS

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Recorde batidoA 14ª edição da Expodireto Cotrijal foi a melhor já realizada e

bateu todos os recordes de público, expositores e número de negócios

A 14ª edição da Expodireto Cotrijal, realizada de 4 a 8 de março em Não-Me-Toque (RS)

bateu todos os seus recordes. O público que passou pelo parque de exposições neste ano foi de 223.400 pessoas e o volume de negócios chegou aos impres-sionantes R$ 2,5 bilhões, o um montante 128% superior ao do ano passado, quando os negócios foram de R$ 1,1 bilhão. O nú-mero de expositores também foi recorde, 481 empresas.

Como ocorre em todas as edições, a área destinada às máquinas agrícolas concentrava o maior público durante todos os horários do dia. Em busca de tecnologias, os produtores encontraram, nesta edição, máquinas maiores e cada vez mais completas, com pacotes tecno-lógicos completos. Destacamos a seguir os principais lançamentos e destaques que as empresas apresentaram aos pro-dutores gaúchos durante a 14ª edição da Expodireto Cotrijal.

NEW HOLLANDUm dos destaques da New Holland na

Expodireto Cotrijal foi a linha de colhedo-ras de uva Braud, que já foi apresentada no Brasil no Agrishow 2012. A linha já trabalha em colheita de uva na América Latina, em especial nos mercados da Argentina, Chile e Uruguai. A linha de colhedoras de uva Braud da New Holland já conta com mais de 13 mil unidades produzidas em seus 38 anos de história, e no Brasil chegou com o modelo 9060L. A máquina, além de colher, pode ser conver-tida para trabalhar como implemento para a pulverização e demais tratos culturais dos vinhedos, como pré-poda, desfolha e poda verde. Ela possui um reservatório de 3.200 litros, ar-condicionado, sistema de selamento do solo por cestos e predisposta para a polivalência.

O seu funcionamento se dá através de um sistema de bastões horizontais que sacodem a planta, com fixações traseiras flexíveis e engate dianteiro rápido, separa

os frutos suavemente, permitindo calibrar a intensidade e a agressividade, para mini-mizar o dano à planta. O modelo comercia-lizado no Brasil tem motorização eletrônica desenvolvida pela Fiat Powertrain Techno-logies, com potência de 151cv, seis cilindros e sistema de injeção Common Rail. Ela também possui monitor para gestão dos componentes ativos e registro de dados de produtividade através de GPS.

A New Holland também destacou seus pacotes para agricultura de precisão: a co-lheitadeira CR5080, que é o menor modelo de duplo rotor da marca; a linha de tratores T7 com motorização de 200cv a 220cv, e o modelo TS6, importado do México, com 120cv de potência.

LINTECA Lintec, empresa subsidiária da Agrale

S.A., destacou toda sua Linha de Força, composta por motores, grupo geradores, motobombas e roçadeiras, com foco tam-bém nos grupos de geradores com maior

Cot

rija

l

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Fotos Cultivar

potência.As opções oferecidas vão desde grupos

geradores Hobby de 1.200W a 6.500W até grupos geradores profissionais de 4Kva a 140Kva, nas configurações silenciado e aberto, com painéis de automação ou de leitura. Os mesmos podem ser utilizados nos mais variados segmentos, como agricul-tura, telecomunicações, hospitais, postos de combustível, agências bancárias, indús-trias, residências, fazendas e aviários.

GEO AGRIUm dos destaques da Geo Agri foi

o Swinglet Cam, um aparelho de voo utilizado para monitorar lavouras e fazer levantamentos topográficos. O Swinglet Cam é composto por um aparelho de voo, dotado de câmera digital e software que possibilita realizar todo o trabalho sem a interferência do operador. Para realizar o trabalho, é necessário fazer um mapa de voo e lançar o aparelho que pode voar até 30 minutos a uma altura de até 800 metros. Após realizar o voo, basta baixar as imagens da câmera e processá-las utilizando um

software específico.

LS TRACTORA sul-coreana LS Tractor escolheu a

Expodireto 2013 para estrear no circuito brasileiro de feiras. Recém-chegada ao Brasil, a empresa deu se pontapé inicial no processo de comercialização de tratores que começam a ser fabricados no país a partir de julho. A LS Tractor levou oito modelos de 47cv a 100cv de potência e apresentou os tratores P100 cabinado, P90 cabinado, P80, 80 cabinado, U60, U60 cabinado, R60, R50, R50 cabinado HST e R40. Segundo André Rorato, diretor comercial e de marketing da LS Tractor, os modelos oferecidos pela empresa se destacam “pela economia de combustí-vel, direção hidrostática ajustável, freios úmidos, multidisco; facilidade de operação e manutenção em função de seu design; eixo dianteiro blindado à prova de água e combinação; durabilidade, versatilidade e desempenho”. A fábrica da LS Tractor está sendo construída na cidade de Garuva, Santa Catarina.

JOHN DEEREA John Deere destacou sua linha de tra-

tores, com 16 modelos diferentes expostos. Quatro dos modelos apresentados - 5055E, 5065E, 5075E e 5078E - podem ser finan-ciados com as vantagens do programa Mais Alimentos. Também foram destaques na feira os modelos da série 6J, motorizados com potências que vão de 125cv até 180cv. Na linha de alta potência o destaque ficou por conta do modelo 8335R, com motor de 335cv que pode equipado com suspensão dianteira independente (ILS), rodados duplos nos dois eixos e luzes de xênon.

Outro produto que chamou atenção pelo tamanho e pela tecnologia que incor-pora foi a colheitadeira de grãos S680, com motor 540cv. O modelo possui plataforma Hydraflex Draper de 40 pés, rotor Tri Stre-am, o sistema de retrilha independente e a cabine com espaço interno 30% maior, se comparada à da Série STS, tanque gra-neleiro com capacidade de 14 mil litros e descarga de 135 litros por segundo.

Outro destaque foi a forrageira 7450, que tem capacidade de produção de 120

A Braud, da New Holland, além de colher, pode ser convertida para trabalhar como implemento para a pulverização e demais tratos culturais dos vinhedos

A Lintec destacou seus motores geradores com foco nos grupos de geradores com maior potência

Swinglet Cam, da Geo Agri, um aparelho de voo utilizado para monitorar lavouras e fazer levantamentos topográficos

A LS Tractor levou oito modelos de 47cv a 100cv de potência e fez sua estreia nas feiras brasileiras

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para silagem, biomassa e outros tipos de capim e produz fardos cilíndricos com ta-manhos que variam de 76cm a 1,56 metro de diâmetro.

MASSEY FERGUSONA Massey Ferguson apresentou ao mer-

cado brasileiro a enfardadora MF 1837, que produz fardos retangulares nas dimensões 3x4. Esta máquina foi configurada para oferecer alta produtividade em tonelada/hora e segurança operacional e é direcio-nada às áreas de pastagens e forragens. Ela possui fluxo de alimentação direta e um sistema de recolhimento diferenciado, com recolhedor de perfil baixo e câmaras que prensam e distribuem de forma igual o material nas fatias.

Também foi destaque a MF 1745, enfardadora de fardos cilíndricos, que é referência nos Estados Unidos, e chegou também ao Brasil para a feira. É um equi-pamento que trabalha com a proporção 4x5, utilizado principalmente para silagem, biomassa e outros tipos de capins, e pos-sui câmara de fardo variável, que permite a produção de diferentes tamanhos, de 762mm a 1.524mm de diâmetro. Para isso, rolos e cintas de borracha, ao mesmo tempo em que compactam e enrolam o material, se ajustam para acomodar a quantidade rece-bida. Para finalizar o fardo, o equipamento disponibiliza ainda sistema de amarração automático com acionamento elétrico.

Na linha de tratores, a Massey Ferguson apresentou o modelo MF8670, com 320cv de potência, que foi exposto sobre cavaletes que permitiram uma simulação do funcio-namento do trator e da transmissão Dyna-VT. A linha conta também com o modelo MF8690, de 370cv. Na área de colheita, o destaque ficou por conta da colheitadeira MF32SR, habilitada para as culturas soja, milho, trigo e arroz. Equipada com um sistema híbrido de processamento, a má-quina conta com dois rotores responsáveis

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Fotos Cultivar

toneladas por hora. A plataforma de corte 360 Kemper pode ser considerada um dos destaques desta máquina. A John Deere também expôs o pulverizador modelo 4630 com barras de 24 metros e tanque com capacidade de 2.270 litros.

CASE IHA Case IH está comemorando o 90º

aniversário da linha de tratores Farmall, expondo os modelos Farmall 60cv, 80cv e 95cv nas principais feiras agrícolas no Brasil. A linha Farmall é conhecida mun-dialmente por incorporar alta tecnologia em tratores de baixa potência, começou a ser construída em 1923 e foi nacionalizada em 2010, marcando a entrada da empresa no mercado brasileiro de baixa potência.

Também ganharam destaque dois tra-tores da família Puma. Os modelos Puma 205 e 225 foram apresentados ao mercado brasileiro no início de 2012 em versão im-portada e a partir do segundo semestre do mesmo ano passaram a ser produzidas no Brasil, mantendo todas as características do equipamento anterior. Com potência nominal de 197cv e 213cv, os tratores Puma são equipados com motores Case IH de certificado Tier III, com capacidade para 6,75 litros, sistema de injeção eletrônica Commom Rail e o Power Boost.

No segmento de colheitadeiras, a Case IH destacou sete modelos da Axial Flow, nos modelos 2566, 2688, 2688 Special, 2799, 2799 Rice, 7120 e 8120. O modelo Axial-Flow 8120 apresenta entre suas ca-racterísticas o motor Case IH Cursor FPT com potência nominal de 426cv e máxima 487cv e transmissão com acionamento hidrostático de quatro velocidades com freios a disco de pinça dupla.

VALTRAO principal destaque da Valtra foi a

colheitadeira BC4500, classe IV, equi-pada com plataforma flexível, 200cv a

2.200rpm, novo picador, eixo traseiro com regulagem de altura e opção 4WD, além de acionamento das marchas por cabos flexíveis. Este modelo também possui a versão arrozeira BC4500R com suas duas opções de plataformas rígidas de 16 a 20 pés. A Valtra também apresentou a nova plataforma de corte flexível Hiflex Série 600 F e a plataforma Draper Hiflex Série 500FD, que traz como diferencial esteira de borracha no lugar do convencional caracol de alimentação.

Para o mercado forrageiro foram apre-sentadas as enfardadoras Challenger SB 34 e RB452. A Challenger SB 34 combina robustez e alto desempenho, produzindo fardos nas medidas 3 x 4 e comprimento variado de 30cm a 1,32 metro. Já a enfar-dadora Challenger RB452 é uma máquina para fardos redondos. Ela pode ser utilizada

Linha de tratores para agricultura familiar foi destacada pela John Deere

A Axial-Flow 8120 foi um dos destaques da Case IH, com motorização de potência nominal de 426cv e máxima 487cv

Uniport 3030 da Jacto, lançado em2012, foi o destaque da empresa

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pela separação do cereal, que substituem o convencional saca-palhas, aumentando a capacidade de colheita.

AGRALEA Agrale destacou as famílias de tra-

tores 4000 e 6000. Líder há quase meio século no segmento de tratores de peque-no porte, a linha de tratores 4000 possui modelos com potência entre 15cv e 30cv, com foco na aplicação em atividades da agricultura familiar. Já a série 6000 possui cabine desenvolvida para proporcionar maior conforto para o operador e maior espaço interno. Tem, como principais dife-renciais, novo desenho, sistema de vedação aprimorado e melhor refrigeração do inte-rior, com saídas de ar que otimizam o fluxo e impedem a entrada de poeira. A cabine foi dimensionada para que o operador tenha todos os comandos bem próximos ao vo-lante e melhor ergonomia. O maior modelo desta linha, o BX 6180 possui motorização MWM International de 168cv de potência e levante hidráulico. É indicado para mé-dios e grandes produtores, principalmente

para as culturas de grãos e cana-de-açúcar, devido ao seu projeto robusto.

JACTOA Jacto destacou os modelos Uniport

2000 Plus e Uniport 2500 Star, que ganha-ram uma nova carenagem na cabine e faróis com design diferenciado, mais modernos e em sintonia com a aparência do Uniport 3030, lançado em 2012. O Uniport 3030 na versão 2013 também está mais completo e ganhou câmeras de ré e plataforma JPS, que apresenta três sistemas desenvolvidos e integrados para pulverização precisa: o Jacto Quality Spray (JQS), sistema de pulveriza-ção; o Jacto Smart Vehicle (JSV), sistema veicular; e o Otmis, sistema de navegação e serviço. A série 3030 tem vão livre ajustável de até 1,75m, barras com altura de trabalho de até 2,6m, sistema de telemetria e controle de pulverização bico a bico

METALFOR A Metalfor apresentou novidades na

linha de pulverizadores autopropelidos, com destaque para o Multiple 3200 AB,

lançamento do ano. O pulverizador Mul-tiple 3200 AB possui um reservatório de calda de 3.200 litros e barra de 32 metros que proporciona grande autonomia e maior quantidade de hectare por hora, diminuindo o amassamento do cultivo. O Multiple 3200 AB é equipado com motor de seis cilindros turbinado de 152hp de baixo consumo; rodado 12,4 x 46 apto para aplicações em culturas altas e equipado com tecnologia em aplicação: controlador de vazão, des-ligamento automático de seções, piloto automático. A Metalfor disponibiliza as melhorias também para a linha Multiple AB de 2.500/3.000 litros e Futura 2200.

AGRIMECA Agrimec participou destacou a Carreta

Graneleira Granbox 30.000 Flex que com-põe a sua linha própria de modelos para as culturas de várzea. A Granbox 30.000 Flex apresenta tubos de descarga independentes, podendo descarregar simultaneamente os grãos, utiliza apenas caracóis verticais que facilitam a descarga e evitam os embucha-mentos. Os eixos seguem a mesma abertura

Veyance Technologies apresentou a linha completa de correias agrícolas e mangueiras hidráulicas

Semeadora múltipla SSM 27 da Semeato, disponibilizada nas versões de seis a 27 linhas

Lançamento do ano, da Metalfor, o pulverizador Multiple 3200 AB possui um reservatório de calda de 3.200 litros e barra de 32 metros

Carreta Graneleira Granbox 30.000 Flex, da Agrimec, da série de máquinas para as culturas de várzea

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Março 2013 • www.revistacultivar.com.br34

Fotos Cultivar

de rastro do trator, reduzindo assim a ne-cessidade de potência e tração, pois conta com um ajuste de abertura do rodado que permite utilizar uma gama de pneus agrí-colas, conforme o peso ou o solo.

GOODYEAR CORREIAS A equipe de vendas Veyance Technolo-

gies, que detém a marca Goodyear Engine-ered Products, apresentou para clientes e visitantes da Expodireto 2013 a sua linha completa de correias agrícolas, mangueiras hidráulicas, molas, bolsas pneumáticas, correias e mangueiras industriais.

SEMEATOA Semeato apresentou como desta-

que a semeadora múltipla SSM 27. Este modelo é disponibilizado nas versões de seis a 27 linhas, com potência requerida para máquina padrão de 120hp a 165hp e 1.212 litros de capacidade de sementes e 1.860 litros para adubo. O design dos reservatórios resulta no maior rendimento operacional com a diminuição de paradas para o abastecimento. Outro destaque da

empresa foi o Sistema Vacuum System, disponível para a família das máquinas Sol Tower, que distribui semente por semente e trabalha com pressão negativa (vácuo) que é gerada por turbina, para capturar e sustentar as sementes no disco. A turbina é acionada através de motor hidráulico.

JAN A Implementos Agrícolas Jan S/A apre-

sentou um vasto portfólio de produtos, com destaques para a linha de graneleiros. Du-rante a feira a Jan realizou o lançamento do Tanker Magnu 25.000 equipado com tubo de descarga com acionamento hidráulico; molas compensadoras de ajuste de mancal e comporta inferior de limpeza. Possui comporta de descarga de grãos através de acionamento hidráulico, cardã articulado e com giro livre, nos modelos Tanker Magnu 17.000/20.000 e 25.000 e carga máxima de 25 toneladas com tempo de descarga de quatro minutos.

KUHN A semeadora Quadra Venta, lançada

pela Kuhn na Expodireto, foi projetada pe-

los engenheiros da fábrica de Passo Fundo (RS), com a participação de engenheiros do grupo Kuhn na Europa. A Semeadora pode ser configurada em até nove versões, de 45 a 80 linhas, com largura de trabalho entre 7,5 metros e dez metros e com espa-çamento entre linhas de 12,5cm, 15cm ou 17cm. Dependendo da configuração pode ultrapassar 100 hectares de plantio por dia. Seu sistema eletroeletrônico tem a tecno-logia Isobus, que garante a comunicação com as principais marcas de tratores. A semeadora atende a grandes produtores que necessitam alto rendimento e precisão para plantio de culturas como o arroz, trigo, aveia, cevada, entre outros.

AGRES A Agres Sistemas Eletrônicos apresen-

tou o Agronave 34 – Controlador de Taxa Variável. O AN 34 pode ser instalado em qualquer marca ou modelo de distribuidor ou plantadeira. Suas principais característi-cas são: tela de 5,7 polegadas de alto brilho, simplicidade na configuração e operação, transferência de mapas em Shape (SHP) por pen drive (USB), registro de informa-ções detalhadas da operação, calibração simples e equipamento 100% nacional.

TEEJET A Teejet apresentou o Controlador

Eletrônico de Pulverização – Radion 8140, que monitora o tamanho de gotas em tempo real e informa a velocidade máxima e mínima de aplicação para um adequada utilização da ponta de pulverização TeeJet. Ele apresenta tela de 4,3 polegadas com touch screen, que torna a utilização ainda mais simples. Quando a pulverização é ini-ciada, o monitor exibe a taxa de aplicação, o volume pulverizado, a pressão do sistema, a velocidade do pulverizador e a área apli-cada. O Radion está disponível de forma

Tanker Magnu 25.000, da Jan, equipado com tubo de descarga com acionamento hidráulico

Semeadora Quadra Venta, lançada pela Kuhn, pode ser configurada de 45 a 80 linhas e pode plantar até 100 hectares por dia

A empresa Agress lançou o Controlador de Taxa Variável Agronave 34

Controlador Eletrônico de Pulverização - Radion 8140, da Teejet, monitora o tamanho de gotas em tempo real

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produtos para colheita de feijão. Durante a feira os visitantes conferiram também a linha de cardãs, caixas de transmissão e cilindros hidráulicos da Aemco e da Cotrame.

GTSA GTS do Brasil exibiu sua linha

de produtos para colheita, pós-colheita, plainas e transporte. No segmento de pós-colheita o destaque foi para o abastecedor de sementes (cereais) Up Grain Seed Jet, que tem como função a movimentação e a transferência de sementes (cereais) do tanque graneleiro para uma plantadeira e/ou semelhante. O abastecedor de sementes apresenta como principais características menor dano às sementes, design inova-dor, que proporciona maior resistência ao conjunto, amplo visor de volume e motor independente. Ela não necessita trator para operação e possui mangueira flexível que possibilita o abastecimento à distância de até 15 metros.

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individual ou em um pacote completo com válvulas, cabos e sensores necessários para configurar um sistema completo para controle do pulverizador.

MONTANA A Montana Agriculture lançou a Ex-

pedição Montana durante a Expodireto. A Expedição é um caminhão-auditório itinerante que vai levar ao produtor rural, em parceria com as revendas, oportuni-dades de sala de negócios e capacitação. A Expedição Montana entrou na estrada no dia 4 de março e vai passar por várias regiões do Brasil.

O roteiro desta “viagem” de soluções agrícolas começa pelo estado do Rio Grande do Sul, seguindo para os estados de Santa Catarina, Paraná, São Paulo, Espírito Santo, Minas Gerais, Bahia, Sergipe, Per-nambuco, Ceará, Tocantins e Rondônia, encerrando o percurso na fábrica, em São José dos Pinhais, no mês de dezembro.

“Projetos como este contribuem para

aumentar a competitividade da empresa no mercado de máquinas agrícolas, antecipan-do tendências e oferecendo informações precisas e de qualidade para o produtor rural brasileiro, garante Gilberto Junqueira Zancopé, diretor-presidente da Montana.

AGRITECHA Agritech destacou o trator Yanmar

Agritech 1175-4 compacto, com cabine de fábrica, destinado às culturas que necessitam de um trator versátil e que proporcione conforto, bem-estar e segu-rança ocupacional para o operador da máquina, especialmente em aplicações como pulverização. O modelo tem tração 4 x 4, motor Yanmar modelo 4TNV98 de 75cv e 16 válvulas – TDF de 59cv, câmbio sistema “Collar Shift” de 12 velocidades à frente e três à ré, capacidade de levante do hidráulico de dois mil quilos.

MIACA Colombo apresentou a sua linha de

A montana lançou durante a Expodireto a Expedição Montana, um caminhão-auditório itinerante que passará por vários estados brasileiros

A Yanmar Agritech lançou o trator 1175-4 compacto, com cabine de fábrica

A MIAC apresentou sua linha de cardãs, caixas de transmissão e cilindros hidráulicos da Aemco

Abastecedor de sementes Up Grain Seed Jet, da GTS, possibilita o abastecimento a 15 metros de distância da semeadora

.M

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TrATorES

Demanda de energia

Cada marcha e rotação do motor demanda uma quantidade maior ou menor de energia do trator, da mesma forma, os diferentes sistemas de manejo de solo exigem uma quantidade distinta desta mesma energia. Combinar os diferentes fatores para

produzir mais e gastar menos é um desafio a cada operação

O manejo do solo tem como objetivo otimizar as condições para germi-nação das sementes e a instalação

das culturas. O uso racional das máquinas é fundamental para a rentabilidade da atividade agrícola, tanto em plantio convencional quan-to em plantio conservacionista. O consumo de combustível é a principal variável para determinação da demanda energética, é um importante componente para a determinação do custo de uma operação agrícola. As seme-adoras executam uma tarefa complexa que demanda tempo. Dessa forma, a velocidade de operação merece atenção para não com-prometer a qualidade e o custo do trabalho realizado.

Parâmetros de energia são significativos in-dicadores para avaliar e comparar os impactos ambientais das práticas agrícolas e podem ser usados para avaliar a eficiência dos sistemas de produção e fazer comparações entre os sistemas.

As operações realizadas durante o manejo do solo influenciam as suas propriedades mecânicas, bem como os rendimentos das culturas. O desempenho dos conjuntos me-canizados correspondentes ao sistema adotado varia de acordo com as propriedades, e os parâmetros operacionais, tais como marcha e rotações no motor, que determinam a veloci-

dade do trator. O problema abordado motivou o desen-

volvimento deste trabalho, que teve como objetivo geral avaliar a demanda energética de operações agrícolas em diferentes sistemas de manejo do solo e teve como objetivos espe-cíficos, estimar os parâmetros energéticos das operações, determinando o consumo horário de combustível, o consumo de combustível por área trabalhada e a demanda energética.

O experimento foi conduzido em uma área pertencente ao Instituto Federal de Mi-nas Gerais – campus Bambuí, localizado no município de Bambuí (MG), altitude média de 748m e declividade média de 6,80%. O solo foi classificado como Latossolo Vermelho Dis-troférrico típico e apresentou textura argilosa, com 0,266g de teor de água.

O experimento foi instalado em esquema

de parcelas subsubdivididas, tendo nas par-celas os sistemas, nas subparcelas as marchas e nas subsubparcelas as rotações, no deli-neamento em blocos casualizados com três repetições. As unidades experimentais foram constituídas com 20,0m de comprimento e 5,0m de largura, demarcando-se 10,0m entre as mesmas no sentido longitudinal para ma-nobras, tráfego de implementos e estabilização dos conjuntos antes da aquisição dos dados. A área total utilizada para o experimento foi de 21 mil metros quadrados. A densidade média do solo, da área experimental nas faixas 0,00m a 0,10m; 0,10m a 0,20m e 0,20m a 0,30m de profundidade foram, respectivamente, de 1.120kg/m3; 1.090kg/m3 e 1.050kg/m-3. A resistência do solo à penetração foi obtida com o penetrômetro digital marca DLG, mo-delo PNT-2000, na faixa de 0,00m a 0,50m de profundidade, com valores chegando a 1,49MPa.

Neste trabalho, utilizaram-se dois tratores de pneus, sendo um da marca John Deere, modelo 5603, tração 4x2 TDA, com 55,22kW (75cv) de potência e o outro da marca Ursus, modelo 4-75, tração 4x2 TDA, com 55,22kW (75cv) de potência; um arado de três discos reversível da marca Tatu; uma grade destor-roadora-niveladora de 32 discos, dupla ação, tipo off-set, modelo GN; um escarificador

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Escarificador de arrastoutilizado no experimento

Fendt

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modelo ASA Laser CR-DCR, fabricado pela Stara, com cinco hastes espaçadas de 0,40m, largura de trabalho de 2,00m; um pulverizador de barras marca K.O., modelo KO 600 IH 14x12, o qual possui tanque com capacidade para 600L, e uma semeadora-adubadora pneumática da marca Tatu Marchesan S/A, modelo PST-3, de arrasto com quatro linhas espaçadas de 0,85m.

Os sistemas de manejo do solo avaliados neste trabalho, de forma geral, possuíram as seguintes características:

a) Preparo convencional do solo: uma passagem com arado de discos, seguida de duas passagens com grade de discos destor-roadora-niveladora, utilizando-se no plantio a semeadora-adubadora;

b) Cultivo mínimo: aplicação de herbicida com dosagem de 2,5L/ha de glifosato e depois mobilização do solo com o escarificador, realizando-se o plantio com a semeadora-adubadora; e

c) Plantio direto: aplicação de herbicida

com uma dosagem de 2,5L/ha de glifosato e depois realização do plantio, utilizando-se a semeadora-adubadora.

Para avaliar o desempenho dos conjuntos mecanizados foram utilizadas as marchas, 1ª reduzida A, 2ª reduzida A e 1ª intermediária B, respectivamente 3,0; 4,2 e 5,0km/h com o motor a 2.400rpm, informações do fabricante. Cada marcha nas rotações de 1.600, 1.900 e 2.200rpm no motor do trator utilizado no experimento.

Para estimar a força de tração requerida nas diferentes operações agrícolas foi utiliza-da a célula de carga marca Sodmex, modelo N400. Conhecendo-se a força requerida para tracionar o implemento e a velocidade de deslocamento do conjunto durante a operação, pode-se calcular a potência média na barra de tração. A capacidade de trabalho teórica foi calculada a partir da velocidade de deslocamento e da largura de cada implemento utilizado. Para determinar o consumo horário de combustível instalou-se um fluxômetro no

sistema de alimentação do trator. O consumo de combustível por área trabalhada foi calcula-do pela relação entre combustível e capacidade de trabalho do conjunto mecanizado.

Pela Tabela 1, nota-se que a marcha A2 foi a que promoveu menores médias de consumo horário (CH), nos três sistemas de manejo do solo, sendo que, à medida que se elevou a mar-cha, implicando em aumento de velocidade, o consumo de combustível também se elevou. Nas três rotações em teste, observou-se que o plantio direto promoveu menores médias de consumo/hora, o que pode ser explicado, pois este sistema reduz significativamente o núme-ro de operações, seguido pelo cultivo mínimo, comparado ao preparo convencional.

Em relação ao consumo horário, não se verificou significância do modelo de regressão linear, em função da rotação do motor do tra-tor. Pelo fato de a rotação não ter influenciado o consumo horário, a equação da reta é repre-sentada pela média dos valores observados da variável, dada pelas equações: ŶPC = 16,79;

Gráfico 1 - Índices de deslizamento em função da carga de adubo no depósito

Semeadora utilizada narealização do trabalho

Fotos Hêner Coelho

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influência do sistema de manejo, o menor consumo horário médio ocorre no plantio direto, seguido pelo cultivo mínimo e preparo convencional. No preparo convencional e cultivo mínimo, utilizando a marcha A2 de menor velocidade, obtém-se a menor de-manda energética. No plantio direto as três marchas avaliadas fornecem médias iguais de demanda energética e é onde se obtém as menores médias.

Em cada marcha utilizada para o preparo convencional e cultivo mínimo, não se en-contra diferença para demanda energética e, ao passar da marcha A2 para B1, o que implica em aumento de velocidade, há au-mento da demanda energética.

Em quaisquer das rotações utilizadas, as menores médias de demanda energética foram obtidas com o plantio direto. Já o cultivo mínimo e o sistema convencional não diferem neste aspecto.

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ŶCM = 13,59 e ŶPD = 8,18. Verificaram-se diferenças significativas para as médias da variável consumo de combustível por área tra-balhada (CCA) nos três sistemas de manejo, sendo a menor média para o plantio direto (Tabela 2). O CCA, em função da marcha, diferiu estatisticamente entre as marchas A2 e B1, sendo o maior CCA para a marcha A2 que corresponde à menor velocidade.

Em relação ao consumo de combustível por área trabalhada em função da rotação do motor, não se verificou significância do modelo de regressão linear. Devido à rotação não ter influenciado o CCA, a equação é representada pela média dos valores ob-servados da variável, dada pela equação: Ŷ = 19,40.

No preparo convencional do solo e cultivo mínimo, verificou-se que ao utilizar a marcha A2, para todos os sistemas obtiveram-se as menores médias de demanda energética (DE), como se observa na Tabela 3, devido aos me-nores valores de potência e à capacidade de trabalho teórica. Em cada marcha utilizada, para o sistema de preparo convencional e culti-vo mínimo não houve diferenças significativas para a demanda energética. Ao passar da mar-

cha A2 para B1, o que implica em aumento de velocidade, houve aumento significativo da DE, obtendo-se maiores valores, pois, com aumento da velocidade a demanda de potência foi maior, refletindo em maior consumo de energia por área trabalhada.

Nas três rotações em teste, percebeu-se que o plantio direto promoveu menores mé-dias de DE (Tabela 3), adotando o mesmo raciocínio do CH, o número de operações no PD é significativamente menor comparado ao PC e ao CM. Observou-se também que as médias do PC e CM não diferiram estatisti-camente nas rotações em teste, considerando que o CM tem menor número de operações que o PC, todavia, o escarificador utilizado no CM foi o implemento que demandou maior força de tração, bem como maior potência na barra de tração, culminando em uma grande demanda energética, o que compensou o menor número de operações comparado ao PC.

Em relação à demanda energética não se verificou significância do modelo de regressão. Pelo fato de a rotação não ter influenciado a DE, a equação da reta é constituída pela média dos valores observados da variável, dada pelas equações: ŶPC = 243,35; ŶCM = 245,90 e ŶPD = 56,52.

O consumo horário de combustível sofre

Radar utilizado para determinar avelocidade de deslocamento do trator

Médias seguidas de mesma letra minúscula na coluna e maiúscula na linha não diferem estatisticamente pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade, respectivamente.

A214,07 aC10,75 bC7,15 cB

160013,85 a11,46 b6,93 c

Tabela 1 - Valores médios de consumo horário (L/h) em cada combinação de sistema de manejo e marcha utilizada e em cada sistema de manejo por rotação utilizada

B118,87 aA16,93 bA9,36 cA

DMS linhas = 1,25

220018,86 a14,58 b9,83 c

A317,43 aB13,08 bB8,03 cB

190017,65 a14,72 b7,79 c

Sistema

PCCMPD

DMS colunas = 1,27Sistema

PCCMPD

DMS colunas = 1,21

Marcha

Rotação (RPM)

Médias seguidas de mesma letra na coluna não diferem estatisticamente pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade.

Tabela 2 - Valores médios de consumo de combustível por área trabalhada (L ha-1) em cada sistema de manejo e em cada marcha

SistemaPCCMPD

DMSMarcha

A2A3B1

DMS

CCA30,18 a22,77 b5,25 c6,08CCA

20,64 a19,52 ab18,03 b

1,61Médias seguidas de mesma letra minúscula na coluna e maiúscula na linha não diferem estatisticamente pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade, respectivamente.

A2225,84 aC226,92 aC57,00 bA

1600235,27 a250,27 a55,59 b

Tabela 3 - Valores médios de demanda energética (MJ ha-1) em cada combinação de sistema de manejo por marcha utili-zada e em cada sistema de manejo por rotação utilizada

B1260,76 aA269,60 aA58,12 bA

DMS linhas = 8,02

2200262,35 a249,52 a56,18 b

A3243,46 aB241,20 aB54,45 bA

190017,65 a14,72 b7,79 c

Sistema

PCCMPD

DMS colunas = 13,87Sistema

PCCMPD

DMS colunas = 16,73

Marcha

Rotação (RPM)

Sensor indutivo e placa de referência utilizada na deter-minação da velocidade tangencial dos rodados traseiros

Semeadora-adubadora utilizada no experimento

Hêner Coelho,Inst. Federal de Minas Gerais/MGHaroldo Carlos Fernandes,Daniel Mariano Leite eMarconi Ribeiro Furtado Júnior,Universidade Federal de Viçosa

.M

Fotos Hêner Coelho

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