Maquinas 68

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Outubro 2007

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Rodando por aí

AGCO adquire a Sfil

Pulverizadores pneumáticos

Tratores especiais

Ficha Técnica - Colhedora CR 9060

Test Drive - Mistral 50

Descargas elétricas em instalações

Ficha Técnica - Pulverizador Jet Plus

Colheita mecanizada de cana

Lançamentos New Holland

Técnica 4x4 - Blocante do diferencial

Índice Nossa Capa

Charles Echer

Destaques

Trabalho pesadoAcompanhe o desempenho do trator Mistral 50 daLandini, testado pela Cultivar Máquinas nosterrenos acidentados da Serra Gaúcha

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Por falta de espaço, não publicamos as referências bibliográficas citadaspelos autores dos artigos que integram esta edição. Os interessadospodem solicitá-las à redação pelo e-mail: [email protected]

Os artigos em Cultivar não representam nenhum consenso. Não esperamos quetodos os leitores simpatizem ou concordem com o que encontrarem aqui. Muitosirão, fatalmente, discordar. Mas todos os colaboradores serão mantidos. Eles foramselecionados entre os melhores do país em cada área. Acreditamos que podemosfazer mais pelo entendimento dos assuntos quando expomos diferentes opiniões,para que o leitor julgue. Não aceitamos a responsabilidade por conceitos emitidosnos artigos. Aceitamos, apenas, a responsabilidade por ter dado aos autores a opor-tunidade de divulgar seus conhecimentos e expressar suas opiniões.

NOSSOS TELEFONES: (53)

• GERAL3028.2000• ASSINATURAS3028.2070

• RedaçãoGilvan QuevedoCharles Echer

• RevisãoAline Partzsch de Almeida

• Design Gráfico e DiagramaçãoCristiano Ceia

• ComercialPedro Batistin

Sedeli Feijó• Gerente de Circulação

Cibele Costa• Assinaturas

Simone Lopes• Gerente de Assinaturas Externa

Raquel Marcos• Expedição

Dianferson Alves

Grupo Cultivar de Publicações Ltda.

www.cultivar.inf.brwww.grupocultivar.com

Cultivar MáquinasEdição Nº 68

Ano VI - Outubro 2007ISSN - 1676-0158

[email protected]

Assinatura anual (11 edições*): R$ 119,00(*10 edições mensais + 1 edição conjunta em Dez/Jan)

Números atrasados: R$ 15,00

Assinatura Internacional:US$ 80,00

EUROS 70,00

Tratores especiaisSaiba quais as principais categoriasde tratores especiais existentes e ascaracterísticas de cada uma

Ficha TécnicaConheça a colhedora CR 9060 daNew Holland, a primeira axial daempresa com dois rotores

Matéria de capa

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• Impressão:Kunde Indústrias Gráficas Ltda.

• REDAÇÃO3028.2060• MARKETING3028.2065

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Nova casaCom a compra da Sfil pelaAGCO, Rubens Sandriassumiu como gerentecomercial para o Brasil eExportação da Sfil. Até omomento, Sandri eragerente de Marketing doproduto, na MasseyFerguson. “Estamospreparando a empresapara abastecer a MasseyFerguson e a Valtra doBrasil com nossosimplementos projetadossob medida”, garante.

MarketingEduardo Guimarães deSousa Filho foi promovidoa gerente Marketing doProduto, sendo responsá-vel por marketing doproduto de Tratores para amarca Massey Ferguson.Formado em Agronomia,com mestrado na área demecanização pela UFSM,Eduardo iniciou naempresa em outubro de2002, na área deEngenharia de Vendas,passando em 2005 paraespecialista de Marketingem tratores agrícolasMassey Ferguson.

OtimismoFrancesco Pallaro, vice-presidente comercial ede marketing da New

Holland, comentou comotimismo as estimativaspara o mercado de grãos

nos próximos anos.“Temos indicativos queos preços das commodi-

ties se manterãovalorizados pelo menos

nas próximas safras”,projeta. Ele espera um

crescimento de 40% nasvendas das máquinas da

empresa ainda nesteano, em comparaçãocom o ano passado.

Francesco Pallaro

PrêmioO projeto “Gestão Sustentável de Recursos Hídricos: Reuso de Água” foi premiado na 5ªedição do Programa Benchmarking Ambiental Brasileiro. O projeto Reúso de Água foi implan-tado pela fabricante AGCO do Bra-sil na fábrica de tratores Massey Fer-guson, em Canoas (RS), em 2005.O projeto Reuso de Água contribuipara o uso racional e a conservaçãosustentável dos mananciais, buscan-do a utilização mínima de água nosprocessos produtivos e a máximaproteção ambiental com menor cus-to. Economicamente, o reuso daágua representa uma economia deR$ 7.500,00 para a empresa ao mês.

ChinesesRepresentantes do Ministério da Agricultura da China visitaram recentemente afábrica de colhedoras de cana da John Deere em Catalão, no estado de Goiás. Oschineses ouviram uma apresentação sobre as principais características tecnológicasda colhedora 3510, fabricada na unidade, fizeram vários questionamentos sobre acolheita mecanizada e percorreram a linha de produção. A visita ao Brasil visoucontatos com empresas em busca de informações sobre a tecnologia de produção dacana-de-açúcar e de açúcar e álcool, incluindo a mecanização das lavouras canaviei-ras, que pretendem adotar na China.

Gerente 100%O Encontro Internacional de Gerentes de Serviços de toda rede de concessionáriosCase IH, premiou os melhores gerentes de Serviços da marca, avaliados entre julho de2006 e julho de 2007. A promoção “Gerente 100%” foi um dos pontos altos do encon-tro que contou com a participação de mais de 60 pessoas do Brasil e exterior, e no qualforam abordados temas voltados à gestão da área de serviços, desenvolvimento profissi-onal, novidades e outros. Os premiados foram: Umberto Antonio Cazarin da Agronew,campeão nacional; Wesley Waideman da Ciabay Paraguay, campeão internacional; JoãoPaulo Pirane da Riberminas, campeão regional de SP e MG; Luís Fernando GonçalvesDias da Pivot, campeão regional de GO, BA e AL; Josoel Moreira da Tratornew, cam-peão regional do PR e RS e Mauro de Oliveira da Agrofito, campeão regional do MT.

ValtraA Valtra anunciou o

ingresso no mercado decolheitadeiras, com olançamento de duas

máquinas destinadas àsculturas de grãos (BC

4500 e BC 7500). Elasserão produzidas na

planta da AGCO para aAmérica do Sul, em Santa

Rosa (RS). A BC 4500,com 190 cv, é destinada às

médias propriedades, éuma colheitadeira classe

IV de sistema convencio-nal de trilha, que apre-senta um desempenho

muito próximo ao de umaclasse V. A BC 7500 terá

355 cv de potência e oprincipal diferencial destamáquina está no sistema

axial classe VII, destinadaa grandes áreas, que pos-sibilita uma colheita sem

causar dano aos grãos.Wesley , Rafael e Giancarlo

Eduardo de Sousa Filho

Rodrigo e Umberto

Rubens Sandri

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AGCO adquire Sfil

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AAGCO, fabricante e distribuido-ra mundial de equipamentosagrícolas, anunciou no início de

outubro a aquisição da Indústria AgrícolaFortaleza Limitada Sfil, empresa de capitalfechado com grande atuação no mercadobrasileiro de implementos agrícolas. Comsede em Ibirubá, Rio Grande do Sul, a Sfilestima para 2007 um faturamento em tor-no de US$ 35 milhões.

Atualmente, a Sfil tem 20 produtos quefazem parte do portfólio, composto por se-meadoras, carretas, distribuidor de fertili-zantes, guincho, carregadeiras, plataformase equipamentos para agricultura de preci-são. Com um quadro 214 colaboradores, aempresa se destaca na sua gestão e ficouentre as 150 melhores empresas para se tra-balhar no Brasil pelo segundo ano consecu-tivo, explica Rubens Sandri, gerente comer-cial para o Brasil e exportação.

No momento, a AGCO está reavaliandoos processos de fabricação com o objetivo deaumentar a capacidade da linha de produ-ção. “Com certeza teremos que adaptar a fá-brica para a demanda por produtos que seráimposta”, explica. A unidade será responsá-vel por fornecer implementos que comple-mentam os produtos da Massey Ferguson eValtra em todo o território nacional e expor-tação, o que exigirá uma ampliação na capa-cidade de produção, uma vez que a gama deprodutos oferecidos deverá aumentar consi-deravelmente num futuro bem próximo.

“Os tratores e colheitadeiras da AGCO,

que utilizam um alto teor tecnológico, de-senvolveram fortes posições de mercado naAmérica do Sul devido, em grande parte, ànossa rede avançada de concessionários”,comentou Martin Richenhagen, presiden-te e CEO da AGCO. “A família Sfil de pro-dutos complementa o negócio de tratores ecolheitadeiras e garante outro passo rumo àexpansão de nossa oferta de produtos paraos concessionários sul-americanos e seusclientes.”

SFILFundada em 1967, o conhecimento es-

pecializado da Sfil em relação às condiçõeslocais do solo e às exigências locais de plan-tio garantiu aos produtos uma reputação dequalidade e inovação. “O acréscimo desta

linha de implementos irá nos permitir po-tencializar a força de nossas marcas e nossarede robusta de concessionários, possibili-tando que o negócio se desenvolva mais naregião sul-americana“, explicou André Ca-rioba, vice-presidente sênior da AGCOAmérica do Sul. “A AGCO tem um com-promisso com o crescimento, e a aquisiçãoda Sfil vai nos posicionar melhor em ummercado competitivo.”

A AGCO fabrica equipamentos agríco-las em três fábricas brasileiras para o merca-do sul-americano. As colheitadeiras são pro-duzidas em Santa Rosa (RS) e os tratores sãoproduzidos em fábricas localizadas em Mogidas Cruzes (SP) e em Canoas (RS). A AGCOgera aproximadamente 15% de suas vendasmundiais na América do Sul.

Novo dono

Equipe da AGCO e Sfil durante o anúncio aosfuncionários sobre a aquisição da Sfil

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Novo dono

Com a aquisição da fábrica da Sfil, a AGCO projeta produzirimplementos para todas as linhas de tratores e colhedorascomercializadas pela Massey Ferguson e Valtra no Brasil

Com a aquisição da fábrica da Sfil, a AGCO projeta produzirimplementos para todas as linhas de tratores e colhedorascomercializadas pela Massey Ferguson e Valtra no Brasil

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Os pulverizadores pneumáticosganharam popularidade emfunção da sua versatilidade, ten-

do sido adaptados para aplicação de grânulos ecomo lança-chamas na eliminação de plantasespontâneas nos campos de produção. Assim,esse tipo de pulverizador tem tido múltiplosusos apesar de ter sido, originalmente, desen-volvido para aplicação de inseticidas visando ocontrole de percevejos na cultura de cacau. Es-ses pulverizadores são tipicamente para aplica-ção a baixo volume (20-100 litros/ha) emboraexistam alguns equipamentos adaptados paraaplicação a ultrabaixo volume (2 litros/ha). Nosmodelos mais comuns a calda é lançada em umacorrente de ar com alta velocidade produzindouma fina pulverização.

A aplicação de defensivos utilizando gran-de volume de calda é ineficiente em termos de

transferência da dose do ingrediente ativo e emfunção do aumento de custo da mão-de-obra.Em operações comerciais, esse custo pode sersubstancialmente reduzido pela diminuição dovolume de pulverização, tendo em vista que háum aumento no rendimento de trabalho emfunção da redução do número de tanques car-regados por hectare. A necessidade de reduzir

custos resultou em esforços no sentido de au-mentar a eficiência das pulverizações pela di-minuição do volume de calda aplicado. Em fun-ção do menor tamanho de gotas os pulveriza-dores pneumáticos trabalham com baixo volu-me de calda. Nesse sistema o líquido é condu-zido para um bocal onde encontra com um flu-xo de ar em alta velocidade. A energia do ar em

Em função do menor tamanho das gotas,os pulverizadores pneumáticos

trabalham com baixo volume de calda

Vento a favorVento a favor

pneumáticos

Charles Echer

Div

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ção

Os sistemas de pulverização pneumática podem serempregados para aplicação de inseticidas,herbicidas, fungicidas e adubos foliares. Entretanto,vários aspectos técnicos devem ser observados parao uso racional do equipamento visando uma boaeficiência operacional no campo

Os sistemas de pulverização pneumática podem serempregados para aplicação de inseticidas,herbicidas, fungicidas e adubos foliares. Entretanto,vários aspectos técnicos devem ser observados parao uso racional do equipamento visando uma boaeficiência operacional no campo

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“A necessidade de reduzir custos resultou em esforços no sentido de aumentara eficiência das pulverizações pela diminuição do volume de calda aplicado”

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movimento cria uma mistura homogênea demicropartículas onde a maior porcentagem degotas está compreendida entre 50 e 100 ìm dediâmetro.

CARACTERIZAÇÃOO diâmetro da mediana volumétrica

(DMV) constitui um dos principais parâme-tros para caracterização do espectro de gotas.Os pulverizadores pneumáticos apresentam umDMV entre 50 e 100 ìm sendo que, aproxima-damente, 5% do volume das gotas pulveriza-das apresentam um diâmetro inferior a 30 ìm(Gráfico 3) Diferente dos sistemas de pulveri-zação hidráulica, os pulverizadores pneumáti-cos trabalham com um mecanismo de gotastransportadas onde um jato de ar produzidopor um ventilador centrífugo é responsável pelotransporte das gotas até o alvo. O efeito da ve-locidade inicial da gota nesse sistema e da velo-cidade do jato de ar na distância total percorri-da e diâmetro final dessas gotas é apresentadonos Gráficos 1 e 2.

Tecnologia e planejamento são fundamen-tais para realizar pulverizações de defensivos abaixo volume, pois o tamanho de gotas consti-tui um dos fatores limitantes para esse tipo deaplicação. Estudos demonstram que há umaforte correlação entre deriva e tamanho de go-tas sendo que grande parte dessa correlação éexplicada pelas gotas com diâmetro inferior a100 ìm. Além disso, gotas inferiores a 200 ìmsão facilmente carregadas pela corrente de ar.Dessa forma, a avaliação das condições climá-ticas é imprescindível para a boa eficiência dospulverizadores pneumáticos.

Nos pulverizadores pneumáticos a distân-cia horizontal ou vertical pulverizada dependeda potência do motor e das características ae-rodinâmicas do ventilador. O alcance máximohorizontal é de aproximadamente 40 metros,embora seja usual trabalhar com distânciasentre cinco e dez metros, já o alcance verticalraramente excede 30 metros. A partir do mo-mento em que as gotas saem do bocal de pul-verização a perda de velocidade é iniciada emuma determinada distância em função da re-sistência do ar. Dessa forma, as gotas sedimen-tam ou caem a diferentes distâncias do bocal.A velocidade de sedimentação depende do ta-manho da gota sendo afetada pela gravidade eresistência do ar. Assim, devido à grande dis-

tância de pulverização alcançada pelos pulveri-zadores pneumáticos há uma grande variaçãona faixa de deposição do líquido.

EFICIÊNCIA DOS PNEUMÁTICOSAs perdas por ocasião da aplicação dos de-

fensivos agrícolas em pomares podem ocorrer,principalmente, em função do escorrimento ouderiva, totalizando mais de um terço do volu-me pulverizado ou até mesmo 60% da caldaaplicada. Dessa forma, as condições climáticasdevem ser bem analisadas antes e durante asaplicações, pois os pulverizadores pneumáticostrabalham com gotas muito pequenas que sãofacilmente perdidas por deriva ou evaporação.A umidade relativa do ar e a velocidade do ven-to podem afetar negativamente a eficiência dospulverizadores pneumáticos. Gotas inferioresa 100 ìm são fortemente afetadas pela dimi-nuição da umidade relativa do ar e aumento davelocidade do vento.

A utilização de pulverizadores pneumáti-cos é mais freqüente em culturas arbóreas comoo cacau, principalmente, em plantas com altu-ra superior a cinco metros. Comparações entretécnicas de aplicação de produtos fitossanitári-os utilizando pulverizador costal pneumático e

pulverizador costal hidráulico na cultura docacau demonstraram melhor eficiência do pul-verizador pneumático em aplicações de hidró-xido de cobre para o controle de moliníase, umadoença provocada pelo fungo Moniliophthoraroreri.

A aplicação de herbicidas em florestas podeser feita tanto pela pulverização aérea quantopela terrestre. Em aplicações terrestres, os pul-verizadores pneumáticos têm um desempenhosuperior para tratamentos em florestas. Simu-lação computacional sobre os fatores que afe-tam a deriva em aplicações florestais com pul-verizador pneumático revelou que gotas comdiâmetro acima de 70 ìm não foram grande-mente afetadas pela variação na umidade rela-tiva e temperatura. Embora representem umaboa alternativa para aplicação em plantas arbó-reas, a utilização desse sistema de pulverizaçãodeve ser feita com cautela. A boa regulagem ecalibração do equipamento para as condiçõesde aplicação são fundamentais para a boa efici-ência da pulverização.

Comparações entre pulverizadores hidráulicos epneumáticos mostraram uma melhor eficiência

dos pulverizadores pneumáticos

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Dados do ensaiode pulverização

% de deposição na copa% de deposição no solo

Hidropneumático com túnel6810

Pulverizador pneumático6931

27-05-1996Hidropneumático com túnel

3831

Pulverizador pneumático4357

10-04-1996

Tabela 1 - Comparação das perdas por deposição no solo e deposição na copa de plantas de pêssego utilizandopulverizador pneumático e pulverizador hidropneumático com sistema de túnel (Ade, 2001).

O uso de pulverizadores pneumáticos paraaplicação de fungicidas em cajueiros é comumna Tanzânia. Entretanto, para obter uma boacobertura e eficiência da pulverização em po-mares é preciso ter boas condições climáticas eequipamentos bem regulados e calibrados. Aprodução de poucas gotas inferiores a 110 ìmbem como a boa orientação do bocal reduz dras-ticamente a deriva. Dessa forma, a aplicação depesticidas em áreas florestais e em pomares uti-lizando pulverizadores pneumáticos exige mai-ores cuidados, pois a maior população de gotasnesse tipo de pulverização está compreendidaentre 50 e 100 ìm.

Pulverizadores pneumáticos apresentamum bom resultado em termos de deposição ecobertura foliar, distribuição do ingrediente ati-vo e eficiência biológica em aplicações de de-fensivos para controle do míldio (Uncinula ne-cator [Schw.] Burr.) quando comparado comaplicações aéreas. Apesar disso, a uniformida-de de distribuição ainda é baixa quando com-parada com outros sistemas de pulverização,sendo estimada uma eficiência de 45%. Em fun-ção das perdas provocadas pela deriva em apli-cações utilizando pulverizadores pneumáticosem vinhedos, tem havido uma tendência emutilizar sistemas alternativos de pulverização

buscando reduzir as perdas econômicas e con-taminação ambiental.

Algumas pesquisas têm sido conduzidas nosentido de delimitar o espaço tratado pela pul-verização numa tentativa de reduzir perdas porderiva e deposição no solo em campos de pro-dução de uvas. Inicialmente tem sido testadoum modelo de pulverizador em sistema de tú-nel sem assistência de ar. Posteriormente, foiintroduzido o sistema de túnel em pulverizado-res pneumáticos. Embora não existam estudosavaliando esse sistema em pulverizadores pneu-máticos, podemos ter a idéia das suas vanta-gens a partir de um trabalho feito com um pul-verizador hidropneumático onde a utilização dosistema de túnel reduziu em até 70% as perdaspor deposição no solo, aumentando a coberturae penetração no dossel de plantas de pêssego(Tabela 1).

Pulverizador pneumático pode ser uma boaopção para aplicação de inseticidas biológicosem função de seu mecanismo de lançamentodo líquido que pode cobrir uma grande distân-cia reduzindo a mão-de-obra na aplicação. En-tretanto, a uniformidade do espectro de gotas éfundamental para aplicações de inseticidas bio-lógicos e os pulverizadores pneumáticos podemter uma menor eficiência para essa finalidade

quando comparados com outros equipamen-tos que fazem a aplicação a baixo volume e têmuma maior homogeneidade do espectro de go-tas.

A utilização de menores volumes de caldapara pulverização pode ser eficaz no controlede algumas pragas em função da fragmentaçãodo líquido pulverizado em micropartículas, me-lhorando a cobertura e aumentando as chan-ces de contato entre o alvo e as gotas da pulve-rização. Entretanto, é preciso tomar cuidadocom a velocidade de deslocamento durante apulverização, pois a aplicação de defensivos uti-lizando baixo volume de calda pode ser inefici-ente quando combinada com altas velocidadesde deslocamento do equipamento. Por outrolado, a aplicação excessiva de líquidos ocasionaperdas e baixa eficiência dos defensivos, poispulverizações com gotas grandes reduzem acobertura da área tratada e aumentam as chan-ces de haver coalescência e perdas dessas gotaspor escorrimento. Assim, pulverizadores pneu-máticos são comumente utilizados em plantasfrutíferas em função da possibilidade de apli-cação a baixo volume, embora os hidropneu-máticos sejam os mais utilizados.

TECNOLOGIA DE APLICAÇÃOA tecnologia de aplicação busca atingir a

máxima eficácia dos tratamentos, visando eco-nomicidade, eficiência operacional, uso racio-nal das máquinas e equipamentos, redução dacontaminação ambiental e melhor segurançado operador, sendo que a qualidade tecnológi-ca dos equipamentos bem como as condiçõesde serviço associados à falta de conhecimentodo operador são os principais fatores responsá-veis pela ineficiência da aplicação de fitossani-tários.

Para que haja redução da contaminaçãoambiental além dos cuidados nas operações decampo é necessário que os equipamentos te-nham uma boa qualidade tecnológica. Para isso,o uso de sistemas computacionais para estudara dinâmica do fluido e prever o comportamen-to do líquido durante as pulverizações é umaferramenta importante para determinar as ca-racterísticas dos equipamentos de pulverização.

Comparações entre pulverizadores hidráulicos epneumáticos mostraram uma melhor eficiência

dos pulverizadores pneumáticos

Div

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Massey Ferguson

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“Pulverizadores pneumáticos são comumente utilizados em plantas frutíferas em função dapossibilidade de aplicação a baixo volume, embora os hidropneumáticos sejam os mais utilizados”

Gráfico 1 - Distância percorrida para diferentes combinações de velocidade inicial das gotas (V) e velocidade dojato de ar (U). Gotas liberadas horizontalmente a três metros de altura do solo com temperatura do ar igual a 301K e umidade relativa de 69%. Sidahmed & Brown, (2002)

Gráfico 2 - Diâmetro final das gotas para diferentes combinações de velocidade inicial de lançamento(V), e velocidade do ar (U). Gotas liberadas horizontalmente a três metros de altura do solo com tempe-ratura do ar igual a 301 K e umidade relativa de 69%. Sidahmed & Brown, (2002)

Gráfico 3 - Avaliação do espectro de gotas entre um pulverizador centrífugo (baixo volume) e um pneumático costal motorizado durantea aplicação de vírus para controle de Helicoverpa armigera em algodão (Parnell, 1999)

A maioria dos pulverizadores pneumáticosutilizados são costais, o que aumenta o risco decontaminação do operador em pulverizações.A exposição dermal nesse tipo de pulverizaçãochega a ser dez vezes superior à exposição res-piratória. Dependendo da forma de caminha-mento durante a aplicação essa contaminaçãopode ser até 20 vezes maior. Dessa forma, o usode EPIs e aplicação com o operador posiciona-do de costas para a direção do vento são funda-mentais para reduzir a contaminação com osprodutos que estão sendo aplicados.

Ronnie von dos Santos Veloso eMauri Martins Teixeira,UFV

M

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modelos especiais

Para culturas como café, macieira e citrus,bitolas com aproximadamente 1.400 mm já

permitem o trabalho sem problemas

Oenquadramento de tratores em ca-tegorias é por muitas vezes dificul-tado, visto existência de classes de

tratores muito similares em modelo e confor-mação gerando assim dúvidas aos usuários que,no momento da aquisição destas máquinas nãosabem se estão comprando um trator especialou apenas uma variação dos tratores conside-rados padrões.

Segundo a norma internacional, os trato-res agrícolas são conceituados como máquinasautopropelidas de rodas, esteiras ou semi-estei-ras, particularmente projetadas para desenvol-ver força de tração, tracionar, carregar e operartodos os implementos para o trabalho agrícola(incluindo o trabalho florestal). Os tratores derodas são tratores agrícolas, com no mínimo

dois eixos onde o meio de propulsão é formadopor rodas geralmente providas de pneus.

CULTURASA utilização do trator agrícola está rela-

cionada com os tipos de culturas agrícolas.Portanto, as características de cada culturaé que denominam as aplicações do tratorsegundo a seguinte classificação para as cul-turas agrícolas:

Tratores especiaisAinda é comum haver confusão na definição dos tratores porcategoria. Especiais, estreitos, standard, você sabe o quecaracteriza cada um desses modelos?

Ainda é comum haver confusão na definição dos tratores porcategoria. Especiais, estreitos, standard, você sabe o quecaracteriza cada um desses modelos?M

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“Os tratores estreitos podem ser divididos em tratores para videira, estes realmente são tratores especiais,e tratores fruteiros, que são considerados alterações de adaptação a partir do modelo “Standard””

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Anuais de porte herbáceoA maior parte das culturas agrícolas é des-

te tipo, configurando-se em plantas com umaarquitetura que compreende uma pequenaaltura, geralmente agrupadas em filas comum espaçamento entre essas filas que variade 150 mm (trigo, aveia, arroz etc) a 1.100mm (milho).

Semiperenes de porte arbustivoEstas culturas têm ciclo superior a um ano

e compõem cultivos que permanecem por anosno campo. O porte e o espaçamento podemvariar de acordo com a cultura, mas a partir daidade produtiva, é impossível passar com má-quinas sobre elas, restando a alternativa de pas-sar somente no espaço deixado entre plantas.Este é o caso do café, dos citrus em geral, damacieira, da uva.

A classificação existente dos tratores discri-mina diferentes tipos de máquinas por sua cons-tituição e função.

STANDARDÉ um trator de rodas adaptado e projetado

mais particularmente por sua construção parao trabalho com implementos fixados atrás, nafrente e, de certa maneira, intercambiáveis.

Trator de rodas para videira:Estes são tratores considerados especiais.

Embora não haja definição deste tipo de tratorna norma ISO/DIS 3339/I, a Norma ISO 3463os define e destaca os “standard” pela sua bito-la reduzida, ou seja, menor que 1.150 mm nasrodas traseiras.

ESTREITOS OU “ESTREITADOS”No mercado brasileiro estes tratores são

conhecidos generalizadamente como “estrei-

tos”. No passado, vários destes modelos eramsimplesmente conhecidos como “cafeeiros”.Entende-se por tratores estreitos aqueles quetêm a sua bitola reduzida em relação a que seutiliza no tipo standard, assim podem ser con-siderados tratores estreitos os que tiverem a suabitola reduzida a partir de modelos standardou mesmo os que tiverem a bitola reduzida apartir do seu projeto inicial.

Para se diminuir a bitola de um trator stan-dard, formando um novo modelo, considerado“estreitado” basta alterar o comprimento dosemi-eixo, diminuir a dimensão dos pára-lamas,readequando, se necessário, o sistema hidráuli-co de três pontos.

Os tratores estreitos não são necessariamen-te tratores especiais. Para culturas como café,citrus e macieira, reduções de bitolas a aproxi-madamente 1.400 mm já permitem o trabalhosem problemas. Para videira sim há a necessi-dade de se trabalhar com larguras úteis míni-mas inferiores a 1.200 mm, o que resulta emnecessidade de bitolas inferiores a 1.150 mm.

Alguns tratores podem ser adaptados deacordo com sua destinação no trabalho e con-siderando condições especiais. As adapta-ções básicas que podem ser aplicadas são geral-mente em distância entre eixos, bitola e alturado solo. A alteração da distância entre eixos re-sulta em modificação na estabilidade longitu-dinal e as alterações de bitola e altura do soloresultam em variação na estabilidade lateral dotrator em trabalho.

VÃO LIVREUm trator agrícola de utilização em fruti-

cultura ou em culturas semiperenes deve serbaixo o suficiente para evitar danos às folhas e

frutos pendentes e também deve ter pequenaaltura para aumentar a sua estabilidade.

O trator fruteiro deve ter duas característi-cas que afetam a sua operacionalidade: estreitopara entre linhas e estável para pendentes (equi-líbrio lateral).

Os tratores estreitos podem ser divididosem tratores para videira, estes realmente sãotratores especiais, e tratores fruteiros, que sãoconsiderados alterações de adaptação a partirdo modelo standard.

Para adaptá-lo a diferentes condições reali-zam-se alterações na dimensão dos tratores,quanto a forma dos tratores e que podem serrepresentadas por um coeficiente, denomina-do, Índice de forma, dado em metros:

1. Trator agrícola de rodas 1.1.1. Trator “Standard” 1.1.1.1. Trator “Standard” com eixo traseiro motriz 1.1.1.2. Trator “Standard” com tração nas 4 rodas 1.1.2. Trator transportador de implementos2. Trator de esteiras3. Tratores agrícolas especiais 1.3.1. Trator de tração nas 4 rodas e com 4 rodas diretrizes 1.3.2. Trator “Standard” de tração nas 4 rodas articulado 1.3.3. Trator tandem 1.3.4. Trator triciclo 1.3.5. Trator para trabalho em declives 1.3.6. Trator elevado ou pórtico 1.3.7. Trator de rodas para videira 1.3.8. Trator de meia esteira 1.3.9. Trator de esteiras para videira4. Trator de rabiças 1.4.1. Trator de rabiças de roda simples 1.4.2. Trator de rabiças de duas rodas 1.4.3. Trator de rabiças de esteira

Tabela 1 - Classificação dos tratores segundo a Norma ISO/DIS 3339/I

Os tratores da série 200 Farmer da alemã Fendtsão especialmente projetados para trabalho

em parreiras e fruteiras

Fendt

Ant

onio

Car

raro

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Fabricante

Massey FergusonMassey FergusonValpadanaMassey FergusonYanmarSAMEValtraValtraValtraValtraYanmarValtraAgraleAgrale

Modelo

MF 331533306060

275 SE1045

Frutteto 75BF65 (4X4)

BF75BF75 (4X4)

BF652060 XT

785C5075.45085.4

Bitola(mm)800830860885960995

10501050105010501382149914401440

LarguraMínima (mm)

10001000105013501280137515851700172014151748212519801980

Alturatotal (mm)

22002200115015101250208515601610161015552280256019001925

Comprimento(mm)37503850307032702910305038553855385538553520411540304030

Área frontal(mm2)2,202,201,212,041,602,872,472,742,772,203,995,443,763,81

Índice deforma (m)

1,001,001,051,351,281,381,591,701,721,421,752,131,981,98

PerfilH/L2,202,201,101,120,981,520,980,950,941,101,301,200,960,97

Tipo

EspecialEspecialEspecialEspecialEspecialEspecialEspecialEspecialEspecialEspecialStandardStandardStandardStandard

Tabela 2 - Dimensões, área frontal, Índice de forma e perfil H/L de alguns tratores nacionais e importados

onde: A = Área frontal, m2

C = Comprimento

A Área frontal é determinada por:

A = L . H

onde: L = Largura do trator, m H = Altura do trator

Assim, o seu índice de forma pode ser umimportante fator de diferenciação de um tra-tor, onde o mais importante, nestes estudos detratores estreitos, pode ser a Área frontal.

Tratores que tenham um perfil H/L gran-de, ou seja, altos e estreitos (bitola reduzida)são adequados para ambientes restritos em lar-gura, como entre filas de árvores, porém nãosão adequados para enfrentar problemas de es-tabilidade em terrenos inclinados. Alguns pro-jetos europeus, projetados para estas áreas de-clivosas, têm altura pequena e centro de gravi-dade próximo ao solo.

BITOLA DOS TRATORESBitola é a distância no nível do solo, entre

os planos médios das rodas em um mesmo eixo,com as rodas em posição de deslocamento eem linha reta com a direção de deslocamento.

Ela pode ser definida para ambos os eixos damáquina, dianteiras e traseiras. No caso de ro-dados duplos, a bitola é distância entre os pla-nos que passam entre o par de rodas.

Muitas vezes a bitola é confundida com lar-gura máxima o que não é a mesma coisa. Po-rém esta dimensão (largura máxima) pode emalguns casos ser mais útil para o agricultor, prin-cipalmente para o trabalho em fruticultura.

Quando se pensa em alterar a bitola do tra-tor é necessário avaliar se há necessidade realde modificá-la, se é possível de ser feita pelopróprio usuário, e em que limites esta poderáser alterada.

A Norma ISO 4004 estabelece as bitolaspadronizadas para os tratores standard e a Nor-ma ISO 6720 recomenda as dimensões comomúltiplos das bitolas existentes e para reduzir acompactação do solo.

MERCADO MUNDIAL DE ESTREITOS

Antonio CarraroEste fabricante italiano tem um modelo

chamado Tigrone Tritrac Frutteto, atualmenteno mercado como TGF 9400 que possui o cen-tro de gravidade rebaixado para aumentar a se-gurança. Este modelo de 85 CV possui um in-versor hidráulico do posto operador o que lhe

permite trabalhar nos dois sentidos. A trans-missão de 32 marchas (16+16) conta com uminversor sincronizado que pode ser acionadoem carga.

O princípio do seu projeto é que: “A alturado operador sentado é sempre menor que a dooperador em pé”. A bitola mínima é de 1.305mm e possui um raio de giro de 1.700 mm in-terno e 3.000 mm externo.

FendtA série 200 Farmer da marca alemã é espe-

cial para fruteira e parreira com modelos de 63a 91 CV, com inversor hidrostático, cabinado ecom 58o de esterçamento. Os tratores da sériepossuem largura total, distância entre eixos ecomprimento total que variam de 1.070 a 1.666mm, 1.998 a 2.221 mm e 3.420 a 3.665 mm,respectivamente.

John DeereA marca americana na Europa fabrica a série

5000N Supernarrow, com largura total de 1.200mm, 919 mm na dianteira e 3.063 mm de raiode giro mínimo.

A transmissão é de 24/24 marchas com in-versor sincronizado e podendo ser comercializa-do nas versões aberto e com cabina.

A série 5015F, recomendada para frutífe-ras, tem uma largura mínima de dimensõesnormais em tratores standard, de 1.330 mm.

Porém a série 5015V, especialmente reco-mendada para videira, tem em todos os mode-los a largura mínima inferior a 1.150 mm paraversão MFWD e 1.050 mm para versão 2WD.

LandiniEsta marca italiana fabrica os tratores da

linha REX, modelo F, para fruticultura e viti-cultura instaladas em áreas declivosas, commodelos de potência de 68,2, 81,6 e 98,5 CV ecom TDP de 540 e 750 rpm.

KubotaA marca japonesa de tratores que entra

novamente na Europa comercializa uma linhade tratores para frutíferas e videira. Esta marcapossui o modelo “M” com mais de 20 modelose variações.

Na Europa, a John Deere produz alinha 5000N Supernarrow, comuma largura total de 1.200 mm

A italiana Landini tem alinha REX, para fruticulturas

instaladas em áreas declivosas

A Kubota tem mais de 20 opçõesde pequenos tratores específicos

para diversas aplicações

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Page 13: Maquinas 68

“Quando se pensa em alterar a bitola do trator é necessárioavaliar se há necessidade real de modificá-la”

A Yanmar possui modelosprojetados para diversos tipos deaplicações em espaços reduzidos

Massey FergusonA série européia de tratores fruteiros da MF

é a 3300C, com cinco modelos. Existe a versãofruteiro, com largura total de 1.000 mm e ân-gulo de esterçamento de 70º.

New HollandA principal linha de fruteiros é a TNF – A,

fabricada na Itália, com os modelos TN75FA,TN85FA e TN95FA, com motores de quatrocilindros e com os dois últimos utilizando tur-bocompressor, para o fornecimento de 74, 82 e92 CV de potência respectivamente.

O raio de giro é de 3,3 m e a gestão do en-gate da tração dianteira auxiliar no eixo dian-teiro é automática.

A cabina é climatizada e pressurizada.O professor Michele Cera da Universidade

de Milão o conceitua como um “fruteiro lar-go”, pois a bitola mínima é de 1.136 mm, nãosendo, portanto um trator especial.

Também as linhas TNN, TNV, TND e

TNS apresentam-se como recomendadas parafrutíferas e videira.

A linha 3010 da antiga marca Fiat e quecontinuou a ser fabricada pela New Hollandapós a compra é um típico exemplo de um tra-tor que tinha recomendação de utilização emfrutíferas, porém tem uma bitola normal de1.444 mm.

RenaultA marca francesa tem a série Dionis Fruc-

tus, com uma ampla faixa de potência, 52, 60,67 e 76 CV, e com bitola reduzida.

SameEsta empresa italiana vende algumas séries

de tratores para frutíferas e videira. A série Ar-gon F Classic que possui dois modelos, 55 e 70,com potência de 55 e 70 cv, largura mínima de1.380 e 1.420 mm respectivamente. A sérieKrypton “V”, supostamente de “Viti”, referin-do-se à videira apresenta modelos 70 e 80 HP,com 67 e 72 HP respectivamente, largura mí-nimas de 1.180 e 1.279 mm, distância entreeixos de 1.345 e 1.575 mm.

Cabine climatizada e raio de giro de 3,3 m sãoalguns dos pontos fortes dos tratores da linha

TNF-A New Holland, produzidos na Itália

José Fernando Schlosser,Pietro Araldi,Marçal Elizandro Dornelles ePaula Machado dos Santos,UFSM

Alguns modelos da Carraro têm como princípio básicode que a altura do operador sentado na máquina deveser sempre menor do que a altura do operador em pé

M

New

Hol

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Cultivar

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14 • Outubro 07

CR 9060

Duplamente axialA primeira axial da New Holland no Brasil chega também com uma novidade, rotorduplo no seu sistema de trilha. A CR 9060 é a única colheitadeira com esse sistema

no país e vem para incrementar ainda mais o mercado nacional de colhedoras

Cultivar Máquinas mostra nestaedição a CR 9060, a primeiraaxial da New Holland no Brasil. Ela

é uma colheitadeira da classe VII e vem commotor de 354 cv, 10,6 mil litros de capacidadede carga e plataforma de 30 até 35 pés, apre-senta como principal diferencial dois rotoresaxiais, sistema exclusivo da marca, que prome-te além de aumentar a capacidade de debulha,reduzir a perda e diminuir os danos aos grãospor trabalhar com trilhas mais suaves.

PLATAFORMACom duas opções de plataforma e configu-

ração de rodado, 35 pés com rodado duplo e 30pés com rodado simples, as plataformas pro-porcionam uma alimentação uniforme para acolheitadeira. O acoplamento dos comandoshidráulicos e elétricos é rápido. O molinete, queé acionado hidraulicamente e equipado comdedos de plástico, possui sincronismo de rota-ção com a velocidade de deslocamento da má-quina, isto é, quando se aumenta a velocidadeda máquina o molinete também aumenta a sua

velocidade, o mesmo ocorre quando a veloci-dade é diminuída. O controle da relação de sin-cronismo é feito pelo monitor (intelliview), quemantém automaticamente esta relação de acor-do com a variação de velocidade.

A barra de corte dupla possui um sistemade chapas de retenção, instalado logo após abarra de corte, evitando que grãos eventualmen-te desgranados caiam fora da plataforma, di-minuindo as perdas. O acionamento, feito porum sistema de rótula que proporciona uma ro-tação de 1.150 cortes/min da barra de corte, érealizado por duas caixas de navalha localiza-das em cada extremidade da plataforma.

O sem-fim, com 660mm de diâmetro, temduas velocidades de rotação (144 ou 126 rpm)que podem ser ajustadas com uma simples in-versão de engrenagens e possui em toda a suaextensão dedos recolhedores retráteis, que au-xiliam o transporte do material, proporcionan-do um fluxo mais uniforme para o elevadorde palha e evitando o enroscamento de mate-rial no sem-fim de alimentação da platafor-ma. Ele tem quatro posições de ajuste hori-

zontal e de flutuação, o que favorece a admis-são de grandes volumes de material sem oca-sionar embuchamentos ou danos no equipa-mento, item importante para a cultura da soja.Em uma colheitadeira de alta capacidade ecom plataforma de grande dimensão, a uni-formidade da alimentação é extremamente im-portante, por isso, o passo do sem-fim é maiore mais alto, o que aumenta a velocidade detransporte e a quantidade de material para oelevador de palha.

ALTURA E FLUTUAÇÃO LATERALOs controles de altura e flutuação late-

ral da plataforma são conjugados e aciona-dos por sensores elétricos, eliminando as-sim as diferenças de altura do solo, permi-tindo que a plataforma fique sempre para-lela ao solo. Os sensores de flutuação lateralficam posicionados em cada extremidade daplataforma, cada sensor é acionado por umabarra individual, que funciona da seguintemaneira: por exemplo, se um dedo sensordos apalpadores da barra oscilante do ladodireito da plataforma sofre uma pressão,como conseqüência o sensor direito é acio-nado, levantando o lado di-reito da plataforma. O mes-mo ocorre com o lado es-querdo e se, porven-tura, as duas bar-

O controle da relação de sincronismo da plataforma é feito pelo monitor (intelliview),que mantém automaticamente esta relação de acordo com a variação de velocidade

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Outubro 07 • 15

“Com duas opções de plataforma e configuração de rodado, 35 pés com rodado duplo e 30 pés comrodado simples, as plataformas proporcionam uma alimentação uniforme para a colheitadeira”

ras são acionadas, a plataforma como umtodo se levanta.

ELEVADORCom o mais largo elevador de palha de to-

das as máquinas axiais, a CR9060 garante agrande capacidade de colheita, mantendo a suaalimentação uniforme e suave para os dois ro-tores. A barra de alimentação do elevador é es-tampada em forma de “S”. O reversor hidráu-lico de duplo sentido tem o controle do movi-mento do acionado por botões na alavancamultifunções, o que possibilita desembucharde maneira fácil e rápida.

O modelo conta com coletor e um sistemaeletrônico de detecção de pedras no piso doembocador do elevador de palhas, denomina-do ASP™, com a possibilidade de regular a sen-sibilidade dentro da cabine. Quando o sistemadetecta uma pedra, a plataforma e o elevadorde palha param automaticamente e uma men-

sagem com alarme é indicada no monitor

intelliview, apontando que o ejetor de pedrasabriu. Deste modo o tempo de serviço dimi-nui, assim como o dano no grão colhido e pro-tegendo eventuais danos na máquina. O ejetorde pedras, que tem acionamento hidráulico,possui abertura automática. O sistema não res-tringe a alimentação da máquina, nem aumentaas partes de contato com a cultura. O materialdo elevador de palha é liberado exatamente em-baixo do sem-fim dos rotores. Deste modo nãoé necessário nenhum batedor alimentador au-xiliar para que se tenha uma alimentação uni-forme.

DUPLO ROTORCom mais de 32 anos de experiência no

sistema de duplo rotor axial, a NewHolland produziu a sua primeira

colheitadeira axial em 1975 com o modeloTR70. A tecnologia exclusiva, de duplo rotor,da marca que equipa a colheitadeira CR 9060,confere ao modelo grande capacidade de debu-lha e separação, além de favorecer a qualidadedos grãos colhidos. A transição do elevador depalha para o sem-fim alimentador do rotor sedá de forma suave, pois os sem-fins do rotorpossuem uma alimentação alternada e rodamem sentidos opostos, o que mantém o fluxo dematerial mais uniforme para os rotores.

O menor diâmetro do rotor, também au-menta drasticamente a força centrífuga, o queé fundamental para uma separação mais rápi-da com menor dano aos grãos.

Com dois rotores, o sistema tem a maiorárea de côncavo do mercado e uma força cen-trífuga até 40% superior quando comparado

Ejetor localizado abaixo do elevador, abre automatica-mente quando é detectada a presença de alguma pedra

Detalhe do sistema de alimentação, dois rotores ao fundo localizados sobre as peneiras. O produtocolhido chega até o sistema de trilha através do elevador, que alimenta os sem-fim do rotor

Fotos New Holland

Page 16: Maquinas 68

16 • Outubro 07

com um só rotor, o que permite que pelo me-nos 90% da separação já ocorra na área de tri-lha. O duplo rotor permite que a trilha seja fei-ta nos dois rotores e no contato grão com grão,o que não ocorre quando se tem somente umrotor em que a debulha é concentrada pratica-mente apenas no lado esquerdo do rotor.

O desenho do rotor é S3 em espiral, escalo-nado e segmentado, com os componentes dis-tribuídos uniformemente ao redor dos rotores,permitindo que as gengivas de trilha se sobre-ponham, a cada três unidades em espiral, paraque não passe por elas material sem ser trilha-do. Na área de separação, os rotores têm placasescalonadas, segmentadas e em forma de espi-

ral. Isso mantém o material em movimento fa-cilitando a descarga.

O batedor de descarga tem quatro pás subs-tituíveis, que aceleram a palha para o picador eesparramador. Um côncavo ajustável no bate-dor permite que possa haver separação de grãosadicionais em condições extremas de trilha.

As grades do côncavo são feitas em três pe-ças para facilitar a manutenção. Toda a inspe-ção de manutenção nos rotores, bandejão epeneiras é realizada através das grandes janelasde acesso que existem dos dois lados da colhei-tadeira. Para ter uma alta capacidade de trilha eseparação nos rotores, a CR9060 tem um com-primento total de 2.638 cm, um diâmetro de432 mm, rotação máxima de 1.668 rpm e forçacentrífuga 40% maior que a média das máqui-nas existentes.

SISTEMA DE LIMPEZATodo o processo de limpeza se inicia no

bandejão, que tem um comprimento de 1.730mm e uma área de 2.284 m2 e trabalha emmovimentos alternados, iniciando o processode separação do grão do palhiço. O ventilador

com 680 mm de diâmetro e seis pás, impulsio-na um grande volume de ar por todo o conjun-to de peneiras superior e inferior, assim comode pré-limpeza. Todo o controle do ventiladoré feito pelo monitor intelliview, no interior dacabine.

O sistema de retrilha independente e du-pla garante que o processo seja feito depois dosem-fim, voltando para o bandejão pelos doislados da máquina, sem sobrecarregar os rotoresque trabalham exclusivamente com a alimen-tação do elevador de palhas. O monitor intelli-view informa ao operador que está sendo feitaa retrilha.

A linha de colheitadeiras CR possui o ex-clusivo sistema de mesa autonivelante, isto é,todo o conjunto bandejão, peneiras e ventila-dor, fica sempre nivelado como um horizonteartificial à medida que a declividade do terrenovai aumentando de 0% até 17%, sem perdercapacidade operacional. O grande benefíciodeste sistema é o aproveitamento total da áreado bandejão e das peneiras sem sobrecarregarnenhum do lados da máquina, principalmenteporque o ventilador acompanha o movimentodas peneiras, fazendo com que o fluxo de arseja sempre uniforme. Com isso, é possível tra-balhar em qualquer tipo de terreno com máxi-ma produtividade, principalmente porque apro-veita toda a sua grande área de peneira de 5,4m2. Também são disponibilizados kits de espa-lhador ou enleirador das palhas.

TANQUE GRANELEIROO tanque graneleiro tem capacidade para

10,6 mil litros, o que garante maior tempo decolheita. A vazão do tubo de colheita é de 110litros por segundo, o que otimiza o tempo dedescarga e possibilita a descarga durante a co-lheita, sem perda de rendimento da máquina.

Detalhe do sistema de retrilha (acima) e peneiras auto-nivelantes que compensam desníveis de até 17 graus

A CR 9060 pode ser equipada com espalhador de palha ou enleirador,dependendo da preferência do produtor

O tanque graneleiro tem capacidade para 10,6 mil litrose vazão no tubo de colheita de 110 litros por segundo

O motor tem potência de 354cv e o acesso para sua ma-nutenção é bastante facilitado, com plataforma ampla

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Outubro 07 • 17

“Para o trabalho de descarga em movimento, a máquina ganha ainda potência extra de 40 cv, o quegarante que em qualquer situação de trabalho a potência do motor esteja disponível para uso”

Equipada com Giroflex standard, oferece prati-cidade na hora de transferir para a carreta gra-neleira.

MOTORA colheitadeira possui motor New Ho-

lland Cursor 9, com injeção Common rail,potência de 354 cv, que opera a velocidadenominal de 2.100 rpm. Para o trabalho dedescarga em movimento, a máquina ganhaainda potência extra de 40 cv, o que garanteque em qualquer situação de trabalho a po-tência do motor esteja disponível para uso.

Cabine com 5,8 m2 de área envidraçada e todos oscomandos localizados próximos ao apóia-braço

Classificada como Tier III, a máquina pos-sui baixos níveis de emissão de poluente eruído. O motor tem um interruptor que per-mite que se regule a sua velocidade, estipu-lando rotações, mínima e máxima de acor-do com a necessidade do operador. O tan-que de combustível é de 750 litros. Todo omonitoramento do motor também é feitopelo monitor intelliview.

O sistema também conta com o Maxi-torque, que oferece uma força extra nas poli-as de acionamento da correia à medida que acarga na trilha aumenta, fazendo com queas correias estejam sempre tensionadas au-mentando a sua vida útil.

CABINEA cabine tem uma área envidraçada de

O sistema de iluminação é composto por 14 lâmpadas de trabalhofocadas para as principais regiões de circulação

5,8 m2, o que proporciona melhor visibi-lidade, pois as colunas da cabine são ape-nas estruturais, o que permite que a colu-na seja estreita não atrapalhando a visãocom o uso de instrumentos. Todo o mo-nitoramento da CR 9060 é feito pelo mo-nitor itelliview, com os comandos touchscreen (ao toque do painel) ou no apóia-braços. Todos os comandos estão ergono-micamente dispostos no apóia-braços queé antivibratório.

A cabine vem equipada com ar-condicio-nado automático e assento com suspensãopneumática. O bom revestimento acústico dacabine garante o menor nível de ruído do mer-cado. As 14 luzes de trabalho garantem a ativi-dade noturna. A CR 9060 tem predisposiçãopara agricultura de precisão M

Fotos New Holland

Page 18: Maquinas 68

18 • Outubro 07

test drive - Mistral 50

Teste no pesadoTestado numa área bastante acidentada e sob condições rigorosas de trabalho, oMistral 50 da Landini mostrou-se um trator bastante forte pelas suas dimensões

reduzidas e com uma quantidade de tecnologia embarcada acima da média,comparado com tratores do mesmo porte

Teste no pesadoTestado numa área bastante acidentada e sob condições rigorosas de trabalho, oMistral 50 da Landini mostrou-se um trator bastante forte pelas suas dimensões

reduzidas e com uma quantidade de tecnologia embarcada acima da média,comparado com tratores do mesmo porte

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“Evidentemente o foco deste produto é tornar-se um tratorcompetitivo na fruticultura, principalmente maçã, uva e no café”

Outubro 07 • 19

Por diversas vezes temos manifes-tado opinião sobre a diferença tec-nológica da maioria dos equipa-

mentos agrícolas disponibilizados à meca-nização da pequena propriedade. Tanto ostratores como outros equipamentos sãomelhores concebidos, em termos de quali-dade, quando são de grande porte. Pareceque a mecanização da pequena propriedadetem que ser feita com materiais mais rústi-cos, menos confortáveis e menos qualifica-da tecnologicamente.

Ficamos agradavelmente surpresos como que encontramos neste Teste Drive doTrator Landini, modelo Mistral 50, com umdetalhe, era o primeiro deste modelo a tra-balhar na Serra Gaúcha.

LOCALIDADE DO TESTEFomos à localidade de Travessão Bonito, na

cidade de Nova Pádua, 35 quilômetros distan-te de Caxias do Sul, e 12 km de Flores de Cu-nha, na belíssima Serra Gaúcha. O teste foi re-alizado na propriedade da família Panizzon,onde fomos recebidos pelo senhor Antônio eseu filho Daniel. Descendentes de italianos daregião de Borgoricco, Padova, na Itália, a famí-lia é produtora de uva, alho, cebola e tomate,em uma área aproximada de nove hectares. Éimpressionante a capacidade de produção e aqualidade de vida que vimos em uma área tãopequena e, pasmem, de relevo muito acidenta-do. Ao conversarmos com a família do agricul-tor nota-se a satisfação pelo trabalho com aCooperativa Santo Antônio, que os Panizzonajudaram a construir e onde entregam a uva,produzida em sistema de latada, que está emfranco processo de reforma e adequação para amecanização. Os hortigranjeiros têm seu desti-no à Ceasa, levados pelo caminhão da família,pelos próprios filhos do senhor Antônio.

A MARCAConhecemos também a estratégia de

atendimento da marca Landini na região,baseada no concessionário Landimac, deLuis Carlos Garbin. Tivemos o apoio nesteteste do especialista de produto da fábricaLandini, Eduardo Martinatti, e do respon-sável pelo departamento comercial da Mon-tana, Pedro de Melo. O fabricante está es-tabelecido na cidade de São José dos Pinhais,região metropolitana de Curitiba, no esta-do do Paraná, desde o ano de 2005, em umjoint venture com a fabricante de pulveri-zadores Montana.

Produzem-se, no Brasil, modelos de tra-tores da linha média a pesada, a Landpo-wer, de 140 a 180 cv, com 6 cilindros turbo-comprimidos. Importam-se, neste momen-to, quatro modelos: de 50, 60, 75 e 100 cv,mais um modelo estreito de 80 cv. Também

a matriz italiana oferece modelos de 230,260 e 280 cv, que poderão chegar ao merca-do brasileiro, se houver demanda.

O MISTRAL 50O modelo Mistral 50, que foi lançado

na Expointer 2007, é o trator que testamose impressiona pela sua tecnologia. Eviden-temente o foco deste produto é tornar-se umtrator competitivo na fruticultura, princi-palmente maçã, uva e no café, competindocom outros modelos de fabricantes que do-minam atualmente o mercado.

É um trator compacto com motor Yan-mar referência 4TNV88 – K, a diesel, qua-tro cilindros, com volume total de 2.190cm3, injeção direta e potência bruta de 47,5cv a 2.800 rpm, como informa o fabricante.O tanque de combustível tem capacidadepara 40 litros, quantidade suficiente parauma jornada de trabalho diária em condi-ções normais de trabalho. Possui TDP in-dependente de 540 rpm (a 2.600 rpm) e coma alternativa de 540 rpm econômica (a 2.100rpm), e também há a opção para 750 rpm euma capacidade de levante no sistema hi-dráulico de 1.200 kg. O acionamento dobloqueio do diferencial é eletro-hidráulico.

UTILIDADE NA PROPRIEDADENo teste, pudemos ver coisas interessan-

tes sobre este trator, sua forma de utilizaçãona propriedade dos Panizzon e extensivo aoutras pequenas propriedades mecanizadas.

A propriedade tem outro trator, um pou-co maior, um Massey Ferguson modelo 5275que se utiliza para as operações pesadas depreparo do solo, encanteiramento e trans-porte, operações principalmente ligadas aocultivo do alho e da cebola. O Landini en-

O Mistral 50 tem potência de 47,5 cv e tanque de com-bustível de 40 litros. O acesso ao motor é feito com o

deslocamento da tampa lateral

Sua TDP é independente com540 rpm e a capacidade de levante

do hidráulico é de 1.200 kg

Fotos Charles Echer

Page 20: Maquinas 68

20 • Outubro 07

tra na rotina operacional principalmentepara a aplicação de produtos químicos, in-tensa nestes tipos de culturas, e com a van-tagem de ser compacto e possuir caracterís-ticas próprias como: facilidade de manobra,agilidade e a potência de motor, imprescin-dível para o acionamento de equipamentospela TDP, como é o caso do turbo atomiza-dor que testamos, importante para a pro-dução de uva e de tomate. Neste caso, o novotrator substituirá um trator Kubota, de 50cv, que muito ajudou no crescimento eco-nômico da família.

ERGONOMIAEm termos ergonômicos este trator é al-

tamente desenvolvido, como é possível per-ceber após alguns minutos de avaliação. Oacesso ao posto de operação não apresentamaiores problemas, o piso é antiderrapante,o que dá uma maior segurança ao subir.

Quanto às alavancas de acionamento,todas estão ao alcance das mãos, as maioresdificuldades são para o acionamento da tra-ção dianteira, onde é preciso inclinar o cor-po para frente para manuseá-la, mas comoé uma alavanca de acionamento eventual,não chega a ser um problema. Igualmentenegativa é a posição do inversor, que ao ser

colocado junto ao acionador do indicadorde direção, provoca o acionamento involun-tário deste com freqüência.

O banco é bem confortável, equipadocom sistema de amortecimento de vibraçõesa gás e com ajustes de posição, altura e pres-são, além disso, o posto de operação é mon-tado em cima de coxins que amortecem osimpactos do trator. Outra característica quemelhora o conforto é o volante com regula-gem de altura (posição), podendo ser ajus-tado, por meio de uma alavanca, a tratoris-tas de diferentes tamanhos.

A parte lateral do capô pode ser retiradafacilmente, deixando exposto praticamentetodo o motor, o que facilita e até estimula amanutenção por parte do produtor. Nos lo-cais de acionamento e manutenção há umagrande quantidade de adesivos de alerta desegurança. Há na parte traseira uma toma-da elétrica para o engate de reboques.

O painel é composto de medidor de ro-tações, horímetro, indicador de combustí-vel, medidor da temperatura do líquido dearrefecimento, indicador do estado da ba-teria, pressão do óleo, freio estacionamen-to, tração, bloqueio, TDP acionada, luzes,luz de alerta do arrefecimento, luz de alertado combustível e luz de alerta de aqueci-

mento (partida). Há disponível buzina, luzindicadora de direção (pisca-pisca) rebatí-vel, espelho retrovisor, luz de serviço, luzpara placa. Há uma proteção para os pés emacrílico e o escapamento tem saída lateral,pelo lado do posto do operador.

O modelo que testamos não era cabina-do, porém é item opcional e pode resultarem um acréscimo de qualidade, principal-mente para a aplicação de produtos quími-cos, pois tem um sistema de circulação fe-chada e renovação de ar. O seguro na ope-ração é também resguardado por um arcode segurança (Rops), certificado europeupela Norma OECD OECD 6/S/O 100/2 ecom dispositivo de recolhimento para tra-balhos em ambientes de pouca altura, comoé o caso da condução da videira no sistemade latada. Como este trator tem este dispo-

O posto de trabalho é bastanteergonômico, pois todas as alavancas

estão ao alcance das mãos do operador

O piso da plataforma é antiderrapante e o postodo operador é montado sobre coxins que

amortecem os impactos do trator

O modelo testado não era cabinadomas possuía arco de segurança

com certificado europeu

Page 21: Maquinas 68

“O modelo que testamos não era cabinado, porém é item opcional e pode resultar em um acréscimo de qualidade,principalmente para a aplicação de produtos químicos, pois tem um sistema de circulação fechada e renovação de ar”

MotorPotência bruta a 2.800 rpmTorque máximo a 1.200 rpm

Número de cilindrosVolume interno, cm3

Arrefecimento

Embreagem

Número de marchasInversor

AcionamentoRotação

AcionamentoSistema

EsterçamentoBloqueio

ControlesCapacidade de levantamento

Categoria do engateControle remoto

TipoDianteirosTraseiros

ComprimentoDistância entre eixos

Altura total com arco de segurançaLargura mínima

BitolaPeso sem lastros

Yanmar 4TNV88-KLAN47,5 cv141 Nm

42.189

Água/ar

Independente, disco duplo,acionamento mecânico

12x12 SincronzadaDe linha, sincronizado

Mecânico540/540E

MecânicoPlanetárias

55ºAcionamento eletro-hidráulico

Força, posição, ondulação1.200 kgf

Categoria II2 tomadas

DiagonalFirestone 7.00 – 18 6 lonas

Pirelli TM 95 12.4 – 24 10 lonas

330 mm1.700 mm1.960 mm1.290 mm1.140 mm1.460 kgf

Transmissão

Tomada de potência

Eixo dianteiro motriz

Sistema hidráulico

Pneus

Dimensões

sitivo de rebatimento do arco de segurança,não há cinto de segurança.

TESTE A CAMPODurante o teste, o trator estava sem las-

tragem nos pneus traseiros, e no pára-cho-ques dianteiro, estava com quatro pesos de24 kg cada. Os pneus que estavam equipan-do o trator eram Firestone, do tipo diago-nal, nas medidas 7.00 – 18 na dianteira ePirelli TM 95 12.4 – 24 na traseira, e comoopcional é possível a colocação de pneusradiais.

Fomos ao campo para testar alguns equi-pamentos. Tivemos algumas dificuldades,pois os equipamentos disponíveis na pro-priedade eram todos para o trator de 75 cv.No entanto, realizamos testes em diversasaplicações.

Primeiramente, testamos o Mistral 50com uma roçadeira superdimensionada parao seu tamanho, porém ele enfrentou o tra-balho sem problemas, indicando que nestaoperação o equipamento do trator de 75 cvvai servir para ele também. No teste seguin-

te, acoplamos um escarificador de cincohastes, igualmente superdimensionado, e opequeno trator conseguiu trabalhar de ma-neira satisfatória.

O principal teste foi com o implementoque efetivamente será utilizado na proprie-dade da família Panizzon, que é um pulve-rizador Montana 400, tipo turbo atomiza-dor, bastante utilizado na viticultura. Tes-tamos o trator em 1ª marcha do grupo mé-dio a 2.600 rpm e apesar de o pulverizadorser um pouco maior do que o recomendadopara o trator, este não apresentou dificul-dades durante a nossa avaliação. Foi possí-vel observar que mesmo o parreiral sendobaixo com 1,85 m o trator não tinha pro-blemas para trafegar por baixo, pois o arcode segurança é escamoteável, o que faz comque a altura do trator passe de 2,03 m para1,45 m.

O filho mais velho e operador de má-quinas da família fez um trabalho de apli-cação de fungicida com muita facilidade,dizendo-se já muito adaptado ao trator. Osistema de condução da parreira, como jádissemos, é o de latada, que necessita de umtrator baixo, compacto e que seja, nas con-dições das áreas utilizadas, razoavelmenteestável.

O último teste foi com uma rotoencan-teiradora, onde o trator foi mantido em 2ªreduzida a 2.600 rpm. Mesmo o local utili-zado no teste não sendo o ideal, pois eranecessária uma gradagem anterior, os can-teiros com apenas duas passadas do equi-pamento ficaram montados.

Fizemos uma avaliação de raio de giro,conseguindo valores de 2,95 m sem traçãoe sem uso de freio e 2,37 m com tração di-

Durante o teste, foram realizadas operaçõescom roçadeira, encanteiradora,

subsolador e pulverizador

anteira acionada e uso de freio na roda in-terna.

Em todos os testes, o que podemos ob-servar, foi que, mesmo nos momentos em

Por causa do seu pequeno tamanho e grandecapacidade de giro, as operações nas linhas doparreiral são realizadas sem maiores problemas

Outubro 07 • 21

Fotos Charles Echer

Page 22: Maquinas 68

22 • Outubro 07

Apesar de não ser cabinado, o trator emitiubaixos níveis de ruídos, causa da localizaçãodo escapamento, que fica sob o chassi

Na pausa para o almoço, mais umasurpresa agradável. Um almoço

italiano que começou com uma sopa defidelini e depois, churrasco, com a tradi-cional salada de maionese, alface e pepi-no e um requinte da culinária italiana: acarne lessa, que é carne variada cozida

ACOLHIDA TIPICAMENTE ITALIANAna água que será a base para a sopa, como crem, que é um tempero picante tam-bém conhecido como raiz forte. Para be-ber, um vinho colonial, suco de uva na-tural e água. No almoço sentimos o sau-dável e familiar modo de viver e receberitaliano.

que o trator era mais exigido, ele foi bastan-te silencioso e com ótima manobrabilidade,não precisando de espaços muito grandespara as manobras.

PONTOS ALTOSOs pontos altos deste trator, pelo que

vimos no teste e que deverão fazer diferen-ça na sua competitividade no mercado sãoO motor Yanmar, que equipa este trator, étradicionalmente reconhecido como de bai-xo consumo de combustível. Para uma me-canização de pequenas propriedades esteparâmetro é importante.

O Mistral 50 possui uma transmissãomecânica de 12 velocidades, que na verda-de são 24 marchas, 12 para frente e 12 paratrás, acionadas por um inversor mecânicosincronizado, ao alcance da mão do opera-dor, que somente necessita acionar a em-

Nos testes de raio de giro, conseguimos os valores de2,95 m sem o uso dos freios e 2,37 m com o uso da tra-ção dianteira ligada e o freio da roda interna acionada

breagem para mudar o sentido de desloca-mento. Em determinadas operações estedispositivo pode ser decisivo para o rendi-mento. Como opcional também é possívelsolicitar um super-redutor.

O sistema hidráulico tem alta capacida-de de levantamento, considerando o porte eas dimensões do trator. É acionado por duasalavancas, uma controlando a posição e aoutra a ondulação, existe também a possi-bilidade de controle da profundidade dedescida dos implementos através dos bra-ços externos do hidráulico. Com 1.200 kgfde capacidade é recomendado para aqueles

equipamentos de alto peso, como são aque-les utilizados para aplicação de produtosquímicos. Esta é uma característica que opode diferenciar dos demais tratores da suaclasse.

Outra vantagem observada deste tratoré o vão livre. São 30 cm, suficientes na mai-oria das ocasiões e se for preciso, retirando–se a barra de tração eleva-se a 42 cm do solo.Esta característica é muito importante, jáque este trator é projetado para trabalhar,principalmente em fruticultura (uva, maçã,citrus etc) e culturas que geralmente sãoinstaladas em áreas acidentadas.

Concluindo, vimos o dilema que os pe-quenos produtores que cultivam parcelascom declividade. Quando têm apenas umtrator, devem adquirir equipamentos com-patíveis a este tamanho, quando têm doistratores, geralmente dividem as operaçõesmais pesadas como preparo do solo etc. parao trator maior e as operações mais leves parao pequeno, que tem maior capacidade demanobra em espaços reduzidos.

José Fernando Schlosser,Eder Dornelles Pinheiro,Leonardo Basso Brondani ePietro Furian Araldi,UFSM

M

Fotos Charles Echer

Page 23: Maquinas 68

raios

Oarmazenamento de grãos é defundamental importância eco-nômica para o agronegócio, além

de ser responsável por suprir o mercado no pe-ríodo de entressafra. Diante desta realidade écrescente o número de unidades armazenado-ras de grãos. Desde o momento da chegada dosgrãos na unidade armazenadora até o ensila-mento, o transporte dos grãos é automatizado,seja por correias transportadoras, elevador decanecas, transportador pneumático, transpor-tador helicoidal, calha vibratória ou transpor-tador por gravidade. Em todos esses processosexiste um intenso atrito entre os grãos e dessescom as partes metálicas, o que gera cargas ele-trostáticas que podem se acumular nas estru-

Outubro 07 • 23

turas. Para evitar que haja esse acúmulo comconseqüentes descargas eletrostáticas é neces-sário que as estruturas estejam aterradas e equi-potencializadas, possibilitando o escoamento se-

guro de cargas para o solo. No interior do siloexistem motores, cabos elétricos, lâmpadas, sen-sores, dentre outros possíveis equipamentos.Todos esses equipamentos são passíveis de ge-

DescargaselétricasInstalações rurais como silos, galpões e até mesmo equipamentos de irrigaçãoestão sujeitos a descargas elétricas provenientes de raios, que podem pôr emrisco maquinarias e as próprias construções. Saber quais as causas dessesfenômenos e como prevenir os estragos é a melhor maneira para evitar prejuízos

Figura 1 – Formas diretas e indiretas de descargas atmosféricas do tipo nuvem-solo

A) B)

Page 24: Maquinas 68

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ração de centelhas (Figura 2 b), seja por curto-circuito, defeito mecânico ou outros.

A fim de prevenir esses incidentes utilizam-se equipamentos antideflagrantes, bem comocabos especiais, devendo ser criteriosamenteadotados conforme NBR 5418 Instalações elé-tricas em atmosferas explosivas.

Serviços de soldagem e esmerilhamentopodem atingir a temperatura de ignição do pó.Essas situações geralmente ocorrem duranteserviços de manutenção das estruturas. Devi-do à periculosidade dessas situações, as manu-tenções devem ser criteriosamente programa-das, e realizadas quando as dependências esti-verem vazias e livres de pó remanescente.

PROTEÇÃO DE EQUIPAMENTOSEm diversas visitas técnicas realizadas ao

campo, na região sul de Minas Gerais, identi-ficou-se uma queixa comum entre os agrôno-mos responsáveis pelas propriedades rurais. Talqueixa se refere à não atuação de dispositivosde proteção como disjuntores, fusíveis ou atémesmo relês térmicos. O que acontece é que otempo de atuação de tais dispositivos é da or-dem de milisegundos (ms) enquanto o tempode queda de uma descarga atmosférica (raioou relâmpago) é da ordem de microsegundos(ms). Dessa forma, esses dispositivos não res-pondem a necessidade contra essas descargaselétricas.

Verificou-se em empresas agropecuárias naárea rural da cidade de Carrancas (MG) que adensidade de descargas atmosféricas possui umvalor altíssimo além de uma alta resistividadedo solo. Identificou-se a situação de laticíniossituados nessa região que perdem suas produ-ções diárias quando ocorre a falta de energia

elétrica ocasionada por descargas elétricas. Aconcessionária de energia local demanda deum tempo para a troca dos dispositivos quei-mados acarretando no aumento da acidez ouperda do leite. Para evitar que equipamentossejam danificados deve-se projetar um siste-ma de proteção de acordo com a seletividadede proteção desejada. Podem-se utilizar pro-tetores de surto atmosféricos (Figura 3 a) quesão dispositivos que atuam quando “sentem”um aumento na diferença de potencial dosterminais em que estão conectados. O prote-tor de surto tem a finalidade de drenar o ex-cesso de corrente para o aterramento (meiode menor potencial).

Dispositivos de proteção como o centelha-dor, varistor, tranzorb, diodo zener entre ou-tros possuem tempo de resposta da ordem demicro e nanosegundos (hs). De posse dessesdispositivos, pode-se realizar um sistema deproteção em forma de cascata (Figura 3b). Nomercado existem diversos módulos que reali-zam uma proteção valendo-se de dois ou maisdispositivos de proteção interligados em para-lelo. Na mesma figura 3b observa-se um exem-plo de módulo de proteção.

Além do mais, verificou-se em todas as vi-

As descargas atmosféricas podemse apresentar de várias formas

como: inter-nuvens; intra-nuvem; nu-vem-atmosfera; solo-nuvem ou nuvem-solo, que são as mais estudadas. A justi-ficativa é que essas descargas causam omaior número de danos e riscos à vidado homem e de animais, além de possi-bilitarem a medição e comparação comestudos teóricos.

As descargas nuvem-solo (ocorrentesem 95% das incidências) e solo-nuvem po-dem se apresentar de forma direta ou in-direta. As descargas diretas (Figura 1a),mesmo ocorrendo em menor freqüência,podem causar grandes destruições em es-truturas (metálicas e de alvenaria), linhas

TIPOS DE DESCARGAS ELÉTRICASde transmissão e distribuição, cercas e ár-vores, além de equipamentos eletro-ele-trônicos devido aos elevados valores detensão e corrente. Contudo, as descargasindiretas (Figura 1b) ocorrem com maiorfreqüência induzindo menores valores detensão e corrente. Entretanto essas in-tensidades são suficientes para ocasionardanos aos processos industriais justifican-do um projeto de proteção.

Atualmente, o mercado oferece diver-sos sistemas de proteção que podem serutilizados. Contudo, os empresários, mui-tas das vezes, por desconhecer de eficien-tes metodologias de proteção, optam pornão utilizar proteção ou, até mesmo, porfazerem aquisição de seguros.

sitas a ausência de pára-raios de baixa tensão,que devem ser instalados em redes de distri-buição rural, na entrada do transformador abai-xador. Esses dispositivos são de suma impor-tância para a redução de sobretensões induzi-das geradas nessas redes. Em muitos casos, osmódulos de proteção podem ser instalados naentrada do medidor de energia. Esse procedi-mento não elimina a possibilidade de sobre-tensão em redes rurais de grande comprimen-to, mas reduz a intensidade da sobretensão.Essas redes podem estar alimentando pivôs cen-trais, painéis controladores de sistema de irri-gação por gotejamento, unidades armazenado-ras de grãos, televisores, computadores e de-mais equipamentos eletro-eletrônicos utiliza-dos no campo. Portanto, devem-se instalar osmódulos de proteção na entrada de cada equi-pamento utilizado.

Para que se tenha um eficiente Sistema deProteção contra Descargas Atmosféricas(SPDA) deve-se observar o número de atua-ções dos protetores, o valor da tensão remanes-cente, corrente suportada, tempo de resposta,entre outros fatores. A dificuldade em se reali-zar a escolha certa de um módulo de proteçãoconsiste em saber para quais valores de tensão

Figura 2 - Incidência de descarga direta sobre uma unidade

armazenadora de grãos

Figura 3 – Módulo e diagrama de proteção em cascata

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“Para que se tenha um eficiente Sistema de Proteção contra Descargas Atmosféricas deve-se observar o número deatuações dos protetores, o valor da tensão remanescente, corrente suportada, tempo de resposta, entre outros fatores”

e corrente o mesmo será utilizado. Esses valo-res variam de descarga pra descarga e de regiãopara região, ou seja, possuem variação espaciale temporal. Silva (2001) utilizou uma equaçãoproposta por Rusck (1959) (Figura 4 b) e o “sof-tware” EMTP para simular diversos valores detensões induzidas provocadas por diversas des-cargas atmosféricas. Os resultados simuladosapresentaram um alto índice de precisão e exa-tidão, comparados aos valores medidos. Dessaforma pode-se utilizar essa metodologia paraprever valores de sobretensões induzidas emdiversas regiões do país.

Outro ponto a se discutir é a durabilidadedesses componentes de proteção. Com a utili-zação do mapa de curvas de isodensidades doBrasil (INPE), identifica-se o número de diasde trovadas por ano. Com esse parâmetro, pode-se estimar a vida útil dos protetores de surtosatmosféricos.

Atualmente, é possível realizar um eficien-te sistema de proteção contra descargas atmos-féricas. O sucesso de qualquer projeto realiza-do depende de confiáveis dados de entrada.Assim como em projetos de drenagem superfi-cial (terraços), o dimensionamento é baseadoem chuvas prováveis com determinados tem-pos de retorno. Dessa forma quando aconteceuma chuva de maior intensidade do que a pre-vista os terraços podem não agüentar. Em sis-temas de proteção contra raios pode acontecero mesmo. Os projetos são realizados para valo-res prováveis de corrente e tensão que podemnão garantir 100% de confiabilidade. Entretan-to, pode-se conseguir maior confiabilidade,como em todo projeto de engenharia.

Figura 4 – Equação de Rusck para simular valores de sobretensões induzidas em que: V é a tensão induzida, (V); I éo valor do pico da corrente da descarga, (A); h é a altura da linha, (m); d é a distância entre o ponto de incidência dadescarga atmosférica e a linha, (m); b é a relação entre a velocidade da corrente de retorno e a velocidade da luz

Figura 5 - Curvas isodensidades do Brasil (INPE).

Robson André Armindo eMarconi Batista Teixeira,EsalqJoaquim Paulo da Silva,Ufla

M

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K.O. - Jet Plus

Além dos tratores e colhedoras quecostumamos apresentar na FichaTécnica, apresentamos nesta edi-

ção o Turbo Atomizador Jet Plus desenvol-vido e fabricado pela K.O. Máquinas Agrí-colas Ltda, para aplicação de produtos fi-tossanitários em pomares e outros sistemasde cultivo nas culturas de café, citrus e ou-tras.

A empresa destaca algumas caracterís-ticas como autonomia, versatilidade, baixo

Um plusno pomar

Um plusno pomar

Com versões de tanque de dois ouquatro mil litros, o Turbo AtomizadorJet Plus da K.O. destaca-se pela baixa

necessidade de manutenção esimplicidade no projeto

Com versões de tanque de dois ouquatro mil litros, o Turbo AtomizadorJet Plus da K.O. destaca-se pela baixa

necessidade de manutenção esimplicidade no projeto

Dois sensores ligam e desligam a pulverização total ouparcial quando detectam ou não a presença de plantas

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“O chassi estrutural é reforçado com vigas de perfil “u”, enrijecidas, cortadas a frioe berço em aço tubular que apóia totalmente o tanque em sua altura mediana”

custo de operação e manutenção como seuspontos mais fortes.

O Jet Plus tem cinco versões, que vari-am basicamente na capacidade de autono-mia, com tanques que vão de dois e quatromil litros, além da altura da turbina, com-primento e quantidade de bicos que variamde 28 a 36 e altura do equipamento entre2,2 m e 3,6 m.

O chassi estrutural é reforçado com vi-gas de perfil “u”, enrijecidas, cortadas a frioe berço em aço tubular que apóia totalmen-te o tanque em sua altura mediana. Essascaracterísticas ajudam a aumentar a resis-tência a intempéries e a impactos, além deproteger o tanque. O eixo do rodeiro, paraos atomizadores de café, tem regulagem te-lescópica e também é construído emaço tubular cortado a frio e travado porgrampos. Os cubos de rodas são de altaresistência e os rolamentos superdi-mensionados para não sofrer maioresfadigas com o peso do tanque.

TANQUE E TURBINAO tanque, com capacidade de

dois a quatro mil litros,dependendo

da versão, tem desenho aerodinâmico e é depolietileno, o que garante maior resistênciaa impactos, raios UV e maior capacidade devedação. Possui agitador hidráulico de cal-da e visor de nível com escala graduada. Otanque de água limpa também é de polieti-leno e varia de 60 a 320 litros de acordo como modelo.

A turbina do Jet Plus, independente daversão, tem 900 mm, com rotação da hélicea 2.160 rpm, o que gera um volume de arna casa dos 95 mil metros cúbicos por hora,a uma velocidade de 175 km/hora. Ela podeser utilizada com ramais bilaterais com 36bicos ou ramal unilateral com direcionador(volute) com 28 bicos, sendo 18 no ramal edez no volute. O volute tem regulagem deângulo progressivo, o que permite uma adap-tação do facho de aplicação dependendo da

variação do ambiente de trabalho, comosuperfícies com aclives acentuados e poma-res com árvores de altura heterogênea.

BOMBA DE PULVERIZAÇÃOA pressurização da calda é feita através

de bomba de pistão (bomba positiva) e deuma válvula reguladora de pressão.

A bomba é montada com gaxetas vulca-nizadas adequadas para agroquímicos quetrabalham dentro de camisas de cerâmica,possui três pistões, o que ameniza as pulsa-ções no circuito hidráulico, com vazão de100 a 180 litros por minuto. A válvula re-guladora de pressão (regulador de pressão)permite ajustar a pressão de trabalho de 100a 400 lbs/pol². Este item possui o corpo fa-bricado em latão, os inter-nos em aço e namontagem, a parte

O Jet Plus tem cinco versões que variam basicamentena autonomia, com tanques de dois a quatro mil litros

móvel (agulha) isolada da mola de pressãopor uma membrana de viton, aumentandoa vida do equipamento.

TRANSMISSÃONo Jet Plus a caixa multiplicadora subs-

titui uma transmissão tradicional compos-ta de duas polias e um jogo de correias. Estatroca simplifica o equipa-mento, pois, no sistematradicional são necessá-rias proteções de segu-rança nas correias epolias para evitar aci-dentes. Estes dispo-sitivos de proteção

Fotos K.O.

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28 • Outubro 07

dificultam as operações de manutenção pre-ventiva e corretiva, necessária nesta partedo atomizador. A manutenção na caixamultiplicadora é feita apenas conferindo onível de óleo, sem a necessidade de verifi-cação constante da tensão das correias. Osistema de acionamento da transmissão daturbina é através do eixo cardan balancea-do apoiado em dois mancais, com caixamultiplicadora com coroa e pinhão banha-dos a óleo. Esse sistema, segundo a fábrica,confere baixo índice de manutenção e mai-or capacidade de transmissão de potênciacom um menor consumo de combustível,além de garantir uma ventilação homogê-nea na aplicação. Ela possui também regu-

lagem hidráulica do facho de aplicação, fa-cilitando o trabalho em pomares com árvo-res de alturas heterogêneas ou em terrenosacentuados.

O cardan homocinético, item opcionalno Jet Plus, permite o retorno do trator nosfins de rua, sem manobras excessivas, mes-mo em curtos corredores, poupando tempoe combustível, o que conseqüentementeaumenta também o rendimento das opera-ções.

O equipamento é dotado do KO Sense,com dois sensores de pulverização que pro-porcionam a interrupção da pulverizaçãototal ou parcial nos casos de replantas, plan-tas baixas ou ausência de plantas.

PNEUSOs turbos atomizadores são equipados

com pneus agrícolas novos, que aumentama segurança no tráfego do atomizador. Nosmodelos com tanques quatro mil litros, sãoutilizados pneus com raias largas e sulgosprofundos, permitindo penetração no soloe conferindo redução de resistência ao avan-ço, derrapagens e a correta flutuação.

Para os modelos com tanques dois millitros são utilizados pneus agrícolas comsulcos e raias que facilitam a autolimpeza edão estabilidade às rodas livres dos mesmos.

O Jet Plus tem um comprimento quevaria de 4,56 a 5,35 m, largura entre 1,50 e1,96 m, dependendo da versão. A potênciado trator recomendada é de 75 cavalos paratodas as versões.

Detalhe do incorporador de defensivos,com fácil acesso e manuseio

M

Detalhe do tanque de água limpa (acima)e da transmissão (abaixo)

Fotos K.O.

Page 29: Maquinas 68

cana-de-açúcar

Hoje o Brasil se defronta com a pers-pectiva de aumento significativoda demanda de álcool combustí-

vel. Esta previsão se sustenta em três realidadesde mercado: aumento interno do consumo deálcool hidratado pelo sucesso da introdução daalternativa flex-fuel no mercado de veículosautomotivos leves, potencial de expansão dasexportações brasileiras de álcool em função docrescente interesse mundial pela mistura doálcool à gasolina, opção brasileira pela produ-ção do biodiesel utilizando etanol na transeste-rificação dos óleos vegetais.

A produção brasileira de cana-de-açúcar,para a safra 2006/07, foi de 474,8 milhões de tde acordo com a Companhia Nacional de Abas-tecimento (Conab, 2007), 10% superior à dasafra anterior, incremento este associado à ex-pansão de 321,5 mil hectares na área, o quecorrespondente a 5,5% de aumento na compa-ração com o período anterior. A produtividademédia também foi superada, 77,4 Mg/ha, re-sultando em 4% a mais do que na safra 2005/06. Os investimentos em tecnologia e em no-vas usinas, estimuladas principalmente pelosbons preços dos produtos no mercado, são res-ponsáveis diretos pelo avanço projetado.

Dentro deste cenário o estado de São Pauloé responsável por 60% da produção nacional ecertamente o estado com maior desenvolvimen-

to tecnológico neste setor. E é justamente nesteestado que o manejo da cultura de cana-de-açúcar tem sofrido alterações nos últimos anosno que se refere à colheita. Os canaviais quetradicionalmente eram queimados para facili-tar o corte manual ou mecânico e para dimi-nuir o volume de material estranho a ser trans-portado, passam agora, gradativamente, a sercolhidos sem a queima. Esta prática de colheitasem despalha a fogo é conhecida por colheitade “cana crua” ou “cana verde”.

Por força do Decreto n° 42.056 de 6/8/97(Governo do Estado de São Paulo, 1997) oscanaviais do estado de São Paulo em áreas con-sideradas mecanizáveis, a partir do ano 2005só poderiam ser colhidos no sistema de colhei-ta de cana crua, salvo algumas exceções. Tendoem vista que as usinas do estado e principal-mente os fornecedores não detinham técnicasde manejo e/ou equipamentos necessários paraatender a este decreto, este foi alterado em 19/9/2002, passando o prazo para 2021 em áreasmecanizáveis e 2031 nas demais áreas.

Contudo tem crescido nos últimos anos,por parte dos ambientalistas, a exigência de quea colheita de cana-de-açúcar seja realizada sema queima. Fato este que encontra respaldodo setor político, à medida que a deman-da por investimentos de capital emoutros setores tecnológicos exigeum melhor controle da quali-dade do ar, resultou em um

recente protocolo assinado pelo governador Ser-ra, que altera a data para a eliminação comple-ta da queima da cana para 2014. Este protoco-lo veio ao encontro não só dos interesses dapopulação local, mas também para atender asexigências internacionais que vinculam a com-pra de etanol produzido no Brasil à produçãoque não afete o meio ambiente.

A colheita de cana picada tem se consoli-dado como a tecnologia mais versátil em ter-mos de capacidade para o corte de canas emum espectro bastante largo de condições deprodutividade e grau de acamamento do cana-vial; trata-se de um processo concebido para acolheita de canaviais queimados que sofreu su-cessivas adaptações para permitir o processa-mento de canas sem queima prévia.

MECANIZAÇÃOAproximadamente 40% da área colhida de

cana-de-açúcar utiliza atualmente o processomecanizado de colheita, com ou sem queimaprévia para limpeza do canavial, principalmen-te em áreas com topografia adequada e/ou comproblemas de escassez de mão-de-obra.

Esta área tende a aumentar rapidamentecom o aumento do número de usinas

instaladas no país, principal-mente na região Centro-Oestedo Brasil. A expectativa é de queaté o ano de 2011, 73 novas usi-nas estejam em operação. Des-tas, 26 estão em construção e 11delas devem entrar em operação

Outubro 07 • 29

Máquinas no canavialAtualmente 40% da área colhida de cana-de-açúcar utiliza o

processo mecanizado de colheita, tendência que cresce anualmente,impulsionada pela praticidade e qualidade final do produto

John Deere

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30 • Outubro 07

Inovações como controle automático do cortede base é um exemplo que permite

diminuição na impureza da cana picada

A colheita da cana picada é um avanço no setor,e já é realizada em aproximadamente 40%

da área total cultivada com cana

ainda nesta safra. Estas novas usinas estão sen-do instaladas principalmente em áreas com to-pografia adequada à mecanização.

A indústria nacional de máquinas e equi-pamentos agrícolas vem se preparando para oaumento da demanda. Embora as empresastradicionais estejam investido em inovaçõestecnológicas com o intuito de melhorar a qua-lidade de seu produto, reduzindo as perdas,melhorando a capacidade de colheita e a confi-abilidade no produto, muito ainda deve ser fei-to para podermos atingir um patamar tecnoló-gico compatível com a magnitude da expansãoque está acontecendo para o setor, tanto noBrasil como nos demais países produtores tra-dicionais de cana-de-açúcar e outros que agoravislumbrando o potencial do combustível re-novável passam a investir na produção de canacomo, por exemplo, China, Índia e Paquistão.

Exemplo deste avanço tecnológico está pre-sente nas máquinas Case IH com o seu siste-ma antivortex, capaz de reduzir as impurezasvegetais e as perdas por estilhaço contribuindocom a eficiência de limpeza da cana e conse-qüentemente com a eficiência de extração deálcool e açúcar. O sistema de controle automá-tico do corte de base (CACB) presente nas co-lhedoras John Deere é outro importante exem-plo, este sistema permite significativa reduçãodas impurezas, além de reduzir o desgaste dasfacas e melhorar a qualidade do corte de base,contribuindo com a longevidade do canavial.

Todavia estas soluções são apenas paliati-vas e devemos investir em novas tecnologias deforma a encontrar soluções para a redução dopisoteio da soqueira, redução das perdas dematéria-prima e melhorar a eficiência de lim-peza. Além disso, seria necessário obter um pro-duto capaz de trabalhar em terrenos com incli-nação superior à limitação hoje existente (12%)e principalmente capaz de aproveitar o palhiçoque hoje é descartado, mas apresenta um enor-me potencial para aproveitamento energético.

Tem surgido também no mercado máqui-nas desenvolvidas pelos fabricantes nacionais.Como exemplo tem-se a Santal, que apresentarodados tandem com pneus de alta flutuação etração 6x4, como alternativa as esteiras, de altocusto, e os pneus convencionais. Esta colhedo-ra foi agraciada no ano de 2006 com o PrêmioGerdau Melhores da Terra - Categoria PrêmioEspecial, durante a Expointer.

Outros fabricantes nacionais têm lançadono mercado colhedoras destinadas a nichos es-pecíficos do mercado como colheita de mudasou cana para moagem de produtores indepen-dentes, como por exemplo, a Civemasa e Star.Em geral elas apresentam um menor custo ini-cial e menor capacidade de colheita.

Outra alternativa a esta tecnologia vem sen-

do desenvolvida na Faculdade de EngenhariaAgrícola (Feagri) da Unicamp. Batizada deUnidade Móvel de Auxílio à Colheita (Uni-mac), ela substitui apenas parcialmente a mão-de-obra, conferindo maior segurança e confor-to aos trabalhadores. A unidade consta essen-cialmente de uma frente de corte com largurade quatro linhas, incluindo sistema flutuantepara o corte basal de cada linha, segue um con-junto de transportadores com correntes queconduz o material até uma célula de trabalhocom dois operadores por linha que catam ma-nualmente os colmos, cortam o ponteiro utili-zando um disco cortador disponível para cadalinha e encaixam ordenadamente os colmos emum transportador lateral que os conduz até odespalhador de rolos. O despalhador retira asfolhas e lança os colmos inteiros até uma carre-ta de descarga vertical onde os mesmos sãoempilhados paralelamente uns aos outros, nadireção longitudinal de marcha, para manter adensidade de carga requerida pela operaçãoposterior de transporte.

A proposta é que a Unimac seja compactae barata. As projeções indicam que o equipa-mento, que pesará aproximadamente quatro t,deverá chegar ao mercado a um preço próximode R$ 250 mil. Outra vantagem que a nova

Detalhe do corte base, proporcionando umaproveitamento grande da cana e aumento

da longevidade do canavial

Palha de cana-de-açúcar (esq.) e bagaço geradoapós o processamento (dir.). Grande potencial

energético, ainda pouco aproveitado

Fotos Paulo Graziano Magalhães

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“Muito ainda deve ser feito para podermos atingir um patamar tecnológicocompatível com a magnitude da expansão que está acontecendo para o setor”

As colhedoras disponíveis hoje noBrasil apresentam na sua maio-

ria as mesmas características, com pe-quenas variações, dependendo do fabri-cante, quanto ao sistema de alimenta-ção ou processamento do material nointerior da colhedora.

• São autopropelidas, com sistemashidrostáticos e mecânicos para seu des-locamento;

• Mecanismo para separar as linhase para levantar a cana deitada transver-salmente. Este mecanismo, com o avan-ço da colhedora, deita os colmos no sen-tido do eixo longitudinal da máquina paratornar viável o processo de alimentaçãodepois do corte de base;

• Eliminador de ponteiros. Este me-canismo é colocado na parte frontal su-perior da máquina;

• Mecanismo de corte de base. Doisdiscos de aproximadamente 900 mm de

COLHEITA DE CANA PICADAdiâmetro, com altura de corte controladapelo operador de modo a cortar os col-mos em suas bases, próximos à superfí-cie do solo;

• Transportadores de rolos com duasfunções: transportar os colmos até o pi-cador e eliminar o grande volume de soloalimentado pelo cortador de base;

• Picador de colmos com capacidadede cortá-los entre 230 e 350 mm depen-dendo do número de facas;

• Sistemas de limpeza. Compostode dois extratores, um localizado logoapós o sistema de picagem e outro noextremo superior da esteira transpor-tadora;

Esteira transportadora, capaz de gi-rar em um ângulo de 180°, permitindo quea combinada possa cortar sempre o mes-mo lado do talhão, responsável pelatransferência do produto colhido para oveículo de transbordo.

tecnologia deverá apresentar em relação aosmodelos convencionais é que ela poderá operarem terrenos com declividade acentuada, vistoque será dotada de tração e direção nas quatrorodas e centro de gravidade baixo, combinadocom bitola larga. Esta proposta está sendo de-senvolvida com o apoio da Fapesp e da empre-sa Agricef.Paulo Graziano Magalhães eOscar Braunbek,Feagri – Unicamp

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Detalhe do projeto da Unimac, desenvolvidopela Feagri, da Unicamp

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32 • Outubro 07

New Holland

ACosta do Sauípe, no litoral baia-no, foi palco do maior lançamentoda New Holland dos últimos anos.

Mais de 500 pessoas entre jornalistas e con-cessionários de vários países da América Lati-na puderam conferir em primeira mão as 11novas máquinas da marca que serão ofertadasao mercado.

Foram duas colheitadeiras novas e novemodelos de tratores, de diversas séries quecompõem o portfólio que agora, além de mai-or, está mais potente também, já que ganhoulançamentos de peso, como a colhedora CR9060 e os tratores da série T 7000, com moto-rização acima de 200 cv. Esses dois lançamen-tos chamam a atenção por serem máquinascom posicionamento diferenciado e inédito naNew Holland no Brasil. A colhedora é a pri-meira axial da empresa no Brasil e a única domercado equipada com dois rotores. Já os tra-

tores com 200 cv e 230 cv da série T 7000,colocam a New Holland no mercado dos tra-tores de grande porte e de alto nível de tecno-logia embarcada.

CR 9060A colhedora CR 9060 é a máquina que

mais chama a atenção dentre os lançamentos,por ser a única axial com dois rotores no mer-cado brasileiro. Ela vem equipada com motorde 354 cv, 10,6 mil litros de capacidade de cargae plataforma de 35 pés. “No mercado existemdiversas opções de máquinas axiais, mas a NewHolland é a única que oferece uma axial comdois rotores, o que contribui para alcançar aqualidade máxima, além de reduzir ao míni-mo possível a perda de grãos por quebra comtrilhas mais suaves”, explica Marcos Arbex,gerente de marketing de produto.

O motor Iveco Cursor, que equipa a CR

9060 vem com injeção Common rail, opera avelocidade nominal de 2.100 rpm. Para o tra-balho de descarga em movimento, a máquinaganha ainda uma potência extra de 40 cv, oque a torna ainda mais produtiva, explica.

Vem equipada com ar-condicionado au-tomático, assento com suspensão pneumáti-

Time completoNum megalançamento, a New Holland coloca 11 novas máquinas nomercado, ampliando a faixa de potência dos tratores e com novidades

em praticamente todos os segmentos de atuação

Modelos da linha T 7000 vêm com motorização de200 cv a 230 cv e possuem tecnologia diferenciada

Fotos New Holland

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“Foram duas colheitadeiras novas e nove modelos de tratores, de diversas sériesque compõem o portfólio que agora, além de maior, está mais potente também”

ca e dispositivo de ajuste longitudinal de altu-ra e inclinação. Com apoios antivibratórios erevestimento acústico, as vibrações são prati-camente eliminadas e o nível de ruído é bas-tante baixo. Essa máquina é produzida na fá-brica da New Holland em Zeldegem, na Bél-gica, que completou 100 anos de existência eé responsável pelos desenvolvimentos das re-conhecidas linhas TC e CS.

TRATORES T 7000Uma nova série de tratores foi apresenta-

da ao Brasil, a T 7000, com os modelos T 7040e T 7060, equipados com motores de 200 cv e223 cv de potência máxima, respectivamente,e uma reserva de torque de até 45%. São tra-tores com um design diferente das demais sé-ries da marca, que estamos acostumados a verno Brasil. A cabine é Horizon TM com isola-mento acústico, que permite menores níveisde ruídos, mantendo a média dos 69 dB (A).O interior foi projetado para permitir acessofácil aos comandos.

Além do visual arrojado, a nova série vemequipada com o sistema Memory shuttle, quepermite ao operador mudar a marcha parafrente ou para trás com rapidez e suavidade,sem se preocupar em aplicar a marcha ade-quada à velocidade do trator.

A transmissão Power command com Inte-lliShift traz novos níveis de sofisticação ao câm-bio Full powerShift porque, não importa qualseja a carga, as mudanças de velocidade sãofeitas com rapidez e suavidade, adaptando avelocidade do trator e a velocidade do motorpara alcançar grande rendimento, sem o usoda embreagem.

SÉRIE TTO portfólio ganhou também uma linha

específica para o trabalho em pequenas pro-priedades e em culturas que exigem máqui-nas menores e mais estreitas, como fruticul-tura e café. Três modelos constituem a linhaTT, com motorização de 55 cv e 75 cv, siste-ma Lift-O-Matic, que permite pré-ajustar aaltura de implementos. Os eixos traseiros apre-sentam freios multidiscos imersos em óleo,

com uma grande área de superfície para fre-nagens seguras. Todos os modelos são equi-pados com tração nas quatro rodas, e trans-missão nas opções 8x2 e 12x3 com super-re-dutor no TT 3880F.

Os tratores TT 3840F e TT 3880F sãoversões estreitas da linha TT e servem para otrabalho em culturas que exigem menores di-mensões. Eles possuem uma largura reduzida– de 1,45 metro de largura, 40 centímetros amenos que o trator TT convencional – o queos tornam aptos ao trabalho em áreas com es-paçamentos menores. Para alcançar uma lar-gura adequada para trafegar entre as linhas depomares e cafezais, o TT versão estreito pos-sui trombetas do eixo traseiro da transmissãomenores, e o eixo dianteiro da marca Carraro.Outro fator que contribui para o trânsito damáquina nos pomares e cafezais é o arco desegurança que envolve o tratorista. Ele é reba-tível e pode ser reclinado com facilidade. Alémdisso, o escape desse novo modelo é horizon-tal, diferente do vertical encontrado nos tra-tores convencionais.

OUTROS MODELOSOutra máquina destaque é a colheitadei-

ra TC 5090, que vem equipada com novomotor e novo sistema de trilha. O motor Cum-mins de seis cilindros e 240 vc com intercoolere Sistema maxitorque, deixa a colheitadeiramais potente, o que facilita o processo de tri-lha principalmente no trabalho com materi-ais pesados. Também aumentaram de tama-nho o tanque graneleiro, que passou para 7,2mil litros, e a plataforma, que pode chegar aos25 pés. Ela vem agora com novo sistema deacionamento do molinete, que é hidráulico esincronizado com a velocidade da máquina.Cabine nova e novo sistema de iluminaçãonoturna completam as mudanças da colhei-tadeira líder de mercado.

Os tratores modelos 7630 e 8030, campe-ões de venda da marca, também passaram poruma série de melhorias, incorporaram novosrecursos tecnológicos e agora serão montadoscom motores New Holland, fabricados noBrasil pela Fiat Powertrain Technologies de-senvolvidos especialmente para as máquinasagrícolas. São motores de 106 e 122 cv, comquatro cilindros turbo de 4,5 litros e intercoo-ler no motor de maior potência.

A New Holland lançou também dois tra-tores de média potência. O TM 7040 e TS6040 estarão disponíveis para comercializaçãono primeiro trimestre de 2008.

Com a introdução das novas máquinas aempresa complementa sua linha de 46 pro-dutos e deve crescer 40% neste ano, em com-paração com o ano passado, estima FrancescoPallaro, vice-presidente comercial e de marke-ting. Outros setores como pecuária, reflores-tamento, frutas etc. também devem impulsi-onar as vendas.

A CR 9060 tem como principal novidade o sistema axialde trilha dotado de dois rotores independentes

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blocante do diferencial

Odiferencial central, tambémchamado de terceiro diferenci-al, equipa todos os modelos

com transmissão 4x4 integral como o LadaNiva, toda a linha Land Rover, MitsubishiPajero, alguns modelos de Jeep Cherokeeentre outros.

O diferencial central fica instalado nacaixa de transferência e sua função é atuarnas curvas transferindo torque e velocida-des diferentes para os eixos dianteiro e tra-seiro. Observe a ilustração.

Observe que na curva, cada eixo estápercorrendo uma distância diferente e al-gum recurso deverá entrar em ação paracompensar essa diferença. Quando o eixodianteiro iniciar a curva, oferecerá menorresistência ao desenvolver maior velocida-de, e através do diferencial central receberámais torque que o eixo traseiro.

Mas o diferencial central funciona per-manentemente, e em situações off-road,transferirá todo o torque para o eixo que ti-ver uma roda girando solta, sem contato como piso. Ele deixará sem nenhum torque o eixoque tem condições de tração e transferirá tudopara o eixo que tem uma roda patinando. Esteeixo, por sua vez, terá seu diferencial retiran-do o torque da roda que tem tração, transfe-rindo tudo para a roda que está girando noar. O resultado é um veículo imóvel e semcondições de seguir adiante.

Para evitar esse problema, o diferencial

central conta com o recurso do bloqueio, queanula seu funcionamento transferindo con-tinuamente o torque do motor para os doisdiferenciais, o dianteiro e o traseiro. Isso vaipossibilitar mais condições de tração emterrenos com pouco atrito como lama, areia,pedras soltas, subidas de rampas íngremes,descidas com forte inclinação e em valetas eerosões.

COMO FUNCIONAO acionamento do blocante de diferen-

cial central é feito por comando elétrico nopainel ou através de uma alavanca peque-na, situada ao lado da alavanca de troca demarchas. Para desengatar o blocante, pare oveículo e desligue a chave no painel, ou co-loque a alavanca na posição anterior. Casoa alavanca emperre ou o circuito ainda per-

maneça ativo, após desligar a chave, voltede ré alguns metros que o sistema se desen-gata sem maiores problemas.

RESUMOO bloqueio do diferencial central é extre-

mamente importante para a maioria das si-tuações off-road. Mas nunca se esqueça quejamais se deve utilizá-lo em situações ondeexista atrito pleno com o solo, como em as-falto, concreto e estradas de terra com pisofirme, pois o veículo não poderá fazer curvascom a mesma facilidade proporcionada pelodiferencial central, gerando risco de danosna caixa de transferência, além de dificultara realização de curvas. Atenção sempre!

Bloqueio necessárioBloqueio necessárioSaiba como usar o blocantedo diferencial central de seu

4x4, ferramenta indispensávelpara aventuras off-road

Saiba como usar o blocantedo diferencial central de seu

4x4, ferramenta indispensávelpara aventuras off-road

Diferencial central, distribuindo torque entre oseixos dianteiro e traseiro

A alavanca menor aciona o blocante e a reduzida. A setaindica a direção para o bloqueio do diferencial central

João Roberto de Camargo Gaiotto,www.tecnica4x4.com.br

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Fotos Técnica 4x4

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