Maquinas 77

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Agosto 2008

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Rodando por aí

Inspeção em pulverizadores

Amostragem de solo

Eficiência em campo

Ficha Técnica - TM7040

Test Drive - RoGator

Gotejamento em cana

Manutenção de colhedora

Mecanização em cana

Segurança da frota

Empresas - GSI

Técnica 4x4

Índice Nossa Capa

Charles Echer

Destaques

Test DriveSaiba o que encontramos noRoGator 874, o giganteimportado da AGCO

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Por falta de espaço, não publicamos as referências bibliográficas citadaspelos autores dos artigos que integram esta edição. Os interessados

podem solicitá-las à redação pelo e-mail:[email protected]

Os artigos em Cultivar não representam nenhum consenso. Não esperamos quetodos os leitores simpatizem ou concordem com o que encontrarem aqui. Muitosirão, fatalmente, discordar. Mas todos os colaboradores serão mantidos. Eles foramselecionados entre os melhores do país em cada área. Acreditamos que podemosfazer mais pelo entendimento dos assuntos quando expomos diferentes opiniões,para que o leitor julgue. Não aceitamos a responsabilidade por conceitos emitidosnos artigos. Aceitamos, apenas, a responsabilidade por ter dado aos autores a opor-tunidade de divulgar seus conhecimentos e expressar suas opiniões.

NOSSOS TELEFONESNOSSOS TELEFONESNOSSOS TELEFONESNOSSOS TELEFONESNOSSOS TELEFONES: (53): (53): (53): (53): (53)

• GERAL• GERAL• GERAL• GERAL• GERAL3028.20003028.20003028.20003028.20003028.2000• ASSINA• ASSINA• ASSINA• ASSINA• ASSINATURASTURASTURASTURASTURAS3028.20703028.20703028.20703028.20703028.2070

• Direção• Direção• Direção• Direção• DireçãoNNNNNewton Pewton Pewton Pewton Pewton PeteretereteretereterSchSchSchSchSchubert K. Pubert K. Pubert K. Pubert K. Pubert K. Peteretereteretereter

• Redação• Redação• Redação• Redação• RedaçãoGilvan QuevedGilvan QuevedGilvan QuevedGilvan QuevedGilvan Quevedooooo

• Revisão• Revisão• Revisão• Revisão• RevisãoAlinAlinAlinAlinAline Pe Pe Pe Pe Partzsch dartzsch dartzsch dartzsch dartzsch de Alme Alme Alme Alme Almeieieieieidddddaaaaa

• Design Gráfico e Diagramação• Design Gráfico e Diagramação• Design Gráfico e Diagramação• Design Gráfico e Diagramação• Design Gráfico e DiagramaçãoCristiCristiCristiCristiCristiananananano Ceio Ceio Ceio Ceio Ceiaaaaa

• Coordenação Comercial• Coordenação Comercial• Coordenação Comercial• Coordenação Comercial• Coordenação ComercialCharles EchCharles EchCharles EchCharles EchCharles Echererererer

• Comercial• Comercial• Comercial• Comercial• ComercialPPPPPedededededrrrrro Batistino Batistino Batistino Batistino BatistinSedSedSedSedSedeli Feijóeli Feijóeli Feijóeli Feijóeli Feijó

• Assinaturas• Assinaturas• Assinaturas• Assinaturas• AssinaturasSimSimSimSimSimononononone Lopese Lopese Lopese Lopese LopesRosimRosimRosimRosimRosimeri Lisboa Alveseri Lisboa Alveseri Lisboa Alveseri Lisboa Alveseri Lisboa AlvesÂnÂnÂnÂnÂngggggela Oliveirela Oliveirela Oliveirela Oliveirela Oliveira Gonçalvesa Gonçalvesa Gonçalvesa Gonçalvesa Gonçalves

Grupo Cultivar de Publicações Ltda.

www.revistacultivar.com.br

Cultivar MáquinasEdição Nº 77

Ano VIII - Agosto 2008ISSN - 1676-0158

[email protected]

Assinatura anual (11 edições*): Assinatura anual (11 edições*): Assinatura anual (11 edições*): Assinatura anual (11 edições*): Assinatura anual (11 edições*): R$ 119,00(*10 edições mensais + 1 edição conjunta em Dez/Jan)(*10 edições mensais + 1 edição conjunta em Dez/Jan)(*10 edições mensais + 1 edição conjunta em Dez/Jan)(*10 edições mensais + 1 edição conjunta em Dez/Jan)(*10 edições mensais + 1 edição conjunta em Dez/Jan)

Números atrasados: R$ 15,00

Assinatura Internacional:US$ 90,00

EUROS 80,00

ColhedorasSaiba como realizar a manu-tenção adequada do sistemade trilha de sua colhedora

Ficha TécnicaNesta edição,TM7040 daNew Holland

Matéria de capa

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• RED• RED• RED• RED• REDAÇÃOAÇÃOAÇÃOAÇÃOAÇÃO3028.20603028.20603028.20603028.20603028.2060• MARKETING• MARKETING• MARKETING• MARKETING• MARKETING3028.20653028.20653028.20653028.20653028.2065

TTTTTaiaiaiaiaiananananane Ke Ke Ke Ke Kohn Rodohn Rodohn Rodohn Rodohn RodriririririguesguesguesguesguesDiDiDiDiDianferson Alvesanferson Alvesanferson Alvesanferson Alvesanferson Alves

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ErrataErrataErrataErrataErrataAo contrário do

publicado na CultivarMáquinas, nº 73, a

Semeadora Victória nãooferece sulcadores de

fertilizante tipoguilhotina, conformedescrito na tabela da

página 17. Os sulcadoresoferecidos para

fertilizante são apenas dotipo facão afastado e

duplo disco.

PremiaçãoPremiaçãoPremiaçãoPremiaçãoPremiaçãoA Zamprogna, tradicionalempresa do setor metal-mecânico do país, acabade receber o PrêmioPaulista de Qualidade daGestão (PPQG), Nível I –Categoria MédiasEmpresas, pelo excelentedesempenho de suasunidades industriaisinstaladas em Guarulhose Campo Limpo Paulista.Já a unidade gaúcha, emPorto Alegre, conquistouo troféu na categoriaBronze do ProgramaGaúcho da Qualidade eProdutividade (PGQP).“É motivo de orgulho esatisfação ter o trabalhoda nossa equipe reconhe-cido por um prêmio im-portante como o PPQG,que reúne empresas quevêm aprimorando a gestãoda qualidade dos seusprocessos, produtos eserviços”, destacou LuizEduardo Franco deAbreu, presidente daZamprogna.

TTTTTroféuroféuroféuroféuroféuO pulverizador autopropeli-

do Parruda, da Montana,conquistou o troféu de

bronze na categoriaProdutos Comerciais e

Industriais na edição 2008do Prêmio Idea/Brasil.

Trata-se da edição brasileirado maior prêmio de designdos Estados Unidos. Comedição anual a premiação

chega ao país quase 30 anosapós sua criação, através da

Associação Objeto Brasil.

AgraleAgraleAgraleAgraleAgraleA Agrale lançou na Feira de

Logística, Movimentação,Armazenagem e Embalagem

de Materiais (Movimat2008), em São Paulo, o

Trator Rebocador 4100 GLP.O modelo foi desenvolvidopara aplicações de logística

em indústrias, além deserviços de movimentação

de carga em aeroportos,condomínios e hospitais. Por

emitir baixos níveis depoluentes e ruídos, é ideal

também para aviários elocais de criação de animais

em geral. Com motor de16,2cv de potência, tem

capacidade para rebocar até14 toneladas e autonomia

para trabalhar 16 horas comcilindro de 20 quilos de gás

liquefeito de petróleo(GLP). Equipado com

direção hidrostática ecâmbio de sete marchas à

frente e três à ré, garante aooperador fácil dirigibilidade

e manobrabilidade.

SagaSagaSagaSagaSagaNa noite de 30 de julho, na cidade de São Joaquim da Barra(SP), diante de aproximadamente 400 convidados entre eles aprefeita da cidade, Alexandre Tuzzi, diretor industrial da Tuzzi,fez o lançamento do livro Uma bigorna da bagagem, a saga dosTuzzi no Brasil, escrito pelo jornalista Luis Augusto Michelezzo.A publicação é fruto de uma pesquisa de mais de 12 meses eviagens pela França, Holanda, Alemanha e Itália com o objetivode resgatar a história da família, com raízes italianas, que chegouao Brasil em meados de 1924 . A obra, com imagens inéditas,reúne detalhes da trajetória do patriarca Antonio Tuzzi.

Mais AlimentosMais AlimentosMais AlimentosMais AlimentosMais AlimentosA Valtra participa do Plano Safra 2008/2009 Mais Alimentos, parce-ria entre o Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA), Associa-ção Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea)e Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos(Abimaq). O programa foi criado com o objetivo de incentivar asvendas dos tratores de menor potência, na faixa de 15cv a 75cv, etornar o pequeno produtor mais eficiente. O diretor de Marketing daempresa, Leandro Marsili, aposta no crescimento firme do setor nospróximos quatro anos, impulsionado pela demanda por alimentos, eprojeta uma alavancagem de 10% nas vendas de tratores da marca.

CursosCursosCursosCursosCursosEmpresas agrícolas, cooperativas e produtores rurais que de-sejam promover palestras e cursos sobre regulagens de trato-res agrícolas, motores diesel, semeadoras, pulverizadores, co-lhedoras e perdas na colheita, com o especialista em mecani-zação agrícola Plínio Pacheco Pinheiro, podem contatar pelotelefone (54) 9971-1923 ou [email protected]. Plinio é consultor técnico na área de MecanizaçãoAgrícola e ministra palestras em todo o Brasil e exterior.

Massey FMassey FMassey FMassey FMassey FergusonergusonergusonergusonergusonA Massey Ferguson também participa do Plano Safra Mais Alimen-tos 2008/2009. A empresa sempre trabalhou com a oferta de tratoresna faixa de potência, de 50 a 75 cavalos. O programa tem todo o apoioda marca e da sua rede de concessionárias. “Tão importante quantouma linha de financiamento é a segurança que os nossos clientesterão por contar com a maior e mais bem estruturada rede de conces-sionárias. A rede Massey Ferguson lhes dará o suporte técnico funda-mental para manutenção e operação dos tratores, com qualidade eeficiência”, promete Fábio Piltcher, diretor de Marketing.

YYYYYanmar Agritechanmar Agritechanmar Agritechanmar Agritechanmar AgritechA concessionária Yamashita, de Jundiaí, São Paulo, reuniu 22 agricultores da região da Grande

Campinas para conhecerem as instalações da Agri-tech, em Indaiatuba, em agosto. Os visitantes pude-ram conhecer o processo de fabricação dos produtosda marca e conversar com diretores e funcionários.“Prezamos muito pelo contato direto com os nossosconcessionários e principalmente com os agriculto-res. Somente assim conseguiremos entender, cadavez mais, as reais necessidades deles para poder, en-tão, oferecer o melhor produto”, avaliou Pedro Ca-zado, gerente de Pós-venda.

Aplicador seletivoAplicador seletivoAplicador seletivoAplicador seletivoAplicador seletivoA Embrapa Pecuária Sulapresenta na Expointer 2008,em Esteio, no Rio Grande doSul, o aplicador seletivo deherbicida “Campo Limpo”,desenvolvido a partir de açõeslideradas pelo pesquisadorNaylor Bastiani Perez para ocombate ao Capim-annoni.A máquina reúne praticida-de, por ser leve e móvel, feitade metal, plástico, fibra ousimilares, com meios deacoplamento a veículosmotorizados. A ferramentapossui a opção de regulagemde altura para que oselementos-alvo sejamimpregnados de forma direta,o que torna a execuçãoefetiva em plantas indesejá-veis como chirca, mio-mio,caraguatá e o próprio capim-annoni. O “Campo Limpo”já foi testado em diferentesmodos e apresentou controlede até 90% de invasoras jáestabelecidas.

ConvençãoConvençãoConvençãoConvençãoConvençãoCom a presença de 420 representantes da fábrica e dos concessionáriosda América Latina, a John Deere realizou a Convenção de Pós-vendasem Porto Alegre, no Rio Grande do Sul, em agosto. Aaron Wetzel, vice-presidente de Marketing, Vendas e Planejamento da John Deere para aAmérica do Sul, Paulo Herrmann, diretor de Vendas para a América doSul, e Luiz Sartor, gerente de Suporte ao Cliente para a América do Sul,destacaram o objetivo da companhia de desenvolver um pós-venda di-ferenciado, buscando o reconhecimento dos clientes como o melhorserviço do mercado de equipamentos agrícolas.

Leandro Marsili

Fábio Piltcher

Aaron Wetzel

Alexandre Tuzzi (esq.)

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inspeção

Tabela 1 - Avaliação de pulverizadores de barra naregião do Triângulo Mineiro

Fatoresavaliados

Semelhança de pontas na barraMonitoramento de condições climáticas

Presença de vazamentosNível de ruído

Erros na taxa de aplicaçãoUniformidade de distribuição da barra

Porcentagem de pulverizadorescom irregularidade

26,4770,0061,7617,6564,5293,33

Toda e qualquer forma de aplica-ção de defensivo representa ris-co ao ambiente, no entanto, é

preciso minimizar esses riscos, por meio douso de tecnologia e conhecimento adequa-do, garantindo a produção sustentável dealimentos. Na maioria das vezes, dá-se mui-ta importância ao produto fitossanitário epouca atenção à técnica de aplicação.

Os defensivos, embora desempenhempapel de fundamental importância dentrodo sistema de produção agrícola vigente, têmsido alvo de crescente preocupação por par-te dos diversos segmentos da sociedade, emvirtude de seu potencial de risco ambiental.Tradicionalmente, há na sociedade consen-so de que os defensivos são prejudiciais aohomem, devido às notícias de contamina-ção de animais e seres humanos. No entan-to, o seu uso tem contribuído com a práticaagrícola, por meio da redução de mão-de-obra e aumento da produção, abaixando oscustos e melhorando a qualidade dos ali-mentos. Sua utilização deve ser feita demaneira racional, dentro do contexto maisamplo da proteção integrada de plantas.

Evita-se, assim, a contaminação do solo eda água, os danos à saúde humana e animale o aparecimento de pragas, doenças e plan-tas daninhas mais resistentes.

Neste sentido, o conhecimento do esta-do atual dos pulverizadores agrícolas no Bra-sil é fundamental, principalmente na regiãodo Cerrado. A agricultura dessa região estáentre as mais avançadas do país em termosde produtividade, no entanto, em termos dequalidade de aplicação de defensivos e im-pacto ambiental, pouca informação se tema respeito.

A partir desse conhecimento, será pos-

sível verificar a necessidade da criação deum programa regional e/ou nacional de ins-peção, que tenha como objetivo reduzir oimpacto ambiental, melhorar a eficiência dasaplicações e colaborar com os programas decertificação. Dessa forma, neste trabalhobuscou-se avaliar o estado de pulverizado-res de barra, na região do Triângulo Minei-ro, durante a safra 2007/2008.

Trata-se de uma região do Cerrado bra-

Vazamentos nas vedações sãocomuns em máquinas mais antigas

e exigem atenção

MalcuidadoAvaliação de pulverizadores de barra na região do Triângulo Mineiro impressiona

pelo elevado número de problemas encontrados nos equipamentos avaliados

Malcuidado

Fotos João Paulo e Cleyton

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“O conhecimento do estado atual dos pulverizadores agrícolas no“O conhecimento do estado atual dos pulverizadores agrícolas no“O conhecimento do estado atual dos pulverizadores agrícolas no“O conhecimento do estado atual dos pulverizadores agrícolas no“O conhecimento do estado atual dos pulverizadores agrícolas noBrasil é fundamental, principalmente na região dos Cerrados”Brasil é fundamental, principalmente na região dos Cerrados”Brasil é fundamental, principalmente na região dos Cerrados”Brasil é fundamental, principalmente na região dos Cerrados”Brasil é fundamental, principalmente na região dos Cerrados”

Detalhe do vazamento em umdos filtros, provocado por

entupimento ou má vedação

. M

sileiro, caracterizada por grandes proprie-dades produtoras de grãos. Foram selecio-nados inicialmente, de forma aleatória, 26produtores rurais que possuíam em suapropriedade pulverizadores hidráulicos debarra. Mediante visita a cada uma das pro-priedades, foi analisado o estado de funci-onamento dos pulverizadores. As avalia-ções consistiram de um questionário res-pondido pelo operador das máquinas e pelainspeção propriamente dita dos pulveriza-dores.

PONTOS INSPECIONADOSApós a descrição completa do equipa-

mento, do ponto de vista qualitativo, foi feitauma avaliação dos aspectos quantitativos.Dentre as avaliações realizadas, tem-se:

Monitoramento de condições climáti-cas: com relação às condições climáticas, foiperguntado aos operadores qual procedi-mento seguem para iniciar a aplicação quan-do se deparam com uma situação onde ve-locidade do vento, umidade do ar e tempe-ratura possam interferir na aplicação.

Presença de vazamentos: quando ocor-reram vazamentos, os mesmos foram iden-tificados e localizados.

Nível de ruído na cabine: o nível de ru-ído emitido pelo conjunto trator-pulveriza-dor foi determinado através de um decibe-límetro. A Associação Brasileira de NormasTécnicas (ABNT), através da norma NBR-10152 (ABNT, 1987), estabeleceu os níveisde ruído para o conforto acústico, e a nor-ma regulamentadora NR-15 da Portaria

3214/78, do Ministério do Trabalho e Em-prego (MTE, 2008), estabeleceu o nívelmáximo de ruído permitido para oito horasde exposição diária em 85 dB.

Taxa de aplicação: aferição da taxa deaplicação, na máquina que estava calibradapelo operador, os técnicos fizeram a checa-gem da taxa de aplicação real. Os valores detaxa de aplicação determinados pelos usuá-rios foram comparados com o valor encon-trado pelos técnicos.

Uniformidade de distribuição na barra:a determinação da uniformidade de distri-buição foi obtida utilizando-se provetas dis-postas sob a barra e posterior cálculo do co-eficiente de variação.

Também foram determinados: estado de

filtros, rotação da tomada de potência, es-tado de mangueiras e exatidão de manôme-tros.

Na Tabela 1, é apresentado o resultadode algumas das características qualitativase quantitativas encontradas nos pulveriza-dores do Triângulo Mineiro. Foram avalia-dos, nesta etapa, 34 pulverizadores de bar-ra, sendo 55,8% de arrasto, 11,8% monta-dos e 32,4% autopropelidos. Todos eles ope-ravam principalmente em lavouras de sojae milho. Verificou-se que um número ele-vado de pulverizadores encontrava-se ina-dequadamente funcionando, e que os ope-radores desconheciam O estado do equipa-mento. Muitos deles demonstraram não terrecebido treinamento para realizar uma ope-

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Exemplo de rachadura, sem reparo, no tanque dacalda principal que, além de desperdiçarproduto, prejudica o ambiente

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ração de pulverização de defensivos. Mui-tos operadores não fazem uma observaçãoprévia das condições do equipamento antesde iniciar as atividades, o que poderia resol-ver boa parte dos problemas encontrados,como por exemplo, vazamentos.

Com relação à semelhança de pontas nabarra, dos 34 pulverizadores avaliados, 26%apresentavam pontas diferentes durante asaplicações. O uso de pontas diferentes nabarra foi um dos fatores que influenciaramna taxa de aplicação e uniformidade de dis-tribuição da barra. Essa variação pode in-terferir na eficácia da aplicação porque a so-breposição dos jatos não estava ocorrendocorretamente, visto que foram encontradaspontas com ângulos de 80 e 110 graus. Nes-se tipo de situação, é comum que fiquemfaixas na lavoura sem receber defensivo eocorra uma reinfestação mais rápida deagentes patogênicos em função de falhas nacobertura do alvo.

A aplicação de defensivos está direta-mente ligada a características do produto,como solubilidade, volatilidade e formula-ção e a características do pulverizador, comopressão e ponta, e do ambiente, como tem-peratura, umidade e velocidade do vento.Levando em conta estes aspectos, consta-tou-se que 70% das máquinas operavam semque fosse feito qualquer acompanhamentodas condições climáticas.

A distribuição do volume de calda sofreinterferência direta do estado de conserva-ção dos componentes do pulverizador quelevam o produto químico até o ponto de sa-ída na barra e faz com que este atinja o alvo.Dentre os fatores que interferem na taxa de

aplicação, no sucesso do controle e que one-ram a aplicação de agroquímicos está a pre-sença de vazamentos. A avaliação dos pul-verizadores mostrou que 62% dos pulveri-zadores apresentavam algum tipo de vaza-mento. Este valor é muito alto, visto quevazamentos são, na maioria das vezes, fá-ceis de serem percebidos. Essa informaçãoreafirma o problema da falta de treinamen-to de operadores, pois simplesmente colo-cando o pulverizador em funcionamento efazendo uma vistoria rápida do mesmo se-ria possível constatar os vazamentos e to-mar providências para repará-los.

Um dos motivos para a implantação deprogramas de avaliação do estado de fun-cionamento de pulverizadores agrícolas é,sem dúvida, atender às exigências de con-sumidores mais preocupados com os níveisde contaminação ambiental e com a quali-dade dos alimentos. Outro aspecto é a pre-ocupação com as condições de trabalho aque são expostos os operadores, ou seja,bem-estar durante a execução do trabalho.Nesse sentido, o nível de ruído produzidopelos pulverizadores pode afetar a audiçãodos trabalhadores, pois 18% dos conjun-tos pulverizadores (trator+pulverizador)estavam acima de 85dB, comprometendoa saúde dos operadores. Importante desta-car que a atenção dentro do processo depulverização é despendida principalmentepara o uso de Equipamentos de ProteçãoIndividual voltados à proteção contra apli-cação de defensivo (EPI). Já o nível de ru-ído não é observado por produtores e ope-radores, que desconhecem a existência deuma lei determinando níveis máximos de

exposição e os riscos à saúde a que estãoexpostos.

Quanto ao volume de pulverização apli-cado, 65% estavam aplicando fora dos 5%de variação aceitáveis para erro na taxa deaplicação. Desse total, 42% e 23% das má-quinas estavam aplicando volume 5% abai-xo e acima do informado, respectivamente.Isso mostra que os operadores precisam re-ceber maior treinamento.

A aplicação eficiente de defensivos tam-bém está ligada a uma boa uniformidade deaplicação na barra. De acordo com os resul-tados, foi possível analisar 30 pulverizado-res, dos quais 93% apresentaram coeficien-te de variação (CV) na barra acima de 15%.Não se pode afirmar que essa desuniformi-dade ocorreu exclusivamente devido a pon-tas desgastadas, pois foram encontrados pul-verizadores com mais de um tipo de pontana barra e também com vazamentos, con-tribuindo com essa desuniformidade.

a inspeção dos pulverizadores mostroua necessidade da implantação de um pro-grama de avaliação freqüente desses equi-pamentos para atender às exigências demercados consumidores mais preocupadoscom ambiente e bem-estar dos trabalha-dores. Todos os pulverizadores avaliadosapresentaram algum tipo de problema,sendo os mais freqüentes: falta de unifor-midade de distribuição, falta de monito-ramento climático e erro na taxa de apli-cação. Muitos ajustes de incompatibilida-des encontrados são, em muitos casos,simples de serem realizados e tambémapresentam baixo custo, não justificandosua não-realização.

João Paulo e Cleyton são responsáveis pelainspeção de 26 máquinas no Triângulo Mineiro

durante a safra 2007/08

Cleyton B. de Alvarenga,João Paulo A. R. da Cunha eUniversidade Federal de Uberlândia

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amostragem de solo

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A amostragem de solo por malhas permitehomogeneizar a nutrição do solo e

aumentar a produtividade safra a safra

Na agricultura tradicional, o pro-dutor geralmente não conside-ra a variabilidade espacial da fer-

tilidade do solo durante a amostragem. Atra-vés da coleta e análise de amostras de soloque representam áreas relativamente gran-des e heterogêneas, faz-se a recomendaçãode adubação e calagem de maneira unifor-me, não levando em conta as variações defertilidade dentro de uma mesma lavoura.

Dentre os fatores de variabilidade, pode-mos citar o tipo de solo, o relevo, a culturaanterior e as práticas de manejo como as prin-cipais causas de variação na fertilidade dosolo.

A prática de adubação de solos é consi-derada uma das principais etapas no proces-so de produção agrícola. A sua determinaçãodeve ser feita baseada em dados de análisequímica de solo, de forma a representar demaneira mais fiel possível a fertilidade daárea, mas nunca esquecendo do critério eco-

nômico.A amostragem de solo em malha é uma

técnica que está sendo utilizada com sucessopara detectar a variabilidade da fertilidade dosolo, através do georreferenciamento dasamostras com o uso de receptores de sinaisdo Sistema de Posicionamento Global (GPS),gerando, assim, diferentes mapas de fertili-dade da lavoura. Os mapas de fertilidade,associados a mapas de produtividade da cul-tura, são úteis para identificar fatores limi-tantes à produção, fornecendo importantes

informações agronômicas para a tomada dedecisão sobre o manejo da lavoura, permi-tindo ao produtor aumentar a eficiência dogerenciamento agrícola.

Para analisar a variabilidade da fertilida-de do solo em áreas de várzeas, foi realizadoum trabalho em uma lavoura comercial dearroz irrigado, situada no município de SãoFrancisco de Assis (RS). A área utilizada foide 70 hectares, mapeada com um GPS denavegação, e a malha de amostragem de soloutilizada foi de um ponto por hectare (Figu-

Amostragemem malhaAmostragemem malha

John Deere

Rege

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Técnica empregada para detectar a variabilidade da fertilidade do solo atravésdo georreferenciamento das amostras com o uso de receptores de sinais do GPS,a amostragem em malha já é amplamente utilizada na correção de solos

Técnica empregada para detectar a variabilidade da fertilidade do solo atravésdo georreferenciamento das amostras com o uso de receptores de sinais do GPS,a amostragem em malha já é amplamente utilizada na correção de solos

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“““““A leve compressão que deixa o solo sobre as sementes é suficiente, pois buscaA leve compressão que deixa o solo sobre as sementes é suficiente, pois buscaA leve compressão que deixa o solo sobre as sementes é suficiente, pois buscaA leve compressão que deixa o solo sobre as sementes é suficiente, pois buscaA leve compressão que deixa o solo sobre as sementes é suficiente, pois buscaminimizar a formação de crostas, facilitando a emergência das plântulas”minimizar a formação de crostas, facilitando a emergência das plântulas”minimizar a formação de crostas, facilitando a emergência das plântulas”minimizar a formação de crostas, facilitando a emergência das plântulas”minimizar a formação de crostas, facilitando a emergência das plântulas”

AtributoArgila (%)

pH água (1:1)Índice SMP

Fósforo – Mehlich (mg/dm3)Potássio (mg/dm3)

Matéria orgânica (%)Alumínio trocável (cmolc/dm3)

Cálcio (cmolc/dm3)Magnésio (cmolc/dm3)Saturação alumínio (%)

Saturação bases (%)

Valor mínimo154,55,11

480,50,20,70,13

25

Valor máximo445,26,424

1242

1,75,21,93071

Valor médio264,86,15,5721,40,731

1456

Coeficiente de variação (%)2144

7520204833414817

Quadro 1 - Fertilidade do solo na safra 2004/05

AtributoArgila (%)

pH água (1:1)Índice SMP

Fósforo - Mehlich (mg/dm3)Potássio (mg/dm3)

Matéria orgânica (%)Alumínio trocável (cmolc/dm3)

Cálcio (cmolc/dm3)Magnésio (cmolc/dm3)Saturação alumínio (%)

Saturação bases (%)

Valor mínimo104,54,91,5240,60,30,60,26

12

Valor máximo425,66,5

18,9921,72,45,72

5367

Valor médio264,95,84,6461

0,93,21

1841

Coeficiente de variação (%)2356

7633235435435031

Quadro 2 - Fertilidade do solo na safra 2005/06

ra 1). Para gerar a malha de amostragem e osmapas de fertilidade do solo foi utilizado oSoftware Campeiro 6, desenvolvido pelo Se-tor de Geomática do Departamento de En-genharia Rural, pertencente ao Centro deCiências Rurais da Universidade Federal deSanta Maria. Este software está sendo am-plamente utilizado por produtores para ogerenciamento de dados na propriedade.

A amostragem do solo em malha paraanálise da fertilidade pode ser realizada deforma manual (trado, pá etc) ou de formamecânica, através do uso de um quadricicloequipado com GPS para localização dos pon-tos e de um mecanismo (braço) para a reti-rada das amostras de solo.

Neste trabalho, foram analisados os da-dos de fertilidade do solo em duas safras dearroz. Na safra 2004/05, a coleta de amos-tras de solo ocorreu na primeira quinzena deoutubro e na safra 2005/06 a coleta ocorreuna primeira quinzena de setembro. A amos-tragem do solo para análise química foi reali-

zada através da coleta de cinco subamostrasem cada ponto da malha (hectare), por meiode trado calador, na profundidade de 20cm,para compor a amostra a ser enviada ao La-boratório de Análises de Solos/UFSM, inte-grante da Rede Oficial de Laboratórios deAnálises de Solos (Rolas). Os resultados daanálise de solo foram usados para elaborar osmapas de fertilidade do solo.

Um aspecto importante a ser destacadorefere-se ao custo na amostragem em malha.

Quando a amostragem de solo é realizada emmalha pequena (uma amostra por hectare),a idéia inicial é de um alto custo com a aná-lise das amostras de solo. Na prática, o pro-dutor pode utilizar uma malha de amostra-gem maior (uma amostra de solo a cada dois,três ou cinco hectares), os quais podem serdelimitados em lavouras de arroz irrigadoatravés dos quadros de irrigação, conforme avariabilidade da área.

Neste trabalho, mesmo utilizando uma

Figura 1 - Mapa da área da lavoura e malha de amostragemcom os pontos georreferenciados

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amostra de solo por hectare, o custo de aná-lise química do solo representou apenas 0,5%do custo de produção/ha de arroz irrigado.Este pequeno custo adicional é facilmentecompensado quando o produtor economizana quantidade de fertilizantes utilizados oupelo aumento de produtividade da cultura,em função da aplicação da dose necessária

Figura 2 - Mapa de fósforo (mg/dm3) no solo

Figura 3 - Mapa de cálcio e magnésio (cmolc/dm3) no solo na safra 2004/05

no local correto da lavoura no momento dasemeadura.

Dos atributos de fertilidade do solo ana-lisados, o teor de fósforo (P) apresentou omaior coeficiente de variação nas duas sa-fras, com valores de 75% na safra 2004/05(Quadro 1) e de 76% na safra 2005/06 (Qua-

dro 2). Os teores mínimo e máximo de fósfo-ro encontrados foram de 1 e 24mg/dm3, clas-sificados como baixo e alto, segundo as reco-mendações técnicas para a cultura do arrozirrigado no Sul do Brasil. A distribuição es-pacial do teor de fósforo no solo está repre-sentada na Figura 2.

Outros atributos de fertilidade tambémapresentaram grande variabilidade na área deestudo. Entre eles, destacamos o baixo pHdo solo na maior parte da lavoura, contribu-indo para a presença de alumínio trocável esaturação por alumínio.

Destaca-se ainda a baixa saturação porbases e baixos teores de cálcio (Ca) e magné-sio (Mg) em alguns pontos da área (Figura3), os quais são atributos de fertilidade dosolo utilizados como critérios para definiçãoda necessidade e da quantidade de correti-vos da acidez do solo. Desta maneira, ficacomprovada a viabilidade de aplicação deinsumos em doses variáveis, a qual é umadas principais formas de tratar a variabilida-de espacial dos atributos do solo.

Safra 2004/05 Safra 2005/06

Cálcio Magnésio

O custo da análise química do solorepresentou apenas 0,5% do custo

de produção

Reges explica quais são asvantagens de adotar práticas de

agricultura de precisão

Reges Durigon,José Fernando Schlosser,Alexandre Russini,Marçal Elizandro de C. Dornelles eEder Dornelles Pinheiro,UFSM

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16 • Agosto 08

eficiência em campo

Os custos da maquinaria em rela-ção aos custos totais da explora-ção de uma propriedade agrícola

normalmente indicam se a sua utilização estásendo feita de forma eficiente ou não. A capa-cidade operacional e a eficiência de campo doconjunto mecanizado são dois parâmetros uti-lizados no auxílio da determinação destes cus-tos. Daí o fato do gerenciamento da maquina-ria ser cada vez mais importante na execuçãode operações agrícolas, por estar diretamenterelacionado com a capacidade de combinar ter-ra, trabalho e capital para a obtenção de umretorno que signifique lucro satisfatório.

Com a produção continuada de máqui-nas cada vez maiores e mais caras, cada uni-dade comprada representa despesas substan-cialmente maiores, assim, as máquinas deve-rão estar corretamente adequadas ao tamanhoda propriedade e às operações a serem realiza-das, de modo que no final resulte numa com-binação de equipamentos mais econômicapossível. As máquinas selecionadas devem tercapacidade satisfatória para completar todasas operações dentro dos períodos críticos detempo disponíveis.

Máquinas usadas em conjunto deverão seradequadas umas às outras; por exemplo, umtrator deverá ser capaz de fornecer a quantida-de exata de potência para tracionar ou acionar

toda a gama de implementos ou máquinas se-lecionadas para o trabalho na melhor velocida-de de operação possível. Deste modo, a capaci-dade de trabalho da máquina, a eficiência decampo e os requisitos de potência, são fatoresfundamentais no gerenciamento da utilizaçãoda maquinaria agrícola.

Assim, o estudo das operações agrícolas,levando-se em conta a capacidade de trabalhoe a eficiência de campo, visa racionalizar o em-prego das máquinas, implementos e ferramen-tas na execução dos trabalhos. Dá-se o nomede desempenho operacional a um complexoconjunto de informações que definem, em ter-mos quali-quantitativos, os atributos da ma-quinaria agrícola quando executam operaçõessob determinadas condições (Folle & Franz1990). Segundo a Sociedade América de En-genheiros Automotivos a capacidade de campode uma máquina vem a ser a quantidade detrabalho produzida na unidade de tempo. Acapacidade de campo pode ser efetiva e teórica.Para Hunt (1974) a eficiência de campo é igualà eficiência de tempo, definida como a razãoentre o tempo efetivamente usado e o tempototal disponível, quando são consideradas ape-nas as operações executadas dentro de campocultivado. De outro lado, a capacidade teóricade campo (Ct) é o valor de desempenho obtidose a máquina trabalhasse 100% do tempo, na

velocidade ideal para operação, utilizando 100%de sua largura teórica de trabalho.

A eficiência de campo (ou fator de cam-po) diz respeito à percentagem do tempo totalrealmente utilizado em trabalho efetivo, sen-do influenciado principalmente pelos fatores:

formato, tamanho e disposição da área:• Terrenos inclinados e plantados em

nível = < f• Trabalhando no > comprimento e lo-

cais planos = > f

Necessidade de paradas:Abastecimento da máquina de plantio,

limpeza dos discos dos implementos, descan-so do operador etc.

Valores médios da eficiência de campo emfunção de diferentes operações agrícolas:

Tipo de operaçãoAração

GradagemSemeadura e adubação

CultivoSubsolagem

RoçagemColheita

Máquinas de colheita e transporte florestal

f (%)70-80%70-85%60-80%75-90%75-90%70-90%60-80%= 80%~

Eficiência medidaEficiência medidaSeguir algumas regras simples proporcionaconhecer a eficiência do seu conjuntomecanizado, identificar possíveis pontos críticose ajustá-los para um melhor desempenho

John Deere

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Agosto 08 • 17

“““““AAAAA capacidade de trabalho da máquina, a eficiência de campo e os requisitos de potência, capacidade de trabalho da máquina, a eficiência de campo e os requisitos de potência, capacidade de trabalho da máquina, a eficiência de campo e os requisitos de potência, capacidade de trabalho da máquina, a eficiência de campo e os requisitos de potência, capacidade de trabalho da máquina, a eficiência de campo e os requisitos de potência,são fatores fundamentais no gerenciamento da utilização da maquinaria agrícola”são fatores fundamentais no gerenciamento da utilização da maquinaria agrícola”são fatores fundamentais no gerenciamento da utilização da maquinaria agrícola”são fatores fundamentais no gerenciamento da utilização da maquinaria agrícola”são fatores fundamentais no gerenciamento da utilização da maquinaria agrícola”

A determinação da eficiência de campo deum conjunto pode ser realizada com

qualquer conjunto e tipo de operação

Capacidade de campo (ou de traba-lho) é a unidade ou rendimento, ou seja,é a área total que um conjunto mecani-zado (trator e implemento) é capaz derealizar por unidade de tempo.

Capacidade de campo efetiva – Cce,obtida por meio de determinações com amáquina em operação, considerando otempo de produção.

Capacidade de campo teórica – Cct,é a razão de desempenho obtida, se a má-quina trabalhar 100% do tempo a velo-cidade nominal, utilizando 100% de sualargura nominal.

Eficiência de campo - f, é a razão en-tre a capacidade de campo efetiva e a te-órica.

Cce = área = ha tempo h

Cct = V * L 10

f = Cce Þ Cce = f * Cct Þ Cce = f * V * L Cct 10

CASO PRÁTICOPara a determinação da eficiência de

campo (f), de um conjunto trator – arado,considerando:

• largura de trabalho do arado =1,25m;

• comprimento da área trabalhada =40m;

• tempo = 30 segundos por passada;• tempo total = 320 segundos (tempo

do trator arando + manobras);• considerando oito passadas• fatores de conversão de unidades:

Conversão1 ha = 10.000 m21 h = 3.600 s1 km = 1.000 m

SOLUÇÃO1º passo: determinação da área a ser tra-

balhada (A)

A = 10 x 40 = 400m² = 0,04ha

2º passo: cálculo da velocidade de deslo-camento do conjunto (V)

3º passo: cálculo da capacidade de campoteórica (Cct)

4º passo: cálculo da capacidade de campoefetiva (Cce)

5º passo: cálculo da eficiência de campo (f)

CONCLUSÃOPara as condições estabelecidas no

exemplo, conclui-se que, dos 100% detempo disponível para o trabalho de ara-ção, apenas 75% deste tempo é efetiva-mente utilizado.

Esta metodologia pode ser aplicada paratodo tipo de conjunto mecanizado: trator-implemento, trator-semeadora, trator-pulve-rizador, pulverizador autopropelido, colhe-dora de grãos etc.

As semeadoras-adubadoras apresentambaixa eficiência de campo devido principal-mente à necessidade de reabastecimento dosdepósitos de adubo e semente.

As manobras de cabeceira diminuema eficiência de campo do conjunto meca-nizado.

Quanto maior a largura da plataformade colheita maior será a capacidade decampo da máquina colhedora, ou seja, onúmero de hectares colhidos por hora detrabalho.Haroldo Carlos Fernandes eEdney Leandro da Vitória,UFV

O ensaio com arado, por exemplo,mostrou que apenas 75% do tempodisponível foi efetivamente utilizado

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Massey Ferguson

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TM7040

AFicha Técnica desta edição édo trator TM7040, da NewHolland, que está disponível nas

versões Exitus, Plataformado e CabinadoSemi-Powershift. Ele faz parte da linha TM,composta por tratores nas faixas de 140cva 180cv. Esse modelo possui duas opçõesde transmissão – 15x12 (transmissão me-cânica sincronizada) e 18x6 com marchasSemi-Powershift. Essas transmissões ofere-cem suavidade de operação e flexibilidadena escolha da velocidade adequada em cadatarefa.

MOTORO motor que equipa o TM7040 é um

New Holland, de seis cilindros, turbo comintercooler, de 6,7 litros, de 180cv com umarotação nominal de 2.200 rpm, atingindoum torque máximo de 733Nm a 1.400rpm.O sistema de injeção é com bomba rotati-

TM7040O trator TM7040 possui três diferentes versões, nas faixas

de 140cv e 180cv, para operações que exigem robustez e força

O TM7040 vem com versões de 140 cv e 180 cv, nos modelosExitus, Plataformado e Cabinado Semi-Powershift

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“““““Esse modelo possui duas opções de transmissão – 15x12 (transmissãoEsse modelo possui duas opções de transmissão – 15x12 (transmissãoEsse modelo possui duas opções de transmissão – 15x12 (transmissãoEsse modelo possui duas opções de transmissão – 15x12 (transmissãoEsse modelo possui duas opções de transmissão – 15x12 (transmissãomecânica sincronizada) e 18x6 com marchas Semi-mecânica sincronizada) e 18x6 com marchas Semi-mecânica sincronizada) e 18x6 com marchas Semi-mecânica sincronizada) e 18x6 com marchas Semi-mecânica sincronizada) e 18x6 com marchas Semi-PPPPPowershiftowershiftowershiftowershiftowershift”””””

va, filtro de ar com elementos duplos e eje-tor de pó, além de filtro de óleo com troca-dor de calor do óleo do cárter, que dá mai-or eficiência na lubrificação e garante maiordurabilidade juntamente com o tanque deexpansão, que facilita na manutenção damáquina.

TRANSMISSÃOEsse modelo possui duas opções de

transmissão – 15x12 (transmissão mecâ-nica sincronizada) e 18x6 com marchasSemi-Powershift. O modelo TM7040 comtransmissão 15x12 foi desenvolvido paraaplicações em cana-de-açúcar e grãos.Este modelo é equipado com sistema deembreagem hidráulica, que tem grandevida útil e proporciona robustez e alta re-sistência para as condições mais severasde uso.

O modelo 18x6 Semi-Powershift possuipacotes de discos banhados em óleo que

fazem o papel da embreagem para aciona-mento das marchas onde a operação é fei-ta somente com toque do botão eletro-hi-dráulico pelo operador da máquina. Nestetipo de câmbio, tem-se um incremento deprodutividade nas operações devido à mai-or agilidade da troca das marchas. Em cana-de-açúcar ou em grãos tem grande capaci-dade de produção, diminuindo custos deoperação substancialmente.

SISTEMA HIDRÁULICOO sistema hidráulico apresenta recursos

do tipo Lift-O-Matic (memória mecânicados braços do levantador hidráulico) e co-mandos acionados no painel, o que facilitao trabalho do operador. O sistema hidráuli-co de alta vazão foi desenvolvido para tra-balhar com quaisquer implementos na suafaixa de potência. Na opção de câmbio15x12 a bomba é de engrenagens com qua-tro válvulas de controle remoto e controlede fluxo com vazão total de 120 litros/min.Na opção de câmbio 18x6 Semi-Powershifto sistema hidráulico é equipado com bom-

O sistema hidráulico é tipo Lift-O-Matic, que facilitao trabalho do operador em atividades repetidas

Fotos New Holland

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. M

ba de pistões (sistema PFC) com vazão de116 litros/min também com controle de flu-xo, neste sistema há um menor consumo depotência do motor porque só é exigido quan-do submetido à demanda de óleo.

O levantador hidráulico é classe II, comcapacidade de levante para 6.475kg a 610mmdo olhal, com dois cilindros auxiliares. Possuisensibilidade eletrônica nos braços inferioresdo hidráulico, controle de ondulação, posição,controle de carga, oscilação, luzes de status deposição e controle dinâmico de transporte. Osestabilizadores são telescópicos e os braços pos-suem ajustes individuais.

EIXOS E TOMADA DE FORÇAO eixo e a tomada de força do

TM7040 foram desenvolvidos para ofe-recer resistências nas mais diversas apli-cações e garantir segurança. O eixo di-anteiro é New Holland classe IV, cons-truído em peça única para garantir mai-or robustez. Possui acionamento eletro-hidráulico da tração, eixo cardan semcruzetas, com ótimo vão livre. O eixo tra-seiro possui acionamento eletro-hidráu-lico do bloqueio e diferencial, e é tipopassante de 112 polegadas, possibilitan-do a colocação de rodado duplo. Os frei-os de serviço são auto-ajustáveis com aci-onamento hidráulico e os freios de esta-cionamento são independentes com aci-onamento mecânico.

A tomada de força tem acionamento in-

A abertura total do capô facilita a manutenção do motor e dos componentesde arrefecimento. Os radiadores são basculantes para facilitar a limpeza

dependente, eletro-hidráulico, controle ele-trônico, embreagem em banho de óleo, ve-locidades disponíveis de 540/1.000rpm,partida progressiva e sistema de anulaçãodo freio da TDF.

MANUTENÇÃOA linha do novo TM foi projetada para

uma manutenção simples e rápida, compossibilidade de abertura total do capô,tanque de expansão para minimizar os tem-pos de parada, radiadores basculantes e re-distribuição dos componentes para fácilacesso.

CABINEA cabine do operador é confortável e

proporciona bem-estar para o condutor damáquina. O painel de fácil leitura, com lu-zes de advertência, informa o funciona-mento do motor, filtros, temperaturas epressões da máquina. Possui sistema de ar-condicionado, assento com regulagem, pre-disposição para instalar equipamento desom, porta-copos e porta-objetos comple-tam as vantagens da nova máquina. Nelaas alavancas estão posicionadas estrategi-camente visando melhor ergonomia parao operador.

MODELOSO TM7040 Exitus é equipado com

transmissão mecânica 15x12 e cabine, sen-do uma opção com ótima relação custo-be-nefício para produtores que necessitam desimplicidade de operação e conforto dooperador. O modelo plataformado apresen-ta a mesma transmissão do TM Exitus epossui piso emborrachado e corrimão desegurança lateral com as alavancas ergo-nomicamente posicionadas para oferecermelhor conforto para o operador.

A cabine é ampla e as alavancas estão posicionadasestrategicamente visando a melhor ergonomia do operador

Fotos New Holland

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Test Drive - RoGator 874

Em mais um test drive da Revista Cul-tivar Máquinas, fomos até a locali-dade de Aguapé, município de Tu-

panciretã (RS), na Agropecuária Quatro Ven-tos. Fomos recebidos pelos responsáveis técni-cos da Revenda MF Redemaq e pelo pessoal dapropriedade do senhor Ricardo Lopes de Cas-tro. Por sinal, o treinamento nacional para oRoGator foi realizado em Tupanciretã, sendo

que somente as revendas treinadas podem ven-der e entregar os produtos.

O equipamento que fomos conhecer e tes-tar para informar aos leitores é o pulverizadorautopropelido RoGator modelo 874. Este equi-pamento é fabricado em Jackson, estado deMinesotta, nos Estados Unidos, pela AgChem,sendo fruto de uma evolução de dez anos ecomercializado pela AGCO no mercado brasi-leiro. O equipamento vem completo dos Esta-dos Unidos, apenas recebe aplicação de cera paraproteção e é embarcado em navio. Aqui no Brasila unidade de pulverizadores da AGCO é en-carregada de distribuí-lo, treinar os técnicos, me-cânicos e operadores, bem como acompanhá-los nas primeiras tarefas a campo. A partir de2009 o modelo 884 substituirá o modelo 874 ecompletará a disponibilidade com o modelo1084. Nos Estados Unidos ainda é fabricado omodelo 1286 C que, por enquanto, não virápara o Brasil.

Quanto à aplicação deste equipamento, naconcepção primeira, pensava-se que abrange-

ria somente o mercado de grandes áreas agríco-las dos estados do Mato Grosso, Mato Grossodo Sul e Bahia, porém, atualmente constata-sea possibilidade de ampliação do mercado emvárias áreas do Brasil, inclusive em regiões ondenão se acreditava ter mercado para este tipo depulverizador, como o Rio Grande do Sul, quetornou-se um excelente mercado, principalmen-te em grandes áreas produtoras de grãos, e asáreas de cana-de-açúcar no estado de São Pau-lo. Inclusive, neste momento, faltam equipa-mentos para suprir a demanda. Para o merca-do da cana-de-açúcar a procura é por equipa-mentos com uma barra de pulverização me-nor, com 24 metros, podendo ser diminuídapara 18m, fechando-se as ponteiras, enquantoque em áreas de cereais há uma maior deman-da para as opções de comprimento de barra de27 e 30 metros. No modelo 1286 C, que nãoestá sendo comercializado aqui no Brasil, a barrapadrão é de 36 metros. A razão desta alteração

RoGator 874Pulverizador autopropelido da AGCO mostra que

além de tamanho possui boa qualidade de aplicação,estabilidade das barras e uma riqueza de detalhes

que o diferenciam no mercado

Antena receptora do sinal desatélite, que auxilia o sistema de

piloto automático da máquina

Tanques de combustível e de óleo do sistemahidráulico. Existe até um termômetro externo,

mostrando a temperatura dos líquidos

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“O equipamento que testamos estava com 70 horas de uso, trabalhando em“O equipamento que testamos estava com 70 horas de uso, trabalhando em“O equipamento que testamos estava com 70 horas de uso, trabalhando em“O equipamento que testamos estava com 70 horas de uso, trabalhando em“O equipamento que testamos estava com 70 horas de uso, trabalhando emuma área de aproximadamente 1.200 hectares, sobre culturas de inverno”uma área de aproximadamente 1.200 hectares, sobre culturas de inverno”uma área de aproximadamente 1.200 hectares, sobre culturas de inverno”uma área de aproximadamente 1.200 hectares, sobre culturas de inverno”uma área de aproximadamente 1.200 hectares, sobre culturas de inverno”

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de expectativa é que, com a desvalorização dodólar em relação ao real e com uma maior dis-ponibilidade de financiamento por meio da fi-nanceira da AGCO, a AGCO Finance, esteequipamento, que é importado, tornou-se mui-to competitivo frente aos equipamentos nacio-nais. E com uma vantagem, a maior qualidadetecnológica.

No momento, o RoGator não tem dificul-dade em superar seus concorrentes nacionais,pois, mesmo com toda a tecnologia e eletrônicaembarcada, ainda chega ao produtor com umpreço menor, competindo então com outro con-corrente importado.

Interessante mencionar que a AGCO sepropõe a somente comercializar para os produ-tores que sejam atendidos por revendedores quetenham recebido treinamento de venda e ma-nutenção. Quanto ao relacionamento do fabri-cante com os usuários há algumas característi-cas interessantes: como era de se esperar, o usu-ário recebe um manual do equipamento emportuguês, um CD-ROM com demais infor-mações e um livro de peças, para tornar maisfácil o relacionamento do cliente com o reven-dedor por ocasião das manutenções periódicasou corretivas. Por sinal, a manutenção do mo-

tor é por conta da Rede Caterpillar, que rastreiao cliente sempre que uma venda é feita e fazuma entrega técnica.

Comparando este equipamento com outrosmétodos de pulverização, principalmente oavião agrícola, pode-se afirmar que, mesmo commenor capacidade operacional (ha/h), a maiorvantagem é a qualidade de aplicação, uma vezque, mesmo com a excelente capacidade ope-racional em relação aos pulverizadores debarra tratorizados, mantém-se o melhor con-trole do alvo e da tecnologia de aplicação. Tam-bém, como vantagem, oferece disponibilidadede diversos recursos de agricultura de precisão,como a possibilidade de gerar mapas de aplica-ção, e a utilização de piloto automático.

O equipamento que testamos estava com70 horas de uso, trabalhando em uma área deaproximadamente 1.200 hectares, sobre cultu-ras de inverno, como trigo e aveia, com umacapacidade operacional de aproximadamente300ha/dia, operando a velocidades de 12 a16km/h em terreno levemente ondulado, comjornadas de oito a dez horas por dia. O opera-dor nos relatava que, ainda sem fazer o abaste-cimento na lavoura, estava perdendo um pou-co de eficiência e que poderia, nas mesmas con-dições, chegar aos 400ha/dia, caso houvesseuma carreta tanque de água para o reabasteci-

mento do tanque. Neste sentido, o fabricanterecomenda a colocação de um tanque na la-voura de aproximadamente dez mil litros, o quelevaria aproximadamente seis a sete minutospara realizar o abastecimento do tanque, com aprópria bomba do sistema que tem vazão apro-ximada de 450l/minuto.

RECONHECIMENTO DA MÁQUINANo reconhecimento do equipamento fica-

mos um pouco impressionados pela riqueza dedetalhes mecânicos que o fabricante dotou estepulverizador, por exemplo, para o ajuste da bi-tola, que é feito individualmente em cada rodadiretamente do posto do operador, com a má-quina em deslocamento a uma velocidade deaproximadamente 8km/h. Para isto há um sis-tema que permite que a convergência das ro-das não seja alterada quando os pistões aumen-tam ou diminuem a bitola.

O motor é Caterpillar, de 250 HP, com in-jeção eletrônica Tier III, obedecendo aos pa-

O tanque principal, com capacidade para3.200 litros é todo em inox, garantindo maiorvida útil ao equipamento

O dispositivo para incorporação de defensivostambém é de inox e sua configuração pode mudar,

de acordo com a escolha do cliente

Fotos Charles Echer

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26 • Agosto 08

drões de emissão de poluentes determinadospelo seu país de origem. É equipado tambémcom turbo intercooler que proporciona umareserva de potência de mais 25 HP, chegandoautomaticamente aos 275 HP no caso de so-brecarga. Há um interessante sistema de aco-plamento de um laptop para o monitoramentoe regulagem do motor.

O sistema de direcionamento da potênciaàs rodas é feito por meio de motores hidráuli-cos, acionados por duas bombas hidráulicas,tracionando as rodas de forma cruzada (em“X”). Os motores hidráulicos estão totalmen-te encaixados dentro do espaço interno dasrodas, o que evita maiores danos às culturasem linha. O freio de estacionamento é hidrá-ulico por meio do bloqueio dos motores dasrodas. O controle de velocidade de desloca-mento é feito por meio de uma transmissãode quatro velocidades com limite de até 52km/h, em termos operacionais, recomenda-se ve-locidade máxima de 30km/h.

Os pneus são do tipo radial, medidas 380/90R46, para os quais se recomenda uma pres-

são de 68 libras, sendo utilizados nas culturasem linha e podem ser 23.1-30 de alta flutuaçãopara aplicações em cobertura. O chassi é feitocom um perfil em “C”, tornando a estruturamais flexível, e a suspensão deste modelo émecânica por meio de feixe de molas, com bar-ras estabilizadoras. Os eixos não são ligados aochassi e sim à suspensão, assim como o depósi-to é livre, em relação ao chassi, para evitar atransmissão de vibrações de um ao outro. Exis-te ainda uma versão SS dos modelos que estãovindo para o Brasil, que também possuemamortecimento das vibrações e oscilações pormeio de uma câmara de ar, além do sistemamecânico.

A bomba que aciona o sistema de pulveri-zação é acionada por um motor hidráulico e asua vazão é proporcional à rotação do motor.Para a mistura do produto, coloca-se o mesmo

no adutor químico, sendo que este é retrátil eapresenta capacidade de 20 litros. A misturapode ser feita diretamente no tanque, o que édesaconselhado e torna a tarefa mais difícil, oupelo cone do adutor químico, que tem um sis-tema de mistura com a água do fundo do tan-que. Uma vez escolhida esta opção, o operadorpode tomar para si o comando do motor e dabomba em um painel de comandos e fazer aoperação com maior segurança e precisão. Háainda um sistema recomendado para volumesmuito pequenos, onde o fabricante coloca umaválvula by-pass na entrada da barra, que limitao fluxo da calda na região do fluxômetro, en-chendo-o totalmente, o que indica sempre ainformação correta para o sistema de agricul-tura de precisão. No depósito, a agitação é feitapor meio de um agitador hidráulico formadopor um tubo no fundo do tanque, com orifíci-os que movimentam a calda.

O tanque de combustível é duplo, um decada lado, com comunicação por meio de umamangueira, tendo capacidade de 490 litros.Possui também dois bocais de abastecimento,o que facilita a tarefa e reduz o número de ma-

Uma válvula colocada na entradada barra garante sempre a pressão

correta da seçãoOs motores hidráulicos ficam

encaixados dentro das rodas paraevitar danos às culturas em linha

Vista do sistema de amortecimento do chassi ede abertura de bitolas, realizado

eletronicamente do interior da cabine

Detalhe da suspensão pneumática e doamortecedor da cabine, que garantem um

deslocamento suave

Fotos Charles Echer

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“““““Comparando este equipamento com outros métodos de pulverização, principalmente o avião agrícola, podeComparando este equipamento com outros métodos de pulverização, principalmente o avião agrícola, podeComparando este equipamento com outros métodos de pulverização, principalmente o avião agrícola, podeComparando este equipamento com outros métodos de pulverização, principalmente o avião agrícola, podeComparando este equipamento com outros métodos de pulverização, principalmente o avião agrícola, pode-se-se-se-se-seafirmar que, mesmo com menor capacidade operacional (ha/h), a maior vantageafirmar que, mesmo com menor capacidade operacional (ha/h), a maior vantageafirmar que, mesmo com menor capacidade operacional (ha/h), a maior vantageafirmar que, mesmo com menor capacidade operacional (ha/h), a maior vantageafirmar que, mesmo com menor capacidade operacional (ha/h), a maior vantagemmmmm ééééé a qualidade de aplicação a qualidade de aplicação a qualidade de aplicação a qualidade de aplicação a qualidade de aplicação”””””

Agosto 08 • 27

nobras.O depósito de calda, em aço inoxidável, é

de 3.200 litros neste modelo, apresentando,sobre ele, mais um depósito de água limpa paramais de 400 litros.

Um dos opcionais que despertam interesseé o sistema de limpeza de barras denominado“Boom clean out”, sistema esse que evita pro-blemas como fitotoxicidade e resíduos que ve-nham a ser gerados por limpeza ineficiente dasbarras, e funciona baseado no princípio de in-jeção de ar dentro das barras de pulverização.

A barra é subdivida em cinco seções, po-dendo chegar até dez seções dependendo dotipo de trabalho, e foi projetada com sistema dedesarme físico contra choques em obstáculos etambém com sistema hidráulico, que é exclusi-

vo da marca. O sistema de nivelamento da bar-ra é feito por um olhal esférico no centro daestrutura traseira de suporte da barra. Paratransporte há um sistema de bloqueio com pino,que mantém a barra na sua altura máxima, re-colhida.

Ergonomicamente, vimos algumas coisasbem interessantes. Uma escada retrátil, por ci-lindro hidráulico, bem dimensionada, que seencontra retraída quando o pulverizador estáem funcionamento e somente entra em posi-ção de utilização quando o freio de estaciona-mento hidráulico é acionado. Quanto à acessi-bilidade, ademais da escada, há boas platafor-mas e corrimãos ao redor do tanque e coman-dos superiores. A cabine está apoiada sobre co-xins e com câmaras de ar e amortecedores, o

que sentimos ser bastante útil para a minimi-zação dos impactos causados pelas ondulaçõesdo terreno. O pulverizador movia-se para ade-quar-se às rugosidades do terreno, e a cabine ea barra corrigiam eficientemente as suas posi-ções. O sistema de filtragem do ar funciona demaneira dupla, podendo ser pressurizado e aber-to com duplo filtro, o primeiro com malha detecido e o outro com carvão ativado, facilmenteacessado na lateral do pulverizador, próximo àescada de acesso. O banco é realmente de nívelsuperior, revestido com excelente material e comregulagem de altura e firmeza, além de ótimos,descansa braços. Impressionante é que o bancoconta com um interessante sistema de aqueci-mento superficial, muito utilizado nas estaçõesfrias de seu país de origem.

Dentro da cabine há vários painéis. O pri-meiro, centrado a frente do volante, com qua-tro instrumentos, consta de um termômetro

Visão geral da cabine, do console,onde estão localizados os principais

comandos, e dos monitores em coluna

Na parte externa, próximo ao tanque de incorporação dedefensivos, existe um painel onde o operador controlaas bombas e os fluxos do defensivo e da água limpa

Page 28: Maquinas 77

28 • Agosto 08

do óleo hidráulico, um manômetro de pressãoda bomba e outro da bomba hidro e um manô-metro da pressão do freio. No lado esquerdo,um painel Caterpillar comanda o controle domotor, com termômetro da água de arrefeci-mento, pressão do óleo de lubrificação, um ta-cômetro com horímetro e várias luzes para odiagnóstico. Na parte superior da cabine, umpainel de controle do ar-condicionado, luzes euma secção de diagnóstico de falhas, para amanutenção. Por último, o quarto painel paracontrole e informação do sistema de pulveriza-ção, com manômetro de barra e de bomba. Parasegurança do operador estes medidores e con-troladores são totalmente elétricos, não sendonecessária a passagem de líquido por dentro dacabine, o que poderia provocar intoxicação emcaso de vazamentos. Para o controle do sistemade agricultura de precisão, que compreende opiloto automático e a montagem dos mapas,há um monitor Raven modelo 5000 e um sis-tema Envizio, este último para a demonstraçãodas rotas e faixas já aplicadas.

O TESTEIniciamos o trabalho de teste com uma

linha base a partir da metade de uma lavou-ra, mas o operador comentou que se sentemelhor fazendo todo o contorno da área edepois começando a trabalhar em faixas, nosentido do maior comprimento. Os painéisauxiliam nesta tarefa. Fizemos a opção deaplicar em um trajeto de aproximadamente500m e depois alternar faixas adjacentes ora

A escada tem acionamento automático, quebaixa quando o freio estacionário é acionado.

A altura do chão é próxima aos 25cm

Equipe que acompanhou oteste, na localidade de

Aguapé, em Tupanciretã (RS)

para direita, ora para a esquerda desta linhabase. Para simular o erro de um operador aoescolher uma faixa já aplicada, entramos emuma linha que já havíamos passado antes e oequipamento mostrou a utilidade da tecno-logia denominada “Accu boom”: cortou avazão da calda para a barra e nos avisou atra-vés do painel que esta linha já estava pronta.Como estávamos aplicando sobre um rastroanterior, foi impressionante ver a precisão doequipamento, pois os pneus eram direciona-dos pelo sistema de piloto automático a an-dar sobre o rastro deixado anteriormente ecom muita precisão. Neste sentido vimosuma das qualidades deste equipamento, mes-mo na posição sentada, o operador visualizao eixo dianteiro e as rodas, o que é importan-te para certas situações, como na cultura dacana-de-açúcar por exemplo.

Para a operação basta escolher a rotaçãodo motor no acelerador manual, uma dasquatro marchas, neste caso optamos pela se-

gunda marcha, e alterar a velocidade pelocomando principal, que também serve pararegular a altura da barra, operamos com ve-locidades entre 12 e 16km/h, aplicando umvolume de 60l/ha. Ao final da cabeceira, tra-balhando com a opção AutoGuide, é só as-sumir a manobra deixando para o sistemaencontrar a linha a ser aplicada.

Notamos que mesmo a esta velocidade,que está longe da máxima, o solo contémirregularidades que provocam vibrações, asquais são minimizadas pelo controle auto-mático da barra, que corrige as oscilações,pelo sistema particular denominado “autoboom”.

Ao final ficou uma excelente impressãodo produto testado, pois, além de ótimo ní-vel tecnológico, parece reunir qualidades er-gonômicas e de segurança, com altíssimaprodutividade.

José Fernando Schlosser,Gustavo Heller Nietiedt eUlisses Giacomini Frantz,UFSM

. M

Fotos Charles Echer

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gotejamento enterrado

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Osistema de gotejamento subsuper-ficial (ou enterrado) é uma técni-ca que está permitindo aumentar

a eficiência no manejo da água e intensificar osprocessos produtivos, sendo uma tecnologiaque, em comparação ao sistema de irrigação porgotejamento superficial, apresenta vantagensadicionais, como aplicar água e nutrientes di-retamente na zona radicular, reduzir as perdaspor evaporação, evitar danos mecânicos e porroedores às linhas de gotejadores, reduzir a umi-dade na superfície do solo e minimizar a inci-dência de doenças.

A irrigação por gotejamento subsuperficialé utilizada em diversas culturas, tais como cana-de-açúcar, algodão, melão, batata e numerosas

hortaliças, apresentando como principais van-tagens a redução do total de água requerida;melhor aproveitamento de água e nutrientesdevido à aplicação diretamente na zona demaior massa radicular das plantas; redução daevaporação de água, da população de plantasdaninhas e do acúmulo de sais na superfíciedevido à manutenção de solo seco na superfí-

cie; menor interferência em tratos culturais (ca-pinas, pulverizações etc) e na colheita das cul-turas; redução de danos mecânicos às manguei-ras de polietileno do sistema de irrigação; siste-ma radicular mais profundo e menores perdasde nitrato abaixo da zona radicular; eliminaçãodo problema de crostas superficiais impermea-bilizantes do terreno e de escoamento superfi-cial, com aumento da uniformidade de infil-tração; possibilidade de aplicação de água resi-duária, minimizando riscos de saúde associa-dos ao contato com águas residuárias e odoresincômodos.

As etapas envolvidas na implantação doprojeto em campo são as seguintes: 1) monta-gem do cavalete, cabeçal de controle, sistemamotobombas (estação de controle); 2) abertu-ra dos sulcos; 3) abertura das valas; 4) monta-gem da linha principal, linhas secundárias e li-nhas laterais; 5) chicotes; 6) fechamento dasvalas; 7) plantio; 8) cobertura dos sulcos; 9)conserto de vazamentos e 10) programação.

Devido ao tubogotejador, no gotejamentosubsuperficial, estar usualmente no meio daregião do solo com maior concentração de raí-zes, há uma potencial vantagem devido ao fatode a água e os fertilizantes poderem ser com-pletamente explorados. Por exemplo, se nutri-entes diluídos são freqüentemente aplicados nazona radicular em taxas iguais às que as cultu-ras absorvem, o fertilizante é absorvido eficien-temente, a aplicação de fertilizante pode serreduzida e o potencial de perdas de nutrientessolúveis por lixiviação pode ser controlado (Phe-ne, 1999).

Os sistemas de irrigação por gotejamentosubsuperficial exigem boa filtragem e é impres-cindível o uso de ventosas de duplo efeito emtodos os pontos altos do sistema para prevenirsucção e entrada de solo no gotejador, especial-mente em declives acentuados. A instalação detubos secundários de lavagem, que conectamos finais de todas as laterais, facilita a limpezarápida das mesmas. Existem gotejadores comdispositivos anti-sucção, estes gotejadores são

Detalhe do sistema de filtragemcomposto por filtro de disco e

visão do sistema completo

De gota em gotaA técnica de gotejamento enterrado é uma alternativabastante utilizada em diversas culturas no Brasil.Recentemente, estudos mostram que a aplicação destatecnologia em cana-de-açúcar pode aumentar aprodução em até 50%

A técnica de gotejamento enterrado é uma alternativabastante utilizada em diversas culturas no Brasil.Recentemente, estudos mostram que a aplicação destatecnologia em cana-de-açúcar pode aumentar aprodução em até 50%

Glauber Gava

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Agosto 08 • 31

“““““SSSSSolos profundos, férteis e com alta condutividade hidráulica nãoolos profundos, férteis e com alta condutividade hidráulica nãoolos profundos, férteis e com alta condutividade hidráulica nãoolos profundos, férteis e com alta condutividade hidráulica nãoolos profundos, férteis e com alta condutividade hidráulica não-saturada-saturada-saturada-saturada-saturadapermitem maiores profundidades de instalação dos gotejadores”permitem maiores profundidades de instalação dos gotejadores”permitem maiores profundidades de instalação dos gotejadores”permitem maiores profundidades de instalação dos gotejadores”permitem maiores profundidades de instalação dos gotejadores”

constituídos de uma esfera que se movimentadentro do pequeno tubo que compõe o corpodo gotejador, vedando totalmente a entrada dear e de solução de solo.

Diversos tipos de gotejadores estão dispo-níveis no mercado, apresentando diferentes sen-sibilidades ao entupimento, de acordo com aqualidade da água, do diâmetro mínimo depassagem, da velocidade do fluxo e das caracte-rísticas físicas de construção do emissor (tiposde labirintos, perda de carga localizada na late-ral etc). Há modelos que possuem membranasautolimpantes e câmaras de pré-filtragem queos tornam menos suscetíveis ao entupimento.

Com relação às tubulações e conexões, osprincipais problemas na irrigação localizada re-lacionam-se ao corte ou desligamento provoca-do por instrumentos de trabalho manual oumecanizado usados nos tratos culturais. No sis-tema de gotejamento subsuperficial, esse tipode problema praticamente não ocorre, pois aslinhas de gotejadores estão enterradas.

A principal limitação do gotejamento sub-superficial está relacionada ao estabelecimentoinicial da cultura. Por não fornecer condiçõessatisfatórias de umidade na superfície do solopara a germinação de sementes ou pegamentode mudas, se faz necessário, muitas vezes, o usoda irrigação por aspersão, o que ocasiona a ele-vação de custos e reduz o retorno econômico.Outro problema potencial é o entupimento degotejadores por partículas de solo e de raízes, oque pode ser prevenido pelo uso de válvulasantivácuo, gotejadores especiais, tratamentoquímico com cloro e ácidos, limpeza periódicado final de linha e injeção de trifluralina. A fil-

tragem torna-se uma prática essencial ao bomfuncionamento do sistema. Os filtros devemser limpos (retrolavados), quando a perda decarga ultrapassar um valor máximo recomen-dado pelo fabricante.

De acordo com Juan (2000), o entupimen-to por raízes é bastante desigual e dependentedo tipo de solo e do tipo de emissores. Tem-secomprovado que é mais freqüente em solos ar-gilosos que nos franco arenosos, provavelmen-te porque as raízes buscam no interior do ra-mal não a água, mas sim o oxigênio dissolvido,que é escasso nesses. A penetração de raízes nosemissores subsuperficiais não é um problemase o sistema for operado freqüentemente, cau-sando uma permanente saturação do solo pró-ximo aos emissores, de modo que as raízes nãopossam penetrar. A adição de herbicidas à águade irrigação por curtos períodos também podeprevenir o entupimento por raízes (triflurali-na: uma aplicação de 0,25ml/gotejador via águade irrigação, no início do ciclo de desenvolvi-

mento, durante 20 a 30 minutos).A profundidade recomendada para a ins-

talação das linhas laterais de gotejadores depen-de de vários fatores, especialmente daquelesrelacionados às características físicas, hídricas equímicas do solo. Assim, solos profundos, fér-teis e com alta condutividade hidráulica não-saturada permitem maiores profundidades deinstalação dos gotejadores. Como regra geral,sugere-se que a profundidade deve ser sufici-ente para que não haja afloramento de umida-de na superfície do solo e que as operações depreparo possam ser realizadas sem causar da-nos às tubulações, haja vista que o sistema devepermanecer instalado no campo.

Gornat & Nogueira (2003) compararam odesempenho de quatro culturas (banana, ma-mão papaya, coco e maracujá) utilizando os sis-temas de irrigação localizada convencional esubsuperficial em diferentes regiões do Brasil,sendo que em todas as culturas, as laterais degotejamento foram enterradas em profundida-

Figura 1 – Mapeamento da umidade do solo (formação do bulbo molhado). Fonte: Bernardes (2007)

Detalhe do equipamento acoplado aotrator que é utilizado para fazer o

enterrio dos tubos gotejadores

Figura 2 – Instalação dos tubos gotejadores nos tratamentos irrigados (T1 e T2). Fonte: Gava (2007)

Gla

uber

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a

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des entre 20 e 30cm. Os autores observaramque, com o gotejamento subsuperficial, o de-senvolvimento de raízes foi mais denso e maisprofundo no volume de solo molhado pelosgotejadores e a maior parte das raízes esteveentre 15 e 45cm. No gotejamento subsuperfi-cial não houve desenvolvimento de raízes nacamada seca superior de 0 a 15cm.

O padrão de umedecimento ao redor doemissor subsuperficial pode ser manejado pormeio da freqüência de irrigação. Por exemplo,se o interesse é movimentar a água para maiorvolume, a freqüência de irrigação deverá seraumentada. O volume de solo molhado depen-de da condutividade hidráulica do solo, da va-zão do emissor, do total de água aplicada nosolo e da variabilidade espacial das proprieda-des físicas do solo.

A Figura 1 mostra como exemplo o mape-amento da umidade do solo (descrição do bul-bo molhado) para seis profundidades de insta-lação de tensiômetros (20, 40, 60, 80, 100 e150cm) e cinco distâncias da mangueira emrelação à planta (10, 30, 50, 90 e 110cm) paramangueira gotejadora instalada a 20cm de pro-fundidade.

As principais causas de encharcamento são:vazamentos de água nas tubulações e válvulasde irrigação, baixa uniformidade de distribui-ção de água (dimensionamento, operação emanutenção inadequada do sistema de irriga-ção), drenagem deficiente, depressões no solo eáreas compactadas por máquinas e implemen-tos agrícolas.

Uma importante limitação do uso da irri-gação por gotejamento subsuperficial é seu altocusto inicial. O custo pode variar muito, de-pendendo da cultura, da quantidade de tubu-lação necessária, dos equipamentos de filtra-gem e de injeção de fertilizantes e do grau deautomação. Do custo inicial total de um siste-ma de irrigação por gotejamento, as tubulaçõesrepresentam cerca de 60% a 70%, sendo que ostubos gotejadores podem corresponder de 40 a50% e o cabeçal de controle entre 10% e 20%.

Esse sistema exige alto investimento emobras e aquisição de equipamentos para capta-ção, condução, controle e distribuição da água,devendo ser considerados gastos com energia emão-de-obra para operação e manejo do siste-

ma, que representam importantes custos adi-cionais à produção.

A viabilidade econômica é um fator indis-pensável para sua adoção pelos agricultores, istoé, os custos gerados pelo uso do sistema de irri-gação devem ser pagos pelo incremento de pro-dutividade proporcionado pelo fornecimento deágua às plantas, permitindo que a recuperaçãodo investimento ocorra também através da ex-tensão da longevidade do canavial. Um deta-lhe importante é que a irrigação dá maior ren-tabilidade em cenários de preços maiores datonelada de cana-de-açúcar (preço da cana emUS$/t).

Zoldoske et al. (1998) afirmam que os sis-temas de gotejamento enterrados, tanto paraculturas de ciclo curto quanto para as culturasperenes, poderão ter vida útil igual ou superiora 20 anos. Resende (2003) comentou que a não-reutilização do material de polietileno ao finalde sua vida útil pode resultar em um problemaambiental.

Para a realização de um manejo de água efertirrigação eficiente, é importante que a uni-formidade de aplicação de água pelos emisso-res seja a maior possível, pois, com a práticacontínua da fertirrigação, algumas plantas po-dem estar recebendo quantidades menores defertilizantes que outras, ocasionando uma va-riabilidade de produtividade dentro da área.

CONTROLE DO FUNCIONAMENTONo gotejamento enterrado torna-se muito

importante dispor de instrumentos que permi-tam monitorar problemas de funcionamentoapós a instalação do equipamento em campo.São indispensáveis: manômetros (entrada e sa-ída da bomba e cabeçal de controle), amperí-metro e hidrômetros. É importante dispor tam-bém de equipamentos que monitorem o pH, acondutividade elétrica e a temperatura da água.

Os medidores de vazão (hidrômetros) com-plementam a informação, ao permitir a checa-gem da vazão em cada setor. Estas alteraçõesmuitas vezes não são detectadas pelo operador,podendo provocar perdas na produção. A Ta-bela 1 apresenta as causas de variação de vazãoque são registradas no medidor de vazão.

GOTEJAMENTO EM CANAEstudos realizados por Gava et al, (2008)

na Unidade de Pesquisa e Desenvolvimento deJaú (SP), da Apta-Pólo Centro-Oeste/SAA ava-liaram a utilização da irrigação por gotejamen-to subsuperficial, aplicando diferentes doses denitrogênio na cultura de cana-de-açúcar de pri-meiro ciclo (cana-planta).

O experimento foi conduzido em um Ar-gissolo eutrófico, que apresentou na camada de0-25cm: pH (CaCl2) 5,2; P (resina), 19,0mgdm-3; K, 0,9mmolc dm-3; Ca, 27,0mmolc dm-3;Mg, 14,0mmolc dm-3; CTC, 105,0mmolc dm-3; V (%), 66, e uma composição em areia, silte eargila de 660, 70 e 270g kg-1, respectivamente.

A cultivar utilizada foi a SP80-3280, e odelineamento experimental foi o de blocos aoacaso, com quatro repetições e quatro tratamen-tos: T1 75kg de N ha-1 aplicado em sistema defertirrigação; T2 150kg de N ha-1 aplicado emsistema de fertirrigação; T3 75kg de N ha-1 apli-cado em sistema de sequeiro e T4 150kg de Nha-1 aplicado em sistema de sequeiro. O experi-mento teve duração de 336 dias. Nesse perío-do, as médias das temperaturas máximas e mí-

Glauber, Marconi, Rubens e Ronaldo mostramos benefícios da irrigação através dogotejamento enterrado em cana-de-açúcar

Estação onde são feitos ocontrole e a distribuição da

vazão para os setores

Linhas de derivação conectadas àstubulações que estão interligadas

à estação de controle

Fotos Glauber Gava

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“O consumo diário de água pela cana-de“O consumo diário de água pela cana-de“O consumo diário de água pela cana-de“O consumo diário de água pela cana-de“O consumo diário de água pela cana-de-açúcar depende de alguns fatores como o estágio de-açúcar depende de alguns fatores como o estágio de-açúcar depende de alguns fatores como o estágio de-açúcar depende de alguns fatores como o estágio de-açúcar depende de alguns fatores como o estágio dedesenvolvimento da cultura; demanda evapotranspirométrica em função da época e da região”desenvolvimento da cultura; demanda evapotranspirométrica em função da época e da região”desenvolvimento da cultura; demanda evapotranspirométrica em função da época e da região”desenvolvimento da cultura; demanda evapotranspirométrica em função da época e da região”desenvolvimento da cultura; demanda evapotranspirométrica em função da época e da região”

Vazão real do sistema em relação à vazão nominalAlto

BaixoBaixoBaixoBaixo

Causa do problemaRuptura na rede hidráulica e/ou mais de um setor aberto

Sucção na bomba obstruída, cavitação, falta de águaFiltro de areia sujo

Válvula na rede hidráulica fechada (rede hidráulica obstruída)Filtro de tela sujo

Tabela 1 – Descrição de problemas no equipamento de irrigação que causam variação na vazão real em relaçãoà vazão nominal

Fonte: Ferreyra, R. (2000)

Tratamentos

T1T2T3T4

CV (%)

TCHt ha-1

141,2 ( ± 8,4) a136,5 ( ± 9,4) a 88,3 ( ± 7,9) b 91,3 ( ± 8,4) b

5,86

Tabela 2 – Produtividade de colmos (TCH), pol da cana (POL), produtividade de açúcar (TPH) e açúcar totalrecuperável (ATR), no período de 11 meses (GAVA, 2008)

Médias e desvio-padrão das médias (m ± se), seguidas de mesma letra não diferem entre si pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade.

POL%

15,9 ( ± 0,4) b16,2 ( ± 1,3) b17,6 ( ± 0,8) ab18,3 ( ± 0,5) a

4,61

TPHt ha-1

22,5 ( ± 1,7) a22,1 ( ± 1,4) a15,6 ( ± 1,7) b16,8 ( ± 1,1) b

7,71

TPHt ha-1

22,5 ( ± 1,7) a22,1 ( ± 1,4) a15,6 ( ± 1,7) b16,8 ( ± 1,1) b

7,71

nimas foram, respectivamente, de 29,0 e 15,0oCe a precipitação no período totalizou 1.480mm.A lâmina de água aplicada nos tratamentos ir-rigados foi de 400mm.

Os tratamentos receberam uma dose de180kg de P por ha-1 na forma de superfosfatosimples aplicado no plantio e 220kg de K2O naforma de cloreto de potássio. A aplicação de Ne K nos tratamentos fertirrigados foi realizadaao longo do crescimento da cultura e nos trata-mentos não-irrigados (sequeiro), esta aplicaçãofoi realizada no plantio e 30 dias após o plantio.A fonte de N-fertilizante utilizada foi a uréia.

As parcelas constituíram-se de cinco sulcosde 30 metros de comprimento. Em todos ostratamentos, foi utilizado o plantio em linhadupla (plantio “em W” ou plantio em “abaca-xi”), com espaçamento de 1,80m entre as li-nhas duplas. Nos tratamentos irrigados o tubogotejador foi enterrado a 20cm de profundida-de da superfície do solo, no meio da linha du-pla conforme a Figura 2. O tubo gotejador uti-lizado foi o Dripnet PC 22135 FL vazão de

1.0l h-1 possuindo gotejadores a cada 0,5m.A Tabela 2 apresenta os resultados dos tes-

tes de significância e dos coeficientes de varia-ção para as variáveis: tonelada de colmos porhectare (TCH), pol % cana (POL), toneladade açúcar por hectare (TPH) e açúcar total re-cuperável (ATR).

Observa-se que não houve diferenças sig-nificativas entre os tratamentos que receberamdiferentes doses de N-fertilizante na cana-plan-ta. As hipóteses formuladas por vários pesqui-sadores para explicar as variações encontradasnas respostas à adubação nitrogenada em cana-planta são várias, sendo que uma das mais acei-tas atualmente é a elevação da taxa de minera-lização do N-nativo do solo e dos resíduos ve-getais no momento da reforma do canavial

Marconi Batista Teixeira,UEGGlauber José de Castro Gava,AptaRonaldo ResendeEmbrapa Tabuleiros CosteirosRubens Duarte CoelhoEsalq/USP

(Sampaio et al, 1995).Verifica-se na Tabela 2 que ocorreram dife-

renças significativas nas variáveis TCH, POL,TPH e ATR entre os tratamentos irrigados (T1e T2) e não irrigados (T3 e T4). Nos tratamen-tos irrigados, a TCH média foi de 139t ha-1 e aTPH foi de 22,0t açúcar ha-1 e para os trata-mentos não irrigados a TCH foi de 90t ha-1 e aTPH foi de 16,0t açúcar ha-1. A aplicação deuma lâmina de água de 400mm aumentou aprodutividade da cultura em 50%. Resultadossemelhantes a estes foram obtidos por Guazze-lli & Paes (1997) e Dalri (2004).

Nas condições em que este experimento foirealizado concluiu-se que: a irrigação por gote-jamento subsuperficial elevou a produtividadeda cana-planta em relação à cultura não irriga-da, enquanto o aumento da dose de N-fertili-zante não elevou a produtividade da cana-plantanos dois sistemas de manejo.

O consumo diário de água pela cana-de-açúcar depende de alguns fatores como o está-gio de desenvolvimento da cultura; demandaevapotranspirométrica em função da época eda região (de 2,00 a 6,00mm/dia); cultivar uti-lizada (novas variedades de cana com maiorprodutividade) e adequação de manejo (N, P,Ca, água e oxigênio, população de plantas). Éde grande importância definir os estágios dedesenvolvimento da cultura para otimizar a efi-ciência de aplicação da irrigação.

Agosto 08 • 33

Tubulações que conduzemágua da estação de controle

às linhas de derivação

. M

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manutenção

34 • Agosto 08

Com os altos índices de perdas na co-lheita de grãos, constatados nas úl-timas safras, torna-se cada vez mais

oportuno insistir em treinamento e na consul-toria para operadores e proprietários de colhei-tadeiras. Dando seqüência ao texto divulgadopela Revista Cultivar Máquinas, edição março2008, sobre manutenção de colheitadeiras como tema “Corte e captação bem ajustados”, arespeito do sistema de alimentação da colhedo-ra, trataremos agora sobre sistema de trilha.

É no sistema de trilha que ocorre a trans-formação de uma planta em dois produtos: grãoe palha, e é também o sistema que determinaqual caminho cada um desses produtos deveseguir. Por isso, é importante que sejam dadascondições de manutenção e regulagem à co-lhedora, para que, no mínimo, 90% da palhaacesse o sistema de separação, e que, no míni-mo, 90% dos grãos tomem o caminho do siste-ma de limpeza. Portanto, o sistema de trilhaé, sem dúvida, o mais importante da colhe-dora e, quando este apresentar problemas demanutenção e/ou de re-gulagem, compro-mete todo o sistemaindustrial da má-quina e conse-qüentemente aqualidade de co-lheita.

É de fun-

damental importância que o operador conheçaa máquina por dentro, ou seja, que consiga vi-sualizar imaginariamente todo o processo queo produto passa neste sistema, que é tambémonde a qualidade do grão pode ficar compro-metida. O que preocupa é que sempre que apa-recem problemas nos sistemas de separação elimpeza observa-se a iniciativa de resolvê-los al-terando componentes desses sistemas. O que ooperador pode não saber é que é neste sistemaque aparecem os sintomas, mas que raramentea causa esteja nos mesmos, pois, a grande mai-oria dos problemas que ocorrem na separação elimpeza é oriunda do sistema de trilha, causa-da por falta de manutenção e/ou regulagem ina-dequada.

Temos exemplos bem conhecidos como ode sobrecarga nas peneiras, ocasionada peloexcesso de trilha, exigindo com isso maior aber-tura das peneiras e maior velocidade do venti-

lador, causando como conseqüência excessode retrilha, quebra de grãos, impureza, má-quina sobrecarregada e perdas pelas penei-

ras. A não-observânciadestas condições leva o

operador, na tentati-

va de resolver um problema, a provocar outros,pois não estará atacando a causa. A trilha ina-dequada ocasiona também danos mecânicosnos grãos que não são visíveis, mas quando es-tes grãos são para semente comprometerão opoder germinativo e vigor da mesma.

Com relação à manutenção dos componen-tes do sistema de trilhas, é necessário observaralguns tópicos, que destacaremos a seguir.

CILINDROQuando aparecem barras tortas e/ou des-

gastadas, estas exigem maior rotação do mes-mo para executar a trilha, ocasionando quebrade grãos e trituração da palha, fazendo com quea planta triturada, em vez de ir ao saca-palhas,cruze pelo côncavo. Isso provoca sobrecarga naspeneiras, exigindo, então, maior abertura dasmesmas e maior volume de ar, causando inevi-tavelmente quebra de grãos e perdas pelas pe-neiras. Maior rotação do cilindro aumenta aexigência de potência do motor e, conseqüen-temente, causa maior consumo de combustí-vel. Por isso, quando o desgaste das barras forsuperior a 30% (trinta por cento), justifica atroca, sendo que esse investimento terá retor-no imediato. Outra manutenção importante éa limpeza diária de material depositado atrásdas barras do cilindro, que ocasiona o desba-lanceamento do mesmo, causando sobrecargano sistema e provocando um balanceamentona máquina, fazendo com que o molinete e o

Trilha em diaConhecer o funcionamento do sistema de trilha, dar a

manutenção adequada e realizar as regulagenscorretamente são fatores indispensáveis para evitar

perdas e quebras de grãos na hora da colheitaA altura do côncavo deve ser

medida para verificar o estágiode desgaste que se encontra

Char

les

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Page 35: Maquinas 77

“““““O que preocupa é que sempre que aparecem problemas nos sistemas de separação eO que preocupa é que sempre que aparecem problemas nos sistemas de separação eO que preocupa é que sempre que aparecem problemas nos sistemas de separação eO que preocupa é que sempre que aparecem problemas nos sistemas de separação eO que preocupa é que sempre que aparecem problemas nos sistemas de separação elimpeza observa-se a iniciativa de resolvê-los alterando componentes desses sistemaslimpeza observa-se a iniciativa de resolvê-los alterando componentes desses sistemaslimpeza observa-se a iniciativa de resolvê-los alterando componentes desses sistemaslimpeza observa-se a iniciativa de resolvê-los alterando componentes desses sistemaslimpeza observa-se a iniciativa de resolvê-los alterando componentes desses sistemas”””””

conjunto de corte vibrem em cima da planta,ocasionando a debulha de grãos ainda antes queestes acessem a colheitadeira.

CÔNCAVOArames tortos ou barras desgastadas tam-

bém exigem que o côncavo trabalhe mais pró-ximo do cilindro, ocasionando excesso de tri-lha, gerando aí, os mesmos problemas citadosem relação ao cilindro. Por isso, quando as bar-ras estiverem com um desgaste e a sua alturafor inferior a 4mm (quatro milímetros), reco-menda-se substituição.

É imprescindível que o côncavo não fiquesobrecarregado durante o trabalho, pois, alémde causar quebra de grãos, possibilita o arrastodo material pelas barras do cilindro pelo saca-palhas, causando perdas de grãos pelos mes-mos. Recomenda-se limpeza diária do côncavoantes do início do trabalho e quantas vezes fo-

rem necessárias durante a jornada.

EXTENSÃO DO CÔNCAVO OU PENTEA extensão do côncavo ou pente tem como

principal função escorar o material que sai docôncavo para o saca-palhas, a fim de que omaterial seja atingido pelo batedor traseiro,

O detalhe mostra o desgaste das barras docilindro que deve ser trocado quando atingir

30% de desgaste

Fotos Plinio Pinheiro

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36 • Agosto 08

auxiliando no acabamento da trilha e na sepa-ração de grãos que eventualmente acompa-nham a palha. Para dar manutenção neste pon-to é necessário observar se existem dedos tor-tos, quebrados ou desalinhados, pois eles per-mitem que palhas graúdas sejam colocadas pe-los saca-palhas no bandejão, o que sobrecarre-ga as peneiras. Neste caso, procure alinhar osdedos tortos e substituir os quebrados.

BATEDOR TRASEIROO batedor traseiro ou segundo cilindro tem

Visão de duas lavouras onde a colhedoraapresentou problemas no sistema de trilha,

jogando fora uma grande quantidade de grãos

como função principal transmitir o movimen-to do motor para o sistema industrial da colhe-dora. Além da manutenção das barras do bate-dor, é importante realizar toda a manutençãorecomendada para o motor da máquina, paraque este não comprometa a regularidade derotação de todos os componentes móveis dela.

É importante salientar que se o sistema in-dustrial realizar um trabalho fora do padrãorecomendado comprometerá toda a atividadeno processo de colheita. A manutenção e a re-gulagem adequadas para que o sistema de ali-mentação trabalhe dentro de condições satis-fatórias se tornam inúteis caso o sistema de tri-lha estiver fora do padrão de manutenção e re-gulagem. Tudo o que for feito dali para frenteem relação à máquina ficará comprometido enada adiantará fazer nos demais sistemas pois

será sem sucesso.Portanto, está bem claro de que o sistema

mais importante da colhedora é o de trilha, e éele que merece a maior atenção do operador dacolheitadeira. Saliento ainda que os componen-tes deste sistema não são visualizados pelo ope-rador durante o trabalho, por isso, é necessárioque o operador conheça a máquina por dentro,ou seja, o seu sistema industrial. Nas ediçõesfuturas, divulgaremos a manutenção dos de-mais componentes da máquina e suas respecti-vas regulagens.

CONCLUSÃOA experiência nos deixa claro de que o

caminho mais curto para minimizar os pro-blemas ocasionados no processo de colheitae principalmente relacionados a perdas e àqualidade de grãos é através de treinamen-to para todas as pessoas envolvidas no pro-cesso, preferencialmente com assessoramen-to profissional na prática.

Detalhe da medição emanutenção nas barras do

batedor traseiro

Exemplos de sobrecarga naspeneiras por excesso de trilha epossíveis problemas de rotação

Plínio Pacheco Pinheiro,Escola Agrotécnica de Carazinho/RSSenar/RS

Plínio destaca a importância de o operador conhecero sistema de trilha para realizar o diagnóstico

correto quando ocorrerem problemas na colheita

É necessário adquirir peças de reposiçãooriginais, para garantir que as mesmas tenham

bitolas e especificações iguais

Fotos Plinio Pinheiro

. M

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38 • Agosto 08

cana-de-açúcar

Amecanização da colheita se iniciouquando surgiram as primeiras car-regadoras de cana, montadas sobre

tratores agrícolas com a função de carregar acana cortada e enleirada manualmente no ca-minhão que a transportaria à usina para sermoída, no final da década de 1950 e início dosanos 1960. Foi só mais tarde, no ano de 1973,que foram introduzidas as primeiras colhedo-ras automotrizes para a colheita de cana-de-açúcar em escala comercial, importadas da Aus-trália para o estado de São Paulo, estendendo-se a seguir ao Rio de Janeiro e Alagoas. Tam-bém na década de 1970, a Massey Fergusoncomeçou a fabricar a sua colhedora de cana pi-cada com todos os sistemas de processamentode cana, movidos por elementos mecânicos(correntes de elos), sendo acionados a partir deum motor de oito cilindros em “V”. Desde en-tão observamos um avanço lento do sistema decolheita mecanizada, sendo que as colhedoras

disponíveis hoje no Brasil apresentam, na suamaioria, as mesmas características, com peque-nas variações, dependendo do fabricante, quan-to ao sistema de alimentação ou processamen-to do material no interior da colhedora (Maga-lhães & Braunbeck, 2007). Estas colhedoras sãoautopropelidas e dispõem de mecanismo decorte de base, picadores, sistema de limpeza paraseparação da matéria-prima de parte das im-purezas vegetais e minerais e uma esteira eleva-

dora que transfere o produto colhido direto parao veículo que a acompanha, pois esta colhedo-ra não dispõe de sistema de armazenamento.

Até o final dos anos 1990 ainda era comumobservarmos no campo que a cana colhida eratransferida diretamente da colhedora para ocaminhão que entrava no talhão. Este veículo,totalmente inadequado para o tráfego em ter-renos agrícolas, acabava prejudicando a cultu-ra em muitos aspectos, como a compactação

Vagões do canavialExistem inúmeros modelos de veículos para transbordo de cana-de-açúcar no

mercado. Conheça as características dos principais modelos disponíveis e qualsituação cada um se adapta melhor

Cena comum nos canaviais durante a décadade 90, quando a colhedora transferia

diretamente a cana colhida para o caminhão

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“““““OOOOObservamos um avanço lento do sistema de colheita mecanizada, sendo que as colhedoras disponíveisbservamos um avanço lento do sistema de colheita mecanizada, sendo que as colhedoras disponíveisbservamos um avanço lento do sistema de colheita mecanizada, sendo que as colhedoras disponíveisbservamos um avanço lento do sistema de colheita mecanizada, sendo que as colhedoras disponíveisbservamos um avanço lento do sistema de colheita mecanizada, sendo que as colhedoras disponíveishoje no Brasil apresentam, na sua maioria, as mesmas características, com pequenas variações”hoje no Brasil apresentam, na sua maioria, as mesmas características, com pequenas variações”hoje no Brasil apresentam, na sua maioria, as mesmas características, com pequenas variações”hoje no Brasil apresentam, na sua maioria, as mesmas características, com pequenas variações”hoje no Brasil apresentam, na sua maioria, as mesmas características, com pequenas variações”

Capacidade de carga (toneladas)4 - 7,58 - 8,5

9,5 - 1212,5 - superior

Total de modelos com a informação

Quantidade1014115

40

Percentual25,00%35,00%27,50%12,50%

100,00%

Tabela 1 - Capacidade de carga dos transbordos comerciais

excessiva do solo e destruição da soqueira, semconsiderarmos os aspectos de logística, pois obri-gava que, para poder operar a colhedora, eranecessário ter um caminhão disponível. Com aexpansão da cana e a recuperação dos merca-dos de açúcar e álcool, e a modernização dosistema de administração das usinas, surgiutambém a preocupação com a sustentabilidadedo sistema, e a solução, que vinha sendo preco-nizada há muitos anos, toma corpo e inicia asubstituição do caminhão pelo veículo de trans-bordo.

Estes veículos entram no talhão acom-

panhando a colhedora e recebem a carga quesai da esteira elevadora. No instante que acarga é completada, transportam o materialcolhido até o carreador e transferem para umcaminhão ou carreta, para serem levados paraa usina. Este tipo de equipamento apresentauma série de vantagens: foi projetado e cons-truído para trabalhar em terrenos agrícolas;a distribuição de peso por eixo é muito me-lhor que a do caminhão; utiliza pneus agrí-colas causando menor compactação do solo;e pode ter sua bitola acertada para a larguraentrelinhas, evitando desta forma, o pisoteio

das soqueiras.Dentre os modelos disponíveis no mer-

cado encontramos uma grande variedade noque se refere às características técnicas e cons-trutivas destes veículos, o que pode dificul-tar ao responsável pela aquisição deste tipode equipamento tomar a decisão sobre quaissão os aspectos mais relevantes que garan-tem a melhor relação custo/ benefício e de-sempenho adequado dentro da safra.

Foi com este objetivo que realizamos umaanálise técnica sob ponto de vista de enge-nharia de quais seriam os principais aspec-tos construtivos que podem interferir no de-sempenho deste implemento e, concomitan-temente, fizemos um levantamento junto àmaioria dos fabricantes deste tipo de equi-pamento para verificar o que está disponívelno mercado brasileiro hoje.

Os aspectos considerados mais relevantesreferem-se a:

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Altura de transbordamento (mm)3.800 - 4.0004.000 - 4.3004.300 - 4.5004.500 - 4.700

Quantidade11

131833

Percentual3,03%3,03%

39,39%54,55%

100,00%

Tabela 2 - Alturas de transbordamento e carregamento

Altura de carregamento (mm)2.500 - 3.0003.000 - 3.3003.300 - 3.5003.500 - 3.600

Quantidade126

2130

Percentual3,33%6,67%

20,00%70,00%

100,00%

Bitola (mm)1.800 - 2.0002.000 - 2.3002.300 - 2.8002.800 - 3.000

Total de modelos com a informação

Quantidade103

101134

Percentual29,41%8,82%

29,41%32,35%

100,00%

Tabela 3 - Bitolas comercias encontradas nos veículos de transbordo

CAPACIDADE DE CARGAÉ a quantidade de cana que os modelos são

capazes de carregar. Embora alguns fabrican-tes informem esse item em unidade de massa,toneladas, deve-se atentar para a capacidadevolumétrica, expressa em metros cúbicos, ten-do em vista que a densidade da cana colhidavaria conforme a situação de colheita. De for-ma geral, a densidade média é de 420kg/m3. ATabela 1 mostra como estão divididos os trans-bordos disponíveis no mercado quanto à capa-cidade de carga. Esta informação é importanteno dimensionamento da frota, pois é fator li-mitante para se estabelecer o tempo de carga eo tempo de percurso entre a frente de colheita eo ponto de transbordamento.

ALTURAA altura de transbordamento compreende

a distância entre o solo e a parte inferior dacaçamba na posição de descarga. É altura má-xima de descarga atingida pela caçamba durantea operação de transbordo da cana. Por outrolado, a altura de carregamento compreende adistância entre o solo e a parte superior da ca-çamba, que deve ser inferior à altura de descar-ga da colhedora nas mais adversas condiçõesde trabalho. A Tabela 2 mostra as alturas detransbordamento e carregamento dos modelosdisponíveis no mercado.

BITOLA E PNEUSA bitola corresponde à distância entre o

centro das rodas do equipamento e é um fatorbásico quando se escolhe o transbordo, pois para

preservar a longevidade dos canaviais, deve-seandar sempre nas entrelinhas e evitar passarsobre as soqueiras. Dessa forma, a escolha dabitola correta passa pelo planejamento do cul-tivo, Tabela 3.

Os pneus devem ser selecionados de formaque dêem estabilidade e segurança ao operadordo veículo. No caso do transbordo, também évital por influenciar na compactação do solo.Não podemos esquecer que estamos trafegan-do sobre a zona de cultivo e, como se trata deuma cultura semiperene, por vários anos estaárea não será preparada. Por isso há maior pro-cura por pneus de alta flutuação, que por ca-racterísticas construtivas necessitam de pres-sões mais baixas de insuflagem e apresentammaior área de contato com o solo, reduzindo,desta forma, a pressão de contato, podem su-portar maiores cargas, contudo não são indica-dos para trabalharem a velocidades superioresa 30km/h. Dos modelos disponíveis no merca-do 90% utilizam este tipo de pneu, geralmentena dimensão 600/50-22.5.

COMPRIMENTO TOTALNa seleção do veículo de transbordo, deve-

se considerar o comprimento total do equipa-mento. Transbordos com comprimento redu-zido possibilitam manobra mais fácil, possibili-tando maior disponibilidade operacional, ten-do em vista que os tempos de manobra de ca-beceira são menores.

PESOO peso em vazio, assim como a relação peso

em vazio/capacidade de carga, é outro fatordeterminante na hora de se dimensionar a fro-ta de veículos de transbordo. O equipamentodeve possuir a mais leve estrutura possível semprejudicar a sua resistência e durabilidade. Ve-ículos cuja relação peso/capacidade de carga éalta, significa que estarão perdendo eficiência e

recursos financeiros transportando peso pelocanavial, que além de requerer maior potênciado trator irá contribuir para aumentar o nívelde compactação do solo.

Nesta avaliação dos veículos de transbor-dos disponíveis no mercado nacional, observa-mos que a grande maioria deles não apresentaum projeto otimizado em todas as característi-cas técnicas aqui mencionadas, e que seria inte-ressante para o setor sucroalcooleiro, que se en-contra em plena expansão e extremamente pre-ocupado em melhorar sua eficiência de campoe com a redução de custo, se entre as diversasopções pudesse encontrar um veículo de trans-bordo projetado e construído observando aspec-tos técnicos e de engenharia.

É neste ponto que a Agricef Soluções Tec-nológicas para Agricultura Ltda, empresa incu-bada na Unicamp, decidiu por levar para frenteo projeto de um transbordo de cana picada paraatender às mais severas condições de trabalhodurante a colheita mecanizada da cana-de-açú-car, maximizar o aproveitamento do trator, re-duzir o consumo de óleo combustível e mini-mizar o efeito do peso sobre o solo.

O projeto foi concebido baseado na oti-mização das características técnicas mencio-nadas e aplicando-se recursos de engenhariacomo cálculo estrutural, além de outras fer-ramentas computacionais utilizadas. Isto per-mitiu obter um produto que apresenta umamelhor solução para o mercado em termosde peso e capacidade de carga. O transbordopossui capacidade de carga de 10t (25m3), eixotipo tandem com pneus de alta flutuação emancais autolubrificantes, que facilitam aoperação de manutenção. Possui cabeçalhode engate regulável, permitindo a utilizaçãocom tratores de diferentes bitolas. O projetofoi licenciado para empresa Tecnometal Equi-pamentos Ltda, a qual está fabricando e co-mercializando o implemento.

Oscar A. Braunbeck ePaulo S. Graziano Magalhães,Feagri/UnicampDomingos G. P. Cerri,Efraim Albrecht Neto eGuilherme Ribeiro Gray,Agricef Soluções Tecnológicas

. M

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segurança

42 • Agosto 08

Oaumento dos casos de roubosde máquinas agrícolas preocu-pa os produtores rurais brasilei-

ros. Em várias regiões do país, esta situaçãovem se agravando em função da facilidade comque as quadrilhas de assaltantes desmanchame transportam os equipamentos para diferen-tes locais.

As quadrilhas preferem roubar equipa-mentos novos e são muito bem organizadas.Para o transporte, os criminosos desmanchamas máquinas em partes e, quando os equipa-mentos chegam ao destino, são remontados.Geralmente, os tratores desmanchados sãotransportados em caminhões-furgão, durantea noite. Uma vez montados nas fazendas, émuito difícil localizá-los em curto prazo.Quando uma quadrilha adquire máquinas deprocedência ilícita, substitui as plaquetas deidentificação com o número de série, adulteraas seqüências identificadoras dos motores eprovidencia notas fiscais frias para que as má-

quinas possam ser revendidas como legais, jáque os produtores que as adquirem não têmcomo checá-los, pois no Brasil não é obrigató-rio o cadastramento de máquinas agrícolas.

Como forma de aumentar a segurança dosprodutores, e quebrar com este ciclo, surgemalgumas opções como a apresentada pela DNA

Security (a sigla DNA significa DistribuiçãoNumérica de Autenticidade), que desenvolvedispositivos inteligentes para rastreabilidade eprocedência ao bem automotivo e equipamen-tos agrícolas. Um deles é o sistema de controlee gravação do número de série das máquinas(no caso de veículos seria o número do chassi),em baixo relevo, em diversas partes e peças doequipamento. Com eficiência comprovada de60% no combate ao roubo de veículos, aproxi-madamente 300 mil veículos já possuem o dis-positivo, que ainda proporciona descontos nacontratação e renovação de seguros.

MICROPONTOSJá o DNA AutoDot, desenvolvido à base

de processos nanotecnológicos, permite a pul-verização de milhares de micropontos acon-dicionados e embalados de forma prática e se-gura em latas, sendo capaz de marcar, em cer-ca de 15 minutos, até 15 mil micropontos emtodo equipamento. Os micropontos possuemuma numeração única e exclusiva no mundo,garantindo a originalidade do componentegravado e permitindo sua identificação, emcaso de roubo e furto ou suspeita de adultera-ção, receptação e desmanche da máquina.Além disso, são feitos de níquel, mesmo ma-terial utilizando em passaportes e em papel-moeda, o que impossibilita sua falsificação.Para visualizar os micropontos, é só utilizaruma lupa sob luz ultravioleta nos locais damarcação.

Para completar, ao final do processo de ins-talação de ambos dispositivos, são colocadosna parte dianteira e traseira da máquina doisadesivos de cor predominantemente amarela,que identificam aquele bem como protegido.O beneficiado também recebe um certificadocom o nome do proprietário do equipamento

DNA AutoDot, imagemdo micro-ponto

ampliada 500 vezes

Proteção invisível

A gravação de micropontos em máquinas agrícolaspode ser uma das saídas para prevenir roubo de

bens em propriedades rurais

Esse tipo de proteção está focado na prevençãodo roubo, diferente dos outros produtos, queagem no momento ou após a ação criminosa

A gravação de micropontos em máquinas agrícolaspode ser uma das saídas para prevenir roubo de

bens em propriedades rurais

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“““““PPPPPara o transporte, os criminosos desmancham as máquinas em partesara o transporte, os criminosos desmancham as máquinas em partesara o transporte, os criminosos desmancham as máquinas em partesara o transporte, os criminosos desmancham as máquinas em partesara o transporte, os criminosos desmancham as máquinas em partese, quando os equipamentos chegam ao destino, são remontadose, quando os equipamentos chegam ao destino, são remontadose, quando os equipamentos chegam ao destino, são remontadose, quando os equipamentos chegam ao destino, são remontadose, quando os equipamentos chegam ao destino, são remontados”””””

agrícola.Segundo o professor do Centro Universi-

tário Ibero-americano, Alexandre Del Fiori,DNA Security pode ser utilizado no agrone-gócio, a fim de dificultar o roubo de máquinase implementos agrícolas. “Com o avanço tec-nológico nesse setor, existem tratores e colhei-tadeiras, por exemplo, com custos chegandoou ultrapassando a casa de um milhão de re-ais. Se esses equipamentos forem roubados,dificilmente serão rastreados e recuperados eo prejuízo será imenso”, explicou.

O deputado estadual e presidente da Co-missão de Segurança Pública da AssembléiaLegislativa do Estado de São Paulo, Conte Lo-pes, concorda com o professor e acrescenta que,com a gravação de peças, o setor poderia obtermais controle para identificar não apenas amáquina, mas também seus componentes.“Temos conhecimento de casos no interior deSão Paulo em que o criminoso rouba a má-quina agrícola para vendê-la, com nota falsifi-cada, a um preço mais barato para outro em-presário, que não desconfia a origem real doproduto”, ressaltou.

Para convencer os compradores de que asmáquinas são legais, as quadrilhas chegam afornecer, na maioria das vendas, além de no-tas fiscais, certidões de cartórios informandoque não há alienação ou restrições sobre elas,todavia, toda documentação contém a nume-ração adulterada da máquina, o que permite,inclusive, seu financiamento junto a institui-ções bancárias. Mas, com esses novos disposi-tivos, concretizar este tipo de seria quase im-possível.

Segundo o presidente do DNA Security,Marco Antônio de Lucca, o DNA Autodotpode ser utilizado em qualquer tipo de equi-pamento agrícola. “Os micropontos gravadospossuem uma numeração única e exclusiva,com isso será possível identificar a máquina

em caso de roubo”, afirmou.O principal benefício do sistema, assim

como a gravação do número de série ou domotor, é a proteção passiva do cidadão, jáque sua atuação está focada no anti-rouboe furto (prevenção), diferentemente de ou-tros produtos que agem no momento ouapós a ação criminosa.

Outros fatores positivos dos dispositivosDNA Security são: segurança no momentoda gravação, não interfere nos sistemas elé-tricos e de alimentação do maquinário, nãoprecisa de qualquer comando para sua ativa-ção, pode ser aplicado em peças de plástico,alumínio, aço, entre outros materiais. Alémde ser aplicado uma única vez, não há neces-sidade de manutenção.

Antes do DNA Security, a localização deequipamentos agrícolas só seria viabilizada cer-ca de cinco ou seis anos depois do roubo, quan-do a máquina necessitasse de peças de reposi-ção. Isso se o roubo fosse comunicado para osfabricantes, que têm o número de série dos

As máquinas protegidas são identificadascom selo de cor predominante amarela,

indicando a proteção do bem

Lata de micropontos que serão usadosnuma única máquina, dando-lhe umaidentidade impossível de ser apagada

equipamentos. Assim, os fabricantes repassa-riam esse número para todas as concessioná-rias existentes no Brasil. Quando fossem soli-citadas peças para os equipamentos roubados,seria possível fazer a identificação do maqui-nário porque a revenda é obrigada a comuni-car ao fabricante a identidade de quem estácomprando a peça.

Os produtos DNA Security também fa-cilitam a ação policial, já que com a falta deobrigatoriedade do cadastro de máquinasagrícolas, os policiais teriam que pratica-mente rastrear o equipamento desde suasaída da fábrica para que conseguissem apu-rar sua origem, o que demandaria muitotempo. Já com o sistema, basta constatar quea peça do equipamento está gravada, con-sultar a base de dados da empresa e deter-minar a procedência do bem. . M

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GSI

Ogrupo norte-americano GSI Bra-sil, fabricante de silos e equipa-mentos para secagem de grãos,

inaugurou no dia 8 de agosto no Vale do Ita-jaí, município de Brusque (SC), a segundaunidade no país. Serão duas fábricas com focono mercado nacional e projeção de faturamen-to de R$ 400 milhões até 2011. O evento con-tou com a presença do CEO mundial da em-presa, Scoth Clawson, e o presidente da em-presa no Brasil, Ingo Erhardt.

A unidade está sendo construída em umterreno de 52 mil metros quadrados, emduas etapas. A primeira etapa da planta in-dustrial, já concluída e em funcionamento,tem cinco mil metros quadrados de área. Umoutro prédio, do mesmo tamanho, será cons-truído nos próximos meses, totalizando in-vestimentos de R$ 20 milhões. Já em 2008serão gerados 120 empregos diretos com pre-visão de faturamento de R$ 20 milhões. Até2011 serão 400 empregos diretos e previsãode faturamento de R$ 200 milhões apenasna fábrica catarinense.

A unidade de Brusque produzirá siste-mas pós-colheita: silos, secadores, transpor-tadores. A matriz, localizada na cidade gaú-cha de Marau ficará com os equipamentos paraconfinamento de aves e suínos, na qual have-rá investimento na instalação de um centrode tecnologia, que vai desenvolver produtospara armazenagem e equipamentos para con-finamento.

Na variada gama de equipamentos pro-duzidos pelo grupo estão comedouros e be-bedouros para aves e suínos, aquecedores agás (GLP, biogás) ou a lenha, sistemas deresfriamento e umidificação, ventiladores,exaustores, controladores eletrônicos de am-biente, linhas de distribuição de ração, ni-nhos, cortinas e acionadores automáticos,dosificadores, pisos plásticos, elevadores,transportadores, silos armazenadores e se-cadores de grãos, entre outros.

A GSI Holdings Corp é uma empresa doGSI Group - Grain System Inc., companhianorte-americana, sediada em Illinois (EUA).O grupo possui seis fábricas nos Estados Uni-

Presidente no Brasil, Ingo Erhardt, e CEO mundial,Scoth Clawson, participaram da solenidade

dos, uma na Malásia, uma na China, além doBrasil. É a maior fabricante mundial de umaampla linha de equipamentos agrícolas, comosilos e equipamentos para armazenagem, se-cadores e transportadores de grãos, e tambémum dos maiores provedores mundiais de equi-pamentos para produção de proteína animaldestinado a produtores de aves e suínos.

Mais silos. M

Fotos GSI

44 • Agosto 08

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Mulheres

46 • Agosto 08

As mulheres no off-road

Há cada vez mais mulheres que mostraminteresse pela prática de off-road no Brasil

Em nossos cursos Off-Road Dpascho-al, sempre temos mulheres partici-pando. Algumas vezes se inscrevem

sozinhas mas, na grande maioria, são trazidaspelos companheiros, que já participaram ou queestão interessados no curso e vêem uma opor-tunidade para compartilhar o treinamento coma parceira de aventuras. Quem acha que aven-tura 4x4 é coisa de macho pode colocar as bar-bas de molho! Elas estão ocupando seu lugarde direito e com grande competência.

E não importa a idade, estão sempre com oastral lá em cima e jamais demonstram qual-quer dificuldade em preparar um resgate comas grosseiras luvas de couro, cintas e desajeita-dos cabos de aço. As filhas mais novas vibramcom a performance, boa ou às vezes não tãoboa, dos pais. Mostram que assim que pude-rem vão tomar sua posição ao volante e fazersuas próprias aventuras.

Quando pergunto a elas o motivo de par-ticiparem de um esporte que pode fazê-lasretornarem para casa completamente empor-calhadas de lama e pó, ouço justificativas di-versas e interessantes. A maioria adora estarjunto do companheiro em suas aventuras, po-dendo compartilhar um final de semana agra-dável junto com o marido, filhos e amigos.Enfim, adoram a natureza e fazem o possívelpara estar junto dela.

Também encontro mulheres que usam seuveículo 4x4, ou da empresa, para finalidadespuramente profissionais, em tarefas realizadasem regiões remotas, seja como geóloga, enge-nheira florestal ou médica. É incrível a varieda-de de profissões que usam um 4x4 para se cum-prir o trabalho, e é mais comum do que parecevocê encontrar uma mulher determinada atrásdo volante.

Não podemos esquecer os raids e as provasde rally, que preenchem o calendário brasileiroanual. Existem provas só para elas, como o Raiddo Batom – só para duplas femininas -, e RaidRomeu e Julieta - para casais, que são realiza-

dos por vários Jipe Clubes no país. No univer-so do rally muitos pilotos estão mostrando aque vieram, em grandes provas nacionais comoo Rally dos Sertões e mesmo lá fora temos todoano intrépidas pilotos em provas duríssimascomo o Rally Paris-Dacar e o extinto CamelTrophy.

E os homens, o que pensam delas? Aindaque esteja um pouco fora de moda, tem muitohomem que acha as mulheres desajeitadas paraoff-road. Em um dos cursos off-road que reali-zamos com a DPaschoal e a Goodyear, um ato-leiro respeitável tragou todos os carros pilota-dos por homens. Chegou a vez da primeira alu-na e é claro que os machistas de plantão come-çaram a preparar cintas e cabos de aço para oresgate. Ela engatou a marcha correta, entroucom firmeza e foi a primeira a passar sem res-gate depois que nove marmanjos encalharamcom maestria inimitável. Não deixou barato efez a rapaziada ficar de boca fechada.

Outra alegação é a de que as mulheres nãoconseguem carregar peso e que isto é coisa paraa força masculina. Não concordo, depende dalimitação física de cada um. Saibam que quan-do se precisa mesmo aplicar força física em umatrilha, poucos têm condições de ajudar, já queproblemas diversos de saúde, verdadeiros ou não(!), são um álibi para desobrigar alguns rapazesa pegarem no pesado. Nestas horas aparece umamulher da turma para dar uma força a mais esuprir a falta de mão-de-obra ocasionada pelosmachos “quebrados”.

O recado para elas é o seguinte: bem-vin-das e não tenham nenhum receio, as aventuras4x4 têm graus de dificuldades para todos osgostos, não é verdade que toda viagem ou tri-lha tenha que ser radical e complicada. Exis-tem infinitas alternativas de viagem que vocêspodem fazer sozinhas se quiserem, tranqüila-mente com amigas e filhos e voltar pra casacheias de histórias e fotos para mostrar. Paraquem está começando agora recomendo nossoCurso Off-Road DPaschoal, onde terá contatocom as dicas para entrar neste fascinante mun-do 4x4 com o pé direito.

No off-road as mulheres não se limitam a ficar na di-reção, encaram o barro e a água para seguir em frente

João Roberto de Camargo Gaiotto,www.tecnica4x4.com.br

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Fotos Técnica 4x4

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