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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE TECNOLOGIA DEPARTAMENTO DE ARQUITETURA CURSO DE ARQUITETURA E URBANISMO TRABALHO FINAL DE GRADUAÇÃO Mar de Gente Teatro de Ensino ANDREZA CRUZ ALVES DA SILVA NATAL/RN NOVEMBRO DE 2014

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE TECNOLOGIA

DEPARTAMENTO DE ARQUITETURA CURSO DE ARQUITETURA E URBANISMO

TRABALHO FINAL DE GRADUAÇÃO

Mar de Gente Teatro de Ensino

ANDREZA CRUZ ALVES DA SILVA

NATAL/RN NOVEMBRO DE 2014

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ANDREZA CRUZ ALVES DA SILVA

Mar de Gente Teatro de Ensino Anteprojeto de um teatro multifuncional para cidade de Natal/RN

Trabalho Final de Graduação apresentado à Universidade Federal do Rio Grande do Norte como requisito para a conclusão do curso de Arquitetura e Urbanismo no semestre letivo 2014.2.

Orientador: Prof.º Msc. Hélio Takashi Maciel de Farias

NATAL/RN

NOVEMBRO DE 2014

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Catalogação da Publicação na Fonte. Universidade Federal do Rio Grande do

Norte / Biblioteca Setorial de Arquitetura.

Silva, Andreza Cruz Alves da.

Mar de gente teatro de ensino: anteprojeto de um teatro

multifuncional para cidade de Natal-RN/ Andreza Cruz Alves da Silva. –

Natal, RN, 2014.

115f. : il.

Orientador: Hélio Takashi Maciel de Farias.

Monografia (Graduação) – Universidade Federal do Rio Grande do

Norte. Centro de Tecnologia. Departamento de Arquitetura.

1. Teatro multifuncional – Natal-RN – Monografia. 2. Ensino –

Monografia. 3. Arquitetura – Monografia. I. Farias, Hélio Takashi Maciel

de. II. Universidade Federal do Rio Grande do Norte. III. Título.

RN/UF/BSE15 CDU 725.822

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ANDREZA CRUZ ALVES DA SILVA

Mar de Gente Teatro de Ensino Anteprojeto de um teatro multifuncional para cidade de Natal/RN

Trabalho Final de Graduação apresentado à

Universidade Federal do Rio Grande do Norte

como requisito para a conclusão do curso de

Arquitetura e Urbanismo no semestre letivo

2014.2.

Aprovado em 26/11/2014

BANCA EXAMINADORA

___________________________________

Prof. Msc. Hélio Takashi Maciel de Farias Professor Orientador

____________________________________

Prof. Dr. Petrus Gorgonio Bulhões da Nóbrega Professor Convidado

___________________________________

Fernando Yamamoto Arquiteto Convidado

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Andreza Cruz Alves da Silva

A todos os amantes das artes cênicas, arte

que nos permite viajar sem sair do chão.

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Andreza Cruz Alves da Silva

AGRADECIMENTOS

Agradeço primeiramente a Deus, que é minha força, meu refúgio, socorro bem

presente nas horas de angústia. Toda honra e toda glória sejam dadas a Ele.

Quero agradecer a minha mãe, Selma Cruz, a pessoa que eu mais amo e quem mais

me inspira, sempre se doando ao máximo em prol da minha felicidade. Ao meu irmão, André

Cruz, por toda compreensão, respeito e carinho. A minha irmã Laís Alves, que mesmo tão

pequena veio para me ensinar o que é amor de verdade. E ao meu pai, Alexandre Érico, que

sempre me proporcionou qualidade de vida e boas oportunidades de estudo. Sem vocês não

teria me tornado o que sou hoje.

A todos os meus familiares, avós, tios e primos, que sempre acreditaram em mim

mesmo na ausência e na distância.

Gostaria de agradecer também a Raonir Rudá e a toda a sua família, que no inicio e

durante todo o curso também foram a minha família, sempre me ajudando e apoiando nos

momentos mais difíceis não só da minha vida acadêmica, como também na minha vida

pessoal.

A todos os meus amigos, os de longe e aos de perto, em especial aqueles que não me

abandonam: Alexandra Cavalcante, Maria Luiza Chacon e Daniel Chacon, obrigada por todo

companheirismo.

A todos os meus colegas de curso e de classe, por todo o conhecimento

compartilhado. Em especial as minhas amigas: Taís Alvino, Anna Paula Emerenciano, Ana

Júlia Fernandes, Viviane Hazboun, Tatiana Francischini, Priscila Macedo, Nathalia Bocayuva e

Mariana Lopes, que sempre compartilharam comigo mais do que aulas e trabalhos de

faculdade, mas também suas vidas e seus corações.

Agradeço aos antigos e novos amigos de intercâmbio, que embarcaram junto comigo

em uma experiência indescritível na cidade de Torino, Itália, no qual tivemos a oportunidade

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de nos redescobrir. Em especial Ingra Arellano e Florian Golemi, obrigada pelo o que vocês

se tornaram pra mim.

A equipe do Gabinete de Arquitetura, por ser um ambiente de trabalho estimulante e

que me acolheu nestes últimos meses. E aos outros lugares nos quais pude trabalhar

anteriormente, Andrea Melo e a equipe do CAOP Inclusão, no qual muito aprendi e tanto me

acrescentaram como arquiteta e profissional.

Ao meu orientador, Hélio Farias, obrigada por acreditar no meu projeto, por toda a

atenção e paciência.

Agradeço também a Ronaldo Costa, Lenilton Teixeira, Quitéria Kelly e a todos aqueles

que de alguma forma contribuíram para a realização deste trabalho e me apoiaram durante

minha trajetória ao longo do curso de Arquitetura e Urbanismo.

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Andreza Cruz Alves da Silva

SILVA, Andreza Cruz Alves da. Mar de Gente Teatro de Ensino: Anteprojeto de um teatro

multifuncional para a cidade de Natal/RN. Trabalho Final de Graduação (Graduação em

Arquitetura e Urbanismo) – Departamento de Arquitetura, Universidade Federal do Rio

Grande do Norte, 2014.

RESUMO

O presente Trabalho Final de Graduação tem como principal objetivo o desenvolvimento de

uma proposta arquitetônica, em nível de anteprojeto, de um Teatro Multifuncional, na

cidade de Natal/RN. Um espaço que seja inclusivo e de ensino, que gere novas possibilidades

profissionais e de lazer na comunidade no qual está inserido e para o desenvolvimento de

atividades que envolvam as artes cênicas. A proposta foi desenvolvida em um terreno com

área de 13.804,43 m², no bairro do Bom Pastor, Zona Oeste de Natal/RN, e recebeu uma

edificação com área construída total de 3.826,99 m². Para embasar o projeto, estudaram-se

os elementos necessários para concepção de tais edificações, no que concerne à arquitetura

cênica e acústica, principalmente em salas multifuncionais, que permitem diversas

configurações de palco e plateia. Tais estudos, juntamente com a definição dos

condicionantes físicos e legais do terreno escolhido permitiram a concepção de um teatro

adequado às exigências legais e ao programa de necessidades, proporcionando um espaço

funcional e confortável a todos os seus usuários.

Palavras-chave: Teatro Multifuncional. Ensino. Arquitetura.

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Andreza Cruz Alves da Silva

SILVA, Andreza Cruz Alves da. Mar de Gente Teatro de Ensino: Anteprojeto de um teatro

multifuncional para a cidade de Natal/RN. Trabalho Final de Graduação (Graduação em

Arquitetura e Urbanismo) – Departamento de Arquitetura, Universidade Federal do Rio

Grande do Norte, 2014.

ABSTRACT

This College Graduation Final Work has as main objective the development of an

architectural project, on the level of a draft, of a Multifunctional Theatre in the city of

Natal/RN. A space that is inclusive and teaching, which manages new professional and

leisure opportunities in the community in which it is inserted and the development of

activities that involve the performing arts. The proposal was developed in a land with an

area of 13.804,43m², the Bom Pastor, West Zone of Natal/RN neighborhood, and received a

building with total constructed area of 3.826,99m². To support the project, studied the

elements needed to design such buildings, with respect to the scenic architecture and

acoustics, especially in multifunctional rooms, which allow various configurations of stage

and audience. These studies, together with the definition of the physical and legal

constraints of the chosen terrain led to the development of an appropriate legal

requirements and the needs of the theater program, providing a functional and comfortable

for all its users space.

Key-words: Multifunctional theater. Education. Architecture.

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Andreza Cruz Alves da Silva

LISTA DE FIGURA

Figura 1 - Teatro de Dionísio, Grécia ........................................................................................ 21

Figura 2 - Esquema de um teatro grego ................................................................................... 22

Figura 3 - Esquema de teatro romano ...................................................................................... 22

Figura 4 - Esquema Pageant medieval ..................................................................................... 23

Figura 5 – Configurações de Palcos e Plateia tipo Arena ......................................................... 25

Figura 6 – Configurações de Palco e Plateia tipo Elisabetano .................................................. 25

Figura 7 – Configurações de Palco e Plateia tipo Italiano ........................................................ 26

Figura 8 – Configurações de Palco e Plateia tipo Múltiplos ..................................................... 27

Figura 9 - Limitações auditiva e visual ...................................................................................... 29

Figura 10 - Distâncias para as visuais adequadas do público sentado ..................................... 30

Figura 11 - Dimensões de circulação entre cadeiras ................................................................ 34

Figura 12 - Teatro Alberto Maranhão ....................................................................................... 36

Figura 13 - Foyer Teatro Alberto Maranhão............................................................................. 37

Figura 14 - Jardim Teatro Alberto Maranhão ........................................................................... 37

Figura 15 - Palco Teatro Alberto Maranhão ............................................................................. 39

Figura 16 - Plateia Teatro Alberto Maranhão ........................................................................... 39

Figura 17 - Mapa da plateia do TAM ........................................................................................ 39

Figura 18 - Teatro Sandoval Wanderley ................................................................................... 40

Figura 19 - Palco Teatro Sandoval Wanderley.......................................................................... 42

Figura 20 - Urdimento Teatro Sandoval Wanderley................................................................. 42

Figura 21 - Planta baixa do pavimento térreo Teatro Sandoval Wanderley ............................ 43

Figura 22 - Planta baixa 1º pavimento Teatro Sandoval Wanderley ....................................... 43

Figura 23 - The Royal Playhouse ............................................................................................... 44

Figura 24 - Materiais The Royal Playhouse .............................................................................. 45

Figura 25 - Elementos de composição The Royal Playhouse ................................................... 45

Figura 26 - Corte The Royal Playhouse ..................................................................................... 46

Figura 27 - Foyer The Royal Playhouse ..................................................................................... 46

Figura 28 - Teatro Principal The Royal Playhouse .................................................................... 46

Figura 29 - Plantas Baixa The Royal Playhouse com zoneamento de usos .............................. 47

Figura 30 - Teatro Castro Alves ................................................................................................. 48

Figura 31 - Croqui Teatro Castro Alves ..................................................................................... 48

Figura 32 - Planta baixa Sala Principal TCA ............................................................................... 49

Figura 33 - Sala Principal TCA ................................................................................................... 49

Figura 34 - Planta Baixa Sala do Coro TCA ................................................................................ 49

Figura 35 - Sala do Coro TCA .................................................................................................... 49

Figura 36 - Foyer TCA ................................................................................................................ 50

Figura 37 - Vão Livre TCA .......................................................................................................... 50

Figura 38 - Teatro Vila Velha .................................................................................................... 51

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Andreza Cruz Alves da Silva

Figura 39 - Planta Baixa do Pavimento Inferior Teatro Vila Velha ........................................... 52

Figura 40 - Planta Baixa Pavimento Térreo Teatro Vila Velha .................................................. 52

Figura 41 - Planta Baixa Pavimento Superior Teatro Vila Velha ............................................... 52

Figura 42 - Corte Longitudinal Teatro Vila Velha...................................................................... 53

Figura 43 - Sala Principal Teatro Vila Velha .............................................................................. 53

Figura 44 - Configurações Palco-Plateia Teatro Vila Velha ...................................................... 54

Figura 45 - Café Carabé dos Novos Teatro Vila Velha .............................................................. 55

Figura 46 - Sala João Augusto Teatro Vila Velha ...................................................................... 55

Figura 47 - Sala Mario Gusmão Teatro Vila Velha .................................................................... 55

Figura 48 - Foyer Teatro Vila Velha .......................................................................................... 56

Figura 49 - Teatro Vícar ............................................................................................................ 57

Figura 50 - Foyer Teatro Vícar .................................................................................................. 57

Figura 51 - Teatro Saint-Nazaire ............................................................................................... 58

Figura 52 - Foyer Teatro Saint-Nazaire ..................................................................................... 58

Figura 53 - Localização do Terreno ........................................................................................... 61

Figura 54 - Terreno ................................................................................................................... 62

Figura 55 - Vista Frontal do Terreno ......................................................................................... 62

Figura 56 - Hierarquia Viária e Pontos de Referência .............................................................. 63

Figura 57 - Dimensões do Terreno ........................................................................................... 64

Figura 58 - Topografia do Terreno ............................................................................................ 64

Figura 59 - Rosa dos ventos Natal/RN ...................................................................................... 65

Figura 60 - Sinalização visual e tátil em portas......................................................................... 74

Figura 61 - Navio cruzeiro ......................................................................................................... 83

Figura 62 - Navio à velas ........................................................................................................... 83

Figura 63 - Fluxograma ............................................................................................................. 88

Figura 64 - Estudo Volumétrico 01 ........................................................................................... 89

Figura 65 - Estudo Volumétrico 02 ........................................................................................... 89

Figura 66 - Estudo Volumétrico 03 ........................................................................................... 90

Figura 67 - Implantação 01 ....................................................................................................... 90

Figura 68 - Evolução da forma 01 ............................................................................................. 91

Figura 69 - Evolução da forma 02 ............................................................................................. 92

Figura 70 - Evolução da forma 03 ............................................................................................. 92

Figura 71 - Implantação Final ................................................................................................... 93

Figura 72 - Cortes longitudinais no terreno ............................................................................. 94

Figura 73 - Planta baixa final pavimento térreo ....................................................................... 95

Figura 74 - Planta baixa final 1º pavimento ............................................................................. 96

Figura 75 - Planta baixa final 2º pavimento ............................................................................. 97

Figura 76 - Telha de alta performance termo acústica ............................................................ 98

Figura 77 - Plataforma Rosco Telescópica .............................................................................. 100

Figura 78 - Aplicações das plataformas .................................................................................. 100

Figura 79 - Teatro Multifuncional ........................................................................................... 102

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Andreza Cruz Alves da Silva

Figura 80 - Layout da Sala de Espetáculos .............................................................................. 103

Figura 81 - Superfícies de revestimento da Simulação 01 ..................................................... 103

Figura 82 - Resultados da Simulação 01 ................................................................................. 105

Figura 83 - Curvas Acústicas Nexacustic 32 ............................................................................ 106

Figura 84 - Superfícies de revestimento da Simulação 02 ..................................................... 106

Figura 85 - Resultados da Simulação 02 ................................................................................. 107

LISTA DE QUADRO Quadro 1 - Análise dos estudos de referência ......................................................................... 59

Quadro 2 - Recuos .................................................................................................................... 67

Quadro 3 - Espaços para pessoa em cadeira de rodas e assentos para P.M.R. e P.O. ............ 78

Quadro 4 - Programa de necessidades e Pré-dimensionamento............................................. 85

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Andreza Cruz Alves da Silva

SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO .................................................................................................................... 12

2. O TEATRO E A SUA ORIGEM .............................................................................................. 17

3. ARQUITETURA CÊNICA ...................................................................................................... 18

3.1 Termos e definições ................................................................................................... 19

3.2 Tipos de configuração palco-plateia .......................................................................... 20

3.3 Morfogenia de Teatros .............................................................................................. 27

4. ESTUDOS DE REFERÊNCIAS DIRETOS................................................................................. 36

4.1 Teatro Alberto Maranhão, Natal/RN ......................................................................... 36

4.1.1 Histórico .............................................................................................................. 36

4.1.2 Funcionamento e Fluxos ..................................................................................... 37

4.1.3 Acessos e Entorno .............................................................................................. 37

4.1.4 Projeto e Programa de Necessidades ................................................................. 38

4.1.5 Palco e Mecanismos Cênicos .............................................................................. 39

4.1.6 Capacidade de público e formato ...................................................................... 39

4.2 Teatro Sandoval Wanderley, Natal/RN ...................................................................... 40

4.2.1 Histórico .............................................................................................................. 40

4.2.2 Funcionamento e fluxo ....................................................................................... 40

4.2.3 Acessos e Entorno .............................................................................................. 41

4.2.4 Programa de Necessidades ................................................................................ 41

4.2.5 Palco e Mecanismos Cênicos .............................................................................. 42

4.2.6 Capacidade de público e formato ...................................................................... 42

4.2.7 Parte Gráfica ....................................................................................................... 42

5. ESTUDOS DE REFERÊNCIAS INDIRETOS ............................................................................. 44

5.1 The Royal Playhouse, Copenhagen, DEN ................................................................... 44

5.2 Teatro Castro Alves, Salvador/BA .............................................................................. 47

5.3 Teatro Vila Velha, Salvador/BA .................................................................................. 51

6. ESTUDOS DE REFERÊNCIAS FORMAIS ............................................................................... 57

6.1 Teatro Vícar, Almería, ESP ......................................................................................... 57

6.2 Teatro Saint-Nazaire, Saint-Nazaire, FRA .................................................................. 57

7. ANÁLISE DOS ESTUDOS DE REFERÊNCIAS ......................................................................... 59

8. TERRENO ........................................................................................................................ 61

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Andreza Cruz Alves da Silva

8.1 Localização e Entorno ................................................................................................ 61

8.2 Aspectos Físicos ......................................................................................................... 63

8.3 Aspectos Bioclimáticos .............................................................................................. 65

9. CONDICIONANTES LEGAIS ................................................................................................. 66

9.1 Plano Diretor de Natal ............................................................................................... 66

9.2 Prescrições Urbanísticas do terreno .......................................................................... 68

9.3 Código de Obras ......................................................................................................... 69

9.4 Código de Segurança e Prevenção contra Incêndio e Pânico do Estado do Rio

Grande do Norte – Corpo de Bombeiros Militar do RN (CBMRN) ........................................ 70

9.5 NBR 9050/2004 .......................................................................................................... 72

9.6 RDC N° 216 (ANVISA) ................................................................................................. 79

10. DEFINIÇÃO DO PARTIDO ARQUITETÔNICO ................................................................... 83

11. PROGRAMA DE NECESSIDADES E PRÉ-DIMENSIONAMENTO ....................................... 85

12. DESENVOLVIMENTO DA PROPOSTA .............................................................................. 88

13. MEMORIAL DESCRITIVO E JUSTIFICATIVO DA PROPOSTA ............................................ 93

14. ASPECTOS TÉCNICO-CONSTRUTIVOS ............................................................................ 98

14.1 Estrutura .................................................................................................................... 98

14.2 Cobertura ................................................................................................................... 98

14.3 Esquadrias .................................................................................................................. 99

14.4 Praticáveis .................................................................................................................. 99

14.5 Sugestão de materiais de acabamento e revestimento .......................................... 100

14.6 Condicionamento Acústico ...................................................................................... 101

15. ASPECTOS COMPLEMENTARES ................................................................................... 108

15.1 Reservatório de água ............................................................................................... 108

15.2 Condicionamento de ar ........................................................................................... 108

15.3 Recomendações para o paisagismo ......................................................................... 108

15.4 Estacionamento ....................................................................................................... 109

16. CONSIDERAÇÕES FINAIS .............................................................................................. 110

17. REFERÊNCIAS ............................................................................................................... 112

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Andreza Cruz Alves da Silva

1. INTRODUÇÃO

O teatro não é só um espaço físico, com palco e plateia, é também uma expressão

artística que transporta o espectador para outra realidade ou intensificação desta,

convidando-o a uma viagem pelo tempo, por diversas paisagens e sentimentos antes

desconhecidos (PEIXOTO, 2005, p. 11). E essa viagem não é vivenciada apenas pelo

espectador, mas também pelo ator e todos os indivíduos envolvidos na produção da arte

cênica.

O teatro é uma forma de arte visual, que pode ser considerada como a mais antiga

expressão cultural do homem, que desde os primórdios já se utilizava das artes cênicas

como meio lazer e de transmitir emoções e valores sociais.

Atualmente, carência de teatros, e de outros espaços públicos culturais e de lazer é

uma realidade enfrentada em todo o Brasil. As grandes cidades brasileiras hoje passam por

uma grave crise urbana, no qual o crescimento populacional, a especulação imobiliária e a

falta de políticas públicas efetivas fazem com que os interesses e o bem estar da sociedade

sejam suprimidos.

A nova dinâmica social dos indivíduos faz com que espaços públicos de lazer nas

cidades sejam cada vez mais necessários, tendo em vista que estes espaços promovem as

relações interpessoais, a renovação e educação do indivíduo como cidadão que busca a

harmonia com próximo e consigo mesmo.

Outro problema é que os espaços públicos existentes estão se tornando cada vez

menos públicos. As apropriações indevidas, a segregação social, ou até a marginalização

desses espaços conjecturam no tipo de ocupação. Isso contribui para o abandono e a

desvalorização dos espaços públicos existentes (DIAS, 2002).

A inexistência ou a má utilização dos espaços públicos implicam na não concretização

desse convívio com a diversidade e a não realização de trocas entre culturas existentes, por

não haver um espaço adequado para acontecimentos dessas e outras atividades. Os espaços

culturais são locais de grande importância, que procuram preservar e valorizar a história de

determinada sociedade.

A sociedade brasileira tem como uma de suas maiores características a diversidade

cultural e a capacidade de reunir os mais diversos tipos de pessoas, com suas diferentes

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crenças, cores e costumes, não sendo uma sociedade que reúne apenas um tipo de cultura

ou padrão de comportamento social, devendo isto ser transmitido, preservado e valorizado.

Dessa forma, os equipamentos culturais têm grande importância no sentido de que,

funcionam também como locais de ações educativas voltadas para a disseminação do

conhecimento e interação social, buscando atender principalmente, as demandas das

comunidades em que estão inseridas, atuando como meio de transformação social.

Contribuem assim para “as mudanças de ordem moral e cultural, imprescindíveis à

construção de outra realidade social, mais justa e humanizada” (GOMES, 1998, apud SILVA,

2011).

Por isso, a necessidade de um espaço cultural público no qual todos possam ter

acesso, não se tornando um equipamento exclusivo para um nicho social. A inserção deste

equipamento em um local que apresenta maior precariedade de espaços públicos culturais e

de lazer permite que aquelas pessoas identificadas como, em situação de risco e

vulnerabilidade social, tenham contato com a diversidade de culturas existentes.

Na cidade de Natal/RN, ocorre não apenas a carência, mas também a má distribuição

dos espaços públicos de lazer, por bairro e Região Administrativa da cidade, e isto possui

uma relação direta com a segregação espacial por classe, e que é fruto da dinâmica

econômica e práticas sociais existentes na cidade (LIMA, 2006, p.98).

As Regiões administrativas Leste e Sul são as que mais concentram espaços de

cultura e lazer, por serem regiões mais abastadas da cidade e que recebem maior

quantidade de turistas. Segundo Lima (2006, p.223) os investimentos nessas áreas

motivadas apenas pela promoção da cidade em prol do desenvolvimento econômico e pela

sociedade de consumo, não contemplam áreas com necessidades sociais básicas.

Em contra ponto, os espaços de cultura e lazer devem estar incluídos nos projetos de

planejamento das cidades, não sendo vistos apenas como espaços de consumo e de pessoas

com maior poder aquisitivo, mas também atendendo tanto em quantidade quanto em

qualidade, as demandas dos moradores de cada localidade.

Com isso, as Regiões Administrativas Norte e Oeste apresentam um grande potencial

para receber este tipo de equipamento, pois são as regiões mais populosas da cidade e

também as mais carentes. As populações dessas regiões, em especial os jovens, precisam de

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Andreza Cruz Alves da Silva

investimentos em opções de cultura e lazer, além de ofertas de emprego e

profissionalizantes que este espaço cultural público pode oferecer.

Este trabalho compreende, portanto, uma proposta arquitetônica de um Teatro

Multifuncional, como equipamento cultural público, a fim de buscar a inclusão social através

da expressão artística, aliada ao ensino das artes cênicas. Visando atingir tal objetivo, deve-

se estudar a história, tipologias e características dos teatros e técnicas teatrais, dando ênfase

aos espaços de ensino e multifuncionais que permitem diferentes tipos de configuração de

palco e plateia, e as soluções acústicas que permitem um bom funcionamento do espaço.

A escolha do tema, a princípio, justifica-se pelo interesse pessoal da autora pelas

manifestações artísticas, particularmente o teatro e as atividades relacionadas a ele, como

contribuição social. As atividades teatrais desenvolvem habilidades de criatividade,

memória, concentração e dialogação, tornando possível à inclusão e a integração de jovens e

adultos em qualquer tipo de contexto, reduzindo assim o processo de individualização

existente na sociedade (BRITO, 2009, P.75).

Além disso, o interesse acadêmico por este projeto surgiu também pelo fato de um

teatro ser um equipamento complexo, no qual se poderia aplicar a maior parte dos

conhecimentos adquiridos durante a graduação, além de apreciar outros conhecimentos

que estão inerentes a este tipo de equipamento, mas que não foram trabalhados durante o

curso. O tema teatro tem sido pouco explorado nos Trabalhos Finais de Graduação, bem

como sua interface como espaço público e voltado para o ensino.

Este trabalho será dividido em quatro partes: referencial teórico, estudos de

referência, estudos preliminares e a proposta arquitetônica, baseado na metodologia de

projeto encontrada no livro Um Introdução ao projeto Arquitetônico, de Elvan Silva (1998).

No referencial teórico, teremos alguns conceitos fundamentais para a elaboração

deste trabalho como a origem do teatro, arquitetura teatral, evolução e tipologias dos

teatros, acústica arquitetônica e morfogenia de teatro, que serão definidos através de

pesquisa bibliográfica e artigos inerentes ao tema.

Os estudos de referência servem para analisar edificações existentes, analisando os

aspectos positivos e negativos, que auxiliaram no processo projetual. Serão realizados

estudos diretos e indiretos, em edificações com o mesmo uso, in loco e a partir de pesquisas

em livros, revistas e internet, respectivamente. Os elementos a serem observados são: data

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do projeto, relação com o entorno, acessos, implantação, condições de conforto, programa

de necessidades, aspectos formais, entre outros.

Com relação aos estudos preliminares, serão analisadas as características do terreno,

como topografia, insolação, ventilação, além da infraestrutura da área. As legislações

pertinentes à área: Plano Diretor de Natal, o Código de Obras, Código de Segurança Contra

Incêndios e NBR 9050/2004, também serão consultadas para o desenvolvimento do projeto,

bem como a definição do programa de necessidades e pré-dimensionamento.

Em conformidade com os condicionantes estudados, será apresentada a proposta

arquitetônica do teatro multifuncional, relatando o processo de desenvolvimento do projeto

desde a sua concepção inicial, em forma de memorial justificativo e descritivo do projeto.

Para finalizar serão apresentadas as considerações finais e bibliografia.

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PARTE I Referencial Teórico-Metodológico

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2. O TEATRO E A SUA ORIGEM

O teatro ocidental nasceu na Antiguidade, século VI a.C., na Grécia, e tinha duas

funções: uma antropológica e outra etimológica. A função antropológica estava na

representação religiosa e mitológica que a atividade teatral possuía, pois envolvia as crenças

e rituais do povo grego, como a adoração a Dionísio Eleutério, o deus Baco. A função

etimológica estava no teatro como uma forma cultural de conscientização da população,

sobre as questões sociais com caráter ideológico, fosse para o bem ou para o mal

(DANCKWARDT, 2001, p. 29).

A Tragédia Grega, gênero teatral criado pelos gregos, sempre tratava sobre a

realidade e os mitos, envolvendo os homens, os deuses com sentimentos humanizados e

suas relações com o mundo e todos os acontecimentos que os cercavam, e que revelavam

ainda as questões de ordem social, como filosofia e ética (DANCKWARDT, 2001, p. 37).

Por meio da dominação dos gregos, pelo Império Romano, surgiu o Teatro Romano

com encenações voltadas para o entretenimento e com um caráter de manipulação de

massas. Eram encenações menos intelectuais, apenas para o divertimento da população.

Esta manipulação está relacionada ao fato dos romanos serem um povo guerreiro, e o

Estado deveria preparar a população para os conflitos e guerras que iriam participar, de

forma a orientá-los a defender sua nação (DANCKWARDT, 2001, p. 51).

Com isso podemos perceber a importância do teatro como meio de comunicação e

transmissão de valores e ideais. Segundo Clara Dezotti (2006, p.18), “a peça de teatro só se

qualifica como mensagem quando acontece a interação ou relação entre emissor e receptor,

nesta situação, palco e plateia”. Ou seja, esta mensagem tem que ser recebida e

decodificada pela plateia para que a comunicação realmente aconteça. A decodificação está

relacionada com o processo de identificação da plateia com o que está sendo transmitido e

sua consequente aceitação ou rejeição.

Neste contexto, do teatro como espaço para disseminação de ideais, temos que:

(...) também a arte dramática representou, ao longo da história, importante papel como foro de discussão e reflexão dos temas concernentes à sociedade, seja nos aspectos mitológicos e religiosos dos gregos, como para os dramas litúrgicos medievais, para os dramas humanos e ao mesmo tempo universais do elisabetano ou vinculados ás questões como para Meyerhold e Piscator, no drama revolucionário russo. (DANCKWARDT, 2001, p. 32)

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A atividade teatral evoluiu para outros tipos de encenação, sejam elas relacionadas

ao entretenimento, ou aliadas às questões ideológicas pessoais ou coletivas. O teatro como

manifestação artística possui uma função social, mas que não está apenas na mensagem que

é transmitida, e sim, também no processo que envolve a criação do espetáculo e na

formação do ator.

O teatro é sabidamente uma arte com potencial para o processo de ensino-aprendizagem, uma vez que estimula a criatividade, a interdisciplinaridade, o trabalho coletivo e a pesquisa, colaborado para a formação integras do educando, desenvolvendo aspectos sociais, afetivos, estéticos, éticos e cognitivos, ao mesmo tempo em que reflete e relaciona as questões que envolvem o seu cotidiano com a realidade social mais ampla. (BRITO, 2009, P.75)

A produção de um espetáculo funciona como um laboratório, um espaço de

experimentação, que pode assumir diversas formas e refletir sobre o que está sendo

transmitido, trabalhando o senso de coletividade e autoconhecimento. A inserção da

atividade teatral em comunidades e escolas contribui para a inclusão social, permitindo

outras possibilidades de escolhas pessoais e profissionais. Isto também está muito ligado à

atividade de ator como profissional, que tem uma responsabilidade social e politica de

transmitir a mensagem, seja ela qual for de diversas formas, através da cultura.

3. ARQUITETURA CÊNICA

A Arquitetura Cênica ou cenotécnica é a forma como se organizam todos os

elementos que compõem o teatro, capazes de criar condições para o seu funcionamento.

Este tipo de arquitetura se apoia em uma metodologia que abrange dois momentos

distintos, mas estreitamente associados.

O primeiro momento diz respeito à estruturação do próprio edifico que vai abrigar o

espetáculo e, outro momento, à organização espacial que dá suporte ao conjunto cênico,

como: acústica, iluminação cênica, conforto ambiental e sonorização. É importante enfatizar

que cada projeto é realizador por um profissional técnico específico, mas que o seu

desenvolvimento deve ser feito em conjunto, permitindo a compatibilidade de projeto como

um todo. (CUNHA, 2011)

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3.1 Termos e definições

Existem na arquitetural teatral alguns termos para definir os elementos de palco e

espaços relativos ao funcionamento da sala de espetáculos que surgiram, principalmente, na

tipologia italiana. Estes serão apresentados a seguir:

a) Boca de cena: de acordo com Serroni (1993, p. 20), é a abertura que delimita

horizontal e verticalmente o âmbito visual do palco. É nessa grande abertura que

a apresentação teatral é exposta para a plateia. Em um palco retangular, à

italiana, a boca de cena representa a quarta parede, que separa o palco da

plateia.

b) Caixa cênica: segundo Serroni (1993, p.22) é todo volume do palco. A caixa

acústica onde se situam todas as estruturas do palco e os maquinismos cênicos.

Mariluce Duque e Raul Machado (2011) recomendam para a caixa cênica um pé

direito no mínimo duas vezes a meia a altura da boca de cena, sendo o urdimento

o seu limite superior. Contudo, existe outra recomendação para a altura da caixa

cênica ser entre uma vez e meia e duas vezes a altura da boca de cena

(PROJETOS, 1998 apud Martins, 2008, p.20).

c) Camarim: recinto da caixa dos teatros onde os atores se vestem e se maquiam

(SERRONI, 1993).

d) Coxia: para Serroni (1993, p.24) são as partes laterais e de fundo do palco ocultos

à visão do público para a preparação dos artistas entes de entrar em cena. As

coxias devem possuir altura correspondente à da caixa cênica.

e) Foyer: recinto adjacente à sala de espetáculos, para a reunião do público antes,

depois ou nos intervalos do espetáculo (SERRONI, 1993). De acordo com Cobra

(2011), o ambiente deve ser aconchegante e apresentar apoios como sanitários e

um café seguindo a proporção do numero de espectadores.

f) Vestíbulo: é a sala de entrada ou passagem entre a sala de entrada e o interior de

um edifício qualquer. No caso dos teatros é considerado um espaço de transição,

para redução de ruídos e interferências externas.

g) Palco: é o espaço destinado às apresentações; em geral são tablados ou estrados

de madeira que podem ser fixos, giratórios ou transportáveis. Os palcos assumem

as mais variadas formas e localizações em função da plateia, que pode situar-se à

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frente dele ou circunda-lo por dois ou mais lados (SERRONI, 1993). Duque e

Machado (2011) recomendam uma profundidade no mínimo igual à boca de

cena.

h) Proscênio: conforme Serroni (1993, p.28), é o prolongamento do palco a partir da

boca de cena na direção da plateia.

i) Arco de Proscênio: elemento de emolduração do espaço cênico, que delimita o

que é palco e o que é a plateia.

j) Urdimento: Oculto à visão do público, constitui o espaço volumétrico da caixa

cênica onde se desenvolve a maquinaria cênica, incluindo as varas metálicas,

manuais ou elétricas, para a movimentação vertical de cenários (SERRONI, 1993,

p.32). Uma grelha que serve de suporte para as passarelas técnicas e varas de

iluminação. São suas dimensões que definem a altura geral da caixa cênica.

k) Praticáveis: segundo Serroni (1993), são estruturas, usualmente em madeira,

com tampo firme, usado nas composições dos níveis dos cenários. É construído

em diversas dimensões e formatos e normalmente modulado para facilitar as

composições.

3.2 Tipos de configuração palco-plateia

A palavra “teatro” abrange dois significados. Até o momento, estamos falando do

teatro como evento, no qual acontece uma encenação, e não no teatro como edifício. O

evento teatral pode acontecer em qualquer espaço, que não uma edificação teatral, mas a

partir do momento que há uma encenação o espaço se transforma em um teatro. Para haver

a encenação deve também existir a presença física de um artista, que se exibe para uma

plateia.

O espaço teatral grego era inicialmente, livre e a céu aberto. Hegel define o teatro

grego como “aberto, alegre e prazeroso aos sentidos” um lugar “em comunicação direta

com o mundo da externa natureza.” (HEGEL apud DANCKWARDT, 2001, p.33). A encenação

ocorria após as procissões, em uma área central e o público geralmente ficava no entorno

posicionado em um semicírculo de forma escalonada.

As primeiras edificações surgem destinadas exclusivamente para o Teatro de Dionísio

(Figura 1), ao pé da Acrópole em Atenas e para o Teatro de Epidauros, em Epidauro, devido à

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evolução dos cantos corais para formas literárias mais estruturadas e com a instituição de

festivais anuais, nos quais eram produzidas peças escritas que narravam episódios da

história grega.

O edifício teatral grego era dependente da topografia do local, para definição de sua

forma e configuração. Ou seja, aproveitavam-se das encostas ou dos caldeirões das colinas

para receberem os assentos. As condições acústicas não eram muito boas, então eram

espetáculos mais visuais, e por isso os atores faziam o uso de máscaras que não só

destacavam suas figuras como também suas vozes (SILVA, 2005).

Figura 1 - Teatro de Dionísio, Grécia

Fonte: Acervo próprio (2014).

O Teatro Grego era composto por três setores principais: a Cávea, a Skéne, e a

Orkhestra (ver Figura 2). A Cávea, geralmente desenvolvida de forma semicircular era o

espaço destinado à plateia. A Skéne é o palco-camarim localizado atrás da orquestra,

servindo como local de entrada de ação e apoio dos atores. Por fim, a Orkhestra é o local

onde se desenvolvia a encenação propriamente dita, danças e tragédias, inicialmente com

forma circular, e altar localizado no centro (DANCKWARDT, 2001, p.38).

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Figura 2 - Esquema de um teatro grego

Fonte: (SOUZA; ALMEIDA; BRAGANÇA 2003 apud SOLER, 2004, p.15).

Com o surgimento de novos significados e funções para o teatro, a estrutura dos

edifícios teatrais foi se modificando, tornando-se cada vez mais independentes da topografia

como os edifícios Teatrais Romanos. Consistiam em uma estrutura que se apoiavam em

escadas e corredores que elevavam e abraçavam a cávea, de forma compositiva, criando

superfícies verticais mais altas (ver Figura 3). A orquestra passa a ser pavimentada e ter a

forma semicircular, destinada a assentos de honra, ao invés de servir para a dança.

Figura 3 - Esquema de teatro romano

Fonte: <http://www.lasalle.es/santanderapuntes/arte/roma/arquitectura/teatro_dibujo.jpg>

Na Idade Média, o teatro era uma prática amadora e os edifícios teatrais foram

transferidos para espaços internos e prédios públicos. Passam também a utilizar técnicas de

perspectiva na construção dos cenários. Em seguida, passam a acontecer apresentações

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religiosas nas igrejas em pequenos palcos. Ao final da Idade Média, quando as

apresentações saem das igrejas e ganham as ruas, os teatros como edifícios praticamente

desaparecem.

Surgem assim, os pageants, teatros itinerantes e com espetáculos de rua. Eram

montados sobre carroças, que se acoplavam a tablados, com cena única e recursos cênicos

limitados (ver Figura 4).

Figura 4 - Esquema Pageant medieval

Fonte: SOUZA, 2005.

O teatro moderno surge na Itália no século XVI, rompendo as tradições medievais

populares e inserindo aos teatros novas tecnologias, como máquinas para a movimentação

de painéis cenográficos. A mecânica cênica aos poucos ganhava dinâmica e complexidade, a

cena se tornava ainda mais mágica com suas ilusões cênicas e cenográficas (ZILIA, 2010, p.

159). A questão da visibilidade desses aparatos pela audiência gerou a necessidade da

criação de anteparos que passaram a emoldurar as cenas, o arco de proscênio, e criar uma

separação ente o palco e a plateia. A partir disto o teatro, então, passa a se profissionalizar.

Na segunda metade do século XIX ocorre uma transformação em busca de liberdade

e de realismo na forma de fazer teatro e o movimento ganha força a partir do século XX,

com a mudança de pensamento por parte de alguns encenadores. O Palco à italiana, com

caixa cênica e palco frontal, já não eram capazes de conter a nova ação teatral. “Bertolt

Brecht já não acreditava que o espaço físico de um teatro à italiana fosse capaz de abrigar a

cena moderna” (ZILIA, 2010, p.164).

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A intenção era deixar a mecânica do palco à mostra, para que não houvesse mais

ilusão. Walter Gropius propôs pela primeira vez, em seu projeto de Teatro Total, o abandono

da caixa cênica. Gropius sugeriu a rotação da plateia, sem hierarquia de lugares, afim de

possibilitar tipologias múltiplas, segundo a necessidade do encenador. Seu projeto nunca

chegou as seu construído, mas suas ideias foram precursoras para a transformação das salas

de espetáculo. Daniela Antunes Zilio (2009) afirma que o espaço teatral, ao se transformar

em espaço da experimentação, subverte a geometria e a tipologia preestabelecida,

acreditando que ambas limitam o fazer teatral.

Na encenação teatral contemporânea há uma busca por espaços cênicos mais

flexíveis que permitam a diversidade de uso e configurações de palco e plateia. O grande

desafio projetual de um teatro contemporâneo é fazer com que a plateia e o palco estejam

integrados, dentro de um mesmo espaço arquitetônico, a fim de possibilitar uma maior

aproximação entre o ator e o público. O público dos dias atuais não é apenas mero

espectador, que vai ao teatro apenas para ver e ouvir, eles participam das encenações de

forma direta ou indireta.

A relação entre o palco e a plateia deve ser o primeiro aspecto a ser explorado no

desenvolvimento do projeto arquitetônico de um teatro. Os tipos de teatro estão

relacionados também tanto ao tipo de espetáculos como a forma do palco. Neste caso

iremos apresentar os tipos de palco que auxiliarão na concepção do edifício teatral.

a) Palco Arena: é o espaço teatral, coberto ou não, em que o palco encontra-se no

centro envolvido totalmente ou parcialmente pela plateia e em um nível abaixo

da mesma, apresentando-se de forma circular, quadrada, triangular, defasado, ¾

de circulo ou semicircular. Este tipo de palco dispensa todo o cenário,

impossibilita as ocultações, apenas realizadas em momentos por um corte de luz

(ver Figura 5).

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Figura 5 – Configurações de Palcos e Plateia tipo Arena

Fonte: <http://marcosalves.arteblog.com.br/5721/Teatro-de-Arena/>

a) Palco Elisabetano: é o espaço teatral em que o palco, com formato geralmente

retangular, possui uma ampliação frontal do proscênio. A plateia circunda os três

lados do palco – frente e laterais (Figura 6). Não há, na maioria das vezes, a presença

da boca de cena e da caixa cênica, ficando visível ao espectador toda a estrutura dos

cenários. Surgiu na Inglaterra, no período de Shakespeare, por isso também é

chamado de Palco à Inglesa, ou ainda Palco Isabelino.

Figura 6 – Configurações de Palco e Plateia tipo Elisabetano

Fonte: http://marcosalves.arteblog.com.br/5720/Espaco-Elizabetano/

b) Palco Italiano: é o espaço teatral em que o palco é fechado pelos três lados, atrás,

direito e esquerdo, com uma quarta parede invisível ao público frontal através da

boca de cena, em um nível elevado, separado da plateia, pelo qual o espetáculo

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acontece como um quadro vivo. Apresenta sua geometria favorável quanto as

questões acústicas e de visibilidade. É o palco mais habitual, o mais clássico, e o que

geralmente encontramos nas salas dos teatros (Figura 7).

Figura 7 – Configurações de Palco e Plateia tipo Italiano

Fonte: http://marcosalves.arteblog.com.br/5668/Caixa-cenica-Italiana/

c) Espaço Múltiplo: é o espaço teatral coberto que possui flexibilidade para

modificações de acordo com o espetáculo a ser encenado, adapta-se a diferentes

disposições de palco e público. No espaço podem ser montados vários minipalcos ou

demarcados pontos onde ocorre a ação cênica (Figura 8). Varas de cenário e

iluminação, varandas de manobra e carros contrapesados são colocados visíveis aos

olhos do espectador e distribuídos por toda a extensão do espaço a fim de

possibilitar a liberdade de escolha do local e configuração do palco e plateia

desejada.

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Figura 8 – Configurações de Palco e Plateia tipo Múltiplos

Fonte: http://marcosalves.arteblog.com.br/5719/Espaco-Multiplo/

3.3 Morfogenia de Teatros

Para concepção de uma sala de espetáculos é necessário levar em consideração,

além dos tipos de palco e plateia, alguns aspectos morfogenéticos da sala que são:

visibilidade, circulação, acústica e conforto, e que também influenciam no volume

tridimensional do teatro, buscando sempre um nível adequado de conforto ambiental para o

público. No projeto, deverão ser seguidas algumas normas e recomendações para teatros,

auditórios e salas de espetáculos. As recomendações a seguir, foram recolhidas do livro

Buildings for the Performing Arts, do autor Ian Appleton (2008), Normas do Corpo de

Bombeiros do Rio Grande do Norte e NBR 9050/2004, relativa à acessibilidade ambiental.

a) Visibilidade

Segundo o livro Buildings for the Performing Arts, do autor Ian Appleton (2008),

existem limitações visuais que determinam a máxima distância entre os artistas e o público,

a fim de que estes possam apreciar o espetáculo da melhor forma. A distância do palco para

o assento mais longe varia de acordo com o tipo e a escala da produção:

A fim de discernir a expressão facial – essencial para o drama – a distância

máxima do ponto de comando e do palco não deve exceder 20m. O ponto de

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comando é o centro geométrico de uma fase aberta ou a criação de uma linha

no proscênio (Figura 9).

Para ópera e musicais, as expressões faciais são menos importantes, e a

distância para a linha retaguarda pode ser 30m.

Para a dança, o público tem de apreciar o corpo e os pés dos bailarinos, e

também discernir expressões faciais: a distância máxima do ponto de

comando e do palco não deve exceder 20m.

Para concertos sinfônicos completos a definição visual não pode ser um fator

crítico, com a linha traseira sendo mais uma função de limitação acústica ao

invés de visual. Para concertos de câmara as limitações acústicas

predominam, mas pode considerar-se que a definição visual é um fator, como

parte do objetivo de fornecer um ambiente intimista.

Para shows musicais as limitações visuais não são críticas, pois em todos pode

ocorrer a adição de telas de vídeo para auxiliar a visão, especialmente a partir

das seções na retaguarda do auditório. No entanto, se a intenção é produzir

um ambiente intimista, onde pode ser um fator exigente de maiores

expressões facial, aplica-se o limite de 20m.

Se um auditório é para acomodar mais do que um tipo de produção, aplica-se

a condição mais onerosa.

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Figura 9 - Limitações auditiva e visual

Fonte: APPLETON, 2008.

Na imagem acima no plano (a) o artista esta em posição (B) e cria uma curva simples

(Y) com um único arco para determinar o distância máxima visual ou auditiva da

performance. No entanto, o cálculo a partir dos artistas no lado do palco (posições (A) e (C)),

produz uma curva mais restritiva. No corte (b) percebemos as limitações visual ou auditiva

na secção, que segue uma curva centrada no artista e no palco.

Com relação às visuais do público sentado, para a totalidade da audiência ter uma

ininterrupta vista do desempenho e da sua localização sobre as cabeças na frente, a seção e

plano do auditório devem obedecer a certas limitações estabelecidas por linhas de visão

vertical e horizontal (Figura 10).

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Figura 10 - Distâncias para as visuais adequadas do público sentado

Fonte: APPLETON, 2008.

A altura média dos olhos deve ser 1120 milímetros acima do nível do chão: a altura

do ponto de olho real depende das dimensões do assento. A distância a partir do centro do

olho para o início da cabeça, deve ser tomada como 100 mm, dimensão mínima para os

cálculos das linhas de visão. Para garantia de que não há uma visão clara sobre as cabeças

das pessoas na linha de frente, esta dimensão deve ser de pelo menos 125 milímetros. A

NBR 9050/2004, também determina as visuais ideais em teatros e auditórios, para pessoas

em cadeira de rodas.

b) Acústica

Existem limites para a distância através da qual a fala, o canto e a música podem ser

ouvidos claramente em uma sala de espetáculo, sem a assistência de amplificação, e este

tem uma influência sobre a distância máxima de locação dos assentos. As limitações

acústicas referem-se apenas aqueles que executam artes que não dependem de

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amplificação, como o teatro. Apresentações musicais tendem a usar amplificação como uma

parte integrante do desempenho.

Por isso também, a necessidade do condicionamento acústico da sala de acordo com

o tipo de espetáculo que será exibido e da distância que pretende ser alcançada, sendo

assim, uma sala de orquestra não terá o mesmo condicionamento acústico que uma sala de

teatro.

De acordo com o livro Buildings for the Performing Arts (2008), o desempenho

acústico está relacionado com a qualidade do som – música ou fala - que é ouvido por cada

membro da plateia, e também pelos artistas no palco. Para o projeto acústico de uma sala

de espetáculos devem ser considerados alguns aspectos como:

Tipo de produção: como já foi dito, cada tipo tem suas próprias exigências,

com características diferentes para a música e para o discurso.

Forma e tamanho do auditório: a maneira que o público envolve o palco;

capacidade, número, profundidade de varandas; inclinação do assento para

concertos, a proporção do comprimento, largura e altura, para ópera, dança e

musicais; a localização da orquestra, local e equipamentos de iluminação e

som.

Configuração para o desempenho: permanente configuração arquitetônica,

dentro do público, palco do proscênio e assim por diante.

Volume do auditório: calculado de acordo com o número de pessoas na

plateia multiplicado por um fator de volume de pessoas, de acordo com o tipo

de produção: 3,4 m³ por pessoa para a música e 9 m³ por pessoa para

discurso dentro do auditório; para ópera o fator situa-se entre 7 m³ e 8 m³ por

pessoa.

Tempo de reverberação: a diferença de tempo entre som direto de cada

membro de uma audiência e o som refletido em todas as superfícies do

auditório, que deve ser curto para o discurso e longo para a música. O

objetivo é equilibrar essas duas fontes, eliminando a distorção e distribuindo

o som uniformemente em toda plateia.

Acabamento: medida, tamanho, forma e localização das superfícies,

necessárias para reflexão, absorção e difusão de som para as paredes, teto e

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piso, incluindo o desenho do assento, que podem afetar o tempo de

reverberação.

Qualidade do som: varia de acordo com os diferentes tipos de discurso e de

música, e se relacionam com fatores tais como a extensão em que cada

membro do público pode sentir-se rodeado pelo som, responder de uma

forma íntima ou individual, e experimentar um equilíbrio entre os sons de

diferentes artistas. Modelos de computador ou de simulação podem ser

necessárias para testar a forma do auditório contra as considerações de

projeto: quanto mais sensível é o desempenho acústico, como ópera e música

clássica, maior a necessidade de simulação como parte do processo de

projeto.

c) Conforto

A disposição das cadeiras em um auditório depende principalmente da seleção do

formato – a relação entre palco e plateia – e das limitações visual e auditiva associadas a um

determinado tipo de produção, bem como o número de níveis e filas. Outros aspectos que

influenciam no layout, e assim na capacidade do auditório, incluem os seguintes fatores:

Dimensão dos assentos: O objetivo do design é proporcionar um padrão

adequado de conforto durante os espetáculos. O corpo humano possui

diversas tipologias, e as dimensões de um assento é geralmente baseado

numa característica de usuários medianos, o que varia também de acordo

com a idade e também por nacionalidade. A menor variação é conseguida por

ajuste nos estofos das costas e assento através de um material quando o

assento está ocupado, caso contrário a seleção de assentos é de comum

tamanho em todo, ou parte, do layout do auditório. Provavelmente o melhor

que se pode obter é a ordem de 90% da audiência dentro de uma aceitável

faixa de conforto.

Acústica: estofos devem satisfazer aos requisitos da acústica, geralmente, o

nível de capacidade de absorção quando desocupado é maior, isto é,

especialmente o caso com a música.

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A ventilação / aquecimento: para suprimento de ar ou extrato sob um

assento, deve ser permitido um espaço no chão ou uma elevação para

receber uma grelha.

Estofos: espessura do enchimento deverá fornecer conforto e evitar a fadiga,

mas não deve encorajar o relaxamento excessivo, o material do

acolchoamento e acabamento deve atender às regulamentações de fogo.

Número de assentos em uma fileira: de acordo com Appleton, com o assento

tradicional o número máximo numa linha é limitado a 22, se existem

corredores em ambas as extremidades da linha, e 11 se um corredor está em

apenas um lado. Seguindo estas orientações, o assento, com exceção dos

menores auditórios, é dividido em blocos pelos corredores. Já, a Norma do

Corpo de Bombeiros do Rio Grande do Norte exige que haja 15 cadeiras por

fileira – para que cada espectador percorra no máximo 8 poltronas para saída

– 20 por coluna, e que as fileiras não estejam encostadas na parede, devem se

afastar, no mínimo, 1,20m.

d) Circulação

Espaçamento entre as fileiras: O espaçamento é condicionado pela distância

entre a borda dianteira do assento (numa posição vertical) e a parte de trás

do encosto do assento em frente (Figura 11). A NBR 9050/2004, norma

referente à acessibilidade, determina estas distâncias, inclusive espaço

destinado para pessoas em cadeira de rodas, pessoas obesas e com

mobilidade reduzida.

Corredores: As larguras de corredores dentro de layouts de assentos em cada

nível dentro de um auditório são determinadas por seu papel como rotas de

fuga e do número de assentos servidos. Segundo Appleton, a largura mínima

é de 1100 mm. Corredores podem ser aumentados para uma proporção de

1,10 e 1,12, se utilizado por pessoas em cadeiras de rodas. A NBR 9050/2004,

determina que a largura mínima de circulação seja de 1,20m, e de 1,50m para

espaços públicos.

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Saídas de emergência: O objetivo é que todos no auditório possam sair para

um lugar de segurança dentro de um determinado período de tempo. A

evacuação de cada nível do auditório é necessária dentro de um período

limitado de tempo, no caso de um incêndio, e isto é e determinado pela

norma do Corpo de Bombeiros do Rio Grande do Norte. Pelo menos duas

saídas independentes separadas devem ser fornecidos de cada nível dentro

do auditório. As saídas devem estar localizadas com afastamento suficiente

em cada outra para permitir direções alternativas de fuga. Saída em caso de

emergência deve seguir o fluxo natural do movimento dos assentos de

distância do palco. As portas de saída do auditório, quaisquer portas dentro

da rota e as portas finais de saída devem abrir na direção da saída.

Figura 11 - Dimensões de circulação entre cadeiras

Fonte: APPLETON, 2008.

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PARTE II

Estudos de Referência

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4. ESTUDOS DE REFERÊNCIAS DIRETOS

Os estudos de referências diretos permitem a análise de edificações existentes, a

partir de visitas in loco, avaliando os aspectos positivos e negativos destas. Ao todo foram

realizados dois estudos diretos na cidade de Natal/RN: Teatro Alberto Maranhão e Teatro

Sandoval Wanderley.

4.1 Teatro Alberto Maranhão, Natal/RN

4.1.1 Histórico

O Teatro Alberto Maranhão (TAM) está localizado no bairro da Ribeira, na Zona

Administrativa Leste da cidade de Natal, Rio Grande do Norte, Brasil. A construção do teatro

começou em 1898, com o projeto do engenheiro José de Berredo e estilo arquitetônico Art

Nouveau. O teatro, inicialmente chamado de Teatro Carlos Gomes, teve sua inauguração foi

em 24 de março de 1904, durante o governo de Alberto Maranhão, e conservava a forma de

chalé com 18,30 m de largura por 78,60 m de extensão, tendo três portas com uma

escultura de Mathurin Moreau denominada “Arte”, encimando a fachada. No segundo

governo de Alberto Maranhão o teatro passou por uma reforma no qual houve a adição de

um pavimento, portões e grades de ferros vindos da França, bem como os balcões e obras

de arte na fachada (ver Figura 12).

Figura 12 - Teatro Alberto Maranhão

Fonte: Acervo próprio (2014).

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No governo de Djalma Maranhão, em 1957, o teatro recebeu o nome de Teatro

Alberto Maranhão. Nos anos de 1959 e 1976 o teatro passou por mais duas reformas, nesta

última o mesmo foi equipado com ar condicionado central. Em 1988, a Fundação José

Augusto, que a partir deste ano através do Governo do Estado passou a administrar o teatro,

promoveu uma nova reforma buscando restaurá-lo. Foram restaurados camarins, salão

nobre, jardim, plateia, palco e fachadas (ver Figura 13 e Figura 14).

Figura 13 - Foyer Teatro Alberto Maranhão

Fonte: Acervo próprio (2014).

Figura 14 - Jardim Teatro Alberto Maranhão

Fonte: Acervo próprio (2014).

4.1.2 Funcionamento e Fluxos

O teatro funciona todos os dias e é aberto a visitas de segunda a sexta, das 8h às 17h,

e sábados, domingos e feriados a partir das 14h. A bilheteria também funciona todos os dias

das 9h às 17h. Os horários de espetáculos são de acordo com a programação mensal do

espaço. O público usuário abrange a todas as faixas etárias.

O público circula livremente pelo foyer, jardim e banheiros, estando os outros

ambientes restritos aos horários de espetáculos e aos funcionários.

4.1.3 Acessos e Entorno

O acesso principal ao TAM ocorre pela Praça Augusto Severo, e o acesso de serviço,

carga e descarga pela Avenida Rio Branco, nos fundos do Teatro. O bairro da Ribeira no qual

está localizado o teatro é o centro histórico da cidade e seu entorno é composto por

diversos usos, mas maioria deles comercial. Apresenta uma grande movimentação durante

os períodos da manhã e da tarde, devido as atividades desenvolvidas na área, e à noite tem-

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se uma menor movimentação, apenas de moradores locais. Próximo ao espaço existe

bancos, o Colégio Salesiano São José, pequenas empresas e estabelecimentos, além do Porto

de Natal.

A área construída ocupa cerca de 80% da área total do terreno, pois o pátio interno

não entra no cálculo de área construída. O teatro não possui estacionamento próprio, então

o público estaciona os carros em vagas regulamentadas ou nas vias próximas. Em relação à

vegetação, a mesma é em pouca densidade, à exceção de jardineiras presentes no jardim e

na praça em frente ao teatro.

4.1.4 Projeto e Programa de Necessidades

Com relação à volumetria, percebe-se que a edificação é, de forma simplificada, a

adição de prismas retangulares com frontões triangulares e pátio central, mas possui uma

frontal fachada rebuscada, com adornos característicos ao estilo arquitetônico e ao período

em que foi construído. As aberturas estão em sua maioria na fachada frontal, devido à forma

de ocupação do terreno.

São considerados cômodos-chave para seu funcionamento a sala de espetáculos, o

foyer e jardim, espaços para acomodação e recepção dos usuários.

PROGRAMA DE NECESSIDADES

Pavimento Térreo Bilheteria; Foyer; Antessala da Diretoria; Diretoria; Secretaria; Sala dos Funcionários; Jardim; Lojinha; Banheiros; Lanchonete;

Plateia; Frisas; Palco; Porão; Coxias; 4 Camarins; Almoxarifado; Cozinha; Carga e descarga;

1º Pavimento Salão Nobre; 23 Camarotes;

2º Pavimento Galerias; Cabine de Luz e Som;

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4.1.5 Palco e Mecanismos Cênicos

O palco possui uma boca de cena com 8 metros de largura, 6 metros de altura e 12

metros de profundidade, e urdimento com 12 metros de altura. O urdimento conta com

passarela técnica, quatro varas de luz internas, uma externa e bambolinas (ver Figura 15).

Figura 15 - Palco Teatro Alberto Maranhão

Fonte: Acervo próprio (2014).

Figura 16 - Plateia Teatro Alberto Maranhão

Fonte: Acervo próprio (2014).

4.1.6 Capacidade de público e formato

De acordo com mapa de assentos do Teatro Alberto Maranhão (Figura 17), a sala de

espetáculos possui a capacidade para 654 espectadores, divididos em cadeira, frisas, galeria

e 23 camarotes. O formato da sala de espetáculos é à italiana, no qual a plateia é disposta de

forma frontal ao palco (ver Figura 16).

Figura 17 - Mapa da plateia do TAM

Fonte: Acervo do TAM.

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4.2 Teatro Sandoval Wanderley, Natal/RN

4.2.1 Histórico

O Teatro Sandoval Wanderley (ver Figura 18) está localizado no bairro do Alecrim, na

Zona Administrativa Leste da cidade de Natal, Rio Grande do Norte, Brasil. Foi o segundo

teatro a ser construído na cidade, após o Teatro Alberto Maranhão, no ano de 1904. Durante

as décadas de 1980 e 1990, o teatro foi amplamente utilizado para apresentação de peças

infantis e de pequenos grupos teatrais, para a gravação de programas de TV e apresentações

musicais de gêneros diversos, como grupos de chorinho e bandas de rock. No ano de 2005 o

Teatro passou por uma reforma para atender à programação cultural elaborada pela

Fundação Capitania das Artes, que realiza a maioria de seus eventos periódicos no local. O

teatro ficou abandonado durante muitos anos, até ser interditado em 2009 por tempo

indeterminado.

Figura 18 - Teatro Sandoval Wanderley

Fonte: Acervo próprio (2014).

4.2.2 Funcionamento e fluxo

Atualmente o Teatro Sandoval Wanderley encontra-se fechado e sem

funcionamento. O público tem acesso restrito e circulação apenas à sala de espetáculo e aos

banheiros. Já os funcionários circulam por toda a edificação.

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4.2.3 Acessos e Entorno

O acesso ao Teatro Sandoval Wanderley acontece pela Avenida Presidente Bandeira,

bem como o acesso de serviços, carga e descarga. O seu entorno é composto pelo uso

predominantemente comercial. Próximo ao espaço também existem bancos, escolas,

pequenas empresas e estabelecimentos comerciais. Apresenta uma grande movimentação

durante os períodos da manhã e da tarde, devido as atividades desenvolvidas na área, e à

noite tem-se uma menor movimentação, apenas de moradores locais.

A área construída ocupa cerca de 100% da área total do terreno. O teatro não possui

estacionamento próprio, então o público estaciona os carros nas vias próximas. Em relação à

vegetação, a mesma é inexistente.

4.2.4 Programa de Necessidades

Com relação à volumetria, percebe-se que a edificação é, de forma simplificada, um

prisma retangular, com platibanda que esconde a cobertura, possuindo uma fachada

geométrica que se utilizada apenas de linhas retas para criar a composição. As aberturas

estão em sua maioria na fachada frontal, devido à forma de ocupação do terreno. A

circulação vertical externa a edificação também compõem a fachada frontal.

O cômodo-chave para seu funcionamento é a sala de espetáculos, tendo em vista

que a edificação não possui um programa de necessidades extenso.

PROGRAMA DE NECESSIDADES

Pavimento Térreo Bilheteria; Sala de Orquestra; Acervo da Orquestra; Sala do Maestro; Banheiro dos Funcionários;

Copa; Depósito; Administração; Gerador;

1º Pavimento Foyer; Palco; Plateia;

2 Camarins; Direção; Banheiros;

2º Pavimento Galerias; Cabine de Luz e Som; Ar condicionado;

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4.2.5 Palco e Mecanismos Cênicos

Na reforma, em 2005, o palco que era à italiana passou a ser em formato de arena

(ver Figura 19). A estrutura de urdimento (ver Figura 20) que antes era apenas sobre o palco,

passou a ocupar toda a sala, pois a nova tipologia permite vários tipos configuração de palco.

Figura 19 - Palco Teatro Sandoval Wanderley

Fonte: Sérgio Villar (2010).

Figura 20 - Urdimento Teatro Sandoval Wanderley

Fonte: Acervo próprio (2014).

4.2.6 Capacidade de público e formato

A sala de espetáculos possui a capacidade para 300 espectadores, acomodados em

cadeiras fixadas de forma escalonada sobre praticáveis, que podem ser movimentados e

assumirem diversas configurações de plateia.

4.2.7 Parte Gráfica

Não foi possível ter acesso ao arquivo digitalizado do projeto do Teatro Sandoval

Wanderley por isso, foram feitas imagens das pranchas impressas.

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Figura 21 - Planta baixa do pavimento térreo Teatro Sandoval Wanderley

Fonte: Acervo da Prefeitura de Natal/RN (2014).

Figura 22 - Planta baixa 1º pavimento Teatro Sandoval Wanderley

Fonte: Acervo da Prefeitura de Natal (2014).

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5. ESTUDOS DE REFERÊNCIAS INDIRETOS

Os estudos de referências indiretos permitem a análise de edificações existentes a

partir de consultas em livros, revistas e internet. Foram estudadas três edificações, o The

Royal Playhouse em Copenhagen/DK, o Teatro Castro Alves em Salvador/BA e o Teatro Vila

Velha em Salvador/BA, com a finalidade de verificar aspectos como: plantas, dimensões,

capacidade e forma.

5.1 The Royal Playhouse, Copenhagen, DEN

O novo The Royal Playhouse (ver Figura 23) está localizado a beira-mar, em um dos

mais importantes pontos de Copenhagen, o bairro de Frederiksstaden, na Dinamarca, local

onde o ocorre a reunião do centro histórico do século 18, com o porto e o mar ver. O teatro,

com uma área total de 21.000 m², foi projetado pelo escritório Lundgaard & Tranberg

Arkitekter, para um concurso internacional em 2002, seu período de construção foi entre os

anos de 2004 a 2007, e sua inauguração foi em 2008.

Por estar localizado em uma área de porto e muito próximo ao mar todos os

materiais selecionados para a construção precisavam ser capazes de tolerar um clima

marítimo intenso. Por isso foram utilizados tijolos rústicos, especialmente concebidos e

desenvolvidos para teatro pelo escritório, e que podem resistir à imersão em água do mar

(ver Figura 24).

Figura 23 - The Royal Playhouse

Fonte:<http://www.arcspace.com>

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Figura 24 - Materiais The Royal Playhouse

Fonte: <http://www.sbd2050.org>

O edifício é constituído por três elementos de composição: um passeio público

flutuante em colunas finas sobre a água, revestido de carvalho, que dá acesso ao hall de

entrada com as suas vistas panorâmicas sobre o porto e o horizonte histórico. O edifício

cena, que contém o teatro principal e duas salas de teatro para espetáculos menores, revela

o caráter material para o porto com a frente revestida em tijolos rústicos e a torre revestida

em cobre. E por último, o nível do telhado, expansivo e unificador, contêm instalações

operacionais e de serviço e que dá uma vista espetacular em todas as direções através de

diferentes nuances de vidro verde (ver Figura 25).

Figura 25 - Elementos de composição The Royal Playhouse

Fonte: <http://buildipedia.com>

Analisando a edificação em corte (ver Figura 26), podemos perceber claramente os

elementos de composição do edifício, apresentando o teatro principal, os bastidores e o

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passeio público no nível térreo, a torre acima do palco do teatro principal, e a sala de som e

vestiários no nível do telhado.

Figura 26 - Corte The Royal Playhouse

Fonte: <http://arch3611s11ebryan.blogspot.com.br/2011/02/building-example-6.html>

O Teatro Principal (ver Figura 28) possui a capacidade para um público de 650

pessoas, o Teatro Porto possui a capacidade para 250 pessoas e o Teatro Estúdio com

capacidade para 100 pessoas.

Figura 27 - Foyer The Royal Playhouse

Fonte: <http://www.arcspace.com>

Figura 28 - Teatro Principal The Royal Playhouse

Fonte: <http://www.arcspace.com>

Na área destinada ao publico, no primeiro e terceiro pavimento, temos foyer (ver

Figura 27), bilheteria, café, livraria, banheiros e vestiários. Na área privada, no primeiro

pavimento, temos os bastidores e salas de workshop, no terceiro pavimento, temos salas de

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administração, vestiários/camarins, salas de som, vídeo e iluminação, e sala de figurinos (ver

Figura 29).

Figura 29 - Plantas Baixa The Royal Playhouse com zoneamento de usos

Fonte: <http://arch3611s11ebryan.blogspot.com.br/2011/02/building-example-6.html>

5.2 Teatro Castro Alves, Salvador/BA

O Teatro Castro Alves (TCA) está localizado no bairro de Campo Grande, na cidade de

Salvador, Bahia, Brasil (ver Figura 30). O teatro apresenta uma área construída total de

17.451,90 m², e foi projetado inicialmente pelos arquitetos Alcides da Rocha Miranda e José

de Sousa Reis em 1948, mas devido a um incêndio no dia 9 de julho de 1958, cinco dias antes

de sua inauguração e por causas atribuídas a um curto-circuito na instalação elétrica, o

Teatro foi reprojetado por José Bina Fonyat Filho e Humberto Lemos Lopes, com projeto

destacado na ocasião com menção honrosa na 1ª Bienal de Artes Plásticas de Teatro em São

Paulo por suas linhas e conceitos modernistas. Houve ainda um segundo incêndio, e o TCA

só foi inaugurado no dia 4 de março de 1967.

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Figura 30 - Teatro Castro Alves

Fonte: <http://www.bahianegocios.com.br>

O Teatro é uma edificação de filiação estilística modernista, sendo construído em

concreto armado e exibindo vãos livres e estruturas em balanço, com grandes superfícies de

fachada sem ornamentação. O trabalho do arquiteto Bina Fonyat se destaca aliando o

plástico ao funcional, buscando uma integração com a paisagem da cidade e um caráter

multifuncional na utilização de seus espaços, sendo a Sala Principal, por exemplo, adaptável

a diferentes tipos de espetáculos.

O TCA conta com Sala Principal, Sala do Coro, Concha Acústica, Foyer, Centro Técnico,

Vão Livre, Jardim Suspenso e Café Teatro, além das salas administrativas e salas de ensaio

(Figura 31).

Figura 31 - Croqui Teatro Castro Alves

Fonte: <http://pt.urbarama.com/project/teatro-castro-alves>

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A Sala Principal possui a capacidade para um público de 1.560 pessoas, e não há

ponto morto na plateia, ou seja, a visibilidade do palco é perfeita para todo o público

presente. O palco tem a boca de cena de 9 metros de altura por 16 de largura e fosso para

orquestra com capacidade para 80 músicos. Os bastidores são equipados com 14 camarins e

uma sala de camareira (ver Figura 32 e Figura 33).

Figura 32 - Planta baixa Sala Principal TCA

Fonte: <http://www.tca.ba.gov.br>

Figura 33 - Sala Principal TCA

Fonte: <http://www.tca.ba.gov.br>

A Sala do Coro possui capacidade para um público de 197 pessoas, destinada a

abrigar produções intimistas, experimentais ou de pequeno porte nas áreas de teatro, dança

e música, um espaço que contribui com o desenvolvimento do teatro local desde junho de

1995. O palco possui as dimensões de 13,85 metros de largura por 4,20 metros de altura,

três camarins e um foyer equipado com serviço de bar para os espectadores (ver Figura 34 e

Figura 35).

Figura 34 - Planta Baixa Sala do Coro TCA

Fonte:<http://www.tca.ba.gov.br>

Figura 35 - Sala do Coro TCA

Fonte:<http://www.tca.ba.gov.br>

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A Concha Acústica tem a forma de semi-arena ao ar livre e capacidade para receber

um público de 5.620 pessoas. O palco e a parte plana superior da plateia são coberta por

uma lona especial tensionada e fixada por estruturas metálicas. Possui seis camarotes, com

capacidade para 120 pessoas, e ainda uma estrutura de apoio com bar e sanitários. A

Concha faz parte do “Complexo Cultural Teatro Castro Alves”, sendo um local importante

local no cenário da Música Popular Brasileira.

O Foyer (ver Figura 36) possui uma área de 688m², e é o portal de entrada da Sala

Principal do Teatro Castro Alves e também destinado a receber exposições, solenidades e

apresentações de música de câmara. O espaço é equipado com mobiliário, bar, banheiros, e

um minijardim de inverno com uma escada que dá acesso ao Jardim Suspenso.

O Jardim Suspenso é um espaço destinado para a espera dos espetáculos, como um

grande terraço ao ar livre com vista panorâmica para a Praça do Campo Grande.

O Vão Livre (ver Figura 37) é uma área de circulação localizada entre os pilares de

sustentação da rampa que dá acesso à Sala Principal do TCA. O espaço apresenta um jardim

e um espelho d’água, e atualmente é destinado a coquetéis pós-espetáculos e eventos.

Figura 36 - Foyer TCA

Fonte:<http://www.tca.ba.gov.br>

Figura 37 - Vão Livre TCA

Fonte:<http://www.tca.ba.gov.br>

Além disso, o Complexo Cultural Teatro Castro Alves abriga ainda os dois corpos

artísticos estáveis mantidos pelo Governo do Estado: A Orquestra Sinfônica da Bahia e o Balé

do Teatro Castro Alves. E ainda o Memorial do TCA, para a preservação da memória do

Teatro, através de fotografias, filmes e registros dos eventos artísticos que ali tiveram lugar,

o Centro Técnico que serve como apoio aos eventos, tendo criado cerca de 10 mil figurinos

para espetáculos do Núcleo de teatro e produções externas, possuindo um laboratório para

efeitos de maquiagens nos atores, o Setor de Multimeios e Programação Visual, com mais de

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5 mil negativos e mais de 200 vídeos e Documentação e Pesquisa, onde existe um arquivo

com 45 mil documentos, banco de textos teatrais, com mais de 100 peças de autores

nacionais e estrangeiros, traduzidas para o português.

5.3 Teatro Vila Velha, Salvador/BA

O Teatro Vila Velha (ver Figura 38) está localizado no bairro de Campo Grande, na

cidade de Salvador, Bahia, Brasil. O teatro foi inaugurado no dia 31 de julho de 1964, em um

espaço cedido pelo Governo do Estado à primeira companhia teatral profissional da Bahia,

chamada de a Companhia Teatro dos Novos. O primeiro projeto, executado pelo arquiteto

Sílvio Robato, transformou um galpão em teatro com uma área total de 786 m². Em 1995, o

Teatro Vila Velha passou por uma reforma que veio refletir fisicamente o pensamento

inovador da companhia. O teatro foi inteiramente reconstruído, restando do antigo prédio,

apenas uma parede e meia. O projeto arquitetônico foi do arquiteto Carl von Hauenschild.

Entregue em maio de 1998, hoje o Teatro Vila Velha possui uma área total de 1.887 m², com

uma estrutura moderna, confortável e bem equipada.

Figura 38 - Teatro Vila Velha

Fonte: <http://www.overmundo.com.br/guia/teatro-vila-velha>

O Teatro Vila Velha é composto por bilheteria, sanitários, foyer, loja, administração,

direção, apoio técnico, cabine de luz e som, depósitos, oficina, Sala Principal, camarins,

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vestiários, o café Cabaré dos Novos, e as salas de ensaio, Sala João Augusto e Sala Mario

Gusmão.

Figura 39 - Planta Baixa do Pavimento Inferior Teatro Vila Velha

Fonte: Acervo do Teatro Vila Velha, 2014.

Figura 40 - Planta Baixa Pavimento Térreo Teatro Vila Velha

Fonte: Acervo do Teatro Vila Velha, 2014.

Figura 41 - Planta Baixa Pavimento Superior Teatro Vila Velha

Fonte: Acervo do Teatro Vila Velha, 2014.

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Figura 42 - Corte Longitudinal Teatro Vila Velha

Fonte: Acervo do Teatro Vila Velha, 2014.

Inicialmente a Sala Principal possuía apenas um andar, mas após a reforma passou a

ter três pavimentos, compostos por uma base em retângulo, circundada pela primeira e

segunda galeria (ver Figura 43). Tanto o palco quanto os equipamentos de apoio e as

cadeiras podem ser deslocados para qualquer ponto do teatro, formando diferentes

relações espaciais entre o palco e a plateia. As diferentes configurações entre palco e plateia

são possíveis através da utilização de 120 praticáveis (elementos cenográficos), com altura

variável, que foram importados da Alemanha. A capacidade varia conforme a configuração

da sala, mas a capacidade máxima é de 400 pessoas, com um total de 235 cadeiras e a

utilização de 90 praticáveis (2x1m). Esta sala possui três camarins equipados com araras para

figurinos e iluminação para maquiagem.

Figura 43 - Sala Principal Teatro Vila Velha

Fonte: <http://www.teatrovilavelha.com.br>

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A área máxima do palco é de 21,60 m por 9,60m, com uma área de cena mima de

12,60m, uma máxima de 14,60m e uma altura máxima de 8m. As maiores áreas de plateia

são 9m x 8m e 7m x 8m. São possíveis oito diferentes tipos de organização palco-plateia (ver

Figura 44).

Figura 44 - Configurações Palco-Plateia Teatro Vila Velha

Fonte: <http://www.teatrovilavelha.com.br>

O Cabaré dos Novos (ver Figura 45) é um café-teatro onde funciona uma sala de

espetáculos. Possui um pequeno palco com dimensões de 4,25 m de fundo, 4,08 m de

profundidade, 6m de proscênio, e 3m de altura. A capacidade máxima da plateia é de 100

pessoas, com um total de 85 cadeiras. O espaço estabelece uma interessante proximidade

entre a plateia e o palco, que confere ao ambiente um ar intimista, propício a espetáculos de

divertimento e shows musicais. O espaço ainda oferece um camarim pequeno, para no

máximo 3 pessoas, com arara para figurino e iluminação para maquiagem.

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Figura 45 - Café Carabé dos Novos Teatro Vila Velha

Fonte: <http://www.teatrovilavelha.com.br>

A Sala João Augusto (ver Figura 46) e a Sala Mario Gusmão (ver Figura 47) são salas

de ensaio do teatro, que podem ser adaptadas para receber espetáculos, performances,

oficinas, workshops e leituras dramáticas. A Sala João Augusto é maior delas, com uma das

paredes tomada por espelhos, oferece ainda equipamento de som e barras de apoio.

Figura 46 - Sala João Augusto Teatro Vila Velha

Fonte: <http://www.teatrovilavelha.com.br>

Figura 47 - Sala Mario Gusmão Teatro Vila Velha

Fonte: <http://www.teatrovilavelha.com.br>

O Foyer (ver Figura 48) é um espaço que recebe o público para as atividades, e abriga

exposições, produtos do Teatro e seus espetáculos e parceiros, informações de

patrocinadores e Amigos do Vila.

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Andreza Cruz Alves da Silva

Figura 48 - Foyer Teatro Vila Velha

Fonte: <http://www.teatrovilavelha.com.br>

Funcionam ainda no espaço outros grupos de teatro e dança, como Bando de Teatro

Olodum, Companhia Novos Novos e o Núcleo Viladança. O teatro também oferece um uma

proposta de Universidade Livre de Teatro Vila Velha, que seria um curso de teatro no qual os

participantes entram em contato com conhecimentos de iluminação, sonorização,

cenografia, produção, processos em rede, comunicação e muitos outros que tenham o

objetivo de construção de um saber pleno sobre a função de todos os atores e componentes

estéticos envolvidos neste sistema.

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6. ESTUDOS DE REFERÊNCIAS FORMAIS

Assim como os estudos de referências indiretos, nos estudos de referências formais a

análise das edificações existentes foram a partir de consultas em livros, revistas e internet.

Foram observadas duas edificações, o Teatro Vícar na Espanha e o projeto do Teatro Saint-

Nazaire na França, com a finalidade de verificar aspectos formais, volumétricos, de materiais

e revestimentos.

6.1 Teatro Vícar, Almería, ESP

O projeto deste espaço cênico está locado em Vícar, um povoado típico da

colonização do Campo de Dalias de Almería ocupado por colonos das Alpujarras durante os

anos 60. Foi projetado por Gabriel Verd Arquitectos no ano de 2007. Construído sobre uma

base elevada possui uma área construída de 3.542 m², com estrutura e materiais em

concreto e aço (ver Figura 49). O foyer, assimétrico devido à organização do teatro,

apresenta uma cor amarela forte e recebe uma luz qualificada a partir da grade instalada na

fachada (ver Figura 50).

Figura 49 - Teatro Vícar

Fonte: <http://www.archdaily.com.br>

Figura 50 - Foyer Teatro Vícar

Fonte: <http://www.archdaily.com.br>

6.2 Teatro Saint-Nazaire, Saint-Nazaire, FRA

O teatro projetado pelo escritório K-architectures no ano de 2012, está localizado na

cidade de Saint- Nazaire na França e possui uma área construída de 3.900 m². É um projeto

de reuso para uma antiga estação da cidade. O concreto confere um estado soberano à

edificação, liso em algumas partes e em outras, esculpido com padronagens florais (ver

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Figura 51). O foyer apresenta revestimento metálico, também com padronagens florais e

letreiros luminosos indicando os ambientes (ver Figura 52).

Figura 51 - Teatro Saint-Nazaire

Fonte: <http://www.archdaily.com.br>

Figura 52 - Foyer Teatro Saint-Nazaire

Fonte: <http://www.archdaily.com.br>

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Andreza Cruz Alves da Silva

7. ANÁLISE DOS ESTUDOS DE REFERÊNCIAS

Para uma melhor análise dos estudos de referências foi realizado um quadro resumo

contendo os aspectos importantes encontrados em cada projeto, elencados em pontos

positivos e pontos negativos, referentes ao processo de concepção até o resultado final dos

mesmos. Essa avaliação contribuirá no processo de desenvolvimento do Teatro

Multifuncional.

Quadro 1 - Análise dos estudos de referência

Estudos Pontos Positivos Pontos Negativos

Teatro Alberto Maranhão

- Acessos à edificação: entrada e carga e descarga;

- Disposição dos ambientes; - Tamanha do foyer e jardim interno;

- Quantidade de camarins;

- Sala de espetáculos com palco à italiana;

- Pequeno tamanho de palco e estrutura de urdimento;

- Problemas de acessibilidade: acesso ao pavimento superior e vagas

destinadas a usuários portadores de necessidades especiais.

Teatro Sandoval Wanderley

- Sala de espetáculo com palco multifuncional;

- Quantidade de espectadores;

- Materiais utilizados no revestimento; - Ausência de harmonia na relação de

cheios e vazios da fachada frontal; - Volumetria simples;

- Problemas de acessibilidade: acesso ao pavimento superior e vagas

destinadas a usuários portadores de necessidades especiais.

The Royal Playhouse

- Fachada em vidro; - Grande foyer;

- Relação com o exterior; - Visuais proporcionadas na cobertura;

- Volumetria; - Materiais utilizados no revestimento;

- Sala de espetáculos com palco à italiana;

Teatro Castro Alves

- Estrutura em concreto; - Volumetria;

- Grande foyer e sua fachada; - Programa de necessidades;

- Oferta de atividades relacionadas à produção da arte cênica;

- Entorno com concha acústica;

- Sala de espetáculos com palco à italiana;

Teatro Vila Velha

- Sala de espetáculo com palco multifuncional;

- Utilização de praticáveis; - Quantidade de espectadores;

- Oferta de espaços para ensaios; - Oferta de atividades relacionadas à

produção da arte cênica;

- Materiais utilizados no revestimento; - Fachada e volumetria simples;

Fonte: Elaboração própria (2014).

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PARTE III ESTUDOS PRELIMINARES

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8. TERRENO

O ponto de partida para a escolha do terreno foi que este estivesse localizado em

uma região da cidade em que houvesse certa carência de casas de espetáculos e espaços

para apresentações teatrais, a fim de tornar a edificação como um elemento de identificação

da população local. Outros fatores considerados determinantes para escolha do terreno

foram a localização e as condições de acesso, com preferência por vias de grande ou médio

fluxo, e infraestrutura local.

As Regiões Administrativas Norte e Oeste apresentam um grande potencial para

receber este tipo de equipamento, pois são as regiões mais populosas da cidade e também

as mais carentes. Acredita-se que as populações dessas regiões, em especial os jovens,

precisam de investimentos em opções de cultura e lazer, além de ofertas de emprego e

profissionalizantes que este espaço cultural público pode oferecer.

8.1 Localização e Entorno

O terreno escolhido para intervenção é um lote no meio de quadra e está localizado

na Avenida Industrial João Francisco Mota (BR 226), no bairro do Bom Pastor, Região

Administrativa Oeste da cidade de Natal, Rio Grande do Norte (ver Erro! Fonte de referência

ão encontrada.).

Figura 53 - Localização do Terreno

Brasil (Estado do Rio Grande do Norte em destaque)

Rio Grande do Norte (Município de Natal em destaque)

Município de Natal (Bairro do Bom Pastor em destaque)

Entorno do terreno escolhido

Fonte: Elaborado pela autora (2014).

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No local do terreno funcionava um curtume e uma fábrica de calçados e artefatos em

couro (ver Figura 54 e Figura 55), e segundo o professor Milton França Junior (2014) “o

curtume está com suas atividades paralisadas há mais de 8 anos, sem perspectiva de ser

reativado. A competição com o couro importado e de outras regiões com ampla pecuária

tornou a atividade comercialmente inviável. Assim, fecharam os dois curtumes e mesmo a

fabrica de calçados e acessórios em couro no Bom Pastor.”

Figura 54 - Terreno

Fonte: Acervo próprio (2014).

Figura 55 - Vista Frontal do Terreno

Fonte: Acervo próprio (2014).

A Avenida Industrial João Francisco Mota, que tem continuidade como BR 226, é a

principal via de acesso, não havendo outras vias que deem acesso direto ao terreno. Esta via

é caracterizada como uma via Estrutural do tipo Arterial 1 com a função de penetração, ou

seja, responsável por ligar regiões da cidade entre si, nesse caso por ser uma rodovia

interestadual faz a ligação entre municípios.

Com relação ao entorno, é uma área predominantemente de uso residencial, mas

que também possui usos de comercio e indústria, como a empresa DVN Vidros. Bem

próximo ao terreno temos a Escola Municipal Prof.ª Francisca Ferreira da Silva e a Escola

Estadual Deputado Marcio Marinho, de uso institucional que influencia no funcionamento

do projeto, tendo em vista que os alunos das escolas podem ser também alunos e usuários

do espaço que esta sendo proposto (ver Figura 56).

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Figura 56 - Hierarquia Viária e Pontos de Referência

Fonte: Elaborado pela autora (2014) através do mapa do IDEMA.

O bairro do Bom Pastor apresenta Áreas Especiais de Interesse Social, com a

presença de favelas e concentração de vilas. O terreno encontra-se numa área de

concentração de vilas. Os bairros vizinhos, de Felipe Camarão, Cidade da Esperança, Nossa

Senhora do Nazaré, Dix-Sept Rosado, Quintas e Nordeste, apresentam o mesmo tipo de

ocupação, mas isso será tratado mais a frente no tocante aos condicionantes legais do

projeto.

8.2 Aspectos Físicos

O terreno possui uma área de 13.804,43 m², apresenta grandes dimensões com

forma aproximadamente retangular (ver Figura 57) e adequa-se de forma suficiente ao porte

previsto para o projeto.

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Figura 57 - Dimensões do Terreno

Fonte: Elaborado pela autora (2014) através do mapa do IDEMA.

Existe uma grande diferença de cotas de nível no terreno, sendo esta de

aproximadamente doze metros, como podemos observar na Figura 58. A testada frontal é a

mais baixa, voltada para Avenida Industrial João Francisco Mota. A declividade do terreno

aumenta em direção a testada dos fundos, o que favorece a criação das visuais para o rio

propostas no projeto.

Figura 58 - Topografia do Terreno

Fonte: Elaborado pela autora (2014) através do mapa do IDEMA.

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8.3 Aspectos Bioclimáticos

As condições bioclimáticas do terreno são um dos aspectos que devem ser levados

em consideração para a concepção de um projeto. Devem ser avaliadas as condições de

vegetação, insolação, ventilação e chuvas, que incidem sobre o terreno, para se chegar a um

resultado com o mínimo de impactos ambientais e para reduzir o consumo energético da

edificação.

A cidade de Natal está localizada na região Nordeste do Brasil, no estado do Rio

Grande do Norte, nas coordenadas LAT 05°47’ E LONG 35°12’, possuindo altitude média de

30m em relação ao nível do mar. Natal possui um clima tropical úmido, por ser uma cidade

litorânea e estar próxima à linha do Equador, com uma temperatura média anual de 26,2°C e

taxas de radiação solares muito elevadas. Os ventos predominantes são provenientes da

direção sudeste, podendo haver varrições entre sul e leste, como pode ser observado na

Figura 59.

Figura 59 - Rosa dos ventos Natal/RN

Fonte: INPE (2009)

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9. CONDICIONANTES LEGAIS

Para a implantação de qualquer empreendimento na cidade de Natal, o projeto

arquitetônico deve atender as recomendações previstas no Plano Diretor de Natal e no

Código de Obras e Edificações do Município de Natal, a fim de obter permissão para ser

construído e entrar em funcionamento. Além dessas legislações, também se deve seguir as

orientações do Código de Segurança e Prevenção contra Incêndio e Pânico do Estado do

Rio Grande do Norte, e da NBR 9050/2004, elaborada pela Associação Brasileira de Normas

Técnicas (ABNT), que garante acessibilidade às edificações para portadores de necessidades

especiais. No caso, como a edificação oferece um serviço de alimentação também foram

consideradas as recomendações presentes na RDC nº 216 (Resolução da Diretoria

Colegiada), da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), que enumera práticas de

higienização desses ambientes.

9.1 Plano Diretor de Natal

Lei Complementar nº 082, de 21 de Junho de 2007

O terreno localizado no bairro do Bom Pastor está situado em uma Zona de

Adensamento Básico, que possui um coeficiente de aproveitamento básico. Segundo o Plano

Diretor da Cidade de Natal (2007) “O coeficiente de aproveitamento básico para todos os

usos nos terrenos contidos na Zona Urbana é de 1,2 (um vírgula dois).” Ou seja, a área que

pode ser construída no terreno é de uma virgula duas vezes a área do terreno. Com relação

ao gabarito, como se trata de uma zona de adensamento básico o gabarito máximo de altura

permitido é de 65 metros.

Ainda segundo o Plano Diretor, a taxa de ocupação máxima para edificações com

subsolo, térreo e 2º pavimento é de 80%, e acima do 2º pavimento a taxa de ocupação será

em função da área resultante da aplicação dos recuos previstos pelo Plano Diretor. O índice

da taxa de ocupação é obtido através da divisão da projeção horizontal da construção pela

área total do lote ou gleba, não são consideradas as projeções de beirais e marquises.

Quanto a taxa de impermeabilização exigida nos terrenos do município de Natal esta não

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pode exceder 80%, tal índice é obtido através da divisão da área que não permite a

infiltração da água pluvial (área impermeável) pela área total do lote.

Com relação aos recuos exigidos para Zonas não Adensáveis, determinado pelo Pano

Diretor de Natal e aplicáveis ao terreno escolhido, estes estão estabelecidos na tabela a

seguir:

Quadro 2 - Recuos

Fonte: Plano Diretor de Natal (2007).

O recuo, de acordo com o Plano Diretor de Natal (2007) é “a menor distância entre a

divisa do terreno e o limite externo da projeção horizontal da construção, em cada um dos

seus pavimentos, não sendo considerada a projeção de beirais e marquises, denominando-

se recuo frontal quando se referir aos limites com logradouros ou vias públicas e recuos de

fundos e laterais, quando se referir as divisas com outros lotes.”.

Próximo ao terreno temos a Zona de Proteção Ambiental 8 (ZPA8), que compreende

o ecossistema manguezal e Estuário dos rios Potengi/Jundiaí e que ainda não foi

regulamentada.

Segundo o Art. 17 do Plano Diretor (2007) “Considera-se Zona de Proteção Ambiental

a área na qual as características do meio físico restringem o uso e ocupação, visando a

proteção, manutenção e recuperação dos aspectos ambientais, ecológicos, paisagísticos,

históricos, arqueológicos, turísticos, culturais, arquitetônicos e científicos.”. Tendo em vista

que a ZPA 8 encontra-se de frente para a testada frontal do terreno, por ser uma zona de

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preservação, temos a garantia de que as visuais para Rio Potengi propostas no projeto não

serão prejudicadas com futuras intervenções na área.

Como já foi dito, o bairro do Bom Pastor apresenta Áreas Especiais de Interesse

Social, com a presença de favelas e concentração de vilas. As Áreas Especiais de Interesse

Social (AEIS), de acordo com o Plano Diretor da Cidade Natal (2007) “se configuram a partir

da dimensão sócio-econômica e cultural da população, com renda familiar predominante de

até 3 (três) salários mínimos, definida pela Mancha de Interesse Social (MIS), e pelos

atributos morfológicos dos assentamentos.” As favelas presentes no bairro e próximas ao

terreno são Mireto, Cambuim e Salgadinho ou Mare. O terreno encontra-se numa área de

concentração de vilas.

Os bairros vizinhos, de Felipe Camarão, Cidade da Esperança, Nossa Senhora do

Nazaré, Dix-Sept Rosado, Quintas e Nordeste, apresentam as mesmas características, o que

reforça a justificativa da implantação do projeto em uma área de interesse social e carente

de atividades culturais, sendo um equipamento que servirá não só para o bairro em que está

implantado, mas para todo o entorno.

9.2 Prescrições Urbanísticas do terreno

De acordo com o que foi previsto no Plano Diretor de Natal, pode-se calcular as

prescrições urbanísticas do terreno. Considerando-se que o terreno possui uma área total de

13.795,35 m², temos:

O coeficiente de aproveitamento é de 1,2, pode-se construir no terreno uma

área máxima de 16.554,42 m²;

A taxa de impermeabilização é de no máximo 80%, ou seja, a lâmina

impermeável do terreno é de 11.036,20 m²;

A taxa de ocupação também é de 80%, sendo assim, é a mesma área obtida

no cálculo da taxa de impermeabilização;

Os recuos estão condicionados à altura e ao numero de pavimentos da

edificação.

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9.3 Código de Obras

Lei Complementar nº 055, de 27 de Janeiro de 2004

Em terrenos edificados, nas Zonas de Adensamento Básico, não é obrigatório o

fechamento das divisas do terreno com muros, cercas, grades ou similares, mas se houver

algum tipo de fechamento a sua altura máxima no alinhamento frontal é de 3 metros em

relação ao passeio, e os muros laterais e de fundos também devem ter uma altura máxima

de 3 metros medidos em relação ao nível do terreno natural.

Segundo o Art. 108 do Código de Obras de Natal (2004) “Todo projeto deve prever

áreas destinadas ao estacionamento ou a guarda de veículos, cobertas ou não, e, nos casos

de edificações destinadas ao uso comercial ou industrial, além das áreas de estacionamento

deve destinar áreas para carga e descarga, nos termos desta Lei.”. As vagas de carga e

descarga devem obedecer as mesmas dimensões determinadas para vagas de

estacionamento. A entrada e a saída dos estacionamentos e pátios de carga e descarga

devem ser feitas de maneira a não prejudicar o trafego das vias de acesso, sendo assim,

quando o lote possuir as testadas para mais de uma via, o acesso ao estacionamento,

sempre que possível, deve ser realizado por uma via de menor hierarquia, o que não é o

caso do terreno escolhido, pois este possui a frente apenas para um logradouro.

O que determina o tipo de acesso ao estacionamento e a quantidade de vagas

necessárias para cada empreendimento é o tipo de via e a natureza do uso. Como a

edificação proposta apresenta mais de um tipo de uso não residencial, de acordo com o

Código de Obras de Natal, a área destinada ao estacionamento e guarda de veículos é

resultado da soma das exigências de áreas relativas a cada uso. O empreendimento esta

localizado em uma via arterial e dois tipos de uso, para o uso de Serviço de educação em

geral deve-se prever 1 vaga/ 40 m² e para o uso de Teatros 1 vaga/ 30 m², todos com área de

lixo, embarque e desembarque .O Código de Obras (2004) determina que “Em locais

públicos ou privados de uso coletivo deve ser reservado o número de vagas a deficientes

conforme estabelecido na NBR específica, com sinalização, rebaixamento de guias e

localização adequada.”.

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Com relação às calçadas estas devem possuir uma faixa de, no mínimo 1,20 metros

de largura para passagem de pedestres, com o piso regular e contínuo. A calçada pode

conter arborização, observadas as orientações do órgão competente do Município, e é

permitido o rebaixamento para acesso ao lote e as vagas de estacionamento existentes no

recuo frontal do lote e as faixas de travessia de pedestres. O comprimento da rampa de

rebaixamento do meio fio não pode ser maior que 50 centímetros e deve ser perpendicular

ao alinhamento do lote. O Código de Obras afirma que os logradouros públicos e edificações

públicas ou privadas de uso coletivo devem atender as condições da ABNT, garantindo o

acesso, circulação e utilização por pessoas portadoras de deficiências ou com mobilidade

reduzida.

O Art. 147 do Código de Obras de Natal (2004) determina que “Toda edificação deve

ser projetada com a observância e orientação dos pontos cardeais, atendendo, sempre que

possível, aos critérios mais favoráveis de ventilação, insolação e iluminação.”. São

dispensados de iluminação e ventilação direta e natural os ambientes que se destinam a:

corredores e halls de área inferior a 5 metros quadrados, compartimentos que pela sua

utilização justifiquem a ausência dos mesmos, conforme legislação, própria, mas que

disponham de iluminação e ventilação artificiais; depósitos de utensílios e despensa. E

também não são considerados ventilados ou iluminados os compartimentos cuja

profundidade, a partir do local de onde provem a iluminação, seja superior a 3 vezes o seu

pé direito.

9.4 Código de Segurança e Prevenção contra Incêndio e Pânico do Estado do Rio

Grande do Norte – Corpo de Bombeiros Militar do RN (CBMRN)

O Código de Segurança e Prevenção contra Incêndio e Pânico do Estado do Rio

Grande do Norte estabelece os critérios básicos indispensáveis à segurança contra incêndio

nas edificações de todo o Estado do Rio Grande do Norte. Estas visam garantir os meios

necessários ao combate a incêndio, evitar ou minimizar a propagação do fogo, facilitar as

ações de socorro e assegurar a evacuação segura dos ocupantes das edificações.

As exigências mínimas variam de acordo com o uso da edificação. Entre as

classificações de edificações definidas pelo Código, a proposta de projeto se enquadra na

ocupação Reunião Pública, que são “edificações destinadas à exposição, teatros, cinemas,

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auditórios, colégios, centros de cursos diversos, salas de reunião, “boites”, salões de festa,

bailes, casas noturnas, ginásios poliesportivos, templos religiosos, restaurantes com “boite”,

bingos, casas de show e similares;”.

As edificações classificadas como de ocupação Reunião Pública devem atender as

exigências de dispositivos de proteção contra incêndio, de acordo com a área construída e

altura da edificação. Além disso, os espetáculos devem ter a presença de pessoal habilitado

nas técnicas de prevenção e combate a incêndio e controle de pânico, devidamente

reconhecido pelo Corpo de Bombeiros Militar, todas as peças de decoração devem ser

confeccionadas com materiais de fácil combustão e deverão ser tratadas com proteção

retardante à ação do calor (ignifugação), dispor de ventilação natural para renovação do ar

ambiente, dispor de sistema de iluminação de emergência, e as portas de saída de

emergência deverão ter abertura no sentido de saída e destravamento por barra anti-

pânico.

Os ambientes com mais de 100 lugares devem possuir, além das aberturas normais

de entrada, deverão dispor de saídas de emergência com largura mínima de dois metros e

vinte centímetros (2,20m), acrescendo-se uma unidade de passagem (cinquenta e cinco

centímetros) para excedentes de 100 pessoas. Em edificações com mais de um pavimento

terão escadas com largura mínima de um metro e sessenta centímetros (1,60m), para

público de até 200 pessoas, acrescendo-se uma unidade de passagem de cinquenta e cinco

centímetros (0,55 m), para excedentes de 200 pessoas.

Nos cinemas, auditórios e demais locais onde as cadeiras estejam dispostas em

fileiras e colunas, os assentos obedecerão aos seguintes requisitos:

distância mínima de 90cm (noventa centímetros) de encosto a encosto;

número máximo de 15 assentos por fila e de 20 assentos por coluna;

distância mínima de 1,20m entre séries de assentos;

Não é permitido assentos junto à parede, devendo-se distanciar-se desta de,

no mínimo, um metro e vinte centímetros (1,20m).

Os espaços deverão conter locais de espera com área obedecendo a proporção de

doze metros quadrados (12 m²) para público de 200 pessoas, acrescendo-se dois metros

quadrados (2m²) para excedentes de 100 pessoas. É obrigatória a utilização de guarda-corpo

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nas sacadas, rampas e escadas, em material resistente, evitando-se quedas acidentais. A

lotação máxima será calculada de acordo com os seguintes parâmetros:

pessoas sentadas: um pessoa para cada 0,70m²;

pessoas em pé: uma pessoa para cada 0,50m²;

nas arquibancadas: para cada 1m², duas pessoas sentadas ou três pessoas em

pé;

não serão considerados no cálculo a área de circulação e “halls”.

A capacidade dos reservatórios de combate a incêndio deverá ser suficiente para

garantir o suprimento dos pontos de hidrantes, considerando-se em funcionamento

simultâneo, durante o tempo de:

30 minutos – Nas áreas construídas de 20.000m²;

45 minutos – Nas áreas construídas de 20.001 ate 30.000m²;

60 minutos – Nas áreas construídas de 30.001 até 50.000m², e nas instalações

de produção, manipulação, armazenamento ou distribuição de gases e líquidos combustíveis

ou inflamáveis;

90 minutos – Nas áreas construídas de 50.001 até 100.000m²;

120 minutos – Para áreas construídas acima de 100.000m².

A capacidade será calculada utilizando-se os fatores:

R = Q. T. H, sendo R - reserva mínima (7.200l), Q – vazão de acordo coma ocupação

de risco) e T – tempo de utilização de hidrante.

9.5 NBR 9050/2004

Acessibilidade a edificações, mobiliário, espaços e equipamentos urbanos

A NBR 9050 visa proporcionar à maior quantidade possível de pessoas,

independentemente de idade, estatura ou limitação de mobilidade ou percepção, a

utilização de maneira autônoma e segura do ambiente, edificações, mobiliário,

equipamentos urbanos e elementos. Para isso estabelece critérios e parâmetros técnicos a

serem observados quanto ao projeto, construção, instalação e adaptação de edificações,

mobiliário, espaços e equipamentos urbanos às condições de acessibilidade.

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As calçadas devem sempre acompanhas a guia do meio-fio, qualquer que seja

inclinação da via, aquelas que tenham inclinação superior a 8,33% (1:12) não podem compor

rotas acessíveis. A inclinação transversal de calçadas, passeios e vias exclusivas de pedestres

não deve ser superior a 3%, permitindo a continuidade nas calçadas vizinhas, sem a criação

de degraus. Eventuais ajustes de soleira devem ser executados sempre dentro dos lotes.

Calçadas, passeios e vias exclusivas de pedestres devem incorporar faixa livre com

largura mínima recomendável de 1,50 m, sendo o mínimo admissível de 1,20 m e altura livre

mínima de 2,10 m. As faixas livres devem ser completamente desobstruídas e isentas de

interferência, com piso nivelado, antiderrapante e não trepidante.

Nas edificações e equipamentos urbanos todas as entradas devem ser acessíveis,

bem como as rotas de interligação às principais funções do edifício. Com relação ao

estacionamento de veículos e as entradas, a ligação entre estes deve compor uma rota

acessível. Quando da impraticabilidade de se executar rota acessível entre o estacionamento

e as entradas acessíveis, devem ser previstas vagas de estacionamento exclusivas para

pessoas com deficiência, interligadas as entradas através de rotas acessíveis.

O acesso de veículos ao lote para estacionamento deve ser feito dentro do imóvel, de

forma a não criar desníveis no passeio público.

As vagas para estacionamento de veículos que conduzam ou que sejam conduzidos

por pessoas com deficiência e idosos devem:

Ter sinalização horizontal e vertical, conforme as resoluções do CONTRAN;

Contar com um espaço adicional de circulação com no mínimo 1,20 m de

largura, quando afastada da faixa de travessia de pedestres.

Quando afastadas da faixa de travessia de pedestres, conter espaço adicional

para circulação de cadeira de rodas e estar associadas a rampa de acesso a calcada;

Estar vinculadas a rota acessível que as interligue aos polos de atração;

Estar localizadas de forma a evitar a circulação entre veículos.

O número de vagas reservadas para veículos que conduzam ou que sejam conduzidos

por pessoas com deficiência é de 2% do total de vagas, sendo assegurada, no mínimo uma

vaga, e mais 5% no número total de vagas para idosos.

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Os acessos de uso restrito, tais como carga e descarga, acesso a equipamentos de

medição, guarda e coleta de lixo e outras com funções similares, não necessitam

obrigatoriamente atender às condições de acessibilidade da NBR 9050.

Com relação à circulação as larguras mínimas para corredores em edificações e

equipamentos urbanos são:

0,90 m para corredores de uso comum com extensão até 4,00 m;

1,20 m para corredores de uso comum com extensão até 10,00 m; e 1,50 m

para corredores com extensão superior a 10,00 m;

1,50 m para corredores de uso público;

maior que 1,50 m para grandes fluxos de pessoas.

As portas, inclusive de elevadores, devem ter um vão livre mínimo de 0,80 m e altura

mínima de 2,10 m. Em portas de duas ou mais folhas, pelo menos uma delas deve ter o vão

livre de 0,80 m.

A sinalização das portas, segundo a NBR 9050(2004), deve haver “informação visual

(número da sala, função etc.) ocupando área entre 1,40 m e 1,60 m do piso, localizada no

centro da porta ou na parede adjacente, ocupando área a uma distância do batente entre 15

cm e 45 cm. A sinalização tátil (em Braille ou texto em relevo) deve ser instalada nos

batentes ou vedo adjacente (parede, divisória ou painel), no lado onde estiver a maçaneta, a

uma altura entre 0,90 m e 1,10 m”.

Figura 60 - Sinalização visual e tátil em portas

Fonte: ABNT NBR 9050(2004).

As portas de sanitários, vestiários e quartos acessíveis em locais de hospedagem e de

saúde devem ter um puxador horizontal associado à maçaneta.

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A sinalização tátil no piso pode ser do tipo de alerta ou direcional. Ambas devem ter

cor contrastante com a do piso adjacente, e podem ser sobrepostas ou integradas ao piso

existente.

A sinalização tátil de alerta consiste em um conjunto de relevos tronco-cônicos e

deve ser instalada perpendicularmente ao sentido de deslocamento nas situações em que

apresentem obstáculos suspensos entre 0,60m e 1,20m do piso acabado, rebaixamento de

calçadas, no início e término de escadas fixas, escadas rolantes e rampas, junto às portas de

elevadores, e junto a desníveis, tais como plataformas de embarque e desembarque, palcos,

vãos, entre outros.

A sinalização tátil direcional consiste em relevos lineares, regularmente dispostos,

devendo ser instalado no sentido do deslocamento em áreas de circulação na ausência ou

interrupção da guia de balizamento, indicando o caminho a ser percorrido e em espaços

amplos.

Todo degrau ou escada deve ter sinalização visual na borda do piso, em cor

contrastante com a do acabamento, medindo entre 0,02 m e 0,03 m de largura. Essa

sinalização pode estar restrita à projeção dos corrimãos laterais, com no mínimo 0,20 m de

extensão. Recomenda-se que toda escada e rampa possua sinalização tátil no corrimão e no

piso.

Os corrimãos devem ser instalados em ambos os lados dos degraus isolados, das

escadas fixas e das rampas. Devem ter largura entre 3,0 cm e 4,5 cm, sem arestas vivas, e

com espaço livre de no mínimo 4,0 cm entre a parede e o corrimão. Os corrimãos laterais

devem prolongar-se pelo menos 30 cm antes do início e após o término da rampa ou escada,

sem interferir com áreas de circulação ou prejudicar a vazão. Em patamares de escadas e

rampas os corrimãos laterais devem ser contínuos. Para rampas e opcionalmente para

escadas, os corrimãos laterais devem ser instalados a duas alturas: 0,92 m e 0,70 m do piso,

medidos da geratriz superior. Em escolas, o corrimão deve ser duplo. Deve ainda ser

instalado guarda-corpo associado aos corrimãos numa altura de 1,05m, medidos da geratriz

superior. Nas rampas devem ser adicionadas guias de balizamento com altura mínima de 5

cm.

A NBR 9050(2004) define que “Os pisos devem ter superfície regular, firme, estável e

antiderrapante sob qualquer condição, que não provoque trepidação em dispositivos com

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rodas (cadeiras de rodas ou carrinhos de bebê). Admite-se inclinação transversal da

superfície até 2% para pisos internos e 3% para pisos externos e inclinação longitudinal

máxima de 5%. Inclinações superiores a 5% são consideradas rampas.”.

As rampas devem possuir uma largura mínima de 1,20m e inclinação máxima de

8,33%. Para o cálculo de inclinação de rampas utilizamos a seguinte equação:

i = h x 100

c

Em que:

i e a inclinação, em porcentagem;

h e a altura do desnível;

c e o comprimento da projeção horizontal.

Se a inclinação é entre 6,25% e 8,33% devem ser previstas áreas de descanso nos

patamares, a cada 50 m de percurso. Os patamares devem estar no início, término e entre

os segmentos das rampas, e a cada 0,80m de altura (dependendo da inclinação utilizada).

As escadas devem apresentar uma largura mínima de 1,20m. Degraus e escadas fixas

em rotas acessíveis devem estar associados à rampa ou ao equipamento de transporte

vertical. As dimensões dos pisos e espelhos devem ser constantes em toda a escada,

atendendo as seguintes condições:

pisos (p): 0,28 m < p < 0,32 m;

espelhos (e): 0,16 m < e < 0,18 m;

0,63 m < p + 2e < 0,65 m.

As dimensões ideais de espelhos variam entre 16 cm e 18 cm, e de pisos entre 28 cm

e 32 cm.

O equipamento de transporte vertical deve atender integralmente ao disposto na

ABNT NBR 13994, quanto à sinalização, dimensionamento e características gerais.

Em construção de edificações de uso público devem ser previstos banheiros

acessíveis para cada sexo, em todos os pavimentos, e com entrada independente. A

edificação deve possuir 5% do total de sanitários acessíveis. A dimensão mínima de um

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banheiro acessível sem chuveiro é de 1,50m por 1,70m, que permita o giro de 360° de uma

cadeira de rodas. Os sanitários e vestiários acessíveis devem localizar-se em rotas acessíveis,

próximos à circulação principal. Deve haver área de transferência adequada para acesso a

sanitários e chuveiros, com auxílio de barras de apoio, conforme especificado na norma. E,

para o lavatório, deve ser prevista a área de aproximação adequada.

Os cinemas, teatros, auditórios e similares devem possuir, na área destinada ao

público, espaços reservados para Pessoas em Cadeira de Rodas (P.C.R.), assentos para

Pessoas com Mobilidade Reduzida (P.M.R.) e assentos para Pessoas Obesas (P.O.). Esses

assentos devem atender as seguintes condições:

estar localizados em uma rota acessível vinculada a uma rota de fuga;

estar distribuídos pelo recinto, recomendando-se que seja nos diferentes

setores e com as mesmas condições de serviços;

estar localizados junto de assento para acompanhante, sendo no mínimo um

assento e recomendável dois assentos de acompanhante;

garantir conforto, segurança, boa visibilidade e acústica;

estar instalados em local de piso plano horizontal;

ser identificados por sinalização no local e na bilheteria;

estar preferencialmente instalados ao lado de cadeiras removíveis e

articuladas para permitir ampliação da área de uso por acompanhantes ou outros usuários

(P.C.R. ou P.M.R.).

A quantidade de espaços e assentos destinados a P.C.R., P.M.R. e P.O. é definido pela

tabela abaixo.

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Quadro 3 - Espaços para pessoa em cadeira de rodas e assentos para P.M.R. e P.O.

Fonte: ABNT NBR 9050(2004).

O espaço para P.C.R. deve possuir as dimensões mínimas de 0,80 m por 1,20 m,

acrescido de faixa de no mínimo 0,30 m de largura, localizada na frente, atrás ou em ambas

posições. Os assentos para P.M.R. devem possuir um espaço livre frontal de no mínimo 0,60

m. Os assentos para P.O. devem ter largura equivalente à de dois assentos adotados no local

e possuir um espaço livre frontal de no mínimo 0,60 m, e devem suportar uma carga de no

mínimo 250 kg.

Nas salas de espetáculo deve haver uma rota acessível que interligue os espaços para

P.C.R. ao palco e aos bastidores. Quando houver desnível entre o palco e a plateia, este pode

ser vencido através de rampa com largura de mínima de 0,90m, inclinação máxima de 1:6

(16,66%) para vencer uma altura máxima de 0,60 m ou inclinação máxima de 1:10 (10%)

para vencer alturas superiores a 0,60 m, e ter guia de balizamento, não sendo necessária a

instalação de guarda-corpo e corrimão.

Com relação aos camarins, pelo menos um para cada sexo deve ser acessível.

Quando existir apenas um camarim de uso unissex, este deve ser acessível.

As bilheterias e atendimentos rápidos, exclusivamente para troca de valores, devem

ser acessíveis a P.C.R., devendo estar localizados em rotas acessíveis. O guichê deve ter

altura máxima de 1,05 m do piso.

Aa mesas ou superfícies para refeições ou trabalho previstas em espaços acessíveis,

pelo menos 5% delas, com no mínimo uma do total, deve ser acessível para P.C.R.

Recomenda-se, além disso, que pelo menos outros 10% sejam adaptáveis para

acessibilidade. Para balcões uma parte da superfície, com extensão de no mínimo 0,90 m,

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deve ter altura de no máximo 0,90 m do piso. Deve ser garantido um M.R. posicionado para

a aproximação frontal ao balcão.

9.6 RDC N° 216 (ANVISA)

A RDC (Resolução da Diretoria Colegiada) nº 216, da Agência Nacional de Vigilância

Sanitária (ANVISA), enumera as boas práticas para serviços de alimentação, trazendo

algumas recomendações que devem ser seguidas por estabelecimentos que forneçam esse

tipo de serviço. Acerca da edificação em si, são destacados os seguintes pontos para os quais

se devem atentar:

As instalações físicas como piso, parede e teto devem possuir revestimento liso,

impermeável e lavável. Devem ser mantidos íntegros, conservados, livres de rachaduras,

trincas, goteiras, vazamentos, infiltrações, bolores, descascamentos, dentre outros e não

devem transmitir contaminantes aos alimentos. A limpeza deve ser feita sempre que

necessário e ao final das atividades de trabalho.

As portas e as janelas devem ser mantidas ajustadas aos batentes. As portas da área

de preparação e armazenamento de alimentos devem ser dotadas de fechamento

automático. As aberturas externas das áreas de armazenamento e preparação de alimentos,

inclusive o sistema de exaustão, devem ser providas de telas milimetradas para impedir o

acesso de vetores e pragas urbanas. As telas devem ser removíveis para facilitar a limpeza

periódica.

As instalações devem ser abastecidas de água corrente e dispor de conexões com

rede de esgoto ou fossa séptica. Quando presentes, os ralos devem ser sifonados e as

grelhas devem possuir dispositivo que permitam seu fechamento.

As caixas de gordura e de esgoto devem possuir dimensão compatível ao volume de

resíduos, devendo estar localizadas fora da área de preparação e armazenamento de

alimentos e apresentar adequado estado de conservação e funcionamento.

A iluminação da área de preparação deve proporcionar a visualização de forma que

as atividades sejam realizadas sem comprometer a higiene e as características sensoriais dos

alimentos. As luminárias localizadas sobre a área de preparação dos alimentos devem ser

apropriadas e estar protegidas contra explosão e quedas acidentais. As instalações elétricas

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devem estar embutidas ou protegidas em tubulações externas e íntegras de tal forma a

permitir a higienização dos ambientes.

A ventilação deve garantir a renovação do ar e a manutenção do ambiente livre de

fungos, gases, fumaça, pós, partículas em suspensão, condensação de vapores dentre outros

que possam comprometer a qualidade higiênico-sanitária do alimento. O fluxo de ar não

deve incidir diretamente sobre os alimentos.

Os equipamentos e os filtros para climatização devem estar conservados. A limpeza

dos componentes do sistema de climatização, a troca de filtros e a manutenção programada

e periódica destes equipamentos devem ser registradas e realizadas conforme legislação

específica.

As superfícies dos equipamentos, móveis e utensílios utilizados na preparação,

embalagem, armazenamento, transporte, distribuição e exposição à venda dos alimentos

devem ser lisas, impermeáveis, laváveis e estar isentas de rugosidades, frestas e outras

imperfeições que possam comprometer a higienização dos mesmos e serem fontes de

contaminação dos alimentos.

Os equipamentos, móveis e utensílios que entram em contato com alimentos devem

ser de materiais que não transmitam substâncias tóxicas, odores, nem sabores aos mesmos,

conforme estabelecido em legislação específica. Devem ser mantidos em adequado estado

de conservação e ser resistentes à corrosão e a repetidas operações de limpeza e

desinfecção. Devem ser realizadas manutenção programada e periódica dos equipamentos e

utensílios e calibração dos instrumentos ou equipamentos de medição, mantendo registro

da realização dessas operações.

A edificação e as instalações devem ser projetadas de forma a possibilitar um fluxo

ordenado e sem cruzamentos em todas as etapas da preparação de alimentos e a facilitar as

operações de manutenção, limpeza e, quando for o caso, desinfecção. O acesso às

instalações deve ser controlado e independente, não comum a outros usos.

O dimensionamento da edificação e das instalações deve ser compatível com todas

as operações. Deve existir separação entre as diferentes atividades por meios físicos ou por

outros meios eficazes de forma a evitar a contaminação cruzada.

As áreas internas e externas do estabelecimento devem estar livres de objetos em

desuso ou estranhos ao ambiente, não sendo permitida a presença de animais.

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As instalações sanitárias e os vestiários não devem se comunicar diretamente com a

área de preparação e armazenamento de alimentos ou refeitórios, devendo ser mantidos

organizados e em adequado estado de conservação. As portas externas devem ser dotadas

de fechamento automático.

As instalações sanitárias devem possuir lavatórios e estar supridas de produtos

destinados à higiene pessoal tais como papel higiênico, sabonete líquido inodoro antiséptico

ou sabonete líquido inodoro e produto anti-séptico e toalhas de papel não reciclado ou

outro sistema higiênico e seguro para secagem das mãos. Os coletores dos resíduos devem

ser dotados de tampa e acionados sem contato manual.

Devem existir lavatórios exclusivos para a higiene das mãos na área de manipulação,

em posições estratégicas em relação ao fluxo de preparo dos alimentos e em número

suficiente de modo a atender toda a área de preparação. Os lavatórios devem possuir

sabonete líquido inodoro anti-séptico ou sabonete líquido inodoro e produto anti-séptico,

toalhas de papel não reciclado ou outro sistema higiênico e seguro de secagem das mãos e

coletor de papel, acionado sem contato manual.

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PARTE IV PROPOSTA

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10. DEFINIÇÃO DO PARTIDO ARQUITETÔNICO

Para a definição do partido buscou-se elencar ideias-chave que norteariam o

desenvolvimento da proposta: flexibilidade, ortogonalidade, integração e tecnologia.

Pretendia-se um projeto com volume único, no qual todos os espaços estivessem

concentrados, além disso, desejava-se uma edificação com formas retas e proporcionais,

que remetessem aos princípios modernistas. Outro ponto seria demonstrar a imponência do

edifício através do uso de materiais em seu estado natural, como o concreto aparente e o

ferro, com referências ao brutalismo1, no qual fosse possível perceber visualmente a textura

e rugosidade dos materiais.

A partir disso chegou-se a um conceito, que reunisse a maior parte das ideias-chave

pensadas para o projeto, o conceito de “navio”. Dele buscaram-se as formas retas e

inclinações que compõem a proa, que permitem a rigidez e a hidrodinâmica dos navios

(Figura 61), e fazendo utilização, de forma complementar, dos materiais de construção dos

navios, como o metal e a madeira (Figura 62). Utilizou-se também o conceito de maneira

lúdica, pois os navios como um meio de transporte permitem que as pessoas façam viagens

e conheçam novos lugares.

Figura 61 - Navio cruzeiro

Fonte: <http://pt.wikipedia.org>

Figura 62 - Navio à velas

Fonte: < http://www.fotosefotos.com>

1 Brutalismo: é um nome habitualmente utilizado para indicar a tendência arquitetônica que se manifesta a

partir de meados do século 20, e cujo lugar-comum é o uso de superfícies de concreto aparente. Fonte:<http://www.arquiteturabrutalista.com.br/> Acesso em: 17 nov. 2014.

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Algumas diretrizes, como as dimensões do terreno, a topografia, acessos e definição

de áreas de estacionamento e de carga e descarga, influenciaram bastante no processo

projetual. Além disso, desejava-se criar um espaço de lazer externo, que atendesse a

comunidade local e aos usuários da edificação, como por exemplo, uma praça arborizada e

um espaço para apresentações externas.

O desenvolvimento da forma do edifício caminhou em conjunto com a resolução da

planta-baixa, pois se desejava atender algumas determinações pré-estabelecidas, tais como:

a elevação do edifício obedecendo à topografia e permitindo as visuais do Rio Potengi, o

foyer do teatro estar localizado ao longo de toda fachada frontal e a sala de espetáculos

estar ao centro da edificação.

Optou-se por uma verticalização do edifico, mas obedecendo de maneira

proporcional a sua horizontalidade, permitindo desta forma, a criação de um terraço no

ultimo pavimento, para a contemplação do Rio Potengi. A verticalização também se deve ao

aparato técnico necessário para o funcionamento de uma sala de espetáculos.

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11. PROGRAMA DE NECESSIDADES E PRÉ-DIMENSIONAMENTO

O desenvolvimento do programa de necessidades levou em consideração o

referencial teórico, os estudos de referências realizados e consultas a trabalhos finais de

graduação depositados na Câmara de Estudos em Arquitetura e Urbanismo (CEPAU). Foram

observados os ambientes comuns em todos os projetos e outros ambientes importantes

para execução do projeto de um teatro. A partir disto, buscou-se agrupar os ambientes de

acordo com a sua função e utilização, de forma a proporcionar aos usuários e aos

funcionários o bom funcionamento da dinâmica adequada para cada espaço.

Com um extenso programa de necessidades, foram definidos os setores de Público,

Eventos, Ensino, Administração e Serviços. O pré-dimensionamento dos ambientes também

foi baseado nos estudos de referência e pesquisa bibliográfica nos livros: Manual do

Arquiteto – Planejamento, dimensionamento e projeto (2011) de David Littlefield e A Arte

de Projetar em Arquitetura (1998) de Ernst Neufert.

Os valores indicados no Quadro 4 foram considerados inicialmente em nível de

estudo preliminar, portanto, podem apresentar diferenças em relação ao encontrado na

proposta final, tendo em vista a evolução da proposta e as novas necessidades espaciais,

estéticas, ou mesmo adequação aos requisitos legais.

Quadro 4 - Programa de necessidades e Pré-dimensionamento

SETOR AMBIENTES QUANT. PRÉ –DIM. OBSERVAÇÕES

Público Foyer 01 160 m²

Segundo o Neufert este ambiente deve possuir uma área de 0,8 ou 2,0 m² por pessoa, calculado para ¼ do público. Espaço para eventos e exposições.

Público Recepção/Informações 01 3 m² Um local com balcão para informações e

direcionamento dos usuários.

Público Bilheteria 01 3 m³

Um local com balcão para venda de ingressos e um dispensador de ingressos

computadorizado. Com área de 1,5m² por operador, consideramos 2 operadores.

Público Bar/ Café 01 90 m²

Considerando a capacidade deste café para 60 assentos, de acordo com David

Littlefield a área por assento para um café é de 1,5 m² por assento. Com estoque de

alimentos.

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Público Banheiro Feminino 01 12 m²

De acordo com Neufert devemos prever a quantidade de 1 vaso sanitário para cada

75-100 espectadores, sendo 3/5 destinado as mulheres e 2/5 aos homens.

Considerando uma quantidade total de 700 espectadores, teremos 7 vasos

sanitários, 4 para o banheiro feminino e 3 para o banheiro masculino, sendo mais um em cada banheiro, adaptado para

portadores de deficiência.

Público Banheiro Masculino 01 12 m²

Eventos Sala Principal de Espetáculos

(Palco + Plateia) 01 360 m²

Considerando a capacidade desta Sala de Espetáculo para 400 espectadores, na

plateia deve-se prever uma área entorno de 0,70m² por espectador mais 30% de

circulação. O tamanho do palco vai variar de acordo com a disposição da plateia.

Eventos Bastidores 01 -

Os bastidores são compostos por cabine de controle de iluminação e som, coxias e área técnica que ficam aparentes dentro

da sala de espetáculo.

Eventos Camarins 04 66,2 m²

Considerando os parâmetros de Littlefield, teremos 2 camarins individuais com área de 15,7 m² e 2 camarins para 4 pessoas

com área de 17,4 m².

Ensino Sala da Orquestra Sinfônica 01 144 m²

Uma orquestra sinfônica possui de 80 a 120 músicos. Segundo David Littlefield,

para uma orquestra completa a área deve ser de 12 m por 12m. Como se trata de

uma sala de ensino e ensaios não é necessário espaço para plateia.

Ensino Sala de Dança 01 100 m²

De acordo com Littlefield deve ser um estúdio para a prática de indivíduos ou de

grupos pequenos capaz de acomodar a maior área de apresentações do palco e mais dois metros em três laterais e três

metros em uma lateral, no mínimo.

Ensino Sala de Figurinos 01 50 m²

Espaço para ensino, confecção e ajuste de figurinos, bem como armazenamento e conserto. Armazenamento de tecidos, itens pequenos e material de costura.

Ensino Sala de Cenários 01 50 m²

Espaço para oficina de carpintaria, oficina de pintura, oficina de trabalho em metal e

montagem temporária para testes e armazenamento.

Ensino Sala Multiuso 01 50 m² Espaço destinado a reuniões ou outras atividades que não estão previstas no

programa.

Ensino Sala de Ensaio 01 50 m²

De acordo com Littlefield deve ser um estúdio para a prática de indivíduos ou de

grupos pequenos capaz de acomodar a maior área de apresentações do palco e mais dois metros em três laterais e três

metros em uma lateral, no mínimo.

Ensino Sala de Vídeo 01 25 m² Espaço para exibição de vídeo-aulas.

Ensino Biblioteca 01 54 m² Segundo o Neufert em bibliotecas de

pequena importância, geralmente um sala

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com 6 x 9 m (54 m²) é suficiente, dividida em estantes para o público e para

depósito e registro.

Ensino Vestiário Feminino 02 25 m² Consideramos 2 vestiários, um feminino e

um masculino, para atender principalmente aos alunos do espaço. Tendo cada um 2 pias, 2 chuveiros e 2

vasos sanitários, sendo um adaptado para portadores de deficiência.

Ensino Vestiário Masculino 02 25 m²

ADM Secretaria 01 15 m² Espaço para uma mesa, três cadeiras e um

pequeno armário.

ADM Direção 01 15 m² Espaço para uma mesa, três cadeiras e um

pequeno armário.

ADM Coordenação 01 15 m² Espaço para uma mesa, três cadeiras e um

pequeno armário.

ADM Sala dos funcionários 01 20 m² Espaço para uma mesa, cadeiras e

armários para os funcionários.

ADM Sala de Reuniões 01 30 m² Espaço de reuniões de produção com uma

mesa de reuniões (10 pessoas).

ADM Banheiro dos Funcionários 02 15 m² cada

Consideramos 2 banheiros, um masculino e um feminino. Cada um com duas pias e

dois vasos sanitários, sendo um deles adaptado para portadores de deficiência

física.

ADM Copa 01 10 m² Espaço para refeição dos funcionários,

com mesa, pia, fogão e geladeira.

Serviço Almoxarifado 01 30 m² Espaço destinado ao armazenamento de

objetos e materiais a serem utilizados pelo teatro.

Serviço Depósito 01 100 m² Espaço destinado ao armazenamento de cadeiras, praticáveis, iluminação, som, materiais para os cenários e figurinos.

Serviço DML 01 12 m² Espaço destinado para armazenamento de

material de limpeza e manutenção do espaço.

Serviço Área de Serviço 01 20 m² Para a manutenção e lavagem de

materiais.

Serviço Lixo 01 5 m² Espaço para armazenamento e coleta do

lixo.

Serviço Caixa d’água 01 - Armazenagem de água.

Serviço Estacionamento 97

vagas - Mínimo de vagas de acordo com o uso.

Fonte: Elaboração própria (2014).

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12. DESENVOLVIMENTO DA PROPOSTA

Para desenvolvimentos das ideias iniciais do projeto foi realizado um fluxograma

mostrando as relações de fluxo entre os ambientes propostos no programa de necessidades.

Figura 63 - Fluxograma

Fonte: Elaboração própria (2014).

De acordo com o fluxograma, a circulação dos espectadores é restrita ao setor

público e de eventos, onde se encontram as áreas sociais e a sala de espetáculos, e estes

setores devem estar interligados. A circulação dos alunos é permitida nos setores público, de

ensino e de eventos, devendo existir uma ligação direta entre estes espaços. Por fim, a

circulação dos funcionários, que é permitida em toda a edificação. O setor de serviços, bem

como o setor público deve ter uma ligação com todos os outros setores devido ao transporte

de materiais e limpeza dos ambientes. Todos os fluxos se cruzam no setor público. O setor

administrativo não necessariamente deve possuir ligação com os setores de ensino e de

eventos.

Após os estudos de fluxo, partiu-se para a elaboração do zoneamento em conjunto

com o estudo volumétrico da edificação: elaborou-se uma maquete digital do terreno e

blocos de tamanho proporcional ao pré-dimensionamento, e com auxílio do programa

Google Sketchup (2010) jogou-se com as possibilidades. Os blocos foram coloridos de acordo

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com os setores: o setor público esta na cor rosa, o setor de eventos na cor laranja, o setor de

ensino na cor azul, o setor administrativo na cor roxa e o setor de serviço na cor verde.

Figura 64 - Estudo Volumétrico 01

Fonte: Elaboração própria com auxilio Google Sketchup (2010).

No primeiro estudo volumétrico (Figura 64) optou-se por implantar a edificação nas

curvas de nível baixa de altura, onde hoje já existe uma edificação no terreno, e que seria

demolida para a construção do novo projeto. O setor público estaria em um nível mais baixo

da topografia, ocupando toda fachada frontal da edificação com um formato retangular e pé

direito duplo. O setor de ensino estaria em outro nível topográfico mais alto, ocupando dois

pavimentos, e logo acima, em um terceiro pavimento o setor administrativo com uma forma

quadrada. O setor de eventos se destacaria verticalmente com um volume maior e o setor

de serviços ocuparia os fundos da edificação.

Figura 65 - Estudo Volumétrico 02

Fonte: Elaboração própria com auxilio Google Sketchup (2010).

Em um segundo estudo volumétrico (Figura 65) a disposição dos setores seriam as

mesmas, mas foi proposta uma inclinação das fachadas frontal e de fundo, remetendo a

inclinação existente em proas de navios. E também foi proposto o deslocamento do bloco da

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administração para frente criando um balanço, e a criação do terraço em contiguidade com

o mesmo, gerando um equilíbrio dos volumes.

Figura 66 - Estudo Volumétrico 03

Fonte: Elaboração própria com auxilio Google Sketchup (2010).

No último estudo volumétrico (Figura 66) optou-se por estender o bloco do setor de

serviço, locando todos os ambientes em um único pavimento, dividir o setor de ensino em

dois blocos e distribui-los nas laterais do setor de eventos que passou a estar centralizado,

assim, facilitando a dinâmica de funcionamento do edifício.

Prosseguindo com os estudos, foi realizada uma primeira implantação da edificação

para definição dos acessos, estacionamento e outras áreas externas à edificação. Neste

primeiro estudo de implantação não se previa a utilização de todo o terreno.

Figura 67 - Implantação 01

Fonte: Elaboração própria (2014).

A partir deste ultimo estudo, tentou-se distribuir a planta-baixa de forma que

pudesse se adaptar ao que se queria para a forma e disposição espacial da edificação.

Buscou-se remeter a forma de um navio não apenas volumetricamente, mas também em

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planta. Com isso a ideia das fachadas inclinadas foi abandonada, e deu lugar a um

arredondamento da fachada frontal.

Figura 68 - Evolução da forma 01

Fonte: Elaboração própria com auxilio Google Sketchup (2010).

Nesta evolução formal do projeto optou-se por manter a edificação elevada, mas

apenas em uma única cota de nível, evitando desníveis internos. Incialmente esta elevação

da edificação seria de 1 metro.

Após a apresentação desta solução à pré-banca de avaliação, percebeu-se a

necessidade de adição de outros ambientes necessários ao funcionamento da edificação e

aumento do número de vagas no estacionamento, que havia apenas a quantidade mínima

prevista de 97 vagas. Os ambientes a serem adicionados eram: vestiários de funcionários,

área de descanso de funcionários, refeitório, salas de aula, casa de gás e gerador. Havia

também por parte da autora uma insatisfação quando a volumetria da edificação.

Para a adição destes ambientes foi necessária uma modificação da planta baixa da

edificação e a consequente modificação na volumetria. A Sala de Dança e Camarins que

antes ocupavam o pavimento térreo passaram para o 1º pavimento. Já o setor de

administração que ocupava o primeiro pavimento passou para o pavimento térreo, junto às

áreas de serviços e de funcionários. As salas de aula, vídeo e ensaios no 1º pavimento, foram

reorganizadas de forma a dar contiguidade volumétrica ao pavimento térreo.

Além disso, houve também uma reorganização dos ambientes do foyer e da

circulação vertical. Devido à extensão da edificação foi necessária a criação de uma

circulação vertical secundária.

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A fachada frontal que antes possuía uma curvatura passou a ser reta, e as paredes

laterais do foyer receberam uma inclinação, dando movimento as fachadas, bem como a

inserção de uma cobertura curva a Sala de Espetáculos (ver Figura 69).

Figura 69 - Evolução da forma 02

Fonte: Elaboração própria com auxilio Google Sketchup (2010).

Esta forma já era bem próxima à volumetria final, que não sofreu grandes alterações.

Apenas a inserção de um painel vazado de aço corten a facha de vidro, e a descentralização

das portas de acesso à edificação.

Figura 70 - Evolução da forma 03

Fonte: Elaboração própria com auxilio Google Sketchup (2010).

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13. MEMORIAL DESCRITIVO E JUSTIFICATIVO DA PROPOSTA

O nome Mar de Gente surgiu da intenção de se criar um nome que remetesse aos

navios, mas de maneira lúdica. Assim como o mar o conduz os navios, com suas rotas

marítimas, são pessoas que conduzem os espetáculos, com seus roteiros e encenações.

O Teatro Mar de Gente não é apenas um espaço de apresentações, mas também um

espaço de promoção da troca de conhecimentos através do ensino das artes cênicas e dos

ofícios ligadas a esta. Também surge como um espaço de inclusão para a população no qual

esta inserida, gerando novas oportunidades de futuro e de profissionalização.

Prevê-se que o funcionamento do Teatro se daria de segunda à sexta, entre às 8:00

horas até a 18:00 horas, de acordo com o horário das aulas. Aos sábados, domingos e em

dias de espetáculo o horário de funcionamento se estenderia até as 22:00 horas. O horário

de funcionamento do bar/café seria o mesmo do teatro, atendendo a todos os usuários.

No total, o Teatro possui apena um acesso principal que se dá pela praça, voltado

para a Avenida João Francisco Mota. Há um acesso de serviço por uma rua projetada na

lateral do terreno, para entrada de funcionários e de carga e descarga (ver Figura 71).Todos

os acessos possuem controle através de guarita.

Figura 71 - Implantação Final

Fonte: Elaboração própria (2014).

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A Praça na porção frontal do terreno encontra-se escalonada, seguindo a cotas de

nível do mesmo. Na cota de nível +1,00, com relação ao nível da rua, a praça apresenta uma

característica mais acolhedora, com gramados, árvores e mobiliário urbano. Ao centro se

encontra um pequeno anfiteatro para apresentações externas em que a arquibancada segue

o escalonamento até o nível + 3,00m do terreno. Neste nível temos um espaço pavimentado,

sem interferências visuais à edificação, e o espelho d’água que cria a sensação e possibilita o

efeito de que a edificação está flutuando sobre a água.

Também ocorre o escalonamento do estacionamento de forma longitudinal no

terreno, com diferenças de cotas de nível que variam de +1,00m a +2,00m de altura entre as

vagas. Como forma de humanizar o estacionamento, que ocupa uma grande porcentagem

do terreno, foram incluídos grama, arbustos e árvores, entre as vagas gerando um ambiente

arborizado e o consequente sombreamento dos carros (ver Figura 72).

Figura 72 - Cortes longitudinais no terreno

Fonte: Elaboração própria (2014).

A edificação está elevada, inserida na cota de nível +5,00m em relação ao nível da

rua. O método construtivo pensado para a edificação foi o de vigas, lajes e pilares de

concreto, para vencer os grandes vãos, e a utilização de estrutura metálica em alguns

ambientes.

Como acesso a edificação, devido ao desnível com relação ao terreno, foi previsto

além da escada, uma rampa de acesso sobre o espelho d’água, que compõe a fachada e

remete às passarelas de acesso aos navios cruzeiros. Ao adentar-se à edificação, no andar

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térreo (ver Figura 73), tem-se um foyer com pé direito duplo e fachada composta por um

painel de vidro e estrutura metálica de suporte, permitindo a permeabilidade visual entre o

interior e o exterior. Esta fachada, como já foi dito, é composta ainda por um painel em aço

corten vazado, que com a incidência solar cria um efeito de luz e sombreamento dentro da

edificação (ver perspectivas).

Integrados ao foyer, de um lado temos a recepção próxima à bilheteria e o acesso aos

banheiros para o público, ao lado oposto encontra-se o bar/café. Todos estes ambiente

apresentam um pé direito menor em relação ao foyer. O bar/ café conta com um apoio de

serviço exclusivo, de armazenagem e limpeza. Ao centro do foyer encontra-se a entrada da

Sala de Espetáculos, e a circulação vertical composta por uma escada e dois elevadores.

A Sala de Espetáculos apresenta um formato retangular, capacidade para 400

espectadores e destaca-se verticalmente em relação à volumetria da edificação. Este

formato retangular se deve a uma possível disposição do espaço à italiana, pois sendo um

espaço múltiplo suas dimensões devem permitir a organização de todos os tipos de palco e

plateia. A porta de entrada da sala dá acesso ao vestíbulo, espaço de transição entre o

interior e o exterior, no qual o público é distribuído. Acima do vestíbulo, no primeiro

pavimento, temos a cabine de luz e som. A Sala de Espetáculos conta ainda com uma galeria

em estrutura metálica, três saídas de emergência, e acesso direto com a Sala da Orquestra.

O urdimento da sala é sustentado por treliças metálicas planas.

Figura 73 - Planta baixa final pavimento térreo

Fonte: Elaboração própria (2014).

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Ainda no pavimento térreo, estão dispostos todos os ambientes administrativos e de

serviço, com acesso principal através da fachada dos fundos. As oficinas de figurinos e

cenários, também encontram-se no pavimento térreo, próximas ao depósito central

favorecendo a logística do transporte de materiais.

No primeiro pavimento (ver Figura 74), encontram-se os acessos à galeria e a cabine

de luz e som. O pavimento conta ainda com um mezanino, que serve de estar para os alunos

e para o público em dias de espetáculos. Os camarins coletivos e individuais, bem como os

outros ambientes que compõe o setor de ensino estão dispostos neste pavimento. A Sala de

Dança e a Sala de Ensaios apresentam grandes vãos, sem pilares, que permitem a total

utilização dos espaços. Devido à extensão da edificação foi prevista uma circulação vertical

secundária, para acesso a estes ambientes, com uma escada e um elevador de serviço.

Figura 74 - Planta baixa final 1º pavimento

Fonte: Elaboração própria (2014).

Por fim, no segundo pavimento, na cobertura do foyer, está localizado o terraço, que

funciona como mirante e permite a contemplação das visuais oferecidas pela implantação

da edificação de frente para o Rio Potengi. O pavimento conta ainda com um pequeno bar

de apoio aos usuários do terraço.

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Figura 75 - Planta baixa final 2º pavimento

Fonte: Elaboração própria (2014).

As passarelas técnicas também encontram-se no nível do 2º pavimentos e servem

para a manutenção dos equipamentos cenográfico.

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14. ASPECTOS TÉCNICO-CONSTRUTIVOS

14.1 Estrutura

Com já foi dito anteriormente, o sistema estrutural utilizado na proposta foi pilar –

viga – laje. Em sua maior parte, a estrutura utilizada foi um misto de alvenaria convencional

com estrutura em concreto armado, uma vez que para vencer aos vãos da sala da orquestra

e da sala de dança, que não podem apresentar pilares em seu interior, fez-se o uso de laje

nervurada com vigas apoiadas em pilares de concreto. Também foram utilizados pilares

metálicos no foyer e treliças planas metálicas apoiadas em pilares de concreto para vencer o

vão da sala de espetáculos. As duas paredes inclinadas do foyer são estruturais, ajudando a

suportar o vão e o peso da laje do piso do terraço.

Para o pré-dimensionamento estrutural foram utilizados os gráficos presentes no

livro A Concepção Estrutural e a Arquitetura do engenheiro Yopanan C. P. Rebello (2010).

14.2 Cobertura

A cobertura prevista para edificação foi telha sanduíche da marca Perfilor de Alta

Performance Termo Acústica, com inclinação de 10%. Para a sala de espetáculos também foi

prevista a mesma telha sanduíche, tendo em vista o isolamento e condicionamento acústico

do ambiente, mas com inclinações obedecendo à curvatura da cobertura.

Figura 76 - Telha de alta performance termo acústica

Fonte:< http://www.perfilor.com.br/>

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Para os blocos anexos de serviço e terraço, foi pensada em laje impermeabilizada

com 1% de inclinação, praticamente imperceptível, e escoamento da água feito através de

ralos instalados na própria laje.

14.3 Esquadrias

Serão instaladas na sala de espetáculos portas acústicas que permitem o isolamento

acústico do ambiente (ver prancha 09). Nos demais ambientes serão utilizadas portas em

madeira laminada, pintadas na cor preta e maçanetas do tipo alavanca. De acordo com a

NBR 9050/2004, a dimensão mínima das portas é de 80 cm. As portas de saída de

emergência são do tipo corta fogo com destravamento por barra anti-pânico e vão de

2,20m.

As janelas instaladas serão em alumínio, na cor preta, com vidro liso comum incolor,

com espessura mínima de 6 mm. Serão dispostas em faixa ao longo das fachadas, com

dimensões variadas e do tipo de correr.

Na fachada frontal será utilizado um painel vidro temperado, sem cor e não reflexivo,

com suporte em estrutura metálica delgada para que se possa ter bastante permeabilidade

visual. Tendo em vista que a fachada frontal é a oeste (sol poente), será previsto um painel

em aço corten vazado, para proporcionar um sombreamento a esta abertura no período da

tarde e como elemento estético.

14.4 Praticáveis

As diversas configurações da Sala de Espetáculo serão possíveis através da

combinação dos praticáveis da Rosco, que são plataformas com estrutura em alumínio e

tampo em compensado naval com dimensões de 2m x 1m. O seu sistema de pernas

telescópicas permite a instalação dos praticáveis em diversas alturas e formatos.

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Figura 77 - Plataforma Rosco Telescópica

Fonte: http://www.roscobrasil.com.br/

Figura 78 - Aplicações das plataformas

Fonte: <http://www.roscobrasil.com.br/>

14.5 Sugestão de materiais de acabamento e revestimento

A pavimentação da praça e das áreas externas deverá ser executada com blocos

intertravados, por serem semipermeáveis e assentados de forma regular atendendo a NBR

9050/2004. O revestimento externo da edificação será o próprio concreto aparente

texturizado.

Os guarda-corpos e corrimãos presentes em toda a edificação deverão ser em aço,

com montantes e longarinas dispostas horizontalmente, remetendo aos guarda-corpos

utilizados em navios.

No foyer o revestimento utilizado no piso será em madeira laminada e o

revestimento das paredes em cimento queimado. No bloco de elevadores e no teto abaixo

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do mezanino o revestimento será em alucobond na cor amarela. O piso e paredes do

mezanino receberá o mesmo revestimento do foyer.

No piso da Sala de Espetáculos, Sala de Dança e Sala de Ensaios, serão utilizados

revestimento em madeira laminada com aderência e amortecimento.

As paredes internas deverão ser emassadas e pintadas na cor branca, exceto a

recepção, bilheteria, bar/café e sala de espetáculos que receberão acabamento em cimento

queimado. A Sala de Espetáculos também contará com um revestimento interno de painéis

acústicos em parte das paredes.

Para revestimento dos banheiros, vestiários e áreas molhadas serão utilizados nas

paredes e piso, cerâmicas 20x20cm na cor branca.

14.6 Condicionamento Acústico

O Teatro possui como ambiente principal a Sala de Espetáculos, que por ser um

ambiente de apresentações exige um bom condicionamento acústico para a compreensão

do que está sendo transmitido sonoramente durante os espetáculos. Nesses ambientes é

importante um projeto específico de acústica, para não se absorver som demais, deixando a

sala "morta" acusticamente.

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Figura 79 - Teatro Multifuncional

Fonte: Elaboração própria (2014).

A Sala de Espetáculos se caracteriza como um ambiente de média intensidade de

ruído, pois se trata de um espaço de voz falada e fundo musical. Dessa forma, para o estudo

de condicionamento acústico o importante é encontrar o tempo de reverberação adequado

para a atividade desenvolvida neste espaço. É interessante que ocorra uma boa absorção

das superfícies para que os ruídos gerados no ambiente não interfiram na concentração e

compreensão das pessoas.

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Figura 80 - Layout da Sala de Espetáculos

Fonte: elaboração própria (2014).

Para isso, foram feitos cálculos com o auxilio do programa REVEB (2010), simulando

primeiramente o ambiente com os mobiliários, piso original em madeira com fosso, paredes

em reboco liso, portas em madeira solida, e telha termoacústica Perfilor. A seguir, temos a

tabela que demonstra as superfícies, com suas respectivas áreas, materiais e coeficientes de

absorção por banda de oitava.

Figura 81 - Superfícies de revestimento da Simulação 01

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Fonte: REVEB (2010).

Percebeu-se que os materiais com maior absorção nas baixas e altas frequências

foram o piso em madeira, a telha termoacústica Perfilor e as cadeiras estofadas, mas que

apesar de possuírem uma grande área de superfície, com relação ao volume total da sala

não são suficientes para atingir o tempo de reverberação considerado ótimo.

As portas em madeira sólida apresentam um bom coeficiente de absorção nas baixas

frequências, mas por possuírem pequena área em relação as dimensões do ambiente não

contribuem efetivamente no resultado. As paredes em reboco liso possui uma grande área,

mas não possuem absorção satisfatória em nenhuma das frequências devido ao seu material

pouco absorvente, tendo assim uma grande influência no condicionamento do ambiente.

Observou-se que absorção final do ambiente foi média, com um coeficiente de

absorção médio de 384,4, e o tempo de reverberação foi insatisfatório para o uso atribuído,

principalmente nas baixas e medias frequências, como podemos ver a seguir. Considerando

o tempo de reverberação corrigido, nas altas frequências o tempo de reverberação foi

satisfatório, estando abaixo de 1,5s.

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Figura 82 - Resultados da Simulação 01

Fonte: REVERB (2010).

Dessa forma, visando um melhor condicionamento do ambiente, a superfície

escolhida para o melhoramento acústico foram as paredes, pela sua área e influência no

volume sonoro da Sala de Espetáculo. As portas também receberão um tratamento acústico,

mas influenciarão de forma mais efetiva no isolamento do ambiente.

Buscou-se utilizar nas paredes um revestimento em painéis de fibras de madeira com

melhor absorção acústica, a escolhida foi Nexacustic 32 OWA (Plenum 20cm vazio – NRC

0,60) que apresenta indicies de absorção satisfatória em todas as frequências.

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Figura 83 - Curvas Acústicas Nexacustic 32

Fonte: Catalogo Nexacustic (2014).

Sendo assim, ao calcular-se a absorção acústica com uma melhor proposta de forro

chegou-se ao seguinte resultado:

Figura 84 - Superfícies de revestimento da Simulação 02

Fonte: REVERB (2010).

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Figura 85 - Resultados da Simulação 02

Fonte: REVERB (2010).

Como observado, com os resultados acima, que o coeficiente de absorção média

subiu consideravelmente para 1065,0, sendo muito diferente da primeira simulação. O

tempo de reverberação se mostrou satisfatório para todas as frequências, tendo em vista

que em todas elas este tempo ficou abaixo de 1,5s.

Dessa forma, podemos perceber a importância da acústica desde a concepção inicial

do projeto de maneira a aliar a estética ao conforto acústico, seja ele na forma de

isolamento ou condicionamento ambiental.

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15. ASPECTOS COMPLEMENTARES

15.1 Reservatório de água

Para o cálculo do reservatório de água de água foi feita uma estimativa de público

para as diversas áreas da edificação. Considerou-se a recomendação de consumo diário de

água para teatros de dois litros por lugar (BOTELHO; RIBEIRO JUNIOR, 2006).

5 Salas de aula ≈ 25 alunos (Considerando 50 litros/pessoa = 6.250l)

Sala de Teatro ≈ 400 lugares (Considerando 2litros/lugar = 800l)

Área administrativa/funcionários ≈ 30 (Considerando 50 litros/pessoa = 1.500 l)

Desta forma, para suportar dois dias de falta da água e acrescendo-se a reserva de

incêndio, o reservatório deverá ter a capacidade mínima de 17.280l (7.200 x 2 = 14.400;

14.400 x 1,2 = 17.280). Nos reservatórios superiores foi prevista a capacidade para 10.000l

de água, e o restante seria armazenado em um reservatório inferior.

15.2 Condicionamento de ar

Para o projeto optou-se pela escolha do VRV (volume de refrigerante variável) ou VRF

(variable refrigerant flow), que é um tipo de sistema de ar condicionado central do tipo

multi-split, o que significa que o mesmo possui apenas uma unidade externa ligada a

múltiplas unidades internas. Tal modelo de sistema de refrigeração foi desenvolvido para

grandes residências e edifícios comerciais de médio e grande porte, de forma que se adequa

a proposta.

Sua escolha veio também da facilidade de instalação, o que resulta numa economia

de tempo e mão-de-obra, além de não interferir nas características da edificação,

produzindo baixo nível de ruído e baixo consumo elétrico.

A unidade externa deve ser instalada junto a área de serviço, próximo à área de carga

e descarga, na fachada posterior da loja.

15.3 Recomendações para o paisagismo

O projeto paisagístico não está incluso nesta proposta, mas recomenda-se a

utilização de espécies nativas por se adequarem melhor ao clima, necessitando de menor

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manutenção. Para a praça, jardim e estacionamento, recomenda-se a utilização de grama,

espécies que florem e árvores frondosas, proporcionando sombreamento, espaços de

descanso e contemplação não só dos usuários, mas também dos moradores locais.

15.4 Estacionamento

Para o cálculo do estacionamento, foram considerados os dois principais usos da

edificação. Par ao uso de Escola são necessários 1 vaga a cada 40m² e para o uso de Teatro

são necessárias 1 vaga a cada 30m². Tendo em vista que a área total da edificação é de

3.826,99 m², temos:

Escola: 3.826,99m²/40m²= 96 vagas

Teatro: 3.826,99m²/30m²= 128 vagas

Total: 221 vagas

Devido a opção de se fazer ocupando a superfície do terreno, só foi possível a

previsão de 190 vagas de estacionamento, sem 10 vagas destinadas a idosos e 4 destinadas a

portadores de necessidades especiais.

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16. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Participar de uma viagem que um espetáculo teatral proporciona é uma experiência

prazerosa e indescritível. A contribuição que o teatro pode nos dar vem das diversas formas

de manifestações cênicas, e o edifício teatral tem bastante contribuição na transmissão da

mensagem emitida pelo ator e por todos os indivíduos envolvidos na produção da arte

cênica.

Por isso a importância de se conhecer a história, as formas e tipologias teatrais, pois

o arquiteto como criador de espaços deve compreender o funcionamento dos teatros e seus

mecanismos, o que permite a criação de espaços adequados às encenações.

Através da pesquisa teórica e estudos de referência, pude compreender um pouco do

universo da arquitetura cênica o que me permitiu o desenvolvimento da proposta. As

análises dos pontos positivos e negativos dos estudos de referência contribuíram de forma

significativa na definição do partido arquitetônico e conceitos do projeto.

No desenvolvimento deste projeto pensou-se em trabalhar diversas áreas da

arquitetura, mas a principal delas foi o projeto arquitetônico. Além disso, buscou-se

desenvolver um tema pouco explorado em Trabalho de Graduação, a proposta de um teatro

multifuncional de ensino, que permitisse diversas configurações de palco e plateia, pois em

uma escola de teatro, o espaço teatral deve ser um espaço de experimentação, permitindo a

diversidade de usos.

Um dos desafios encontrados na elaboração da proposta foi a topografia do terreno,

que possuía onze curvas de nível em um espaço extenso, de forma suave, mas que interferiu

na implantação da edificação. Buscou-se tirar partido disso para a valorização da proposta,

com a elevação da edificação e escalonamento da praça e do estacionamento. Outro desafio

foi a organização dos ambientes em planta baixa de maneira funcional e que permitisse um

resultado volumétrico e estético satisfatório.

Vencidos todos os desafios, e finalizadas todas as etapas pretendidas com a

elaboração do projeto, pode-se constatar que o objetivo geral do trabalho foi cumprido,

além dos seus objetivos específicos, de elaborar uma proposta arquitetônica para a cidade

de Natal/RN, em nível de anteprojeto, concebendo um espaço cultural público que permita

apresentações de dança, teatro e música com enfoque no ensino e entretenimento.

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Por fim, a elaboração deste Trabalho Final de Graduação foi um verdadeiro exercício

arquitetônico e acadêmico, anterior a vida profissional, em que foi possível colocar em

prática a grande maioria dos conhecimentos adquiridos ao longo do curso e durante os

estudos específicos referentes ao tema do trabalho.

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