Marcelismo

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Page 1: Marcelismo

FREDERICO, GONÇALO, PEDRO, RICARDO

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O Marcelismo foi o nome

dado ao período em que o

professor Marcelo Caetano

governou o nosso pais

[desde 1968 até 1974(data

em que caio a ditadura em

Portugal)]

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Em Setembro de 1968, António de

Oliveira Salazar é operado de urgência a

um hematoma cerebral. Pouco

depois, dado o agravamento do seu estado

de saúde, o presidente da Republica vê-se

obrigado a encetar os procedimentos

institucionais para a sua substituição. A

escolha recaiu sobre o professor Marcelo

Caetano, um dos notáveis do Estado Novo

que, no entanto, se permitira

discordar, em mais do que uma

ocasião, da politica salazarista.

Apresentava-se, por isso, como um

politico mais liberal, capaz de alargar a

base de apoio do regime, além de ser visto

como uma porta de saída para o já pesado

isolamento internacional.

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Logo no discurso da tomada de

posse, Marcelo Caetano define as linhas

orientadoras do seu governo: continuar a

obra de Salazar, à qual presta

homenagem, sem por isso prescindir da

necessária renovação política. Pretendia-

se, nas palavras do novo

presidente, «evoluir na

continuida­de», concedendo aos

Portugueses a «liberdade possível».

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Nos primeiros meses de mandato, o novo Governo dá sinais de abertura, que

enchem de esperanças os opositores políticos: faz regressar do exílio algumas

personalidades, como o bispo do Porto e Mário Soares, modera a actuação da

polícia política (que passara a chamar-se Direcção-Geral de Segurança -

DGS), ordena o abrandamento da censura (mais tarde designada Exame

Prévio), abre a União Nacional (rebaptizada, em 1970, Acção Nacional Popular -

ANP) a sensibilidades políticas mais liberais.

Foi neste c1ima de mudança, que ficou conhecido como «primavera marcelista»,

que se prepararam as eleições legislativas de 1969. Procurando legitimá-las aos

olhos da opinião pública, o Governo alargou o sufrágio feminino (a todas as

mulheres escolarizadas), permitiu maior liberdade de campanha à oposição, bem

como a consulta dos cadernos eleitorais e a fiscalização das mesas de voto.

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No entanto, embora se possa

considerar o menos manipulado de

todos os que ocorreram durante o

Estado Novo, o acto eleitoral saldou-

se por uma série de atropelos aos

princípios democráticos e o mesmo

resultado de sempre: 100% dos

lugares de deputados para a União

Nacional ; 0% para a oposição.

Marcelo Caetano viu-se sem o apoio dos

liberais, que Ihe condenavam a falta de

força para implementar as reformas

necessárias, e alvo da hostilidade dos

núcleos mais conservadores, que

imputavam à política liberalizados a onda

de instabilidade que, entretanto, tinha

assolado o País.

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Obrigado a reprimir um poderoso surto

de agitação estudantil, greves operárias e

até acções bombistas, Marcelo Caetano

liga-se cada vez mais à direita e inflecte a

sua política inicial de abertura ( a tal

primavera marcelista ). As associações de

estudantes mais activas são encerradas, a

legislação sindical aperta-se, a polícia

política desencadeia uma nova vaga de

prisões, alguns opositores, como Mário

Soares, São novamente remetidos ao

exílio. Este processo de regressão culmina

em 1972, quando Américo Tomas, já com

77 anos e conotado com a ala ultra-

conservadora, é reconduzido ao alto cargo

de presidente da Republica, por um

colégio eleitoral restrito.

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Alvo de todas as criticas, incapaz de evoluir para um sistema mais

democrático, o regime continua, ainda, a debater-se com o grave problema

da guerra colonial.

Quando da escolha de Marcelo Caetano, as altas patentes das Forças

Armadas puseram, como única condição, que o novo chefe do executivo

mantivesse a guerra em África. Caetano anunciou, reiterando ao país a sua

intenção de continuar a defender os nossos territórios em nome dos

interesses da população branca que, há muito, aí residia.

Paralelamente, e dando execução às suas convicções federalistas, o chefe

do Governo redigiu um minucioso projecto de revisão do estatuto das

colónias, no sentido de as encaminhar para a «autonomia progressiva».

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O projecto contou, desde logo, com

a oposição tenaz da maioria

conservadora da Assembleia Nacional

e acabou amputado das soluções

mais inovadoras. Angola e

Moçambique passaram à categoria de

«Estados honoríficos», sendo dotados

de novas instituições governativas

que, como as anteriores, continuavam

fortemente