Março 2014

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NEB/AAC

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Páginas:

2 - Prémio Rei D. Carlos: Leonel Pereira

3 - Estamos a ser invadidos?AAbordagem sobre plantas invasoras

9 - Sed PraxisUm parecer sobre a Praxe

13 - Sabias que...

14 - ReviewsAAnálise sobre: livro, lme e álbum

Março de 2014 Numero: 01/14Coordenador: Beatriz Abreu | Edição: Tiago Gonçalves

Pelouro da Informação do Núcleo de Estudantes de Biologia da Associação Académica de Coimbra: Inês Casinhas, Inês Costa, Nuno Capela, Mário Soares, Paulo Silva, Sandro Lopes, Soa Carvalho

Páginas 5 e 6 - “Plantas gourmet”Entrevista ao Professor Jorge Canhoto sobre clonagem de plantas.

Página 7 e 8 - Biólogos Pelo MundoUma perspectiva sobre o ir para fora de Portugal.

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Leonel Pereira, docente na Universidade de Coimbra e Fernando Correia, da Universidade de Aveiro, venceram o Prémio do Mar Rei D.-Carlos de 2012. Este prémio, instituido pela Camâra Municipal de Cascais tem o objetivo de reconhecer trabalhos cientícos ligados ao mar e foi conseguido graças ao trabalho intitulado ““Macroalgas Marinhas da Costa Portuguesa – Biodiversidade, Ecologia e Utilizações”.

Segundo Leonel Pereira, autor e coordenador do “Portal Português das Macroalgas - MACOI”, o sentido do projecto foi criar um “livro escrito de acordo com a Flora portuguesa e que pudesse ser adoptado pelos alunos. Este projeto (que dura há dez anos) foi evoluindo e acabei por associar-me a um colega de licencia-tutura, Fernando Correia, co-autor do livro e que dá o curso de Ilustração Cientica na Universi-dade de Aveiro”.

O livro, para além de ter uma linguagem bas-tante acesível, “aborda vários temas como a história da evolução dos sistemas de classi-cação, a biologia da reprodução, utilizações das macroalgas nas indústrias cosmética, far-macêutica e alimentar (incluindo receitas à base de algas) e capítulos nais com técnicas de ilustração”, visto que o livro não contem fo-tograas, mas sim ilustrações.

Inês Casinhas

Os premiados ganharam a oportunidade ter o seu livro publicado, numa edição com 2500 exemplares e um prémio de 2500 euros que vai ser “distribuído pelos ilustradores do livro que são alunos do professor Fernando Correia”.

Ilustração cientíca da alga Undaria pinnatida Fernando Correia

Prémio Rei D. Carlos:Prof. Leonel Pereira

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Já ouviste falar de plantas invasoras? Sabes que são uma das principais ameaças à biodiver-sidade? O que são anal? Resumidamente, são plantas que vieram de outro lugar e causam im-pactes negativos a nível ambiental e/ ou económico.

Muitas das plantas que nos rodeiam foram transportadas do seu habitat natural para outros locais sendo por isso denominadas ex-óticas. A introdução destas plantas ocorreu (e continua a ocorrer) intencional ou acidental-mente e de muitas delas depende a alimen-tação (humana e animal), as indústrias de mbiliário e de papel, o mercado de plantas orna-mentais, etc. A maioria destas plantas man-tem-se apenas nos locais onde foi/ é plantada. Algumas coexistem com as plantas autóctones (i.e. nativas) de forma equilibrada (dizem-se então naturalizadas). No entanto, algumas plantas exóticas reproduzem-se em grande quantidade e dispersam muito para além das plantas-mãe, sem intervenção direta do Homem, ocupando áreas extensas, em habitats naturais, semi-naturais ou habitats interven-cionados pelo Homem.

Ainda que apenas uma pequena parte das plantas exóticas revele comportamento inva-sor, as que revelam são muito prejudiciais sendo consideradas uma das principais ameaças à biodiversidade; competem com as plantas nativas e ameaçam o equilíbrio dos ecossistemas. São também responsáveis por mmuitos outros impactes negativos incluindo a uniformização dos ecossistemas/paisagens, impactes nos serviços dos ecossistemas, efeitos

Elizabete Marchante1 & Hélia Marchante1,21CEF/UC; 2ESAC

nna saúde humana (e.g. alergias), alteração dos regimes de fogo e das cadeias ecológicas. A nível económico são responsáveis por gastos elevadíssimos ( há perdas a nível de produtivi-dade por espécies que invadem áreas agríco-las, orestais ou piscícolas, pragas, etc.) e custos associados a medidas de gestão e controlo de invasoras e à recuperação de sistemas invadidos.

Fonte: http://cdn.ubergizmo.com/photos/2009/8/robot-plants-mars-re-al.jpg

Em Portugal continental, ao longo dos dois últimos séculos, e especialmente nas últimas décadas, o número de plantas exóticas tem au-mentado muito, ascendendo atualmente a cerca de 670 espécies, o que corresponde a ca. de 18% da ora nativa. Cerca de 8% dessas es-pécies são consideradas invasoras. Em 1999, a llegislação portuguesa reconheceu a gravidade deste problema através do Decreto-Lei n.º 565/99, o qual regula a introdução na nature-za de espécies não-indígenas.

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Estamos a ser invadidos?

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De entre as piores espécies de plantas in-vasoras em Portugal podem referir-se: 1) a acácia-de-espigas (Acacia longifolia), o chorão-das-praias (Carpobrotus edulis) e a erva-das-pampas (Cortaderia selloana) es-pecialmente problemáticos em zonas costeiras; 2) a mimosa (Acacia dealbata), a austrália (Acacia melanoxylon), a robínia (Robinia pseudoacacia), a háquea-picante (Hakea sericea) ou a erva-da-fortuna (Trad-escantia uminensis) que invadem princi-palmente áreas montanhosas, matas geri-das, ou margens de vias de comunicação e de cursos de água; 3) o espanta-loboAilanthus altissima) e os bons-dias (Ipo-moea acuminata) muito frequentes em am-bientes urbanos; e 4) o jacinto-de-água (E-ichhornia crassipes) que alastra em ecoss-istemas aquáticos um pouco por todo o país; para nomear apenas algumas… Podes encontrar mais informação sobre estas outras plantas invasoras em Portugal em invasoras.pt ou na página de Facebook as-sociada.

JJá viste alguma destas espécies por aí? Precisamos da tua ajuda, pelo que deixam-os um desao: ajuda-nos a mapear as plantas invasoras em Portugal. Podes fazê-lo online (http://invasoras.uc.pt/ma-pa-de-avistamentos/) ou utilizando uma aplicação para smartphones Android (http://invasoras.uc.pt/down-load-da-aplicacao-para-android/). Se z-eres ½ dúzia de avistamentos na zona onde vives, e sendo os alunos oriundos de todo o país, o mapa das invasoras rapida-mente cará mais preenchido

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Nuno Capela

Há quanto tempo começou este pro-ject

O que tem o tamarilho de especial?

Porquê a clonagem? Porque não fazem simplesmente produção em massa desta planta?

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“Plantas Gourmet”

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Os clones das plantas serão utilizados por quem? Foi ideia de alguma empre-sa ou foi iniciativa do CEF? O trabalho foi inicialmente uma iniciativa dos investigadores da UC. Actualmente, a UC tem uma parceria com uma empresa, chamada In-proplant. Esta parceria permitirá produzir grandes quantidades de plantas para que possam ser disponibilizadas aos produtores. Trata-se de juntar o potencial cientíco do Lab-oratório de Biotecnologia do CEF ao conheci-mento prático e de mercado da empresa

Do biótopo vão os melhores cumprimentos para o Prof. Jorge Canhoto e toda a sua equipa de trabalho, com um enorme agradecimento pela investigação de qualidade que eleva a nossa Universidade e o mundo da ciência.

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Nuno Capela

Fomos entrevistar Catarina de Oliveira, con-hecida no mundo dos biólogos de Coimbra como “Vidinhas”. Actualmente encontra-se a trabalhar em Barcelona, Espanha. Aí, está in-cluída no grupo de investigação de "Chromatin Architecture", sendo o objetivo tentar perceber como a estrutura tridimensional do DNA dentro do núcleo afeta a ativação e transcrição de genes. No seu caso em especíco, trabalha em colaboração com outro grupo para tentar perceber como é que contatos entre genes que respondem de forma semelhante à progestero-na modulam a sua transcrição conjunta. Um trabalho que parece ser bem complicado.

Começamos por ir ao centro da entrevista e descobrir o porque de abandonar Portugal, uma escolha cada vez mais reetida por parte dos estudantes universitários. No seu caso, diz que “foi uma mistura de escolha e oportuni-dade. Quando ia a meio do 2º ano de mestrado pensei que poderia ser bastante difícil para mimmim conseguir uma bolsa de doutoramento pela FCT (Faculdade Ciências e Tecnologia). Curiosamente, nessa altura vim a Barcelona ver a defesa de uma amiga e pensei pesquisar coisas por aqui. Uma colega de laboratório fa-lou-me do CRG (Centre de Regulación Genómi-ca). Vi que tinham candidaturas abertas para doutoramento, concorri e fui aceite.” Quanto à Universidade de Coimbra, “infelizmente biolo-gia não é tão reconhecida como outras áreas. Mas acredito que a formação de base tem muita qualidade e que camos bem preparados.”

No entanto, quando se faz uma mudança destas é necessário ponderar vários pontos como a adaptação a um novo país e as sau-dades dos amigos e família. Felizmente, para a Catarina a adaptação não foi assim tão difícil. “Apesar de ser a terceira vez que saí de Portu-gal é sempre difícil deixar os amigos e a família. Mas como já conhecia a cidade, já falava as duas línguas ociais e tinha cá amigos o choque não foi tão grande”. Para combater as saudades de casa e de Portugal, “há sempre a internet para manter o contato com os amigos e ler o jornal on-line uma vez por semana para me meter a par dos grandes aacontecimentos. Em termos de gastronomia, sinto falta de uma coisa em especial, o café!” Para terminar, ainda acrescenta que o facto de o namorado ser português “sempre ajuda” a combater algumas saudades. Apesar disso, não tem intenção de voltar para Portugal “num futuro próximo, mas gostava de voltar tatalvez dentro de 5-10 anos”.

Numa breve comparação entre Portugal e Espanha, a nível da investigação cientíca, acrescenta que “a nível de universidades esta-mos provavelmente na mesma categoria. Mas pelo menos aqui na Catalunha, nos últimos 10 anos houve uma cultura de fomentar a criação de institutos que, ainda que ligados as univer-sidades, tem uma política de contratamento e nanciamento mais independentes do Estado. Creio que no CRG apenas 35% do nancia-mento provem de fontes estaduais directas.”

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Biólogos pelo Mundo

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Perguntamos ainda se não conseguiria encon-trar uma oportunidade de trabalho parecida em Portugal, ao qual ela respondeu: “Possível seria. Mas sinceramente a estabilidade não seria a mesma.”Para nalizar pedimos para deixar uma men-sagem aos protobiólogos.

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“O meu conselho é que se concentrem no que mais gostam, procurem bastante e não tenham medo de sair de Portugal. Há muita oferta de trabalho pela Europa. Nao desistam.”

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Para muitos “bichos” ainda, mais há uns anos do que agora, o primeiro contacto com a praxe é o dia em que chegam à Universidade de Coim-bra, com a expectativa de se matricularem, de serem caloiros numa dada faculdade, num certo curso. Ainda no mesmo dia são aborda-dos pelos Doutores e aqui tudo começa.

A Praxe é algo difícil de explicar por palavras. É uma mistura de sentimentos, regras, ex-periências que no m da história, uns anos depois, normalmente se classicam como os melhores anos das nossas vidas.

Podemos ligar à Praxe palavras como com-panheirismo, união, amizade, respeito, con-ança, tradição, saudade, aprendizagem, entre outras, mas resume-se como um conjunto de experiências, ao longo dos anos em que fre-quentamos o nosso curso na UC. Sim, porque a Praxe não é só vestir a Capa e Batina e ir mobilizar uns caloiros ou ser mobilizado por Dou-tores. Ela contempla desde a nossa matrícula até ao triste dia em que, pelo código e pelas cir-cunstâncias da vida, deixamos de ter palavra sobre ela. A Praxe é a regular no dia a dia, é as serenatas, os cortejos, o carro de curso, os jan-tares de curso, as febradas, os convívios, omeros cafés ao domingo à noite entre amigos, no m de mais um m-de-semana de visita a casa. Além de tudo isto, todos penso eu, temos a noção que ela muda pessoas, ela prepara-nos para muitas situações, boas ou más, que se podem pôr durante a nossa vida, ensina-nos a lidar com todo o tipo de pessoas. Da Praxe leva-mos experiências, momentos, amigos, conheci-dos, namorada(o). Muitas das pessoas que aqui conhecemos, terão, de certo, um papel

imimportante mais à frente. Aqui é importante referir a tão falada integração. A Praxe per-mite que os caloiros estejam diariamente juntos, mobilizados é certo, mas estão juntos, são praxados juntos, almoçam juntos, vão para as aulas juntos, acabam por se conhecer e daí vêm os cafés, as saídas e as amizades. Esse éé um elemento bem valorizado para quem nela participa.Segundo dizem, nisto das Praxes e do Espírito Académico, somos dos melhores cursos na nossa Universidade, e modéstia à parte, a ver-dade e que até somos, e isso deverá ser sempre um motivo de orgulho e motivação para as novas gerações que vão chegando.Para os doutores deixo a mensagem e o pedido de se continuar a praticar a Praxe e a valo-rizá-la, ao estilo de Coimbra, diária, irrever-ente, diferente, a melhor a nível nacional. Uti-lizar os meios e a inteligência que temos para evitar erros, mesquinhices e mantê-la e/ou melhorá-la e não fazer dela mais um meio de desavenças e problemas.Aos caloiros, aproveitem o melhor ano na Uni-versidade de Coimbra, aproveitem a Praxe, aproveitem o tempo que estão com os vossos colegas, aproveitem o tempo em que apren-dem com os vossos doutores. Participem na Praxe com gosto, com vontade e com atitude também de quem tem noção do quão positivamente a Praxe inuencia a vossa vida coimbrã.Acabar por demonstrar o meu orgulho por es-crever sobre a Praxe, que foi, a título pessoal e sem dúvida, importantíssima para mim e agradecer o convite ao NEB/AAC pela opor-tunidade, bem porque é uma entidade que tanto me diz respeito e que durante 5 anos me “acolheu”, e que, mais uma nota para os caloiros, é algo que não lhes deve passar ao lado, tanto quanto a Praxe.

Sed Praxis:Guilherme Loureiro

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Antes de escrever sobre o assunto e de me alongar no tema devo, antes de mais, explicar o porquê de ter aceite este “desao” e de este ser um “grande desao” (pelo menos para mim).ÉÉ com orgulho e satisfação que regresso a Co-imbra pela sétima vez, onde todos os anos aprendi e passei por muitas e variadas situ-ações que zeram sempre valer a pena toda esta vida académica, (quase) todas elas sem dúvida devido à Praxe. Devo explicar que vou dar uso às palavras mais simples, pois é muito difícil passar para papel o que vai na cabeça, alma e coração. E por último, perdoem-me se não se identicarem com nenhuma parte do texto que irei escrever, mas não consigo evitar dar-lhe um cunho muito pessoal. A verdade é que a ideia que tinha da Praxe não só mudou, como também foi cando mais completa, à mmedida que me fui deparando e passando pelas etapas que me eram apresentadas. E assim, posso já dizer, que a Praxe, é um conjunto de etapas e acontecimentos, e é esse ‘todo’ que faz a especial tradição.

A Praxe é comumente reconhecida por uma das suas etapas, a Praxe de mobilização e gozo ao caloiro e outras quais adjacentes; todas elas muito bem explicadas e controladas sob regras num Código de Praxe, que todos devem ler, as-similar, e respeitar. Foi precisamente essa com a qual, sendo uma “pequenina” e tímida aluna ddo primeiro ano eu me deparei em primeiro lugar. Poucas horas em Coimbra e, já tinha a reter muitas ideias e ideais, entre as quais não escapava o Dura Praxis Sed Praxis, a Praxe é dura mas é a Praxe. Feliz de mim, que percebi desde o primeiro dia, que a Praxe ser dura não signicava que tinha de sofrer sob ordens tira-

tiranas, sob desrespeito ou viver numa humil-hação. Costumam dizer que a Praxe é tradição, integração, e passagem de conhecimentos. E é mesmo! E foi isso mesmo que eu senti. Feliz de mim! A verdade é que aquilo que custa é a en-trada nesta nova etapa da nossa vida. Largar o lar, deixar de estar no conforto das decisões que os pais tomam por nós, deixar o nosso espaço, deixar aqueles que mais nos apoiam e em quem conamos e, entrar num mundo novo, a Universidade! Passamos a viver uma vida universitária e o nosso curso é a nossa nova família. E, é isso mesmo que a Praxe nos quer mostrar. Enquanto caloira, percebi que popodia conar nas/nos “minhas/meus douto-ras/es”, porque seriam elas/eles a guiar-me; percebi até todas as vezes que eles gritavam e me chamavam à atenção, aquela parte “chata” que muitos, enquanto caloiros, não entendem e inclinam para a frustração. Passei a levar tão a sério a minha nova família, no qual cresci e tanto sorri, que hoje posso dizer, eu realmente amo a Praxe. Estar pela Praxe, de Capa e Batina, é sem dúvida emocionante. Tenho ainda o Orgulho de dizer, e ainda para mais sendo este texto fundamentalmente dirigido a biólogos ou futuros biólogos, que o nosso curso (Biologia) ainda é um dos poucos da UniUniversidade de Coimbra que se rege pela el assiduidade e regularidade por esta especial tradição.

Assim, e agora dirigido aos novos alunos (caloiros pela Praxe) tenho a dizer, que rece-bam sempre a Praxe pela melhor intenção, que por ela se divirtam e que nunca se esqueçam que o “respeito aos doutores” é muito pela razão de esses já cá estarem há mais tempo,

Melissa Alves

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por terem passado pelo mesmo, e por saberem exactamente como muitos de vós se estão a sentir e saberem de como precisam desta etapa. Vivam este ano especial, integrem-se, percam a voz a gritar e a cantar pelo curso que vos acolheu, no nal, vão ver que vale sempre a pena. Saibam já que vão chegar ao m e dizer “q“quero voltar”, a saudade e a nostalgia insta-lam-se. Dizem que estes são os melhores anos da nossa vida, e que o ano de caloiro(a) é sem dúvida o mais inesquecível, portanto caloiros(as), aproveitem!Para nalizar, não posso deixar de dizer, ainda que sumariamente, que a Praxe vai bem mais além do que a mobilização e gozo ao caloiro.

NNão se esqueçam todos de juntar: Jantares de curso, Festas estudantis (Queima das Fitas, Festa das Latas e Imposição das Insígnias, convívios de curso, etc.), Serenatas, Tunas académicas, o grande Fado de Coimbra, e muitas outras mais (muitas que também ainda tenho de conhecer). ÉÉ neste conjunto de coisas que eu z uma as-sociação a este ‘todo’ com um grande ditado popular. Coimbra, “primeiro estranha-se, depois entranha-se”. Aproveitem do primeiro ao último ano, pois Coimbra precisa tanto de nós como nós dela.

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QUEREMOS-TE A TI!Junta-te ao NEB/AAC!

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Beatriz Abreu

A maior coleção de bactérias em Portugal encontra-se na Universidade de Coimbra e reúne um conjunto raro a nível internacio-nal da estirpe Legionella que é usada por investigadores da China aos EUA.

Mais conhecida pela bactéria do ar condicionada, a Legionella está implicada em pneumonias atípicas de consequências graves. As cerca de duas mil estirpes de Le-gionella presentes nesta coleção represen-tam mais de 20 anos de colheita e isola-mento de micróbios, nos mais diversos locais. Esta imensidão de microrganismos é solicitada por muitos cientistas es-trangeiros que as querem estudar. Uma das explicações para o enorme interesse da comunidade cientíca na coleção de Coim-bra é, segundo António Veríssimo, profes-sor na FCTUC e especialista no estudo da Legionella, o fato de o laboratório "possuir estirpes únicas de Legionella, nomeada-mente isoladas de ambientes naturais (sem intervenção humana)” uma vez que "só trabalhando com as nossas culturas é possível a realização de novos estudos cientícos".

Os responsáveis pela coleção pretendem agora integrá-la na Rede Internacional de Coleções de Culturas, para a tornar mais acessível à comunidade cientíca. No en-tanto, para isso, será necessário ter tudo informatizado, e ter um catálogo em que as estirpes estão acessíveis para depois di-ssponibilizá-lo através da internet.

Sabias que...

…a Universidade de Coimbra tem uma coleção de Legionella única a nível inter-nacional?

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Livro:

Memória das Minhas Putas Tristes,Gabriel García Márquez

“No ano dos meus noventa anos quis ofere-cer a mim mesmo uma noite de amor louco com uma adolescente virgem. Lembrei-me de Rosa Cabarcas, a dona de uma casa clandestina que costumava avisar os seus bons clientes quando tinha uma novidade disponível. Nunca sucumbi a essa nem a nenhuma das suas mmuitas tentações obscenas, mas ela não acredi-tava na pureza dos meus princípios. A moral também é uma questão de tempo, dizia com um sorriso maligno, tu verás.”

Com grande mestria e sensibilidade, Gabriel García Márquez (Gabo, como também é conhe-cido) prova que é possível criar belíssimas histórias partindo de uma ideia que é descon-fortável para o público em geral. O narrador (tal como o excerto acima mostra) não é de todo uma personagem convencional; é um jornalista, de quase noventa anos, que percebe que nunca soube realmente o que era o amor até se apaixonar por uma prostituta de catorze. Esta não é apenas uma história de amor mas sim uma história de “amores que poderiam ter sido mas não o foram”. À medida que a história desenrola, o narrador vai relembrando eepisódios do seu passado, mais propriamente da sua vida boémia e dos “amores que não o foram” que permitem ao leitor “construir” uma imagem mental hiper-realista daquele senhor tão estranho mas tão humano. Através de uma escrita sem rodeios e sem pudor, Gabo fala-nos

um pouco de liberdade, liberdade sexual, solidão, envelhecimento, desenquadramento social e muito mais, sem, no entanto, “cair” na pedolia, visto que a relação dos protagonis-tas não é consumada. Torna-se incrível como uma história tão pequena (lê-se num par de horas) tem tanto para contar e pode ser tão bebela. Para ler, assimilar e reler.

Reviewspor Paulo Silva

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Música:

Franz Ferdinand - Right oughts, Right Words, Right Action

Filmes:

Spring Breakers

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Amado por uns, odiado por muitos, Spring Breakers não consegue deixar ninguém indifer-ente. Harmony Korine traz-nos um lme polémico e violento a nível de conteúdo. Tra-ta-se de uma sátira (bastante) exagerada da cultura pop atual, no entanto, por trás do ex-agero estilístico, o conteúdo está lá e torna-se assustador pensar que o mundo está a tor-nar-se um lugar cada vez mais parecido com o

qque o lme retrata. É um lme difícil; com um avanço não linear e com imensos time loops e sussurros em voz off (novamente o exagero estilístico) que se pode tornar aborrecido. Pontos fortes: a utilização de “ex-princesas Disney” de uma forma inteligente e chocante e a atuação excecional de James Franco, irrecon-hhecível no papel de Alien.

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Palavras Cruzadas:1

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1. Unidade estrutural e funcional básica de for-mação dos seres vivos.2. Substancia em maior quantidade nos seres vivos.3. Substancias que servem como reserva de en-ergia.4. Célula que não possui núcleo.5. Organelos responsáveis pela síntese de proteínas.6. Organelos encontrados somente nas células vegetais.7. Organelo responsável pela respiração celular.