Março 2018 - Nº 71 - Ano VI Encontro de Mocidades ... · trabalhos sobre o tema central...

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Março 2018 - Nº 71 - Ano VI No enredo da inspirada canção composta por Toquinho e Vinicius de Moraes, o per- sonagem colore o mundo que imagina. Com lápis e pincel tor- na objetivo o que antes habita- va apenas o plano das ideias, da imaginação. A voz poética do texto nos fala, de forma metafóri- ca, da vida e suas diversas fa- ses, considerando que o futuro está logo à frente. Tentamos colocá-lo sob nosso controle, mas nem sempre é possível e, quando menos esperamos, ali está ele, nos levando a lugares nunca imaginados! E completa: “sem pedir licença muda a nos- sa vida, depois convida a rir ou chorar”. Tantas reflexões po- deríamos fazer, não é mesmo? Na 45ª COMENESP - Confraternização das Mocida- des Espíritas do Norte do Estado de São Paulo, que acontecerá em nossa cidade de 30 de mar- ço a 1º de abril deste ano, os mais de 250 jovens que farão parte desse encontro irão de- parar, em diversos momentos, com reflexões como essa, so- bre a vida, sobre o modo como estamos construindo (dia a dia, ação a ação) o nosso futuro, trabalhando de forma profunda o tema: Sua mala está pronta? O Encontro realizado pelo DM/USE – Departamen- to de Mocidade da União das Sociedades Espíritas de São Paulo, está sendo organizado de forma conjunta com o DMI/ USE Franca – Departamento de Mocidade da USE Intermu- nicipal Franca, e contará com a bela e já tradicional estru- tura da Fundação Educandário Pestalozzi - unidade II, locali- zada na avenida Wilson Sábio de Mello, 1840, onde todos os jovens, vindos de várias cida- des do norte do Estado, serão acolhidos. Lá, os participantes ficarão nos três dias do evento e participarão de salas de estu- do em que poderão conviver e vislumbrar os variados desdo- Encontro de Mocidades Espíritas em Franca bramentos do tema central do encontro, aprofundando seus conhecimentos sobre a doutri- na espírita. Teremos oficinas artís- ticas, doutrinárias e culturais para vivência e discussão de assuntos pontuais que façam relação com o tema; almoços e jantares temáticos como “Noi- te Italiana”, “Noite Árabe” e o “Piquenique na Califórnia” com muitas comidas típicas e cultura local; sarau com apresentações da Banda Gotas de Amor, da cidade de Bebedouro; teatro e apresentações de participantes das mocidades espíritas das diversas cidades presentes, e muito, muito mais! As inscrições estão sen- do feitas através do site www. dmfranca.com.br onde estão todas as informações sobre o evento, além de dar acesso ao blog, que funcionará como um diário online do encontro, mos- trando o processo de organi- zação e a cobertura do evento, dia a dia. A inscrição custa R$ 40,00 e inclui todas as ativida- des, refeições, etc. E como é um encontro construído de forma coletiva, nosso Departamento de Moci- dade conta com a “mão ami- ga” da comunidade espírita de Franca e região para receber da melhor forma possível todos os jovens que virão à nossa cida- de. Então, se você adora cozinhar, gosta de deixar tudo limpo e organizado ou então quer fazer alguma doação para o encontro, fale com a gen- te através de nossos conta- tos: (16) 9.9395-2830 | e-mail: [email protected] | facebook/instagram: dmifranca Se você é jovem e quer participar ou se você não é jo- vem (de corpo, só de Espírito! risos) e quer ajudar, estamos te esperando! Princya Oliveira - Diretora do Departa- mento de Mocidade USE Regional Franca “E o futuro é uma astronave que tentamos pilotar, não tem tempo, nem piedade, nem tem hora de chegar...” (trecho da música “Aquarela”)

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Março 2018 - Nº 71 - Ano VI

No enredo da inspirada canção composta por Toquinho e Vinicius de Moraes, o per-sonagem colore o mundo que imagina. Com lápis e pincel tor-na objetivo o que antes habita-va apenas o plano das ideias, da imaginação.

A voz poética do texto nos fala, de forma metafóri-ca, da vida e suas diversas fa-ses, considerando que o futuro está logo à frente. Tentamos colocá-lo sob nosso controle, mas nem sempre é possível e, quando menos esperamos, ali está ele, nos levando a lugares nunca imaginados! E completa: “sem pedir licença muda a nos-sa vida, depois convida a rir ou chorar”. Tantas reflexões po-deríamos fazer, não é mesmo?

Na 45ª COMENESP - Confraternização das Mocida-des Espíritas do Norte do Estado de São Paulo, que acontecerá em nossa cidade de 30 de mar-ço a 1º de abril deste ano, os mais de 250 jovens que farão parte desse encontro irão de-parar, em diversos momentos, com reflexões como essa, so-bre a vida, sobre o modo como estamos construindo (dia a dia, ação a ação) o nosso futuro, trabalhando de forma profunda o tema: Sua mala está pronta?

O Encontro realizado pelo DM/USE – Departamen-to de Mocidade da União das Sociedades Espíritas de São Paulo, está sendo organizado de forma conjunta com o DMI/USE Franca – Departamento de Mocidade da USE Intermu-nicipal Franca, e contará com a bela e já tradicional estru-tura da Fundação Educandário Pestalozzi - unidade II, locali-zada na avenida Wilson Sábio de Mello, 1840, onde todos os jovens, vindos de várias cida-des do norte do Estado, serão acolhidos. Lá, os participantes ficarão nos três dias do evento e participarão de salas de estu-do em que poderão conviver e vislumbrar os variados desdo-

Encontro de Mocidades Espíritas em Franca

bramentos do tema central do encontro, aprofundando seus conhecimentos sobre a doutri-na espírita. Teremos oficinas artís-ticas, doutrinárias e culturais para vivência e discussão de assuntos pontuais que façam relação com o tema; almoços e jantares temáticos como “Noi-te Italiana”, “Noite Árabe” e o “Piquenique na Califórnia” com muitas comidas típicas e cultura local; sarau com apresentações da Banda Gotas de Amor, da cidade de Bebedouro; teatro e apresentações de participantes das mocidades espíritas das diversas cidades presentes, e muito, muito mais!

As inscrições estão sen-do feitas através do site www.dmfranca.com.br onde estão todas as informações sobre o evento, além de dar acesso ao blog, que funcionará como um diário online do encontro, mos-trando o processo de organi-zação e a cobertura do evento, dia a dia. A inscrição custa R$ 40,00 e inclui todas as ativida-des, refeições, etc.

E como é um encontro construído de forma coletiva, nosso Departamento de Moci-dade conta com a “mão ami-ga” da comunidade espírita de Franca e região para receber da melhor forma possível todos os jovens que virão à nossa cida-de. Então, se você adora cozinhar, gosta de deixar tudo limpo e organizado ou então quer fazer alguma doação para o encontro, fale com a gen-te através de nossos conta-tos: (16) 9.9395-2830 | e-mail: [email protected] | facebook/instagram: dmifranca

Se você é jovem e quer participar ou se você não é jo-vem (de corpo, só de Espírito! risos) e quer ajudar, estamos te esperando!

Princya Oliveira - Diretora do Departa-mento de Mocidade USE Regional Franca

“E o futuro é uma astronave que tentamos pilotar,não tem tempo, nem piedade, nem tem hora de chegar...”

(trecho da música “Aquarela”)

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02 Suplemento - USE - Franca - A Nova Era - Março 2018 Suplemento - USE - Franca - A Nova Era - Março 2018

Pergunta: Se a reencarnação é tão importante para o espírito, por que há o falecimento de crianças, inclusive antes de nascer? Maria Paula.

Resposta: Ensina o Espiritismo que, antes de sermos corpo, somos espírito. Quer dizer, as causas de todas as nossas atribulações têm origem

no espírito. Então, devemos procurar a fonte de todas as nossas mazelas no espírito, que é o ser pensante e que é o registro de todos os nossos atos, pensamentos, sentimentos, emoções. Quando uma criança desencarna em tenra idade, ou mesmo, antes de consumar o seu nascimento, pode ocorrer que se trate de algum suicida que, por haver desperdiçado alguma existência anterior, agora não reúna, no seu perispírito, forças magnéticas suficientes para sustentar a vida que deseja. Pode também ser alguém que precisa completar algum período que ficou faltando em etapa anterior. E, finalmente, é um resgate ou uma prova para os pais que vêem frustrados os seus sonhos de paternidade.

Você perguntaFelipe Salomão

Esta seção responde a perguntas dos leitores ([email protected])? Caro leitor, para tratar de um assunto tão complexo como a Lei de Causa e Efeito, recorro à seguinte narrativa: Um pai amoroso, depois de aconselhar várias vezes seu filho rabugento e respondão, resolveu fazer uma brincadeira, para ajudá-lo a refletir sobre as con-sequências de seus atos. Apresentou ao filho uma tábua lisa e disse que toda vez que ele desobedecesse ou praticasse uma ação indevida, o pai espetaria um prego na tábua. Com o passar do tempo, a tábua ficou cheia de pregos. Um belo dia, o garoto desejou ver a tábua nova e bonita, como era. O menino correu para seu pai, que por sua vez, informou que a cada vez que o menino se comportasse bem, o genitor arrancaria um prego da tábua. Assim foi feito. Os pregos foram de-saparecendo até que um dia, não havia nenhum. O menino percebeu que a tábua, embora sem os pregos, ficou marcada. A moral dessa história é a ideia que o perispírito do indivíduo que prejudicou outro, fica marcado, na região onde ele cometeu seus erros, por exemplo, aquele que disparou um tiro no pulmão de um indivíduo, causando sua morte, estará predisposto a doenças relacio-nadas com o pulmão, como asma, bronquite, tuberculose, etc. A lesão, mancha ou enfermidade é do Espírito que praticou o mal, que é o ser pensante, e não do perispírito que é matéria.Guardamos na memória os erros do passado. O pensamento é o prin-cipal atributo do Espírito. Se todo efeito tem uma causa e todo efeito inteligente, tem uma causa inteligente; crueldade, egoísmo, orgulho, preguiça e vaidade são vícios da alma, que provocam perturbações e doenças no perispírito e no corpo físico, ou seja, são os pensamen-tos malsãos da Alma que provocam as doenças. “[...] A carne, que nem tem pensamento nem vontade, jamais prevalece sobre o Espírito, que é o ser pensante e voluntarioso. É o Espírito que dá à carne as qualidades correspondentes aos seus instintos, como um artista imprime à sua obra material o cunho de seu gênio”. A respeito da dor moral, a expiação é parte do processo da verdadeira cura; ela promove o sofrimento daquele que errou e se arrependeu. O perispírito e o corpo físico tendem a somatizar a dor moral e ficamos “doentes” ou sofremos as vicissitudes da vida. De ordinário, nós é que escolhemos as nossas expiações. Então, não é correto dizer que aquele que disparou um tiro no pulmão de um indi-víduo, causando sua morte, estará predisposto a doenças relacionadas com o pulmão, como asma, bronquite, tuberculose, etc. Deus é um Pai soberanamente Justo e bom, não pune seus filhos, não pratica a

Lei de Talião, “olho por olho, dente por dente”. Para concluir, recordamos o que disse Kardec sobre arrepen-dimento, expiação e reparação: “O arrependimento suaviza as dores da expiação, abrindo pela esperança o caminho da reabilitação; só a reparação, contudo, pode anular o efeito destruindo-lhe a causa”. A reparação é feita, exclusivamente, àquele que o indivíduo prejudicou e só é válida se for um ato de amor, porque, segundo Pedro, o apóstolo, “O amor cobre uma multidão de pecados”.

A lei de causa e efeito na visão espíritaAdolfo de Mendonça Júnior

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Caros pesquisadores e estudio-sos da temática espírita! Foi aberta a chamada de trabalhos para o 14º Encontro Nacional da Liga de Pes-quisadores do Espiritismo (ENLIHPE), que será realizado em Belo Horizon-te-MG, na sede federativa da União Espírita Mineira, nos dias 25 e 26 de agosto. O tema central deste ano será “Sobrevivência da alma”.

O evento escolhe trabalhos sub-metidos até o dia 30 de abril para apresentação. Os textos deverão ser escritos em formato acadêmico, que está descrito no edital de chamada de trabalhos, publicado em [www.lihpe.net/wordpress/?=1732].

Esses trabalhos serão avaliados por pareceristas com formação aca-dêmica e conhecimento do espiritis-

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Chamada de trabalhos para o 14º ENLIHPE

mo, que não terão acesso aos nomes dos autores e escreverão conside-rações e sugestões de aperfeiçoa-mentos, além de aprová-los ou não para apresentação no evento. Os trabalhos sobre o tema central (So-brevivência da alma) têm preferência sobre os que não tratam dele. Os trabalhos poderão ser futuramente publicados em forma de capítulo de livro ou artigo de periódico indexado, mediante permissão do autor.

As inscrições para o evento ainda não estão abertas mas serão opor-tunamente divulgadas. A comissão organizadora está formada por: Ale-xandre Ramos (RJ), Gilmar Trivelato (SP), Jáder Sampaio (MG), Marcelo Gulão (RJ), Marco Milani (SP) e Rafael Carneiro (ES).

Esse evento tem o apoio da União Espírita Mineira e do Centro de Cul-tura, Documentação e Pesquisa do Espiritismo - Eduardo Carvalho Mon-teiro, de São Paulo.

Se você deseja ter informações sobre a Liga de Pesquisadores do Espiritismo - LIHPE ou sobre a sub-missão de trabalhos, envie um e-mail para [[email protected]].

Participe, submeta seu trabalho!

Jáder Sampaio

Caridade, do latim charitas, charitatem, na essência, sig-nifica amor ao próximo. Da palavra amor, devido à sua origem grega, interessa-me aqui apenas o prefixo philos. Amor para com todos os se-res vivos e mesmo para com objetos vários — os livros, por exemplo —, respeitando-os e deles cuidando sem qualquer interesse mesquinho, para que possam ser úteis, num todo, à Humanidade. Consideremos dois grupos de caridade: a material, que consiste na ajuda ao próximo mais próximo e aos demais seres humanos com os quais nos defrontamos, através de bens materiais, na maioria das vezes, utilizando o dinheiro que mais não passa de sim-ples convenção. A caridade moral estriba-se no amor a todos aqueles que nos tes-tam a paciência, ensejando--nos a compreensão das fra-quezas alheias, para que em momento algum nos sintamos humilhados quando alguém venha nos demonstrar a sua falsa grandeza e a aparente preeminência sobre nós, mas, pelo contrário, cientes de que o nosso orgulho está sendo golpeado, de que precisamos nos suportar uns aos outros, já que isso nos faz crescer es-piritualmente. Há diferença entre caridade e dar esmolas. No primeiro caso, entregamos a um ser julgado carente o que nos for possível, considerando-o um irmão nosso, filho do mesmo Pai. Irmão que em existên-cias anteriores tenha faltado com a indulgência para com os que viviam na mendicância, guardando ele, dentro de si, hoje, complexos de culpa por semelhante experiência desu-mana. Daí o imperativo de não negarmos o que estiver ao nosso alcance a um pedinte, porque ele precisa, orgulhoso

que era, do que, inconscien-temente, considera humi-lhação, e isto será bom não só para ele quanto para nós. Muitos se negam a dar uma moeda a algum men-dicante, por saber que este, nesta existência, chegou a adquirir bens materiais, até casas de aluguel, e ainda anda pela rua a suplicar algo “pelo amor de Deus”. Este, sim, deve ser por nós so-corrido, porque ele, rico que tenha sido, em vidas pas-sadas, ainda não conseguiu se desvencilhar da ganân-cia de outrora, um entrave que lhe pesa no âmago de sua consciência. A caridade deve ser exercida por nós, tanto quanto possível, por-que também temos necessi-dade da caridade dos outros para conosco, às vezes na forma de um sorriso, de uma palavra amiga, da atenção de nos ouvir, em silêncio, sugerindo-nos a busca da inspiração aos que nos aju-dam do outro Plano da Vida, a fim de que encontremos a solução saudável dos pro-blemas, visando ao nosso crescimento moral. Exercer a gentileza; tratar as pessoas com educação, em casa, no trânsito e no ambiente de trabalho; não nos irritar com a verbaliza-ção agressiva dos que nos cercam; cumprir, com amor, os nossos deveres; respei-tar todas as criaturas, cada uma delas um ser humano, falível e digno de compaixão; insuflar coragem aos desilu-didos da vida; predispor aos verdadeiramente caridosos a alegria de aguardar a so-nhada libertação espiritual. Das três virtudes — a Fé, a Esperança e a Caridade —, esta última se torna a mais importante, por não depen-der das crenças religiosas que as pessoas professem.

Reflexões sobre a Caridade

Elias Barbosa (1934-2011)

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REFERÊNCIAS

Faze o dever que te cabe,Sem lamentos, sem demoras.Na Terra ninguém consegueParar o motor das horas.

Fazendas, jóias, haveres!...Não guardes posses à toa.A bigorna prova o ferro,Dinheiro prova a pessoa.

Sobriedade em tudo e sempre,Mas nunca te esqueças disso:Quem vive só de recatoNunca termina o serviço.

Caridade verdadeira – Bondade constante e muda –É como o céu que se entrega,Sem saber a quem ajuda.

A propaganda do bemDeve alcançar apogeus.O sol brilhando no céuÉ propaganda de Deus.

Jovino Guedes/Chico XavierAnuário Espírita 1965

Poesia

O dinâmico processo de viver, aprender, progredir e especialmente aprimorar-se no intelecto e na moralidade, estabeleceu valiosas experiên-cias nos relacionamentos com terceiros e, claro, consigo mes-mo, na individualidade. Afinal, o amadurecimento psicológi-co-emocional é fator prepon-derante para o equilíbrio dian-te dos gigantescos desafios de viver em harmonia. Especial-mente se pensarmos na velha questão do autoencontro, pois que muitos de nós nos esme-ramos em diversas atividades para além da própria intimi-dade, auxiliando muita gente, distribuindo conhecimento, e nos esquecemos de auxiliar a nós mesmos. A maior tarefa é da au-toeducação, do autoaprimo-ramento. Somos pródigos no aconselhamento para terceiros e nos debatemos em aflições

quando as adversidades nos atin-gem diretamente, esquecendo--nos de que o que falamos de-veríamos usar primeiro em favor próprio, equilibrando as próprias emoções. Dentre os fatores do dina-mismo da vida está a transforma-ção trazida pelo fenômeno bio-lógico da morte. É um fenômeno natural, integrante desse processo todo, uma vez que somos mortais apenas no corpo, pois que imortais como seres inteligentes. As con-quistas e dificuldades continuam, pois. Ela, a morte, não anula, nem simplifica as dificuldades, uma vez que levamos o equilíbrio ou a desarmonia interior, conosco. Uma vida moral e emocionalmen-te equilibrada desde já resultará num espírito desencarnado tam-bém equilibrado. Uma mente, por sua vez, emocional e moralmente desequilibrada, levará para a vida espiritual um indivíduo desequi-librado, requerendo as mesmas providências que nos são exigi-das continuamente durante a vida corpórea. Tais reflexões são resul-tantes da leitura do capítulo 15 – Os inimigos desencarnados, constante do livro Tramas do Des-tino, edição FEB, na psicografia de Divaldo Franco e de autoria do Espírito Manoel Philomeno de Miranda. Afirma o autor no citado capítulo: “(...) Não sendo a morte outra coisa senão um instrumento da vida estuante em toda parte, a desencarnação não anula, nem simplifica as dificuldades. Cada um se desenovela dos liames físi-cos consoante a força vitalizadora de que se utilizava na sua sus-tentação. Transferem-se de uma para a outra posição da realidade espiritual os sentimentos cultiva-dos, as aspirações irrealizadas, as

fixações, os resíduos morais. (...) Cada um desencarna confor-me se encontra reencarnado. Os conflitos não equacionados, como os ódios e os amores, prosseguem com maior volúpia. (...)”. Por isso é importante o esforço desde já no equaciona-mento dos conflitos que ainda trazemos, nos distúrbios emo-cionais e psicológicos, arejan-do a mente com os recursos valiosos da alegria de viver, da confiança em Deus, da resig-nação ativa e do trabalho no bem. E isso pode começar com uma virtude sempre esquecida: a gratidão. Sim, a gratidão, que é valioso ponto de apoio ou ala-vanca incomparável para início dessa trajetória de progresso. Aprendermos a agradecer. Há muitas razões para isso, basta parar para pensar um pouco... Por isso, a valiosa infor-mação no mesmo capítulo: “(...) O conhecimento da vida espiri-tual representa valiosa aquisi-ção para a responsabilidade e a ascensão do indivíduo (...)”. A ascensão e a respon-sabilidade individuais são con-quistas da alma, determinadas pela Sabedoria Divina, por meio da Lei do Progresso. Viver é, pois, prosseguir aprendendo. Muitos, diante dos desafios, desejam fugir da vida e dos desafios. Alguns se entre-gam ao equívoco do suicídio ou à perda do encantamento pelas maravilhas da vida e suas ri-quezas. Não adianta. A lei da vida é dinâmica e nos determina o progresso contínuo. Por isso, acionemos a poderosa alavan-ca da vontade, levantemo-nos de nossas fraquezas e sigamos adiante. A morte não muda o que somos, e como diz o autor espiritual na obra em referên-cia, não anula nem simplifica as dificuldades. Essas deverão ser superadas com o contínuo aprendizado decorrente dos enfrentamentos inevitáveis da evolução. Com a clareza do pensa-mento espírita, nossa gratidão à fabulosa e incomparável obra da Codificação Espírita, de Allan Kardec.

Nem anuladas, nem simplificadasOrson Peter Carrara