Março de 2016 | Presto e Veloce 2

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I K O V S K R T C H A FORTISSIMO Nº 3 — 2016 B A R B E Y K A L I N N I K O V PRESTO VELOCE 10/03 11/03

description

Fabio Mechetti, regente Barry Douglas, piano BARBER | Meditação de Medeia e Dança da Vingança, op. 23a TCHAIKOVSKY | Concerto para piano nº 2 em Sol maior, op. 44 KALINNIKOV | Sinfonia nº 1 em sol menor

Transcript of Março de 2016 | Presto e Veloce 2

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I K O V S K

R T C H AFORTISSIMO Nº 3 — 2016

B A R B E

Y K A L I N

N I K O V

PRESTO

VELOCE

10/03

11/03

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MINISTÉRIO DA CULTURA E GOVERNO DE MINAS GERAIS APRESENTAM

PRESTO

VELOCE

10/03

11/03

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Dando continuidade à Temporada 2016

da nossa! Filarmônica de Minas Gerais,

recebemos neste mês um dos mais

importantes e disputados solistas

do cenário internacional.

O consagrado pianista Barry Douglas,

artista da maior versatilidade e

qualidade, traz a Belo Horizonte o

menos conhecido, mas talvez mais

exuberante, concerto para piano de

Tchaikovsky. Nesse mesmo programa

prestamos homenagem aos 150 anos

de Kalinnikov, com a sua inspirada

Primeira Sinfonia. A criação de Barber

Caros amigos e amigas,

FABIO MECHETTIDiretor Artístico e Regente Titular

para o mito da Medeia é executada

mais uma vez por nossa Orquestra.

Com essa brilhante programação, a

Filarmônica continua a enriquecer

a vida cultural dos mineiros, dando

àqueles que nos apoiam motivos de

orgulho por tudo o que a Orquestra

representa no cenário nacional de hoje.

Bem-vindos e que todos

tenham um bom concerto.

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Desde 2008, Fabio Mechetti é Diretor Artístico e Regente Titular

da Orquestra Filarmônica de Minas Gerais, sendo responsável

pela implementação de um dos projetos mais bem-sucedidos

no cenário musical brasileiro. Com seu trabalho, Mechetti

posicionou a orquestra mineira nos cenários nacional e internacional

e conquistou vários prêmios. Com ela, realizou turnês pelo

Uruguai e Argentina e realizou gravações para o selo Naxos.

Natural de São Paulo, Fabio Mechetti serviu recentemente como

Regente Principal da Orquestra Filarmônica da Malásia, tornando-se

o primeiro regente brasileiro a ser titular de uma orquestra asiática.

Depois de quatorze anos à frente da Orquestra Sinfônica de Jacksonville,

Estados Unidos, atualmente é seu Regente Titular Emérito. Foi

também Regente Titular da Sinfônica de Syracuse e da Sinfônica

de Spokane. Desta última é, agora, Regente Emérito.

Foi regente associado de Mstislav Rostropovich na Orquestra

Sinfônica Nacional de Washington e com ela dirigiu concertos

no Kennedy Center e no Capitólio norte-americano. Da

Orquestra Sinfônica de San Diego, foi Regente Residente.

Fez sua estreia no Carnegie Hall de Nova York conduzindo a

Orquestra Sinfônica de Nova Jersey e tem dirigido inúmeras orquestras

norte-americanas, como as de Seattle, Buffalo, Utah, Rochester,

Phoenix, Columbus, entre outras. É convidado frequente dos festivais

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de verão nos Estados Unidos, entre

eles os de Grant Park em Chicago

e Chautauqua em Nova York.

Realizou diversos concertos no México,

Espanha e Venezuela. No Japão dirigiu

as orquestras sinfônicas de Tóquio,

Sapporo e Hiroshima. Regeu também a

Orquestra Sinfônica da BBC da Escócia,

a Orquestra da Rádio e TV Espanhola

em Madrid, a Filarmônica de Auckland,

Nova Zelândia, e a Orquestra

Sinfônica de Quebec, Canadá.

Vencedor do Concurso Internacional de

Regência Nicolai Malko, na Dinamarca,

Mechetti dirige regularmente na

Escandinávia, particularmente a

Orquestra da Rádio Dinamarquesa e a

de Helsingborg, Suécia. Recentemente

fez sua estreia na Finlândia dirigindo

a Filarmônica de Tampere e na Itália,

dirigindo a Orquestra Sinfônica de

Roma. Em 2016 fará sua estreia com a

Filarmônica de Odense, na Dinamarca.

No Brasil, foi convidado a dirigir a

Sinfônica Brasileira, a Estadual de

São Paulo, as orquestras de Porto

Alegre e Brasília e as municipais de

São Paulo e do Rio de Janeiro.

Trabalhou com artistas como Alicia

de Larrocha, Thomas Hampson,

Frederica von Stade, Arnaldo Cohen,

Nelson Freire, Emanuel Ax, Gil

Shaham, Midori, Evelyn Glennie,

Kathleen Battle, entre outros.

Igualmente aclamado como regente

de ópera, estreou nos Estados Unidos

dirigindo a Ópera de Washington.

No seu repertório destacam-se

produções de Tosca, Turandot, Carmen,

Don Giovanni, Così fan tutte, La Bohème,

Madame Butterfly, O barbeiro de

Sevilha, La Traviata e Otello.

Fabio Mechetti recebeu títulos

de mestrado em Regência e em

Composição pela prestigiosa

Juilliard School de Nova York.

FABIO MECHETTIdiretor artístico e regente titular

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BT

K KALINNIKOV150 ANOS

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FABIO MECHETTI, regente

BARRY DOUGLAS, piano

Samuel  BARBERMeditação de Medeia e Dança da Vingança, op. 23a

Piotr Ilitch  TCHAIKOVSKY Concerto para piano nº 2 em Sol maior, op. 44

Allegro brillante

Andante non troppo

Allegro con fuoco

Vasily  KALINNIKOVSinfonia nº 1 em sol menor

Allegro moderato

Andante commodamente

Scherzo: Allegro non troppo – Moderato assai

Finale: Allegro moderato

INTERVALO

PROGRAMA

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BARRYDOUGLAS

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A consolidação da carreira internacional

de Barry Douglas tem início com a

Medalha de Ouro na Competição

Internacional de Piano Tchaikovsky

de 1986, em Moscou. Como diretor

artístico da Camerata Ireland e do

Clandeboye Festival, ele celebra

continuamente sua herança irlandesa,

ao mesmo tempo em que mantém uma

intensa agenda internacional de turnês.

Destaques da temporada 2015/2016

incluem apresentações no BBC Proms

in the Park com a Ulster Orchestra

e no Festival de Yerevan, Armênia;

turnê com a Filarmônica de Bruxelas e

concertos com as orquestras Sinfônica

de Praga, Filarmônica de Belgrado,

Filarmônica de Szczecin e Sinfônica

da Galícia. Ele já se apresentou com a

Sinfônica da BBC da Escócia, Sinfônica

de Londres, Orquestra Nacional Russa,

sinfônicas de Cincinnati, Singapura

e da Rádio de Berlim, Staatskapelle

Halle, Orquestra Nacional da França,

sinfônicas de Seattle e de Melbourne,

além da Filarmônica Real de Liverpool

e da Filarmônica de Hong Kong.

Barry tem uma agenda constante

de recitais em todo o mundo e

recentemente esteve no Reino Unido,

Holanda, Armênia, México e Estados

Unidos. O artista apresentou-se com a

Filarmônica de Minas Gerais em 2012.

Barry é artista exclusivo do selo

Chandos e atualmente está gravando,

como solista, a obra completa para

piano de Brahms. Os primeiros cinco

álbuns receberam muitos elogios da

crítica. A reconhecida revista britânica

International Record Review escreveu:

“este é de fato Brahms tocando em sua

integridade e autoridade máximas (...)

esta série tende a tornar-se uma versão

de referência”. Em setembro de 2014

ele lançou o álbum Celtic Reflections —

um mergulho na música folclórica

irlandesa em dezoito arranjos do próprio

Barry, desde melodias antigas até peças

de compositores contemporâneos.

Em 1999 Barry Douglas fundou a

orquestra de câmara Camerata Ireland

para celebrar e cultivar o talento dos

jovens músicos da Irlanda do Norte e da

República da Irlanda. Além da busca da

excelência musical, um dos objetivos da

orquestra é contribuir para o processo de

paz na Irlanda por meio da promoção

do diálogo e colaboração entre seus

programas de educação musical. Barry

realiza turnês com a Camerata Ireland

por todo o mundo, e nesta temporada

eles visitarão os Estados Unidos e

a América do Sul. Na temporada

passada, a Camerata Ireland fez a sua

estreia no BBC Proms, em Londres, e

estreou a cantata At Sixes and Sevens,

comissionada pela The Honourable Irish

Society, ao lado da Sinfônica de Londres,

celebrando o título de Cidade da Cultura

2013 dado a Derry-Londonderry,

município da Irlanda do Norte.

Barry Douglas recebeu a Ordem

do Império Britânico, na Lista

Honorária do Ano Novo de 2002.

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12 BMEDITAÇÃO DE MEDEIA E DANÇA DA VINGANÇA, OP. 23a (1953)13 min

Estados Unidos, 1910 – 1981

Um dos mais bem-sucedidos compositores norte-americanos,

Samuel Barber começou a compor aos sete anos de idade e, aos

quatorze, iniciou seus estudos no recém-fundado Curtis Institute.

Prodigioso talento e irrestrito suporte por parte de Mary Curtis Bok,

fundadora do instituto, garantiram-lhe uma carreira de sucesso ainda

cedo. Em 1938, Arturo Toscanini e a NBC Symphonic Orchestra

dedicaram um programa às suas obras, assim inscrevendo seu nome

entre os mais respeitados compositores de seu tempo. Praticamente

tudo o que compôs após esse programa consiste em encomendas

de grandes artistas, importantes grupos instrumentais, associações

e fundações. Sua positiva aceitação o levou a representar

os Estados Unidos em importantes eventos culturais internacionais,

tornando-se o primeiro músico norte-americano a comparecer

ao Congresso Bianual dos Compositores Soviéticos em Moscou,

em 1962, e ser o vice-presidente do Conselho Musical

Internacional do Festival de Música de Praga de 1946.

Refratário aos movimentos de vanguarda, sua produção caracteriza-se

pela manutenção da linguagem tonal e de formas canônicas do

Romantismo tardio, herança dos nove anos de uma rigorosa orientação

musical recebida de Rosario Scalero. A partir dos anos 1940, no entanto,

sua linguagem torna-se um pouco mais ousada, dissonante e cromática.

No campo da música vocal encontra espaço para experimentar estilos

e define seu lirismo pessoal por meio da combinação de elementos

barrocos e medievais com tendências neorromânticas. Diferentemente

de seus contemporâneos que buscavam criar uma música americana,

Barber preocupava-se simplesmente em oferecer uma música acessível

ao ouvinte. Raramente recorre a elementos populares ou folclóricos e

busca, nas mais diversas tradições literárias, fonte de inspiração. Sua

obra explora com igual intensidade textos célticos e gaélicos, a poesia

francesa e inglesa, a filosofia dinamarquesa ou tragédias e mitos gregos.

Samuel

BARBER

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BINSTRUMENTAÇÃO

Piccolo, 3 flautas, 2 oboés, corne inglês, requinta, 2 clarinetes, clarone, 2 fagotes,

contrafagote, 4 trompas, 3 trompetes, 3 trombones, tuba, tímpanos, percussão,

harpa, piano, cordas.

PARA  OUVIRCD Thomas Schippers conducts Barber,

Menotti, Berg, D’Indy – Adagio; Orchestral Pieces – New York Philharmonic; Columbia

Symphony – Thomas Schippers, regente – Sony Classical, 5099750817025 – 1997

Filarmônica de Nova York – Dimitri Mitropoulos, regente

Acesse: fil.mg/bmedeia

PARA  LEREurípides – Medeia – Trajano Vieira,

tradução – Editora 34 – 2010

Barbara B. Heyman – Samuel Barber: The Composer and His Music – Oxford University Press – 1992

IGOR REYNER Pianista, Mestre em música pela UFMG, doutorando de Francês no King’s College London e colaborador do ARIAS/Sorbonne Nouvelle Paris 3.

Por encomenda do Ditson Fund,

Columbia University, Barber escreveu

o balé Medea para a famosa coreógrafa

e bailarina Martha Graham. O mito

conta que Medeia casou-se com

o argonauta Jasão após ajudá-lo a

recuperar o velocino de ouro. Obrigada

a abandonar sua terra natal, mata seu

próprio irmão a fim de escapar de seu

pai. Após inúmeros eventos sangrentos,

os dois acabam em Corinto, onde o rei

Creonte convence Jasão a abandonar

Medeia e a casar-se com sua filha.

Banida de Corinto e humilhada,

Medeia mata o rei Creonte, sua filha

e seus próprios filhos tidos com Jasão,

numa furiosa vingança. Barber e

Graham não utilizam em sua obra o

mito como narrativa; interessa-lhes

mais a capacidade das personagens

de incorporarem e suscitarem estados

psicológicos, tais como o ciúme e o

desejo de vingança. Em 1948, o balé

é adaptado para uma suíte em sete

movimentos, estreada pela Philadelphia

Orchestra regida por Eugene Ormandy.

Finalmente, em 1953, a suíte é

adaptada para uma obra de movimento

único, Meditação de Medeia e Dança

da Vingança, na qual lirismo e violência

oscilam numa tragédia musical.

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14 TCONCERTO PARA PIANO Nº 2 EM SOL MAIOR, OP. 44 (1879/1880) 41 min

Rússia, 1840 – 1893

Em 10 de outubro de 1879, quando Tchaikovsky chegou à casa da irmã,

em Kamenka, sua intenção era descansar dos exaustivos meses anteriores.

Havia composto uma nova ópera, A Dama de Orleans, e a correção das

provas para a futura edição o levara ao esgotamento. Porém, tão logo

chegou a Kamenka, uma nova ideia musical começou a persegui-lo.

Escreveu a sua amiga e mecenas, a baronesa Nadezhda von Meck:

“comecei a compor um concerto para piano. Mas não vou me apressar.

De forma alguma vou me pressionar ou me cansar com a composição”.

E, de fato, Tchaikovsky fez todo o possível para não se estressar,

mantendo, porém, o entusiasmo com a peça que nascia. Em 21 de

novembro chegava a Paris com o primeiro movimento já pronto.

Começou a trabalhar no terceiro movimento e, só depois de tê-lo

terminado é que compôs o segundo. A primeira versão do Concerto

estava pronta quando ele partiu para Roma, na esperança de orquestrá-lo

na virada do ano. Mas, nos dois meses e meio que passou na Cidade

Eterna, suas principais ocupações foram revisar as provas da Sinfonia nº 2

e compor o Capricho Italiano. Apenas no início de março, com as

malas prontas para São Petersburgo, é que Tchaikovsky conseguiu fazer

a versão definitiva para dois pianos do Concerto nº 2 . A orquestração

só viria no início de maio, quando já de volta a Kamenka.

O que mais surpreende, nessa obra tão original, são os longos solos

de piano e as belas passagens camerísticas. O primeiro movimento,

Allegro brillante, é composto sobre uma variação livre da forma sonata.

Após a apresentação do tema principal pela orquestra, o piano rouba

a cena e reina absoluto por todo o movimento, com longas passagens

dedicadas exclusivamente a ele. No segundo movimento, Andante non

troppo, chamam a atenção as longas passagens protagonizadas pelo

violino e violoncelo solistas. O primeiro tema é de um lirismo ímpar,

à altura das mais belas melodias de Tchaikovsky. Na seção central

Piotr Ilitch

TCHAIKOVSKY

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TINSTRUMENTAÇÃO

2 flautas, 2 oboés, 2 clarinetes, 2 fagotes, 4 trompas, 2 trompetes, tímpanos, cordas.

PARA  OUVIRCD Tchaikovsky – Piano concertos nos. 1-3;

Concert Fantasy – Philharmonia Orchestra of London – Vladimir

Fedoseyev, regente – Mikhail Pletnev, piano – Virgin Classics – 1998

PARA  ASSISTIROrquestra Sinfônica da Rádio de Moscou –

Vladimir Fedoseyev, regente – Mikhail Pletnev, pianoAcesse: fil.mg/tpiano2

PARA  LERAnthony Holden – Piotr Ilitch Tchaikovsky:

uma biografia – Record – 1999

GUILHERME NASCIMENTO Compositor, Doutor em Música pela Unicamp, professor na Escola de Música da UEMG, autor dos livros Os sapatos floridos não voam e Música menor.

a atenção se divide entre o piano, o

violino e o violoncelo, que travam um

diálogo camerístico comovente, ao

ponto de críticos da época sugerirem

que o movimento figuraria muito bem

em um concerto triplo. O terceiro

movimento, Allegro con fuoco, é o

mais alegre de todos. Com inflexões

de dança e uma estrutura que se

aproxima de um rondó, contém

quatro temas apresentados ao piano,

ora em diálogo com a orquestra, ora

acompanhados por ela. O caráter

de dança russa nos remete mais à

música nacionalista do Grupo dos

Cinco do que ao que se convencionou

associar à música de Tchaikovsky.

O Segundo Concerto para piano

nunca atingiu a popularidade do

Primeiro, embora fosse, nas palavras

do compositor, uma de suas melhores

obras. Foi estreado em 1881, em

Nova York, com Madeline Schiller ao

piano e Theodore Thomas regendo a

Filarmônica de Nova York. A primeira

execução russa se deu em Moscou, na

sala de concertos da Exibição das Artes

e das Indústrias, em maio de 1882. Foi

solista o amigo de Tchaikovsky, Sergei

Taneyev, e regente, Anton Rubinstein.

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16 KSINFONIA Nº 1 EM SOL MENOR (1894/1895) 38 min

Rússia, 1866 – Rússia, atual Ucrânia, 1901

Injustamente negligenciada no Ocidente, a obra de Vasily Sergeyevich

Kalinnikov guarda ainda um intocado frescor da vida musical russa

do final do século XIX. Kalinnikov passou praticamente toda a sua

existência em extrema pobreza, e as privações da infância e juventude

abalariam para sempre sua saúde. Nascido na pequena cidade de

Voina, no distrito agrário de Orel, no oeste da Rússia, aos dezoito

anos, graças a uma bolsa de estudos, ingressou na Escola de Música

da Sociedade Filarmônica de Moscou. Ganhava precariamente a

vida tocando diversos instrumentos em orquestras da cidade e jamais

pôde realizar o sonho de pagar os estudos no Conservatório.

Em 1892, impressionado com suas composições, Piotr Tchaikovsky

recomendou o jovem ao posto de maestro assistente no Teatro Malïy.

No ano seguinte assumiria o mesmo posto no Teatro Italiano de Moscou.

Sua sorte parecia mudar, mas, com a saúde se deteriorando, Kalinnikov

logo teve de se demitir dos teatros e procurar uma região mais quente

para viver. Com apenas 27 anos, abandonava sua recém-iniciada carreira

em Moscou e se transferia para a cidade de Ialta, na Crimeia, onde

viveria seus últimos anos. Debilitado pela tuberculose, Kalinnikov

acharia ainda forças para compor, nesse período, suas mais belas obras.

Sergei Rachmaninov o visitou em Ialta, em 1900, e, sensibilizado

pela miséria em que o encontrou, conseguiu-lhe um editor, mas

Kalinnikov acabaria morrendo antes que alguma ajuda chegasse,

aos 35 anos de idade. Com a sua morte, os manuscritos de Kalinnikov

tiveram uma valorização súbita e a sua venda possibilitou, ao

menos, que a viúva vivesse confortavelmente seus últimos anos.

Kruglikov, crítico musical em Moscou, amigo e ex-professor de

Kalinnikov, encantando-se pela Sinfonia nº 1, enviara uma cópia

Vasily

KALINNIKOV

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17KINSTRUMENTAÇÃO

Piccolo, 2 flautas, 2 oboés, corne inglês, 2 clarinetes, 2 fagotes, 4 trompas,

2 trompetes, 3 trombones, tuba, tímpanos, percussão, harpa, cordas.

PARA  OUVIRCD Kalinnikov – Symphonies nos. 1 and 2 – National Symphony Orchestra of Ukraine –

Theodore Kuchar, regente – Naxos – 1995

PARA  ASSISTIROrquestra Sinfônica NHK – Yevgeny Svetlanov, regente.

Acesse: fil.mg/ksinf1

PARA  LERStanley Sadie e John Tyrrell (eds) – The New

Grove Dictionary of Music and Musicians, second edition – Artigo de Jennifer Spencer –

Kalinnikov, Vasily Sergeyevich – Macmillan Publishers – 2001

Richard Taruskin – On Russian music – University of California Press – 2010

a Rimsky-Korsakov, na época a

personalidade musical mais

importante da Rússia. O nacionalista

Rimsky-Korsakov recusou-se a

regê-la, curiosamente, por conter,

no primeiro movimento, “uma

melodia excessivamente russa”.

Ao que tudo indica, a recusa se

deveu ao fato de Rimsky-Korsakov

e seus amigos de São Petersburgo,

o célebre Grupo dos Cinco, cultivarem

o hábito de rejeitar qualquer música

vinda de Moscou. Comprometidos

com o desenvolvimento de uma

música verdadeiramente russa, os

compositores de São Petersburgo eram

hostis ao círculo musical de Moscou

e a suas tendências “excessivamente

germânicas”. A Sinfonia nº 1 de

Kalinnikov, no entanto, parece produzir

a fusão perfeita entre as duas principais

correntes musicais russas do final do

século XIX: de Moscou, lança mão

do lirismo e de um certo refinamento

orquestral inspirados em Tchaikovsky;

de São Petersburgo, resgata a

estruturação musical e o uso de material

folclórico à moda dos compositores

do Grupo dos Cinco, especialmente

de Alexander Borodin (1833-1887).

A obra foi estreada em Kiev, em 1897,

pela Sociedade de Música Russa, sob

a regência de Alexander Vinogradsky

(1854-1912). A estreia foi um sucesso,

e a obra foi imediatamente tocada em

Moscou, Viena, Berlim, Paris e Londres,

para logo depois, inexplicavelmente,

cair no esquecimento.

17

GUILHERME NASCIMENTO Compositor, Doutor em Música pela Unicamp, professor na Escola de Música da UEMG, autor dos livros Os sapatos floridos não voam e Música menor.

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DIRETOR ARTÍSTICO E REGENTE TITULAR

Fabio Mechetti

REGENTE ASSOCIADO

Marcos Arakaki

* principal ** principal associado *** principal assistente **** principal / assistente substituto ***** músico convidado

Orquestra Filarmônica de Minas Gerais

PRIMEIROS VIOLINOS Anthony Flint – SpallaRommel Fernandes – Spalla AssociadoAra Harutyunyan – Spalla AssistenteAna ZivkovicArthur Vieira TertoBojana PantovicDante BertolinoHyu-Kyung JungJoanna BelloMatheus BragaRoberta ArrudaRodrigo BustamanteRodrigo M. BragaRodrigo de Oliveira

SEGUNDOS VIOLINOSFrank Haemmer *Leonidas Cáceres ***Gideôni LoamirJovana TrifunovicLuka MilanovicMartha de Moura PacíficoMateus FreireRadmila BocevRodolfo ToffoloTiago EllwangerValentina GostilovitchEliseu Barros *****Clayton Silva *****Aline Pascutti *****

VIOLASJoão Carlos Ferreira *Roberto Papi ***Flávia MottaGerry VaronaGilberto Paganini Juan DíazKatarzyna Druzd

Luciano GatelliMarcelo NébiasNathan MedinaIberê Carvalho *****

VIOLONCELOSPhilip Hansen *Felix Drake ***Camila PacíficoCamilla RibeiroEduardo SwertsEmilia NevesEneko Aizpurua PabloLina RadovanovicRobson Fonseca

CONTRABAIXOSColin Chatfield *Nilson Bellotto ***Marcelo CunhaMarcos LemesPablo GuiñezRossini ParucciWalace Mariano

FLAUTASCássia Lima *Renata Xavier ***Alexandre BragaElena Suchkova

OBOÉSAlexandre Barros *Ravi Shankar ***Israel MunizMoisés Pena

CLARINETESMarcus Julius Lander *Jonatas Bueno ***Ney FrancoAlexandre Silva

FAGOTESCatherine Carignan *Victor Morais ***Andrew HuntrissFrancisco Silva

TROMPASAlma Maria Liebrecht *Evgueni Gerassimov ***Gustavo Garcia Trindade José Francisco dos SantosLucas Filho Fabio Ogata

TROMPETESMarlon Humphreys *Érico Fonseca **Daniel Leal ***Tássio Furtado

TROMBONESMark John Mulley *Diego Ribeiro **Wagner Mayer ***Renato Lisboa

TUBAEleilton Cruz *

EUFÔNIOMarco Antônio Almeida *****

TÍMPANOSPatricio Hernández Pradenas *

PERCUSSÃO Rafael Alberto *Daniel Lemos ***Sérgio AluottoWerner Silveira

HARPAGiselle Boeters *

TECLADOSAyumi Shigeta *

GERENTE Jussan Fernandes

INSPETORAKarolina Lima

ASSISTENTE ADMINISTRATIVA Débora Vieira

ARQUIVISTAAna Lúcia Kobayashi

ASSISTENTESClaudio StarlinoJônatas Reis

SUPERVISOR DE MONTAGEMRodrigo Castro

MONTADORESAndré BarbosaHélio SardinhaJeferson SilvaKlênio CarvalhoRisbleiz Aguiar

BARBEREditor original: MSC (Shirmer)Representante exclusivo: Barry Editorial

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Conselho Administrativo

PRESIDENTE EMÉRITO Jacques Schwartzman

PRESIDENTE Roberto Mário Soares

CONSELHEIROS Angela Gutierrez Berenice MenegaleBruno VolpiniCelina SzrvinskFernando de AlmeidaÍtalo GaetaniMarco Antônio PepinoMarcus Vinícius SalumMauricio FreireMauro BorgesOctávio ElísioPaulo BrantSérgio Pena

Diretoria Executiva

DIRETOR PRESIDENTE Diomar Silveira

DIRETOR ADMINISTRATIVO-FINANCEIROEstêvão Fiuza

DIRETORA DE COMUNICAÇÃO Jacqueline Guimarães Ferreira

DIRETORA DE MARKETING E PROJETOS Zilka Caribé

DIRETOR DE OPERAÇÕES Ivar Siewers

DIRETOR DE PRODUÇÃO MUSICAL Kiko Ferreira

Equipe Técnica

GERENTE DE COMUNICAÇÃO Merrina Godinho Delgado

GERENTE DE PRODUÇÃO MUSICAL Claudia da Silva Guimarães

ASSESSORA DE PROGRAMAÇÃO MUSICAL Carolina Debrot

PRODUTORES Luis Otávio RezendeNarren Felipe

ANALISTAS DE COMUNICAÇÃO Marciana Toledo (Publicidade) Mariana Garcia (Multimídia)Renata GibsonRenata Romeiro (Design gráfico)

ANALISTA DE MARKETING DE RELACIONAMENTO Mônica Moreira

ANALISTAS DE MARKETING E PROJETOSItamara KellyMariana Theodorica

ASSISTENTE DE MARKETING DE RELACIONAMENTO Eularino Pereira

ASSISTENTE DE PRODUÇÃO Rildo Lopez

Equipe Administrativa

GERENTE ADMINISTRATIVO-FINANCEIRA Ana Lúcia Carvalho

GERENTE DE RECURSOS HUMANOSQuézia Macedo Silva

ANALISTAS ADMINISTRATIVOS João Paulo de OliveiraPaulo Baraldi

ANALISTA CONTÁBIL Graziela Coelho

SECRETÁRIA EXECUTIVAFlaviana Mendes

ASSISTENTE ADMINISTRATIVACristiane Reis

ASSISTENTE DE RECURSOS HUMANOSVivian Figueiredo

RECEPCIONISTA Lizonete Prates Siqueira

AUXILIAR ADMINISTRATIVO Pedro Almeida

AUXILIARES DE SERVIÇOS GERAIS Ailda ConceiçãoMárcia Barbosa

MENSAGEIROSBruno RodriguesSerlon Souza

MENOR APRENDIZMirian Cibelle

Sala Minas Gerais

GERENTE DE INFRAESTRUTURA Renato Bretas

GERENTE DE OPERAÇÕES Jorge Correia

TÉCNICO DE ÁUDIO E ILUMINAÇÃOMauro Rodrigues

TÉCNICO DE ILUMINAÇÃO E ÁUDIO Rafael Franca

ASSISTENTE OPERACIONALRodrigo Brandão

Instituto Cultural Filarmônica

GOVERNADOR DO ESTADO DE MINAS GERAISFernando Damata Pimentel

VICE-GOVERNADOR DO ESTADO DE MINAS GERAISAntônio Andrade

(Oscip – Organização da Sociedade Civil de Interesse Público – Lei 14.870 / Dez 2003)

SECRETÁRIO DE ESTADO DE CULTURA DE MINAS GERAISAngelo Oswaldo de Araújo Santos

SECRETÁRIO ADJUNTO DE ESTADO DE CULTURA DE MINAS GERAISJoão Batista Miguel

Ilustrações: Mariana Simões

FORTISSIMO março nº 3 / 2016 ISSN 2357-7258

EDITORA Merrina Godinho Delgado

EDIÇÃO DE TEXTO Berenice Menegale

Page 22: Março de 2016 | Presto e Veloce 2

VISITE A CASA VIRTUAL DA SUA ORQUESTRA

www.filarmonica.art.brFILARMÔNICA ONLINE

5 / mar, 18hMozart — Menino prodígio

10 e 11 / mar, 20h30Barber, Tchaikovsky, Kalinnikov

17 e 18 / mar, 20h30Busoni, Schumann, R. Strauss

2 / abr, 18hMozart — Concertos

7 e 8 / abr, 20h30Gomes, Haydn, Chopin, Tchaikovsky

14 e 15 / abr, 20h30Ravel, Ginastera, Smetana, Bartók

24 / abr, 11hDanças — Dvorák, Mozart, Brahms, Copland, Chopin, Borodin, Guarnieri, J. Strauss Jr., Marquez

28 e 29 / abr, 20h30Satie, Dutilleux, Bizet, Debussy

ALLEGRO VIVACE

JUVENTUDE

ALLEGRO VIVACE

ALLEGRO VIVACE

PRESTOVELOCE

PRESTOVELOCE

FORA DE SÉRIE

FORA DE SÉRIE

• Séries de assinatura: Allegro, Vivace, Presto, Veloce, Fora de Série• Concertos para a Juventude• Clássicos na Praça• Concertos Didáticos• Festival Tinta Fresca• Laboratório de Regência• Turnês estaduais• Turnês nacionais e internacionais• Concertos de Câmara

Visite filarmonica.art.br/filarmonica/sobre-a-filarmonica e conheça cada uma delas.

AMIGOS DA FILARMÔNICA

Ao preencher a sua declaração de Imposto de Renda deste ano, não se esqueça de informar os dados do Instituto Cultural Filarmônica e o valor doado por você para o nosso projeto. Só assim o benefício fiscal será concedido.

Esses dados podem ser encontrados no recibo de doação que enviamos para o seu e-mail ou no documento original (entregue na Sala Minas Gerais ou enviado pelos Correios para o endereço residencial). Caso tenha dúvidas ou sugestões, estamos disponíveis através dos nossos canais de relacionamento.

Os Amigos da Filarmônica estão em: www.filarmonica.art.br/apoie/doacao-de-pessoa-fisica.

CONCERTOS mar e abr

Veja detalhes em filarmonica.art.br/concertos/agenda-de-concertos.

CONHEÇA  AS  APRESENTAÇÕES  DA  FILARMÔNICA

OLÁ,  ASSINANTE

Em 2016, buscando ampliar a efetiva ocupação da Sala Minas Gerais, a venda de ingressos para as séries Concertos para a Juventude e Fora de Série terá início trinta dias antes da apresentação. Confira a área de ingressos de nosso site, saiba mais e convide os amigos: www.filarmonica.art.br/ concertos/ingressos.

Nossa Assessoria de Relacionamento está sempre disponível pelo telefone 3219-9009, de segunda a sexta, de 9h a 18h.

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 PARA  APRECIAR  UM  CONCERTO 

CONCERTOS COMENTADOSAgora você pode assistir a palestras sobre temas dos concertos das séries Allegro, Vivace, Presto e Veloce. Elas acontecem na Sala de Recepções, à esquerda do foyer principal, das 19h30 às 20h, para as primeiras 65 pessoas a chegar.

CUMPRIMENTOSApós o concerto, caso queira cumprimentar os músicos e convidados, dirija-se à Sala de Recepções.

ESTACIONAMENTOPara seu conforto e segurança, a Sala Minas Gerais possui estacionamento, e seu ingresso dá direito ao preço especial de R$ 15 para o período do concerto.

PONTUALIDADE Uma vez iniciado um concerto, qualquer movimentação perturba a execução da obra. Seja pontual e respeite o fechamento das portas após o terceiro sinal. Se tiver que trocar de lugar ou sair antes do final da apresentação, aguarde o término de uma peça.

APARELHOS  CELULARESConfira e não se esqueça, por favor, de desligar o seu celular ou qualquer outro aparelho sonoro.

FOTOS  E  GRAVAÇÕES EM  ÁUDIO  E  VÍDEONão são permitidas durante os concertos.

APLAUSOSAplauda apenas no final das obras. Veja no programa o número de movimentos de cada uma e fique de olho na atitude e gestos do regente.

CONVERSAA experiência do concerto inclui o encontro com outras pessoas. Aproveite essa troca antes da apresentação e no seu intervalo, mas nunca converse ou faça comentários durante a execução das obras. Lembre-se de que o silêncio é o espaço da música.

CRIANÇASCaso esteja acompanhado por criança, escolha assentos próximos aos corredores. Assim, você consegue sair rapidamente se ela se sentir desconfortável.

COMIDAS  E  BEBIDASSeu consumo não é permitido no interior da sala de concertos.

TOSSEPerturba a concentração dos músicos e da plateia. Tente controlá-la com a ajuda de um lenço ou pastilha.

0 PROGRAMA DE CONCERTOS

O Fortissimo é uma publicação indexada aos sistemas nacionais e internacionais de catalogação. Elaborado com a participação de especialistas, ele oferece uma oportunidade a mais para se conhecer música. Desfrute da leitura e estudo. Mas, caso não precise dele após o concerto, por favor, devolva-o nas caixas receptoras para que possamos reaproveitá-lo.

O Fortissimo também está disponível no formato digital em nosso sitewww.filarmonica.art.br.

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SALA MINAS GERAIS

Rua Tenente Brito Melo, 1.090 | Barro Preto | CEP 30.180-070 | Belo Horizonte - MG

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