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UNIVERSIDADE NOVE DE JULHO – UNINOVE

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM EDUCAÇÃO - PPGE

MARIA CECILIA DO AMARAL CAMPOS DE BARROS SANTIAGO A CONTRIBUIÇÃO DA LINGUAGEM DA ARTE NOS ESPAÇOS DO TERCEIRO

SETOR DA CIDADE DE SÃO PAULO

São Paulo 2014

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MARIA CECILIA DO AMARAL CAMPOS DE BARROS SANTIAGO

A CONTRIBUIÇÃO DA LINGUAGEM DA ARTE NOS ESPAÇOS DO TERCEIRO

SETOR DA CIDADE DE SÃO PAULO

Tese de doutorado apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Educação (PPGE) da Universidade Nove de Julho (Uninove), como requisito para a obtenção do grau de Doutor em Educação.

Orientadora: Profª Drª Cleide Rita Silvério de

Almeida.

São Paulo 2014

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Santiago, Maria Cecilia do Amaral Campos de Barros.

A Contribuição da Linguagem da arte nos espaços do Terceiro Setor da Cidade de São Paulo. Maria Cecilia

do Amaral Campos de Barros Santiago. 2014.

127 f.

Tese (doutorado) – Universidade Nove de Julho - UNINOVE, São Paulo, 2014.

Orientador (a): Profa. Dra. Cleide Rita Silverio de Almeida.

1. Educação pela arte. 2. Metodologia triangular. 3. Projetos sociais. 4. Terceiro setor. I. Almeida, Cleide Rita Silverio de. II. Titulo

CDU 37

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MARIA CECILIA DO AMARAL CAMPOS DE BARROS SANTIAGO

A CONTRIBUIÇÃO DA LINGUAGEM DA ARTE NOS ESPAÇOS DO TERCEIRO SETOR DA CIDADE DE SÃO PAULO

Tese de doutorado apresentada ao Programa de

Pós-Graduação em Educação (PPGE) da

Universidade Nove de Julho (Uninove), como requisitos para a obtenção do titulo do grau de

Doutor em Educação. Aprovada em: ______________

Banca examinadora:

________________________________________________________ Presidente: Profª. Drª. Cleide Rita Silvério de Almeida

(Orientadora) Universidade Nove de Julho

________________________________________________________ Profª. Drª. Silvia Sell Duarte Pillotto Universidade da Região de Joinville

_________________________________________________________

Prof. Dr. João Cardoso Palma Filho

Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho”

_________________________________________________________

Profª. Drª. Francisca E. S. Severino Universidade Nove de Julho

_________________________________________________________

Prof. Dr. Marcos Antonio Lorieri Universidade Nove de Julho

_________________________________________________________

Prof. Dr. José Eustáquio Romão

Diretor do Programa de Pós-Graduação em Educação

_________________________________________________________

Profª. Drª. Maria Margarida Cavalcanti Limena (suplente) Pontifícia Universidade Católica de São Paulo

_________________________________________________________ Profª. Drª. Elaine Dal Mas Dias (suplente)

Universidade Nove de Julho

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AGRADECIMENTOS

A vida nos mostra que somos eternos aprendizes e que Deus nos ensina a lutar por

ela e compreender o valor de cada dia, para podermos transpor os obstáculos do percurso.

Porém, nesse caminho que escolhemos temos de agradecer a todos os que fizeram parte dele,

ora com apoio, estímulo e exemplo, ora com ensinamentos para que os momentos de incerteza

se tornassem mais amenos.

Assim, agradeço:

A meus pais (in memoriam), por me introduzirem no mundo da arte.

A meus filhos: Lupa, Mirian, Guto, Elke, Luis Eduardo e Ketrin, pelo acolhimento

constante, por entenderem minhas ausências e me ajudarem a seguir em frente.

A meus netos: Artur, Laura, Lais e Karol, cuja companhia intensa nos momentos de

descanso sempre representava um presente que me carregava e dava forças para continuar.

A Regina Botura, minha amiga-irmã, pelo estímulo, carinho e diálogos cotidianos,

que foram essenciais para que eu conseguisse vencer este desafio.

À Profª. Drª. Maria da Glória Marcondes Gohn, que foi inicialmente minha

orientadora e que, com muito “puxão de orelha” e paciência, ensinou-me o que é uma

pesquisa.

À minha orientadora, Profª. Drª. Cleide Rita Silvério de Almeida, que me recebeu no

meio do caminho e me adotou com carinho. Obrigada pela acolhida e por ouvir meus “choramingos” durante este difícil processo de final de tese.

Aos Professores Doutores Elaine Dal Mas Dias, Marcos Antonio Lorieri, Francisca

E. S. Severino, João Cardoso de Palma Filho e Silvia Sell Duarte Pillotto, que, com seus

conhecimentos, mostraram a importância permanente de pensar e fazer pesquisa.

A todos os colegas da Uninove, especialmente, Zilpa, Célia e Marisa, boas ouvintes

nas angústias e questionamentos que a pesquisa ia trazendo.

À Uninove, que admitiu minha participação em seu Programa de Pós-Graduação,

como bolsista da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes).

A meus especiais amigos, Clarita, Cássia, Fábio, Regina Helena, Iracema, Idatí; e

aos primos José Roberto e Beth, Sissa e Cristina, pelo companheirismo e apoio constantes.

Às Instituições Nova União da Arte e De Olho no Futuro, na pessoa de seus

dirigentes, Hermes, Maria José e Emerson Olho, por me permitirem conhecer de perto o

trabalho realizado pelas duas instituições e realizar minha pesquisa com liberdade.

Obrigada a todos, de coração, porque sem vocês esta tese não teria sido possível.

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RESUMO

A pesquisa tem por objeto de estudo as práticas com arte nas entidades do Terceiro Setor

Nova União da Arte e De Olho no Futuro, analisadas sob o enfoque da Metodologia

Triangular, de Ana Mae Barbosa. Os objetivos são: identificar as práticas com arte utilizadas

nos projetos sociais escolhidos, verificar como a arte está sendo abordada pelos dirigentes e

educadores e compreender como os jovens participantes dos projetos sociais encontram um

lugar para a arte em suas vidas. A metodologia da pesquisa utilizou-se de levantamento

bibliográfico e documental de caráter quantitativo, para identificar as entidades do Terceiro

Setor da cidade de São Paulo que trabalhavam com arte no período do recorte (2000 a 2010).

A pesquisa de campo foi realizada nas entidades escolhidas, com entrevistas semiabertas

realizadas com dirigentes, educadores sociais e jovens participantes dos projetos sociais. O

resultado obtido evidencia o potencial do trabalho que envolve a arte como construção de

valores e fortalecimento da autoestima, buscando um novo olhar crítico sobre o mundo, tendo

em vista que a arte proporciona o conhecimento sobre si e sobre o outro.

Palavras-chave: Educação pela Arte. Abordagem Triangular. Projetos Sociais. Terceiro Setor.

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ABSTRACT

The survey‟s purpose is to study the art practices in the Third Sector entities Nova União da

Arte and De Olho no Futuro, analyzed with a focus on Triangular Methodology, by Ana Mae

Barbosa. The objectives are to identify the practices involving art used in the social projects

chosen; verify how art is being addressed by leaders and educators and understand how young

people participating in social projects find a place for art in their lives. The research

methodology used to achieve these tasks was bibliographic review and documentary survey of

quantitative trait to identify the Third Sector entities in São Paulo working with art in the

cropping period (2000-2010). The field research was conducted in the selected entities with

semi-open interviews with leaders, educators and young people participating in social

projects. The result shows the potential of the work involving art as a way to build values and

strengthening self-esteem, seeking a new critical eye on the world, once art provides

knowledge about themselves and each other.

Keywords: Education through Art. Triangular Approach. Social Projects. Third Sector.

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RÉSUMÉ

La recherche a pour l‟objet d‟étude les pratiques avec l‟art dans les entités du Troisième

Secteur Nouvelle Union d‟Art et Déjá à l‟Avenir, analysées sous l‟angle de la Méthodologie

Triangulaire de Ana Mae Barbosa. Les objectifs sont: identifier les pratiques avec l‟art

utilisées dans les projets sociaux choisis, verifier comment l‟art est abordée par les dirigeants,

les éducateurs et comprendre comment les jeunes participants des projets sociaux trouvent une

place de l‟art dans leur vie. La méthodologie de l‟enquête a utilisé un relevé bibliographique

et documentaire de caractère quantitatif, pour identifier les entités du Troisième Secteur de la

ville de São Paulo qui ont travaillé avec l‟art dans la période de 2000-2010. La recherche

effectuée a été realisée dans les entités choisies, avec des interviews semi-ouvertes avec des

dirigeants, des éducateurs sociaux et des jeunes participants des projets sociaux. Le résultat

obtenu exacerbe le potentiel du travail qui englobe l‟art comme une construction des valeurs

et à renforcer l‟estime de soi, en cherchant un nouveau regard critique sur le monde,

principalement en ce qui concerne l‟art fournit la connaissance sur soi et sur l‟autre.

Mots-clés: Éducation à l‟Art. Approche Triangulaire. Projets Sociaux. Troisième Secteur.

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO ........................................................................................................................9 METODOLOGIA DA PESQUISA ..........................................................................................13 A ORGANIZAÇÃO DO TEXTO ............................................................................................15 1 O PROTAGONISMO DAS ONGS NO CENÁRIO POLÍTICO BRASILEIRO E SUA REPRESENTAÇÃO NA SOCIEDADE CIVIL .........................................................16 1.1 BREVE HISTÓRICO .........................................................................................................16 1.2 A REFORMA DO ESTADO BRASILEIRO .....................................................................21 1.3 O TERCEIRO SETOR COMO ALTERNATIVA DE SOLUÇÃO DOS PROBLEMAS SOCIAIS ..........................................................................................................24 1.4 ENTIDADES ASSISTENCIAIS E CULTURAIS COMO UM NOVO ESPAÇO PÚBLICO DENTRO DO UNIVERSO DO TERCEIRO SETOR ...........................................28 1.4.1 Associação .......................................................................................................................29 1.4.2 Fundação .........................................................................................................................30 1.4.3 Instituto ............................................................................................................................30 1.4.4 Organização social ..........................................................................................................31 1.4.5 Oscip ................................................................................................................................31 1.4.6 Federação ........................................................................................................................34 2 CARTOGRAFIA DAS REFERÊNCIAS DO TERCEIRO SETOR DA CIDADE DE SÃO PAULO NO PERÍODO DE 2000 A 2010 .............................................................35 2.1 ÁREAS DE ATUAÇÃO DAS ENTIDADES ....................................................................37 2.2AMBIENTAÇÃO SOCIOECONÔMICA E GEOGRÁFICA DAS..............34 INSTITUIÇÕES QUE TRABALHAM COM ARTE ..............................................................40 2.3 REFLEXÕES SOBRE A CATEGORIZAÇÃO DOS DADOS COLETADOS ................43 2.4 AS ARTES NO CENÁRIO DAS POLITICAS PÚBLICAS DA CIDADE DE SÃO PAULO .....................................................................................................................................46 3 A EDUCAÇÃO PELA ARTE: O PAPEL SOCIAL DESEMPENHADO NA FORMAÇÃO DO JOVEM ....................................................................................................50 3.1 EDUCAÇÃO PELA ARTE................................................................................................50 3.2 A DANÇA COMO LINGUAGEM: PERCURSO ARTÍSTICO DA ONG DE OLHO NO FUTURO ...........................................................................................................................55

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3.3 O GRAFITE COMO FERRAMENTA DE EXPRESSÃO NO INSTITUTO NOVA 57 UNIÃO DA ARTE (NUA) ................................................................................................ 4 TRABALHO DE CAMPO: DESCRIÇÃO DAS ENTIDADES DO TERCEIRO SETOR SELECIONADAS E ANÁLISE DAS ENTREVISTAS ......................................59 4.1 INSTITUTO NOVA UNIÃO DA ARTE ..........................................................................59 4.1.1 Projetos desenvolvidos pelo NUA na comunidade .........................................................62 4.1.2 Composição do corpo técnico da organização ..............................................................63 4.2 INSTITUTO DE OLHO NO FUTURO ............................................................................64 4.3 ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS DADOS DA PESQUISA DE CAMPO .......................66 4.3.1 Falas dos dirigentes: relações com a comunidade e natureza das ações desenvolvidas para a formação de jovens ...............................................................................66 4.3.2 Falas dos educadores: expectativas de seus projetos, identificando as abordagens de suas práticas com arte ....................................................................................68 4.3.3 Falas dos jovens: como a arte encontrou lugar em suas vidas ......................................72 5 CONSIDERAÇÕES FINAIS: UMA ABERTURA PARA PENSAR AS PRÀTICAS COM ARTE NO TERCEIRO SETOR ..........................................................74 REFERÊNCIAS.....................................................................................................................77 APÊNDICE A – CATEGORIZAÇÃO DAS ENTIDADES DO TERCEIRO SETOR QUE TRABALHAM COM ARTE NA CIDADE DE SÃO PAULO .................81 APÊNDICE B – TERMOS DE CONSENTIMENTO DOS DIRIGENTES DAS ENTIDADES ..........................................................................................................................91 APÊNDICE C – DEPOIMENTOS DE DIRIGENTES E EDUCADORES DAS ENTIDADES ..........................................................................................................................93 APÊNDICE D – ENTREVISTAS COM OS JOVENS PARTICIPANTES DO PROJETO ............................................................................................................................104 ANEXO A – ONGS REGISTRADAS NA SECRETARIA DE PARTICIPAÇÃO E PARCERIA DA PREFEITURA DO MUNICÍPIO DE SÃO PAULO ...........................109

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INTRODUÇÃO

Meu interesse pelas artes não começa com a vida acadêmica. Filha única de pais

pesquisadores foi meu pai – apesar de seu pensar cartesiano – quem me conduziu para o

mundo das artes e deixou marcada em mim sua forma de apreciá-las, em suas várias nuanças

e diferentes manifestações. Tarsila do Amaral, nossa pintora modernista, era prima de meu

pai; eu a chamava de tia-avó e, nos eventos em que sua obra estava exposta, lá estavamos nós

para apreciá-la. Sempre acreditei que, de alguma forma, uma semente de arte trazida por ela

podia germinar, mesmo que fosse uma pequena semente. Sinto que tal fato foi decisivo para

me incentivar a trabalhar com arte, pois era como um exemplo a ser seguido.

Estudei desde o primário até a escola Normal em um colégio religioso e decidi cursar

Direito por razões pragmáticas, pois, na década de 1960, a Escola de Belas Artes formava

artistas, e os professores de arte não tinham muito espaço para lecionar. Ao me graduar em

Direito, fui para o ramo que até hoje faz parte de minha trajetória: o da perícia em arte. Esse

trabalho consiste em analisar obras para serem identificadas como falsas ou verdadeiras ou

simplesmente realizar perícias de avaliação de obras para o pagamento de dívidas. Dessa

forma, fui me preparar para obter esses conhecimentos sobre arte em Londres, nos cursos

dados pela universidade mantida pela Sotheby‟s Educational Studies (SES). Lá encontrei

orientação, não só para a apreciação das obras, como também para organizar uma

metodologia de análise de obras em pintura, escultura, mobiliário e arte oriental. Todos esses

cursos eram voltados à pericia, o que deu origem a duas publicações na área de arte: uma em

arte islâmica e oriental e outra em estilos de mobiliário, ambas em formato de CD-Rom. Em

São Paulo, lecionei durante dez anos a disciplina de História da Arte em cursos livres do

Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (Senac), instituição que sempre privilegiou a

educação não formal.

Em 2005, questionando o ensino da arte não só no fazer, mas no refletir sobre as

possibilidades que ela poderia trazer na formação das pessoas, fui cursar o mestrado em Artes

Visuais, no Instituto de Artes da Universidade Estadual Paulista (Unesp), em São Paulo.

Ao término do mestrado em Artes Visuais na Unesp – em que defendi o tema “Uma

experiência estética com os portadores de baixa visão: uma aproximação com a vida” –, fui

trabalhar em uma organização não governamental (ONG) chamada Projeto Cidadania, que

recebe portadores de necessidades especiais para a inclusão no mercado de trabalho. Como

arte-educadora, exercia a função de mediadora entre o ensino de arte, nas oficinas em que eles

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10 desenvolviam trabalhos com escultura, desenhos e jogos cênicos, e a formação de atitudes

para motivá-los a novas oportunidades e, consequentemente, à inserção no mercado de

trabalho. Observei nestas oficinas o quanto a autoestima dos participantes crescia a cada etapa

realizada. Assim, os portadores das mais variadas deficiências foram encaminhados para

entrevistas e todos tiveram desempenho satisfatório, conseguindo ser inseridos na vida social.

Com essa experiência, senti de perto que a arte não só foi uma ferramenta para conseguir um

crescimento pessoal, como também os ajudou a encontrar o caminho para uma vida cidadã.

Continuando minha pesquisa, fui à busca do doutorado, agora com um novo

problema: será que os jovens participantes de projetos sociais que trabalham com arte

conseguem mudanças em suas vidas? E foi assim que se constituiu minha hipótese de

pesquisa: as práticas com arte nos projetos sociais podem oferecer aos jovens possibilidades

de formação de valores e atitudes.

Como pressuposto básico, parto do fato de que alguns conhecimentos são

construídos entre o vivenciar e o simbolizar, entre o sentir e o pensar. Com base no conhecido

é possível desconstruir para reconstruir e modificar. Esse contexto só é possível de ser

percebido ao longo do processo, amalgamado pelo fazer e ver a arte.

A arte também é uma linguagem que aguça os sentidos, desenvolvendo a percepção e

a imaginação e fazendo com que o ser humano, ao ver a imagem, pergunte-se: quem somos?

Onde estamos? Como sentimos?

A partir desse enfoque, trago o objetivo geral da pesquisa: apresentar como a arte é

articulada em suas ações práticas nos espaços do “Terceiro Setor”, especialmente nos projetos

sociais da ONG De Olho no Futuro e do Instituto Nova União da Arte (NUA).

Objetivos específicos:

Identificar as práticas com arte utilizadas nos projetos sociais escolhidos;

Verificar como a arte está sendo abordada pelos dirigentes e educadores;

Compreender como os jovens participantes dos projetos sociais encontram um

lugar para a arte em suas vidas.

O objeto da pesquisa são as duas entidades do Terceiro Setor e a dinâmica de

trabalho com os jovens que vivenciam a arte nos projetos sociais. Para isso, torna-se

necessário refletir sobre como tem sido a participação dos jovens nesses projetos, que

aumentam dia a dia na cidade de São Paulo. Entende-se aqui participação como o processo de

vivência em que os valores e os significados trazidos pela arte os transformam em

protagonistas de suas histórias, levando-os a desenvolver uma consciência crítica que agrega

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11 forças a si próprias, como cidadãos, e ao grupo, de modo a adequar seus valores e criar uma

cultura política capaz de organizar sua biografia e definir sua identidade.

Os sujeitos da pesquisa são os jovens que participam dos dois projetos sociais De

Olho no Futuro e Instituto Nova União da Arte. O recorte etário aqui utilizado para definir “juventude” – de 15 a 24 anos – é estabelecido por organismos internacionais, como a

Organização Mundial da Saúde (OMS) e a Organização das Nações Unidas para a Educação,

a Ciência e a Cultura (UNESCO).

O período de estudo (2000 a 2010) teve como base a criação da Lei nº 9.790

(BRASIL, 1999), que regulamentou as relações de parceria das entidades privadas sem fins

lucrativos com o poder público, provocando a renovação das antigas relações de tais

entidades, já existentes, que procuraram adequar-se às competências complementares trazidas

pela lei.

A escolha da cidade de São Paulo para a realização da pesquisa tem como

justificativa o número de projetos sociais que ela abriga e os problemas sociais que envolvem

os jovens nela residentes.

A pesquisa trata de um tema inovador, de acordo com consulta realizada em diversas

bases de dados: no banco da Biblioteca Digital Brasileira de Teses e Dissertações (BDTD) 1 e

da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes)2, não encontrei

pesquisas referentes ao assunto; no site da Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa

em Educação (Anped)3, refinando a pesquisa para o GT-24, ligado a arte-educação, e GT-3, a

movimentos sociais e sujeitos dos processos educativos, não apareceu nada que indicasse

pesquisa semelhante; com referência aos artigos científicos da Biblioteca Científica Eletrônica

Online (Scielo)4, apareceram três artigos, mas não tratam diretamente do tema desta pesquisa.

A verificação se deu a partir da utilização das palavras-chave: arte, formação cidadã nas

ONGs, arte com jovens. Foram encontradas, no período do recorte, outras bases de dados

1 O Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia (IBICT), vinculado ao Ministério de Ciência e

Tecnologia do governo federal, coordena o projeto da BDTD, que integra os sistemas de informação de teses e dissertações existentes nas instituições de ensino e pesquisa brasileiras. Informações disponíveis em: <http://busca.ibict.br/search BDTD>. Acesso em: 2 nov. 2013.

2 A Capes, fundação do Ministério da Educação (MEC), desempenha papel fundamental na expansão e consolidação da pós-graduação stricto sensu (mestrado e doutorado) em todos os estados da Federação. Informações disponíveis em: <http://www.capes.gov.br/>. Acesso em: 13 nov. 2013.

3 A Anped é uma associação sem fins lucrativos que congrega programas de pós-graduação stricto sensu em Educação, professores e estudantes vinculados a estes programas e demais pesquisadores da área. Ela tem por finalidade o desenvolvimento da ciência, da educação e da cultura, dentro dos princípios da participação democrática, da liberdade e da justiça social.” Disponível em: <http://www.anped.org.br/anped/sobre-a-anped/apresentacao>. Acesso em: 12 fev. 2014.

4 Disponível em: <http://www.scielo.org/php/index.php>. Acesso em: 13 nov. 2013.

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12 como: Universidade de São Paulo (USP), Mackenzie, Pontifícia Universidade Católica de São

Paulo (PUC-SP), Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-RJ), Universidade

Federal da Bahia (UFB), Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Universidade

Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Universidade Federal de Santa Catarina (UFESC).

O Quadro 1 e o Gráfico 1 trazem o número de produções, por titulação, que

contemplam as palavras-chave, reforçando a constatação de que se trata de um tema inovador.

Titulação Quantidade

Mestrado 21

Doutorado 3

Quadro 1 – Trabalhos pesquisados Fonte: a autora, com base em dados da pesquisa (2014).

Gráfico 1 – Pesquisa de trabalhos publicados, por titulação – 2014 Fonte: a autora, com base nos bancos de dados BDTD e Capes (2014).

O Quadro 2 e o Gráfico 2, a seguir, apresentam o nº de trabalhos por área de conhecimento e titulação:

Área Nº de trabalhos Doutorado Mestrado

Artes Visuais 6 2 4

Educação 8 - 8

Psicologia 1 - 1

Ciências Sociais 1 - 1

Comunicação e Semiótica 1 - 1

Antropologia Social 1 1 -

Educação, Arte e História da Cultura 5 - 5

Estudos do Lazer 1 - 1

Quadro 2 – Trabalhos publicados por área de conhecimento e titulação Fonte: a autora, com base em dados da pesquisa (2014).

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13

Gráfico 2 – Trabalhos publicados, por área de pesquisa e titulação (2000 a 2010) Fonte: a autora, com base nos bancos BDTD e Capes (2014).

O referencial teórico sobre o ensino de arte que irá conduzir o universo dos conceitos

é trazido por Ana Mae Barbosa, que construiu significativos estudos na área de Arte-

Educação como papel de formação social, buscando identificar, na História, o papel social que

a arte desempenhou em momentos distintos de seu processo no tempo e no espaço.

METODOLOGIA DA PESQUISA

Para Pedro Demo (2008, p. 31), metodologia significa “a construção criativa e crítica

de modos alternativos de dialogar com a realidade social”. O trato da realidade é enriquecido

quando definimos as metodologias a serem empregadas, que traduzem o esforço da produção

científica.

A pesquisa tem caráter bibliográfico e de campo e seu desenvolvimento se deu na

sequência de duas abordagens: uma de caráter quantitativo e outra de caráter qualitativo.

A abordagem quantitativa foi trazida pela documentação fornecida pelas entidades

cadastradas na Coordenadoria da Juventude, órgão municipal ligado à Secretaria de

Participação e Parceria da Prefeitura do Município de São Paulo5. Fiz esta opção porque

outras fontes de cadastro, como a Associação Brasileira de Organizações Não

Governamentais (Abong), representam somente as ONGs filiadas e abarcam todo o território

5 Disponível em: <http://www.prefeitura.sp.org.br>. Acesso em: 11 maio 2011.

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14 nacional, enquanto a fonte escolhida engloba as ONGs da cidade de São Paulo, cadastradas na

prefeitura do município.

A análise documental constitui, ao mesmo tempo, uma pesquisa de informação e um

instrumento indicador de metas. Segundo Darrel Caulley (1981 apud LÜDKE, 1986, p. 38),

ela auxilia a identificar informações factuais nos documentos a partir de questões ou hipóteses

de interesse. São fontes não reativas em que as informações já estão contextualizadas, mas

ajudam na formação de novos contextos e, dessa maneira, introduzem novas perspectivas sem

desrespeitar a substância original dos documentos. Egon Guba e Yonna Lincoln (1981 apud LÜDKE, 1986, p. 39) resumem as vantagens do uso de documentos: “[...] uma fonte tão

repleta de informações sobre a natureza do contexto, que nunca deve ser ignorada, quaisquer

que sejam os outros métodos de investigação escolhidos”.

Com base nos dados coletados, identificados e categorizados, criaram-se tabelas e

gráficos indicativos da posição das entidades do Terceiro Setor que trabalham com arte.

A segunda fase da pesquisa foi o estudo de campo, cujo início se deu pela escolha de

dois projetos de instituições diferentes que têm na arte um meio de formação dos jovens.

Essa parte da pesquisa busca explicações a valores e significados num meio social.

Segundo Triviños (1995), a pesquisa qualitativa busca as causas, as relações e as possíveis

consequências do fenômeno estudado sobre a vida humana, captando, assim, a essência.

A preocupação, nesse tipo de pesquisa, é levantar todos os dados que possam

contribuir para a explicação e a compreensão do que se está investigando, bem como a

adequação entre os dados coletados e a realidade a ser captada, fundando seu critério na

prática e tratando-a de maneira científica.

As entrevistas, tanto dos dirigentes das entidades como dos educadores e dos jovens,

foram realizadas em formato de depoimento. Seu conteúdo teve caráter muito mais de

narração de histórias e acontecimentos vividos por eles nas entidades, apesar de eu ter

preparado um questionário preliminar, como forma de iniciar o diálogo. Os depoimentos

foram gravados e posteriormente transcritos.

A contribuição teórica de Ana Mae Barbosa, de pensar a arte como uma ferramenta

de possibilidades, foi essencial para a análise das entrevistas colhidas nas duas entidades,

sempre com o foco em meu objetivo: entender como a arte é articulada em suas ações práticas

nos espaços do Terceiro Setor, especialmente nos projetos sociais da ONG De Olho no Futuro

e no NUA.

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15

A ORGANIZAÇÃO DO TEXTO

Os temas desenvolvidos foram organizados em quatro capítulos. O primeiro apresenta

as condições sócio-históricas da realidade brasileira, ao contextualizar o protagonismo das

entidades do Terceiro Setor na sociedade civil brasileira, tendo como referencial teórico o

pensamento de Maria da Glória Gohn (2010), que perfaz o cenário político das décadas de

1970, 1980 e 1990. Aborda também a reforma do Estado brasileiro, construído como

consequência da estratégia mundial da política neoliberal, que repassa a responsabilidade do

Estado para a sociedade civil. O capítulo encerra-se com uma retrospectiva dos conceitos que

privilegiam as questões que caracterizam o Terceiro Setor e suas inúmeras denominações

jurídicas, as quais incluem o gênero ONG. As definições são feitas à luz do Código Civil e da

legislação pertinente, para melhor entendimento das entidades escolhidas para a pesquisa.

O segundo capítulo aborda o percurso da pesquisa, em uma cartografia de referência

dos projetos com arte na cidade de São Paulo no período de 2000 a 2010; trata-se da primeira

parte da pesquisa com caráter quantitativo.

O terceiro capítulo apresenta o referencial teórico que norteia o trabalho de pesquisa e

os conceitos sobre a linguagem da arte-educação, trazido por Barbosa (2005), e o papel de

formação social da arte, entendida como prática de construção simbólica.

No quarto capítulo, são apresentadas e caracterizadas as entidades escolhidas: De Olho

no Futuro e NUA, trazendo a pesquisa de campo realizada com base nas entrevistas com os

dirigentes, educadores sociais e jovens que participam dos projetos sociais. É o momento em

que teoria e prática são indissociáveis para nortear o entendimento das atividades realizadas

pelos projetos escolhidos, no intuito de verificar se realmente têm sido práticas de formação

de cidadania.

Nas Considerações Finais, as aprendizagens construídas poderão ser entendidas como

possibilidades de reflexão sobre o tema, que apresenta o potencial da arte para a formação dos

jovens em projetos sociais.

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16

1 O PROTAGONISMO DAS ONGS NO CENÁRIO POLÍTICO BRASILEIRO E SUA REPRESENTAÇÃO NA SOCIEDADE CIVIL

As ideias persistem e se transformam, agregando elementos novos ou negando velhos, segundo a conjuntura dos tempos históricos.

(GOHN, 2012, p. 109)

Este capítulo apresenta as condições sócio-históricas da realidade brasileira e a

evolução do percurso até a formação do Terceiro Setor. Para essa reconstrução histórica dos

fatos, busca-se apoio teórico em Maria da Glória Gohn, especialmente em seus livros O

protagonismo da sociedade civil (2008b), Conselhos gestores e participação sociopolítica (2011) e Educação não formal e cultura política (2008a).

1.1 BREVE HISTÓRICO

No Brasil, o conceito de sociedade civil segue a trajetória das lutas políticas e

sociais. A expressão “sociedade civil” passou a ser objeto de reflexão teórica na década de 1970, entendida como sinônimo de participação e organização da população civil, que se

contrapunha ao regime militar. Esse cenário estimulou inúmeras práticas coletivas voltadas

para a reivindicação de bens, serviços e direitos sociopolíticos negados pelo regime vigente,

como aponta Gohn (2008b). Na época, o país assistia ao fechamento dos espaços públicos de

convivência social, estratégia do poder instituído para tentar apagar os sinais de

reconhecimento popular e esvaziar o sentido da ação coletiva, como forma de alienação do

privado.

Dessa maneira, excluía-se a sociedade civil dos processos decisórios, cerceando-se os

direitos civis e políticos dos cidadãos pelo Ato Institucional nº 5 (AI-5). Tal decreto

determinava medidas centralizadoras, como: suspensão do habeas corpus e dos direitos

políticos de qualquer cidadão considerado potencialmente perigoso para o sistema; criação de

aparelhos repressivos de Estado; intervenções nos estados e municípios; direito do Executivo

de dissolver o Congresso a qualquer momento. Era uma época em que organismos

internacionais denunciavam as violações aos direitos humanos, declaradamente

desrespeitados pelos militares em atos criminosos, para exercer o autoritarismo.

Algumas ONGs, sem fins lucrativos surgiram no Brasil no fim dos anos 1960 e início

dos anos 1970, durante o período mais rígido da ditadura militar. Desde a década de 1940,

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17 porém, elas já haviam sido constituídas pela Organização das Nações Unidas (ONU) como

instituições capazes de estabelecer consultoria sobre assuntos sociais. Entretanto, somente

após 1980 as ONGs cresceram numericamente no país, construídas em torno de bandeiras de

luta de grupos étnicos, de gênero e de outros grupos marginalizados pela sociedade. Segundo

Gohn (2008a, p. 70), a partir da posição arbitrária do governo brasileiro, que modificou o

perfil da nação, parte da sociedade passou a se mobilizar e se organizar na luta contra o status

quo.

Na década de 1960, o governo do marechal Castelo Branco resolveu conceder o

Estatuto do Trabalhador Rural, estendendo ao trabalhador do campo o direito ao salário

mínimo, ao Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) e à aposentadoria, igualando-o

ao trabalhador urbano. Até então, as relações de trabalho no campo eram de “relativa

harmonia”, graças a uma combinação entre patrões e empregados, denominada “meação”, que

assegurava aos trabalhadores rurais o recebimento, em dinheiro, de parte do resultado da

colheita. E, para atraí-los e fixá-los na propriedade, de modo a garantir a continuidade da mão

de obra, os fazendeiros montavam “colônias”, conjuntos de casas de alvenaria distantes entre

si o suficiente para que cada um tivesse sua horta e seus animais de criação. Havia pobreza,

mas não miséria. No período que antecedia as colheitas, o fazendeiro bancava as contas dos

empregados nas farmácias e nos empórios.

A reação dos fazendeiros à extensão de direitos aos trabalhadores rurais foi colocar

imediatamente todos os seus empregados para fora de suas propriedades. O Brasil

experimentou, então, o maior êxodo rural de todos os tempos. Milhões de pessoas

abandonaram o campo, sem nenhum planejamento. Sem ter onde morar e atraídas pela

indústria da construção civil – aquecida pelas obras de infraestrutura e carente de mão de obra

barata –, fizeram aumentar a população das favelas das grandes cidades brasileiras.

A primeira geração de camponeses migrados, ainda apegada a princípios éticos e

morais, não vivenciou grandes problemas sociopolíticos. Seus descendentes, todavia, não

aceitaram aquela situação de miséria, o que gerou violência e criminalidade crescentes.

Um dos principais eixos articuladores das reivindicações na década de 1980 estava

atrelado à autonomia, demandada por grupos da sociedade civil que defendiam reformas

sociais, entre elas as concernentes às relações do campo. Como esclarecem Leilah Landim

(1998) e Gohn (2008b), o papel das ONGs era apoiar o fortalecimento dos movimentos

populares, desenvolvendo trabalhos de conscientização dos novos personagens em cena: os

movimentos sociais que se estruturavam fundamentados na valorização da educação popular,

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18 centrada na ética e na democratização das relações sociais, e outros, como o das mulheres, o

dos ambientalistas, o dos homossexuais, que se firmaram como agentes de construção de

identidades e de força social organizada.

Durante a década de 1970 e parte dos anos 1980, em pleno regime militar, o papel da

Igreja Católica foi decisivo para a formação de novos sujeitos, por meio de reuniões das

Comunidades Eclesiais de Base (CEBs), para as quais as comunidades levavam seus

problemas. Ali se discutiam as mudanças nas relações entre a sociedade civil e o Estado e se

fornecia embasamento para essa militância nos princípios da Teologia da Libertação, de

Leonardo Boff, onde se encontra a fundamentação do processo de constituição das CEBs:

[...] a massa, mediante as associações, se transforma num povo que começa a recuperar a sua memória histórica perdida, elaborada na consciência de sua situação de marginalização, construindo um projeto para seu futuro e inaugurando práticas de mobilização para mudar a realidade circundante (COUTINHO, 2005, p. 61).

O pensamento da Teologia da Libertação procurava empreender uma análise

sociológica da realidade, fundamentada na participação do novo sujeito histórico. Emergia

uma noção de sujeito vinculada à ideia de reconhecimento de sua identidade e mudança social

com base em suas experiências. Também atuava, por meio das CEBs, de forma intencional,

mostrando novos padrões de sociabilização e relacionamento humano. Parte do clero

progressista apoiava o movimento, mas os sujeitos que dele participavam eram perseguidos

pelo Estado repressivo.

Surgia na década de 1970 um movimento operário capitaneado pelos metalúrgicos do

ABC – região próxima à capital paulista composta, à época, pelos municípios de Santo André,

São Bernardo do Campo e São Caetano do Sul –, onde se localizavam as principais indústrias

do setor automobilístico. O movimento do ABC associou-se ao movimento da Igreja,

articulando-se às CEBs em uma luta antiditatorial e pela democracia.

No início dos anos 1980, o já fragilizado regime militar, temeroso da oposição da

Igreja, principalmente pela atuação de dom Evaristo Arns, passou a pressionar o Vaticano e

expressar sua insatisfação com o posicionamento das CEBs. O Vaticano, por sua vez,

preocupado com o possível viés político do movimento, chamou Leonardo Boff e, em um

julgamento sumário, impôs ao frade “o silêncio obsequioso”, uma forma diplomática de

acabar com o movimento. O cardeal Ratzinger, que mais tarde seria eleito papa Bento XVI,

era na época o chamado “guardião da fé”, responsável pela preservação da doutrina.

Page 21: Maria Cecilia do Amaral Campos de Barros Santiago.pdf

19

Mediante sucessivas medidas, o Vaticano determinou o fim das CEBs e proibiu frei

Leonardo Boff de publicar livros sobre a Teologia da Libertação, levando-o a abandonar a

batina. O Vaticano aconselhou que o engajamento social passasse a ser efetuado pelos

religiosos por meio de entidades privadas, para que pudessem contar com o acesso às fontes

católicas de financiamento internacional.

Frei Leonardo Boff pregava, em palavras faladas e escritas, o que ele denominava

aggiornamento, ou seja, o envolvimento da Igreja nas demandas cotidianas das populações

pobres, subindo morros e favelas para ajudar os miseráveis a resolver seus problemas de falta

de comida, de dinheiro, de educação para as crianças, de desemprego, brigas domésticas,

drogas, entre outros. Ele antevia que, se a Igreja Católica não agisse assim, estaria dando

enorme oportunidade para as outras igrejas tomarem o espaço que era dela. Parece que o

tempo lhe deu razão.

Com as crises econômicas que se sucederam, o desemprego atingiu taxas recorde. Os

movimentos sociais multiplicaram-se em todo o país em sua luta por educação, moradia,

saúde, trabalho e pela participação na vida política. Tal mobilização culminou na campanha

Diretas Já, em 1984, que levou às praças públicas milhões de manifestantes, tornando-se a

maior mobilização política da história da República. Como observa Lucio Kowarick (1994)

em seu livro As lutas sociais da cidade, a atuação dos movimentos sociais inaugurou no Brasil

a fase do “direito a ter direitos”.

De acordo com Eder Sader (apud GOHN, 2008b, p. 313):

Os movimentos sociais foram um dos elementos de transição política ocorrida entre 1978 e 1985. Eles expressaram tendências profundas na sociedade, que assinalavam a perda da sustentação do sistema político instituído. [...] Havia neles a promessa de uma radical renovação da vida política.

Os movimentos dos anos 1970 e 1980 contribuíram decisivamente para a conquista

de vários direitos sociais, inscritos na Constituição de 1988. São considerados um dos saldos

positivos da década de 1980 (GOHN, 2012, p. 109).

A Constituição de 1988 foi o marco de um novo pacto social para o país, fruto de

lutas dos diferentes setores organizados da sociedade civil e política. Agregou e ainda agrega

novos espaços e formas de agir dos grupos na sociedade. Esse marco tem como fundamento

os princípios dos direitos sociais na universalidade do acesso à seguridade social e à justiça. A

partir da Constituição de 1988, ficou assegurado o direito constitucional de cidadania a todos

como princípio fundamental de organização da sociedade brasileira, tornando obrigatória a

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20 instalação de conselhos gestores, que abriram canais de participação, facilitando o encontro

entre sociedade e Estado.

As profundas mudanças sociais e políticas experimentadas pela sociedade brasileira

deveriam engendrar ações de democracia deliberativa, mas não estavam logrando êxito. Isso

decorria de desacertos de programas econômicos do próprio governo, que faziam acentuar

ainda mais a concentração de renda, provocando desemprego elevado. Na cidade de São

Paulo, o desemprego chegou a atingir 20% da população, o que fez aumentar ainda mais a

pobreza (KOWARICK, 1994, p. 62).

Com o alto índice de desemprego, houve diminuição da contribuição social e ocorreu

também um forte endividamento externo do Estado. Essa derrocada econômica produziu

inúmeras consequências para a população, que reivindicava e ainda reivindica direitos como:

casa própria, transporte, alimentação, saúde, educação, acesso aos novos bens de consumo e

vagas em creches para os filhos pequenos, permitindo aos adultos enfrentar os desafios de

trabalhar longe de suas casas.

Foi com o crescimento das demandas das ações participativas que surgiram as novas

entidades da sociedade civil, em diferentes formas, com diferentes conteúdos. Ampliou-se o

leque de atores que reivindicavam seus direitos. Nesse cenário, as redes de ONGs

expandiram-se para assessorar os novos movimentos populares, que progressivamente

ocuparam lugar de destaque no cenário do associativismo civil. Esses novos sujeitos, vistos

pelos valores que professavam, foram inseridos em ONGs cidadãs, movimentalistas e

militantes, que se multiplicaram, rompendo com as práticas autoritárias características dos

assuntos públicos. No novo cenário, conforme aponta Gohn (2005, p. 77-78),

[...] desenvolve-se o novo espaço público denominado não estatal, onde irão situar-se os conselhos, fóruns, redes e articulações entre sociedade civil e representantes do poder público para a gestão de parcelas da coisa pública que dizem respeito ao atendimento de demandas sociais.

A partir da Eco-926, as ONGs organizaram-se em reuniões paralelas e ocuparam

grande espaço nos meios de comunicação, com a presença dos exilados políticos que

retornavam ao país, assumindo tais projetos coletivos identificados com as lutas populares.

6 A Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente e o Desenvolvimento, também conhecida como

ECO-92 ou Cúpula da Terra, foi realizada no Rio de Janeiro em junho de 1992, tendo reunido mais de cem chefes de Estado para debater formas de desenvolvimento sustentável. O documento gerado apresenta as discussões sobre um modelo de crescimento econômico menos consumista e mais preocupado com questões ambientais.

Page 23: Maria Cecilia do Amaral Campos de Barros Santiago.pdf

21

Na década de 1990 aconteceu uma sensível reconfiguração da relação do Estado com

as ONGs, bem como de sua forma de participação. Já distantes dos movimentos sociais, elas

assumiram o papel de dialogar com o Estado. Passaram a atuar como parceiras das ações

governamentais, em entidades privadas, com trabalhos voluntários e solidários. Absorveram

os temas sociais que até hoje estão fortes e presentes nos movimentos sociais, mas passaram a

ter espaços próprios, apoiados por leis, colocando-se como porta-vozes das populações

carentes na defesa de seus direitos.

A nova trajetória que se firmava no processo de reforma do aparelho estatal

brasileiro, iniciado em 1995, acenava para um novo tipo de sociabilização: a descentralização

do poder para dar maior autonomia às políticas públicas locais. Dessa forma, foi repassada às

ONGs e entidades civis a quase totalidade dos programas da área social. Restou clara a

intenção do Estado de reduzir suas atribuições, optando por parcerias com a sociedade civil,

transferindo-lhe a execução de políticas sociais que ele próprio não mais poderia sustentar,

com vistas a dividir os custos e a responsabilidade social.

Desse modo, a importância da participação da sociedade civil se fez não apenas por

ocupar espaços anteriormente atribuídos ao Estado, como também por democratizar a gestão

da coisa pública, como observa Gohn (2008b).

1.2 A REFORMA DO ESTADO BRASILEIRO

Com a crise do modelo econômico do pós-guerra, em 1974, quando a economia

mundial apresentou grande recessão, o paradigma do Estado de bem-estar social não mais

conseguia se manter, em virtude do desemprego e da consequente queda salarial. Se antes os

problemas sociais e econômicos eram amenizados pelo Estado, agora ele não mais podia

sustentar o sistema. Embora anteriormente economistas e empresários apoiassem a

intervenção do Estado na proteção da indústria doméstica e na criação de empresas estatais

nos setores em que o capital privado se revelava incapaz, nesse momento passaram a ser

favoráveis à privatização. Ou seja, o Brasil entrava em outro ciclo de intervenção do Estado.

Em seu livro Crise econômica e reforma do Estado no Brasil, Luiz Carlos Bresser-Pereira

(1996, p. 70) afiança que seria necessário “reduzir, compactar, contrair a estrutura do Estado

para superar a crise fiscal e criar condições para um novo estágio de desenvolvimento”.

No Brasil, a reforma do Estado surgiu como alternativa para liberar a economia,

então agravada com o desemprego e a pobreza crescente, conduzindo-a para uma nova etapa

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22 em direção à globalização. Tal reforma foi impulsionada pelas instituições financeiras: Banco

Mundial, Banco Internacional para Reconstrução e Desenvolvimento (Bird) e Fundo

Monetário Internacional (FMI), que vincularam a ajuda ao nosso país a exigências de

mudanças nas políticas econômicas e sociais aqui praticadas. Na realidade, era um ajuste

estrutural diante da crescente dívida externa, combinada às altas taxas de inflação e taxas de

juros internas que impediam o crescimento do país. Assim, esses agentes financiadores

internacionais pediram uma rigorosa disciplina fiscal, com redução de gastos e reformas

tributárias.

Como se percebe, a preocupação fundamental do Banco Mundial era com o

aprofundamento do processo de abertura comercial, a desregulamentação das relações entre

capital e trabalho, a privatização das empresas, o aumento da poupança interna por meio de

reformas fiscais, a reforma previdenciária, a reforma educacional e a implantação de

programas sociais mediante ONGs, tudo dentro da lógica neoliberal. Para o Estado brasileiro,

não existia alternativa viável além da reforma de sua administração e da redefinição do modo

de intervenção na economia para recuperar seu poder de governança.

O governo Fernando Henrique Cardoso foi pressionado a adotar as bases do

Consenso de Washington7 e promoveu uma série de reformas. A mais importante foi a

reforma fiscal, pela qual a União assumiu as dívidas de todos os estados e municípios e as

securitizou. A dívida da União, que era de U$ 650 bilhões e lastreada pela taxa Selic com

juros de 43% ao ano, duplicou em menos de um ano. O FMI exigiu também a implantação da

Lei de Responsabilidade Fiscal, impondo tetos de endividamento aos estados e municípios. O

governo da União foi obrigado a comprometer 60% a 70% de seu orçamento somente para

pagamento da imensa dívida assumida, e assim todos os demais serviços básicos, como

educação, saúde e previdência, foram abandonados, numa época em que o crescimento

econômico foi praticamente nulo.

Para Bresser-Pereira (1996, p. 22), havia a necessidade de mudanças porque “um Estado que está falido, que não dispõe de poupança pública, que é cronicamente vítima do

déficit público, é um Estado fraco [...] um Estado doente, pois o governo não dispõe dos

recursos fiscais para governar”. O ex-ministro afirmava que o objetivo não era enfraquecer o

7 A expressão “Consenso de Washington”, utilizada para consolidar o neoliberalismo, nasceu em 1989, criada

pelo economista inglês John Williamson, ex-funcionário do Banco Mundial e do FMI. Em conferência no Institute for International Economics (IIE), em Washington, Williamson listou políticas preconizadas pelo governo dos Estados Unidos para a crise econômica dos países da América Latina. Por decisão do Congresso estadunidense, as medidas do Consenso de Washington foram adotadas como imposições na negociação das dívidas externas dos países latino-americanos. Acabaram se tornando o modelo do FMI e do Banco Mundial para todo o planeta.

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23 Estado, mas sim permitir um sistema produtivo que fosse competitivo, em qualidade e custo,

diante dos outros mercados, apontando sempre para um modelo de Estado social-liberal capaz

de estimular e preparar o país para a globalização.

A articulação da reforma do Estado teve três princípios reguladores: o do Estado e o

do mercado – que saíram reforçados – e o terceiro princípio, o da comunidade, que redefiniu

outro tipo de participação social, trazendo a solidariedade e o trabalho voluntário, conceitos

estes fora do marco filantrópico e articulados às novas redes de sociabilidade mediadas pelo

Estado. A nova formatação da seguridade social estava subordinada à participação da

sociedade e à descentralização político-administrativa. Dileno Souza (2009, p. 110) define a

reforma do Estado como “a privatização do conceito de cidadania construída, fortalecendo o

espaço privado, usando a simbologia da eficiência, competência e respeito à democracia e aos

direitos dos cidadãos a partir da visão de consumo”.

Gohn (2008b, p. 90) mostra que “é inaugurada uma nova era de fazer política na

gerência dos negócios públicos”. A cultura passava a se centrar na gerência dos projetos,

assimilando novos mecanismos de gestão, por meio da introdução da avaliação de

desempenho, do controle por resultados, do foco na satisfação do usuário e do controle de

custos. As palavras de ordem das entidades agora eram eficiência e produtividade na gestão

de projetos sociais, para que pudessem gerir os recursos recebidos pelo poder público.

A partir desse momento, também, as entidades deveriam contar com pessoal

qualificado para elaborar projetos que trouxessem resultados. Dessa forma, nas entidades,

saíam da cena os militantes com engajamento sociopolítico para dar lugar a pessoas

contratadas em função do discurso das habilidades e competências para assumir as

responsabilidades que o Terceiro Setor quis criar como representação.

As ONGs passaram, então, a fazer parte da estrutura funcional do Estado, na medida

em que se comprometeram com a prestação de assistência em áreas que antes eram de

responsabilidade do Estado. Elas tentaram criar a imagem de organizações bem-sucedidas na

solução dos problemas sociais, pulverizando as ações do Estado para com a sociedade. Na

qualidade de parceiras mediadoras entre a sociedade e o Estado, várias ONGs deslocariam seu

eixo de articulação, para não mais apoiar reivindicações e lutas populares dos movimentos

sociais, como faziam anteriormente, e sim inserir essas reivindicações como demandas,

apresentando-se como qualificadas para atendê-las.

Com a Lei nº 9.637, de 15 de maio de 1998, foi implantado o Programa Nacional de

Publicização, que definia a forma como se substituiria uma entidade pública por uma entidade

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24 particular qualificada como “organização social” (BRASIL, 1998). Criando uma nova figura

jurídica, de regime e de natureza diversos, a organização social (OS) transformava as antigas

entidades assistenciais que pertenciam à administração pública, passando a serem de direito

privado. Segundo Hely Meirelles (2002, p. 360-361),

[...] o objetivo da criação da figura das Organizações Sociais foi encontrar um instrumento que permitisse a transferência para elas de certas atividades exercidas pelo poder público e que melhor o seriam pelo setor privado, sem necessidade de concessão ou permissão. Trata-se de uma nova forma de parceria, com a valorização do chamado terceiro setor, ou seja, serviços de interesse público, mas que não necessitam ser prestados pelos órgãos e entidades governamentais.

Nesse sentido, as OS são instituições particulares sem fins lucrativos constituídas,

por um lado, para exercer atividades públicas e, por outro lado, como forma de envolver a

sociedade civil nos rumos da reforma do Estado.

1.3 O TERCEIRO SETOR COMO ALTERNATIVA DE SOLUÇÃO DOS PROBLEMAS

SOCIAIS

Para a obtenção do certificado de prestação de serviços sociais, o conceito de

Terceiro Setor trazido pela legislação enquadra qualquer organização que não seja comercial,

sindicato ou partido político. São inúmeras as discussões acerca da polissemia do termo

Terceiro Setor, inserido no contexto neoliberal para a formulação de políticas de obtenção de

recursos para os projetos sociais. Tal pluralidade é fruto de tendências que se formaram na

segunda metade dos anos 1980, com o crescimento dos novos movimentos sociais na

sociedade civil. As entidades criadas refletiam esse processo e representavam determinado

papel por meio de sua intervenção na construção desses movimentos e grupos diversificados,

mas traziam a marca de valores universalizantes de cidadania. Assim, pode-se dizer que o

Terceiro Setor foi construído a partir de um recorte do social nas esferas do Estado (Primeiro

Setor), do mercado (Segundo Setor) e da sociedade civil.

Teoricamente, ao Primeiro Setor, o Estado, cabe promover o bem comum,

arrecadando impostos para transformá-los em bens e serviços ao cidadão. O Segundo Setor, o

mercado, é constituído por organizações da iniciativa privada, com fins lucrativos, que

ofertam bens e serviços à sociedade. O Terceiro Setor seria constituído de organizações da

iniciativa privada sem fins lucrativos. Sua natureza seria solidária, construída na parceria e na

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25 concessão voluntária, direcionada às questões que atingem a coletividade. Mas, sabe-se que

entre a teoria e a viabilidade prática há uma distância enorme.

Como afirma Gohn (2008b, p. 60, grifo da autora), “o Terceiro Setor é um tipo

Frankenstein: grande, heterogêneo, construído de pedaços, desajeitado, com múltiplas

facetas”. Pode ser visto como uma resposta das estratégias neoliberais, de um lado, à

mobilização dos movimentos sociais e, de outro lado, ao desmantelamento de políticas sociais

do Estado, desobrigando-o de investimento na área social e trabalhando em uma perspectiva

de parceria para captação de recursos em prol da sociedade civil. Ainda de acordo com Gohn

(2008b), o Terceiro Setor traz a figura do público não estatal, constituindo uma nova cultura

política, sobretudo nas questões sociais, em todas as esferas de governo: federal, estadual e

municipal.

Com o propósito de caracterizar o Terceiro Setor em suas relações de construção, o

presente estudo recorre a alguns autores, como Rubens Cezar Fernandes (2005, p. 27), que o

descreve como um composto de:

[...] organizações sem fins lucrativos, criadas e mantidas pela ênfase na participação voluntária, num âmbito não governamental, dando continuidade às práticas tradicionais da caridade, da filantropia e do mecenato, expandindo seu sentido para outros domínios, graças, sobretudo, à incorporação do conceito de cidadania e de suas múltiplas manifestações na sociedade civil.

A definição de Fernandes posiciona a filantropia em oposição à caridade e relaciona

cidadania ao mecenato, alternando situações de conflito, cooperação e indiferença. Diz o

autor serem situações que ainda estão em processo de mutação, perdendo a dureza da

contradição radical para dar lugar a um jogo de relações complementares.

Ainda no mesmo texto, Fernandes (2005) indica quatro principais pontos para

identificar e distinguir a natureza dos componentes do Terceiro Setor:

1) “Faz contraponto com as ações de governo, ressaltando a ideia de que os serviços

públicos podem ter parcerias com a iniciativa privada” (FERNANDES, 2005, p. 29). A

concepção defendida pelo autor traz implicações profundas para a cultura política do Estado.

2) “Faz contraponto com as ações de mercado, abrindo o campo do interesse coletivo

para a iniciativa particular, emprestando uma nova visibilidade, uma vez que os indivíduos

sempre foram chamados para contribuir para o „bem comum‟” (FERNANDES, 2005, p. 29). Novamente, o autor traz a noção de cidadania, em que a iniciativa privada é pressionada a

tornar-se consciente de suas obrigações cidadãs, a estar mais aberta a resultados em longo

prazo, com investimentos sem fins lucrativos.

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26

3) “Empresta um sentido maior aos elementos que o compõem (Estado X mercado X

sociedade civil)” (FERNANDES, 2005, p. 29). O autor aponta para uma noção de

complementaridade entre as ações públicas e privadas que só será possível se as instituições

trouxerem a ideia de voluntariado como expressão cidadã, formando um mercado específico

de trabalho sem fins lucrativos, em práticas de solidariedade.

4) “Projeta uma visão integradora da vida pública” (FERNANDES, 2005, p. 29), ou melhor, uma visão combinatória. O autor mostra-nos que essa relação só será possível se a

dinâmica de tais organizações sem fins lucrativos assimilar que elas são geradoras de histórias

possíveis e apoiadas por um sistema legal que regulamenta os limites das ações voluntárias.

Fernandes enfatiza essa complementaridade entre os três setores como responsável nessa nova

cultura política.

Para Ruth Cardoso (2005, p. 8), o conceito de Terceiro Setor é caracterizado pelo “espaço que não é Estado nem mercado, cujas ações visam o interesse público: iniciativas

sem fins lucrativos, filantrópicas e voluntárias”. Nesse espaço, haveria duas ações: a de

participação e a da experimentação de novos modos de pensar e agir na realidade social.

Nesse ponto, Cardoso (2005) e Fernandes (2005) concordam com o rompimento da

dicotomia público e privado e entendem o Terceiro Setor como um enriquecimento da

dinâmica social em que se potencializam energias privadas da sociedade civil com iniciativas

governamentais. Cardoso (2005) apresenta o Terceiro Setor como caminho para uma ação

social consequente e eficaz, porque o Estado se tornou inoperante e distante; e o mercado, por

si mesmo, não teria interesse nas demandas sociais. Na perspectiva desse autor, não é um

processo de desresponsabilização do Estado, pois ele deve, sim, garantir os direitos básicos e

universais, mas, com a participação do Terceiro Setor, poderá combater os desequilíbrios

historicamente consolidados.

O lugar das ações de governo, a meu ver, está claramente demarcado. Cabe ao governo garantir os direitos essenciais e universais dos cidadãos, os quais, por sua vez, podem e devem exigir que isso se faça de modo eficiente e qualitativo. No Brasil o papel da sociedade civil foi bastante significativo na defesa dos direitos básicos de cidadania quando eles não estavam garantidos. Hoje é tarefa e responsabilidade dos ministérios governamentais assegurar o acesso à educação, à saúde, ao trabalho e à cultura a todos os cidadãos deste país. (CARDOSO, 2005, p. 10)

Acreditando na necessidade dessa atuação conjunta, Cardoso (2005) liderou o

programa Comunidade Solidária, que comprometia governo e sociedade civil, por meio de

novos espaços de interlocução, a promover e mobilizar recursos, desenvolvendo ações

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27 pontuais juntamente com o conselho das comunidades descentralizadas, voltadas ao âmbito

municipal, apoiando e criando centros de voluntários que seriam elos entre os que querem

doar e os que precisam desse trabalho. O programa foi criado com o propósito de substituir as

diversas instituições de ação social pelo modelo neoliberal de política social, que predomina

até hoje no Brasil.

No pensamento de Lester Salamon (2005), o Terceiro Setor é composto de

organizações estruturadas, localizadas fora do aparato formal do Estado, que não são

destinadas a distribuir lucros auferidos com suas atividades entre seus diretores ou entre um

conjunto de acionistas. De acordo com essa definição, o autor esclarece as cinco

características nas quais as instituições devem enquadrar-se:

1) estruturadas: possuir uma formalização de regras e procedimentos, excluindo-se as

que não apresentam uma estrutura formal (definição legal);

2) privadas: não ter nenhuma relação institucional com governos, embora recebam

recursos (definição econômica);

3) não distribuidoras de lucros: não distribuir lucro gerado entre os proprietários e

dirigentes. O que as distingue é o fim dado ao dinheiro, como missão da instituição (definição

de propósitos);

4) autônomas: possuir meios para controlar sua própria gestão, não sendo

controladas por entidades externas (definição de caráter público);

5) voluntárias: envolver um grau de participação de voluntários no trabalho

desenvolvido de forma direta nas soluções dos problemas sociais (definição do voluntariado).

Salamon (2005) enfatiza também que o Terceiro Setor é fonte de renovação do

espaço público em uma ação concreta, no resgate da solidariedade e da cidadania, vindo a

multiplicar as possibilidades de mobilizar energias humanas e recursos financeiros para

promover mudanças nos problemas sociais, bem como o realinhamento entre o público e o

privado e a estruturação da esfera pública para atender ao mercado.

Ainda para Salamon (2005), o Terceiro Setor é grande desafio, tanto governamental

como empresarial. Na medida em que ele se empenha para a solução dos problemas sociais,

necessita aperfeiçoar seus sistemas de administração e desempenho, uma vez que a missão

organizacional está na conduta ética e legal. Segundo o autor, o Terceiro Setor traz uma visão

de que as ações entre público e privado são compartilhadas em benefício público para a

recomposição do espaço da sociedade civil. Observa-se que o autor busca legitimar o modelo

de política social que transfere as ações para a iniciativa privada.

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28

A ideia de que o Terceiro Setor é saída para todos os males de uma sociedade não é

unânime: existem outros olhares sobre a questão. Em sua obra Terceiro Setor e questão

social, Carlos Montano (2010) afirma que o debate sustentado pelos pressupostos do Terceiro

Setor oculta uma ideologia de funcionalidade para com o projeto neoliberal no enfrentamento

da questão social, inserido no atual processo de reestruturação do capital. Para o autor, o

Terceiro Setor configura, tanto na esfera do capital como na da responsabilidade social, uma

retirada paulatina dos compromissos do Estado, tanto nas ações sociais como nos ganhos dos

trabalhadores, nos seus direitos e cidadania. Mostra-se relevante o posicionamento crítico

desse autor, que alerta para o descomprometimento gradativo do Estado e uma possível fonte

de lucro, no longo prazo, para o capital privado.

Segundo Andrés Thompson (2005), em seu artigo Do compromisso à eficiência?, o

enfoque político que caracteriza o Primeiro Setor está estruturado ao redor do poder; o

enfoque econômico trazido pelo Segundo Setor é o lucro; e o do Terceiro Setor são as

necessidades da sociedade civil.

Gohn (2008b) também destaca a importância que o Terceiro Setor vem ganhando na

sociedade e cita suas contraditoriedades. De um lado, ações politizadas, articulações e

reivindicações por direitos sociais, políticos, culturais e por uma nova cidadania; de outro,

operacionalização de um novo segmento da economia, com movimentação de recursos,

lucratividade e geração de empregos, contribuindo para a privatização dos serviços e áreas

públicas.

É nessa sociedade civil, com suas contradições e seus espaços de educação não

formal, que reside o foco do nosso objeto de pesquisa: os projetos sociais que atuaram com a

linguagem da arte, em práticas com jovens das organizações do Terceiro Setor da cidade de

São Paulo, no período de 2000 a 2010.

1.4 ENTIDADES ASSISTENCIAIS E CULTURAIS COMO UM NOVO ESPAÇO

PÚBLICO DENTRO DO UNIVERSO DO TERCEIRO SETOR

Em seu trabalho de mapeamento quantitativo publicado no livro Não fronteiras:

universos da educação não formal, Gohn (2007) revela que o universo das entidades do

Terceiro Setor que se dedicam ao trabalho de integração sociocultural incluídas no gênero

ONG é rico e variado, evidenciando que a ação social pode-se dar por meio de vários

instrumentos juridicamente distintos, com vistas a um mesmo resultado,

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29

O termo ONG – segundo consta, usado pela primeira vez pela Organização das

Nações Unidas (ONU) em 1945 – referia-se a qualquer entidade ou organização social que

não estivesse vinculada ao poder público. Hoje, a sigla ainda resiste, designando entidades

privadas que possuem finalidade pública, sem fins lucrativos, ou seja, são as OS que, sem

visar ao lucro ou a interesse diverso, dedicam-se a realizar um trabalho benéfico à sociedade

em geral.

As ONGs têm forma de existência jurídica diversificada, podendo ser constituídas

como associações, fundações, institutos ou federações. A Constituição Federal (BRASIL,

1988) prevê a existência das ONGs e isenta de vários tributos as que se destinam a atividades

de assistência social sem fins lucrativos, característica que, aliás, tem repercussão maior na

legislação infraconstitucional, como veremos mais adiante.

Na classificação usada pelos juristas, o termo “organização sem fins lucrativos”

aplica-se a empresas privadas que não têm o propósito de gerar lucro. Recorremos ao disposto

no Código Civil brasileiro (BRASIL, 2002) e lá encontramos suas definições e formas legais.

1.4.1 Associação

Associação é uma união de pessoas que se organizem para fins não econômicos, ou

seja, trata-se de um grupo de indivíduos que se organizam com uma finalidade em comum,

para realizar algo sem motivação econômica. Porém, mesmo que o objetivo não seja

econômico, em regra costuma existir uma finalidade patrimonial nessas entidades, algo que

lhe traz uma vantagem física, comumente o aumento do patrimônio.

Para citar exemplos, podemos considerar os clubes esportivos, frequentemente

constituídos em forma de associação, entidades cuja finalidade é proporcionar lazer a seus

associados e que sobrevivem da cobrança de mensalidades associativas mais as receitas

decorrentes de sua própria atividade. Outras possuem fim associativo e assistencial, ou seja,

visam a prestar benefícios a determinado segmento social que seja, de alguma forma, carente.

Tais associações captam recursos de diversas fontes e os aplicam exclusivamente em suas

atividades assistenciais, evidentemente com algum investimento em sua estrutura, para melhor

atender à camada social a que se dirigem.

O que distingue as associações que nos interessam das que não fazem parte do

universo estudado é exatamente a finalidade, ou seja, conforme diz o texto constitucional, são

aquelas que se constituem como “instituições de educação e de assistência social” (BRASIL,

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30 1998, art. 1º). Importam-nos as entidades que se voltam a promover a integração social por

meio da arte, entre as quais se incluem algumas associações.

1.4.2 Fundação

São formadas por uma dotação especial de bens livres, especificando o fim a que se

destinam. As fundações são resultado, portanto, da destinação de um patrimônio, que pode ser

formado por imóveis, equipamentos, mobiliário ou mesmo dinheiro, documentadamente

destinado à realização de alguma finalidade. Se essa finalidade tiver em sua essência a

contribuição social, seja assistencial, seja promocional, seja de integração das pessoas, a

entidade será considerada uma ONG. Vale ressaltar que fundação não é entidade societária,

não se caracteriza pela reunião de pessoas, e sim por um patrimônio destinado a determinado

objetivo.

Para que se inclua no elenco de ONGs, a fundação não pode ser criada ou mantida

pelo poder público, seja mediante administração direta, seja indireta, pois nesses casos seria

entidade pública. Para ser ONG, deve ter caráter eminentemente privado, ou seja, sem

interferência estatal.

A finalidade a que se destina a entidade, para caracterizar uma ONG, deverá ser de

natureza social, ou seja, estar voltada para atividades que promovam a integração do cidadão à

sociedade, ou que beneficiem o conjunto social de alguma forma, evidentemente sem

nenhuma intenção lucrativa. Existe hoje um grande número de ONGs caracterizadas como

fundações, sobretudo pela conscientização sobre a responsabilidade social dos grupos

econômicos, que passaram a investir no universo social, contribuindo, dessa forma, para o

desenvolvimento da sociedade. É comum, atualmente, encontrar fundações mantidas por

indústrias, instituições financeiras, comerciais ou por doações de pessoas com grande

patrimônio.

1.4.3 Instituto

São de grande valia as palavras de Paulo Haus Martins, em artigo sobre as

instituições não públicas voltadas ao trabalho social, quando assim se expressa:

No mundo do direito privado, que é onde se encontra o Terceiro Setor em matéria

societária, não conheço definição legal para instituto. Pode-se fazer uma fundação com nome

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31 de instituto, uma cooperativa, uma ONG, uma OSCIP, enfim, qualquer coisa. Instituto é um

nome, uma designação, não uma figura jurídica (MARTINS, 2002, p. 1).

Apesar de encontrarmos quantidade considerável de entidades de caráter

sociopromocional com a designação de instituto, perante o Direito elas sempre serão

fundações, sociedades ou associações, não existindo definição legal para tal denominação.

1.4.4 Organização social

Em 1998 foi aprovada e sancionada a Lei nº 9.637, que até hoje vigora e trata da

publicização das atividades privadas, ou seja, alguns serviços públicos obrigatórios passariam

a ser desenvolvidos por entidades privadas, sob a supervisão do poder público (BRASIL,

1998). Por previsão constitucional, o Estado tem diversas obrigações para com os cidadãos, e

deve cumpri-las diretamente ou por intermédio de terceiros. Estudos técnicos concluíram que

algumas dessas atividades voltadas para a integração sociocultural poderiam ser prestadas

eficientemente se fossem delegadas a entidades privadas, que, por sua vez, substituiriam o

Estado no cumprimento da obrigação.

Na verdade, tais instituições, embora privadas, têm na administração uma parcela de

representantes do poder público, conforme prevê a lei mencionada, compondo seus conselhos

de administração (BRASIL, 1998, artigo 3º, inciso I, a), o que demonstra claramente uma

gestão conjunta entre a iniciativa privada e o poder público. Ainda conforme a lei, essas

entidades não devem nem podem ter fins lucrativos e têm de investir possíveis superávits na

própria atividade desenvolvida. O objetivo da lei é permitir, de forma segura, que entidades

privadas especializadas sem fins lucrativos possam prestar determinados serviços que seriam

de responsabilidade do poder público em parceria com este. Por esse instituto jurídico, o

poder público fornece recursos e a entidade presta o serviço.

1.4.5 OSCIP

Organização da Sociedade Civil de Interesse Público (OSCIP) é um título que

certifica o reconhecimento, pelo poder público, do caráter social relevante de uma entidade

privada que presta serviços à população. Trata-se de um atestado de idoneidade social de uma

entidade privada voltada à assistência, à integração ou à promoção do ser humano na

sociedade civil.

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32

A denominação Oscip pode ter variadas formas jurídicas de existência, mas

distingue-se por cumprir os dispositivos instituídos por lei para exercer sua finalidade em

parceria com o Estado. Podemos ver Oscips em forma de associação, de fundação e mesmo

de sociedade. O essencial é que asumam uma das 12 atividades elencadas na Lei Federal nº

9.790/99 (BRASIL, 1999) para que possam pleitear seu reconhecimento.

O reconhecimento, porém, não se resume apenas à atividade exercida pela entidade.

Deverá ela, também, cumprir uma série de requisitos estatutários previstos na mesma lei e se

submeter à fiscalização permanente do Estado enquanto exercer sua finalidade. Assim,

poderá, entre outros benefícios, firmar parcerias com o poder público e dele receber subsídios.

As Oscips diferem das OS, pois estas prestam serviços públicos como entidades de

administração mista, enquanto aquelas continuam com seu caráter eminentemente privado,

preenchendo lacunas deixadas pelo Estado. Mais especificamente, as OS executam tarefas

que o poder público poderia efetivar, porém o fazem autorizadas por lei; já as Oscips prestam

serviços que interessam ao Estado, mas que não são fornecidos por ele.

A legislação que prevê a existência das Oscips, mais especificamente a Lei Federal

nº 9.790/99, delimita as condições para que uma entidade possa receber o certificado de

Oscip, tanto em relação ao disposto em seus estatutos como no que diz respeito ao tipo de

entidade pleiteante, assim dispondo:

Art. 3º A qualificação instituída por esta lei, observado, em qualquer caso, o princípio da universalização dos serviços, no respectivo âmbito de atuação das organizações, somente será conferida às pessoas jurídicas de direito privado, sem fins lucrativos, cujos objetivos sociais tenham, pelo menos, uma das seguintes finalidades: I – promoção da assistência social; II – promoção da cultura, defesa e conservação do patrimônio histórico e artístico; III – promoção gratuita da educação, observando-se a forma complementar de participação das organizações de que trata esta lei; IV – promoção gratuita da saúde, observando-se a forma complementar de participação das organizações de que trata esta lei; V – promoção da segurança alimentar e nutricional; VI – defesa, preservação e conservação do meio ambiente e promoção do desenvolvimento sustentável; VII – promoção do voluntariado; VIII – promoção do desenvolvimento econômico e social e combate à pobreza; IX – experimentação, não lucrativa, de novos modelos socioprodutivos e de sistemas alternativos de produção, comércio, emprego e crédito; X – promoção de direitos estabelecidos, construção de novos direitos e assessoria jurídica gratuita de interesse suplementar; XI – promoção da ética, da paz, da cidadania, dos direitos humanos, da democracia e de outros valores universais;

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33

XII – estudos e pesquisas, desenvolvimento de tecnologias alternativas, produção e divulgação de informações e conhecimentos técnicos e científicos que digam respeito às atividades mencionadas neste artigo. Parágrafo único. Para os fins deste artigo, a dedicação às atividades nele previstas configura-se mediante a execução direta de projetos, programas, planos de ações correlatas, por meio da doação de recursos físicos, humanos e financeiros, ou ainda pela prestação de serviços intermediários de apoio a outras organizações sem fins lucrativos e a órgãos do setor público que atuem em áreas afins (BRASIL, 1999).

Basicamente, a lei relaciona apenas as entidades dedicadas à assistência social, à

promoção cultural e educacional, assim como ao desenvolvimento da cidadania nos

segmentos sociais mais necessitados, e tudo isso de forma gratuita. Podemos notar que a lei

veda expressamente o reconhecimento de entidades que não convêm ao objetivo legal,

excluindo do rol das credenciadas aquelas que possam ter, por trás da fachada beneficente ou

promocional, algum interesse lucrativo ou vantajoso, mesmo que velado. Portanto, não

permite que entidades ligadas a atividades não relacionadas no artigo 3º se credenciem como

Oscip. Também fica vedado o credenciamento a entidades que tenham sua existência

dependente ou vinculada ao poder público, pois a credencial se destina exclusivamente a

instituições privadas (BRASIL, 1999).

O teor do artigo 2º da mesma lei é explícito e, portanto, merece transcrição:

Art. 2º Não são passíveis de qualificação como Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público, ainda que se dediquem de qualquer forma às

atividades descritas no artigo 3o desta lei:

I – as sociedades comerciais; II – os sindicatos, as associações de classe ou de representação de categoria profissional; III – as instituições religiosas ou voltadas para a disseminação de credos, cultos, práticas e visões devocionais e confessionais; IV – as organizações partidárias e assemelhadas, inclusive suas fundações; V – as entidades de benefício mútuo destinadas a proporcionar bens ou serviços a um círculo restrito de associados ou sócios; VI – as entidades e empresas que comercializam planos de saúde e assemelhados; VII – as instituições hospitalares privadas não gratuitas e suas mantenedoras; VIII – as escolas privadas dedicadas ao ensino formal não gratuito e suas mantenedoras; IX – as organizações sociais; X – as cooperativas; XI – as fundações públicas; XII – as fundações, sociedades civis ou associações de direito privado criadas por órgão público ou por fundações públicas; XIII – as organizações creditícias que tenham quaisquer tipos de vinculação com o sistema financeiro nacional a que se refere o artigo 192 da Constituição Federal (BRASIL, 1999).

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34

Quanto à forma de administração, prevista nos estatutos, as entidades que pretendem

credenciar-se como Oscip são submetidas a exigências rigorosas. Isso tudo, todavia, não

impede a existência das entidades que não podem ou não pretendem se credenciar; apenas as

exclui do rol das instituições passíveis de firmar parcerias com o poder público.

1.4.6 Federação

Embora o conceito de federação seja mais utilizado para definir os estados federados,

a exemplo dos Estados Unidos e do próprio Brasil, o termo também serve para designar a

congregação de entidades de diversas áreas, como sindicatos, clubes esportivos e até entidades

religiosas. As federações têm caráter congregacional, ou seja, reúnem uma quantidade de

entidades de mesma espécie e sua finalidade é coordenar as atividades dessas instituições. Às

vezes, entidades de tal espécie ou com essa denominação exercem atividades de promoção e

integração social; porém, sua finalidade não é essa especificamente, e a atividade

desenvolvida caracteriza-se como um plus, um apêndice de sua existência e finalidade, não as

caracterizando como entidades típicas na prestação desse tipo de serviço. Sua função, como

dissemos, é coordenar as atividades das entidades que congrega, organizando-as, criando

regras de procedimento em seu relacionamento com as demais congêneres e determinando a

política de atividade de forma genérica. Não podem ser tomadas como entidades componentes

da classificação feita, mas podem exercer atividade paralela que interesse à pesquisa.

A sociedade civil cresceu e ampliou o leque de atores e de suas formas organizativas,

como resultado do cenário até aqui caracterizado, em que o Terceiro Setor, articulado a

empresas, bancos, redes de comércio e indústrias, passou a realizar projetos junto à

população, em parceria com o Estado. Equipes de profissionais são formadas a partir de

experiências práticas, em que se observa o pragmatismo experimental, trabalhando de forma

diferente de outras entidades associativas civis de épocas anteriores. O trabalho é focalizado

em populações vulneráveis, de grupos pequenos, com projetos e com prazo determinado.

Apesar de ser o trabalho voluntário um apelo constante dessas entidades, muitas vezes

encontramos profissionais atuando como pedagogos e psicólogos.

Com base na contextualização das diversas denominações jurídicas, poderemos

enxergar as aproximações e distinções que as entidades escolhidas para a pesquisa apresentam

em suas peculiaridades.

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35

2 CARTOGRAFIA DAS REFERÊNCIAS DO TERCEIRO SETOR DA CIDADE DE SÃO PAULO NO PERÍODO DE 2000 A 2010

Este capítulo trata do estudo quantitativo das entidades do Terceiro Setor que

trabalham com a linguagem da arte; neste momento, apresento a pesquisa de coleta dos dados,

relacionando as entidades por atividade e por localização.

O mapeamento de dados coletados sobre as entidades do Terceiro Setor da cidade de

São Paulo no período de 2000 a 2010 teve como metodologia o estudo quantitativo, cuja base

documental foram as entidades cadastradas na Coordenadoria da Juventude, órgão municipal

ligado à Secretaria de Participação e Parceria, na qualidade de dados oficiais e referendados

pela Prefeitura do Município de São Paulo (Anexo A). O perfil dos registros cadastrados na

fonte utilizada mostra que são 422 entidades no período, porém, com distintas caracterizações,

agregando diferentes práticas e organizações. Por exemplo, universidades privadas e casas de

saúde particulares encontram-se também cadastradas, junto com associações e federações

populares, quanto ao acesso a benefícios e subsídios governamentais referentes ao Terceiro

Setor, o que indica uma fragilidade nesse conceito, ao equiparar tais setores com ONGs e

OSCIPs.

Foram encontradas diversas nomenclaturas jurídicas:

Associação, com 220 registros (predominante);

Instituto, com 88 ocorrências;

Fundação possui 15 registros e, junto aos institutos, são ligadas a empresas,

bancos e redes comerciais;

Sociedade amigos de bairro, 19 ocorrências;

Congregações religiosas apresentaram 4 registros;

Clube de mães, creches e lares de crianças são denominações também

utilizadas e apresentaram 30 registros;

Centros culturais, recreativos, esportivos, religiosos e profissionalizantes que,

em sua denominação, já mostram sua finalidade, possuem 38 registros;

Uma federação: a Federação Paulista de Futebol;

Uma entidade do Sistema “S”, o Serviço Nacional de Aprendizagem de

Trânsito (SENAT);

Finalmente, as entidades que utilizam as expressões OSCIP e ONG em sua

denominação: 6 registros.

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36

A Tabela 1 e o Gráfico 3 mostram os registros das entidades descritas.

Tabela 1 – Tipos de entidades cadastradas na Prefeitura de São Paulo

Tipos Total Percentual

Associações 220 52,1

Institutos 88 20,9

Fundações 15 3,6

Sociedades amigos de bairro 19 4,5

Congregações religiosas 4 0,9

Clubes de mães e creches 30 7,1

Centros culturais, esportivos, profissionalizantes 38 9,0

Federações 1 0,2

Sistema “S” 1 0,2

ONGs e Oscips 6 1,5

Total de registros na prefeitura 422 100,0

Fonte: a autora, com base em dados da pesquisa (2013).

Gráfico 3 – Percentual de tipos de entidades cadastradas na Prefeitura de São Paulo Fonte: a autora, com base em dados da pesquisa (2013).

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37

2.1 ÁREAS DE ATUAÇÃO DAS ENTIDADES

Normalmente, as áreas de atuação das entidades do Terceiro Setor encontradas na

pesquisa são reveladas em sua própria autodenominação, assim temos:

→ Assistencialistas: procuram satisfazer necessidades básicas para a integração das

famílias na sociedade, distribuindo remédios, cestas básicas e fazendo encaminhamento

médico. Entre elas incluem-se associações, creches, clubes de mães, centros comunitários.

Todas são instituições que exercem práticas tutelares.

→ Educacionais: abrigam jovens cujas vidas são marcadas por crescente

descontinuidade em relação aos estudos, deixando-os vulneráveis em sua autoestima e

formação de identidade. Essas entidades trazem práticas curriculares de ensino e

aprendizagem aos que querem retomar seus estudos. São denominadas associações, centros e

institutos.

→ Religiosas: apresentam a formação religiosa como condição em seus projetos, e

tratam de jovens cuja realidade socioeconômica é precária. Apostam na contribuição da

religião para ampliar as possibilidades desses jovens de organizar projetos de vida. Essas

atividades na área confessional são trabalhadas em associações, centros e institutos em que há

predominância da religião católica, mas também protestante, espírita e outras.

→ Profissionalizantes: vêm suprir os constrangimentos da falta de emprego a jovens

que não tiveram oportunidades, proporcionando oficinas de formação cujo objetivo é o

desenvolvimento de habilidades específicas e o aprendizado de um ofício para inclusão no

mercado de trabalho. Recebem a denominação de associações, centros e institutos.

→ Comunitárias: não têm em seu trabalho apenas o foco assistencial e tutelar para a

comunidade em que se instalam, mas também oferecem práticas educacionais relacionadas a

esportes e artes, que possam vir a contribuir na formação de atitudes e valores dos jovens

participantes em situação de risco psicossocial, deficientes, moradores de rua e dependentes

químicos. Em geral, são denominadas associações, centros comunitários e sociedades amigos

de bairro.

→ Esportivas: trabalham com jovens carentes, viabilizando oportunidades e

sinalizando perspectivas de formação técnico-profissionalizante nas diversas modalidades

esportivas, para a formação de futuros atletas. Em geral, são denominadas associações,

centros, institutos e federações.

→ As que trabalham com arte: utilizam as linguagens artísticas como mediadoras do

processo de construção de cidadania e privilegiam, em suas oficinas, música, artes visuais,

dança e teatro. O foco desse eixo de atuação é “ensinar, observar, questionar, [...] estimular a

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38 construir sua própria história, [...] descobrir sonhos e desejos [... ou] conscientizar a respeito

dos direitos do cidadão” (GOHN, 2007, p. 54). A inclusão da arte nas propostas pedagógicas

das entidades do Terceiro Setor visa à integração social do jovem carente e tem

desempenhado um papel de relevo nesses empreendimentos.

A Tabela 2 e o Gráfico 4 mostram o percentual de entidades cadastradas na

Prefeitura que utilizam a arte em seus projetos.

Tabela 2 – Entidades que utilizam a arte em seus projetos

Tipo de entidade Nº entidades Percentual

Associações 15 44,1

Institutos 11 32,5

ONGs e Oscips 6 17,6

Comunidades Educativo-Pastorais (CEP) religiosas 1 2,9

Centros de orientação e educação 1 2,9

Total de registros na prefeitura 34 100

Fonte: a autora, com base em dados da pesquisa (2013).

Gráfico 4 – Percentual de entidades que utilizam a arte em seus projetos Fonte: a autora, com base em dados da pesquisa (2013).

No Quadro 3, a seguir, foram identificados, no intervalo 2000-2010, 34 registros de

entidades do Terceiro Setor que trabalham atividades artísticas nos projetos voltados para a

inclusão de jovens na sociedade, como cidadãos.

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39

Nome Registro (nº e ano)

1 Associação de Apoio ao Projeto Quixote – AAPQ 1188/06

2 Associação Bloco do Beco 1127/06

3 Associação de Olho no Futuro 1111/05

4 Associação Song of Love 1595/10

5 Associação Nova União da Arte 1401/08

6 Associação Amigos do Projeto Guri 0881/01

7 Associação Casa dos Curumins 1206/06

8 Associação Cidade Escola Aprendiz 1118/05

9 Associação Corrente Libertadora 1585/10

10 Associação de Apoio à Criança e ao Adolescente Bom Pastor 1517/09

11 Associação Meninos do Toque do Tambor 1076/04

12 Associação Comunitária Micael 1168/06

13 Associação Morungaba 1336/07

14 Associação Internacional Arte sem Fronteiras 1192/06

15 Associação Casa do Bairro 1367/08

16 Centro de Orientação e Educação à Juventude (Projeto Sol) 0946/02

17 Commune Coletivo Teatral (Oscip) 1336/07

18 Doutores da Alegria – Arte, Formação e Desenvolvimento (ONG) 1089/04

19 Futurong Ação Sociocultural (ONG) 1161/06

20 Grupo de Apoio ao Idoso, Infância e Adolescência – Gaia (Oscip) 1119/05

21 Imagemágica (Oscip) 0888/01

22 Instituto Ayrton Senna 1155/06

23 Instituto Beethoven 1601/10

24 Instituto Cidadão Brasileiro Participativo – Icibap 1155/06

25 Instituto Criar de TV e Cinema 1154/06

26 Instituto Iochpe 1422/08

27 Instituto de Música Educação e Cultura Harold Berman Choro Blue 1558/10

28 Instituto Olga Kos de Inclusão Cultural 1520/09

29 Instituto Pensarte 1228/07

30 Instituto Pombas Urbanas 1420/08

31 Instituto Religare Reciclagem Cultural e Social 1311/07

32 Obra Social Dom Bosco Comunidade Educativo Pastoral – CEP 1054/03

33 Obras Recreativas, Profissionais, Artísticas e Sociais – Orpas (ONG) 1324/07

34 Via Cultural – Instituto de Pesquisa e Ação pela Cultura 1413/08

Quadro 3 – Entidades que trabalham com arte em seus projetos Fonte: a autora, com base em dados da pesquisa (2013).

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40 2.2 AMBIENTAÇÃO SOCIOECONÔMICA E GEOGRÁFICA DAS 34 INSTITUIÇÕES

QUE TRABALHAM COM ARTE

É significativa qualquer reflexão sobre a atuação das organizações em geral, entre

elas as entidades do Terceiro Setor nas grandes metrópoles, como São Paulo, pela importância

e grandeza que esta cidade representa, conforme comprovam as estatísticas publicadas a cada

censo. Megalópoles significam problemas maiores de gestão pública para lidar de modo

igualitário com os recursos e sua demanda. Entre as dificuldades, estão o tamanho e a

distribuição da população, o acesso e a ocupação geográfica, o fornecimento de serviços de

educação e saúde para todos e o acesso à cultura e ao lazer.

O crescimento desordenado, pela falta de planejamento, levou as comunidades e a

atividade econômica a caminharem geograficamente movidas por interesses e possibilidades

circunstanciais. Assim, junto ao núcleo inicial da cidade fixaram-se os fundadores e, com eles,

o centro do poder político e econômico. As chácaras e fazendas do início da cidade situaram-

se em seu contorno, o chamado cinturão verde, abastecedor de produtos hortifrutigranjeiros,

espalhando-se pelas várzeas de rios e córregos que a cortavam. Suas sucessoras, as indústrias,

instalaram fábricas e depósitos nas várzeas próximas, empurrando a agricultura de sustento

para mais longe.

A maior leva de mão de obra do Nordeste, do Centro-Oeste e do Norte do país veio

para São Paulo a partir dos anos 1950 para trabalhar na indústria, e foi se instalando em

terrenos situados entre o anel fabril e o cinturão verde, formando os bairros operários. A leva

seguinte, com muito mais migrantes, nos anos 1970 e 1980, na esteira do crescimento da

construção civil, não teve as mesmas facilidades, povoando os espaços disponíveis em

ocupações de áreas em litígio, públicas ou abandonadas pelos proprietários. Moravam em

favelas, além dos bairros operários, nas franjas da cidade ou, em menor quantidade,

incrustados nos bairros mais centrais (KOVARICK, 1994).

Nesse cenário, os recursos político-econômicos permaneceram próximos ao centro e

a comunidade mais carente, cada vez mais afastada.

No Mapa 1, a seguir, posicionamos a sede das operações das entidades do Terceiro

Setor que trabalham com arte na cidade de São Paulo, assinaladas com um triângulo

vermelho, conforme categorização (Apêndice A), identificando número e ano do registro na

prefeitura, sua localização, o público-alvo, os projetos e abordagens com arte. O mapa registra

em cores o perfil socioeconômico dos diferentes bairros do município.

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41 Mapa 1 – Mapa socioeconômico por regiões da cidade de São Paulo – Oscips Fonte: a autora, com base em dados da pesquisa (2013).

O Mapa 1 ressalta a indicativa da preferência das OSCIPs pelas áreas mais

desenvolvidas e estáveis do centro político-econômico-cultural da metrópole – fronteira das

regiões Centro, Oeste e Sul, identificada pela cor verde-escuro. Ali se situam bairros como

Pacaembu, Higienópolis, Pinheiros e Jardins Paulista e América, onde estão os principais

escritórios das fontes de recursos e da geração de projetos, ou seja, onde se encontram os

principais financiadores (públicos e privados) e os provedores dos recursos para os projetos a

serem executados em escolas públicas situadas em áreas carentes.

Para a realização dos seus projetos, essas Oscips deslocam-se até as comunidades e

se retiram uma vez estejam eles concluídos, sem permanência local para acompanhamento da

evolução do resultado do projeto ao longo do tempo. A situação geográfica das Oscips no

município indica uma preocupação maior de seus gestores com a eficiência da operação, o

que poderá ser benéfico para a obtenção dos resultados. Se houver eficácia similar na

aplicação e no acompanhamento da execução dos projetos nas localidades onde são

executados, isso reverterá em benefícios à comunidade.

Prosseguindo na observação comparativa do mapa regional da cidade de São Paulo,

em que posicionamos a sede das operações das ONGs e CEP, assinaladas com um triângulo

vermelho, nota-se que muitas ONGs comunitárias e assistenciais, que também trabalham com

arte, estão instaladas nas regiões de maior demanda social – baixo perfil socioeconômico

(Mapa 2), mais nas bordas da cidade. Existem, também, bolsões de pobreza situados em

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42 regiões mais ricas. Todavia, no cadastro da Secretaria de Participação e Parceria da Prefeitura

do município de São Paulo não havia nenhuma instituição que tivesse atuado nesses lugares

entre 2000 e 2010.

Mapa 2 - Mapa socioeconômico por regiões da cidade de São Paulo – ONGs e CEPs Fonte: a autora, com base em dados da pesquisa (2013).

Tais entidades foram constituídas, na quase totalidade, nas comunidades em que

atuam e contam com doações da própria comunidade, além das verbas públicas a elas

destinadas. Seus projetos são originados pela comunidade e nela focados, em caráter

permanente. Nas ONGs comunitárias e assistenciais, o trabalho dos educadores é quase

sempre voluntário.

Gráfico 7 - Distribuição geográfica das entidades do Terceiro Setor Fonte: a autora, com base em dados da pesquisa (2013).

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43

O conjunto das duas análises dos mapas da cidade, marcando as regiões, e o Gráfico

7, que também sintetiza a distribuição das 34 instituições que trabalham com arte na cidade de

São Paulo, apresenta-as distribuídas pelas cinco regiões metropolitanas. Em uma análise

geográfica, podemos perceber maior concentração na Região Sul. Isso se deve à grande área

carente, correspondente ao antigo município de Santo Amaro, no entorno das Represas

Billings e Guarapiranga, até as franjas da Serra do Mar, onde se encontram bairros como

Grajaú e Jardim Ângela. As regiões Centro e Oeste alojam escritórios de um número

significativo de OSCIPs, além das ONGs comunitárias e assistenciais ali existentes. A

concentração das OSCIPs está na fronteira daquelas regiões com a Região Sul.

As regiões Norte e Leste, conforme o Gráfico 7, possuem instituições em menor

número e de diferentes categorias. Na Região Norte, elas se espalham em toda a área

geográfica e, na Leste, elas se situam próximas da fronteira municipal.

Na “Região Virtual”, se assim puder ser denominado o espaço atingido pela

tecnologia da informação, encontram-se instituições que utilizam esse recurso para se

aproximar de um maior número de assistidos, sem localização territorial determinada. São

instituições recentes e, caso acompanhem o crescente e acelerado uso dessa tecnologia pela

sociedade, deverão crescer em quantidade e diversidade dentro de uma futura amostragem.

2.3 REFLEXÕES SOBRE A CATEGORIZAÇÃO DOS DADOS COLETADOS

Após a coleta de dados, foi realizada uma categorização (Apêndice A), que detalha,

em seu protocolo, nome da entidade, ano e número de registro na prefeitura, endereço da sede

e abordagem da arte. Essa categorização traduz um panorama da realidade das entidades que

atuam com arte em São Paulo. Entrecruzei esses dados com visitas diretas, para verificar se o

que está colocado pelas entidades na internet é fruto de um discurso inócuo ou se realmente há

atividades culturais que mobilizem ações educativas nesses espaços de educação não formal.

No percurso, encontrei líderes da comunidade que lutaram com dificuldades para a criação de

ONGs, mas, motivados por ideais de crença na solidariedade, lutam por seus projetos, porque

realmente acreditam neles. Em contrapartida, algumas OSCIPs, em busca de parceiros

financeiros para levar seus projetos a escolas públicas, estão muito mais motivadas por ações

que tragam ganhos financeiros, procurando parceiros que vejam no projeto uma forma de

cumprir sua parcela de responsabilidade social, independentemente de resultados.

Page 46: Maria Cecilia do Amaral Campos de Barros Santiago.pdf

44

Para o jovem construir sua identidade, depende das perspectivas que esses espaços

oferecem. Essa relação se dá na esfera intersubjetiva de identificação com símbolos, linguagens,

mas também é resultado de uma experiência gregária, porque, como aponta Gohn (2008b, p. 31),

“os significados são aprendidos e apreendidos, socializados, identificados, configurados e

testemunhados por aqueles que defrontam com o outro”. Quando esses significados são

apreendidos, produzem no grupo discussões que provocam processos identitários.

Na pesquisa, as diferentes linguagens artísticas estão distribuídas da seguinte forma:

Gráfico 8 - Distribuição de linguagens da arte Fonte: a autora, com base em dados da pesquisa (2013).

Por meio dos dados do Gráfico 8, podemos notar que a música é a linguagem mais

utilizada com os jovens nas entidades do Terceiro Setor. Mas também a dança, o teatro e as artes

visuais fazem parte dos recursos utilizados como fio condutor de formação de cidadania. Em

algumas entidades, o artesanato ainda é forma de trazer uma renda pessoal.

Todo esse cenário leva-nos a perceber que os espaços voltados à educação não formal

que utilizam a arte como linguagem ainda são poucos. Os dados coletados indicam a necessidade

de ampliar a utilização das linguagens da arte, cada vez mais, em atividades e oficinas.

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Quadro 4 – Linguagens da arte trabalhadas nas 34 entidades do Terceiro Setor – São Paulo, 2000-2010 Fonte: a autora, com base em dados da pesquisa (2013).

Page 48: Maria Cecilia do Amaral Campos de Barros Santiago.pdf

46 2.4 AS ARTES NO CENÁRIO DAS POLITICAS PÚBLICAS DA CIDADE DE SÃO

PAULO

Suscitar reflexões e debates que sirvam de esteio à pesquisa, para direcionar novas

ações de políticas públicas para a arte e cultura, é uma constante preocupação do meio

acadêmico. Porém, esses debates não acompanham efetivamente as políticas publicas sobre as

produções culturais e artísticas. Arte e cultura estão ligadas à educação formal e não formal,

tanto nas iniciativas das escolas como nas proposições das universidades e nas comunidades.

Mas não é só levar o espetáculo de teatro, musica ou dança às comunidades e escolas de

forma eventual, em épocas de eleição, mas sim dar oportunidades que mobilizem uma

aprendizagem pelo fazer artístico, desenvolvendo a sensibilidade, a cognição e o

conhecimento das diversas linguagens da arte.

O histórico da Secretaria Municipal de Cultura de São Paulo tem um discurso escrito

sobre ações culturais muito boas em intenções, mas que ficam à mercê de recursos que nunca

chegam, deixando no papel projetos de qualidade. Em 1912, por meio do Decreto-Lei nº

2.234, foi aprovado um projeto do deputado Altino Arantes que oferecia bolsas aos artistas

plásticos e músicos eruditos para se aperfeiçoarem na Europa, sobretudo em Paris e Roma.

José Freitas Valle assumiu a seleção dos participantes, junto com um conselho de importantes

figuras paulistanas ligadas à arte, como Francisco de Paula Ramos de Azevedo e Olívia

Guedes Penteado. As bolsas tinham a duração de cinco anos e os artistas comprometiam-se a

enviar relatórios de suas atividades e produções. Foram beneficiados com essa bolsa: Anita

Malfatti, Victor Brecheret, Francisco Mignone e João Souza Lima. Quando Freitas Valle foi

demitido, em 1931, o órgão foi reformulado, surgindo um conselho de orientação artística que

nada produzia de positivo (CUNHA, 2010).

Em 1935, a prefeitura criou o Departamento de Cultura e Recreação, idealizado por

Paulo Duarte e cuja diretoria foi entregue a Mário de Andrade. Esse departamento foi

composto de três divisões: o de Expansão Cultural, que abrigava teatro, cinema e música, com

programas educativos tanto infantis como adultos, trazendo a música erudita; a Divisão das

Bibliotecas, que se subdividia em municipal circulante e infantil e propunha um acervo de

recebimento de doações de livros por parte de empresas; a última divisão era a de Educação e

Recreio, que cuidava das áreas de atividades físicas e esportes, em parques municipais. E

também um Departamento de Documentação Histórica e Social, com a responsabilidade de

Page 49: Maria Cecilia do Amaral Campos de Barros Santiago.pdf

47 arquivamento, restauração, tradução e publicação de textos, dando origem à Revista do

Arquivo, que trazia os resultados das pesquisas etnográficas (CUNHA, 2010).

A cultura e as artes tiveram um pequeno avanço na época, com a criação desses

departamentos e com a consciência das necessidades da cidade, que Mário de Andrade

imprimia em seu trabalho.

Em 1937, o prefeito Fábio Prado lançou o projeto das casas de cultura, que consistia

em pequenos núcleos em bairros populares, com salas para bibliotecas e atividades artísticas.

Contudo, tal projeto nunca se concretizou, ficando apenas na intenção da ação.

Em 1938, o prefeito Prestes Maia cortou verbas para os programas culturais, pois

estava mais preocupado com a reforma urbana da cidade do que em liberar recursos para as

artes. No entanto, em seu mandato houve um evento importante: a criação do Corpo de Balé

Municipal, com sede no Teatro Municipal, oferecendo oportunidades às meninas de seguirem

uma carreira.

Tanto no período getulista como nos anos da ditadura militar, as atividades culturais

e artísticas somente atendiam a interesses políticos. Com a abertura política, no final da

década de 1970, foi criada, na gestão do prefeito Miguel Colassuono, a Secretaria de Cultura

do município, tendo sido implantada pelo seu sucessor, Olavo Setúbal.

Após 1988, com a nova Constituição, a Secretaria Municipal de Cultura iniciou uma

nova etapa, com a socialização dos bens culturais para as áreas periféricas, incentivando o

teatro e os espetáculos de música e dança em regiões com população em situação de exclusão

social.

Também foram fomentados, em bibliotecas e centros culturais, palestras, oficinas e

seminários sobre todas as linguagens da arte. Era possível notar uma linha para as políticas

públicas, mas essas práticas eram deficientes, por dependerem dos recursos escassos e de

pessoal não capacitado. Também contribuiu muito o rodízio de mandato a cada quatro anos,

impossibilitando a criação de formas para institucionalizar as ações culturais, pela dificuldade

de se manterem as práticas anteriores.

A prefeita Luiza Erundina, eleita pelo Partido dos Trabalhadores (PT) em 1988,

convidou, para a Secretaria Municipal de Cultura, a Profa. Dra. Marilena Chaui, que trouxe

um projeto a ser desenvolvido, com o nome de Cidadania Cultural, que atendia às camadas

populares em suas necessidades culturais, no intuito de despertar, por meio das artes, a prática

de uma cidadania participativa. Foram criadas, na periferia de São Paulo, 14 casas de cultura,

Page 50: Maria Cecilia do Amaral Campos de Barros Santiago.pdf

48 espaços de práticas culturais, oficinas de teatro, literatura, artes plásticas, dança, shows

musicais e debates.

Festas e saraus também foram ativados nas comunidades pelos novos sujeitos

culturais, que se reuniam em coletivos trazendo novas culturas, como o forró, o hip-hop, a

capoeira, resgatando as culturas das etnias e das diversidades regionais para fazer parte da

paisagem urbana.

Apesar de o projeto não ter garantido uma política de cidadania cultural, conseguiu

naquele período conquistas importantes, como a formação cultural em oficinas das casas de

cultura e a criação de bibliotecas em bairros periféricos. Mas, como nos mostra Paulo Sérgio Barreto (1997) em seu texto “Casa de cultura e o projeto de Cidadania Cultural”, o projeto

apontou para a separação entre centro e periferia, em termos geográficos, socioeconômicos e

culturais. Essa política cultural abriu a perspectiva para a reflexão das culturas urbanas, com

suas diversas identidades.

Comunidades criaram novos modos de vida, reivindicando seus direitos sociais, uma

melhor infraestrutura para seus bairros, compartilhando valores existenciais e provocando

uma mudança radical nas práticas culturais da metrópole.

Na gestão de Erundina foi promulgada a Lei de Incentivo Fiscal nº 10.923, de 30 de

dezembro de 1990, para a realização de projetos culturais; o beneficio era concedido tanto a

pessoa física como jurídica, abrangendo todas as áreas artísticas e culturais (SÃO PAULO,

1990). Essa lei veio ajudar as ONGs, em seus projetos com arte, a receber apoio financeiro

tanto de pessoas físicas como de empresas, embora sempre as mais beneficiadas com os

investimentos sejam aquelas cujos projetos trazem mais visibilidade.

No período de 2000 a 2004, enquanto prefeita, Marta Suplicy implementou o projeto

dos centros educacionais unificados (CEUs), os quais, além da educação básica, propiciam a

essas culturas periféricas a oportunidade de se firmar nos espaços de socialização das oficinas

de arte, permitindo aos jovens expressar saberes vinculados a suas realidades de vida,

inventando novas formas de formular o fazer cultural. Outro programa de destaque em 2004

foi o programa lançado pela Secretaria de Cultura e denominado Valorização de Iniciativas

Culturais (VAI), um incentivo às produções culturais de grupos de jovens sem recursos

financeiros, possibilitando~lhes a representação de sua própria cultura. Várias leis de fomento

a projetos com arte surgiram nessa época, fornecendo recursos a projetos estabelecidos na

cidade de São Paulo.

Page 51: Maria Cecilia do Amaral Campos de Barros Santiago.pdf

49

Na gestão do prefeito José Serra, em 2005, a Secretaria da Cultura lançou um

programa denominado Virada Cultural Paulista, inspirado nas “noites brancas” europeias, em

que diversas cidades realizam atividades culturais em horários contínuos até a madrugada. A

primeira noite branca foi em Paris, em 2002; a ideia era a ressignificação do espaço urbano

por meio de atividades artísticas em locais onde usualmente elas não aconteciam. O intuito do

evento era estimular um novo olhar sobre a cidade.

Desde 2005, a Virada Cultural paulista tem sido um evento anual da Secretaria de

Cultura, em parceria com o Serviço Social do Comércio (Sesc) e o Serviço Social da Indústria

(Sesi). O programa tem como proposta levar cultura a todos, estimulando o trabalho dos

artistas locais e uma consciência de cidadania cultural por parte da população. Esse evento

tem sido realizado, nos mesmos moldes, em várias outras cidades do estado de São Paulo,

visando a integrar o espírito de participação da população à gratuidade do evento nos espaços

públicos.

É necessário entender, porém, que uma política cultural não é só promover eventos,

restaurar sítios históricos, mas sim ter uma visão mais orgânica, mais contínua, menos sujeita

à promoção de partidos políticos. Uma visão mais comprometida com a população na

continuidade das ações e práticas socioculturais, em caráter permanente, como um meio para

o exercício da cidadania.

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50

3 A EDUCAÇÃO PELA ARTE: O PAPEL SOCIAL DESEMPENHADO NA FORMAÇÃO DO JOVEM

A arte é a única porção da linguagem universalmente compreendida por toda a nossa espécie.

(COMTE apud BASTIDE, 1979, p. 184)

Os referenciais teóricos presentes neste capítulo apontam para o papel que a arte

desempenha na formação de jovens. Esse corpus constitui-se como subsídio para as reflexões

desencadeadas no processo de construção de significados que o estudo com arte engendra.

Nesse caso, ele é vetor para reflexões acerca de panoramas sociais e educacionais que se

deseja perscrutar no contexto das entidades do Terceiro Setor escolhidas.

3.1 EDUCAÇÃO PELA ARTE

Para enfrentar os desafios de oferecer possibilidades reais de reconstrução de projeto

de vida e de formação de valores, as entidades do Terceiro Setor encontram na linguagem da

arte uma ferramenta capaz de instigar a transformação do olhar dos jovens, com força de

interferir positivamente tanto no plano da autoestima como no da constituição da própria

imagem, estimulando-os a buscarem oportunidades, como pessoas e como cidadãos.

A importância da arte no processo educativo passou a ser discutida no século XX, a

partir do momento em que as narrativas teóricas se libertaram de cânones mais rígidos. Os

artistas deixaram os modelos preestabelecidos e evidenciaram a imaginação e a expressão

individual no processo de criação. A arte saiu da esfera do belo e adquiriu uma nova

dimensão: a da expressão e da determinação pessoal, em uma atitude de procurar ver não só a

técnica, mas o que a forma fala do artista. Assim, a obra de arte passou a ser percebida não

apenas de maneira linear na contextualização da história da arte, tampouco com o rigor da

técnica, mas como linguagem que difere de tempos em tempos e de lugar para lugar, com

emoções, formas de expressões diferentes, mas não isoladas. Essa nova concepção no olhar a

obra de arte, enfatiza Barbosa (2005), tem como enfoque a construção da história a partir do

exame da obra, para que sejam estabelecidas as conexões e relações entre uma obra e outra e

também com outras manifestações culturais.

A arte é o atributo estrutural de toda a construção humana. O educador, ao utilizar-se

de suas linguagens, ensina os jovens a lidar com as diferenças entre si, indicando atitudes de

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51 solidariedade e generosidade para com o outro. Esse olhar que vê o outro, que restitui o

diálogo, a partilha de valores, é que permite a fruição não só dos momentos estéticos como

também de um sentimento de amadurecimento em suas relações interpessoais. É essa a

síntese que as teorias aqui elencadas se propõem a iluminar, tendo como referência as práticas

educativas nas entidades abordadas na pesquisa.

Usualmente, cada instituição determina sua forma de construção do processo

pedagógico e os objetivos a serem alcançados, dentro de seus limites e disponibilidade de

recursos.

Nessa visão, a arte se mostra em um processo dialético com a realidade, no momento

em que alguém seleciona, compara e interpreta as imagens registradas sobre qualquer suporte,

seja o som, a dança, o teatro, a cor, a forma de uma escultura e de tudo o que faz parte da

vida. Ela transforma o olhar, que deixa de ser passivo e torna-se ativo, seletivo, tátil,

contemplativo e criador, articulando-se aos processos da vida cotidiana. Nesse entendimento,

a prática artística torna-se uma linguagem promotora da identidade, em que é possível

estabelecer uma reflexão crítica, considerando o jovem um sujeito sociocultural, ou seja, que

percebe, reconhece e passa a considerar a diversidade no contexto social.

É nesse universo voltado para o sensível, para o reconhecimento do cognitivo, que a

linguagem da arte, de forma lúdica e criativa, oferece aos jovens uma oportunidade de

ampliação de seus horizontes no campo da cidadania.

Os conteúdos são construídos pelo agir e pensar. Nesse sentido, é o caráter coletivo

das ações vividas e mediadas pelos educadores que trazem os resultados individuais.

Foi a partir do livro Educação pela arte, de Herbert Read, publicado em 1943, que se

desenvolveu um estudo de análise psicológica das expressões artísticas de crianças e

adolescentes. Read, influenciado pelo pensamento de Platão, defende a tese de que a arte deve

ser a base da educação, e desenvolve argumentos sobre os objetivos da educação na formação

das individualidades e na construção da democracia, bem como oferece uma definição de arte

e seus pressupostos no desenvolvimento da percepção, da imaginação e da expressão: “A arte é uma dessas coisas que, como o ar ou o solo, estão por toda a nossa volta, mas que raramente

nos detemos para considerar. Pois a arte não é apenas algo que encontramos em museu e

galerias, ela está presente em tudo que fazemos para satisfazer nossos sentidos” (READ, 2001, p. 16).

Somente nos anos 1960, contudo, Richard Smith, Joe Tilson, Eduardo Palozzi, da

Newcastle University, na Inglaterra, lançavam as bases teórico-práticas da arte-educação, que

Page 54: Maria Cecilia do Amaral Campos de Barros Santiago.pdf

52 nos Estados Unidos foi desenvolvida pelo Getty Center of Education in Arts, sob a

denominação de discipline-based art education (DBAE). Precursor desse movimento foi o

trabalho realizado no México pelas escuelas al aire libre, que associavam a leitura dos

padrões estéticos da arte com a história, recuperando a consciência cultural e política do povo.

Segundo Barbosa (2005, p. 36), buscava-se no fazer artístico a leitura da obra, sua história e a

solidificação da consciência de cidadania do povo. Foi o movimento mais bem-sucedido da

América Latina em arte-educação.

Mas o primeiro livro que estabeleceu, para o ensino de arte, a relação entre o

conhecimento e a arte como performance foi o de Edmund Feldman, denominado Becoming

human through Art: aesthetic experience in the school, publicado em 1970. De acordo com

Barbosa (2005), trata-se de um livro didático que apresenta o ato de ver associado a princípios

estéticos, éticos e históricos, divididos em quatro processos distintos, porém, interligados: o

primeiro é o descritivo, que utiliza os sentidos, narrando e observando o que se vê e o que já é

conhecido. O segundo processo é a análise, é o momento de dar significado à obra,

observando as intenções do artista ao criá-la. O terceiro estágio do processo é a interpretação,

que é o resultado do encontro pessoal com a obra, explorando a imagem, descobrindo as

sutilezas das linhas, da forma, da cor. É por meio das habilidades críticas que se procura um

significado da obra pelos seus símbolos. O quarto processo é o julgamento: depois de ter

estabelecido uma relação pessoal com a obra e conhecendo seu tempo histórico, o fruidor

constrói uma história particular que compara a obra com as inquietações pessoais e faz refletir

sobre o universo que essa obra abre. A arte passa a ser valorizada como objeto do saber, com

base na construção, na elaboração e na organização desse saber, que é acrescido ao fazer e

traz a possibilidade de compreensão do patrimônio artístico cultural da humanidade.

Para Barbosa (2005), o livro de Feldman é tão importante para a arte-educação que,

segundo ela, “me contentaria com o ato de tradução integral de Becoming human through Art,

o que satisfaria o meu desejo de fusão absoluta com a obra” (BARBOSA, 2005, p. 44).

Inspirada nesses teóricos e nessa abordagem para a arte-educação, Ana Mae Barbosa

construiu uma concepção teórica e uma prática que sistematizou as pesquisas em arte no

Brasil nos anos 1980, apresentando a proposta triangular. Tal proposta é fruto de vivências da

autora com as escuelas al aire libre, no México, o critical studies inglês e o movimento de

apreciação estética aliado ao DBAE estadunidense, que estabeleceu as bases teóricas das

práticas com arte, tratando de forma integrada a produção, a crítica, a estética da arte e a

história da arte. Essas três experiências de ensino e aprendizagem contribuíram para que

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53 Barbosa (1998) vivenciasse, em um ambiente de educação não formal – o museu –, sua

proposta inédita e pertinente à realidade brasileira. Recebeu o nome de metodologia triangular

porque aponta para um tripé: fruir, contextualizar e fazer a obra de arte. Barbosa (2005, p. 31-

32) explica:

[...] quando falo de um conhecimento que nas artes visuais se organiza inter-relacionando o fazer artístico, a apreciação da arte e a história da arte. Nenhuma das três áreas sozinha corresponde à epistemologia da arte. O conhecimento em artes se dá na interseção da experimentação, da decodificação e da informação [...] Só um fazer consciente e informado torna possível a aprendizagem da arte.

É uma proposta que questiona, busca o papel transformador e crítico da arte como

forma de expressão e de reflexão do homem e da sociedade na história de suas vidas e nas

memórias do povo.

Em seu livro Tópicos e utópicos, Ana Mae Barbosa (1998) busca considerar a

importância do estudo da arte local como gerador de reflexão crítica sobre o contexto social e

cultural da comunidade à qual pertence. A autora entende que é dominando as referências

culturais da própria comunidade, da própria classe social que se abre a porta para a

assimilação do outro. “Através das artes temos a representação simbólica dos traços

espirituais, materiais, intelectuais e emocionais que caracterizam a sociedade ou o grupo

social, seu modo de vida, seu sistema de valores, suas tradições e crenças” (BARBOSA, 1998, p. 16). A contribuição trazida pela metodologia triangular permitiu o aprofundamento

das reflexões sobre o papel social e cognitivo da arte na educação.

Pensar a arte não apenas como expressão, mas como cognição, marca uma nova

postura no ensino, ao entendê-la como parte da cultura que emerge do dia a dia das pessoas.

Isso possibilita ver na arte as dimensões de uma forma de pensar, de gestos vividos que

trazem na memória inscrições da consciência, do pertencimento. “A consciência cultural

conduz para questões a respeito da identidade e do ato representativo em si mesmo” (BARBOSA, 1998 p. 16). O cruzar fronteiras pode ser conflituoso, mas é um movimento

exploratório que se confronta com problemas de passado e presente, interior e exterior.

Para a pesquisadora e crítica de arte Aracy Amaral, em seu livro Arte para quê?, “[...] a arte é em si um canal transmissor, embasando seu valor na força da comunicação [...]” (AMARAL, 2003, p. 323). É por essa força que a experiência estética mobiliza nos jovens a

dimensão do sensível, podendo despertar neles nova consciência mental e corporal. A

intensidade dessas experiências sugere a existência de um processo de solidariedade que

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54 acontece pela vida afora, entrelaçando-se no vivenciar da experiência e possibilitando, nessas

relações, a descoberta de valores e ideal de vida.

A proposta da metodologia triangular lança luz sobre essa forma de compreensão do

que é arte. Esta passa a ser entendida também a partir de como se mobilizam as operações

cognitivas no indivíduo, em um movimento de transformação do olhar, que deixa de ser

passivo para se tornar ativo, seletivo, criador. Um olhar que passeia pelas ruas, pelas praças,

pela comunidade, observando o entorno e procurando ver o que ele pode revelar de si e do

outro e o que afeta a ambos. De acordo com Barbosa (2005 p. 43), “a contextualização pode

ser a mediação entre a percepção trazida pelo olhar, a história e a identidade”. É nessa

experiência proporcionada pela arte que se tem revelado seu papel social, voltado para uma

formação humanizadora, portadora de criticidade, que implica o reconhecimento dos direitos

sociais dos indivíduos. É a construção de um novo modo de ser, pelo aprendizado de novos

significados, que reconhece na linguagem da arte a pluralidade e outras culturas.

Para esse entendimento, Barbosa inspirou-se em Leah Morgan, uma professora do

estado de Kentucky, nos Estados Unidos, que integrou a arte da comunidade a suas práticas

pedagógicas. Seu compromisso era chamar a atenção para as formas de arte existentes na

comunidade. O trabalho de Morgan mostrou que esse é um passo essencial para a educação

comprometida com a mudança social. Trouxe também a ideia de criar um perturbamento

familiar, processo que consiste em perceber o invisível do cotidiano a partir da compreensão

de sua identidade cultural, além de refletir sobre questões de gênero, inclusão social e

mudanças políticas dentro do seu contexto, valorizando as manifestações da comunidade e

fortalecendo a autoestima. Severino (1994, p. 104) enfatiza: “[...] os homens se reconhecem

como semelhantes, como membros de uma mesma comunidade em virtude de um cotidiano

que tem também uma dimensão pré-reflexiva”.

Dessa forma, a arte se constitui em uma ação significativa porque passa a ser

processo de conhecimento, não apenas do ponto de vista da estética, como produção de obras

belas e harmoniosas, mas da argumentação que esse jovem possa elaborar sobre as mediações

de sua existência. A atividade artística reflete no enfoque social o sentido de organização de

experiências, articulando e integrando os participantes do projeto a um todo significativo, que

se comunica com quem olha e seleciona um dos aspectos com o qual se identifica e se

reorganiza, trazendo o novo. Esse significado poderá ser representado por qualquer linguagem

da arte, seja a dança, seja a música, as artes visuais ou o conhecimento do patrimônio

histórico.

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55 3.2 A DANÇA COMO LINGUAGEM: PERCURSO ARTÍSTICO DA ONG DE OLHO NO

FUTURO

Os corpos são zonas de encontro, sem começo nem fim, e a presença da dança os

reconfigura, permitindo ressignificá-los. O corpo, por sua dupla potência perceptiva

(comportamento e gesto), promove no sujeito a vivência da experiência estética com a dança.

Essa experiência estética é caracterizada pela identificação do intérprete que, ao recriar a

dança, traz novos sentidos de interpretação de mundo. O intérprete produz um fluxo entre

dificuldade e superação, determinado pelas relações e repertórios já vividos e percebidos por

ele. São as pausas e os lugares de descanso que pontuam a qualidade da experiência. Nesse

caso, o resultado é o equilíbrio, que incorpora significado e aumenta as possibilidades de

enfrentar outros obstáculos.

A dança, enquanto agente vinculadora de conhecimentos, pode propiciar ao jovem

envolvido um desenvolvimento integral, um equilíbrio harmônico e uma melhor compreensão

da sua identidade.

O ensino da dança pela abordagem da metodologia triangular compõe um tripé cujos

vértices são compostos a partir das relações entre arte, ensino e sociedade, na formulação de

uma proposta de aprendizado que faça sentido para quem a executa.

Os conceitos do fazer artístico, da apreciação, da leitura da obra de arte e sua

contextualização são as bases da abordagem da metodologia triangular. Partindo desse

pressuposto, é possível trabalhar com a dança relacionando as sensações de prazer, alegria,

autoestima, poder e pertencimento. Os entrelaçamentos das experiências corporais

transformam sensações particulares em atitudes compartilhadas.

É nessa troca de experiências corporais e atitudes compartilhadas que se torna

possível a construção de valores nos projetos sociais em que a dança é a linguagem que

instrumentaliza o trabalho com os jovens. Utilizam-se dela para constituir novos laços que os

aproximem, visando a apresentar uma perspectiva que seja transformadora. O objetivo da

dança, na abordagem triangular, é apontar a expressão corporal como forma de integração

social, compreendendo a importância de uma prática que respeite o corpo e a liberdade de

expressão, não só na busca de sua identidade, mas no viver em sociedade, no relacionar-se

com o seu eu e com o próximo.

Assim, os três vértices da metodologia triangular aplicados à dança podem ser vistos

desta forma:

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56

o primeiro vértice é a fruição da dança. Na execução dos movimentos, os

jovens tomam consciência do corpo e passam a apreciar seus próprios segmentos corporais, de

maneira a observar os movimentos de forma unilateral e bilateral. Além disso, sentem a

importância dos corpos, que caminham para atingir a independência dos movimentos. Trata-

se da interação da ação com o mundo e no mundo. A percepção do dançar e as transformações

ocorridas no corpo do dançante constituem o fundamento para sua percepção do mundo de

forma crítica e sensível. O conhecimento das diferentes capacidades de movimento ajuda a

encontrar gestos que se articulam com os signos da linguagem da dança. Estes são aprendidos

no conhecimento dos textos discutidos, entendidos para que sejam corporificados e

apropriados nessa mediação. A dança deve ser trabalhada para favorecer o desabrochar do

corpo, que é a forma natural da expressão humana.

o segundo vértice é a contextualização da dança. Ela nunca aparece dissociada

da apreciação; ela situa os atores da ação interpretativa em seus contextos de referência. É

relacionar histórias não do ponto de vista dos fatos, mas as formas como foram construídos

seus processos criativos e interpretativos nos repertórios já identificados. Os textos das danças

são passíveis de múltiplas leituras e, ao serem compartilhados pelos dançantes em processos

dialógicos, recortam-se, compõem-se e se organizam de maneira a ressignificar os conteúdos

e buscar, de modo não linear, as diversas dinâmicas estabelecidas pelos corpos.

o terceiro vértice é o fazer na dança: o dançar. Isto implica realizar projetos que

direcionem o olhar para as relações entre os leitores da dança, o conhecimento da arte e a

leitura de mundo produzida no dançar. Projetos que envolvam educadores, jovens e a

comunidade social, projetos que ofereçam a possibilidade de caminhos intencionais para que

os leitores da dança se transformem em cidadãos.

O que parece ser um diferencial nessa metodologia aplicada à linguagem da dança é

o fato de o fazer artístico acontecer no corpo e afetar intimamente o indivíduo que participa de

sua realização. A dança é uma forma de ação sobre o mundo, ela engendra e propõe abertura

em direção à constituição de sentidos para os jovens, dentro dos projetos sociais.

Dessa forma, a linguagem da dança, pensada como proposta de renovação e

transformação nos projetos sociais, constitui-se em uma visão que procura na pesquisa uma

perspectiva para entender como acontece o engajamento de jovens em tais projetos.

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57 3.3 O GRAFITE COMO FERRAMENTA DE EXPRESSÃO NO INSTITUTO NOVA

UNIÃO DA ARTE (NUA)

Desde os primórdios da civilização, já existia o ato de manifestar sentimentos e

contar histórias por intermédio de inscrições nas paredes, associadas a manifestações políticas

e sociais. Podemos citar as pinturas rupestres, “[...] que se trata das mais antigas relíquias da

crença universal no poder das imagens [...]” (GOMBRICH, 2003, p. 39), como também outras

inscrições nas pinturas murais dos egípcios, nos relevos do Palácio de Assurbanípal, na

Mesopotâmia, que sempre eram associados a uma manifestação de poder. Também na

antiguidade romana, o grafite era usado para manifestar o descontentamento com figuras

públicas da sociedade.

Como movimento estético, o grafite nasceu em 1968, em uma manifestação

estudantil francesa. Era inicialmente um movimento mantido de forma marginal, que foi

tomando corpo nos elementos plásticos e nos conteúdos psicológicos. O grafite chegou aos

Estados Unidos nos anos 1970, com inscrições feitas com pincel atômico e depois com spray

nos muros e paredes do metrô, uma forma de identificar gangues e tribos.

Porém, foi com os artistas Jean Michel Basquiat, Keith Haring e Kenny Scharf que o

grafite encontrou um novo estilo: o figurativo, carregado de elementos psicológicos. Foi com

esses artistas que o grafite se firmou como arte, estabelecendo uma relação de ruptura com a

forma tradicional do artista se relacionar com a sociedade e produzir sua obra. Eles

encontraram no espaço urbano uma tela gigante para expressar sua arte intervencionista, que

critica, satiriza perturba e agita a ordem, visando a gerar uma consciência social. A rua se

transforma em ferramenta de comunicação.

No Brasil, o grafite surgiu no final da década de 1970, dentro de um contexto

sociopolítico de repressão, o que dificultava qualquer manifestação pública. Era o período da

ditadura militar, em que os movimentos contrários ao poder estabelecido, principalmente na

arte, seriam reprimidos.

Nesse panorama é que surgiram os grafiteiros Alex Vallauri, Galo de Souza, Os

Gêmeos e Hudnilson Júnior, que transformaram o espaço urbano em disseminação de ideias e

comunicação política. Uma nova identidade visual nas ruas tomava posse daquilo que, ao

mesmo tempo, era de todos e de ninguém, utilizando de seus contornos e superfícies para

socializar o pensamento em forma de arte.

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58

Hoje, o grafite é tratado como uma linguagem de arte que exprime a comunicação de

diferentes agentes sociais, suas questões e relações com o imaginário urbano. Em seu aspecto

plástico, de interferência expressa no suporte dos muros e paredes, o grafite é um processo

cultural. Ele difere da pichação, uma escrita rápida que não passa de rabiscos e garatujas não

autorizadas, que suja e polui a cidade, funcionando como marca de posse de território de

gangues.

Tratar o grafite como arte não é só entendê-lo como meio de expressão e

comunicação, mas sim como produção cultural inserida em um contexto histórico, político e

social. A proposta da metodologia triangular convida a reconhecer e apreciar as qualidades

singulares do estilo desenvolvido pelos artistas em suas produções.

Assim, abordamos os três vértices da proposta:

o primeiro vértice é a fruição: a abertura aos questionamentos sobre o tema,

levantando as questões sobre grafite e pichação, bem como perceber os detalhes buscados na

sobreposição das mensagens, nas composições transitórias e na comunicabilidade das

inscrições, observando que o grafite resulta de uma articulação de códigos impregnados da

visão de mundo de quem o realiza.

o segundo vértice é a contextualização: compreender que o grafite é um

movimento artístico realizado em espaços públicos, que carrega consigo as qualidades

estéticas, as imagens significativas e os valores que a obra conduz através do tempo e do

espaço para as próximas gerações. É possível também que outras obras sobre o mesmo tema,

mas de épocas diferentes, sirvam para refletir sobre preconceitos, valores e ideologias.

o terceiro vértice é o fazer artístico: a criação de imagens expressivas

experimentando os recursos dessa linguagem e das técnicas como o lambe-lambe, que são as

composições formadas a partir de recortes e colagens de desenhos. Suas mensagens podem ser

líricas ou politizadas. Outra técnica usada é o estêncil: um recorte em negativo, ou seja, um

molde colocado contra a parede, que recebe jato de tinta spray. Para os artistas grafiteiros, a

rua transforma-se em uma galeria de arte rica em registros dos envolvidos nesse fazer,

deixando marcas de interferência vinculadas a causas políticas, ambientais e sociais. É uma

arte de comunicação e de mudanças sociais, colocada nos muros e paredes da cidade para

acordar os olhares adormecidos dos passantes.

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59

4 TRABALHO DE CAMPO: DESCRIÇÃO DAS ENTIDADES DO TERCEIRO SETOR SELECIONADAS E ANÁLISE DAS ENTREVISTAS

Inicio esta parte explicitando os critérios adotados para a seleção das entidades; em

seguida, é apresentado o trabalho de campo, com a descrição, ambientação e localização das

duas instituições escolhidas. Com o objetivo de melhor levantar questões acerca de como

estão sendo realizadas as práticas com arte dentro das complexas relações das entidades, foi

feita uma delimitação pelo objetivo da pesquisa e também pela busca de espaços de

denominações jurídicas diferentes. Encerrando este capítulo, procedo à análise das entrevistas

de dirigentes, educadores e jovens participantes dos projetos.

Os critérios utilizados para a seleção das entidades a serem estudadas foram:

a) terem denominações jurídicas diferentes, que contemplassem a atuação dessas

entidades junto à sociedade;

b) apresentarem ações propostas com linguagens de arte diferentes, para verificar

qual foi a de maior penetração na formação dos jovens.

Com base nestes critérios, foram escolhidas, da lista apresentada no segundo

capítulo, as seguintes entidades:

Instituto Nova União da Arte (NUA), organização social que trabalha com

artes visuais, música e projetos de participação dos moradores nos assuntos da comunidade;

Instituto De Olho no Futuro, ONG que atua em comunidade, trabalhando com

dança, artes visuais e customização de moda, como linguagem de formação de valores.

Tais entidades ilustram bem essa diversidade: diferem nos aspectos de origem,

tamanho, configuração, recursos financeiros e formas de participação no entorno de sua

localização. A época de criação dessas entidades também é muito próxima, ficando entre os

anos 2000 e 2008 (como data oficial). O ponto em comum entre as duas é o público-alvo:

jovens que participam de projetos que utilizam a linguagem da arte como ferramenta de

construção de cidadania.

4.1 INSTITUTO NOVA UNIÃO DA ARTE

O texto a seguir conta brevemente a história desta OS, segundo depoimentos de seus

fundadores e educadores (Apêndice C), complementada com a observação da pesquisadora

em visita às oficinas.

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Organização social da sociedade civil sem fins lucrativos que atua na comunidade de União de Vila Nova CNPJ 07.676.917/0001-50

Endereço: Rua Tancredo Neves, 87 Tel.: (11) 2058-0643/2297-3871 Segunda oficina: Rua Edson Pino, 410 Bairro União de Vila Nova (antigo Jardim Pantanal) Ano de criação oficial: 2005, atuando na comunidade desde 2000 Dirigentes: Hermes de Souza e Maria José, fundadores da OS

Site: <www.novauniaodaarte.org.br> E-mail: <[email protected]> Facebook: <www.facebook.com.instituto-nova-uniao-da-arte>

Quadro 4 – Retrato do NUA Fonte: a autora, com base em dados da pesquisa (2013).

O NUA situa-se no bairro de União de Vila Nova, em São Miguel Paulista, Zona

Leste da capital paulista. O bairro surgiu a partir das obras de alteração do curso do Rio Tietê,

que mudou os limites entre os municípios de Guarulhos e São Paulo, formando o antigo

Jardim Pantanal, uma zona de várzea que se estende até a Rodovia Ayrton Senna.

Na década de 1980, 260 famílias ocuparam a área, que foi crescendo de forma

desordenada. Com barracos montados ao longo de córregos imundos, os moradores viviam

quase isolados, em uma zona dominada por um “lixão”, sem saneamento básico, com esgoto a

céu aberto e alto índice de criminalidade, criado pelo ambiente hostil em que vivia aquela

população.

Mapa 3 – Região de União de Vila Nova Fonte: Google Maps, 3 abr. 2013.

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61

O maior agravante do bairro era o lixão, local onde era depositado o lixo da cidade

de São Paulo e de supermercados. Lá, para sobreviver, moradores iam catar material

reciclável e mesmo alimentos já vencidos, ficando expostos a doenças, sem contar o mau

cheiro que impregnava a região. Crianças, jovens e adultos viviam à margem das condições de

sobrevivência, sem saúde, educação, cultura e lazer.

No ano 2000, o jovem Hermes, recém-saído da Fundação Estadual para o Bem-Estar

do Menor (Febem), atual Fundação Centro de Atendimento Socioeducativo ao Adolescente

(Fundação Casa), de volta a seu bairro, ficou tocado com a situação que encontrou, totalmente

igual ao que era. Para modificar esse cenário, iniciou um projeto de conscientização dos

problemas da comunidade, pela participação dos jovens em projetos que priorizassem a arte

como linguagem de transformação social.

Três anos depois, Hermes e outros moradores conseguiram desativar o lixão e, junto

com os jovens, grafitou as ruas do bairro, mudando a paisagem com intervenções artísticas

em casas, escolas e estabelecimentos comerciais.

Em época de eleição, o governo do estado lançou um projeto para pintar as casas do

bairro, em parceria com o arquiteto Ruy Ohtake. A implantação do projeto teve como critério

de escolha as ruas que dão mais visibilidade ao novo viaduto, que liga a Avenida Jacu-

Pêssego à Rodovia Ayrton Senna. A recuperação dessas casas fez parte de um projeto da

Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano (CDHU), denominado Programa

Nosso Bairro.

Hermes iniciou em sua casa atividades de reunião dos moradores, levantando

discussões sobre as demandas da comunidade e trazendo o sentimento de pertencimento ao

bairro: a necessidade e o direito de viverem com mais qualidade. Assim nasceu a OS Instituto Nova União da Arte (“nova” em alusão ao renovar e reformar a vida da população local; “união” como forma de ligar esforços da coletividade do bairro; “arte” com o objetivo de

despertar, pela emoção, a valorização da população local).

Em 2005, o NUA conseguiu ser oficialmente uma OS, contando com fontes de

financiamento da Prefeitura de São Paulo, da Secretaria de Assistência Social, Secretaria de

Participação e Parceria, Secretaria de Desenvolvimento Econômico e Trabalho, Fundo

Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente (Funcad) e outras empresas privadas, em

parceria com a entidade, como a Unimed e a Central Nacional da Mostra Internacional de

Cinema de São Paulo.

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62

Pelo fato de ser uma organização social, é prevista em seu estatuto a presença de um

funcionário da Secretaria de Assistência Social, que cumpre no estabelecimento 40 horas

semanais de trabalho. Duas vezes por mês, o NUA passa pela fiscalização de seus agentes

financiadores.

Fotografia 3 – Sede principal do NUA Fonte: a autora (2013). 4.1.1 Projetos desenvolvidos pelo NUA na comunidade

→ Filó Cabruêra: projeto que tem como base uma empresa social criada para gerar

renda para as mulheres da comunidade. Atualmente, participam 90 mulheres artesãs, que

transformam banners de propaganda, descartados e doados por empresas, em bolsas, estojos

etc., com muita criatividade. O trabalho se traduz em fonte de renda para essas mulheres, pois

recebem encomendas para brindes de empresas.

Fotografia 4 – Moradora da comunidade trabalhando na confecção de bolsas Fonte: a autora (2013).

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63

Fotografia 5 - Bolsa confeccionada por costureiras do projeto Filó Cabruêra Fonte: a autora (2013).

→ Projeto Ponte de Cultura: oficinas realizadas com jovens de 14 a 24 anos com o

objetivo de fortalecer os vínculos de pertencimento à comunidade, por meio de atividades que

têm a arte como linguagem, como grafite, percussão, capoeira, dança. Para a avaliação do

projeto, é feito um constante trabalho de verificação por parte dos educadores que ministram

as oficinas, observando frequência, sociabilização e melhora cognitiva e técnica dos jovens

participantes.

→ GPS Delivery Artes: projeto que promove, nos espaços abertos da comunidade,

campanhas de orientação sobre o uso de drogas, violência doméstica e exploração infantil,

utilizando o teatro como meio de construção de valores.

4.1.2 Composição do corpo técnico da organização

Os dirigentes são Hermes de Souza, com formação superior e pós-graduação em

Administração, e Maria José de Souza, sua esposa, ambos fundadores da instituição. Conta,

ainda, com cinco arte-educadores, dois deles estudantes de Educação Física e formados no

NUA, um assistente social, um artista plástico e um psicólogo.

O trabalho da organização é desenvolvido por 16 pessoas, com registro em carteira,

incluindo os empregados encarregados de serviços gerais.

As visitas que fiz às unidades do NUA proporcionaram-me um olhar diferente,

criado por um espaço de alegria e acolhimento, onde jovens e crianças convivem e aprendem

a lidar com as dificuldades de suas vidas.

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64

4.2 INSTITUTO DE OLHO NO FUTURO

Associação sem fins lucrativos, pessoa jurídica de direito privada (ONG) Anteriormente denominada Associação de Olho no Futuro Não é subvencionada pelo governo, mantém-se com parcerias e doações da comunidade. CNPJ nº 07.122.636/0001-55

Endereço: Rua Amilcar Marchesini, 35 Bairro Pedra Branca Ano de criação oficial: 2006 Dirigente: Emerson Olho

Site: <www.deolhonofuturo.org.br> E-mail: <[email protected]> Facebook: <www.facebook.com.instituto-de-olho-no-futuro>

Quadro 5 – Retrato do Instituto De Olho no Futuro Fonte: a autora, com base em dados da pesquisa (2013).

Em fins do século XIX, havia uma concentração de pedreiras e de chácaras de

hortifrutigranjeiros, cultivadas por imigrantes espanhóis, portugueses e italianos, que

fundaram o Bairro de Pedra Branca, distrito do Mandaqui. Era a região do Engenho de Pedra.

Em 1895, foi criada a Estrada de Ferro da Cantareira e, a pedido das pedreiras, uma das

estações foi implantada nessa região, tendo recebido o nome de Pedra Branca. Em 1896, a

área foi desapropriada para a instalação do Horto Florestal do Estado de São Paulo, uma das

maiores áreas verdes da capital. O trem foi desativado em 1964, mas ficou imortalizado pelo

samba Trem das onze, de Adoniran Barbosa, do cancioneiro paulista.

Mapa 3 – Localização do Instituto De Olho no Futuro Fonte: Google Maps, 3 abr. 2013.

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65

Na década de 1990, a população de baixa renda construiu propriedades clandestinas

em área de preservação ambiental, dando origem às favelas, hoje denominadas “comunidades”.

Vendo essa população sem recursos e sem futuro é que Emerson Olho reuniu

moradores e, juntos, fundaram a ONG, para retirar das ruas crianças expostas à violência e à

droga, que existiam com muita força. Emerson afirma que não se trata de assistencialismo,

mas de possibilitar um projeto de vida a essas crianças e jovens, plantando sonhos,

esperanças, dando um sentido real à palavra cidadania.

O instituto tem a colaboração regular de parceiros que assumem o custo dos salários

de 12 funcionários, alimentação das crianças e gastos com passeios. São seus parceiros

financeiros: Ferronor – Ferro e Aço, Padaria Ronchetti, Academia PH5, Shock Metal, Sabesp,

Procasp, Mesa Brasil, Sesc, Centro do Voluntariado de São Paulo, Rotary Club Mandaqui,

além de pessoas físicas que colaboram com a entidade.

Suas oficinas sempre iniciam com o reforço escolar, conferindo as tarefas e tirando

dúvidas; cumprida esta etapa, começam a participar de outras que escolhem: informática,

judô, dança e customização.

Em 2013 iniciou-se, na oficina de customização de camisetas, um trabalho não só

com jovens, mas também com mães. Elas confeccionam sacolas de tecido que, depois de

prontas, são vendidas no bazar da ONG a um custo baixo, ficando parte do rendimento obtido

para elas e parte para ajudar na manutenção da ONG.

Fotografia 6 - Fachada do Instituto De Olho no Futuro Fonte: a autora (2013).

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Participam do projeto 150 moradores, entre jovens e crianças. Não há tempo

determinado para permanecerem: ficam até sentirem seus vínculos fortalecidos, tanto com os

familiares como com a comunidade. Saem de lá para iniciar uma vida de trabalho, com mais

dignidade e consciência de suas possibilidades, como diz o dirigente Emerson. Cada

participante tem um custo mensal de atendimento de R$ 300,00.

4.3 ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS DADOS DA PESQUISA DE CAMPO

Relembrando que o objetivo desta pesquisa é o entendimento de como a arte é

articulada em suas ações práticas nos espaços do Terceiro Setor, especialmente nos projetos

sociais das ONGs De Olho no Futuro e NUA, é que foi iniciada a coleta de dados, para

posterior análise. As entrevistas foram transcritas e todos os entrevistados deram

consentimento por escrito para a realização do trabalho (Apêndice B).

As falas foram organizadas em blocos: o primeiro bloco aborda as falas dos

dirigentes, que apresentam o trabalho por eles realizado na entidade, suas relações com a

comunidade e a natureza das ações com o trabalho de arte realizado; o segundo bloco

apresenta a visão dos educadores sobre as expectativas de seus projetos com arte,

identificando as abordagens de suas práticas com arte; o terceiro bloco mostra as falas dos

jovens participantes dos projetos, verificando como a arte encontrou lugar em suas vidas.

4.3.1 Falas dos dirigentes: relações com a comunidade e natureza das ações desenvolvidas

para a formação de jovens

Os dirigentes de ambas as entidades entendem a comunidade como um espaço

possível de construção de cidadania. Essa postura contribui para a conscientização dos jovens,

posicionando tais dirigentes como agentes de transformação de seu contexto histórico cultural.

O rompimento com o cotidiano sofrido da comunidade é que oferece aos jovens a

possibilidade de refletirem sobre valores de respeito e solidariedade. É do caráter coletivo das

ações vividas e mediadas pelos dirigentes que um novo desafio é buscado por esses jovens.

A comunidade estava sobrevivendo do lixão quando começamos o nosso trabalho, muita droga e violência. [...] Conscientizamos a participar de um projeto que fizesse desse local um local em que eles entendessem que miséria poderia ser revertida com a ajuda de todos, e se todos participassem

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dos projetos iniciais de mutirão poderíamos falar em conquistar uma cidadania. [...] Nosso trabalho era conscientizar que essa situação poderia ser revertida com a ajuda de todos. [...] Se não participarem, como é que querem adquirir cidadania? [...] Hermes [dirigente, junto com Mazé] procura apresentar os problemas locais nas reuniões que faz com a comunidade, para buscarem as soluções dos problemas. (Mazé)

Nosso projeto tem como base a comunidade pobre do Morro da Cantareira, a comunidade Flamingo. [...] Antes do projeto, tínhamos um alto índice de violência familiar e droga. [...] Essas crianças e jovens têm o tempo todo preenchido com atividades aqui no projeto. [...] Discutem com os educadores assuntos da comunidade, como prostituição, violência familiar e droga, e dessa conversa temos observado resultados positivos. É a nossa forma de trazer as reflexões sobre a cidadania a esses jovens e crianças. [...] Construímos uma praça, pintamos as árvores, plantamos árvores frutíferas e, com a ajuda de comerciantes do bairro, colocamos bancos, onde eles fazem suas propagandas. (Emerson)

Ambos falam sobre a importância da escola para fazer parte do projeto e enfatizam

também a alimentação que os jovens recebem, dando destaque a esses dois bens que, além de

trazerem um sustento que eles não têm em casa, trazem a escola como uma condição de

aprendizado para a vida. Lembramos Severino (1994, p. 98), que nos mostra que o homem “é

cidadão se ele pode usufruir dos bens materiais, necessários à sustentação de sua existência

física, dos bens simbólicos, necessários à sustentação de sua existência subjetiva, e dos bens

políticos, necessários para a sustentação de sua existência social”.

Eles chegam, almoçam e fazem os exercícios de casa passados pela escola, com uma educadora que ensina o que ficou difícil para eles o entendimento; é uma repetidora, porque eles sentem muita dificuldade no aprendizado. Elas almoçam, tomam lanche e jantam antes de ir embora. Mas a exigência para estarem aqui é a frequência na escola. (Mazé)

Para participar do projeto, todas as crianças precisam estar matriculadas na escola, porque muitos deles, antes de estarem aqui, com 13, 14 anos não frequentavam escolas e, naturalmente, ficavam vagando na comunidade. (Emerson)

A compreensão dos dirigentes nas práticas com arte enfatiza, como diz Barbosa

(2005, p. 193), “o que une e não o que divide”, estimulando a capacidade de simbolização

para inventar estratégias diferentes e mais mediadas na resolução de problemas sociais. “A

criação artística proporciona uma oportunidade sem igual para oferecer esses processos de

pensamento divergentes.” (BARBOSA, 2005, p. 193) A arte, no entendimento desses

dirigentes, é um instrumento de educação para a paz, favorecendo a identificação com o outro

no trabalho compartilhado, em que os jovens se reconhecem como iguais. “Valorizar as

ligações intrínsecas entre a arte e a vida cotidiana constitui a base de uma arte/educação

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68

democrática, porque envolve o reconhecimento de várias práticas artísticas.” (BARBOSA, 2005, p. 228)

É uma constante nos dois depoimentos a conquista da cidadania e é nesse ponto que

vemos o papel social da arte ligado diretamente a essa conquista, buscando incluir os jovens

no processo do fazer artístico, que vai na direção de ressignificar as conexões com suas vidas

no cotidiano da comunidade. “Esse processo não é apenas significativo para os alunos e a

comunidade, mas também é um passo essencial a caminho da educação comprometida com a

mudança social.” (BARBOSA, 2005, p. 242)

O Hermes acreditava que a arte poderia trazer muitas mudanças, e foi assim que iniciamos, com muita luta e pouco dinheiro. O Hermes não ficou sossegado só em tirar o lixão, mas dar uma nova cara a essa paisagem da comunidade, para que pudessem ter motivos para sorrir. Com a ajuda de um artista plástico, os jovens começaram a oficina do grafite e, depois de entenderem e conhecerem, partiram com seus pincéis para as mudanças. [...] Da oficina do grafite, passamos a construir instrumentos musicais com latas, tampas, galões de tinta, e os jovens os transformavam em instrumentos de percussão. Hoje, já conseguimos de nossos parceiros os instrumentos para eles tocarem. (Mazé) Hoje o forte é a oficina de dança, que todas as jovens do projeto participam, não para formar talentos, mas conhecimento do seu corpo e melhor interagir com suas colegas, mas elas gostam tanto que sempre querem que eu organize um evento para elas se apresentarem. (Emerson)

É nítida, na fala dos dois entrevistados, a valorização do deficiente, ajudando-o a ter

confiança em si e mostrando aos outros jovens o sentido de dar segurança, para que possam

ter um encontro com as dificuldades num clima de afeto e valorização.

Ainda não temos deficientes, mas já estamos preparando para termos, com a reforma do banheiro. (Mazé)

Quero que você veja a nossa querida Beatriz, que têm Síndrome de Down, como é bem aceita no grupo. (Emerson)

4.3.2 Falas dos educadores: expectativas de seus projetos, identificando as abordagens de

suas práticas com arte

A aplicação da metodologia triangular sem prévio conhecimento, por parte dos

educadores Fabiano e Almir, do NUA, e de Rosângela, da ONG De Olho no Futuro, obteve

resultados. Apesar de não terem formação superior em Arte, o entendimento de suas práticas

com arte estava ligado à formação dos jovens e à consciência de que a vivência dos problemas

do cotidiano é comum a todos os participantes do projeto.

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69

Assim, ambos seguiram contando o processo para o início do trabalho com os jovens:

Começamos perguntando aos jovens se conheciam o que era grafite e se pichação era a mesma coisa. No começo eles me olhavam, mas sabia que para eles até então era a mesma coisa: uma transgressão. E continuei perguntando se eles conseguiam entender as mensagens registradas nos muros e nas paredes pelos pichadores e grafiteiros. Foi então que comecei a mostrar, depois de muitas discussões e quando estavam bem motivados, que o grafite é uma arte que estabelece um diálogo com o artista grafiteiro e o espaço urbano. (Fabiano)

Primeiro apresentei alguns vídeos de balé, como O Lago dos Cisnes, e depois o Quebra-Nozes, da Royal Academia de Londres, e elas fizeram a votação e escolheram o Quebra-Nozes. Trabalhei esse balé de varias formas, até com uma apresentação cheia de fantasia, que é o vídeo do Quebra-Nozes da Barbie. (Rosângela)

Na fala do educador Fabiano, ele trouxe, a partir de temática significativa para os

jovens da comunidade, um caráter de busca de participação ativa da comunidade em todo o

processo. Foi na caminhada do olhar que o processo artístico foi construído, consolidando o

olhar em proposições de alternativas para a modificação da realidade das paredes das ruas da

comunidade. Quando define essa etapa na metodologia triangular, Barbosa (2005) mostra a

importância do observador construindo realidades em função do contexto que percebe ao seu

redor.

Como mostrei no terceiro capítulo, o primeiro vértice é a fruição, que é a abertura

aos questionamentos sobre o tema.

Assim, na dança, ao trazer as diversas formas de apresentação do balé Quebra-Nozes,

Rosângela levou às jovens a percepção dos movimentos com a interação da ação com o

mundo que as cerca. Nesse momento, a arte é explorada nos diferentes níveis de

complexidade, nas atitudes, na forma de discriminar opções, tomar decisões e emitir juízos de

valor.

O segundo vértice da abordagem triangular, que é o contextualizar, também foi

aplicado por ambos: no caso do grafite, foi com a apresentação de imagens da pré-História, da

arte egípcia, romana e a história dos grafiteiros pioneiros, como Basquiat e Haring. Na dança,

esse vértice foi explorado na leitura dos textos do balé e no entendimento de como foram

construídos seus processos criativos e interpretativos. É o relacionar histórias, não do ponto de

vista dos fatos, mas da forma como foram construídos os processos criativos e interpretativos

nos repertórios. Como esclarece Barbosa (1998, p. 41), “é uma educação crítica do

conhecimento construído pelo próprio aluno, com a mediação do professor, acerca

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70 do mundo visual [...] é construtivista, interacionista, dialogal, multiculturalista e é pós-

moderno, por tudo isso e por articular arte como expressão e cultura”.

A contextualização com obras de artistas trazidas pelos educadores foi a forma de

tratar a arte como conhecimento. Ela não deve ser vista só como um meio de concretizar o que

se quer expressar, mas também é necessário conhecer produções já realizadas e entendidas em

seus contextos socioculturais. Para Barbosa (2005ª, p. 32), “o conhecimento em artes se dá na

interseção da experimentação, da decodificação e da informação”.

Depois, com a ajuda de um retroprojetor, mostrei imagens da pré-História, da arte egípcia, romana e as obras de grafiteiros famosos. [...] Hermes nos fazia perceber o grafite como uma expressão que pode buscar a sensibilidade do olhar. Mostrou-nos a história de vários grafiteiros, como Basquiat, Haring, que tinham uma vida muito parecida com as nossas, mas que, ao expor suas ideias nos muros, levantaram muitas questões sociais. (Fabiano)

Estamos explorando a fantasia, a realidade, fazendo que elas observem postura, disciplina e atitudes das bailarinas, e sempre mostrando respeito ao tempo de cada um dos participantes que formam o conjunto. [...] O que quero no projeto não é formar bailarinas, mas trazer a elas uma nova perspectiva de vida. (Rosângela)

O terceiro vértice da metodologia triangular, o do fazer, também foi explorado pelos

educadores Fabiano e Rosângela. Ao executar o grafite nos muros, os jovens começaram a

criar imagens expressivas, dividindo paredes e muros com os colegas e compartilhando tintas,

pincéis, giz colorido, num envolvimento estético que lhes trazia uma consciência de

pertencimento ao mesmo grupo e à mesma comunidade.

Na dança, esse vértice realizou-se com a execução do bailado, o fazer artístico

acontecendo no corpo, propondo uma abertura em direção ao seu autoconhecimento e a

autoestima pela apreciação de todos os que assistem esse fazer.

Ocorreu um envolvimento tão grande por parte dos jovens que ficaram ansiosos para começar o projeto do grafite nas ruas da comunidade. Primeiro, começamos por grafitar as paredes da nossa casa NUA. Depois, partimos para as ruas; utilizamos jato de tinta, giz colorido para marcar os esboços e panos para controlar a tinta, para não escorrer. [...] Aquele contato com a arte junto aos colegas descortinava um mundo inteiramente novo para eles. Apesar dos contratempos, como falta de tinta, tivemos pontos positivos, como a solidariedade mostrada pelos jovens na superação dos problemas, transformando o visual das ruas da comunidade com a criatividade nos muros, com temas como: paz, preservação do meio ambiente e alusões ao mal da droga de uma forma silenciosa, para fazer com que todos que olhem se identifiquem. (Fabiano)

O corpo delas, que é o próprio dançarino; é ele que executa os movimentos e é capaz de criar, de pensar e de escolher. Ensino passos de dança clássica, mostro a elas como os passos fazem parte de um exercício de disciplina e só

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71

na continuidade é que poderão se tornar flexíveis. [...] Mas também quero que a dança provoque nelas uma forma de articular novas possibilidades com seu corpo e com sua mente. (Rosângela)

No trabalho com arte realizado pelos dois educadores – Fabiano com o grafite e

Rosângela com a dança – é que percebemos a consciência formadora que a arte traz na

construção simbólica, relacionando o mundo dos jovens ao que poderá ser. Sua percepção é a

de uma ponte que se abre entre o sensível e o inteligível, entre as suas realidades e a

experiência estética vivida. Citando Roger Bastide (1979, p. 184), em seu livro Arte e

sociedade, “A arte é uma linguagem, também é um instrumento de solidariedade social e

como, além disso, não se trata de um sistema de sinais intelectuais, mas de um sistema de

símbolos afetivos, a solidariedade conseguida é ainda mais estreita que a da palavra falada”. Assim é que sentimos esse trabalho dos educadores: muito mais forte do que a palavra falada

foi a experiência estética vivida com as práticas artísticas. Tanto Rosângela, ao mostrar a

dança como uma educação cultural, quanto Fabiano, apresentando o grafite como um meio de

compartilhar a arte na comunidade, trouxeram uma arte de diálogo, reflexão e percepção de

uma rica experiência estética, aos moldes da metodologia triangular em seu conceito.

Na fala dos educadores Fabiano e Almir, do NUA, foi possível perceber que eles

entraram no projeto pequenos e se formaram educadores sociais. Fabiano teve convivência

com o projeto do dançarino Ivaldo Bertazzo – que também ensina crianças carentes – e pôde

entender melhor como ser um educador, vivenciando um processo de formação ao se tornar

um multiplicador em sua comunidade: “Fui crescendo, crescendo aqui, me tornando homem e

me conscientizando nessa procura de uma vida melhor. Hoje sou educador social [fala que

repete com orgulho]” (Fabiano)

O educador Almir tem formação em Educação Física; também cresceu no projeto e

percebeu a necessidade de sair da instituição e levar a praças mais distantes um pouco de arte

e reflexão. Assim, criou um projeto com o nome de GPS Delivery, que consiste em sair às

ruas de triciclo, ele e um outro jovem, vestidos de palhaço. Começam com brincadeiras até as

pessoas se achegarem e então começam a conversar entre si sobre assuntos que ocorrem na

comunidade, pedindo que o público participe, dê opiniões. Como disse Almir, é uma forma

lenta, tímida, mas tem conquistado alguns novos membros: “O projeto foi criação minha, com

a aprovação do Hermes e da Mazé, e é basicamente a utilização das artes circenses para que a

comunidade que ainda não se achegou até nós comece a sua aproximação”. (Almir)

Essa ludicidade que a arte proporciona aos jovens assistentes do projeto GPS

Delivery faz com que eles vivam uma interação com seus pares e também com os palhaços.

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72 Num sorriso largo, soltam a imaginação e vão construindo representações que são apropriadas

pelo jogo simbólico dessa fantasia que articula a realidade com um novo enfoque,

compreendendo o mundo e a si com um novo repertório, de conhecimento e experiências

pessoais.

4.3.3 Falas dos jovens: como a arte encontrou lugar em suas vidas

As jovens do projeto com dança queriam contar sobre sua participação no balé;

estavam receptivas, alegres, sensíveis, prontas para falar o quanto esta experiência fez com

que elas entendessem melhor o seu corpo, como lidar com ele, e o novo olhar para as

situações de conflito que viviam.

Segundo Pillotto (2004, p. 42), “O sentimento pode ser entendido como forma de

apreensão direta do estar no mundo. As percepções apreendidas das situações dadas pela

experiência acompanham as simbolizações, que muitas vezes são subjetivas”.

O mesmo aconteceu com os jovens do NUA, também querendo contar sobre o tempo

em que estavam no projeto e o trabalho de arte que desenvolvem. A arte gerou neles questões

que nortearam atitudes e valores novos, até então despercebidos e desconhecidos.

Se hoje não sou drogado e consigo estudar, devo tudo ao convívio aqui na NUA. [...] Primeiro conheci o grafite, e com o Fabiano aprendi a diferença entre pichação, achava que tudo era igual antes de aprender. O que me motivou foi conhecer a vida dos grafiteiros, muito parecida com as nossas vidas, cheias de conflitos e perrengues, tendo que se defender, senão o bicho come. Assim, todos do projeto sentiram a mesma vontade de melhorar a comunidade e então, no dia que saímos para grafitar, foi muito legal. (Diego Ferreira, 16 anos, NUA)

Também participei do projeto do grafite, foi o maior barato. (Evanildo, 15 anos, NUA)

Cheguei aqui com 8 anos, minha mãe precisava trabalhar. Não tenho pai, ele nos deixou há muito tempo, eu era pequena. Minha mãe procurou as creches aqui por perto e nenhuma tinha vaga, lá na comunidade indicaram para minha mãe a ONG, que atendia crianças propondo atividades e ficando com elas até a volta de seu trabalho. Foi aqui que cresci e conheci minhas amigas, aprendi a estudar, aprendi informática e pretendo ficar até poder arranjar um emprego. (Ana Cristina Lemos, 16 anos, De Olho no Futuro)

Já fiz de tudo aqui, aprendi informática, faço reforço escolar, aprendo a costurar e agora, balé. (Flávia Santos, 14 anos, De Olho No Futuro)

Nessas falas, novamente podemos observar o papel social que a arte imprime em seu

fazer, na forma de compartilhar e visualizar o outro, que passa a não ser mais indiferente, mas

Page 75: Maria Cecilia do Amaral Campos de Barros Santiago.pdf

73 juntos pertencerem ao mesmo grupo, com novas práticas que permitem focalizar concepções

críticas dos modos de vida da comunidade.

O Hermes, a Mazé, o Fabiano, deram um gás aqui nos jovens e todos participaram do grafite, com muito entusiasmo. Queríamos embelezar nossas ruas. [...] Depois, até os políticos em época de eleição vieram aqui pintar as casas, mas não fizeram um trabalho como o nosso. (Evanildo dos Santos, 15 anos, NUA)

Inicialmente, não acreditava que poderia dançar, por ser muito alta, magra e desengonçada, como todos assim me achavam. Mas Rosângela, a professora, foi me convencendo a ver que ser alta, magra, não era nenhum defeito e que poderia adquirir uma bonita postura com a dança e deixar de ser desengonçada. Agora não perco nenhuma aula, e principalmente o ensaio do balé Quebra-Nozes, que estamos preparando para apresentar no teatro de uma escola. No domingo, as minhas amigas que moram na comunidade e que estão no balé se reúnem para ensaiar, assim nossa apresentação fica cada vez melhor e a gente se diverte dançando, as horas passam e nós ficamos com o domingo cheio de brincadeiras e conversas. (Ana Cristina Lemos, 16 anos, De Olho no Futuro)

Entrei na dança porque foi sempre o balé que me encantava, ver as bailarinas na TV com aquelas roupas e sapatilhas, fazendo passos leves e saltando no ar... Que vontade que me dava de poder repetir tudo que via e achava que estaria distante de mim! [...] Concentração, porque antes era muito “cabeça de vento”, como minha mãe dizia, a dança exige que os movimentos sejam um conjunto, todas dançando ao mesmo tempo e no mesmo ritmo, temos que levar a sério nossas aulas, porque senão não conseguimos fazer as apresentações que tanto queremos. (Monique, 15 anos, De Olho no Futuro)

Ah! A dança me fez conhecer e perceber o meu corpo, reparando nos meus gestos e nas atitudes que temos que ter como bailarinas. [...] Antes, meus gestos eram brutos, rápidos. A professora Rosângela me fez ver que teria que ter gestos mais delicados, se não não dariam harmonia no conjunto de um balé tão bonito. Aprendi a me concentrar e ter respeito pelo tempo das outras meninas; era muito afobada e esquecia que não era só eu no pedaço. (Flávia Santos, 14 anos, De Olho no Futuro)

Em suas falas, os jovens mostram como a arte tem atuado na compreensão de suas

histórias, estimulando e ampliando o senso critico que possibilita a construção de uma

autonomia. Também apresentam nas falas aspectos fundamentais para a formação da

cidadania e a inserção social na comunidade. Pode se observar pelas falas que houve uma

influência positiva na vida desses jovens abrindo perspectivas e criando condições para novas

escolhas.

Page 76: Maria Cecilia do Amaral Campos de Barros Santiago.pdf

74

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS: UMA ABERTURA PARA PENSAR AS PRÁTICAS COM ARTE NO TERCEIRO SETOR

Eu ando pelo mundo

Prestando atenção em cores

Que eu não sei o nome

Cores de Almodóvar Cores

de Frida Kahlo Cores!

Passeio pelo escuro Eu

presto muita atenção No que meu irmão ouve E

como uma segunda pele Um calo, uma casca Uma

cápsula protetora Ai, Eu quero chegar antes Pra

sinalizar O estar de cada coisa

Filtrar seus graus [...]

Pela janela do quarto Pela janela do carro Pela tela, pela janela

Quem é ela? Quem é ela? Eu vejo tudo enquadrado

Remoto controle (CALCANHOTO, 1992)

Relembrando a música “Esquadros”, de Adriana Calcanhoto, e me apropriando da

letra para formar minhas metáforas, inicio dizendo: eu andei por esse mundo, eu andei pelas

34 entidades, gastei muito sapato, e no que prestei atenção? Foi nas cores, que não eram nem

de longe as cores de Almodóvar ou de Frida Kahlo, mas cores que estavam cinzas e que, com

o esforço dos dirigentes em seus pincéis, estão sendo, aos poucos, modificadas. Passeei pelo

escuro quando Mazé e Emerson contaram o início do NUA e do De Olho no Futuro:

comunidades carentes de tudo e com alto índice de criminalidade.

Aos poucos, com o depoimento dos jovens, comecei a perceber cores novas, trazida

por esses pincéis eficientes que se juntaram a uma boa paleta, formada pelos educadores, para

misturar as cores. Assim, apareceu a cor laranja para a autoestima, a cor azul para a paz

conquistada, a verde para a reflexão, a amarela para a autonomia de pensamento, a vermelha

para a solidariedade. Fui encontrando nuances de cores, todas conquistadas pelo afeto, pela

percepção, e principalmente pela experiência estética que despertou nesses jovens o sensível,

fazendo com que se deixassem afetar por uma estética que se transmutou em valores para suas

vidas.

Page 77: Maria Cecilia do Amaral Campos de Barros Santiago.pdf

75

Dessa forma, senti que a hipótese de minha pesquisa pôde ser comprovada pelas

práticas nessas entidades; procurei fundamentá-la com autores que pensam sobre as práticas

com arte bem como entender de que modo, nos projetos sociais, tais ações podem oferecer aos

jovens possibilidades de formação de valores e atitudes.

Continuando com a metáfora da música, eu também precisei enquadrar minha

pesquisa, com a apresentação do cenário político do Terceiro Setor, mostrando a

reconfiguração da forma de participação entre o Estado e essas entidades, que passaram a

atuar como parceiras das ações governamentais, com trabalhos voluntários e solidários que

absorveram os temas sociais. Apoiadas pelas leis, essas entidades colocaram-se como porta-

vozes das populações carentes, na defesa de seus direitos.

Mas também precisei enquadrar a janela do quarto, o que fiz com a cartografia usada

para identificar as entidades que trabalhavam com arte em São Paulo no período escolhido.

Faltava enquadrar na tela os critérios para a escolha de duas entidades, por meio de diferenças

nos aspectos de origem, tamanho, configuração, recursos financeiros e práticas com

linguagens artísticas diferentes.

Transitei por duas selecionadas: a primeira foi a ONG De Olho no Futuro, localizada

em Pedra Branca, que atende à comunidade de Flamingo, estabelecida no Morro da

Cantareira. Sua subsistência é resultado de recursos de comerciantes locais e de alguns

parceiros, como também de eventuais colaborações da prefeitura, verbas estas repassadas de

forma inconstante. Mas horizontes bem coloridos foram visualizados no dirigente Emerson,

que dedica sua vida à ONG, como uma vocação quase sacerdotal, enfrentando todos os

problemas e, dentro do possível, dando continuidade a esse espaço de educação não formal.

No Instituto Nova União da Arte (NUA), situado no antigo bairro Jardim Pantanal,

com os dirigentes Hermes e Maria José – carinhosamente chamada por todos de Mazé –

também encontrei cores fortes, vivas, trazidas pela consciência e vontade de transformar a

comunidade. A prefeitura, no caso da OS, atua como parceira, tendo mesmo um funcionário

na própria entidade, possibilitando um recurso maior para a realização dos projetos.

Assim, ouvi o depoimento dos jovens que, sem cápsula protetora, revelaram todas as

mudanças ocorridas no corpo, na pele e na mente. Algumas situações todo o tempo eram

mencionadas, tais como perdas, ausências, ressentimentos, dúvidas, vivências nas quais as

linguagens da dança e do grafite conseguiram operar mudanças, reavaliando o compartilhar, o

convívio com o outro e o encontrar nesse companheiro um membro do seu grupo.

Page 78: Maria Cecilia do Amaral Campos de Barros Santiago.pdf

76

Mas, ainda não vejo tudo enquadrado. Faltam meus objetivos específicos: identificar

as práticas com arte utilizadas nos projetos sociais escolhidos. O que constatei foi que a dança

não está ali para formar talentos, mas para aproximar os participantes do conhecimento de sua

corporeidade; e o grafite, em sua linguagem de arte urbana, levanta questões sociais comuns à

comunidade, ajudando a construir novos caminhos e novas realidades para esses jovens.

A abordagem trazida pelos dirigentes sobre as práticas com arte revela sua crença em

que as mudanças estruturais possam vir pela cognição, pelas práticas dialógicas, pelos

símbolos e pelas representações da arte, que criam uma rede de significados e sentidos nas

interações entre os jovens.

Verifiquei que a experiência dos educadores com a comunidade trouxe para os jovens

a abordagem triangular de Ana Mae Barbosa de uma forma empírica, afetiva, muito mais

baseada na vivência do que em uma metodologia a ser seguida. Porém, este ainda é um

problema que as entidades do Terceiro Setor enfrentam: educadores sociais sem formação em

arte, apenas voluntários, de boa vontade.

Para sinalizar o estar de cada coisa, eu finalizo com jovens compreendendo que

realmente a arte está se internalizando em cada pedacinho de suas peles, enraizando-se em

suas atitudes, acordando-os para a transformação, filtrando com consciência seus valores, que

a cada dia ficam mais críticos, mais reflexivos, a caminho da cidadania.

Assim, depois de tudo ou quase tudo enquadrado, que foi exposto a meu modo,

termino dizendo que vou continuar prestando atenção nas cores que o mundo nos revela,

podendo ser cores de Matisse ou talvez de Tarsila.

Page 79: Maria Cecilia do Amaral Campos de Barros Santiago.pdf

77

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Page 83: Maria Cecilia do Amaral Campos de Barros Santiago.pdf

81

APÊNDICE A

CATEGORIZAÇÃO DAS ENTIDADES DO TERCEIRO SETOR QUE TRABALHAM

COM ARTE NA CIDADE DE SÃO PAULO

O objetivo dessa técnica de padronização de coleta de dados é identificar as

características das entidades do Terceiro Setor que trabalham com a linguagem da arte na

cidade de São Paulo no período de 2000 a 2010.

Segundo Marconi e Lakatos (2001, p. 167), essa disposição de dados possibilita

maior facilidade de verificação das inter-relações entre eles. É uma parte do processo técnico

de análise estatística, que permite sintetizar os dados de observação apurados nas diferentes

categorias e representá-los graficamente. Dessa forma poderão ser compreendidos e

interpretados mais rapidamente.

Ao fazer a categorização desses dados, a pesquisadora teve uma postura ética

necessária para evitar possíveis distorções nos dados coletados, a fim de não comprometer as

interpretações.

Registro Localização

Nome da No Ano Endereço da sede Telefone/site

Item instituição

Tipo Público-alvo Projetos Abordagem em arte

Rua Luis Gomes Cardim (11) 5083-0449

Associação de Sangirardi, no 789 – Vila

Apoio ao Projeto 1188 2006 Mariana WW.projetoquixote.org.br

Quixote ― Programa Clínica.

― Programa de Educação

1 para o Trabalho. ―

Oficinas de dança, grafite,

― Programas

Crianças,

música, passeios culturais e

Oscip pedagógicos.

jovens e

reciclagem com arte.

Atua desde 1996 ― Programa de

familiares

Refugiados Urbanos para

juventude de rua.

2 Associação Rua Acedio José Fontanette, vila

1127 2006 6, no 7 – Jardim Ibirapuera, perto [email protected]

Bloco do Beco de Guarapiranga

Page 84: Maria Cecilia do Amaral Campos de Barros Santiago.pdf

82

Registro Localização

― Percussão geral e

canto. ― Contato e manuseio de

― Observação: a instrumentos de percussão por

comunidade criou uma técnicas simplificadas de execução

identidade própria sobre suas musical.

raízes étnicas, em que negros e ― Espaço lúdico musical, voltado

ONG Juventude

nordestinos criam músicas e para os primórdios das festas de

danças para o Carnaval, Carnaval paulistanas; com as

lembrando o folclore brasileiro. marchinhas, sambas de enredo e

A essência dessa entidade é na outros ritmos característicos do

verdade o Carnaval e a Carnaval e das festas populares

participação da comunidade como maracatu, frevo, baião e

nessa festa que procura manter capoeira.

as tradições dos moradores.

Associação De 1111 2005

Rua Amilcar Marchesini, no 35 (11) 3451-1481

Olho no Futuro – Pedra Branca (11) 3476-3911

WW.deolhonofuturo.org.br

― Acompanhamento

escolar, esporte e arte.

3 ― Observação: lutam ― Passeios a museus.

ONG Crianças e com muita dificuldade na ― Aulas de balé.

jovens obtenção de recursos, mas ― Oficinas de artes visuais.

conseguem realizar projetos ― Oficina de customização

com a comunidade de jovens,

tirando-os das drogas.

Associação Song 1595 2010

www.songoflove.com.br

of Love

― Composição de uma música

exclusiva, especial para cada

entrevistado. A música é produzida

4

Crianças e ―

Música especial para a profissionalmente e entregue

gratuitamente em CD personalizado

ONG jovens com criança ou jovem para suavizar

com seu nome e a letra da canção.

doenças graves sua vida.

As músicas são como um retrato da

criança, falam de suas brincadeiras

preferidas, seus amigos, parentes e

até bichinhos de estimação.

Associação Nova Rua Tancredo de Almeida (11) 2058-0643

União da Arte – 1401 2008 Neves, no 87 – União de Vila (11) 2299-3871

NUA Nova, Jardim Pantanal WW.novauniaodaarte.org

― Grafite, dança de rua,

percussão. ― Tem por missão contribuir

― Filó Cabruêra é uma para o desenvolvimento social e

empresa social criada para econômico na comunidade, por meio

ensinar as mães da comunidade da arte, educação, esporte e geração

5 a trabalhar no corte e costura. de renda.

Observação:

com ― Objetivo

principal é

Organização

Jovens entusiasmo, o dirigente Hermes fortalecer o engajamento infanto-

Social

fala da adesão da juventude a juvenil por meio de ações que

novos projetos como o grafite promovam a garantia dos direitos

para dar uma cara nova ao sociais, políticos e civis,

bairro. Afirma também que fortalecendo laços afetivos e

depois de iniciar esse projeto, o familiares e a participação

índice de criminalidade comunitária.

diminuiu.

Page 85: Maria Cecilia do Amaral Campos de Barros Santiago.pdf
Page 86: Maria Cecilia do Amaral Campos de Barros Santiago.pdf

83

Registro Localização

Associação Avenida Francisco Matarazzo, (011) 3874-3355

Amigos do 0881 2001 no 682, e no Colégio Santa

Projeto Guri Marcelina – Perdizes WW.projetoguri.com.br

― Aprendizado de

instrumento musical.

Trabalhar com música.

― Aprendizado de canto coral.

― Aprendizado de

― Observação: o Projeto

instrumento e canto coral.

Guri é considerado o maior

― Nas aulas são trabalhados

6 programa sociocultural que a

os mais variados gêneros musicais,

Organização Jovens de 6 a Secretaria da Cultura do Estado

desde canções populares e músicas

Social 18 anos de São Paulo desenvolve em

folclóricas a composições eruditas.

parceria com as prefeituras do

― Além de apresentar aos

interior e do litoral norte e

alunos novos estilos de música e

empresas privadas, e com o

manifestações culturais, a variedade

Santa Marcelina.

de repertório trabalhada nos polos

mantém vivas as raízes culturais da

própria comunidade.

Associação Casa Rua dos Mandis, n

o 48 –

(11) 95672-5131

1206 2006 Pedreira, perto do Balneario

dos Curumis

Casadoscurumis.com.br

São Francisco

7 Crianças e ― Banda de cultura popular,

jovens em

formada por mais de 230 crianças e

ONG situação de ― Projeto Batuque Arte. adolescentes, criada pelo jovem

vulnerabilidade músico e coreógrafo Henrick

social Mendes.

Associação 1118 2005

Rua João Gonçalves, no 180 – (11) 3812-5637

Cidade Escola Pinheiros WW.cidadeescolaaprendiz.org.br

Aprendiz

― O foco do trabalho

dessa Oscip é consolidar a ideia

de bairro-escola, no qual se cria

um amplo espaço educativo,

estruturado por uma rede que une

toda a comunidade, amplia as

possibilidades de aprendizagem e

melhora a qualidade de vida ― Projetos contínuos com

8 urbana. parcerias, mesmo em escola.

Observação:

Criada ― Conversa cultural, que

Crianças e

Oscip pelo educador e jornalista consiste em trazer os artistas da Vila

jovens

Gilberto Dimenstein, esse projeto Madalena para expor a forma de

cresceu, não ficando só no seu trabalho, ideias sobre arte e interagir

núcleo de Pinheiros, mas também com os jovens participantes.

na Barra Funda, compartilhando

com escolas estaduais,

municipais e escola Técnica de

Campos(ETC) que atuam na

periferia (Jardim Ângela) e no

interior do estado, com núcleos

no Vale do Paraíba.

9 Associação

1585 2010 Rua Cerqueira César, no 61 – (11) 3534-2189

Corrente Santo Amaro WW.correntelibertadora.com.br

Libertadora

Page 87: Maria Cecilia do Amaral Campos de Barros Santiago.pdf

84

Registro Localização

Crianças e ― Ensino e prática da capoeira e

a utilização da sua simbologia como

jovens em

― Berimbau de Ouro, interpretação da realidade social.

ONG situação de

dança de roda e capoeira. ― Ensino do instrumento.

risco pessoal e

― Ensino de um esporte que em

social

sua formação traz a dança popular.

Associação 1338 2007

Rua Erwin Fuhrmann, no 34 – (11) 5527-0970

Comunitária São Grajaú WW.acomisaosimao.com.br

10 Simão

ONG Jovens ― Formação de cidadania. ― Oficinas de música, teatro,

artes visuais e dança.

Associação

Meninos do 1076 2004 Av. João XXlll, no 765, Altos – (11) 96918-5956

Toque do Vila Formosa

WW.menino-do-tambor.org.br

Tambor

― Projetos para meninos

“Meninos do Toque do Tambor”.

11 ONG Com meninas o projeto é de um – Oficinas de música, teatro, artes

coral com o nome “Encanto da

Fundada em visuais e dança para aumentar a

Crianças, Vila”

2001, mas seu autoestima e despertar talentos. As

adolescentes e ― Observação:

A

registro na

oficinas trabalham o folclore, tendo a

melhor idade associação tem origem em uma

Prefeitura é de dança de roda como integração desses

escola de música do Prof. Roberto

2004

jovens.

Jordan, que resolveu ampliar seu

projeto para jovens carentes da

Vila Formosa.

Associação 1168 2006

Rua Roberto Robinson, no 275 (11) 3781-3999

Comunitária – Jardim Boa Vista WW.micael.com.br

Micael (Acomi)

― Oficinas de arte para

12 desenvolvimento da

Crianças, autoestima e cidadania.

― Oficina de artes visuais, de

ONG adolescentes e ― Observação:

É

dança e música.

adultos iniciativa de um trabalho

voluntário de país de alunos do

Colégio Waldorf.

Associação 1336 2007 Rua Cristiano Viana, no 977 – (11) 3083-6274

Morungaba Pinheiros

www.morungaba.org.br

― Projetos ligados à arte

para reverter o quadro da

13 Oscip exclusão social, fortalecendo a

Foi fundada em

identidade do jovem para que ― Oficinas de dança, teatro,

Jovens e

2000, mas o se sinta encorajado a lutar pelos artes visuais, capoeira e histórias

deficientes físicos

registro é de seus direitos. infantis.

2007 ― Projetos realizados em

escolas públicas da região do

Butantã.

14 Associação

1192 2006 Rua Jericó, n

o 255, 12

o andar, (11) 3032-8044

Internacional sala 125 – Sumarezinho WW.artesemfronteira.org.br

Arte Sem

Page 88: Maria Cecilia do Amaral Campos de Barros Santiago.pdf

85

Registro Localização

Fronteiras

― Projetos específicos ― Vídeos explicativos de cada

aderentes às atividades uma das obras de arte de artistas

Oscip Crianças e jovens culturais, em parcerias com brasileiros, com as histórias de cada

Bradesco, DPZ, Azevedo Sodré obra, distribuídos para as 3.850

Advogados, Alfa Agroenergia e escolas da rede pública do estado de

outras. São Paulo.

Provisoriamente parados,

Centro Cultural

segundo o dirigente W. (11) 97107-7570

1367 2008

Raphael Galvano, porque a casa

Casa do Barro

WW.casadebarro.org.br

em que funcionava a entidade

foi pedida pelo proprietário.

― Núcleo artesanal com

oficinas de pintura ilustração,

modelagem e artesanato.

― Núcleo corporal: focando

15 suas atividades no corpo com

Crianças e ― Atua com núcleos oficinas de teatro, dança, capoeira e

adolescentes em focados em artesanato, circo.

ONG situação de expressão corporal, expressão ― Núcleo palavra: foca na

vulnerabilidade e pela palavra e expressão expressão da palavra, com oficinas

risco sonora. de poesia e literatura, leitura,

idiomas e criatividade.

― Núcleo sonoro: tem como

foco a expressão através dos sons,

com oficinas de canto, cordas,

percussão e musicalidade.

Nome da No Ano Endereço da sede Telefone/site

Item instituição

Tipo Público-alvo Projetos Abordagem em arte

Centro de

Orientação e Rua Dr. Paulo de Barros (11) 5668-9494

Educação à 0946 2002 Whitaker, nos

113/300 – Cidade

Juventude Dutra (Favela Vinte) www.projetosol.org.br

16 (Projeto Sol)

Crianças e

― Programa de arte que ― Oficinas de artes visuais,

ONG

objetiva trazer oportunidades de modelagem com argila, dança, balé

adolescentes

desenvolvimento como ser clássico, sapateado, teatro, música

humano aos jovens da favela. com formação de orquestra e coral.

Comune 1336 2007 Rua da Consolação, no 1218 – (11) 3476-0792

Centro

www.commune.com.br

17

― Montagens cênicas em ― Teatro infantil e para

Oscip

Crianças e comunidades da periferia e jovens.

adolescentes

centro de São Paulo em parceria ― Após os espetáculos são

com a Unesco, Funarte, feitos debates e leituras sobre o tema

Petrobrás, Visa, CMDCA, Sesc. tratado nas peças.

Doutores da

18 Alegria – Arte,

1119 2004 Rua Alves Guimarães, n

o 73 – (11) 3061-5523

Formação e Pinheiros

Desenvolviment

www.doutoresdaalegria.org.br

o

Page 89: Maria Cecilia do Amaral Campos de Barros Santiago.pdf

86

Registro Localização

Jovens que

moram em

comunidades ― Formação para

ONG populares e palhaços para atuar em hospitais ― Oficinas de teatro.

que tenham

e creches, levando alegria aos

cursado o doentes.

ensino médio

(11) 5526-3355

Futurong Ação 1161 2006 Rua Rio São Nicolau, no 599 – (11) 4227-5494

Sócio Cultural

Parelheiros

www.futorongorg.br

19

ONG

― Reciclagem com arte,

Fundada em Crianças e

fazendo o jovem refletir sobre ― Trabalham

com a

2002, mas com um mundo mais sustentável.

jovens

criatividade ao reciclar o lixo,

registro na ―

Inclusão do jovem no

produzindo objetos.

Prefeitura em

mercado de trabalho com a

2006 venda da produção.

GAIA – Grupo Rua Professor

Guilherme

(11) 5632-1748

de Assistência ao

1119 2005 Belfort Sabino, no 715 – Vila

Idoso, à Infância São Pedro. www.gaia.gov.br

e ao Jovem.

20

Crianças, ― Oficinas de teatro, música,

ONG jovens e ― Assistência social para dança e línguas.

idosos valorização do ser humano.

Registro Localização

Nome da No Ano Endereço da sede Telefone/e-mail

Item instituição

Tipo Público-alvo Projetos Abordagem em arte

(11) 2577-9902

Imagemágica 0888 2001 S/ endereço físico

[email protected]

― Escola do olhar que ― Curso de fotografia como

visa à implementação de ferramenta de comunicação com o

21 núcleos fotográficos como mundo.

caminho para conscientização e ― Oficinas em comunidades

cidadania; em parceria com o carentes para que os jovens sejam

OSCIP

Jovens

Laboratório Aché, Laboratório protagonistas do seu entorno.

Merck, Adubos Araguaia e ― Capacitação de professores

outras. para que utilizem essa ferramenta em

― Observação: criado sala de aula.

pelo fotógrafo francês radicado ― Realização de exposições

no Brasil André François, não fotográficas que promovam a

tem uma sede. Trabalha por conscientização da identidade social

solicitação das escolas públicas. que o jovem está construindo.

Page 90: Maria Cecilia do Amaral Campos de Barros Santiago.pdf

87

Registro Localização

Instituto 1155 2006 Rua Dr. Fernandes Coelho s/n

o

(11) 2974-3000

Ayrton Senna – Pinheiros

www.instituto_ayrton_senna.org.br

― Programas de educação

complementar como: Se Liga,

Ação Jovem, Acelera Brasil.

― Programas de educação

pelo esporte e educação

tecnológica com escola

conectada.

― Programa Educação

22 Crianças e

pela Arte, em parceria com

escolas e outras ONGs.

Oscip

jovens e

― Oficinas de artes visuais, dança,

― Observação: É a

educadores realização do sonho do música e teatro.

tricampeão de formula 1 ajudar

o país a diminuir a desigualdade

social. Com sua morte a família

tem levado o instituto à frente

com várias parcerias. O instituto

é reconhecido pela Unesco.

― Trabalham, em seus

programas, o desenvolvimento

de competências e habilidades.

Instituto 1601 2010 Rua Bento Frias, no 35 – (11) 3031-9057

Beethoven

Pinheiros

www.artsuplay.com.br

23

ONG que

funciona como Jovens ― Formação de orquestra

escola desde

deficientes ― Oficinas de música.

com crianças carentes

2000

Registro Localização

Nome da No Ano Endereço da sede Telefone/site

Item instituição

Tipo Público-alvo Projetos Abordagem em arte

Instituto Rua Fragata Constituição, n

o 63

(11) 3941-1493

Cidadão 115 2006

Brasileiro 5 – Parque Taipas

www.institutocidadaoparticipativo.or

Participativo g.br

24 ― Trabalho com arte e

cultura nos CEI, bem como em

escolas da periferia, ― Oficinas de artes visuais,

ONG Jovens ressignificando o que já é dança e música.

conhecido na comunidade

anteriormente. Parceria com a

Secretaria Municipal de

Cultura.

25 Instituto 115

2006 Rua Sólon, n

os 1089 a 1121 – (11) 3333-7676

Criar de TV 4 Bom Retiro

e Cinema

www.institutocriar.org.br

Page 91: Maria Cecilia do Amaral Campos de Barros Santiago.pdf

88

Registro Localização

― Audiovisual como

elemento de transformação

social e de oportunidade de

Jovens entre 17 a

trabalho na periferia. Também

trabalham com programas de

20 anos, cursando

Oscip

desenvolvimento pessoal como

o terceiro ano do ― Oficinas de cinema e TV.

o “Projeto de vida” e “Criando

ensino médio

Asas”.

― Foi criado por Luciano

Huck e tem como parceiros

Banco Itaú, Coca Cola e

Volkswagen.

Instituto 142 2008 Alameda Tietê, no 618 – Jardim (11) 3060-8388

Iochpe

2

Paulista

www.artenaescola.org.br

― Desenvolvimento de

material facilitador para o

ensino das artes nas escolas e

treinamento aos professores

para aplicação desse material.

26

― A rede arte na escola

tem polos em todo o Brasil,

Crianças e jovens

tendo como base universidades

Oscip

das escolas

― Atuam em todas as artes:

conveniadas que trabalham com

públicas e privadas

audiovisual, dança, música e teatro.

pesquisa e educação continuada

do ensino da arte, para que seja

replicado e multiplicado nas

escolas. Tem como parceiros

não só a Fundação Ioschpe

como o Banco Bradesco,

PetrobraseSesi,eé

referendado pela Unesco.

Registro Localização

Nome da No Ano Endereço da sede Telefone/site

Item

instituição

Tipo Público-alvo Projetos Abordagem em arte

Instituto de

Música,

(11) 3064-2485

Educação e 1558 2010 Alameda Lorena, no 1304, cj.

Cultura Harold

706 – Jardim Paulista

www.choroblue.org.br

Berman –

Choro Blue

― Ensino da música popular

27 brasileira, aliada aos

conhecimentos do jazz e

blues americanos, em

Oscip

Jovens parceria com escolas de

carentes ensino médio. ― Oficinas de música.

― Observação O maestro John Berman é o criador e professor dos jovens. Trabalham em escolas públicas com projetos e no

Page 92: Maria Cecilia do Amaral Campos de Barros Santiago.pdf

89

Registro Localização

Céu Jaguaré.

Instituto Olga 1520 2009

Rua Haddock Lobo, no 1307, cj. (11) 3081-9300

Kos de Inclusão 181 – Jardim Paulista.

Cultural

www.institutoolgakos.org.br

― Resgate da cultura, por

meio de publicações de arte

28 Crianças e

de 20 artistas brasileiros ― Oficinas de pintura, música e

com a finalidade de

Oscip jovens com

exercitar as habilidades teatro com enfoque de

síndrome de

desenvolvimento das

motoras. O trabalho é

Down

habilidades motoras e

realizado em Instituições

perceptivas do jovem deficiente.

parceiras, como: Apae,

Adere, Novo Ângulo,

Alternativa, etc.

Instituto 1228 2007 Alameda Nothman, no 1029 – (11) 3667-2361

Pensarte-OS

Santa Cecília

www.pensarte.org.br

― Projeto Cuca Mirim de

culinária, apresentando um

olhar diante dos alimentos

além da necessidade física,

29 abordando as formas de ―

Organização Jovens

preparar, misturar alimentos Oficinas de artes visuais, dança

reconhecendo seus valores, e música. São realizadas na sede

Social carentes

sabores que permitem a na alameda Nothman para

criatividade. jovens carentes da região.

― O livro falante, projeto que

desperta não só o gosto pela

leitura como representa o

livro em comunidades e

escolas públicas.

Registro Localização

Nome da No Ano Endereço da sede Telefone/site

Item instituição

Tipo Público-alvo Projetos Abordagem em arte

Instituto 1420 2008

Avenida dos Metalúrgicos, no (11) 2285-7758

Pombas 2100 – Cidade Tiradentes

Urbanas

www.pombasurbanas.org.br

― Projeto da Comunidade

aoTeatro,doTeatroà

30

Comunidade para formação de

valores de cidadania.

Oscip

Crianças e ― A Cohab cedeu um ― Oficinas: teatro, música,

jovens galpão de 1600 m2, onde foram

instaladas as oficinas. Esse artes visuais e dança.

espaço foi objeto de reportagem

da revista do jornal Folha de

S.Paulo em 15/07/2012, com o

titulo “Quebrada fértil”.

31 Religare –

1311 2007 Rua Sousa Lima, no 300, 1º (11) 3825-9036

Reciclagem

andar – Santa Cecília

Cultural e

Page 93: Maria Cecilia do Amaral Campos de Barros Santiago.pdf

90

Registro Localização

Social www.religare.org.br

― Facilitadores da

difusão e inclusão cultural de

Jovens que

jovens em situação de risco

social, praticando uma educação

cumprem

Oscip dos sentidos.

O nome

medidas ― Oficinas de teatro.

“Religare” foi criado para dar

socioeducativas

sentido ao projeto: ligar jovens

internos da Fundação Casa à

sociedade, com a inserção das

artes em suas vidas.

Obra Social 1054 2003 Rua Álvaro Mendonça, no 456 – (11) 2205-1100

Dom Bosco Itaquera

www.dombosco.com.br

32 CEP

― Projetos assistenciais

― Projeto socioeducativo

Comunidade

Crianças e Criarte, em parceria com o ― Oficina de artes visuais,

jovens Projeto Guri, para formação de

Educativa dança, música e teatro.

orquestra, Escola de Samba

Pastoral

Dom Bosco,

com oficinas

voltadas ao Carnaval.

Orpas – Obras

Recreativas, 1324 2008

Rua João Santana, nos

329 e 358 (11) 97885-7665

Profissionais, – Chácara Santana

Artistícas e

www.orpas.com.br

33 Sociais

Crianças e

― Oficinas de formação

ONG ― Projeto cultura para humana com música de percussão,

jovens

todos. canto coral, dança, artes visuais,

teatro e psicodrama.

Registro Localização

Nome da No Ano Endereço da sede Telefone/e-mail

Item

instituição

Tipo Público-alvo Projetos Abordagem em arte

Via Cultural – Avenida Brigadeiro Faria Lima,

(11) 3624-5791

Instituto de

1413 2008 no 1597, cj. 707 (escritório) –

Pesquisa e Ação Pinheiros www.viacultural.org.br

pela Cultura

― O projeto “Memórias

Construídas” une conhecimento

34

Jovens em

a competência. Sua metodologia

propõe construir uma nova

condição de

Oscip, parceria identidade

sociocultural dos

vulnerabilidad ― Oficinas de restauração de

com o Sesc jovens, tendo

como base

e da antiga

obras.

desde 2008 experiências,

percepções,

Febem e casas ― Aulas de história da arte.

vivências, visitas em um

de abrigo

processo de aculturação e

apropriação do entorno da

cidade como patrimônio

histórico.

Page 94: Maria Cecilia do Amaral Campos de Barros Santiago.pdf

91

APÊNDICE B TERMOS DE CONSENTIMENTO DOS DIRIGENTES DAS

ENTIDADES

Page 95: Maria Cecilia do Amaral Campos de Barros Santiago.pdf

92

Page 96: Maria Cecilia do Amaral Campos de Barros Santiago.pdf

93

APÊNDICE C

DEPOIMENTOS DE DIRIGENTES E EDUCADORES DAS ENTIDADES

MAZÉ – DIRIGENTE DO NUA

Liguei para a sede do NUA e conversei com Hermes, criador e fundador da OS,

juntamente com sua esposa, Maria José, ambos dirigentes da entidade. Nesse telefonema,

expliquei o propósito de minha visita e disse que gostaria de conversar com ele sobre o NUA.

Apesar da indicação sobre o local, foi difícil encontrar, porque as ruas não têm

identificação e a numeração não tem continuidade. Depois de quase uma hora andando em

círculos, parei em frente a uma escola estadual e liguei pedindo ajuda. Maria José foi ao meu

encontro. Maria José, 30 anos, conhecida como Mazé, foi logo pedindo desculpas pela

ausência de seu esposo, que fora a uma reunião imprevista na Secretaria de Participação e

Parceria da Prefeitura. Disse: “Fique sossegada estarei à sua disposição. E, você sabe,

vivemos dessas verbas”.

Ao entrar na sede, deparei com crianças alegres, brincando e começando a comer um

farto prato de comida. Nesse momento, ela quis que eu olhasse o que as crianças estavam

comendo e me disse que elas almoçavam, tomavam lanche e, antes de ir embora, jantavam. “Mas há uma exigência para estarem aqui: a da frequência na escola”.

Fotografia 7 – Refeição servida para os participantes do NUA Fonte: a autora (2013).

Perguntei qual era o custo de cada participante no projeto e ela me informou que era

de R$ 60,00. Frisou que, nesse valor, estavam incluídas refeições e o material didático

individual utilizado nas oficinas, pelas crianças.

Page 97: Maria Cecilia do Amaral Campos de Barros Santiago.pdf

94

Continuando a visita, fomos à biblioteca e ao espaço onde são realizadas as oficinas

de grafite, dança e percussão. Mazé mostrou a reforma de um banheiro e as rampas que

haviam acabado de construir para receber deficientes. Então perguntei: Dentro do projeto e

frequentando as oficinas vocês tem muitos deficientes? E ela me respondeu: “Não ainda, mas

queremos recebê-los”.

Fotografia 8 – Reformas para receber deficientes Fonte: a autora (2013).

Sentamos e ela continuou o depoimento de todas as suas vivências no NUA. Vi seus

olhos brilharem e se encherem de lágrimas: “Vamos começar a recordar tempos difíceis e

tempos de construção”. Foi então que percebi o quanto ela queria falar e deixei-a à vontade.

Mazé: Como você já sabe [fazendo referência ao site do NUA], mas vou relatar: o Hermes

esteve um tempo na antiga Febem e lá ele começou a esculpir, com um cortador de unha, uma

cabeça de cavalo. Os colegas mostraram ao diretor, que o convidou então para lá formar uma

oficina de arte e dar aulas a seus colegas. Ele começou a sentir, nesse trabalho de oficineiro, o

bem que a arte fazia a todos que lá estavam. Não só os tirava do ócio, como também permitiu

que eles construíssem peças criativas que elevavam a sua autoestima. Quando ele saiu da antiga Febem, voltei com ele ao bairro para visitar um amigo que aqui

morava. Nesse tempo, estávamos morando na Penha [com um suspiro de lembrança]. Como

ficamos assustados e decepcionados! Tudo havia piorado, a comunidade estava sobrevivendo

do lixão, muita droga e violência. Vendo tudo isso, o Hermes reparou que aqui tudo girava em

círculo vicioso, de tal forma que nada de bom acontecia, e percebeu que o destino dos jovens

Page 98: Maria Cecilia do Amaral Campos de Barros Santiago.pdf

95 seria o mesmo que o dele. Então, resolveu reverter essa história triste contada aqui. Pediu

ajuda ao Marcos, um psicólogo que o acompanhou durante seu tempo de Febem, para juntos

trabalharem com a comunidade, conscientizando-a a participar de um projeto que fizesse

desse local um local diferente, que eles pudessem entender que a miséria poderia ser revertida

com ajuda de todos; e se todos participassem dos projetos iniciais de mutirão, poderíamos

falar em conquistar suas cidadania. Assim, fizemos mutirão do lixo, que depois a Globo [Rede

Globo de Televisão] veio e fez também. [enfática] Você sabe, uma andorinha só não faz

verão! E pudemos, com essa ajuda poderosa da Globo, acabar definitivamente o lixão. O Hermes acreditava que a arte poderia trazer muitas mudanças, e foi assim que iniciamos,

com muita luta e pouco dinheiro, em 2000. Em 2005, depois de cinco anos de luta, é que nos

tornamos uma organização social e tendo a prefeitura como parceira, várias secretarias nos

financiam, mas fiscalizam e controlam os gastos, tudo aqui é rigorosamente controlado por

nós e pelo Nelson, funcionário da prefeitura que cumpre 40 horas aqui conosco.

Nesse momento, eu estava preparada para fazer algumas perguntas, mas Mazé, muito

ansiosa, começou a contar como foi o início da oficina de percussão.

Mazé: Começamos na percussão com instrumentos construídos com latas, tampas, galões de

tinta, e os jovens os transformavam em instrumentos de percussão. Hoje já conseguimos de

nossos parceiros os instrumentos para eles tocarem. Seguimos a metodologia de Paulo Freire em nossas oficinas. Nossas crianças e jovens ficam o

tempo que querem. Você viu o Fabiano [educador social que deu seu depoimento], foi cria do

projeto, e muitas crianças falam que, quando crescerem, querem se tornar educador social e

trabalhar aqui... [deu um sorriso] Ah, crianças! Quantos sonhos, tudo é possível.

Sorridente, alegre e muito calma, ela atendia a todos enquanto conversávamos. Pedia

desculpas, mas dizia: “ser dirigente é isso, ainda mais quando o Hermes não está”.

Mazé: Ah, esqueci de contar que tivemos de mudar e fazer da sede nossa residência por

questões práticas e financeiras, e aqui no NUA realmente é a minha casa [falando com certo

orgulho]. Hoje são vários projetos que estão sendo desenvolvidos porque, graças a Deus, a

participação da comunidade cresceu, e com isso, mais duas casas foram alugadas: uma para o

projeto Filó Cabruêra e outra para o GPS Delivery.

Page 99: Maria Cecilia do Amaral Campos de Barros Santiago.pdf

96 O Filó Cabruêra é o que dirijo pessoalmente, um projeto com mães que aprenderam a costurar

e hoje fazem bolsas, carteiras, sacolas com reutilização de banner que as empresas iam jogar

fora e, a nosso pedido, nos enviam para a sede, e aqui transformamos em lindas peças que

vendemos na comunidade e fora também. É o nosso projeto sustentável.

Fotografia 9 – Projeto Filó Cabruêra. Da esquerda para a direita: duas costureiras, Mazé e Sissa. Fonte: a autora (2013).

Fomos à sede do projeto GPS Delivery, onde aproveitei para colher o depoimento do

educador social Almir.

Mazé: [mostrando o local] É aqui que acontecem as reuniões da comunidade. Hermes procura

apresentar os problemas locais, e junto com os moradores, busca encontrar as soluções. Pesquisadora: E como é a participação dos moradores? Mazé: Se não participarem, como é que querem adquirir cidadania?

Confesso que fiquei até assustada em perceber o quanto Mazé era politizada. Já

estava tarde, e ela precisava supervisionar no lanche das crianças, que logo iriam para suas

casas. Então me despedi e agradeci todo o acolhimento.

Page 100: Maria Cecilia do Amaral Campos de Barros Santiago.pdf

97

EMERSON – DIRIGENTE DO INSTITUTO DE OLHO NO FUTURO

Em uma sexta-feira ensolarada, cheguei ao Instituto De Olho no Futuro. A visita

havia sido previamente agendada com o dirigente, que disse ser sexta-feira o melhor dia para

se ter uma ideia de como funciona o projeto. Expliquei tratar-se da minha tese de doutorado, e

ele foi muito receptivo.

Muito falante, irrequieto, ele queria abraçar todas as questões que surgiam ao seu

redor e ao mesmo tempo ser gentil comigo e contar do trabalho que realizam. Assim, mostrou

as dependências físicas onde funciona enquanto conversávamos.

Emerson: O pagamento do aluguel é resultado do esforço mensal da comunidade nas

contribuições. Quanto à ajuda da prefeitura, ela é muito eventual, só quando resolvem enviar;

principalmente em época de eleição é que somos lembrados por representantes aqui do bairro

de Pedra Branca que precisam ser reeleitos e forçam na prefeitura uma liberação de verba.

Fora isso, é muito raro, não podemos contar. O que contamos mesmo é com colaboradores,

lojistas da região que nos ajudam mensalmente. Nosso projeto tem como base a comunidade pobre do Morro da Cantareira, e abriga famílias

que estão alojadas em barracos sem licença da prefeitura, em terrenos ocupados; comunidade

que, antes do projeto, tinha um alto índice de violência familiar e droga. Para participar do projeto, todas as crianças precisam estar matriculadas na escola e com

frequência regular. Damos muita ênfase para a escola porque muitos deles, antes de estarem

aqui, com 13, 14 anos não frequentavam escolas e, naturalmente, ficavam vagando na

comunidade. Eles chegam, almoçam e fazem os exercícios de casa passados pela escola, com uma

educadora que ensina o que ficou difícil para eles o entendimento; é uma repetidora, porque

eles sentem muita dificuldade no aprendizado. Terminando a lição, eles começam outras

atividades, como judô, dança, customização de roupas e um pouco de artes visuais.

Permanecem aqui até as cinco e meia [17h30], tomam um lanche bem reforçado e vão para

suas casas. Assim, essas crianças e jovens têm não só o tempo preenchido com atividades, como também

discutem com as educadoras assuntos do dia a dia da comunidade, como prostituição aos 14

anos, violência familiar e iniciação na droga, fazendo-os refletir sobre suas escolhas futuras.

Page 101: Maria Cecilia do Amaral Campos de Barros Santiago.pdf

98

“Ah!”, lembrou, “quero contar o que fizemos esses últimos meses”, e começou o

relato com muito entusiasmo.

Emerson: Havia um matagal que as crianças atravessavam para chegar às suas casas, tanto na

volta da escola como para chegar ao nosso projeto. Era um local muito perigoso, porque era

ponto de droga e local de aliciamento de menores para o tráfico e venda. A pedido das

próprias crianças e jovens do projeto, fui ao local verificar e vi que precisávamos agir

rapidamente. Pedi à subprefeitura que limpasse o terreno e desse uma iluminação necessária

para o local. Construímos uma praça, pintamos as árvores, plantamos árvores frutíferas e, com

a ajuda de comerciantes do bairro, colocamos bancos, onde eles fazem suas propagandas.

Afastamos a droga e ficou um lugar de reunião para os jovens. Agora, estamos querendo

colocar alguns brinquedos para as crianças e aparelhos de ginástica para os jovens, mas isso

depende muito, muito, da ajuda de todos e até pedir à subprefeitura para deixar colocar. Bem,

a esperança de conseguir é uma próxima eleição, porque dará visibilidade ao candidato do

bairro. Esse local é chamado pelos jovens do projeto de “nosso cantinho”.

“Agora vou deixar você conversando com as educadoras, preciso tomar algumas

providências no banco”, finalizou Emerson. Agradeci e comecei as entrevistas com as

educadoras.

FABIANO – EDUCADOR SOCIAL DO NUA

Fui apresentada a Fabiano por Mazé: ”Fabiano é um dos nossos educadores. Temos

quatro, mas ele é cria nossa”. Ela explicou a Fabiano que eu estava construindo um perfil do

NUA para meu doutorado, e que ele poderia me ajudar muito com seu depoimento.

Fabiano: Sou educador social e muito, muito me orgulho de dizer que minha vida começou a

ter sentido aqui no projeto do NUA. Tenho 24 anos e atualmente estou fazendo faculdade de

Educação Física. Comecei no projeto aos 14 anos, época em que o Hermes procurava mostrar

aos moradores a importância de transformar a comunidade em um lugar melhor e com mais

condições de vida, e não sobrevida. Naquele tempo, aqui se chamava Jardim Pantanal e era um lixão, mas o Hermes, você sabe, é

um artista plástico [fala com muito respeito e admiração no tom de voz], organizou vários

Page 102: Maria Cecilia do Amaral Campos de Barros Santiago.pdf

99 mutirões para acabar com o lixão, até sensibilizar o poder público a vir agir aqui nessa

comunidade, que estava esquecida, e acabar definitivamente o lixão.

Continuando em sua fala, percebi que Fabiano queria me contar tudo o que viveu

nesse tempo, e continuou falando de Hermes, dizendo que ele não havia sossegado em só tirar

o lixão, mas queria dar uma “nova cara” a essa paisagem da comunidade, para que todos

pudessem ter motivos para sorrir.

Fabiano: Foi então que ele começou aqui na sede – que era, na época, sua residência – a

oficina de grafite com os jovens. Ele nos fazia perceber o grafite como uma expressão que

podia buscar a sensibilidade do olhar. Nos mostrou a história de vários grafiteiros, como

Basquiat, que tinha uma vida muito parecida com as nossas, mas que, ao expor suas ideias nos

muros, levantou muitas questões sociais. Fomos à luta e transformamos muitos dos espaços

do bairro, que eram muito feios, em lugares mais criativos. Da oficina do grafite surgiu a

percussão, e da percussão, a dança de rua, em que me amarro muito.

Fotografia 10 – Grafite feito pelos jovens em volta da horta Fonte: a autora (2013).

O rapaz demonstrou até um brilho nos olhos ao dizer que conseguira uma bolsa no

Curso de Formação Bertazzo, do coreógrafo e dançarino Ivaldo Bertazzo, e lá foi se

aperfeiçoar.

Fabiano: Fui crescendo, crescendo aqui, me tornando homem e me conscientizando nessa

procura de uma vida melhor. Hoje, sou educador social [fala que repete com orgulho]. Todos

os jovens do projeto estão na escola, é uma condição para frequentar nossas oficinas. E eu

Page 103: Maria Cecilia do Amaral Campos de Barros Santiago.pdf

100 estou aqui para repetir tudo a eles que aprendi. Muitos desses jovens que estão aqui também

querem, no futuro, pertencer ao NUA como educadores e levar também algo que aprenderam

a outros jovens, que veem porque agora o NUA não para [com sorriso largo, dando ênfase à

frase].

Brincando, falou: “Oh, quanta responsabilidade!” Nesse momento, as crianças

correram ao seu redor, o abraçaram e começaram a contar histórias que ele parou para ouvir.

Assim, senti que havíamos terminado. Pensei em tirar uma foto desse quadro das crianças o

abraçando, mas percebi que o depoimento lhe trouxe muitas lembranças. Ele estava

emocionado e de seus olhos rolavam algumas lágrimas, então resolvi respeitar esse momento

final.

ALMIR – EDUCADOR SOCIAL DO NUA

Almir, 24 anos, um rapaz que também se formou no projeto do NUA, entrou menino

e acabou sendo educador e criador, junto com Hermes, do projeto GPS Delivery. Quando

Mazé fez as apresentações, contou a ele que o NUA fazia parte da minha tese de doutorado.

Ele ficou entusiasmado e se ofereceu para contar sobre o projeto que é o seu sonho. Sentamos

e comecei a ouvi-lo.

Almir: Por mais que a comunidade participe e que o Hermes sempre esteja atento em abrir o

espaço para novos moradores, ainda existem os que ficam desconfiados, não acreditando por

que queremos melhorar essa comunidade. Observando esse fato como constante é que eu e o

Hermes, e mais alguns educadores do projeto, nos juntamos e resolvemos criar o projeto GPS

Delivery. Senti na pele as mudanças que o NUA fez em mim. Se hoje não sou drogado e

consigo estudar em uma faculdade, devo tudo ao convívio com todos do NUA. O projeto GPS Delivery consiste em, duas vezes por semana, sairmos às ruas da comunidade

de triciclo e com um vasto equipamento lúdico. Vamos vestidos de palhaços, assim paramos

em um local mais distante da comunidade e com pessoas que ainda não conhecem ou não

participam do nosso projeto e começamos a fazer brincadeiras entre nós, palhaços. Os

moradores começam a abrir as janelas, as crianças saem nas ruas e, aos poucos, vão se

achegando. O que fazemos? Muitas palhaçadas, brincadeiras, malabarismos, mas também

contamos histórias que falam de violência doméstica e drogas, que são as ocorrências mais

Page 104: Maria Cecilia do Amaral Campos de Barros Santiago.pdf

101 comuns aqui na comunidade. Ficamos umas duas ou três horas no máximo e depois

convidamos todos para chegar até a sede do NUA.

Pesquisadora: E como tem sido o retorno do projeto? Almir: Ainda é tímido, mas o importante é que já estamos conseguindo.

Percebi que ele olhou para o relógio com certa ansiedade e me disse que precisava se

apressar para a aula da faculdade. Gentilmente, me perguntou: “Você ainda precisa de mim?” Agradeci e disse que poderia ir à aula, e que seu depoimento tinha sido muito importante para

minha pesquisa.

ROSÂNGELA – EDUCADORA DO INSTITUTO DE OLHO NO FUTURO

Fui apresentada por Emerson à educadora Rosângela, 30 anos, que ministra a oficina

de balé e prontamente quis colaborar. Emerson fez um comentário: “É ela que faz as meninas

sonharem e sentirem que também podem ter graça e flexibilidade, como qualquer jovem que

se dedica à dança. Você sabe, para essas jovens a inspiração está na TV”.

Pesquisadora: Qual é a sua formação? Rosângela: Cursei o balé da Prefeitura. Então, resolvi utilizar minhas habilidades, trazendo a

dança tanto para as crianças quanto para as jovens.

Pesquisadora: O que você ensina a elas? Rosângela: O corpo delas que é o próprio dançarino; é ele que executa os movimentos e é

capaz de criar, de pensar e de escolher. Ensino passos de dança clássica, mostro a elas como

os passos fazem parte de um exercício de disciplina, e só na continuidade é que poderão se

tornar flexíveis. Mas também quero que a dança provoque nelas uma forma de articular novas

possibilidades, com seu corpo e com sua mente. Estou contando a você, não o dia a dia das

oficinas, mas o que pretendo ao trazer o balé a essas crianças e jovens.

Na segunda vez em que fui à instituição com o propósito de novamente conversar

com ela e com as jovens participantes do projeto, ela me autorizou a colocar seu nome. Sua

escolaridade: cursou até o ensino médio e estudou balé clássico durante sete anos. Sempre deu

Page 105: Maria Cecilia do Amaral Campos de Barros Santiago.pdf

102 aulas de balé em varias academias do bairro de Santana e de Pedra Branca. Mas sua formação

em dança é mais prática do que teórica. Atenciosa e simpática me recebeu e disse: “Darei,

sim, a entrevista que você precisa, mas assista ao ensaio, apontando um banco para sentar e

observar”. Após o ensaio, conversamos mais um pouco.

Rosângela: O que você achou do balé? Pesquisadora: Apreciei muito. Como foi essa preparação para chegar à escolha do Quebra- Nozes? Rosângela: Esse nosso projeto do balé Quebra-Nozes foi uma escolha em conjunto com essas

jovens. Primeiro apresentei alguns vídeos de balé, como o Lago dos Cisnes, e depois o

Quebra-Nozes do Royal Academia de Londres, e elas fizeram uma votação e escolheram o

Quebra-Nozes. Trabalhei esse balé de varias formas, até com uma apresentação cheia de

fantasia, que é o vídeo do Quebra-Nozes da Barbie. Você conhece o vídeo? Pesquisadora: Conheço, assisto sempre com a minha neta. Rosângela: Estamos explorando a fantasia, a realidade, fazendo que elas observem postura,

disciplina e atitudes das bailarinas e sempre mostrando o respeito ao tempo de cada um dos

participantes que formam o conjunto. O que quero com esse projeto não é formar bailarinas,

mas trazer a elas uma nova perspectiva de vida. É muito importante elas tomarem consciência

do corpo, do movimento e aprender a conhecê-lo e ter respeito por ele. Você sabe por que

batalho nessa tecla? É que na comunidade Flamingo, onde elas moram, a gravidez prematura

é muito comum, meninas com 13, 14 anos já são mães. Você observou a Beatriz? [menina com Síndrome de Down que participava do projeto]. Você

percebeu como ela é bem aceita pelas colegas? Ela dança no seu ritmo e muitas vezes seus

passos saem dos padrões das outras jovens. Não tem importância, ela faz parte do projeto e,

mesmo que dance diferente, ela faz parte de nosso conjunto e da realidade da ONG. Pesquisadora: Observei sim, e fiquei admirada pelo respeito e carinho das colegas para com

ela, ajudando a relembrar algumas posições, o que reduz o grau de importância de seu

problema mental nesse espaço da dança. Rosângela: Beatriz sente-se livre e interage com suas colegas; acredito muito no poder da arte e,

é claro, no poder da dança, porque traz a essas jovens um olhar mais sensibilizado, que procura

um pouco de encantamento para suas vidas árduas. Na dança, elas se sentem confiantes, se

esforçam para apresentarem gestos alinhados com as demais, para formar um conjunto, como

sempre estou alertando. Mas elas também se divertem explorando o mundo da

Page 106: Maria Cecilia do Amaral Campos de Barros Santiago.pdf

103 fantasia e testando os limites de seu potencial. Elas estão muito motivadas nesse projeto que

vamos apresentar agora em dezembro, querem ouvir elogios e mostrar a todos as suas

habilidades.

Fotografia 11 – Oficina de balé Fonte: a autora (2013).

Rosângela: Agora quero mostrar a você as fotos do balé da Branca de Neve que

apresentamos no teatro em Santo André nesse final de ano. Nós reinventamos a história da

Branca de Neve, oferecendo uma abertura de possibilidades à princesa. Repare como os

passos tradicionalmente marcados arriscam outras possibilidades de expressão, para se

discutir a dança.

Fiquei observando as fotos junto com Rosângela, e todas as alunas já estavam

prontas na barra, à sua espera. Ela disse: “fique vendo as fotos, porque agora as minhas

dançarinas querem ter oficina”. Despedimo-nos e ainda fiquei observando a oficina mais um

tempo.

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104

APÊNDICE D

ENTREVISTAS COM OS JOVENS PARTICIPANTES DO PROJETO

JOVENS DO NUA

a) Evanildo dos Santos Idade: 15 anos Escolaridade: cursando a 6ª série do ensino fundamental noturno, na escola pública da

comunidade

Evanildo entrou no Nua com 11 anos, começou construindo instrumentos musicais

com materiais recicláveis e só depois de dois anos tocando esses instrumentos é que, hoje, ele

toca bumbo, fazendo parte da percussão. Foi uma entrevista rápida. Evanildo era muito

inquieto, mas deixou claro o seu senso crítico sobre a política e políticos.

Evanildo: Participo da aula de percussão que foi onde comecei, mas também participei do

projeto com o grafite, foi o maior barato. O Hermes, a Mazé e o Fabiano deram um gás aqui

nos jovens e todos participaram do grafite, com muito entusiasmo. Queríamos embelezar

nossas ruas. Depois, até os políticos em época de eleição vieram aqui pintar as casas, mas não

fizeram um trabalho como o nosso. Eles não entendem nada de comunidade, só de votos. Bem, preciso ir. Tchau!

b) Diego Ferreira Idade: 16 anos Escolaridade: cursando a 7ª série do ensino fundamental noturno, na escola pública da

comunidade

Apresentado pelo educador Fabiano, que o introduziu na entrevista dizendo ser “prata da casa” porque liderou todo o trabalho com o grafite.

Pesquisadora: O que o motivou tanto no projeto do grafite? Diego Ferreira: Primeiro conheci o grafite, e com o Fabiano aprendi a diferença entre

pichação, achava que tudo era igual antes de aprender. O que me motivou foi conhecer a vida

dos grafiteiros, muito parecida com as nossas vidas, cheias de conflitos e perrengues, tendo

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105 que se defender, senão o bicho come. Assim, todos do projeto sentiram a mesma vontade de

melhorar a comunidade e então, no dia que saímos para grafitar, foi muito legal. Estou atrasado, preciso ir para a aula. Tudo bem? Tchau!

JOVENS DO DE OLHO NO FUTURO

Quero lembrar a acolhida e a receptividade das jovens: quando pedi que falassem

sobre suas vivências e a participação nas atividades na ONG, todas sorriram e prontamente se

aproximaram, ávidas por falar.

Apresentei-me, explicando que estava fazendo uma pesquisa para meu trabalho de

doutorado e elas perguntaram o que era o doutorado. Expliquei que é a continuação dos

estudos depois da faculdade, que me habilitam a ser professora universitária.

O dirigente da ONG, Emerson, não permitiu que eu gravasse as entrevistas, apenas

anotasse; mas deu liberdade para que elas falassem, deixando-me muito à vontade com as

jovens.

a) Ana Cristina Lemos Idade: 16 anos Escolaridade: cursando a 8ª série do ensino fundamental noturno, na escola pública do bairro

Moradora da comunidade Flamingo, perto da ONG

Pesquisadora: Há quanto tempo você está na ONG? Ana Cristina: Cheguei aqui com 8 anos, minha mãe precisava trabalhar. Não tenho pai, ele

nos deixou há muito tempo, eu era pequena. Minha mãe procurou as creches aqui por perto e

nenhuma tinha vaga, lá na comunidade indicaram para minha mãe a ONG, que atendia

crianças propondo atividades e ficando com elas até a volta de seu trabalho. Foi aqui que

cresci e conheci minhas amigas, aprendi a estudar, aprendi informática e pretendo ficar até

poder arranjar um emprego.

Pesquisadora: Fale-me sobre a atividade com a dança. Ana Cristina: Inicialmente, não acreditava que poderia dançar, por ser muito alta, magra e

desengonçada, como todos assim me achavam. Mas Rosângela, a professora, foi me

convencendo a ver que ser alta, magra, não era nenhum defeito e que poderia adquirir uma

Page 109: Maria Cecilia do Amaral Campos de Barros Santiago.pdf

106 bonita postura com a dança e deixar de ser desengonçada. Agora não perco nenhuma aula, e

principalmente o ensaio do balé Quebra-Nozes, que estamos preparando para apresentar no

teatro de uma escola. No domingo, as minhas amigas que moram na comunidade e que estão

no balé se reúnem para ensaiar, assim nossa apresentação fica cada vez melhor e a gente se

diverte dançando, as horas passam e nós ficamos com o domingo cheio de brincadeiras e

conversas. Bem, agora tenho que ir treinar antes do ensaio com a professora. Tchau! [saiu correndo].

b) Monique Olho Idade: 15 anos Escolaridade: cursando a 8ª série do ensino fundamental matutino, na escola pública do bairro

Monique está na ONG desde que nasceu. É filha do dirigente Emerson e sempre acompanha a

vida de seus pais no trabalho com a comunidade. Ela não só participa das atividades, como

também ajuda no que sabe junto às crianças menores, ea também participa do grupo de dança.

Pesquisadora: como a dança entrou na sua vida? Como escolha ou por ser uma atividade da ONG? Monique: [quase indignada] Não! Entrei na dança porque foi sempre o balé que me

encantava, ver as bailarinas na TV com aquelas roupas e sapatilhas, fazendo passos leves e

saltando no ar... Que vontade que me dava de poder repetir tudo que via e achava que estaria

distante de mim! Isso me deixava cheia de vontade de ser uma delas e pedia a meu pai que

gostaria de dançar balé. Assim veio uma professora procurar meu pai, a Rosângela, que era

justamente o que eu sonhava: uma professora de balé! Meu pai perguntou a todas as meninas

se realmente gostariam de ter aulas de balé e eu fui a primeira a insistir para que essas aulas

acontecessem.

Pesquisadora: O que a dança trouxe de bom para você e para sua vida? Monique: Concentração, porque antes era muito “cabeça de vento”, como minha mãe dizia, a

dança exige que os movimentos sejam um conjunto, todas dançando ao mesmo tempo e no

mesmo ritmo, temos que levar a sério nossas aulas, porque senão não conseguimos fazer as

apresentações que tanto queremos. [falava com entusiasmo, com brilho nos olhos, buscando

uma realização nessa apresentação que iriam fazer no final do ano]. Desculpe-me, agora vou me reunir com as meninas, elas já estão ensaiando.

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107

c) Flávia Santos Idade: 14 anos Escolaridade: cursando a 6ª série do ensino fundamental noturno, na escola pública do bairro

Moradora da comunidade do Flamingo. Está na ONG desde os 5 anos; quem indicou à sua

mãe foi uma amiga moradora da comunidade, que tinha a filha Bruna participando dos

projetos da ONG.

Flávia: Já fiz de tudo aqui, aprendi informática, faço reforço escolar, aprendo a costurar e

agora, balé.

Pesquisadora: Então, conte-me como tem sido a dança para você. Flávia: [com entusiasmo] Ah! A dança me fez conhecer e perceber o meu corpo, reparando

nos meus gestos e nas atitudes que temos que ter como bailarinas.

Pesquisadora: Você pode explicar melhor? Flávia: Antes, meus gestos eram brutos, rápidos. A professora Rosângela me fez ver que teria

que ter gestos mais delicados, se não não dariam harmonia no conjunto de um balé tão bonito.

Aprendi a me concentrar e ter respeito pelo tempo das outras meninas; era muito afobada e

esquecia que não era só eu no pedaço. Agora, por exemplo, no domingo na comunidade

aparece o caminhão de água, assim enchemos baldes, latões para usarmos durante a semana e

também um latão que colocamos uma mangueira para tomarmos banho. Antes, pensava

primeiro em mim e corria para usar a mangueira; agora dou banho primeiro nos meus irmãos,

Luana, 5 anos, e o Ailton, de 3 anos. Eles se divertem, fazem folia e depois é que chega a

minha vez. Aprendi aqui na ONG, e em especial com o balé, a respeitar a minha vez.

Flávia: Você viu o que estamos fazendo para colocar na praça da comunidade, enfeitá-la para o natal? Pesquisadora: Achei lindo, estão reciclando material descartável, não é? Flávia: Tudo de garrafa pet que os donos de bares e moradores nos doaram, a pedido do

Emerson. Primeiro, assistimos um vídeo de uma cidade do Sul, não me lembro do nome. Lá

as crianças das escolas cortam as garrafas e fazem coisas lindas de natal. Aqui, o Emerson

esta nos ajudando e, veja! [levando-me até o que já estava pronto: um boneco de neve, árvore

de natal e castiçais com velas, tudo feito por elas com garrafas de água de plástico, um

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108 trabalho bonito e bem feito] Agora vamos colocar luzes e deixar na praça da comunidade,

veja como ficará bonita a nossa praça, não vejo a hora de tirar muitas fotos, afinal tudo está

sendo feito por nós, daqui do projeto. Agora me dê licença para participar do ensaio. Tchau e obrigado. Pesquisadora: Quem agradece sou eu.

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109

ANEXO A

ONGS REGISTRADAS NA SECRETARIA DE PARTICIPAÇÃO E PARCERIA DA PREFEITURA DO MUNICÍPIO DE SÃO PAULO

Número

Datade

do

CNPJ

Nome da ONG

Validade

registro

0001/94 62.264.494/0001-79 CENTRO SOCIAL NOSSA SENHORA DO BOM PARTO 3/11/2012

0002/94 62.081.138/0001-10 FUNDAÇÃO PAULISTA DE ASSISTÊNCIA À INFÂNCIA "CASA DOM GASTÃO" 26/7/2011

0003/94 47.413.513/0001-98 TURMA DA TOUCA - ACRS 03/11/2013

0004/94 62.203.427/0001-44 FUNDAÇÃO JOVEM PROFISSIONAL 17/6/2013

0006/94 62.666.466/0001-88 SERVIÇO PROMOCIONAL E SOCIAL DA PARÓQUIA SANTA CECÍLIA 20/9/2013

0007/94 67.139.907/0001-07 CENTRO DE ASSISTÊNCIA E PROMOÇÃO SOCIAL NOSSO LAR 17/11/2011

0009/94 55.085.187/0001-65 CENTRO COMUNITÁRIO CATÓLICO E OBRAS SOCIAIS OSCAR ROMERO 12/7/2013

0010/94

62.442.132/0001-20

CENTRO ESPÍRITA IRMÃ NICE

17/6/2013

0012/94 54.239.041/0001-64 CENTRO SOCIAL DE PARELHEIROS 1/4/2014

0013/94 62.402.193/0001-64 A NOSSA CASA DA CRIANÇA 17/5/2014

0014/94 62.258.751/0001-60 ASSOCIAÇÃO MARIA IMACULADA 9/2/2012

0015/94 56.089.956/0001-66 CENTRO EDUC. COMU. DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE "ADEMIR DE ALMEIDA LEMOS" 29/11/2013

0016/94 60.975.737/0001-51 SOCIEDADE BENEFICENTE SÃO CAMILO 17/11/2013

0017/94 51.440.105/0001-00 ASSOCIAÇÃO GRUPO ASSISTENCIAL LUIZ SÉRGIO 18/1/2013

0019/94 60.935.574/0001-83 OBRA DE SÃO TEODORO 4/10/2014

0020/94 49.077.829/0001-81 CENTRO COMUNITÁRIO NOSSA SENHORA APARECIDA - CCNSA 17/5/2013

0021/94 63.066.054/0001-70 CASA DA CRIANÇA DE VILA MARIANA 28/4/2009

0022/94 43.039.916/0001-68 AÇÃO COMUNITÁRIA SÃO BENEDITO 26/7/2013

0023/94 51.743.235/0001/04 CENTRO ESPÍRITA JOÃO SILVA 20/8/2010

0024/94 62.715.529/0001-49 INSTITUTO ROGACIONISTA ANÍBAL DIFRÂNCIA 1/6/2011

0025/94 62.462.528/0001-30 COMUNIDADE EDUCACIONAL DE BASE SITIO PINHEIRINHO 11/6/2011

0026/94 55.647.887/0001-04 ASSOCIAÇÃO AMIGOS DO JARDIM REIMBERG 5/10/2010

0027/94 50.123.496/0001-69 ASSOCIAÇÃO SÃO JOSÉ DAS SERVAS DA CARIDADE 26/7/2013

0028/94 54.534.151/0004-00 CENTRO DE PROMOÇÃO SOCIAL SÃO CAETANO DE THIENE 18/6/2010

0029/94

58.068.776/0001-23

ASSOCIAÇÃO MÃOS AMIGAS DA RECONCILIAÇÃO - A. M. A. R.

19/4/2011

0030/94 51.195.410/0001-76 CENTRO COMUNITÁRIO JOÃO PAULO I 22/3/2013

0031/94 43.987.809/0001-61 AÇÃO SOCIAL LARGO 13 3/5/2013

0032/94 60.981.073/0001-33 ASSOCIAÇÃO BENEFICENTE GRUPO DA CARIDADE 1/2/2014

0033/94

46.332.888/0001-60

OBRAS SOCIAIS DE VISTA ALEGRE

1/4/2015

0035/94

49.478.019/0001-37

SOCIEDADE AMIGOS DO BAIRRO DE VILA PROGRESSO E ADJACÊNCIAS

1/9/2011

0036/94

53.054.078/0001-55

NÚCLEO COMUNITÁRIO DE VILA TEREZINHA

30/11/2012

0037/94 51.582.229/0001-12 COMUNIDADE ASSISTENCIAL RAINHA DOS APÓSTOLOS 22/2/2014

0038/94 55.072.474/0001-30 IHDI-INSTITUTO HUMANIZAÇÃO E DESENVOLVIMENTO INTEGRAL 19/4/2013

0039/94 47.437.488/0001-82 CRECHE MARIA THEREZA DE MELLO MORORÓ 17/11/2013

0040/94 64.027.980/0001-07 CLUBE DE MÃES DO PARQUE SANTA RITA 09/5/2014

0043/94 43.785.328/0001-73 NÚCLEO SOCIAL PAULISTANO 4/8/2011

0044/94 47.296.884/0001-37 SOCIEDADE DE ENSINO PROFISSIONAL E ASSISTENCIA SOCIAL - SEPAS 31/5/2013

0045/94 53.817.169/0001-03 MOVIMENTO COMUNITÁRIO ESTRELA NOVA 14/3/2014

0046/94 47.090.162/0001-21 OBRA SOCIAL SANTA RITA DE CÁSSIA 10/9/2013

0047/94 53.996.914/0001-10 SOCIEDADE AMIGOS DO JARDIM SÃO JORGE E ADJACÊNCIAS 5/10/2010

0048/94 53.824.082/0001-55 OBRAS SOCIAIS DO JARDIM CLÍMAX 18/1/2013

0049/94 51.727.949/0001-29 ASSOCIAÇÃO METODISTA DE AÇÃO SOCIAL - AMAS VILA MEDEIROS 3/11/2011

0050/94 44.002.939/0001-60 LAR NOSSA SENHORA DA CONSOLAÇÃO 9/2/2011

0051/94 56.825.334/0001-59 ASSOCIAÇÃO METODISTA DE AÇÃO SOCIAL - AMAS JABAQUARA 29/6/2011

0053/94 47.383.864/0001-01 AÇÃO COMUNITÁRIA TODOS IRMÃOS 1/9/2011

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Page 114: Maria Cecilia do Amaral Campos de Barros Santiago.pdf

110

Número

Datade

do

CNPJ

Nome da ONG

Validade

registro

0055/94 55.219.075/0001-50 LAR ESCOLA RECANTO CRISTÃO 23/8/2013

0056/94 33.570.052/0018-09 ASSOCIAÇÃO SÃO VICENTE DE PAULO 18/1/2013

0057/94

43.320.977/0001-07

MOVIMENTO COMUNITÁRIO DE PROMOÇÃO HUMANA

6/8/2013

0060/94

50.866.490/0001-81

NÚCLEO ASSISTENCIAL IRMÃO ALFREDO

22/3/2014

0061/94 62.286.422/0001-22 CONGREGAÇÃO DAS IRMANZINHAS DA IMACULADA CONCEIÇÃO 17/6/2013

0062/94 62.702.550/0001-00 LAR DA BENÇÃO DIVINA 17/1/2014

0063/94 59.936.781/0001-73 CENTRO DE PROMOÇÃO SOCIAL BORORÉ 12/7/2013

0064/94 03.505.564/0001-74 CENTRO ASSISTENCIAL SANTA ANGELA - CASA 17/1/2014

0065/94 62.959.333/0001-08 CRECHE CATARINA LABOURE 17/6/2013

0067/94 48.051.502/0001-78 OBRA SOCIAL SÃO JOSÉ DE VILA ZELINA 29/6/2012

0068/94 48.040.315/0001-99 CENTRO DE PROMOÇÃO HUMANA NOSSA SENHORA APARECIDA 17/6/2013

0069/94 47.389.788/0001-33 SOCIEDADE BENEFICENTE CAMINHANDO PARA O FUTURO 09/5/2014

0071/94

73.062.325/0001-72

ASSOCIAÇÃO DE PROTEÇÃO À MATERNIDADE À INFANCIA E À ADOLESC. - ASPROMATINA

11/6/2011

0074/94 60.597.044/0001-72 LIGA DAS SENHORAS CATÓLICAS DE SÃO PAULO 3/5/2013

0077/94 60.980.364/0001-07 CENTRO SOCIAL LEÃO XIII 12/7/2013

0078/94 92.812.049/0059-83 SOCIEDADE EDUCAÇÃO E CARIDADE - SEC 19/4/2014

0079/94 62.180.252/0001-05 FRATERNIDADE IRMÃ AMÉLIA 1/9/2011

0080/94 69.129.880/0001-05 NÚCLEO CORAÇÃO MATERNO 16/11/2013

0081/94 50.253.590/0001-32 LAR CRIANÇA FELIZ 12/7/2013

0083/94 51.748.531/0001-06 ASSOCIAÇÃO AMIGOS DO BAIRRO JARDIM KLEIN 17/1/2012

0084/94 59.829.622/0001-70 CENTRO SOCIAL PADRE CICERO ROMÃO 17/6/2013

0085/94 60.904.711/0001-12 ASSOCIAÇÃO DAS DAMAS DA CARIDADE DE SÃO VICENTE DE PAULO 26/7/2013

0086/94 56.565.781/0001-16 CEI - CENTRO DE EDUCAÇÃO INFANTIL FILADÉLFIA 26/5/2011

0091/94 23.157.506/0010-03 CONGREGAÇÃO DAS IRMÃS CARMELITAS MISSION. DE SANTA TERESA DO MENINO JESUS 8/9/2012

0092/94 52.164.233/0001-23 ASSOCIAÇÃO DE MORADORES DO JARDIM COMERCIAL E ADJACENCIAS 6/8/2013

0093/94 43.570.050/0001-17 AÇÃO SOCIAL CAPELA DA SANTA CRUZ 19/10/2012

0094/94 45.707.155/0001-09 GRUPO ASSISTENCIAL E PROMOCIONAL SÃO JANUÁRIO 11/6/2011

0095/94 53.755.799/0001-92 ACORDE - ASSOCIAÇÃO COMUNITÁRIA JARDIM INDEPENDÊNCIA 3/11/2012

0096/94 43.371.392/0001-08 AÇÃO SOCIAL NOSSA SENHORA DE FATIMA 17/1/2015

0097/94 52.841.186/0001-05 ASSOCIAÇÃO METODISTA DE AÇÃO SOCIAL - AMAS VILA MARIANA 31/5/2011

0098/94 53.494.860/0001-95 CRECHE PRINCESA ISABEL 9/2/2012

0100/94 61.813.333/0001-24 CONGREGAÇÃO DAS FRANSCISCANAS FILHAS DA DIVINA PROVIDÊNCIA 17/5/2013

0105/94 43.430.024/0001-93 CENTRO DE ASSISTENCIA SOCIAL E PROMOÇÃO DE VILA ALPINA 31/5/2013

0106/94

57.814.386/0001-92

CENTRO DE PROMOÇÃO HUMANA SÃO JOAQUIM SANT´ANA

1/4/2014

0107/94

43.897.560/0001-01

SOCIEDADE DE AMPARO FRATERNO CASA DO CAMINHO

5/4/2014

0108/94

50.255.546/0001-61

GRUPO ASSISTENCIAL OS SAMARITANOS

17/1/2014

0109/94 43.309.145/0001-81 GRUPO SOCORRISTA MARIA DE NAZARÉ 1/6/2013

0110/94 62.915.459/0001-72 MAMÃE - ASSOCIAÇÃO DE ASSISTENCIA A CRIANÇA SANTAMARENSE 6/8/2013

0111/94 62.957.923/0001-93 CENTRO COMUNITÁRIO DO JARDIM JAPÃO 17/5/2013

0112/94 60.907.680/0001-53 ASSOCIAÇÃO BENEFICIENTE PROVIDENCIA AZUL 18/10/2014

0113/94 62.440.045/0001-34 ASSOCIAÇÃO OBRA DO BERÇO 12/7/2013

0114/94 46.533.725/0001-46 CENTRO DE PROMOÇÃO SOCIAL CÔNEGO LUIZ BIASI 24/11/2011

0115/94 58.373.234/0001-64 ASSOCIAÇÃO CRIANÇA BRASIL 4/10/2013

0116/94 61.215.265/0001-00 ORDEM DOS SERVOS DE MARIA PROVINCIA DO BRASIL 2/7/2010

0118/94 43.306.331/0001-67 OBRAS EDUCACIONAIS E SOCIAIS FREI LUIZ AMIGÓ 18/8/2011

0119/94 49.737.703/0001-96 ASSOCIAÇÃO AMIGOS DO PARQUE FIGUEIRA GRANDE 3/11/2012

0120/94 48.492.391/0001-35 JARDIM UNIDOS NUM TRABALHO DE OBRAS SOCIAIS -JUNTOS 17/6/2013

0121/94

55.218.358/0001-87

ASSOCIAÇÃO CRISTÃ MÃE ZAZÁ

1/6/2012

0122/94 07.248.545/0009-18 INSTITUTO DAS MENSAGEIRAS DE SANTA MARIA 1/6/2012

0123/94 47.084.603/0001-82 MOVIMENTO COMUNITÁRIO DE VILA REMO 5/4/2011

0125/94 61.800.967/0001-42 GRUPO DA FRATERNIDADE IRMÃO DE SAGRES 23/8/2013

Page 115: Maria Cecilia do Amaral Campos de Barros Santiago.pdf

111

Número

Datade

do

CNPJ

Nome da ONG

Validade

registro

0126/94 61.061.743/0001-66 ENTIDADE BENEFICENTE CANTINHO FELIZ DO JARDIM JOÃO XXIII 29/10/2004

0127/94 62.805.759/0001-07 FUNDAÇÃO JULITA 14/2/2014

0128/94

52.636.891/0001-70

CENTRO DE PROMOÇÃO SOCIAL CARMEN MENDES CONCEIÇÃO

31/5/2013

0129/94

62.592.712/0001-02

CENTRO SOCIAL SANTA MARIA GORETTI

17/1/2014

0130/94 61.054.698/0001-12 CASA DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE DE SANTO AMARO - GROSSARL 24/8/2012

0134/94 44.694.297/0001-08 CASA DA PEQUENA IVETE ASSOCIAÇÃO ASSISTENCIAL 1/6/2012

0137/94 60.731.569/0001-59 SOCIEDADE SANTOS MÁRTIRES 1/4/2012

0138/94 43.970.029/0001-09 ASSOCIAÇÃO CRISTÃ LUIS CARLOS ELO DE AMOR - CASA DE CRIANÇAS 29/6/2012

0139/94 61.576.005/0001-51 GRUPO DE ORGANIZAÇÃO DOS TRABALHADORES INDEPENDENTES - GOTI 22/2/2013

0140/94 54.059.548/0001-36 CENTRO SOCIAL SANTA CRUZ DE VILA RE 8/4/2013

0141/94 61.705.877/0001-72 ASSOCIAÇÃO EVANGÉLICA BENEFICENTE - AEB 17/6/2013

0144/94 57.060.204/0001-35 AÇÃO SOCIAL COMUNITÁRIA DO LAGEADO JOILSON DE JESUS 4/10/2013

0147/94

53.818.191/0001-60

SOCIEDADE BENEFICENTE EQUILÍBRIO DE INTERLAGOS - SOBEI

10/9/2013

0148/94 52.804.861/0001-26 MOVIMENTO COMUNITÁRIO CRISTO LIBERTADOR 19/4/2013

0149/94 47.459.524/0001-09 SOCIEDADE AMIGOS DO BAIRRO SICILIANO ANGLO BRASILEIRA 29/6/2011

0150/94 60.978.723/0001-91 UNIÃO BRASILEIRO-ISRAELITA DO BEM ESTAR SOCIAL - UNIBES 17/1/2014

0151/94 45.880.499/0001-07 AÇÃO SOCIAL SÃO MATEUS 15/9/2011

0152/94 48.577.985/0001-49 LAR DAS CRIANÇAS DIVINO AMOR 18/10/2013

0153/94 52.838.596/0001-05 SERVIÇO ASSISTENCIAL CAMILLE FLAMMARION 17/6/2013

0154/94 61.696.555/0001-04 SOCIEDADE ESPÍRITA EURIPEDES BARSANULFO 10/9/2013

0155/94 60.600.491/0001-33 SOCIEDADE ASSISTENCIAL ESPIRITA - SAE 22/12/2011

0157/94 54.277.744/0001-87 CENTRO COMUNITÁRIO E RECREATIVO DO JARDIM MACEDÔNIA 10/9/2013

0158/94 51.232.221/0001-26 ASSOCIAÇÃO COMUNITÁRIA MONTE AZUL 29/11/2013

0159/94 61.876.868/0001-44 CÍRCULO DE TRABALHADORES CRISTÃOS DE VILA PRUDENTE 18/5/2012

0160/94 47.468.186/0001-71 SOCIAL BOM JESUS 29/11/2013

0161/94 69.271.930/0002-86 SOCIEDADE SAL DA TERRA 17/5/2013

0162/94 35.797.364/0001-29 ALDEIAS INFANTIS SOS BRASIL 29/6/2012

0164/94 51.150.423/0001-29 ASSISTÊNCIA SOCIAL A COLMÉIA 15/4/2014

0165/94 61.015.129/0001-68 SOCIEDADE INSTRUÇÃO E SOCORROS 30/11/2011

0167/94 50.708.486/0001-95 CENTRO COMUNITÁRIO JARDIM IPANEMA 26/7/2013

0168/94 53.835.294/0001-38 SOCIEDADE AMIGOS DO JARDIM COIMBRA PARQUE AMÉLIA E JARDIM SÃO CARLOS 1/6/2012

0169/94 49.311.285/0001-70 PROMOÇÕES HUMANAS EUGÊNIO DE MAZENOD 14/3/2014

0170/94 47.858.550/0001-00 CENTRO EDUCACIONAL INFANTIL REGINA ANGELORUM 15/9/2013

0171/94

50.996.198/0001-83

MOVIMENTO COMUNITÁRIO DO JARDIM SÃO JOAQUIM

15/4/2014

0173/94

52.945.227/0001-03

ASSOCIAÇÃO DOS MORADORES DO JARDIM KAGOHARA

18/1/2011

0175/94

50.293.448/0001-19

ASSOCIAÇÃO LAR CRISTO REI MENINO

7/7/2011

0176/94 51.230.894/0001-47 INSTITUIÇÃO DE ASSISTÊNCIA SOCIAL DO JARDIM PRINCESA 6/8/2013

0177/94 62.925.508/0001-58 CENTRO DE ASSISTÊNCIA SOCIAL BRÁS MOOCA 26/7/2014

0178/94 43.473.487/0001-32 CROPH -COORDENAÇÃO REGIONAL DAS OBRAS DE PROMOÇÃO HUMANA 09/5/2014

0180/94 53.724.977/0001-18 CENTRO COMUNITÁRIO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE - CCCA 17/6/2013

0182/94 55.224.877/0001-58 UNIÃO DOS MORADORES DO PARQUE ANHANGUERA 15/6/2012

0183/94 47.665.013/0001-43 OBRAS COMUNITÁRIAS DE PROMOÇÃO HUMANA DE SÃO JOSÉ OPERÁRIO 10/9/2013

0184/94 43.845.585/0001-53 CENTRO SOCIAL LEME DO PRADO 4/10/2013

0188/94 50.195.999/0001-40 CENTRO DE ASSISTÊNCIA SOCIAL SANTA TEREZINHA 5/4/2013

0189/94 53.065.611/0001-84 ASSORAVIM - ASSOCIAÇÃO REIVINDICATIVA E ASSISTENCIAL DE VILA MEDEIROS 31/5/2013

0190/94 55.641.237/0001-43 AÇÃO COMUNITÁRIA TIRADENTES 24/8/2012

0191/94 62.272.497//0001-54 ASSOCIAÇÃO SANTO AGOSTINHO - ASA 18/1/2012

0196/94

61.920.005/0001-27

SÃO PAULO WOMANS CLUB-CLEBE PAULISTANO DE SENHORAS

14/2/2015

0198/94 49.826.902/0001-70 NÚCLEO ASSISTENCIAL FRATERNO 3/11/2012

0199/94 43.853.936/0002-59 SERVIÇO DE ASSISTÊNCIA À FAMILIA CASA DA EDITINHA 5/4/2011

0202/94 67.134.379/0001-01 ASSOCIAÇÃO LUIZ RAMOS NATAN STAMFATER 10/9/2013

Page 116: Maria Cecilia do Amaral Campos de Barros Santiago.pdf

112

Número

Datade

do

CNPJ

Nome da ONG

Validade

registro

0203/94 50.861.129/0001-62 UNIÃO CIDADE LIDER PRÓ MELHORAMENTO DO BAIRRO 10/9/2013

0204/94 56.265.580/0001-01 CENTRO DE ASSISTENCIA SOCIAL SÃO VICENTE DE PAULO 09/5/2014

0205/94

55.292.379/0001-42

CENTRO SOCIAL PADRE BATISTA

17/1/2014

0206/94

60.982.576/0001-23

ASSOCIAÇÃO CRISTÃ DE MOÇOS DE SÃO PAULO

09/5/2014

0207/94 62.481.064/0001-09 CONJUNTO ASSISTENCIAL NOSSA SENHORA DA CONCEIÇÃO APARECIDA 29/11/2013

0210/94 60.944.998/0001-04 CIRCULO SOCIAL SÃO CAMILO 25/4/2014

0211/94 55.236.152/0001-80 ASSOCIAÇÃO METODISTA DE AÇÃO SOCIAL - AMAS TUCURUVI II 1/4/2014

0212/94 53.831.616/0001-70 ASSOCIAÇÃO METODISTA DE AÇÃO SOCIAL - AMAS VILA FORMOSA 3/11/2012

0213/94 58.930.447/0001-40 NÚCLEO ASSISTENCIAL FRATERNIDADE 6/4/2012

0217/94 44.082.642/0001-52 SERVIÇO SOCIAL PERSEVERANÇA 17/5/2013

0219/94 45.702.776/0001-91 ASSOCIAÇÃO ADELAIDE FERREIRA 29/11/2014

0220/94 52.802.295/0001-13 AMA - ASSOCIAÇÃO DE AMIGOS DO AUTISTA 17/6/2014

0222/94

54.284.823/0001-15

CRECHE IMACULADA CORAÇÃO DE MARIA DO JARDIM PRINCESA

23/8/2011

0223/94 62.852.892/0001-06 SOCIEDADE BENFEITORA JAGUARÉ 17/5/2012

0225/94 62.460.670/0001-48 CENTRO DE AÇÃO CRISTÃ 23/8/2013

0227/94 61.988.531/0001-29 ASSOCIAÇÃO MADRE CABRINI DAS MISSIONÁRIAS DO SAGRADO CORAÇÃO DE JESUS 17/6/2013

0230/94 61.863.825/0001-24 ASSOCIAÇÃO CENTRO SOCIAL BROOKLIN PAULISTA 15/4/2014

0231/94 46.250.411/0005-60 FUNDAÇÃO FÉ E ALEGRIA DO BRASIL 6/8/2013

0232/94 62.863.162/0001-00 ASSOCIAÇÃO FEMININA VILA ALPINA - PARQUE SÃO LUCAS 31/5/2013

0233/94 92.873.413/0010-90 ASSOCIAÇÃO FILHAS DE SANTA MARIA DA PROVIDÊNCIA - AFISMAP 1/6/2012

0234/94 62.831.383/0001-05 LAR REDENÇÃO 23/8/2014

0235/94 78.210.374/0006-33 ASSOCIAÇÃO FAA DI BRUNO - FADIB 8/3/2012

0240/94 61.031.928/0001-28 INSTITUTO MARIA IMACULADA 8/3/2012

0242/94 62.808.894/0001-06 ASSOC. DOS CAV. SOBERANA ORDEM MILITAR DE MALTA DE SP.E BRASIL MERIDIONAL 17/1/2014

0243/94 48.118.384/0001-78 CENTRO SOCIAL SÃO JOSÉ 28/2/2014

0245/94 58.000.142/0001-39 UNIÃO DOS MORADORES DA COMUNIDADE SETE DE SETEMBRO 23/6/2011

0246/94 60.502.242/0001-05 ASSOCIAÇÃO DE PAIS E AMIGOS DOS EXCEPCIONAIS DE SÃO PAULO 6/8/2014

0247/94 55.223.457/0001-57 ASSOCIAÇÃO BENEFICENTE IMACULADA CONCEIÇÃO - ABIC 15/4/2014

0248/94 43.082.197/0001-68 ARRASTÃO MOVIMENTO DE PROMOÇÃO HUMANA 14/2/2014

0251/94 66.862.657/0001-76 ARCO- ASSOCIAÇÃO BENEFICENTE 19/4/2013

0254/94 58.916.099/0001-56 ONG - CBAE - CRUZADA BRASILEIRA DE ASSISTÊNCIA E EDUCAÇÃO 29/11/2013

0255/94 62.440.094/0001-77 INSTITUIÇÃO BENEFICENTE PERSIO GUIMARÃES AZEVEDO 31/5/2013

0256/94 51.536.662/0001/11 ASSOCIAÇÃO DE CRECHES MARIA DE NAZARÉ 1/4/2014

0257/94

45.762.234/0001-04

CRECHE NOSSA SENHORA MÃE DA IGREJA

5/11/2011

0260/94

50.534.932/0001-92

CRECHE ASSUNÇÃO DE NOSSA SENHORA

31/5/2013

0261/94

62.701.594/0001-15

SERVIÇO SOCIAL E PROMOCIONAL SÃO PAULO DA CRUZ

12/7/2013

0263/94 60.464.492/0001-06 CENTRO SOCIAL PAROQUIAL DE SÃO GERALDO DAS PERDIZES 27/7/2013

0267/94 56.814.668/0001-27 ASSOCIAÇÃO BEM AVENTURADA IMELDA 1/6/2011

0268/94 62.851.811/0001-53 ASSOCIAÇÃO CEDRO DO LIBANO DE PROTEÇÃO A INFANCIA 6/8/2013

0270/94 61.573.424/0001-30 ASSOCIAÇÃO EDUCATIVA MARIA TERESA 16/11/2012

0271/94 52.801.602/0001-41 OBRA DE PROMOÇÃO HUMANA SÃO SEBASTIÃO - OPHUSS 22/2/2013

0272/94 57.184.723/0001-05 CENTRO COMUNITÁRIO JARDIM AUTÓDROMO 30/10/2011

0273/94 47.895.586/0001-63 ASSOCIAÇÃO BENEFICENTE MADRE CAMILA 8/9/2012

0274/94 60.742.616/0001-60 CASA DE SAÚDE SANTA MARCELINA 17/5/2013

0277/94 58.371.451/0001-15 CENTRO DE ASSISTÊNCIA SOCIAL SANTO AGNELO (CASSA) 21/7/2011

0279/94 47.685.896/0001-53 ASSOCIAÇÃO METODISTA DE AÇÃO SOCIAL - AMAS 18/1/2014

0280/94 53.812.855/0001-83 INSTITUTO TRIUNFO I.T. 30/11/2012

0282/94

62.526.256/0001-94

ASSOCIAÇÃO CRISTÃ FEMININA DE SÃO PAULO

26/11/2011

0283/94 51.964.195/0001-20 ASSOCIAÇÃO FRATERNIDADE ASSISTENCIAL RIO PEQUENO 1/6/2012

0285/94 43.633.288/0001-44 COR-CENTRO DE ORIENTAÇÃO À FAMÍLIA 17/1/2014

0286/94 53.454.971/0001-78 ASSOCIAÇÃO BENEFICENTE BOM PASTOR 22/2/2013

Page 117: Maria Cecilia do Amaral Campos de Barros Santiago.pdf

113

Número

Datade

do

CNPJ

Nome da ONG

Validade

registro

0288/94 51.934.909/0001-58 CENTRO SOCIAL DA PARÓQUIA SANTA TEREZA DE ARTUR ALVIM 18/1/2014

0289/94 51.601.748/0001-80 CENTRO COMUNITÁRIO SANTA INÊS - CECOSI 26/7/2013

0290/94

60.993.193/0001-50

CONGREGAÇÃO DE SANTA CRUZ

8/3/2013

0294/94

61.690.467/0001-03

OBRA ASSISTENCIAL NOSSA SENHORA DO Ó

12/7/2013

0297/94 54.325.238/0001-16 ASSOCIAÇÃO DOS MORADORES DA ZONA NORTE 14/2/2014

0298/94 33.621.319/0005-17 PROVÍNCIA CARMELITANA DE SANTO ELIAS 10/9/2013

0300/94 62.391.818/0001-30 CENTRO COMUNITÁRIO E CRECHE SINHAZINHA MEIRELLES 14/3/2014

0302/94 43.116.672/0001-70 CENTRO SOCIAL FÉ E ALEGRIA 10/9/2013

0309/94 55.641.468/0001-57 ASSOCIAÇÃO DE MORADORES DO JARDIM SANTA CECÍLIA 3/5/2012

0312/94 60.927.290/0001-45 ESCOLAS PROFISSIONAIS SALESIANAS 18/10/2013

0313/94 46.135.745/0001-69 CASA DE ESTAR SÃO MARTINHO 8/9/2012

0316/94 47.384.102/0001-11 APROCIMA - ASSOCIAÇÃO PROMOCIONAL CORAÇÃO IMACULADO DE MARIA 09/5/2014

0317/94

53.780.565/0001-03

CASA DA CRIANÇA PAULO DE TARSO

1/2/2014

0319/94 53.494.894/0001-80 AÇÃO COMUNITÁRIA SÃO JOSÉ OPERÁRIO 03/11/2013

0321/94 61.697.678/0001-60 MOSTEIRO SÃO GERALDO DE SÃO PAULO 31/5/2013

0322/94 62.708.912/0001-70 ASSOCIAÇÃO CÍVICA FEMININA 10/9/2014

0323/94 53.834.560/0001-08 CENTRO SOCIAL DA PARÓQUIA SANTA LUZIA 4/10/2013

0324/94 51.221.760/0001-60 LAR DO ALVORECER CRISTÃO 3/5/2014

0325/94 60.915.790/0001-67 CRUZADA PRÓ-INFANCIA 5/4/2013

0326/94 43.704.600/0001-43 CENTRO DE ASSISTENCIA SOCIAL DO JARDIM PERI 17/1/2014

0330/94 48.239.958/0001-66 CENTRO SOCIAL CORAÇÃO DE MARIA 15/9/2012

0331/94 51.933.349/0001-17 ASSOCIAÇÃO METODISTA DE AÇÃO SOCIAL DE ÁGUA FRIA - AMAS 17/1/2014

0332/94 57.277.808/0001-38 CRECHE FRATERNIDADE MARIA DE NAZARÉ - CEFRAMAN 09/5/2014

0333/94 51.158.848/0001-84 ASSOCIAÇÃO OBRAS SOCIAIS SANTA CRUZ - AOSSC 10/9/2014

0334/94 49.876.394/0001-35 CENTRO SOCIAL SANTA CATARINA 1/6/2011

0335/94 67.980.862/0001-07 ASSOCIAÇÃO LUZ DO MUNDO 18/1/2012

0339/94 43.384.635/0001-42 CENTRO SOCIAL BOM JESUS DE CANGAÍBA 1/4/2014

0340/94 54.369.954/0001-03 SOCIEDADE AMIGOS UNIDOS DA RIVIERA E ADJACÊNCIAS 10/9/2013

0341/94 53.254.678/0001-67 GRUPO DE MÃES COMUNIDADE FELIZ 5/10/2012

0342/94 62.629.613/0001-40 SEARA BENDITA - INSTITUIÇÃO ESPIRITA 31/5/2013

0343/94 51.739.977/0001-66 CENTRO SOCIAL COMUNITÁRIO PADRE JOSÉ 8/9/2012

0344/94 62.789.699/0001-34 OBRAS SOCIAIS NOSSA SENHORA AQUIROPITA 22/3/2012

0349/94 58.933.391/0001-87 UNIÃO DOS MORADORES DA FAVELA DO JARDIM COLOMBO 5/4/2013

0350/94

62.249.727/0001-64

ASSOCIAÇÃO MUTIRÃO DO POBRE

09/5/2014

0351/94

43.553.478/0001-51

CENTRO COMUNITÁRIO PAROQUIAL DO JARDIM BRASIL

10/9/2013

0355/94

65.887.382/0001-62

ASSOCIAÇÃO COMUNITÁRIA E BENEFICENTE PADRE JOSÉ AUGUSTO MACHADO MOREIRA

25/4/2014

0358/94 61.989.000/0001-50 GRUPO ESPÍRITA BATUÍRA 1/9/2011

0360/94 60.802.154/0001-29 INSTITUTO DOM BOSCO 17/6/2013

0361/94 60.598.539/0001-16 ASSOC. BARÃO DE SOUZA QUEIROZ DE PROTEÇÃO À INFANCIA E À JUVENTUDE 24/8/2012

0362/94 62.769.583/0001-77 LAR DOM ORIONE DAS PEQUENAS IRMÃS MISSIONARIAS DA CARIDADE 12/7/2014

0363/94 45.321.056/0001-86 SERVIÇO DE ASSISTÊNCIA À INFÂNCIA PAULO SILAS 17/9/2011

0364/94 59.587.865/0001-49 AÇÃO COMUNITÁRIA BENEFICENTE DO JARDIM SÃO CARLOS 27/7/2011

0365/94 66.063.231/0001-52 ASSOCIAÇÃO BENEFICENTE BETSAIDA 7/7/2011

0367/94 52.399.292/0001-80 ASSOCIAÇÃO METODISTA DE AÇÃO SOCIAL -AMAS-TUCURUVI 7/7/2011

0368/94 60.419.637/0001-49 FUNDAÇÃO LAR DE SÃO BENTO 04/10/2013

0371/94 50.863.315/0001-30 CENTRO DE RECREAÇÃO INFANTIL BETEL 3/5/2013

0372/94 50.246.529/0001-68 CAMP PINHEIROS - CENTRO DE APREND. E MONIT. PROF. DR. JOAQUIM LOURENÇO 26/7/2013

0373/94

33.646.704/0001-95

ASSOCIAÇÃO NACIONAL DE EDUCAÇÃO DA COMPANHIA DE MARIA -ANECOM

6/4/2012

0374/94 52.806.585/0001-35 SOCIEDADE AMIGOS DE BAIRRO DO CONJUNTO HABITACIONAL JARDIM SAPOPEMBA 03/11/2013

0379/94 54.636.022/0001-71 MOVIMENTO DE DEFESA DO FAVELADO REGIÃO EPISCOPAL DE BELÉM 14/2/2014

0381/94 61.655.221/0001-92 INSTITUTO SANTA TERESINHA 14/2/2014

Page 118: Maria Cecilia do Amaral Campos de Barros Santiago.pdf

114

Número

Datade

do

CNPJ

Nome da ONG

Validade

registro

0384/94 55.871.974/0001-32 GRÃO DA VIDA 26/7/2011

0385/94 47.310.966/0001-99 ASSOCIAÇÃO CULTURAL E EDUCACIONAL CAJARANA 10/8/2013

0386/94

48.876.445/0001-66

CENTRO DE APRENDIZADO E MONITORAMENTO PROFISSIONAL DO CAXINGUI-CAMP

6/8/2014

0388/94

52.168.804/0001-06

SOCIEDADE AMIGA E ESPORTIVA JARDIM COPACABANA - SAEC

3/11/2012

0390/94 52.801.883/0001-32 AÇÃO COMUNITÁRIA PAROQUIAL DO JARDIM COLONIAL 17/6/2013

0391/94 47.309.836/0001-36 ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE DISTROFIA MUSCULAR - ABDIM 10/9/2012

0394/94 69.127.611/0001-00 PROMOVE AÇÃO SÓCIO CULTURAL 15/9/2012

0397/94 62.848.460/0001-21 CASA DE NOSSA SENHORA DO BRASIL 15/4/2015

0399/94 59.489.369/0001-52 OBRA SOCIAL SANTA EDWIGES 14/2/2014

0400/94 56.812.373/0001-11 AÇÃO SOCIAL PADRE PASCHOAL BIANCO 09/5/2014

0401/94 57.854.473/0001-73 AÇÃO COMUNITÁRIA SENHOR SANTO CRISTO 12/5/2011

0403/94 64.033.061/0001-38 CARITAS DIOCESANA DE CAMPO LIMPO 1/2/2013

0405/94

50.209.717/0001-16

LEGIÃO MIRIM DE VILA PRUDENTE

19/10/2012

0407/94 58.409.871/0001-43 CENTRO SOCIAL SANTO DIAS 24/8/2012

0411/94 61.683.272/0001-28 CENTRO ISRAELITA DE APOIO MULTIDISCIPLINAR - CIAM 14/3/2012

0414/94 61.058.475/0001-23 ASSOCIAÇÃO DA CASA DOS DEFICIENTES DE ERMELINO MATARAZZO 26/2/2012

0415/94 96.532.973/0001-40 PROGRAMA COMUNITÁRIO DA RECONCILIAÇÃO 27/7/2011

0417/94 43.896.505/0001-99 AME 18/1/2013

0419/94 62.661.251/0001-74 FUNDAÇÃO FRANCISCA FRANCO 10/8/2012

0420/94 50.993.880/0001-12 LAR DA REDENÇÃO 18/10/2011

0421/94 62.909.114/0001-06 LAR ESCOLA CAIRBAR SCHUTEL 17/6/2013

0424/94 68.478.791/0001-01 ASSOCIAÇÃO COMUNITÁRIA DAS MULHERES DO MOV. SEM TERRA DE ERM. MATARAZZO 1/2/2013

0426/94 61.330.817/0001-12 ASSOCIAÇÃO PELA FAMÍLIA 26/7/2014

0427/94 60.958.972/0001-15 LAR BATISTA DE CRIANÇAS 31/5/2013

0428/94 49.356.157/0001-43 LACE - NÚCLEO DE AÇÕES PARA A CIDADANIA NA DIVERSIDADE 4/10/2013

0429/94 74.110.503/0001-56 CENTRO DE ASSISTÊNCIA E PROMOÇÃO SOCIAL ANA VIEIRA 12/7/2013

0433/94 74.137.126/0001-49 ALDEIA DO FUTURO - ASSOC. PARA MELHORIA DA CONDIÇÃO DA POPULAÇÃO CARENTE 18/8/2011

0434/94 65.508.863/0001-10 CENTRO DE EDUCAÇÃO POPULAR DA COMUNIDADE NOSSA SENHORA APARECIDA 14/2/2014

0435/94 53.283.040/0001-54 CENTRO DE AÇÃO SOCIAL ESPAÇO LIVRE 14/2/2014

0437/94 55.707.384/0001-79 SOCIEDADE AMIGOS DA PEDREIRA VILA PORTELA 23/12/2003

0438/94 45.219.623/0001-98 CAAP'I - CENTRO DE APOIO AO APRENDIZADO PROFISSIONAL DO IPIRANGA 3/11/2012

0439/95 43.686.682/0001-40 AÇÃO SOCIAL FRANCISCANA DO BRASIL 25/4/2014

0440/95 64.025.232/0001-87 ASSOCIAÇÃO BENÇÃO DE PAZ 17/6/2013

0441/95

55.382.196/0001-18

SAMOSI- SOCIEDADE AMIGOS DOS MORADORES DE VILA SANTA INÊS

10/9/2013

0443/95

00.126.648/0001-09

CENTRO DE ASSISTENCIA SOCIAL REINO DA CRIANÇA

4/10/2013

0444/95

96.534.979/0001-57

CENTRO DE PROMOÇÃO HUMANA NOSSA SENHORA APARECIDA JD. PEDREIRA

4/10/2014

0446/95 60.428.406/0001-00 OBRAS SOCIAIS UNIVERSITÁRIAS E CULTURAIS 28/2/2015

0454/95 67.983.833/0001-90 ASSOCIAÇÃO NOVA ESPERANÇA AMIGOS DE PIANORO 22/12/2011

0456/95 59.483.099/0001-72 CASA JOSÉ COLTRO 09/5/2014

0459/95 65.501.025/0001-14 ASAM - CENTRO DE APOIO AO JOVEM 14/1/2013

0463/95 67.134.155/0001-91 ASSOCIAÇÃO UNIÃO DA JUTA 19/4/2014

0464/95 47.461.264/0001-06 INSTITUTO SEVERINO FABRIANI PARA CRIANÇAS SURDAS 3/5/2012

0466/95 67.641.902/0001-88 NÚCLEO ASSISTENCIAL À CRIANÇA EXCEPCIONAL MUNDO ENCANTADO - NACEME 18/10/2013

0469/95 60.428.646/0001-04 ASSOCIAÇÃO FEMININA DE ESTUDOS SOCIAIS E UNIVERSITÁRIOS 12/7/2013

0471/95 74.636.671/0001-80 ASSOCIAÇÃO BENEF. ASSISTENCIAL DOS FUNC. DO GRUPO AGF BRASIL SEGUROS 17/11/2013

0473/95 47.424.296/0001-31 CENTRO SOCIAL COMUNITÁRIO JARDIM PRIMAVERA 17/1/2014

0474/95 65.508.855/0001-73 OBRA FILANTROPICA E MISSIONARIA NOVO LAR BETANIA 28/2/2015

0476/95

73.482.986/0001-57

BRASCRI-ASSOCIAÇÃO SUIÇO BRASILEIRA DE AJUDA A CRIANÇA

26/7/2014

0477/95 61.000.683/0001-71 ASSOCIAÇÃO UNIÃO BENEFICENTE DAS IRMÃS DE SÃO VICENTE PAULO GYSEGEM 17/6/2014

0481/95 62.743.760/0001-46 CRECHE BARONEZA DE LIMEIRA 7/4/2012

0483/95 71.732.960/0001-94 SALUS - ASSOCIAÇÃO PARA A SAÚDE NÚCLEO SALUS PAULISTA 17/6/2012

Page 119: Maria Cecilia do Amaral Campos de Barros Santiago.pdf

115

Número

Datade

do

CNPJ

Nome da ONG

Validade

registro

0486/95 66.058.942/0001-39 ASSOCIAÇÃO BENEFICENTE E COMUNITÁRIA NOVO MUNDO - ABC 10/9/2013

0487/95 50.535.376/0001-79 CENTRO COMUNITÁRIO MARANATA DE SÃO PAULO 3/11/2012

0489/95

46.418.422/0001-82

CENTRO SOCIAL LAUZANE PAULISTA

25/4/2014

0491/95

60.463.072/0001-05

LICEU CORAÇÃO DE JESUS

03/11/2013

0492/95 62.123.336/0001-07 INSPETORIA SALESIANA DE SÃO PAULO 30/11/2013

0493/95 67.973.545/0001-55 LAR DONA COTINHA 1/2/2013

0498/95 53.812.574/0001-20 ASSOCIAÇÃO AMIGOS DOS EXCEPCIONAIS DO BROOKLIN - AAEB 17/5/2013

0499/95 66.519.067/0001-45 ASSOCIAÇÃO EDUCACIONAL LABOR 22/3/2012

0500/95 72.519.978/0001-75 AÇÃO BENEFICENTE SANTA LUZIA 8/9/2011

0502/95 59.495.119/0001-25 ASSOCIAÇÃO COMUNITÁRIA DO JARDIM NAZARÉ II 03/11/2011

0503/95 74.682.550/0001-74 ASSOCIAÇÃO COMUNITÁRIA DESPERTAR 3/5/2013

0507/95 67.184.481/0001-03 ASSOCIAÇÃO PAULISTA PROJETO AMPLIAR 17/1/2012

0510/95

61.750.246/0001-75

AÇÃO COMUNITARIA DO BRASIL SÃO PAULO

6/8/2014

0511/95 61.574.786/0001-45 COLMÉIA - INSTITUIÇÃO A SERVIÇO DA JUVENTUDE 4/10/2013

0513/95 60.410.339/0001-98 CASA DA DIVINA PROVIDENCIA MADRE TERESA MICHEL 4/10/2013

0514/95 61.047.031/0001-92 MOVIMENTO DE ASSISTÊNCIA AOS ENCARCERADOS DO ESTADO DE SÃO PAULO - MAESP 6/8/2011

0516/95 00.000.633/0001-68 INSTITUTO QUALIDADE NO ENSINO 24/8/2011

0517/95 57.752.206/0001-95 PÓLIS - INSTITUTO DE ESTUDOS, FORMAÇÃO E ASSESSORIA EM POLÍTICAS SOCIAIS 16/11/2013

0518/95 60.982.352/0001-11 ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE EDUCAÇÃO E CULTURA-ABEC 17/11/2013

0519/95 58.916.685/0001-09 COMUNIDADE CANTINHO DA PAZ 04/10/2011

0528/95 04.392.021/0001-50 ASSOCIAÇÃO BALLET STAGIUM MARIKA GIDALI 09/5/2012

0533/95 97.363.352/0001-43 INSTITUTO PARA DESENVOLVIMENTO INTEGRAL DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE - INDICA 6/8/2011

0536/95 62.717.137/0001-19 INSTITUTO DAS FILHAS E FILHOS DO CORAÇÃO IMACULADO DE MARIA 26/5/2012

0540/95 45.877.933/0001-08 CARMINHA INST. PARA REABILITAÇÃO DO EXCEPCIONALE DESENVOLVIMENTO HUMANO 10/9/2013

0542/95 62.063.060/0001-00 ESCOLA ESPECIAL PARA EDUCAÇÃO DE EXCEPCIONAIS 4E 20/9/2013

0543/95 43.028.075/0001-93 CENTRO SOCIAL NOSSA SENHORA DA PENHA - CENHA 14/2/2014

0546/95 33.915.604/0001-17 LEGIÃO DA BOA VONTADE 31/5/2011

0549/96 71.729.628/0001-70 ASSOCIAÇÃO BENEFICENTE SANTA FÉ 28/2/2013

0553/96 00.102.763/0001-43 ASSOCIAÇÃO ESPAÇO DE PREVENÇÃO E ATENÇÃO HUMANIZADA - EPAH 14/2/2013

0557/96 61.011.094/0001-99 ASSOC. SÃO FRANCISCO DE ASSIS - IRMÃS FRANCISCANAS DA PROVIDÊNCIA DE DEUS 8/9/2012

0563/96 01.014.623/0001-86 AVIB - ASSOCIAÇÃO DE VOLUNTÁRIOS INTEGRADOS NO BRASIL 19/10/2011

0568/96 00.686.149/0001-76 CASA JESUS, AMOR E CARIDADE 14/3/2013

0569/96 96.523.063/0001-00 ASSOCIAÇÃO MADRE TERESA DE CALCUTÁ 19/10/2013

0570/96

38.893.038/0001-03

ASSOCIAÇÃO DOS AMIGOS DA CRIANÇA AUTISTA - AUMA

17/6/2012

0572/96

62.999.172/0001-78

IGREJA BATISTA EM VILA POMPÉIA

26/7/2013

0575/96

03.601.723/0001-34

ASSOCIAÇÃO SOLIDARIEDADE E ESPERANÇA - ASES

10/8/2012

0576/96 01.044.756/0001-03 FUNDAÇÃO PROJETO TRAVESSIA 14/2/2014

0583/96 00.081.908/0001-77 CENTRO EDUCACIONAL E PROFISSIONAL VINÍCIUS 17/6/2013

0584/96 61.532.826/0001-96 INSTITUTO DE CEGOS PADRE CHICO 26/7/2013

0588/96 00.296.242/0001-74 CASA DA CRIANÇA FELIZ 27/6/2013

0590/96 74.121.880/0001-90 ASSOCIAÇÃO DE APOIO ÀS MENINAS E MENINOS DA REGIÃO SÉ 31/5/2013

0592/96 54.321.773/0001-07 LAR MÃE DO DIVINO AMOR 09/5/2014

0599/96 74.566.035/0001-29 ASSOCIAÇÃO EDUCACIONAL E ASSISTENCIAL CASA DO ZEZINHO 31/5/2013

0600/96 38.883.732/0001-40 UNIÃO DE NÚCLEOS ASSOC. E SOCIED. DE MORAD. HELIÓPOLIS E SÃO JOÃO CLÍMACO 23/8/2013

0601/96 57.745.291/0002-64 NÚCLEO ROTARY DE APRENDIZAGEM PROFISSIONAL 26/7/2014

0602/96 73.950.362/0001-17 ASSOC.DE APOIO À FAMILIA, AO GRUPO E À COMUNIDADE SÃO PAULO - AFAGO 24/8/2012

0604/96 67.841.643/0001-39 ASSOCIAÇÃO COMUNITÁRIA AURI VERDE 17/1/2014

0606/96

01.309.378/0001-34

OBRA ASSISTENCIAL JESUS MENINO

5/4/2013

0608/96 00.750.121/0001-50 INSTITUTO DE RECICLAGEM DO ADOLESCENTE - RECICLAR 26/7/2014

0614/96 01.202.250/0001-77 ASSOCIAÇÃO BENEFICENTE O SEMEADOR 31/5/2012

0616/96 62.827.860/0001-50 CASA DA CRIANÇA BETINHO -LAR ESPÍRITA PARA EXCEPCIONAIS 10/9/2011

Page 120: Maria Cecilia do Amaral Campos de Barros Santiago.pdf

116

Número

Datade

do

CNPJ

Nome da ONG

Validade

registro

0618/96 58.397.472/0001-00 ASSOCIAÇÃO GRUPO DE MÃES NOVO AMANHECER 23/8/2012

0620/96 00.880.938/0001-43 ASSOCIAÇÃO DE APOIO EDUCACIONAL AO DEFICIENTE AUDITIVO 17/6/2011

0621/96

61.804.399/0001-58

SHALOM LIGA ISRAELITA DO BRASIL - OAT OFICINA ABRIGADA DE TRABALHO

3/9/2011

0623/96

62.816.871/0001-35

ASSOCIAÇÃO ESPIRITA ANJO GABRIEL

17/6/2012

0625/96 43.567.809/0001-02 ASSOCIAÇÃO DE DIABETES JUVENIL - ADJ 26/2/2013

0630/97 55.064.513/0001-58 ASSOCIAÇÃO DOS EXCEPCIONAIS SÃO DOMINGOS SAVIO 17/5/2013

0635/97 63.015.481/0001-29 INSTITUTO MADRE MAZZARELLO 19/10/2013

0639/97 44.146.587/0001-17 CHAMA SOCIEDADE DE ASSISTENCIA AO EXCEPCIONAL 14/2/2014

0640/97 62.527.551/0001-65 INSTITUTO MATER DEI 17/1/2012

0641/97 66.511.833/0001-25 ASSOCIAÇÃO BENEFICENTE PARSIFAL 26/7/2013

0645/97 43.420.520/0001-66 APOIE - ASSOC. PARA PROFISSIONALIZAÇÃO ORIENT. E INTEGRAÇÃO DO EXCEPCIONAL 5/10/2012

0646/97 60.992.427/0001-45 BENEFICENCIA NIPO - BRASILEIRA DE SÃO PAULO 20/9/2014

0650/97

43.487.834/0001-86

ADERE ASSOCIAÇÃO PARA DESENV. EDUCAÇÃO RECUPERAÇÃO DO EXCEPCIONAL

8/9/2012

0651/97 61.904.678/0001-93 AMPARO MATERNAL 22/2/2013

0654/97 47.465.745/0001-90 NÚCLEO ASSISTENCIAL BEZERRA DE MENEZES 23/8/2013

0655/97 60.805.975/0001-19 SOCIEDADE PESTALOZZI DE SÃO PAULO 5/4/2012

0656/97 62.465.927/0001-54 INSTITUTO BENEFICENTE CULTURAL JOSÉ KENTENICH 29/11/2012

0659/97 60.737.590/0001-61 FUNDAÇÃO NOSSA SENHORA AUXILIADORA DO IPIRANGA 17/5/2013

0665/97 51.364.792/0001-14 ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE VOLUNTÁRIOS EM MUSICOTERAPIA 17/12/2011

0667/97 53.372.454/0001-50 LAR DA CRIANÇA NINHO DE PAZ 18/10/2011

0668/97 53.498.044/0001-50 ADEFAV – CENTRO DE RECURSOS EM DEFICIÊNCIA MÚLTIPLA,SURDOCEGUEIRA E 09/5/2014

DEFICIÊNCIA VISUAL

0670/97 01.702.632/0001-60 SOCIEDADE BENEFICENTE CONEGO LUIZ 17/6/2014

0671/97 55.577.563/0001-39 ARCA DO BRASIL 04/10/2013

0672/97 58.795.758/0001-43 GRUPO BENEFICIENTE FRATERNIDADE 22/2/2014

0673/97 62.394.283/0001-50 RECANTO DE INTERLAGOS 18/10/2012

0679/97 61.923.090/0001-87 LAR DO AMOR CRISTÃO 12/7/2013

0684/97 60.762.846/0001-90 ASSOCIAÇÃO CRUZ VERDE 1/10/2011

0685/97 74.145.715/0001-79 MA - MÁ UNIÃO PARA ASSISTENCIA À CRIANÇA 14/3/2013

0686/97 62.026.976/0001-90 INSTITUIÇÃO BENEFICENTE NOSSO LAR 29/11/2013

0687/97

47.095.294/0001-46

ASSOCIAÇÃO CRISTÃ DE CASAIS

1/4/2012

0690/97 50.059.070/0001-93 ASSOCIAÇÃO CIVIL GAUDIUM ET SPES - AGES 03/11/2013

0691/97 45.983.418/0001-02 ASSOCIAÇÃO INSTITUTO JOVEM CAMINHAR 1/2/2013

0692/97

62.103.619/0001-89

ASSOCIAÇÃO RELIGIOSA E BENEFICENTE JESUS MARIA JOSÉ

3/5/2013

0697/97

61.004.149/0001-33

SOCIEDADE DE INSTRUÇÃO E BENEFICENCIA

09/5/2014

0702/97

51.569.655/0001-16

CENTRO DE ESTUDOS PAULISTA DE PSIQUIATRIA

27/7/2012

0703/97 61.957.627/0001-20 CASA DE DAVID TABERNÁCULO ESPÍRITA PARA EXCEPCIONAIS 20/9/2011

0706/97 01.817.591/0001-57 INSTITUTO DE JUVENTUDE INICIAÇÃO, FORMAÇÃO E CAPACIT. PROF. DANIEL COMBONI 03/11/2013

0708/97 10.656.123/0001-39 PIME - ASSOCIAÇÃO 16/11/2013

0711/97 67.143.818/0001-34 CENTRO DE DEFESA MÔNICA PAIÃO TREVISAN 25/4/2013

0717/97 61.015.087/0001-65 INSTITUTO DAS APOSTOLAS DO SAGRADO CORAÇÃO DE JESUS 14/2/2015

0718/97 01.902.672/0001-55 ASSOCIAÇÃO BENEFICENTE CAMINHO DE DAMASCO 26/7/2013

0719/97 01.755.906/0001-89 GRUPO ASSISTENCIAL ALVORADA NOVA 24/8/2012

0721/97 01.378.253/0001-66 ASSOCIAÇÃO CASA DE APOIO AMIGOS DA VIDA - ACAAV 28/2/2012

0722/97 43.898.923/0001-15 ASSISTÊNCIA E PROMOÇÃO SOCIAL EXÉRCITO DE SALVAÇÃO 19/10/2011

0723/97 54.963.061/0001-83 ASSOCIAÇÃO DE APOIO A CRIANÇA COM CANCER 17/1/2012

0724/97 02.072.483/0001-65 ASSOCIAÇÃO PRÓ - HOPE APOIO À CRIANÇA COM CÂNCER 22/3/2014

0731/97

57.284.994/0001-32

GRÊMIO RECREATIVO CULTURAL EDUCACIONAL E SOCIAL MARAVILHA

2/7/2011

0733/97 01.870.905/0001-85 AÇÃO COMUNITÁRIA CANTINHO FELIZ 17/6/2013

0734/97 57.998.932/0001-92 IGREJA BATISTA NACIONAL DE VILA MARIA 26/7/2013

0740/97 44.006.203/0001-60 ASSOCIAÇÃO MARIA HELEN DREXEL 10/11/2011

Page 121: Maria Cecilia do Amaral Campos de Barros Santiago.pdf

117

Número

Datade

do

CNPJ

Nome da ONG

Validade

registro

0742/98 62.300.082/0001-47 FUNDAÇÃO OBRA DE PRESERVAÇÃO DOS FILHOS DE TUBERCULOSOS 17/11/2013

0746/98 73.937.625/0001-58 ASSOCIAÇÃO EVANGÉLICA PROJETO RAIZES 17/1/2014

0748/98

53.081.881/0001-89

ASSOCIAÇÃO DE MÃES DOS ESPECIAIS DE ITAQUERA - AMEI

19/4/2013

0749/98

60.568.284/0001-49

ASSOCIAÇÃO DAS SENHORAS EVANGÉLICAS DE SÃO PAULO

1/2/2013

0752/98 69.272.698/0001-09 MORADIA ASSOCIAÇÃO CIVIL 1/4/2012

0753/98 01.409.526/0001-92 ASSOCIAÇÃO PROGRAMA EDUCAR 26/7/2013

0755/98 64.044.654/0001-08 SOCIEDADE AMIGOS DO BAIRRO REAL PARQUE 14/2/2014

0757/98 71.740.732/0001-66 PROGRAMA SOCIAL GOTAS DE FLOR COM AMOR 16/11/2012

0759/98 47.140.710/0001-80 SOCIEDADE DOS AMIGOS DO BAIRRO DO PARQUE BOTURUSSU 17/11/2013

0760/98 02.161.154/0001-90 ASSOCIAÇÃO MENINOS DO MORUMBI 28/6/2014

0762/98 57.130.285/0002-81 ASSOCIAÇÃO BENEFICENTE SÃO FRANCISCO DE ASSIS 04/10/2013

0769/98 60.533.940/0001-78 ASSOCIAÇÃO INSTRUTORA DA JUVENTUDE FEMININA 15/9/2012

0773/98

48.755.607/0001-08

SERVIÇO DE AMPARO E REABILITAÇÃO SOCIAL - SEARAS

15/9/2013

0774/98 55.292.874/0001-51 SORRI BRASIL 04/10/2012

0775/98 46.520.714/0001-21 ASSOCIAÇÃO FEMININA DAS SERVIDORAS PÚBLICAS DO BRASIL 10/9/2011

0776/98 62.657.333/0001-45 CASA DE BENEFICENCIA SÃO PAULO 27/7/2011

0779/98 00.113.842/0001-50 CENTRO DE APOIO À CRIANÇA CARENTE COM CANCÊR - CACCC 1/6/2012

0781/98 00.251.757/0001-58 ASSOCIAÇÃO CIVIL ANIMA 17/1/2015

0787/98 62.024.120/0001-86 ABRACE - ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA PARA O ADOLESCENTES E A CRIANÇA ESPECIAL 4/8/2011

0797/98 51.205.094/0001-76 CENTRO ESPÍRITA JESUS REDIVIVO 18/10/2013

0799/98 61.287.546/0001-60 PIA SOCIEDADE DE SÃO PAULO 11/6/2011

0800/98 02.969.279/0001-41 INSTITUTO NOSSA SENHORA DA ANUNCIAÇÃO 17/5/2014

0807/98 62.020.102/0001-26 ADID ASSOCIAÇÃO PARA DESENVOLVIMENTO DO DOWN 14/2/2014

0811/99 01.525.749/0001-15 ENTIDADE DE PROMOÇÃO E ASSISTENCIA SOCIAL ESPAÇO ABERTO 11/5/2012

0813/99 00.631.212/0001-77 ESPAÇO INFANTIL RECREATIVO E ED. QUADRANGULAR PROJETO VIDA 14/3/2014

0816/99 00.277.850/0001-31 FUNDAÇÃO REVIVER, REFÚGIO, VIDA VERDADEIRA 23/8/2013

0817/99 02.998.969/0001-29 SDA - SOCIEDADE DE DEFESA E APOIO AS COMUNIDADES URBANAS 17/1/2014

0824/99 69.107.142/0001-59 CASA ASSISTENCIAL MARIA HELENA PAULINA 3/11/2011

0831/99 57.062.366/0001-02 ASSOCIAÇÃO VIDA JOVEM 28/2/2012

0834/99 60.507.100/0001-30 FUNDAÇÃO DORINA NOWILL PARA CEGOS 17/11/2013

0835/99 03.151.435/0001-25 LALEC - LAR AMOR LUZ E ESPERANÇA DA CRIANÇA HIV + 1/4/2012

0837/99 65.513.806/0001-29 AHIMSA - ASSOCIAÇÃO EDUCACIONAL PARA MÚLTIPLA DEFICIÊNCIA 26/7/2011

0838/99 02.469.083/0001-98 ASSOCIAÇÃO ARTE DESPERTAR 1/10/2011

0840/99

02.172.735/0001-28

LAR DA CRIANÇA FAVOS DE LUZ

04/10/2013

0842/99

03.997.628/0001-00

INSTITUTO ATO

25/4/2014

0844/99

01.222.327/0001-70

ASSOCIAÇÃO CULTURAL CONSTELAÇÃO

3/9/2011

0848/99 02.928.443/0001-72 CENTRO DE ASSISTÊNCIA SOCIAL E FORMAÇÃO PROFISSIONAL SÃO PATRÍCIO - CIAP 5/10/2012

0849/99 58.720.350/0001-02 CENTRO SOCIAL EVANGÉLICO DO SACOMÃ - CESES 09/5/2014

0850/99 02.820.605/0001-54 FUNDAÇÃO GOL DE LETRA 1/4/2014

0853/99 62.106.505/0001-92 CRUZ AZUL DE SÃO PAULO 1/4/2015

0860/00 02.530.487/0001-40 INSTITUTO MENSAGEIROS 29/11/2013

0862/00 03.215.066/0001-97 FUNDESP - FUNDAÇÃO ESPERANÇA 31/5/2013

0863/00 38.894.796/0001-46 FUNDAÇÃO ABRINQ PELOS DIREITOS DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE 20/9/2012

0867/00 53.638.359/0001-55 LUMEN - ASSOCIAÇÃO DE ASSISTÊNCIA AO DEFICIENTE NEURO-MOTOR OU MENTAL 14/2/2014

0869/00 03.679.074/0001-94 ASSOCIAÇÃO BENEFICENTE SONHO DE CRIANÇA 14/2/2013

0871/00 03.205.769/0001-34 INSTITUTO CRIANÇA CIDADÃ 17/6/2013

0873/00 61.557.110/0001-05 ASSOCIAÇÃO BENEFICENTE VIVENDA DA CRIANÇA 7/7/2011

0877/00

02.627.820/0001-33

SAMARITANO SÃO FRANCISCO DE ASSIS

18/1/2012

0881/01 01.891.025/0001-95 ASSOCIAÇÃO AMIGOS DO PROJETO GURI 15/1/2011

0882/01 03.767.604/0001-56 ASSOCIAÇÃO NOVOLHAR 28/2/2012

0884/01 51.549.301/0001-00 ESPRO - ASSOCIAÇÃO DE ENSINO SOCIAL PROFISSIONALIZANTE 28/6/2012

Page 122: Maria Cecilia do Amaral Campos de Barros Santiago.pdf

118

Número

Datade

do

CNPJ

Nome da ONG

Validade

registro

0887/01 62.365.655/0001-10 CONGREGAÇÃO MEKOR HAIM 10/8/2013

0888/01 04.159.753/0001-03 IMAGEMAGICA 04/10/2012

0890/01

01.314.935/0001-05

CENTRO DE APOIO COMUNITÁRIO DE PERUS

04/10/2013

0892/01

04.287.687/0001-49

ASSOCIAÇÃO MARLY CURY

1/4/2012

0893/01 55.651.707/0001-50 SOCIEDADE AMIGOS DO JD. GUARUJÁ E CHACARÁ SANTANA 1/4/2014

0894/01 61.038.436/0001-64 ASSOCIAÇÃO LITERÁRIA E EDUCATIVA SANTO ANDRÉ 5/4/2013

0896/01 67.132.746/0001-20 NÚCLEO DE APOIO E DESENVOLVIMENTO HUMANO 17/6/2013

0898/01 03.129.195/0001-62 CENTRO DE DEFESA DOS DIREITOS DA CRIANÇA E DO ADOLESC. CEDECA INTERLAGOS 15/9/2012

0900/01 04.437.234/0001-51 REDE CRIANÇA DE COMBATE A VIOLENCIA DOMESTICA 17/5/2013

0901/01 60.915.477/0001-29 INSTITUTO MISSÕES CONSOLATA 3/5/2013

0905/01 50.712.280/0001-39 CENTRO DE HABILITAÇÃO FILOSOFIA E CULTURA 1/4/2014

0906/01 04.382.253/0001-28 CASA DIA COEXISTIR 18/1/2013

0908/01

60.931.847/0001-11

INSTITUTO CRISTÓVÃO COLOMBO

22/2/2014

0912/01 55.647.911/0001-05 CENTRO ROTÁRIO, EDUC. SOCIAL, CULTURAL E RECREATIVO - CRESCER 4/8/2011

0914/01 59.837.674/0001-98 ASSOCIAÇÃO COMUNITÁRIA SEMPRE VIVA 09/5/2014

0915/01 01.215.483/0001-04 ASSOCIAÇÃO CARPE DIEM 3/12/2011

0918/01 60.470.960/0001-47 SOCIEDADE DAS FILHAS DE NOSSA SENHORA DO SAGRADO CORAÇÃO 17/5/2013

0921/01 61.601.183/0001-95 INSTITUTO DE EDUCAÇÃO E ASSISTÊNCIA LÚCIA FILIPPINI 17/1/2014

0923/01 69.100.576/0001-27 ASSOCIAÇÃO DO ABRIGO NOSSA SRA. RAINHA DA PAZ DO JARDIM FIM DE SEMANA 03/11/2013

0925/01 61.581.773/0001-01 CAMINHANDO NÚCLEO DE EDUCAÇÃO E AÇÃO SOCIAL 4/8/2011

0927/02 00.132.719/0001-86 LAR DA CRIANÇA FREI LEOPOLDO 31/5/2011

0928/02 60.916.731/0001-03 ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE EDUCADORES LASSALISTAS 6/8/2011

0931/02 04.488.578/0001-90 CASA DE ISABEL CENTRO DE APOIO A MULHER A CÇ.E ADOL.VIT.DE VIOL.DOMÉSTICA 22/12/2011

0935/02 01.409.519/0001-90 CENTRO DE FORMAÇÃO IRMÃ RITA CAVENAGHI 17/11/2013

0936/02 43.373.430/0001-61 LAR DA CRIANÇA MENINO JESUS 8/3/2014

0938/02 60.556.164/0001-21 ASSOCIAÇÃO LAR MARIA E SININHA 10/9/2013

0940/02 62.187.562/0001-43 LAR SIRIO PRÓ INFANCIA 19/4/2013

0941/02 00.236.857/0002-96 ASSOC. DE ASSIST. A CRIANÇA E AO ADOL. CARDIACOS E TRANSPL. DO CORAÇÃO - ACTC 3/5/2014

0945/02 61.057.246/0001-94 GRUPO ASSISTENCIAL EMMANUEL 27/7/2011

0946/02 02.467.531/0001-14 CENTRO DE ORIENTAÇÃO E EDUCAÇÃO A JUVENTUDE 31/5/2012

0947/02 52.837.093/0001-07 COMUNIDADE KOLPING SÃO FRANCISCO DE GUAIANASES 04/10/2013

0948/02 62.132.725/0001-90 CENTRO SUVAG DE REABILITAÇÃO AUDITIVA E DA FALA 22/4/2012

0949/02 64.035.496/0001-11 CENTRO POPULAR DE DEFESA DOS DIREITOS HUMANOS FREI TITO DE ALENCAR LIMA 12/7/2013

0950/02

74.502.550/0007-30

FUNDAÇÃO ORSA

17/9/2011

0951/02

62.537.014/0001-04

CENTRO SOCIAL NOSSA SENHORA DAS GRAÇAS DO ALTO JABAQUARA

5/11/2011

0954/02

74.032.871/0001-23

CONGREGAÇÃO SÃO VICENTE PALLOTTI - IRMÃS PALOTINAS

15/9/2012

0956/02 67.009.043/0001-09 ASSOCIAÇÃO CULTURAL E DESPORTIVA BANDERANTES 17/1/2014

0957/02 71.738.645/0001-74 MOVIMENTO UNIFICADO DE DEFESA DA CRIANÇA E ADOLESCENTE DE RUA 3/5/2013

0962/02 04.488.507/0001-97 CACTUS - INSTITUTO DE EDUCAÇÃO E CULTURA 17/6/2012

0963/02 03.363.505/0001-09 NASCE - NÚCLEO DE APOIO SOCIAL AO CANTINHO DA ESPERANÇA 4/10/2013

0965/02 60.921.327/0001-28 SOCIEDADE DE ESTUDOS ESPÍRITAS "3 DE OUTUBRO" 18/1/2013

0976/02 66.855.515/0001-62 ASSOCIAÇÃO BENEFICENTE FILADELFIA 18/10/2013

0977/02 44.036.895/0001-90 CENTRO ESPÍRITA JOSEFA OLÍMPIA DE OLIVEIRA - CEJOO 23/3/2012

0979/02 60.766.060/0001-41 CONGREGAÇÃO ISRAELITA PAULISTA 5/4/2013

0980/02 04.601.038/0001-70 INSTITUTO GABRIELE BARRETO SOGARI 6/8/2013

0981/02 75.637.256/0017-70 ASSOCIAÇÃO ANTONIO E MARCOS CAVANIS 30/10/2011

0983/02 04.016.828/0001-99 ASSOCIAÇÃO CIVIL O CANTINHO QUE ENCONTREI 8/9/2011

0987/02

04.449.826/0001-93

INSTITUTO ACAIA

3/5/2014

0995/02 62.025.275/0001-37 EXTERNATO SANTA TEREZINHA 18/1/2014

0997/02 04.941.695/0001-67 CENTRO INTEGRADO DE PROMOÇÃO SOCIAL 10/8/2011

1000/02 04.065.617/0001-46 NÚCLEO DE ESPECIALIZAÇÃO E EDUCAÇÃO PARA DEFICIENTE FÍSICO E MENTAL - NEED 15/9/2012

Page 123: Maria Cecilia do Amaral Campos de Barros Santiago.pdf

119

Número

Datade

do

CNPJ

Nome da ONG

Validade

registro

1003/02 00.134.362/0001-75 AÇÃO EDUCATIVA ASSESSORIA PESQUISA E INFORMAÇÃO 27/7/2011

1004/02 00.229.779/0001-11 CLUBE DE MÃES CRIANÇA ESPERANÇA 17/1/2014

1005/03

02.498.522/0001-90

INSTITUTO DE RECUPERAÇÃO E NATAÇÃO ÁGUA CRISTALINA

2/7/2011

1006/03

53.686.192/0001-06

CADEVI-CENTRO APOIO AO DEFICIENTE VISUAL

22/12/2011

1007/03 00.175.872/0001-90 SOCIEDADE PADRE COSTANZO DALBÉSIO 10/8/2012

1008/03 69.108.124/0001-91 INSTITUTO ECOAR PARA A CIDADANIA 4/10/2012

1009/03 05.075.160/0001-13 ASSOCIAÇÃO COMUNITÁRIA PRIMEIRO PASSO DO JARDIM DONÁRIA 19/4/2013

1010/03 05.238.918/0001-97 CENTRO EDUCACIONAL INFANTIL LUZ E LÁPIS 22/3/2014

1011/03 52.163.292/0001-87 GFA GRUPO FRATERNO DE ASSISTENCIA 29/11/2013

1013/03 69.127.835/0001-03 CAMP CENTRO - CENTRO DE APRENDIZAGEM E MELHORAMENTO PROFISSIONAL 26/7/2013

1015/03 03.862.123/0001-20 ASSOCIAÇÃO COMUNITÁRIA DO JARDIM SÃO JORGE E ADJACENCIAS 17/6/2013

1016/03 96.476.924/0001-38 ASSOCIAÇÃO DO BEM ESTAR SOCIAL DA ZONA NORTE 9/2/2012

1017/03 04.003.965/0001-99 CENTRO COMUNITÁRIO BENEFICIENTE CONJUNTO HABITACIONAL CASTRO ALVES E 25/4/2014

ADJACENTES

1023/03 01.636.581/0001-15 SAVIC - SOCIEDADE AMIGOS DE VILA CONSTANÇA 03/11/2013

1024/03 74.126.582/0001-93 SOCIEDADE BENEFICENTE SANTO EXPEDITO 3/11/2012

1026/03 04.427.955/0001-80 CASA FREI REGINALDO DE ACOLHIDA A CRIANÇA E AO IDOSO-CAFRACI 23/8/2013

1027/03 61.387.247/0001-05 LAR DAS CRIANÇAS CASA DO CAMINHO 24/8/2011

1028/03 04.373.052/0001-64 NÚCLEO CRISTÃO CIDADANIA E VIDA 22/3/2014

1030/03 61.602.280/0001-00 LAR MARIA ALBERTINA 18/1/2014

1033/03 60.665.528/0001-01 ASSOCIAÇÃO PEDAGÓGICA RUDOLF STEINER 6/4/2012

1034/03 04.381.220/0001-63 INSTITUTO ESPORTE E EDUCAÇÃO 17/1/2012

1037/03 50.811.330/0001-05 ASSOCIAÇÃO EDUCACIONAL E BENEFICENTE VALE DA BENÇÃO 29/11/2013

1042/03 04.590.929/0001-79 ASSOCIAÇÃO DE APOIO À INFÂNCIA E ADOLESCÊNCIA - NOSSA TURMA 18/1/2013

1045/03 51.228.930/0001-38 CEAPA - CENTRO ESTADUAL DE APOIO PROFISSONAL AO ADOLESCENTE 14/3/2013

1047/03 61.600.839/0001-55 CIEE - CENTRO DE INTEGRAÇÃO EMPRESA ESCOLA 8/9/2011

1048/03 04.730.949/0001-06 ASSOCIAÇÃO DEHONIANA BRASIL MERIDIONAL 09/5/2012

1050/03 69.103.588/0001-05 CENTRO DE ESTUDOS DA SEXUALIDADE HUMANA DO INSTITUTO KAPLAN 6/8/2011

1054/03 61.882.395/0001-98 OBRA SOCIAL DOM BOSCO 22/3/2013

1055/04 61.000.071/0001-89 ASSOCIAÇÃO PIO XII - IRMÃS FRANCISCANAS DA PROVIDÊNCIA DE DEUS 8/9/2013

1056/04

54.603.998/0001-48

ASSOCIAÇÃO ESPÍRITA FÉ ESPERANÇA E CARIDADE

03/11/2013

1059/04 05.219.202/0001-42 PLUGADOS NA EDUCAÇÃO 03/11/2011

1061/04 73.386.070/0001-01 MOCA - MOVIMENTO DE ORIENTAÇÃO À CRIANÇA E AO ADOLESCENTE 14/2/2014

1062/04

60.794.047/0001-04

SOCIEDADE BENEFICENTE ALEMÃ

09/5/2012

1063/04

05.097.443/0001-66

ASSOCIAÇÃO VIVER MELHOR DO JARDIM MIRIAM

6/8/2013

1065/04

02.853.922/0001-77

LAR JESUS MARIA JOSÉ

29/11/2014

1066/04 02.926.858/0001-07 ASSOCIAÇÃO VIVA E DEIXE VIVER 19/4/2012

1067/04 53.285.805/0001-95 FORÇA HUMANITÁRIA NOSSO LAR 28/6/2011

1070/04 03.934.459/0001-50 ASSOCIAÇÃO DE MAES E AMIGOS DA CRIANÇA E ADOLESCENTE EM RISCO 17/1/2012

1071/04 05.300.162/0001-69 INSTITUTO CRIANÇA E VIDA 23/7/2011

1073/04 60.979.457/0001-11 ASSOCIAÇÃO DE ASSISTÊNCIA À CRIANÇA DEFICIENTE - AACD 17/5/2012

1076/04 02.537.472/0001-03 ASSOCIAÇÃO CRESCER SEMPRE 10/3/2012

1077/04 50.951.805/0010-80 ASSOCIAÇÃO EDUCADORA E BENEFICENTE 17/6/2013

1080/04 51.201.002/0001-80 MOVIMENTO DE APOIO A INTEGRAÇÃO SOCIAL 17/5/2013

1081/04 04.186.468/0001-73 ASSOCIAÇÃO ALIANÇA DE MISERICÓRDIA 14/2/2014

1082/04 03.841.493/0001-80 INSTITUTO SOCIAL SANTA LÚCIA 23/8/2013

1083/04 67.185.694/0001-50 GRUPO DE APOIO AO ADOLESCENTE E A CRIANÇA COM CÂNCER - GRAACC 6/8/2011

1088/04

56.577.059/0001-00

FUNDAÇÃO FACULDADE DE MEDICINA

18/6/2011

1089/04 00.491.904/0001-67 DOUTORES DA ALEGRIA - ARTE, FORMAÇÃO E DESENVOLVIMENTO 17/1/2013

1092/04 02.156.316/0001-00 ASSOCIAÇÃO DE AMIGOS BARBARA APRIERO 14/2/2014

1097/05 03.147.422/0001-82 ASSOCIAÇÃO BENEFICENTE DE MÃES ORDEM E PROGRESSO 26/7/2013

Page 124: Maria Cecilia do Amaral Campos de Barros Santiago.pdf

120

Número

Datade

do

CNPJ

Nome da ONG

Validade

registro

1098/05 50.679.489/0001-48 AÇÃO SOCIAL SANTA RITA DE CÁSSIA 18/1/2014

1099/05 59.178.822/0001-00 FIB FEDERAÇÃO DE IRMÃOS BENEFICENTE 8/3/2013

1100/05

04.497.845/0001-95

PROJETO, APOIO E PESQUISAS ESPECIAIS TRILHAR - PAPET

22/4/2012

1103/05

04.492.408/0001-89

ASSOCIAÇÃO BENEFICENTE GUAINUMBI

11/6/2011

1104/05 58.109.505/0001-79 ASSOCIAÇÃO DE MULHERES DO JARDIM COLORADO 10/9/2013

1106/05 43.101.179/0001-86 NÚCLEO DE ESTUDOS ESPIR. HUMBERTO DE CAMPOS E ASSIS. SOCIAL FILANTRÓPICA 1/2/2013

1107/05 00.346.741/0001-29 ASSOCIAÇÃO DE MULHERES AMIGAS DE JOVA RURAL 14/2/2014

1108/05 52.569.043/0001-96 CENTRO DE APERFEIÇOAMENTO MULTI-PEDAGÓGICO 30/11/2011

1110/05 01.363.178/0001-60 INSTITUTO CIDADANIA ATIVA 31/5/2012

1111/05 07.122.636/0001-55 ASSOCIAÇÃO DE OLHO NO FUTURO 17/5/2013

1113/05 03.324.868/0001-35 ASSOC. COMUNITÁRIA CASA DOS DEFICIENTES DE S. MIGUEL PAULISTA 23/8/2013

1115/05 00.664.464/0001-00 CASA DE ASSISTENCIA FILADELFIA 25/4/2015

1117/05

46.543.781/0004-04

SOCIEDADE ASSISTENCIAL BANDEIRANTES - INSTITUTO VIVA MELHOR

24/8/2011

1118/05 03.074.383/0001-30 ASSOCIAÇÃO CIDADE ESCOLA APRENDIZ 26/7/2011

1119/05 07.040.234/0001-01 GAIA - GRUPO DE ASSISTÊNCIA AO IDOSO À INFÂNCIA E À ADOLESCÊNCIA 12/7/2013

1121/05 05.324.125/0001-90 ASSOCIAÇÃO BENEFICENTE DA INFÂNCIA , ADOLESCÊNCIA E TERCEIRA IDADE - ABIATI 09/5/2014

1122/05 73.480.493/0001-88 CAMP- CENTRO DE APRENDIZAGEM E MONITORAMENTO PROFISSIONAL DO JABAGUARA 27/7/2011

1124/06 02.970.204/0001-80 CENTRO DE OBRAS SOCIAIS NOSSA SENHORA DAS GRAÇAS DA CAPELA DO SOCORRO 10/8/2012

1127/06 06.042.422/0001-06 ASSOCIAÇÃO CULTURAL RECREATIVA ESPORTIVA BLOCO DO BECO 8/12/2011

1128/06 05.960.559/0001-87 ASSOCIAÇÃO CASA ABRIGO JOVENS DO FUTURO 17/11/2013

1130/06 57.006.116/0001-55 ASSOCIAÇÃO PROPAGADORA SOVERDI 14/2/2015

1132/06 07.494.715/0001-97 CENTRO DE ASSISTÊNCIA SOCIAL NOSSA SENHORA DA PIEDADE 5/4/2012

1133/06 58.415.092/0001-50 FAT - FUNDAÇÃO DE APOIO À TECNOLOGIA 8/3/2012

1135/06 62.786.074/0001-52 OBRA SOCIAL SÃO BENEDITO 8/3/2012

1136/06 01.807.345/0001-14 ASSOCIAÇÃO AMIGOS DO JARDIM SÃO FRANCISCO 26/7/2011

1140/06 01.212.674/0001-12 INSTITUTO DAS IRMAS DE SANTA DOROTHEA 6/8/2013

1141/06 52.631.033/0001-33 ASSOCIAÇÃO DAS VOLUNTÁRIAS DO HOSPITAL INFANTIL DARCY VARGAS 17/6/2013

1142/06 62.340.203/0001-84 PROVÍNCIA FRANCISCANA DA IMACULADA CONCEIÇÃO DO BRASIL 9/2/2012

1146/06 04.721.224/0001-43 SOCIEDADE BENEFICENTE GOTA DE AMOR 1/4/2012

1149/06 07.376.674/0001-34 GFWC - CRE - SER 22/3/2014

1150/06 04.063.710/0001-11 ABECL - ASSOCIAÇÃO BENEFICIENTE ESPORTE, CULTURA E LAZER NOSSO SONHO 1/9/2011

1152/06 07.482.689/0001-87 CASA ABRIGO ESTRELAS DO AMANHÃ 21/7/2011

1153/06 60.737.178/0001-41 ASSOCIAÇÃO ALIANÇA PELA VIDA - ALIVI 20/9/2011

1154/06

05.600.020/0001-17

INSTITUTO CRIAR DE TV E CINEMA

15/4/2012

1155/06

00.328.072/0001-62

INSTITUTO AYRTON SENNA

19/4/2012

1157/06

03.881.139/0001-80

INSTITUTO BENEFICENTE ZULMIRA DIÓGENES E AMÉRICO FERREIRA

28/2/2012

1159/06 02.964.406/0001-10 ASSOCIAÇÃO NINHO CRIANÇA ESPERANÇA 10/11/2011

1160/06 05.099.062/0001-16 CENTRO DE CONVIVÊNCIA INFÂNCIA - JUVENTUDE THOMAZ GOUVEIA NETTO 24/8/2013

1161/06 05.439.543/0001-23 ONGF - ORGANIZAÇÃO NÃO GOVERNAMENTAL FUTURONG - AÇÃO SÓCIO CULTURAL 28/6/2011

1162/06 60.622.073/0001-47 ASSOCIAÇÃO ISRAELITA DE BENEFICÊNCIA BEIT CHABAD DO BRASIL 5/4/2014

1164/06 68.586.957/0002-86 CENTRO DE ESTUDOS PSICO PEDAGÓGICOS PRÓ-SABER 20/9/2013

1165/06 05.099.715/0001-67 INSTITUIÇÃO MARIA JOSÉ EDUCAR 4/10/2013

1167/06 62.784.756/0001-26 LAR DE ELISINHA 4/8/2012

1168/06 03.859.135/0001-03 ASSOCIAÇÃO COMUNITÁRIA MICAEL 12/7/2013

1170/06 57.182.503/0001-42 INSTITUTO AVISA LÁ FORMAÇÃO CONTINUADA DE EDUCADORES 12/7/2013

1172/06 66.856.642/0001-03 PROJETO ESPERANÇA DE SÃO MIGUEL PAULISTA 5/10/2012

1174/06 06.923.499/0001-95 INSTITUTO PROFISSIONALIZANTE PAULISTA 17/1/2013

1175/06

04.609.534/0001-70

SOCIEDADE BENEFIC. CENTRO DE CULTURA AFRO-BRASILEIRO ASE YLE DO HOOZOANE

14/3/2013

1176/06 54.751.599/0001-24 CAMP - NORTE ESCOLA PROFISSIONALIZANTE - DOUTOR LUIS DIOGENES ZEPPELINI 26/7/2013

1179/06 03.956.762/0001-54 ASSOCIAÇÃO DANYANN - APRENDER E EVOLUIR 14/3/2013

1180/06 65.502.262/0001-08 OBRAS SOCIAIS SÃO FRANCISCO XAVIER 28/2/2014

Page 125: Maria Cecilia do Amaral Campos de Barros Santiago.pdf

121

Número

Datade

do

CNPJ

Nome da ONG

Validade

registro

1181/06 74.087.081/0001-45 APOIO - ASSOCIAÇÃO DE AUXILIO MÚTUO DA REGIÃO LESTE 14/2/2014

1182/06 04.831.433/0001-40 ASSOCIAÇÃO VIVER EM FAMÍLIA PARA UM FUTURO MELHOR 28/6/2014

1183/06

67.984.864/0001-66

ASSOCIAÇÃO MENINO DEUS

13/10/2011

1185/06

05.263.071/0001-09

INSTITUTO ALANA

25/4/2014

1186/06 04.250.687/0001-74 AAPQ - ASSOCIAÇÃO DE APOIO AO PROJETO QUIXOTE 10/9/2012

1188/06 47.460.183/0001-91 INSTITUTO BRASILEIRO DE ESTUDOS E APOIO COMUNITÁRIO QUEIROZ FILHO - IBEAC 17/6/2013

1191/06 50.951.805/0013-22 CESPROM - ASSOCIAÇÃO EDUCADORA E BENEFICENTE 17/1/2014

1192/06 05.620.365/0001-32 ARTES SEM FRONTEIRAS 17/1/2013

1193/06 03.783.381/0001-10 ASSOCIAÇÃO PROBRASIL 25/4/2014

1194/06 60.543.279/0001-81 AÇÃO SOCIAL CLARETIANA 8/12/2011

1197/06 73.540.775/0001-23 CAAPE - CENTRO DE APRENDIZADO E APOIO AO PRIMEIRO EMPREGO DE VILA MARIA 10/8/2011

1198/06 45.298.122/0001-61 FUNDAÇÃO HEYDERENREICH 29/11/2011

1199/06

61.370.094/0001-85

FUNDAÇÃO DE ROTORIANOS DE SÃO PAULO

17/1/2013

1200/06 02.871.771/0001-80 ASSOCIAÇÃO ALFASOL 4/10/2012

1202/06 05.401.345/0001-70 INSTITUTO ANGLICANO 17/1/2014

1204/06 05.877.183/0001-41 ASSOCIAÇÃO DE TRANSFORMAÇÃO SOCIAL CRISTO JESUS 17/6/2013

1205/06 05.220.780/0001-07 ASSOCIAÇÃO BENEFICENTE DE VOLTA PARA CASA 14/2014

1206/06 07.883.701/0001-65 ASSOCIAÇÃO CASA DOS CURUMINS 10/9/2013

1207/06 03.486.190/0001-97 LABORIDADE-INST. DE ESTUDOS, FORM. E ASSES. EM POLÍT. SOC. DO ENVELHECIMENTO 22/2/2012

1211/06 04.941.442/0001-93 CRIANÇA SEGURA SAFE KIDS BRASIL 17/1/2013

1213/06 04.901.768/0001-97 CRECHE COMUNITÁRIA SANTA ISABEL 03/11/2013

1215/06 07.270.546/0001-01 ASSOCIAÇÃO PELA SAÚDE EMOCIONAL DE CRIANÇAS 17/11/2012

1217/06 07.077.735/0001-62 ASSOCIAÇÃO BOTAFOGO FUTEBOL CLUBE DE VILA LEOPOLDINA 9/3/2012

1221/06 58.926.908/0001-00 OBRAS PROMOCIONAIS DE CRISTO RESSUSCITADO 27/7/2013

1222/06 04.955.194/0001-30 ASSOCIAÇÃO METODISTA LIVRE AGENTE 03/11/2013

1223/06 05.541.517/0001-01 COMUNIDADE NOVO GLICERIO 14/2/2014

1224/07 03.378.311/0001-87 UNIDOS DO JARDIM VIRGÍNIA E ADJACÊNCIAS 9/2/2012

1225/07 07.360.486/0001-18 ASSOCIAÇÃO PAULISTA PARA ALTAS HABILIDADES/SUPERDOTAÇÃO 29/11/2012

1226/07 53.758.025/0001-15 CENTRO DE CONVÍVIO E HABILITAÇÃO PARA EXCEPCIONAIS - MARIA JOSÉ 17/6/2013

1227/07 04.966.165/0001-73 CENTRO DE REABIL. PROFIS. PARA PORTADORES DE DEFIC. JOSÉ DE ANCHIETA 16/11/2012

1228/07 02.606.758/0001-01 INSTITUTO PENSARTE 16/11/2013

1231/07 92.017.516/0012-10 CONGREGAÇÃO DE NOSSA SENHORA 18/1/2012

1232/07 07.325.044/0001-30 ASSOCIAÇÃO FAZENDO HISTÓRIA 17/1/2013

1233/07

60.806.577/0001-17

ASSOCIAÇÃO CULTURA FRANCISCANA

22/2/2013

1234/07

07.297.923/0001-04

ASSOC. DOS PESQUIS. DE NUCLEO DE ESTUDOS E PESQ. SOBRE A CRIANÇA E O

29/11/2012

ADOLESCENTE

1235/07 49.789.118/0001-30 CENTRO ESPIRITA IRMÃ ANGELA 26/2/2008

1239/07 08.002.631/0001-51 INSTITUTO VIVA MELHOR 14/3/2014

1240/07 01.719.136/0001-19 CLUBE DE MÃES MONTE DAS OLIVEIRAS 29/11/2013

1243/07 04.836.469/0001-16 ASSOCIAÇÃO VIDA ESTRELA DE DAVI - AVED 5/4/2013

1246/07 50.711.845/0001-63 ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE TALASSEMIA ABRASTA 28/2/2013

1249/07 69.127.793/0001-00 INSTITUTO BENEFICENTE ISRAELITA "TEN YAD" 4/8/2011

1250/07 07.189.118/0001-59 INSTITUTO CIDADÃO BRASILEIRO PARTICIPATIVO - ICIBAP 8/9/2011

1252/07 02.662.779/0001-36 ASSOCIAÇÃO CRISTÃ MONTE GEREZIM 10/9/2013

1253/07 02.680.126/0005-03 CENTRO INTEGRADO DE ESTUDOS E PROGRAMAS DE DESENVOLVIMENTO SUBSTENTAVEL 09/5/2013

1254/07 00.177.289/0001-19 UNIÃO SOCIAL BRASIL GIGANTE 24/8/2012

1256/07 07.961.751/0001-13 CRETOF - CENTRO DE RECREAÇÃO DE PESSOA ESPECIAL - TORRE FORTE 28/2/2013

1257/07

06.284.677/0001-85

INSTITUTO MOVERE DE AÇÕES COMUNITÁRIAS

09/5/2013

1258/07 07.719.794/0001-97 ASSOCIAÇÃO MISSÃO BELÉM 5/4/2013

1260/07 05.900.183/0001-15 ASSOCIAÇÃO OPEN DOOR DE INGLÊS E INFOR. P/ PORTADORES DE DEFICIENCIA 4/10/2011

1262/07 00.629.001/0001-08 INSTITUTO BRASILEIRO DE ESTUDOS E PESQUISAS COMUNITARIAS 28/6/2013

Page 126: Maria Cecilia do Amaral Campos de Barros Santiago.pdf

122

Número

Datade

do

CNPJ

Nome da ONG

Validade

registro

1265/07 07.314.217/0001-15 INSTITUTO NOVA - ESTUDO, PESQ. E ANALIS. DE PROJ. E PARC. SÓCIO GOVERNAMENTAIS 30/5/2011

1266/07 07.719.028/0001-22 CENTRO DE CONVIVÊNCIA ÔMEGA - CCO 4/8/2011

1267/07

07.987.317/0001-02

SOLID ROCK CHURCH BRASIL

17/5/2011

1272/07

05.439.515/0001-06

INSTITUTO BRASIL - IBRA

18/6/2011

1273/07 56.272.222/0001-18 LIFE ORGANIZAÇÃO NÃO GOVERNAMENTAL 27/7/2013

1274/07 06.004.136/0001-56 ASSOCIAÇÃO ESPAÇO COMUNITÁRIO COMENIUS - ECCO 18/6/2011

1275/07 04.749.009/0001-50 MUSEU A CÉU ABERTO - CULTURA, ECOLOGIA & DESENVOLVIMENTO 17/1/2014

1276/07 08.620.672/0001-01 PAC - PROJETO AMIGOS DAS CRIANÇAS 28/6/2013

1277/07 03.145.227/0001-13 CETE - CENTRO DE TRAUMATO-ORTOPEDIA DO ESPORTE 24/8/2011

1279/07 61.861.621/0001-54 IRMÃS DE JESUS BOM PASTOR - PASTORINHAS 25/4/2014

1281/07 07.144.360/0001-06 ASSOCIAÇÃO PAULISTA DE APOIO A FAMÍLIA - APAF 17/6/2014

1284/07 61.937.975/0001-35 LAR ESCOLA SÃO FRANCISCO - CENTRO DE REABILITAÇÃO 26/7/2013

1285/07

07.734.354/0001-09

INSTITUTO DE GENÉTICA E ERROS INATOS DO METABOLISMO - IGEIM

23/7/2011

1286/07 07.923.116/0001-41 ASSOCIAÇÃO EDUCACIONAL E DE ASSISTÊNCIA SOCIAL ESTAÇÃO SOLIDÁRIA 10/9/2013

1287/07 00.549.108/0001-38 COOPERATIVA DE PROMOÇÃO A CIDADANIA - COOPERAPIC 23/7/2011

1288/07 67.640.441/0001-29 LARAMARA - ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA ASSISTÊNCIA AO DEFICIENTE VISUAL 3/11/2012

1289/07 52.032.398/0001-41 CASA DE CARIDADE JESUS DE NAZARETH E JOÃO BATISTA 6/8/2013

1290/07 60.922.168/0001-86 ASSOCIAÇÃO CONGREGAÇÃO DE SANTA CATARINA - ACSC 03/11/2014

1292/07 03.816.478/0001-82 INSTITUTO VIDA SÃO PAULO 29/11/2013

1293/07 07.827.871/0001-22 CENTRO DE CAPACITAÇÃO PARA A VIDA - PROJETO NEEMIAS 7/7/2011

1296/07 03.435.857/0001-22 MOVIMENTO PAULISTA 1/4/2014

1299/07 04.401.524/0001-45 ABRACCI - AÇÃO BRASILEIRA DE ASSISTÊNCIA E CONSCIENTIZAÇÃO DA CIDADANIA 3/11/2012

1300/07 01.945.608/0001-51 COMUNIDADE SPICILEGIUM DEI DE AMPARO SOCIAL E CRISTÃO 26/7/2013

1301/07 48.464.523/0001-15 INSTITUTO DE AÇÃO SOCIAL AMIGOS DA CIDADE 09/5/2014

1303/07 06.135.340/0001-06 INSTITUTO RENOVAR 17/9/2011

1305/07 02.859.021/0001-92 INSTITUTO PATRÍCIA MEDRADO 19/10/2011

1307/07 07.707.869/0001-10 INSTITUTO VERDESCOLA 19/10/2011

1309/07 67.832.576/0001-96 LAR INFANTIL ALLAN KARDEC 4/10/2013

1318/07 08.346.099/0001-90 INSTITUTO HERDEIROS DO FUTURO 26/7/2013

1320/07 07.754.695/0001-46 INSTITUTO KÁRIS 22/10/2011

1321/07 62.779.384/0001-40 ASSOCIAÇÃO DOS MORADORES E AMIGOS DE VILA GUILHERME 29/11/2013

1323/07 62.025.606/0001-39 FEDERAÇÃO PAULISTA DE FUTEBOL 29/6/2012

1325/07 43.156.728/0001-10 GREMIO RECREATIVO CULTURAL SOCIAL ESCOLA DE SAMBA UNIDOS DA VILA MARIA 17/1/2014

1329/07

00.265.814/0001-58

ASSOCIAÇÃO BENEFICENTE COMUNITÁRIA EM ITAQUERA E ADJACÊNCIAS

12/7/2013

1332/07

01.493.607/0001-13

INSTITUTO UNIÃO KERALUX

4/10/2013

1333/07

60.518.180/0001-20

ASSOCIAÇÃO EDUCADORA DA INFÂNCIA E JUVENTUDE

14/2/2015

1334/07 07.042.337/0001-00 ASSOCIAÇÃO UNIÃO FAROL DO ALVORECER DA ZONA LESTE 09/5/2014

1335/07 55.050.546/0001-49 ASSOCIAÇÃO SÃO SABAS DE FILANTROPIA 26/7/2013

1336/07 05.511.440/0001-27 COMMUNE 31/5/2011

1338/07 52.806.478/0001-07 ASSOCIAÇÃO COMUNITÁRIA SÃO SIMÃO 29/11/2013

1340/07 00.984.768/0001-47 INSTITUTO TOMIE OHTAKE 26/2/2012

1341/07 07.672.403/0001-26 INSTITUTO BARRICHELLO KANAAN 1/4/2012

1342/07 55.074.439/0001-50 CENTRO ECUMÊNICO DE PUBLICAÇÕES E ESTUDOS "FREI TITO DE ALENCAR LIMA" 17/1/2014

1343/07 04.436.297/0001-93 CASA DO PEQUENO CIDADÃO NOSSA SENHORA APARECIDA 8/12/2012

1344/07 04.093.343/0001-07 ASSOCIAÇÃO PEQUENO SER DE AMOR 03/11/2013

1346/07 03.864.895/0001-09 ASSOCIAÇÃO ASSISTENCIAL COMUNITÁRIA AZARIAS 29/11/2013

1347/07 07.310.595/0001-20 INSTITUTO VIVENDO VALORES 17/11/2012

1348/07

02.257.969/0001-78

INSTITUTO DE FORMAÇÃO E AÇÃO EM POLÍTICAS SOCIAIS PARA A CIDADANIA

16/11/2013

1350/07 64.616.246/0001-75 UNIÃO POPULAR DE MORADIA ADÃO MANOEL DA SILVA 30/11/2011

1351/07 08.008.707/0001-56 ASSOCIAÇÃO SOLIDARIEDADE EM MARCHA - SOMAR 8/12/2011

1352/07 09.095.549/0001-81 ASSOCIAÇÃO AMIGOS DA INOCÊNCIA 15/9/2011

Page 127: Maria Cecilia do Amaral Campos de Barros Santiago.pdf

123

Número

Datade

do

CNPJ

Nome da ONG

Validade

registro

1353/07 43.586.056/0001-82 INSTITUTO ADVENTISTA DE ENSINO 1/6/2012

1356/08 04.224.512/0001-92 INSTITUTO EM DEFESA DA CIDADANIA 3° MILENIO - IDC 25/4/2013

1360/08

33.858.184/0006-99

FEDERAÇÃO DE BANDEIRANTES DO BRASIL

30/11/2011

1364/08

07.396.491/0001-80

CRDC - CENTRO DE RECREAÇÃO E DESENVOLVIMENTO DA CRIANÇA ESPECIAL

17/1/2013

1365/08 08.487.189/0001-09 ASSOCIAÇÃO CRESCER COM A GENTE 28/6/2011

1366/08 09.000.046/0001-85 CASA DE AMPARO TIA MARLY 26/7/2011

1367/08 03.927.922/0001-37 ASSOCIAÇÃO MORUNGABA 14/3/2012

1370/08 02.163.617/0001-53 ASSOCIAÇÃO CENTRAL E COMUNITÁRIA DO CONJUNTO HABITACIONAL BRASILANDIA B-3 03/11/2013

1371/08 06.284.703/0001-75 ASSOCIAÇÃO DE JOVENS MAKANUDOS DE JAVEH 10/9/2012

1372/08 08.799.999/0001-92 ASSOCIAÇÃO NOSSO SONHO DE REAB. E INT. DE PESSOAS COM DEFICIÊNCIA 14/2/2012

1374/08 06.001.476/0001-23 INSTITUTO ESPAÇO VIDA 23/3/2012

1376/08 60.765.823/0001-30 SOCIEDADE BENEFICENTE ISRAELITA BRASILEIRA HOSPITAL ALBERT EINSTEIN 6/4/2012

1377/08

01.221.016/0001-97

ASSOCIAÇÃO RENOVADORA DO MOVIMENTO COMUNITÁRIO S/C

1/2/2012

1378/08 52.041.183/0001-97 INSTITUTO UNIBANCO 9/2/2012

1379/08 06.119.904/0001-17 GEMA - GRUPO DE ESPERANÇA DE MENOS ABANDONO 19/4/2013

1382/08 01.207.939/0001-94 ADD - ASSOCIAÇÃO DESPORTIVA PARA DEFICIENTES 09/5/2014

1383/08 07.561.536/0001-25 ORGANIZAÇÃO NÃO GOVERNAMENTAL - ONG PLENOVIVER 1/6/2011

1387/08 05.000.703/0001-33 ASSOCIAÇÃO BENEFICENTE CAMINHO DE LUZ - ABECAL 18/1/2013

1391/08 03.987.497/0001-71 GRUPO DE APOIO À ESCOLARIZAÇÃO TRAPÉZIO 18/1/2013

1392/08 08.015.170/0001-51 MDLD - AMIGOS UNIDOS VENCEREMOS 10/8/2013

1393/08 09.068.229/0001-32 ASSOCIAÇÃO DOS MORADORES AJUDA SÃO PAULO - AMASP 10/8/2012

1396/08 48.032.700/0001-94 FUNDAÇÃO PREFEITO FARIA LIMA CENTRO - CEPAM 3/11/2013

1397/08 08.907.329/0001-42 ASSOCIAÇÃO DE MORADORES E AMIGOS DOS JARDINS DOS ALAMOS E ALADIM 14/2/2014

1398/08 61.967.220/0001-83 CENTRO ESPÍRITA UNIÃO 29/6/2012

1399/08 07.694.431/0001-44 INSTITUTO PROF 22/3/2013

1400/08 05.104.718/0001-41 INSTITUTO KAIRÓS 24/8/2011

1401/08 07.676.917/0001-50 ASSOCIAÇÃO NOVA UNIÃO DA ARTE - NUA 24/8/2011

1402/08 07.671.816/0001-96 INSTITUTO EDUCACIONAL E ASSISTENCIAL GENTE HUMILDE 10/8/2012

1403/08 03.074.855/0001-55 CONDECAN - CONSELHO COMUNITÁRIO DE EDUCAÇÃO E AÇÃO SOCIAL DO CANGAÍBA 17/6/2013

1405/08

00.329.160/0001-89

CANÁRIO ESPORTE CLUBE

24/8/2011

1407/08 07.069.893/0001-70 ASSOCIAÇÃO COMUNITÁRIA E BENEFICENTE NOVA SANT'ANA 17/6/2013

1408/08 08.541.314/0001-03 ASSOCIAÇÃO COMUNITÁRIA AMANHÃ PARA TODOS DO PARQUE SANTO ANTÔNIO 25/4/2014

1410/08 01.824.608/0001-01 ASSOCIAÇÃO BENEFICENTE ASSISTENCIAL AQUARELA 29/6/2012

1413/08

07.736.439/0001-26

VIA CULTURAL - INSTITUTO DE PESQUISA E AÇÃO PELA CULTURA

18/1/2013

1414/08

08.817.519/0001-79

PROJETO VIDA NOVA SÃO PAULO

19/10/2012

1416/08 02.861.398/0001-86 INSTITUTO KWARAY 24/8/2012

1418/08 04.023.060/0001-80 ASSOCIAÇÃO SOCIAL BENEFICENTE LÍRIOS DO VALE 17/6/2011

1419/08 07.231.976/0001-14 INSTITUTO RUKHA 5/10/2012

1420/08 05.416.356/0001-24 INSTITUTO POMBAS URBANAS 10/8/2011

1421/08 04.803.394/0001-77 INSTITUTO NACIONAL DE RENOVAÇÃO INTEGRADO - INRI 19/10/2012

1422/08 93.131.290/0001-93 FUNDAÇÃO IOCHPE 18/1/2014

1426/08 47.331.822/0001-19 APCD - ASSOCIAÇÃO PAULISTA DE CIRURGIÕES-DENTISTAS 29/6/2013

1427/08 02.481.393/0001-28 SOCIEDADE AMIGOS DE GUAIANASES 5/10/2012

1429/08 52.449.733/0001-01 UNIÃO DE MORADORES DA CIDADE JÚLIA 20/9/2011

1430/08 04.676.010/0001-00 ASSOCIAÇÃO DE LUTA E PROMOÇÃO SOCIAL JARDIM ROBRU E ADJACÊNCIAS 1/6/2012

1431/08 08.748.875/0001-88 INSTITUTO LEO MADEIRAS 3/11/2011

1432/08

01.429.614/0001-56

ASSOCIAÇÃO BENEFICENTE COMUNITÁRIA AURORA - ABC AURORA

19/10/2012

1434/08 07.861.624/0001-42 ASSOCIAÇÃO EDUKANDARIUM PAI HERÓI 10/8/2013

1436/08 65.037.426/0001-65 CASA ASSISTENCIAL AMOR E ESPERANÇA 30/11/2012

1437/08 03.092.662/0001-27 TUCCA - ASSOCIAÇÃO PARA CRIANÇAS E ADOLESCENTES COM TUMOR CEREBRAL 14/2/2014

Page 128: Maria Cecilia do Amaral Campos de Barros Santiago.pdf

124

Número

Datade

do

CNPJ

Nome da ONG

Validade

registro

1439/08 73.471.963/0002-28 SENAT-SERVIÇO NACIONAL DE APRENDIZAGEM DO TRANSPORTE 18/1/2013

1440/08 09.003.011/0001-08 INSTITUTO EDUCADORES SEM FRONTEIRAS 19/10/2012

1443/08

04.286.105/0002-90

INSTITUTO ARYRAN DE DESENVOLVIMENTO HUMANO, CULTURA E MEIO AMBIENTE

17/6/2011

1445/08

07.133.912/0001-80

ASSOCIAÇÃO BATISTA DA PENHA

22/2/2014

1450/08 09.002.329/0001-66 INSTITUTO CUORE 17/6/2011

1451/08 08.827.445/0001-51 ASSOCIAÇÃO BENEFICENTE MUNDO ENCANTADO 22/3/2014

1452/08 44.315.919/0001-40 FUNDAÇÃO INSTITUTO DE ADMINISTRAÇÃO - FIA 1/2/2012

1453/09 45.236.114/0001-73 GRÊMIO RECREATIVO CULTURAL SOCIAL ESCOLA DE SAMBA UNIDOS DE SÃO LUCAS 5/4/2013

1454/09 01.501.866/0001-49 FUNDAÇÃO COMUNIDADE DA GRAÇA 17/1/2014

1455/09 61.669.966/0001-00 FEDERAÇÃO ESPÍRITA DO ESTADO DE SÃO PAULO 3/5/2014

1460/09 07.263.076/0001-59 ISEC - INSTITUTO DE SOLIDARIEDADE EDUCACIONAL E CULTURAL 4/10/2012

1462/09 61.587.333/0001-53 CLUBE DE MÃES RAIOS DE LUAR 22/3/2013

1463/09

03.873.905/0001-64

ASSOCIAÇÃO HELENA PICCARDI DE ANDRADE SILVA - AHPAS

14/2/2014

1464/09 10.399.215/0001-80 PROJETO PAPEL DE GENTE 17/1/2014

1466/09 05.632.423/0001-48 CENTRO DE AÇÃO SOCIAL ESPERANÇA 19/4/2012

1467/09 10.298.541/0001-00 NÚCLEO ESPIRAL - PESQUISA, ASSIST. E PREV. DA VIOL. CONTRA CÇS E ADOL. 30/11/2011

1472/09 43.126.366/0004-67 ISBET - INSTITUTO BRASILEIRO PRÓ-EDUCAÇÃO, TRABALHO E DESENVOLVIMENTO 28/6/2012

1473/09 10.343.765/0001-88 INSTITUTO FAMILIAR N.S. 14/2/2012

1474/09 71.725.949/0001-05 ASSOCIAÇÃO PAULISTA DE TERAPIA FAMILIAR 17/6/2013

1475/09 04.871.097/0001-69 CENTRO DE EDUCAÇÃO, INTEGRAÇÃO E AÇÃO SOCIAL DE SÃO PAULO 14/2/2014

1477/09 10.289.561/0001-06 ASS.BENE.SÉRGIO GONÇALVES DE DESENV.INTEGRAL DA CÇA E ADOL. - INSTITUTO DICA 22/3/2012

1479/09 10.372.276/0001-54 ASSOCIAÇÃO ASSISTENCIAL UNIDOS VENCEREMOS 17/6/2011

1480/09 05.022.246/0002-69 FUNDAÇÃO TÊNIS 6/8/2012

1481/09 05.972.232/0001-25 ASSOCIAÇÃO BENEFICENTE CLUBE DE MÃES AÇÃO FAMÍLIAS 12/7/2011

1486/09 78.636.974/0004-04 INSTITUTO SOCIAL EDUCATIVO E BENEFICENTE NOVO SIGNO 12/7/2011

1487/09 04.274.410/0001-81 OUTWARD BOUND BRASIL 6/8/2012

1488/09 03.435.809/0001-34 ASSOCIAÇÃO DOS CONSELHEIROS TUTELARES DO ESTADO DE SÃO PAULO 6/8/2012

1490/09 08.849.334/0001-46 ONDACAIMA-ORG.NAC.DE DEFESA E APOIO A CÇA. E ADOL.,DO IDOSO E DO M.AMBIENTE 3/5/2013

1492/09 61.592.531/0001-05 GRUPO DE MULHERES VILA FLÁVIA SÃO MATEUS 14/2/2014

1493/09 09.593.339/0001-06 ASSOCIAÇÃO FÁBRICA DE CIDADANIA 1/4/2012

1494/09 05.413.029/0001-19 TURMA DO BEM 6/8/2012

1495/09 03.950.913/0001-67 TRANSFORMAR - ASS. PARA O DESENVOLVIMENTO DO PORTADOR DE DEFICIÊNCIA 12/7/2013

1497/09 07.745.671/0001-20 CASA DA MÃE DE DEUS E NOSSA 31/5/2012

1498/09

07.122.453/0001-30

INSTITUTO ANDRÉ FRANCO VIVE

23/8/2013

1499/09

06.956.524/0001-37

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA PRÓ BEM ESTAR SOCIAL

26/7/2011

1502/09

01.492.723/0001-18

INSTITUTO SOLIDARIEDADE

23/8/2012

1503/09 10.462.524/0002-39 ASSOCIAÇÃO DE CULTURA, EDUCAÇÃO E ASSISTÊNCIA SOCIAL SANTA MARCELINA 18/10/2012

1505/09 05.461.315/0001-50 REDE CIDADÃ 26/7/2011

1506/09 04.130.842/0001-19 INSTITUTO CRESCER PARA A CIDADANIA 10/9/2014

1508/09 04.735.852/0001-08 UNITED WAY BRASIL 17/11/2012

1509/09 01.408.480/0001-97 INSTITUTO DE AÇÃO SOCIAL PRESIDENTE JUSCELINO 4/10/2013

1510/09 10.453.012/0001-25 ASSOCIAÇÃO O PODER DO DESEJO 4/10/2012

1512/09 60.554.417/0001-28 SINDICATO DOS CLUBES DO ESTADO DE SÃO PAULO - SINDI-CLUBE 20/9/2012

1514/09 60.450.418/0001-22 CASA PADRE MOYE 10/9/2014

1517/09 05.972.800/0001-98 ASSOCIAÇÃO DE APOIO À CRIANÇA E AO ADOLESCENTE BOM PASTOR 03/11/2013

1518/09 01.963.173/0001-78 IPA BRASIL - ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA PELO DIREITO DE BRINCAR 4/10/2012

1519/09 09.319.028/0001-60 LUGAR DE VIDA - CENTRO DE EDUCAÇÃO TERAPÊUTICA 03/11/2012

1520/09

08.745.680/0001-84

INSTITUTO OLGA KOS DE INCLUSÃO CULTURAL

10/9/2012

1523/09 09.026.715/0001-98 INSTITUTO PARADA VITAL 4/10/2011

1524/09 10.140.180/0001-60 INSTITUTO SKF SUCCES FOR KIDS DO BRASIL 4/102012

1525/09 10.558.869/0001-00 ASSOCIAÇÃO RECANTO DE CONVIVÊNCIA INFANTIL MEU DOCE LAR 17/1/2014

Page 129: Maria Cecilia do Amaral Campos de Barros Santiago.pdf

125

Número

Datade

do

CNPJ

Nome da ONG

Validade

registro

1526/09 08.562.948/0001-42 ASSOCIAÇÃO AQUARELA NA ALDEIA DE MATA VIRGEM 25/4/2012

1527/09 08.259.935/0001-07 FUNDAÇÃO BACHIANA FILARMÔNICA 10/9/2012

1529/09

03.775.221/0001-20

ASSOCIAÇÃO COMUNITÁRIA E BENEFICENTE DO CONJUNTO RESIDENCIAL ITAJUÍBE

20/9/2014

1531/09

53.815.718/0001-00

ASS. CEDESC - CENTRO DE DES. EDUCACIONAL, SOCIAL E CULTURAL DO PQ. FERNANDA

17/1/2013

1532/09 60.974.680/0001-76 JUNTA DE EDUCAÇÃO DA CONVENÇÃO BATISTA DO ESTADO DE SÃO PAULO 20/9/2011

1533/09 07.305.065/0001-94 INSTITUTO CEM POR CENTO SOCIAL 03/11/2013

1534/09 07.675.108/0001-23 SE TOQUE - INSTITUTO DE DESENVOLVIMENTO SOCIAL DE SÃO PAULO 03/11/2012

1537/09 67.182.618/0001-90 ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE SÍNDROME DE RETT DE SÃO PAULO 17/1/2012

1538/09 05.699.372/0001-71 INSTITUTO NACIONAL DE CAPACITAÇÃO E EDUCAÇÃO PARA O TRABALHO - VIA DE ACESSO 23/8/2012

1540/09 03.763.483/0001-74 CENTRO PRÓ - AUTISTA 17/1/2015

1544/10 03.584.025/0001-78 ASSOCIAÇÃO VIVA! CRIANÇA SEMENTE DA FLOR 10/9/2011

1547/10 03.789.508/0001-09 CEFAC - ASSOCIAÇÃO ASSISTENCIAL EM SAÚDE E EDUCAÇÃO 14/2/2012

1550/10

11.300.462/0001-40

PROJETO CASULO

15/4/2014

1555/10 07.190.699/0001-49 ASSOCIAÇÃO BENEFICENTE COMUNITÁRIA E CULTURA NÚCLEO DE ATENDIMENTO SOCIAL - 29/11/2013

ABECAM

1556/10 11.383.053/0001-55 ASSOCIAÇÃO CASA DE BARRO - FORMANDO INDIVIDUOS PARA A SOCIEDADE 25/4/2014

1557/10 67.977.637/0001-03 ASSOCIAÇÃO BENEFICENTE E CULTURAL OS MENTORES 09/5/2015

1558/10 08.679.929/0001-23 INSTITUTO DE MUSICA EDUCAÇÃO E CULTURA HAROLD BERMAN CHORO BLUE 09/5/2013

1559/10 57.274.714/0001-05 ASSOCIAÇÃO FEMININA COMUNITÁRIA CONJ. HAB. BRIGADEIRO EDUARDO GOMES 17/6/2011

1560/10 10.589.848/0001-51 INSTITUTO FOMENTANDO REDES E EMPREENDEDORISMO SOCIAL 25/4/2014

1561/10 07.989.026/0001-53 ASSOCIAÇÃO DE AMIGOS VOLUNTARIOS DO PROJETO PINDERE - AAVPP 17/6/2011

1562/10 07.669.797/0001-63 INSTITUTO RECORD DE RESPONSABILIDADE SOCIAL 17/6/2011

1563/10 09.665.394/0001-71 INSTITUTO SORRIR PARA VIDA 17/6/2011

1564/10 02.449.283/0001-89 INSTITUTO OPORTUNIDADE SOCIAL 17/6/2011

1565/10 07.906.535/0001-75 ASSOCIAÇÃO MISSIONÁRIA ATRAVESSANDO OS VALES 17/6/2011

1566/10 07.722.367/0001-68 NÚCLEO ASSISTENCIAL VILA BRASILÂNDIA - NAB 17/6/2011

1568/10 08.698.871/0001-32 INSTITUTO NEXTEL 17/6/2011

1570/10 11.130.022/0001-01 ASSOCIAÇÃO CULTURAL FILHOS DA CORRENTE 17/6/2011

1571/10 07.905.222/0001-00 PRO REI - ASSOCIAÇÃO COMUNIDADE PROJETO PARA REINTEGRAÇÃO DE VIDAS 17/6/2011

1572/10 44.695.260/0001-02 SOCIEDADE AMIGOS DO JARDIM MECEDONIA E ADJACENCIAS 17/6/2011

1573/10

10.979.371/0001-10

INSTITUTO RUGBY PARA TODOS

17/6/2011

1574/10 06.340.891/0001-01 INSTITUTO AUDITORIO IBIRAPUERA 28/6/2011

1575/10 61.587.945/0001-46 ASSOCIAÇÃO CORAÇÃO DO AMOR 26/7/2011

1577/10

07.466.217/0001-30

INSTITUTO TECNOLÓGICO IMPACTA - ITI

6/8/2011

1578/10

04.213.718/0001-17

ASSOCIAÇÃO POPULAR DE SAÚDE

6/8/2011

1579/10

48.436.034/0002-30

CRECHE ANTONIO ASSUNÇÃO FERREIRA

6/8/2011

1580/10 00.818.544/0001-65 INSTITUTO DE INTEGRAÇÃO DE APOIO À CIDADANIA BEM VIVER 6/8/2011

1581/10 09.359.786/0001-02 ASSOCIAÇÃO SÃO GABRIEL 6/8/2011

1582/10 05.705.920/0001-29 ASSOCIAÇÃO BENEFICENTE MELHOR IDADE DO PARQUE 10/9/2011

1583/10 09.201.480/0001-23 ASSOCIAÇÃO CASA DA MULHER DA CIDADE TIRADENTES 10/9/2011

1584/10 08.563.610/0001-05 ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE HIPPOTERAPIA E PET TERAPIA - ABRAHIPE 10/3/2011

1585/10 02.254.698/0001-05 ASSOCIAÇÃO CULTURAL CORRENTE LIBERTADORA 10/9/2011

1586/10 12.095.736/0001-70 INSTITUTO BRASILEIRO DE APRENDIZAGEM PROFISSIONAL 14/2/2013

1587/10 07.245.272/0001-09 IMAGEM DA VIDA 09/5/2012

1588/10 03.807.888/0001-67 ASSOCIAÇÃO A CRIANÇAS, AO ADOLESCENTE E JOVENS DO ICARAÍ 4/10/2011

1589/10 05.600.632/0001-00 ASSOCIAÇÃO BENEFICENTE CULTURAL DE JUVENTUDE JUDAICA RACHA CAROLINE 4/10/2011

1591/10 58.632.282/0001-20 ASSOCIAÇÃO BENEFICENTE LUZ DA SABEDORIA 4/10/2011

1592/10

05.667.600/0001-21

INSTITUTO DE CIDADANIA PADRE JOSIMO TAVARES

4/10/2011

1593/10 67.008.615/0001-35 CENTRO DE ASSISTÊNCIA SOCIAL IRMÃO AUGUSTO 4/10/2011

1595/10 10.519.686/0001-85 ASSOCIAÇÃO SONGS OF LOVE – AMEDICINA DA MÚSICA 4/10/2011

1596/10 07.606.349/0001-10 GAASP – GRUPO DE APOIO A ADOÇÃO DE SÃO PAULO 18/10/2011

Page 130: Maria Cecilia do Amaral Campos de Barros Santiago.pdf

126

Número

Datade

do

CNPJ

Nome da ONG

Validade

registro

1597/10 07.896.835/0001-10 ASSOCIAÇÃO COMUNITÁRIA ALTO DA RIVIERA 03/11/2011

1598/10 07.186.567/0001-43 ASSOCIAÇÃO SÓCIO CULTURAL MADRE TERESA DE JESUS 03/11/2011

1599/10

67.139.907/0001-07

CLÍNICA COMUNITÁRIA GREI

03/11/2011

1600/10

04.421.431/0001-82

ASSOCIAÇÃO ODONTO CRIANÇA

25/4/2013

1601/10 05.038.386/0001-44 INSTITUTO MUSICAL BEETHOVEN 17/11/2011

1602/10 50.228.097/0034-20 ASSOCIAÇÃO DE INSTRUÇÃO POPULAR E BENEFICÊNCIA 17/11/2011

1603/10 61.592.044/0001-42 ASSOCIAÇÃO COMUNITÁRIA DOS MORADORES DA CIDADE KEMEL/ITAIM PAULISTA 17/11/2011

1604/10 04.186.163/0001-61 ASSOCIAÇÃO BENEFICENTE 2001 17/11/2011

1605/10 07.044.456/0021-46 ASSOCIAÇÃO CENTRO CATÓLICO DE EVANGELIZAÇÃO SHALOM 29/11/2011

1606/11 08.860.853/0001-05 IBTE – ISTITUTO BRASILEIRO DE TRANSFORMAÇÃO PELA EDUCAÇÃO 29/11/2011

1607/10 59.479.816/0001-92 UNIÃO DE PROJETOS ASSISTENCIAIS Á COMUNIDADE 29/11/2011

1608/11 10.853.772/0001-20 INSTITUTO MINHA ESPERANÇA 17/1/2012

1609/11

05.332.047/0001-76

INSTITUTO CRESCER COM A VIDA

17/1/2012

1610/11 06.921.866/0001-11 INSTITUTO EDIFICANDO 17/1/2012

1611/11 05.276.047/0001-04 ENTIDADE BENEFICENTE ANTONIETA GRANERO 17/1/2012

1612/11 04.789.703/0001-00 INSTITUTO CEPODH 17/1/2012

1613/11 11.118.357/0001-95 CENTRO DE REABILITAÇÃO INFANTIL AMIGOS DO MARINHO 17/1/2012

1614/11 08.807.080/0001-01 INSTITUTO FUTURO DE DESENVOLVIMENTO SOCIAL, EDUCACIONAL, CULTURAL E 17/1/2012

AMBIENTAL

1615/11 96.534.607/0001-20 ACCGESPER – ASSOCIAÇÃO CIDADANIA E CULTURA DO GRANDE ESTADO DE SÃO PAULO E 17/1/2012

REGIÃO

1616/11 03.798.727/0001-54 FUNDAÇÃO ABIÓPTICA PELO DIREITO DE ENXERGAR DIREITO 17/1/2012

1617/11 03.049.245/0001-00 ASSOCIAÇÃO SANTA BÁRBARA 17/1/2012

1618/11 01.039.446/0001-92 ASSOCIAÇÃO DE ASSISTÊNCIA E SERVIÇO SOCIAL MARANATHA 17/1/2012

1619/11 07.208.563/0001-19 INSTITUTO SÃO PAULO MELHOR 17/1/2012

1620/11 10.585.864/0001-76 CASA DE APOIO SOCIAL SERVUS 14/2/2012

1621/11 10.635.252/0001-40 INSTITUTO SAÚDE E SUSTENTABILIDADE 14/8/2012

1622/11 00.385.999/0001-34 ASSOCIAÇÃO AMIGOS LUTANDO PARA UM FUTURO MELHOR 14/2/2012

1623/11 09.156.211/0001-92 ASSOCIAÇÃO DE MORADORES DE BAIRRO DO JARDIM JARAGUÁ 28/2/2012

1624/11 07.925.623/0001-14 NEUTRÓPICA – INSTITUTO DE EDUCAÇÃO E CIÊNCIAS APLICADAS 28/8/2012

1625/11

29.260.676/0002/87

CECIP – CENTRO DE CRIAÇÃO DE IMAGEM POPULAR

14/3/2012

1626/11 03.172.728/0001-99 INSTITUTO OIKOS 1/4/2012

1627/11 03.254.082/0003-50 INSTITUTO ACQUA – AÇÃO,CIDADANIA,QUALIDADE URBANA E AMBIENTAL 1/4/2012

1628/11

05.875.060/0001-71

INSTITUTO PILAR

1/4/2012

1629/11

65.088.403/0001-80

INSTITUTO CASA DO SOL - ICS

09/5/2012

1630/11

02.176.231/0001-86

UNIÃO COMUNITÁRIA DE MULHERES DO JARDIM NAIR

09/5/2012

1631/11 08.482.612/0001-70 ESPAÇO D.I.A. – DESENVOLVIMENTO, INTEGRAÇÃO E AÇÃO 09/5/2012

11 MAIO 2011