MariadaPenhaLimaGomesPinto

download MariadaPenhaLimaGomesPinto

of 36

description

monografia

Transcript of MariadaPenhaLimaGomesPinto

  • CURSO DE ESPECIALIZAO EM DESENVOLVIMENTO HUMANO, EDUCAO

    E INCLUSO ESCOLAR UAB/UnB

    O PAPEL DO ORIENTADOR EDUCACIONAL NA EDUCAO

    INCLUSIVA

    MARIA DA PENHA LIMA GOMES PINTO

    ORIENTADOR: ADRIANO JOS HERTZOG VIEIRA

    BRASLIA/2011

    Universidade de Braslia UnB Instituto de Psicologia IP

    Departamento de Psicologia Escolar e do Desenvolvimento PED Programa de Ps-Graduao em Processos de Desenvolvimento Humano e Sade PGPDS

  • MARIA DA PENHA LIMA GOMES PINTO

    O PAPEL DO ORIENTADOR EDUCACIONAL NA EDUCAO

    INCLUSIVA

    BRASLIA/2011

    Universidade de Braslia UnB Instituto de Psicologia IP

    Departamento de Psicologia Escolar e do Desenvolvimento PED Programa de Ps-Graduao em Processos de Desenvolvimento Humano e Sade PGPDS

    MonografiaapresentadaaoCursodeEspecializaoem

    Desenvolvimento Humano, Educao e Incluso, da

    FaculdadeUAB/UNBPlodeAlexaniaGOOrientador:

    AdrianoJosHertzogVieira

    Professor_____________________________

  • PINTO, Maria da Penha Lima Gomes

    O papel e a atuao do orientador educacional na educao

    inclusiva/PINTO, Maria da Penha Lima Gomes - Braslia, 2011.

    ----p

    Trabalho de Concluso de Curso (Monografia- Especializao)

    -Universidade de Braslia, setembro de 2009 - abril de 2010.

  • TERMO DE APROVAO

    MARIA DA PENHA LIMA GOMES PINTO

    O PAPEL DO ORIENTADOR EDUCACIONAL NA EDUCAO

    INCLUSIVA

    Monografia aprovada como requisito parcial para obteno do grau de Especialista

    do Curso de Especializao em Desenvolvimento Humano, Educao e Incluso Escolar

    UAB/UnB. Apresentao ocorrida em 16/04/2011.

    Aprovada pela banca formada pelos professores:

    ____________________________________________________

    ADRIANO JOS HERTZOG VIEIRA (Orientador)

    ___________________________________________________

    SUSANA SILVA CARVALHO (Examinador)

    --------------------------------------------------------------------------------

    MARIA DA PENHA LIMA GOMES PINTO (Cursista)

    BRASLIA/2011

  • DEDICATRIA

    A minha famlia pelo amor, carinho, fora, incentivo e intenso companheirismo nos momentos decisivos da minha vida.

  • AGRADECIMENTOS

    Agradeo, primeiramente, a Deus pelo o dom da vida e a certeza de sua presena

    em todos os momentos da minha vida. A meus pais pela educao que me

    proporcionaram e aos meus irmos por estar sempre ao meu lado me apoiando e

    me ajudando. Aos meus filhos e ao meu esposo pelo carinho, pela compreenso dos

    momentos ausente.

  • RESUMO

    Este trabalho foi realizado em uma escola de sries iniciais do ensino

    fundamental da rede pblica do Distrito Federal. A inteno deste estudo propor a

    reflexo sobre a atuao da orientao educacional no processo de incluso. A

    difcil tarefa de mostrar a cada dia o que a diferena. O trabalho do Orientador

    Educacional versa sobre a diversidade cultural e sensibilizao dos pais,

    profissionais da educao e estudantes quanto igualdade de direitos e acesso a

    todos os estudantes. Nesse contexto, para alcanar o objetivo proposto, faz-se

    necessrio a este estudo, o uso de entrevista estruturada, anlise documental e

    observao participante, caracterizando-o como pesquisa qualitativa. A partir de tais

    instrumentos foi possvel analisar como o Orientador Educacional atua junto ao

    professor e a famlia, no processo de incluso dos alunos com necessidades

    especiais no contexto da instituio pesquisada. Observar a qualidade das relaes

    estabelecidas nesse meio excludente. H que se procurar meios de reverter este

    quadro e nessa empreitada, a educao tem seu papel. Pois atravs da escola

    que a sociedade adquire, fundamenta e modifica conceitos de participao,

    colaborao e adaptao.

  • 8

    SUMRIO

    Apresentao..................................................................................................... 09

    1.Fundamentao Terica................................................................................. 10

    1.1 Fundamentao histrica da orientao educacional no

    Brasil..................................................................................................................

    10

    2. Incluso.......................................................................................................... 13

    2.1 Breve histrico do percurso realizado por pessoas com necessidades

    especiais............................................................................................................

    14

    3. Objetivos........................................................................................................ 18

    4. Metodologia.................................................................................................... 19

    4.1 Locais da pesquisa...................................................................................... 19

    4.2 Materiais....................................................................................................... 22

    4.3 Participantes................................................................................................. 22

    4.4 Instrumento de pesquisa.............................................................................. 22

    4.5 Procedimentos de coleta de dados.............................................................. 23

    4.6 Anlise de dados.......................................................................................... 23

    5. Consideraes finais...................................................................................... 27

    Referncias bibliogrficas.................................................................................. 29

    Apndices........................................................................................................... 31

    A - Roteiro de Entrevista com Professoras..................................................... 31

    Anexos 33

    A - Carta de apresentao............................................................................. 33

    B - Termo de consentimento livre e esclarecido............................................. 35

  • 9

    Apresentao

    A educao concebida como fator imprescindvel formao e ao

    desenvolvimento dos seres humanos. A escola o espao scio cultural em que as

    diferentes identidades se encontram, se constituem, se formam e se produzem,

    portanto, um dos lugares mais importante para se educar com vistas ao respeito

    diferena. Educar para diversidade no significa apenas reconhecer as diferenas,

    mais refletir sobre as relaes e os direitos de todos. Da a importncia das aes

    que promovam a incluso. Esta palavra, que outrora era utilizada especificamente

    para estudantes com necessidades especiais tem sido divulgada no sentido de

    mostrar um individuo que apresenta dificuldade de insero em um determinado

    grupo, devido a uma caracterstica emocional ou fsica.

    Historicamente, as pessoas com deficincia, ficaram excludas dos diferentes

    contextos e da participao social. Sabe-se que hoje uma nova conscincia de

    valorizao, aceitao e respeito s diferenas mobilizam pessoas, famlias e

    segmentos sociais e polticos, no sentido de criar condies para acesso incluso

    e participao. Neste contexto imprescindvel que o Orientador Educacional atue

    como mediador entre a escola e a famlia, no sentido de que esta tenha seus direitos

    assegurados e que o aluno permanea o tempo que for necessrio na escola para

    que de fato concretize sua aprendizagem.

    As atividades do Orientador Educacional, nesse sentido, no podem estar

    aqum do contexto social, poltico e econmico atual e devero estar em conexo

    com as atividades dos professores, do grupo gestor e dos demais segmentos da

    instituio educacional, somadas ainda orientao devida aos familiares dos

    discentes.

    Partindo dessas premissas que esta pesquisadora recm chegada na SEDF

    e atuando em uma escola de sries iniciais como Orientadora Educacional optou por

    esse tema.

    O espao no qual foi realizado este trabalho conta com novecentos e vinte

    seis estudantes, dos quais dezenove necessitam de atendimento especializado.

    Entende-se assim que a incluso a garantia que todos possuem de um acesso

  • 10

    continuo ao espao social, formando uma sociedade mais justa, igualitria e

    respeitosa, recebendo de braos aberto a diversidade humana, guiando-se em

    aes coletiva que almejam a igualdade de oportunidades.

    Ressaltando que essa profissional trabalhando de forma subjetiva e

    impessoal agir conduzindo e informando sobre as possibilidades de aproveitamento

    das experincias significativas que favoream o processo de incluso. Dessa forma

    optou-se em fazer um estudo de caso com o intuito de analisar o papel do

    Orientador Educacional no processo de incluso dos estudantes com necessidades

    especiais e sua atuao junto famlia e ao professor. Acredita-se que para o

    desenvolvimento do estudante necessrio que esse profissional propicie

    favorecimento da troca de experincias tanto entre profissionais da educao quanto

    entre pais. Para uma melhor compreenso, os dados desta pesquisa foram

    organizados em trs partes. A primeira faz um breve histrico da Orientao

    Educacional no Brasil, a segunda especificada o objeto de pesquisa e as

    estratgias utilizadas para que ocorra. J na terceira unidade refere-se ao mtodo

    da pesquisa visando elucidar os fatos sobre coleta de dados e analise de dados,

    participantes e instrumentos, necessrio ao estudo.

    Atuar como Orientador Educacional exige desempenho, e conhecimento

    abrangente a respeito da dinmica escolar. fundamental para sua funo conhecer

    o meio no qual age, podendo assim analisar e avaliar as decises da escola,

    munindo-se de informaes e conhecimento do processo de ensino aprendizagem e

    das metodologias utilizadas no mesmo. Trabalhar para estabelecer um clima

    harmnico nas relaes uma das principais funes desse profissional.

    1. FUNDAMENTAO TERICA

    1.1- Fundamentao histrica da orientao educacional no Brasil

    A concepo de Orientao Educacional modificada durante toda sua

    trajetria histrica. Essas constantes modificaes esto relacionadas tanto

    questo epistemolgica, quanto ao tratamento que lhe dado durante o decorrer do

    tempo.

  • 11

    Segundo (Grispun, 1992) citado por FRANGELLA (2009) A Orientao

    Educacional tem sua histria de desenvolvimento atrelada da Psicologia, que data

    do sculo XVI e procurava atravs de psicotcnicas traar aptides correlacionadas

    a atividades especficas.

    Esta autora relata que

    At a dcada de 1920, a Orientao Educacional no Brasil constitua-se de atividades esparsas e isoladas, em que fazia presente o cunho de aconselhamento, ligado a uma moral religiosa. A partir da dcada de 1920, com o desenvolvimento urbano-industrial, houve a necessidade de formao para essa nova realidade de trabalho. O ensino profissional foi sendo implementado e, com ele, a Orientao Educacional, servio que poderia adotar uma linha de aconselhamento vocacional. (2009, p.1)

    No decorrer da historia, o significado da Orientao Educacional vai sendo

    reelaborado. A partir das leis orgnicas (1942 a 1946) que ligado ao

    desenvolvimento urbano-industrial e poltico-econmico exigiu uma formao do

    trabalhador surgindo a necessidade da criao do SENAI e SENAC instituindo-se

    legalmente a obrigatoriedade da orientao vocacional no ensino secundrio.

    A partir das reformulaes no curso de Pedagogia, datadas no perodo ps

    1964, so criadas as habilitaes. O pedagogo podia, ento, se especializar em

    Superviso, Administrao. Alm disso, foram criadas algumas disciplinas

    pedaggicas e reformadas outras.

    Essa reformulao contribuiu significativamente para o carter de

    profissionalizao da Orientao Educacional, a partir da houve a criao de

    associaes de supervisores e orientadores. Atrelados a viso tecnicista da

    Educao, caracterstica da dcada de 1970 caberia a estes o controle das

    atividades burocrticas da escola.

    Na dcada de 80/90 a discusso girava em torno da formao/atuao

    docente. Este perodo foi marcado pela polmica da identidade do curso de

    Pedagogia e da ento pela dissociao das associaes de supervisores e

    orientadores educacionais criadas na dcada de 70.

  • 12

    Diante deste cenrio FRANGELLA diz

    ainda hoje, a viso do que vem a ser orientao est atrelada aos significados construdos historicamente: o de um profissional que atua sobre um outro. Essa viso, ainda to presente no cotidiano escolar, indica caminhos de uma hierarquizao do trabalho no cotidiano escolar a partir da condio de ser possuidor ou no de alguns conhecimentos. Nesse modelo, o orientador, ao se debruar sobre esse cotidiano em desenvolvimento, analisa-o e o altera, como se s ele fosse capaz de enxergar as dificuldades encontradas e de propor alternativas a elas. (2009, p.3).

    A citao acima nos faz refletir sobre a atuao do Orientador Educacional.

    Cabe a este profissional um trabalho coletivo e articulado com os demais segmentos

    da escola no sentido de compartilhar aes que se concretizem em prol do aluno e

    sua famlia. Segundo ALVES E GARCIA (apud FRANGELLA 2009)

    Encarar o cotidiano como processo em que os conhecimentos, avanos e retrocessos so tecidos no interior dos mltiplos saberes e experincias que o permeiam condio sine-qua-non para que a Orientao Educacional se constitua a partir de uma posio solidria de coordenao em que ningum proprietrio de um conhecimento, mas sim responsvel por um dos fios necessrios tessitura de unir o tapete de saberes e fazeres que s existir com a troca/tranado de todos os fios necessrios ( 1999, p. 141).

    Atravs da anlise de toda trajetria histrica da Orientao Educacional,

    apoiados nos autores citados, podemos definir os conceitos e funes da

    Orientao, as diferentes fontes e origens de sua prtica, e as razes de sua

    conceituao ter sido modificada ao longo desse processo.

    A Educao uma prtica social e a Orientao deve ser vista como uma

    prtica que ocorre dentro da escola. Suas atividades, entretanto, no devem ser

    limitadas, pois se trata de uma prtica que caminha no sentido da objetividade, da

    subjetividade e da totalidade da Educao. Acompanhando a mudanas ocorridas

    na sociedade e com a implementao de polticas pblicas para a incluso, o

    Servio de Orientao Educacional redefine sua atuao no sentido de atender com

    eficincia essa nova demanda no espao escolar. Segundo BRANDO Et Al

    A orientao educacional desempenha um importante papel para que essas mudanas aconteam, pois os orientadores, juntamente com os supervisores, so responsveis pelo planejamento e execuo de propostas que faam com que os processos de ensino e de aprendizagem dos alunos se desenvolvam com qualidade. Tambm cabe a eles serem articuladores e mediadores junto aos professores, buscando uma prtica educativa que atenda as necessidades das diversidades de seus alunos. (2005, p.2)

  • 13

    Para tanto a participao ativa e coletiva da proposta pedaggica da

    instituio, que uma relevante funo do Orientador deve ser construda de forma

    que favorea e possibilite o exerccio democrtico de todos os segmentos da

    instituio educacional, a fim de gerar aes que promovam aprendizagem e o

    desenvolvimento, contemplando todas as possibilidades para a construo de uma

    sociedade mais justa e coerente no compromisso de cada um com o espao de

    todos.

    Segundo BRANDO Et Al, este profissional

    deve cumprir seu papel de ajudar na elaborao de projetos e na concretizao de aes que tornem as escolas espaos abertos para todos, onde as diferenas so valorizadas, atravs de projetos inclusivos de educao. Espaos educativos de formao de personalidades humanas independentes, dotadas de conscincia crtica. Locais onde os alunos aprendam a ser pessoas responsveis e comprometidas com o mundo no qual vivem. Ambientes educativos onde se aprende a valorizar as diferenas pela convivncia entre as pessoas, pelo exemplo dos educadores, pelo ensino que acontece nas salas de aula, pelas relaes scio afetivas que ali se estabelecem. So contextos educacionais em que todos os educandos tm a oportunidade de aprender e se desenvolver na interao com outros educandos. (2005, p.3).

    De acordo com o exposto acima podemos inferir que cabe a este profissional

    mediar os processos relacionais que ocorrem dentro do contexto escolar, com vistas

    a atender as diversidades dos alunos no sentido de que se garanta uma educao

    inclusiva de qualidade.

    2. INCLUSO

    A incluso conceitua-se como o processo pelo qual a sociedade se adapta

    para poder incluir, em seus sistemas sociais, pessoas consideradas diferentes da

    comunidade a que pertena. Ela ocorre num processo bilateral no qual as pessoas,

    ainda excludas, e da sociedade, buscam equacionar problemas, discutir solues e

    equiparar oportunidades para todos.

    A educao tem passado por vrios caminhos na busca deste objetivo, e um

    deles a incluso de crianas com necessidades especiais na escolar regular, o que

    tem causado muitas discusses e, como toda mudana, algumas confuses em

    interpretar o que incluir, ou melhor, como realizar a incluso, em escolas que s

  • 14

    vezes encontram dificuldades para entender e resolver os pequenos desafios que

    enfrentam nas diferenas com os alunos ditos normais.

    Acreditando que o ato de educar deve proporcionar o desenvolvimento a

    todos e este deve se referir a todas as reas para atingir o ser como um todo, que

    precisa aprender e ter a oportunidade de desenvolver todas as suas potencialidades.

    O termo incluso parece significar coisas distintas para pessoas distintas em

    distintos contextos, mas sugere que se resultem trs pontos de consenso e de

    compromisso: Criao de uma sociedade mais justa; Desenvolvimento de um

    sistema educativo mais equitativo; Promoo de resposta da escola regular

    diversidade e a heterogeneidade, como meio para tornar realidade tais desgnios.

    Reconhecer a diversidade promover a igualdade de chances para que todos

    possam desenvolver seus potenciais. No caso dos alunos com necessidades

    especiais, deve-se comear garantindo-lhes o direito de acesso aos bens da

    sociedade educao, sade, trabalho, remunerao digna etc. Ou seja, propiciar,

    por meio da educao, o desenvolvimento das atividades de vida autnoma diria.

    2.1 Breve histrico do percurso realizado por pessoas com necessidades especiais.

    O foco principal deste trabalho analisar o papel do Orientador no processo

    de incluso de pessoas com necessidades educacionais especiais. No entanto, de

    fundamental importncia que faamos uma retrospectiva de todo esse processo,

    isso porque, nem sempre essas pessoas tiveram acesso educao. Podemos

    perceber isso, pelo quantitativo de declaraes e leis que tratam do assunto. Essas

    declaraes e essas leis nos levam a crer que antes delas a situao era difcil para

    essas pessoas. o que podemos perceber o que se segue.

    Relatar sobre a Histria da deficincia o mesmo que discorrer sobre a

    Histria da humanidade, pois, desde que existem seres humanos, as deficincias

    tambm existem.

    Em 2002 o Governo do Distrito Federal fez um convnio com a UnB para

    qualificar professores. De acordo com mdulo III do referido curso h 70.000 anos

    os homens tinham costumes de sobrevivncias que os obrigavam a se juntarem em

  • 15

    pequenos bandos, para caar animais de grande porte e para lutar contra outros

    pequenos bandos. Durante esses enfrentamentos, tanto para se defenderem como

    para encontrarem seu alimento, sofriam muitas, vezes, leses que resultavam em

    srias deficincias. As pessoas que, por esse motivo, apresentavam necessidades

    especiais, eram abandonadas, pois passavam a no contribuir em nada para o seu

    grupo. importante ressaltar, que como nmades que eram essa prtica de

    abandono do deficiente se dava muito mais por um ato de sobrevivncia do que por

    rejeio ao diferente. Nessa poca as crianas que, por algum motivo, nasciam com

    deformidade eram igualmente abandonadas, o mesmo acontecendo com os idosos,

    caso se tornasse deficientes.

    No perodo neoltico, algumas pessoas com deficincias eram incorporadas

    ao trabalho social (coleta de frutas silvestres e preparao de alguns alimentos).

    Na cultura Yanomami so eliminados os recm-nascidos considerados fracos

    ou portadores de defeitos fsicos. E que na cultura Xagga, eles permitem que as

    pessoas portadoras de deficincia ou de srios transtornos mentais sobrevivam. Isso

    porque, eles acreditam que os maus espritos se incorporam nessas pessoas,

    deixando livre os demais membros da tribo. Na perspectiva, a existncia de pessoas

    com deficincia resulta em benefcio para a comunidade.

    O povo hebraico, altamente religioso, acreditava que os deficientes fsicos

    eram culpados pelos pecados de suas famlias. Assim, quem possua uma

    deficincia carregava a culpa dos pais.

    Na Grcia Antiga, especificamente em Esparta e Atenas, as crianas que

    nasciam prematuras ou com deficincias fsicas eram abandonadas em lugares

    indicados para que pudessem morrer, pois o povo grego venerava o corpo como a

    melhor posse que um homem poderia ter.

    A cultura Romana, por sua vez, ficou conhecida por leis como a do

    infanticdio, que autorizava o pai a matar seu filho caso este nascesse com traos

    de monstruosidade, como costumavam chamar as deficincias, principalmente as

    fsicas. Com a incorporao do Cristianismo em Roma, isso mudou totalmente.

    Porm, mesmo passando a ter a vida respeitada, aqueles que nasciam deficientes

    ainda eram considerados produtos do pecado.

  • 16

    Na cultura Bizantina aconteceram fatos interessantes. Foi na cidade de

    Constantinopla, por exemplo, que foram criados os primeiros hospitais para tratar as

    pessoas que sofriam de algum mal. Eles abrigavam centenas de pessoas com

    defeitos fsicos, conseqncias de guerras e de castigos fsicos. Mas o tratamento

    dado a essas pessoas era precrio. O que se fazia era prepar-las espiritualmente

    para salvar suas almas perante Deus, j que o imprio Bizantino era altamente

    cristo. Assim, esses hospitais, no passavam de abrigos de natureza

    assistencialistas, com o nico objetivo de recolher das ruas de Constantinopla as

    pessoas deficientes.

    Durante a idade mdia os portadores de necessidades especiais eram

    percebidos como produtos do pecado e tambm de incorporao de demnios.

    Dessa forma, muitas pessoas que sofriam de deficincias e transtornos mentais

    foram acusadas pela inquisio de possurem o demnio e de praticarem bruxaria,

    sendo acorrentadas e queimadas vivas.

    Nesse perodo, os hospitais existentes eram verdadeiros depsito de seres

    humanos que, pelas precrias condies de atendimento, no tinham outra sada

    seno pregar a f crist como salvao para suas doenas.

    Como podemos perceber at o fim da Idade Mdia o tratamento relacionado

    s pessoas com deficincias eram os piores possveis.

    Com o surgimento do Renascimento, uma nova perspectiva se coloca,

    proporcionando outra viso sobre as pessoas com deficincias fsicas, mentais e

    sensoriais. A partir dessa poca comeou-se a pensar em como essas pessoas

    poderiam ser educadas e integradas vida social.

    Segundo Mazzotta (2005, p 20) no sculo XIX, iniciou-se o atendimento aos

    deficientes mentais. O mdico Jean Marc Itard (1774-1838) mostrou a educabilidade

    de um idiota, o denominado selvagem de Aveyron.

    Itard ficou reconhecido como a primeira pessoa a usar mtodos sistemticos

    para o ensino de deficientes mentais. Trabalhou durante cinco anos com Vitor, uma

    criana de doze anos, o menino selvagem, capturado na floresta de Aveyron, no sul

    da Frana, por volta de 1800. Em 1801, publicou em Paris o livro onde registrou

  • 17

    suas tentativas e que tido como o primeiro manual de educao de retardados : De

    Iducacion dum Home Sauvage.

    O mdico considerou o comportamento do menino semelhante ao de um

    animal, devido falta de socializao e educao, resultante da vida solitria na

    floresta.

    Itard obteve xito em conseguir que o menino controlasse suas aes e lesse

    algumas palavras.

    De acordo com Mazzotta (2005, p 21), Edward Seguim (1812-1880), aluno de

    Itard e tambm mdico, prosseguiu com o desenvolvimento dos processos de

    ensino para os gravemente retardados, a partir do ponto em que Itard parou. Em

    vez de trabalhar com um s menino, como Vitor, estabeleceu o primeiro internato

    pblico da Frana para crianas retardadas mentais, e imaginou um currculo para

    elas.

    Segundo Mazzotta (2005, p. 22) outra importante educadora que contribuiu

    para a evoluo da educao especial foi Maria Montessori (1870-1956), mdica

    italiana que aprimorou os processos de Itard e Seguin, desenvolvendo um programa

    de treinamento para crianas retardadas mentais nos internatos de Roma. Suas

    tcnicas para o ensino de retardados mentais foram experimentadas em vrios

    pases da Europa e da sia. Montessori enfatizou a auto-educao pelo uso de

    materiais didticos que incluam dentre outros, blocos, encaixes, recortes, objetos

    coloridos e letras em relevo.

    De acordo com Mazzotta (2005, p 24) em 1896, foi aberta a primeira classe

    especial diria para retardados mentais, em Previdence, Rhode Island, nos Estados

    Unidos. Em 1900, em Chicago criou-se a primeira classe para cegos e a primeira

    classe de escola pblica para crianas aleijados.

    Segundo Mazzotta (2005, p 27) no Brasil alguns cidados inspirados em

    experincias concretizadas na Europa e Estados Unidos da Amrica do Norte, no

    sculo XIX, iniciam a organizao para atendimentos a cegos, surdos, deficientes

    mentais e deficientes fsicos. Durante um sculo, tais providncias caracterizam-se

    como iniciativas oficiais e particulares e isoladas, refletindo o interesse de alguns

    educadores pelo atendimento educacional dos portadores de deficincias.

  • 18

    No Entanto, no Brasil o compromisso com uma Educao Inclusiva s foi

    firmado em 1990 na Conferncia Mundial sobre Educao para todos, em Jomtien,

    Tailndia na Declarao Mundial de Educao para Todos. Mas na Declarao

    de Salamanca de 1994 que est expresso explicitamente os termos da educao

    inclusiva.

    Antes da incluso tivemos a integrao. A integrao implantada pela

    SEESP/MEC favorecia os alunos deficientes que esto aptos a serem integrados na

    rede Pblica de Ensino, isto , a escola regular no precisaria se adaptar para

    receber esse aluno.

    Na Constituio Brasileira, em seu artigo 208, fica garantido "O atendimento

    especializado pessoa com necessidades especiais educativas, preferencialmente

    na rede regular de ensino". A lei n 9394/96, que estabelece as diretrizes e bases da

    educao nacional garante o "atendimento educacional especializado s pessoas

    com deficincia, preferencialmente na rede regular de ensino". No qual, segundo o

    texto, a educao especial definida no artigo 58, como "a modalidade de educao

    escolar na rede regular de ensino, para alunos com necessidades especiais." Nesse

    caso, h um detalhamento de como o processo, em teoria, deveria ocorrer.

    3. OBJETIVOS

    O objetivo geral desta pesquisa analisar o papel do Orientador Educacional

    no processo de incluso dos alunos com necessidades especiais. Entende-se aqui o

    campo da Orientao Educacional como aquele que est em especial

    compromissado com os alunos, e de modo geral, com toda escola e a comunidade.

    Pretendemos analisar com profundidade as perspectivas tericas e praticas que

    ressaltam sua atuao no processo de incluso.

    Os objetivos especficos para esse estudo so: Contextualizar a Orientao

    Educacional no Brasil, buscando compreender o papel do Orientador Educacional

    frente educao inclusiva.

    Analisar a atuao do Orientador Educacional junto ao professor no processo

    de incluso. Tendo em vista que a Orientao Educacional atuando com todos os

    protagonistas da instituio educacional no resgate de uma ao mais efetiva e de

  • 19

    uma educao de qualidade, precisamos identificar a percepo e o entendimento

    do professor a respeito da incluso. Pois o Orientador Educacional busca conhecer

    a realidade para transform-la, para que seja mais justa e humana.

    4. METODOLOGIA

    O estudo realizado teve carter emprico e de pesquisa qualitativa. Esta

    uma tcnica utilizada para entender o comportamentos dos sujeitos. Conhecer as

    situaes que os mesmos vivem e entender como interagem e constroem a

    realidade que atuam. Suas caractersticas so: observao, a descrio, a

    compreenso, a flexibilidade e a interpretao. Portanto, pode ser entendida como

    pesquisa exploratria. No caso, sobre o processo de incluso dos alunos com

    necessidades especiais, no ambiente escolar.

    Para as autoras Ludke e Andr (1986), o que vai determinar a escolha da

    metodologia a natureza do problema. Para que a realidade complexa, que

    caracteriza a escola, seja estudada com rigor cientifico necessitar dos subsdios

    encontrados na vertente qualitativa de pesquisa. (...) As contribuies desse tipo de

    investigao esto presentes na sua capacidade de compreenso dos fenmenos

    relacionados escola, uma vez que retrata toda riqueza do dia-a-dia escolar.

    4.1 Locais da pesquisa

    Esta pesquisa foi realizada em uma escola da rede publica do Distrito Federal

    que atende estudantes das sries iniciais do Ensino Fundamental. Desenvolve seu

    currculo apoiada em duas matrizes: uma de oito anos, que atende estudantes da 1

    at a 4 srie e outra de nove, que atende do 1 ao 5 ano, ambas do Ensino

    Fundamental da rede pblica. A instituio foi inaugurada em agosto de 1995 e seu

    horrio de funcionamento est subdividido em dois turnos: matutino e vespertino.

    Ocupando uma rea fsica de 5.000 m2, ela, composta por rea de estacionamento

    para uso dos funcionrios, uma quadra poliesportiva e dividida em alas, cuja

    localizao est organizada conforme o quadro 01.

    A referida escola oferece suporte pedaggico a novecentos e vinte e seis

    estudantes. Estes esto distribudos em trinta e quatro turmas. Dezessete pela

    manh e Dezessete tarde. Sendo organizadas da seguinte forma: Matutino 8

  • 20

    Classes Comum, 5 Classes de Integrao Inversa, 4 Classes Inclusiva. Vespertino-

    9 Classes Comum, 2 Integrao Inversa, 6 Classes Inclusiva.

    Entre eles, dezenove tem necessidades educativas especiais. Para atend-

    los, so disponibilizadas, alm das classes comum, comum com reduo e classes

    de integrao inversa. Tambm possui uma sala de recursos, concebida como

    Atendimento Educacional Especializado - AEE por acompanhar os estudantes que

    tem diagnsticos de deficincia intelectual, Sndrome de Down, TGD- Trastorno

    Global de Desenvolvimento e deficincia fsica. Possui tambm a Equipe

    Especializada de Apoio Aprendizagem EEAA, para estudantes que apresentam

    dificuldade de aprendizagem e/ ou transtorno funcional. O SOE - Servio de

    Orientao Educacional que oferece suporte pedaggico para comunidade escolar e

    famlias.

  • 21

    QUADRO 1 DISTRIBUIO DO ESPAO FSICO DA INSTITUIO.

    ALAS

    COMPOSIO

    PRINCIPAL

    Ptio Secretaria Direo Assistncia Pedaggica Refeitrio / para funcionrio Reprografia Deposito de materiais

    pedaggicos Cantina 01 Banheiro para servidores O1 Sala para servidores

    1

    01 Sala de professores

    Sala para servidores 03 salas de aula Sala de leitura Laboratrio de informtica

    2

    10 salas de aula Depsito de material de

    limpeza Sala de recurso SOE

    Anexo

    05 salas de aula Parquinho 01 Bebedouro

  • 22

    4.2 Materiais

    O material utilizado para a realizao desta pesquisa foi lpis, caneta,

    caderno para registros, papel para impresso de roteiros de entrevistas, lpis e

    caneta foram utilizados para registrar as observaes que foram realizadas no

    ambiente escolar como um todo.

    4.3 Participantes

    A presente pesquisa apoiou-se em dados obtidos mediante entrevista

    estruturada com oito (8) professores regentes de salas inclusivas, e quatro (4) pais

    de alunos devidamente includos no sistema regular de ensino. A escolha das

    famlias foi feita mediante a um convite da pesquisadora a um grupo de pais, e

    destes, quatro (4) se dispuseram a colaborar com o estudo em questo. As

    entrevistas com os professores, bem como com as famlias foram realizadas

    individualmente.

    4.4 Instrumento de pesquisa

    O recurso utilizado para coleta de dados foi o roteiro de entrevista. Foi

    realizado para orientar, possibilitando maior interao entre pesquisadora e os

    sujeitos entrevistados. Segundo Ludke e Andr (1986, p 34), a grande vantagem

    dessa tcnica em relao s outras que ela permite a captao imediata e corrente

    da informao desejada, praticamente com qualquer tipo de informante e sobre os

    mais variados tpicos. A entrevista do tipo estruturada utilizada para obter

    maiores informaes ao contexto escolar em questo. H um roteiro para que

    pesquisadora e entrevistado interajam, com possibilidade de insero de novas

    questes.

    Para Ludke e Andre (1986) a tcnica de entrevista que mais se adapta ao

    estudo do ambiente educacional a que apresenta um esquema mais livre, j que

    esse instrumento permite mais flexibilidade no momento de entrevistar os

    participantes sobre o ambiente e desenvolvimento da pratica escolar. Nesse

    trabalho, ser utilizado um roteiro, no qual o entrevistado livre para adaptar suas

    perguntas a determinadas situaes. O roteiro foi organizado de forma a permitir

  • 23

    pesquisadora a possibilidade de uma anlise na atuao do Orientador Educacional,

    no processo de incluso dos alunos com necessidades especiais.

    4.5 Procedimentos de coleta de dados

    Esses so fundamentais para caracterizar o rigor da Pesquisa. Foi

    estabelecida desde o primeiro contato com a escola e com os participantes, uma

    conversao amistosa com a Direo, professores. Foi entregue, Direo, a carta

    de apresentao. Cada participante recebeu um termo de consentimento para

    participao voluntria na pesquisa. No documento fica claro que a identidade do

    mesmo preservada e suas informaes somente sero utilizadas em nvel de

    metodologia profissional durante a pesquisa. Entretanto importante lembrar que o

    mesmo foi lido e assinado pelo respectivo informante. De acordo com Gonzlez-

    Rey (2005), a apresentao do tema ao grupo investigado ou ao grupo pesquisado

    deve acontecer por dialogo no qual o pesquisador leve o tema de interesse e

    convida o grupo a ser investigado investigao. No caso das famlias, o convite foi

    feito na sala de recurso da referida escola, aps reunio de acolhimento para as

    famlias ANEE no inicio do ano letivo. Seguindo o mesmo protocolo. As entrevistas

    com os professores e com as famlias foram realizadas individualmente, respeitando

    as colocaes e tempo necessrio s suas concretizaes.

    4.6 Anlise de dados

    A presente pesquisa apoiou-se em dados obtidos mediante entrevista

    estruturada com seis (6) professores atuantes em turmas inclusivas.

    A primeira parte do questionrio destinado aos professores refere-se sua

    identificao.

    Todos os participantes se declararam do sexo feminino, com idade entre 31 a

    40 anos. Verificou-se que todos tm formao superior e que atuam no magistrio

    entre 5 a 10 anos. Dentre os entrevistados um (1) tem especializao na rea de

    incluso, dois (2) tem curso de capacitao. Verificou-se tambm que todos

    professores j atuaram em turmas inclusivas.

  • 24

    Analisando este bloco de dados, conclui-se que a maioria dos professores

    possui experincia no magistrio como tambm certo conhecimento sobre os ANEE.

    importante ressaltar que a experincia aqui no foi o determinante para estarem

    atuando em uma turma inclusiva. Pois a maioria demonstra insegurana para

    atuarem com os ANEE, o que motiva tal escolha a reduo de turma.

    Em uma escola inclusiva, o professor desempenha papel primordial, portanto

    importante a sua formao e capacitao. Nesse aspecto, Jimnez (1997) destaca

    que toda qualificao profissional na perspectiva inclusiva deve estar empenhada na

    oferta de condies que favoream o desenvolvimento de uma competncia voltada

    para aceitao da diversidade apresentada pela clientela escolar, bem como pelo

    entendimento dos caminhos que o aluno percorre no processo de construo de

    conhecimento. A qualificao do professor se constitui numa forma de fortalecimento

    da qualidade do entendimento dos alunos. O professor, no entanto no pode agir

    isoladamente. Por isso, deve se destacar o importante papel da Orientao

    Educacional na escola. Com a ajuda desse profissional os professores podero ter a

    oportunidade de procurar aprofundar conhecimentos, discutir e refletir sobre sua

    pratica para a melhoria do processo ensino aprendizagem.

    Sobre o entendimento de incluso, a grande maioria entende como um

    processo de inserir as pessoas com deficincia na escola.

    Indagados de como visto o ANEE frente ao processo de incluso, cinco (5)

    dos entrevistados entendem que esto inclusos parcialmente, pois precisariam

    participar mais, trs (3) acham que em partes j tiveram grande progresso, pois j se

    socializam melhor.

    Analisando os itens acima, verificamos que muitos professores trazem uma

    concepo errada da incluso, ainda tm em mente a integrao. Para o sucesso da

    incluso necessrio rever alguns conceitos e posturas. preciso ter clareza e

    distinguir os conceitos para que a escola no perca o foco da incluso, pois incluir

    mais do que colocar alunos com necessidades especiais em classe regulares,

    porm vrios equvocos podem ocorrer se no forem claros os conceitos referente a

    educao desses alunos. Nesse momento, a Orientao Educacional como agente

    envolvido em todo o processo ensino aprendizagem deve estar atento para perceber

  • 25

    que necessria sua interveno para facilitar a realizao da incluso de forma

    adequada.

    O ideal de escola inclusiva abrange os lares, as famlias e contribui para a

    formao social do educando, pois alcana os quatro pilares da educao. O

    aprender a conhecer; aprender a fazer; aprender viver com os outros e aprender a

    ser. E, segundo SASSAKI (1997, p.42) (...) a incluso social, portanto, um

    processo que contribui para a construo de um novo tipo de sociedade atravs de

    transformaes, pequenas e grandes, no ambiente fsico estrutural e na mentalidade

    dos sujeitos do processo. Ou seja, do prprio estudante que precisa de cuidados

    especiais.

    Em relao s tcnicas, os recursos e as metodologias que utilizam para o

    ensino aprendizagem, a maior parte dos entrevistados acha que pouco tem

    contribudo.

    Com referncia utilidade da adequao curricular para o aluno e professor,

    todos tm a adequao curricular como um instrumento que norteia o trabalho do

    docente a partir das particularidades de cada aluno.

    De acordo com itens acima, os professores tm conscincia da necessidade e

    da importncia dos recursos e das tcnicas para a qualidade do ensino

    aprendizagem dos ANEE, no entanto julgam que todo esse aparato s tem eficcia

    se houver envolvimento de forma humanizada de todos.

    E nesse processo, ressalta-se a funo social da escola que, atravs do

    Orientador Educacional dever propor aes coletivas, na busca de alcanar os

    objetivos proposto para realizar a educao inclusiva. Sobre a ao coletiva na

    escola Luck coloca

    A complexidade do processo do ensino depende, para seu desenvolvimento e aperfeioamento, de aes coletivas de esprito de equipe, devendo ser esse o grande desafio da gesto educacional. E nesse sentido que se caracteriza essa gesto: na mobilizao do trabalho humano, coletivamente organizado para promoo de experincias significativas de aprendizagem. (Luck, 200, p.82)

    Na participao da famlia, metade do grupo entrevistado acha que a mesma

    muito ausente e no colabora no processo de incluso. A outra metade dos

  • 26

    entrevistados tem a famlia como participativa e muito preocupada no processo de

    ensino e aprendizagem.

    Todos os entrevistados concordam que a relao afetiva entre professor

    aluno interfere de forma positiva no processo de incluso.

    Nesse contexto, de vital importncia a participao da famlia na vida

    acadmica do estudante. Segundo Mantoan (1997), escola e famlia tm um papel

    primordial no processo de aquisio da leitura e escrita, enfim na educao do ser

    em desenvolvimento. At porque so nestes espaos que ocorrem as primeiras

    experincias. A escola o lugar onde, os estudantes, aprendem a lidar com as

    capacidades e limites individuais. onde se tem, com clareza, a noo de liberdade

    de expresso. Nesse sentido, a famlia tem a incumbncia de garantir-lhes a

    permanncia e participao plena nas aulas. Conforme a Lei n 9394/96, a qual

    delega famlia, escola e sociedade o compromisso para a efetivao de uma

    proposta de escola para todos.

    No entanto, na instituio pesquisada, nota-se que a participao dos pais e

    ou responsveis ocorre praticamente ao contrrio do que se prega.

  • 27

    5. CONSIDERAES FINAIS

    A partir dos dados obtidos neste estudo, de conhecer o papel do Orientador

    Educacional no processo de incluso dos ANEE nas sries iniciais do ensino

    fundamental, foi possvel verificar o empenho e a capacitao dos profissionais que

    iro trabalhar diretamente com os ANEE e de que forma o Orientador Educacional

    integra suas aes s do professor, como colaborao no processo de

    aprendizagem e no desenvolvimento do estudante.

    Diante do exposto, foi possvel averiguar que a ao pedaggica dos

    professores da instituio pesquisada embora esteja voltada subjetividade dos

    estudantes com necessidades especiais, ainda se ancora numa abordagem

    tradicional, cuja rotina centrada no professor que instrui e ensina e no estudante

    que por vezes no faz o esperado. Ou nos pais que demonstram autonomia em no

    participar da vida escolar de seus filhos.

    Sabe-se que um professor sozinho pouco pode fazer diante da complexidade

    de questes que seus alunos apresentam. Por isso a presena do Orientador

    Educacional que permita o trabalho educativo desde os diversos campos do

    conhecimento, fundamental para compor uma prtica inclusiva junto ao professor.

    Muitos professores sentem-se incapazes de atuar com a incluso, pois

    desconhecem as caractersticas das deficincias, e sentem s como nicos

    responsveis pela incluso daquele aluno. O trabalho do Orientador Educacional,

    em conjunto com o professor poder fazer com que estes venham a enfrentar com

    mais segurana o trato com alunos que apresentam necessidades especiais.

    Sendo assim, a incluso faz parte deste momento educacional, que demanda

    mudana. Estas que no ocorrem de modo rpido e tambm no so de fcil

    execuo, pois seguem parmetros pr- estabelecidos. Mas h que se desconstruir

    e reconstruir a cada dia para se ter algo novo. Algo ideal ao educando com

    necessidades especiais. E para que ocorra de forma ideal necessrio a integrao

    de todos envolvidos no processo.

  • 28

    De acordo com Luck (2003):

    Uma ao educativa relevante e um currculo positivo unem em uma associao harmoniosa os conhecimentos,

    habilidades e sentimentos. Consideram equilibradamente

    tanto as necessidades individuais como as de grupo, as

    pessoais e as institucionais. A educao sob esse ngulo

    traduz o ponto de vista da Orientao Educacional.

    Nesse sentido, imprescindvel o trabalho mediador da Orientao

    Educacional para que possa promover a integrao entre as proposta que trazem a

    LDB, decretos, pareceres e determinaes especficas dos rgos normativos, ao

    fazer pedaggico do dia-dia dos professores. Orientao cabe buscar, junto com a

    equipe diretiva, a melhor maneira de interagir professores, alunos e famlia na busca

    da realizao da difcil tarefa da incluso.

  • 29

    REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS

    ANDR, Marli Eliza Dalmazo Afonso. Etnografia da Prtica Escolar. Campinas, SP:

    Papirus, 1995. SASSAKI, Romeu. Incluso: Construindo uma sociedade para todos.

    Rio de Janeiro: WVA, 1997.

    BRANDO, Bianca Ferreira Et Al. A Atuao do Orientador Educacional na

    Construo de uma Escola Democrtica e Inclusiva. Cadernos FAPA n. 2 2

    sem. 2005. Disponvel em: http://www.fapa.com.br/cadernosfapa.

    FRANGELLA, Rita de Cssia Prazeres. Orientao educacional: ressignificando seu

    papel no cotidiano escolar. Agosto de 2009. Disponvel em:

    http://www.educacaopublica.rj.gov.br/biblioteca/educacao/0165.html

    GONSALVES, Elisa Pereira. Conversas sobre iniciao pesquisa cientfica.

    Campinas, SP: Editora Alnea, 2001.

    JIMNEZ, R. B. et. al. Necessidades educativas especiais. Lisboa: Dinalivro, 1997

    LUCK, Heloisa. Ao Integrada. Petrpolis. Editora Vozes, 2003.

    MACIEL, Diva Maria Albuquerque; Mirian Barbosa Tavares Raposo. Metodologia e

    construo do conhecimento: Contribuies para o estudo da incluso. Mdulo V,

    UAB-UNB, Texto bsico, 2010.

    MANTOAN, Maria Teresa Eglr. A Integrao de pessoas com deficincia:

    contribuies para uma reflexo sobre o tema. So Paulo: Memnon. Editora SENAC,

    1997.

    MANTOAN, Maria Teresa Eglr. Incluso Escolar: O que ? Por que? Como fazer?

    So Paulo: Moderna, 2003.

    MANTOAN, Maria Teresa Eglr. O Desafio das Diferenas nas Escolas. 2 edio

    Petrpolis, RJ: Vozes, 2009.

    MAZZOTTA. Marcos Jos Silveira. Trabalho docente e formao de professores de

    Educao Especial. So Paulo: EPU, 1993

  • 30

    MEC/UNB.FE. Curso de Pedagogia para professores em exerccio em incio de

    escolarizao/PIE. Mdulo III V. 3. Braslia, 2002.

    Plano Orientador das Aes de Educao Especial nas Escolas Pblicas do Distrito

    Federal. Braslia, 2006.

  • 31

    UniversidadedeBrasliaUnBInstitutodePsicologiaIPDepartamentodePsicologiaEscolaredoDesenvolvimentoPEDCursodeEspecializaoemDesenvolvimentoHumano,EducaoeInclusoEscolar

    APNDICES

    A- Roteiro de Entrevistas aos professores

    ROTEIRODEENTREVISTAAOSPROFESSORES

    Este instrumento temporobjetivoobterdadosdosdocentescomvistasa fornecersubsdiosparadissertao. Suas respostas so fundamentais para qualificar as informaes gerais a partir desteinstrumento.

    1ParteIDENTIFICAODOPROFESSOR

    1) SEXO:

    ()Masculino

    ()Feminino

    2) IDADE

    ()De20a30

    ()De31a40

    ()De41a50

    ()MaisDE50

    3) HquantoProfessor?

    ()Menosde1ano

    ()De1a4anos

    ()De5a9anos

    ()De10a20anos

  • 32

    4) Emquegraudeensinoleciona?

    ()1Grau

    ()2Grau

    ()3Grau

    5) Qualsuaformaoacadmica?

    ()Magistrio(nvelmdio)

    ()Magistriosuperior

    ()Pedagogia

    ()Licenciaturaplena

    ()Licenciaturacurta

    ()Bacharelado

    ()Superiorincompleto

    6) VoclecionaparaAlunoscomNecessidadesEspeciais?

    ()Sim

    ()No

    ()Jtiveaexperincia

    7) Voctemalgumaformaoespecificanareadeincluso?

    ()Cursodecapacitao

    ()Cursodeespecializao

    ()outro

    ()nenhum

    8) Oquevocentendeporincluso?9) QuantoaosANEEs,comovocospercebefrenteaoprocessodeincluso?10) Asmetodologias,astcnicaseosrecursosutilizados,tmcontribudoparaoensino

    aprendizagemdoANEE?11) Quantoadequaocurricular,qualseriasuautilidadeparaprofessoreestudante?12) ComopercebidaaparticipaodafamlianoquetangeaosANEEs?13) Orelacionamentoafetivodoprofessorcomoaluno interferedeformapositivano

    processodeincluso?

  • 33

    ANEXOS

    A - CARTA DE APRESENTAO ESCOLA (modelo)

    UniversidadedeBrasliaUnB InstitutodePsicologiaIPDepartamentodePsicologiaEscolaredoDesenvolvimentoPEDProgramadePsGraduaoemProcessosdeDesenvolvimentoHumanoeSadePGPDSCursodeEspecializaoemDesenvolvimentoHumano,EducaoeInclusoEscolar

    Diretora

    CentrodeEnsinoFundamental403deSantaMaria.

    De:Profa.Dra.DivaAlbuquerqueMaciel

    CoordenadoraGeraldoCursodeEspecializaoemDesenvolvimentoHumano,Educaoe

    InclusoEscolar

    Assunto:ColetadeDadosparaMonografia

    Senhora,Diretora,

    A Universidade Aberta do Brasil Universidade de Braslia est em processo de

    realizaoda1ofertadocursodeEspecializaoemDesenvolvimentoHumano,Educaoe

    InclusoEscolar,doqualseisdentreas20turmasofertadassodeprofessoreseeducadores

    daredepblicadoDF(plosUABUnBdeAlexania)Finalizamosagoraa1fasedocursoe

    estamosiniciandoaOrientaodeMonografia.

    requisitoparcialpara a conclusodo curso, a realizaodeumestudoemprico

    sobre temaacercada inclusonocontextoescolar,cujasestratgiasmetodlgicaspodem

  • 34

    envolver: entrevista com colegas, pais ou outros participantes; observao; e anlise

    documental.

    A realizao desses trabalhos tem como objetivo a formao continuada dos

    professores/servidoresdaredepblica,subsidiandoosnodesenvolvimentodeumaprtica

    pedaggicarefletidaetransformadora,tendocomoconseqnciaumaeducaoinclusiva.

    OtrabalhoserrealizadopeloProfessor/cursistaMariadaPenhaLimaGomesPinto

    sob orientao, da Professor Adriano Jos Hertzog Vieira

    cujotema:OpapeldoOrientadornaeducaoinclusiva.

    Desde j agradeo, colocandome a disposio de Vossa Senhoria para maiores

    esclarecimentosnostelefones.(061)oupormeiodosemails:

    Atenciosamente,

    DivaAlbuquerqueMaciel

    CoordenadoraGeraldoCursodeEspecializaoemDesenvolvimentoHumano,Educaoe

    InclusoEscolar

  • 35

    B TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO PROFESSOR

    (modelo)

    UniversidadedeBrasliaUnB InstitutodePsicologiaIPDepartamentodePsicologiaEscolaredoDesenvolvimentoPEDCursodeEspecializaoemDesenvolvimentoHumano,EducaoeInclusoEscolar

    TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO

    Senhores Professores,

    Sou orientanda do Curso de Especializao em Desenvolvimento Humano,

    Educao e Incluso Escolar, realizado pelo Instituto de Psicologia por meio da

    Universidade Aberta do Brasil- Universidade de Braslia (UAB-UnB) e estou

    realizando um estudo sobre a atuao do Orientador Educacional no processo de

    incluso dos alunos com necessidades especiais no ambiente escolar. Este estudo

    poder fornecer s instituies de ensino subsdios para o planejamento de

    atividades, com vistas promoo de condies favorveis ao pleno

    desenvolvimento dos alunos em contextos inclusivos.

    Constam da pesquisa anotaes das situaes cotidianas e rotineiras da

    escola, prprias dos ANEEs e, ainda, entrevistas a serem registradas com os

    professores no intuito de conhecer como desenvolvido o processo de ensino

    aprendizagem dos ANEEs, bem como aspectos relacionados interao deste com

    seus pares. Para isso, solicito sua autorizao para participao no estudo.

    Esclareo que esta participao voluntria. Voc poder deixar a pesquisa a

    qualquer momento que desejar, sem que isto lhe acarrete qualquer prejuzo.

    Asseguro-lhe que sua identificao no ser divulgada em hiptese alguma e que os

    dados obtidos sero mantidos em total sigilo, sendo analisados coletivamente. Caso

    tenha alguma dvida sobre o estudo, o(a) senhor(a) poder me contatar pelo

    telefone (61) 84238469 ou no endereo eletrnico [email protected]. Se tiver

  • 36

    interesse em conhecer os resultados desta pesquisa, por favor, indique um e-mail de

    contato.

    Agradeo antecipadamente sua ateno e colaborao.

    Respeitosamente,

    ----------------------------------------------------------

    Orientanda do curso de Especializao em Desenvolvimento Humano, Educao e Incluso UAB UnB

    Concorda em participar do estudo? ( ) Sim ( ) No

    Nome: ______________________________________________________________

    Assinatura: __________________________________________________________

    E-mail (opcional): ___________________________________________________