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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ - SETOR LITORAL MARIANA LOBO DÂMASO DE OLIVEIRA MEMORIAL MATINHOS 2014

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ - SETOR LITORAL

MARIANA LOBO DÂMASO DE OLIVEIRA

MEMORIAL

MATINHOS

2014

MARIANA LOBO DÂMASO DE OLIVEIRA

MEMORIAL

PROJETO MANDALAS

Memorial apresentado para a Conclusão

do Curso de Licenciatura em Artes - turma

2010, da Universidade Federal do Paraná

- Setor Litoral.

Orientadora: Professora Dra. Gisele

Kliemann

MATINHOS

2014

FOLHA DE APROVAÇÃO

MARIANA LOBO DÂMASO DE OLIVEIRA

MEMORIAL – PROJETO MANDALAS

Banca examinadora

Professora Dra. Gisele Kliemann – UFPR Litoral

Professora Ms. Joelma Zambão Estevam - UFPR

Professora Dra. Luciana Ferreira – UFPR Litoral

MATINHOS

2014

Dedico aos que amo, respeito e

admiro.

Arnaldo, Estela e Fernando.

Aos amigos, familiares, professores

e participantes dessa trajetória.

Agradecimentos

A essa força que nos dá a vida e nos encaminha ao planeta terra para

cumprir determinada missão, eu o chamo de Deus, e acredito que Ele nos

fornece a saúde, a proteção e a paciência para realizar toda e qualquer

atividade. Obrigada pelo dom de respirar e permitir que meu coração pulse.

Aos meus pais Arnaldo e Estela, que me ampararam desde o dia do

meu nascimento, me ofereceram todo o amor necessário para que eu me

tornasse quem sou hoje. Por eles desenvolvo o meu melhor, não como

pagamento, mas como resposta a duas vidas que se dedicaram

incondicionalmente a mim e a meu irmão, nos educando, nos ensinando a

viver, nos mostrando o mundo. Agradeço por todo o caminho percorrido até

aqui e anseio um futuro de paz, harmonia e amor em nossos corações que são

interligados e estão a se relacionar de forma espiritual por vidas.

Ao meu irmão Fernando, que se colocou na minha trajetória como

exemplo de dedicação e amor a arte, colocando a verdadeira função dessa

maneira mágica de comunicar e encantar. Ao meu artista preferido, que faz da

sua musica parte integrante do seu ser.

Às professoras que orientaram o projeto de aprendizagem Luciana

Ferreira, Jussara Araújo (in memorian), e Gisele Kliemann que me

encaminharam e deram o suporte necessário para que eu desenvolvesse de

maneira acadêmica o assunto que tanto me encanta, pelas reuniões, ideias,

cobranças e elogios. Obrigada!

A todos os professores do curso de Licenciatura em Artes que

ministraram aulas na turma 2010, Ana Elisa de Castro Freitas, Angela Massumi

Katuta, Carla Beatriz Franco Ruschmann, Everton Ribeiro, Gisele Kliemann,

Graciela Inés PreSas Areu, Joelma Zambão Estevam, Judson Gonçalves de

Lima, Juliana Amelia Paes Azoubel, Jussara Rezende Araújo, Lucia Maria

Gonçalves de Resende, Luciana Ferreira, Luciana Monteiro do Nascimento,

Débora Opolski. Agradeço por todos os conhecimentos ofertados por estes

profissionais tão capazes, e que caminham pela estrada da educação com o

intuito de formar professores críticos e aptos. Obrigada por cada manhã de

conhecimento desses 4 anos

Aos colegas de turma e amigos, Lilian, Ana Carolina, Glória, Veridiane,

Vanessa e Rodrigo. Obrigada pela companhia agradável nesses anos, poucos

são aqueles que marcam as nossas vidas, quatro anos não são muito tempo

de uma vida, mas são algum tempo de uma vida, e fazemos valer um minuto

que seja quando temos ao nosso lado quem nos faz bem pelo simples fato da

sua presença.

A amiga de todas as horas, problemas, soluções e aventuras, Amanda

Albuquerque. Obrigada por estar ao meu lado em fatos tão marcantes da

minha vida, obrigada pela companhia e carinho, o ombro amigo, o ouvido

atento e a disposição infinita.

A aquele que faz meu coração bater mais forte, e que me mostrou

como é a convivência a dois, meu amor, meu amigo, meu companheiro. Meus

dias hoje são completos, mesmo quando amanhecem nublados, sei que as

nuvens são passageiras e logo o sol virá me aquecer. Obrigada Tiago, por

brilhar ao meu lado.

Sumário

1- Resumo ....................................................................................................... 8

2- Introdução .................................................................................................. 8

3- Projeto de aprendizagem: Mandalas ........................................................ 9

4- Formação aperfeiçoamento e atualização: ............................................ 10

5- Atividades técnico-cientificas, artístico-culturais e de prestação de

serviços especializados à sociedade ........................................................... 22

6- Outras Produções .................................................................................... 29

7- Atividades docentes ................................................................................ 39

8- Considerações Finais .............................................................................. 42

9- Aprofundamento Teórico ........................................................................ 44

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1- Resumo

Este trabalho de conclusão de curso, se trata de um memorial da trajetória acadêmica de uma

aluna do Curso de Licenciatura em Artes da UFPR-Litoral. Este aborda o Projeto de

Aprendizagem: mandalas. Apresentando este como tema principal do estudo, unido aos

módulos para embasamento teórico, oficinas das interações culturais e humanísticas e

pesquisas acadêmicas sobre. O projeto que teve seu inicio em 2011 passou por diversas fases

abordando pesquisa teórica, exposição do conhecimento a comunidade através de oficinas,

práticas com diversos materiais e técnicas e colocação das obras em espaços destinados a

arte, além de utilizar a mandala como instrumento metodológico para o ensino da arte com

publico das series finais do ensino fundamental em escolas de Paranaguá-PR.

2- Introdução

Para Fioravanti (2007) as Mandalas são desenhos circulares que em

seu interior possuem formas variadas. A ideia de que tudo é gerado do centro

se faz presente em toda mandala, pois o ponto de partida do desenho é o

centro e seu limite é a forma circular, podendo ou não estar o explicitamente

circulo presente no desenho, este pode ser usado apenas como linha limite,

tornando possível o desenho da mandala em diferentes formas geométricas,

mas tendo a linha circular como horizonte para a sua criação.

Os desenhos circulares são encontrados em diversos momentos da

história da arte, desde as primeiras manifestações da pré história, até obras

contemporâneas com imagens modificadas em programas de computador, a

forma circular sempre presente em todos os lugares e aspectos da vida.

O desenho da mandala se torna muito atrativo por reunir diversos

elementos da arte, proporcionando a composição de desenhos de fácil acesso

e que são o resultado do momento de seu criador, por ser um desenho único,

expressa o interior de quem a produz, o ser humano é uma mudança

constante, então os desenhos não se repetem, a junção das formas é única e

momentânea, mesmo com a divisão e delimitação do espaço esse é um

desenho sempre inédito. Acredito que essa constante criação é o principal

atrativo da mandala

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No decorrer de cinco semestres do curso de Licenciatura em Artes, foi

desenvolvido o projeto mandalas, com o intuito de levar o desenho, sua teoria e

técnica à visão do público. No caminhar desse período, foram realizadas

algumas oficinas, práticas em escolas, produção acadêmica, criação artística e

discussões sobre o tema, o que resultou em um trabalho proveitoso, tanto para

quem realizou a pesquisa, quanto para quem participou das práticas ou ações

externas.

FIGURA 1 – Prática do desenho em oficinas de mandalas Fonte: a autora, 2013.

3- Projeto de aprendizagem: Mandalas

O Projeto de Aprendizagem é um espaço dentro da grade curricular da

UFPR-Litoral, que oferece ao acadêmico a possibilidade de produção cientifica

e disseminação do conhecimento teórico e prático do assunto de sua

preferencia.

“O estudante é incentivado a perceber criticamente a realidade,

compreender os diversos aspectos que a estruturam e a estabelecer

ações onde a busca de conhecimento se encontra com situações da

realidade local, configurando relações entre pessoas, saberes e

instituições, entre elas a UFPR e a comunidade da região litorânea.

Tais ações podem contemplar uma diversidade de possibilidades,

desde que alie o aprofundamento metodológico e científico.

Contemplam também uma transição para o exercício profissional. Na

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proposição do projeto de aprendizagem, o aluno antecipa e vivencia

de forma autônoma o exercício profissional. O aluno como sujeito co-

responsável de seu processo de aprendizagem, aprende a significar

um cotidiano balizado por valores locais. E, sem perder a perspectiva

da mundialização, respeita limites humanos, engaja-se em um

processo de auto-organização e auto-produtividade.”

(UFPR LITORAL, 2008.p.29)

O projeto “mandalas” teve como principais objetivos a apresentação do

desenho circular, proposição de práticas ligadas a teoria tanto histórica quanto

de estrutura do desenho, além de suas diversas utilizações, para que o publico

em geral tenha acesso. A realização deste projeto veio esclarecer diversos

aspectos importantes de um período da minha vida, e tem a intenção de expor

esse conhecimento e as benfeitorias que a prática do desenho pode causar,

além de ser uma importante ferramenta a ser utilizada no processo arte-

educativo.

No decorrer deste memorial, foram inseridos os elementos teóricos,

práticos, as imagens de mandalas e as aplicações desenvolvidas durante a

trajetória acadêmica da autora.

4- Formação aperfeiçoamento e atualização:

Meu primeiro contato com a Arte aconteceu no ano de 1995, quando

aos cinco anos, entrei em uma aula de dança. Esse contato foi essencial pois

desde que comecei a andar apresentei um tipo de rotação interna de quadril e

joelhos valgos, fato que faz com que a minha marcha apresente meus pés

rodados medialmente, não era um problema grave, mas a postura exigida pelo

ballet poderia auxiliar na correção dessa disfunção. Fui matriculada, mas

depois de poucas aulas me tornei uma criança assustada e com medo da

professora, não me recordo de nenhuma situação que esclareça esse fato, mas

era recorrente, então deixei de frequentar as aulas e iniciei outro tipo de

tratamento para tentar corrigir esse problema.

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FIGURA 2 – Apresentação da escolinha de Ballet Fonte: acervo pessoal, 1995.

Aos seis anos fui matriculada juntamente com o meu irmão em uma

aula de música no SESC1 Portão – Curitiba. Nesse segundo contato tive a

oportunidade de manusear um instrumento musical e ter acesso à teoria das

notas musicais e suas primeiras combinações. Guardo até hoje o meu primeiro

e único livro de música, uma edição de “duas mãozinhas no teclado” e me

recordo com carinho das tardes nubladas que passei em sua companhia, mas

o teclado não se fazia muito atrativo para mim, e as aulas de agradáveis se

tornaram cansativas e pouco dinâmicas. Acredito que o professor não

apresentava a metodologia adequada e diferenciada para o meu caso, pois ele

atendia mais algumas crianças e adolescentes. Por acaso um deles era meu

irmão, que iniciou suas atividades musicais no mesmo período e que e acabou

se tornando músico formado pela FAP2 no ano 2006, atuando em diversos

grupos musicais e como arte-educador em escolas dos municípios de Curitiba,

Piraquara e Paranaguá.

Vejo a importância do estímulo e da forma pedagógica com que os

professores trabalham, pois podem apresentar aos alunos um leque de

1 Serviço Social do Comércio

2 Faculdade de Artes do Paraná

12

possibilidades de formação humana, e até mesmo encaminhamento especifico

para determinada área, ou, mostrar o conteúdo de forma tão pouco atrativa que

apague no aluno o anseio por conhecer essa área de estudo e prática.

FIGURA 3 – Material teórico das aulas de teclado Fonte: a autora, 2014.

No ano 2000, minha mãe abriu um ateliê de artesanato na qual

realizava técnicas de pintura em gesso, cerâmica e madeira. Nos momentos

em que não estava na escola, eu a acompanhava em cursos, lojas de

fornecedores desses materiais, e a observava utilizando as tintas e aplicando-

as nas peças. Além de executar os trabalhos, ela atendia alunos de todas as

idades, inclusive crianças. Iniciei a execução de técnicas de pintura ao

acompanhar algumas aulas dedicadas ao publico infantil. O ateliê não

funcionou por muito tempo, mas desde essa época até hoje minha mãe ainda

atende alunos em casa ensinando suas técnicas de pintura. Durante esse

período tivemos contato com diversos materiais, e tornamos esta prática mais

uma fonte de renda para a família.

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FIGURA 4 – Prática artesanal: Pintura em Gesso Fonte: a autora, 2009.

Vejo essa vivência artesanal, como um importante motivo para que eu

me interessasse de forma ativa por essa área do conhecimento. Depois de

algumas tentativas frustradas, tenho as Artes Visuais como meu campo de

maior interesse e alguma habilidade, não deixando para trás as vivências e as

experiências nas outras linguagens (Dança, música e teatro).

Em 2008 ingressei na Universidade Federal do Paraná - Setor Litoral,

no curso de Fisioterapia, pois até então tinha o artesanato como lazer e não

entendia a diferenciação entre a arte e o artesanato. Sempre que era

necessário, realizava as atividades de construção de materiais para o curso e

era conhecida por ser a “artista da turma”. No início de 2010, o curso solicitava

outras atividades, como atender pacientes na clínica escola e ter acesso a

hospitais. Após esses primeiros contatos, me apresentei muito descontente

com o meu estudo, mas não sabia se era o momento de desistir, ou se era um

mal estar passageiro. Em uma manhã, ao assistir uma aula do módulo de

saúde do trabalhador, me distrai com a folha de bloco da colega ao lado, que

apresentava uma moldura desenhada de linhas aspirais, como a aula estava

pouco atrativa comecei a reproduzir essas formas em uma agenda, e anexar

outras formas compondo um desenho, e assim o tempo passou e a aula teve

seu fim. Ao chegar em casa, era necessário dar encaminhamento a vários

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trabalhos acadêmicos que chegavam perto do seu prazo de entrega, mas

nesse dia deixei todos esses trabalhos de lado, peguei uma folha A4 e comecei

a juntar várias formas e linhas, passei a tarde anexando detalhes a esse

desenho e senti um grande prazer em ter me dedicado a essa composição.

Após esse acontecimento, decidi que gostaria de encerrar as minhas atividades

no curso de Fisioterapia o quanto antes, e prestar o vestibular para o Curso de

Licenciatura em Artes na UFPR-Litoral. Então terminei o 4º semestre de

Fisioterapia e ao passar no vestibular ingressei no curso de Artes, em agosto

de 2010.

FIGURA 5 – Centro de Reabilitação Ana Carolina Moura Xavier, aula de campo do Curso de Fisioterapia Fonte: a autora, 2009.

Mesmo com essa mudança de atividades, continuei dedicando parte do

meu tempo a desenhos como o que produzi naquela aula de saúde do

trabalhador. Testando diferentes materiais e técnicas, esse foi o período de

maior produção e grande criatividade.

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FIGURA 6 – desenho livre Fonte: a autora, 2010.

FIGURA 7 – desenho livre Fonte: a autora, 2010.

FIGURA 8 – desenho livre Fonte: a autora, 2010.

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Ao iniciar as atividades do Curso de Licenciatura em Artes, tinha como

plano para projeto de aprendizagem – PA3 o estudo sobre os espaços

dedicados ou utilizados para a finalidade artística no litoral do Paraná, e realizei

pesquisas sobre esse tema durante o segundo semestre do curso, até que me

inscrevi em uma oficina de interação cultural e humanística – ICH4 que tinha

como proposta trabalhar diferentes técnicas de desenho, essa oficina era

ministrada pelas professoras Luciana Ferreira, Joelma Estevam e Gisele

Kliemann. Em um dos encontros o tema abordado foi a construção de

mandalas, com comentários teóricos e execução da prática do desenho, as

professoras abordaram além do desenho a construção de mandalas em grupo

utilizando o corpo.

FIGURA 9 – Primeira mandala produzida no ICH Fonte: a autora, 2011.

3 Projeto de Aprendizagem: PA. Espaço curricular destinado a pesquisa e realizado por todos os alunos

de UFPR Litoral, em sua área de maior interesse, unindo os conhecimentos teóricos expostos nos módulo, vivencias nas ICH’s, e orientações com professores mediadores. 4 Interações Culturais e Humanísticas: ICH. Espaço curricular em que são realizadas oficinas, com o

intuito de interação dos alunos a partir da disseminação do conhecimento, informações e interesses em comum.

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A participação neste espaço curricular dentro da universidade (ICH) foi

fundamental para o verdadeiro encaminhamento e mudança do meu projeto de

aprendizagem (PA), o tema escolhido foi “Mandalas: teoria e prática”, o qual

me acompanhou desde então nessa caminhada acadêmica, abordando

teoricamente o assunto, oferecendo oficinas com o tema e produzindo material

artístico.

Os desenhos circulares se tornaram muito importantes na minha

trajetória de vida, tanto pessoal como acadêmica. Vejo este como um desenho

com propósito e auxílio, e gostaria de contribuir com a construção do

conhecimento sobre ele para que seja cada vez mais difundido e apreciado.

Em novembro de 2013, realizei o desejo de demonstrar o meu

interesse e encanto pelo desenho da mandala, registrando no meu próprio

corpo um de meus primeiros desenhos. Um registro que irá me acompanhar

pelo resto da vida, símbolo de uma época tão importante dessa minha

caminhada pelo mundo, tanto pessoal, quanto profissional. Na região torácica

das costas levo minha mandala na base seis, composta por traços delicados e

harmoniosos, que mostram através dessas linhas muito da minha

personalidade.

FIGURA 10 – Top Art Tatoo - Tatuagem produzida pelo Tatuador Gustavo Lagos, no corpo da autora Fonte: a autora, 2013.

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A mandala

Para Dahlke (1985) o desenho da circular se apresenta desde o inicio

da vida. Ao analisarmos a forma de uma célula é notável sua representação

circular com formas variadas em seu interior. Em toda estrutura biológica uma

forma circular é encontrada.

Dondis (2007) afirma que ao pensar em formas circulares, colocamos

o ponto como elemento básico para toda e qualquer representação. Cada

elemento presente no mundo é resultado da junção de pontos. Estes formam

as linhas e formas que numa composição formam o todo.

As duas referências anteriores são o início do caminho percorrido para

o estudo do desenho da mandala, pois pode-se notar que a mandala se inicia

com um ponto (o ponto central), e se faz presente desde sempre. Fatos como

estes tornam esse desenho, o resultado da junção de várias informações no

que se pode falar em elementos de básicos das artes visuais, e representação

no decorrer da história da humanidade. (JUNG,1964)

Quando falamos sobre os itens presentes na mandala iniciamos com

o foco visual do desenho, que é o ponto central. Este representa a essência

da mandala. É a partir deste ponto que o desenho se desenvolve com

elementos simbólicos, até preencher a o limite circular do espaço para este

desenvolvimento, dividindo assim, o interior, e o exterior do desenho. Esta

linha circular, sendo esta imaginária ou explicita, representa a união dos

elementos que se completam e necessitam um do outro para existir.

(FIORAVANTI, 2007)

A utilização da mandala

Existem algumas formas de fazer o uso das mandalas, hora utilizando

suas energias, provenientes dos elementos que a compõe, hora usando sua

simbologia e formas para se passar conhecimento.

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Ambas maneiras se iniciam com o exercício de olhar para a mandala,

as energias que dela emanam ou a ideia que ela passa, são provenientes

deste primeiro contato, o contato visual.

Olhar uma mandala exige concentração e, se a intenção for receber

suas energias, é importante que o apreciador faça todo um ritual que pode

levar, até mesmo, à meditação.

Outra utilização das mandalas, é a atividade de colori-las. Nesse caso,

pode-se dizer que esta é uma maneira de tornar o desenho um ato

terapêutico, utilizando a energia das cores e das formas em prol da saúde do

corpo e da mente. (FIORAVANTI, 2007)

Algumas pesquisas citam a utilização de desenhos em ambiente

clinico e hospitalar, fazendo com que através de manifestações artísticas, o

paciente exponha seu interior, e obtenha melhora do seu quadro clinico.

(MELO, 2007)

Além da utilização com foco na saúde, o uso de desenhos em forma

de mandalas são fonte de grandes estudos na área da psicologia, através da

expressão do eu interior e do comportamento em sociedade. (JUNG, 1964)

É importante também colocar a ideia da mandala no ambiente escolar,

pois esta pode ser utilizada de diversas formas tanto na disciplina de artes,

como em outras. Além disso é possível relaciona-las a interdisciplinaridade:

para uma ilustração de conteúdos matemáticos, linguísticos, entre outros,

criando uma rede de ligações visuais entre os conteúdos através do desenho,

tornando este, mais uma possibilidade de apresentar este conteúdo de forma

dinâmica e entendível ao educando.

A metodologia triangular, elaborada por Ana Mae Barbosa, propõe a

possibilidade de utilizar a contextualização teórica, apreciação e fazer

artístico. A mandala se apresenta como um desenho que possibilita com que

estes três eixos se interliguem, tornando-se uma importante ferramenta para o

ensino da arte, pois pode ser adequada ao publico foco por ser um desenho

de fácil acesso, e estar sempre presente no dia-a-dia ao longo da história.

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A numerologia e as formas geométricas na mandala

A mandala é um desenho que necessita de uma estrutura

geométrica , pois seus espaços são divididos simetricamente, e a numerologia

a partir dessa ideia, propõe vibrações e energias de acordo com o numero de

repetições dos desenhos a partir do ponto central. As formas geométricas

encontradas nas mandalas criam as vibrações numéricas:

sempre existe em uma mandala, pois é o campo de

vibração. O circulo indica a área de ação de Deus e é o

símbolo do céu

vibração do numero 3, significa o homem e sua busca

espiritual, este aspira a união com Deus.

vibração do numero 4, é o simbolismo da matéria, foca o

plano terrestre.

vibração do numero 5, emana leveza, renovação e

vibração de liberdade de ação e pensamento.

vibração do numero 6, simboliza a dupla aspiração

espiritual humana, o ambiente familiar com seus apegos e

desapegos. A fé aplicada a uma vida material que a

transforma em uma vida ligada com Deus.

polígonos estrelados são diretamente ligados com a

vibração numérica de acordo com o numero de pontas da

estrela.

Tabela 1 : formas e numerologia da mandala (FIORAVANTI, 2007.p.21 - 30)

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As cores na mandala

A vibração de uma mandala é composta pela união das vibrações

numéricas, geométricas e da cor utilizada, pois a cor possui função

estimulante e terapêutica. É importante conhecer a energia emanada por cada

cor, para saber como ela irá atuar em uma mandala. (FIORAVANTI, 2007)

“mandala e cor são inseparáveis”.

(FIORAVANTI, 2007. p.08)

vermelho = é uma cor estimulante e ativa, afasta a depressão e

é a cor da conquista e das paixões.

amarelo = ativadora e dinâmica, gera aceleração e mudanças

no pensamento. É a cor da inteligência, estudo e criatividade.

azul = calma e equilíbrio, trás paz, harmonia e serenidade. É a

cor da atuação em conjunto.

laranja = restauradora e regeneradora, ativa os planos material

e mental, a cor da correção e da melhora.

verde = calmante, corretiva e curativa. Atua sobre a mente e

sobre o equilíbrio. Cura mente e corpo.

lilás = espiritual, mística e religiosa. Atua sobre o que está

espiritualmente desequilibrado, evita que energia indesejadas

se instalem.

Tabela 2 : cores na mandala (FIORAVANTI,2007.p.13-14)

Tipos de Mandala

De acordo com a pesquisa de Fioravanti (2007), existem dois tipos de

mandala: as mandalas espontâneas, que nascem sem elaboração consciente,

se desenvolvem a partir do ponto central através de formas livres e que

ocupam todo o espaço circular. Estas apresentam a essência da manifestação

do inconsciente.

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Outro tipo de mandala são as mandalas conscientes, estas são

criadas a partir de determinadas simbologias. Geralmente são produzidas

para realizar uma ideia já estabelecida, ou já possuem finalidade (janelas,

azulejos, roupas, joias, e outros produtos em vezes de cunho comercial).

5- Atividades técnico-cientificas, artístico-culturais e de prestação de

serviços especializados à sociedade

No inicio da realização das atividades do projeto, um blog produzido

pela autora era alimentado com as imagens e alguns pensamentos e reflexões

sobre os aspectos da arte através das mandalas. Esse blog levava o nome de

Sankofa_design e recebeu muitas atualizações. Era divulgando via internet

com as informações coletadas durante o período de estudo. O blog deixou de

ser alimentado quando o PA foi encaminhando para a realização de oficinas.

FIGURA 11 – Blog Sankofa_design Fonte: a autora, 2011.

Em 2012, foi realizada em Paranaguá, uma mostra de arte com artistas

da cidade, o evento aconteceu na câmara de vereadores durante todo o mês

de julho deste ano. Previamente, enviei uma de minhas obras datada de 2010,

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antes de modificar a técnica para criação das mandalas de forma correta. O

desenho executado com materiais simples e apresentado em um quadro de

vidro foi analisado pela equipe de curadoria da exposição, e aprovado.

A obra levou o nome de composição II, ela é a união de vários

elementos como, diferentes linhas, formas geométricas variadas e símbolos

africanos. A obra não se apresenta exatamente simétrica, mas se mostra

harmoniosa e seus elementos bem distribuídos, com a intenção de apresentar

o desenho desenvolvido a partir do ponto central e os aspectos de

interpretação dos símbolos. Durante o período do estudo para a realização dos

desenhos, diferentes símbolos foram colocados para juntamente com o numero

de repetições e cores, agregar significância ao significado do desenho.

Release de obra : “Formas e símbolos

Nas obra, pode-se notar a utilização de vários elementos formais das

artes visuais, como pontos, linhas e formas, além de elementos de cunho

cultural e histórico. Estes são apresentados de forma suave e orgânica, onde a

ideia é transmitir através da arte o crescimento interior levando em conta os

aspectos que regem a vida.

O processo de criação da obra se deu após pesquisas sobre desenhos

em formas circulares, técnicas e interpretação de mandalas, e pesquisas sobre

os povos africanos. Adrinkra são os símbolos utilizados pelos povos das

regiões de Gana e Costa da Marfim, e representam provérbios, em síntese, é

uma linguagem em ideogramas utilizados em padrões repetidos. São

consideradas obras de arte e constituem um código referente às crenças e a

história desse povo. (NASCIMENTO, 2009.p.18)

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FIGURA 12 – composição II Fonte: a autora, 2012.

FIGURA 13 – exposição em Paranaguá Fonte: a autora, 2012.

No ano de 2013 foram iniciadas as minhas atividades docentes, e a

mandala se apresentou como uma importante ferramenta para trabalhar os

elementos formais das artes visuais com alunos do ensino fundamental, pois é

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um desenho que desperta muito interesse e a possibilidade de síntese prática

da utilização destes elementos.

Além das atividades realizadas na escola, foram realizadas três

oficinas no decorrer do processo, essas oficinas abrangeram a comunidade

acadêmica da UFPR-Litoral, e um grupo de alunos do magistério do município

de Guaratuba.

A primeira oficina foi realizada nas dependências do setor Litoral, e

contou com cinco participantes do curso de licenciatura em Artes, foram

realizados três encontros.

No primeiro encontro a teoria e utilização das mandalas foi o assunto

abordado, juntamente com a apresentação de várias imagens de exemplos, em

diversas épocas e regiões do mundo, além do relato do inicio da produção dos

desenhos e estudos para o desenvolvimento do projeto de aprendizagem.

Foram projetados diversos exemplos dos materiais produzidos até o momento,

o que despertou grande interesse nos participantes, e foram solicitados os

materiais necessários para serem utilizados como suporte para a produção das

mandalas. Nessa oficina a proposta era a reutilização de cd’s para produzir

móbiles.

FIGURA 14 – Oficina: ilustração para explicação Fonte: a autora, 2012.

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Após a introdução a ideia do projeto, bem como a estrutura, utilização e

estudo da mandala, as práticas foram iniciadas, primeiramente com a produção

do desenho, colocando a forma correta de dividir os espaços dentro da forma

circular, medindo os graus para divisão do circulo no numero desejado para a

vibração da mandala, além da marcação de círculos interiores para delimitar os

espaços do desenho. Nesse segundo encontro os participantes da oficina

tiveram seu primeiro contato com a prática de construção do desenho.

FIGURA 15 – Oficina: prática do desenho Fonte: a autora, 2012.

O suporte que foi utilizado (CD), já estava preparado o desenho foi

transferido para essa superfície utilizando uma tinta especial de contorno que

possibilita fazer apenas o desenho em forma de relevo. Como esse é um

material de secagem lenta o próximo passo, que era a pintura com tinta vitral,

ficou para o próximo encontro.

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FIGURA 16 – Oficina: prática da técnica de pintura Fonte: a autora, 2012.

No ultimo contato realizado nesta oficina os participantes coloriram a

superfície, dando mais significado ao desenho, pois a mandala é a junção de

elementos em simetria, que dependem de um numero de repetições e

apresenta uma vibração de acordo com as cores utilizadas.

FIGURA 17 – Oficina: prática da pintura Vitral Fonte: a autora, 2012.

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A oficina despertou muito interesse dos participantes, que além da

prática realizada nos encontros, relataram que executaram outros desenhos e

práticas, mostrando que o objetivo do projeto que visava a exposição da teoria

e a realização da prática foi alcançado.

A segunda oficina foi realizada no primeiro semestre do ano de 2013

para uma turma de Gestão Imobiliária, que estava em processo de finalização

do curso. Em apenas um encontro, todo o projeto foi apresentado e as imagens

de desenhos mostrados.

Esse encontro foi organizado pela professora Jussara5 que fez uma

interessante comparação entre a mandala e a casa como espaço físico e

espiritual, trazendo a ideia de lar, dos seres agregados em determinado

espaço, e como a utilização das cores pode modificar este ambiente. Os

gestores imobiliários presentes realizaram a construção do desenho, e se

mostraram dispostos a estender essa prática a outras ocasiões, pois em

apenas um encontro a explicação sobre o tema foi sucinta e objetiva,

instigando nos presentes o anseio de pesquisar e executar práticas por conta

própria.

Além dessas oficinas com a comunidade acadêmica da UFPR-Litoral,

fui convidada para ministrar uma palestra na cidade de Guaratuba em uma

semana de integração da Escola Estadual Gratulino Freitas, onde apresentei a

ideia do projeto, iniciando a fala com o relato do inicio da minha trajetória

acadêmica, inicio da produção dos desenhos, o estudo do desenho para

desenvolver o projeto e a prática docente, utilizando este como um instrumento

para abordar alguns elementos das artes visuais. Juntamente com as

explicações varias imagens foram apresentadas, despertando grande interesse

nos presentes.

5 Jussara Rezende Araujo, que na época trabalhava ativamente na coordenação do curso de Gestão

Imobiliária, e organizou a oficina com a turma 2009.

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Após o momento da palestra, ofereci uma oficina para a construção do

desenho, os alunos já estavam previamente inscritos pois, mesmo sem ter

acesso ao meu trabalho e conhecimento sobre o tema, se interessaram por ser

uma atividade de desenho. Atendi uma turma de doze alunos do ensino médio

com ênfase no magistério, e em uma sala com as carteiras organizadas em

forma circular iniciei a explicação da construção do desenho, delimitando os

espaços para que de forma simétrica a criatividade dos alunos traçasse seus

próprios caminhos, e de acordo com o esperado, foi esse o resultado, doze

desenhos próprios, cada um com seus elementos diferenciados, foi uma

manhã extremamente produtiva.

6- Outras Produções

Foram produzidos alguns materiais literários e artísticos a partir dos

estudos do projeto. O projeto politico pedagógico da UFPR Litoral, encaminha o

acadêmico a unir seu projeto de aprendizagem aos outros espaços de estudo

como ICH e FTP6. Em alguns dos módulos, parte da avaliação era registrada a

partir da produção de alguns materiais teóricos com base no estudo para o

projeto de aprendizagem, contextualizando os temas abordados pelo modulo

em questão com as práticas do PA. As semanas de projetos do setor também

se colocaram como um grande meio de divulgação dos trabalhos.

Durante esse processo de formação, o módulo de apreciação dos

saberes artísticos que foi ministrado pela professora Jussara, contou como

parte da avaliação a produção de um paper sobre o projeto de aprendizagem

de cada aluno, essa foi uma forma expressar o conceito do modulo a partir da

elaboração de um material sobre o projeto. Além dessa oportunidade de

produzir um paper nas normas corretas de apresentação, outro modulo que

solicitou produção escrita foi o de introdução ao TCC, promovendo a

montagem de anteprojetos para esse trabalho final, sintetizando a teoria

juntamente com objetivos, justificativa e metodologia aplicadas a este. Essa foi

6Fundamentos Teóricos e Práticos: FTP. espaço curricular dentro da universidade destinado a exposição

do conhecimento erudito sobre os temas apresentados, e contextualização com atividades práticas sobre estes.

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mais uma forma de interligar os espaços dentro do currículo, apresentando a

ideia de interdisciplinaridade.

A produção artística do PA aconteceu antes mesmo do seu inicio, pois a

ideia e os desenhos foram iniciados quando ainda frequentava as aulas do

curso de fisioterapia, e foram se aprimorando no quesito materiais e técnicas.

Os desenhos tomaram diversas formas, o traço correu solto em meio a ondas

de criatividade, alguns se transformaram em pinturas, técnicas artesanais e

reciclagem, além de modificações gráficas com a utilização de recursos de

informática. Essa produção constante tornou o projeto cada vez mais

interessante e atrativo, tanto para a prática quanto para o estudo sobre o

assunto.

FIGURA 18 – imagem 1 Fonte: a autora, 2010.

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FIGURA 19 – imagem 1 quadruplicada Fonte: a autora, 2010.

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FIGURA 20 – desenhos sem colorir Fonte: a autora, 2012.

FIGURA 21 – Mandala produzida no ICH de desenho Fonte: a autora, 2009.

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FIGURA 22 – Sorte. Técnica: Pintura com lápis de cor aquarelável Fonte: a autora, 2012 e 2013.

FIGURA 23 – Calma. Técnica: Pintura com lápis de cor aquarelável Fonte: a autora, 2012 e 2013.

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FIGURA 24 – Alegria. Técnica: Pintura com lápis de cor aquarelável Fonte: a autora, 2012 e 2013.

FIGURA 25 – Tela. Técnica: Pintura com lápis de cor aquarelável

Fonte: a autora, 2012 e 2013.

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FIGURA 26 – Cores. Técnica: Pintura com lápis de cor aquarelável Fonte: a autora, 2012 e 2013.

FIGURA 27 – Técnica: Pintura Vitral com base espelhada Fonte: a autora, 2012.

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FIGURA 28 – Técnica: pintura em tela com aquarela em tubo sem diluição Fonte: a autora, 2009.

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FIGURA 29 – Técnica: Reutilização de cd’s com pintura vitral Fonte: a autora, 2012.

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FIGURA 30 – Técnica: Reutilização de cd’s com pintura vitral Fonte: a autora, 2012.

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7- Atividades docentes

A partir do inicio do ano de 2013, iniciei as atividades como docente

contratada pelo Estado do Paraná pelo processo seletivo simplificado, para

lecionar aulas da disciplina de Arte para séries finais do ensino fundamental.

Em 2014 fui novamente contratada para essa função, com esta 2ª experiência

trabalhei em quatro escolas diferentes do município de Paranaguá nestes dois

anos.

Em 2013 atendi turmas de 6º, 7º e 8ºano, colocando para os alunos as

quatro linguagens da Arte, dividindo-as entre os quatro bimestres letivos do

ano. No primeiro bimestre que trabalhei as artes visuais. O ensino da arte nas

escolas, segue na medida do possível as Diretrizes Básicas da Educação do

Estado do Paraná. Assim as linguagens artísticas são divididas em “elementos

Formais”, “composição” e “movimentos e períodos”. Estes três eixos são

colocados e cabe ao professor escolher os conteúdos a serem trabalhados nas

aulas, e a forma de apresentação. As séries em que trabalhei tiveram como

conteúdo os elementos formais das Artes Visuais como, pontos, linhas, formas

e cores, além de composições que apresentem figura e fundo, simetria,

assimetria, proporção, entre outros.

As aulas que versavam os elementos formais das artes visuais,

seguiriam um esquema de apresentação que ia da teoria, item a item, para

posteriormente, serem realizadas atividades práticas que abordassem cada um

desses elementos. Por exemplo: conteúdo sobre os tipos de linhas, e prática

sobre o uso das mesmas. Todos esses aspectos formais podem ser

trabalhados a partir da produção de mandalas. Contextualizando a teoria e a

prática na composição das mesmas.

Desde que iniciei as atividades docentes, a prática sobre a mandala

sempre está presente nos meus conteúdos, pois esta se apresenta como um

desenho que desperta o interesse dos alunos, principalmente pela chance de

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produzir um desenho elaborado utilizando uma técnica simples e que tem um

belo resultado.

FIGURA 31 – Atividade construção de mandalas. Aluno:7ºano Fonte: a autora, 2014.

Nestas aulas cada elemento é apresentado e utilizado de forma teórica

e prática. Alguns exemplos de mandalas são também apresentadas

presumidamente. O primeiro exercício solicitado é para que os alunos

reproduzam o conteúdo abordado (ponto, linhas formas e cores) no interior de

uma forma circular. Num segundo momento a ideia é colocar novamente a

forma circular e o ponto central e introduzir o conceito de simetria, e realizar no

quadro negro alguns exemplos. Cada aluno dividi o espaço e executa o que foi

proposto dentro do espaço circular. Essas atividades foram abordadas

novamente no ano de 2014 com alunos de 6º e 7ºano, oque resultou em uma

atividade de revisão dos conteúdos e utilização de materiais diferenciados.

Além da atividade com material de desenho, a prática de recorte e colagem,

apresentou aos alunos um manuseio das formas, noção de espaço e interação

entre os colegas, sendo uma atividade coletiva.

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FIGURA 32 – Atividade em grupo de ilustração da mandala com colagem. 7ºAno Fonte: a autora, 2014.

FIGURA 33 – Atividade em grupo de ilustração da mandala com colagem. 7ºAno

Fonte: a autora, 2014

A oportunidade de realizar o desenho de mandalas com os alunos, foi

muito importante no processo de construção do projeto de aprendizagem, pois

assim pude realizar estas práticas com um grande publico, divulgando e

executando o desenho e sua técnica de construção.

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FIGURA 34 – Desenho de mandalas. Alunos dos 6ºs anos Fonte: a autora, 2014.

8- Considerações Finais

Desde que foi iniciada a prática das mandalas tive vontade de

pesquisar e conhecer um pouco da história dos desenhos, de forma pessoal

para suprir uma curiosidade. A oportunidade de executar o PA veio a realizar

esse anseio, e mostrar o trabalho a todos que se dispusessem a vê-lo. A

“distração” que virou estudo percorreu um longo caminho até chegar a esses

resultados, mas penso nele como um “trecho da estrada”, pois ainda há muito o

que se pesquisar e se praticar, afinal, cada desenho é uma nova descoberta,

uma nova forma e uma nova vontade de produzir.

Estes primeiros resultados contemplaram em grande parte minhas

expectativas, as oficinas foram muito proveitosas. Cada apresentação em

mostra de PA, por exemplo, despertou o interesse de todos os espectadores e,

o que foi proposto desde o inicio, foi realizado de acordo com os recortes

necessários. Acredito que encerro essa etapa com a sensação de “dever

cumprido, e almejando a continuação das práticas e a disseminação da teoria e

prática do desenho de mandalas, seja em publicações científicas, em

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atividades escolares do ensino fundamental, em práticas de oficinas com

pessoas interessadas, além de futuramente a montagem de uma exposição

com todos os desenhos desde o inicio. A ideia é a de que as mandalas estejam

em suportes organizados de forma circular, e que haja a possibilidade de

participação do público, onde os visitantes também poderão expor a sua

própria obra, ao utilizar os materiais disponíveis em local determinado para

essas práticas).

Em síntese, o estudo da mandala se colocou presente não somente no

plano acadêmico, mas com um plano que abrange todas as atividades da

minha vida e da minha forma de ver o mundo.

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9- Aprofundamento Teórico

DAHLKE, Rudiger. Mandalas - formas que representam a harmonia do

cosmos e a energia divina. São Paulo. Editora Pensamento, 1995. 10ªedição.

DONDIS, Donis A. Sintaxe da linguagem visual. 3ªedição- São Paulo:

Martins Fontes, 2007.

FIORAVANTI, Celina. Mandalas. Como usar a energia dos desenhos

sagrados. São Paulo. Editora Pensamento,2007.

JUNG, C. G. O homem e seus símbolos. Rio de Janeiro: Nova Fronteira,

1964.

MELO, Adriana Jardim. A terapêutica artística promovendo saúde na

instituição hospitalar. Revista Ibérica. Juiz de Fora- MG. Ano 1, nº3, pp 159-

189. Março-maio/2007.

NASCIMENTO, Elisa L. Adinkra: sabedoria me símbolos africanos. Rio de

Janeiro.Editora Pallas, 2009

UFPR LITORAL. Projeto Político Pedagógico. 2008. Disponível em

http://www.litoral.ufpr.br/sites/default/files/PPP%20%20UFPR%20%20LITORA

L.pdf. Acesso em 22 jun. 2014.