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  • PROJETO FINAL EM GEOFSICA II

    MODELAGEM NUMRICA DA DENSIDADE EFETIVA DE

    RESERVATRIOS DE PETRLEO E GS Aluna: Mariana Ferreira de Magalhes Orientador : Dr. Jorge Leonardo Martins Pesquisador Associado ON/MCT Co-Orientador: Dr. Alexandre Motta Borges Pesquisador Associado UFF

  • II

    MODELAGEM NUMRICA DA DENSIDADE EFETIVA DE RESERVATRIOS DE PETRLEO E GS

    MARIANA FERREIRA DE MAGALHES

    SUBMETIDO AO CURSO DE GRADUAO EM GEOFSICA DO DEPARTAMENTO DE GEOLOGIA DA UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE COMO REQUISITO OBRIGATRIO DA DISCIPLINA

    PROJETO FINAL EM GEOFSICA II

    REA DE CONCENTRAO: GEOFSICA APLICADA ORIENTADORES: JORGE LEONARDO MARTINS (COGE-ON/MCT) ALEXANDRE MOTTA BORGES (UFF) APROVADA POR: _______________________________

    Dr. JORGE LEONARDO MARTINS, COGE-ON/MCT _______________________________

    Dr. ALEXANDRE MOTTA BORGES, UFF

    _______________________________ Dra. ELIANE ALVES DA COSTA, UFF

    _______________________________

    Dr. CLEVERSON GUIZAN SILVA, UFF

    _______________________________ Dr. VICTOR TOCANTINS, PETROBRAS

    RIO DE JANEIRO RJ BRASIL JULHO DE 2009

  • III

    FICHA CATALOGRFICA:

    Magalhes, Mariana Ferreira. Modelagem Numrica da Densidade Efetiva de Reservatrios de Petrleo e Gs X, 60p. Projeto Final 2, (Bacharelado em Geofsica) Universidade Federal Fluminense UFF Faculdade de Geofsica, 2009. Orientadores: Jorge Leonardo Martins, ON/MCT Alexandre Motta Borges, UFF 1- Bacia de Campos, 2- Arenito Namorado, 3- Bacia de Campo, 4- Perfilagem.

    - Monografia. I. Martins, J.L. e Borges, A.M.

    (Orient.). II. Universidade Federal Fluminense. Faculdade de Geofsica. III. Ttulo.

  • IV

    Resumo Estudamos um modelo fsico geral para predizer a densidade das rochas

    sedimentares. O modelo considera duas parcelas: a da rocha matriz e do espao

    poroso. A rocha matriz pode ser formada por gros minerais, argila e matria

    orgnica, o espao poroso fluido pode conter vrias fases. Testes numricos

    utilizando os modelos mono e biminerlicos mostram que a porosidade e a

    saturao de fluidos tem sua contribuio na diminuio da densidade efetiva,

    sendo este ltimo contribuindo de forma bastante suave se comparado com o

    aumento da porosidade. Mesmo em um grau moderado, a argilosidade um

    parmetro relevante sobre a dependncia da densidade da rocha. Os resultados

    mostram que a estimativa do volume do mineral obrigatria para a plausvel

    predio da densidade real de rochas clsticas.

  • V

    Abstract We study a general physical model for predicting bulk density of sedimentary

    rocks. The model considers two portions: the rock matrix and the pore space. The

    rock matrix may be formed by mineral grains, clay minerals and organic matter; the

    pore space may contain several fluid phases. Numerical tests using models for

    mono- and bimineralic show that porosity and fluid saturation has contribution in

    reducing the effective density, the latter contributing fairly mild compared to the

    increase in porosity. Even in a moderate extent, shaliness is a relevant parameter

    on the rock density dependence. The outcomes show that mineral volume

    estimation is mandatory for plausible prediction of bulk density of actual clastic

    rocks.

  • VI

    E apliquei o meu corao a esquadrinhar, e a informar-me com sabedoria de tudo quanto sucede debaixo do cu; esta enfadonha ocupao deu Deus aos filhos dos homens, para nela os exercitar. Atentei para todas as obras que se fazem debaixo do sol, e eis que tudo era vaidade e aflio de esprito. Aquilo que torto no se pode endireitar; aquilo que falta no se pode calcular. Falei eu com o meu corao, dizendo: Eis que eu me engrandeci, e sobrepujei em sabedoria a todos os que houve antes de mim em Jerusalm; e o meu corao contemplou abundantemente a sabedoria e o conhecimento. E apliquei o meu corao a conhecer a sabedoria e a conhecer os desvarios e as loucuras, e vim a saber que tambm isto era aflio de esprito. Porque na muita sabedoria h muito enfado; e o que aumenta em conhecimento, aumenta em dor. (ECLESIASTES 1:13-18, Bblia Sagrada.)

  • VII

    Agradecimentos Agradeo primeiramente a Deus por ter me dado foras e discernimento em minha

    nova etapa, aos meus pais, meus amigos e ao Fernando por colocar um sorriso

    em meu rosto todos os dias.

    Ao meu orientador Jorge Leonardo Martins por todo apoio, pacincia e confiana e

    ao meu co-orientador Alexandre Motta Borges por sua compreenso.

    A FAPERJ (proc.E-26/100.172/2008) e ao CNPq (proc.n0101583/2009-5) pelo

    suporte financeiro atravs de uma bolsa de IC.

    A todos os docentes e servidores da Faculdade de Geofsica da UFF, por toda a

    colaborao durante este perodo de graduao.

    E, por fim, agradeo a professora Eliane Alves e aos professores Cleverson

    Guizan e Victor Tocantins por estarem presentes em minha banca. Ao Felipe e

    Victor Hugo por toda a convivncia, parceria, amizade e cumplicidade durante

    nosso perodo de graduao e ao Ricardo Teixeira que me ajudou na organizao

    deste trabalho. A todos, desejo muita sade, prosperidade e sucesso!

  • VIII

    SUMRIO Resumo...............................................IV Abstract.............................................V Agradecimentos.......................................VII 1 Introduo..........................................1 2 Objetivos...........................................3 3 - Perfilagem Geofsica de Poos.......................4 3.1- Breve Histrico................................5 3.2- O perfil de densidades.........................7 3.2.1-O perfil de densidades neutrnicas........12 3.3- O perfil de raios gama.........................15 3.4- O perfil de induo (ILD)......................23 4 - A Bacia de Campos...................................25 4.1- Contexto histrico.............................25 4 4.2-O Campo de Namorado.............................27 4.3- Descrio do poo NA04.........................30 5 - O modelo para a densidade efetiva...................32 5.1-O modelo fsico.................................32 5.2- Arenitos limpos monomineralgicos..............34 5.3- Arenitos argilosos monomineralgicos...........35 5.4- Arenitos limpos bimineralgicos................36 5.5- Arenitos argilosos bimineralgicos.............37 6- Correlao do modelo para a densidade efetiva........38 6.1- Os perfis do Poo NA-04........................39 6.2- Descrio dos litotipos........................42 6.3- Calibrao do modelo para a densidade efetiva..43 6.3.1- Primeiro procedimento: escolha dos volumes percentuais.............................................. 43 6.3.2- Segundo procedimento: clculo dos valores percentuais...............................................46 7- Concluses...........................................50 8- Referncias bibliogrficas...........................51

  • IX

    LISTA DE FIGURAS

    Figura1: Reproduo do primeiro perfil geofsico ( esquerda) e foto do equipamento utilizado (

    direita). Extrado de Hallenburg (1988).

    Figura 2: Exemplos de perfis GR, Caliper, NPHI e de Densidade. Fonte: Aula do Jos Eduardo Ferreira de Jesus (Engenheiro de Petrleo-Petrobrs S.A.)

    Figura 3: Uma viso esquemtica da determinao da densidade por uso da disperso de raios

    gama. No exemplo superior, um experimento idealizado com um material muito fino. J no

    segundo exemplo a espessura levemente aumentada. No esquema inferior, a distncia entre a

    fonte e o detector especificada (Ellis, 1987).

    Figura 4: Dispositivo de medio de densidade em uma situao de perfilagem de poo, separado

    da parede do mesmo por uma espessa camada de lama de perfurao (Ellis, 1987).

    Figura 5: Representao de um aparelho quantificador de nutrons equipado com dois detectores

    (Ellis, 1987).

    Figura 6: Representa um perfil de raios gama. Fonte:Aula do Jos Eduardo Ferreira de Jesus

    (Engenheiro de Petrleo-Petrobrs S.A.).

    Figura 7: Detector cintilante associado com um fotomultiplicador (Extrado de Ellis, 1987).

    Figura 8: O percurso de uma partcula de raio gama de 4.44 MeV a qual emitida da litologia em

    estudo e detectada por um dispositivo de NaI em um furo de poo (Ellis, 1987).

    Figura 9: Comparao da ferramenta GR, SP e Caliper em zonas de folhelhos (Ellis, 1987).

    Figura 10: Uma srie de perfis mostrando o efeito do feldspato em um perfil GR e um perfil

    espectral (Ellis, 1987).

    Figura 11: Localizao da Bacia de Campos. Extrado de Cruz (2003).

    Figura 12: Foto das plataformas PNA-1 esquerda e PNA-2 direita. Fonte: Petrobras.

  • X

    Figura 13: Coluna cronoestratigrfica esquemtica para o campo de Namorado. LS: limite de

    seqncias; TMB: trato de mar baixo e TT: trato transgressivo. Extrado de Faria et al. (2001).

    Figura 14: Modelo paleogeogrfico proposto para a rea do campo de Namorado. Observa-se o

    aumento da paleobatimetria, evidenciado pela retrogradao de fceis. Modificado de Souza Jr.

    (1997).

    Figura 15: Perfis geofsicos do Poo NA04 com algumas litologias correspondentes. Extrado de

    Cruz (2003).

    Figura 16: Seo Geolgica da Bacia de Campos, representando sucesses turbidticas (corpos

    arenosos) entre as margas (Formao Lagoa Feia). Modificado de Brun & Walker (1995).

    Figura 17: Perfis geofsicos no Campo de Namorado. (a) Caliper; (b) Raios gama; (c)

    Resistividade; (d) Densidade. O intervalo do arenito Namorado, entre 3075 e 3110m, est

    destacado nos perfis.

    Figura 18: Intervalo do arenito Namorado. (a) perfil de densidade; (b) argilosidade e o perfil de

    raios gama; (c) porosidade efetiva e porosidade total. A argilosidade foi estimada usando a frmula

    emprica de Larionov (1969) para sedimentos no-consolidados.

    Figura 19: Comparao entre os perfis geofsicos de poo com testemunhos. Extrado de Cruz

    (2003).

    Figura 20: Correlao entre o modelo fsico (rosa) e as leituras de densidade (azul) no intervalo o

    arenito Namorado, Figura 18. Dados utilizados no modelo fsico: (a) arenito limpo, monominerlico,

    um fluido; (b) arenito argiloso, monominerlico, um fluido; (c) arenito argiloso, monominerlico, dois

    fluidos; (d) arenito argiloso, biminerlico, dois fluidos; (e) arenito argiloso biminerlico, duas argilas,

    dois fluidos.

    Figura 21: Volumes percentuais do fluido, quartzo, feldspato e argila, no intervalo sedimentar do

    reservatrio Namorado.

    Figura 22: No painel (a) temos o perfil do poo Namorado (azul) e a aplicao do modelo

    (vermelho). No painel (b) temos a reproduo dos volumes percentuais da Fig. 21, incluindo o perfil

    snico (rosa). A cor vermelha representa a argilosidade e as cores preta e azul representam o

    volume percentual de feldspato e quartzo, respectivamente. No painel (c) temos as estimativas das

  • XI

    porosidades efetiva e total (azul e rosa, respectivamente), o perfil de porosidade de nutrons e o

    volume percentual de fluido calculado (vermelho e preto, respectivamente).

    LISTA DE TABELAS

    Tabela 1: Litologia, geometria do poo e lama de perfurao. Extrado de Adriano(2007).

    Tabela 2: Resistividades mdias de algumas rochas (Fernandes, 1984).

  • 1

    1 - INTRODUO O desenvolvimento de um campo de petrleo e gs visa fundamentalmente

    aumentar a produo de hidrocarbonetos. Para atingir esse objetivo, mandatria

    a caracterizao das propriedades fsicas do reservatrio. A eficincia dos

    resultados obtidos nesta fase se revela pela minimizao das incertezas na

    locao de poos produtores adicionais conduzindo a um aumento na produo

    executada principalmente atravs de perfis geofsicos de poos (Ellis, 1987). Cada

    perfil geofsico representa uma curva contendo anomalias associadas medida

    efetuada pela ferramenta de perfilagem. Embora constituam medidas que

    atendam s necessidades de caracterizao dos sedimentos, a interpretao e o

    processamento dos perfis fornecem propriedades fsicas adicionais, relevantes ao

    desenvolvimento do campo. Por exemplo, a partir dos perfis snicos (DTp) e de

    densidade (RHOB), possvel construir o perfil de impedncia acstica, que tem

    aplicao direta na calibrao de dados ssmicos usando sismogramas sintticos

    (Ylmaz, 1987). Outro exemplo, o perfil de raios gama (GR) que auxilia na

    interpretao das zonas sedimentares selantes e porosas. Adicionalmente, a partir

    do uso de uma relao emprica apropriada, o processamento do perfil GR permite

    estimar o percentual volumtrico de argila (i.e., argilosidade) dos sedimentos

    (Larionov, 1969). Dewan (1983) apresenta com detalhes alguns modelos

    empricos utilizados na prtica para extrao de propriedades fsicas a partir do

    processamento de perfis geofsicos. De uma forma geral, o modelo fsico adotado

    no processamento dos perfis o resultado de uma investigao emprica. Numa

    primeira fase, amostras de rochas so submetidas a um processo de aquisio de

    dados. O conjunto de medidas efetuadas experimentalmente em laboratrio

    ento analisado atravs de um estudo de tendncias, a fim de se estabelecer os

    principais parmetros que afetam a propriedade fsica sob investigao. Dessa

    forma, o modelo emprico resultante passa a ser utilizado no processamento do

    perfil geofsico correspondente para extrao de parmetros fsicos das

    formaes. Neste trabalho, utilizamos um modelo fsico para descrever a variao

    da densidade efetiva (b) de rochas sedimentares porosas. Na verdade,

  • 2

    investigamos uma generalizao emprica comumente adotada

    experimentalmente para extrao de porosidade de reservatrios a partir do

    processamento do perfil geofsico de densidade. Essa generalizao emprica

    mostra explicitamente a dependncia com os seguintes parmetros (Wyllie et al.,

    1958): (1) composio mineralgica; (2) porosidade total e efetiva; e (3) saturao

    de fluidos. Na matriz da rocha, consideramos os gros minerais e as argilas

    integrando a composio mineralgica, alm de um termo que incorpora a

    provvel presena de matria orgnica. Os testes revelam que o modelo fsico

    adotado capaz de descrever a densidade efetiva dentro do intervalo observado

    para rochas sedimentares, i.e., 2.0 g/cm3 b 3.0 g/cm3 (Schn, 1996).

  • 3

    2 - OBJETIVOS

    Modelos fsico-matemticos so necessrios na prtica para descrever

    propriedades fsicas do material sob investigao, de uma forma geral, o modelo

    fsico adotado no processamento dos perfis o resultado de uma investigao

    emprica. Neste trabalho estudamos um modelo fsico geral para descrever a

    variao da densidade efetiva de rochas sedimentares porosas, pois dentre as

    propriedades fsicas que podem aumentar a informao acerca do reservatrio

    est densidade efetiva. O modelo possibilita a simulao numrica de rochas

    sedimentares mono e poliminerlicas, argilosas ou no, presena de qualquer tipo

    de fluido no espao poroso e incorpora tambm a possvel presena da matria

    orgnica. Assim, efetuamos neste projeto um exerccio de correlao do modelo

    fsico para a densidade efetiva com dados de um perfil de densidades registrado

    no intervalo sedimentar correspondente Formao Maca superior, bacia de

    Campos.

  • 4

    3 - PERFILAGEM GEOFSICA DE POOS Chamamos perfilagem geofsica ao processo de aquisio de dados fsicos em

    rochas ao longo de um poo, em geral, para fins de explorao de petrleo e gs.

    O resultado da perfilagem geofsica chamado de perfil geofsico, que representa

    a distribuio da propriedade fsica das rochas atravessadas pelo poo. O perfil

    geofsico obtido a partir de ferramentas especialmente desenhadas, que so

    introduzidas no poo para registros da propriedade fsica associada ferramenta

    de perfilagem. Os registros desses valores de propriedade fsica so armazenados

    em arquivos digitais para posterior processamento e interpretao. Originalmente,

    o perfil geofsico tambm conhecido por perfil eltrico, embora outras

    propriedades fsicas de rochas, alm da resistividade eltrica, sejam objeto de

    medio. De fato, cada ferramenta de perfilagem desenhada a partir do

    entendimento de um fenmeno fsico associado propriedade fsica da rocha que

    se deseja medir.

    Portanto, perfis geofsicos representam o registro de propriedades fsicas de

    rochas em funo da profundidade. Neles as rochas so distinguidas em funo

    de suas propriedades fsicas, isto , eltricas, acsticas, radioativas, etc. Quando

    se pensa em perfilagem na indstria do petrleo, no se imagina a importncia do

    uso desta ferramenta na obteno de informaes de natureza geolgica. Para

    entender tal importncia, basta verificar algumas vantagens na utilizao de perfis

    geofsicos (Nery,1990):

    a) as profundidades nos perfis geofsicos so precisas, com erros admitidos

    de 0.05%;

    b) cada descida da ferramenta pode ser realizada em um tempo relativamente

    curto, uma vez que a velocidade varia de 30 a 75 metros por minuto;

    c) registro de 9 a 24 propriedades em uma s descida de sonda;

  • 5

    d) amostragens de detalhe, a depender do tipo de perfil (1 amostra por 6 ou

    1 amostra por 1);

    e) o fator humano praticamente eliminado, uma vez que o aparelho registra

    as propriedades das rochas in situ. J o gelogo, registra manualmente no

    perfil geolgico uma propriedade que ele supe ser referente

    profundidade da broca. Muitas vezes ocorrem desmoronamentos e as

    amostras analisadas pertencem a intervalos muito acima das profundidades

    realmente indicadas;

    f) custo reduzido quando comparado a uma testemunhagem contnua.

    Apesar dessas vantagens, necessrio dizer que em nenhum momento, deve se

    desprezar a rocha em detrimento do perfil. O ideal conjugar as amostragens

    direta (uso de testemunhos) e indireta (uso de perfis geofsicos), mesmo

    considerando que estas operaes so bastante onerosas e demoradas.

    3.1 Breve Histrico

    A perfilagem geofsica de poos iniciou-se por volta de 1869 quando Lord Kelvin,

    famoso por estudos de temperatura, perfilou um poo para gua, utilizando uma

    ferramenta com um termmetro acoplado (Hallenburg, 1988). A utilizao desta

    importante ferramenta permaneceu restrita a estudos acadmicos, at que, em

    1927, os irmos Conrad e Marcel Schlumberger decidiram aplicar o mtodo de

    eletrorresistividade de superfcie em um poo do campo de leo de Pechelbronn

    na Frana. A reproduo da perfilagem, bem como uma fotografia do equipamento

    utilizado pelos irmos Schlumberger esto ilustradas na Figura 1 a seguir. A partir

    desse, que foi o primeiro perfil eltrico realizado em um poo, a indstria da

    perfilagem comeou a expandir e os seus servios se tornaram mais confiveis e

    necessrios para fins de minimizao de incertezas.

  • 6

    Figura1: Reproduo do primeiro perfil geofsico ( esquerda) e foto do equipamento utilizado ( direita). Extrado de Hallenburg (1988).

    Propriedades radioativas tambm so objeto de perfilagem, como as radiaes

    naturais gama. Nesse caso, o primeiro perfil de raios gama foi feito em 1938,

    enquanto que o perfil de induo foi introduzido em 1949. Outro perfil radioativo

    o chamado perfil neutro que teve incio em 1950, acrescentando um novo

    mtodo para registrar a porosidade das formaes rochosas. Quanto aos perfis

    acsticos, eles datam de 1956 e se tornaram rapidamente a melhor forma de

    quantificar a porosidade e estimar propriedades elsticas em rochas. O perfil de

    densidade, iniciado em 1962, foi muito bem aceito devido ao alto grau de preciso

    das medidas efetuadas.

    No Brasil, a perfilagem geofsica de poos teve seu incio na dcada de 1940,

    seguindo a tendncia mundial de avaliar reservatrios de hidrocarbonetos por

    meio de mtodos geofsicos. Todas as aquisies de propriedades eltricas,

    acsticas e radioativas eram registradas de forma analgica e reproduzidas em

    filmes e cpias em papel. Em funo do incremento da atividade exploratria no

    pas nas dcadas de 70 e 80, houve a necessidade de adquirir unidades

  • 7

    informatizadas que permitissem o registro digital dos dados e a utilizao conjunta

    de ferramentas. Dessa forma, as operaes de campo se tornaram mais rpidas e

    eficientes, com uma nica aquisio de dados (isto , a ferramenta introduzida

    no poo apenas uma vez), de todos os perfis constantes do conjunto bsico

    empregado pela Petrobrs (Rodrguez et al., 1998).

    Para se obter o registro das propriedades eltricas, acsticas e radioativas das

    rochas so necessrios instrumentos especiais, no caso, sensores, que registram

    as propriedades e as enviam para a superfcie onde so armazenadas. Essas

    respostas chegam superfcie por meio dos condutores internos do cabo, para

    processamento dentro da unidade ou do caminho laboratrio. Nessa ltima

    etapa, os dados provenientes das sondas so medidos e transformados por uma

    srie de complexos circuitos eltricos-eletrnicos, gerando o perfil geofsico

    (Schlumberger, 1987). Neste trabalho, utilizamos os perfis geofsicos descritos a

    seguir para investigar a densidade efetiva de rochas sedimentares.

    3.2 O perfil de densidade A ferramenta que mede as densidades consiste em detectar os raios gama

    defletidos pelos eltrons orbitais dos elementos componentes das rochas, aps

    terem sido emitidos por uma fonte colimada situada dentro do poo.

  • 8

    Figura 2: Exemplos de perfis GR, Caliper, NPHI e de densidade. Fonte: Aula do Jos Eduardo Ferreira de Jesus (Engenheiro de Petrleo-Petrobrs S.A.) A transmisso de raios gama pode estar relacionada densidade de eltrons se a

    interao predominante for o Espalhamento Compton. Entretanto, medies de

    transporte de raios gama atravs de uma formao litolgica podem ser utilizadas

    para a determinao de densidades das entidades rochosas. Com algumas

    informaes do material em estudo (litologia e fluidos contidos nos poros das

    rochas), a porosidade pode ser determinada utilizando frmulas oriundas de

    modelos efetivos. evidente que o grande interesse de se determinar a densidade

    do material em questo proveniente da relao ntima desta grandeza com a

  • 9

    porosidade das litologias, fazendo com que horizontes de rochas reservatrio

    (arenitos) e geradoras ou selantes (folhelhos) sejam determinados com um pouco

    mais de facilidade.

    A equao bsica que relaciona a densidade volumtrica de um material poroso

    com o perfil de densidades RHOB (B) :

    ( ) matftb .1. += , (1) onde f representa a densidade do fluido contido na rocha porosa, ma a

    densidade mdia da matriz da rocha e t denota porosidade total. Na

    interpretao do perfil de densidades para fins de estimativa de porosidade total, a

    utilizao da equao (1) implica no prvio conhecimento da densidade mdia da

    matriz da rocha. Para litologias encontradas em bacias sedimentares, valores

    prticos esto entre 2.65 e 2.87 g/cm3, dependendo da litologia em questo. Para

    a fase fluida, f1,10 g/cm3, que a densidade aproximada da lama de

    perfurao.

    As ferramentas para a medio de densidade usando raios gama foram

    desenvolvidas atravs da evoluo da geofsica de petrleo. Os primeiros eram

    muito simples. Consistiam em uma simples transmisso de raios gama

    monoenergtica dentro de uma cmara e, gradativamente, eram medidos por um

    detector. Os atuais so muito mais sofisticados, sendo utilizados diretamente na

    perfilagem de poo contendo fonte, barreiras e um detector de raios gama.

    Observando a figura abaixo, percebe-se que os raios so transmitidos sem muita

    disperso, como indicado no primeiro exemplo. Conforme a espessura da amostra

    cresce, a intensidade dos raios gama diminui, obedecendo a uma atenuao

    exponencial, que acompanhada por um acrscimo de energia de baixa

    amplitude. No exemplo final o detector blindado, no entrando em contato com a

    amostra. Nenhuma fonte de raios gama consegue atingir o detector. Entretanto, o

    nvel de disperso de raios gama ainda variar espontaneamente com a

    densidade do material.

  • 10

    A fonte de raios gama normalmente utilizada em perfis de densidade o Cs137, o

    qual emite raios gama a 662 KeV, bem abaixo do limite para a produo em pares.

    Outros aparelhos usam o Co60, que emite raios gama a 1332 e 1173 KeV.

    Dispositivos mais recentes consistem em fontes de raios gama e detectores

    simplificados. Entretanto, para compensar a ocorrncia de interferncia da lama

    de perfurao, estes aparelhos podem apresentar dois detectores geralmente

    ambos de NaI (iodeto de sdio) em uma cmara que os isola da radiao direta da

    fonte. O componente completo ainda conta com a ajuda de um brao hidrulico.

    Este dispositivo tambm viabiliza a medio do dimetro do poo utilizado. A

    Figura 3: Uma viso esquemtica da determinao da densidade por uso da disperso de raios gama. No exemplo superior, um experimento idealizado com um material muito fino. J no segundo exemplo a espessura levemente aumentada. No esquema inferior, a distncia entre a fonte e o detector especificada (Ellis, 1987).

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    figura mostra o esquema da ferramenta para medidas de densidade de formaes

    rochosas.

    Figura 4: Dispositivo de medio de densidade em uma situao de perfilagem de poo, separado da parede do mesmo por uma espessa camada de lama de perfurao(Ellis,1987).

    O valor de b no perfil corresponde soma de todas as partes que compem a

    formao, isto , uma funo da matriz, porosidade e densidade dos fluidos

    presentes nos poros. Este perfil muito utilizado para a determinao de minerais

    evaporticos, zonas de gs, determinar a densidade de hidrocarbonetos e avaliar

    reservatrios areno-argilosos e litologias mais complexas. A profundidade de

    investigao da sonda gradativamente diminui, medida que aumenta a

    densidade da rocha (Asquith & Gibson, 1982).

  • 12

    3.2.1 O perfil de densidades neutrnicas

    O uso do bombardeamento de nutrons para sondar formaes rochosas tem uma

    vasta histria na perfilagem de poos. A aplicao inicial foi determinao de

    porosidade de litologias. Assim como as ferramentas de perfilagem que detectam

    nutrons de diversos tipos de energia para a determinao da porosidade de

    litologias, existem outras ferramentas que usam os nutrons para analisar a taxa

    de absoro destas partculas a fim de fornecer uma limitada anlise qumica da

    formao em estudo. A chave para a compreenso dos resultados destas

    ferramentas est nas interaes exploradas. As interaes dos nutrons so muito

    mais complexas que as dos raios gama. Para simplificar, existem dois tipos de

    interaes: O espalhamento de nutrons e a absoro destas mesmas partculas.

    Diferente das fontes de raios gama, que so provenientes de ocorrncias naturais

    e facilmente produzem istopos, as fontes de nutrons utilizadas na perfilagem de

    poos so o resultado de reaes nucleares deliberadas. O ndice de reao de

    nutrons est ligado, principalmente, a dois parmetros. O primeiro a densidade

    (n atmico/volume) e o segundo a velocidade. Sabendo que fontes de nutrons

    quase nunca so encontradas na natureza, importante discutir como cri-las.

    Existem dois tipos na perfilagem de poos que utilizam fontes de nutrons. As

    primeiras so chamadas de qumicas, ou encapsuladas e as demais utilizam

    fontes de acelerao.

    As vantagens da perfilagem geofsica de poos usando fontes de nutrons so

    grandes. A primeira a alta energia produzida pelos nutrons . Eles so emitidos

    em 14.1 MeV, que a energia til para a produo de outras reaes na formao

    rochosa. Outra vantagem que a fonte deste tipo de reao pode ser controlada,

    onde o usurio pode manipular a reao conforme a necessidade. Os nutrons

    produzidos so detectados em dois processos. Primeiro, eles reagem como um

    material no qual partculas carregadas so produzidas. Depois estas partculas

    ionizadas so detectadas atravs da sua capacidade de ionizao.

    A maioria dos detectores de nutrons consiste em um material alvo para a

    converso. Para a perfilagem de poos, at o momento, a deteco de nutrons

  • 13

    termais e epitermais o maior interesse, j que so de baixa energia. Para sua

    medio, os nutrons so emitidos de um ponto para outro, atravs da formao

    rochosa. As propriedades da litologia so os principais fatores que determinam o

    processo de transporte de nutrons da formao. Elas influenciam na distribuio

    espacial e de energia da populao de nutrons e, conseqentemente, o ndice de

    contagem de qualquer detector. Os parmetros fsicos que influenciam na

    medio de nutrons esto listados no quadro abaixo:

    Tabela 1: Litologia,geometria do poo e lama de perfurao.Extrado de Adriano(2007).

    Um dos primeiros dispositivos capaz de quantificar nutrons consistia em um

    detector epitermal de apenas um brao fixado mecanicamente parede do poo.

    Este aparelho tinha a vantagem de reduzir os efeitos do tamanho do poo mas era

    vulnervel presena da lama de perfurao entre o dispositivo e a parede do

    poo. A soluo encontrada foi adicionar um segundo detector termal. O primeiro,

    prximo a fonte, tinha a finalidade de reduzir os efeitos das dimenses do poo e o

    detector mais distante responsvel pela diviso dos ndices quantificados.

  • 14

    Embora a deteco termal de nutrons seja usada, ambas as formas possuem

    suas vantagens e limitaes.

    Ferramentas modernas para a densidade de nutrons epitermais e termais,

    precisam de correes para minimizar os efeitos externos que geralmente so

    especficos para cada tipo de ferramenta. Uma das caractersticas do perfil de

    densidade de nutrons indicar altos valores de porosidade total para zonas de

    folhelhos. Esta incoerncia ocorre devido leitura acarretada por elementos trao

    com grande poder de absoro. Entretanto, mesmo sem estes efeitos externos,

    argilas e folhelhos apresentam problemas para a interpretao da densidade

    neutrnica devido presena de hidroxilas nas estruturas dos argilominerais

    pertencentes aos folhelhos. Isso chamado de Efeito do Folhelho.

    Adicionalmente, necessrio saber a matriz da rocha para converter a medio

    Figura 5: Representao de um aparelho quantificador de nutrons equipado com dois detectores (Ellis, 1987).

  • 15

    aparente de densidade de nutrons em uma estimativa real. Portanto, sem as

    correes destinadas a reduzir os efeitos da matriz, os valores do perfil de

    densidades ficam comprometidos.

    Ferramentas de densidade de nutrons tambm so calibradas em zonas que

    contm gs. Nestes horizontes, com menos que o esperado para densidades de

    hidrognio, um erro acabar sendo resultado devido baixa densidade registrada.

    Isto ocorre porque a substituio dos lquidos nos poros pelo gs resulta em uma

    pequena influncia na re-compactao da formao rochosa por um gs muito

    menos denso, diminuindo drasticamente a densidade. Vale lembrar que o

    decrscimo da porosidade aparente de uma litologia em funo da porosidade

    efetiva, saturao de gua, densidade do gs envolvido e das caractersticas da

    litologia em estudo.

    3.3 O perfil de raios gama O perfil de raios gama (gamma ray) consiste em um cintilmetro destinado a

    detectar e medir a radioatividade natural emitida pelas rochas. Esta radioatividade

    principalmente emitida pelas argilas existentes no meio poroso e nos

    constituintes de folhelhos.

  • 16

    Figura 6: Representa um perfil de raios gama. Fonte:Aula do Jos Eduardo Ferreira de Jesus ( Engenheiro de Petrleo-Petrobrs S.A.) O estudo da matriz da rocha sempre foi um desafio para gelogos e geofsicos de

    petrleo. Mtodos eltricos, embora tradicionalmente utilizados para obter

    informaes sobre fluidos em rochas, no so apropriados para a determinao

    de propriedades da matriz. Portanto, outros mtodos so utilizados para o estudo

    do arcabouo de uma rocha, como, por exemplo, mtodos nucleares.

    Medies nucleares aplicadas em perfilagem de poos respondem diversas

    questes sobre as formaes rochosas e em menor grau, sobre fluidos

    possivelmente presentes. No incio do estudo de materiais radioativos, trs tipos

  • 17

    de radiao foram identificadas e nomeadas como , e . O primeiro tipo

    consiste de tomos de He (hlio) que dispersam eltrons. As partculas foram

    idealizadas como pacotes de radiao eletromagnticas referidas tambm como

    ftons. Com esta descoberta, a quantificao desta energia liberada foi batizada

    como Mediao do Montante de energia transportada. A unidade escolhida foi o

    eltron-volt (ev), a qual equivalente a energia cintica adquirida por um eltron

    acelerado atravs de um potencial eltrico de 1 volt. As partculas e

    rapidamente perdem energia para eltrons durante a sua passagem atravs de

    qualquer meio material. Isto quer dizer que estas partculas possuem baixo poder

    penetrativo, no tendo importncia vital para a perfilagem geofsica de poos. J

    as partculas so extremamente penetrativas, sendo o grande alvo de estudo da

    perfilagem geofsica de poos usando o perfil de raios gama.

    O decaimento radiativo uma propriedade do ncleo que consiste na transio de

    um estado energtico superior para um inferior, espontaneamente. Isto ocorre com

    a liberao das partculas , e mencionadas anteriormente. A meia-vida de um

    determinado tomo nada mais que o tempo necessrio para que esta transio

    de estado energtico seja completada.

    Para a compreenso do perfil de raios gama, existem trs tipos fundamentais de

    interaes a considerar. O primeiro denominado como efeito fotoeltrico, o

    segundo chamado de Espalhamento Compton e o ltimo de Produo de Pares.

    A probabilidade de uma interao acontecer ir depender do nmero atmico do

    material e da energia do raio gama. O efeito fotoeltrico resulta da interao de

    raios gama com tomos do material em questo. Neste processo os raios gama

    incidentes desaparecem e transferem energia para eltrons nas redondezas. J o

    Espalhamento Compton envolve interaes de raios gama e eltrons individuais.

    Este o processo no qual apenas uma parte dos raios gama doada para o

    eltron. Esta interao de vital importncia para o estudo da perfilagem geofsica

    de poos j que utilizada como uma tcnica de medio envolvendo detectores.

    Por fim, o terceiro tipo de interao a considerar, envolvendo raios gama, a

    Produo de Pares. Igualmente ao efeito fotoeltrico, esta interao associada

  • 18

    absoro de energia. Neste caso, os raios gama interagem com o campo eltrico

    do ncleo se esta energia for superior a 1,022 MeV.

    Todos os tipos de detectores de raios gama exploram um ou mais dos trs tipos

    de interaes descritas acima. A primeira variedade, o contador de gases

    ionizveis, um descendente direto de um dos primeiros dispositivos para

    deteco de radiao nuclear. O segundo e mais comum na perfilagem geofsica

    de poos, o detector de raios cintilantes. O ltimo foi empregado a pouco tempo

    na perfilagem geofsica de poos e denominado como detector de partculas em

    estado slido.

    O perfil GR mais comum utiliza um detector composto por um cristal cintilante.

    Quando as partculas viajam no interior do cristal, elas cedem sua energia para um

    montante de eltrons subordinados a tomos impuros. Quando isto ocorre, uma

    luz visvel emitida e esta detectada por um tubo fotomultiplicador combinado

    com um cristal. Assim, esta luz transformada em um pulso eltrico. A figura

    abaixo representa o mecanismo em questo:

    O sucesso deste tipo de detector est diretamente ligado ao tamanho,

    densidade e mdia do nmero atmico dos ons em questo.No caso da

    perfilagem de poos, algumas dificuldades podem acontecer influenciando

    negativamente na preciso do trabalho. Na figura 8, ilustrada uma ferramenta

    Figura 7: Detector cintilante associado com um fotomultiplicador (Extrado de Ellis, 1987).

  • 19

    projetada para detectar raios gama. Consiste em quantificar energias provenientes

    de compostos de carbono e oxignio em um furo de sondagem.

    A perfilagem de raios gama foi introduzida no mercado no final da dcada de trinta

    como o primeiro mtodo no eltrico para perfilagem geofsica de poos.

    Rapidamente constatou-se sua eficincia na identificao de formaes de

    contedo argiloso (xistos, folhelhos) e de formaes limpas (arenitos). Existem

    dois tipos de ferramentas utilizadas na perfilagem geofsica de poos para a

    determinao da radiao de um pacote rochoso. O perfil GR composto por um

    detector de raios gama para medir a radioatividade total de uma determinada

    Figura 8: O percurso de uma partcula de raio gama de 4.44 MeV a qual emitida da litologia em estudo e detectada por um dispositivo de NaI em um furo de poo (Ellis, 1987).

  • 20

    formao rochosa. J a ferramenta de gama espectral tambm quantifica as

    concentraes de radioistopos, dando maior preciso para os estudos. Embora o

    perfil GR seja importante para uma anlise tradicional de formaes argilosas, a

    interpretao destes perfis imprecisa. Por exemplo, materiais radioativos em

    formaes arenosas provocam altas amplitudes no perfil GR, interferindo

    negativamente na interpretao final. A figura 9 ilustra a comparao de um perfil

    GR com um de SP (potencial espontneo) em zonas predominantemente

    compostas por folhelhos e arenitos.

    Figura 9: Comparao da ferramenta GR, SP e caliper em zonas de folhelhos (Ellis, 1987).

  • 21

    Outra informao importante a identificao e quantificao dos principais

    istopos radioativos existentes na crosta terrestre. O potssio (K), o Trio (Th) e o

    Urnio (U) so os mais relevantes sendo o principal alvo de estudo da perfilagem

    geofsica de poos usando o perfil GR. Em um pacote rochoso, a maior fonte de

    radiao certamente proveniente do potssio (K) que est diretamente

    relacionado a argilominerais oriundos da alterao de plagioclsios e feldspatos

    potssicos. Isto quer dizer que folhelhos tendem a apresentar altos valores de GR

    enquanto arenitos ricos em quartzo (SiO2) tendem a apresentar baixos valores de

    GR. Conseqentemente, a principal utilidade do perfil GR certamente distinguir

    pacotes xistosos de arenitos tentando sempre correlacionar resultados de

    diferentes poos de uma mesma bacia ou at mesmo de bacias diferentes,

    dependendo do alvo de estudo desejado. Em contrapartida, a principal dificuldade

    da interpretao de medidas de GR a falta de padres. Devido ao fato de

    diferentes litologias apresentarem mesmos valores de GR e at mesmo existirem

    folhelhos no radioativos, a perfilagem espectral de raios gama pode mostrar

    algumas anomalias de determinadas formaes como altos valores de U, K e Th.

    Este espectro permite quantificar a intensidade de cada istopo no sinal recebido

    pelos detectores de raios gama, garantindo maior resoluo e facilidade na

    interpretao destes dados. Na prtica, os resultados dessa interpretao auxiliam

    na classificao de diferentes tipos de argilas utilizando grficos especficos.

  • 22

    Por fim, uma questo importante quanto profundidade de penetrao da

    ferramenta GR no interior de uma formao rochosa. Considerando mtodos

    empricos, constatou-se que a profundidade de penetrao para registro de perfil

    GR no interior das formaes rochosas depende diretamente da composio

    litolgica estudada, bem como a densidade dos raios gama liberados por ela.

    Estes estudos mostram que a mdia de profundidade de investigao est em

    torno de 12cm, podendo chegar a 20cm em casos extremos.

    Figura 10: Uma srie de perfis mostrando o efeito do feldspato em um perfil GR e um perfil espectral (Ellis, 1987).

  • 23

    3.4 O perfil de induo (ILD) O perfil de induo fornece a leitura aproximada da resistividade da rocha atravs

    da medio de campos eltricos e magnticos induzidos nas rochas. O princpio

    de funcionamento consiste de um transmissor-oscilador que propaga um campo

    magntico, o qual induz uma corrente nas formaes. A corrente, por sua vez,

    gera um campo magntico que detectado por uma bobina receptora acoplada a

    um amplificador. O sinal detectado pela bobina receptora proporcional

    condutividade da formao (Souza,1985).

    As principais vantagens da sua utilizao sobre o mtodo de perfilagem eltrica

    convencional so:

    a) o nico perfil que mede resistividade capaz de ser registrado em poos

    perfurados com fluidos no condutivos (ar ou leo);

    b) possui dispositivo focalizador que aumenta a profundidade de investigao,

    minimizando a influncia dos fluidos sobre a resistividade medida.

    A unidade de medida da resistividade expressa em Ohm por metro quadrado por

    metro, ou simplesmente Ohm.m.

    Os perfis de resistividade podem ser utilizados para correlaes geolgicas e,

    quando possvel (camadas bastante espessas), para a determinao da

    resistividade verdadeira das rochas. O principal problema encontrado nestes perfis

    est relacionado diretamente com a diferena que existe entre o dimetro das

    sondas e o dimetro dos poos. Um significativo volume de lama influencia,

    predominantemente, a leitura final da resistividade afastando-a cada vez mais dos

    valores reais desejados para a realizao dos clculos petrofsicos quantitativos

    (Nery,1990).

  • 24

    Tabela 2 Resistividades mdias de algumas rochas (Fernandes, 1984).

  • 25

    4 A BACIA DE CAMPOS

    A Bacia de Campos est localizada na poro sudeste do Brasil, ao longo da

    costa norte do Estado do Rio de Janeiro, possuindo uma rea de 100 mil Km2, at

    a lmina dgua de 3000 m (Rangel & Martins, 1998). Aps 25 anos de

    explorao, a Bacia de Campos tornou-se a mais importante provncia de

    hidrocarbonetos do Brasil, respondendo por cerca de 80% das reservas

    explotveis totais e 70% da produo total do pas (Cruz, 2003). Como outras

    bacias da costa leste brasileira, a Bacia de Campos uma tpica bacia de margem

    divergente, tendo sua origem relacionada ao rompimento do supercontinente

    Gondwana e conseqente formao do Oceano Atlntico. Nesta bacia, a

    interligao das rochas geradoras e das rochas reservatrios ps-evaporticas

    est relacionada tectnica profunda associada fase rift e movimentao

    adiastrfica associada halocinese. A migrao do hidrocarboneto facilitada

    pela criao de janelas nos evaporitos. Estes ltimos so os maiores

    reservatrios de petrleo da Bacia de Campos (Dias et al. 1990). O Membro

    Outeiro da Formao Maca rene, alm de calcilutito creme, marga cinza-clara e

    folhelhos cinza, arenitos turbidticos informalmente conhecidos como arenito

    Namorado, que por vezes ocorrem em camadas isoladas ou confinados em calhas

    deposicionais que subsidiram diferencialmente em resposta halocinese (Rangel

    et al. 1994).

    4.1 Contexto Histrico

    H cerca de 130 milhes de anos, a separao dos continentes sul-americano e

    africano comeou a definir os limites atuais da costa brasileira. Como resultado

    desse afastamento, surgiu uma grande bacia, denominada Bacia Atlntica, que

    ainda hoje continua se expandindo a uma taxa de, aproximadamente, dois

    centmetros por ano. No incio da separao, formaram-se localmente junto ao limite dos novos continentes, bacias sedimentares, como as de Pelotas, Campos e

  • 26

    Esprito Santo (no lado oriental do Brasil) e Cuanza, Gabo e Cabinda (no lado

    ocidental da frica), entre outras.

    A Bacia de Campos, hoje, a regio sedimentar que se localiza na extenso do

    Estado do Esprito Santo, nas imediaes da cidade de Vitria at Arraial do

    Cabo, este j localizado no norte fluminense. Dentre as bacias costeiras

    brasileiras, a Bacia de Campos a geologicamente e geofisicamente mais

    conhecida, devido perfurao de milhares de poos. Esta provncia petrolfera

    a principal rea de produo e extrao de petrleo e seus derivados no Brasil,

    possuindo atualmente trinta plataformas responsveis por toda a produo da

    regio, sendo 14 fixas e 16 flutuantes. Tais plataformas englobam 628 poos

    exploratrios e 537 poos de desenvolvimento que esto ligados a uma verdadeira

    teia de 1300 km de dutos submarinos e 2500 km de linhas flexveis

    (Fonte:Petrobras).

    Figura 11: Localizao da Bacia de Campos. Extrado de Cruz (2003).

  • 27

    No entanto, em termos de potencial petrolfero, esta bacia se destaca devido s

    caractersticas singulares na sua evoluo tectono-sedimentar. Alguns fatores de

    destaque so: baixo grau de afinamento crustal, reativao das fontes de

    sedimentos, intensa tectnica adiastrfica, variaes globais do nvel do mar no

    Neocretceo e Tercirio que proporcionaram a acumulao de enorme volume de

    hidrocarbonetos.

    4.2 O campo de Namorado

    O Campo de Namorado possui rea de lavra de aproximadamente 20 km2. Situa-

    se 80 km da costa entre as cotas batimtricas de 140 a 250 m na poro

    Central/Norte da Bacia de Campos na margem continental brasileira, junto ao

    Estado do Rio de Janeiro, entre as latitudes 210 e 230 S. O campo foi descoberto

    em 1975, com a perfurao do poo 1-RJS-19 em lmina dgua de 166m. A sua

    locao foi baseada em interpretao ssmica de um alto estrutural junto ao

    intervalo superior de uma espessa seo carbontica Albo-Turoniana, definida por

    Schaller (1973) de Formao Maca. Esse poo apresenta algumas

    particularidades pioneiras na explorao de leo na Bacia de Campos. Foi o

    primeiro a encontrar leo em arenitos turbidticos (o prospecto era em carbonatos),

    constituindo-se no primeiro campo gigante das bacias sedimentares brasileiras. As

    profundidades onde so encontrados os reservatrios variam entre 2940 e 3300

    m. O somatrio das espessuras na regio central do campo est entre 150 e 200

    m.

    Conforme Menezes (1986), o volume de rocha reservatrio com hidrocarbonetos

    est em torno de 702100 X 106 m3, o volume de leo provado de 106 X 106 m3

    STD, com o fator de recuperao estimado em torno de 40%, isto , um volume

    recupervel de 42 X 106 m3. A produo foi iniciada em junho de 1979. Para a

    explotao desse campo foram instaladas duas plataformas, PNA-1 e PNA-2,

    ambas ainda em atividade (Figura 12). O desenvolvimento do campo teve incio

    em dezembro de 1982 com a perfurao do poo 7-NA-7-RJS. O leo de 280

  • 28

    API e possui viscosidade prxima a 1 centipoise. A coluna mxima de leo de

    cerca de 160 m e o netpay mdio, por poo, de 60 m. Em mdia, a porosidade

    de 26%, a saturao de leo 75%, a permeabilidade de 400 mD e o ndice de

    produtividade, normalmente, maior que 50 m3/d/Kgf/cm2.

    Figura 12: Foto das plataformas PNA-1 esquerda e PNA-2 direita. Fonte: Petrobras.

    Segundo Bacoccoli et al.(1980), o reservatrio do Arenito de Namorado

    encontrado no topo da formao Maca, imediatamente acima dos carbonatos. A

    Formao Maca superior teve sua sedimentao iniciada no final do Albiano e

    finalizada no Santoniano. composta por uma seqncia de sedimentos

    clsticos/qumicos (conglomerados, arenitos, folhelhos, margas e diamictitos), de

    carter geral transgressivos. Como limites possui na base a Formao Maca

    inferior de idade Albiana, composta de sedimentao rasa e dominantemente

    qumica .As sucesses de eventos dominantemente turbidticos indicam a

    presena de cinco seqncias deposicionais de 4 ordem inseridas em duas

    seqncias deposicionais de 3 ordem (Mitchum & Van Wagoner,1991). Do ponto

    de vista deposicional, pode-se agrupar as cinco seqncias em trs unidades de

    reservatrios distintas.

  • 29

    Figura 13: Coluna cronoestratigrfica esquemtica para o campo de Namorado. LS: limite de seqncias; TMB: trato de mar baixo e TT: trato transgressivo. Extrado de Faria et al.(2001).

    Souza Jr. (1997) reconhece no campo de Namorado trs sistemas de deposio:

    1) sistemas de canais, composto em sua maioria por depsitos turbidticos ligados

    a correntes de alta densidade; 2) sistema canal-dique marginal, que corresponde

    fase final inicial de abandono onde predominam as alternncias de areia fina e

    lamitos com raras intercalaes de fluxos de detritos e escorregamentos, e 3) o

  • 30

    sistema argilo-margoso que representa a sedimentao hemipelgica da bacia

    (Figura 14).

    Figura 14: Modelo paleogeogrfico proposto para a rea do campo de Namorado. Observa-se o aumento da paleobatimetria, evidenciado pela retrogradao de fceis. Modificado de Souza Jr. (1997).

    4.3 Descrio do poo NA04

    No presente trabalho, utilizamos os perfis geofsicos do poo NA04 como dados

    para a correlao de um modelo fsico-matemtico para a densidade efetiva de

    sedimentos clsticos. A seguir mostramos os perfis geofsicos do poo, com as

    litologias correspondentes. Mais adiante apresentamos nosso modelo fsico-

    matemtico para a densidade efetiva.

  • 31

    Figura 15: Perfis geofsicos do Poo NA04 com algumas litologias correspondentes. Extrado de Cruz (2003).

    No presente trabalho estudamos o intervalo do reservatrio Namorado entre 3075

    e 3110 m, onde observamos a presena de fluidos (informao obtida atravs da

    correlao entre os perfis DT, GR, ILD, PHIN e RHOB) que neste caso,

    representam os hidrocarbonetos. A descrio e a interpretao dos perfis ser

    explicado no captulo 6.

  • 32

    5 O MODELO PARA A DENSIDADE EFETIVA 5.1 O modelo fsico

    O modelo fsico proposto a seguir para a densidade efetiva ( b ) de meios porosos incorpora as contribuies individuais dos principais componentes slidos

    e fluidos da rocha. Assumimos gros minerais, (i.e., feldspato, quartzo, calcita e

    dolomita), argilas e matria orgnica constituindo a poro slida da rocha; gua,

    leo e gs como os componentes fluidos (Wyllie et al., 1958). A densidade efetiva

    ( b ) pode ser ento expressa por:

    ,fmoclaymab +++= (1)

    em que ma a densidade mdia dos componentes slidos (gros minerais e

    cimento, principalmente), clay a densidade mdia dos componentes argilosos,

    mo a densidade mdia dos componentes orgnicos e f a densidade mdia

    dos componentes fluidos. Assim a soma ( moclayma ++ ) e o termo f

    representam a contribuio dos componentes slidos e fluidos, respectivamente.

    Na equao anterior, ma dada por:

    =

    =man

    iimaimaetmotclayma VVV

    1,,,, ,)1( (2)

    em que e denota a densidade efetiva. Os parmetros imaV , e ima, so a frao

    volumtrica e a densidade do i -simo componente mineralgico (i= 1,2,..., man ). O

    total da frao volumtrica de argila e de matria orgnica, tclayV , e tmoV , ,

    respectivamente, so relacionados por

  • 33

    =

    =clayn

    jjclaytclay VV

    1,, . (3)

    O termo jclayV , a frao volumtrica do j -simo componente argiloso ( j = 1, 2,

    ... , clayn ), e

    =

    =mon

    kkmotmo VV

    1,, , (4)

    para kmoV , representando a frao volumtrica do k -simo componente orgnico

    (k = 1, 2, ... , mon ). Expressamos a contribuio total da densidade das argilas que

    compem a rocha, clay por:

    jclay

    n

    jjclayclay

    clay

    V ,1

    , =

    = , (5)

    enquanto a relao para mo , que denota a contribuio total da densidade dos componentes orgnicos presentes na rocha, dada por

    kmo

    n

    kkmomo

    mo

    V ,1

    , =

    = . (6)

    Por sua vez, a contribuio total da densidade dos fluidos contidos nos espaos

    porosos da rocha, f , tem o seguinte relacionamento:

    =

    =fn

    nnfnfef S

    1,, , (7)

  • 34

    em que nfS , e nf , denotam a saturao e a densidade, respectivamente, da n -

    sima ( n= 1, 2, ... ,f

    n ) fase fluida.

    O modelo expresso na equao 1 permite calcular a densidade efetiva de rochas

    porosas clsticas, mono- ou poliminerlicas. Argilosidade e saturao de fluidos

    so parmetros adicionais que podem ser incorporados na determinao da

    densidade efetiva. Descrevemos a seguir alguns modelos prticos para a

    densidade efetiva considerando rochas reservatrios de petrleo e gs mono e

    biminerlicas.

    5.2 Arenitos limpos monomineralgicos

    Seja um arenito limpo, livre de matria orgnica, e com 100% de saturao de

    gua: 0,, == tmotclay VV , 1=wS e te . A equao 1 ento se reduz a

    ,)1( wtmatb += (8)

    em que ma e w denotam as densidades do gro mineral predominante no arcabouo da rocha e da gua contida nos poros da rocha, respectivamente. A

    equao 8 comumente utilizada como modelo para estimativa da porosidade

    total a partir do perfil de densidade que est em concordncia com (Dewan, 1983),

    .wma

    bmat

    = (9)

    Os registros efetuados pela ferramenta de perfilagem so representados por b ,

    ao passo que w 1.10 g/cm3 a densidade da lama de perfurao. Para

    sedimentos clsticos, qtzma = 3/65.2 cmg= (i.e., a densidade do quartzo).

  • 35

    Quando duas fases fluidas esto presentes (por exemplo, gua e leo), obtemos o

    seguinte modelo para a densidade efetiva:

    ),()1( oowwtmatb SS ++= (10)

    em que wS e wo SS = 1 so as saturaes de gua e de leo, respectivamente.

    5.3 Arenitos argilosos monomineralgicos

    Para o caso de um arenito argiloso ( claytclay VV =, ), livre de matria orgnica

    ( 0, =tmoV ) e com 100% de saturao de gua ( 1=wS ), obtemos

    ,)1( weclayclaymaeclayb VV ++= (11)

    em que devemos considerar a porosidade efetiva e , pois estamos assumindo que os minerais de argila obstruem as conexes entre os poros (Dewan, 1983).

    Como a argilosidade clayV pode ser estimada experimentalmente (Larionov, 1969),

    obtemos a seguinte relao:

    ,wma

    claymaclayte V

    = (12)

    que comumente aplicada para avaliao da porosidade efetiva a partir do perfil

    de densidade. Neste caso, clay denota a densidade no ponto de folhelho. Dewan

    (1983) define o ponto de folhelho como sendo a densidade no ponto de maior

    amplitude do perfil GR (gamma ray) no intervalo sedimentar sob investigao.

  • 36

    Semelhantemente, para as mesmas condies acima, mas assumindo saturao

    com duas fases fluidas, i.e., saturao de gua wS e de leo oS , a densidade efetiva pode ser descrita por

    ++= clayclaymaeclayb VV )1( )( oowwe SS ++ . (13)

    5.4 Arenitos limpos bimineralgicos

    O procedimento para obteno do modelo para a densidade efetiva para um

    arenito limpo bimineralgico requer o conhecimento dos gros minerais

    predominantes no arcabouo e suas respectivas fraes volumtricas. Assim,

    imaV , e as densidades ima, precisam ser conhecidas a priori. Assumindo o arcabouo composto predominantemente por quartzo e feldspato limpo com

    saturao de gua wS , a equao 1 fornece:

    fptfpttqtzqtztb VV )1()1( += ;wwtS + (14)

    em que 3/65.2 cmgqtz = e 3/55.2 cmgfpt = representam as densidades do

    quartzo e feldspato. Note que as fraes volumtricas qtzV e fptV refletem os pesos das contribuies de cada gro mineral que integra o arcabouo.

    Por outro lado, se alm da gua tambm considerarmos o leo preenchendo os

    poros da rocha, o modelo para a densidade efetiva evolui para

  • 37

    fptfpttqtzqtztb VV )1()1( += )( oowwt SS ++ . (15)

    5.5 Arenitos argilosos bimineralgicos

    Consideremos um arenito biminerlico (quartzo e feldspato) com argila

    preenchendo uma poro da matriz. Se apenas gua satura os poros,

    fptfpteclayqtzqtzeclayb VVVV )1()1( +=

    wweclayclay SV ++ , (16)

    em que clayV e clay denotam a frao volumtrica e a densidade da argila. Em

    geral, ocorre predominncia do argilomineral ilita em rochas sedimentares

    clsticas, i.e., 3/79.2 cmgclay = (Katahara, 1996).

    Podemos ainda incorporar o leo como outra fase fluida presente na rocha. Nesse

    caso, obtemos

    fptfpteclayqtzqtzeclayb VVVV )1()1( +=

    )( oowweclayclay SSV +++ . (17)

  • 38

    6 - CORRELAO DO MODELO PARA A DENSIDADE EFETIVA

    Num perfil geofsico existem vrios marcos eltricos, que podem ser

    correlacionados poo a poo, correspondendo cada marco a um pulso sedimentar.

    A assinatura do sistema turbidtico Namorado representada na base dos perfis

    de poo por um contraste da densidade (RHOB) e radioatividade (GR), compatvel

    com o contato entre as areias turbidticas e os carbonatos de talude do sistema

    sedimentar anterior, como pode ser visto na Figura 16. O topo da sequncia

    turbidtica bem marcado no perfil de raios gama, pelo registro de um forte pico

    de radioatividade para o corpo argiloso do final desta sequncia, representando

    um corpo silte-argiloso da superfcie de inundao mxima (Marco Azul). Na parte

    central do reservatrio de Namorado encontramos uma maior espessura

    sedimentar, predominando as fraes arenosas. Lateralmente regio central do

    reservatrio, ocorre uma maior intercalao das fraes mais finas e um

    afinamento das camadas, diminuindo a resoluo geofsica para estes pacotes.

    Figura 16: Seo Geolgica da Bacia de Campos, representando sucesses turbidticas (corpos arenosos) entre as margas (Formao Lagoa Feia). Extrado de Cruz (2003).

  • 39

    6.1 Os perfis do poo NA04 A seguir, apresentaremos um exemplo de correlao do nosso modelo fsico para

    a densidade efetiva com um perfil geofsico correspondente sobre o reservatrio

    Namorado. Os perfis geofsicos do poo NA04 so mostrados na Figura 17, e

    sero os nossos dados para o exemplo de correlao mencionado.

    Figura 17: Perfis geofsicos no Campo de Namorado. (a) Caliper; (b) Raios gama; (c) Resistividade; (d) Densidade. O intervalo do arenito Namorado, entre 3075 e 3110 m, est destacado nos perfis. Na Figura 17, observamos a variao do dimetro do poo (perfil CALIPER), a

    litologia e a argilosidade (perfil GR), a variao da resistividade (perfil ILD) e da

    densidade (perfil RHOB) na formao Maca superior, onde se insere o

    reservatrio Namorado. No intervalo do arenito sob investigao o perfil CALIPER

    indica que ocorreu um pequeno arrombamento, mas este no foi suficiente para

    interferir nos registros da ferramenta de densidade. Por sua vez, o perfil de

    resistividades, no mesmo intervalo revela a presena de fluidos que, neste caso,

    representam hidrocarbonetos. Alm de utilizarmos o perfil GR para identificao

    das litologias, o utilizamos tambm para a estimativa da argilosidade. Na figura

  • 40

    abaixo ampliamos o intervalo do arenito Namorado sob investigao. O perfil de

    densidade foi utilizado para estimativa da porosidade total e efetiva. O perfil GR foi

    utilizado para estimativa da argilosidade. As relaes para estimativa dessas

    quantidades so expressas a seguir.

    Figura 18: Intervalo do arenito Namorado. (a) perfil de densidade; (b) argilosidade e o perfil de raios gama; (c) porosidade efetiva e porosidade total. A argilosidade foi estimada usando a frmula emprica de Larionov (1969) para sedimentos no-consolidados. Para a estimativa da argilosidade Vclay, utilizamos expresso de Larionov (1969)

    para sedimentos recentes (que o caso do arenito Namorado):

    Vclay = 0.083 [ 2(3.70 IGR) - 1], (1) onde IGR o ndice de raio gama expresso por: IGR = (GRperfil GRmin)/(GRmx GRmin). (2)

    Os parmetros da equao anterior denotam: GRperfil a medida de GR no perfil;

    GRmin a medida do valor mnimo de GR no intervalo sob investigao

  • 41

    (geralmente um arenito), e GRmx a medida do valor mximo de GR no intervalo

    sob investigao (geralmente no ponto de folhelho). Na prtica podemos adotar

    GRmin = 20 unidades API e GRmx = 120 unidades API.

    Para a estimativa da porosidade total e da porosidade efetiva utilizamos as

    relaes (9) e (12), respectivamente reescritas a seguir:

    t = (ma - b)/( ma - w), (3)

    e

    e = t Vclay (ma - sh )/( ma - w). (4)

    Todos os parmetros das equaes anteriores foram definidos no captulo

    anterior.

  • 42

    6.2 Descrio dos litotipos

    Figura 19: Comparao entre os perfis geofsicos de poo com testemunhos. Extrado de Cruz (2003).

  • 43

    Observando a litologia na figura anterior, notamos que o topo da seqncia

    turbidtica bem marcado pelo perfil de raios gama devido ao registro de um forte

    pico da radiotividade. No intervalo estudado vemos que o perfil GR cai e o de

    densidade RHOB sobe representando um marco estratigrfico onde encontramos

    arenito cimentado e arcoseano. O poo NA04 formado por material fino com

    pequenas laminaes de marga e conglomerado. Esse material seguido de

    arenito arcoseano com finas camadas de diamictito e arenito cimentado.

    Analisando os perfis debaixo para cima, margas e arenito arcoseano tambm

    fazem parte desse poo com intercalaes de diamictito, contendo pequenas

    laminaes de arenito cimentado.

    6.3 Calibrao do modelo para a densidade efetiva Nessa seo apresentamos os dois procedimentos que utilizamos para

    correlacionar nosso modelo para a densidade efetiva de rochas com os registros

    do perfil RHOB. O primeiro procedimento consistiu numa estimativa dos volumes

    percentuais para os parmetros do modelo. No segundo procedimento, esses

    volumes foram calculados atravs de uma tcnica de balano de massas

    utilizando perfis adicionais (Nery, 1990).

    6.3.1 Primeiro procedimento: escolha dos volumes percentuais Para correlacionar o modelo fsico com o perfil de densidade (RHOB),

    reconstrumos esse perfil a partir das informaes de porosidade e de

    argilosidade mostradas na Figura 18. A densidade apresenta-se relativamente

    baixa, atestando uma alta porosidade deste arenito, favorecendo a

    acumulao de hidrocarboneto nesse intervalo. A reconstruo do perfil de

    densidade, para determinadas situaes (composio mineralgica e

    presena de fluidos) mostrada na Figura 19.

  • 44

    Figura 20: Correlao entre o modelo fsico (rosa) e as leituras de densidade (azul) no

    intervalo o arenito Namorado, Figura 17. Dados utilizados no modelo fsico: (a) arenito limpo,

    monominerlico, um fluido; (b) arenito argiloso, monominerlico, um fluido; (c) arenito argiloso,

    monominerlico, dois fluidos; (d) arenito argiloso, biminerlico, dois fluidos; (e) arenito argiloso

    biminerlico, duas argilas, dois fluidos.

    Considerando os perfis da Fig. 20, adotamos os seguintes valores:

    (a) Para arenito limpo monominerlico com um fluido;

    )1( wtmatb += .

    Utilizamos a saturao do fluido (salmoura) de 100%.

    (b) Para arenito argiloso monominerlico com um fluido;

  • 45

    )1( weclayclaymaeclayb VV ++= .

    Adotamos a saturao do fluido (salmoura) de 100%.

    Observamos que apenas utilizando um fluido, e sendo este arenito

    monominerlico independente da sua argilosidade, o nosso modelo para a

    densidade se correlaciona de forma plausvel s medidas do perfil de

    densidade efetuadas no poo NA04. Os parmetros das equaes anteriores

    esto definidos no captulo anterior.

    (c) Para arenito argiloso monominerlico com dois fluidos;

    ++= clayclaymaeclayb VV )1( )( oowwe SS ++ .

    Estimamos em torno de 90% a saturao do leo, e de 10%, a saturao de

    gs. Adotamos tambm as seguintes densidades: leo = 0.985 g/cm3 e gs =

    0.150 g/cm3. Os parmetros da equao anterior tambm esto definidos no

    captulo anterior.

    (d) Para arenito argiloso biminerlico com dois fluidos;

    fptfpteclayqtzqtzeclayb VVVV )1()1( +=)( oowweclayclay SSV +++ .

    Estimamos a saturao de leo e a frao volumtrica de quartzo em 75%, e

    as respectivas densidades adotadas anteriormente. Adicionalmente,

    assumimos a saturao de gs e a frao volumtrica de feldspato em 25%,

    com suas respectivas densidades, gs = 0.150 g/cm3 e feld = 2.54 g/cm3.

    Logo, assumimos quartzo e feldspato como os componentes mineralgicos

  • 46

    predominantes na matriz do arenito. Vide captulo anterior para os valores dos

    demais parmetros.

    (e) Para arenito argiloso biminerlico com dois fluidos e duas argilas;

    fptfpteclayqtzqtzeclayb VVVV )1()1( +=)( oowweclayclay SSV +++ .

    Estimamos a saturao de leo e a frao volumtrica de quartzo em 75%,

    com suas respectivas densidades j citadas anteriormente. Adicionalmente,

    adotamos a saturao de gs e frao volumtrica de feldspato em 25%, com

    suas respectivas densidades. Escolhemos como sendo de 15% e 4%,

    respectivamente, a frao volumtrica de caolinita e clorita com suas

    densidades: cao = 2.52 g/cm3 e clo = 2.69 g/cm3. Os demais parmetros da

    equao acima podem ser encontrados no captulo anterior.

    6.3.2 Segundo procedimento: clculo dos valores percentuais

    O clculo dos valores percentuais dos principais componentes de uma

    rocha sedimentar pode ser estimado a partir da soluo do sistema de

    equaes a seguir (Nery, 1990):

    ,

    onde assumimos o quartzo (qtz) e o feldspato (felds) como os gros

    minerais predominantes na matriz rochosa. Em relao argila (clay),

    extramos do prprio perfil de densidades (b) no ponto de folhelho, possuindo

  • 47

    valor de 2.56 g/cm3. No sistema de equaes acima, t e N representam os

    registros dos perfis snico e de porosidade de nutrons.

    O sistema de equaes anterior pode ser reescrito na forma matricial como a

    seguir:

    .

    Dessa forma, para cada amostra i dos perfis snico, densidade e porosidade

    de nutrons, o sistema resolvido para as incgnitas , Vqtz, Vfelds e Vclay. Os

    valores da matriz do sistema de equaes acima so extrados de uma tabela

    (vide stio: www.schlumberger.com), pois so para uma litologia pura.

    Resolvendo a forma matricial acima, usando os perfis correspondentes do

    poo NA04, construmos os seguintes perfis para os volumes percentuais de

    fluido, quartzo, feldspato. Estimamos o perfil de argilosidade utilizando a

    frmula (1) deste captulo.

  • 48

    Figura 21: Volumes percentuais do fluido, quartzo, feldspato e argila, no intervalo sedimentar do reservatrio Namorado. O resultado da correlao do nosso modelo para a densidade efetiva com as

    densidades do perfil RHOB, est representado no primeiro painel da Fig. 22.

    Podemos observar um ajuste muito bom do modelo para a densidade com as

    medidas do perfil, produzindo erros absolutos da ordem de 6%. No painel central

    da Fig. 22, podemos observar uma boa correlao entre os volumes percentuais

    calculados para os componentes das rochas sedimentares e a variao da

    argilosidade e do perfil snico no intervalo sob investigao. Por exemplo: na

    profundidade de 3085m, o volume percentual de feldspato (preto) nulo, enquanto

    o volume percentual de quartzo (azul) atinge seu valor mximo. Neste mesmo

    ponto, a argilosidade (vermelho) diminui ligeiramente provocando uma abrupta

    diminuio do perfil snico (rosa), isto , aumento da velocidade compressional.

  • 49

    Figura 22: No painel (a) temos o perfil do poo Namorado (azul) e a aplicao do modelo (vermelho). No painel (b) temos a reproduo dos volumes percentuais da Fig. 21, incluindo o perfil snico (rosa). A cor vermelha representa a argilosidade e as cores preta e azul representam o volume percentual de feldspato e quartzo, respectivamente. No painel (c) temos as estimativas das porosidades efetiva e total (azul e rosa, respectivamente), o perfil de porosidade de nutrons e o volume percentual de fluido calculado (vermelho e preto, respectivamente).

  • 50

    7 CONCLUSO As simulaes numricas para a densidade efetiva de arenito mono- e

    biminerlicos confirmam a dependncia da densidade efetiva com a composio

    mineralgica, porosidade e saturao dos fluidos. Na composio mineralgica da

    matriz, incorporamos a contribuio dos gros minerais, das argilas e da matria

    orgnica possivelmente compondo a rocha. Os resultados numricos destacam a

    influncia da argilosidade, que, mesmo se apresentando em fraes volumtricas

    baixas, provocam um aumento marcante na densidade efetiva da rocha.

    Destacamos a importncia da estimativa da argilosidade na avaliao de

    formaes produtoras de petrleo e gs, pois sabemos que as argilas tendem a

    obstruir as conexes entre os espaos porosos onde os fluidos ficam

    armazenados. Neste trabalho reconstrumos os perfis geofsicos de densidade a

    partir da escolha dos volumes percentuais, adotando valores para os parmetros.

    Usando um procedimento mais rigoroso, calculamos os valores percentuais dos

    principais componentes da rocha sedimentar. O resultado mostrou um ajuste

    plausvel entre o modelo e os dados observados, apresentando resduos

    absolutos insignificantes. Finalmente podemos concluir que os modelos utilizados

    so capazes de predizer a densidade efetiva de rochas sedimentares dentro dos

    intervalos observados em situaes reais.

  • 51

    8 REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS

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    Orientador : Dr. Jorge Leonardo Martins Pesquisador Associado ON/MCTCo-Orientador: Dr. Alexandre Motta Borges Pesquisador Associado UFFResumoEstudamos um modelo fsico geral para predizer a densidade das rochas sedimentares. O modelo considera duas parcelas: a da rocha matriz e do espao poroso. A rocha matriz pode ser formada por gros minerais, argila e matria orgnica, o espao poroso ...Agradecimentos1 - INTRODUO2 - OBJETIVOS3 - PERFILAGEM GEOFSICA DE POOS4 A BACIA DE CAMPOS5 O MODELO PARA A DENSIDADE EFETIVA6 - CORRELAO DO MODELO PARA A DENSIDADE EFETIVA7 CONCLUSO8 REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS