Mario Rosso de Luna

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Vidas Eternas Mário Carabajal/Mário Roberto Carabajal Lopes Um Romance além da matéria, tempo e espaço Ficção e realidade. Um sonho unindo a realidade vivida pelo autor com elaborações oníricas. Ao despertar, tão vívido, presente e real mantinha-se as experiências do sonho, como se verdadeiramente tivessem ocorrido... "Na ocasião, só o que buscava, era encontrar uma caneta... para escrever meu único Romance. Enquanto escrevia, relatava lembranças. Não sentia como experiências de um sonho. Mas, isto sim, como lembranças de uma realidade vivida. Tanto, que o escrevi em um só momento, até o ponto final" Mário Carabajal. ...Toledo/España 14 de maio de 1440 Início da noite, fim de tarde, em uma imensa e requintada casa, três jovens maçons. Dois, Carlos e Danilo, acompanhados de suas namoradas. O terceiro, Roberto. Este último, entraria na tradicional festa dos casais da maçonaria acompanhado por uma amiga, Eliane. Enquanto Eliane não chega, Roberto dança com uma jovem moça de rosto meio arredondado, olhar profundo e cabelos castanhos até os ombros. Um corte de franjas completa o rosto da bela Débora, uma das contratadas para servir o jantar. Roberto é jovem, vinte e três anos, um metro e setenta e cinco. Veste um “smuking” preto. Sua pele clara, contrasta com o traje. Cabelos bem cortados, requintado, sorri e dança alegremente. Roberto ao dançar com a linda garota, antes do majestoso baile, de música somente orquestrada – com um desfile dos maiores clássicos de todas as nações, antes da chegada dos convidados, como que por encanto, sente uma necessidade crescente de saber mais sobre a moça que deve ter algo em torno de vinte anos. Roberto, encantado, admira a beleza de Débora. A boca da jovem é como um ímã canalizador das atenções de Roberto. Enquanto isso, Carlos (seu irmão) e Danilo, o amigo, (uma amizade desde a infância), contemplam àquele lindo momento de Roberto. Irmãos até mesmo pela confraria a que pertencem. Roberto e Débora ao observar que começam a chegar os primeiros convidados, param de dançar e deixam a casa, afastando-se dos incógnitos olhares dos que chegam. Já no jardim, frente à entrada principal da imensa casa de pilares trabalhados, conversam. Parece mais um monólogo. Roberto, com uma pequena varinha nas mãos, sentado à grama, pernas estendidas e cruzadas, cabeça baixa, toca levemente com a varinha no solo, enquanto entristecido, fala não ser feliz, ainda que tudo tivesse e jamais lhe haver faltado nada “materialmente”. - Eu nunca usei uma varinha mágica. Nunca apelei para uma varinha. Gostaria de

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Vidas Eternas

Mário Carabajal/Mário Roberto Carabajal Lopes

Um Romance além da matéria, tempo e espaço

Ficção e realidade. Um sonho unindo a realidade vivida pelo autor com elaborações oníricas. Ao despertar, tão vívido, presente e real mantinha-se as experiências do sonho, como se verdadeiramente tivessem ocorrido...

"Na ocasião, só o que buscava, era encontrar uma caneta... para escrever meu único Romance. Enquanto escrevia, relatava lembranças. Não sentia como experiências de um sonho. Mas, isto sim, como lembranças de uma realidade vivida. Tanto, que o escrevi em um só momento, até o ponto final" Mário Carabajal.

...Toledo/España

14 de maio de 1440

Início da noite, fim de tarde, em uma imensa e requintada casa, três jovens maçons. Dois, Carlos e Danilo, acompanhados de suas namoradas. O terceiro, Roberto. Este último, entraria na tradicional festa dos casais da maçonaria acompanhado por uma amiga, Eliane. Enquanto Eliane não chega, Roberto dança com uma jovem moça de rosto meio arredondado, olhar profundo e cabelos castanhos até os ombros. Um corte de franjas completa o rosto da bela Débora, uma das contratadas para servir o jantar.

Roberto é jovem, vinte e três anos, um metro e setenta e cinco. Veste um “smuking” preto. Sua pele clara, contrasta com o traje. Cabelos bem cortados, requintado, sorri e dança alegremente.

Roberto ao dançar com a linda garota, antes do majestoso baile, de música somente orquestrada – com um desfile dos maiores clássicos de todas as nações, antes da chegada dos convidados, como que por encanto, sente uma necessidade crescente de saber mais sobre a moça que deve ter algo em torno de vinte anos. Roberto, encantado, admira a beleza de Débora. A boca da jovem é como um ímã canalizador das atenções de Roberto.

Enquanto isso, Carlos (seu irmão) e Danilo, o amigo, (uma amizade desde a infância), contemplam àquele lindo momento de Roberto. Irmãos até mesmo pela confraria a que pertencem.

Roberto e Débora ao observar que começam a chegar os primeiros convidados, param de dançar e deixam a casa, afastando-se dos incógnitos olhares dos que chegam.

Já no jardim, frente à entrada principal da imensa casa de pilares trabalhados, conversam. Parece mais um monólogo. Roberto, com uma pequena varinha nas mãos, sentado à grama, pernas estendidas e cruzadas, cabeça baixa, toca levemente com a varinha no solo, enquanto entristecido, fala não ser feliz, ainda que tudo tivesse e jamais lhe haver faltado nada “materialmente”.

- Eu nunca usei uma varinha mágica. Nunca apelei para uma varinha. Gostaria de

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usar esta varinha para minha felicidade!

A linda jovem doméstica apenas ouvia-o. Calada, receia jogar-se aos braços do requintado rapaz... timidamente sorri.

Pensa Débora, enquanto olha nos olhos de Roberto: “Afinal, sempre é assim. Quanto maior a riqueza, parece ser o homem mais carente e infeliz.”

Chegada dos convidados

Roberto e Débora apressaram-se para, não receber os convidados, mas, teria ele, junto de Eliane, filha de um confrade, Osmar, adentrar ao recinto, mesmo sem ser anunciado, mas como um desfile de casais, indo até o meio do salão e de lá, se dispersam. Os amigos buscam a companhia e o bom papo, enquanto as mulheres encontram-se também com suas conhecidas.

Neste encontro porém, nem tudo parecia ocorrer com a normalidade de sempre.

Roberto subitamente decide não mais entrar com Eliane, filha de Osmar, mas não comunica tal decisão.

- Olá Eliane. Tudo bem Osmar...

...continua Roberto; - (...) pensei, quem sabe, você entrar com seus pais e eu, com Débora. Vou...

Antes mesmo de Roberto terminar o que iniciara a dizer, é interrompido por Osmar...

- Quem é Débora...essa...essa...

Você entrará com Eliane...Roberto, diga por favor a essa jovem que entre na alface...que vá para a cozinha imediatamente.

(Osmar dizia isso olhando para a jovem Débora, contratada para servir o jantar)

Indignado, Roberto deu o braço para Eliane e, com o fôlego trancado adentrou ao recinto, descendo seis lances de escada, deslocou-se até o meio da sala. Tão logo cumpriu o protocolo que cercava o rito tradicional das festas de casais de sua confraria, abandonou Eliane, como se fosse ao encontro dos amigos, mas o que buscava era reencontrar Débora. Não teve sucesso. Após procurá-la nas dependências principais da casa e jardins, foi distraído por um dos convidados que lhe perguntou por seus pais. Quando não mais pensava encontrar a jovem que o fascinara, subitamente ouve-se um grito desesperador, estarrecedor. Era uma das convidadas. Roberto e muitos convidados sobem ao primeiro piso da imensa casa. Lá estava Débora, esvaída em sangue, com os pulsos cortados, delirando suas últimas palavras;

- Roberto , mesmo por minutos eu conheci o amor.

Roraima/Brasil

13 de setembro de 3020

Celso Derivi, pesquisador incansável do recuo experimental intervalo tempo, observa atentamente aquele momento nos anos 1440.

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O centro de investigações de intervalo de tempo funciona em uma praça idealizada e criada próximo ao ano dois mil pelo então prefeito de Boa Vista, Ottomar de Souza Pinto. Ali mesmo, Derivi construiu seu centro multitempo. Aproveitou em especial, um portal ali existente, chamado de portal do milênio, cujas dimensões eram ideais para a refração média da energia cosmo natural necessária à somato-desintegração e somato-reconstrução das partículas átomo-síntese constitutivas dos seres e objetos para viajarem no tempo. A partir de um pequeno ajuste em seus controles, conseguia, com facilidade transportar seres e objetos, em um intervalo de tempo de até dois mil anos, tanto passado, como futuro, a contar desde sua época.

Derivi decide auxiliar Roberto, assim, trás Roberto até o ano de 3020. Submete-o a uma cirurgia psicosugestiva de condicionamento e conhecimentos. Objeto de modernas técnicas da Psicanálise Clínica.

- Olá Roberto, como você está se sentindo?

- Bem, só não sei onde estou.

- Você está em um laboratório, uma espécie de hospital. Daqui, nós controlamos alguns males que seus desdobramentos resultam em grandes prejuízos ou castástrofes para a humanidade.

- Como pode isso... como vocês podem saber o que será o princípio em uma cadeia de eventos sucessórios, repercutindo na própria história e evolução da humanidade?

- Na realidade, este momento, aqui, em que conversamos, ainda que muito a frente de sua época, 1440, já é passado para quem vive no ano cinco mil. De lá, eles podem também estar nos controlando. Isto, para que ocorra somente o que for bom e de melhor, com vistas aos desdobramentos desses “eventos sucessórios”. Como você bem colocou. Para que sejam precipitados em uma sistemática de perspectivas ideais à consecução histórica.. Assim, só é operacionalizado, o que vá efetivamente ao encontro e jamais de encontro com os interesses coletivos sadios.

- Dê-me um exemplo concreto.

- Em dado momento por exemplo, a Academia Roraimense de Letras tentou reunir todos os prefeitos do interior de Roraima. Objetivava orientá-los quanto a forma de canalização de recursos, para investimento em projetos comunitários. Levou até Roraima, um dos diretores da SUFRAMA, Superintendência de Desenvolvimento da Zona Franca de Manaus, Dr. Imar César de Araújo.

- E o que ocorreu?

- O Dr. Imar Araújo trazia em sua bagagem, os elementos à organização de projetos, para repassar algo em torno de quinze milhões de dólares para os municípios do interior de Roraima.

- Por favor, continue Dr. Derivi.

- Pois bem, o Governador na Época, era bastante individualista e despreparado, concorria com quaisquer iniciativas que não fosse ele o seu criador e gerenciador.

- Não vá me dizer que ele impediu o seu próprio Estado e as milhares de pessoas trabalhadoras do interior de receberem estes recursos?

- Exatamente o que ocorreu! O organizador do círculo de palestras, é você próprio, porém em sua segunda vida após esta que vives no momento. Você entregou pessoalmente ao Governador o convite para participar do evento de sua

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iniciativa através da Academia Roraimense de Letras. Todavia, o que fez o Governador ? - reuniu em seu gabinete os prefeitos do interior e publicamente ofereceu vinte mil reais para cada um deles, para seus municípios.

- Eles certamente não aceitaram a oferta de vinte mil contra quinze milhões de dólares para projetos que beneficiariam a população de seus municípios.

- Sim, aceitaram, e isto representou um prejuízo ao desenvolvimento e ampliação do “stander” médio de vida de todo um Estado, em especial, ao povo sofrido dos municípios interioranos.

- Então naquela época havia homens irresponsáveis dirigindo a vida pública.

- Somente despreparados Roberto! Homens e também mulheres. Essa mesma Academia depois disto, foi alvo de perseguições por parte de familiares deste mesmo Governador. Já outro Governador, tremendamente comprometido com a vida, tanto do homem do campo quanto com os homens de racionalidade voltada para a intelectualidade, pesquisadores e literatos, construiu um prédio destinando quatro salas para esta instituição, Academia, colocou até mesmo o nome do prédio “Nenê Macaggi” em homenagem a escritora francesa, radicada em Roraima, fundadora da Academia. Este Governador era bastante comprometido não só com seu tempo, como com a própria história futura da humanidade.

- E o que fizeram mais contra a Academia?

- O Governo sucessor a este último, era marcado pelo nepotismo. Parentes, cunhadas e toda a sorte de amigos. Assim, uma cunhada sua, irmã de sua esposa, infelizmente, para agradar ao Governador, após ser, por parentesco, nomeada diretora de cultura do Estado, resolveu, deliberadamente, tirar as salas pelo Governador anterior ofertadas à Academia.

- Isto deve ter dificultado o trabalho da Academia Roraimense de Letras...

- dificultado e obstacularizado, o trabalho daquela instituição. Todavia, essa diretora passaria quase desapercebida por àquele departamento. Pouco, ou quase nada fez em prol da cultura de Roraima. Em sua época, esse governo foi marcado também por grandes desvios de recursos públicos – muitas eram as acusações abertas na mídia. Isto ocorria, diante aos olhos de uma justiça também em transição, comprometida sobretudo com a manutenção do poder e “status” pessoal, individual. Juízes capazes de negar a pedidos básicos e elementares de direito público como um pedido de busca e apreensão de, por exemplo, um livro ata de convenções partidárias onde, no dia da convenção, candidatos tiveram seus nomes aprovados para concorrerem à Câmara Federal, e no dia seguinte às convenções, uma outra ata aparecera, escrita na calada da noite.

- Nada de direitos!

- direitos mínimos de cidadania obedecendo a ideais democráticos não eram respeitados. Um dos juizes, Serôdio - Lupegueira, com patente falta de capacidade ao cargo de Desembargador. Já que pela capacidade postulatória, tamanha era a clareza do pedido pelo subscritor da inicial, fulcrado, fundamentado e irrefutavelmente embasado na Lei Eleitoral;

- pedido individual de registro de candidatura. Antes de Lupegueira, o também juiz, para a má distribuição da justiça em Roraima, Umbxeira, negou a um pedido de busca e apreensão de um livro atas, quando irrefutável era a necessidade do mesmo para a comprovação do pleito do postulante a Deputado Federal.

- Pobres e ignorantes distribuidores da Justiça. O que se esperar da população?

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Em que ano estou doutor Derivi?

- Nos encontramos no ano de 3020 e você recebeu por cirurgia psicosugestiva, através de modernas técnicas de Psicanálise Clínica, elementos de conhecimento que irão ajudá-lo a salvar a vida de Débora, lá em seu tempo natural, em 1440. Você nada irá lembrar, a não ser dos conhecimentos clínicos. Também, em sua mente, houve a implantação de técnicas para dirigir um automóvel.

- O que é automóvel?

- Automóvel é um veículo, como as carruagens de seu tempo, só que não são movidas por cavalos e sim por força motora de combustão de líquido inflamável.

- E o que devo fazer?

- Você tão somente reagirá naturalmente e fará o aproveitamento máximo destes conhecimentos. Siga os “recados inteligentes” que chegarão a sua razão. Eles encontram-se armazenados em potenciais autônomos de reação espontânea em seu interior. Naturalmente, sem que você se esforce, um a um serão pinçados aos níveis de consciência e excelência de necessidades à medida em que as situações assim o exigirem.

O Dr. Derivi convida Roberto e juntos observam por um monitor Débora caída e Roberto ao seu lado.

- Agora Roberto, dentro em pouco, você retornará para lá e saberá o que fazer. Em seu cérebro estão todos os conhecimentos clínicos que levarão Débora à vida. Os conhecimentos que implantamos em você vêm da Universidad de Castilla, o professor Luiz L. D. M. Olmos, nos ajudou muito. São conhecimentos que em seu tempo não existem ainda. Você, dentro em pouco irá utilizar-se de todos eles, pois, Débora, no caminho para o hospital, sofrerá uma parada cárdio-respiratória. Também, no hospital, alguns dispositivos serão por nós propiciados, de tal forma, que lá dentro, ainda que em seu tempo, 1440, existirão recursos e tecnologias mais atualizadas. Os médicos serão preparados por nós para receber Débora e recuperá-la. Fique tranqüilo.

O Dr. Derivi e Roberto assistem juntos o momento em que um automóvel é transportado no tempo, indo parar frente a casa onde se realiza a festa da maçonaria, no interior de Toledo/España.

-Este procedimento e necessidade do teletransporte do automóvel é para que o tempo, entre onde se encontra Débora e o hospital, seja abreviado. Nós podemos quase tudo. Todavia, não podemos salvar Débora daqui onde estamos. Tão somente oferecemos ao seu tempo as tecnologias e conhecimentos para que vocês interajam com a maior eficácia possível. Estamos sempre fazendo isto, vocês são alimentados em pensamentos, contudo, desconhecem a origem.

O Dr. Derivi aponta com a mão em direção ao Portal do Milênio, para onde Roberto deverá dirigir-se para regressar ao seu tempo. Roberto entende e despede-se do Dr. Derivi com um pequeno sorriso.

Toledo/España

1440

Roberto, sem lembrar de nada, desesperado, ergue em seus braços a linda garota,

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corre com dificuldade, pelo peso da jovem. Desce as escadas, atravessa a sala meio aos convidados que ali permaneciam. Alcança a porta e em segundos, já no interior do automóvel, olha firmemente nos olhos de Osmar que da porta contempla o desespero e aflição de Roberto. Todos os convidados ficam perplexos ao ouvirem o som do motor do automóvel. Maior é a perplexidade ao verem a velocidade com que Roberto e Débora desaparecem. Juntos, vão até onde se encontrava o veículo, olham e tocam as marcas deixadas pelos pneus. Ainda conseguem ver, ao longe, uma pequena nuvem de poeira em movimento. Os comentários são os mais variados:

- entraram em uma nuvem que os conduziu;

- era um raio, fogos saiam por todos os lados.

O automóvel ao sair, provoca algumas explosões de descarga com eliminação de combustível não queimados nas câmaras de combustão.

Roberto desloca-se em velocidade à cidade mais próxima, já que a casa ficava bastante afastada da sede da pequena cidade de Toledo, próxima a Madri na Espanha.

Após andar uns três minutos encosta o carro e arranca a camisa, rasgando-a em tiras coloca-as em torno dos pulsos de Débora. Ela, ainda respirando, com dificuldade, murmura o nome de Roberto.

Roberto controla o volante com uma das mãos e com a outra, em um gritante contraste de necessidade, busca a sensibilidade do tato para sentir a pulsação de Débora. Observa não haver pulso. Novamente para o carro e confirma que Débora está sofrendo uma parada cárdio-respiratória. Lança mão de todos os seus conhecimentos clínicos adquiridos da universidad de Castilla, quando cursara clínica geral, ainda que por segundos, quando da cirurgia com implante técnico-psico Assim, através de respiração boca-a-boca e massagens cardíacas, faz Débora voltar à vida. Roberto beija Débora pela primeira vez e promete salvá-la. Imediatamente mais uma vez coloca seu carro em alta velocidade em direção ao hospital de Toledo.

Roraima/Brasil

3020

Uma equipe de médicos e enfermeiros encontram-se no Portal do Milênio, com uma série de equipamentos, prontos para retornarem a seu tempo.

Dr. Derivi:

- Vocês não lembrarão de nada!

O Dr. Derivi sinaliza para um técnico que aperta um botão de computador e os médicos e equipamentos desaparecem.

Toledo/España

1440

Em frente ao hospital de pronto socorro na ciudad de Toledo, Roberto abandona o

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carro com Débora nos braços, deixando portas abertas e o motor ligado. Com gritos fortes e decisivos manda que se abram as portas, que providenciem oxigênio, que façam de imediato exame de sangue na jovem para a identificação de doadores.

Uma pequena multidão aproxima-se do automóvel. Um dos curiosos aperta no botão que aciona o fechamento do vidro, gritos e desespero ganham maior intensidade por, simultaneamente, a buzina ser acionada por outro, juntamente com o alarme anti-roubo, disparado por um menino ao apertar o botão do porta-malas.

Em poucos minutos a equipe médica chefiada pelo Dr. Rômulo confirma ser do tipo A positivo o sangue de Débora. Roberto meio ao ar de tristeza deixa sair um sorriso de felicidade; - é o mesmo meu, eu posso doar!

Em movimentos rápidos, termina de livrar-se do que sobrara da camisa, já perguntando onde se deitar para proceder a doação.

Segundos depois, Roberto e Débora encontravam-se deitados em leitos, lado a lado, ligados por uma pequena mangueira de poucos milímetros de diâmetro, destinada a alimentar de sangue a jovem que entrava decisivamente na história da monótona vida de Roberto.

Do lado dos leitos, em pé, Carlos e Danilo apreciam aquele novo momento de Roberto, perplexos diante do súbito acontecimento, com a velocidade como tudo se processara.

Roraima/Brasil

3020

Dr. Derivi

- voltem um pouco, quero ver a infância de Carlos, Roberto e Danilo.

- Sim senhor!

Carlos e Roberto, nascidos em Córdoba, España, tiveram seus destinos unidos ao de Danilo por movimentos dos pais. Carlos e Roberto, irmãos, com poucos anos de idade deixaram a cidade interiorana onde nasceram para, por destino, conhecerem Danilo, em Madrid, originário de Coimbra em Portugal, amigo de Cristóbal Colón de Carvajal. Jovem que adorava fazer miniaturas de caravelas e guardava consigo um grande sonho, o de atravessar o mar oceano. Todos, filhos de pais maçons. Logo, irmãos, confrades pela ordem de Malta.

Vizinhos, Carlos, Roberto e Danilo passaram a infância juntos. Famílias tradicionais, Carlos e Roberto herdaram o sobrenome Carabajal, seu Pai, Fernando Olegário, líder intelectual das ações de Castilla, Rei da España. Olegário era Grão Mestre Maçon, amigo do visconde de Albuquerque, de Coimbra em Portugal, pai de Danilo.

Pela confraria secreta dos pais, independentemente da rivalidade entre os dois países, pela busca e conquista dos mares, eles, os jovens, passaram a viver como irmãos.

O Visconde de Albuquerque, aos dez anos de Danilo, deixa Portugal, sendo recebido na España como homem digno pela ação corajosa de renunciar ao título de Visconde por ideais políticos.

A maçonaria, egrégore dos pensadores da época, propiciava aos filhos, encontros de

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estudos iniciáticos. Daí, a forte união dos três jovens que, além de irmãos maçons, eram irmãos em ideais e pensamentos.

Toledo/España

14 de maio de 1440

No Pronto Socorro

Após cinco horas, Débora abre os olhos e observa estar ao seu lado Roberto que, cansado, vencido pelo sono, dormia enquanto seu sangue, lentamente, revitaliza Débora.

Como que por encanto e pensamentos, Débora desperta Roberto. Ao acordar, olha imediatamente para a linda jovem que também o fitava. Com os olhares fixos, ambos testemunham aquele momento. Nenhuma palavra, nenhum som, apenas o mergulho ao extremo de seus interiores, deixando que o silêncio falasse o que palavra alguma poderia expressar. O amor, a paixão, o desejo sincero, era somente o que habitava em suas mentes.

Débora, repentinamente, começa a apresentar uma série de contrações musculares, os olhos turvam-se...tenta falar, não consegue...começa a debater-se como se faltando ar...Roberto procura com os olhos alguém para auxiliar. Carlos e Danilo, próximo dali, conversavam aliviados por pensarem tudo estar sob controle. Tomam água e relembram momentos de suas infâncias. Tomavam água, pois, era o único elemento de quantidades livres aconselhado pelos médicos aos confrades maçons.

Débora e Roberto

Nisto, enquanto meio ao desespero de Roberto, Débora consegue, com esforço ímpar, dizer algumas poucas palavras;

- Nós viemos neste mundo para sermos plenamente felizes. Para nos realizar como criaturas criadoras. Sinto-me totalmente completa e realizado por haver te conhecido.

- Se nosso objetivo é a felicidade, seja forte, viva, me ame, permita-me a felicidade. Agora não fale, você precisa descansar.

- Sinto que vou morrer, mas prometo que em minha próxima vida vou te encontrar, contigo viver e te amar...

Débora, embora pobre materialmente, perdeu seus pais em um acidente, quando com três anos, foi encontrada, por uma expedição de desbravadores na ilha de Barbados, de domínio Español.

Continua Débora:

- Em minha infância meus pais participavam de festas como aquela, tenho vaga lembranças de ambientes como aqueles, de minha mãe e meu pai dançando, fazendo muitos giros, ambos de luvas...porém, morreram em uma expedição nos mares que banham a España, foram saqueados por piratas...Roberto...estou sentindo que minhas forças estão acabando.

Roberto a ouve pacientemente

Continua Débora; - meu pai falava que em algum lugar do ocidente, haverá uma terra em que por volta do ano dois mil, povos de todos os lugares e raças irão por terra, ar e água, para fundarem uma nova civilização.

Roberto que, criado na maçonaria, sabedor dos seus fins maiores, concorda com as

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palavras da jovem.

Débora; - Papai dizia que o poder do mundo está deslocando-se desde ha muito, do oriente para o ocidente. Lembro-me, dizia ele, que em dado momento, ha muitos anos atrás, o poder do mundo esteve nas mãos dos fenícios, depois, deslocou-se para o Baixo Egito, Alto Egito, hoje, encontra-se em nossas mãos aqui na Europa. Dessa forma, dizia ele, que a continuar nesta trajetória” Norte/Sul, um dia o mundo será dominado por povos que ainda desconhecemos, habitantes de grandes continentes ainda não descoberto, que encontram-se ao sul, além do grande mar oceano. Esses povos,, no futuro, deverão dominar o mundo, não como hoje, mas pela inteligência, não pela força e poder. Um grande e belo país, do tamanho de um continente, será o berço dessa nova civilização. O novo mundo, dizia ele. O país de Ofir, a terra prometida.

Roberto, enquanto Débora fala, lembra de seu pai, Grão Mestre, membro da Academia Internacional Maçônica de Letras...dizia seu pai, Olegário, que sua missão, assim como a de todos os maçons, era muito importante, pois, traziam eles uma mensagem da antiga civilização para a futura civilização. O velho explicava que esta mensagem era carregada como que por um índio em uma floresta. Assim, com seus irmãos, participavam de rituais secretos, mas, como um índio carregando uma mensagem de um pensador para outro. Só o que sabiam era repetir a mensagem, o “rito maçônico”, sem, contudo, saber decodificar seu significado. Esperavam, assim como um índio, encontrar alguém que soubesse interpretar as palavras decoradas “ritos maçônicos”. Cumprindo, mesmo sem saber, o significado da missão maior – ligar, religar ( religare, do latin ) o homem a sua origem primeira, voltar a essência, tornando a vida eterna.

O Religare do Latin, que significa religião, é a máxima das ciências, quando as tecnologias são maximizadas e o religamento pode ser controlado, como o Dr. Derivi está procedendo, tentando permitir que Débora viva para, junto de Roberto, colocarem sua pureza a serviço da humanidade.

Não sabia Débora que as palavras de seu pai, eram tão bem aceitas por Roberto que, iniciado por seu pai, as interpretava, fazendo um elo de ligação importante de suas buscas pessoais.

Roberto cada vez convencia-se mais de ser Débora a mulher de seus sonhos.

Débora; - Meu pai dizia que na pirâmide de Keopps no Egito tem mensagens importantes a serem ligadas com outras sucessivas até a decodificação pela união de todos os elos. Sendo que neste lugar ainda não descoberto do ocidente, em uma grande pedra, algumas mensagens foram escritas, inclusive nela consta o símbolo de um elemento químico, letal à vida humana, sinalizando o perigo quando for descoberta, pois este gás encontra-se em toda a extensão de um grande túnel natural que liga grandes extensões de terras. É uma grande pedra pintada. Ele dizia-me em histórias, como contos de fadas, que somente os verdadeiros herdeiros do trono de Davi e Cristo saberiam decodificar tais mensagens.

Roberto, sabedor que nada acontece ao acaso, via aquele momento como que propiciado pelos Deuses.

A jovem e linda mulher parecia estar cumprindo sua missão, entregando a mensagem a qual considerava a coisa mais importante dita por seu pai. Tudo indicava, haver sido seu pai, um grande líder maçônico. Isto, deduzido por Roberto, pela profundidade do conteúdo.

Débora como que se despedindo;

- Lá, neste lugar, haveremos de viver em algum momento, onde reencontrarei não apenas você, mas também meu pai. Assim ele me prometeu, eu acreditei, e por isso, prometo também para você.

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Neste momento, um médico, demonstrando profundo transtorno e apavoramento abre a porta, acompanhado de Carlos e Danilo. Dirige-se a Roberto e lhe diz...

- Senhor, ouve um erro! O sangue da jovem foi interpretado mal.

Antes que o médico acabasse de falar, Roberto olha para Débora que, lentamente fecha os olhos para não mais abri-los. Pelo menos naquela época (encarnação) conforme ela creia.

Roraima/Brasil

3020

O Dr. Derivi e seus assistentes estão fazendo investigações de tempo em 1633, quando Galileu é chamado frente a inquisição para negar as teorias heliocêntricas.

Dr. Derivi:

- Olá Galileu, eu sou o Dr. Derivi e esta é a minha equipe de trabalho.

Galileu, tremendamente curioso, caminha sem falar entre os computadores. Em cada computador processa-se um tempo histórico diferente. Fica detidamente observando em um dos computadores o ano de 1930.

Na tela do computador ...

Vaticano

1933

Papa Pio XII conversa com um Cardeal:

- Mesius, promova política eficaz e imediata à dissolver o Partido Católico Central na Alemãnha.

- Santidade! O Partido Católico Central na Alemanha é o único capaz de deter Hitler que se candidatou a Chanceler.

- Faça tão somente o que estou ordenando, não questione a vontade de Deus. Acordei com Hitler dissolver o partido. Ele, em contrapartida irá promover uma política contra os judeus e nos entregará o comando religioso em toda a Alemanha.

- Sim Santidade!

O Dr. Derivi chama atenção de Galileo para outro monitor.

Vaticano

1633

Papa e um Cardeal:

Papa:

- Que a inquisição dê a Galileo a mesma sorte de Giordano Bruno. Caso ele negue sua blasfêmia, poupem-lhe a vida. Mas que seja público, para todos ouvirem, servindo de exemplo.

O Dr. Derivi toca o ombro de Galileo e com o dedo aponta para outro monitor onde Galileo, de joelhos, nega suas teoria.

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Dr. Derivi:

- Entretanto Galileo, Copérnico em 1533, Giordano Bruno e você, são os detentores da razão. A Terra gira em torno do sol. Você acertou em negar, assegurando viver.

- Galileo: Epur si muovel. (E contudo ela se move). A justiça sistemica sempre anda um passo atrás dos pensadores e escritores.

O Dr. Derivi convida Galileu para dirigir-se ao Portal do Milênio onde será reconduzido ao seu tempo.

O Dr. Derivi toca em uma tecla do computador.

Toledo/España

1440

No hospital, após a notícia do erro médico.

Roberto sem protestar, levanta-se, arrancando a agulha do braço. Exclama;

- Choque anafilático. Erros médicos...erros médicos...erros médicos...em qualquer esquina, de qualquer bairro, de qualquer cidade, no mundo inteiro, qualquer pessoa sabe de pelo menos um erro médico...até quando? Esse código de ética médico encobre tudo. Nenhum médico assina em testemunho ao erro de outro...é como uma máfia que mata e nada lhes acontece...Se eu pudesse dizer ao menos para todo o mundo que coloquem um pé atrás sempre que um médico disser algo. O pior é que não têm humildade para dizer não sei...querem impor suas receitas e medicações alopáticas, drogas químicas que tão somente dividem o foco infeccioso, mascarando a enfermidade. Depois, com o tempo, ela volta multiplicada, em diversas frentes, e cada vez mais resistente a essas drogas. Assim se dá a generalização infecciosa, através dos males alopáticos. A medicina chama isto de “infecção generalizada” todavia, não é capaz de admitir ser esta generalização o produto médico químico. O resultado de tratamentos com médicos e suas drogas, em diversos momentos de nossas vidas. Dispositivos haverão de ser institucionalizados para arrefecer os males médicos.

Roberto, antes de deixar a sala, pede ao irmão e ao amigo;

- Carlos, Danilo, por favor, processem este hospital, vocês são testemunhos do que houve aqui. Se todos nós processarmos os médicos pelos seus erros, certamente diminuiremos esses absurdos de erros diários que ocorrem em todo o mundo.

Carlos e Danilo se olham um para o outro, desconhecendo o pedido de Roberto, pois, processo ainda não tinha os valores estabelecidos naquele tempo. Contudo, entendem que devem levar a Suprema Corte de Bragança o erro da equipe médica.

Frente a Suprema Corte, ninguém soube ao menos entender o que ocorrera naquele hospital.

Os juízes:

- Transfusão de sangue!

- Sangue tipo A Positivo!

- Choque anafilático!

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- Código de ética médico.

Roraima/Brasil

3020

O Dr. Derivi observa surpreso seu fracasso na tentativa de salvar Débora;

- Previmos e evitamos a morte da jovem quando da parada cárdio-respiratória. Não imaginava que pudesse ocorrer este lapso de leitura sanguínea! Afinal, existirá esse fatalismo? Sempre que pensamos ter o domínio de uma situação, outra pega-nos de surpresa. Nunca conseguimos efetivamente vencer a morte. Esta jovem, por exemplo, é forte e tudo parecia encontrar-se sob controle... Por mais que nos esforcemos, na realidade, um outro ser parece ter a gerência de tudo. Nossas tecnologias, por mais avançadas, parecem sempre estarem em estágios iniciais. Como se fossem apenas um elo em um imenso e infinito conjunto dependente do elo anterior...mas, esse elo, leva-nos a um elo imediatamente seguinte, nunca ao todo. Esse conjunto de elos, são múltiplos e aparentemente infinitos. Direcionem os monitores para ...

Toledo

1440

Dois dias após a morte de Débora.

Roberto tenta casar-se oficialmente com a jovem, mas o conservadorismo da Igreja e do Reinado, não o permitem. De joelhos, ao lado do corpo embalsamado, na presença de amigos íntimos, Roberto jura jamais amar outra mulher, até reencontrar Débora, em busca que naquele exato momento iniciar-se-ia em sucessivas encarnações, especialmente disse ele, por volta do ano dois mil, em um país, pelo que parece, a ser descoberto, em direção ao sul, além do mar oceano.

Revoltado com a Igreja e o reino, consciente que para reencontrar Débora deveria, próximo ao ano dois mil, estar neste lugar do ocidente, une-se a “Esquadra de Conquistas de Castilla- ECC, auxiliando no que podia para serem conquistadas novas terras, que possivelmente existiriam além dos oceanos, sempre em direção sul.

Albuquerque, vendo o aflito do amigo, resolve auxiliá-lo em seus sonhos e mantém contato com amigos de seu pai em Portugal, de onde soube do grande sonho de um jovem, filho de nobres, com quatorze anos, que se preparava, a cada dia, para, por volta dos sessenta anos, fazer uma expedição em busca das terras do sul. O jovem Português era preparado por seu pai, também Grão Mestre, Confrade do Visconde de Albuquerque e do Conde de Carabajal.

O jovem de quatorze anos, amigo de Colón de Carvajal, criados juntos, soube do apoio de Roberto de Carabajal, de onde, com recursos espanhóis, Cristóbal Colón de Carvajal passa a receber recursos diretamente de Roberto, para a construção das Caravelas e preparação do pessoal que acompanhariam a expedição.

Cristóbal Colón, ainda muito novo, lentamente dá forma a cada detalhe de suas miniaturas de caravelas. Chamou-as de Santa Maria, Pinta e Nina. Assim, Roberto sonha com o dia em que aquelas miniaturas ganhariam forma e, sobretudo, para ele, que seriam capaz de leva-lo ao local do renascimento de Débora. Sabia ele que deveria morrer para

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nascer próximo ao ano dois mil, para conseguir criar as condições mínimas à materialização do grande sonho. Por isso seu esforço em colocar seu próprio corpo além do mar oceano, nesta nova terra pelo pai de Débora falada, também constante nos sonhos de Cristóbal.

Tudo isto ocorreu de forma secreta, pois o Rei da España o proibira de buscar novas terras, usando a Coroa (símbolo do reino espanhol). Também a Igreja ao saber de suas pretensões, fez restrições quanto constar a Tiara (símbolo da Igreja) em uma expedição em busca de alguém que renasceria. Só restando a Roberto, recorrer à Maçonaria. Esta, abriu-lhe as portas, autorizando a utilização da Cruz de Malta, símbolo de uma das ordens crísticas, adotado pela maçonaria.

Roberto deixa a España, renuncia todos os seus títulos.

Roberto parte para a França, alojando-se em casa de amigos, Edgar Hudson, filho também de pai maçon. Nice, uma pequena cidade ao sul da França. Roberto e Hudson continuam em contato estreito com Cristóbal, que a cada dia transformava seus brinquedinhos em gigantescas embarcações.

Dezoito anos se passara desde de a morte de Débora.

Manoela Cacilda, Mãe de Hudson e Neuza Tânia, vivia também em Nice. O Conselheiro do trono francês, Zocar Pierre, esposo de Manoela, é irmão maçon dos pais de Roberto e Cristóbal.

Na França, Roberto encontra uma nova família, mas repentinamente, vítima de uma infecção pulmonar, falece. Isto em 1489.

3020

Boa Vista/Roraima

Brasil

Dr. Derivi:

- Algumas coisas, ou melhor, tudo parece ter uma fatalidade, um determinismo. Como se uma lei, efetivamente superior, coloque-se entre o que sabemos, fazendo-nos sempre concluir que tão somente pensávamos saber.

Avancem no tempo acompanhando a energia vital de Roberto de Carabajal. Não, direcionem e enfoquem o tempo sobre Cristóbal Colón de Carvajal, em 1497.

********

No ano de 1497, Cristóbal Colón de Carvajal, com sessenta e cinco anos parte para sua grande jornada rumo a terra prometida. Como a Expedição fora financiada quase que totalmente por Roberto, Colón decide não colocar nas velas das Caravelas o símbolo nem do Reinado Português nem tampouco da Igreja que era comum, ou a coroa ou a tiara. Colón optou pelo símbolo de uma das ordens maçônicas, a Cruz de Malta. A última parte dos custos da expedição de Colón foi financiada pelo reino espanhol, custando dez milhões de ducados, ofertados pela Princesa Isabel de Castilla, a pedido do chefe das armas de Castilla, primo irmão de Roberto, conhecido tão somente por Carvajal. Carvajal acompanha Colón em sua expedição. Após pararem na ilha de São Domingues, alcançam terra firme. Batizam de Cumaná a primeira cidade da América. Tanto a cidade de Cumaná, na Venezuela, como a família Carabajal, são declaradas por Colón como primogênitas da América.

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Dr. Derivi:

- Tentem captar a energia vital de Roberto e concentrem esforços para manter os computadores sob esta energia, quero acompanhar o renascimento de Roberto.

- Consegui senhor!

- Abra a tela.

Leon/España

1880

Na ciudad de León, España, nasce Mário Rosso de Luna, em 1880. Com dezesseis anos publica seu primeiro livro, perfazendo aos quarenta anos um total de quarenta livros publicados.

Pensador, célebre na arte de escrever, Rosso de Luna faz a biografia de Helena Petrovna de Hanffadef de Blavatsk, ex-princesa Russa. Deixou ela o trono para dedicar-se a pesquisa e a escrita. Escreveu Helena, “A Doutrina Secreta”. Sua procura e leitura só é superada pela Bíblia, em todo o mundo. A Doutrina Secreta é uma síntese de filosofia, ciência e religião.

A busca de Rosso de Luna o levou à fantásticas descobertas sobre o conhecimento das leis que regem o universo, bem como a auto-descoberta, ao ponto de descobrir-se como sucessor de Roberto de Carabajal.

Roberto, agora Rosso de Luna, com leve consciência de sua vida anterior, mantém a mesma constância de Roberto, crente de em algum lugar do ocidente, por volta do ano dois mil, em um pequeno lugar ao norte do continente descoberto por Colón, encontraria não só Débora, mas se reencontraria com sua própria trajetória, vivendo sua última encarnação, sendo um dos responsáveis pela efetiva conclusão da imensa obra de construção da Nova Civilização prometida por Moises, Cristo e tantos outros mensageiros de todos os tempos.

Acredita-se que Helena P.H.B. e Rosso de Luna, ou Roberto e Débora, já se encontravam em sucessivas encarnações.

Mário Rosso de Luna em 1910 não pode mais conter o ímpeto de sua predestinação iniciática e traçou um roteiro sobre o mapa do sul da Espanha, Norte da África, à legendária Mauritânia, sob a alçada da linha hierárquica dos Mouros, e assim, imantado, ungido, saltou para a América Latina em peregrinação missionária como “arante da Nova Era. Obreiro da Evolução” fazendo o Périplo da América do Sul, realizando um “Giro de conferências” nas capitais em contato com algumas fraternidades.

Rosso de Luna transformou-se no maior polígono de habla castellana sintonizado com a alma da Nação Brasileira, por apresentar o Brasil, todas as características do lugar prometido. Disse Luna em solene declaração: - “Se me for dado escolher, na minha próxima reencarnação, quero nascer no Brasil”. Fez-se sócio, membro número sete da Sociedade Teosófica Brasileira.

Roraima/Brasil

3020

O Dr. Derivi propicia um encontro entre Mário Rosso de Luna e Débora.

Page 15: Mario Rosso de Luna

-Preparem-se para trazer a ambos.

-Mas senhor, eles encontram-se em épocas diferentes, somente próximo ao ano dois mil isto será possível.

-Eles serão trazidos até nosso tempo e retornarão aos seus respectivos tempos. Nós serviremos de uma espécie de ponte para eles. Tragam-nos, tenham o cuidado para que seja durante a noite, assim evitaremos sumirem diante dos seus amigos de suas épocas. Tenham o cuidado para que estejam sozinhos.

Em um compartimento especial do laboratório, em 3020...

Luna e Débora, lado a lado, toques sutis de dedos, uma linda e profunda sensação de paz. Troca de energia. Sentimento profundo. Excitação, carinho, amor, paz, alegria – vida, um sentido à existência, uma razão para viver.

- Dr. Derivi, alguém está entrando na residência de Rosso de Luna, o que faço?

- Transporte-os imediatamente de volta.

Após o encontro, ambos são transportados aos seus respectivos tempos. Ainda que toda a lembrança seja retirada durante o cinesiotransporte, Luna consegue, de tão grande amor, lembrar como se tivera sonhado.

Roberto, que agora é Luna, desperta e observa que aquela sensação era como se o inconsciente pinçando fragmentos de um passado agradável, tornando, pelo sonho, agradável a vida árdua de Roberto. Os dias de Roberto eram cheios, como pesquisador, outra coisa não fazia senão ler, escrever, voltar a pesquisar e, o mais difícil, tentar modificar prática e concretamente tudo quanto concluía como necessário à performance da vida em sua época. Assim, estudando metafísica, todas as ciências, pesquisando e levantando hipóteses e teses, têm conseguido a cada nova reencarnação, reencontrar-se com sua parte imortal, eterna. Sempre escrevendo e pesquisando, em acelerado processo psicoevolucional, ultrapassa obstáculos os mais diversos em busca da formação dos elos observáveis e concretos que demonstram sua trajetória. Deixa a cada nova reencarnação o conjunto máximo de pistas que evidenciarão o elo irrefutável quando, consigo mesmo, ou sua trajetória, vir a tocar.

Exclama Rosso de Luna:

- Os sonhos são indispensáveis à realidade! Observa que tivera mais um belo e esplendoroso sonho com Débora.

- Quisera poder sonhar todos os dias!

Luna jamais imaginaria a origem de seus sonhos, muito menos, de onde andara enquanto adormecido.

Em sua mente formou-se a imagem de um detalhe do sonho, quando, delicadamente, tirou com os dedos, um tanto trêmulos, os cabelos dos olhos de Débora. Também, quando frente a frente com ela, seus olhares se cruzaram, ficando a certeza de que se sonho ou não, havia algo de maravilhoso e muito real em tudo.

Roraima/Brasil

3020

Dr. Derivi:

- Enviem algumas imagens para sinalizar o caminho e a trajetória de Rosso de Luna. Ofereçam elementos de tal forma que ele possa concluir o caminho ao

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religare.

Os laboratórios em 3020 esforçam-se muito para colocarem de forma como se natural, uma série de elementos à balizarem a trajetória de Rosso de Luna. Utilizam-se de modernas tecnologias e conhecimentos psicanalíticos de dedução indutiva. Usam a atomicidade a partir do raio gama, imprimindo nos vegetais mensagens que sabidamente seriam eletroquimicamente transcodificados por Luna. Alguns alimentos de Luna foram quimicamente alterados nos níveis de ligação moleculares, o que provocaria, quando da alimentação, leituras e transcodificações para os fins que o grupo de cientistas trabalhava.

Porto Alegre/RS

1915

Débora aparece para Mário Rosso de Luna

Duas horas da manhã, Roso de Luna trabalha em um de seus livros. Está escrevendo um romance onde Débora é sua personagem principal. Cansado, debruça-se sobre a mesa. Em dado momento, sente algo diferente que o faz despertar. Vai para a frente do espelho e fita-se detidamente. Com os olhos fixos no espelho, sua imagem começa a distorcer-se. Tem dúvida se é cansaço ou uma ilusão psicosugestiva. Lava o rosto e volta a olhar-se, mais uma vez a imagem se distorce. Vai até a sala e olha-se em outro espelho. A imagem que vê é a imagem de Roberto. Em determinado momento, após alguns segundos, vê ao lado de Roberto, a imagem de Débora, com vestes de militar, em uma das mãos, o símbolo da farmácia, em outra, duas estrelas, e no centro de cada uma, um “erre” ®. Ele, por desenvolver pesquisas avançadas, muito à frente de sua época, sobre genética, admite poder ser alguma informação armazenada cromossomicamente e, por primogenitura, haver herdado tal conjunto geneticamente em cadeia sucessória.

Após algumas horas, depois de haver dormido, detém-se em lembrar das imagens dos espelhos. Lembra que no bolso da camisa de Roberto, havia uma Pequena sigla, RR. Muito se esforçou em decodificar o que significaria aqueles dois erres juntos.

- Por que erres maiúsculos e duas estrelas?

- Por que a imagem daquela gigantesca pedra pintada, atrás de Débora e o símbolo da farmácia em uma de suas mãos?.

- Quem são esses afinal? Militar?

- Por que e de onde penso que o nome daquela jovem é Débora? Porque não Nice, Bernadete...afinal, o que significa a letra “R”.

Três dias depois, Luna encontra na rua um pequeno papel que por força do vento é lançado em seu peito, ali ficando até ser por ele notado e lido.

“Guaíba e Branco”

“Rio Grande do Sul / Roraima – 2001 – Débora.

Dessa forma, Luna observa estar indo na direção certa. – Mas, o que significa os nomes dos “Rios” Guaíba e Branco? Que enigma? Encontrarei algum dia a resposta?

“Necessito chegar até este lugar entre 2000 e 2001.

Em uma conferência em Buenos Aires, Luna diz em bom tom de voz.

“Se me for dado a escolher, em minha próxima vida quero nascer no Brasil”

Luna falece aos setenta e quatro anos.

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Dr. Derivi:

-Concentrem todos os esforços em acompanhar a energia vital de Luna, vamos tentar conhecer o céu.

- Ótimo doutor! Olhe, estou conseguindo...veja doutor Derivi...

- Mantenha-no consciente...realmente! É muito lindo!

Em um dos monitores...

Meio a nuvens e um forte brilho, Luna observa-se com um corpo imaterial, flutuando.

Uma voz suave lhe diz:

-Luna, por favor, dirija-se ao setor leste.

Ele observa uma indicação com as letras “SL”.

Alguns outros “como ele” também dirigem-se a esta ala.

Enquanto aguarda, pergunta a quem está a sua frente:

- O que é isto, para onde leva?

- Se eu soubesse...

- Nós estamos mortos?

- Morto fala e vê como nós?

- Talvez...estou confuso...

- Só você?

Neste momento Luna observa um grupo de jovens, muito jovens, sorrindo e dirigindo-se para a indicação “SN”. Rapidamente acredita que aqueles jovens estão prontos para renascer e pelo N na indicação, deverão nascer em algum lugar ao norte. Olha para os lados e sem muito pensar, corre até o grupo de jovens. Lá, disfarça de todas as formas possíveis, escondendo-se até mesmo por detrás dos garotos e.... repentinamente, um a um desaparece....em dado momento, Luna também desaparece....

Imediatamente, após todos desaparecerem, podemos observar bem nitidamente que mais ao fundo estava o SL.

Luna parara no SS.

Uma criança nasce. Pais, irmãos, enfermeiros, médicos, comemoram a chegada do menino Mário Roberto.

Um dos médicos pede licença para a mãe e corre até a sacada do quarto, no hospital, e solta alguns foguetes, tanto em comemoração ao jovem que nasce, mas principalmente por ser o dia de Nossa Senhora de Fátima. Exatamente quando ela “sua imagem” entra na pequena cidade de Bagé, no Estado do Rio Grande do Sul.

Lá está Luna...Com sua energia indevidamente canalizada, não fora prevista sua chegada...Assim, foi ele captado pela energia média dos devotos que comemoravam a chegada de Nossa Senhora de Fátima. Lá estava ele... dentro da estátua. Ao desprender um esforço enorme para sair, move os olhos da imagem. Um fiel que acompanha a procissão, observa o movimento dos olhos da estátua. O fiel limpa os olhos com as mãos e volta a concentrar sua atenção na imagem. Muitos são os movimentos dos olhos da Santa. Muitos fiéis vêem o movimento dos olhos da imagem e gritam em coro...

- Milagre! Milagre! Milagre!

Luna consegue sair. Ao observar o que ocorrera com os fiéis, devido o movimento dos

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olhos da imagem, mesmo já estando flutuando a cinco ou seis metros da estátua, resolve voltar e, com esforço, eleva a imagem a alguns centímetros da plataforma em que se encontra. Os louvores e gritos de milagre são muitos. Rosso vai além, voa até aquele primeiro fiel que meio a multidão observara os movimentos dos olhos da imagem e o levanta, fazendo-o flutuar. Todos que estão a sua volta, muitos, ajoelham-se diante do, agora, Santo amigo. Ele, o Santo, não entende o que está acontecendo. Um senhor com muletas, que acompanha a caminhada, solicita ao Santo amigo um milagre. Rosso ao ver o que criara, voa em direção ao senhor e retira-lhe as muletas, passando ele próprio a auxiliá-lo. Tamanho foi o efeito psico-sugestivo no enfermo, que ao ver-se em pé, pisou firme, com os dois pés ao chão, ergueu as mãos e gritou...estou curado! Rosso, lentamente deixa a multidão. O senhor continuou caminhando. Luna aproveita para afastar-se.

O bebê que acabara de nascer, tem uma parada cardíaca, provocando o afastamento de sua energia vital. O médico, entusiasticamente permanece na sacada, na certeza de que a Santa Padroeira de Bagé, Fátima, atenderia ao pedido da mãe. Ele já tentara tudo e nada conseguira.

Nisso, Luna é atraído pelo entusiasmo do médico que, da sacada do hospital, faz um elo e consegue canalizar sua energia vital. Ao chegar próximo à sacada, avista a criança que acaba de nascer e, sem pensar, lança-se ao interior da mesma.

Já com a visão interna do bebê, Luna observa os sorrisos dos pais, médicos e enfermeiros. Ouve e entende tudo. Nota estar com sua consciência anterior, porém, em um bebê de apenas...minutos.

Médicos e enfermeiros se abraçam e baixinho dizem; - milagre, um grande milagre de Nossa Senhora de Fátima, testemunhado por nós.

Luna:

- Se eu souber utilizar bem este aparelho corpóreo, poderei encontrar Débora por volta do ano dois mil em Roraima (...) Nossa, estou sentindo uma vontade grande de fazer xixi...como vou chegar a um banheiro?”

Luna faz um esforço tremendo, aproveitando a distração de todos...desce pelo lado do berço e depara-se com um imenso sapato, levanta lentamente a cabeça e vê algo como que infinitamente grande, o médico.

- Ora, ora, aonde está indo essa coisinha miúda...?

Luna em pensamentos suplica ir ao banheiro...

“Por favor doutor...eu quero...

Antes mesmo que conclua o pensamento o médico já está com o avental branco totalmente bordado de marrom.

Todos na sala não contém os risos.

Mário mal acabara de nascer e Neusa Tânia, sua irmã, com apenas onze anos, corre até um comércio próximo, compra uma chupeta, diz ao comerciante que depois retorna para pagar. Neusa atravessa um imenso campo e chega ao hospital de Santa Casa de Caridade. Como se ninguém a visse, passa pela portaria, ganha alguns corredores e logo está diante da porta com número sete. Agora só faltam poucos metros, abre lentamente a porta, olha todos ao seu redor e passo a passo aproxima-se de seu objetivo...lá está Neusa Tânia, colocando uma chupeta na minúscula boca de Mário Roberto. O bebê que chorava muito, imediatamente aquietou-se. Sua mãe, Manoela, sorriu para Neusa, o que significava haver tido a aprovação da mãe.

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Alguns dias depois...

Luna, só, em um quarto, já no Povo Novo, bairro de sua nova família, procura um calendário, tentando assim, identificar a época em que se encontrava.

“Nossa, 1958, tenho 42 anos, para chegar até este lugar, Roraima, ao Norte do Brasil, tentar associar estrelas e o símbolo da farmácia a uma mulher, parece loucura, mas por que vestia-se de militar?

Entram seus pais, Olegário Robaina e Manoela Cacilda, também seus irmãos, Edgar Hudson, Neusa Tânia e Carlos Reinaldo, no piso, papéis, a cidade de Pelotas circundada e um traço ligando os rios Guaíba e Branco. Todos suspiraram, sem nada entender...

Neusa: - Mãe, estas gavetas não estavam abertas!

Carlos: - Olhem para isso! - mostrando um outro mapa onde o Estado de Roraima está circundado com caneta, também uma estrela.

Hudson: - Eu tenho observado muito que sempre que essa miniatura fica só, parece passar um vendaval onde ele se encontra...ou...

Todos se olham duvidando do que estão juntos a pensar...repentinamente olham para o Bebê.

Voltam a olharem-se exclamando!

- Será possível!!!

Neusa: Carlos: Olegário ( pai ):

- Não, não pode ser!

- Não, claro que não!

- Vamos crianças; Edgar, estudar; Tânia, também estudar; Carlos, arrume algo profícuo para fazer.

Luna nesse momento, que era também Roberto e agora, Mário Roberto, dá um suspiro de alívio, todavia, Olegário, ao sair as crianças, conversa com ele.

- Meu bebezinho, não sei como você faz tudo isso, mas seja como for, você é muito esperto. Diga para o papai quantos aninhos você tem?

Luna, com a minúscula mão ergue o dedinho indicador.

Olegário observa estar frente a um fenômeno. Chega a agitar-se, demonstrando preocupação. Levanta-se, leva a mão à cabeça...

Olegário deixa o quarto.

Luna vendo-se novamente só, rapidamente inicia seu longo trabalho de rastejamento até um jornal que avista sobre uma pequena mesa de madeira ao fundo do quarto. Consegue alcançar as pernas da mesa, porém, como chegar até o jornal...

Seu pai, Olegário, não fechara totalmente a porta, e, por uma pequena fresta observa todos os movimentos de Mário...

Mário ou, Rosso de Luna, consegue ligar um ventilador de pedestal que está meio ao quarto e direcioná-lo para o jornal.

Olegário assiste curioso a tudo.

As folhas do jornal começam uma-a-uma a voar.

Mário arrasta-se até a mais próxima e consegue ler o nome da cidade onde se encontra.

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“Nossa, Bagé, Rio Grande do Sul”

Nessa mesma folha tem a participação de nascimento de Mário Roberto.

“Olegário Robaina Lopes e Manoela Cacilda Carabajal Lopes, juntamente com Edgar Hudson, Neusa Tânia e Carlos Reinaldo, comunicam o nascimento de Mário Roberto Carabajal Lopes, ocorrido às 12 horas do dia 04 de maio de 1958, no leito sete do Hospital de Santa Casa de Caridade de Bagé”

Mário, fica contente por ter uma nova família, debruçando-se sob o jornal, adormece.

Olegário, entra lentamente no quarto e com muito cuidado, coloca Mário em seu berço. Em pensamentos exclama:

“Que missão terá este embrionário projeto de ser. Nem mesmo nasceu e já está esforçando-se em busca de algo...parece que já pensa...parece ter um objetivo em tudo o que faz...”

Nisso, ao juntar as folhas de jornal espalhadas pelo quarto, observa o anúncio do nascimento de Mário...exatamente para onde Mário detivera-se em atenção.

Olegário esboça um pensamento: “Será que...”

Olegário deixa Mário em seu berço, apaga as luzes, ficando somente um “abajour” de luz fraca... a porta fica entreaberta...

Na manhã seguinte, Olegário, Cacilda, Edgar, Tânia e Carlos, procuram desesperadamente por Mário que só é encontrado pelos latidos de “boca negra” (um cão pastor), que com as duas patas dianteiras apoiadas em um tronco de árvore, late com olhar direcionado para cima, onde encontra-se Mário.

Todos correm até lá. Mário está deitado sob um galho grosso, com um galhinho fino nas mãos, luta contra um gato que insiste em alcançá-lo.

Edgar, com agilidade de dezesseis anos, salta em acrobacia de um galho para outro até chegar onde se encontram Mário e o gato. Espanta o gato e resgata o bebê.

Edgar Hudson, ao tocar o solo, é saudado por uma jovem da vizinhança que o abraça e lhe dá um beijo no rosto. Edgar e Joana, olham-se por alguns segundos...ela, baixa os olhos e corre em direção ao portão. De costas, pode-se observar os cabelos meio louros, amarrados com uma fita vermelha, um vestido xadrez até os joelhos, uma saia de armação lhe dava contorno, meias branca e um sapatinho preto.

Quando Joana atinge o portão, pára, coloca a mão sobre um dos pilares, dá uma olhadinha para trás e continua sua trajetória, porém, agora, caminhando.

Edgar, está cercado pelos seus pais e irmãos. Contentes, falam e comentam como ele conseguira saltar e salvar Mário.

Olegário, em pensamento se questiona...

“Como essa criança veio parar aqui?”

Olegário é distraído por Cacilda que convida toda a família para um café, afinal, mal haviam levantado-se.

Durante o café da família, Mário fica namorando os pães, doces e frutas...Sua mãe coloca-o no seio. Ele, mamando, não tira os olhos da mesa.

Cacilda:

“Certamente o Mário Roberto gostaria de estar tomando café junto com vocês”

Edgar, Tânia e Carlos sorriem...

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Olegário porém, pensa:

“Eu não tenho dúvidas disso”.

Por volta de quinze anos, Mário com um bom preparo físico e com uma mente privilegiada, devido a consciência total de sua trajetória, dá alguns pequenos passos em direção a jornada que mais cedo ou mais tarde, imperiosamente ocorreria. Sozinho, vai até o Rio de Janeiro, leva um mês entre sua partida e seu retorno. Ao voltar, encontrou Edgar na frente da casa. Edgar, antes mesmo que Mário iniciasse contar suas experiências, agarra-o pelo braço, coloca-o junto a uma parede e desabafa...

- você tem idéia como esteja a mãe... desde que você sumiu, ela está sob uma cama, passando mal...

Mário corre até o cômodo onde se encontra sua mãe. Ela, como toda a mãe, não o repreende. Com voz suave e serena pergunta-lhe por onde andara.

Após um pouco de conversa, Manoela Cacilda estava totalmente recuperada. Sorrisos e alegria contagiaram a casa.

Roraima/Brasil

3020

Derivi:

- Retornem ao tempo em que evitamos por diversas vezes a morte de Carlos Reinaldo.

- Sim doutor.

Os monitores enviam uma série de imagens onde Carlos Reinaldo recebera auxilio para escapar de situações fatais.

Primeiramente os monitores mostram carros totalmente batidos e Carlos saindo perfeitamente bem de seu interior. Aparece em um dos monitores, Carlos Reinado, após levar um tiro na altura da fonte, com grande hemorragia interna com formação de hematoma – a equipe do Dr. Derivi o trás até 3.020, e faz uma pequena desobstrução, permitindo esguichar o sangue como um jato, evitando o crescimento do hematoma, o que seria fatal.

Outro monitor, mostra Carlos Reinaldo no fundo de um rio, dentro de um automóvel, debatendo-se, após ser jogado por um caminhão, de cima de uma ponte, em uma ultrapassagem. Carlos recebera meio a forte poeira, sinais do caminhão, indicando poder ultrapassar. Ao fazê-lo, é surpreendido por uma estreita ponte de madeira, sem proteção lateral. Aproxima o que pode seu automóvel entre as rodas dianteira e traseira do caminhão. O automóvel fica com uma metade sobre a ponte e duas rodas totalmente no vazio, fora da ponte. O automóvel é arrastado por um gancho do caminhão que penetrara a parte superior do veículo. Quando tudo parece haver terminado, após vencer os últimos metros de ponte, um tronco robusto enterrado ao término da mesma, detém o automóvel. O caminhão segue sem prestar auxílio. Nesse momento, o carro inicia um balet pendular de oscilação entre o espaço vazio que leva ao rio e um equilíbrio sob o seu centro de gravidade. As duas rodas laterais direitas, permaneciam, devido ao “balet” do “cai e não cai” da ponte, ora tocando-a e ora suspensas no ar. Um movimento de Danilo provoca o desequilíbrio, decidindo a sorte de ambos. Já no fundo do rio, Carlos é transportado aos anos 3.020, recebendo oxigênio e uma camiseta lhe é enrolada no braço e punho direito. Ao ser transportado ao seu tempo, lúcido e psicosugestivamente preparado para enfrentar a adversidade, com um “soco”, quebra o pára-brisas do veículo, conseguindo sair. Nada

Page 22: Mario Rosso de Luna

desesperadamente até atingir a superfície. Novamente Carlos é trazido ao ano 3.020, onde é preparado para a situação imediatamente posterior. Quando teletransportado novamente ao seu tempo, inspira profundamente e lança-se em um profundo mergulho até alcançar o interior do veículo. Lá, com a metade do corpo no interior do automóvel submerso, consegue ver o amigo que debatia-se já sem nenhuma racionalidade buscando uma saída. Carlos, nesse momento, consegue pegar Danilo pelos cabelos, passando-o pelo buraco aberto no pára-brisas. Assim, Carlos consegue levar Danilo até a superfície, salvando a sua vida.

Um outro monitor mostra Carlos Reinaldo dentro de outro veículo completamente em chamas quando em sua travessia da floresta amazônica, ao cruzar o Brasil de ponta-a-ponta, de onde teorizou sobre os maiores extremos no Brasil, deixando de validar o termo “do Iapoque ao Chuí” para passar a utilizar “ do Caburaí ao Chuí”, para logo em seguida, começar a ser seguido por muitos pesquisadores. Carlos é retirado de dentro do automóvel em chamas e recolocado segundos antes de sua explosão, assim, psicosugestivamente preparado em 3.020, consegue deixar o veículo segundos antes de explodir, entrando em baixo do veículo e arrancando os fios que já iniciavam o que seria também fatal para Carlos Reinaldo. Sofre pequenas queimaduras, contudo, a equipe do Dr. Derivi obteve sucesso.

Em um outro monitor, Carlos Reinaldo salta de pára-quedas. Em três ocasiões a equipe de 3.020 teve de interferir. A primeira, Carlos recebia, de terra, orientação para inclinar seu pára-quedas, buscando atingir um local programado, todavia, isto seria fatal, pois Carlos não venceria ultrapassar a um campo de energia elétrica. Carlos, em 3.020, recebe a devida orientação. Assim, inclina o seu pára-quedas para o lado contrário ao dá orientação, conseguindo uma aterragem, ainda que meio ao mato, mas com segurança. Na segunda vez, foi enviado um integrante da equipe do Dr. Derivi minutos antes de Carlos Reinaldo saltar, orientando-o, na pessoa de seu irmão, para não saltar para o alto, ao despreender-se do avião, evitando um choque que em 3.020, fora observado, contra a parte inferior da asa traseira. E a outra vez, quando Carlos Reinaldo choca-se contra a rede de fios da rede elétrica que circundam o campo de aterragem do aéro-club de Boa Vista em Roraima. Carlos, recebeu um balizador, também na pessoa de seu irmão, colocado pela equipe de 3.020, para que, sem modificar em muito a trajetória de Carlos Reinaldo, desde a saída do avião, fosse possibilitado escapar a tragédia. Com o balizamento em terra, sem que Carlos tivesse qualquer lembrança do momento imediatamente anterior, foi possível erguer as pernas o suficiente para evitar a fatalidade. Em outro momento, após algumas investigações de Carlos, sobre um grupo de uma seguradora, em Roraima, Carlos escapa de ser assassinado por agentes da corregedoria da polícia civil de São Paulo que se encontravam oferecendo curso aos policiais civis de Roraima. Carlos é novamente trazido até 3.020 e retransportado segundos antes de ser atingido. Um pequeno arbusto é colocado em sua frente e uma pequena nuvens teleobscurecedora é colocada entre onde Carlos encontrava-se e as dezenas de policiais que, com armas, o procuravam. Carlos é transportado a casa laboratorial em 3.020.

Na casa em 3.020, como se fosse de um militar, Carlos recebe toda a orientação para como passar meio aos policiais. Corta rapidamente o cabelo, veste-se como militar, raspa o bigode e a barba... para, só então, ser reconduzido ao seu tempo.

Derivi solicita aos demais cientistas para avançarem, e captar outro momento onde Carlos é visitado em um hospital por uma jóvem cientista no meio da noite. Ela, vestia branco, e ao abrir a porta do quarto, ainda suspensa, flutuando, de onde encontrava-se Carlos Reinaldo, levou consigo uma grande quantidade de ar cinergéticomolecular dos anos 3.040, que, por si só, responde pela cura de diversas enfermidades. Carlos parecia ter vista uma “Santa”. No outro dia, curado, foge do hopital.

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Imediatamente os munitores apontaram para dezembro de 2000, quando, imagens de Olívio Carabajal, são enviadas à mente de Manoela Cacilda, mãe de Carlos, mostrando Carlos deitado nos pés de sua cama, com sudorese e calafrios. No outro dia, Cacilda, lembrando do que parecia sonho, vai até a casa onde o encontra com quarenta e um graus de febre pneumática. Trata-o.

Derivi; - direcionem os monitores para 1981.

O encontro de Mário com seu destino...

Edgar Hudson, convida Mário para participar de um projeto em Roraima. Carlos Reinaldo permanece em Alegrete, cuidando das empresas CECOB e SINC. Auxiliando também na administração da empresa ÊXITUS, de Edgar Hudson. Neusa Tânia, em Porto Alegre, dá o suporte necessário à base de impulso das realizações dos sonhos dos irmãos. Cacilda e Neusa, mantém em Porto Alegre, firme o controle da fortaleza da família, sustentando o peso da materialização dos ideais de Edgar, Carlos e Mário. Edgar gerencia uma rádio na cidade de Cruz Alta, no Rio Grande do Sul. Um grande movimento cerca tal projeto, já que o Estado de Roraima, através de seu Governador, Ottomar de Souza Pinto, oferece cem hectares de terras para todo o cidadão brasileiro que para àquele estado queira se deslocar. Edgar Hudson, por telefone, entrevista o Governador de Roraima, Ottomar de Souza Pinto. Muitas são as famílias que aderem ao movimento.

Edgar e seu cunhado, Celso Derivi, marido de Neusa Tânia, querem formar uma grande fazenda em Roraima, assim, seguem Mário e Celso na frente, Edgar, permanece no Rio Grande do Sul.

Cento e trinta famílias partem para Roraima. Mário Roberto, como Roberto dos tempos de Colombo, soma-se ao movimento. O governador do Rio Grande do Sul, Amaral de Souza, oferece um avião, fretado da Varig, exclusivamente para conduzir os agricultores gaúchos para o seu novo estado. Também, Amaral de Souza, oferece dois caminhões para seguirem por terra com os pertences dos imigrantes. Mário Roberto prefere acompanhar o cunhado Celso, indo por terra com os caminhões. Vinte e um dias foram necessários para que o Brasil fosse atravessado, desde de Cruz Alta no Rio Grande do Sul, até a região do Apiaú, já no Estado de Roraima. Local este, onde as demais famílias aguardavam ansiosas a chegada dos caminhões, onde, seus pertences encontravam-se. Muitas foram as salvas aos quatro condutores dos caminhões em sua chegada, Celso Derivi, Flori Gonçalves, Landico Vilanova e Mário Roberto.

A região do Apiaú, com o desbravamento das famílias gaúchas, rapidamente ganhou o “status” de região de grande produtividade em Roraima... Sivirino Pauli, advogado gaúcho, fora o idealizador e principal articulador político deste movimento.

Em poucos anos, Mário encontrava-se escrevendo seu terceiro livro, já que o primeiro escrevera em 1977 no Rio de Janeiro, e o segundo em 1981, na cidade de Alegrete no Rio Grande do Sul, meses antes de deslocar-se para Roraima.

O livro “Estado de Espírito” de poesias de Mário Roberto, incentivado e revisado por Paulo Murat, rendeu-lhe uma cadeira à Academia Roraimense de Letras, quando de sua fundação, em nove de janeiro de 1989. O primeiro Presidente da Academia fora Mário Linário Leal, Ph.D. em direito e filosofia. Escritor com carreira internacional, havendo residido na Europa e América do Norte.

Derivi:

- Levem a 19 de junho de 2001. Quero ver o reencontro de Mário e Débora.

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Roraima

2001

Em um quartel hospital encontra-se Mário, após a um acidente.

Débora tem o nome de Níce, é médica e militar, o que justifica parte das imagens frente ao espenho, as estrelas e os dois erres, parecem ter sentido. Repentinamente encontram-se frente a frente, Roberto (Mário Roberto) e (Nice).

Ambos ficaram embaraçados. Ainda que a energia vital oferecesse certeza de estarem vivendo um momento raro de suas existências, o plano biopsicofísico e as realidades de suas épocas, tornava difícil tal confirmação. Neste momento, Mário encontrava-se em processo de separação de uma jovem, com quem vivera 14 anos, 1980/1994, quando Mário sofrera um grave acidente. A partir desse momento, não mais dividiram uma mesma cama.

- Nossa, que mulher mais linda... meu Deus!

(pensa Mário, frente a Nice, no hospital)

- Olá, tudo bem? (Eu vou cuidar de você.)

– pensa Nice.

Nesse momento, Mário observou estar diante a uma mulher especial. Alguém com algo que o convencia. Mário, passou a admirar Débora, agora Nice. A reciprocidade, por parte de Nice, evidenciava uma trajetória cada vez mais próxima.

Muitas foram as dificuldades, conflitos e divergências entre ambos, em particular, as relacionadas à sublimação de suas próprias energias psicosexocinergéticas. A canalização e redistribuição de suas energias vitais, já que uma vez próximos, uma forte e inigualável precipitação cinérgisica era natural.

Derivi, em 3.020, está detidamente observando o encontro de Mário e Nice (Roberto e Débora) quando, repentinamente, alguém desvia sua atenção por segundos. Derivi olha através de quem o tocou e volta a concentrar-se no monitor. Contudo, ao olhar para Nice na tela, vê quem desviara sua atenção. Subitamente, volta-se para a jovem de aproximadamente vinte e poucos anos, dá uma volta ao seu redor, olha cada detalhe de seu corpo, cabelos, olhos, boca...

- Olá Derivi, está me reconhecendo?

- Sim, creio. Não pode ser verdade!

- Sim, é verdade. Sou Kerolin, vim do ano 5.027. Necessitava dizer-lhe que você próprio é também uma reencarnação de Roberto. Sou também uma das reencarnações de Débora. É muito difícil conseguirmos colocar nossas energias vitais em um mesmo tempo. Só hoje posso saber o quanto fora bom lá, por volta de 2001, quando pudemos conviver em um mesmo intervalo de tempo, nos sendo possível até mesmo completarmo-nos cinergesicamente. Todavia, Derivi, isto voltará a ocorrer com maior intensidade nos anos cinco mil, garanto-vos isto, porque estou vivendo, nesse momento o nosso eterno amor.

Derivi toma Débora em seus braços e a beija, como se estivesse, efetivamente, se alimentando daquele amor infinito.

- Derivi, nós nos encontraremos por duas vezes até 5.007, quando poderemos, só então, viver a plenitude, ou, a totalidade desse amor.

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Mais uma vez Derivi toma Kerolin/Débora em seus braços e volta a beijá-la.

Enquanto se beijam, múltiplas e infinitas lembranças de suas “vidas eternas” desfilam, como em um filme, em suas mentes. O mundo ganha uma dimensão maior e o tempo parece diminuir sua velocidade. Sons, como que traduzindo o infinito, contagiam os presentes. Forte é o aroma de orvalho, trazido por uma leve brisa através do portal do tempo.

Roberto e Débora ou...Derivi e Kerolin, recebem uma outra visita.

Um terceiro personagem surge. Ao aparecer, atrás de Kerolin, faz com que Derivi abra os olhos, pare de beijar Débora e olhe nos olhos de Dimmi Robert, como Kerolin o apresenta para Derivi.

- Derivi, este é Dimmi Robert.

- Dimmi estende a mão para Derivi.

Ao apertarem-se as mãos, Derivi e Dimmi, uma grande luz toma conta do ambiente, de suas mãos resplandece um forte e intenso brilho. Débora preocupa-se pois, naquele momento, a energia vital de épocas totalmente diferentes, haviam aberto uma espécie de portal no tempo. São atraídas, todas as encarnações anteriores de Roberto e Débora. Ali estavam, Roberto de Carabajal, Rosso de Luna, Mário Roberto, Stnius (de anos ainda não vividos}. Também, Anderson (do ano de 4.615, não vivido).

Muitas mulheres também surgem, como reproduções de Débora.

Sem saber o que fazer, Débora rompe o elo formado pelas mãos de Derivi e Dimmi. Ao romper, ela e Dimmi caem ao solo. Derivi mantém-se ativo. Verifica o pulso de ambos, tenta revitalizá-los sem sucesso. Imediatamente, ao lembrar das palavras de Débora; “em 5.007 nos encontraremos para viver o nosso amor” – Coloca Débora e Roberto / Kerolin e Dimmi no “transcinésio” de tempo.

- Programem os computadores para 5007.

- Sim doutor

- Ok?

- Sim, pronto.

- Acionem!

Os corpos de Kérolin e Dimmi desaparecem frente a todos.

- Doutor, o que resultará disso, eles estavam mortos...

- Não sei Thomas...não sei.

- Nem mesmo temos sinais de suas energias vitais para acompanhá-los!

- Sim, eu sei. Direcionem os computadores e promovam um rastreamento em 5.007.

- É pra já Doutor.

- O que estão encontrando.

- Milhares de crianças nascendo senhor.

- Voltem ao nosso tempo e acompanhem suas energias vitais até os níveis celestiais de precipitação de energia a novos seres.

- Consegui senhor.

Na tela de um dos computadores se processa o momento em que Kerolin e Dimmi caem

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ao solo na frente de Derivi. Thomas, assistente de Derivi, consegue acompanhar as energias de ambos.

- Olhe doutor, elas estão juntas.

Como que fundidas, suas energias ganham as nuvens. Um grande resplandecer toma conta dos computadores. Lá se encontram Kerolin e Dimmi, flutuando entre nuvens.

Na tela dos computadores pode-se observar a indicação de precipitação de energias para 5.007. Todos respiram aliviados.

Thomas pergunta se o Doutor Derivi quer fazer alguma busca de pesquisa no tempo.

- Não Thomas, quero apenas observar este monitor por mais alguns segundos.

Em poucos segundos Derivi via, com seus próprios olhos, o que lhe esperava para 1980 anos após aquele momento.

Amazorinôquia/Brasil

5.007

Em uma região nova do Brasil, extremo norte de Roraima, próximo da terceira cabeceira do rio Pacu, local este desbravado em 1958 por Robles Miguel Máximo Anjelo Tejada, Venezuelado, agora, uma moderna cidade, nasce duas belas crianças. Um menino e uma menina, filhos de casais amigos.

Derivi, atento a tudo, observa o momento em que os pais dizem;

- Esperávamos um menino e o chamaríamos de Karon. Mas já que é menina, seu nome será Kerolin (...)

Derivi mais uma vez respira aliviado.

- (...) E este menino, já tem nome?

- Certamente, este é o Dimmi Robert.

Derivi atesta estar tudo na mais perfeita ordem.

Dezoito anos depois...

Kerolin e Dimmi entram na Igreja, o padre faz um breve discurso e pergunta-lhes se seu amor é eterno, se aceitam viverem uma vida conjunta para a eternidade. Ao dizerem sim, levantam os olhos e olham surpresos para o Padre. Era alguém com um rosto muito familiar...

- Meus filhos, vocês passam bem?

Roraima

3020

Derivi...

- Não deu certo, eles me reconheceram!

Antes que Derivi terminasse sua exclamação, surge a sua frente os dois jovens em seu laboratório;

- Sim, aceitamos!

Toda a equipe do Dr. Derivi, sorri. Com aplausos saúdam “Débora e Roberto” –

“Débora e Roberto” diante da perplexidade do Dr. Derivi, acompanham com risos o restante da equipe.

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Centenas de presentes começam a aparecer no laboratório. Imagens teledimensionais desejam felicidades a ambos.

Um casal de jovens, com algo em torno de doze e quinze anos, aparecem, sorrindo, se dirigem a Débora e Roberto;

- Olá papai! (diz o menino)

- Olá mamãe! (a menina)

- Estamos no ano de 5.020. Vocês permitiram que viéssemos aqui. Certamente vocês “ainda” não sabem disso, não é mesmo? - ocorre muitos risos entre todos do laboratório.

Imediatamente, duas outras crianças aparecem dirigindo-se aos filhos do futuro de Débora e Roberto;

- Olá papai e mamãe! (diz a menina enquanto o menino apenas observa).

- Nós somos de 5.037, somos seus filhos.

(os filhos de Débora e Roberto olham-se com uma perplexidade bem maior que a do Dr. Derivi quando do surgimento do casal de noivos).

Derivi, Débora e Roberto apenas sorriem diante aos olhinhos de perplexidade dos seus filhos para com os seus também futuros filhos.

Uma intensa luz aparece no laboratório e centenas de crianças portando placas com datas começam aparecer...5.040; 5.058...

- Como um grande desfile...

Muitos são os sorrisos e aplausos. A alegria contagia a todos. A felicidade é total...Roberto e Débora sorriem, se olham com profundidade beijando-se...todos os presentes os circundam e intensificam os aplausos. Ambos são levantados pelas centenas de filhos, netos, bisneto, tataranetos e tetranetos de tempos vindouros...

O doutor Derivi Chama a tenção de todos para uma grande tela, e ao aperta um comando;

...FIM

.

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Este livro foi escrito em 1993 a partir de um sonho do autor, havendo sido publicado em 2000.

“O sonho foi muito real, acordei vibrando, feliz, parecia haver vivido efetivamente o conteúdo deste livro, - sentei, apanhei uma caneta e o escrevi lembrando daquele lindo e quase verdadeiro sonho”. Ou, da assertiva da realidade de reencarnações sob a linha espírita. Quem responde...

O autor

Mário Carabajal.

PSICANALISTA CLÍNICO

EX-VICE-PRESIDENTE DA ACADEMIA RORAIMENSE DE LETRAS

PRESIDENTE DA ACADEMIA DE LETRAS DO BRASIL

DELEGADO REGIONAL DE PSICANÁLISE CLÍNICA EM RORAIMA

MEMBRO DO CONSELHO FEDERAL DE PSICANÁLISE CLÍNICA DO BRASIL

ESPECIALISTA EM PESQUISA CIENTÍFICA

MESTRE EM MÉTODO E TÉCNICA DA PSICANÁLISE CLÍNICA

DOUTOR EM CLÍNICA DE DISTÚRBIOS PSICOSSOMÁTICOS

EM 2008 CURSA NOVA ESPECIALIZAÇÃO PELA UFSC EM CONTROLE DA GESTÃO PÚBLICA

TAMBÉM EM 2008, CURSA NOVO MESTRADO E DOUTORADO PELA UAA/PY EM RELAÇÕES INTERNACIONAIS.

INICIA, NESTE MESMO ANO, ESPECIALIZAÇÃO PELO INSTITUTO EDUMED DO RJ. EM NEUROCIÊNCIAS.

VINTE E TRÊS LIVROS PUBLICADOS

AUTOR DA TEORIA PSICOMATURACIONAL DA CONSCIÊNCIA HUMANA

AUTOR DA TEORIA COSMOBIOPSICOSOCIOCINESIOLÓGICA

VISITE O SITE DA ACADEMIA DE LETRAS DO BRASIL

www.academialetrasbrasil.org.br