Marx dialtica
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SOCIOLOGIA
Dialética para Karl Marx
SOCIOLOGIA
A 1ª dificuldade na abordagem de Marx está na exigência
de uma espécie de “limpeza de terreno”. Marx é um
nome muito conhecido, ligado a discussões políticas
muito apaixonadas. Todo mundo já ouviu falar e acha
que sabe alguma coisa a respeito das suas posições.
Frequentemente, no entanto, o que as pessoas pensam
que sabem a respeito das ideias de Marx é um acúmulo
de equívocos e mal entendidos.
SOCIOLOGIAComo abordar o pensamento de um autor que é, até certo ponto,
dado por conhecido?
“Se o público se reconhece ignorante, é mais fácil interesssá-lo, captar-lhe a
atenção benevolente. Quando, porém, as pessoas acham que estão
relativamente informadas, elas tendem a estranhar que alguém lhes diga
coisas que não correspondem à imagem ou às noções que já tem acerca
do autor abordado. Na verdade, Marx não é um autor muito lido. O que se
lê dele são alguns trechos, no máximo alguns artigos, uns poucos livros.
Outros escritos são inteiramente desconhecidos entre nós e só foram
lidos por pouquíssimos estudiosos. E o pior é que alguns dos escritos
desconhecidos são justamente dos mais importantes, dos mais
reveladores. A situação ainda se complica mais e se torna mais delicada
quando nos interessamos especialmente pela dimensão filosófica do
pensamento de Marx.”
Konder - Profetas da Modernidade, p.21-22
SOCIOLOGIA
• 1837-1841 – Com 19 anos, Marx encontra a Filosofia
Hegeliana O que absorveu de Hegel? Ou dos
discípulos hegelianos? Quem foi Hegel? (1770-1831)
D’HONDT, Jacques. Hegel. Lisboa: Edições 70, 1984.
KONDER, Leandro. Hegel. A Razão Quase
Enlouquecida. Rio de Janeiro: Campus, 1991.
TRIER, Franklin. Hegel: A Dialética. IN: Profetas da
Modernidade. p.11-20. São Paulo: Sofia Editora SEAF,
1986.
SOCIOLOGIA
I. Método dialético
Grécia antiga – dialética = arte do diálogo
Ver: Giorgio Colli – O Nascimento da Filosofia
Ver: Leandro Konder – O que é dialética
Dialética e Diálogo têm a mesma raiz – dialegein
Acepção moderna de dialética para Konder = “modo de
pensarmos as contradições da realidade, o modo de
compreendermos a realidade como essencialmente contraditória e
em permanente transformação”- p.8
SOCIOLOGIAII. Materialismo dialético para Marx
O que é? Análise dialética torna transparentes as relações, os
processos e as estruturas capitalistas. (Ianni, p.18)
Funda-se nas relações de antagonismo (Ianni, p.8 e 9);
Relações de antagonismo ocorrem em todas as épocas
históricas, aparecem em todos os modos de produção.
Em cada época, no entanto, adquirem configurações
particulares. (Idem, p.8)
Princípio da contradição governa o modo de ser e de
pensar (Idem, p.8);
SOCIOLOGIADescobrir os encadeamentos e as determinações recíprocas
entre as condições da existência social e as ideias que
expressam essas condições na mente do Homem. (Idem,
p.11)
Transformar-se em concreto pensado – fazer parte da
consciência de classe do proletariado. (Idem p.9)
Análise dialética ao mesmo tempo constitui e transforma o
objeto. Adere destrutivamente o objeto, na medida em que
desvenda e desmascara os seus fetichismos, as suas
contradições e os seus movimentos. (Idem, p.13)
SOCIOLOGIA
A interpretação apanhe sempre a maneira pela qual os
homens pensam a si mesmos e uns aos outros. A
autoconsciência somente é possível no espelho do outro.
(Idem, p.22)
O problema dos descompassos e divórcios entre as
aparências e as essências das coisas. O que torna
necessária a análise dialética é que as coisas não são
transparentes e muitos menos quando elas são as relações
capitalistas de produção. (Idem, p.24)
SOCIOLOGIA
• Concepção materialista da história – o núcleo dessa
concepção é a distinção entre forças produtivas e
relações de produção. Necessidade de examinar seu
peculiar inter-relacionamento.
• Forças produtivas “expressão do grau de domínio
alcançado pelo homem sobre a natureza; em termos
estritos, elas constituem a produtividade física do
trabalho, ou seja, o volume de produção que cada
unidade de esforço consegue alcançar. O progresso
tecnológico é a principal propulsora das forças
produtivas...” Singer. Economia. Marx, p.16