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Mastocitoma conjuntival em cão:
Relato de caso
Mastocitomas conjuntivais são neoplasias
pouco relatadas e estudadas em cães descritas
como benignas, sem evidência de metástase e com
baixa recorrência local. Se apresentam como uma
massa hiperêmica, pigmentada ou não em
conjuntiva bulbar, palpebral ou de terceira
pálpebra. O relato é de um cão, macho, sem raça
definida de 9 anos, que apresentou uma massa
hiperêmica em conjuntiva bulbar temporal do olho
direito com evolução de 6 meses. Foi realizada a
exérese da massa conjuntival, enviada para o exame
histopatológico, que revelou mastocitoma
conjuntival grau 2. O pós operatório foi sem
intercorrências e até o presente momento (cinco
meses após o procedimento) não houve recidiva da
neoplasia conjuntival.
Palavras-Chave: Mastocitoma, conjuntiva, cão
Introdução
As. neoplasias oculares
representam 0,87 a 2,5% do total de
tumores relatados em cães, porém
representam 39% de todas as
enfermidades oftálmicas, sendo
bastante relevante na oftalmologia
veterinária1. Os mastocitomas
cutâneos são a neoplasia mais
Amaral LG1 Melo JC2
Perlman E3
1Pós-graduanda em Oftalmologia Veterinária – Anclivepa-SP
Doutoranda em Ciência Animal -
UENF.
2 Pós graduado em Oftalmologia Veterinária – Anclivepa-SP.
3 Petcare Pacaembu / Tatuapé - São Paulo.
Pós graduado em Oftalmologia Veterinária – Anclivepa-SP.
E-mail: liviaamaral.oftalmove
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frequente na pele de cães2. Os
tumores conjuntivais são incomuns
nessa espécie, havendo relatos de
melanoma, angioceratoma,
papiloma, hemangioma/
hemangiossarcoma, carcinoma de
células escamosas, mastocitoma,
histiocitoma e linfoma3.
Os mastocitomas conjuntivais
podem se apresentar como massas
hiperêmicas, pigmentadas ou não
em conjuntiva palpebral, bulbar ou
da terceira pálpebra, sendo muito
pouco relatados e estudados1,3. A
apresentação clínica dos
mastocitomas nas pálpebras é a
mesma de outros locais da pele,
seguindo os mesmos critérios de
classificação e margens cirúrgicas
propostos para os mastocitomas
cutâneos em geral1.
A margem cirúrgica é a maior
dificuldade nesses casos. Muitas
vezes, cirurgias reconstrutivas são
necessárias para se evitar exposição
do olho e formação de triquíases2.
Os mastocitomas cutâneos são bem
estudados e o prognóstico e
tratamento é feito baseado no
tamanho, na localização e na
classificação histológica, sendo o
último o critério mais confiável4.
Existem alguns métodos para
a classificação histológica dos
mastocitomas, como o de Patnaik5 e
Bostock6, sendo o primeiro mais
amplamente utilizado pelos
patologistas7. Os mastocitomas
conjuntivais, por serem raros, ainda não
possuem estadiamento próprio e
seguem a classificação histológica dos
mastocitomas cutâneos7. Embora o
mesmo critério de graduação para os
mastocitomas cutâneos possam ser
usados para os conjuntivais, não existem
estudos de acompanhamento que
estabeleçam valores prognósticos
desses esquemas de graduação para
os mastocitomas conjuntivais e, dessa
forma, esse critério pode não prever o
comportamento desses tumores1,8.
Diferente dos mastocitomas
cutâneos, os mastocitomas conjuntivais
possuem uma apresentação clínica
peculiar. De forma geral, apresentam
um curso benigno, não havendo
evidências de metástase ou recorrência
após a excisão cirúrgica7,8,9,10. No
entanto, é difícil determinar o
comportamento biológico do
mastocitoma conjuntival devido à
ausência de grandes estudos7,8.
Relato de caso
Um cão, macho, sem raça
definida, 9 anos de idade e 14kg foi
examinado com o relato de um
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aumento de volume no olho direito,
de evolução de 6 meses. Seu
histórico médico não inclui doença
prévia. A vacinação,
desverminação e prevenção de
ectoparasitas eram realizados
rotineiramente. O tutor relatou a
ausência de vômito ou diarreia e
ingestão de água e alimento
normais. Ao exame clínico, o
paciente não apresentou achados
anormais além de um pequeno
nódulo (0,3cm) em bolsa escrotal. O
exame oftálmico mostrou
inicialmente uma massa alongada,
de coloração rósea e vascularizada,
em conjuntiva bulbar temporal
estendendo em direção dorsal e
ventral ao bulbo ocular em olho
direito, resultando em distorção da
fissura palpebral, e leve desvio do
bulbo ocular medialmente. Reflexo
palpebral, reflexo de ofuscamento à
luz, reflexo pupilar direto e
consensual todos preservados em
ambos os olhos. Leitura do teste de
Schirmer (Ophthalmos®) dentro dos
padrões de normalidade. Não foi
detectada alteração de pressão
intraocular aferida com tonômetro
de rebote TonoVet (ICARE®). A
biomicroscopia com a lâmpada de
fenda (Kowa SL-14, Kowa Company,
Tóquio, Japão) mostrou leve
contato superficial da massa à
córnea, sem alterar sua estrutura. A
conjuntiva envolvida apresentava-
se hiperêmica (Figura 1). A câmara
anterior, a lente e o vítreo não foram
afetados. O exame de fundo de
olho foi realizado por métodos
indiretos usando fonte de luz de
cabeça (Welch allyn® ) e lente de
20D (Wolk®) e apresentava-se
normal.
Como diagnóstico diferencial
incluem tumores conjuntivais
primários e metastáticos e massas
conjuntivais não neoplásicas, tais
como episclerite granulomatosa
nodular, prolapso de gordura
subconjuntival, granulomas
parasitários e cistos8.
O diagnóstico incluiu
hemograma, bioquímica sérica e
biópsia incisional (realizada apenas
com uma gota de anestésico tópico
(Anestalcon®)), onde utilizando uma
tesoura de conjuntiva, foi retirado
um fragmento central de
aproximadamente 0,5 cm (Figura 1).
Todos os parâmetros do
hemograma e bioquímica sérica
estavam dentro dos intervalos de
normalidade. O fragmento foi
acondicionado em formalina 10%, e
encaminhado para o exame
histopatológico. Cortes histológicos
de 5µm foram corados com
Hematoxilina/eosina (HE), o que
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revelou na microscopia presença
difusa de células de núcleo
centralizado e redondo com
citoplasma amplo e basofílico
(mastócitos), apresentando leve a
moderado grau de atipia,
pleomorfismo e anisocitose e figuras
de mitose raras. Havia moderada
presença difusa de eosinófilos e
ocasionais neutrófilos e linfócitos.
Havia intensa vascularização
intratumoral. O corte corado com
azul de toluidina revelou
positividade citoplasmática das
células neoplásicas (Figura 2). Os
achados histopatológicos
favoreceram o diagnóstico de
mastocitoma (grau 2). Na tentativa
de reduzir o tamanho e tornar uma
excisão total da massa possível, foi
prescrito prednisona oral na dose
de 1,4mg/kg a cada 12 horas, por 5
dias, após 1,4mg/kg a cada 24
horas, por 5 dias, após 0,7mg/kg a
cada 24 horas por mais 5 dias e no
pós operatório 0,35mg/kg a cada
24 horas por mais 5 dias (Figura 3).
Figura 1 Foto do olho direito, canino, macho, SRD, 9anos. Massa em
conjuntiva bulbar temporal estendendo em direção dorsal e ventral ao
bulbo ocular, hiperêmica, no momento da retirada do fragmento para
exame histopatológico.
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Figura 2 A – Fotomicrografia mostrando mastócitos neoplásicos
apresentando moderada atipia e pleomorfismo com citoplasma contendo
grânulos basofílicos. Há também presença de eosinófilos (H&E, objetiva 100x).
B – Fotomicrografia mostrando positividade citoplasmática das células
neoplásicas pelo Azul de Toluidina (objetiva 40x).
Figura 3 Foto do olho direito, canino, macho, SRD, 9anos,
durante o tratamento com prednisona oral para redução
da massa em conjuntiva bulbar para facilitar sua exérese.
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O tutor não consentiu em fazer mais
exames diagnósticos para
descartar a possibilidade de
metástase. Após o uso de
prednisona oral, foi realizado o
procedimento cirúrgico (Figura 4),
sob anestesia geral, para retirada
da massa conjuntival (realizada
pelo oftalmologista) e ablação
escrotal (realizado pelo cirurgião
geral). A massa conjuntival e a
bolsa escrotal foram enviados para
exame histopatológico, ambos
tiveram o diagnóstico de
mastocitoma grau 2 com margens
livres.
Figura 4 Foto do olho direito, canino, macho, SRD, 9anos,
após tratamento com prednisona oral para redução da
massa em conjuntiva bulbar para facilitar sua exérese.
Foto retirada imediatamente antes do procedimento
cirúrgico.
Para exérese da massa
conjuntival foi realizada cantotomia
com o intuito de ampliar o campo
de visão da conjuntiva bulbar
temporal e facilitar a máxima
remoção da massa. Não havia
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aderência em esclera. Não foi
realizada sutura do defeito
conjuntival, deixando-o cicatrizar
por segunda intenção. A cantorrafia
foi realizada com nylon 5-0 no
padrão em “8” na comissura
temporal e os demais pontos de
pele simples separados (Figura 5). No
pós operatório foi prescrito o
desmame da prednisona na dose
de 0,35mg/Kg a cada 24 horas por 5
dias, cefalexina comprimido na
dose de 30mg/kg a cada 12 horas
por 7 dias, pomada oftálmica
Regencel® a cada 12 horas por 7
dias e colar protetor por 10 dias,
quando os pontos da cantorrafia
foram retirados. A massa removida
foi fixada em formalina 10%, e a
amostra processada como de
rotina, corada com hematoxilina e
eosina e Azul de Toluidina. Como já
descrito acima, o tumor foi
caracterizado histologicamente
através da análise do fragmento
enviado anteriormente. Cinco
meses após o procedimento, o
paciente se encontrava bem
clinicamente, sem presença de
outros nódulos e sem recidiva da
massa conjuntival.
Figura 5 Foto do olho direito, canino, macho, SRD, 9anos, após
exérese completa da massa em conjuntiva bulbar, mostrando leve
hiperemia conjuntival e a sutura da cantotomia que foi realizada
para facilitar o procedimento cirúrgico. Foto tirada cinco dia após a
cirurgia.
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Discussão
Embora os mastocitomas
cutâneos sejam bem estudados e
tenham classificação histológica e
outros fatores prognósticos, como
tamanho e localização
direcionando os protocolos para
tratamento, os mastocitomas
conjuntivais não são bem descritos e
são pouco estudados7,8. O
mastocitoma conjuntival pode
apresentar-se em conjuntiva bulbar,
palpebral e da terceira pálpebra,
como massas hiperêmicas,
pigmentadas ou não, de tamanhos
variáveis, em média 2cm1,3. Algumas
características da massa desse
relato se assemelham com a de
outros relatos, como a localização
na conjuntiva bulbar, a hiperemia
conjuntival e a fácil remoção
cirúrgica8,9,10.
Existem poucos relatos de
mastocitoma conjuntival, e não há
estudos experimentais amplos sobre
o assunto. Apesar da escassez dos
estudos nesse tema, os trabalhos
existentes encontraram a maioria
das neoplasias em grau
intermediário (grau 2), assim como
nesse relato, e revelaram um curso
benigno em comparação com os
mastocitomas palpebrais ou
cutâneos em geral7,9,10. Como não
existe classificação própria para os
mastocitomas conjuntivais, muitos
autores usam as classificações
histológica para mastocitomas
cutâneos, porém isso pode não
revelar a real característica tumoral
e, portanto, não prevê o
comportamento desses tumores. O
estudo retrospectivo de Fife e
colaboradores 2011, revelou que
independente da classificação
histológica do mastocitoma
conjuntival, este possui o curso
benigno7. Outros autores
propuseram a análise de fator de
proliferação Ki-67 e viram que
mesmo na presença de outros
fatores prognósticos negativos
como rápido crescimento, presença
de sinais sistêmicos como vômito,
baixa diferenciação de células
tumorais pela citologia, houve baixo
números de núcleos corados com Ki-
67, o que reforça o curso benigno
dos mastocitomas conjuntivais8.
Em contrapartida o trabalho
mais completo, até o momento, é
um estudo retrospectivo onde
agruparam os casos de
mastocitomas conjuntivais de três
importantes laboratórios nos EUA,
totalizando 33 casos de
mastocitomas conjuntivais. Raça,
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idade, localização, tamanho, grau
histológico, tratamento e recidiva
foram avaliados. Os labradores e
seus mestiços foram prevalentes,
idade média de 8,4 anos, maioria
em conjuntiva bulbar, sendo
predominantes os mastocitomas de
grau intermediário (grau 2). Apenas
dois casos tiveram recidiva, um em
conjuntiva da terceira pálpebra,
que foi reoperado, e outro em
conjuntiva palpebral dorsal, que foi
submetido a enucleação. A não ser
o caso onde foi realizada a
enucleação, todos os outros tinham
margens histológicas
comprometidas. Todos os casos
foram acompanhados por períodos
acima de 2 anos até quase 5 anos e
não recidivaram até o momento da
publicação. Nenhum dos casos em
que foi feito estadiamento revelou
metástase. Dessa forma, o estudo
sugere que independente da
classificação histológica e até
mesmo de margens cirúrgicas, a
maioria dos mastocitomas
conjuntivais apresenta um curso
similiar e benigno7. O que corrobora
com os achados desse relato, no
qual o cão, mestiço de labrador, de
9 anos de idade, apresentou
mastocitoma grau 2 ao exame
histopatológico e até o momento
não houve recidiva.
Da mesma forma que para os
mastocitomas cutâneos excisados
cirurgicamente que tem como
classificação histológica de baixo
grau (grau 1) ou grau intermediário
(grau 2), nenhum tratamento
adicional é realizado a não ser
acompanhamento do paciente11.
Para os mastocitomas cutâneos a
margem cirúrgica preconizada é de
3cm, porém alguns trabalhos
questionam essa margem e
preconizam apenas 2cm4. Para os
mastocitomas conjuntivais só é
possível obter essa margem através
da enucleação. Apesar disso,
mesmo com margens
comprometidas, a maioria dos
mastocitomas conjuntivais relatados
tem taxas muito baixas de recidiva7.
Acredita-se que a intervenção
cirúrgica faça imunomediação e
destruição das células neoplásicas
remanescentes, ou mesmo que as
células na periferia tumoral possa ser
mastócitos não neoplásicos
recrutados para área pela
produção de citocinas a partir das
células tumorais12,13. Portanto, estes
dados sugerem que a enucleação
não seja necessária nos casos de
mastocitomas conjuntivais. Alguns
autores utilização a associação da
prednisona e vimblastina de forma
sistêmica para citorredução e
possibilitar a exérese completa da
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massa conjuntival8. No presente
relato, utilizamos apenas a
prednisona oral e obtivemos
resultados semelhantes,
possibilitando retirar a massa
conjuntival completa, onde no
exame histopatológico, apresentou
mastócitos não neoplásicos na
margem.
Devido à ausência de
relato de metástase de
mastocitomas cutâneos para a
conjuntiva ocular e de
metástase dos mastocitomas
conjuntivais para regiões
distantes, e sabendo que os
poucos relatos existentes de
mastocitomas conjuntivais
mostram ter um curso
benigno7,9,10, é provável que o
mastocitoma conjuntival e o nódulo
encontrado na bolsa escrotal
(mastocitoma cutâneo) não se
relacionam e tenham se
desenvolvido de forma
independente.
Conclusões
Embora o mastocitoma seja
uma neoplasia cutânea frequente,
é raro em conjuntiva.
O mastocitoma conjuntival
parece ter um curso benigno,
sugerindo que a enucleação de um
olho visual seja desnecessária. No
presente caso, o uso de corticoide
sistêmico foi efetivo na diminuição
do tamanho da lesão, possibilitando
a remoção segura.
É provável que o
mastocitoma conjuntival e o
encontrado na bolsa escrotal não
tenha relação, e tenham se
desenvolvido de forma
independente.
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