MATEMÁTICA - 3º ANO DO ENSINO MéDIO

76

Transcript of MATEMÁTICA - 3º ANO DO ENSINO MéDIO

Page 1: MATEMÁTICA - 3º ANO DO ENSINO MéDIO
Page 2: MATEMÁTICA - 3º ANO DO ENSINO MéDIO
Page 3: MATEMÁTICA - 3º ANO DO ENSINO MéDIO

ISSN 2238-0574

SAEPI2014

SISTEMA DE AVALIAÇÃO EDUCACIONAL DO PIAUÍ

REVISTA PEDAGÓGICAMatemática3º ano do Ensino Médio

Page 4: MATEMÁTICA - 3º ANO DO ENSINO MéDIO
Page 5: MATEMÁTICA - 3º ANO DO ENSINO MéDIO

GOVERNADOR DO ESTADO DO PIAUÍJOSÉ WELLINGTON BARROSO DE ARAÚJO DIAS

VICE-GOVERNADORA DO ESTADO DO PIAUÍMARGARETE DE CASTRO COELHO

SECRETÁRIA DE EDUCAÇÃO DO ESTADO DO PIAUÍ - SEDUCREJANE RIBEIRO SOUSA DIAS

SUPERINTENDENTE DE GESTÃOHÉLDER SOUSA JACOBINA SUPERINTENDENTE DE GESTÃO

SUPERINTENDENTE DE ENSINO - SUPENVIVIANE FERNANDES DE FARIA

SUPERINTENDENTE DE ENSINO SUPERIORCARLOS ALBERTO PEREIRA DA SILVA SUPERINTENDENTE DE ENSINO SUPERIOR

SUPERINTENDENTE INSTITUCIONALJOSÉ BARROS SOBRINHO SUPERINTENDENTE INSTITUCIONAL

DIRETOR ADMINISTRATIVORONALD DE MOURA E SILVA

DIRETORA DA UNIDADE DE GESTÃO DE PESSOASFRANCISCA DE ALMEIDA MASCARENHA

DIRETOR DA UNIDADE FINANCEIRADIVALDO CERQUEIRA LINO

DIRETORA DA UNIDADE DE PLANEJAMENTOHERCILIA MARILÂNE AMORIM E SILVA

DIRETOR DE GESTÃO DA REDE FÍSICADORIVAL DANÚNZIO ALVES DA SILVA

DIRETORA DA UNIDADE DE ENSINO E APRENDIZAGEM – UNEANORMA SUELY CAMPOS RAMOS

DIRETORA DA UNIDADE DE GESTÃO E INSPEÇÃO ESCOLAR – UGIEANA REJANE DA COSTA BARROS

DIRETORA DA UNIDADE DE EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS – UEJACONCEIÇÃO DE MARIA ANDRADE SOUSA E SILVA

DIRETORA DA UNIDADE DE EDUCAÇÃO TÉCNICA E PROFISSIONAL – UETEPADRIANA DE MOURA ELIAS SILVA

DIRETOR DA UNIDADE DE MEDIAÇÃO TECNOLÓGICAELLEN GERA DE BRITO MOURA

Page 6: MATEMÁTICA - 3º ANO DO ENSINO MéDIO
Page 7: MATEMÁTICA - 3º ANO DO ENSINO MéDIO

CarosEDUCADORES,

A avaliação institucional é um processo importante para alcançarmos a melhoria do processo de ensino – aprendizagem. Entendemos que a escola é a principal instituição de transformação social, e a Secretaria de Educação do Piauí (SEDUC) assume seu papel de coordenar o trabalho pedagógico de toda a Rede de ensino e também de avaliar esse trabalho.

Dessa forma, a SEDUC-PI cumpre sua tarefa de prestar contas à sociedade da tarefa da escola e do desempenho dos seus alunos, objetivando rever sua atuação, redirecionando suas ações e dialogando com todos os atores do cenário educacional. Sabemos que podemos melhorar e que o ensino público no Piauí precisa promover modificações em suas práticas pedagógicas.

A Secretaria Estadual de Educação e Cultura do Piauí – SEDUC, em parceria com a Universidade Federal de Juiz de Fora (MG), através do Centro de Políticas Públicas de Avaliação da Educação – CAEd, tem implantado o Sistema de Avaliação Educacional do Piauí – SAEPI, visando a avaliação e a melhoria do processo de ensino e aprendizagem. Nosso intuito é promover a superação dos fatores que contribuem para os elevados índices de evasão, retenção e distorção idade/série, a partir da compreensão da realidade como possibilidade para o redirecionamento do processo educativo.

Como parte do cumprimento dessa nossa intenção, apresentamos a você, professor (a), os resultados do SAEPI/2014, que compreendeu a avaliação das disciplinas de Língua Portuguesa e Matemática, envolvendo alunos da rede estadual, regularmente matriculados na 3ª Série do Ensino Médio.

Acreditamos que a avaliação nos ajuda a analisar e a replanejar nossa prática, buscando o alcance das metas estabelecidas. Por essa razão, esperamos que o impacto dessa avaliação em larga escala possa incidir na melhoria dos índices educacionais, propiciando aos nossos alunos a oportunidade de uma aprendizagem mais significativa e agradável, viabilizando o direito constitucional de exercer plenamente a cidadania.

Rejane Ribeiro Sousa Dias

Secretária de Educação do Estado do Piauí

Page 8: MATEMÁTICA - 3º ANO DO ENSINO MéDIO

SUMÁRIO

9 1. A APROPRIAÇÃO E O USO DOS RESULTADOS

DA AVALIAÇÃO EXTERNA PELOS PROFESSORES

14 2. INTERPRETAÇÃO

DE RESULTADOS E ANÁLISES

PEDAGÓGICAS

Page 9: MATEMÁTICA - 3º ANO DO ENSINO MéDIO

51 3. ESTUDO DE CASO

59 4. REFLEXÃO PEDAGÓGICA

67 5. OS RESULTADOS

DESTA ESCOLA

Page 10: MATEMÁTICA - 3º ANO DO ENSINO MéDIO
Page 11: MATEMÁTICA - 3º ANO DO ENSINO MéDIO

1Refletir sobre a avaliação educacional em larga escala como estratégia efetiva para a melhoria da qualidade do ensino passa diretamente por compreender a importância da figura do educador nesse contexto. Afinal, como se apropriar dos resultados das avaliações e utilizar os dados, de forma prática, no trabalho pedagógico?

Pensando nisso, esta Revista foi desenvolvida especialmente para você, profes-sor(a). Nas próximas páginas, é possível conferir informações sobre os principais elementos da avaliação educacional e os resultados da sua escola. Apresen-tando os princípios da avaliação, sua metodologia e seus resultados, o objetivo desta publicação é fomentar debates na escola que sejam capazes de aprimorar o trabalho pedagógico, com base na Matriz de Referência, que serve de parâ-metro aos testes, na modelagem estatística utilizada, na estrutura da Escala de Proficiência e sua interpretação, na definição dos Padrões de Desempenho e nos resultados obtidos no SAEPI.

A APROPRIAÇÃO E O USO DOS RESULTADOS DA AVALIAÇÃO EXTERNA PELOS PROFESSORES

Page 12: MATEMÁTICA - 3º ANO DO ENSINO MéDIO

As avaliações externas em larga escala vêm se reve-lando, progressivamente, uma importante ferramenta para o trabalho das equipes gestoras e pedagógicas das escolas em nosso país. O ato de avaliar a rede pú-blica de ensino demonstra que a educação brasileira está atingindo um nível de maturidade tal, que permite pensar além dos limites do espaço escolar.

As práticas de avaliação, anteriormente, se restringiam à avaliação interna, conduzida pelos professores, em suas turmas. Como o nome indica, essa avaliação tem sentido no interior da escola; faz-se necessário, porém, verificar se os estudantes de toda a rede de ensino estão desenvolvendo aquelas habilidades con-sideradas essenciais para que consigam avançar em sua caminhada educacional. As escolas avaliam muito mais do que essas habilidades mínimas, pois trabalham com um currículo amplo, que focaliza diversos elementos, com o objetivo de expandir ao máximo o nível de conhecimento de seus alunos: a avaliação interna aborda, portanto, muitos aspec-tos que vão além das habilida-des mensuradas pelas avalia-ções externas.

A avaliação externa surgiu da constatação daquela necessi-dade. Por suas características, as avaliações internas não objetivam estabelecer um paralelo com outras unidades escolares, ou mesmo com ou-tras redes de ensino. Já as avaliações exter-nas têm essa intenção, fornecendo, aos gestores de rede e aos gestores escolares, informações a respeito do desempenho dos estudantes naquelas habilidades que se espera tenham consolidado, em determinada disciplina e etapa de escolaridade. De posse dessas informações, os gestores de rede podem verificar as políticas implementadas pelas secretarias de educação que se revelaram eficazes, e as que merecem revisão.

Os gestores escolares, por seu turno, em diálogo com a gestão de rede, atuam como mediadores entre os resultados da avaliação externa e seu impacto no co-tidiano da escola. Entra em ação, nesse momento, a equipe pedagógica da unidade escolar: junto à equipe gestora, coordenadores pedagógicos e professores podem se debruçar sobre os resultados da avaliação,

verificando o desempenho da escola, das turmas e dos estudantes. Essa verificação tem o intuito de ob-servar quais são as habilidades desenvolvidas pelos alunos, e quais as que merecem atenção diferenciada. Entretanto, há que se ter cuidado com uma visão redu-cionista desses resultados: não se pode compreender tais habilidades como as únicas a serem trabalhadas em sala de aula. A Matriz de Referência, base para as avaliações em larga escala, consiste em um “recorte” do currículo, relacionando aquelas habilidades míni-mas já referidas, passíveis de serem avaliadas em um teste de proficiência com questões objetivas.

Embora os resultados de desempenho não sejam os únicos a serem levados em consideração, quando se avalia a trajetória escolar de um estudante, eles po-dem auxiliar na tomada de decisões sobre as estra-

tégias a serem adotadas, visando à melhoria da qualidade do ensino ofertado pelas

redes e pelas escolas. A expectativa é que, de posse desses resultados,

a equipe pedagógica repense suas práticas, analisando cada ângulo possível. A avaliação externa em larga escala pode ser o marco inicial de uma dis-cussão acerca do desempenho da escola e do sistema de en-

sino em que ela está inserida: partindo de seus dados, é possível

refletir sobre o trabalho pedagógico desenvolvido e elaborar e implementar

ações que tenham como foco as dificuldades de aprendizagem observadas.

Para tanto, é necessário, em primeiro lugar, ler e inter-pretar pedagogicamente os resultados da avaliação. Essa leitura não se resume às médias de proficiência e à comparação com as médias da rede e de outras escolas; essas informações são importantes para situar a unidade escolar no conjunto de escolas que formam o sistema, mas não são suficientes para compreen-der, na totalidade, o desempenho específico daquela escola. Cada instituição precisa, portanto, estudar as informações produzidas, verificando, por exemplo, a distribuição dos estudantes pelos Padrões de Desem-penho, e o que isso significa em termos de desempe-nho desses estudantes. Essa distribuição é ponto de

A avaliação externa em larga escala

pode ser o marco inicial de uma

discussão acerca do desempenho da

escola e do sistema de ensino em que

ela está inserida.

SAEPI 2014 10 REVISTA PEDAGÓGICA

Page 13: MATEMÁTICA - 3º ANO DO ENSINO MéDIO

partida para detectar problemas mais amplos, comuns à maioria dos alunos da escola, mas a leitura dos re-sultados não se deve limitar a ela, também: é extrema-mente importante que seja realizado um movimento de interpretação dos resultados das turmas e dos alu-nos, individualmente.

Ao analisar os dados produzidos pela avaliação, a equipe pedagógica poderá entender o que funcionou e o que precisa ser aperfeiçoado, com relação às me-todologias adotadas. Estratégias que se mostraram efi-cazes, em um determinado momento, podem não ser mais produtivas, por motivos diversos: esses motivos, muitas vezes, só podem ser percebidos por aqueles que lidam dia a dia com a realidade da escola, ava-liando as condições de oferta do ensino e o perfil dos estudantes atendidos.

Efetuada a revisão das metodologias de ensino, torna-se relevante pensar em intervenções pedagógicas mais ou menos abrangentes. Algumas po-dem ser pontuais, direcionadas a casos individualizados; outras podem ter um caráter sistêmi-co, abarcando turmas ou até mesmo a escola em si. O que importa, aí, é detectar as ques-tões levantadas pelos resultados da avaliação externa e averiguar como podem ser solucionadas, con-tribuindo para a melhoria do processo de ensino e aprendizagem.

Outro ponto que merece destaque é a formação para o uso dos resultados. É possível que tanto os gestores escolares, como as equipes pedagógicas tenham difi-culdades em entender e usar esses resultados. Essas dificuldades podem ser oriundas não só da complexi-dade própria dos sistemas de avaliação em larga es-cala, mas também da formação dos profissionais que atuam na escola. No caso dos professores, os cursos de atualização e de especialização podem contribuir para que novas ideias sejam agregadas às práticas já existentes, quando se perceber que, depois de ade-quadamente lidos e interpretados os resultados da avaliação, é necessário rever os processos pedagógi-cos adotados pela escola.

Esta Revista tem por objetivo divulgar os resultados da avaliação externa em larga escala, detalhando suas eta-pas. São apresentados os fundamentos da avaliação: a Matriz de Referência, que traz as habilidades avaliadas pelo teste; a composição dos cadernos de teste; a di-ferença entre Teoria da Resposta ao Item (TRI) e Teo-ria Clássica dos Testes (TCT); a estrutura da Escala de Proficiência, com seus Domínios e Competências; os Padrões de Desempenho Estudantil, acompanhados de itens exemplares. Como sugestão de trabalho para os docentes, a publicação oferece, ainda, um estudo de caso que aborda questões que podem se apresentar como um problema para os professores, e como as mesmas podem ser enfrentadas.

O artigo disponibilizado na seção Reflexão pedagógi-ca, por sua vez, tenciona servir como subsídio para a

prática pedagógica da disciplina e da etapa ava-liadas, especificamente. Muitas vezes os

professores se deparam com habilida-des que, de forma recorrente, apre-

sentam um desempenho abaixo do esperado, em suas turmas. A avaliação externa possibilita ob-servar que, de modo generaliza-do – e não apenas na escola em questão –, essas habilidades se

revelam mais complexas, para os estudantes dessa etapa de esco-

laridade. O texto traz apontamentos acerca dessas habilidades, e suges-

tões de atividades que podem auxiliar o professor em seu trabalho nas salas de aula.

Importa lembrar que gestão de rede, gestão escolar e equipe pedagógica – coordenadores e professores – são corresponsáveis pelas ações adotadas em prol de um ensino equânime. Certo é que o professor assu-me papel de destaque nesse processo, dado ser ele quem está presente todos os dias em sala, acompa-nhando passo a passo a evolução de seus alunos. E é aos docentes que dedicamos esta publicação, espe-rando que a leitura concorra para que sua prática seja cada vez mais bem-sucedida.

Ao analisar os dados produzidos

pela avaliação, a equipe pedagógica

poderá entender o que funcionou e

o que precisa ser aperfeiçoado, com

relação às metodologias adotadas.

MATEMÁTICA - 3º ANO DO ENSINO MéDIO 11 SAEPI 2014

Page 14: MATEMÁTICA - 3º ANO DO ENSINO MéDIO

ITENS

Os itens que compõem os testes são analisados, pedagógica e estatisticamente, permitindo uma maior compreensão do desenvolvimento dos alunos nas habilidades avaliadas.

página 40

PADRÕES DEDESEMPENHO

A partir da identificação dos objetivos e das metas de aprendizagem, são estabelecidos os Padrões de Desempenho estudantil, permitindo identificar o grau de desenvolvimento dos alunos e acompanhá-los ao longo do tempo.

página 39

CONTEÚDOAVALIADO

Reconhecida a importância da avaliação, é necessário definir o conteúdo que será avaliado. Para tanto, especialistas de cada área de conhecimento, munidos de conhecimentos pedagógicos e estatísticos, realizam uma seleção das habilidades consideradas essenciais para os alunos. Esta seleção tem como base o currículo.

MATRIZ DEREFERÊNCIA

O currículo é a base para a seleção dos conteúdos que darão origem às Matrizes de Referência. A Matriz elenca as habilidades selecionadas, organizando-as em competências.

página 16

POLÍTICA PÚBLICA

O Brasil assumiu um compromisso, partilhado por estados e sociedade, de melhorar a qualidade da educação oferecida por nossas escolas. Melhorar a qualidade e promover a equidade: eis os objetivos que dão impulso à avaliação educacional em larga escala.

DIAGNÓSTICOS EDUCACIONAIS

Para melhorar a qualidade do ensino ofertado, é preciso identificar problemas e lacunas na aprendizagem, sendo necessário estabelecer diagnósticos educacionais.

1POR QUE AVALIAR?

2O QUE AVALIAR?

3COMO TRABALHAR OS RESULTADOS?

SAEPI 2014 12 REVISTA PEDAGÓGICA

Page 15: MATEMÁTICA - 3º ANO DO ENSINO MéDIO

ESCALA DEPROFICIÊNCIA

As habilidades avaliadas são ordenadas de acordo com a complexidade em uma escala nacional, que permite verificar o desenvolvimento dos estudantes, chamada Escala de Proficiência. A Escala é um importante instrumento pedagógico para a interpretação dos resultados.

página 20

COMPOSIÇÃO DOS CADERNOS

Através de uma metodologia especializada, é possível obter resultados precisos, não sendo necessário que os estudantes realizem testes extensos.

página 18

PORTAL DAAVALIAÇÃO

Para ter acesso a toda a Coleção e a outras informações sobre a avaliação e seus resultados, acesse o site

www.saepi.caedufjf.net

ESTUDO DE CASO

Esse estudo tem como objetivo propiciar ao leitor um mecanismo de entendimento sobre como lidar com problemas educacionais relacionados à avaliação, a partir da narrativa de histórias que podem servir como exemplo para que novos caminhos sejam abertos em sua prática profissional.

página 51

RESULTADOS DAESCOLA

A partir da análise dos resultados da avaliação, um diagnóstico confiável do ensino pode ser estabelecido, servindo de subsídio para que ações e políticas sejam desenvolvidas, no intuito de melhorar a qualidade da educação oferecida.

página 67

AVALIAÇÃO

Para que diagnósticos sejam estabelecidos, é preciso avaliar. Não há melhoria na qualidade da educação que seja possível sem que processos de avaliação acompanhem, continuamente, os efeitos das políticas educacionais propostas para tal fim.

No diagrama ao lado, você encontrará, de forma sin-tética, os fundamentos principais do sistema de avalia-ção, começando pelo objetivo que fomenta a criação da avaliação em larga escala até a divulgação de seus resultados. Aqui, também, encontram-se as indicações das páginas nas quais alguns conceitos relativos ao tema são apresentados com mais detalhes.

O CAMINHO DA AVALIAÇÃO EM LARGA ESCALA

MATEMÁTICA - 3º ANO DO ENSINO MéDIO 13 SAEPI 2014

Page 16: MATEMÁTICA - 3º ANO DO ENSINO MéDIO

Nesta seção, encontram-se os principais elementos que regem o desenvolvimento dos testes e os resultados de proficiência do SAEPI, como a Matriz de Referência, o conteúdo dos cadernos de testes, uma introdução à Teoria de Resposta ao Item (TRI) e a Escala de Proficiência, além da apresentação dos Padrões de Desempenho ilustrados com alguns exemplos de itens.

INTERPRETAÇÃO DE RESULTADOS E ANÁLISES PEDAGÓGICAS

2

Page 17: MATEMÁTICA - 3º ANO DO ENSINO MéDIO

O ato de avaliar compreende uma série de etapas que precisam ser observadas, para que essa atividade alcance seu objetivo. As etapas das avaliações educacionais em larga escala passam pela definição do que e como se pretende avaliar; para tanto, é preciso estabelecer os conceitos que nortearão esse processo.

Realizar uma avaliação externa em larga escala pressupõe, de início, definir o que se preten-de avaliar. Esse conteúdo está registrado nas chamadas Matrizes de Referência, que descre-vem as habilidades a serem avaliadas por meio dos testes de proficiência. Importa perceber, porém, que Matriz de Referência não corresponde a Matriz Curricular, ou Currículo. As ava-liações em larga escala têm por objetivo verificar se os estudantes desenvolveram as habili-dades consideradas essenciais, para que consigam avançar em seu processo educacional; a Matriz de Referência, base para os testes dessas avaliações, relaciona tais habilidades. As Matrizes Curriculares, por seu turno, abarcam conteúdos mais amplos que aqueles focaliza-dos pelas Matrizes de Referência, pois levam em conta não só aquelas habilidades essen-ciais, mas também uma série de conhecimentos, bem mais abrangentes, que se espera que os estudantes adquiram em determinada etapa de escolaridade.

Desse modo, é relevante observar que a Matriz de Referência não pode ser tomada como mais importante do que a Matriz Curricular, nem deve substituí-la. As equipes gestoras e pedagógicas da escola necessitam ter em mente que as habilidades presentes na Matriz de Referência também são parte da Matriz Curricular: é comum referir-se à Matriz de Referência como um “recorte” da Curricular. A escola pode, a partir dos resultados da avaliação externa, reavaliar o Currículo, verificando quais conteúdos precisam ser reforçados, ou mesmo modi-ficados por completo. Para levar a efeito essa tarefa, é importante compreender a ideia de competência e de habilidade.

Os conceitos de competência e habilidade fundamentam as Matrizes de Referência. A COM-PETÊNCIA compreende um grupo de habilidades que, em conjunto, correspondem a um re-sultado; já a HABILIDADE busca verificar se o estudante detém um conhecimento específico. As habilidades são explicitadas, na Matriz de Referência, por meio de descritores. É relevante observar que cada descritor corresponde a somente uma habilidade: cada item (“questão”) do teste se relaciona a apenas um descritor.

A avaliação em larga escala objetiva, portanto, fornecer informações sobre o desempenho dos estudantes, no que diz respeito àquelas habilidades relacionadas nas Matrizes de Refe-rência. Entretanto, ela só será bem-sucedida se seus resultados forem analisados em con-sonância com os resultados das avaliações internas, efetuadas no âmbito da escola: dessa maneira, será possível agregar os dados obtidos pela avaliação externa às informações que os professores já possuem, visando à melhoria da qualidade da educação ofertada.

MATEMÁTICA - 3º ANO DO ENSINO MéDIO 15 SAEPI 2014

Page 18: MATEMÁTICA - 3º ANO DO ENSINO MéDIO

Matriz de Referência de Matemática3º ano do Ensino Médio

O tema agrupa por afinidade um conjunto de habilidades indicadas pelos descritores.

Os descritores associam o conteúdo curricular a operações cogni-tivas, indicando as habilidades que serão avaliadas por meio de um item.

Tema

Descritores

T

D

O item é uma questão utilizada nos testes de uma avaliação em lar-ga escala e se caracteriza por avaliar uma única habilidade indicada por um descritor da Matriz de Referência.

ItemI

(M120983E4) Mário comprou uma peça de madeira para servir como rampa no transporte de cargas que faz em seu caminhão. Ao posicionar essa rampa no caminhão ela forma com o chão um ângulo de 30º, e sua outra extremidade dista 0,9 m do solo, conforme representado no desenho abaixo.

30º 0,9 m

Dado:

sen30º = 21

cos30º = 23

tg30º= 33

Qual é o comprimento dessa rampa?

A) 0,45 m

B) 0, 45 3 m

C) 0, 6 3 m

D) 0, 9 3 mE) 1,8

SAEPI 2014 16 REVISTA PEDAGÓGICA

Page 19: MATEMÁTICA - 3º ANO DO ENSINO MéDIO

MATRIZ DE REFERÊNCIA DE MATEMÁTICA – SAEPI3º ANO DO ENSINO MÉDIOI. ESPAÇO E FORMA

D1 Identificar figuras semelhantes mediante o reconhecimento de relações de proporcionalidade.

D2 Reconhecer aplicações das relações métricas do triângulo retângulo em um problema que envolva figuras planas ou espaciais.

D3 Relacionar diferentes poliedros ou corpos redondos com suas planificações ou vistas.

D4 Identificar a relação entre o número de vértices, faces e/ou arestas de poliedros expressa em um problema.

D5 Resolver problema que envolva razões trigonométricas no triângulo retângulo (seno, cosseno, tangente).

D6 Identificar a localização de pontos no plano cartesiano.

D7 Interpretar geometricamente os coeficientes da equação de uma reta.

D8 Identificar a equação de uma reta apresentada a partir de dois pontos dados ou de um ponto e sua inclinação.

D9 Relacionar a determinação do ponto de interseção de duas ou mais retas com a resolução de um sistema de equações com duas incógnitas.

D10 Reconhecer, dentre as equações do 2º grau com duas incógnitas, as que representam circunferências.

II. GRANDEZAS E MEDIDAS

D11 Resolver problema envolvendo o cálculo de perímetro de figuras planas.

D12 Resolver problema envolvendo o cálculo de área de figuras planas.

D13 Resolver problema envolvendo a área total e/ou volume de um sólido (prisma, pirâmide, cilindro, cone, esfera).

III. NÚMEROS E OPERAÇÕES / ÁLGEBRA E FUNÇÕES

D14 Identificar a localização de números reais na reta numérica.

D15 Resolver problema que envolva variação proporcional, direta ou inversa, entre grandezas.

D16 Resolver problema que envolva porcentagem.

D17 Resolver problema envolvendo equação do 2º grau.

D18 Reconhecer expressão algébrica que representa uma função a partir de uma tabela.

D19 Resolver problema envolvendo uma função do 1º grau.

D20 Analisar crescimento/decrescimento e/ou zeros de funções reais apresentadas em gráficos.

D21 Identificar o gráfico que representa uma situação descrita em um texto.

D22 Resolver problema envolvendo P.A./P.G. dada a fórmula do termo geral.

D23 Reconhecer o gráfico de uma função polinomial de 1º grau por meio de seus coeficientes.

D24 Reconhecer a representação algébrica de uma função do 1º grau dado o seu gráfico.

D25 Resolver problemas que envolvam os pontos de máximo ou de mínimo no gráfico de uma função polinomial do 2º grau.

D26 Relacionar as raízes de um polinômio com sua decomposição em fatores do 1º grau.

D27 Identificar a representação algébrica e/ou gráfica de uma função exponencial.

D28 Identificar a representação algébrica e/ou gráfica de uma função logarítmica, reconhecendo-a como inversa da função exponencial.

D29 Resolver problema que envolva função exponencial.

D30 Identificar gráficos de funções trigonométricas (seno, cosseno, tangente) reconhecendo suas propriedades.

D31 Determinar a solução de um sistema linear associando-o a uma matriz.

D32 Resolver problema de contagem utilizando o princípio multiplicativo ou noções de permutação simples, arranjo simples e/ou combinação simples.

D33 Calcular a probabilidade de um evento.

IV. TRATAMENTO DA INFORMAÇÃO

D34 Resolver problema envolvendo informações apresentadas em tabelas e/ou gráficos.

D35 Associar informações apresentadas em listas e/ou tabelas simples aos gráficos que as representam e vice-versa.

MATEMÁTICA - 3º ANO DO ENSINO MéDIO 17 SAEPI 2014

Page 20: MATEMÁTICA - 3º ANO DO ENSINO MéDIO

COMPOSIÇÃO DOS CADERNOS

TEORIA DE RESPOSTA AO ITEM (TRI) E TEORIA CLÁSSICA DOS TESTES (TCT)

O desempenho dos estudantes em um teste pode ser

analisado a partir de diferentes enfoques. Através da

Teoria Clássica dos Testes – TCT, os resultados dos alu-

nos são baseados no percentual de acerto obtido no

teste, gerando a nota ou escore. As análises produzidas

pela TCT são focadas na nota obtida no teste.

A título de exemplo, um estudante responde a uma série

de itens e recebe um ponto por cada item corretamente

respondido, obtendo, ao final do teste, uma nota total,

representando a soma destes pontos. A partir disso, há

uma relação entre a dificuldade do teste e o valor das

notas: os estudantes tendem a obter notas mais altas em

testes mais fáceis e notas mais baixas em testes mais

difíceis. As notas são, portanto, “teste-dependentes”,

visto que variam conforme a dificuldade do teste aplica-

do. A TCT é muito empregada nas atividades docentes,

servindo de base, em regra, para as avaliações internas,

aplicadas pelos próprios professores em sala de aula.

Língua Portuguesa e Matemática

Ao todo, são 21 modelos diferentes de cadernos.

iiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiii

iiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiii

Língua Portuguesa

Matemática

91 x

91 x

1 item

Composição dos cadernos para a avaliação

91 itensdivididos em

7 blocos por disciplinacom 13 itens cada

2 blocos (26 itens) de cada disciplina

formam um caderno com 4 blocos (52 itens)

iiiiiiiiiiiiiiiiiii

iiiiiii

iiiiiiiiiiiiiiiiiii

iiiiiii

SAEPI 2014 18 REVISTA PEDAGÓGICA

Page 21: MATEMÁTICA - 3º ANO DO ENSINO MéDIO

A Teoria da Resposta ao Item – TRI, por sua vez, adota um procedimento diferente. Baseada em uma sofisticada modelagem estatística computacional, a TRI atribui ao desempenho do estudante uma proficiência, não uma nota, relacionada ao conhecimento do aluno das habilidades elenca-das em uma Matriz de Referência, que dá origem ao teste. A TRI, para a atribuição da proficiência dos alunos, leva em conta as habilidades demonstradas por eles e o grau de dificuldade dos itens que compõem os testes. A proficiência é justamente o nível de desempenho dos alunos nas habilidades dispostas em testes padronizados, formado por questões de múltiplas alternativas. Através da TRI, é possível determinar um valor diferenciado para cada item.

De maneira geral, a Teoria de Resposta ao Item possui três parâmetros, através dos quais é possível realizar a comparação entre testes aplicados em diferentes anos:

PARÂMETRO “A”

Envolve a capacidade de um item de discriminar, entre os estudantes ava-liados, aqueles que desenvolveram as habilidades avaliadas daqueles que não as desenvolveram.

PARÂMETRO “B”

Permite mensurar o grau de dificuldade dos itens: fáceis, médios ou difíceis. Os itens estão distribuídos de forma equâni-me entre os diferentes cadernos de testes, possibilitando a criação de diversos cader-nos com o mesmo grau de dificuldade.

PARÂMETRO “C”

Realiza a análise das respostas do estu-dante para verificar aleatoriedade nas respostas: se for constatado que ele er-rou muitos itens de baixo grau de dificul-dade e acertou outros de grau elevado, situação estatisticamente improvável, o modelo deduz que ele respondeu aleato-riamente às questões.

A TCT e a TRI não produzem resultados incompatíveis ou excludentes. Antes, estas duas teo-rias devem ser utilizadas de forma complementar, fornecendo um quadro mais completo do desempenho dos estudantes.

O SAEPI utiliza a TRI para o cálculo da proficiência do estudante, que não depende unicamen-te do valor absoluto de acertos, já que depende também da dificuldade e da capacidade de discriminação das questões que o aluno acertou e/ou errou. O valor absoluto de acertos per-mitiria, em tese, que um aluno que respondeu aleatoriamente tivesse o mesmo resultado que outro que tenha respondido com base em suas habilidades, elemento levado em consideração pelo “Parâmetro C” da TRI. O modelo, contudo, evita essa situação e gera um balanceamento de graus de dificuldade entre as questões que compõem os diferentes cadernos e as habilida-des avaliadas em relação ao contexto escolar. Esse balanceamento permite a comparação dos resultados dos alunos ao longo do tempo e entre diferentes escolas.

MATEMÁTICA - 3º ANO DO ENSINO MéDIO 19 SAEPI 2014

Page 22: MATEMÁTICA - 3º ANO DO ENSINO MéDIO

DOMÍNIOS COMPETÊNCIAS DESCRITORES 0 25 50 75 100 125 150 175 200 225 250 275 300 325 350 375 400 425 450 475 500

ESPAÇO E FORMA

Localizar objetos em representações do espaço. D06 Identificar figuras geométricas e suas propriedades. D01e D03 Reconhecer transformações no plano. * Aplicar relações e propriedades. D02, D04, D05, D07, D08, D09 e D10

GRANDEZAS E MEDIDAS

Utilizar sistemas de medidas. * Medir grandezas. D11, D12 e D13 Estimar e comparar grandezas. *

NÚMEROS E OPERAÇÕES/ ÁLGEBRA E FUNÇÕES

Conhecer e utilizar números. D14 Realizar e aplicar operações. D16 Utilizar procedimentos algébricos.

D15, D17, D18, D19, D20, D21, D22, D23, D24, D25, D26, D27, D28, D29, D30 e D31

TRATAMENTO DA INFORMAÇÃO

Ler, utilizar e interpretar informações apresentadas em tabelas e gráficos.

D34 e D35 Utilizar procedimentos de combinatória e probabilidade. D32 e D33

PADRÕES DE DESEMPENHO - 3º ANO DO ENSINO MÉDIO

Escala de Proficiência de Matemática

A ESCALA DE PROFICIÊNCIA foi desenvolvida com o

objetivo de traduzir medidas em diagnósticos qualitati-

vos do desempenho escolar. Ela orienta, por exemplo,

o trabalho do professor com relação às competências

que seus alunos desenvolveram, apresentando os re-

sultados em uma espécie de régua onde os valores

obtidos são ordenados e categorizados em intervalos

ou faixas que indicam o grau de desenvolvimento das

habilidades para os estudantes que alcançaram deter-

minado nível de desempenho.

Em geral, para as avaliações em larga escala da Edu-

cação Básica realizadas no Brasil, os resultados dos

alunos em Matemática são colocados em uma mesma

Escala de Proficiência definida pelo Sistema Nacional

de Avaliação da Educação Básica (Saeb). Por permiti-

rem ordenar os resultados de desempenho, as Escalas

são importantes ferramentas para a interpretação dos

resultados da avaliação.

* As habilidades relativas a essas competências são avaliadas em outra etapa de escolaridade.

SAEPI 2014 20 REVISTA PEDAGÓGICA

Page 23: MATEMÁTICA - 3º ANO DO ENSINO MéDIO

DOMÍNIOS COMPETÊNCIAS DESCRITORES 0 25 50 75 100 125 150 175 200 225 250 275 300 325 350 375 400 425 450 475 500

ESPAÇO E FORMA

Localizar objetos em representações do espaço. D06 Identificar figuras geométricas e suas propriedades. D01e D03 Reconhecer transformações no plano. * Aplicar relações e propriedades. D02, D04, D05, D07, D08, D09 e D10

GRANDEZAS E MEDIDAS

Utilizar sistemas de medidas. * Medir grandezas. D11, D12 e D13 Estimar e comparar grandezas. *

NÚMEROS E OPERAÇÕES/ ÁLGEBRA E FUNÇÕES

Conhecer e utilizar números. D14 Realizar e aplicar operações. D16 Utilizar procedimentos algébricos.

D15, D17, D18, D19, D20, D21, D22, D23, D24, D25, D26, D27, D28, D29, D30 e D31

TRATAMENTO DA INFORMAÇÃO

Ler, utilizar e interpretar informações apresentadas em tabelas e gráficos.

D34 e D35 Utilizar procedimentos de combinatória e probabilidade. D32 e D33

PADRÕES DE DESEMPENHO - 3º ANO DO ENSINO MÉDIO

A partir da interpretação dos intervalos da Escala, os professores, em parceria com a equipe pedagógica, po-dem diagnosticar as habilidades já desenvolvidas pelos alunos, bem como aquelas que ainda precisam ser tra-balhadas em sala de aula, em cada etapa de escolari-dade avaliada. Com isso, os educadores podem atuar com maior precisão na detecção das dificuldades dos estudantes, possibilitando o planejamento e a execução de novas ações para o processo de ensino-aprendiza-gem. A seguir é apresentada a estrutura da Escala de Proficiência.

A gradação das cores indica a complexidade da tarefa.

Abaixo do Básico

Básico

Adequado

Avançado

MATEMÁTICA - 3º ANO DO ENSINO MéDIO 21 SAEPI 2014

Page 24: MATEMÁTICA - 3º ANO DO ENSINO MéDIO

A estrutura da Escala de Proficiência

Na primeira coluna da Escala, são apresentados os

grandes Domínios do conhecimento em Matemática

para toda a Educação Básica. Esses Domínios são agru-

pamentos de competências que, por sua vez, agregam

as habilidades presentes na Matriz de Referência. Nas

colunas seguintes são apresentadas, respectivamente,

as competências presentes na Escala de Proficiência e

os descritores da Matriz de Referência a elas relaciona-

dos.

As competências estão dispostas nas várias linhas da

Escala. Para cada competência há diferentes graus de

complexidade representados por uma gradação de co-

res, que vai do amarelo-claro ao vermelho. Assim, a cor

amarelo-claro indica o primeiro nível de complexidade

da competência, passando pelo amarelo-escuro, laran-

ja-claro, laranja-escuro e chegando ao nível mais com-

plexo, representado pela cor vermelha.

Na primeira linha da Escala de Proficiência, podem ser

observados, numa escala numérica, intervalos divididos

em faixas de 25 pontos, que estão representados de

zero a 500. Cada intervalo corresponde a um nível e um

conjunto de níveis forma um Padrão de Desempenho.

Esses Padrões são definidos pela Secretaria da Edu-

cação e Cultura do Piauí (SEDUC) e representados em

tons de verde. Eles trazem, de forma sucinta, um quadro

geral das tarefas que os alunos são capazes de fazer, a

partir do conjunto de habilidades que desenvolveram.

Para compreender as informações presentes na Escala

de Proficiência, pode-se interpretá-la de três maneiras:

Primeira

Perceber, a partir de um determinado Domínio, o grau de complexidade das competências a ele associadas, atra-vés da gradação de cores ao longo da Escala. Desse modo, é possível analisar como os alunos desenvolvem as habilidades relacionadas a cada competência e realizar uma interpretação que contribua para o planejamento do professor, bem como para as intervenções pedagógicas em sala de aula.

Segunda

Ler a Escala por meio dos Padrões de Desempenho, que apresentam um panorama do desenvolvimento dos alunos em um determinado intervalo. Dessa forma, é possível relacionar as habilidades desenvolvidas com o percentual de estudantes situado em cada Padrão.

Terceira

Interpretar a Escala de Proficiência a partir da abrangência da proficiência de cada instância avaliada: estado, Gerên-cia Regional de Educação (GRE) e escola. Dessa forma, é possível verificar o intervalo em que a escola se encontra em relação às demais instâncias.

SAEPI 2014 22 REVISTA PEDAGÓGICA

Page 25: MATEMÁTICA - 3º ANO DO ENSINO MéDIO

competências descritas para este domínio

Espaço e forma

Professor, na Matemática, o estudo do Espaço e forma é de fundamen-tal importância para que o estudante desenvolva várias habilidades, tais como percepção, representação, abstração, levantamento e validação de hipóteses, orientação espacial; além de propiciar o desenvolvimento da criatividade. Vivemos num mundo em que, constantemente, necessita-mos nos movimentar, localizar objetos, localizar ruas e cidades em mapas, identificar figuras geométricas e suas propriedades para solucionar pro-blemas. O estudo deste domínio pode auxiliar a desenvolver, satisfatoria-mente, todas essas habilidades, podendo, também, nos ajudar a apreciar, com outro olhar, as formas geométricas presentes na natureza, nas cons-truções e nas diferentes manifestações artísticas. Estas competências são trabalhadas desde a Educação Infantil até o Ensino Médio, permitindo que, a cada ano de escolaridade, os estudantes aprofundem e aperfeiçoem o seu conhecimento neste domínio, desenvolvendo, assim, o pensamento geométrico necessário para solucionar problemas.

Localizar objetos em representações do espaço.

Identificar figuras geométricas e suas propriedades.

Reconhecer transformações no plano.

Aplicar relações e propriedades.

DOMÍNIOS E COMPETÊNCIAS

Ao relacionar os resultados a cada um dos Domínios da Escala de Proficiência e aos respectivos intervalos de gradação de complexidade de cada competência, é possível observar o nível de desenvolvimento das habilidades aferido pelo teste e o desempenho esperado dos estudantes nas etapas de escolaridade em que se encontram.

Esta seção apresenta o detalhamento dos níveis de complexidade das competências (com suas respectivas habilidades), nos diferentes intervalos da Escala de Proficiência. Essa descrição focaliza o desenvolvimento cognitivo do estudante ao longo do processo de escolarização e o agrupamento das competências básicas ao aprendizado de Matemática para toda a Educação Básica.

MATEMÁTICA - 3º ANO DO ENSINO MéDIO 23 SAEPI 2014

Page 26: MATEMÁTICA - 3º ANO DO ENSINO MéDIO

LOCALIZAR OBJETOS EM REPRESENTAÇÕES DO ESPAÇO

0 25 50 75 100 125 150 175 200 225 250 275 300 325 350 375 400 425 450 475 500

Um dos objetivos do ensino de Espaço e forma em Matemática é propiciar ao estudante o desenvolvimento da competência de localizar objetos em representações planas do espaço. Esta competência é desenvolvida desde os anos iniciais do Ensino Fundamental por meio de tarefas que exigem dos estudantes, por exemplo, desenhar, no papel, o trajeto casa-escola, identificando pontos de referências. Para o desenvolvimento desta competência, nos anos iniciais do Ensino Fundamental, são utilizados vários recursos, como a localização de ruas, pontos turísticos, casas, dentre outros, em mapas e croquis. Além disso, o uso do papel quadriculado pode auxiliar o estudante a loca-lizar objetos utilizando as unidades de medidas (cm, mm), em conexão com o domínio de Grandezas e Medidas. Nos anos iniciais do Ensino Fundamental, papel quadriculado é um importante recurso para que os estudantes localizem pontos utilizando coordenadas. No Ensino Médio os estudantes trabalham as geometrias plana, espacial e analítica. Eles utilizam o sistema de coordenadas cartesianas para localizar pontos, retas, circunferências entre outros objetos matemáticos.

CINZA 0 A 150 PONTOS

Os estudantes cuja proficiência se encontra na faixa cinza, de 0 a 150 pontos, ainda não desenvolveram as habilidades relacionadas a esta competência.

AMARELO-CLARO 150 A 200 PONTOS

Alunos cuja proficiência se encontra no intervalo de 150 a 200 pontos na Escala, marcado pelo amarelo-claro, estão no início do desenvolvimento desta competência. Esses estudantes são os que descrevem caminhos desenhados em mapas e identificam objeto localizado dentro/fora, na frente/atrás ou em cima/embaixo.

AMARELO-ESCURO 200 A 250 PONTOS

Alunos cuja proficiência se encontra no intervalo amarelo-escuro, 200 a 250 pontos na Escala, realizam ati-vidades que envolvem referenciais diferentes da própria posição, como, por exemplo, localizar qual objeto está situado entre outros dois. Também localizam e identificam a movimentação de objetos e pessoas em mapas e croquis.

LARANJA-CLARO 250 A 300 PONTOS

O laranja-claro, 250 a 300 pontos na Escala , indica um novo grau de complexidade desta competência. Nes-te intervalo, os estudantes associam uma trajetória representada em um mapa à sua descrição textual. Por exemplo: dada uma trajetória entre duas localidades, no mapa, o estudante verifica qual a descrição textual que representa esse deslocamento e vice-versa.

LARANJA-ESCURO 300 A 375 PONTOS

No intervalo de 300 a 375 pontos, cor laranja-escuro, os estudantes já conseguem realizar atividade de loca-lização utilizando sistema de coordenadas em um plano cartesiano. Por exemplo: dado um objeto no plano cartesiano, o estudante identifica o seu par ordenado e vice-versa.

VERMELHO ACIMA DE 375 PONTOS

No intervalo de 375 a 500 pontos, representado pela cor vermelha, os estudantes localizam figuras

geométricas por meio das coordenadas cartesianas de seus vértices, utilizando a nomenclatura abscissa e

ordenada.

SAEPI 2014 24 REVISTA PEDAGÓGICA

Page 27: MATEMÁTICA - 3º ANO DO ENSINO MéDIO

IDENTIFICAR FIGURAS GEOMÉTRICAS E SUAS PROPRIEDADES

0 25 50 75 100 125 150 175 200 225 250 275 300 325 350 375 400 425 450 475 500

Nesta competência, a denominação de “figuras geométricas” será utilizada de forma geral para se referir tanto às figuras bidimensionais como às tridimensionais. Em todos os lugares, nós nos deparamos com diferentes formas geométricas – arredondadas, retilíneas, simétricas, assimétricas, cônicas, esféricas, dentre muitas outras. A percep-ção das formas que estão ao nosso redor é desenvolvida pelas crianças, mesmo antes de entrarem na escola. Nos anos iniciais do Ensino Fundamental, os estudantes começam a desenvolver as habilidades de reconhecimento de formas utilizando alguns atributos das figuras planas (um dos elementos que diferencia o quadrado do triângulo é o atributo número de lados) e tridimensionais (conseguem distinguir a forma esférica de outras formas). Nas séries finais do Ensino Fundamental, são trabalhadas as principais propriedades das figuras geométricas. No Ensino Médio, os estudantes identificam várias propriedades das figuras geométricas, entre as quais destacamos o Teorema de Pitágoras, propriedades dos quadriláteros, dentre outras.

CINZA 0 A 125 PONTOS

Os estudantes cuja proficiência se encontra na faixa cinza, de 0 a 125 pontos, ainda não desenvolveram as habilidades relacionadas a esta competência.

AMARELO-CLARO 125 A 200 PONTOS

No intervalo de 125 a 200 pontos, representado pelo amarelo-claro, os estudantes começam a desenvolver as habilidades de associar objetos do cotidiano às suas formas geométricas.

AMARELO-ESCURO 200 A 250 PONTOS

No intervalo de 200 a 250 pontos, representado pelo amarelo-escuro, os estudantes começam a desenvol-ver as habilidades de identificar quadriláteros e triângulos, utilizando como atributo o número de lados. Assim, dado um conjunto de figuras, os estudantes, pela contagem do número de lados, identificam aqueles que são triângulos e os que são quadriláteros. Em relação aos sólidos, os estudantes identificam suas propriedades comuns e suas diferenças, utilizando um dos atributos, nesse caso o número de faces.

LARANJA-CLARO DE 250 A 300 PONTOS

Alunos cuja proficiência se encontra entre 250 e 300 pontos identificam algumas características de quadri-láteros relativas a lados e ângulos e, também, reconhecem alguns polígonos, como pentágonos, hexágonos entre outros, considerando, para isso, o número de lados. Em relação aos quadriláteros, conseguem identifi-car as posições dos lados, valendo-se do paralelismo. Com relação aos sólidos geométricos, esses estudan-tes identificam os objetos com forma esférica a partir de um conjunto de objetos do cotidiano e reconhecem algumas características dos corpos redondos. A partir das características dos sólidos geométricos, os estu-dantes discriminam entre poliedros e corpos redondos, bem como identificam a planificação do cubo e do bloco retangular. O laranja-claro indica o desenvolvimento dessas habilidades.

LARANJA-ESCURO DE 300 A 375 PONTOS

No intervalo laranja-escuro, de 300 a 375 pontos na Escala , os estudantes reconhecem um quadrado fora de sua posição usual. É muito comum, ao rotacionarmos um quadrado 45 graus, os estudantes não identificarem a figura como sendo um quadrado. Nesse caso, os estudantes consideram essa figura como sendo um losan-go. Em relação às figuras tridimensionais, os estudantes identificam alguns elementos dessas figuras como,

MATEMÁTICA - 3º ANO DO ENSINO MéDIO 25 SAEPI 2014

Page 28: MATEMÁTICA - 3º ANO DO ENSINO MéDIO

por exemplo, faces, vértices e bases, além de contarem o número de faces, vértices e arestas dos poliedros. Ainda, em relação às figuras planas, os estudantes reconhecem alguns elementos da circunferência, como raio, diâmetro e cordas. Relacionam os sólidos geométricos às suas planificações e também identificam duas planificações possíveis do cubo.

VERMELHO ACIMA DE 375 PONTOS

Alunos que apresentam proficiência a partir de 375 pontos já desenvolveram as habilidades referentes aos níveis anteriores e, ainda, identificam a quantidade e as formas dos polígonos que formam um prisma, bem como identificam sólidos geométricos a partir de sua planificação (prismas e corpos redondos) e vice-versa. A cor vermelha indica o desenvolvimento das habilidades vinculadas a esta competência.

RECONHECER TRANSFORMAÇÕES NO PLANO

0 25 50 75 100 125 150 175 200 225 250 275 300 325 350 375 400 425 450 475 500

Existem vários tipos de transformações no plano. Dentre elas, podemos citar as isometrias que têm como caracte-rísticas a preservação de distâncias entre pontos do plano, como translações, rotações e reflexões e as transfor-mações por semelhança que preservam a forma, mas não preservam, necessariamente, o tamanho. As habilidades relacionadas a esta competência dizem respeito às transformações por semelhança e, devido à sua complexidade, começam a ser desenvolvidas em níveis mais altos da Escala de Proficiência.

CINZA 0 A 325 PONTOS

Os estudantes cuja proficiência se encontra na faixa cinza, de 0 a 325 pontos, ainda não desenvolveram as habilidades relacionadas a esta competência.

AMARELO-CLARO 325 A 350 PONTOS

Alunos que se encontram entre 325 e 350 pontos na Escala, marcado pelo amarelo-claro, começam a de-senvolver as habilidades desta competência. Esses estudantes são os que resolvem problemas envolvendo escalas e constante de proporcionalidade.

AMARELO-ESCURO 350 A 375 PONTOS

O amarelo-escuro, 350 a 375 pontos, indica que os estudantes com uma proficiência que se encontra neste intervalo já conseguem realizar tarefas mais complexas, pois reconhecem a semelhança de triângulos a partir da medida de seus ângulos, bem como comparam áreas de figuras planas semelhantes desenhadas em uma malha quadriculada, obtendo o fator multiplicativo.

VERMELHO ACIMA DE 375 PONTOS

No intervalo representado pela cor vermelha, os estudantes reconhecem que a área de um retângulo

quadruplica quando as medidas de seus lados são dobradas.

SAEPI 2014 26 REVISTA PEDAGÓGICA

Page 29: MATEMÁTICA - 3º ANO DO ENSINO MéDIO

APLICAR RELAÇÕES E PROPRIEDADES

0 25 50 75 100 125 150 175 200 225 250 275 300 325 350 375 400 425 450 475 500

A resolução de problemas é uma capacidade cognitiva que deve ser desenvolvida na escola. O ensino da Mate-mática pode auxiliar nesse desenvolvimento considerando que a resolução de problemas não é o ponto final do processo de aprendizagem e sim o ponto de partida da atividade matemática, propiciando ao estudante desen-volver estratégias, levantar hipóteses, testar resultados e utilizar conceitos já aprendidos em outras competências. No campo do Espaço e forma, espera-se que os estudantes consigam aplicar relações e propriedades das figuras geométricas – planas e não planas – em situações-problema.

CINZA 0 A 300 PONTOS

Os estudantes cuja proficiência se encontra na faixa cinza, de 0 a 300 pontos, ainda não desenvolveram as habilidades relacionadas a esta competência.

AMARELO-CLARO 300 A 350 PONTOS

O amarelo-claro, de 300 a 350 pontos na Escala, indica que os estudantes trabalham com ângulo reto e reconhecem esse ângulo como sendo correspondente a um quarto de giro. Em relação às figuras geométri-cas, conseguem aplicar o Teorema da soma dos ângulos internos de um triângulo para resolver problemas e diferenciar os tipos de ângulos: agudo, obtuso e reto. Em relação ao estudo do círculo e circunferência, esses estudantes estabelecem relações entre as medidas do raio, diâmetro e corda.

AMARELO-ESCURO 350 A 375 PONTOS

No intervalo representado pelo amarelo-escuro, de 350 a 375 pontos, os estudantes resolvem problemas geométricos mais complexos, utilizando o Teorema de Pitágoras e a lei angular de Tales, além de resolver problemas envolvendo o cálculo do número de diagonais de um polígono e utilizar relações para o cálculo da soma dos ângulos internos e externos de um triângulo. Em relação ao estudo do círculo e circunferência, esses estudantes calculam os ângulos centrais em uma circunferência dividida em partes iguais.

LARANJA-CLARO 375 A 400 PONTOS

Alunos cuja proficiência se encontra entre 375 e 400 pontos, marcado pelo laranja-claro, resolvem problemas mais complexos, envolvendo o Teorema de Pitágoras e relações métricas no triângulo retângulo.

VERMELHO ACIMA DE 400 PONTOS

Os estudantes resolvem problemas utilizando conceitos básicos da Trigonometria, como a Relação Fun-damental da Trigonometria e as razões trigonométricas em um triângulo retângulo. Na Geometría Analítica identificam a equação de uma reta e sua equação reduzida a partir de dois pontos dados. Reconhecem os coeficientes linear e angular de uma reta, dado o seu gráfico. Identificam a equação de uma circunferência a partir de seus elementos e vice-versa. Na Geometria Espacial, utilizam a relação de Euller para determinar o número de faces, vértices e arestas.

MATEMÁTICA - 3º ANO DO ENSINO MéDIO 27 SAEPI 2014

Page 30: MATEMÁTICA - 3º ANO DO ENSINO MéDIO

UTILIZAR SISTEMAS DE MEDIDAS

0 25 50 75 100 125 150 175 200 225 250 275 300 325 350 375 400 425 450 475 500

Um dos objetivos do estudo de Grandezas e medidas é propiciar ao estudante o desenvolvimento da competência: utilizar sistemas de medidas. Para o desenvolvimento desta competência, nos anos iniciais do Ensino Fundamental, podemos solicitar aos estudantes que marquem o tempo por meio de calendário. Destacam-se, também, atividades envolvendo culinária, o que possibilita um rico trabalho, utilizando diferentes unidades de medida, como o tempo de cozimento: horas e minutos e a quantidade dos ingredientes: litro, quilograma, colher, xícara, pitada e outros. Os estudantes utilizam também outros sistemas de medidas convencionais para resolver problemas.

CINZA 0 A 125 PONTOS

Os estudantes cuja proficiência se encontra na faixa cinza, de 0 a 125 pontos, ainda não desenvolveram as habilidades relacionadas a esta competência.

AMARELO-CLARO 125 A 175 PONTOS

No intervalo de 125 a 175 pontos, representado pelo amarelo-claro, os estudantes estão no início do desen-volvimento desta competência. Eles conseguem ler horas inteiras em relógio analógico.

competências descritas para este domínio

Grandezas e medidas

O estudo de temas vinculados a este domínio deve propiciar aos estu-dantes conhecer aspectos históricos da construção do conhecimento; compreender o conceito de medidas, os processos de medição e a ne-cessidade de adoção de unidades padrão de medidas; resolver proble-mas utilizando as unidades de medidas; estabelecer conexões entre gran-dezas e medidas com outros temas matemáticos como, por exemplo, os números racionais positivos e suas representações. Através de diversas atividades, é possível mostrar a importância e o acentuado caráter prá-tico das Grandezas e medidas, para poder, por exemplo, compreender questões relacionadas aos Temas Transversais, além de sua vinculação a outras áreas de conhecimento, como as Ciências Naturais (temperatu-ra, velocidade e outras grandezas) e a Geografia (escalas para mapas, coordenadas geográficas). Estas competências são trabalhadas desde a Educação Infantil até o Ensino Médio, permitindo que, a cada ano de esco-laridade, os estudantes aprofundem e aperfeiçoem o seu conhecimento neste domínio.

Utilizar sistemas de medidas.

Medir grandezas.

Estimar e comparar grandezas.

SAEPI 2014 28 REVISTA PEDAGÓGICA

Page 31: MATEMÁTICA - 3º ANO DO ENSINO MéDIO

AMARELO-ESCURO 175 A 225 PONTOS

No intervalo representado pelo amarelo-escuro, de 175 a 225 pontos, os estudantes conseguem ler horas e minutos em relógio digital e de ponteiro em situações simples, resolver problemas relacionando diferentes unidades de uma mesma medida para cálculo de intervalos (dias e semanas, minutos e horas), bem como estabelecer relações entre diferentes medidas de tempo (horas, dias, semanas), efetuando cálculos. Em rela-ção à grandeza comprimento, os estudantes resolvem problemas relacionando metro e centímetro. Quanto à grandeza Sistema Monetário, identificam quantas moedas de um mesmo valor equivalem a uma quantia inteira dada em reais e vice-versa.

LARANJA-CLARO 225 A 300 PONTOS

Alunos que apresentam uma proficiência entre 225 e 300 pontos, marcado pelo laranja-claro, desenvolvem tarefas mais complexas em relação à grandeza tempo. Esses estudantes relacionam diferentes unidades de medidas como, por exemplo, o mês, o bimestre, o ano, bem como estabelecem relações entre segundos e minutos, minutos e horas, dias e anos. Em se tratando da grandeza Sistema Monetário, resolvem problemas de trocas de unidades monetárias, que envolvem um número maior de cédulas e em situações menos fami-liares. Resolvem problemas realizando cálculo de conversão de medidas das grandezas comprimento (quilô-metro/metro), massa (quilograma/grama) e capacidade (litro/mililitro).

LARANJA-ESCURO 300 A 350 PONTOS

No intervalo de 300 a 350 pontos, marcado pelo laranja-escuro, os estudantes resolvem problemas realizan-do conversão e soma de medidas de comprimento (quilômetro/ metro) e massa (quilograma/grama). Neste caso, os problemas envolvendo conversão de medidas assumem uma complexidade maior do que aqueles que estão nos intervalos anteriores.

VERMELHO ACIMA DE 350 PONTOS

Percebe-se que, até o momento, as habilidades requeridas dos estudantes para resolver problemas utilizan-do conversão de medidas envolvem as seguintes grandezas: comprimento, massa, capacidade. Há proble-mas que trabalham com outras grandezas como, por exemplo, as grandezas volume e capacidade, estabe-lecendo a relação entre suas medidas – metros cúbicos (m³) e litro (L). Acima de 350 pontos na Escala de Proficiência, as habilidades relacionadas a esta competência apresentam uma maior complexidade. Neste nível, os estudantes resolvem problemas envolvendo a conversão de m³ em litros. A cor vermelha indica o desenvolvimento das habilidades relacionadas a esta competência.

MEDIR GRANDEZAS

0 25 50 75 100 125 150 175 200 225 250 275 300 325 350 375 400 425 450 475 500

Outro objetivo do ensino de Grandezas e medidas é propiciar ao estudante o desenvolvimento da competência: medir grandezas. Esta competência é desenvolvida nos anos iniciais do Ensino Fundamental quando, por exemplo, solicitamos aos estudantes para medirem o comprimento e largura da sala de aula usando algum objeto como unidade. Esta é uma das habilidades que deve ser amplamente discutida com os estudantes, pois, em razão da di-ferença dos objetos escolhidos como unidade de medida, os resultados encontrados serão diferentes. E perguntas como: “Qual é medida correta?” são respondidas da seguinte forma: “Todos os resultados são igualmente corre-tos, pois eles expressam medidas realizadas com unidades diferentes.” Além dessas habilidades, ainda nas séries iniciais do Ensino Fundamental, também são trabalhadas as habilidades de medir a área e o perímetro de figuras

MATEMÁTICA - 3º ANO DO ENSINO MéDIO 29 SAEPI 2014

Page 32: MATEMÁTICA - 3º ANO DO ENSINO MéDIO

planas, a partir das malhas quadriculadas ou não. Nos anos finais do Ensino Fundamental, os estudantes resolvem problemas envolvendo o cálculo de perímetro e área de figuras planas e problemas envolvendo noções de volume (paralelepípedo). No Ensino Médio, os estudantes resolvem problemas envolvendo o cálculo do volume de diferen-tes sólidos geométricos (prisma, pirâmide, cilindro, cone, esfera) e problemas envolvendo a área total de um sólido (prisma, pirâmide, cilindro, cone, esfera).

CINZA 0 A 150 PONTOS

Os estudantes cuja proficiência se encontra na faixa cinza, de 0 a 150 pontos, ainda não desenvolveram as habilidades relacionadas a esta competência.

AMARELO-CLARO 150 A 225 PONTOS

No intervalo de 150 a 225 pontos na Escala, representada pela cor amarelo-claro, os estudantes conseguem resolver problemas de cálculo de área relacionando o número de metros quadrados com a quantidade de quadradinhos contida em um retângulo desenhado em malha quadriculada.

AMARELO-ESCURO 225 A 275 PONTOS

Alunos cuja proficiência se encontra entre 225 e 275 pontos, representado pelo amarelo-escuro, realizam tarefas mais complexas, comparando e calculando áreas de figuras poligonais em malhas quadriculadas. Em relação ao perímetro, demonstram as habilidades de identificar os lados e, conhecendo suas medidas, cal-cular a extensão do contorno de uma figura poligonal dada em uma malha quadriculada, bem como calcular o perímetro de figura sem o apoio de malhas quadriculadas. Ainda, reconhecem que a medida do perímetro de um polígono, em uma malha quadriculada, dobra ou se reduz à metade quando os lados dobram ou são reduzidos à metade.

LARANJA-CLARO 275 A 325 PONTOS

No intervalo representado pelo laranja-claro, de 275 a 325 pontos na Escala, os estudantes calculam a área com base em informações sobre os ângulos da figura e o volume de sólidos a partir da medida de suas ares-tas.

LARANJA-ESCURO 325 A 400 PONTOS

Alunos cuja proficiência se encontra no intervalo de 325 a 400 pontos, laranja- escuro, resolvem problemas envolvendo o cálculo aproximado da área de figuras planas desenhadas em malhas quadriculadas cuja borda é formada por segmentos de retas e arcos de circunferências. Também calculam a área do trapézio retângulo e o volume do paralelepípedo. Em relação ao perímetro, neste intervalo, realizam o cálculo do perímetro de polígonos sem o apoio de malhas quadriculadas e do volume de paralelepípedos retângulos de base quadra-da. Reconhecem que a área de um retângulo quadruplica quando as medidas de seus lados são dobradas.

SAEPI 2014 30 REVISTA PEDAGÓGICA

Page 33: MATEMÁTICA - 3º ANO DO ENSINO MéDIO

VERMELHO ACIMA DE 400 PONTOS

A partir de 400 pontos na Escala, os estudantes resolvem problemas envolvendo a decomposição de uma figura plana em triângulos, retângulos e trapézios retângulos e calculam a área desses polígonos. O vermelho indica o desenvolvimento das habilidades relativas a esta competência.

ESTIMAR E COMPARAR GRANDEZAS

0 25 50 75 100 125 150 175 200 225 250 275 300 325 350 375 400 425 450 475 500

O estudo de Grandezas e medidas tem, também, como objetivo propiciar ao estudante o desenvolvimento da com-petência: estimar e comparar grandezas. Muitas atividades cotidianas envolvem esta competência, como comparar tamanhos dos objetos, pesos, volumes, temperaturas diferentes e outras. Nas séries iniciais do Ensino Fundamental, esta competência é trabalhada, por exemplo, quando solicitamos aos estudantes que comparem dois objetos esti-mando as suas medidas e anunciando qual dos dois é maior. Atividades como essas propiciam a compreensão do processo de medição, pois medir significa comparar grandezas de mesma natureza e obter uma medida expressa por um número.

CINZA 0 A 175 PONTOS

Os estudantes cuja proficiência se encontra na faixa cinza, de 0 a 175 pontos, ainda não desenvolveram as habilidades relacionadas a esta competência.

AMARELO-CLARO 175 A 225 PONTOS

Alunos cuja proficiência se encontra entre 175 e 225 pontos, representado pelo amarelo-claro, estão no início do desenvolvimento desta competência. Eles leem informações em calendários, localizando o dia de um de-terminado mês e identificam as notas do Sistema Monetário Brasileiro, necessárias para pagar uma compra informada.

AMARELO-ESCURO 225 A 275 PONTOS

No intervalo de 225 a 275 pontos, os estudantes conseguem estimar medida de comprimento usando uni-dades convencionais e não convencionais. O amarelo-escuro indica o início do desenvolvimento dessas habilidades.

LARANJA-CLARO 275 A 350 PONTOS

O laranja-claro, 275 a 350 pontos, indica que os estudantes com uma proficiência que se encontra neste in-tervalo já conseguem realizar tarefas mais complexas relativas a esta competência, como, por exemplo, re-solver problemas estimando outras medidas de grandezas utilizando unidades convencionais como o litro.

VERMELHO ACIMA DE 350 PONTOS

A partir de 350 pontos os estudantes comparam os perímetros de figuras desenhadas em malhas quadricula-das. O vermelho indica o desenvolvimento das habilidades referentes a esta competência.

MATEMÁTICA - 3º ANO DO ENSINO MéDIO 31 SAEPI 2014

Page 34: MATEMÁTICA - 3º ANO DO ENSINO MéDIO

Números e operações/Álgebra e funções

Como seria a nossa vida sem os números? Em nosso dia a dia, nos depa-ramos com eles a todo o momento. Várias informações essenciais para a nossa vida social são representadas por números: CPF, RG, conta ban-cária, senhas, número de telefones, número de nossa residência, preços de produtos, calendário, horas, entre tantas outras. Não é por acaso que Pitágoras, um grande filósofo e matemático grego (580-500 a.C), elegeu como lema para a sua escola filosófica “Tudo é Número”, pois acreditava que o universo era regido pelos números e suas relações e propriedades. Este domínio envolve, além do conhecimento dos diferentes conjuntos numéricos, as operações e suas aplicações à resolução de problemas. As operações aritméticas estão sempre presentes em nossas vidas. Quantos cálculos temos que fazer? Orçamento do lar, cálculos envolvendo nossa conta bancária, cálculo de juros, porcentagens, divisão de uma conta em um restaurante, dentre outros. Essas são algumas das muitas situações com que nos deparamos em nossas vidas e nas quais precisamos realizar operações. Além de números e operações, este domínio também envolve o conhecimento algébrico que requer a resolução de problemas por meio de equações, inequações, funções, expressões, cálculos entre muitos ou-tros. O estudo da álgebra possibilita aos estudantes desenvolver, entre outras capacidades, a de generalizar. Quando fazemos referência a um número par qualquer, podemos representá-lo pela expressão 2n (n sendo um número natural). Essa expressão mostra uma generalização da classe dos números pares.

CONHECER E UTILIZAR NÚMEROS

0 25 50 75 100 125 150 175 200 225 250 275 300 325 350 375 400 425 450 475 500

As crianças, nos anos iniciais do Ensino Fundamental, têm contato com os números e já podem perceber a impor-tância deles na vida cotidiana. Já conhecem a escrita de alguns números e já realizam contagens. Nessa fase da escolaridade, os estudantes começam a conhecer os diferentes conjuntos numéricos e a perceberem a sua utili-zação em contextos do cotidiano. Entre os conjuntos numéricos estudados estão os naturais e os racionais em sua forma fracionária e decimal. Não podemos nos esquecer de que o domínio de números está sempre relacionado a outros domínios como o das Grandezas e medidas. Na etapa final do Ensino Fundamental, os estudantes resolvem problemas mais complexos envolvendo diferentes conjuntos numéricos, como os naturais, inteiros e racionais. No Ensino Médio, os estudantes já devem ter desenvolvido esta competência.

competências descritas para este domínio

Conhecer e utilizar números.

Realizar e aplicar operações.

Utilizar procedimentos algébricos.

SAEPI 2014 32 REVISTA PEDAGÓGICA

Page 35: MATEMÁTICA - 3º ANO DO ENSINO MéDIO

CINZA 0 A 100 PONTOS

Os estudantes cuja proficiência se encontra na faixa cinza, de 0 a 100 pontos, ainda não desenvolveram as habilidades relacionadas a esta competência.

AMARELO-CLARO 100 A 200 PONTOS

Alunos que se encontram no intervalo de 100 a 200 pontos, representado pelo amarelo-claro, desenvolveram habilidades básicas relacionadas ao Sistema de Numeração Decimal. Por exemplo: dado um número natural, esses estudantes reconhecem o valor posicional dos algarismos, a sua escrita por extenso e a sua composi-ção e decomposição em unidades e dezenas. Eles, também, representam e identificam números naturais na reta numérica. Além disso, reconhecem a representação decimal de medida de comprimento expressas em centímetros e localizam esses números na reta numérica em uma articulação com os conteúdos de Grande-zas e medidas, dentre outros.

AMARELO-ESCURO 200 A 250 PONTOS

O amarelo-escuro, 200 a 250 pontos, indica que os estudantes com proficiência neste intervalo já conse-guem elaborar tarefas mais complexas. Eles trabalham com a forma polinomial de um número, realizando composições e decomposições de números de até três algarismos, identificando seus valores relativos. Já em relação aos números racionais, reconhecem a representação de uma fração por meio de representação gráfica.

LARANJA-CLARO 250 A 300 PONTOS

No laranja-claro, intervalo de 250 a 300 pontos, os estudantes percebem que, ao mudar um algarismo de lugar, o número se altera. Identificam e localizam números inteiros em uma reta numérica ou em uma escala não unitária. Transformam uma fração em número decimal e vice-versa. Localizam, na reta numérica, números racionais na forma decimal e comparam esses números quando têm diferentes partes inteiras. Neste intervalo aparecem, também, habilidades relacionadas a porcentagem. Os estudantes estabelecem a correspondên-cia 50% de um todo com a metade.

LARANJA-ESCURO 300 A 375 PONTOS

No intervalo de 300 a 375 pontos, marcado pelo laranja-escuro, os estudantes desenvolveram habilidades mais complexas relacionadas a frações equivalentes. Eles já resolvem problemas identificando mais de uma forma de representar numericamente uma mesma fração. Por exemplo, percebem, com apoio de uma figura, que a fração meio é equivalente a dois quartos. Além disso, resolvem problemas identificando um número natural (não informado), relacionando-o a uma demarcação na reta. Esses estudantes, também, transformam frações em porcentagens e vice-versa, identificam a fração como razão e a fração como parte-todo, bem como, os décimos, centésimos e milésimos de um número decimal.

VERMELHO ACIMA DE 375 PONTOS

Acima de 375 pontos na Escala, os estudantes, além de já terem desenvolvido as habilidades relativas aos níveis anteriores, conseguem localizar na reta numérica números representados na forma fracionária, compa-ram números fracionários com denominadores diferentes e reconhecem a leitura de um número decimal até a ordem dos décimos. O vermelho indica o desenvolvimento das habilidades associadas a esta competência.

MATEMÁTICA - 3º ANO DO ENSINO MéDIO 33 SAEPI 2014

Page 36: MATEMÁTICA - 3º ANO DO ENSINO MéDIO

REALIZAR E APLICAR OPERAÇÕES

0 25 50 75 100 125 150 175 200 225 250 275 300 325 350 375 400 425 450 475 500

Esta competência refere-se às habilidades de cálculo e à capacidade de resolver problemas que envolvem as quatro operações básicas da aritmética. Envolve, também, o conhecimento dos algoritmos utilizados para o cálculo dessas operações. Além do conhecimento dos algoritmos, esta competência requer a aplicação dos mesmos na resolução de problemas englobando os diferentes conjuntos numéricos, seja em situações específicas da Matemá-tica, seja em contextos do cotidiano.

CINZA 0 A 100 PONTOS

Os estudantes cuja proficiência se encontra na faixa cinza, de 0 a 100 pontos, ainda não desenvolveram as habilidades relacionadas a esta competência.

AMARELO-CLARO 100 A 200 PONTOS

No intervalo representado pelo amarelo-claro, de 100 a 200 pontos, em relação à adição e subtração, os estudantes realizam operações envolvendo números de até três algarismos com reserva. Já em relação à multiplicação, realizam operações com reserva, tendo como multiplicador um número com um algarismo. Os estudantes resolvem problemas utilizando adição, subtração e multiplicação envolvendo, inclusive, o Sistema Monetário.

AMARELO-ESCURO 200 A 250 PONTOS

Alunos cuja proficiência se encontra no intervalo de 200 a 250 pontos, amarelo-escuro, em relação às ope-rações, realizam subtrações mais complexas com quatro algarismos e com reserva. Realizam também mul-tiplicações com reserva, com multiplicador de até dois algarismos. Realizam divisões e resolvem problemas envolvendo divisões exatas com divisor de duas ordens. Além disso, resolvem problemas envolvendo duas ou mais operações.

LARANJA-CLARO 250 A 300 PONTOS

O laranja-claro, intervalo de 250 a 300 pontos, indica um novo grau de complexidade desta competência. Os estudantes com proficiência neste nível resolvem problemas envolvendo as diferentes ideias relacionadas à multiplicação, em situações contextualizadas. Também efetuam adição e subtração com números inteiros, bem como realizam cálculo de expressões numéricas envolvendo o uso de parênteses e colchetes com adi-ção e subtração, além de calcular porcentagens e resolver problemas do cotidiano envolvendo porcentagens em situações simples.

LARANJA-ESCURO 300 A 350 PONTOS

Alunos cuja proficiência se localiza no intervalo de 300 a 350 pontos já calculam expressões numéricas en-volvendo números inteiros e decimais positivos e negativos, inclusive potenciação. Eles conseguem, ainda, resolver problemas envolvendo soma de números inteiros e porcentagens, além de calcular raiz quadrada e identificar o intervalo em que está inserida a raiz quadrada não exata de um número, bem como efetuar arredondamento de decimais. O laranja-escuro indica a complexidade dessas habilidades.

VERMELHO ACIMA DE 350 PONTOS

No intervalo representado pela cor vermelha, acima de 350 pontos, os estudantes calculam o resultado de expressões envolvendo, além das quatro operações, números decimais (positivos e negativos, potências e raízes exatas). Efetuam cálculos de divisão com números racionais (forma fracionária e decimal simultanea-mente). Neste nível, os estudantes desenvolveram as habilidades relativas a esta competência.

SAEPI 2014 34 REVISTA PEDAGÓGICA

Page 37: MATEMÁTICA - 3º ANO DO ENSINO MéDIO

UTILIZAR PROCEDIMENTOS ALGÉBRICOS

0 25 50 75 100 125 150 175 200 225 250 275 300 325 350 375 400 425 450 475 500

O estudo da álgebra possibilita ao estudante desenvolver várias capacidades, dentre elas a capacidade de abstrair, generalizar, demonstrar e sintetizar procedimentos de resolução de problemas. As habilidades referentes à álgebra são desenvolvidas no Ensino Fundamental e vão desde situações-problema em que se pretende descobrir o valor da incógnita em uma equação utilizando uma balança de dois pratos, até a resolução de problemas envolvendo equações do segundo grau. Uma das habilidades básicas desta competência diz respeito ao cálculo do valor nu-mérico de uma expressão algébrica, em que é utilizado o conceito de variável. No Ensino Médio esta competência envolve a utilização de procedimentos algébricos para resolver problemas envolvendo o campo dos diferentes tipos de funções: linear, afim, quadrática e exponencial.

CINZA 0 A 275 PONTOS

Os estudantes cuja proficiência se encontra na faixa cinza, de 0 a 275 pontos, ainda não desenvolveram as habilidades relacionadas a esta competência.

AMARELO-CLARO 275 A 300 PONTOS

No intervalo representado pelo amarelo-claro, 275 a 300 pontos, os estudantes calculam o valor numérico de uma expressão algébrica.

AMARELO-ESCURO 300 A 350 PONTOS

No intervalo de 300 a 350 pontos, indicado pelo amarelo-escuro, os estudantes já identificam a equação de primeiro grau e sistemas de primeiro grau, adequados à resolução de problemas. Esses estudantes também determinam o cálculo numérico de uma expressão algébrica em sua forma fatorada e resolvem problemas envolvendo: grandezas diretamente proporcionais, variações entre mais de duas grandezas, juros simples, porcentagem e lucro.

LARANJA-CLARO 350 A 400 PONTOS

O laranja-claro, de 350 a 400 pontos na Escala, indica uma maior complexidade nas habilidades associadas a esta competência. Neste nível de proficiência, os estudantes resolvem problemas que recaem em equação do segundo grau e sistemas de equações do primeiro grau e problemas mais complexos envolvendo juros simples.

LARANJA-ESCURO 400 A 425 PONTOS

Alunos cuja proficiência se localiza no intervalo de 400 a 425 pontos, laranja-escuro, resolvem problemas que envolvem grandezas inversamente proporcionais e sistemas de duas equações. No campo das sequências numéricas, identificam uma regularidade em uma sequência numérica e determinam o número que ocupa uma determinada posição na sequência.

VERMELHO ACIMA DE 425 PONTOS

Acima de 425 pontos na Escala, indicado pela cor vermelha, os estudantes resolvem problemas relacionando a representação algébrica com a geométrica de um sistema de equações do primeiro grau.

MATEMÁTICA - 3º ANO DO ENSINO MéDIO 35 SAEPI 2014

Page 38: MATEMÁTICA - 3º ANO DO ENSINO MéDIO

Tratamento da informação

O estudo de Tratamento da informação é de fundamental importância nos dias de hoje, tendo em vista a grande quantidade de informações que se apresentam no nosso cotidiano. Na Matemática, alguns conteúdos são extremamente adequados para “tratar a informação”. A Estatística, por exemplo, cuja utilização pelos meios de comunicação tem sido intensa, utiliza-se de gráficos e tabelas. A Combinatória também é utilizada para desenvolver o Tratamento da informação, pois ela nos permite determinar o número de possibilidades de ocorrência de algum acontecimento. Outro conhecimento necessário para o tratamento da informação refere-se ao conteúdo de Probabilidade, por meio da qual se estabelece a diferen-ça entre um acontecimento natural, que tem um caráter determinístico, e um acontecimento aleatório cujo caráter é probabilístico, avaliando-se a probabilidade de dado acontecimento. Com o estudo desses conteúdos, os estudantes desenvolvem as habilidades de fazer uso, expor, preparar, alimentar e/ou discutir determinado conjunto de dados ou de informes a respeito de alguém ou de alguma coisa.

competências descritas para este domínio

LER, UTILIZAR E INTERPRETAR INFORMAÇÕES APRESENTADAS EM TABELAS E GRÁFICOS

0 25 50 75 100 125 150 175 200 225 250 275 300 325 350 375 400 425 450 475 500

Um dos objetivos do ensino do conteúdo Tratamento da informação é propiciar ao estudante o desenvolvimento da competência: ler, utilizar e interpretar informações apresentadas em tabelas e gráficos. Esta competência é desen-volvida nas séries iniciais do Ensino Fundamental por meio de atividades relacionadas aos interesses das crianças. Por exemplo, ao registrar os resultados de um jogo ou ao anotar resultados de respostas a uma consulta que foi apresentada, elas poderão, utilizando sua própria forma de se expressar, construir representações dos fatos e, pela ação mediadora do professor, essas representações podem ser interpretadas e discutidas. Esses debates propi-ciam novas oportunidades para a aquisição de outros conhecimentos e para o desenvolvimento de habilidades e de atitudes. Nas séries finais do Ensino Fundamental, temas mais relevantes podem ser explorados e utilizados a partir de revistas e jornais. O professor pode sugerir a realização de pesquisas com os estudantes sobre diversos temas e efetuar os registros dos resultados em tabelas e gráficos para análise e discussão. No Ensino Médio, os estudantes são solicitados a utilizarem procedimentos estatísticos mais complexos como, por exemplo, cálculo de média aritmética.

CINZA 0 A 125 PONTOS

Os estudantes cuja proficiência se encontra na faixa cinza, de 0 a 125 pontos, ainda não desenvolveram as habilidades relacionadas a esta competência.

Ler, utilizar e interpretar informações apresentadas em tabelas e gráficos.

Utilizar procedimentos algébricos.

SAEPI 2014 36 REVISTA PEDAGÓGICA

Page 39: MATEMÁTICA - 3º ANO DO ENSINO MéDIO

AMARELO-CLARO 125 A 150 PONTOS

No intervalo representado pelo amarelo-claro, de 125 e 150 pontos, os estudantes leem informações em ta-belas de coluna única e extraem informações em gráficos de coluna por meio de contagem.

AMARELO-ESCURO 150 A 200 PONTOS

No intervalo representado pelo amarelo-escuro, de 150 a 200 pontos, os estudantes leem informações em tabelas de dupla entrada e interpretam dados num gráfico de colunas por meio da leitura de valores no eixo vertical.

LARANJA-CLARO 200 A 250 PONTOS

De 200 a 250 pontos, intervalo indicado pelo laranja-claro, os estudantes localizam informações e identificam gráficos de colunas que correspondem a uma tabela com números positivos e negativos. Esses estudantes também conseguem ler gráficos de setores e localizar dados em tabelas de múltiplas entradas, além de resol-ver problemas simples envolvendo as operações, identificando dados apresentados em gráficos ou tabelas, inclusive com duas entradas.

LARANJA-ESCURO 250 A 325 PONTOS

Alunos com proficiência entre 250 e 325 pontos, laranja-escuro, identificam o gráfico de colunas ou barras correspondente ao gráfico de setores e reconhecem o gráfico de colunas ou barras correspondente a dados apresentados de forma textual; associam informações contidas em um gráfico de colunas e barras a uma tabela que o representa, utilizando estimativas.

VERMELHO ACIMA DE 325 PONTOS

A cor vermelha, acima de 325 pontos, indica que os estudantes leem, utilizam e interpretam informações a partir de gráficos de linha do plano cartesiano. Além de analisarem os gráficos de colunas representando diversas variáveis, comparando seu crescimento. Neste nível de proficiência, as habilidades relativas a esta competência estão desenvolvidas.

UTILIZAR PROCEDIMENTOS DE COMBINATÓRIA E PROBABILIDADE

0 25 50 75 100 125 150 175 200 225 250 275 300 325 350 375 400 425 450 475 500

Um dos objetivos do ensino do Tratamento de informação em Matemática é propiciar ao estudante o desenvolvi-mento da competência: utilizar procedimentos de combinatória e probabilidade. Esta competência deve ser desen-volvida desde as séries iniciais do Ensino Fundamental por meio da resolução de problemas de contagem simples e a avaliação das possibilidades de ocorrência ou não de um evento. Algumas habilidades vinculadas a esta compe-tência no Ensino Fundamental são exploradas juntamente com o domínio Números, Operações e Álgebra. Quando tratamos essa habilidade dentro do Tratamento de informação, ela se torna mais forte no sentido do professor per-ceber a real necessidade de trabalhar com ela. O professor deve resolver problemas simples de possibilidade de ocorrência, ou não, de um evento ou fenômeno, do tipo “Qual é a chance?” Apesar desse conhecimento intuitivo ser muito comum na vida cotidiana, convém trabalhar com os estudantes a diferença entre um acontecimento natural, que tem um caráter determinístico, e um acontecimento aleatório, cujo caráter é probabilístico. Também é possível trabalhar em situações que permitam avaliar se um acontecimento é mais ou menos provável. Não se trata de de-senvolver com os estudantes as técnicas de cálculo de probabilidade. Mas sim, de explorar a ideia de possibilidade de ocorrência ou não de um evento ou fenômeno. Intuitivamente, compreenderão que alguns acontecimentos são

MATEMÁTICA - 3º ANO DO ENSINO MéDIO 37 SAEPI 2014

Page 40: MATEMÁTICA - 3º ANO DO ENSINO MéDIO

possíveis, isto é, “têm chance” de ocorrer (eventos com probabilidades não nulas). Outros acontecimentos são certos, “garantidos” (eventos com probabilidade de 100%) e há aqueles que nunca poderão ocorrer (eventos com probabilidades nulas). As habilidades associadas a esta competência são mais complexas, por isso começam a ser desenvolvidas em níveis mais altos da Escala de Proficiência.

CINZA 0 A 375 PONTOS

Os estudantes cuja proficiência se encontra na faixa cinza, de 0 a 375 pontos, ainda não desenvolveram as habilidades relacionadas a esta competência.

AMARELO-CLARO 375 A 400 PONTOS

No intervalo representado pelo amarelo-claro, de 375 a 400 pontos, os estudantes começam a desenvolver esta competência, calculando a probabilidade de um evento acontecer no lançamento de um dado, bem como a probabilidade de ocorrência de dois eventos sucessivos como, por exemplo, ao se lançar um dado e uma moeda.

AMARELO-ESCURO 400 A 425 PONTOS

O amarelo-escuro, 400 a 425 pontos, indica uma complexidade maior nesta competência. Neste intervalo, os estudantes conseguem resolver problemas de contagem utilizando o princípio multiplicativo sem repetição de elementos e calculam a probabilidade de ocorrência de um evento simples.

VERMELHO ACIMA DE 425 PONTOS

No intervalo representado pela cor vermelha, acima de 425 pontos, os estudantes demonstram ter desen-volvido competências mais complexas do que as anteriores. Resolvem problemas de contagem utilizando o princípio multiplicativo com repetição de elementos e resolvem problemas de combinação simples.

SAEPI 2014 38 REVISTA PEDAGÓGICA

Page 41: MATEMÁTICA - 3º ANO DO ENSINO MéDIO

Os Padrões de Desempenho são categorias definidas a partir de cortes numéricos que agru-pam os níveis da Escala de Proficiência, com base nas metas educacionais estabelecidas pelo SAEPI. Esses cortes dão origem a quatro Padrões de Desempenho – Abaixo do Básico, Básico, Adequado e Avançado –, os quais apresentam o perfil de desempenho dos estu-dantes.

Desta forma, estudantes que se encontram em um Padrão de Desempenho abaixo do espe-rado para sua etapa de escolaridade precisam ser foco de ações pedagógicas mais espe-cializadas, de modo a garantir o desenvolvimento das habilidades necessárias ao sucesso escolar, evitando, assim, a repetência e a evasão.

Por outro lado, estar no Padrão mais elevado indica o caminho para o êxito e a qualidade da aprendizagem dos alunos. Contudo, é preciso salientar que mesmo os estudantes posi-cionados no Padrão mais elevado precisam de atenção, pois é necessário estimulá-los para que progridam cada vez mais.

Além disso, as competências e habilidades agrupadas nos Padrões não esgotam tudo aquilo que os estudantes de-senvolveram e são capazes de fazer, uma vez que as habilidades avaliadas são aquelas consideradas essenciais em cada etapa de escolarização e possíveis de serem avaliadas em um teste de múltipla escolha. Cabe aos docentes, através de instrumentos de observação e registros utilizados em sua prática cotidiana, identificarem outras caracte-rísticas apresentadas por seus alunos e que não são contempladas nos Padrões. Isso porque, a despeito dos traços comuns a estudantes que se encontram em um mesmo intervalo de proficiência, existem diferenças individuais que precisam ser consideradas para a reorientação da prática pedagógica.

São apresentados, a seguir, exemplos de itens característicos de cada Padrão.

Abaixo do Básico

Básico Adequado Avançado

Padrões de Desempenho Estudantil

MATEMÁTICA - 3º ANO DO ENSINO MéDIO 39 SAEPI 2014

Page 42: MATEMÁTICA - 3º ANO DO ENSINO MéDIO

ABAIXO DO BÁSICO

ATé 250 PONTOS

0 25 50 75 100 125 150 175 200 225 250 275 300 325 350 375 400 425 450 475 500

Neste Padrão de Desempenho, as habilidades matemáticas que se evidenciam são as relativas aos significados dos números nos diversos contextos sociais. Os estudantes demonstram compreender o uso do algoritmo da adição de números de até três algarismos com reagrupamento, da subtração de números naturais de até quatro algarismos com reserva, da divisão exata por números de até dois algarismos e da multiplicação cujos fatores, também, são números de até dois algarismos.

Percebe-se neste Padrão que as habilidades relativas ao conjunto dos números naturais ficam mais evidentes. Os estudantes identificam esses números em um intervalo dado; reconhecem a lei de formação de uma sequência com auxílio de representação na reta numérica; resolvem problemas utilizando a multiplicação, reconhecendo que um número não se altera ao multiplicá-lo por um; resolvem problemas envolvendo várias operações. Constata-se, também, que esses estudantes localizam números na reta numérica; reconhecem a escrita por extenso de números naturais e a sua composição e decomposição, considerando o seu valor posicional na base decimal e resolvem problemas envolvendo a soma de números naturais de até dois algarismos envolvendo diferentes significados da adição. Há, também, neste Padrão, um indício do desenvolvimento da habilidade relativa aos números racionais, pois eles resolvem problemas envolvendo a soma ou subtração de números racionais na forma decimal, constituídos pelo mesmo número de casas decimais e por até três algarismos.

No Campo Geométrico, reconhecem figuras bidimensionais pelas medidas dos lados e do ângulo reto, identificam a planificação do cone e do cubo a partir de sua imagem. Além de diferenciar entre os diversos sólidos, os que têm superfícies arredondadas; localizam pontos usando coordenadas cartesianas a partir de um par ordenado; identificam a localização ou a movimentação de objetos em representações gráficas, com base em referencial igual ou diferente ao da própria posição; localizam pontos e objetos a partir de suas coordenadas em um referencial quadriculado; reconhecem a for-ma de círculo; identificam quadriláteros e algumas características relativas aos lados e ângulos. Eles, ainda, identificam figuras planas dentre um conjunto de polígonos pelo número de lados; calculam a medida do perímetro com ou sem apoio da malha quadriculada, além de comparar áreas de figuras poligonais em malhas quadriculadas e identificar propriedades comuns e diferenças entre sólidos geométricos através do número de faces.

Neste Padrão, os estudantes já demonstram conhecimentos relativos à Literacia Estatística. Conse-guem ler e interpretar um gráfico de colunas, por meio da leitura de valores do eixo vertical, leem informações em tabelas de coluna única e de dupla entrada. Além disso, esses estudantes leem gráficos de setores; localizam informações em gráficos de colunas duplas e dados em tabelas de múltiplas entradas. Ainda no Campo Tratamento da Informação, esses estudantes possuem capa-

SAEPI 2014 40 REVISTA PEDAGÓGICA

Page 43: MATEMÁTICA - 3º ANO DO ENSINO MéDIO

cidade de identificar dados em uma lista de alternativas, utilizando-os na resolução de problemas, relacionando-os, dessa forma, às informações apresentadas em gráficos e tabelas e identificam gráficos de colunas que correspondem a uma tabela com números positivos e negativos. São ca-pazes de resolver problemas envolvendo as operações, usando dados apresentados em gráficos ou tabelas, inclusive com duas entradas; resolvem problemas que envolvem a interpretação de dados apresentados em gráficos de barras ou em tabelas.

No Campo Grandezas e Medidas, os estudantes, também, demonstram compreender a ação de medir um comprimento utilizando régua numerada; resolvem problemas relacionando diferentes unidades de medida de comprimento (metros e centímetros), massa (kg/g). Eles, também, resolvem problemas relacionando diferentes unidades de medidas de tempo (dias/semanas, mês/trimestre / ano, hora /minuto, dias/ano) para cálculo de intervalos de tempo transcorridos entre dois instantes, dados horas inteiras, sem a necessidade de transformação de unidades. Leem horas e minutos em relógios digitais, e analógicos em situação simples. Realizam trocas de cédulas e moedas e identificam cédulas que formam uma quantia de dinheiro inteira; identificam a forma ampliada de uma figura simples em uma malha quadriculada; resolvem problemas de cálculo de área com base na contagem das unidades de uma malha quadriculada, e, apoiados em representações gráficas; reconhecem a quarta parte de um todo. Eles, também, estimam medida de comprimento usando unidades convencionais e não convencionais; resolvem problemas envolvendo as operações com valores do Sistema Monetário brasileiro, além de estabelecerem relação entre diferentes unidades monetárias (representando um mesmo valor ou numa situação de troca, incluindo a representação dos valores por números decimais).

As habilidades matemáticas que se evidenciam neste Padrão são elementares para esta série e o desafio que se apresenta é o de viabilizar condições para que os estudantes possam vencer as próximas etapas escolares.

MATEMÁTICA - 3º ANO DO ENSINO MéDIO 41 SAEPI 2014

Page 44: MATEMÁTICA - 3º ANO DO ENSINO MéDIO

(M120980E4) A tabela abaixo apresenta o resultado de uma pesquisa realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografi a e Estatística (IBGE) sobre os orçamentos familiares no Brasil, no período 2002-2003.

Tabela 1.1.1 - Despesa monetária e não-monetária média mensal familiar, por classes de rendimento monetário e não-monetário mensal familiar, segundo os tipos de despesa, com indicação de características das famílias - Brasil

Tipos de despesa e

características das famílias

Despesa monetária e não-monetária média mensal familiar (R$)

Total

Classes de rendimento monetário e não-monetário mensal familiar

Até 400 (1)

Mais de 400 a 600

Mais de600 a 1 000

Mais de1 000 a 1 200

Mais de1 200 a 1 600

Mais de1 600 a 2 000

Alimentação 304,12 148,59 195,85 234,26 282,12 312,33 359,76

Habitação 520,22 168,92 242,00 330,33 417,23 485,10 599,76

Aluguel 240,83 78,54 116,56 162,15 203,18 234,83 281,50

Serviços e taxas

135,18 40,61 58,57 83,82 107,39 127,75 152,55

Energia elétrica

39,27 13,71 19,85 28,79 35,81 41,49 47,47

Telefone fi xo 31,86 4,15 9,31 17,52 26,68 35,36 41,64

Telefone Celular

11,29 0,74 1,30 3,21 4,63 6,75 10,43

Gás doméstico

20,03 14,48 17,89 20,28 21,06 21,35 21,80

Água e esgoto 13,85 6,63 9,26 11,65 14,89 14,64 17,06(1) Inclusive sem rendimento. Disponível em: <http://www.ibge.gov.br/home/estatistica/populacao/condicaodevida/pof/2002/tab111.pdf>.

Acesso em: 06 jan 2014. *Adaptado para fi ns didáticos.

De acordo com essa tabela, uma família que tinha uma renda familiar mensal entre R$1 000,00 e R$1 200,00 gastava com essas despesas, em média, um total deA) R$ 476,37B) R$ 670,59C) R$ 892,01D) R$ 1 112,99E) R$ 1 279,60

SAEPI 2014 42 REVISTA PEDAGÓGICA

Page 45: MATEMÁTICA - 3º ANO DO ENSINO MéDIO

Esse item avalia a habilidade de os estudantes resolverem problemas envolvendo dados apresentados em tabelas.

Para resolvê-lo, eles devem fazer uma leitura atenta dos dados da tabela e iden-tificar que o gasto médio das famílias com renda entre R$ 1 000 e R$ 1 200 é dado pela soma de todos os valores monetários presentes na 6ª coluna do gráfico, que se referem às despesas apresentadas. Dessa forma, devem somar 282,12+417,23+203,18+107,39+35,81+26,68+4,63+21,06+14,89 para encontrar R$ 1.112,99 como resultado. A escolha da alternativa D indica que esses estudantes desen-volveram a habilidade avaliada pelo item.

As demais alternativas de resposta sugerem que os estudantes não se apropria-ram de forma correta do enunciado do item ao indicarem os gastos totais referen-te às famílias que estão em diferentes classes de rendimentos monetário mensal.

Organizar, representar e analisar os dados neste tipo de representação são habili-dades que exigem outras ações, além de uma simples leitura. A habilidade avalia-da por esse item requer uma leitura e uma interpretação atenta das informações contidas na tabela, além do domínio da operação aditiva. Este item requer uma análise do tipo ler entre os dados, ou seja, requer que os estudantes comparem quantidades e utilizem operações matemáticas para resolver um problema. A con-solidação dessa habilidade deve servir como preparação para que os estudantes realizem outro tipo de análise, mais sofisticada e cada vez mais necessária no exercício de sua cidadania. Essa análise requer que eles façam previsões ou inferências a partir de dados que não se encontram explicitamente indicados na representação visual.

MATEMÁTICA - 3º ANO DO ENSINO MéDIO 43 SAEPI 2014

Page 46: MATEMÁTICA - 3º ANO DO ENSINO MéDIO

Neste Padrão, amplia-se o leque de habilidades relativas ao Campo Numérico e Algébrico, aparecendo a partir daí as primeiras noções de Álgebra.

No conjunto dos números naturais esses estudantes resolvem problemas de soma envolvendo combinações e de multiplicação envolvendo configuração retangular; assim como, resolvem problemas de contagem em uma disposi-ção retangular envolvendo mais de uma operação; problemas que envolvem proporcionalidade, também, envolven-do mais de uma operação e reconhecem que 50% corresponde à metade; resolvem problemas utilizando multiplica-ção e divisão em situação combinatória; resolvem problemas de contagem utilizando o princípio multiplicativo. Eles, também, efetuam cálculos de números naturais, o que requer o reconhecimento do algoritmo da divisão inexata; identificam a localização aproximada de números inteiros não ordenados, em uma reta em que a escala não é unitá-ria; comparam números racionais na forma decimal com diferentes partes inteiras; calculam porcentagens; localizam números racionais (positivos e negativos), na forma decimal, na reta numérica; estabelecem a relação entre frações próprias e impróprias e as suas representações na forma decimal assim como as localizam na reta numérica; resol-vem problemas de soma ou subtração de números decimais na forma do Sistema Monetário brasileiro.

Esses estudantes demonstram uma compreensão mais ampla do Sistema de Numeração Decimal, pois calculam expressão numérica envolvendo soma e subtração com uso de parênteses e colchetes; calculam o resultado de uma divisão por um número de dois algarismos, inclusive com resto; reconhecem a modificação sofrida no valor de um número quando um algarismo é alterado e identificam fração como parte de um todo, sem apoio da figura. Eles resolvem problemas envolvendo as operações de adição e subtração com reagrupamento de números racionais dado em sua forma decimal. Esses estudantes ainda reconhecem e aplicam, em situações simples, o conceito de porcentagem, além de resolverem problemas envolvendo o cálculo de uma porcentagem de uma quantidade intei-ra.

No Campo Algébrico, esses estudantes identificam equações e sistemas de equações de primeiro grau, que permi-tem resolver um problema, e calculam o valor numérico de uma expressão algébrica, incluindo potenciação.

Esses estudantes, também, realizam conversões entre unidades de medida de comprimento (m/ km), temperatura e capacidade (mL/ L), leem horas em relógios de ponteiros em situações mais gerais (8h50min), resolvem problemas de cálculo de área com base em informações sobre ângulos de uma figura, além de atribuírem significado para o metro quadrado. Eles calculam a medida do contorno (ou perímetro) de uma figura geométrica irregular formada por quadrados justapostos desenhados em uma malha quadriculada e do volume por meio da contagem de blocos.

No Campo Geométrico, os estudantes reconhecem diferentes planificações de um cubo; identificam as posições dos lados de quadriláteros (paralelismo); relacionam poliedros e corpos redondos às suas planificações; reconhe-cem alguns polígonos (triângulos, quadriláteros, pentágonos, hexágonos); reconhecem que a medida do perímetro de um polígono, em uma malha quadriculada, dobra ou se reduz à metade, quando os lados dobram ou são reduzi-dos à metade; associam uma trajetória representada em um mapa à sua descrição textual, identificam a planificação de cubo e de um cilindro em situação contextualizada; reconhecem e efetuam cálculos com ângulos retos e não retos e identificam as coordenadas de pontos plotados no plano cartesiano.

BÁSICO

0 25 50 75 100 125 150 175 200 225 250 275 300 325 350 375 400 425 450 475 500

DE 250 ATé 300 PONTOS

SAEPI 2014 44 REVISTA PEDAGÓGICA

Page 47: MATEMÁTICA - 3º ANO DO ENSINO MéDIO

(M120981E4) O tronco de pirâmide desenhado abaixo foi gerado a partir da intersecção de um plano paralelo à base de uma pirâmide quadrangular reta.

Qual dos desenhos abaixo representa uma planifi cação desse tronco de pirâmide?

A) B)

C) D)

E)

Neste Padrão, percebe-se, ainda, que esses estudantes identificam o gráfico de (barra / coluna / setor) correspon-dente a uma tabela e vice-versa. Reconhecem o gráfico de colunas correspondente a dados apresentados de forma textual; identificam o gráfico de colunas correspondente a um gráfico de setores; leem tabelas de dupla entrada, reconhecem o gráfico de colunas correspondente, mesmo quando há variáveis representadas, e reconhecem o grá-fico de linhas correspondente a uma sequência de valores ao longo do tempo (com valores positivos e negativos).

MATEMÁTICA - 3º ANO DO ENSINO MéDIO 45 SAEPI 2014

Page 48: MATEMÁTICA - 3º ANO DO ENSINO MéDIO

Esse item avalia a habilidade de os estudantes identificarem a planificação de um poliedro a partir de sua imagem.

Para resolvê-lo, eles devem reconhecer que esse tronco de pirâmide foi gerado pela intersecção de um plano paralelo à base quadrangular da pirâmide, a uma determinada altura dessa base. Logo, é constituído por 4 faces laterais em forma de trapézio e 2 bases quadrangulares, de áreas distintas. Os estudantes que mar-caram a alternativa A demonstram ter desenvolvido a habilidade avaliada.

A escolha das alternativas B ou D indica que esses estudantes, possivelmente, não se atentaram para o número de faces que compõe o sólido ao indicarem a existência de 5 faces laterais (alternativa B) ou 3 faces laterais (alternativa D). Já aqueles que optaram pelas alternativas C ou E, provavelmente, não reconhecem que esse sólido é formado por duas bases quadrangulares.

Como a habilidade avaliada por esse item envolve, essencialmente, a visualização para seu desenvolvimento, sugere-se que, durante o processo de ensino, os estu-dantes tenham alguma experiência de construção de diversos sólidos a partir de suas planificações, seja usando papel, outros materiais ou mesmo usando algum software. Dessa maneira, espera-se que eles se apropriem das imagens dos sóli-dos geométricos, diferenciando uma da outra por meio de suas características e que sejam capazes de “abrir” e/ou “fechar” os sólidos mentalmente, o que facilita a identificação da planificação. Também, é importante que eles sejam capazes de perceber as características e propriedades das figuras bidimensionais que com-pões os sólidos geométricos.

SAEPI 2014 46 REVISTA PEDAGÓGICA

Page 49: MATEMÁTICA - 3º ANO DO ENSINO MéDIO

As habilidades características deste Padrão de Desempenho evidenciam uma maior expansão dos campos Nu-mérico e Geométrico. Os estudantes neste Padrão de Desempenho demonstram compreender o significado de números racionais em situações mais complexas, que exigem deles uma maior abstração em relação a esse conhe-cimento. Eles identificam mais de uma forma de representar numericamente uma mesma fração; transformam fração em porcentagem e vice-versa; localizam números decimais negativos na reta numérica; reconhecem as diferentes representações decimais de um número fracionário, identificando suas ordens (décimos, centésimos e milésimos); calculam expressões numéricas com números decimais positivos e negativos; efetuam cálculos de raízes quadradas e identificam o intervalo numérico em que se encontra uma raiz quadrada não exata; efetuam arredondamento de decimais; resolvem problemas com porcentagem e suas representações na forma decimal; resolvem problemas envolvendo o cálculo de grandezas diretamente proporcionais ou envolvendo mais de duas grandezas; além de re-solverem problemas envolvendo noção de juros simples e lucro. Esses estudantes, também, ordenam e comparam números inteiros negativos; identificam um número natural não informado na reta numérica e calculam expressões numéricas com números inteiros.

Neste Padrão, percebe-se um salto cognitivo em relação ao estudo da Álgebra. Esses estudantes, além de identifi-carem a equação e a inequação do primeiro grau adequada para a solução de um problema, resolvem problemas de adição e multiplicação, envolvendo a identificação de um sistema de equações do primeiro grau com duas incóg-nitas e problemas envolvendo o cálculo numérico de uma expressão algébrica em sua forma fracionária. Analisando ainda, as habilidades relativas ao campo Algébrico, percebe-se que esses estudantes resolvem problemas envol-vendo o cálculo de um valor assumido por uma função afim; identificam crescimento e decrescimento em um gráfico de função; calculam o valor numérico de uma função; conseguem identificar uma função do 1º grau apresentada em uma situação-problema e identificam o gráfico de uma reta, dada sua equação.

No Campo Geométrico, os estudantes identificam elementos de figuras tridimensionais; resolvem problemas en-volvendo as propriedades dos polígonos regulares inscritos (hexágono), para calcular o seu perímetro; localizam pontos em um referencial cartesiano; classificam ângulos em agudos, retos ou obtusos de acordo com suas medidas em graus; reconhecem um quadrado fora da posição usual; avaliam distâncias horizontais e verticais em um croqui, usando uma escala gráfica dada por uma malha quadriculada, reconhecendo o paralelismo; contam blocos em um empilhamento; sabem que em uma figura obtida por ampliação ou redução os ângulos não se alteram; identificam a localização de um objeto requerendo o uso das definições relacionadas ao conceito de lateralidade, tendo por referência pontos com posição oposta a do observador e envolvendo combinações; calculam ampliação, redução ou conservação da medida de ângulos informada inicialmente, lados e áreas de figuras planas; além de realizarem operações, estabelecendo relações e utilizando os elementos de um círculo ou circunferência (raio, corda, diâmetro) e solucionam problemas em que a razão de semelhança entre polígonos é dada, por exemplo, em representações gráficas envolvendo o uso de escalas.

Os estudantes, neste Padrão, também, analisam gráficos de colunas representando diversas variáveis, comparando seu crescimento; leem informações fornecidas em gráficos envolvendo regiões do plano cartesiano; compreendem o significado da palavra perímetro e realizam conversão e soma de medidas de comprimento e massa (m/km, g/kg).

ADEQUADO

0 25 50 75 100 125 150 175 200 225 250 275 300 325 350 375 400 425 450 475 500

DE 300 ATé 350 PONTOS

MATEMÁTICA - 3º ANO DO ENSINO MéDIO 47 SAEPI 2014

Page 50: MATEMÁTICA - 3º ANO DO ENSINO MéDIO

Esse item avalia a habilidade de os estudantes analisarem decrescimento de uma função real apresentada em um gráfico.

Para resolvê-lo, eles devem identificar a parte do gráfico que possui o decrescimento e associá-la ao intervalo do do-mínio na qual ela está definida. Nesse caso, eles devem associar o intervalo de decrescimento da função ao intervalo (1,5; 2,5) U (4, 7). Os estudantes que assinalaram a alternativa D, provavelmente, desenvolveram a habilidade avaliada pelo item.

Os estudantes que marcaram a alternativa C, provavelmente, não se apropriaram do significado de decrescimento de uma função, associando-o ao intervalo em que a função é crescente. A escolha da alternativa B sugere que esses estudantes, possivelmente, não reconhecem o conceito de crescimento e decrescimento de uma função ao associar o intervalo em que o domínio é definido. Aqueles que marcaram a opção A, provavelmente, reconheceram uma parte do gráfico em que a função é decrescente, entretanto marcaram, equivocadamente, o intervalo corres-pondente à imagem. Já aqueles que indicaram a alternativa E associaram o intervalo de decrescimento ao intervalo do gráfico em que a função é quadrática, não se atentando ao fato de que, no intervalo (2,5; 4) o gráfico é crescente.

Um campo de grande aplicabilidade como o de funções deve ser explorado de forma a trazer um sentido mais amplo para o estudante. Muitas ligações podem ser feitas dentro da própria Matemática, entre elas, o coeficiente angular da reta tangente ao gráfico da função e ainda a resolução de problemas. Entre os diversos campos de conhecimento, podemos citar a Geografia, a Química e até mesmo a Economia e a Administração, todos, sem exce-ção, precisam compreender de forma concisa a leitura do crescimento do gráfico de uma função. O professor pode aproveitar essa grande variedade de temas e tornar a aprendizagem mais eficaz e significativa.

(M120982E4) Observe abaixo o gráfi co de uma função real, defi nida no intervalo [0, 7].

2,75

2,5

2,5

2,25

2

2

1,751,5

1,5

1,25

1

1

0,75

0,5

0,5

0,25

0�0,25

�0,5

�0,5

�0,75

�1

3 3,5 4 4,5 5 5,5 6 6,5 7 7,5 x

y

Essa função é decrescente emA) (– 0,25; 0,75)B) (0,7)C) (0; 1,5) U (2,5; 4)D) (1,5; 2,5) U (4; 7)E) (1,5; 4)

SAEPI 2014 48 REVISTA PEDAGÓGICA

Page 51: MATEMÁTICA - 3º ANO DO ENSINO MéDIO

Neste Padrão, os estudantes demonstram resolver problemas envolvendo equação do 2° grau e sistema de equa-ções do 1° grau. Eles, também, resolvem problemas envolvendo juros simples; localizam frações na reta numérica; reconhecem o valor posicional de um algarismo decimal e a nomenclatura das ordens; efetuam adição de frações com denominadores diferentes; resolvem problemas com números inteiros positivos e negativos não explícitos com sinais e conseguem obter a média aritmética de um conjunto de valores. Embora o cálculo da média aritmética re-queira um conjunto de habilidades já desenvolvidas pelos estudantes em séries escolares anteriores, que utilizam, na prática, essa ideia para compor a nota bimestral ou em outros contextos extraescolares, o conceito básico de es-tatística, combinado com o raciocínio numérico, só é desempenhado pelos estudantes neste Padrão. Eles, também, calculam expressões com numerais da forma decimal com quantidades de casas diferentes; efetuam cálculos de divisão com números racionais nas formas fracionária e decimal, simultaneamente, além de calcular o resultado de expressões envolvendo, além das quatro operações, números decimais (positivos e negativos, potências e raízes).

Evidencia-se, também, neste Padrão, as habilidades relativas ao estudo das funções. Os estudantes identificam a função linear ou afim que traduz a relação entre os dados em uma tabela ou no gráfico de uma função, intervalos em que os valores são positivos ou negativos e os pontos de máximo ou mínimo. Reconhecem o gráfico das funções tri-gonométricas. Resolvem, ainda, problemas envolvendo funções afins; expressões envolvendo módulos; uma equação exponencial por fatoração de um dos membros e resolvem uma equação do 1° grau que requer manipulação algébrica.

No Campo Geométrico, há um avanço significativo no desenvolvimento das habilidades. Os estudantes resolvem pro-blemas envolvendo a Lei Angular de Tales; o Teorema de Pitágoras e as relações métricas no triângulo retângulo; pro-priedades dos polígonos regulares, inclusive por meio de equação do primeiro grau; utilizam razões trigonométricas para resolver problemas simples. Eles, também, aplicam as propriedades de semelhança de triângulos na resolução de proble-mas; reconhecem que a medida da área de um retângulo quadruplica quando a medida dos seus lados dobra; resolvem problemas envolvendo círculos concêntricos; resolvem problemas utilizando propriedades de triângulos e quadriláteros; identificam propriedades comuns e diferenças entre figuras bidimensionais e tridimensionais, relacionando estas às suas planificações, além de identificarem o sólido que corresponde a uma planificação dada; reconhecem a proporcionalidade entre comprimentos em figuras relacionadas por ampliação ou redução; calculam ângulos centrais em uma circunferência dividida em partes iguais e reconhecem ângulos como mudança de direção ou giro, diferenciando ângulos obtusos, não obtusos e retos em uma trajetória. Além disso, esses estudantes conhecem e utilizam a nomenclatura do plano cartesiano (abscissa, ordenada, quadrantes) e conseguem encontrar o ponto de interseção de duas retas.

No Padrão Avançado da Escala, os estudantes utilizam o raciocínio matemático de forma mais complexa, conseguin-do identificar e relacionar os dados apresentados em diferentes gráficos e tabelas para resolver problemas ou fazer inferências. Analisam gráficos de colunas representando diversas variáveis. Eles, também, calculam a medida do perímetro de polígonos sem o apoio de malhas quadriculas e calculam a área de figuras simples (triângulo, parale-logramo, retângulo, trapézio). Esses estudantes ainda calculam áreas de regiões poligonais desenhadas em malhas quadriculadas, inclusive com lados inclinados de 45° em relação aos eixos.

Em relação ao conceito de volume, esses estudantes conseguem determinar a medida do volume do cubo e do paralelepípedo pela multiplicação das medidas de suas arestas e realizam conversões entre metro cúbico e litro.

AVANÇADO

0 25 50 75 100 125 150 175 200 225 250 275 300 325 350 375 400 425 450 475 500

ACIMA DE 350 PONTOS

MATEMÁTICA - 3º ANO DO ENSINO MéDIO 49 SAEPI 2014

Page 52: MATEMÁTICA - 3º ANO DO ENSINO MéDIO

Esse item avalia a habilidade de os estudantes resolverem problemas envolvendo razões trigonométricas no triân-gulo retângulo.

Para resolvê-lo, eles devem reconhecer as razões trigonométricas no triângulo retângulo e, de acordo com as medidas apresentadas no problema, perceber qual é a mais adequada para sua resolução. No caso desse item, a razão seno é a mais adequada para a resolução do problema e, portanto, os estudantes devem saber que o seno de um ângulo corresponde à razão entre a medida do lado oposto a esse ângulo e a medida da hipotenusa. Con-siderando o triângulo no suporte desse item, eles devem perceber que sen30º=0,9/x. Dessa forma, pode-se concluir que o comprimento da rampa é igual a 1,8 metros. Portanto, aqueles que marcaram a alternativa E, possivelmente, reconhecem essa razão.

A opção pelas demais alternativas sugere que esses estudantes consideraram o seno como sendo o cosseno ou a tangente, ou ainda inverteram o numerador com o denominador ao armar as razões.

A trigonometria é um importante campo da Matemática no qual há uma convergência das relações geométricas e dos procedimentos algébricos. Entretanto, as relações trigonométricas têm sido, geralmente, ensinadas de forma que os estudantes as memorizem, inclusive com uso de “macetes”, para facilitar esse processo. Mais do que co-nhecer as razões trigonométricas, é necessário que os estudantes percebam como elas podem ser usadas para medir distâncias inacessíveis – desde que se conheçam as medidas dos ângulos internos do triângulo retângulo e pelo menos a medida de um de seus lados – e que, juntamente com as relações métricas, constituem as principais ferramentas para a resolução de problemas, seja na Geometria Plana ou na Geometria Espacial. Além disso, a com-preensão dessas relações é fundamental para a introdução que é feita, ainda no Ensino Médio, sobre as funções trigonométricas, as quais modelam os fenômenos periódicos em diversos campos científicos.

(M120983E4) Mário comprou uma peça de madeira para servir como rampa no transporte de cargas que faz em seu caminhão. Ao posicionar essa rampa no caminhão ela forma com o chão um ângulo de 30º, e sua outra extremidade dista 0,9 m do solo, conforme representado no desenho abaixo.

30º 0,9 m

Dado:

sen30º = 21

cos30º = 23

tg30º= 33

Qual é o comprimento dessa rampa?

A) 0,45 m

B) 0, 45 3 m

C) 0, 6 3 m

D) 0, 9 3 mE) 1,8

SAEPI 2014 50 REVISTA PEDAGÓGICA

Page 53: MATEMÁTICA - 3º ANO DO ENSINO MéDIO

As discussões propiciadas pela avaliação educacional em larga escala e, mais especifica-mente, as relacionadas à apropriação dos resultados dos sistemas avaliativos se apresen-tam, muitas vezes, como desafios para os profissionais envolvidos com a educação e com a escola. Assim, é necessário, sempre, procurar mecanismos para facilitar o entendimento dos atores educacionais em relação às possibilidades de interpretação e uso desses re-sultados, bem como no que diz respeito aos obstáculos enfrentados ao longo do proces-so de apropriação das informações produzidas no âmbito dos sistemas de avaliação.

Uma maneira de aproximar os resultados das avaliações às atividades cotidianas dos ato-res educacionais é apresentar experiências que, na prática, lidaram com problemas com-partilhados por muitos desses atores. Apesar da diversidade das redes escolares brasilei-ras, muitos problemas, desafios e sucessos são experimentados de maneira semelhante por contextos educacionais localizados em regiões muito distintas. Para compartilhar ex-periências e conceder densidade àquilo que se pretende narrar, os estudos de caso têm se apresentado como uma importante ferramenta na seara educacional.

Por isso, a presente seção é constituída por um estudo de caso destinado à apresentação de um problema vivido nas redes de ensino do Brasil. Seu objetivo é dialogar, através de um exemplo, com os atores que lidam com as avaliações educacionais em larga escala em seu cotidiano. Esse diálogo é estabelecido através de personagens fictícios, mas que lida-ram com problemas reais. Todas as informações relativas à composição do estudo, como a descrição do contexto, o diagnóstico do problema e a maneira como ele foi enfrentado, têm como base pesquisas acadêmicas levadas a cabo por estudantes de pós-graduação.

O fundamento último desse estudo é propiciar ao leitor um mecanismo de entendimento sobre como lidar com problemas educacionais relacionados à avaliação, a partir da narra-tiva de histórias que podem servir como exemplo para que novos caminhos sejam abertos em sua prática profissional.

ESTUDO DE CASO

3

Page 54: MATEMÁTICA - 3º ANO DO ENSINO MéDIO

A motivação do professor e a melhoria da aprendizagem dos alunos

Se for feito um balanço das notícias que são veicula-das sobre o contexto das escolas, certamente vamos perceber que estamos mais acostumados a ler e saber sobre os problemas e as dificuldades enfrentadas pelos professores, e como tais dificuldades os imobilizam e os deixam desanimados diante delas. É menos comum ouvirmos sobre as experiências bem sucedidas, as inú-meras estratégias encontradas pelos profissionais que atuam nas escolas para a resolução dos problemas e, principalmente, no desenvolvimento de ideias que re-volucionam e melhoram a educação no país. Pois bem, a história de Teresinha é um desses exemplos que, ape-sar de não serem muito divulgados, são mais comuns do que imaginamos.

...

Dezembro de 2011. Teresinha acabara de saber a tur-ma pela qual seria responsável no ano seguinte. Em um primeiro momento, seu grau de animação não era dos maiores, uma vez que ela teria pela frente um desafio enorme, talvez o maior na sua trajetória de oito anos como professora daquela escola. Os alunos pelos quais ela seria responsável, em 2012, encontravam-se matri-culados no 5º ano do Ensino Fundamental, todos com idade acima de 12 anos. Eram alunos com dois ou mais anos de reprovação, considerados, pela escola e pelos professores, os mais “difíceis”, com as maiores dificulda-des de aprendizagem e comportamento. Teresinha sa-bia bem sobre esses meninos e meninas, já que estava na escola fazia tempo e havia acompanhado, mesmo que pelas conversas na sala dos professores ou nos conselhos de classe, a trajetória desses estudantes. Agora, eles estariam frente a frente com ela, durante os próximos 200 dias letivos.

Teresinha, enquanto organizava seu armário, fez um de-sabafo com Beth, a professora que havia lecionado para essa turma naquele ano:

– Ah, Beth, eu nem sei o que pensar, sabe? Sabia que mais cedo ou mais tarde esses meninos viriam para mim, mas não imaginei que seria tão rápido. Você que

esteve com eles durante esse ano, o que me diz? Que sugestões você tem para me dar?

– Ih, Teresinha, acho que você perguntou para a pessoa errada. Esse ano foi tão difícil para mim. Esses meninos me deram tanto trabalho, estou esgotada. Mas o que posso lhe dizer é que nada que você fizer vai resolver o problema deles. É perder tempo. Eu tentei tantas coi-sas esse ano e veja no que deu: nenhum aprovado. Ou melhor, aquela menina, coitada, que veio transferida no meio do ano. Ela conseguiu passar. Eu fiquei com pena, uma menina tão bonita, tão delicada, ficar mais um ano no meio daqueles marmanjos. Agora, o irmão dela ficou. Vai ser seu aluno esse ano.

– Você acha que os meninos têm mais dificuldades, Beth?

– Que nada, criatura. Nessa turma há várias meninas. E eu estou para lhe dizer que elas são as piores, me deram mais trabalho, se você quer saber. É um tal de ficar no celular, mandando mensagens para as colegas. Acho que já estão na fase das paqueras, aí já viu, né? Distraem com qualquer coisa. Parece que vivem no mundo da lua.

Teresinha esboçou um sorriso e disse:

– Ah, isso é verdade, não é Beth? Nós já tivemos a idade dessas meninas e sabemos como nossos pensamentos voam quando estamos apaixonadas. Faz parte. É impor-tante viver bem cada fase da vida.

– É verdade, Teresinha, mas nunca perdemos o ano por causa disso. Sempre conseguimos dar conta de tudo, das coisas do coração e da escola.

– Sim, mas os tempos são outros. A realidade em que elas vivem é bem diferente daquela em que crescemos. Você conhece as famílias desses alunos, Beth? Eles costumam participar das reuniões de pais?

– Conheço alguns, Teresinha. Para falar a verdade, poucos. Quem mais veio à escola, esse ano, foi a mãe

SAEPI 2014 52 REVISTA PEDAGÓGICA

Page 55: MATEMÁTICA - 3º ANO DO ENSINO MéDIO

desses dois irmãos que vieram por transferência. Assim mesmo, veio para resolver questões burocráticas de matrícula e, sempre que dava, passava na minha sala para saber sobre os meninos. Parece uma boa mãe.

Teresinha continuou a arrumar suas coisas e Beth reti-rou-se para a sua sala também.

Enquanto trabalhava com as mãos, Teresinha mergu-lhava em seus pensamentos, imaginando como seria o ano seguinte, o que ela poderia fazer para dar conta daqueles meninos. Ela estava apreensiva, até um pouco chateada, mas, ao mesmo tempo, sentia uma vontade enorme de ajudar aqueles alunos. Não conseguia com-preender por que eles não aprendiam, o que havia de errado. Sentiu-se, de certo modo, um pouco culpada. Há tantos anos na escola, ouvindo falar daquela turma e nunca havia se preocupado, de fato, com eles. Tudo bem que ela não havia sido, até então, professora de-les, mas, eles eram alunos da escola e, por isso, res-ponsabilidade de todos, inclusive dela. A tarde se foi e Teresinha terminou suas tarefas, ainda imersa nos seus pensamentos, naquele sentimento dúbio: preocupada com o que teria que enfrentar no ano seguinte e angus-tiada com a vontade de enfrentar esse desafio e ajudar aqueles adolescentes a seguirem na sua vida escolar com êxito.

Durante o mês de janeiro, Teresinha passou boa parte do seu recesso pensando na turma que receberia em fevereiro e como poderia dar conta daquela tarefa tão desafiadora. Antes de sair de férias, ainda naquela tar-de, ela recolheu algumas informações sobre os alunos com a coordenadora pedagógica e com Beth, a última professora da turma. Conseguiu as notas nas avaliações realizadas pela escola; algumas atividades que a coor-denadora havia arquivado; os registros que Beth fez, ao longo do ano, sobre cada um; bem como os resultados daqueles alunos nas últimas avaliações estaduais. Vale lembrar que a rede em que Teresinha trabalha passou a ser avaliada, externamente, desde 2008, em quase todas as etapas de escolaridade. São avaliados, anual-mente, o 3º, 5º, 6º e 9º anos do Ensino Fundamental. Certamente, tendo em vista o tempo que esses alunos estavam matriculados no Ensino Fundamental, já deve-riam ter realizado, mais de uma vez, os testes aplicados

em cada um dos anos avaliados. Teresinha juntou tudo o que podia ser levado para casa. Aqueles documentos que não podiam sair da escola, ela pediu autorização da direção para xerocar, pois queria voltar do recesso com alguma coisa planejada para aqueles alunos.

Teresinha dedicou-se a pensar em maneiras de ajudar aqueles meninos. Mesmo tendo que viajar com a famí-lia na primeira quinzena de janeiro, ela não parou de pensar sobre o assunto e, quando retornou da viagem, debruçou-se sobre as informações que havia levado da escola para conhecer melhor o perfil dos estudantes com os quais ela iria trabalhar.

Antes do início do ano letivo, a escola se reunia, por dois dias, para o planejamento anual. Todos os anos eram assim. Nesses dois dias, a direção repassava al-guns informes importantes e o restante do tempo era usado pela equipe pedagógica para planejar com os professores. Geralmente, os docentes se reuniam por segmento. Teresinha ficou com o seu grupo de costu-me, os professores dos anos iniciais do Ensino Funda-mental. Quando ela entrou na sala, Beth logo falou:

– E aí, minha filha, preparada para a batalha desse ano? Já acostumou com a ideia de que vai enfrentar uma pe-dreira pela frente?

MATEMÁTICA - 3º ANO DO ENSINO MéDIO 53 SAEPI 2014

Page 56: MATEMÁTICA - 3º ANO DO ENSINO MéDIO

Todos se entreolharam – alguns ainda não sabiam do que Beth estava falando –, e Teresinha respondeu:

– Sim, estou preparada para a batalha, mas preciso da ajuda de todos vocês. Pensei muito nesses dias, estudei bastante e fiz vários esboços de propostas para traba-lhar com esses alunos, mas não conseguirei nada se não puder contar com o apoio de todos vocês.

Nesse momento, Fernanda, a coordenadora dos anos iniciais, entrou na sala para distribuir o material de tra-balho.

– Do que é mesmo que vocês estão falando? – pergun-tou Fernanda.

– Estamos falando da minha turma, Fernanda. As me-ninas estão preocupadas comigo, porque saí muito angustiada daqui, antes das férias, como você mesma viu, quando lhe pedi aqueles portfólios dos alunos. Mas esse mês foi essencial para eu esfriar minha cabeça e perceber que estava fazendo tempestade em copo d’água. Ou, pelo menos, estava desperdiçando energia em preocupar-me. Na verdade, usei minha angústia e preocupação, todos esses dias, para pensar em como ajudar a esses alunos. Conversei com algumas pessoas que conheço e que têm experiência e me dediquei a analisar tudo o que temos registrado sobre os alunos. Aliás, queria até aproveitar para dizer que isso foi muito positivo. Nossa escola tem uma prática muito interes-sante, que é fazer o registro sobre o processo de apren-dizagem dos nossos alunos. Sem essas informações, eu não teria conseguido pensar sobre tudo o que pensei; não teria conseguido desenhar uma proposta de traba-lho com esses alunos, não fosse o diagnóstico que eu tenho em mãos. Por isso, quero reforçar esse trabalho que já vem sendo feito em nossa escola e propor que aperfeiçoemos o que já estamos fazendo e ampliemos essa estratégia para os anos finais. Tenho certeza de que muitas dificuldades enfrentadas pelos colegas que atuam do 6º ao 9º anos também poderão ser minimiza-das, se fizermos isso.

– Que bom ouvir isso, Teresinha. Essa tem sido uma luta, desde que cheguei nessa escola. No começo não foi fá-cil. Muitos de vocês devem se lembrar de como nossa

escola carecia de informações. Não havia registro de nada. Quando precisávamos de alguma informação so-bre os alunos, era a maior dificuldade. Dependíamos, muitas vezes, da boa memória da D. Cida, secretária da escola. Ela sempre foi uma excelente profissional, mas era impossível dar conta de todos os dados da escola. E, no que se refere às informações mais pedagógicas, não era costume dos professores fazer nenhum regis-tro. Não que eu esteja falando mal da equipe anterior, longe disso. Mas, era muito complicado pensar em qual-quer coisa, pois não sabíamos o terreno em que estáva-mos pisando. Não é verdade, Célia? Você, que chegou aqui antes de mim, pode falar melhor.

– É verdade, Fernanda. Nossa escola melhorou bastan-te nos últimos anos. Para vocês terem ideia, nós não tínhamos o hábito nem de fazer nosso plano de aula, sabe? Nós fazíamos nosso planejamento bimestral – isso quando dava – e seguíamos a partir dali. Muitas vezes, nem para isso conseguíamos sentar. A maioria dos professores trabalhava em mais de uma escola, às vezes em três ou até mais, dependendo da disciplina que lecionavam. Com isso, dispúnhamos de pouco tem-po para encontros. Fazíamos os conselhos de classe correndo, mais para decidir quem deveria ou não ser reprovado e fechar as datas das avaliações. Isso foi por um bom tempo, não é Fernanda?

SAEPI 2014 54 REVISTA PEDAGÓGICA

Page 57: MATEMÁTICA - 3º ANO DO ENSINO MéDIO

– Sim, sim. Foi por muito tempo. E tenho para lhes dizer que essa não é uma característica exclusiva da nossa escola. A maioria das escolas da nossa rede e de outros lugares é assim. Nós, professores, geralmente, trabalha-mos em mais de uma escola e, às vezes, elas são dis-tantes umas das outras. Mas, com tempo e aos poucos, estamos mudando essa cultura aqui na escola.

Fernanda era coordenadora da escola em que Teresi-nha dava aula e professora em outra rede.

– E como vocês conseguiram? —– indagou Luana, pro-fessora recém-chegada à escola.

– Olá, Luana, seja muito bem-vinda à nossa escola. A Luana é a nova professora do 2º ano, meninas, nem deu tempo de apresentá-la, pois já entramos nesse assunto.

– Que isso, Fernanda, não se incomode. Esse assunto é muito importante e eu já estou me sentindo em casa, conhecendo um pouco melhor sobre como as coisas funcionam por aqui.

A conversa decorreu mais livremente, todos foram dando as boas-vindas e acolhendo a nova professora, conversando sobre a escola, sobre suas expectativas, de onde ela tinha vindo etc. Até que, novamente, Tere-sinha retomou o tema que ela havia levado para essa reunião de planejamento: os alunos do 5º ano, aqueles com os quais teria que trabalhar naquele ano e que apresentavam, historicamente, sérias dificuldades de aprendizagem.

– Mas, então, Fernanda, quando você chegou, faláva-mos sobre a minha nova turma, os alunos do 5º ano com histórico de reprovação.

– Ah, Teresinha, queria dizer que chegaram mais três alunos para essa turma, hein? São matrículas novas, fei-tas durante o mês de janeiro. D. Cida me passou hoje. Ainda não sei nada sobre eles, mas sei que são filhos de uma família que mudou para o residencial novo, aquele onde a maioria dos nossos alunos mora agora.

– É mesmo, Fernanda? Quantos alunos terá essa turma

esse ano? – perguntou Sabrina, que já havia lecionado

para a mesma turma há uns dois anos.

– Hoje, com os três novatos que chegaram, estão matri-

culados, 21 alunos.

Sabrina fez uma expressão de quem havia ficado mais

preocupada, mas Teresinha interveio:

–Vejam bem, eu fico feliz que tenha chegado gente

nova. Esses meninos já estão juntos há tanto tempo,

vendo e revendo as mesmas coisas a cada ano, é bom

haver mudanças. A começar por novos amigos. Eu não

me importo; ao contrário, fico feliz mesmo. E eu quero

dizer para vocês das coisas que pensei para esse ano,

para trabalhar com essa turma.

– Vamos lá, Teresinha. Desculpe-me tê-la interrompido

de novo.

– Primeiro, quero que vocês entendam que não se tra-

ta de fazer nenhuma crítica ao trabalho desempenha-

do pelos colegas até aqui, mas são constatações im-

portantes para a nossa reflexão e o aprimoramento do

nosso trabalho. Uma coisa que percebi em relação a

esses meninos é que os mesmos têm muita dificuldade

de escrita. Alguns demonstram ter desenvolvido ape-

nas as primeiras habilidades no processo de aquisição

dos conceitos de leitura e escrita, outros já apresentam

um nível maior de desempenho, demonstrando serem

capazes de produzir pequenos textos. Aliás, identifiquei

textos muito bons entre os que li. Outra coisa há alguns

alunos com sérios comprometimentos em Matemática,

principalmente no que diz respeito à resolução de pro-

blemas. Isso me parece decorrer de dois fatores: primei-

ro pela dificuldade de leitura e escrita que eles têm e

também porque ainda não desenvolveram habilidades

relacionadas às quatro operações. Sem isso, eles não

têm mesmo condições de avançar naqueles conteúdos

que exigem a consolidação dessas habilidades.

MATEMÁTICA - 3º ANO DO ENSINO MéDIO 55 SAEPI 2014

Page 58: MATEMÁTICA - 3º ANO DO ENSINO MéDIO

– Nossa, Teresinha, como você conseguiu observar tudo isso, apenas analisando os registros dos alunos? – inda-gou Renata.

– Então, por isso, estou dizendo que nossa escola já deu um passo muito importante ao fazer o registro sobre o desenvolvimento dos alunos. O que falta é sistematizá-lo e usar mais o que temos à nossa disposição. Consegui perceber que os alunos não desenvolveram as habilida-des relacionadas à leitura e à escrita e aos conhecimen-tos básicos de Matemática, analisando os resultados al-cançados por eles na avaliação externa e nas atividades propostas pela escola. Procurei identificar os Padrões de Desempenho em que eles se encontravam na última avaliação e observei quais as habilidades os alunos, que se encontram naqueles padrões, ainda não desenvolveram. Depois, olhei para os resultados dos descritores: eles er-raram a maioria. E, mesmo aqueles que têm um desempenho melhor em leitura, estão agarrados em determinadas habilidades, que, não sendo desenvolvidas ade-quadamente, impedem que os alunos avancem em outros con-teúdos. É o caso das quatro ope-rações básicas. Após essa análise, chequei nossa proposta curricular e os conteúdos que foram trabalhados com os meninos ano passado. Da forma como estamos fazendo, mesmo que tenhamos muita disposição e criatividade, não resolveremos as di-ficuldades deles, pois a questão passa por um diagnós-tico mais preciso sobre o que eles já desenvolveram e o que eles ainda não sabem, em relação aos conteúdos trabalhados.

– Nossa, mas isso é muito sério mesmo.

– Sim, é muito sério, importante e fantástico! Vejam vo-cês que temos em mãos um material rico, repleto de in-formações sobre a aprendizagem e o desenvolvimento dos nossos alunos. Precisamos, apenas, lançar mão des-ses dados e analisá-los conjuntamente. Essa é a primeira coisa que gostaria de propor a vocês. Acredito que, com

isso, ajudaremos essa turma com a qual vou trabalhar, mas, principalmente, poderemos ajudar a todos os alu-nos, uma vez que temos esses dados para diferentes etapas que foram avaliadas. Esses dados, depois de analisados e compreendidos, servirão de subsídios para o nosso planejamento, para as nossas intervenções!

– Teresinha, não posso negar que agora você me fez lembrar um ditado popular: carro apertado é que can-ta. Foi preciso que você passasse por esse sufoco todo para que pensássemos em usar os dados desse mate-rial que está disponível para nós há tanto tempo! Muitos, produzidos por nós mesmos. E que eles precisam ser analisados conjuntamente, buscando relacionar o que fazemos aqui dentro com o que é avaliado pelo sistema.

É engraçado como sempre ouvimos isso, seja nas oficinas de apropriação de resulta-

dos, seja quando estamos participan-do de algum treinamento ou for-

mação, mas a gente demora um pouco a perceber que tudo isso faz parte da nossa rotina e que pode ser incorporado e melhor aproveitado por nós.

– É que a correria, às vezes, nos consome, Sabrina. Ficamos

tão envolvidos com as demandas diárias que não nos damos chance

de parar e refletir sobre o que temos e o que precisamos fazer. A iniciativa da Teresi-

nha me deixa muito orgulhosa e feliz; e sei que a vocês também. Venho tentando fazer isso há bastante tempo, mas de outras formas, não muito eficientes. Mas, hoje, vejo que sua atitude me deu algumas ideias. Enquanto você falava, ia pensando em algumas coisas aqui. Pre-cisamos aproveitar melhor nossas horas de atividades extraclasses. É para isso que elas devem ser usadas, para analisarmos nossa escola e fazermos nossos pla-nejamentos. Já que estamos aqui, nessa conversa, com esse propósito, vamos começar a trabalhar nesse sen-tido desde agora. Vou trazer os resultados de todas as outras turmas de vocês, bem como os portfólios e de-mais documentos. Vou sugerir à Glaucia, coordenadora dos anos finais, que faça a mesma coisa.

[...] sempre

ouvimos isso, seja

nas oficinas de apropriação de

resultados, seja quando estamos

participando de algum treinamento

ou formação, mas a gente demora um

pouco a perceber que tudo isso faz

parte da nossa rotina e que pode

ser incorporado e melhor

aproveitado por nós.

SAEPI 2014 56 REVISTA PEDAGÓGICA

Page 59: MATEMÁTICA - 3º ANO DO ENSINO MéDIO

Assim foi feito naquele início de ano. Todos os profes-sores da escola de Teresinha, durante os dois dias de planejamento, dedicaram-se a analisar e a compreender os resultados dos seus alunos. A partir desse primeiro esforço, algumas iniciativas foram propostas para aque-le ano letivo. Em especial, sobre os alunos da turma de Teresinha, ficou estabelecido que os mesmos fossem enturmados, de acordo com as dificuldades que apre-sentavam. Isso ficou valendo para os demais alunos da escola que se encontravam em condições semelhantes. A escola se organizou, ainda, para atender aos alunos no contraturno. Para os que não podiam ir para casa e voltar, pois moravam longe, a escola servia o almoço.

Os professores do Ciclo de Alfabetização passaram a fa-zer um planejamento conjunto, em que todas as crianças matriculadas nas turmas do 1º ao 3º anos eram de responsabilidade dos professores que atuavam nessas etapas. O planejamento passou a contar com 600 dias letivos para as crianças serem alfabetizadas e toda a organização do tempo e do espaço escolar passou a levar em conta esse princípio.

Diante do desempenho da escola em Língua Portuguesa e conforme os registros dos próprios professores nas avaliações internas, a questão da lei-tura era um problema geral, que perpassava todas as etapas de escolaridade e comprometia o de-sempenho em todas as áreas do conhecimento. Como iniciativa para sanar essa dificuldade, ficou estabelecido que toda a escola se envolveria com o processo de al-fabetização dos alunos, em seus mais variados níveis. Para isso, a escola se tornaria um ambiente alfabetiza-dor, cujo objetivo era fazer com que todas as atividades ali desenvolvidas tivessem como foco a leitura e a sua apropriação. Como estratégias concretas, foi proposto um jornal da escola em que todos os alunos, profes-sores e responsáveis deveriam participar, contribuindo com a sua produção e divulgação. Outras ações foram implementadas, desde então, na escola, como o projeto de elaboração de um livro de receitas, narradas pelas

cozinheiras da escola. Os próprios alunos fizeram as en-trevistas e depois, com a ajuda dos professores, corrigi-ram os textos e os organizaram em forma de livro. Como a escola contava com uma sala de computadores, além do trabalho redigido à mão, os alunos puderam digitá-lo e formatá-lo com a ajuda do professor de Informática.

Recentemente, Teresinha esteve em uma reunião pe-dagógica da escola de sua filha, narrando sobre como vêm sendo trabalhadas as dificuldades em sua escola. Dentre os relatos apresentados, ela conta como estão seus alunos, depois de quase um ano de efetivo traba-lho. Segundo ela, a turma avançou bastante, e ela tem percebido ganhos bastante significativos. Para aqueles com maiores dificuldades, com a ajuda da direção da

escola e da coordenação pedagógica, Teresi-nha sugeriu um acompanhamento escolar,

em que cada aluno tem um atendimen-to individual, para que suas neces-

sidades sejam trabalhadas. Nes-sa atividade, Teresinha e a outra professora que acompanha os alunos identificaram problemas extraescolares que poderiam es-tar afetando o desempenho dos

mesmos. Para esses, a escola se propôs a dar um pouco mais, crian-

do estratégias de recuperação no contra-turno e encaminhando-os para

o atendimento psicossocial do município. Para alguns, pouco frequentes à escola, Teresi-

nha precisou lançar mão das leis de proteção à criança. Ela tomou o Estatuto da Criança e do Adolescente como referência para resolver essa questão. Com isso, toda a escola tem estudado esse documento e ajudado muitas crianças.

Mesmo aqueles que não precisam de algum acompa-nhamento fora, a escola tem dado suporte, buscando inseri-los nas suas principais atividades, dando a eles oportunidades de assumirem lideranças positivas dentro da escola. Isso tem sido de grande ajuda para os alunos, que se sentem mais partícipes da vida da escola e mais motivados a frequentarem as aulas e tirarem boas notas.

[...] a escola se tornaria um ambiente

alfabetizador, cujo objetivo era

fazer com que todas as atividades ali

desenvolvidas tivessem como foco a

leitura e a sua apropriação.

MATEMÁTICA - 3º ANO DO ENSINO MéDIO 57 SAEPI 2014

Page 60: MATEMÁTICA - 3º ANO DO ENSINO MéDIO

Outra ação que tem contribuído, consideravelmente, para o envolvimento dos alunos e, consequentemente, com a melhoria do seu desempenho nas atividades es-colares, são as atividades culturais. Os professores, das diferentes áreas e dos dois segmentos do Ensino Fun-damental, se juntaram para fazer um projeto que envol-ve toda a escola. Trata-se de um projeto artístico, cultu-ral e esportivo. Os alunos, com o apoio dos professores, têm pesquisado sobre a comunidade, a sua formação, as principais manifestações culturais que marcam sua história e do município. A partir daí, esse trabalho já ga-nhou o mundo e os alunos estão, atualmente, estudan-do sobre a formação da sociedade latino-americana. Toda a escola, desde a merenda escolar, até o trabalho desenvolvido nas diferentes disciplinas, envolve esse tema, considerado como uma unidade geradora para o desenvolvimento dos conteúdos curriculares. A propos-ta é finalizar esse trabalho com uma apresentação para as famílias em um sábado letivo.

Esse foi o caminho escolhido pela escola de Teresinha para vencer as dificuldades dos alunos e melhorar suas condições de aprendizagem.

QUESTÕES PARA REFLEXÃO

» Você já vivenciou alguma experiência semelhante

à de Teresinha? Como foi? Procure relatá-la ao seu

grupo e conhecer as experiências vivenciadas por

eles também.

» Como você analisa a postura dessa escola? Quais

estratégias você usaria, caso estivesse no lugar de

Teresinha?

» Caso você seja coordenadora da sua escola, como

você avalia a postura de Fernanda? Como você agi-

ria, se estivesse no lugar dela?

» Quais as principais dificuldades apresentadas por

seus alunos? Como você tem trabalhado para sa-

ná-las?

» Como os resultados da avaliação externa são apro-

priados por sua escola? Quais são as estratégias

de utilização desses resultados aplicadas por sua

escola?

» Há uma análise do desempenho dos alunos nas

avaliações externas e dos resultados internos à es-

cola? Como vocês têm feito isso?

SAEPI 2014 58 REVISTA PEDAGÓGICA

Page 61: MATEMÁTICA - 3º ANO DO ENSINO MéDIO

Com base nos resultados da avaliação, como associar, na prática, competências e habilidades ao trabalho pedagógico em sala de aula? O artigo a seguir apre-senta sugestões sobre como essa intervenção pode ser feita no contexto esco-lar, visando promover uma ação focada nas necessidades dos alunos, a partir da análise de algumas competências e habilidades.

REFLEXÃO PEDAGÓGICA

4

Page 62: MATEMÁTICA - 3º ANO DO ENSINO MéDIO

O DESENVOLVIMENTO DOS CONHECIMENTOS MATEMÁTICOS NO ENSINO MéDIO

O Ensino Médio corresponde às etapas finais da Educação Básica e complementa a apren-dizagem de conhecimentos e habilidades desenvolvidos no Ensino Fundamental. Relacio-na-se àquele período em que os estudantes já possuem maturidade e, com isso, é esperado que o ambiente escolar apresente oportunidades para que eles aprofundem conhecimen-tos e/ou adquiram novos. Isso significa, a partir das informações do cotidiano e dos saberes desenvolvidos anteriormente na escola, que os indivíduos desenvolvam capacidades para tecer interpretações, emitir julgamentos e, entre outros aspectos, perceber, diferenciar e relacionar temas e assuntos diversos.

Atualmente, com as mudanças na sociedade, o conhecimento científico aplicado no ambien-te educacional, isto é, o saber escolar, tem demandado mais que resoluções de problemas ou conhecimentos específicos de cada área. Discussões recentes nesse meio atentam-se para o fato de que os estudantes, ao terminarem o Ensino Médio, não devem apresentar desenvolvimento cognitivo apenas para o ingresso na Educação Superior, mas capacidades para atuar nos campos do trabalho, da ciência, da cultura e da tecnologia.

A formação do estudante, portanto, como abordado nos Parâmetros Curriculares Nacionais, vem requerer outros modos de articulação desse ambiente educacional que tenham como foco o desenvolvimento destes quatro elementos supracitados (trabalho, ciência, cultura e tecnologia). Nesse sentido, faz-se necessária uma articulação também entre as diferentes instâncias do contexto educacional: no âmbito micro, a escola e a sala de aula; no macro, as redes de ensino e a as políticas educacionais nacionais.

Isso pressupõe, por exemplo, dos sistemas educacionais, políticas de intervenção que dis-cutam a elaboração e a implementação de currículos flexíveis, permitindo que os jovens te-nham oportunidade de escolher uma formação que atenda ao seu interesse e aos anseios. Na escola, isso pode ser referenciado por oportunidades de trabalho interdisciplinares, que discutam temas significativos e utilizem diversos recursos didáticos, como os jogos, os ma-teriais manipulativos e a tecnologia.

Saber operar, identificar figuras, ler e interpretar gráficos e resolver problemas são habi-lidades desenvolvidas no Ensino Fundamental, e se espera que os alunos destas etapas apliquem os conhecimentos nas atividades apresentadas pelo professor. Entretanto, no Ensino Médio, o objetivo de aplicação desses conhecimentos passa a ser, principalmente, as intervenções em ações do cotidiano, que requerem, dos estudantes, capacidades de argumentação, criticidade, entre tantos outros, tais como a apresentação de competências relacionadas à ética e à autonomia.

Podemos perceber que o mundo em que vivemos apresenta diversos modelos matemáti-cos que permitem resolver situações de nossos interesses, por exemplo, cálculo de juros, operações financeiras, limites de espaço e de moradia, entre outros. O trabalho contextuali-

SAEPI 2014 60 REVISTA PEDAGÓGICA

Page 63: MATEMÁTICA - 3º ANO DO ENSINO MéDIO

zado e articulado dos conceitos matemáticos, no Ensino Médio, torna-se algo importante e necessário, cabendo ao professor o compromisso de inserir, na sala de aula, possibilidades para os estudantes manipularem essas informações advindas da nossa sociedade.

Sendo assim, mais do que saber ler as informações que circulam no nosso cotidiano, princi-palmente, sobre as informações presentes na mídia e nas relações sociais e comerciais, es-pera-se dos estudantes do Ensino Médio uma reflexão mais crítica sobre esses significados.

OS CONCEITOS DE PROBABILIDADE NO AMBIENTE ESCOLAR

Os conceitos relacionados ao conteúdo de Probabilidade podem ser desenvolvidos pelos es-tudantes desde a educação infantil, e estão diretamente relacionados às demais etapas de es-colaridade. As aplicações realizadas em sala de aula podem iniciar pelo cálculo das incertezas,

com experiências que permitam desenvolver noções intuitivas de acaso com base nas experiências dos estudantes, pois assim, permite-se que eles compreendam o

conhecimento probabilístico.

Nesta fase inicial, as crianças apresentam noções concretas sobre os conceitos de probabilidade, decorridas dos jogos e brincadei-ras vivenciados fora do ambiente escolar. O professor, neste caso, pode utilizar desses elementos para trabalhar conceitos formais do tema Probabilidade. Entretanto, muitas dúvidas em relação a essas aplicações podem ser comumente apontadas pelo profes-sor, que procura a melhor forma de abordar os conteúdos com os estudantes que, mesmo alocados em uma mesma etapa de

escolaridade, estão em diferentes fases de formação.

As ações pedagógicas aplicadas pelos docentes, relacionadas às no-ções de Probabilidade, possibilitam o desenvolvimento de capacidades

como interpretar informações e tomar decisões, além de permitir uma postura crítica e reflexiva diante de situações do cotidiano. Espera-se, deste modo, que os

estudantes da Educação Básica possam realizar experimentos e explorar ideias de eventos casuais que estão relacionadas aos problemas que encontramos no dia a dia, ou então, no Ensino Superior, desenvolver estudos relacionados às áreas científicas, como a Biologia e a Ciências Sociais.

Originalmente, o tema Probabilidade era aplicado na escola para o cálculo de chances de vitória ou derrota em jogos de azar, dados ou baralho. Nas propostas educacionais atuais, percebe-se uma mudança em relação a isso, considerando a possibilidade de discutir ele-mentos da teoria de probabilidade, a qual possui aplicações importantes nos mais diversos ramos da atividade humana, tais como Economia, Política e Medicina. Esses estudos permi-tem, ainda, conhecer os fundamentos matemáticos que garantem a validade dos procedi-mentos da inferência estatística.

Para que a aprendizagem de conceitos de probabilidade contribua para a compreensão de fa-tos cotidianos, o professor deve possibilitar a resolução de problemas diversos e que auxiliem os estudantes a elaborarem estratégias próprias de resolução. A discussão entre os estudan-

A formação do estudante,

portanto, como abordado nos

Parâmetros Curriculares Nacionais,

vem requerer outros modos de

articulação desse ambiente educacional

que tenham como foco o desenvolvimento

destes quatro elementos supracitados

(trabalho, ciência, cultura e

tecnologia).

MATEMÁTICA - 3º ANO DO ENSINO MéDIO 61 SAEPI 2014

Page 64: MATEMÁTICA - 3º ANO DO ENSINO MéDIO

tes inseridos em um grupo (sala de aula), também, faz-se necessária, permitindo que eles re-vejam estratégias e compreendam o modo de pensar do outro em relação a esses conceitos.

Sendo assim, consideramos imprescindível o contato com os fundamentos da probabilidade desde o Ensino Fundamental, sendo papel da escola o de permitir que os estudantes reali-zem um trabalho de reflexão sobre as transformações sociais ao retomar esses e outros co-nhecimentos no Ensino Médio. Mas neste contexto, quais são os conceitos de probabilidade que procuramos desenvolver na sala de aula?

Nos estudos da área, encontramos algumas concepções de probabilidade, mas por trabalhar com estudantes da Educação Básica, nos limitaremos àquelas que possibilitam suprir as princi-pais situações do cotidiano. Elas são nomeadas por clássica, frequentista, subjetiva e axiomática.

Na concepção clássica, a probabilidade refere-se à proporção entre o núme-ro de casos favoráveis em relação ao número total de casos possíveis, compreendendo uma percepção comumente trabalhada na sala de aula do Ensino Médio. Como exemplo em sala de aula, o profes-sor pode trabalhar os jogos de dados, o lançamento de moedas e até o bingo, que apresentam um conjunto de variáveis discretas que possuem a mesma chance de sucesso (equiprobabilidade). O que isso significa? Para o estudante, essa noção, apesar de su-gerir um conceito simples, não é tão clara. O professor pode levar dados para sala de aula e discutir, com os estudantes a chance de sortear os números 1, 2, 3, 4, 5 ou 6. Ao determinar um evento, por exemplo, levando-se em conta a chance de sortear o número 5, temos que o resultado é 1/6, o que, também, corresponde a chan-ce de sortear os números 1, 2, 3, 4 ou 6.

Já a probabilidade frequentista incide a partir do cálculo das frequências rela-tivas de ocorrências de sucessos advindos de repetidas tentativas. A probabilidade, neste caso, é apresentada com base em uma estimativa de ocorrência do evento, isto é, realiza-se um conjunto de tentativas, sob mesma condição, buscando determinar qual a probabilidade desse evento acontecer. Retomando o exemplo dos dados, o professor pode levar para a sala, um dado não honesto, onde a probabilidade de ocorrência de sorteio dos números não é igualmente provável. Para isso, os estudantes podem fazer vários lançamen-tos do dado, observando a frequência com que ocorre cada evento (cada resultado).

Cabe ressaltar que este tipo de concepção não permite avaliar a probabilidade de um evento com precisão, uma vez que o número de tentativas é limitado. Entretanto, podemos aproximar esse resultado com uso de alguns recursos, como a simulação computacional. Os softwares permitem que experimentos sejam realizados com um número maior de tentativas, simulando lançamentos simultâneos de eventos equiprováveis, apresentando as frequências de cada evento possível.

As ações pedagógicas

aplicadas pelos docentes,

relacionadas às noções de

Probabilidade, possibilitam o

desenvolvimento de capacidades como

interpretar informações e tomar decisões,

além de permitir uma postura crítica

e reflexiva diante de situações do

cotidiano.

SAEPI 2014 62 REVISTA PEDAGÓGICA

Page 65: MATEMÁTICA - 3º ANO DO ENSINO MéDIO

No trabalho em sala de aula, geralmente, é desenvolvida uma concepção de Probabilidade tra-tada no Ensino Superior, mas podemos observar que essa concepção apresenta possibilidades de realização para estudantes da Educação Básica, a medida que concebe outra forma de in-terpretar um fenômeno com resultados imprevisíveis, que faz parte do cotidiano do indivíduo.

A concepção de probabilidade, ainda, pode ser dada de forma subjetiva, o que consiste em um resultado provido de crenças ou percepções pessoais. Geralmente, são eventos únicos, que não podem ser realizados por meio de outras tentativas. O professor pode indicar si-tuações que, mesmo que essa informação possa ter sido observada em ensaios similares, ocorridos anteriormente, não apresentam informações de experimentos realizados sob con-dições idênticas. Por exemplo, a probabilidade de o aluno aprender um novo conteúdo na escola ou da seleção de futebol do Brasil ganhar um jogo.

Os estudantes, neste caso, podem medir a probabilidade de um evento tomando como base sua experiência ou conhecimento sobre o tema estudado e, esse resultado, pode ser representado de forma diferente para cada indivíduo.

Com base nas restrições apresentadas pelas concepções anteriormente citadas, tem-se a definição axiomática. Utilizando os elementos da teoria dos conjuntos, são estabelecidas pro-priedades mínimas para satisfazer a probabilidade de qualquer evento. Assim, retomando o exemplo do jogo de dados, desejamos determinar um número que indique a probabilidade de um evento acontecer e, para isso, consideramos a probabilidade como uma função definida no conjunto dos eventos possíveis desse espaço amostral. Geralmente a função é definida por P.

Esses elementos permitem, ao professor, discutir em sala de aula propriedades básicas so-bre Probabilidade como, por exemplo, o número máximo e mínimo da probabilidade de um evento. Além disso, propriedades envolvendo união ou interseção de eventos, entre outros.

Observadas essas possibilidades, pode-se questionar o trabalho realizado na sala de aula: Qual o motivo de tratar todas essas concepções com alunos no Ensino Médio? Em educa-ção, reconhecemos a importância do desenvolvimento de aspectos intuitivos das diferentes concepções da Probabilidade, que podem ser retratadas por meio de exemplos e/ou pro-blemas encontrados no cotidiano dos estudantes.

REALIZANDO EXPERIMENTOS EM SALA DE AULA

A aprendizagem da Matemática, segundo os Parâmetros Curriculares Nacionais, apresenta resultados significativos quando desenvolvida utilizando a resolução de problemas. Nesses momentos, proporcionados pelo professor, nos deparamos com a possibilidade de os estu-dantes utilizarem as estratégias do pensar e do fazer para resolver os desafios propostos, os quais requerem que conhecimentos desenvolvidos anteriormente sejam retomados ou que sejam construídos novos conhecimentos.

MATEMÁTICA - 3º ANO DO ENSINO MéDIO 63 SAEPI 2014

Page 66: MATEMÁTICA - 3º ANO DO ENSINO MéDIO

Ao iniciar o trabalho de desenvolvimento de conceitos de Probabilidade, consideramos a importância do professor apresentar temas de interesse dos estudantes, permitindo que eles participem dos momentos de investigação que serão propostos no decorrer da dis-ciplina. Perceber como os estudantes apresentam noções intuitivas sobre a probabilidade de ocorrência de eventos e, também, de seus conhecimentos sobre conceitos e termos utilizados neste contexto (como aleatório, azar, eventos) pode ser uma forma de nortear o desenvolvimento de atividades que serão realizadas em sala de aula.

Os estudantes que têm acesso ao material de coleta de dados e dispõem de oportunidades para fazerem referência às noções probabilísticas, muitas vezes desenvolvem conceitos de modo adequado. Retomando mais uma vez o jogo de dados, identificamos a possibilidade de o professor propor que os estudantes trabalhem com experimentos. Que tal disponibili-zar um jogo de dados para os estudantes e solicitar que eles preencham uma tabela com os resultados encontrados em cada tentativa/jogada?

Número no dado 1 2 3 4 5 6

Número de jogadas

Figura 1:  Resultados extraídos de tentativas de jogos de dados

Como observado, a Figura 1, acima, representa uma tabela que relaciona uma face do dado, representada por números de 1 a 6, (eventos possíveis, disponibilizados na primeira linha) ao número de tentativas que resultam em cada um desses eventos (segunda linha). O professor pode solicitar que grupos de alunos se reúnam para realizar os experimentos e construir a tabela com os resultados alcançados. Neste caso, deve-se tomar o cuidado de não tornar essa atividade exaustiva, ou seja, não solicitar que os alunos realizem essas jogadas centenas de vezes.

No decorrer da construção das tabelas pelos grupos, o professor pode fazer questionamentos sobre a tabela construída por cada um. Pode-se, ainda, indagar sobre as relações entre as tabelas dos grupos que apresentam diferentes números de tentativas. O que temos em comum nesses resultados?

Nesta etapa inicial de desenvolvimento das noções de probabili-dade, pode-se incluir o trabalho com softwares matemáticos, que permitem a construção dessas tabelas com base em um número muito maior de experimentos, possibilitando que os estudantes cons-truam estratégias e relações mais próximas ao resultado real, posto pela teorização desses procedimentos. O Winstats ou Tinkerplots são instrumentos computacionais que permitem trabalho dessa natureza em sala de aula, mas outros, como ferramentas de edição de planilhas, também, podem ser utilizados. Cabe, assim, ao professor selecionar o recurso que melhor atenderá a sua proposta de atividade.

Com essas propostas, o professor tem possibilidades de discutir conceitos sobre o espaço amostral e sobre eventos aleatórios. Seria uma opção de apresentar, por exemplo, a relação de

Nesses momentos,

proporcionados pelo professor,

nos deparamos com a possibilidade

de os estudantes utilizarem as estratégias

do pensar e do fazer para resolver os

desafios propostos, os quais requerem

que conhecimentos desenvolvidos

anteriormente sejam retomados ou

que sejam construídos novos

conhecimentos

SAEPI 2014 64 REVISTA PEDAGÓGICA

Page 67: MATEMÁTICA - 3º ANO DO ENSINO MéDIO

elementos de probabilidade como a representação por meio de uma fração e sua representação percentual. Nesta abordagem, podemos trabalhar com os conceitos da concepção frequentista.

Ainda em relação a esses eventos, podemos remeter à concepção clássica, onde a proba-bilidade refere-se à proporção entre o número de casos favoráveis em relação ao número total de casos possíveis. No dado, temos os eventos 1, 2, 3, 4, 5 e 6, dentre um total de 6 possibilidades.

Neste sentido, trabalhamos com elementos práticos e contextualizados que permitem o desen-volvimento do conhecimento matemático formal. A importância desses momentos é expressiva e, apesar de parecer simples, as dificuldades encontradas pelos estudantes, no processo de abstração dessas relações, são grandes. Cabe, então, ao professor identificar e mediar essas atividades e propor outras atividades com foco no desenvolvimento dos mesmos conceitos.

Relacionados a esse trabalho, o professor pode utilizar outros elementos conhecidos dos estu-dantes, tais como dados, moedas e cartas, propondo que os estudantes façam relações sobre a probabilidade de ocorrência dos possíveis eventos. Além disso, pode-se propor a estimativa de outros tipos de eventos. Isso significa que podem ser aplicadas as mesmas atividades de construção de tabelas, mas com possibilidades de eventos diferentes, como veremos a seguir.

Jogadas consecutivas Números iguais (1 e 1, 2 e 2, 3 e 3, ... 6 e 6)

Números diferentes (1 e 2, 1 e 3, 1 e 4, ... 6 e 5)

Número de jogadas

Figura 2: Resultados para duas jogadas de dados consecutivas

Pela tabela 2, podemos perceber que os eventos esperados estão relacionados às jogadas de dois dados e, além disso, permitem que sejam observados dois tipos de eventos: aque-les relacionados à jogada, que resultou no mesmo número nos dois dados (p.e. 2 e 2), ou aquelas jogadas em que eram esperados números diferentes (p.e. 2 e 3).

Com essa atividade, espera-se que os estudantes, também, consigam tecer relações sobre o espaço amostral e os eventos aleatórios, observando relações ainda mais complexas, referentes às diferenças entre a primeira e a segunda atividade proposta.

A introdução de conceitos matemáticos implícitos nesses tipos de eventos, considerando a concepção clássica, com dados honestos, já não constitui em um trabalho tão simples, como no exemplo anterior. O professor, junto com os estudantes, pode realizar os cálculos com base no número de possibilidades reais e o número de eventos que determinam esses tipos de jogadas, indicando as possibilidades, como apresentamos a seguir:

1 e 1 1 e 2 1 e 3 1 e 4 1 e 5 1 e 6

2 e 1 2 e 2 2 e 3 2 e 4 2 e 5 2 e 6

3 e 1 3 e 2 3 e 3 3 e 4 3 e 5 3 e 6

4 e 1 4 e 2 4 e 3 4 e 4 4 e 5 4 e 6

5 e 1 5 e 2 5 e 3 5 e 4 5 e 5 5 e 6

6 e 1 6 e 2 6 e 3 6 e 4 6 e 5 6 e 6

Figura 3

MATEMÁTICA - 3º ANO DO ENSINO MéDIO 65 SAEPI 2014

Page 68: MATEMÁTICA - 3º ANO DO ENSINO MéDIO

Nesse caso, as possibilidades para cada evento são as mesmas. Assim, ao observar os 36 possíveis resultados, temos um grupo de 6 resultados que correspondem à coluna “Núme-ros iguais (1 e 1, 2 e 2, 3 e 3, ... 6 e 6)”, da Figura 2, e 30 resultados para a coluna “Números diferentes (1 e 2, 1 e 3, 1 e 4, ... 6 e 5)”, desta mesma figura. Esses resultados, tomados da teoria, correspondem àqueles realizados pelos estudantes ao jogar os dados? E ao utilizar o número de jogadas com o auxílio do software, o que podemos perceber?

Neste momento, é possível inserir algumas discussões da concepção axiomática, apresen-tando as maiores ou as menores probabilidades encontradas em cada caso ou estudando, também, as relações de união ou interseção dos conjuntos (que são apresentadas pela atividade 2, por exemplo).

O mesmo trabalho que propusemos com jogos de dados pode ser aplicado a outros objetos manipulativos, sendo possível que o professor, também, faça uma relação com contextos sociais, tais como jogos de azar, de crescimento ou prejuízo de uma empresa ou experiên-cias científicas. Ressaltamos a importância de usar estratégias de desenvolvimento iniciais, dada pela noção dos conceitos, e, em abordagens posteriores, de propiciar momentos de sistematização e aplicações mais complexas desses conhecimentos matemáticos.

Pode-se notar que em nossa sociedade, um grande grupo de indivíduos ainda apresenta uma visão determinista em relação aos problemas que lhes são apresentados, procurando, muitas vezes, relacioná-los a simples aplicações de fórmulas para sua resolução, sem com-preender os significados associados a esse contexto. O trabalho do professor, neste am-biente, consiste em expandir essa compreensão limitada dos acontecimentos do cotidiano.

SAEPI 2014 66 REVISTA PEDAGÓGICA

Page 69: MATEMÁTICA - 3º ANO DO ENSINO MéDIO

A seguir, encontram-se disponíveis os resultados do SAEPI 2014. Os dados são referentes tanto à amplitude do programa no estado, quanto a GRE e à sua es-cola, com informações sobre os resultados de participação, número de alunos previstos para realizar a avaliação e que efetivamente a realizaram, a média de proficiência, a distribuição percentual de alunos por Padrões de Desempenho e o percentual de alunos para os níveis de proficiência dentro de cada Padrão.

OS RESULTADOS DESTA ESCOLA

5

Page 70: MATEMÁTICA - 3º ANO DO ENSINO MéDIO

RESULTADO DA ESCOLA

(REVISTA)

Participação dos estudantes no teste

» Observar número de estudantes e percentual de participação.

» Analisar os resultados quando a participação está acima ou abaixo de 80%, levando em

consideração que, quanto maior o percentual de participação, mais representativos do

universo avaliado são os resultados.

Proficiência Média

» Com base na proficiência média: identificar o Padrão de Desempenho.

» Relacionar a Proficiência Média com o desempenho dos estudantes: que habilidades e

competências já foram desenvolvidas?

» Refletir sobre o desempenho alcançado pelos estudantes em relação ao esperado,

com base na Matriz de Referência, para a sua etapa de escolaridade. Quais habilidades

e competências devem ser desenvolvidas para alcançar este resultado?

» Como recuperar os estudantes que já passaram pela etapa avaliada e não apresenta-

ram o desempenho esperado?

» Refletir sobre o trabalho realizado na sala de aula e as possíveis mudanças, com o ob-

jetivo de melhorar o desempenho dos estudantes.

» Relacionar o resultado alcançado com a possibilidade de realizar ações/intervenções

pedagógicas.

SAEPI 2014 68 REVISTA PEDAGÓGICA

Page 71: MATEMÁTICA - 3º ANO DO ENSINO MéDIO

Distribuição dos alunos por Padrão de Desempenho

» Identificar o percentual de estudantes em cada Padrão de Desempenho.

» As turmas da escola são homogêneas e todos desenvolveram as habilidades no mes-

mo grau de complexidade?

» Calcular o número de estudantes em cada Padrão de Desempenho, utilizando variação

proporcional (regra de três).

» Conseguimos identificar quem são os estudantes alocados em cada Padrão na escola?

» Apresentar as habilidades e competências desenvolvidas por cada grupo de estudantes.

» Observar, em relação às habilidades e às competências, o desempenho dos alunos que

estão alocados em Padrões de Desempenho diferentes.

» Como relacionar o desempenho obtido por esses estudantes com os resultados alcan-

çados na avaliação interna?

» Refletir sobre ações que podem ser pensadas e aplicadas na sala de aula para, ao mes-

mo tempo, recuperar os estudantes que não desenvolveram as habilidades da Matriz

de Referência esperadas para a etapa de escolaridade em que se encontram e estimu-

lar aqueles que já as desenvolveram.

Apresentamos, nesta seção, uma sugestão de roteiro para a análise pedagógica dos resultados da avaliação do SAEPI 2014.

Esse roteiro tem como objetivo subsidiar o trabalho da equipe pedagógica da escola, propondo atividades que auxiliarão na compreensão dos dados obtidos pela avaliação externa.

MATEMÁTICA - 3º ANO DO ENSINO MéDIO 69 SAEPI 2014

Page 72: MATEMÁTICA - 3º ANO DO ENSINO MéDIO

RESULTADO POR ALUNO

(SITE)

Observar o resultado geral de uma turma.

Relacionar cada descritor com seu percentual de acerto.

Observar o descritor mais acertado (indicar o descritor).

Observar o descritor menos acertado:

» Qual é esse descritor?

» Qual a relação dessa habilidade com os conteúdos trabalhados em sala de aula? É uma

habilidade trabalhada em etapas de escolaridade anteriores? Quais as práticas pedagó-

gicas adotadas pelos professores da escola em relação a esse conteúdo?

» Como possibilitar a compreensão dos estudantes em relação a essa habilidade: ações

pedagógicas? Formação dos professores? Utilização de recursos pedagógicos?

Observar o percentual de acerto dos descritores por tópico:

» Observar, dentre os tópicos apresentados, aquele com os menores percentuais de

acerto por descritor.

» O professor tem trabalhado cada tópico de modo suficiente?

» O percentual de acerto dos descritores de cada tópico tem relação com o trabalho feito

pelo professores em sala de aula?

Observar se existe relação entre descritores (observar se são habilidades de uma mesma competência ou conteúdo comum):

» O que pode ser observado com relação ao percentual de acerto desses descritores?

SAEPI 2014 70 REVISTA PEDAGÓGICA

Page 73: MATEMÁTICA - 3º ANO DO ENSINO MéDIO
Page 74: MATEMÁTICA - 3º ANO DO ENSINO MéDIO

REITOR DA UNIVERSIDADE FEDERAL DE JUIZ DE FORAJÚLIO MARIA FONSECA CHEBLI

COORDENAÇÃO GERAL DO CAEdLINA KÁTIA MESQUITA DE OLIVEIRA

COORDENAÇÃO DA UNIDADE DE PESQUISATUFI MACHADO SOARES

COORDENAÇÃO DE ANÁLISES E PUBLICAÇÕESWAGNER SILVEIRA REZENDE

COORDENAÇÃO DE INSTRUMENTOS DE AVALIAÇÃORENATO CARNAÚBA MACEDO

COORDENAÇÃO DE MEDIDAS EDUCACIONAISWELLINGTON SILVA

COORDENAÇÃO DE OPERAÇÕES DE AVALIAÇÃORAFAEL DE OLIVEIRA

COORDENAÇÃO DE PROCESSAMENTO DE DOCUMENTOSBENITO DELAGE

COORDENAÇÃO DE CONTRATOS E PROJETOSCRISTINA BRANDÃO

COORDENAÇÃO DE DESIGN DA COMUNICAÇÃORÔMULO OLIVEIRA DE FARIAS

Page 75: MATEMÁTICA - 3º ANO DO ENSINO MéDIO

REITOR DA UNIVERSIDADE FEDERAL DE JUIZ DE FORAJÚLIO MARIA FONSECA CHEBLI

COORDENAÇÃO GERAL DO CAEdLINA KÁTIA MESQUITA DE OLIVEIRA

COORDENAÇÃO DA UNIDADE DE PESQUISATUFI MACHADO SOARES

COORDENAÇÃO DE ANÁLISES E PUBLICAÇÕESWAGNER SILVEIRA REZENDE

COORDENAÇÃO DE INSTRUMENTOS DE AVALIAÇÃORENATO CARNAÚBA MACEDO

COORDENAÇÃO DE MEDIDAS EDUCACIONAISWELLINGTON SILVA

COORDENAÇÃO DE OPERAÇÕES DE AVALIAÇÃORAFAEL DE OLIVEIRA

COORDENAÇÃO DE PROCESSAMENTO DE DOCUMENTOSBENITO DELAGE

COORDENAÇÃO DE CONTRATOS E PROJETOSCRISTINA BRANDÃO

COORDENAÇÃO DE DESIGN DA COMUNICAÇÃORÔMULO OLIVEIRA DE FARIAS

Ficha catalográfica

PIAUÍ. Secretaria da Educação e Cultura do Piauí.

SAEPI – 2014/ Universidade Federal de Juiz de Fora, Faculdade de Educação, CAEd.

v. 1 ( jan./dez. 2014), Juiz de Fora, 2014 – Anual.

Conteúdo: Revista Pedagógica - Matemática - 3º ano do Ensino Médio.

ISSN 2238-0574

CDU 373.3+373.5:371.26(05)

Page 76: MATEMÁTICA - 3º ANO DO ENSINO MéDIO