Matéria de Saúde - 13ª edição

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Maio de 2012

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COLUNA VERTEBRALPrevenção pode evitar dores na colunaDr. Fernando Sanchis

Índice EDITORIALEm um planeta com 7 bilhões de habitantes,

muitas vezes pensamos que uma ação nossa não refletirá no outro. Que o papel que jogamos na rua não entupirá o bueiro, que a torneira que deixa-mos aberta ao escovar os dentes não desperdiçará tanta água assim e, o exemplo mais clássico, que nosso voto não fará a diferença em uma eleição. Agora imagine se boa parte da população pensar assim?

Foi com esse pensamento, de fazer a diferença e de chamar cada cidadão, que a revista Matéria de Saúde iniciou a campanha “Doe-se”. Para que cada pessoa doe mais o seu tempo, a sua ajuda e, porque não, sua saúde, a quem necessita. Você sabia que o sangue que você doa pode salvar três vidas e logo é reposto pelo seu organismo?

Na reportagem especial desta edição trouxe-mos esse e outros dados sobre a doação de sangue. Nas próximas, o leitor poderá acompanhar repor-tagens sobre doação de medula, órgãos e tempo. Ainda nessa edição, contamos com artigos sobre oftalmologia, traumatologia, coluna vertebral, cirurgia plástica e exercícios físicos.

Boa leitura e até julho!

ExpedienteMaio - 2012 - Ano III - 13a EdiçãoCirculação: 5000 Exemplares Jornalista Responsável: Roselaine Vinciprova (MTB 11043)

* Os artigos assinados não refletem, necessariamente, a opinião da revista Matéria de Saúde e são de inteira responsabilidade dos autores. * Procure o seu médico para diagnosticar doenças, indicar tratamentos e receitar remédios. As informações disponíveis na revista Matéria de Saúde possuem apenas caráter educativo.

Coordenação: - Roselaine Vinciprova - [email protected] Tadeu Battezini - [email protected]

Fone: 51 3041.2333 e-mail: [email protected]: Angela Cardoso - [email protected]

Comercial: Tadeu Battezini - [email protected] Santos - [email protected] Oliver - [email protected] Colaboração: Camila Schäfer (MTB 15120) [email protected] Jardim - [email protected] Junges - [email protected] Luiz - [email protected] Matéria de Saúde é uma publicação bimestral da TRCOM. Todos os direitos reservados.

ORTOPEDIA E TRAUMATOLOGIAOs riscos da artrose do quadril

REPORTAGEM ESPECIALDoação de Sangue

CIRURGIA PLÁSTICABusque qualidade na cirurgia plásticaDr. Ricardo Lodeiro06

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EXERCÍCIOS FÍSICOSHora de correr

PROFISSIONAIS QUE COLABORARAM COM ESTA EDIÇÃOFernando Sanchis (CRM 25665), Ricardo Lodeiro (CRM 18066), Carlos Da Ros (CRM 16962), Lilian S. Santos (ABQ 0476), Arianne Barbosa (CRP 07/15985), Sandra Regina Fagundes (CRN2 8903),Augusto Medaglia (CRM 28087), Renato Bender Castro (CRM 16838), Rafael Migon (CRM 27161), Diovani Soster (CREF. 009796-G/RS), Sabrina Pereira (CRF 10120), Nina Paim Closs (CRFa/RS 8901) e Silmara Silva (CFFa 9143/RS)

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E statísticas mundiais são ta-xativas: 80% de toda a popu-lação tem, teve ou terá dor

na coluna. Isso significa que em cada grupo de 1 mil pessoas, apenas 150 não sofrerão os infortúnios de sentir dor na coluna vertebral. Mas como é possível estar dentro deste grupo tão seleto? É preciso uma conjugação de fatores, que vão desde o hábito de uma boa postura até a realização de exercícios físicos re-gulares. A alimentação, uma boa noite de sono com travesseiro, colchão e posi-ção corretos e até o tipo de calçado, entre outros itens, também fazem a diferença.

Então, como agir? O que fazer? O primeiro grande passo é procurar um médico ortopedista especialista em coluna vertebral. “Muitas vezes, a pes-soa sente leves dores na coluna, mas acredita que aquilo é passageiro, que é fruto de uma noite mal dormida ou de uma partida de futebol mais intensa. Então, não procura um médico e, o que é pior, se automedica com algum anti-inflamatório. Um pequeno problema, que pode ser fácil de resolver, provavel-mente poderá vir a se transformar em um problema mais sério e de tratamento mais demorado. Ir ao médico é funda-mental”, ensina o Dr. Sanchis.

É muito importante que as pessoas façam uma avaliação postural e uma avaliação estrutural da coluna, para descobrir, por exemplo, se há algum desvio que poderá causar problemas futuros. “Muitas vezes, a pessoa nada sente, mas pelo tipo de vida que leva, por sua postura ou até pela avaliação estrutural de sua coluna podemos per-

ceber que é preciso iniciar um tratamen-to”, explica o Dr. Fernando Sanchis. O RPG – Reeducação Postural Global – é uma excelente indicação para as pesso-as readquirirem a melhor postura e o pilates também pode ser adotado para o fortalecimento da musculatura e a manutenção da postura correta. Outra grande aliada é a hidroterapia, com piscina com água aquecida a 32 ou 33 graus e com facilidade de acesso, que por ser feita na água, não tem impacto, e muitas vezes é associada à acupuntura. “Essa associação possibilita a utilização de menos medicamentos e, portanto, menor agressão ao organismo”, escla-rece o Dr. Sanchis.

Em nosso dia-a-dia, os principais casos entre jovens são de doenças do disco invertebral, como as discopatias, degenerações discais e hérnias de disco. Já para pessoas mais idosas, o quadro é parecido, mas é mais relacionado à artrose e à estenose do canal lombar. Em relação à coluna cervical, é muito frequente, além da dor e sensação de peso no pescoço ou na região, dor-mência e sensação de edema nas mãos pela manhã e, muitas vezes, tonturas, zumbido no ouvido e lacrimejamento nos olhos. “Cada pessoa requer uma avaliação específica. Exames físicos, avaliação postural, exames de imagens e, ocasionalmente, eletroneuromiogra-fia, indicarão o tratamento. Existem protocolos que trazem muito sucesso no tratamento, como fisioterapia, hi-droterapia, acupuntura, RPG e pilates. Mas é preciso que a pessoa procure um médico”, finaliza o Dr. Sanchis.

A busca por um médico ortopedista especialista em coluna vertebral para fazer uma avaliação postural é o primeiro passo para o cuidado preventivo da coluna

Prevenção pode evitar dores na coluna

Cada pessoa requer uma avaliação específica que indicará o tratamento.

Dr. Fernando Sanchis“

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acesso à cirurgia plás-tica estética, cada dia mais facilitado, vem

gerando felicidade para muitas pessoas. Mulheres e homens por todo país estão tendo condições de resolver problemas de imagem que outrora estariam a uma grande dis-tância de serem abordados.

A diversidade de técnicas e solu-ções está produzindo uma melhoria muito grande em situações que eram insolúveis até pouco tempo atrás. A crescente migração de pessoas para um “upgrade” sócio-econômico asso-ciado a uma redução estratégica dos custos com os procedimentos aumen-tam significativamente o número de pessoas que agora se encontram em condições de realizarem um “sonho”.

No entanto, este aumento do acesso carrega um perigo: a crença de que “basta pagar para se obter um bom resultado”. A escolha do melhor recurso entre as diversas formas de se abordar qualquer alte-ração corporal indesejada passa por uma análise minunciosa da indicação das cirurgias ou procedimentos, sem a qual a paciente poderá entrar em uma via sem volta, e de final muito pouco feliz.

Uma conversa franca e bem abrangente com o cirurgião plástico poderá prover a melhor escolha, mes-mo sabendo que muitas vezes existe mais de uma opção para o mesmo caso. Nestas situações, caberá aos dois, paciente e cirurgião, chegarem

a um denominador comum, pesando com cuidado as vantagens e desvan-tagens de cada alternativa. A sensa-tez deve sempre guiar o processo de orientação do cirurgião, que deverá expor estes pontos com clareza para que a paciente possa entendê-los e, então, decidir.

Nesta época do ano aumenta a procura pelas cirurgias plásticas. Como existe um período mínimo para que os tecidos se recuperem e que as cicatrizes passem por um amadurecimento até apresentarem suas características definitivas, estes meses antes da primavera se tornam muito adequados. O período de re-cuperação varia com o tipo de região operada, de pessoa para pessoa, etc.

Há várias vantagens: nos meses frios, como nos expomos menos ao sol, as cicatrizes ficam sem esta ex-posição e evitam suas consequências. Em cirurgias de contorno corporal, como abdominoplastia e lipoaspi-rações (entre outras), as pacientes podem se aproveitar da realização da cirurgia como um estímulo para evitar o ganho de peso muito comum no inverno com suas atrações gas-tronômicas.

Entre vantagens e desvantagens, a fórmula é a mesma: procure um cirurgião plástico que inspire con-fiança, que informe e que procure acabar com suas dúvidas. Em caso de próteses, exija certificações e qualidade. Busque a qualidade que você merece.

Escolher um cirurgião plástico que inspire confiança é a fórmula para ter bons resultados

Busque qualidade na cirurgia plásticaDivulgação

Qualquer procedimento cirúrgico merece um cuidado especial na escolha do profissional

ODivulgação

A sensatez deve sempre guiar o processo de orientação da cirurgia

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Um estudo realizado na Espanha pelas universidades de Granada e Las Palmas e publicado no jornal médico Public Health Nutrition indicou que os consumidores de fast food têm até 51% mais chances de desen-volver depressão do que aquelas pessoas que mantêm uma alimentação saudável. Os cientistas identificaram uma relação dose-resposta, ou seja, quanto maior foi a ingestão de comidas fast food, maior foi a probabilidade de depressão. Segundo a pesquisa, os maiores consumidores de fast food são pessoas solteiras, sedentárias e com péssimos hábitos alimentares. Os pesquisadores consideraram como fast food hambúrgueres, sanduíches, pizzas e comi-das industrializadas.

Pelo MUNDO Principais estudos e pesquisas realizados na área de saúde

A influência do sono na diabetes

Pesquisa relaciona o consumo de fast food com depressão

Atividades domésticas reduzem o risco de Alzheimer

Trabalho em equipe desenvolveu o cérebro

Um estudo feito por cientistas da Har-vard Medical School e do Brigham and Women’s Hospital, nos Estados Unidos, mostrou que a falta de sono ou padrões de sono que contrariam o relógio biológico hu-mano podem aumentar o risco de desenvol-ver diabetes e obesidade. Os pesquisadores avaliaram 21 voluntários saudáveis em um ambiente controlado durante seis semanas. Inicialmente os participantes dormiram cerca de 10 horas por noite. Em seguida, passaram três semanas com média de 5,6 horas dormidas a cada 24 horas, com perío-dos de sono alternados, de modo a simular trocas de turno. Para terminar, os voluntários

passaram os últimos nove dias da pesquisa dormindo períodos normais e à noite. Os cientistas observaram que a interrupção prolongada do sono normal e do ritmo circadiano afetou a produção de insulina nos voluntários, levando ao aumento de glicose no sangue. Os participantes também apresentaram importante queda em suas taxas metabólicas, que, segundo os autores do estudo, pode ser traduzida em um ga-nho de peso superior a 4,5 quilos por ano. A boa notícia é que o estudo verificou que os efeitos danosos puderam ser revertidos em grande parte com a volta do sono para padrões normais.

Lavar a louça, cozinhar e limpar a casa podem ajudar a reduzir o risco de desenvolver Alzheimer, mesmo em pessoas com mais de 80 anos. É o que mostrou uma pesquisa do Centro Médico da Universidade Rush, nos Estados Unidos. Os cientistas pediram a 716 voluntários, com idade média de 82 anos, que usassem um dispositivo que monitora ativi-dades do dia a dia. Os participantes também foram submetidos a testes cognitivos para avaliar a memória e a capacidade de pensar. Após cerca de três anos, 71 pessoas foram diagnosticadas com a doença. O levanta-mento constatou que os menos ativos eram duas vezes mais propensos à demência em comparação com os mais ativos.

De acordo com pesquisadores irlandeses e escoceses, o cérebro humano cresceu e se desenvolveu porque o homem foi obrigado a cooperar com seus congêneres e a trabalhar em equipe. O estudo, publicado na revista Proceedings of the British Royal Society, mostrou que, em comparação com o de seus antecessores hominídeos, o cérebro do Homo Sapiens é muito maior, mas os cientistas até então não sabiam explicar como isso aconteceu. No entanto, segundo a pesquisa, para sobreviver o homem precisou cooperar

com seus semelhantes e a complexidade das relações sociais fez com que o cérebro huma-no aumentasse. Para realizar o estudo, os cientistas projetaram um modelo informático que reproduzia o cérebro humano, no qual a rede de neurônios era capaz de evoluir para responder a uma série de desafios sociais. Para os estudiosos, a cooperação não é to-talmente desinteressada e frequentemente é resultado de um cálculo para avaliar os benefícios, sobretudo a esperança de uma devolução de favores.

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MultiVacinas chega a GravataíUma nova filial da clínica MultiVacinas foi inaugurada em Gravataí e oferece o que há de mais moderno em vacinação, inclusive a vacina para a influenza

:: VACINAÇÃO

A influenza é uma infecção do sistema respiratório cujas principais complicações são as pneumonias. Os sintomas da doença são febre, dor muscular, de garganta, dor de cabeça e tosse seca. Mesmo evoluindo para uma cura completa, no ambiente ela pode causar doenças graves em idosos, portadores de doenças crônicas como diabetes, câncer, cardiopatas, pneumopatas e renais crônicos, pessoas imunodeprimidas, gestantes e recém-nascidos. Portanto, a prevenção continua sendo fundamental.

Em Gravataí, a clínica MultiVacinas inau-gurou uma nova filial junto a clínica Solaris e oferece o que há de mais moderno em va-cinação, inclusive a vacina para a influenza. De acordo com o diretor administrativo da clínica, Sandro Ostrowski, a vacina varia a

cada ano, de acordo com os tipos de vírus que estão circulando. Ela pode ser aplicada em pessoas a partir dos seis meses de idade e que não sejam alérgicas à proteína do ovo. A vacina protege por um ano e provoca reações leves, como dor, vermelhidão e enduração no local da aplicação.

Na MultiVacinas são utilizados os calen-dários de vacinação da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm) e da Sociedade Brasileira de Pediatria. Em Gravataí, a equipe é formada por médica responsável técnica, enfermeira e técnica em enfermagem. Segundo Sandro, a empresa está no mercado há três anos e já imu-nizou mais de 200 mil pessoas nesse período.

Um dos diferenciais da clínica é o pro-grama empresarial de vacinação, uma ação preventiva que visa a redução de custos para

as empresas decorrente de doenças. O trabalho para o funcionário também pode ser estendi-do a seus familiares e dependentes. Entre os serviços oferecidos estão a coordenação da campanha na empresa e transporte e aplicação das vacinas nas dependências da empresa.

A vacina pode ser aplicada em pessoas a partir dos seis meses de idade e que não sejam alérgicas à proteína do ovo Sandro Ostrowski

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Doença de Peyronie (DP) é um processo inflamatório/cicatricial que ocorre na

túnica albugínea do pênis, provocando a formação de nódulos ou placas. Este distúrbio se manifesta por ereções dolo-rosas, curvatura e encurtamento peniano. A repercussão no fator emocional é quase tão grande quanto sobre o fator físico, uma vez que esta deformidade pode impedir a penetração vaginal ou ainda ocasionar disfunção erétil. Apesar de ter sido descrita em 1743, a doença ainda não tem uma causa definida e os tratamentos atuais não conseguem resolver a curvatura. Neste aspecto, o tratamento cirúrgico visa somente a correção da curvatura. Existem várias teorias que tentam explicar a causa da DP. O que é mais aceito sugere uma anormalidade no processo da cicatrização após uma série de microtraumas agudos e repetitivos no pênis, que poderiam ocorrem durante a atividade sexual. A DP apresenta duas fases: (a) inflamatória aguda e (b) crônica. A dor é uma característica da fase inflamatória aguda e, geralmente, resolve espontaneamente. Esta fase inicial pode perdurar por aproximadamente seis meses. A fase crônica é a fase de estabilização da doença. Qualquer procedimento cirúrgico somente poderá ser indicado quando a DP está estabilizada, isto é, após 12 a 18 meses de evolução, e quando não existe mais ne-nhuma dúvida em relação à progressão da

Por Carlos Teodósio da RosUrologistaCRM 16962

Doença de Peyronie, o que é?:: UROLOGIA

Manifestada por ereções dolorosas, curvatura e encurtamento peniano, a doença de Peyronie possui muitas teorias sobre a causa, mas nenhuma foi comprovada ainda

A

Os pacientes que têm indicação cirúrgica são aqueles com curvaturas importantes ou deformidades severas, que prejudicam ou impedem o coito.

Dr. Carlos da Ros

“curvatura. Os pacientes que têm esta indi-cação cirúrgica são aqueles com curvaturas importantes ou deformidades severas, que prejudicam ou impedem o coito. A presença de um nódulo ou placa cicatricial, ou uma curvatura leve que não impede a penetra-ção, não são indicações de retificação penia-

na. Existem duas modalidades cirúrgicas: encurtamento do lado convexo ou longo (plicaturas ou a cirurgia de Nesbit), ou o alongamento do lado côncavo ou curto (in-cisão da placa com colocação de enxerto). As plicaturas sempre são acompanhadas de encurtamento peniano, ao contrário dos procedimentos de alongamento. Os enxertos podem ser autólogos (enxertos

retirados do próprio paciente, como túni-ca albugínea, fáscia temporal, pele, veia safena, aponeurose) ou heterólogos (pe-ricárdio bovino, submucosa de intestino delgado suíno). Ainda existem os tecidos sintéticos, como teflon, dacron, marlex e gore-tex. O conceito de “enxerto ideal” é: disponível em vários tamanhos, compla-cente, facilmente manuseável, produzir pequena morbidade, não prolongar muito o tempo operatório, mínima resposta in-flamatória, baixo risco de antigenicidade, baixo risco de transmissão de infecções e baixo custo. Quando analisamos o enxerto de túnica albugínea percebemos que muito deste conceito é preenchido, o que nos leva a crer que temos uma excelente opção terapêutica. O melhor substituto para a túnica doente pode ser a própria túnica. Quando outros tecidos são utilizados, a cicatrização da túnica se dá por fibrose, o que pode resultar em zonas inelásticas da túnica. Enxertando-se a túnica normal, preserva-se teoricamente a elasticidade do tecido.

O procedimento cirúrgico é prolon-gado, mas em regime ambulatorial. O paciente é orientado quanto aos curativos e quanto à abstinência sexual de quatro semanas, pelo menos, dependendo da evolução cicatricial e do próprio conforto. A taxa de sucesso desta cirurgia é maior do que 90%, no que diz respeito à retificação e a satisfação dos pacientes.

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Os tipos de lesões do ombro:: TRAUMATOLOGIA

manguito rotador é o nome dado ao conjunto de quatro músculos/tendões responsá-

veis pelos principais movimentos do ombro (rotação, elevação e abdução). Para conhecer as principais lesões do manguito, a revista Matéria de Saúde conversou com o orto-pedista e traumatologista, especialista em cirurgia do ombro, Dr. Augusto Medaglia (CRM 28087).• Tendinite

A tendinite é a principal doença do man-guito rotador e é causada por movimentos repetitivos com ou sem peso, com o braço afastado do corpo. Na maioria das vezes, a tendinite tem cura e pode melhorar em algumas semanas. No entanto, ela também pode se tornar crônica (tendinose). Na fase inicial, o tratamento inclui o uso de anti-inflamatórios, gelo e repouso.• Tendinose

É a tendinite em seu estado crônico. Nes-sa fase, a recuperação é mais demorada e os anti-inflamatórios já não têm tanto efeito. Em pacientes com mais de 45 anos, a tendinose pode evoluir para uma ruptura do tendão (na maioria das vezes com um quadro longo de componente degenerativo, mas em alguns casos pode ser precipitado por um trauma ou movimentos bruscos). O tratamento da tendinose envolve quase sempre a utilização de gelo e fisioterapia.• Ruptura do tendão

A ruptura pode ser causada quando há um trauma ou movimento brusco. O paciente

sente dificuldades de movimentos, falta de força para erguer o braço e dor intensa, mas nem sempre necessitará de cirurgia. De acordo com o médico, quando há lesões pequenas, degenerativas e quando o paciente não necessita tanto dos braços para executar suas tarefas, a cirurgia é evitada. O proce-dimento só é recomendado quando há dor forte e persistente que não melhoram após tratamento conservador (não-cirúrgico) ou quando há ruptura por trauma (nesses casos, o tendão pode encolher, atrofiar e perder função). “Quando isso acontece, a cirurgia tem a função de reparar e reinserir o tendão ao seu local de origem. Ela pode ser aberta ou por videoartroscopia. Esta é uma técnica menos invasiva e que dá a possibilidade de identificar outras lesões no ombro e tratar de maneira mais completa”, afirma o Dr. Medaglia. O pós-operatório exige repouso entre quatro e seis semanas e fisioterapia entre seis e oito meses.• Bursite

É a inflamação da bursa (ou bolsa) su-bacromial, tecido que fica entre os tendões do manguito e o osso do acrômio. Também é causada por movimentos repetitivos com braço afastado do corpo ou por atrito do osso acromial (síndrome do impacto). Pode surgir após tendinites ou rupturas do manguito. Importante, antes de tratar, é identificar sua causa.• Tendinite calcárea

É o depósito de calcificação dentro do tendão. Na maioria das vezes, com o tempo,

o próprio organismo se encarrega de eliminar o problema, mas esse processo pode levar até dois anos. Dificilmente a doença requer cirurgia e o tratamento é o mesmo da tendi-nite comum. De acordo com o Dr. Medaglia, o período de maior dor é justamente quando a calcificação já está se desfazendo e às vezes é nesse momento que se verifica que há a doença. • Capsulite adesiva (ombro congelado)

É uma das lesões menos comuns. O pa-ciente perde a elasticidade articular normal e fica com bastante rigidez, mas a maioria dos exames aparece normal. O tratamento pode durar até dois anos e pode ser acelerado com reabilitação, medicamentos e, ocasionalmen-te, bloqueio de nervo.

Segundo o Dr. Medaglia, é importante ressaltar que essas lesões não afetam somente os trabalhadores braçais, mas também aque-les que trabalham em escritório, utilizam computadores e mantêm os braços afastados do corpo ou em suspensão. O diagnóstico é feito pelo exame físico, histórico dos sinto-mas, raio X e ecografia. Em alguns casos pode ser solicitada uma ressonância.

As lesões do ombro não afetam somente os trabalhadores braçais, mas também pessoas que trabalham com computadores e mantêm os braços afastados do corpo

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• Faça um reforço muscular;• Pratique alongamentos;• Ao levantar objetos pesados, mantenha os braços junto ao corpo, para distribuir o peso no tronco e não apenas nos braços e ombros.

Previna lesões

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Por Sandra Regina FagundesNutricionistaCRN-2 8903

Por que a Vitamina B12 é importante?:: NUTRIÇÃO

As vitaminas são substâncias químicas indispensáveis para garantir o bom funcionamento do organismo

o longo da vida, as necessi-dades nutricionais se modi-ficam e sofrem alterações,

de acordo com a nossa idade. Os hábitos alimentares adequados, associados à mu-dança do estilo de vida, contribuem para evitar algumas doenças, onde a nutrição exerce papel fundamental para que se atinja este objetivo. Dentre os nutrientes que apresentam a capacidade de impedir o aparecimento de algumas patologias, destacam-se as vitaminas, que são subs-tâncias químicas indispensáveis para o bom funcionamento do organismo. Tanto a carência quanto o excesso de algumas delas podem levar a complicações à nossa saúde. São classificadas em dois grupos: Lipossolúveis: vitamina A, D, E, K. Hi-drossolúveis: vitamina C, Ácido Fólico, Biotina H, Tiamina B1, Riboflavina B2, Niacina B3, Ácido Pantotênico B5, Pirido-xina B6, Cobalamina B12.

Dentre as principais vitaminas, po-demos destacar a vitamina B12, sendo conhecida popularmente como Cianoco-balamina, que faz parte de uma família de compostos denominados genericamente de Cobalaminas. É uma vitamina hidros-solúvel, sintetizada exclusivamente por microrganismos, encontrada em pratica-mente todos os tecidos animais e estocada primeiramente no fígado na forma de Ade-nosilcobalamina. É liberada pela digestão de proteínas de origem animal, especial-mente leite, carne e ovos, sendo absorvida

no íleo terminal e ligada a um transpor-tador plasmático e lançada na circulação. Geralmente quando a deficiência de B12 ocorre é devido a dificuldades na produ-ção do factor intrínseco, necessário para a absorção da cobalamina. Esta vitamina é importante para a formação de células vermelhas do sangue, função neurológica e a síntese de DNA. A deficiência pode provocar anemia perniciosa, alterações neurológicas progressivas, fraqueza, con-vulsões e dano irreversível no tecido parie-tal gástrico. Também é comum a presença de anemia megaloblástica, constipação, perda de apetite, perda de peso, dificulda-de de concentração, memória e atenção, formigamentos nos membros superiores e inferiores, redução da propriocepção, transtornos cardiovasculares e neuroló-gicos através de danos progressivos do sistema nervoso central e periférico. Sendo assim, a distinção nutricional ao longo da vida é fundamental, já que o organismo necessita de nutrientes particulares de forma a corresponder às diferentes fases de desenvolvimento natural. Na gestação, por exemplo, a deficiência da vitamina B12 aumenta o risco de malformações, como a Espinha Bífida, Meningomielocele e Anencefalia, conhecidos como Defeitos do Tubo Neural. A oferta desta vitamina auxilia na manutenção do sistema nervo-so, na formação dos glóbulos vermelhos e no funcionamento adequado do cérebro.

Já na terceira idade, muitos idosos

possuem alteração na absorção da proteína ligante da B12, muitas vezes causada por atrofia gástrica, que reduz a acidez esto-macal e possibilita a proliferação de bac-térias. Nesta fase da vida, sua deficiência está ligada à doença de Alzheimer, através da perda progressiva da capacidade de pensar, raciocinar, memorizar, associado às alterações da linguagem e comporta-mento. Com a idade, os requisitos ener-géticos diminuem, principalmente se a atividade física é limitada. O organismo continua necessitando das mesmas quan-tidades de proteínas, vitaminas e minerais, por isso é fundamental que os alimentos sejam densos e ricos do ponto de vista nutricional, atendendo as necessidades de cada fase da vida.

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A vitamina B12 é liberada pela digestão de proteínas de origem animal, especialmente leite, carne e ovos, sendo absorvida no íleo terminal.

Sandra Fagundes

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:: EVENTOS

Pró-Saúde participa de congresso mudialA Pró-Saúde esteve presente no Congresso Mundial de Ecocardiografia, no qual foram apresentadas as novidades e atualizações mundiais no campo do ultrassom cardíaco

o início do mês de março aconteceu em São Paulo o XVII World Congress of

Echocardiography and Allied Techniques. A clínica Pró-Saúde, de Cachoeirinha, par-ticipou do congresso com três de seus mé-dicos, os cardiologistas e ecocardiografistas Dr. Paulo Oliveira, Eduardo Messinger e o Diretor Médico, Dr. Fábio Cañellas (CRM 20231).

O Dr. Fábio participou ativamente do congresso, sendo membro da comissão or-ganizadora e participando da mesa redonda sobre Ecocardiografia de Stress, proferindo a palestra intitulada “Arrhythmias: when to stop?”.

Durante o congresso, que contou com grande número de palestrantes internacio-nais, foram apresentadas as novidades e atualizações mundiais no campo do ultras-som cardíaco, exame considerado hoje o pilar diagnóstico da cardiologia moderna. Segundo o Dr. Fábio Cañellas, diretor da Pró Saúde e chefe do Serviço de Ecocardio-grafia da Santa Casa de Porto Alegre, esse congresso serviu para demonstrar o atual nível de excelência em que se encontram os serviços no Brasil, visto a qualidade das palestras brasileiras.

No final de 2011, o Dr. Cañellas esteve em Budapeste, no Congresso Europeu de Ecocardiografia, buscando atualização na

A Pró-Saúde participou do XVII World Congress of Echocardiography and Allied Techniques com três de seus médicos

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Na Pró-Saúde todos os profissionais têm título de especialista em Ecocardiografia, o que dá extrema segurança ao paciente que nos procura. Dr. Fábio Cañellas

área de Ecocardiografia Tridimensional, já que a Santa Casa de Porto Alegre adquiriu recentemente um dos únicos equipamentos do Estado que faz esse exame.

O Dr. Cañellas também ressaltou a importância do exame ecocardiográfico na avaliação preventiva cardiovascular, como ferramenta auxiliar ao cardiologista na inves-tigação da maioria dos problemas cardioló-gicos, entre eles a hipertensão, a cardiopatia isquêmica (angina e infarto), os sopros, etc. Ele reforçou também a importância de tal exame ser realizado por profissional habili-tado e com titulação pela Sociedade Brasileira de Cardiologia, para que todo diagnóstico seja o mais preciso possível.

“Na Pró-Saúde todos os profissionais têm título de especialista em Ecocardiografia, o que dá extrema segurança ao paciente que nos procura”, salienta o Dr. Cañellas. “Uma de minhas preocupações nos quatro anos em que presidi o departamento de Ecocardiogra-fia do Rio Grande do Sul foi com a qualidade do serviço prestado por nossos especialistas, o que valoriza nosso exame”, afirma.

Atualmente, a clínica disponibiliza os mais modernos exames diagnósticos em cardiologia e neste ano estará disponibili-zando o serviço de check-up cardiovascular. Será possível, em curto espaço de tempo, realizar ampla gama de exames preventivos, como exames laboratoriais (sangue), as mais

diversas ecografias, estratificação de risco para infarto através do Teste de Esforço (ergometria), a avaliação de risco de AVC e da idade vascular através da ecodoppler de carótidas, além da avaliação nutricional quando necessária. “Em um período de duas horas e meia o paciente terá sua saúde mapeada nos moldes dos grandes centros de cardiologia do país”, explica o médico.

Segundo o Dr. Cañellas, que já atua há cinco anos com esse modelo de check-up em Porto Alegre, essa é uma tendência mundial que visa a prevenção das doenças e que vem dando muito resultado, pois estimula o paciente a realmente buscar a saúde e não apenas tratar a doença. “Em nosso serviço de cardiologia e cirurgia vascular esque-cemos o lema ‘quem procura acha’. Nosso lema atual é ‘quem não procura acha tarde demais’”, reforça.

Além do serviço cardiovascular, a Pró-Saúde disponibiliza seu setor de radiologia, contando com a Clínica da Mulher, onde são realizados todos os exames diagnósticos e preventivos femininos, mamografia, eco mamária (com profissionais altamente ca-pacitados e treinados nos principais centros de Porto Alegre, entre eles o Hospital Santa Rita) e densitometria. Adicionalmente, a clínica conta com a única tomografia da cidade e já está em andamento o projeto da ressonância magnética.

N

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:: ACUPUNTURA

Por Renato Bender CastroAcupuntura médica e anestesiologista com área de atuação em dorCRM 16838

Cefaleia do tipo tensionalO uso da acupuntura e técnicas de relaxamento tem suporte clínico sólido no tratamento da cefaleia tensional

cefaleia do tipo tensional é o tipo mais co-

mum de cefaleia. Segundo a Classificação Internacional das Cefaleias, ela pode ser dividida em três subtipos, de acordo com a frequência: episódica infrequente (<12 dias de cefaleia/ano), episó-dica frequente (12-180 dias de cefaleia/ano) e crônica (>180 dias de cefaleia/ano). A prevalência ao longo da vida da CTT episódica é de quase 80%, e da CTT crônica de 3%. Mulheres são mais acometi-das que os homens. O pico da idade de início está entre os 35 e 40 anos, e a prevalência reduz com a idade em ambos os sexos.

A cefaleia tensional se caracteriza por crises de cefaleia de leve a moderada intensidade, geralmente des-crita como sendo em pressão ou aperto (não pulsátil), que não pioram com a atividade física rotineira, como cami-nhar ou subir escadas. A dor dura de horas a dias e é pre-dominantemente bilateral. O diagnóstico da cefaleia

tensional é clínico, baseado nas características da dor e normalidade do exame neu-rológico.

A palpação manual da musculatura pericrania-na pode revelar aumento da sensibilidade dolorosa, sendo esse o achado mais comum nestes casos. A te-rapêutica consiste em trata-mento farmacológico agudo, tratamento farmacológico preventivo e intervenções não farmacológicas, que po-dem ser usados sozinhos ou em combinação, dependendo da frequência da cefaleia e da preferência individual. O uso de intervenções não farmacológicas como a acu-puntura e técnicas de relaxa-mento muscular tem suporte clínico sólido no tratamento da cefaleia tensional. As es-tratégias terapêuticas devem ser adaptadas para cada caso de acordo com o relato do pa-ciente e o diário da cefaleia. Vale ressaltar também que os exercícios físicos e um estilo de vida saudável têm papel importante no tratamento e prevenção desta patologia.

ADivulgação

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Doação de sangueUm espaço de tempo na agenda, uma picada na veia e 450 ml de sangue é o necessário para uma pessoa salvar três vidas

:: ESPECIAL

odos os dias, infelizmente, acontecem acidentes. Pessoas sofrem cirurgias de urgência e aguardam que outras façam um

gesto de solidariedade e doem sangue para reabilitarem a vida. Entretanto, os acidentados não são os únicos que precisam de transfusões. Quem sofre queimaduras e os hemofílicos, por exemplo, também necessitam delas.

Ao longo do ano, muitas campanhas são feitas para incentivar a doação de sangue. Mas, quando chega o momento de a pessoa doar, sempre surge uma desculpa e a doação, que poderia salvar vidas, vai sendo adiada.

Se cada cidadão saudável doasse pelo menos duas vezes por ano, não seriam necessárias campanhas emer-genciais para a reposição de estoques, pois apenas uma doação efetiva pode salvar três pessoas, segundo dados

do Hemocentro do Rio Grande do Sul. Entretanto, conforme informa o Ministério da Saúde, o número de doadores voluntários ainda é baixo: pouco mais de 1% da população brasileira realmente doa sangue.

É importante que as pessoas percebam que todos podem depender, um dia, da doação de sangue. Nin-guém está livre de sofrer um acidente, de passar por uma cirurgia ou por um procedimento médico em que a transfusão seja absolutamente indispensável.

O baixo número de doadores é um reflexo do es-casso conhecimento sobre doação de sangue. Poucas pessoas sabem que doar é simples, rápido e não dói. A maioria desconhece que todo ser humano em boas condições de saúde pode doar, sem qualquer risco ou prejuízo a sua saúde.

T

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Uma vida salva através da doação de sangue foi a de Thiago Dai Pra. Morador de Gravataí, Thiago sofreu um grave aci-dente na madrugada de 17 de setembro de 2011. Ele e um amigo saiam de um aniversário quando, por imprudência no trânsito, bateram no viaduto da RS 118 em Gravataí. O amigo que estava no volante não teve lesões, porém Thiago fraturou a bacia e a uretra, quebrou os dois torno-zelos e teve uma desaceleração cerebral. “Eu não me lembro de praticamente nada. Uni diversos relatos das pessoas e montei a minha versão da história. Lembro-me só de alguns relances da semana”, afirma Thiago.

O garoto de 21 anos conta que teve alguns anjos na sua vida, que foram fundamentais para ele estar a salvo. “Tive a sorte de outro amigo estar pas-sando perto do viaduto no momento do acidente, ele chamou a ambulância na hora. Depois fui informado que eu não aguentaria mais de 15 minutos perdendo sangue no acidente. Foi a minha primeira salvação”, afirma.

Thiago foi encaminhado ao Hospital Dom João Becker em coma. Ao todo, foram 11 dias que ele permaneceu desa-cordado. No hospital, Thiago passou por uma cirurgia de emergência de fixação da bacia, pois estava perdendo muito sangue. Após o procedimento, Thiago necessitava ser internado com urgência em uma UTI, e foi neste momento que o segundo anjo do garoto entrou na história. “Minha tia, Florencia Barreiro conseguiu que eu fosse encaminhado para o Hospi-tal São Lucas. Lá eles têm um banco de sangue conceituado, então foi a minha segunda salvação”, revela Thiago.

Com a intensa perda de sangue no acidente, logo que foi internado na PUC, Thiago precisou de 10 bolsas de sangue. Informados do estado e dos riscos de vida

A doação é um ato nobre, no qual a pessoa transfere a outra gratuitamente uma parte de si. Avaliando a importância do ser humano como doador, a revista Matéria de Saúde desen-volveu a campanha Doe-se, que seguirá ao longo de 2012, buscando ampliar e divulgar a maior qualidade do homem, a solidariedade.

A primeira ação da campanha é a Doação de Sangue. Com o objetivo de incentivar e divulgar a importância deste ato, preparamos a reportagem especial desta edição da revista sobre o assunto. As próximas ações serão sobre Doação de Medula (julho), Doação de Órgãos (setembro) e, por fim, Doação de Tempo (novembro).

do Thiago, os amigos mobilizaram-se para ajudar da maneira que podiam. Foi feita uma grande divulgação nas redes sociais pedindo que as pessoas fossem ao hospital da PUC doar sangue para Thiago. Em apenas dois dias, 120 pessoas aparece-ram no banco de sangue. Entretanto, após a avaliação das condições necessárias para a doação, 87 pessoas foram doadores efetivos.

Thiago não utilizou todo o sangue doado, mas permitiu que essas 87 pessoas se tornassem anjos de outras que também precisavam de sangue. “A campanha con-seguiu envolver tanta gente que depois fui informado, pelos responsáveis do banco de sangue, que nunca um paciente internado na PUC teve tantos doadores de sangue voluntários em um período tão curto de tempo”, revela Thiago, que sem perder o bom humor ressalta: “Chegaram a me parabenizar, mas eu não fiz nada, estava só dormindo”.

Hoje, Thiago já tem a sua empresa e segue a vida sem nenhuma sequela do acidente. Avaliando o que ocorreu, Thiago quer retribuir de alguma forma toda força e ajuda que recebeu. “Estou envolvido em um projeto de criação de um banco de san-gue em Gravataí. Acredito que da mesma forma que muitos amigos se envolveram para salvar a minha vida, nós podemos nos unir e divulgar a importância desse projeto”, revela.

Para o jovem, o banco de sangue em Gravataí é fundamental para casos de acidente, que é preciso de um grande número de bolsas de sangue de forma rápida. “Fui muito bem atendido tanto na ambulância, quanto no Hospital Dom João Becker. Nós temos em Gravataí um hospital muito conceituado, porém acre-dito que podemos fazer mais e o banco de sangue é fundamental”, finaliza Thiago.

Tive muitos anjos depois do acidente, amigos e familiares que salvaram a minha vida. Só tenho a agradecer pela ajuda e pelas doações que fizeram por mim.

Thiago Dai Pra

“Kamyla Jardim

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• Idade: 16 a 67 anos; peso mínimo: 50kg. • Portar documento de identidade oficial com foto. • Não ter doado sangue nos últimos 60 dias (homens) ou 90 dias (mu-lheres). Não completar mais que 4 doações (homens) ou 3 doações (mulheres) nos últimos 12 meses. • Não estar em jejum há mais de 6 horas.• Não ter ingerido alimentos gordu-rosos nas últimas 3 horas (portanto, não doar imediatamente após o almoço).• Não ter ingerido bebida alcoólica no dia da doação, nem ter bebido excessivamente nas últimas 24h. • Não ter tido comportamento de risco para doenças transmissíveis sexualmente, nos últimos 12 meses. • Nunca ter feito uso de drogas injetáveis. • Não ter sido submetido a grandes

cirurgias nos últimos 6 meses, a pequenas cirurgias nos últimos 3 meses ou a tratamento dentário nas últimas 72 horas.• Não ter tido gripe ou infecções bac-terianas nas últimas duas semanas.• Não estar grávida, não ter tido par-to ou aborto há menos de 3 meses, nem estar amamentando filho menor de um ano. • Não ter feito tatuagem nem rece-bido transfusão de sangue ou deri-vados nos últimos 12 meses. • Não portar piercing nos órgãos genitais ou boca. • Não ter tido hepatite ou icterícia após os 11 anos de idade, câncer ou leucemia.

Condições para doar sangue

O sangue humano é com-posto por plasma, hemácias, leucócitos e plaquetas. É um te-cido vivo que circula pelo corpo, levando oxigênio e nutrientes a todos os órgãos. Ele é classifica-do em grupos e subgrupos: ABO (A, B, AB e O) e os Rh (positivo e negativo). Na população bra-sileira, os percentuais são de aproximadamente 45% de tipo O e 42% tipo A. O grupo B repre-senta 10% e o AB com apenas 3%. Em termos de fator RH, os tipos negativos são os mais raros.

Confira a lista completa das con-dições necessárias para ser um doador de sangue no site da revista: www.revistamateriadesaude.com.br

O que é o sangue?

Em caso de transfusão, o ideal é que o paciente receba sangue do mesmo tipo que o seu. Em urgên-cias, quando muitas vezes não há tempo para tipificar o sangue, é que se usa o SANGUE UNIVER-SAL “O -”. Isso é uma dificuldade crônica para os hemocentros e bancos de sangue, já que apenas 9% da população brasileira têm esse tipo sanguíneo. Na Região Sul, por questões de formação racial, a situação é ainda mais crítica: apenas entre 4% e 5% das pessoas são “O -”.

Sangue Universal

Ruben Garcia Blazquez

Divulgação

O sangue doado é rapidamente reposto pelo organismo.

Uma bolsa de sangue tem aproximadamente 450ml

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Sangue Universal

Processo de doação de sangue

O processo de doação começa com a identificação e cadastro do doador. Em seguida, são verifi-cados os batimentos cardíacos, pressão arterial, temperatura, peso e altura. É coletada uma pequena gota de sangue para verificar se o candidato a doador não é ou está anêmico. Logo após, é realizada uma entrevista confidencial e uma

avaliação com o médico, quando a sinceridade nas respostas às perguntas é fundamental. Todas as informações prestadas pelo doador são tratadas com sigilo ab-soluto. Por fim, é feita a coleta de sangue (aproximadamente 450 ml) e oferecido um lanche ao doador. O sangue é rapidamente reposto pelo organismo.

Hospital Padre JeremiasCachoeirinha

Para doar para o hospital, o doador pode se dirigir diretamente ao Hemocentro e informar que está doando para o Padre Jeremias. Tam-bém pode comparecer nas quartas e sextas-feiras às 13h, quando o hospital disponibiliza transporte de ida e volta ao hemocentro para os do-adores. O hospital informa que para utilizar o transporte disponibilizado

é preciso agendar antes, pois são apenas quatro vagas por dia.

Hospital Dom João Becker Gravataí

O doador pode ir diretamente ao hemocentro ou pode se dirigir ao hospital na última quarta-feira de cada mês, às 8h, quando a instituição oferece transporte gratuito para o He-mocentro, localizado na avenida Ben-to Gonçalves, 3722 em Porto Alegre.

Onde posso doar?

O baixo número de doadores é um reflexo do escasso conhecimento sobre doação de sangue. Poucas pessoas sabem que doar é simples, rápido e não dói.

“Divulgação

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:: OFTALMOLOGIA

A importância da retina na visão

retina é um dos mais impor-tantes tecidos oculares. Ela é responsável pela captação da

energia luminosa que interpretamos como imagens. A retina é uma estrutura muito delicada, por isso, doenças que a afetem devem ser reconhecidas prontamente e tratadas a fim de que se possa reduzir o impacto sobre a acuidade visual. A seguir, algumas das patologias que frequentemente são motivo de procura ao retinólogo, o oftal-mologista com especialização nas doenças que afetam a retina.

Retinopatia DiabéticaO diabetes mal controlado causa altera-

ção nos finos vasos sanguíneos que nutrem a retina. Nas fases iniciais da retinopatia diabética pode haver visão borrada. O melhor tratamento para a retinopatia diabética é a prevenção. O controle rígido da glicemia, da hipertensão arterial e da dislipidemia são fundamentais. Mesmo nos estágios mais avançados da retinopatia diabética, a visão pode estar preservada. Por isso, as avaliações frequentes do fundo de olho são a única maneira de se fazer o diagnóstico precoce e garantir o melhor tratamento.

Descolamento do vítreo posteriorCom o envelhecimento, o gel que

“recheia” o globo ocular se torna menos espesso. Essa transformação contribui para o processo de desprendimento do gel vítreo da retina. Os sintomas mais comuns são flashes de luz discretos e/ou pontos pretos no campo visual. Um exame de fundo de olho sempre deve ser feito na presença desses sintomas.

Descolamento de retinaO descolamento de retina é um proble-

ma sério e que pode resultar em cegueira irreversível se não tratado precocemente. Os sintomas iniciais são os flashes de luz ou clarões, a visualização de pontos pretos insistentes e a presença de um véu, uma cortina ou uma sombra que se forma no campo visual. Na presença dos sintomas, um oftalmologista deve ser procurado imediatamente.

Oclusões das veias da retinaA oclusão ou “entupimento” de uma das

veias retinianas causa perda visual súbita e indolor. A hipertensão arterial sistêmica, o diabetes, o glaucoma e a aterosclerose são fatores de risco para as oclusões venosas.

Os sintomas visuais mais comuns são visão borrada, visão distorcida ou manchas na visão. A recuperação visual dependerá do tipo de oclusão vascular apresentada.

Degeneração Macular Relacionada à Idade (DMRI)

É uma patologia que afeta a região cen-tral da retina e causa perda da visão central, manifestando-se como um embaçamento ou mancha preta no centro da visão. A idade avançada e a história familiar são fatores de risco importantes para a DMRI. A dieta rica em antioxidantes, o uso de óculos de sol, evitar o tabagismo e ter uma vida saudável e livre de doenças como as cardiovasculares são medidas que parecem contribuir na prevenção dessa patologia.

Muitas outras doenças das mais diferen-tes naturezas podem acometer o tecido reti-niano. É imperativo que sempre que haja sin-tomas visuais, como alteração na qualidade visual e/ou perda visual, um oftalmologista seja procurado com brevidade. As consultas de rotina também são essenciais para que se possa verificar a saúde ocular e identificar possíveis alterações e fatores de risco que possam comprometer a visão. Consulte seu oftalmologista anualmente.

Por Rafael MigonOftalmologista retinólogoCRM 27161

AA retina é uma estrutura muito delicada. Por isso, doenças que a afetem devem ser tratadas a fim de que se possa reduzir o impacto sobre a acuidade visual

Divulgação

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:: FARMÁCIA

A fitoterapia faz parte da medicina al-ternativa, que trata as pessoas de maneira holística, o que significa considerar a pessoa como um todo, envolvendo características físicas, mentais, emocionais e espirituais.

Há alguns anos, os cientistas descobriram que o sistema imunológico está intimamente relacionado com a mente e o sistema nervoso. Demonstraram que o sistema imunológico é ativado pelo cultivo das emoções positivas, e que as emoções perturbadoras tornam o corpo vulnerável às doenças.

As descobertas científicas sobre as plantas contribuíram imensamente para comprovar as aplicações empíricas, tornando a fitotera-pia digna de maior crédito. Os medicamentos fitoterápicos são aqueles obtidos de drogas vegetais, ou seja, das plantas. “Existe uma infinidade de plantas utilizadas hoje como fitoterápicos. Na verdade, muitos dos medi-

camentos tradicionais que conhecemos teve seu início a partir de um uso popular”, revela a farmacêutica Sabrina Pereira (CRF 10120).

Um exemplo dos medicamentos que Sabrina se refere é o salgueiro. Amplamente utilizado pelos médicos gregos para tratar dores de cabeça e febre, o salgueiro teve seu produto extraído em 1828, por dois farmacêu-ticos, o ativo chamado de ácido salicílico. Em 1897, o farmacêutico Bayer conjugou o acido salicílico com acetado, obtendo uma droga menos tóxica, surgindo assim o primeiro medicamento sintético do mundo: a aspirina.

Para as pessoas que duvidam da eficácia da fitoterapia, a farmacêutica revela que existem milhares de estudos pelo mundo que têm comprovado os efeitos positivos destes medicamentos, entretanto o erro por parte dos pacientes é acreditar em promessas mi-lagrosas. “Desde que o paciente não se iluda

com medicamentos milagrosos e observe se o produto tem registro na Vigilância Sanitária ou é comprado em uma farmácia idônea, a fitoterapia é eficaz sim, o que não pode é as pessoas deixarem de consultar o médico”, revela Sabrina.

Os produtos fitoterápicos não necessitam de prescrição médica, mas, segundo Sabrina, alguns detalhes devem ser observados:• Sempre tomar sob orientações de profissio-nais da área da saúde; • Observar os cuidados especiais em gestan-tes, lactantes, crianças e idosos; • Informar ao seu médico sobre a utilização de fitoterápicos principalmente antes de cirurgias; • Adquirir estes produtos somente em farmácias ou drogarias com autorização da Vigilância Sanitária; seguir as orientações da bula ou rotulagem.

Medicamentos fitoterápicosAs descobertas científicas sobre as plantas contribuíram imensamente para tornar a fitoterapia uma grande aliada nos tratamentos

O poder das velhas conhecidas

• Melissa: Melissa officinalisTambém conhecida como erva-cidreira, tem óleos essenciais que acalmam levemente• Camomila: Matricaria recutitaEsse tipo de camomila tem efeito calmante• Erva-de-são-joão: Hypericum perforatumÉ a mais eficiente para combater a depressão• Passiflora: Passiflora incarnataEssa espécie de maracujá ajuda a controlar crises de ansiedade e depressão• Valeriana: Valeriana officinalisSuas propriedades são extraídas da raiz. Melhora o sono

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:: EXERCÍCIO FÍSICO

Pessoas que praticam a corrida como atividade física ampliam seu bem estar, possuem vida mais saudável e adquirem benefícios para o corpo e a mente

ptar pela corrida no momento de praticar uma atividade esportiva é, com certeza, um

grande passo em direção a uma vida mais saudável e uma cintura fina. A corrida é uma das modalidades de exercício mais procurada por pessoas que tem o intuito de buscar um melhor condicionamento físico, pois, segun-do o educador físico, Diovani Soster (CREF. 009796-G/RS), isso traz um enorme bem-estar e uma série de benefícios ao corpo e a mente.

Antes de começar a correr é preciso que haja um trabalho gradual, com a orientação de um profissional da área. Segundo Diovani, o aluno deve começar a andar, intercalando as caminhadas com as corridas, o chamado treinamento intervalado. “O corpo precisa se acostumar gradativamente com os exercícios. Recomendo um treino de apenas duas vezes por semana para quem está querendo começar a correr”, afirma.

Fazendo uma atividade correta e bem acompanhada, Diovani afirma que uma pes-soa pode estar apta a percorrer de 3km a 4km,

Hora de correr

De acordo com a sociedade Brasileira da Medicina do Esporte, os principais efeitos benéficos da corrida são:• Redução do peso corporal;• Maior controle dos níveis de co-lesterol;• Aumento da capacidade cardior-respiratória;• Redução do risco de infarto;• Aumento da massa muscular;• Aumento da massa óssea, auxi-liando na prevenção da osteoporose;• Melhor controle da pressão arterial em repouso;• Auxilio para regular a glicemia (taxas de açúcar no sangue).

Na hora de gastar a sola do tênis, há quem adote a esteira, um dos aparelhos mais concorridos nas academias. Já outros não trocam a atividade ao ar livre por nada. Entretanto, a dúvida persiste: é melhor correr na rua ou na esteira? Diovani explica que a principal diferença entre as duas é o impacto. “Enquanto, na esteira, o impacto nas articulações costuma ser reduzido em 20%, na rua o esforço é maior, levando em consideração a biomecânica do movimen-to”, revela o educador físico.

Em relação ao maior esforço na rua, Diova-ni explica que podemos perceber que a esteira é um movimento constante, na qual nunca muda o terreno, é sempre reto, sem subidas e descidas, fácil para o corpo e o metabolismo se adaptarem. Já na rua, o corredor passa por uma adaptação. O corpo sofre mais, pois pre-cisa se adaptar aos estímulos que é recebido,

Benefícios

Rua ou esteira?O em velocidade média, ao final do primeiro ou, no máximo, segundo mês.

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:: EXERCÍCIOS FÍSICOS Divulgação

devido à variância de terreno, sem contar com o tempo, temperatura e umidade relativa do ar. “Entretanto, na rua o esfor-ço pode ser equilibrado à medida que o indivíduo passa a dominar a biomecânica do movimento e as resistências naturais”, ressalta.

Tipos de tênis

A escolha do tênis correto também é importante antes de começar uma corrida. Diovani revela que existem três tipos de pisada: pronador, supinador e neutro, que se equivalem respecti-vamente ao pé plano, pé côncavo e pé normal. Dos fatores que influenciam na decisão de compra, o tipo de pisada deve ser o mais importante. O outro é o conforto, amortecimento, flexibilida-de, estabilidade, baixo peso e solado resistente. “As pisadas se diferenciam pela maneira com que o pé toca o chão, desde o calcanhar até a impulsão dada pela ponta dos pés”, explica o educador físico.

Para identificar qual é o tipo da pisada, Diovani revela que algumas ca-racterísticas entregam a pisada. “Muito desgaste da borda interna do calçado (principalmente na sola) e o apoio marcado e pesado sugerem a pronação. Já a tendência para a supinação pode ser vista se o desgaste ocorrer na parte externa do tênis”, afirma.

Entretanto, essa é uma análise muito simplista e pode levar a conclusões erra-das. Por isso, Diovani indica a consulta com um ortopedista ou especialista em biomecânica, que observará o pé em ação e fará uma análise tridimensional da pisada.

• Pronadores: tendem a começar o movi-mento mais pela parte interna do calcanhar, apoiar mais borda interna do pé e, por fim, concentrar o impulso na área do dedão. Geralmente, os pronadores têm pé chato e necessitam de tênis com estabilidade.

• Neutra: a pisada começa no calcanhar, o pé percorre o solo de modo mais uniforme e o impulso é dado pelo apoio dos três pri-meiros dedos.

• Supinadores: tendem a apoiar a parte externa do calcanhar com mais intensidade, o movimento segue pela borda externa do pé e o impulso é concentrado nos últimos dedos. Geralmente, os supinadores têm pé cavo e o amortecimento do tênis é fundamental.

Esteira• Gera menos impacto nas articulações;• Menor risco de lesões;• Melhor controle do esforço e dos resul-tados;• Mais indicada para iniciantes e para quem está acima do peso;• Ideal para dias chuvosos, muito quentes ou frios demais.

Rua• Diferentes paisagens e contato com a natureza;• Maior socialização; • Maior gasto energético devido às irregu-laridades do terreno;• Envolve mais grupos musculares;• Desenvolve o sistema de equilíbrio.

Tipos de pisadaBenefícios de cada solo

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:: REGIÃO

Índice de Desenvolvimento Socioeconômico (Idese), di-vulgado pela Secretaria de

Planejamento, Gestão e Participação Cidadã do Estado, apontou Cachoeirinha como o quinto melhor lugar para se viver no Rio Grande do Sul. Entram aí os 496 municípios gaúchos. Os números são de 2009, quando a cidade saiu da 6ª posição para 5º no Idese.

Considerado o IDH gaúcho, o estudo é publicado anualmente e avalia a resolutibi-lidade de políticas públicas e privadas em 12 segmentos das áreas da saúde, educação, saneamento e renda.

Na educação, houve queda da evasão no ensino fundamental entre 2008 e 2009 e a taxa de abandono caiu de 1,6% para 1,3% do total de alunos (incluindo a rede estadu-al). Na rede municipal, que atende cerca de 10 mil alunos, o recuo foi de 2% para 1,6% em um ano. Outro indicador a colaborar na melhora do Idese foi a taxa de analfabetismo, que saiu de 4,5% no Censo de 2000, para 2,9% do total da população no Censo de 2010. No ano passado, o Instituto Todos Pela Educação já mostrava que Cachoeirinha tinha o maior percentual de alunos na série correspondente à sua idade da Grande Porto Alegre. Mesmo sem adotar a “aprovação automática”. Políti-cas como a entrega gratuita de kits e unifor-mes escolares e a ampliação do turno inverso contribuíram para a melhora nesses índices.

Na saúde, houve crescimento princi-palmente no índice de peso das crianças ao nascer. A cidade também é a que oferece mais mamografias no SUS depois de Porto Alegre.

Apesar dos números positivos em educa-ção e saúde, o município estagnou na questão saneamento (que é atendido pela Corsan) e

Cachoeirinha é o 5o melhor lugar para viverEntre 496 municípios gaúchos, Cachoeirinha ocupa a 5ª posição no Idese, sendo considerado um dos melhores locais para viver no Rio Grande do Sul

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Os números são de 2009, quando a cidade saiu da 6ª posição para 5º no Idese.

Na saúde, a cidade é a que oferece mais mamografias no SUS depois de Porto Alegre.

Onde Cachoerinha avançou?

• Qualidade de vida

2009 – 5º2008 – 6º2007 – 6º2000 – 12º

• Qualidade de vida na educação

2009 – 128º2008 – 171º2007 – 180º

• Qualidade de vida na saúde

2009 – 272º2008 – 331º2007 – 344º

caiu no segmento renda, que depende mais do humor da economia.

O prefeito Vicente Pires ficou muito feliz pelo avanço da cidade no primeiro “balanço público” da atual gestão, mas ressalvou que Cachoeirinha persegue os primeiros lugares da qualidade de vida gaúcha. A saúde, prin-cipal meta dos investimentos do governo em 2012, também foi comentada por Vicente. A saúde da mulher e do bebê vêm recebendo atenção especial. Já em 2009, a prefeitura ampliou para 2,4 mil o número de ecografias, implantou o Pré Natal 100% e incrementou as ações em parceria com o Hospital Padre Jeremias (HPJ), que agora vai ampliar o Centro Cirúrgico e o Centro Obstétrico, além de ofertar mais leitos para partos, com apoio da Prefeitura. Com a construção de dois novos Postos de Saúde da Família (PSF) e a ampliação do número de equipes fazendo saúde preventiva nos bairros de oito para 15, a tendência é que os indicadores da saúde melhorem nas próximas edições do Idese.

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uando falamos em doar algo, qual a primeira coisa que nos vem à mente?

“Doar ao próximo”. Desde a anti-guidade, antes do nascimento de Cristo, já se apregoava o “amar ao próximo como a si mesmo”. A questão é que algumas pes-soas ainda não entenderam este pedido que vem seguido de uma mensagem a todos nós. Antes de amarmos ao outro, é preciso gostar de si próprio, para que se possa gostar de alguém. Cada pessoa po-deria aprender a doar-se, respeitar suas limitações e acreditar em si próprio. Para tanto, é de extrema urgência que todas as pessoas, sem distinção de idade, cor ou classe social, aprendam a cuidar mais de sua saúde visual, o órgão dos sentidos mais precioso que temos e que infelizmente não é tratado com a seriedade que merece.

Prova disto é uma criança que não enxerga corretamente. Ela provavelmente perderá parte de sua infância e deixará de conhe-cer muitos amigos que levaria ao longo de sua vida. Um jovem que se limita na visão, perde oportu-

nidades de crescimento e decisão na sua futura carreira. O profis-sional jamais poderá conhecer seu verdadeiro potencial porque, de fato, sempre fica no limite de suas percepções. A maturidade vem juntamente com novas expec-tativas na vida, pois o brasileiro já ultrapassou a barreira dos 80 anos. Nossas universidades têm como alunos quarentões cheios de objetivos, sonhos e muita vi-talidade. Aí nos vêm a seguinte pergunta: porque não oferecer a você mesmo uma melhor visão? Em todo lugar que passo, deixo a mensagem de conscientização, para que as pessoas saibam da necessidade do cuidado com sua saúde visual. Os olhos, o senhor dos sentidos, que nos abre a janela para o mundo, pede que cada um de nós doe mais tempo, dedicação e apreço a esse sentido tão pre-cioso. Portanto, deixo aqui meu recado, doe-se mais, para poder oferecer o melhor ao seu próximo. Mostre a todos o quanto se consi-dera importante, cuidando de sua saúde, tanto do seu corpo, da sua alma e, para enxergar o melhor da vida, cuide mais de sua visão.

:: OPTOMETRIA

Cuidar dos olhos é doar para siPor Fábia PereiraProfessora e Técnica em Óptica

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Com a expectativa de vida aumentando, cuidar da visão é fundamental

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:: INFÂNCIA

O suporte e apoio à pequena criança e a seus pais, nas aquisições e no desenvolvimento do filho são trabalhos feitos pela terapia da Estimulação Precoce

Estimulação Precoce na interdisciplinaPor Nina Paim KlossFonoaudióloga e Terapeuta em Estimulação Precoce CRFa/RS 8901Apae Cachoeirinha

A notícia de uma gravidez cos-tuma produzir importantes marcas nos pais que já passam

a pensar no feto enquanto um ser de von-tades e desejos, mas e quando a gestação ou o momento do nascimento desse filho se apresenta de outra forma? As fugas do roteiro acontecem e apresentam um novo mundo aos pais com um árduo trabalho de suas partes, bem como por parte do bebê, em aceitarem que este que nasceu é seu filho real, necessitando enlutar a ideia do “filho perfeito”. Muitas vezes, nessas ocasiões, os pais precisam de ajuda para enxergarem-se novamente como pais deste “novo” filho e é por aí que se estabelece o papel de um terapeuta em Estimulação Precoce. O te-rapeuta vem justamente para entrar como um terceiro nessa relação dual (pais-bebê),

a fim de auxiliar os pais a ressignificarem suas funções com o filho.

Desta forma, os pacientes que um tera-peuta em Estimulação Precoce recebe, em geral, são bebês e pequenas crianças que apresentam alguma problemática em seu desenvolvimento. Bebês com diagnósticos de síndromes, paralisia cerebral, epilepsias, prematuridade, mal formações, entre ou-tros, que, devido à complexidade orgânica, podem precisar de auxílio, junto aos seus pais, para transpassar os obstáculos que se apresentem ao seu desenvolvimento. Além disso, são recebidos bebês sem diagnósticos, mas que demonstrem sinais de sofrimento psíquico como, por exemplo, a dificuldade no enlace da relação com os pais, seja por uma depressão materna, hospitalismo prolongado e qualquer outro ponto que obstaculize o vínculo na relação pais-bebê.

Pensando a partir dessas colocações é que se desenvolve o trabalho nos atendi-

mentos de Estimulação Precoce na APAE de Cachoeirinha. Trabalho este que se sustenta a partir de um suporte teórico da Psicanálise, permitindo olhar um pequeno bebê como um sujeito em constituição e entendendo que é pelo brincar que uma criança se desenvolve. Sendo assim, as in-tervenções clínicas, que se montam sempre na presença do terapeuta, do bebê e seus pais/responsáveis, visam a estimulação dos aspectos emocionais, cognitivos, motores, da linguagem, da rotina no dia-a-dia com a família, a fim de propiciar, através do brincar, um maior enlace e fortalecimento na relação dos pais com seu filho.

Esse formato de trabalho ilustra um atendimento amparado pela interdiscipli-nariedade. Ou seja, um terapeuta de Esti-mulação Precoce trabalha, na sessão, com o bebê e seus pais, mas sempre contando com uma equipe, sendo esta composta por profissionais de diferentes áreas, como fisio-terapia, fonoaudiologia, psicologia, terapia ocupacional, pedagogia, entre outros. A in-terdisciplina permite olhar a criança em sua totalidade, sem que seja fragmentada por diversas áreas. Quando muitos profissionais atendem uma criança ao mesmo tempo, é difícil que alguém se ocupe de enxergar o todo, por isso a ideia do terapeuta único se coloca em ato nessas intervenções, o que não quer dizer que as demais e necessárias áreas clínicas não estejam fazendo suas devidas funções no atendimento em Estimulação Precoce, apenas se apresentam de maneiras diferenciadas. Desta maneira, um terapeuta em Estimulação Precoce intervém no perío-do da primeira infância, a partir de situações nas quais problemáticas acerca do desenvol-vimento infantil possam se apresentar, a fim de redimensionar os efeitos que a deficiência do bebê pode causar no processo de filiação, por meio de um espaço de escuta aos pais e de intervenções propostas na cena clínica com os pais e o bebê, trabalhando para que o desenvolvimento do filho possa vir a dis-correr sob um novo plano.

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27 | maio de 2012 | 27 | março de 2012 |

:: FONOAUDIOLOGIA E QUIROPRAXIA

Comunicar é partilhar algo com alguém, é estar inserido na vida das pessoas e ativo em seu núcleo familiar. A comunicação humana é a necessidade vital do homem, contudo, a aquisição e o desenvolvimento da linguagem falada requerem, entre outras coisas, uma au-dição perfeita. Além disso, a audição é impres-cindível como mecanismo de alerta e defesa contra o perigo. A perda auditiva é, para o idoso, um dos mais incapacitantes distúrbios de comunicação, limitando o desempenho de seu papel na sociedade.

É comum observarmos o declínio da au-dição acompanhado de uma diminuição na compreensão da fala no idoso, comprometen-do sua comunicação com os familiares, amigos e demais pessoas que fazem parte de situações rotineiras como: ir à padaria, ao super merca-do, ao açougue, médico, entre outros.

Com o passar do tempo, fatores relaciona-dos à exposição do ouvido a ruídos intensos, uso indiscriminado de medicamentos, doen-ças, entre outros aspectos, vamos perdendo nossa sensibilidade auditiva, reduzindo, as-sim, nossa área de audição. Ouvimos, mas não entendemos, principalmente em ambientes ruidosos. Zumbidos e sons fortes incomodam e a dificuldade de perceber sons mais agudos podem ser alguns dos sintomas desta perda de audição conhecida como presbiacusia ou perda de audição relacionada ao envelheci-mento, caracterizada por uma perda auditiva bilateral para tons de alta frequência, devido a mudanças degenerativas e fisiológicas no sistema auditivo com o aumento da idade, esta perda é simétrica progressiva e bilateral.

A audição na terceira idadePor Silmara Virginia Silveira SilvaFonoaudiólogaCFFa - 9143/RS

Fibromialgia

A fibromialgia é caracterizada por um quadro de dor crônica, pelo menos três meses, sem um local específico. O indivíduo com fibromialgia relata sentir dor por todo o corpo, não sabendo distinguir qual é o local mais acometido.

A fibromialgia não possui causa infla-matória e também não é considerada auto imune, como nas artrites. Sua causa ainda é desconhecida, sendo considerada multifato-rial, ou seja, vários fatores podem desenca-dear os sinais e sintomas. A fibromialgia está associada a uma hipersensibilidade em vá-rios locais como os músculos, ossos, tendões e articulações. Além da dor generalizada nas articulações e musculatura, o indivíduo

com fibromialgia pode apresentar sono não reparador, rigidez muscular e articular pela manhã ao acordar, boca seca, tonturas, cefaleia tensional, alterações de humor e, em 30% dos casos, depressão, entre outros. As mulheres são as mais atingidas na faixa etária de 30 a 50 anos, podendo também afetar idosos e crianças.

O tratamento inclui a utilização de me-dicamentos, atividade física e alongamentos orientados por profissionais capacitados, tratamento psicológico, acupuntura, qui-ropraxia e atividades que proporcionem relaxamento geral, como meditação.

A abordagem quiroprática visa o reequi-líbrio articular, favorecendo um relaxamento muscular, bem como a remoção da pressão exercida nas articulações quando estas estão desalinhadas, permitindo assim melhor mobilidade articular e diminuição da dor.

Ser um idoso portador de deficiência audi-tiva trás implicações psicossociais para a vida deste indivíduo e para quem faz parte de seu convívio. A dificuldade para compreender o que os familiares e amigos estão falando causa insatisfação, sendo mais fácil afastar-se das situações em que há comunicação do que en-frentar embaraços de respostas inapropriadas dadas às questões entendidas erroneamente.

É comum os familiares descreverem o idoso com dificuldade auditiva como confuso, desatento, isolado, distraído, pouco comuni-cativo, mal humorado, sendo estas situações ocasionadas pela falta de compreensão do

problema existente e assim não procurando ajuda para esta problemática, ocasionando insucesso, ansiedade e desconforto frente a determinadas situações.

Uma forma de minimizar estes efeitos negativos da deficiência auditiva nestes indivíduos é a utilização dos recursos tecno-lógicos à disposição do fonoaudiólogo como: aparelhos de Amplificação Sonora e Equi-pamentos Auxiliares para a Audição, que irão auxiliar na amplificação, bem como na qualidade de vida do idoso, proporcionando momentos prazerosos com as pessoas de sua vida e convívio social.

Por Lilian S. SantosQuiropraxistaABQ 0476

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28 | maio de 2012 | | www.revistamateriadesaude.com.br

:: REGIÃO

Trcom sorteia tablet nas redes sociais

Em comemoração aos ani-versários de 2 anos da revista Matéria de Saúde e 4 anos da revista Matéria Prima, agência Trcom realizou o sorteio de um tablet nas redes sociais das revistas.

Para participar da pro-

moção, as pessoas deveriam curtir as páginas das revistas no Facebook e contar com a sorte no dia 20 de abril.

O sortudo e ganhador do prêmio foi Jonas Luiz, que no mesmo dia, já levou para casa um tablet novinho em folha.

Roselaine Vinciprova

Diretor da Trcom, Tadeu Battezini, entrega o tablet ao ganhador

Até o dia 25 de maio acon-tece em Cachoeirinha a Cam-panha de Vacinação contra a Influenza. A campanha funcionará de segunda à sex-ta, nos horários normais de atendimentos das unidades de saúde.

O alvo são os idosos com mais de 60 anos, trabalhado-res de saúde das unidades que fazem atendimento para influenza, crianças de seis meses a menos de dois anos e gestantes. Para idosos aca-mados, é necessário que seja feito um agendamento atra-vés do telefone (51) 34704307. Após o agendamento, um profissional da Vigilância Epidemiológica de Cacho-eirinha irá fazer uma visita domiciliar para a realização

da vacina.A campanha tem por meta

vacinar pelo menos 80% dos grupos-alvo. O objetivo é ten-tar reduzir a mortalidade, as complicações e as internações decorrentes das infecções pelo vírus da influenza, além de deixar os grupos de maior risco imunes para a chegada do inverno, época do ano mais propensa ao vírus.

O vírus da influenza pode ser transmitido de forma di-reta ou indireta, e sobrevive de 24 a 48 horas no plástico e aço inoxidável, de 8 a 12 horas nas roupas, papeis e tecidos, e nas mãos, até 15 minutos. Algumas medidas, quando adotadas, ajudam a prevenir as chances de con-taminação do vírus.

Campanha de vacinação contra a influenza

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:: PSICOLOGIA

Transtorno de Déficit de Atenção ou Altas Habilidades?

comum a confusão entre os sin-tomas de Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) e o de Altas Habilidades

(antes chamada de superdotação), mesmo entre profissionais experientes da saúde e da educação. Muitas vezes, esta confusão pode prejudicar crianças e adolescentes com necessidade de intervenções específicas, que acabam sendo deixadas de lado no contexto escolar e terapêutico.

Os erros diagnósticos existentes na área se devem principalmente à presença de ca-racterísticas de superdotação já reconhecidas, erroneamente interpretadas como sintomas de TDAH, e também à ocorrência de desordens de atenção entre superdotados, avaliadas equivocadamente como características típicas de superdotação (Baum & Olenchak, 2002; Cramond, 1994; Davis & Rimm, 1994).

Crianças/adolescentes com altas habi-lidades apresentam potencial elevado em qualquer uma das seguintes áreas, isoladas ou combinadas: intelectual, acadêmica, li-derança, psicomotricidade e artes. Também apresentam elevada criatividade, grande envolvimento na aprendizagem e realização de tarefas em áreas de seu interesse. Aquelas que têm Transtorno de Déficit de Atenção/Hiperatividade apresentam alterações nos

sistemas motores, perceptivos, cognitivos e do comportamento, comprometendo a aprendi-zagem (Brasil, 2008).

Muitas vezes, uma criança/adolescente pode ter altas habilidades com alguns sinto-mas de TDAH. Estas têm comportamentos específicos, tais como mascarar suas difi-culdades acadêmicas, disfarçar sua baixa autoestima, apresentar atrasos e assincronia no desenvolvimento global, que as colocam em situação de risco social e de problemas emocionais. Elas precisam ser precocemente identificadas para receberem intervenção precisa e individualizada, com o objetivo de maximizar o desenvolvimento de seu poten-cial (Zentall, Moon, Hall & Grskovic, 2001).

A característica de hiperatividade pode estar presente em crianças/adolescentes com altas habilidades e naquelas com TDAH. Nos primeiros, pela avidez por conhecimen-to, raciocínio rápido, pela intensidade em que vivenciam as situações. Nos segundos, pela dificuldade em permanecerem para-dos ou focados. A diferença é que crianças/adolescentes com TDAH frequentemente demonstram essas características na maioria das situações. Em contrapartida, aqueles com altas habilidades também são muito ativos, porém suas atividades são geralmente focadas e dirigidas. Portanto, hiperatividade é um comportamento que pode estar presente em ambos os casos, mas se evidencia de maneiras diferentes (Chae, Kim & Noh, 2003; Weeb & Latimer,1993; Weeb et al. , 2005). Em relação às altas habilidades, está relacionada às ativi-dades pouco desafiadoras, currículo escolar insuficiente e estilo de aprendizagem. No

TDAH, é resultado da junção dos sintomas do transtorno (Leroux & Levitt-Perlman, 2000).

Crianças privilegiadas na obtenção de uma avaliação física e psicológica aprofunda-da têm melhores chances de serem identifica-das com precisão. A avaliação deve ser seguida de adaptações curriculares apropriadas e modificações institucionais que correspon-dam ao seu conhecimento avançado, estilo de aprendizagem e de inteligência. Portanto, uma avaliação profissional apropriada e cuidadosa é fundamental antes de considerar se as crian-ças ou os adolescentes têm altas habilidades, TDAH ou ambos (Weeb & Latimer, 1993). A partir deste conhecimento, o atendimento e aconselhamento a estes alunos poderão ser melhor implementados.

Por Arianne de Sá BarbosaPsicóloga (CRP 07/15985)Mestre em Psicologia (UFRGS)

ÉReferências

Baum, S. M., & Olenchack, R. F. (2002). The alphabet: GT, ADHD and more.Brasil (2008). Política Nacional de Educação Especial na perspectiva da Educação Inclusiva.Chae, P. K., Kim, J. H., & Noh, K. S. (2003). Diagnosis of ADHD among gifted children inrelation to KEDI-WISC and T.O.V.A. performance. Cramond, B. (1994). Attention-deficit hyperactivity disorder and creativity - What is theconnection?Davis, G. A., & Rimm, S. B. (1994). Education of the gifted and talented (3a. ed.).Leroux, J. A., & Levitt-Perlman, M. (2000). The gifted child with attention deficit disorder: Identification and intervention challenge.Ourofino, V.T.A.T, & Fleith, D.S (2005). Um estudo comparativo entre a dupla excepcionalidade superdotação/Hiperatividade.Weeb, J. T. & Latimer, D. (1993). ADHD and children who are gifted. Weeb, J. T., Amend, E. R., Weeb, N. E., Goerss, J., Beljan, P., & Olenchak, F. R. (2005). Misdiagnosis and dual diag-noses of gifted children and adults: ADHD, bipolar OCD, Asperger’s, depression and other disorders.

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Os riscos da artrose do quadrilO processo de desgaste da artrose do quadril dificilmente pode ser freado, por ser uma doença degenerativa crônica

Centro de Especialidades Ortopédicas e Traumatológicas de Gravataí - CEOT Dr. Fernando Sanchis (Coluna Vertebral) | Dr. Paulo Velasco (Ombro) | Dr. Roberto Schwanke (Joelho)

Dr. Ricardo DeBona (Joelho) | Dr. Tiago Sumi (Ombro) | Dra. Ronise Ribeiro (Ortopedia Pediátrica)Leohnard Bayer (Mão e Cotovelo) | Dr. Pablo Lessa (Quadril) | Dr. Renato Castro (Dr e Acupuntura)

Dr. Pedro Kanan (Pé e Tornozelo) | Dr. Marcelo Tafas (Coluna Vertebral)Dr. Fabrício Brinco (Mão e Cotovelo) | Dr. Alfredo Sanchis (Quadril)

quadril é a articulação que une o fêmur à pelve (a coxa à bacia). Esta articulação

é extremamente móvel e estável. Ela nos permite caminhar, correr, sentar e levantar, rodar o membro inferior e uma série de outros movimentos. Algumas vezes esta ar-ticulação pode sofrer um desgaste excessivo. Este desgaste pode estar relacionado com algumas doenças da infância e adolescên-cia, com traumatismos, com o uso de certas substâncias, mas em muitos casos, não é possível identificarmos a causa.

O que quer dizer esse desgaste? Quer dizer que a superfície que reveste o osso dentro da articulação, que é a cartilagem, foi comprometida. É esta cartilagem que vai se deteriorando e desaparecendo com o passar dos anos. Ela é que está sendo desgastada. Com isso, o movimento do quadril vai sendo prejudicado e a dor aparece.

O nome que damos a todo este processo de desgaste da articulação é artrose. A artro-se pode atacar todas as outras articulações. Segundo os dados coletados internacio-nalmente, a artrose é a doença articular

mais frequente. Após os 65 anos de idade, os exa-mes demonstram que a maioria das pessoas já apre-senta algum grau de artrose e, após os 75 anos, pode chegar a 80% da população. Em pessoas com mais de 64 anos de ida-

de, uma em cada dez, apresenta dor por causa da artrose.

Quais os sintomas? Às vezes os sinais podem ser muito sutis, mas algum grau de dor costuma estar presente. A dor pode se apresentar na nádega, na virilha, na coxa e até mesmo no joelho! O aumento da rigidez do quadril também pode estar presente. Por vezes, nem mesmo reparamos que começa a ficar difícil se dobrar para calçar o sapato ou colocar a meia. Atenção! Este pode ser outro sinal de que já existe algum problema com o seu quadril.

A artrose do quadril é considerada uma doença degenerativa crônica, ou seja, o pro-cesso de desgaste dificilmente pode ser fre-ado. Assim, a melhor maneira de lidarmos com o problema é realizando o mais rápido possível uma avaliação detalhada com o seu ortopedista, de preferência alguém que esteja habituado a tratar as doenças do qua-dril. Através de exame físico e de exames de imagem (na maioria das vezes um raio X), é possível diagnosticar a doença e iniciar o tratamento.

O tratamento irá variar de acordo com o grau de artrose que o paciente apresenta e também com as limitações que a doença já está trazendo para a sua vida. Em muitas situações, o uso de medicações alivia bastan-te o desconforto. Outras vezes é necessário associarmos um programa bem elaborado de exercícios. Entretanto, não é raro que o paciente acabe necessitando de uma inter-venção cirúrgica.

Nos casos de artrose do quadril avan-çada, uma das cirurgias mais indicadas é a artroplastia total, ou prótese de quadril. Isso quer dizer que aquela articulação com defeito será substituída por uma articulação artificial. Quando bem indicada e realizada por um ortopedista apto e treinado, esta cirurgia costuma apresentar excelentes re-sultados. É imprescindível lembrar de que se trata de uma cirurgia de grande porte e que uma série de cuidados devem ser tomados para minimizarmos todos os riscos.

Se você está em dúvida, procure o ortopedista da sua confiança para escla-recimentos. O tratamento adequado pode trazer uma grande melhora para o paciente.

Por Alfredo Sanchis e Pablo LessaOrtopedistas e TraumatologistasEspecialistas em fraturas e cirurgia do quadril

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