Matéria Estadão

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FOCAS METRÔ Por dentro das novas estações Extensão No total, a Linha 4-Amarela terá 12,8 km. Já estão em operação 3,6 km dos 8,9 km incluídos na primeira fase Restante Com inauguração prevista até 2014, a segunda fase inclui as estações Vila Sônia, Morumbi, Fradique Coutinho, Oscar Freire e Higienópolis/Mackenzie OUTRAS ÁREAS ARQUEOLOGIA Sítio arqueológico encontrado em Pinheiros terá exibição permanente CHUVAS Prefeitura admite risco de alagamentos no verão Petybon A Fábrica de Louça Santa Catharina foi descoberta em 2003 sob a fábrica Petybon, na Lapa. Foram achados mais de 30 mil fragmentos e peças inteiras fabricadas no local no início do século 20 Lítico Localizado no Morumbi, tem cerca de 6 mil anos. Foram encontrados raspadores, facas e pontas de flecha Itaim Fica no terreno da Casa do Itaim-Bibi, imóvel bandeirista tombado pelo Condephaat e Conpresp Solar da Marquesa Descoberto na década de 1980, o sítio no casarão do centro teve as últimas escavações em julho. Um anel e pedaços de louças foram achados "Esperamos localizar vestígios de aldeamentos jesuítas do século 16" Plácido Cali, arqueólogo responsável pelo estudo EPITÁCIO PESSOA/AE Visitamos trechos da Linha 4 em obras. Luz, República, Butantã e Pinheiros têm entrega prevista para 2011 Vanessa Corrêa Rodrigo Rocha Quando os tapumes das obras de revitalização do Largo da Ba- tata, em Pinheiros, forem retira- dos, quem passar pelo trecho en- tre as Ruas Fernão Dias e Teodo- ro Sampaio poderá ver mais do que uma praça. Uma iniciativa inédita na cidade prevê a exposi- ção permanente de parte de um sítio arqueológico descoberto no local, no início do ano. Duran- te os trabalhos, foram encontra- dos cerca de 40 mil peças e frag- mentos de objetos do século 19. Chefiada pelo arqueólogo Plá- cido Cali, a equipe responsável pelo estudo do local planeja dei- xar no fim da revitalização par- tes do sítio arqueológico expos- tas e iluminadas. “Isso é impor- tante para mostrar às pessoas que existe história onde elas es- tão pisando”, afirmou Cali. A ini- ciativa se assemelha às adotadas por cidades como Roma e Ate- nas, que conciliaram a execução de obras do metrô com a preser- vação de locais históricos. Segundo o projeto, os vestí- gios estarão visíveis em três áreas do sítio, cada uma com 2 metros quadrados. O material se- rá cercado e coberto por placas de vidro, que estarão no nível do solo. A proposta já foi aprovada pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) e pela SP Obras, empre- sa da Prefeitura. “Nossa maior preocupação é garantir que a ex- posição não causará danos aos vestígios arqueológicos”, disse Rossano Lopes Bastos, arqueólo- go do Iphan. Em sua maioria, os cerca de 40 mil peças e fragmentos de obje- tos descobertos durante as obras em Pinheiros são louças e garrafas, o que aponta para a exis- tência de uma antiga taverna na região. Todos os vestígios de- vem ser catalogados e mantidos no Departamento do Patrimô- nio Histórico (DPH). Os trabalhos de revitalização, que tiveram início em 2009, fo- ram suspensos por 40 dias após a descoberta do sítio arqueológi- co. “O Iphan embargou a obra já em andamento. Felizmente, não houve danos ao sítio porque ain- da estavam na fase de demoli- ção”, contou Cali. As escavações no sítio de Pi- nheiros foram encerradas em agosto, mas o arqueólogo acredi- ta que mais descobertas serão fei- tas quando o quarteirão entre as Ruas Cardeal Arcoverde e Balta- zar Carrasco for demolido. “A re- gião abrigava aldeamentos jesuí- tas no século 16. Esperamos en- contrar vestígios desses aldea- mentos”, disse. Pesquisa. São Paulo tem 49 sí- tios arqueológicos, sendo que 31 foram descober- tos na última década. A pesquisa arqueo- lógica em São Pau- lo tomou fôlego na década de 1980 e se consolidou em 2002, quando foi aprovada a portaria do Iphan que tornou obrigatória a realiza- ção de pesquisa ambiental e ar- queológica antes da construção de qualquer empreendimento. A portaria possibilitou a desco- berta de inúmeras peças e vestí- gios da São Paulo antiga. A deter- minação, contudo, exige estudo prévio apenas em áreas maiores que 900 metros quadrados. “Ou seja, áreas enormes não são ex- ploradas e isso pode resultar na destruição de sítios impor- tantes por falta de conheci- mento”, afirmou Cali. O maior desafio enfrenta- do pelos arqueólogos é a pres- são dos donos dos empreendi- mentos, que não querem ver suas obras paradas por um longo tempo. Ramon Vitral Ricardo Santos O sistema de combate a enchen- tes em São Paulo está em xeque. Apesar do investimento de R$ 421 milhões na ampliação e na limpeza do sistema de drena- gem em 2010, 36% maior do que no ano anterior e sete vezes o valor investido em 2004, as auto- ridades admitem que as estrutu- ras poderão ser insuficientes na próxima temporada de chuvas. Atualmente, a Prefeitura reali- za 88 intervenções em áreas de risco. Focos de problemas em 2009, as Bacias do Rio Aricandu- va (zona leste) e dos Córregos Pirajuçara (zona oeste) e Ipiran- ga (zona sul) são prioritárias. Os bairros Jardim Romano e Jardim Pantanal (zona leste), alagados por mais de 50 dias no início do ano, também passam por obras. O município ainda administra 19 piscinões, mais de 4 mil quilô- metros de galerias e 400 mil bo- cas-de-lobo. Mesmo com toda essa estrutura, o diretor da Divi- são de Obras de Águas Pluviais da Prefeitura, Ariovaldo Lopes, não descarta novas inundações. “Nunca sabemos, mas acho que o que aconteceu no início de 2010 pode se repetir.” A fragilidade da estrutura da Prefeitura ficou mais evidente com o Sistema de Previsão e Aler- ta de Enchentes. Inaugurado em setembro, cruza dados meteoro- lógicos e de redes de monitora- mento de água e deveria prever inundações duas horas antes. Mas, em 25 de outubro, falhou e não previu um transbordamen- to em Americanópolis, na zona sul, que causou duas mortes. Responsável pelo plano de dre- nagem da cidade, de 1998, o enge- nheiro Aluísio Canholi reitera as limitações de São Paulo. “Tenta- mos reduzir a frequência das en- chentes, mas quem mora na bei- ra do rio está sujeito a elas.” Saída. As galerias foram priori- dade até 1995, ano de construção do piscinão do Pacaembu, o pri- meiro dos 19 da cidade. Os im- pactos ambiental e urbanístico são as principais críticas de espe- cialistas a essas estruturas, com até 30 metros de diâmetro. Se- gundo o ex-professor da Escola Politécnica da USP Júlio Cer- queira, uma falha nos piscinões teria consequências mais graves do que um problema em gale- rias, pois eles acumulam a água. Para Álvaro dos Santos, geólo- go do Instituto de Pesquisas Tec- nológicas do Estado de São Pau- lo, piscinões e galerias são solu- ções invasivas e caras. “O ideal seria que ao menos 15% de cada bacia hidrográfica urbanizada fosse coberta por bosques.” Amon Borges Gustavo Aleixo Ivan Martínez A temperatura cai gradativamen- te conforme se segue até a plata- forma. Filtrada pela imensa cla- raboia, a luz externa acompanha o trajeto de descida, de cerca de 40 metros de profundidade. Lá embaixo, fios, cabos, equipamen- tos, cheiro de cimento fresco e uma fina poeira cobrindo piso e paredes da futura Estação Luz da Linha 4-Amarela do Metrô. A estrutura está quase pronta para receber os passageiros em 2011. Na superfície, os que passam pela Luz podem ver um canteiro de obras com pouca movimenta- ção. Atualmente, trabalham ali menos de 10% dos 8.500 operá- rios que chegaram a participar do projeto da Linha Amarela. Eles es- tão na fase de acabamento: mon- tam escadas rolantes, checam tú- neis e outras instalações. Operários na Estação Butantã trabalham em bloqueios de vi- dro, que substituem as catracas. Com as paredes forradas por pe- ças retangulares metálicas, o acesso principal recebe os últi- mos retoques. Na Estação Repú- blica, o vaivém de funcionários se concentra na plataforma, on- de estão sendo instaladas portas de vidro à beira dos trilhos. São as mesmas usadas nas Estações Faria Lima e Paulista, em opera- ção desde maio. Abrem em sin- cronia com as portas dos trens. O teto e as paredes brancos e os ladrilhos verdes da nova Esta- ção República confirmam o pa- drão clean adotado na Linha 4 – visual bem diferente do ambien- te escuro das estações antigas. O contraste fica evidente na pró- pria República, onde o preto do piso emborrachado e o cinza do concreto das paredes predomi- nam na parte velha. Na Luz, os ambientes também são claros, mas o que muda é a cor das pilas- tras, revestidas de vermelho. Com atraso. Por causa de um deslizamento em 2007, o proje- to da Estação Pinheiros sofreu atraso. O acidente abriu uma cra- tera de 80 metros de diâmetro e 30 metros de profundidade e ma- tou sete pessoas. Hoje, a estação, cujo acesso tem formato circu- lar, está na fase final das obras. A inauguração de Luz, Repúbli- ca, Butantã e Pinheiros está pre- vista para 2011. Inicialmente as seis estações da primeira fase da Linha 4 estariam abertas até o fim deste ano. Delas, só Paulista e Faria Lima foram entregues, mas operam em horário reduzi- do, das 9 às 15 horas. Em quase sete meses, mais de 1,5 milhão de pessoas passaram pelas duas – cerca de 12 mil por dia útil. Segun- do a ViaQuatro, concessionária da linha, com o fim da primeira fase, o número diário de passa- geiros deve chegar a 750 mil. Toque marcante. Na parte nova da Luz, a claraboia garante iluminação natural, realçada pelo teto e pelos ladrilhos brancos RAIO X %HermesFileInfo:H-6:20101211: H6 Especial SÁBADO, 11 DE DEZEMBRO DE 2010 O ESTADO DE S. PAULO

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FOCASMETRÔ

Por dentrodas novasestações

● ExtensãoNo total, a Linha 4-Amarelaterá 12,8 km. Já estão emoperação 3,6 km dos 8,9 kmincluídos na primeira fase

● RestanteCom inauguração prevista até2014, a segunda fase inclui asestações Vila Sônia, Morumbi,Fradique Coutinho, Oscar Freiree Higienópolis/Mackenzie

OUTRAS ÁREAS

ARQUEOLOGIA

Sítio arqueológico encontrado emPinheiros terá exibição permanente

CHUVAS

Prefeitura admite riscode alagamentos no verão● Petybon

A Fábrica de Louça SantaCatharina foi descoberta em2003 sob a fábrica Petybon,na Lapa. Foram achadosmais de 30 mil fragmentos epeças inteiras fabricadas nolocal no início do século 20

● LíticoLocalizado no Morumbi, temcerca de 6 mil anos. Foramencontrados raspadores,facas e pontas de flecha

● ItaimFica no terreno da Casado Itaim-Bibi, imóvelbandeirista tombado peloCondephaat e Conpresp

● Solar da MarquesaDescoberto na década

de 1980, o sítio nocasarão do centroteve as últimasescavações em

julho. Um anel epedaços de louças

foram achados

"Esperamoslocalizarvestígios dealdeamentosjesuítas doséculo 16"Plácido Cali, arqueólogoresponsável pelo estudo

EPITÁCIO PESSOA/AE

Visitamos trechos daLinha 4 em obras. Luz,República, Butantãe Pinheiros têm entregaprevista para 2011

Vanessa CorrêaRodrigo Rocha

Quando os tapumes das obrasde revitalização do Largo da Ba-tata, em Pinheiros, forem retira-dos, quem passar pelo trecho en-tre as Ruas Fernão Dias e Teodo-ro Sampaio poderá ver mais doque uma praça. Uma iniciativainédita na cidade prevê a exposi-ção permanente de parte de umsítio arqueológico descobertono local, no início do ano. Duran-te os trabalhos, foram encontra-dos cerca de 40 mil peças e frag-mentos de objetos do século 19.

Chefiada pelo arqueólogo Plá-cido Cali, a equipe responsávelpelo estudo do local planeja dei-xar no fim da revitalização par-tes do sítio arqueológico expos-tas e iluminadas. “Isso é impor-tante para mostrar às pessoasque existe história onde elas es-tão pisando”, afirmou Cali. A ini-ciativa se assemelha às adotadaspor cidades como Roma e Ate-nas, que conciliaram a execuçãode obras do metrô com a preser-vação de locais históricos.

Segundo o projeto, os vestí-gios estarão visíveis em trêsáreas do sítio, cada uma com 2metros quadrados. O material se-rá cercado e coberto por placasde vidro, que estarão no nível dosolo. A proposta já foi aprovadapelo Instituto do Patrimônio

Histórico e Artístico Nacional(Iphan) e pela SP Obras, empre-sa da Prefeitura. “Nossa maiorpreocupação é garantir que a ex-posição não causará danos aosvestígios arqueológicos”, disseRossano Lopes Bastos, arqueólo-go do Iphan.

Em sua maioria, os cerca de 40mil peças e fragmentos de obje-tos descobertos durante asobras em Pinheiros são louças egarrafas, o que aponta para a exis-tência de uma antiga taverna naregião. Todos os vestígios de-vem ser catalogados e mantidosno Departamento do Patrimô-nio Histórico (DPH).

Os trabalhos de revitalização,que tiveram início em 2009, fo-ram suspensos por 40 dias após a

descoberta do sítio arqueológi-co. “O Iphan embargou a obra jáem andamento. Felizmente, nãohouve danos ao sítio porque ain-da estavam na fase de demoli-ção”, contou Cali.

As escavações no sítio de Pi-nheiros foram encerradas emagosto, mas o arqueólogo acredi-ta que mais descobertas serão fei-tas quando o quarteirão entre asRuas Cardeal Arcoverde e Balta-zar Carrasco for demolido. “A re-gião abrigava aldeamentos jesuí-tas no século 16. Esperamos en-contrar vestígios desses aldea-mentos”, disse.

Pesquisa. São Paulo tem 49 sí-tios arqueológicos, sendoque 31 foram descober-tos na última década.A pesquisa arqueo-lógica em São Pau-lo tomou fôlegona década de 1980e se consolidouem 2002, quandofoi aprovada a portaria do Iphanque tornou obrigatória a realiza-ção de pesquisa ambiental e ar-queológica antes da construçãode qualquer empreendimento.

A portaria possibilitou a desco-berta de inúmeras peças e vestí-gios da São Paulo antiga. A deter-minação, contudo, exige estudoprévio apenas em áreas maioresque 900 metros quadrados. “Ou

seja, áreas enormes não são ex-ploradas e isso pode resultarna destruição de sítios impor-tantes por falta de conheci-mento”, afirmou Cali.

O maior desafio enfrenta-do pelos arqueólogos é a pres-são dos donos dos empreendi-mentos, que não querem versuas obras paradas por umlongo tempo.

Ramon VitralRicardo Santos

O sistema de combate a enchen-tes em São Paulo está em xeque.Apesar do investimento de R$421 milhões na ampliação e nalimpeza do sistema de drena-gem em 2010, 36% maior do queno ano anterior e sete vezes ovalor investido em 2004, as auto-ridades admitem que as estrutu-ras poderão ser insuficientes napróxima temporada de chuvas.

Atualmente, a Prefeitura reali-za 88 intervenções em áreas derisco. Focos de problemas em2009, as Bacias do Rio Aricandu-va (zona leste) e dos CórregosPirajuçara (zona oeste) e Ipiran-ga (zona sul) são prioritárias. Osbairros Jardim Romano e JardimPantanal (zona leste), alagadospor mais de 50 dias no início doano, também passam por obras.

O município ainda administra19 piscinões, mais de 4 mil quilô-metros de galerias e 400 mil bo-cas-de-lobo. Mesmo com todaessa estrutura, o diretor da Divi-são de Obras de Águas Pluviaisda Prefeitura, Ariovaldo Lopes,não descarta novas inundações.“Nunca sabemos, mas acho queo que aconteceu no início de2010 pode se repetir.”

A fragilidade da estrutura daPrefeitura ficou mais evidentecom o Sistema de Previsão e Aler-

ta de Enchentes. Inaugurado emsetembro, cruza dados meteoro-lógicos e de redes de monitora-mento de água e deveria preverinundações duas horas antes.Mas, em 25 de outubro, falhou enão previu um transbordamen-to em Americanópolis, na zonasul, que causou duas mortes.

Responsável pelo plano de dre-nagem da cidade, de 1998, o enge-nheiro Aluísio Canholi reitera aslimitações de São Paulo. “Tenta-mos reduzir a frequência das en-chentes, mas quem mora na bei-ra do rio está sujeito a elas.”

Saída. As galerias foram priori-dade até 1995, ano de construçãodo piscinão do Pacaembu, o pri-meiro dos 19 da cidade. Os im-pactos ambiental e urbanísticosão as principais críticas de espe-cialistas a essas estruturas, comaté 30 metros de diâmetro. Se-gundo o ex-professor da EscolaPolitécnica da USP Júlio Cer-queira, uma falha nos piscinõesteria consequências mais gravesdo que um problema em gale-rias, pois eles acumulam a água.

Para Álvaro dos Santos, geólo-go do Instituto de Pesquisas Tec-nológicas do Estado de São Pau-lo, piscinões e galerias são solu-ções invasivas e caras. “O idealseria que ao menos 15% de cadabacia hidrográfica urbanizadafosse coberta por bosques.”

Amon BorgesGustavo AleixoIvan Martínez

A temperatura cai gradativamen-te conforme se segue até a plata-forma. Filtrada pela imensa cla-raboia, a luz externa acompanhao trajeto de descida, de cerca de40 metros de profundidade. Láembaixo, fios, cabos, equipamen-tos, cheiro de cimento fresco euma fina poeira cobrindo piso eparedes da futura Estação Luzda Linha 4-Amarela do Metrô. Aestrutura está quase pronta parareceber os passageiros em 2011.

Na superfície, os que passampela Luz podem ver um canteirode obras com pouca movimenta-ção. Atualmente, trabalham alimenos de 10% dos 8.500 operá-rios que chegaram a participar doprojetodaLinhaAmarela.Eles es-tão na fase de acabamento: mon-tam escadas rolantes, checam tú-neis e outras instalações.

Operários na Estação Butantãtrabalham em bloqueios de vi-dro, que substituem as catracas.Com as paredes forradas por pe-ças retangulares metálicas, oacesso principal recebe os últi-mos retoques. Na Estação Repú-blica, o vaivém de funcionáriosse concentra na plataforma, on-de estão sendo instaladas portasde vidro à beira dos trilhos. Sãoas mesmas usadas nas EstaçõesFaria Lima e Paulista, em opera-ção desde maio. Abrem em sin-cronia com as portas dos trens.

O teto e as paredes brancos eos ladrilhos verdes da nova Esta-ção República confirmam o pa-drão clean adotado na Linha 4 –

visual bem diferente do ambien-te escuro das estações antigas.O contraste fica evidente na pró-pria República, onde o preto dopiso emborrachado e o cinza doconcreto das paredes predomi-nam na parte velha. Na Luz, osambientes também são claros,mas o que muda é a cor das pilas-tras, revestidas de vermelho.

Com atraso. Por causa de umdeslizamento em 2007, o proje-to da Estação Pinheiros sofreuatraso. O acidente abriu uma cra-tera de 80 metros de diâmetro e30 metros de profundidade e ma-tou sete pessoas. Hoje, a estação,cujo acesso tem formato circu-lar, está na fase final das obras.

A inauguração de Luz, Repúbli-ca, Butantã e Pinheiros está pre-vista para 2011. Inicialmente asseis estações da primeira fase daLinha 4 estariam abertas até ofim deste ano. Delas, só Paulistae Faria Lima foram entregues,mas operam em horário reduzi-do, das 9 às 15 horas. Em quasesete meses, mais de 1,5 milhão depessoas passaram pelas duas –cerca de 12 mil por dia útil. Segun-do a ViaQuatro, concessionáriada linha, com o fim da primeirafase, o número diário de passa-geiros deve chegar a 750 mil.

Toque marcante. Na parte nova da Luz, a claraboia garante iluminação natural, realçada pelo teto e pelos ladrilhos brancos

RAIO X

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