Matéria Safatle

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de 9 a 15 de outubro de 2014 9 brasil Bruno Pavan de São Paulo (SP) A EFERVESCÊNCIA das chamadas “jor- nadas de junho”, onde milhões saíram às ruas do país pedindo por mais participa- ção política, deu uma esperança de que o Brasil daria uma guinada nas pautas pro- gressistas. Quem foi às ruas lutar contra o aumen- to na passagem de ônibus conseguiu que o reajuste fosse revogado, que deputa- dos e senadores se coçassem para acabar com o voto secreto na Câmara e que o de- bate do passe livre fosse algo a ser levado em consideração pelos governantes. Acontece que um ano e quatro meses depois o discurso da mudança não foi o suficiente para mudar as caras do Legis- lativo e Executivo brasileiro. O segundo turno será decidido, como nas três ulti- mas eleições, entre PT e PSDB. Em São Paulo e Rio de Janeiro, gover- nadores responsáveis pela violência po- licial receberam uma porcentagem ex- pressiva dos votos; o tucano Geraldo Al- ckmin se reelegeu no primeiro turno e o atual governador do RJ Luiz Fernando Pezão está no segundo turno. A bancada conservadora no Congres- so nacional cresceu, o que significa que será ainda mais difícil o avanço de pau- tas progressistas como a reforma agrá- ria, o aborto e o casamento gay no pró- ximo governo. Em seu Facebook, o professor da USP Pablo Ortellado explicou, porém, que so- mente quem não coloca as manifesta- ções de junho numa perspectiva histó- rica esperava que elas tivessem efeitos eleitorais imediatos. Para ele, “os impac- tos mais comuns de grandes levantes fo- ram transformações profundas nas rela- ções sociais”. A deputada eleita pelo PSB de São Paulo Luiz Erundina, em entrevista ao Terra Magazine, declarou que o Brasil “deu um passo atrás” na eleição dos no- vos parlamentares. Para ela, os defeitos do nosso sistema político estão cada vez mais evidentes. “De novo ganharam as máquinas, o dinheiro e o poder político e econômico que elege as pessoas. Isso provoca uma perda de qualidade da representação que nós estamos vendo. É fruto da su- cessão de mandatos que não gera reno- vação e gera guetos sem respaldo social. A cada eleição há uma piora na qualida- de da representação. Isso é muito tris- te, revoltante e acaba comprometendo a própria democracia. Demos um pas- so inacreditável para trás na represen- tação da Câmara dos Deputados nessa eleição”, criticou. Esquerda sazional Em evento na Universidade de São Paulo (USP), dia 2 de outubro, o profes- sor Vladimir Safalte destacou as princi- pais dificuldades da esquerda em avan- çar no debate político nacional, mas afirma que apesar delas, o povo brasilei- ro tem a consciência da luta de classes e das injustiças que esse modelo de políti- ca exerce na sua vida. “Ninguém ganha uma eleição presi- dencial no Brasil sem fazer um discur- so de esquerda. Isso é algo que não de- vemos negligenciar porque a população sabe que há uma luta de classes no Bra- sil e que seus interesses não são os mes- mos de certos grupos econômicos que in- fluenciam as decisões políticas no Bra- sil”, explicou. Sobre o governo do PT, Safatle decla- rou que o Brasil vive hoje um governo de “esquerda sazional” que de quatro em quatro anos “veste a boina do Che Gue- vara” e mobiliza situações eleitorais para sensibilizar a população para essa situa- ção de espoliação econômica, mas que lo- go tergiversa sobre as mesmas questões. Dificuldade da esquerda nas urnas Mesmo levando tudo isso em con- sideração, a esquerda no Brasil ainda não é bem representada no Congresso Nacional e no poder executivo. Defen- sora de pautas progressivas como im- posto sobre grandes fortunas e da re- gulamentação da mídia, a candidata do PSOL Luciana Genro teve 1,54% dos votos válidos (1.612.186 votos) enquan- to os candidatos do PCB, PSTU e PCO não somaram 1%. “Não adianta argumentar que não te- mos espaço na imprensa, não temos fi- nanciamento de grandes empresas por- que isso nunca vai acontecer. Mais do que se acomodar com essa situação nós devemos nos perguntar o porquê disso acontecer e o que podemos fazer quan- to a isso. Estamos em um momento po- lítico muito importante que nós pode- mos repensar o significado da esquer- da e não podemos perdê-lo”, analisou Safatle. “O povo não acredita em nós” Apesar de ter a consciência da injustiça que esse sistema faz com o povo, Safatle acredita que as pautas progressistas de- vem estar mais próximas da necessidade da população que vai pedir da esquerda sempre “as propostas mais concretas”. “A nossa razão de existência é sempre a possibilidade de mudanças globais e enquanto elas não aparecem, a popula- ção duvida porque sempre vai haver al- guém dizendo que ela tem algo a perder com uma mudança dessas”, explicou. Como trata de um discurso revolucioná- rio e que visa mudar a democracia e o mundo de uma forma estrutural, ele as- susta boa parte da população mais po- bre e a presença de um discurso em que a política não é mais pautada pela pos- sibilidade de um futuro melhor e, sim, de “um risco de não voltar ao passado”. “Quando a política deixa de ser pauta- da pelas possibilidades do futuro, é por- que ela morreu enquanto capacidade transformadora. Hoje há simplesmente um processo de gestão das condições atuais”, analisou. O professor ainda reforça que parte dessa rejeição é justificada por uma tra- dição de “dirigismo, centralismo e es- truturas hierárquicas que dificilmente será encarada pela sociedade como uma alternativa de democracia” presentes nos governos de esquerda. A saída pa- ra isso é mostrar uma imagem de futuro concreta e ser o laboratório de “uma ex- periência por vir”. “Nós temos uma dívida com a popula- ção e devemos mostrar de uma manei- ra muito precisa o que significa governar para a esquerda”, encerrou. Bruno Pavan de São Paulo (SP) Para o sociólogo Michael Lwy, o pla- neta já está dando os sinais de que a cri- se ecológica já começou. Em palestra no evento “Só a luta muda a vida”, que aconteceu dia 2 de outubro, na Univer- sidade de São Paulo, o sociólogo alertou que as mudanças no consumo e no siste- ma de produção tem que começar “aqui e agora”. Afastando o rótulo de catastrofis- ta, o brasileiro erradicado na França dá os exemplos da falta de água que atin- ge vários estados do Brasil como o sinal de alerta. Para ele, porém, o mundo te- rá que buscar alternativas anticapitalis- tas para encontrar a solução. “O Ecossocialismo é uma tentativa de ligar o socialismo e a ecologia. Isso im- plica em uma crítica às formas atrasa- das que existiam no socialismo no século passado que ignoravam a ecologia, mas também às formas sociais liberais que pretendem uma ecologia compatível com o capitalismo e com o mercado financei- ro”, explicou. Trazendo a expressão para os dias de hoje, Lwy considera que uma pauta ecossocialista e revolucionária tenha si- do encampada nas ruas em 2013: o pas- se livre. “Ela é social porque vai permitir a po- pulação pobre da periferia a usar o trans- porte gratuito, e é ecológica porque se o transporte público for gratuito, parte das pessoas não usarão mais o transporte in- dividual e vai diminuir a emissão de ga- ses. Além disso, ela tem também tem uma dimensão revolucionária porque é difícil para a elite suportar a ideia de gra- tuidade”, disse. Novo conceito de desenvolvimento Muitas críticas feitas à pauta ecológica no país a vai no sentido de que elas pres- sionariam ainda mais os países em de- senvolvimento para adotar medidas que atrasariam seu desenvolvimento. A não extração do pré-sal, por exemplo, deixa- ria de injetar R$ 134 bilhões na educação até 2022. O professor Vladimir Safatle, porém, questiona qual o modelo de desenvolvi- mento o Brasil quer para as próximas dé- cadas. “Uma das questões centrais é mos- trar que não há desenvolvimento nes- se tipo de crescimento. Uma perspecti- va ecossocialista vai insistir que precisa- mos pensar no que é a riqueza. O que sig- nifica uma sociedade rica? É uma socie- dade com abundância, que você tem uma quantidade de consumo cada vez maior, ou é aquela que consegue garantir uma qualidade de vida efetiva e real às pesso- as? O que temos hoje é um desenvolvi- mento que é ‘menos’”, disse. Para Michael Lwy, passe livre é exemplo de “ecossosialismo” Sociólogo lança livro e explica a vertente da ecologia que deseja romper com o capitalismo “O que significa uma sociedade rica? É uma sociedade com abundância, que você tem uma quantidade de consumo cada vez maior, ou é aquela que consegue garantir uma qualidade de vida efetiva e real às pessoas?” “A cada eleição há uma piora na qualidade da representação. Isso é muito triste, revoltante e acaba comprometendo a própria democracia. Demos um passo inacreditável para trás na representação da Câmara dos Deputados nessa eleição” “Quando a política deixa de ser pautada pelas possibilidades do futuro, é porque ela morreu enquanto capacidade transformadora” “Ninguém ganha uma eleição presidencial no Brasil sem fazer um discurso de esquerda. Isso é algo que não devemos negligenciar porque a população sabe que há uma luta de classes no Brasil e que seus interesses não são os mesmos de certos grupos econômicos” “Devemos mostrar o que é governar para a esquerda” ELEIÇÃO O professor Wladimir Safatle aponta erros da esquerda no Brasil e reforça que partidos devem “mostrar-se como um laboratório de uma experiência por vir” Dilma acena para fotógrafos após votar no 1º turno das eleições de 2014 O sociólogo Michael Lwy Marcelo Camargo/ABr Mauro Bellesa/IEA

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de 9 a 15 de outubro de 2014 9brasil

Bruno Pavande São Paulo (SP)

A EFERVESCÊNCIA das chamadas “jor-nadas de junho”, onde milhões saíram às ruas do país pedindo por mais participa-ção política, deu uma esperança de que o Brasil daria uma guinada nas pautas pro-gressistas.

Quem foi às ruas lutar contra o aumen-to na passagem de ônibus conseguiu que o reajuste fosse revogado, que deputa-dos e senadores se coçassem para acabar com o voto secreto na Câmara e que o de-bate do passe livre fosse algo a ser levado em consideração pelos governantes.

Acontece que um ano e quatro meses depois o discurso da mudança não foi o suficiente para mudar as caras do Legis-lativo e Executivo brasileiro. O segundo turno será decidido, como nas três ulti-mas eleições, entre PT e PSDB.

Em São Paulo e Rio de Janeiro, gover-nadores responsáveis pela violência po-licial receberam uma porcentagem ex-pressiva dos votos; o tucano Geraldo Al-ckmin se reelegeu no primeiro turno e o atual governador do RJ Luiz Fernando Pezão está no segundo turno.

A bancada conservadora no Congres-so nacional cresceu, o que significa que será ainda mais difícil o avanço de pau-tas progressistas como a reforma agrá-ria, o aborto e o casamento gay no pró-ximo governo.

Em seu Facebook, o professor da USP Pablo Ortellado explicou, porém, que so-mente quem não coloca as manifesta-ções de junho numa perspectiva histó-rica esperava que elas tivessem efeitos eleitorais imediatos. Para ele, “os impac-tos mais comuns de grandes levantes fo-ram transformações profundas nas rela-ções sociais”.

A deputada eleita pelo PSB de São Paulo Luiz Erundina, em entrevista ao Terra Magazine, declarou que o Brasil “deu um passo atrás” na eleição dos no-vos parlamentares. Para ela, os defeitos do nosso sistema político estão cada vez mais evidentes.

“De novo ganharam as máquinas, o dinheiro e o poder político e econômico que elege as pessoas. Isso provoca uma perda de qualidade da representação que nós estamos vendo. É fruto da su-cessão de mandatos que não gera reno-vação e gera guetos sem respaldo social. A cada eleição há uma piora na qualida-de da representação. Isso é muito tris-te, revoltante e acaba comprometendo a própria democracia. Demos um pas-so inacreditável para trás na represen-tação da Câmara dos Deputados nessa eleição”, criticou.

Esquerda sazionalEm evento na Universidade de São

Paulo (USP), dia 2 de outubro, o profes-sor Vladimir Safalte destacou as princi-pais dificuldades da esquerda em avan-çar no debate político nacional, mas afirma que apesar delas, o povo brasilei-ro tem a consciência da luta de classes e das injustiças que esse modelo de políti-ca exerce na sua vida.

“Ninguém ganha uma eleição presi-dencial no Brasil sem fazer um discur-so de esquerda. Isso é algo que não de-vemos negligenciar porque a população sabe que há uma luta de classes no Bra-

sil e que seus interesses não são os mes-mos de certos grupos econômicos que in-fluenciam as decisões políticas no Bra-sil”, explicou.

Sobre o governo do PT, Safatle decla-rou que o Brasil vive hoje um governo de “esquerda sazional” que de quatro em quatro anos “veste a boina do Che Gue-vara” e mobiliza situações eleitorais para sensibilizar a população para essa situa-ção de espoliação econômica, mas que lo-go tergiversa sobre as mesmas questões.

Dificuldade da esquerda nas urnasMesmo levando tudo isso em con-

sideração, a esquerda no Brasil ainda não é bem representada no Congresso Nacional e no poder executivo. Defen-sora de pautas progressivas como im-posto sobre grandes fortunas e da re-gulamentação da mídia, a candidata do PSOL Luciana Genro teve 1,54% dos votos válidos (1.612.186 votos) enquan-to os candidatos do PCB, PSTU e PCO não somaram 1%.

“Não adianta argumentar que não te-mos espaço na imprensa, não temos fi-nanciamento de grandes empresas por-que isso nunca vai acontecer. Mais do que se acomodar com essa situação nós

devemos nos perguntar o porquê disso acontecer e o que podemos fazer quan-to a isso. Estamos em um momento po-lítico muito importante que nós pode-mos repensar o significado da esquer-da e não podemos perdê-lo”, analisou Safatle.

“O povo não acredita em nós”Apesar de ter a consciência da injustiça

que esse sistema faz com o povo, Safatle acredita que as pautas progressistas de-vem estar mais próximas da necessidade da população que vai pedir da esquerda sempre “as propostas mais concretas”.

“A nossa razão de existência é sempre a possibilidade de mudanças globais e enquanto elas não aparecem, a popula-ção duvida porque sempre vai haver al-

guém dizendo que ela tem algo a perder com uma mudança dessas”, explicou. Como trata de um discurso revolucioná-rio e que visa mudar a democracia e o mundo de uma forma estrutural, ele as-susta boa parte da população mais po-bre e a presença de um discurso em que a política não é mais pautada pela pos-sibilidade de um futuro melhor e, sim, de “um risco de não voltar ao passado”.

“Quando a política deixa de ser pauta-da pelas possibilidades do futuro, é por-que ela morreu enquanto capacidade transformadora. Hoje há simplesmente um processo de gestão das condições atuais”, analisou.

O professor ainda reforça que parte dessa rejeição é justificada por uma tra-dição de “dirigismo, centralismo e es-truturas hierárquicas que dificilmente será encarada pela sociedade como uma alternativa de democracia” presentes nos governos de esquerda. A saída pa-ra isso é mostrar uma imagem de futuro concreta e ser o laboratório de “uma ex-periência por vir”.

“Nós temos uma dívida com a popula-ção e devemos mostrar de uma manei-ra muito precisa o que significa governar para a esquerda”, encerrou.

Bruno Pavande São Paulo (SP)

Para o sociólogo Michael Lowy, o pla-neta já está dando os sinais de que a cri-se ecológica já começou. Em palestra no evento “Só a luta muda a vida”, que aconteceu dia 2 de outubro, na Univer-sidade de São Paulo, o sociólogo alertou que as mudanças no consumo e no siste-ma de produção tem que começar “aqui e agora”.

Afastando o rótulo de catastrofis-ta, o brasileiro erradicado na França dá os exemplos da falta de água que atin-ge vários estados do Brasil como o sinal de alerta. Para ele, porém, o mundo te-rá que buscar alternativas anticapitalis-tas para encontrar a solução.

“O Ecossocialismo é uma tentativa de ligar o socialismo e a ecologia. Isso im-plica em uma crítica às formas atrasa-das que existiam no socialismo no século passado que ignoravam a ecologia, mas também às formas sociais liberais que pretendem uma ecologia compatível com o capitalismo e com o mercado financei-ro”, explicou.

Trazendo a expressão para os dias de hoje, Lowy considera que uma pauta ecossocialista e revolucionária tenha si-do encampada nas ruas em 2013: o pas-se livre.

“Ela é social porque vai permitir a po-pulação pobre da periferia a usar o trans-porte gratuito, e é ecológica porque se o

transporte público for gratuito, parte das pessoas não usarão mais o transporte in-dividual e vai diminuir a emissão de ga-ses. Além disso, ela tem também tem uma dimensão revolucionária porque é difícil para a elite suportar a ideia de gra-tuidade”, disse.

Novo conceito de desenvolvimentoMuitas críticas feitas à pauta ecológica

no país a vai no sentido de que elas pres-sionariam ainda mais os países em de-senvolvimento para adotar medidas que atrasariam seu desenvolvimento. A não extração do pré-sal, por exemplo, deixa-ria de injetar R$ 134 bilhões na educação até 2022.

O professor Vladimir Safatle, porém, questiona qual o modelo de desenvolvi-mento o Brasil quer para as próximas dé-cadas.

“Uma das questões centrais é mos-trar que não há desenvolvimento nes-se tipo de crescimento. Uma perspecti-va ecossocialista vai insistir que precisa-mos pensar no que é a riqueza. O que sig-nifica uma sociedade rica? É uma socie-dade com abundância, que você tem uma quantidade de consumo cada vez maior, ou é aquela que consegue garantir uma qualidade de vida efetiva e real às pesso-as? O que temos hoje é um desenvolvi-mento que é ‘menos’”, disse.

Para Michael Lowy, passe livre é exemplo de “ecossosialismo”Sociólogo lança livro e explica a vertente da ecologia que deseja romper com o capitalismo

“O que significa uma sociedade rica? É uma sociedade com abundância, que você tem uma quantidade de consumo cada vez maior, ou é aquela que consegue garantir uma qualidade de vida efetiva e real às pessoas?”

“A cada eleição há uma piora na qualidade da representação. Isso é muito triste, revoltante e acaba comprometendo a própria democracia. Demos um passo inacreditável para trás na representação da Câmara dos Deputados nessa eleição”

“Quando a política deixa de ser pautada pelas possibilidades do futuro, é porque ela morreu enquanto capacidade transformadora”

“Ninguém ganha uma eleição presidencial no Brasil sem fazer um discurso de esquerda. Isso é algo que não devemos negligenciar porque a população sabe que há uma luta de classes no Brasil e que seus interesses não são os mesmos de certos grupos econômicos”

“Devemos mostrar o que é governar para a esquerda”ELEIÇÃO O professor Wladimir Safatle aponta erros da esquerda no Brasil e reforça que partidos devem “mostrar-se como um laboratório de uma experiência por vir”

Dilma acena para fotógrafos após votar no 1º turno das eleições de 2014

O sociólogo Michael Lowy

Marcelo Camargo/ABr

Mauro Bellesa/IEA