Materia Tupperware

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Tupperware encontra mercado na Indonésia Por JOE COCHRANE JAKARTA, Indonésia - Um grupo de mulheres, sentadas em círculo, ouvia uma amiga vender recipientes plásticos. Era uma reunião da Tuppe- rware, muito parecida com aque- las que aconteciam nos EUA nos anos 60; a diferença é que grande parte das participantes tinha chegado de lambreta, não de ca- minhonete, e tinha o cabelo es- condido sob os jilbabs muçulma- nos em vez do excesso de laquê. De fato, ela foi realizada em Villa Mutiara, um bairro tranqui- 10 na periferia de Jacarta, a capi- tal da Indonésia, que se tornou o maior mercado para um produto que nasceu em Massachusetts. A popularidade da Tupperwa- re cresceu no exterior: a Alema- nha era o maior mercado até o país asiático superá-Ia, há dois anos. Sob vários aspectos, a Indo- nésia é o lugar perfeito para a marcá: sua classe médía está Se1 expandindo e tem mais dinhei- ro para adquirir os vasilhames de todas as formas e tamanhos, mais resistentes que aqueles encontrados nos mercados lo- cais; além disso, muitas mulhe- res ficam em casa para cuidar dos filhos, criando um público consistente para as reuniões or- ganizadas por vendedoras que. começam a superar as barreiras sociais conservadoras; "Há milhões de mulheres hoje na Indonêsia fora do mercado de trabalho, alvos perfeitos não só para comprar Tupperware, mas também vender", diz a economis- ta EmmaAllen. A empresa também se benefi- cia de uma tradição local chama- da arisan, ou "concentração", na qual as mulheres se reúnem com as amigas regularmente para b t h v s I s b i- I, a u r s e t- a 11 ,- .- e S 1 a ) 1 1 " » dar notícias sobre a família, tro- car receitas e fofocas. As vendedoras aproveitam es- sas ocasiões não só para oferecer seus produtos, mas para recrutar novas representantes. Ena Indo- nésia ainda há aindaavantagem de que o arisan funciona como banco informal, com as mulhe- res arrecadando uma determi- nada quantia e oferecendo ototal para uma das participantes. Com isso, as clientes podem comprar os conjuntos mais caros, que che- gam a centenas de dólares. ' O time de vendas da Tuppe- rware na Indonésia, que hoje conta com 250 mil membros, fa- turou mais de US$200milhões no ano passado, segundo a própria empresa. Para' algumas mulheres que decidiram se tornar vendedoras, a companhia representa uma op- ção çontraa pobreza - em um pa- ís cuja metade da população vive com menos de US$2por dia - e os papéis sociais pré-concebidos. O governo e vários grupos re- ligiosos há décadas reforçam os valores tradicionais que valori- zam opapel da mulher como mãe e esposa. A Lei do Casamento, - de 1974,por exemplo, afirma que o marido é o chefe da família e a mulher, responsável por seus cuidados. Como faz em outros mercados emergentes, a Tupperware enco- raja as mulheres a superar suas inseguranças no novo papel. "To- do mundo fala que o dinamismo da Ásia se deve à sua classe mé- dia emergente e ela é impulsiona- da por mulheres que nunca antes tiveram uma oportunidade. Não estou dizendo que os homens não dão duro, mas sim que há novas oportunidades paraelas", afirma Rick Goings, presidente mundial e CEO da Tupperware Brands Corporation. Upi Hariwati é uma das que resolveram arriscar. Há quatro anos, a dona de casa de 39 anos e mãe de um garotinho, cansada de viver no orçamento limitado do salário do marido, começou a procurar opções. Em depoimento, Upi contou Reunião da Tupperware em 2014, na Indonésia, que se tornou o maior mercado da empresa. A gerente regional de Jacarta exibe os modelos nas prateleiras que, no início, tinha que entregar as encomendas usando as vans do transporte público; em dois anos, porém, ganhou o suficien- te para comprar um carro e uma casa. Rosa Amelía, a vendedora da reunião na Villa Mutiara, diz que há seis anos lutava para manter aberto orestaurante que possuía com o marido; aí foi convidada para participar de um encontro da Tupperware. Depois de ser recrutada como vendedora e brigar para obter o consentimento do marido, ela começou a se dedicar às ven- das em meio-período; hoje já é gerente regional, organizando vinte eventos mensais. Rosa, de 41anos, ganha o equivalente .a US$2.400 por mês, seis vezes mais do que lucrava o restauran- te - que, por sinal,já foivendido. "No começo, meu marido não queria me deixar vender Tuppe- . rware nem em meio-período por- que dizia que ia prejudicar o res- taurante; hoje ele trabalha para mim", conta ela.

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Matéria sobre o uso dos produtos Tupperware.

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  • Tupperware encontra mercado na IndonsiaPor JOE COCHRANE

    JAKARTA, Indonsia - Umgrupo de mulheres, sentadas emcrculo, ouvia uma amiga venderrecipientes plsticos.Era uma reunio da Tuppe-

    rware, muito parecida com aque-las que aconteciam nos EUA nosanos 60; a diferena que grandeparte das participantes tinhachegado de lambreta, no de ca-minhonete, e tinha o cabelo es-condido sob os jilbabs muulma-nos em vez do excesso de laqu.De fato, ela foi realizada em

    VillaMutiara, um bairro tranqui-10 na periferia de Jacarta, a capi-tal da Indonsia, que se tornou omaior mercado para um produtoque nasceu em Massachusetts.A popularidade da Tupperwa-

    re cresceu no exterior: a Alema-nha era o maior mercado at opas asitico super-Ia, h doisanos.Sob vrios aspectos, a Indo-

    nsia o lugar perfeito para amarc: sua classe mda est Se1expandindo e tem mais dinhei-ro para adquirir os vasilhamesde todas as formas e tamanhos,mais resistentes que aquelesencontrados nos mercados lo-cais; alm disso, muitas mulhe-res ficam em casa para cuidardos filhos, criando um pblicoconsistente para as reunies or-ganizadas por vendedoras que.comeam a superar as barreirassociais conservadoras;"H milhes de mulheres hoje

    na Indonsia fora do mercado detrabalho, alvos perfeitos no spara comprar Tupperware, mastambm vender", diz a economis-ta EmmaAllen.A empresa tambm se benefi-

    cia de uma tradio local chama-da arisan, ou "concentrao", naqual as mulheres se renem comas amigas regularmente para

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    sas ocasies no s para oferecerseus produtos, mas para recrutarnovas representantes. Ena Indo-nsia ainda h aindaavantagemde que o arisan funciona comobanco informal, com as mulhe-res arrecadando uma determi-nada quantia e oferecendo ototalpara uma das participantes. Comisso, as clientes podem compraros conjuntos mais caros, que che-gam a centenas de dlares. 'O time de vendas da Tuppe-

    rware na Indonsia, que hojeconta com 250 mil membros, fa-turou mais de US$200milhes noano passado, segundo a prpriaempresa.Para' algumas mulheres que

    decidiram se tornar vendedoras,a companhia representa uma op-o ontraa pobreza - em um pa-s cuja metade da populao vivecom menos de US$2por dia - e ospapis sociais pr-concebidos.O governo e vrios grupos re-

    ligiosos h dcadas reforam os

    valores tradicionais que valori-zam opapel da mulher como mee esposa. A Lei do Casamento, -de 1974,por exemplo, afirma queo marido o chefe da famlia e amulher, responsvel por seuscuidados.Como faz em outros mercados

    emergentes, a Tupperware enco-raja as mulheres a superar suasinseguranas no novo papel. "To-do mundo fala que o dinamismoda sia se deve sua classe m-dia emergente e ela impulsiona-da por mulheres que nunca antestiveram uma oportunidade. Noestou dizendo que os homens nodo duro, mas sim que h novasoportunidades paraelas", afirmaRick Goings, presidente mundiale CEO da Tupperware BrandsCorporation.Upi Hariwati uma das que

    resolveram arriscar. H quatroanos, a dona de casa de 39 anose me de um garotinho, cansadade viver no oramento limitadodo salrio do marido, comeou aprocurar opes.Em depoimento, Upi contou

    Reunio daTupperwareem 2014, naIndonsia,que se tornouo maiormercado daempresa.A gerenteregionalde Jacartaexibe osmodelos nasprateleiras

    que, no incio, tinha que entregaras encomendas usando as vansdo transporte pblico; em doisanos, porm, ganhou o suficien-te para comprar um carro e umacasa.Rosa Amela, a vendedora da

    reunio na Villa Mutiara, diz queh seis anos lutava para manteraberto orestaurante que possuacom o marido; a foi convidadapara participar de um encontroda Tupperware.Depois de ser recrutada como

    vendedora e brigar para obtero consentimento do marido, elacomeou a se dedicar s ven-das em meio-perodo; hoje j gerente regional, organizandovinte eventos mensais. Rosa,de 41anos, ganha o equivalente.a US$2.400 por ms, seis vezesmais do que lucrava o restauran-te - que, por sinal,j foivendido."No comeo, meu marido no

    queria me deixar vender Tuppe- .rware nem em meio-perodo por-que dizia que ia prejudicar o res-taurante; hoje ele trabalha paramim", conta ela.